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TRABALHO ORAL A BIBLIOTECA UNIVERSITÁRIA E O CONTEXTO INSTITUCIONAL A biblioteca universitária no contexto da Educação à Distância COMPETÊNCIAS DO PROFISSIONAL DA INFORMAÇÃO NO PROCESSO DE TUTORIA EM CURSOS ONLINE CASSIN, F. H.1 ARAÚJO, E. M.2 DIMÁRIO, C. J. K.3 VICENTINI, P. C. B.4 RESUMO Os novos paradigmas tecnológicos, educacionais, econômicos e científicos, direcionam a sociedade para uma transformação na gestão do conhecimento e dos recursos humanos e nesse contexto o perfil do profissional da informação é redefinido e ampliado englobando competências múltiplas para atuação como agente educador em ambientes virtuais de aprendizagem. O trabalho apresenta uma breve revisão de literatura sobre o conceito de competência sob a ótica da administração de recursos humanos e as assertivas da área de educação que definem o perfil e as competências necessárias ao tutor em cursos a distância. Além das competências técnicas já conhecidas pelo profissional bibliotecário são incluídas nessa proposta as habilidades, competências e atitudes que esse novo agente educacional deve assumir em cursos a distância para atender a demanda da comunidade universitária. Palavras-chave: Ensino a Distância-biblioteca. Competência bibliotecário-EAD. Tutoria de EAD-bibliotecário. ABSTRACT The new technological, educational, economic and scientific paradigms, guide the society for a transformation in the administration of the knowledge and of the human resources and in that context the professional of information’s profile is again defined and enlarged including multiple competences for performance as educating agent in virtual environment of learning. The work presents a brief literature revision about the competence concept under the optics of the administration of human resources and the assertive of the education area that define the profile and the necessary competences to the tutor in courses the distance. Besides the technical competences already known by the professional librarian they are included in that proposal the 2 abilities, competences and attitudes that this new educational agent should assume in courses the distance to assist the university community's demand. Keywords: Distance education learning-library. Librarian’s competence-distance education learning. Tutorial of EAD-librarian. 1 INTRODUÇÃO Diante do acelerado processo de mudança tecnológica e organizacional vários setores da sociedade buscam uma re-adequação e especificamente sobre o capital humano, as organizações solicitam novos perfis profissionais e novos requisitos para o trabalho. As instituições de ensino superior responsáveis pela formação desse capital intelectual empenham-se no exercício de novas metodologias e diretrizes educacionais visando atender as novas exigências do mercado de trabalho e do crescimento industrial da era tecnológica. Aliando assim os avanços das tecnologias da informação e comunicação aos métodos e técnicas de ensino, os responsáveis pelo planejamento e execução do plano de ensino e estratégias de aprendizagem reconhecem na educação a distância uma oportunidade para concretizar o processo de ensino-aprendizagem de forma inovadora e colaborativa. A Educação a Distância (EAD) é uma modalidade educacional cujo desenvolvimento relaciona-se com a administração do tempo pelo tempo e da autonomia para realizar atividades, participação no diálogo com o grupo para troca de informações e produção do conhecimento de forma colaborativa. No Brasil, a EAD vem alcançando uma posição de destaque e através do Decreto 5.622, de 19 de dezembro de 2005, foi definida como uma: modalidade educacional na qual a mediação didático-pedagógica nos processos de ensino e aprendizagem ocorre com a utilização de meios e tecnologias de informação e comunicação, com estudantes e professores desenvolvendo atividades educativas em lugares ou tempos diversos. (BRASIL, 2005). A EAD assume uma característica especial, quando é vista como uma forma de instrumento de democratização do ensino, pois oferece oportunidades para 3 um maior número de pessoas ingressarem em instituições de ensino superior e concretiza a formação nos diversos níveis ou profissionalização, transformando-se assim em um novo meio para a inclusão daqueles que ainda são excluídos dos processos educacionais, por questões de horário, localização de moradia ou falta de recursos materiais entre outras questões. Porém Moran (2004) afirma que “a educação a distância não é um “fastfood” em que o aluno se serve de algo pronto. É uma prática que permite um equilíbrio entre as necessidades e habilidades individuais e as de grupo - de forma presencial e virtual”. Na verdade, o aprender a distância, depende da instalação consensual entre os atores desse processo, alunos, professores/tutores e o próprio ambiente virtual de aprendizagem. Nesse processo o aluno deve tornar-se consciente da importância da informação a ser recebida e ao processar os conceitos e conhecimentos buscar o real significado desses elementos para sua vida profissional e/ou pessoal, pois segundo Moran (2004) a informação deve fazer parte do contexto pessoal, intelectual e emocional do aluno para se tornar verdadeiramente importante, consequentemente, aprendida. Quanto ao ambiente virtual de aprendizagem, são evidenciados os avanços e a disseminação do uso das tecnologias de informação e comunicação (TICs) fornecendo novas perspectivas para a EAD com acesso via internet, permitindo assim a flexibilidade do tempo, quebra de barreiras geográficas, emissão e recebimento de conteúdos digitalizados, bem como a produção e aquisição do conhecimento. As TICs são ferramentas/recursos que interferem nos ambientes de aprendizagem, pois não oferecem somente novas e eficientes possibilidades de armazenar e transportar a informação, como também viabiliza o acesso a novos conhecimentos e formas de relacionamento. É importante ressaltar que as tecnologias transportam, ao lado das informações, emoções, valores e sentimentos. Seu uso requer novas técnicas, uma nova maneira de conceber o processo 4 educativo, num tempo e espaço assíncronos, o que resulta no desenvolvimento de novas estratégias de ensino e aprendizagem. As facilidades decorrentes do uso das TICs, através de redes e documentos eletrônicos têm proporcionado aos usuários integrantes do mundo científico e tecnológico a busca da informação, de maneira ágil, segura e flexível. No contexto das instituições de ensino, as bibliotecas universitárias e centros de documentações são responsáveis de fato e de direito pelo aporte e gerenciamento da informação, e devem assumir no contexto educacional um ponto de integração entre a tecnologia, tratamento e disseminação da informação e do conhecimento. Atualmente, a biblioteca universitária vem diversificando suas atividades e oferecem serviços e produtos baseados em tecnologias de acesso remoto e em ferramentas de comunicação assíncronas e síncronas. Dentre esses serviços podese citar a orientação à pesquisa bibliográfica, tutorial eletrônico e sessões de esclarecimentos e apoio aos usuários através de chats ou emails. Envolvidos assim no processo educativo, os gestores das bibliotecas universitárias devem incentivar e propiciar a capacitação dos profissionais bibliotecários em serviço para que assumam determinadas competências básicas para atuar em um ambiente virtual de aprendizagem que apóie cursos à distância ou semipresenciais. Nesse contexto, busca-se descrever sucintamente as competências básicas requeridas ao profissional bibliotecário para atuar na elaboração e gestão de ambientes virtuais de aprendizagem, propondo um paralelo com as áreas da administração e educação que perpassam a temática do ensino a distância. 2 AS COMPETÊNCIAS De acordo com Fleury e Fleury (2001) a competência é um saber agir de forma responsável e reconhecida, que implicará a mobilização, integração, 5 transferência de conhecimentos, recursos e habilidades, que agregam valor econômico à organização e valor social ao indivíduo. Segundo Le Boterf (2003) a competência é uma ação ou um conjunto de ações finalizado sobre uma utilidade, sobre uma finalidade que tem um sentido para o profissional. Para Le Boterf (2003) há dois modelos da competência que interferem atualmente nas práticas de gestão. O modelo herdado das concepções taylorista e fordista, o sujeito é considerado como um operador cuja competência se limita, a saber, executar operações de acordo com a prescrição, seria um saber-fazer. No outro modelo o sujeito é considerado mais como um ator do que como um operador. O profissional competente é aquele que sabe ir além do prescrito, um saber agir, consequentemente que toma iniciativa. O enfoque dado para a questão de competência recebe atualmente várias interpretações, como na área de educação médica onde Lima (2004) afirma que há três principais concepções de competências: a primeira que define competência como um conjunto de atributos pessoais; a segunda que associa à relação correta de determinadas tarefas e a terceira, em que competência é vista como o resultado da combinação de atributos pessoais adquiridos e que, aplicados em diferentes contextos, podem atingir determinados resultados. No entanto, para Perrenoud (1999) da área da educação, desenvolver competências significa desenvolver diferentes atributos (conhecimentos, habilidades e atitudes) que combinados podem configurar diferentes formas de realizar com sucesso determinadas atividades vinculadas a uma prática profissional. De acordo com essa concepção “dialógica”, a construção do perfil de competência desejado para uma determinada área profissional deve partir da investigação dos processos de trabalho e de todos os sujeitos neles envolvidos. Sob essa perspectiva, as competências do profissional bibliotecário para trabalhar em projetos de educação a distância, devem envolver as habilidades técnicas, sociais e educacionais mínimas para assumir o papel de agente educativo em um ambiente virtual de aprendizagem. 6 Na tentativa de esboçar esse novo perfil do profissional bibliotecário faz-se necessário estabelecer um paralelo com outro profissional da educação que assume atualmente o papel de condutor e apoio da prática educativa seja realizada a distância ou presencial: o tutor. 2.1 Do tutor O tutor é o profissional da educação que atua nas situações programadas de ensino e aprendizagem presencial ou na orientação assistida à distância. É ele quem tem a relação direta com os alunos, auxiliando-os no manuseio e na aproximação dos conteúdos através de diferentes formatos como o material impresso (apostilas ou módulos), vídeos, telefone/fax, rádio e os recursos da informática. Para o tutor, é designada a função de ser facilitador e mediador da aprendizagem, motivador, orientador e avaliador em um vasto campo de atuação. Porém, mais do que conhecer os materiais de ensino que são disponibilizados aos alunos, o tutor gerencia e administra situações de conflito, ou de euforia, desânimos e rotinas. Responsável pela maioria das atividades de interação, o tutor deve conduzir o processo de aprendizagem de maneira dinâmica e sistêmica, executando tarefas de auxílio e suporte que propiciem a interação entre os alunos entre si e com material didático e o ambiente virtual de aprendizagem como um todo. A interação constante e dinâmica do tutor vem reforçar significativamente a aquisição do conhecimento do aluno no curso, pois à medida que são observadas as preferências e estilos de aprendizagem dos alunos, o tutor pode incentivar de maneira mais direta a participação desses nas atividades em grupo colaborando para o desempenho individual no curso. Segundo Souza et al (2004) “o tutor deve possuir habilidades de comunicação, competência interpessoal, liderança, dinamismo, entusiasmo, criatividade, capacidade para trabalhar em equipes etc”. iniciativa, 7 Segundo Oliveira, Dias e Ferreira (2004) os saberes ou competências/habilidades requeridas ao tutor concentram-se em três dimensões abaixo descritas: • Pedagógica: capacidade para interagir com os conteúdos e com o material didático difundindo-os e dinamizando-os; utilização de estratégias de orientação, acompanhamento e avaliação (somativa e formativa) da aprendizagem dos alunos, identificando as dificuldades surgidas e tentando corrigi-las; demonstração de rapidez, clareza e correção na resposta às perguntas e mensagens enviadas; estabelecimento de regras claras definidas para o trabalho a ser desenvolvido. • Tecnológica: disposição para a inovação educacional, em especial aquela que tem suporte nas tecnologias da informação e comunicação; adequação das tecnologias, e do material didático do curso, às diferenças culturais; domínio das ferramentas tecnológicas empregadas (“letramento tecnológico”). • Didática: conhecimento do conteúdo do curso a ser ministrado; capacidade de realizar intervenções didáticas com a freqüência, oportunidade e seqüencialidade necessárias; utilização de estratégias didáticas adequadas às diferenças culturais, para dinamizar discussões animadas e produtivas, para a proposição de tarefas e o esclarecimento de dúvidas; proposição e supervisão de atividades práticas, que completem os conhecimentos teóricos do curso. • Pessoal: habilidade para interagir com os alunos de forma não presencial, individualmente e em grupos, encorajando-os e incentivando-os, minimizando desta forma a evasão; habilidade para manter relações menos hierarquizadas do que na educação presencial; disposição para estimular a autonomia e a emancipação do aluno, delegando-lhe o controle da própria aprendizagem; competência para a conversação racionalmente comunicativa (dialogicidade). Para compor essa proposta teórica cabe descrever ainda as principais competências técnicas do profissional bibliotecário na recuperação e sistematização da informação e de forma dedutiva readaptá-las às novas funções para a prática educativa a distância. 8 2.2 Do profissional bibliotecário Considera-se que as principais competências técnicas do profissional da informação, a comunicação, as relações humanas e a capacidade de adaptação às novas tecnologias, são requisitos fundamentais ao bibliotecário. No entanto, deve-se ressaltar que o profissional bibliotecário que atua em unidades de informação ou em outros ambientes de trabalho, desenvolve outras competências que extrapolam a formação técnica e instrumental e envolvem características mais generalistas ou sistêmicas que compõem o perfil multivariado desse profissional. Segundo Moreiro e Tejada Artigas (2004) as principais competências ou habilidades técnicas do profissional bibliotecário são: • Habilidades diretivas: que envolve as habilidades analíticas de organizar a informação com idéias inovadoras; habilidades no empreendimento de projetos; capacidade para gerenciar estratégias comerciais baseadas no racionamento econômico; habilidades comerciais, que considerem as exigências do cliente, com um maior conhecimento do mercado e objetivos estratégicos em longo prazo; habilidades gestoras de sistemas para atingir metas específicas; • Habilidades organizacionais: capacidade de formar, coordenar, dirigir ou gerenciar equipes; flexibilidade na organização de trabalhos em equipe; capacidade para criar e organizar o serviço para o público, atendendo as demandas; • Capacidades criativas: planejamentos inovadores capacidade aplicáveis para a colocar novos em produtos prática e os serviços; desenvolver idéias de maneira independente, autônoma e comprometida; • Informática: habilidades técnicas e compreensão profunda de programas de classificação para dominar o processo técnico; domínio de técnicas multimídias; conhecimento profundo de normas, formatos e métodos de normalização de descrição, apresentação e transmissão da informação; habilidade para navegar pela rede, mediante ferramentas de busca; 9 • Atitudes pessoais: habilidades cognitivas entre as que incluam a flexibilidade às novas áreas profissionais; habilidades legais aplicáveis a qualquer aspecto de criação e difusão de novos meios de comunicação eletrônicos; habilidades de comunicação; capacidade de transferência do conhecimento; habilidades lingüísticas para expressar-se em um ou mais idiomas de comunicação internacional. O conceito de competência na área da ciência da informação assumiu um relevante destaque teórico sob o enfoque da competência informacional ou Information Literacy, definida por Dudziak (2003, p. 28) como: um processo contínuo de internalização de fundamentos conceituais, atitudinais e de habilidades necessário à compreensão e interação permanente com o universo informacional e a sua dinâmica, de modo a proporcionar um aprendizado ao longo da vida. Dudziak (2007) afirma que o papel do bibliotecário em decorrência das próprias circunstâncias do mercado de trabalho e da evolução das TICs ganhou outras dimensões e passou a incorporar as funções de líder e agente educacional de transformação. Ressalta-se que em decorrência dessa expansão nas funções do bibliotecário, outras competências foram agregadas e o “aprendizado ao longo da vida” tornou-se essencial em projetos de crescimento profissional que englobam desde a gestão do conhecimento até a mediação informacional e pedagógica. 3 COMPETÊNCIA DO PROFISSIONAL DA INFORMAÇÃO NA TUTORIA ONLINE No âmbito teórico e dedutivo, propõe-se assim, um conjunto de competências mínimas que o profissional bibliotecário deve desenvolver para atuar em equipes multidisciplinares em cursos a distância ou semipresencial. - Didático/Pedagógica: compreende a disposição do profissional para promover a inovação educacional; o domínio sobre o conteúdo e material didático do curso a ser ministrado; a capacidade em realizar intervenções didáticas propondo e orientando a execução de tarefas; a habilidade em esclarecer dúvidas relativas aos aspectos pedagógicos e dos objetivos educacionais do 10 curso; a capacidade para orientar e acompanhar o aprendizado dos alunos; orientar e dinamizar as discussões entre o grupo de alunos de forma produtiva e colaborativa; identificar e utilizar estratégias didáticas adequadas aos estilos de aprendizagem dos alunos e as diferenças socioeconômicas e culturais; identificar as dificuldades que surgem durante o processo de aprendizagem e informar ao responsável ou coordenador do curso; - Técnica/Tecnológica: envolve as habilidades analíticas e técnicas para organização e processamento metodológico da informação; conhecimento de normas, formatos e métodos de normalização da descrição de dados, informação e conhecimento; capacidade para compreensão e manipulação de sistemas de gerenciamento de conteúdo digital e de ambientes virtuais de aprendizagem; domínio sobre os recursos de comunicação assíncrona e síncrona; domínio de técnicas multimídias e de recursos para apresentação e transmissão da informação; habilidade para consulta em computadores interligados em rede nas diferentes camadas de protocolos ou porte de rede; - Gerencial/Organizacional: compreende a capacidade para gerenciar e executar planejamentos de ensino e de produtos e serviços; capacidade de decisão e desenvolvimento de idéias inovadoras; capacidade para criar e organizar novos serviços que atendam às demandas educacionais e informacionais do público alvo; capacidade para gerenciar estratégias educacionais e propor soluções ou readequações ao processo de ensinoaprendizagem; habilidade para organizar e divulgar relatórios sobre o aprendizado dos alunos e demais aspectos relevantes sobre o curso habilidades para gerenciar um sistema virtual de aprendizagem, organizando tarefas, material e recursos didáticos; habilidade para formar, coordenar e gerenciar o trabalho em equipe; - Pessoal/Social: envolve a capacidade de interação e envolvimento direto do profissional no processo de comunicação mediado pelo computador; habilidade para encorajar a interação do aluno com todos os elementos envolvidos, ou seja, professor, material didático, o ambiente virtual de aprendizagem e os próprios alunos; habilidade para incentivar aprendizado colaborativo entre os alunos; habilidade para manter um bom nível de entendimento entre os participantes; capacidade para estimular e promover a emancipação e 11 autodomínio do aluno sobre o processo de aprendizagem; competência para o diálogo construtivo e racional; habilidades cognitivas para subsidiar as atividades que envolvem o conhecimento, compreensão, aplicação, análise e síntese; habilidades de expressar o conhecimento ou a informação em mais de um idioma. 4 CONCLUSÃO Ressalta-se que essa categorização proposta pode receber outras interpretações e algumas dessas habilidades descritas podem ser classificadas em mais de uma competência simultaneamente. Essa questão não representa nenhum obstáculo para o desenvolvimento das competências do profissional bibliotecário aplicado nas atividades educacionais. As competências básicas requeridas ao profissional bibliotecário para atuar como agente e gestor da prática educativa em ambientes virtuais de aprendizagem, englobam inúmeros requisitos que a comunidade universitária deve conhecer. Dentre eles, deve-se ressaltar que o trabalho em equipes multidisciplinares e a formação especializada em áreas da educação e metodologia do ensino são imprescindíveis ao sucesso dessa nova modalidade de atuação profissional. Para encaminhamento e desenvolvimento dessas competências na prática educativa, entende-se também que o sistema universitário deva promover o contato interdisciplinar entre os profissionais envolvidos no processo de ensino a distância e incentivá-los na consolidação de uma postura construtiva e colaborativa do conhecimento acadêmico-científico. Entende-se que a responsabilidade compartilhada, a formação continuada e o desempenho pessoal do profissional bibliotecário, são os ingredientes essenciais para a consolidação de uma nova competência que acima de tudo virá para dinamizar o ambiente acadêmico e reforçar a papel desse profissional nas atividades de ensino e pesquisa nas universidades. 12 Esse movimento de interação do profissional bibliotecário no processo de ensino-aprendizagem na modalidade a distância, representa uma competência única e nobre de extrapolar a área de domínio técnico e instrumental e atingir a capacitação de mediação didática no âmbito estrutural que além de ser um fator de apoio ao aluno, apresenta-se como meio de promoção de uma educação individualizada e cooperativa. Dessa forma, espera-se que o profissional bibliotecário avoque para si esse novo desafio e apresente à comunidade acadêmica de forma concreta, novas competências para tutoria e orientação de alunos visando efetivar a aprendizagem e atingir os objetivos previstos no curso a distancia. REFERÊNCIAS BRASIL. Decreto n. 5.622, de 19 de dezembro de 2005. Regulamenta o art. 80 da Lei n. 9.394, de 20 de dezembro de 1996, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional. Presidência da República, Brasília, 2005. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/Ccivil_03/_Ato2004-2006/2005/Decreto/D5622.htm>. Acesso em 23 jun. 2008. DUDZIAK, E. A. O bibliotecário como agente de transformação em uma sociedade complexa: integração entre ciência, tecnologia, desenvolvimento e inclusão social. Ponto de Acesso, Salvador, v. 1, n. 1, p. 88-98, jun. 2007. DUDZIAK, E. A. Information literacy: princípios, filosofia e prática. Ciência da Informação, Brasília, v. 32, n. 1, p. 23-35, abr. 2003. 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Acesso em: 10 jun. 2008. __________________ 1 Flávia Helena Cassin, Universidade de São Paulo, Escola de Engenharia de São Carlos, [email protected]. 2 Elenise Maria de Araujo, Universidade de São Paulo, Escola de Engenharia de São Carlos, [email protected]. 3 Clelia Junko Kinzú Dimário, Universidade de São Paulo, Instituto de Química de São Carlos, [email protected]. 4 Priscila Carreira Bittencourt Vicentini, Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”, Faculdade de Ciências e Letras de Araraquara, [email protected].