Desenvolvimento de Conteúdo Multimídia Interativo em DVD

Transcrição

Desenvolvimento de Conteúdo Multimídia Interativo em DVD
UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIA DA COMPUTAÇÃO
ESPECIALIZAÇÃO EM INFORMÁTICA
ÊNFASE EM TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO E MULTIMÍDIA
Desenvolvimento de Conteúdo
Multimídia Interativo em DVD
por
Flávio Augusto Rocha Bertholdo
Monografia de Final de Curso
CEI-TIM 002-T1-2003-2
Prof. Arnaldo de Albuquerque Araújo
Orientador
Belo Horizonte, fevereiro de 2005
Para Gizele: a constância do seu amor
me torna uma pessoa melhor.
Para Beatriz: seu sorriso e alegria
são uma constante inspiração.
Para Gledmar, sua dedicação e amor foram e
são os alicerces da pessoa que eu sou.
Vocês são as mulheres da minha vida!
I
Agradecimentos
Antes de mais nada, quero agradecer ao Professor Arnaldo
pelo apoio, motivação e por me mostrar um caminho que
já havia quase esquecido. Seus conselhos e orientações
foram fundamentais. Sua paciência, atenção e
tranqüilidade são um exemplo. Sobretudo quero agradecer
a grande generosidade com que tem compartilhado seus
conhecimentos comigo e com tantos outros alunos.
Obrigado!
Não tenho como expressar minha gratidão para com o
excepcional corpo de professores do Departamento de
Ciência da Computação da UFMG. Cada um de vocês foi
muito importante na ampliação dos horizontes dos meus
conhecimentos em Computação e em tantas outras coisas.
Obrigado!
Agradeço à Deus pela perfeição da sua providência. Em
tantos momentos da minha vida, ela foi fundamental.
Muito obrigado!
II
Quando se diz que a apresentação ou recuperação da
informação se faz de maneira interativa, quer-se dizer que
multimídia não é apenas uma maneira de apresentar
informações ao usuário, como se ele fosse seu mero
recipiente, passivo: multimídia é uma forma de o usuário
ativamente interagir com as informações: buscando-as,
recuperando-as, interligando-as, construindo com elas
novas informações.
Eduardo Chaves
É preciso aprender com a prática, pois, embora você pense
que sabe, só terá certeza depois que experimentar.
Sófocles
III
Resumo
O presente trabalho demonstra a utilização do DVD-Video como uma nova
ferramenta de desenvolvimento e distribuição de conteúdo multimídia interativo. As
características do formato DVD-Video permitem o desenvolvimento de aplicações
interativas, estendendo sua utilização além da distribuição de filmes. Pode-se utilizar a
multimídia em DVD em diversas aplicações como: ensino à distância, treinamento de
questões, jogos, entre várias outras.
Palavras-chaves:
Multimídia interativa, DVD, DVD-Video, autoração.
IV
Abstract
The present work demonstrates the use of the DVD-Video as a new tool of
development and distribution of interactive multimedia content. The characteristics of
the DVD-Video format allow the development of interactive applications, extending its
use beyond the distribution of films. The multimedia in DVD can be used in some
applications as: long-distance education, training of questions, games and others.
Keywords:
Interactive multimedia, DVD, DVD-Video, authoring.
V
Lista de ilustrações
Figura 1 – Logomarcas DVD-ROM, DVD-Video e DVD-Audio ....................................... 12
Tabela 1 – Formatos físicos dos discos DVD ................................................................... 13
Figura 2 – Discos DVD-5, DVD-9 e DVD-18 .................................................................. 13
Tabela 2 – Estatística do DVD no Brasil .......................................................................... 14
Figura 3 – Estrutura de diretórios do DVD ....................................................................... 16
Tabela 3 - Preço dos equipamentos para multimídia .......................................................... 17
Figura 4 - Estrutura hierárquica do DVD-Video ............................................................... 20
Tabela 4 - Arquivos do DVD-Video ................................................................................ 21
Tabela 5 - Grupos de comandos da Virtual Machine ......................................................... 24
Figura 5 - Tela do Pinnacle Studio 8 ................................................................................ 30
Figura 6 - Tela do Sonic ReelDVD .................................................................................. 31
Figura 7 - Tela do MediaChance DVD-lab PRO ............................................................... 32
Figura 8 - Janela para implementar comandos da VM ....................................................... 33
Figura 9 - Tela do DVD Turma da Mônica - A Sereia do rio .................................................. 36
VI
Lista de Abreviaturas ou Siglas
5.1
Formato de audio que comprime 5 canais de audio (direito, esquerdo, central, surround
direito e surrond esquerdo) com mais um canal de baixa freqüência utilizado para
efeitos especiais.
AVI
Audio Visual Interleave
CD
Compact Disc.
Codec
COder / DECoder, é um processo de conversão de software ou hardware entre
formatos de áudio e vídeo analógico e digital usado para transmissão, em ambas
direções [EAD 02].
DLL
Dynamic Link Librarie
Dolby Digital
É um formato de compressão de audio 5.1 desenvolvido pela Dolby e utilizado no
DVD-Video.
DTS
Digital Theater System, codificação de audio utilizada em cinemas e em alguns disco
de DVD-Video.
DVD
Digital Versatile Disc, disco óptico com 7 vezes mais capacidade que um CD.
DVD FLLC
DVD Format/Logo Licensing Corp.
DVD-10
DVD com informações armazenadas em dois lados, com capacidade para 9,4 GB.
DVD-14
DVD com informações armazenadas em dois lados, sendo um com camada simples e
outro com camada dupla. Permite armazenar até 13,2 GB.
DVD-18
DVD com dois lados, cada um com duas camadas. Possui capacidade de 17,1 GB
DVD-5
Formato com apenas um lado e uma camada, oferecendo capacidade de 4,7 GB.
DVD-9
DVD com apenas um lado com camada dupla. Possui capacidade de 8,5 GB.
DVD-Audio
Formato para distribuir audio de alta qualidade. Opcionalmente também pode conter
imagens, textos, vídeos e menus.
DVD-R
DVD gravável, possui capacidade de 4,7 GB.
DVD-RAM
Disco regravável com capacidades de 2,6 GB (primeira geração) ou 4,7 GB (segunda
geração) por lado. Existem versões do DVD-RAM com um ou dois lados.
DVD-ROM
O formato mais básico do DVD, é a base dos formatos DVD-Video e DVD-Audio
DVD-RW
Formato de DVD regravável. É uma alternativa ao DVD-RAM mas permite um
número menor de regravações. Em contra-partida apresenta maior compatibilidade
com drives de DVD-ROM.
DVD-Video
Formato para distribuição de vídeo, permite armazenar até 133 minutos de vídeo de
ótima qualidade.
DVD+R
Um formato gravável desenvolvido pela Philips e Sony mas não reconhecido pelo
DVD Forum.
DVD+RW
DVD regravável criado pela Philips e Sony como alternativa ao DVD-RAM. Mas não
é um formato DVD oficial.
DVDPlus
Disco com dois lados. Sendo um DVD e o outro CD.
ENAV
Enhanced Navigation
VII
FPS
Frames per second
GB
Gigabyte. 1024 x 1024 x 1024 bytes.
GIF
Graphics Interchange Format
HD DVD
High Density DVD, formato desenvolvido pelo DVD Forum para armazenar vídeo de
alta definição. Pode armazenar até 15 GB por camada.
HDTV
High Definition Television.
ISO
International Standardisation Organisation.
ISO 9660
Sistema de arquivos para CD-ROM proposto pela ISO.
JPEG
ISO/CCITT Joint Photographic Experts Group
kbps
Kilobits por segundo. 1024 bits por segundo.
kHz
Kilohertz. 1000 Hz.
Letter-box
Método para exibir vídeo widescreen em uma TV convencional. Utiliza barras de cor
preta em cima e abaixo da imagem.
LPCM
Linear PCM, um dos formatos de codificação de áudio do DVD-Video
MP3
MPEG-1 layer 3 audio encoding
MPEG-1
ISO Moving Pictures Expert Group standard 11172, projetado para aplicações de CDROM
MPEG-2
ISO Moving Pictures Expert Group standard 13818, projetado para transmissão de TV
e também utilizado pelo DVD-Video.
NTSC
National Television Systems Committee
PAL
Phase Alternation Line
Pan & scan
Método para exibir vídeo widescreen em uma TV convencional. Mostrando apenas
uma parte da imagem.
PCM
Pulse Code Modulation
Pixel
PICTure ELement
Plugin
Extensões do navegador Web, fornecidas pelo fabricante ou empresas parceiras que
fornecem recursos adicionais de multimídia, facilitando a visualização de textos, som,
vídeo, etc. e/ou maior interação com o usuário [EAD 02].
Quiz
Seqüência de questões de múltipla escolha.
TGA
Truevision Targa Format
TIFF
Tag Image File Format
UDF
Universal Disk Format, sistema de arquivos utilizado nos discos DVD.
VHS
Video Home System.
VM
Virtual Machine
VMG
Video Manager
VOB
Video Object
VTS
Video Title Set
VTSI
Video Title Set Information
WAV
Wave Form Audio
Widescreen
Aparelhos de TV que possuem uma aspecto de imagem de 16:9. Diferem dos
tradicionais que utilizam 4:3.
WMV
Windows Media Video
VIII
Sumário
Resumo .............................................................................................................. IV
Abstract ............................................................................................................. V
Lista de ilustrações .......................................................................................... VI
Lista de Abreviaturas ou Siglas ..................................................................... VII
1. Introdução .................................................................................................... 10
1.1. Digital Versatile Disc (DVD) ........................................................................... 11
1.2. DVD-Video ....................................................................................................... 14
1.3. Multimídia em DVD ......................................................................................... 16
2. Arquitetura do DVD-Video ......................................................................... 20
2.1. A estrutura do DVD-Video ............................................................................... 20
2.2. Interatividade em DVD-Video .......................................................................... 21
2.3. DVD Virtual Machine ....................................................................................... 22
3. Autoração ...................................................................................................... 25
3.1. Preparando o material ....................................................................................... 26
3.2. Ferramentas de autoração .................................................................................. 29
4. Aplicações da multimídia em DVD ............................................................. 34
4.1. Educação à distância ......................................................................................... 34
4.2. Treinamento de questões ................................................................................... 35
4.3. Conteúdo complementar ................................................................................... 35
5. Considerações Finais ................................................................................... 37
6. Bibliografia ................................................................................................... 38
IX
1. Introdução
A multimídia é um área do conhecimento que tem a peculiaridade de fascinar um
grupo muito diversificado de pessoas, que inclui tanto realistas como sonhadores, para
usar as palavras de Kristina Hooper [HOOPER 88]. Apenas para citar alguns dos
envolvidos, pode-se destacar: educadores, especialistas em treinamento, escritores,
criadores de jogos eletrônicos, psicólogos cognitivos, artistas gráficos, produtores de
vídeo, profissionais em comunicação, engenheiros, cientistas da computação,
fabricantes de hardware, entre vários outros.
Desde seu aparecimento, o significado do termo multimídia já sofreu grande
evolução. Em 1990, Robin Raskin a definiu assim:
“Em seu sentido mais amplo, multimídia refere-se ao fornecimento de
informações de maneira intuitiva, multisensorial e com a integração de meios
distintos - texto, gráficos, animação de computador, vídeo em movimento e som
- em uma única apresentação sob o controle do computador” [RASKIN 90].
Nesta definição, Raskin não deixa claro o caráter interativo da multimídia. Em
grande parte isto se deve ao fato da multimídia ter sido vista inicialmente apenas como
uma forma de apresentar informações. Sua utilização como forma de recuperar
informações ainda não estava clara [CHAVES 91].
A Commodore Business Machines foi uma das empresas pioneiras na fabricação
de computadores com recursos multimídia. Seu microcomputador Amiga introduziu
diversos conceitos de multimídia no mundo dos computadores. A Commodore definiu
multimídia como:
“Um método de projetar e integrar tecnologias de computador em uma só
plataforma, de maneira a permitir, ao usuário final, inserção, criação,
manipulação e utilização de textos, gráficos, áudio e vídeo, com uso de uma só
interface de usuário” [SHEEN 91].
Finalmente, o Prof. Chaves define multimídia da seguinte forma:
“Em seu sentido mais lato, o termo "multimídia" se refere à apresentação ou
recuperação de informações que se faz, com o auxílio do computador, de
maneira multissensorial, integrada, intuitiva e interativa” [CHAVES 91].
Esta definição apresenta um diferencial em relação às anteriores quando ressalta o
caráter interativo da multimídia. Desta forma, falar em multimídia, é, portanto,
equivalente a falar em multimídia interativa [CHAVES 91]. Neste enfoque, o usuário se
liberta do papel de simples observador ou mero recebedor de sons, imagens, vídeos e
textos, assumindo o controle da busca, recuperação e processamento das informações.
Porém esta definição apresenta um problema quando limita a utilização da
multimídia apenas através do computador. Esta visão era comum no início dos anos 90
e, atualmente, ainda é compartilhada por muitas pessoas. Nos últimos anos, com o
10
surgimento da convergência digital, vários equipamentos (que não podem ser
classificados como computadores) ganharam características multimídia.
A repórter Lucia Reggiani escreveu em Info Exame de dezembro de 2004:
“O computador recebe TV, a TV acessa a Internet, a Internet transmite voz, o
celular troca dados e tira fotos, a câmera grava vídeo e toca MP3, o MP3
player guarda fotos e mostra na TV. Admita: a tão falada convergência de
tecnologias de computação, eletroeletrônica de consumo e telecomunicações já
está nas boas lojas do ramo” [REGGIANI 04].
O pequeno trecho acima mostra como as tecnologias relacionadas à multimídia
evoluíram de forma extremamente acelerada e estão presentes em diversos tipos de
dispositivos eletrônicos. Equipamentos de última geração como celulares, receptores de
televisão de alta definição (High Definition Television - HDTV), vídeogames e DVD
Players possuem características que lhes permitem disponibilizar conteúdo multimídia
interativo. Até poucos anos atrás isto só era possível através do computador, por ser este
o único dispositivo com as característica necessárias [PAULA 00]. Neste trabalho utilizase o termo multimídia convencional para designar a multimídia desenvolvida para ser
apresentada exclusivamente através de computadores, normalmente sendo distribuída
através de CD-ROM ou Internet.
O presente trabalho apresenta uma nova possibilidade para a distribuição de
conteúdo multimídia interativo: a utilização dos discos DVD em conjunto com os DVD
Players, que são os equipamentos eletroeletrônicos que podem reproduzir o conteúdo do
DVD em um aparelho de TV. Nos próximos capítulos, procura-se apresentar as
vantagens, limitações, detalhes do funcionamento, possíveis aplicações e ferramentas
para a criação do conteúdo multimídia interativo em DVD. Deseja-se oferecer um novo
meio de conceber e implementar aplicações multimídia interativas.
1.1. Digital Versatile Disc (DVD)
O DVD, Digital Versatile Disc, é um disco óptico de alta capacidade utilizado
para diversas aplicações como vídeo, audio, multimídia e jogos. Em geral, associa-se a
sigla DVD à uma mídia para armazenamento de vídeo, especialmente para a
distribuição de filmes. Inicialmente a sigla significava Digital Video Disc, fortificando
esta associação como mídia para vídeo. Porém, esses pequenos e versáteis discos podem
ser utilizados em várias outras aplicações, motivo pelo qual o significado da sigla foi
alterado.
O DVD pode oferecer capacidades de armazenamento de 4.7 GB até 17.1 GB.
Esta grande capacidade de armazenamento impulsionou sua utilização na distribuição de
filmes, por permitir excelente qualidade de som e imagem. A popularização desta
tecnologia foi a mais rápida já vista na história da indústria de consumo da Europa e
USA [SHARPLESS 04]. Porém, a utilização do DVD em aplicações de multimídia e
jogos ainda é muito incipiente. Apenas alguns consoles de videogame estão utilizando
discos DVDs como mídia de armazenamento e distribuição de seus jogos.
A indústria criou algumas siglas para especificar algumas das principais
11
aplicações dos DVDs. Segue uma pequena descrição das principais:
•
DVD-Video: Obteve a maior popularidade e sucesso entre todas as aplicações
do formato DVD. Foi lançado em 1997 nos Estados Unidos. Pode armazenar
um filme completo com excelente qualidade de som e imagem.
•
DVD-ROM: É o sucessor do CD-ROM, porém com capacidade sete vezes
maior. A indústria da computação e dos jogos já o utiliza como um novo
formato de disco de alta capacidade. Os computadores recentes e videogames
(como o PS2 da Sony e o X-BOX da Microsoft) já vêm equipados com drives
de DVD-ROM.
•
DVD-Audio: Lançado em 2000, oferece uma qualidade extremamente alta de
som. Pode suportar música surround sound e é uma nova opção para a
indústria da música.
•
DVD-R, DVD-RAM e DVD-RW: São formatos graváveis e regraváveis para
serem utilizados em computadores e alguns aparelhos eletroeletrônicos como:
filmadoras, gravadores de vídeo e aparelhos de som. São formatos oficiais do
DVD Forum [DVD FORUM], organização responsável pelo desenvolvimento e
padronização do formato DVD.
•
DVD+R, DVD+RW: Foram lançados em outubro de 2001 pela DVD+RW
Alliance [DVD+RW], formado por empresas como HP, Philips, Ricoh, Sony,
Yamaha, Verbatim/Mitsubishi Chemical, Dell e Thomson. Também são
formatos para discos graváveis e regraváveis, mas não são reconhecidos pelo
DVD Forum.
•
DVDPlus (também conhecido como “DualDisc”): é um disco híbrido que
combina em um dos lados um CD e do outro um DVD. Desta forma pode ser
reproduzido em CD Players ou DVD Players.
Para identificar os equipamentos que são compatíveis com as aplicações, são
utilizadas algumas logomarcas. Sua utilização é controlado pela DVD Format/Logo
Licensing Corp (DVD FLLC) [DVD FLLC]. Os fabricantes devem licenciar seus produtos
junto à DVD FLLC. E caso a compatibilidade seja constatada, receberão o direito de uso
das devidas logomarcas. A Figura 1 mostra alguns exemplos.
Figura 1 – Logomarcas DVD-ROM, DVD-Video e DVD-Audio
Visualmente, o DVD é idêntico ao CD, ambos são discos de 12 cm de diâmetro e
1,2 mm de espessura (podendo chegar até a 1,5 mm). Porém, várias características
físicas distinguem os dois formatos. A principal é a capacidade de armazenamento, que
é muito superior no DVD. Para obter esta capacidade foi utilizado um laser com menor
comprimento de onda que o do CD, permitindo armazenar mais informações por
unidade espacial. Outra diferença reside na construção do DVD como um sanduíche de
duas camadas de 6 mm de espessura prensadas. Desta forma, pode-se ter informações
12
armazenadas em ambos os lados do disco. E mais ainda, em um mesmo lado podem ser
armazenadas duas camadas (ou densidades, termo utilizado no Brasil) de informações.
Estas características de construção permitem capacidades de armazenamento de 4,7 até
17,1 GB. Como mostrado na Tabela 1 e na Figura 2.
DVD-5
DVD-9
4,7
8,54
9,4
17,08
Lados
1
1
2
Camadas por lado
1
2
1
Capacidade (GB)
DVD-10 DVD-18 DVD-R
DVD-RW
DVD-RAM
4,7
4,7
4,7 ou 9,4
2
1
1
1 ou 2
2
1
1
1
Tabela 1 – Formatos físicos dos discos DVD
Os formatos mais utilizado são o DVD-5 e o DVD-9, este último é conhecido
como Dual Layer. Estão sendo utilizados principalmente pela indústria do cinema para a
distribuição de filmes. Recentemente, o formato DVD-9 se tornou o padrão de
Hollywood por oferecer maior capacidade. Esta capacidade adicional tem sido utilizada
para distribuir filmes mais longos em apenas um disco e/ou oferecer “extras” mais
extensos, completos e sofisticados. Esses “extras” são recursos especiais como finais
alternativos, entrevistas com atores e diretores, cenas inéditas, making of, erros de
gravação, conteúdo multimídia interativo como por exemplo jogos interativos e várias
outras coisas que a imaginação permitir.
Figura 2 – Discos DVD-5, DVD-9 e DVD-18
13
Todos os discos DVD armazenam dados na forma de arquivos, que são
organizados e acessados através de um sistema de arquivos. Esta é uma diferença
importante em relação ao CD, não existe o armazenamento em faixas. O sistema de
arquivos escolhido foi o UDF (Universal Disk Format). Por motivos de compatibilidade
como o formato CD-ROM também é utilizado o formato UDF Bridge Format, que
engloba uma combinação do UDF e do ISO 9660 [ISO9660]. O UDF oferece uma série
de vantagens como: robustez no acesso aos arquivos, ser independente de fabricante e
poder ser utilizado tanto por mídias apenas de leitura como em mídias graváveis ou
regraváveis. O sistema de arquivos UDF foi baseado no padrão ISO 13346 [ISO13346].
1.2. DVD-Video
Na grande maioria das vezes em que utiliza-se a sigla DVD, na verdade, deseja-se
fazer uma referência ao DVD-Video. Este formato foi desenvolvido com um objetivo
muito bem definido: armazenar um filme completo em apenas um disco óptico. Este
objetivo foi alcançado com a utilização da compressão de vídeo MPEG-2 [MPEG2], que
oferece excelente qualidade de imagem aliada a uma boa taxa de compressão.
Desde seu lançamento em novembro de 1996 no Japão, este formato já obteve
enorme sucesso e popularidade, batendo todos os recordes de crescimento de vendas da
indústria de consumo. Seu lançamento oficial nos Estados Unidos ocorreu em março de
1997 e na Europa em 1998. No Brasil ele demorou um pouco mais para chegar mas
apresenta números impressionantes de evolução de vendas. A tabela apresentada pela
revista DVD Video Business [MELO 02], a mais importante publicação do mercado
brasileiro de home-video, não deixa nenhuma dúvida sobre a força deste formato, veja a
Tabela 2.
Estatística do DVD no Brasil
2002*
2001
2000
1999
1998
DVD Players vendidos
1.320.000
588.000
194.217
140.000
5.000
Base de DVD instalada
2.300.000
928.280
339.717
145.500
5.000
Preço médio DVD-Video**
13
14
19
21
23
Preço médio DVD Player**
190
210
410
700
1.450
4.250.000
3.215.518
1.553.581
388.000
86.000
935
783
534
209
99
Vendas de DVD-Video
Títulos em DVD lançados
** Em Dólares
* Estimativa
Tabela 2 – Estatística do DVD no Brasil (Fonte: DVD Video Business)
Para reforçar estes números, pode-se verificar o balanço divulgado pela Eletros Associação Nacional dos Fabricantes de Produtos Eletroeletrônicos [ELETROS 05], em
10 de janeiro de 2005. Veja o que é dito sobre a evolução das vendas no ano de 2004 no
Brasil:
14
“Na linha de imagem e som, as vendas de televisores atingiram cerca de 7
milhões de unidades, volume 33% superior a 2003. Os DVDs mantiveram a
posição de destaque em todo o setor eletroeletrônico, com vendas 80% maiores.
Apenas em 2004 foram comercializados cerca de 3 milhões de aparelhos,
elevando o parque instalado de DVDs para aproximadamente 6,5 milhões de
unidades” [ELETROS 05].
O DVD-Video tem conseguido realizar um feito incrível. Substituir o VHS como
formato padrão para a distribuição de filmes, tanto para vendas como para locação. Este
fenômeno já pode ser percebido nas boas locadoras de vídeo. As prateleiras de DVD
estão empurrando as de VHS para o fundo das lojas. Recentemente, foram lançados os
aparelhos de gravação de vídeo que utilizam DVDs graváveis para consumo doméstico.
Este pode ser o golpe final no VHS e no videocassete. Parece ser apenas questão de
tempo para que o DVD assuma definitivamente o posto antes ocupado pelo VHS.
As especificações do formato DVD-Video são mantidas oficialmente pelo DVD
Forum Working Group (WG1) [DVD FORUM], este grupo especifica padrões para discos
somente de leitura e também para discos graváveis. Além disto, a versão 2.0 da
especificação já trata de vídeos de alta definição em DVD, também conhecidos como
HD DVD (High Density DVD).
Citam-se, a seguir, algumas das principais características do DVD-Video:
•
Nominalmente, podem ser armazenados 135 minutos de vídeo em um disco
DVD-5 ou então 240 minutos em um disco DVD-9. Porém na pratica os
valores são menores para permitir melhor qualidade de imagem;
•
Compressão de vídeo MPEG-2. Mas também pode ser utilizado MPEG-1;
•
Alta qualidade de áudio. Podendo utilizar Dolby Digital, DTS, ou PCM para
até 5.1 canais de audio surround;
•
Permite áudio em até 5 idiomas por título;
•
De 4 à 6 legendas por título, podendo chegar até à 32;
•
Formatos de exibição (com diferentes aspectos de imagem): Pan & scan,
letter-box e widescreen;
•
Compatibilidade total com o formato CD;
•
Interatividade: um conjunto de característica que permite a interação do
usuário através de menus e botões. Podendo selecionar capítulos, escolhendo
o fluxo de exibição, câmeras e várias outras possibilidades.
Para o desenvolvimento do presente trabalho, a última característica é essencial.
Pois permite que um DVD Player possa ser utilizado como um equipamento para
reprodução de conteúdo multimídia interativo. O Capítulo 2 retoma esta discussão com
maior profundidade.
O DVD-Video é, na verdade, uma especialização do DVD-ROM. Ou seja, possui
características semelhantes ao DVD-ROM mas com algumas peculiaridades. Todo
DVD-Video deve possuir os diretórios VIDEO_TS e AUDIO_TS. Os arquivos devem
possuir nomes no formato 8.3, não podem ser maiores que 1 GB e devem ser
armazenados no diretório VIDEO_TS. Além disto, o formato do disco deve ser
obrigatoriamente o UDF, não podendo ser utilizado o ISO 9660. A Figura 3 ilustra
15
como podem ser organizados os diretórios e arquivos em um DVD-ROM.
Figura 3 – Estrutura de diretórios do DVD
1.3. Multimídia em DVD
Nesta seção, procura-se responder em detalhes à uma das questões centrais deste
trabalho: Por que desenvolver conteúdo multimídia em DVD?
Esta pergunta é de extrema importância, uma vez que desenvolvedores de
multimídia e interessados no assunto podem questionar quais seriam as vantagens de se
abandonar o modelo convencional de desenvolvimento de multimídia, que normalmente
utiliza a dobradinha CD-ROM e computador e em alguns casos também a Internet como
forma complementar ou mesmo alternativa ao CD-ROM. Vale ressaltar que existe um
ótimo ferramental de software desenvolvido e todo um conhecimento acumulado sobre
multimídia convencional. Isto já seria um bom motivo para não querer mudar. Mas
também existe a inércia de continuar fazendo tudo igual. Este trabalho convida a não
fechar os olhos para esta nova possibilidade.
Propor multimídia em DVD não significa a simples substituição do CD-ROM pelo
DVD-ROM. O beneficio desta substituição é muito pequeno, apenas representando
maior espaço de armazenamento. Multimídia em DVD refere-se ao desenvolvimento de
conteúdo multimídia interativo que possa ser distribuído em discos DVD-Video e ser
utilizado tanto em DVD Players quanto em computadores equipados com drive de
DVD.
Retomando a pergunta proposta no inicio da seção, justifica-se a adoção da
multimídia em DVD através da apresentação das suas vantagens. As vantagens serão
apresenatadas através de uma listagem decrescente de importância.
Baixo custo do equipamento
Os usuários de aplicações multimídia devem possuir, além do próprio conteúdo
multimídia, os equipamentos necessários para reproduzí-lo e acessá-lo. Em geral, este
equipamento é um computador pessoal equipado com um determinado conjunto de
softwares (sistema operacional, plugins, codecs, etc). A multimídia em DVD é menos
16
exigente neste aspecto, basta o usuário possuir um DVD Player.
Para elucidar a questão do fator custo do equipamento, foi realizada uma pesquisa
de preços na loja virtual Submarino, uma das principais da Web Brasileira. Nesta
pesquisa [SUBMARINO 05] escolheu-se os equipamentos com o menor preço em cada
uma das categorias. Os resultados podem ser verificados na Tabela 3.
Tipo de multimídia
Em DVD-Video
Equipamento
Preço (R$)
DVD Player c/ MP3 e Progressive Scan SD6070
Toshiba
379,00
TV 14 Polegadas Mono TV1491 KAV Semp - Semp
Toshiba
429,00
TV 20 Polegadas Mono RP-20CC20 LG
579,00
Microcomputador FLXCELD24CDRW Celeron D320
2.4GHz 128MB HD40GB - CDRW Agis
Convencional
1.699,00
Monitor de Video 15" 5G-SLK AOC
429,00
Drive de DVD-ROM LG DRD-8160B 16x48
142,00
Tabela 3 - Preço dos equipamentos para multimídia (fonte Submarino)
Segundo o IBGE, 90% das residências brasileiras possuem aparelho de televisão
Desta forma, o custo para se ter acesso ao conteúdo multimídia em DVD
seria reduzido apenas ao custo de aquisição do DVD Player. Como pode ser verificado
na Tabela 3, este custo (R$ 379,00) é muito inferior ao custo de aquisição de um
microcomputador (R$ 2.128,00), utilizado na multimídia convencional.
[PNAD 03].
Esta constatação é muito importante para pessoas com menor poder aquisitivo.
Em geral, estas pessoas não têm acesso a meios de informação como o computador e a
Internet. Mas poderiam usufruir dos benefícios da multimídia em DVD, devido ao seu
baixo custo.
Apesar de ser óbvio, torna-se necessário ressaltar que o computador e a Internet
podem oferecer várias aplicações que não seriam possíveis de implementação nos DVD
Players. Mas quando o foco é concentrado apenas nas aplicações multimídia, a
multimídia em DVD apresenta uma relação custo/benefício muito interessante.
Aumento do público alvo
A base instalada de DVD Players no Brasil vem crescendo de forma
extremamente acelerada, como demonstrado na Seção 1.2. Potencialmente são 6,5
milhões [ELETROS 05] de consumidores para a multimídia em DVD. Este já é um
excelente público alvo.
Mas o público potencial não acaba aí. Ainda deve-se levar em consideração que a
maioria dos modelos recentes de computadores e videogames já vêm equipados com
drive de DVD-ROM. E mesmo os usuários de computadores mais antigos têm optado
por adquirir o drive de DVD-ROM, por ser um periférico de baixo custo (R$ 142,00),
conforme apresentado na Tabela 3. Todos estes usuários também estão habilitados a
utilizar a multimídia em DVD.
17
Finalmente, somando os usuários citados, pode-se verificar que o público para a
multimídia em DVD já é bastante extenso. E segundo as projeções da indústria
[ELETROS 05], ainda deve continuar a crescer. Todas estas constatações demonstram que
o público da multimídia em DVD é maior do que o público da multimídia convencional
(distribuída para reprodução apenas em computadores).
Grande capacidade de armazenamento
O DVD possui capacidade de armazenamento, que pode ser utilizada para
aplicações multimídia, que seria impensável em CD-ROM ou mesmo via Internet. Um
bom exemplo são aplicações de educação à distância que utilizem intensivamente vídeoaulas. Se este tipo de aplicação necessitar de qualidade de imagem, será praticamente
impossível desenvolvê-las utilizando a multimídia convencional.
A grande capacidade de armazenamento oferece mais liberdade aos autores de
multimídia, permitindo concentrarem-se no conteúdo. Reduzindo a necessidade de se
fazer concessões com relação à qualidade ou quantidade de informações ofertadas na
obra multimídia.
Além de disponibilizar grande capacidade de armazenamento, o DVD-Video foi
projetado para também oferecer grande largura de banda no acesso às informações.
Desta forma, a criação de conteúdo multimídia em DVD não necessita de adaptações
devido a limitações de largura de banda. Este tipo de problema é comum na criação de
multimídia na Internet. Na multimídia em DVD, os autores podem criar com maior
liberdade, pois não precisam se preocupar tanto com capacidade de armazenamento e
largura de banda.
Instalação simples
A instalação de aplicações multimídia desenvolvidas em DVD é extremamente
simples. Bastando realizar os três passos abaixo:
1. Ligue o aparelho de DVD e a televisão;
2. Insira o disco da aplicação no DVD Player;
3. A aplicação irá iniciar automaticamente.
Este processo de instalação está imune à uma série de problemas comuns à
multimídia convencional. Apenas para citar alguns: incompatibilidades de sistema
operacional, ambiente mal-configurado, falta de CODEC´s e plugins, DLL´s ausentes ou
incompatíveis. Esta pequena lista ainda poderia contar com vários outros problemas,
comuns ao dia-a-dia dos usuário de computadores pessoais.
A facilidade de instalação pode tornar-se um fator crítico quando os usuários da
aplicação possuem poucos conhecimentos sobre informática.
Interface simples
Devido às limitações da arquitetura do DVD-Video, a interface das aplicações
deve ser simples. Este assunto será abordado com maiores detalhes no Capítulo 2. Por
agora, apenas interessa ressaltar que esta simplicidade que inicialmente pode ser
18
analisada como uma deficiência, apresenta-se como uma vantagem principalmente para
o usuário. A interface simples torna a interação com a aplicação mais fácil e intuitiva.
Outra característica interessante da interface do DVD-Video é seu alto grau de
padronização. Em geral, interfaces de aplicações distintas apresentam alto grau de
similaridade, principalmente em relação à navegação, por serem baseadas em um padrão
bem definido. Isto permite que o usuário consiga facilmente interagir com a aplicação
sem a necessidade de ler manuais ou receber informações adicionais.
Novas formas de distribuição
A forma mais normal para a distribuição de aplicações multimídia é a venda de
CD-ROMs. Um problema neste modelo de distribuição é o fato do usuário, em geral,
não conhecer o produto e não dispor de uma forma de testá-lo. Devendo tomar uma
decisão de aquisição orientado apenas pelas informações disponíveis na embalagem do
produto.
A indústria cinematográfica além de vender seus filmes em VHS e/ou DVD,
também os distribui via locação. A locação possui dois fortes atrativos. O primeiro é o
preço, que é muitas vezes inferior ao custo de aquisição. O outro é o grande número de
vídeo-locadoras espalhadas pelo Brasil. Oferecendo maior conforto e comodidade aos
locatários, que conseguem encontrar os últimos lançamentos na locadora mais próxima
de casa.
Os autores e distribuidores de multimídia em DVD, seguindo o exemplo da
indústria cinematográfica, também podem distribuir seus produtos através de locação.
Podendo usufruir da infra-estrutura das vídeo-locadoras existentes e atingindo um
público que normalmente não iria adquirir seus produtos. Esta forma de distribuição
também seria uma opção interessante para as vídeo-locadoras que poderiam se tornar
provedoras de informação e não apenas de entretenimento.
Porém este modelo de distribuição para multimídia ainda é apenas uma
possibilidade. Uma vez que não existe iniciativa comercial que possa comprovar ou
inviabilizar sua implementação. O sucesso da locação de filmes em DVD sugere que a
multimídia possa encontrar o mesmo êxito, utilizando a locação como meio de
distribuição.
19
2. Arquitetura do DVD-Video
Como exposto anteriormente, multimídia em DVD refere-se ao desenvolvimento
de conteúdo multimídia tomando-se como base o formato DVD-Video. Este capítulo
apresenta alguns pontos importantes da arquitetura do DVD-Video. Principalmente os
aspectos que tornam possível a criação de multimídia interativa utilizando este formato
como plataforma.
2.1. A estrutura do DVD-Video
O formato DVD-Video, como todos da família DVD, é baseado no sistema de
arquivos UDF Bridge. Todas as informações são armazenadas na forma de arquivos no
diretório VIDEO_TS. O DVD-Video é organizado através de uma estrutura hierárquica,
como mostrado na Figura 4.
Figura 4 - Estrutura hierárquica do DVD-Video
O DVD-Video é dividido em unidades conhecidas como Video Title Set (VTS),
normalmente referenciado apenas como título. Qualquer DVD-Video deve possuir o
Video Manager Information (VMGI) e pelo menos um VTS. A forma de dividir o
conteúdo de um DVD em VTSs é bastante variada, não possuindo regras muitos rígidas.
Porém existem algumas restrições. O número máximo de VTSs esta limitado em 99.
Todo o conteúdo do VTS deve possuir características comuns como resolução, aspecto
de imagem e formato de áudio. Por exemplo para disponibilizar em um mesmo DVD
conteúdo com aspecto 4:3 e 16:9, devem ser criados dois VTSs, um para cada aspecto
de imagem.
Cada VTS possui um pequeno conjunto de elementos. O Video Title Set
Information (VTSI) contém as informações de controle para reprodução do VTS. Caso o
VTSI fosse perdido, seria impossível acessar o conteúdo do VTS. Para evitar este
20
problema existe uma cópia, chamada de VTSI backup. Os Video Objects (VOBs) são os
elementos fundamentais do DVD-Video, neles são armazenados vídeo, áudio, legendas e
navegação. Quando um DVD Player reproduz um VOB seu conteúdo não é
simplesmente apresentado seqüencialmente. O aparelho segue as instruções de
navegação, apresentando menus e seguindo as escolhas do usuário.
Cada VOB é composto por células individuais que são unidas por Program
Chains (PGC). OS PGCs são a base da interatividade do DVD-Video e são
implementados através de uma linguagem de programação simples que faz parte da
especificação deste formato. Os PGCs são utilizados para controlar o fluxo de exibição
do conteúdo e determinam os pontos onde o usuário pode interagir. Uma mesma célula
pode ser utilizada por vários PGCs. Isto permite a criação de DVD-Videos com alto grau
de interação e/ou com navegação bastante sofisticada.
Arquivo
Descrição
VIDEO_TS.IFO
Video Manager Information (VMGI)
VIDEO_TS.BUP
VMGI Backup
VIDEO_TS.VOB
VOB para o menu inicial (menu do VMGI)
VTS_01_0.IFO
Video Title Set Information (VTSI) do VTS 1
VTS_01_0.BUP
VTSI Backup do VTS 1
VTS_01_0.VOB
Video Object (VOB) do menu do VTS 1
VTS_01_1.VOB
VOB 1 do VTS 1
VTS_01_2.VOB
VOB 2
VTS_02_0.IFO
VTSI do VTS 2
VTS_02_0.BUP
VTSI Backup do VTS 2
VTS_02_1.VOB
VOB 1 do VTS 2
Tabela 4 - Arquivos do DVD-Video
Apesar de utilizar uma estrutura hierárquica, todos os arquivos são armazenados
no mesmo diretório. A estrutura é criada de maneira lógica através da relação entre os
arquivos, não existindo nenhuma forma de estrutura implementada através de árvore de
diretórios. A Tabela 4 apresenta um exemplo dos arquivos normalmente encontrados no
diretório VIDEO_TS de um DVD. Cada VTS pode conter até 9 arquivos VOBs, sendo
que cada um pode ter até 1 GB de tamanho.
2.2. Interatividade em DVD-Video
O DVD-Video foi projetado para oferecer acesso direto à qualquer parte do
conteúdo. Para tornar o acesso instantâneo, o conteúdo normalmente é dividido em
capítulos e/ou cenas. A interatividade do DVD-Video foi desenvolvida inicialmente para
oferecer uma forma simples do usuário acessar qualquer parte do conteúdo do disco.
Além de permitir algumas configurações como seleção de idiomas, legendas e ângulos
21
de câmeras.
Apesar da interatividade no DVD-Video apresentar grandes limitações, muitos
autores têm oferecido aplicações interessantes. Existem títulos repletos de extras, que
são recursos adicionais que complementam o conteúdo principal do disco. Os extras vão
desde biografias dos atores e diretores até jogos simples. Torna-se necessário ressaltar
que não é possível desenvolver jogos muito complexos ou aplicações multimídia com
interfaces sofisticadas apenas com os recursos de interatividade do DVD-Video.
Toda a interação do usuário é realizada a partir do controle remoto do DVD
Player, selecionando opções em menus que são apresentados na tela. Cada menu pode
apresentar até 36 botões e utilizar imagens estáticas ou pequenos vídeo-clips como
plano de fundo. O menu deve possuir diferentes versões para widescreen, letterbox e
pan & scan. Neste caso, o número máximo de botões fica dividido pelo número de
versões, ou seja, se forem utilizadas 3 versões, cada uma só poderá apresentar 12 botões
no máximo.
A navegação entre os botões é realizada através das teclas do controle: UP (para
cima), DOWN (para baixo), LEFT (esquerda) e RIGHT (direita). Através da tecla
SELECT pode-se selecionar a opção desejada. Cada botão pode apresentar quatro
estados: não selecionado, com o foco, selecionado e invisível. Cada estado possui uma
imagem para representá-lo. Esta interface pode parecer muito pobre e limitada, mas por
outro lado é simples e prática para o usuário.
Pode-se estender a interatividade do DVD-Video utilizando conteúdo que só pode
ser acessado através de computadores equipados com drives de DVD. O número de
títulos que utiliza esta técnica vem crescendo significativamente. Um exemplo, que tem
se tornado popular, é oferecer acesso a Websites, que podem oferecer mais informações
sobre o conteúdo do disco. Normalmente, são oferecidas opções de menu que não são
exibidas quando o disco é reproduzido em um DVD Player. Quando o disco é utilizado
em um computador, estas opções tornam-se visíveis e podem oferecer acesso a Websites
ou mesmo permitir desbloquear ou exibir conteúdo oculto.
A criação de DVD-Video com acesso à Internet possibilita novas opções para a
autoração. Resultando em uma combinação interessante entre a grande capacidade de
armazenamento e qualidade do DVD com a facilidade de alteração e atualização de
conteúdo da Internet. Porém, esta vantagem ainda está limitada apenas à utilização do
DVD-Video em computadores. Recentemente, o DVD Forum lançou um novo conjunto
de especificações para garantir interação estendida também em outros dispositivos,
inclusive permitindo acesso à informações através da Internet. Estas novas
características são conhecidas como Enhanced Navigation (ENAV), e especificam como
deve ser armazenado e reproduzido o conteúdo adicional disponível em novas áreas do
DVD-ROM. Os DVD Players compatíveis com ENAV deverão ser capazes de apresentar
páginas Web e possuir interface para acesso à Internet.
2.3. DVD Virtual Machine
A especificação do formato DVD-Video define a estrutura de uma máquina virtual
22
(Virtual Machine - VM) e um conjunto de instruções para controlar a exibição do
conteúdo do DVD. Este conjunto de instruções forma uma linguagem de programação
simples, mas que torna possível a criação de conteúdo multimídia em DVD-Video. Em
geral, as ferramentas comerciais de autoração são capazes de manusear estas instruções,
evitando que os autores tenham que dominá-las. Porém, o seu conhecimento oferece um
controle absoluto sobre o processo de autoração.
As instruções da VM foram projetadas para controlar o fluxo de exibição do
DVD, permitindo a navegação e a interação do usuário. Blocos de instruções podem ser
inseridos em quatro locais:
•
No início de um PGC (pré-comandos);
•
No fim de um PGC (pós-comandos);
•
No final de uma célula (comandos de célula);
•
Associado a um botão de menu (comandos de botão).
Os comandos de navegação podem deslocar a execução para outra parte do
conteúdo, de forma direta e imediata. Os saltos podem ser incondicionais ou
dependentes de certas condições do sistema ou ainda ser disparados por uma interação
do usuário. Utilizando estas instruções, o autor pode projetar precisamente como será a
navegação e a interação do usuário com o conteúdo do DVD-Video. Algumas das
utilizações das instruções da VM são:
•
Repetir automaticamente o conteúdo de um disco;
•
Alterar o fluxo de reprodução de acordo com a interação do usuário ou com
determinados parâmetros do sistema;
•
Definir parâmetros para reprodução como idioma do áudio e legendas;
•
Criar jogos e vídeo quiz, seqüência de questões de múltipla escolha.
Para permitir programações mais complexas, estão disponíveis 16 registradores de
uso geral que podem armazenar valores temporários. Cada registrador pode armazenar
números de 16 bits. Também estão disponíveis outros 24 registradores de sistema que
armazenam valores globais sobre o status do DVD Player e do disco em reprodução.
São informações como capítulo atual, VTS em reprodução no momento, código de
região, idioma padrão, etc. Alguns registradores de sistema são apenas de leitura e
outros podem ser alterados por comandos de programação. Os últimos três registradores
ainda não são utilizados e foram reservados para utilização futura.
A linguagem de programação é constituída de 36 instruções, que podem ser
divididas em 6 grupos, como mostrado na Tabela 5. Basicamente, são instruções de
navegação (que alteram o fluxo de reprodução) de comparação entre registradores e
instruções que realizam operações lógicas e aritméticas com os valores armazenados nos
registradores. A estrutura e as instruções desta linguagem lembram a linguagem
Assembly. Principalmente na utilização de comandos como o GoTo, tanto de maneira
direta (salto incondicional) como condicional (quando é utilizado em combinação com
instruções de comparação de registradores).
Os principais comandos de lógica e aritmética, que normalmente estão disponíveis
nas linguagens de programação de uso geral, podem ser realizados com os registradores
da VM. Normalmente, estas operações são realizadas com pares de registradores e o
resultado é armazenado em um terceiro registrador. A utilização dos comandos permite
23
a criação de aplicações mais complexas, como por exemplo a implementação de
temporizadores e a contagem de pontos em jogos ou testes. A presença de um comando
para gerar números aleatórios permite a criação de jogos, que utilizam intensivamente
este recurso em seus algoritmos.
Grupo
Descrição
Realiza saltos apenas dentro de um mesmo domínio.
Pode ser combinado com comandos dos grupos
Compare, SetSystem e SetGPRM.
LinkPGCN
LinkPGN
LinkCN
LinkNoLink
LinkTopC
LinkNextC
LinkPrevC
LinkTopPG
LinkNextPG
LinkPrevPG
LinkTopPGC
LinkNextPGC
LinkPrevPGC
LinkGoUpPGC
LinkTailPGC
LinkPTT
Link
Jump
Realiza saltos para um domínio especificado.
Pode ser combinado com o grupo Compare.
JumpTT
JumpVTS_TT
JumpVTS_PTT
JumpSS
CallSS
GoTo
Realiza um salto para outro comando de navegação.
Pode ser combinado com o grupo Compare.
Compare
Realiza comparações entre valores de registradores.
SetSystem
Realiza operações com os registradores do sistema.
SetSTN
SetGPRMMD
SetHL_BTN
SetNVTMR
SetAMXMD
SetTmpPML
SetGPRM
Realiza operações com os registradores de uso geral.
Add
Sub
Mul
Div
Rem
Rnd
And
Or
Xor
Tabela 5 - Grupos de comandos da Virtual Machine
24
3. Autoração
A multimídia, assim como outras formas de expressão, fascina diversas pessoas,
de autores à espectadores. Muitos autores são seduzidos pelas várias possibilidades que
a multimídia oferece. A combinação de imagem, áudio, vídeo e interação viabiliza
formas de materializar idéias e expressar pensamentos, que até pouco tempo atrás
seriam quase impossíveis. O mais interessante de tudo isto é que o acesso aos meios
para criar conteúdo multimídia está se popularizando rapidamente.
A criação de conteúdo multimídia sempre esteve vinculado à utilização dos
computadores. Porém, na década de 80, os equipamentos destinados a estas tarefas
possuíam preços muito elevados, inviabilizando sua utilização pelo público em geral.
Desde o inicio da década de 90, os computadores pessoais estão ganhando
funcionalidades multimídia e se popularizando. Hoje em dia, já é possível criar
conteúdo multimídia de qualidade utilizando o computador de casa. A velha máxima de
“uma câmera na mão e uma idéia na cabeça” continua viva. E até poderia ser adaptada
para “mouse e câmera digital nas mãos e uma idéia na cabeça”.
Este capítulo apresenta possibilidades para implementar conteúdo multimídia em
DVD-Video. Talvez, a implementação seja mesmo a parte mais interessante de qualquer
projeto de multimídia. Na multimídia convencional, utilizam-se os termos criar ou
desenvolver para designar o processo de projeto, elaboração e finalização do conteúdo.
Na criação de um DVD, o termo utilizado é autorar. A autoração é o processo de
preparar, organizar e finalizar o conteúdo que irá compor o DVD. Segue abaixo uma
interessante definição de autoração.
“O termo autoração é usado na criação de vídeo para designar um trabalho
que vai além do corte e fusão de imagens e sons. Ele engloba todo o processo no
qual vídeo, áudio, legendas, imagens e animações gráficas dos menus são
integradas. É nesse ponto que os defeitos de filmagem são eliminados com
cortes finos, os efeitos costuram as cenas, a locução e a trilha sonora dividem
espaço com o som ambiente e os letreiros do filme sobrem, como no cinema”
[LOPES 04].
Na definição apresentada acima, a autoração está vinculada principalmente à
finalização do áudio e vídeo, que são na maioria dos casos os principais elementos de
um DVD-Video. Torna-se necessário destacar que o planejamento e a implementação da
interação também faz parte da autoração. A criação de menus e botões, a divisão em
capítulos e a definição das formas de acesso à cada parte do conteúdo são alguns
exemplos de tarefas realizadas no processo de autoração.
Quando se fala em desenvolver conteúdo multimídia em DVD, pode-se
simplesmente dizer autorar, que é praticamente equivalente. Com apenas uma exceção,
pode-se autorar o conteúdo de forma que o DVD resultante não seja interativo. No caso
de conteúdo multimídia, a interação é um elemento essencial, como explicado no
Capítulo 1. A autoração de um DVD multimídia deve concentrar especial atenção no
25
projeto e implementação da interação. Dependendo da aplicação a interação poderá ser o
elemento principal. Por exemplo, na autoração de um jogo ou um quiz, a interação é a
coluna vertebral que une todos os elementos e viabiliza a noção de um conjunto
integrado e funcional.
3.1. Preparando o material
A realização de um projeto multimídia em DVD envolve três etapas principais:
captura, edição e autoração. Porém em pequenos projetos as etapas de edição e
autoração podem se misturar, em muitos casos, isto se explica devido aos softwares de
autoração poderem realizar as duas tarefas de forma integrada. Neste caso o projeto fica
resumido apenas as etapas de captura e autoração.
A etapa de captura envolve tarefas como a captura de vídeo e áudio, geração de
animações, criação de gráficos e ilustrações, digitação de textos, entre várias outras. Seu
principal objetivo é garantir que todo o material necessário para o projeto esteja
disponível e preparado. O material utilizado na elaboração de um DVD-Video é
composto por seqüencias de vídeo, áudio ambiente, músicas, efeitos sonoros, fotos,
imagens, textos, gráficos, animações e botões. Antes de iniciar a etapa de autoração, é
necessário garantir que todo o material que fará parte do DVD esteja devidamente
preparado. De forma bastante sucinta, preparar o material é colocá-lo em formato digital
adequado.
As principais ferramentas utilizadas nas etapas de edição e autoração são o
computador e os softwares especialmente desenvolvidas para esta tarefa. Todo o
material que foi capturado e/ou gerado, caso esteja em formato analógico, deve ser
digitalizado, para poder ser utilizado por estas ferramentas. O processo de digitalização
deve garantir que a qualidade do material seja preservada. Para isto deve-se observar
várias aspectos técnicos próprios da digitalização, que não serão discutidos por serem
complexos e extensos, além de não ser este o objetivo deste trabalho. O processo de
captura em formato analógico e sua posterior digitalização vem sendo abandonado, por
ser dispendioso em relação aos fatores custo e tempo. Uma opção mais interessante é
realizar a captura diretamente em formato digital, utilizando câmeras de vídeo e/ou
fotografia digital.
O material preparado deve estar em formato digital adequado. A palavra adequado
se refere a ferramenta de autoração utilizada. Cada ferramenta possui exigências
próprias com relação aos formatos de arquivo que deverão ser utilizados. Por exemplo,
algumas ferramentas exigem que as seqüencias de vídeo estejam em formato MPEG 2
enquanto outras aceitam formatos como AVI (Audio Visual Interleave) [PRESERVATION]
ou WMV (Windows Media Video) [MICROSOFT]. Torna-se necessário observar quais são
as exigências da ferramenta que será utilizada. E caso necessário, realizar as devidas
conversões de formato, visando garantir a compatibilidade. Para obter maior
produtividade é recomendável que o material seja capturado ou gerado no formato
adequado, evitando conversões que podem ser muito trabalhosas. Este aspecto deve ser
observado com cuidado especial quando o material utilizado for extenso.
Destaca-se, a seguir, a descrição dos principais materiais utilizados na elaboração
26
de um DVD multimídia, além de alguns cuidados que deverão ser tomados na
preparação dos mesmos. Porém, de acordo com a natureza do projeto, pode ser
necessário observar aspectos particulares na preparação do material.
Vídeo
O principal componente de um DVD é o vídeo digital. O material de vídeo é
composto por clipes, com conteúdo e duração determinados pelo processo de captura.
Aconselha-se utilizar o formato MPEG-2, que é o oficial do DVD-Video e o mais
comum entre os softwares de autoração. O DVD poderá utilizar o padrão NTSC
(National Television Systems Committee) [EDUCYPEDIA] ou PAL (Phase Alternation
Line) [EDUCYPEDIA], a decisão sobre qual formato utilizar deve ser tomada no início do
projeto. Pois ela afeta tanto a captura quanto a preparação do material. Um escolha
incorreta pode significar um exaustivo trabalho de conversão. Caso a escolha seja pelo
NTSC, deve-se utilizar 29,97 fps (frames per second) e umas das seguintes resoluções
720x480 ou 352x480 ou 352x240 pixels, do inglês PICTure ELements. A mais
recomendada é a primeira por apresentar maior qualidade de imagem. No caso do PAL
utiliza-se 25 fps e resoluções de 720x576 ou 352x576 ou 352x288 pixels.
Alguns softwares de autoração, além de exigir o vídeo em formato MPEG-2
também exigem que ele esteja demultiplexado, ou seja, o vídeo e o áudio devem estar
armazenados em arquivos separados. Normalmente, o arquivo MPEG-2 possue extensão
MPG. Quando é demultiplexado, são gerados dois arquivos: um com extensão M2V, que
contém apenas o vídeo, e outro MP2, que contém o áudio.
Áudio
Todo áudio utilizado em DVD deve ser digital. A autoração de um DVD-Video
utiliza quatro categorias principais de áudio: o áudio original, a trilha sonora, a locução
e os efeitos especiais. O áudio original é aquele capturado juntamente com o vídeo,
podendo apresentar uma grande diversidade de conteúdo. A trilha sonora é composta
por músicas, que podem ser livremente escolhidas. A locução é gravada separadamente
do vídeo e apresenta informações que complementam o conteúdo visual. Os efeitos
especiais de áudio são, muitas vezes, utilizados para criar um clima mais descontraído
ou mesmo cômico.
O áudio do DVD-Video pode utilizar os seguintes formatos de codificação Dolby
Digital, MPEG-1 e MPEG-2, LPCM (Linear PCM) [PRESERVATION] ou DTS (Digital
Theater System) [DTS]. Cada formato apresenta peculiaridades com relação a forma de
digitalização e a qualidade resultante. É bastante comum utilizar mais de um formato
em um mesmo projeto. Desta forma, o usuário pode escolher o mais adequado no
momento da reprodução. Porém, de acordo com o formato escolhido, a captura e
preparação do material de áudio pode apresentar grandes diferenças.
Na digitalização do áudio, dois parâmetros são muito utilizados: a freqüência de
amostragem e a taxa de transferência. Os valores dos parâmetros podem variar bastante
em função do formato de codificação e do nível de qualidade desejado. Valores típicos
são freqüência de amostragem de 48 kHz e taxa de transferência de 384 kbps.
As ferramentas de autoração normalmente trabalham com os arquivos de áudio
27
em formato WAV (Wave Form Audio) [PRESERVATION], MPEG-2 ou MP3 (MPEG-1
layer 3 audio encoding) [PRESERVATION]. Os dois primeiros são mais comuns. Muitos
fabricantes sugerem a utilização do áudio em formato WAV, que não utiliza
compressão. O processo de autoração consome muita capacidade de processamento. A
descompressão de áudio ou vídeo também consome recursos computacionais
consideráveis. Desta forma, ao utilizar-se o áudio sem compressão, pode-se aliviar o
consumo de recursos do sistema.
Imagens e Ilustrações
Na autoração de um DVD, utiliza-se normalmente as imagens como plano de
fundo para elementos da interface como botões e menus. Cabe ressaltar que vários
títulos não utilizam imagens estáticas, preferindo utilizar seqüências de vídeo para esta
função. Uma outra utilização são os álbuns de fotografia em DVD, onde as fotos
(imagens) são apresentadas na tela da TV. Porém, a segunda aplicação é apenas uma
variante da primeira.
As ferramentas de autoração trabalham com vários formatos de imagem, sendo os
mais utilizados o JPEG (Joint Photographic Experts Group) [PRESERVATION] e TIFF
(Tagged Image File Format) [PRESERVATION]. O aspecto mais importante na
preparação das imagens é a resolução. Aconselha-se utilizar imagens com resolução
próxima de 720x480 pixels quando o DVD for NTSC e 720x576 pixels para PAL. Estas
resoluções garantem que a imagem não será distorcida na apresentação. Porém alguns
softwares de autoração utilizam imagens de 640x480 pixels, isto pode gerar uma
pequena distorção.
Caso deseje-se utilizar ilustrações e/ou imagens vetoriais, como por exemplo as
criadas pelo CorelDRAW [COREL] ou o Macromedia Flash [FLASH], deve-se convertelas para um dos formatos citados acima. Este procedimento garante a compatibilidade
com os softwares de autoração, que em geral não trabalham com imagens vetoriais.
Botões
O botão é o elemento principal da interatividade do DVD-Video. Pode-se entender
como botão uma imagem ou texto ou ainda a combinação dos dois. Na preparação de
botões que utilizem imagens, as recomendações são as mesmas para a preparação das
imagens. As imagens utilizadas nos botões apresentam resoluções menores como por
exemplo 80x80 ou 240x60 pixels. Porém, os botões apresentam uma peculiaridade
possuírem áreas transparentes. Estas áreas não devem ser exibidas durante a reprodução
do DVD. Em alguns softwares de autoração, os botões são armazenados em formato
GIF (Graphics Interchange Format) [PRESERVATION], devido ao formato oferecer
suporte para a representação das áreas transparentes, conhecido como GIF transparente.
Outra solução adotada consiste em utilizar um formato qualquer, como por exemplo o
JPEG, em conjunto com uma cor pré-determinada para representar as áreas
transparentes. A desvantagem é que esta cor não poderá nunca ser exibida, ou seja, não
poderá ser utilizada no desenho do botão.
28
3.2. Ferramentas de autoração
Apesar da multimídia poder ser reproduzida em diversos tipos de equipamentos, o
seu processo de criação é realizado exclusivamente através do computador. A criação de
multimídia em DVD-Video é realizada através dos softwares de autoração, muita vezes,
chamados apenas de ferramentas. Através deles, a autoração acontece, ou seja, vídeo,
áudio, imagens, legendas, botões e interação são integrados de forma harmoniosa.
Torna-se necessário destacar que softwares de autoração são bastante distintos dos
softwares de autoria. Esses últimos são utilizados apenas na criação de multimídia
convencional (que pode ser apresentada apenas através de computadores).
Os softwares de autoração são oferecidos nos mais variados sabores. Desde os
mais simples, destinados ao usuário doméstico, até os profissionais utilizados pelos
grandes estúdios de Hollywood. Os recursos oferecidos e o custo podem variar
enormemente de uma ferramenta para outra. Além disto, alguns só estão disponíveis
para determinados ambientes operacionais. É bastante comum encontrar softwares que
só funcionam na plataforma Macintosh [APPLE] e alguns outros específicos para
ambiente Windows [WINDOWS]. A escolha correta da ferramenta de autoração é um
fator fundamental para o sucesso de um projeto de multimídia [PAULA 00].
Pode-se classificar as ferramentas de autoração em três categorias de uso:
doméstico, semi-profissional e profissional. Os fatores utilizados nesta classificação são
facilidade de uso, recursos, flexibilidade e custo. Na categoria uso doméstico, as
ferramentas, em geral, apresentam baixo custo, recursos limitados, pouca flexibilidade e
privilegiam a facilidade de uso. Na categoria profissional, encontra-se maior
flexibilidade e um extenso conjunto de recursos. A categoria semi-profissional é
intermediária entre as outras duas.
Apresenta-se a seguir um exemplo de ferramenta para cada uma das categorias
citadas. A escolha foi baseada em três critérios: custo, popularidade e compatibilidade
com ambiente Windows. Alguns especialistas podem discordar do último critério,
principalmente pelo fato de algumas das melhores e mais utilizadas ferramentas de
autoração funcionarem exclusivamente em plataforma Macintosh. Mas justifica-se esta
escolha pela grande popularidade do ambiente PC/Windows. No Brasil, a difusão dos
Macintosh é menor que em outras partes do mundo [PAULA 00]. Cabe ressaltar que a
escolha de determinada ferramenta não significa que esta seja a melhor de sua categoria.
A apresentação das mesmas é somente uma forma de exemplificar os recursos e
características das ferramentas de autoração.
PINNACLE STUDIO 8
Categoria: uso doméstico.
O Pinnacle Studio 8 [STUDIO] é um software de autoração direcionado ao usuário
doméstico. Apesar disto, existem bons recursos de edição e autoração, podendo ser
utilizado para autorar projetos de multimídia interativa menos complexos. Um bom
exemplo de utilização é a criação de conteúdo para cursos de educação à distância.
A interface é simples e intuitiva, sendo dividida em três etapas: Capturar, Editar e
29
Criar filme, que podem ser acessadas através de abas na parte superior da tela, veja a
Figura 5. A edição e autoração são realizadas através da aba Editar, cuja interface
utiliza uma metáfora baseada em storyboard, modelo muito utilizado no cinema e em
animação que representa cada cena (seqüência de vídeo) por um quadro. A ordem de
reprodução das cenas é determinada pela posição do quadro equivalente no storyboard.
Efeitos e transições podem ser acrescentados entre as cenas. Os títulos e menus também
são inseridos como quadros. Através de um duplo clique sobre um quadro, pode-se
realizar cortes nas cenas ou editar menus e títulos.
Figura 5 - Tela do Pinnacle Studio 8
O principal destaque do software é a facilidade de uso. O Studio 8 é uma
ferramenta atualmente muito popular, talvez por ser distribuída em conjunto com vários
equipamentos de vídeo da própria Pinnacle e também de outros fabricantes. Sua
principal deficiência é a flexibilidade, que se manifesta principalmente na criação da
interação. Por exemplo, um quadro do storyboard só pode ser apontado por um botão.
Desta forma, torna-se impossível que dois menus possam direcionar a reprodução para o
mesmo ponto. O Studio 9, lançado recentemente, parece corrigir alguns desses
problemas. Mas como esta ferramenta é direcionado ao usuário doméstico, a facilidade
de uso sempre irá prevalecer sobre a flexibilidade.
Torna-se importante ressaltar que em projetos que exijam interação sofisticada,
como por exemplo jogos e treinamentos de questões, o Studio 8 não deverá ser utilizado
devido as suas limitações. Porém, esta ferramenta é um bom ponto de partida para quem
pretende iniciar no fascinante mundo da autoração.
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SONIC REELDVD
Categoria: semi-profissional.
O Sonic ReelDVD [REELDVD] é uma ferramenta específica para autoração,
apresentando poucas funcionalidades de edição. Na Figura 6, vê-se o ambiente de
autoração do software, que é composto por quatro janelas: a Storyboard Area, Track
Window, Preview Window e Explorer Window. A autoração é realizada na janela
chamada Storyboard Area, mas apesar do nome, a estrutura utilizada lembra mais um
fluxograma. Cada cena, imagem ou menu é representada por um pequeno quadro de
filme. A seqüência de reprodução é determinada por setas que interligam os quadros,
indicando qual é o anterior e o sucessor. Este tipo de interface facilita as manutenções,
pois o fluxo de reprodução pode facilmente ser alterado. O maior grau de flexibilidade
apresentado pela ferramenta permite criar projetos relativamente complexos.
Figura 6 - Tela do Sonic ReelDVD
O ReelDVD permite criar DVD-Video com áudio e legenda em vários idiomas.
Além disto, também é possível utilizar clipes de vídeo nos menus. Estas características
são importantes em projetos de autoração profissional. O modo de simulação permite
testar o funcionamento do projeto de autoração, simulando os controles do DVD Player.
A importação de material de áudio e vídeo é bastante exigente com relação aos
formatos de arquivo utilizados. Por exemplo, todo vídeo em formato MPEG deve ser
demultiplexado (separar áudio e vídeo em arquivos distintos) antes de ser importado
pelo software. Esta ferramenta consegue obter um bom equilíbrio entre flexibilidade e
facilidade de uso, além de contar com toda a experiência da Sonic Solutions, uma das
empresas com maior número de ferramentas para o mercado de autoração.
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MEDIACHANCE DVD-LAB PRO
Categoria: profissional.
O DVD-lab PRO [DVD-LAB] da MediaChance oferece todos os recursos
necessários para a criação de conteúdo multimídia em DVD-Video. A ferramenta é
direcionada a usuários avançados, que necessitam de flexibilidade e facilidade para a
autoração de projetos profissionais. Um aspecto bastante privilegiado é a usabilidade,
sua interface consegue reunir elementos simples com recursos poderosos de maneira
harmoniosa. A Figura 7 apresenta o ambiente de trabalho do DVD-lab PRO.
Figura 7 - Tela do MediaChance DVD-lab PRO
O DVD-lab PRO possui a capacidade de criar projetos com vários VTSs,
permitindo que um mesmo DVD possa utilizar conteúdo com aspecto de imagem e
codificação de áudio distintos. Os projetos não são baseados em estruturas prédefinidas, desta forma, o autor tem liberdade para criar a estrutura que quiser, da mais
simples a mais complexa. Os projetos são organizados como uma árvore hierárquica de
elementos, que podem ser clipes de vídeo, áudio, menus, slides e comandos. Os
elementos são organizados de acordo com a especificação do formato DVD-Video, ou
seja, em VMG e VTSs.
A janela Connections é o coração da estrutura do DVD, nela são definidas as
ligações entre os elementos. O destaque são os componentes que podem ser utilizados.
O número de componentes disponíveis é muito grande, por exemplo existem
componentes para criar listas aleatórias, para permitir ligações entre elementos de VTSs
32
diferentes e para criar bifurcações no fluxo de reprodução. Além disto, é possível criar
novos componentes com a linguagem de script labTALK. Utilizando-se esses recursos,
pode-se criar conteúdo multimídia com recursos de interação bastante sofisticados.
Um grande diferencial deste software é a possibilidade de acessar os comandos da
Virtual Machine (VM). Pode-se escrever comandos para todos os elementos previstos
na especificação do padrão DVD-Video, conforme apresentado na Seção 2.3. Isto
confere uma enorme flexibilidade para os autores, desde que tenham conhecimentos dos
comandos da VM. Em projetos de multimídia interativa, esta característica pode fazer
toda a diferença, permitindo maior liberdade de criação. A Figura 8 apresenta a janela
para implementar os comandos da VM.
Figura 8 - Janela para implementar comandos da VM
33
4. Aplicações da multimídia em DVD
A grande maioria das aplicações da multimídia convencional pode ser migrada
para o formato DVD-Video. As exceções ficam por conta de aplicações que fazem uso
intensivo de periféricos do PC, como por exemplo teclado ou mouse. Mesmo em alguns
desses casos, é possível fazer pequenas adaptações e viabilizar a implementação. Porém,
em casos onde existam grandes volumes de digitação ou que recursos como “arrastar e
soltar” sejam imprescindíveis, torna-se inviável uma implementação em DVD. Cabe
ressaltar que a migração de uma aplicação existente de multimídia convencional para
DVD-Video pode exigir grande esforço e custos elevados. A melhor alternativa, em
muitos casos, é utilizar a multimídia em DVD apenas em novos projetos, podendo assim
usufruir dos benefícios desta escolha sem os ônus de um processo de migração.
São apresentadas, a seguir, algumas aplicações para a multimídia em DVD.
Apesar das aplicações da multimídia serem bastante diversas, escolheram-se algumas
como forma de exemplificar o grande potencial da multimídia em conjunto com o DVD.
4.1. Educação à distância
No Brasil, uma modalidade bastante comum de educação à distância são as vídeoaulas. A multimídia em DVD pode superar o VHS (Video Home System) [VHS] com
enormes vantagens como meio de distribuição de conteúdo para educação à distância.
Porém, a simples conversão do conteúdo de VHS para DVD-Video pode não oferecer
tantas vantagens. A utilização da interatividade do DVD é a chave para oferecer novas
formas de aprendizado através das vídeo-aulas. Utilizando a multimídia em DVD, tornase possível criar vídeo-aulas interativas, oferecendo ao aluno um papel ativo frente ao
conteúdo apresentado.
Além das óbvias vantagens que o DVD-Video apresenta em relação ao VHS, como
por exemplo melhor qualidade de som e imagem, existem várias outras que surgem com
a utilização da multimídia interativa. São apresentadas, a seguir, vantagens e novas
características que são possíveis nas vídeo-aulas em DVD.
•
Acesso facilitado a qualquer parte do conteúdo. Permitindo que professores e
alunos possam ir diretamente à parte que lhes interessa;
•
Possibilidade de criar conteúdo híbrido, que possa ser utilizado tanto em
DVD Player quanto em computadores;
•
Implementar testes de questões de múltipla escolha (ver a Seção 4.2 para
maiores esclarecimentos);
•
Utilização de técnicas de hipermídia para disponibilizar formas alternativas
34
de navegação e/ou material adicional;
•
Vídeo-aulas com duas opções de áudio. A primeira, direcionada aos alunos,
disponibiliza o áudio original. A segunda oferece ao professor informações
adicionais sobre o assunto ou sugestões de como utilizar a vídeo-aula;
•
Possibilidade de utilização das legendas como forma de viabilizar a inclusão
de alunos portadores de deficiências auditivas.
4.2. Treinamento de questões
Os treinamentos de questões de múltipla escolha são bastante utilizados na
educação, principalmente nos cursos de ensino médio e na preparação para concursos.
Em aplicações multimídia, as seqüências de questões de múltipla escolha (quiz) são
utilizadas para reforçar os pontos importantes estudados no capítulo e proporcionar um
feedback imediato ao usuário durante seu processo de aprendizagem. Muitas vezes, sem
possuir a finalidade de avaliar profundamente o conhecimento [CAD 04]. Utilizando-se o
DVD-Video é possível implementar aplicações multimídia que integrem conteúdo, por
exemplo vídeo-aulas, e treinamentos de questões de múltipla escolha. Isto é possível
devido à flexibilidade oferecida pela linguagem de programação da DVD Virtual
Machine.
Outra forma de oferecer treinamento de questões através do DVD é apresentar o
conteúdo em forma de perguntas e respostas, privilegiando as questões mais freqüentes
relacionadas ao tema abordado [CAD 04]. Na autoração deste tipo de DVD, pode-se optar
por apresentar primeiro somente a pergunta e, após um comando do usuário, exibir a
resposta. Este tipo de formato tende a ser mais interessante para o usuário por
assemelhar-se a um jogo, podendo inclusive ser utilizado como tal.
Um fator essencial para o sucesso deste tipo de treinamento é garantir que o
sorteio das questões seja completamente randômico. Muitas ferramentas profissionais
de autoração permitem definir fluxos de reprodução randômicos, tornando possível essa
implementação. Além disto, o DVD Player do usuário deve ser compatível com
programação randômica, isso pode ser um problema com equipamentos mais antigos.
Apenas como exemplo, pode-se citar o DVD Neurônio MTV [MTV], que é um
jogo do tipo quiz. Basicamente esse produto é uma implementação em DVD do
programa de TV homônimo. Apresentando como destaque uma excelente
implementação de vídeo quiz aliada com uma ótima dose de humor.
4.3. Conteúdo complementar
Muitos títulos de filmes em DVD apresentam, além do próprio filme, vários
outros recursos conhecidos como extras. Os extras mais conhecidos são o making of,
entrevistas com diretores e atores, erros de gravação e informações de bastidores. Em
35
todos esses casos o conteúdo é apenas vídeo, não provocando grandes mudanças no
processo de autoração. A multimídia em DVD pode ser utilizada para criar novos tipos
de conteúdo adicional, como por exemplo álbum de fotos, conteúdo hipermídia, jogos,
vídeo quiz, entre outros.
Deve-se destacar que a criação desse tipo de conteúdo exige softwares de
autoração que ofereçam acesso aos comandos da DVD Virtual Machine. Além de
necessitar de pessoal com maior conhecimento técnico. Muitas produtoras e
distribuidoras de filmes estão apostando nesses recursos como diferencial para seus
produtos.
No Brasil, já existem alguns títulos nacionais fazendo uso desse recurso. Pode-se
citar como exemplo o DVD Turma da Mônica - A Sereia do rio [MONICA], cuja tela é
apresentada na Figura 9. O Jogo das “Pelguntas” apresenta perguntas de múltipla
escolha sobre os episódios exibidos no DVD.
Figura 9 - Tela do DVD Turma da Mônica - A Sereia do rio.
36
5. Considerações Finais
Nas duas últimas décadas, a multimídia fez uma revolução na forma como as
pessoas interagem com a informação. Muitos ainda conservam o conceito de multimídia
rigidamente vinculado ao computador. Porém, este conceito precisa ser revisto, uma vez
que a multimídia já rompeu os limites do CD-ROM e chegou a diversos dispositivos
eletroeletrônicos como celulares, receptores de HDTV e mesmo aos DVD Players.
No Brasil, assim como no mundo, o DVD Player rapidamente está se
transformando em um equipamento popular. A disponibilização de conteúdo multimídia
em DVD-Video apresenta potencial para se tornar um meio de fornecer informação à
população em geral, com baixo custo. Podendo beneficiar pessoas das classes de menor
poder aquisitivo, que não podem usufruir de outros meios como o computador e a
Internet. As possibilidades de utilização da multimídia em DVD são amplas, podendo
ser utilizada em diversas aplicações multimídia, com destaque para a educação à
distância. Em alguns casos, podendo substituir a multimídia convencional com
vantagens.
A criação de conteúdo multimídia interativo em DVD-Video se revelou
pertinente, apesar de algumas restrições. Nos últimos anos, a tecnologia e as
especificações do formato DVD-Video atingiram um grau satisfatório de estabilidade.
Além disto, as ferramentas de autoração encontram-se em um nível bastante maduro,
propiciando condições adequadas para projetos profissionais de multimídia em DVD.
Conclui-se que as bases para a efetivação da multimídia em DVD estão consolidadas.
Porém, no Brasil, constata-se uma lacuna, a escassez de recursos humanos capacitados.
Desta forma, profissionais de diversas áreas relacionadas à multimídia podem encontrar
na multimídia em DVD um ótimo nicho de mercado.
37
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