sentar-se com estilo

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sentar-se com estilo
Shape
Uma revista do Grupo Sapa • # 1 2008
SENTAR-SE
COM ESTILO
CLÁSSICOS DO MOBILIÁRIO DINAMARQUÊS ESTÃO DE VOLTA
PÁGINA
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FALAR COM OS CLIENTES PROMOVE
SOLUÇÕES MAIS INTELIGENTES
LARS ENGMAN – O DESIGNER RESPONSÁVEL
PELAS PEÇAS FAVORITAS DO IKEA
PAINÉIS INSONORIZANTES TORNARÃO
OS COMBOIOS MAIS SILENCIOSOS
NOVA CADEIRA DE RODAS: UM GRANDE ÊXITO
NOS JOGOS PARAOLÍMPICOS DA CHINA
24 ›
H
á centenas de milhares de aplicações de alumínio por aí, mas
há potencial para desenvolver muitas mais.
Há inúmeros produtos que podem ser feitos com alumínio,
o que traz benefícios para os nossos clientes e para os utilizadores
finais. O ambiente também beneficia, uma vez que o alumínio é mais
leve do que materiais como o aço e outros metais, e decompõe-se
mais facilmente, o que causa menos choque em termos ambientais.
Combinando o nosso conhecimento sobre o alumínio com o
conhecimento do cliente sobre os produtos, ganhamos uma base
de conhecimento muito maior, que pode ser formada em conjunto.
Interagindo regularmente com o cliente e estando envolvidos no
desenvolvimento do produto, podemos ajudar o cliente a encontrar
as soluções certas para os seus produtos e a resolver os seus
problemas.
É por esta razão
que o Customer Value
Management (CVM), que
atribui um valor superior aos
clientes e obtém em contrapartida um retorno equitativo ao valor que lhes dá, é
parte essencial da forma como trabalhamos na Sapa. Combinamos a
cadeia de valor acrescentado do alumínio com o produto final, usando alumínio onde este melhor se adequa. Trabalhar em conjunto com
o cliente e conseguir competências combinadas permite aos nossos
clientes ter os melhores produtos do mercado. O valor da solução
total é partilhado entre a Sapa e o cliente, pelo que ambas as partes
saem beneficiadas.
Tomemos por exemplo a Seldén, um antigo cliente da Sapa.
Juntas, as duas companhias investiram no desenvolvimento de um
mastro sem costura. Isto deu à Seldén não só um grande impulso
no mercado dos barcos à vela, como proporcionou à Sapa obter um
portfolio completo no campo dos mastros.
E há ainda a solução que concebemos para a loja Plantagen.
Talvez se pergunte sobre o que faz o alumínio no meio das flores. Um
atento engenheiro da Sapa reparou na forma como o pessoal da
Plantagen se debatia com pesados carrinhos de metal carregados
de plantas, e criou um protótipo para a loja que era não só mais leve,
como também mais barato.
Abrimos recentemente cinco novos centros de Inovação e
Aplicação para trabalhar com este tipo de desenvolvimento de produtos. Situam-se em Vetlanda (Suécia), Portland (Estados Unidos),
Navarra (Espanha), Lodz (Polónia) e Bolzano (Itália). Clientes de
todo o mundo são bem vindos a visitar estes centros e aprender
mais sobre o alumínio e o modo como este pode beneficiar os seus
produtos. Trabalhamos no desenvolvimento de novos produtos todos
os dias, e ao combinar o conhecimento que o cliente tem do produto
com o nosso conhecimento sobre a
aplicação do alumínio, obtemos uma
combinação de sucesso.
CONTEÚDO #1
Soluções
de sucesso
Shape
Uma revista do Grupo Sapa • # 1 2008
SENTAR-SE
COM ESTILO
CLÁSSICOS DO MOBILIÁRIO DINAMARQUÊS ESTÃO DE VOLTA
PÁGINA
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Ole enger,
CeO e Presidente do Grupo
2 SHAPe • # 1 2008
FALAR COM OS CLIENTES PROMOVE
SOLUÇÕES MAIS INTELIGENTES
LARS ENGMAN – O DESIGNER RESPONSÁVEL
PELAS PEÇAS FAVORITAS DO IKEA
PAINÉIS INSONORIZANTES TORNARÃO
OS COMBOIOS MAIS SILENCIOSOS
NOVA CADEIRA DE RODAS: UM GRANDE ÊXITO
NOS JOGOS PARAOLÍMPICOS DA CHINA
24 ›
Construir uma parceria bem sucedida
com um cliente não é algo que aconteça da noite para o dia. o objectivo é
encontrar uma solução única para os
problemas únicos do cliente, considera
Jan-Evert Johansson, director de vendas da Sapa profiles.
03
uma cadeira de rodas de alta tecnologia
da companhia canadiana Cervélo viu a luz
do dia nos Jogos paraolímpicos da China.
o design inovador é trabalho de dois desportistas de topo, ambos com experiência
na utilização de cadeiras de rodas.
08
“Eu creio que mais gente gostaria de
trabalhar em alumínio, mas a fantasia
escasseia”, afirma o consultor de
design lars Engman, com um passado
como chefe de design na ikea.
10
o carro mais barato do mundo, tata Nano,
foi concebido para oferecer à população
da Índia uma alternativa à motocicleta.
a Sapa heat transfer em Shanghai
fornece entre outras coisas, cinta de
alumínio para permutadores de calor.
14
a empresa ferroviária Sl quer melhorar o ambiente para os moradores que
vivem perto da linha de roslagsbanan,
instalando painéis insonorizantes nas
locomotivas e carruagens.
20
A Sapa é um grupo industrial
internacional que desenvolve,
fabrica e comercializa perfis de
alumínio processados, componentes e sistemas à base de
perfis e permutadores de calor.
A Sapa tem um volume de
negócios de cerca de 3.8 biliões
de euros e aproximadamente
17.000 colaboradores espalhados
por toda a Europa, bem como na
América do Norte, na América
Central e na China. Shape é a
revista dos clientes do grupo
Sapa, publicado em 14 idiomas,
duas vezes por ano. O Shape
está também disponível em
www.sapagroup.com
Editora-Chefe: Eva Ekselius
Redactora: anna-lena ahlberg
Artes gráficas: karin
löwencrantz
Produção: otW publishing
Impressão: Strokirklandströms, lidköping
Alteração de endereço: Em
caso de alteração de endereço,
queira por favor informar
a direcção de Marketing
e Vendas: tel.
+351 21 925 26 00.
Nós moldamos o futuro
EM FOCO: CVM
Por detrás dos perfis moldados
para a Kabe, que produz roulotes
e autocaravanas, está um longo processo
de desenvolvimento.
O
CLIENTE
NA PORTA AO LADO
A Sapa desenvolveu um perfil de alumínio único em colaboração
com a Kabe. Actualmente as companhias estão a desenvolver,
em conjunto, novos perfis para uma variedade de aplicações.
“O maior benefício são as redes que formámos entre
nós”, diz Pierre Thuresson.
# 1 2008 SHAPE • EM FOCO: CVM
Daniel Fröberg (à esquerda) e Pierre Thuresson,
com perfis de alumínio para roulotes.
o perfil de alumínio que une
o tecto e as paredes das autocaravanas e das
roulotes da Kabe não parece assim tão excepcional. No entanto, foi necessário um trabalho complexo para que se obtivesse o design
e a função. Pierre Thuresson, das vendas da
Sapa Profiles, explica os antecedentes.
“Temos vindo a fornecer perfis à Kabe
desde há seis ou sete anos e desenvolvemos
este perfil em conjunto com eles. O grande
desafio foi dobrar com sucesso os perfis, uma
vez que o raio está próximo dos limites do
material.”
À PRIMEIRA VISTA
clássico de tentativa
e erro, durante o qual muitos perfis moldados
tiveram de ser descartados antes de se encontrar a solução.
“O projecto para a Kabe cresceu em
volume, ao mesmo tempo que foi alargado
a outros perfis de alumínio. Anteriormente
as roulotes usavam grandes quantidades de
plástico, que estão agora a ser substituídas por
alumínio”, explica Pierre Thuresson.
A parceria com a Kabe levou igualmente ao
uso de mais perfis de alumínio nas suas autocaravanas. Neste caso, os rebordos do tecto
são feitas a partir de dois perfis unidos – um
puramente funcional, coberto por um par de
perfis anodizados que se prendem entre si de
forma a dar ao rebordo do tecto um acabamento atraente.
“Mais uma vez, este perfil foi desenvolvimento em consultas constantes com o cliente.
Temos uma vasta rede de contactos na Kabe e
vice-versa, o que facilita o trabalho de desenvolvimento e a comunicação.”
Outro factor que simplificou a comunicação foi a proximidade geográfica – a Sapa
tem a sua base em Vetlanda, a apenas 60
quilómetros da Kabe, em Tenhult.
“O facto de estarmos tão perto não tem
sido certamente um inconveniente”, diz
Pierre Thuresson com um sorriso.
Seguiu-se UM PROCESSO
TEXTo DAG ENANDER FOTOGRAFIA MAGNUS GLANS
SHAPE • # 1 2008
Lars Gustafsson
Jan-Evert Johansson
Per Owe Isacson
“Trabalhar em proximidade com os clientes
é a nossa fórmula para o sucesso”
A Sapa trabalha em proximidade com os seus clientes há 0 anos
– facto que será cada vez mais importante no futuro.
“Metade do nosso rendimento pode explicar-se pela estreita
colaboração com os clientes”, diz Jan-Evert Johansson, director
de vendas da Sapa Profiler.
E O QuE SIgnIfICA REAlMEnTE Customer Value
Management? E como podem outras partes do Grupo
Sapa ser tão bem sucedidas como a Sapa Profiler
– Empresa do Ano 2008 – através da colaboração
com os clientes?
A “Shape” juntou Jan-Evert Johansson, Lars
Gustafsson, como director de vendas, e Per Owe
Isacson, gestor de vendas da Região Sul. Seguem-se as
suas opiniões e ideias.
“A verdade é que desde início dos anos 1960 a Sapa
tem trabalhado numa base de proximidade com os
clientes e tem tido sempre como ponto fundamental o
valor do cliente, embora nunca tenhamos atribuído um
nome a esta relação. Só nos últimos anos é que começámos a falar de Customer Value Management, cvm, diz
Per Owe Isacson. Jan-Evert Johansson concorda:
“Trabalhamos há muito tempo no sentido de criar
um valor acrescentado para os nossos clientes Este processo está bem estabelecido no seio da nossa organização. Temos realizado estudos que incidem no cliente, de
forma a descobrir o que eles realmente pensam de nós,
e temos trabalhado no sentido de melhorar em áreas
em que não temos estado ao nível das expectativas dos
clientes. Os nossos clientes sabem que compreendemos
o que significa na prática valor do cliente. Os nossos
clientes concentram-se nos seus produtos e nós ajudamo-los a melhorar o design e a relação custo/eficácia.
Possuímos o conhecimento e os recursos para compreender a cadeia de valor do cliente, os seus produtos e o
seu negócio como um todo. Depois de algum tempo,
trabalhar em proximidade com os clientes torna-se um
processo autoperpetuador, o que explica a razão por que
o nosso crescimento no mercado é tão forte.”
“Nas outras companhias do Grupo, cerca de 10%
do rendimento deve-se ao valor acrescentado, ao passo
que na Sapa Profiler ronda os 50%. Isto explica a razão
por que ganhámos o prémio de Company of the Year”,
acrescenta Lars Gustafsson.
Como se constrói uma relação bem sucedida e
de proximidade com o cliente? Segundo Jan-Evert
Johansson não é algo que aconteça da noite para o dia.
“Trata-se de ajudar o cliente ao longo de todo o
processo, e ser-se flexível. O objectivo é encontrar uma
solução única para os problemas únicos do cliente.”
“Basta ver o caso da Kabe”, diz Lars Gustafsson.
“Este é claramente um exemplo de uma parceria bem
sucedida com o cliente. Estamos agora a tentar descobrir formas de usar a experiência que ganhámos com
este projecto, com outros fabricantes de roulotes e
autocaravanas. Conhecer a indústria e as necessidades
de potenciais clientes através de outros clientes pode ser
uma vantagem. Copiar produtos entre os clientes está
obviamente fora de questão; sofrer-se-ia de imediato as
consequências.”
ESTA É uMA DAS RAZõES porque o trabalho de desenvolvi-
mento nos Centros de Inovação da Sapa será levado a
cabo de forma estritamente confidencial. Os centros
desempenharão uma parte vital na colaboração com
o cliente, trazendo a par o saber-fazer e os recursos de
fabrico, debaixo do mesmo tecto.
“Os nossos Centros de Inovação também nos vão
permitir partilhar o nosso conhecimento colectivo em
áreas como a construção de perfis e design com as companhias irmãs do Grupo e, deste modo, ajudar a fortalecer e aprofundar as relações com os clientes em todas as
companhias do Grupo Sapa”, diz Per Owe Isacson.
Assim, a ideia base subjacente ao Customer Value
Management é na verdade bastante simples. Lars
Gustafsson tem a fórmula:
“Começamos por melhorar os produtos de alumínio
que o cliente já possui e depois analisamos a forma
como os outros materiais podem ser substituídos por
alumínio.”
TEXTo DAG ENANDER FoToGRAFIA MAGNUS GLANS
Nota de rodaPÉ: Em Setembro a Sapa Profiler foi
votada como a Empresa do Ano do Grupo, em parte
graças ao seu trabalho na área do Customer Value
Management.
# 1 2008 SHAPE • 5
EM FOCO: CVM
O novo Centro de
Inovação abre em
Vetlanda durante a
Primavera de 2009.
Conhecimento e colaboração
sob o mesmo tecto
O desenvolvimento exige continuamente novas soluções técnicas e que o tempo entre a ideia para
um produto e o seu lançamento seja cada vez mais curto. O novo Centro de Inovação da Sapa vai ser
um ponto de encontro global para colaboração entre as empresas do Grupo e os seus clientes.
O
trabalho nos 6.500 m2 decorre intensivamente num local industrial em Vetlanda.
Não é para ser um edifício exibicionista,
mas as modernas estruturas visíveis de alumínio,
tanto no exterior como no interior, não deixam
lugar para dúvidas que se trata de um investimento na vanguarda desta área. O Centro de
Inovação Sapa abrirá as suas portas durante a
Primavera para conjugar os conhecimentos de
alumínio reunidos na empresa com os conhecimentos especializados de cada ramo dos clientes.
“O edifício em si deverá transmitir que a
Sapa é uma empresa criativa e inovadora”,
afirma Christer Thorn, até recentemente chefe
da unidade de prensagem em Finspång, actualmente o primeiro responsável pelo desenvolvimento do centro.
O novo centro vai abrigar locais específicos para
assistência técnica, construção de protótipos e
formação. Clientes de todo o mundo serão convidados a gerir o seu próprio trabalho de desenvolvimento em conjunto com os especialistas da Sapa
SHAPE • # 1 2008
– no local e sob a maior confidencialidade. Os
engenheiros de todas as empresas da Sapa poderão
recolher e partilhar os seus conhecimentos de alumínio e perfis, e a sua construção, design, cálculos,
fabrico de protótipos, transformação, logística,
ensaios e testes.
“Somos muito fortes em tecnologia, e o
nosso centro de desenvolvimento não será
apenas uma ferramenta excelente para espalhar
conhecimentos dentro do Grupo, mas também
externamente através da colaboração com os
responsáveis do desenvolvimento de produtos, técnicos e engenheiros de produção dos
clientes”, afirma Christer Thorn e acrescenta
que espera que o centro em Vetlanda venha a
ser seguido por mais centros nos eua, Ásia e
Europa.
“O SUCESSO DA SAPA baseia-se em grande parte
na estreita colaboração que mantemos com os
clientes. Uma grande parte das nossas vendas é
o resultado de sermos activos durante a fase da
construção. Agora vamos concentrar-nos em
aumentar o valor agregado. Esperamos que o
centro de desenvolvimento seja um apoio para
encurtar o tempo entre a ideia
e o lançamento do produto.”
A Sapa já investiu 3 milhões de euros no
primeiro centro de clientes localizado próximo duma das unidades da empresa na Suécia.
Estarão cerca de cinquenta colaboradores designados para trabalhar permanentemente no apoio
ao centro de desenvolvimento, mas calcula-se
que haverá um fluxo permanente de colegas e
clientes de todo o Grupo que utilizarão o centro
periodicamente.
“A minha visão é que o centro de desenvolvimento venha ajudar o Grupo Sapa a tornar-se
ainda mais numa empresa que vende soluções
técnicas sob a forma de componentes maquinados”, diz Christer Thorn. “A nossa tarefa agora
é criar planos de acção que tornem esta visão
realidade.”
Texto Erico Oller Westerberg
CURTAS & BOAS
em
busca
da solução perfeita
>
As actividades duras ao ar livre põem à prova a segurança, a qualidade e a
resistência dos produtos, de uma forma que vai além da média do uso diário. No sentido de satisfazer as necessidades da Alaska Range Outdoor Gear, a
Sapa Profiles, Inc. em Portland, Oregon, desenvolveu armações para mochilas,
de modo a serem confortáveis, estáveis e duradoiras e poderem
sustentar cargas pesadas.
A Alaska Range Outdoor Gear contactou a Sapa em 2002 para uma armação de mochila de fabrico profissional. A partir de um simples desenho bidimensional, os engenheiros de vendas internas e as equipas de desenvolvimento de
produtos e de design da Sapa trabalharam em conjunto e em poucas semanas
tinham um protótipo pronto a ser testado.
O resultado foi uma armação em liga de alumínio 6061, soldada à mão e tratada com recozimento de solubilização para aumentar a resistência e suportar o
enorme desgaste. Impressionante é o facto de o produto final pesar menos de
1 KG, mais de 65% mais leve do que modelos anteriores em aço.
Sabia que …
o aumento da utilização de alumínio
em veículos poderá reduzir as emissões
Fonte: The Aluminum Association
A Sapa TeleCom muda de nome
>
Sapa Thermal Management é o novo nome, mais adequado, para
o segmento de mercado Sapa TeleCom.
Nos últimos anos a Sapa TeleCom tem trabalhado principalmente com
soluções para gerir ou desviar calor indesejado causado por sistemas electrónicos. A primeira encomenda veio da Ericsson em 2000. Desde então, tanto
a experiência como conhecimentos especializados na área da refrigeração
aumentaram. Actualmente, os maiores clientes são a Nokia, Siemens, Nortel,
Andrew e a General Electric.
As vendas de sistemas de refrigeração rondam 25 milhões de euros. Cerca de
80 % da actividade da Sapa Profiles Shanghai está concentrada na transformação de perfis em sistemas de refrigeração, sendo a China também um mercado
atraente para esta área de negócios. Com o novo nome, a Sapa poderá direccionar o seu marketing para empresas de várias novas áreas, por exemplo, indústria
energética, energia eólica e aparelhos electrónicos domésticos.
Pura competência
>
O Grupo Jensen é a empresa líder mundial em soluções mecânicas
para lavandarias industriais. A Jensen Sweden fabrica sistemas de
transporte que separam a roupa.
“Nós providenciamos o ‘acabamento’ da roupa, ou seja, o transporte
das máquinas, separação para que cada empresa receba as roupas correctas, colocar as roupas em cabides e levar para uma unidade de vapor”,
descreve Tore Johansson, vice-presidente da Jensen Sweden.
A empresa desenvolveu o sistema de transporte Metricon, que trata das
roupas após a lavagem. A Sapa ajustou com precisão a construção dos longos perfis de alumínio para este sistema. O perfil contém por sua vez, um perfil
de plástico com uma corrente com pequenos pinos, que move as roupas.
“Escolhemos trabalhar com alumínio por ser um material leve, simples
de cortar ou dobrar conforme o necessário. O ambiente de lavandaria
em que trabalhamos requer também um material resistente a humidade
e corrosão”, diz Tore Johansson.
Calha de descarga mostra o caminho
>
A Volvo, juntamente com a Sapa Automotive, ganhou o primeiro
prémio na competição Power Aluminium Awards, na categoria
Transporte & Automóveis, que teve lugar em Abril. O produto vencedor é uma calha em alumínio para zonas de descarga. O júri elogiou
a utilização inteligente do alumínio e design que fazem este produto
tanto flexível como funcional.
Power of Aluminium é uma organização abrangente que tem por
objectivo promover o aluminio a nivel global.
# 1 2008 SHAPE • nA VAngUARDA
Jeff Adams com a nova
cadeira de rodas nos
Jogos Paraolímpicos de
2008 na China.
VELOCIDADE & FORMA
EM PERFEiTA HARMONiA
Dois atletas de elite, que não aceitam as limitações impostas pelas suas cadeiras de rodas, resolveram
repensar o que seria possível fazer com uma cadeira de rodas. Depois de vários protótipos e oito
patentes foi lançada a Marvel by cervélo, que poderia vir a ser a cadeira de rodas mais rápida,
mais fácil de usar dos Jogos Paraolímpicos de 2008.
8 SHAPE • # 1 2008
Jeff Adams e Christian Bagg são atletas de competi-
ção canadianos. Adams é detentor de três medalhas olímpicas e cinco paraolímpicas nos 1.500
metros em cadeira de rodas. Bagg era um mountain-biker semi-profissional e praticava também
snowboard, antes de ser confinado a uma cadeira
de rodas em consequência duma lesão contraída
durante uma competição. São dois visionários,
com a ideia de melhorar o design de cadeiras de
rodas, para ajudar a valorizar outros utilizadores
de cadeiras de rodas. Descobriram que muitas
pessoas usam cadeiras de rodas que são demasiado grandes. O preço de aquisição alto, cerca de
4.000 usd, implica que cadeiras de rodas não são
substituídas com frequência. Muitas são adquiridas demasiado grandes julgando que os utilizadores irão “crescer com a cadeira.”
O design de cadeira de rodas de Adams e
Bagg é feito por componentes, o que permite
aos utilizadores personalizá-la, ajustando-a às
suas necessidades da altura. Os utilizadores
poderão adquirir ao longo do tempo componentes como assentos ou almofadas das costas
para satisfazer necessidades futuras, sem ter que
comprar uma cadeira de rodas totalmente nova.
“O conceito desta cadeira de rodas para uso
diário, vem do desporto”, diz Adams. “Na nossa
maneira de ver, a vida é uma competição e
devemos esforçar-nos por fazer a nossa melhor
corrida de sempre, todos os dias.”
tinham criado
alguns protótipos de cadeiras de rodas para uso
diário e para competição. Mostraram os seus
desenhos a Phil White e Gerard Vroomen, fundadores da Cervelo Cycles, um dos melhores
fabricantes de bicicletas do mundo.
Bagg, mecânico de profissão, viu as possibilidades em explorar a tecnologia de bicicletas
para melhorar o design da cadeira de rodas.
“Falámos com a Cervélo Cycles sobre a nossa
ideia de usar a tecnologia existente da indústria
de bicicletas para desenvolver inovações que não
estavam anteriormente disponíveis no mercado
de cadeiras de rodas”, diz ele.
A Cervélo Cycles concordou em formar uma
parceria com Adams e Bagg e trabalhar em conjunto para lançar o seu design no mercado.
“Para nós, uma cadeira de rodas é apenas uma
bicicleta lateral”, diz Adams. “Por isso, ao entrar
nesta parceria com um dos melhores fabricantes
de bicicletas do mundo, pensámos que estaríamos mais próximo de desenhar um produto
que iria beneficiar o mais possível da tecnologia
e especialização, com o potencial de melhorar a
qualidade de vida do utilizador.”
A Cervélo sugeriu aos dois empresários contactarem a Sapa Profiles Inc em Portland no
Christian Bagg e Jeff Adams
Oregon para fabricar a sua cadeira de rodas.
A Cervélo disse que se a estrutura da cadeira de
rodas era para ser feita de perfis de alumínio,
então a Sapa Profiles Inc era a escolha natural
para a sua produção.
Adams e Bagg viajaram até à Sapa em
Portland para uma reunião com Ray Goody,
gestor de produto, e para visitar as fábricas da
Sapa.
“Nunca me vou esquecer da minha primeira
visita à Sapa”, conta Bagg. “O Jeff e eu estávamos a olhar para todo aquele equipamento que
valia vários milhões de dólares e não queríamos
acreditar que poderiam estar interessados em
trabalhar connosco. O nosso projecto era tão
pequeno comparado com os projectos que estavam a trabalhar.”
“Mas o Ray Goody afirmou que a Sapa aceita todos os tipos de projectos, e que o nosso
projecto iria valorizar a empresa”, diz ele. “Eu
tenho experiência da indústria, mas ao trabalhar
com a Sapa não sinto a necessidade de tentar
controlar todos os processos, o que seria provavelmente o caso se estivéssemos a trabalhar com
outros fabricantes.”
A Cervélo forneceu à Sapa desenhos completos para produção do design, com tolerâncias e
notas de produção.
“O design de cadeira de rodas desta empresa
é realmente um produto único”, diz Goody.
“Tem ajustamentos múltiplos para conforto, e
o design da estrutura utiliza a mesma tecnologia
da suspensão das bicicletas de montanha.”
“A Sapa avançou com algumas sugestões sobre
diferentes aspectos de formas que poderiam
fazer o design da cadeira ainda mais moderno.
Utilizámos um antigo processo de produção que
se adequou perfeitamente a esta aplicação.”
A Sapa conseguiu também utilizar muitos
dos seus métodos de produção standard, permitindo assim que todo o trabalho de produção
fosse interno com a maquinaria existente, com
grupos de produção exclusivos que incluía os
soldadores altamente especializados de “tig.”
O alumínio pode tornar-se muito flexível
quando exposto a altas temperaturas, como é o
caso durante a soldadura, mas a Sapa desenvolveu um método de fazer estruturas de alumínio
resistentes e duráveis.
“Conseguimos usar soluções vindas das nossas
diferentes unidades, como por exemplo, tratamentos térmicos da aeronáutica para o alumínio soldado, que garante que as estruturas das
cadeiras de rodas serão tão resistentes após a
soldadura como eram antes de soldar”, afirma
Goody.
A Marvel da Cervélo foi lançada justamente a
tempo para os Jogos Paraolímpicos de 2008 na
China. A empresa patrocinou a equipa paraolímpica canadiana e doou uma cadeira de rodas
a cada um dos atletas competidores.
“O lançamento da cadeira de rodas para o
dia-a-dia foi fantástico. Competidores de todo o
mundo procuraram-me na aldeia olímpica para
poder ver a cadeira de rodas. Estavam impressionados com a qualidade. Portanto agora
temos uma quantidade de pedidos à espera”,
afirma Jeff Adams.
Por outro lado, na pista não foi tão bem.
“Eu estive envolvido num choque na tentativa dos 1.500 metros e fui desclassificado. Nas
competições é assim.”
TEXTo Tsemaye Opubor Hambraeus
Colin Beggs trabalha num protótipo da cadeira de rodas de competição.
# 1 2008 SHAPE • PERFIL
“Eu creio que mais gente
gostaria de trabalhar em
alumínio, mas a fantasia
escasseia”
Lars Engman no sofá
Klippan que desenhou
para a Ikea.
10 SHAPE • # 1 2008
Lars Engman
O consultor de design Lars Engman conhece bem a área do
mobiliário. Mais de dez anos como director internacional de
design na Ikea, proporcionam-lhe um boa vista geral e uma
agenda de telefones muito extensa. Actualmente, tem a casa
de Älmhult (cidade natal da Ikea) à venda e está com os olhos
postos em Portugal.
tendência nos estudantes de design
suecos. Sentaram-se em frente aos computadores e têm medo de sujar as unhas. Mas não há
outra maneira de ser bom no que se faz. Temos
que sair e falar com os projectistas”, afirma Lars
Engman. “Ele próprio iniciou a sua carreira
como aprendiz antes de ser recrutado pela
Cooperativa de Consumidores kf, através dum
gabinete de arquitectura.”
Após trinta anos na Ikea, dos quais mais de
dez como director internacional de design,
conhece a maioria dos grandes nomes e parece
um pai orgulhoso ao falar deles.
Ele é originário duma geração de designers
que escreveram a sua própria história contemporânea, descrevendo-a da seguinte forma:
1968: esquerdista, saudável e revolucionário. As
formas elegantes da burguesia seriam descartadas, e reinava um funcionalismo com objectivos
políticos mais claros do que nos anos trinta.
A Escandinávia viu nascer os designers têxteis
Tiogruppen, os produtores de moda Mah Jong
e a empresa têxtil Marimekko. A Cooperativa
“EU VEJO uma
de Consumidores kf era conhecida como tendo
um papel preponderante no design moderno, e era justamente onde se encontrava Lars
Engman juntamente com outros poderosos da
área do design de então.
Desde então que Lars Engman ganhou
o gosto por trabalhar colectivamente.
“ Tenho sido um pouco revolucionário. É uma
maneira de uma pessoa se massacrar até sangrar.
A maioria das organizações não estão receptíveis
a mudanças, mas eu penso que é divertido andar
no gelo de manhã a ver se quebra”, diz ele.
JUNTAMENTE COM O DINAMARQUÊS Niels Gammelgaard
conseguiu abrir o Studio Copenhagen em 1988,
para onde eram recrutados novos talentos de
design para trabalhar para a Ikea. Ele afirma que
este conceito não foi muito popular internamente, no departamento de design da empresa.
“Mas foram os tempos mais divertidos da
minha vida”, afirma Lars Engman. “Apesar
de o gelo nem sempre ter aguentado.”
“Eu e o Niels Gammelgaard íamos desenhar
›
# 1 2008 SHAPE • 11
›
Os cinco favoritos de alumínio de Lars Engman
1. 1006. Cadeira desenhada para a marinha americana em 1944. Resiste
a ataques de torpedos.
2. O
sistema de arrumação Stolmen da Ikea, de Ehlén Johansson, com perfis da
Sapa. Se este sistema fosse de tubos de aço, seria necessário um guindaste
para o cliente o levar para casa.
3. O suporte de cartas Korrekt da Ikea, por Karl Malmvall. Uma utilização inteligente
do material.
4.A cadeira Sting da Blå Station, de Stefan Borelius e Fredrik Mattsson, de 1993,
com perfis da Sapa. É um pouco frio ao sentar, mas acho que tem uma almofada.
5. Cadeira Toledo, de Jorge Pensi, Espanha 1986.
2
o melhor sofá, e até fomos à Volvo e Saab para estudar ergonomia. Escolhemos espuma para o estofo.
Na altura, era um material bastante caro. Vendemos
20 peças no total, a maioria na Noruega. Por fim,
foram feitos saldos ou foram doadas”, diz ele.
No entanto, não tem nenhum produto de alumínio no seu currículo.
O alumínio é associado principalmente a altas
tecnologias e à indústria de embalagens. Para
grandes dimensões ou para acampar. E também
ao casal de designers Eames dos Estados Unidos e
as suas cadeiras. É um material que ficou conectado a tecnologias, assim como um modernismo,
que são difíceis de lavar.
Foi simplesmente conectado a uma área.
Lars Engman pensa que esta ligação à tecnologia vem dos anos sessenta, e da empresa de
electrónica Braun cujo designer, Dieter Rahms,
era um grande entusiasta do alumínio.
exemplo mais actual.
“Veja por exemplo o Ipod Nano. É uma forma
que se reconhece. Era a forma das calculadoras de
bolso dos anos sessenta. O comando de navegações
com as setas, toda essa linguagem vem da escola
Bauhaus. Já faz parte de nós todos do mundo ocidental. É por isso que se tornou tão popular.”
O café onde estamos sentados fica mesmo ao
lado do Museu Röhsska em Gotemburgo. Um
museu de design com um ambiente agradável, sem
muito design e muita nicotina, apesar da proibição
de fumar já estar em vigor na Suécia há um par de
anos. O Lars Engman brinca com um candelabro de alumínio e constata que não é um grande
design.
“A maior parte acaba no lixo. Ninguém se esforça em reciclar. O mais provável é não terem encontrado outro material melhor. Deve ser resistente ao
fogo”, diz ele.
Um dos seus sonhos de designer é criar uma
A APPLE É OUTRO
Dados breves sobre Lars Engman
Nascido em: 1945.
Família: Mulher e dois filhos adultos do casamento anterior. Mais um filho da mulher actual.
Trabalho: Director de Design da Ikea de
1996-2006, Reitor da Universidade de Design
e Artesanato 2006–2007, empresário individual desde 2007.
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biblioteca sueca de materiais. O original encontrase em Nova Iorque. Designers, engenheiros e outro
pessoal especializado da área podem no Material
Connection levar materiais emprestados, ou apenas
satisfazer a vontade de os apertar ou tocar. Não
há ainda planos para um projecto semelhante na
Suécia.
“Eu creio que mais gente gostaria de trabalhar
em alumínio, mas a fantasia escasseia.”
O que sente falta é de acções para com os estudantes de design, que ele afirma serem demasiado
receosos de qualquer realidade que não possa ser
controlada por um comando com botões.
“Nas grandes empresas de design, não há ninguém que de repente diga, ‘então, o que acham de
trabalharmos com alumínio?’ É preciso colaborar
com os engenheiros. O alumínio é um material
com superfícies esteticamente atraentes. Tem um
toque especial, uma sensação de qualidade ao
toque. Sente-se que é um metal.”
ACTUALMENTE, Lars Engman está a trabalhar numa
acção de design portuguesa. De momento, não
tem nenhum projecto sueco à espera.
“Ninguém me tem contactado. E eu não peço
trabalho. Acho que me tornei um pouco mimado”, diz ele.
Há um dos seus produtos que vende muito
bem. O sofá Klippan da Ikea, que juntamente
com acessórios vende 100 milhões de euros
Perfil
5
4
por ano. É baseado num sofá desenhado
por Noburo Nakamura nos anos setenta, o
Fjällmon, feito em pinho e pedaços de cabedal
costurados. Lars Engman pediu a Nakamura
e fez-lhe um “makeover”. Só que ele não diz
Nakamura. Chama-lhe Naka.
“A minha mulher na altura e eu tínhamos em
casa dois sofás italianos caros, um completamente
branco e outro branco com riscas amarelas espessas.
Os dois custaram o mesmo que um carro. Os nossos filhos podiam fazer o que queriam. Brincaram,
entornaram sumo e assim destruíram os sofás em
três meses. Na altura pensei que devia ser possível
fazer um sofá prático, com coberturas amovíveis
que pudessem ser lavadas em casa, e foi assim que
desenhei o Klippan”, conta Lars Engman.
recebeu uma carta manuscrita do fundador da Ikea Ingvar Kamprad. Foi a seguir
ao lançamento do cadeirão Poäng. O Sr. Ikea
achou que era demasiado avançado na sua linguagem de formas, e que era muito caro. Lars
Engman respondeu por carta. Obviamente
ficou na sua e o Poäng foi um sucesso.
“Depois disto tive carta relativamente branca”,
diz Lars Engman a rir.
A primeira vez que lhe perguntaram se queria ser
chefe de designers da Ikea, agradeceu mas recusou.
Ele gostava muito de estar no Studio Copenhagen.
A segunda vez que lhe perguntaram já não podia
UMA VEZ
dizer que não. Mesmo que isso
tenha implicado o fecho do
estúdio.
“Empresas criativas não
devem durar muito tempo
de qualquer maneira”, afirma Lars
Engman.
Há dois anos atrás foi nomea-do
Reitor da Universidade de Design
e Artesanato em Gotemburgo.
Passado um ano já estava farto.
Ele próprio acha que foi
demasiado influenciado pela
indústria.
“O mundo académico
é muito exibicionista.
Demasiada administração.”
Agora é dono de si próprio, fazendo palestras sobre
estratégias de design e constituição de
marca. Até alguém aparecer com uma ideia
nova. Agora está localizado nos arredores de
Gotemburgo.
Lars Engman já não quer nada de Älmhult.
TEXTO Emma Olsson
FOTOGRAFIA STEFAN IDEBERG
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NA ESTRADA
Um “carro do povo” de preço acessível, de baixo consumo, vindo da Índia, pode vir a revolucionar
o mundo da indústria automóvel enquanto os fabricantes globais de automóveis
dedicam-se à zona de preços mais baixos do mercado.
Um segundo com o Nano
QUEM QUER UM HUM VEE? Provavelmente ninguém.
É provável que este jipe militar sedento, a par com
os outrora populares modelos suv, veja a atracção
de que foi alvo por parte do mercado desaparecer,
condenado ao esquecimento devido aos disparos
do preço do petróleo, uma reviravolta na economia
mundial e uma consciencialização crescente de que
“as coisas boas vêm em embalagens pequenas.” Se
assim for, Detroit e a indústria mundial de automóveis serão forçados a modificar tanto as suas
empresas como os seus carros. Um relatório recente
do Time Magazine previu um aumento de 65 por
cento nas vendas a nível mundial de minicarros
entre 2002 e 2012, para 38 milhões de veículos.
O NANO, um carro de baixo custo planificado
pela Tata Motors da Índia, não só mandou os
executivos da Motor City a correr de volta para
a prancha de desenho, como também deu uma
óptima boleia à ideia de potenciais mercados.
Apelidado de “carro do povo”, o Nano é na realidade um cruzamento entre um carro híbrido e o
actual minicarro – uma alternativa para as famílias
indianas ao triciclo motorizado. A um preço de
100.000 rúpias (2.500 usd), o Nano pode não
amolgar o mercado americano nem a atrair o novo
rico chinês, que vê um carro grande como sinal de
uma choruda conta bancária.
Enquanto os executivos da indústria automóvel
de todo o mundo desabafam a sua frustração pela
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perda de grandes margens de lucro nos carros grandes, a Sapa Heat Transfer pôs-se em posição para
fornecer a Tata Toyo Radiator Ltd, o maior fornecedor de sistema de refrigeração na Índia, com
cinta revestida para o Nano e uma vasta cooperação
em múltiplos projectos.
“A Sapa está ao mesmo nível que os nossos
outros fornecedores mas a subida do yuan chinês
contra o dólar americano (que acompanhou o
dólar americano até 2005) tem causado alguns
problemas”, diz Rajendra Shete, gestor de compras
da Tata Toyo. “Além disso, a Sapa Heat Transfer
depara-se actualmente com uma forte competição
por parte dos fornecedores japoneses no que se
refere à qualidade.”
A Sapa Heat Transfer tem sido um fornecedor da
Tata Toyo desde finais dos anos 90 e tem aumentado gradualmente o seu papel de fornecedor desde
2006. Hoje em dia fornece anualmente mais de
2.500 toneladas de cinta revestida para permutadores térmicos e tem contrato até 2011.
A Sapa Heat Transfer Shanghai está pronta a ofe-
recer soluções logísticas e competência técnica em
Mumbai, na Índia. Tem um engenheiro técnico no
local desde Outubro de 2007 e planeia vir a ter um
armazém num futuro próximo.
A Tata Toyo é um importante cliente de longo
prazo da Sapa na Índia. Thomas Ren, director de
vendas de exportação da Sapa Heat Transfer, afir-
ma, “Esta cooperação é de especial interesse para
nós. Temos a oportunidade de mostrar que podemos participar no projecto de um carro de baixo
custo, e além disso demonstrar a nós próprios que
podemos atingir as nossas metas comerciais de uma
forma satisfatória.”
Quando os fornecedores chineses lutam com a
inflação, a carência de matérias primas e um câmbio crescente, o preço certo e a qualidade constante
são as palavras-chave para qualquer gestor de compras. A chave para o sucesso está em colaborar com
fábricas, introduzir métodos internacionais nas
fábricas de modo a aumentar a eficiência, reduzir
o desperdício e manter margens de lucro viáveis.
Texto Kurt Braybrook
Um carro para minimalistas
O Nano está equipado com um motor a
gasolina de dois cilindros de 624 centímetros
cúbicos e pode rodar 100 quilómetros com 5
litros de gasolina. Uma caixa de 4 velocidades
manual oferece uma velocidade máxima de 105
km/h e vai dos 0 aos 70 km/h em 14 segundos.
Este modelo standard de quatro portas tem
janelas manuais e vem sem rádio.
Os perfis de mais de cinco metros de
comprimento que se encontram por cima
do Art Institute foram um desafio em
termos de fabrico.
O TAPETE
VOADOR DE
CHICAGO
Um museu de arte de classe
mundial da América vira-se
para a Alemanha, Itália
e Bélgica à procura
de conhecimento
especializado para a sua asa
nova e moderna. Foi a Sapa RC
Profiles da Bélgica que produziu
os invulgares perfis de alumínio
em arco.
A JOSEF GARTNER GMBH da Alemanha tinha muita
experiência no que se refere a construir um projecto para o Art Institute of Chicago. A companhia produz e instala fachadas protectoras há 140
anos, principalmente para grandes edifícios.
“Selar a ala nova e moderna do Art Institute
of Chicago foi uma tarefa complexa”, diz Klaus
Lother, ceo da Josef Gartner. “Mas é o tipo de
trabalho para nós: Somos especialistas no trabalho
feito por medida, usando materiais como alumínio, aço e vidro, bem como cobre e bronze.”
“Quando se trata de produção e construção
de fachadas protectoras não optamos por soluções padronizadas”, diz Lother. Os designers e
engenheiros da companhia conhecem as exigências do cliente e do arquitecto e aparecem
com uma solução técnica apropriada. “A ala
moderna do Art Institute foi um desafio devido
aos diferentes tipos de fachadas protectoras, à
combinação dos designs e aos diferentes materiais”, diz Lother. “Mas foi um desafio que se
adequou perfeitamente ao nosso conhecimento
especializado.”
Josef Gartner GmbH fez equipa com Renzo
Piano, o conhecido arquitecto italiano cujos
projectos incluem o Centro Pompidou em Paris
e a Potsdamer Platz em Berlim. Josef Gartner
tinha já trabalhado com Piano no projecto de
uma livraria em Nova Iorque e na California
Academy of Sciences. “Piano aparece com o
design e faz os desenhos, que depois nos serve
de base para o desenvolvimento da solução técnica”, diz Lother.
Por vezes o design coloca desafios invulgares,
como no caso do “tapete voador” que se encontra por cima do Art Institute of Chicago. A sua
construção necessitou de perfis de alumínio em
arco com meio metro de largura e mais de cinco
metros de comprimento. A precisão extrema
foi crucial para manter o tapete voador perfeitamente uniforme e aerodinâmico. Qualquer
imperfeição tornar-se-ia imediatamente visível,
o que afectaria o efeito de regulação de luz
do telhado superior. “Fizemos trabalho de
extrusão no passado, e eu sei o quão difícil é
produzir perfis em arco com estas dimensões”,
diz Lother. “Os perfis não se podem deformar
depois da extrusão ou durante o processo de
pintura e outros tratamentos.”
DEPOIS DE CONHECIDAS as exigências para os perfis
em arco, Josef Gartner consultou possíveis
parceiros e ficou-se pela Sapa rc Profiles da
Bélgica. “Já tínhamos trabalhado com eles
antes, e sabemos que são de uma confiança
e profissionalismo excepcionais.”
A Sapa rc Profiles produziu as secções de alumínio e levou também a cabo o fabrico e o tratamento de superfície”, diz Lother. “Não ocorreu
qualquer deformação quando foram pintados
depois da extrusão, pelo que o tapete voador
parece perfeitamente suave e homogéneo.”
# 1 2008 SHAPE • 15
A indústria do turismo de Toledo em
Espanha tornou-se numa atracção
em si. Os contornos do novo
centro de turismo com formas
arrojadas e grandes superfícies
envidraçadas tornaram-no em
mais um símbolo da cidade.
UMA HISTÓRIA COM
brilho futurista
16 SHAPE • # 1 2008
com 80.000 habitantes
e situada a 70 Km de Madrid, é uma cidade
medieval é fugir um pouco à realidade. Os
períodos romanos e visigodos da cidade têm um
valor histórico importante. A proximidade à
capital resultou numa onda de novos habitantes
a mudarem-se para Toledo.
Toledo é considerada parte do património
mundial, principalmente devido às zonas
medievais da cidade muito bem preservadas,
AFIRMAR QUE TOLEDO,
O director de mercado Félix Matey está
mais que satisfeito com o Toletum:
“A cidade vista daqui, e o afluxo de luz, são tão
impressionantes que quase tiram a respiração.”
escondidas por trás da imponente muralha.
Turismo em massa e ruas estreitas não funcionam muito bem em conjunto. Por esta razão, as
autoridades pretendiam criar uma solução que
poderia aliviar a pressão sobre a rede de ruas da
cidade, sem por isso esquecer os turistas.
A ideia era simples: atrair os visitantes para
uma unidade moderna e confortável fora da
cidade, construindo grandes parques de estacionamento, e oferecer transporte até à cidade
em autocarros regulares ou visitas guiadas. As
visitas guiadas virtuais de Toletum permitem ao
visitante ter uma ideia prévia do que vão ver ao
visitar o centro histórico da cidade.
irão também contribuir para que o novo centro seja também um
ponto de encontro. Restaurantes e lojas de souvenirs irão completar a oferta deste complexo
com uma área total de 8.000 m2.
Toletum foi inaugurado em Dezembro do
EXPOSIÇÕES E CONFERÊNCIAS
ano passado, tendo como objectivo
ser a nova porta de entrada da
cidade, e foi por isso situado de
forma a proporcionar uma vista
magnificente da cidade.
“Naturalmente que estamos
muito orgulhosos de ter participado no Toletum, um projecto
emblemático para a cidade”, diz
Leopoldo Jerez Bautista, ceo da
empresa com o mesmo nome.
“A sua empresa montou a fachada de vidro e a estrutura de alumínio, incluindo 1.100 m2 do
sistema de fachadas da Sapa mc60, que dá uma
característica especial ao edifício.”
É uma arquitectura futurista que se destaca, e
uma óptima montra da nossa contribuição, diz ele.
As fachadas de vidro já são comuns nas cidades modernas espanholas, mesmo estando em
forte contraste com o cenário de muralhas e edi-
fícios medievais, como é o caso de Toledo.
O empresário Leopoldo Jerez Bautista encontrou na montagem de fachadas de vidro um
nicho seguro numa altura em que o sector privado da construção civil está a estagnar.
são muito utilizadas,
principalmente em edifícios oficiais, e o mercado ainda não parou de crescer. Temos outro
grande projecto aqui em Toledo, a reitoria da
Universidade Juan Carlos 1, onde as fachadas
de vidro vão ter uma utilização muito avançada.
Os conhecimentos técnicos da Sapa e do seu
distribuidor Disistals têm-nos sido muito úteis
quando começamos os nossos projectos. É um
produto testado e uma técnica estabelecida,
mas mesmo assim revemos em conjunto todo
o projecto antes de iniciar o trabalho”, afirma
Leopoldo Jerez Bautista.
“AS FACHADAS DE VIDRO
Texto Erico Oller Westerberg
# 1 2008 SHAPE • 17
CURTAS & BOAS
Cercas resistentes
desafiam o tempo
>
Paredes movíveis
para escritórios versáteis
>
A empresa Dirtt-Do it right this time fabrica módulos versáteis de paredes. Os módulos podem ser
construídos do chão ao tecto e montados completamente à vontade do cliente. Os módulos seguem o
mesmo princípio dos Lego, ou seja podem ser montados com qualquer outro módulo. As partes podem ser
montadas ou desmontadas as vezes que desejar.
“É muito importante fornecer produtos de alta
qualidade dado que trabalhamos com peças para interiores, onde todos os perfis são visíveis. Os módulos
têm que ter um acabamento de superfície excelente e
serem entregues intactos. Temos um bom sistema de
qualidade que assegura que os perfis de alumínio são
manuseados cuidadosamente durante o processo de
fabrico, até à sua entrega na fábrica da empresa, situada a cerca de 1.700 Km de distância da nossa unidade
em Portland”, explica Randy Johnsson, director comercial da Sapa Profiles en Portland, Oregon.
”As vendas da Dirtt cresceram de zero a mais de
1,5 milhões de euros em pouco mais de oito meses,
por isso sabemos que estamos a fazer um bom
trabalho.”
18 SHAPE • # 1 2008
Quando a Southern Fence no Arkansas necessitou de escolher um material para as suas
cercas, tanto a madeira, o aço e o vinil perderam. O alumínio foi a escolha natural.
“As cercas iam ser montadas no Louisianna, era importante ter um material que resistisse
às tempestades que aqui ocorrem ocasionalmente. Esta zona está também exposta a muita
humidade – e aí o alumínio é imbatível por evitar ferrugem”, diz Bobby Thompson, chefe de
mercado da Sapa Fabricated Products em Magnólia.
Quase tudo na cerca é feito de perfis de alumínio, o que oferece várias vantagens.
“Sim, o material é leve e ao mesmo tempo muito resistente. Graças ao seu peso leve, a
empresa poupa nos grandes custos de transporte. A cerca tem uma cor preta, que encaixa
bem com o aço fundido tradicional. Conseguimos proporcionar um produto bom e ecológico”,
afirma Bobby Thompson.
A colecção inclui cercas com vidro em vez de postes, cercas para escadas, cercas para
pátios assim como cercas em estilo de rancho do oeste.
63
% das latas de alumínio são
recicladas no mundo inteiro.
Fonte: International Aluminium Institute
Novidades
>
A Profile Vehicle da Finlândia, que fabrica ambulâncias e autocarros pequenos,
necessitava de um novo design para as suas prateleiras para bagagens.
“As prateleiras anteriores eram feitas de um material de fibra de vidro prejudicial à saúde, que foi banido pela UE. O cliente foi forçado a criar um novo design para as prateleiras”, conta Taavi Saksen, técnico de vendas da Sapa Profiilid da Estónia.
As prateleiras foram criadas em duas versões, uma mais simples, com lugar para altifalantes e ar condicionado. Uma colaboração com outra empresa permitiu incluir nas prateleiras também canais para luzes LED.
DESIgn
A pulseira de alumínio Eve
foi premiada com o Swedish
Design S Award de 2008, pelo
seu design ”high-tech sensual
e feminino”.
Eve
A pulseira Eve é o primeiro
objecto feminino do trio de
arquitectos claesson, Koivisto
e Rune. Nunca o teriam
conseguido sem a Sapa.
Agora a empresa de alumínio é
um fornecedor de moda e a Eve
está a conquistar o mundo.
“Ficam cavidades interessantes em algo que
parece pasta de dentes”, afirma Eero Koivisto.
O resultado foi a pulseira Eve feita de perfis de
alumínio. A forma interior da Eve segue as costas
da mão. Para obter um standard que se ajustasse
à maioria das mulheres, os arquitectos mediram
as costas das mãos de mulheres que passavam nas
proximidades e também das suas colaboradoras. O
aspecto da pulseira foi determinado pela medida
que obtiveram das cerca de vinte mulheres que
mediram. O design foi mais guiado pelos dados do
que pelo estilo.
PASCAlE COTTARD OlSSOn gere uma galeria de design
QuAnDO OS PERfIS PARA a pulseira saem da máquina,
sueco se lançava preferencialmente como uma
nação jovem e “cool”. O trio já trabalhou com os
grandes e duros. Mobiliário e design de produtos
para empresas como Boffi, Iittala, David Design
e Cappellini. Desenharam o Sfera Building, uma
casa da cultura em Kyoto, e a decoração da residência do embaixador sueco em Berlim.
“Expor os seus trabalhos na minha galeria foi
um sonho que foi finalmente realizado. Eu sabia
que seriam grandes, e já queria ter feito isto há dez
anos”, diz Pascale Cottard Olsson.
TExTo EMMA OLSSON
em Estocolmo. Ela é uma pequena produtora de
design, e amiga do trio de arquitectura e design
Mårten Claesson, Eero Koivisto e Ola Rune.
Quando finalmente se decidiram a colaborar, já ela
andava a falar nisso há vários anos.
“Só agora é que há clientes suficientes, dispostos
a pagar bem. Antes trabalhávamos mais com artistas e sem pessoal suficiente”, diz Eero Koivisto.
Em preparação para a Feira de Mobiliário de
Estocolmo de 2008, Pascale Cottard Olsson reservou a sua galeria e deu carta branca ao trio. Eles
decidiram criar uma jóia.
“Queríamos algo que não fosse apenas prático,
mas também apelativo por outras razões”, diz Eero
Koivisto.
A selecção do alumínio não foi completamente
óbvia, mas os três arquitectos já tinham trabalhado
com este material, por exemplo, a série de mesas
Pergola para a empresa italiana Iren Uffici.
FoToGRAFIA MAGNUS GLANS
há ainda muito por fazer. Os perfis de alumínio
são cortados obliquamente para que o produto
final saia em cerca de trinta versões em diferentes
tamanhos. Em seguida, são colocadas numa
máquina de secar e depois anodizadas.
“Eu penso que é fantástico, dá
A criação de Eve
para reciclar. É bom no caso da
A pulseira Eve
pessoa que ofereceu a pulseira
foi exposta em Estocolmo
nos deixar”, diz Eero Koivisto.
durante a Primavera.
Claesson
O nome da exposição,
Koivisto
“A criação de Eve” foi emprestada da
Rune torobra de Miguel Ângelo,
nou-se
“A criação de Adão”, uma imagem de
conheproporções icónicas.
cido
A pulseira pode ser adquirida
durante
a Pascale cottard Olsson e em museus
os anos
por todo o mundo onde a sua
90, quancolecção é vendida.
Trio de design CKR
do o design
# 1 2008 SHAPE • 1
COMBOIOS COM PAINÉIS
CONTRA O RUÍDO
A redução eficaz de ruído é interessante por
várias razões. De acordo com Klaus Knudsen,
gestor do projecto da Caran, abre também novas
possibilidades de utilização da terra à volta da
zona dos carris.
20 SHAPE • # 1 2008
TÉCnICA ACTUAL
Os comboios da SL na linha de Roslagsbanan em Estocolomo na Suécia, fazem
demasiado ruído. Foi esta a determinação do Tribunal do Ambiente após queixas
dos residentes da zona. Um comboio está actualmente a ser testado, onde o ruído
é reduzido directamente na fonte – com painéis anti-ruído de alumínio montadas
nos lados das carruagens.
tentou remediar o problema
do ruído com protecções ao longo da linha férrea ou oferta de janelas triplas às propriedades
mais expostas. Esta solução era no entanto bastante cara, e não era suficientemente eficaz em
locais como passagens de nível e pontes.
A sL decidiu por isso testar a redução do
ruído no próprio comboio.
A tarefa caiu à empresa de engenharia Caran,
com grande experiência no desenvolvimento
de produtos para a indústria automóvel.
A ideia era montar painéis anti-ruído, chamadas saias, na locomotiva e carruagens. Em combinação com foles entre as carruagens, o ruído
é encapsulado em todo o comboio.
“Tínhamos que fazer uma construção que
fosse sólida mas o suficientemente flexível para
que um painel que se solte não descarrile o comboio se uma roda lhe passar por cima”, afirma
Klaus Knudsen, gestor do projecto da Caran.
AnTERIORMEnTE A Sl
entre diferentes compostos,
aço e alumínio o material para os painéis.
O requisito de peso leve e reciclagem foi o que
determinou a escolha do alumínio. É também uma
solução mais barata do que os materiais compostos.
“Cada carruagem é quase individual, exigindo
por isso uma montagem artesanal dos painéis. É
mais simples com alumínio”, diz Klaus Knudsen.
A Caran contactou a Sapa que ofereceu apoio
com competência técnica sobre os detalhes do
design da construção.
“A colaboração com a Sapa tem funcionado muito bem. Nem eu nem a minha equipa
tínhamos feito anteriormente construções com
alumínio de extrusão”, diz Klaus Knudsen.
Ele pensa que esta técnica adapta-se muito bem
a produção em massa, e destaca que com perfis
podem ser utilizadas as mesmas ferramentas para
fabricar painéis nos comprimentos pretendidos.
Cada painel do comboio de teste tem cerca
de um metro de comprimento, montados à
parte inferior da carroçaria. O interior tem uma
placa microperfurada especialmente desenhada
para reduzir o ruído de algumas frequências.
Esta é uma solução já testada e utilizada para
reduzir ruído em veículos a circular em unidades fabris, mas é uma novidade nos comboios.
A CARAn ESCOlhEu
“Se isto resultar, vai haver um grande mercado para este tipo de soluções. Será interessante
para muitos operadores de linhas férreas”, pensa
Klaus Knudsen.
11 quilos, mas a sua construção tem que ser um pouco especial para que
possa permitir o pessoal de manutenção abrir e
remover os painéis. Além disso tem que ser possível trancar as coberturas.
“A partir da encomenda inicial de criar um
painel de perfis, já desenvolvemos mais de vinte
artigos para este projecto. A forma exterior é
exactamente o que a Caran pretendia, e conseguimos também encontrar uma solução para a
construção anti-ruído”, afirma Crister Roswall,
comercial da Região Norte da Sapa.
A Sapa desenvolveu também durante o trabalho de construção uma estrutura de perfis em
alumínio para fixar os foles entre as carruagens. A
solução da Caran incluía também uma dianteira
nova com colunas pára-choques, utilizando perfis
de alumínio para transferir a energia do choque.
O comboio de teste já circula desde Abril,
CADA PAInEl PESA
tendo sido já dado início às medições da redução de ruído. Os painéis anti-ruído vão ser
testados durante um Verão e um Inverno antes
da avaliação final, com data preliminar para a
Primavera de 2009. Entre outras, vão ser examinadas as condições durante nevões.
“Se tudo funcionar conforme planeado,
poderá então fazer parte dum projecto de actualização de equipamento para todos os veículos
da linha de Roslagsbanan, que inclui cerca de
trinta comboios”, afirma Mats Knutsson,
especialista em ruído da sL.
Haverá outras acções para reduzir o ruído
como complemento às saias dos comboios.
Esta mesma técnica anti-ruído dos painéis já foi
utilizada para fabricar protecções baixas para os
cais das estações de caminho-de-ferro. Vão ser
colocadas em trajectos onde o leito da linha férrea é inclinado e onde níveis de ruído mais altos
possam ser produzidos devido ao contacto das
rodas com os carris.
TExTo NiLS SUNDSTRÖM
FoToGRAFIA MAURO RONGiONE
Os comboios da linha de Roslagsbanan vão ser mais silenciosos com painéis anti-ruído em cada carruagem
e locomotiva. Os painéis de alumínio estão tão próximos da superfície quanto possível para encapsular
o ruído. Uma placa perfurada no interior do painel funciona como isolamento acústico.
# 1 2008 SHAPE • 21
CURTAS & BOAS
Alumínio levemente lacado
é popular no ramo automóvel
>
As empresas americanas Bestop, fabricante de tejadilhos de
automóveis e a Carefree do Colorado que equipa autocaravanas, contactaram a Sapa para o fornecimento de perfis de alumínio.
A Sapa Extrusions de Yankton no South Dakota desenvolveu para a
Bestop uma estrutura para um tejadilho de lona para um descapotável e respectivo tejadilho. A Carefree do Colorado recebeu uma caixa
de armazenamento que funciona também como fixação para a sua
capota desdobrável. O alumínio foi uma escolha natural dado para as
duas empresas que têm veículos com grandes áreas lacadas.
“Os nossos perfis são adequados para lacar e o material excelente por não enferrujar. Providenciamos às empresas soluções com
várias funções, tanto estéticas como resistentes. É exactamente a
opção de poder escolher a cor que é considerada uma vantagem
no mercado e tencionamos continuar a desenvolver perfis de alumínio em conjunto com estas duas empresas”, conta Russ Pearson,
chefe de vendas da Sapa Extrusions.
Protecção solar única
em Espanha
>
A nova universidade a ser construída em Lleida, entre
Barcelona e Zaragoza necessitava de uma protecção solar
nova e moderna. A empresa espanhola Silverlex entrou em contacto com a Sapa.
“O nosso projecto em conjunto com a Silverlex teve início
em Dezembro de 2006, e em Maio de 2007 as novas protecções solares estavam a ser entregues ao cliente”, conta Bruno
d’Hondt, director comercial da Sapa RC Profiles da Bélgica.
As protecções solares são compostas por três perfis de
alumínio que são encaixados uns nos outros. São únicos do
género por serem as maiores protecções solares de perfis de
alumínio que a Sapa alguma vez fabricou.
“Conseguimos oferecer ao cliente uma solução global. Como
já tínhamos entregue outros perfis para o projecto de construção, foi possível utilizar o mesmo fornecedor de revestimento
para os diferentes perfis. Evitámos assim diferentes tons de
cores nos vários perfis do edifício”, diz Bruno d’Hondt.
A Sapa em colaboração a favor do clima
>
A Sapa Pole Products reduziu as emissões de dióxido
de carbono do fabrico de postes de iluminação em
Drunen na Holanda. As restantes emissões são compensadas financeiramente através do Climate Neutral Group.
”Fomos desafiados pela Hier, um grupo de iniciativas do
governo holandês. A HIER leva a cabo uma campanha para
aumentar a consciencialização dos consumidores sobre a
questão do clima. Desafiaram-nos a estudar a possibilidade
de oferecer um produto sem carbono aos nossos clientes”, diz
Tanja Buijks, do departamento de marketing e comunicação da
Sapa Pole Products na Holanda.
A Sapa Pole Products contactou o instituto independente
de engenharia Ecofys que efectuou um LCA, ou seja, uma
análise do ciclo de vida. Os produtos são avaliados desde a
sua origem, o bauxite, até ao poste já com 30 anos de uso.
A análise demonstrou que uma coluna da Sapa reciclada,
segundo as últimas especificações de EN-40, era quase
neutral em carbono. Reduzindo as emissões de dióxido de
carbono na produção, a Sapa pôde oferecer os novos pos-
22 SHAPE • # 1 2008
tes no primeiro trimestre de 2007. Os quais são compostos
por pelo menos 95% de alumínio reciclado e são por sua vez
totalmente recicláveis. As características do material não se
alteram, o que significa que os postes mantém a mesma qualidade, independentemente de o material para o seu fabrico
ser reciclado ou alumínio primário. A Sapa desenvolveu também um reforço para perfis de alumínio já patenteado, que
permitiu reduzir o peso até 20 %, poupando assim material.
As emissões por poste são baixas já que os produtos
são recicláveis. A Sapa compensa financeiramente as restantes emissões que não foi possível reduzir.
“Doamos a nossa compensação para um projecto ecológico no Egipto onde é feito composto de detritos agrícolas orgânicos”, diz Tanja Buijks.
O Egipto tem tido problemas com incineração não autorizada de detritos agrícolas, que geram grandes emissões
de metano. Os novos compostos reduzem as emissões
e melhoram o ambiente para as pessoas e culturas.
TEXTOS CURTOS Madeleine Nyberg
Sobre carris em Duisburg
Comprimento do carril:
cerca de 1.000 metros.
Comprimento dos perfis: 12 metros.
Velocidade da câmara de filmar:
30 quilómetros por hora.
Peso da câmara de filmar: 250 quilos.
Raio de curvatura: 80–90 metros.
Campeonato Mundial de
remo em Tysklandvar,
inauguração da câmara
de filmar volante.
CARRIS PARA CÂMARA DE FILMAR
desenvolvem o desporto
Imagens em directo de acontecimentos desportivos são
fundamentais para atrair público – e patrocinadores.
Uma câmara de filmar que acompanha os competidores num
carril de alumínio torna isso possível.
FOI TESTADA PELA PRIMEIRA VEZ durante o campe-
onato mundial de remo do Verão passado na
cidade alemã Duisburg, um carril com um
quilómetro de comprimento para câmaras de
filmar. Esta nova técnica foi um grande sucesso,
é o que nos relata Rainer Wagener da empresa
Peter Holzrichter, que forneceu os perfis de
alumínio Sapa ao fabricante dos carris, a Lastro
Technische Systeme em Wuppertal.
“Tudo correu como planeado, e constatou-se
que as câmaras justificaram o investimento”,
diz ele.
As imagens das câmaras implicaram, principalmente para os remadores, melhor possibilidade de analisar os seus resultados. O que é que
exactamente correu bem ou mal? Este desenvolvimento das pistas de competição significa que
Duisburg poderá agora atrair a elite para mais
eventos. Durante o Inverno as carris das câmaras são emprestadas para as pistas de bobsleigh.
“A pista de regatas de Duisburg está muito
bem equipada para o futuro com esta técnica de
análise, constata o responsável pelo pelouro
do desporto da cidade”, Reinhold Spaniel.
A POSSIBILIDADE DE TRANSMITIR imagens
das
competições para um ecrã gigante próximo
da pista proporciona ainda mais vantagens.
Actualmente os locais para espectadores não
estão apenas limitados às margens, havendo
assim mais pessoas que podem seguir a competição em directo através dos ecrãs. A organização pode também fornecer imagens de alta
definição a estações de televisão, o que torna
as competições ainda mais interessantes para
os patrocinadores.
“Os carris das câmaras atraíram muita atenção,
tendo despertado grande interesse por parte de
países estrangeiros. Os engenheiros trabalham
actualmente na aplicação desta técnica também
na Fórmula 1”, afirma Rainer Wagener.
PARA QUE SEJA possível, as câmaras têm que se des-
locar a uma velocidade até 80 quilómetros por
hora. Nas competições de remo a velocidade
atinge 30 quilómetros por hora. A distância é
também maior. Foram entregues em Duisburg
perfis com 12 metros de comprimento, que
foram unidos para criar duas linhas paralelas
ao longo das margens.
Rainer Wagener destaca que os perfis são
feitos de forma a resistir a 250 quilos, o peso de
uma câmara. A fricção deve ser mínima para
atingir grandes velocidades. Já foram utilizadas
carris semelhantes anteriormente mas as de
Duisburg são únicas. Principalmente devido
às suas dimensões e flexibilidade.
TextO Ulrika Hotopp
# 1 2008 SHAPE • 23
A NOVA VERSÃO
DE UM CLÁSSICO
O dinamarquês Poul Kjaerholm
nunca tinha conseguido ver a sua
cadeira PK8 em produção. Quando
deu novo fôlego aos seus velhos
desenhos, os especialistas de
mobiliário escolheram o alumínio
para as três pernas esbeltas.
N
a fábrica de mobiliário Fritz Hansen na
Dinamarca andam todos muito ocupados.
O design clássico escandinavo nunca foi tão
popular. Trabalham nesta fábrica Arne Jacobsen,
Bruno Mattsson, Hans J Wegner e Poul Kjærholm.
Para muitos, significa o mesmo que design simples,
clássico, minimalista e funcional.
A escolha de materiais é um dos factores de sucesso
para os móveis mais clássicos. A procura de metais,
tipos de madeira e têxteis com carácter e que facilitassem mudar a decoração vem de há 50 anos atrás.
O alumínio não fazia parte do leque de escolhas
dos designers nascidos no início do século vinte.
Mas agora é diferente.
“Os designers actuais gostam de trabalhar com
alumínio. O metal é usado em vários contextos na
nossa série de design moderno”, afirma Jan Helleskov,
director de Relações Públicas da Fritz Hansen.
Durante o Outono, a Fritz Hansen homenageou
o modernista Poul Kjaerholm, que faleceu há 25
anos. Uma das razões foi que foram encontrados
apenas há uns anos atrás, novas jóias entre os seus
velhos desenhos. Os designers da Fritz Hansen tiveram como tarefa, criar móveis actualizados baseados
na série pk de Poul Kjaerholm. A cadeira pk9 é a sua
obra mais conhecida, já há vários decénios, enquanto
outros números são menos conhecidos. É o caso da
pk8, foram feitos apenas um par de protótipos desta
cadeira. Nunca entrou em produção.
“Kjaerholm dava grande atenção a detalhes perfeitos, até as juntas deveriam ser invisíveis”, conta Jan
Helleskov.
Foi por esta razão que supomos que o alumínio teria
sido perfeito para o velho mestre. Diz-se que ele tinha
a atitude conservadora de um artesão, mas ao mesmo
tempo gostava de experimentar materiais industriais
novos. A sua linguagem de formas, com todos os novos
materiais actualmente utilizados, tem uma nova dimensão no século 21.
A pk8 tem o assento em plástico rígido e uma
estrutura de perfis de alumínio, fornecidos pela Sapa.
Os perfis são dobrados e transformados, usando polimento e anodização em cores especiais. A estrutura
é composta por duas peças que são unidas com uma
técnica de colagem especial.
O resultado – uma cadeira exclusiva de três pernas
que é vendida em todo o mundo.
TextO ulrika hotopp

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