e6.1 Prólogo Editorial
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e6.1 Prólogo Editorial
e6.1 Prólogo Editorial Do Contágio Jill Lane & Marcial Godoy-Anativia | New York University Enquanto preparávamos este número de e-misférica sobre contágio, recebemos as primeiras notícias do "vírus misterioso" posteriormente identificado como Influenza H1N1 A. O desdobramento da chamada "gripe suína" foi uma encenação quase perfeita da dimensão dos registros sociais, culturais, estéticos e políticos pelos quais o contágio percorre. Epidemiologistas estudaram o vírus em laboratórios, a esfera pública do México evaporou, imagens de máscaras cirúrgicas decoradas proliferaram, oficiais ao redor do globo debateram se deviam cortar contato com o México e seus cidadãos, o turismo paralisou e a "Cumbia da Gripe" foi composta no México e colocada no YouTube. Com o México isolado da cena internacional, a letra da cumbia sugere "estaremos muertos cuando llegue Indiana Jones" (estaremos mortos quando Indiana chegar). "Contágio é mais do que um fato epidemiológico", escreve Priscilla Wald em seu recente livro Contagious: Cultures, Carriers, and the Outbreak Narrative (2008, ver resenha nesta edição): as primeiras semanas da aparição da gripe demonstraram mais uma vez que a doença nunca é simplesmente um fato epidemiológico. Estes fatos biológicos são sempre moldados em relação a formações sociais, políticas, econômicas e culturais de largo alcance. O vírus em si viajou todas as vias abertas para o trânsito humano: o monitoramento desta viagem revelou os fluxos complexos de pessoas movendo-se através da fronteira mexicana, bem como a imensa rede de viagem conectando o México a quase todos os pontos do planeta. Aqui, como sempre, contágio é uma figura de transgressão, iluminando e imediatamente transgredindo fronteiras reais e imaginadas da nação, do estado, da comunidade, do corpo, e até da espécie. Seguir o H1N1, bem como outras pandemias, cria mapeamentos alternativos que transgridem as fronteiras fixas da nação, além de sugerir padrões de movimento que geram outro entendimento sobre os territórios e as comunidades através do contato humano. Seguindo nosso interesse em geografias culturais, nós do e-misférica estivemos particularmente interessados em como o virus—e todas as práticas de vigília, quarentena, medo e comentário social através das quais ele emergiu—traduziu o hemisfério como um espaço de tráfico afetivo e político. Em "Viral Fears" (Medos Virais), o dossier especial sobre a gripe H1N1 para esta edicão, acadêmicos e artistas de várias partes do continente americano oferecem suas leituras dos múltiplos mapeamentos do contágio e contenção que a explosão da gripe trouxe à luz. 1/3 e6.1 Prólogo Editorial Fig. 1: Cartoon por Steve Breen, San Diego Union-Tribune, 30 Abril 2009. Uma das primeiras charges (fig. 1) sobre o H1N1 captura as fantasias de imunidade (ou o que Pricilla Wald chama "imunidades imaginadas ") que o contágio provoca: aqui, uma “milícia do espirro” medindo 2,000 milhas protegerá os EUA da gripe mexicana. A ironia da imagem não é que a guarda do espirro não conseguirá suceder, nem que o medo exagerado da gripe possa produzir uma resposta tão exagerada. A ironia é que muito antes da emergência do H1N1, os mexicanos cruzando a fronteira já eram considerados um patogênio virulento ameaçando a integridade do corpo nacional dos EUA, violando suas fronteiras e se espalhando sem legitimidade pelo país. Ironicamente, a milícia do espirro é tão pouco efetiva em segurar os micróbios quanto o muro construído ao longo da fronteira o é em impedir que os migrantes a cruzem—justamente porque o muro não se volta às doenças sociais e econômicas que levam estas pessoas a cruzar a fronteira em primeiro lugar. Os discursos existente sobre o México e os imigrantes mexicanos moldaram o imaginário da gripe, assim como a gripe exacerbou e expandiu atuais atitudes racistas contra os mexicanos. A origem nacional do vírus, seja ela real ou imaginada, de fato moldou o jeito como a doença foi compreendida, gerenciada e contida em contexto tanto popular quanto institucional. 2/3 e6.1 Prólogo Editorial Fig. 2: Cópia de uma página de El Diario, 16 Junho 2009. Um outro mapa das Américas emergiu através da cobertura da gripe pelo El Diario, notícias fantasia partir vez, Nova Nova oestar de York-e jornal do da laços York alastramento diferença fala marca direcionado afetivos aos as leitores e"The diferenças unindo imunidade do a vírus leitores como países no nacionais da grupo latinos Chile, charge origem, coeso-todos México, (fig. entre acima, 2). e eles. famílias Em Guatemala aqui latinos uma achamos e página, amigos de e língua Honduras. um o vivendo jornal mapa espanhola oferece Bem desenhado lá. 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