Anais do 12º Congresso Paulista de Saúde Pública
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Anais do 12º Congresso Paulista de Saúde Pública
Saúde e Sociedade é uma revista que tem por finalidade divulgar a produção das diferentes áreas do saber, sobre práticas de saúde, visando ao desenvolvimento interdisciplinar do campo da saúde pública. Destina-se à comunidade de profissionais do campo da saúde, docentes, pesquisadores, especialistas da área de Saúde Pública/Coletiva e de áreas afins. Uma iniciativa interinstitucional da Faculdade de Saúde Pública da USP e da Associação Paulista de Saúde Pública. The purpose of the journal Saúde e Sociedade is to disseminate the production of different areas of knowledge about health practices, aiming at the interdisciplinary development of the field of public health. It is designed for the community of healthcare professionals, lecturers, researchers, experts of the Public/Collective Health Area and related areas. It is an interinstitutional effort of Faculdade de Saúde Pública/ USP and Associação Paulista de Saúde Pública. Faculdade de Saúde Pública da USP Diretora/Dean Helena Ribeiro Vice-Diretor/Vice-Dean Paulo Antonio de Carvalho Fortes Associação Paulista de Saúde Pública Presidente/President Paulo Fernando Capucci Vice-Presidente/Vice-President Marília Cristina P. Louvison Diretora de Extensão/Extension Officer Daniele Pompei Sacardo Diretor de Comunicação/Communication Officer Marco Antonio Manfredini Diretora de Finanças/Financing Officer Elaine Maria Giannotti Coordenador do Congresso da APSP/Congress Coordinator of APSP Jorge Harada Conselho de Editores/Publish Committee Conselho de Consultores/Advisory Editors Aurea Maria Zöllner Ianni - FSP/USP Fabíola Zioni - FSP/USP Irineu Francisco Barreto Jr - Fundação Seade e APSP Mara Helena de Andréa Gomes - UNIFESP e APSP Nivaldo Carneiro Junior - FCMSCSP, FMABC e APSP Paulo Antonio de Carvalho Fortes - FSP/USP Rubens de Camargo Ferreira Adorno - FSP/USP Alcindo Antonio Ferla - ESP/SESRS Ana Maria Costa - MS Augusta Thereza de Alvarenga - FSP/USP Maria Bernadete de Cerqueira Antunes - UFPE Carme Borrell - Agència de Salut Pública - Barcelona Christovam Barcellos - ICICT/Fiocruz Didier Lapeyronnie - Université Victor Segalen - Bordeux 2 Eduardo Suárez - Universidad del Salvador - Buenos Aires Eleonora Menicucci de Oliveira - UNIFESP Evelyne Marie Therese Mainbourg - C. P. Leônidas e Maria Deane/FIOCRUZ-AM Francisco Eduardo Campos - UFMG Gustavo Caponi - UFSC Jairnilson Silva Paim - ISC/UFBA Jean-Pierre Goubert - École des Hautes Études en Sciences Sociales - Paris José da Rocha Carvalheiro - FMRPUSP José de Carvalho Noronha - CICT/FIOCRUZ Lynn Dee Silver - Columbia University New York City Luciano Medeiros Toledo - C. P. Leônidas e Maria Deane/FIOCRUZ-AM Maria Cecília de Souza Minayo - ENSP/FIOCRUZ Mary Jane Paris Spink - PUCSP Osvaldo Fernandez - UNEB Patrick Paul - Université François Rabelais -Tours Paulo Eduardo Mangeon Elias - FMUSP Editores/Editors Cleide Lavieri Martins - FSP/USP e APSP Helena Ribeiro - FSP/USP Editores Convidados Marco Akerman Lucia Yasuko Izumi Nichiata Marília Cristina Prado Louvison Daniele Marie Guerra Secretária/Secretary Ana Paula Labate Rita de Andréa Gomes Credenciamento/Accreditation Programa de Apoio às Publicações Científicas e Periódicas da USP Saúde e Sociedade / Universidade de São Paulo. Faculdade de Saúde Pública e Associação Paulista de Saúde Pública. v. 1, n. 1 (jan./jun. - 1992)- . São Paulo : Faculdade de Saúde Pública da Universidadede São Paulo : Associação Paulista de Saúde Pública, 1992 - . Trimestral. Resumos em inglês e português. Descrição baseada em: V. 17, n.1 (jan/mar, 2008) ISSN 0104-1290 1. Saúde Pública. 2. Ciências Sociais. 3. Ciências Humanas. I. Faculdade de Saúde Públicada Universidade de São Paulo II. Associação Paulista de Saúde Pública CDD 614 300 Indexação/Indexation SciELO - Scientific Electronic Library OnLine Thomsom Reuters: Social Sciences Citation Index, Social Scisearch, Journal Citation Reports/Social Sciences Edition CSA Social Services Abstracts CSA Sociological Abstracts LILACS - Literatura Latino-Americana em Ciências da Saúde Ulrich’s International Periodical Directory EBSCO Publishing Latindex Library of Congress Cataloging Scopus Portal de Revistas da USP REALIZAÇÃO PATROCÍNIO APOIO INSTITUCIONAL organiZAÇÃO Comissão Organizadora do XII Congresso Paulista de Saúde Pública Presidente Paulo Fernando Cappuci :: Associação Paulista de Saúde Pública Coordenador Jorge Harada :: UNIFESP - Escola Paulista de Medicina, Secretaria de Saúde de São Bernardo do Campo Comissão organizadora Ademar Arthur Chioro dos Reis :: Secretaria de Saúde de São Bernardo do Campo Cristina Sakai :: Secretaria de Saúde de São Bernardo do Campo Daniele Marie Guerra :: Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo, Associação Paulista de Saúde Pública Elaine Maria Giannotti :: Conselho de Secretarias Municipais de Saúde São Paulo Helder Marques :: Secretaria de Saúde de São Bernardo do Campo Lucia Yasuko Izumi Nichiata :: Escola de Enfermagem da USP, Associação Paulista de Saúde Pública Luis Carlos Casarin :: Secretaria de Saúde de São Bernardo do Campo, Associação Paulista de Saúde Pública Lumena Furtado :: Secretaria de Saúde de São Bernardo do Campo, Associação Paulista de Saúde Pública Marco Antonio Manfredini :: Associação Paulista de Saúde Pública Maria Lúcia Martins de Carvalho :: Secretaria de Saúde de São Bernardo do Campo Marília Cristina Prado Louvison :: Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo, Associação Paulista de Saúde Pública Mônica Rodrigues Nagy :: Secretaria de Saúde de São Bernardo do Campo Paulo Fernando Capucci :: Associação Paulista de Saúde Pública Sonia Oliveira Barbosa Muraro :: Centro Sanitária Vigilância da Coordenadoria de controle de Doenças da Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo Stefanie Kulpa :: Secretaria de Saúde de São Bernardo do Campo Apoio operacional Cláudia Ribeiro :: Associação Paulista de Saúde Pública Presidente da Comissão Científica Marco Akerman :: Faculdade de Medicina do ABC, Associação Paulista de Saúde Pública Comissão Científica Alexandre Nemes Filho :: Centro de Saúde Escola Samuel Barnsley Pessoa, Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, Associação Paulista de Saúde Pública Ana Maria Figueiredo Souza :: Associação Paulista de Saúde Pública Beatriz Ercolin :: Conselho Reginonal De Fonoaudiologia Carlos Botazzo :: Faculdade de Odontologia USP Carolina Chaccur Aboujamra :: Secretaria de Saúde de São Bernardo do Campo Claudia Valença Montero :: Coordenadoria de Controle de Doenças da Secretaria Estadual de Saúde de São Paulo Cleide Lavieri Martins :: Faculdade de Saúde Pública USP Daniele Marie Guerra :: Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo, Associação Paulista de Saúde Pública Daniele Pompei Sacardo :: Associação Paulista de Saúde Pública Eunice Nakamura :: Universidade Federal de São Paulo, campus Baixada Santista Jorge Harada :: Unifesp - Escola Paulista de Medicina - Secretaria da Saúde de São Bernardo do Campo Jose da Rocha Carvalheiro :: Instituto de Saúde da Secretaria de Estado de Saúde de São Paulo José Ruben Ferreira de A. Bonfim :: Instituto de Saúde da Secretaria de Estado de Saúde de São Paulo Lumena Furtado :: Secretaria de Saúde de São Bernardo do Campo, Associação Paulista de Saúde Pública Luz Alcira :: Universidade Municipal de São Caetano do Sul Marco Antonio de Moraes :: Centro de Vigilância Epidemiológica da Secretaria de Estado de Saúde de São Paulo Marco Antonio Manfredini :: Associação Paulista de Saúde Pública Marília Cristina Prado Louvison :: Secretaria de Estado de Saúde de São Paulo, Associação Paulista de Saúde Pública Nivaldo Carneiro Júnior :: Faculdade de Medicina do ABC, Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo Oziris Simões :: Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo Paulo Antonio de Carvalho Fortes :: Faculdade de Saúde Pública da USP Paulo Capel Narvai :: Faculdade de Saúde Pública da USP Paulo Fernando Capucci :: Associação Paulista de Saúde Pública Pedro Dimitrov :: Fundação do Desenvolvimento Administrativo Rosamaria Rodrigues Garcia :: Universidade Municipal de São Caetano do Sul Rosangela Filipini :: Faculdade de Medicina do ABC Rosilda Mendes :: Universidade Federal de São Paulo Baixada Santista Sérgio Baxter Andreoli :: Universidade Católica de Santos Sonia Oliveira Barbosa Muraro :: Centro Sanitária Vigilância da Coordenadoria de controle de Doenças da Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo Suely Vallin :: Secretaria de Estado de Saúde de São Paulo Tarcisio de Oliveira Barros Braz :: Secretaria de Estado de Saúde de São Paulo, Associação Paulista de Saúde Pública Tiago Noel Ribeiro :: Secretaria Municipal de Saúde de Guarulhos Vânia Barbosa do Nascimento :: Hospital Nardini, Instituto de Saúde da Secretaria de Estado de Saúde de São Paulo Vera Lúcia de Barros :: Secretaria Municipal da Saúde de São Paulo, Centro de Formação, Treinamento e Aperfeiçoamento Wilma Madeira :: Faculdade de Medicina do ABC, Instituto de Responsabilidade Social Sírio-Libanês Pareceristas Alexandre Nemes Filho :: Centro de Saúde Escola Samuel Barnsley Pessoa, Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, Associação Paulista de Saúde Pública Antonio de Pádua Pithon Cyrino :: Universidade Estadual Paulista Julio de Mesquita filho - Botucatu Aquilas Mendes :: Faculdade de Saúde Pública USP e Pontifícia Universidade Católica São Paulo Aurea Maria Zollner Ianni :: Faculdade de Saúde Pública da USP Carlos Eduardo Panfilio :: Universidade Municipal de São Caetano do Sul Claudia Maria Bogus :: Faculdade de Saúde Pública da USP Claudia Valença Montero :: Coordenadoria de Controle de Doenças da Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo Cleide Lavieri Martins :: Faculdade de Saúde Pública da USP, Associação Paulista de Saúde Pública Daniele Marie Guerra :: Secretaria de Estado de Saúde de São Paulo, Associação Paulista de Saúde Pública Daniele Pompei Sacardo :: Associação Paulista de Saúde Pública Eunice Nakamura :: Universidade Federal de São Paulo Baixada Santista Fernando Mussa Abujamra Aith :: NAP-DISA/USP Harki Tanaka :: Universidade Federal do ABC Irineu Francisco Barreto Jr. :: Fundação Seade/Revista Saúde e Sociedade Isabel Fuentes :: Secretaria Municipal de São Bernardo do Campo José Ruben Ferreira de A. Bonfim :: Instituto de Saúde da Secretaria de Estado de Saúde de São Paulo Juan Yasle Rocha :: Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto USP Laura Camargo Macruz Feuerwerker :: Faculdade de Saúde Pública USP Lilia Blima Schraiber :: Faculdade de Medicina USP Lislaine Aparecida Fracolli :: Escola de Enfermagem da USP Lucia Yasuko Izumi Nichiata :: Escola de Enfermagem da USP Luiz Carlos de Oliveira Cecílio :: Universidade Federal de São Paulo Luz Alcira :: Universidade Municipal de São Caetano do Sul Marcia Thereza Couto Falcão :: Faculdade de Medicina da USP Marília Cristina Prado Louvison :: Secretaria de Estado de Saúde de São Paulo, Associação Paulista de Saúde Pública Nivaldo Carneiro Júnior :: Faculdade de Medicina do ABC, Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo Paula Carnevale :: Universidade Vale do Paraíba Paulo Capel Narvai :: Faculdade de Saúde Pública da USP Rosamaria Rodrigues Garcia :: Universidade Municipal de São Caetano do Sul Rosangela Filipini :: Faculdade de Medicina do ABC Sérgio Baxter Andreoli :: Universidade Católica de Santos Suely Vallin :: Secretaria de Estado de Saúde de São Paulo Tarcisio de Oliveira Barros Braz :: Secretaria de Saúde de São Bernardo do Campo Tiago Noel Ribeiro :: SMS Guarulhos Vânia Barbosa do Nascimento :: Hosp. Nardini, Inst. Saúde Vera Lúcia de Barros :: SS, CEFOR, ETSUS Wilma Madeira :: Faculdade de Medicina do ABC, Instituto de Responsabilidade Social Sírio-Libanês Sumário Saúde e Sociedade 7 Editorial olume 20 V Suplemento 1 Outubro 2011 Cleide Lavieri Martins 8 Editorial Especial Marco Akerman 9 Eixo I - Defesa do SUS e seguridade social no Brasil como direito de cidadania Pesquisa: Trabalhos científicos concluídos ou em andamento com resultados parciais Experiência: Relatos de experiências por sua relevância e/ou êxito Outras produções: Apresentação de vídeo, produção artística, etc 38 Eixo II - Gestão técnica e política do SUS Pesquisa: Trabalhos científicos concluídos ou em andamento com resultados parciais Experiência: Relatos de experiências por sua relevância e/ou êxito Outras produções: Apresentação de vídeo, produção artística, etc 130 Eixo III - Inovações na produção do cuidado, das práticas e do conhecimento Pesquisa: Trabalhos científicos concluídos ou em andamento com resultados parciais Experiência: Relatos de experiências por sua relevância e/ou êxito Outras produções: Apresentação de vídeo, produção artística, etc Editorial Com o tema “Saúde e Direitos: escolhas para fazer o SUS?” a APSP promove o 12º Congresso Paulista de Saúde Pública, um evento que abre espaço para debates e reflexões acerca das políticas para o sistema de saúde no estado de São Paulo e no Brasil. Um evento que envolve diferentes atores desde representantes das universidades, gestores de políticas sociais e sistema de saúde, trabalhadores da saúde, usuários dos serviços, enfim todos os cidadãos, grupos e coletivos responsáveis pela consolidação e fortalecimento do SUS. A Saúde e Sociedade não poderia deixar de fazer parte desse momento. Neste Suplemento, como em congressos anteriores, publicamos os resumos dos trabalhos aprovados. Acolhemos assim, a produção dos congressistas que espontaneamente apresentaram suas pesquisas e relatos de experiências, contribuindo para a consolidação do Congresso e o aprofundamento das discussões e análises que o tema geral do Congresso sugere. A publicação dos Anais, em formato Livro de Resumos, pela revista Saúde Sociedade, reafirma o vínculo desta publicação científica com os serviços, ampliando o espaço de relevante debate para a Saúde Pública. Cleide Lavieri Martins Pelo Conselho Editorial Anais XII Congresso Paulista de Saúde Pública Saúde Soc. São Paulo, v.20, supl.1, 2011 7 Editorial Especial XII Congresso Paulista de Saúde Pública - “Saúde e Direitos: escolhas para fazer o SUS! Bem-vindas e Bem-vindos ao XII Congresso Paulista de Saúde Pública realizado pela Associação Paulista de Saúde Pública e pela Secretaria de Saúde de São Bernardo do Campo, 22 a 26 de outubro de 2011. Em debate “Escolhas para fazer o SUS” no contexto da Saúde e dos Direitos! O tempo é de mudanças na sociedade brasileira em que o crescimento econômico e o aumento do crédito e do consumo entram na agenda política e no cotidiano de cada cidadão. Há consequências importantes para o setor saúde. Dez meses de novos governos e novas agendas na esfera federal e estadual. A Emenda Constitucional 29 foi aprovada e a sociedade questiona como financiá-la. A grande imprensa pauta de maneira sistemática as “deficiências” do SUS. Crescem os usuários de planos de saúde. Modelam-se alternativas de gestão e de parcerias público-privado. O debate é tenso! Nas universidades e nos serviços há alguns movimentos de mudança na formação, nos modos de fazer pesquisa, nas práticas e no cuidado e a questão é como sustentar pequenas mudanças induzidas por recursos públicos. A 14ª Conferencia Nacional de Saúde pauta o SUS como patrimônio nacional de todos! Em três dias estes e outros temas estarão presentes em três eixos: Eixo 1 - Defesa do SUS e seguridade social no Brasil, como direitos de cidadania; Eixo 2 - Gestão técnica e política do SUS e Eixo 3 - Inovações na produção do cuidado, das práticas e do conhecimento. A chamada para a submissão de trabalhos previu três possibilidades de resumos: Relatos de pesquisa; Relatos de Experiências e Outras produções (vídeos, instalações artísticas, por exemplo). Os Congressistas submeteram seus resumos classificando-os nos três Eixos e a Comissão Científica reclassificou-os em sub-eixos para o debate em salas de discussão temáticas. Além dos requisitos de preparação dos resumos, o processo de avaliação observou os seguintes critérios para a aprovação dos trabalhos: • A relevância da temática para o tema do congresso • Importância e coerência metodológica • Encadeamento lógico entre os tópicos. • Clareza, coerência e concisão. Foram submetidos 897 trabalhos e 37 não foram recomendados. Entre os recomendados, há resumos que não estão estruturados como nas instruções, mas foram incorporados por serem relevantes para o debate em tela. Compondo o número especial da Revista Saúde e Sociedade, os resumos foram formatados conforme diagramação do periódico, em PDF. Desta forma, para encontrar o seu trabalho, utilize o sistema de busca do Acrobat Reader, no menu superior, digitando o título, autor, instituição ou conteúdo do resumo. Façam bom uso destes resumos, que além de darem visibilidade aos trabalhos submetidos durante o Congresso, possam ser úteis como material pós Congresso na sua vida como profissional de saúde, militante ou acadêmico, no processo permanente de fazer escolhas para o SUS. Abraços, Marco Akerman Presidente da Comissão Científica Eixo I – Defesa do SUS e seguridade social no Brasil como direito de cidadania Resumos de Relatos de Pesquisa A IMPORTÂNCIA DO ENFERMEIRO NO PROCESSO disso, realizar grupos focais para orientação e sensibilização coletiva aos idosos. Conclusão: Com ênfase DE TERRITORIALIZAÇÃO DO CUIDADO DO IDOSO Guarnieri, A.P. (1); Lima, B.E.M. (1); Gusmão, C.B. (1); Andrade, D.S. (1); Bezerra, D.G. (1); Martins, N.B. (1); Instituição: 1 - FMABC; Introdução: A proporção de idosos do município de São Caetano do Sul está aumentando quando comparado ao estado. Portanto, é necessário que os profissionais de saúde tenham capacitação em gerontologia, possibilitando-os atender às necessidades dessa população. Considerando que a Estratégia de Saúde da Família (ESF) é responsável pelo desenvolvimento de ações de atenção à saúde que proporcionem qualidade de vida. Tendo em vista a importância da territorialização na ESF, viabilizando conhecimento do perfil populacional que subsidia os profissionais de saúde, particularmente o enfermeiro para o desenvolvimento de estratégias de cuidado à saúde do idoso. Objetivos: Analisar a importância da territorialização para a delimitação do cuidado aos idosos e entender a importância do enfermeiro na territorialização e a influência da mesma nas estratégias de cuidado ao idoso. Metodologia: Trata-se de uma revisão bibliográfica da Biblioteca Virtual de Saúde, utilizando os descritores: Programa Saúde da Família, papel do enfermeiro e gerontologia entre 2.008 à 2.010. Foram selecionados 10 artigos de relevância para o estudo. Análise e discussão dos dados: A territorialização permite delimitar as particularidades da população, proporcionando o planejamento local das ações. Dessa forma, o enfermeiro como integrante da equipe terá conhecimento asseado do perfil epidemiológico do público alvo. A cidade de São Caetano do Sul tem o maior IDH, por isso o enfermeiro deve atuar no planejamento e desenvolvimento de ações voltadas ao atendimento ao idoso, proporcionando ações que ofereçam maior resolutividade. Portanto, o enfermeiro deve atuar por meio da consulta de enfermagem realizando avaliação multidimensional, dessa forma, contribuindo para um cuidado especializado e resolutivo. Além Anais XII Congresso Paulista de Saúde Pública no processo de territorialização e cuidado do idoso é necessária atenção qualificada, portanto, torna-se necessário um perfil ideal de profissionais de saúde, particularmente de enfermeiros, sendo imprescindível a formação acadêmica que compreenda as mudanças físicas, emocionais e sociais dessa faixa etária. Assim sendo, consideramos que a presente pesquisa é um ensaio que requer complementação com o desenvolvimento de outros projetos que abordem esta temática, já que a literatura fornece poucos subsídios para o entendimento deste questionamento. A PERCEPÇÃO SOBRE A ALIMENTAÇÃO E A SAÚDE COMO DIREITOS SOCIAIS EM PROGRAMAS DE SEGURANÇA ALIMENTAR E NUTRICIONAL, DESENVOLVIDOS NO MUNICÍPIO DE SÃO PAULO. Rocha, N.C (1); Bógus, C.M. (2); Instituição: 1 - FSP- USP; 2 - FSP-USP; Introdução: Em fevereiro de 2010, a alimentação foi incluída entre os direitos sociais garantidos pela Constituição Federal Brasileira. Apesar disso, a perspectiva dos direitos humanos com relação à alimentação e à saúde ainda parece frágil dentre programas sociais governamentais Objetivo: Analisar, sob a perspectiva dos direitos humanos, como a alimentação e a saúde são percebidas em programas de Segurança Alimentar e Nutricional desenvolvidos no município de São Paulo. Metodologia: O estudo, de abordagem qualitativa, foi desenvolvido a partir da análise de documentos que criam e regulamentam os programas, e de entrevistas semi-estruturadas junto a profissionais ligados ou responsáveis por sua coordenação, sendo usada análise de conteúdo. Resultados Dentre os programas estudados- Banco de Alimentos, Programa de Agricultura Urbana e Periurbana (PROAURP), Bolsa Família, Renda Cidadã, Renda Mínima, Projeto Bom Prato e Projeto Vivaleite- predominaram duas perspectivas, Saúde Soc. São Paulo, v.20, supl.1, 2011 9 de maneira geral. A primeira, mais frequente dentre programas de distribuição de alimentos (Vivaleite e Bom Prato) relacionava a saúde dos usuários à qualidade sanitária e nutricional dos alimentos e refeições ofertados, por sua vez, vistos quase como caridade. Os usuários são percebidos como “necessitados” e não sujeitos de direito e têm pouca, ou nenhuma relação direta com a administração destes programas, sempre intermediada por entidades assistenciais da sociedade civil. A segunda perspectiva relaciona a saúde dos usuários ao acesso a serviços de saúde e predominou dentre programas com condicionalidades (Programas de transferência de renda e Vivaleite). Os responsáveis pelos programas de transferência de renda e PROAURP percebem seus usuários como pessoas excluídas socialmente e portadoras de direitos que devem ser garantidos pelo Estado. No Programa de Agricultura Urbana e Periurbana, a criação de um ambiente mais saudável não foi percebida como elemento de promoção da saúde da população atendida. Conclusão: De maneira geral, a distribuição de alimentos está fortemente relacionada a uma ideia de caridade e não de direito à alimentação ou à saúde. Por outro lado, as condicionalidades de programas de transferência de renda, ao menos em discurso, parecem chave para a garantia do direito à alimentação e à saúde das famílias atendidas. A PRODUÇÃO ATENÇÃO BÁSICA NO PERÍODO DE IMPLANTAÇÃO PACTO PELA SAÚDE (2006-2010) Vasconcellos, S.C. (1); Mendes, A. N (1); Instituição: 1 - FSP/USP; No Brasil, desde 1990, o poder executivo brasileiro, representado pelo Ministério da Saúde, vem adotando como estratégia para reorganização e reordenamento do Sistema de Saúde, a estruturação e ampliação de serviços e ações de Atenção Básica, ao passo que vem aumentando o financiamento deste nível de atenção nos últimos anos. O objetivo deste estudo é compreender as características estruturais da Atenção Básica e os mecanismos de utilizados para sua regulação, reconhecendo o papel central do financiamento. A abordagem utilizada para realização deste estudo foi à qualitativa exploratória, caracterizando-se numa pesquisa bibliográfica. As bases de dados acessadas foram LILACS, BIREME, SCIELO, durante um período de março a julho de 2011. Anais XII Congresso Paulista de Saúde Pública Em 2006, a partir da publicação da Portaria Nº648/2006, afirma-se que “o Pacto pela Vida definiu como prioridade consolidar e qualificar a Estratégia de Saúde da Família (ESF) como modelo de Atenção Básica e centro ordenador das redes de atenção à saúde no Sistema Único de Saúde” (BRASIL, 2006). Apesar da expansão da ESF no território brasileiro nos últimos 19 anos, não houve/há uma consolidação uniforme da estratégia. A implantação ocorre de forma heterogenia, em especial nos municípios cujo número de habitantes não esteja em faixas extremas, estes muito pequenos ou grandes . Observamos, neste primeiro momento, a concentração de poder e a centralização da formulação da Politica de Atenção Básica no nível federal, visto que, o principal veículo de comunicação adotado pelo MS é a publicação de resoluções e portarias que definem quais e que tipos de ações e serviços serão financiados. É notória a movimentação que o MS vem realizando na tentativa de organizar o SUS, a partir da estruturação e fortalecimento da Atenção Básica. O Pacto pela Saúde vislumbrava proporcionar uma maior autonomia dos gestores municipais, consolidando o processo de descentralização, mediante assinatura de termos de compromisso de gestão e a constituição de redes regionais de saúde. No entanto, primeira vista, observamos uma “autonomia tutelada/relativa”, pois a formulação das diretrizes da política acontece no nível federal, e o repasse dos recursos financeiros só é efetuado mediante adesão do município aos programas, em especial a Estratégia da Saúde da Família. A UNIVERSIDADE METODISTA DE SÃO PAULO NO PROJETO RONDON: CONTRIBUIÇÃO COM AÇÕES NA ÁREA DA SAÚDE PARA O BEM ESTAR DA POPULAÇÃO DE PORTO ESPERIDIÃO - MT. Bigoli, V. H. O. (1); Junior, D. B. (2); Cacchero, J. N. (1); Santos, S. O. (1); Balthazar, F. T. R. (1); Imbó, E. N. N. V. (1); Silva, M. R. A. S. (1); Aranda, B, H. (3); Silva, F. M. M. (2); Pereira, G. S. (1); Instituição: 1 - UMESP (Universidade Metodista de São Paulo); 2 - UMESP (Universidade Metodista de São Paulo; 3 - UMESP (Universidade Metodista de são Paulo); Com o objetivo de promover ações de saúde e cidadania em nome da Universidade XXXXX, alunos dos cursos de biologia, biomedicina, educação física, jornalismo, Saúde Soc. São Paulo, v.20, supl.1, 2011 10 odontologia e psicologia promoveram diversas ações pelo Projeto Rondon, na cidade de Porto Esperidião (MT). Em odontologia, a escovação foi a principal forma de abordagem, que atingiu crianças de todas as idades, tanto na região rural e urbana. Além disso, foi feita aplicação de flúor e distribuição de kits odontológicos para dar continuidade ao processo de profilaxia bucal da população. Foi estabelecido também contato com os agentes de saúde de ambas comunidades, com o intuito de saber o índice e a recorrência de doenças relacionadas à saúde bucal, doenças endêmicas, hipertensão diabetes e hipercolesterolemia nos diversos distritos. Ainda nas atividades da odontologia, com recursos da universidade, foram construídos três escovódromos, em escolas diferentes Nas áreas de biologia e biomedicina, temas como água, esgoto e saneamento foram temas de palestras direcionadas ao público adulto. Doenças relacionadas à água não-tratada e outros problemas recorrentes às situações de saneamento precário foram abordadas, com intuito de conscientizar a população sobre os riscos à saúde. As ações também contaram com atividades que trataram de hipertensão, colesterol e diabetes. Seminários abordaram temas como educação sexual, DTS e saúde da mulher, assim com as técnicas de auto-exame e informações sobre o câncer de mama e a importância da prática. Em educação física, práticas recreativas e alongamentos antes do início das atividades. Além disso, contou também com palestras voltadas especialmente para a terceira idade, ressaltando a importância da prática do exercício físico para prevenção de lesões, ganho de fortalecimento muscular e equilíbrio e os problemas e riscos que a falta de atividade física nessa faixa etária provocam. Em conjunto com psicologia, foram apresentadas em palestras voltadas aos profissionais de educação das escolas na zona rural e urbana, temas como: deficiências físicas ou intelectuais, e déficit de atenção. Assim como foi realizada uma palestra motivacional para os mesmos, com o intuito de mostrar a importância de ser educador. Em psicologia, a visita aos agentes de saúde do município, na sede do PSF (Programa da Saúde da Família) também ajudou a abordar temas relacionados à área. Anais XII Congresso Paulista de Saúde Pública AÇÕES MUNICIPAIS DE ATENÇÃO ÀS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA BARRETO JUNIOR, Irineu Francisco. (1); SILVÉRIO, Catarina Aparecida Guarnieri (2); BISMARA, Ida Maria Caminada (2); VICTORINO, Rita de Cássia (2); CIOFFI, Sylvia Maria da Penha (2); SILVA, Zilda Pereira da (3); Instituição: 1 - Fundação Seade; Mestrado em Ciências Sociais da UVV; Mestrado em Direito da FMU.; 2 - Fundação Seade; 3 - Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo - FSP-USP; Nas últimas décadas, o país vivencia a municipalização das políticas sociais, ou seja, a transferência da gestão de serviços dos níveis federal e estadual para o âmbito municipal. Esse processo iniciou-se com a área de saúde, seguida pela educação e assistência social e continua avançando para outras esferas de atuação das políticas sociais. Mais recentemente, o Estado brasileiro tem se esforçado para atender aos direitos das pessoas com deficiência, seja por meio de mudanças legislativas, seja desenvolvendo programas e ações que propiciem a inclusão desse segmento populacional. A pesquisa Ações Municipais de Atenção às Pessoas com Deficiência investigou as ações desenvolvidas pelas prefeituras no Estado de São Paulo. O foco do estudo, portanto, foram as políticas municipais dirigidas às pessoas com deficiência. Nesse sentido, a Fundação Seade procurou investigar, por meio de pesquisa primária nas 645 prefeituras paulistas, como se configuram a gestão e a execução de programas e ações municipais que propiciem às pessoas com deficiência a plena inclusão na vida comunitária. A pesquisa obteve respostas de 550 cidades, entre 2009 e 2010, que compõem os resultados aqui analisados. A pesquisa revelou a capilaridade dos programas e ações municipais voltados às pessoas com deficiência. Porém, um Estado heterogêneo e complexo como São Paulo deve ser analisado tendo em vista essa multiplicidade. Nessa perspectiva, a pesquisa mostrou que essas ações, de um modo geral, são mais comuns nas cidades situadas nas três regiões metropolitanas, além dos municípios com população acima de 250.000 habitantes. Foi comum que essas ações fossem articuladas por diferentes secretarias e órgãos municipais, tais como secretarias municipais de saúde, educação, assistência e desenvolvimento social, além da participação de instituições privadas (filantrópicas ou Saúde Soc. São Paulo, v.20, supl.1, 2011 11 lucrativas) responsáveis, em inúmeras localidades, pelo atendimento direto das pessoas com deficiência. Além disso, as políticas municipais articulam-se com as estaduais, que são responsáveis pela concatenação dessa complexa rede e estabelecem macro-diretrizes das políticas, num Estado complexo e heterogêneo como São Paulo. ADESÃO AO TRATAMENTO DE HANSENÍASE EM ARAGUARI – MG, COMPARADO A NÍVEL NACIONAL GOULART, R. F. (1); BRAMBILLA, C. (1); NEGREIROS, D. F. (1); BAPTISTA, A.C. (1); COELHO, N.L. (1); PRADO, I.F. (1); COSTA, J.O. da (1); Instituição: 1 - UNIPAC ARAGUARI; Esta investigação visa identificação de fatores associados à falha no tratamento polioquimioterápico da Hanseníase na cidade de Araguari – MG. Essa pesquisa tem como sustentação metodológica dados estatísticos levantados do ano de 2005 a 2010. Nos dados notou-se excepcionalidade, tendo tratamento cura unânime de todos os doentes demonstrando efetividade ímpar da equipe e dos doentes. Todavia, essa pretensão merece ser conhecida, pois não houve interposição da equipe de saúde (médicos e agentes) quanto a preocupação aos pacientes. A princípio, a busca ativa da pesquisa visava dados errôneos, falhas, desistências, barreiras que dificultavam ou levavam a não adesão da busca pela cura. Porém, fomos surpreendidos pela eficácia e disposição da equipe como um todo para com o doente. É bem de ver, ainda, que já há diferença na forma do tratamento dos pacientes nesse município, comprovando através de estatística cura de 100% da patologia. AS AÇÕES DE CONTROLE DA TUBERCULOSE NA ATENÇÃO BÁSICA: AVALIAÇÃO DO IMPACTO EPIDEMIOLÓGICO DA DESCENTRALIZAÇÃO, EM UMA SÉRIE HISTÓRICA DE 2001 A 2009, EM MUNICÍPIO PAULISTA. JESUS; G.J (1); OLIVEIRA; I.C. (1); RODRIGUES; I.C. (2); MACHADO; I.L.L. (3); VILLA; TEREZA C.S. (4); CURY; M.R.C. (5); VENDRAMINI; S.H.F. (6); Instituição: 1 - Discente do curso de graduação em Enfermagem; 2 - Enfermeira da Vigilância Epidemiológica da Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo; 3 - Mestranda da Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto; 4 - Professora Doutora da Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto-EERP/USP; 5 - CoorAnais XII Congresso Paulista de Saúde Pública denadora do Programa de Controle da Tuberculose em São José do Rio Preto; 6 - Professora Doutora do Departamento de Enfermagem em Saúde Coletiva e Orientação Profissional da FAMERP; Introdução: A tuberculose, doença de profundas raízes sociais apresenta fatores agravantes como a multirresistência às drogas e a Aids, além do abandono do tratamento. O Brasil encontra-se no 19º lugar entre os 22 países de maior incidência (46 casos/100.000 habitantes) em 2009. O Programa de Controle da Tuberculose reconheceu a necessidade de combater a doença por meio da descentralização das ações de controle para a Atenção Básica. Objetivo: Analisar o impacto epidemiológico da descentralização das ações de controle da tuberculose para a Atenção Básica, no município de São José do Rio Preto-SP, no período de 2001 a 2009. Método: Os dados a respeito da descentralização foram coletados a partir de documentos oficiais e internos da Secretaria Municipal de Saúde e Conselho Municipal de Saúde. Os dados secundários para identificação das Unidades de tratamento, dos indicadores de detecção, cobertura do Tratamento Diretamente Observado e taxas de cura, óbito e abandono foram obtidos a partir do banco de dados do Programa de Controle da Tuberculose (WEB-TB). Os dados foram analisados por meio de números absolutos e freqüência, apresentados em forma de figuras e tabelas. Resultados descentralização das ações do Programa de Controle da Tuberculose teve início em 2001; no final de 2004 a doença foi considerada prioritária, sendo traçadas as metas de descentralização gradual do Programa para a Atenção Básica. Em 2006 os serviços especializados ainda eram responsáveis pelo atendimento da maior parte de casos, (85,5%), nos anos seguintes houve um declínio deste percentual, passando as Unidades Básicas de Saúde a assumir seu papel na maior parte da detecção de casos (30,1%). Em relação ao desfecho observou-se diminuição da cura, do óbito, do abandono e aumento do Tratamento Diretamente Observado. Conclusão: houve um avanço, ainda que incipiente, no processo de descentralização das ações de controle da tuberculose. As ações antes desenvolvidas em nível secundário, em ambulatório de referência estão sendo gradativamente desenvolvidas em Unidades da Atenção Básica. A utilização do Tratamento Diretamente Observado, procedimento comprovadamente eficaz no controle da tuberculose apresentou um avanço importante neste processo. Saúde Soc. São Paulo, v.20, supl.1, 2011 12 Descritores: Tuberculose; Atenção Primária a Saúde; Descentralização. Fontes de Financiamento: Bolsa de Iniciação de Científica (PIBIC 2010/2011) CIDADANIA, ECONOMIA E SAUDE EM TEMPOS DO REAL BRASIL, HILDEMAR (1); Instituição: 1 - FACULDADE OBOÉ; A pesquisa procura demonstrar o avanço dos investimentos em saúde no Brasil na era do Partido dos Trabalhadores, conhecida como a era LULISTA. A comparação com os anos que antecederam este governo e o início do plano real dão suporte a modelos econométricos que auxiliam a demonstrar os danos e benefícios da política de saúde no Brasil e os efeitos do Programa SUS. A partir de dados agregados demonstra-se a insuficiência de aparelhos e equipamentos de saúde para a promoção desta nas regiões brasileiras. Conclui-se que, apesar dos esforços e falácias sobre o assunto, muito precisa ser feito na direção de uma saúde justa para uma sociedade que ainda patina na injustiça econômica e social decorrente de políticas equivocadas que se acumulam nos últimos anos. COMO AVANÇAR NA HUMANIZAÇÃO DO CUIDADO OFERECIDO POR UMA UNIDADE BÁSICA DE SAÚDE? UMA PESQUISA IMPLICADA Molina, M. C. (1); Cecilio, L. C. O. (1); Instituição: 1 - UNIFESP; O estudo relata e analisa uma pesquisa-intervenção que realizei em uma unidade de saúde da Secretaria Municipal de Saúde de Campinas, onde atuo como apoiadora distrital. O empírico da tese começou em dezembro de 2008, com um pedido para que eu trabalhasse a “comunicação” na equipe. A intervenção, visando a atender tal demanda, cumpriu duas etapas principais. Na primeira, foram realizadas as “oficinas de comunicação”, envolvendo os funcionários da unidade. A partir das oficinas, foram mantidos encontros com os trabalhadores, para trabalhar sobre o material produzido e viabilizar as propostas de solução, tendo prosseguido este trabalho durantes os seis meses seguintes. Foi um período de busca da reconstrução de relações e modos de se produzir o cuidado. A segunda etapa constituiu-se de “oficina de humanização”, preAnais XII Congresso Paulista de Saúde Pública parada a partir de entrevistas com os trabalhadores, sobre seu entendimento a respeito da humanização e sobre o cuidado oferecido pela unidade de saúde. O desafio metodológico foi transitar da função institucional que exerço a partir de marcado lugar de poder, autoridade e de “exterioridade” em relação à equipe de trabalhadores, para uma inserção mais íntima e “interna” às suas relações micropolíticas, tentando produzir, com eles, reflexões e ações voltadas para a humanização das relações que regem seu cotidiano e, ao mesmo tempo, das relações que estabelecem com os usuários na produção do cuidado. Uma pesquisa implicada, portanto, porque tive que lidar o tempo todo, com a tensa relação entre minha localização na hierarquia das relações, com a dinâmica e modo de funcionamentos da equipe. O estudo apresenta e problematiza o movimento de interiorização/exteriorização em relação ao campo micropolítico que foi sendo investigado, modificado e produzido. Uma intervenção que produzisse, ao mesmo tempo, o “objeto” e a teoria para pensar o “objeto” que estava sendo produzido. A tese foi a configuração da construção de um mapa. O mapa é composto por meridianos e paralelos que se cruzam o tempo todo e vão reconstruindo o caminho das minhas intervenções. Os meridianos produzem a “verticalidade” do mapa, delimitando “campos de observação e/ou reflexão”, recortes-referência, sempre atravessados pelos paralelos que vão produzindo a sua “horizontalidade”. Estive sempre atenta às linhas de fuga produzidas no cruzamento dos paralelos com os meridianos, buscando nelas indicações sobre outros modos de pensar e fazer o que eu não experimentara antes. CONDIÇÕES DE SAÚDE DA MULHER NO SISTEMA PRISIONAL DA BAIXADA SANTISTA Pinto, R.M.F. (1); Bernardes, L.M. (1); Fernandes, J.M.P.A. (1); Makhoul, A.F. (1); Barreira, T.M.H.M. (1); Monteiro, G. V. (1); Micheletti, F.A.B.O. (2); Silva, M.L.N. (1); Instituição: 1 - UNISANTOS; 2 - PREFEITURA MUNICIPAL DE SANTOS; Introdução: Esse estudo é um recorte do projeto Avaliação das Condições de Vida e Saúde da População Carcerária Feminina na Baixada Santista. Desde 1984 está previsto em lei o atendimento em saúde a pessoas reclusas, embora apenas em 2003 tenha se consagrado a necessidade de organização de ações e serviços de saúde no sistema penitenciário com base nos princípios Saúde Soc. São Paulo, v.20, supl.1, 2011 13 e diretrizes do SUS. Na Lei de Execução Penal (LEP) a assistência em saúde figura como um dos elementos que contribuem para o retorno à convivência em sociedade. No Plano Nacional de Saúde no Sistema Penitenciário (PNSSP), a assistência é guiada pela lógica da atenção básica e a prevenção e promoção em saúde enquanto atividades prioritárias à universalidade e à equidade da assistência para todos, inclusive a população privada de liberdade. Objetivos: verificar os principais problemas de saúde das detentas das Cadeias Públicas de Santos e São Vicente; identificar as medidas tomadas pelo sistema prisional em relação ao diagnóstico e tratamento de doenças. Método: pesquisa qualitativa realizada nas cadeias públicas de Santos e São Vicente. Foram sujeitos da pesquisa 10 detentas (cinco em cada DP) que tiveram ou estavam com problemas de saúde durante o período de detenção e os profissionais de saúde que atendem ou atenderam as detentas durante este período. O instrumento utilizado para ambos os grupos foi a entrevista com roteiro. Resultados A cadeia de Santos é atendida por três médicos: um ginecologista, dois clínicos (um da prefeitura e outro do Estado) e um dentista, que atende duas vezes por semana. Casos de emergência são encaminhados ao pronto socorro municipal. Quando necessário realizar exames fora da detenção, a detenta é conduzida por viatura e acompanhada por um segurança. É imediatamente atendida. Em São Vicente, o atendimento clínico é realizado três vezes por semana. Quando adoecem, são levadas para o pronto socorro ou, quando necessário, para uma UBS. Dentre as detentas, 06 estavam em tratamento de Tuberculose. Conclusão: o estudo revelou que a condição de acesso e o direito à saúde das detentas são precários. A responsabilidade do Estado na preservação à saúde da mulher presidiária não é cumprida. Em relação à TB, não existe TDO é a administração dos medicamentos é delegada a outras PPL. O reconhecimento da presa como doente e como cidadã portadora de direitos, efetivamente não acontece nas duas cadeias. de. Ampliar o potencial deliberativo e participativo desses fóruns está diretamente relacionado a uma atuação democrática e autônoma dos Conselhos. O objetivo deste estudo foi analisar as condições físicas, materiais e de funcionamento dos Conselhos Municipais de Saúde da Região Metropolitana de São Paulo (CMS/RMSP) que favorecem a autonomia e democratização dos mesmos. Os dados foram coletados, em novembro de 2009, por meio de entrevistas telefônicas com os Secretários Executivos dos CMS/RMSP ou Gestores Municipais. As questões foram norteadas pelos indicadores elaborados pelo projeto ParticipaNetSUS. Procedeu-se também a análise documental. Dos 33 CMS/RMSP entrevistados, dois não possuíam regimento interno e apenas cinco informaram ter plano de trabalho. A presidência do Conselho era cargo nato do Secretário Municipal de Saúde em 30,3% dos Conselhos e em 51,5%, era eleita pelos conselheiros. Quase todos dispunham de Secretaria Executiva, mas apenas 13 contavam com equipe de apoio administrativo e oito com orçamento próprio. Cerca de 42% não capacitou seus conselheiros nos últimos três anos e 81,8% realizaram conferências municipais de saúde nos últimos quatro anos. Todos afirmaram que as reuniões eram abertas para a participação da população, porém 30% não divulgavam as datas e locais das mesmas. A população tinha direito à voz em 94% desses espaços e acesso às atas em 27 municípios. Com relação à estrutura física e equipamentos: 81,8% possuíam computador, porém apenas 63,6% tinham acesso à internet e 33,3% à linha telefônica exclusiva. Metade dos Conselhos não possuía sede ou sala própria. As condições físicas, materiais e financeiras dos CMS/ RMSP são precárias para o exercício de suas atividades, em grande parte dos municípios. Em geral, os Conselhos mostraram-se dependentes das Secretarias e com pouca capacidade de administrar a si mesmos e de gerar suas próprias pautas. Essa situação mostra uma fragilidade dos Conselhos, dificultando sua autonomia, permitindo influências externas e restringindo sua capacidade de articulação com outras instâncias. CONDIÇÕES PARA AUTONOMIA E DEMOCRATIZAÇÃO DOS CONSELHOS MUNICIPAIS DE SAÚDE DA CONTROLE SOCIAL, SAÚDE DO TRABALHADOR E MUDANÇAS NO MUNDO DO TRABALHO REGIÃO METROPOLITANA DE SÃO PAULO Bógus, C. M. (1); Martins, C. L. (1); Viana, S. D. L. (1); Instituição: 1 - FSP USP; Os Conselhos Municipais de Saúde são importantes espaços de participação e deliberação dos cidadãos nas decisões relativas às políticas públicas da área de saúAnais XII Congresso Paulista de Saúde Pública Lacaz, FAC (1); Florio, SMR (2); Instituição: 1 - Unifesp; 2 - Unifeg; Trata-se de analisar como a conjuntura políticoeconômico-ideológica marcada pela reestruturação produtiva repercute sobre a representação política Saúde Soc. São Paulo, v.20, supl.1, 2011 14 dos trabalhadores nas instâncias de Controle Social do Sistema Único de Saúde, na construção de Políticas Públicas em Saúde do Trabalhador, a partir da realização das Conferências Nacionais de Saúde do Trabalhador. Foi realizada Pesquisa Documental, tendo como espaço empírico o processo de organização das Conferências Nacionais de Saúde do Trabalhador , utilizando-se a Análise de Conteúdo dos Relatórios Finais destas Conferências. Realizou-se entrevista com representante da segunda Central Sindical mais representativa do país, no intuito de ampliar o quadro de referência de questões como a expressão/representação do mundo do trabalho nas citadas Conferências. Conclui-se que os desfechos políticos observados contribuíram para aumentar a fragilidade da representação política dos trabalhadores pelas entidades sindicais, que perderam a capacidade mobilizadora e assumiram funções de intermediadoras entre Estado, empregadores e trabalhadores; além da ausência da participação dos trabalhadores do mercado informal e dos desempregados nos mecanismos de Controle Social. Palavras-chave: Conferências Nacionais de Saúde do Trabalhador, Políticas Púbicas de Saúde DESIGUALDADES NO USO E ACESSO DE SERVIÇOS DE SAÚDE DE IDOSOS COM CONDIÇÕES CRÔNICAS Louvison MCP (1); Duarte YO (2); JLF Santos (3); Lebrão ML (4); Instituição: 1 - SES/SP e FSP/USP; 2 - EE USP; 3 FMRP USP; 4 - FSP USP; O envelhecimento populacional apresenta-se como um fenômeno atual de grande relevância em todo o mundo, pois à medida que as sociedades envelhecem os problemas de saúde entre os idosos desafiam os sistemas de saúde e de seguridade social. É de extrema relevância avaliar as desigualdades relacionadas ao cuidado, em particular ao acesso e qualidade da atenção às condições crônicas em pessoas idosas, de alta prevalência e dependência de cuidados continuados. Este estudo é parte do Estudo SABE -, Saúde, Bem-Estar e Envelhecimento, estudo longitudinal que entrevistou, em São Paulo, em 2000, 2.143 pessoas idosas com 60 anos ou mais, sendo que 1.115 delas foram re-entrevistadas em 2006, utilizando a HAS e o DM como condições traçadoras. A prevalência de HAS encontrada foi de 53,1% e de DM do tipo 2 de 16,8% em 2000, com incidência de autorreferência acumulada no período, de 30,0% e Anais XII Congresso Paulista de Saúde Pública 8,0% respectivamente. Os níveis de renda mais elevada foram associados com menor risco de desenvolver hipertensão em pacientes idosos (OR = 0,42, p <0,01). Os óbitos no período foram de 25,9% (OR = 0,83, p= 0,32) e a taxa de mortalidade foi de 48 por mil para hipertensos e 59,2 por mil para os diabéticos. Novos casos de acidente vascular cerebral referidos em 2006 foram de 4,8% (OR = 0,88, p = 0,84), com manutenção ou recuperação da capacidade funcional em 75,0% para as ABVDs (OR = 1,12, p = 0. 67) e 64,2% (OR = 1,76, p= 0,04) para as AIVDs, indicando desigualdades. Em 2006, o percentual do seguro de saúde entre idosos com HAS e/ou DM foi de 48,9% e o uso de três ou mais consultas foi de 79,0% (OR = 1,61 p = 0,09) com dificuldade em usar os serviços de saúde referida por 30,2% (OR = 0,31 p <0,01), por razões principalmente relacionadas com a qualidade percebida dos serviços. Aqueles que têm plano de saúde têm menor dificuldade de acesso, menor tempo de espera para agendamento e para ser atendido e maior satisfação com o uso. No entanto, a utilização de serviços de controle de doenças foi maior entre aqueles que não têm seguro privado de saúde e o acesso a medicamentos foi ampliado no setor público, com 72,4% (p OR = 0,92, = 0,85) dos diabéticos e 90,0% ( OR = 1,72, p = 0,18) dos hipertensos em uso de medicação específica em 2006. Em conclusão, as condições crônicas estudadas têm um forte impacto sobre a utilização dos serviços, sugerindo desigualdades relacionadas à renda e posse de seguro saúde, tanto no acesso, como na qualidade da atenção. DETERMINANTES SOCIAIS DA SAÚDE: HÁ VIDA DEPOIS DO LANÇAMENTO DO INFORME DA CDSS DA OMS? Akerman, M (1); Bógus, C (2); Chioro, A (3); Buss, P (4); Maimone, C (5); Instituição: 1 - FMABC; 2 - FSP USP; 3 - SMSSBC; 4 FIOCRUZ; 5 - SESMS; Introdução: Buss e Pellegrini Filho (2007) traçam breve histórico dividido, em três fases, de como os determinantes sociais da saúde estiveram representados ou omitidos na evolução das políticas de saúde desde a década de 1970: (1) a Conferência de Alma-Ata em 1976 e sua proposição da estratégia de atenção primária em saúde para lograr saúde para todos no ano 2000 recolocaram em destaque o tema dos determinantes sociais da saúde; (2) nas décadas de 1980 e 1990, predominou o enfoque da saúde como um bem privado deslocando Saúde Soc. São Paulo, v.20, supl.1, 2011 15 o pêndulo para uma concepção mais centrada na assistência médica individual; (3) em 2000, com o debate sobre os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio, e o compromisso via ONU dos países do mundo com metas pré-estabelecidas, novamente se dá lugar a ênfase nos determinantes sociais da saúde que se afirma com a criação da Comissão sobre Determinantes Sociais da Saúde (CDSS) da OMS, em 2005. Objetivos: Em que fase, estaríamos entrando agora após o lançamento do Informe da CDSS em agosto de 2008? Para responder esta questão investigamos se a mobilização obtida durante os três anos de trabalho da CDSS da OMS foi capaz de produzir condições sustentáveis (vontade política, financiamento, projetos efetivos, avaliações, pesquisas, análise de impactos, etc.) para manter o tônus do tema e sua consequente presença mais duradoura e efetiva na agenda de políticas e de pesquisas. Metodologia : (a) um breve resgate histórico do debate sobre saúde e sociedade; (b) a reativação mais contemporânea do tema com a instalação da Comissão de Determinantes Sociais da Saúde (CDSS) da OMS; (c) uma problematização conceitual sobre DSS; (d) captação de sinais sobre DSS na agenda de políticas e de pesquisas após o lançamento do Informe Global sobre DSS pela CDSS da OMS por meio de uma revisão dirigida da literatura; (e) Recomendações para a sustentabilidade da agenda de DSS; e (f) perspectivas para o futuro. Resultados e Conclusão: Sim, há vida depois do lançamento do Informe da CDSS da OMS! O tema permanece na agenda. Há significativos sinais que reforçam esta afirmação. No entanto, a garantia dessa longevidade precisa estar ancorada na demonstração concreta de que esta vida, ou melhor, a aplicação do enfoque de DSS, tem o potencial de melhorar outras vidas. DIFERENCIAIS REGIONAIS DOS RISCOS DE ABORTAMENTO INDUZIDO NO ESTADO DE SÃO PAULO. 2006 A 2009. Monteiro, Mario F G (1); Drezett, Jefferson (2); Adesse, Leila (3); Instituição: 1 - Instituto de Medicina Social da UERJ e Grupo de Estudos do Aborto; 2 - Centro de Referência da Saúde da Mulher – Hospital Pérola Byington e Grupo de Estudos do Aborto; 3 - AADS/IPAS Brasil e Grupo de Estudos do Aborto; Introdução: A criminalização do abortamento induzido obstaculiza o acesso à atenção médico-hospitalar Anais XII Congresso Paulista de Saúde Pública adequada para um grande contingente da população feminina que, para interromper uma gravidez indesejada, precisa recorrer a procedimentos como trauma voluntário, substâncias cáusticas inseridas na vagina, objetos físicos inseridos no útero, e outras práticas que resultam em infecções, hemorragias e outras complicações que podem levar a óbito materno. Objetivos: Estimar a magnitude e os diferenciais regionais do risco de abortamento induzido, para fornecer subsídios a uma política de atenção à saúde que resulte em redução dos riscos de complicações do aborto induzido no Estado de São Paulo. Método. As fontes dos dados de internações por abortamento é o Sistema de Informações Hospitalares (SIH-SUS) e para o número de nascidos vivos a fonte é o SINASC. Os dados foram obtidos com o programa Tabnet para formar arquivos do Tabwin que permitiram a construção dos indicadores, das tabelas e dos dois mapas produzidos (um tendo como unidade observacional as 63 Microrregiões e o outro as 17 Regionais de Saúde). O indicador utilizado foi a média anual da razão de abortamento induzido por mil nascidos vivos de mulheres de 15 a 49 anos no período de 2006 a 2009. Resultados. As razões de aborto induzido por mil nascidos vivos foram mais altas nas Microrregiões de Votuporanga (342/1.000 NV), Franco da Rocha (354), Batatais (367), Itapecerica da Serra (384) e a mais alta foi na Microrregião de Caraguatatuba (430/1.000 NV). As razões de aborto induzido foram mais baixas nas Microrregiões de Barretos (156/1.000 NV, que foi a mais baixa), Lins (198), Jundiaí (207) e Ribeirão Preto (219). Nas Regionais de Saúde, as razões de aborto induzido foram mais altas na Grande São Paulo, na Baixada Santista e na Regional de Saúde de Registro, todas com 316 abortos induzidos/1.000, seguidas por Franca e São José do Rio Preto, ambas com 295 abortos induzidos por mil nascidos vivos. Conclusão: Existem diferenças regionais significativas no risco de abortamento induzido no Estado, como a diferença de 176% maior desse risco em Caraguatatuba que em Barretos. O trabalho completo apresenta, além dos mapas do aborto no Estado de São Paulo e tabelas com os resultados, uma discussão mais detalhada desses resultados e das conclusões. Algumas características regionais (como o IDH da Região) são incluídas como variáveis explicativas das diferenças observadas no risco de aborto induzido. Saúde Soc. São Paulo, v.20, supl.1, 2011 16 DIFERENCIAIS REGIONAIS DOS RISCOS DE AGRES- As menores taxas de mortalidade por agressão foram SÕES CONTRA MULHERES NO ESTADO DE SÃO observadas nas Regionais de Saúde de Araraquara (3,6 óbitos/100.000), Presidente Prudente (3,4), Barretos PAULO Monteiro, M.F.G. (1); Drezett, J. (2); Adesse, L. (3); IPAS Brasil (4); Instituição: 1 - Instituto de Medicina Social da UERJ e NUPEVI/UERJ; 2 - Centro de Referência da Saúde da Mulher – Hospital Pérola Byington; 3 - AADS; 4 - ; Introdução.A ratificação por parte de 184 países, em setembro de 2006, da Convenção para a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra a Mulher estabeleceu ações concretas, necessárias para diminuir a violência contra as mulheres. No entanto, as promessas ainda não se materializaram para muitas mulheres que enfrentam violência e abuso sexual no Brasil e no mundo inteiro. Objetivos.Estimar os diferenciais regionais no Estado de São Paulo das taxas de internação e de mortalidade por agressões no grupo de mulheres de 15 a 39 anos, grande parte baseada na violência de gênero, por se tratarem de mulheres jovens, para fornecer subsídios a uma política que resulte em redução dos riscos agressões contra as mulheres. Método. As fontes dos dados são o Sistema de Informações Hospitalares (SIH-SUS) e o Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM) do Ministério da Saúde. Os indicadores estimados foram a taxa média anual de internações por agressões de 2008 a 2010 e a taxa média anual de mortalidade por agressões de 2005 a 2009, por 100.000 mulheres de 15 a 39 anos nas Regionais de Saúde do Estado de São Paulo. Com o programa Tabwin foram gerados mapas e tabelas para apresentação e análise dos resultados. Resultados. As maiores taxas de internação por agressão a mulheres de 15 a 39 anos foram observadas nas seguintes Regionais de Saúde: Campinas (15,1 internações/100.000 mulheres de 15 a 39 anos), Marília (12,4), Ribeirão Preto (10,8), Barretos (10,4) e Grande São Paulo (8,8). As taxas mais baixas foram observadas nas Regionais de Saúde de Sorocaba (4,2/100.000 mulheres de 15 a 39 anos), Registro (3,7), Taubaté (2,9) e Bauru (1,7/100.000). As maiores taxas de mortalidade por agressão a mulheres de 15 a 39 anos foram observadas nas seguintes Regionais de Saúde: Grande São Paulo (5,5 óbitos/100.000 mulheres de 15 a 39 anos), Piracicaba (5,4), Franca (4,7), Taubaté (4,7) e Baixada Santista (4,5). Anais XII Congresso Paulista de Saúde Pública (3,3) e São José do Rio Preto com 3,0 óbitos/100.000 mulheres de 15 a 39 anos. Uma discussão mais detalhada desses resultados, com tabelas e mapas, é apresentada no trabalho completo. Conclusão: existem diferenças regionais importantes (maiores nos risco de internação que no risco de mortalidade por agressão a mulheres) que são comentadas no trabalho completo. Apoio: CNPq DIREITO HUMANO À ALIMENTAÇÃO ADEQUADA E SAUDÁVEL E A CONSTRUÇÃO DE POLÍTICAS PÚBLICAS PROMOTORAS DA SAÚDE: A CONTRIBUIÇÃO DA PARTICIPAÇÃO SOCIAL Rigon, S.A. (1); Bógus, C.M. (2); Instituição: 1 - USP - UFPR; 2 - USP; A construção de políticas de promoção da saúde constitui-se hoje num tema desafiador. A principal dificuldade para os avanços necessários reside no enfrentamento da determinação social do processo saúde-adoecimento, promovida em geral por um conjunto de dinâmicas externas ao setor saúde, sendo que dentre elas destaca-se o problema da insegurança alimentar e nutricional, questão que exige a concepção e implementação intersetorial de amplas políticas públicas. O objetivo desse artigo é apresentar conclusões preliminares sobre o estudo do processo de construção da Política Estadual de Segurança Alimentar e Nutricional do Paraná, que tem por objetivo garantir a efetivação do direito humano à alimentação adequada e saudável (DHAA). A análise do processo, que ocorre no período de 2003 a 2010, baseia-se no estudo da relação Estado-sociedade na construção intersetorial dessa política. A pesquisa, que é de abordagem qualitativa e de perspectiva construcionista, realizou-se mediante entrevistas com informantes-chave do governo e da sociedade civil, integrantes do órgão de controle social dessa política. As reflexões obtidas pelo trabalho indicaram que no período estudado foram desenvolvidos programas na área de Segurança Alimentar e Nutricional (SAN) por iniciativa do poder executivo federal e estadual, alguns deles inclusive com gestão intersetorial, mas que avanços importantes na construção e aprovação dos marcos legais para Saúde Soc. São Paulo, v.20, supl.1, 2011 17 a instituição do Sistema e da Política Estadual de SAN, que apresentam uma perspectiva mais integradora e estruturante para o avanço do processo foram iniciativas do Conselho Estadual de Segurança Alimentar e Nutricional do Paraná (CONSEA-PR), com apoio da Frente Parlamentar Estadual de SAN e de setores progressistas do governo estadual. A conquista de tal avanço resultante de todo um processo de mobilização e articulação do CONSEA-PR, que conta com 2/3 de seus integrantes provenientes da sociedade civil, constitui-se numa demonstração das contribuições relevantes que podem ser impulsionadas pela sociedade civil para o interior do âmbito governamental, abrindo uma perspectiva mais transformadora da relação Estado-sociedade na direção da efetivação do direito humano à alimentação adequada e portanto, da promoção da saúde. ESTRATÉGIA DE SAÚDE DA FAMÍLIA: O IMAGINÁRIO DO EGRESSO EM MEDICINA E DOS PROFISSIONAIS ATUANTES Conchão, S. (1); Donega, A. C. (1); Panaino, E. F. (1); Souza, E. A. F. (1); Macedo, H. (1); Matos, M. (1); Costa, T. S. (1); Rodrigues, L. D. (1); Sperling, S. (1); Silva, A. M. A. (1); Izzo, R. A. (1); Ferreira, A. (1); Hirai, C. C. G. H. (1); Instituição: 1 - FMABC; Introdução: A Estratégia de Saúde da Família (ESF) é considerada hoje, no contexto político-institucional brasileiro a proposta alternativa a reorganização da atenção básica e a reorientação do modelo assistencial vigente, constituindo um enorme desafio para gestores, profissionais de saúde e toda a sociedade. A permanência dos profissionais de saúde nesta área, em especial do médico, é considerada um dos fatores críticos de sucesso para o programa. No Brasil os médicos concentram-se substancialmente nos hospitais, constituindo o moderno modelo hospitalocêntrico de assistência médica. O foco das práticas médico-hospitalares concentrou- se progressivamente na realização dos procedimentos propiciados através de instrumentos de diagnóstico e tratamento e no uso de drogas. A falta de médicos para atuar na Estratégia de Saúde da Família é uma questão recorrente como uma das dificuldades de implementação e viabilização do modelo. Objetivos: Problematizar não só os valores através do imaginário que leva os egressos de medicina a optar ou não pela atuação profissional na Estratégia de Saúde Anais XII Congresso Paulista de Saúde Pública da Família como também os valores que mantém os profissionais atuantes nesta área. Métodos: Este trabalho desvelou o imaginário dos alunos iniciantes e concluintes de medicina da Faculdade de Medicina do ABC e dos profissionais atuantes, através de um estudo exploratório de natureza qualitativa. A pesquisa foi realizada na Faculdade de Medicina do ABC, nos hospitais associados à mesma, e nas Unidades de Saúde em São Bernardo do Campo (SP), em especial a Orquídeas e Parque Selecta, unidades que compõem o PET-Saúde 2010/2011. Resultados e Conclusão: A partir do exposto, vimos que vários fatores podem influenciar na escolha desses profissionais em atuar ou não na área. Fatores que vão desde o fomento das políticas de saúde, como boa remuneração, mas não só, perpassa também pela sensibilização pessoal com temas sociais, pela influência de pessoas próximas que exercem a profissão, e ainda, por um contato significativo com o modo de atuar ao longo da formação acadêmica. EXPOSIÇÃO OCUPACIONAL À POLUIÇÃO ATMOSFÉRICA: PERCEPÇÕES DOS CONTROLADORES DO TRÁFEGO Miraglia, SGEK (1); Santos, UP (2); Saldiva, PHN (3); Alves, LC (4); Rodrigues-Silva, F (3); Amato-Lourenço, LF (3); Instituição: 1 - 1Universidade Federal de São Paulo - UNIFESP; 2 - Universidade de São Paulo – USP; 3 - UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO; 4 - Centro Universitário SENAC; Nas últimas décadas inúmeros estudos epidemiológicos e experimentais demonstraram associações significativas entre indicadores de saúde e poluentes atmosféricos, representando uma externalidade imposta à sociedade. Nos grandes centros urbanos as emissões são atribuídas principalmente às fontes móveis. Os controladores de tráfego são profissionais que fiscalizam e monitoram o trânsito veicular na cidade de São Paulo. Estes profissionais atuam em regiões de elevados índices de congestionamentos veiculares, estando expostos diretamente a poluentes de propriedades tóxicas, mutagênicas e carcinogênicas que variam conforme suas propriedades químico-físicas. O estudo possui o objetivo de avaliar a percepção individual, mudanças de bem estar e custos com medicamentos resultantes das emissões atmosféricas e Saúde Soc. São Paulo, v.20, supl.1, 2011 18 da exposição ocupacional dos controladores de tráfego na cidade de São Paulo. Os entrevistados foram indagados acerca dos gastos médios com consultas médicas, internações, remédios e tratamentos associados a doenças cardiorrespiratórias e oftalmológicas, faltas ao trabalho e perda de bem estar, associados à poluição do ar. Os resultados demonstram que cerca de 70% dos profissionais expostos de quatro a seis horas na operação de tráfego sentem desconfortos ocasionados pelas emissões, sendo acometidos por duas vezes em média a doenças respiratórias no período do inverno. Os gastos individuais médios com medicamentos em função dos sintomas avaliados totalizam R$ 59,00 compreendendo colírios, analgésicos, remédios para o controle da pressão arterial e rinite. Nos dias de folga ao trabalho 43% dos entrevistados sentem desconfortos, que variam da diminuição de atividades físicas realizadas, redução da disposição e a não realização de alguma atividade pretendida. Cerca de 23% faltaram ou tiveram afastamentos ao trabalho por motivos oftalmológicos, respiratórios e cardiovasculares. Devido à grande relevância dos custos totais incorridos dos efeitos adversos gerados pelos poluentes aos cofres públicos, como o aumento do número de atendimentos em pronto-socorros, internações hospitalares, dias sem trabalhar e perda de produtividade a aferição da percepção individual de indivíduos expostos às emissões atmosféricas fornece subsídios para otimização na alocação de recursos públicos necessários para garantir a qualidade de vida da população. A gravidez interrompe sonhos e insere o adolescente como genitor biológico antes do período socialmente aceito. Para o jovem rapaz muitas vezes acaba por não participar do cotidiano do bebê, mas sedo ou tarde terá que assumir a paternidade legal da criança. A jovem mãe muitas vezes arca com o ônus da gravidez não planejada e na maioria das vezes indesejada. Além das modificações impostas ao seu corpo, terá que assumir os cuidados a criança, que mesmo com a ajuda da família irá exigir da adolescente radicais modificações em seu estilo de vida. DESCRIÇÃO – A educação em saúde para adolescentes grávidos (homens e mulheres) se propõe a discutir com o adolescente em grupo ou individualmente não só questões relativas ao aspecto físico (como planejamento e prevenção de outra gestação, modificações corporais, prevenção de DST e SIDA, e até mesmo os cuidados com RN), mas essencialmente os cuidados necessários para o exercício de sua sexualidade de forma consciente, responsável e autônoma, compreendendo o alcance e repercussão das decisões tomadas. LIÇÕES APRENDIDAS – A oportunidade de realizar essa pesquisa bem como a elaboração de material educativo nos permitiu compreender o papel do enfermeiro na promoção de saúde e desenvolvimento dos adolescentes. Também revelou que a educação em saúde é uma estratégia que transcende a prevenção de doenças e permite ou contribui para o exercício da cidadania. Recomendações – O desenvolvimento de pesquisas e aplicações práticas durante o curso facilita o processo de aprendizagem, e portanto deve ser reproduzido em todo contexto de ensino. GRAVIDEZ NA ADOLESCÊNCIA: RELATO DE EXPE INSEGURANÇA ALIMENTAR E CONDIÇÕES DE VIDA RIÊNCIA SOBRE AÇÃO EDUCATIVA À POPULAÇÃO E SAÚDE EM IDOSOS RESIDENTES EM CAMPINASSP: ESTUDO CASO-CONTROLE COM USUÁRIOS DE Ceribelli;C. (1); Vieira; R. S. (1); Shimizu; I.L. (1); CarinaCeribelli* Rosemeire dos Santos Vieira** Eli Iku- RESTAURANTE POPULAR ta Shimizu*** AnaLuciaSantos**** Ilka de Sousa**** Renata Aguilera**** Rozilene Figueiredo****Paulo de P. Seravalli Filho****Lucy Pereira de*** Marineide de Jesus Aguiar**** Instituição: 1 - FMU; Caracterização do problema – O presente trabalho entende que como fenômeno sócio histórico a adolescência traz consigo inúmeras vulnerabilidades, entre estas a gravidez. A maturidade orgânica para reproduzir se contrapõem a imaturidade social – (diferentes expectativas inconclusas, garantir o próprio sustento). Anais XII Congresso Paulista de Saúde Pública SOUZA, B.F.N.J. (1); MARIN-LEON, L. (1); CAMARGO, D.F.M. (1); Instituição: 1 - UNICAMP; Introdução: Com o envelhecimento populacional observa-se aumento da prevalência das doenças crônicas, que podem estar associadas à Insegurança Alimentar (IA). Em idosos, a IA tem sido associada com renda e escolaridade baixas, instabilidade de moradia e menor acesso aos serviços de saúde. Objetivos: Analisar entre idosos, as diferenças na proporção de IA segundo variáveis sócio-demográficas, condições de saúde e Saúde Soc. São Paulo, v.20, supl.1, 2011 19 alimentação. Métodos: Estudo caso-controle, realizado com idosos com 60 anos ou mais, ambos os sexos, residentes em Campinas-SP. Foram considerados casos os usuários do restaurante popular Bom Prato, que integra o eixo de acesso à alimentos do Programa Fome Zero (n=199), e controles, seus vizinhos de bairro pareados por sexo (n=197). A IA foi avaliada por meio da Escala Brasileira de Insegurança Alimentar (EBIA). Utilizou-se SPSS versão 15.0 para cálculo de Odds Ratio (OR) e Intervalo de Confiança (IC) de 95%. Resultados Ao ajustar pela variável caso-controle, observou-se maiores riscos para IA relacionados à escolaridade inferior a 4 anos de estudo (OR=3,21; IC=1,57-6,57), classe econômica C (OR=2,37; IC=1,01-5,57), e D+E (OR=4,65; IC=1,91-11,3), renda familiar mensal de 1 a 2 salários mínimos (OR=6,86; IC=2,05-22,9), e inferior a 1 salário mínimo (OR=20,54; IC=3,36-125,5), auto-percepção de saúde regular, ruim ou muito ruim (OR=2,61; IC=1,474,65), depressão (OR=3,85; IC=2,25-6,59), caminhadas por até 30 minutos sem apresentar cansaço (OR=2,06; IC=1,23-3,43), hipertensão (OR=1,92; IC=1,12-3,29), doença do coração (OR=1,77; IC=1,02-3,05), asma/bronquite (OR=2,19; IC=1,04-4,60), consumo inferior a 7 vezes por semana de verduras (OR=2,23; IC=1,12-4,43), frutas (OR=4,31; IC=2,45-7,57) e carnes (OR=3,29; IC=1,85-5,84). Conclusão: O número de idosos identificados em IA, no restaurante popular é pequeno, essa condição esta associada à diversas condições socioeconômicas e de saúde precárias que sugerem a necessidade de mais restaurantes populares localizados próximos à suas moradias. O ACESSO AOS DIREITOS SOCIAIS COMO FORMA DE PROMOÇÃO DA SAÚDE Serra, B.F (1); Instituição: 1 - MS HFL; Introdução: Esta pesquisa é resultante do Curso de Especialização em Serviço Social e Saúde. Através dela pode compreende o processo saúde/doença sob a perspectiva dos direitos sociais, construção do direito e a concepção de cidadania na sociedade brasileira. No contexto da promoção da saúde o acesso aos serviços devem ser conforme a necessidade dos cidadãos. Compreender o acesso necessita analisar em que condições o ingresso no serviço se saúde se dá. As ações devem ser integrais e intersetoriais. Objetivo: Compreender o Acesso aos Direitos Sociais Anais XII Congresso Paulista de Saúde Pública enquanto condição para a Promoção de Saúde. Identificar a percepção que os usuários têm sobre seus direitos. Metodologia: A pesquisa foi realizada com vinte usuários, da clínica de cirurgia vascular. O roteiro teve como eixo compreender a percepção que os usuários têm sobre seus direitos e a relação do acesso com a promoção da saúde. Os temas foram divididos em blocos abrangendo situação de saúde, acesso aos serviços de saúde e percepção sobre o que é saúde. Resultados Sobre os direitos sociais levantou o conhecimento dos direitos dos usuários e a percepção que os mesmos têm sobre eles. Cabe ressaltar a dificuldade que a maioria teve em responder sobre esse tema. Os direitos mais citados estão relacionados à relação de saúde e doença. A abordagem médico curativa prevalece na concepção dos entrevistados. Os dados revelaram que a falta de conhecimento impede o acesso e a busca pela concretização de direitos. A identificação da saúde com práticas médicas ainda é muito presente. A análise das informações coletadas explicita a falta de compreensão que os usuários têm sobre seus direitos de cidadão, o que reflete a construção histórica da cidadania no Brasil, onde os serviços e benefícios sociais sempre foram concebidos como doação do Estado e não como parte do rol de direitos dos cidadão, ou seja, como benesse e não como direito efetivo. Conclusão: Na fala dos usuários fica clara a falta de compreensão que os mesmos têm sobre seus direitos e acabam não se vendo como cidadão. O que se percebe é o desconhecimento de seus direitos e muitas vezes os usuários se colocam de maneira submissa não reivindicando por melhorias. A efetivação dos princípios da promoção da saúde só serão realidade a partir do momento em que os usuários conhecerem seus direitos e exigirem um tratamento digno, não apenas ações médico-curativas, mas também outras ações capazes de garantir a qualidade de vida. O IMPACTO DAS ORGANIZAÇÕES SOCIAIS DA SAÚDE NO MUNDO DO TRABALHO EM SÃO PAULO Queirós, A.A.L (1); Ianni. A.M.Z (1); Instituição: 1 - FSP/USP; Esse estudo é parte da tese de doutorado da autora, e tem como produto inicial uma análise documental Saúde Soc. São Paulo, v.20, supl.1, 2011 20 sobre o impacto das organizações sociais da saúde – OSS no undo do trabalho, no município de São Paulo. Este tem optado em repassar a gestão dos seus serviços assistenciais, e setores de gestão, para entidades de direito privado sem fins lucrativos – OSS. Ao levar em consideração esse contexto, e o recente crescimento desta “parceria” é importante analisar o impacto dessa forma de gestão no sistema ocupacional e nas relações de trabalho. Esta reengenharia no processo de organização, gestão, e contratação da força de trabalho atende as demandas e necessidades dos contratantes de serviços e segue a ordem do mercado. Além de, no processo organizativo separar o sujeito-trabalhador da produção de cuidado, e este trabalho precarizado tem sido gerador de vulnerabilidade, insegurança, e instabilidade. Isto tem exposto o trabalhador a uma sub-condição, impossibilitando-o de gozar plenamente seus direitos trabalhistas e auto-governo no processo de cuidado. Parte-se do pressuposto que essa forma de gestão tem produzido na saúde, não o cuidado, mas o procedimento; e tem posto o trabalhador, não como parte desse processo, mas como meio. Pode-se compreender que este fenômeno sociológico tem significado a “coisificação do sujeito, e a “sujeitação” da coisa, ou seja, a alienação do trabalho. possui sobre a sua sexualidade. Método: pesquisa qualitativa, de natureza compreensiva explicativa, através da aplicação de entrevista semi-estruturada a cinco detentas da Cadeia Pública Feminina de São Vicente/SP, com mais de cinco meses de detenção. Resultados Todas as pesquisadas relataram viver em abstinência sexual. As que tinham parceiros foram abandonadas ou o parceiro estava preso. Assim, elas se percebem mais irritadas, nervosas, estressadas e agressivas. Outro empecilho a manutenção da vida sexual é a proibição institucional às visitas íntimas, contrariando o direito de cidadania das detentas. Privadas de relações afetivas e sexuais, a alternativa é a visita íntima clandestina, a masturbação ou a relação homossexual. Conclusão: As mulheres presas em sua maioria são abandonadas ou não tem companheiros, e encontram na cadeia privação de sua vida afetiva e sexual. Impossibilitadas de novos contatos sociais, vivem em abstinência sexual, se masturbam ou se relacionam com outra presa. Quando sentem desejo sexual ficam mais irritadas e nervosas e procuram se distrair. A privação da vida afetiva e sexual é, portanto agravante ao processo de encarceramento e flagrante violação dos direitos humanos. Palavras-chave: mulheres, direitos de cidadania, encarceramento, sexualidade. O IMPACTO DO ENCARCERAMENTO NA EXPRESSÃO DA SEXUALIDADE DA DETENTA NA CADEIA O SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE E OS DESAFIOS A PÚBLICA FEMININA DE SÃO VICENTE/SP SEREM ENFRENTADOS SOUZA, Rafael Ferreira de (1); BARREIRA, T. M. H. M. (1); MAKHOUL, Aparecida Favorêto (1); FERNANDES, Joice Maria Antonio (1); PINTO, Rosa Maria Ferreira (1); Instituição: 1 - UNISANTOS; Introdução: Este estudo é resultado de Iniciação Científica vinculada ao projeto intitulado Emoções e Representações do Processo de ser População Carcerária em desenvolvimento pelo NEPEC - Núcleo de Estudos e Pesquisas em Educação em Saúde Coletiva - vinculado ao Programa de Mestrado em Saúde Coletiva da UNISANTOS. Objetivos: Avaliar o impacto do encarceramento na expressão da sexualidade da mulher detenta na Cadeia Pública Feminina de São Vicente-SP; conhecer os aspectos físicos e psicológicos que se manifestam nas mulheres encarceradas pela falta de condições do exercício pleno de suas atividades sexuais; conhecer as práticas sexuais dentro do sistema prisional e; conhecer as representações que a mulher encarcerada Anais XII Congresso Paulista de Saúde Pública SILVA,ZM (1); Vieira, GI (1); Januario, BL (1); Silva, ES (2); Silveira, MAR (3); Instituição: 1 - Universidade de São Paulo; 2 - FMU; 3 - ANHEMBI; Introdução: As atividades desenvolvidas em Unidades de Alimentação e Nutrição (UAN´s) são entendidas como um processo de produção que utiliza intensivamente sua mão-de-obra. Fatores relacionados à organização do trabalho como horários prolongados e sobrecarga de trabalho, pressão em função dos horários, exigência de postura inadequada, movimentos repetitivos na execução das tarefas, número insuficiente de trabalhadores, normas e práticas exigidas nem sempre bem explicitadas e falta de prescrição clara das pausas de recuperação, influenciam na produtividade e na saúde dos trabalhadores. Objetivos: Analisar pesquisas que relacionem as atividades desenvolvidas por trabalhadores de UAN’s e ergonomia. Método: Saúde Soc. São Paulo, v.20, supl.1, 2011 21 Iniciou-se um levantamento bibliográfico na base eletrônica de dados Lilacs, utilizando as palavras-chaves: “ergonomia” and “trabalhadores”. Após a leitura dos títulos, excluíram-se os documentos que não apresentassem relação direta com a temática do estudo. Posteriormente, realizou-se a leitura dos resumos, buscando aproximação com a questão proposta. Por fim, a leitura dos textos completos. Resultados Foram encontrados 107 documentos, sendo que alguns não tratavam diretamente da temática proposta nesta pesquisa e, portanto, foram excluídos. Vários autores destacam como problemática a necessidade da maioria das atividades em UAN‘s serem repetitivas, além de realizadas em pé, sem qualquer apoio, e em ambientes, geralmente, inadequados. Esforços repetitivos por um período prolongado de tempo podem acarretar em Lesão por Esforço Repetitivo (LER), dentre outros agravos à saúde. Cerca de 50% dos acidentes de trabalho que ocorrerem em restaurantes são provocados por queimaduras e LER, aumentando a procura pelo Sistema Único de Saúde. Entendendo que a ergonomia tem como objetivo realizar modificações no ambiente e condições de trabalho, essa se faz importante no momento de organizar uma UAN para minimizar possíveis problemas de saúde que os trabalhadores possam ter originada das condições de trabalho. Conclusão: A atenção à saúde dos trabalhadores nas UAN’s está aumentando, à medida que as condições de trabalho influenciam diretamente na performance e na produtividade, sendo a ergonomia decisiva para isso. publicadas sobre a temática em questão nos últimos dez anos na base eletrônica de dados Lilacs, utilizando a palavra-chave: “SUS”.Resultados Nos períodos anteriores à reforma sanitária brasileira, verificava-se uma dicotomia entre a Saúde Pública e a assistência médica, bem como proteção social fragmentada e desigual. Nos anos posteriores, a saúde começa a ser entendida como uma questão social e política. Desde a implantação do SUS, observa-se uma melhora na atenção básica e de emergência, essa afirmação é ratificada pelo fato de que a busca pela atenção básica cresceu 450% entre 1981 e 2008 e, em 2010, existem 30.000 equipes do Programa da Saúde da Família atendendo 98 milhões (49,5%) de indivíduos em 85% dos municípios, com 236.000 agentes comunitários. Apesar dessa melhora na área a saúde, o SUS apresenta contradições uma vez que, há prevalência do setor privado na área da saúde o que compromete a equidade nos serviços, no acesso e nas condições de saúde. É possível identificar como obstáculo ao SUS a diminuição do financiamento federal, pois acarreta na diminuição de investimentos na área de infraestrutura. Com relação aos desafios, destaca-se os políticos já que envolve esforços de toda a sociedade a fim de garantir a sustentabilidade do SUS. Conclusão: Observou-se, a partir da literatura consultada, que com o SUS obteve diversas conquistas na área da saúde, entretanto, ainda é necessário enfrentar as contradições e os obstáculos que persistem. Silva, ZM (1); Zioni, F. (1); Instituição: 1 - Universidade de São Paulo; Introdução: Antes da criação do Sistema Único de Saúde (SUS), a atuação do Ministério da Saúde referia-se unicamente às tarefas de promoção de saúde e prevenção de doenças, realizadas em caráter universal, e à assistência médico-hospitalar para algumas doenças; servia aos indigentes. A partir de 1988, com base no artigo 198 da Constituição Federal de 1988, foi criado o SUS que tem como princípios a universalidade, integralidade equidade, cujo objetivo é de promoção, proteção e recuperação da saúde. Objetivos: Realizar uma revisão abrangente na literatura acerca do sistema de saúde brasileiro. Método: Foi realizada uma abrangente revisão das pesquisas Carnevale Vianna, P.V. (1); Instituição: 1 - UniVAP; Introdução: A consolidação dos Estados democráticos e o desenvolvimento das tecnologias da informação impulsionaram a multiplicação de observatórios, dedicados ao monitoramento sistemático do desenvolvimento de determinadas áreas. Classificados como estatísticos ou fiscalizatórios, são mantidos e/ou coordenados pela administração pública e sociedade civil. Este trabalho visa analisar observatórios de saúde pública no Brasil, com ambientes virtuais, quanto ao perfil e atores instituintes. Método: Pesquisa descritiva, estudo de caso múltiplo, realizada a partir de levantamento de observatórios de saúde com sítio na rede mundial de computadores, OBSERVATÓRIOS DE SAÚDE PÚBLICA NO BRASIL: DISPONIBILIDADE DE DADOS E TRANSPARÊNCIA O SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE E OS DESAFIOS A DA INFORMAÇÃO DEMOCRATIZAM A FORMULASEREM ENFRENTADOS ÇÃO DE POLÍTICAS? Anais XII Congresso Paulista de Saúde Pública Saúde Soc. São Paulo, v.20, supl.1, 2011 22 no buscador Google (unitermos “observatório”; “saúde publica”/ “saúde coletiva”; Brasil), e classificação segundo atores instituintes; foco e tipologia. Resultados 16 observatórios foram selecionados entre os 30 identificados. A coordenação é predominantemente acadêmica (81,2%); em parceria com o poder público (63%; destaque para o Ministério da Saúde). Voltados a campos de conhecimento – saúde mental, bucal, gênero, violência... – no geral apresentam e analisam dados setoriais. Além de se configurarem como painéis informativos e analíticos ou redes sociais que analisam as políticas e propõem ações, abrangem a área educativa, oferecendo cursos para cidadãos, técnicos e profissionais. O alcance é variado, com destacado âmbito nacional (43,8%). A linguagem e o formato são predominantemente técnicos, com exceção dos observatórios de saúde mental e saúde do trabalhador, únicos de evidenciada participação social. Conclusão: A natureza agregadora dos observatórios conecta pessoas e organizações e possibilita a aplicação de novos instrumentos tecnológicos e a análise de tendências. É positiva a participação da Universidade, aproximando o conhecimento científico do conhecimento comum, e do poder público, incentivando a transparência da informação. No entanto, a pequena participação da sociedade civil é preocupante. Assim, os observatórios tendem a ser mais repositórios de dados e informações, instrumentos de acompanhamento e base para a proposição de políticas do que espaços de cobrança, fiscalização e construção de propostas, com exceção das áreas em que a participação social possui trajetória histórica reconhecida. Os observatórios devem ser consolidados como espaços de democratização da estruturas de informação, e, igualmente, construção de cidadania na formulação e análise critica da politica de saúde. PARTICIPAÇÃO SOCIAL E A GESTÃO MUNICIPAL DE SAÚDE NO MUNICÍPIO DE GURUI-TO. SANTOS, A.C. (1); OLIVEIRA, A.L. (1); KAMIMURA, Q.P. (1); Instituição: 1 - Unitau; No Brasil, a participação é um elemento central nos processos de reforma democrática do Estado desde a Constituição de 1988. O objetivo deste estudo é compreender a participação do conselho municipal de saúde do município de Gurupi TO na gestão municipal dos serviços de saúde, especificamente, conhecer as deliberações expedidas pelo conselho municipal de saúde Anais XII Congresso Paulista de Saúde Pública no ano de 2010 e identificar discussões relevantes na contribuição da implementação do SUS. Pesquisa exploratória, delineamento documental e abordagem qualitativa. Os documentos consultados foram as deliberações do Conselho Municipal de Saúde durante o ano de 2010. O Município de Gurupi-TO, segundo o censo de 2010 conta com população de 76.255 habitantes, localizado-se na região sul do Estado e é referência na área da saúde para dezesseis municípios. Durante o ano de 2010, foram discutidos e aprovados diversos assuntos no Conselho, que resultaram em Resoluções, com aprovação de vários benefícios para a saúde do município: aprovação da reforma das Unidades Básica de Saúde dos setores Vila Iris e Casego; aquisição de um veiculo para o Programa de Saúde da família; Reforma e adequação da Policlínica; Implantação da Farmácia Municipal; aquisição de um veiculo baú pequeno para atendimento da assistência farmacêutica; reforma do almoxarifado central da saúde; pagamento de medicamentos para usuários em tratamento; implantação da saúde bucal no município; aprovou a realização da segunda Conferência Regional de Saúde Mental; aprovou a construção de uma Unidade Básica de Saúde no setor jardim dos buritis; aprovou a construção da sede do SAMU; aprovou a implantação das Unidades de CAPS I, II, III e AD; aprovou a implementação do complexo regulador, na capacitação para interligação entre complexo regulador e as unidades básicas de saúde; aprovação da lista Rename – relação nacional de medicamentos; aprovação do SISpacto e da prestação de contas do Município do ano de 2009. O pacto pela saúde, foi discutido em várias reuniões, a Secretaria da Saúde discutia mas não assinava o pacto. Conclui-se que o Conselho de Saúde Municipal em Gurupi TO, tem papel relevante na gestão municipal da saúde, porém, necessita aperfeiçoar o processo de participação sobre a responsabilização do Município na gestão do SUS, no tocante à assistência na atenção primária em saúde, como também viabilizar e promover a ampliação da participação da população nos processos decisórios. PERFIL DAS CRIANÇAS ATENDIDAS NO PRONTO SOCORRO DA CIDADE DE SANTO ANDRÉ COM REFERÊNCIA EM TRAUMATOLOGIA Lima, C. P. (1); Filipini, R. (2); Instituição: 1 - HEMCSA; 2 - FMABC; Introdução: Os acidentes estão entre as cinco principais causas de mortalidade geral e na infância são Saúde Soc. São Paulo, v.20, supl.1, 2011 23 responsáveis por altas taxas dos índices de morbi-mortalidade. Objetivo: analisar os atendimentos à criança em um pronto-socorro de uma unidade hospitalar na cidade de Santo André no mês de maio de 2009, perfil dos sujeitos, os motivos da procura ao atendimento, diagnósticos médicos e encaminhamentos mais freqüentes. Metodologia: Estudo descritivo, com coleta de dados secundários das fichas de atendimento do pronto socorro e prontuários de crianças e adolescentes de 0,1 a 19,9 anos. Processo e análise dos dados pelo software Epi-info 6.0. Resultados A população contou de 447 crianças e adolescentes, 58,4% do sexo masculino, com predomínio de atendimentos a maiores de 10 anos. Os traumatismos se mostraram a principal causa de atendimento, perfazendo um total de 40, 3%. Em 90,4% dos casos a criança/adolescente teve alta hospitalar após atendimento. Conclusão: O motivo evidenciado no atendimento confirma que a prevenção de acidentes na infância é necessária para reduzir as taxas de morbi-mortalidade infantil. PÚBLICO OU PRIVADO: A UTILIZAÇÃO DOS SERVIÇOS DE SAÚDE POR IDOSOS LISBOA, D.F (1); NEGRÃO, C.N (1); VIEIRA, V.L (2); ANDRADE, S.C (2); CERVATO- MANCUSO, A.M (3); Instituição: 1 - Programa de Aprimoramento Profissional de Nutrição em Saúde Pública pela Faculdade de Saúde Pública- USP; 2 - - Centro de Referência para a Prevenção e Controle de Doenças Associadas à Nutrição- Faculdade de Saúde Pública - USP; 3 Departamento de Nutrição da Faculdade de Saúde Pública- USP; Introdução: A população idosa vem aumentando drasticamente e exige demanda maior por serviços de saúde, gerando crescimento das despesas com tratamentos médicos e hospitalares, acarretando em um grande desafio para o Sistema Único de Saúde (SUS). Objetivo: Caracterizar os serviços de saúde utilizados por idosos participantes da Campanha Nacional de Vacinação contra a Gripe. Metodologia: Estudo transversal com idosos voluntários de ambos os sexos, vacinados no Centro de Saúde Escola Geraldo de Paula Souza localizado na zona oeste da cidade de São Paulo, no período de 25 de abril a 13 de maio de 2011. Aplicou-se um questionário estruturado para caracterizar os idosos quanto à idade, sexo e serviço de saúde utilizado. As variáveis foram descritas por meio de frequências, desvio padrão e Anais XII Congresso Paulista de Saúde Pública média. Resultados Houve predominância de mulheres (67,2%) e a idade média foi de 73,1 anos (DP = 8,32) sendo que 28,2% dos entrevistados tinham idade igual ou superior a 80 anos. Dos entrevistados, 46,6% referiram fazer uso exclusivo de planos de saúde, enquanto que 34,4% utilizam somente o serviço público. Verificouse que 12,2% referiram usar atendimento particular, 4,4% combinam o atendimento público com o privado, 1,8% utilizam atendimento privado e particular e 0,6% referiu outro ou nenhum tipo de atendimento. Analisando-se por idade, 35,4% dos indivíduos com menos do que 80 anos utilizam exclusivamente o serviço público, assim como 31,9% dos indivíduos com 80 anos ou mais. Não houve diferença significativa quanto ao uso dos serviços. Conclusão: o SUS é amplamente utilizado pelos idosos entrevistados, mas esses ainda usam, majoritariamente, o atendimento privado. Este fato pode ser explicado pela região diferenciada em que está localizado o Centro de Saúde, que apresenta nível socioeconômico mais elevado. Cabe, portanto, uma reflexão quanto à qualidade do atendimento e do acesso aos serviços públicos de saúde, responsáveis não somente por campanhas de vacinação, mas pela assistência de todos. REPRESENTAÇÕES SOCIAIS DE SAÚDE BUCAL E DE CONTROLE SOCIAL ENTRE LIDERANÇAS POPULARES DE SAÚDE DO MUNICÍPIO DE SÃO PAULO XXI Manfredini MA (1); Narvai PC (2); Instituição: 1 - CECOL-FSP-USP; 2 - FSP-USP; O acesso à assistência odontológica pública é um dos principais problemas na área de saúde bucal. Neste trabalho, se analisam as representações sociais sobre “saúde bucal” e “controle social” entre lideranças da União de Movimentos Populares de Saúde (UMPS). A pesquisa foi qualitativa, com orientação analíticodescritiva, mediante realização de grupos focais com lideranças da União de Movimentos Populares de Saúde de São Paulo (UMPS). Para a organização e apresentação dos dados, foi utilizado o procedimento metodológico do Discurso do Sujeito Coletivo (DSC). O processo saúde-doença foi reconhecido como socialmente determinado. Em relação ao entendimento de saúde bucal como necessidade, houve antagonismo. A associação de saúde bucal à saúde geral foi apontada como razão de necessidade. A não identificação da saúde bucal como prioridade foi atribuída à populaSaúde Soc. São Paulo, v.20, supl.1, 2011 24 ção, aos fatores econômicos, aos governos e à falta de vinculação entre saúde bucal e saúde geral. O princípio da universalização na saúde bucal gerou discursos contraditórios, com forte presença da ideia de que a assistência odontológica deve ser dirigida para as crianças, com a presença de cirurgiões-dentistas nas escolas. As lideranças apontam que a assistência odontológica pública é insuficiente para garantir o acesso; não é resolutiva; tem problemas de infra-estrutura; e dispõe de profissionais que não atendem às exigências da comunidade. A organização da população é condição necessária para a implantação e manutenção de serviços assistenciais, por parte do Estado. Há um forte componente do conceito de saúde enquanto direito de cidadania, e de que a luta política e social é um vetor para a organização de redes assistenciais. Em relação à especificidade da saúde bucal no controle social, emergiram falas contraditórias. As representações sociais de lideranças comunitárias convergem com o que se encontra na literatura sobre saúde bucal em São Paulo. RETRATO DEMOGRÁFICO DA BAIXADA SANTISTA: DESAFIOS PARA AS POLÍTICAS PÚBLICAS Morell, MGG (1); Brandão, MVM (1); Vazquez, D (1); Instituição: 1 - UNIFESP; Introdução: A composição populacional dos nove municípios integrantes da Região Metropolitana da Baixada Santista, RMBS, resultado da trajetória das variáveis demográficas, fecundidade, mortalidade e migração, foi historicamente determinada pelo desenvolvimento econômico regional que, também, definiu o desenho urbano – centro/periferia - do território da RMBS e as decorrentes desigualdades sociais. Objetivo: Compreender os processos populacionais de crescimento, migratórios e de ocupação do espaço metropolitano da Baixada Santista, nos primeiros dez anos do século XXI, e suas repercussões na demanda de serviços de educação, moradia e saúde. Método: Análise das características populacionais, crescimento e distribuição por situação de domicílio, sexo e idade das populações da RMBS, derivadas das informações demográficas recentes, provenientes dos Censos de População. Resultados Após um longo período de alto crescimento, superior ao do Estado, a metrópole Santista, reduziu o ritmo de expansão populacional. Entre 2000 e 2010, Santos e os municípios do entorno, Anais XII Congresso Paulista de Saúde Pública Cubatão, Guarujá e São Vicente, apresentaram as menores taxas, inferiores a 1% e o maior crescimento populacional se deu nos municípios periféricos: Bertioga, Praia Grande e Litoral Sul. O menor valor, 0,04% coube a Santos, e a maior taxa do estado, 4,8%, a Bertioga. Diferenças que respondem aos movimentos migratórios intrametropolitanos, em direção às áreas mais distantes da cidade-pólo, onde são menores o preço do solo e o custo de vida. Na RMBS, a idade média de 28,1 anos em 2000, envelheceu quatro anos, 32,1 em 2010 e Santos, de 33,6 avançou para 37,6 anos. A razão de sexo, de 86,0 homens por 100 mulheres em 2000, passou em 2010 a ser a menor do país, 84,4, merecendo a denominação da “cidade mais feminina do Brasil”. Os diferenciais entre os sexos são maiores nas regiões mais envelhecidas, pois à medida que aumenta a idade, o contingente feminino ultrapassa o masculino, em função da maior mortalidade dos homens. A migração seletiva por sexo em busca de mercado de trabalho também contribui para esses resultados. Conclusões: As disparidades das tendências populacionais da RMBS, desde a estagnação do crescimento dos municípios centrais até a pujança dos periféricos, conseqüência das migrações, bem como os processos de feminização e envelhecimento populacional, colocam desafios de atendimento dos direitos fundamentais de educação, moradia e saúde e exigem imediata adoção de políticas públicas. SAÚDE AUTORREFERIDA ENTRE IDOSOS USUÁRIOS DE RESTAURANTE POPULAR EM CAMPINAS-SP Souza, B.F.N.J. (1); Camargo. D.F.M. (1); Marin-Leon, L. (1); Instituição: 1 - UNICAMP; Introdução: Com o recente fenômeno do envelhecimento populacional, tem-se observado aumento da prevalência das doenças crônicas nos idosos, as quais podem influenciar na auto avaliação do estado de saúde dos mesmos. Objetivo: Analisar entre idosos, as diferenças na proporção de saúde global autorreferida muito boa ou boa (n=86) e saúde regular, ruim ou muito ruim (n=124). Método: Este estudo foi conduzido nos primeiros dois meses de 2011, por meio de entrevistas com 210 idosos, com idade igual ou superior a 60 anos de idade, residentes no município de Campinas-SP e usuários do restaurante popular Bom Prato, que integra o Programa Fome Zero. Foi utilizado questionário estruturado, que incluiu variáveis demográficas e Saúde Soc. São Paulo, v.20, supl.1, 2011 25 socioeconômicas, condições de saúde incluindo depressão, atividade física e social e medidas de peso e altura. A saúde autorreferida foi medida usando uma questão global. Correlação de Spearman, qui-quadrado e regressão logística multivariada foram realizadas utilizando SPSS. Os entrevistados foram informados à respeito da pesquisa e assinaram o termo de consentimento. Resultados Sexo, idade, escolaridade, raça, religião, composição familiar, ser chefe de família, renda familiar, benefícios sociais, atividade social, caminhada, plano de saúde, asma/bronquite crônica, incontinência urinária, câncer, doença renal crônica, hepatite, tuberculose e IMC elevado não apresentaram diferenças estatisticamente significativas. A proporção em segurança alimentar, trabalho remunerado, não cansar-se ao caminhar durante uma hora, ausência de uso regular de medicamentos e de doenças crônicas foi maior entre idosos com boa ou muito boa saúde. Ao controlar por outras variáveis aqueles com saúde ruim tiveram maior risco de doenças cardiovasculares (OR=4,6; IC95% 1,7-4,8), histórico de fratura (OR=3,0; 1,2-7,7), violência sofrida no último ano (OR=2,8; 1,018,0), índice de depressão positivo (OR=2,4; 1,2-4,8) e cansaço antes de uma hora de caminhada (OR=2,3; 1,1-4,6). Conclusão: Entre idosos ativos diferenças de saúde estiveram relacionadas à doenças crônicas, condicionamento físico, depressão e violência urbana, desta forma estes fatores devem ser considerados pelas políticas públicas de saúde. VIOLÊNCIA E SAÚDE: REFLEXÕES A PARTIR DOS RELATÓRIOS DAS CONFERÊNCIAS NACIONAIS DE SAÚDE Imperatori, T. K. (1); Instituição: 1 - UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA; O debate sobre os índices de violência no contexto brasileiro perpassa diferentes esferas do Estado e da Anais XII Congresso Paulista de Saúde Pública sociedade, demandando políticas públicas para enfrentamento dessa situação. Trata-se de um tema que não é em si mesma uma questão de saúde, mas que afeta a saúde individual e coletiva e exige a organização de políticas, programas e práticas para atender a demandas dela decorrentes. (Minayo, 2007). A presente pesquisa analisou o modo como o tema violência vem sendo apresentado nos relatórios finais das XI, XII e XIII Conferências Nacionais de Saúde (CNS), ocorridas a partir dos anos 2000. Entende-se que as Conferências de Saúde são um espaço privilegiado de participação social com o objetivo de propor as diretrizes para a formulação da política de saúde, conforme regulamentado pela Lei 8142/90. A metodologia utilizada nesta pesquisa foi qualitativa, com coleta de dados documental em órgãos oficiais. Entende-se que a pesquisa qualitativa possibilita uma interpretação dos dados por meio de uma contínua reflexão à luz do referencial teórico. A busca do tema violência nos relatórios ocorreu a partir da elaboração de uma lista de palavras-chaves correlatas ao conceito. A análise mostrou que o tema violência tem sido cada vez mais problematizada nas CNS. Em todos os relatórios, ela foi apresentada como questão de saúde que exige ações intersetoriais e multiprofissionias. Também observa-se que a violência é tratada em contextos e grupos específicos. Temas como violência contra mulher, criança e adolescente e violência no contexto da saúde mental estiveram mais presentes nos relatórios analisados. Já a violência contra idoso entrou em cena mais recentemente. Violência no trânsito, suicídio, tráfico de seres humanos, exploração sexual, venda de órgãos e trabalho escravo também se apresentam como formas de violência que tem impacto na saúde. Percebe-se, portanto, que as CNS se apresentam como um importante instrumento de reflexão sobre a violência em suas diversas manifestações. Saúde Soc. São Paulo, v.20, supl.1, 2011 26 Resumos de Relatos de Experiência A ATUAÇÃO DO PCB E A REFORMA SANITÁRIA Lacaz, FAC (1); Instituição: 1 - Unifesp; Trata-se de discutir o papel dos militantes e do Partido Comunista Brasileiro (PCB) no movimento que originou a luta pela Reforma Sanitária no Brasil, apontando tanto para contribuições teórico-conceituais de Sergio Arouca, através de sua tese de doutorado “O dilema preventivista”; como para as ações político-partidárias junto a institutições e entidades representativas como o Centro Brasileiro de Estudos de Saúde (Cebes); o Sindicato dos Médicos de São Paulo e demais estados e o Departamento Sindical de Estudos e Pesquisas de Saúde e dos Ambientes de Trabalho (Diesat). Ao lado disso, aponta-se para as rupturas havidas nos final dos anos 1970 protagonizadas por grupos internos rivais dentro do PCB e que defendiam diferentes estratégias de ação dentro destas entidades que tiveram protagonismo no movimento da Reforma Sanitária, apesar da pequena visibilidade de alguns deles, nos estudos relativos à Reforma. Finalmente, aponta-se para desafios político-ideológicos que uma militância da esquerda sanitária deveria enfrentar nos dias de hoje para atuar pelo avanço do Sistema Único de Saúde (SUS), numa conjuntura em que estão ameaçadas suas bases políticas e sociais. A INTERFACE COMUNICAÇÃO E SAÚDE PÚBLICA: POSSIBILIDADES E LIMITAÇÕES Borges. I.C (1); Instituição: 1 - FSP USP; No cenário brasileiro, a Saúde Pública configura-se como política nacional desde o século XX. Neste período, caracterizou-se pela sistematização de práticas sanitárias na tentativa de estabelecer uma assistência eficaz voltada para a coletividade, com ênfase à criação e regulamentação do Sistema Único de Saúde (SUS). A 8ª Conferência Nacional de Saúde (1986) apontava a Comunicação atrelada à Educação e Informação como importante pré-requisito da cidadania e direito à saúde. Diante disso, é pertinente ressaltar o papel, cada vez mais freqüente, delegado à sociedade civil organizada com objetivo discutir temas sociais e fortalecer as ações comunitárias. O presente trabalho Anais XII Congresso Paulista de Saúde Pública tem como objetivo, valendo-se da interface entre os campos Comunicação e Saúde Pública, uma reflexão sobre a relevância dos meios de comunicação de massa (MCM) no contexto da promoção da saúde e educação. Procura-se de um lado, na perspectiva da Saúde Pública oferecer uma cooperação para um (re) pensar da Comunicação, de uma maneira um tanto quanto complexa, mas atenta aos significados e simbolismos. De outro, basicamente provocativo, ater-se à compreensão do diálogo entre ambas, potencializando o intercâmbio de ações conjuntas. Refere-se a um estudo exploratório de experiências realizadas, com levantamento bibliográfico baseado em fontes primárias e secundárias. Trata-se do resultado de atividade acadêmica, nível doutorado, do Programa de Pós-Graduação em Saúde Pública, da Universidade de São Paulo. Nota-se que a idéia de promoção de saúde incorporada, após amplas discussões nas várias conferências desencadeadas pela Organização Mundial da Saúde, ainda é um desafio nacional. Preceitos existentes em grande e variada literatura no país, demonstram uma fragilidade em sua prática, já que esses momentos e os documentos deles oriundos têm servido, quase que exclusivamente, para não deixar extinguir-se a idéia da saúde para todos com o distanciamento entre a retórica dessas discussões e a efetivação da prática de promoção da saúde. Pelo viés da Saúde Pública, abrem-se horizontes de diálogo entre os atores paradigmáticos deste processo comunicacional: os produtores (profissional da saúde), os divulgadores (comunicador) e o público (usuário), adequarem-se à produção de conteúdo (mensagem) e assim, propagar uma nova concepção da prevenção e da promoção dos valores da Saúde. ESTRATÉGIA DE ADESÃO E CONCLUSÃO DE TRATAMENTO DE TUBERCULOSE PARA BOLIVIANOS Domingos, A.T. (1); Guerreiro, C. A. (2); Instituição: 1 - FCMSCSP; 2 - Prefeitura de São Paulo; A migração hoje é um fenômeno complexo. No Brasil vivem cerca de um milhão de imigrantes segundo os dados do Ministério da Justiça. Na cidade de São Paulo encontram-se muitos latino-americanos, sendo mais prevalente os bolivianos. Diante da realidade que são expostos na confecção têxtil, a doença que os tem acometido em números preocupantes é a tuberculose. Saúde Soc. São Paulo, v.20, supl.1, 2011 27 Em 2003 a Secretaria Municipal de Saúde e a Pastoral do Imigrante promoveram medidas para aproximar os imigrantes aos serviços de saúde, principalmente através de visitas domiciliares das equipes da Estratégia de Saúde da Família (ESF). Nesse contexto, alunos de graduação participantes do Programa de Ensino pelo Trabalho (PET-Saúde) do Ministério da Saúde e profissionais da Unidade Básica de Saúde Dr. Octávio Augusto Rodovalho Bom Retiro no bairro do Bom Retiro em São Paulo, acompanharam o tratamento de tuberculose pelo Tratamento Diretamente Observado (DOT), estratégia amplamente incentivada pela Organização Mundial da Saúde (OMS). O vinculo e o acolhimento proporcionado ao doente boliviano fez com que aumentasse a adesão de imigrantes ao tratamento, o processo de orientação da importância do tratamento diminuiu uma percepção das constantes migrações de uma região para outra por parte dos mesmos, o que dificultava a continuidade do tratamento uma vez que dificilmente eles comunicavam seu novo endereço, e assim no período janeiro de 2010 á dezembro do mesmo ano, 9 bolivianos iniciaram tratamento, 6 concluiram e tiveram alta por cura, 2 foram transferidos formalmente pois apresentaram o endereço novo, possibilitando o contato entre as UBS envolvidas, e 1 abandonou o tratamento com relato de regresso à Bolívia. Descrição: Alunos do PET-Saúde e profissionais da UBS Bom Retiro realizaram visitas domiciliarias e acompanhamento na própria UBS e em oficinas de costura, além disso, participação em eventos culturais bolivianos para realizar busca ativa de tuberculose. Resultados Melhora significativa no vínculo com a UBS identificação de 8 sintomáticos respiratórios nos eventos culturais, os quais foram referenciados a UBS para investigação. O DOT, como estratégia inserida na ESF mostra-se efetivo na adesão e conclusão do tratamento de Tuberculose. A participação dos alunos nesse trabalho proporciona a vivencia na Atenção Primaria, proporciona aos profissionais de saúde a integração de saberes e ao serviço de saúde introduz novas formas de gerenciamento de recursos na atenção voltada à comunidade. O OLHAR DA VIGILÂNCIA SANITÁRIA NO CUIDADO DO IDOSO EM ILPI Feitosa-Gondo, D.C.A. (1); Michaloski. L.C.R. (2); Furtado, A. F. S. (1); Martins, L.V. (3); Almeida, M.A.V.P. (4); Minharro, R. C. L. (5); Baldín-Dal Pogetto. M.R. (6); Anais XII Congresso Paulista de Saúde Pública Instituição: 1 - Grupo de Vigilância Sanitária XVI - Botucatu; 2 - Grupo de Vigilância Sanitária XVI - Botucatu; 3 - Grupo de Vigilância Sanitária XVIBotucatu; 4 - Secretaria Municiapal de Saúde de Botucatu; 5 - Secretaria Municipal de Saúde de Botucatu; 6 - Departamento de Enfermagem - Faculdade de Medicina de Botucatu; Caracterização do problema: O processo de envelhecimento populacional vem-se constituindo num dos maiores desafios para a saúde pública, estudos epidemiológicos vem demonstrando um aumento crescente e contínuo do número da população idosa. Algumas questões como redução da disponibilidade de cuidado familiar devido às necessidades de trabalho da população, o alto custo do cuidado domiciliar e adaptações do espaço físico para redução de risco, sobrecarga financeira e emocional têm levado famílias a procurarem Instituições de Longa Permanência para Idosos (ILPI). Descrição: Foram realizadas vistorias nas ILPI(s) do município de Botucatu, envolvendo alunas de graduação em Enfermagem e os técnicos das equipes de vigilância sanitária (VISA) municipal e estadual. Considerando que os idosos têm garantidos, pela legislação brasileira, serviços e moradia de qualidade, cabe à vigilância sanitária manter o cadastro das ILPI(s) atualizado, realizando as inspeções de rotina e avaliando periodicamente seu funcionamento baseados na RDC/ANVISA nº283, de 26 de setembro de 2005 que regulamenta estas instituições. Lições aprendidas: Constatou-se nas inspeções que 100% das ILPI(s) estão instaladas em edificações adaptadas, os proprietários desconhecem a legislação sanitária, não há a preocupação com atividades físicas e de lazer, o número de profissionais é insuficiente entre outras inadequações. Diante deste quadro elaborou-se uma capacitação para os funcionários das VISA(s) municipais dos 30 municípios que compõe o Grupo de Vigilância Sanitária XVI, sobre atendimento integral e humanizado ao idoso, com a participação dos proprietários das ILPI(s). A capacitação aconteceu em três módulos abordando temas de legislação, estatuto do idoso, acolhimento, adequações arquitetônicas, prevenção de queda, ciclo de vida, fragilidade na pessoa idosa, patologias freqüentes, uso de medicamentos, entre outros. Recomendações:Conclui-se que as ILPI(s) podem ser o único ponto de referência para uma vida e um envelhecimento digno para certos idosos, acredita-se que o cumprimento das normas mínimas de funcionamento Saúde Soc. São Paulo, v.20, supl.1, 2011 28 pode contribuir ao estabelecimento da segurança e da dignidade humana, bem como para uma melhor qualidade de vida possível. Esta experiência permitiu aproximar a VISA dos proprietários das instituições favorecendo a compreensão da importância da ação de vigilância, numa perspectiva educativa, buscando a melhoria da assistência prestada. O PAPEL DA OUVIDORIA DO SUS NO MUNICÍPIO DE SÃO BERNARDO DO CAMPO Santos, S.B. (1); Campos, I. A. (2); Silva, J.G. (3); Montezano, C.A. (3); Troccoli, F. T. (3); Instituição: 1 - Secretaria Municipal de Saúde de São Bernado do Campo; 2 - Secretaria Municipal de Saúde; 3 - Secretaria Municipal de Saúde de São Bernardo do Campo; Caracterização do problema: Antes da Implantação da Ouvidoria do SUS no município de São Bernardo do Campo, os cidadãos não tinham um local específico para se manifestar e buscavam de porta em porta alguém que pudesse ouvi-los. Descrição: A cada dia que passa a sociedade se torna mais exigente, buscando um atendimento melhor e humanizado. Apenas o acesso aos serviços de saúde não é o suficiente, o cidadão que um atendimento digno. A Ouvidoria do SUS atua neste contexto, pois a partir de uma leitura crítica das demandas, os relatórios elaborados podem influir na oferta dos serviços qualificando-os. À medida que os cidadãos manifestam-se, por meio de solicitações, reclamações, sugestões, elogios e denúncias, possibilitam a elaboração de relatórios gerenciais contendo a real situação da saúde, identificando problemas e falhas na aplicação dos prin¬cípios da integralidade, da eqüidade e da universalidade. Lições aprendidas: A elaboração dos relatórios gerenciais com base nas manifestações registradas diariamente reforça para a nossa equipe e para os cidadãos que a Ouvidoria não é apenas um canal de escuta, ela é também um instrumento de gestão e de controle social, na medida em que dá voz ao cidadão, que muitas vezes desconhece seus direitos e tem um papel relevante na identificação das necessidades e demandas sociais, tanto na dimensão coletiva, quanto na individual, transformando-as em suporte estratégico à tomada de decisões no campo da gestão. Dessa forma a equipe se sente comprometida com o serviço, valorizando este espaço democrático e buscando melhorar cada vez mais o atendimento que é realizado na Ouvidoria. Recomendações:É preciso Anais XII Congresso Paulista de Saúde Pública fortalecer a relação da Ouvidoria com as Unidades de Saúde, pois para que o trabalho realizado seja efetivo é necessário dar uma resposta ao cidadão e é esta parceria que vai garantir a qualidade deste serviço. É importante também que cada cidadão entenda que sua manifestação representa mais que buscar solução para si, ela sinaliza, sobretudo, um elenco de situações que identificam problemas de saúde pública, o que permite a realização de ações mais eficazes por parte dos gestores locais a fim de aumentar a qualidade. Assim, no Município de São Bernardo do Campo estamos contribuindo para o fortalecimento e consolidação do SUS, da gestão Participativa e do Controle Social O REGIMENTO INTERNO DO CONSELHO GESTOR DE SAÚDE DO CEO-NIR CIDADE TIRADENTES E A PARTICIPAÇÃO POPULAR Castro, Adoracion. (1); Santos. F.A. (2); Reis, N.S. (2); Ferreira, Ademir. (3); Instituição: 1 - Sem Vínculo Institucional; 2 - Movimento Popular de Saúde de Cidade Tiradentes; 3 - Movimento Popular de Saúde de Cidade Tiradentes - Coordenador; Caracterização do problema: A substituição dos conselheiros gestores de saúde identificados como faltosos de acordo com o Regimento Interno, especificamente do segmento usuários, apresenta-se como um problema que pode culminar num esvaziamento e fragilização deste segmento. O processo eleitoral, normalmente por chapa, também contribui significativamente para este esvaziamento já que o suplente não tem a obrigatoriedade freqüentar às reuniões regularmente. Outrossim, considerando que as reuniões do conselho são abertas à participação de qualquer usuário não há mecanismo motivador já que este usuário não tem direito a voto e só faria parte organicamente do Conselho por ocasião de uma nova eleição. Descrição: Diante desta singularidade e, buscando sempre ampliar a participação popular nos Conselhos Gestores de Saúde, o Conselho Gestor de Saúde do CEONIR Cidade Tiradentes na elaboração do seu Regimento Interno garantiu que “o usuário que participar de 3 (três) reuniões consecutivas estará apto a assumir a vacância do suplente.” (Regimento Interno do Conselho Gestor de Saúde do CEO-NIR Cidade Tiradentes - Capítulo IV – Do Mandato – Artigo 13º.). LIÇÕES APRENDIDAS e Recomendações:Incentivar a participação popular, garantir sua representatividade Saúde Soc. São Paulo, v.20, supl.1, 2011 29 e legitimidade, nas esferas orgânicas do Sistema Único de Saúde é um compromisso que exige atenção e sensibilidade dos gestores e legisladores para dar forma às manifestações e vivências do cotidiano. PRÊMIO PRO-EQUIDADE EM SAÚDE: PARA DESOCULTAR AS INEQUIDADES E PROMOVER A EQUIDADE Akerman, M (1); Pellegrini, A (2); Franco, M (3); Rinehart, D (3); Neto, OLM (4); Setti, AFF (4); Instituição: 1 - FMABC/CEPI FIOCRUZ; 2 - CEPI FIOCRUZ; 3 - CONASEMS; 4 - Ministério da Saúde; Contexto: O Prêmio Pró-Equidade é uma iniciativa do CONASEMS, do CEPI-DSS, da Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca (ENSP/FIOCRUZ) e do Ministério da Saúde. Nesta sua primeira edição, o Prêmio recebeu 76 experiências de 17 estados do Brasil. Deste total, 21 foram selecionadas preliminarmente tendo cinco premiados e quatro menções honrosas. Premiados: As cinco primeiras experiências em ordem alfabética são: (1) Assaré/CE: “Mãe valoriza a Vida: Estratégia de redução da mortalidade infantil a partir da ação intersetorial da Prefeitura, Secretaria de Ação Social e Secretaria da Saúde de Assaré de 2009-2010”; (2) Belo Horizonte/MG: “A construção da equidade em saúde junto à população das áreas de risco elevada e muito elevada: a experiência do Programa BH Cidadania (2002-2011)”; (3) Porto Feliz/SP: “O Programa de reforço e qualificação alimentar- PROQUALI- como ferramenta de enfrentamento dos determinantes sociais do município de Porto Feliz/SP”; (4) Porto Alegre/RS: “O Mapa de Porto Alegre e a tuberculose: distribuição espacial, determinantes sociais”; (5) Rio de Janeiro/ RJ: “Rede de Adolescentes Promotores da Saúde – RAP da Saúde”. Reflexões: Há que se ressaltar que o impacto de uma política pública na redução das iniqüidades clama por um período de tempo necessário e suficiente para alterar padrões de distribuição de recursos já em voga, em alguns casos, por muito tempo. Neste sentido, as nove experiências selecionadas são jovens, em média 3 anos de vida, por conseguinte não puderam evidenciar de maneira inequívoca redução de iniquidades como impacto de sua execução. Mais ainda, muitas delas focalizaram sua ação entre os mais pobres e não estabeleceram linhas de base de comparação com grupos mais favoráveis de suas populações. Entretanto, e aí está, o estimulante elemento de que as experiências trilham Anais XII Congresso Paulista de Saúde Pública um bom caminho na promoção da equidade. Todas apresentaram um conjunto de dispositivos (recortes territoriais, criativas arquiteturas de governança, protagonismo ativo de grupos vulneráveis, métricas originais, etc.) que indicam que foram pensadas com o intuito de identificar diferenciais de vulnerabilidade e exposição entre grupos/territórios em uma gama importante de âmbitos/atributos. Disseminar criticamente estes dispositivos, diversificando-os, criando novos e aprofundando suas aplicações é o valor agregado desta primeira iniciativa do Prêmio Pré-Equidade. SAÚDE GLOBAL Ribeiro, H.; (1); Fortes, P.A.C. (1); Sacardo, D.P. (1); Waldman, E.A. (1); Tittanegro, G.R. (1); Pedalini, L.M. (1); Carvalho, R.R.P. (1); Instituição: 1 - FSP-USP; Acontecimentos como a pandemia do vírus influenza A (H1N1), os desastres naturais ocorridos na Indonésia, no Japão, no Haiti e no Chile, a poluição transfronteiriça, as mudanças climáticas globais, as ameaças de bioterrorismo, os casos de contaminação alimentar em países europeus, causados pela bactéria Escherichia Coli, o aumento dos processos comerciais de produtos e serviços de saúde, a migração de profissionais, a mobilidade de consumidores (turismo de pacientes) e a contínua proliferação da AIDS, além do estabelecimento de instituições que promovem a integração regional, como MERCOSUL e UNASUL, mostram a necessidade de um aprofundamento das questões relativas à saúde global, que extrapolam as fronteiras nacionais. Elas devem tomar lugar estratégico na agenda internacional e enfrentar as consequências da globalização no setor sanitário e nos determinantes da saúde, sociais, econômicos e ambientais. Com o objetivo de contribuir na produção do conhecimento em Saúde Global, a Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo vem desenvolvendo, desde 2009, palestras e cursos de extensão, congregando profissionais e técnicos dos setores público e privado, bem como representantes de instituições internacionais, que vem resultando, neste ano de 2011, na organização de um Grupo de Estudos e Pesquisas interdisciplinar, formado por docentes e pesquisadores multiprofissionais que entendem a Saúde Global como um bem público e fator essencial para o combate à pobreza e a promoção do desenvolvimento sustentável, dentro dos princípios do respeito aos direitos humanos, da universalidade no acesso aos Saúde Soc. São Paulo, v.20, supl.1, 2011 30 cuidados de saúde, da solidariedade, da equidade, da participação e inclusão social. A Saúde Global consiste no estudo e na prática de temas de saúde que, por sua natureza, ultrapassam os limites dos Estados, podendo ser influenciados por experiências e circunstâncias em outros países e impondo a necessidade de ação e acordos internacionais para sua resolução. Pretende conhecer, interpretar, compreender e enfrentar as consequências do processo de globalização no setor sanitário e nos determinantes da saúde, sociais, econômicos e ambientais, objetivando a melhora dos níveis de saúde e a busca da equidade para todas as pessoas. VOCÊ LIMPA ADEQUADAMENTE SUA CAIXA DE ÁGUA? Freitas, BB (1); Ribeiro, L.S. (1); Michaloski, L.C.R. (2); Patrício, K.P. (3); Instituição: 1 - UNESP; 2 - GVS XVI - SES; 3 - UENSP; Caracterização do problema: A água é essencial à manutenção da vida. O provimento adequado de água, em quantidade e qualidade, é essencial para o desenvolvimento socioeconômico das populações, com reflexos diretos sobre condições de saúde e bem-estar. Dados do Ministério da Saúde mostram que mais de 10 mil pessoas ficaram doentes entre 1999 e 2008 pelo consumo de água contaminada no Brasil e cerca de 40% das doenças associadas à água são adquiridas dentro das residências. A água é um dos importantes veículos de enfermidades diarréicas, o que torna primordial a avaliação de sua qualidade microbiológica. Aliado ao monitoramento da qualidade da água, a população deve ser alertada sobre os perigos que ela representa na veiculação de doenças e como deve mantê-la adequada em suas casas. Descrição: foram realizados programas de rádio em fevereiro e março com entrevistas concedidas pela diretora de Vigilância Sanitária de Botucatu, sobre alimentação segura e cuidados com a saúde. Em maio, a equipe da Vigilância Sanitária de Botucatu participou da Feira da Saúde do município, com atividades educativas para a população. Colocouse à exposição uma caixa d’água e demonstraram-se todos procedimentos corretos de limpeza, produtos e concentrações, quais materiais de limpeza utilizar e com qual freqüência realizá-la. No final da explicação foram distribuídas cartilhas elaboradas pela equipe do projeto, que descreviam todos estes processos, de modo que a população pudesse rever as informações em momentos posteriores para continuarem limpando Anais XII Congresso Paulista de Saúde Pública corretamente suas caixas d’água, diminuindo o risco de contração de doenças transmitidas pela água. Lições aprendidas: pode-se observar que parte da população desconhece a importância da limpeza da caixa d´água, enquanto que outra reconhece, embora não o faça rotineira e adequadamente. Além disto, nota-se que não conseguem correlacionar falta de higienização correta da caixa d´água com possíveis contaminações e doenças associadas a isto. Recomendações:notou-se ser fundamental a conscientização da população sobre a higienização correta e periódica da caixa d’água, sendo um desafio tornar isto um hábito e que cada cidadão reconheça seu papel na manutenção da qualidade da água dentro de suas casas também. Destaca-se a necessidade de realizar estas atividades de forma continuada com a população, aproveitando diferentes momentos e procurando demonstrar o impacto direto da qualidade de água na saúde. “A VOZ DA POPULAÇÃO PARA FORTALECER A GESTÃO” - IMPLANTAÇÃO DA OUVIDORIA DA SAÚDE EM CUBATÃO Rocha, L.P.F. (1); Instituição: 1 - Secretaria Municipal de Cubatão; A Ouvidoria em Saúde constitui-se espaço estratégico e democrático de comunicação entre cidadãos e gestores do SUS. Em Cubatão, foi imprescindível pensar em Ouvidoria da Saúde devido grande demanda de usuários à procura de informações, solicitações e soluções para casos específicos, o que indicava que o sistema de saúde local não funcionava como deveria. Neste sentido, a Ouvidoria em Saúde vem com o objetivo de ser instrumento de acessibilidade, facilitador da participação popular na gestão, do controle social, da transparência dos atos administrativos, da melhoria da qualidade dos serviços e de um atendimento mais qualificado das necessidades da população.Espera-se com a implantação da OuvidoriaSUS, maior participação da comunidade na gestão da saúde, vindo por sugestões, informações, reclamações, elogios e denuncias, buscando o acolhimento, a humanização e a resolutividade, cumprindo os princípios do SUS no município de Cubatão. Com essa meta, iniciamos o processo de implantação em 29/03/11 traçando um diagnóstico situacional e elaborando Plano de Ação com cronograma por etapas com a seguinte seqüência: 1) Implantação do espaço físico; 2) Definição da equipe da ouvidoria; 3) Criação de canais de comunicação; 4) Saúde Soc. São Paulo, v.20, supl.1, 2011 31 Aperfeiçoamento da equipe; 5) Organização administrativa; 6) Sensibilização e divulgação.Vencidas essas etapas, acolhemos no 1º trim., 87 manifestações, sendo 63% reclamações, 20% solicitações, 9% denuncias, 5% elogios e 3% sugestões. A maioria das reclamações foi por “falta de acolhimento, seguida de falha na assistência farmacêutica”, indicando que precisamos atuar para sensibilizar e capacitar os profissionais quanto ao acolhimento e humanização, buscando formas de motivá-los, e ainda regularizar o fornecimento de medicamentos. Os elogios (5%) mostram profissionais comprometidos com o bom atendimento ao usuário. Esses indicadores contribuíram para reflexão e avaliação do sistema de saúde, norteando a gestão municipal. Além de resultados estatísticos, garantimos que os cidadãos fossem ouvidos e se expressassem em relação aos serviços de saúde. Confirmamos com Isso a importância de se ter um canal democrático de comunicação e articulação entre usuários, servidores e gestores.Visto que a Saúde é uma área que carece de maior atenção dos gestores e profissionais da saúde, esperamos com este relato contribuir e despertar o interesse de outros municípios, apontando instrumento de mudanças, com a participação social, para melhoria da qualidade de vida. Resumo descritivo de outras produções A PERCEPÇÃO DOS USUÁRIOS DO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE, SOBRE A QUALIDADE DO SERVIÇO PRESTADO. MENEGON, T.C. (1); TAKAMATSU, T.C.S. (1); CARVALHO, D.C. (1); SILVA, M. C. P. (1); Instituição: 1 - UENP; O Sistema Único de Saúde (SUS) pode ser entendido como uma nova formulação política e organizacional para o reordenamento dos serviços e das ações de saúde. Segundo a Lei 8080/90 define o SUS como: o conjunto de ações e serviços de saúde prestados por órgãos e instituições Públicas Federais, Estaduais e Municipais, da Administração direta e indireta e das Fundações mantidas pelo poder público. Em relação às percepções dos usuários acerca do atendimento prestado no seu Serviço de Saúde, identificaram-se situações que não diferem muito daquelas relatadas na literatura sobre o tema e daquelas que experimentamos em atividades de pesquisa e extensão universitária no cotidiano de outros Centros de Saúde: insatisfações constantes demonstradas por queixas e críticas sobre Anais XII Congresso Paulista de Saúde Pública determinadas rotinas e com a qualidade do atendimento dos profissionais. Neste caso, em especial, a crítica refere-se à competência humanística e ao exercício da ética profissional. O objetivo deste trabalho é analisar a percepção do usuário, sobre o SUS em sua concepção de atendimento prestado. Trata-se de um estudo literário, baseado em artigos selecionados nas bases de dados Scielo e Lilacs e publicados no período de (2005) a (2011). O SUS surgiu como uma conquista depois de um longo processo de acúmulo e de lutas desde os anos 70 envolvendo movimentos populares, trabalhadores em saúde, usuários, intelectuais, sindicalistas e militantes dos mais diversos movimentos sociais. Entretanto, para que isto aconteça, é necessária à existência de espaços que possibilitem o empoderamento/libertação dos cidadãos, no sentido de ampliar a inclusão social, vale salientar que o envolvimento da população na tomada de decisão possibilita avançar na qualidade dos serviços e ações em saúde, na medida em que seus atores se tornam capazes de compreender a realidade vivida, apontar os problemas e as soluções relativas às suas reais necessidades. Houve, também, grande insatisfação da população com o serviço público em razão das longas filas de espera para marcação de consultas, o que provocava maior demanda desses usuários para os serviços de emergência dos hospitais da região, além de promover o absenteísmo no local de trabalho. Portanto, o serviço de saúde SUS, tem seus objetivos, princípios eficazes, porem os usuários tem que ter um empoderamento, ou seja, saber mais dos seus direitos e deveres em relação ao sistema. A REDE DE ATENÇÃO A POPULAÇÃO EM SITUAÇÃO DE RUA: POSSIBILIDADES DE INTERFERÊNCIA NA DEFINIÇÃO E CONCRETIZAÇÃO DE UMA POLÍTICA PÚBLICA AMARAL,D.P. (1); Instituição: 1 - PUC-SP; A necessidade de resolver a complexidade da realidade social da população em situação de rua na cidade de São Paulo vem mobilizando desde a década de 90 diversos atores sociais em redes, principalmente organizações e movimentos sociais, para a discussão e efetivação de uma política pública dirigida a essa população e a organização de serviços para o atendimento socioassistencial de suas necessidades. O objetivo desse estudo foi identificar os arranjos existentes referentes aos atores sociais que compõe a denominada Rede de Saúde Soc. São Paulo, v.20, supl.1, 2011 32 Atenção a População em Situação de Rua na região central da cidade de São Paulo. O tema redes sociais, propiciou uma aproximação teórica com a análise de autores como Castells (1999), Marques (1999, 2006), Junqueira (2000, 2002 e 2004), Rico e Raichelis (1999), Quandt e Souza (2008), Mizruchi (2006) e SchererWarren (1996). O uso de uma abordagem qualitativa incluindo análise de conteúdo das entrevistas semiestruturadas, o método de amostragem Bola de Neve e a Sociometria, permitiu identificar as relações que os atores estabelecem entre si, nos espaços coletivos e com a Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social, a intensidade dessas relações e a percepção que tem sobre sua capacidade de influir na efetivação da política pública nacional. O estudo revelou uma rede de perfil socioassistencial da sociedade civil, com destaque para organizações tradicionais de caráter religioso que se articulam numa rede política do poder público através de convênios. A rede estudada apresentou duas tríades centrais (subgrupos): uma sob influência do Fórum Permanente de Acompanhamento das Políticas Públicas da População em Situação de Rua de São Paulo e outra sob influência da Rede de Atendimento Socioassistencial da SMADS. A primeira tríade sobressaiu pela intensidade das relações estabelecidas entre si através de contatos diários, e pela capacidade de articular diversos atores para influir na definição da política pública nacional destinada a essa população. A intermediação que faz a conexão entre essas duas tríades realizada por uma única organização social evitou a constituição de dois subgrupos desconectados com objetivos diferenciados. Considerando o interesse pela gestão pública, estudar redes sociais nesse contexto permite dar visibilidade à ação pública dos diversos sujeitos do fazer social: o Estado, a sociedade civil, a iniciativa empresarial, a comunidade e inclusive o próprio grupo social ao qual se destina a ação pública. CONHECENDO O VALE DO RIBEIRA - PROJETO QUILOMBOLAS Vital, C. N. (1); Morilla, K. Y. M. (1); Almeida,. N. B. (1); Bigoli, V. H. O. (1); Arruk, V. G. (1); Instituição: 1 - UMESP (Universidade Metodista de São Paulo); Localizado no sul do estado de São Paulo, o Vale do Ribeira apesar de possuir o maior trecho contínuo de Anais XII Congresso Paulista de Saúde Pública remanescente de Mata Atlântica, sofre com desigualdade social, carência de saneamento básico, educação básica e saúde pública. É nessa região que se encontram a maior concentração de comunidades quilombolas. Entende-se como comunidade quilombola um remanescente de quilombo com propriedade de terra e tradições próprias, reconhecidas e garantidas pelo Estado. Essas comunidades, em sua maior parte, vivem reclusas com pouco ou nenhum acesso a rede pública de saúde, saneamento básico e educação. O projeto de extensão Vale do Ribeira 2010 – Comunidades Quilombolas, realizado pela Universidade XXXXXX em parceria com o Colégio XXXXXe a participação da Faculdade de Medicina XXXX, teve como objetivo promover ações socioambientais bem como atendimentos básicos de saúde. O projeto aconteceu entre 3 e 11 de Julho do qual participaram 38 pessoas, das diversas áreas da saúde e alunos do colégio. Foram atendidas 92 pessoas de diversas faixas etárias entre homens e mulheres, de cinco bairros diferentes sendo a maior parte dos indivíduos de Betari e Bombas e pode-se verificar que a maior parte da população era alfabetizada. Além do atendimento médico, treinamentos e distribuição de medicamentos, foram realizados exames laboratoriais de grande importância para essa população. Ao término dessa etapa podemos observar que a comunidade dos Quilombolas é carente de assistência médica. Sendo o biomédico com papel fundamental para essa busca, responsável por assistência a saúde e de exames laboratoriais. GERANDO SAÚDE E RENDA COM TALENTO Lima, MC (1); Instituição: 1 - Departamento Municipal de Saúde de Cajati; Apresentação em Poster. Gohn refere-se à participação cidadã na política local de uma forma muito didática e clara, ela diz que, em primeiro lugar, uma sociedade democrática só é construída através da participação dos indivíduos e de grupos sociais organizados; em segundo lugar, a mudança da sociedade deve ser realizada à partir do plano micro, pois é nesse plano que se dá o processo de mudança e transformação na sociedade; em terceiro lugar, é no plano local, que se concentra as energias e forças sociais da comunidade, que geral o capital social e as fontes para mudança e transformação social que são forças emancipatórias. Enfim, em quarto lugar, é no território local que se encontram Saúde Soc. São Paulo, v.20, supl.1, 2011 33 as instituições importantes no cotidiano de vida da população, como as escolas e os postos de saúde, porém este poder local tem que ser organizado em função de objetivos que respeitem as culturas e diversidades locais e criem uma identidade sócio-cultural-política e também laços de pertencimento.1 Foi pensando nesta base local, que em uma das reuniões do conselho local de saúde do Capitão Braz/Vila Andréia em Cajati – Vale do Ribeira – SP. Decidimos, como forma de emancipação organizar a I Feira de produtores e artesãos do Capitão Braz/Vila Andréia. Esta é uma das maiores áreas rurais de Cajati, uma abrangência de cerca de 3500 pessoas cuja maioria vive no emprego de grandes bananicultores ou da agricultura de subsistência. O evento foi organizado pelo conselho local de saúde e Departamento municipal de saúde e pelo Departamento de desenvolvimento e assistência social, com apoio do Departamento de educação e Departamento de obras. Dia 17 de julho foi o dia marcado, foram cerca de 20 expositores com os mais diversos produtos: mandioca, banana, bolos, pães caseiros, pastéis, xaropes, melado, doces, pinturas em tecido, tapetes de retalhos, tapetes de plástico reaproveitado, biscuit, crochê, tricô, bolsas de tecido, bolsas de retalhos, quadros em óleo sobre tela, enfim, uma diversidade de produtos que nem mesmo os moradores sabiam que existiam dentro da comunidade. Uma explosão de diversidade, de vida, de unidade. 1. GOHN, Maria da Glória. Empoderamento e participação da comunidade em políticas sociais. Saúde e Sociedade v.13, n.2, p.20-31, maio-ago, 2004. IMPACTO DA SAÚDE BUCAL NA QUALIDADE DE VIDA DE TRABALHADORES RURAIS Oliveira, AMG (1); Nogueira, VAS (1); Meneghim, MC (2); Flório, FM (3); Instituição: 1 - FACULDADE DE ODONTOLOGIA DE PIRACICABA - UNICAMP; 2 - FACULDADE DE ODONTOLOGIA DE PIRACICABA-UNICAMP; 3 - FACULDADE DE ODONTOLOGIA SÃO LEOPOLDO MANDIC; Introdução: O contexto social e condição de saúde bucal são reconhecidamente fatores importantes no desenvolvimento do processo saúde doença afetando a qualidade de vida das pessoas. No Brasil significativas parcelas da população não têm acesso à assistência odontológica. O mundo rural ocupa atualmente um lugar de destaque nas pautas de discussão sobre o Anais XII Congresso Paulista de Saúde Pública desenvolvimento do Estado Brasileiro. No Estado de São Paulo a agricultura familiar faz parte da paisagem rural por vezes representada pelos assentamentos rurais. Objetivo: Mensurar o impacto causado pela saúde bucal na qualidade de vida de mulheres e homens trabalhadores de assentamentos rurais do Estado de São Paulo. Métodos: Foram selecionados 4 assentamentos rurais compostos por 189 lotes. Escolheu-se 2 indivíduos por lote totalizando 336 participantes. Os instrumentos de pesquisa foram OHIP 14 (Oral Helth Impact Profile), Questionário de autoavaliação da saúde bucal e Questionário sóciodemográfico cultural. Os valores foram dicotomizados na mediana e as associações com as demais variáveis foram analisadas pelos testes Qui-quadrado, Exato de Fisher, “odds ratio” bruto e ajustado pela análise de Regressão Logística nível de significância α=0,05. Resultados O OHIP-14 associou-se com idade, grupo de assentamentos rurais, auto-avaliação negativa da Saúde Bucal, problemas com dentes e gengivas (p<0,05). Nas mulheres o aumento da idade e impacto negativo da saúde bucal influenciaram significativamente na qualidade de vida (p=0,0216, p=0,0129). As mulheres do assentamento recente apresentaram maior impacto (negativo) da saúde bucal na qualidade de vida (p=0,0010). Para o masculino o maior impacto (negativo) esteve presente nos indivíduos de assentamento pequeno antigo (p=0,0307). Homens e mulheres do assentamento grande antigo não apresentaram impacto negativo da SB na qualidade de vida. Em ambos os gêneros o maior impacto da saúde bucal na qualidade de vida esta presente nos indivíduos que avaliaram sua saúde bucal como ruim ou péssima (p≤0,05). Para o gênero feminino o impacto agravou-se para mulheres que relataram problemas com dentes (p=0,0417) e gengivas (p=0,0002). Conclusão: O impacto negativo da saúde bucal na qualidade de vida , foi maior no assentamento pequeno recente para o gênero feminino e no assentamento pequeno antigo para o gênero masculino. Homens e mulheres do assentamento grande e antigo apresentaram impacto positivo da saúde bucal na qualidade de vida. O PAPEL DO ENFERMEIRO NA REDUÇÃO DAS VULNERABILIDADES BIOLÓGICAS EM IDOSOS DA COMUNIDADE Guarnieri, A.P. (1); Andrade, D.S. (1); Martins, N.B. (1); Instituição: 1 - FMABC; Saúde Soc. São Paulo, v.20, supl.1, 2011 34 Introdução: A mudança de perfil demográfico vigente no nosso país evidencia a preocupação com a população envelhecente e idosa. Estes indivíduos apresentam inúmeras vulnerabilidades, sendo as mesmas classificadas em biológicas, sociais e programáticas. No presente estudo serão abordadas as vulnerabilidades biológicas que afetam os idosos e os respectivos cuidados de enfermagem pertinentes as mesmas. Objetivo: Identificar os fatores de vulnerabilidades biológicas entre os idosos atendidos em consulta de enfermagem ambulatorial e categorizar as vulnerabilidades biológicas em grupos de estratégias de cuidados de enfermagem. Metodologia: A presente pesquisa tem caráter qualitativo e utilizou-se como método de estudo o grupo focal na busca de conhecer profundamente a realidade desses clientes. Participaram do estudo dezesseis idosos independente de gênero. O grupo foi gravado, transcrito e procedida leitura e re-leituras do material, possibilitando a construção de quatro categorias. Realizou-se a discussão dos dados, onde foi possível verificar as vulnerabilidades biológicas entre os idosos e suas respectivas estratégias de enfrentamento. Análise e Discussão dos Dados: Foram identificadas quatro categorias: mudança de perfil epidemiológico, valorização do envelhecimento, humanização e empoderamento, elucidando como vulnerabilidades presentes nos indivíduos idosos as doenças crônicas e osteomusculares, solidão e transtornos mentais. Considerações Finais: Considerando as vulnerabilidades biológicas fica proposto ao enfermeiro realizar um cuidado humanizado, utilizando-se de abordagem holística, com o intuito de identificar as necessidades e particularidades de cada cliente, com base na técnica de educação em saúde para alcançar o objetivo principal que é o empoderamento e a consequente promoção da saúde do idoso. O RACISMO COMO DETERMINANTE SOCIAL DE SAÚDE FAUSTINO, D. M. (1); Instituição: 1 - Faculdade São Bernardo; Este painel pretende problematizar a relação entre racismo e saúde promovendo um diálogo entre as ciências da saúde e as ciências sociais. O mundo “concreto é concreto porque é síntese de múltiplas determinações” (MARX, 2000) e o racismo configura-se como um dos fatores objetivos de nossa realidade social. A observação atenta sobre o desenvolvimento da sociedade capitalista revela que a exploração econômica Anais XII Congresso Paulista de Saúde Pública se apoiou e re-significou diversas ideologias úteis à sua reprodução. Atualmente o racismo permanece vivo como uma das determinações concretas da produção e reprodução capitalista contemporânea. Para Moore (2007): Na contemporaneidade, o racismo está arraigado em todas as instâncias de funcionamento do mundo, tanto na economia como na política cultural e na militar. .O conceito de Determinante Social da Saúde – DSS proposto pela Comissão Nacional sobre os Determinantes Sociais da Saúde (CNDSS) busca entender como o processo saúde-doença dos indivíduos é influenciado pelas características sociais dentro das quais a vida transcorre. Esta operacionalização permite, portanto, identificar onde e como devem ser feitas as intervenções, com o objetivo de se realizar intervenções que objetivem reduzir as iniqüidades de saúde. O ocorre que o racismo, como determinação concreta da sociabilidade contemporânea (e, portanto, enquadravel como Determinante Social de Saúde) tem sido alvo de pouca preocupação por parte dos estudiosos e gestores públicos. Neste sentido, este painel pretende apresentar o conceito de Determinantes Sociais de Saúde relacionando com as categorias Racismo e Racismo institucional. PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DE MULHERES COM LESÕES SUGESTIVAS DE HPV NA CIDADE DE GUARULHOS, SÃO PAULO. Scalco, F.C.L. (1); Rodrigues, H. (1); Lourenço, A.C.R. (1); Neman, F.A. (1); Instituição: 1 - Universidade Cidade de São Paulo; Introdução: O câncer de colo uterino é um problema de saúde pública, relacionado a ônus e grande impacto social já que responde por 15% de todos os tipos de neoplasias no sexo feminino. A relação do câncer de colo uterino com o HPV está bem estabelecida já que 90% dos tumores de colo possuem positividade para infecção pelo vírus. A detecção de lesões sugestivas é realizada através da colpocitologia oncótica, que deve ser realizada anualmente nas mulheres sexualmente ativas em busca de atipias celulares. A prevalência do HPV varia de 10 a 50%, sendo que entre os 15 e 25 anos, período de início da atividade sexual, é mais comum o encontro da infecção. Após essa faixa etária, a prevalência cai consideravelmente. É incontestável a importância da detecção precoce de lesões relacionadas ao HPV, já que o rastreamento proporciona redução de custos e da mortalidade por câncer de colo uterino. Saúde Soc. São Paulo, v.20, supl.1, 2011 35 Objetivos: Traçar o perfil epidemiológico relacionado à presença de lesões sugestivas de HPV, ao exame citopatológico em uma amostra populacional do município de Guarulhos, a fim de reconhecer a população de risco e propor medidas intervencionistas. Método: Estudo retrospectivo transversal, realizado através de coleta dos dados disponíveis nos livros de registro de uma unidade de saúde da família do município de Guarulhos, entre os anos de 2007 a 2009. Esta unidade recebe encaminhamento de toda colpocitologia oncótica do município que possua alterações em seu laudo. Entende-se por exame citopatológico alterado os resultados que vão desde as células atípicas de significado indeterminado até o carcinoma invasor. Resultados Foram diagnosticadas 815 pacientes com algum tipo de atipia em endocérvice e ectocérvice. Dentre estas, 252 casos de lesões por HPV foram confirmados por biópsia. A maior freqüência desta alteração se deu entre mulheres de 21 a 30 anos (37%) e de 31 a 40 anos (36,1%). Em relação as parcelas etárias de mulheres menores de 20 anos e de idade superior a 51 anos, o estudo obteve resultados insatisfatórios de cobertura, com 15,8% e 2,7%, respectivamente. Conclusão: Os resultados mostraram uma elevada prevalência de HPV. A associação desta afecção com variáveis socioeconômicas, comportamento sexual e com lesões do colo uterino, indicam a importância de medidas para a promoção e prevenção de saúde com este alvo específico dentro da rotina de serviços de atenção primária. PERFIL SOCIODEMOGRÁFICO E CLINICO DOS PACIENTES COM TUBERCULOSE PULMONAR CASOS NOVOS, RESIDENTES NO MUNICÍPIO DE ITANHAÉM-SÃO PAULO Tcc, curso pós graduação Auditoria em saúde-UNISANTA (1); TCC, curso pos graduação -Auditoria em Saúde -UNISANTA (2); Instituição: 1 - Seceretaria Municipal de Saúde Itanhaém; 2 - Secretaria Municipal de Saúde- Itanhaém; Introdução: No Brasil a tuberculose é um problema de saúde prioritário uma vez que apresenta altos índices de casos novos por ano e um número relevante de mortes pela doença. No Município de Itanhaém / Estado São Paulo essa situação mostra com nitidez a relação entre as condições de saúde e as sociais de uma população. Objetivo: Conhecer e avaliar o perfil sociodemográfico e clínico do paciente com Tuberculose Anais XII Congresso Paulista de Saúde Pública pulmonar caso novo residente em Itanhaém ano 2005 a 2008. Metodologia: Os dados foram obtidos através do TBWEB-Sistema de Controle de Pacientes com Tuberculose (CVE/SP). Um estudo descritivo e quantitativo, sobre o sexo, cor, faixa etária, tipo de ocupação, escolaridade, doenças associadas e bairro. Resultados Amostra estudada 187 pacientes, sendo sexo masculino 68,99% e feminino 31,01%, Cor: branca 12,83%, negro 2,14%, pardo 9,09%, ignorado e não preenchido 75,94%. Faixa etária, de 0 a 9 anos 6,42, 15 a 19 anos 4,81%, 20 a 49 anos 67,37% e mais de 50 anos 21,40%. Ocupação: aposentado 3,74%, desempregado 11,77%, dona de casa 18,72%, profissional saúde 0.53%, outras e em branco 9,09%. Escolaridade, 01 a 03 anos de estudo 6,42%, 4 a 7anos 21,92, 8 a 11 anos 20,32%, 12 a 14 anos 2,14%, ignorado, nenhuma e em branco 49,20%. Doenças associadas, alcoolismo com 21,93%, diabetes 2,14%, AIDS 4,81%, drogadição 1,07%, outra patologia 10,16%, sem queixas e em branco 54,54%. Bairro 99,97% em branco e 0, 53% registrados a informação. Conclusão: Observou-se que a faixa etária 20 a 49 anos 67,37% é o grupo mais exposto a este agravo devido ao estilo de vida, normalmente fazem uso de bebidas alcoólicas, mantém horários irregulares para a alimentação estão presentes em locais com aglomerações. Tal fato indica que o serviço de saúde deve ser organizado para atuar, identificar e tratar precocemente este grupo. Não foi possível avaliar com mais precisão a ocupação, escolaridade, cor e bairro pela falta das informações no sistema pesquisado, demonstrando assim para o gestor e equipes de saúde da educação continuada, a importância do registro adequado das informações na ficha de tuberculose tornando obrigatório todos os campos. O sistema de informação TBWEB precisa ser acompanhado passo a passo, para que possa gerar dados mais consistentes facilitando o diagnóstico situacional dos casos de tuberculose permitindo traçar um perfil epidemiológico minucioso. Estas ações contribuirão no planejamento da saúde buscando melhoria na assistência e redução de casos novos da doença. SAÚDE DA POPULAÇÃO NEGRA: EQUIDADE NA CONSTRUÇÃO DAS PRÁTICAS DE SAÚDE Senna,D.M. (1); Lima, T.F. (1); Pereira,B. (1); Instituição: 1 - FMUSP; Este relato é parte de uma pesquisa que analisou a construção da integralidade nas práticas de saúde em unidades básicas de uma sub-região do município de São Paulo. Saúde Soc. São Paulo, v.20, supl.1, 2011 36 Relatórios de desigualdade racial apontam que a mortalidade de pretos e pardos difere da mortalidade de indivíduos brancos, sendo a vulnerabilidade advinda do acesso a cuidados de saúde e de condições de inserção social percentualmente maior no primeiro grupo. Construir a integralidade das práticas e o estabelecimento dos direitos de cidadania no SUS implica em incorporar esta questão. Responder às necessidades de saúde significa também compreender como as diversas relações dos sujeitos (corpo, grupos sociais, afetos) são passíveis de ser origem ou proteção do sofrimento e adoecimento. A coleta do registro auto declarado da cor da pele dos usuários SUS é passo fundamental para a construção de informações que norteem nossa prática. O trabalho de pesquisa realizado em três unidades básicas de saúde com diferentes modos de organização: tradicional, saúde da família e mista (saúde da família para população indígena). Enfocou a percepção das iniqüidades de saúde advindas de cor da pele. Utilizou a ambientação, observação e entrevistas não-diretivas com profissionais de saúde, usuários e representantes de instituições de apoio. Mapeando a história de tra- Anais XII Congresso Paulista de Saúde Pública balho e a concepção da prática dos trabalhadores, em sua operacionalização cotidiana. A coleta do quesito cor da pele para a maioria dos trabalhadores é vista com incomodo ou irritação. A exceção de agentes comunitários e trabalhadores negros. Em todo campo a coleta inexiste ou não é utilizada. A interação com os usuários em sua diversidade é trazida pela negação, admitem que a discriminação racial exista “lá fora”, mas necessidades de saúde e vulnerabilidades advindas das relações racializadas não são legitimadas. A interação com a identidade do usuário é suprimida, relações se estabelecem obscurecidas por pré-conceitos, com desconhecimento de direitos e de práticas relevantes para a redução das iniqüidades. Os resultados da pesquisa estão sendo elaborados para compor uma cartilha de direitos além de material para educação continuada voltado para trabalhadores de saúde da região, com objetivo de dar visibilidade a racialização, historicamente negada na sociedade brasileira, buscando superá-la e aos seus efeitos nocivos nas ações do SUS. Saúde Soc. São Paulo, v.20, supl.1, 2011 37 Eixo II – Gestão técnica e política do SUS Resumos de Relatos de Pesquisa A ATENÇÃO BÁSICA DE SAÚDE E POLÍTICAS PÚ- Apesar deste quadro positivo, há necessidade de mais políticas públicas no combate à hanseníase, voltadas BLICAS NO BRASIL : O CASO DA HANSENÍASE Nogueira,J.R. (1); Da-Silva-Rosa, T. (1); Barreto Junior, I.F. (2); Instituição: 1 - NEUS/UVV-ES; 2 - SEADE e UVV/ES; A atenção básica em saúde é prioritária no Sistema Único de Saúde (SUS), a ser gerenciada pela gestão municipal. Entre outros objetivos, ela visa oferecer acesso universal aos serviços de saúde, e implementar ações intersetoriais de promoção de saúde e prevenção de doenças. Entre essas doenças, está a hanseníase, que se encontra em níveis endêmicos em regiões do Brasil. Esta comunicação visa discutir a relação entre a atenção básica à saúde e a evolução da hanseníase no país a partir de um estudo da evolução histórica das políticas públicas no Brasil. A pesquisa baseia-se numa revisão histórica e bibliográfica, estabelecendo os marcos práticos e teóricos das políticas públicas de saúde do Brasil e focando-se nos aspectos relacionados à hanseníase ao longo da trajetória sanitária brasileira. Procurou se problematizar a representação da hanseníase que foi ora negligenciada ora alçada ao patamar prioritário da agenda sanitária brasileira, segundo critérios epidemiológicos e fatores que estabelecem os contornos da intervenção governamental. Como resultado deste estudo, destaca-se que a concepção atual de saúde supera a antiga proposição, de caráter exclusivamente centrado na doença, pois ela propõe desenvolver-se incentivando as práticas gerenciais e sanitárias, democráticas e participativas, sob a forma de trabalho em equipe, promovido pela estratégia de saúde da família e dirigidas às populações de territórios delimitados. Esta nova postura de política pública de saúde ajuda no controle de doenças, especialmente as infecto-contagiosas e, entre essas, a hanseníase. Existe uma mudança no perfil de morbimortalidade no Brasil, com declínio em relação às doenças infectocontagiosas, como é o caso da hanseníase. Esta diminuição se deve em grande parte aos programas de saúde da família e agentes comunitários de saúde bem como as melhorias na qualidade socioambiental no país, tais como saneamento, moradia entre outros. Anais XII Congresso Paulista de Saúde Pública para a população socialmente mais excluída. É evidente que a implantação de políticas públicas de erradicação da pobreza e de diminuição da exclusão social têm um impacto sobre a saúde. São fundamentais práticas educativas visando facilitar o diagnóstico precoce, tratamento adequado, redução das incapacidades físicas e diminuir o preconceito. A AVALIAÇÃO DA QUALIDADE NA GESTÃO EM SAÚDE Kovaleski DF (1); Calvo MCM (1); Colussi CF (1); Freitas SFT (1); Instituição: 1 - UFSC; Ao tratar do tema avaliação em saúde no Brasil, dispõe-se de significativa produção de caráter atual com contribuições substantivas. Todavia, a prática avaliativa tem se constituído de iniciativas pontuais e pouco articuladas às necessidades da gestão. A avaliação da qualidade em saúde tem sido acompanhada pela preocupação com o conceito de qualidade, considerado complexo e relativo, e seu significado varia de acordo com o contexto histórico, político, econômico e cultural de cada sociedade, além dos conhecimentos científicos acumulados. Além disso, a qualidade assume diferentes significados dependendo do foco de interesse do serviço ou programa, se está voltado para os resultados, para a produção ou para os consumidores. O estudo busca contribuir para o desenvolvimento da avaliação da qualidade da gestão em saúde. Para tal, são sistematizadas concepções da qualidade em saúde, a partir das bases Lilacs, Medline e Scielo, com as palavras-chave “qualidade”, “saúde”, “avaliação da qualidade”, “avaliação para gestão”, e seus equivalentes em inglês, sem restrição de data. Após essa análise, as concepções teóricas de Benno Sander para avaliação da gestão da educação - eficiência, eficácia, efetividade e relevância - e de Michael Scriven - valor e mérito – são reinterpretadas para aplicação em saúde: o mérito consiste em cumprir suas atribuições, aferido por meio de eficiência e eficácia; o valor consiste em realizar bem Saúde Soc. São Paulo, v.20, supl.1, 2011 38 suas ações, aferido em efetividade e relevância. Apesar de tais atributos já serem utilizados na avaliação em saúde, a proposta apresentada incorpora todos eles, transversal e simultaneamente, em uma matriz de fácil aplicação. A definição desses quatro critérios mínimos de qualidade conduz à identificação de indicadores que superam a lista das medidas clássicas de produtividade, epidemiológicas e normativas. A EQUIDADE RACIAL NAS POLÍTICAS DE SAÚDE FAUSTINO, D. M. (1); Instituição: 1 - Faculdade São Bernardo; Este trabalho objetiva apresentar os resultados da análise: As Políticas e Programas de Atenção à Saúde Integral da População Negra segundo Objetivos do Planapir encomendado pelo Fundo de Populações das Nações Unidas – UNFPA/UN Brasil no âmbito do Programa Interagencial de Promoção da Igualdade de Gênero, Raça e Etnia em janeiro de 2010. A Política Nacional de Saúde Integral da População Negra – PNSIPN é apresentada como documento basilar para referenciar a pactuação de indicadores de equidade racial em saúde e em consonância com os objetivos apontados pelo Plano Nacional de Promoção da Igualdade Racial – PLANAPIR. São identificados como avanços a inserção do tema Saúde da População Negra em importantes documentos de pactuação e planejamento do Sistema Único de Saúde e a presença ativa de movimentos sociais (em especial o surgimento de diversas redes negras de saúde) na visibilização desta agenda e pressão organizada junto as três níveis da gestão pública de saúde. Os desafios apontados foram: a necessidade de maior institucionalização e capilarização da PNSIPN nas três esferas de gestão; a pactuação e implementação de sistemas participativos de monitoramento sobre o estágio real de implementação da PNSIPN, a baixa prevalência de indicadores de redução de iniqüidade desagregados por raça em algumas Políticas e Programas estratégicos do Ministério da Saúde e a pouca existência de ações dirigidas à população negra não quilombola; Por fim, será discutido a importância de se avançar para além da presença da temática racial em documentos estratégicos de gestão da saúde, garantindo o empreendimento de esforços a partir da pactuação de metas diferenciadas para a redução das iniqüidades raciais em saúde. Anais XII Congresso Paulista de Saúde Pública A ESTRATÉGIA DO ACOLHIMENTO REFLETINDO NA QUALIDADE DOS SERVIÇOS DE SAÚDE PAULA, G.S. (1); SILVA, D.C. (1); CINTAS, G.B.F. (2); SANTOS, L.S. (1); BERNARDES,L.M. (2); Instituição: 1 - UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SANTOS; 2 - UNIVERSIDADE CATOLICA DE SANTOS; Introdução: A Política Nacional de Humanização (PNH),visa valorizar e fortalecer a garantia de assistência à saúde com qualidade e resolutividade, garantindo o vínculo dos usuários com o sistema de saúde através de escuta qualificada e para atingir seus objetivos utilizou-se da prática do acolhimento,que compreende desde a recepção do usuário do sistema de saúde à responsabilidade integral para resolutividade de seu problema¹,tendo como princípios: garantia de acessibilidade universal;eixo central para equipe multiprofissional;qualificar o vínculo trabalhadorusuário².O compromisso profissional e os direitos dos usuários são faces complementares do processo de melhora da qualidade do atendimento, do qual o acolhimento é parte significativa³.A implementação cada vez mais do acolhimento como tecnologia leve, partilha e resgata os princípios do SUS, melhorando por sua vez a qualidade de vida da população assistida. Objetivos: Contextualizar a temática humanização e acolhimento em serviços de saúde , por meio de uma revisão sistemática de literatura. Método:Trata-se de uma revisão sistemática de literatura sobre o tema acolhimento em unidades básicas de saúde. Foram realizadas buscas sobre o tema na base de dados SCIELO, PUBMED e LILACS. Utilizando os descritores Acolhimento e Humanização. Realizado corte temporal de 1999 à 2010, com artigos que traziam o delineamento da pesquisa. Resultados e discussões:O acolhimento, constitui um conceito chave com influência direta nos princípios que regem o SUS, sendo referência, integrando os níveis de sistema, com características como porta de entrada do sistema de saúde para os usuários e coordenação do fluxo de atenção.Essa estratégia contribui para que os usuários e/ou profissionais possam construir vínculo e conseqüentemente responsabilidades e comprometimento em favor da vida, com base em uma metodologia dinâmica, participativa e integrativa de toda equipe com finalidades similares que envolve todo trabalho vivo e ativo na intenção de se produzir saúde. Considerações finais: As unidades de saúde constituem um espaço fundamental para a relação entre Saúde Soc. São Paulo, v.20, supl.1, 2011 39 os usuários e os serviços, representando o campo real da implementação das políticas públicas de saúde. O acolhimento deve ser visto como um dispositivo potente, propiciando um vínculo entre equipe e população,trabalhador e usuário, como cuidado integral e assim estimular o acesso da população aos serviços de saúde. A EXPECTATIVA DOS GESTORES MUNICIPAIS DE SAÚDE DA MICRORREGIÃO DE ASSIS EM RELAÇÃO AO PROCESSO DE IMPLANTAÇÃO E AVALIAÇÃO DA PROGRAMAÇÃO PACTUADA INTEGRADA Noronha, Angela (1); Instituição: 1 - Secretaria Municipal da Saúde de Assis; O trabalho buscou compreender o processo de participação dos gestores municipais de saúde junto ao processo de implantação e avaliação da Programação Pactuada Integrada (PPI) no Colegiado de Gestão Regional (CGR) da microrregião de Assis no período de 2007 a 2009. Realizou-se uma pesquisa qualitativa descritiva baseada em dados apreendidos mediante pesquisa documental e observação direta assistemática. Os resultados revelam que a PPI no Estado de São Paulo implantada a partir de Novembro de 2008, deve ser continuamente aprimorada requerendo instrumentos de avaliação mais efetivos e resolutivos. Foi possível estudar e avaliar a importância do Colegiado de Gestão Regional de Assis instituído em 2007 como espaço de decisão no âmbito regional buscando soluções para a organização da rede regional de atenção à saúde participando ativamente do processo da PPI. Além disso, analisaram- se as principais dificuldades enfrentadas durante o processo da PPI e as expectativas dos gestores que participaram deste processo. Ressalta-se neste trabalho as séries de Normativas que deram início ao processo da PPI culminando com a implantação do Pacto pela Saúde. Concluiu-se que os gestores e técnicos municipais que participaram ativamente do processo de elaboração e implantação da PPI colaboraram muito para este momento histórico do sistema público de saúde na região, a proposta inicial foi cumprida e atingiu os objetivos propostos. O processo de elaboração e pactuação da Programação Pactuada Integrada foi importante, pois desencadeou muitas discussões e aproximações, propiciando aos gestores maior conhecimento da região, bem como o entendimento da complexidade de cada município para dar conta do atendimento à saúde integral do seu cidadão. Anais XII Congresso Paulista de Saúde Pública A GESTÃO DESCENTRALIZADA DOS RECURSOS NO SUS MUNICIPAL: DISCUTINDO BASES CONCEITUAIS MELO, A M (1); MENDES, AQUILAS (2); Instituição: 1 - SMS - DIADEMA / FSP-USP; 2 - FSP USP; Introdução: Tendo em vista que o sistema de saúde brasileiro é fortemente marcado pela municipalização e descentralização, os muitos enfrentamentos que caracterizam o cenário da gestão dos recursos no SUS atualmente recaem sob responsabilidade dos gestores municipais. A gestão constitui-se tarefa complexa, pois o SUS corresponde a uma complexa rede de variáveis de aspectos muito diversificados. Dentre os enfrentamentos, destacam-se a demanda atual por instrumentos/ estratégias que objetivem o aprimoramento do SUS no que se refere à gestão do sistema, o atual cenário de conformação do princípio de descentralização das políticas do SUS e seus dissensos, os crescentes e insustentáveis gastos com saúde dos orçamentos municipais e os reflexos do movimento do capital na produção em saúde dos sistemas municipais. Nesse cenário, torna-se plausível a discussão acerca das implicações conceituais que envolvem a gestão descentralizada dos recursos no SUS sob a ótica municipal. Objetivos: Desenvolver revisão bibliográfica que ampare a análise da gestão descentralizada dos recursos do SUS sob a ótica municipal tendo em vista os atuais enfrentamentos presentes na discussão da temática. Metodologia: Levantamento bibliográfico que utilizará como instrumentos documentos oficiais do Ministério da Saúde, arcabouço legal correlacionado e análise das teorias, conceitos e técnicas implicados na temática, a saber: estruturação do SUS com foco na estrutura de financiamento; aspectos da avaliação em saúde e dos conceitos de eficiência e eficácia aplicados à análise em saúde; dissensos do desenvolvimento do princípio de descentralização no SUS; movimento do capital na produção dos sistemas de saúde municipais; e, discussão acerca dos instrumentos do planejamento em saúde. Resultados Partindo das temáticas conceituais, almejase obter um condensado bibliográfico que sirva como linha norteadora de estudos que visem avaliar a gestão dos recursos no SUS sob a ótica municipal, além de criar uma base para a formulação de instrumentos de gestão necessários ao atual cenário de enfrentamentos na produção da gestão municipal do SUS. Saúde Soc. São Paulo, v.20, supl.1, 2011 40 Conclusão: O atual cenário de gestão descentralizada dos recursos no SUS sob enfoque municipal, dada a característica intrínseca de descentralização do sistema, descreve a grande parte dos enfrentamentos associados ao SUS na atualidade. Por este motivo, tal discussão faz-se legítima e sobremaneira necessária. A PACTUAÇÃO DE METAS COMO FERRAMENTA DE GESTÃO E ORGANIZAÇÃO DA ATENÇÃO PRIMÁRIA: O TERMO DE COMPROMISSOS (TERCOM) EM CURITIBA, BRASIL Ditterich, R. G. (1); Moysés, S. T. (2); Moysés, S. J. (2); Instituição: 1 - FO-UFF/NF; 2 - PUCPR; A avaliação de desempenho nas ações e serviços de saúde tem recebido grande atenção nos últimos anos, com ênfase na garantia da qualidade da atenção e visando subsidiar decisões que gerem bons resultados na produção de serviços e impacto positivo na saúde. No Brasil, dentre as possíveis escolhas na gestão da saúde, algumas cidades com a incumbência de gestão plena do sistema de saúde iniciaram um processo de revisão dos planejamentos locais e dos protocolos assistenciais, que culminaram com a implantação de processo de contratualização de resultados, por meio de Contratos de Gestão. Este é o caso de Curitiba, no estado do Paraná. Devido ao exposto, o presente trabalho teve como objetivo descrever e discutir a percepção dos trabalhadores da saúde no município de Curitiba-PR, sobre o uso do Contrato Interno de Gestão/Termo de Compromissos (TERCOM) como ferramenta na gestão e organização da atenção primária à saúde. Para tal, o método proposto analisou os dados secundários produzidos pelo Banco Mundial em pesquisa sobre inovações em gestão no Brasil. O presente estudo focalizou nos dados referentes à gestão dos cuidados primários à saúde no referido município, buscando compreender o impacto da utilização das metas e indicadores pactuados na organização da atenção à saúde em Curitiba-PR. Concluiu-se que por meio de metas e objetivos preestabelecidos no Contrato Interno de Gestão, o município vem desenvolvendo mecanismos e ferramentas que ressaltam a importância da corresponsabilidade e da instituição de compromissos mútuos entre os trabalhadores da saúde em nível local, a gestão municipal e a população. No entanto, há ainda lacunas importantes na concreta efetivação da gestão pactuada, sendo necessário que os profissionais de saúde se apropriem de Anais XII Congresso Paulista de Saúde Pública todas as fases e etapas de planejamento, elaboração, execução e avaliação das ações e programas pactuados no TERCOM. A PERCEPÇÃO DOS PROFISSIONAIS DE SAÚDE SOBRE VIOLÊNCIA DOMÉSTICA EM UM CENTRO DE SAÚDE ESCOLA DO MUNICÍPIO DE SÃO PAULO AMARAL, D.P. (1); ABDALLA, F.T.de M. (1); SILVA, C.S.H.A da (1); PAI, C.Y.W. (1); NAKATSU, E. (1); SALVADORI, K.S. (1); REGO, M.K.de M. (1); CEMIN, N.O. (1); FRIZZO, T.M. (1); LUCAS, S.F.L.M. (1); Instituição: 1 - CSEBF; A violência é um fenômeno complexo, de difícil conceituação, que envolve aspectos culturais, sociais e subjetivos. A violência contra a mulher define-se como ação que cause morte, dano ou sofrimento físico, sexual ou psicológico. A violência doméstica pode ser definida como aquela que ocorre entre parceiros íntimos e/ou membros da mesma família. Identifica-se que a violência doméstica é uma problemática fundamental que deve ser abordada no âmbito da Saúde Coletiva. O Objetivo deste trabalho é descrever a percepção dos profissionais de saúde sobre a violência doméstica contra a mulher e explorar a abordagem e condutas frente aos casos. Foi realizado um estudo qualitativo em um Centro de Saúde Escola em novembro de 2010. Os dados foram obtidos através de um questionário auto aplicável e grupo focal. Verificou-se que a maioria dos entrevistados considerou atos de violência inaceitáveis, muitos já presenciaram situações de violência no serviço e se sentem pouco preparados para lidar com eles. Nem sempre a mulher agredida é capaz de reconhecer qualquer forma de violência sofrida, dificultando o reconhecimento pelo profissional de saúde. Apesar do despreparo apontado, muitos profissionais investigam ativamente e estão dispostos a receber treinamento para tal. Conhecer e acolher casos de violência doméstica é fundamental para a proposta de práticas assistenciais adequadas, sendo os serviços de saúde importantes para a detecção dessas situações. A POLÍTICA NACIONAL DE SAÚDE BUCAL E A POLÍTICA NA REGIÃO METROPOLITANA DE SÃO PAULO, NO PERÍODO DE 2006 A 2009 Martino, L.V.S. (1); Narvai, P.C. (1); Instituição: 1 - FACULDADE DE SAÚDE PÚBLICA USP; Saúde Soc. São Paulo, v.20, supl.1, 2011 41 A Política Nacional de Saúde Bucal (PNSB), instituída no primeiro mandato do Governo Lula, teve o objetivo fundamental de induzir a reorganização da atenção básica referente às ações de Saúde Bucal, incluindo em sua estratégia o repasse de verbas aos municípios brasileiros para custeio e implementação de suas diretrizes. As principais formas deste repasse dizem respeito à criação de Equipes de Saúde Bucal (ESB) vinculadas à Estratégia de Saúde da Família e a implantação de Centros de Especialidades Odontológicas (CEO), no que se poderia denominar de componente de Atenção Básica desta política. Políticas priorizadas na agenda federal da saúde do Governo Lula, como a PNSB, por exemplo, mostraram-se atrativas como marcos diferenciais e contaram com investimentos em divulgação, objetivando garantir sua associação com o Governo Federal, apesar da implementação descentralizada, por meio da normatização de logomarcas e cartazes a serem expostos nos serviços odontológicos vinculados às estratégias. Este estudo aborda a autonomia decisória municipal frente à PNSB, os mecanismos de coordenação da PNSB e suas características de alocação de recursos relacionadas com a dinâmica da política nos 39 municípios da Região Metropolitana de São Paulo (RMSP). Foram utilizados dados secundários disponíveis em bancos de dados de acesso público, no período de 2006 a 2009, concentrando-se a análise nos indicadores “Saúde Bucal” e “CEO”, disponíveis no SIOPS e empregados para informar repasses federais aos municípios que criaram ESB ou implantaram CEO. A partir daí, as características partidárias dos vencedores das eleições de 2004 e 2008 para o executivo foram confrontadas com a adesão municipal ao componente de Atenção Básica da PNSB. Observou-se que as 7 prefeituras da RMSP cujos prefeitos eram filiados ao Partido dos Trabalhadores (PT), o mesmo do Presidente da República, nas eleições de 2004, aderiram à PNSB. Este número aumentou quando a base do governo foi analisada, ou seja, 16 municípios tinham o PT nos cargos de prefeito, vice ou fazendo parte da coligação vencedora nas eleições de 2004 e 2008. Somente uma prefeitura que contava com o PT em suas frentes não optou pela PNSB. O desenho da política e suas características de indução certamente fazem diferença para a adesão ou não ao componente de Atenção Básica da PNSB, mesmo com o incentivo financeiro, pois as políticas prévias e as agendas municipais influenciam significativamente o processo de decisão. Anais XII Congresso Paulista de Saúde Pública A REEMERGENCIA DA COQUELUCHE EM UM MUNICÍPIO DA BAHIA-2011: SITUAÇÂO EPIDEMIOLÒGICA E FATORES QUE CONTRIBUIRAM PARA O RECRUDECIMENTO DA DOENÇA Lima, Maricélia Maia (1); Ramalho, Larissa Cunha (2); Dantas, Karina da Paixão (3); Instituição: 1 - UEFS e SMS-Feira de Santana-Ba.; 2 - UEFS/SMS-Feira de Santana-Ba.; 3 - SMS-Feira de Santana-Ba.; Introdução: A coqueluche é uma doença infecto-contagiosa causada pela bactéria Bordetella pertussis. Estima-se que no mundo ocorram cerca de 50 milhões de casos e 300 mil óbitos anualmente, com uma letalidade em crianças de aproximadamente 4%. Diversas hipóteses têm sido sugeridas para explicar a reemergência da coqueluche e dentre elas se destaca: perda da imunidade adquirida por meio da vacina, fatores associados à evolução do patógeno mediante mudanças genéticas, aumento dos portadores assintomáticos, podendo ainda haver uma combinação de outros fatores como uso de novos métodos diagnósticos e melhoria dos sistemas de vigilância epidemiológica. OBJETIVO: Analisar o perfil epidemiológico da coqueluche e os fatores que contribuíram para o recrudescimento da doença no município de Feira de Santana, em 2011. METODO: Trata-se de um estudo epidemiológico descritivo, através de dados secundários do Sistema de Informação de Notificação de Agravos e da analise das fichas de investigação. Os dados foram lançados em planilhas no Excel For Windows- 2007 e apresentados em forma de tabelas e gráficos. Resultados Até a semana epidemiológica 31/2011, foram notificados 82 casos suspeitos de coqueluche, com 47 (57,3%) confirmados, 24 (29,3%) descartados e 11 (13,4%) ainda sem diagnóstico final. Com relação ao encerramento dos casos confirmados 03 (3,6%) foram pelo critério laboratorial, 04 (4,9%) pelo clínico epidemiológico e 40 (48,8%) pelo clínico. A distribuição por faixa etária, apresenta maior ocorrência em menores de 4 anos de idade, sendo os lactentes os mais acometidos pela doença. Quanto à situação vacinal 18 casos (38,3%) se encontram com vacinação ignorada e 08 (17%) nunca foram vacinados. Quanto ao sexo foi contatado que 21 (44,7%) dos casos foram do sexo masculino e 26 (55,3%) feminino. Conclusão: A reemergencia da coqueluche pode estar associada à baixa sensibilidade dos profissionais na detecção precoce da doença, principalmente Saúde Soc. São Paulo, v.20, supl.1, 2011 42 em adolescentes e adultos, os quais não apresentam os sintomas típicos e exuberantes como os lactentes. A coleta tardia de amostras de nasofaringe, uso prévio de antibiótico, possíveis falhas na coleta, armazenamento e envio para o laboratório podem ter contribuído para o baixo percentual de casos confirmados pelo laboratório. Portanto, a situação epidemiológica aponta para a necessidade da adoção de medidas urgentes para a prevenção e controle da doença, sobretudo na área da educação permanente para os trabalhadores de saúde. A REPRESENTAÇÃO FORMAL DAS INSTITUIÇÕES DE ENSINO SUPERIOR NOS CONSELHOS MUNICIPAIS DE SAÚDE DA DRS-I DO ESTADO DE SÃO PAULO: UMA PRIMEIRA APROXIMAÇÃO Ramos, LG (1); Mestriner Junior, W (1); Instituição: 1 - FORP - USP; A participação da sociedade civil nas políticas públicas, reconhecida como o Controle Social, faz parte da história recente do país. Durante a transição do autoritarismo, o Movimento Sanitário foi fundamental no processo de democratização e formulação das políticas sociais, em especial no momento da VIII CNS cujo projeto de sociedade apresentado inspirou a Constituição de 1988. Mas foi somente com a Lei 8.142 de 1990 que se oficializam os Conselhos de Saúde com paridade na representação da sociedade para a gestão do SUS. As primeiras reflexões sobre a Reforma Sanitária Brasileira ocorreram através dos movimentos sociais e também no interior das instituições de Saúde, incluindo as formadoras de recursos humanos, Universidades, cursos de pós-graduação, Associação Brasileira de PósGraduação (ABRASCO) e o Centro Brasileiro de Estudos em Saúde (CEBES) na condição de interlocutores de debates. O presente estudo teve por objetivo reconhecer a participação atual das Instituições de Ensino Superior (IES) em saúde nos espaços de Controle Social, tendo como unidade de análise os Conselheiros representantes das IES nos Conselhos Municipais de Saúde (CMS) da DRS-I do Estado de São Paulo. Para isto utilizou-se uma fonte de dados secundários na tentativa de identificar os municípios da DRS-I que possuem IES com cursos na área da saúde através do site e-Mec. A seguir verificou-se a composição dos CMS destes municípios através da consulta a canais públicos de informação e comunicação como sites, ouvidorias e diários oficias, Anais XII Congresso Paulista de Saúde Pública visto que a comunicação é um direito fundamental, sendo inviável pensar em políticas sociais democráticas, debatidas pela sociedade no espaço público, dissociadas da democratização desse espaço, através da comunicação e da inclusão dos diferentes atores sociais. Dos 39 municípios que compõem a DRS-1, 14 possuem IES com algum curso na área da saúde, destes 3 (Santo André, São Bernardo do Campo e São Caetano do Sul) apresentam 1 vaga para representação destas instituições no CMS e 1 município (São Paulo) tem 2 vagas não ocupadas no mandato atual. Essa primeira aproximação alerta para a fragilidade quantitativa da participação das IES nos CMS, caracterizando a necessidade de, numa segunda etapa, se investigar sobre os motivos deste esvasiamento e a real contribuição da participação atual. ACESSO AOS SERVIÇOS DE SAÚDE E RESOLUTIVIDADE DA ATENÇÃO NO MUNICÍPIO DE DIAMANTINA – MG FARIA, R.S.R. (1); REZENDE, V.A. (1); PENNA, C.M.M. (1); Instituição: 1 - UFMG; O conceito de resolutividade tem sinonímia com o ato de solucionar. Possui como dimensões: a integralidade; o acesso universal; a satisfação dos usuários; as demandas e necessidades dos usuários, entre outras. O conceito de acesso pode também ser considerado complexo. Este estudo o compreende em sua dimensão sócio-organizacional e geográfica e envolve a entrada e continuidade da atenção. Trata-se de estudo de caso qualitativo que tem por Objetivos: compreender o acesso aos serviços de saúde e a resolutividade da atenção. O estudo foi realizado no município de Diamantina/MG com 13 profissionais de saúde integrantes de 2 Equipes de Saúde da Família e 1 gestor municipal. Os dados foram coletados por meio de entrevistas com roteiros semi estruturados. Utilizou-se a técnica de análise de conteúdo e emergiram as seguintes categorias: Estagnação da Atenção Primária a Saúde (APS); Acesso dos Usuários ao Sistema de Saúde; Acesso e Rede de Atenção a Saúde. A primeira categoria refere à baixa cobertura populacional e deficiência de recursos materiais e físicos na Estratégia de Saúde da Família (ESF). O crescimento das redes de média e alta complexidade no município deixou a margem o desenvolvimento da APS. A segunda categoria demonstra o vínculo existente Saúde Soc. São Paulo, v.20, supl.1, 2011 43 entre usuários e profissionais assistenciais que estão capacitados para receber a demanda local e compreendem a rede de atenção municipal com a presença de Consórcios, Policlínicas e Pronto Atendimento. Porém, ressaltam-se dificuldades na continuidade da atenção quando é necessário referenciar os usuários para estes serviços. Além disso, os discursos apontam dificuldades em relação ao acesso dos usuários aos serviços de saúde, devido ao excesso de demanda espontânea, com visão médico-centrada e imediatista, o que leva a super lotação das instituições de saúde. Percebe-se que existe pouca sistematização e planejamento nas ações desenvolvidas pelas ESF. A última categoria evidencia que o município ainda trabalha com um modelo hierárquico piramidal de atenção a saúde que implica dificuldades de referência e contra-referência, com existência de conflitos entre os prestadores de serviço, o que prejudica o acesso aos serviços de saúde. Concluise que o município necessita de melhor planejamento dos recursos e ações direcionadas a atenção primária, com mudança de um sistema hierárquico pelo sistema autárquico, o que conduz a facilidades de comunicação e permite ampliar o acesso e a resolutividade na atenção prestada. ACESSO E GESTÃO DOS SERVIÇOS DE SAÚDE NO MUNICÍPIO DE DIAMANTINA – MG REZENDE, V.A. (1); FARIA, R.S.R. (1); Penna, C.M.M.P (1); Instituição: 1 - UFMG; O conceito de acesso pode ser considerado complexo. Este estudo o compreende em sua dimensão sócioorganizacional e geográfica e envolve a entrada e continuidade da atenção. A gestão e o planejamento podem ser apontados como dispositivo para sua ampliação e garantia. Trata-se de estudo de caso qualitativo, que tem por Objetivos: compreender o acesso aos serviços de saúde na perspectiva de trabalhadores e gestor de saúde. O estudo foi realizado no município de Diamantina/MG, com 13 profissionais de saúde integrantes de 2 Equipes de Saúde da Família (ESF) e 1 gestor municipal. Os dados foram coletados por meio de entrevistas com roteiros semi estruturados. Utilizou-se a técnica de análise de conteúdo. Resultados preliminares indicam que os profissionais reconhecem a gestão como importante ferramenta para ampliar o acesso e a resolutividade. Nota-se que as ESF possuem proximidade com o nível da gestão o que Anais XII Congresso Paulista de Saúde Pública facilita, em muitos momentos, o acesso dos usuários a determinados serviços. Considera-se que há esforços para ampliar a resolução das demandas dos usuários na Atenção Primária a Saúde. Porém, esses vivenciam dificuldades que desafiam a garantia de acesso, tais como: deficiências dos sistemas de apoio diagnóstico e suprimento irregular de medicamentos. Além disso, ressaltam-se barreiras no acesso aos demais níveis de atenção, apesar de haver um reconhecimento da existência de uma rede de atenção municipal que conta com a presença de consórcios com clínicas especializadas, Policlínicas, Pronto Atendimento. Evidencia-se a oferta de uma rede assistencial fragmentada, desarticulada e mal distribuída. Conseqüentemente, apontam-se problemas relacionados a aspectos organizacionais e de gestão do sistema, tais como: dificuldades para referenciar usuários para os demais níveis de atenção; processos de planejamento e programação pouco institucionalizados; sobrecarga das Equipes de Saúde da Família; e oferta insuficiente de atenção especializada – o que produz filas de espera para atendimento– e pouca governabilidade da gestão aos serviços especializados. Conclui-se que a limitação da rede de referência deve ser objeto de reflexão, pois conduz a práticas assistenciais limitadas, com pouca comunicação entre si e com custos sociais para a população. Aponta-se necessidade de mudança do sistema hierárquico pelo autárquico, o que conduz a facilidades de comunicação, com diálogos entre gestores, para ampliar o acesso e resolutividade da atenção. AÇÕES INTERSETORIAIS DESENVOLVIDAS POR GESTORES MUNICIPAIS NA PREVENÇÃO DA VIOLÊNCIA CONTRA CRIANÇAS E ADOLESCENTES Sousa, G.S (1); Pereira, A.S. (1); Ferreira Junior, A.R. (2); Vieira, L.J.E.S. (1); Moreira, G.A.R. (1); Instituição: 1 - UNIFOR; 2 - UNICAMP; A prevenção da violência e a promoção da saúde, direcionadas às crianças e aos adolescentes, configuraramse como desafios para sociedade civil e para os gestores envolvidos na legislação, articulação e sustentação de políticas públicas que alcancem esse propósito. O trabalho intersetorial está entre as principais diretrizes da Política de redução da morbimortalidade por violência e acidentes quando fala da assistência interdisciplinar e intersetorial para as vítimas de acidentes e violências. Esta pesquisa analisa as percepções dos gestores municipais sobre o desenvolvimento de ações Saúde Soc. São Paulo, v.20, supl.1, 2011 44 intersetorias de prevenção da violência contra crianças e adolescentes. Estudo com abordagem qualitativa, no qual a coleta de dados baseou-se na entrevista semiestruturada com 13 gestores do setor saúde da Região Metropolitana de Fortaleza (RMF), no período de 2009-2010. Os gestores foram indagados sobre o desenvolvimento de ações intersetoriais para a prevenção da violência contra crianças e adolescentes. O Discurso do Sujeito Coletivo (DSC) instrumentalizou a análise dos dados, resultando em 02 Ideias Centrais (IC’s): realização de ações intersetoriais e intrasetoriais e não existência de ações intersetorias; com seus respectivos Discursos. Os resultados sinalizam que os gestores têm conhecimento da importância dessas ações (intrasetoriais e intersetoriais), porém percebemos que eles não se sentem capazes para assumir o enfrentamento dessa violência, pois envolve questões éticas, sigilosas e aprofundamento no seio familiar. Apesar de desenvolverem alguns trabalhos intersetoriais, as políticas públicas ainda são ineficazes e o setor saúde não reconhece a violência contra crianças e adolescentes como sua responsabilidade. A resistência dos profissionais em aceitar a violência como demanda da saúde é citada pelos gestores como um fato que fragiliza a adoção de medidas preventivas da violência direcionadas a esse grupo. E as representações dos gestores sobre a não existência das ações intersetoriais revela a dificuldade da articulação entre os setores e a da dificuldade de trabalhar em equipe. Desse modo, o estudo aponta que a responsabilidade que os gestores assumem na execução das ações intersetoriais, no acompanhamento e na sustentação das políticas públicas de saúde, inclusive para a prevenção da violência em seus municípios, carece de redirecionamento e reflexões coletivas. ANÁLISE DA POLÍTICA NACIONAL DE EDUCCÇÃO PERMANENTE EM SAÚDE. LEMOS, CLS (1); DOMINGUES, M.H. (2); Instituição: 1 - UFG/UNIEVANGÉLICA; 2 - UFG; A pesquisa foi desenvolvida no Programa de PósGraduação em Educação FE/ UFG, na linha de pesquisa “Cultura e Processos Educacionais”. O estudo teve como objetivo a análise da concepção da Educação Permanente em Saúde (EPS) constante da Política Nacional de Educação Permanente em Saúde (PNEPS), implantada pela Portaria nº. 198/GM/MS, de 13/02/2004. A questão central foi analisar os fundamentos da Educação Permanente em Saúde (EPS) da proposta em Anais XII Congresso Paulista de Saúde Pública estudo. A metodologia utilizada foi o estudo e análise de documentos ministeriais do período de 2003 a 2009, artigos de autores envolvidos com a temática e documentos oriundos da OPAS relacionados ao surgimento da idéia da EPS. O referencial teórico foi obtido junto a autores que se aproximam da corrente marxista de educação e trabalho. Pelo estudo foi possível constatar que a concepção da EPS na PNEPS transcende um significado pedagógico, respondendo a um processo de reestruturação dos serviços diante das novas demandas do modelo de produção toyotista dos tempos neoliberais e pós-modernos. Justamente no momento em que o trabalho se encontra cada vez mais instável e precarizado é que o Ministério da Saúde aposta na gestão inovadora, dando centralidade à questão da EPS. Por meio da descentralização da gestão da EPS, perante a idéia da micropolítica do trabalho vivo, do método da roda e das pedagogias construtivistas, os sujeitos do “quadrilátero da formação” são estimulados a pensar permanentemente em soluções criativas para a superação da ineficiência dos serviços. A idéia não é de educação permanente, mas de gerenciamento permanente. Ao contrário de um instrumento de transformação radical, a EPS converte-se em uma ideologia que seduz pela sua aparência de novidade pedagógica. ANÁLISE DA PRODUÇÃO DAS UNIDADES DE PRONTO ATENDIMENTO NO MUNICÍPIO DE SÃO BERNARDO DO CAMPO Sacoman, TM (1); Nascimento, CAL (1); Alves, MDO (1); Instituição: 1 - SMS SBC/SP; Introdução: As Unidades de Pronto Atendimento (UPA) são estabelecimentos de saúde que prestam assistência aos pacientes agudos de baixa/média complexidade. Estas unidades são consideradas um observatório para a compreensão da operação da rede assistencial em São Bernardo do Campo (SBC). Assim, a análise dessa produção pode sinalizar aos gestores questões sobre sua função na rede de atenção. Objetivo: realizar análise dos atendimentos realizados nas UPA do município de SBC. Método: análise dos atendimentos realizados no 2° trimestre de 2011 por meio do levantamento de dados em planilhas de registro mensal das 4 UPA de SBC. Resultados No período analisado, a média de consultas médicas realizadas, considerando todas as unidades, foi de 8814/mês (DP= 2181). Desse total, as consultas em pediatria representaram um percentual médio de 31% e clinica médica, 69%. Considerando Saúde Soc. São Paulo, v.20, supl.1, 2011 45 os parâmetros da portaria 1601 de 7/7/2011, todas as unidades ultrapassaram o número de atendimentos médico diário de acordo com seu porte, sendo que 2 unidades superaram esses parâmetros em mais de 20%. Entre os eixos de classificação de risco, a média dos atendimentos do eixo azul (menor complexidade) representa 94% do total. Já os eixos amarelo e vermelho representam, respectivamente, uma média de 5,5% e 0,4% do total dos atendimentos. Da média de consultas médicas realizadas nas unidades, 3% destas resultaram em observação (média de 261 observações/mês). Dentre as observações, 6,3% permanecem por mais de 24 horas. Em relação aos serviços de apoio e diagnóstico, 14% das consultas médicas resultaram em exames de radiologia (média de 1207 pacientes/mês). O índice de exames de radiologia/paciente foi de 1,26. Em relação aos exames de análises clínicas, 7% das consultas médicas resultaram em exames nessa área (média de 644 pacientes/ mês). O índice de exames de análises clínicas/paciente foi de 3,24. Considerando todas as unidades, o percentual de remoções de pacientes para outros serviços foi de 0,5% do total de atendimentos médicos no período. A taxa de mortalidade no período foi de 2,6 para 10.000 atendimentos médicos. Conclusão: As UPA em SBC desempenham um papel resolutivo no atendimento aos casos agudos e representam um dispositivo para a estruturação do modelo de atenção voltado para o cuidado continuo do paciente. Desenvolver estratégias nesse sentido a partir da UPA é fundamental para o alcance de resultados satisfatórios na saúde da população. ANÁLISE DAS INTERNAÇÕES POR CONDIÇÕES SENSÍVEIS À ATENÇÃO PRIMÁRIA NO COLEGIADO DE GESTÃO REGIONAL DE SÃO JOSÉ DO RIO PRETO DO DEPARTAMENTO REGIONAL DE SAÚDE XV Borges,M.J.G. (1); Ferreira,J.B.B. (1); Instituição: 1 - Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto - Universidade de São Paulo.; Introdução: A atenção básica à saúde é a principal proposta de modelo assistencial da Organização Mundial da Saúde, visando à melhoria dos indicadores de saúde, redução das brechas de morbi-mortalidade, e um consumo mais racional da tecnologia biomédica, para maior eficiência ao gasto no setor. No Brasil, o Sistema Único de Saúde e a Estratégia Saúde da Família seguem os mesmos princípios, buscando a reorientação do modelo assistencial a partir da atenção básica. Na busca por uma atenção básica mais resolutiva cabe ressaltar a Anais XII Congresso Paulista de Saúde Pública importância de se organizar a atenção, neste ponto do sistema, de forma que as internações por condições sensíveis à atenção primária ocorram cada vez mais em menor intensidade.Objetivo: Analisar as internações do Sistema Único de Saúde por condições sensíveis à atenção primária procedentes dos municípios do Colegiado de Gestão Regional de São José do Rio Preto-SP, do Departamento Regional de Saúde XV do Estado de São Paulo. Método:Trata-se de um estudo descritivo analítico de abordagem quantitativa. Serão analisadas as internações por condições sensíveis à atenção primária, procedentes dos municípios do Colegiado de Gestão Regional de São José do Rio Preto, do DRS XV, ocorridas na rede SUS, entre os anos 2008 e 2010 por condição pertencente à Lista Brasileira de Internações por Condições Sensíveis à Atenção Primária. Os dados sobre as internações serão obtidos no Departamento de Informática do SUS (DATASUS).Resultados O CGR Rio Preto representa uma região de saúde formada por 20 municípios, com uma população aproximada de 662.125 hab.Os resultados preliminares mostram uma dissonância entre os municípios no tocante ao quantitativo das ações implementadas com base nas das Internações por Condições Sensíveis à Atenção Primária.Grosso modo, os municípios têm dificuldades para implementar ações com objetivo de reverter tais internações em seu próprio território, havendo necessidade de intensificar ações na atenção básica, como também nos territórios de referência, que serão responsáveis para a realização das ações de saúde referenciadas decorrentes das pactuações intergestores para a garantia do acesso no nível secundário e terciário.Conclusão: A princípio, observam-se maiores dificuldades na implantação de ações e políticas de saúde com base na lista das Internações por Condições Sensíveis à Atenção Primária que tem relação direta com a conformação da rede de saúde regional, o que implicará em pactuações constantes e investimento. ANÁLISE DAS PRODUÇÕES CIENTÍFICAS ACERCA DOS AVANÇOS, DIFICULDADES E DESAFIOS DO SUS Cordeiro, T.M.S.C. (1); Santos, C. L. R. (2); Instituição: 1 - FAN; 2 - FTC; Introdução: O Sistema Único de Saúde (SUS) é um sistema público de saúde brasileiro implantado pela Constituição Federal de 1988 após muitas propostas no setor saúde. Completadas duas décadas, entrado Saúde Soc. São Paulo, v.20, supl.1, 2011 46 na terceira década, ainda depara-se com deficiências, problemas e desafios a serem enfrentados no âmbito de gestão, financiamento, cobertura e qualidade nos serviços ofertados. Objetivo: Este estudo tem como objetivo analisar através de um estudo bibliográfico os avanços, as dificuldades e os desafios do SUS como sistema de saúde brasileiro. Método: Trata-se de um estudo de revisão bibliográfica de caráter exploratório com a abordagem qualitativa. A coleta de dados deu-se através de busca de artigos em periódicos nacionais, livros, resenhas, materiais em sites de busca como scielo, bvs. Os dados foram analisados segundo a análise de conteúdo de Laurence Bardin através de três grandes etapas: leitura minuciosa, exploração dos materiais e análise dos resultados. Durante todo o estudo foram respeitados os aspectos éticos e legais de cada autor, assim como os direitos autorais segundo a Lei nº. 9.610 de 1998. Resultados Os resultados apontam os avanços, as dificuldades e os desafios do SUS nos eixos estratégicos: financiamento, relações públicoprivadas, descentralização e relações entre gestores, gestão, atenção aos usuários, recursos humanos, desenvolvimento científico e tecnológico, provisão e regulação de insumos, princípios e diretrizes do SUS, leis orgânicas de saúde e Constituição Federal de 1988. Conclusão: Conclui-se que o SUS avançou pouco em relação a sua proposta de implementação, encontra-se em dificuldades nos diversos setores que o constituem e que os desafios do SUS precisam ser superado para melhorar os serviços prestados a saúde da população brasileira. Mas, não podemos avaliar o SUS apenas pelas suas dificuldades, como dizem nas produções cientificas o SUS deve ser avaliado em longo prazo, por natureza lenta, por fazer parte de uma reforma democrática e social, sendo resultado de mudanças rápidas de regimes autoritários. ANÁLISE DO COMPORTAMENTO EPIDEMIOLÓGICO DA TUBERCULOSE NA REGIÃO METROPOLITANA DE SÃO PAULO, SP, FRENTE À ESTRATÉGIA DO TRATAMENTO DIRETAMENTE OBSERVADO NO PERÍODO DE 2001 A 2008 baixo desenvolvimento social, a OMS lançou , em 1994, a diretriz do Tratamento Diretamente Supervisionado de curto prazo (DOTS), considerada como a estratégia mais efetiva no controle da tuberculose. A partir de 1998 o DOTS é implantado no Brasil, priorizando cidades com altos índices de casos da doença, muitos deles pertencentes à Região Metropolitana de São Paulo (RMSP). Estudar a situação da tuberculose e o impacto do DOTS nos idicadores desta doença nessa região traz contribuições importantes para o reconhecimento das possibilidades e limites das ações de Saúde Pública em espaços metropolitanos. Objetivos: Estudar o comportamento epidemiológico da tuberculose frente à estratégia do Tratamento Diretamente Supervisionado (DOTS) na Região Metropolitana de São Paulo no período de 2001 a 2008. METODOLOGIA: Estudo descritivo e retrospectivo, fundamentado em análise quantitativa. Os dados dos 39 municípios da RMSP foram recolhidos do Sistema Nacional de Agravos de Notificação (SINAN) no período de 2001 a 2008, manuseando as seguintes variáveis: tipo de entrada, associação com HIV, em tratamento observado ou não e situação de encerramento. Resultados Dos 39 municípios estudados, 17 municípios apresentaram melhora geral nos indicadores, 10 municípios obtiveram piora nos indicadores a despeito da intervenção do DOTS. O número de 10 municípios não apresentaram alterações na evolução dos indicadores e 2 municípios possuiam dados incompletos que impediram a análise adequada dos indicadores da tuberculose. CONCLUSÕES: Analisando integralmente os indicadores de incidência, taxas de abandono, recidiva, cura e incidência de HIV e AIDS nos casos de tuberculose, observamos heterogeneidade na evolução dos indicadores em relação aos municípios analisados, sem ter sido observado padrão inerente à intervenção. A aplicação das políticas de saúde no controle da tuberculose está sujeita a uma infinidade de fatores que contribuem para a evolução do controle da tuberculose, refletida nos indicadores analisados por este estudo. PALAVRAS CHAVE: DOTS, TUBERCULOSE, REGIÃO METROPOLITANA DE SÃO PAULO, PLANO NACIONAL DE CONTROLE DA TUBERCULOSE Ibanes, A.S. (1); Carneiro Junior, N. (2); Instituição: 1 - Instituto de Infectologia Emílio Ribas; 2 - Faculdade de Medicina do ABC; Introdução: Frente à alta incidência de casos de tuberculose no mundo, principalmente em países com ANÁLISE DO CONHECIMENTO SOBRE O TRATAMENTO HOMEOPÁTICO NA REDE PÚBLICA DO MUNICÍPIO DE SANTOS – SP PELOS USUÁRIOS DE QUATRO FARMÁCIAS HOMEOPÁTICAS. Anais XII Congresso Paulista de Saúde Pública Saúde Soc. São Paulo, v.20, supl.1, 2011 47 Carvalho, A.C. (1); Mulero, C.A.V. (1); Santos, K. B. (1); Elias, T. F. (1); Ribeiro, D. S. A. (1); Instituição: 1 - UNISANTOS; Introdução: A implementação da homeopatia no SUS representa uma importante estratégia de construção de um modelo de atenção centrado na saúde e não apenas na doença, já que compreende o paciente nas dimensões física, psicológica, social e cultural (JUSTO,2007). A inclusão das consultas médicas homeopáticas na tabela de procedimentos do Sistema de Informações Ambulatórias do Sistema Único de Saúde (SIA/SUS),em 1999, mostrou visibilidade do crescimento da atenção homeopática na rede pública. As práticas complementares e integrativas (PIC) eram desenvolvidas em vários estados e municípios, porém de forma desigual e sem diretrizes específicas. Com a publicação da portaria nº971/2006 que aprovou a PNPIC (Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares), essas diretrizes foram estruturadas para definir estratégias de inserção, avaliação e gestão das PIC garantindo o acesso à população (BARROS, 2007). Objetivo: Este trabalho tem como objetivo analisar o conhecimento do tratamento homeopático no SUS pelos usuários de quatro farmácias homeopáticas de Santos, assim como avaliar o conhecimento ao acesso dessa terapia. Método: Foram entrevistados um total de 50 usuários de quatro farmácias homeopáticas do município de Santos- SP, utilizando um questionário semi-estruturado com 8 questões que abordaram parâmetros sobre o conhecimento, utilização e acesso à terapia Homeopática na rede pública de Santos. Todos os entrevistados assinaram o Termo de consentimento livre e esclarecidos. Resultados 76% dos entrevistados não tem o conhecimento de que existe tratamento homeopático no SUS, 64% não sabem que para tratar com homeopatia, precisam ter um encaminhamento de um profissional da atenção básica, mesmo assim 74% fariam o tratamento pela rede pública. Atualmente 50% usam a homeopatia, e destes, 16% a utilizam por em média de 2 a 4 anos. 24% a usam por indicação médica e 18% por indicação de parentes e amigos. Dos entrevistados 94% indicariam o tratamento a outras pessoas e 84% gostariam de ter a homeopatia na atenção básica. Conclusão: Portanto, conclui-se que existe uma grande necessidade de divulgação do tratamento homeopático no SUS, além de dificuldades de acesso ao mesmo, por não estar disponível diretamente na atenção básica. Se a saúde é um “Direito de todos e dever do Estado”, Anais XII Congresso Paulista de Saúde Pública como prevê um dos princípios do SUS, o usuário deveria ter o direito de acesso assegurado também às práticas integrativas e complementares, quando disponíveis. ANÁLISE ESPACIAL BASEADA EM MODELO DO RISCO FAMILIAR NO MUNICÍPIO DE ALFENAS-MG GOMES, L.T.S. (1); FRANCO, T.L.B. (1); PALMIÉRI, P.C.R. (1); SOUZA, C.F. (1); NOGUEIRA, D.A. (1); Instituição: 1 - UNIFAL; Introdução: Os sistemas de informação do país foram criados com o objetivo de conhecer o perfil epidemiológico dos moradores de uma determinada região. O Programa Saúde da Família (PSF) foi criado como uma estratégia política de reorganizar a atenção primária no país. Esse Programa instituiu entre outros, a visita domiciliar, como mecanismo de criação de vínculos assistenciais e sociais com a comunidade, sendo esse também, um meio para fornecer dados para o sistema de informação. OBJETIVO: O objetivo foi avaliar a distribuição espacial e a análise descritiva do indicador e de vulnerabilidade familiar, apresentado como Risco Familiar (RF), para o planejamento das visitas domiciliárias na estratégia saúde da família no município de Alfenas. METODOLOGIA: A análise foi realizada utilizando a metodologia de geoestatística baseada em modelos, e a inferência via análise bayesiana. A análise descritiva foi realizada para as variáveis envolvidas na Ficha A de avaliação da família, utilizando programação no software R. RESULATADOS: Os resultados apresentaram correlação espacial para o RF, produzindo um mapa dos valores preditos para a região em estudo. Nesta representação é possível identificar regiões de maiores probabilidades de risco familiar. O estudo das variáveis que constituem o RF mostraram correlação linear positiva da renda per capta com o RF (p< 0,01) e a idade com o RF (p< 0,01). Conclusão: Em suma, as relações de dependência com o RF foram significativas para presença de Risco Mental, Cardíaco e Diabético (p< 0,01), visto que, a presença destas doenças aumentam significativamente o RF. Verificou-se que em famílias de RF baixo a busca pelo atendimento hospitalar é mais do que o esperado (p=0,003), enquanto que em famílias de risco elevado não buscam esses serviços. Assim, observa-se que o PSF, de acordo com sua estratégia política de reorganizar a atenção primária de saúde no país, ele estabelece maior vínculo com a população, porém o acesso é privilégio para aqueles de maior risco. Saúde Soc. São Paulo, v.20, supl.1, 2011 48 AS CAUSAS SOCIAIS DAS INIQUIDADES NA AS- aumento expressivo na realização de cesárias acima SISTÊNCIA ÀS GESTANTES NO MUNICÍPIO DE do indicado pela Organização Mundial da Saúde que é de 15% do total de partos ocorre em todos os distritos SÃO PAULO Vanni, D.C.C. (1); Barbosa, C.R. (1); Floriano, D.D. (1); Jukemura, N.C. (1); Barros, V.L. (1); Instituição: 1 - Centro Universitário São Camilo; Introdução: Com o conceito de assistência integral, conforme o Ministério da Saúde (1984), o Programa de Assistência Integral à Saúde da Mulher (PAISM) visa oferecer atividades de assistência integral clínicoginecológica e educativa, incorpora como princípios doutrinários a integralidade, equidade e universalidade e tem como princípios organizativos a descentralização, hierarquização e regionalização. Para garantir a qualidade e eficiência do atendimento pré-natal e puerperal é necessária a avaliação dos serviços através de indicadores. A cidade de São Paulo é dividida em cinco Coordenadorias Regionais de Saúde que por sua vez são compostas pelas 31 subprefeituras e essas pelos 96 Distritos Administrativos. Objetivo: Analisar e comparar os indicadores de saúde do município de São Paulo entre o município e os Distritos Administrativos, enfatizando a saúde da mulher. Método: Estudo exploratório, descritivo e comparativo em que se sorteou 1 distrito administrativo de cada subprefeitura de São Paulo totalizando 31. Os dados foram obtidos pelo sistema de informação Tabnet disponível on-line no site da prefeitura do município de São Paulo. Resultados e análise: Destaca-se alguns dados para caracterizar os distritos de melhores e piores níveis sócioeconomico. Os distritos de melhor nível são Moema e Itaim Bibi, apresentado 50% da população com renda de 25 ou mais salários mínimos e com mais de 14 anos de estudo. Os de níveis socioeconômico menor são Grajaú, Jardim. Helena e Cidade Tiradentes apresentam mais de 20% da população com renda igual ou inferior a 2 salários mínimos e tem a maior parte da população com 4 a 7 de estudo . Conforme preconizado pelo PAISM não se observa diferença significativa em relação ao número de consultas de pré-natal, porém, quanto ao tipo de parto obteve-se uma significativa diferença. Nos distritos administrativos de Moema e Itaim Bibi, mais de 82% são partos cesárias, enquanto que nos demais citados a grande maioria é parto normal.Conclusão: Há várias iniqüidades existentes, as condições socioeconômicas, demográficas e ambientais de uma população provocam diferenças de saúde, porém, verifica-se que um Anais XII Congresso Paulista de Saúde Pública administrativos. AS MÚLTIPLAS LÓGICAS DE CONSTRUÇÃO DE REDES DE CUIDADO NO SUS: INDO ALÉM DA REGULAÇÃO GOVERNAMENTAL DO ACESSO E UTILIZAÇÃO DE SERVIÇOS DE SAÚDE Cecilio. L.C.O. (1); Carapinheiro, G. (2); Andrade, M.G.G. (3); Albieri, F.A.O. (4); Santo André, L. D. (5); Instituição: 1 - UNIFESP; 2 - Instituto Universitário de Lisboa; 3 - UNICAMP; 4 - Secretaria Municipal de Saúde de Diadema; 5 - Secretaria Municipal de Saúde de São Bernardo do Campo; Um dos problemas centrais da atual etapa de implantação do SUS é a aparentemente insuperável defasagem entre a demanda e a oferta de serviços de saúde, em todos os níveis do sistema. Mesmo considerando que são múltiplas e complexas as suas explicações, o presente estudo tem como um dos seus pressupostos centrais que a regulação formal, exercida pelos gestores, convive com modos mais informais e bastante ativos de “regulação” (ou “contra-regulação”), exercidos por atores não governamentais, em particular os usuários - através de seus “itinerários terapêuticos” - e os trabalhadores de saúde – construindo redes informais de cuidado via contatos profissionais pessoais. O estudo tem como Objetivos: a) caracterizar as múltiplas lógicas de regulação do acesso e utilização de serviços de saúde, tanto em sua dimensão formal, de responsabilidade governamental, como em sua dimensão informal; b) identificar as relações dinâmicas que tais lógicas estabelecem entre si; c) subsidiar a formulação de processos regulatórios pelo gestor local de saúde que incorporem o protagonismo dos vários atores locais no processo global de regulação. A pesquisa está sendo desenvolvida, com recursos PPSUS/FAPESP, junto aos municípios de São Bernardo do Campo e Diadema. A primeira fase do estudo, de caráter exploratório, na qual foram ouvidos 12 atores dos municípios, já concluída, apontou para quatro problemas teórico-práticos que deverão ser considerados na análise do processo regulatório na atual etapa do SUS: a) a “quimera da rede básica”, ou, a promessa da rede básica se transformar na grande porta de entrada do sistema, com resolutividade e qualidade que nunca se realiza; b) a “disjunção Saúde Soc. São Paulo, v.20, supl.1, 2011 49 dos tempos” do usuário, do gestor e dos trabalhadores, que valorizam do modo sempre diferenciado os tempos de acesso aos serviços; c) o “usuário fabricador” (protagonista, produtor de itinerários próprios) X o “usuário fabricado” (disciplinado, seguidor ordeiro dos fluxos formais de regulação). O estudo confirma a existência de diferentes “regimes de regulação”: governamental, profissional, “político-clientelística” ou contra-regulação e “leiga”. A segunda etapa do estudo será a coleta de narrativas de vida de usuários, para reconstituição de seus itinerários terapêuticos visando uma compreensão mais elaborada dos processos regulatórios municipais. AS ORGANIZAÇÕES SOCIAIS COMO INSTRUMENTO DA PRIVATIZAÇÃO DA SAÚDE EM SÃO PAULO. Oliveira L. B. (1); Soares C. B. (2); Instituição: 1 - Enfermeiro. Aprimorando em Saúde Coletiva - Instituto de Saúde; 2 - Professora Livre Docente - Escola de Enfermagem da Universidade de São Paulo; A gestão pública em saúde vem sendo criticada no Brasil pela sua ineficiência e baixa resolutividade. Com a contra reforma do Estado brasileiro na década de 90 ascende um instrumento de gestão proposto para solucionar essas deficiências, as organizações sociais (OSs) - lei 9637/98. As OSs são instituições privadas com suposta capacidade técnica para gerenciar serviços públicos nas áreas da saúde, previdência complementar, assistência social, educação, meio ambiente, ciência e tecnologia e cultura, substituindo a administração pública burocrática pela gerencial privatista. Este trabalho objetiva analisar o crescente percurso da privatização da saúde pública em São Paulo através da incorporação das OSs na gestão e gerência dos serviços públicos. Trata-se de uma reflexão teórica que partiu da análise dos seguintes documentos: cadernos da contra reforma e o programa nacional de publicização; legislações do SUS; lei das OSs da União, do Estado e do município de São Paulo e sua articulação com os pressupostos da saúde coletiva, das práticas em saúde e com a concepção de saúde como direito. As OSs não se submetem ao direito público e são vistas como benéficas pelos governos, pois flexibilizam direitos trabalhistas, não estando sujeitas à carreira pública e à lei das licitações; a lei 8142/90 não prevê o controle social paritária e incentiva a competição entre as OSs e estas com o poder público, através de metas Anais XII Congresso Paulista de Saúde Pública estabelecidas por contratos de gestão, estimulando a competitividade por meio de pressupostos do mercado. O poder público, ao aderir às OSs como instrumento de gestão, gerência e organização do trabalho em saúde no SUS, adota um objeto diferente daquele do projeto de saúde como direito defendido pela Reforma Sanitária, um objeto articulado ao ideário do mercado, privatista. Esse ideário contribui para a mercadorização da saúde, pois traz elementos (desregulamentação, flexibilização, competição, etc) contraditórios aos princípios do SUS, como a universalização, integralidade, equidade e participação social, e também aos objetos (promoção, prevenção, cura e reabilitação). A partir dessa compreensão de direito social inalienável e universal, o movimento da Frente nacional contra a privatização da saúde luta contra a entrega do patrimônio, de serviços, servidores e recursos públicos para instituições privadas e quer resgatar os princípios e o objeto da saúde conformado pela lógica do SUS público, estatal, gratuito com participação popular. AS PECULIARIDADES DOS SISTEMAS DE SAÚDE DOS PAÍSES MEMBROS DO MERCOSUL: PERSPECTIVAS PARA A INTEGRAÇÃO REGIONAL Sacardo, D.P. (1); Fortes, P.A.C. (1); Tanaka, O.Y. (1); Instituição: 1 - FACULDADE DE SAÚDE PÚBLICA DA USP; Introdução: Na atualidade, vem crescendo o interesse por estudos e análises sobre os sistemas de saúde por parte dos governos, das organizações internacionais de cooperação, das instituições financeiras, da academia e dos gestores públicos e privados. Como decorrência de um processo de construção social, os sistemas de saúde são resultantes de uma complexa interação entre elementos históricos, econômicos, políticos e culturais particulares em cada sociedade. Objetivos: descrever e analisar o processo histórico de conformação dos sistemas de saúde de países membros do Mercosul – Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai -, tendo em vista o processo de integração regional em curso. Metodologia: estudo de cunho qualitativo que se valeu da análise documental e entrevista com gestores do Mercosul dos quatro países. Resultados há ocasiões de maior aproximação entre os percursos dos países, como no período de expansão da seguridade social, na metade do século XX, e há períodos quando rupturas e circunstâncias particulares afastam um dos outros, como ocorreu no Brasil nos anos 1980. Quanto aos Saúde Soc. São Paulo, v.20, supl.1, 2011 50 modelos, o Brasil baseia-se no tipo beveridgiano e configura-se num sistema universal, ao passo que os países de origem espanhola fundamentam-se na tipologia bismarkiana, considerados de “competição gerenciada”, tendo em vista a combinação dos subsetores público, privado e seguro social que conformam cada um dos sistemas. A trajetória dos sistemas de saúde dos quatro países investigados revelou a existência de diversos e estreitos laços que os unem. Um deles se refere à subordinação do setor saúde às relações mais gerais de produção e reprodução social lançando mão de categorias e conceitos tais como a divisão internacional do trabalho, a acumulação de capital, as relações de poder e sujeição aos organismos internacionais. O processo de integração regional tem revelado potencialidades e contradições, avanços e retrocessos, como a área de produtos e das vigilâncias, porém a questão dos serviços de saúde tem avançado lentamente. Os coordenadores da Reunião de Ministros da Saúde e do Subgrupo de Trabalho 11 Saúde no Mercosul entrevistados relataram fatos históricos que marcaram o processo de conformação dos sistemas sanitários, tanto para exemplificar como para explicar o arranjo institucional dos sistemas na atualidade. A ausência de um consenso a respeito do modelo de integração que se busca alcançar parece ser um dos desafios centrais para o bloco na contemporaneidade. AS POLÍTICAS E AÇÕES DA GESTÃO PARA O TRABALHO DE COORDENAÇÃO DAS EQUIPES DA ESTRATÉGIA DE SAÚDE DA FAMÍLIA MANOEL, R. A (1); MARTINS, S. T. F (1); Instituição: 1 - FMB/UNESP; Uma das diretrizes organizativas do Sistema Único de Saúde (SUS) é a descentralização com direção única em cada esfera de governo. Essa diretriz política-administrativa é realizada, sobretudo, por meio dos processos de regionalização e municipalização. Considerando a atenção básica, a gestão dos serviços de saúde tem sido exercida exclusivamente pelos municípios, que tem se organizado dentro das diretrizes propostas pelo governo federal. Assim, a Estratégia Saúde da Família (ESF) implantada desde 1994 tem-se consolidado como o principal modelo assistencial na atenção básica. Seu processo de trabalho prevê a atuação coletiva de equipes multiprofissionais, a qual implica no compartilhar do planejamento, na divisão de tarefas, na cooperação e na colaboração entre os membros. Dessa forma, a Anais XII Congresso Paulista de Saúde Pública importância do papel do coordenador da equipe enquanto mediador das relações de trabalho. Assim, a pesquisa tem por objetivo descrever e analisar como ocorre a coordenação das equipes na ESF, tanto no nível local (Unidades de Saúde da Família/USF) como no nível central (Secretaria Municipal de Saúde/SMS), tendo em vista identificar os impactos de suas ações na atuação da equipe. Nessa apresentação se realizará um recorte dessa pesquisa, identificando as políticas e ações da gestão municipal, ou seja, da coordenação na SMS entendida como uma das mediações presentes para o desenvolvimento do trabalho do coordenador das equipes da ESF. O referencial teórico utilizado foi a abordagem sócio-histórica, pautada no materialismo histórico e dialético. Os instrumentos utilizados na coleta de dados foram: entrevistas semi-estruturadas gravadas e observação participante das reuniões de equipe. A pesquisa foi realizada num município no interior do estado de São Paulo, cuja cobertura da ESF é de aproximadamente 30%. Participaram da pesquisa catorze profissionais, dos quais três são coordenadores da ESF no nível central e onze são coordenadores das USF local. O “suporte” oferecido pelo município para o trabalho dos coordenadores da ESF consiste em cursos, supervisão e reunião mensal. Entretanto, essas atividades não têm como foco a coordenação. Apesar dos coordenadores no nível central relatarem que o modelo de gestão adotado pelo município privilegiar a participação coletiva, essa prática não foi observada no discurso dos coordenadores da USF. Dessa forma, os resultados mostram a necessidade de refletir sobre a atividade de coordenação nas políticas de gestão. AS PRÁTICAS EDUCATIVAS DO ENFERMEIRO NA ESTRATÉGIA DE SAÚDE DA FAMÍLIA PINTO, MCRLR (1); OGATA, MN (1); Instituição: 1 - UFSCAR; Introdução: A pesquisa pressupõe a Educação Permanente em Saúde (EPS), e a Estratégia de Saúde da Família (ESF), indispensáveis à implementação e gestão local do Sistema Único de Saúde (SUS). Propõe identificar como a EPS se configura na prática profissional dos enfermeiros que atuam das equipes de saúde da família. Objetivos: Analisar como os enfermeiros se inserem nos processos educativos que ocorrem nas Equipes de Saúde da Família, identificando as ferramentas utilizadas nas práticas educativas e conhecendo a concepção de EPS. Método: Estudo de abordagem qualitativa, Saúde Soc. São Paulo, v.20, supl.1, 2011 51 tendo sido entrevistados 9 enfermeiras que atuam na ESF em 5 dos 8 municípios que compõem o Colegiado de Gestão Regional Central da DRS III- Araraquara. Os dados foram analisados utilizando análise categorial temática. Resultados A análise preliminar mostra que a ESF é definida pela missão de consolidar programas de saúde onde as atividades educativas são sustentadas pelos agentes comunitários de saúde (ACS), junto aos quais as enfermeiras atuam preferencialmente, educando e supervisionando. Reconhecem e respondem à dependência dos ACS, em detrimento da enfermagem, confinada à dimensão técnica do trabalho cuja organização impossibilita alternativas. Rejeitam o encargo formal de facilitar ou coordenar processos educativos e, quando o fazem, reproduzem o modelo tradicional de transmissão vertical de saberes. Não têm domínio do conceito de EPS atribuindo a agentes externos a responsabilidade pela tarefa, que não é realizada a contento ou não é realizada. A educação que visa o alcance de objetivos pontuais como instrumentalizar os profissionais para o manejo de situações de saúde e doença é característica de processos de educação continuada ou de atualização. Não contempla mudança de práticas ou comportamentos, como objetiva a EPS, mantendo a equipe refém do processo de trabalho e limitada a reproduzir discursos uniformes e desconectados da realidade de cada usuário. Conclusão: A EPS não é vivenciada nas ESF. Enquanto a ausência de ações educativas sustenta a heteronomia dos agentes de enfermagem a presença das práticas tradicionais reforça a dos ACS. O trabalho é fragmentado e a EPS não figura como possibilidade para sua recomposição. Há necessidade de alternativas que aproximem a EPS dos trabalhadores. tema de saúde se organiza para viabilizar o acesso dos doentes a esse diagnóstico, como já tem sido destacado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) ao afirmar que “o problema não está nas formas de detecção e de tratamento e sim, na forma de organização dos serviços de saúde para detectar e tratar os casos de TB”. Objetivos: Identificar os aspectos da estrutura dos serviços de saúde para o manejo das ações de controle da TB na AB a partir da avaliação dos profissionais da equipe de enfermagem em São José do Rio Preto – SP. Métodos e Procedimentos: Estudo quantitativo, descritivo com os profissionais de enfermagem dos serviços de AB do município. Foram entrevistados 58 profissionais de enfermagem (enfermeiros, técnico/auxiliares de enfermagem) dos serviços de Atenção Básica. Foi aplicado um instrumento de coleta de dados estruturado, que contemplava questões, segundo escala de Likert, que identificavam as ações de TB incorporadas pelas unidades de atenção básica, com enfoque nos aspectos organizacionais e de recursos materiais e humanos. Resultados Dentre os entrevistados 41,4% acreditam que disponibilidade de profissionais é insuficiente para atender a demanda sendo que a minoria dessa amostra trabalha em ESF (15,5%). A pesquisa também mostrou que 74,1% dos profissionais relataram estarem preparados para identificar suspeitos de TB, chamando a atenção o fato de que grande parte perfaz o grupo de trabalhadores na ESF (43,1%). Conclusões: Os recursos materiais estão disponíveis porem em grande parte do que foi analisado não há geladeira própria pra armazenar o material coletado. A ESF teve melhores avaliações pelos profissionais demonstrando ser uma estratégia favorável para o controle da TB. Descritores: Tuberculose; Atenção Básica em saúde; Equipe de enfermagem; Avaliação de serviços de saúde. ATENDIMENTO A DOENTES DE TUBERCULOSE: AVALIAÇÃO DA EQUIPE DE ENFERMAGEM SOBRE A ESTRUTURA DE SERVIÇOS DE SAÚDE DE ATENATENDIMENTO A DOENTES DE TUBERCULOSE: ÇÂO BÁSICA AVALIAÇÃO DA EQUIPE DE ENFERMAGEM SOBRE Oliveira, I.C (1); A ESTRUTURA DE SERVIÇOS DE SAÚDE DE ATENInstituição: 1 - FAMERP; Introdução: A tuberculose é um problema de saúde prio- ÇÃO BÁSICA ritário no Brasil que, juntamente com outros 21 países em desenvolvimento, abrigam 80% dos casos mundiais da doença. No Brasil o processo de incorporação das ações de controle da doença vem ocorrendo de forma gradual e diversificada na Atenção Básica. Apesar do diagnóstico da TB ser realizado de forma simplificada, a dificuldade encontrada tem sido na forma como o sisAnais XII Congresso Paulista de Saúde Pública Oliveira, I.C (1); Jesus,G.J (1); Pinto,P.F.P.S (1); Balderrama,P (1); Cury, M.R.C.O (1); Vendramini,S.H.F (1); Instituição: 1 - FAMERP; Introdução: A tuberculose é um problema de saúde prioritário no Brasil que, juntamente com outros 21 países em desenvolvimento, abrigam 80% dos casos mundiais Saúde Soc. São Paulo, v.20, supl.1, 2011 52 da doença. No Brasil o processo de incorporação das ações de controle da doença vem ocorrendo de forma gradual e diversificada na Atenção Básica. Apesar do diagnóstico da TB ser realizado de forma simplificada, a dificuldade encontrada tem sido na forma como o sistema de saúde se organiza para viabilizar o acesso dos doentes a esse diagnóstico, como já tem sido destacado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) ao afirmar que “o problema não está nas formas de detecção e de tratamento e sim, na forma de organização dos serviços de saúde para detectar e tratar os casos de TB”. Objetivos: Identificar os aspectos da estrutura dos serviços de saúde para o manejo das ações de controle da TB na AB a partir da avaliação dos profissionais da equipe de enfermagem em São José do Rio Preto – SP. Métodos e Procedimentos: Estudo quantitativo, descritivo com os profissionais de enfermagem dos serviços de AB do município. Foram entrevistados 58 profissionais de enfermagem (enfermeiros, técnico/ auxiliares de enfermagem) dos serviços de Atenção Básica. Foi aplicado um instrumento de coleta de dados estruturado, que contemplava questões, segundo escala de Likert, que identificavam as ações de TB incorporadas pelas unidades de atenção básica, com enfoque nos aspectos organizacionais e de recursos materiais e humanos. Resultados Dentre os entrevistados 41,4% acreditam que disponibilidade de profissionais é insuficiente para atender a demanda sendo que a minoria dessa amostra trabalha em ESF (15,5%). A pesquisa também mostrou que 74,1% dos profissionais relataram estarem preparados para identificar suspeitos de TB, chamando a atenção o fato de que grande parte perfaz o grupo de trabalhadores na ESF (43,1%). Conclusões: Os recursos materiais estão disponíveis porem em grande parte do que foi analisado não há geladeira própria pra armazenar o material coletado. A ESF teve melhores avaliações pelos profissionais demonstrando ser uma estratégia favorável para o controle da TB. Descritores: Tuberculose; Atenção Básica em saúde; Equipe de enfermagem; Avaliação de serviços de saúde. ATUAÇÃO DOS(AS) PSICÓLOGOS(AS) EM SERVIÇO DE ATENÇÃO BÁSICA À SAÚDE crepop (1); Instituição: 1 - crepop; Anais XII Congresso Paulista de Saúde Pública Introdução: O Centro de Referência Técnica em Psicologia e Políticas Públicas – CREPOP tem como objetivo a formulação de referências para atuação profissional no campo das políticas públicas. Estrutura-se em Rede, com uma instância de Coordenação Nacional, sediada no Conselho Federal de Psicologia, e com unidades locais, sediadas nos Conselhos Regionais. Apresentaremos uma das áreas investigadas: a atuação de psicólogos(as) em serviços de atenção básica de saúde, com dados coletados no estado de São Paulo. Objetivos: • Ampliar a atuação do psicólogo na esfera pública, colaborando para a expansão da Psicologia na sociedade e para a promoção dos Direitos Humam como sistematizar e difundir conhecimentos e práticas psicológicas nas políticas públicas, oferecendo referências para atuação nesse campo. Método: Para produzir conhecimentos sobre a prática dos psicólogos na atenção básica de saúde, foram utilizados os seguintes recursos: • Visitas e entrevistas à gestores - mobilização para a participação na pesquisa; • Questionário online – instrumento individual de coleta; • Realizações de Reuniões Específicas na sede e subsede do CRP06 para discutir temas relevantes da área de atuação – com gravação e relato das mesmas; • Realização de Grupo Fechado, onde se investiga a prática do psicólogo o seu cotidiano - grupos menores, apenas de psicólogos(as), também gravados e relatados. Resultados: Os resultados são sistematizados em dois relatórios: quantitativos e qualitativos. Os resultados qualitativos, referentes aos dados do questionário online, e apresentaremos dois dos seis eixos levantados: a) Caracterização do trabalho; b) Modos de atuação profissional. Serão demonstradas as atividades realizadas pelos psicólogos(as) e também abordaremos as expectativas de modalidades de trabalho a serem implementadas nas UBSs – Unidade de Atenção Básica - apresentadas na pesquisa. Conclusão: Analisando os resultados do tipo de vínculo contratual e natureza das organizações às quais se vinculam os profissionais, as médias salariais e a relação de atividades desenvolvidas pelos(as) psicólogos(as) percebe-se uma tendência à desestatização dos vínculos empregatícios e a baixa remuneração/reconhecimento dos serviços de psicologia, precarizando a quatidade e qualidade do atendimento psicológico á população. Saúde Soc. São Paulo, v.20, supl.1, 2011 53 ATUALIZAÇÃO DE DADOS DO SISTEMA DE NOTI- Ao notificarem os EA, o Núcleo de Farmacovigilância poderá monitorar a cadeia de medicamentos na pósFICAÇÃO ON-LINE PERIWEB MICROMEDEX® 1.0 (Healthcare Series) (1); MICROMEDEX® 1.0 (Healthcare Series) (1); Instituição: 1 - CENTRO DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA DE SÃO PAULO; Introdução: Em 2005, por meio da Portaria CVS 03/2005 de 14/3/2005, implantou se o sistema on-line de notificação de eventos adversos de medicamentos – PERIWEB - disponível na página eletrônica do CVS. Em fevereiro de 2010 o CVS/SES/SP publicou a Portaria CVS05/2010 que atualiza o fluxo de notificações em farmacovigilância para todos os detentores de registro de medicamentos no Estado de São Paulo, e define como sistema eletrônico de notificação para o Estado de São Paulo o PERIWEB. Esse sistema permite agilidade, maior segurança e principalmente mantém a confidencialidade das informações. Além dos DRM, os hospitais, outros estabelecimentos de saúde e profissionais de saúde, também notificam eventos adversos (EA) por meio do PERIWEB. Objetivo geral: Mostrar o relatório quantitativo das notificações recebidas pelo sistema PERIWEB, no período de maio de 2005 a julho de 2011, referente ao número total, assunto e origem das notificações e categoria profissional do notificador. Métodos: O sistema PERIWEB emite relatórios analíticos periódicos Resultados O PERIWEB recebeu no período de maio de 2005 a julho de 2011, 61.211 notificações de EA de medicamentos. Dessas notificações 92% eram de suspeita de reações adversas (RA) de medicamentos, 8% desvios de qualidade (DQ) de medicamentos. As Indústrias Farmacêuticas foram responsáveis 68% das notificações, os Hospitais 26%, o Programa Farmácias Notificadoras 2% , Farmácias, outras Unidades de Saúde 1% cada e profissionais de saúde 2%. Os médicos, farmacêuticos e enfermeiros foram os principais profissionais de saúde notificadores, sendo responsáveis por 81% das notificações. Conclusão: O sistema PERIWEB é a principal ferramenta para notificação de EA no Estado de São Paulo. As instituições com maior número de notificações registrada no PERIWEB são as indústrias farmacêuticas, pois a notificação é compulsória determinada atualmente pela RDC 04/2009 e Portaria CVS 05/2010 e os hospitais. Os profissionais de saúde que mais notificam são médicos, farmacêuticos e enfermeiros. Anais XII Congresso Paulista de Saúde Pública comercialização, principalmente medicamentos novos (até cinco anos de comercialização) e os de especial interesse sanitário, tomando quando necessárias medidas sanitárias cabíveis, com as informações oriundas do PERIWEB. AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DA ATENÇÃO BÁSICA DOMUNICÍPIO DE DIADEMA Djehizian, V.S. (1); Instituição: 1 - Secretaria Municipal de Saúde de Diadema; Avaliação da Qualidade da Atenção Básica do Município de Diadema Introdução: O município de Diadema faz parte da região de Saúde do Grande ABC. Tem 386.039 habitantes e densidade demográfica de 12.595hab/Km². Conta hoje com 20 Unidades Básicas de Saúde,(UBSs) e o desenho da sua lógica organizacional é a Estratégia de Saúde da Família. Tem 77 Equipes de Saúde da Família e 56 Equipes de Saúde Bucal. Conta também com 9 NASF. Destas 20 UBSs,15 tem Equipes de Saúde da Família com médico generalista, enfermeiro, técnicos de enfermagem e agentes comunitários de saúde, todos com jornada de trabalho de 40 horas semanais. A partir de 2009, 5 UBSs foram organizadas dentro da proposta da Saúde da Família, porém, os médicos com jornada de trabalho de 20 horas semanais das especialidades básicas, clínico, pediatra e ginecologista, sem a figura do generalista. Objetivo: Identificar as possíveis diferenças nos resultados obtidos por meio de avaliação nas 15 Unidades Básicas de Saúde com médicos generalistas e nas 5 UBSs com médicos clínico, ginecologista e pediatra. Método: Em outubro de 2010 foi utilizado um instrumento para avaliação das UBSs: Quali AB da SES-SP. Este foi elaborado e validado pela UNESP de Botucatu. É um instrumento utilizado para avaliação da Atenção Básica nas Unidades de Saúde. Apresenta 5 eixos: Identificação e características gerais do serviço; Registro de dados e informação em saúde; Organização da atenção a saúde; Perfil de atividades; Características do processo gerencial. Resultados Todas as UBSs foram avaliadas e a escala utilizada foi de 0 a 2. Chegou-se a uma pontuação média para cada UBS: 6 UBSs obtiveram pontuação entre 1,70 e 1,85. Cinco delas são com médicos generalistas e uma com médicos pediatra, ginecologista e clínico. Saúde Soc. São Paulo, v.20, supl.1, 2011 54 Entre 1,60 e 1,69 foram 8 UBSs, sendo 6 com médicos generalistas e duas com o outro modelo. Entre 1,50 e 1,59, duas UBSs com o médicos generalistas e 2 do outro modelo. Das cinco UBSs do outro modelo com médicos não generalistas, todas obtiveram pontuação maior que 1,50. Abaixo de 1,50 somente duas UBSs com médicos generalistas. Conclusão: Nota-se que não existem diferenças significativas entre os dois grupos de UBS com médicos generalistas e com médicos clínico, ginecologista e pediatra. Isto nos leva a pensar que se deva ao fato do serviço não está centrado na figura do médico e sim na própria Equipe de Saúde da Família. O instrumento é auto avaliativo e pode sofrer viés por conta da subjetividade AVALIAÇÃO DA REDE NACIONAL DE PROMOÇÃO DA SAÚDE Setti, A.F.F. (1); Mata, D.C. (1); Cruz, D. (1); Gosch, C.S. (1); Instituição: 1 - MINISTÉRIO DA SAÚDE; A Rede Nacional de Promoção da Saúde - RNPS do SUS é composta por aproximadamente 1500 entes federados que recebem apoio técnico e incentivo financeiro federal para desenvolver ações abordando os eixos temáticos da Política Nacional de Promoção da Saúde (PNPS). Entre 2005 e 2010, foram repassados cerca de R$ 170 milhões do governo federal para municípios e estados da Rede. Esse repasse foi realizado diretamente do Fundo Nacional de Saúde para os fundos municipais e estaduais. Objetivo: Descrever os principais resultados da avaliação da RNPS, no sentido de mapear as ações de promoção da saúde que estão sendo desenvolvidas, para subsidiar a tomada de decisão. Metodologia: Foi realizada pesquisa telefônica, no período de outubro de 2010 a janeiro de 2011, como mais um componente de monitoramento da RNPS. Os endereços e telefones foram atualizados a partir do cadastramento em 2010, quando do repasse do financiamento da Rede referente ao edital de 2010 (FORMSUS/CGDANT). Foram realizadas, pelo menos, 10 tentativas (em alguns casos, foram feitas até 20 tentativas). Após três meses, foram entrevistados 991 municípios e 09 estados que receberam financiamento em 2009, representando 66,7% do total da rede e 17,8% da totalidade de municípios do país. Resultados Os eixos temáticos da PNPS mais desenvolvidos nos projetos são: atividade física (70,5%), seguidos de prevenção de violência e acidentes de trânsito (43,9%), de alimentação saudável (22,7%) e de demais eixos (inferior a 10%), consideranAnais XII Congresso Paulista de Saúde Pública do que diversos projetos desenvolveram mais de um eixo da PNPS. Quanto à articulação com a Atenção Primária em Saúde, 94% dos projetos estão ligados a ESF articulados aos NASF e/ou ao PSE. Em relação à intersetorialidade: 93,4% dos projetos integram ações com outros órgãos ou setores, sendo que as áreas mais citadas foram: educação 69,7%; assistência social 52,3%; esportes 39% e cultura 22,5%. Quanto à abrangência dos projetos: 38,1% acompanham entre 31 e 100 pessoas por semana e 37,1% acompanham entre 101 e 500 pessoas. Das pessoas acompanhadas: 66,6% dos projetos são para idosos; 50,2% voltados para grupos de risco ou doentes (47,6% diabéticos; 47,5% hipertensos e 24,1% pessoas com sobrepeso/obesidade); e 37,5% dos projetos são para a população adulta. Conclusão: Esses dados geram evidências para implementação de estratégias de sustentabilidade e consolidação da RNPS ampliando as ações e políticas que promovam a saúde e a qualidade de vida da população. AVALIAÇÃO DOS INDICADORES DO PACTO DE ATENÇÃO BÁSICA NO MUNICÍPIO DE REGISTRO Borges, J.C. (1); Granja, G.F (2); Instituição: 1 - Faculdade de Ciencias Médicas da Santa Casa de Sao Paulo; 2 - USP; Os sistemas de serviços de saúde possuem, de modo geral, duas metas: atingir um estado ótimo para a saúde da população através do conhecimento sobre a causa das enfermidades e minimizar as disparidades existentes entre os subgrupos populacionais. Neste contexto, há que se considerar os inúmeros desafios encontrados pelo sistema para o funcionamento desta política de atenção à saúde. De modo a superar estas adversidades, os mecanismos de avaliação surgem com o propósito fundamental de subsidiar os processos decisórios no âmbito da saúde, permeando a identificação dos problemas mais latentes de modo que se permita a reorientação de ações e serviços desenvolvidos. Desta forma, para construção de redes assistenciais em atenção básica eficazes, resolutivas e em consonância com os níveis de atenção mais complexos, fez-se mister a institucionalização das práticas avaliativas. Pelo exposto, avaliar a Atenção Básica na menor e menos desenvolvida região de saúde do estado de São Paulo com o intuito de fornecer subsídios para a melhoria dos processos no que se refere à Atenção Primária se transformou em nossa meta de estudo. Para tanto, foi realizado um estudo descritivo documental com anáSaúde Soc. São Paulo, v.20, supl.1, 2011 55 lise retrospectiva dos indicadores do Pacto da Atenção Básica no período de 2000 a 2007 para o município de Registro (SP) e posteriormente esses dados foram comparados ao da Região de Saúde do Vale do Ribeira e do Estado de São Paulo. Em tese, podemos afirmar que os indicadores encontrados no município de Registro estão em certo ponto adequados para que se tenha uma atenção primária de qualidade, uma vez que não foram encontradas grandes discrepâncias quando se comparou com a DRS 12 e Estado de São Paulo, porém, o município ficou aquém aos dados do Estado nos coeficientes de mortalidade infantil, na proporção de óbitos em menores de um ano de idade por causas mal definidas e na taxa de prevalência de hanseníase. Dos problemas levantados citamos a indisponibilidade de dados em todos os anos avaliados para a maioria dos indicadores; a falha no sistema de registro de óbitos; as equipes pouco apropriadas quanto à relevância dos indicadores e registro dos procedimentos diários e principalmente, quando se colocou em pauta a qualidade dos indicadores que são na maioria quantitativos e não qualitativos; mas que apresentam limitações importantes como, por exemplo, os indicadores de internação que só consideram os leitos SUS. CARACTERÍSTICAS DO INVESTIMENTO SOCIAL PRIVADO EM SAÚDE, NO BRASIL Canel, R. C. (1); Lefèvre, F. (1); Instituição: 1 - FACULDADE DE SAÚDE PÚBLICA DA USP; A partir da pesquisa de doutorado da autora, sobre Investimento Social Privado (ISP) em Saúde, foi colocada a pergunta “quais as características do ISP no Brasil?”. Procedeu-se a um estudo exploratório através de pesquisa documental, utilizando-se: Censos GIFE de ISP; visita a sites; pesquisa bibliográfica. A pesquisa se justifica pelo fato de que a responsabilidade social das empresas (RSE) nasceu a partir dos anos 1990, quando temas como desenvolvimento sustentável foram discutidos na ONU. Foram criados normas e instrumentos para consolidar a RSE, colocados como prática de gestão. Paralelamente, mudanças na economia global e na capacidade resolutiva do Estado com relação a questões sociais (como a Saúde), tornaram importante o papel social do setor privado. Cabe ao setor público a definição de Políticas Públicas de Saúde e ao setor privado contribuir para que isso seja Anais XII Congresso Paulista de Saúde Pública efetivado, através de políticas e práticas de RSE e de ISP. O fortalecimento de ações integradas entre o setor público e o privado pode tornar os programas do ISP em Saúde mais adequados aos locais de atuação. Complementarmente, esses programas podem contribuir para a sustentabilidade do SUS. Os dados obtidos referem-se a resultados parciais (Censos 2005-2006 e 2007-2008; será acrescentado o Censo 2009-2010) da pesquisa em andamento e foram agrupados em categorias: quem realiza o ISP: fundações, associações civis sem fins lucrativos e empresas privadas; investimento: 614 milhões de reais (2005-2006) e cerca de 1,15 bilhão (2007-2008); onde: o investimento está concentrado no Sudeste, seguido pelo Sul, Nordeste, Centro-Oeste e Norte; áreas de atuação: educação, formação para o trabalho, cultura e artes, geração de trabalho e renda, apoio às organizações do terceiro setor; predomina o critério temático, seguido do geográfico, do etário e da faixa de renda; procedimentos: organização e promoção de cursos e capacitações, doação de materiais e equipamentos, pesquisas e campanhas de mobilização; beneficiados: principalmente a juventude (dos 15 aos 24 anos); evolução do ISP em Saúde: são poucos os dados existentes sobre o ISP no Brasil; a maioria das empresas de médio e grande porte tem uma atuação média no plano social, desenvolve principalmente um trabalho filantrópico e tem pouco conhecimento das comunidades onde atua; são poucos os investimentos diretos em saúde e eles têm diminuído, predominando atividades de prevenção primária, com dispersão dos recursos alocados. COMPARAÇÃO E NTRE AS NOTIFICAÇÕES DE COQUELUCHE DOS SERVIÇOS SENTINELAS X SISTEMA DE NOTIFICAÇÃO FORMAL NA REGIÃO GRANDE ABC Guerschman, T.M. (1); Neves, M.A.T. (1); Sakata, M. U. (1); Instituição: 1 - GVE VII / CVE / CCD / SES-SP; INTRODUÇAO: No Estado de São Paulo desde 2001 há Serviços Sentinela para coqueluche. Na região do Grande ABC, nestes 9 anos houve a participação de 3 Hospitais como Sentinela, escolhidos pela alta demanda de atendimento infantil: Centro Hospitalar de Santo André (público), Hospital e Maternidade Brasil (privado) e P.S. Central de São Bernardo do Campo (público). Cabe ressaltar que estes não funcionaram nos mesmos anos do período: CHM de 2001 a 2005. HMB de Saúde Soc. São Paulo, v.20, supl.1, 2011 56 2003 a 2010 e P.S. de 2003 a 2005. Observamos que os Serviços Sentinela da região em alguns anos tiveram desempenho insuficiente na notificação e ações pósnotificação do suspeito. Para verificar essa hipótese comparamos as notificações dos demais serviços com as dos Sentinela nos anos do estudo. Objetivo: Comparar o comportamento das notificações e das investigações de coqueluche nos sistemas sentinelas e na rede formal de notificação entre 2001 e 2010. Material e metodo: Foram avaliadas todas as notificações dos casos de coqueluche ocorridos na região do Grande ABC por meio do Sistema SINAN Windows de 2001 a 2007 e por meio do Sistema SINAN Net a partir de 2007. Resultado: Entre 2001 e 2005 o Centro Hospitalar notificou 20 casos com 6 casos confirmados. O Hospital e Maternidade Brasil notificou 38 casos entre 2004 a 2010 com 11 casos confirmados. Entre 2003 e 2005 o P.S. Central de S.B.C. notificou 18 casos com 4 casos confirmados. Os Serviços Sentinela foram responsáveis por 72 notificações com 30,55% de positividade (22 casos). Entre 2001 e 2010 o sistema formal do Grande ABC, aproximadamente 43 unidades, notificou 272 suspeitas com 84 confirmados como coqueluche (30,88%). Consideraçoes: A desistência dos Serviços Sentinela ocorreu principalmente devido as mudanças de gestão e do perfil de atendimento. Os municípios da região notificam e colhem material oportunamente nos casos suspeitos independentemente de possuírem Serviços Sentinelas. Ressalte-se, porém, que 92,86% das notificações recebidas pelo GVE VII em 2005 vieram dos Sentinela. O que se observa é que os desistentes continuam como uns dos principais notificadores com coleta de material para confirmação diagnóstica. Isto sugere que novos Serviços Sentinela contribuirão positivamente para o diagnóstico precoce e tratamento da coqueluche assim como ao conhecimento de seu comportamento epidemiológico. organização hierárquica da rede de serviços de saúde e efetivo exercício de uma atenção básica e o fortalecimento dos vínculos entre usuários por meio de um sistema integrado que vise à produção social de saúde. OBJETIVO: Descrever a trama de relações envolvidas no processo de extinção da DIR II referente à Regionalização do SUS no Grande ABC Paulista. METODOLOGIA: Foi utilizada uma pesquisa exploratório-descritiva, a partir de um estudo de caso simples, onde o Grande ABC era o caso; os procedimentos de coleta de dados foram: dezenove entrevistas semi-estruturadas – sendo doze da esfera municipal, dois da DRS I, dois de Organizações Sociais, dois da sociedade civil e três docentes – análise documental e de artefatos, além da observação; as pesquisas foram conduzidas entre os meses de fereveiro – julho de 2010; para análise utilizamos métodos qualitativos, onde buscamos interpretar a “fala” dos entrevistados. Resultados o que levou a extinção da DIR II no Grande ABC, segundo os entrevistados foram: gestão plena do SUS em seis dos sete municípios; “vaidades” municipais; vertentes político-partidárias distintas; desarticulação entre municípios e, entre municípios e estado; forte processo de municipalização; perdas de lideranças na região; distanciamento da esfera estadual; proximidade do Grande ABC da Capital; desgaste da DIR II; dificuldade de equilibrar oferta e demanda; e conflitos municipais. Conclusão: Notamos que o pensamento regional, ao menos no contexto da saúde, não se fez presente entre aqueles que conduzem as políticas de saúde na região. Percebemos que a extinção da DIR II foi uma consequência natural da autonomia dos municípios da região; dos embates políticos existentes dentro e fora dela; e, também, em virtude dos confrontos existentes no interior dos municípios, entre os municípios e entre municípios e estado. CONCEPÇÕES DOS COORDENADORES REGIONAIS SOBRE O PROCESSO DE DESENVOLVIMENTO DO PROJETO FORTALECIMENTO DA ATENÇÃO BÁSICA COMPREENDENDO A TRAMA DO PROCESSO DE Ogata, M. N. (1); Mishima, S.M. (2); Arantes, C. I.S. (1); EXTINÇÃO Machado, M.L.T. (1); Feliciano, A.B. (1); Protti, S. T. (1); SILVA, E. C. (1); GOMES, M. H. A. (1); Instituição: 1 - UNIFESP; Introdução: Regionalização do SUS visa reforçar e potencializar esforços e medidas envolvendo a organização dos sistemas local e regional de saúde, mediante articulação de todos os envolvidos; objetivando a Anais XII Congresso Paulista de Saúde Pública Fortuna, C. M. (3); Matumoto, S. (4); Silva, M.V. (5); Ribeiro, C. (6); Schiavon, A. (5); Mestriner Junior, W (7); Caccia-Bava, M.C.G.G. (8); Instituição: 1 - UFSCAR; 2 - EEERP-USP; 3 - EERPUSP; 4 - EERP - USP; 5 - DRS III - Araraquara; 6 - DRS III Araraquara; 7 - FORP - USP; 8 - FMRP - USP; Saúde Soc. São Paulo, v.20, supl.1, 2011 57 Introdução: este trabalho é parte da pesquisa “Projeto de Educação Permanente em Saúde de Fortalecimento da Atenção Básica nos municípios do Departamento Regional de Saúde III (DRS III) – Araraquara: análise e perspectivas” vinculada ao Projeto de Pesquisa para o Sistema Único de Saúde (PPSUS), financiado pela Fundação de Amparo a Pesquisa de São Paulo e Ministério da Saúde. Está sendo desenvolvida por um grupo de pesquisadores de diferentes instituições: EERP-USP, UFSCAR, DRS III, FORP USP, FMRP USP e CEFOR. Objetivo: o presente estudo teve como objetivo analisar as concepções dos coordenadores regionais sobre o processo de desenvolvimento do Projeto Fortalecimento da Atenção Básica. Método: trata-se de pesquisa com abordagem qualitativa que realizou análise categorial temática do conteúdo dos relatórios finais de 08 coordenadores de oficinas realizadas com trabalhadores de vinte e quatro municípios da DRS III. Resultados a análise possibilitou a construção das seguintes categorias e subcategorias temáticas: análise de processo - implantação, implementação e resultados. Análise de contexto – processo de trabalho, motivação, apoio e compreensão do projeto. Conclusão: as metodologias ativas de ensino e aprendizagem utilizadas nas oficinas e o espaço de reflexão dos coordenadores sobre o seu papel no processo constituíram-se em alguns dos pontos fortes do projeto de fortalecimento da atenção básica. A mudança de gestores municipais resultou em dificuldades para os participantes que em muitas situações não obtiveram o apoio necessário para implementação do projeto. CONDIÇÕES DE SAÚDE BUCAL NA CIDADE DE SÃO PAULO, SEGUNDO REGIÃO DE SAÚDE. Soares, MC (1); Frias, AC (1); Marques, RAA (1); Filippos, CM (1); Teixeira, DSC (2); Instituição: 1 - SMS SP; 2 - SES SP; Introdução. A Secretaria Municipal da Saúde de São Paulo adotou divisão em cinco Coordenadorias Regionais de Saúde – CRS subdividindo-se em Supervisões Técnicas de Saúde - STS, marcadas por diferenças sociais, demográficas e epidemiológicas. Objetivo: identificar as condições de saúde bucal de crianças e adolescentes conforme CRS e STS da SMS SP. Metodologia: estudo epidemiológico transversal das doenças bucais mais prevalentes, orientado pelas Recomendações da OMS (WHO - Oral Health Surveys 4th ed, 1997), aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da SMS-SP Anais XII Congresso Paulista de Saúde Pública (Parecer 48/08), estratificado por STS e CRS, segundo variáveis demográficas e socioeconômicas. Examinadores: 75 equipes da rede municipal (cirurgião-dentista examinador e auxiliar de saúde bucal anotador). Calibração: teórico-prática, com multiplicadores regionais, com cálculo das discordâncias intra e inter examinadores pelo método Kappa. Termo de Consentimento Livre e Esclarecido assinado pelos responsáveis. Resultados. Participaram 1371 escolas públicas e 374 privadas, de setembro a dezembro de 2008. Examinaram-se 5858 crianças de 18 a 36 meses; 5557 de 5 anos, 4249 de 12 anos e 2858 adolescentes de 15 a 19 anos, num total de 18.522 pessoas. Principais Resultados 92,3% das crianças de 18 a 36 meses livres de cárie; aos 5 anos e aos 12 anos 59,1% e 54,3% respectivamente e 39,4% aos 15 a 19 anos. Fluorose: 57,4% aos 12 anos sem fluorose e 36,6% com fluorose muito leve e leve. Periodontopatias: aos 12 anos 40,0% com periodonto normal, 36,9% sangramento e 22,8% cálculo; para os adolescentes verificou-se 36,5% com periodonto normal, 31,2 com sangramento e 31,4 com cálculo. Oclusopatias: observou-se aos 5 anos 55,6% com oclusão normal, 18,7% com oclusopatia leve e 24,9% com oclusopatia severa. Aos 12 anos 51,5% têm oclusão normal, 23,9% alteração oclusal definida e 12,6%, severa e 12,0 alteração oclusal incapacitante. Nos adolescentes 58,8% com oclusão normal, 22,6% com alterações definidas, 10,3% com alterações severas e 8,3% com alterações incapacitantes. Os resultados não foram homogêneos na cidade. 5. Conclusões. A SMS dispõe de dados que permitem conhecer os agravos e doenças bucais mais freqüentes e suas distribuições no território, possibilitando identificar os grupos mais vulneráveis aos fatores de risco sob o aspecto social, étnico e biológico, auxiliando o planejamento das ações individuais e coletivas, na busca da equidade de sua oferta. CONHECIMENTO DOS ACADÊMICOS DA ÁREA DE SAÚDE A CERCA DO SUS: UMA REVISÃO DE LITERATURA. BORGES, M.A.S.F; NASCIMENTO, M.A.A.do. (1); BORGES, M.A.S.F.;NASCIMENTO, M.A.A.do. (1); BORGES, M.A.S.F.; NASCIMENTO, M.A.A.do (1); BORGES, M.A.S.F.; NASCIMENTO, M.A.A. do (1); Instituição: 1 - UNISANTOS; Introdução: Atualmente, mesmo após a implantação do SUS, é grande o número de profissionais que não conhecem tão bem suas diretrizes e princípios. Nesta Saúde Soc. São Paulo, v.20, supl.1, 2011 58 perspectiva, constatamos que muitos deles trabalham no setor público de saúde sem conhecer o SUS, assim como o seu papel neste contexto. Objetivo: Este trabalho tem por objetivo realizar uma revisão sistemática de literatura sobre o nível dos acadêmicos da área de saúde sobre o SUS. Método: Para fundamentar esta revisão de literatura, utilizamos artigos científicos publicados em língua portuguesa, de Janeiro de 2005 à Dezembro de 2010. O acesso aos artigos se deu através das bases de dados BIREME, LILACS, IBECS, MEDLINE, SciELO. Os descritores utilizados foram: Educação em saúde, SUS, Diretrizes do SUS, Promoção a saúde, Conscientização do SUS. Para a revisão, foram apresentados 100 artigos a partir da escolha do tema proposto, sendo que apenas 16 apresentam relevância para o desenvolvimento do estudo. Resultados Os estudos mostram a importância do conhecimento do SUS para a formação do profissional. As literaturas revelam que a visão de um sistema integral é o alicerce para o alcance de uma melhor qualidade nas ações e serviços voltados para a promoção da saúde, prevenção e reabilitação. Os profissionais devem desenvolver um raciocínio crítico a respeito do seu desempenho profissional e a sociedade deve cobrar dos gestores melhores condições de atendimento e um planejamento de ação adequado às reais necessidades da população. Na medida que essa visão passa a fazer parte do cotidiano do profissional, nota-se que todo o sistema ao qual o mesmo faz parte, também passam por transformações notórias e consequentemente há uma melhora na assistência prestada à população. Conclusão: Acadêmicos e profissionais de saúde devem conhecer os princípios e diretrizes do SUS para garantirem os direitos da população. Para tanto, torna-se fundamental que as instituições de ensino tenham como foco na formação dos acadêmicos os desdobramentos do SUS, assim como as políticas públicas de saúde. Neste contexto, se faz necessário um esforço conjunto de docentes e profissionais de saúde para um SUS cada vez mais consolidado. CONTRIBUIÇÕES DO SUS PARA HARMONIZAÇÃO DE POLÍTICAS DE SAÚDE PÚBLICA NO ÂMBITO REGIONAL Sacardo, D.P. (1); Fernandez, J.C.F. (1); Instituição: 1 - FACULDADE DE SAÚDE PÚBLICA DA USP; Anais XII Congresso Paulista de Saúde Pública Introdução: O Brasil é um país bastante complexo e apresenta imensa diversidade territorial, cultural, educacional, social e de condições de vida e saúde dos grupos populacionais. Esforços no sentido de descrever tal diversidade são sempre incompletos e provisórios, dada a impossibilidade de elucidar de maneira conclusa as diferenças no âmbito regional e local, coletivo e individual. O mesmo ocorre no setor sanitário, ou seja, há inúmeras possibilidades de compreensão dos diferentes componentes do sistema de saúde pública brasileiro, assim como seus arranjos institucionais. Sem a pretensão de esgotar o tema – que é de natureza extremamente complexa –, o esforço empreendido nesse estudo foi de aproximação, tomando a descrição como recurso para compreensão, ainda que parcial, de alguns aspectos fundamentais da organização, funcionamento e dinâmica do sistema de saúde no país. Trata-se de um esforço de considerar o sistema de saúde como parte da dinâmica social brasileira. Objetivos: descrever os componentes do sistema de saúde pública no Brasil, identificar questões para compreender sua dinâmica e contribuir para o desenvolvimento dos processos setoriais de integração regional no Mercosul. Metodologia: estudo qualitativo que se valeu da análise documental e de entrevistas com especialistas temáticos para elucidar questões, tensões, desafios e potencialidades tanto para o SUS em seu processo de permanente construção, quanto para colaborar com outros países, como os do Mercosul, na consolidação e harmonização de políticas de saúde pública no âmbito regional. Resultados O sistema de saúde pública, como projetado ou imaginado neste estudo multicêntrico, não foi criado como tal, pelo menos no caso brasileiro, ou seja, é o ato de descrevê-lo nesses termos – para além do sistema de saúde e de atenção nos serviços – que o constrói como sistema. Assim, partindo de um conceito ampliado de saúde e, portanto, de saúde pública, a aplicação de um método de descrição deve contribuir – e, de fato, parece que pode fazê-lo – para a consolidação ou fortalecimento da conceituação ou teoria que o enseja ou que subjaz a ele. A partir dessa experiência, julgamos ter um referencial de suporte às entrevistas com os experts dos diversos componentes, propondo também um convite para uma reflexão que vá além de seu campo particular de atividades, que alcance a dimensão de um sistema de saúde pública. Saúde Soc. São Paulo, v.20, supl.1, 2011 59 CUSTO DA MEDICAÇÃO PSICITRÓPICA PARA PA- Max 700,00. CIENTES COM TRANSTORNO ESQUIZOFRÊNICO Dos que gastam com med psiquiátrica, a taxa média de gasto em relação a renda familiar mensal é de 0,047 ATENDIDOS NA REDE DE SAÚDE PÚBLICA NETO, P.T.C. (1); Martins, Denise (1); Alves Mulero, Claudia (1); Baxter Andreoli, Sergio (2); Instituição: 1 - UNISANTOS; 2 - UNIFESP - DEPARTAMENTO: Psiquiatria; Objetivo: estudar os gastos de pacientes com transtorno esquizofrênico com medicação psicotrópica atendidos na rede de saúde pública na cidade de Santos. Método: Estudo transversal realizado através de um questionário estruturado, aplicado em uma amostra representativa de pacientes com esquizofrenia, selecionados aleatoriamente entre os atendidos nos serviços comunitários de assistência em saúde mental no período de um ano, anterior ao início do levantamento. O critério para a inclusão dos usuários foi o diagnóstico de esquizofrenia, CID- 10. Resultados a proporção maior é de pacientes do sexo masculino, solteiros, sem filhos, com escolaridade até no máximo segundo grau, sem ocupação e estão de 2 a 10 anos sem trabalhar. A maior parte dos pacientes (75%) não tem despesas com a saúde, 4% tem alguma despesa com medicação psiquiátrica e 16% com outra medicação. A renda familiar mensal foi de R$ 1.315,00. Entre os que gastam com saúde, a média foi de R$ 98,00 mensais (mediana= R$65,00, Max=4,20; Max R$700,00), este gasto, em média, representa 0,080% (IC95% 0,063-0,0097) da renda familiar mensal. Os gastos com a medicação psiquiátrica representam 0,047% da renda familiar (IC95% 0,013-0,081) e com outras medicações 0,045% (IC95% 0,033-0,057). Conclusão: considerando a dependência alta destes paciente ao medicamento psicotrópico e o seu custo elevado, os gastos com estes medicamentos não representam uma carga pequena para os pacientes atendidos na rede pública de assistência psiquiátrica de Santos. Renda total mensal familiar: 57 missing, média 1.315; Max 6.500,00 Min 0; quartis 700,00; 1.050,50; 1.800,00. Despesas com medicação psiquiátrica: 0 miss; 96,3% não gasta. Despesas com outras medicações: 0 miss, 84,3 não gasta. Despesas com saúde sem med: 4 miss, 87,4% não gasta. Despesas totais com saúde (soma das três acima), 75,3% não gastam com saúde. Entre os que gastam a média de gato é de 98,00, mediana de 65,00, Max 4,2, Anais XII Congresso Paulista de Saúde Pública (ic95% 0,013-0,081). Dos que gastam com outras med, a taxa média de gasto em relação a renda familiar mensal é de 0,045 (ic95% 0,033-0,057). Dos que gastam com saúde execeto med, a taxa média de gasto em relação a renda familiar mensal é de 0,089 (ic95% 0,068-0,11). Dos que gastam com saúde, a taxa média de gasto em relação a renda familiar mensal é de 0,080 (ic95% 0,063-0,0097). ELABORAÇÃO PARTICIPATIVA DE INDICADORES PARA OS CAPS III PAULISTAS Furtado, J.P. (1); Onocko Campos, R. (2); Surjus, L.T.L.S. (2); Emerich, B. (2); Instituição: 1 - Unifesp; 2 - Unicamp; Trata-se de pesquisa em curso, voltada para o desenvolvimento de indicadores de vários aspectos relacionados à gestão e atenção dos Caps III do estado de São Paulo e à deficiência intelectual. Ao menos dois trabalhadores de cada um dos Caps citados estão inseridos em um curso sobre avaliação em saúde mental desenvolvido no interior dessa pesquisa-intervenção. Em encontros mensais, em um dos campi das duas universidades parceiras, os alunos têm discussões pela manhã sobre temas específicos e, à tarde, oficina para elaboração de indicadores relativo ao tema discutido. Nesse momento, os indicadores definidos estão sendo aplicados nos respectivos serviços, o que subsidiará as discussões sobre a qualidade dos mesmos. Desse modo, estamos desenvolvendo importante experiência de aproximação academia-serviços e, sobretudo, efetiva avaliação participativa, por meio da construção coletiva de instrumentos, contribuindo para a criação de cultura avaliativa nessas instituições. ENTRE A INTENÇÃO E O ATO: UMA ANÁLISE DA POLÍTICA DE CONTRATUALIZAÇÃO DOS HOSPITAIS DE ENSINO (2004 – 2010). Chioro dos Reis, A.A. (1); Cecílio, L.C.O (2); Cuginotti, A. (2); Meneses, C.S. (2); Abou Jamra, C.C. (2); Araújo, E. (2); Andreazza, R. (2); Instituição: 1 - Unifesp - Linha de Pesquisa Planejamento e Gestão em Saúde; 2 - Unifesp; Saúde Soc. São Paulo, v.20, supl.1, 2011 60 Introdução: o Programa de Reestruturação dos Hos pitais de Ensino (HE), implantado em 2004 para enfrentar a crise do setor, estabelece novos modos de financiamento, gestão e articulação dos HE com o gestor local do SUS, mediante contrato de gestão. Objetivos: analisar possíveis mudanças decorrentes dessa política nos HE, o posicionamento dos diferentes atores e dificuldades na sua implementação. Metodologia: o estudo qualitativo, financiado pela FAPESP, foi realizado em 4 HE selecionados por sorteio. Foram entrevistados 32 dirigentes hospitalares, gestores do SUS e dos ministérios responsáveis pela contratualização. A análise foi desenvolvida a partir de categorias empíricas-espelho e categorias-novidade, em três planos analíticos distintos. Resultados O avanço mais visível foi a mudança no perfil de financiamento. Não houve qualificação considerável da gestão e da assistência. Diretrizes para ensino, educação permanente, pesquisa e incorporação tecnológica foram finalidades “esquecidas”. Num segundo plano, da análise das apostas implícitas da política, observou-se que a expectativa de indução de uma nova racionalidade gerencial a partir de uma política governamental, ao subestimar a complexidade da micropolítica dos HE, não se concretizou. Os arranjos de participação idealizados, inspirados em autores que enfatizam a “constituição de sujeitos coletivos”, encontram dificuldades em sua operacionalização. No terceiro plano, a partir do conceito de razão na modernidade, buscou-se inteligibilidade para o que tem sido denominado de racionalização crescente das práticas médico-hospitalares, um ideal de funcionamento de hospitais “científicos”, eficientes, previsíveis e, parametrizados pelo mercado e seus critérios de competição e sobrevivência. Conclusão: As mudanças não ocorreram no sentido originalmente pensado. Assumiram diferentes configurações conforme os contextos e a micropolítica local, o que pode ser atribuído também aos diferentes protagonismos dos gestores do SUS. Trata-se de um modelo de gestão com forte intenção de inovação, mas que padece de um déficit de teoria para a compreensão do ‘micro’, em particular por estar preso ao paradigma estrutural-funcionalista. A racionalidade instrumental e normativa presente em propostas como esta, embora sedutoras e apresentadas como panacéia para os males das organizações de saúde e do SUS, apresentam limites concretos, mesmo quando induzidas pelo financiamento. Anais XII Congresso Paulista de Saúde Pública ESTIMATIVA DE DESVALORIZAÇÃO PROCEDIMENTOS SUS (INTERNAÇÕES DE CLÍNICA MÉDICA E PEDIÁTRICA E PROCEDIMENTOS DE PEQUENAS CIRURGIAS) MELO, M A (1); ALBIERI, FLAVIUS A O (2); Instituição: 1 - SMS - DIADEMA / FSP-USP; 2 - SMS DIADEMA; Introdução: Considerando o arcabouço legal que forma o cenário de estruturação do SUS (Sistema Único de Saúde), a conformação da Tabela de Procedimentos, Medicamentos, Órteses, Próteses e Materiais Especiais (OPM), e os instrumentos legais que amparam o funcionamento da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) como órgão responsável pelo ressarcimento dos atendimentos prestados dos beneficiários de planos privados de assistência à saúde por instituições públicas ou privadas integrantes do SUS, e dada a necessidade de promover o desenvolvimento, aperfeiçoamento e atualização do SUS, elaborou-se análise que tece estimativa de desvalorização dos preços de procedimentos SUS (internações de clínica médica e pediátrica e procedimentos relacionados a pequenas cirurgias) em relação aos preços de mercado comumente praticados. Objetivo: Elaborar estimativa de desvalorização dos procedimentos SUS elencados (cirurgias simples e internações de clínica médica e pediátrica) e paralelamente contribuir para o desenvolvimento das estratégias de gestão e planejamento do SUS. Método: Como base de análise o estudo utilizou valores praticados pelo mercado segundo pesquisas e órgãos de saúde (Tabela TUNEP/ANVISA e Boletim PROAHSA/ HC-USP e valores dos SUS (DATASUS) tecendo análise para procedimentos de cirurgias simples e valores de internações de Clínica Média e Pediátrica. Resultados No que se refere aos Procedimentos de Pequenas Cirurgias a comparação entre o valor dos procedimentos SUS e os preços da TUNEP observou desvalorização média total de aproximadamente 52%. A maioria dos procedimentos elencados encontra-se acima dos 50% de desvalorização, dos 58 procedimentos 65,5% encontram-se acima dos 50% de desvalorização e apenas 34,5% abaixo desta linha. Já no que se refere aos procedimentos de Internações de Clínica Médica e Pediatria observou-se uma desvalorização média de 45,5% Conclusão: O SUS hoje, no que se refere ao escopo de Saúde Soc. São Paulo, v.20, supl.1, 2011 61 procedimentos analisados, funciona com uma desvalorização média de aproximadamente 50% na comparação com os preços de mercado. Desvalorização esta que contribui para o atual cenário de estrangulamento da gestão municipal dos gastos públicos em saúde dado que opera com receitas desatualizadas e custos paritários aos de mercado. com as relações hierárquicas com o departamento, com a incorporação da lógica do planejamento – apenas duas tinham plano de ação e com a manutenção das unidades). Tais categorias parecem remeter a um tema central, qual seja o da definição de níveis de autonomização crescente no âmbito da gerência de unidades do nível local. ESTUDO DE CASO: A INTRODUÇÃO DA GERÊNCIA ESTUDO DE SATISFAÇÃO DOS USUÁRIOS DE SERFORMAL EM UNIDADES DE PRONTO ATENDIMEN- VIÇOS DE SAÚDE EM UMA REGIONAL DE SAÚDE TO EM SÃO BERNARDO DO CAMPO (SBC) – SP GOMES, L.T.S. (1); GRACIANO, M.M.C. (2); NOGUEIRivorêdo, CRSF de (1); Nascimento, CAL (2); Sales, V (2); Instituição: 1 - FCM - UNICAMP; DAHUE - SMS - SBC - Sp; 2 - DAHUE - SMS - SBC; O SUS – SBC passa por uma experiência radical no seu desenvolvimento. Iniciativas atestam este caminho. Mudanças no Modelo de Atenção e Gestão, no quadro funcional, na organização, na cobertura dos serviços, nas relações com o Controle Social e os trabalhadores, etc. A Atenção pré-hospitalar fixa merece destaque. A organização do sistema municipal neste âmbito optou por um projeto de substituição da rede de PAs tradicionais por UPAs-24 horas. Neste cenário emerge a necessidade de compor um conjunto gerencial que pudesse dar conta da operação dessas unidades. Neste escopo surge a questão desta investigação: como se desenvolve a capacidade gerencial nessas unidades? Com esta questão disparadora planejou-se empreender uma pesquisa qualitativa na qual se pretende dar voz aos gerentes. Aqui se pretende relatar o primeiro contato com estes gerentes e revelar categorias consideradas relevantes nas cinco primeiras entrevistas, de um total pretendido de dez. Cinco entrevistas semi-estruturadas foram realizadas com gerentes (três de UPAs e duas de PAs). Todos enfermeiros. O roteiro abordou quatro temas: unidades produtivas, gestão de pessoas, processo de trabalho e as relações com o Departamento responsável pela atenção pré-hospitalar fixa. A técnica de análise foi a de conteúdo, em sua variante temática. Após leitura flutuante dos dados emergiram seis categorias: a organização informal (expressão da criatividade gerencial), a agregação da equipe (demonstração da incorporação da estratégia da gestão participativa), a centralidade do trabalho médico (com dificuldades de adesão ao projeto), a autonomia gerencial com apoio do departamento (autonomia relativa) e um núcleo de tensões evidente (com o profissional médico, com alguns funcionários com relações político-partidárias, Anais XII Congresso Paulista de Saúde Pública RA, D.A. (1); Instituição: 1 - UNIFAL; 2 - UNIFENAS; Introdução: A acessibilidade aos serviços de saúde não se restringe ao fato de se buscar e receber atenção médica, mas à adequação da prestação de serviços às necessidades da população. Para avaliá-la, é preciso tomar em conta tanto o modo de organização dos recursos de assistência à saúde, quanto às necessidades percebidas pelos usuários. OBJETIVO: Avaliar o grau de satisfação de usuários de serviços de saúde, fazendo-se comparação entre pacientes de classes sociais distintas. METODOLOGIA: Estudo de inquérito realizado em amostra aleatória de 2.500 domicílios em uma Regional de Saúde. Análise comparativa por meio de ANOVA e teste de Tukey para comparação de médias. RESULATADOS: Ao se tomar em conta escolaridade, quartis de densidades no domicílio, renda mensal familiar ou sistema de saúde utilizado (SUS ou SSAM) o coeficiente de correlação mostrou-se significativo. Ao se comparar notas, de 0 a 10, dadas para obtenção de remédios, realização de exames complementares, agendamento de consultas especializadas e internações, apenas nesta última questão não houve diferença significativa em todos os casos. Em geral, as médias das usuárias do SSAM são superiores aos do SUS, assim como as de melhores condições socioeconômicas. Notas naqueles quesitos foram respectivamente: 7.4 e 6.4 (P=0.044), 7.8 e 6.0 (P=0.000), 7.4 e 5.1 (P=0.000), 8.7 e 7.9 (P=0.063), no primeiro caso; e 7.1 e 5.5 (P=0.030), 6.8 e 5.5 (P=0.001), 6.1 e 4.4 (P=0.000), 8.0 e 8.1 (P=0.944), no segundo caso. Ao se utilizar o parâmetro escolaridade, apenas a nota média da obtenção de remédios apresentou diferença significativa: 7.8 (analfabeta) e 6.1 (4 anos ou mais de estudo). Conclusão: Assim, há eqüidade em saúde no acesso à atenção terciária na regional estudada, mas não na atenção secundária, à distribuição de medicamentos ou realização de exaSaúde Soc. São Paulo, v.20, supl.1, 2011 62 mes complementares. Por outro lado, quanto menor a escolaridade, menor também se torna a avaliação crítica do sistema. EVOLUÇÃO DE INDICADORES SOCIODEMOGRÁFICOS E DE SAÚDE NO ESTADO DE SÃO PAULO, 1998 A 2009. Venancio, S.I. (1); Rosa, T.E.C. (1); Saldiva, S.R.D.M. (1); Kalckmann, A.S. (1); Bastos, S.H. (1); Figueiredo, R. M. (1); Almeida, H. (1); Sanches, M.T.C. (1); Bersusa, A.A.S. (1); Tomazevic, M. (1); Martins, P.N. (1); Morais, M.L.S. (1); Trindade, M.A.B. (1); Instituição: 1 - INSTITUTO DE SAÚDE; Introdução: Supõe-se a relevância da realização de pesquisas que avaliem em que medida a Estratégia Saúde da Família está associada a mudanças na situação de saúde da população. Objetivo: O projeto Efetividade da Estratégia Saúde da Família no âmbito do SUS-SP (Edital FAPESP/PPSUS-2009) pretende avaliar o impacto da ESF sobre indicadores de saúde no Estado de São Paulo. Neste trabalho (primeira etapa do projeto), analisou-se a evolução da ESF e o comportamento de indicadores sociodemográficos e de saúde, que comporão os diferentes modelos empíricos, nos 645 municípios paulistas no período de 1998 a 2009. Métodos: Estudo ecológico e longitudinal, no qual a influência da cobertura da ESF será analisada mediante análises de regressão linear múltipla para painel de dados. Os desfechos do estudo foram agrupados por linhas de cuidado: Saúde da Mulher, da Criança, do Adulto, Bucal, Mental e Hanseníase. A variável independente principal é a cobertura da ESF e as co-variáveis são do contexto demográfico, socioeconômico e do sistema de saúde. Neste momento as informações foram organizadas para obtenção de séries históricas dos indicadores: cobertura da ESF; IPRS; taxa de natalidade; índice de envelhecimento; razão de sexos; consultas básicas e especializadas por habitante; cobertura de CAPS; taxa de cesárea; taxa de internações por laqueadura; saúde suplementar; mortalidade infantil; internações por AVC e DM, mortalidade materna, mortalidade por câncer de colo, partos em adolescentes; abortos induzidos; razão entre procedimentos de dentística básica e cirúrgica; coeficientes de internação e mortalidade por lesões autoprovocadas; percentual de cura e taxa de detecção de hanseníase. Resultados Houve aumento da cobertura da ESF no período. Verificou-se melhora nas condições socioeconômicas e, paralela- Anais XII Congresso Paulista de Saúde Pública mente, mudanças no perfil da população (diminuição da taxa de natalidade, aumento do índice de envelhecimento e redução da razão de sexos). Houve ampliação de consultas básicas e especializadas, da oferta de leitos de alta complexidade e da cobertura de CAPS. Verificouse evolução favorável de vários desfechos, entre eles: mortalidade infantil, mortalidade por AVC, mortalidade materna, mortalidade por câncer de colo, proporção de partos em adolescentes, taxa de abortos induzidos e mortalidade por lesões autoprovocadas. Conclusão: Apesar da evolução favorável, alguns dados são preocupantes, pois refletem que a população continua sofrendo de vários agravos evitáveis. FEBRE MACULOSA NA REGIÃO DO GRANDE ABC DE 1998 A 2010. Neves, M. A. T. (1); Guerschman, T. M. (1); Sakata, M. U (1); Instituição: 1 - GVE VII / CVE / CCD / Secretaria de Saúde de São Paulo; Introdução: No Brasil, a maioria dos casos de febre maculosa se concentra na Região Sudeste. Essa maior incidência coincide com a presença do principal vetor e reservatório — o carrapato estrela — Amblyomma cajennense. O Estado de São Paulo responde por 45,1% de todos os casos notificados no país (1997 a 2009). No país, houve aumento expressivo do número de casos até o ano de 2005, com 172 casos notificados. Atualmente, esse número vem caindo, com 55 casos em todo o país em 2009, sem uma explicação razoável para essa queda. A taxa de letalidade entre 1989 e 2008, no Brasil, a taxa foi de 25,2% e na Região Sudeste de 31,4%. No Estado de São Paulo a taxa de letalidade foi de 34% entre os anos de 1985 e 2009. Estas altas taxas se devem às dificuldades em se fazer o diagnóstico precoce e estabelecer a terapia apropriada. Objetivo: Material e Método: Análise das fichas de notificação existentes no GVE 7 utilizando o SINAN Windows (2000 / 2007) e SINAN net (2007 / 2010), e planilhas para 1998/99. Resultados Analisadas as fichas de notificação de 471 suspeitas de febre maculosa. Houve 58 confirmações e 24 óbitos (taxa de letalidade de 41,38%). O primeiro caso confirmado, em 1998, pertencia ao município de Diadema. A partir do ano 2003 as notificações começaram a aumentar sendo o maior número no ano 2005 com 9 casos confirmados. Saúde Soc. São Paulo, v.20, supl.1, 2011 63 O município com maior número de casos é São Bernardo do Campo com 23, seguido de Santo André (19), Diadema (9), Mauá (4) e Ribeirão Pires (2). A maior taxa de letalidade é de São Bernardo do Campo, seguido de Ribeirão Pires, Santo André, Diadema e Mauá. A faixa etária mais atingida foi entre 15 e 20 anos (15 casos) seguida da faixa etária 5 a 9 anos (14 casos). A maior letalidade foi de 10 a 14 anos (50%,). A maioria dos casos confirmados era residente em bairros adjacentes às áreas de proteção de manancial. O comportamento da FMB vem correspondendo ao apresentado na literatura, porém com o cão doméstico como hospedeiro. Atualmente a região encontra-se, ainda, como área de existência de febre maculosa. Até junho de 2011 já foram notificados 26 casos com 2 confirmações o que leva a crer que esta doença poderá se tornar endêmica na região. Isto tem levado à procura de novas formas e inserção na comunidade afetada buscando uma efetiva parceria no combate à doença. GESTÃO PARTICIPATIVA NO PROCESSO DE TRABALHO EM SAÚDE Santos Junior, D.P. (1); Narvai, P.C. (1); Instituição: 1 - FSP-USP; Introdução: Sob o espírito democratizante, presente no Movimento da Reforma Sanitária, o SUS foi concebido para contemplar a participação da comunidade de forma integrada entre políticos, gestores, trabalhadores e usuários. Preconiza-se a construção coletiva das decisões, possibilitando maior envolvimento e desalienação na produção do cuidado em saúde. Objetivo: Identificar as características de um processo participativo na produção do cuidado em saúde. Método: Parte-se de uma pesquisa qualitativa que investigou a gestão participativa em São Bernardo do Campo, SP, entre 2009-11. Para coleta de dados, utilizou-se a observação de eventos relacionados ao tema e a análise de documentos produzidos no âmbito da gestão e do controle social. Na análise, confrontaram-se as informações coletadas com base nas categorias: acesso e uso dos espaços de controle social; diálogos construídos entre os atores; estratégias inovadoras para mobilização da comunidade. Resultados A produção de políticas e ações de saúde no município apresentou diversos momentos de elaboração, sendo a maioria resultante de deliberação coletiva. Quatro dimensões podem ser identificadas: 1) política – ações governamentais e intersetoriais e captação de recursos financeiros; 2) Anais XII Congresso Paulista de Saúde Pública gestão – monitoramento e construção de estratégias para enfrentamento das questões sanitárias; 3) assistência – inserida no cotidiano da atenção à saúde, principalmente consultas e procedimentos; 4) popular – que envolve mobilização das comunidades em favor da defesa do SUS, ou reivindicação por melhorias pontuais no cotidiano dos serviços. Encontraram-se dois focos principais de desenvolvimento de gestão colegiada, um inserido no processo de trabalho dos serviços (reuniões gerais e de equipe) e outro no âmbito político (colegiado de gestão). Existem ainda outros espaços permanentes de trabalho coletivo que reúnem os gerentes dos serviços e os coordenadores das áreas técnicas. Conclusões: A cogestão, neste caso estudado, remete à capacidade de integração entre todos os espaços onde o cuidado em saúde resulte da atuação dos atores inseridos nos diversos níveis do sistema de saúde. Pouco do que se discute pelos trabalhadores envolvidos na assistência chega ao conhecimento dos responsáveis pela formulação das políticas, fazendo com que as decisões sejam implementadas de forma verticalizada, desconsiderando muito do conhecimento produzido pelo cotidiano. IMPACTO DA MORBI-MORTALIDADE E GASTOS COM SUICÍDIO NO BRASIL DE 1998 A 2007 Santos, À.S. (1); Silveira, R.E. (2); Ferreira, L. A. (1); Instituição: 1 - UFTM; 2 - IAMSPE; Introdução: O auto-extermínio ou suicídio, pode ser considerado atual e relevante problema de saúde pública, que em escala mundial, até o ano 2000, estimava-se cerca de um milhão de pessoas tendo cometido suicídio, o que representa uma morte a cada 40 segundos e 1,4% dos gastos globais em saúde. Objetivo: A presente investigação objetiva descrever as características e os gastos com óbitos e internações por Suicídio na rede do Sistema Único de Saúde (SUS) no Brasil. Materiais e Métodos: Trata-se de um estudo descritivo, de recorte transversal, utilizando dados do Sistema de Informações Hospitalares da Rede SUS, disponíveis na base de dados DATASUS no período de 1998 a 2007. Resultados Verificaram-se 77.648 óbitos e 102.031 hospitalizações, além de gastos acima dos R$ 35 milhões. O sexo masculino prevaleceu na mortalidade (79,25%), morbidade (61,42%) e custos (cerca de R$ 22 mi). Predominaram a faixa etária entre 20 a 49 anos (64,00% / 62,70%), e a Região Sudeste (37,90% / 57,40%); para Saúde Soc. São Paulo, v.20, supl.1, 2011 64 mortalidade e morbidade, respectivamente. O coeficiente de mortalidade foi maior entre idosos, chegando a 8,69 óbitos/100 mil hab., e valor médio de internação R$ 632,29, face à maior prevalência de hospitalizações entre 30 e 39 anos (9,87/100 mil hab.). Brancos, solteiros, com até 7 anos de estudo, morreram mais. Quanto às causas, identificou-se maioria dos óbitos por Enforcamentos (51,40%) e de internações por Intoxicações Exógenas (69,00%); aquelas que mais oneram o SUS envolvem Queimaduras, ultrapassando R$ 1600,00 por internação. Conclusões: Este estudo revela a necessidade de que se aprofunde pesquisas no tocante a mortalidade e morbidade masculina de usuários do SUS em relação ao suicídio. É importante assim que ampliando-se o desenvolvimento de estratégias para prevenção e adequação dos serviços de saúde, diminuindo o impacto do suicídio no Brasil. Palavras-Chave: Suicídio, Mortalidade, Morbidade, Gastos em Saúde INOVAÇÃO TECNOLÓGICA E DIREITO NA SOCIEDADE DA INFORMAÇÃO: ACESSO JUDICIAL A MEDICAMENTOS Pavani. M. (1); Instituição: 1 - Faculdades Metropolitanas Unidas; A pesquisa envolve as ações judiciais de medicamentos que resultam da persistência dos problemas do SÚS. Chamado de judicialização da saúde.A intervenção do Poder Judiciário na questão compromete a organização do SÚS.No momento o assunto é candente na comunidade jurídica, o SUS vem se organizando para fornecer medicamentos essenciais à população.O trabalho compreenderá a efetividade da política pública de medicamentos a aplicação do princípio da equidade.OBJETIVOS Analisar os pedidos de medicamentos presentes nas demandas judiciais da comarca de Mogi Guaçu no período de 01/2009 a 12/2009;examinar os medicamentos solicitados;investigar a % de medicamentos e patologia a ser tratada com a medicação prescrita, % de medicamentos prescritos em listas de financiamento público,listas do SUS;proporção de liminar deferida pelo juiz;a origem da prescrição dos pacientes;a percentagem de ações nas quais atuam advogados dativos e advogados particulares;demonstrar a decisão judicial é compatível com o princípio da equidade METODOLOGIA Estudo com base em pesquisa documental nos dados extraídos de processos judiciais movida Anais XII Congresso Paulista de Saúde Pública pelo cidadão para pedido de medicamentos contra o município Mogi Guaçu.O universo das ações movidas de janeiro a dezembro de 2009 que envolveu a reivindicação de medicamentos – 115 ações.Variáveis pesquisadas foram:nome,sexo,endereço,nº PA,nº PJ,demanda judicial,idade,ocupação,origem prescrição,tipo representação jurídica, medicamento solicitado, doença relatada, origem receita.Variáveis foram:registro ANVISA do medicamento;coincidência da prescrição médica com utilização medicamento;verificação de evidências científicas,origem da receita,local de residência do paciente;classificação das patologias,pacientes com mais de um diagnóstico;pacientes com pedido de mais de um medicamento;representação jurídica privada/estatal.Analise da quebra do princípio da equidade, origem da receita médica,área de residência,vulnerabilidade social e tipo de medicamento mais solicitado em cada classe.Dados referentes aos endereços de residência foram classificados em 6 classes sociais,recorrendo-se ao IPVS.Os processos analisados envolviam 115 pacientes.Análise dos dados serão utilizadas estatísticas descritivas para a caracterização das ações segundo os aspectos referidos.Os programas statistical package for social sciences e Excel 2007 foi utilizados para o processamento, possibilitando a análise dos dados,tabulação e montagem dos gráficos e tabelas da pesquisa. INOVAÇÃO TECNOLÓGICA NA INDÚSTRIA FARMACÊUTICA: O CASO DA FUNDAÇÃO PARA O REMÉDIO POPULAR DE SÃO PAULO – FURP FILGUEIRAS, F. C. R. (1); BOUSQUAT, A. (1); Instituição: 1 - Universidade Católica de Santos; O setor saúde apresenta especificidades importantes no âmbito do sistema nacional de inovação com um elevado dinamismo em taxa de crescimento e competitividade. A principal indústria economicamente é a farmacêutica e o lançamento de novos produtos constitui o elemento central na competição no setor. Uma das peculiaridades da indústria nacional é a existência de um sistema oficial de produção de medicamentos, que têm um importante papel no desenvolvimento tecnológico nacional. O debate sobre sua importância adquiriu visibilidade pela necessidade de incorporação tecnológica para a produção de medicamentos antirretrovirais, necessários à implementação da política do programa de AIDS. Inserida neste contexto está a Fundação para o Remédio Popular de São Paulo (FURP) que Saúde Soc. São Paulo, v.20, supl.1, 2011 65 produz antirretrovirais e é um importante laboratório do sistema oficial de São Paulo. Objetivo: identificar o processo de incorporação da pesquisa e desenvolvimento tecnológico na produção farmacêutica da FURP. Metodologia: estudo de caso com coleta de dados primários e secundários, análise documental e entrevistas semi-estruturadas. O marco teórico de referência é baseado no tripé “política, inovação tecnológica e desenvolvimento”. Resultados Através do estudo de caso da FURP observou-se dificuldade da capacidade de inovação deste setor, notadamente relacionada à produção de insumos farmacêuticos ativos, num cenário onde predomina uma enorme dependência de importações, principalmente de países como Índia e China. O governo desempenha um papel preponderante na área da saúde estabelecendo estratégias de desenvolvimento industrial relacionadas ao poder de compra do Estado, às negociações tecnológicas de repasse de tecnologia e à utilização de mecanismos regulatórios para atender ao interesse público. Esse papel do governo permitiu a inserção da produção dos medicamentos antirretrovirais na FURP, apesar de importar os insumos farmacêuticos ativos. Esses medicamentos possuem alto valor agregado, contribuindo positivamente no seu desempenho financeiro. Conclui-se que há a necessidade da proposição de uma estratégia ativa e imediata de desenvolvimento e produção de insumos farmacêuticos ativos e medicamentos, a qual poderá estruturar um Complexo Industrial da Saúde no Brasil com alto potencial de competitividade. O estabelecimento de políticas nacionais no setor poderá reduzir a vulnerabilidade, a dependência brasileira externa e promover o reforço do sistema de inovação em saúde. INSTRUMENTOS DE AVALIAÇÃO DE SERVIÇOS COMO FORMA DE CONHECER E DEBATER O PROCESSO DO CUIDADO EM SAÚDE Magnabosco-Martins, C.R. (1); Cecílio, L.C.O. (2); Valente, T.Z. (3); Arabori, K. (4); Instituição: 1 - UNICENTRO/UNIFESP; 2 - UNIFESP; 3 - UFSC; 4 - PSE - Batayporã - MS; Articulando os conceitos da descentralização do SUS, do campo da Saúde Coletiva e da Psicologia do Trabalho, discute-se um processo avaliativo realizado no ano de 2010 como parte das atividades do estágio profissional de psicologia do trabalho em um Consórcio Intermunicipal de Saúde (CIS) no estado do Paraná, Anais XII Congresso Paulista de Saúde Pública composto por 8 municípios. Mostra-se que essa estratégia de atuação reflete questões dos serviços, processos e instrumentos avaliados, mas também como os respondentes pensam o processo de cuidar, a relação entre os serviços, os usuários e o cotidiano laboral da saúde. Foram analisados 16 questionários respondidos por 5 secretários de saúde e 11 marcadores de consulta dos municípios, organizados em perguntas abertas e fechadas sobre o processo de marcação de consultas de especialidades médicas e exames, formas e qualidade de comunicação e interação com os trabalhadores e gestores do CIS, efetivação das necessidades específicas de cada população, avaliação do desenvolvimento das atividades, dos programas do consórcio e do impacto no município, e as ações que atribuem a si para a melhoria daquilo que avaliaram. Mesmo com ampla divulgação e acompanhamento do andamento da avaliação, houve o retorno de 16 dos 23 questionários, muitos com respostas apenas das perguntas fechadas ou ausência delas, apresentando pouca implicação em que eram solicitados a falar de sua atuação diante do que considerara deficitário. Dedicou-se ao próprio CIS a resolução das dificuldades apontadas como a necessidade do aumento de vagas para consultas e exames, contratação de mais médicos e de outras especialidades, melhoria no sistema, em erros nas comunicações e, sobretudo, no atendimento, faltas e atrasos dos médicos. O CIS foi considerado essencial por realizar atendimentos inviáveis aos municípios e secundariamente pelos programas nele existentes. Parece haver pouca clareza do papel dos respondentes no processo de cuidar, na constituição dos serviços e no modo de realizar o trabalho, dedicando a um outro as decisões e melhorias. È necessário criar estratégias de avaliação contínuas e espaços para debates, implicando os municípios na discussão de como pode ocorrer a participação coletiva em processo e assim se delinear que processo de cuidado se quer construir nessa região e o(s) papel(is) de cada ator, exercendo o cuidado em seu trabalho e gestão de forma mais consciente e implicada. ISOLAMENTO DE BORDETELLA PERTUSSIS: FATORES QUE PODEM INTERFERIR NA POSITIVIDADE Lima, Maricélia Maia (1); Cerqueira, Milena Lima (2); Mendes, Waldenize Maria Lima (3); Instituição: 1 - SMS-Feira de Santana-Ba.; 2 - Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS); 3 Secretaria de Saúde de Feira de Santana; Saúde Soc. São Paulo, v.20, supl.1, 2011 66 Introdução: A coqueluche é uma doença infecciosa causada pela bactéria Bordetella pertussis. A perda da imunidade adquirida por meio da vacina, mudanças genéticas da bactéria e aumento do número de portadores assintomáticos, são hipóteses que podem explicar a reemergência da coqueluche. Para o Ministério da Saúde (MS), o diagnóstico específico realizado mediante o isolamento da B. pertussis por meio da cultura de material colhido de nasorofaringe, com técnica adequada é considerada como “padrão-ouro” para o diagnóstico laboratorial. A coleta da nasofaringe deve ser realizada antes do início da antibioticoterapia ou, no máximo, até três dias após seu início. O isolamento de B. pertussis é mais freqüente na primeira semana da doença, (fase catarral), momento em que pode-se atingir uma taxa de isolamento em cerca de 80% dos casos. OBJETIVO: Relacionar o isolamento da B. pertussis, com o período da doença e o tempo de uso prévio de antibióticos, dos casos confirmados de coqueluche notificados à Vigilância Epidemiológica de Feira de Santana-BA no primeiro semestre de 2011. Método: Trata-se de um estudo epidemiológico descritivo e de corte transversal, através de dados secundários do Sistema de Informação de Notificação de Agravos, análise das fichas individuais de investigação e dos resultados das culturas realizadas pelo Laboratório Central de Referência da Bahia para identificação dos casos positivos. Os dados foram lançados em planilhas do Excel For Windows- 2007 e apresentados em forma de tabelas e gráficos. Resultados Até a semana epidemiológica 31/2011, a vigilância epidemiológica, confirmou 52 casos, sendo 7 pelo critério laboratorial. Relacionando o isolamento da B. pertussis, ao início dos sintomas, as taxas de positividade foram respectivamente 02 casos na 1ª semana, 02 na 2ª, e 03 na 3ª, não sendo isolado nenhum caso positivo após a 3ª semana. Quanto ao uso prévio de antibióticos dos casos positivos se percebe que todos fizeram uso no máximo 2 dias antes da coleta. Conclusão: Apenas 13,5% dos casos foram confirmados através do isolamento da B. pertussis, os quais se referem àqueles cuja coleta não passou da 3ª semana após o início dos sintomas bem como o uso de antibiótico foi realizado adequadamente como preconiza o MS. Logo, fatores como coleta tardia de amostras de nasofaringe, uso prévio de antibiótico, possíveis falhas na coleta, armazenamento e envio do material para o laboratório podem influenciar na positividade das amostras. Anais XII Congresso Paulista de Saúde Pública ÍNDICE DE VALORIZAÇÃO DA GESTÃO EM SAÚDE – INSTRUMENTO DE ALOCAÇÃO DE RECURSOS FEDERAIS SUS Mendes, A.N. (1); Leite, M.G. (2); Marques, R. (2); Instituição: 1 - FSP-USP; 2 - PUC-SP; Objetivos: Estabelecer uma metodologia de alocação dos recursos do Ministério da Saúde, aos estados e municípios brasileiros, que avalie o desempenho da gestão, conforme o cumprimento das metas sanitárias estabelecidas no Pacto pela Saúde do SUS. Metodologia: Os recursos a serem distribuídos em termos de aprimoramento da capacidade de gestão seguem a criação do Índice de Valorização da Gestão (IVG), que corresponde a um repasse financeiro único, anual e distribuído aos estados e municípios, proporcional ao seu desempenho. A aplicação do IVG consiste na composição de dois Índices, tomando como base informações de 2010. O IVG-Gestão abrange os indicadores relacionados à: planejamento, regionalização das ações e responsabilidades gerais na gestão do SUS, tais como cobertura vacinal em menor de 1 ano; proporção de óbitos não fetais; doenças notificação compulsória, etc. O IVG-Vida inclui os indicadores de processo e resultados nas prioridades: atenção à saúde do idoso; controle do câncer de colo de útero e de mama; redução da mortalidade infantil e materna; fortalecimento da capacidade de respostas às doenças emergentes e endemias (dengue, hanseníase, tuberculose, malária, hepatite e Aids); promoção da saúde; fortalecimento da atenção básica; saúde do trabalhador e saúde mental. Para cada um desses Índices são utilizados indicadores e definidos índices compostos que formam o IVG bruto. Esses índices sofrem ajustes de acordo com a população de cada estado e município, em termos relativos. A aplicação do IVG gera um valor per capita alocado a cada estado e município. Resultados Os estados e municípios das regiões Norte e Nordeste do país são os que produziram melhores esforços na gestão da saúde e são aqueles que, de acordo com o IVG, devem receber os valores per capita mais elevados. Além da finalização da elaboração da metodologia e da triagem dos indicadores do Pacto, ressalta-se que o maior desafio para a implementação do IVG será a gestão dos recursos que premiarão os melhores desempenhos. Conclusões: Diante do desafio que está posto para os gestores do SUS frente ao Pacto pela Saúde, e o fato Saúde Soc. São Paulo, v.20, supl.1, 2011 67 de estados e municípios apresentarem diferentes capacidades de gestão, justifica-se a implantação de uma metodologia que, ao considerar esses dois aspectos, contemple todas as características apresentadas e forneça um índice que garanta a transparência da transferência dos recursos federais da saúde a esses entes federados. LEVANTAMENTO DA RELAÇÃO ENTRE GÊNERO E TRABALHO E A INSTABILIDADE DO VÍNCULO TRABALHISTA NO ÂMBITO DO SUS. Souza, M.M.T. (1); Itaboarahy, R.S. (1); Catelli, M.F. (1); Pereira, C.J.A. (2); Paiva, F.G. (3); Brum, V.A.S. (4); Instituição: 1 - USS - Universidade Severino Sombra; 2 - Bolsista/BIBIC - USS - Universidade Severino Sombra; 3 - Bolsista/PIBIC - USS - Universidade Severino Sombra; 4 - Acadêmica de Enfermagem - USS - Universidade Severino Sombra; O avanço do SUS tem refletido na melhora substancial dos indicadores gerais de saúde. Para que alcance melhoria da qualidade e da equidade em suas ações é necessário que o SUS inclua ações em Saúde do Trabalhador O presente estudo busca realizar um levantamento bibliográfico inicial, objetivando analisar os elementos implicados no processo de precarização do trabalho no PSF e sua relação com gênero e formação da identidade social do enfermeiro. Orientando-nos por uma dinâmica curricular integradora e prática pedagógica, que leva-nos a considerar que a saúde do trabalhador envolve muitas questões que influenciam diretamente nas ações desempenhadas pelos trabalhadores, quando estes estão executanto sua atividade profissional. Este trabalho integra um projeto de pesquisa maior intitulado: a relação entre gênero e trabalho e a instabilidade do vínculo trabalhista das enfermeiras do programa saúde da família (PSF), que apresenta-se em fase revisão e adequação inicial. A Metodologia que auxiliará a pesquisa é do tipo exploratória descritiva com abordagem qualitativa com trabalhadoras de enfermagem que atuam em PSF no Estado do Rio de Janeiro. Em respeito aos aspectos éticos da pesquisa, o projeto foi submetido ao Comitê de Ética em Pesquisa, atendendo ao preconizado pela resolução 196/96, do Conselho Naconal de Saúde – MS, que regula as Normas de Pesquisa envolvendo Seres Humano. O estudo apresenta-se em fase de busca bibliográfica parcial, em relação ao levantamento inicial, como estratégia metodológica para adequação do projeto, para auxiAnais XII Congresso Paulista de Saúde Pública liar a fase de elaboração, balizamento e testagem dos instrumentos. Devendo, portanto, ser analisados em conjunto com os demais resultados da pesquisa a serem oportunamente apresentados em seu relatório final. Em síntese, a intensificação laboral é traço característico da atual fase do capitalismo e a insegurança gerada pelo medo do desemprego faz com que as pessoas se submetam a regimes e contratos de trabalho precários, percebendo baixos salários e arriscando sua vida e sua saúde em ambientes insalubres, de alto risco. Palavras-chave: Enfermagem; Trabalho; Gênero; PSF. NECESSIDADE DE MEDICAMENTOS NA ATENÇÃO BÁSICA: UM ESTUDO DE GASTOS Moleiro, P. F. (1); Maeda, S. T. (1); Instituição: 1 - Escola de Enfermagem da Universidade de São Paulo; Introdução: acesso aos medicamentos na atenção básica adveio da Política Nacional de Assistência Farmacêutica. Objetivos: a) apropriar e sistematizar o volume e os gastos de medicamentos dispensados por unidades básicas de saúde b) estabelecer relação com eventos vitais e morbidades prevalentes nas áreas estudadas. Metodologia: o Centro Universitário da Adventista de São Paulo (UNASP) é o parceiro da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) da PMSP na gestão da atenção básica. O estudo descreve gastos de medicamentos em duas unidades de Saúde da Família, localizadas em Capão Redondo. A unidade A dispõe de seis equipes e uma de saúde bucal, cobrindo 5.771 famílias. A unidade B dispõe de três equipes que atendem 3.756 famílias. Utilizou-se como fonte de dados documentos administrativos onde constavam a quantidade e os gastos mensais com medicamentos no período de janeiro a dezembro de 2009. Utilizou-se um instrumento específico para a coleta e os dados foram sistematizados por classe de medicamentos. Na apuração de indicadores adotou-se a relação: no numerador os recursos aplicados em medicamentos de consumo e gastos, desdobrados por mês e ano; no denominador, o número de famílias. Os dados de morbidade de 2009 captaram-se do Sistema de Informação da Atenção Básica. Resultados em unidade A foram adquiridos 2.769.418 unidades, representando um valor de R$138.451,17/ano, R$11.537,59/mês, R$23,99/ ano/família e R$2,00/mês/família, para 5.771 famílias. A classe de antiinflamatórios esteroidais representou o maior consumo: R$18.283,09 e 15.843 unidades, Saúde Soc. São Paulo, v.20, supl.1, 2011 68 seguido pelos hormônios: R$18.208,74 e 30.156 unidades. Na unidade B, para 3.756 famílias, adquiriu-se 1.289.114 unidades, correspondendo a R$71.575,75/ ano, R$5.864,64/mês, R$19,06/ano/família e R$1,59/ mês/família e o maior consumo foi a de hipoglicemiantes: R$10.652,18 e 148.622 unidades, seguida pelos anti-hipertensivos: R$7.522,52 e 399.450 unidades. A elevação na demanda de antibióticos e analgésicos em julho, setembro e dezembro, em ambas, apontaram influência sazonal. Os anti-hipertensivos e hipoglicemiantes foram constantes no ano, em unidade A, em razão de 591 portadores de diabetes e 2.223 hipertensas. Já, em unidade B, não foi linear para 396 diabéticos e 1500 hipertensos. Considerações finais: os gastos de medicamentos pressupõem controle e utilizados como estratégia terapêutica. Ainda que preliminar, indicaram gastos reduzidos por unidades estudadas. O AUXILIAR DE ENFERMAGEM NA ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA França, Y. (1); Ogata, M.N. (1); Instituição: 1 - UFSCar; Introdução: Na Equipe de Saúde da Família, o auxiliar de enfermagem é de essencial importância no desenvolvimento do cuidado em saúde, porém na prática vemos que seu papel e participação na equipe ainda se encontram pautados no modelo hegemônico e pouco tem sido feito para motivar e direcionar a atuação deste profissional para a integralidade do cuidado. Objetivos: Analisar a percepção dos auxiliares de enfermagem na Equipe de Saúde da Família sobre suas atividades e identificar facilidades e dificuldades no desenvolvimento de suas práticas. Método: Trata-se de um estudo descritivo exploratório de abordagem qualitativa realizado nas USF de um município de porte médio de SP com os auxiliares de enfermagem que atuavam nestas unidades. As etapas constituíram de aproximação dos cenários de pesquisa e realização de entrevista semi-estruturadas. Os dados foram submetidos à técnica de análise categorial temática. Resultados Construíram-se quatro categorias: Atividades profissionais pautadas no procedimento: os sujeitos realizam basicamente atividades pautadas em procedimentos técnicos e de acolhimento. O modelo curativo e imediatista é reforçado contrariando a missão do próprio SUS que é a de produção de cuidado integral e de promoção à saúde. Formação de vínculo com paciente/ família como algo prazeroso:, os profissionais apontam Anais XII Congresso Paulista de Saúde Pública como principal facilidade no cotidiano do trabalho na ESF a construção de vínculo entre trabalhador e usuário. Grande demanda como maior dificuldade: esta situação gera insatisfação profissional, provoca uma centralização na execução de procedimentos técnicos desvinculando-os do cuidado integral e dificultando a realização de atividades direcionadas à promoção e prevenção à saúde. Número reduzido de capacitações/atualizações: apontada como outra dificuldade, percebe-se na fala dos sujeitos a inexistência de uma Política de Educação Permanente em Saúde (EPS) no município. Conclusão: Em busca da mudança do modelo de atenção se faz necessário que este profissional se instrumentalize das tecnologias de relações, centrando as ações de saúde na lógica de produção de cuidado que se traduz no trabalho orientado aos problemas, às necessidades e à qualidade de vida do usuário. Para o desenvolvimento destes aspectos, a transformação das práticas do auxiliar de enfermagem tanto na formação como no serviço é fundamental e aponta-se a EPS como uma importante estratégia. O CONHECIMENTO AUTO REFERIDO DOS ENFERMEIROS INSERIDOS NA ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA SOBRE O SISTEMA DE INFORMAÇÃO DA ATENÇÃO BÁSICA E SUA UTILIZAÇÃO. GALATI,P.M (1); FORSTER,A.C (2); Instituição: 1 - SECRETARIA MUNICIPAL DE SAUDE DE MONTE ALTO; 2 - FACULDADE DE MEDICINA DE RIBEIRÃO PRETO DA UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO; Na Estratégia Saúde da Família o enfermeiro vem desempenhando ações assistenciais e gerenciais, para esta o SIAB é constituído como ferramenta no processo de trabalho. O nosso estudo propôs se a identificar o conhecimento auto referido dos enfermeiros inseridos na ESF sobre o SIAB e sua utilização. Para tal realizamos um estudo descritivo de analise quantitativa. Amostra foi constituída de 39 enfermeiros pertencentes aos 26 municípios do DRSXIII – Ribeirão Preto, que possuem a ESF. Identificamos em relação ao perfil dos profissionais 48,71% possuem menos de 2 anos nas equipes, 97,44% são feminino, 56,41% estão entre 20 a 39 anos e 69,23% não possuem especialização em saúde da família ou saúde coletiva. A utilização do SIAB é feita por 89,7% das equipes, em 64,1% delas não houve treinamento, e 92,3% são enfermeiros que o manejam. as finalidades deste em mais de 50%: alimentação do Saúde Soc. São Paulo, v.20, supl.1, 2011 69 sistema, programação das ações, monitoramento e avaliação do trabalho da equipe.Quanto ao conhecimento do sistema 84,61% dos profissionais conhecem as suas fichas de coleta e consolidado de dados sendo 71,79% analisam as antes de sua inserção. Os principais motivos que os levam a utilizarem o sistema, são 27,97% alimentação mensal dos dados, 16,1% ações de avaliação, 17,8% ações de monitoramento. Onde 84,62% dos profissionais o consideram como instrumento de avaliação e monitoramento. Identificamos a falta de devolutiva dos gestores em relação aos dados produzidos pelas equipes por 61,54% e quando as tem 86,67% ocorre por parte dos municípios. Sendo esta apontada pela falta de conhecimento dos gestores para as ações de monitoramento e avaliação (32,56%) e pela associação deste sistema pelo incentivo financeiro do governo federal (20,93%). Aonde esta vem sendo associada por 16,25% enfermeiros como uma dificuldade em relação ao sistema, seguido 15% a falta de computadores, 13,75 % deficiência de indicadores, 12,5 % falta de conhecimento do sistema. Nosso estudo possibilitou identificarmos as opiniões, atitudes explicitas e conscientes do processo de trabalho dos enfermeiros levantando dados concretos relacionados a utilização do SIAB de forma que os nossos resultados refletem em informações que poderão ser comparados ao longo do tempo permitindo um levantamento da evolução da utilização deste sistema.Concluímos com o estudo que os enfermeiros são os profissionais mais envolvidos com o SIAB, porém falta-lhes formação para explorar suas potencialidades. O CUSTO DO MEDICAMENTO NÃO FRACIONÁVEL PARA SUS MURAKAMI, I. (1); RIBEIRO NETO, L.M. (2); SILVA, A.M. (2); Instituição: 1 - PREFEITURA DE COTIA; 2 - CUSC; O fracionamento de medicamentos é uma prática regulamentada pela RDC 80/2006 da ANVISA que dispõe que as farmácias e drogarias poderão fracionar medicamentos a partir de embalagens especialmente desenvolvidas para essa finalidade de modo que possam ser dispensados em quantidades individualizadas para atender às necessidades terapêuticas dos consumidores e usuários desses produtos, desde que garantidas as características asseguradas no produto original. Porém, nem sempre os medicamentos são disponibilizados em formas fracionáveis como é o caso Anais XII Congresso Paulista de Saúde Pública dos municípios do Estado de São Paulo que possuem população abaixo de 250 mil habitantes e que não pactuaram o repasse do financiamento da assistência farmacêutica básica em dinheiro. Esse repasse é então, em medicamentos, através do Programa Dose Certa, medicamentos esses fabricados pela Fundação para o Remédio Popular – FURP que não são apresentados em embalagens fracionáveis. Portanto, o objetivo deste estudo é apontar o custo do tratamento medicamentoso para a assistência farmacêutica sem medicamento fracionável. Para tanto, foram escolhidos dois medicamentos com maior número de dispensação, sendo eles Captopril 25mg embalagem primária (cartela) com 20 comprimidos, medicamento este de uso contínuo, e Cefalexina 500mg embalagem primária (cartela) com 8 cápsulas, medicamento utilizado, predominantemente no Pronto Atendimento. A coleta de dados foi a Unidade Básica de Saúde do Atalaia, localizada no município de Cotia/SP, principal unidade de saúde do município, onde a farmácia funciona 24 horas, ininterruptamente e atende em média 900 prescrições por dia dentre ambulatório, pronto atendimento, hospitais e outras UBS. Neste período de estudo foram dispensadas 89.504 cápsulas de Cefalexina 500mg e 656.960 comprimidos de Captopril 25mg para atender diferentes posologias, contudo se a embalagem fosse fracionável essas prescrições consumiram, respectivamente, 81.776 cápsulas de Cefalexina 500mg e 637.650 comprimidos de Captopril 25mg, uma economia, respectivamente, de 8,6% (7.728 cápsulas) e 2,9% (19.310 comprimidos). Os números demonstram que realmente existe um desperdício com o tratamento segundo as posologias descritas em relação às apresentações dos medicamentos ofertados pela FURP, neste sentido o medicamento fracionável representaria uma economia para Sistema Único de Saúde – SUS além de contribuir na diminuição de problemas relacionados à automedicação, intoxicação com medicamentos e descarte inadequado destes. O ESTADO DA ARTE DA RELEVÂNCIA PARA A AVALIAÇÃO EM SAÚDE Kovaleski DF (1); Freitas STF (1); Instituição: 1 - UFSC; Este trabalho tem por objetivo sistematizar aportes de áreas de interesse para o campo das políticas públicas, de maneira a responder a pergunta: o que é relevante para a gestão pública em saúde? Trata-se de um estudo de metassíntese, que tem como possibilidade a sistemaSaúde Soc. São Paulo, v.20, supl.1, 2011 70 tização dos saberes das diversas áreas do conhecimento sobre determinado tema. Foram buscados textos que trouxessem concepções do termo relevância, digitando o termo “relev”, dando conta de possibilidades em Língua Portuguesa, Espanhola, Inglesa e suas variações. Os textos estudados foram publicados desde os anos 1990 até os dias atuais. Os espaços investigados e as principais fontes de busca por área de conhecimento foram: o Direito, por ser ramo da ciência que regula a relação estado/sociedade e porque já discute o conceito de “relevância pública” (www.interlegis.gov.br/); a Sociologia Política, por ter como característica a busca de uma compreensão ontológica das relações sociais, (www.periodicos.capes.gov.br/); a Educação, por possuir acúmulo na discussão e ser, semelhante à saúde, na sua condição de área social (bennosander.com/ e www.lilacs.bvsalud. org/); a Economia, com ênfase no Banco Mundial, por entender a influência que exerce no financiamento de políticas públicas e programas no mundo e pela importância política que esta organização representa (www. bancomundial.org.br/); e a Saúde, pelos mesmos motivos que a Educação (www.lilacs.bvsalud.org/). As sínteses de cada área foram readequadas para melhor aplicação na avaliação da gestão em saúde. Afirma-se que uma política pública é relevante quando: o provimento das ações é de responsabilidade do Estado; seu objeto é a coletividade, mas considera questões individuais; envolve a dignidade humana; é controlada pela sociedade e pelo Estado, com vistas à prestação de serviços de qualidade; abrange o setor público e os serviços prestados pelo setor privado em regime de concessão; sua base está na participação cidadã; visa a qualidade de vida; está acima das questões econômicas e deve orientá-las; considera questões ambientais; diminui as desigualdades sociais; promove inclusão social e desenvolvimento econômico; possui impacto social; as pessoas envolvidas se reconhecem nela; considera questões de gênero; é critério de avaliação que coordena os demais critérios e orienta a tomada de decisão do gestor; critério de avaliação orientador da gestão. O TRIÂNGULO DE GOVERNO NA IMPLANTAÇÃO E IMPLEMENTAÇÃO DO PSF EM DIVINÓPOLIS/MG Almeida, A.P. (1); Machado, M.T.C. (2); Silva Junior, A.G (2); Instituição: 1 - SECRETARIA DE SAÚDE DE SÃO BERNARDO DO CAMPO; 2 - UFF; Anais XII Congresso Paulista de Saúde Pública Com a descentralização da gestão dos serviços de saúde, os municípios brasileiros se tornaram protagonistas da execução das políticas de saúde no Brasil. O investimento no Programa de Saúde da Família, a partir de meados da década de 1990 é um exemplo deste processo. A crescente expansão da cobertura de PSF nos municípios brasileiros enfrentou, em especial nos municípios de grande porte, algumas dificuldades relacionadas com a oferta e capacitação de profissionais, estrutura física, vínculo trabalhista, entre outras. Considerando que a implantação do PSF é uma aposta do governo local e que, segundo Matus (1993), governar é a constante articulação entre três pontos: Projeto, Capacidade de Governo e Governabilidade, este trabalho se propôs a analisar a implantação do PSF no município de Divinópolis/MG, entre os anos de 1996 e 2004, a partir da gestão. Para isto, foram analisados documentos (Projeto de Implantação do PSF, Planos Municipais de Saúde e Relatórios de Gestão) e realizadas entrevistas com membros da gestão e trabalhadores do Programa no período selecionado. Na análise dos dados foi possível identificar duas fases de investimento no Programa, relacionadas a duas gestões municipais distintas. Com um Projeto bastante consistente, a primeira fase se caracterizou por uma forte construção da Governabilidade, assim como com uma considerável Capacidade de Governo, garantindo um primeiro momento do PSF no município com grande potência de consolidação. Porém, a mudança na gestão municipal gerou uma fragilidade no Projeto em relação ao inicial, comprometendo as estratégias de construção da sua Governabilidade e afetando também a Capacidade de Governo dos envolvidos com a sua execução. Foi possível evidenciar um Triângulo muito mais robusto na primeira fase, que se fragiliza com a descontinuidade administrativa, marca da mudança para a segunda fase. Ao refletir este fato à luz do sentido da Integralidade de “atributo da organização dos serviços” (Mattos, 2001), nos deparamos com uma constatação pouco animadora, a de que, apesar da robustez do primeiro Triângulo, ele não foi capaz de garantir que o Saúde da Família se consolidasse e continuasse se expandindo. Deste modo não foi garantida a expansão da cobertura pelo Programa, a continuidade da capacitação dos trabalhadores e a estruturação de uma rede que permitisse aos usuários o acesso a um cuidado integral (Cecílio, 2001). Saúde Soc. São Paulo, v.20, supl.1, 2011 71 O USO DE INCENTIVOS PROFISSIONAIS COMO fias, assim como a avaliação da comunidade atendida FERRAMENTA GERENCIAL NA ORGANIZAÇÃO DA pelas equipes de saúde, de modo a tornar mais efetivo o trabalho realizado. ATENÇÃO PRIMÁRIA EM CURITIBA-PR Ditterich, R. G. (1); Moysés, S. T. (2); Moysés, S. J. (2); Instituição: 1 - FO-UFF/NF; 2 - PUCPR; A utilização de incentivos profissionais adquire grande interesse nessa nova abordagem na gestão por resultados e de recursos humanos, tendo em vista os desafios apresentados atualmente pelas reformas do setor saúde em curso no mundo. A proposta de sistemas de incentivos tem sido definida como o componente da estratégia gerencial constituído pelo conjunto de estímulos, financeiros ou não, que visam ajustar e otimizar os componentes do processo produtivo nos serviços de saúde, que é extremamente complexo e deve ter como objetivo principal os interesses e necessidades dos usuários.O uso de sistemas de incentivos no trabalho em saúde continua sendo um tema polêmico sobre o qual não se chegou a uma posição consensual, existindo na literatura distintos posicionamentos quanto a sua efetividade enquanto instrumento de gestão do trabalho. Devido ao exposto, a presente pesquisa teve como objetivo descrever e discutir a percepção dos trabalhadores da saúde no município de Curitiba-PR, sobre o programa de Incentivo ao Desenvolvimento da Qualidade (IDQ) como ferramenta na gestão e organização da atenção pública à saúde. Para tal, o método proposto analisou os dados secundários produzidos pelo Banco Mundial em pesquisa sobre inovações em gestão no Brasil. O presente estudo focalizou nos dados referentes à gestão dos cuidados primários à saúde no referido município, buscando compreender como o IDQ, por meio dos incentivos ao melhor desempenho da equipe e dos profissionais individualmente tem refletido no processo de organização dos serviços e do processo de trabalho. Concluiu-se que a política de avaliação de desempenho com respectivos incentivos oferecidos aos trabalhadores (IDQ), estabelecida pela SMS de Curitiba-PR, pode ser apontada como importante aliada na busca da motivação e comprometimento dos profissionais de saúde com a inovação do processo de trabalho e alcance de metas/resultados pactuados com os gestores, bem como uma adequada ferramenta na busca da qualidade dos serviços de saúde. No entanto, há a necessidade de gestão municipal aprimorar o retorno aos profissionais de saúde sobre os processos de avaliação individual realizada pelas respectivas che- Anais XII Congresso Paulista de Saúde Pública OFERTA VERSUS DEMANDA DE SERVIÇOS DE SAÚDE: UMA QUESTÃO AINDA NÃO RESOLVIDA NO GRANDE ABC PAULISTA. SILVA, E. C. (1); GOMES, M. H. A. (1); Instituição: 1 - UNIFESP; Introdução: No Grande ABC, há marcante presença do setor privado, enquanto o setor público da região há escassez de leitos para internação no setor público na região, perfazendo cerca de 1,9 leitos por mil habitantes; abaixo do recomendado pela Portaria nº 1101, de 12 de junho de 2001, do Ministério da Saúde, que é de 2,5 – 3 leitos para cada mil habitantes. Assiste-se a uma crescente demanda por serviços públicos, cujas administrações encontram dificuldade para equilibrar a oferta versus demanda de serviços de saúde. OBJETIVO: Compreender a dinâmica entre oferta e demanda de serviços de saúde no Grande ABC, diante da “itinerância” de habitantes de um município a outro. METODOLOGIA: Neste estudo utilizamos pesquisa exploratório-descritiva com base em documentos e 16 entrevistas com Gestores de Saúde das Secretarias Municipais, da DRS I, da principal Organização Social da região e de representantes da Sociedade Civil; entre os meses de fevereiro – julho de 2010. Resultados Constatamos que Santo André, São Bernardo do Campo e São Caetano do Sul são os municípios que apresentam mais “invasões” de habitantes de outros municípios em busca de serviços de saúde, já que: (a) Santo André e São Caetano do Sul são delimitados pela linha férrea que facilita o afluxo de habitantes provenientes de outros municípios; (b) Santo André se caracteriza por ser um ponto de passagem de grande parte dos munícipes da região; (c) as rodovias Anchieta e Imigrantes atravessam o município de São Bernardo do Campo, facilitando o afluxo de pessoas e de bens; e (d) São Caetano do Sul, apresenta a melhor infraestrutura municipal de saúde. Os municípios limítrofes de Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra, por seu lado, não oferecem serviços de acordo com o tamanho da demanda. Mauá e Diadema evoluiram em termos de saúde, mas, ainda possuem habitantes que invadem os outros três municípios à procura de melhores serviços de saúde. Conclusão: Esta “invasão” ocorre porque os habitantes Saúde Soc. São Paulo, v.20, supl.1, 2011 72 compreendem a região como espaço vivido, e não como um espaço político-administrativo. Ademais, aqueles que residem nos limites ou nas fronteiras entre dois ou três municípios procuram serviços pela proximidade de sua residência e que lhes ofereça atendimento condizente com sua necessidade de saúde. O deslocamento espacial dos cidadãos em busca de atenção em saúde é determinado pela localização geográfica dos serviços ofertados, mais do que pela lógica políticoadministrativa de organização da demanda. demonstra o quanto a resistência dos médicos às medidas racionalizadoras se faz em ato, na realização do seu trabalho, na criação de redes informais de contatos e conhecimentos que vão produzindo fluxos, modos de funcionamento do hospital, de produção do cuidado, que extravasam a racionalidade, o formalismo e a previsibilidade desejadas pela direção. OS SERVIÇOS DE SAÚDE QUALIFICADOS PELA EDUCAÇÃO PERMANENTE PAULA, G.S. (1); OS MÉDICOS E A RACIONALIZAÇAO DAS POLÍ- Instituição: 1 - Prefeitura Municipal de São Vicente; TICAS HOSPITALARES: NOVOS LIMITES PARA A Introdução: A tecnologia exige profissionais cada vez LIBERDADE PROFISSIONAL? mais qualificados, assumindo funções complexas. Abou Jamra, C.C. (1); Cecilio, L.C.O. (1); Instituição: 1 - UNIFESP; Os hospitais brasileiros, tanto do setor público quanto privado, vêm experimentando um marcado processo de racionalização de suas práticas, através de estratégias que visam disciplinar, regulamentar e controlar as várias dimensões da vida no hospital, portadoras de uma racionalidade “instrumental” caracterizada pela busca de maior eficiência e eficácia institucional. Considerando a existência de um sistema dual de autoridades no hospital composto pelos poderes médico e administrativo, a introdução de uma lógica racionalizadora pela administração hospitalar impacta potencialmente no poder de decisão do corpo clínico que, por sua vez, ativa estratégias de conservação de autonomia que visam, em última instância, a manutenção do seu poder na instituição. Esta dissertação de mestrado tem como objetivo compreender como os médicos vivenciam e dão sentido às políticas racionalizadoras da gestão hospitalar implementadas pela direção de um hospital da Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo gerenciado por uma universidade através de convênio, contratualizado como hospital de ensino e certificado como de excelência pela Organização Nacional de Acreditação. Trata-se de um estudo de caso, com metodologia qualitativa de análise, que, a partir de entrevistas semi-estruturadas realizadas com seis médicos ligados diretamente à assistência, pôde identificar um aparente paradoxo entre os evidentes avanços dos mecanismos de controle institucional sobre o trabalho médico e a percepção ”subjetiva” de tais avanços pelos médicos, que não os reconhecem como limites para sua autonomia técnica. Além disso, Anais XII Congresso Paulista de Saúde Pública Para a enfermagem, o desafio é investir em recursos humanos, pois o trabalho em saúde é exercício diário de escuta, determinante na qualidade da resposta assistencial.A Educação permanente é entendida como informações formais, planejadas, direcionadas, aplicadas e avaliadas de acordo com a necessidade do trabalho, baseado na possibilidade de transformar as práticas profissionais, realizada a partir dos problemas enfrentados na realidade pautando nas prioridades da população. OBJETIVO: Compreender por meio de revisão de literatura a importância da aplicação dos conceitos em educação permanente, ampliando a qualificação do profissional de saúde. Método: Realização de revisão sistemática de literatura abordando o tema de educação em saúde utilizando busca em base de dados como SCIELO, LILACS, PUBMED, sendo utilizado os descritores educação permanente e educação em saúde, com corte temporal de 2004 a 2011,utilizando artigos relevantes ao tema da pesquisa.RESULTADOS E DISCUSSÕES: Dos artigos analisados identificouse que o plano de ação dessa estratégia de educação permanente tem por finalidade a caracterização da necessidade de formação em saúde (identificando a necessidade de determinadas categorias profissionais, atores envolvidos nos processos), relacionar os problemas e as necessidades de educação permanente em saúde, formular propostas indicando metodologias de execução e correlacioná-las entre si, com o resultado de estabelecer metas e indicadores de processos e resultados para o acompanhamento e avaliação a curto, médio e longo prazo com a missão de fortalecer conhecimentos, habilidades, atitudes e práticas que a dinâmica das organizações não oferece em escala Saúde Soc. São Paulo, v.20, supl.1, 2011 73 suficiente.CONSIDERAÇÕES FINAIS: O processo de capacitação melhora o desempenho profissional em todos os níveis de atenção e funções, contribui para o desenvolvimento de novas competências, como a liderança e a gestão de qualidade. Todo processo de educação permanente requer elaboração, desenho e execução a partir de uma análise estratégica e dos serviços de saúde em que se insere, prevê transformar as situações diárias em aprendizagem, analisando reflexivamente os problemas da prática e valorizando o próprio processo de trabalho no seu cotidiano intrínsico, envolvendo toda a equipe da área da saúde. PACIENTES CADASTRADOS NO SISTEMA HIPERDIA: SITUAÇÃO DEZ ANOS APÓS A CAMPANHA NACIONAL DE DETECÇÃO DE DIABETES MELLITUS Nucci, LB (1); Silva, AFM (1); Carmecini, TF (1); Instituição: 1 - PUC-Campinas; Introdução: O Diabetes Mellitus (DM) é uma doença metabólica complexa, multifatorial e de presença global, que afeta a qualidade e o estilo de vida dos acometidos. O diagnóstico precoce é essencial para a prevenção das complicações decorrentes dessa condição, entretanto, a estimativa é de 40% a 60% de casos não diagnosticados no Brasil. Com base nessa problemática, a Campanha Nacional de Detecção de Diabetes Mellitus (CNDDM) foi realizada em 2001 com uma estratégia de atuação massiva para rastrear casos não diagnosticados e, uma vez confirmados, cadastrá-los e vinculá-los aos serviços de saúde. O Sistema Hiperdia foi então desenvolvido com os objetivos principais de permitir o monitoramento dos pacientes atendidos e cadastrados na rede ambulatorial do Sistema Único de Saúde (SUS) e gerar informações para profissionais e gestores de órgãos da saúde para aquisição, dispensação e distribuição de medicamentos, de maneira sistemática, a estes pacientes. Objetivo: Descrever o número de pessoas com DM atualmente cadastrados no sistema Hiperdia e compará-lo com os casos suspeitos de DM diagnosticados durante a CNDDM em 2001. Métodos: Foram utilizados dados secundários extraídos do sistema Datasus, no sub item Produção Ambulatorial de 1994 a 2007 com os códigos correspondentes à CNDDM para identificação dos exames realizados durante a campanha. Os dados dos pacientes atualmente cadastrados foram extraídos do SISHIPERDIA, na opção Relatórios. Resultados Durante a CNDDM foram realizados 22,7 milhões de exames, dos quais 19,8% (4,5 Anais XII Congresso Paulista de Saúde Pública milhões) foram considerados alterados, sendo 20,1% para os homens e 19,6% para as mulheres. O número total de pessoas hoje cadastradas no Sistema Hiperdia, considerando o período de Jan/2001 a Agosto/2011 é de 416.048, ou seja, 9,3% do total detectado na CNDDM dez anos antes. A variação desse percentual de cadastramento entre as Unidades da Federação foi de 4,3% no Mato Grosso do Sul a 32,1% no estado do Amazonas. Conclusão: O Sistema Hiperdia tem hoje cadastrados 416 mil pacientes com DM, número muito abaixo do estimado para a população brasileira usuária do SUS e apenas 9,3% do número de pessoas detectadas na campanha de rastreamento para o DM realizada dez anos atrás. Entretanto, esse cadastro contribui para o monitoramento desses pacientes proporcionando uma assistência mais adequada à doença. Estimativas mais elaboradas considerando, por exemplo, apenas o percentual de casos confirmados de DM após o rastreamento devem ser avaliadas. PANORAMA DOS CURSOS DE NUTRIÇÃO DAS UNIVERSIDADES PÚBLICAS DO BRASIL Maron, L.R. (1); Mancuso, A.M.C. (1); Silva, M.E.M.P. (1); Instituição: 1 - FSP/USP; Estudos vêm demonstrando discordâncias entre o perfil dos egressos e as transformações ocorridas na sociedade, evidenciando-se uma necessidade de adequar o perfil dos profissionais ao desempenho na sociedade, em conformidade com a realidade. O presente estudo teve o objetivo de caracterizar os cursos de graduação em nutrição das universidades públicas do Brasil. Foram avaliados os cursos de nutrição oferecidos pelas instituições de ensino superior públicas do Brasil. Para obtenção dos dados gerais dos cursos (ano de criação, duração, carga horária total e número de vagas), foram observados os dados presentes no endereço eletrônico do Ministério da Educação dos cursos de Nutrição fundados até o ano de 2010. Em relação aos dados referentes aos currículos, foram analisados os projetos políticos pedagógicos e/ou as matrizes curriculares dos cursos que dispunham dessas informações nos endereços eletrônicos das instituições de ensino entre os meses de fevereiro e março de 2011. A carga horária das disciplinas foi analisada por área de conhecimento definidas pelo CNPq. Foram analisadas 49 instituições de ensino superior e 57 cursos de nutrição. 38,6% e 31,6 % dos cursos concentram-se nas regiões Sudeste e Nordeste, respectivamente. Até 1974, existiam apenas Saúde Soc. São Paulo, v.20, supl.1, 2011 74 7 instituições públicas que apresentavam graduação em nutrição. Atualmente, mais de 54,4% dos cursos existentes apresentam menos de 10 anos de existência. A maior parte das instituições oferece o curso no período integral (68,4%), apresenta duração média de quatro anos (47,4%) e disponibiliza entre 41 e 60 vagas de estudantes ao ano (45,6%). Foi encontrado um intervalo de 2580 a 5025 de carga horária total do curso, sendo a média de 3801 horas (DP=367 horas). Os currículos estudados foram representados, predominantemente, por disciplinas das áreas de ciências da saúde, biológicas e agrárias, somando, em média, 81,1% da carga horária total, enquanto que as disciplinas de ciências humanas e sociais aplicadas representaram, conjuntamente, em média 13,4% da carga horária curricular, restando, portanto, apenas 5,5% para as áreas de ciências exatas e da terra, línguística, letras e artes, engenharias e outras. A expansão dos cursos de nutrição somada às disparidades encontradas nos currículos aponta para uma necessidade contínua de investigar a formação dos nutricionistas no Brasil, de modo a adequá-la às práticas profissionais atualmente requeridas. PARTICIPAÇÃO DA COMUNIDADE NA GESTÃO DA POLÍTICA DE SAÚDE Santos Junior, D.P. (1); Narvai, P.C. (1); Instituição: 1 - FSP-USP; Introdução: A participação da comunidade é diretriz do sistema de saúde brasileiro, concretizada na estruturação de conselhos junto à gestão da política de saúde em todo o país. Porém, são encontradas dificuldades como extrema burocratização, pouco conhecimento técnico e político dos conselheiros, falta de autonomia e infraestrutura insuficiente que limitam a ação. Objetivo: Identificar como a participação da comunidade se insere no processo de gestão da política de saúde. Método: Parte-se de uma pesquisa qualitativa que investigou a gestão participativa em São Bernardo do Campo, SP, entre 2009-11. Para coleta de dados, utilizou-se a observação de eventos relacionados ao tema e a análise de documentos produzidos no âmbito da gestão e do controle social. Na análise, confrontaramse as informações coletadas com base nas categorias: acesso e uso dos espaços de controle social; diálogos construídos entre os atores; estratégias inovadoras para mobilização da comunidade. Resultados Diversas iniciativas de participação foram identificadas como promotoras da gestão democrática. Além do Conselho Anais XII Congresso Paulista de Saúde Pública Municipal de Saúde (CMS), outros espaços permitiram à população ter contato com aspectos da política de saúde. Podem-se indicar: Conselhos Gestores Locais (CGL), presentes nas unidades assistenciais; plenárias de Orçamento Participativo, definindo prioridades para alocação de recursos; Encontro Popular de Saúde, contribuindo na mobilização; Audiências Públicas de prestação de contas e debates de projetos, favorecendo a transparência e publicidade das ações; Conferências de Saúde, avaliando e apontando as diretrizes. Conclusões: No município, mudanças significativas atualizaram a participação. A eleição do presidente do CMS, que deixa de ser o Secretário de Saúde, é uma iniciativa que confere autonomia ao órgão. Os CGL aproximam usuários e trabalhadores, podendo influenciar positivamente no processo de trabalho. O Orçamento Participativo permite direcionar os investimentos de acordo com as demandas da população. Os encontros e audiências facilitam a divulgação e controle das ações. As Conferências possibilitam agregar atores no debate, mas não foram capazes de superar a burocratização e falta de aprofundamento da política de saúde. De forma geral, esta rede encontra oportunidades para exercer seu papel de controle público. Já a atuação dos usuários e trabalhadores como cogestores mostrou-se limitada, visto o envolvimento somente na etapa final de aprovação dos projetos. PARTICIPAÇÃO POPULAR NA GESTÃO DO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE: QUEM SÃO OS ATORES DO CONTROLE SOCIAL? Ficher, K. N. (1); Cecilio, L. C. O. (1); Andreazza, R. (1); Instituição: 1 - UNIFESP; Introdução: A participação da comunidade na gestão do Sistema Único de Saúde (SUS) é um preceito constitucional. Genericamente, pode-se dizer que há dois grupos de instâncias de controle social na saúde: as instâncias superiores, que são os conselhos e as conferências nacionais, estaduais e municipais de saúde, e as instâncias locais, isto é, os conselhos gestores, ou conselhos locais de saúde. OBJETIVO: Os autores do trabalho se propuseram a analisar e entender a estrutura e o funcionamento de um Conselho Gestor de uma Unidade Básica de Saúde (UBS) de um município na Grande São Paulo, com especial interesse no perfil dos conselheiros representantes do segmento usuário. Método: O material da pesquisa constitui-se da análise documental das atas das reuniões do Conselho e das Saúde Soc. São Paulo, v.20, supl.1, 2011 75 transcrições das entrevistas realizadas com o gestor municipal, o gestor local e conselheiros representantes dos usuários. Os registros das reuniões foram analisados com base na técnica de “análise de conteúdo”. Resultados Foram analisadas as 41 atas de reuniões do Conselho Local, as quais se ocuparam, em geral, de informes, discussão sobre a falta de médicos nas equipes de saúde da família e problemas de infra-estrutura da unidade. Não foi verificada nenhuma votação. Nas entrevistas, muitas vezes atribuiu-se às instâncias superiores do controle social um papel propositivo e deliberativo importante, na medida em que adéquam as políticas de saúde às realidades locais, enquanto às instâncias locais cabe a função de acompanhar e fiscalizar o funcionamento dos serviços. Os conselheiros de saúde em geral apresentam-se inseridos em associações de moradores e/ou sindicatos, o que permite sua participação em campos que extrapolam a área da saúde, como a disputa de políticas de educação e habitação, e até mesmo apresentam uma militância político-partidária publicamente conhecida. Conclusão: Os autores tendem a concordar com indicações na literatura sobre o tema no sentido de que muitas vezes a participação popular na saúde tem servido mais como forma de homologação, legitimação e fiscalização das decisões proferidas pelos gestores, perdendo a cada dia o seu papel e potencial de proposição e deliberação no tocante à definição das políticas de saúde, em todas as esferas de poder, mas principalmente no espectro das instâncias locais de controle social. PERCEPÇÕES DOS JOVENS SOBRE VIOLÊNCIA NAS REGIÕES DO GRAJAÚ E JARDIM ÂNGELA DA CIDADE DE SÃO PAULO Lico,F.M.C (1); Westphal,M.F (2); Instituição: 1 - Secretaria Municipal da Saúde da Cidade de São Paulo; 2 - Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo – FSP/USP; Introdução: As estatísticas mostram o crescimento da violência nos grandes centros urbanos e nas periferias da cidade de São Paulo, envolvendo os jovens como vítimas ou agressores (WAISELFISZ, 2006). Partindo da premissa de que no campo da saúde pública é possível realizar ações de Vigilância e Promoção da Saúde e ações integradas com outros setores da sociedade, advogando por políticas públicas intersetoriais, que diminuam a violência e/ou reduzam o seu impacto, foi realizada a pesquisa, com apoio do CNPq. Anais XII Congresso Paulista de Saúde Pública Objetivo: Analisar as percepções dos jovens sobre violência nos distritos administrativos do Grajaú e Jardim Ângela. Metodologia: Estudo de caso qualitativo, que compreendeu a articulação de dados obtidos por meio de entrevistas individuais e questionários auto-aplicáveis. Para análise utilizou-se a triangulação das informações e o referencial teórico da promoção da saúde. Resultados Foram entrevistados, nos dois distritos de estudo, 463 jovens estudantes do ensino fundamental e médio na faixa etária de 10-19 anos e 77 jovens não estudantes. Os discursos dos entrevistados mostram que os jovens gostam das regiões onde vivem e não as consideram violentas. A violência doméstica é um grave problema nas regiões, assim como o consumo de álcool e drogas e a atuação do tráfico. A metade dos jovens estudantes relatou que levam surras dos pais (51,1%). Os jovens não estudantes também referiram ter sofrido violência em casa, por parte de parentes (38,5%), surra de pai e mãe (15,4%), agressão do marido e namorado (15,4%), além de brigas (30,8%). Nas escolas as principais violências referidas pelos jovens foram: brigas entre colegas e agressões físicas. A maioria dos jovens não estudantes presenciou brigas entre alunos, consumo de drogas e tráfico, presença de armas e depredações, relataram ainda, estupros na saída da escola. Conclusão: A violência doméstica é um grave problema nas regiões. As jovens não estudantes, que moram com os companheiros ou maridos continuam sendo vítimas da violência doméstica. Na escola a principal violência sofrida pelos jovens refere-se à agressão física por parte dos colegas; no entanto, os dados indicam que os jovens que deixaram de freqüentar a escola conviveram com um ambiente escolar mais violento do que os jovens estudantes. Evidencia-se a necessidade de formação e atuação de uma rede de proteção complementar às famílias e políticas públicas integradas para o enfrentamento das violências nas regiões de estudo. PERFIL DAS PRODUÇÕES CIENTÍFICAS ACERCA DAS DIFICULDADES DE IMPLEMENTAÇÃO DO SUS Cordeiro, T. M. S. C. (1); Santos, C.L.R. (2); Instituição: 1 - FAN; 2 - FTC; Introdução: O Sistema Único de Saúde (SUS) é um sistema público brasileiro que é norteado pelos seus princípios e diretrizes, encontra-se na terceira década Saúde Soc. São Paulo, v.20, supl.1, 2011 76 do processo de implementação, mas, continua com dificuldades e desafios a serem superados. Objetivo: Este estudo tem como objetivo descrever o perfil das produções científicas relacionadas às dificuldades de implementação do SUS como sistema de saúde no período de 1994 – 2010. Método: Trata-se de um estudo de revisão bibliográfica de caráter exploratório e abordagem quantitativa com o objetivo de descrever o perfil das produções científicas relacionadas às dificuldades de implementação do SUS como sistema de saúde no período de 1994 – 2010. As fontes de análise constituíram os artigos obtidos na íntegra redigidos em português, publicados no período de 1994 a 2010 e com abordagem no tema em estudo, desta forma a amostra constitui de 12 artigos. Foram analisados através de tabulações distribuídas em três características quanto ao período de publicação, periódico e métodos de estudos, assim como métodos estatísticos equivalentes a percentagem através da regra de três. Resultados Os resultados indicam em relação à caracterização das produções, que a maioria dos artigos foram publicados no período de 2006-2010, o periódico Revista Saúde e Sociedade se destacou pelo maior número de publicações no período de 1994-2010, e a abordagem qualitativa predominou nas publicações do período em estudo. Conclusão: Conclui-se que necessita de maiores investimentos em pesquisas científicas específicas quanto às dificuldades de implementação do SUS com uma maior abordagem quantitativa para avaliar a real situação do SUS e realizar as necessárias intervenções. PERFIL DE MORBIDADE DO 1° TRIMESTRE DE 2011AMA PERI PERI Rinaldi, V.C. (1); Gonçalves, P.C. (1); Zanetta, S.F. (1); Namie, M. (1); Instituição: 1 - Instituto de Responsabilidade Social Sírio Libanês; Resumo: A AMA é um serviço de pronto atendimento de demanda espontânea de baixa e média complexidade de agravos. A AMA Peri Peri, situada no distrito do Butantã do município de São Paulo, realiza atendimento de segunda a sábado (incluindo feriados). Esses são realizados por equipe composta por 34 profissionais sendo 05 médicos (três clínicos e dois pediatras. Objetivo: Descrever o perfil de morbidade do 1° trimestre de 2011 para conhecimento da demanda atendida. Material: No 1° trimestre de 2011 na AMA Peri Peri foram realizadas 13.388 consultas médicas que compõem Anais XII Congresso Paulista de Saúde Pública o banco de dados de morbidade com CID 10, sendo 8.958 atendimentos em Clinica Médica e 4.430 atendimentos em Pediatria. Resultados No 1° trimestre o perfil de usuários da especialidade Clinica Médica foi de 77,5% no grupo de idades entre 25 a 34 anos. Os capítulos de CID 10 mais citados foram os de Respiratórios (11,9%); Sinais e Sintomas (10,8%) e Osteomolecular (8,6%), dando ênfase para o mês de Março/2011 onde o capitulo CID 10 mais citado foi Doenças do Olho e Anexos (6,7%). As categorias de diagnóstico mais freqüentes foram J06.9 – Infecções Agudas de vias Aéreas superiores(3,7%), R51 – Cefaléia (3,8%), N39 - Outros transtornos do Trato Urinário (3,2%). Para a especialidade básica de Pediatria o perfil de usuário atendido foi de 52% do sexo masculino e de 45,8% de 05 a 14 anos. Os capítulos de CID 10 mais citados foram os de Respiratório (42,3%); Doenças infecciosas Parasitárias ( 11,6%) e Sinais e Sintomas (7,8%). As categorias do CID mais freqüentes para Pediatria foram J06.9- Infecções agudas de vias aéreas superiores (12,5%); J03.9- Amigdalites agudas NE (6,9%); Diarréias e gastroenterites orig. infecciosas (6,1%). Ênfase para o mês de março/2011 para o capitulo CID 10 mais citado de doenças do olho e anexos (10%). Conclusão: O mapeamento da morbidade no 1° trimestre de 2011 possibilitou a identificação dos problemas respiratórios com maior incidência em pacientes pediátricos e adultos, tendo como o diagnostico mais significativo em ambos os grupos atendidos. Destacamos os atendimentos no mês de Março para a categoria de diagnostico H10 – Conjuntivite NE com 13,2% dos atendimentos em pediatria e 9,8% em clinica médica. PERFIL DOS PACIENTES PORTADORES DE FERIDAS CRÔNICAS ATENDIDOS NUMA CLÍNICA DE ENFERMAGEM ESCOLA NO MUNICÍPIO DE SÃO CAETANO DO SUL - SP Madjarof, S. (1); Alves, L.A.R.A. (1); Cavalcante, M. C. (1); Instituição: 1 - Universidade Municipal de São Caetano do Sul - USCS; As feridas crônicas representam um problema para os serviços de saúde, quer pelo longo período envolvido, custos no tratamento, e prejuízo psicológico,social e econômico ao paciente. Vários são os fatores que interferem no processo de cicatrização, sendo importante a identificação e o controle dos mesmos, a fim de se obter o melhor resultado possível no tratamento. Trata-se de um estudo transversal, quantitativo, com o Saúde Soc. São Paulo, v.20, supl.1, 2011 77 objetivo de descrever o perfil dos portadores de feridas crônicas atendidos numa Clinica de Enfermagem Escola do município de São Caetano do Sul–SP que realiza o tratamento de feridas crônicas. O atendimento é realizado em parceria com a prefeitura do município de São Caetano, sendo que os pacientes são encaminhados pela rede básica de saúde. Os pacientes são atendidos por uma docente, enfermeira responsável técnica pela clínica juntamente com alunas monitoras do curso de enfermagem. O levantamento de dados foi realizado através dos prontuários dos pacientes em tratamento no mês de agosto de 2011. Do total de 27 pacientes em tratamento, 20(74%) eram mulheres e 7(27%) homens. 63% da amostra apresentava mais de 60 anos, 33,3% apresentava idade entre 40 e 59 anos e apenas 3,7% da amostra encontrava-se na faixa etária entre 21 a 40 anos de idade. Quanto à etiologia das feridas, 15(53%) eram de origem venosa, 2(7,7%) decorrentes de pé diabético, 2(7,7%) hipertensivas, 2 (7,7%), eram úlceras por pressão e 1 (3,4%) úlcera isquêmica. Com relação as doenças apresentadas pelos pacientes, 18(66,6%) eram hipertensos, 9(33,3%) diabéticos, 6(22,2%) apresentam anemia e 3(11,1%) insuficiência renal. Os resultados nos mostram que a população é predominantemente do sexo feminino, idosa, com alto índice de doenças crônicas, em especial a hipertensão arterial e o diabetes mellitus. A anemia apareceu em um terço da população. O conhecimento da prevalência de tais doenças podem auxiliar na organização do serviço a esta clientela, uma vez que o não controle das mesmas comprometem o processo de cicatrização. Quanto à etiologia das lesões, observou-se um predomínio da incidência das úlceras de origem venosa, que envolvem cuidados tanto no período de tratamento da lesão, como após a cicatrização da mesma, com o uso de meias elásticas. Acreditamos que conhecimento das características dos portadores de feridas crônicas deve ser ampliado, a fim de que os gestores possam elaborar estratégias e recursos para o tratamento efetivo das feridas e de seus fatores associados. PERFIS DE MORBIDADE DOS GRUPOS SOCIAIS NOS DIFERENTES TERRITÓRIOS DE ADSCRIÇÃO DA ESTRATÉGIA DE SAÚDE DA FAMÍLIA EM PATROCÍNIO-MG FONSECA, L.M.A (1); Caccia-Bava, M.C.G.G (2); Instituição: 1 - UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO; 2 USP; Anais XII Congresso Paulista de Saúde Pública Introdução: no Brasil, o reconhecimento da Atenção Básica como eixo organizador do sistema de saúde foi instituído pela Portaria nº 648 de 2006, revisando diretrizes para sua organização, definiu a Saúde da Família como sua estratégia fundamental com o intuito de reorganizar a assistência e superar o predomínio da lógica biomédica nos serviços. Analisando necessidades que vêm surgindo no decorrer dos anos, como as doenças crônicas e cronificadas, as causas externas e os transtornos mentais, a OMS desencadeou, desde 2003 um processo de renovação da APS, que o país vem acompanhando. A utilização dos serviços assistenciais resulta de determinantes que incluem características sociodemográficas e de saúde, a organização da oferta e o perfil epidemiológico. Conhecer esse perfil possibilita melhor adequar as práticas em saúde. O presente trabalho teve por objetivo caracterizar o perfil de morbidade dos diferentes grupos sociais cadastrados nas ESF do município de Patrocínio,MG. METODOLOGIA: considerando que as regiões do município (central, periférica e rural) atendem a grupos sociais distintos, a coleta nas unidades foi realizada de Dezembro de 2010 a Fevereiro de 2011 em todas as ESF de Patrocínio. A partir do cálculo amostral, foram analisados 600 prontuários, divididos proporcionalmente de acordo com a população de cada região. Em cada ESF foi feita uma amostragem sistemática para encontrar a pasta familiar, e assim selecionar 1 prontuário individual, contido nela, através de um sorteio casual simples entre os membros da família. Em seguida foram anotados os dados do paciente da e todos os diagnósticos feitos em 2010. RESULTADOS PARCIAIS: as frequências pelo Epi Info apontam que 73% da população adscrita está na região periférica do município; 65% dos usuários são do sexo feminino, 84% são alfabetizados; das 48 ocupações encontradas, as mais frequentes: do lar (19%), aposentado (16,5%) e trabalhador agrícola (9,2%). Nas morbidades agrupadas pelos capítulos da CID 10, se destacam com 21% as doenças do aparelho circulatório, transtornos mentais e comportamentais com 17,5% e as doenças endócrinas nutricionais e metabólicas com 13,1%. Conclusão: estamos em fase de descrição dos dados e portanto, ainda não foi possível separar as regiões central, periférica e rural. Mas espera-se (até Agosto finalizaremos e colocaremos no banner) caracterização do perfil de usuários e suas morbidades nos serviço de saúde do município,um melhor planejamento das ações de saúde. Saúde Soc. São Paulo, v.20, supl.1, 2011 78 PLANEJAMENTO DA QUALIDADE NAS UNIDADES social brasileira. Destaca-se a descentralização da DE SAÚDE DA FAMÍLIA UTILIZANDO O DESDOBRA- saúde, que foi submetida ao mais profundo processo de municipalização já ocorrido na política social do MENTO DA FUNÇÃO QUALIDADE (QFD) Volpato, L. F. (1); Meneghim, M. C. (1); Pereira, A. C. (1); Ambrosano, G. M. B. (1); Instituição: 1 - FOP/UNICAMP; A qualidade é um requisito indispensável na área da saúde e sua procura se faz presente devido à necessidade de atender as exigências de uma população ciente de seus direitos, da essência das boas relações no trabalho e diminuição dos custos tecnológicos. Assim, a qualidade envolve todos que fazem parte do processo (usuários e profissionais), deixando de ser um atributo do serviço. A pesquisa teve como objetivo verificar a possibilidade de planejar a qualidade nas Unidades de Saúde da Família, através do método Desdobramento da Função Qualidade (QFD). Este planeja a qualidade segundo a satisfação do usuário, envolvendo os profissionais da instituição e identificando novos caminhos para aperfeiçoar os processos de trabalho. A construção da matriz, denominada Casa da Qualidade, é o aspecto mais importante desse método. Os resultados mostram que há similaridade entre a qualidade exigida pelos usuários e a qualidade planejada pelos profissionais. A presente pesquisa comprovou que a ferramenta QFD constitui-se em instrumento eficiente no planejamento da qualidade nos serviços públicos de saúde. PODER LOCAL E POLÍTICAS SOCIAIS: ANÁLISE DAS POLÍTICAS DE SAÚDE DA CIDADE DE VILA VELHA – ES BARRETO JUNIOR, Irineu Francisco (1); Instituição: 1 - Mestrado em Ciências Sociais da UVV; Fundação Seade; Mestrado em Direito da FMU.; A pesquisa realizou um estudo analítico da política municipal de saúde na cidade de Vila Velha, Estado do Espírito Santo. Essa investigação, porém, não se restringiu unicamente ao sistema local de saúde: discutiuse de forma mais ampla o processo de municipalização das políticas públicas de saúde ocorrida no Brasil após a promulgação da Constituição de 1988, assim como uma análise frente ao marco teórico-metodológico do Ciclo de Políticas Públicas. A CF determinou que uma série de políticas, antes promovidas e de responsabilidade dos governos central e estaduais, passasse a ser executada pelos municípios, transformando o desenho institucional e a engenharia técnica-política proteção Anais XII Congresso Paulista de Saúde Pública país. A cidade de Vila Velha frente à sua complexidade, porte populacional e relevância econômica e política no Estado, demonstrou uma dinâmica típica das grandes cidades e que, em diversas situações, demonstra situação mais complexa que a capital do Estado, Vitória. A taxa de crescimento populacional de VV é significativamente maior que a do Estado do Espírito Santo como um todo, o que torna mais agudos os problemas provocados pela superpopulação, envelhecimento e transição demográfica, com evidentes impactos na formulação da política de saúde que deverá adaptar-se a essa miríade de fenômenos. Esses fenômenos tornam-se evidentes quando são comparadas as pirâmides etárias de VV e do Brasil como um todo, como parâmetro de referência. São visíveis o envelhecimento populacional e a menor concentração de jovens na cidade do que no Brasil como um todo, provavelmente pelas altas taxas de mortalidade por causas externas registradas na cidade. Consideram-se como tal acidentes de trânsito, homicídios e outras formas de morte violenta. Estas dados apenas tornam evidente a centralidade das políticas de saúde no município e a necessidade de políticas que elejam estratégias que minorem os impactos do crescimento populacional, envelhecimento e as mortes violentas, típicas das grande metrópoles mas que apresentam perfil mais agudo em Vila Velha. A pesquisa permitiu uma maior compreensão desses fenômenos e uma apropriação precisa da realidade local, permitindo ainda a identificação dos pontos críticos e necessidade de adoção de políticas estratégicas para a política de saúde da cidade. POLÍTICAS E PRÁTICAS EM SAÚDE: O PROCESSO DE TRABALHO NA ATENÇÃO PRIMÁRIA DE ALFENAS SOB A ÓTICA DO USUÁRIO GOMES, L.T.S. (1); GRACIANO, M.M.C. (2); NOGUEIRA, D.A. (1); Instituição: 1 - UNIFAL; 2 - UNIFENAS; INTRODUÇÃO:O HiperDia é um sistema de informação criado para monitoramento de hipertensos e diabéticos, ele foi reestruturado no município de Alfenas-MG no ano de 2009. Objetivos: Descrever o perfil epidemiológico dos hipertensos cadastrados, fornecer dados gerais sobre o universo da pesquisa, e avaliar o processo de trabalho na Atenção Primária para o controle da Saúde Soc. São Paulo, v.20, supl.1, 2011 79 hipertensão arterial sistêmica, analisando-se a média de satisfação dos usuários. METODOLOGIA: Estudo exploratório de dados secundários de 2.134 hipertensos cadastrados no HiperDia de Alfenas; e estudo de inquérito com amostra 335 pacientes; análise freqüentista por meio do SPSS versão 13. Resultados Do total de pacientes estimados, 74% se encontram cadastrados. Aproximadamente 62% são mulheres; 37% têm diabetes associada; 70% têm entre 40 e 69 anos de idade; 22% é tabagista e 44% sedentário; 33% apresentam alguma seqüela, sendo coronariopatia e doença renal as mais freqüentes; 40% não têm classificação de risco. Em relação ao estudo de inquérito, 67% da amostra passou mais de 3 vezes em consulta médica no último ano; 0,5% saiu da consulta médica com a próxima agendada; 49% nunca participou de grupos de caminhada e 70% nunca participou de grupos de hipertensos; 88% afirma ter facilidade de acesso à medicação e 92% deles considera adequada as orientações de uso; 85% nunca passou por consulta de enfermagem; 86% não recebeu visita do médico e 87% não recebeu visita da enfermagem no último ano; 11% das visitas do ACS é apenas para colher assinatura. Em média, 95% da população realizaram exames de rotina, exceto ECG, realizado em 74%. No último ano, 27% da população passou por avaliação oftalmológica; 23% odontológica; 18% nutricional; 13% fisioterápica; 4% psicológica; e 3% fonoaudiológica, 100% das unidades contam com a presença de um odontólogo. Dentre os pacientes avaliados por fonoaudiólogo, 80% possui 60 anos ou mais, o que representa 4,5% da população que deveria passar por esta avaliação. Conclusão: Os usuários estão satisfeitos com os serviços prestados (média 8). O item com pior avaliação se refere à resolubilidade, que obteve média 7,7. Existem falhas pontuais nos serviços, dentre elas a assistência de enfermagem e odontológica, que não se justificam. Deficiência na avaliação do risco audiológico de idosos hipertensos deve-se á oferta reduzida deste profissional no serviço local. O déficit de ECG será superado, pois novos aparelhos foram adquiridos e médicos passarão por treinamento. Saúde da Família (PSF) tem sido adotada como uma estratégia pela política de assistência psiquiátrica no Brasil, entretanto o seu planejamento deve passar por um estudo de suas necessidades. Neste sentido, o levantamento da prevalência de transtornos graves é uma das primeiras abordagens. Objetivo: estimar a prevalência de sintomas psicóticos em uma comunidade de baixa renda no litoral de São Paulo. Método: estudo de corte transversal com amostra representativa de indivíduos maiores de 15 anos oriundos da população de 1000 famílias (aproximadamente 3000 pessoas) cadastradas em uma equipe da Unidade de PSF do Bairro Perequê, Guarujá, SP, 2010. Para identificar os pacientes portadores de sintomas de transtorno psicótico foi aplicado o “Self Report Questionary (SRQ)”, composto de 30 questões para alterações fisiológicas, comportamentais, cognitivas e de humor. Resultados dos 524 entrevistados, 65,6% são mulheres, média de idade de 41 anos (15-82; dp=15,7), igual entre os gêneros, e 55,5% apresentaram pelo menos um dos quatro sintomas de transtorno psicótico. Destes, dois investigaram o conteúdo do pensamento, delirante de perseguição e de grandeza: “O Sr(a) acha que alguém tem tentado prejudicá-la de alguma forma?” e “O Sr/ Sra é uma pessoa muito mais importante do que a maioria das pessoas acha?”. Os outros dois investigaram alterações da senso-percepção: “O Sr(a) notou qualquer interferência ou qualquer coisa diferente com o seu pensamento?” e “Já ouviu vozes sem saber de onde vêm ou que outras pessoas não ouvem?”. As prevalências foram, respectivamente, 24,4% (sem diferenças entre os gêneros), 30,0% (predomínio entre os homens, X2=7,9; gl=1; p<0,01), 17,7% (predomínio entre as mulheres, X2=5,7; gl=1; p<0,05) e 22,2% (predomínio entre as mulheres, X2=10,8; gl=1; p<0,01). Conclusão: embora a presença de sintomas psicóticos, medidos por meio de uma escala de rastreamento, não represente, necessariamente, um diagnóstico clínico de transtorno psicótico, nossos resultados apontam para um número muito elevado de casos, principalmente se considerarmos que a prevalência de casos graves na população geral é de aproximadamente 7%. PREVALÊNCIA DE SINTOMAS DE TRANSTORNOS PSICÓTICOS EM UMA COMUNIDADE DE BAIXA PROFISSIONAIS DE ACUPUNTURA NO SUS:DA PORENDA NO LITORAL DE SÃO PAULO. LÍTICA NACIONAL DAS PRÁTICAS INTEGRATIVAS Castro, C.V. (1); Andreoli,S.B. (1); Á REALIDADE DOS FATOS Instituição: 1 - Unisantos; Introdução: o atendimento de portadores de transtorno mental na comunidade dentro dos Programas de Anais XII Congresso Paulista de Saúde Pública Ribeiro,M.S (1); Leonelli,L.B. (2); Oliveira,M.S (3); Alves,A.P.M.F.B (2); Saúde Soc. São Paulo, v.20, supl.1, 2011 80 Instituição: 1 - Prefeitura Municipal de Guarulhos/ Universidade Mogi das Cruzes; 2 - UNIVERSIDADE MOGI DAS CRUZES; 3 - APS- Santa Marcelina/UMC; Introdução:A Acupuntura é um campo de conhecimento na área da saúde, reconhecido pela Organização Mundial de Saúde–OMS, mediante iniciativas que visam a difusão deste campo e facilitar sua incorporação nas políticas públicas de saúde dos países membros, conforme a “Estratégia da OMS sobre Medicina Tradicional 2002-2005” e a realização em 2008 do I Congresso da OMS para as Medicinas Tradicionais, em Beijing. Neste sentido, o Ministério da Saúde implementou a Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares(PNPIC, 2006) no SUS, que preconiza a assistência pela Acupuntura, entre outras práticas congêneres, por profissionais de saúde especializados, sem exclusividade ou monopólio de nenhuma categoria. Sua formação no Brasil é feita por cursos de pós-graduação e seu exercício é contemplado em resoluções normativas de vários conselhos federais da área de saúde. Objetivos: Identificar a inserção dos profissionais de acupuntura na grande São Paulo e verificar o exercício desta prática na rede SUS. Nossos propósitos convergem na divulgação e ampliação da Acupuntura, como instrumento em saúde, a todos os profissionais habilitados, conforme preconiza o Programa Nacional Praticas Integrativas e Complementares. Método:Pesquisa de revisão bibliográfica dos últimos 10 anos nas bases de dados Bireme, Banco teses USP, Portais Públicos de Saúde, DataSUS, Portal Capes e Anais de Congressos relativos a área de Medicina Chinesa–Acupuntura. Resultado/Análise Critica: A principal maneira de se acelerar com qualidade os serviços de acupuntura no sistema público é pela inserção de novos profissionais acupunturistas, pois sua assistência abrange várias especialidades de saúde em todas as fases do processo de saúde doença atingindo diversas categorias de profissionais dentro de seu campo de atuação. Apesar de ser multiprofissional, conforme dados analisados do DATASUS, ainda comporta uma quantidade restrita de profissionais cadastrados. A maioria destes são pertinentes a uma categoria profissional. Os diagnósticos em acupuntura são distintos da visão ocidental, o que não seria um entrave para sua ampliação no SUS e nem monopólio de apenas uma categoria. Conclusão:Esta revisão pretende disseminar a discussão entre os artigos e publicações relativas ao tema, na perspectiva de sua Anais XII Congresso Paulista de Saúde Pública divulgação e contribuir para uma visão cientifica integrada e objetiva, que some e multiplique conhecimentos a todos profissionais de saúde dentro dos seus campos de atuação. PROGRAMA DE EDUCAÇÃO PERMANENTE PARA GERENTES DA REDE BÁSICA DE SAÚDE DA CIDADE DE SÃO PAULO: ANÁLISE DA CONSTRUÇÃO E AVALIAÇÃO DOS RESULTADOS Ficher, K. N. (1); Cecilio, L. C. O. (1); Andreazza, R. (1); Instituição: 1 - UNIFESP; Introdução: A Educação Permanente é uma estratégia preconizada pelo Ministério da Saúde para a formação de recursos humanos para o Sistema Único de Saúde. A Educação Permanente em Saúde aborda a reflexão crítica sobre a prática cotidiana dos serviços de saúde, materializando-se na forma da educação no trabalho, ou processo educativo aplicado ao trabalho, buscando mudanças na forma de entendimento da saúde, do sistema de saúde, das relações interpessoais, das práticas em saúde e da gestão dos serviços. OBJETIVO: Descrever de forma analítica e avaliar a experiência de construção de um Programa de Educação Permanente por parte de uma Universidade no Estado de São Paulo, destinado à participação de gerentes de Unidades Básicas de Saúde do município de São Paulo/SP que recebem estudantes através dos convênios do PróSaúde. Método: Através da estratégia de “observação participante”, construiu-se a memória dos encontros do programa ao longo de um ano, destacando-se os pontos mais exitosos da iniciativa e os grandes impasses à concretização do mesmo. Foram realizados relatórios dos oito encontros do Programa de Educação Permanente em 2009, além de um Seminário de Avaliação realizado em 2010. Resultados O Programa abordou temas como os processos de ouvidoria e os impactos na gestão em saúde, a regulação do sistema de saúde na busca pela regionalização e a articulação ensino-serviço, os quais apresentam forte impacto na concretização da integralidade de atenção à saúde e superação das práticas tradicionais de assistência. A duplicidade de formas assistenciais (“tradicional” e saúde da família) e de modelos jurídicos diferenciados (administração direta e Organização Social) caracterizaram impasses para o desenvolvimento do Programa. Notou-se grande dificuldade de implementação do programa, no âmbito da institucionalidade da Universidade e dos serviços Saúde Soc. São Paulo, v.20, supl.1, 2011 81 de saúde, marcados por toda sua complexidade da micropolítica e por múltiplos espaços de decisão. Observou-se uma ampla diversidade de interesses no Programa de Educação Permanente, provavelmente causado pela dualidade de projetos políticos para a saúde que permeiam a academia e o gestor municipal. Conclusão: Os autores apontam que a Educação Permanente em Saúde deva ser considerada como uma estratégia de desenvolvimento dos trabalhadores de saúde na perspectiva do Sistema Único de Saúde, mas que sua concretização depende de um grande esforço pessoal e institucional dos atores envolvidos. PROMOÇÃO DA SAÚDE: A PARTICIPAÇÃO POPULAR NO SUS GOMES,L.T.S. (1); GRACIANO, M.M.C. (2); NOGUEIRA, D.A. (1); Instituição: 1 - UNIFAL; 2 - UNIFENAS; Introdução: A participação popular no SUS é pressuposta, ao mesmo tempo em que consiste em um princípio organizativo do mesmo. Objetivos: Avaliar o acesso à informação e participação popular no SUS em uma Regional de Saúde de Minas Gerais. METODOLOGIA: Estudo de inquérito domiciliar, cujos sujeitos da pesquisa foram mulheres donas de casa. A coleta de dados foi realizada entre abril de 2007 e janeiro de 2008. A amostra de 2.500 domicílios, obtida por sorteio aleatório e a análise freqüentista foi realizada por meio do programa SPSS. Resultados Ao se avaliar o acesso da população à informação e tecnologia computacional, por meio da pergunta pelo conhecimento da página do DATASUS na Internet, assim como por meio da atuação dos Conselhos Municipais de Saúde e da ocorrência periódica de Conferências Municipais de Saúde, podese detectar uma alienação generalizada. 66.7% das usuárias do SSAM e 75.0% das usuárias do SUS nunca acessaram esta pagina da internet ou mesmo ouviram falar sobre ela. Também com relação ao conhecimento da existência ou participação de reuniões de Conselhos Municipais de Saúde ou de Conferências Municipais de Saúde, o desconhecimento é geral: 92.5% das mulheres do SSAM nunca ouviram falar de tais Conferências ou participou de alguma delas. Entre as mulheres SUS dependente, este índice é de 92.1%. Com relação à atuação dos Conselhos Municipais de Saúde o grau de desinformação é de 95.2% entre as mulheres do SSAM e 96.9%, entre as usuárias do SUS. Não obstante, as mulheres usuárias do SSAM procuram se informar Anais XII Congresso Paulista de Saúde Pública mais sobre o que acontece na saúde do seu município (46.9%), do que aquelas SUS dependentes (31.3%). Este índice foi o único que apresentou uma diferença significativa (P=0.001). Quando avaliado de forma conjunta, cerca de 60% das mulheres entrevistadas não procuram se informa sobre os acontecimentos na saúde do seu município; 87.4% nunca participou de uma Conferência de Saúde e 67.5% jamais ouviu falar delas. Das poucas mulheres que ouviram falar destas Conferências, 80% acessaram a informação por meio de ACS. Conclusão: Na medida em que a avaliação em saúde é fundamental para a gestão do sistema, ao permitir construir indicadores da qualidade dos serviços prestados, e que esta, por sua vez, perpassa pelo grau de informação e participação popular, o fortalecimento deste princípio do SUS deve ser tomado como política pública primordial. REGIONALIZAÇÃO DO SUS NO GRANDE ABC: PACTUAÇÃO FRÁGIL SILVA, E. C. (1); GOMES, M. H. A. (1); Instituição: 1 - UNIFESP; Introdução: É fato que a regionalização expressa às estratégias, bem como os instrumentos passíveis de auxiliarem o processo de solificação de um sistema regional de saúde no Grande ABC. Há de se reconhecer que é na região onde a atenção integral à saúde se reproduz em todos os níveis de complexidade e densidade tecnológica. Neste caso, tem que se assumir que há uma interdependência entre a região e o Estado – por meio da DRS I – na sua pactuação e, consolidar um SUS regional funcionando de forma efetiva na região. OBJETIVO: Analisar os instrumentos CGR, PDI, PDR e PPI, do Pacto de Saúde 2006, no processo de regionalização do SUS na Região do Grande ABC Paulista. METODOLOGIA: Com relação ao tipo de pesquisa, definimos como sendo exploratório-descritiva; foram concebidas dezesseis entrevistas com Gestores de Saúde Municipais, da DRS I, da principal Organização Social da região, além de representantes da Sociedade Civil; entre os meses de fevereiro – julho de 2010; e para tanto, optamos por uma análise qualitativa, pois ela seria a mais adequada para conhecer o objeto de estudo. Resultados Evidenciamos a presença do CGR na região, mas percebemos que sua constituição ainda está inacabada, devido, em parte à diversidade regional; no que tange o PDI, é necessário haver, por meio da CIT, uma maior cooperação técnica e financeira com o Saúde Soc. São Paulo, v.20, supl.1, 2011 82 Grande ABC, já que em 2008 a região recebeu miseros R$ 20.000 da União; o PDR precisa ser atualizado na região, ou seja, elaborar um desenho que reflita as interações regionais entre serviços e ações já existentes; e para a PPI, é necessáro que haja uma articulação, avaliação, coordenação, controle e prestação de serviços de forma mais integrada aos sistemas de saúde local, deixando às margens as “vaidades” municipais e políticas e, para os gestores municipais, cabe uma atuação mais presente e constante do governo estadual. Conclusão: É fato que no Grande ABC prevalece o “Eu”, em vez de “Nós” e ainda; o “Meu”, em vez do “Nosso”; há uma intensa competição no interior de três – Santo André, São Bernardo do Campo e São Caetano do Sul – dos sete municípios, onde prevalecem a rivalidade e “vaidades”. São frutos do pensamento neoliberal. Em suma, região carece de uma articulação que refletindo em um sistema regional de saúde frágil, desorganizado e com baixo grau de co-gestão; alimentando, cada vez mais, as desigualdades sociais regionais de saúde e o “jogo de poder” político na região. SAÚDE DA MULHER: ESTRUTURA INSTALADA E CONDICIONANTES SÓCIO-ECONÔMICOS NO VALE DO PARAÍBA PAULISTA Silva, C. G. (1); Souza, I. S. (1); Sodré, J. J. M. (1); Vianna, P. C. (1); Instituição: 1 - UNIVAP; Introdução: As iniqüidades regionais em saúde decorrem de fatores sócio-econômicos, culturais, demográficos e de infra-estrutura. Desde 1940 o Ministério da Saúde institui políticas visando reduzir a mortalidade materno-infantil, porém a implementação de políticas regionais para a saúde integral da mulher, com oferta equânime de serviços, permanece um grande desafio para o SUS. Até recentemente essas ações eram avaliadas nos níveis municipal, estadual e nacional. Este trabalho avalia indicadores de saúde da mulher para esta região de saúde e suas 4 microrregiões, a fim de compreender o cenário materno-infantil regional. Este trabalho integra o desenvolvimento de um Observatório Regional de Saúde do Vale do Paraíba (VPP), baseado na experiência da região metropolitana de São Paulo. Método: Estudo quantitativo, descritivo, a partir de dados disponíveis no DATASUS e Fundação SEADE para a Região de Saúde do Vale do Paraíba. Resultados O VPP é região dual: municípios ricos, com bons indicadores sociais e pequenos, com indicaAnais XII Congresso Paulista de Saúde Pública dores sociais ruins. O cenário sócio-econômico influi nos indicadores de saúde, como mortalidade infantil e materna, mas a associação nem sempre é direta, demonstrando a existência de fatores que modulam a relação. O comportamento de cada microrregião é homogêneo (baixa condição socioeconômica e menor infra-estrutura instalada, maior cobertura de saúde da família; indicadores mais precários), porém não há correlação direta entre indicadores de processo (percentual de pré- natal adequado) e de resultado (baixo peso ao nascer; mortalidade neonatal precoce). A oferta de mamografias tem aumentado, mas ainda abaixo do parâmetro. Novas políticas ampliaram a oferta, mas não modificaram a concentração dos equipamentos, reforçando as desigualdades regionais. Discussão: As informações disponibilizadas nos sítios permitem desenhar cenários, mas não compreender as diferenças. A heterogeneidade observada na cobertura do PSF, consultas de pré- natal e exame de mamografia contribuem para explicar as diferenças inter-microrregiões nas taxas de mortalidade infantil e por câncer de mama. A disponibilização dessas informações em espaço para debate, agregando análise qualitativa aos dados poderia esclarecer os impasses regionais para a implantação das políticas de saúde da mulher. A implementação do observatório de saúde do VPP poderá contribuir para maior transparência no monitoramento regional dos programas de saúde. SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE: UTOPIA OU REALIDADE? Cordeiro, T. M. S. C. (1); Santos, C. L. R. (2); Instituição: 1 - FAN; 2 - FTC; Introdução: O Sistema Único de Saúde (SUS) constitui o sistema público de saúde brasileiro mais desenvolvido nos últimos anos, porém, necessita ainda de muitos ajustes quanto ao cumprimento das legislações reguladoras que são tratadas como utopias. Objetivo: O objetivo deste estudo é analisar através das evidências científicas o questionamento: SUS: utopia ou realidade?. Método: Trata-se de um estudo de revisão bibliográfica, de caráter exploratório com abordagem qualitativa. A coleta de dados deu-se pela busca nas bases de dados scielo e bireme, para seleção seguiu-se os seguintes critérios: I) artigos publicados em português; II) artigos que abordam o SUS como utopia ou realidade; III) publicados no período de 2002 a 2010. A amostra constitui de oito artigos e foram analisadas segundo Saúde Soc. São Paulo, v.20, supl.1, 2011 83 a analise de conteúdo de Laurence Bardin. Resultados Os resultados apontam que o SUS é considerado utopia nas seguintes vertentes: princípios e diretrizes como universalização, equidade, integralidade, descentralização além do controle social, o mix público-privado e o conceito de saúde. Conclusão: Conclui-se que o SUS precisa superar todas essas utopias tornando-as realizáveis, através do cumprimento de todas as legislações e normas vigentes no sistema de saúde brasileiro. SITUAÇÃO DA TUBERCULOSE NO SISTEMA PRISIONAL FEMININO NA BAIXADA SANTISTA. Pinto, R.M.F. (1); Bernardes, L.M. (1); Fernandes, J.M.P.A. (1); Silva, M.L.N. (1); Gonçalves Junior, G.G. (1); Barreira, T.M.H.M. (1); Makhoul, A.F. (1); Cohn, A. (1); Instituição: 1 - UNISANTOS; Introdução: Trata-se de recorte do projeto Avaliação da Exposição e Riscos à Tuberculose em População Carcerária Feminina na Baixada Santista do Núcleo de Estudos e Pesquisas em Educação em Saúde Coletiva, Mestrado em Saúde Coletiva/UNISANTOS. Na região existem apenas duas cadeias públicas que são anexas aos 2º DP de Santos e 2º DP de São Vicente. Em Santos, a SEVIEP- Serviço de Vigilância Epidemiológica da Secretaria de Saúde da Prefeitura Municipal de Santos é o órgão responsável pela busca ativa na cadeia e quem realiza os exames de BK e Raio X, bem como o tratamento das doentes. Em São Vicente, este serviço está a cargo do Programa Municipal de Tuberculose da Prefeitura Municipal de São Vicente. Objetivos: verificar a situação da Tuberculose no sistema prisional feminino e avaliar as formas de controle, diagnóstico e tratamento da tuberculose no sistema prisional. Método: pesquisa qualitativa realizada em duas etapas: na primeira foram aplicados 52 questionários nas duas cadeias para levantar o perfil das detentas e detectar casos sintomáticos respiratórios. Foram detectadas 06 detentas com TB e 16 sintomáticas respiratórias que, encaminhadas para exames apresentaram resultados negativos. Na segunda, foram entrevistadas as seis detentas em tratamento de TB nas duas cadeias. Resultados Das 06 detentas com TB, 04 nunca haviam tratado a doença, uma já havia abandonado tratamento e uma afirmou ter tido problemas pulmonares. Uma iniciou o tratamento depois do aprisionamento. Duas afirmaram ter tido companheiras de celas com a doença e três conviveram com pessoas portadoras de TB. A administração dos medicamentos pelos fica a cargo Anais XII Congresso Paulista de Saúde Pública das detentas, o que contraria o Manual de Recomendações para o Controle da Tuberculose do MS. Não há isolamento das sintomáticas e das doentes, agravado pelo fato de que a média de ocupação por cela é de 18 a 20 mulheres com condições ambientais precárias. Conclusão: Permanecem os obstáculos em relação às estratégias de controle da TB nas prisões. Não existe TDO; a busca ativa dos serviços de saúde (Santos e São Vicente) é realizada apenas uma vez por ano e não considera os contatos; há falta de informação da PPL e demais integrantes da comunidade carcerária para a importância da identificação precoce dos casos; dificuldade do acesso da PPL aos serviços de saúde, decorrente da priorização da segurança e a falta de recursos humanos e financeiros, em um nítido desrespeito ao direito à saúde da população privada de liberdade. TECENDO REDES: A BUSCA PELO ACESSO AO CUIDADO REALIZADA POR PACIENTES COM CÂNCER NA MACRORREGIÃO DE CAMPINAS/SP Peroni, F. M. A. (1); Andrade, M. G. G. (1); Instituição: 1 - UNICAMP; Fala-se na atualidade em uma crise dos sistemas de saúde, em razão do distanciamento entre as necessidades de saúde das pessoas e a forma como os sistemas se organizam, marcada pela fragmentação do cuidado, pela não equidade e não integralidade. Nesse cenário, merece destaque o modo como se organiza a atenção oncológica no Brasil, onde a situação tem se caracterizado por diagnósticos tardios e dificuldades para a assistência integral, comprometendo a qualidade de vida e a sobrevida dos pacientes. Essa realidade motivou a realização da presente pesquisa, que objetivou conhecer a conformação da Rede de Atenção Oncológica na macrorregião de Campinas/SP tendo como eixo norteador a integralidade do cuidado. Trata-se de um estudo de natureza qualitativa, realizado com pacientes portadores de câncer de mama feminina e de próstata residentes nos municípios de Amparo, Bragança Paulista, Sumaré e Várzea Paulista, pertencentes aos quatro Colegiados de Gestão Regional da macrorregião de Campinas. Na primeira fase foram realizadas entrevistas com gestores municipais e federais, assim como entrevistas em profundidade com pacientes oncológicos para reconstituir os itinerários de busca e caracterizar o acesso e a utilização dos serviços de saúde. As análises iniciais evidenciam dificuldades na oferta de serviços de média e Saúde Soc. São Paulo, v.20, supl.1, 2011 84 alta complexidade, com pouca participação do nível estadual no financiamento e organização da rede de serviços; existência de vazios assistenciais, percebidos pela dificuldade de acesso a determinados exames e mesmo ao tratamento do câncer; falta de consenso na definição dos papéis e função dos distintos níveis assistenciais, sendo quase inexistente a comunicação entre os serviços. Tais dificuldades emergem nas trajetórias assistenciais colhidas, mostrando que os pacientes percorrem variados caminhos na tentativa de encontrar o tratamento adequado, sendo comum nas histórias narradas a dificuldade em acessar os serviços de saúde, principalmente os especializados. A falta de informação sobre a doença e o funcionamento dos serviços gera, ainda, desconfiança e descrédito em relação ao sistema. As dificuldades na implementação das redes de atenção à saúde, percebidas tanto pela inadequação de recursos como pela complexidade dos fluxos dentro e fora das redes, são desafios que necessitam ser considerados e superados para a efetivação de um atendimento integral. TITULO: AVALIAÇAO DA INCIDÊNCIA E LETALIDADE DA DOENÇA MENINGOCÓCICA EM RESIDENTES E OCORRIDOS NA AREA DO GVEVII (GRANDE ABC/ SP) 1998 A 2010. Sakata, M. U. (1); Neve, M. A. T. (1); Guerschman, T.M. (1); Instituição: 1 - GVE VII / CVE / CCD / Secretaria de Saúde de São Paulo; Introdução: as meningites têm distribuição universal e a doença meningocócica por suas características endêmica e epidêmica ainda merece avaliações quanto ao seu comportamento epidemiológico. Os sorogrupos B e C têm sido os mais prevalentes em todo o mundo, inclusive o Brasil. No país, a mortalidade associada às doenças meningocócicas é muito elevada, particularmente em lactentes. Material e Método: análise dos bancos de dados SINANW (1998 a 2006) e SINANNET (2007 a 2010), de casos confirmados de residentes ocorridos na área de abrangência, compilados no Grupo de Vigilância Epidemiológica VII da Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo (região do Grande ABC). Resultados e discussão: O coeficiente de incidência por 100.000 habitantes variou entre 2,36 (2006) e 4,61 (2010) e o de letalidade entre 16,3 % (2004) e 29,1%, (2002). Anais XII Congresso Paulista de Saúde Pública O sorogrupo B foi predominante entre 1998 e 2002 e o sorogrupo C entre 2003 e 2010. As faixas etárias mais atingidas, por números absolutos, foram de 1 a 4 anos (288), menores de 1 ano (212) e 5 a 9 anos (152). São Bernardo do Campo e Santo André foram os municípios com o maior número de casos em todo o período. Chama a atenção o aumento progressivo de casos confirmados no município de Rio Grande da Serra a partir de 2011, indicando uma maior observação do mesmo. Não houve período epidêmico e a taxa de letalidade corrobora o descrito na literatura. A confirmação diagnóstica foi afetada positivamente pela introdução do exame laboratorial PCR a partir de 2010. Com este exame tornou-se possível realizar o diagnóstico pós-morte. Outro fator positivo no incremento da busca diagnóstica é a cobrança aos municípios, que têm que cumprir meta estabelecida junto ao Ministério da Saúde. Estes e outros fatores contribuem inclusive para o aumento de casos confirmados. Estes têm esforçado também para a realização dos exames diagnósticos diferenciais (dengue, febre maculosa e leptospirose), assim como na realização dos bloqueios. O encerramento também tem sido realizado mais frequentemente dentro dos prazos estabelecidos. O inicio da vacina conjugada para menores de 2 anos de idade no calendário vacinal se deu em outubro de 2010 no Estado de São Paulo, não podendo ainda ser avaliado seu impacto na incidência da doença meningocócica. TRANSMISSÃO VERTICAL DO HIV – CUSTOS DA PREVENÇÃO NO ESTADO DE SÃO PAULO. SOARES A. (1); Silva, Maria Eunice W. (2); Ambrosio, Danielle T. (2); Colussi, Júlia (2); Lima, Natália S. R. (2); Vercelino, Juçara G. (2); Costa, João Victor C. (2); Instituição: 1 - SECRETARIA DE ESTADO DA SAÚDE DE SÃO PAULO/FACULDADE DE CIÊNCIAS MÉDICAS DA UNICAMP; 2 - Universidade de São Paulo; Introdução: Mudanças no perfil epidemiológico da AIDS, com aumento dos casos entre mulheres, da sobrevida e da qualidade de vida, elevaram o risco da transmissão vertical (TV) do HIV. Para que seja possível a redução do risco da TV para menos de 2%, o Ministério da Saúde preconiza medidas profiláticas e disponibiliza no Sistema Único de Saúde exames laboratoriais, consultas, medicamentos, fórmula láctea entre outros insumos, que impactam no sistema de saúde. Neste Saúde Soc. São Paulo, v.20, supl.1, 2011 85 contexto, revelar os custos da TV é fundamental para apoiar e direcionar a política de saúde nesta área. Objetivos: Dimensionar os custos envolvidos com a prevenção da transmissão vertical do HIV no estado de São Paulo. Método: estudo exploratório, desenvolvido por meio de pesquisa documental. Foram identificadas e quantificadas todas as ações necessárias para a profilaxia, tais como: exames laboratoriais, consultas médicas da gestante e criança exposta, tratamento com antirretrovirais, inibidores de lactação, entre outros. Os dados foram organizados por Grupo de Vigilância e apresentados para o ano de 2010. Resultados Foram notificados 1.267 casos de gestantes HIV+ no Estado de São Paulo, sendo 34% oriundos da capital. O custo da prevenção da TV do HIV na cidade de São Paulo foi estimado em R$ 3.325.802,00, o valor gasto no Estado é de R$ 10.624.940,00. Observou-se que 58% desses custos se referem a exames de laboratório, 38% se referem a insumos e 4% se referem a assistência. Conclusão: O estudo aponta para o baixo custo da assistência no pré natal e no recém nascido e a necessidade de concentrar esforços para detecção dos casos de AIDS, por meio da realização de exames em todas as gestantes, para inicio imediato da profilaxia. Aponta ainda para a necessidade de cotizar os dados dos custos da TV com os custos para o Sistema Único de Saúde caso nenhuma medida profilática fosse adotada. UM ESTUDO DO PERFIL DAS GESTANTES PORTADORAS DE SÍFILIS DE UMA SUPERVISÃO DE VIGILÂNCIA EM SAÚDE NO MUNICÍPIO DE SÃO PAULO Souza,K.F. (1); Bittencourt,M.L.M (1); Instituição: 1 - UNIP; Anualmente, cerca de três milhões de mulheres dão à luz no Brasil. Estima-se que a taxa de prevalência de mulheres portadoras de sífilis no momento do parto seja de 1,6%, o que corresponde a aproximadamente 49 mil parturientes infectadas e 12 mil nascidos vivos com sífilis, considerando-se uma taxa de transmissão de 25%, de acordo com estimativa da OMS. Nesse estudo verificou-se o perfil epidemiológico das gestantes portadoras de sífilis, quantificou-se o número de casos de Sífilis Congênita, caracterizando faixas etárias e estágios da doença mais destacados. A pesquisa foi de caráter descritivo e exploratório de 52 casos de Sífilis Anais XII Congresso Paulista de Saúde Pública nas Gestantes notificados na Supervisão de Vigilância em Saúde da Zona Leste (SUVIS) da cidade de São Paulo, no período de Janeiro 2007 a Dezembro de 2009. Para análise dos dados foram utilizadas tabelas percentuais descritivas. Em relação ao perfil materno, a faixa etária das gestantes com um maior número de casos de Sífilis congênita foi entre 21 a 30 anos de idade representando 44% da amostra; 40% das mães infectadas são da raça Branca, 25% das gestantes têm ensino fundamental I incompleto, 40% dos parceiros das gestantes portadoras de sífilis foram tratados concomitantes as gestantes, 37% diagnosticou a doença no segundo trimestre da gestação, 36% apresentaram-se no estágio latente da doença, 88% foram tratados com dose de penicilina benzatina de 7.200.000 UI. Apesar de todas as iniciativas, programas e protocolos existentes para controle e tratamento da sífilis em gestante, a doença ainda persiste em todo país. É necessário um maior acompanhamento pré-natal, enfatizando o aspecto qualitativo do programa, a fim de erradicar a doença. E por isso, torna-se necessário melhorar a qualidade de serviço prestado a população para que esta sinta confiança e estímulo em procurar os serviços de saúde sempre que preciso no intuito de dar continuidade ao processo de prevenção destas doenças. VACINAÇÃO DE RN: SUBSÍDIOS PARA AVALIAÇÃO DA ESTRATÉGIA DE REDUÇÃO DA TRANSMISSÃO VERTICAL DA HEPATITE B Ambrosio, D.T. (1); Turin, A.P.S. (1); Basiuk, N.P. (1); Lopes, N.P.R. (1); Lima, N.S.R. (1); Araujo, N.V.A.L. (2); Takahashi, R.F. (3); Instituição: 1 - PET SAÚDE VS/USP; 2 - CVE/CCD/ SESSP e EE/USP; 3 - EE/USP; Introdução: a transmissão vertical (TV) da hepatite B é relevante no Brasil. Desde 1998, o Programa Nacional de Imunizações (PNI), do Ministério da Saúde, recomenda a vacinação universal das crianças contra hepatite B a partir do nascimento, preferentemente nas primeiras 12-24h de vida, resultando em elevada eficácia na prevenção da infecção vertical. No Estado de São Paulo (ESP), o Programa Estadual de Imunização instituiu uma Resolução em 2005 que recomenda a vacinação dos nascidos vivos nas primeiras 12 horas de vida. Objetivos: caracterizar os serviços de saúde em que são realizadas a 1ª dose da vacina contra a hepatite B em RN (VHBRN); identificar o cumprimento da recomendação para redução da TV da hepatite B em RN Saúde Soc. São Paulo, v.20, supl.1, 2011 86 nos serviços de saúde, distribuídos nos 28 Grupos de Vigilância Epidemiológica (GVE) do ESP. Método: estudo transversal, cujos dados foram coletados dos Relatórios do Sistema de Informação de Avaliação do Programa de Imunização (SI-API), da Divisão de Imunização do Centro de Vigilância Epidemiológica/ CCD/SESSP, referentes ao ESP, no ano de 2010. Na análise classificou-se: a) vacinação realizada até 24 horas = em serviços hospitalares e b) vacinação realizada após 24 horas = em salas de vacinação. Resultados e Discussão: 50,5% das primeiras doses da VHBRN foram realizadas em ambiente hospitalar e 49,5% em salas de vacinação, dias após o nascimento; 68% da VHBRN, realizada até 24 horas após o nascimento, ocorreram em maternidades e serviços hospitalares públicos (municipais e estaduais) ou em hospitais filantrópicos e, em 32% ocorreu em maternidades ou serviços hospitalares privados. Destacamos os GVE com predomínio da vacinação em serviços hospitalares (>60%): Barretos, Bauru, Mogi das Cruzes, Capital, Araçatuba e São João da Boa Vista. Conclusão: a aplicação da VHBRN após 24 horas do nascimento em muitos serviços de saúde remete à necessidade de ajustes na operacionalização da estratégia de redução da TV da hepatite B. Há necessidade de estudos que esclareçam as dificuldades dos serviços, que realizam partos, para a não vacinação nas primeiras horas de vida para subsidiar estratégias que contemplem a diversidade de atuação dos serviços agrupados por GVE. O estudo contribuiu com a avaliação da estratégia de redução da TV da hepatite B no ESP. VULNERABILIDADE ENTRE TRAVESTIS DE SÃO BERNARDO DO CAMPO (SP), BRASIL Santos, Elisangela B. (1); Pinto, Guaraciaba O. (1); Galvão, Sueli M. (1); Marques, Marta S. (1); Moraes, Laismeris L. (1); Pereira, Renan A. (1); Westin, Caio (1); Silva, Mariliza H. (1); Instituição: 1 - PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO BERNARDO DO CAMPO; Objetivo: Caracterizar a população de travestis, segundo variáveis demográficas e socioeconômicas e estudar os fatores de risco para DST nessa população. Método: Visitas às quatro casas de travestis identifi- Anais XII Congresso Paulista de Saúde Pública cadas no município. As moradoras dessas casas (todas sendo travestis) receberam aconselhamento em DST/ Aids e foram convidadas a responder um questionário com o objetivo de levantar informações sóciodemográficas e fatores de risco às DSTs. Em seguida oferecemos testagem para HIV, Hepatite B e C e sífilis. Resultados As 43 travestis representam uma população jovem (23,25% até 20 anos, 60,46% de 21 a 30 anos e 16,27% de 31 a 40 anos), de baixa escolaridade com 32,5% com primeiro grau incompleto, auto referido da raça/cor branca 44,18%, parda 44,18%, preta 4,65%, amarela 2,32%, indígena 2,32%; em relação ao estado de nascimento apenas 13,95% era procedente de São Paulo, nenhum nascido em São Bernardo do Campo. Em relação ao tempo de residência no município 48,83% está há menos de um ano e apenas 9,3% acima de 10 anos. Outro dado foi que 83,72% exercem o ofício de profissionais do sexo, com uma renda diária de até 200 reais em 53%. Situação conjugal 83,72% solteiros, 4,65% casado, 2,32%viúvo e 9,3% com companheiro, sendo o tipo de parceria homem em 67,44%, e 9,3% tem filhos, 74% até 10 clientes por dia, 57% mais de 10 clientes novos, 55% mais de 10 clientes fixos, 44% clientes regulares. Na prática sexual 74,4% sexo oral ativo e passivo, 18,6% anal passiva, 44,18% anal passiva e ativa e 30,23% sexo anal e vaginal. Quanto ao uso de preservativo apenas 44,18% referem usar com regularidade, 76% negocia o uso de preservativo e 42% não utiliza o preservativo se cliente pagar um valor mais alto. Em relação ao HIV 46,5% referem que o HIV interfere na relação sexual, 67% conversa com os clientes sobre HIV, 65% já realizou teste para HIV, 23% já teve alguma DST. Em relação ao uso de substâncias psicoativas referiram ter usado ou estar em uso de álcool 48%,cocaína inalatória 41%, maconha 32%, crack 11%, 4,6% heroína; uso de hormônio em 9,3%. Foi ofertada sorologia para HIV, sífilis, hepatite B e C, com uma incidência nesta população de 14% de HIV, 42% de Hbsag (hepatite B), 16,6% com antiHBs (marcador vacinal ou de contato com o vírus hepatite B),2,3% hepatite C e 23,2% de sífilis. Conclusão Diante a vulnerabilidade ao HIV, DST e hepatites virais entre os travestis faz-se necessário estabelecer política de prevenção, promoção e atenção integral a saúde. Saúde Soc. São Paulo, v.20, supl.1, 2011 87 Resumos de Relatos de Experiência A APOSTA NA ORGANIZAÇÃO POR COLEGIADOS DE GESTÃO REGIONAL COMO ESPAÇOS COM POTENCIAL PARA A CONSTRUÇÃO DE REDES DE ATENÇÃO À SAÚDE INTRA E INTERMUNICIPAIS A ATENÇÃO BÁSICA E O CONTROLE SOCIAL: A PARTICIPAÇÃO DOS ARTICULADORES DA ATENÇÃO BÁSICA NAS CONFERÊNCIAS MUNICIPAIS DE SAÚDE EM UMA REGIÃO DO ESTADO DE SÃO PAULO Azevedo, B.M.S. (1); Joazeiro, L.L. (2); Instituição: 1 - UNICAMP; 2 - DRS VIII; A construção da regionalização e das redes de atenção à saúde tem sido um desafio desde a constituição do SUS, em cujo capítulo constitucional e lei regulamentadora já está prevista tal diretriz. Desde então inúmeras portarias e normatizações têm tratado disto. O Pacto pela Saúde, de 2006, cria os Colegiados Gestores Regionais, que se tornam as instâncias decisórias e de articulação de municípios de determinada região. A Política Nacional de Humanização, tributária das boas experiências do SUS, defensora da qualidade do cuidado discutindo condições de trabalho, modelo de assistência, formação permanente dos profissionais, direitos dos usuários, avaliação do processo de trabalho, enquanto política transversal utiliza-se de dispositivos que, dentre outras questões, apóia a discussão de regionalização com a construção de redes de produção de saúde. Uma profícua parceria entre PNH/Ministério da Saúde, Centro de Desenvolvimento e Qualidade para o SUS/DRS VIII-Franca/SES e Secretarias Municipais de Saúde da região tem logrado efetivar ações fortalecedoras da regionalização neste território. Para isso lançamos mão de um Grupo de Trabalho de Humanização que reúne trabalhadores e gestores dos entes federados em questão que assume um trabalho de formulação, co-gestão e execução de oficinas que permitiram trabalhar o dispositivo Apoio Matricial e as diretrizes Clínica Ampliada e Construção de Redes da PNH com amplo grupo de usuários, trabalhadores e gestores. Uma média de 150 pessoas, de cerca de 20 municípios participaram destes momentos. Essa discussão tem permitido o fortalecimento da articulação regional através da troca de experiências e da e(a)fetividade dos encontros produzidos entre trabalhadores e gestores de municípios vizinhos. Além da implementação heterogênea de dispositivos da PNH temos percebido uma qualificação na discussão sobre a gestão em saúde, o processo de trabalho etc. São relatados diversos avanços na construção de co-gestões dentro dos municípios. Zambon, V.D. (1); Ninelli, M.C. (1); Serra, M.L.C.B. (1); Rocha, V.S. (1); Silva, M.T.L.E.S. (1); Andrade, M.C. (2); Carneiro Junior, N. (3); Instituição: 1 - DRS III/Araraquara, Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo (SESSP); 2 - Coordenação Atenção Básica, SESSP; 3 - FCMStaCasaSP; Introdução: A Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo (SESSP) implantou a partir de 2009 o Projeto “Articuladores da Atenção Básica (AAB)” com objetivo de apoiar a gestão da Atenção Básica (AB). A AB tem sido reconhecida nos diversos espaços de gestão enquanto ordenadora do sistema de saúde e a 14º Conferência Nacional de Saúde, indica enquanto tema central o acesso e acolhimento dos usuários na rede assistencial. Neste movimento de participação social em contexto municipal e regional, os articuladores apoiaram a realização das conferências municipais de saúde no âmbito do Departamento Regional de Saúde de Araraquara (DRS III), visando auxiliar na qualificação das propostas da AB. Objetivo: Relatar a participação dos AABs no apoio à qualificação das propostas da AB nas Conferências Municipais de Saúde no âmbito do DRS III. Resultados A experiência de realização de conferências de saúde em alguns municípios é muito incipiente nas regiões de saúde. Neste movimento os AABs participaram no apoio in loco, junto às equipes gestoras local nos diversos municípios de atuação, tanto no período preparatório das conferências, quanto nos momentos das conferências colaborando na qualificação das propostas pertinentes a AB. Destaca-se que nesta etapa, houve a realização de 23 conferências municipais de saúde (96% dos municípios da região), e na Plenária Regional de Saúde propostas relevantes para a AB foram deliberadas: ampliação da cobertura da Estratégia de Saúde da Família (ESF) e/ou Programa de Agentes Comunitários de Saúde (PACS) nos municípios, adequação da estrutura física das unidades de saúde, expansão da implantação de Núcleos de Apoio à Saúde da Família (NASFs), fortalecer as diversas li- Anais XII Congresso Paulista de Saúde Pública Saúde Soc. São Paulo, v.20, supl.1, 2011 88 nhas de cuidado garantindo a integralidade das ações, maior aporte de recursos financeiros para as ações de promoção e prevenção da saúde e para a AB. Conclusões: O trabalho dos AABs na região de saúde no apoio à gestão em saúde, além de auxiliar aos gestores a cumprirem a determinação legal de realização de conferencias de saúde, pode colaborar na qualificação das propostas que visam o fortalecimento da atenção básica no âmbito local regional. A ATENÇÃO EM SAÚDE BUCAL NA SECRETARIA MUNICIPAL DA SAÚDE DE SÃO PAULO – SMS SP Soares, MC (1); Marques, RAA (1); Filippos, CM (1); Instituição: 1 - SMS SP; 1. Caracterização do Problema. Para o acesso universal, integral e equânime às ações de saúde bucal estas devem se organizar numa rede regionalizada de serviços, contemplando os diferentes níveis de complexidade, na linha do cuidado á saúde, com planejamento consoante o perfil epidemiológico e a diversidade da população. 2. Descrição: As Diretrizes para a Atenção em Saúde Bucal: crescendo e vivendo com saúde bucal, apreciadas na 79ª reunião do Conselho Municipal de Saúde, em 14/07/2005, resultaram de discussões num fórum com representantes dos diferentes níveis de atenção da SMS e de entidades de classe. Suas proposições amparam-se nas normativas do SUS, em deliberações das Conferências de Saúde, Diretrizes para a Política Estadual e Nacional de Saúde Bucal. 3. Produtos. Ampliaram-se os serviços de saúde bucal desde 2005, disponibilizados atualmente em 370 unidades básicas - 180 com 283 equipes de saúde bucal na estratégia de saúde da família - 13 unidades de referência em DST/ AIDS; 29 Centros de Especialidades Odontológicas, 11 unidades de Pronto Socorro e Pronto Atendimento 24 h, 4 hospitais próprios com Cirurgia e Traumatologia Buco-maxilo-facial e um hospital municipal infantil com atendimento às fissuras labiopalatais. Implementaram-se as orientações das Diretrizes, como o planejamento das ações individuais e coletivas mediante triagens de risco, com parâmetros de atendimento conforme a capacidade instalada e protocolos para a referência e contra-referência, que se realiza pelo Sistema Integrado de Gestão e Assistência a Saúde (SIGA) – agenda regulada, ao qual todas as UBS e CEO estão integrados. 4. Lições aprendidas. A Cidade de São Paulo ampliou o número de serviços básicos e especializados com resultados animadores. Mudanças Anais XII Congresso Paulista de Saúde Pública de paradigmas requerem persistência e envolvimento dos atores sociais e um foco que não pode ser perdido. Para tanto as Diretrizes para a Atenção em Saúde Bucal crescendo e vivendo com saúde bucal - norteadoras das ações - são fundamentais para que o rumo possa ser mantido ou corrigido. 5. Recomendações. O conjunto de Ações previstas nas Diretrizes possibilita qualificar e humanizar a assistência e contribui para ampliar o acesso da população às ações e serviços de saúde bucal, numa linha de cuidados integrais e humanizados. Essas Diretrizes oferecem subsídios aos técnicos que se dedicam à organização dos serviços e profissionais que atuam nos diferentes níveis de atenção do SUS, no tocante à Saúde Bucal. A EXPERIÊNCIA DO MUNICÍPIO DE SÃO BERNARDO DO CAMPO NA REESTRUTURAÇÃO DA ASSISTÊNCIA FARMACÊUTICA Barros, M.F.S. (1); Corrêa, E.C. (1); Mengel, R.O. (1); Oliveira, L.S. (1); Instituição: 1 - Prefeitura do Município de São Bernardo do Campo; O objetivo desse trabalho é relatar a experiência do Município de São Bernardo do Campo na reestruturação da Assistência Farmacêutica. No início de 2009 a rede contava com 17 farmacêuticos: 3 no nível central e 14 que supervisionavam de 3 a 4 Unidades Básicas de Saúde – UBS cada um. As farmácias eram operacionalizadas por profissionais da enfermagem e as solicitações de medicamentos e materiais médicos eram realizadas pelos farmacêuticos. O elenco de medicamentos padronizados não atendia às necessidades da maioria da população, e por muitos dos medicamentos não constarem na Relação Nacional de Medicamentos Essenciais, não poderia ser utilizado o recurso tripartite para a aquisição dos mesmos, onerando assim, o recurso do tesouro do município. O município não contava com Unidades de Pronto Atendimento - UPA e Farmácias Populares do Brasil – FPB. Em janeiro de 2010 a Divisão de Assistência Farmacêutica - DAF foi oficialmente criada contando com 3 Gerências: Programação e Padronização, Organização e Acesso e Farmácias Populares. Todos os farmacêuticos são técnica e administrativamente vinculados à DAF. Atualmente contamos com 35 farmacêuticos, sendo 6 no nível central, 1 no almoxarifado de medicamentos e os demais distribuídos entre UBS, UPA, CAPS, Ambulatório de Especialidades Médicas e FPB. Todas as uniSaúde Soc. São Paulo, v.20, supl.1, 2011 89 dades de saúde contam com pelo menos um auxiliar de farmácia, totalizando 94 profissionais que respondem administrativamente à gerência da unidade, e tecnicamente à DAF. A educação permanente e continuada dos farmacêuticos e auxiliares de farmácia foi iniciada e implementada ao longo dos dois últimos anos visando a qualificação da atenção e do cuidado ao paciente. O elenco de medicamentos disponibilizados na rede de saúde para dispensação aos usuários passou de 134 no início de 2009, para 189 formas farmacêuticas em 2011. A adequação do elenco de medicamentos considerou critérios técnicos comprovadamente evidenciados, e foi baseada nos elencos de referência estadual e nacional para melhor utilização dos recursos financeiros. A DAF passou a desempenhar um papel importante nas discussões sobre o cuidado ao usuário da rede, fazendo parte das decisões multisetoriais e interdisciplinares. A participação dos farmacêuticos em grupos de pacientes diabéticos, hipertensos e gestantes e na orientação farmacêutica, mostrou que a atuação destes profissionais faz diferença na atenção e no cuidado do paciente. A EXPERIÊNCIA DO OBSERVATÓRIO BAIANO DE REGIONALIZAÇÃO DO SUS COMO ESTRATÉGIA PARA QUALIFICAÇÃO DA GESTÃO Leal, M.B. (1); Magalhães, M.C.B. (2); Medina, S.R. (2); Tofolli, E.R. (2); Instituição: 1 - FSP/USP; 2 - SESAB; No Estado da Bahia, desde 2007, deu-se a construção do novo Plano Diretor de Regionalização (PDR), com definição de 9 macrorregiões e 28 microrregiões. Instituíram-se as instâncias regionais de pactuação, os Colegiados de Gestão Microrregional (CGMR), e foi construído, com ampla participação, o novo Plano Estadual de Saúde (PES). Nesse sentido, compreendendo que um amplo processo de fortalecimento e qualificação da gestão está em desenvolvimento, para intensificar os processos de avaliação, monitoramento, regulação, cooperação e controle, essenciais para a qualificação da gestão regionalizada do SUS e implantação das linhas de cuidado, está em implantação o projeto do Observatório Baiano de Regionalização do SUS. O objetivo é desenvolver e implantar uma nova tecnologia da gestão regionalizada que permitirá o acompanhamento e desenvolvimento dos CGMR, do PDR e da Programação Pactuada Integrada (PPI). Para isso, deverá operar com o conceito de um “conjunto de Anais XII Congresso Paulista de Saúde Pública soluções tecnológicas e operacionais que abrangem a produção, tratamento, análise, disseminação e usos de informações e conhecimentos sobre aspectos administrativos, técnicos e político-organizacionais dos sistemas municipais, microrregionais, macrorregionais e estadual de saúde da Bahia visando a produção de evidências sobre estrutura, processo e resultados com o objetivo de subsidiar os gestores em diversos âmbitos para a tomada de decisões”. Ele pretende suprir a lacuna do monitoramento e da avaliação, com enfoque na atual política de saúde. Sua implantação está ocorrendo de forma ascendente, iniciando-se em unidades sentinela e nos CGMR já que o monitoramento dos fluxos assistenciais e identificação de evidências de problemas devem ser apontados a partir da ponta. Dessa forma, estão sendo implementadas Estações Microrregionais com bases sentinelas e uma Estação Estadual para a sistematização das informações. Essa aposta possibilita o subsídio para a tomada de decisão da Regionalização Viva! Já foram experimentados instrumentos de avaliação do processo de regionalização com enfoque para PPI e Pacto pela Saúde, e, hoje, ele já está sendo preparado para apoiar as mudanças a partir do novo decreto que regulamenta a Lei 8.080/90. Assim, ele pretende servir como ferramenta de gestão potente para apoiar os processos de descentralização e regionalização do SUS na Bahia bem como para acompanhar e avaliar o processo desencadeado para reorganização dos sistemas regionalizados de saúde. A IMPORTÂNCIA DA PARTICIPAÇÃO DA COMUNIDADE E DO CONTROLE SOCIAL NA CONSOLIDAÇÃO DAS POLÍTICAS PÚBLICAS DE SAÚDE Silva, Vera Marina (1); Casarin, L.C. (1); Laschewitz, Camila (1); Instituição: 1 - Secretaria de Saúde de São Bernardo do Campo; As mudanças propostas no âmbito da Atenção a Saúde para reorganização dos modelos de atenção e gestão em São Bernardo do Campo passam necessariamente por colocar o usuário-cidadão no centro do processo de formulação e operacionalização das políticas de saúde. É preciso ampliar o poder do usuário como cidadão portador e produtor de direitos e consolidar como base ética e política do trabalho em saúde, uma atuação orientada centralmente pelas necessidades de saúde dos usuários. Saúde Soc. São Paulo, v.20, supl.1, 2011 90 Tal proposição exige a ampliação da esfera pública do Estado, envolvendo os segmentos populares, os trabalhadores, a sociedade civil organizada e os gestores municipais no processo de formulação das políticas de saúde. Os segmentos populares, em especial, em gestões anteriores, historicamente foram excluídos dos processos de decisão da agenda central das políticas de saúde. Neste novo governo, temos criado diversos dispositivos para o fortalecimento da participação popular e do Controle Social de modo a ampliar o controle público da sociedade sobre o Estado. Assim, em fevereiro de 2009 foram iniciadas as plenárias para eleição de um conselho com mandato provisório contemplando todos os seguimentos previstos no controle social. Neste mesmo ano aconteceu o 1º Encontro Popular de Saúde e na abertura do encontro, o prefeito assinou o decreto anunciando a 6ª Conferência Municipal de Saúde, com abertura em 31 de julho de 2009. A partir deste decreto foram iniciadas as pré-conferências municipais de saúde, sendo 10 préconferências regionais, 03 temáticas, 02 plenárias para trabalhadores de saúde e 01 plenária para prestadores de serviços em saúde, totalizando a participação dessa experiência exitosa em 1.241 pessoas. Em agosto de 2010 aconteceu o 2º Encontro Popular de Saúde, passando pelo evento aproximadamente 700 pessoas. Atingiu-se assim um amplo diálogo com a comunidade, dada sua grande participação. Historicamente acreditamos estar trilhando um caminho para um processo de fortalecimento de cidadania nunca visto na cidade. É o SUS sendo fortalecido pela Participação Popular. A POLÍTICA DE HUMANIZAÇÃO DE SÃO BERNARDO DO CAMPO: UMA EXPERIÊNCIA DE CONSTRUÇÃO COLETIVA Barros, L.S. (1); Theodoro, A.M. (2); Sakai, C.E. (3); Paixão, L. (2); Kulpa, S. (2); Instituição: 1 - Secretaria Municipal de Saúde - São Bernardo do Campo; 2 - Secretaria Municipal de Saúde de São Bernardo do Campo; 3 - Secretaria Municipal de saúde de São Bernardo do Campo; A Humanização em Saúde tem se configurado como uma temática central para discussão e implementação de ações no SUS e ocupa um dos principais eixos da gestão da Secretaria da Saúde de São Bernardo do Campo. A importância depositada na Humanização no município se deve a esta ser uma política que visa colocar Anais XII Congresso Paulista de Saúde Pública em prática os princípios norteadores deste complexo sistema, que demandam a revisão cotidiana das práticas em saúde, provocando mudanças no modo de gerir e de cuidar. Configura-se como um processo transversal, priorizando a criação de espaços agenciadores de trocas solidárias e investimento em outras formas de interação entre os diferentes atores que participam da produção do cuidado, ou seja, trabalhadores, usuários e gestores. Em São Bernardo do Campo, a Humanização não é vista como programa, mas como política. Sendo assim, constitui um modo de fazer atenção e gestão, preconizando uma indissociabilidade entre os modos de produzir saúde e os modos de gerir os processos de trabalho. O processo de humanização da assistência e da gestão aposta na construção coletiva para mudança das práticas de e na saúde. Nesta política, valores como a autonomia e o protagonismo dos sujeitos, a corresponsabilização, o trabalho em equipe, a produção de vínculos, a solidariedade e a participação coletiva na produção das práticas de saúde e cuidado ganham destaque. Pautando-se na Política Nacional de Humanização (PNH) como um norteador, mas respeitando a singularidade do município de São Bernardo do Campo, está sendo construída a Política de Humanização do Município, aproveitando o espaço do Grupo de Trabalho de Humanização (GTH). A escolha por realizar esta construção coletivamente com trabalhadores de diferentes serviços da rede de saúde de SBC está alinhada com a diretriz de gestão participativa e atua de forma a ampliar o diálogo entre os profissionais e a discussão do conceito de humanização. Nesse sentido, além das ações citadas, o GTH vem construindo um documento formal da Política Municipal de Humanização de forma integrada e participativa. Esta iniciativa pretende produzir um eixo articulador das práticas em saúde e experiências de ações de humanização dos serviços da rede, aproximando as iniciativas já existentes, potencializando-as e reconhecendo que muitas ações de humanização já acontecem nos diferentes espaços da saúde de São Bernardo do Campo e vêm qualificando os processos de trabalho e de produção do cuidado. A PROGRAMAÇÃO LOCAL COMO FERRAMENTA PARA CONTRATUALIZAÇÃO NA ATENÇÃO BÁSICA Padula, C. B. (1); Santo André, L.D. (1); Troccoli, F.T.T (1); Casarin, L.C. (1); Harada, J. (1); Instituição: 1 - SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE DE SÃO BERNARDO DO CAMPO; Saúde Soc. São Paulo, v.20, supl.1, 2011 91 Caracterização do problema: A Política Nacional de Atenção Básica define como princípio geral da Estratégia Saúde da Família o “desenvolvimento de atividades de acordo com o planejamento e a programação realizados com base no diagnóstico situacional e tendo como foco a família e a comunidade”. A programação em saúde é considerada como uma dimensão inseparável do processo geral de planejamento em saúde e “se define pela menor agregação do seu objeto, pela sua localização institucional na periferia e pela menor abrangência temporal de sua proposta” (Rivera, 1989). Assim, a programação visa explicitar os compromissos entre as unidades básicas de saúde (UBS) e a população usuária do Sistema Único de Saúde (SUS). Contribui para a definição clara das ações a serem desenvolvidas na área de abrangência da UBS e os resultados esperados com cada uma dessas ações. Descrição: De forma a contemplar estes objetivos, o município de São Bernardo do Campo está realizando um processo de territorialização para atualizar a população adscrita às suas UBS, bem como está elaborando uma programação local para cada uma delas. A programação local está sendo elaborada a partir de reuniões realizadas com as equipes da Atenção Básica e utiliza a ferramenta PROGRAB – Programação para Gestão por Resultados na Atenção Básica, que está alinhada às atividades e parâmetros dos programas prioritários elencados pelo Ministério da Saúde. Esta programação será anual e seu acompanhamento contínuo, através de uma ferramenta de monitoramento e avaliação que está sendo desenvolvida pelo município, utilizando-se dos relatórios dos sistemas de informação de base nacional (SIAB, SIM, SINAN, SISVAN, SINASC, SAI), para averiguar se o que foi programado está efetivamente sendo realizado. LIÇÕES APRENDIDAS e Recomendações:Esta programação servirá como base para a contratualização das unidades básicas de saúde explicitando o compromisso das equipes com a população adscrita, no que tange as atividades assistenciais que serão realizadas durante o ano, permitindo um acompanhamento contínuo do trabalho das equipes. A utilização desta programação potencializa e facilita o estabelecimento de negociação entre partes interessadas – equipes, gestores e comunidade – pois possibilita, a partir das necessidades da população e da capacidade de oferta de serviços, a adequação de programação de ações compatível com a realidade. Anais XII Congresso Paulista de Saúde Pública ACOLHIMENTO COM CLASSIFICAÇÃO DE RISCO: ABRINDO NOVOS CAMINHOS NA ASSISTÊNCIA AO PARTO NO RJ CALDAS, A (1); GUEDES, M.C (1); LUCAS, A.O (1); MENDONÇA, J (1); GIL, O.F (1); Instituição: 1 - SECRETARIA DE ESTADO DE SAUDE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO; Caracterização do problema: Em 2010 foi inaugurada na região metropolitana do Estado do RJ uma maternidade do SUS especializada na atenção ao parto de alto risco. Esta possui leitos de Terapia Intensiva Materna e Neonatal, além de ambulatório especializado para a realização de pré-natal. As diretrizes assistenciais tinham como foco a qualidade do atendimento, voltado para a atenção acolhedora, resolutiva e humana. Descrição: O serviço foi organizado para receber gestantes selecionadas através das centrais de regulação dos municípios da região Metropolitana I, segundo critérios de risco. Entretanto, as gestantes procuravam a maternidade, de forma espontânea, devido à cobertura insuficiente para o pré natal e parto, ou a falta de informações dos profissionais da Atenção Básica, que frequentemente encaminhavam equivocadamente. Na maternidade o profissional de saúde só era acionado pelas recepcionistas e vigilantes nos casos mais urgentes. Isto gerou diversos problemas, a maioria dos casos não era devidamente avaliado e a usuária seguia insegura e sem resolutividade, isso gerava riscos as mulheres e profunda angústia aos trabalhadores. Após diversas discussões entre a unidade, Secretaria Municipal e Secretaria de Estado de Saúde foi implantado o Acolhimento com Classificação de Risco (ACCR). Uma maternidade bem estruturada, implantada sobre diretrizes da humanização, inserida em um território onde as gestantes não possuem muitas alternativas. Era como um oásis no deserto, muitas diziam. Lições aprendidas: A classificação de risco é uma ferramenta que possibilita a identificação do risco/vulnerabilidade do usuário através da avaliação do potencial de gravidade ou de agravamento da queixa apresentada. A implementação do dispositivo de ACCR além de propiciar a oferta de um atendimento qualificado e resolutivo, forçando a articulação e produção de rede, permitiu também organizar processos de trabalho, possibilitando ao usuário a segurança de ser escutado em sua queixa e de lhe ser ofertado um encaminhamento responsável após uma avaliação Saúde Soc. São Paulo, v.20, supl.1, 2011 92 técnica apurada. Recomendações:Ampliação do uso do ACCR como ferramenta norteadora da gestão. Muitas mulheres fazem exaustivas peregrinações em busca de atendimento. Desta forma, é essencial orientar, priorizar e decidir sobre os encaminhamentos necessários para a resolução do problema das mesmas. AÇÕES COLETIVAS EM SAÚDE BUCAL PARA ESCOLARES DO MUNICÍPIO DE SÃO BERNARDO DO CAMPO - SP Biagioni FA (1); Pellegrini H (1); Izzo RV (1); Rodrigues ROR (1); Fernandes KPS (1); Manfredini MA (1); Iwai FA (2); Rezende CP (2); Goissis JC (1); Fuentes ICP (1); Chioro A (1); Instituição: 1 - PMSBC; 2 - Associação Jovens Dentistas; Caracterização do problema: As ações coletivas de saúde bucal eram realizadas na rede municipal de educação de SBC por duas equipes volantes, até 2009. Cada equipe era composta por 1 CD e 4 ASB, que, realizavam, em média, duas visitas por ano nas escolas. Descrição: O indicador para escovação dental supervisionada em 2009 foi de 0,52 e não atingiu a meta pactuada. No primeiro semestre de 2010, os dois CD das equipes foram readaptados por problemas de saúde e as oito ASB foram realocadas no quadro de funcionários do CEO, por necessidade do serviço. Desta forma foram suspensas as atividades na saúde escolar. No segundo semestre de 2010, foram contratadas 9 ASB para a realização de escovações supervisionadas, com entrega de escovas dentais para todos os escolares da rede municipal. O indicador para escovação dental supervisionada em 2010 foi de 1,30 e atingiu a meta pactuada de 1,13. Em 2011, firmou-se uma parceria das Secretarias Municipais de Saúde e de Educação para contratação de uma OSCIP com a missão de realizar ações coletivas de promoção de saúde bucal em, aproximadamente, 80 mil escolares das 199 escolas da rede municipal. O trabalho foi planejado em quatro fases, sendo que em todas as fases estão programadas escovações supervisionadas, ações educativas e entrega de escova dental. Nas fases 1 e 3 está programada a classificação de risco para cárie dentária, com finalidade epidemiológica e nas fases 2 e 4, a realização de restaurações atraumáticas nos escolares com risco C. De acordo com a classificação de risco, a Divisão de Saúde Bucal encaminhou 8 mil escolares de riscos E e F para assistência nas UBS, até agosto de 2011. Lições aprendidas: Com o primeiro levantamento de necessidades realizado pela OSCIP constatou-se que Anais XII Congresso Paulista de Saúde Pública 63% dos escolares não necessitam de assistência, 22,5% podem receber atendimento na escola pela OSCIP e 14,5% devem ser encaminhados para as UBS. Com esses dados, a Divisão de Saúde Bucal mapeou as áreas de maior vulnerabilidade no município e realizou o levantamento de eventos sentinelas para o planejamento de suas ações baseado nos critérios de equidade, de acordo com os princípios do SUS. Recomendações:Sugere-se a continuidade do referido projeto e a necessidade de redefinição das ações a serem realizadas no ambiente escolar, face às demandas de necessidades apresentadas pelos escolares. AMPLIANDO O OLHAR SOBRE O TERRITÓRIO: A INSERÇÃO DO AGENTE DE CONTROLE DE VETORES NAS EQUIPES DE SAÚDE DA FAMÍLIA SILVA, F. F. (1); Instituição: 1 - Secretaria de Saúde de São Bernardo do Campo; Sabendo da importância da integralidade das ações, a Secretaria de Saúde de São Bernardo do Campo, busca a articulação sistemática da vigilância epidemiológica com a atenção básica, por meio da Estratégia de Saúde da Família, integrando suas atividades de maneira a potencializar o trabalho e evitar a duplicidade das ações, considerando especialmente o trabalho desenvolvido pelos Agentes Comunitários de Saúde (ACS) e pelos Agentes de Combate às Endemias (ACE). Essa integração busca avançar e fortalecer o desenvolvimento de ações capazes de promover a saúde. Considerando a relevância deste processo o município incorporou 32 ACE, que neste município recebe a denominação de Agente de Controle de Vetores, em 32 equipes de ESF (cada equipe localizada em uma Unidade Básica de Saúde – UBS), o trabalho do ACE foi incorporado às equipes de Saúde da Família (ESF), em agosto de 2010, onde as várias atividades passaram a ser realizada pelo ACS, sendo este matriciado pelo ACE e pelo supervisor de Zoonoses que atua na área. Por meio deste novo enfoque, foi desenvolvido um novo enfrentamento dos principais problemas de saúde-doença dos territórios, como a Dengue, aumentando desta forma a cobertura das ações de rotina de casa a casa e levantamento de índice de densidade larvária - Índice de Breteau no município, proporcionando um monitoramento regular em áreas e bairros não incluídos como rotina das equipes específicas do Programa de Controle da Dengue. A ESF tem o apoio de Supervisores de Controle de Vetores, que Saúde Soc. São Paulo, v.20, supl.1, 2011 93 também fazem o direcionamento das equipes nos trabalhos: de Índice de Breteau, visto que é uma atividade realizada por amostragem; no bloqueio contra criadouros (casos suspeitos de Dengue), nos arrastões e mutirões. Além disso, são mantidas equipes específicas vinculadas a Zoonoses, que são responsáveis pela coordenação técnica e execução de outras atividades de controle e monitoramento do vetor Aedes aegypti, como: pesquisa e tratamento de pontos estratégicos e imóveis especiais, investigação epidemiológica, tratamento químico quando indicado, atendimento a denúncias, intensificação de ações em áreas de divisa e alimentação obrigatória dos sistemas de dados SISAED e AEDES. Essas equipes, seguindo determinação do programa, são compostas por supervisores e agentes de controle de vetores, sob a coordenação técnica de médicos veterinários e também fazem a retaguarda de apoio às ESF. AMPLIAR O ACESSO E GARANTIR QUALIDADE NO SUS: UMA BREVE EXPERIÊNCIA DE ÊXITO NO HOSPITAL NARDINI EM MAUÁ Nascimento, V.B. (1); Silveira, A.S. (1); Sbrissa, D. (2); Zirondi, D. (2); Costa, I.M.C. (1); Silva, I.C. (2); Alves, J.P. (2); Bastos, J.C. (2); Koyama, L. (2); Batista, R.A. (2); Oliveira, S.E.P. (2); Faria, T.P. (2); Vernooy, W.J (2); Instituição: 1 - FMABC; 2 - CESCO-ABC; Caracterização do Problema. O Hospital Nardini, com 220 leitos, sob gestão do município de Mauá, tem enfrentado diversas crises desde a sua existência. Em 2010, a Prefeitura realizou parceria com a FUABC – OSS, através de contrato de gestão, procurando diminuir a tensão gerada pela insatisfação da população, frente à situação de extrema precariedade da assistência e das suas instalações, interferindo na sua capacidade de oferta de leitos para internação. Descrição. O contrato de gestão possibilitou adotar rapidamente uma série de estratégias para a recuperação do hospital, visando ampliar o acesso e qualificar todo o seu processo assistencial. Em poucos meses, tais estratégias contribuíram para um ambiente extremamente positivo ao alcance dos objetivos pretendidos. O Hospital deixou de estampar nas páginas dos jornais o seu péssimo desempenho técnico-administrativo e assistencial. Ampliou consideravelmente o número de internações, passando da quinta posição dentre os hospitais da região do ABC para a segunda posição. Todavia, esse processo foi interrompido com a destituição da equipe diretiva do Hospital, sob a alegação de que os objetivos de ampliação Anais XII Congresso Paulista de Saúde Pública do acesso e de melhoria da qualidade da assistência resultariam em crescente aumento de custo, estando acima dos propósitos acordados entre as instituições envolvidas – Secretaria Municipal de Saúde e Fundação ABC. Vislumbra-se, assim, uma nova crise, diante do retrocesso nos avanços alcançados. Lições Aprendidas. O presente relato permite afirmar que é possível qualificar a assistência oferecida pelos serviços públicos de saúde. Há uma vasta produção teórica, documentos e orientações técnicas, bem como experiências concretas para apoiar iniciativas, tal como a apresentada. Há ainda apelo de usuários por mais cuidados em saúde e profissionais interessados em contribuir com a qualidade da atenção oferecida pelo SUS. Recomendações. A história do Hospital Nardini - de decorrentes crises - ilustra a vulnerabilidade em que os processos de qualificação dos serviços de saúde estão expostos. Em contrapartida, o êxito alcançado traz à tona a pergunta: em que medida gestores e operadores das políticas públicas estão dispostos a caminhar na direção de tornar o SUS um sistema que garante os direitos de uma melhor saúde para todos? Questões relacionadas ao financiamento, modelo de gestão, público X privado, participação e controle social são temas que ainda não estão esgotados da agenda pública em nosso país. APOIO DO ARTICULADOR DA ATENÇÃO BÁSICA À VIGILÂNCIA DOS ÓBITOS MATERNO E INFANTIL NO DRS III DE ARARAQUARA Zambon, V.D. (1); Ninelli, M.C. (1); Serra, M.L.C.B. (1); Rocha, V.S. (1); Silva, M.T.L.E. (1); Andrade, M.C. (2); Carneiro Junior, N. (3); Instituição: 1 - DRS III/Araraquara, Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo (SESSP); 2 - Coordenação Atenção Básica, SESSP; 3 - FCMStaCasaSP; Introdução: Como apoio ao fortalecimento da capacidade de gestão municipal da AB a Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo (SESSP) adotou a partir de 2009 nas diversas regiões de saúde nos municípios com menos de cem mil habitantes, o Programa “Articuladores da Atenção Básica (AAB)”. Dentre as prioridades do Pacto pela Saúde 2006 e o Plano Estadual de Saúde do Estado de São Paulo para o quadriênio 2008-2011 está à redução da mortalidade materno e infantil, sendo que uma das ações propostas é a intensificação da vigilância destes óbitos. Objetivo: Descrever o processo de apoio do AAB à inSaúde Soc. São Paulo, v.20, supl.1, 2011 94 vestigação dos óbitos maternos e infantil articulado ao Grupo Regional de Vigilância Epidemiológica de Araraquara e equipes municipais na área de abrangência do Departamento Regional de Saúde III de Araraquara (DRS III). Resultados A partir da identificação dos dados sobre a investigação de óbitos materno e infantil através do Sistema de Informação de Mortalidade (SIM WEB), iniciamos a discussão in loco com as equipe municipais buscando as principais dificuldades locais nesta ação de vigilância em saúde. Com este processo, foi possível avançar na resolução de alguns entraves com maiores ou menores respostas nos diversos municípios. Neste processo algumas ações possibilitaram o acesso efetivo aos dados locais, revisão de fluxos de informações entre os envolvidos (equipe de vigilância local, gestor dos sistemas de informações, comitê de investigação de óbito, equipes da AB e gestor municipal). Resultaram ainda implementação ou alteração de composição de alguns comitês locais e o reconhecimento da importância dos comitês de investigação de óbitos para qualificar as discussões para readequação da Linha de Cuidado da Gestante e Puérpera. Conclusões: O trabalho do AAB de apoio à vigilância dos óbitos materno e infantil, como o exercício compartilhado de responsabilidade entre as esferas de governo no SUS tem potencial para o fortalecimento da AB, à medida que poderá explicitar as fragilidades da rede nos diversos pontos de atenção a saúde materno infantil. A partir desta identificação, para além da qualificação da equipe de AB, tem potencial de identificar respostas mais ajustadas para o enfretamento dos problemas de saúde. Salienta-se que é um processo ainda a ser valorizado pela gestão de saúde e que necessita de investimento em qualificação para atingir em plenitude seus objetivos. para planejamento de ações e serviços, avaliação de resultados e alocação de recursos. Em 2004, ocorre a Oficina denominada “Agenda do Pacto de Gestão” e, em 2007, o movimento para conformação das regiões de saúde. O estado de São Paulo, identificou 64 regiões de saúde e seus colegiados de gestão regionais (CGR), definidos por critérios de identidade cultural, perfil sócio-econômico e epidemiológico, redes de comunicação e de transportes. Em 2010, a Portaria GM/MS nº.4.279, trata das redes regionais de atenção à saúde – RRAS – como arranjos organizativos de ações e serviços de saúde, de diferentes densidades tecnológicas, integradas por meio de sistemas de apoio técnico, logístico e gestão, garantindo a integralidade do cuidado num determinado território. Várias redes temáticas compõem a RRAS, definidas como pontos de atenção articulados entre si, promovendo a integralidade do cuidado, integrando serviços e organizando sistemas/ fluxos de informações. No que diz respeito à vigilância em saúde, a Portaria nº.3.252/10, potencializa o processo de descentralização das ações de vigilância atendendo as premissas do Pacto pela Saúde. A região de Piracicaba (26 municípios/1.400.000hab) cumpre critérios para uma RRAS. A vigilância epidemiológica (V.E.) regional em parceria com os municípios, sempre buscou estruturar pontos de atendimento à população. Em 2011, sistematizou-se 8 redes temáticas em V.E. na região com a preocupação de garantir a integralidade do cuidado. As redes definidas foram: salas de vacina para imunobiológicos do calendário de imunização, aplicação de soro anti-rábico, aplicação de soro anti peçonhento, unidades referência para tuberculose, hanseníase, hepatites virais, doenças sexualmente transmissíveis/ aids e rede de atenção nível I, II e III para atendimento ao paciente com dengue, leptospirose e febre maculosa. Outras redes temáticas em V.E. deverão ser discutidas e sistematizadas junto aos municípios fortalecendo a rede regional de atenção à saúde. AS REDES TEMÁTICAS DE VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA NA REGIÃO DE PIRACICABA E A SUA INSERÇÃO NA REDE REGIONAL DE ATENÇÃO À ATENÇÃO À SAÚDE ÀS POPULAÇÕES INDÍGENAS DAS ALDEIAS DA METRÓPOLE DE SÃO PAULO SAÚDE Grupo de Vigilancia Epidemiologica XX-Piracicaba (1); Instituição: 1 - SES/SP; A Constituição de 1.988 e a regulamentação do Sistema Único de Saúde-SUS, já preconizavam acesso universal, igualitário e integral da população aos serviços e ações de proteção e recuperação da saúde; destacavam a importância da utilização da epidemiologia Anais XII Congresso Paulista de Saúde Pública Cisotto, C. (1); Instituição: 1 - SMS - SP; Caracterização do problema: Atualmente o processo de urbanização tem forte influência sobre a maioria dos povos indígenas no Brasil pois existe uma parcela significativa da população indígena morando nos centros urbanos. Na cidade de São Paulo há 3 aldeias Saúde Soc. São Paulo, v.20, supl.1, 2011 95 com índios da etnia Guarani que buscam viver tradicionalmente conforme sua cultura. A Área Técnica Saúde da População Indígena foi criada em 2004 para organizar o atendimento básico e implantar programas de saúde nas aldeias indígenas de acordo com a Política Nacional de Atenção à Saúde dos Povos Indígenas e do Subsistema/SUS. Para ser criada uma rede de serviços nas terras indígenas, de forma a superar as deficiências de cobertura, acesso e aceitabilidade do SUS para essa população é indispensável à adoção de medidas que viabilizem o aperfeiçoamento do funcionamento e a adequação da capacidade do Sistema tornando factível e eficaz a aplicação dos princípios e diretrizes da descentralização, universalidade, equidade e controle social. Para que esses princípios possam ser efetivados é necessário que a atenção à saúde se dê de forma diferenciada levando-se em consideração as especificidades culturais,epidemiológicas e operacionais desses povos. Assim dever-se-á desenvolver e fazer uso de tecnologias apropriadas por meio da adequação das formas ocidentais convencionais de organização de serviços. Descrição: Consistiu na construção de um modelo que valoriza a prestação de serviços de saúde de forma diferenciada e que respeita a diversidade etnocultural dessa parcela da população paulistana e de seus sistemas tradicionais de saúde preconizando a integração entre os programas de saúde estabelecidos pela FUNASA/MS para a população indígena e aqueles determinados pela SMS para a população em geral. LIÇÕES APRENDIDAS e Recomendações:A implantação do programa, onde foram cadastradas as UBS Verá-Poty dentro da Aldeia Tenonde-Porã,o Anexo Krukutu na Aldeia Krukutu e a UBS Kwarãy Djekupé na Aldeia Jaraguá que possuem Equipes Multidisciplinares de Saúde Indígenas: médicos, cirurgião dentista, enfermeiro, agentes indígenas de saúde, agentes indígenas de saneamento, etc. Afim de garantir aos povos indígenas o acesso à atenção integral à saúde de acordo com os princípios e diretrizes do Subsistema/ SUS.O financiamento das ações de saúde ocorre através de recursos provenientes da SAS/MS e contrapartida da SMS. Foram estabelecidas as redes de serviços de referência e contra referência. Instituição: 1 - Centro de Vigilância Sanitária; De acordo com a CETESB – Companhia Ambiental do Estado de São Paulo, nos últimos 12 anos ocorreram cerca de 200 acidentes envolvendo o transporte rodoviário de produtos perigosos no Estado de São Paulo. Tais eventos são preocupantes, pois podem afetar a saúde e segurança pública, o meio ambiente e o patrimônio público e privado. Visando prevenir a ocorrências de acidentes bem como propiciar respostas rápidas a esses eventos, a Secretaria de Estado dos Transportes do Estado de São Paulo criou por meio da Resolução ST-5, de 28-4-99, a Comissão de Estudos e Prevenção de Acidentes no Transporte Terrestres de Produtos Perigosos. Integram essa Comissão órgãos públicos como Corpo de Bombeiros, CETESB, Defesa Civil e Secretaria Estadual da Saúde, dentre outros, além de órgãos privados. Para uma melhor gestão da atividade de transporte nas áreas com maior movimentação de produtos perigosos, foram criadas 9 Subcomissões no Estado de São Paulo. Dentre as ações desenvolvidas na Comissão e suas subcomissões destacam-se as ações integradas de fiscalização do transporte rodoviário, análise de acidentes, realização de exercícios simulados, análise da legislação e elaboração de planos de ação de emergência. A Vigilância Sanitária tem participado ativamente dos trabalhos desenvolvidos na Comissão e nas Subcomissões, o que tem permitido sua integração com outros setores envolvidos com o tema, propiciando ações estruturadas e integradas, resultando num melhor gerenciamento da atividade de transporte rodoviário de produtos perigosos por parte do Poder Público. Esse trabalho tem por finalidade apresentar de forma detalhada a atuação da Vigilância Sanitária na mencionada Comissão e Subcomissões, bem como os benefícios dessa participação. Serão descritas as principais atividades desenvolvidas pela Vigilância Sanitária nas diversas Subcomissões. ATUAÇÃO DA VIGILÂNCIA SANITÁRIA DO ESTADO DE SÃO PAULO NA PREVENÇÃO, PREPARAÇÃO E RESPOSTA NOS ACIDENTES ENVOLVENDO PRODUTOS PERIGOSOS. Kagawa, C.A (1); Corrente, J.E. (1); Instituição: 1 - FMB/UNESP; Atualmente, o crescente aumento da expectativa de vida no mundo e em países em desenvolvimento, como o Brasil, busca uma intensa demanda por estudos e Rezende,C.M.T. (1); Mário Jr, R.J. (1); Anais XII Congresso Paulista de Saúde Pública AVALIAÇÃO DA CAPACIDADE FUNCIONAL ASSOCIADA AO ESTILO E SATISFAÇÃO COM A VIDA DA POPULAÇÃO IDOSA DA ESTÂNCIA TURÍSTICA DE AVARÉ, SÃO PAULO, BRASIL. Saúde Soc. São Paulo, v.20, supl.1, 2011 96 analise para uma maior definição de políticas publicas e melhora na qualidade de vida dos idosos. Qualidade de vida deixou de representar apenas vida sem doença física, mas passou a representar busca da felicidade e satisfação pessoal em todos os aspectos das vidas: nos âmbitos profissional, social, fisiológico, emocional e espiritual em equilíbrio. O presente estudo tem o objetivo de avaliar e associar a satisfação, a qualidade de vida e a capacidade funcional dos idosos da Estância Turística de Avaré, SP, Brasil. Serão entrevistados 365 idosos residentes no Município da Estância Turística de Avaré, São Paulo. Serão aplicados os instrumentos de Qualidade de Vida proposto por Flanagan, Perfil do estilo de vida proposto por NAHAS, escala de Atividade da Vida diária desenvolvidas por Sidney Katz Escala de Atividades Instrumentais da Vida Diária, que foram desenvolvidos por Lawton & Brody. BINGO DA PROMOÇÃO DA SAÚDE: RELATO DE EXPERIÊNCIA NA CONSTRUÇÃO DA COMPARAÇÃO ENTRE OS SISTEMAS DE SAÚDE DO BRASIL E CANADÁ Martins, A.B.T (1); Morais, K.R.F (1); Bandeira, C.B (1); Leite, A.T (2); Queiroz, F.F.S.N (1); Instituição: 1 - UNIFOR; 2 - UNIFESP; Tratou-se de um relato de experiência abordando a utilização de metodologias ativas de aprendizagem no curso de pós-graduação do Mestrado de Saúde Coletiva (MSC) da Universidade de Fortaleza (UNIFOR). O estudo teve por objetivo descrever a construção e utilização da estratégia pedagógica e analisar os modelos de saúde do Brasil e do Canadá, fazendo uma comparação entre estes, assim como o Estado na Arte na Promoção da Saúde. Foram selecionados artigos que abordavam esta temática e que foram inseridos na metodologia ativa selecionada. O estudo foi realizado a partir da leitura dos textos. O público-alvo foram 25 alunos da 6ª turma deste mestrado e um docente. A logística e estrutura foi o resultado de esforços conjuntos: estrutura da universidade, uma dinâmica acadêmica comprometida representada pelos alunos, docente e funcionários. Para repasse do assunto e explicação do método, utilizamos folders explicativos e banner. O trabalho foi concluído com a participação dos alunos e doscentes com questionamentos levantados pelos próprios de forma anônima. É necessário abordar que as aulas com metodologias ativas, é um espaço reservado e prazeroso para trabalhar promoção da saúde com a finalidade de formar mestres Anais XII Congresso Paulista de Saúde Pública em saúde coletiva conscientes de seu papel na sociedade. Ultrapassando limites de intramuros das universidades e serviços de saúde compromissados com a qualidade de vida do cidadão. CAMPANHA NACIONAL DE VACINAÇÃO PARA A ELIMINAÇÃO DA RUBÉOLA E SRC NO BRASIL: A EXPERIÊNCIA DO MUNICÍPIO DE MACEIÓ FRENTE A ESSE GRANDE DESAFIO Cavalcante, J.B. (1); Rego, D.D. (2); Instituição: 1 - SMS - Maceió; 2 - SMS - Maceio; Em seu contexto histórico, a vacinação da população vem sendo uma ação importante no sentido de controlar, eliminar ou erradicar as doenças imunopreveníveis. Através dessa ação, seja em campanhas ou na rotina, conseguimos um aumento significativo na cobertura vacinal da população menor de ano. Nos últimos 35 anos o Programa Nacional de Imunizações (PNI) vem ampliando a oferta de imunobiológicos e com isso, conseguindo grandes êxitos, tais como: a erradicação da varíola na década de 70, a eliminação do vírus selvagem da poliomielite e com ela o Brasil recebeu o Certificado de Erradicação da doença além da eliminação do sarampo nos anos 90. O objetivo geral dessa campanha foi o de contribuir para a eliminação da Rubéola e da Síndrome da Rubéola Congênita (SRC) de acordo com a resolução do Comitê Executivo da OPAS, 132° Sessão – Junho/2003. A população-alvo escolhida para essa campanha foram homens e mulheres de 20 a 39 anos. Para obter êxito nesta campanha, Maceió trabalhou dentro de suas regiões administrativas. Foram traçadas metas para cada um delas, observando as características e suas particularidades. Foram identificadas as populações institucionalizadas, bem como a população em trânsito e a população residente, onde a vacinação ficou a cargo das Unidades Básicas de Saúde principalmente para as equipes de Saúde da Família. Como resultado obtivemos uma cobertura vacinal de 97,55% da população geral entre homens e mulheres e, após o Monitoramento Rápido de Cobertura Vacinal, obtivemos uma cobertura vacinal de aproximadamente 96%, comprovando dessa forma, que escolhemos a estratégia correta de forma a conseguirmos o nosso objetivo. CO-GESTÃO NA ATENÇÃO BÁSICA Porto, D.P. (1); Guadagnin, E. (2); Instituição: 1 - Secretaria de Saúde de Jacareí; 2 - Secretaria de Saude de Jacareí; Saúde Soc. São Paulo, v.20, supl.1, 2011 97 O Município de Jacareí possui uma população de 211 mil habitantes, e conta com 16 unidades básicas de saúde. O modelo assistencial vigente é centrado no médico e em tecnologias duras, com ações individuais e foco na doença. Os gestores locais não se apropriavam das necessidades de saúde da população e dos resultados das ações de saúdes desenvolvidas, tendo uma atuação focada em ações administrativas. As reuniões com os gestores locais tinham caráter administrativo, havendo poucos espaços de gestão coletiva. Os indicadores da atenção básica estavam aquém das metas pactuadas. Diante desta situação, foi proposto um novo modelo de gestão da atenção básica, baseado no método Paidéia de Campos, que valoriza a construção de espaços coletivos de gestão, empoderamento do gestor local, apropriação das necessidades de saúde da população adscrita no território, utilização dos indicadores de saúde como ferramenta de planejamento e gestão, participação dos usuários no planejamento e fortalecimento do trabalho em equipe. O município foi dividido em cinco regiões, conforme distribuição geográfica das unidades de saúde e características dos territórios. Foram implantadas reuniões trimestrais, por região, entre os gestores locais e Diretoria de Serviços de Saúde visando ampliação da capacidade de gestão local e melhora dos indicadores de saúde das regiões. Os gestores locais eram incentivados a compartilhar os problemas de saúde existentes no território e a forma de organização da equipe para enfrentamento dos mesmos. O grupo socializava as dificuldades e conflitos inerentes ao processo de trabalho, sendo apoiado pela Diretoria na construção coletiva de soluções. Nos encontros foram utilizados os indicadores de saúde de cada território para avaliação, planejamento e monitoramento das ações de saúde. A mudança na forma de gestão da Atenção básica propiciou a aproximação com gestores locais, sentindo-se mais ouvidos e apoiados, saindo da postura de gerente administrativo para gestor de saúde, se apropriando do território e das necessidades de saúde da população na organização dos processos de trabalho e melhora dos indicadores de saúde. Esta experiência demonstrou, que apesar dos avanços obtidos na gestão em saúde são necessários outros mecanismos de gestão como rodas de educação permanente, projeto terapêutico, apoio matricial e supervisão institucional, visando a mudança do modelo assistencial. Anais XII Congresso Paulista de Saúde Pública COMISSÃO REGIONAL DE POLÍTICAS PÚBLICAS DE PREVENÇÃO E CONTROLE DA AIDS DO GRANDE ABC - VINTE ANOS DE ATIVIDADES. Souza, L.A.S. (1); Butin, N.G. (2); Guerschman, T.M. (1); Instituição: 1 - Grupo de Vigilância Epidemiológica de Santo André –GVE-VII -CCD- Secretaria Estadual de Saúde do Estado de São Paulo.; 2 - Secretaria Municipal de Saúde de Ribeirão Pires; Caracterização do problema: No início da década de 90, com a epidemia da AIDS em plena ascensão, os municípios organizavam-se para o atendimento da demanda de assistência. Na região do Grande ABC, pertencente a região metropolitana de São Paulo e constituída pelos municípios de Diadema, Mauá, Ribeirão Pires, Rio Grande da Serra, Santo André, São Bernardo do Campo e São Caetano do Sul formou-se a Comissão Regional de Políticas Públicas de Prevenção e Controle da AIDS (Portaria 1/91- DOE 5/4/1991). Descrição: Criada para coordenar as ações nas áreas de assistência, prevenção, planejamento e de vigilância, estabelecendo contato regional com os níveis estaduais, federais e internacionais e também propondo um programa comum de intervenção nas diferentes fases da doença, assegurando a integração e ampliação dos recursos existentes, auxiliando no aprofundamento das discussões, na criação e no fortalecimento dos serviços municipais. Com representantes dos 7 municípios e dos representantes regionais estaduais, busca o desenvolvimento dos trabalhos de forma ordenada e condizente com o perfil epidemiológico da região. Dentre outros se pode citar: Campanhas para a população, elaboração e produção de material educativo realizados inicialmente com recursos próprios; Campanhas unificadas no Dia Mundial de Luta contra AIDS e nos carnavais; Elaboração dos POAS (Plano Operativo Anual do MS) dos municípios prioritários, e atualmente do PAM - Plano de Ações e Metas com a visão de planejamento regional; Discussão de ética em AIDS, com a formação de um grupo técnico; Elaboração das grades de insumos e exames; Criação de referências para serviços especializados; Reciclagem de profissionais de saúde, com treinamentos e jornadas; Parcerias com ONGs; Publicação de boletins regionais. Lições aprendidas: Nos seus 20 anos, ela se mantém ativa com reuniões mensais ordinárias e outras extraordinárias e com discussões das DST/Aids, hepatites virais e da Tuberculose como co-infecção. A convivência entre os coordenadores municipais e as equipes técnicas, pro- Saúde Soc. São Paulo, v.20, supl.1, 2011 98 porciona uma troca de experiências e facilita a tomada de decisões, bem como cria laços entre seus membros com facilitação de contatos e acordos entre os serviços. Recomendação: Iniciativas como esta, de grupos técnicos, fortalecem as ações que devem ser implementadas para o enfrentamento dos problemas de saúde coletiva e colabora para o fortalecimento do SUS. Recomendações:O Comitê tem funcionado com credibilidade ao longo de sua existência como apoio aos municípios da Região do Grande ABC, sendo instância para estudo e discussão das causas de óbitos, contribuindo para melhoria do registro do sistema, aumento da quantidade e qualidade das informações disponíveis e conseqüente redução de mortalidade, portanto consideramos fundamental o fortalecimento e a continuidade do trabalho do Comitê Regional. COMITÊ DE INVESTIGAÇÃO DE MORTALIDADE MATERNA INFANTIL E FETAL DA REGIÃO DO GRANDE ABC - UMA EXPERIÊNCIA DE QUINZE CONHECIMENTO DE ENFERMEIRA (O)S SOBRE POLÍTICA PÚBLICA DE SAÚDE NO PROCESSO DO ANOS CUIDADO E DA GESTÃO Santos, A. A. (1); Lippi, M. I. A. A. B. (2); Guerschman, T. M. (3); Instituição: 1 - GVE VII - Santo André; 2 - GVE VII Santo Andre; 3 - GVEVII - Santo André; Caracterização do problema: A redução da mortalidade materna, infantil e fetal ainda é um desafio para os serviços de saúde e a sociedade como um todo. As últimas décadas do século XX foram marcadas por grandes avanços científicos na área de saúde materna e perinatal, portanto tornou-se inadmissível que o processo de reprodução cause danos a saúde levando à morte. Descrição: A vigilância da mortalidade materna, infantil e fetal é uma ação estratégica para dar visibilidade ao problema, melhorar o registro dos óbitos e orientar as ações de intervenção para sua prevenção. O Comitê de Estudos de Mortalidade Materna da Região do Grande ABC surgiu em 1996. Em 2005 foi incluído também o estudo de óbitos infantis e fetais. Com a reestruturação da Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo em 2006, o Comitê passou a fazer parte do Grupo de Vigilância Epidemiológica VII – Santo André, com a denominação de Comitê de Investigação de Mortalidade Materna Infantil e Fetal da Região do Grande ABC com a participação de técnicos do Grupo de Vigilância Epidemiológica VII, dos sete municípios da região do Grande ABC e outras instituições parceiras. Trata-se de um grupo interinstitucional, multiprofissional, de caráter ético, técnico, investigativo, educativo e de assessoria, não tendo caráter punitivo e sim estudo dos óbitos ocorridos nos sete municípios da região. A investigação de óbito é uma estratégia importante na compreensão das circunstâncias em que ocorrem os óbitos, identificando fatores de risco e ajudando a direcionar políticas públicas regionais que levem a sua redução. Anais XII Congresso Paulista de Saúde Pública Rodrigues,V.G (1); Cruz,E. A. (2); Rodrigues, G.R.S. (2); ALMEIDA, N.J. V. (1); Santos, Olga Maria Brito dos (2); Instituição: 1 - HUPES; 2 - UFBa; Estudo de caso com fins diagnósticos, com o objetivo de analisar o conhecimento de enfermeira (o)s de uma organização hospitalar de ensino, da cidade de Salvador-Ba, sobre as políticas públicas e o Sistema único de SaúdeSUS. Foram entrevistada(o)s 50 (35,72%) enfermeira(o) s nas diversas áreas, através de um questionário em julho 2008, conforme a Resolução 196/96 (BRASIL, 1996). Toda(o)s consideraram o estudo como um tipo de avaliação interna e preferiram emitir o consentimento verbal respondendo individualmente o questionário. Os resultados evidenciaram conhecimentos predominantemente negativos dos diversos indicadores: desconhecimento da tabela dos procedimentos do SUS, das modalidades de atendimento e da notificação dos procedimentos. A aquisição das informações referentes ao SUS deu-se na formação acadêmica e na pratica profissional. Conclui-se que o conhecimento sobre as políticas públicas e o SUS é insatisfatório, apesar de 68,00% da(o)s informantes terem informação correta do ano de surgimento do mesmo. Detectou-se dificuldade para o desenvolvimento da auditoria interna, por ficar impedida de obter informações indispensáveis à concretização da auditoria, dificultando a avaliação da produção hospitalar e a efetividade do serviço. Ressaltase que estes tipos de estudo há médio e longo prazo possam permitir maior aprendizado dos profissionais sobre todas as características e exigências do SUS, evidenciando-se na prática dos mesmos. Sugere-se aos gestores, que seja estabelecida a educação continuada em serviço sobre as políticas públicas, no sentido de garantir a efetivação de uma assistência coerente com Saúde Soc. São Paulo, v.20, supl.1, 2011 99 o conhecimento necessário e redução dos custos organizacionais e do SUS. Palavras-chave: Conhecimento. Gestão. SUS. Enfermagem. REFERÊNCIAS ABBAGNANO, Nicolas. Dicionário de filosofia. Ed. Martins Fontes, São Paulo, 2007. BRASIL. Ministério da Saúde. Educação em saúde nas unidades federadas. Brasília, DF Ministério da Saúde. 1980. BRASIL. Ministério da Saúde. Resolução n. 196/96. Sobre pesquisa envolvendo seres humanos. Bioética, Brasília, v.4, n. 2 – Suplemento – p. 15-25, 1996. GASTALDO, Denise. É a educação em saúde “Saudável”? Repensando a educação em saúde através do conceito de bio-poder. Educação e Realidade. 22(1):147-168 Jan./ Jun. 1997. MARTINS, Gilberto da Andrade. Estudo de caso: uma estratégia de pesquisa. São Paulo: Atlas. 2006. CONSTRUÇÃO DA POLÍTICA MUNICIPAL DE SAÚDE BUCAL EM SÃO BERNARDO DO CAMPO (SP), NO PERÍODO DE 2009 A 2011 Biagioni FA (1); Pellegrini H (2); Izzo RV (2); Rodrigues ROR (2); Fernandes KPS (2); Manfredini MA (2); Fuentes ICP (2); Chioro A (2); Instituição: 1 - Prefeitura Municipal de São Bernardo do Campo; 2 - PMSBC; Caracterização do problema: O município de São Bernardo do Campo (SP) enfrentava um grave problema no início de 2009: a política de saúde e, em especial a de saúde bucal, encontrava-se desalinhada em relação aos princípios do SUS e às Diretrizes da Política Nacional de Saúde Bucal (PNSB). Descrição: Em dezembro de 2008, o município dispunha de 2.348 h mensais de CD, destinadas à assistência odontológica. A rede física estava sucateada. Não havia auxiliares e técnicos de saúde bucal (ASB e TSB) na rede. Os profissionais estavam desmotivados e não participavam de processos de educação permanente. Não havia nenhuma equipe de saúde bucal na Estratégia de Saúde da Família e o Centro de Especialidades Odontológicas (CEO) funcionava precariamente. A partir de janeiro de 2009, a gestão municipal assumiu o compromisso de implantar a PNSB. A prioridade inicial foi o debate e aprovação da política no Conselho Municipal e nos Conselhos Gestores de Saúde. Foram implantadas 19 ESB, e contratados 36 ASB, 2 TSB e 11 CD para o CEO, nas especialidades de cirurgia, endodontia, prótese e Anais XII Congresso Paulista de Saúde Pública pacientes com deficiências, além da implantação da especialidade de estomatologia. Atualmente, o serviço de saúde bucal conta com 2.998 horas na assistência. A SMS criou o Serviço de Prótese Dental, que já forneceu 1.974 próteses em 8 meses. Foi implantado o Sistema Municipal de Vigilância Sanitária da Fluoretação das Águas de Abastecimento Público e contratada OSCIP para desenvolver ações preventivas e procedimentos ambulatoriais de menor complexidade para 78 mil escolares da rede municipal. O processo de educação continuada para os profissionais teve início, com a realização de atividades de atualização técnico científica e oficinas para o debate de reorganização do processo de trabalho. Lições aprendidas: O envolvimento dos profissionais é fundamental para o processo de mudança do modelo assistencial, cuja implantação é desigual no município, face à exigüidade cronológica e diversidade de prática dos profissionais. Persistem desafios como a ampliação da cobertura assistencial para a população e a consolidação da política junto aos trabalhadores e usuários. Recomendações:A construção de políticas públicas não pode depender apenas de iniciativas da gestão. Faz-se necessária a participação dos profissionais e da sociedade civil para que esta política tenha continuidade e se consolide. CONSTRUÇÃO PARTICIPATIVA DO PLANO REGIONAL DE EDUCAÇÃO PERMANENTE (PAREPS) DO NÚCLEO DE EDUCAÇÃO PERMANENTE (NEPOS) DA REGIÃO DOS MANANCIAIS E ROTA DOS BANDEIRANTES Carotta, F. (1); Condeixa, D. (1); Carvalho, E.T.L. (2); Carvalho, G.A.V (3); Ambrosio, I.M.V (4); Paiva, K. (1); Perez, L.B. (4); Isuka, L.H. (5); Kertesz, P.M. (6); Souza, R. (7); Marcondes, R. (8); Correa, T.F.A. (9); Guimarães, V.E. (10); Instituição: 1 - Secretaria Municipal de Saúde de Embu das Artes; 2 - Prefeitura Municipal de São Lourenço da Serra; 3 - Departamento Regional de Saúde Grande São Paulo – CDQ-SUS; 4 - Secretaria Municipal de Saúde de Vargem Grande Paulista; 5 Autarquia Municipal Saúde - Itapecerica da Serra; 6 - Secretaria Municipal de Saúde de Cotia; 7 - Secretaria Municipal de Saúde de Carapicuíba; 8 - Secretaria de Saúde do Município de Osasco; 9 - GVS X Osasco; 10 - Secretaria de Saúde de Barueri; Caracterização do problema: O NEPOS realizou em 2010, processo de construção participativa do PAREPS, Saúde Soc. São Paulo, v.20, supl.1, 2011 100 seguindo a Política Nacional de Educação Permanente (PNEP). Foram realizadas 3 oficinas objetivando a participação dos 15 municípios envolvendo gestores, trabalhadores, usuários e instituições de ensino. Descrição: 1ª oficina (8h). Objetivo: sensibilizar a região para discussão da EP. Situou-se a PNEP no Estado de São Paulo com a exposição do COSEMS, SES, CEFOR e Município de Carapicuíba. Foi realizada discussão de um caso (com dificuldades nas Referências) em pequenos grupos, segundo os eixos do PAREPS: Assistência à Saúde e Cuidado Integral, Gestão do SUS e Participação Social, objetivando a identificação de problemas na gestão, organização dos serviços e desdobramentos para sua resolução. Apresentação das sínteses e encaminhamentos. Os Participantes voltaram aos seus municípios para discussão dos problemas, indicando como a EP pode contribuir para esse enfrentamento. 2ª oficina (8h), após 45 dias. Apresentação da síntese da oficina anterior e retomada dos eixos em pequenos grupos. Objetivo: discutir o material devolvido pelos municípios, considerando: definição do eixo, problemas identificados, discussão dos indicadores básicos de saúde e propostas de estratégias de EP. Término com apresentação das sínteses. 3ª. Oficina (4h), após 30 dias. Síntese da 2ª oficina e apresentação do PAREPS. Avaliação do processo: participação dos 15 municípios nas 3 oficinas: 120 pessoas na 1ª; 65 na 2ª e 70 na 3ª (40% trabalhador, 33% gestor, 9% usuário e 2% universidade). Foram feitas considerações pelos participantes, na maioria de forma positiva, tais como: vontade de por em prática; dúvidas e preocupação diante das responsabilidades; visão ampliada; reconhecimento sobre o trabalho e desafios; reflexão sobre como socializar as informações; desejo de maior conhecimento sobre EP e esperança na melhoria da saúde pública. Resultados conclusão do PAREPS; inclusão de novos membros no NEPOS e constituição de núcleos de EP em mais 3 municípios. Desafio: processo iniciado, intensificar a participação. Lições aprendidas: maior espaço para debate; continuidade dos encontros; e ampliar tempo de discussão em grupos menores. Recomendações:fomentar participação de trabalhadores, usuários, gestores municipais e instituições de ensino. Agradecimentos: Apoio Institucional Escola de Enfermagem da USP e Articuladores da Atenção Básica – Mananciais e Rota dos Bandeirantes. Anais XII Congresso Paulista de Saúde Pública CONSTRUINDO A CO-GESTÃO NA ATENÇÃO BÁSICA DE SÃO BERNARDO DO CAMPO-SP Queirós, A.A.L (1); Macedo. H. (2); Fuentes, I.C. (2); Silva, F.F (2); Santos, F.S. (2); Braz. T.O (2); Instituição: 1 - SMS/São Bernardo do Campo; 2 - SMS de São Bernardo do Campo; A gestão da Atenção Básica, no município de São Bernardo do Campo, tem implementado um arranjo organizacional descentralização em quatro agrupamentos, compostos por regiões de saúde: Luar (região 1 e 2); Brisa (região 3,4,6 ); Sol ( região 5 e 10); Luz (região 7,8,9) . Estes são os cenários prioritários para estruturar, e pactuar processos políticos, entre o núcleo central da atenção básica e os coordenadores dos serviços, além de desenvolvimento estratégias de educação permanente com os trabalhadores das Unidades de saúde. Os espaços acontecem, prioritariamente, entre o núcleo central do departamento da atenção básica e os coordenadores, e em alguns momentos a equipe de apoio em saúde dos territórios, e os próprios trabalhadores da atenção das diversas Unidades Básicas de Saúde. A experimentação desse arranjo tem propiciado: melhor diálogo entre equipe gestora; maior vínculo institucional; melhoria das pactuações; visualização de problemas antes pouco evidenciados; e clareza do projeto político. A co-gestão, neste sentido, tem desafiado o núcleo gestor da atenção básica em criar espaços de diálogos e reflexões, que possibilitem uma negociação possível entre novas/diferentes sugestões apresentadas pelos grupos, versus, os tempos políticos e os projetos definidos pela gestão. CONSTRUINDO REDE ATENÇÃO À SAÚDE: “BOTUCATU COM MAIS SAÚDE” Caldas Junior, A.L. (1); Luque, A.L.F. (1); Silva, D.C. (2); Kron. R.T. (1); Gasparelo, T.C. (1); Instituição: 1 - Secretaria Municipal de Saúde de Botucatu; 2 - Fundação UNI Botucatu; Caracterização do problema: O sistema municipal de saúde de Botucatu-SP apresentava graves deficiências: desfinanciamento; desarticulação (ausência de rede); relações interinstitucionais deterioradas; gestão restrita à atenção básica; média e alta complexidade concentradas no hospital universitário, grave dificuldade de acesso a serviços de urgência, especialidades e exames. Descrição: O programa Botucatu Com Mais Saúde visa implementar Rede de Atenção à Saúde Soc. São Paulo, v.20, supl.1, 2011 101 Saúde focada na necessidade das pessoas, com acessibilidade, humanização, integralidade e qualidade do cuidado, com 4 eixos estruturantes (em andamento ou já implantados): 1) Atenção Básica: implantação de rede de atenção e gestão do cuidado: construção de 5 novas unidades de saúde da família (em andamento); reforma de todas UBS; reorganização do processo de trabalho e mudança do modelo de atenção (gestão da clínica); NASF; educação permanente; ouvidoria da saúde. 2) Espaço-Saúde “Profa. Cecília Magaldi”: em espaço único, de fácil acesso, com serviços de apoio de abrangência municipal: Clínica do bebê (atendimento multidisciplinar na primeira semana de vida com avaliação de riscos biológicos e sociais); Clínica de Diversidades Terapêuticas (acupuntura, homeopatia, etc); Clínica de Curativos; Clínica de Saúde Sexual e Reprodutiva; Farmácia Municipal; Dose em Casa (medicamentos a domicílio); Central de Esterilização; Centro de Especialidades Odontológicas; CAPS I. 3) Serviços de Atenção Secundária (parceria com Faculdade de Medicina de Botucatu, Hospital das Clínicas, Fundação UNI e FAMESP): 2 Residências Terapêuticas (saúde mental); Programa Novo Olhar (ônibus oftalmológico nos bairros); Ambulatório Médico de Especialidades (AME); Centro de Reabilitação Lucy Montoro (reabilitação para deficiências motoras e sensoriais); Hospital Estadual de Botucatu (80 leitos clínico-cirúrgicos de média complexidade); Hospital Sorocabana (recém desapropriado pela Prefeitura, 80 leitos); Clínica de Recuperação para Dependentes Químicos (todos em construção/implantação). 4) Serviços de Urgência e Emergência: SAMU; Pronto Socorro Adulto e Pronto Socorro Infantil (em andamento). LIÇÕES E Recomendações:O Programa Botucatu com Mais Saúde vem permitindo que ações e serviços de saúde em Botucatu se organizem de forma estrategicamente estruturada com estabelecimento de parcerias e financiamento adequado (recursos próprios e externos). Os primeiros resultados são estimulantes promovendo a qualidade de vida e saúde da população. CONTRATO DE GESTÃO NO SUS: EXPERIÊNCIA EXITOSA NO MUNICÍPIO DE BOTUCATU/SP Silva, D.C. (1); Caldas Junior, A.L. (2); Gasparelo, T.C. (2); Christovan, J.C. (1); Instituição: 1 - Fundação UNI Botucatu; 2 - Secretaria Municipal de Saúde de Botucatu; Caracterização do problema: Botucatu-SP iniciou a Anais XII Congresso Paulista de Saúde Pública implantação da Estratégia de Saúde da Família (ESF), em 2003, em parceria com instituição privada filantrópica de assistência social, resultando em situação jurídica e administrativamente fragilizada, com repercussões negativas variadas. Em 2009, buscou-se alternativa que permitisse pleno desenvolvimento da rede de atenção à saúde, com ênfase na ESF, e estrita observâncias dos preceitos constitucionais referentes à saúde e à administração pública. Descrição: Com base na Lei Complementar Municipal nº 617/2009 (qualificação de entidades como Organizações Sociais), celebrou-se, em setembro de 2009, contrato de gestão com a FUNDAÇÃO UNI, entidade sem fins lucrativos, instituída pela UNESP e pela Prefeitura Municipal, há 15 anos, com estabelecimento de metas qualitativas e quantitativas e controle externo por parte do Conselho Municipal de Saúde, Câmara de Vereadores e Tribunal de Contas. LIÇÕES E Recomendações:Dois anos após a vigência do Contrato de Gestão destacando-se os seguintes Resultados estabilização dos vínculos trabalhistas; desenvolvimento participativo de Plano de Cargos Carreira e Salários; realinhamento de salários defasados diante do mercado de trabalho; recomposição do quadro de pessoal, de 204 (2009) para 404 funcionários (2011), destacando-se aumento significativo de médicos (9 e 37, respectivamente), atuando em USF, equipes de referência, NASF e SAMU; aumento na produção de consultas médicas e efetivo controle da dengue; estruturação de equipe de supervisão técnica, com profissionais qualificados para apoio matricial à gestão das USF e às mudanças no processo de trabalho (inclusive médico) tão necessárias a reorientação do modelo de atenção. Apontam-se também como vantagens: agilidade na manutenção de equipamentos e resposta rápida a problemas administrativos agudos (a exemplo do desabastecimento de medicamentos, gerados por dificuldades licitatórias e atrasos nas entregas), havendo diminuição de tempo e custos nos processos de compras. Avalia-se como altamente positiva a experiência de Contrato de Gestão com a Fundação UNI (Organização Social) com avanços significativos na gestão e produção de serviços de saúde no município, manifestos em vantagens para a administração pública e para a população, nas esferas econômica, técnica, sanitária e, sobretudo, social. Consolida-se o SUS focado nas pessoas, com acessibilidade, humanização, integralidade e qualidade do cuidado, sob controle social. Saúde Soc. São Paulo, v.20, supl.1, 2011 102 EDUCAÇÃO PERMANENTE NA ATENÇÃO BÁSICA – funciona como um espaço de construção de rede, já que nas reuniões há participação de outros serviços – UBS VILA TEREZINHA Lucena, F.S. (1); Souza, E.R.V (1); Instituição: 1 - UBS VILA TEREZINHA; Atividade educativa para trabalhadores de saúde constitui-se como instrumento da gerência para organização dos serviços e são comuns nos serviços de saúde. Acredita-se que quanto mais os trabalhadores de saúde forem capacitados, melhor assistirão a população em suas necessidades. A “educação permanente em saúde (EPS)”, passa a ser uma política pública em 2004 (Portaria n.198/GM 20041) e preconiza: • atividades educativas de trabalhadores de saúde transformadoras das práticas em saúde; • valorizar a problematização dos processos de trabalho e a construção de conhecimentos através da participação dos sujeitos. A EPS reconhece o potencial educativo do cotidiano do trabalho apreendendo-o como fonte de aprendizado e reflexão através da construção de consensos a caminho da efetivação do SUS2. Metodologia: Devido à importância de espaços de troca e aprendizado a gerência da UBS Vila Terezinha disponibiliza um período por semana, sem prejuízo na agenda, para que seja realizada a EPS de maneira formal. Dessa forma pode-se realizar discussão com os agentes comunitários e com as auxiliares de enfermagem em um encontro por mês cada, além da equipe técnica realizar discussão de casos clínicos e discussão de casos de saúde mental também uma vez por mês, com a participação de outros equipamentos de saúde além de outros recursos intersetoriais quando possível. A equipe da unidade toma a educação permanente como parte integrante do dia-dia do trabalho e reconhece como fonte de aprendizado também os espaços informais, como discussão de casos sem espaço formal, além de algumas equipes utilizarem o espaço de reunião de equipe para discussão de temas emergentes das necessidades dos trabalhadores. Conlusão: Através da EPS notam-se os seguintes avanços: - reorganização e operacionalização do processo de trabalho; maior comprometimento com o trabalho; instrumentaliza as ações em saúde na unidade; – transforma a assistência na medida em que constroem-se novas formas de atendimento ao usuário, como protocolos internos (parte técnica) e mudança no olhar das situações através de discussões; Anais XII Congresso Paulista de Saúde Pública de saúde. Apesar dos pontos positivos acima citados, acreditamos que ainda é preciso investimentos em nível central, já que muitas vezes a implementação dessa política se dá através da concepção sobre educação para trabalhadores dos gerentes das unidades de saúde. EDUCAÇÃO POPULAR E SAÚDE PÚBLICA: CONSIDERAÇÕES SOBRE O PROCESSO DE FORMAÇÃO PARA CONSELHEIROS MUNICIPAIS DE SAÚDE NO MUNICÍPIO DE GUARULHOS Haddad,Dalel (1); Oliveira, Keila Costa de (1); Ribeiro,Tiago Noel (1); Instituição: 1 - SECRETARIA DA SAÚDE DE GUARULHOS; Este trabalho tem como objetivo apresentar o curso de “Formação para Conselheiros Municipais de Saúde” de Guarulhos, realizado pela Divisão da Gestão da Educação na Saúde, da Secretaria da Saúde de Guarulhos, entre novembro de 2010 e março de 2011. O objetivo geral foi o de “Instrumentalizar os Conselheiros Municipais de Saúde de Guarulhos para o exercício pleno da participação social nas políticas e ações de saúde”. O curso foi estruturado a partir de sete Rodas de Conversa, com quatro horas de duração, para discutir temáticas relacionadas ao trabalho dos Conselheiros Municipais de Saúde. Cada Roda de Conversa foi precedida e Encontro Preparatório para avaliar a Roda anterior e organizar material e método da próxima Roda. Foram trabalhadas as seguintes temáticas: O Controle Social e Participação Popular em Guarulhos; Políticas de Saúde; Gestão do trabalho e educação em saúde; Saúde do Trabalhador; Instrumentos de gestão; Financiamento e orçamento; Comunicação em saúde. As atividades procuraram debater e refletir sobre a participação popular e do controle social em Guarulhos e quais desafios os conselheiros de saúde encontram nesse contexto. Nos encontros, estabeleceu-se diálogo sobre o foco das ações dos conselheiros, suas inquietações e percepções sobre seu trabalho, que podem ser sintetizadas nas seguintes questões: Quem participa? Como participam? Por que as pessoas participam? Qual o futuro que os conselheiros pensam para o conselho? Durante o processo debatemos sobre a metodologia, tendo como pano de fundo a questão da construção do conhecimento, durante o qual pudemos vivenciar Saúde Soc. São Paulo, v.20, supl.1, 2011 103 desde metodologias predominantemente participativas a predominantemente expositivas. O processo de formação revelou o desafio de construir coletivamente respostas aos diversos jeitos de conhecer e como este conhecimento ajuda na qualificação das atividades realizadas pelos conselheiros. O curso teve como produto uma Agenda para os conselheiros, com textos de referência para sua atuação. EPIDEMIOLOGIA DA INFORMAÇÃO NA GESTÃO DO SUS EM SÃO BERNARDO DO CAMPO CONSONNI, A.L.S. (1); SANTANA, M.A. (1); OLIVEIRA, P.R. (1); BIANCO, A.M.M. (1); COSTA, S.M. (1); Instituição: 1 - SECRETARIA MUNICIPAL DE SAUDE DE SAO BERNARDO DO CAMPO; A epidemiologia descritiva é uma ferramenta indispensável para o adequado planejamento de ações em saúde, na medida em que se faz necessário o conhecimento da situação de saúde da população para determinar as prioridades sanitárias. O “Boletim de Informação em Saúde” foi uma iniciativa da Seção de Informação para a Gestão, com o objetivo de sistematizar e disponibilizar anualmente o acesso à informação sobre a situação de saúde no Município de São Bernardo do Campo, de maneira sintética e abrangente, considerando a distribuição temporal, espacial e populacional de eventos de importância epidemiológica. Para a composição deste instrumento foram selecionados dados relativos ao ano de 2008 sobre: população, SUS dependência, pré-natal, nascidos vivos, mortalidade, morbidade hospitalar e doenças de notificação compulsória. As fontes para obtenção dos dados foram os diferentes sistemas de informação do DATASUS (SINASC, SIM, SISPRENATAL, SIH, SINAN), além do Sistema de Informação em Saúde Suplementar e do IBGE. Para cada tema foram analisados indicadores relevantes para caracterização do perfil epidemiológico do Município. Os dados foram desagregados por bairro ou por UBS de referência, sempre que os sistemas de informação permitiram, como forma de conhecer a realidade local e identificar problemas sanitários. A distribuição de dados por faixa etária foi considerada, com o objetivo de permitir a análise das diferenças existentes entre grupos populacionais distintos, que requerem abordagem específica no desenvolvimento de ações de saúde. Para cada tema abordado, foram evidenciadas as 5 situações principais do ponto de vista desfavorável para definição de prioridades e necessidades de intervenção.O “Boletim Anais XII Congresso Paulista de Saúde Pública de Informação em Saúde” foi disseminado entre os gestores e técnicos da Secretaria Municipal de Saúde e está subsidiando a análise da situação de saúde, a discussão das equipes e a tomada de decisão com relação ao planejamento e execução de políticas e ações necessárias para melhoria das condições de saúde da população, viabilizando assim, o uso da Epidemiologia como importante ferramenta na construção do SUS no Município. Além disso, este instrumento está contribuindo para o processo intersetorial de territorialização, iniciado em 2009 pela Secretaria Municipal de Saúde, através da microlocalização dos problemas de saúde, que permitem a construção dos diagnósticos territoriais de condições de vida e saúde. ESPECIALIZAÇÃO EM GESTÃO DE SISTEMAS E SERVIÇOS DE SAÚDE PARA OS MUNICÍPIOS DA CGR-ABC Spiassi, A.L. (1); Akerman, M. (2); Silveira, A.H (2); Conchão, S.A (2); Boaretto, R.C. (2); Monteiro, F.B. (2); Instituição: 1 - Centro de Estudos em Saúde Coletiva; 2 - Centro de Estudos em Saúde Coletiva da FM-ABC; O Curso de Especialização em Gestão de Sistemas e Serviços de Saúde para municípios do CGR da Região de Saúde do ABC/SP, é um curso de pós-graduação lato sensu, oferecido a 219 profissionais de saúde adstritos às unidades prestadoras de serviços de saúde das prefeituras de Diadema, Mauá, Ribeirão Pires, Rio Grande da Serra, Santo André e São Caetano do Sul. Este curso resulta de uma proposta do Centro de Estudos de Saúde Coletiva da Faculdade de Medicina do ABC (CESCO), apoiada pelo Colegiado de Gestão Regional – CGR e seu Núcleo de Educação Permanente (NEP) e as instâncias Regionais da Secretaria Estadual de Saúde de São Paulo (SES – SP), apresentada à Secretaria de Gestão do Trabalho e Educação em Saúde do Ministério da Saúde. A cidade de São Bernardo do Campo organizou um curso próprio e, por isso, não indicou alunos para a especialização regional. Sua realização é financiada pelo Programa de Desenvolvimento Gerencial do SUS, através da Organização Panamericana de Saúde. A idealização da proposta tem como premissas as atribuições e responsabilidades sanitárias estabelecidas no Pacto pela Saúde, o compromisso com a implementação de ações previstas e pactuadas no Pacto de Gestão, assim como a necessidade de monitoramento Saúde Soc. São Paulo, v.20, supl.1, 2011 104 dos indicadores pactuados em formas de objetivos e metas, previstos no Pacto pela Vida. Como resultado do curso será produzido um Banco de propostas para o aprimoramento da gestão em saúde, abrangendo reflexões sobre sistemas de informação, gestão de pessoas, planejamento em saúde, linha de cuidado entre outros. processo que culminou com a construção de outro fluxo para atendimento dessa clientela. Analisamos que a discussão do fluxograma descritor constituiu-se como uma ferramenta de gestão relevante para a revisão dos processos de trabalho. Assim, destacamos que seu uso deve estar associado a outras ferramentas que incluam os trabalhadores na confecção do mesmo e favoreçam o resgate da autonomia de sujeitos e coletivos para construção compartilhada de projetos de intervenção. FLUXOGRAMA DESCRITOR COMO FERRAMENTA DE APOIO À GESTÃO: UMA POSSIBILIDADE PARA HETEROCONTROLE DOS NÍVEIS DE FLÚOR NAS DESENHO DO TRABALHO COTIDIANO Xavier, A.S. (1); Vargas, P. (1); Guedes, M.C. (1); Gil, O.F. ÁGUAS DE ABASTECIMENTO PÚBLICO DO MUNICÍPIO DE SÃO BERNARDO DO CAMPO (1); Instituição: 1 - Secretaria de Estado de Saúde do Rio de Janeiro; Em virtude da superlotação dos serviços de urgência e emergência e da oferta de uma atenção com baixa resolutividade, a SES/RJ tem adotado nas unidades da rede própria o dispositivo Acolhimento com Classificação de Risco, bem como o apoio institucional como estratégias para reverter este cenário. Este relato aborda a experiência vivenciada enquanto apoiadores institucionais em um hospital de urgência e emergência da rede estadual. Tal experiência trata da análise e discussão do processo de trabalho a partir da ferramenta fluxograma descritor. A unidade em questão localiza-se em um município com aproximadamente um milhão de pessoas. Apesar da significativa cobertura populacional pela Estratégia Saúde da Família, a resolutividade é baixa e o acesso é difícil. Em função disso, é comum a procura pelo atendimento no hospital de emergência. No período endêmico da dengue constata-se um aumento significativo do número total de atendimento. Parte desses é relativo ao diagnóstico de dengue, seja para atendimento de primeira vez, seja para consulta de retorno naqueles casos que exigem acompanhamento sem que se justifique a internação. Os casos de suspeita de dengue que retornavam à unidade apresentaram-se como uma situação-problema evidenciada pela equipe de acolhimento com classificação de risco, posto que tais casos aumentavam o fluxo de atendimento e, em sua maioria, eram classificados com baixa gravidade, o que implicava em espera. A fim de evidenciar e elucidar tal situação foi proposto o uso do fluxograma descritor, o qual possibilitou a visualização do modo como o atendimento a usuários com suspeita de dengue estava sendo realizado e potencializou a reorganização desse Anais XII Congresso Paulista de Saúde Pública Biagioni FA (1); Pellegrini H (1); Izzo RV (1); Rodrigues ROR (1); Oliveira RL (1); Fernandes KPS (1); Manfredini MA (1); Fuentes ICP (1); Chioro A (1); Instituição: 1 - PMSBC; Caracterização do problema: A fluoretação das águas é uma importante medida para a prevenção da cárie dentária. Para que esta medida possa oferecer os benefícios esperados, faz-se necessário que sejam mantidas a continuidade e regularidade dos teores ótimos de íon flúor presentes nestas águas. A fluoretação das águas deve ser controlada, uma vez que a subdosagem não traz benefícios e a sobredosagem, por tempo continuado, durante o período de formação dos dentes, leva a fluorose dentária. (Toassi et al, 2007) Descrição: Diante deste quadro e com o objetivo de suprir a carência histórica de informações sobre esta medida em São Bernardo do Campo, a gestão municipal de saúde iniciou projeto de intervenção para vigiar, de forma periódica e sistemática, o teor de flúor adicionado à água de abastecimento público, em 2009. Neste processo, foram realizadas diversas reuniões para análise e definição destas ações com o nível central da SMS. Destaque-se a apresentação e aprovação do projeto pelo Conselho Municipal de Saúde, pois se entendia que esta ação implicava em medida que deveria ser submetida ao controle social. O heterocontrole dos teores de flúor da água de abastecimento público do município foi implantado a partir do mês de junho de 2010. A coleta é realizada mensalmente, em um único dia do mês previamente agendado, no mesmo horário. Os pontos de coleta foram divididos geograficamente, para abranger todas as regiões da cidade. A coleta é realizada na torneira do consultório odontológico. As amostras podem ser estocadas por até seis meses, sem interferir no resul- Saúde Soc. São Paulo, v.20, supl.1, 2011 105 tado, e são encaminhadas para o Laboratório de Saúde Pública da SMS, para análise do teor de flúor.Lições aprendidas: Observou-se que 98,6% das amostras de águas do município estão em conformidade com os teores de flúor esperados. A divulgação dos resultados é realizada para todos os profissionais de saúde da rede municipal, entidades representativas como a APCD e APM, o Conselho Municipal de Saúde e a Câmara de Vereadores, com o objetivo de ser amplamente divulgado para a comunidade. Recomendações:Desta forma, a SMS está implantando, mais uma importante ação de Saúde Pública no município, visando o aumento da consciência sanitária da população sobre a necessidade de continuidade desta política, para que os benefícios na redução da cárie dentária sejam mantidos. Lições aprendidas: A significativa adesão à Mostra demonstrou a boa receptividade por parte dos profissionais da rede. Os depoimentos dos participantes foram unânimes em relatar que o evento trouxe um novo estímulo para o desenvolvimento do trabalho além do congraçamento entre as equipes. Todos os trabalhos apresentados foram reunidos em uma coletânea que foi distribuída aos participantes do evento e encaminhada para todas as unidades de saúde da rede. Recomendações : A promoção de espaços de discussão e troca de experiências das equipes de saúde da família devem ser valorizadas pelo gestor de saúde. A possibilidade de mostrar a experiência das equipes é um incentivo para que busquem o aprimoramento técnico e científico no processo de trabalho. I MOSTRA SAÚDE DA FAMILIA DA SECRETARIA IMPLANTAÇÃO DA UPA 24 HORAS NOS MUNICÍMUNICIPAL DE SAÚDE DE SÃO PAULO: ESPAÇO DE PIOS DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO TROCA E VALORIZAÇÃO DOS PROFISSIONAIS Guedes, M.C. (1); Gil, O.F. (1); Xavier, A.S. (1); Brito, EMT (1); Instituição: 1 - SMS SP; Caracterização do problema: A expansão da rede de atenção à saúde com a Estratégia Saúde da Família (ESF), a partir de 2001, reestruturou e reorganizou a Atenção Básica (AB) no Município de São Paulo. Na perspectiva de valorizar e revelar a riqueza do trabalho dos profissionais e das equipes da ESF e para propiciar um espaço de troca de experiências, a Secretaria Municipal de Saúde de São Paulo promoveu, em outubro de 2010, a I Mostra de Experiências Exitosas da Saúde da Família do Município de São Paulo e o II Seminário Internacional de Atenção Básica, que congregou gestores, profissionais, técnicos, usuários, acadêmicos e instituições parceiras, no Palácio de Convenções do Anhembi. Descrição: Este evento que contou com a participação de mais de 2.500 pessoas, buscou propiciar um espaço de encontro, reflexão e debate sobre a situação atual da Atenção Primária à Saúde (APS) e ESF. As 256 unidades de saúde da família confeccionaram 300 posters e apresentaram 76 trabalhos de comunicação coordenada. Os eixos temáticos versaram sobre: Gestão da AB/SF, Integralidade e Intersetorialidade; Tecnologias do Cuidado em Saúde; Assistência à Saúde; Vigilância em Saúde; Educação, Formação e Promoção à Saúde e Controle Social e Participação Popular. Nas salas temáticas foram organizadas palestras e rodas de conversa que trouxeram reflexão sobre os caminhos da Atenção Básica/ Saúde da Família no Brasil e no cenário internacional. Anais XII Congresso Paulista de Saúde Pública Instituição: 1 - Secretaria de Estado de Saúde do Rio de Janeiro; Caracterização do problema: A Política Nacional de Atenção às urgências formulada em 2003 e reformulada em 2011 reforça a necessidade de criação de estruturas de saúde que correspondam tal demanda. O estado do Rio de Janeiro (RJ), desde 2007 aposta na implantação de UPAs para organizar e dar resolutividade ao cenário de urgência e emergência encontrado. Entretanto, a implantação de UPA 24h exige uma série de ações da gestão para consolidar a proposta do modelo de atenção dessa unidade, em conformidade com princípios do SUS. Descrição: O RJ é composto por 92 municípios e possui uma rede de atenção à urgência e emergência complexa. A Secretaria de Estado de Saúde (SES) tem efetivado a implantação de UPAs como organizador dessa rede. Para tanto, a partir de uma agenda de trabalho “em comum” a Coordenação das UPAs, Superintendência de Atenção Básica (SAB), Educação em Saúde e Gestão Participativa e Assessoria de Humanização são co-responsáveis no processo, com vista a estabelece-lo de forma que garanta comprometimento dos variados atores presentes no cenário. Assim, compreendemos o processo de implantação em três fases. A primeira, diz respeito à decisão sobre datas e local onde serão construídas as UPAs, além da pactuação entre SES e Secretaria Municipal de Saúde (SMS). A segunda, trata da definição das questões operacionais, a coordenação das UPAs, e as respectivas SMS, organizam a estrutura física, equipamentos, recurSaúde Soc. São Paulo, v.20, supl.1, 2011 106 sos humanos, entre outros. Esta coordenação também acompanha obras, visando levantamento e correção de pendências que possam interferir no cronograma. Caracterizando a terceira fase, a Assessoria de Humanização e a SAB reúnem-se com a equipe gestora da SMS com objetivo de apresentar a UPA 24h e discutir sua interseção com a rede local, de forma a disparar a discussão do acolhimento em rede. Lições aprendidas: A aposta em espaços de discussão/capacitação tem disparado o apoio necessário para o funcionamento resolutivo deste equipamento, possibilitando que os atores responsáveis pela organização do sistema de saúde do município e aqueles que irão compor a equipe da unidade participem e compreendam o lugar da UPA na rede de saúde da região. Recomendações:Mecanismos/ferramentas de gestão que possibilitem maior co-participação dos atores envolvidos no cenário de implantação das UPAs tem favorecido a autonomia de sujeitos e coletivos e seu uso é recomendado como estratégia de intervenção na gestão do serviço de atenção a urgência e emergência. IMPLANTAÇÃO DO OBSERVATÓRIO DE PROMOÇÃO DA SAÚDE NO ESTADO DE SÃO PAULO – INTEGRANDO AÇÕES Carnevalle, C.V. (1); Moraes, M.A. (2); Shirassu, M.M. (3); Valencich, D.O. (2); Ribeiro, A.B. (2); Instituição: 1 - Centro de Vigilãncia Epidemiológica da Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo CVE/ SES/SP; 2 - CVE/SES/SP; 3 - CVE/SES/P; Caracterização do problema: A implementação de uma Política de Promoção da Saúde no Estado de São Paulo deve articular as ações estão sendo desenvolvidas nos diversos eixos prioritários desta política, devendo dar ênfase às essas experiências no nível municipal. Em 2009, a Divisão de Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT) da Secretaria Estadual de Saúde São Paulo propôs a implementação de um Observatório de Promoção da Saúde, abrangendo Alimentação Saudável, Controle do Tabagismo, Atividade Física e Cultura da Paz, com a finalidade de coordenar, monitorar e apoiar tecnicamente as ações dos municípios que compõe a Rede Nacional de Promoção da Saúde no Estado. Descrição: A proposta do projeto inclui reuniões, oficinas de trabalho e vídeo conferências e diversos outros eventos de capacitação assim como o monitoramento de indicadores de processo e de resultados do Sistema VIVA e a Promoção da Saúde anualmente. Em relação à Violência no período de 2006 a 2009 houve um increAnais XII Congresso Paulista de Saúde Pública mento das notificações chegando a 380%, devido ao aumento no número de serviços e municípios notificantes. O mapeamento da Rede de Serviços de Referência ao Atendimento às Vítimas de Violência identificou 152 serviços no Estado, excluída a Capital. No que se refere ao Observatório de Promoção da Saúde, apesar de sua implantação recente, o mural de boas práticas teve boa adesão dos municípios contando com 89 projetos disponíveis, dos quais 40 foram classificados como “Estratégias de Promoção de Saúde”, 20 de “Atividade Física”, 17 de “Prevenção de Violências e Promoção da Cultura da Paz”, 10 sobre “Alimentação e Nutrição e Atividade Física e 02 de “Alimentação e Nutrição”. Além disso, vem propiciando acesso aos municípios às informações e análises sobre promoção de saúde, o acompanhamento e avaliação de políticas e projetos na área e um intercâmbio de informações e experiências, colaborando com os gestores, na tomada de decisões. Recomendações:Tendo em vista o êxito na implantação do Sistema VIVA, assim como da construção do referido Observatório recomenda-se a continuidade do estímulo aos gestores regionais com o objetivo de apoiarem e acompanharem os projetos de promoção da saúde e de prevenção de violências desenvolvidos pelos municípios que compõem a sua área de abrangência. É necessário priorizar estratégias de intervenção que contemplem a intersetorialidade, a participação social e evidências científicas, com vistas à promoção da equidade em saúde. IMPLANTAÇÃO DO PROGRAMA DE AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO NA SECRETARIA MUNICIPAL DA SAÚDE DE GUARULHOS Vialle, S.C.A. (1); Instituição: 1 - PREFEITURA MUNICIPAL DE GUARULHOS; A Secretaria Municipal da Saúde de Guarulhos implantou um Programa de Avaliação de Desempenho envolvendo todos os trabalhadores, gestores, usuários, plano de metas, histórico funcional e aperfeiçoamento profissional. O Programa foi inserido como ferramenta de gestão pelo Plano de Cargos, Carreiras e Salários dos Profissionais de Saúde em 2008 e aplicado o 1º ciclo em 2010, com os Objetivos: propiciar interação entre avaliador, avaliado e equipe de trabalho; aperfeiçoar a prestação de serviços internos e externos, melhorando continuamente o atendimento ao usuário; possibilitar ao avaliado saber o que se espera de seu desempenho e postura profissioSaúde Soc. São Paulo, v.20, supl.1, 2011 107 nal; estimular o comprometimento dos trabalhadores na execução do plano de ação e metas de sua unidade; identificar oportunidades de melhoria e de desenvolvimento profissional, incluindo a evolução na Carreira, através do Plano de Cargos, Carreira e Salários; subsidiar a elaboração do Plano de Educação Permanente com o levantamento das necessidades de capacitação e qualificação profissional e fortalecer a participação social na gestão do sistema local de saúde. Os instrumentos de avaliação criados foram: auto-avaliação, avaliação da gerência, avaliação do subordinado hierárquico, avaliação da equipe de trabalho, avaliação das condições de trabalho e avaliação dos serviços de saúde realizada pelos usuários. A Avaliação de Desempenho aplicada de forma responsável aumenta e torna mais ativa a participação de todos os envolvidos, contribuindo para motivação e desenvolvimento profissional de todos os trabalhadores, o que consequentemente se traduzirá em mais dinamismo e eficiência na prestação de serviços de qualidade, atendendo, desta forma, aos princípios do Sistema Único de Saúde. INFORMAÇÃO COMO FERRAMENTA DE GESTÃO – MONITORAMENTO DO PACTO PELA SAÚDE NO MUNICÍPIO DE SÃO BERNARDO DO CAMPO CONSONNI, A.L.S. (1); SANTANA, M.A. (1); AOKI, M. (1); Instituição: 1 - SECRETARIA MUNICIPAL DE SAUDE DE SAO BERNARDO DO CAMPO; Para fins de monitoramento do desempenho da Secretaria Municipal de Saúde, com relação aos indicadores pactuados no Pacto pela Saúde 2010-2011, identificou-se a necessidade de criação de um instrumento no formato de boletim para divulgação periódica dos resultados alcançados, a fim de subsidiar as equipes técnicas e de gestores para a discussão, análise das informações e tomada de decisão referente a políticas públicas de saúde, estruturação de processos de trabalho e planejamento em saúde. O instrumento criado foi denominado “Boletim de Monitoramento do Pacto pela Saúde - 2010”, composto por 32 indicadores pactuados. Para cada indicador foram registrados dados trimestrais de 2009 e 2010, resultado acumulado em 2010, meta do Pacto pela Saúde 2010-2011 e o sinal/desempenho do mesmo, quando comparado à meta pactuada, evidenciando o desempenho favorável ou desfavorável. Os indicadores foram calculados mediante a metodologia descrita no instrutivo do SISPACTO e foi definida a periodicidade trimestral para elaboração deste Anais XII Congresso Paulista de Saúde Pública boletim. A divulgação do novo instrumento foi realizada para a equipe de gestores da Secretaria Municipal de Saúde e os resultados apresentados para o Conselho Municipal de Saúde como forma de contribuir para o processo de gestão participativa e controle social do SUS. O Boletim de Monitoramento do Pacto pela Saúde está permitindo a análise e discussão dos dados pelos diferentes grupos de gestores e técnicos da Secretaria Municipal de Saúde, criando possibilidade para a intervenção oportuna para alcance de metas, concretizando a incorporação do uso da informação qualificada no processo de trabalho, de modo a fortalecer o modelo de gestão do SUS voltado para resultados em saúde. INTERLOCUÇÃO DO CONTROLE SOCIAL DO SUS BETIM COM A SOCIEDADE - CONSTRUINDO DO MAPA DO MERCADO SIMBÓLICO. Diniz, B. F. (1); Instituição: 1 - Secretaria Municipal de Saúde de Betim; Interlocução do Controle Social do SUS Betim com a Sociedade - Construindo do mapa do mercado simbólico. Introdução: Trata-se de experiência de construção de mapa de mercado simbólico para controle social. O mapa é um instrumento para visualizar a rede de produção dos sentidos que circulam a cerca de um determinado tema, nesse caso o tema é controle social e saúde. Betim possui o conselho municipal de saúde, 08 conselhos regionais e terá mais de 40 conselhos locais de saúde. Para que esses conselhos se articulem na temática da saúde é fundamental tratar estratégias de comunicação e mobilização. Metodologia: A metodologia utilizada foi de pesquisa bibliográfica a cerca dos temas: comunicação e saúde, poder, poder simbólico, discurso, informação, reforma sanitária, democracia, participação e controle social. Construção do mapa do mercado simbólico conjuntamente com os conselheiros de saúde, cujo objetivo foi o de mapear a rede de produção dos sentidos e a aplicação de questionário para analisar a percepção dos conselheiros sobre comunicação e saúde. Após esses passos foi realizada a análise do mapa e dos dados obtidos nos questionários. O objetivo foi a partir desse diagnóstico realizar uma proposta de plano de comunicação para o controle social do SUS Betim Conclusões: A construção do mapa do mercado simbólico possibilitou aos conselheiros identificar onde Saúde Soc. São Paulo, v.20, supl.1, 2011 108 o controle social está inserido na sociedade. Isso é importante para a reflexão e definição de estratégias para atuação dos conselheiros nas políticas de sa. NOVA POLÍTICA DE ATENÇÃO DOMICILIAR PARA O SUS: ANÁLISES E REFLEXÕES A PARTIR DE UM SERVIÇO DE ATENÇÃO DOMICILIAR Beltrammi, D.G.M. (1); Instituição: 1 - Complexo Hospitalar de São Bernardo do Campo; Caracterização do Problema : a partir da minuta que subsidia a iminente publicação da Portaria da Nova Política de Atenção Domiciliar (AD) para o SUS e das experiências na gestão técnica de Serviço, na gestão e produção de cuidados em AD o Programa de Internação Domiciliar/PID (Serviço de Atenção Domiciliar/SAD) de São Bernardo considera oportuno analisar alguns de seus aspectos nucleares. Descrição : à luz do marco regulatório da AD de 2006, que ofertou parâmetros tecnológicos duros e se analisando de forma concomitante os aspectos tecnológicos leve-duros e leves apresentados pela minuta de Portaria a ser publicada no segundo semestre de 2011, algumas arguições tornam-se imperativas. A AD é promotora de cuidados progressivos junto da Rede e das práticas de cuidados da Atenção Básica (AB), ou estas devem estar fundidas em uma lógica de promoção de cuidados por complexidade? Cuidadores domiciliares são fundamentais no domicílio como protagonistas deste cuidado para todos os indivíduos alvos da AD, ou para apenas um grupo de indivíduos com maior vulnerabilidade sugerida? O Modelo da AD para o SUS busca imagem objeto estrita de substituição de práticas hospitalares duras, ou almeja uma estratégia de cuidado voltada para qualificação do domicílio como sítio de cuidados para vulnerabilidades e agravos de diversas complexidades? Lições aprendidas: O SAD, faz parte da poderosa estratégia de Rede Progressiva de Cuidados. Logo, qualquer estratégia de fusão entre SAD e Serviços da AB, que privilegie apenas uma distribuição aritmética das menores complexidades em cuidados para as Equipes de Saúde da Família e das maiores para o SAD pode corromper o equilíbrio dinâmico das melhores relações progressivas, entre essas estratégias absolutamente complementares. Da mesma forma, a presença do cuidador domiciliar leigo é decisiva para os melhores resultados independente das necessidades em cuidados dos indivíduos. Anais XII Congresso Paulista de Saúde Pública Quanto ao Modelo de Atenção há que se ponderar de forma assertiva sobre a tênue fronteira entre o domicílio, espaço da família e de seus entes em convalescência e o domicílio convertido em espaço formal de cuidados em saúde, como um hospital. Instalações de equipamentos invasivos para manutenção da vida, por consenso técnico, demandam profissionais de saúde com permanência contínua, fato que descaracteriza a AD para o SUS. Recomendações:A análise da nova Portaria é fundamental para o aprimoramento coletivo do presente e futuro da AD para o SUS. O NECESSÁRIO PROCESSO DE GOVERNANÇA LOCAL PARA A EXPANSÃO DA ESF NAS GRANDES CIDADES Nascimento, V.B. (1); Costa, I.M.C. (1); Silva, I.C. (2); Instituição: 1 - FMABC; 2 - SES; Caracterização do problema. A transferência do poder de decisão e de execução de tarefas públicas para as unidades locais de governo é considerada ainda uma estratégia complexa e de difícil operacionalização, quando se trata de encarar no âmbito subnacional a implantação de programas sociais, entre eles a saúde. No Brasil, existe um grande número de municípios sem capacidade fiscal e administrativa. Para tanto, o governo central tem adotado o recurso de indução para compensar os obstáculos à descentralização. Por sua vez, há que considerar a diversidade do território brasileiro e a desigualdade entre as unidades da federação, principalmente em relação aos grandes centros urbanos e a complexidade da sua vida social e dos seus limites estruturais. Descrição. Procurou-se, então, analisar a expansão da atenção básica à saúde em grande município da região metropolitana de São Paulo, particularmente no município de Santo André, no período de 2005 a 2008. Para isso, foi acompanhado o processo de implantação da Estratégia de Saúde da Família – ESF tal como preconizada pelo Ministério da Saúde, quanto às competências e atribuições transferidas do nível central para o local e o grau de liberdade e potencialidade que o município possui para a expansão do programa. Lições aprendidas. O modelo da ESF implantado no município de Santo André atingiu cerca de 20% de cobertura populacional no período analisado. Entretanto, ao assumir as orientações emanadas pelo governo federal enfrentou grandes dificuldades no seu processo de implantação. A concentração populacional, extensão Saúde Soc. São Paulo, v.20, supl.1, 2011 109 territorial, a fragmentação, a periferização, o perfil de morbi-mortalidade, com destaque para a violência, a pobreza, o borramento das divisas municipais em cidades dos grandes centros urbanos, o déficit na oferta de serviços de saúde, o mix de oferta de serviços públicos e privados surgiram como questões importantes a serem consideradas no contexto da governança local. Recomendações. Coloca-se como prioridade a revisão dos processos normativos que orientam a implantação do SUS nos grandes centros urbanos, conferindo maior flexibilidade às instâncias locais, cuja complexidade desses territórios tem interferido no ritmo de cumprimento das metas estabelecidas para o conjunto do país. As características desses aglomerados urbanos, por si só, justificam os sérios enfrentamentos relativos à implantação dos desenhos propostos para a organização do sistema de atenção à saúde nessas localidades. O PROCESSO DE APOIO TÉCNICO PARA ELABORAÇÃO DOS PLANOS MUNICIPAIS DE SAÚDE Pedronetti, E.A.S (1); Instituição: 1 - Secretaria de Estado da Saúde - Departamento Regional de Saúde de Piracicaba; Considerando o período de início das novas gestões municipais, em 2009, havia uma preocupação do Departamento Regional de Saúde de Piracicaba (DRS X – Piracicaba) em relação à qualificação e previsão de ações que seriam apresentadas pelos 26 municípios dessa regional, através dos Planos Municipais Plurianuais de Saúde (2010 – 2013). Tradicionalmente o Plano Municipal de Saúde tem sido considerado pelos gestores municipais como um instrumento para cumprimento dos preceitos legais e sem uma função efetiva na construção do Sistema Único de Saúde local. Nesse contexto os desafios eram: disseminar o conceito de Planejamento e gestão participativa como instrumentos prioritários para consolidar o SUS; inserir a Atenção Básica como coordenadora e ordenadora do sistema local; e fomentar a constituição de Redes de Atenção. Para atender essas premissas o DRS X – Piracicaba contou com a atuação das Articuladoras da Atenção Básica (AAB) de forma integrada às ações do Centro de Planejamento e Avaliação em Saúde (CPAS) e apoio do Centro de Qualificação e Desenvolvimento para o SUS (CDQSUS). A proposta consistiu na realização de encontros nos municípios, com interesse em receber o Apoio Técnico, para subsidiar a formulação Anais XII Congresso Paulista de Saúde Pública dos Planos Municipais de Saúde, enquanto instrumento de planejamento e gestão participativa, reconhecendo a Atenção Básica como prioridade e organizadora das Redes de Atenção. Os gestores municipais foram esclarecidos sobre a importância do Plano Municipal de Saúde como instrumento para gestão local e motivados a definir uma equipe técnica mínima para discussão do processo de elaboração. Este foi realizado através de quatro encontros locais para apresentação dos componentes do Plano; reflexão sobre especificidades e problemas municipais, subsidiados pelos Diagnósticos das AAB; e fomento à intersetorialidade. A cada encontro as equipes técnicas eram incentivadas a contribuir na elaboração das informações e ações que comporiam o Plano Municipal de Saúde. Também foram realizados três encontros regionais para discussão dos temas: Gestão; Financiamento e Orçamento do SUS; Diagnóstico Regional e Redes de Atenção. Resultados Adesão de 18 municípios (com participação de gestores, técnicos e conselheiros); 64 encontros municipais com 225 participantes; 3 Encontros Regionais com 130 participantes; Motivação para criação de espaços para reuniões de equipes; Integração com as Vigilâncias em Saúde; Qualificação dos Planos Municipais de Saúde. O PROCESSO DE INCLUSÃO DO AGENTE COMUNITÁRIO DE SAÚDE COMO SERVIDOR PÚBLICO Oliveira, L.M.Z. (1); Instituição: 1 - PREFEITURA MUNICIPAL DE GUARULHOS; A profissão de Agente Comunitário de Saúde (ACS) foi criada pela Lei nº 10.507, de 10 de julho de 2002, que define seu exercício como exclusivamente no âmbito do Sistema Único de Saúde e sob a supervisão do gestor local em saúde. Guarulhos, desde 2001, firmou Termos de Parcerias com Entidades Sociais, para a implementação do Programa de Saúde da Família, especialmente para a admissão de Agentes Comunitários de Saúde, através de contrato de trabalho regido pela CLT. No entanto, a partir da Emenda Constitucional nº 51/2006, foi determinado aos Gestores locais do SUS a obrigatoriedade de contratação desses profissionais pela Administração Direta, através de processo seletivo público. Quanto aos Agentes que já prestavam serviços antes da data de sua promulgação e cujas admissões se deram Saúde Soc. São Paulo, v.20, supl.1, 2011 110 por meio de processo seletivo público, devidamente validados pela Administração Direta, deveriam ser integrados ao quadro de pessoal da Secretaria Municipal da Saúde. Assim, com a finalidade de regulamentar as atividades dos Agentes Comunitários de Saúde no âmbito Municipal, foi publicada a Lei nº 6.358/08, criando 720 (setecentas e vinte) vagas no Quadro de Pessoal da Secretaria da Saúde, e instruindo critérios para certificação da dispensa da realização de processo seletivo, quando necessário, sendo constituída para esse fim uma Comissão de Validação para os Processos Seletivos. O ingresso de 669 profissionais no quadro de servidores públicos da Prefeitura de Guarulhos foi bastante significativo e exigiu a realização de ações articuladas da Gestão de Recursos Humanos da Secretaria Municipal de Saúde, tanto pelo expressivo número de profissionais desligados, até então contratados através das Instituições Parceiras, quanto a seleção dos novos Agentes Comunitários de Saúde e o estudo, caso a caso, da validação dos processos seletivos anteriormente realizados e integrados ao quadro de pessoal da Saúde. Acreditamos ser de grande importância a análise de experiências como esta, pois, muito embora a efetivação de processo seletivo público dos Agentes Comunitários de Saúde seja uma determinação legal, nota-se as dificuldades dos municípios na operacionalização e implantação dessa modalidade de contratação proposta. O PROCESSO DE REGIONALIZAÇÃO DO SUS NO ESTADO DE SÃO PAULO: UMA EXPERIÊNCIA DE FORMULAÇÃO DE PLANOS REGIONAIS DE SAÚDE Lavras, C. (1); Restitutti, C. (1); Porto, M. T. (1); Sá, M. J. C. N. (1); Feliciello, D. (1); Instituição: 1 - NEPP - UNICAMP; Na implantação do Pacto de Saúde no Estado de São Paulo, a SES SP elaborou o Plano Diretor de Regionalização, assumindo as diretrizes do Pacto e adequando o desenho regional, com a constituição de 64 Regiões de Saúde e respectivos CGR, correspondentes a 17 Departamentos Regionais de Saúde (DRS). Ao mesmo tempo foi construído o Plano Estadual de Saúde e o Termo de Compromisso de Gestão Estadual, contando com a participação das regiões. Posteriormente várias ações foram desencadeadas com vistas à efetivação da regionalização, incluindo a Anais XII Congresso Paulista de Saúde Pública implementação de parcerias com as Universidades do Estado, visando o fortalecimento da regionalização. Nesta parceria, o PESS – NEPP – Unicamp (PESS) responsabilizou-se pelo apoio a três DRS – Campinas, Piracicaba e S. J. da Boa Vista, apresentando proposta de trabalho coerente com as quatro fases do projeto, incluindo: elaboração de diagnóstico visando a implantação de redes regionais de saúde; formulação e detalhamento de Plano de Qualificação do Sistema Regional de Saúde; início da implementação do Plano; e, conclusão da implementação do Plano. O diagnóstico, com foco na Rede Regional de Atenção a Saúde (RRAS) das 11 RS, foi realizado em 12 meses e posteriormente desenvolvido processo de planejamento, que exigiu a revisão de conceitos, métodos e instrumentos, visando adaptá-los a nova realidade da regionalização. Nesta revisão buscou-se integrar o conjunto de elementos relacionados ao planejamento em saúde com os conceitos desenvolvidos quanto ao significado de RRAS e, os demais elementos envolvidos com o processo de regionalização do SUS propostos pelo Pacto, através de várias atividades que contou com a participação intensa de técnicos dos DRS e representantes dos CGR. O processo de planejamento assentou-se nesta participação, envolvendo cerca de 800 técnicos, orientados na busca de consensos para a elaboração dos elementos estratégicos (objetivos estratégicos, estratégias e projetos) e o detalhamento de projetos concretos de intervenção. Como resultado elaborou-se 11 Planos Regionais de Saúde, com cerca de 50 a 60 projetos cada, voltados aos diferentes elementos das RRAS (Pontos de Atenção e de Apoio Diagnóstico, Apoio Logístico, Gestão da Rede e Gestão do Cuidado). A experiência foi considerada exitosa pela maioria, uma vez que implementou novas dinâmicas de gestão junto aos CGR e aos DRS, que passaram a organizar de forma mais adequada as suas ações e atividades. Evidenciou-se também a falta de RH na área. O PROGRAMA DE VIGILÂNCIA DA QUALIDADE DA ÁGUA PARA CONSUMO HUMANO DO ESTADO DE SÃO PAULO E A FLUORETAÇÃO DAS ÁGUAS DE ABASTECIMENTO PÚBLICO Mario Jr, R.J. (1); Ramos, M.M. (1); Instituição: 1 - CENTRO DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA; Saúde Soc. São Paulo, v.20, supl.1, 2011 111 O Programa de Vigilância da Qualidade da Água para Consumo Humano – PROAGUA, implantado oficialmente no Estado de São Paulo em 1992, abrangendo hoje a quase totalidade dos 645 municípios do estado. Em 2008, o PROAGUA realizou 290 mil análises laboratoriais de vigilância da qualidade da água para sete parâmetros básicos de referência, entre eles o flúor. No tocante ao flúor, o número de análises aumentou dez vezes no período de 1997 a 2006. Os anômalos, apesar de redução dos últimos anos, ainda se mostram aquém do desejado. Em 1997, as amostras fora do padrão corresponderam a 45,9%; em 2006 esta porcentagem foi reduzida para 24%. Porém, as deficiências na fluoretação da água ofertada à população pelos sistemas públicos não apresentavam um quadro homogêneo. Elas se concentravam especialmente em municípios de pequeno porte, dos quais muitos não contavam com estrutura de saneamento, no que diz respeito à produção de água destinada ao consumo humano compatível com suas necessidades. Para reversão deste quadro, a Secretaria de Estado da Saúde promoveu em 2004 o Projeto “Promoção e Qualidade de Vida - Fluoretação das Águas de Abastecimento Público”, investindo R$ 2,3 milhões, que teve o propósito de implantar equipamentos necessários para a adequação dos sistemas de abastecimento de 117 municípios, nos quais o gerenciamento do Sistema de Abastecimento Público de Água - SAA é de responsabilidade da própria municipalidade, que ainda não fluoretavam suas águas ou a faziam de maneira inadequada. O PROAGUA, por meio de seu monitoramento, verificou uma melhoria significativa do Indicador de Flúor -IFLU nestes municípios (de 9,2% de adequação em 2003 para 42% em 2007), mesmo assim se mostra muito aquém da meta do Estado. Frente à situação identificada, em 2009 foi implantados a segunda etapa do projeto com o objetivo de melhorar a qualidade de vida da população destes municípios com medidas voltadas à adequação dos Sistemas de Abastecimento de Água no que se refere à etapa de fluoretação, além de garantir recursos financeiros para aquisição de equipamentos, subsidiar tecnicamente os municípios na elaboração dos projetos de adequação do sistema de abastecimento de água, garantindo sua correta operação e a cobertura total de fluoretação na área urbana, elevando IFLU para 80% até 2012 e reduzindo os índices atuais de CPO-D aos 12 anos. Anais XII Congresso Paulista de Saúde Pública O TRABALHO DE APOIO TÉCNICO-OPERACIONAL NA GESTÃO REGIONAL DA SAÚDE. Ferreira, JBB (1); Forster, AC (1); Steluti, E (1); Carneiro, P (2); Rodrigues, J (1); Instituição: 1 - USP; 2 - HC-FMRP-USP; Caracterização do problema: a construção do papel de gestor estadual no processo de regionalização do SUS tem permitido espaços para apoios institucionais nas regiões de saúde do ESP. Nessa nova função, recuperase a importante diretriz regionalização na organização e funcionamento do SUS. O Ministério da Saúde define o processo de harmonização na questão da regionalização oferecendo uma produção técnica (coleções de manuais, publicações e portarias) e normatizando por meio de portarias e prazos a participação dos gestores estaduais e locais. Descrição: No período de 2009 a 2011, foi desenvolvido um trabalho de apoio por uma equipe de docentes e pósgraduandos de uma universidade pública. O trabalho foi realizado em forma de oficinas, com apresentações dialogadas e momentos de discussão com os municípios, que traziam suas dificuldades e reflexões no âmbito coletivo dos colegiados de gestão regional. Essas oficinas eram articuladas com um apoio à distância dos técnicos dos municípios responsáveis pela elaboração dos planos e dos instrumentos relacionados, de forma complementar com acompanhamento, avaliação dos documentos, explicações e sugestões de melhorias. Lições aprendidas: o trabalho permitiu: acesso ao processo de modernização do SUS, com resgate do papel estadual na gestão; reflexão da importância da técnica na tomada de decisão pelos gestores municipais; vivência na construção da regionalização e percepção pelos gestores do sistema local dos componentes da eficácia e da eficiência na qualidade do sistema; confiança dos apoiadores e dos técnicos do Departamento Regional de Saúde de que a metodologia de aprendizagem era adequada ao projeto de apoio à gestão regional. Recomendações:mostraram-se imprescindíveis para um bom resultado - confiança nos resultados da formação de equipes técnicas com prazos de curta e média duração; estímulo e reconhecimento do projeto da equipe da universidade pelos gestores regionais. Com isso, o momento mostra-se oportuno de mudança da posição de apoio ativo da equipe da universidade para o papel de assessora, para que a equipe técnica regional exerça seu protagonismo no apoio e acompanhamento das ações de planejamento na regionalização. Saúde Soc. São Paulo, v.20, supl.1, 2011 112 O USO DE INDICADORES DE MONITORAMENTO DA são discutidos e são propostas Recomendações para ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA E O PROCESSO reforçar ou redirecionar a supervisão das unidades e equipes ESF na perspectiva de desenvolver com elas DE SUPERVISÃO Tannus, S.A.C. (1); Brito, E.M.T. (1); Duarte, M.L.A. (1); Silva, L.H. (1); Kamehama, S. (1); Kunitake, C.S.T. (1); Instituição: 1 - SMS - PMSP; Caracterização do Problema Na perspectiva de instrumentalizar a gestão para o acompanhamento dos convênios com Instituições Parceiras (IP) na Estratégia Saúde da Família (ESF) e monitorar as ações realizadas pelas equipes, a Coordenação da Atenção Básica da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) de São Paulo implantou, a partir de outubro de 2007 um sistema de acompanhamento e monitoramento da ESF. Foi pactuado e formalizado um novo Termo de Convênio e por meio da Portaria 1061/08 foram instituídos os Conselhos de Acompanhamento e Avaliação dos Convênios (CONAC). Este fórum que reúne representantes da gestão e das IP foi organizado de forma a contemplar momentos avaliativos periódicos e ascendentes, possibilitando, desde a avaliação das equipes e unidade de saúde, até o desempenho da IP nas diferentes regiões do Município. Descrição: Tomando como base os dados do Sistema de Informação da Atenção Básica (SIAB) e o plano de trabalho das IP, foram elencados 17 indicadores, distribuídos em seis eixos abrangentes: Geral (com dados de implantação de Comissão de Prontuário e ações de educação permanente); Doenças de Notificação Compulsória; Saúde da Criança; Saúde da Mulher; Saúde do Adulto/Idoso e Acompanhamento do Plano de Trabalho das IP (proporção de equipes; pessoas cadastradas; proporção de consultas e visitas domiciliares). Em consonância com diretrizes nacionais, foram adotados parâmetros de avaliação dos indicadores. As reuniões dos CONACs são realizadas de forma sistemática e descentralizadas: mensalmente na instância local das Supervisões Técnicas, bimestralmente nas Coordenadorias Regionais e trimestralmente na SMS. Lições aprendidas: Em 2008, dos 17 indicadores, 11(69%) atingiram a meta. Em 2009 e 2010, 13 indicadores (76,5%) atingiram a meta. Também em 2010, 8 dos indicadores que já estavam na meta, tiveram um aumento no percentual, mostrando uma tendência à ascensão. Nestas avaliações, os indicadores abaixo da meta Anais XII Congresso Paulista de Saúde Pública uma cultura auto avaliativa e a busca da melhoria contínua da qualidade da atenção. Recomendações A implementação da avaliação sistematizada de indicadores, com uma dinâmica descentralizada e pactuada com os atores da ação é uma importante ferramenta de gestão dos serviços de saúde, possibilitando a intervenção nas práticas assistenciais locais. OS ESPAÇOS COLETIVOS, A TERRITORIALIZAÇÃO E A IMPLANTAÇÃO DAS LINHAS DE CUIDADO EM SÃO BERNARDO DO CAMPO SILVA, F. F. (1); BELTRAMMI, D. G. M. (1); FUENTES, I. C. P. (1); NASCIMENTO, C. A. L. (1); BRAZ, T. O. (1); RIVOREDO, C. R. S. F. (1); Instituição: 1 - Secretaria de Saúde de São Bernardo do Campo; Em 2009, iniciou-se uma reestruturação na rede de serviços de saúde de São Bernardo do Campo para enfrentar a fragmentação do cuidado e a falta de diálogo entre/nas unidades. Optou-se por atuar em diversas frentes, sendo uma delas a implantação de Linhas de Cuidado prioritárias: Materno-Infantil, Hipertensão Arterial e Diabetes Mellitus. Nesse processo implantou-se protocolos clínicos em todas as unidades e a organizou-se encontros mensais entre as Unidades das Redes Básica e de Pronto Atendimento, cuja pauta principal foi a relação entre estas unidades e seus desdobramentos. Os encontros foram organizados de acordo com a distribuição das unidades em 10 territórios e, desde agosto de 2009, foram elaboradas ferramentas simples de comunicação e troca de informações por meio de formulários e impressos. Em 2011, os dados começaram a ser computados e compartilhados via Web. Tal processo de aprimoramento tem sido monitorado mensalmente e pela comunicação direta das áreas administrativas das unidades. Nesta comunicação apresentaremos os dados referentes à relação UPA/UBS entre janeiro e junho de 2011, em um dos territórios. A importância da territorialização se mostrou valiosa, uma vez que 95% dos encaminhamentos realizados foram para Unidades de referência no próprio território. Destaca-se que, no período, 90% dos encaminhamentos Saúde Soc. São Paulo, v.20, supl.1, 2011 113 foram classificados nas Linhas de Cuidado elencadas, tendo um maior percentual a de Diabetes Mellitus (60%). Verificou-se, ainda, aumento no percentual de encaminhamentos às UBS (em média 65% dos atendimentos classificados na UPA), contudo deve-se considerar que as respostas de acolhimento realizado nas UBS representaram apenas 33% dos atendimentos iniciados na UPA. Deve-se considerar que a estruturação de espaços coletivos mensais desencadeou a aproximação dos sujeitos envolvidos gerando uma ampliação do diálogo e o fortalecimento de ações para consolidação das Linhas de Cuidado. A sequencia dessa proposta vem se dando com o aumento da frequência das reuniões mensais, englobando todos os territórios do município, assim como um maior envolvimento das equipes nas discussões com apresentação de casos, fluxos de trabalho e reconhecimento de novos e mutáveis itinerários dos usuários. PERFIL DAS PRESCRIÇÕES MÉDICAS ADVINDAS DE UNIDADE DE PRONTO ATENDIMENTO-UPA MURAKAMI, I. (1); RIBEIRO NETO, L.M. (2); SILVA, A.M. (2); Instituição: 1 - PREFEITURA DE COTIA; 2 - CUSC; A Unidade de Pronto Atendimento-UPA é responsável pelo atendimento a pacientes agudos ou crônicos agudizados com ou sem risco imediato de morte, ao contrário do atendimento ambulatorial, onde o paciente estabilizado faz o acompanhamento com as especialidades médicas, além do tratamento medicamentoso. Este estudo demonstra a utilização do pronto atendimento como segunda via de acesso a medicamentos de prescrição ambulatorial por parte do paciente que apesar de fazer acompanhamento clínico, insiste em passar pelo pronto atendimento para obter uma prescrição contendo medicamentos de uso continuo. Torna-se importante traçar o perfil das prescrições médicas realizadas pela UPA contendo medicamentos considerados de uso contínuo de acordo com o Programa Hiperdia, além de outros conforme lista de medicamentos padronizados dispensado na rede pública de saúde do município de Cotia/SP. O estudo divide-se em duas fases sendo a primeira o levantamento das prescrições médicas contendo ou não medicamentos de uso crônico e a segunda, após a intervenção do farmacêutico junto à Anais XII Congresso Paulista de Saúde Pública coordenação médica da UPA, outro levantamento para avaliar o resultado da intervenção farmacêutica. Em ambas as fases do estudo foram analisadas 20.000 prescrições oriundas da UPA nos períodos de 04/04 a 19/05 e 06/06 a 20/07 de 2011. Observou-se uma redução de 51,26% nas prescrições com medicamentos de uso crônico após a intervenção farmacêutica que consistiu na apresentação dos dados da primeira fase à coordenação médica da UPA que através de uma Ordem de Serviço determinou os procedimentos para acesso aos medicamentos de uso crônico, tais como: a proibição da dispensação de medicamentos de uso crônico pela UPA quando o paciente é cadastrado na unidade de saúde e já faz acompanhamento ambulatorial e a dispensação desses medicamentos condicionadas a uma Guia de Encaminhamento para atendimento ambulatorial, quando do pré-diagnóstico de uma das doenças. Os números demonstram que apesar do resultado positivo após a intervenção, ainda existe um número expressivo de prescrições contendo medicamentos de uso crônico. Constatou-se que existe uma rotatividade expressiva dos médicos que atuam na UPA, logo, a falta de orientação aos novos profissionais que iniciam suas atividades na UPA. Sendo assim, a educação continuada com os prescritores é essencial para a educação dos pacientes e a redução desse tipo de prescrição. PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO DA INFORMAÇÃO EM SAÚDE (PEGIS) EM DIADEMA MELO, M A (1); ALBIERI, FLAVIUS A O (2); Instituição: 1 - SMS - DIADEMA / FSP -USP; 2 - SMS DIADEMA; Caracterização do problema: O Planejamento Estratégico da Gestão da Informação em Saúde em Diadema - PEGIS (2009-2012) desenvolvido pela DRAAC (Divisão de Regulação, Auditoria, Avaliação e Controle) nasceu do cenário de desequilíbrio de demandas que caracterizava o município de Diadema e a Secretaria de Saúde, marcado por dificuldades de solvência do orçamento municipal, diretrizes do Plano Municipal de saúde (09-12), ações programadas do Planejamento de Ações e Metas (PAM) da DRAAC, déficts em faturamento, e entraves à avaliação e análises da informação em saúde (erros no registro e consolidação de dados), concretizando-se como instrumento de ação, avaliação, Saúde Soc. São Paulo, v.20, supl.1, 2011 114 controle e valorização do processo de registro, faturamento, consolidação e utilização da informação em saúde como fonte para planejamento nos diferentes níveis de gestão. Descrição: Tendo como estratégia central a sensibilização dos gestores locais e trabalhadores de saúde para importância da produção da informação em saúde e sua utilidade, não somente no que tange temáticas da gestão central, mas sobretudo, da gestão local, inicialmente desenvolveu-se estratégias diagnósticas e estruturantes com o intuito de criar uma base de informações para a execução de estratégias voltadas à transformação e construção de novos processos e relações entre os profissionais de saúde e a informação para só então desenvolver-se estratégias voltadas à transformação e construção de novos processos e relações. Lições aprendidas: Constatou-se a possibilidade e o êxito da implantação na gestão pública de processos organizacionais que vislumbram o aperfeiçoamento das técnicas de gestão e que, neste caso, coincidem com as atuais necessidades do SUS e as já tão evidenciadas lacunas da administração pública. Dessa maneira, possibilitou-se além da elaboração de bases para o planejamento da SMS, principalmente, a construção coletiva e disseminação de conhecimento a respeito do SUS alicerçado nas próprias experiências municipais. Recomendações:É fundamental que o sistema de saúde municipal forneça bases para o processo de produção/ criação da informação em saúde, oferecendo à rede e aos profissionais envolvidos, seja com processo de trabalho ou com seus frutos, um cenário adequado à sua realização caracterizado por boas condições em infraestrutura, oferta de formação/qualificação profissional, valorização do processo e, principalmente, de seus usos. POLÍTICAS PÚBLICAS DE ENVELHECIMENTO ATIVO E AS ESTRATÉGIAS AMIGAS DAS PESSOAS IDOSAS NO SUS. Louvison, MCP (1); Rosa TE (2); Ramos LR (3); Kalache A (4); Instituição: 1 - SES/SP e IS/SES/SP; 2 - IS/SES/SP; 3 - UNIFESP; 4 - Universidade de Nova York; Anais XII Congresso Paulista de Saúde Pública O envelhecimento é um triunfo da humanidade e, em São Paulo, a população idosa, já atinge mais de 4 milhões de pessoas, representa mais de 10% da população e consome mais de 25% dos recursos de internação hospitalar do SUS. A Organização Mundial da Saúde lançou um marco político denominado Envelhecimento ativo, um marco para as políticas públicas, um processo de otimização das oportunidades para a saúde, participação e segurança, de forma a promover qualidade de vida à medida em que se envelhece. No Estado de São Paulo, desenvolveu-se projeto de pesquisa e intervenção para apoiar a gestão do SUS na construção de políticas públicas intersetoriais em um Fórum Paulista da Rede Global amigo do idoso reunindo os Bairros da Vila Clementino, Moóca, São Mateus, Mandaqui , CGRs do ABC (São Caetano do Sul, Santo André, Diadema), Bragantina (Socorro, Atibaia e Bragança Paulista), Baixada Santista, São José do Rio Preto e Ribeirão Preto, e os serviços do Hospital São Mateus, IAMSPE, IPGG, CRI Norte, Atenção Básica e serviço de referência do município de Guarulhos, São José dos Campos e Campinas, dentre outros. A estratégia da OMS das cidades ou bairros amigos das pessoas idosas indica uma ação sobre oito quesitos de importância para as pessoas idosas, definidos em grupos focais com os próprios idosos, e que se referem a garantia de acesso a prédios públicos e espaços abertos, transporte, moradia, participação social, respeito e inclusão social, participação cívica e emprego, comunicação e informação e apoio comunitário e serviços de saúde. Com relação aos serviços amigos da pessoa idosa, preconiza-se os princípios da informação, educação, comunicação e gestão da atenção, adotando os princípios comuns do desenho universal de acessibilidade. É importante avançar em todos os serviços de saúde e sociais, na dependência de sua finalidade, em processos de sensibilização e educação permanente de toda a equipe, acessibilidade e infra estrutura, acolhimento preferencial com classificação de risco, cursos de cuidadores, padrões e protocolos voltados às pessoas idosas, linhas de cuidado, avaliação global, alta segura, cuidados inovadores, atenção domiciliar, cuidados paliativos e reabilitação gerontológica. O desenvolvimento de grupos focais, da verificação da conformidade aos padrões estabelecidos, a aplicação das ferramentas disponíveis e a elaboração do inventário de boas práticas tem contribuído para o avanço do projeto e seus resultados. Saúde Soc. São Paulo, v.20, supl.1, 2011 115 PROCESSO DE DESCENTRALIZAÇÃO DA REGULAÇÃO PARA AS UNIDADES BÁSICA DE SAÚDE NO MUNICÍPIO DE SÃO BERNARDO DO CAMPO – RELATO DE EXPERIÊNCIA Padula, C. B. (1); Santo Andre, L.D. (1); Jesus, S.A.P. (1); Troccoli, F.T.T. (1); Casarin, L.C. (1); Harada, J. (1); Alexandre, D. P. (1); Instituição: 1 - SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE DE SÃO BERNARDO DO CAMPO; Caracterização do problema: A regulação do acesso à assistência é entendida como um conjunto de relações, saberes, tecnologias e ações que intermediam a demanda dos usuários por serviços de saúde e o acesso a estes. O Complexo Regulador, como estrutura operacional do processo regulatório, possui papel facilitador do acesso aos serviços de maior complexidade, garantindo as alternativas assistenciais mais adequadas aos usuários, de forma equânime, ordenada e qualificada. Os Protocolos de Regulação do Acesso constituem instrumentos importantes neste processo, assim como a grade de referências, que deve documentar claramente as unidades que prestarão a assistência quando o usuário necessitar. Descrição: Duas estratégias foram implementadas para iniciar a reestruturação dos fluxos regulatórios no município de São Bernardo do Campo: a elaboração dos Protocolos de Regulação do Acesso e a descentralização dos agendamentos das consultas especializadas e serviços de apoio diagnóstico e terapêutico para as unidades básicas de saúde (UBS) do município. Esta estratégia foi implementada em decorrência da complexidade e diversidade do município, levando o “lócus” da prática regulatória para a unidade básica de saúde, transformada assim no local onde o usuário terá garantida toda a sua assistência, independente da complexidade da mesma, através de uma “grade” de referências e contrarreferências pactuadas a partir do Complexo Regulador do município. De forma a instrumentalizar os profissionais das unidades básicas de saúde a realizarem os agendamentos, o Complexo Regulador iniciou em janeiro de 2011 uma série de oficinas com a presença dos profissionais da atenção básica, especializada e hospitalar responsáveis pelos agendamentos, com o intuito de discutir as principais dificuldades enfrentadas, articular consensos e pactuações e instruir sobre as referências e fluxos regulatórios implementados pelo Complexo Regulador. Anais XII Congresso Paulista de Saúde Pública LIÇÕES APRENDIDAS e Recomendações A realização das oficinas tem minimizado a ocorrência de divergências no que tange as referências para agendamento, bem como tem atuado de maneira a garantir que os fluxos regulatórios sejam respeitados. Ainda, foram fundamentais para estreitar a relação entre a gestão e as unidades, garantindo transparência nas ações e potência no enfrentamento das dificuldades relacionadas ao acesso aos serviços e ações de saúde dentro e fora do município. PROCESSO DE ELABORAÇÃO E IMPLANTAÇÃO DOS PROTOCOLOS DE REGULAÇÃO DO ACESSO - ESPECIALIDADES MÉDICAS DE SÃO BERNARDO DO CAMPO: RELATO DE EXPERIÊNCIA Santo André, L.D. (1); Padula, C.B. (1); Troccoli, F.T.T. (1); Casarin, L.C. (1); Harada, J. (1); Instituição: 1 - SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE DE SÃO BERNARDO DO CAMPO; Caracterização do problema: A regulação do acesso à assistência é entendida como um conjunto de relações, saberes, tecnologias e ações que intermediam a demanda dos usuários por serviços de saúde e o acesso a estes. O Complexo Regulador, como estrutura operacional do processo regulatório, possui papel facilitador do acesso aos serviços de maior complexidade, garantindo as alternativas assistenciais mais adequadas aos usuários, de forma equânime, ordenada e qualificada. Os Protocolos de Regulação do Acesso constituem instrumentos importantes neste processo, na medida em que estabelecem critérios qualificados de avaliação de risco, identificando as prioridades e garantindo a agilidade no acesso para aqueles pacientes que mais necessitam. Descrição: A elaboração dos Protocolos de Regulação do Acesso estabeleceu-se como a principal estratégia para iniciar a reestruturação dos fluxos regulatórios em São Bernardo do Campo, tendo sido elaborados a partir das hipóteses diagnósticas mais freqüentes entre as cinco especialidades de maior demanda reprimida na rede assistencial do município. Para sua elaboração foi composto um grupo técnico envolvendo profissionais da Atenção Básica, Especializada e Hospitalar e Regulação, num processo que articulou a literatura baseada em evidências, outros protocolos de regulação vigentes em outras localidades e a realidade da rede assistencial local. Foram realizadas cinco rodas de discussão entre os meses de Saúde Soc. São Paulo, v.20, supl.1, 2011 116 setembro e outubro de 2010, tendo sido produzidos protocolos de regulação de acesso para 20 patologias nesta primeira fase. Após a diagramação e impressão do documento finalizado, foi realizada ampla divulgação por toda a rede assistencial do município, através de reunião com coordenadores e apoiadores dos serviços de saúde, oficinas in loco com a participação de toda a equipe das unidades básicas de saúde (médicos, enfermeiros, auxiliares/técnicos de enfermagem, agentes comunitários de saúde e assistentes administrativos), matriciamento e educação permanente. LIÇÕES APRENDIDAS e Recomendações:Através da utilização de uma ferramenta que estabelece critérios de classificação de risco e que permite a organização do acesso, estamos alcançando a descentralização da regulação para as unidades básicas de saúde, estimulando a qualificação e aumento da resolutividade da Atenção Básica, bem como qualificando os encaminhamentos médicos aos procedimentos de maior complexidade, garantindo a equidade no acesso. PROCESSO DE IMPLANTAÇÃO DA POLÍTICA NACIONAL DE ATENÇÃO INTEGRAL À SAÚDE DO HOMEM NA ATENÇÃO BÁSICA DO MUNICÍPIO DE SÃO PAULO Santos I (1); Massironi MMG (1); Silva LH (1); Albuquerque EPR (1); Brito EMT (1); Santos, I. (1); Massironi, M.G. (1); Albuquerque, E.P.R. (1); Silva, L.H. (1); Brito, E.M.T. (1); Instituição: 1 - SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE DE SÃO PAULO; Caracterização do problema: As ações da Política Nacional de Atenção Integral à Saúde do Homem buscam romper os obstáculos que impedem os homens de frequentar os serviços de saúde. Avessos à prevenção e ao autocuidado, é comum que protelem a procura de atendimento, permitindo que os quadros se agravem, com alguma intervenção possível somente nas fases mais avançadas da doença. A PNAISH, formulada para promover ações de saúde que contribuam para a compreensão da realidade masculina em seus diversos contextos, foi instituída no âmbito do SUS pela Portaria MS nº 1944, de 28 de agosto de 2009, e visa promover a melhoria das condições de saúde do homem, contribuindo de modo efetivo para a redução da morbidade Anais XII Congresso Paulista de Saúde Pública e da mortalidade por meio do enfrentamento racional dos fatores de risco, mediante a facilitação ao acesso, às ações e aos serviços de saúde. Descrição: A PNAISH vem em processo de implantação no MSP contemplando: Integralidade da atenção; Priorização da atenção básica, com foco na Estratégia de Saúde da Família; Reorganização das ações de saúde, por meio de uma proposta inclusiva, na qual os homens considerem os serviços de saúde como espaços masculinos, e os serviços de saúde reconheçam os homens como sujeitos que necessitem de cuidados; Integração da execução da PNAISH às demais políticas, programas, estratégias e ações da Secretaria Municipal de Saúde. A fase inicial de implantação compreende: As 261 Unidades Básicas de Saúde com Estratégia de Saúde da Família do MSP; 877 profissionais - gerente, médico (a) e enfermeiro (a); Sensibilizar os profissionais e registrar uma estratégia voltada à atenção à saúde do homem em cada Unidade envolvida; Reavaliação da fase inicial em 6 meses, com relato do processo de implantação em cada CRS e a publicação de todas as estratégias registradas. LIÇÕES APRENDIDAS e Recomendações:Ao se priorizar a discussão sobre a atenção integral à saúde do homem e o estabelecimento de redes que permitam prestar assistência continuada a esta parcela da população, pretende-se, de forma organizada, incluir todos os envolvidos no processo saúde-doença, com realce para as ações de promoção da saúde. Neste cenário é possível estabelecer ações efetivas voltadas à saúde do homem e perceber a repercussão dessas iniciativas na qualidade de vida e nos indicadores de saúde da população masculina da cidade de São Paulo. PROCESSO DE IMPLANTAÇÃO DO PROTOCOLO DE REGULAÇÃO DO ACESSO – TRANSFERÊNCIA INTER HOSPITALAR DO GRANDE ABC EM SÃO BERNARDO DO CAMPO Freitas,CRT (1); Jesus, S.A.P (1); Santo André, L.D (1); Padula, C.B. (1); Troccoli, F.T. (1); Casarin, L.C. (1); Harada, J. (1); Instituição: 1 - SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE DE SÃO BERNARDO DO CAMPO; Saúde Soc. São Paulo, v.20, supl.1, 2011 117 Caracterização do problema: O Pacto pela Saúde de 2006, em seu eixo – Pacto de Gestão, cada município e estado deverá estabelecer regras claras de como atuar nas diferentes modalidades de gestão, especialmente no que tange a regionalização, descentralização e garantia do acesso do usuário às ações e serviços do SUS. A Política Nacional de Atenção às Urgências definiu que os sistemas de atenção às urgências deveriam ser compostos por diferentes esferas de gestão, promovendo o intercâmbio com outros subsistemas de informações, implementando e aperfeiçoando a produção de dados e a democratização das informações. Descrição: De forma a atingir estes objetivos, o Grupo Técnico de Regulação instituído pelo Colegiado de Gestão Regional do Grande ABC elaborou e pactuou entre os gestores dos sete municípios – Santo André, São Bernardo do Campo, São Caetano do Sul, Diadema, Mauá, Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra – a implantação do Protocolo de Regulação do Acesso para Transferência Inter Hospitalar na Região do Grande ABC. Este instrumento compõe-se de critérios administrativos que subisidiam a relação entre os estabelecimentos de saúde e as Centrais de Regulação na região, estabelecendo as normas e critérios para a solicitação das transferências inter hospitalares. Ainda, o instrumento pactua a Grade Única de Referência de Urgência e Emergência do Grande ABC, que oferece a relação de serviços, segundo a especialidade solicitada. O documento apresenta uma estratégia de monitoramento e avaliação das pactuações, no que tange a garantia do acesso dos usuários aos serviços de transferência na urgência e emergência, a partir da implantação da Planilha de Controle de Transferências de Urgência e Emergência como ferramenta permanente do cotidiano de trabalho. LIÇÕES APRENDIDAS e Recomendações:A pactuação da Grade Única de Referência de Urgências e Emergências do Grande ABC minimizou os conflitos entre os equipamentos de saúde dos municípios da região, estabeleceu de maneira clara e objetiva as possibilidades de oferta e permitiu maior acesso aos hospitais da região. A implantação da Planilha de Controle de Transferências de Urgência e Emergência permitiu à Central de Regulação de São Bernardo do Campo obter melhor performance na captação e utilização das informações para a realização de estudos amostrais que apontam o cenário do acesso dos usuários dos serviços de urAnais XII Congresso Paulista de Saúde Pública gência e emergência do município às transferências inter hospitalares. PROTAGONISMO DAS EQUIPES NA REDEFINIÇÃO DA ÁREA DE ABRANGÊNCIA DE UMA UBS POR MEIO DE ESCUTA A COMUNIDADE. Timoteo,m.f. (1); Dantas, A. L. C. (2); Nazaré, A. C. G. (3); Francisco, C. R. dos S. (2); Hirakawa, C. A. T. (2); Teodoro, C. S. (2); Salomão, E. R. (4); Silva, E. S. (1); Valentim, G. F. C. (1); Lima, M. R. (5); Sierra, M. A.O. (5); Fernandes, M. F. (6); Rivoneide, M. (5); Instituição: 1 - secretaria de saúde de sbc; 2 - secretaria de sbc; 3 - Secretaria de sbc; 4 - secretaria de saude de sbc; 5 - secretária de saúde de sbc; 6 - secretária de sáude de sbc; Caracterização do Problema. Durante o processo de territorialização iniciado no ano de 2010 no município de São Bernardo do Campo foram identificadas algumas áreas de divisa nas quais a adscrição territorial das UBSs proposta até então aparentava não condizer com a realidade de uso do serviço pela população. Por meio de entrevistas com trabalhadores e usuários e observações de campo (dados qualitativos), descobriu-se que nos arredores do território da Unidade Básica de Saúde (UBS) Ferrazópolis havia três áreas cuja referência para a população era em UBSs vizinhas, mas essa supostamente fazia uso da UBS Ferrazópolis. Descrição. Diante disso, as equipes de saúde e coordenadoras das UBS envolvidas com o problema e os Apoiadores em Saúde dessas regiões construíram uma estratégia para investigar se a suposição levantada a partir dos dados qualitativos era verdadeira. Foi elaborado e aplicado um questionário com os moradores com as seguintes perguntas: “1) Qual UBS você utiliza? 2) Qual UBS prefere utilizar? e 3) Pra você é mais fácil chegar em qual UBS?” Após a realização deste, os dados foram tabulados e analisados pelas equipes e constatou-se que na maioria das ruas onde a entrevista foi realizada, o acesso e a preferência eram pela UBS Ferrazópolis. De posse dessas análises, foram agendadas reuniões entre equipes, coordenadores, apoiadores e gestão municipal, para decidir se as regiões seriam incorporadas à UBS ou não. Optou-se pela incorporação e o próximo passo da estratégia prevê a realização de reuniões com as comunidades para formalizar a decisão. Lições Aprendidas. A enquete confirmou a suposição inicial, mas em algumas ruas a preferência e o acesso Saúde Soc. São Paulo, v.20, supl.1, 2011 118 apontaram para a manutenção da população nas UBSs nas quais já estava cadastrada. Isso demonstra que a opção do grupo de ouvir a comunidade como um todo, entendendo que esta seria a maneira mais democrática de conduzir o processo, evitou que fosse tomada uma decisão que poderia não satisfazer às necessidades de parte da comunidade. A disposição e abertura da gestão municipal e o protagonismo das equipes, especialmente dos Agentes Comunitários de Saúde na execução e planejamento das ações foram também decisivos para dar maior legitimidade ao processo. Recomendações. Recomenda-se que definições de áreas de abrangência sejam tomadas sempre a partir das necessidades da população, considerando o acesso e a preferência de utilização, tendo como base o diálogo com a comunidade e o compartilhamento das decisões. dos mecanismos de informação e capacitação de recursos humanos. Apesar do avanço do Sistema Único de Saúde (SUS) desde o seu início em 1988, o panorama da assistência destinada à pessoa com deficiência pouco avançou nestes anos de existência do SUS. No Brasil, inicialmente, a assistência as pessoas com deficiência foi pautada por ações de caráter caritativo. A assistência à pessoa com deficiência, em especial a física, que é foco deste relato, apresenta carências que refletem severamente sobre o seu desempenho até o momento atual. O relato de experiência pretende discorrer sobre o processo de trabalho e os caminhos de reavaliação de Rede Estadual de Assistência ao Deficiente Físico estado de São Paulo que aconteceu entre 2009 e 2010. REAVALIAÇÃO DA REDE ESTADUAL DO DEFICIEN- REGIONALIZAÇÃO DA SAÚDE NO ESTADO DE SÃO TE FÍSICO: HABILITAR OS CAMINHOS DA ASSIS- PAULO: UMA VISÃO CRÍTICA À LUZ DO REGIC TÊNCIA - UM RELATO DE EXPERIÊNCIA. 2007 Tubone,C.M. (1); Instituição: 1 - SES/SP; A OMS – Organização Mundial da Saúde prevê que 10% da população mundial possui algum tipo de deficiência, sendo que cerca de 1,5% da população são pessoas que se beneficiariam de algum tipo de reabilitação, no entanto estima-se que apenas 2% desse contingente consegue ser absorvidos por alguma instituição ou serviço apresentado por Othero M.1 (2010). No Brasil, de acordo com os dados do Censo Demográfico do IBGE 2000 2, estima-se que 14,5% da população brasileira tenham algum tipo de deficiência, que perfaz o quantitativo de 24,5 milhões de pessoas. Destes 22,9% com deficiência motora e 4,1% com deficiência física, o que causa importante impacto social e econômico. A grande prioridade da pessoa com deficiência, no mundo todo, é sua inclusão na sociedade por meio de uma política de acessibilidade, o que contempla os diversos espaços sociais, como: educação, trabalho, lazer e saúde, entre outros. Nesse sentido, a política de saúde da pessoa com deficiência tem como objetivo básico efetivar a inclusão da pessoa com deficiência no SUS, para atendimento à sua saúde e reabilitação, promovendo a sua inserção social por meio de ações de promoção da qualidade de vida, prevenção de deficiência, organização da rede de serviços e assistência integral, ampliação e fortalecimento Anais XII Congresso Paulista de Saúde Pública Duarte, L.S. (1); Instituição: 1 - Fundação Seade; O trabalho elabora análise crítica das Regiões de Saúde do Estado de São Paulo a partir dos resultados do estudo Regiões de Influência das Cidades – REGIC 2007, elaborado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE. Para tanto faz inicialmente um breve histórico da discussão da regionalização da saúde na Norma Operacional Básica, na Norma Operacional da Assistência à Saúde e no Pacto Pela Saúde de 2006, para em seguida tratar do conceito teórico e metodológico da elaboração do REGIC 2007 e apresentar os resultados dessa pesquisa para o Estado de São Paulo. Após essas elucidações é elaborada a análise crítica das Regiões de Saúde à luz dos resultados do REGIC 2007, concluindo com algumas considerações sobre a importância da teoria das localidades centrais no entendimento do ordenamento territorial. REORGANIZAÇÃO DO SISTEMA DE INFORMAÇÃO DA ATENÇÃO BÁSICA EM SÃO BERNARDO DO CAMPO Rodrigues, J.B. (1); Consonni, A.L.S. (1); Santana, M.A. (1); Instituição: 1 - Prefeitura de São Bernardo do Campo; O Sistema de Informação da Atenção Básica – SIAB é um sistema informatizado, desenvolvido pelo DATASUS, para gerenciamento das informações obtidas Saúde Soc. São Paulo, v.20, supl.1, 2011 119 nos atendimentos e visitas realizadas pelas equipes do PACS e PSF às comunidades. Este sistema deve ser alimentado regularmente, sendo o município o responsável por sua gestão em nível local. A partir de 2009, teve início uma reorganização do Modelo de Atenção no município de São Bernardo do Campo. Com a conclusão do Plano Municipal de Saúde 2010-2013, estabeleceu-se, como estratégia para fortalecimento da Atenção Básica, a expansão da cobertura de Equipes de Agentes Comunitários de Saúde para 100% do município até o ano de 2010, sendo 50% com Equipes de Saúde da Família até o ano de 2012. Com o credenciamento do município, em nível ministerial, para o recebimento de incentivo às estratégias de Agentes Comunitários de Saúde e Saúde da Família por 1.115 ACS, verificou-se a necessidade de reorganizar o SIAB. Com a chegada, em maio de 2010, de 50 apoiadores em saúde, uma equipe técnica da secretaria de saúde se reuniu e, após várias discussões, decidiu dividir o município em 10 segmentos, a fim de definir os locais de atuação desses profissionais. Definidos os segmentos dos apoiadores, o grupo de trabalho formado para reorganização do SIAB, composto por profissionais dos departamentos de Apoio à Gestão do SUS e Atenção Básica e Gestão do Cuidado, optou por utilizar a mesma lógica. Partindo da numeração dos segmentos, foi estabelecida uma codificação estruturada para as áreas e micro áreas, contemplando 100% da cobertura do território municipal. Um dos elementos da reorganização do SIAB foi a descentralização da digitação das fichas de cadastramento familiar, o que ocorreu simultaneamente ao recadastramento das famílias pelas equipes. Foi necessária uma força tarefa, para que as alterações no banco de dados fossem efetuadas antes da digitação das famílias nas máquinas secundárias das Unidades Básicas de Saúde. Para qualificar a coleta de dados, foram realizados treinamentos do aplicativo para as equipes do PACS e PSF, a fim de permitir a apropriação dessas informações. A reorganização do SIAB permitirá sintonizar as informações com outros bancos de dados e viabilizar informações estruturadas e fidedignas, possibilitando às equipes avaliar e, se necessário, readequar os serviços de saúde oferecidos, melhorando sua qualidade, de acordo com as estratégias propostas pelo governo municipal. Anais XII Congresso Paulista de Saúde Pública RESIDÊNCIA MULTIPROFISSIONAL INTEGRADA EM SISTEMA PÚBLICO DE SAÚDE: O SER ENFERMEIRO E RESIDENTE EM ESPAÇO DE GESTÃO REGIONAL DE SAÚDE Vargas, F.V. (1); Pereira, B.S. (2); Ramos, L.S. (3); Schimith (4); Instituição: 1 - UFSM; 2 - 4a Coordenadoria Regional de Saúde Secretaria de Estado da Saúde RS; 3 - Secretaria Municipal de Saúde - Santa Maria / RS; 4 - Universidade Federal de Santa Maria; Introdução: A organização de recursos humanos para a área da saúde e, neste caso, especificamente, de profissionais enfermeiros é uma das competências do Sistema Único de Saúde. As fragilidades na formação de profissionais de saúde refletem nas dificuldades posteriores de atuação destes nos serviços públicos e em atender as necessidades dos usuários do sistema público. Sendo assim, uma das alternativas é (re)pensar e possibilitar uma formação conforme os preceitos do Sistema Único de Saúde, através da experiência em Programas de Residências Multiprofissionais de Saúde. Neste sentido, teve início à primeira turma de Residência Multiprofissional Integrada em Sistema Público de Saúde da Universidade Federal de Santa Maria, financiada pelo Ministério da Saúde (2009-2011) e com áreas de concentração em: 1. Gestão e políticas de saúde; 2. Atenção básica em saúde da família; 3. Atenção em rede hospitalar. Particularmente, a área de gestão e políticas de saúde propicia campo de atuação em espaços de gestão municipal e regional, sendo estes a Secretaria de Município da Saúde de Santa Maria-RS e 4ª Coordenadoria Regional de Saúde, respectivamente, com a intenção de formar profissionais qualificados técnica e politicamente para atuarem na gestão, preparando-os para ações/atribuições inerentes ao espaço do sistema público de saúde. Objetivos: relatar a experiência vivenciada pela enfermeira inserida em espaço de gestão da 4ª Coordenadoria Regional de Saúde, no período de 2009-2011, com inserção, principalmente, no Núcleo Regional de Ações em Saúde e no Núcleo Regional de Planejamento e Regulação. Resultados foi possível refletir sobre a atuação do profissional enfermeiro neste local de gestão pública de saúde. Vivenciaram-se alguns elementos que vão além das questões técnicas que permitiram o exercício da negociação, pactuação e educação permanente. No espaço de gestão regional de saúde fomentou-se o de- Saúde Soc. São Paulo, v.20, supl.1, 2011 120 senvolvimento de ferramentas/tecnologias de saúde na tentativa de possibilitar problematizações e reflexões nos processos de trabalho dos profissionais envolvidos, tanto os da instituição quanto o residente. Além disto, foi vivenciado momentos de integração ensino-serviço. Conclusão: Apesar da direção, gerência e planejamento fazerem parte das atribuições específicas e privativas do enfermeiro, no que se refere aos serviços de enfermagem, na gestão regional do Sistema Único de Saúde estas práticas permitem a interdisciplinaridade e uma visão mais global da realidade. SAÚDE DA FAMÍLIA EM SÃO BERNARDO DO CAMPO: DESAFIOS DA MUDANÇA NO MODELO DE ATENÇÃO SILVA, F. F. (1); SAITO, T. E. A. (1); FUENTES, I. C. (1); SANTOS, F. S. (1); LEAL, A. A. (1); BRAZ, T. O. (1); SIERRA, S. O. (2); Instituição: 1 - Secretaria de Saúde de São Bernardo do Campo; 2 - Secretaria Municipal de Saúde; A Atenção Básica em São Bernardo do Campo até 2008 estava estruturada com Unidades Básicas de Saúde (UBS) baseada na clínica médico-centrada (clínica médica/ginecologista/pediatria), com baixa resolubilidade, sem a adscrição de clientela e corresponsabilidade ao território. A cobertura da Estratégia de Saúde da Família (ESF) era de 6% e Estratégia de Agentes Comunitários de Saúde (EACS) de 23% da população. O Departamento de Atenção Básica e Gestão do Cuidado (DABGC) propôs a ampliação da EACS com 100% da cobertura da população e a ampliação da ESF para 100 equipes, este cenário trouxe para o DABGC o desafio da implantação de um novo modelo dentro das equipes nas UBS. A ESF esta sendo implantada através de uma decisão técnico/política do município com o objetivo de reorientar modelo assistencial, descentralizar a gestão da saúde e efetivar os princípios do SUS, por meio da reorganização do processo de trabalho das equipes, tendo o desafio de trabalhar com equilíbrio entre autonomia e responsabilidade. Com a incorporação da ESF, houve valorização da equipe multiprofissional com articulação dos saberes da clínica de enfermagem, a prática dos ACS e a clínica dos generalistas (saúde do adulto, criança e mulher), intensificando a medicina de família e comunidade, por meio do matriciamento proporcionado pelos médicos Anais XII Congresso Paulista de Saúde Pública especialistas dentro das equipes (inserção nas equipes de dois médicos especialista – Ginecologista, Pediatra ou Clínico), o que resultou em maior segurança e resolutividade às ESF. Hoje o município de São Bernardo conta com 69 ESF o que corresponde a uma cobertura de 32% da população segundo Ministério da Saúde, e 1086 ACS o que nos dá uma cobertura que aproximadamente 100% do território. A cobertura do território por ACS representa um grande avanço, visto que o desafio de ampliar o olhar sobre as necessidades de saúde tem maior possibilidade de acontecer. E as atividades de promoção e prevenção de agravos à saúde da população ficam ampliadas. O desafio de mudança no modelo de atenção ocorre diariamente por meio das discussões de equipe, matriciamento dos profissionais especialistas, entre outras tantas atividades. O uso da educação permanente tem sido eixo norteador para as atividades desenvolvidas com a equipe, bem como para implantação de diretrizes propostas pela gestão como norteadoras e estruturantes às mudanças, entre elas: o processo de territorialização, e a implantação das linhas de cuidado prioritárias. SAÚDE MENTAL NA PERSPECTIVA DO TERRITÓRIO Nuevo, M. C. N. (1); Gama, J. P. M. (1); Almeida, A. (1); Ribeiro, J. J. (1); Baraldi, D. (1); Instituição: 1 - DABGC; O presente relato se refere à construção, em andamento, de uma estratégia para o Matriciamento em Saúde Mental na Atenção Básica em uma região de São Bernardo do Campo. O processo teve início com a descentralização do atendimento em psiquiatria, realizado apenas no único CAPS da cidade e a construção de uma Rede de Atenção em Saúde Mental, o que disparou um projeto iniciado nas UBS. Na região referida (bairros Taboão, Paulicéia e Jordanópolis) o serviço era realizado por meio de ‘grupos de escuta’ conduzidos por Enfermeiros e Agentes Comunitários nas UBS, referenciados por uma equipe de saúde mental de outra região. Os grupos visavam dar conta de acolher a demanda na UBS e direcioná-la corretamente na rede quando necessário. Com a entrada de uma equipe interdisciplinar (Psiquiatra, Assistente Social e Psicólogo) na UBS Taboão, deu-se início à construção do matriciamento a ser realizado, considerando Saúde Soc. São Paulo, v.20, supl.1, 2011 121 as peculiaridades das equipes envolvidas. A equipe interdisciplinar referencia as três UBS, realizando a supervisão e intervenção junto às equipes das unidades, bem como atendimentos de consultório e grupos diversos na UBS Taboão e é referenciada pelas equipes especializadas dos CAPS do município (Infanto-Juvenil, Álcool e Drogas Infanto-Juvenil). O trabalho consiste em reuniões mensais de debate com as equipes dos CAPS e das UBS, envolvendo Enfermagem, Agentes Comunitários, Clínicos Gerais, Psicólogos, Assistentes Sociais, Psiquiatrias, Oficineiros e Apoiadores de todas as equipes envolvidas para o diálogo e construção de linhas de cuidado para o usuário. Nas reuniões são discutidos aspectos e funcionamento da rede de saúde mental do município, casos dos pacientes atendidos nas unidades e as condutas a serem realizadas, além de serem abordadas as dificuldades dos trabalhadores ao lidar com estes usuários. Tudo tendo em vista o processo de transição para a implantação das Equipes de Saúde da Família, em andamento. Foi pensado que o diálogo direto entre os profissionais é a melhor maneira para constituir estratégias qualificadas de cuidado na Saúde Mental a partir da Atenção Básica. O objetivo final está na construção de linhas consistentes de cuidado partindo da intervenção local até os serviços especializados como CAPS, garantindo, no processo, tanto a responsabilização dos profissionais envolvidos, quanto a referência necessária para que o usuário possa se vincular à rede, possibilitando a assistência de acordo com limites e potencialidades do território. SISTEMAS DE INFORMAÇÕES EM SAÚDE: UMA EXPERIÊNCIA DA DESCENTRALIZAÇÃO DA PRODUÇÃO DAS INFORMAÇÕES SOBRE MORTALIDADE E NASCIDOS VIVOS (SIM/SINASC) PARA O USO EM VIGILÂNCIA EM SAÚDE NA COORDENADORIA DE CONTROLE DE DOENÇAS (CCD-SES-SP). Prado M F (1); Marques C.C.A. (2); Instituição: 1 - CIVS-CCD-SES-SP; 2 - Instituto Butantan; Introdução (caracterização do problema): Este estudo tem por objetivo descrever o processo de descentralização da produção de dados e informações sobre Nascidos vivos e Mortalidade dada a sua importância em Saúde Pública. Este processo envolveu as etapas de implantação, operação, processamento e analise dos sistemas Anais XII Congresso Paulista de Saúde Pública de informações destes Eventos Vitais, daqueles que residem ou que utilizam o sistema de atenção à saúde no Estado de São Paulo. Descrição: O marco legal para o processo de descentralização do SIM/ SINASC no Estado de São Paulo foi a Deliberação da CIB no 37/2005, que com base na (PTGM/MS/Nº597/93), estabelecendo que os dados sobre Nascidos Vivos e Mortalidade a ser utilizados no âmbito da saúde seriam originários dos sistemas municipais de saúde a partir de 2006 e, não mais da Fundação SEADE. Destaca-se como principal funcionalidade dos sistemas de informação os módulos de investigação de óbitos (Materna e infantil) e seu impacto na gestão dos serviços de saúde. Lições aprendidas: Três aspectos merecem destaque: o primeiro foi à superação das deficiências de estrutura física, tecnológica e de recursos humanos na totalidade das regionais para execução das atividades de operação, processamento e análise destes sistemas. O segundo aspecto refere-se a magnitude do esforço desenvolvido para a implantação que incluiu no processo todos os 645 municípios do território paulista representando assim expansão desses sistemas, que ate então era utilizado em 60% deles. O terceiro foi a incorporação da investigação epidemiológica do óbito. Recomendações:Dentre os desafios que permeiam a gestão do SIM SINASC no Estado destaca-se a melhoria da qualidade dos dados nos anos de 2008 e 2009 os dados municipais correspondiam a mais de 99,5 % do total contra 0,5% dos dados dos Cartórios. Apesar desta iniciativa ainda não apresentar impacto expressivo no conjunto das bases de dados do Estado, configura-se atualmente como uma prioridade de ação. Já se encontram em curso as execuções dos Projetos de Formação de Codificadores de Causas de Morte e de Multiplicadores, alem do desenvolvimento de metodologia de monitoramento, avaliação e certificação da qualidade da codificação de causas de morte nas bases de dados, objeto de Carta Acordo assinada entre a CCD-SES/OPAS e CBCD. VIGILÂNCIA SANITÁRIA DO TABACO NO ESTADO DE SÃO PAULO Valentim, L.S.O. (1); Megid. M.C. (1); Shimabukuro, C.E (1); Ferreira, M.M.C. (1); Instituição: 1 - CENTRO DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA; Caracterização do problema: A exposição à fumaça do cigarro é um problema de saúde pública de ampliSaúde Soc. São Paulo, v.20, supl.1, 2011 122 tude global. Estima-se que cinco milhões de pessoas morram anualmente no mundo em decorrência dos males do tabaco, 200 mil delas são brasileiras. Cerca de 30% dos casos de câncer que se manifestam no planeta apresentam relação o cigarro. As campanhas de saúde pública, as restrições legais e a presença de uma sociedade esclarecida sobre os males do fumo nas nações mais desenvolvidos têm deslocado, nas últimas décadas, a geográfica do consumo do tabaco para os países de economia periférica. A despeito das campanhas de saúde pública estarem tradicionalmente direcionadas ao fumante propriamente dito, a exposição às substâncias tóxicas do cigarro não se limitam aos seus usuários, pois os que compartilham ambientes fechados ou parcialmente fechados com fumantes também se expõem. Tal fato é conhecido como fumo passivo. Neste contexto de extrema importância para a saúde pública, São Paulo tomou a iniciativa de se adiantar na regulamentação do tema, para além do arcabouço legal existente no país, ainda defasado em relação às diretrizes da Organização Mundial de Saúde, expressas na Convenção Quadro sobre o Controle do Uso do Tabaco, do qual o Brasil é signatário desde Anais XII Congresso Paulista de Saúde Pública 2006. Após amplo debate que envolveu segmentos representativos da sociedade, foi aprovada em maio de 2009 a Lei Estadual 13.541, conhecida popularmente como lei antifumo. Para efetivar a política antifumo, foi demandado ao Centro de Vigilância Sanitária o planejamento e a coordenação de ações, organizadas no Programa Ambientes Saudáveis e Livres do Tabaco. O principal objetivo do programa foi demonstrar a viabilidade de eliminar o tabagismo de locais fechados de uso coletivo no Estado. Lições aprendidas: Após intensas ações de divulgação, orientação e fiscalização, que envolveram 480 mil inspeções de campo em dois anos, não se fuma mais em ambientes de uso coletivo do Estado de São Paulo, demonstrando que ações planejadas e articuladas de vigilância sanitária possibilitam respostas eficazes a políticas de promoção e proteção da saúde coletiva. Recomendações:Para que iniciativas do poder público possam mudar, de fato, contextos desfavoráveis à saúde é necessário dotar suas instâncias de flexibilidade operacional, capacidade de interlocução institucional e competência para o diálogo com os setores econômicos envolvidos e a sociedade em geral. Saúde Soc. São Paulo, v.20, supl.1, 2011 123 Resumo descritivo de outras produções “FATORES ASSOCIADOS AO DESFECHO CASOS Introdução: Desde 2007, a CRS Norte-SMSP tem amNOVOS DE TUBERCULOSE NO ESTADO DE SÃO pliado coleta de material para colpocitologia oncótica pelo método de Papanicolaou nas 87 Unidades Básicas PAULO, 2008.” Guarnier, A.R (1); Instituição: 1 - SES - CCD - CVE - TUBERCULOSE; Introdução: O PNCT vem adotando diversas medidas para melhoria da taxa de cura, entre elas destacam-se a adoção do TDO e a introdução de um quarto fármaco ao esquema terapêutico anteriormente utilizado. Objetivo: Descrever o desfecho dos casos novos de tuberculose pulmonar e pleural em adultos no Estado de São Paulo em 2008. Metodologia: Foi conduzido um estudo retrospectivo utilizando dados secundários do TB-WEB, de 2008. Foram incluídos os casos novos de TB pulmonar e pleural residentes no Estado de SP. Resultados Foram encontrados 10.248 casos em 2008, 80% apresentou alta por cura; 11% alta por abandono; 3% óbito por tuberculose. A frequência de desfecho desfavorável (abandono, falência, óbito) foi de 20%. As características que apresentaram maior frequência de desfecho desfavorável foram: sexo masculino (22%); uso de drogas (51%), alcoolismo (30%), infecção pelo HIV (42%); e estar em situação de rua (56%). Apenas 3074 pacientes (30%) foram classificados como tratamento diretamente observado efetivado; no entanto, chama atenção que desses 97% apresentaram cura como desfecho de tratamento favorável. Discussão: A frequência de desfecho favorável encontrada em nosso estudo foi 80%. Importante aspecto a ser destacado é a maior frequência de desfecho favorável apresentada pelos casos informados com tratamento supervisionado efetivado. Conclusões: As estratégias visando o controle da TB devem levar em conta, além da mudança de esquema terapêutico, a necessidade de redução da vulnerabilidade dos indivíduos por meio de ações direcionadas a modificação do desfecho desfavorável e o adequado funcionamento das redes de atenção com ações intersetoriais e garantia da integralidade. A IMPORTÂNCIA DO AUXILIAR DE ENFERMAGEM NO PROGRAMA DE RASTREAMENTO DE CANCER DE COLO DE ÚTERO DA CRS NORTE/ PMSPAULO Bastos, MG (1); Simões,S. (1); Instituição: 1 - PMSP/SECRETARIA MUNICIPAL DA SAÚDE; Anais XII Congresso Paulista de Saúde Pública de Saúde (UBS) sob sua gestão com reciclagens atreladas à qualidade da coleta em parceria com a Fundação Oncocentro de São Paulo (FOSP). Na maioria das UBS, o exame pode ser realizado no momento da procura e todas realizam mutirões periódicos durante o ano para captação das mulheres trabalhadoras. Isto foi possível pela atuação dos auxiliares de enfermagem - (47,1 % do total de coletas realizadas na região). Em função da Resolução do Conselho Federal de Enfermagem 381, de 18 de julho de 2011 que torna a coleta privativa do Enfermeiro, analisamos a qualidade da coleta de 352.413 exames realizados no período de junho de 2007 a junho 2011 por categoria profissional. OBJETIVO: Avaliar a qualidade da coleta de Papanicolaou realizada pelo auxiliar de enfermagem, comparando-a ao material colhido pelo enfermeiro. METODOLOGIA: Amostra: 217.542 exames de citologia oncótica realizados entre junho de 2007 a junho 2011 por enfermeiro e auxiliar de enfermagem. Indicador de qualidade: percentual de exames com presença de células da Junção Escamo Celular - % JEC. Fonte: Livro de Registro de Coleta de Papanicolaou que contempla a qualidade do esfregaço avaliada pelo Laboratório e a categoria profissional envolvida. Resultados no modelo tradicional os % JEC foram: enfermeiros: 63% e auxiliares de enfermagem: 65%, e no modelo ESF os valores foram: 67% para as duas categorias. A análise estatística demonstrou que o auxiliar da ESF apresenta desempenho que aumenta no período - 62% em 2008 para 72% em 2011. O teste de qui-quadrado de tendência mostrou que existe tendência de melhora ao longo do tempo. O % JEC das 134.871 coletas realizadas por médico foi 65%. APRENDIZADO COM A VIVÊNCIA: É fundamental o registro sistemático das coletas na UBS e o monitoramento permanente na UBS da qualidade da coleta vinculando o resultado à reciclagem constante. Conclusão: Somente a garantia de oferta aberta e contínua deste exame nas UBS produzirá impacto na diminuição da mortalidade por Câncer de Colo. O auxiliar de enfermagem tem condições de realizar o exame com a mesma qualidade do enfermeiro e é fundamental para a garantia da ampliação de acesso através da estratégia de oferta aberta e mutirões no final de semana. Saúde Soc. São Paulo, v.20, supl.1, 2011 124 A SUPERVISÃO NO PROGRAMA SAÚDE DA FAMÍ- APOIO INSTITUCIONAL PERMANENTE DAS LIA (PSF), SEGUNDO A PERCEPÇÃO DE ENFERMEI- UNIVERSIDADES PARA O FORTALECIMENTO DA ROS E AGENTES COMUNITÁRIOS DE SAÚDE GESTÃO NAS REGIÕES DE SAÚDE DO ESTADO DE SÃO PAULO: CONTRIBUIÇÃO DA ESCOLA DE Santos, M.V (1); Fazili, R.T.V (2); Morita, A.B.PS (2); ENFERMAGEM DA USP Instituição: 1 - PREFEITURA MUNICIPAL DE LORENA; 2 - Faculdades Integradas Tereza D‘Ávila; A capacitação dos ACS é uma das atribuições do enfermeiro e se dá, em serviço, visto que estes muitas das vezes não trazem em sua bagagem um conhecimento proveniente do ensino formal, já que o Ministério da Saúde estabelece como critério para a contratação, que o ACS apenas saiba ler e escrever. Sendo assim, capacitar o ACS implica em empregar uma metodologia de supervisão que lhe permita sentir-se sujeito do processo, participante ativo, reconhecendo a sua importância dentro da equipe e também do seu aprendizado, pois o mesmo por estar inserido na comunidade e se destacar na mesma, se torna um elo entre a equipe e a população o que facilita a realização do seu trabalho dentro dos domicílios da sua área de abrangência, possibilitando o cumprimento das suas atribuições. O estudo propõe caracterizar a supervisão realizada pelo enfermeiro aos ACSs na ótica do enfermeiro e dos ACSs e levantar pontos que dificultem e facilitem a realização deste processo de trabalho na percepção do enfermeiro e ACSs. Trata-se de uma pesquisa quanti-qualitativa descritiva de campo, realizado nas Unidades do Programa da Saúde da Família da cidade do interior Paulista, no período de dezembro de 2008 a março de 2009. A amostra foi constituída por quatro enfermeiros e quatro ACSs que atenderam o critério de inclusão. As respostas foram separadas em dois eixos temáticos o “Saber e o Fazer”. Quanto a aptidão para supervisionar (100%) dos enfermeiros não se sentiram capacitadas para desempenhar a supervisão , contrapondo os (100%) dos ACS que declararam ter aptidão para exercer a profissão. Enfermeiros e ACSs afirmam que além das atividades gerenciais, e assistenciais, uma das atribuições do enfermeiro é a atividade educativa agregada a atividade assistencial.Como ponto facilitador foi encontrado a importância do conhecimento prévio e da utilização de instrumentos que auxiliam no dia a dia pelo enfermeiro e para os ACSs,facilita no preenchimento de fichas e estabelecimento de metas diárias. O principal ponto dificultador tanto para os enfermeiros como para os ACSs foi à falta de tempo para a supervisão. Anais XII Congresso Paulista de Saúde Pública PINHO, PH (1); OLIVEIRA, MAF (1); FRACOLLI, LA (1); NICHIATA, LYI (1); GRYSCHEK, ALFPL (1); VARGAS, D (1); VATIMMO, MFF (1); DUARTE, YAO (1); Instituição: 1 - ESCOLA DE ENFERMAGEM DA USP; Em maio de 2007, a Escola de Enfermagem da USP participou do I Encontro de Apoio às Diretorias Regionais de Saúde (DRS), para a construção do Plano Estadual de Saúde/Pacto pela Saúde do Estado de São Paulo (PES), promovido pela Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo. Na fase I, (2007 a 2008), a Escola participou das discussões do PES e Pacto de Gestão nos DRS de Marília, Baixada Santista e Presidente Prudente. Na fase II, de 2009 até a atualidade, desenvolve o projeto de apoio na DRS XI de Presidente Prudente (5 CGRs com 45 municípios) e na DRS I (2 CGRs, com 15 municípios). Neste trabalho descrevem-se as ações desenvolvidas nos DRS XI e na DRS I (Mananciais e Rota dos Bandeirantes) – set. de 2010 a ago de 2011. Propósitos da EEUSP: a) discutir processos de trabalho em curso que dão suporte às ações de Atenção Básica, no interior dos CGRs ; b) identificar possibilidades e os limites para a construção de redes regionais de saúde; c) identificar necessidades de saúde de forma a subsidiar a implantação de redes regionais de saúde. Plano de ação: acordo com a diretoria dos DRS I e XI e assessores de planejamento e de Educação Permanente (EP) quanto ao fortalecimento da implantação da Linha de Cuidado à Gestante e Puérpera identificada como uma prioridade, aprovado nas Câmaras Técnicas e CGRs. Resultados Parciais: 1) Constituição de Grupo de Trabalho em Saúde da Mulher; 2) Reunião mensal com membros indicados pelos CGR, protagonistas municipais para a implantação da Linha; 3) Realização de diagnóstico situacional sobre a atenção às gestantes de cada um dos CGR; 4) Acompanhamento das reuniões das Câmaras Técnica dos CGR; 5) Discussão sobre a Portaria Rede Cegonha; 6) Organização do I Seminário de Mortalidade Materna na Grande SP; 7) participação em Conferência Municipal de Saúde (Jandira) e capacitação de trabalhadores da saúde na atenção à Gestante e Puperpera (Carapicuíba); 8) construção de protocolos de atenção à gestante e puérpera e constituição de Saúde Soc. São Paulo, v.20, supl.1, 2011 125 Comitê de Mortalidade Materno Infantil (Presidente Prudente). Aprendizado do processo: importância do trabalho desenvolvido pelo Apoio Institucional Permanente das Universidades, aproximando a academia com a gestão e organização dos serviços. Aglutinação de diversos técnicos e gestores envolvidos; construção de pautas conjuntas; contribuição para a incorporação da prática do cuidado em linha. DESENVOLVENDO AÇÕES PARA CAPACITAÇÃO DOS GERENTES DE UNIDADES DE ATENÇAO PRIMARIA CAMPOS, I.C.M. (1); Instituição: 1 - INSTITUTO FEDERAL SUDESTE DE MINAS GERAIS; APRESENTAÇÂO A expansão da Rede de Atenção à Saúde, impulsionada pela descentralização da gestão do SUS, ocasionou mudanças na gestão e prestação de serviços. -O SUS passou a demandar gerentes com novos conhecimentos e habilidades para atender, com eficiência, às necessidades de saúde da população no nível local.JUSTIFICATIVA - A baixa capacidade gerencial é um fator importante na limitação do acesso aos serviços de saúde. - A gestão ainda é pautada por princípios administrativos tradicionais e ultrapassados, acarretando planejamentos e direcionamentos mal elaborados. -Os escassos recursos de ordem organizacional, material, cognitivo e, até mesmo, ético dificultam muito a ação dos gerentes. - 50% dos gerentes fizeram o GERUS, 10% realizaram curso de gestão em saúde e 40% não possuíam qualquer curso na área de gestão. - A maioria das modalidades de escolha dos gerentes privilegia as relações pessoais e a experiência profissional nas UAP em detrimento da competência gerencial para exercer as atividades exigidas pelo cargo. OBJETIVO GERAL Capacitar os gerentes das UAP para realizarem uma gestão eficiente e consoante com os princípios do SUS. OBJETIVOS ESPECÍFICOS Discutir com os gerentes a importância da liderança de equipes e do gerenciamento dos recursos humanos; Capacitar os gerentes quanto aos principais princípios do SUS e do PSF; Debater os paradigmas administrativos: gestão tradicional x gestão flexível; Analisar a importância dos SIS e das vigilâncias em saúde para a avaliação do sistema local de saúde e para o processo de tomada de decisão; Analisar os princípios da gestão logística em saúde e do Planejamento Estratégico Governamental. METODOLOGIA Cinco oficinas de 4 horas, destinadas Anais XII Congresso Paulista de Saúde Pública aos gerentes. Debates, dinâmicas de grupo, leitura de textos, análise de vídeos, aulas expositivas, banners e apresentação de slides. Temas:O trabalho em equipe e da liderança do gerente; Princípios do SUS, a situação atual das UAP e os empecilhos para o alcance dos princípios;Modelo de atençao à saúde atual e os avanços e dificuldades do modelo de atenção à saúde atual;Paradigmas administrativos e os novos conceitos e práticas de gestão. gestão tardicional x gestão flexível;SIS, dos dados populacionais e as vigilâncias em saúde para a avaliação do sistema local de saúde e para o processo de tomada de decisão;Gestão logística em saúde e Planejamento Estratégico Governamental. RESULTADOS Capacitação dos gerentes. DEZ ANOS DE IMPLANTAÇÃO DA ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA NO MUNICÍPIO DE SÃO PAULO Duarte,M.L.A (1); Brito,E.M.T (2); Kunitake,C.S.T (2); Tannus,S.A.C (2); Silva,L.H (2); Kamehama,S (2); Kishinami,E.E (2); Instituição: 1 - SMS SÃO PAULO; 2 - SMS São Paulo; Caracterização do problema: O Município de São Paulo (MSP) estava à margem da implantação do Sistema Único de Saúde (SUS) até o ano 2000. Em 2001 a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) avaliando a importância de estruturar um novo modelo de atenção, iniciou a construção do SUS com a municipalização da saúde, considerando a Estratégia Saúde da Família (ESF) como eixo estruturante do sistema. Descrição: Em 2001 a SMS implantou a ESF nas Unidades Básicas de Saúde (UBS), de forma gradativa, priorizando áreas de exclusão social. A contratação das equipes foi feita na modalidade de Convênio, com Instituições Parceiras (IP), de reconhecida experiência e atuação nas diferentes regiões da Cidade. Em 2002 havia 515 equipes e em junho/2011 são 1215 equipes implantadas de acordo com diagnóstico situacional, baseado em indicadores sócio epidemiológico e demográfico representando 135% de expansão e 44% de cobertura. Lições aprendidas: O crescimento da ESF no MSP nestes 10 anos foi fundamental para o fortalecimento da Atenção Básica, na perspectiva de facilitar o acesso e garantir a integralidade e longitudinalidade do cuidado. A expansão das equipes foi alicerçada por um investimento importante na adequação da rede física e na informatização das ESF. A fim de instrumentalizar a Saúde Soc. São Paulo, v.20, supl.1, 2011 126 gestão e o acompanhamento do trabalho das equipes, foi implantado o Sistema de Monitoramento e Avaliação da ESF, que instituiu indicadores para o acompanhamento da assistência e da prestação de contas das IP. Dentre os resultados positivos, destaca-se o aumento da taxa de cura de Tuberculose; redução do coeficiente de mortalidade infantil; sistematização das ações de controle da dengue na visita do agente comunitário de saúde; maior adesão das gestantes ao pré-natal; acompanhamento aos recém-nascidos de risco; assistência aos pacientes acamados; intensificação de ações para reduzir a gestação na adolescência e incremento de atividades educativas e de promoção à saúde. Recomendações:A implantação de equipes da ESF deve considerar critérios epidemiológicos e sociais e áreas que terão o maior percentual de cobertura. A assistência com qualidade e eficiência requer educação permanente, cultura de trabalho horizontal e articulação entre os diferentes níveis de atenção. Deve-se assegurar a participação do controle social. As Instituições Acadêmicas podem atuar como fortalecedores do sistema, incluindo as diretrizes do SUS e da ESF na formação do médico. ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA E SAÚDE DO TRABALHADOR Lacaz, FAC (1); Soares, CB (2); Santos, APL (3); Trapé, CA (2); Instituição: 1 - Unifesp; 2 - Usp; 3 - UFF; O trabalho tem por objetivo refletir sobre a omissão, no âmbito de atuação da Estratégia Saúde da Família (ESF), de ações inlcuídas no campo de práticas e saberes Saúde do Trabalhador, que se encontra fora do escopo da atenção básica à saúde. Fundamenta-se na teoria da determinação social do processo saúde-doença e nas categorias trabalho e reprodução social, reconhecendo que ‘novas’ formas de trabalhar decorrentes da reestruturação produtiva, estabelecem ‘novas’ formas de desgaste aos trabalhadores. Propõe-se que a atuiação da ESF seja realizada através da operacionalização de: 1) um sistema de dados que levante e analise variáveis e indicadores de reprodução social, no momento da produção e consumo e, portanto, relativas aos diferentes espaços de trabalho, incluindo os próprios domicílios situados no território de abrangência de uma UBS; 2) uma estratégia de apoio matricial que integre a atuação dos Centros de Referência em Saúde do Trabalhador Anais XII Congresso Paulista de Saúde Pública com das UBS; 3) a capacitação das equipes da ESF em conteúdos do campo Saúde do Trabalhador. Descritores: Saúde do trabalhador; Programa Saúde da Família; Atenção Primária à Saúde; Trabalho; Sistema Único de Saúde. IMPLEMENTAÇÃO DO ATENDIMENTO HOMEOPÁTICO NA REDE MUNICIPAL DE SAÚDE DE SÃO PAULO Miura SSR (1); Albuquerque SMSR (1); Barollo CR (2); Brito EMT (1); Instituição: 1 - Secretaria Municipal da Saúde de São Paulo; 2 - Associação Saúde da Família; Por atender aos princípios de Integralidade, Universalidade e Humanização, e por seu caráter generalista a Homeopatia pode ser aplicada nos diversos níveis de atenção à saúde. Sua prática estimula a aproximação entre médico e paciente, contribuindo para um atendimento humanizado, além de estimular o paciente a participar ativamente do tratamento, facilitando uma mudança de atitude e promovendo uma melhor qualidade de saúde e vida. No Município de SP, a Homeopatia está inserida na atenção básica desde a década de 80, em acordo com Resolução 81/89 CIS/SP, que define as normas do atendimento homeopático. A partir de 2009, vêm sendo desenvolvidas várias ações pela Coordenação da Atenção Básica/Área Técnica de Medicinas Tradicionais, Homeopatia e Práticas Integrativas em Saúde (MTHPIS): 1) levantamento dos homeopatas existentes nos vários níveis da SMS e a criação de um e-grupo, com a finalidade de mantê-los informados sobre as atividades realizadas pela Área; 2) realização de Encontros, Jornadas, Reuniões Clínico-administrativas, desenvolvimento de inquéritos epidemiológicos, informes etc. Essas atividades têm estimulado e instrumentalizado os homeopatas no atendimento e na elaboração de folders, Recomendações aos pacientes etc.; 3) em 13/11/2009, foi inaugurado o Centro de Referência em Homeopatia, Medicinas Tradicionais e Práticas Integrativas em Saúde “Bosque da Saúde”, com 8 homeopatas; 4) elaboração de material informativo/ educativo veiculado pela Rede São Paulo Saudável; 5) credenciamento de 2 farmácias homeopáticas; 6) Curso de Educação Continuada; 7) Curso de Especialização em Homeopatia para médicos do PSF com duração de dois anos. Estão previstas ainda: 1) inserção de homeopatas i no atendimento das UADs (Unidades de Saúde Soc. São Paulo, v.20, supl.1, 2011 127 Atendimento Domiciliar); 2) tratamento homeopático complementar a pacientes portadores de Anemia Falciforme (em planejamento); 3) tratamento Homeopático e Isoterápico do Tabagismo; 4) levantamento epidemiológico sobre o Atendimento Homeopático de Doenças Crônicas ou Crônico-Degenerativas nas Unidades de Saúde. Como resultado dessas ações desenvolvidas e programadas, e com a participação dos homeopatas na discussão das ações técnicas da área, conforme diretriz do Programa de Humanização SUS – Gestão Participativa e Cogestão – tem-se conseguido um avanço no processo de acreditação da Homeopatia na Saúde Pública, particularmente junto aos gestores municipais da SMS/SP. MODALIDADES TECNOASSISTENCIAIS E ATUAÇÃO DO MÉDICO PSIQUIATRA NO CAMPO DA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE, NO CONTEXTO ATUAL DO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE (SUS) VANNUCCHI, AMC (1); CARNEIRO JUNIOR, N (1); Instituição: 1 - CSE-BARRA FUNDA ALEXANDRE VRANJAC; O presente estudo pretende contribuir para uma reflexão sobre a atenção à saúde mental na Atenção Primária à Saúde (APS). O enfoque escolhido é o processo de trabalho do psiquiatra que atua neste nível de atenção e a organização tecnológica dos modelos de atenção à saúde mental no campo da APS. Nessa perspectiva, problematizamos a inserção do médico psiquiatra na APS, particularmente no momento atual das diretrizes para a atenção básica de saúde fundamentadas na tecnologia de matriciamento. A metodologia utilizada é qualitativa. Analisamos as três principais inserções possíveis de atuação do psiquiatra, na tecnologia de matriciamento e na APS -a unidade básica de saúde (UBS), o núcleo de apoio à saúde da família (NASF) e o centro de atenção psicossocial (CAPS). Realizamos entrevistas e observação participativa do processo de trabalho desses sujeitos. A análise dos dados foi feita através da análise de conteúdo. As organizações tecnológicas propostas para dar condições a esse trabalho, vieram se sucedendo na cidade de São Paulo, desde a inclusão do psiquiatra nas UBS, através das equipes mínimas de saúde mental, até a criação do CAPS e mais recentemente do NASF. Anais XII Congresso Paulista de Saúde Pública Há uma grande fragilidade de articulação da rede e uma dificuldade de estabelecer e potencializar o papel do psiquiatra, de acordo com a organização tecnológica onde está inserido. Fica claro que sua formação não contempla a atuação na APS e consequentemente não proporciona a aquisição de instrumentos para tal, particularmente para trabalhar com o matriciamento. A política hegemônica da inserção do psiquiatra na APS atualmente focalizada nos NASF, é insuficiente para atender as necessidades de assistência psiquiátrica contínua de grande parte dos portadores de transtornos mentais. Além da necessidade de formação para atuar na APS, é necessário oferecer melhores condições de trabalho para os profissionais que atuam nesse nível de atenção e potencializar e articular os recursos de saúde mental para uma melhor atenção à saúde mental e uma melhor atuação do médico psiquiatra. MONITORAMENTO DA SITUAÇÃO SANITÁRIA DOS HOSPITAIS DO ESTADO DE SÃO PAULO Kashiwagi, N.M. (1); Araújo, M.C. (1); Leite, R.H.P. (1); Palachini, Z.M.S. (1); Tanomaru, S.T.S. (1); Diniz, J.M. (1); Gouvea, F.C.C. (1); Aguiar MAM (2); Instituição: 1 - Grupo Técnico Médico-Hospitalar, Divisão de Serviços de Saúde, Centro de Vigilância Sanitária da Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo (SES-SP); 2 - Divisão de Serviços de Saúde, Centro de Vigilância Sanitária da Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo (SES-SP); Introdução: O Projeto Monitoramento iniciou-se em 2006, a partir da necessidade de se conhecer os riscos a que estão expostos a população, trabalhadores e meio ambiente, decorrentes da situação sanitária dos estabelecimentos de saúde hospitalares do Estado de São Paulo. Objetivo: Avaliar a situação sanitária dos Hospitais do Estado de São Paulo, entre 2007 e 2010. Método: O objeto de estudo são os hospitais com leitos de internação do Estado e são os Grupos e Subgrupos de Vigilância Sanitária (GVS/SGVS) regionais que realizam a coleta das informações sobre endereço, licença de funcionamento, número de leitos gerais, de maternidade e de UTI (adulto, neonatal e pediátrica), situação sanitária (satisfatório, satisfatório com restrição, insatisfatório e interdição) e providências adotadas (orientação técnica, lavratura de autos de infração, desde advertência até interdição). Resultados Essa Saúde Soc. São Paulo, v.20, supl.1, 2011 128 análise compreendeu as informações encaminhadas pelos 33 GVS/SGVS do Estado de São Paulo entre 2007 e 2010. Em 2010, foram contabilizados 869 hospitais, na qual, 74,3% eram privados, 64,0% ofereciam leitos SUS e a licença de funcionamento foi relatada em 91,0% dos casos A análise da situação sanitária dos hospitais demonstrou que os classificados como satisfatórios variou entre 22,4% e 30,2%. Apresentaram situação satisfatória com restrições, 60,0% das instituições entre 2008 e 2010. Em 2007, 29,9% não informaram a situação sanitária, com redução nos outros anos. A freqüência das providências adotadas não demonstrou alterações significativas entre os anos. Cerca de 80,0% receberam orientação técnica, 18,0% auto de infração. Em 2007, 83,4% apresentavam CCIH formalmente constituída, 70,6% em 2008, 78,0% em 2009 e 75,5% em 2010. Quanto à atuação da CCIH, observou-se um aumento da freqüência que foi de 57,1% em 2007 para 88,0% em 2010. Conclusão: Observa-se melhora na qualidade da informação ao longo dos anos. No entanto, há necessidade de aprimoramento contínuo, não apenas no compromisso do envio dos dados como também na padronização dos conceitos. Esse diagnóstico é uma fotografia dos recursos hospitalares disponíveis no Estado e que fornece subsídios para o planejamento das ações sanitárias nesses estabelecimentos e no aprimoramento do trabalho dos GVS/SGVS, pois, ao detectarem as não-conformidades, adotam ações preventivas, que contribuirão para o aprimoramento da qualidade dos serviços hospitalares prestados à população. Anais XII Congresso Paulista de Saúde Pública REGIONALIZAÇÃO: TECENDO REDES ENTRE A GESTÃO E O CUIDADO Bizelli, S.S.K. (1); Puttini, R.F. (1); Castanheira, E.R.L. (1); Instituição: 1 - UNESP; O documentário “Regionalização: tecendo redes entre a gestão e o cuidado” é resultado do trabalho de apoio à regionalização no Estado de São Paulo, numa parceria entre a SES/SP e o Departamento de Saúde Pública da Faculdade de Medicina de Botucatu/UNESP. Concebido dentro da perspectiva da Educação Permanente tem como objetivo a promoção de discussões entre gestores e estudantes de saúde pública sobre a Regionalização da Saúde e os processos envolvidos. Constitui-se num instrumento educativo cuja linguagem audiovisual visa à facilitação do processo de comunicação. A discussão é realizada a partir do acompanhamento da linha de cuidado da gestante e do recém-nascido. Cada posição na linha de cuidado levanta reflexões atuais e necessárias à gestão loco-regional. A importância da prática de gestão ter como referência nuclear as ações de atenção à saúde é o argumento de pano de fundo construído no documentário e está presente em sua estrutura e na analogia realizada através da figura de dois apresentadores: um que circula entre pessoas em suas casas e serviços e que representa o cuidado em saúde e outro que, inserido num cenário virtual, provoca discussões em torno de assuntos pertinentes à gestão. Para o fortalecimento do processo de Regionalização, reafirma-se a importância de tecer redes de ações e comunicação entre a gestão e o cuidado em saúde. Para sua apresentação é necessário um ambiente com equipamento multimídia que possa projetar o vídeo em formato DVD com duração de 36 minutos. Saúde Soc. São Paulo, v.20, supl.1, 2011 129 Eixo III – Inovações na produção do cuidado, das práticas e do conhecimento Resumos de Relatos de Pesquisa A ABORDAGEM DA SAÚDE DA POPULAÇÃO NEGRA caráter, potencialmente transversal, no currículo. Assim, considerando que a FMABC é uma instituição NA FACULDADE DE MEDICINA DO ABC Alethéia, R.R.S (1); Silveira, A.F.M.H. (1); Pfeiffer M.C. (2); Instituição: 1 - FMABC; 2 - UFBA; Um dos desafios do Sistema Único de Saúde (SUS) é a promoção da equidade em saúde. As condições de saúde da população negra sofrem os efeitos negativos de sua inserção social. De acordo com a Política Nacional Integral de Saúde da População Negra, o ensino representa um eixo para efetivação da promoção da saúde dessa população. A inserção da saúde da população negra no currículo escolar dos profissionais representa uma medida importante para atuar sobre a questão. Desse modo, propusemo-nos verificar se a saúde da população negra é abordada nos currículos dos cursos de graduação, da Faculdade de Medicina do ABC e como é feita essa abordagem. Para isso, primeiramente, aplicou-se um questionário estruturado aos acadêmicos dos cursos de Medicina, Enfermagem e Ciências Farmacêuticas, do segundo ao último ano, que incluiu variáveis relacionadas à percepção sobre o tema e a opinião sobre a abordagem e a visibilidade que lhes foram dadas. Os resultados foram apresentados em gráficos e tabelas contendo freqüências absolutas e relativas. Posteriormente, realizaram-se entrevistas semi-estruturadas, gravadas, com os coordenadores dos três cursos. As transcrições foram categorizadas através de análises de conteúdo. Dos resultados destacamos: os acadêmicos do curso de Enfermagem e Medicina em sua maioria consideram importante a inclusão do quesito cor/raça nos prontuários dos serviços de saúde; já os acadêmicos de Ciências Farmacêuticas não os consideram, assim como seus coordenadores; a maioria dos acadêmicos dos três cursos respondeu que o tema não é abordado em sala de aula; as coordenações dos três cursos apontam a Saúde Coletiva como principal promotora de debates. Nota-se que os estudantes têm interesse em relação ao tema e os coordenadores estão abertos para tal discussão o que aponta o seu Anais XII Congresso Paulista de Saúde Pública de ensino de relevância regional e o interesse dos entrevistados no tema, entendemos que essa instituição pode atuar, de forma mais incisiva, na promoção da saúde da população negra. A ABORDAGEM DOS CUIDADOS PALIATIVOS NO ENFRENTAMENTO DA MORTE: O PAPEL DO SERVIÇO SOCIAL Cohn, A. (1); Medeiros, P.F.X. (1); Instituição: 1 - UNISANTOS; Introdução: O envelhecimento populacional e o aumento do número de pessoas com doenças crônico-degenerativas trazem novos desafios para os profissionais que atuam na área da saúde, que atuam em equipes multidisciplinares, em particular para o Assistente Social. Os Cuidados Paliativos constituem uma forma de cuidar que preconiza a autonomia e a dignidade da pessoa humana, e na qual a tomada de decisão sobre o tratamento passa a ser compartilhada, não sendo mais exclusiva do médico. Objetivos: Identificar o entendimento sobre Cuidados Paliativos como um novo campo de trabalho dos profissionais de Serviço Social; desvelar o entendimento dos profissionais de Serviço Social sobre cuidados paliativos e conhecer a percepção destes profissionais sobre o papel do assistente social diante de pacientes sem possibilidades de cura e seus familiares. Método: A pesquisa do tipo exploratória pautou-se na abordagem qualitativa. As técnicas utilizadas para a coleta de dados foram o grupo focal, realizado apenas com assistentes sociais que atuam na área da saúde e os depoimentos de um médico, uma cuidadora e um padre. Resultado: Demonstra o entendimento dos cuidados paliativos como um novo campo de trabalho para os assistentes sociais; a compreensão da filosofia dos cuidados paliativos; a dificuldade de se lidar com o paciente sem possibilidades de cura, com uma abordagem que privilegie o doente e o foco Saúde Soc. São Paulo, v.20, supl.1, 2011 130 do trabalho que abarque a família e/ou o cuidador; a inexistência do trabalho pós-morte (luto). Conclusão: Necessidade de superação do modelo biomédico de atenção à saúde, meramente curativo; em decorrência, os pacientes com doenças incuráveis não têm recebido um tratamento humanizado, que alivie sua dor e sofrimento. Falta à equipe de saúde preparo e um olhar mais abrangente que dê suporte a esses pacientes e à família em suas necessidades mais prementes, o que tem respaldo nos depoimentos do grupo de assistentes sociais, da cuidadora, do médico e do padre. Afirma-se a necessidade da presença do Serviço Social na composição desta equipe multidisciplinar e interdisciplinar onde colaboraria no desvelamento da biografia do paciente, como e em quem condições vive, configurando-se no elo entre este, a família e a equipe de saúde. Reafirma-se a necessidade da ampliação de unidades de Cuidados Paliativos no país que apresenta uma demanda crescente para esse serviço especializado. A ARTE NO CENÁRIO DE APRENDIZAGEM NA CONSTRUÇÃO DA IDENTIDADE DO ENFERMEIRO Souza, M.M.T. (1); Tavares, C.M.M. (1); Maluf, U.M.M. (1); Instituição: 1 - UFF - Universidade Federal Fluminense; A educação artística está radicada na vivência que temos do mundo, no desenvolvimento da capacidade crítica para compreender e selecionar conhecimentos, que permitam o desenvolvimento do indivíduo e da sociedade. Objetivo: identificar potencialidades artístico/ criativas nos acadêmicos de enfermagem, baseados em evidências do cenário de aprendizagem. Este trabalho integra um projeto de pesquisa maior intitulado: o olhar sobre a prática na construção da identidade do enfermeiro: imagem do estranhamento dos novos cenários de aprendizagem. Realizou-se uma pesquisa exploratória descritiva com abordagem qualitativa, com acadêmicos de enfermagem no Estado do Rio de Janeiro. Em respeito aos aspectos éticos da pesquisa, o projeto foi submetido ao Comitê de Ética em Pesquisa, atendendo ao preconizado pela resolução 196/96, do Conselho Nacional de Saúde – MS, que regula as Normas de Pesquisa envolvendo Seres Humano. Buscou-se identificar e capturar imagens dos cenários de aprendizagem a partir de olhares lançados pelos acadêmicos de enfermagem. Com base no material analisado, procuramos ampliar os sentidos para formar um mosaico de conhecimento. Constatou-se que as imagens projetadas Anais XII Congresso Paulista de Saúde Pública para as experiências com o cenário de aprendizagem revelou que o cotidiano de cuidar é crítico e poético, comprometido e afetivo. Reafirmando a emoção, a sensibilidade, a criatividade no processo formativo, o que nos remete à prática reflexiva da enfermagem. As imagens falam da terra e do ar, certo compromisso com questões aéreas: liberdade, subjetivação da vida e do trabalho. Dos sentidos atribuídos pelos estudantes ao aprendizado, nos diferentes cenários de prática do Curso de Enfermagem, poderíamos depreender que há uma imagem muito positiva sobre o processo de ensino-aprendizagem. O que é almejado pelos estudantes de enfermagem é um ensino participativo, no qual professor e aluno estejam articulados no processo de aprimoramento do saber, sem, no entanto, perderem de vista as visões humanitárias, ameaçadas pela pósmodernidade, com suas relações virtuais e cada vez mais distantes da arte e da sensibilidade humana. Em síntese, percebemos que aqueles que lançaram mão da linguagem artística, como forma de expressão poética, apontaram em direção da valorização da arte, durante a construção da sua identidade profissional, o que nos leva a reconhecer a arte como meio ou processo e não apenas como fim. Palavras-chave: Enfermagem; Prática Profissional; Aprendizagem; Arte A BRASILIDADE DA SAÚDE COLETIVA: FORMAÇÃO INOVADORA DE NOVOS SUJEITOS PROFISSIONAIS DA SAÚDE Leal, M. B. (1); Feuerwerker, L.C.M. (1); Camargo Junior, K. R. (2); Instituição: 1 - FSP/USP; 2 - IMS/UERJ; A Saúde Coletiva reinventou formas de responder aos inúmeros e complexos questionamentos que se colocam na produção dos modos e das condições de vida. Pode-se entendê-la como um recorte do campo da saúde e a partir das interseções, produz saberes e práticas. Assim, a constituição deste campo de produção de conhecimento, de saberes e, por conseqüência, de produção de ações e práticas, tipicamente brasileiro, foi marcada pela ousadia na junção e intercessão entre as áreas específicas para produzir um novo. A disputa entre os atores para estabelecerem suas verdades e se estabelecerem como atores com poder no campo caracterizaria as possibilidades desse campo que, por essência, foi desejado de forma inovadora. Saúde Soc. São Paulo, v.20, supl.1, 2011 131 Assim, o entre-disciplinar é um conceito interessante para refletirmos sobre a característica rizomática do campo, que se produz pelo encontro, para além das fronteiras e com sentido para um projeto social. Ele é um campo multi, inter, transdisciplinar que traz a riqueza da articulação de diversas verdades para a produção de novos saberes e novas práticas, assim, habita um espaço entre as disciplinas, as teorias, os conceitos, para, nesse espaço, produzir saberes e práticas que possam ser produto de diversas interações e conjunções, além das fronteiras rígidas das ciências, considerando que a realidade da saúde é complexa e multifatorial. Ainda hoje existe uma tensão produtiva entre o campo científico, o campo militante e o campo das práticas, e essas diferentes dimensões da produção na Saúde Coletiva trazem novos atores para a cena e novas disputas. Um movimento importante, que hoje expressa a tentativa de afirmar esse campo como de atuação profissional, construindo núcleo de saberes e práticas a partir do campo e da sua produção entre-disciplinar, são as novas graduações em Saúde Coletiva que estão sendo criadas em algumas universidades brasileiras. Essas graduações pretendem aproximar a academia da realidade social pois estará formando atores na relação com a sociedade para responderem às necessidades de ação no campo enquanto prática professional. Esse movimento que, por um lado, se apresenta como nucleador de um campo para determinação de território de atuação profissional, como disciplinarizador do campo; por outro lado, se expressa como inventivo, como produtor de um território múltiplo e não único, a Saúde Coletiva proporciona múltiplas inserções no campo, múltiplos saberes e práticas que interagem com as múltiplas dimensões do campo. em saúde que despertem a atenção dos jovens universitários para o uso e o abuso do álcool; orientar os jovens universitários a respeito do uso e abuso de álcool por meio de uma ação educativa; por fim, avaliar a orientação recebida, por meio de folder educativo a respeito do uso e abuso do álcool. Nesse sentido, foi realizado um estudo descritivo, com abordagem quantitativa, entre cem alunos universitários do curso de Enfermagem, do campus Tatuapé da Universidade Paulista, em São Paulo. Os dados foram coletados no ano de 2010, por meio de questionário de autopreenchimento, a fim de avaliar um material educativo – folder, abrangendo todos os semestres vigentes durante o curso. Constatou-se um maior contingente feminino, em que é necessário considerar a influência de Florence Nigthtingale ao institucionalizar uma profissão para as mulheres. Identificou-se uma avaliação positiva dos entrevistados quanto a linguagem, relevância, conteúdo e informações contidos no material educativo. A proporção de alunos que já haviam recebido alguma informação a respeito da temática escolhida se deu, em sua maioria, através de palestras, seguido por meios de comunicação, como TV/Rádio/Internet. Concluímos que as ações educativas são fundamentais para o uso responsável do álcool na questão da prevenção do uso e abuso dessa substância. A escolha pelo folder como material educativo mostrou-se pertinente para o público alvo escolhido, ou seja, estudantes da Graduação de Enfermagem, no qual os sujeitos da pesquisa demonstraram-se, de acordo com os dados, receptivos e interessados na temática que, muitas vezes, é pouco explorada durante a Graduação, por tratar-se de uma droga lícita e de grande aceitação social. Gutierres,B.S. (1); Bittencourt,M.L.M. (1); Instituição: 1 - UNIP; O uso problemático de álcool pode trazer diversas conseqüências para os jovens, como sexo desprotegido, acidentes automobilísticos e domésticos, envolvimento em atos violentos, piora do desempenho acadêmico, entre outros. O presente estudo tem como principais Objetivos: buscar alternativas nas práticas educativas Instituição: 1 - Secretaria Municipal de Saúde de São Bernardo do Campo; Introdução: O acolhimento é definido como uma etapa do processo de trabalho dos serviços de saúde, sendo uma ferramenta de organização deste processo, qualificação da escuta, construção de vínculo e garantia de acesso. Este dispositivo vem sendo implantado nas Unidades de Saúde do Município de São Bernardo do A CARACTERIZAÇÃO DA DEMANDA ESPONTÂNEA ACOLHIDA POR UMA UNIDADE BÁSICA DE A BUSCA DE ALTERNATIVAS NAS PRÁTICAS EDU- SAÚDE CATIVAS EM SAÚDE PARA O USO E ABUSO DE ÁL- Namen, V.C. (1); Atanes, E.J. (1); Nóbrega, M.F. (1); COOL ENTRE OS ESTUDANTES UNIVERSITÁRIOS Silva, R.A.P. (1); Pezzo, T.H. (1); Silvestre, V. (1); Anais XII Congresso Paulista de Saúde Pública Saúde Soc. São Paulo, v.20, supl.1, 2011 132 Campo com o objetivo, entre outros, de humanização do atendimento, aumentar a resolutividade dos serviços e estabelecer fluxo de atendimento para a demanda espontânea. A Unidade Básica de Saúde (UBS) Santa Cruz pela peculiaridade de seu território, que é distante do centro do município cercado por uma represa sendo necessário o uso de balsa para sua travessia, recebe por dia uma grande demanda espontânea. Objetivo: Caracterizar a demanda espontânea que é acolhida na UBS Santa Cruz. Metodologia: A coleta de dados deste trabalho está sendo feita através de uma planilha estruturada, iniciada em junho de 2011, com as seguintes informações: sexo, idade, motivo da procura pelo acolhimento da unidade, data da última vez que procurou a UBS, a equipe que é sua referência e qual o encaminhamento foi dado pelo profissional. A análise de dados terá uma abordagem quantitativa com a análise dos dados acima coletados para a caracterização da demanda espontânea da UBS. Resultados preliminares: Até o presente momento os dados coletados indicam que a maioria dos pacientes são do sexo feminino, jovens na faixa etária de 11 a 25 anos, procurando a UBS com queixas agudas, principalmente por queixas respiratórias e sendo os pacientes das equipes cujas áreas são mais próximas os que mais procuram o acolhimento. A COMUNICAÇÃO NA LV: UM DESAFIO PARA A SAÚDE PÚBLICA Denize Assis (1); Instituição: 1 - Secretaria Municipal de Saúde de Campinas; O trabalho aborda a comunicação na Leishmaniose Visceral (LV) em Campinas e foi apresentado ao ICICT/ Fiocruz para obtenção do título de especialista em Comunicação e Saúde. O objetivo é identificar os sentidos em disputa nas medidas de controle desta doença. Dessa forma, o autor espera contribuir para fortalecer e qualificar as políticas e práticas de comunicação sobre LV no âmbito do SUS. Para mapear e analisar os discursos que circulam sobre a LV, foi privilegiada a cobertura do jornal Correio Popular, as reuniões entre autoridades sanitárias e a comunidade e os documentos elaborados pelos moradores, pelos médicos veterinários e pelos técnicos da Saúde Pública. Os resultados apontaram diferentes discursos da saúde pública, da comunidade, entre os veterinários e na Anais XII Congresso Paulista de Saúde Pública política. A mídia se apropriou de todos os discursos, tendo se alinhado com a autoridade sanitária em alguns momentos e, em outros, se sensibilizado com o discurso contrário ao da Saúde Pública. Existe uma disputa de sentidos em relação às medidas de controle e prevenção da LV. A principal questão que divide opiniões é a eutanásia dos cães soropositivos. São várias as comunidades discursivas envolvidas. Tem a que se destaca na comunidade atingida, que prima pelas liberdades individuais; a da Saúde Pública, que batalha pelo interesse coletivo, segundo distintas angulações; os que defendem os animais; os que consideram que a saúde das pessoas vem em 1º lugar; a categoria dos médicos veterinários; a Câmara de Vereadores, que tentou mediar. O discurso do risco apareceu em todas as comunidades discursivas. A Visa procurou considerar a escuta do cidadão, a pluralidade de vozes, ou seja: a polifonia. No entanto, uma solução que contemple a diversidade de sentidos não tem sido possível. A Visa tem tomado posição com base no conhecimento científico que, no caso da LV, que envolve o afeto dos homens pelos animais, tem se mostrado insuficiente. Por quê? Talvez porque, na essência, a proposta da Visa seja a de atender à lógica dos fatores de risco desconsiderando os planos do interesse individual. A Saúde Pública de Campinas considera a dimensão da comunicação na construção da política pública de saúde e reconhece que a população precisa ser ouvida, embora encontre dificuldades de romper com as velhas práticas. Existe um movimento na Saúde Pública que atua na perspectiva de uma comunicação que não pode ser pensada de forma separada dos princípios que estão na base do SUS. A COMUNICAÇÃO TERAPÊUTICA COMO ESTRATÉGIA NA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM PSIQUIÁTRICA Jesus, SAA (1); Cabral, CR (1); Camillo, SO (1); Instituição: 1 - FACULDADE DE MEDICINA DA FUNDAÇÃO ABC; INTRODUÇÃO -A comunicação terapêutica é a competência do profissional de saúde em usar o conhecimento sobre comunicação humana para ajudar o outro a descobrir e utilizar sua capacidade e potencial para solucionar conflitos e reconhecer as limitações pessoais. Para que o indivíduo possa enfrentar os desafios à autorealização, procurando aprender a viver da forma Saúde Soc. São Paulo, v.20, supl.1, 2011 133 mais saudável possível, tendo como meta encontrar um sentido para viver com autonomia.(STEFANELLI, 2005). OBJETIVOS- Conhecer e analisar as percepções dos enfermeiros psiquiátricos sobre a comunicação terapêutica ;Identificar e descrever as percepções dos enfermeiros psiquiátricos sobre a importância e o uso da comunicação terapêutica. METODOLOGIAForam realizadas cinco entrevistas individuais e não diretivas com integrantes da equipe de Enfermagem de uma Unidade Psiquiátrica, na cidade de Santo André - São Paulo. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética e Pesquisa com Seres Humanos da Faculdade de Medicina do ABC. Os resultados foram trabalhados por meio da Análise de Conteúdo de Bardin. RESULTADOS -As categorias emergentes que surgiram foram:1. A comunicação terapêutica desejada, porém realizada de uma forma oculta; 2.A importância do papel do enfermeiro na comunicação; 3.A utilização da comunicação terapêutica pelos enfermeiros . CONSIDERAÇÕES FINAIS- Por meio das três categorias construídas, percebeu-se de forma geral, que todos os enfermeiros entrevistados possuem aptidões para realizar a comunicação terapêutica, porém a falta de tempo, excesso de atividades, falta de recursos humanos, dificultam a execução da comunicação terapêutica, apesar de saberem a importância dessa ferramenta de trabalho. Portanto, acreditamos que enquanto existir um enfermeiro disposto a realizar, a desenvolver e aprender a comunicação terapêutica, como parte essencial de suas funções, ações, deveres, saberes e conhecimentos, a lâmpada da humanização nunca se apagará. promove a interação humana. Objetivos- Identificar, descrever e analisar os sentimentos e percepções dos pacientes com esquizofrenia durante e após aplicação de uma técnica de Dinâmica de Grupo voltada para a facilitação da interação social. Metodologia-Trata-se de uma pesquisa qualitativa descritiva. Foram realizadas quatro entrevistas individuais com pessoas esquizofrênicas que estão internados em uma instituição hospitalar do Grande ABC. Para o tratamento dos dados utilizou-se Análise de Conteúdo. Resultados- Foram identificadas as seguintes categorias: 1. Promovendo a interação social de pessoas com Esquizofrenia por meio da aplicação de uma Técnica de Dinâmica de Grupo. 2. Reconhecendo a importância da Técnica de Dinâmica de Grupo para a interação social com pessoas com Esquizofrenia. 3. Valorizando os sentimentos das pessoas com Esquizofrenia por meio da aplicação de uma Técnica de Dinâmica de Grupo.Conclusão- A técnica de Dinâmica de Grupo direcionada à interação social tem como propósito, ajudar o paciente esquizofrênico a desenvolver e discutir as habilidades e comportamentos sociais, no intuito de melhorar suas relações interpessoais dentro de suas limitações. Portanto, a técnica de Dinâmica de Grupo voltada para o exercício da interação social favorece o trabalho prático de sensibilização que possibilita maior envolvimento dos participantes em seu processo de aprendizagem, além do enriquecimento de experiências e vivências dos elementos do grupo nessa área. A ESCOLA COMO ALIADA PARA A SAÚDE DA CRIANÇA COM DEFICIÊNCIA A DINÂMICA DE GRUPO COMO UM DOS RECURSOS Galceran, N.B. (1); Pereira, I.M.T.B. (2); DE SOCIALIZAÇÃO AO PACIENTE ESQUIZOFRÊ- Instituição: 1 - Casa de Saúde Santa Marcelina; 2 NICO. Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Nicolau, ARS (1); Camillo, SO (1); Instituição: 1 - FACULDADE DE MEDICINA DA FUNDAÇÃO ABC; Introdução- A Dinâmica de Grupo é de grande importância, pois propicia compreender alguns aspectos da personalidade, comportamento, competências e habilidades dos participantes. Por meio de técnicas específicas é possível observar características e atitudes que dificilmente seriam observáveis em técnicas individuais. É um recurso que traz um resultado contribuindo para o desenvolvimento do grupo, pois ativa modificações pessoais que estimula a criatividade e Anais XII Congresso Paulista de Saúde Pública Paulo; Introdução: Esta pesquisa representa um projeto de Dissertação de Mestrado em desenvolvimento na Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo, que assume como base a concepção de Escola Promotora de Saúde, como uma visão e a um conjunto de estratégias que têm como objetivos produzir repercussões positivas sobre a qualidade de vida e os determinantes da saúde dos membros da comunidade escolar. Segundo essa concepção, a escola, da mesma forma que todos os espaços-ambientes nos quais transcorre a vida, representa um cenário de Promoção da Saúde Soc. São Paulo, v.20, supl.1, 2011 134 Saúde na medida em que as políticas educacionais que nela se concretizam têm implicações sobre o bem-estar individual e coletivo. A educação inclusiva constitui um paradigma educacional fundamentado na concepção de direitos humanos, que conjuga igualdade e diferença como valores indissociáveis. Dessa forma, urge que os profissionais da saúde estabeleçam uma parceria com os educadores, dando orientação e contribuindo, no que for necessário para a inclusão escolar das crianças com deficiência, pois é neste ambiente que também se estabelecem as relações sócio-afetivas e a consciência de co-responsabilidade e cidadania. Objetivos: Identificar fatores facilitadores e limitantes na prática educativa de professores em relação ao processo de inclusão escolar; investigar valores e crenças que os professores associem com este processo; e analisar a auto-percepção dos professores em relação à sua formação para inclusão escolar. Metodologia: A pesquisa será realizada em uma Escola Municipal de Ensino Infantil na cidade de São Paulo em 2012. Utilizando-se questões abertas, será realizada análise qualiquantitativa dos dados, sendo esta uma pesquisa de Representação Social, cujos dados serão analisados pela técnica do Discurso do Sujeito Coletivo, por meio do Qualiquantisoft. Conclusão: Acredita-se que a realização de pesquisas que abordem a influência das ações de saúde em ambientes escolares é de grande valia para uma reflexão acerca da saúde da criança com deficiência, uma vez que a verdadeira inclusão social deve priorizar as vivências em espaços de convívio coletivo que estimulem a produção de capital cultural, ao invés da perpetuação de ciclos assistencialistas em serviços de saúde. A ESTRATEGIA DA CARTEIRA DE SAÚ8DE DO TRABALHADOR DA CANA DE AÇÚCAR MORAES REGO, E.F. (1); CORRÊA Fº, H.R. (1); Instituição: 1 - UNICAMP; O Estado de São Paulo vem aumentando e modernizando sua área produtiva para monocultura de canade-açúcar como forma de atender à crescente demanda e de seus subprodutos no atual contexto econômico capitalista nacional e até internacional, especialmente na produção de fontes alternativas de combustível automotivo como o etanol. A modernização do sistema produtivo e o emprego de alta tecnologia gerando volumes de produção cada vez maiores implicam também na necessidade de um número crescente de mão-deAnais XII Congresso Paulista de Saúde Pública obra para o serviço braçal rural, pois que a automação do campo não substitui em cem por cento a atividade humana. Assim, as empresas rurais vem contratando mão-de-obra barata de uma população procedente dos Estados nordestinos e também de Minas Gerais, que permanecem em São Paulo no período de safra – em geral de abril a novembro, quando retornam às suas localidades de origem; caracterizando a população migrante do cultivo da cana de açúcar em trabalho sazonal por oito meses do ano quando residem em alojamentos, diariamente são transportados por ônibus rurais aos canaviais muitas vezes distantes, onde são expostos as diversas condições de risco à saúde seja por nexo causal, seja por condições intrínsecas da saúde individual e coletiva dos trabalhadores. Com as denúncias destas condições de trabalho e dos casos de morte por exaustão nas lavouras, o Ministério Público tem intensificado as fiscalizações com parcerias como o Fórum da Cidadania, Justiça e Cultura de Paz de Piracicaba e Região que reúne Vigilâncias Sanitárias Municipais e da Rede Especializada - CERESTs e estabelece propostas junto ao Setor Sucro-Alcooleiro, objetivando melhoria das condições de vida e trabalho dos cortadores de cana. Pelas irregularidades criaramse três módulos de ação: moradia, saúde e transportes. A falta de conhecimento das condições de saúde desta população migrante que chega a São Paulo, aliado à extrema vulnerabilidade pela exposição em atividades exercidas pela primeira vez justifica a implantação de uma carteira de saúde do trabalhador rural a ser preenchida e entregue na primeira semana no Estado, em uma unidade pública de referência ambulatorial. A carteira no bolso acompanha o trabalhador onde for; ao entrar no transporte rural, todos devem entregá-la ao motorista que a guarda, até o retorno ao ônibus, quando recebem-na de volta. Assim, uma vítima de um desmaio na roça está identificada e, suas condições de saúde e de risco ocupacional estão descritas na carteira. A GERÊNCIA NA ATENÇÃO BÁSICA NO CONTROLE DA TUBERCULOSE: REVISÃO INTEGRATIVA DA LITERATURA Vital, A.C.D (1); Protti, S.T (1); Guimarães, P.M (1); Silva, L.M.C (2); Oliveira, C.B (3); Palha, P.F (3); Instituição: 1 - Universidade Federal de São Carlos; 2 - Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto da Universdade de São Paulo; 3 - Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo; Saúde Soc. São Paulo, v.20, supl.1, 2011 135 Introdução: A Tuberculose (TB) está entre as linhas prioritárias na Política Nacional de Atenção Básica, sendo considerada como problema de saúde pública diretamente associada a questões sócio-políticoeconômicas. O Ministério da Saúde tem intensificado esforços em prol da descentralização das ações em TB para a Atenção Básica (AB). A gerência na AB quando planejada e executada de forma adequada caracterizase como um meio propício para o atendimento das necessidades de saúde da população e fator primordial para o desenvolvimento das ações em TB. Objetivos: Assim, esta pesquisa se propõe a realizar uma revisão integrativa da literatura sobre o tema “Gerência nos Serviços de Saúde” e “Tuberculose” e identificar o estado da produção até o presente momento. Materiais e Métodos: Para a pesquisa utilizou-se as bases de dados Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciência da Saúde (LILACS) via Biblioteca Virtual de Saúde (BVS) e Literatura Internacional em Ciências da Saúde (MEDLINE) também via BVS. Empregou-se como critérios de seleção artigos publicados nos últimos dez anos em Português, Inglês e Espanhol, disponíveis na integra via online. Foram utilizados os descritos indexados “Enfermagem e Gerência”, “Tuberculose e Gerência”, “Serviços de Saúde e Gerência”, “Atenção Básica e Tuberculose”, identificados via Descritores e Ciências da Saúde (DeCS). Resultados Os artigos encontrados no LILACS e MEDLINE foram 75 utilizando o descritor “Enfermagem e Gerência” e selecionados para leitura 19, nos descritores “Gerência e Tuberculose” foram encontrados 08 e selecionados 03 artigos. Para “Gerência e Serviços de Saúde” foram encontrados 194 e selecionados 21, entretanto, da base de dados MEDLINE não foram selecionados nenhum artigo para esses descritores. Por fim, no cruzamento de “Tuberculose e Atenção Básica”, foram encontrados 46 artigos e destes selecionados 15. Os artigos mostraram a gerência como um importante instrumento para a reorganização dos serviços de saúde, e que atualmente está focada no trabalho técnico burocrático, caracterizando-se como sem autonomia, com debilidades nas dimensões do planejamento e organização das atividades no que tange as ações em TB. Conclusão:Os resultados encontrados revelam uma carência de publicações sobre a temática da gerência em relação as ações de controle da TB. Dessa forma, o incentivo para novas investigações que permeiam a gerência no âmbito da TB torna-se importante, tendo em vista a magnitude desta doença. Anais XII Congresso Paulista de Saúde Pública A IMPORTÂNCIA DA ERGONOMIA EM UNIDADES DE ALIMENTAÇÃO E NUTRIÇÃO PARA A SAÚDE DOS TRABALHADORES. Vieira, G.I. (1); Silva, Z.M. (1); Januario, B.L. (1); Silva, E.S. (2); Silveira, M.A.R. (3); Instituição: 1 - FSP/USP; 2 - FMU; 3 - ANHEMBI; Introdução: As atividades desenvolvidas em Unidades de Alimentação e Nutrição (UAN´s) são entendidas como um processo de produção que utiliza intensivamente sua mão-de-obra. Fatores relacionados à organização do trabalho como horários prolongados e sobrecarga de trabalho, pressão em função dos horários, exigência de postura inadequada, movimentos repetitivos na execução das tarefas, número insuficiente de trabalhadores, normas e práticas exigidas nem sempre bem explicitadas e falta de prescrição clara das pausas de recuperação, influenciam na produtividade e na saúde dos trabalhadores. Objetivos: Analisar pesquisas que relacionem as atividades desenvolvidas por trabalhadores de UAN’s e ergonomia. Método: Iniciou-se um levantamento bibliográfico na base eletrônica de dados Lilacs, utilizando as palavras-chaves: “ergonomia” and “trabalhadores”. Após a leitura dos títulos, excluíram-se os documentos que não apresentassem relação direta com a temática do estudo. Posteriormente, realizou-se a leitura dos resumos, buscando aproximação com a questão proposta. Por fim, a leitura dos textos completos. Resultados Foram encontrados 107 documentos, sendo que alguns não tratavam diretamente da temática proposta nesta pesquisa e, portanto, foram excluídos. Vários autores destacam como problemática a necessidade da maioria das atividades em UAN‘s serem repetitivas, além de realizadas em pé, sem qualquer apoio, e em ambientes, geralmente, inadequados. Esforços repetitivos por um período prolongado de tempo podem acarretar em Lesão por Esforço Repetitivo (LER), dentre outros agravos à saúde. Cerca de 50% dos acidentes de trabalho que ocorrerem em restaurantes são provocados por queimaduras e LER, aumentando a procura pelo Sistema Único de Saúde. Entendendo que a ergonomia tem como objetivo realizar modificações no ambiente e condições de trabalho, essa se faz importante no momento de organizar uma UAN para minimizar possíveis problemas de saúde que os trabalhadores possam ter originada das condições de trabalho. Conclusão: A atenção à saúde dos trabalhadores nas UAN’s está aumentando, Saúde Soc. São Paulo, v.20, supl.1, 2011 136 à medida que as condições de trabalho influenciam diretamente na performance e na produtividade, sendo a ergonomia decisiva para isso. A INCORPORAÇÃO DA BUSCA ATIVA DE SINTOMÁTICO RESPIRATÓRIO DE TUBERCULOSE NA PRÁTICA DO AGENTE COMUNITÁRIO DE SAÚDE: EXPERIÊNCIAS EM DUAS MODALIDADES DE ATENÇÃO BÁSICA. Crispim, J.A. (1); Scatolin, B.E. (1); Silva, L.M.C (1); Palha, P.F (1); Villa, T.C (1); Arcêncio, R.A (1); Instituição: 1 - EERP/USP; Introdução: Nos últimos anos, a política nacional de controle da tuberculose (TB) tem enfatizado a importância do estabelecimento de uma rede descentralizada, integrada a atenção básica (AB), visando horizontalizar as atividades de vigilância, prevenção e controle da doença, a partir da Estratégia Saúde da Família (ESF) e do Programa de Agente Comunitário de Saúde (PACS), como forma magna de acesso ao diagnóstico precoce e ao tratamento da TB em todo país. Nesta perspectiva, compreende-se que a inserção dos Agentes Comunitários de Saúde (ACS), cuja lógica das ações volta-se prioritariamente para a família, possa contribuir para a identificação de sintomáticos respiratórios (SR) e detecção precoce dos casos de TB na comunidade. Objetivo: Dessa forma, propõe-se com este estudo avaliar a incorporação da Busca ativa de Sintomático Respiratório (BSR) de TB na prática dos ACS em duas modalidades de AB. Método: Trata-se de um estudo descritivo de corte transversal realizado no município de Ribeirão Preto, considerado prioritário para o controle da TB no Estado de São Paulo. A população foi composta por ACS das Unidades Básica de Saúde (UBS) tradicionais e das ESF, após um levantamento realizado junto ao Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (CNES), totalizando 333 ACS. Em seguida extraiu-se uma amostra mínima de 108 sujeitos, que correspondeu a 69 ACS da UBS e 39 ACS da ESF. Para coleta de dados, utilizou-se um instrumento elaborado para AB e adaptado para avaliar a atenção à TB. Os dados foram analisados no Software Statistica da Statsoft versão 9.0, sendo calculadas as medidas de posição e de dispersão. Resultados A BSR pelo ACS quando da visita domiciliar se revelou Anais XII Congresso Paulista de Saúde Pública esporádica nas diferentes unidades, alcançando a média entre os escores de 3,91 nas UBS (IC95% 3,624,20) e 3,82 nas ESF (IC95% 3,46-4,18). O controle de comunicantes também se mostrou intermitente em ambas às modalidades. Ainda não se observou nas UBS e nem nas ESF a parceria com a comunidade ou a mobilização de equipamentos sociais para realização das ações de controle da doença. Conclusão: O estudo evidencia a fragilidade do ACS de incorporar em sua prática a BSR nas distintas modalidades de AB. Apesar da magnitude atribuída a ESF como estratégia mais profícua no controle da TB, observa-se que no cenário investigado estes atores não têm avançado na identificação dos SR e para a detecção precoce dos casos de TB na comunidade. A INFLUÊNCIA DA MÍDIA NO COMPORTAMENTO ALIMENTAR INFANTIL:ANÁLISE DAS PROPAGANDAS DE ALIMENTOS VEICULADAS NA TELEVISÃO FAGIOLI, D. (1); PIMENTA, D.V. (1); BUENO, M.B. (1); Instituição: 1 - UNIP; Introdução: O tempo gasto com o hábito de assistir televisão pelas crianças brasileiras tem aumentado significativamente e a qualidade dos alimentos difundidos nas propagandas dos comerciais de televisão são inadequados do ponto de vista nutricional. O objetivo do presente estudo foi analisar os comerciais de produtos alimentícios voltados ao público infantil apresentados em duas emissoras de canal aberto de televisão. Métodos: Os dados foram obtidos por meio de gravação, em VHS. As gravações ocorreram no mês de julho, época de férias escolares, durante duas semanas, incluindo os finais de semana. Resultados Foram transmitidos 2.167 comerciais, sendo que 542 foram produtos categorizados como “alimentos e bebidas”. Cerca de 50% dos produtos alimentícios divulgados foram classificados como ricos em açúcares. Os alimentos mais televisionados foram refrigerantes, iogurtes/ bebidas fermentadas e bolachas, tanto nos finais de semana como no decorrer da semana. Conclusão: A qualidade nutricional dos alimentos televisionados nas emissoras analisadas não foi adequada dado que a maioria era rico em açúcares conforme a recomendação e legislação vigente, resultando em alteração do estado nutricional da população e aumento nos gastos do SUS. Saúde Soc. São Paulo, v.20, supl.1, 2011 137 A INTERFACE ENTRE ATENÇÃO À SAÚDE AUDITIVA processo e que possa fortalecer esta política em todos os níveis de atenção, assegurando assim a melhoria da E PROMOÇÃO DA SAÚDE Vieira, G.I. (1); Pereira, I.M.T.B. (1); Instituição: 1 - FSP/USP; Introdução: A Política Nacional de Atenção à Saúde Auditiva (PNASA) foi instituída em 2004, pelo Ministério da Saúde, por meio da Portaria GM/MS nº 2.073 de 28/09/2004, a qual permitiu avanços no aprimoramento das ações em saúde auditiva pelo SUS. Isso garantiu um atendimento integral aos portadores de deficiência auditiva e possibilitou a organização dos serviços em uma rede hierarquizada, regionalizada e integrada, contemplando os três níveis de complexidade da atenção, propondo ações de promoção, recuperação e reabilitação, bem como de prevenção de riscos e danos. Objetivos: Analisar na literatura a produção científica que relacione a atenção à saúde auditiva com o termo promoção da saúde; Identificar na PNASA as ações que visam à promoção da saúde. Método: Análise documental da PNASA (portarias, leis e decretos). Levantamento bibliográfico conduzido na Biblioteca Virtual em Saúde, utilizando-se os descritores: “promoção da saúde” and “audição”, em todos os itens. Após a leitura dos títulos, dos resumos e por fim, dos textos na íntegra, daqueles documentos que realmente possuíam relação direta com nosso objeto de interesse, produziu-se a categorização e resenha de cada documento de acordo com uma ficha protocolar, a qual servirá de parâmetro para a comparação e classificação dos estudos, correlacionando sempre ao objetivo proposto. Resultados Até o presente momento foram encontrados e fichados 85 documentos, sendo que alguns deles não tratavam diretamente da temática proposta nesta pesquisa e, portanto, foram excluídos, por meio da leitura do título e/ou do resumo. Destacam-se ações de promoção de saúde, ligadas principalmente à atenção básica, por meio da Estratégia de Saúde da Família (ESF) e Núcleo de Apoio à Saúde da Família (NASF). Discussão: Estes achados, embora parciais e ainda incipientes, serviram de base para um direcionamento do estudo e pré-teste da ficha protocolar. Supõe-se ainda que exista uma escassez de estudos que relacionem o binômio Promoção da Saúde – PNASA. Conclusões: Fica evidente a necessidade de mais estudos nesta área e a necessidade de incentivo de relatos de casos, uma vez que a PNASA encontra-se implementada desde 2005. Pretende-se que esta pesquisa seja um indutor deste Anais XII Congresso Paulista de Saúde Pública qualidade do cuidado com a saúde auditiva. A INTERSETORIALIDADE COMO DESAFIO DAS AÇÕES DE ALIMENTAÇÃO E NUTRIÇÃO NA ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA, NO MUNICÍPIO DE SÃO PAULO Coelho, D. E. P. (1); Utikava, N. (1); Vieira, V. L. (1); Cervato-Mancuso, A. M. (1); Instituição: 1 - Universidade de São Paulo; Introdução: As ações de alimentação e nutrição no Sistema Único de Saúde ganharam um novo contexto com a sua reorganização em torno da Estratégia Saúde da Família (ESF). O profissional dos Núcleos de Apoio a Saúde da Família (NASF) deve conhecer o território e promover a articulação com a comunidade e com os diversos equipamentos a fim de oferecer maiores condições para a resolução dos problemas de saúde, dentro dos quais está a Insegurança Alimentar. Objetivo: Verificar as ações de alimentação e nutrição segundo a adequação da carga horária de trabalho de nutricionistas dos NASF do Município de São Paulo. Método: Foram entrevistados 44 Nutricionistas dos NASF no Município de São Paulo, questionados sobre as quatro principais atividades realizadas no trabalho e sua respectiva carga horária. Os dados das respostas foram digitados e organizados de forma a comparar com o preconizado para o Município, segundo os Eixos Estratégicos definidos pelo documento “Diretrizes e parâmetros norteadores das ações dos Núcleos de Apoio a Saúde da Família – NASF”. Excluindo-se as perdas, foram analisadas 164 ações. Resultados Segundo os Eixos Estratégicos, foram citadas: 60 (36,6%) “Ações Compartilhadas”; 62 (37,8%) “Atendimentos Específicos”; 2 (1,2%) “Ações Intersetoriais”; 40 (24,4%) “Outras Atividades”. De 148 ações com descrição de carga horária, 55 (37,2%) estavam adequadas quanto à carga horária preconizada. Conclusão: A inadequação da carga horária evidencia alta disparidade entre as ações realizadas, podendo significar o comprometimento da resolutividade dos problemas nutricionais. Ademais, deve-se atentar ao baixo número de vezes em que foram citadas as ações intersetoriais, por ser este um dos eixos prioritários do NASF. A Segurança Alimentar e Nutricional (SAN), enquanto objetivo das Ações de Alimentação e Nutri- Saúde Soc. São Paulo, v.20, supl.1, 2011 138 ção, somente poderá se efetivar com diálogo entre a saúde e os diversos setores e atores locais, portanto a intersetorialidade ainda se apresenta como um desafio para a concretização da SAN na Atenção Primária a Saúde (APS). Entretanto, pela complexidade da APS, é importante destacar que esse processo de trabalho demanda uma intervenção ampla para promover a saúde e ainda está em construção. A MOTIVAÇÃO PARA O TRABALHO DOS VOLUNTÁRIOS QUE ATUAM EM HOSPITAL PÚBLICO ESTADUAL DE SÃO PAULO, REFERÊNCIA EM HIV Siqueira SR (1); Zoboli ELCP (2); Instituição: 1 - Instituto de Saúde; 2 - Escola de Enfermagem da Universidade de São Paulo; A partir de pesquisa sobre o voluntariado nos hospitais públicos da Grande São Paulo “Humanização e voluntariado: um estudo nos hospitais públicos da Grande São Paulo” (Nogueira-Martins, 2009), realizado com apoio Fapesp nº 07/51663-9, surge o interesse de aprofundar temática num serviço referência para HIV/ aids. No Brasil, cerca de 25 milhões de pessoas formam um batalhão de voluntários que doam tempo, trabalho e talento para causas de interesse comunitário, em diversos setores sociais. Na saúde, a ação dos voluntários contribui para a humanização do trabalho hospitalar, incluindo as dimensões organizacionais, institucionais, profissionais e pessoais. As instituições hospitalares têm seu início associado ao trabalho religioso; caritativo; de ajuda paternalista e assistencialista a pessoas carentes ou viajantes. Em sua outra faceta, propunham-se ao controle social ainda que, paradoxalmente, associassem-se a ideias de corrupção e má fé. Desse início, o hospital encaminha-se para a expressão da ética da solidariedade e participação cidadã, seus motes mais recentemente. Nessa motivação destacamse valores como cidadania e participação responsável, consciente e comprometida com a comunidade: indivíduos e instituições. Nesse cenário, o voluntariado, na saúde, objetiva o exercício da cidadania com ações para a melhoria da qualidade de vida dos usuários dos serviços públicos de saúde. Na prefeitura de São Paulo, contribui para o atendimento humanizado dos hospitais e unidades básicas, por meio de: melhorias do bem estar dos pacientes e familiares; busca de parcerias para a melhoria do trabalho voluntário; contribuição para disseminação de informação de saúde. Indaga-se Anais XII Congresso Paulista de Saúde Pública sobre a “A motivação para o trabalho dos voluntários que atuam em hospital público estadual de São Paulo, referência em HIV”. O objetivo geral é avaliar a motivação para atuar como voluntário em um hospital público referência em HIV. O propósito é analisar: o significado da atividade voluntária; as razões que os levaram a realizar atividades voluntárias; a visão do gestor hospitalar sobre a presença da equipe voluntária no hospital. A pesquisa constitui estudo de doutorado aprovado pelo CEP do Instituto de Infectologia do Hospital Emílio Ribas. A PERCEPÇÃO DOS IDOSOS SOBRE AS TECNOLOGIAS DIGITAIS Cavalcante, Maria Clemilse (1); Alves, L.A.A.R. (2); Instituição: 1 - UNIVERSIDADE MUNICIPAL DE SÃO CAETANO DO SUL; 2 - USCS; A pesquisa realizada teve como objetivo analisar a percepção dos idosos a respeito das tecnologias digitais em que fica evidente a importância de suas relações com o mundo. Foi utilizada a abordagem qualitativa, com intuito de aproximar o pesquisador com o habitat natural da pesquisa. Os dados foram coletados com 08 idosos que freqüentavam o Centro de Convivência do Idoso, localizado no bairro de Itaquera, São Paulo - Capital, no período correspondente de maio a junho de 2010, com duração de uma hora, por meio de entrevistas semiestruturadas. Como principais resultados, a maioria dos idosos entende a respeito do significado de tecnologia, considera como ferramentas digitais todas aquelas utilizadas em seu cotidiano. Verificou-se que a inclusão digital para os idosos contribui como recurso para novas aprendizagens, auxilia em sua integração com familiares e amigos e no reconhecimento de seu potencial. Apenas dois idosos não pretendem utilizar o computador, em razão da falta de tempo para conviver com as pessoas. A maioria percebe a contribuição do computador na melhoria da qualidade de vida. A PERCEPÇÃO DOS JOVENS A RESPEITO DAS DOENÇAS SEXUALMENTE TRANSMISSÍVEIS: UMA AÇÃO EDUCATIVA EM SAÚDE. Abdalla, FTM (1); Amaral, DP (1); Araujo, GA (2); Coghi, M (2); Boyadijan, MH (2); Santos, NCO (2); Divino, PHA (2); Gusmão, RD (2); Guirro, TG (2); Gomes, WC (2); Instituição: 1 - CSEBF; 2 - FCMSCSP; Saúde Soc. São Paulo, v.20, supl.1, 2011 139 Introdução: No mundo, no campo das DST (doenças sexualmente transmissíveis), 1 em cada 20 jovens apresenta algum tipo de agravo a cada ano. Com relação a epidemia da Aids, metade de todos os casos registrados são de jovens. Estima-se que 10 milhões de adolescentes são infectados pelo virus do HIV, ou estão propensos a desenvolver a Aids entre os próximos 3 a 15 anos. Aproximadamente 80% dessas transmissões decorreram do sexo desprotegido. No Brasil, de todas as notificações pelo agravo da Aids, até 2004, constatouse que a maior concentração dos casos estava na faixa etária de 20 a 34 anos (49,3%). Considerando que há um intervalo de cerca de 10 a 15 anos de infecção assintomática, estima-se que a transmissão do vírus possa estar ocorrendo no período da adolescência. Objetivo: Identificar a percepção do jovens a respeito da temática DST/Aids. Método: É um estudo quantitativo, que utilizou um questionário fechado com questões que abrangem o conceito, as formas de transmissão e prevenção das doenças sexualmente transmissíveis. Após a coleta de dados, iniciouse uma atividade educativa a respeito das DST. Resultados Foram aplicados 121 questionários sendo que 60,3% correspondiam a alunos do sexo masculino e 39,7% do sexo feminino. A média de idade foi de 17,8 anos. Quanto a escolaridade 18% alunos afirmaram ter ensino fundamental (5,7% incompleto e 12,3% completo) e 77,6% afirmaram ter ensino médio (48,7% incompleto e 28,9% completo); apenas 3,3% dos alunos afirmaram ter ensino superior incompleto. No questionário respondido antes da discussão em grupo, 36% não sabiam ou achavam que o beijo na boca transmitisse Aids, 52% não sabiam ou achavam que o mosquito poderia transmitir o HIV. Com relação as hepatites B e C, 57% não sabiam ou achavam que não eram doenças sexualmente transmissíveis. Do total, 55% não sabiam o que era o HPV, e 72% não sabiam ou não achavam que homens poderiam ter HPV. Sobre a importância da camisinha na prevenção das DST, 90,9% dos alunos acreditam ser eficaz para Aids, 35,5% para sífilis, 25,6% para HPV, 18,2% para hepatite B, 14% para hepatite C e 5,8% não responderam. Conclusão: Percebe-se que a falta de informação ainda é um obstáculo para a prevenção e o controle das doenças sexualmente transmissíveis, e que as atividades educativas tornam-se indispensáveis na formação dos indivíduos, prártica esta que deve fazer parte das ações em Saúde Pública. Anais XII Congresso Paulista de Saúde Pública A PERSPECTIVA DO ENFERMEIRO DE SAÚDE DA FAMÍLIA COMO EDUCADOR À LUZ DA FENOMENOLOGIA Barbosa, G. C. (1); Ogata, M.N. (1); Instituição: 1 - UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS - UFSCAR; Todos nós, de certa forma, convivemos com a educação em diversos momentos, sempre aprendendo, ensinando ou aprendendo e ensinando. A educação é um fenômeno presente na existência humana, levando o homem à maior interação consigo mesmo, com os outros e com a sociedade. Na Estratégia Saúde da Família, ela permeia todas as profissões que configuram a equipe, principalmente a enfermagem, dando-lhes atribuições para que possam contribuir no processo de trabalho e nas condições de saúde da população. Assim, essa investigação teve como finalidade apreender os significados atribuídos ao ato de educar pelas enfermeiras que atuam na Estratégia Saúde da Família. Para tanto, recorremos a Metodologia de Pesquisa Qualitativa - a fenomenologia, que permitiu-nos o acesso a esse objeto de estudo, à sua essência. Foram coletados depoimentos de doze enfermeiras que trabalham em Unidades de Saúde da Família em um município do interior do estado de São Paulo, mediante à questão norteadora: “O que significa para você o papel de educador do enfermeiro na Estratégia de Saúde da Família? Descreva para mim”. A análise compreensiva dos discursos revelou-nos que, sob a ótica desses profissionais, o processo de educação se mostra como sendo: importante, necessário e intrínseco ao trabalho do enfermeiro, tanto no âmbito da assistência como na esfera do trabalho em equipe; envolve dificuldades e fragilidades relacionadas às altas demandas, burocracia, falta de apoio da equipe de gestão, falta de planejamento, excesso de trabalho, baixa remuneração e pouco reconhecimento do trabalho do enfermeiro pela equipe de saúde; requer atribuições de sentidos e significados para a construção do conhecimento por todos os envolvidos no processo de educação; onde o despreparo para o ensino de graduação e pós-graduação - modalidade Residência Multiprofissional - surge como sendo um fator preocupante. Este estudo possibilitou o desvelamento de algumas facetas relevantes na atuação do enfermeiro enquanto educador. As convergências analisadas sinalizam para novos caminhos, que abrem possibilidades para a atuação desse profissional face às propostas inovadoras Saúde Soc. São Paulo, v.20, supl.1, 2011 140 da Estratégia Saúde da Família e da Política Nacional de Educação Permanente. A POLÍTICA NACIONAL DE PRÁTICAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES E O DESPREPARO DOS GESTORES PARA A SUA IMPLEMENTAÇÃO NO SUS Ischkanian, P. C. (1); Pelicioni, M. C. F. (1); Instituição: 1 - FSP/USP; Como forma de integrar outras racionalidades médicas a Atenção à Saúde, o Ministério da Saúde aprovou, em 2006, a Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares (PNPIC) buscando atender, sobretudo, a necessidade de incorporar e implementar experiências que há algum tempo vêm sendo desenvolvidas com sucesso no Sistema Único de Saúde (SUS). Assim, tem se tornado cada vez mais urgente investigar os conhecimentos, opiniões e representações sociais dos gestores e profissionais de saúde sobre essas Práticas (PIC) no SUS, e identificar as dificuldades e desafios que se apresentaram em sua implementação, utilização e divulgação nos Serviços de Saúde. Uma pesquisa realizada, na zona norte de São Paulo, por integrantes de uma Faculdade Pública do Estado de São Paulo, em 2011 revelou que a falta de preparo dos gestores tem dificultado a implementação e o avanço das Práticas Integrativas e Complementares na rede de saúde deste município. Foram utilizadas como instrumentos de pesquisa, entrevistas com gestores e profissionais de saúde da Prefeitura Municipal de São Paulo e os dados analisados qualitativamente. Os resultados mostraram que os gestores não conhecem a Política (PNPIC). Além dos gestores, apenas ¼ dos profissionais de saúde entrevistados relataram conhecê-la o que indica problemas que vão interferir seriamente na implementação da Política. Outro problema detectado foi a falta de divulgação da oferta das Práticas aos usuários locais. Há também um descompasso entre as gestões federal, estadual e municipal, principalmente em relação à multidisciplinaridade da equipe de saúde preconizada pela Política em âmbito nacional e que nas esferas estadual e municipal têm considerado apenas profissionais médicos para o exercício da Acupuntura e da Homeopatia, entre outras Práticas e Racionalidades. Concluiu-se também pela investigação que prevaleceu a postura de uma gestão passiva evidenciando um despreparo para a adesão a novos modelos assistenciais e gerenciais em saúde. Anais XII Congresso Paulista de Saúde Pública A aplicação da Política (PNPIC) foi considerada como uma ação difícil e os principais motivos expressos nas entrevistas foram a falta de formação específica sobre o assunto e a ausência de qualificação compatíveis com o atendimento de práticas não convencionais no SUS. Outro fato que tem contribuído para esses resultados é que a Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares, desde sua elaboração em 2006 não têm sido contemplada pela Agenda de Compromissos pela Saúde. A PRÁTICA INSTITUCIONALIZADA DO AGENTE COMUNITÁRIO DE SAÚDE: O DESAFIO DA PRÁXIS Queirós, A.A.L (1); Lima, L.P (1); Pereira, I.D.F (2); Silva, S.S.V (3); Santos, M.P. (4); Instituição: 1 - UFPE; 2 - ESP/FIOCRUZ; 3 - Hospital das Clínicas - USP; 4 - USP; O objetivo desta pesquisa é analisar a prática social do trabalho do Agente Comunitário de Saúde – ACS – no Recife. Para tanto, adotou-se uma abordagem qualitativa, cuja ferramenta teórico-metodológica está alicerçada no materialismo histórico e dialético. O ACS é singular na sua conformação, pois tem no seu contexto de trabalho e de moradia um importante recorte de classe social. Apesar da institucionalização do trabalho do ACS, ele mantém na sua prática referências forjadas na sua atuação popular e comunitária. Destacamos que a institucionalização do trabalho do ACS, por si só, é um processo contraditório e conflituoso do ponto de vista da política institucional, já que a sua prática pode ser considerada extensão do poder popular. Ao mesmo tempo, é importante lembrar que o território onde vive e atua o ACS exerce influência na produção seu trabalho. A PRECEPTORIA EM ENFERMAGEM NA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE COM INSTRUMENTO DE GESTÃO Ribeiro, M. P. D. de S. (1); Martins, C. L. (1); Instituição: 1 - FSPUSP; A preceptoria em enfermagem na Atenção Primaria à Saúde tem o desafio de proporcionar aprimoramento aos enfermeiros, ao passo que discute e apóia os mesmos na busca por qualificação da assistência prestada ao usuário, família e comunidade. Objetivos: Compreender a preceptoria em enfermagem e suas interações nos processos educativos e de gestão dos Saúde Soc. São Paulo, v.20, supl.1, 2011 141 serviços de Atenção Primária da Organização Social (OS) Santa Marcelina. Metodologia: Trata-se de um Estudo de Caso com abordagem qualitativa. Para coleta de dados, trabalhou-se com fontes documentais utilizadas pela preceptoria e, entrevista com preceptores e técnicos atuantes na gestão regional. Utilizou-se a Análise Temática como método para tratamento dos dados. Foram identificadas cinco categorias temáticas: Preceptoria e seu papel como Educador; Preceptoria e suas Interações; Preceptoria e a diversidade de seus Elos; Preceptoria e Gestão; e A Ambiguidade no papel da Preceptoria. Resultados Seu papel como educador, proporciona espaço de troca e escuta aos enfermeiros das Unidades, trazendo importantes elementos da Política de Educação Permanente, além de possibilitar aperfeiçoamento de conhecimentos e habilidades requeridas à função. Suas Interações facilitam a interlocução entre Gestão Regional e Gerenciamento Local, frente às necessidades enfrentadas no cotidiano, tornando conhecidas limitações e potencialidades. O estabelecimento de seus elos proporciona vínculo e transmissão de confiança, tanto à gestão quanto aos enfermeiros locais, apoiando a tomada de decisão, articulando ações nos diferentes espaços e oferecendo suporte às mudanças. Seu papel na gestão pode ser demonstrado pela similaridade de sua atuação com a função de supervisão, utilizando-se mais dos aspectos pedagógicos e políticos dessa atividade, fortalecendo a organização do trabalho, planejamento, apoio à questões relacionais, avaliação, tomada de decisão, fortalecimento de metas e diretrizes e aumento da qualidade nos processos. Dadas essas características, emerge seu papel “ambíguo” visto que, em alguns momentos, esse preceptor atua como educador e “gestor”, podendo gerar desconforto, conflito de papéis e perda de confiança, caso não seja bem trabalhado. Considerações Finais: A união desses cinco temas possibilita a visualização da preceptoria como prática Institucional emergente que tende a ser coletivizada para toda a equipe, abarcando, complementariamente, elementos da gestão de recursos humanos, supervisão e educação permanente. A PRODUÇÃO CIENTÍFICA PAULISTA SOBRE O TEMA AIDS NO ÂMBITO DA ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM SAÚDE COLETIVA (ABRASCO): UM ESTUDO DESCRITIVO DOS CONGRESSOS BRASILEIROS DE CIÊNCIAS SOCIAIS E HUMANAS EM SAÚDE, 1995-2007 Anais XII Congresso Paulista de Saúde Pública Barboza, R. (1); Ianni, A.M.Z. (2); Alves, O.S.F. (3); Rocha, A.T.S. (4); Viana, S.D.L. (2); Silva, C.A.S. (1); Gonçalves, B.A. (1); Instituição: 1 - Instituto de Saúde - SES/SP; 2 - Faculdade de Saúde Pública - USP; 3 - Instituto Butantan; 4 - Departamento de Antropologia - USP; Introdução: Os primeiros casos de Aids do país foram notificados em São Paulo, onde foi implantado pela Secretaria Estadual de Saúde, em 1983, o primeiro programa do país destinado ao controle da epidemia. Na ABRASCO, desde 1990 a Aids é um tema emergente (Marsiglia et al, 2003) presente na agenda da Saúde Coletiva. Objetivos: Analisar a produção científica do estado de São Paulo sobre o tema Aids nos quatro Congressos Brasileiros de Ciências Sociais e Humanas em Saúde, promovidos pela ABRASCO entre 1995 e 2007. Método: Análise documental dos Anais dos congressos, organizado em banco de dados, submetidos à análise descritiva nas categorias: instituição, estado/região, vínculo dos autores, metodologia, tipo de relato (experiência/pesquisa), objeto e população. Os resumos foram selecionados pelas palavras: HIV, Aids, DST, vulnerabilidade, grupo de risco, preconceito, estigma, prevenção, preservativo, sexualidade e antiretroviral. Resultados Foram encontrados 6035 resumos, sendo 169 sobre o tema Aids, oriundos de todas as macrorregiões, concentrados no SE (59,2%) e NE (27,1%). Os estados com maior frequencia foram RJ (48), SP (42) e BA (17), perfazendo 66% da produção científica na ABRASCO. A produção paulista representou 24,8% dos trabalhos, apresentados na modalidade pôster (74%) e oral (26%), concentrados no IV Congresso (55%). Majoritariamente foram relatos de pesquisas (93%), ancorados na metodologia qualitativa (66,6%), apresentados pela Academia (71,8%), seguido dos Serviços (17,9%), parceria Academia/Serviço (7,7%) e ONG (2,6%). Os principais objetos dos estudos acadêmicos foram: avaliação de projetos prevenção (5); produção de conhecimento teórico-metodológico/representações sociais do HIV (4) e aconselhamento e testagem anti-HIV/gestão descentralizada (3). Os objetos mais investigados pelos Serviços foram: avaliação de projetos prevenção (5) voltados para adolescentes; qualidade da assistência (3) para soropositivos e gestantes; e formação de profissionais da saúde (1). As populações mais referidas no conjunto dos relatos foram os profissionais da saúde (8), as pessoas vivendo com HIV/Aids (6), os adolescentes (5) e os pesquisadores (4). Conclusão: A Saúde Soc. São Paulo, v.20, supl.1, 2011 142 análise evidencia a relevância da produção científica sobre o tema Aids no estado de São Paulo e no cenário nacional e sua contribuição para consolidação das Ciências Sociais no campo da Saúde Coletiva. Aporta, ainda, elementos para a análise das prioridades da agenda paulista de pesquisa em DST/Aids. meios para o individuo ser reinserido na sociedade. Este estudo mostra a importância deste modelo, com a mudança de vida para estes egressos. Ainda mostra que mesmo em um ambiente propicio à reinserção social e fuga do modelo manicomial, falhas ainda existem. A Residencia Terapêutica prepara os individuos para serem reinseridos a sociedade e representa um modelo contrário ao manicômio. A RESIDÊNCIA TERAPÊUTICA NA PROMOÇÃO DA REINSERÇÃO SOCIAL DO INDIVÍDUO PORTADOR A SAÚDE MENTAL NA VISÃO DOS AGENTES CODE TRANSTORNO MENTAL MUNITÁRIOS DE SAÚDE. Maria do Perpétuo S.S. Nóbrega (1); Thiago de Melo Fernández Veiga (2); Instituição: 1 - FACULDADE DE MEDICINA DO ABC; 2 - CAPS ITAPEVA-SPDM; Introdução: No Brasil, as casas Residencias Terapêuticas (RT) apareceram nos 90. As Residências Terapêuticas são elementos centrais no processo de desconstrução do cuidado ao indivíduo acometido por transtorno mental centrado no espaços manicomiais e atende ao novo contexto da Reforma Psiquiátrica Brasileira. Desenvolve ações para a reintegração de indivíduos na comunidade respeitando o processo de desinstitucionalização. Objetivo: compreender o processo de reinserção social de egressos de um hospital psiquiátrico para a proposta de Residência Terapêutica. Metodologia: Pesquisa qualitativa, com entrevista semi-estruturada gravada. Resultados emergiram 4 categorias que ilustram as visões dos usuários do serviço, sendo: 1) Necessidades Humanas Básicas: o direito à alimentação 2) Privacidade no Auto-cuidado: o respeito à individualidade e o resgate de uma identidade 3) O resgate da cidadania através da Autonomia, da independência e da liberdade 4) Residência Terapêutica: um lar ou uma casa de passagem?. Considerações Finais: percebe-se grande satisfação por parte usuários, que permaneceram anos confinados a uma ambiente manicomial. A dignidade de ter um espaço próprio e uma vida mais independente ressalta a positividade deste serviço. Em contra partida, percebe-se ainda, algumas condutas e heranças asilares, resgatando a tênue idéia do modelo manicomial. O estigma que sofre o portador de transtorno mental permeia a sociedade de forma cruel e perversa, nesse sentido a criação de serviços que valorizam o indivíduo sinaliza a evolutiva tendência em melhorar a percepção acerca da saúde mental. A Residência Terapêutica vai além de desencarcerar portadores de transtornos mentais, ela prepara e favorece Anais XII Congresso Paulista de Saúde Pública Sousa, L.s. (1); Martin, D. (1); Instituição: 1 - UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SANTOS; Atualmente, a saúde mental é um tema que expressa importantes debates, esclarecendo que os problemas de saúde mental independem de classe social e faixa etária. Diante da repercussão que essa temática tem gerado para benefício da saúde pública, observa-se que ações conjuntas que buscam prevenir e promover assistência as pessoas com problemas mentais e as suas famílias são importantes. O trabalho do agente comunitário de saúde do Programa Saúde da Família (PSF) surge, portanto, como uma nova estratégia de assistência a esse campo_ tão complexo. O presente estudo objetiva compreender como os agentes comunitários do PSF interpretam a saúde mental. O estudo foi desenvolvido na cidade de Praia Grande, situada na Baixada Santista, em São Paulo. O município é privilegiado para a realização de estudos nos Programas Saúde da Família, por conter Programas bem estruturados. As técnicas da pesquisa foram: observação etnográfica e entrevistas em profundidade com os agentes comunitários de saúde do PSF. A análise dos dados, ainda em andamento, destaca a maneira que os agentes comunitários do Programa planejam e desenvolvem intervenções acerca de suas compreensões sobre saúde mental. Pretende-se, ao final, integrar os resultados numa reflexão sobre o suporte necessário para que tais profissionais possam levar adiante o seu trabalho adequadamente, quando tratar-se de saúde mental. A TUBERCULOSE EM AMBIENTE PRISIONAL: REALIDADE E DESAFIOS Frazili, RTV (1); Souza, NC (1); Silva, PSA (1); Instituição: 1 - FATEA; Saúde Soc. São Paulo, v.20, supl.1, 2011 143 Introdução: Alguns estudos indicadores do aumento da infecção tuberculose no ambiente prisional apontam como um dos fatores à quantidade de tempo em que o sentenciado permanece encarcerado, realidade que indica a Penitenciária como importante fator na origem e transmissão da tuberculose. Objetivo: Relacionar o tempo de encarceramento ao risco de infecção e transmissão de tuberculose. Método: Realizou-se um estudo em uma Penitenciária de Segurança Máxima do Vale Paraíba, SP por meio de pesquisa documental nos prontuários dos sentenciados notificados com tuberculose no período de julho de 2005 á junho de 2010. A população estudada foi 143 detentos, tendo como variável o tempo de sentença. Resultados Observouse ser o tempo de encarceramento um dos principais agravantes para a proliferação da tuberculose neste presídio, aliados a outros fatores, tais como dependência química anterior e co-infecção HIV. Conclusão: A permanência de encarceramento demonstrou ser importante agravante no desenvolvimento da tuberculose em ambiente prisional, indicando a necessidade de projetos para implantação e/ou implementação de uma assistência promotora de saúde nesse local em especifico. Palavras chaves: Tuberculose, Penitenciária, Encarceramento. A TUBERCULOSE NO IMAGINÁRIO SOCIAL DAS FAMÍLIAS E PACIENTES EM SEGUIMENTO EM UM SERVIÇO DE SAÚDE DE RIBEIRÃO PRETO (2011) Crispim, J.A. (1); Silva, T.C. (1); Freitas, I.M. (1); Fiorati, R.C. (2); Rockenbach, A.R. (3); Arcêncio, R.A. (1); Instituição: 1 - EERP/USP; 2 - Terapeuta Ocupacional do Hospital Santa Tereza de Ribeirão Preto; 3 - Centro de Orientação, Reintegração e Assistência Social; Introdução: A importância da família enquanto instituição formadora do sujeito nas dimensões sociais, ético-política e educativa é reconhecida em diferentes campos do saber. No campo da saúde, há um consenso sobre a relevância das famílias no manejo do cuidado. No contexto da TB, a inclusão de tal instituição representa uma fonte de estímulo e a possibilidade da construção de um novo horizonte para os doentes de TB. Objetivo: Assim, este estudo busca avaliar as percepções e o conhecimento dos pacientes diagnosticados de TB e seus familiares sobre a doença. Método: Trata-se de um estudo de abordagem qualitativa, sendo seleciona- Anais XII Congresso Paulista de Saúde Pública dos pacientes de TB e famílias em seguimento em um Centro de Referência para Diagnóstico e Tratamento de pacientes com TB. Os critérios para a inclusão dos sujeitos foram: Idade acima dos 18 anos, co-habitantes dos doentes de TB e ter disponibilidade para se deslocar à unidade de saúde. Para a coleta de dados, utilizou-se a técnica do grupo focal. Resultados Os resultados demonstram conhecimento fragmentado sobre a TB, condutas preconceituosas presenciadas ou praticadas pelas famílias. Dificuldade de compreensão das causas da TB pelas famílias e doentes. As crenças e as práticas tradicionais de cura faziam parte do contexto social dos sujeitos investigados. Conclusão: O conhecimento sobre a doença mais se relacionou a cultura popular, se desenvolvendo a partir das experiências de vida dos sujeitos, no intercâmbio entre as informações técnicocientíficas e os demais sistemas alternativos comuns ao universo dos sujeitos investigados. A VIOLÊNCIA DOMÉSTICA SEXUAL CONTRA CRIANÇA E A PROBLEMÁTICA DA OCULTAÇÃO PELO PACTO DO SILÊNCIO SOB A ÓTICA DOS PROFISSIONAIS DA SAÚDE. Moraes, E.M. (1); Moraes, S.D.T.A. (1); Portella, C.F.S. (1); Matsumoto, A.E. (2); Instituição: 1 - NEVHAS; 2 - UNIBAN; Introdução: o pacto do silêncio tem colaborado na perpetuação do abuso, tendo em vista que aqueles que deveriam proteger a criança são os próprios vitimizadores. Objetivos: analisar o pacto do silêncio sob a ótica dos profissionais que atuam na atenção às crianças em situação de violência doméstica em uma região de alta vulnerabilidade social na cidade de São Paulo. Método: realizamos entrevista semiestruturada, com perguntas abertas, com as diversas categorias de profissionais (88) que interagem com a crianças em situação de violência doméstica e sexual, participantes de um seminário sobre prevenção da violência doméstica, realizado em uma Universidade da Zona Sul de São Paulo. O conteúdo das falas foi tratado segundo técnica do Discurso do Sujeito Coletivo de Lefévre & Lefévre, 2005 e classificadas pelo Qualiquantisoft. Resultados apareceu medo, vergonha e dependência como fator de grande relevância. DSC referente ao Processo Interdisciplinar Necessário-“No abuso sexual da criança com síndrome de segredo nós temos uma clara Saúde Soc. São Paulo, v.20, supl.1, 2011 144 neces¬sidade do direito e uso de uma Consulta Interdisciplinar Diagnóstica Personalizada ou Anônima nas redes profissionais, antes da intervenção, nos casos de vagas suspeitas de primeira-linha e revelações parciais. Não identificar e nomear imediatamente a criança envolvida”. Suspeita de segunda-linha “Tem que ser bem fundamentada e bem documentada.Planejar a ação da revela¬cão”.Intervenção familiar -“Não deve ainda alertar ou envolver qualquer mem¬bro da família. Função da Consulta Interdisciplinar Diagnóstica Anônima “ Ajudar outros profissionais na rede a evitar a confusão entre a crise familiar e a sua própria crise na intervenção inicial da crise da revelação.Cautela na intervenção-“ A nossa própria comunicação, poderá alertar a criança que suspeitamos de abuso sexual, e nós, como profissionais, iremos desencadear inadvertidamente uma crise de revelação prematura e descontrolada. Nós então precisamos agir imediatamente, e muitas vezes prematuramente, antes de termos preparado outros colegas que precisam ser envolvidos. Conclusão-Falar com as crianças para avaliar uma revelação coloca os profissionais sob grande pressão, no sentido de obter informações verdadeiras e objetivas. Distinguir entre a tarefa de avaliar a saúde mental da criança e a necessidade de obter informações verdadeiras por razões legais ou estatutárias exige dos profissionais alem da capacidade muita sensibilidade. A VIVÊNCIA DAS MÃES COM FILHOS HOSPITALIZADOS Perussi, MA (1); Camillo, SO (1); Instituição: 1 - FACULDADE DE MEDICINA DA FUNDAÇÃO ABC; Introdução: A mãe ao acompanhar seu filho durante a hospitalização aparece como figura de apoio, mas que, por sua vez, também vivencia medos frente à atual situação. Mesmo a angústia de morte vivida pela criança é também sentida por ela. Nesse sentido, a angústia, o medo da morte, a dor em ver seu filho doente, a preocupação com o afastamento do lar, dos outros filhos e, porventura, do trabalho tornam-se presenças contínuas não só para as mães, mas também para seus filhos afetando, de algum modo, o vínculo entre eles. Objetivo: Caracterizar os sentimentos vivenciados pelas mães durante o período de hospitalização de seu filho. Metodologia: Trata-se de uma pesquisa qualitativa descritiva. Foram realizadas cinco entrevistas Anais XII Congresso Paulista de Saúde Pública individuais com mães de crianças hospitalizadas, que concordaram em participarem do estudo.. Para o tratamento dos dados utilizou-se Análise de Conteúdo. Resultados Foram identificadas as seguintes categorias:1. Modificando a rotina familiar e assumindo a necessidade da hospitalização da criança, 2. Hospitalização: sofrimento e apoio compartilhado entre mãe e filho, 3. Vivenciando a culpa da mãe pela hospitalização de seu filho, 4. Hospitalização: vivenciando a saudade de casa por mãe e filho. Conclusão: Por meio das categorias, pudemos conhecer os sentimentos e as percepções apresentadas pelas mães que encontram-se com seus filhos hospitalizados. Percebe-se que a hospitalização gera sentimentos de muito sofrimento, mas que podem ser amenizados por meio de uma assistência individualizada. Portanto, é preciso considerar a possibilidade de uma hospitalização que privilegie uma visão complexa não só da criança hospitalizada, mas da mãe que o acompanha, reconhecendo a importância dos aspectos psico-emocionais no processo saúde-doença . A VULNERABILIDADE PROGRAMÁTICA DAS MULHERES VÍTIMAS DE VIOLÊNCIA DOMÉSTICA ÀS DST/AIDS NO BRASIL: ANÁLISE DOS DOCUMENTOS NORTEADORES DA ASSISTÊNCIA Terra, MF (1); d‘Oliveira, AFPL (2); Instituição: 1 - CSEButantã - Samuel Barnsley Pessoa; 2 - FMUSP - Medicina Preventiva; A violência contra a mulher é um fenômeno de alta magnitude, impactanto a saúde da mulher e sua família, ocorrendo majoritariamente por parceiros íntimos. Objetivos: analisar a abordagem do tema da violência sexual doméstica nos documentos norteadores do Ministério da Saúde e Secretaria Municipal de Saúde de SP sobre abordagem às DST/Aids nas mulheres vítimas de violência sexual. Metodologia: Foi realizada análise documental em materiais oficiais e atuais que abordam a política nacional de atenção integral à saúde da mulher nos aspectos que tratem da conexão entre DST/AIDS e violência sexual. Resultados Foram analisados os documentos: “Caderno de violência doméstica e sexual contra a mulher. SMS (SP) 2007”, “Prevenção e tratamento dos agravos resultantes da violência sexual contra mulheres e adolescentes: Norma Técnica. MS (DF) 2010” e “Atenção às pessoas em situação de violência doméstica e sexual. MS (DF) 2010”. Percebeu-se que as políticas públicas reconhe- Saúde Soc. São Paulo, v.20, supl.1, 2011 145 cem a existência da violência sexual contra a mulher. É patente a preocupação no acolhimento a oferta de assistência psicológica, social e médica pelos serviços de saúde às mulheres vítimas da violência sexual, e as principais ações previstas são: a anticoncepção de urgência e profilaxia às DSTs/HIV. Porém tais ações são pensadas para os agressores estranhos ou conhecidos, mas não familiares que convivem com as mulheres. É referido nos documentos analisados a questão de gênero como uma grande responsável pela violência doméstica e sexual, levando a opressão, danos graves às mulheres e às suas famílias. Conclusões: as ações em saúde estão focadas no cuidado de mulheres que sofreram violência sexual por estranhos ou conhecidos, episódio único, que buscaram assistência e verbalizam a violência sofrida. Porém, nã há incentivo à busca ativa da violência no âmbito rotineiro da assistência nos serviços de saúde de atenção primária, buscando diminuir vulnerabilidades às DSTs/Aids, dentre outros agravos que impactam na saúde integral da mulher e família. A violência sexual por parceiro íntimo ou familiares permanece não revelada e negligenciada pelos serviços de saúde. Assim, mostra-se necessária a organização da assistência, tendo o cuidado integral como norteador das ações em saúde considerando as vulnerabilidades a que estão expostas as mulheres na sociedade, e construção de protocolos adequados também para estes casos. ABORDAGEM EM ÁLCOOL E DROGAS NA SAÚDE DA FAMÍLIA: PERCEPÇÃO DOS USUÁRIOS DO CAPS AD Batista, K. (1); Martins, S. T. F. (1); Instituição: 1 - UNESP; Introdução: A Política do Ministério da Saúde para a Atenção Integral a Usuários de Álcool e outras Drogas (2004) preconiza ofertas terapêuticas preventivas, reabilitadoras, educativas e promotoras da saúde, na perspectiva da integração social e produção da autonomia dos usuários. O Centro de Atenção Psicossocial Álcool e Drogas (CAPS ad) é um serviço secundário de cuidado aos usuários de álcool e/ou drogas substitutivo à institucionalização e comprometido com a inserção social. Considerando a Estratégia Saúde da Família (ESF) como um modelo de reorganização da atenção básica fundamentado na busca ativa, na importância do vínculo comunitário e do acompanhamento longitu- Anais XII Congresso Paulista de Saúde Pública dinal de sua população adscrita, é importante observar como se manifesta a articulação entre os profissionais da ESF e os usuários assistidos no CAPS ad. Objetivo: Esse estudo investigou como oito usuários do CAPS ad de um município do interior do estado de São Paulo residentes em áreas de abrangência de cinco Unidades de Saúde da Família (USF) avaliam sua relação com a equipe profissional das USF. Método: Foi utilizada a entrevista semi-estruturada e os dados foram analisados à luz da Psicologia Sócio-Histórica por meio da apreensão de significados. Resultados Observou-se que a maioria dos usuários chega ao CAPS ad via serviços terciários de saúde, não respeitando a hierarquização proposta pelo Sistema Único de Saúde e sugerindo um distanciamento dos usuários de SPA com a USF. A maioria referiu pouco utilizar os serviços da USF, e aqueles que o fazem em geral buscam cuidados clínicos, constatando apenas o relato de uma usuária que participa de um grupo terapêutico semanal onde é permitida a expressão de sofrimento psíquico. Verificou-se que no geral a USF acompanha o tratamento realizado no CAPS ad mediante o controle de vale-transportes, realização de exames e fornecimento de medicação. Os usuários relataram não serem abordados na USF sobre o uso de SPA e logo, não compartilham com tais profissionais sobre este assunto. A atuação da USF muitas vezes se limita a encaminhamentos, centralizando a abordagem no CAPS ad e comprometendo a integralidade da assistência. Conclusão: É necessário repensar as condições de trabalho dos profissionais da atenção básica para sua atuação frente o uso da SPA, sugerindo a pertinência de revisão dos currículos de graduação e a criação de espaços de apoio matricial para a capacitação periódica dos profissionais. ACESSIBILIDADE DE PORTADORES DE DEFICIÊNCIA EM UM SERVIÇO DE SAÚDE SEXUAL: EQUIPARAÇÃO DE OPORTUNIDADES Sales, A. S. (1); Oliveira, R. F. (2); Araújo, E. M. (2); Instituição: 1 - Faculdade Adventista da Bahia; 2 Universidade Estadual de Feira de Santana; Introdução: Para um cuidado de forma plena, integral e universal é preciso que se tenha uma adequação no processo comunicativo entre profissional de saúde e pessoas com deficiência, na estrutura física dos serviços e na dialética das propagandas e programas de prevenção, buscando ferramentas estratégicas para Saúde Soc. São Paulo, v.20, supl.1, 2011 146 implantação dessas ações de forma efetiva e plena para a luta contra AIDS. É imprescindível assim, que haja inclusão no contexto da acessibilidade para o alcance dessas pessoas, entendendo ser isso, um processo de se conseguir a equiparação de oportunidades em todas as esferas da vida. Objetivo: O estudo objetivou analisar o ponto de vista de cinco profissionais de um serviço de saúde sexual de um município no estado da Bahia, sobre a acessibilidade das pessoas com deficiência ao serviço mediante as condutas profissionais. Método: Trata-se de uma pesquisa qualitativa cujo aporte teórico foi o da femenologia heideggeriana em que foi abordado a conduta de atendimento ao portador de deficiência com suspeita de HIV/AIDS. Resultados A análise dos depoimentos apontou que alguns dos profissionais de saúde, desempenham um papel de grande importância, na facilitação de um atendimento acolhedor às pessoas com deficiência no referido serviço, porém de forma pontual e individual. Conclusão: Para uma assistência com responsabilidade longitudinal é necessário que as ferramentas utilizadas no alcance desses pacientes, sejam direcionadas por uma proposta de programas e políticas públicas com ações afirmativas para alcance da equidade em saúde, assegurando o pleno desenvolvimento, o avanço e o empoderamento dessa população. Assim, deve ser articulado o envolvimento dos profissionais, gestores, atores políticos e do Estado de forma que contemple aspectos relacionados à acessibilidade, a cobertura global, coordenação e continuidade de acompanhamento. ACIDENTES MAIS FREQÜENTES EM CRIANÇAS DE 2 A 7 ANOS E AS ESTRATÉGIAS UTILIZADAS PELAS MÃES PARA A PREVENÇÃO Fernandes, I.C. (1); Alves, J.E. (1); Oliveira, R.P. (1); Instituição: 1 - FMABC-CE; Introdução: Os acidentes na infância representam um grande problema de saúde pública devido aos custos gerados ao estado por uma internação que poderia ser evitada. Objetivo: Identificar os acidentes mais freqüentes em crianças de 2 a 7 anos e as estratégias utilizadas pelas mães para evitar novos acidentes. Método: Estudo quantitativo descritivo simples, coleta de dados primários. Entrevistados 50 acompanhantes das crianças entre 2 a 7 anos em uma sala de espera para consulta no Centro de Saúde Escola Capuava. Resultados A maioria dos acidentes ocorreu em casa Anais XII Congresso Paulista de Saúde Pública na presença das mães 28 (82,4%), com predomínio para queda 26 (76,5%), seguido de queimaduras 06 (17,6%). Cerca de 62% das acompanhantes nunca receberam orientação sobre a prevenção de acidentes, dos que receberam orientação 42% informaram a mídia como fonte de informação e 5 (26,3%) obtiveram orientação do médico e 01 (5,3%) do Enfermeiro. Quanto às medidas de prevenção restringe se a orientações básicas e nenhuma mudança arquitetônica em seus domicílios. Conclusão: O presente estudo evidenciou que as mães possuem pouco conhecimento de como prevenir a ocorrência de acidentes, destacando-se quedas e queimaduras como os principais acidentes. Constatou- se, portanto a necessidade de novos estudos e que os profissionais da saúde forneçam orientações aos cuidadores na atenção básica. ACIDENTES POR CAUSAS NÃO INTENCIONAIS EM CRIANÇAS E ADOLESCENTES Panaino, E.F. (1); Instituição: 1 - Universidade do Grande ABC; Introdução: Os acidentes na infância representam cada vez mais uma importante causa de morbi-mortalidade no mundo atual, constituindo um grande problema de saúde pública. Pode-se considerar que as crianças envolvidas em acidentes provavelmente necessitarão de procedimentos dolorosos, sofrerão com o isolamento social a depender da gravidade do acidente, se ausentarão da escola e que seus cuidadores terão rotinas alteradas devido ao acompanhamento do tratamento, observação e até mesmo hospitalização da criança. São responsáveis também por traumatismos não fatais, como encefalopatia anóxia por quase afogamento, cicatrizes e desfiguração devidos a queimaduras, bem como déficits neurológicos persistentes. Processo que envolve gastos, estresse na família e riscos para infecções relacionadas à hospitalização da criança. Objetivo: Este trabalho objetiva empreender uma análise sistemática e crítica da literatura a respeito das causas externas e os fatores associados aos acidentes não intencionais que acometeram crianças e adolescentes no ambiente domiciliar. Metodologia: Realizou-se levantamento da literatura a partir das bases de dados on-line Medline, Lilacs e Adolec, utilizando os descritores acidentes, domésticos, criança, Brasil. A revisão foi ampliada através Saúde Soc. São Paulo, v.20, supl.1, 2011 147 de busca de outras fontes, tais como documentos governamentais e não governamentais e estatísticas de saúde, referências citadas nos artigos obtidos. Os artigos selecionados preenchiam os seguintes critérios: população com idade de 0 a 19 anos, ter sido realizado no Brasil, acidentes que ocorreram no ambiente doméstico. O total de artigos selecionados atendendo a estes critérios foi de 12. Resultados: Dentre os 12 artigos estudados, 7 apresentam dados sobre intoxicações exógenas, 3 sobre queimaduras, 3 sobre quedas e 1 estudou o trauma ocular. Outros assuntos como engasgamento, afogamento e acidentes com animais peçonhentos são, mas não referem se os acidentes foram domiciliares ou mesmo a faixa etária das vítimas. Conclusão: Concluí-se que crianças do sexo masculino apresentaram maior risco para acidentes domésticos, assim como as menores de 5 anos. Constatou-se que a importância da compreensão dos profissionais de saúde a respeito da prevenção das injúrias, que devem ser enfrentada através de medidas de controle e abordagens cientificamente eficazes. ACOLHIMENTO ODONTOLÓGICO: FERRAMENTA AUXILIAR NO PROCESSO DE ORGANIZAÇÃO DAS AÇÕES EM SAÚDE BUCAL. Diniz, D.G. (1); Garbin, C.A.S. (1); Garbin, A.J.I. (1); Moimaz, S.A.S. (1); Instituição: 1 - FOA-UNESP; O Acolhimento tem se destacado como uma ferramenta importante na atenção básica em saúde a fim de proporcionar respostas às demandas dos usuários que procuram os serviços além da sua utilidade em adequar a operacionalização dos processos de trabalho. Essa pesquisa teve por objetivo propor um modelo de acolhimento odontológico (ACO), analisá-lo e discutir a sua utilização como ferramenta auxiliar no processo de organização das ações locais de saúde bucal em uma unidade de saúde da família (USF). Realizou-se, inicialmente, um levantamento de dados junto a USF selecionada em relação às características sócio-econômico-demográficas da sua população. Em seguida elaborou-se um modelo de Acolhimento inserido no contexto da forma de atenção odontológica local. Após um ano de implantação, uma amostra dos usuários atendidos pelo ACO foi definida para análise estatística do perfil dessa população (Teste Qui Quadrado e Anais XII Congresso Paulista de Saúde Pública exato de Fisher - nível – p<5%). A USF, localizada no município de Sorocaba-SP, possui 4 equipes de saúde da família e 2 equipes de saúde bucal. Na sua área de abrangência residem 12898 pessoas sendo a maioria adulta (67,4%), com baixa renda e índice educacional e alto número de não trabalhadores ou desempregados. O modelo de acolhimento odontológico proposto baseouse no atendimento da demanda espontânea da unidade, com escuta especializada, fluxo definido e elaboração de instrumento de coleta de dados e informações a fim de proporcionar resolutividade para os casos. A mostra definida foi de 470 fichas do ACO (erro amostral de 4%). Os adultos foram predominantes nos atendimentos (67%). A dor dentária foi a queixa mais citada (80%) sendo a cárie a principal causa diagnosticada (40%). Para 52,1 % foi a primeira vez que se utilizou do serviço odontológico na unidade. O atendimento imediato foi exigido em 80,3% dos casos. Situações consideradas agudas corresponderam a 32,7% da amostra, sendo que 80,5% delas concentradas na população adulta e 76,7% em indivíduos que acessaram o serviço na unidade pela 1ª vez. O ACO atuou como uma importante porta de acesso ao tratamento odontológico e contribui para identificar indivíduos e grupos com maior vulnerabilidade em saúde bucal possibilitando um aperfeiçoamento no planejamento, na organização e implantação de estratégias imediatas de ações locais em saúde bucal. AÇÕES DE ALIMENTAÇÃO E NUTRIÇÃO NA ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA, NO MUNICÍPIO DE SÃO PAULO: A CRIANÇA EM QUESTÃO Cervato-Mancuso, A.M (1); Coelho, D.E.P (1); Frias, R.A.C. (1); Vieira, V.L. (1); Instituição: 1 - USP; Introdução: A Estratégia Saúde da Família (ESF) tem como objetivo a reorganização do Sistema Único de Saúde, no âmbito da Atenção Primária a Saúde. No município de São Paulo, os Núcleos de Apoio a Saúde da Família (NASF) estão inseridos em regiões de alta vulnerabilidade social e a superação da insegurança alimentar, principalmente entre crianças, é necessária para promoção da saúde de toda população. Objetivo: Descrever e comparar as ações desenvolvidas com crianças nos NASF, relacionadas a Segurança Alimentar e Nutricional (SAN), sob a ótica dos nutricionistas. Saúde Soc. São Paulo, v.20, supl.1, 2011 148 Método: Foram realizadas entrevistas semi-estruturadas por telefone com 16 nutricionistas que atuam nos NASF do Município de São Paulo a respeito das atividades desenvolvidas por elas com crianças e aquelas relacionadas a SAN. As respostas foram transcritas e os dados obtidos foram organizados em categorias e analisados quantitativamente. Resultados Foram citadas 49 ações de alimentação e nutrição destinadas a crianças. As atividades mais citadas foram os Grupos Educativos (27), com foco na criança, no responsável ou em ambos, e o Atendimento Individual (13), totalizando 81,6% das atividades. As outras atividades citadas foram: Grupo de avaliação/ acompanhamento do estado nutricional (3), visita domiciliar (3), palestra/capacitação para multiplicadores (2) e reunião de equipe (1). Dessas atividades, 39 (79,6%) estavam relacionadas a SAN, cabendo destacar que o total do Atendimento Individual diminuiu para 8 atendimentos. Conclusão: A frequência das atividades citadas evidencia que as ações de alimentação e nutrição ainda estão focadas em um modelo tradicional e que nem todas objetivam a SAN, como propõe a Política Nacional de Alimentação e Nutrição. Portanto, a Alimentação e Nutrição na Atenção Primária a Saúde ainda tem como desafio a concretização, na prática cotidiana, da proposta de modelo diferenciado que é a ESF, incluindo ações intersetoriais e interdisciplinares, norteadas pela SAN. AÇÕES DE NUTRIÇÃO NO PROJETO BANDEIRA CIENTÍFICA: EXPERIÊNCIAS EM SAÚDE PÚBLICA DURANTE A GRADUAÇÃO Pereira, J. L. (1); Vieira, V. L. (1); Jaime, P. C. (1); Instituição: 1 - FSP-USP; Introdução: O Bandeira Científica (BC) é um projeto de extensão da Universidade de São Paulo no qual mais de 200 estudantes e profissionais de diversas áreas (Medicina, Nutrição, Fisioterapia, Odontologia, Engenharia, entre outros) realizam anualmente uma expedição para uma cidade brasileira de baixo Índice de Desenvolvimento Humano, a fim de realizar atividades assistenciais, educativas e de pesquisa, buscando melhorar a qualidade de vida da população da cidade e colocar em prática o conhecimento dos estudantes. Objetivo: Comparar as ações da equipe de Nutrição do BC às propostas pela Matriz de Ações de Alimentação Anais XII Congresso Paulista de Saúde Pública e Nutrição na Atenção Básica de Saúde do Ministério da Saúde. Metodologia: Foram realizadas entrevistas semi-estruturadas com ex-participantes da equipe de nutrição do BC e analisados relatórios científicos dos projetos realizados no período de 2005 a 2010. As comparações foram feitas com os pressupostos da Matriz, de acordo com os sujeitos das ações, os níveis de intervenção e o caráter das ações. Resultado: Dentre as atividades realizadas, algumas têm foco no indivíduo, como os atendimentos nutricionais individuais, outras, a família, como as visitas domiciliares, e também, a comunidade, como nas ações educativas nas escolas. O diagnóstico é realizado por meio da coleta de variáveis socioeconômicas, culturais e de saúde e avaliação nutricional durante a expedição e apresentado para gestores e outros representantes da cidade, que possibilita ações no nível de gestão das ações de alimentação e nutrição. A promoção da saúde e a prevenção de doenças são abordadas nas ações educativas para vários públicos, como os agentes comunitários de saúde. Já a assistência, tratamento ou cuidado ocorrem nos diversos atendimentos à população. Quanto ao caráter das ações, universais ou específicas, a realização de atividades educativas em espaços comunitários contemplam a primeira característica, enquanto que os grupos de atendimento para gestantes e nutrizes atendem à segunda. Conclusões: A participação da equipe de Nutrição vem se ampliando e estabilizando no BC. As experiências obtidas a cada ano de participação no projeto permitiram que as ações de nutrição buscassem, de maneira convergente ao preconizado pelo Ministério da Saúde, melhorar a saúde da população das cidades em que atua e desenvolver os alunos e profissionais participantes, tanto no âmbito profissional quanto humano. AÇÕES DE PREVENÇÃO AO HIV/AIDS NA ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA SOB A ÓTICA DA VULNERABILIDADE PROGRAMÁTICA CIRINO, FMSB (1); NICHIATA, LYI (1); FRANCO, FA (1); Instituição: 1 - USP; As ações de prevenção ao HIV/aids na Estratégia Saúde da Família foram objetos desse estudo, cujo objetivo foi analisá-las, sob a ótica da vulnerabilidade na sua dimensão programática, caracterizando dificuldades, potencialidades e desafios na prevenção ao HIV/aids Saúde Soc. São Paulo, v.20, supl.1, 2011 149 nesta estratégia. Para alcançar os objetivos propostos optou-se por um estudo exploratório, com abordagem qualitativa, utilizando-se a metodologia do Estudo de Caso. O conceito de vulnerabilidade, em sua dimensão programática, foi usado como quadro teórico. A coleta de dados foi realizada por meio de entrevistas semi-estruturadas com gerentes de UBS de Saúde ou pessoas indicadas por eles e mediante técnica de grupo focal com equipes de saúde da família. O estudo foi conduzido no período de junho a dezembro de 2009, em 11 Unidades de Saúde da Família do distrito de Capão Redondo, região sul do Município de São Paulo, Brasil. Percebeu-se que as ações de prevenção ao HIV/aids estavam fundamentadas no conceito de risco da epidemiologia tradicional, com predomínio de intervenções informativas, de caráter prescritivo e normativo, que tinha como principal finalidade a mudança de comportamento do indivíduo. Ações fortemente baseadas no modelo biomédico hegemônico. Como dificuldades encontradas destacaram-se àquelas relacionadas ao processo de trabalho das equipes, que apontam sobrecarga de trabalho pelas demandas dos programas prioritários; alta rotatividade dos profissionais e falta de capacitação dos mesmos para a prevenção ao HIV. A maior potência da ESF na prevenção da aids encontra-se no princípio da longitudinalidade, que permite qualificar o reconhecimento da vulnerabilidade do território e planejar as ações de prevenção de acordo com as necessidades da população. O maior desafio apontado pelas equipes está em reconhecer o processo de produção e reprodução social como determinante da vulnerabilidade ao HIV. Por fim, conclui-se que o modelo técnico-assistencial vigente na atenção básica, apesar de sua reconhecida potencialidade, ainda apresenta práticas embasadas na noção de risco e no modelo biomédico hegemônico, determinando, assim, a vulnerabilidade programática na prevenção ao HIV/aids. AÇÕES EDUCATIVAS EM SAÚDE DA CRIANÇA: CONCEPÇÕES E PRÁTICAS PROFISSIONAIS EM UMA UNIDADE DE SAÚDE DA FAMÍLIA Carvalho, APA (1); Veríssimo, MLOR (2); Instituição: 1 - ASSOCIAÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO DA MEDICINA- SPDM; 2 - Universidade de São Paulo; Introdução. A Promoção da Saúde representa um novo paradigma para a estruturação do cuidar e organização dos serviços da saúde visando à superação das Anais XII Congresso Paulista de Saúde Pública práticas puramente curativas pelas que trabalham com os determinantes do processo de saúde-doença. Nesta visão, as ações educativas são indissociáveis das ações de saúde e devem possibilitar o empoderamento dos sujeitos. Tendo em vista que a Estratégia Saúde da Família (ESF) tem o objetivo de reverter o modelo de assistência à saúde vigente, para a efetivação desse paradigma dentro Sistema Único de Saúde, este trabalho analisa as práticas educativas voltadas para saúde da criança desenvolvidas em uma Unidade de Saúde da Família (USF). Objetivo. Analisar o processo educativo estabelecido por equipes de saúde da família na atenção à Saúde da Criança. Método. Pesquisa qualitativa de estudo de caso fundamentada na Pedagogia Libertadora de Paulo Freire. A coleta de dados foi realizada por meio de entrevistas semi-estruturadas com enfermeiras e médicos de uma USF da região do Butantã no município de São Paulo; essas foram sistematizadas a partir da técnica do Discurso do Sujeito Coletivo. Resultados. A análise dos dados indica a presença de uma diversidade de concepções e práticas de educação em saúde da criança, que abarcam desde uma visão de educação em saúde como uma prática democrática que visa o empoderamento dos sujeitos, até uma visão desta como transferência de informações da equipe de saúde para as famílias. Contudo, a maior parte das práticas de educação em saúde da criança ocorre nas consultas individuais e tem por base a orientação para o cuidado, o que, muitas vezes, centra-se na prescrição e exposição de informações. Além disso, os trabalhadores de saúde revelaram que tanto os processos de formação permanente quanto os cursos de graduação que freqüentaram tinham um enfoque completamente clínico, sendo deficientes nos temas relacionados à educação em saúde; de forma que o trabalho educativo em saúde desenvolvido por eles, em geral, tem como base conhecimentos empíricos adquiridos na prática profissional. Conclusão. A incorporação de processos educativos mais democráticos e coerentes com a promoção da saúde na realidade da ESF necessita de uma formação permanente dos trabalhadores neste referencial e de uma reformulação do processo de trabalho. ADAPTAÇÃO CULTURAL E VALIDAÇÃO PARA A LÍNGUA PORTUGUESA DE UM INSTRUMENTO PARA MENSURAÇÃO DA GRAVIDEZ NÃO PLANEJADA Cavalhieri, F.B. (1); Instituição: 1 - EEUSP; Saúde Soc. São Paulo, v.20, supl.1, 2011 150 Diante da importância que a gravidez não planejada vem adquirindo no cenário mundial, apesar da melhoria nas tecnologias contraceptivas e ampliação do acesso aos serviços de saúde e métodos contraceptivos, faz-se necessário mensurar com maior precisão este fenômeno. Por esta razão, pesquisadores da área de saúde sexual e reprodutiva têm procurado desenvolver medidas que possam oferecer estimativas confiáveis de mulheres que vivenciam a gravidez não planejada. A maior parte dos instrumentos utilizados para mensurar a gravidez não planejada são unidimensionais e não levam em consideração a parceria, a intencionalidade ou o uso de métodos anticonceptivos de forma simultânea, aspecto não observado no London Measure of Unplanned Pregnancy (LMUP), desenvolvido no Reino Unido. Nesse contexto, este estudo transversal tem como objetivo traduzir e adaptar o instrumento LMUP para a língua portuguesa e validar suas propriedades, visando à sua utilização como instrumento de mensuração de gravidez não planejada no Brasil. A adaptação e validação do LMUP foram realizadas conforme o método preconizado pela literatura. O cenário de estudo foram unidades da rede de Atenção Básica do município de Marília-SP. A população de estudo foi composta por 126 mulheres com idade 18 e 42 anos, usuárias dessas unidades, que procuraram a Unidade para confirmação do diagnóstico da gravidez por meio de um teste imunológico para gravidez cujo resultado foi positivo. Os resultados obtidos demonstraram que em relação às propriedades psicométricas, o instrumento apresenta um valor de apha de Cronbach de 0,75 para a escala total. A análise fatorial exploratória dos componentes principais do instrumento LMUP na versão Português aqui apresentada resultou em um único fator, que explicou 66,5% da variância total dos dados. As propriedades psicométricas do instrumento foram demonstradas e, portanto ele pode ser utilizado para mensurar a gravidez não planejada na população brasileira. ADESÃO À AMAMENTAÇÃO DE ADOLESCENTES PUÉRPERAS NO HOSPITAL DE PRAIA GRANDE Bohn, N. P. (1); Reato, L.F.N. (1); Filipini,R. (1); Instituição: 1 - Faculdade de Medicina do ABC; Introdução. A prática da amamentação deve ser iniciada por ocasião do nascimento, contudo é fundamental que suas orientações ocorram na fase da gestação a fim de prevenir seu abandono precoce. Objetivo: Verificar fatores que influenciam na adesão da amamentação Anais XII Congresso Paulista de Saúde Pública entre adolescentes no período puerperal. Método: Pesquisa de abordagem quantitativa, realizada num hospital de Praia Grande, com 30 puérperas adolescentes na faixa etária entre 14 e 19 anos, que receberam orientação sobre amamentação durante a internação. Os dados foram coletados através de um questionário e constituiu-se em duas fases, a primeira no puerpério imediato e a segunda um mês após o nascimento de recém-nascido.Resultados A freqüência de amamentação na amostra estudada no momento da alta hospitalar foi de 93,3%. Um mês após o nascimento 90% referiram continuar amamentando e destas 66,7% mantinham aleitamento exclusivo. Foram identificados como fatores de risco associados a interrupção do aleitamento materno exclusivo introdução de chupeta, água e chá , leite artificial . As que não estavam ofertando aleitamento materno alegaram pouco leite e fissura no mamilo como as causas do desmame. Conclusão: Foram identificados como fatores de proteção ao aleitamento materno exclusivo a realização de um pré-natal satisfatório, alojamento conjunto, amamentação exclusiva durante a internação e na alta hospitalar; aceitação do recém-nascido pela adolescente e pela família e orientação durante a internação. Fissura no mamilo e dificuldades técnicas em amamentar foram identificados como fatores de risco a não amamentação pela adolescente e o desmame precoce. AEDES AEGYPTI: ÍNDICES DE INFESTAÇÃO EM ÁREA COM TRANSMISSÃO DE DENGUE Domingos, M.F. (1); Losano, N.F. (1); Carvalho, M. (1); Instituição: 1 - SUCEN; Introdução: índices de infestação de Aedes aegypti tem sido utilizados como uma das ferramentas para a vigilância e controle desse vetor, na expectativa de se conhecer a densidade e distribuição do mosquito, para se direcionar medidas de combate. A Superintendência de Controle de Endemias (SUCEN), órgão da Secretaria de Estado da Saúde do Estado de São Paulo, realiza avaliação de densidade larvária (ADL), objetivando acompanhar a sazonalidade, a tendência de infestação e os recipientes positivos predominantes para o vetor das diversas regiões do Estado. A ADL é realizada numa amostra de imóveis que são pesquisados e estimados os índices de: Breteau (IB), Predial (IP), e Recipientes (IR). OBJETIVO: apresentar série histórica de índices de densidade larvária de Aedes aegypti na Baixada SanSaúde Soc. São Paulo, v.20, supl.1, 2011 151 tista no período de 2006 a 2010. MATERIAL E Métodos: foram analisados os índices de Breteau , Predial e os recipientes investigados durante a execução da ADL realizada pela SUCEN. O estudo foi realizado com os dados da Baixada Santista, onde se registra transmissão endêmica de dengue. Resultados O IB e o IP médio mensal do período apresentaram comportamento semelhantes com valores maiores variando entre 3,0 a 5,0 e 2,4 a 4,2 respectivamente entre janeiro e abril. Nos meses subseqüentes ocorre o decréscimo dos índices: o Breteau registrado ficou entre 2,3 e 0,9 e o Predial entre 1,9 e 0,8. A partir de outubro esses índices iniciam a ascensão.Dos 13 tipos de recipientes analisados verificou-se as maiores positividades em pneu (3,8), seguido pelo depósito de água não ligado a rede (3,5), destacando-se ainda vaso de planta (2,2), outros (2,0) e prato para planta (1,8). Em relação a frequência de recipientes positivos destacam-se: outros (21,3), ralo externo (18,6), prato de planta (14,0) e materiais inservíveis (14,0). Conclusão: os maiores índices de infestação do Aedes aegypti foram registrados nos meses mais quentes do ano, coincidindo com o período mais favorável para a transmissão de dengue; o vetor está presente o ano inteiro, indicando a estabilidade da infestação; pneu e depósito de água não ligado a rede apresentaram as maiores positividades, indicando sua importância como criadouros; os recipientes tipos: outros, ralo externo, prato de planta e materiais inservíveis foram os mais freqüentes entre aqueles com larvas do vetor, cujo controle dos mesmos está ligado a educação sanitária e hábitos culturais. AFASTAMENTO DOS PROFESSORES E RETORNO AO TRABALHO: O QUE FAZER? Silva-Macaia, A.A. (1); Fischer, F.M. (1); Instituição: 1 - FSP/USP; Introdução: Os transtornos psíquicos e comportamentais constituem o terceiro grupo de doenças que mais afasta do trabalho. O retorno ao trabalho sem que tenha havido modificações nas condições que geraram o afastamento pode levar a uma piora da doença. Estudos realizados mostraram que a reorganização escolar ocorrida desde a década de 1970 está associada à piora das condições de trabalho. Observou-se em anos posteriores, o adoecimento psíquico entre os docentes. A investigação sobre afastamentos e retorno ao trabalho Anais XII Congresso Paulista de Saúde Pública pode favorecer o direcionamento de ações que sejam modificadoras das situações apontadas.Objetivos: Analisar as trajetórias pessoais entre o afastamento e retorno ao trabalho de docentes e identificar suas percepções sobre o ambiente e organização do trabalho escolar que levaram e possam evitar novos afastamentos.Métodos: Participam do estudo professores da rede pública de São Paulo/Capital que, após afastamentos por transtornos mentais e comportamentais (CID10), retornaram ao trabalho na docência ou em outra função. Os professores foram convidados por meio de divulgação na página eletrônica de um sindicato de professores e, a partir disto, também indicados pelos participantes. A técnica utilizada nesta etapa é a entrevista individual com roteiro semi-estruturado em uma linha de narrativa oral. Os relatos são gravados e transcritos e estão sendo analisados a partir da codificação de categorias conforme a abordagem da “teoria fundamentada”. Os dados estão sendo avaliados à luz da literatura sobre saúde do trabalhador, organização do trabalho e saúde mental.Resultados Apresentam-se resultados preliminares das entrevistas de dois professores que retornaram à docência e um terceiro que mudou de função. Os participantes tinham entre 50 e 55 anos e tempo na profissão entre 5 e 35 anos. A análise destes relatos aponta para a ausência de apoio ao professor, tanto da escola quanto de outros profissionais da rede escolar, e também da ausência de ações de prevenção e promoção da saúde no setor da educação. Não houve consenso destes professores em relação à autonomia das escolas, assim como de suas próprias ações, para a resolução dos problemas citados.Conclusão: A partir destes casos pode-se observar o descontentamento dos professores com as políticas sociais e econômicas que deveriam fazer interface com a saúde do trabalhador. A continuidade do estudo mostrará as particularidades e propostas de intervenção. Apoio financeiro: FAPESP (2010/11698-0). AGENTES COMUNITÁRIOS DE SAÚDE: SITUAÇÕES DA PRÁTICA PROFISSIONAL E SUAS DIFICULDADES. Diniz, D.G. (1); Garbin, A.J.I. (1); Garbin, C.A.S. (1); Instituição: 1 - FOA-UNESP; As características da atuação do agente comunitário de saúde (ACS) busca construir com os novos processos de trabalho em saúde voltados para a família apontando esses profissionais como indivíduos capazes de prover Saúde Soc. São Paulo, v.20, supl.1, 2011 152 facilidades ao processo de desenvolvimento das ações na área. Entretanto a sua prática de assistência envolve peculiaridades que podem gerar dificuldades na atuação comprometendo a qualidade de sua atuação. Esta pesquisa avaliou a dificuldade, na visão dos Agentes Comunitários de Saúde (ACS), de 6 situações envolvendo sua prática de assistência: número de famílias na área de abrangência para serem acompanhadas(A); Grau de entendimento da população em relação ao trabalho exercido pelo ACS(B); “Medo” para realizar as atividades(C); Capacidade, oferecida pelo serviço ao ACS, para solucionar os problemas da comunidade(D); Organização, companheirismo e o coleguismo da equipe de trabalho(E); Capacitação e treinamento adequado para exercer suas atividades(F) e indicou quais características pessoais esses profissionais consideram necessárias para sua atuação. O item A obteve, individualmente, 48,4% de avaliações negativas seguida pelos itens D-36%, F-33,4%, B-32,8%, E-31,1%, C-27,8%. Na comparação entre as situações, D foi o mais dificultoso seguido por: A, B, E, F e C. Na percepção dos ACS, 21 características foram citadas como necessárias para sua atuação, sendo Comunicação e Paciência, as mais mencionadas. Conclui-se que o elevado número de famílias sob a supervisão dos ACS e as limitações do serviço em oferecer-lhes capacidade na resolução dos problemas da comunidade são as situações mais dificultosas. Comunicação e Paciência foram às características mais citadas como necessárias para a sua atuação. AMBIENTE E SAÚDE: AVALIAÇÃO NA MICROBACIA DA SERRA CLARA, ALTO SAPUCAÍ, DELFIM MOREIRA, MINAS GERAIS COUTINHO DE PAULA, E. (1); SILVA, L.F. (1); Instituição: 1 - UNIFEI - UNIVERSIDADE FEDERAL DE ITAJUBÁ; Existe uma relação entre a saúde dos ecossistemas e a saúde humana, sendo que as condições ambientais e de saneamento são variáveis importantes na transmissão de doenças de veiculação hídrica. A presente pesquisa foi desenvolvida na Microbacia da Serra Clara, área rural da cidade de Delfim Moreira, inserida na Bacia Hidrográfica do Alto Sapucaí, sul do Estado de Minas Gerais, Brasil. São abundantes as nascentes superficiais na região e a geografia favorece a captação por gravidade, sendo as atividades econômicas de natureza agropastoril. Este trabalho objetivou um levantamento das características das Anais XII Congresso Paulista de Saúde Pública fontes de abastecimento humano de água, dos hábitos dos moradores e da infraestrutura sanitária, da destinação de resíduos líquidos e sólidos, do uso da água nas propriedades, da ocorrência de diarreia em crianças menores que cinco anos, bem como ressaltar a importância de trabalhos voltados à participação da sociedade para a superação de desafios socioambientais. Foram realizadas entrevistas por meio de questionários contemplando-se 89 domicílios permanentes nos quatro bairros rurais situados na microbacia. Os dados demonstram o pouco conhecimento da população sobre as implicações do consumo de água sem tratamento, confirmam a inexistência de saneamento básico e a ocorrência de casos de diarreia em crianças. A avaliação da água de abastecimento humano foi obtida por análises microbiológicas de amostras de água consumida em diferentes propriedades rurais, com foco para aquelas com crianças abaixo de cinco anos. Os resultados revelaram que oito das nove (89%) amostras de água consumida estavam contaminadas por coliformes fecais, não atendendo os padrões microbiológicos de potabilidade preconizados pela legislação brasileira. As avaliações de caráter quantitativo da distribuição de casos de diarreia entre os quatro bairros que compõem a Microbacia da Serra Clara não apresentaram valores significantes. A água utilizada nas propriedades rurais é considerada um importante fator de risco à saúde humana. A adoção de hábito de tratamento da água e medidas de tratamento das águas residuárias são as ações necessárias para diminuir o risco de ocorrência de doenças de veiculação hídrica. Para a complexidade dessa questão, o enfoque ecossistêmico é recomendado, na busca de integrar o binômio ambiente-saúde por meio da transdisciplinaridade, da participação da comunidade e da equidade entre os atores na busca de soluções e na gestão do ecossistema em que vivem. ANALISE COMPARATIVA DA MORBIMORTALIDADE POR DOENÇAS DE CAUSAS RESPIRATORIAS EM IDOSOS DE LAGOA DA PRATA MG ANTES E APÓS A IMPLANTAÇÃO DA IMUNIZAÇÃO CONTRA INFLUENZA Oliveira, M.G (1); Costa, A. D (2); Batista, D. C (3); Instituição: 1 - Centro Universitario de Formiga MG; 2 - Secretaria Municipal de Saúde de Formioga MG; Centro Universitario de Formiga MG; 3 - Centro Universitário de Formiga; Saúde Soc. São Paulo, v.20, supl.1, 2011 153 Introdução: Os idosos provocaram mudanças no perfil epidemiológico. As infecções respiratórias são importantes causas de óbitos, internações e despesas para a população e para o serviço de saúde. A Influenza é uma infecção que acomete o trato respiratório, destaque dado á essa infecção é devido ás complicações que ela trás para os idosos, po-dendo levar a óbito. No entanto é importante refletir se a vacina oferecida anualmente desde 1999 para a população com 60 anos e mais, na prática contribui para redução da morbimortalidade da Influenza e suas complicações. Objetivo: Proceder análise compa-rativa da morbimortalidade por doenças respiratórias antes e após o inicio das campa-nhas de vacinação contra Influenza no município de Lagoa da Prata-MG. Métodos: Trata-se de uma pesquisa descritiva com abordagem quantitativa, um estudo de coorte não amostral. Foram buscados no DATASUS dados de morbimortalidade por doenças respiratórias na população maior de 60 anos no município de Lagoa da Prata-MG no período de 1992 á 2007, também obteve-se a população residente no mesmo período e a cobertura vacinal de 1999 á 2007. A partir dos dados obtidos foram feitos cálculos onde se obteve o coeficiente de morbimortalidade por doenças respiratórias e a letalidade em cada ano estudado. Resultados A mortalidade a partir de 1999 apresenta um caráter homogêneo em relação aos anos anteriores á implantação da vacina. A mortalidade e letalidade mostram uma estreita relação com a cobertura vacinal, a medida que a co-bertura vacinal aumenta observa-se uma queda em ambas, isso é mais evidente na leta-lidade por doenças respiratórias. Ao comparar a letalidade e mortalidade antes e após a implantação da imunização contra influenza observa-se um aumento das mesmas em relação aos anos anteriores, mas é notado que no período anterior á 1999 os coeficientes são extremamente irregulares. Com esse dados é possível inferir a subnotificaçao de casos e o mal preenchimento de Declarações de Obitos. Conclusão: A partir do estudo realizado, foi possível notar que a vacina contra Influenza possui grande impacto em prevenir as complicação provocadas pela gripe, logo as despesas onerosas para o servi-ço de saúde diminuem a medida que essas complicações são evitadas e a vacinação anu-al é essencial para garantir uma prevenção adequada. Anais XII Congresso Paulista de Saúde Pública ANÁLISE DA QUALIDADE DE VIDA DE LESADOS MEDULARES Junior, D. S. (1); Bigoli, V. H. O. (2); Instituição: 1 - UMESP (Universidade Metodista de São Paulo; 2 - UMESP (Universidade Metodista de São Paulo); Introdução: A American Spinal Injury Association (ASIA) define a Lesão Medular como sendo uma diminuição ou perda da função motora e/ou sensitiva e/ou anatômica, podendo ser uma lesão total ou parcial, devido ao trauma dos elementos neuronais dentro do canal vertebral. Objetivo: Descrever o perfil e avaliar a qualidade de vida de pessoas com lesão medular. Método: Trata-se de um estudo do tipo transversal analítico, com a utilização do questionário SF-36 e um questionário específico para traçar o perfil dos participantes. Resultados Foram avaliados 54 pacientes, todos brasileiros de ambos os sexos, com idade superior a 18 anos, com lesão medular traumática e não traumática, independentes e dependentes, com diferentes níveis de escolaridade, estado civil, faixa etária, etiologia da lesão, nível de lesão e tempo de lesão, se praticam atividade esportiva adaptada ou não praticam e se realizam tratamento fisioterapêutico. Conclusão: Pode-se concluir que, lesados medulares que participam de intervenção clínica, apresentam uma melhor qualidade vida, comparado aos que não realizam. Também se conclui que lesados medulares com uma idade mais avançada (acima de 30 anos) e dependentes apresentam melhor qualidade de vida em relação à faixa etária inferior e indivíduos independentes. ANÁLISE DA TRANSMISSÃO AUTÓCTONE DE ESQUISTOSOMOSE EM ESCOLARES DO BAIRRO DE ANA DIAS, ITARIRI, SÃO PAULO. Trevisan, A.M.Y. (1); Veiga-Barreiros, R.M.O. (1); Delgado, M.R. (1); Instituição: 1 - SUCEN; Introdução: A transmissão autóctone de esquistossomose, doença de transmissão hídrica, é importante problema de saúde pública na região do Vale do Ribeira, São Paulo, destacando-se o município de Itariri, onde se localiza o bairro de Ana Dias. A esquistossomose é decorrente da infecção provocada pelo trematódeo Schistosoma mansoni que pode estar presente em Saúde Soc. São Paulo, v.20, supl.1, 2011 154 caramujos de água doce do gênero Biomphalaria. Objetivos: Caracterizar a ocorrência da transmissão de esquistossomose em Ana Dias, a partir do conhecimento das razões do contato existente entre os casos detectados na realização do censo coprológico e as coleções hídricas. Método: Durante a realização da “Semana Estadual de Esquistossomose” em 2009, foi realizado um censo coprológico em escolares, na faixa etária de 6 a 14 anos, que detectou 34 casos autóctones de esquistossomose, evidenciando transmissão importante no bairro. Aplicou-se nesses indivíduos um questionário a fim de conhecer seus hábitos em relação às coleções hídricas e as condições de saneamento das residências. Resultados O questionário foi aplicado em 31 pessoas (91,2% do total), sendo 54,8% do sexo feminino e 45,2% do sexo masculino e todas declararam ter contato com pelo menos um dos dois rios que cortam o bairro. Apenas 9,6% afirmam entrar em contato com os rios apenas por motivos profissionais, os demais 91,4% freqüentam os rios para lazer, sendo que destes, 61,3% afirmam que a freqüência é apenas aos finais de semana e 39,7% tem contato com os rios diariamente. Quanto ao saneamento básico, apenas 19,3% das residências tem como destino dos dejetos a rede de esgoto. Do restante, 22,6% tem o despejo dos dejetos diretamente nos rios e 50,5% dos dejetos são liberados em valas à céu aberto. Conclusão: A transmissão autóctone ocorre no bairro prioritariamente em função do contato freqüente da população com os rios da região, que são sua principal opção de lazer. Esses rios podem ser contaminados pelo esgoto lançado neles em função da precariedade do saneamento básico local. Os resultados mostram a importância de ações educativas, que esclareçam sobre a doença e suas formas de contato e a necessidade da realização de atividades que possibilitem a identificação e tratamento dos portadores de esquistossomose, evitando-se assim a contaminação das coleções hídricas. Existe ainda a necessidade da realização de obras de saneamento básico para procurar diminuir a contaminação dos rios e interromper o ciclo de transmissão estabelecido no bairro. ANÁLISE DAS AÇÕES DESENVOLVIDAS POR ENFERMEIROS NA ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA. Arantes, C.I.S. (1); Verardino, R.G.S. (1); Ribeiro, A.A. (1); Ogata, M.N. (1); Anais XII Congresso Paulista de Saúde Pública Instituição: 1 - UFSCar; Na reorganização da atenção básica no Brasil, a Estratégia Saúde da Família tem se caracterizado como alternativa para mudança do modelo de atenção à saúde. Essa estratégia também tem potencializado a interface existente entre as práticas de saúde coletiva e a atenção primária à saúde, pois se constitui num campo de produção de ações voltadas às necessidades individuais e coletivas de saúde, em serviços que se localizam perto do contexto de vida das pessoas. O presente estudo teve como objetivo descrever e analisar as práticas de atenção primária à saúde, desenvolvidas pelas enfermeiras das equipes de Saúde da Família do município de São Carlos-SP, de forma a identificar as ações desenvolvidas por este profissional e aprofundar na compreensão e interpretação da percepção dos enfermeiros sobre questões que envolvem o planejamento e a realização das ações coletivas. A abordagem metodológica utilizada foi qualitativa, na modalidade descritiva. Os sujeitos da pesquisa foram enfermeiros que atuam nas Unidades de Saúde da Família da Secretaria Municipal de Saúde de São Carlos. A coleta dos dados foi realizada em duas etapas: a primeira consistiu no registro escrito das atividades realizadas em uma semana típica de trabalho, da qual participaram cada 06 enfermeiros; a segunda etapa envolveu entrevistas semiestruturadas com 14 enfermeiros. Os dados provenientes da primeira etapa foram analisados por meio da classificação das atividades e os da segunda etapa, pela categorização temática do conteúdo das entrevistas. Dessa forma, análise do roteiro de semana típica destacou quatro blocos de atividades desenvolvidas por esse profissional: cuidado individual, de gestão, educativas e de gerenciamento de enfermagem, e a análise de entrevistas evidenciaram as seguintes categorias: a atenção primária à saúde se expandiu, mas ainda precisa melhorar; o modelo de atenção desenvolvido na Estratégia Saúde da Família ainda está centrado nas ações do médico; as ações coletivas na saúde da família representam um universo diversificado para os enfermeiros; o trabalho em equipe multiprofissional é muito importante para a atuação na Estratégia Saúde da Família; e o profissional enfermeiro possui um papel relevante na Estratégia Saúde da Família. A análise realizada aponta perspectivas que podem contribuir para a ampliação do conhecimento sobre ações de enfermagem na atenção primária à saúde e Saúde Soc. São Paulo, v.20, supl.1, 2011 155 levar à construção de novas práticas de enfermagem nessa área de atuação. ANÁLISE DO PERFIL GEO-EPIDEMIOLÓGICO DAS INTERNAÇÕES POR CONDIÇÕES SENSÍVEIS À ATENÇÃO BÁSICA EM HOSPITAL DO INTERIOR DO ESTADO DE SÃO PAULO, ENTRE JULHO DE 2010 A JUNHO DE 2011 Macharelli, CA (1); Uliana, MRP (2); Miranda, AFM (1); Dalben, I (1); Opromolla, PA (3); Instituição: 1 - FMB-UNESP; 2 - Hospital Estadual de Bauru; 3 - SECRETARIA DE ESTADO DA SAÚDE DE SÃO PAULO; Altas taxas de internações por condições sensíveis à atenção primária em uma população podem estar associadas a deficiências na cobertura dos serviços e/ou à baixa resolutividade da atenção primária para determinados problemas de saúde. Esse excesso de hospitalizações representa um sinal de alerta, que pode acionar mecanismos de análise e busca de explicações para a sua ocorrência. A publicação da Lista Brasileira de Internações por Condições Sensíveis à Atenção Primária, na forma de anexo da Portaria SAS/ MS de n. 221, de 17 de abril de 2008 deve ser utilizada como instrumento de avaliação da atenção primária e da utilização da atenção hospitalar. O objetivo desse estudo é analisar o perfil e a distribuição espacial das internações, com ênfase naquelas por Condições Sensíveis à Atenção Primária (CSAP), no Hospital Estadual de Bauru (HEB), na cidade de Bauru-SP, no período de julho de 2010 a junho de 2011. No período estudado, o HEB internou pacientes de 157, municípios do Estado de São Paulo de praticamente todas as regiões do Estado, sendo a taxa de internação por 10.000 habitantes de 3,25. As internações por condições sensíveis à atenção primária foram 2097 entre as 13429 internações SUS, correspondendo a 18,5%. A idade média dos pacientes internados por CSAP foi maior (50,6 anos contra 44,9 anos) bem como o tempo de internação (8,1 contra 5,5), resultados estatisticamente significante (p<0.000). Quanto ao sexo, houve diferença estatisticamente significante para a maior proporção de homens (54,9%) entre as internações por condições não sensíveis à atenção primária. 91,4% dos pacientes internados por CSAP tinham menos de 8 anos de estudos. Para a análise espacial, utilizando-se conceitos de inferência bayesiana, foram corrigidas as taxas de internação no Anais XII Congresso Paulista de Saúde Pública HEB, que são menos instáveis, pois levam em conta no seu cálculo não só a informação da área, mas também a informação de sua vizinhança, dessa forma foi possível observar que a área de alcance das internações do HEB ultrapassa a região para a qual é referência de atendimento. Conclui-se que, para os gestores, a utilização dos dados de internação por condições sensíveis à atenção básica pode funcionar como indicadores para balizar a qualidade do sistema local de saúde, contribuindo assim para a avaliação da implantação e implementação das políticas de saúde. ANÁLISE DOS CUIDADOS NA ALTA HOSPITALAR DE INSTITUIÇÕES PÚBLICAS MUNICIPAIS DE SÃO PAULO Nascimento AB (1); Instituição: 1 - USP; Introdução: Alguns estudos apontam para a necessidade de se discutir a rede de atenção à saúde preconizada pelo SUS, a partir da mudança da gestão das condições agudas unicamente para a inclusão da gestão das condições crônicas, as quais trazem consigo demandas específicas de cuidados e o desafio de primar pela intersetorialidade e congruência de ações. Objetivo: Analisar as demandas de cuidados no momento da alta hospitalar. Método: Analisados 430 prontuários de egressos de 2 hospitais públicos de São Paulo. Os critérios de inclusão foram: ter aceite da direção dos hospitais e data de internação em abril/2010. Esta pesquisa foi aprovada em Comitê de Ética em Pesquisa. Os prontuários foram analisados quanto aos cuidados básicos e invasivos prestados no momento da alta hospitalar. Os resultados dos hospitais estudados serão apresentados conjuntamente, visto que a análise estatística da variável em referência mostrou-se com significância estatística ausente (r=0.105 / p=0.124). Resultados Entre os cuidados básicos, 52.4% dos pacientes tiveram alta hospitalar com prescrição de medicamentos por via oral, 12.6% de glicemia capilar, 11.8% de inalação, 7.1% de insulinoterapia, 4.2% de nutrição via oral assistida e 3.7% de nutrição enteral por via alternativa. Entre os cuidados invasivos, 52.7% dos pacientes tiveram alta hospitalar com prescrição de medicamentos por via endovenosa, 9.8% de estomaterapia, 9% de medicamentos por via intramuscular, 4.7% de oxigenioterapia, 4.5% de fisioterapia e 3.1% de cateterismo vesical de demora. Sendo que sob o aspecto Saúde Soc. São Paulo, v.20, supl.1, 2011 156 da locomoção, 11.4% dos pacientes encontravam-se acamados e 12.8% deambulando com auxilio. Enquanto que sob o aspecto do banho, 9.8% necessitavam de banho no leito e 13% de banho na cadeira. Conclusões: No momento da alta hospitalar foram identificados cuidados que demandariam suporte no pós-alta de outros equipamentos de saúde para o fornecimento de recursos materiais e humanos. Sob os aspectos de locomoção e banho quase ¼ dos pacientes que tiveram alta hospitalar apresentavam algum déficit para estes auto-cuidados, demandando auxilio de terceiros. ANÁLISE IN VITRO DA TOXICIDADE CELULAR DE TUBOS DE PVC ESTERILIZADOS CONSECUTIVAMENTE EM RAIOS GAMA E ÓXIDO DE ETILENO. Souza, R.Q. (1); Gonçalves, C.R. (2); Ikeda, T.I. (2); Cruz, A.S. (2); Graziano, K.U. (1); Instituição: 1 - Escola de Enfermagem da USP; 2 Instituto Adolfo Lutz; Introdução: Em 1967, uma carta enviada ao British Medical Journal relatou que a re-esterilização em Óxido de Etileno (EO) do Cloreto de Polivinil (PVC) previamente gama-irradiado forma “grandes quantidades de etileno cloridrina”, um composto altamente tóxico. Mesmo não apresentando dados mensurados, esta carta iniciou uma polêmica que até hoje divide a opinião de pesquisadores. Dirimir esta dúvida é relevante, uma vez que materiais de assistência à saúde feitos de PVC e esterilizados em Radiação Gama são habitualmente re-esterilizados em EO em caso de vencimento do prazo de validade da esterilização. Objetivo: Evidenciar a toxicidade de tubos de PVC por meio do teste de citotoxicidade pela difusão em ágar em células NCTC clone 929. Métodos: Foram criados quatro grupos experimentais: G1- tubos “in natura”; G2- tubos esterilizados em Radiação Gama; G3- tubos esterilizados em EO e G4- tubos esterilizados em Radiação Gama e re-esterilizados em EO. As amostras foram avaliadas quanto a citotoxicidade de acordo a graduação de reatividade biológica descrita na norma ISO 10993-5:2009. Resultados Constatou-se efeito citotóxico apenas no grupo G3, no qual foram observadas placas com morte de todas as células, fato que demandou repetições. Na primeira repetição, também foram encontradas amostras citotóxicas. Na segunda repetição, nenhuma unidade de análise foi classificada como citotóxica. Anais XII Congresso Paulista de Saúde Pública Inferiu-se que houve falhas no processo de aeração após esterilização em EO no grupo G3 original e na primeira repetição. Os resultados das cromatografias gasosas dos grupos G3 e G4 (realizadas pela própria empresa prestadora de serviços de esterilização em EO) atestaram que os materiais de ambos os grupos estariam seguros para uso, contradizendo os resultados do teste de citotoxicidade. Conclusão: Os materiais de PVC esterilizados em Radiação Gama e, consecutivamente, re-esterilizados em EO não são citotóxicos. A cromatografia gasosa, realizada pelas empresas prestadoras de serviços para quantificar os resíduos de EO, produziu resultados questionáveis. Este achado pode caracterizar um problema potencial para todas as instituições que se utilizam desses serviços, conforme vem sendo alertado pela literatura nacional. Destaca-se a necessidade de rigor técnico durante o processo de esterilização em EO, especialmente, durante a fase de aeração, para que o EO e seus subprodutos sejam removidos de forma a assegurar a utilização dos materiais. ANÁLISE MICROBIOLOGICA DE OVOS DE GALINHA EM MERCADOS E FEIRAS LIVRES COMERCIALIZADOS EM DIVERSOS PONTOS EM SÃO BERNARDO DO CAMPO, SP. Fabri, J. (1); Jesuz, A. (1); Gonçalves, F. B. (1); Instituição: 1 - UMESP (Universidade Metodista de São Paulo); Os ovos de galinha são uma importante fonte nutricional de proteína de origem animal. O elevado teor nutritivo, aliado ao baixo custo e facilidade de aquisição do produto justifica seu consumo freqüente. Uma das grandes preocupações atuais tem sido a questão da segurança do alimento, pois, apesar das inovações tecnológicas na fase de produção, armazenamento e distribuição, quadros de intoxicação alimentar continuam ocorrendo e de forma crescente. Os ovos devem ser limpos e embalados com todos os cuidados das boas práticas de fabricação para impedir a veiculação de organismos patogênicos ao consumidor. Ovos produzidos em condições inadequadas podem carrear diferentes espécies de contaminantes ao homem, a ingestão de ovos crus ou sob forma de cremes, maioneses, gemadas e sobremesas diversas ou insuficientemente cozidos são a principal causa de infecção. Este trabalho teve por objetivo analisar a presença e Saúde Soc. São Paulo, v.20, supl.1, 2011 157 contaminação por Salmonella sp, E.coli e Coliformes totais e Fecais nos três componentes dos ovos de galinha, gema, clara e casca, comercializados em mercados e feiras livres de diferentes pontos de São Bernardo do Campo. ANÁLISE RETROSPECTIVA DA VIGILÂNCIA E MONITORAMENTO NO CONTROLE DAS DOENÇAS MENINGOCÓCICAS NO GVE 29 DE SÃO JOSÉ DO RIO PRETO, 2007 A 2010. Caron, S. B. A. (1); Eid, V. R. T. (2); Instituição: 1 - SES/SP - GVE29; 2 - SES/SP - GVE; Introdução: A doença meningocócica (DM) tem sido importante causa de morbidade e de mortalidade no Estado de São Paulo, sendo detectado, desde o final dos anos 80, aumento nos coeficientes de incidência (CI). Comportamento semelhante ao do Estado pôde ser verificado no GVE 29 de São José do Rio Preto por meio da análise e avaliação do banco de dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN). Objetivos: Analisar a incidência, a taxa de letalidade, a sorotipagem e o intervalo de tempo entre o início dos sintomas e data de notificação da DM no período de 2007 a 2010 no GVE 29 de São José do Rio Preto formado por 66 municípios e média populacional de 1,2 milhões de habitantes. Método: O estudo foi longitudinal retrospectivo de todos os casos de DM notificados e registrados no SINAN, residentes no GVE 29 de 01 de janeiro de 2007 a 31 de dezembro de 2010. Para a análise e tabulação dos dados foram utilizados os aplicativos Tabwin e Epi-Info. Resultados Nos anos de 2007 a 2010 foram registrados 88 casos de DM, o que corresponde a 5,1% das meningites em geral. Os CI (por 100.000 habitantes) para esses anos foram de 1,0; 2,6; 1,7 e 1,9 respectivamente. A taxa de letalidade foi de 8,3% em 2007; 19,4%; 23,8% e 30,4% nos anos seguintes, ficando acima da média do estado de São Paulo (20,0%). A média de dias entre o início dos sintomas até a notificação foi de 3,0 em 2007; 3,3 em 2008; 1,55 em 2009 e 1,6 em 2010. Nota-se um forte declínio neste indicador no ano de 2009, onde o município de São José do Rio Preto vivenciou uma epidemia de DM, aumentando a sensibilidade dos serviços de saúde para a suspeição e diagnóstico dos casos. Dos 88 casos estudados no período, identificou-se o sorogrupo do meningococo em 70 (79,5%), com pre- Anais XII Congresso Paulista de Saúde Pública domínio do C (47,7%), seguido pelo B (19,3%), W135 (5,7%), Y (1,13%). Conclusão: Observou-se aumento da incidência das DM e da taxa de letalidade, embora a média do tempo entre o aparecimento dos sintomas e a notificação tenha diminuído. Além do alto poder de virulência do patógeno, possivelmente esses números reflitam o aumento da sensibilidade dos serviços de saúde no diagnóstico, a agilidade e a melhoria do diagnóstico laboratorial para elucidação dos casos. A DM persiste como importante problema de saúde pública devido à sua incidência e alta letalidade. A precocidade no diagnóstico, o monitoramento e a análise constante é fundamental na prevenção, detecção e intervenção oportuna nos surtos e/ou epidemias. APOIO MATRICIAL EM SAÚDE MENTAL: PERCEPÇÕES DOS MÉDICOS, ENFERMEIROS E AUXILIARES DE ENFERMAGEM DE QUATRO EQUIPES DE PSF DE UM CENTRO DE SAÚDE ESCOLA DO MUNICÍPIO DE SÃO PAULO. VANNUCCHI, AMC (1); SAVIAN, C (2); ZAROS, D (2); TENGAN, F (2); SMOLENTZOV, I (2); AZEVEDO, J (2); CARVALHO, J (2); PRESTI, M (2); KAGIMOTO, N (2); NOBREGA, R (2); Instituição: 1 - CENTRO DE SAÚDE ESCOLA BARRA FUNDA DR ALEXANDRE VRANJAC; 2 - Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo; Desde 2008 tem-se usado a ferramenta do apoio matricial no Centro de Saúde Escola Barra Funda “Dr. Alexandre Vranjac” (CSEBFAV). Dois médicos psiquiatras e uma psicóloga se dividem entre quatro ESF para realizar: aulas expositivas, consultas compartilhadas, discussões informais de casos, reuniões de equipe e atendimento individual dos usuários. OBJETIVOS Identificar as percepções dos médicos, enfermeiros e auxiliares de enfermagem de quatro equipes de PSF do CSEBFAV, sobre pontos positivos e negativos das estratégias utilizadas no matriciamento em saúde mental. METODOLOGIA Aplicação de um questionário semi-estruturado a um representante por grupo de profissão das ESF, para que discorressem livremente sobre os pontos positivos, negativos e sugestões a respeito das estratégias adotadas no apoio matricial. Foi realizada análise de conteúdo. RESULTADOS Todas as estratégias utilizadas são consideradas válidas pelos profissionais. Isso se reflete Saúde Soc. São Paulo, v.20, supl.1, 2011 158 no fato de as críticas e sugestões incentivarem um aprimoramento dessas estratégias, através de maior organização, aproveitamento e melhor registro das informações resultantes dessa interação. São exemplos disso: decisão antecipada sobre os casos a serem discutidos em reunião, com registro em prontuário e com um coordenador, que garantiria a organização e formulação de um projeto/plano terapêutico ao fim de cada discussão. Manutenção da discussão informal de casos, importantes em situações inusitadas que emergem no cotidiano. Maior regularidade na discussão de temas relacionados a saúde mental, com direcionamento para cada categoria profissional. Aumento no número de vagas para consultas individuais realizadas pelo psiquiatra. Presença do profissional solicitado apenas na discussão e conduta de uma consulta compartilhada, para otimização do tempo. Melhor planejamento na utilização do transporte do serviço para as visitas compartilhadas. CONCLUSÃO As ESF do serviço estão aderidas ao apoio matricial em saúde mental e anseiam pelo aperfeiçoamento das estratégias utilizadas. É necessário aplicar o mesmo questionário nos agentes comunitários de saúde, nos psiquiatras e psicólogo que realizam o apoio matricial e nos usuários do serviço, a fim de conseguirmos uma visão mais completa e abrangente da estratégia do apoio matricial em saúde mental na atenção primária à saúde, no contexto local, a fim de potencializar as ações de cuidado em saúde mental para a população de nosso território. APROPRIAÇÃO PÚBLICA DA CIÊNCIA NO SUS: UM ESTUDO SOBRE BULAS DE MEDICAMENTOS Chenchi, L. H. (1); Machado, M. L. T. (1); Instituição: 1 - UFSCar; Introdução: este trabalho apresenta resultados parciais de mestrado em Ciência, Tecnologia e Sociedade, em andamento na Universidade Federal de São Carlos (PPGCTS/UFSCar). A Lei Orgânica da Saúde-8080/90 determina como campo de atuação do Sistema Único de Saúde (SUS) a formulação da política de medicamentos e considera a assistência farmacêutica como determinante para garantir acesso com uso racional de medicamentos. A Portaria 1820/2009, que dispõe sobre direitos e deveres dos usuários da saúde, assegura o recebimento dos medicamentos da farmácia básica e para os de alto custo deve ser garantido o acesso Anais XII Congresso Paulista de Saúde Pública conforme protocolos e normas do Ministério da Saúde. Como nem sempre é possível contar com a memória do paciente ou com efetiva orientação do médico ou farmacêutico, a bula tem representado no Brasil o principal material informativo fornecido aos usuários de medicamentos, mas com pequena procura como fonte de apoio e informação à terapia medicamentosa. Objetivo: analisar a apropriação deste instrumento por usuários do SUS. Método: qualitativo, como técnica de pesquisa a entrevista semi-estruturada com usuários do SUS em São Carlos-SP e como forma de análise dos dados a hermenêutica-dialética. As entrevistas serão realizadas após aprovação pelo Comitê de Ética em Pesquisa em Seres Humanos. Resultados os esperados são a caracterização da evolução das políticas públicas do setor, a identificação dos fatores subjetivos que inviabilizam apropriação de bulas e novas contribuições ao seu aprimoramento. Como resultado parcial do levantamento bibliográfico realizado, são desafios: excesso de produtos farmacêuticos, automedicação, falta de informações aos usuários, problemas nas prescrições, informações e marketing das indústrias farmacêuticas. A linguagem utilizada é grande dificuldade para o leigo, com escrita técnica que pouco ou nada lhe comunica, sendo falha histórica na normatização e fiscalização dos órgãos responsáveis. Conclusão: a Resolução RDC 47 de 8/09/2009, da Agência Nacional de Vigilância Sanitária, estabelece regras para elaboração, harmonização, atualização, publicação e disponibilização de bulas de medicamentos para pacientes e para profissionais de saúde, com objetivo de tornar informações mais claras, linguagem objetiva e conteúdos padronizados. Cumprindo seu papel, universidades estão desenvolvendo projetos inovadores e alternativos visando a apropriação pública da ciência, apresentada em bulas de medicamentos, por parte de seus usuários. AS CONCEPÇÕES TEÓRICAS USADA PELA ENFERMAGEM PSIQUIÁTRICA. Yamaba, KK (1); Camillo, So (1); Instituição: 1 - FACULDADE DE MEDICINA DA FUNDAÇÃO ABC; Introdução: A teoria como uma estruturação criativa e rigorosa de idéias que projetam uma tentativa, uma resolução e uma visão sistemática dos fenômenos são essenciais para nortear a assistência de Enfermagem Saúde Soc. São Paulo, v.20, supl.1, 2011 159 em todas as suas áreas de atuações. As teorias podem e devem ser usadas por profissionais para orientar e melhorar a sua prática. Objetivo: - Descrever a compreensão dos enfermeiros que trabalham em Serviços de Saúde Mental e Psiquiatria em relação as suas concepções teóricas na assistência de enfermagem; -Identificar quais as concepções teóricas que os enfermeiros que trabalham em Serviços de Saúde Mental e Psiquiatria se baseiam para a realização da assistência de enfermagem. Metodologia: Trata-se de uma pesquisa qualitativa descritiva. Foram realizadas cinco entrevistas individuais com enfermeiros (as) que trabalham em instituições psiquiátricas do Grande ABC e do Município de São Paulo, e que são e alunos (as) de Pós Graduação do II Curso de Especialização em Saúde Mental e Psiquiatria no Contexto Prático da Atuação Multiprofissional. Para o tratamento dos dados utilizou-se Análise de Conteúdo. Resultados Foram identificadas as seguintes categorias: 1. Responsabilizando a instituição pela falta de concepção teórica, 2. O uso da Teoria Das Necessidades Humanas Básicas como referência teórica no cuidado do paciente psiquiátrico, 3. A ausência da concepção teórica em relação ao cuidado com o paciente psiquiátrico, 4. A falta de consciência da aplicação da teoria na prática. Conclusão: Por meio desse estudo percebe-se que o conhecimento mais aprofundado acerca das teorias e de sua importância como aliada na sistematização do cuidado propiciaria uma melhor qualidade da assistência de enfermagem. AS DIFICULDADES DE ADAPTAÇÃO DO CONVÍVIO SOCIAL DE PACIENTES PORTADORES DE HIV/AIDS Kawagoe, J. (1); Chaves, L.C. (1); Fonseca, F.L.A. (1); Camillo, S.O. (1); Instituição: 1 - FACULDADE DE MEDICINA DO ABC; Resumo: Estudo quantitativo de caráter descritivo realizado na Unidade de Referência em Doenças Infecciosas Preveníveis da Faculdade de Medicina do ABC, teve como objetivos verificar os preconceitos que ainda existem em relação aos pacientes portadores da Síndrome da Imunodeficiência Humana (AIDS), bem como, os motivos pelos quais existem e investigar as dificuldades de adaptação no convívio social de pacientes portadores de AIDS. Os dados foram obtidos por meio de uma pesquisa quantitativa de caráter exploratório e revisão bibliográfica não-estruturada. Foi aplicado um questionário Anais XII Congresso Paulista de Saúde Pública em pacientes portadores de HIV/AIDS da Unidade de Doenças Infecciosas Preveníveis. A maior parte (n°; %) dos entrevistados relataram repercussões em suas vidas após a descoberta da soropositividade, comumente no convívio social (amigos, família e serviços de saúde). Constatou-se que a falta de conhecimento sobre a doença é um fator determinante do preconceito. O presente estudo constatou a existência de preconceito relacionado à pacientes soropositivos, mesmo após três décadas da primeira ocorrência de HIV/AIDS. O fato de existir qualquer mudança nas interações sociais decorrente da descoberta da doença demonstra o estigma e a discriminação que a acompanham devido a seu histórico. Unitermos: AIDS, HIV. AS RELAÇÕES DO CUIDADO NA ATENÇÃO BÁSICA, NA PERSPECTIVA DA INTEGRALIDADE, COM ENFOQUE NA SATISFAÇÃO E INSATISFAÇÃO DOS USUÁRIOS Arantes, M. Q. (1); Curvo, P. A. (1); PEREIRA, M. J. B. (1); Instituição: 1 - EERP-USP; Introdução e Objetivo: O processo avaliativo foi inserido na saúde para promover acesso aos serviços, porém, se restringe a indicadores epidemiológicos e de produção. Mas a qualidade dos serviços de saúde não se limita a estes fatores, e, para uma melhor assistência deve-se ampliar o olhar para a micropolítica do cuidado. A micropolitica é vista como a relação entre os profissionais, usuários e gestores, com interesse e valores diferentes, trazendo para o trabalho em saúde disputas envolvendo relações de poder (CECÍLIO, 2011). Na micropolítica o resultado final é o cuidado, sendo os usuários parte central das ações em saúde (CECÍLIO, 2007). O cuidado como ação integral visa o indivíduo ser acolhido em suas necessidades, através de práticas qualificadas e de responsabilização (LUZ, 2004). A integralidade aponta a satisfação e insatisfação do usuário relacionada com as ações prestadas. Trata de investigação de caráter avaliativo, que envolve a Atenção Básica de Saúde-ABS. Indaga-se: na visão do usuário, se implantação da ABS favorece a produção de ações com foco na integralidade. Questão central que considera a voz dos usuários em relação ao cuidado prestado na ABS. Objetivamos analisar/conhecer a percepção do usuário Saúde Soc. São Paulo, v.20, supl.1, 2011 160 no cuidado recebido nos espaços da rede básica de um município do interior paulista, focando a satisfação e a insatisfação expressas no cuidado. Metodologia e Resultados Trata de estudo descritivo, caráter qualitativo com 39 usuários participantes de 04 grupos focais. Utilizou-se a análise de conteúdo temático, com 02 núcleos de sentidos eleitos: satisfação e insatisfação, identificando as relações entre trabalhadores e usuários nos cenários dos serviços de saúde. O vínculo e acolhimento são facilitadores das ações ofertadas no cuidado de forma integral. A não rotatividade médica permitiu manter o vínculo. A prática, o conhecimento dos profissionais e os atendimentos de demandas podem facilitar ou não o acesso aos serviços, apontando para expressões de satisfação e insatisfação avaliadas negativamente pelos usuários por afastar da integralidade da atenção. No discurso dos usuários, a integralidade e os serviços ofertados abrangeram a relação dos trabalhadores e usuários, bem como a subjetividade e os aspectos relacionados à responsabilidade do serviço frente as necessidade demandadas. Conclusões: O comprometimento do atributo da integralidade nos serviços de saúde foi responsável por fragilizar as relações de cuidado na ABS. ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA CONTRACEPÇÃO: UM OLHAR PARA AS VIVÊNCIAS NO PERÍODO PÓS-PARTO Meira, T.H.D.M (1); Stefanello, J. (1); Instituição: 1 - EERP; Introdução: as questões relacionadas à sexualidade e ao retorno à atividade sexual perpassam a fase puerperal na maioria das vezes sem ganhar o merecido destaque. A falta de acompanhamento no pós-parto apresenta-se como problemática, fazendo com que as mulheres resolvam a sua maneira questões pertinentes a este período, como a escolha do método contraceptivo. Muitos casais comumente reiniciam suas atividades sexuais sem orientações acerca da contracepção, colocando-se em risco para a aquisição de infecções no período pós-parto, ou para ocorrência de uma nova gestação em um curto período de tempo, fato que contribui para a morbimortalidade materna e infantil. Objetivo: identificar a vivência da atividade Anais XII Congresso Paulista de Saúde Pública sexual e os métodos utilizados frente à contracepção no período pós-parto. Método: trata-se de um estudo qualitativo. Fizeram parte do estudo 16 puérperas que tiveram seus filhos em uma maternidade do interior do estado de São Paulo. Os dados foram coletados primeiramente durante a consulta de retorno de puerpério e, em um segundo momento, na residência da puérpera onde foram realizadas entrevistas semi-estruturadas. A análise dos dados se deu sob a técnica de análise de conteúdo, modalidade temática. Resultados dentre os métodos mais conhecidos pelas mulheres estão os anticoncepcionais hormonais (forma injetável e oral), métodos de barreira (códon masculino), dispositivo intra-uterino e métodos cirúrgicos. Observamos que a responsabilidade pelo controle da prole recai sobre a mulher e que a participação masculina frente à contracepção acontece mais no sentido de apoiar a parceira. A partir dos relatos percebemos que a escolha e utilização do método contraceptivo na fase pós-parto estão permeadas pelas vivências obtidas antes da gestação, positivas ou não, e estas é que vão nortear a escolha na fase puerperal. Além disso, chamamos a atenção para a falta de orientações adequadas prestadas pelos profissionais envolvidos com o planejamento familiar de maneira geral, fato que se apresenta como um fator preocupante quando pensamos na qualidade e efetividade da assistência oferecida pelos serviços de saúde. Conclusões: identificamos lacunas importantes frente à orientação das puérperas no que diz respeito à escolha e utilização dos métodos contraceptivos. Destacamos a necessidade de um melhor preparo e compromisso dos profissionais envolvidos com o planejamento familiar para que então, esta prática seja desenvolvida de maneira consciente e eficaz. ASSISTÊNCIA DOMICILIAR A CRIANÇA COM MIELOMENINGOCELE: UM RELATO DE CASO PEREIRA LC, OLIVEIRA, JRC (1); Instituição: 1 - PID- Programa de Internação Domicilair; PEREIRA, L C ¹; OLIVEIRA, JRC² Introdução: A mielomeningocele é a forma mais frequente de um grupo de doenças denominadas defeitos de fechamento do tubo neural (DFTN), que leva a falta de fusão dos elementos posteriores da coluna vertebral e displasia da medula espinhal. O quadro clínico da mielomeningocele se manifesta através de alterações Saúde Soc. São Paulo, v.20, supl.1, 2011 161 ortopédicas, neurológicas e geniturinárias. Objetivo: Relatar o caso de uma criança com mielomeningocele em internação domiciliar e demonstrar como a associação da intervenção fisioterapêutica, equipe interdisciplinar, família e ambiente domiciliar pode contribuir na evolução. Material e Métodos: Trata-se de um estudo de caso de uma criança com mielomeningocele, que manteve-se internada no âmbito hospitalar até os 4 anos de idade. A admissão no Programa de Internação Domiciliar (PID) ocorreu aos 5 anos de idade, onde o mesmo apresentava-se cifose congênita e hipotonia de membros inferiores, traqueostomizada, dependente de oxigenoterapia contínua, intensa sialorréia, alimentando-se por gastrostomia. A desospitalização iniciou-se no ambiente hospitalar com planejamento da transição para domicílio com a família e a equipe do PID, composta por profissional médico, enfermeiro, técnico de enfermagem, fisioterapeuta, fonoaudióloga, nutricionista e assistente social. Todos foram esclarecidos sobre a doença e possíveis complicações, bem como, a discussão sobre direcionamento do atendimento para reabilitação e prevenção de complicações. Resultados O programa de reabilitação fisioterapêutica foi traçado com intervenções motoras: estimulação do desenvolvimento neuropsicomotor, posicionamento correto com auxílio de coxins e orientações aos pais sobre o manuseio da criança e uso de órtese adequado; e intervenções respiratórias: evitar complicações respiratórias, manobras de higiene brônquica e desmame de O2. As discussões sobre o atendimento realizado com a equipe e família permitiram que mesmo diante do período crítico de adaptação em que a criança apresentou-se chorosa, irritada, com episódios de broncoespasmo, febril (40°), e totalmente dependente O2, foi possível alcançar o sucesso clínico de redução da sialorréia e higiene brônquica, sem complicações. Conclusão: Pode-se constatar que a assistência fisioterapêutica e a intervenção interdisciplinar com apoio e envolvimento da família foram indispensáveis ao sucesso da reabilitação da criança. ATENÇÃO INTEGRAL AO HIV/AIDS: PARA ALÉM DA REFERÊNCIA E CONTRARREFERÊNCIA Franco, F.A. (1); Instituição: 1 - Escola de Enfermagem da USP; O estudo teve como objetivo analisar o sistema de referência e contrarreferência entre Unidades Básicas de Anais XII Congresso Paulista de Saúde Pública Saúde (UBS) que operam o modelo da ESF e o serviço especializado para o atendimento às pessoas que vivem com HIV/aids (PVHA), no Capão Redondo, região sul do Município de São Paulo. Trata-se de uma pesquisa qualitativa, baseada no conceito da Vulnerabilidade Programática. A coleta de dados foi realizada por meio de entrevistas semiestruturadas com os gerentes das UBS; realização de grupos focais com as equipes de saúde da família e entrevistas abertas com os gerentes e enfermeiros dos serviços especializados, realizadas entre junho e dezembro de 2009. As equipes tomam conhecimento dos casos de HIV/aids por meio de diagnósticos realizados nas UBS e por meio do Agente Comunitário de Saúde (ACS). O trabalho das equipes em relação à atenção em HIV é organizado de acordo com as prioridades estabelecidas pela ESF: gestantes e pacientes com tuberculose. As equipes não encontram dificuldade para encaminhar os indivíduos com HIV/ aids para os serviços especializados. Entretanto, a comunicação entre os dois serviços é praticamente inexistente. O acompanhamento das PVHA pela ESF ocorre por meio das visitas domiciliárias dos ACS exceto por alguns casos específicos em que a equipe da ESF revelou oferecer suporte emocional, monitoramento da adesão ao tratamento e atendimento às outras necessidades de saúde. Todos os sujeitos da pesquisa revelaram ser importante realizar a contrarreferência, embora reconheçam que ela raramente ocorre ou que ocorre por meio do paciente. Há projeto de realização de matriciamento em HIV/aids, referido por um serviço especializado, cuja proposta se dá sob a lógica do Apoio Matricial já praticado pelas equipes de apoio à saúde da família (NASF), recentemente implantadas com vistas a buscar a integralidade da atenção à saúde e consolidar a ESF. Concluiu-se que há necessidade de construção de uma Linha de Cuidado em HIV/aids, pactuada entre os gestores dos diferentes serviços para a efetivação da integralidade da atenção ao HIV/aids, que garanta referência dos usuários aos serviços especializados de forma segura e contrarreferência às equipes de saúde da família nas UBS, onde se deve dar o vínculo e o acompanhamento permanente desses usuários. ATENÇÃO PRIMÁRIA E SAÚDE MENTAL: CONSTRUINDO CAMINHOS EM UMA UNIDADE DE SAÚDE DA FAMÍLIA SARTOR, N. J. P. (1); MENEZES, T. T. (1); ZONTA, C. (1); Saúde Soc. São Paulo, v.20, supl.1, 2011 162 Instituição: 1 - UNESP-BAURU; Pensar o cuidado em Saúde Mental nas redes de Atenção Primária, dada a sua complexidade, nos coloca o desafio de articular ações que promovam a autonomia e a cidadania às pessoas em sofrimento psíquico. O estágio em Psicologia Social-Comunitária realizado em uma universidade do interior paulista busca implantar a temática da Saúde Mental em uma das Unidades de Saúde da Família (USF) da cidade. Em conformidade às definições da reforma psiquiátrica, foram construídas ações no/com o território, buscando articulações a outros serviços de saúde e demais recursos do município, bem como a formação e capacitação das equipes da USF. Em 2008, foi realizado um curso para agentes comunitários de saúde (ACS) e equipes técnicas, e a partir de reuniões plenárias iniciou-se o planejamento da Unidade, pensando-a em termos de Saúde Mental. Assim, em 2011 objetivou-se mapear a demanda de Saúde Mental no território da Unidade, realizar visitas às famílias, problematizar a demanda junto às equipes técnicas e organizar estratégias em rede. A metodologia das intervenções consistiu em: preenchimento de duas planilhas pelas ACS (Levantamento de Informações em Saúde Mental e Roteiro de Investigação para os casos de Saúde Mental); utilização do programa de software Statistical Package for the Social Sciences (SPSS) para categorização de dados; visitas às famílias com demandas de Saúde Mental e reuniões com toda a equipe da USF para planejar estratégias de ações em rede. Como resultados parciais, em universo de aproximadamente 4.000 famílias, constaram 176 casos com demanda de Saúde Mental. Dos casos analisados constatou-se, preponderantemente, as seguintes temáticas: depressão (20,8%), transtornos mentais (15,4%), drogas ilícitas (15,0%) e alcoolismo (14,6%). Iniciaram-se visitas às famílias para compreender as múltiplas determinações dos casos a serem apresentados às equipes. Nestas reuniões foram apresentados os resultados parciais do levantamento, valorizando o trabalho das ACS e apontando a necessidade de dar continuidade às visitas para aprofundar os dados e planejar ações; discutiu-se a possibilidade de construção de um Boletim de Saúde à população; e, por fim, apontou-se a necessidade de um Plantão Psicológico e formação de um grupo para as ACS. Espera-se que intervenções como as supramencionadas possam auxiliar a potencializar ações de Saúde Mental em uma USF. Anais XII Congresso Paulista de Saúde Pública ATIVIDADES PREVENTIVAS REALIZADAS ATRAVÉS DE PROJETO DE EXTENSÃO EM UMA COMUNIDADE UNIVERSITÁRIA Mori, N.L.R. (1); Nitsche, M.J.T. (1); Olbrich, S.R.L.R. (1); Olbrich Neto, J. (1); Instituição: 1 - Faculdade de Medicina de BotucatuUNESP; Introdução:Nos últimos anos, houve um notável aumento nas ações de promoção da saúde e prevenção de doenças, baseado em um modelo de saúde que vai além do modelo biomédico e prioriza as ações de melhoria de qualidade de vida dos sujeitos. Assim, o projeto “Promoção da saúde, prevenção de doenças” surgiu para possibilitar o acesso da comunidade UNESP às ações de diagnóstico precoce e consulta de enfermagem, e gerar uma visão ampla das características de cada Campi, possibilitando ações locais voltadas às principais necessidade encontradas. Objetivos: Oferecer oportunidade de situar os alunos, docentes e servidores, quanto à prevenção e diagnóstico precoce do diabetes, hipertensão arterial e hipercolesterolemia, bem como do sedentarismo, tabagismo e dieta inadequada. Métodos: Foram avaliados clínica e laboratorialmente, de Agosto de 2003 à Dezembro de 2010, 21.800 pessoas em diversos Campi da UNESP por meio de campanhas de “Promoção da Saúde e Prevenção de Doenças”. A coleta de dados ocorreu por procura voluntária, pelo preenchimento de um questionário com dados pessoais e epidemiológicos. Foi aferido peso, altura, pressão arterial e coletado sangue por punção digital para verificação dos níveis de glicose e colesterol total. Todos os participantes que apresentaram alterações foram orientados por meio de consulta de enfermagem individualizada, quanto à alimentação adequada, realização de atividade física, uso correto dos medicamentos e, quando necessário, orientados a buscar serviço médico. Resultados Do total de participantes, 55,4% eram alunos, 5,8% docentes, 36,1% servidores e 2,7% comunidade. A média de idade foi 32,8 anos. Apresentavam hipertensão arterial leve 9,8% e hipertensão arterial moderada e grave 2,5%, dos quais somente 32,1% sabiam ser hipertensos. Foi verificado pré-obesidade em 27,6% e obesidade em 7,9%. Glicemia alterada em 18,6%, sendo 13,6% intolerantes ao açúcar e 6,0% diabéticos; somente 22,9% tinham conhecimento de seu estado. Colesterol limítrofe alto em 13,6% e colesterol alto em 5,4%. Eram sedentários 65,6%. Conclusão: Programas de diagnóstico precoce Saúde Soc. São Paulo, v.20, supl.1, 2011 163 de doenças são de grande importância dada principalmente à prevalência de alterações encontradas e a falta de conhecimento dos sujeitos a seu respeito. Assim, o incentivo à atividade física regular e readequação alimentar aliados à conscientização da doença, são fatores importantes tanto para melhora na qualidade de vida, quanto para a diminuição da morbidade e mortalidade associadas. ATUAÇÃO DE NUTRICIONISTAS EM NÚCLEOS DE APOIO À SAÚDE DA FAMÍLIA NA ZONA SUL DO MUNICÍPIO DE SÃO PAULO Nascimento, C.S. (1); Craveiro, T.S. (1); Santelle, O. (1); Instituição: 1 - CENTRO UNIVERSITÁRIO ADVENTISTA DE SÃO PAULO; Introdução: A inserção do nutricionista na Equipe Saúde Família (ESF) é justificada pela sua formação acadêmica, por ter condições de fazer o diagnóstico nutricional e propor orientações necessárias e adequadas aos hábitos familiares e culturais. OBJETIVO: Identificar o trabalho o realizado por nutricionistas nos Núcleos de Apoio a Saúde da Família em Unidades Básicas de Saúde na zona sul do município de São Paulo. METODOLOGIA: Pesquisa qualitativa, de corte transversal com utilização de questionário com perguntas fechadas e perguntas abertas, para identificar como ocorre a interação dos nutricionistas com os demais profissionais da ESF; para identificar ações de promoção da saúde por meio da alimentação conforme recomenda a portaria 154 G.M/2008; verificar fatores limitadores no desenvolvimento das atividades das suas ações e para conhecer a satisfação dessas profissionais com o trabalho no NASF. Na análise dos dados utilizou-se a Técnica do Discurso do Sujeito Coletivo. Resultados Foram entrevistadas quatro nutricionistas, gênero feminino, entre 34 e 43 anos. A análise das entrevistas registrou 06 (seis) idéias centrais (IC) e produziu 06 (seis) discursos do sujeito coletivo (DSC). As Idéias Centrais a seguir representam a síntese dos depoimentos: IC1: A nutricionista tenta atender todas as propostas da portaria; IC2: A interação entre os profissionais é ótima; IC3: Os resultados do trabalho são muito bons. IC4: Os resultados das ações no NASF ainda são pontuais; IC5: Existem limitações como em todo trabalho que está sendo implantado; IC6: A satisfação no trabalho é muito grande. Descreve-se o DSC-6, da questão que avaliou a satisfação das nutricionistas Anais XII Congresso Paulista de Saúde Pública quanto ao trabalho que elas realizam: “A satisfação é muito grande em poder ajudar pessoas que dependem às vezes somente de um pouco de atenção e carinho. Você percebe que os resultados bons começam a aparecer, isso é muito gratificante”. Conclusão: Concluímos que as atividades realizadas pelo nutricionista são valorizadas e respeitadas pelos demais profissionais da Estratégia da Saúde da Família. Apesar das limitações encontradas para atender a demanda do trabalho, as nutricionistas estão satisfeitas com as atividades que elas desenvolvem na atenção básica. Palavras chave: Promoção da saúde, Núcleo de Apoio a Saúde da Família, Atuação do nutricionista. AVALIAÇÃO DO PROGRAMA PRATIQUE SAÚDE EM GUARULHOS-SP: PROCESSO DE TRABALHO E GESTÃO D‘Urso, L. A. (1); Martins, C. L. (1); Sacardo, D. (1); Warschauer, M. (2); Capucci, P. (1); Instituição: 1 - FACULDADE DE SAÚDE PÚBLICA -SP; 2 - Prefeitura do Município de São Bernardo do Campo O interesse em torno da avaliação de políticas de promoção da saúde tem se intensificado nos últimos tempos. Com esse enfoque, foi realizada uma pesquisa avaliativa sobre a efetividade da implementação do programa Pratique Saúde em Guarulhos (SP), cujo propósito é fomentar práticas corporais e atividades físicas no âmbito da Atenção Básica. O objetivo do estudo foi avaliar o processo de implementação do Pratique Saúde em relação à temática do processo de trabalho e gestão. Trata-se de pesquisa avaliativa com desenho qualitativo e utilização de triangulação de métodos. Os dados foram coletados por meio de documentos, questionários, entrevistas individuais e grupos focais, abrangendo participantes, comunidade, gestores e profissionais de saúde. Para os gestores e profissionais de saúde, a melhora nos índices de morbimortalidade para doenças crônicas é o principal objetivo do programa, enfatizando a dimensão física dos benefícios das práticas corporais A questão do acolhimento dos participantes é algo fundamental para a avaliação positiva do programa, com o reconhecimento do papel central do educador físico nesse processo. Os outros profissionais de saúde desempenham também papel importante no acompanhamento das atividades físicas junto ao usuário, percebendo-se, nessa situação, maior envolvimento e aderência por parte da popu- Saúde Soc. São Paulo, v.20, supl.1, 2011 164 lação. O programa favoreceu ainda a qualificação do trabalho para os agentes comunitários e auxiliares de enfermagem, atribuindo novos significados nas suas atividades cotidianas. A atuação em equipe é uma busca constante, mas as atribuições de cada um e o modo de como trabalhar em conjunto é algo a ser construído. A ótica de apoio matricial reforça a interdisciplinaridade e favorece o trabalho coletivo. Algumas formas de organização de fluxos e a definição de papéis profissionais muito específicos podem gerar a fragmentação do processo de trabalho. O planejamento das atividades, o estabelecimento de canais de comunicação com a gestão, a formação continuada e a avaliação constante permanecem como desafios para o programa. O Pratique Saúde em muitos aspectos tem significado uma possibilidade de transformação do processo de trabalho para as equipes. Entretanto, deve-se aprofundar o debate sobre a promoção de saúde como política de governo no município. Recomenda-se investir em processos formativos e avaliativos contínuos, potencializando espaços de discussão entre os trabalhadores e gestores. AVALIAÇÃO ANTROPOMÉTRICA E CURVA DE CRESIMENTO DE CRIANÇAS DE 2 A 5 ANOS DE UMA CRECHE DA ÁREA DE ABRANGÊNCIA DA UNIDADE SAÚDE DA FAMÍLIA JD. SANTO AFONSO, NO MUNICÍPIO DE GUARULHOS Jezler, C.A.C (1); Goya-Lotério, M (1); Rulim, L.B (1); Matielli, A.C (1); Demma, A. (1); Belezze, A. (1); Gentil, G. (1); Instituição: 1 - UNICID; Introdução: A fome é uma das expressões mais dramáticas da exclusão social. Porém tem ocorrido mudanças no padrão nutricional, onde coexistem a desnutrição e obesidade. Esses dois extremos do padrão nutricional representam situações de desiquilíbrio que expõe os indivíduos a maior risco de adoecer e de morrer. O SISVAN é um instrumento de apoio aos profissionais de saúde na promoção da saúde. É um sistema de coleta dados do estado nutricional de indivíduos e coletividades. O uso desses dados deve nortear as ações básicas de saúde, contribuindo para efetivo controle dos problemas de saúde relacionados à nutrição. A Atenção Primária em Saúde tem um papel fundamental na coleta e análise dos dados para planejamento de ações que devem corrigir essas distorções, garantindo o pleno de- Anais XII Congresso Paulista de Saúde Pública senvolvimento da criança, garantindo a transformação social, quando permite condições orgânicas, psicológicas e sociais, adequadas e necessárias para o desenvolvimento intelectual. Objetivo: Identificar carência nutricional ou distúrbio nutricional a partir dos dados de Percentil para Peso, nas crianças que frequentam a creche local e realizar intervenção para resolução do problema. Metodologia: O trabalho foi realizado pelos alunos da 3.ª etapa do Curso de Medicina da UNICID, inseridos na USF Jd Santo Afonso. Foram pesadas e medidas 117 crianças com idade de 2 a 5 anos, sendo 53 meninos e 64 meninas. Os dados foram convertidos para percentil peso e altura, utilizando-se a curva de crescimento. Foram identificadas crianças com muito baixo peso e obesidade. Os pais ou responsáveis pelas crianças foram convocados para orientações e informações sobre alimentação e nutrição, juntamente com os professores e funcionários da creche, valorizando as ações intersetoriais. Resultados Das crianças avaliadas foram encontradas: 6% na condição de baixo peso;88% eutrófico; 6% obesos.Conclusões: Após a realização da atividade, o grupo compreendeu a importância das ações dos profissionais da saúde no crescimento e desenvolvimento da criança. Esta atividade mostra como os estudantes de medicina podem aprender os processos de trabalho na atenção primária em saúde e como eles próprios podem agir como transformadores sociais. Comparando com o relatório do SISVAN de 2011(Baixo Peso 1,8%; Eutróficos 89,1%; Obesidade 9,1%) temos decréscimo nos valores de obesos e aumento nos valores de baixo peso, portanto temos uma característica local de carência nutricional. AVALIAÇÃO DA ADESÃO AO TRATAMENTO FARMACOLÓGICO E QUALIDADE DE VIDA EM PACIENTES HIPERTENSOS Aragão, C.C.V. (1); Santos, B. R. M. (1); Sousa, D. A. (1); Diniz, N. B. (1); Garcia, M. L. B. (2); Braga, A. L. F. (2); Martins, L. C. (2); Instituição: 1 - UNIVERSIDADE MUNICIPAL DE SÃO CAETANO DO SUL; 2 - Faculdade de Medicina da USP; Introdução: A adesão e o controle pressóricos são fatores importantes para prevenir lesão de órgãos alvo de doenças isquêmicas como infarto cerebral. miocárdico e vasculopatias periféricas podendo comprometer a qualidade de vida. No Brasil a taxa de adesão varia entre 40 a 76% de acordo com a região estudada. Obje- Saúde Soc. São Paulo, v.20, supl.1, 2011 165 tivo: Avaliar a qualidade de vida e adesão ao tratamento farmacológico de pacientes portadores de hipertensão arterial no município de São Caetano do Sul. São Paulo. Casuística: Este é um estudo transversal, realizado no período de outubro de 2009 a agosto de 2010 em pacientes atendidos pela farmácia vinculada a uma universidade pública da região. Foram utilizados três questionários validados e auto-aplicados: Morisky & Green para adesão ao uso de medicamento, MINICHALBRASIL para qualidade de vida em hipertensos, e dados biodemográficos. Os dados foram submetidos a análises descritivas e os testes de Qui-quadrado e U de Mann-Whitney. Resultados Participaram do estudo 190 pessoas, sendo 81 (42,6%) homens e 109 (57,4%) mulheres. 32,8% não completaram o Ensino Fundamental, 62,1% eram casados, 9,5% estavam tratando a hipertensão arterial há menos de 1 ano. Apresentavam níveis pressóricos controlados 158 (83,1%) e 32 (16,9%) não controlados e 61,1% eram aderentes ao tratamento. O grupo com pressão não controlada apresentou piores escores no domínio estado mental (p<0,001). Houve associação entre adesão ao tratamento e controle da pressão arterial (p<0,001). Conclusão: Houve alta adesão ao tratamento farmacológico nos indivíduos da região de São Caetano do Sul refletindo em maior controle de nível pressórico e melhor qualidade de vida. AVALIAÇÃO DA COBERTURA VACINAL DA PNEUMOCOCO 10 VALENTE EM CRIANÇAS DE 2 MESES A 2 ANOS MATRICULADAS NO CENTRO DE SAÚDE ESCOLA CAPUAVA EM 2010. Ramos, C.N. (1); Filipini,R. (1); Instituição: 1 - Faculdade de Medicina do ABC; Introdução: A vacina pneumococo tem sido oferecida às crianças menores de 2 anos de idade nas Instituições públicas de saúde há bem pouco tempo. Contudo, a expectativa é de que após cinco anos, em 2015, do início desta campanha se evite cerca de 45 mil internações por pneumonia por ano em todo o Brasil. Objetivo: Avaliar a cobertura vacinal da vacina pneumocócica 10-valente em crianças de 2 meses a 2 anos atendidas no CSE Capuava em 2010. Metodologia: Estudo descritivo, quantitativo com coleta de dados secundários em prontuários e cadernetas de vacinação do Centro de Saúde Escola Capuava, município de Santo André. Analisou-se 567 fichas de vacinação, ambos os sexos em crianças de 2 meses a 2 anos. Análise descritiva em Anais XII Congresso Paulista de Saúde Pública números absolutos e percentuais. Resultados das 567 crianças, 52% eram do sexo masculino e a média de idade foi de 13,19 meses (5,76 desvio padrão). Observouse alta adesão quanto à vacina Pneumococo 10 valente e menor adesão para a vacinação geral (41% sem vacinação atualizada). Conclusão: Há necessidade de rever as estratégias de saúde para a cobertura vacinal geral entre os profissionais de saúde. AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DE VIDA DOS AGENTES COMUNITÁRIOS DE SAÚDE EM DUAS UNIDADES DE SAÚDE DA FAMÍLIA DE UM MUNICÍPIO DO INTERIOR DO ESTADO DE SÃO PAULO Gonçalves, A. C. (1); Coutinho, F. L. O. (1); Gonçalves, M. A. (1); Maria Elena Echevarria-Guanillo (2); Instituição: 1 - Centro Universitário Barão de Mauá; 2 - Universidade Federal de Pelotas / RS; Introdução: O Programa de Saúde da Família, implantado no Brasil em 1994, representou a modificação do modelo de atenção à saúde. Neste processo o agente comunitário de saúde (ACS) torna-se um profissional extremamente importante por ser um articulador entre o serviço de saúde e a população assistida, estando, portanto mais exposto a prejuízos em sua qualidade de vida por sofrer forte pressão, tanto por parte da comunidade como da própria equipe de saúde da família. Objetivo: Caracterizar uma amostra de agentes comunitários de saúde de duas Unidades de Saúde da Família de um município do interior do Estado de São Paulo e avaliar a qualidade de vida destes profissionais. Metodologia: Foram entrevistadas 24 agentes comunitárias de saúde, utilizando um instrumento genérico de avaliação da qualidade de vida, o WHOQOL-bref., com 26 questões, que avaliam a qualidade de vida de modo geral e a satisfação com a própria saúde, avaliando quatro domínios: físico, psicológico, relações sociais e meio ambiente, em uma escala de 0 a 100, sendo que quanto maiores os valores melhor a qualidade de vida. Os dados obtidos foram analisados pelo programa estatístico SPSS 15.0. Resultados Observou-se que 100% das ACS eram do sexo feminino, 79,17% casadas, com idade variando entre 28 e 62 anos e todas com ensino médio completo. O valor médio para qualidade de vida geral foi de 72,91. Para os domínios, os valores médios foram: 69,79 para o domínio físico; 65,97 para o domínio psicológico; 64,93 para o domínio relações sociais e 47,00 para o domínio meio ambiente. Os maiores Saúde Soc. São Paulo, v.20, supl.1, 2011 166 valores médios em cada domínio foram: mobilidade (domínio físico), espiritualidade, religião e crenças pessoais (domínio psicológico), relações pessoais e atividade sexual (domínio relações sociais) e ambiente do lar (domínio meio ambiente). Os menores escores médios foram: sono e repouso (domínio físico), imagem corporal (domínio psicológico), suporte e apoio social (domínio relações sociais) e recursos financeiros (domínio meio ambiente). Conclusão: Os resultados obtidos sugerem uma avaliação negativa para o domínio meio ambiente e positiva para a qualidade de vida geral e para os outros domínios. O estudo possibilitou uma avaliação geral da qualidade de vida de um grupo de agentes comunitários de saúde, favorecendo um melhor entendimento sobre o tema e uma reflexão sobre os fatores que interferem negativamente na qualidade de vida desses profissionais. AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DO PRÉ-NATAL (PN) DE GESTANTES INFECTADAS PELO HIV NO CENTRO DE REFERÊNCIA E TREINAMENTO EM DST/AIDS DO ESTADO DE SÃO PAULO (CRT), NASCIDAS ENTRE 2000 E 2010. Silva, M.E.W. (1); Mello, M.L.R. (2); Colussi, J. (3); Dantas, S.M.V. (4); Instituição: 1 - Faculdade de Nutrição da USP; 2 - CRT DST/AIDS SÃO PAULO; 3 - Faculdade de Terapia Ocupacional da USP; 4 - Faculdade de Psicologia da USP; Introdução: mudanças no perfil epidemiológico da AIDS com aumento dos casos entre mulheres, da sobrevida e da qualidade de vida elevaram o risco da transmissão vertical (TV) do HIV. O cumprimento das medidas profiláticas preconizadas reduz esse risco para menos de 2%, sendo variável entre regiões, estados e serviços de saúde. Objetivos: Descrever e avaliar a qualidade do pré-natal das gestantes matriculadas no CRT com data de parto entre 2000 e 2010. Método: estudo descritivo, dados de prontuário com formulário estruturado; levantando-se variáveis demográficas, epidemiológicas e parâmetros de qualidade do pré-natal: número de consultas, médicas e de enfermagem, início do PN, realização de sorologia para sífilis e hepatite B, taxa de abandono, retorno pós-parto. Resultados Foram avaliadas 149 gestantes, com 186 gestações e 190 exposições (4 gestações múltiplas). As exposições resultaram em 168 nascidos vivos, 14 Anais XII Congresso Paulista de Saúde Pública abortos ou perdas fetais, 3 natimortos e 5 evoluções ignoradas. Para 20% das gestantes a evidência laboratorial do HIV foi durante o pré-natal, sendo que 12% das gestações eram em primigestas, 24% não tinham parto anterior, 43% referiram abortos anteriores e 82% não tinham filhos infectados prévios. Em 62% das gestações as mulheres já eram caso de AIDS mas apenas 58% faziam uso de ARV para tratamento. 44,2% das gestações tiveram a primeira consulta do pré-natal no 2° trimestre. Foram realizadas, em média, 3,9 consultas de enfermagem, 5,2 consultas de obstetrícia e 4,0 consultas de infectologia. Excluindo abortos, 86% fizeram pesquisa sorológica para sífilis, sendo que em 25,6% das exposições, a gestante realizou a primeira ou única avaliação para sífilis no 2° trimestre e 12,5%, no 3° trimestre. Em 36,9% das exposições, a gestante não era infectada pela hepatite B, porém em 14,8%, a situação imunológica para hepatite B não foi avaliada. 80,5% das gestantes não abandonaram o pré-natal, sendo que 87,3% retornaram ao serviço após o parto. Foi realizada convocação para metade das gestantes que abandonaram. Conclusão: A análise dos resultados evidencia o PN como momento importante para o diagnóstico do HIV, alta taxa de abortos, início tardio do PN no serviço de referência, mas bom cumprimento das ações programáticas e medidas profiláticas. AVALIAÇÃO DA SATISFAÇÃO DOS PARTICIPANTES DA OFICINA DE SENSIBILIZAÇÃO DA ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA: UMA EXPERIÊNCIA DOS FACILITADORES DE UMA AUTOGESTÃO EM SAÚDE Baptista, R. A. (1); Lima, D. K. M. (1); Brumatti, P. A. P. (1); Instituição: 1 - CASSI – Caixa de Assistência dos Funcionários do Banco do Brasil; Introdução: A partir de 1997, a CASSI – Caixa de Assistência dos Funcionários do Banco do Brasil deu início à implantação do Modelo de Atenção Integral à Saúde visando garantir aos seus participantes ações de promoção à saúde, prevenção de enfermidades, recuperação e reabilitação baseado na oferta de serviços de atenção primária em saúde. A Oficina de Sensibilização (OS) foi estruturada com metodologia participativa a partir da necessidade de sensibilizar os profissionais das Unidades CASSI quanto ao modelo assistencial implantado, bem como aos componentes básicos da Es- Saúde Soc. São Paulo, v.20, supl.1, 2011 167 tratégia Saúde da Família (ESF), informação e reflexão das bases conceituais e diretrizes que fundamentam as práticas de saúde da CASSI. Objetivo: Avaliar a satisfação dos participantes em relação à Oficina de Sensibilização da Estratégia Saúde da Família. Metodologia: A coleta de dados foi realizada através de questionários de avaliação anônimos e auto-aplicados ao final de cada evento. As questões abordaram a percepção dos participantes em relação à organização da OS, participação do grupo e conteúdo/metodologia utilizados. O período estudado foi referente às OS-ESF realizadas de outubro/2010 a junho/ 2011. Foram formadas 14 turmas com total de 192 participantes, destes 177 responderam a avaliação, representando 92,2% dos que “realizaram” a Oficina. Resultados 1- Interação entre os participantes: Ótimo 67%; Bom 28%; Regular: 5% e Fraco:0%. 2- Aceitação da metodologia: Ótimo 53%; Bom 42%; Regular 5% e Fraco 0%. 3- Troca de experiência: Ótimo 68%; Bom 29%; Regular 3% e Fraco 0%. 4- Relação conteúdo/ prática: Ótimo 50%, Bom 43%; Regular 7% e Fraco 0%. Conclusão: Os resultados apresentados evidenciam que a interação entre os participantes favoreceu a troca de experiências - os percentuais praticamente se repetem enquanto ótimo e bom (67 e 28% e 68 e 29% respectivamente). Destaca-se a aceitação da metodologia participativa (53% ótimo e 42% bom) enquanto instrumento facilitador da aproximação entre os profissionais, o que contribui positivamente para o aperfeiçoamento das ações em saúde das equipes ESF. A relação conteúdo/ prática demonstra que os temas e conceitos abordados são reconhecidos como integrantes do cotidiano das equipes. AVALIAÇÃO DAS AÇÕES DOS PROFISSIONAIS DE SAÚDE DIANTE DA SUSPEITA DE MAUS TRATOS À CRIANÇA Pereira, N.A. (1); Lopes, S.G. (1); Alves, J.E. (1); Instituição: 1 - FMABC; Introdução: A violência a criança pode ocorrer de diferentes formas, seja através do abuso sexual, dos maus tratos ou da negligência, e na maioria das vezes Anais XII Congresso Paulista de Saúde Pública não é um ato isolado e sim um contexto onde essa criança vive. Os maus tratos estão tomando grandes proporções no Brasil e no mundo, tornando-se um grave problema de saúde pública no país. Atualmente a Constituição Federal e o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) obrigam a notificação de casos suspeitos ou confirmados de maus tratos contra a criança e o adolescente. Apesar da obrigatoriedade, a subnotificação da violência é uma realidade nacional. Estima-se que, para cada caso notificado, de 10 a 20 deixam de ser. O ato de notificar inicia um processo que visa interromper as atitudes e comportamentos violentos no âmbito da família e por parte de qualquer agressor. Além disso, é essencial para o mapeamento epidemiológico do problema e construção de políticas públicas para sua prevenção, ressaltando que a notificação não é considerada uma denúncia policial. Objetivo: Avaliar ações dos profissionais de saúde ao atender um caso suspeito de maus tratos e identificar possíveis dificuldades para a notificação dos casos. Método: Estudo descritivo e exploratório com a abordagem qualitativa obteve-se a colaboração de 13 profissionais da saúde que atuavam em um PS Infantil no município de São Bernardo do Campo. Os dados foram coletados através de entrevistas gravadas e posteriormente transcritas com questões norteadoras. Resultados Através da análise dos dados foram elaboradas 4 categorias, que abordaram as temáticas: preparação dos profissionais frente à suspeita de maus tratos a criança, trajetória da notificação, dificuldades dos profissionais frente à violência e motivos que levam a subnotificação. Conclusão: Concluímos que a equipe de saúde respondente desenvolve um atendimento norteado em ações pré definidas ao acolher os casos de suspeita de maus tratos a criança. As dificuldades descritas pelos profissionais esta diretamente relacionada ao desconhecimento da responsabilidade direta da notificação, muitas vezes justificando que este ato “deve” ter sido realizado por alguém, por falta de tempo ou por medo de envolvimento com o caso. Outros achados podem ser elencados pelos profissionais de saúde como dificuldades na qualidade do atendimento das crianças como: espaço físico inadequado para acolhimento, medo ao julgar o caso e feedback do Conselho Tutelar sobre o andamento dos casos encaminhados. Saúde Soc. São Paulo, v.20, supl.1, 2011 168 AVALIAÇÃO DAS DOENÇAS EXANTEMÁTICAS tiva com notificação semanal oportuna: 100%. SARAMPO E RUBÉOLA NA ÁREA DO GVE VII As coberturas vacinais da tríplice viral mantiveram - se entre 92,44% (2010) e 96,71% (2008) e a homogeneidade (GRANDE ABC) DE 2007 A 2010 Uehara, O . Y. (1); Guerschman, T. M. (2); Instituição: 1 - GVE VII Santo André; 2 - GVE VII Santo André; Introdução: O sarampo e a rubéola têm transmissão via respiratória e são imunopreveníveis. A prevenção é feita por vacina tríplice. Em 1992, o Brasil adotou a meta de eliminação do sarampo para o ano 2000. A implementação do Plano de Erradicação do Sarampo no país impulsionou a vigilância e o controle da rubéola. Atualmente não existe evidência da transmissão autóctone do vírus do sarampo no Brasil. Objetivo: Descrever e analisar o comportamento do sarampo e da rubéola na região do GVE VII quanto ao sexo, faixa etária, indicadores de qualidade de vigilância e cobertura vacinal. Material e Método: análise do banco de dados SINANNET (2007 a 2010). Resultados e conclusões: Foram notificados 1400 casos suspeitos. Em 2007, foram notificados 562 casos de suspeita de doença exantemática, tendo sido confirmados 124 casos de rubéola. Em 2008 foram 445 casos notificados, com confirmação de 46 casos de rubéola. A partir de 2009, houve queda significativa dos casos notificados (206 em 2009 e 187 em 2010), com somente um caso confirmado de rubéola em 2009. Não houve caso de sarampo confirmado entre 2007 e 2010. Predominou o sexo o masculino. A faixa etária mais acometida foi entre 1 e 4 anos de idade (31% dos casos notificados). Chama a atenção a faixa etária entre 20 e 29 anos de idade em 2007, que representou cerca de 24% dos casos notificados naquele ano. O critério de confirmação ou descarte foi laboratorial em mais de 96% dos casos notificados nos 4 anos analisados. Quanto aos indicadores de qualidade (média para o período): •Percentual de casos investigados e encerrados oportunamente: 89,15%; •Percentual de casos com coleta oportuna de sorologia: 93,25%; •Percentual de casos com investigação oportuna: 96,99%; •Percentual de unidades de notificação positiva e nega- Anais XII Congresso Paulista de Saúde Pública entre 42,84% (2010) e 85,71 (2007). O sistema de vigilância das doenças exantemáticas é um instrumento consistente que coleta, processa, analisa e transmite informações necessárias para organizar e planejar o controle da rubéola e do sarampo. A atuação da vigilância epidemiológica do GVE VII tem sido sensível, oportuna e com resultados satisfatórios, atingindo as metas propostas nos indicadores. Necessário melhorar a cobertura vacinal em alguns dos municípios que não atingiram a meta e por conseqüência, melhorar a homogeneidade. AVALIAÇÃO DE EFETIVIDADE DE INTERVENÇÃO PSICOSSOCIAL NO PRÉ-NATAL DE GESTANTES EM COMUNIDADE EM SITUAÇÃO DE VULNERABILIDADE SOCIAL NA PREVENÇÃO DE TRANSTORNOS MENTAIS COMUNS NO PERÍODO PRÉ-PARTO Nascimento. C.L.N. (1); Torii, T.S. (1); Caiuby, A.V.S. (1); Quintana, M.I. (1); Moreira, F.G. (1); Andreoli, S.B. (1); Instituição: 1 - UNIFESP; A prevalência de sintomas de ansiedade e depressão é alta no período gestacional. Objetivo: avaliar efetividade de intervenção psicossocial no pré-natal de gestantes em comunidade em situação de vulnerabilidade social na prevenção de Transtornos Mentais Comuns no período pré-parto. Método: ensaio clínico longitudinal com dois grupos de gestantes no pré-natal em Unidade Básica de Saúde (UBS). Um com 160 gestantes as quais participaram de programa complementar ao pré-natal no Programa Einstein na Comunidade de Paraisópolis (PECP), no qual participaram grupos de caráter educativos, periódicos, ao longo do pré-natal até a 37º semana. O outro grupo recebeu informações sobre saúde no período do pré-natal, feito pela equipe multidisciplinar, na UBS, em um único encontro no início da gestação. O transtorno mental foi medido no início, até a 20ª semana de gestação (T0) e na 37ª semana (T1) por meio do Self-Report Questionnaire (SRQ-20). Análise estatística: a efetividade da intervenção foi avaliada por meio da análise de variância para dados repetidos, comparando o número de sintomas medidos pelo SRQ no final da gestação, controlado pelo número de sintomas no início do estudo. Resultados Amostra final de 35 gestantes na UBS e 81 no PECP, representando Saúde Soc. São Paulo, v.20, supl.1, 2011 169 uma perda de 51,5% da amostra inicial. Tanto os grupos de gestantes perdidas no estudo, quanto os grupos em T0 e T1 não mostraram diferenças estatisticamente significante entre os grupos PEC e UBS para as variáveis sócio-demográficas, antecedentes pessoais, familiares e obstétricas e hábitos de saúde. A média do escore do SRQ-20 foi semelhante nos dois grupos nos dois tempos: no T0, 7,17 no grupo PEC (DP: 3,469; 1-15) e 7,38 no grupo UBS (DP: 3,496;1-16) e no T1, 5,33 (DP: 3,389; 0-15) no grupo PEC e 4,97 no grupo UBS (DP: 3,435; 0-14). Houve redução estatisticamente significante dos escores nos dois grupos, sem diferença entre os grupos. Conclusão: Houve redução do número de sintomas de transtornos mentais comuns ao longo do período da gestação nos dois grupos, portanto uma equivalência de efetividade da intervenção psicossocial quando comparada com intervenção informativa, associadas ao acompanhamento pré-natal. Este resultado poderá subsidiar o desenvolvimento de políticas e ações nos serviços de saúde do Sistema Único de Saúde. AVALIAÇÃO DE LINFÓCITOS T CD3, CD4 E CD8 EM PACIENTES COM A FORMA AGUDA DA PARACOCCIDIOIDOMICOSE EM DIFERENTES TEMPOS E TRATAMENTOS Raquel dos Anjos Fazioli (1); Milena Brunialti (2); Reinaldo Salomão (2); Vinicius Ponzio (2); Beatriz Rodrigues (2); Arnaldo Colombo (2); Zarifa Khoury (3); Instituição: 1 - INSTITUTO ADOLFO LUTZ; 2 - UNIFESP; 3 - 3Instituto de Infectologia Emílio Ribas; A Paracoccidioidomicose (PCM) é uma micose sistêmica causada pelo fungo P. brasiliensis. Os pacientes com PCM apresentam diversas formas clínicas: forma aguda (FA), forma crônica unifocal e multifocal. A FA é a mais grave e disseminada afetando pacientes jovens de ambos os sexos que apresentam inversão dos valores TCD4/CD8 e imunidade celular deprimida. A imunidade celular é o mecanismo principal de resistência contra esse fungo, sendo um parâmetro importante para avaliar o status imunológico dos pacientes. Este trabalho teve por objetivo avaliar a expressão de linfócitos TCD3, TCD4 e TCD8, utilizando a técnica de citometria de fluxo, de 12 pacientes que apresentaram a FA da PCM em diferentes tempos do tratamento (tempo 0, 6 e 12 meses) e empregando terapêuticas diferentes (Fluconazol ou Itraconazol ou Sulfametoxazol/Trimetoprima) conforme o Hospital (Instituto Anais XII Congresso Paulista de Saúde Pública de Infectologia Emílio Ribas e Hospital São Paulo, respectivamente) avaliado. Os resultados obtidos no tempo zero (virgens de tratamento) demonstram que os valores de linfócitos TCD3, TCD4 e TCD8, avaliados por citometria de fluxo, variaram entre os pacientes com a FA não apresentando um padrão de resposta frente aos diferentes tratamentos e hospitais avaliados. A relação entre as células TCD4/CD8 foi sempre superior ao valor 1, indicando valores de TCD4 maiores que TCD8, não sendo observado inversão da relação de células TCD4/CD8, com exceção de 1 único paciente. A variabilidade dos valores de linfócitos TCD3, TCD4 e TCD8 para os tempos de 6 e 12 meses foram também observados, entretanto nenhum paciente apresentou inversão da relação TCD4/CD8, independente do tratamento realizado e hospital avaliado. Por outro lado, foi verificado que pacientes com a FA, aos 6 meses de tratamento com Sulfametoxazol/Trimetoprima (S/T), apresentaram valores TCD4/CD8 menores que aqueles tratados com Itraconazol (ITRA) ou Fluconazol (FLU). O seguimento completo (tempo 0, 6 e 12 meses) realizado em 4 pacientes com a FA demonstrou que a relação CD4/CD8 foi sempre maior que 1 em todos os tempos e tratamentos analisados, com exceção de 1 paciente. Os resultados obtidos demonstram que a inversão da relação CD4/CD8 em pacientes com a FA da PCM é muito baixa quando avaliados pela técnica de citometria de fluxo, contrariando os resultados da literatura. Este trabalho demonstra pela primeria vez que o tratamento de pacientes com com S/T induz valores menores de T CD4/CD8 em relação aqueles tratados com FLU e ITRA. AVALIAÇÃO DE UM PROGRAMA DE SAÚDE VOCAL PARA PROFESSORES EM ÂMBITO COLETIVO Pizolato, R.A. (1); Rehder, M.I.B.C. (2); Mialhe, F.L. (1); Meneghim, M.C. (1); Pereira, A.C. (1); Instituição: 1 - FOP-UNICAMP; 2 - CEFAC; Introdução: Ações educativas são importantes para a prevenção de problemas vocais em professores. Objetivo: analisar a efetividade de um programa de educação em saúde na melhoria da saúde vocal de professores de ensino médio e fundamental. Métodos: Participaram deste estudo longitudinal 20 professores provenientes de 3 escolas estaduais do município de Piracicaba/SP. Eles participaram de um programa de Saúde Vocal que teve duração de 2 meses, composto por 6 encontros de Saúde Soc. São Paulo, v.20, supl.1, 2011 170 45 minutos cada, em que foram abordados temas e o desenvolvimento de habilidades relacionados à produção da voz, treino de exercícios para a respiração, relaxamento cervical, intensidade-frequência com sons vibrantes e ressonância e articulação com sons nasais associados à mastigação. Para a avaliação do impacto do programa na qualidade da saúde vocal, foram realizadas gravações da vogal / i / sustentada antes de qualquer intervenção e a coleta da vogal / i / pré e após cada encontro teórico-prático, uma análise acústica dos dados foi realizada pelo software Voxmetria, da CTS Informática. Os parâmetros de normalidade da voz considerados pelo programa são: Jitter, valores entre 0 e 0,6%, Shimmer, entre 0 e 6,5%; e proporção harmônico GNE, entre 0,5 a 1,0. Os resultados da análise acústica foram apresentados pelos valores médios e realizado o test t de Student (pareado) com nível de significância de 5%. Resultados Os valores médios do Jitter, Shimmer, e GNE, para a qualidade da voz pré e pós-exercícios foram: Relaxamento cervical para Jitter pré 0,3% e 0,23 % pós (p=0,67), Shimmer pré 2,77% e 2,68% pós (p=0,89) e GNE pré 0,83 e 0,80 pós (p=0,53); Respiração para Jitter pré 0,16% e 0,17% pós (p=0,63), para Shimmer pré 2,47% e 2,14 % (p=0,20) e GNE pré 0,79 e 0,82 pós (p=0,30); Intensidade-frequência para Jitter pré 1,89% e 0,38% pós (p=0,12), para Shimmer pré 6,06% e 3,12 % pós (p=0,08) e GNE pré 0,76 e 0,83 pós (p=0,06); Ressonância- articulação Jitter pré 0,19 e 0,31% pós (p=0,33), Shimmer pré 2,13% e pós 3,20% (p=0,13) e GNE pré 0,82 e 0,84 pós (p=0,57). Conclusão: A análise comparativa dos valores das médias da análise acústica demonstrou que o programa educativo impactou positivamente em vários parâmetros relacionados à saúde vocal dos participantes, destacando-se a importância do fonoaudiólogo como importante profissional da saúde pública e na promoção do bemestar do professor. AVALIAÇÃO DO CONHECIMENTO, ACESSO E ACEITAÇÃO DA PRÁTICA INTEGRATIVA COMPLEMENTAR - SHANTALA NA ATENÇÃO BÁSICA NO MUNICÍPIO DE VÁRZEA PAULISTA Pereira LC , Oliveira W, Sales LK, Truzzi PMT (1); Instituição: 1 - UNIANCHIETA; Introdução: A Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares (PNPIC) é preconizada pelo Ministério da Saúde o qual recomenda o uso dessas Anais XII Congresso Paulista de Saúde Pública práticas no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS), com ênfase na atenção básica, como nova alternativa para promoção, manutenção e recuperação da saúde. Objetivo: avaliar e/ou mensurar a adesão da prática integrativa complementar Shantala nas unidades básicas de saúde do município de Várzea Paulista. Metodologia: A amostra foi de 9 profissionais, que responderam a um questionário nos meses de Janeiro a março de 2011. Resultados Pela análise quantiqualitativa dos dados, observou-se com relação a implantação que 55,5% não utilizam a prática, no que se referiu ao conhecimento da população, 55,5% desconheciam a PIC Shantala, quando questionou-se os gestores sobre a PIC obteve-se 88,8% de concordância sobre a importância da prática. Conclusão: Os resultados demonstram que houve pouco conhecimento e adesão a PIC Shantala, sugerindo o planejamento de ações para a capacitação, divulgação e aplicação da Política Nacional de Práticas Integrativas/Complementares através da técnica Shantala, no intuito de ampliar as alternativas do cuidar e possibilitar ao usuário o favorecimento para promoção da sua saúde Descritores: práticas integrativas e complementares, atenção básica, Shantala. AVALIAÇÃO DO EFEITO DO TEATRO NO COMBATE A DENGUE NA EDUCAÇÃO CONTINUADA DO PUBLICO INFANTIL DO MUNICIPIO DE ITANHAÉM – SÃO PAULO Kersevani, H. T. (1); Araujo, P. P. (1); Silva, M.A. (1); Instituição: 1 - Prefeitura Municipal de Itanhaém; O Município de Itanhaém localiza-se no litoral sul do Estado de São Paulo. Segundo os últimos levantamentos realizados do índice de Bretau no município identificou-se a grande quantidade de inservíveis servindo de criadouros para o mosquito Aedes aegypti. Optou-se por trabalhar com o público infantil devido ter observado que no decorrer das muitas ações desenvolvidas na cidade a maior devolutiva de resultados surgiu das crianças. Buscou-se uma ação que as crianças interagissem com os educadores, possibilitando melhor memorização. Para isto o Plano Municipal de Combate a Dengue contou com a parceria da Secretaria de Educação e a das Escolas Particulares total de 28 escolas e 8873 alunos. O objetivo é fortalecer a educação continuada e despertar o senso de responsabilidade que cada um tem na redução de materiais Saúde Soc. São Paulo, v.20, supl.1, 2011 171 inservíveis, quanto a eliminação dos criadouros para auxiliar no combate à dengue e ensinando-os com responsabilidade, mas de uma forma prazerosa e criativa. Utilizou-se o teatro por ser uma metodologia lúdica, e eficaz porque ela envolve todos os sentidos da criança, levando-os a interagir com os personagens. Os alunos assistiam a peça e participavam respondendo as perguntas e cantando. A historia “Deu a louca no Mundo da Fantasia” é da autoria de Susan Prado e Léo Duarte. A peça conta a historia de uma menina que gosta muito de ler, mas é descuidada com suas responsabilidades deixando vários criadouros jogados pelo quintal. Alguns personagens fazem parte do mundo da fantasia e outros vivem no mundo real. A equipe de agente de endemias selecionada para atuar foi capacitada para as ações educativas, através de ensaios teatrais que visavam torná-los aptos ao entretenimento das crianças. Aplicou-se pesquisa quantitativa, com dez perguntas, em 5% dos alunos envolvidos para observarmos o conhecimento do público infantil depois das apresentações teatrais.Observou-se que das 450 crianças avaliadas 90% demonstraram conhecimento satisfatório sobre o mosquito transmissor da dengue, os sintomas apresentados pela doença, controle de criadouros, e principalmente, sobre o tema principal: redução de recipientes inservíveis.Conclui-se que a apresentação do teatro foi de grande aproveitamento pelas crianças, atingindo o objetivo principal do projeto, que era de despertar o senso de responsabilidade que cada um tem na eliminação de criadouros para auxiliar no combate à dengue.E necessário ressaltar a importância da equipe de agentes no desenvolvimento do projeto. AVALIAÇÃO DO ESTRESSE, ANSIEDADE E DEPRESSÃO EM PACIENTES FIBROMIÁLGICOS: UM ESTUDO COMPARATIVO Ramiro, F.S. (1); Silva, R.C.B. (1); Lombardi Jr., I. (1); Montesano, F.T. (1); Diniz, R. E. A. S. (2); Alambert, P. A. (2); Padovani, R.C. (1); Instituição: 1 - UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO PAULO; 2 - Universidade Metropolitana de Santos; A fibromialgia é uma síndrome caracterizada por dor musculoesquelética, crônica e difusa, em locais específicos sensíveis à palpação. Sua etiologia, embora ainda desconhecida, vem sendo amplamente explorada. Estudos têm demonstrado uma forte predominância no sexo feminino, bem como apontado o impacto de variá- Anais XII Congresso Paulista de Saúde Pública veis de ordem emocional na manutenção e exacerbação da dor, afetando a qualidade de vida dos indivíduos portadores deste transtorno. Objetivo: investigar se as reações emocionais e afetivas definidas como estresse, ansiedade e depressão são mais expressivas em pacientes com fibromialgia comparando com indivíduos sem este diagnóstico. Método: Participaram do estudo 50 mulheres, sendo 25 com diagnóstico de fibromialgia segundo os critérios do American College of Rheumatology (ACR) e 25, sem o diagnóstico de fibromialgia, pareadas por idade. Para avaliar as variáveis emocionais foram utilizados os seguintes instrumentos: Inventário de Sintomas de Stress de Lipp (ISSL), Inventário de Ansiedade Traço (IDATE-T), Inventário de Depressão de Beck (BDI), e o Questionário de Impacto da Fibromialgia (FIQ). O FIQ foi aplicado apenas no grupo com fibromialgia. Os instrumentos foram aplicados individualmente com duração média de 40 minutos. A pesquisa foi realizada em uma sala de atendimento designada pela instituição de ensino. Resultados A idade média do grupo com fibromialgia foi de 49,4 anos e do grupo controle, 49,2. No que se refere ao stress, 96% da amostra do grupo com fibromialgia apresentou quadro de estresse; enquanto no grupo controle essa proporção foi de 20%. Quanto à depressão, a média foi de 21,5 (depressão moderada) para o grupo com fibromialgia e 7,4 (depressão ausente) para o controle. A ansiedade-traço foi superior, em média, 16,3 pontos no grupo com fibromialgia. O emprego do teste t de Student para amostras não-relacionadas mostrou que os grupos diferiram nas variáveis estresse, depressão e ansiedade- traço analisadas. No FIQ, a média foi de 70,3 pontos de um total de 100. Conclusão: pode-se inferir o impacto negativo desta síndrome, afetando a qualidade de vida destes indivíduos e indicando a necessidade de investigação do estresse, ansiedade e depressão em programas de intervenção. Deve-se, ainda, ressaltar a necessidade de uma abordagem interdisciplinar no seu tratamento. Palavras-chave: fibromialgia, estresse, ansiedade, depressão. AVALIAÇÃO DO NÍVEL DE CONHECIMENTO E ADESÃO A NORMA REGULAMENTADORA (NR32) SOBRE SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO ENTRE OS MÉDICOS DO HOSPITAL DAS CLINICAS DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS, BELO HORIZONTE, BRASIL, 2009 Saúde Soc. São Paulo, v.20, supl.1, 2011 172 Garcia, C.S. (1); Barbosa, F (2); dos Santos, A.F. (3); Vieira, G.M.M. (3); Instituição: 1 - Pós-Graduação em Sáúde do Adulto, Faculdade de Medicina, Universidade Federal de Minas Gerais; 2 - Department of Medicine, Metrowest Medical Center, Framingham, MA; 3 - Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais; Os profissionais no desenvolvimento de seu trabalho estão expostos a múltiplos riscos, mas a exposição a material biológico o coloca em risco de adquirir uma variada gama de doenças infecto contagiosas, como, a tuberculose, a infecção meningocócica, a infecção pelo HIV e pelos HBV e HCV. O Brasil é o primeiro país do mundo a ter uma norma de ampla (NR-32) abrangência que enfatiza a proteção dos trabalhadores de saúde expostos a riscos biológicos. Este estudo avalia o grau de conhecimento da Norma NR-32 o nível de conhecimento e adesão às precauções padrão. PARTICIPANTES E METODOS: Foram selecionados aleatoriamente 208 profissionais, sendo 93 médicos residentes e 115 médicos. As informações foram coletadas mediante entrevista e/ou preenchimento de questionário semiestruturado dividido em três domínios: conhecimentos na norma, conhecimentos em biossegurança e a adesão às precauções padrão. Em cada domínio foram concedidos pontos para cada pergunta. A escala vario de 0 (pobre conhecimento/adesão) a 7, 17 y 16 (perfeito conhecimento/adesão), respectivamente. Para acessar a consistência interna das escalas de conhecimento e adesão utilizou-se o Cronbach´s alpha considerando-se concordância excelente valores > que +0,75. Regressão linear multivariada foi utilizada para avaliar os fatores preditores da adesão a NR-32, biossegurança e precauções padrão. Resultados Dos 208 médicos, a media (DP) de idade foi de 33,80 (9,39), 107 (51,4%) eram mulheres, 119 (57,2%) eram clínicos, a mediana de anos de experiência foi de 5 anos com media de 8,99 ± 9,53 anos, a media das horas de trabalho por semana foi de 50,42 ± 21,98 horas, com mediana de 60 horas. A média de conhecimento sobre a Norma NR-32 foi 2,3 (±2,19) pontos. O Chronbach´s alpha foi de 0,836. A média de conhecimento em Biossegurança foi 12,31 (±2,10). A media de adesão às precauções padrão foi 10,33 (±2,3) pontos. A media individual para o uso de luvas, mascara e óculos durante procedimentos e o não reecape de objetos pérfuro-cortantes, foi de 2.69, 2.27, 1.20 e 2.14 respectivamente. Os fatores associados ao conhecimento da NR-32 foram: maior conhecimento para Anais XII Congresso Paulista de Saúde Pública quem estudou em universidade publica e quem tem conhecimento sobre biossegurança. CONCLUSÕES: O conhecimento da norma NR-32 é baixo, mas o nível de conhecimento em temas de Biossegurança é bom. A adesão às precauções padrão em geral é aceitável, mas é baixa para algumas precauções avaliadas. AVALIAÇÃO DO PROGRAMA PRATIQUE SAÚDE DE GUARULHOS – SP: A AMBIÊNCIA EM QUESTÃO Warschauer, M (1); Martins, C.L. (2); D‘Urso, L.A. (2); Sacardo, D. (2); Capucci, P. (2); Instituição: 1 - Prefeitura do Município de São Bernardo do Campo; 2 - Faculdade de Saúde Pública - USP Transformações sociais e econômicas ocorridas nas últimas décadas vêm acarretando importantes mudanças no perfil epidemiológico da população brasileira. Assim, articular políticas e ações para se viver a vida com qualidade passa a ser um dos desafios prioritários para os gestores do SUS. A implementação do programa “Pratique Saúde” (PS) da cidade de Guarulhos/SP aponta nessa direção ao fomentar práticas corporais/ atividades físicas no âmbito da atenção básica, com vistas à promoção da saúde. Com objetivo de avaliar o processo de implementação desse programa, foi realizada investigação avaliativa qualitativa, com coleta de dados realizada por meio de documentos, questionários, entrevistas e grupos focais, abrangendo participantes, comunidade, gestores e profissionais de saúde. O presente resumo é um recorte do tema ambiência que não retrata apenas o espaço físico/material, mas contempla a produção social e as mudanças nos processos de trabalho. Com relação ao espaço/acesso os resultados são positivos, mas com críticas à confortabilidade dos locais que dificultam o acolhimento, estímulo às práticas corporais e aderência ao PS, além de inferir baixo incentivo do poder público a essa questão. Entretanto há outros olhares, a busca por novos espaços possibilita trabalhar a diversidade cultural e proporciona ações intersetoriais. Com relação à produção social, há relatos de construção de vínculos entre os profissionais envolvidos, possibilidades de fazer amigos e ocupar o tempo livre. Há indicações de incentivo à autonomia da prática corporal e de autocuidado o que é apontado por gestores como elemento importante para a prevenção de patologias. A incorporação de elementos lúdicos e de lazer é indicada como estratégia importante para aderência ao PS, inclusão Saúde Soc. São Paulo, v.20, supl.1, 2011 173 de crianças e adolescentes e incentivo na construção de políticas públicas intersetoriais. Entretanto, relatos indicam que os conteúdos escolhidos estão algumas vezes relacionados às preferências do instrutor do que ao interesse dos sujeitos. Quanto ao processo de trabalho, a pesquisa mostra que os participantes conhecem melhor os serviços da UBS e profissionais de saúde, embora boa parte não tenha aumentado sua participação em outros grupos. Entendemos que há necessidade de se reconhecer a singularidade e se aprofundar no conhecimento das condições de vida concretas dos sujeitos para se construir, com ele ou equipe, projetos terapêuticos que façam sentidos e dêem significados a intervenção e a vida. AVALIAÇÃO DO PROGRAMA PRATIQUE SAÚDE SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE DE GUARULHOS – SP Martins, C. L. (1); Warschauer, M. (2); D’Urso (1); Sacardo, D. (1); Capucci, P. F. (1); Pereira, T.N. (1); Instituição: 1 - FSP USP; (2) Prefeitura do Município de São Bernardo do Campo Um dos grandes desafios para os gestores do SUS reside em articular, no âmbito municipal, políticas e ações que desencadeiem novos sentidos as práticas promotoras da saúde. O programa Pratique Saúde em Guarulhos, resulta de esforço nessa direção - fomentar práticas corporais e atividades físicas como elemento de promoção da saúde no contexto urbano. Os objetivos deste estudo foram mapear as práticas corporais existentes nas Unidades Básicas de Saúde (UBS) do município de Guarulhos e avaliar o processo de implementação do programa Pratique Saúde sob o ponto de vista dos profissionais de saúde envolvidos, gestores, usuários e não usuários do programa. Tratase de pesquisa avaliativa com desenho qualitativo e dados coletados em duas fases. Na primeira, foram analisados documentos e aplicados 249 questionários assim distribuídos: 68 participantes do programa, 83 não participantes, 42 profissionais de saúde envolvidos no programa, 36 gerentes, e 20 professores de educação física. A partir da análise desse material foram feitas 53 entrevistas semi-estruturadas, com: 20 participantes, 26 não participantes do programa, 7 gerentes das UBS, 3 diretores regionais, 2 grupos focais, um com agentes comunitários de saúde, auxiliares de enfermagem; e outro com profissionais de nível superior envolvidos Anais XII Congresso Paulista de Saúde Pública no programa. Os resultados apontaram que o perfil dos participantes do programa é predominantemente de mulheres, de 40 a 60 anos, com ensino fundamental incompleto e usuárias da UBS, com forte adesão ao Programa. As atividades são desenvolvidas basicamente nos espaços das UBS e entorno, sendo mais freqüentes a caminhada e o alongamento. A não participação da população que não freqüenta a UBS e dos jovens sugere que as práticas têm mais um viés terapêutico do que promotor de auto-cuidado e de atividade física. Os dados foram agrupados em categorias temáticas: intersetorialidade e ambiência. A ação intersetorial é vista como interdisciplinaridade, mas com o implementação dos NASF, do apoio matricial, na construção coletiva de ações de promoção da saúde pode ser fortalecida. Quanto à ambiência, há muitas críticas em relação aos espaços das práticas e aos recursos materiais utilizados, mas o acesso aos locais tem avaliação positiva. O participante, em geral, está muito satisfeito com o programa e com a atuação dos profissionais de educação física com destaque para a construção de vínculos por meio da escuta e do acolhimento. AVALIAÇÃO DO PROGRAMA PRATIQUE SAÚDE: ATIVIDADE FÍSICA E SEUS BENEFÍCIOS Sacardo D. (1), Martins, C.L. (1); D‘Urso, L. (1); Warschauer, M. (2); Capucci, P.F. (1Instituição: 1 - FACULDADE DE SAÚDE PÚBLICA DA USP; (2) Prefeitura do Município de São Bernardo do Campo No campo da saúde pública, as mudanças profundas ocorridas nos espaços urbanos se refletem no quadro epidemiológico e têm requerido novas abordagens de promoção da saúde que resultem em melhoria da qualidade de vida e dos serviços de saúde, tanto para os sujeitos acometidos por enfermidades crônicas, como para a população em geral. O programa Pratique Saúde implantado em Guarulhos/São Paulo é resultado de um esforço nessa direção, ao fomentar práticas corporais e atividades físicas no âmbito da atenção básica como elemento de promoção da saúde. O objetivo geral do estudo foi avaliar o processo de implementação do programa Pratique Saúde sob o ponto de vista dos profissionais de saúde envolvidos, gestores, usuários e não usuários do programa. A abordagem da pesquisa foi qualitativa e dados coletados por meio de análise documental, questionários, entrevistas individuais e grupos focais. Os resultados apontaram que o perfil Saúde Soc. São Paulo, v.20, supl.1, 2011 174 dos participantes do Programa é predominantemente de mulheres, de 40 a 60 anos, com ensino fundamental incompleto e usuárias da UBS. A pesquisa mostrou que os praticantes de atividades físicas apresentam um alto grau de satisfação com o programa e que a “melhoria da saúde” é apontada como um importante fator de motivação para iniciar a prática corporal. As respostas dos praticantes indicaram melhoria significativa na percepção de dores corporais, no relacionamento social e maior autonomia para cuidar da própria saúde. Já os profissionais de educação física enfatizaram mais as mudanças nos aspectos biológicos, como diminuição de pressão arterial, peso e uso de medicamentos. Outros resultados do programa como mudanças positivas percebidas em relação ao corpo, à subjetividade, incremento de relações sociais e melhoria da qualidade de vida foram destacados pelos praticantes e profissionais envolvidos. A pesquisa evidenciou que o Pratique Saúde tem significado uma inovação, uma possibilidade de pôr em movimento os sujeitos, possibilitando a abertura para encontros, construção de auto-cuidado e autonomia em relação à saúde dos sujeitos envolvidos. AVALIAÇÃO DO SEGUIMENTO DE CRIANÇAS EXPOSTAS À TRANSMISSÃO VERTICAL DO HIV NO CENTRO DE REFERÊNCIA E TREINAMENTO EM DST/AIDS DO ESTADO DE SÃO PAULO (CRT), NASCIDAS ENTRE 2000 E 2010. Dantas, S.M.V. (1); Mello, M.L.R. (2); Silva, M.E.W. (3); Colussi, J. (4); Silva, M.A. (2); Domingues, C.S.B (2); Takahashi, R.F. (5); Tayra, A. (2); Tancredi, M.T (2); Instituição: 1 - Faculdade de Psicologia da USP; 2 CRT DST/AIDS SÃO PAULO; 3 - Faculdade de Nutrição da USP; 4 - Faculdade de Terapia Ocupacional da USP; 5 - Faculdade de Enfermagem da USP; Introdução: o aumento do número de casos de aids entre mulheres elevou o risco da transmissão vertical (TV) do HIV, mas a implementação de medidas profiláticas pode reduzi-lo de 22% para menos de 2%, porém este pode variar entre diferentes regiões, estados e tipos de serviços de saúde. Objetivos: avaliar o cumprimento de medidas de prevenção da TV em crianças expostas ao HIV nascidas entre 2000 e 2010, cujas mães fizeram pré-natal no CRT. Método: estudo descritivo, com crianças expostas ao HIV, Anais XII Congresso Paulista de Saúde Pública nascidas entre 2000 e 2010, cujas mães realizaram o prénatal no CRT; dados coletados de prontuário por meio de formulário estruturado; variáveis de estudo: demográficas, clínicas, epidemiológicas e laboratoriais. Na análise, considerou-se encerramento do caso: a) favorável se 2 cargas virais negativas (CV); b) desfavorável quando houve perda de seguimento, óbito ou criança infectada pelo HIV; c) em seguimento: crianças em acompanhamento ambulatorial, com menos de 1 ano de idade sem sorologia negativa para o HIV ou sem duas CV negativas. Resultados Foram avaliadas 168 crianças – 4 infectadas, 132 não infectadas, 16 perdas de seguimento, 4 óbitos e 12 em seguimento. A mães de 97% delas tomaram ARV na gestação, sendo que 69% tinham CV indetectável há menos de 90 dias do parto e 93,5% receberam AZT durante o parto. A profilaxia com AZT oral foi usada em 99% das crianças, ao menos 79% iniciaram antes de 24h após o parto e 75% o fizeram por 6 semanas. O aleitamento materno e cruzado não foram adotados em 93% e 89% das crianças, respectivamente. A taxa de TV variou de 2,4 a 2,7, no entanto o desfecho do seguimento foi desfavorável em 14,8% das crianças, com queda na perda de seguimento nos últimos anos. Conclusão: A performance do seguimento na gestação e da criança é superior à observada em trabalho realizado com as crianças expostas ao HIV notificadas no estado de S. Paulo em 2006. A análise dos resultados considerando as perdas de seguimento e os óbitos – desfecho desfavorável evidenciam as dificuldades no acompanhamento e classificação de casos utilizandose a definição de caso atual. Limitações:informação restrita aos dados contidos no prontuário e alta porcentagem de informação ignorada ou imprecisa. AVALIAÇÃO DO SEGUIMENTO EM PRÉ-NATAL (PN) DE GESTANTES INFECTADAS PELO HIV NO CENTRO DE REFERÊNCIA E TREINAMENTO EM DST/ AIDS DO ESTADO DE SÃO PAULO (CRT), COM PARTOS OCORRIDOS ENTRE 2000 E 2010. Colussi, J (1); Mello, M.L.R. (2); Dantas, S.M.V. (3); Silva, M.E.W. (4); Silva, M.A. (5); Domingues, S.B. (5); Takahashi, R.F. (6); Tayra, A. (5); Tancredi, M.V. (5); Instituição: 1 - Faculdade de Terapia Ocupacional da USP; 2 - CRT DST/AIDS SESSP; 3 - Faculdade de Psicologia da USP; 4 - Faculdade de Nutrição da USP; 5 - CRT DST/AIDS SÃO PAULO; 6 - Faculdade de Enfermagem da USP; Saúde Soc. São Paulo, v.20, supl.1, 2011 175 Introdução: o aumento do número de casos de aids entre mulheres elevou o risco da transmissão vertical (TV) do HIV, mas a implementação de medidas profiláticas esse risco é reduzido de 22% para menos de 2%. Objetivos: descrever o perfil das gestantes com HIV/ AIDS e avaliar a realização, pelo serviço, das medidas de prevenção da TV do HIV Método: estudo descritivo com gestantes acompanhadas no CRT, com data de parto entre 2000 e 2010; os dados foram coletados em prontuários com formulário estruturado; variáveis demográficas, clínicas e epidemiológicas, ações programáticas e evolução da gravidez. Na análise, esta foi classificada a) adequada, se última CV da gestação < 1000 e coletada até 90 dias pré-parto e b) inadequada, se última CV > 1000. O encerramento da gestação foi a) favorável, se CV adequada e feto vivo e b) desfavorável, se aborto/natimorto. Resultados foram avaliadas 149 gestantes, com 186 gestações. Perfil - A média e mediana da idade das gestantes foi 30,5 anos, 64% com união estável, 82% com baixa escolaridade e residentes na capital. Para 91% a categoria de exposição ao HIV foi sexual, 15% eram primigestas e em 20% a evidência laboratorial foi na gestação. Em 63% das gestações a situação clínica da gestante era AIDS, e 62% já estavam em tratamento com ARV. Protocolo - a 1° consulta de PN no 3° trimestre em 14%, 86% realizaram pesquisa sorológica para sífilis, sendo que em 31% ocorreu no 3º trimestre. Excluindo abortos, o ARV foi utilizado em 96% das gestações. A última carga viral era indetectável em 82% das gestações porém até 2005, 36% das gestantes tinham CV inadequada no momento do parto versus 15% de 2006 a 2010. No 1º período houve 18% de partos vaginais, 67% de cesarianas e 8% abortos/natimortos, no 2º esses encerramentos foram, respectivamente, 8%, 78% e 10%. Durante o parto 91% recebeu ARV. 85% não abandonaram o PN e 57% delas retornaram ao serviço de saúde antes de 40 dias após o parto. Conclusão: predomínio de mulheres jovens, baixa escolaridade, transmissão sexual do HIV, com evidência laboratorial do HIV recente e já casos de AIDS. Alta aceitação e cumprimento das medidas profiláticas, porém com início tardio do pré-natal no CRT, mas baixa taxa de abandono. Realização de cesariana mesmo com encerramento da gestação favorável. Melhora do desempenho do PN no último período. Limitações:informação restrita aos dados contidos no prontuário e alta porcentagem de informação ignorada ou imprecisa. Anais XII Congresso Paulista de Saúde Pública AVALIAÇÃO DO SERVIÇO DE ONCOLOGIA/QUIMIOTERAPIA DE SÃO JOSÉ DO RIO PARDO COGERIDO PELO CRACON UNICAMP E SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE SANTIAGO, S. M. (1); ANDRADE, M. G. G. (1); SOMMERFELD, C. E. (1); PERONI, F. M. A. (1); Instituição: 1 - FCM-UNICAMP; Introdução: Nas últimas décadas o câncer transformou-se em um importante problema de saúde pública pela sua magnitude, gravidade e transcendência. No Brasil o diagnóstico do câncer é realizado tardiamente e o atendimento está concentrado nos centros de alta complexidade, com insuficiente integração com o restante do sistema de saúde. Diante dessa realidade, em março de 2009 foi implantado um serviço descentralizado de oncologia e quimioterapia em São José do Rio Pardo, vinculado ao CRACON UNICAMP e cogerido pela Secretaria Municipal de Saúde, com apoio do Projeto OncoRede. Objetivos: relatar os resultados da avaliação de implantação e implementação do Serviço de Oncologia/Quimioterapia de São José do Rio Pardo. Método: A avaliação foi aprovada pelo Comitê de Ética da UNICAMP e realizada através da consulta a documentos, sistemas de informação e análise de prontuário dos pacientes atendidos no Serviço entre março de 2009 e março de 2011, além da realização de entrevistas com alguns pacientes e observação participante. Resultados o Serviço funciona nas instalações da Santa Casa de São José do Rio Pardo e oferece atendimento ambulatorial de oncologia e quimioterapia. Inicialmente o quadro de colaboradores foi composto por técnico de enfermagem, enfermeiro e médico oncologista. Atualmente compõem a equipe nutricionista, fisioterapia, psicóloga e assistente social. Durante esses dois anos mais de 300 pacientes foram atendidos (191 receberam diagnóstico de câncer no Serviço, os demais pacientes eram procedentes do CRACON). No total foram realizadas 1.398 consultas médicas (média de 15 consultas/dia) e 317 pacientes receberam tratamento quimioterapêutico. Todos os pacientes entrevistados demonstraram grau de satisfação entre bom e ótimo com o atendimento recebido no Serviço e apontaram como maior vantagem não precisar se deslocar com muita frequência até o CRACON, além de relatar que grande parte das suas necessidades de saúde foram identificadas e atendidas no Serviço. Observou-se também uma ampliação gradativa da comunicação entre profissionais do serviço local e especializado, facilitado Saúde Soc. São Paulo, v.20, supl.1, 2011 176 pela presença de técnicos do CRACON e desenvolvimento de ações na linha da Educação Permanente. Conclusão: Através da avaliação observa-se a possibilidade de realizar atenção qualificada e humanizada, voltada às necessidades dos pacientes com câncer, a partir da articulação de uma rede de cuidados integrais nos diferentes níveis de atenção em saúde. AVALIAÇÃO DO USO DE PSICOTRÓPICOS NO PROGRAMA DE SAÚDE DA FAMÍLIA NO MUNICÍPIO DE CAMPINAS (SP) Faber, E. W. (1); Seignemartin, B. A. (1); Fernandes, C. P. (1); Messora, C. T. C. (1); Barral, M. E. (1); Belo, K. O. (1); Santos, C. S. R. (1); Campos, R. O. (1); Instituição: 1 - UNICAMP; Introdução: O estímulo social ao consumo de fármacos como solução para as questões ontológicas da humanidade favorece o crescente uso de psicotrópicos. Estudos brasileiros apontam que 56% da demanda de atendimentos no Programa de Saúde da Família (PSF) é composta por usuários com sintomas psíquicos insuficientes para o diagnóstico de um transtorno mental (TM). Em contrapartida, a prevalência de TM graves equivale a 3% da população. Consequentemente, usuários com sintomas que não completam os critérios diagnósticos são medicados exageradamente, enquanto aqueles com transtornos graves são submedicados. Além disso, há certa tendência dos profissionais em relevar a percepção dos usuários acerca de sua condição, enfraquecendo o vínculo terapêutico e criando vulnerabilidades que prejudicam o processo de diagnóstico e tratamento. Objetivos: Avaliar quantitativamente e qualitativamente o uso de psicofármacos no PSF em diferentes regiões de Campinas (SP). Métodos: Dados das dispensações de prescrições médicas do primeiro semestre de 2010 de 03 Unidades Básicas de Saúde participantes do PSF e localizadas em regiões de alta vulnerabilidade social foram coletados manualmente e através de sistema informatizado. Resultados Foram analisadas 1973 prescrições médicas dispensadas, num total de 1832 usuários, sendo 1254 mulheres (68,5%), 557 homens (30,4%) e 21 (1,1%) cujo sexo não foi determinado. Em 384/1973 (19,5%) prescrições foram caracterizados 151 (39,3%) Generalistas/Clínicos Gerais, 110 (28,6%) Neurologistas/Neurocirurgiões, 93 (24,2%) Psiquiatras, 30 (7,8%) em diversas outras especialidades, sendo a maioria dos prescritores do gênero masculino. Quanto Anais XII Congresso Paulista de Saúde Pública à origem das prescrições, 378 (79,4%) advinham do sistema público de saúde em comparação com 98 (20,6%), do sistema privado. Carbamazepina, fenobarbital, fenitoína, fluoxetina e diazepan respondiam juntos por 62% dos psicotrópicos prescritos. Conclusões: Os resultados do presente estudo apontam que a maioria dos usuários de psicotrópicos são mulheres que obtêm a medicação em consultas com médicos Generalistas/ Clínicos Gerais, de gênero masculino, na rede pública de saúde, levantando instigantes questões. Resultados do componente qualitativo de nosso estudo estão em análise e devem acrescentar evidencias da necessidade de uma estratégia nacional no sentido de promover melhor abordagem desses usuários. BIOÉTICA EM SAÚDE PÚBLICA FRENTE ÀS ESPECIFICIDADES DE PACIENTES SURDOS Pereira, P.C.A. (1); Fortes, P.A.C. (1); Instituição: 1 - FSP-USP; O objetivo deste trabalho é apresentar as peculiaridades do acesso da população surda aos serviços de saúde. Tal projeto foi realizado por meio de entrevistas a 25 usuários surdos que apresentavam substantivos desafios lingüísticos à rede de saúde. De acordo com o Decreto 5626/05, os serviços de saúde devem obrigatoriamente atender, de maneira diferenciada: (i) a Comunidade Surda; (ii) minoria sociolinguística e cultural; e (iii) usuária da Língua de Sinais Brasileira (LIBRAS). Os resultados preliminares observados a partir dos discursos dos entrevistados revelaram o potencial grau de exclusão desta população. Foram categorizados a autonomia do paciente, bem como o direito à informação e privacidade a partir dos referenciais teóricos da bioética em Saúde Pública. BIOSSEGURANÇA: CONSTRUINDO O MAPA DE RISCO DA SALA DE VACINA Pereira, K.B.C. (1); Ribeiro, I. M. (1); Rezende, N.S.de M. (2); Instituição: 1 - UNIRIO; 2 - Prefeitura do Rio de Janeiro; A elaboração do mapa de risco integra estratégia de construção de uma proposta ampliada de implantação de ações em biossegurança, qualidade e vigilância em saúde do trabalhador. Esta ferramenta serve para a conscientização e informação dos trabalhadores, por Saúde Soc. São Paulo, v.20, supl.1, 2011 177 meio da fácil visualização dos riscos, bem como para a reunião de informações necessárias para o diagnóstico da situação de segurança e saúde no local de trabalho, e por fim, estimula a participação dos trabalhadores nas atividades de prevenção de acidentes. Objetivo: elaborar um mapa de risco da sala de vacina de um Centro Municipal de Saúde. Metodologia: O método utilizado implicou na análise do processo de trabalho da sala de vacina de um Centro Municipal de Saúde do Rio de Janeiro, durante os meses de maio e junho de 2011. Essa análise incluiu informações a respeito de equipamentos, instalações, materiais, produtos, fluxos, resíduos, turnos de trabalho e atividades dos trabalhadores, seguindo-se pela representação gráfica dos riscos ambientais utilizando-se círculos de tamanhos proporcionais à gravidade – pequeno, médio e grande, segundo a classificação de riscos: físicos (verde), químicos (vermelho), biológicos (marrom), ergonômicos (amarelo) e de risco de acidente (azul). Resultados 1- Identificação dos riscos; 2- Levantamento e sistematização dos processos: a. Fluxograma de trabalho, b. Descrição dos equipamentos e instalações, c. Descrição dos produtos, materiais e resíduos, d. Descrição das equipes de trabalho, e. Descrição das atividades desenvolvidas, f. Grupo de risco x Fontes x Efeitos x Recomendações. 3- Representação gráfica. Conclusão: No processo de elaboração de mapa de risco em estudo, o uso e a organização do espaço físico emergiram como problemas, além do risco de acidentes e o estresse. O estresse e as relações de trabalho devem entrar em discussões sobre as estratégias de prevenção de riscos. Estes não são registrados de modo adequado nos relatórios e mapas, que ficam restritos aos riscos “visíveis” e normatizados. A construção do mapa de risco possibilitará novo planejamento do processo de trabalho a partir da experiência cotidiana e permitirá aos trabalhadores proporem soluções criativas para os problemas detectados. BULINDO COM A UNIVERSIDADE: UM ESTUDO SOBRE O TROTE NA MEDICINA Silvia Kharmandayan (1); Lucas Bueno Feo (1); Marcel Chabaribery (1); leonardo Henrique dos Santos (1); Mariana Gonçalves Pinto (1); Ivan Matos (1); Pedro Matos (1); Bruno Bertoldo (1); Fernando Henrique Ria Cabral (1); Rafael Neves Nicolau (1); Webster de Oliveira Vitória (1); Silmara Conchao (1); Roberta Boaretto (1); Anais XII Congresso Paulista de Saúde Pública Instituição: 1 - FACULDADE DE MEDICINA DO ABC; Introdução: O trote violento considerado um fenômeno social, cultural e histórico, não é especifico de uma carreira, e muito menos de uma universidade. No entanto, é curioso notar que o curso de medicina tem despontado ao longo dos anos como sendo um dos mais agressivos.Indagações despertaram e mobilizaram alunos iniciantes do curso de medicina da FMABC em 2010. Posteriormente, o grupo cresceu e passou a contar com a ajuda de alunos do então segundo ano. Objetivos: Aprofundar conhecimentos sobre o fenômeno do trote que ocorre historicamente na faculdade de Medicina levantando possíveis explicações à submissão dos alunos (as) ao trote abusivo. Métodos: Realizamos 2 grupos focais, que foram a base para nossas analises e conclusões finais Resultados: Com base no depoimento dos participantes do grupo focal, percebemos que os principais motivos a submissão ao trote são: desejo de praticar um esporte tanto pela atividade em si como para ser parte de um time, procura por inclusão em um grupo e medo do futuro profissional sem a ajuda dos veteranos. Conclusões: As analises, ainda em curso, dos grupos focais nos permite realizar conclusões preliminares. Os anseios criados pelos alunos antes da faculdade fazem com que eles não vejam a linha tênue entre agressão e brincadeira e por vezes ignorem a própria agressão explicita. A faculdade nesse aspecto pode servir como um microcosmo da juventude do século XX e XXI. Uma juventude focada no Eu, a quem pouco foi passada questões como cidadania, ética e moral. Um grupo que só se reconhece como tal quando fazer parte de um todo lhe traz benefícios. Mesmo que estes sejam futuros. CARACTERIZAÇÃO DAS HOMOAFETIVAS ATENDIDAS NA ESTRATÉGIA DA SAÚDE DA FAMÍLIA Frazili, RTV (1); Ribeiro AS (1); Mascarini DFSS (1); Leite LR (1); Oliveira FF (1); Instituição: 1 - FATEA; Introdução: Reivindicações sobre os direitos do indivíduo vêm sendo discutidas amplamente no Brasil, principalmente, as questões ligadas à homossexualidade feminina, e especificamente à sua relação com a saúde. Observa-se que a adesão feminina aos programas de prevenção não está diretamente associada à oferta dos serviços de saúde, mas muitas vezes como Saúde Soc. São Paulo, v.20, supl.1, 2011 178 este serviço é oferecido a determinados seguimentos, atendendo ao princípio da equidade. É importante estimular estudos capazes de contribuir no conhecimento de determinados seguimentos da população, identificando suas necessidades em saúde. Objetivo: caracterizar a população homoafetiva feminina atendida na Estratégia Saúde da Família. Método: Este trabalho trata-se de uma pesquisa descritiva quantitativa; realizada em três municípios situados no Vale do Paraíba, interior paulista (Aparecida, Guaratinguetá e Lorena) com população de 233.843 habitantes; sendo utilizado uma entrevista estruturada na coleta de dados com uma amostra de 45 mulheres homoafetivas com idade maior ou igual a 18 anos, independente de ter parceiras no momento da pesquisa. Resultados a caracterização das homoafetivas revela que a faixa etária variou entre 18 e 51 anos. No grupo estudado, 17 (37,78%) possuíam renda familiar de 1 a 2 salário e 15 (32,61%) de 2 a 3 salários. A maioria (35,56%) concluiu o ensino médio. Em relação à profissão, 31 (61,89%) possuíam uma profissão em nível técnico. Quanto ao vinculo empregatício, 20 (44,44%) das participantes do estudo eram autônomas, 16 (35,56%) eram celetista e 10 (21,74%) estavam desempregadas. Em se tratando da situação conjugal, 34 (75,56%) possuíam parceira fixa no momento da entrevista, e entre elas 29 (64,44%) tinham parcerias com coabitação e 16 (35,56%) tinham parcerias sem coabitação. Das 46 (100%) entrevistadas, 32 (71,11%) não tiveram filhos. Conclusão: Os dados desta pesquisa mostram que a maioria da população pesquisada foi composta por mulheres jovens em plena fase reprodutiva, com renda familiar e escolaridade predominante de até 2 salários mínimos e nível médio, respectivamente.Estes indicadores contribuem no planejamento de ações promotoras da saúde da mulher homoafetiva. Palavras-chaves: Homoafetivo, mulher, saúde. CARACTERIZAÇÃO DO SERVIÇO DE OTONEUROLOGIA DA PMSBC Alves, D. F. P. (1); Montagnoli, V. (1); Cassiolato, A. (1); Marçola, J (1); Vasconcelos, Tatiane (1); Neves, S. F. P. (2); Instituição: 1 - FUABC; 2 - PMSBC; Introdução: O exame otoneurológico é um conjunto de procedimentos que avaliam o aparelho vestibular e suas correlações com outros órgãos e sistemas, levando ao diagnóstico mais preciso da localização da lesão, visando determinar tipo e lado acometido; verificando Anais XII Congresso Paulista de Saúde Pública a existência de distúrbios auditivos e/ou vestibulares, de caráter periférico, central ou ambos; estabelecendo as possíveis causas e o prognóstico terapêutico. Objetivo: Caracterizar a população atendida no setor de Otoneurologia do serviço de Fonoaudiologia da PMSBC, visando auxiliar as futuras medidas preventivas e terapêuticas aos usuários portadores de transtornos do equilibrio, buscando promover uma melhor qualidade de vida. Método: Foi realizado um estudo por meio da análise retrospectiva dos prontuários de 907 sujeitos avaliados no setor de otoneurologia do Hospital de Ensino Anchieta no período compreendido entre janeiro de 2009 a dezembro de 2010. As avaliações otoneurológicas nesse período foram realizadas por meio da eletronistagmografia com estímulo a água. O aparelho utilizado foi o Berger modelo EN-315. Resultados A amostra foi composta por 684 (75,4%) sujeitos do sexo feminino e 223 (24,6%) sujeitos do sexo masculino. A faixa etária estava compreendida entre 05 e 92 anos. A avaliação vestibular mostrou 586 (64,6%) resultados normais e 321 (35,4%) alterados, sendo 1,9% de exames que não afastavam patologia central, 19,9% de hiperfunção labiríntica, 60,4% de hipofunção labiríntica, 15,9% de predomínio direcional e 1,9% de alterações posicionais. Na maioria dos casos, os indivíduos apresentavam mais de uma queixa concomitante, porém tanto os exames normais quanto os alterados apresentaram como principais queixas: a vertigem/tontura, o zumbido, a hipertensão arterial e as afecções de coluna. Conclusão: A população atendida no período em estudo foi composta em sua maioria por indivíduos do sexo feminino, em proporção de 3:1. Foram atendidos pacientes de 5 a 92 anos, no entanto, a prevalência foi maior em adultos acima dos 40 anos. Obteve-se 64,6% de exames normais e 35,4% de alterados, sendo as hipofunções labirínticas os maiores achados anormais com 64,6% dos exames. Porém tanto os indivíduos com exames otoneurológicos normais quanto os alterados, apresentaram as mesmas queixas principais, demonstrando um correto encaminhamento para o serviço. CARACTERIZAÇÃO DOS CASOS NEAR MISS MATERNO EM DOIS HOSPITAIS PÚBLICOS DE SÃO PAULO Puccia, MIR (1); Adami, F (2); Mamede, MV (3); Instituição: 1 - Programa Interunidades de DoutoSaúde Soc. São Paulo, v.20, supl.1, 2011 179 ramento em Enfermagem da USP; 2 - Faculdade de Medicina ABC; 3 - Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto-USP; Introdução: A mortalidade materna no Brasil ainda está fora do alcance da meta de redução de 75% até 2015, fixada pela Organização das Nações Unidas na Cúpula do Milênio, realizada em 2000. A utilização do indicador de morbidade materna near miss, relativo aos casos que sobrevivem às complicações potencialmente fatais ocorridas no ciclo gravídicopuerperal, representa uma nova estratégia de análise das lacunas assistenciais. Objetivos: Estimar a taxa de near miss materno em dois hospitais públicos paulistas; e descrever as ocorrências segundo critérios propostos pela OMS para classificação dos casos near miss. Métodos: Estudo descritivo com coleta de dados realizada entre novembro de 2010 e junho de 2011 em cada hospital. Foram investigados os prontuários de todas as gestantes e puérperas internadas no período por meio de roteiro estruturado para obtenção dos dados. Adotaram-se como critérios para classificação de casos de near miss: iminência de eclampsia/eclampsia; admissão em UTI; hemotransfusão; intervenção cirúrgica decorrente de morbidade materna grave e falência orgânica (Souza et al., 2010). Para o cálculo da taxa de near miss obteve-se o número de nascidos vivos de cada hospital no mesmo período. Utilizou-se software EPI INFO 6.04 para as análises. Resultados Foram identificados 107 casos near miss sendo 51 deles no Hospital A e 56 no Hospital B. As taxas de near miss calculadas foram de 18,2/1000NV e 22,1/1000NV, respectivamente. A proporção do total de ocorrências segundo critérios de classificação do caso near miss foram: iminência de eclampsia/eclampsia (30,8%); admissão em UTI (29,9%); hemotransfusão (28,0%); intervenção cirúrgica decorrente de morbidade materna grave (10,3%) e falência orgânica (0,9%). Conclusão: As síndromes hipertensivas representam a principal causa de morbidade materna grave nos locais de estudo, corroborando dados da literatura com relação à morte materna no Brasil. Destaca-se que as taxas encontradas são mais baixas que as descritas em outros estudos nacionais. Ressalta-se a vantagem da utilização do near miss como uma importante ferramenta de análise da qualidade da atenção obstétrica, pois permite um estudo mais amplo sobre os fatores determinantes de morbidade materna grave, em comparação ao estudo Anais XII Congresso Paulista de Saúde Pública focado apenas nos óbitos maternos, que ocorrem em proporções significativamente inferiores. CARACTERIZAÇÃO EPIDEMIOLÓGICA DA INCAPACIDADE DE IDOSOS MORADORES NUMA REGIÃO PERIFÉRICA DA CIDADE DE SÃO CAETANO DO SUL/SP Adami F (1); Filipini, R (2); Marcelino, BE (3); Andrade, DS (2); Bezerra, DG (2); Gusmao, CR (2); Martins, NB (2); Ioppe, RA (2); Akerman, M (2); Guarnieri, AP (4); Instituição: 1 - Colaborador do Projeto Bem Viver FMABC; 2 - FMABC; 3 - Prefeitura de São Caetano do Sul; 4 - Tutora do PET Saúde da FMABC; Introdução: O envelhecimento populacional representa novo desafio para os municípios brasileiros que, historicamente, centram seus esforços em outras idades. Tal dinâmica levou a uma percepção irreal das necessidades de cuidados para a população idosa, ocasionando a não construção de estruturas necessárias às demandas atuais. O envelhecimento não gerenciado traçou um perfil de senilidade que atualmente é desvelado para suprir a premência de informações para planejamento de políticas públicas. Objetivo: descrever a incapacidade funcional dos idosos atendidos pela Estratégia Saúde da Família (ESF) de uma região periférica de São Caetano do Sul. Métodos: Estudo transversal realizado a partir do levantamento de duas unidades de ESF da cidade de São Caetano do Sul. Foram incluídos 291 idosos (≥60 anos, 71,5% de mulheres) que eram pertencentes à área de abrangência e cadastrados pelas equipes das unidades referidas. Foram coletados dados sócio-demográficos, biológicos e de capacidade funcional (BOMFAQ - Questionário Brasileiro de Avaliação Funcional Multidimensional). Considerou-se com incapacidade funcional os idosos com dificuldade/não realização em uma ou mais AVD/AIVDs. Estimou-se a prevalência de incapacidade segundo variáveis sóciodemográficas e de queda nos últimos 6 meses, com associação averiguada pelo teste do qui-quadrado. O nível de significância adotado foi p<0,05 e as análises realizadas no software Stata 11.0. Resultados A prevalência de incapacidade foi estatisticamente superior: no sexo feminino (72,1% contra 54,2% nos homens); em idosos com 75 anos ou mais (78,1% contra 55,3% em menores de 75 anos); entre os analfabetos (82,6% contra 42,9% em idosos que têm 8 ou mais anos de Saúde Soc. São Paulo, v.20, supl.1, 2011 180 escolaridade); entre aqueles que recebem menos de 1 salário mínimo (61,5% contra 33,3% para os que recebem 10 ou mais salários mínimos); nos idosos que tiveram pelo menos 1 queda nos últimos 6 meses (77,8% contra 62,2% para quem não teve queda). Conclusões: Os dados apontam que, em idosos, a prevalência de incapacidade funcional é maior entre mulheres e que idade está positivamente associada à tal desfecho, sendo que renda e escolaridade estão negativamente associadas. Observou-se, ainda, que queda nos últimos 6 meses está associada à incapacidade em idosos. Esses dados indicam possíveis fatores determinantes da incapacidade em idosos, desfecho importante uma vez que produz uma fragilização do envelhecimento e conseqüente custo ao Estado. CARACTERÍSTICAS DE DUAS INSTITUIÇÕES DE LONGA PERMANÊNCIA PARA IDOSOS NO MUNICÍPIO DE SANTO ANDRÉ – SÃO PAULO EM 2010 Alves, Luz Alcira Avila Rincón (1); Alves, Adilson (2); Instituição: 1 - UNIVERSIDADE MUNICIPAL DE SÃO CAETANO DO SUL; 2 - Centro Universitário Fundação Santo André; O envelhecimento acelerado da população brasileira tem suscitado a necessidade de institucionalização dos idosos que não podem conviver com seus familiares. Estima-se que existam seis mil instituições de longa permanência para idosos (ILPIs) no Brasil que abrigam cerca de 100 mil pessoas, mas pouco é conhecido a respeito de suas características econômicas, sociais e financeiras. Nesse contexto o presente trabalho estudou os aspectos econômicos, sociais, organização, condições de atendimento, recursos humanos e serviços prestados em duas ILPIs localizadas no município de Santo André – São Paulo. Para isso, foi utilizado um estudo exploratório, analítico e descritivo e que teve como delineamento a técnica do estudo de caso. Na coleta de dados foi utilizado um questionário semi-estruturado aplicado aos dirigentes das duas ILPIs estudadas. A coleta de dados ocorreu nos meses de agosto e outubro de 2010. Quanto aos resultados da pesquisa as duas ILPIs eram privadas com fins lucrativos, de médio e pequeno porte, perfil correspondente a maioria dessas instituições em Santo André. As ILPIs estavam formalmente constituídas e legalizadas, com regime aberto de funcionamento. O perfil dos residentes demonstrou uma predominância de pessoas com mais de 80 anos Anais XII Congresso Paulista de Saúde Pública e na maioria do sexo feminino, com grau de dependência variando de semidependentes a dependentes. O atendimento dos idosos era realizado por uma equipe multiprofissional, constituída por médico, enfermeira, fisioterapeuta, cuidadores, auxiliares e técnicos de enfermagem. Desses profissionais 54% eram cuidadores, auxiliares e técnicos de enfermagem. Em uma das instituições participava uma nutricionista. Nessas instituições, além dos cuidados diretos, eram realizadas atividades de lazer, culturais e familiares. Ainda nesse aspecto, quando necessário, os residentes que necessitavam de cuidados médicos eram encaminhados para a rede do SUS ou serviços particulares (plano de saúde e pagamento pelo residente). A receita das ILPIs era oriunda dos pagamentos diretos pelos internos ou familiares, e a maior parte das despesas eram com recursos humanos. Os resultados mostram que as ILPIs estudadas atendem a uma população que pode pagar por serviços especializados e que certamente não é a realidade da maioria dos idosos do município de Santo André. Estudos desse tipo são necessários para favorecer as políticas públicas dirigidas à população idosa das ILPIs cuja demanda continuará a ser crescente nas próximas décadas. CARTOGRAFIAS FEMININAS: AÇÕES TERRITORIAIS NA ZONA NOROSTE DE SANTOS Sá, Y.R (1); Costa, C.E. (1); Feitosa, D.C. (1); Miyashiro, E. (1); Santos, F.E. (1); Milek,G. (1); Carvalho, J.S.R. (1); Scandiuzzi, L.B. (1); Ferreira, N.M. (1); Liberman, F. (1); Maximino, V. (1); Instituição: 1 - UNIFESP; Introdução e justificativa: Esse trabalho relata o projeto de extensão Cartografias Femininas, desenvolvido na UNIFESP, Baixada Santista, no qual professores e alunos de seis cursos na área da saúde, relacionam-se com mulheres por meio de intervenções interdisciplinares que visam potencializar a participação cotidiana das mesmas na gestão local e no controle das condições que podem interferir na sua saúde e na coletividade onde vivem e trabalham. A territorização e circulação das mulheres nos serviços de saúde, colocam este espaço como lócus privilegiado para a implantação de estratégias de rastreamento e intervenção com inclusão social. Neste projeto abordamos uma população silenciosa de mulheres que procuram ações de cuidado no Sistema Único de Saúde, particularmente Saúde Soc. São Paulo, v.20, supl.1, 2011 181 na Atenção Básica. As ações implantadas foram planejadas a partir do diagnostico das condições, que se mostraram precárias, demonstrando a carência de vínculos sociais e afetivos dessas mulheres, compondo a situação de vulnerabilidade em que se encontram. Objetivos: Criar e fortalecer os vínculos entre mulheres, ampliando as redes de suporte social, acompanhar o grupo na identificação dos problemas comuns e de possíveis soluções, gerar situações de empoderamento e participação das mulheres na gestão local dos serviços de saúde, educação e sócio-culturais, entre outros. Abordar questões de gênero, sexualidade e saúde. Ampliar e dar consistência ao processo de aprendizagem de alunos de cursos da saúde. Metodologia: O projeto desenvolve-se através da constituição e acompanhamento de um grupo de mulheres na Unidade Básica Radio Clube-Zona Noroeste de Santos e de um grupo de meninas adolescentes em uma ONG da região; da cartografia, articulações e parcerias com diferentes dispositivos de saúde, cultura e lazer do território; de atendimentos domiciliares e articulação entre os diferentes Projetos de Extensão e Ensino realizados no território pela UNIFESP; e da realização de grupo de estudos e levantamento bibliográfico sobre temas relacionados ao processo grupal e à abordagem territorial, que emergem das ações realizadas. Conclusão: O Projeto de Extensão tem sido um potente suporte para diferentes ações territoriais e acompanhamento de práticas de auxilio à cartografia da região no que diz respeito às mulheres de diversas faixas etárias e a articulações dos dispositivos existentes. Articulado a estudos teóricos, apresenta-se como possibilidade de exercício do dialogo e reflexão interprofissional . 2009, estudantes, mulheres e profissionais de saúde tiveram novas formas de relacionar-se (consigo e com o outro) despertas por esse dispositivo grupal. Assim, este projeto se propos, a partir da cartografia, olhar para a constituição desse grupo como um disparador de processos de subjetivação e sinalizá-los para uma compreensão mais aprofundada desses processos. Objetivos:Este projeto visa analisar a constituição de um dispositivo grupal a fim de localizar suas potencialidades e seus desafios a partir da perspectiva de alunos graduandos que participaram do processo de constituição desse grupo ao cursar o módulo “Clínica Integrada: Produção de cuidado” visando assim, gerar um instrumento de reflexão sobre a clínica interdisciplinar com mulheres em vulnerabilidade social. Metodologia: Utilizando como metodologia a cartografia, foram analisados fragmentos dos relatos construídos pelos alunos dos cursos de educação física, fisioterapia, nutrição, psicologia e terapia ocupacional no 5º ou 6º semestre da graduação durante a sua atuação no grupo de mulheres no período que se estende de agosto 2009 à dezembro de 2010. Conclusão: Foi possível perceber que algumas questões permearam as diferentes equipes e diferentes momentos do grupo e que a análise dessas categorias sinaliza a complexidade da atuação em equipe interdisciplinar e da constituição de um grupo. A partir disso, tentamos cartografar como essas complexidades puderam compor entre si a fim de criar um campo plural de ensino e aprendizagem. CAUSAS MAIS FREQUENTES DE ACIDENTES NA INFANCIA Abreu ACSE (1); Fernandes, I.C. (2); CARTOGRAFIAS FEMININAS: AVALIAÇÃO DA Instituição: 1 - Faculdade de Medicina do ABC; 2 CONSTITUIÇÃO DE UM GRUPO DE MULHERES NA Faculdade de Medicina do ABC _CE; ZONA NOROESTE- SANTOS Introdução: Os acidentes na infância são classificados Sa, Y. R. (1); Liberman, F. (1); Instituição: 1 - UNIFESP; Introdução e justificativa:A Unifesp – Campus Baixada Santista se estrutura em um projeto políticopedagógico muito particular de formação em saúde e essa particularidade tem se mostrado muito fértil não só como lugar de formação e capacitação do trabalho em saúde mas também como um espaço de abertura, criação e troca de potencialidades. A partir da constituição de grupo de mulheres, em Anais XII Congresso Paulista de Saúde Pública como causa externa de morbi - mortalidade de acordo com o CID – 10, destaca-se acidentes de transito, homicídios, suicídios, acidentes de trabalho, entre outras causas. No Brasil em 2001 houve 21.526 óbitos de crianças por causas externas, e inúmeras internações gerando um alto custo para o SUS em hospitalizações. A vulnerabilidade da criança faz com que as mesmas fiquem mais expostas aos acidentes. No entanto, estes podem ser evitados levando em consideração as etapas do desenvolvimento infantil e as ações que podem ser Saúde Soc. São Paulo, v.20, supl.1, 2011 182 oferecidas com a finalidade de prevenção. Ressalta-se a importância da atuação do Enfermeiro em campanhas de prevenção de acidentes na infância. Objetivo: Identificar em uma população saudável, quais os acidentes mais freqüentes em 0 a 16 anos. Metodologia: Estudo quantitativo descritivo simples com coleta de dados primários. Realizado em um centro de saúde escola, a população estudada crianças e adolescentes (faixa etária de 0 a 16 anos) foram entrevistados antes da consulta médica, totalizando 50 e suas respectivos cuidadores (mães, avós e outros) Resultados as principais causas de acidentes no presente estudo estão relacionadas a quedas 48 (49%), 30 (30%) queimaduras, 6 (6%) atropelamento e ferimento por arma de fogo e arma branca. Ressalta-se que as mães consideram acidentes quando há presença de sangramento, 32 (64%) responderam que a criança não se machucou gravemente e apenas 19 (38%) dos pais levaram a criança ao pronto socorro. A idade em que foram acometidas pelos acidentes 1 a 3 anos 32% e 7 a 9 anos para 22% dos entrevistados, quanto ao local dos acidentas 69% ocorreu em casa e 19% na rua. Com relação a ações realizadas em casa após os acidentes 40% dos cuidadores responderam que não fizeram modificações ambientais para prevenção de novos acidentas e após o acidente 74% das crianças e adolescentes foram acompanhados na UBS. Conclusão: no presente estudo nota-se que as principais causas de acidentas estão relacionadas a quedas e queimadura, os pais tem pouco conhecimento sobre os riscos relacionados a quedas para a criança e tão quando como realizar medidas de prevenção. Cabe ressaltar a importância de novos estudos sobre a temática com a finalidade de identificação e prevenção dos acidentes na infância CIDADES SAUDÁVEIS: AINDA UM TEMA RELEVANTE? Akerman, M (1); Mendes, R (2); Fischer, A (1); Instituição: 1 - FMABC; 2 - UNIFESP Campus Baixada Santista; Introdução: Este trabalho trata do tema de cidades saudáveis a partir de seus pressupostos e de seus eixos de manifestação. Consideramos, inicialmente, que não há como negar a necessidade imperativa de que o campo da promoção da saúde nas cidades esteja em estreita vinculação com múltiplos setores e múltiplos Anais XII Congresso Paulista de Saúde Pública saberes. Entretanto, mesmo que os temas da intersetorialidade e da interdisciplinaridade estejam presentes em artigos, teses e congressos da área, são constantes as reivindicações da ampliação de interlocutores para que não paire a sensação de “estarmos falando para nós mesmos” sem eficácia suficiente para influenciar as políticas públicas. Metodologia: Realizamos um breve levantamento do estado da arte sobre “cidades saudáveis”, por meio das publicações indexadas pela BVS entre 1986-2010, cotejando-o com a pluralidade de significados que se fazem presentes na leitura de autores, das áreas de ciências sociais, políticas e planejamento urbano, não diretamente filiados ao campo da promoção da saúde, que examinam algumas concepções de cidades e apontam um quadro de desafios a serem enfrentados na contemporaneidade: - Maricato (2010); Souza (2010); Veras (2010); Bauman (2009); Dowbor (1999); Castell & Borja (1996); Ianni (1996); Calvino (1990) Santos (1985); Rolnick (1988). Resultados: Os autores do campo da promoção da saúde pesquisados parecem ocupar-se menos de uma concepção de cidade e de urbanização. Em relação ao quadro de desafios colocado pelos dois conjuntos de autores há uma feliz coincidência o que abre uma bela perspectiva de diálogos interdisciplinares e mútua identificação de possibilidades de cooperação em pesquisa e em participação de eventos científicos, rompendo talvez, a nossa percepção de isolamento de que sempre “estamos falando para nós mesmos”. O que podemos concluir sobre a relevância das “cidades saudáveis? A recuperação empreendida neste artigo procurou retratar algumas dessas tendências em torno do movimento por cidades saudáveis que mais relevante se tornará quanto maior a capacidade de diálogo e interlocução entre atores, pesquisadores, gestores, governos. A aposta é de que, para além dos esforços empreendidos sobre avaliação de resultados, ainda há espaços para revisões e incorporações nas formulações acerca da produção da saúde nas cidades. CIÊNCIA, TECNOLOGIA E INOVAÇÃO EM ENFERMAGEM EM SAÚDE PÚBLICA NO BRASIL: PANORAMA ATRAVÉS DOS GRUPOS DE PESQUISA Oshiro, M. (1); Ogata, M. N. (1); Instituição: 1 - UFSCar; A inovação tecnológica em saúde deve representar Saúde Soc. São Paulo, v.20, supl.1, 2011 183 a resolução das necessidades, visando aplicação de conhecimentos para transformação das práticas, reorganização de serviços, geração de novos produtos, processos terapêuticos, bem como a garantia de acesso e a melhoria das condições de vida da população em geral e usuários que necessitam de ações de saúde em particular. Crescentes investimentos em Pesquisa e Desenvolvimento na área de saúde e da enfermagem nem sempre são acompanhados dos resultados esperados pela sociedade, o que parece demonstrar que pode não estar existindo uma conexão entre o setor de pesquisa e o setor produtivo. Este trabalho tem como objetivo investigar o campo de produção científica na enfermagem, especificamente em saúde pública no Brasil, através dos grupos de pesquisa do CNPq e obter um panorama geral da pesquisa em saúde. Optou-se por abordar o tema no campo da análise bibliométrica. As instituições produtoras de informação foram identificadas por meio de uma análise dos grupos de pesquisa cadastrados da área da enfermagem em saúde pública, entre 23/09/2009 e 17/03/2010, e os dados foram inseridos e organizados em planilhas. Resultados os nomes dos grupos, repercussões dos trabalhos do grupo e palavras-chave apresentaram diversidade e heterogeneidade; os grupos mostram que a maioria foi criada entre 2001 e 2010; 86% das instituições são públicas e pertencentes à região sudeste (52%), possuindo em sua maioria 2 a 3 linhas de pesquisa. Os dados analisados apontam que não existe uma uniformidade nos dados inseridos nos campos do diretório, sendo alguns deles nem preenchidos, podendo ser devido a falta de orientação sobre o que deve ser colocado em cada campo ou uma despreocupação dos lideres dos grupos. Esse trabalho propiciou um panorama sobre a pesquisa no Brasil, onde a concentração é maior nas regiões mais ricas e nas instituições públicas devido a incentivos à pesquisa e a alta titulação dos pesquisadores. Quanto aos dados inseridos no diretório dos grupos de pesquisa do CNPq, estes poderiam ser mais claros e completos, através de uma descrição mais detalhada e específica das informações solicitadas em cada campo, proporcionando uma maior qualidade na caracterização dos pesquisadores e das produções cientificas, possibilitando maior visualização de suas repercussões para o direcionamento às Prioridades de Pesquisa em Saúde da Política de Ciência, Tecnologia e Inovação em Saúde. Anais XII Congresso Paulista de Saúde Pública CIÊNCIA, TECNOLOGIA E INOVAÇÃO NA SAÚDE DA FAMÍLIA NO BRASIL: ANÁLISE DA PRODUÇÃO CIENTÍFICA EM ENFERMAGEM Oshiro, M. (1); Ogata, M. N. (1); Instituição: 1 - UFSCar; A Organização das Nações Unidas (ONU) traçou objetivos internacionais para o milênio, representando um imenso desafio para os países em desenvolvimento, pois necessitarão organizar sistemas de pesquisas em saúde baseados em prioridades sanitárias e assegurar a incorporação desses resultados às políticas e ações de saúde. A Política Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação em Saúde (PNCTIS) vem para contribuir para que o desenvolvimento nacional se faça de modo sustentável, estimulando a produção de novos conhecimentos direcionados às necessidades do SUS. Este trabalho tem como objetivo investigar a configuração do campo da produção científica em enfermagem na saúde da família no Brasil e sua relação com as prioridades de pesquisa em saúde. Optou-se por utilizar a ferramenta da análise bibliométrica para análise dos dados coletados nos artigos científicos relativos ao tema (saúde da família/enfermagem) das revistas científicas nacionais da área da enfermagem com Qualis A e B1 (CAPES). Analisaram-se: palavras-chave, ano de publicação, região brasileira do estudo, vínculo institucional, dimensões metodológicas, associação da área temática com a Agenda Nacional de Prioridades de Pesquisa em Saúde e tecnologias em saúde. Resultados as palavras-chave e as dimensões metodológicas apresentam diversidade e heterogeneidade; a grande maioria dos artigos analisados tem como ano de publicação posterior a 2000; a associação com as Prioridades de Pesquisa em Saúde mostrou que a saúde da família é pesquisada em diversas áreas: criança, idoso, mental, doenças transmissíveis e não transmissíveis; na maioria no âmbito relacional, seja da família com o doente ou com o profissional de saúde, ainda que as subagendas nem sempre o englobem, enfocando a doença em si. Este trabalho proporciona uma análise da configuração da pesquisa em saúde da família e em enfermagem, trazendo com a associação às Prioridades de Pesquisa em Saúde uma reflexão sobre a maior divulgação das subagendas e incentivo à pesquisa que as contemple. É importante ressaltar também que em relação às Prioridades de Pesquisa ainda existe o foco Saúde Soc. São Paulo, v.20, supl.1, 2011 184 na doença, existindo nas subagendas pouco enfoque na perspectiva relacional e pessoal, o que diverge da maioria das pesquisas em enfermagem. Essa reflexão é importante para que tanto os pesquisadores pensem nas Prioridades de Pesquisa em Saúde quanto a Política Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação possa evoluir, priorizando as necessidades de saúde da população. CIÊNCIAS DA VIDA HUMANA NA CIDADE DE SÃO PAULO CARVALHO, Sonia Nahas de (1); BARRETO JUNIOR, Irineu Francisco (2); SILVÉRIO, Catarina Aparecida Guarnieri (1); SOUZA, Gustavo de Oliveira Coelho de (1); HIRIART, Maria Magdalena Matte (1); BESSA, Vagner de Carvalho (1); SILVA, Zilda Pereira da (3); Instituição: 1 - Fundação Seade; 2 - Fundação Seade; Mestrado em Ciências Sociais da UVV; Mestrado em Direito da FMU.; 3 - Faculdade de Saúde Pública da USP - FSP-USP; A pesquisa Ciências da Vida Humana na Cidade de São Paulo foi realizada por intermédio de convênio entre os governos do município de São Paulo e da região Île-deFrance e a Fundação Seade, a quem coube estabelecer um referencial teórico, selecionar, compilar e georeferenciar dados obtidos de diferentes fontes: quantitativos (extraídos de fontes de registro administrativo com base em critérios ou procedimentos previamente definidos para seleção de variáveis ligadas às atividades de ciências da vida humana) e qualitativos (oriundos das entrevistas e oficinas de trabalho realizadas). A abordagem metodológica definiu-se em torno de alguns referenciais. O primeiro delimitou o campo para investigação em quatro dimensões: prestação de serviços em saúde; formação; pesquisa e desenvolvimento; e produção. O segundo foi identificado a partir do exame dos dados, que revelaram que as atividades envolvidas nessas dimensões não se comportam de forma isolada, mas relacional e complementar. Por fim, um terceiro referencial definiu-se pela concentração territorial de instituições no município de São Paulo. A pesquisa identificou que a rede de serviços médico-hospitalares da cidade de São Paulo oferece equipamentos de saúde que atende a todos os níveis de complexidade. Contudo, o seu diferencial situa-se na concentração destacada de consultórios e leitos cirúrgicos e na grande proporção de internações de média e, em especial, de Anais XII Congresso Paulista de Saúde Pública alta complexidade, reafirmando sua vocação de pólo representativo das ciências da vida humana no Brasil. Os dados de internações realizadas pelo Sistema Único de Saúde (SUS) em 2008 confirmam essa afirmação. A cidade de São Paulo participa com 25,2% e 42,2% das internações de média e alta complexidade, respectivamente, realizadas no Estado, e por 5,3% e 12,8% das ocorridas no país. Um bom parâmetro de comparação a esses indicadores é o da participação da população paulistana no Estado, de 21,6%, e no Brasil, de 5,8%. A rede hospitalar paulistana é complexa em diferentes direções: presença de hospitais públicos gerais e especializados em cardiologia, oncologia, para tratamento das doenças do homem, da mulher etc; presença de hospitais privados dotados de modernos equipamentos para diagnóstico e tratamento; existência de hospitais, públicos e privados, que oferecem oportunidades de formação e aprimoramento profissional, com programas de pós-graduação, residência médica e para áreas complementares à saúde. COBERTURA DO PAPANICOLAOU E IMPACTO NA MORTALIDADE PELO CÂNCER DO COLO DO ÚTERO Correa, D.A.D. (1); Almeida, A.M. (1); Instituição: 1 - EERP/USP; Introdução: O câncer do colo do útero (CCU) ainda permanece um desafio para países em desenvolvimento, sendo o segundo câncer mais freqüente, com taxas de incidência e mortalidade, respectivamente, de 23,5 e 10,8/100.000 mulheres. A cobertura ampla do Papanicolaou pode resultar em baixas taxas de mortalidade, o que nem sempre é verificado em regiões menos desenvolvidas. Objetivo: Analisar a relação entre a cobertura do Papanicoloau e a taxa de mortalidade por CCU. Métodos: Foram pesquisadas as bases de dados LILACS, MEDLINE, PUBMED, WHOLIS e IBGE. Resultados A exemplo de eficiência em países desenvolvidos, na Finlândia, está clara a correlação entre o aumento da cobertura do Papanicolaou e a diminuição das taxas de mortalidade por CCU. Já em países da America latina, como Argentina, não houve significativa redução da taxa de mortalidade, passando de 12,4/100.000 mulheres, em 1986, para 7,4/100.000 mulheres, em 2008, com cobertura do Papanicolaou de aproximadamente 52%, em 2005. No Chile, houve correlação entre a cobertura do Papanicolaou e a redução da taxa de mortalidade por CCU, que caiu Saúde Soc. São Paulo, v.20, supl.1, 2011 185 de 24/100.000 mulheres, em 1987, para 8,5/100.000 mulheres em 2003, alcançando cobertura de 66% em 2001. Na Colômbia, as taxas de mortalidade por CCU permaneceram sem grandes alterações, em 2002 a taxa era 10,8/100.000, e em 2008, 10/10.000 mulheres, com incremento da cobertura do Papanicolaou de 68,4%, em 1998, para 76,5% em 2005. No Brasil, no período de 1996 a 2005, as taxas de mortalidade foram 4,6 e 5,1/100.000 mulheres, e passaram para 10,9/100.000 mulheres em 2008. A cobertura do exame, no país, foi de 68,7%, em 2003, a 81,3%, em 2010, em inquérito por telefone. Conclusões: Apesar do rastreamento pelo Papanicolaou ser efetivo em reduzir a mortalidade por CCU, outros fatores também estão associados, como características da rede de assistência a saúde e nível sócio-econômico da população. Desta forma, é necessário oferecer um programa de rastreamento de alta qualidade que contemple, além uma ampla cobertura do Papanicolaou para mulheres na faixa etária em risco, qualidade do exame e acesso ao tratamento do câncer, respeitando as características do público alvo. COMO AS EQUIPES DE SAÚDE DA FAMÍLIA RECONHECEM A VULNERABILIDADE AO HIV/AIDS NOS SEUS TERRITÓRIOS CIRINO, FMSB (1); NICHIATA. LYI (1); FRANCO, FA (1); Instituição: 1 - USP; Introdução: A implantação da Estratégia Saúde da Família (ESF) possibilitou novas discussões a cerca do processo de descentralização das ações de prevenção ao HIV/aids. Conhecer a vulnerabilidade do território é de fundamental importância para definir prioridades no planejamento dessas ações, buscando-se reduzir a vulnerabilidade dos indivíduos, das famílias e da comunidade. Objetivo: Identificar como as equipes de saúde da família reconhecem a vulnerabilidade ao HIV/aids nos seus territórios. Metodologia: Optou-se por um estudo exploratório, com abordagem qualitativa, utilizando-se a metodologia do Estudo de Caso. O conceito de vulnerabilidade foi usado como quadro teórico. A coleta de dados foi realizada por meio de 15 grupos focais com 185 profissionais que compõe a equipe básica da ESF. O estudo foi conduzido em 11 Unidades do distrito de Capão Redondo, região sul do Município de São Paulo. Resultados As equipes apontaram como vulneráveis Anais XII Congresso Paulista de Saúde Pública os usuários de drogas, os profissionais do sexo e os HSH, mesmos grupos populacionais que, no início da epidemia, foram classificados e estigmatizados como “grupos de risco”. O adolescente, o idoso, a mulher e o homem também foram lembrados como vulneráveis ao HIV, porém atrelando sua vulnerabilidade à comportamentos interpretados, pelas equipes, como de risco. Desta forma, a maioria das equipes elencou três comportamentos como sendo responsáveis pelo aumento da vulnerabilidade: a multiplicidade de parceiros sexuais, o uso de drogas e o uso inconsistente do preservativo. Conclusão: Os resultados apontam que as equipes reconhecem a vulnerabilidade ao HIV/aids em seus territórios vinculada à dimensão individual, fundamentada na noção de risco da epidemiologia tradicional, com a identificação grupos ou comportamentos de risco. Basear as práticas segundo o conceito de risco tende a criar mais estigma e preconceito e culpabilizar o indivíduo, imprimindo nele a responsabilidade pela eventual falha na prevenção. Além disto, tal conceito limita a compreensão da epidemia como um fenômeno social, cujos determinantes extrapolam a dimensão biológica. É importante que as equipes se apropriem do conceito de vulnerabilidade, reconhecendo que na epidemia da aids, embora tenha como elemento indispensável para sua ocorrência a presença do vírus, há determinantes sociais amplos que interferem direta e indiretamente na vulnerabilidade dos indivíduos, das famílias e da comunidade. COMO É O DIA A DIA DA CRIANÇA ASMÁTICA Marisa Augusta Trinca (1); Isabel Maria Teixeira Bicudo Pereira (2); Maria Cecília Focesi Pelicioni (2); Instituição: 1 - Faculdade de Saude Pública da USP; 2 - Faculdade de Saúde Pública da USP; A asma é uma doença complexa, que provoca alterações no desenvolvimento pessoal da criança e na sua dinâmica familiar e social. O objetivo foi investigar a interferência da asma no cotidiano das crianças e identificar a representação que elas e seus pais fazem da doença. Adotou-se uma metodologia qualitativa capaz de evidenciar, com base na fala dos sujeitos, a Representação Social da doença, utilizando-se para análise o Método do Discurso do Sujeito Coletivo. Para tanto foram realizadas entrevistas com 45 crianças em idade escolar matriculadas na rede Saúde Soc. São Paulo, v.20, supl.1, 2011 186 pública da cidade de São Paulo, bem como com seus pais e/ou responsáveis. Os resultados desta pesquisa revelaram o conhecimento adequado das interferências da asma no cotidiano da criança, contribuindo para o enfrentamento de suas repercussões negativas e para elaboração de estratégias de promoção da saúde e qualidade de vida dessas crianças. Essas questões quando conhecidas e compreendidas, trazem alertas à equipe médica responsável pela criança asmática, dada a relação intrínseca entre a representação construída da doença pela criança asmática e por seus pais e a maneira como se sente e interage com o mundo e com a sociedade à qual pertence. Na visão da criança asmática a crise representa um grande sofrimento e gera insegurança e angústia, associando esse sofrimento às limitações sociais impostas pela doença. Algumas se apropriam da condição de asmática com uma maturidade emocional suficiente para produzir um fortalecimento para tomar providências na crise, enquanto outras se mostram imaturas em relação à doença. Nessa fase da vida, inicia-se o aumento das relações sociais, as crianças se sentem mais seguras e descobrem que é possível conviver bem com a asma. que o contato com a MTC se deu por causa de experiências pessoais como incômodo, dor e sofrimento incidindo sobre seus corpos, recorrendo à Acupuntura como recurso e, posteriormente, buscando seus fundamentos. Foram identificadas diversas maneiras para diversas maneiras de pensar a saúde e a doença e de usar o corpo, sempre sustentadas por duas dimensões opostas, porém complementares: a do saudável e a do não-saudável. E foram identificadas três formas de perceber o corpo: Noções de Corpo, Reações e Técnicas Corporais. A partir dessa experiência com a MTC, as pessoas conheceram uma concepção de corpo que considera a dimensão energética e invisível como antecessora da matéria orgânica, diferente da concepção biomédica vigente. Contam também que, com isso, mudaram alguns de seus hábitos diários e maneiras de usar o corpo relacionados a Meditação, aos Exercícios e a Alimentação. Pautadas também por concepções de corpo anteriores ao tratamento, revelaram sentidos bastante distintos pela experiência de cada um. Por exemplo, o corpo foi definido como um santuário, uma estrutura, algo dinâmico, o veículo da alma, entre outros. CONCEPÇÕES DE CORPO SEGUNDO PACIENTES E PROFISSIONAIS DE MEDICINA TRADICIONAL CHINESA DO CENTRO DE SAÚDE ESCOLA DO BUTANTÃ CONCEPÇÕES SOBRE O ACONSELHAMENTO EM DST/ AIDS: A VISÃO DE TRÊS SERVIÇOS NO BRASIL Cintra, M.E.R. (1); Instituição: 1 - UNIFESP; O presente estudo buscou compreender como profissionais de saúde e pacientes do Centro de Saúde Escola Samuel B. Pessoa/ Butantã (CSEB), localizado no município de São Paulo, percebem o corpo a partir do contato a Medicina Tradicional Chinesa (MTC) que se configura como uma racionalidade médica diferente da Biomedicina. Assim, a hipótese inicial era a de que no contato com técnicas da MTC podem ser apreendidas novas formas de se pensar o corpo, a saúde e a doença. A investigação foi desenvolvida por meio de uma aproximação etnográfica no ambulatório de Acupuntura do CSEB, entre os meses de Setembro de 2008 e Abril de 2009. As observações apontaram para um grupo heterogêneo tanto de profissionais, como de pacientes (quanto à idade, gênero, religião e origem territorial) em contato com a MTC. A maioria dos relatos revela Anais XII Congresso Paulista de Saúde Pública Pupo, LR (1); Monteiro, PHN (1); Moreno, DMF (2); Wolffenbüttel, K (3); Grangeiro, A (4); Alves, MCGP (1); Alves, MFP (1); Escuder, MML (1); Instituição: 1 - INSTITUTO DE SAÚDE - SP (SES/ SP); 2 - Secretaria Municipal de Saúde de São Paulo; 3 - Programa Estadual de DST/Aids de São Paulo; 4 Faculdade de Medicina USP; Introdução: Os centros de testagem a aconselhamento (CTA) são serviços de saúde que oferecem testagem gratuita anti-HIV, hepatites e sífilis. Desde sua implantação, estes serviços tem se utilizado da tecnologia do aconselhamento como estratégia central para o manejo dos aspectos socioculturais e afetivo emocionais do diagnóstico, prevenção e tratamento e para garantir uma resposta particularizada para cada indivíduo. Apesar do aconselhamento ser uma marca identitária destes serviços, estudos mostram que ainda há uma falta de clareza sobre seu conceito, objetivos, limites e potencialidades. Objetivos: Conhecer as percepções e concepções que os aconselhadores têm sobre esta prática. Método: Foram realizadas entrevistas em Saúde Soc. São Paulo, v.20, supl.1, 2011 187 profundidade com todos os aconselhadores de três CTA do Brasil escolhidos pela sua heterogeneidade (Santo Amaro - São Paulo; Olinda – PE; Santarém – PA), além de observação detalhada de 7 sessões de aconselhamento por serviço. Resultados Foram identificadas três principais concepções de aconselhamento que orientam esta prática nos serviços: 1) Espaço de transmissão de informações de certa forma padronizadas sobre DST/ Aids, risco e prevenção, de checagem do conhecimento do usuário, e de respostas à duvidas informacionais e de entendimento cognitivo, entendendo esta ação como prática educativa; 2) Espaço para o serviço conhecer o perfil de risco do usuário e orienta-lo em função do grupo populacional em que ele se insere. As orientações, nesse caso, são genéricas e dependem do perfil de risco do individuo e não das particularidades do mesmo; 3) Espaço de reflexão conjunta sobre riscos, vulnerabilidade, atitudes e escolhas pessoais, relacionadas à DST/Aids. As duas primeiras formas de compreender o aconselhamento foram mais encontradas em Santarém e Olinda. Apenas o serviço de São Paulo possui profissionais que enxergam o aconselhamento segundo a terceira concepção. Conclusão: Embora o aconselhamento seja considerado pelo Ministério da Saúde como um espaço para reflexão conjunta e um momento para ajudar as pessoas a definirem por si mesmas a natureza de seus problemas e avaliarem condições, recursos e estratégias para maneja-los; pôde-se perceber que a concepção preponderante nos serviços leva a atendimentos rígidos, padronizados, pouco reflexivos e, portanto, com pouco potencial de ajuda efetiva aos usuários. CONDIÇÕES DE VIDA E USO DOS SERVIÇOS ODONTOLÓGICOS: INQUÉRITO DOMICILIAR DO PET-SAÚDE USP-CAPITAL Junqueira, S. R. (1); Martins, J. S. (1); Bloch, M. J. (2); Maron, C. A. (2); Tamaki, C. S. S. (2); Amorim, A. P. (2); Santos, G. D. (2); Costa, K. (2); Oliver, F. C. (3); Instituição: 1 - FOUSP; 2 - SMS-São Paulo; 3 - FMUSP; Introdução: A Estratégia Saúde da Família (ESF) está ligada ao eixo de sustentação da Política Nacional de Atenção Básica e engloba ações de promoção e proteção da saúde, prevenção de agravos e doenças e manutenção da saúde. O Programa de Educação pelo Trabalho para a Saúde (PET) tem como pressuposto a educação pelo trabalho e é destinado a fomentar Anais XII Congresso Paulista de Saúde Pública grupos de aprendizagem tutorial no âmbito da ESF. A Universidade de São Paulo (USP), em parceria com a Secretaria Municipal de Saúde de São Paulo, participa do Programa. Nele estão envolvidos dez cursos de graduação (medicina, enfermagem, educação física, farmácia, odontologia, fisioterapia, fonoaudiologia, terapia ocupacional, nutrição e psicologia), em projeto comum em 6 Unidades de Saúde (US) da região Oeste da capital, com o propósito de favorecer o ensino interdisciplinar em saúde. Uma das ações realizadas pelo PETSaúde USP-Capital foi o diagnóstico de saúde coletiva, que aprofunda o conhecimento da determinação social no processo saúde-doença. Objetivos: Este trabalho, referente à US Jardim d’Abril, descreve e analisa as condições de vida e de saúde bucal de moradores de uma das áreas de abrangência da US. Método: Realizou-se um inquérito domiciliar. As entrevistas, realizadas em 2010-2011 por alunos dos vários cursos, informavam sobre o modo de vida e trabalho, indicadores de saúde (alimentação, morbidade, deficiência, medicação) e uso dos serviços de saúde. Resultados Onze alunos, acompanhados pelos 6 preceptores, entrevistaram 172 famílias, num total de 621 indivíduos; a taxa de analfabetismo foi de 4,9%. Quase metade (48,1%) era migrante que exercia atividade remunerada; morava em casa própria, adequadas em termos de ventilação e iluminação, com acesso aos serviços básicos de coleta de lixo, distribuição de água e energia elétrica; e acesso a serviços odontológicos (87,4%), sendo mais usado o convênio/particular. Aspectos relacionados ao processo saúde-doença bucal foram identificados a partir do levantamento de morbidade referida pelo entrevistado, sendo a cárie e a ausência de dentes as mais citadas. Conclusão: O conhecimento do território e das condições de vida pode contribuir para a proposição de ações de saúde bucal na atenção básica. CONFLITOS DE INTERESSES NAS DECISÕES POR CESÁREAS: UMA REVISÃO SISTEMÁTICA Silva, D.R.A.D.S. (1); Diniz, C.S.G. (1); Instituição: 1 - FSP-USP; Introdução. Um olhar crítico sobre o panorama obstétrico brasileiro, no que diz respeito à assistência aos nascimentos, permite a visualização de duas situações diversas de práticas não baseadas em evidências científicas. Por um lado, nos serviços estatais, predomina a prática de partos com a imposição de procedimentos Saúde Soc. São Paulo, v.20, supl.1, 2011 188 desconfortáveis e dolorosos, sem sustentação no conhecimento baseado em evidências, e cujo propósito parece ser a organização dos corpos institucionalizados, tendo, como resultados, desfechos que se contrapõem ao bem estar materno e infantil. Por outro, no setor privado, a uma maioria absoluta de mulheres se impõe o nascimento por via cirúrgica abdominal, justificado por indicações também não apoiadas nas melhores evidências. Isto sugere a existência de uma lógica organizacional contraditória com a melhor prática no interesse de mulheres e bebês. Em ambas as situações, caberia perguntar: a quem é vantajoso o que se prescreve? Como e em que circunstâncias se configuram os conflitos de interesses e que elementos os caracterizam? Para se fundamentar essa discussão, é necessário mapear como os conflitos de interesse são estudados: que termos sugerem sua existência, em que situações estão presentes e em que literatura são registrados. Objetivos. Identificar a natureza dos conflitos de interesses existentes entre mulheres, médicos – ou outros profissionais da assistência – e hospitais no ato de decisão por uma cirurgia cesariana, tanto no setor privado como no público e conceituar esse fenômeno. Material e método. Revisão sistemática abrangente da literatura disponível, segundo a metodologia do Instituto Joanna Briggs. Resultados. A revisão sistemática está em fase inicial, de busca e recuperação de textos. Conclusão. O conflito de interesses entre os diversos atores envolvidos no nascimento, quando da decisão por uma cesárea, é um tema importante de estudos na saúde perinatal e não está devidamente conceituado, transparecendo na insatisfação com desfechos e procedimentos, e na fala dos gestores dos serviços. Descritores: Cesárea. Conflito de interesse. CONHECENDO O CUIDADOR Gusmão, C.B. (1); Camillo, S.O. (1); Instituição: 1 - FACULDADE DE MEDICINA DO ABC; Introdução: Como a incidência de doenças crônicas cresce proporcionalmente ao envelhecimento, esperase que haja também um aumento da classe de cuidadores informais de idosos. Com isso, é importante conhecer a realidade desse personagem, no intuito de fornecer melhores subsídios para sua saúde física e psicológica, considerando que quem cuida também precisa de cuidados, caso contrário, não será possível oferecer ajuda de qualidade ao outro que necessita. Por Anais XII Congresso Paulista de Saúde Pública esse motivo, pretendeu-se com essa pesquisa despertar atenção dos estudantes e profissionais de saúde em relação ao cuidado com o cuidador. Objetivos: Descrever a compreensão dos cuidadores em relação ao ato de cuidar, da pessoa que cuida e de seu autocuidado, Métodos: Utilizou-se da pesquisa qualitativa numa abordagem descritiva, onde se procurou obter os dados por meio da técnica de entrevista semi-estruturada. A interpretação do material coletado seguiu os ensinamentos da “análise de conteúdo”. O estudo contou com a participação de 5 cuidadores informais que prestam cuidados a pacientes idosos com doenças crônicas que levam à perda de autonomia e que passam em atendimento com o Projeto Bem Viver, desenvolvido no CSE Capuava, no município de Santo André – São Paulo. Resultados O cuidador informal é responsável por diversas tarefas relacionadas ao idoso e a tarefas cotidianas, com isso, o cuidador passa a se sentir sobrecarregado, sintoma esse que provoca sentimentos desagradáveis no cuidador. O quadro de esgotamento passa a dominar a relação do cuidador com o seu eu, dificultando a prática do autocuidado e o exercício de sua vida social. A espiritualidade, de maneira geral, é a fonte de renovação das energias do cuidador, onde o mesmo busca forças, passando a sentir-se protegido e confortado, auxiliando, assim, na prática dos cuidados com o idoso. As orientações quanto ao ato de cuidar são de grande valia para essa população, mas é importante que as orientações estejam adequadas à realidade vivida pelos cuidadores. Conclusões: Conclui-se então que o cuidador necessita de atenção especial da equipe de saúde, visando que o mesmo sinta-se melhor preparado a prestar os cuidados, por meio de orientações, práticas de seu autocuidado e também espaços onde possa ser ouvido, de forma a reduzir sentimentos indesejáveis e diminuir a carga de estresse. Reduzindo as chances de o cuidador informal tornar-se um doente em potencial. CONHECIMENTO DE IDOSOS SOBRE SEUS DIREITOS MARTINS, M.S. (1); MASSAROLLO, M.C.K.B. (2); Instituição: 1 - UNASP E SMS DA PMSP; 2 - EEUSP; Introdução: Os direitos dos idosos, tanto nos âmbitos social, de saúde, físico, financeiro e mental são assegurados pela legislação, no entanto, é necessário que os principais interessados no assunto, os próprios idosos, sejam ouvidos. Objetivos: Identificar o conhecimento de idosos sobre seus direitos e se consideram que esses direitos são respeitados. Métodos: Trata-se Saúde Soc. São Paulo, v.20, supl.1, 2011 189 de uma pesquisa exploratória, descritiva, de abordagem quantitativa e com coleta de dados prospectiva, através de entrevista. A amostra, composta por 63 idosos, foi probabilística, aleatória e estratificada por sexo e idade. Resultados Os direitos dos idosos eram conhecidos por 49,2% dos entrevistados. Dentre estes, os mais citados foram a gratuidade no transporte (50,0%), a prioridade no atendimento (38,1%) e existência de assentos preferenciais nos meios de transporte (28,6%). Quanto ao respeito a esses direitos, 25,0% acreditavam que são respeitados e 44,4% referem que são respeitados parcialmente. Comparando as médias das variáveis idade, renda e escolaridade com as respostas obtidas quanto ao conhecimento dos direitos dos idosos e se os entrevistados acreditam que esses direitos são respeitados, não foram encontradas diferenças estatisticamente significantes entre os grupos. Questionados quanto à atenção aos idosos, 57,1% acreditam terem ocorrido mudanças, sendo as mais evidentes a melhoria no atendimento (38,9%), a ampliação dos direitos (19,4%) e as mudanças ocorridas nos transportes (13,9%). Conclusão: A metade dos idosos entrevistados conhecia seus direitos e referiram que esses nem sempre são respeitados. O conhecimento dos direitos dos idosos independe de fatores como idade, renda e escolaridade. população do centro de saúde escola. Foram entrevistadas 50 mães de crianças de 0 a 24 meses, durante a espera para consulta pediátrica. Resultados Das 50 entrevistas realizadas 41 (82%) das respostas foi oferecida pelas mães com idade de entre 15 a 30 anos, cuja escolaridade prevalente era ensino médio completo em 17 (34%), 30 (60%) não tem uma profissão remunerada e vivem do sustento de seus cônjuges com uma renda salarial de 1 a 2 salários mínimos em 28 (56%) , 46 (92%) amamentaram seus filhos durante o período de 7 a 12 meses em 19 (38%). Ao perguntar sobre a placa bacteriana 28 (56%) sabem de sua existência, 29 (58%) conhecem ou já ouviram dizer sobre a cárie da mamadeira, 44 (88%) sabem sobre a cárie dental e quando ela aparece 30(60%) não sabem identificar, 26 (52%) desconhecem que a cárie pode ser transmitida e ao abordar sobre a idade em que as mães iniciaram a higiene oral 27 (54%) iniciaram de 0 a 6 meses de vida apenas 7 (14%) não realiza a higiene oral. Quanto às orientações 35 (70%) das mães obtiveram informações sobre a higiene bucal por profissionais da saúde. Conclusão: Com relação aos dados coletados observa-se que os pais têm um conhecimento básico sobre a saúde bucal de seus filhos e que os profissionais de saúde tem um papel fundamental na orientação dos mesmos em relação à prevenção de cáries. CONHECIMENTO DOS PAIS EM RELAÇÃO À SAÚDE CONSCIENTIZAÇÃO DAS GESTANTES E ACOMPANHAMENTO DA PUERICULTURA NAS ESTRATÉGIAS BUCAL DE SEUS FILHOS. DE SAÚDE DA FAMÍLIA HENEDINA RODRIGUES Silva, E.P.M. (1); Fernandes, I.C. (1); CORTEZ E JARDIM ÁGUAS CLARAS: PROJETO Instituição: 1 - Faculdade de Medicina do ABC- CE; PET-SAÚDE Introdução: A cárie dentária é a afecção mais comum na criança, tem causa infecciosa e de origem multifatorial. A promoção da saúde bucal deve se iniciar nos primeiros meses de vida, incentivos ao aleitamento materno devem ser oferecidos e assim evitando o uso de mamadeira onde a criança pode apresentar a “cárie da mamadeira”, que tem um desenvolvimento agudo e doloroso ocasionando dificuldade de alimentação. A cárie é transmitida da mãe para o filho por contato direto por uma bactéria denominada streptococcus mutans. Hábitos adequados de higiene bucal na criança dependem do incentivo e participação ativa dos pais. Objetivo: Verificar o conhecimento dos pais em relação à saúde bucal de seus filhos. Metodologia: Estudo quantitativo descritivo com técnica exploratória e coleta de dados primários em uma Anais XII Congresso Paulista de Saúde Pública Capodeferro, K.M (1); Ferreira, T.T (1); Marcantonio, C.P (1); Campos, C. L (2); Trombetoni, J.T (2); Mariana Barneze (3); Alencar, E. F (4); Cabral, J. M (3); Veloso, R.V (5); Padula, R. S (5); Instituição: 1 - Secretaria Municipal de Saúde de Bragança Paulista; 2 - Discente Universidade São Francisco de Bragança Paulista; 3 - Discente Universidade São Francisco Bragança Paulista; 4 - Discente Universidade São Francisco de Bragança Paulista; 5 - Docente Universidade São Francisco Bragança Paulista; Introdução: O Ministério da Saúde salienta a importância do pré-natal e dos cuidados com o bebê, e incentiva todas as mães a buscarem o atendimento gratuito no Sistema Único de Saúde. O objetivo deste estudo é Saúde Soc. São Paulo, v.20, supl.1, 2011 190 acompanhar a gestante e o bebê do pré-natal até um ano de vida. Método: O projeto está dividido em três etapas: Etapa I: busca-ativa em duas Unidades de Estratégia de Saúde da Família, para convocar as gestantes a participarem do projeto Arco-Íris, sensibilizando-as e conscientizando-as da importância da equipe multidisciplinar na gestação; Etapa II: reuniões quinzenais (30 minutos) durante o período de seis meses, compostas por uma equipe multiprofissional e acadêmicos de Fisioterapia, Fonoaudiologia, Farmácia, Odontologia, Medicina e Educação Física, participantes do projeto Pet-Saúde. A cada encontro será abordado temas específicos de cada área; Etapa III: acompanhamento e avaliação mensal das crianças de zero a um ano, até o mês de Abril de 2012. Os dados serão apresentados de forma descritiva. RESULTADOS PARCIAIS: A etapa I foi concluída com a entrega de 35 convites no Águas Claras e 22 convites no Henedina Cortez, o acolhimento ocorreu nas unidades de saúdes onde compareceram respectivamente 10 e 15 gestantes. A etapa II foi iniciada com palestras e a confecção de artigos para a decoração do quarto do bebê. A etapa III será iniciada no mês de setembro, por meio da busca ativa dos bebês de 0 a 1 ano, também com visita domiciliar, para incentivar pais e responsáveis a estarem trazendo os bebês para as avaliações. Conclusão: O trabalho de busca ativa trouxe um número maior de gestantes para participar do projeto comparado aos números anteriores. Observou-se um aumento progressivo das gestantes participantes. Desta forma, espera-se atingir com este estudo o acompanhamento precoce das gestantes e lactentes; conscientização da importância das vacinações e aleitamento materno; adequação do ambiente para a chegada do bebê, de acordo com estilo de vida da família; a vulnerabilidade das crianças com relação à alimentação, saúde bucal, desenvolvimento neuropsicomotor e linguagem no pré natal e no crescimento do bebê. de TB tornaram-se carreadas de estereótipos e imagens que foram sucessivamente construídas e modificadas por influência das transformações sociais. O estigma tem sido projetado como um dos problemas sociais mais comuns enfrentados por pessoas com TB. Objetivo: Este estudo teve por objetivo apresentar o desenvolvimento e a análise de conteúdo do questionário que busca avaliar experiências de estigma em famílias de pacientes diagnosticados de tuberculose. Método: O instrumento foi estruturado em duas etapas: construção subsidiada pelo levantamento bibliográfico, pelo grupo focal com famílias de doentes de TB e avaliação da adequação do conteúdo, realizada por 10 especialistas e por um pré-teste com 10 familiares de pacientes de TB com o propósito de mensurar a sensibilidade cultural do formulário, se ele era de fácil compreensão pela população de referência do estudo. Após o contato informal, os juízes receberam uma carta convite e de concordância, acompanhada da cópia do instrumento e com instruções para preenchimento. Para tal elaborouse um formulário utilizando mídia eletrônica a partir de uma plataforma online. As respostas dos juízes e dos familiares foram analisadas quantitativamente e suas sugestões devidamente consideradas, com o índice de concordância dos itens acima de 70%. Resultados Com relação aos especialistas que participaram da avaliação do instrumento, 82% eram do sexo feminino; todos professores e pesquisadores da área de saúde pública ou gestão e 55% já participaram como juízes de avaliação de conteúdo de algum instrumento. O pré-teste aplicado aos 10 sujeitos mostrou que o instrumento está bem estruturado e apresenta-se de fácil compreensão para os familiares dos doentes de TB. Conclusão: A partir dos resultados obtidos e das observações descritas o instrumento foi reformulado e apresentou-se como uma ferramenta de conteúdo válido e compreensível, se revelando adequado para avaliar as experiências de estigma em famílias com TB. CONSTRUÇÃO E VALIDAÇÃO DE UM INSTRUMENTO PARA AVALIAR EXPERIÊNCIAS DE ESTIGMA CONSUMO DE DROGAS ENTRE ESTUDANTES UNIEM FAMÍLIAS DE PACIENTES DIAGNOSTICADOS VERSITÁRIOS DA ÁREA DE CIÊNCIAS DA SAÚDE: IMPLICAÇÕES DE GÊNERO, LEGAIS E SOCIAIS. DE TUBERCULOSE. Crispim, J.A. (1); Pepolin, M.P. (1); Faoro, J.R. (2); Touso, M.M. (1); Martinez, T.R (1); Arcêncio, R.A. (1); Instituição: 1 - EERP/USP; 2 - SMS Barra do Garças; Introdução: A tuberculose (TB) é considerada como uma das doenças mais antigas da humanidade. As concepções e representações dos familiares de doentes Anais XII Congresso Paulista de Saúde Pública Maria do Perpétuo S.S. Nóbrega (1); Laura Simich (2); Carol Strike (2); Bruna Brands (2); Norma Giesbrecht (2); Maria da Glória Miotto Wright (3); Instituição: 1 - FACULDADE DE MEDICINA DO ABC; 2 CAMH, Universidade de Toronto, Canadá; 3 - Inter-American Drug Abuse Control Commission, CICAD/OEA; Saúde Soc. São Paulo, v.20, supl.1, 2011 191 Objetivo: Verificar os padrões de poli-consumo simultâneo de drogas (PCSD) entre estudantes universitários e suas implicações legais, sociais e de gênero. Método: Estudo descritivo transversal, realizado com estudantes de Ciências da Saúde da Faculdade de Medicina da Fundação do ABC, Santo André/SP. Questionário auto-aplicável, abordando Razões para o PCSD, Conseqüências legais, sociais e implicações de gênero. Trabalho aprovado pelo CEP/FMABC. Resultados 275 estudantes de Medicina (42,2%) Nutrição (16,4%), Ciências Farmacêuticas (14,2%), Enfermagem (11,6%), Fisioterapia (10,9%) e Terapia Ocupacional (4,75%), da 1ª. 49,5% e 2ª. Série 50,5%. Média de idade 22,15%, solteiros 90,1%, residentes com família 85,4%, trabalham período integral e/ou parcial; 39,6% consideram a religião importante e 37,5% muito importante. Uso de sub. psicoativa na vida 72,7%, idade média 16,27 anos. Fizeram PCSD 27,9% (N=50) início aos 17,85 anos. Combinações (últimos 12 meses): álcool+ cannabis (30%); álcool+med. prescritos (22%); álcool+tabaco+cannabis (16%), tabaco+cannabis (8%) e tabaco+ med. prescritos (8%). Além das combinações tradicionais 42% (N=21) usaram álcool+tabaco; álcool+inalantes; álcool+ tabaco+inalantes; álcool+tabaco+med.prescritas. Razões para PCSD “ajudar a relaxar” (74%), “perder inibições” 58%, “desfrutar da companhia dos amigos” 52%, “ajudar a sentir mais confiança e “melhorar o efeito de outras substâncias” (10%), “ajudar a atenuar os efeitos posteriores de outras substâncias 8%. Cerca de 33,3% dos estudantes foram feridos; sofreram acidente automobilístico (28,6%), problemas com polícia 50%, problemas com administração da faculdade 60,0%. Cerca de 22,3% e 11,2% relataram ter sofrido ato violento e feito PCSD, nos últimos 12 meses e 30 dias, respectivamente. Não houve diferença entre homens e mulheres quanto ao PCSD. Para 47% dos estudantes, homens influenciam as mulheres a fazerem PCSD e para 38,7% as mulheres influenciam os homens. Não houve dependência entre situações legais/ sociais e PCSD. A religião representou fator de proteção ao PCSD. Conclusão: Por se tratar de futuros profissionais de saúde, políticas institucionais que ofereçam espaço para orientação/aconselhamento e discussão sobre a problemática do uso/poli consumo de drogas precisam ser implantadas, no intuito de diminuir a exposição e vulnerabilidade destes jovens. Anais XII Congresso Paulista de Saúde Pública CONTRIBUIÇÕES DA CONSULTA DE ENFERMAGEM À UM GRUPO DE DIABÉTICOS TIPO II Ceretta, L.B. (1); Ceretta, R.A. (2); Schwalm, M.T. (1); Hoepers, N.J. (2); Zimermann, K.C.G. (1); Instituição: 1 - UNESC; 2 - UNIVERSIDADE DO EXTREMO SUL CATARINENSE - UNESC; Introdução: O Diabetes é uma doença crônica com importante significado para a saúde pública, tendo em vista sua elevada prevalência e conseqüentes complicações. Trata-se de uma doença crônica que afeta aproximadamente 7,6% da população brasileira entre 30 e 69 anos. Objetivos: Identificar as contribuições da consulta de enfermagem aplicada a um grupo de diabéticos do tipo II. Metodologia: Pesquisa qualiquantitativa do tipo descritiva aplicada a um grupo de 84 diabéticos do tipo 2 atendidos na Policlínica Municipal de Criciúma – SC. Os dados foram obtidos por meio de entrevistas aplicadas após a realização de no mínimo, cinco consultas de enfermagem. Resultados Dos pacientes entrevistados, 65% são mulheres e 45% são homens, com nível de escolaridade entre ensino fundamental e médio, diagnóstico médico de diabetes há mais de 5 anos e em tratamento com hipoglicemiante oral associado a insulina, tipo II, tendo com faixa etária entre 40 e 69 anos. Para os entrevistados, o atendimento por meio da consulta de enfermagem foi “excelente, muito resolutivo, capaz de mudar os hábitos de vida, capaz de aumentar a crença de que pode viver bem e muito acolhedor”. Contribuiu para “melhorar a vida, melhorar os hábitos alimentares, aprender sobre a importância dos exercícios físicos, compreender que não está condenado a morte, Entender o problema e saber como agir diante da hipoglicemia, Entender o que significa o diabetes, Entender que a vida pode ser boa, Entender o que fazer quando há hiperglicemia, Manter um controle correto todo o mês, Conhecer os riscos que estão associados ao diabetes”. Na opinião dos entrevistados, a Consulta de enfermagem possibilitou maior conhecimento quanto ao diabetes. Quanto as dificuldades manifestadas pelos entrevistados para seguir o plano terapêutico recomendado pelo enfermeiro, 35% deles respondeu que Sim, encontra algumas dificuldades, 25% respondeu que Sim, encontra muitas dificuldades e 40% respondeu que Não encontra dificuldades. Conclusões: A consulta de enfermagem permitiu ao enfermeiro organizar sua intervenção Saúde Soc. São Paulo, v.20, supl.1, 2011 192 junto aos pacientes diabéticos, assim como, permitiu ampliar a compreensão dos diabéticos sobre o processo de auto-cuidado. Este processo permitiu a construção do vínculo entre enfermeiro e paciente, quando o segundo se mostrou mais motivado a realizar os cuidados propostos. CONTRIBUIÇÕES DA SUPERVISÃO DE TRABALHADORES DE ENFERMAGEM DE NÍVEL MÉDIO PARA A INTEGRALIDADE DO CUIDADO NA RECEPÇÃO DA DEMANDA ESPONTÂNEA Lima, A.M.V. (1); Peduzzi, M. (1); Instituição: 1 - Escola de Enfermagem da USP; O tema central do estudo é a supervisão enquanto instrumento da gerência em saúde e enfermagem dada sua importância na qualificação da assistência na perspectiva da integralidade de atenção a saúde. A pesquisa tem por Objetivos: analisar as potencialidades e limitações do trabalhador de enfermagem de nível médio (TENM) na recepção da demanda espontânea e a finalidade com que é realizada sua supervisão em unidade básica de saúde (UBS). Trata-se de investigação qualitativa fundamentada no referencial do processo de trabalho, da gestão e supervisão em saúde e enfermagem. Utilizou-se a técnica de observação direta sistematizada da atividade de recepção da demanda espontânea, executada pelos TENM no setor de adultos e entrevista semi-estruturada com todas as enfermeiras e os médicos responsáveis pela supervisão dos TENM, de uma UBS na região do Butantã, São Paulo. Para análise fez-se uso da técnica de análise temática. Os resultados apontam que os TENM têm dificuldade em captar demandas de saúde que extrapolem a dimensão clínica, o que reflete a hegemonia do modelo biomédico ainda presente nos serviços de atenção básica, bem como a complexidade da recepção de usuários em UBS uma vez que nessa atividade pode emergir conflitos entre os trabalhadores relacionados às dificuldades em atender as demandas de saúde trazidas pelos usuários. Contudo, os TENM apresentam potencialidades no desenvolvimento dessa atividade, como a realização de investigações aprofundadas no âmbito clínico, a realização de orientações cabíveis e esperadas segundo os programas de atenção, bem como a captação de necessidades que requeiram supervisão, contribuindo dessa forma com a resolutividade do serviço. Já em relação às finalidades da supervisão, tem-se Anais XII Congresso Paulista de Saúde Pública em destaque a supervisão como meio para imprimir maior qualidade aos atendimentos realizados pelos TENM, uma vez que a supervisão possibilita a reflexão acerca da prática de atendimento ao usuário, e ainda quando ocorre de forma diária possibilita um espaço de conversa e troca sobre o próprio trabalho, propiciando aos TENM uma melhor compreensão de sua prática. Conclui-se que o trabalho dos TENM é pertinente e otimiza o atendimento a demanda espontânea em UBS, porém esse trabalho requer supervisão cotidiana de profissionais de nível superior, tanto para que haja um suporte adequado as condutas a serem tomadas, como para que ocorra a reflexão sobre o trabalho realizado, configurando também espaço de educação permanente em saúde. CONTROLE MOTOR E INTEGRAÇÃO SENSORIAL NA POSTURA BÍPEDE QUIETA EM PACIENTES COM LOMBALGIA Ramos,L.G. (1); Ferreira,A.L. (1); Silveira,V.A. (1); Boaretto,J.A. (1); Boldrini,F.C. (1); Alvarenga,E.F.M. (1); Morimoto,M.M. (1); Instituição: 1 - Universidade Municipal de São Caetano do Sul; Introdução: Dentre os distúrbios dolorosos que mais afetam o homem, a lombalgia é a causa freqüente de morbidade e incapacidade. Aproximadamente 90% dos adultos sofrerão um episódio de lombalgia em algum momento de suas vidas. Atualmente ela tem sido relacionada com alterações posturais e discutem-se as suas relações com alterações do controle postural e do equilíbrio. OBJETIVO: Comparar o comportamento do controle postural e da integração sensorial durante a postura ortostática quieta não perturbada entre indivíduos com lombalgia e indivíduos sem queixa álgica. Método: Participaram do estudo 14 indivíduos, de ambos o sexo, com idade entre 18 e 41anos e idade média de 32,43. Foram divididos em dois grupos, o GL composto por 7 indivíduos com lombalgia e o GN composto por 7 indivíduos sem lombalgia. Estes foram avaliados pela escala Visual Analógicos, Questionário de Oswestry Low Back Pain Disability Questionnaire (ODQ), avaliação postural por fotografias, protocolo Nashner, escala de equilíbrio de Berg e Índice de massa corpórea (IMC). Resultados O grupo GL apresentou menor excursão de Saúde Soc. São Paulo, v.20, supl.1, 2011 193 oscilação (1,14 cm ± 1,34 cm) quando comparados com o grupo GN (2,93 cm ± 1,39 cm) com diferença estatisticamente significante (teste-t não pareado, p-value<0,05) na condição 1 do teste de Nashner, situação em que o paciente possui acesso de todas as aferências sensoriais (visual, somatossensorial e vestibular). No entanto, não encontramos diferenças em outras situações de privação sensorial (teste-t não pareado, p-value>0,05): condições 2, 3 e 4. Os resultados intra-grupo demonstraram que o grupo GL mostrou maior variabilidade da resposta entre as diferentes condições sensoriais (ANOVA one way, p-value=0,00) com importante incremento na excursão da oscilação quanto maior for a privação sensorial como observado nas situações de olhos fechados ou com diminuição da informação somatossensorial. A maior oscilação ocorreu na situação onde ambas as informações sensoriais estiveram ausentes quando comparado à condição 1 (teste-t pareado, p-value=0,00). O mesmo não foi observado no grupo GN, no qual a excursão da oscilação não mostrou variabilidade nas diferentes condições sensoriais. CONCLUSÂO: Diante dos resultados obtidos verificamos que ocorrem mudanças importantes no controle postural de indivíduos lombálgicos, interferindo diretamente no equilíbrio e na manutenção da postura quieta, porém para resultados estatisticamente mais significativos sugerimos aumentar a amostra. CONVERSAS COM O MOVIMENTO SOCIAL NEGRO SOBRE VULNERABILIDADES EM RELAÇÃO ÀS DSTS/AIDS Spiassi, A. L. (1); Instituição: 1 - Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo; O objetivo deste estudo é investigar a exposição da população negra do ABC paulista à infecção e adoecimento pelo HIV/aids, tal como apreendida pelo movimento negro. Trata-se de estudo qualitativo, baseado em entrevistas com militantes de Organizações Não Governamentais atuantes na região. Nossa pesquisa beneficiou-se ao contar com a interlocução junto a entidades do movimento negro representantes da diversidade de atuação deste movimento social. Esta é expressa por organizações ligadas ao movimento hip-hop, às religiões de matriz africana, grupos islâmicos, pastorais, organizações de mulheres negras, coordenações de combate ao racismo de Anais XII Congresso Paulista de Saúde Pública partidos políticos e grupos culturais. Com este grupo nos debruçamos sobre a demanda inicial expressa no objetivo da pesquisa de conhecer a avaliação que o movimento social negro do ABC paulista tem sobre as condições de vulnerabilidade em relação às DST/aids vividas pelos cidadãos negros da região. Face à problematização proposta em relação às relações político-institucionais e à posição que ocupa a população negra no ordenamento social brasileiro, os participantes indicam um cenário evidentemente desfavorável ao desenvolvimento das individualidades, que materializam a condição de baixa escolaridade, falta de acesso a saúde, vivência de situações de discriminação racial etc. No ambiente de entendimento e/ou enfrentamento das vulnerabilidades, muitas possibilidades foram trazidas. O nível individual se dá através da valorização das pessoas em sua estética, cultura e espaços de viver, a partir principalmente da atuação junto a comunidades. Sob o aspecto do direito e da cidadania temos o segundo nível em que a visibilização das demandas deste sujeito está alocada na atuação do movimento, direcionada aos ambientes de negociação política, adicionando ao diálogo a demanda do cotidiano e propondo o enfrentamento das conjunturas desfavoráveis aos seus grupos de representação. As vulnerabilidades tão extensas e profundas são, portanto, passíveis de enfrentamento no sentido mesmo proposto em seu conceito. Eliminar toda e qualquer situação de vulnerabilização é algo intangível, uma ideia reguladora. Mas uma ideia potente envolve elementos promissores embutidos na resposta social proposta pelo movimento negro, abrangendo o extenso corolário de demandas, em que o movimento social é, evidentemente, um ator fundamental. Em nosso entendimento, este é um excelente ponto de partida. CRECHE E UNIDADE BÁSICA DE SAÚDE PARCEIRAS NA AMAMENTAÇÃO Vale, I.N. (1); Instituição: 1 - Centro de Saúde Boa Vista e CEMEI Cha Il Sun; Introdução- o projeto “Creche e Unidade Básica de Saúde Parceiras na Amamentação” tem a finalidade de incentivar e promover o envolvimento entre profissionais da área da saúde e educação da Prefeitura Municipal de Saúde Soc. São Paulo, v.20, supl.1, 2011 194 Campinas, objetivando a promoção ao aleitamento materno. Objetivos- o incentivo ao aleitamento materno exclusivo até seis meses, mantendo o leite materno até dois anos ou mais e a substituição da mamadeira pelo copo intermediário, no oferecimento do leite ou suco. Métodos- esta parceria nasceu a partir de uma proposta do Comitê de Aleitamento Materno, para a realização de um trabalho voltado às crianças freqüentadoras das creches da cidade, no ano de 2005. Inicialmente foi contemplada a Creche ... -CEMEI Cha Il Sun, situada na área de cobertura do Centro de Saúde Boa Vista (CS). O projeto teve início com visitas à CEMEI pelos profissionais do CS. Foram realizadas reuniões para a elaboração e operacionalização do projeto e a partir de então, profissionais da saúde realizaram visitas ao berçário, palestras, discussões com monitores e professores, e palestras educativas na reunião de pais. A partir do ano de 2007 até o presente, acadêmicos do Curso de enfermagem da Unicamp, durante realização do Estágio Curricular Supervisionado, foram envolvidos no projeto, contribuindo com o desenvolvimento do mesmo. Resultados- aceitação significativa da coordenação da creche e profissionais resultando em compra e utilização de copos educativos para substituir as mamadeiras, no oferecimento do suco e do leite, com boa aceitação dos bebês e empenho no trabalho das monitoras. As mamadeiras para oferecer o leite estão sendo substituídas gradativamente. Outra mudança foi a separação de uma sala com pia e sanitário na creche, para as mães amamentarem quando quiserem. O CS com a participação das acadêmicas de enfermagem elaborou uma cartilha de orientação para os profissionais da educação e folders para os pais, informando sobre a importância de manter o aleitamento materno e como fazê-lo. As mães interessadas e que podem continuar com a amamentação, recebem orientação e um kit, composto por caixa de isopor, gelox, máscara e gorro, para a ordenha e transporte do leite materno à creche. Concluindo, tem-se observado melhorias e resultados com o incentivo ao aleitamento materno, promovendo qualidade de vida às crianças e famílias daquela área de cobertura. Também é satisfatório observar o envolvimento e conscientização de todos os profissionais. CRIANÇAS E ADOLESCENTES VÍTIMAS DE VIOLÊNCIA SEXUAL E O USO DE ÁLCOOL E DROGAS Mori, NLR (1); Olbrich Neto, J. (1); Ricoboni, IS (1); Fukumoto, AECG (1); Anais XII Congresso Paulista de Saúde Pública Instituição: 1 - Faculdade de Medicina de BotucatuUNESP; Introdução: A violência sexual contra crianças e adolescentes traz à vítima transtornos de ordem física, psíquica e social. O aumento em sua incidência faz com que se constitua um sério problema de Saúde Pública. Diversos fatores de risco vêm sendo levantados ao longo do tempo, entre os principais está o uso abusivo de álcool e outras drogas e mais recentemente vem se percebendo que o inverso também ocorre, a violência sexual sendo fator de risco para o desenvolvimento da dependência de álcool e drogas. Objetivos: Relacionar o uso de álcool e drogas com a história de pacientes vítimas de violência sexual. Métodos: Análise de prontuários de 414 vítimas de violência sexual(VVS). Resultados Como características gerais, 83,96% eram pertencentes ao sexo feminino; com a idade média de 10 anos e 6 meses; Dos 414 casos, 106 (25,60%) estavam relacionados com o uso de álcool e drogas; desses 106, em 91,50% o agressor era conhecido; em 24 (22,64%), o tempo decorrido entre a violência e o atendimento foi maior que um ano e desses 24 casos, em apenas 8,33% o encaminhamento foi feito por algum serviço de saúde. Entre os 106 casos não há relatos de ingestão de álcool e drogas em crianças menores de 12 anos (45,28%). Dos 58 casos (54,72%) de adolescentes maiores de 12 anos, 5,2% fizeram uso de álcool e 17,24% fizeram uso de álcool e drogas como maconha, cocaína e crack.Em 20,75% dos casos de violência onde houve ingestão de álcool e drogas, houve lesões corporais.Em 45,28% ocorreram sintomas psíquicos tais como: medo, comportamento sexual bizarro, agressividade, hiperatividade, regressão, transtorno alimentar, distúrbios do sono.Dos 414 casos, 4 resultaram em gravidez e 75% estavam relacionadas com o uso de álcool e drogas. Conclusão: Quando há uso de álcool ou drogas (25,60%) há uma elevação da idade média, onde somente aquelas acima de 12 anos apresentaram este comportamento de risco, usando álcool e drogas, o que pode ser um fator de confundimento, aliado à fase da adolescência.Além disso, nos casos em que o tempo decorrido do abuso até a denúncia, foi maior que um ano, somente em 8,33% o serviço de saúde foi quem encaminhou o paciente. Isso nos faz pensar que estas crianças e adolescentes passaram por serviços de saúde sem serem percebidas como VVS, por fatores da criança como vergonha, medo e também pela equipe, que muitas vezes pode não saber reconhecer e encaminhar o caso adequadamente. Saúde Soc. São Paulo, v.20, supl.1, 2011 195 CRIANÇAS PORTADORAS DE LEUCEMIA: ESTRA- Devido a alta incidência de neoplasias pediátricas, deveTÉGIA DE ENFRENTAMENTO DO DIAGNÓSTICO se existir uma melhor preparação dos profissionais que lidam diretamente com esses pacientes. Os proNA FAMÍLIA Paiva, P.R. et al (1); Instituição: 1 - Unisantos; Introdução: A leucemia é um câncer que afeta os leucócitos. O câncer é uma doença que resulta em uma modificação entre a divisão celular e a destruição das células. É constante que os sinais da leucemia na criança, não apareçam muito cedo, fazendo com que possa atrasar o diagnóstico da doença. A obtenção do diagnóstico precoce é o fator que contribui decisivamente para o tratamento definitivo, em um curto período; tendo assim maior chance de sucesso durante o processo de cura. Quando ocorre a confirmação do diagnóstico, a estrutura familiar é abalada acarretando um grande sofrimento e alto nível de estresse para a família, que por sua vez deve assumir e tomar a iniciativa da busca constante de um método de tratamento eficaz e seguro, visando sempre o bem-estar da criança e seu psicológico. Existem estratégias de enfrentamentos para que ocorra um autocontrole nas reações emocionais. Durante o processo de hospitalização é de suma importância a presença e o acompanhamento dos pais, para que o tratamento seja mais efetivo. Objetivo: Nesta perspectiva, o presente estudo tem o objetivo de revisar a produção científica referente à contextualização do enfrentamento do diagnóstico de leucemias pelas famílias. Método: Este trabalho trata-se de uma revisão sistemática de literatura que abordou um total de 45 abstracts de periódicos indexados na base de dados da BIREME e SCIELO, entre 2000 a 2010, utilizando-se os descritores Leucemia Infantil e Impacto do diagnóstico na Família. No entanto, somente 16 artigos trazem o delineamento da pesquisa. Discussão: No momento da confirmação do diagnóstico, a estrutura familiar é abalada acarretando um grande sofrimento e alto nível de estresse para a família, que por sua vez deve assumir e tomar a iniciativa da busca constante de um método de tratamento eficaz e seguro, visando sempre o bem-estar da criança. Quando em um ambiente familiar uma criança é acometida com uma patologia como o câncer, muitos aspectos são interrogados e a problematização de ambas as partes é o destaque principal, pois toda a rotina da família sofrerá alterações importantes para que o tratamento seja realizado de forma adequada. Anais XII Congresso Paulista de Saúde Pública fissionais de saúde devem promover um atendimento humanizado à criança e também à família, oferecendo conforto e apoio para uma assistência de qualidade. CUIDADO AO CUIDADOR: A IMPORTÂNCIA DE ENCONTROS AUMENTATIVOS DE POTÊNCIA NA AÇÃO DE AGENTES COMUNITÁRIOS DE SAÚDE EM RELAÇÃO AO USO ABUSIVO DE ÁLCOOL Zakabi, D. (1); Dalmaso, A. S. W. (2); Instituição: 1 - USP; 2 - Centro de Saúde-Escola Samuel Pessoa - Faculdade de Medicina da USP; Introdução: O agente comunitário de saúde, em sua atuação na Estratégia Saúde da Família, enfrenta o desafio de realizar o elo entre a comunidade e o serviço de saúde, sendo morador e trabalhador da comunidade onde atua. A identificação dos ACS com as necessidades de saúde da população pode ampliar as ações do serviço de saúde, por outro lado, pode dificultar sua atuação, por ele viver no mesmo contexto de vulnerabilidade social onde atua. Destaca-se, dentro desse contexto de vulnerabilidade, situações relacionadas ao uso abusivo de álcool. O álcool é a droga mais consumida no Brasil, por ser uma droga lícita e aceita socialmente. Seu uso abusivo pode levar a agravos à saúde, acidentes de trânsito e violência doméstica. OBJETIVO: Este estudo visou conhecer a perspectiva dos ACS sobre seu trabalho em relação ao uso abusivo de álcool. Método: Foram realizadas quatro entrevistas semiestruturadas e um grupo focal com seis ACS de um Centro de Saúde Escola do Município de São Paulo. Este estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal de São Paulo. Resultados O alcoolismo é descrito como um dos principais problemas na comunidade atendida e os bares, umas de suas principais formas de lazer. O uso do álcool é marcante em sua história pessoal. Alguns ACS fizeram relatos emocionados sobre a convivência com vizinhos e familiares que fazem uso abusivo de álcool. A vivência pessoal relacionada ao uso de álcool pode levar o ACS a ter uma maior sensibilidade em relação ao usuário, o que facilitaria seu trabalho. Por outro lado, pode trazer dificuldades, quando leva a um desejo de distanciamento do usuário ou a uma aproximação exagerada, realizada de maneira autoritária. Saúde Soc. São Paulo, v.20, supl.1, 2011 196 Os ACS relataram que as capacitações relacionadas ao álcool eram pontuais, atreladas a interesses pessoais de profissionais de saúde em pesquisa. Espaços de troca, formais e informais, entre os ACS e outros profissionais do serviço, mostraram-se importantes para lidar com os afetos emergentes dos encontros com usuários. Conclusão: Recomenda-se a existência de espaços de escuta aos próprios ACS, onde possam compartilhar suas vivências e trocarem afetos alegres, aumentando sua potência de ação, e debater sobre o uso abusivo de álcool de forma continuada. CUIDAR DE QUEM CUIDA: UMA ESTRATÉGIA PARA PROMOÇÃO DO DESENVOLVIMENTO DOS SUJEITOS EM INSTITUIÇÃO DE EDUCAÇÃO INFANTIL Vieira, R.S. (1); Instituição: 1 - FMU E FCMSCSP; INTRODUÇÃO – Partimos do princípio que para promover o desenvolvimento de todo potencial humano dos sujeitos, temos que pensar saúde de forma sistêmica e dinâmica. Dessa forma, ainda que o enfoque de atuação em saúde em Instituições de Educação Infantil (IEI) seja a criança, o contexto deve ser considerado como um todo, ou seja, o ambiente, os funcionários, a família e o entorno. Por esse motivo consideramos a necessidade de desenvolver o trabalho “cuidar de quem cuida”. OBJETIVO – Conhecer e intervir sobre as demandas de saúde de funcionários (educadores e demais categorias) da IEI. MÉTODO – Foi realizado levantamento das demandas de saúde de 27 funcionários da instituição através de consulta de enfermagem e elaborado plano de intervenção individual e coletivo. RESULTADOS – A instituição conta em seu quadro com 26 funcionárias (sexo feminino) e apenas um funcionário. Apenas 4 funcionárias possuíam carteira de vacinação, mas nenhuma estava atualizada. Dois terços dos funcionários (18) apresentavam sobre peso no ato da consulta, sendo que duas destas funcionárias apresentavam obesidade. Dezesseis funcionárias com vida sexual ativa não haviam realizado exames preventivos há mais de dois anos. Outros achados e queixas: cáries e déficit de higiene bucal, cefaléia, dores na “coluna e costas”, dores em membros inferiores, nódulo mamário (uma), funcionárias com hipertensão arterial, e glicemia de jejum elevado irritabilidade excessiva com o comportamento das crianças, “pânico” diante dos ocasionais ferimentos das crianças, conflitos ideológicos e ou comportamentais. Como parte do plano de intervenAnais XII Congresso Paulista de Saúde Pública ções individuais foram realizados encaminhamentos, re-planejamento alimentar, atualização do esquema vacinal, orientações e educação em saúde. O planejamento coletivo incluiu capacitação e treinamento para atendimento de primeiros socorros, manejo de doenças infecto contagiosas na instituição, inclusão de crianças com deficiências, promoção da cultura de paz, resolução de conflitos, entre outros temas de relevância. Foi instituído programa de ginástica laboral. Foram realizadas oficinas educativas com os pais / responsáveis sobre temáticas convergentes: prevenção de doenças prevalentes e promoção da cultura de paz (prevenção de acidentes, prevenção de violência domestica, disciplina e limites). CONCLUSÃO – A proposta é para que as ações tornem-se permanentes, a fim de atingirmos o melhor resultado a médio e longo prazo, com melhoria da qualidade de vida para todos. DEZ ANOS DE VACINAÇÃO DO IDOSO: A EFICÁCIA DA VACINA INFLUENZA EM RELAÇÃO À MORBIMORTALIDADE POR DOENÇAS RESPIRATÓRIAS E POR PNEUMONIA, NO MUNICÍPIO DE POUSO ALEGRE – MG. Medeiros, L. R. de (1); Instituição: 1 - PREFEITURA DE BRAGANÇA PAULISTA; As campanhas anuais de vacinação do idoso foram implantadas no Brasil no ano de 1999 com objetivo de diminuir o número de internações, gastos e óbitos devido a Influenza e a agravos secundários a esta, principalmente a pneumonia. Esse estudo tem como Objetivos: avaliar o índice de morbimortalidade por doenças respiratórias e por pneumonia no município de Pouso Alegre no ano de 1998 e 2008, avaliar a eficácia da vacinação contra a influenza mediante o índice de internações e óbitos por doenças respiratórias e por pneumonia no mesmo município após 10 anos do início da campanha de vacinação do idoso e identificar a necessidade de implantação da vacina pneumocócica para a população idosa. Trata-se de uma pesquisa documental, exploratória e descritiva, de abordagem quantitativa, realizada através de levantamento de dados a partir da análise do número de internações e óbitos devido a doenças respiratórias e pneumonia no município de Pouso Alegre ano de 1998 e 2008. A coleta de dados foi realizada através de pesquisa documental no banco de dados do Ministério de Saúde DATASUS. Confirma-se nesse estudo que houve uma redução da morbidade por doenças do aparelho respiratório e por Saúde Soc. São Paulo, v.20, supl.1, 2011 197 pneumonia do ano de 1998 para o ano de 2008, ou seja, antes e após a implantação da campanha anual de vacinação contra influenza. No entanto, a partir dos resultados obtidos para os mesmos anos analisados acima observa-se um aumento do número de óbitos por doenças respiratórias e por pneumonia. Percebe-se também que a eficácia de proteção específica contra influenza vacina não está comprovada e que necessidade de implantação de outra medida específica como a vacina pneumocócica para idosos acima de 60 anos. Palavras-chave: 1. Vacinação do idoso. 2. Doenças respiratórias. 3. Morbimortalidade DIABETES MELLITUS TIPO 2 X TRATAMENTO FARMACOLÓGICO: UM ESTUDO DESCRITIVO BARBOZA, S.M. (1); FRANCO, L.J. (1); Instituição: 1 - FMRP - USP; Introdução: Uma das diversas políticas do SUS é a política de atenção ao diabetes mellitus, uma vez que DM representa alto índice de morte e incidência, com alto custo social e financeiro para a sociedade e sistemas de saúde. A ênfase na rede básica se dá através de protocolos clínicos, capacitação de profissionais de saúde, assistência farmacêutica com fornecimento gratuito dos medicamentos essenciais. OBJEIVO: Avaliar a adesão ao tratamento farmacológico de portadores de DM 2 atendidos no Centro de Saúde Escola da FMRP USP. MATERIAIS E Métodos: Trata – se de um estudo descritivo; a amostra foi realizada por conveniência. A adesão ao medicamento foi obtido através do teste de Morisky e Green composto por quatro questões, que objetivam avaliar o comportamento do paciente em relação ao uso habitual do medicamento. O paciente foi classificado como: grupo de alto grau de adesão quando as respostas a todas as perguntas forem negativas, ou grupo de baixo grau de adesão quando pelo menos uma das respostas for afirmativa. Resultados a amostra foi constituída por 79 pacientes de ambos os sexos com idade de 40 a 79 anos. A terapia medicamentosa utilizada foi composta de metformina, sulfonilureia e insulina. A adesão ao tratamento farmacológico, avaliada pelo teste de Morisky-Green, apontou como não aderentes cerca de metade dos pacientes (54,4%) e como aderentes 45, 5% dos pacientes. DISCUSSAO: Apesar da assistência farmacêutica do SUS, bem como a Farmácia Popular, programa do governo Federal que funciona como mecanismo de ampliação de acesso a medicamentos Anais XII Congresso Paulista de Saúde Pública a adesão ainda é muito baixa, fato que também foi evidenciado por outros autores. CONCLUSÂO: Nesse contexto, os profissionais de saúde podem contribuir e, para tanto, devem estar cientes da multiplicidade de aspectos envolvidos no processo de adesão, podendo, interdisciplinarmente, planejar e implementar estratégias adequadas à população. Atividades educativas, de qualificação para os profissionais que atuam com esses usuários, podem ser realizadas buscando o aprimoramento dos profissionais em relação ao uso de fármacos, pois é imprescindível que os portadores de DM tenham conhecimento sobre os riscos relacionados ao seu problema de saúde e a necessidade do uso contínuo dos medicamentos, Contudo, faz-se necessário orientá-los sobre o uso correto dos medicamentos, principalmente àqueles que apresentam algum tipo de dificuldade em aderir ao tratamento medicamentoso. DIFERENÇAS NA PREVALÊNCIA DA CÁRIE DENTÁRIA, SEGUNDO COR DA PELE, EM CRIANÇAS RESIDENTES NA CIDADE DE SÃO PAULO, EM 2008. Soares, MC (1); Frias, AC (2); Marques, RAA (3); Filippos, CM (3); Teixeira, DSC (2); Instituição: 1 - Secretaria Municipal da Saúde de São Paulo - SMS SP; 2 - SMS - SP; 3 - SMS SP; Introdução: A prevalência e a severidade da cárie dentária diminuíram entre crianças e adolescentes brasileiros nas duas últimas décadas, mas persistem grandes dificuldades para ampliar o acesso aos serviços odontológicos e assegurar tratamento dentário. O levantamento epidemiológico SB-Brasil 20031 mostrou uma distribuição heterogênea da doença, registrando diferenças entre regiões e grupos sociais brasileiros, constatando que a experiência da doença foi mais severa nos grupos populacionais mais submetidos à privação social3. OBJETIVO: Descrever e analisar a prevalência da cárie dentária em relação à etnia em crianças e adolescentes na Cidade de São Paulo. Método: O Estudo baseou-se nos dados do Levantamento Epidemiológico em saúde bucal – Cidade de São Paulo – 2008-20092 da Secretária Municipal da Saúde de São Paulo (SMS-SP) - estudo transversal orientado pelas Recomendações metodológicas da Organização Mundial de Saúde – OMS (WHO - Oral Health Surveys 4th ed1997), aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da SMS-SP (Parecer 48/08). Para a análise e associação bivariada da situação de etnia e a prevalência da cárie Saúde Soc. São Paulo, v.20, supl.1, 2011 198 dentária, empregou-se a Razão de Prevalência e o IC 95% para parâmetros populacionais, ajustado pela amostragem do tipo complexa. Resultados A pesquisa realizou-se em 1745 escolas públicas e privadas, de setembro a dezembro de 2008. Examinaram-se 5858 crianças de 18 a 36 meses; 5557 de 5 anos, 4249 de 12 anos e 2858 adolescentes de 15 a 19 anos, totalizando 18.522 examinados. A média ceo-d (dentes cariados, com extração indicada e obturados) aos 5 anos foi = 1,57 (1,46—1,69) para as crianças com a cor de pele preta, para a parda 1,71 (1,58—1,84) e branca 1,35 (1,18—1,42); o CPOD (média de dentes cariados, perdidos e obturados) aos 12 anos foi = 1,32 (1,21—1,42) para as crianças com a cor da pele preta, para a parda 1,48 (1,34—1,63), e para branca 1,04 (0,91—1,17), demonstrando uma diferença estatisticamente significante relacionada à cor da pele. Conclusão: Para o diagnóstico de saúde de um local é fundamental conhecer os agravos à saúde ou doenças mais freqüentes e suas distribuições, indicando os grupos mais vulneráveis aos fatores de risco e os grupos etários e étnicos mais susceptíveis. A cárie dentária persiste como grave problema de saúde pública; o planejamento dos serviços odontológicos baseados nesses estudos é de fundamental importância para o seu controle e promoção da equidade ao acesso a esses serviços. DILEMAS PARA ABORDAGEM DA SAÚDE MENTAL EM RELAÇÃO AO CLIENTE ATENDIDO NO PROJETO BEM VIVER Galvez, A.C.B. (1); Fernandes, M.F.T (1); Nóbrega, M.P.S.S (1); Guarnieri, A.P (1); Instituição: 1 - FMABC; O envelhecimento progressivo da população brasileira descortina um problema que vai se consolidar nas próximas duas décadas, ou seja, irá ocorrer uma mudança significativa no perfil de nossa sociedade. Dentre os diversos problemas que acometem essa clientela observam-se os transtornos psiquiátricos e os conflitos próprios ao envelhecimento, que muitas vezes estão relacionados a aposentaria, autoestima, problemas financeiros e de relacionamento no núcleo família, violência, abandono, entre outro. Pesquisa qualitativa que objetivou apreender a percepção dos idosos acerca de questões que tem desencadeado sofrimento emocional e psíquico em suas vidas. Foram realizadas 10 entrevistas semiestruturadas e gravadas, Anais XII Congresso Paulista de Saúde Pública com os idosos atendidos pelo Projeto Bem Viver. Emergiram as seguintes categorias: Solidão; Ansiedade; Perda (luto); Perda física e mobilidade; Dependência financeira e Falta de afeto. O sentimento de solidão representa importante indicador de vulnerabilidade para o idoso. Considera-se que o sofrimento emocional representado pelo sentimento de solidão, exige dos profissionais de saúde atenção e propostas que ajudem essa população a lidar e manter um estado de equilíbrio diante das incertezas cotidianas. Nesse sentido, ações devem ser pensadas e estruturadas com o intuito de promover serviços de assistência, que propiciem acolhimento dessas necessidades, como também ofereçam condições de socialização e criação de novos espaços terapêuticos. DISSONÂNCIAS ENTRE AS COMPETÊNCIAS OFERTADAS PELO AGENTE COMUNITÁRIO DE SAÚDE E AS EXPECTATIVAS DA POPULAÇÃO. Akerman, M (1); Barrionuevo, ET (2); Santos, LPGS (2); Garção, NIB (1); Branco, JM (1); Castelli, MS (1); Kinjo, CM (1); Carriço, PF (1); Vidri, CM (1); Amaro, DMC (1); Neves, M (2); Higuchi, FJD (2); Cunha, APA (2); Instituição: 1 - FMABC; 2 - SMSSBC; Introdução: O Programa de Saúde de Família (PSF) adotado no Município de São Bernardo do Campo (SBC), SP, Brasil, consolidou a figura do Agente Comunitário de Saúde (ACS) como importante elo entre a comunidade e os serviços de saúde. Objetivos: Investigamos o perfil e as competências deste agente, para conhecer o grau de sintonia entre suas ações de saúde, e as necessidades subjetivas da população. Metodologia: Neste estudo estratégico transversal quali-quantitativo foram aplicados questionários a 50 agentes de Saúde de 2 unidades do PSF de SBC, e a 240 usuários destas unidades. Resultados: Dos usuários questionados 95% reconheceu a importância do trabalho do ACS, 87% demonstrou satisfação com seu agente, e 85% encontram o agente motivados, o que contrastou com o grau de motivação de apenas 40% referido pelos próprios agentes, que reclamaram de falta de resolutividade, baixos salários, e desvio de função como fatores que atentam contra seu desempenho. Conclusão: Há indícios de dissonância entre as competências dos ACS definidas pelo MS e as expectativas Saúde Soc. São Paulo, v.20, supl.1, 2011 199 da população, principalmente no que tange ao desejo da população de que os ACS lhes ajudem “na marcação de consultas”, “pedido de exames”, “ajuda na fila”, etc. Questionamos se estas dissonâncias não causariam desmotivação e sofrimento ao ACS. DO CENTRO DE SAÚDE À UNIDADE DE SAÚDE FAMILIAR: NARRATIVAS DE AUSÊNCIAS E INTERMITÊNCIAS Andreazza, R. (1); Carapinheiro, G. (2); Teixeira, Lurdes (3); Cecilio, L. C. O. (1); Instituição: 1 - Unifesp; 2 - Instituto Superior de Ciências do Trabalho e da Empresa - Instituto Universitário de Lisboa (Iscte-IUL); 3 - Iscte-IUL/ CIES; O Serviço Nacional de Saúde (SNS) Português, acompanhando as diretrizes da Nova Gestão Pública, colocadas para os países da União Europeia, passou por intensas reformulações, a partir dos anos 90. A atual política de reconfiguração dos Centros de Saúde em Unidades de Saúde Familiar (USF) é um dos exemplos. Há neste processo uma intensificação da racionalidade econômica e de controle dos processos de trabalho e dos fluxos, entretanto, parece subsistir outras racionalidades, que colocam os sujeitos em ação na busca por resolver suas necessidades de saúde tal qual evidenciado em pesquisa realizada há 12 anos, num outro momento político do SNS. Estudar as ações singulares e sociais que levam os indivíduos a traçar percursos em busca do cuidado à saúde ao vivenciarem a situação social de adoecimento, identificando as permanências e transformações destas trajetórias sociais diante da reconfiguração dos CPS, foi o objetivo desta investigação. Trata-se de um estudo etnossociológico. Os sujeitos, grandes utilizadores do SNS, foram indicados pelos médicos de 2 USF. Entrevistaram-se 10 usuários, empregando-se a abordagem biográfica das narrativas de vida. A análise das mesmas revelou regularidades sociais nos modos e estratégias dos indivíduos para acessar e produzir o seu cuidado em saúde e no valor atribuído aos tipos de serviços utilizados e aos médicos do setor público e privado. As estratégias usadas parecem não diferir, apesar da intensificação dos processos de racionalização das práticas de saúde, daquelas encontradas na pesquisa anterior, como o conhecimento de atores estratégicos no sistema, o médico por exemplo, que garantam a facilitação e agilização do acesso aos serviços de saúde. O entendimento, pelo uso constante, do sistema Anais XII Congresso Paulista de Saúde Pública propicia a construção fluxos alternativos. Entretanto, emerge das narrativas a percepção de uma menor autonomia dos sujeitos na circulação pelos serviços. A racionalidade sistêmica surge em alguns casos como um dificultador para o cuidado acarretando o agravamento de situações de adoecimento, em particular nos indivíduos que não detém recursos para subverte-la As histórias continuam a nos revelar que são múltiplos os caminhos que os indivíduos inventam com o objetivo de resolver suas necessidades de saúde e, assim, ao interagir e reagir, aos fluxos, regras e normas estabelecidas pela racionalidade dos processos de gestão e de cuidado à saúde transformam sua própria realidade e criam outras possibilidades de existência. DOAÇÃO DE SANGUE:UM PROCESSO CONTÍNUO Borges,V.L (1); Borges.V.L (1); Borges, V.L (1); Borges.V.L (1); Instituição: 1 - Universidade Catolica de Santos; Introdução: Na década de 60, foi criada a Associação Brasileira de Doadores Voluntários, a partir disso foi instaurado o Dia Nacional do Doador de Sangue, comemorado no dia 25 de novembro. Os avanços tem sido animadores, mas ainda estão muito abaixo das necessidades reais. A Política Nacional de Sangue e Hemoderivados do Ministério da Saúde visa aumentar o número de doadores e para isso aplica recursos para a capacitação de profissionais. Objetivo: Este trabalho tem como objetivo realizar uma revisão sistemática de literatura sobre os fatores motivacionais e o incentivo à doação como um processo contínuo e não apenas repositor. Método: A revisão de literatura foi pesquisada na busca integrada da Biblioteca Virtual de Bases de Dados Indexados Bireme. No recorte temporal entre 2005 e 2010, foram encontrados dez artigos. Discussão: O Brasil necessita diariamente de 5.500 bolsas de sangue, mas apenas 1,7% da população são doadores. Acredita-se que esse baixo índice seja conseqüência de mitos e tabus que se perpetuam na sociedade. As literaturas revelam que, no Brasil, grande parte dos voluntários na doação de sangue só o faz quando algum parente ou amigo necessita de transfusão. A literatura defende o ato de doar sangue como um processo mecanico que é o ato obrigatório e a solidariedade orgânica que é aquela que brota de dentro do ser humano, Defendem ainda que a motivação dos doadores para procurar os Saúde Soc. São Paulo, v.20, supl.1, 2011 200 hemocentros, depende das campanhas de doação, que devem ser intensificadas e contínuas. Conclusão: O ato voluntário de doação de sangue depende de politicas públicas, ressaltando a importância e a necessidade de manter os estoques nos hemocentros. Deve-se considerar os princípios motivacionais que levaram o indivíduo a torna-se um doador, sejam eles culturais, religiosos, morais, amor ao próximo, solidariedade, entre outros. Requer a elaboração de planejamentos rigorosos que feitos antes e depois da doação são importantes para maximizar o número de doadores. As influencias externas através de campanhas veiculadas pelos órgãos publicos e instituições privadas garantem um número considerável de doadores, mas a influencia de amigos encontra-se em primeiro lugar para a manutenção dos estoques e consequente melhora na terapeutica para os que necessitam. DOENÇA CRÔNICA E INCAPACIDADE FUNCIONAL DOS IDOSOS NO BRASIL (1998-2008) Parahyba MI (1); Henley W (2); Melzer D (3); Instituição: 1 - IBGE, Rio de Janeiro, Brasil; 2 - School of Mathematics and Statistics, University of Plymouth, Plymouth, Devon, UK; 3 - Epidemiology & Public Health Group, Peninsula Medical School, Exeter, UK; Introdução: Nos EUA e em alguns outros países, há indícios de redução em longo prazo na prevalência de incapacidade funcional entre idosos. Há também algumas evidências de que as taxas de prevalência de doença crônica e de incapacidade funcional, para um mesmo grupo etário, apresentam diferenças inter-geracionais. Os “baby-boomers”, geração do período após a Segunda Guerra Mundial, podem estar sofrendo, nos EUA e no Reino Unido, de taxas mais elevadas de doenças relacionadas com obesidade quando comparados à geração anterior. Objetivos: Analisar as tendências das doenças crônicas e da incapacidade funcional na população idosa brasileira na última década (1998-2008); e investigar se as tendências da doença e do declínio funcional são semelhantes entre gerações. Metodologia: Usando modelos de regressão logística e modelos de Idade-Período-Coorte (modelos APC) analisamos as informações dos Suplementos de Saúde da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), cujas amostras nos anos 1998, 2003 e 2008 totalizaram cerca de um milhão de pessoas. Resultados: Tendência de queda na maioria das doenças crônicas investigadas, com reduções dramáticas Anais XII Congresso Paulista de Saúde Pública na prevalência de doença cardiovascular em pessoas idosas. No entanto, houve aumento na prevalência de diabetes (OR=1.64; IC, 1.55-1.73; p < 0.005) e de hipertensão (OR=1.49; IC, 1.43-1.55; p < 0.005). Estas tendências são atribuíveis aos efeitos de período, sem evidência de diferenças de coorte. o longo da década (1998-2008), as diferenças entre os grupos sociodemográficos foram muito pequenas, indicando que as desigualdades não mudaram no período. No entanto, observamos que: 1) o aumento das taxas de prevalência de hipertensão foi maior para os idosos de 80 anos ou mais (OR = 1,69; IC, 1,54-1,85, p <0,005) e para os mais instruídos (OR = 1,66; IC, 1,421,95; p <0,005); 2) o aumento das taxas de prevalência de diabetes foi maior para os homens (OR = 1,77; IC, 1,63-1,93, p <0,005) e para os idosos com 10 a 14 anos de escolaridade (OR = 2,13; CI, 1,74-2,60, p <0,005). Tendências na prevalência de incapacidade funcional foram menos claras, com estimativas instáveis ao longo do período considerado. Conclusão: As pessoas idosas no Brasil estão desfrutando de uma melhor condição de saúde cardiovascular, mas o aumento da prevalência de transtornos relacionados à obesidade, como diabetes, é uma grande preocupação. DOENÇAS CRÔNICAS PULMONARES EM IDOSOS RESIDENTES NO MUNICÍPIO DE SÃO PAULO Marins, K. T. (1); Watanabe, H. A. W. (2); Instituição: 1 - Universidade de São Paulo; 2 - UNiversidade de São Paulo; Introdução. Com o envelhecimento, as doenças crônicas passaram a representar uma expressiva e crescente demanda aos serviços de saúde no Brasil. As doenças pulmonares crônicas afetam as vias aéreas inferiores e outras estruturas pulmonares, comprometendo milhões de pessoas. Algumas destas doenças são progressivamente incapacitantes, provocam vários sintomas e freqüentes exacerbações que interferem na qualidade de vida de seus portadores. Objetivo. Esta pesquisa é parte do Estudo SABE (Saúde, Bemestar e Envelhecimento) e tem por objetivo verificar a prevalência de DPC entre os idosos residentes no Município de São Paulo e investigar a sua associação com capacidade funcional/ mobilidade, tabagismo e óbito. Metodologia. O presente estudo baseou-se na amostra de idosos portadores e não-portadores de DPC em 2000 (n = 2.137) e re-entrevistados em 2006 Saúde Soc. São Paulo, v.20, supl.1, 2011 201 (n = 1.113), correspondendo a uma amostra expandida de 834.287 em 2000 e de 473.764 idosos em 2006. Resultados. Foi detectado maior percentual de idosos do sexo masculino, em faixas etárias mais avançadas (75 anos e mais), com baixa escolaridade, sem renda suficiente para manutenção das necessidades diárias mínimas e que moravam acompanhados. As condições gerais de saúde dos idosos portadores de DPC revelam que: ocorrência de idosos com baixo peso (IMC<25), mais predominante entre os homens; pior avaliação do próprio estado de saúde; maior redução de atividades básicas e instrumentais de vida diária, mais evidente entre as mulheres. Homens e mulheres portadores de DPC estiveram mais vezes internados quando comparados a idosos não-portadores da doença. Além do maior número de internações, o tempo de permanência no hospital também foi maior entre portadores de DPC. Idosos portadores mais velhos relataram maior número de consultas médicas. Finalmente em relação aos óbitos, portadores de DPC apresentaram razão de chance de óbito de 1,88 (OR ajustado, IC: 1,23 – 2,88) e 2,29 (OR, IC: 1,65 – 3,18) vezes maior quando comparado a não-portadores da doença, independente dos demais fatores analisados (tabagismo, sexo, faixa etária, renda suficiente, presença de co-morbidades). Conclusão. Os dados indicam que a DPC aumenta com a idade, mais alta nos homens do que nas mulheres. Idosos portadores de DPC tiveram mais internações e maior período de permanência em hospitais. Na análise de sobrevida verificou-se que portadores de DPC têm menor sobrevida independentemente de sexo, faixa etária e presença de multimorbidades. EDUCAÇÃO AMBIENTAL PARA PROMOÇÃO DA SAÚDE COM TRÂNSITO SAUDÁVEL Oliveira S.C. (1); Pelicioni MCF (1); Instituição: 1 - FACULDADE DE SAÚDE PÚBLICA DA UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO; Atualmente melhorar a qualidade de vida da população tem sido um dos maiores desafios da humanidade. As diferenças sociais e econômicas entre os países têm dificultado o encaminhamento de soluções para as questões relacionadas a um desenvolvimento justo e ambientalmente sustentável. Novos paradigmas, principalmente nas áreas de Saúde e Meio Ambiente, vêm surgindo a fim de contribuir para a transformação da sociedade por meio de uma distribuição equitati- Anais XII Congresso Paulista de Saúde Pública va dos recursos existentes, mantendo a diversidade ecológica, biológica e cultural dos povos. Entre esses desafios, evidencia-se a poluição do ar que é um fenômeno decorrente entre outras coisas, pelo excesso de veículos automotores que circulam diariamente pelas rodovias e estradas como também dentro das cidades prejudicando não apenas a qualidade do ar que se respira mas, e principalmente a saúde e a qualidade de vida da população. Uma das alternativas para minimizar a poluição do ar na cidade de São Paulo seria a implantação de um programa de Carona Solidária feito de forma constante e sistematizada. Esta problemática motivou a realização de pesquisa com o objetivo de: identificar os motivos que levam ou não as pessoas a participarem de um programa de Carona Solidária na cidade de São Paulo-SP. A população de estudo foi constituída por 35 alunos do curso de “Pós-Graduação Especialização Interdisciplinar em Saúde Pública” da Faculdade de Saúde Pública/USP. O método utilizado foi o quali-quantitativo e o instrumento de investigação um questionário contendo questões abertas e fechadas, cuja participação foi opcional. Resultados Todos os participantes expressaram preocupação com o meio ambiente, que deve garantir a sobrevivência não só dos seres humanos, mas dos seres vivos em geral e para as futuras gerações. A maioria já tinha ouvido falar na proposta, mas até aquele momento não havia-se cadastrado em programas de Carona Solidária. Relataram que sabiam que esta proposta poderia contribuir para a redução do número de veículos nas ruas, diminuir os congestionamentos e a poluição do ar. No entanto, mostraram-se temorosos em aderir ao programa por questões de segurança. Dos entrevistados apenas duas pessoas mostraram-se confiantes e interessadas em viver esta experiência em qualquer local. EDUCAÇÃO EM SAÚDE COMO FERRAMENTA NO TRABALHO DA ENFERMEIRA NA ATENÇÃO BÁSICA: UM ESTUDO BIBLIOGRÁFICO FREITAS, GISELLE BORGES DE. (1); SANTOS, CARMÊN LIÊTA RESSURREIÇÃO DE. (1); Instituição: 1 - FTC- FACULDADE DE TECNOLOGIA E CIÊNCIAS DE FEIRA DE SANTANA; A educação em saúde deve constituir parte na promoção da saúde e prevenção de doenças, por isso a ação educativa em atenção primária estabelece-se a partir de estratégias e programas de promoção da saúde junto à Saúde Soc. São Paulo, v.20, supl.1, 2011 202 comunidade e indivíduos de diferentes grupos sociais. A Enfermagem como uma profissão dedicada ao cuidado humano, sempre apresentou sua prática permeada por um forte componente educativo,seja de forma individual ou coletiva, sendo a educação considerada um elemento fundamental no trabalho do (a) enfermeiro (a). A educação em saúde é inerente a todas as práticas desenvolvidas no âmbito do SUS. É uma prática transversal que proporciona uma articulação entre todas as esferas de gestão do SUS representando um dispositivo essencial na formulação da política de saúde. As ações educativas desenvolvidas pela Enfermagem se fazem presente nos vários espaços de realização de suas práticas, especialmente no campo da Saúde Pública, sejam elas desenvolvidas em comunidades ou em serviços de Atenção Básica. Trata-se de um estudo bibliográfico de caráter exploratório, onde se procurou pesquisar sobre qual a produção científica acerca da educação em saúde no processo de trabalho do (a) enfermeiro (a) na Atenção Básica, através da técnica de análise de conteúdos de Bardin, uma técnica de interpretação de textos que articula as mensagens transmitidas nos artigos científicos, revistas de enfermagem e outras bases de dados utilizadas na pesquisa. Esse estudo teve como objetivo analisar a educação em saúde no processo de trabalho do (a) enfermeiro (a) na Atenção Básica através de um estudo bibliográfico. A produção científica para construção desse estudo foi satisfatória e suficiente para desenvolver idéias e conceitos acerca da temática, inserindo a educação como ferramenta no trabalho do (a) enfermeiro (a) na Atenção Básica junto à população no tocante a melhoria da qualidade de vida das pessoas individual e coletivamente. Os resultados encontrados nos trabalhos científicos analisados apontam a amplitude do tema educação em saúde, associando-o sempre à sua dimensão na Atenção Básica, sendo este um local singular para efetivação dessas práticas e à atuação da enfermagem nesse contexto, fortalecendo a concepção de que o enfermeiro é um educador em saúde em potencial, sendo esta condição inerente e indissociável à sua prática.. Este construto poderá ser utilizado em diferentes realidades e sob diversas perspectivas por outros profissionais de saúde na Atenção Primária. EDUCAÇÃO INCLUSIVA NO ENSINO SUPERIOR EM SAÚDE Arcas, A M (1); Silabi, C.S (1); Araujo, EC (1); Instituição: 1 - FACULDADE DE MEDICINA DO ABC; Anais XII Congresso Paulista de Saúde Pública Introdução: A deficiência física era discriminada e excluída pela sociedade e pela família, porém no século passado iniciou-se um olhar diferente da sociedade para esses indivíduos. A Conferência Mundial sobre Educação para todos mostra a obrigação da escola atender as pessoas sem exclusão. O sistema educacional vivencia a transição do atendimento ao aluno com necessidades especiais, defendendo a inclusão escolar de todas as pessoas. Trabalhar com a diversidade na sala de aula é um desafio para professores, pois a educação trabalha em uma cultura de transmissão do conhecimento, que mantém a passividade do indivíduo e desconsidera seu contexto e individualidade. Para atender a nova realidade os professores devem trabalhar com nova visão pedagógica, a qual valoriza o contexto e a individualidade do aluno estando próximos de lidar com diferenças na sala de aula naturalmente, transformando o recorte social que a escola representa e influenciando na sociedade. Objetivos: Caracterizar a experiência dos docentes de uma instituição de ensino superior em saúde, sobre educação inclusiva e seu perfil de formação docente para essa demanda. METODOLOGIA: Estudo quantitativo, descritivo e exploratório, aplicando um questionário com 12 questões à 20 docentes, amostra do presente estudo. Resultados Dos docentes participantes da pesquisa 20 (100%) da amostra realizou Pós-Graduação latu-sensu e/ou strictu sensu e destes 14 (70%) realizaram curso de formação pedagógica para o ensino superior, que mostra não ser uma temática obrigatória na pós-graduação. Dos 70% que realizaram cursos de formação pedagógica, apenas 36% relata que foi abordado o tema educação inclusiva evidenciando lenta a desvalorização do tema na educação superior. Da amostra 4 (24%) já trabalharam com alunos com necessidades especiais mostrando o crescimento dessa demanda no ensino superior. Desses 24%, 2 (50%) referem não ter utilizado nenhum recurso diferente para esses aluno e 100% da amostra afirma que a instituição que trabalham não desenvolveu nenhuma atualização sobre o tema e 95% reconhecem a importância de ser realizada. Conclusão: Apesar dos docentes terem realizado pós-graduação e identificar a importância do tema, eles não possuem recurso e preparo pedagógico para trabalhar com alunos especiais. A não valorização da adaptação física, material e humana da escola para atender a necessidade desses alunos evidencia a visão da escola sobre o tema através do currículo oculto. Saúde Soc. São Paulo, v.20, supl.1, 2011 203 EDUCAÇÃO INCLUSIVA NO ENSINO SUPERIOR preparo pedagógico para trabalhar com alunos especiais. A não valorização da adaptação física, material EM SAÚDE Arcas, A.M. (1); Silabi, C.C. (1); Araujo, E.C. (1); Guarnieri, A.P. (1); Instituição: 1 - FACULDADE DE MEDICINA DO ABC; Introdução: A deficiência física era discriminada e excluída pela sociedade e pela família, porém no século passado iniciou-se um olhar diferente da sociedade para esses indivíduos. A Conferência Mundial sobre Educação para todos mostra a obrigação da escola atender as pessoas sem exclusão. O sistema educacional vivencia a transição do atendimento ao aluno com necessidades especiais, defendendo a inclusão escolar de todas as pessoas. Trabalhar com a diversidade na sala de aula é um desafio para professores, pois a educação trabalha em uma cultura de transmissão do conhecimento, que mantém a passividade do indivíduo e desconsidera seu contexto e individualidade. Para atender a nova realidade os professores devem trabalhar com nova visão pedagógica, a qual valoriza o contexto e a individualidade do aluno estando próximos de lidar com diferenças na sala de aula naturalmente, transformando o recorte social que a escola representa e influenciando na sociedade. Objetivos: Caracterizar a experiência dos docentes de uma instituição de ensino superior em saúde, sobre educação inclusiva e seu perfil de formação docente para essa demanda. METODOLOGIA: Estudo quantitativo, descritivo e exploratório, aplicando um questionário com 12 questões à 20 docentes, amostra do presente estudo. Resultados Dos docentes participantes da pesquisa 20 (100%) da amostra realizou Pós-graduação latu-sensu e/ou strictu sensu e destes 14 (70%) realizaram curso de formação pedagógica para o ensino superior, que mostra não ser uma temática obrigatória na pós-graduação. Dos 70% que realizaram cursos de formação pedagógica, apenas 36% relata que foi abordado o tema educação inclusiva evidenciando lenta a desvalorização do tema na educação superior. Da amostra 4 (24%) já trabalharam com alunos com necessidades especiais mostrando o crescimento dessa demanda no ensino superior. Desses 24%, 2 (50%) referem não ter utilizado nenhum recurso diferente para esses aluno e 100% da amostra afirma que a instituição que trabalham não desenvolveu nenhuma atualização sobre o tema e 95% reconhecem a importância de ser realizada. Conclusão: Apesar dos docentes terem realizado pós-graduação e identificar a importância do tema, eles não possuem recurso e Anais XII Congresso Paulista de Saúde Pública e humana da escola para atender a necessidade desses alunos evidencia a visão da escola sobre o tema através do currículo oculto. EDUCAÇÃO INTERPROFISSIONAL PARA O FORTALECIMENTO DO TRABALHO E EQUIPE NA ATENÇÃO BÁSICA Sangaleti, C.T. (1); Silva, J.A.M. (2); Aguiar, C. (3); Silva, A.C.C.G (4); Peduzzi, M. (5); Instituição: 1 - Mestre em Fisiologia Humana do Instituto de Ciências Biomédicas da USP; 2 - Mestre em Enfermagem. Doutoranda do Programa de Pós Graduação em Gerenciamento em Enfermagem da Escola de Enfermagem da Universidade de São Paulo; 3 - Mestranda do Programa de Pós Graduação em Gerenciamento em Enfermagem da Escola de Enfermagem da Universidade de São Paulo; 4 - Professora Doutora do Departamento de Medicina Preventiva da FMUSP; 5 - Professora Associada (livre- docente) do Departamento de Orientação Profissional da Escola de Enfermagem da USP; No Sistema Único de Saúde, em especial, na atenção primária (APS) o trabalho em equipe constitui uma diretriz que, articulada a outras, busca contemplar a integralidade da saúde no novo contexto de transição demográfica e epidemiológica e complexidade dos serviços em rede para assegurar maior resolubilidade e qualidade à atenção à saúde. Há uma lacuna, em especial no debate e literatura nacional, sobre a formação dos profissionais de saúde para o trabalho em equipe e a literatura internacional traz contribuições sobre a educação interprofissional (EIP) na formação inicial de graduação, pós-graduação e educação permanente em serviço. Neste contexto apresentam-se resultados de estudo com o objetivo de analisar as atividades educativas de trabalhadores de saúde em unidades de APS na perspectiva da EIP. Trata-se de pesquisa com abordagem qualitativa, realizada numa região do município de São Paulo, com o referencial do processo de trabalho, educação permanente (EP), EIP e trabalho em equipe. A coleta de dados se deu através de entrevistas semi-estruturadas com todos os gerentes centrais de 18 serviços pesquisados e com trabalhadores de quatro serviços selecionados (um hospital, duas unidades básicas de saúde e um centro de atenção psicossocial). Coletaram-se informações sobre: tipo de atividades, Saúde Soc. São Paulo, v.20, supl.1, 2011 204 incluindo tema(s) abordado(s); público alvo, estratégias de ensino, local de realização e origem da demanda. Os resultados demonstraram, no hospital, a predominância de atividades educativas voltadas para as áreas profissionais específicas, com ênfase em procedimentos técnicos e recuperação da saúde, com demanda e local de realização interno ao serviço e estratégias de ensino tradicionais. Na APS, também predominam ações orientadas para as áreas profissionais especificas, com demanda e local de realização externos à unidade, com predomínio de estratégias de ensino participativas e ações educativas voltadas à integralidade. Os resultados apontam à necessidade de implementação de ações educativas na perspectiva da EIP, visto a manutenção de práticas com ênfase nas áreas especificas, tanto no hospital como na APS. Estas tendem a reiterar valores associados ao trabalho isolado e ao corporativismo que dificultam a colaboração interprofissional e a integração das equipes. Também se conclui pela necessidade de ampliação da EP como política pública, dada sua potência para reflexão e mudança das práticas na perspectiva da integralidade da saúde. ras era muito superior ao recomendado. Foi calculado o valor recomendado de sal e de óleo para 20 crianças e 9 adultos que almoçam e jantam no local e separado em um recipiente. As cozinheiras foram desafiadas a usar somente a quantidade recomendada. Resultados A cozinheira da casa B conseguiu reduzir a quantidade de sal para níveis bem próximos ao recomendado (9,7% a mais) e de óleo para valores inferiores ao recomendado (7,6% a menos). A cozinheira da casa A, não apresentou redução no segundo dia, e no terceiro dia, provavelmente devido à escolha da preparação frita aumentou o consumo de sal para 129,5% a mais que o recomendado. O mesmo aconteceu com o óleo que ultrapassou 169,1% a recomendação. Conclusão: Vários fatores podem interferir na aderência do indivíduo as intervenções propostas mostrando a importância da periodicidade dos treinamentos, da continuidade dos programas antigos, elaboração de novos programas e do envolvimento não só do nutricionista como também da família, da equipe de educadores, coordenadores, e outros profissionais para que aos poucos até o indivíduo mais resistente possa ser sensibilizado para a importância da educação nutricional no que se refere à saúde pública. EDUCAÇÃO NUTRICIONAL COMO FERRAMENTA PARA REDUÇÃO DE SAL E ÓLEO NO PREPARO EDUCAÇÃO NUTRICIONAL PARA ESCOLARES DO DAS REFEIÇÕES DE UM ABRIGO NA CIDADE DE ENSINO FUNDAMENTAL I DA REDE PÚBLICA DE DIADEMA SÃO PAULO FAGIOLI, D. (1); PAEZ, A.M. (1); PERRELA, N. (1); Instituição: 1 - UNIP; Introdução: A hipertensão arterial sistêmica é uma condição clínica multifatorial caracterizada por níveis elevados e sustentados de pressão arterial. Em 2008, segundo o Banco de Dados do Sistema Único de Saúde, 27% da população residente na região sudeste do Brasil era hipertensa e segundo a Sociedade Brasileira de Hipertensão, a Pressão arterial elevada é um dos principais fatores de risco para Acidente Vascular Cerebral. É responsável por 40% dos infartos, 80% dos derrames e 25% dos casos de insuficiência renal terminal. O consumo de sódio é alto na maioria dos países, e aliado ao consumo excessivo de óleos e gorduras também é fator de risco para desenvolvimento de doenças cardiovasculares. Objetivo: Reduzir o sal e o óleo no preparo das refeições elaboradas pelas cozinheiras de um abrigo na cidade de São Paulo. Métodos: Foram selecionado dois abrigos (A e B) onde observou-se que a quantidade de sal e de óleo utilizado pelas cozinhei- Anais XII Congresso Paulista de Saúde Pública BIANCO, A A G (1); IMAI A H (1); PEREIRA A K S (1); PEREIRA F G (1); GARCIA M O (1); PEREIRA S M (1); ALE T K D (1); Instituição: 1 - UNIFESP; Introdução: Estudos indicam que em 2025 o Brasil será o quinto país do mundo a apresentar problemas de obesidade em sua população1. Para evitar essa previsão são necessárias medidas de intervenção nos hábitos alimentares de nossa população, sobretudo nas crianças de hoje, adultos de amanhã. As experiências mostram que transmitir informações a respeito do funcionamento do corpo e descrição das características das doenças, bem como um elenco de hábitos de higiene, não é suficiente para que os alunos desenvolvam atitudes de vida saudável2. O presente trabalho é uma proposta, em andamento, de intervenção em educação nutricional. Objetivos • Realizar ações de promoção da saúde de crianças, articulando os setores de saúde e de educação; Saúde Soc. São Paulo, v.20, supl.1, 2011 205 • Contribuir para a redução da obesidade e doenças decorrentes dela, na população estudada. Método A pesquisa é constituída de quatro etapas: 1ª ETAPA: Determinação do IMC e CP dos alunos. 2ª ETAPA: Discussões com os alunos e apresentações de vídeos educativos e softwares. 3ª ETAPA: Recordatório alimentar de uma semana, realizado quinzenalmente, pelo período de três meses. 4ª ETAPA: Verificação de mudanças no IMC e/ou CP. Resultados Foram avaliadas 72 crianças (31 meninos e 41 meninas), com idade entre 6 e 7 anos. Os resultados para IMC podem ser vistos no GRÁFICO 1 e para CP no GRÁFICO 2. Conclusões: Os resultados do estudo demonstram que o IMC é mais rigoroso na avaliação da composição corporal de crianças que a CP. Entretanto, a associação dos dois parâmetros auxilia a uma visão mais apurada do grau de obesidade de crianças. A eficácia da educação nutricional não deveria estar circunscrita na simples verificação de conhecimentos. Agradecimentos: Agradecimentos à UNIFESP. Referências bibliográficas 1 ROMERO, C. E. M.; ZANESCO, A. O papel dos hormônios leptina e grelina na gênese da obesidade. Revista de Nutrição, Campinas, 19(1):85-91, jan./fev., 2006. 2Parâmetros curriculares nacionais: Saúde / Secretaria de Educação Fundamental. – Brasília : MEC/SEF, 1997. serão os facilitadores do processo de organização do trabalho da Unidade. Nesse contexto, a Política Nacional de Educação Permanente em Saúde (EPS) tem seu foco na transformação das práticas educativas e de saúde utilizando a aprendizagem significativa, ou seja, que parte da problematização das realidades locais. Sendo assim, a comunidade e a equipe refletem sobre seus problemas do cotidiano e sobre sua maneira de agir diante deles, atentando principalmente à organização do trabalho em equipe e a qualidade da atenção individual e coletiva nesses espaços. Para colocar a EPS em prática é preciso que os gestores locais conheçam a Política e se empenhem como facilitadores desse processo em suas Unidades e por isso o objetivo desse trabalho de abordagem exploratória e qualitativa é identificar como esse processo de construção tem ocorrido nestes locais através de entrevistas semi-estruturadas com os gestores. Os resultados mostraram dificuldades dos gestores em trabalhar a EPS em suas equipes apesar de conseguirem identificar ações educativas em seu ambiente de trabalho. Concluiu-se que uma maneira de organizar o processo de trabalho e atingir a mudança na prática de forma a qualificar o cuidado do indivíduo e família, é a apropriação da ferramenta de EPS não apenas na parte conceitual, mas de forma a instituí-la no cotidiano dessas unidades, estimulando a participação de todos os elementos envolvidos. Lara, E.M.O. (1); Ogata, M.N. (1); Instituição: 1 - UFSCar; A Estratégia de Saúde da Família (ESF) foi implementada pelo Ministério da Saúde para reorientar os modelos de Atenção à Saúde seguindo os princípios do SUS de forma interdisciplinar, desenvolvendo relações de vínculo e responsabilização entre as equipes e a população adscrita para qualificação do cuidado dos indivíduos e suas famílias. É prevista também a valorização dos profissionais de saúde por meio do estímulo e acompanhamento constante de sua formação e capacitação e o estímulo da participação popular e do controle social nesses processos. Para garantir esse cuidado, a ESF prevê uma gestão compartilhada no campo micro de atuação entre o enfermeiro, dentista e médico local, que Instituição: 1 - USP; O fenômeno do envelhecimento populacional tem sido observado em todo o mundo e traz consigo o aumento da prevalência das demências destacando-se como mais freqüente a Doença de Alzheimer. O objetivo deste estudo é avaliar o efeito de um programa de exercícios físicos na capacidade funcional e qualidade de vida de pacientes com Doença de Alzheimer residentes em instituições asilares privadas do município de Ribeirão Preto. A amostra será constituída de 40 sujeitos com DA (diagnosticada de acordo com os critérios CID-10 e no DSM-IV), sendo 20 do grupo de intervenção que realizará o programa de exercícios tendo duração de 10 semanas, cada sessão terá uma hora sendo dividida em três fases: aquecimento, exercício aeróbico (dança), EFEITO DO EXERCÍCIO FÍSICO NA CAPACIDADE FUNCIONAL E QUALIDADE DE VIDA DE PACIENTES EDUCAÇÃO PERMANENTE EM SAÚDE: O QUE PEN- COM DOENÇA DE ALZHEIMER SAM OS GESTORES DA SAÚDE DA FAMÍLIA. Silva, F.M. (1); Santos, J.L.F. (1); Anais XII Congresso Paulista de Saúde Pública Saúde Soc. São Paulo, v.20, supl.1, 2011 206 exercícios resistidos e alongamento/relaxamento. Os outros 20 sujeitos farão parte do grupo controle que participará de uma roda de cantos com a mesma duração e frequencia das sessões de exercícios físicos. Antes de iniciar o programa de exercício e após a conclusão do programa será aplicado nos dois grupos o Índice de Barthel e a bateria de testes da AAHPERD para avaliar capacidade funcional e a escala de qualidade de vida para pacientes com doença de Alzheimer proposta por Logsdon para avaliar qualidade de vida. EFEITOS DA DIETA SOBRE A ADIPOSIDADE ABDOMINAL, AVALIADA PELO DIÂMETRO ABDOMINAL SAGITAL, DE ADULTOS OBESOS Callegari, A. (1); França, N.A.G. (1); Oliveira, E.P. (1); McLellan, K.C.P. (1); Burini, R.C. (1); Instituição: 1 - UNESP; Introdução: A hiperadiposidade visceral está relacionada diretamente com o aumento do risco de doenças cardiovasculares. Para avaliar essa adiposidade de modo prático e com baixo custo podemos utilizar o Diâmetro Abdominal Sagital (DAS). Estudos têm mostrado que esse parâmetro apresenta maior correlação com a gordura visceral quando comparado à circunferência abdominal. Sendo o estilo de vida um dos principais fatores associados a essa adiposidade, tem-se a dieta como importante variável influenciadora. Objetivo: O objetivo do trabalho foi associar o consumo dietético com o DAS de indivíduos adultos. Métodos: Participaram do estudo 472 ingressantes do programa de mudança de estilo de vida “Mexa-se Pró Saúde” (83% mulheres) com idade de 53,4±11,3 anos e Índice de Massa Corporal (IMC) de 30,8±6,5 kg/m2, indicando obesidade. A avaliação antropométrica foi realizada pela mensuração de peso e estatura para posterior cálculo do IMC. A medida do DAS foi realizada na altura da cicatriz umbilical, utilizando paquímetro. Para análise da dieta foi aplicado recordatório de 24 horas, calculado por meio do software NutWin, obtendo-se o valor calórico total da dieta (VCT), a quantidade de macronutrientes (% de carboidratos, % de proteínas, % de lipídios), colesterol, número de porções dos grupos alimentares, variedade da dieta e Índice de Alimentação Saudável (IAS). Os resultados foram descritos em média e desvio padrão e para análise estatística realizada correlação de Pearson ajustada. Utilizou-se o software STATISTICA 6.0 e o nível de significância adotado foi de 5%. Resultados Anais XII Congresso Paulista de Saúde Pública O valor de DAS das mulheres foi de 22,7±3,5 cm (normalidade= <20,1 cm) e dos homens 25,4±4,8 (normalidade= <23,1 cm) mostrando hiperadiposidade visceral para ambos os sexos. Correlacionando-se a dieta com o DAS, observou-se correlação positiva com porção de cereais (r=0,15), leguminosas (r=0,27) e carnes (r=0,22), colesterol (r=0,22), percentual de lipídios totais (r=0,17) e VCT (r=0,26) e correlação negativa com variedade da dieta (r=-0,18) e percentual de carboidratos (r=-0,19). Após ajuste para VCT, sexo e idade, obteve-se correlação negativa com a variedade (r=-0,15). Conclusão: Portanto, a dieta com baixa variedade de alimentos mostrou estar associada ao acúmulo de gordura visceral (maior valor de DAS). EFEITOS DA PARTICIPAÇÃO E INTERRUPÇÃO DO PROGRAMA PARA MUDANÇA DE ESTILO DE VIDA SOBRE ADIPOSIDADE ABDOMINAL E QUALIDADE DA DIETA DE ADULTOS OBESOS Siqueira, M (1); Michelin, E (1); França, N.A.G (1); McLellan, K.C.P (1); Burini, R.C (1); Instituição: 1 - UNESP; Introdução: Hábitos de vida saudáveis contribuem para a prevenção e tratamento das doenças crônicas. A baixa adesão a programas de mudança de estilo de vida pode dificultar a mudança comportamental tornando ineficiente o processo de promoção à saúde. Objetivo: Avaliar os efeitos da participação e da interrupção do programa para mudança de estilo de vida (MEV) sobre a composição corporal e qualidade da dieta de adultos obesos. Metodo: Foram avaliados 155 indivíduos, com idade média de 54,2±9,0 anos, de ambos os gêneros clinicamente triados para participação no programa MEV. Os participantes foram divididos em três grupos: grupo 1 (permanecem no programa); grupo 2 (interromperam o programa mas continuam fazendo exercício), e grupo 3 (interromperam o programa e pararam de fazer exercício). Os grupos foram avaliados em três momentos distintos: M0: momento inicial; M1: após 6 meses de participação no programa; M2: momento de reavaliação após em média 3,4 anos. Todos os participantes apresentaram avaliação antropométrica (índice de massa corporal – IMC, % gordura corporal - %GC, e circunferência abdominal – CA) e dietética (recordatório de 24 horas). A qualidade da dieta foi avaliada a partir do Índice de Alimentação Saudável (IAS). As análises estatísticas foram realizadas no programa SAS for Win- Saúde Soc. São Paulo, v.20, supl.1, 2011 207 dows, v. 9.2, com ajustes para gênero e idade, com nível de significância de 5%. Resultados Não foi observado alteração significativa na composição corporal (IMC e %GC) dos grupos nos três momentos avaliados. O grupo 1 apresentou aumento no consumo de hortaliças (p<0,05), fibras (p<0,05), e variedade da dieta (p<0,05), enquanto o grupo 2 apresentou aumento da CA (p<0,05), aumento no consumo de gordura total e saturada (p<0,05), diminuição no consumo de frutas (p<0,05), e piora da qualidade da dieta (p<0,05). Foi observado no grupo 3 reduções significativas do consumo de frutas e no valor do IAS, e aumento do consumo de gordura total, indicando uma piora na qualidade da dieta. Conclusão: O programa MEV mostrou-se eficiente para a melhora da qualidade alimentar de seus participantes, porém a interrupção do programa implicou em piora das práticas alimentares e aumento da adiposidade abdominal, mesmo aqueles que se mantiveram ativos. A manutenção da combinação de bons hábitos de vida por meio de exercício físico regular e dieta adequada são ferramentas para a promoção da saúde e fundamentais para a melhora da qualidade de vida da população. ELABORAÇÃO PARTICIPATIVA DE INDICADORES PARA OS CAPS III PAULISTAS Furtado, J.P. (1); Onocko Campos, R. (2); Surjus, L.T.L.S. (2); Emerich, B. (2); Chebli, S. (3); Kinker, F. (1); Instituição: 1 - Unifesp; 2 - Unicamp; 3 - Ministério da Saúde; Trata-se de pesquisa em curso, voltada para o desenvolvimento de indicadores de vários aspectos relacionados à gestão e atenção dos Caps III do estado de São Paulo e à deficiência intelectual. Ao menos dois trabalhadores de cada um dos Caps citados estão inseridos em um curso sobre avaliação em saúde mental desenvolvido no interior dessa pesquisa-intervenção. Em encontros mensais, em um dos campi das duas universidades parceiras, os alunos têm discussões pela manhã sobre temas específicos e, à tarde, oficina para elaboração de indicadores relativo ao tema discutido. Nesse momento, os indicadores definidos estão sendo aplicados nos respectivos serviços, o que subsidiará as discussões sobre a qualidade dos mesmos. Desse modo, estamos desenvolvendo importante experiência de aproximação academia-serviços e, sobretudo, efetiva avaliação participativa, por meio da construção coletiva de instrumentos, contribuindo para a criação de cultura avaliativa nessas instituições. Anais XII Congresso Paulista de Saúde Pública EMPREGO DO FLUCONAZOL, ITRACONAZOL E ANFOTERICINA B NO TRATAMENTO DE PACIENTES COM PARACOCCIDIOIDOMICOSE Zarifa Khoury (1); Raquel Fazioli (2); Alina Habert (1); Ricardo Minkoves (1); Instituição: 1 - Instituto de Infectologia Emilio Ribas; 2 - INSTITUTO ADOLFO LUTZ; A Paracoccidioidomicose (PCM) é uma micose sistêmica, prevalente na América Latina, sendo o Brasil o país que apresenta a maior casuística do mundo. O objetivo deste trabalho foi avaliar vários parâmetros clínicos e laboratoriais de um grupo de 20 pacientes com PCM tratados com fluconazol, itraconazol e anfotericina B acompanhados no Ambulatório de Micoses Profundas do Instituto de Infectologia Emilio Ribas (IIER) no período de setembro de 1993 até setembro de 2005. Os resultados obtidos demonstram que a idade dos pacientes variou entre 26 e 64 anos, sendo 18 do sexo masculino (90%) e 2 do sexo feminino (10%). Em relação aos fatores de risco 16 pacientes (80%) relataram tabagismo, nove (45%) tabagismo associado a etilismo, três (15%) doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) e dois (10%) tuberculose. Os dados epidemiológicos referem que 12 (60%) dos pacientes trabalhavam na agricultura. Quanto as formas clínicas oito (40%) apresentavam a forma aguda e 12 (60%) apresentavam a forma crônica. A relação CD4/CD8 mostrou-se variável. A sorologia inicial dos pacientes variou de 1:2 a 1:512. Quanto ao tratamento 15 (75%) pacientes foram tratados com anfotericina B (200 a 3.180 mg), 17 com fluconazol em doses iniciais de 800 mg/dia e oito com itraconazol em doses iniciais de 600 mg/dia. Os resultados quanto ao predomínio no sexo masculino, faixa etária, maior incidência em trabalhadores que exercem atividades ligadas ao manuseio da terra, tabagismo e etilismo concordam com os dados de literatura. Mesmo utilizando altas doses do fluconazol, não foi observado aumento das enzimas hepáticas (TGO e TGP), contrariando os dados de literatura que informam risco elevado de hepatotoxicidade dessa droga. O tempo médio de tratamento foi superior a 3 anos indicando a necessidade de um tratamento individualizado e a longo prazo. O tempo de acompanhamento variou de um a 12 anos. Observou-se um maior predomínio de formas clínicas disseminadas de PCM no IIER em relação a outros serviços. Não foi observado nenhum caso de recidiva indicando que a terapia medicamentosa empregada tem obtido Saúde Soc. São Paulo, v.20, supl.1, 2011 208 resultados satisfatório. Torna-se importante divulgar para a comunidade clínica a experiência e o sucesso no tratamento de pacientes com PCM deste serviço permitindo ampliar as opções de tratamento, bem como beneficiar os doentes com PCM. ENFRENTANDO O ESTRESSE E SUAS CONSEQUÊNCIAS NA VIDA ACADÊMICA E NO PROFISSIONAL DE ENFERMAGEM AIRES, T. S. O. et al (1); Instituição: 1 - Universidade Católica de Santos; Introdução: O estresse é um estado de tensão que causa uma ruptura no equilíbrio interno do organismo. o estudante de enfermagem quando entra na universidade vivencia diversas situações e sentimentos, entre eles: adaptação, amizade, problemas financeiros, trabalho, doença, medo do futuro, sofrimento, morte e desequilíbrio emocional. as atividades presentes no trabalho realizadas pelos enfermeiros levam ao estresse, relacionados a fatores psicossociais e atividades com grande responsabilidade, ocorrendo uma demanda da atenção referente à carga excessiva e levando ao estresse ocupacional. (1-7)do ponto de vista fisiológico, o estresse tem sido amplamente definido como uma resposta adaptativa que prepara o organismo, ou adapta, para uma dada situação. o mecanismo do estresse é caracterizado pela ativação do sistema nervoso autônomo e do eixo hipotálamo-pituitária-adrenal (hpa), que produz uma cascata de eventos neurobiológicos e neuroquímicos, como a liberação de adrenalin a e cortisol. (5-8-15) OBJETIVO: Realizar uma revisão sistemática de literatura sobre prevalência dos sintomas de estresse nos estudantes e profissionais de enfermagem. Métodos: Trata-se de um estudo de revisão de literatura. Foram utilizados artigos cientificos,publicados entre Março/Abril de 2005 a fevereiro 2011,em lingua portuguesa. O acesso aos artigos se deu através da base de dados BIREME, LILACS, IBECS, MEDLINE e SciELO. Foram selecionados 50artigos,dos quais somente 15 traziam o delineamento da pesquisa. Os descritores utilizados foram: Estresse na vida academica e nos profissionais de enfermagem. DISCUSSÃO: Os artigos apresentam que os graduandos e os profissionais de enfermagem têm mais dificuldade em conciliar o tempo e o lazer, fazendo com que isso se torne um grande fator de estresse. Os estudos mostram que ainda se faz necessário pesquisas em relação ao estresse, pois não há só uma causa e um sintoma, existe Anais XII Congresso Paulista de Saúde Pública uma multicasualidade, principalmente em indivíduos que tem pré–disposição a desenvolver doenças cardíacas e neuropsicológicas. (7-11-14) CONSIDERAÇÕES FINAIS: O estresse é uma doença decorrente da relação ambiente, individuo e trabalho. É caracterizada pela forma adaptativa do organismo em uma fase de luta ou fuga. Os profissionais enfermeiros e os graduandos tem dificuldade de conciliar o tempo e lazer, fazendo com que isso repercuta nos padrões do sono que se torna ineficaz como excesso da carga de trabalho. ENSINO NA COMUNIDADE E O PERFIL DAS FAMÍLIAS VISITADAS POR ESTUDANTES DOS CURSOS MEDICINA E ENFERMAGEM: ASPECTOS SOCIOECONÔMICOS E DEMOGRÁFICOS ALBUQUERQUE, A.B.B (1); Instituição: 1 - FMB-UNESP; O presente trabalho será desenvolvido para caracterizar as famílias que recebem visitas domiciliares realizadas por estudantes dos 1º e 2º anos de graduação em medicina e enfermagem na Disciplina de Interação Universidade Serviço Comunidade (IUSC I e II), durante o ano de 2011. A Disciplina Interação Universidade Serviço Comunidade (IUSC I e II) promove o vínculo entre os alunos de medicina e enfermagem e institui uma relação entre ensino-aprendizagem com profissionais e equipes de saúde em função da saúde da população, priorizando as atividades de ensino em campo, dando ênfase à prática e ao conhecimento teórico vivenciado na comunidade, como também, o conhecimento da realidade e o meio em que vivem essas famílias. Para obter os dados será feito uma entrevista seguida da aplicação de um questionário elaborado, semi-estruturado, onde serão levantadas características sócio-econômicas dessas famílias. Serão estudadas 240 famílias pertencentes às áreas de abrangência de unidades de saúde cadastradas na Secretaria Municipal de Saúde de Botucatu. Será utilizado o programa estatístico Epi-Info 6.04 ou SPSS/WindowsÒ (versão 10.5) para elaboração do banco de dados e análise estatística. Será considerado nível de significância de 5%. Existe a necessidade de possibilitar aos alunos, equipes de saúde e comunidade uma maior troca de experiências durante as atividades que estão sendo realizadas no IUSC, dentre elas a visita domiciliar. Nesse sentido, obtém-se o conhecimento da realidade em que vivem essas famílias, visto que, o foco principal do IUSC é a prevenção e a promoção da Saúde Soc. São Paulo, v.20, supl.1, 2011 209 saúde e da qualidade de vida da população no contexto do SUS. A idéia deste estudo é obter essas informações que serão de grande valia para melhoria da qualidade das atividades programadas com os estudantes dos cursos de Medicina e Enfermagem da Faculdade de Medicina de Botucatu/UNESP. ENTRE A LUZ E AS SOMBRAS: TERRITÓRIO, NECESSIDADES E POLÍTICAS SOCIAIS VOLTADAS PARA AS MULHERES NO EXERCÍCIO DA PROSTITUIÇÃO AMARAL, D.P. (1); MIRA, M.L.G. (2); Instituição: 1 - CSEBF; 2 - FAVC; As condições de vida das mulheres que exercem a prostituição na região central da cidade de São Paulo (imediações do Parque da Luz) compõem um estudo amplo realizado em 2009, proposto por convênio entre a Prefeitura de São Paulo, a Comunidade Européia e a Fundação Arnaldo Vieira de Carvalho (mantenedora da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo), de observação das necessidades de populações que não são atingidas pelas políticas públicas de cunho universal, objetivando a construção de conhecimento e metodologias de abordagem. Este trabalho buscou observar as necessidades de mulheres que exercem a prostituição no centro do município de São Paulo e que têm dificuldade de acesso a políticas sociais de cunho universal. Realizada por meio de metodologia qualitativa pretendeu entender a trajetória de vida que as levou até a situação vivenciada, como organizavam o seu cotidiano bem como a construção de possibilidades para o futuro. Objetivava buscar conhecimento para subsidiar a construção de metodologias de trabalho, bem como, propostas para as políticas sociais através da integração entre o poder público municipal e universidades. Foram escolhidos equipamentos públicos voltados para as políticas de saúde, da assistência social, além de três instituições não estatais que trabalhavam com a população estudada. Embora existam políticas públicas nas áreas sociais, elas não são direcionadas às necessidades das mulheres que exercem a prostituição no Parque da Luz. As políticas de saúde, por exemplo, se aproximam quase que exclusivamente, com o Programa de DST/AIDS, respondendo à atividade por elas exercida, não incorporando a perspectiva de um atendimento integral. O acesso efetivo e integral às políticas sociais deveria incorporar áreas como a segurança pública, transporte, educação e cuidados de Anais XII Congresso Paulista de Saúde Pública suas crianças e adolescentes, entre outras. A questão da violência aparece como um fator de difícil solução. Considerando o estigma como fator decisivo nas relações sociais observadas neste trabalho, uma das ações necessárias para o acesso às políticas sociais pela população em estudo, seria capacitar trabalhadores a partir da discussão sobre o preconceito. Contudo, qualquer ação que objetive a aproximação das necessidades dessa população, deverá entendê-la como sujeito, para que esteja próxima de sua realidade, seja efetiva, e construa possibilidades afirmativas de cidadania a partir de seus reais interesses. ENTRE O VISITANTE E O ANFITRIÃO: A ABORDAGEM DOMICILIAR NOS CENTROS DE ATENÇÃO PSICOSSOCIAL LEONARDI, Fabricio G. (1); FURTADO, Juarez P. (1); Instituição: 1 - UNIFESP; Ao assumir um papel estratégico na articulação com outros serviços na atenção aos usuários portadores transtornos mentais graves, os CAPS (Centros de Atenção Psicossocial) se propõem a assumir funções na assistência direta ao usuário e sua família, trabalhando na perspectiva de promoção da vida comunitária e da autonomia dos usuários, bem como articulando recursos existentes em outras redes: sociais, jurídicas, cooperativas de trabalho, escolas, etc. A aposta em serviços de base territorial, recoloca a relação da equipe de trabalho com a família e com o domicilio dos portadores de transtornos mentais graves. Apesar dos avanços obtidos na perspectiva preconizada pelos Programas de Saúde da Família (PSF) que já investem na abordagem e acompanhamento domiciliar, a relação com os serviços e equipes de Saúde Mental, assim como a reflexão sobre os conceitos e práticas da abordagem domiciliar em saúde mental no território precisam ser melhor exploradas. Nesse sentido, a proposta desta pesquisa busca, a partir de uma abordagem etnográfica e participativa, elementos que subsidiem uma discussão sobre as visitas domiciliares, tanto a partir da equipe de profissionais CAPS que as realizam, os “visitantes”, quanto dos usuários e familiares que são seus beneficiários, os “anfitriões”. A imersão no cotidiano e a aproximação das demandas dos serviços nos colocam na perspectiva de investigar a relação teoria/ prática, instrumentos técnico-operativos e concepções teórico-metodológicas relacionando-os à a necessida- Saúde Soc. São Paulo, v.20, supl.1, 2011 210 de de se criarem critérios e estratégias de avaliação sobre visitas domiciliares em Saúde Mental, no atual contexto as Reforma Psiquiátrica no Brasil. O estudo em questão está sendo realizado no município de Diadema a partir de uma intervenção da Coordenação de Saúde Mental em parceria com a Atenção Básica no sentido de reordenar os atendimentos e equacionar os desafios advindos da atenção aos usuários da Saúde Mental no terrotório, numa perspectiva participativa. Preliminarmente, as observações já realizadas apontam para questões a serem desenvolvidas como: organização e fluxos de atendimentos e ações de saúde, especificidades do poder e cultura locais, exclusão social e violência, adesão aos serviços e integralidade no cuidado, estratégias de equipe e de rede, condições de moradia e trabalho, etc. EQUIDADE SÓ NO PAPEL? FORMAS DE PRECONCEITO NO SUS E A EQUIDADE Oliveira, RA (1); Aragão, JA (2); Gellacic, AS (1); Souza, FE (2); Zerbinatti, AS (2); Instituição: 1 - FSP-USP; 2 - IS-SES/SP; Introdução: Ao SUS compete a discriminação positiva que visa assegurar o acesso de grupos excluídos, considerando as desigualdades de condições decorrentes da organização social. No entanto, práticas de preconceito, a partir de classes profissionais, vêm à tona, manifestando o sofrimento de usuários do sistema de saúde, fato este que prejudica a acessibilidade e a equidade. Objetivo: Discutir o princípio de equidade do SUS em relação ao preconceito, a partir de exemplos de situações de preconceito de profissionais da saúde para com usuários. Método: Revisão retrospectiva de artigos científicos e outras publicações entre 1996-2009 em estudos indexados nas bases de dados da coleção SCIELO, Centro de Informação e Referência em Saúde Pública da Faculdade de Saúde Pública da USP, Biblioteca Padre Inocente Radrizzani e Núcleo de Documentação e Informação do Instituto de Saúde. Resultados: Atenção à saúde da mulher negra: Na assistência pré-natal e ao parto, cujas ações foram marcadas pela discriminação, sobretudo entre mulheres de cor de pele parda e negra com menor nível de escolaridade. Evidenciada pelas dificuldades em momentos distintos do parto como, por exemplo, no parto vaginal, onde Anais XII Congresso Paulista de Saúde Pública negras, em maior proporção, não receberam anestesia ao comparar-se com as mulheres brancas. Portadores do vírus HIV: Profissionais da saúde entrevistados sobre suas experiências em cuidar de pessoas com HIV/Aids mantêm depoimentos que demonstraram a persistência do preconceito. Usuários de álcool e drogas: Identificou-se a partir de relatos de profissionais de saúde queixas que evidenciaram dificuldade em compreender problemas vinculados ao vício, como tumulto causado pelos usuários e falta de adesão ao tratamento. Além disso, acreditavam que as questões envolvidas com o fator droga fogem de suas atribuições, se encarregando apenas de funções técnicas. População idosa: Num serviço de emergência do SUS, constatou-se maus tratos dispensados aos idosos que buscavam esses serviços. Situações como peregrinação, falta de escuta, rispidez, negligência, maus tratos, e outros, evidenciaram prejuízos no atendimento ao idoso. Conclusões: As políticas de saúde estão voltadas para a justiça social, principalmente para os grupos em que se evidenciou maior impacto do preconceito. Sendo assim, se faz presente a possibilidade de políticas equitativas desde que o atendimento ao usuário seja norteado pelos princípios do SUS e não por crenças e valores sociais e/ou pessoais. ESCOLA PROMOTORA DE SAÚDE: UM DESAFIO INTERSETORIAL Viera, G.I. (1); Alves, J. S. (1); Oliveira, S.C. (1); Pereira, I.M.T.B. (1); Pelicioni, M.C.F. (1); Instituição: 1 - FSP/USP; Introdução: De acordo com a Organização Pan-americana da Saúde (OPAS), a promoção da saúde, no âmbito escolar, parte de uma visão integral e multidisciplinar, que considera as pessoas em seus diferentes contextos. As ações concretizam-se em diversos espaços, como os ambientes de trabalho e as escolas, nos quais essas ações têm sido propostas, procurando-se fortalecer o protagonismo do nível local, incentivando a intersetorialidade e a participação social. Objetivos: Buscar na literatura os diferentes significados dos termos relacionados à Escola Promotora de Saúde (EPS); Descrever o processo de criação e implementação das EPS. Método: Foi realizada uma busca de documentos dos seguintes órgãos: Ministério da Educação (ME), Ministério da Saúde (MS), Organização Mundial da Saúde (OMS) e Saúde Soc. São Paulo, v.20, supl.1, 2011 211 OPAS. Buscou-se também, nas Bibliotecas Virtuais em Saúde, artigos relacionados ao tema, a partir das seguintes palavras-chave: saúde escolar, saúde na escola, promoção da saúde na escola, educação em saúde, educação para a saúde, educação popular em saúde. Inicialmente foi realizada a leitura dos títulos, na seqüência, dos resumos e finalmente, a leitura dos textos restantes na íntegra. Resultados Nas tradições acumuladas no campo da saúde e na escola foram cunhados termos e expressões que adquiriam sentidos de acordo com as características dos projetos que representaram e/ou representam. As EPS constituem uma iniciativa de caráter mundial que tem como antecedente a Rede Européia de EPS, articulada pela OMS em 1992. Foram lançadas pela OPAS/OMS na América Latina e do Caribe em 1995, com o objetivo de fortalecer e ampliar a colaboração entre os setores de saúde e educação nas práticas de saúde escolar, incluindo apoio e cooperação dos pais e da comunidade e impulsionando políticas na comunidade escolar. Portanto, facilitam o planejamento estratégico e a execução de programas na escola, abrangendo educação em saúde e capacitação em habilidades para estilos de vida e comportamentos sadios, criação e desenvolvimento de ambientes saudáveis, provisão de serviços de saúde e alimentação, assim como promoção de uma vida ativa. Conclusão: Novos relatos de experiências poderiam fortalecer a consciência de líderes políticos e funcionários dos Estados Membros responsáveis pelas decisões nos MS, ME e outros setores, de líderes de opinião e atores estratégicos vinculados aos setores não-governamentais, sobre o compromisso de continuar progredindo em relação ao potencial das EPS. ESPIRITUALIDADE NA ASSISTÊNCIA: O SIGNIFICADO NO CONTEXTO DO ACADÊMICO DE ENFERMAGEM. Frazili, RTV (1); Oliveira, FF (1); Ribeiro, AS (1); Mascarini, DFSS (1); Leite, LR (1); Instituição: 1 - FATEA; Introdução: O modelo do sistema de cuidado de saúde refere que a pessoa é um ser aberto que interage com o meio externo, possui linhas de energia que mantém harmonia entre o interior e o exterior, por isso acreditase que não somos apenas corpos e sim espíritos, por isso a importância de cuidar também da espiritualidade. Objetivo: desvelar os significados da espiritualidade Anais XII Congresso Paulista de Saúde Pública emergentes de acadêmicos de enfermagem do ultimo ano de graduação e identificar a relação existente entre espiritualidade e a dimensão do cuidar. Metodologia: estudo descritivo, exploratório, de campo e de abordagem qualitativa; com análise de conteúdo de Bardin. A coleta de dados foi realizada por meio de entrevista semi-estruturada com nove discentes de enfermagem do ultimo ano de graduação que atuavam na prática, em acordo ao Comitê de Ética e Pesquisa, com parecer 47/2010. Resultados emergiram três categorias centrais e duas subcategorias que compõe o corpo de discussão desse trabalho “A dimensão espiritual e seus significados”; “Espiritualidade, fé e cura” e “A assistência espiritual e o ensino na enfermagem”. Conclusão: Existe falta de clareza também para os discentes de enfermagem sobre o que é a espiritualidade; outro aspecto importante é o questionamento pessoal que o tema provoca com relação a sua base religiosa, sobre sua concepção de homem e o sentido da vida; questões que geram conflitos íntimos muitas vezes não conclusivos. Ficou evidenciado que é necessária a discussão formal desta temática no ensino de graduação em enfermagem por que a essência do trabalho da enfermagem é o cuidar. Descritores: Espiritualidade, Enfermagem, Assistência Espiritual, Ensino de Enfermagem. ESTRATIFICAÇÃO DO GRAU DE RISCO CARDIOVASCULAR EM PACIENTES CADASTRADOS EM UNIDADE DE SAÚDE DE ATENÇÃO PRIMÁRIA EM BELO HORIZONTE FLORINDO, L.V. (1); Instituição: 1 - UFMG/ Nescon; Introdução: Este estudo iniciou-se a partir da observação de que não havia um programa específico de atenção aos hipertensos cadastrados em determinada Unidade Básica de Saúde de Belo Horizonte, algo que seria fundamental na atenção primária, para prevenção de agravos, recuperação e promoção da saúde desses usuários. Objetivo: Realizar um levantamento estratificado do risco cardiovascular dos pacientes hipertensos vinculados à Equipe 01 do Centro de Saúde São Tomás em Belo Horizonte, Minas Gerais. Métodos: Tratou-se de uma pesquisa de caráter descritivo e quantitativo, através da qual foram coletados dados a partir de prontuários dos hipertensos. Os Saúde Soc. São Paulo, v.20, supl.1, 2011 212 prontuários foram selecionados de acordo com a atualização recente de exames e presença de informação acerca de características dos pacientes tais como: idade, sexo, pressão arterial, tabagismo, etilismo, peso, circunferência abdominal, dislipidemia, diabetes, histórico de doenças cardiovasculares precoces na família, lesões de órgãos alvo, condições clínicas associadas, doença renal crônica e síndrome metabólica. Foram selecionados 115 hipertensos pertencentes à Equipe 01 para inclusão na pesquisa , para cada fator de risco, foram diferenciadas a prevalência entre mulheres e homens. Resultados Além da hipertensão arterial, os fatores de risco cardiovascular com maior prevalência foram: excesso de peso (77,4%), aumento do perímetro abdominal (66,1%), idade (57,4%), síndrome metabólica (32,2%) e Diabetes mellitus (39,1%). Já dislipidemia (13,9%), tabagismo (12,2%), condições clínicas associadas (11,3%), o histórico de DCV precoce na família (9,5%), doença renal crônicas (9,5%), etilismo (7,8%), e as lesões em órgãos alvo (5,2%) apresentaram menor prevalência. O Risco Cardiovascular Global dos hipertensos foi levantado e concluiu-se que 54% têm risco alto ou muito alto de desenvolver doenças cardiovasculares (DCV), 28% têm risco moderado e 18% possuem risco basal ou baixo risco. Conclusão: O estudo permitiu uma visualização ampla e específica da população hipertensa, demonstrando que quanto mais avançada a idade, maior o risco de DCV. Possibilitou ainda a obtenção de dados para um planejamento de ações que possam prevenir agravos e tratar precocemente aqueles que surgirem, além de promover melhor qualidade de vida aos hipertensos usuários dos serviços prestados pela Unidade Básica de Saúde. de APS no mundo. Na medida em que delega múltiplas e complexas atribuições às suas equipes, com elevado grau de responsabilidade sanitária nos territórios atendidos, é esperado um risco psicossocial e de estresse ocupacional aumentado entre os profissionais e equipes da ESF. Objetivos: Realizar uma revisão da literatura sobre o tema de estresse ocupacional entre profissionais da ESF. Método: Revisão narrativa da literatura, nas bases de dados Bireme, Scielo e Medline, com utilização dos seguintes descritores em português e inglês: estresse ocupacional; qualidade de vida; Programa Saúde da Família. Resultados Foram encontrados 62 artigos, dos quais foram selecionados 25, sendo excluídos os artigos cuja temática não atendia ao objetivo desse estudo. A maioria dos estudos constatou a presença de níveis elevados de estresse entre esses profissionais, com predominância de sintomas em mais de 50% dos sujeitos, incluindo sintomas físicos e psicológicos. Em relação à equipe nuclear da ESF, composta por médicos, enfermeiros, auxiliares de enfermagem e agentes comunitários de saúde (ACS), destaca-se a maior prevalência de pesquisas evolvendo enfermeiros e ACS. Os principais riscos psicossociais identificados foram: falta de capacitação, sobrecarga de papéis e de carga horária laboral, vínculos de trabalho precário, conflitos e dificuldades de comunicação nas equipes, dificuldade para conciliar trabalho e família, recursos humanos e materiais insuficientes. Conclusão: Frente à literatura revisada, pode-se concluir que os profissionais da ESF estão expostos a vários fatores de risco para o estresse ocupacional, apresentando elevada prevalência de sintomas físicos e psicológicos relacionados. O pequeno número de artigos encontrados e a prevalência de estudos sobre enfermeiros e ACS, indicam a escassez da produção científica sobre esse importante tema de saúde pública. ESTRESSE OCUPACIONAL ENTRE PROFISSIONAIS DA ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA (ESF): UMA ESTUDO DE CONFIABILIDADE E VALIDADE DA ESCALA DE AVALIAÇÃO DA INTERAÇÃO MÃE-BEBÊ REVISÃO DA LITERATURA NO PERÍODO PERINATAL. Leonelli, L.B. (1); Demarzo, M.M.P. (1); Kozasa, E.H. (1); Andreoni, S. (1); Instituição: 1 - UNIFESP; Introdução: O Ministério da Saúde entende a ESF como principal reorganizadora da Atenção Primária à Saúde (APS) no Sistema Único de Saúde (SUS). Com 31.961 equipes implantadas até abril de 2011 em 5.279 municípios e com 101 milhões de usuários em atendimento, a ESF se constitui numa das maiores coberturas populacionais Anais XII Congresso Paulista de Saúde Pública Torii, T. S. (1); Lacerda, S. S. (1); Caiuby, A. V. S. (1); Nascimento, C. L. (1); Quintana, M. I. (1); Moreira, F. G. (1); Santos, J. M. M. (2); Andreoli, P. B. A. (2); Andreoli, S. B. (1); Instituição: 1 - Universidade Federal de São Paulo; 2 Hospital Israelita Albert Einstein; Introdução: A interação que se estabelece entre a mãe e seu bebê desde antes do nascimento tem sido objeto Saúde Soc. São Paulo, v.20, supl.1, 2011 213 de muitos estudos principalmente no que se refere ao fortalecimento do vínculo mãe-bebê e posterior desenvolvimento da criança. Objetivo: avaliar as características psicométricas da versão para o português brasileiro da Escala de Avaliação da Interação Mãe-Bebê. Método: participaram 71 puérperas que realizavam acompanhamento em programa pré-natal em Unidades Básicas de Saúde (UBS), moradoras de uma comunidade em situação de vulnerabilidade social na região sudoeste de São Paulo. A avaliação foi feita na maternidade até o segundo dia do parto, por meio de uma filmagem da amamentação, a qual foi posteriormente analisadas de forma independente por 2 avaliadores previamente treinados na aplicação da Escala de Avaliação da Interação mãe-bebê. Análise estatística: O coeficiente de correlação Intraclasse (ICC) foi utilizado no estudo da confiabilidade e a validação de construto estudada por meio da análise de principais componentes (APC). Resultados Noventa e seis por cento das participantes eram primíparas, média de 9,9 (dp=2,3) anos de escolarização formal, renda média de 1.221 (DP=852) reais, 83% eram casadas ou moravam com companheiro, 45% estavam empregadas. No geral a escala apresentou boa concordância. Dos 26 itens avaliados, os ICC variaram de 0,43 a 0,93, sendo 19 com ICC acima de 0,60. Na APC foram extraído 7 fatores que explicaram 75,6% da variância. Destes, o primeiro fator, o qual explica a maior parte da variância dos dados, e o terceiro contém itens que mostram a associação de comportamentos da mãe e do bebê, além deste, o segundo, quarto, quinto e sétimo são fatores reúnem comportamentos exclusivamente da mãe e o sexto fator com comportamento do bebê. Conclusão: a escala de avaliação da interação mãe-bebê possui boa confiabilidade e a estrutura extraída pela ACP confirma a capacidade da escala, sobretudo os fatores 1 e 3 em avaliar os comportamentos da interação da mãe e do bebê. ESTUDO DOS SINAIS E SINTOMAS OSTEOMUSCULARES RELACIONADOS AO TRABALHO EM FUNCIONÁRIOS DE UMA CONSTRUTORA CIVIL Lopes, C. M. U. (1); Santos, A. D. (1); Nogueira, C. G. R. (1); Martins, K. T. (2); Instituição: 1 - Faculdade Leão Sampaio; 2 - Universidade de São Paulo; Introdução: Os trabalhadores da construção civil desenvolvem uma atividade pesada, que exige do profissional a ativação da força muscular, dificultando assim o modo de padrões posturais corretos, acarretando o uso Anais XII Congresso Paulista de Saúde Pública excessivo da musculatura e desencadeando possíveis doenças ocupacionais. Objetivo: Analisar a prevalência dos sinais e sintomas osteomusculares relacionados ao trabalho em funcionários da construção civil na cidade de Juazeiro do Norte-Ceará. Metodologia: Esta pesquisa aborda um estudo quantitativo-descritivo de campo, transversal, com dados primários. A amostra foi de 30 funcionários do sexo masculino de uma construtora civil do município de Juazeiro do Norte – Ce, mas foram excluídos 2 funcionários que não se enquadraram nos critérios de inclusão. A pesquisa foi realizada em abril de 2011. O instrumento utilizado foi o questionário Nórdico de Sintomas Osteomusculares – QNSO, versão adaptada por Serranheira et al (2003). Foi utilizado o pacote estatístico SPSS versão 19.0 for Windows para tabulação e análise dos dados. Resultados O sexo masculino predominou com 100% no estudo, com carga horária de 45 horas semanais. A média de idade da amostra foi de 35 anos, 68±10,99 anos, esta variando entre 20 e 68 anos, mostrando-se heterogênea. Foi verificada uma média de massa corporal de 66,68±7,80 kg e estatura de 1,70±7,46 metros. Assumem a função de pedreiro (42,9%), e o principal instrumento utilizado é a colher. A jornada de trabalho dos funcionários dessa empresa varia de 40 a 48 horas por semana. As queixas mais comuns de dores foram a região lombar (37,03%), punhos (25,92%), região dorsal (14,81%), ombros (14,81%), pernas e cotovelos com 3,70% cada um. Foi verificado que (37%) dos entrevistados relataram ter sentido algum tipo de desconforto nos últimos sete dias. Enquanto (63%) não relataram nenhum tipo de algia. A maioria dos trabalhadores (77,8%) não necessita se ausentar do trabalho. Conclusão: Sugere-se que seja realizada uma pesquisa com uma amostra maior, de ambos os sexos e que seja observada a postura adotada que cada profissional desempenha na área da construção civil, realizando orientações a estes trabalhadores, evitando ou retardando assim o aparecimento de DORT´S. ESTUDO EPIDEMIOLÓGICO DE PACIENTES INTERNADOS NA UNIDADE DE QUEIMADOS DO HOSPITAL DAS CLÍNICAS DA FACULDADE DE MEDICINA DE RIBEIRÃO PRETO – UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO – BRASIL Matos, M. S. (1); Gonçalves, A. C. (2); Echevarría-Guanilo, M. E. (3); Rossi, L. A. (4); Fonseca, M. C. R. F. (1); Farina Júior, J. A. (1); Saúde Soc. São Paulo, v.20, supl.1, 2011 214 Instituição: 1 - FMRP-USP; 2 - HCFMRP-USP; 3 - FENUSPEL; 4 - EERP-USP; Introdução: As queimaduras são acidentes relevantes nos países da América Latina, entre estes, o Brasil, não somente pela alta mortalidade, mas por deixarem sequelas estético-funcionais e emocionais, sendo assim um sério problema de Saúde Pública. Objetivo: Descrever o perfil epidemiológico das crianças e jovens internados na Unidade de Queimados do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto - Universidade de São Paulo (HCFMRP-USP). Material e Método: Coleta de dados de 694 prontuários de pacientes atendidos no período de 01 de janeiro de 1999 a 31 de dezembro de 2009, na faixa etária de 0 a 18 anos. Foram identificados os principais agentes causais, tipo de acidente, faixa etária, sexo, porcentagem de superfície corpórea queimada (SCQ), dentre outros. Resultados Do total de pacientes, 430 (61,96%) eram do sexo masculino, com SCQ variando de 0,2 a 96 % (10,0±13,12). Os líquidos superaquecidos (22,48%) e o álcool (13,98%) foram os agentes mais comuns, sendo que 64,99% dos acidentes ocorreram no domicílio. A faixa etária mais atingida foi de zero a três anos. As cirurgias reparadoras representaram 40,78% das internações. Conclusões: O maior número de acidentes ainda ocorre nos domicílios, em crianças e jovens do sexo masculino, sendo os líquidos superaquecidos e o álcool os agentes mais frequentes. O grande número de cirurgias reparadoras demonstra a importância do acompanhamento multiprofissional de crianças vítimas de queimaduras para prevenção de sequelas que possam comprometer sua qualidade de vida, assim como campanhas preventivas eficientes. ESTUDO ETNOGRÁFICO SOBRE A MEDICINA ANTROPOSÓFICA NA COMUNIDADE DEMÉTRIA/ BOTUCATU. Bastos, R.L. (1); Pereira, P.P.G. (1); Instituição: 1 - Unifesp; Introdução. O presente estudo de doutorado se situa nos estudos sobre “Racionalidades Médicas”, investigando especificamente a racionalidade da Medicina Ampliada pela Antroposofia e as práticas terapêuticas oferecidas em uma Comunidade Antroposófica, localizada no Bairro Demétria, situada no interior do estado de São Paulo, na cidade de Botucatu. O objetivo da pesquisa é verificar nas práticas de saúde da comu- Anais XII Congresso Paulista de Saúde Pública nidade, primeiro, a existência das cinco dimensões da racionalidade médica, depois, a eficácia simbólica em casos específicos de tratamento terapêutico dos moradores da comunidade. O método etnográfico se apresenta como a abordagem teórico-metodológica capaz de oferecer experiências inovadoras na construção do conhecimento na saúde coletiva, por ter um caráter relacional – saúde, cultura e produzidas na interface dos saberes das ciências sociais e humanidades. Nesta fase da investigação nos apoiamos na literatura alemã, na intenção de colaborar, de forma contextualizada, com a “tradutibilidade terapêutica” da produção destas novas práticas do cuidado. Os resultados parciais apresentam os cinco princípios cosmológicos estruturantes da Medicina Antroposófica: holismo, vitalismo, espiritualismo, períodos vitais, sete astros. Os princípios cosmológicos da medicina antroposófica apresentam também o desafio de compreender a racionalidade médica dentro de um imaginário coletivo místico germânico que resgata nomes e categorias mitológicas, utilizando uma linguagem mitopoiética. O fundador da Antroposofia, Rudolf Steiner, segue os passos de Goethe ao tomar a Bildung como princípio pedagógico da formação humanista, no qual o autoaperfeiçoamento individual é visto como produto do cultivo da sensibilidade artística e da civilização. A Bildung é uma palavra-conceito cunhada durante o Romantismo Alemão que expressa, sobretudo, o processo de formação cultural germânico, sendo considerada a idéia mais importante do século XVIII, trazendo noções – como “arte”, “visão de mundo”, “vivência”, “símbolo” – que, hoje, parecem-nos atemporais, revelando a maneira como uma época histórica articula a sua compreensão de mundo, principalmente por meio dos elementos explícitos no Bildungsroman de Goethe ‘Os anos de aprendizado de Wilhelm Meister’. EXPERIÊNCIAS DE MORADORES EM SERVIÇOS RESIDENCIAIS TERAPÊUTICOS: UM ESTUDO INTERDISCIPLINAR E MULTICÊNTRICO Nakamura, E. (1); Baltazar, A.P. (2); Guerra, A.M.C (2); Tugny, A. (2); Generoso, C. (2); Carvalho, E.N. (1); Campos, F.C.B. (1); Kapp, S. (2); Furtado, J.P. (1); Instituição: 1 - UNIFESP - CAMPUS BAIXADA SANTISTA; 2 - UFMG; Uma pesquisa avaliativa qualitativa interdisciplinar e multicêntrica (CNPq/MS-Decit), realizada em três Saúde Soc. São Paulo, v.20, supl.1, 2011 215 municípios brasileiros buscou avaliar, das perspectivas da antropologia, arquitetura, psicanálise e saúde coletiva, como os portadores de sofrimento mental grave, moradores de Serviços Residenciais Terapêuticos (SRTs), constituem sua habitação (habitus) e como se inserem socialmente. Adotou-se o método etnográfico e as técnicas de observação participante e entrevistas em profundidade. Foram observados dois SRTs em cada município e entrevistados dez moradores. Para a antropologia, a disposição de espaços e objetos nos SRTs segue uma padronização; são casas estruturadas por “outros”, os poderes públicos locais, com pouca possibilidade dos moradores de manifestarem seus gostos. Há uma indefinição na delimitação dos espaços: espaços de moradores ou de cuidadores, mais ou menos comuns, públicos ou privados; apesar de alguns espaços serem destinados à sociabilidade entre moradores. Para a psicanálise, os SRTs, enquanto representantes do Outro do cuidado, ainda são pouco expressivos na potencialização das formas criativas, singulares, de habitar, esboçadas por cada morador, os quais apresentam certa dificuldade de construção de um estilo próprio de lidar com a vida e consigo mesmo, sobressaindo a ideia de casa conforme uma visão mais padronizada e engessada por modelos sociais universais. Para a arquitetura, os SRTs pesquisados estão instalados em casas com um conjunto de formulações espaciais, que revelam habitus específicos à classe social à qual foram destinadas em sua construção; correspondem no geral à tipologia da casa de família de classe média, dificultando aos moradores reconstruir sua subjetividade social. Para a saúde coletiva, chama a atenção a constante presença de cuidadores nos SRTs, principal ator social e às vezes único interlocutor dos moradores; o risco da coletivização na condução dos cuidados ou da não adaptação da atenção às nuances apresentadas por cada morador; e modos de estruturar a assistência que impedem certo resguardo do morador de seu entorno. Os SRTs configuram-se como casas padronizadas nas quais se revelam tensões entre a ideia de casa — espaço privativo — e a concepção de serviço — espaço público e regulado por diversas instâncias, restringindo a expressão de um estilo próprio dos moradores; a ausência de privacidade; a coibição de suas manifestações autônomas pela mediação da vida cotidiana pelos cuidadores. Anais XII Congresso Paulista de Saúde Pública FATORES QUE CAUSAM ESTRESSE NOS PROFISSIONAIS DE SAÚDE DO PROGARAMA DE SAÚDE DA FAMILIA Conceição, Luciana da (1); Instituição: 1 - UNIP; Resumo: O estresse ocupacional é um problema que acomete cada vez mais os profissionais da enfermagem que atuam no Programa da Saúde da Família. No presente estudo objetivou-se indicar as fontes geradoras de estresse nesses trabalhadores, utilizando-se da metodologia de revisão de literatura, com abordagem qualitativa, mediante pesquisa bibliográfica e eletrônica principalmente das bases de dados Literatura Latino-Americana e do Caribe (LILACS), Scientific Eletronic Library Online (Scielo), Revista de Enfermagem Nursing e Revista de Saúde Pública no período de 1999 a 2010. Foram analisados 12 artigos e identificados como fatores estressores: a organização e implantação dos PSF’s, a falta de preparo dos profissionais de enfermagem para trabalhar no modelo proposto, o trabalho com metas, a falta de estrutura adequada dos PSF’s, materiais e recursos insuficientes, a não valorização desses profissionais, o sentimento de impotência frente à incapacidade de sanar a demanda da população. Assim conclui-se que o PSF foi implantado como caráter verticalizador e focalizador não levando em consideração a diversidade dos municípios e suas demandas, que a equipe não está devidamente preparada para atuar no programa, além de ter que cumprir as metas. Esses fatores refletem na saúde do trabalhador levando-o a desenvolver o estresse ocupacional frente a incapacidade de lidar com os problemas decorrentes do seu dia-a-dia em seu ambiente de trabalho. Palavras-chaves: Enfermagem, Programa de Saúde da Família (PSF), Estresse e Estresse Ocupacional. FLUXOGRAMA DE ATENDIMENTO PARA CASOS SUSPEITOS DE DENGUE E DE AMOSTRAS DE SANGUE PARA HEMOGRAMA E SOROLOGIA EM UM CENTRO MUNICIPAL DE SAÚDE DO RIO DE JANEIRO Pereira, K. B. C. (1); Ribeiro, I. M. (1); Picone, T. S. F. (2); Dames, G. P. (2); Instituição: 1 - UNIRIO; 2 - Prefeitura do Rio de Janeiro; Saúde Soc. São Paulo, v.20, supl.1, 2011 216 O atendimento precoce com a conduta médica apropriada para cada caso suspeito de dengue pode ser determinante, e para isso torna-se importante a utilização de protocolos. Nesse contexto, a construção de fluxogramas norteia os profissionais, pois padroniza o direcionamento do paciente dentro de uma unidade, auxiliando na resolutividade do caso e na diminuição do quantitativo de subnotificações. Objetivos: elaborar um fluxograma de atendimento para casos suspeitos de dengue em um Centro Municipal de Saúde; elaborar um fluxograma para coleta, armazenamento e encaminhamento de amostras de sangue colhidas para hemograma e sorologia. Metodologia: Trata-se da elaboração de fluxogramas, onde os mesmos foram construídos a partir da observação local da triagem e atendimento dos casos suspeitos de dengue, organização dos prontuários, preenchimento da ficha de notificação (SINAN), coleta, armazenamento, encaminhamento de amostras de sangue e o recebimento dos resultados dos exames no Centro Municipal de Saúde (CMS) em questão. Resultados 1- Descrição do fluxo de atendimento; 2- Prontuários; 3- Ficha de notificação; 4- Descrição do fluxo de coleta, armazenamento e encaminhamento de amostras de sangue para hemograma e sorologia. Conclusões: Os fluxogramas não puderam ser implementados no ano corrente devido a dificuldades que ocasionaram demora em sua elaboração. Dificuldades estas que transferiam o foco de prioridades constantemente, como a epidemia de dengue ocorrendo junto com a de conjuntivite, a inviabilidade de realizar sorologia da maioria dos pacientes para fechar diagnóstico por dados laboratoriais, momento da epidemia com o laboratório em obra, campanha de vacinação, muitos pacientes para serem passados pela planilha diária e a mesma dificuldade para passar para o livro de controle de notificações, e as visitas a clinica médica e pediatria pelo Serviço de Vigilância em Saúde para identificar subnotificações. Com a implementação dos mesmos de forma padronizada para o fim do ano de 2011 e início de 2012, espera-se que a identificação do caso suspeito até a sua resolução seja facilitada. Os fluxogramas elaborados facilitarão a compreensão dos profissionais do CMS em relação ao direcionamento do paciente dentro da unidade. Entretanto, o sucesso da implementação do fluxograma perpassará pela sensibilização de todos os profissionais que prestam atendimento na unidade. Anais XII Congresso Paulista de Saúde Pública FONOAUDIOLOGIA NO SERVIÇO DE INTERNAÇÃO DOMICILIAR DE SÃO BERNARDO DO CAMPO Damato, C.F.C. (1); Magalhães, R.P. (2); Instituição: 1 - Prefeitura do Município de São Bernardo do Campo - Secretaria de Saúde - PID; 2 - Prefeitura do Município de São Bernardo do CampoSecretaria de Saúde - PID; Introdução: Internação Domiciliar no âmbito do SUS, é definida como conjunto de atividades prestadas no domicílio a pessoas clinicamente estáveis que exijam intensidade de cuidados acima das modalidades ambulatoriais, mas que possam ser mantidas em casa, por equipe exclusiva para este fim, conforme portaria 2529/MS de 19 de outubro de 2006. Neste contexto, a fonoaudiologia torna-se essencial na melhoria da gestão do cuidado domiciliar e qualidade de vida, por proporcionar a reabilitação de uma função necessária para sobrevivência: a deglutição. Objetivo: caracterizar a produção do fonoaudiólogo no serviço de internação domiciliar de São Bernardo do Campo -PID, durante o período de fevereiro a junho de 2011.Metodologia: Trata-se de um estudo descritivo- exploratório. Foram levantadas as médias de internação no serviço e solicitação de visitas do fonoaudiólogo e número de pacientes com dieta via oral reabilitada desde o início do fonoaudiólogo no serviço, além da descrição das outras atividades realizadas no período do estudo.Resultados O PID-SBC está em funcionamento desde 2009, composto por médico, enfermeiro, técnico de enfermagem, fisioterapeuta, assistente social e nutricionista. O fonoaudiólogo foi incorporado a equipe em fevereiro de 2011, a partir da necessidade de melhoria do gerenciamento do cuidado referente à alimentação do cliente. Durante os três primeiros meses o fonoaudiólogo foi convidado a: conhecer a estrutura do PID, levantar a demanda fonoaudiológica do serviço, conhecer e apropriar-se dos processos de trabalho da equipe PID, elaborar o Sistema de Classificação de Pacientes ( SCP) fonoaudiológico. No período estudado, a média de internação semanal foi de 117,63 (DP ±8,05 ). Destes, a média foi de 27, 38 ( DP ± 1,9 ) de solicitações de visita do fonoaudiólogo, sendo 23,28% da coorte total de clientes. O número de pacientes com dieta via oral completamente reabilitada no período foi 8 ,sendo 29% do total de pacientes em acompanhamento.Clientes com indicação para acompanhamento são classificados pelo SCP, elaborado baseado nas evidências clínicas Saúde Soc. São Paulo, v.20, supl.1, 2011 217 e necessidades singulares de cada caso. Partindo do score obtido no SCP é determinado o número de visitas necessárias, para melhor gerenciamento do cuidado. Conclusão: A deglutição segura é parte deste processo de produção do cuidado, no qual as estratégias de intervenção são compartilhadas, discutidas e decididas como parte de um todo, favorecendo a integralidade do cuidado. FORMAÇÃO EM SAÚDE E INTEGRALIDADE: SENTIDOS ATRIBUÍDOS POR DOCENTES DE ENFERMAGEM DE UMA UNIVERSIDADE PÚBLICA Cecilio, L.C.O. (1); Pinho, A.S.D. (2); Andreazza, R. (1); Instituição: 1 - UNIFESP; 2 - Departamento de Enfermagem do Centro de Ciências Biológicas e da Saúde da Universidade Regional do Cariri (URCA),; INTRODUÇÃO. Pesquisa realizada em Escola de Enfermagem de universidade pública localizada na região do Crato/Ceará, como parte de uma dissertação de mestrado, buscou investigar o sentido dados pelos docentes enfermeiros ao conceito de integralidade, a partir dos pressupostos de que eles têm um papel importante na formação não só técnica, como ética, dos futuros profissionais de enfermagem e que a ênfase na integralidade do cuidado é um dos eixos das diretrizes curriculares nacionais (DCN) de 2001. METODOLOGIA. O estudo utilizou-se entrevistas temáticas em profundidade com docentes, abordados de forma individual e em grupo, com o objetivo de apreender como eles dão sentido e buscam operacionalizar o conceito de integralidade. RESULTADOS. O material empírico coletado nas entrevistas foi coletado em dois grandes blocos temáticos denominados, no estudo, de “integralidade/ idealidade” e “integralidade/realidade”. No primeiro, a integralidade surge como uma integralidade idealizada, puramente discursiva, ecoando, em boa medida, as definições, orientações e diretrizes contidas nos documentos oficiais, em particular nas diretrizes curriculares. Já no segundo, foram agrupadas todas as indicações apontadas pelos docentes sobre as dificuldades de produção da integralidade na realidade concreta de suas atividades docentes junto aos serviços. CONCLUSÕES. A contraposição entre os dois blocos permitem sinalizar, em boa medida, os impasses e dilemas para a transformação efetiva da escola de enfermagem a partir de diretrizes traçadas em Brasília. Anais XII Congresso Paulista de Saúde Pública FUNCIONALIDADE DE PACIENTES PORTADORES DA DOENÇA DE PARKINSON ATENDIDOS NO HOSPITAL ESTADUAL MÁRIO COVAS DE SANTO ANDRÉ Squarcino, I.M. (1); Instituição: 1 - FMABC; INTRODUÇÃO:A doença de Parkinson apresenta curso progressivo e tratamento paliativo e sintomático, atinge 1 em cada 100 pessoas acima de 75. O diagnóstico baseia-se no reconhecimento de sinais e sintomas como tremor, déficit de equilíbrio, rigidez muscular, bradicinesia e alterações posturais. A fisioterapia busca diminuir a disfunção física e permitir a realização de atividades do dia-dia com a maior eficiência e independência. OBJETIVO:Analisar a funcionalidade e qualidade de vida de pacientes com doença de Parkinson que realizam fisioterapia, quanto à manutenção, piora ou melhora no período de 6 meses. METODOS:Estudo realizado no Centro de Reabilitação do Hospital Estadual Mário Covas de Santo André (CRHEMC), com 10 pacientes com doença de Parkinson e início do tratamento fisioterapêutico entre 2002 e 2010. O critério de inclusão determinava que os pacientes apresentassem marcha comunitária, o que não excluiu nenhum paciente da amostra. Os instrumentos de medida para a avaliação foram: testes de coordenação motora, escala de equilíbrio de Berg, escala de Hoehn e Yahr, escala da medida de independência funcional (MIF) e SF-36 e escala Mini-Mental; Os materiais utilizados para as sessões de fisioterapia fazem parte dos equipamentos do CRHEMC. Os pacientes foram avaliados inicialmente, seguindo-se período de 6 meses de tratamento fisioterapêutico habitual do setor além de exercícios realizados em domicilio para treino de coordenação motora fina. Após o término deste período, foi refeita a avaliação com os mesmos recursos da primeira. RESULTADOS:Participaram do estudo 10 pacientes, com média de 8 anos de tempo de doença diagnosticada e 4,6 anos de tempo de realização de Fisioterapia. Os testes de coordenação motora indicaram mudanças em 60% pacientes, com melhora em 50%. Os dados do equilíbrio demonstrou melhora em 70% dos casos, com significância estatística (p<0,05). De acordo com a escala de Hohen e Yahr 20% dos pacientes tiveram seu grau de incapacidade diminuído e nenhum apresentou piora. O Mini-mental abrangeu valores diversificados apresentando 60% de melhora na pontuação final. A Saúde Soc. São Paulo, v.20, supl.1, 2011 218 MIF não apresentou variação significativa (p>0,05) assim como o SF-36 e escala Mini-Mental. CONCLUSÃO:A fisioterapia constituiu intervenção benéfica no tratamento de pacientes com doença de Parkinson. Valores de desempenho funcional e da qualidade de vida dos indivíduos avaliados não foram sensíveis às alterações demonstradas nos resultados gerais. GERENCIAMENTO DE RESIDUOS EM SERVIÇSO DE ATENÇÃO DOMICILIAR- HOME CARE Martins, S.A (1); Instituição: 1 - Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo; Resumo da Norma de Gerenciamento de Resíduos em Home Care Esta Norma Técnica pretende estabelecer um fluxo adequado no manejo dos resíduos de saúde gerado nos Serviços de Atenção Domiciliar, criando um modelo de referência para facilitar a organização e reorganização no manejo dos resíduos gerados. Os Serviços de Atenção Domiciliar vêm crescendo de forma significativa nos últimos anos, estima-se que no Estado de São Paulo existem mais de 500 serviços, sob todas as formas de atendimentos, sendo que somente 128 estão cadastrados o restante permanece no mercado informal. Com base no potencial de utilização dos Serviços de Atenção Domiciliar, a geração dos resíduos e a carência de normas regulamentadoras, visando à solução de problemas oriundos no processo de operacionalização, incluindo profissionais, paciente e os veículos de transporte utilizados. Esta Norma Técnica fundamenta-se na preocupação, que durante o transporte sejam utilizadas técnicas que garantam a preservação das condições de acondicionamento e a integridade dos trabalhadores, da população e do meio ambiente, desde a geração até o ponto de coleta externa. Espera-se que a implantação desta norma possa melhorar significativamente a gestão do Plano de Gerenciamento de Resíduos em Serviços de Atenção Domiciliar, proporcionando a equipe de profissionais o reconhecimento do processo e maior segurança no manejo dos resíduos de serviços de saúde. GERONTOLOGIA: DO DISCURSO À PRÁTICA INTERDISCIPLINAR NA GESTÃO CLÍNICA DOS CUIDADOS A SAÚDE DO IDOSO Besse, M. (1); Cecílio, L.C.O. (1); Anais XII Congresso Paulista de Saúde Pública Instituição: 1 - UNIFESP; Introdução: No Brasil, o ritmo de crescimento da população idosa tem sido sistemático e consistente. Segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios - PNAD 2009, o País contava com uma população de cerca de 21 milhões de pessoas de 60 anos ou mais de idade, sendo que quase metade (48,9%) dos idosos sofria de mais de uma doença crônica. O envelhecimento representa um processo bio-pisco-social-cultural que gera demandas complexas, principalmente nos países em desenvolvimento, onde esta longevidade é acompanhada pela maior incidência e prevalência de doenças e condições crônicas. Assim o cuidado a esta população exige a incorporação de conhecimentos de diferentes áreas para uma assistência efetiva desenvolvida sob a ótica do trabalho interdisciplinar, uma vez que um profissional isoladamente não consegue dar conta de todas as dimensões do cuidado. Objetivo: Apreender de que forma os conceitos teóricos da Gerontologia, em particular a ênfase na interdisciplinaridade, são colocados na prática da gestão clínica do cuidado a saúde do idoso. Métodos: Trata-se de um estudo qualitativo com base na metodologia de estudo de caso, com amostra intencional, onde o estudo de campo foi realizado num programa de atendimento domiciliar ao idoso de uma universidade federal no município de São Paulo, entre os meses de setembro à Dezembro de 2010. Para a coleta de dados utilizamos a técnica de observação participante, nas reuniões de equipe a quais foram gravadas e posteriormente transcritas. A análise tem se desenvolvido por meio da técnica de análise de conteúdo. Resultados Parciais: pode-se identificar a participação da família no desenvolvimento dos cuidados em conjunto com toda a equipe. Não foram observadas disputas entre os diferentes campos de saberes profissionais de modo que existe uma construção conjunta frente às necessidades dos usuários, articulação do programa com outros serviços e redes, uso de tecnologias leves. Foram observadas dificuldades de adesão às orientações e prescrições do programa nos casos de famílias que apresentavam limitações financeiras e relações familiares conturbadas. Conclusão: a partir dos resultados parciais obtidos até o momento pode-se observar a efetiva inserção do usuário e sua família no centro da produção do cuidado em conjunto com o trabalho interdisciplinar, possibilitando assim a realização de uma gestão do cuidado mais articulada e cooperativa. Saúde Soc. São Paulo, v.20, supl.1, 2011 219 GRAVIDEZ NA ADOLESCÊNCIA: DIFICULDADES NO ações de saúde sexual e reprodutiva voltadas para meninos e meninas entre 13 a 16 anos de idade, assim como ACESSO AOS SERVIÇOS DE SAÚDE. Silva VP (1); PUCCIA MIR (1); Instituição: 1 - FACULDADE DE MEDICINA ABC; Introdução: A gravidez na adolescência pode estar associada á situações de risco como exposição ao HIV/ AIDS e outras infecções sexualmente transmissíveis, gravidez não desejada, curto período de tempo decorrido entre a menarca e a primeira gestação, fatores socioeconômicos, entre outros. Desta forma, a assistência pré-natal deve ser precoce e continuada, a fim de que as equipes de saúde possam atuar sobre minimização de agravos bio-psico-sociais. Objetivo: Identificar as dificuldades relacionadas ao acesso das gestantes adolescentes ao atendimento pré-natal e caracterizar o perfil sociodemográfico, sexual e reprodutivo desta população sob estudo. Método: Trata-se de um estudo exploratório, descritivo, quantitativo, desenvolvido com gestantes adolescentes selecionadas por amostragem de conveniência no Centro de Saúde Escola, em Santo André. Respeitando-se os rigores da ética em pesquisa com seres humanos, as entrevistas foram realizadas por meio de instrumento estruturado, durante o período de espera pela consulta pré-natal. Os dados foram analisados através do Software EPI-INFO 6.04. Resultados Foram abordadas 19 gestantes adolescentes de 16 a 19 anos de idade, sendo 18 anos a média da idade (DP=0,9). Cerca de 70% delas estavam casadas ou unidas, 57,9% estavam cursando o ensino médio e 84,2% declararam renda familiar de 1 a 3 salários mínimos. A idade média da menarca identificada foi de 12 anos e a coitarca (DP=1,9) aconteceu em média aos 15 anos (DP=1,5). Foi referido uso de método contraceptivo na coitarca por 62,3% da amostra, preferencialmente preservativos (52,6%). O início do pré-natal ocorreu no segundo mês de gestação (47,4%), período coincidente com o diagnóstico da gravidez para 42,1% das entrevistadas. As adolescentes, em sua maioria primigestas, negaram dificuldades para agendar consultas do prénatal, ou para realizar exames (89,5%). Foram relatadas algumas dificuldades pessoais de acesso até o serviço como distancia (5,3%) e transporte (15,8%). Conclusões: O presente estudo permitiu identificar que embora a amostra tenha sido caracterizada por adolescentes de baixa renda familiar, não houve dificuldades no acesso ao pré-natal, conforme observado em outros estudos. Entretanto, os resultados indicam a qualificação das Anais XII Congresso Paulista de Saúde Pública a realização de pesquisa de abrangência municipal. GRUPO DE SAÚDE REPRODUTIVA NA ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMILIA: O DESAFIO DE UMA ATENÇÃO COLETIVA. OLIVEIRA, J.R. (1); OLIVEIRA, M.A. (1); Instituição: 1 - SPDM/PABSF; Intrudução: Sendo a gravidez indesejada que leva ao aborto provocado e as Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST) grandes problemas de saúde pública, o grupo de planejamento reprodutivo vem colaborar com o sistema de saúde para diminuição destas taxas, bem como estar em conformidade com a lei do planejamento familiar de 12 de janeiro de 1996. As ações educativas e preventivas sobre planejamento familiar ofertam à comunidade informações que promovem o conhecimento do próprio corpo, principalmente do aparelho reprodutivo, como também propiciam contato com os métodos contraceptivos disponíveis e as conseqüências da falta do uso destes. Tal conhecimento facilita na decisão do casal ou do adolescente quanto ao momento ideal de ter ou não ter filhos, ou seja, uma gestação programada e planejada de forma consciente. Objetivos: Relatar a experiência bem sucedida do grupo de planejamento familiar da UBS Parque Maria Domitila Metodologia: Os grupos ocorrem em reuniões quinzenais onde são abordados os seguintes temas: A lei do planejamento familiar, aparelho reprodutivo, sexualidade, doenças sexualmente transmissíveis(DST),Dispositivo Intrauterino (DIU), métodos contraceptivos reversíveis e definitivos,(Laqueadura e Vasectomia). Nos encontros são realizadas discussões em grupo proporcionando troca de experiências e aulas expositivas com utilização de recursos didáticos como: pênis de látex, útero em acrílico, vagina de silicone, quadro de métodos anticoncepcionais e álbum seriado, sendo proporcionando aos participantes a manipulação de métodos como preservativo masculino e feminino, DIU, diafragma e outros. Resultados alcançados: A grande maioria dos participantes que procuram o grupo reprodutivo já vem com a escolha de um método definitivo, e o sucesso deste grupo está em fazê-los refletir e repensar sobre esta escolha, o que quase sempre ocorre após o processo de descoberta e exploração dos outros métodos, levando- Saúde Soc. São Paulo, v.20, supl.1, 2011 220 os a outras escolhas, porém caso mantenha a decisão um procedimento cirúrgico agora de forma consciente, temos conseguido a realização deste e o seu acompanhamento na UBS. Conclusões: O processo educativo em qualquer área deve ser sedutor e persistente e em nossos grupos isto é bem relevante, pois tentamos de forma insistente desencorajar métodos definitivos, para que não haja arrependimentos futuros, porém é propiciado outros caminhos e escolhas a serem seguidos, fazendo com que o usuário sinta – se seguro em sua nova decisão. HIPERTENSÃO ARTERIAL ENTRE IDOSOS: PERCEPÇÃO DA MORBIDADE E FATORES ASSOCIADOS AO TRATAMENTO Oliveira, P. G. (1); Santos, J. L. F. (1); Instituição: 1 - FMRP-USP; A Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) é uma doença de evolução clínica lenta e de caráter assintomático, que se associa frequentemente a alterações funcionais e estruturais dos órgãos-alvo e a alterações metabólicas, com consequente aumento do risco de eventos cardiovasculares. A HAS é a doença que mais se destaca em idosos no Brasil, com proporções em torno de 50% e, na população adulta, estima-se prevalência em torno de 20%. Modificações de hábitos de vida são eficazes na prevenção e no controle da HAS, com melhora da eficácia anti-hipertensiva e diminuição do risco cardiovascular associado. O caráter assintomático faz com que os indivíduos com HAS apresentem grandes dificuldades de adesão ao tratamento. O diagnóstico da HAS e seu tratamento são grandes desafios para o conhecimento do impacto da doença sobre a vida do paciente. O objetivo do estudo foi estimar a prevalência da HAS em idosos do município de Jaborandi/SP, avaliando fatores sociodemográficos, clínicos, a atividade física e a qualidade de vida (QV). Trata-se de um estudo descritivo transversal do tipo inquérito que utilizou como instrumentos os questionários: Mini-Exame do Estado Mental; Demográfico, socioeconômico e clínico; Baecke modificado para idosos; e QV específica para hipertensos. As variáveis foram analisadas pelo Teste Exato de Fisher, considerando significativo p< 0,05. Foram avaliados 82 idosos: 48 mulheres (58,54%) e 34 homens (41,46%), com predomínio do grupo etário 60-69 anos (45,12%), de cor branca (84,14%), com Anais XII Congresso Paulista de Saúde Pública baixa escolaridade (média de 3,01 anos de estudo), baixa renda: classe D (54,88%) e classe E (31,71%) e com 82,93% dos idosos aposentados. A prevalência da HAS foi de 75,60% (77,08% nas mulheres e 73,53% nos homens). Apresentaram associação significativa as variáveis: HAS por Circunferência da cintura (0,011), HAS e medicação por Classificação da pressão arterial (PA) (<0,001), HAS por Plano privado de saúde (0,03), QV por Saúde mental ruim em 30 dias (0,032), QV por Alcoolismo (0,023), QV por Tabagismo (0,005) e QV por Número de medicamentos em uso em 3 meses (0,018). Os resultados indicaram que a educação em saúde é imprescindível para que o paciente, sendo instruído sobre os princípios em que se fundamenta o tratamento, consiga exercer o controle adequado da PA, visando melhor qualidade de vida. Palavras-chaves: Hipertensão arterial. Idosos. Serviço de saúde. Qualidade de vida. HIV/AIDS NO CLIMATÉRIO: RECEIOS E PERSPECTIVAS Patorniti, M.C.A. (1); Chaves, L.C. (1); Fonseca, F.L.A. (1); Camillo, S.O. (1); Filipini, R. (1); Instituição: 1 - FACULDADE DE MEDICINA DO ABC; Resumo: Estudo de caráter quantitativo-descritivo realizado em 2010 no serviço de Policlínicas de São Bernardo do Campo – SP, teve como objetivos investigar o motivo no qual a infecção pelo vírus da imunodeficiência humana (HIV) esta crescendo em mulheres no climatério e verificar o conhecimento desse grupo em relação ao HIV e aos métodos que previnem o mesmo. A amostra constituiu-se de 20 mulheres com idade entre 35 e 50 anos com sorologia positiva para o HIV que faziam tratamento neste serviço de saúde. O instrumento utilizado para a coleta de dados foi um formulário com onze questões abertas, estruturadas e semi-estruturadas. Em relação ao conhecimento sobre o HIV, 65% das mulheres entrevistadas sabiam definir o que era HIV e dentre estas definições obteve-se inúmeras respostas, porém nenhuma completa. Quando foi questionado se a mulher havia sofrido alguma mudança em sua vida após o seu diagnóstico, 70% disseram que alguma coisa mudou e dentre as mudanças houveram respostas distintas prevalecendo a tristeza. DESCRITORES: mulher soropositiva, mudanças na vida, HIV. Saúde Soc. São Paulo, v.20, supl.1, 2011 221 HIV/AIDS: DESAFIOS NA TERCEIRA IDADE Higashi, CH (1); Alves, MEL (1); Camillo, SO (1); Instituição: 1 - FACULDADE DE MEDICINA DA FUNDAÇÃO ABC; Introdução: Dados do boletim epidemiológico AIDS/ DST revelam que em 2007, paulistanos a partir dos 50 anos, diagnosticados como soropositivos, caracterizaram 15,06% da população geral. No ano anterior, esse número ficou em 14,76% e no início da epidemia, em 1983, esse índice era apenas de 4%. Os dados ainda mostram que os indivíduos que correspondem à faixa dos mais de 60 anos representam cerca de 10,5% da população convivendo com o HIV/AIDS. Objetivos: Conhecer a visão dos idosos em relação ao HIV/AIDS na terceira idade, - Identificar e analisar as percepções apresentadas pelos idosos ao fato de serem vulneráveis ao HIV/AIDS; -Identificar e analisar as percepções em relação ao uso de preservativos como forma de precaução ao HIV/AIDS. Metodologia: Trata-se de uma pesquisa qualitativa descritiva. Foram realizadas onze entrevistas individuais com idosos acima de 60 anos, que concordaram em participar do estudo e que fazem acompanhamento na instituição ambulatorial do Centro Escola Capuava, no Grande ABC. Para o tratamento dos dados utilizou-se Análise de Conteúdo. Resultados Foram identificadas as seguintes categorias:1. O uso e a importância do preservativo na percepção do idoso, 2. A sensibilização em relação aos Comportamentos de risco entre os idosos, 3. Os desafios para a terceira idade em relação á Mudanças de Hábitos sexuais, 4. A visão de homens e mulheres idosos em relação á sexualidade e ao uso do preservativo. Conclusão: Por meio das categorias, pode-se vislumbrar que, para o idoso o uso do preservativo é de extrema importância, na proteção contra doenças sexualmente transmissíveis. Entretanto, percebe-se que a confiança em seu parceiro(a), o fato de não poder mais engravidar e o medo de perder a ereção por conta do preservativo, pode ser o bastante para colocar-se em risco para infectar-se com o HIV. Dessa forma, para essa população, a questão do HIV/AIDS e o uso de preservativo ainda são questões que devem ser mais bem trabalhadas pelas políticas de saúde. HUMANIZAÇÃO DO PARTO E NASCIMENTO EM UM HOSPITAL DA REDE SUS EM COTIA -SP Moraes, S.D.T.A. (1); Caivano, N.M. (2); Maresco, R.A.F. (3); Caldevilla, D. (3); Almeida, A.C.P. (3); Anais XII Congresso Paulista de Saúde Pública Instituição: 1 - Faculdade de Saúde Publica; 2 - Hospital Reginal de Cotia; 3 - Hospital Regional de Cotia; Introdução: a humanização do parto e nascimento é questão emergente em saúde publica tendo em vista o excesso de intervenção no processo de parir e nascer. Método: estudo retrospectivo, de atenção ao parto e nascimento em parturientes que demandaram o Hospital Regional de Cotia-(HRC), de agosto a julho de 2011. O protocolo de assistência obstétrica seguem as normas de humanização do Ministério da Saúde (2001), os profissionais são sensibilizados e capacitados para prestarem assistência obstétrica com o mínimo possível de intervenção. A maioria dos partos normais são realizados por obstetrizes, com a intervenção do obstetra somente em casos de distocias. É estimulado a presença do acompanhante, de livre escolha da mulher, no pré parto, parto e pós parto. Resultados realizaramse 2914 partos, sendo 2299 (78,89%) entre mulheres com mais de 19anos e 615(21,1%) entre adolescentes. Partos em adolescentes primíparas foram 498(81,0%) sendo 82,0% partos normais e 18,0% cesarianas. Dos partos normais em primíparas, a maioria foi realizado sem episiotomia, e apenas alguns tiveram pequenas lacerações que foram suturadas com anestésico local. Não houve nenhum caso de laceração perineal grave. Somente 2,0% dos partos são realizados com analgesia (peridural ou raquianestesia), e em média 25,0% das parturientes receberam alguma medicação como escopolamina endovenoso e o restante (73,0%) receberam práticas humanizadas de controle da dor incluindo relaxamento, banhos quentes terapêuticos, massagens, deambulação, exercícios respiratórios, bola suiça, “cavalinho”, etc. Dos incidentes entre os trabalhos de parto 1,33% referem-se a fratura de clavícula. Dentre as indicações absolutas de cesariana, 68,0% ocorreram devido a estado fetal intranquilizador (mecônio espesso 3,6%, descolamento prematuro de placenta 3,6% e 5,4% eminência de eclampsia-DHEG grave). Amamentação na primeira hora ocorre em 100% das puérperas, exceto naquelas com contraindicações. Realiza-se todas as vacinas pertinentes, teste do reflexo vermelho, teste auditivo e PKU. Todas as mães/família são acolhidas por equipe multiprofissional inclusive pela fonoaudióloga, recebendo orientações sobre amamentação, cuidados do recém nascido de forma individualizada ou em grupo.Conclusão: O processo de humanização do parto e nascimento demanda atitudes de caráter individual, porém com a Saúde Soc. São Paulo, v.20, supl.1, 2011 222 sensibilização e a capacitação da equipe, é possível promover assistência de qualidade para o trinômio mãe-filho-pai/família. IDENTIFICAÇÃO DA PERCEPÇÃO DA EQUIPE DE ENFERMAGEM DE UM CENTRO DE SAÚDE ACERCA DA ESTRATÉGIA NACIONAL DE VACINAÇÃO CONTRA A INFLUENZA A (H1N1) Zanchim, C.C. (1); Sthal, H.C. (1); Almeida, M.A.S. (1); Manoel, C.M. (1); Instituição: 1 - FMB-UNESP; Introdução: As epidemias põem em xeque a estrutura, a organização e a eficiência dos serviços de saúde. O objetivo geral da grande campanha de vacinação contra H1N1 foi contribuir para a redução da morbimortalidade pelo vírus e manter a infraestrutura dos serviços de saúde para atendimento à população. Objetivo: Identificar a percepção da equipe de enfermagem de um centro de saúde do interior de São Paulo a respeito da Estratégia Nacional de vacinação contra Influenza A (H1N1). Metodologia: Estudo descritivo e transversal, com abordagem qualitativa, desenvolvido no Centro de Saúde Escola da Faculdade de Medicina de Botucatu (UNESP). Foram realizadas entrevistas com roteiro estruturado com todos os integrantes da equipe de enfermagem do CSE que participaram diretamente na campanha de vacinação contra Influenza A (3 enfermeiros e 5 auxiliares de enfermagem) e analisadas com a técnica de análise de conteúdo. Resultados Dentre as categorias, a divisão em etapas aparece como estratégia facilitadora do trabalho por organizar o atendimento, amenizando tumultos e distribuindo a demanda. Houve divergência de opiniões na categoria “suprimento de insumos”. Os funcionários que trabalharam diretamente na sala de vacina manifestaram que houve problemas e os outros disseram que não. A participação da mídia foi vista como positiva, porém insuficiente. Os entrevistados concordam que a adesão da população foi grande, destacaram que foi difícil lidar com a revolta dos que não seriam contemplados e apontaram o medo de tomar a vacina como um fator determinante para o não alcance da meta de cobertura vacinal. A falta de funcionários treinados em imunização representou sobrecarga de trabalho para alguns funcionários da equipe, pois nem todos poderiam assumir a sala de vacina. Conclusão: Uma investigação que aborde o tema imunização não pode ficar limitada à análise de incidência e notificação Anais XII Congresso Paulista de Saúde Pública (dados quantitativos), mas deve considerar, também, as implicações socioculturais incorporadas ao longo do processo de construção da campanha de vacinação. Acredita-se que o trabalho tem muito a colaborar ao apontar os pontos tidos como positivos e negativos sob o olhar de profissionais de saúde que fizeram parte deste processo. IDENTIFICAÇÃO DAS ÁREAS DE RISCO NEONATAL DO MUNICÍPIO DE BOTUCATU/SP A PARTIR DE ANÁLISE CARTOGRÁFICA GEO-RELACIONAL Zanchim, C.C. (1); Parada, C.M.G.L. (1); Landim, P.M.R. (2); Lourenço, R.W. (3); Instituição: 1 - FMB-UNESP; 2 - IBB-UNESP; 3 UNESP; Introdução: A Agenda de Compromissos para Saúde Integral da Criança e Redução da Mortalidade Infantil propõe a organização do trabalho a partir das linhas de cuidado, estratégia para superação da desarticulação entre os diversos níveis de atenção em saúde. Tomandose por base as principais causas de morbimortalidade infantil no país, uma das linhas de cuidado prioritárias é o Acompanhamento do Recém-Nascido de Risco, justificando-se estudos voltados a essa população. Objetivo: identificar os bairros com maior número de casos de recém-nascidos classificados como de risco ao nascer, utilizando-se técnicas de geoprocessamento, Método: estudo descritivo, transversal, realizado com dados secundários de pesquisa que avaliou o programa municipal voltado aos recém-nascidos de risco. Considerando-se os riscos social, biológico e social mais biológico, foram construídos mapas, com a distribuição espacial das concentrações dos casos por bairro, analisando-se a distribuição espacial por intensidade. Avaliou-se também o Índice de Qualidade Socioambiental (IQSA) dos bairros com maior ocorrência. Tal índice considera a qualidade do domicílio (condição de abastecimento de água, destino do lixo e condição sanitária) e a inserção social da família (renda, condição de ocupação e escolaridade do chefe da família). Resultados A análise espacial dos casos mostrou distribuição do risco neonatal, em seu conjunto, com maior densidade em bairros que contornam a área central do município, locais com IQSA regular ou ruim. A análise em separado dos diferentes tipos de risco evidenciou que o biológico mostrou-se menos prevalente quando comparado ao social, atingindo 14,5% dos 289 Saúde Soc. São Paulo, v.20, supl.1, 2011 223 recém-nascidos classificados como de risco no período estudado e sua distribuição no mapa foi dispersa. Com relação ao risco social, 64,7% dos bebês foram assim classificados, sendo os bairros com maior número de casos também periféricos. Do total de neonatos, 20,8% apresentaram ambos os riscos, concentrando-se a maior parte dos casos em um bairro periférico e outro próximo ao centro da cidade, área do primeiro Conjunto Habitacional do município, com IQSA regular. Conclusão: O uso de técnicas de geoprocessamento mostrou-se eficaz para facilitar a visualização da distribuição dos casos estudados, permitindo a identificação das áreas mais acometidas, podendo contribuir com o planejamento da atenção em saúde. elevados em relação a vários estudos conduzidos com essa população em diferentes cenários brasileiros e fora do país. Conclui-se que os problemas de ordem emocional representam impacto negativo em todos os aspectos de vida do idoso. Por isso, é de fundamental importância a criação de propostas que abordem os aspectos emocionais dessa população. Acredita-se que ao oferecer espaço para intervenção em crise por meio da escuta terapêutica, o idoso terá mais apoio para restabelecer suas relações interpessoais e fortalecer seus mecanismos de enfrentamento. Compreende-se a inserção da Saúde Mental no Projeto Bem Viver representa ferramenta importante de promoção a saúde e prevenção ao adoecimento psíquico. IDOSOS ATENDIDOS NO PROJETO BEM VIVER: IDOSOS E AIDS: UMA ANÁLISE DA PRODUÇÃO AVALIAÇÃO DA FREQUÊNCIA DE SINTOMAS DE- CIENTÍFICA NOS CONGRESSOS NACIONAIS DO PRESSIVOS CAMPO DA SAÚDE COLETIVA E OS DESAFIOS PARA Fernandes, M.F.T (1); Galvez, A.C.B. (1); Guarnieri, A.P. O ENFRENTAMENTO DA INVISIBILIDADE NO SUS (1); Nóbrega, M.P.S.S. (1); Instituição: 1 - FMABC; Estima-se que em vinte anos a sociedade brasileira estará equiparada ao continente Europeu em termos de população idosa. Independente da idade, o lidar com dilemas cotidianos e situação de crise, pode comprometer o bem estar do indivíduo. Na população idosa essa questão pode tomar maiores proporções devido à diminuição do aporte emocional e/ou familiar para o enfrentamento dessas vivencias. Pesquisa quantitativa, do tipo retrospectivo, com objetivo de verificar a freqüência de transtornos do humor em idosos. Foram avaliados 80 prontuários de idosos atendidos em um ambulatório de Enfermagem Gerontológica (Projeto Bem Viver). Utilizou-se a Escala de Depressão Geriátrica que consta de 15 itens para rastreamento dos transtornos de humor em idosos. Os dados foram compilados e analisados por meio do programa Epi- Info versão 6.2. A análise do instrumento revelou que 37, 5% da amostra atingiram 7 pontos ou mais no escore utilizado (total >5 = suspeita de depressão). Esses idosos apresentam algum tipo de sofrimento emocional relacionado aos eventos acidentais. Houve associação significativa entre o sofrimento emocional e as seguintes variáveis: escolaridade, solidão, internação e estado de saúde atual. As variáveis, sexo e insatisfação com a saúde pessoal e com os serviços de saúde apresentaram associação próxima da significância. Os achados são Anais XII Congresso Paulista de Saúde Pública Barboza, R. (1); Silva, C.A.S. (1); Gonçalves, B.A. (1); Instituição: 1 - Instituto de Saúde – SES/SP; Introdução: Observa-se no país tendência de crescimento da taxa de incidência de Aids nas pessoas com 50 anos ou mais, variando de 13,7 (1997) para 24,9 (2009) por 100 mil habitantes. Nos maiores de 60 anos a taxa aumentou de 5,1 em 2000 para 8,4 em 2009. A infecção pelo HIV entre idosos está associada aos avanços tecnológicos na área da saúde, ao envelhecimento da população e às práticas sexuais desprotegidas. Objetivos: Analisar a produção científica no campo da Saúde Coletiva sobre o tema Aids e idosos em 3 congressos da ABRASCO e 1 do Ministério da Saúde, entre 2007 e 2011. Método: Análise documental dos Anais do IV e V Congressos Brasileiro de Ciências Sociais e Humanas em Saúde; IX Congresso Brasileiro de Saúde Coletiva e VIII Congresso Brasileiro de Prevenção DST/Aids (VIII CBPDST/AIDS), compilados em banco de dados, submetidos à análise descritiva nas categorias: tipo de estudo (pesquisa/experiência), metodologia, vínculo do autor, região, objeto, população e dimensão de vulnerabilidade. Selecionaram-se os resumos pelas palavras: HIV, Aids, idosos, envelhecimento, 50/60 anos, terceira idade e soropositivo. Resultados Foram encontrados 12.991 resumos, sendo 56 (0,43%) sobre Aids e idosos revelando a pouca visibilidade desse segmento na ABRASCO (27) e no VIII CBPDST/AIDS (29). Quanto ao vínculo dos autores, 62,5% são da Academia, 10,7% Academia/ Saúde Soc. São Paulo, v.20, supl.1, 2011 224 Serviço, 25% Serviço e 1,8% ONG. Majoritariamente são pesquisas (84%) com abordagem quantitativa (57,4%), seguido da qualitativa (32%) e quanti-quali (10,6%). Os resumos oriundos das 5 regiões concentram-se no NE (46,4%) e SE (35,7%), a única com participação de todos os estados. SP, BA e CE representam 46,4% da produção científica nesse tema. Os objetos mais investigados em número de trabalhos foram: perfil de incidência do HIV/ Aids (14) com análise de dados secundários, investigados pela Academia e Serviço; representações sociais/ vulnerabilidade ao HIV (12) e conhecimento, percepção de risco e vida sexual (5) com análise de conteúdo de entrevistas conduzidas pela Academia. Os idosos soropositivos foram mais referidos (62,5%), contra 37,5% dos idosos em geral, abordados pelos Serviços em ações de prevenção primária. As condicionantes da vulnerabilidade individual foram mais estudadas pela Academia e a programática pelos Serviços.Conclusão: Estudos sobre Aids e idosos ainda são incipientes na Saúde Coletiva frente às tendências da epidemia, sendo urgente o investimento na prevenção/promoção da saúde no SUS. Objetivo: Analisar a influência da dor na qualidade de vida dos pacientes com lombalgia através do questionário de ODQ e escala visual analógica. Método: Participaram deste estudo 9 indivíduos com diagnóstico de lombalgia, sendo estes 6 do gênero feminino e 3 do gênero masculino, com idade entre 18 a 41 anos, IMC entre 18,5 e 29,9, submetidos a aplicação do ODQ (Oswestry Low Back Pain Questionnaire) e EVA (Escala Visual Analógica) para mensuração do quadro álgico e qualidade de vida. Resultado: O grupo apresentou idade média de 32,7 anos (±9,4 anos), IMC médio de 25,2 Kg/m2 (±5,4 Kg/m2) e EVA médio de 4,5 cm (±2,1 cm). Observou-se impacto sobre as AVD´s com ODQ médio de 16 pontos (±6,9). A dor avaliada pela EVA apresentou correlação importante com a questão relacionada à avaliação da dor pelo ODQ (Índice de Pearson=0,96 e p-value=0,00). A atividade que apresentou maior correlação com a queixa álgica foi a manutenção do ortostatismo por períodos prolongados (Índice de Pearson=0,82 e p-value<0,05). Conclusões: Concluiu-se que alterações posturais estão relacionadas a alterações na qualidade de vida, porém é necessário mais estudos com uma amostra maior. IMPACTO DA INTENSIDADE DA DOR SOBRE A QUALIDADE DE VIDA DE PACIENTES COM LOMBALGIA IMPLANTAÇÃO DO PROGRAMA NACIONAL DE SUPLEMENTAÇÃO DE FERRO, VISANDO A PRESilveira,V.A. (1); Ferreira, A.L. (1); Ramos,L.G. (1); VENÇÃO DA ANEMIA EM CRIANÇAS DE 6 A 24 Panfílio,C.E. (2); Alvarenga, E.F.M. (1); Morimoto, M.M. (1); Boldrini,F.C. (1); MESES, EM UM CENTRO MUNICIPAL DE EDUCAInstituição: 1 - Universidade Municipal de São Caeta- ÇÃO INFANTIL, DE UM MUNICÍPIO DO SUL DE no do Sul; 2 - Universidade Municipal de São CaetanMINAS GERAIS do do Sul; Introdução: A lombalgia é uma disfunção músculo esquelética comum com alta prevalência na população em geral, que pode ter impacto na funcionalidade dos pacientes em atividades básicas como sentar, caminhar, vestir-se e em atividades relacionadas ao trabalho. Estudos revelam que entre 60% a 90% da população apresenta a dor lombar. O paciente lombálgico passa a adotar em algumas vezes posturas antálgicas que mantém a contratura muscular, aumentando a rigidez e a dor. Frequentemente a dor não decorre de doenças específicas, mas sim de um conjunto de causas, por exemplo, fatores sócio demográficos (idade sexo, renda e escolaridade) comportamentais (fumo e baixa atividade física) exposições ocorridas nas atividades cotidianas (trabalho físico pesado, posição viciosa, movimentos repetitivos) e outros (obesidade, morbidades e psicológicas). Anais XII Congresso Paulista de Saúde Pública Ribeiro, S.M. (1); Possato, I.P. (2); Instituição: 1 - PREFEITURA MUNICIPAL DE LAVRAS; 2 - Secretaria Municipal de Saúde; A anemia por dficiência de ferro é a maior carência no mundo com prevalência de 67,6% entre crianças de 6 a 24 meses. Suplementou-se sulfato ferroso para crianças desta idade em um Centro Municipal de Educação Infantil-CEMEI. O objetivo geral deste trabalho foi a prevenção da anemia com sulfato ferroso para crianças em uma CEMEI de município do Sul de Minas Gerais, através do Programa de Suplementação de Ferro do Ministério da Saúde, autorizado pelas Secretarias Municipais de Saúde, Educação e Conselho Municipal de Saúde. Os responsáveis pelas crianças conheceram o projeto e distribuiu-se aos pais cartilha sobre o programa e foi informado que teriam total liberdade de recusar a participação retirando o consentimento em Saúde Soc. São Paulo, v.20, supl.1, 2011 225 qualquer fase do trabalho. Garantida a privacidade, confidencialidade e o anonimato das crianças. Trata-se de um trabalho prospectivo, de intervenção, onde foram acompanhadas 8 (oito) crianças de 6 a 24 meses por um período de 24 semanas. Para a avaliação do férro sérico, a amostra de sangue foi coletada pelo Laboratório Municipal e a classificação como anemia (Hb < 11g/dL) foi estabelecida pela OMS (2001). Avaliou-se o estado nutricional por meio de indicadores peso/idade, peso/altuta e altura/ idade, expressos em percentis e o diagnóstico nutricional foi referenciado pela OMS (2006). As crianças 2 e 4 foram classificadas com baixo peso e risco nutricional, realizando-se orientação para o responsável esclarecendo a necessidade de oferecer alimentos saudáveis para seus filhos. Em contrapartida, as crianças 6 e 8 apresentaram risco de sobrepeso, sendo também orientados aos responsáveis oferecer alimentos saudáveis. A criança 7, classificada como eutrófica foi a única que apresentou o nível de Hb abaixo do primeiro resultado em 0,20g/dL. Esta criança se alimenta praticamente na CEMEI e muito pouco em sua residência. As outras crianças apresentaram índices de Hb aumentados da 1ª para a 2ª coleta, o que representou 7 (88%) dos sujeitos da pesquisa, sendo apenas 1 criança (12,5%) com nível de Hb abaixo da 1ª coleta conforme comentado anteriormente. Com este trabalho explicitamos que a orientação juntamente com a persistência e o trabalho em prol da saúde resultaram em qualidade de vida para os sujeitos da pesquisa. Todas as crianças na faixa etária de 6 a 24 meses, das unidades CEMEI deste município terão suplementação do Programa do Ferro e desta forma poderão adquirir mais saúde e qualidade de vida. INDICADORES SOCIAIS NO ESTUDO DAS DOENÇAS CRÔNICAS Pintchovski, E, (1); Muntani, C. (1); Pacheco, L. (1); Silva, E.L. (1); Vieira, A. (1); Saraceni, C.P. (2); Instituição: 1 - Faculdade de Ciências Farmacêuticas e Bioquímicas - Oswaldo Cruz; 2 - Instituto Adolfo Lutz; Introdução: O Programa Remédio em Casa tem objetivo assegurar acesso da população aos medicamentos do SUS, promovendo adesão, com uso racional do medicamento. Adesão é objetivo dos serviços de saúde, condição para melhora do estado de saúde e uso adequado de recursos dos serviços. A estruturação do serviço vai além da idealização técnica da oportunidade em Anais XII Congresso Paulista de Saúde Pública colocar, próximos, paciente, profissional e recursos, inclusive medicamentosos, necessários ao tratamento. É problema de grande complexidade; não se equaciona pela oportunidade ou existência de recursos de qualidade disponíveis. Depende ainda de disposição e condições, dos pacientes em fazer uso adequado dos recursos e, dos profissionais em promover o tratamento e a qualidade de vida do paciente. A literatura sobre avaliação de serviços e programas insiste na adoção de medidas de acompanhamento e monitoramento das ações, condição inerente ao funcionamento do serviço. Objetivos: Expor um processo de estudo, dos alunos de graduação em Farmácia, para implantação de monitoramento, com participação interdisciplinar, de ações de controle e tratamento de Hipertensão e Diabetes em duas Unidades Básicas de Saúde (UBS). Métodos: Construção de estatísticas descritivas dos pacientes inscritos no Programa Remédio em casa de duas UBSs, na Zona de Sul do município de São Paulo. Resultados Nos cinco meses de monitoramento houve redução mensal de pacientes afastados do tratamento, ampliação de pacientes que retornaram ao tratamento e aumento de novos pacientes. No primeiro e quinto meses caíram de 43 para 18 o número de pacientes que abandonaram tratamento. Observaram-se taxas diferenciadas de adesão entre áreas de influência das UBSs: maior adesão, incluindo-se maior retorno de pacientes, na área de influência que apresentava melhores condições de moradia e de escolaridade. Considerações Finais: Os resultados apontam importância da ação interdisciplinar para promoção da adesão. A atuação dos programas pode se inviabilizar sem o devido monitoramento. A efetividade do programa não se avalia pelo número de ações realizadas, quantidade de recursos gastos ou medicamentos dispensados, mas pela qualidade de vida alcançada. Diferenciais de adesão sugerem relação entre condições de vida e disponibilidade de adesão. A efetividade das ações técnicas da saúde e farmácia, com monitoramento do serviço, sofre influência das condições de vida, que devem também ser objeto de melhorias. INFECÇÃO OCUPACIONAL PELO VÍRUS DA HEPATITE B: RISCOS E MEDIDAS DE PREVENÇÃO Lima, B.F.R. (1); Chaves, L.C. (1); Fonseca, F.L.A. (1); Camillo, S.O. (1); Instituição: 1 - FACULDADE DE MEDICINA DO ABC; Resumo: Estudo quantitativo de caráter descritivo reSaúde Soc. São Paulo, v.20, supl.1, 2011 226 alizado em um hospital público de ensino da cidade de São Bernardo do Campo, teve como objetivos verificar o conhecimento apresentado pela equipe de enfermagem sobre o modo de transmissão do vírus da hepatite B e os decorrentes agravos à saúde humana, bem como identificar e analisar as justificativas apresentadas por esses profissionais acerca das medidas de prevenção utilizadas para evitar as infecções ocupacionais por este vírus. A amostra foi composta de 7 enfermeiros, 10 técnicos de enfermagem e 21 auxiliares de enfermagem que prestavam assistência direta ao paciente. O instrumento utilizado para a coleta de dados foi um formulário. Nas justificativas apresentadas por esses profissionais quanto aos meios de transmissão do vírus da hepatite B, observou-se que 24,57% referiu-se a transmissão sexual e 20,17% ao contato direto com o sangue. Quanto aos agravos à saúde provocados pelo vírus da hepatite B, 18,06% dos entrevistados referiu-se à cirrose hepática. Com relação às medidas de prevenção para evitar a transmissão do vírus da hepatite B, 41,54% das respostas referiram-se ao uso dos equipamentos de proteção individual (EPI). No que se refere aos acidentes com material perfurocortante, 31,58% dos participantes respondeu que já foi vítima deste acontecimento. Os componentes da equipe de enfermagem do hospital pesquisado estão relativamente preparados quanto à utilização das precauções padrão e acerca dos conhecimentos relativos aos acidentes ocupacionais. Unitermos: Transmissão do vírus da hepatite B, precauções universais, equipe de enfermagem. INFORMAÇÕES SOBRE SAÚDE NA INTERNET: TENDÊNCIAS, PERFIS E COMPORTAMENTOS DE USUÁRIOS BRASILEIROS Moretti, F.A. (1); Silva, E.M.K. (1); Instituição: 1 - UNIFESP; Introdução: A internet é a principal fonte de informações sobre saúde para 70% dos adultos americanos (Arnst, 2009). Todos os meses 4 milhões de internautas brasileiros acessem os sites de saúde Ibope/Net Ratings). A criação da Internet favoreceu bastante o acesso a informação, colaborou também com uma produção massificada de conteúdos das mais variadas fontes. Porém, a sua concepção enquanto fonte de informação implica em perceber os viesses que podem envolver o seu uso. Pois o usuário da Internet pode estar exposto a muitas informações dúbias, inconsistentes, de caráter Anais XII Congresso Paulista de Saúde Pública comercial ou promocional (Lopes, 2004). Objetivo: Analisar as tendências, os perfis e os comportamentos de usuários brasileiros de site sobre saúde orientado para a população leiga. Método: Um questionário eletrônico foi disponibilizado em alguns boletins informativos do site Minha Vida (portal brasileiro sobre saúde que possui o maior número de acessos/mês) convidando os usuários do website a responderem uma pesquisa da Universidade Federal de São Paulo. Resultados 1828 usuários responderam ao questionário eletrônico que abordava questões como: comportamento de busca por informações, grau de confiança nas informações pesquisadas, quantidade de horas gastas na internet ao longo de um mês, perfil sócio-econômico, entre outros. O perfil principal dos sujeitos da pesquisa é de “Heavy user” (usuários pesados). Constatou-se que 62% dos indivíduos passam de 5 a 35 horas navegando na internet ao longo de uma semana. Além disso, 80% da amostra estudada utilizam a internet como uma de suas principais fontes de informação em saúde; 76% dos indivíduos da pesquisa têm alta confiança em informações advindas de profissionais de saúde, 52% atribui alta confiança para informações provenientes de revistas científicas, 18% para informações de televisão ou rádio e 10% para blogs de saúde. A população estudada apresenta geralmente alto grau de interesse nos mais diversos temas de saúde. O perfil sócio econômico dos indivíduos envolvidos na pesquisa é de uma classe média alta. A maior parte da amostra (59%) possui plano de saúde privado e 68% utiliza muito pouco ou nunca utiliza o SUS. Conclusão: A internet se mostrou um recurso de alta utilização por meio da população brasileira que busca por informação sobre saúde. Os usuários costumam ter interesse pelos mais variados temas de saúde. Há uma desconfiança acentuada em muitas das informações que encontram. INQUÉRITO DE SITUAÇÃO VACINAL DE ESTUDANTES DE GRADUAÇÃO EM ODONTOLOGIA NA UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO, CAMPUS CAPITAL. Ferreira,N.C. (1); Nichiata, L.Y.I. (1); Barbosa, M.C.P.F (1); Instituição: 1 - USP; Introdução: Desde o desenvolvimento da primeira vacina em 1796, pelo médico inglês Edward Jenner, o rumo das doenças causadas por agentes infecciosos estava Saúde Soc. São Paulo, v.20, supl.1, 2011 227 definitivamente modificado com a efetivação de ações de prevenção. Alunos de graduação da área de saúde são populações susceptíveis a aquisição de doenças imunopreveníveis, por entrarem em contato durante os períodos de atividades práticas com indivíduos doentes ou crianças. A conscientização do profissional para a ocorrência de transmissão de doenças, desde o período de formação acadêmica, oferece maior segurança não só a ele, mas também a seus pacientes e familiares. Objetivos: O estudo teve como objetivo analisar a situação vacinal dos alunos do curso de graduação de Odontologia da Universidade de São Paulo, campus capital através da caracterização do estado vacinal destes alunos e, discussão das hipóteses que explicam a situação vacinal incompleta de discentes; enfocando a imunização preconizada aos profissionais da área de saúde e a necessidade de regularização da imunização. Método: Trata-se de estudo descritivo-exploratório, realizado na Faculdade de Odontologia da Universidade de São Paulo, campus capital, com os estudantes de graduação. A coleta dos dados foi realizada de outubro de 2010 a fevereiro de 2011. Através de um questionário autoaplicado, sem a utilização da carteira vacinal do aluno, analisou-se o auto-conhecimento da situação sorológica e o auto-conhecimento quanto ao contato prévio ou por adoecimento por doenças imunopreveníveis. Resultados parciais: No total foram obtidos resultados de 349 inquéritos (51,3% do total da população eletiva). Observou-se que o curso de Odontologia é composto majoritariamente pelo sexo feminino que representa quase 70.0% da amostra estudada. Quanto à faixa etária dos estudantes, a maioria (75.0%) tem entre 20 e 29 anos. Os estudantes majoritariamente são egressos do ensino médio de rede privada (72.8%), sendo que seus pais possuem ensino superior e pós-graduação, 56,7% e 25,8%, respectivamente. Com relação a condição vacinal para a vacina do vírus da hepatite B (VHB), notou-se que quase 30% dos estudantes não apresentam situação completa e documentada para esta vacina. E deste percentual, somente 46.7% submeteu-se ao teste de sorologia para verificar a soroconversão ou a imunidade ao vírus da hepatite B. Conclusão: Trabalho científico em andamento. INSERÇÃO SOCIAL DE PESSOAS COM TRANSTORNO MENTAL GRAVE: DIMENSÕES E SIGNIFICADOS SOCIOCULTURAIS DE EXPERIÊNCIAS DE HABITAÇÃO Anais XII Congresso Paulista de Saúde Pública Nakamura, E. (1); Instituição: 1 - UNIFESP - CAMPUS BAIXADA SANTISTA; O retorno dos egressos de hospitais psiquiátricos à vida social tem sido debatida no Brasil, principalmente por meio da noção de (re)inserção social. Desse debate surgiram propostas de moradia àqueles não mais aceitos pela família ou cujos laços sociais se perderam. Na análise e reflexão antropológica sobre o tema “inserção social e habitação”, parte da pesquisa “Inserção social e habitação: pesquisa avaliativa de moradias de portadores de transtorno mental grave” (CNPq/Decit), tomou-se para fins comparativos as experiências em Serviços Residenciais Terapêuticos (SRTs) em três municípios brasileiros, para a apreensão da riqueza e diversidade dessas experiências como construções socioculturais. Adotou-se o método etnográfico, sendo as experiências apreendidas por meio da observação participante em dois SRTs em cada município. Os objetos que compõem os SRTs – móveis, eletrodomésticos, aparelhos eletrônicos, objetos pessoais – seguem uma padronização, são casas estruturadas pelos poderes públicos locais, com possibilidade restrita dos moradores de manifestarem seus gostos e desejos; alguns particularizam o uso de objetos em seus quartos ou ao redor das camas. Há uma indefinição quanto à delimitação dos espaços causando uma sensação de invasão dos espaços: a casa encontra-se dividida em espaços de moradores ou de cuidadores, mais ou menos comuns, públicos ou privados, expressando certa ambigüidade dos SRTs: afinal uma casa ou um serviço? Nos espaços comuns que parecem acolher as formas de relação entre os moradores, estes se agrupam para conversar (cozinha), comer ou tomar café (refeitório, cozinha, varanda), fumar (jardim, varanda), ver TV (sala), ouvir rádio (varanda) ou simplesmente não fazer nada, deitados nos sofás de uma varanda, para aproveitar o sol da manhã ou para descansar após o almoço. Os moradores dos SRTs atribuem significados particulares às experiências de habitação, segundo os usos que fazem das casas, dos espaços e das coisas, ao mesmo tempo em que se relacionam entre si e com outros, lançando mão principalmente dos elementos disponíveis em suas lembranças de vivências socioculturais anteriores à sua internação, parcialmente retomadas como as peças de um quebra-cabeça, complementadas por elementos de sua vida cotidiana nos SRTs. Sua inserção social torna-se possível na medida em que estabelecem alguSaúde Soc. São Paulo, v.20, supl.1, 2011 228 ma ordem nos modos de habitar e constituem formas, mesmo que tênues, de convívio social. INSTRUMENTO DE CLASSIFICAÇÃO DE CUIDADOS DO SERVIÇO DE FISIOTERAPIA DO PROGRAMA DE INTERNAÇÃO DOMICILIAR Oliveira, JRC (1); Perira, LC (2); Instituição: 1 - Programa de Internação Domiciliar de São Bernardo do Campo; 2 - Programa de Internação Domiciliar; Caracterização do Problema. Dentre os indicadores utilizados para monitorar e avaliar as ações executadas na atenção à saúde destaca-se aqueles desenvolvidos no âmbito domiciliar. Espera-se que uma estratégia eficiente e resolutiva seja capaz de resolver 80% da demanda dos serviços de saúde de uma comunidade. Porém, ainda hoje, observa-se uma demanda desordenada, tornando um grande problema aos Programas de Assistência Domiciliar. Dentro dessa problematização, torna-se evidente a necessidade de um instrumento que possibilite priorizar as visitas domiciliárias enquanto ação indispensável dentro do processo de trabalho das equipes multiprofissionais inseridas no domicílio. Com este propósito, foi elaborado um Instrumento de Classificação de Cuidados com a finalidade de estabelecer de maneira equitativa as prioridades da visita domiciliária. Descrição. O Instrumento de Classificação de Cuidados segue como um instrumento útil para avaliação e o planejamento da assistência do serviço de fisioterapia através do preenchimento de um questionário Tal questionário analisa 12 itens, desde o estado clínico até o prognóstico cinésio-funcional do paciente. Cada item possui uma pontuação; e a soma dos escores classifica o paciente em : cuidados mínimos, cuidados intermediários e cuidados intensivos. Essa classificação corresponde à quantidade de sessões realizadas pela fisioterapia naquela semana. A realização do questionário é feita de forma semanal, devido à instabilidade clínica dos pacientes internados no programa. Lições Aprendidas. O fisioterapeuta tem buscado continuamente assistir ao indivíduo de forma eficaz e com equidade, buscando associar a prática cientifica a prática clinica através da classificação dos pacientes de acordo com um instrumento. É com esta preocupação que o Instrumento de Classificação de Cuidados segue como uma ferramenta útil para o planejamento da assistência prestada, para o dimen- Anais XII Congresso Paulista de Saúde Pública sionamento de recursos humanos e materiais e para a distribuição das atividades entre os membros da equipe de fisioterapia conforme a capacitação de cada membro e gravidade do paciente. Recomendações. Conseguir validar o Instrumento de Classificação de Cuidados no serviço de fisioterapia do Programa de Internação Domiciliar e utilizá-lo como instrumento diagnóstico de categoria de cuidado a que o paciente pertence. INTERDISCIPLINARIDADE E PRÁTICAS EM SAÚDE: REFLEXÕES SOBRE A EXPERIÊNCIA DO PROJETO BANDEIRA CIENTÍFICA Rivera, Mariana F.A. (1); Scarcelli, Ianni R. (1); Instituição: 1 - IPUSP; Introdução: Trata-se de trabalho ligado à investigação, em desenvolvimento, de possíveis ressonâncias do Projeto de Extensão Universitária Bandeira Científica da USP (BC) na formação de estudantes de graduação, principalmente para o trabalho em saúde pública e em equipe interdisciplinar. Objetivos: Refletir e discutir sobre a interdisciplinaridade, princípio fundamental no trabalho em saúde. Verificar se este se expressa na BC como concepção e/ou práticas nas atividades desenvolvidas pelos estudantes. Método: 1. Pesquisa bibliográfica de trabalhos do campo da Saúde Coletiva, acerca da interdisciplinaridade. 2. Análise de documentos do BC, identificando-se a frequência do termo interdisciplinaridade e os significados atribuídos. 3. Observação participante das práticas realizadas na Expedição BC para Inhambupe (BA) em 2010. Fundamentamo-nos, principalmente, nos pressupostos teóricos da Psicologia Social formulada por PichónRivière. Resultados: Para Japiassu (1976), a interdisciplinaridade é caracterizada pela intensidade das trocas entre os representantes das disciplinas e pelo grau de integração real destas dentro de um mesmo projeto de pesquisa. Não se trata de postular nova síntese do saber, mas de constatar certo esforço por aproximar, comparar, relacionar e integrar os conhecimentos. As observações e os documentos mostram por parte dos participantes do BC incertezas, dúvidas e ansiedades em relação à prática da interdisciplinaridade. Conclusões: A prática da interdisciplinaridade apre- Saúde Soc. São Paulo, v.20, supl.1, 2011 229 senta uma complexidade que um trabalho como este não pode esgotar. Há necessidade de aprofundamento epistemológico em projetos que se propõem a trabalhar nessa perspectiva. Observamos uma confusão no uso dos termos “interdisciplinaridade” e “multidisciplinaridade” nos documentos e textos produzidos pelo BC. Muitas vezes, se utiliza o mesmo termo para relatar práticas diferentes. Apesar de ser dito pelos participantes do BC que se realizam nele práticas interdisciplinares, seria mais prudente e cuidadoso dizer que se está iniciando tais práticas e se aprendendo como realizá-las. Referências Bibliográficas JAPIASSU, H. Interdisciplinaridade e patologia do saber. Rio de Janeiro: Imago, 1976. PICHÓN-RIVIÈRE, E. O Processo Grupal. São Paulo: Martins Fontes, 1986. SCARCELLI, I.R. O movimento antimanicomial e a rede substitutiva em saúde mental: a experiência do município de São Paulo. Dissertação (Mestrado). São Paulo: Instituto de Psicologia da USP, 1998. INTERFACE SAÚDE E CULTURA: EXPERIMENTAÇÕES PARA PROMOÇÃO DA SAÚDE Silva, L. C. (1); CASTRO, E. D. (2); Instituição: 1 - Centro de Atenção Psicossocial II Infantil Capela do Socorro; 2 - Universidade de São Paulo; A partir de experiências práticas em serviços de saúde que dialogam com projetos culturais na perspectiva de criar possibilidades de produção de saúde, cultura e participação social, surgiu o interesse de pensar a relação entre projetos culturais e a promoção da saúde. A Política Nacional de Promoção da Saúde propõe intervenções ampliadas em aspectos que determinam o processo saúde-doença de uma população: violência, dificuldade de acesso à educação, desemprego, entre outros. Assim, a organização da atenção e do cuidado envolve ações e serviços que operem sobre o adoecer e aqueles além dos muros das unidades de saúde, incidindo sobre as condições de vida e que favorecem escolhas saudáveis por sujeitos e coletividades no território onde vivem. E, o Ministério da Cultura lançou em 2004 o Programa Nacional de Cultura, Educação e Cidadania – Cultura Viva, em que a principal estratégia é a implantação dos Pontos de Cultura. Este programa traz como objetivo Anais XII Congresso Paulista de Saúde Pública estimular e valorizar a diversidade das experiências culturais, ou seja, a expansão cultural, no intuito de envolver comunidades em desvantagem social e econômica na produção cultural (BRASIL, 2007). Objetivos e Métodos: A partir da metodologia de pesquisa - o estudo de caso – buscou-se conhecer Pontos de Cultura no município de São Paulo, aprofundando-se no conhecimento de como estes se organizam, os desdobramentos no cotidiano das pessoas e comunidades envolvidas e, estabelecer relações com diretrizes da Política Nacional de Promoção da Saúde. Resultados e Conclusão: A vida em circulação encontra nas proposições culturais uma possibilidade de existência em que pequenas variações mutáveis operam a construção de uma participação social através dos eventos, das coisas produzidas, das obras, da participação grupal, enfim de todas as trocas que possam ocorrer e que permitam o reconhecimento de forças, a escuta das forças e das diferenças, exercícios de linguagem, de sociabilidade e de resistência ao esfacelamento cultural do qual decorre o adoecimento humano. Dessa forma, os Pontos de Cultura possibilitam que populações em situação de vulnerabilidade social passem a ocupar novos papéis perante o social, como uma nova possibilidade na forma de ser, estar e agir no mundo, de construção e reconstrução de projetos de vida e de transformações no cotidiano. Desdobrandose em possibilidades de composição de redes sociais territoriais, de apropriação e uso dos espaços públicos e de produção de saúde e vida. JOGOS DE MULTIMÍDIA – UM RECURSO NAS AÇÕES DE EDUCAÇÃO EM SAÚDE Zombini, E.V. (1); Pelicioni, M.C.F. (1); Instituição: 1 - Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo; Introdução: Os recursos de multimídia como oportunidades de meios de comunicação alternativo nas práticas de educação em saúde, torna a atividade desenvolvida mais dinâmica e criativa, ampliam as possibilidades de interação e participação, podendo inclusive ser um facilitador na alfabetização, particularmente do público infantil. Objetivo: Analisar a importância de jogos de multimídia em ações de educação em saúde. Metodologia: Um trabalho de educação em saúde foi realizado com crianças, em uma escola de educação especi