Anais do 12º Congresso Paulista de Saúde Pública

Transcrição

Anais do 12º Congresso Paulista de Saúde Pública
Saúde e Sociedade é uma revista que tem por finalidade divulgar a
produção das diferentes áreas do saber, sobre práticas de saúde, visando ao desenvolvimento interdisciplinar do campo da saúde pública.
Destina-se à comunidade de profissionais do campo da saúde, docentes,
pesquisadores, especialistas da área de Saúde Pú­bli­­ca/Coletiva e de áreas
afins. Uma iniciativa interinstitucional da Fa­culdade de Saúde Pública
da USP e da Associação Paulista de Saúde Pública.
The purpose of the journal Saúde e Sociedade is to disseminate the
production of different areas of knowledge about health practices,
aiming at the interdisciplinary development of the field of public health.
It is designed for the community of health­­care professionals, lecturers,
researchers, experts of the Public/Collective Health Area and related
areas. It is an in­ter­ins­titutional effort of Faculdade de Saúde Pública/
USP and Associação Paulista de Saúde Pública.
Faculdade de Saúde Pública da USP
Diretora/Dean
Helena Ribeiro
Vice-Diretor/Vice-Dean
Paulo Antonio de Carvalho Fortes
Associação Paulista de Saúde Pública
Presidente/President
Paulo Fernando Capucci
Vice-Presidente/Vice-President
Marília Cristina P. Louvison
Diretora de Extensão/Extension Officer
Daniele Pompei Sacardo
Diretor de Comunicação/Communication Officer
Marco Antonio Manfredini
Diretora de Finanças/Financing Officer
Elaine Maria Giannotti
Coordenador do Congresso da APSP/Congress Coordinator of APSP
Jorge Harada
Conselho de Editores/Publish Committee
Conselho de Consultores/Advisory Editors
Aurea Maria Zöllner Ianni - FSP/USP
Fabíola Zioni - FSP/USP
Irineu Francisco Barreto Jr - Fundação Seade e APSP
Mara Helena de Andréa Gomes - UNIFESP e APSP
Nivaldo Carneiro Junior - FCMSCSP, FMABC e APSP
Paulo Antonio de Carvalho Fortes - FSP/USP
Rubens de Camargo Ferreira Adorno - FSP/USP
Alcindo Antonio Ferla - ESP/SESRS
Ana Maria Costa - MS
Augusta Thereza de Alvarenga - FSP/USP
Maria Bernadete de Cerqueira Antunes - UFPE
Carme Borrell - Agència de Salut Pública - Barcelona
Christovam Barcellos - ICICT/Fiocruz
Didier Lapeyronnie - Université Victor Segalen - Bordeux 2
Eduardo Suárez - Universidad del Salvador - Buenos Aires
Eleonora Menicucci de Oliveira - UNIFESP
Evelyne Marie Therese Mainbourg - C. P. Leônidas e Maria Deane/FIOCRUZ-AM
Francisco Eduardo Campos - UFMG
Gustavo Caponi - UFSC
Jairnilson Silva Paim - ISC/UFBA
Jean-Pierre Goubert - École des Hautes Études en Sciences Sociales - Paris
José da Rocha Carvalheiro - FMRPUSP
José de Carvalho Noronha - CICT/FIOCRUZ
Lynn Dee Silver - Columbia University New York City
Luciano Medeiros Toledo - C. P. Leônidas e Maria Deane/FIOCRUZ-AM
Maria Cecília de Souza Minayo - ENSP/FIOCRUZ
Mary Jane Paris Spink - PUCSP
Osvaldo Fernandez - UNEB
Patrick Paul - Université François Rabelais -Tours
Paulo Eduardo Mangeon Elias - FMUSP
Editores/Editors
Cleide Lavieri Martins - FSP/USP e APSP
Helena Ribeiro - FSP/USP
Editores Convidados
Marco Akerman
Lucia Yasuko Izumi Nichiata
Marília Cristina Prado Louvison
Daniele Marie Guerra
Secretária/Secretary
Ana Paula Labate
Rita de Andréa Gomes
Credenciamento/Accreditation
Programa de Apoio às Publicações
Científicas e Periódicas da USP
Saúde e Sociedade / Universidade de São Paulo. Faculdade de Saúde Pública
e Associação Paulista de Saúde Pública. v. 1, n. 1 (jan./jun. - 1992)- . São Paulo : Faculdade de Saúde Pública da Universidade­de São Paulo
: Associação Paulista de Saúde Pública, 1992 - .
Trimestral.
Resumos em inglês e português.
Descrição baseada em: V. 17, n.1 (jan/mar, 2008)
ISSN 0104-1290
1. Saúde Pública. 2. Ciências Sociais. 3. Ciências Humanas.
I. Faculdade de Saúde Pública­da Universidade de São Paulo
II. Associação Paulista de Saúde Públi­ca
CDD 614
300
Indexação/Indexation
SciELO - Scientific Electronic Library OnLine
Thomsom Reuters: Social Sciences Citation Index, Social
Scisearch, Journal Citation Reports/Social Sciences Edition
CSA Social Services Abstracts
CSA Sociological Abstracts
LILACS - Literatura Latino-Americana em Ciências da Saúde
Ulrich’s International Periodical Directory
EBSCO Publishing
Latindex
Library of Congress Cataloging
Scopus
Portal de Revistas da USP
REALIZAÇÃO
PATROCÍNIO
APOIO INSTITUCIONAL
organiZAÇÃO
Comissão Organizadora do XII Congresso
Paulista de Saúde Pública
Presidente
Paulo Fernando Cappuci :: Associação Paulista de Saúde Pública
Coordenador
Jorge Harada :: UNIFESP - Escola Paulista de Medicina, Secretaria de Saúde de São Bernardo do Campo
Comissão organizadora
Ademar Arthur Chioro dos Reis :: Secretaria de Saúde de São Bernardo do Campo
Cristina Sakai :: Secretaria de Saúde de São Bernardo do Campo
Daniele Marie Guerra :: Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo, Associação Paulista de Saúde Pública
Elaine Maria Giannotti :: Conselho de Secretarias Municipais de Saúde São Paulo
Helder Marques :: Secretaria de Saúde de São Bernardo do Campo
Lucia Yasuko Izumi Nichiata :: Escola de Enfermagem da USP, Associação Paulista de Saúde Pública
Luis Carlos Casarin :: Secretaria de Saúde de São Bernardo do Campo, Associação Paulista de Saúde Pública
Lumena Furtado :: Secretaria de Saúde de São Bernardo do Campo, Associação Paulista de Saúde Pública
Marco Antonio Manfredini :: Associação Paulista de Saúde Pública
Maria Lúcia Martins de Carvalho :: Secretaria de Saúde de São Bernardo do Campo
Marília Cristina Prado Louvison :: Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo, Associação Paulista de Saúde Pública
Mônica Rodrigues Nagy :: Secretaria de Saúde de São Bernardo do Campo
Paulo Fernando Capucci :: Associação Paulista de Saúde Pública
Sonia Oliveira Barbosa Muraro :: Centro Sanitária Vigilância da Coordenadoria de controle de Doenças da Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo
Stefanie Kulpa :: Secretaria de Saúde de São Bernardo do Campo
Apoio operacional
Cláudia Ribeiro :: Associação Paulista de Saúde Pública
Presidente da Comissão Científica
Marco Akerman :: Faculdade de Medicina do ABC, Associação Paulista de Saúde Pública
Comissão Científica
Alexandre Nemes Filho :: Centro de Saúde Escola Samuel Barnsley Pessoa, Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo,
Associação Paulista de Saúde Pública
Ana Maria Figueiredo Souza :: Associação Paulista de Saúde Pública
Beatriz Ercolin :: Conselho Reginonal De Fonoaudiologia
Carlos Botazzo :: Faculdade de Odontologia USP
Carolina Chaccur Aboujamra :: Secretaria de Saúde de São Bernardo do Campo
Claudia Valença Montero :: Coordenadoria de Controle de Doenças da Secretaria Estadual de Saúde de São Paulo
Cleide Lavieri Martins :: Faculdade de Saúde Pública USP
Daniele Marie Guerra :: Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo, Associação Paulista de Saúde Pública
Daniele Pompei Sacardo :: Associação Paulista de Saúde Pública
Eunice Nakamura :: Universidade Federal de São Paulo, campus Baixada Santista
Jorge Harada :: Unifesp - Escola Paulista de Medicina - Secretaria da Saúde de São Bernardo do Campo
Jose da Rocha Carvalheiro :: Instituto de Saúde da Secretaria de Estado de Saúde de São Paulo
José Ruben Ferreira de A. Bonfim :: Instituto de Saúde da Secretaria de Estado de Saúde de São Paulo
Lumena Furtado :: Secretaria de Saúde de São Bernardo do Campo, Associação Paulista de Saúde Pública
Luz Alcira :: Universidade Municipal de São Caetano do Sul
Marco Antonio de Moraes :: Centro de Vigilância Epidemiológica da Secretaria de Estado de Saúde de São Paulo
Marco Antonio Manfredini :: Associação Paulista de Saúde Pública
Marília Cristina Prado Louvison :: Secretaria de Estado de Saúde de São Paulo, Associação Paulista de Saúde Pública
Nivaldo Carneiro Júnior :: Faculdade de Medicina do ABC, Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo
Oziris Simões :: Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo
Paulo Antonio de Carvalho Fortes :: Faculdade de Saúde Pública da USP
Paulo Capel Narvai :: Faculdade de Saúde Pública da USP
Paulo Fernando Capucci :: Associação Paulista de Saúde Pública
Pedro Dimitrov :: Fundação do Desenvolvimento Administrativo
Rosamaria Rodrigues Garcia :: Universidade Municipal de São Caetano do Sul
Rosangela Filipini :: Faculdade de Medicina do ABC
Rosilda Mendes :: Universidade Federal de São Paulo Baixada Santista
Sérgio Baxter Andreoli :: Universidade Católica de Santos
Sonia Oliveira Barbosa Muraro :: Centro Sanitária Vigilância da Coordenadoria de controle de Doenças da Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo
Suely Vallin :: Secretaria de Estado de Saúde de São Paulo
Tarcisio de Oliveira Barros Braz :: Secretaria de Estado de Saúde de São Paulo, Associação Paulista de Saúde Pública
Tiago Noel Ribeiro :: Secretaria Municipal de Saúde de Guarulhos
Vânia Barbosa do Nascimento :: Hospital Nardini, Instituto de Saúde da Secretaria de Estado de Saúde de São Paulo
Vera Lúcia de Barros :: Secretaria Municipal da Saúde de São Paulo, Centro de Formação, Treinamento e Aperfeiçoamento
Wilma Madeira :: Faculdade de Medicina do ABC, Instituto de Responsabilidade Social Sírio-Libanês
Pareceristas
Alexandre Nemes Filho :: Centro de Saúde Escola Samuel Barnsley Pessoa, Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo,
Associação Paulista de Saúde Pública
Antonio de Pádua Pithon Cyrino :: Universidade Estadual Paulista Julio de Mesquita filho - Botucatu
Aquilas Mendes :: Faculdade de Saúde Pública USP e Pontifícia Universidade Católica São Paulo
Aurea Maria Zollner Ianni :: Faculdade de Saúde Pública da USP
Carlos Eduardo Panfilio :: Universidade Municipal de São Caetano do Sul
Claudia Maria Bogus :: Faculdade de Saúde Pública da USP
Claudia Valença Montero :: Coordenadoria de Controle de Doenças da Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo
Cleide Lavieri Martins :: Faculdade de Saúde Pública da USP, Associação Paulista de Saúde Pública
Daniele Marie Guerra :: Secretaria de Estado de Saúde de São Paulo, Associação Paulista de Saúde Pública
Daniele Pompei Sacardo :: Associação Paulista de Saúde Pública
Eunice Nakamura :: Universidade Federal de São Paulo Baixada Santista
Fernando Mussa Abujamra Aith :: NAP-DISA/USP
Harki Tanaka :: Universidade Federal do ABC
Irineu Francisco Barreto Jr. :: Fundação Seade/Revista Saúde e Sociedade
Isabel Fuentes :: Secretaria Municipal de São Bernardo do Campo
José Ruben Ferreira de A. Bonfim :: Instituto de Saúde da Secretaria de Estado de Saúde de São Paulo
Juan Yasle Rocha :: Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto USP
Laura Camargo Macruz Feuerwerker :: Faculdade de Saúde Pública USP
Lilia Blima Schraiber :: Faculdade de Medicina USP
Lislaine Aparecida Fracolli :: Escola de Enfermagem da USP
Lucia Yasuko Izumi Nichiata :: Escola de Enfermagem da USP
Luiz Carlos de Oliveira Cecílio :: Universidade Federal de São Paulo
Luz Alcira :: Universidade Municipal de São Caetano do Sul
Marcia Thereza Couto Falcão :: Faculdade de Medicina da USP
Marília Cristina Prado Louvison :: Secretaria de Estado de Saúde de São Paulo, Associação Paulista de Saúde Pública
Nivaldo Carneiro Júnior :: Faculdade de Medicina do ABC, Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo
Paula Carnevale :: Universidade Vale do Paraíba
Paulo Capel Narvai :: Faculdade de Saúde Pública da USP
Rosamaria Rodrigues Garcia :: Universidade Municipal de São Caetano do Sul
Rosangela Filipini :: Faculdade de Medicina do ABC
Sérgio Baxter Andreoli :: Universidade Católica de Santos
Suely Vallin :: Secretaria de Estado de Saúde de São Paulo
Tarcisio de Oliveira Barros Braz :: Secretaria de Saúde de São Bernardo do Campo
Tiago Noel Ribeiro :: SMS Guarulhos
Vânia Barbosa do Nascimento :: Hosp. Nardini, Inst. Saúde
Vera Lúcia de Barros :: SS, CEFOR, ETSUS
Wilma Madeira :: Faculdade de Medicina do ABC, Instituto de Responsabilidade Social Sírio-Libanês
Sumário
Saúde e Sociedade
7 Editorial
olume 20
V
Suplemento 1
Outubro 2011
Cleide Lavieri Martins
8 Editorial Especial
Marco Akerman
9 Eixo I - Defesa do SUS e seguridade social no Brasil
como direito de cidadania
Pesquisa: Trabalhos científicos concluídos ou em
andamento com resultados parciais
Experiência: Relatos de experiências por sua relevância
e/ou êxito
Outras produções: Apresentação de vídeo, produção
artística, etc
38 Eixo II - Gestão técnica e política do SUS
Pesquisa: Trabalhos científicos concluídos ou em
andamento com resultados parciais
Experiência: Relatos de experiências por sua relevância
e/ou êxito
Outras produções: Apresentação de vídeo, produção
artística, etc
130 Eixo III - Inovações na produção do cuidado, das
práticas e do conhecimento
Pesquisa: Trabalhos científicos concluídos ou em
andamento com resultados parciais
Experiência: Relatos de experiências por sua relevância
e/ou êxito
Outras produções: Apresentação de vídeo, produção
artística, etc
Editorial
Com o tema “Saúde e Direitos: escolhas para fazer o
SUS?” a APSP promove o 12º Congresso Paulista de
Saúde Pública, um evento que abre espaço para debates
e reflexões acerca das políticas para o sistema de saúde no estado de São Paulo e no Brasil. Um evento que
envolve diferentes atores desde representantes das universidades, gestores de políticas sociais e sistema de
saúde, trabalhadores da saúde, usuários dos serviços,
enfim todos os cidadãos, grupos e coletivos responsáveis pela consolidação e fortalecimento do SUS.
A Saúde e Sociedade não poderia deixar de fazer
parte desse momento. Neste Suplemento, como em
congressos anteriores, publicamos os resumos dos
trabalhos aprovados. Acolhemos assim, a produção
dos congressistas que espontaneamente apresentaram
suas pesquisas e relatos de experiências, contribuindo
para a consolidação do Congresso e o aprofundamento
das discussões e análises que o tema geral do Congresso sugere. A publicação dos Anais, em formato Livro
de Resumos, pela revista Saúde Sociedade, reafirma
o vínculo desta publicação científica com os serviços,
ampliando o espaço de relevante debate para a Saúde
Pública.
Cleide Lavieri Martins
Pelo Conselho Editorial
Anais XII Congresso Paulista de Saúde Pública
Saúde Soc. São Paulo, v.20, supl.1, 2011 7
Editorial Especial
XII Congresso Paulista de Saúde Pública - “Saúde
e Direitos: escolhas para fazer o SUS!
Bem-vindas e Bem-vindos ao XII Congresso Paulista
de Saúde Pública realizado pela Associação Paulista
de Saúde Pública e pela Secretaria de Saúde de São
Bernardo do Campo, 22 a 26 de outubro de 2011.
Em debate “Escolhas para fazer o SUS” no contexto
da Saúde e dos Direitos!
O tempo é de mudanças na sociedade brasileira em
que o crescimento econômico e o aumento do crédito e
do consumo entram na agenda política e no cotidiano
de cada cidadão. Há consequências importantes para
o setor saúde. Dez meses de novos governos e novas
agendas na esfera federal e estadual. A Emenda Constitucional 29 foi aprovada e a sociedade questiona como
financiá-la. A grande imprensa pauta de maneira sistemática as “deficiências” do SUS. Crescem os usuários
de planos de saúde. Modelam-se alternativas de gestão
e de parcerias público-privado. O debate é tenso! Nas
universidades e nos serviços há alguns movimentos de
mudança na formação, nos modos de fazer pesquisa,
nas práticas e no cuidado e a questão é como sustentar
pequenas mudanças induzidas por recursos públicos. A
14ª Conferencia Nacional de Saúde pauta o SUS como
patrimônio nacional de todos!
Em três dias estes e outros temas estarão presentes
em três eixos: Eixo 1 - Defesa do SUS e seguridade social
no Brasil, como direitos de cidadania; Eixo 2 - Gestão
técnica e política do SUS e Eixo 3 - Inovações na produção do cuidado, das práticas e do conhecimento.
A chamada para a submissão de trabalhos previu
três possibilidades de resumos: Relatos de pesquisa;
Relatos de Experiências e Outras produções (vídeos,
instalações artísticas, por exemplo).
Os Congressistas submeteram seus resumos
classificando-os nos três Eixos e a Comissão Científica
reclassificou-os em sub-eixos para o debate em salas
de discussão temáticas.
Além dos requisitos de preparação dos resumos, o
processo de avaliação observou os seguintes critérios
para a aprovação dos trabalhos:
• A relevância da temática para o tema do congresso
• Importância e coerência metodológica
• Encadeamento lógico entre os tópicos.
• Clareza, coerência e concisão.
Foram submetidos 897 trabalhos e 37 não foram
recomendados. Entre os recomendados, há resumos
que não estão estruturados como nas instruções,
mas foram incorporados por serem relevantes para o
debate em tela.
Compondo o número especial da Revista Saúde e
Sociedade, os resumos foram formatados conforme
diagramação do periódico, em PDF. Desta forma, para
encontrar o seu trabalho, utilize o sistema de busca do
Acrobat Reader, no menu superior, digitando o título,
autor, instituição ou conteúdo do resumo.
Façam bom uso destes resumos, que além de darem
visibilidade aos trabalhos submetidos durante o Congresso, possam ser úteis como material pós Congresso
na sua vida como profissional de saúde, militante ou
acadêmico, no processo permanente de fazer escolhas
para o SUS.
Abraços,
Marco Akerman
Presidente da Comissão Científica
Eixo I – Defesa do SUS e seguridade social
no Brasil como direito de cidadania
Resumos de Relatos de Pesquisa
A IMPORTÂNCIA DO ENFERMEIRO NO PROCESSO disso, realizar grupos focais para orientação e sensibilização coletiva aos idosos. Conclusão: Com ênfase
DE TERRITORIALIZAÇÃO DO CUIDADO DO IDOSO
Guarnieri, A.P. (1); Lima, B.E.M. (1); Gusmão, C.B. (1);
Andrade, D.S. (1); Bezerra, D.G. (1); Martins, N.B. (1);
Instituição: 1 - FMABC;
Introdução: A proporção de idosos do município de São
Caetano do Sul está aumentando quando comparado
ao estado. Portanto, é necessário que os profissionais
de saúde tenham capacitação em gerontologia, possibilitando-os atender às necessidades dessa população.
Considerando que a Estratégia de Saúde da Família
(ESF) é responsável pelo desenvolvimento de ações de
atenção à saúde que proporcionem qualidade de vida.
Tendo em vista a importância da territorialização na
ESF, viabilizando conhecimento do perfil populacional
que subsidia os profissionais de saúde, particularmente o enfermeiro para o desenvolvimento de estratégias
de cuidado à saúde do idoso. Objetivos: Analisar a
importância da territorialização para a delimitação do
cuidado aos idosos e entender a importância do enfermeiro na territorialização e a influência da mesma nas
estratégias de cuidado ao idoso. Metodologia: Trata-se
de uma revisão bibliográfica da Biblioteca Virtual de
Saúde, utilizando os descritores: Programa Saúde
da Família, papel do enfermeiro e gerontologia entre
2.008 à 2.010. Foram selecionados 10 artigos de relevância para o estudo. Análise e discussão dos dados: A
territorialização permite delimitar as particularidades
da população, proporcionando o planejamento local das
ações. Dessa forma, o enfermeiro como integrante da
equipe terá conhecimento asseado do perfil epidemiológico do público alvo. A cidade de São Caetano do Sul
tem o maior IDH, por isso o enfermeiro deve atuar no
planejamento e desenvolvimento de ações voltadas ao
atendimento ao idoso, proporcionando ações que ofereçam maior resolutividade. Portanto, o enfermeiro deve
atuar por meio da consulta de enfermagem realizando
avaliação multidimensional, dessa forma, contribuindo para um cuidado especializado e resolutivo. Além
Anais XII Congresso Paulista de Saúde Pública
no processo de territorialização e cuidado do idoso
é necessária atenção qualificada, portanto, torna-se
necessário um perfil ideal de profissionais de saúde,
particularmente de enfermeiros, sendo imprescindível
a formação acadêmica que compreenda as mudanças
físicas, emocionais e sociais dessa faixa etária. Assim
sendo, consideramos que a presente pesquisa é um
ensaio que requer complementação com o desenvolvimento de outros projetos que abordem esta temática,
já que a literatura fornece poucos subsídios para o
entendimento deste questionamento.
A PERCEPÇÃO SOBRE A ALIMENTAÇÃO E A SAÚDE
COMO DIREITOS SOCIAIS EM PROGRAMAS DE
SEGURANÇA ALIMENTAR E NUTRICIONAL, DESENVOLVIDOS NO MUNICÍPIO DE SÃO PAULO.
Rocha, N.C (1); Bógus, C.M. (2);
Instituição: 1 - FSP- USP; 2 - FSP-USP;
Introdução: Em fevereiro de 2010, a alimentação foi
incluída entre os direitos sociais garantidos pela Constituição Federal Brasileira. Apesar disso, a perspectiva
dos direitos humanos com relação à alimentação e à
saúde ainda parece frágil dentre programas sociais
governamentais Objetivo: Analisar, sob a perspectiva
dos direitos humanos, como a alimentação e a saúde
são percebidas em programas de Segurança Alimentar
e Nutricional desenvolvidos no município de São Paulo.
Metodologia: O estudo, de abordagem qualitativa, foi
desenvolvido a partir da análise de documentos que
criam e regulamentam os programas, e de entrevistas semi-estruturadas junto a profissionais ligados
ou responsáveis por sua coordenação, sendo usada
análise de conteúdo. Resultados Dentre os programas
estudados- Banco de Alimentos, Programa de Agricultura Urbana e Periurbana (PROAURP), Bolsa Família,
Renda Cidadã, Renda Mínima, Projeto Bom Prato e
Projeto Vivaleite- predominaram duas perspectivas,
Saúde Soc. São Paulo, v.20, supl.1, 2011 9
de maneira geral. A primeira, mais frequente dentre
programas de distribuição de alimentos (Vivaleite e
Bom Prato) relacionava a saúde dos usuários à qualidade sanitária e nutricional dos alimentos e refeições
ofertados, por sua vez, vistos quase como caridade. Os
usuários são percebidos como “necessitados” e não
sujeitos de direito e têm pouca, ou nenhuma relação
direta com a administração destes programas, sempre
intermediada por entidades assistenciais da sociedade civil. A segunda perspectiva relaciona a saúde dos
usuários ao acesso a serviços de saúde e predominou
dentre programas com condicionalidades (Programas
de transferência de renda e Vivaleite). Os responsáveis
pelos programas de transferência de renda e PROAURP
percebem seus usuários como pessoas excluídas socialmente e portadoras de direitos que devem ser garantidos pelo Estado. No Programa de Agricultura Urbana
e Periurbana, a criação de um ambiente mais saudável
não foi percebida como elemento de promoção da saúde
da população atendida. Conclusão: De maneira geral, a
distribuição de alimentos está fortemente relacionada
a uma ideia de caridade e não de direito à alimentação
ou à saúde. Por outro lado, as condicionalidades de
programas de transferência de renda, ao menos em
discurso, parecem chave para a garantia do direito à
alimentação e à saúde das famílias atendidas.
A PRODUÇÃO ATENÇÃO BÁSICA NO PERÍODO DE
IMPLANTAÇÃO PACTO PELA SAÚDE (2006-2010)
Vasconcellos, S.C. (1); Mendes, A. N (1);
Instituição: 1 - FSP/USP;
No Brasil, desde 1990, o poder executivo brasileiro,
representado pelo Ministério da Saúde, vem adotando
como estratégia para reorganização e reordenamento
do Sistema de Saúde, a estruturação e ampliação de
serviços e ações de Atenção Básica, ao passo que vem
aumentando o financiamento deste nível de atenção
nos últimos anos.
O objetivo deste estudo é compreender as características estruturais da Atenção Básica e os mecanismos
de utilizados para sua regulação, reconhecendo o papel
central do financiamento.
A abordagem utilizada para realização deste estudo
foi à qualitativa exploratória, caracterizando-se numa
pesquisa bibliográfica. As bases de dados acessadas
foram LILACS, BIREME, SCIELO, durante um período
de março a julho de 2011.
Anais XII Congresso Paulista de Saúde Pública
Em 2006, a partir da publicação da Portaria
Nº648/2006, afirma-se que “o Pacto pela Vida definiu
como prioridade consolidar e qualificar a Estratégia
de Saúde da Família (ESF) como modelo de Atenção
Básica e centro ordenador das redes de atenção à saúde
no Sistema Único de Saúde” (BRASIL, 2006). Apesar da
expansão da ESF no território brasileiro nos últimos
19 anos, não houve/há uma consolidação uniforme da
estratégia. A implantação ocorre de forma heterogenia,
em especial nos municípios cujo número de habitantes
não esteja em faixas extremas, estes muito pequenos
ou grandes .
Observamos, neste primeiro momento, a concentração
de poder e a centralização da formulação da Politica de
Atenção Básica no nível federal, visto que, o principal
veículo de comunicação adotado pelo MS é a publicação
de resoluções e portarias que definem quais e que tipos
de ações e serviços serão financiados.
É notória a movimentação que o MS vem realizando na
tentativa de organizar o SUS, a partir da estruturação
e fortalecimento da Atenção Básica. O Pacto pela Saúde vislumbrava proporcionar uma maior autonomia
dos gestores municipais, consolidando o processo de
descentralização, mediante assinatura de termos de
compromisso de gestão e a constituição de redes regionais de saúde. No entanto, primeira vista, observamos
uma “autonomia tutelada/relativa”, pois a formulação
das diretrizes da política acontece no nível federal, e o
repasse dos recursos financeiros só é efetuado mediante adesão do município aos programas, em especial a
Estratégia da Saúde da Família.
A UNIVERSIDADE METODISTA DE SÃO PAULO NO
PROJETO RONDON: CONTRIBUIÇÃO COM AÇÕES
NA ÁREA DA SAÚDE PARA O BEM ESTAR DA POPULAÇÃO DE PORTO ESPERIDIÃO - MT.
Bigoli, V. H. O. (1); Junior, D. B. (2); Cacchero, J. N. (1);
Santos, S. O. (1); Balthazar, F. T. R. (1); Imbó, E. N. N.
V. (1); Silva, M. R. A. S. (1); Aranda, B, H. (3); Silva, F.
M. M. (2); Pereira, G. S. (1);
Instituição: 1 - UMESP (Universidade Metodista de
São Paulo); 2 - UMESP (Universidade Metodista de
São Paulo; 3 - UMESP (Universidade Metodista de
são Paulo);
Com o objetivo de promover ações de saúde e cidadania
em nome da Universidade XXXXX, alunos dos cursos
de biologia, biomedicina, educação física, jornalismo,
Saúde Soc. São Paulo, v.20, supl.1, 2011 10
odontologia e psicologia promoveram diversas ações
pelo Projeto Rondon, na cidade de Porto Esperidião
(MT).
Em odontologia, a escovação foi a principal forma de
abordagem, que atingiu crianças de todas as idades,
tanto na região rural e urbana. Além disso, foi feita
aplicação de flúor e distribuição de kits odontológicos
para dar continuidade ao processo de profilaxia bucal
da população.
Foi estabelecido também contato com os agentes de
saúde de ambas comunidades, com o intuito de saber
o índice e a recorrência de doenças relacionadas à
saúde bucal, doenças endêmicas, hipertensão diabetes
e hipercolesterolemia nos diversos distritos.
Ainda nas atividades da odontologia, com recursos da
universidade, foram construídos três escovódromos,
em escolas diferentes
Nas áreas de biologia e biomedicina, temas como
água, esgoto e saneamento foram temas de palestras
direcionadas ao público adulto. Doenças relacionadas
à água não-tratada e outros problemas recorrentes às
situações de saneamento precário foram abordadas,
com intuito de conscientizar a população sobre os
riscos à saúde.
As ações também contaram com atividades que trataram de hipertensão, colesterol e diabetes. Seminários
abordaram temas como educação sexual, DTS e saúde
da mulher, assim com as técnicas de auto-exame e
informações sobre o câncer de mama e a importância
da prática.
Em educação física, práticas recreativas e alongamentos antes do início das atividades. Além disso, contou
também com palestras voltadas especialmente para a
terceira idade, ressaltando a importância da prática
do exercício físico para prevenção de lesões, ganho de
fortalecimento muscular e equilíbrio e os problemas e
riscos que a falta de atividade física nessa faixa etária
provocam.
Em conjunto com psicologia, foram apresentadas em
palestras voltadas aos profissionais de educação das
escolas na zona rural e urbana, temas como: deficiências físicas ou intelectuais, e déficit de atenção. Assim
como foi realizada uma palestra motivacional para os
mesmos, com o intuito de mostrar a importância de
ser educador.
Em psicologia, a visita aos agentes de saúde do município, na sede do PSF (Programa da Saúde da Família)
também ajudou a abordar temas relacionados à área.
Anais XII Congresso Paulista de Saúde Pública
AÇÕES MUNICIPAIS DE ATENÇÃO ÀS PESSOAS
COM DEFICIÊNCIA
BARRETO JUNIOR, Irineu Francisco. (1); SILVÉRIO,
Catarina Aparecida Guarnieri (2); BISMARA, Ida
Maria Caminada (2); VICTORINO, Rita de Cássia
(2); CIOFFI, Sylvia Maria da Penha (2); SILVA, Zilda
Pereira da (3);
Instituição: 1 - Fundação Seade; Mestrado em Ciências Sociais da UVV; Mestrado em Direito da FMU.; 2
- Fundação Seade; 3 - Faculdade de Saúde Pública da
Universidade de São Paulo - FSP-USP;
Nas últimas décadas, o país vivencia a municipalização das políticas sociais, ou seja, a transferência da
gestão de serviços dos níveis federal e estadual para o
âmbito municipal. Esse processo iniciou-se com a área
de saúde, seguida pela educação e assistência social
e continua avançando para outras esferas de atuação
das políticas sociais. Mais recentemente, o Estado brasileiro tem se esforçado para atender aos direitos das
pessoas com deficiência, seja por meio de mudanças
legislativas, seja desenvolvendo programas e ações que
propiciem a inclusão desse segmento populacional. A
pesquisa Ações Municipais de Atenção às Pessoas com
Deficiência investigou as ações desenvolvidas pelas
prefeituras no Estado de São Paulo. O foco do estudo,
portanto, foram as políticas municipais dirigidas às
pessoas com deficiência. Nesse sentido, a Fundação Seade procurou investigar, por meio de pesquisa primária
nas 645 prefeituras paulistas, como se configuram a
gestão e a execução de programas e ações municipais
que propiciem às pessoas com deficiência a plena inclusão na vida comunitária. A pesquisa obteve respostas
de 550 cidades, entre 2009 e 2010, que compõem os
resultados aqui analisados.
A pesquisa revelou a capilaridade dos programas e
ações municipais voltados às pessoas com deficiência.
Porém, um Estado heterogêneo e complexo como São
Paulo deve ser analisado tendo em vista essa multiplicidade. Nessa perspectiva, a pesquisa mostrou que
essas ações, de um modo geral, são mais comuns nas
cidades situadas nas três regiões metropolitanas,
além dos municípios com população acima de 250.000
habitantes. Foi comum que essas ações fossem articuladas por diferentes secretarias e órgãos municipais,
tais como secretarias municipais de saúde, educação,
assistência e desenvolvimento social, além da participação de instituições privadas (filantrópicas ou
Saúde Soc. São Paulo, v.20, supl.1, 2011 11
lucrativas) responsáveis, em inúmeras localidades,
pelo atendimento direto das pessoas com deficiência.
Além disso, as políticas municipais articulam-se com
as estaduais, que são responsáveis pela concatenação
dessa complexa rede e estabelecem macro-diretrizes
das políticas, num Estado complexo e heterogêneo
como São Paulo.
ADESÃO AO TRATAMENTO DE HANSENÍASE EM ARAGUARI – MG, COMPARADO A NÍVEL NACIONAL
GOULART, R. F. (1); BRAMBILLA, C. (1); NEGREIROS,
D. F. (1); BAPTISTA, A.C. (1); COELHO, N.L. (1); PRADO,
I.F. (1); COSTA, J.O. da (1);
Instituição: 1 - UNIPAC ARAGUARI;
Esta investigação visa identificação de fatores associados à falha no tratamento polioquimioterápico da
Hanseníase na cidade de Araguari – MG. Essa pesquisa
tem como sustentação metodológica dados estatísticos
levantados do ano de 2005 a 2010. Nos dados notou-se
excepcionalidade, tendo tratamento cura unânime de
todos os doentes demonstrando efetividade ímpar da
equipe e dos doentes. Todavia, essa pretensão merece
ser conhecida, pois não houve interposição da equipe
de saúde (médicos e agentes) quanto a preocupação aos
pacientes. A princípio, a busca ativa da pesquisa visava
dados errôneos, falhas, desistências, barreiras que dificultavam ou levavam a não adesão da busca pela cura.
Porém, fomos surpreendidos pela eficácia e disposição
da equipe como um todo para com o doente. É bem de
ver, ainda, que já há diferença na forma do tratamento
dos pacientes nesse município, comprovando através
de estatística cura de 100% da patologia.
AS AÇÕES DE CONTROLE DA TUBERCULOSE NA
ATENÇÃO BÁSICA: AVALIAÇÃO DO IMPACTO
EPIDEMIOLÓGICO DA DESCENTRALIZAÇÃO, EM
UMA SÉRIE HISTÓRICA DE 2001 A 2009, EM MUNICÍPIO PAULISTA.
JESUS; G.J (1); OLIVEIRA; I.C. (1); RODRIGUES; I.C.
(2); MACHADO; I.L.L. (3); VILLA; TEREZA C.S. (4);
CURY; M.R.C. (5); VENDRAMINI; S.H.F. (6);
Instituição: 1 - Discente do curso de graduação em
Enfermagem; 2 - Enfermeira da Vigilância Epidemiológica da Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo; 3 - Mestranda da Faculdade de Medicina de São
José do Rio Preto; 4 - Professora Doutora da Escola de
Enfermagem de Ribeirão Preto-EERP/USP; 5 - CoorAnais XII Congresso Paulista de Saúde Pública
denadora do Programa de Controle da Tuberculose
em São José do Rio Preto; 6 - Professora Doutora do
Departamento de Enfermagem em Saúde Coletiva e
Orientação Profissional da FAMERP;
Introdução: A tuberculose, doença de profundas raízes
sociais apresenta fatores agravantes como a multirresistência às drogas e a Aids, além do abandono do
tratamento. O Brasil encontra-se no 19º lugar entre
os 22 países de maior incidência (46 casos/100.000
habitantes) em 2009. O Programa de Controle da
Tuberculose reconheceu a necessidade de combater
a doença por meio da descentralização das ações de
controle para a Atenção Básica. Objetivo: Analisar o
impacto epidemiológico da descentralização das ações
de controle da tuberculose para a Atenção Básica, no
município de São José do Rio Preto-SP, no período de
2001 a 2009. Método: Os dados a respeito da descentralização foram coletados a partir de documentos oficiais
e internos da Secretaria Municipal de Saúde e Conselho
Municipal de Saúde. Os dados secundários para identificação das Unidades de tratamento, dos indicadores de
detecção, cobertura do Tratamento Diretamente Observado e taxas de cura, óbito e abandono foram obtidos
a partir do banco de dados do Programa de Controle
da Tuberculose (WEB-TB). Os dados foram analisados
por meio de números absolutos e freqüência, apresentados em forma de figuras e tabelas. Resultados
descentralização das ações do Programa de Controle
da Tuberculose teve início em 2001; no final de 2004 a
doença foi considerada prioritária, sendo traçadas as
metas de descentralização gradual do Programa para
a Atenção Básica. Em 2006 os serviços especializados
ainda eram responsáveis pelo atendimento da maior
parte de casos, (85,5%), nos anos seguintes houve
um declínio deste percentual, passando as Unidades
Básicas de Saúde a assumir seu papel na maior parte
da detecção de casos (30,1%). Em relação ao desfecho
observou-se diminuição da cura, do óbito, do abandono
e aumento do Tratamento Diretamente Observado.
Conclusão: houve um avanço, ainda que incipiente,
no processo de descentralização das ações de controle
da tuberculose. As ações antes desenvolvidas em nível
secundário, em ambulatório de referência estão sendo
gradativamente desenvolvidas em Unidades da Atenção Básica. A utilização do Tratamento Diretamente
Observado, procedimento comprovadamente eficaz
no controle da tuberculose apresentou um avanço
importante neste processo.
Saúde Soc. São Paulo, v.20, supl.1, 2011 12
Descritores: Tuberculose; Atenção Primária a Saúde;
Descentralização.
Fontes de Financiamento: Bolsa de Iniciação de Científica (PIBIC 2010/2011)
CIDADANIA, ECONOMIA E SAUDE EM TEMPOS
DO REAL
BRASIL, HILDEMAR (1);
Instituição: 1 - FACULDADE OBOÉ;
A pesquisa procura demonstrar o avanço dos investimentos em saúde no Brasil na era do Partido dos
Trabalhadores, conhecida como a era LULISTA.
A comparação com os anos que antecederam este governo e o início do plano real dão suporte a modelos
econométricos que auxiliam a demonstrar os danos e
benefícios da política de saúde no Brasil e os efeitos
do Programa SUS.
A partir de dados agregados demonstra-se a insuficiência de aparelhos e equipamentos de saúde para a
promoção desta nas regiões brasileiras.
Conclui-se que, apesar dos esforços e falácias sobre
o assunto, muito precisa ser feito na direção de uma
saúde justa para uma sociedade que ainda patina na
injustiça econômica e social decorrente de políticas
equivocadas que se acumulam nos últimos anos.
COMO AVANÇAR NA HUMANIZAÇÃO DO CUIDADO OFERECIDO POR UMA UNIDADE BÁSICA DE
SAÚDE? UMA PESQUISA IMPLICADA
Molina, M. C. (1); Cecilio, L. C. O. (1);
Instituição: 1 - UNIFESP;
O estudo relata e analisa uma pesquisa-intervenção
que realizei em uma unidade de saúde da Secretaria
Municipal de Saúde de Campinas, onde atuo como
apoiadora distrital. O empírico da tese começou em
dezembro de 2008, com um pedido para que eu trabalhasse a “comunicação” na equipe. A intervenção,
visando a atender tal demanda, cumpriu duas etapas
principais. Na primeira, foram realizadas as “oficinas
de comunicação”, envolvendo os funcionários da unidade. A partir das oficinas, foram mantidos encontros
com os trabalhadores, para trabalhar sobre o material
produzido e viabilizar as propostas de solução, tendo
prosseguido este trabalho durantes os seis meses seguintes. Foi um período de busca da reconstrução de
relações e modos de se produzir o cuidado. A segunda
etapa constituiu-se de “oficina de humanização”, preAnais XII Congresso Paulista de Saúde Pública
parada a partir de entrevistas com os trabalhadores,
sobre seu entendimento a respeito da humanização e
sobre o cuidado oferecido pela unidade de saúde.
O desafio metodológico foi transitar da função institucional que exerço a partir de marcado lugar de poder,
autoridade e de “exterioridade” em relação à equipe
de trabalhadores, para uma inserção mais íntima e
“interna” às suas relações micropolíticas, tentando
produzir, com eles, reflexões e ações voltadas para a
humanização das relações que regem seu cotidiano e,
ao mesmo tempo, das relações que estabelecem com
os usuários na produção do cuidado. Uma pesquisa
implicada, portanto, porque tive que lidar o tempo
todo, com a tensa relação entre minha localização
na hierarquia das relações, com a dinâmica e modo
de funcionamentos da equipe. O estudo apresenta e
problematiza o movimento de interiorização/exteriorização em relação ao campo micropolítico que foi sendo
investigado, modificado e produzido. Uma intervenção
que produzisse, ao mesmo tempo, o “objeto” e a teoria
para pensar o “objeto” que estava sendo produzido.
A tese foi a configuração da construção de um mapa.
O mapa é composto por meridianos e paralelos que se
cruzam o tempo todo e vão reconstruindo o caminho das
minhas intervenções. Os meridianos produzem a “verticalidade” do mapa, delimitando “campos de observação
e/ou reflexão”, recortes-referência, sempre atravessados
pelos paralelos que vão produzindo a sua “horizontalidade”. Estive sempre atenta às linhas de fuga produzidas
no cruzamento dos paralelos com os meridianos, buscando nelas indicações sobre outros modos de pensar
e fazer o que eu não experimentara antes.
CONDIÇÕES DE SAÚDE DA MULHER NO SISTEMA
PRISIONAL DA BAIXADA SANTISTA
Pinto, R.M.F. (1); Bernardes, L.M. (1); Fernandes,
J.M.P.A. (1); Makhoul, A.F. (1); Barreira, T.M.H.M.
(1); Monteiro, G. V. (1); Micheletti, F.A.B.O. (2); Silva,
M.L.N. (1);
Instituição: 1 - UNISANTOS; 2 - PREFEITURA MUNICIPAL DE SANTOS;
Introdução: Esse estudo é um recorte do projeto Avaliação das Condições de Vida e Saúde da População
Carcerária Feminina na Baixada Santista. Desde 1984
está previsto em lei o atendimento em saúde a pessoas
reclusas, embora apenas em 2003 tenha se consagrado
a necessidade de organização de ações e serviços de
saúde no sistema penitenciário com base nos princípios
Saúde Soc. São Paulo, v.20, supl.1, 2011 13
e diretrizes do SUS. Na Lei de Execução Penal (LEP) a
assistência em saúde figura como um dos elementos que
contribuem para o retorno à convivência em sociedade.
No Plano Nacional de Saúde no Sistema Penitenciário
(PNSSP), a assistência é guiada pela lógica da atenção
básica e a prevenção e promoção em saúde enquanto
atividades prioritárias à universalidade e à equidade da
assistência para todos, inclusive a população privada de
liberdade. Objetivos: verificar os principais problemas
de saúde das detentas das Cadeias Públicas de Santos
e São Vicente; identificar as medidas tomadas pelo sistema prisional em relação ao diagnóstico e tratamento
de doenças. Método: pesquisa qualitativa realizada nas
cadeias públicas de Santos e São Vicente. Foram sujeitos
da pesquisa 10 detentas (cinco em cada DP) que tiveram
ou estavam com problemas de saúde durante o período
de detenção e os profissionais de saúde que atendem ou
atenderam as detentas durante este período. O instrumento utilizado para ambos os grupos foi a entrevista
com roteiro. Resultados A cadeia de Santos é atendida
por três médicos: um ginecologista, dois clínicos (um
da prefeitura e outro do Estado) e um dentista, que
atende duas vezes por semana. Casos de emergência
são encaminhados ao pronto socorro municipal. Quando
necessário realizar exames fora da detenção, a detenta
é conduzida por viatura e acompanhada por um segurança. É imediatamente atendida. Em São Vicente, o
atendimento clínico é realizado três vezes por semana.
Quando adoecem, são levadas para o pronto socorro ou,
quando necessário, para uma UBS. Dentre as detentas,
06 estavam em tratamento de Tuberculose. Conclusão:
o estudo revelou que a condição de acesso e o direito à
saúde das detentas são precários. A responsabilidade
do Estado na preservação à saúde da mulher presidiária
não é cumprida. Em relação à TB, não existe TDO é a
administração dos medicamentos é delegada a outras
PPL. O reconhecimento da presa como doente e como
cidadã portadora de direitos, efetivamente não acontece
nas duas cadeias.
de. Ampliar o potencial deliberativo e participativo desses fóruns está diretamente relacionado a uma atuação
democrática e autônoma dos Conselhos. O objetivo deste estudo foi analisar as condições físicas, materiais e
de funcionamento dos Conselhos Municipais de Saúde
da Região Metropolitana de São Paulo (CMS/RMSP)
que favorecem a autonomia e democratização dos mesmos. Os dados foram coletados, em novembro de 2009,
por meio de entrevistas telefônicas com os Secretários
Executivos dos CMS/RMSP ou Gestores Municipais.
As questões foram norteadas pelos indicadores elaborados pelo projeto ParticipaNetSUS. Procedeu-se
também a análise documental. Dos 33 CMS/RMSP
entrevistados, dois não possuíam regimento interno
e apenas cinco informaram ter plano de trabalho. A
presidência do Conselho era cargo nato do Secretário
Municipal de Saúde em 30,3% dos Conselhos e em 51,5%,
era eleita pelos conselheiros. Quase todos dispunham
de Secretaria Executiva, mas apenas 13 contavam com
equipe de apoio administrativo e oito com orçamento
próprio. Cerca de 42% não capacitou seus conselheiros
nos últimos três anos e 81,8% realizaram conferências
municipais de saúde nos últimos quatro anos. Todos
afirmaram que as reuniões eram abertas para a participação da população, porém 30% não divulgavam as datas
e locais das mesmas. A população tinha direito à voz em
94% desses espaços e acesso às atas em 27 municípios.
Com relação à estrutura física e equipamentos: 81,8%
possuíam computador, porém apenas 63,6% tinham
acesso à internet e 33,3% à linha telefônica exclusiva.
Metade dos Conselhos não possuía sede ou sala própria.
As condições físicas, materiais e financeiras dos CMS/
RMSP são precárias para o exercício de suas atividades,
em grande parte dos municípios. Em geral, os Conselhos
mostraram-se dependentes das Secretarias e com pouca
capacidade de administrar a si mesmos e de gerar suas
próprias pautas. Essa situação mostra uma fragilidade
dos Conselhos, dificultando sua autonomia, permitindo
influências externas e restringindo sua capacidade de
articulação com outras instâncias.
CONDIÇÕES PARA AUTONOMIA E DEMOCRATIZAÇÃO DOS CONSELHOS MUNICIPAIS DE SAÚDE DA CONTROLE SOCIAL, SAÚDE DO TRABALHADOR E
MUDANÇAS NO MUNDO DO TRABALHO
REGIÃO METROPOLITANA DE SÃO PAULO
Bógus, C. M. (1); Martins, C. L. (1); Viana, S. D. L. (1);
Instituição: 1 - FSP USP;
Os Conselhos Municipais de Saúde são importantes
espaços de participação e deliberação dos cidadãos nas
decisões relativas às políticas públicas da área de saúAnais XII Congresso Paulista de Saúde Pública
Lacaz, FAC (1); Florio, SMR (2);
Instituição: 1 - Unifesp; 2 - Unifeg;
Trata-se de analisar como a conjuntura políticoeconômico-ideológica marcada pela reestruturação
produtiva repercute sobre a representação política
Saúde Soc. São Paulo, v.20, supl.1, 2011 14
dos trabalhadores nas instâncias de Controle Social do
Sistema Único de Saúde, na construção de Políticas Públicas em Saúde do Trabalhador, a partir da realização
das Conferências Nacionais de Saúde do Trabalhador.
Foi realizada Pesquisa Documental, tendo como espaço
empírico o processo de organização das Conferências
Nacionais de Saúde do Trabalhador , utilizando-se a
Análise de Conteúdo dos Relatórios Finais destas Conferências. Realizou-se entrevista com representante
da segunda Central Sindical mais representativa do
país, no intuito de ampliar o quadro de referência de
questões como a expressão/representação do mundo
do trabalho nas citadas Conferências. Conclui-se que
os desfechos políticos observados contribuíram para
aumentar a fragilidade da representação política dos
trabalhadores pelas entidades sindicais, que perderam
a capacidade mobilizadora e assumiram funções de
intermediadoras entre Estado, empregadores e trabalhadores; além da ausência da participação dos trabalhadores do mercado informal e dos desempregados
nos mecanismos de Controle Social.
Palavras-chave: Conferências Nacionais de Saúde do
Trabalhador, Políticas Púbicas de Saúde
DESIGUALDADES NO USO E ACESSO DE SERVIÇOS DE
SAÚDE DE IDOSOS COM CONDIÇÕES CRÔNICAS
Louvison MCP (1); Duarte YO (2); JLF Santos (3);
Lebrão ML (4);
Instituição: 1 - SES/SP e FSP/USP; 2 - EE USP; 3 FMRP USP; 4 - FSP USP;
O envelhecimento populacional apresenta-se como um
fenômeno atual de grande relevância em todo o mundo,
pois à medida que as sociedades envelhecem os problemas de saúde entre os idosos desafiam os sistemas de
saúde e de seguridade social. É de extrema relevância
avaliar as desigualdades relacionadas ao cuidado, em
particular ao acesso e qualidade da atenção às condições crônicas em pessoas idosas, de alta prevalência
e dependência de cuidados continuados. Este estudo
é parte do Estudo SABE -, Saúde, Bem-Estar e Envelhecimento, estudo longitudinal que entrevistou, em São
Paulo, em 2000, 2.143 pessoas idosas com 60 anos ou
mais, sendo que 1.115 delas foram re-entrevistadas em
2006, utilizando a HAS e o DM como condições traçadoras. A prevalência de HAS encontrada foi de 53,1%
e de DM do tipo 2 de 16,8% em 2000, com incidência
de autorreferência acumulada no período, de 30,0% e
Anais XII Congresso Paulista de Saúde Pública
8,0% respectivamente. Os níveis de renda mais elevada
foram associados com menor risco de desenvolver hipertensão em pacientes idosos (OR = 0,42, p <0,01). Os
óbitos no período foram de 25,9% (OR = 0,83, p= 0,32) e a
taxa de mortalidade foi de 48 por mil para hipertensos e
59,2 por mil para os diabéticos. Novos casos de acidente
vascular cerebral referidos em 2006 foram de 4,8% (OR
= 0,88, p = 0,84), com manutenção ou recuperação da
capacidade funcional em 75,0% para as ABVDs (OR =
1,12, p = 0. 67) e 64,2% (OR = 1,76, p= 0,04) para as AIVDs,
indicando desigualdades. Em 2006, o percentual do
seguro de saúde entre idosos com HAS e/ou DM foi de
48,9% e o uso de três ou mais consultas foi de 79,0% (OR
= 1,61 p = 0,09) com dificuldade em usar os serviços de
saúde referida por 30,2% (OR = 0,31 p <0,01), por razões
principalmente relacionadas com a qualidade percebida
dos serviços. Aqueles que têm plano de saúde têm menor dificuldade de acesso, menor tempo de espera para
agendamento e para ser atendido e maior satisfação com
o uso. No entanto, a utilização de serviços de controle
de doenças foi maior entre aqueles que não têm seguro
privado de saúde e o acesso a medicamentos foi ampliado no setor público, com 72,4% (p OR = 0,92, = 0,85) dos
diabéticos e 90,0% ( OR = 1,72, p = 0,18) dos hipertensos
em uso de medicação específica em 2006. Em conclusão,
as condições crônicas estudadas têm um forte impacto
sobre a utilização dos serviços, sugerindo desigualdades
relacionadas à renda e posse de seguro saúde, tanto no
acesso, como na qualidade da atenção.
DETERMINANTES SOCIAIS DA SAÚDE: HÁ VIDA
DEPOIS DO LANÇAMENTO DO INFORME DA CDSS
DA OMS?
Akerman, M (1); Bógus, C (2); Chioro, A (3); Buss, P
(4); Maimone, C (5);
Instituição: 1 - FMABC; 2 - FSP USP; 3 - SMSSBC; 4 FIOCRUZ; 5 - SESMS;
Introdução: Buss e Pellegrini Filho (2007) traçam breve
histórico dividido, em três fases, de como os determinantes sociais da saúde estiveram representados ou
omitidos na evolução das políticas de saúde desde a
década de 1970: (1) a Conferência de Alma-Ata em 1976
e sua proposição da estratégia de atenção primária em
saúde para lograr saúde para todos no ano 2000 recolocaram em destaque o tema dos determinantes sociais
da saúde; (2) nas décadas de 1980 e 1990, predominou
o enfoque da saúde como um bem privado deslocando
Saúde Soc. São Paulo, v.20, supl.1, 2011 15
o pêndulo para uma concepção mais centrada na assistência médica individual; (3) em 2000, com o debate
sobre os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio, e o
compromisso via ONU dos países do mundo com metas
pré-estabelecidas, novamente se dá lugar a ênfase nos
determinantes sociais da saúde que se afirma com a
criação da Comissão sobre Determinantes Sociais da
Saúde (CDSS) da OMS, em 2005.
Objetivos: Em que fase, estaríamos entrando agora
após o lançamento do Informe da CDSS em agosto de
2008? Para responder esta questão investigamos se a
mobilização obtida durante os três anos de trabalho
da CDSS da OMS foi capaz de produzir condições sustentáveis (vontade política, financiamento, projetos
efetivos, avaliações, pesquisas, análise de impactos,
etc.) para manter o tônus do tema e sua consequente
presença mais duradoura e efetiva na agenda de políticas e de pesquisas.
Metodologia : (a) um breve resgate histórico do debate
sobre saúde e sociedade; (b) a reativação mais contemporânea do tema com a instalação da Comissão de Determinantes Sociais da Saúde (CDSS) da OMS; (c) uma
problematização conceitual sobre DSS; (d) captação de
sinais sobre DSS na agenda de políticas e de pesquisas
após o lançamento do Informe Global sobre DSS pela
CDSS da OMS por meio de uma revisão dirigida da
literatura; (e) Recomendações para a sustentabilidade
da agenda de DSS; e (f) perspectivas para o futuro.
Resultados e Conclusão: Sim, há vida depois do lançamento do Informe da CDSS da OMS! O tema permanece
na agenda. Há significativos sinais que reforçam esta
afirmação. No entanto, a garantia dessa longevidade
precisa estar ancorada na demonstração concreta de
que esta vida, ou melhor, a aplicação do enfoque de DSS,
tem o potencial de melhorar outras vidas.
DIFERENCIAIS REGIONAIS DOS RISCOS DE ABORTAMENTO INDUZIDO NO ESTADO DE SÃO PAULO.
2006 A 2009.
Monteiro, Mario F G (1); Drezett, Jefferson (2); Adesse,
Leila (3);
Instituição: 1 - Instituto de Medicina Social da UERJ
e Grupo de Estudos do Aborto; 2 - Centro de Referência da Saúde da Mulher – Hospital Pérola Byington e
Grupo de Estudos do Aborto; 3 - AADS/IPAS Brasil e
Grupo de Estudos do Aborto;
Introdução: A criminalização do abortamento induzido obstaculiza o acesso à atenção médico-hospitalar
Anais XII Congresso Paulista de Saúde Pública
adequada para um grande contingente da população
feminina que, para interromper uma gravidez indesejada, precisa recorrer a procedimentos como trauma
voluntário, substâncias cáusticas inseridas na vagina,
objetos físicos inseridos no útero, e outras práticas que
resultam em infecções, hemorragias e outras complicações que podem levar a óbito materno.
Objetivos: Estimar a magnitude e os diferenciais
regionais do risco de abortamento induzido, para
fornecer subsídios a uma política de atenção à saúde
que resulte em redução dos riscos de complicações do
aborto induzido no Estado de São Paulo.
Método. As fontes dos dados de internações por abortamento é o Sistema de Informações Hospitalares
(SIH-SUS) e para o número de nascidos vivos a fonte
é o SINASC. Os dados foram obtidos com o programa
Tabnet para formar arquivos do Tabwin que permitiram
a construção dos indicadores, das tabelas e dos dois
mapas produzidos (um tendo como unidade observacional as 63 Microrregiões e o outro as 17 Regionais
de Saúde). O indicador utilizado foi a média anual
da razão de abortamento induzido por mil nascidos
vivos de mulheres de 15 a 49 anos no período de 2006
a 2009.
Resultados. As razões de aborto induzido por mil
nascidos vivos foram mais altas nas Microrregiões de
Votuporanga (342/1.000 NV), Franco da Rocha (354),
Batatais (367), Itapecerica da Serra (384) e a mais alta
foi na Microrregião de Caraguatatuba (430/1.000 NV).
As razões de aborto induzido foram mais baixas nas
Microrregiões de Barretos (156/1.000 NV, que foi a mais
baixa), Lins (198), Jundiaí (207) e Ribeirão Preto (219).
Nas Regionais de Saúde, as razões de aborto induzido
foram mais altas na Grande São Paulo, na Baixada
Santista e na Regional de Saúde de Registro, todas com
316 abortos induzidos/1.000, seguidas por Franca e São
José do Rio Preto, ambas com 295 abortos induzidos
por mil nascidos vivos.
Conclusão: Existem diferenças regionais significativas
no risco de abortamento induzido no Estado, como a
diferença de 176% maior desse risco em Caraguatatuba
que em Barretos.
O trabalho completo apresenta, além dos mapas do
aborto no Estado de São Paulo e tabelas com os resultados, uma discussão mais detalhada desses resultados
e das conclusões. Algumas características regionais
(como o IDH da Região) são incluídas como variáveis
explicativas das diferenças observadas no risco de
aborto induzido.
Saúde Soc. São Paulo, v.20, supl.1, 2011 16
DIFERENCIAIS REGIONAIS DOS RISCOS DE AGRES- As menores taxas de mortalidade por agressão foram
SÕES CONTRA MULHERES NO ESTADO DE SÃO observadas nas Regionais de Saúde de Araraquara (3,6
óbitos/100.000), Presidente Prudente (3,4), Barretos
PAULO
Monteiro, M.F.G. (1); Drezett, J. (2); Adesse, L. (3); IPAS
Brasil (4);
Instituição: 1 - Instituto de Medicina Social da UERJ
e NUPEVI/UERJ; 2 - Centro de Referência da Saúde
da Mulher – Hospital Pérola Byington; 3 - AADS; 4 - ;
Introdução.A ratificação por parte de 184 países, em
setembro de 2006, da Convenção para a Eliminação
de Todas as Formas de Discriminação contra a Mulher
estabeleceu ações concretas, necessárias para diminuir a violência contra as mulheres. No entanto, as
promessas ainda não se materializaram para muitas
mulheres que enfrentam violência e abuso sexual no
Brasil e no mundo inteiro.
Objetivos.Estimar os diferenciais regionais no Estado
de São Paulo das taxas de internação e de mortalidade
por agressões no grupo de mulheres de 15 a 39 anos,
grande parte baseada na violência de gênero, por se
tratarem de mulheres jovens, para fornecer subsídios
a uma política que resulte em redução dos riscos agressões contra as mulheres.
Método. As fontes dos dados são o Sistema de Informações Hospitalares (SIH-SUS) e o Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM) do Ministério da
Saúde. Os indicadores estimados foram a taxa média
anual de internações por agressões de 2008 a 2010 e
a taxa média anual de mortalidade por agressões de
2005 a 2009, por 100.000 mulheres de 15 a 39 anos
nas Regionais de Saúde do Estado de São Paulo. Com o
programa Tabwin foram gerados mapas e tabelas para
apresentação e análise dos resultados.
Resultados. As maiores taxas de internação por agressão a mulheres de 15 a 39 anos foram observadas
nas seguintes Regionais de Saúde: Campinas (15,1
internações/100.000 mulheres de 15 a 39 anos), Marília
(12,4), Ribeirão Preto (10,8), Barretos (10,4) e Grande
São Paulo (8,8). As taxas mais baixas foram observadas nas Regionais de Saúde de Sorocaba (4,2/100.000
mulheres de 15 a 39 anos), Registro (3,7), Taubaté (2,9)
e Bauru (1,7/100.000).
As maiores taxas de mortalidade por agressão a
mulheres de 15 a 39 anos foram observadas nas seguintes Regionais de Saúde: Grande São Paulo (5,5
óbitos/100.000 mulheres de 15 a 39 anos), Piracicaba
(5,4), Franca (4,7), Taubaté (4,7) e Baixada Santista (4,5).
Anais XII Congresso Paulista de Saúde Pública
(3,3) e São José do Rio Preto com 3,0 óbitos/100.000
mulheres de 15 a 39 anos.
Uma discussão mais detalhada desses resultados, com
tabelas e mapas, é apresentada no trabalho completo.
Conclusão: existem diferenças regionais importantes
(maiores nos risco de internação que no risco de mortalidade por agressão a mulheres) que são comentadas
no trabalho completo.
Apoio: CNPq
DIREITO HUMANO À ALIMENTAÇÃO ADEQUADA
E SAUDÁVEL E A CONSTRUÇÃO DE POLÍTICAS
PÚBLICAS PROMOTORAS DA SAÚDE: A CONTRIBUIÇÃO DA PARTICIPAÇÃO SOCIAL
Rigon, S.A. (1); Bógus, C.M. (2);
Instituição: 1 - USP - UFPR; 2 - USP;
A construção de políticas de promoção da saúde
constitui-se hoje num tema desafiador. A principal
dificuldade para os avanços necessários reside no
enfrentamento da determinação social do processo
saúde-adoecimento, promovida em geral por um conjunto de dinâmicas externas ao setor saúde, sendo
que dentre elas destaca-se o problema da insegurança
alimentar e nutricional, questão que exige a concepção
e implementação intersetorial de amplas políticas públicas. O objetivo desse artigo é apresentar conclusões
preliminares sobre o estudo do processo de construção
da Política Estadual de Segurança Alimentar e Nutricional do Paraná, que tem por objetivo garantir a
efetivação do direito humano à alimentação adequada
e saudável (DHAA). A análise do processo, que ocorre
no período de 2003 a 2010, baseia-se no estudo da
relação Estado-sociedade na construção intersetorial
dessa política. A pesquisa, que é de abordagem qualitativa e de perspectiva construcionista, realizou-se
mediante entrevistas com informantes-chave do
governo e da sociedade civil, integrantes do órgão de
controle social dessa política. As reflexões obtidas
pelo trabalho indicaram que no período estudado foram desenvolvidos programas na área de Segurança
Alimentar e Nutricional (SAN) por iniciativa do poder
executivo federal e estadual, alguns deles inclusive
com gestão intersetorial, mas que avanços importantes na construção e aprovação dos marcos legais para
Saúde Soc. São Paulo, v.20, supl.1, 2011 17
a instituição do Sistema e da Política Estadual de SAN,
que apresentam uma perspectiva mais integradora e
estruturante para o avanço do processo foram iniciativas do Conselho Estadual de Segurança Alimentar
e Nutricional do Paraná (CONSEA-PR), com apoio
da Frente Parlamentar Estadual de SAN e de setores
progressistas do governo estadual. A conquista de tal
avanço resultante de todo um processo de mobilização e articulação do CONSEA-PR, que conta com 2/3
de seus integrantes provenientes da sociedade civil,
constitui-se numa demonstração das contribuições
relevantes que podem ser impulsionadas pela sociedade civil para o interior do âmbito governamental,
abrindo uma perspectiva mais transformadora da
relação Estado-sociedade na direção da efetivação do
direito humano à alimentação adequada e portanto,
da promoção da saúde.
ESTRATÉGIA DE SAÚDE DA FAMÍLIA: O IMAGINÁRIO DO EGRESSO EM MEDICINA E DOS PROFISSIONAIS ATUANTES
Conchão, S. (1); Donega, A. C. (1); Panaino, E. F. (1); Souza, E. A. F. (1); Macedo, H. (1); Matos, M. (1); Costa, T. S.
(1); Rodrigues, L. D. (1); Sperling, S. (1); Silva, A. M. A.
(1); Izzo, R. A. (1); Ferreira, A. (1); Hirai, C. C. G. H. (1);
Instituição: 1 - FMABC;
Introdução: A Estratégia de Saúde da Família (ESF) é
considerada hoje, no contexto político-institucional
brasileiro a proposta alternativa a reorganização da
atenção básica e a reorientação do modelo assistencial vigente, constituindo um enorme desafio para
gestores, profissionais de saúde e toda a sociedade. A
permanência dos profissionais de saúde nesta área, em
especial do médico, é considerada um dos fatores críticos de sucesso para o programa. No Brasil os médicos
concentram-se substancialmente nos hospitais, constituindo o moderno modelo hospitalocêntrico de assistência médica. O foco das práticas médico-hospitalares
concentrou- se progressivamente na realização dos
procedimentos propiciados através de instrumentos de
diagnóstico e tratamento e no uso de drogas. A falta de
médicos para atuar na Estratégia de Saúde da Família
é uma questão recorrente como uma das dificuldades
de implementação e viabilização do modelo.
Objetivos: Problematizar não só os valores através do
imaginário que leva os egressos de medicina a optar ou
não pela atuação profissional na Estratégia de Saúde
Anais XII Congresso Paulista de Saúde Pública
da Família como também os valores que mantém os
profissionais atuantes nesta área.
Métodos: Este trabalho desvelou o imaginário dos alunos iniciantes e concluintes de medicina da Faculdade
de Medicina do ABC e dos profissionais atuantes, através de um estudo exploratório de natureza qualitativa.
A pesquisa foi realizada na Faculdade de Medicina do
ABC, nos hospitais associados à mesma, e nas Unidades de Saúde em São Bernardo do Campo (SP), em
especial a Orquídeas e Parque Selecta, unidades que
compõem o PET-Saúde 2010/2011.
Resultados e Conclusão: A partir do exposto, vimos que
vários fatores podem influenciar na escolha desses
profissionais em atuar ou não na área. Fatores que
vão desde o fomento das políticas de saúde, como boa
remuneração, mas não só, perpassa também pela sensibilização pessoal com temas sociais, pela influência
de pessoas próximas que exercem a profissão, e ainda,
por um contato significativo com o modo de atuar ao
longo da formação acadêmica.
EXPOSIÇÃO OCUPACIONAL À POLUIÇÃO ATMOSFÉRICA: PERCEPÇÕES DOS CONTROLADORES DO
TRÁFEGO
Miraglia, SGEK (1); Santos, UP (2); Saldiva, PHN (3);
Alves, LC (4); Rodrigues-Silva, F (3); Amato-Lourenço,
LF (3);
Instituição: 1 - 1Universidade Federal de São Paulo
- UNIFESP; 2 - Universidade de São Paulo – USP; 3
- UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO; 4 - Centro Universitário SENAC;
Nas últimas décadas inúmeros estudos epidemiológicos e experimentais demonstraram associações significativas entre indicadores de saúde e poluentes atmosféricos, representando uma externalidade imposta
à sociedade. Nos grandes centros urbanos as emissões
são atribuídas principalmente às fontes móveis.
Os controladores de tráfego são profissionais que
fiscalizam e monitoram o trânsito veicular na cidade
de São Paulo. Estes profissionais atuam em regiões de
elevados índices de congestionamentos veiculares, estando expostos diretamente a poluentes de propriedades tóxicas, mutagênicas e carcinogênicas que variam
conforme suas propriedades químico-físicas.
O estudo possui o objetivo de avaliar a percepção
individual, mudanças de bem estar e custos com medicamentos resultantes das emissões atmosféricas e
Saúde Soc. São Paulo, v.20, supl.1, 2011 18
da exposição ocupacional dos controladores de tráfego
na cidade de São Paulo.
Os entrevistados foram indagados acerca dos gastos
médios com consultas médicas, internações, remédios
e tratamentos associados a doenças cardiorrespiratórias e oftalmológicas, faltas ao trabalho e perda de bem
estar, associados à poluição do ar.
Os resultados demonstram que cerca de 70% dos profissionais expostos de quatro a seis horas na operação
de tráfego sentem desconfortos ocasionados pelas
emissões, sendo acometidos por duas vezes em média a
doenças respiratórias no período do inverno. Os gastos
individuais médios com medicamentos em função dos
sintomas avaliados totalizam R$ 59,00 compreendendo colírios, analgésicos, remédios para o controle da
pressão arterial e rinite. Nos dias de folga ao trabalho
43% dos entrevistados sentem desconfortos, que variam da diminuição de atividades físicas realizadas,
redução da disposição e a não realização de alguma
atividade pretendida. Cerca de 23% faltaram ou tiveram
afastamentos ao trabalho por motivos oftalmológicos,
respiratórios e cardiovasculares.
Devido à grande relevância dos custos totais incorridos
dos efeitos adversos gerados pelos poluentes aos cofres
públicos, como o aumento do número de atendimentos
em pronto-socorros, internações hospitalares, dias
sem trabalhar e perda de produtividade a aferição da
percepção individual de indivíduos expostos às emissões atmosféricas fornece subsídios para otimização
na alocação de recursos públicos necessários para
garantir a qualidade de vida da população.
A gravidez interrompe sonhos e insere o adolescente
como genitor biológico antes do período socialmente
aceito. Para o jovem rapaz muitas vezes acaba por não
participar do cotidiano do bebê, mas sedo ou tarde terá
que assumir a paternidade legal da criança. A jovem
mãe muitas vezes arca com o ônus da gravidez não
planejada e na maioria das vezes indesejada. Além das
modificações impostas ao seu corpo, terá que assumir
os cuidados a criança, que mesmo com a ajuda da família irá exigir da adolescente radicais modificações
em seu estilo de vida. DESCRIÇÃO – A educação em
saúde para adolescentes grávidos (homens e mulheres)
se propõe a discutir com o adolescente em grupo ou
individualmente não só questões relativas ao aspecto
físico (como planejamento e prevenção de outra gestação, modificações corporais, prevenção de DST e SIDA,
e até mesmo os cuidados com RN), mas essencialmente
os cuidados necessários para o exercício de sua sexualidade de forma consciente, responsável e autônoma,
compreendendo o alcance e repercussão das decisões
tomadas. LIÇÕES APRENDIDAS – A oportunidade de
realizar essa pesquisa bem como a elaboração de material educativo nos permitiu compreender o papel do
enfermeiro na promoção de saúde e desenvolvimento
dos adolescentes. Também revelou que a educação em
saúde é uma estratégia que transcende a prevenção
de doenças e permite ou contribui para o exercício da
cidadania. Recomendações – O desenvolvimento de
pesquisas e aplicações práticas durante o curso facilita o processo de aprendizagem, e portanto deve ser
reproduzido em todo contexto de ensino.
GRAVIDEZ NA ADOLESCÊNCIA: RELATO DE EXPE­ INSEGURANÇA ALIMENTAR E CONDIÇÕES DE VIDA
RIÊNCIA SOBRE AÇÃO EDUCATIVA À POPULAÇÃO E SAÚDE EM IDOSOS RESIDENTES EM CAMPINASSP: ESTUDO CASO-CONTROLE COM USUÁRIOS DE
Ceribelli;C. (1); Vieira; R. S. (1); Shimizu; I.L. (1);
CarinaCeribelli* Rosemeire dos Santos Vieira** Eli Iku- RESTAURANTE POPULAR
ta Shimizu*** AnaLuciaSantos**** Ilka de Sousa****
Renata Aguilera**** Rozilene Figueiredo****Paulo de
P. Seravalli Filho****Lucy Pereira de*** Marineide de
Jesus Aguiar****
Instituição: 1 - FMU;
Caracterização do problema – O presente trabalho
entende que como fenômeno sócio histórico a adolescência traz consigo inúmeras vulnerabilidades, entre
estas a gravidez. A maturidade orgânica para reproduzir se contrapõem a imaturidade social – (diferentes
expectativas inconclusas, garantir o próprio sustento).
Anais XII Congresso Paulista de Saúde Pública
SOUZA, B.F.N.J. (1); MARIN-LEON, L. (1); CAMARGO,
D.F.M. (1);
Instituição: 1 - UNICAMP;
Introdução: Com o envelhecimento populacional observa-se aumento da prevalência das doenças crônicas,
que podem estar associadas à Insegurança Alimentar
(IA). Em idosos, a IA tem sido associada com renda e
escolaridade baixas, instabilidade de moradia e menor
acesso aos serviços de saúde. Objetivos: Analisar entre idosos, as diferenças na proporção de IA segundo
variáveis sócio-demográficas, condições de saúde e
Saúde Soc. São Paulo, v.20, supl.1, 2011 19
alimentação. Métodos: Estudo caso-controle, realizado com idosos com 60 anos ou mais, ambos os sexos,
residentes em Campinas-SP. Foram considerados
casos os usuários do restaurante popular Bom Prato,
que integra o eixo de acesso à alimentos do Programa
Fome Zero (n=199), e controles, seus vizinhos de bairro
pareados por sexo (n=197). A IA foi avaliada por meio
da Escala Brasileira de Insegurança Alimentar (EBIA).
Utilizou-se SPSS versão 15.0 para cálculo de Odds Ratio
(OR) e Intervalo de Confiança (IC) de 95%. Resultados
Ao ajustar pela variável caso-controle, observou-se
maiores riscos para IA relacionados à escolaridade inferior a 4 anos de estudo (OR=3,21; IC=1,57-6,57), classe
econômica C (OR=2,37; IC=1,01-5,57), e D+E (OR=4,65;
IC=1,91-11,3), renda familiar mensal de 1 a 2 salários
mínimos (OR=6,86; IC=2,05-22,9), e inferior a 1 salário
mínimo (OR=20,54; IC=3,36-125,5), auto-percepção de
saúde regular, ruim ou muito ruim (OR=2,61; IC=1,474,65), depressão (OR=3,85; IC=2,25-6,59), caminhadas
por até 30 minutos sem apresentar cansaço (OR=2,06;
IC=1,23-3,43), hipertensão (OR=1,92; IC=1,12-3,29), doença do coração (OR=1,77; IC=1,02-3,05), asma/bronquite
(OR=2,19; IC=1,04-4,60), consumo inferior a 7 vezes
por semana de verduras (OR=2,23; IC=1,12-4,43), frutas
(OR=4,31; IC=2,45-7,57) e carnes (OR=3,29; IC=1,85-5,84).
Conclusão: O número de idosos identificados em IA,
no restaurante popular é pequeno, essa condição esta
associada à diversas condições socioeconômicas e de
saúde precárias que sugerem a necessidade de mais
restaurantes populares localizados próximos à suas
moradias.
O ACESSO AOS DIREITOS SOCIAIS COMO FORMA
DE PROMOÇÃO DA SAÚDE
Serra, B.F (1);
Instituição: 1 - MS HFL;
Introdução: Esta pesquisa é resultante do Curso de
Especialização em Serviço Social e Saúde. Através
dela pode compreende o processo saúde/doença sob a
perspectiva dos direitos sociais, construção do direito
e a concepção de cidadania na sociedade brasileira.
No contexto da promoção da saúde o acesso aos serviços devem ser conforme a necessidade dos cidadãos.
Compreender o acesso necessita analisar em que condições o ingresso no serviço se saúde se dá. As ações
devem ser integrais e intersetoriais.
Objetivo: Compreender o Acesso aos Direitos Sociais
Anais XII Congresso Paulista de Saúde Pública
enquanto condição para a Promoção de Saúde.
Identificar a percepção que os usuários têm sobre
seus direitos.
Metodologia: A pesquisa foi realizada com vinte usuários, da clínica de cirurgia vascular. O roteiro teve
como eixo compreender a percepção que os usuários
têm sobre seus direitos e a relação do acesso com a
promoção da saúde.
Os temas foram divididos em blocos abrangendo situação de saúde, acesso aos serviços de saúde e percepção
sobre o que é saúde.
Resultados Sobre os direitos sociais levantou o conhecimento dos direitos dos usuários e a percepção que os
mesmos têm sobre eles. Cabe ressaltar a dificuldade
que a maioria teve em responder sobre esse tema. Os
direitos mais citados estão relacionados à relação de
saúde e doença. A abordagem médico curativa prevalece na concepção dos entrevistados.
Os dados revelaram que a falta de conhecimento impede
o acesso e a busca pela concretização de direitos. A identificação da saúde com práticas médicas ainda é muito
presente. A análise das informações coletadas explicita
a falta de compreensão que os usuários têm sobre seus
direitos de cidadão, o que reflete a construção histórica
da cidadania no Brasil, onde os serviços e benefícios
sociais sempre foram concebidos como doação do Estado
e não como parte do rol de direitos dos cidadão, ou seja,
como benesse e não como direito efetivo.
Conclusão: Na fala dos usuários fica clara a falta de
compreensão que os mesmos têm sobre seus direitos
e acabam não se vendo como cidadão. O que se percebe
é o desconhecimento de seus direitos e muitas vezes
os usuários se colocam de maneira submissa não reivindicando por melhorias.
A efetivação dos princípios da promoção da saúde
só serão realidade a partir do momento em que os
usuários conhecerem seus direitos e exigirem um
tratamento digno, não apenas ações médico-curativas,
mas também outras ações capazes de garantir a qualidade de vida.
O IMPACTO DAS ORGANIZAÇÕES SOCIAIS DA SAÚDE NO MUNDO DO TRABALHO EM SÃO PAULO
Queirós, A.A.L (1); Ianni. A.M.Z (1);
Instituição: 1 - FSP/USP;
Esse estudo é parte da tese de doutorado da autora,
e tem como produto inicial uma análise documental
Saúde Soc. São Paulo, v.20, supl.1, 2011 20
sobre o impacto das organizações sociais da saúde –
OSS no undo do trabalho, no município de São Paulo.
Este tem optado em repassar a gestão dos seus serviços
assistenciais, e setores de gestão, para entidades de
direito privado sem fins lucrativos – OSS. Ao levar em
consideração esse contexto, e o recente crescimento
desta “parceria” é importante analisar o impacto
dessa forma de gestão no sistema ocupacional e nas
relações de trabalho. Esta reengenharia no processo de
organização, gestão, e contratação da força de trabalho
atende as demandas e necessidades dos contratantes
de serviços e segue a ordem do mercado. Além de, no
processo organizativo separar o sujeito-trabalhador
da produção de cuidado, e este trabalho precarizado
tem sido gerador de vulnerabilidade, insegurança, e
instabilidade. Isto tem exposto o trabalhador a uma
sub-condição, impossibilitando-o de gozar plenamente
seus direitos trabalhistas e auto-governo no processo
de cuidado. Parte-se do pressuposto que essa forma de
gestão tem produzido na saúde, não o cuidado, mas o
procedimento; e tem posto o trabalhador, não como
parte desse processo, mas como meio. Pode-se compreender que este fenômeno sociológico tem significado
a “coisificação do sujeito, e a “sujeitação” da coisa, ou
seja, a alienação do trabalho.
possui sobre a sua sexualidade. Método: pesquisa
qualitativa, de natureza compreensiva explicativa,
através da aplicação de entrevista semi-estruturada
a cinco detentas da Cadeia Pública Feminina de São
Vicente/SP, com mais de cinco meses de detenção.
Resultados Todas as pesquisadas relataram viver em
abstinência sexual. As que tinham parceiros foram
abandonadas ou o parceiro estava preso. Assim, elas
se percebem mais irritadas, nervosas, estressadas e
agressivas. Outro empecilho a manutenção da vida
sexual é a proibição institucional às visitas íntimas,
contrariando o direito de cidadania das detentas. Privadas de relações afetivas e sexuais, a alternativa é a
visita íntima clandestina, a masturbação ou a relação
homossexual. Conclusão: As mulheres presas em sua
maioria são abandonadas ou não tem companheiros,
e encontram na cadeia privação de sua vida afetiva e
sexual. Impossibilitadas de novos contatos sociais,
vivem em abstinência sexual, se masturbam ou se
relacionam com outra presa. Quando sentem desejo
sexual ficam mais irritadas e nervosas e procuram se
distrair. A privação da vida afetiva e sexual é, portanto
agravante ao processo de encarceramento e flagrante
violação dos direitos humanos.
Palavras-chave: mulheres, direitos de cidadania, encarceramento, sexualidade.
O IMPACTO DO ENCARCERAMENTO NA EXPRESSÃO DA SEXUALIDADE DA DETENTA NA CADEIA O SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE E OS DESAFIOS A
PÚBLICA FEMININA DE SÃO VICENTE/SP
SEREM ENFRENTADOS
SOUZA, Rafael Ferreira de (1); BARREIRA, T. M. H. M.
(1); MAKHOUL, Aparecida Favorêto (1); FERNANDES,
Joice Maria Antonio (1); PINTO, Rosa Maria Ferreira (1);
Instituição: 1 - UNISANTOS;
Introdução: Este estudo é resultado de Iniciação Científica vinculada ao projeto intitulado Emoções e Representações do Processo de ser População Carcerária em
desenvolvimento pelo NEPEC - Núcleo de Estudos e Pesquisas em Educação em Saúde Coletiva - vinculado ao
Programa de Mestrado em Saúde Coletiva da UNISANTOS. Objetivos: Avaliar o impacto do encarceramento
na expressão da sexualidade da mulher detenta na
Cadeia Pública Feminina de São Vicente-SP; conhecer
os aspectos físicos e psicológicos que se manifestam
nas mulheres encarceradas pela falta de condições do
exercício pleno de suas atividades sexuais; conhecer
as práticas sexuais dentro do sistema prisional e; conhecer as representações que a mulher encarcerada
Anais XII Congresso Paulista de Saúde Pública
SILVA,ZM (1); Vieira, GI (1); Januario, BL (1); Silva, ES
(2); Silveira, MAR (3);
Instituição: 1 - Universidade de São Paulo; 2 - FMU;
3 - ANHEMBI;
Introdução: As atividades desenvolvidas em Unidades
de Alimentação e Nutrição (UAN´s) são entendidas
como um processo de produção que utiliza intensivamente sua mão-de-obra. Fatores relacionados à
organização do trabalho como horários prolongados
e sobrecarga de trabalho, pressão em função dos horários, exigência de postura inadequada, movimentos
repetitivos na execução das tarefas, número insuficiente de trabalhadores, normas e práticas exigidas nem
sempre bem explicitadas e falta de prescrição clara
das pausas de recuperação, influenciam na produtividade e na saúde dos trabalhadores. Objetivos: Analisar
pesquisas que relacionem as atividades desenvolvidas
por trabalhadores de UAN’s e ergonomia. Método:
Saúde Soc. São Paulo, v.20, supl.1, 2011 21
Iniciou-se um levantamento bibliográfico na base eletrônica de dados Lilacs, utilizando as palavras-chaves:
“ergonomia” and “trabalhadores”. Após a leitura dos
títulos, excluíram-se os documentos que não apresentassem relação direta com a temática do estudo.
Posteriormente, realizou-se a leitura dos resumos,
buscando aproximação com a questão proposta. Por
fim, a leitura dos textos completos. Resultados Foram
encontrados 107 documentos, sendo que alguns não
tratavam diretamente da temática proposta nesta
pesquisa e, portanto, foram excluídos. Vários autores
destacam como problemática a necessidade da maioria
das atividades em UAN‘s serem repetitivas, além de
realizadas em pé, sem qualquer apoio, e em ambientes,
geralmente, inadequados. Esforços repetitivos por um
período prolongado de tempo podem acarretar em Lesão por Esforço Repetitivo (LER), dentre outros agravos
à saúde. Cerca de 50% dos acidentes de trabalho que
ocorrerem em restaurantes são provocados por queimaduras e LER, aumentando a procura pelo Sistema
Único de Saúde. Entendendo que a ergonomia tem como
objetivo realizar modificações no ambiente e condições
de trabalho, essa se faz importante no momento de organizar uma UAN para minimizar possíveis problemas
de saúde que os trabalhadores possam ter originada
das condições de trabalho. Conclusão: A atenção à
saúde dos trabalhadores nas UAN’s está aumentando,
à medida que as condições de trabalho influenciam
diretamente na performance e na produtividade, sendo
a ergonomia decisiva para isso.
publicadas sobre a temática em questão nos últimos
dez anos na base eletrônica de dados Lilacs, utilizando
a palavra-chave: “SUS”.Resultados Nos períodos anteriores à reforma sanitária brasileira, verificava-se uma
dicotomia entre a Saúde Pública e a assistência médica,
bem como proteção social fragmentada e desigual. Nos
anos posteriores, a saúde começa a ser entendida como
uma questão social e política. Desde a implantação do
SUS, observa-se uma melhora na atenção básica e de
emergência, essa afirmação é ratificada pelo fato de que
a busca pela atenção básica cresceu 450% entre 1981 e
2008 e, em 2010, existem 30.000 equipes do Programa
da Saúde da Família atendendo 98 milhões (49,5%) de indivíduos em 85% dos municípios, com 236.000 agentes
comunitários. Apesar dessa melhora na área a saúde, o
SUS apresenta contradições uma vez que, há prevalência
do setor privado na área da saúde o que compromete a
equidade nos serviços, no acesso e nas condições de
saúde. É possível identificar como obstáculo ao SUS a
diminuição do financiamento federal, pois acarreta na
diminuição de investimentos na área de infraestrutura.
Com relação aos desafios, destaca-se os políticos já que
envolve esforços de toda a sociedade a fim de garantir
a sustentabilidade do SUS. Conclusão: Observou-se, a
partir da literatura consultada, que com o SUS obteve
diversas conquistas na área da saúde, entretanto, ainda
é necessário enfrentar as contradições e os obstáculos
que persistem.
Silva, ZM (1); Zioni, F. (1);
Instituição: 1 - Universidade de São Paulo;
Introdução: Antes da criação do Sistema Único de Saúde
(SUS), a atuação do Ministério da Saúde referia-se unicamente às tarefas de promoção de saúde e prevenção de
doenças, realizadas em caráter universal, e à assistência
médico-hospitalar para algumas doenças; servia aos
indigentes. A partir de 1988, com base no artigo 198 da
Constituição Federal de 1988, foi criado o SUS que tem
como princípios a universalidade, integralidade equidade, cujo objetivo é de promoção, proteção e recuperação
da saúde. Objetivos: Realizar uma revisão abrangente na
literatura acerca do sistema de saúde brasileiro. Método:
Foi realizada uma abrangente revisão das pesquisas
Carnevale Vianna, P.V. (1);
Instituição: 1 - UniVAP;
Introdução: A consolidação dos Estados democráticos e
o desenvolvimento das tecnologias da informação impulsionaram a multiplicação de observatórios, dedicados
ao monitoramento sistemático do desenvolvimento de
determinadas áreas. Classificados como estatísticos ou
fiscalizatórios, são mantidos e/ou coordenados pela administração pública e sociedade civil. Este trabalho visa
analisar observatórios de saúde pública no Brasil, com ambientes virtuais, quanto ao perfil e atores instituintes.
Método: Pesquisa descritiva, estudo de caso múltiplo,
realizada a partir de levantamento de observatórios
de saúde com sítio na rede mundial de computadores,
OBSERVATÓRIOS DE SAÚDE PÚBLICA NO BRASIL:
DISPONIBILIDADE DE DADOS E TRANSPARÊNCIA
O SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE E OS DESAFIOS A DA INFORMAÇÃO DEMOCRATIZAM A FORMULASEREM ENFRENTADOS
ÇÃO DE POLÍTICAS?
Anais XII Congresso Paulista de Saúde Pública
Saúde Soc. São Paulo, v.20, supl.1, 2011 22
no buscador Google (unitermos “observatório”; “saúde
publica”/ “saúde coletiva”; Brasil), e classificação segundo atores instituintes; foco e tipologia.
Resultados 16 observatórios foram selecionados entre
os 30 identificados. A coordenação é predominantemente acadêmica (81,2%); em parceria com o poder
público (63%; destaque para o Ministério da Saúde).
Voltados a campos de conhecimento – saúde mental,
bucal, gênero, violência... – no geral apresentam e analisam dados setoriais. Além de se configurarem como
painéis informativos e analíticos ou redes sociais que
analisam as políticas e propõem ações, abrangem a
área educativa, oferecendo cursos para cidadãos, técnicos e profissionais. O alcance é variado, com destacado
âmbito nacional (43,8%). A linguagem e o formato
são predominantemente técnicos, com exceção dos
observatórios de saúde mental e saúde do trabalhador,
únicos de evidenciada participação social.
Conclusão: A natureza agregadora dos observatórios
conecta pessoas e organizações e possibilita a aplicação
de novos instrumentos tecnológicos e a análise de tendências. É positiva a participação da Universidade, aproximando o conhecimento científico do conhecimento
comum, e do poder público, incentivando a transparência
da informação. No entanto, a pequena participação da
sociedade civil é preocupante. Assim, os observatórios
tendem a ser mais repositórios de dados e informações,
instrumentos de acompanhamento e base para a proposição de políticas do que espaços de cobrança, fiscalização
e construção de propostas, com exceção das áreas em que
a participação social possui trajetória histórica reconhecida. Os observatórios devem ser consolidados como
espaços de democratização da estruturas de informação,
e, igualmente, construção de cidadania na formulação e
análise critica da politica de saúde.
PARTICIPAÇÃO SOCIAL E A GESTÃO MUNICIPAL
DE SAÚDE NO MUNICÍPIO DE GURUI-TO.
SANTOS, A.C. (1); OLIVEIRA, A.L. (1); KAMIMURA,
Q.P. (1);
Instituição: 1 - Unitau;
No Brasil, a participação é um elemento central nos
processos de reforma democrática do Estado desde a
Constituição de 1988. O objetivo deste estudo é compreender a participação do conselho municipal de saúde
do município de Gurupi TO na gestão municipal dos
serviços de saúde, especificamente, conhecer as deliberações expedidas pelo conselho municipal de saúde
Anais XII Congresso Paulista de Saúde Pública
no ano de 2010 e identificar discussões relevantes
na contribuição da implementação do SUS. Pesquisa
exploratória, delineamento documental e abordagem
qualitativa. Os documentos consultados foram as deliberações do Conselho Municipal de Saúde durante
o ano de 2010. O Município de Gurupi-TO, segundo o
censo de 2010 conta com população de 76.255 habitantes, localizado-se na região sul do Estado e é referência
na área da saúde para dezesseis municípios. Durante
o ano de 2010, foram discutidos e aprovados diversos
assuntos no Conselho, que resultaram em Resoluções,
com aprovação de vários benefícios para a saúde do
município: aprovação da reforma das Unidades Básica
de Saúde dos setores Vila Iris e Casego; aquisição de um
veiculo para o Programa de Saúde da família; Reforma
e adequação da Policlínica; Implantação da Farmácia
Municipal; aquisição de um veiculo baú pequeno para
atendimento da assistência farmacêutica; reforma do
almoxarifado central da saúde; pagamento de medicamentos para usuários em tratamento; implantação
da saúde bucal no município; aprovou a realização
da segunda Conferência Regional de Saúde Mental;
aprovou a construção de uma Unidade Básica de Saúde
no setor jardim dos buritis; aprovou a construção da
sede do SAMU; aprovou a implantação das Unidades
de CAPS I, II, III e AD; aprovou a implementação do
complexo regulador, na capacitação para interligação
entre complexo regulador e as unidades básicas de
saúde; aprovação da lista Rename – relação nacional de
medicamentos; aprovação do SISpacto e da prestação
de contas do Município do ano de 2009. O pacto pela
saúde, foi discutido em várias reuniões, a Secretaria
da Saúde discutia mas não assinava o pacto. Conclui-se
que o Conselho de Saúde Municipal em Gurupi TO, tem
papel relevante na gestão municipal da saúde, porém,
necessita aperfeiçoar o processo de participação sobre
a responsabilização do Município na gestão do SUS, no
tocante à assistência na atenção primária em saúde,
como também viabilizar e promover a ampliação da
participação da população nos processos decisórios.
PERFIL DAS CRIANÇAS ATENDIDAS NO PRONTO
SOCORRO DA CIDADE DE SANTO ANDRÉ COM
REFERÊNCIA EM TRAUMATOLOGIA
Lima, C. P. (1); Filipini, R. (2);
Instituição: 1 - HEMCSA; 2 - FMABC;
Introdução: Os acidentes estão entre as cinco principais causas de mortalidade geral e na infância são
Saúde Soc. São Paulo, v.20, supl.1, 2011 23
responsáveis por altas taxas dos índices de morbi-mortalidade. Objetivo: analisar os atendimentos à criança
em um pronto-socorro de uma unidade hospitalar na
cidade de Santo André no mês de maio de 2009, perfil
dos sujeitos, os motivos da procura ao atendimento,
diagnósticos médicos e encaminhamentos mais freqüentes. Metodologia: Estudo descritivo, com coleta
de dados secundários das fichas de atendimento do
pronto socorro e prontuários de crianças e adolescentes
de 0,1 a 19,9 anos. Processo e análise dos dados pelo
software Epi-info 6.0. Resultados A população contou
de 447 crianças e adolescentes, 58,4% do sexo masculino, com predomínio de atendimentos a maiores de
10 anos. Os traumatismos se mostraram a principal
causa de atendimento, perfazendo um total de 40, 3%.
Em 90,4% dos casos a criança/adolescente teve alta
hospitalar após atendimento. Conclusão: O motivo
evidenciado no atendimento confirma que a prevenção
de acidentes na infância é necessária para reduzir as
taxas de morbi-mortalidade infantil.
PÚBLICO OU PRIVADO: A UTILIZAÇÃO DOS SERVIÇOS DE SAÚDE POR IDOSOS
LISBOA, D.F (1); NEGRÃO, C.N (1); VIEIRA, V.L (2);
ANDRADE, S.C (2); CERVATO- MANCUSO, A.M (3);
Instituição: 1 - Programa de Aprimoramento Profissional de Nutrição em Saúde Pública pela Faculdade
de Saúde Pública- USP; 2 - - Centro de Referência
para a Prevenção e Controle de Doenças Associadas
à Nutrição- Faculdade de Saúde Pública - USP; 3 Departamento de Nutrição da Faculdade de Saúde
Pública- USP;
Introdução: A população idosa vem aumentando drasticamente e exige demanda maior por serviços de saúde,
gerando crescimento das despesas com tratamentos
médicos e hospitalares, acarretando em um grande
desafio para o Sistema Único de Saúde (SUS).
Objetivo: Caracterizar os serviços de saúde utilizados
por idosos participantes da Campanha Nacional de
Vacinação contra a Gripe.
Metodologia: Estudo transversal com idosos voluntários de ambos os sexos, vacinados no Centro de
Saúde Escola Geraldo de Paula Souza localizado na
zona oeste da cidade de São Paulo, no período de 25 de
abril a 13 de maio de 2011. Aplicou-se um questionário
estruturado para caracterizar os idosos quanto à idade,
sexo e serviço de saúde utilizado. As variáveis foram
descritas por meio de frequências, desvio padrão e
Anais XII Congresso Paulista de Saúde Pública
média. Resultados Houve predominância de mulheres
(67,2%) e a idade média foi de 73,1 anos (DP = 8,32) sendo que 28,2% dos entrevistados tinham idade igual ou
superior a 80 anos. Dos entrevistados, 46,6% referiram
fazer uso exclusivo de planos de saúde, enquanto que
34,4% utilizam somente o serviço público. Verificouse que 12,2% referiram usar atendimento particular,
4,4% combinam o atendimento público com o privado, 1,8% utilizam atendimento privado e particular e
0,6% referiu outro ou nenhum tipo de atendimento.
Analisando-se por idade, 35,4% dos indivíduos com menos do que 80 anos utilizam exclusivamente o serviço
público, assim como 31,9% dos indivíduos com 80 anos
ou mais. Não houve diferença significativa quanto ao
uso dos serviços.
Conclusão: o SUS é amplamente utilizado pelos idosos
entrevistados, mas esses ainda usam, majoritariamente, o atendimento privado. Este fato pode ser explicado
pela região diferenciada em que está localizado o Centro de Saúde, que apresenta nível socioeconômico mais
elevado. Cabe, portanto, uma reflexão quanto à qualidade do atendimento e do acesso aos serviços públicos
de saúde, responsáveis não somente por campanhas de
vacinação, mas pela assistência de todos.
REPRESENTAÇÕES SOCIAIS DE SAÚDE BUCAL
E DE CONTROLE SOCIAL ENTRE LIDERANÇAS
POPULARES DE SAÚDE DO MUNICÍPIO DE SÃO
PAULO XXI
Manfredini MA (1); Narvai PC (2);
Instituição: 1 - CECOL-FSP-USP; 2 - FSP-USP;
O acesso à assistência odontológica pública é um dos
principais problemas na área de saúde bucal. Neste
trabalho, se analisam as representações sociais sobre
“saúde bucal” e “controle social” entre lideranças da
União de Movimentos Populares de Saúde (UMPS).
A pesquisa foi qualitativa, com orientação analíticodescritiva, mediante realização de grupos focais
com lideranças da União de Movimentos Populares
de Saúde de São Paulo (UMPS). Para a organização e
apresentação dos dados, foi utilizado o procedimento
metodológico do Discurso do Sujeito Coletivo (DSC).
O processo saúde-doença foi reconhecido como socialmente determinado. Em relação ao entendimento de
saúde bucal como necessidade, houve antagonismo. A
associação de saúde bucal à saúde geral foi apontada
como razão de necessidade. A não identificação da
saúde bucal como prioridade foi atribuída à populaSaúde Soc. São Paulo, v.20, supl.1, 2011 24
ção, aos fatores econômicos, aos governos e à falta de
vinculação entre saúde bucal e saúde geral. O princípio
da universalização na saúde bucal gerou discursos
contraditórios, com forte presença da ideia de que
a assistência odontológica deve ser dirigida para as
crianças, com a presença de cirurgiões-dentistas nas
escolas. As lideranças apontam que a assistência odontológica pública é insuficiente para garantir o acesso;
não é resolutiva; tem problemas de infra-estrutura; e
dispõe de profissionais que não atendem às exigências
da comunidade. A organização da população é condição
necessária para a implantação e manutenção de serviços assistenciais, por parte do Estado. Há um forte
componente do conceito de saúde enquanto direito de
cidadania, e de que a luta política e social é um vetor
para a organização de redes assistenciais. Em relação
à especificidade da saúde bucal no controle social,
emergiram falas contraditórias. As representações
sociais de lideranças comunitárias convergem com
o que se encontra na literatura sobre saúde bucal em
São Paulo.
RETRATO DEMOGRÁFICO DA BAIXADA SANTISTA:
DESAFIOS PARA AS POLÍTICAS PÚBLICAS
Morell, MGG (1); Brandão, MVM (1); Vazquez, D (1);
Instituição: 1 - UNIFESP;
Introdução: A composição populacional dos nove municípios integrantes da Região Metropolitana da Baixada
Santista, RMBS, resultado da trajetória das variáveis
demográficas, fecundidade, mortalidade e migração,
foi historicamente determinada pelo desenvolvimento
econômico regional que, também, definiu o desenho
urbano – centro/periferia - do território da RMBS e as
decorrentes desigualdades sociais.
Objetivo: Compreender os processos populacionais
de crescimento, migratórios e de ocupação do espaço
metropolitano da Baixada Santista, nos primeiros dez
anos do século XXI, e suas repercussões na demanda
de serviços de educação, moradia e saúde. Método:
Análise das características populacionais, crescimento
e distribuição por situação de domicílio, sexo e idade
das populações da RMBS, derivadas das informações
demográficas recentes, provenientes dos Censos de
População. Resultados Após um longo período de
alto crescimento, superior ao do Estado, a metrópole
Santista, reduziu o ritmo de expansão populacional.
Entre 2000 e 2010, Santos e os municípios do entorno,
Anais XII Congresso Paulista de Saúde Pública
Cubatão, Guarujá e São Vicente, apresentaram as menores taxas, inferiores a 1% e o maior crescimento populacional se deu nos municípios periféricos: Bertioga,
Praia Grande e Litoral Sul. O menor valor, 0,04% coube
a Santos, e a maior taxa do estado, 4,8%, a Bertioga.
Diferenças que respondem aos movimentos migratórios
intrametropolitanos, em direção às áreas mais distantes
da cidade-pólo, onde são menores o preço do solo e o
custo de vida. Na RMBS, a idade média de 28,1 anos em
2000, envelheceu quatro anos, 32,1 em 2010 e Santos,
de 33,6 avançou para 37,6 anos. A razão de sexo, de 86,0
homens por 100 mulheres em 2000, passou em 2010 a
ser a menor do país, 84,4, merecendo a denominação
da “cidade mais feminina do Brasil”. Os diferenciais
entre os sexos são maiores nas regiões mais envelhecidas, pois à medida que aumenta a idade, o contingente
feminino ultrapassa o masculino, em função da maior
mortalidade dos homens. A migração seletiva por sexo
em busca de mercado de trabalho também contribui
para esses resultados. Conclusões: As disparidades das
tendências populacionais da RMBS, desde a estagnação
do crescimento dos municípios centrais até a pujança
dos periféricos, conseqüência das migrações, bem como
os processos de feminização e envelhecimento populacional, colocam desafios de atendimento dos direitos
fundamentais de educação, moradia e saúde e exigem
imediata adoção de políticas públicas.
SAÚDE AUTORREFERIDA ENTRE IDOSOS USUÁRIOS
DE RESTAURANTE POPULAR EM CAMPINAS-SP
Souza, B.F.N.J. (1); Camargo. D.F.M. (1); Marin-Leon,
L. (1);
Instituição: 1 - UNICAMP;
Introdução: Com o recente fenômeno do envelhecimento populacional, tem-se observado aumento da
prevalência das doenças crônicas nos idosos, as quais
podem influenciar na auto avaliação do estado de
saúde dos mesmos. Objetivo: Analisar entre idosos, as
diferenças na proporção de saúde global autorreferida
muito boa ou boa (n=86) e saúde regular, ruim ou muito
ruim (n=124). Método: Este estudo foi conduzido nos
primeiros dois meses de 2011, por meio de entrevistas
com 210 idosos, com idade igual ou superior a 60 anos
de idade, residentes no município de Campinas-SP e
usuários do restaurante popular Bom Prato, que integra o Programa Fome Zero. Foi utilizado questionário
estruturado, que incluiu variáveis demográficas e
Saúde Soc. São Paulo, v.20, supl.1, 2011 25
socioeconômicas, condições de saúde incluindo depressão, atividade física e social e medidas de peso e
altura. A saúde autorreferida foi medida usando uma
questão global. Correlação de Spearman, qui-quadrado
e regressão logística multivariada foram realizadas
utilizando SPSS. Os entrevistados foram informados
à respeito da pesquisa e assinaram o termo de consentimento. Resultados Sexo, idade, escolaridade, raça,
religião, composição familiar, ser chefe de família,
renda familiar, benefícios sociais, atividade social,
caminhada, plano de saúde, asma/bronquite crônica,
incontinência urinária, câncer, doença renal crônica,
hepatite, tuberculose e IMC elevado não apresentaram
diferenças estatisticamente significativas. A proporção em segurança alimentar, trabalho remunerado, não
cansar-se ao caminhar durante uma hora, ausência de
uso regular de medicamentos e de doenças crônicas
foi maior entre idosos com boa ou muito boa saúde.
Ao controlar por outras variáveis aqueles com saúde
ruim tiveram maior risco de doenças cardiovasculares
(OR=4,6; IC95% 1,7-4,8), histórico de fratura (OR=3,0;
1,2-7,7), violência sofrida no último ano (OR=2,8; 1,018,0), índice de depressão positivo (OR=2,4; 1,2-4,8) e
cansaço antes de uma hora de caminhada (OR=2,3;
1,1-4,6). Conclusão: Entre idosos ativos diferenças
de saúde estiveram relacionadas à doenças crônicas,
condicionamento físico, depressão e violência urbana,
desta forma estes fatores devem ser considerados pelas
políticas públicas de saúde.
VIOLÊNCIA E SAÚDE: REFLEXÕES A PARTIR DOS
RELATÓRIOS DAS CONFERÊNCIAS NACIONAIS DE
SAÚDE
Imperatori, T. K. (1);
Instituição: 1 - UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA;
O debate sobre os índices de violência no contexto
brasileiro perpassa diferentes esferas do Estado e da
Anais XII Congresso Paulista de Saúde Pública
sociedade, demandando políticas públicas para enfrentamento dessa situação. Trata-se de um tema que não
é em si mesma uma questão de saúde, mas que afeta
a saúde individual e coletiva e exige a organização de
políticas, programas e práticas para atender a demandas dela decorrentes. (Minayo, 2007).
A presente pesquisa analisou o modo como o tema violência vem sendo apresentado nos relatórios finais das
XI, XII e XIII Conferências Nacionais de Saúde (CNS),
ocorridas a partir dos anos 2000. Entende-se que as
Conferências de Saúde são um espaço privilegiado de
participação social com o objetivo de propor as diretrizes para a formulação da política de saúde, conforme
regulamentado pela Lei 8142/90.
A metodologia utilizada nesta pesquisa foi qualitativa,
com coleta de dados documental em órgãos oficiais.
Entende-se que a pesquisa qualitativa possibilita uma
interpretação dos dados por meio de uma contínua reflexão à luz do referencial teórico. A busca do tema violência nos relatórios ocorreu a partir da elaboração de
uma lista de palavras-chaves correlatas ao conceito.
A análise mostrou que o tema violência tem sido cada
vez mais problematizada nas CNS. Em todos os relatórios, ela foi apresentada como questão de saúde que
exige ações intersetoriais e multiprofissionias. Também observa-se que a violência é tratada em contextos
e grupos específicos. Temas como violência contra mulher, criança e adolescente e violência no contexto da
saúde mental estiveram mais presentes nos relatórios
analisados. Já a violência contra idoso entrou em cena
mais recentemente. Violência no trânsito, suicídio,
tráfico de seres humanos, exploração sexual, venda
de órgãos e trabalho escravo também se apresentam
como formas de violência que tem impacto na saúde.
Percebe-se, portanto, que as CNS se apresentam como
um importante instrumento de reflexão sobre a violência em suas diversas manifestações.
Saúde Soc. São Paulo, v.20, supl.1, 2011 26
Resumos de Relatos de Experiência
A ATUAÇÃO DO PCB E A REFORMA SANITÁRIA
Lacaz, FAC (1);
Instituição: 1 - Unifesp;
Trata-se de discutir o papel dos militantes e do Partido
Comunista Brasileiro (PCB) no movimento que originou a luta pela Reforma Sanitária no Brasil, apontando
tanto para contribuições teórico-conceituais de Sergio
Arouca, através de sua tese de doutorado “O dilema
preventivista”; como para as ações político-partidárias
junto a institutições e entidades representativas como
o Centro Brasileiro de Estudos de Saúde (Cebes); o
Sindicato dos Médicos de São Paulo e demais estados
e o Departamento Sindical de Estudos e Pesquisas de
Saúde e dos Ambientes de Trabalho (Diesat). Ao lado
disso, aponta-se para as rupturas havidas nos final
dos anos 1970 protagonizadas por grupos internos
rivais dentro do PCB e que defendiam diferentes estratégias de ação dentro destas entidades que tiveram
protagonismo no movimento da Reforma Sanitária,
apesar da pequena visibilidade de alguns deles, nos
estudos relativos à Reforma. Finalmente, aponta-se
para desafios político-ideológicos que uma militância
da esquerda sanitária deveria enfrentar nos dias de
hoje para atuar pelo avanço do Sistema Único de Saúde
(SUS), numa conjuntura em que estão ameaçadas suas
bases políticas e sociais.
A INTERFACE COMUNICAÇÃO E SAÚDE PÚBLICA:
POSSIBILIDADES E LIMITAÇÕES
Borges. I.C (1);
Instituição: 1 - FSP USP;
No cenário brasileiro, a Saúde Pública configura-se
como política nacional desde o século XX. Neste período, caracterizou-se pela sistematização de práticas
sanitárias na tentativa de estabelecer uma assistência eficaz voltada para a coletividade, com ênfase à
criação e regulamentação do Sistema Único de Saúde
(SUS). A 8ª Conferência Nacional de Saúde (1986)
apontava a Comunicação atrelada à Educação e Informação como importante pré-requisito da cidadania e
direito à saúde. Diante disso, é pertinente ressaltar o
papel, cada vez mais freqüente, delegado à sociedade
civil organizada com objetivo discutir temas sociais e
fortalecer as ações comunitárias. O presente trabalho
Anais XII Congresso Paulista de Saúde Pública
tem como objetivo, valendo-se da interface entre os
campos Comunicação e Saúde Pública, uma reflexão
sobre a relevância dos meios de comunicação de massa
(MCM) no contexto da promoção da saúde e educação.
Procura-se de um lado, na perspectiva da Saúde Pública
oferecer uma cooperação para um (re) pensar da Comunicação, de uma maneira um tanto quanto complexa,
mas atenta aos significados e simbolismos. De outro,
basicamente provocativo, ater-se à compreensão do
diálogo entre ambas, potencializando o intercâmbio
de ações conjuntas. Refere-se a um estudo exploratório
de experiências realizadas, com levantamento bibliográfico baseado em fontes primárias e secundárias.
Trata-se do resultado de atividade acadêmica, nível
doutorado, do Programa de Pós-Graduação em Saúde
Pública, da Universidade de São Paulo. Nota-se que a
idéia de promoção de saúde incorporada, após amplas
discussões nas várias conferências desencadeadas pela
Organização Mundial da Saúde, ainda é um desafio
nacional. Preceitos existentes em grande e variada
literatura no país, demonstram uma fragilidade em
sua prática, já que esses momentos e os documentos
deles oriundos têm servido, quase que exclusivamente,
para não deixar extinguir-se a idéia da saúde para todos
com o distanciamento entre a retórica dessas discussões e a efetivação da prática de promoção da saúde.
Pelo viés da Saúde Pública, abrem-se horizontes de
diálogo entre os atores paradigmáticos deste processo
comunicacional: os produtores (profissional da saúde),
os divulgadores (comunicador) e o público (usuário),
adequarem-se à produção de conteúdo (mensagem) e
assim, propagar uma nova concepção da prevenção e
da promoção dos valores da Saúde.
ESTRATÉGIA DE ADESÃO E CONCLUSÃO DE TRATAMENTO DE TUBERCULOSE PARA BOLIVIANOS
Domingos, A.T. (1); Guerreiro, C. A. (2);
Instituição: 1 - FCMSCSP; 2 - Prefeitura de São Paulo;
A migração hoje é um fenômeno complexo. No Brasil
vivem cerca de um milhão de imigrantes segundo os
dados do Ministério da Justiça. Na cidade de São Paulo
encontram-se muitos latino-americanos, sendo mais
prevalente os bolivianos. Diante da realidade que são
expostos na confecção têxtil, a doença que os tem
acometido em números preocupantes é a tuberculose.
Saúde Soc. São Paulo, v.20, supl.1, 2011 27
Em 2003 a Secretaria Municipal de Saúde e a Pastoral
do Imigrante promoveram medidas para aproximar
os imigrantes aos serviços de saúde, principalmente
através de visitas domiciliares das equipes da Estratégia de Saúde da Família (ESF). Nesse contexto, alunos
de graduação participantes do Programa de Ensino
pelo Trabalho (PET-Saúde) do Ministério da Saúde e
profissionais da Unidade Básica de Saúde Dr. Octávio
Augusto Rodovalho Bom Retiro no bairro do Bom
Retiro em São Paulo, acompanharam o tratamento de
tuberculose pelo Tratamento Diretamente Observado
(DOT), estratégia amplamente incentivada pela Organização Mundial da Saúde (OMS). O vinculo e o acolhimento proporcionado ao doente boliviano fez com que
aumentasse a adesão de imigrantes ao tratamento, o
processo de orientação da importância do tratamento
diminuiu uma percepção das constantes migrações
de uma região para outra por parte dos mesmos, o que
dificultava a continuidade do tratamento uma vez que
dificilmente eles comunicavam seu novo endereço, e
assim no período janeiro de 2010 á dezembro do mesmo
ano, 9 bolivianos iniciaram tratamento, 6 concluiram e
tiveram alta por cura, 2 foram transferidos formalmente pois apresentaram o endereço novo, possibilitando
o contato entre as UBS envolvidas, e 1 abandonou o
tratamento com relato de regresso à Bolívia.
Descrição: Alunos do PET-Saúde e profissionais da UBS
Bom Retiro realizaram visitas domiciliarias e acompanhamento na própria UBS e em oficinas de costura, além
disso, participação em eventos culturais bolivianos para
realizar busca ativa de tuberculose.
Resultados Melhora significativa no vínculo com a UBS
identificação de 8 sintomáticos respiratórios nos eventos culturais, os quais foram referenciados a UBS para
investigação. O DOT, como estratégia inserida na ESF
mostra-se efetivo na adesão e conclusão do tratamento
de Tuberculose. A participação dos alunos nesse trabalho
proporciona a vivencia na Atenção Primaria, proporciona
aos profissionais de saúde a integração de saberes e ao
serviço de saúde introduz novas formas de gerenciamento de recursos na atenção voltada à comunidade.
O OLHAR DA VIGILÂNCIA SANITÁRIA NO CUIDADO DO IDOSO EM ILPI
Feitosa-Gondo, D.C.A. (1); Michaloski. L.C.R. (2); Furtado, A. F. S. (1); Martins, L.V. (3); Almeida, M.A.V.P.
(4); Minharro, R. C. L. (5); Baldín-Dal Pogetto. M.R.
(6);
Anais XII Congresso Paulista de Saúde Pública
Instituição: 1 - Grupo de Vigilância Sanitária XVI
- Botucatu; 2 - Grupo de Vigilância Sanitária XVI
- Botucatu; 3 - Grupo de Vigilância Sanitária XVIBotucatu; 4 - Secretaria Municiapal de Saúde de
Botucatu; 5 - Secretaria Municipal de Saúde de Botucatu; 6 - Departamento de Enfermagem - Faculdade
de Medicina de Botucatu;
Caracterização do problema: O processo de envelhecimento populacional vem-se constituindo num
dos maiores desafios para a saúde pública, estudos
epidemiológicos vem demonstrando um aumento
crescente e contínuo do número da população idosa.
Algumas questões como redução da disponibilidade
de cuidado familiar devido às necessidades de trabalho da população, o alto custo do cuidado domiciliar
e adaptações do espaço físico para redução de risco,
sobrecarga financeira e emocional têm levado famílias
a procurarem Instituições de Longa Permanência para
Idosos (ILPI). Descrição: Foram realizadas vistorias
nas ILPI(s) do município de Botucatu, envolvendo
alunas de graduação em Enfermagem e os técnicos
das equipes de vigilância sanitária (VISA) municipal e
estadual. Considerando que os idosos têm garantidos,
pela legislação brasileira, serviços e moradia de qualidade, cabe à vigilância sanitária manter o cadastro
das ILPI(s) atualizado, realizando as inspeções de
rotina e avaliando periodicamente seu funcionamento
baseados na RDC/ANVISA nº283, de 26 de setembro
de 2005 que regulamenta estas instituições. Lições
aprendidas: Constatou-se nas inspeções que 100% das
ILPI(s) estão instaladas em edificações adaptadas, os
proprietários desconhecem a legislação sanitária, não
há a preocupação com atividades físicas e de lazer, o
número de profissionais é insuficiente entre outras
inadequações. Diante deste quadro elaborou-se uma capacitação para os funcionários das VISA(s) municipais
dos 30 municípios que compõe o Grupo de Vigilância
Sanitária XVI, sobre atendimento integral e humanizado ao idoso, com a participação dos proprietários
das ILPI(s). A capacitação aconteceu em três módulos
abordando temas de legislação, estatuto do idoso,
acolhimento, adequações arquitetônicas, prevenção de
queda, ciclo de vida, fragilidade na pessoa idosa, patologias freqüentes, uso de medicamentos, entre outros.
Recomendações:Conclui-se que as ILPI(s) podem ser
o único ponto de referência para uma vida e um envelhecimento digno para certos idosos, acredita-se que o
cumprimento das normas mínimas de funcionamento
Saúde Soc. São Paulo, v.20, supl.1, 2011 28
pode contribuir ao estabelecimento da segurança e
da dignidade humana, bem como para uma melhor
qualidade de vida possível. Esta experiência permitiu
aproximar a VISA dos proprietários das instituições
favorecendo a compreensão da importância da ação
de vigilância, numa perspectiva educativa, buscando
a melhoria da assistência prestada.
O PAPEL DA OUVIDORIA DO SUS NO MUNICÍPIO
DE SÃO BERNARDO DO CAMPO
Santos, S.B. (1); Campos, I. A. (2); Silva, J.G. (3); Montezano, C.A. (3); Troccoli, F. T. (3);
Instituição: 1 - Secretaria Municipal de Saúde de
São Bernado do Campo; 2 - Secretaria Municipal
de Saúde; 3 - Secretaria Municipal de Saúde de São
Bernardo do Campo;
Caracterização do problema: Antes da Implantação da
Ouvidoria do SUS no município de São Bernardo do
Campo, os cidadãos não tinham um local específico
para se manifestar e buscavam de porta em porta alguém que pudesse ouvi-los. Descrição: A cada dia que
passa a sociedade se torna mais exigente, buscando um
atendimento melhor e humanizado. Apenas o acesso
aos serviços de saúde não é o suficiente, o cidadão
que um atendimento digno. A Ouvidoria do SUS atua
neste contexto, pois a partir de uma leitura crítica
das demandas, os relatórios elaborados podem influir
na oferta dos serviços qualificando-os. À medida que
os cidadãos manifestam-se, por meio de solicitações,
reclamações, sugestões, elogios e denúncias, possibilitam a elaboração de relatórios gerenciais contendo
a real situação da saúde, identificando problemas e
falhas na aplicação dos prin¬cípios da integralidade,
da eqüidade e da universalidade. Lições aprendidas:
A elaboração dos relatórios gerenciais com base nas
manifestações registradas diariamente reforça para a
nossa equipe e para os cidadãos que a Ouvidoria não é
apenas um canal de escuta, ela é também um instrumento de gestão e de controle social, na medida em que
dá voz ao cidadão, que muitas vezes desconhece seus
direitos e tem um papel relevante na identificação das
necessidades e demandas sociais, tanto na dimensão
coletiva, quanto na individual, transformando-as em
suporte estratégico à tomada de decisões no campo da
gestão. Dessa forma a equipe se sente comprometida
com o serviço, valorizando este espaço democrático e
buscando melhorar cada vez mais o atendimento que
é realizado na Ouvidoria. Recomendações:É preciso
Anais XII Congresso Paulista de Saúde Pública
fortalecer a relação da Ouvidoria com as Unidades de
Saúde, pois para que o trabalho realizado seja efetivo
é necessário dar uma resposta ao cidadão e é esta
parceria que vai garantir a qualidade deste serviço.
É importante também que cada cidadão entenda que
sua manifestação representa mais que buscar solução
para si, ela sinaliza, sobretudo, um elenco de situações
que identificam problemas de saúde pública, o que
permite a realização de ações mais eficazes por parte
dos gestores locais a fim de aumentar a qualidade. Assim, no Município de São Bernardo do Campo estamos
contribuindo para o fortalecimento e consolidação do
SUS, da gestão Participativa e do Controle Social
O REGIMENTO INTERNO DO CONSELHO GESTOR
DE SAÚDE DO CEO-NIR CIDADE TIRADENTES E A
PARTICIPAÇÃO POPULAR
Castro, Adoracion. (1); Santos. F.A. (2); Reis, N.S. (2);
Ferreira, Ademir. (3);
Instituição: 1 - Sem Vínculo Institucional; 2 - Movimento Popular de Saúde de Cidade Tiradentes; 3
- Movimento Popular de Saúde de Cidade Tiradentes
- Coordenador;
Caracterização do problema: A substituição dos conselheiros gestores de saúde identificados como faltosos
de acordo com o Regimento Interno, especificamente
do segmento usuários, apresenta-se como um problema
que pode culminar num esvaziamento e fragilização
deste segmento.
O processo eleitoral, normalmente por chapa, também
contribui significativamente para este esvaziamento já
que o suplente não tem a obrigatoriedade freqüentar às
reuniões regularmente. Outrossim, considerando que
as reuniões do conselho são abertas à participação de
qualquer usuário não há mecanismo motivador já que
este usuário não tem direito a voto e só faria parte organicamente do Conselho por ocasião de uma nova eleição.
Descrição: Diante desta singularidade e, buscando
sempre ampliar a participação popular nos Conselhos
Gestores de Saúde, o Conselho Gestor de Saúde do CEONIR Cidade Tiradentes na elaboração do seu Regimento
Interno garantiu que “o usuário que participar de 3
(três) reuniões consecutivas estará apto a assumir a
vacância do suplente.” (Regimento Interno do Conselho
Gestor de Saúde do CEO-NIR Cidade Tiradentes - Capítulo IV – Do Mandato – Artigo 13º.).
LIÇÕES APRENDIDAS e Recomendações:Incentivar a
participação popular, garantir sua representatividade
Saúde Soc. São Paulo, v.20, supl.1, 2011 29
e legitimidade, nas esferas orgânicas do Sistema Único
de Saúde é um compromisso que exige atenção e sensibilidade dos gestores e legisladores para dar forma
às manifestações e vivências do cotidiano.
PRÊMIO PRO-EQUIDADE EM SAÚDE: PARA DESOCULTAR AS INEQUIDADES E PROMOVER A
EQUIDADE
Akerman, M (1); Pellegrini, A (2); Franco, M (3); Rinehart, D (3); Neto, OLM (4); Setti, AFF (4);
Instituição: 1 - FMABC/CEPI FIOCRUZ; 2 - CEPI FIOCRUZ; 3 - CONASEMS; 4 - Ministério da Saúde;
Contexto: O Prêmio Pró-Equidade é uma iniciativa do
CONASEMS, do CEPI-DSS, da Escola Nacional de Saúde
Pública Sergio Arouca (ENSP/FIOCRUZ) e do Ministério da Saúde. Nesta sua primeira edição, o Prêmio
recebeu 76 experiências de 17 estados do Brasil. Deste
total, 21 foram selecionadas preliminarmente tendo
cinco premiados e quatro menções honrosas.
Premiados: As cinco primeiras experiências em ordem
alfabética são: (1) Assaré/CE: “Mãe valoriza a Vida:
Estratégia de redução da mortalidade infantil a partir
da ação intersetorial da Prefeitura, Secretaria de Ação
Social e Secretaria da Saúde de Assaré de 2009-2010”;
(2) Belo Horizonte/MG: “A construção da equidade em
saúde junto à população das áreas de risco elevada e
muito elevada: a experiência do Programa BH Cidadania (2002-2011)”; (3) Porto Feliz/SP: “O Programa de
reforço e qualificação alimentar- PROQUALI- como ferramenta de enfrentamento dos determinantes sociais
do município de Porto Feliz/SP”; (4) Porto Alegre/RS:
“O Mapa de Porto Alegre e a tuberculose: distribuição
espacial, determinantes sociais”; (5) Rio de Janeiro/
RJ: “Rede de Adolescentes Promotores da Saúde – RAP
da Saúde”.
Reflexões: Há que se ressaltar que o impacto de uma
política pública na redução das iniqüidades clama
por um período de tempo necessário e suficiente para
alterar padrões de distribuição de recursos já em voga,
em alguns casos, por muito tempo. Neste sentido, as
nove experiências selecionadas são jovens, em média 3
anos de vida, por conseguinte não puderam evidenciar
de maneira inequívoca redução de iniquidades como
impacto de sua execução. Mais ainda, muitas delas
focalizaram sua ação entre os mais pobres e não estabeleceram linhas de base de comparação com grupos mais
favoráveis de suas populações. Entretanto, e aí está, o
estimulante elemento de que as experiências trilham
Anais XII Congresso Paulista de Saúde Pública
um bom caminho na promoção da equidade. Todas
apresentaram um conjunto de dispositivos (recortes
territoriais, criativas arquiteturas de governança,
protagonismo ativo de grupos vulneráveis, métricas
originais, etc.) que indicam que foram pensadas com
o intuito de identificar diferenciais de vulnerabilidade
e exposição entre grupos/territórios em uma gama importante de âmbitos/atributos. Disseminar criticamente estes dispositivos, diversificando-os, criando novos e
aprofundando suas aplicações é o valor agregado desta
primeira iniciativa do Prêmio Pré-Equidade.
SAÚDE GLOBAL
Ribeiro, H.; (1); Fortes, P.A.C. (1); Sacardo, D.P. (1);
Waldman, E.A. (1); Tittanegro, G.R. (1); Pedalini, L.M.
(1); Carvalho, R.R.P. (1);
Instituição: 1 - FSP-USP;
Acontecimentos como a pandemia do vírus influenza A
(H1N1), os desastres naturais ocorridos na Indonésia,
no Japão, no Haiti e no Chile, a poluição transfronteiriça, as mudanças climáticas globais, as ameaças de
bioterrorismo, os casos de contaminação alimentar em
países europeus, causados pela bactéria Escherichia
Coli, o aumento dos processos comerciais de produtos
e serviços de saúde, a migração de profissionais, a
mobilidade de consumidores (turismo de pacientes) e a
contínua proliferação da AIDS, além do estabelecimento de instituições que promovem a integração regional,
como MERCOSUL e UNASUL, mostram a necessidade
de um aprofundamento das questões relativas à saúde
global, que extrapolam as fronteiras nacionais. Elas
devem tomar lugar estratégico na agenda internacional e enfrentar as consequências da globalização no
setor sanitário e nos determinantes da saúde, sociais,
econômicos e ambientais. Com o objetivo de contribuir
na produção do conhecimento em Saúde Global, a Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo
vem desenvolvendo, desde 2009, palestras e cursos de
extensão, congregando profissionais e técnicos dos
setores público e privado, bem como representantes de
instituições internacionais, que vem resultando, neste
ano de 2011, na organização de um Grupo de Estudos
e Pesquisas interdisciplinar, formado por docentes
e pesquisadores multiprofissionais que entendem a
Saúde Global como um bem público e fator essencial
para o combate à pobreza e a promoção do desenvolvimento sustentável, dentro dos princípios do respeito
aos direitos humanos, da universalidade no acesso aos
Saúde Soc. São Paulo, v.20, supl.1, 2011 30
cuidados de saúde, da solidariedade, da equidade, da
participação e inclusão social. A Saúde Global consiste
no estudo e na prática de temas de saúde que, por sua
natureza, ultrapassam os limites dos Estados, podendo
ser influenciados por experiências e circunstâncias
em outros países e impondo a necessidade de ação e
acordos internacionais para sua resolução. Pretende
conhecer, interpretar, compreender e enfrentar as consequências do processo de globalização no setor sanitário e nos determinantes da saúde, sociais, econômicos e
ambientais, objetivando a melhora dos níveis de saúde
e a busca da equidade para todas as pessoas.
VOCÊ LIMPA ADEQUADAMENTE SUA CAIXA DE
ÁGUA?
Freitas, BB (1); Ribeiro, L.S. (1); Michaloski, L.C.R. (2);
Patrício, K.P. (3);
Instituição: 1 - UNESP; 2 - GVS XVI - SES; 3 - UENSP;
Caracterização do problema: A água é essencial à manutenção da vida. O provimento adequado de água, em
quantidade e qualidade, é essencial para o desenvolvimento socioeconômico das populações, com reflexos
diretos sobre condições de saúde e bem-estar. Dados
do Ministério da Saúde mostram que mais de 10 mil
pessoas ficaram doentes entre 1999 e 2008 pelo consumo de água contaminada no Brasil e cerca de 40%
das doenças associadas à água são adquiridas dentro
das residências. A água é um dos importantes veículos
de enfermidades diarréicas, o que torna primordial a
avaliação de sua qualidade microbiológica. Aliado ao
monitoramento da qualidade da água, a população deve
ser alertada sobre os perigos que ela representa na
veiculação de doenças e como deve mantê-la adequada
em suas casas. Descrição: foram realizados programas de rádio em fevereiro e março com entrevistas
concedidas pela diretora de Vigilância Sanitária de
Botucatu, sobre alimentação segura e cuidados com
a saúde. Em maio, a equipe da Vigilância Sanitária de
Botucatu participou da Feira da Saúde do município,
com atividades educativas para a população. Colocouse à exposição uma caixa d’água e demonstraram-se
todos procedimentos corretos de limpeza, produtos e
concentrações, quais materiais de limpeza utilizar e
com qual freqüência realizá-la. No final da explicação
foram distribuídas cartilhas elaboradas pela equipe
do projeto, que descreviam todos estes processos, de
modo que a população pudesse rever as informações
em momentos posteriores para continuarem limpando
Anais XII Congresso Paulista de Saúde Pública
corretamente suas caixas d’água, diminuindo o risco
de contração de doenças transmitidas pela água. Lições
aprendidas: pode-se observar que parte da população
desconhece a importância da limpeza da caixa d´água,
enquanto que outra reconhece, embora não o faça
rotineira e adequadamente. Além disto, nota-se que
não conseguem correlacionar falta de higienização
correta da caixa d´água com possíveis contaminações
e doenças associadas a isto. Recomendações:notou-se
ser fundamental a conscientização da população sobre
a higienização correta e periódica da caixa d’água,
sendo um desafio tornar isto um hábito e que cada
cidadão reconheça seu papel na manutenção da qualidade da água dentro de suas casas também. Destaca-se
a necessidade de realizar estas atividades de forma
continuada com a população, aproveitando diferentes
momentos e procurando demonstrar o impacto direto
da qualidade de água na saúde.
“A VOZ DA POPULAÇÃO PARA FORTALECER A
GESTÃO” - IMPLANTAÇÃO DA OUVIDORIA DA
SAÚDE EM CUBATÃO
Rocha, L.P.F. (1);
Instituição: 1 - Secretaria Municipal de Cubatão;
A Ouvidoria em Saúde constitui-se espaço estratégico
e democrático de comunicação entre cidadãos e gestores do SUS. Em Cubatão, foi imprescindível pensar em
Ouvidoria da Saúde devido grande demanda de usuários à procura de informações, solicitações e soluções
para casos específicos, o que indicava que o sistema
de saúde local não funcionava como deveria. Neste
sentido, a Ouvidoria em Saúde vem com o objetivo
de ser instrumento de acessibilidade, facilitador da
participação popular na gestão, do controle social, da
transparência dos atos administrativos, da melhoria
da qualidade dos serviços e de um atendimento mais
qualificado das necessidades da população.Espera-se
com a implantação da OuvidoriaSUS, maior participação da comunidade na gestão da saúde, vindo
por sugestões, informações, reclamações, elogios e
denuncias, buscando o acolhimento, a humanização
e a resolutividade, cumprindo os princípios do SUS
no município de Cubatão. Com essa meta, iniciamos
o processo de implantação em 29/03/11 traçando um
diagnóstico situacional e elaborando Plano de Ação
com cronograma por etapas com a seguinte seqüência:
1) Implantação do espaço físico; 2) Definição da equipe
da ouvidoria; 3) Criação de canais de comunicação; 4)
Saúde Soc. São Paulo, v.20, supl.1, 2011 31
Aperfeiçoamento da equipe; 5) Organização administrativa; 6) Sensibilização e divulgação.Vencidas essas
etapas, acolhemos no 1º trim., 87 manifestações, sendo
63% reclamações, 20% solicitações, 9% denuncias, 5%
elogios e 3% sugestões. A maioria das reclamações foi
por “falta de acolhimento, seguida de falha na assistência farmacêutica”, indicando que precisamos atuar
para sensibilizar e capacitar os profissionais quanto
ao acolhimento e humanização, buscando formas de
motivá-los, e ainda regularizar o fornecimento de
medicamentos. Os elogios (5%) mostram profissionais
comprometidos com o bom atendimento ao usuário.
Esses indicadores contribuíram para reflexão e avaliação do sistema de saúde, norteando a gestão municipal. Além de resultados estatísticos, garantimos
que os cidadãos fossem ouvidos e se expressassem
em relação aos serviços de saúde. Confirmamos com
Isso a importância de se ter um canal democrático de
comunicação e articulação entre usuários, servidores
e gestores.Visto que a Saúde é uma área que carece de
maior atenção dos gestores e profissionais da saúde,
esperamos com este relato contribuir e despertar o interesse de outros municípios, apontando instrumento
de mudanças, com a participação social, para melhoria
da qualidade de vida.
Resumo descritivo de outras produções
A PERCEPÇÃO DOS USUÁRIOS DO SISTEMA ÚNICO
DE SAÚDE, SOBRE A QUALIDADE DO SERVIÇO
PRESTADO.
MENEGON, T.C. (1); TAKAMATSU, T.C.S. (1); CARVALHO, D.C. (1); SILVA, M. C. P. (1);
Instituição: 1 - UENP;
O Sistema Único de Saúde (SUS) pode ser entendido
como uma nova formulação política e organizacional
para o reordenamento dos serviços e das ações de
saúde. Segundo a Lei 8080/90 define o SUS como: o
conjunto de ações e serviços de saúde prestados por
órgãos e instituições Públicas Federais, Estaduais e
Municipais, da Administração direta e indireta e das
Fundações mantidas pelo poder público. Em relação
às percepções dos usuários acerca do atendimento
prestado no seu Serviço de Saúde, identificaram-se
situações que não diferem muito daquelas relatadas na
literatura sobre o tema e daquelas que experimentamos
em atividades de pesquisa e extensão universitária no
cotidiano de outros Centros de Saúde: insatisfações
constantes demonstradas por queixas e críticas sobre
Anais XII Congresso Paulista de Saúde Pública
determinadas rotinas e com a qualidade do atendimento dos profissionais. Neste caso, em especial, a crítica
refere-se à competência humanística e ao exercício da
ética profissional. O objetivo deste trabalho é analisar a
percepção do usuário, sobre o SUS em sua concepção de
atendimento prestado. Trata-se de um estudo literário,
baseado em artigos selecionados nas bases de dados
Scielo e Lilacs e publicados no período de (2005) a
(2011). O SUS surgiu como uma conquista depois de um
longo processo de acúmulo e de lutas desde os anos 70
envolvendo movimentos populares, trabalhadores em
saúde, usuários, intelectuais, sindicalistas e militantes
dos mais diversos movimentos sociais. Entretanto,
para que isto aconteça, é necessária à existência de
espaços que possibilitem o empoderamento/libertação
dos cidadãos, no sentido de ampliar a inclusão social,
vale salientar que o envolvimento da população na
tomada de decisão possibilita avançar na qualidade
dos serviços e ações em saúde, na medida em que seus
atores se tornam capazes de compreender a realidade
vivida, apontar os problemas e as soluções relativas às
suas reais necessidades. Houve, também, grande insatisfação da população com o serviço público em razão
das longas filas de espera para marcação de consultas,
o que provocava maior demanda desses usuários para
os serviços de emergência dos hospitais da região,
além de promover o absenteísmo no local de trabalho.
Portanto, o serviço de saúde SUS, tem seus objetivos,
princípios eficazes, porem os usuários tem que ter um
empoderamento, ou seja, saber mais dos seus direitos
e deveres em relação ao sistema.
A REDE DE ATENÇÃO A POPULAÇÃO EM SITUAÇÃO
DE RUA: POSSIBILIDADES DE INTERFERÊNCIA NA
DEFINIÇÃO E CONCRETIZAÇÃO DE UMA POLÍTICA
PÚBLICA
AMARAL,D.P. (1);
Instituição: 1 - PUC-SP;
A necessidade de resolver a complexidade da realidade
social da população em situação de rua na cidade de São
Paulo vem mobilizando desde a década de 90 diversos
atores sociais em redes, principalmente organizações
e movimentos sociais, para a discussão e efetivação
de uma política pública dirigida a essa população e
a organização de serviços para o atendimento socioassistencial de suas necessidades. O objetivo desse
estudo foi identificar os arranjos existentes referentes
aos atores sociais que compõe a denominada Rede de
Saúde Soc. São Paulo, v.20, supl.1, 2011 32
Atenção a População em Situação de Rua na região
central da cidade de São Paulo. O tema redes sociais,
propiciou uma aproximação teórica com a análise de
autores como Castells (1999), Marques (1999, 2006),
Junqueira (2000, 2002 e 2004), Rico e Raichelis (1999),
Quandt e Souza (2008), Mizruchi (2006) e SchererWarren (1996). O uso de uma abordagem qualitativa
incluindo análise de conteúdo das entrevistas semiestruturadas, o método de amostragem Bola de Neve e a
Sociometria, permitiu identificar as relações que os
atores estabelecem entre si, nos espaços coletivos e
com a Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social, a intensidade dessas relações e a
percepção que tem sobre sua capacidade de influir na
efetivação da política pública nacional. O estudo revelou uma rede de perfil socioassistencial da sociedade
civil, com destaque para organizações tradicionais de
caráter religioso que se articulam numa rede política
do poder público através de convênios. A rede estudada apresentou duas tríades centrais (subgrupos):
uma sob influência do Fórum Permanente de Acompanhamento das Políticas Públicas da População em
Situação de Rua de São Paulo e outra sob influência
da Rede de Atendimento Socioassistencial da SMADS.
A primeira tríade sobressaiu pela intensidade das
relações estabelecidas entre si através de contatos
diários, e pela capacidade de articular diversos atores
para influir na definição da política pública nacional
destinada a essa população. A intermediação que faz
a conexão entre essas duas tríades realizada por uma
única organização social evitou a constituição de dois
subgrupos desconectados com objetivos diferenciados.
Considerando o interesse pela gestão pública, estudar
redes sociais nesse contexto permite dar visibilidade
à ação pública dos diversos sujeitos do fazer social: o
Estado, a sociedade civil, a iniciativa empresarial, a
comunidade e inclusive o próprio grupo social ao qual
se destina a ação pública.
CONHECENDO O VALE DO RIBEIRA - PROJETO
QUILOMBOLAS
Vital, C. N. (1); Morilla, K. Y. M. (1); Almeida,. N. B. (1);
Bigoli, V. H. O. (1); Arruk, V. G. (1);
Instituição: 1 - UMESP (Universidade Metodista de
São Paulo);
Localizado no sul do estado de São Paulo, o Vale do
Ribeira apesar de possuir o maior trecho contínuo de
Anais XII Congresso Paulista de Saúde Pública
remanescente de Mata Atlântica, sofre com desigualdade social, carência de saneamento básico, educação
básica e saúde pública. É nessa região que se encontram
a maior concentração de comunidades quilombolas.
Entende-se como comunidade quilombola um remanescente de quilombo com propriedade de terra e tradições
próprias, reconhecidas e garantidas pelo Estado. Essas
comunidades, em sua maior parte, vivem reclusas com
pouco ou nenhum acesso a rede pública de saúde, saneamento básico e educação. O projeto de extensão Vale
do Ribeira 2010 – Comunidades Quilombolas, realizado
pela Universidade XXXXXX em parceria com o Colégio
XXXXXe a participação da Faculdade de Medicina
XXXX, teve como objetivo promover ações socioambientais bem como atendimentos básicos de saúde. O projeto
aconteceu entre 3 e 11 de Julho do qual participaram 38
pessoas, das diversas áreas da saúde e alunos do colégio.
Foram atendidas 92 pessoas de diversas faixas etárias
entre homens e mulheres, de cinco bairros diferentes
sendo a maior parte dos indivíduos de Betari e Bombas
e pode-se verificar que a maior parte da população era
alfabetizada. Além do atendimento médico, treinamentos e distribuição de medicamentos, foram realizados
exames laboratoriais de grande importância para essa
população. Ao término dessa etapa podemos observar
que a comunidade dos Quilombolas é carente de assistência médica. Sendo o biomédico com papel fundamental para essa busca, responsável por assistência a saúde
e de exames laboratoriais.
GERANDO SAÚDE E RENDA COM TALENTO
Lima, MC (1);
Instituição: 1 - Departamento Municipal de Saúde de
Cajati;
Apresentação em Poster. Gohn refere-se à participação
cidadã na política local de uma forma muito didática e
clara, ela diz que, em primeiro lugar, uma sociedade democrática só é construída através da participação dos
indivíduos e de grupos sociais organizados; em segundo lugar, a mudança da sociedade deve ser realizada
à partir do plano micro, pois é nesse plano que se dá o
processo de mudança e transformação na sociedade;
em terceiro lugar, é no plano local, que se concentra as
energias e forças sociais da comunidade, que geral o
capital social e as fontes para mudança e transformação social que são forças emancipatórias. Enfim, em
quarto lugar, é no território local que se encontram
Saúde Soc. São Paulo, v.20, supl.1, 2011 33
as instituições importantes no cotidiano de vida da
população, como as escolas e os postos de saúde, porém
este poder local tem que ser organizado em função de
objetivos que respeitem as culturas e diversidades
locais e criem uma identidade sócio-cultural-política
e também laços de pertencimento.1
Foi pensando nesta base local, que em uma das reuniões do conselho local de saúde do Capitão Braz/Vila
Andréia em Cajati – Vale do Ribeira – SP. Decidimos,
como forma de emancipação organizar a I Feira de
produtores e artesãos do Capitão Braz/Vila Andréia.
Esta é uma das maiores áreas rurais de Cajati, uma
abrangência de cerca de 3500 pessoas cuja maioria
vive no emprego de grandes bananicultores ou da
agricultura de subsistência. O evento foi organizado
pelo conselho local de saúde e Departamento municipal de saúde e pelo Departamento de desenvolvimento
e assistência social, com apoio do Departamento de
educação e Departamento de obras. Dia 17 de julho foi
o dia marcado, foram cerca de 20 expositores com os
mais diversos produtos: mandioca, banana, bolos, pães
caseiros, pastéis, xaropes, melado, doces, pinturas em
tecido, tapetes de retalhos, tapetes de plástico reaproveitado, biscuit, crochê, tricô, bolsas de tecido, bolsas
de retalhos, quadros em óleo sobre tela, enfim, uma
diversidade de produtos que nem mesmo os moradores sabiam que existiam dentro da comunidade. Uma
explosão de diversidade, de vida, de unidade.
1. GOHN, Maria da Glória. Empoderamento e participação da comunidade em políticas sociais. Saúde e
Sociedade v.13, n.2, p.20-31, maio-ago, 2004.
IMPACTO DA SAÚDE BUCAL NA QUALIDADE DE
VIDA DE TRABALHADORES RURAIS
Oliveira, AMG (1); Nogueira, VAS (1); Meneghim, MC
(2); Flório, FM (3);
Instituição: 1 - FACULDADE DE ODONTOLOGIA DE
PIRACICABA - UNICAMP; 2 - FACULDADE DE ODONTOLOGIA DE PIRACICABA-UNICAMP; 3 - FACULDADE DE ODONTOLOGIA SÃO LEOPOLDO MANDIC;
Introdução: O contexto social e condição de saúde
bucal são reconhecidamente fatores importantes no
desenvolvimento do processo saúde doença afetando a
qualidade de vida das pessoas. No Brasil significativas
parcelas da população não têm acesso à assistência
odontológica. O mundo rural ocupa atualmente um
lugar de destaque nas pautas de discussão sobre o
Anais XII Congresso Paulista de Saúde Pública
desenvolvimento do Estado Brasileiro. No Estado de
São Paulo a agricultura familiar faz parte da paisagem
rural por vezes representada pelos assentamentos
rurais. Objetivo: Mensurar o impacto causado pela
saúde bucal na qualidade de vida de mulheres e homens
trabalhadores de assentamentos rurais do Estado de
São Paulo. Métodos: Foram selecionados 4 assentamentos rurais compostos por 189 lotes. Escolheu-se 2
indivíduos por lote totalizando 336 participantes. Os
instrumentos de pesquisa foram OHIP 14 (Oral Helth
Impact Profile), Questionário de autoavaliação da
saúde bucal e Questionário sóciodemográfico cultural. Os valores foram dicotomizados na mediana e as
associações com as demais variáveis foram analisadas
pelos testes Qui-quadrado, Exato de Fisher, “odds ratio”
bruto e ajustado pela análise de Regressão Logística
nível de significância α=0,05. Resultados O OHIP-14
associou-se com idade, grupo de assentamentos rurais,
auto-avaliação negativa da Saúde Bucal, problemas
com dentes e gengivas (p<0,05). Nas mulheres o aumento da idade e impacto negativo da saúde bucal
influenciaram significativamente na qualidade de vida
(p=0,0216, p=0,0129). As mulheres do assentamento recente apresentaram maior impacto (negativo) da saúde
bucal na qualidade de vida (p=0,0010). Para o masculino
o maior impacto (negativo) esteve presente nos indivíduos de assentamento pequeno antigo (p=0,0307).
Homens e mulheres do assentamento grande antigo
não apresentaram impacto negativo da SB na qualidade de vida. Em ambos os gêneros o maior impacto
da saúde bucal na qualidade de vida esta presente nos
indivíduos que avaliaram sua saúde bucal como ruim
ou péssima (p≤0,05). Para o gênero feminino o impacto
agravou-se para mulheres que relataram problemas
com dentes (p=0,0417) e gengivas (p=0,0002). Conclusão: O impacto negativo da saúde bucal na qualidade
de vida , foi maior no assentamento pequeno recente
para o gênero feminino e no assentamento pequeno
antigo para o gênero masculino. Homens e mulheres do
assentamento grande e antigo apresentaram impacto
positivo da saúde bucal na qualidade de vida.
O PAPEL DO ENFERMEIRO NA REDUÇÃO DAS
VULNERABILIDADES BIOLÓGICAS EM IDOSOS DA
COMUNIDADE
Guarnieri, A.P. (1); Andrade, D.S. (1); Martins, N.B. (1);
Instituição: 1 - FMABC;
Saúde Soc. São Paulo, v.20, supl.1, 2011 34
Introdução: A mudança de perfil demográfico vigente no
nosso país evidencia a preocupação com a população envelhecente e idosa. Estes indivíduos apresentam inúmeras vulnerabilidades, sendo as mesmas classificadas em
biológicas, sociais e programáticas. No presente estudo
serão abordadas as vulnerabilidades biológicas que afetam os idosos e os respectivos cuidados de enfermagem
pertinentes as mesmas. Objetivo: Identificar os fatores
de vulnerabilidades biológicas entre os idosos atendidos
em consulta de enfermagem ambulatorial e categorizar
as vulnerabilidades biológicas em grupos de estratégias
de cuidados de enfermagem. Metodologia: A presente
pesquisa tem caráter qualitativo e utilizou-se como
método de estudo o grupo focal na busca de conhecer profundamente a realidade desses clientes. Participaram do
estudo dezesseis idosos independente de gênero. O grupo
foi gravado, transcrito e procedida leitura e re-leituras do
material, possibilitando a construção de quatro categorias. Realizou-se a discussão dos dados, onde foi possível
verificar as vulnerabilidades biológicas entre os idosos e
suas respectivas estratégias de enfrentamento. Análise
e Discussão dos Dados: Foram identificadas quatro categorias: mudança de perfil epidemiológico, valorização
do envelhecimento, humanização e empoderamento,
elucidando como vulnerabilidades presentes nos indivíduos idosos as doenças crônicas e osteomusculares,
solidão e transtornos mentais. Considerações Finais:
Considerando as vulnerabilidades biológicas fica proposto ao enfermeiro realizar um cuidado humanizado,
utilizando-se de abordagem holística, com o intuito de
identificar as necessidades e particularidades de cada
cliente, com base na técnica de educação em saúde para
alcançar o objetivo principal que é o empoderamento e
a consequente promoção da saúde do idoso.
O RACISMO COMO DETERMINANTE SOCIAL DE
SAÚDE
FAUSTINO, D. M. (1);
Instituição: 1 - Faculdade São Bernardo;
Este painel pretende problematizar a relação entre
racismo e saúde promovendo um diálogo entre as
ciências da saúde e as ciências sociais.
O mundo “concreto é concreto porque é síntese de múltiplas determinações” (MARX, 2000) e o racismo configura-se como um dos fatores objetivos de nossa realidade
social. A observação atenta sobre o desenvolvimento da
sociedade capitalista revela que a exploração econômica
Anais XII Congresso Paulista de Saúde Pública
se apoiou e re-significou diversas ideologias úteis à sua
reprodução. Atualmente o racismo permanece vivo como
uma das determinações concretas da produção e reprodução capitalista contemporânea. Para Moore (2007):
Na contemporaneidade, o racismo está arraigado em
todas as instâncias de funcionamento do mundo, tanto
na economia como na política cultural e na militar.
.O conceito de Determinante Social da Saúde – DSS
proposto pela Comissão Nacional sobre os Determinantes Sociais da Saúde (CNDSS) busca entender como o
processo saúde-doença dos indivíduos é influenciado
pelas características sociais dentro das quais a vida
transcorre. Esta operacionalização permite, portanto,
identificar onde e como devem ser feitas as intervenções,
com o objetivo de se realizar intervenções que objetivem
reduzir as iniqüidades de saúde. O ocorre que o racismo,
como determinação concreta da sociabilidade contemporânea (e, portanto, enquadravel como Determinante
Social de Saúde) tem sido alvo de pouca preocupação por
parte dos estudiosos e gestores públicos.
Neste sentido, este painel pretende apresentar o conceito de Determinantes Sociais de Saúde relacionando
com as categorias Racismo e Racismo institucional.
PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DE MULHERES COM
LESÕES SUGESTIVAS DE HPV NA CIDADE DE
GUARULHOS, SÃO PAULO.
Scalco, F.C.L. (1); Rodrigues, H. (1); Lourenço, A.C.R.
(1); Neman, F.A. (1);
Instituição: 1 - Universidade Cidade de São Paulo;
Introdução: O câncer de colo uterino é um problema
de saúde pública, relacionado a ônus e grande impacto
social já que responde por 15% de todos os tipos de
neoplasias no sexo feminino. A relação do câncer de
colo uterino com o HPV está bem estabelecida já que
90% dos tumores de colo possuem positividade para
infecção pelo vírus. A detecção de lesões sugestivas é
realizada através da colpocitologia oncótica, que deve
ser realizada anualmente nas mulheres sexualmente
ativas em busca de atipias celulares. A prevalência do
HPV varia de 10 a 50%, sendo que entre os 15 e 25 anos,
período de início da atividade sexual, é mais comum o
encontro da infecção. Após essa faixa etária, a prevalência cai consideravelmente. É incontestável a importância da detecção precoce de lesões relacionadas ao HPV,
já que o rastreamento proporciona redução de custos e
da mortalidade por câncer de colo uterino.
Saúde Soc. São Paulo, v.20, supl.1, 2011 35
Objetivos: Traçar o perfil epidemiológico relacionado
à presença de lesões sugestivas de HPV, ao exame citopatológico em uma amostra populacional do município
de Guarulhos, a fim de reconhecer a população de risco
e propor medidas intervencionistas.
Método: Estudo retrospectivo transversal, realizado
através de coleta dos dados disponíveis nos livros de
registro de uma unidade de saúde da família do município de Guarulhos, entre os anos de 2007 a 2009. Esta
unidade recebe encaminhamento de toda colpocitologia oncótica do município que possua alterações em
seu laudo. Entende-se por exame citopatológico alterado os resultados que vão desde as células atípicas de
significado indeterminado até o carcinoma invasor.
Resultados Foram diagnosticadas 815 pacientes com algum tipo de atipia em endocérvice e ectocérvice. Dentre
estas, 252 casos de lesões por HPV foram confirmados
por biópsia. A maior freqüência desta alteração se deu
entre mulheres de 21 a 30 anos (37%) e de 31 a 40 anos
(36,1%). Em relação as parcelas etárias de mulheres
menores de 20 anos e de idade superior a 51 anos, o
estudo obteve resultados insatisfatórios de cobertura,
com 15,8% e 2,7%, respectivamente.
Conclusão: Os resultados mostraram uma elevada
prevalência de HPV. A associação desta afecção com
variáveis socioeconômicas, comportamento sexual e
com lesões do colo uterino, indicam a importância de
medidas para a promoção e prevenção de saúde com
este alvo específico dentro da rotina de serviços de
atenção primária.
PERFIL SOCIODEMOGRÁFICO E CLINICO DOS
PACIENTES COM TUBERCULOSE PULMONAR CASOS NOVOS, RESIDENTES NO MUNICÍPIO DE
ITANHAÉM-SÃO PAULO
Tcc, curso pós graduação Auditoria em saúde-UNISANTA (1); TCC, curso pos graduação -Auditoria em
Saúde -UNISANTA (2);
Instituição: 1 - Seceretaria Municipal de Saúde Itanhaém; 2 - Secretaria Municipal de Saúde- Itanhaém;
Introdução: No Brasil a tuberculose é um problema
de saúde prioritário uma vez que apresenta altos índices de casos novos por ano e um número relevante
de mortes pela doença. No Município de Itanhaém /
Estado São Paulo essa situação mostra com nitidez
a relação entre as condições de saúde e as sociais de
uma população. Objetivo: Conhecer e avaliar o perfil sociodemográfico e clínico do paciente com Tuberculose
Anais XII Congresso Paulista de Saúde Pública
pulmonar caso novo residente em Itanhaém ano 2005
a 2008. Metodologia: Os dados foram obtidos através
do TBWEB-Sistema de Controle de Pacientes com
Tuberculose (CVE/SP). Um estudo descritivo e quantitativo, sobre o sexo, cor, faixa etária, tipo de ocupação,
escolaridade, doenças associadas e bairro. Resultados
Amostra estudada 187 pacientes, sendo sexo masculino
68,99% e feminino 31,01%, Cor: branca 12,83%, negro
2,14%, pardo 9,09%, ignorado e não preenchido 75,94%.
Faixa etária, de 0 a 9 anos 6,42, 15 a 19 anos 4,81%, 20
a 49 anos 67,37% e mais de 50 anos 21,40%. Ocupação:
aposentado 3,74%, desempregado 11,77%, dona de casa
18,72%, profissional saúde 0.53%, outras e em branco
9,09%. Escolaridade, 01 a 03 anos de estudo 6,42%, 4 a
7anos 21,92, 8 a 11 anos 20,32%, 12 a 14 anos 2,14%, ignorado, nenhuma e em branco 49,20%. Doenças associadas,
alcoolismo com 21,93%, diabetes 2,14%, AIDS 4,81%,
drogadição 1,07%, outra patologia 10,16%, sem queixas
e em branco 54,54%. Bairro 99,97% em branco e 0, 53%
registrados a informação. Conclusão: Observou-se que a
faixa etária 20 a 49 anos 67,37% é o grupo mais exposto a
este agravo devido ao estilo de vida, normalmente fazem
uso de bebidas alcoólicas, mantém horários irregulares
para a alimentação estão presentes em locais com aglomerações. Tal fato indica que o serviço de saúde deve ser
organizado para atuar, identificar e tratar precocemente
este grupo. Não foi possível avaliar com mais precisão
a ocupação, escolaridade, cor e bairro pela falta das informações no sistema pesquisado, demonstrando assim
para o gestor e equipes de saúde da educação continuada,
a importância do registro adequado das informações
na ficha de tuberculose tornando obrigatório todos os
campos. O sistema de informação TBWEB precisa ser
acompanhado passo a passo, para que possa gerar dados
mais consistentes facilitando o diagnóstico situacional
dos casos de tuberculose permitindo traçar um perfil
epidemiológico minucioso. Estas ações contribuirão no
planejamento da saúde buscando melhoria na assistência e redução de casos novos da doença.
SAÚDE DA POPULAÇÃO NEGRA: EQUIDADE NA
CONSTRUÇÃO DAS PRÁTICAS DE SAÚDE
Senna,D.M. (1); Lima, T.F. (1); Pereira,B. (1);
Instituição: 1 - FMUSP;
Este relato é parte de uma pesquisa que analisou a
construção da integralidade nas práticas de saúde
em unidades básicas de uma sub-região do município
de São Paulo.
Saúde Soc. São Paulo, v.20, supl.1, 2011 36
Relatórios de desigualdade racial apontam que a mortalidade de pretos e pardos difere da mortalidade de indivíduos brancos, sendo a vulnerabilidade advinda do acesso
a cuidados de saúde e de condições de inserção social
percentualmente maior no primeiro grupo. Construir
a integralidade das práticas e o estabelecimento dos
direitos de cidadania no SUS implica em incorporar esta
questão. Responder às necessidades de saúde significa
também compreender como as diversas relações dos
sujeitos (corpo, grupos sociais, afetos) são passíveis de
ser origem ou proteção do sofrimento e adoecimento.
A coleta do registro auto declarado da cor da pele dos
usuários SUS é passo fundamental para a construção
de informações que norteem nossa prática.
O trabalho de pesquisa realizado em três unidades básicas de saúde com diferentes modos de organização:
tradicional, saúde da família e mista (saúde da família
para população indígena). Enfocou a percepção das
iniqüidades de saúde advindas de cor da pele. Utilizou
a ambientação, observação e entrevistas não-diretivas
com profissionais de saúde, usuários e representantes
de instituições de apoio. Mapeando a história de tra-
Anais XII Congresso Paulista de Saúde Pública
balho e a concepção da prática dos trabalhadores, em
sua operacionalização cotidiana.
A coleta do quesito cor da pele para a maioria dos trabalhadores é vista com incomodo ou irritação. A exceção de agentes comunitários e trabalhadores negros.
Em todo campo a coleta inexiste ou não é utilizada.
A interação com os usuários em sua diversidade é
trazida pela negação, admitem que a discriminação
racial exista “lá fora”, mas necessidades de saúde e
vulnerabilidades advindas das relações racializadas
não são legitimadas.
A interação com a identidade do usuário é suprimida,
relações se estabelecem obscurecidas por pré-conceitos, com desconhecimento de direitos e de práticas relevantes para a redução das iniqüidades. Os resultados
da pesquisa estão sendo elaborados para compor uma
cartilha de direitos além de material para educação
continuada voltado para trabalhadores de saúde da
região, com objetivo de dar visibilidade a racialização, historicamente negada na sociedade brasileira,
buscando superá-la e aos seus efeitos nocivos nas
ações do SUS.
Saúde Soc. São Paulo, v.20, supl.1, 2011 37
Eixo II – Gestão técnica e política do SUS
Resumos de Relatos de Pesquisa
A ATENÇÃO BÁSICA DE SAÚDE E POLÍTICAS PÚ- Apesar deste quadro positivo, há necessidade de mais
políticas públicas no combate à hanseníase, voltadas
BLICAS NO BRASIL : O CASO DA HANSENÍASE
Nogueira,J.R. (1); Da-Silva-Rosa, T. (1); Barreto Junior,
I.F. (2);
Instituição: 1 - NEUS/UVV-ES; 2 - SEADE e UVV/ES;
A atenção básica em saúde é prioritária no Sistema Único
de Saúde (SUS), a ser gerenciada pela gestão municipal.
Entre outros objetivos, ela visa oferecer acesso universal
aos serviços de saúde, e implementar ações intersetoriais
de promoção de saúde e prevenção de doenças. Entre
essas doenças, está a hanseníase, que se encontra em
níveis endêmicos em regiões do Brasil. Esta comunicação
visa discutir a relação entre a atenção básica à saúde e a
evolução da hanseníase no país a partir de um estudo da
evolução histórica das políticas públicas no Brasil.
A pesquisa baseia-se numa revisão histórica e bibliográfica, estabelecendo os marcos práticos e teóricos das
políticas públicas de saúde do Brasil e focando-se nos
aspectos relacionados à hanseníase ao longo da trajetória sanitária brasileira. Procurou se problematizar a
representação da hanseníase que foi ora negligenciada
ora alçada ao patamar prioritário da agenda sanitária
brasileira, segundo critérios epidemiológicos e fatores
que estabelecem os contornos da intervenção governamental.
Como resultado deste estudo, destaca-se que a concepção
atual de saúde supera a antiga proposição, de caráter
exclusivamente centrado na doença, pois ela propõe
desenvolver-se incentivando as práticas gerenciais e
sanitárias, democráticas e participativas, sob a forma
de trabalho em equipe, promovido pela estratégia de
saúde da família e dirigidas às populações de territórios
delimitados. Esta nova postura de política pública de
saúde ajuda no controle de doenças, especialmente as
infecto-contagiosas e, entre essas, a hanseníase.
Existe uma mudança no perfil de morbimortalidade
no Brasil, com declínio em relação às doenças infectocontagiosas, como é o caso da hanseníase. Esta diminuição se deve em grande parte aos programas de saúde
da família e agentes comunitários de saúde bem como
as melhorias na qualidade socioambiental no país, tais
como saneamento, moradia entre outros.
Anais XII Congresso Paulista de Saúde Pública
para a população socialmente mais excluída. É evidente
que a implantação de políticas públicas de erradicação
da pobreza e de diminuição da exclusão social têm um
impacto sobre a saúde. São fundamentais práticas educativas visando facilitar o diagnóstico precoce, tratamento
adequado, redução das incapacidades físicas e diminuir
o preconceito.
A AVALIAÇÃO DA QUALIDADE NA GESTÃO EM
SAÚDE
Kovaleski DF (1); Calvo MCM (1); Colussi CF (1); Freitas SFT (1);
Instituição: 1 - UFSC;
Ao tratar do tema avaliação em saúde no Brasil,
dispõe-se de significativa produção de caráter atual
com contribuições substantivas. Todavia, a prática
avaliativa tem se constituído de iniciativas pontuais
e pouco articuladas às necessidades da gestão. A avaliação da qualidade em saúde tem sido acompanhada
pela preocupação com o conceito de qualidade, considerado complexo e relativo, e seu significado varia de
acordo com o contexto histórico, político, econômico
e cultural de cada sociedade, além dos conhecimentos
científicos acumulados. Além disso, a qualidade assume diferentes significados dependendo do foco de
interesse do serviço ou programa, se está voltado para
os resultados, para a produção ou para os consumidores. O estudo busca contribuir para o desenvolvimento
da avaliação da qualidade da gestão em saúde. Para
tal, são sistematizadas concepções da qualidade em
saúde, a partir das bases Lilacs, Medline e Scielo, com
as palavras-chave “qualidade”, “saúde”, “avaliação da
qualidade”, “avaliação para gestão”, e seus equivalentes
em inglês, sem restrição de data. Após essa análise, as
concepções teóricas de Benno Sander para avaliação da
gestão da educação - eficiência, eficácia, efetividade e
relevância - e de Michael Scriven - valor e mérito – são
reinterpretadas para aplicação em saúde: o mérito consiste em cumprir suas atribuições, aferido por meio de
eficiência e eficácia; o valor consiste em realizar bem
Saúde Soc. São Paulo, v.20, supl.1, 2011 38
suas ações, aferido em efetividade e relevância. Apesar
de tais atributos já serem utilizados na avaliação em
saúde, a proposta apresentada incorpora todos eles,
transversal e simultaneamente, em uma matriz de fácil
aplicação. A definição desses quatro critérios mínimos
de qualidade conduz à identificação de indicadores que
superam a lista das medidas clássicas de produtividade, epidemiológicas e normativas.
A EQUIDADE RACIAL NAS POLÍTICAS DE SAÚDE
FAUSTINO, D. M. (1);
Instituição: 1 - Faculdade São Bernardo;
Este trabalho objetiva apresentar os resultados da
análise: As Políticas e Programas de Atenção à Saúde
Integral da População Negra segundo Objetivos do
Planapir encomendado pelo Fundo de Populações
das Nações Unidas – UNFPA/UN Brasil no âmbito do
Programa Interagencial de Promoção da Igualdade de
Gênero, Raça e Etnia em janeiro de 2010.
A Política Nacional de Saúde Integral da População
Negra – PNSIPN é apresentada como documento basilar para referenciar a pactuação de indicadores de
equidade racial em saúde e em consonância com os
objetivos apontados pelo Plano Nacional de Promoção
da Igualdade Racial – PLANAPIR.
São identificados como avanços a inserção do tema
Saúde da População Negra em importantes documentos de pactuação e planejamento do Sistema Único
de Saúde e a presença ativa de movimentos sociais
(em especial o surgimento de diversas redes negras
de saúde) na visibilização desta agenda e pressão
organizada junto as três níveis da gestão pública de
saúde. Os desafios apontados foram: a necessidade de
maior institucionalização e capilarização da PNSIPN
nas três esferas de gestão; a pactuação e implementação de sistemas participativos de monitoramento
sobre o estágio real de implementação da PNSIPN, a
baixa prevalência de indicadores de redução de iniqüidade desagregados por raça em algumas Políticas
e Programas estratégicos do Ministério da Saúde e a
pouca existência de ações dirigidas à população negra
não quilombola;
Por fim, será discutido a importância de se avançar
para além da presença da temática racial em documentos estratégicos de gestão da saúde, garantindo o
empreendimento de esforços a partir da pactuação de
metas diferenciadas para a redução das iniqüidades
raciais em saúde.
Anais XII Congresso Paulista de Saúde Pública
A ESTRATÉGIA DO ACOLHIMENTO REFLETINDO NA
QUALIDADE DOS SERVIÇOS DE SAÚDE
PAULA, G.S. (1); SILVA, D.C. (1); CINTAS, G.B.F. (2);
SANTOS, L.S. (1); BERNARDES,L.M. (2);
Instituição: 1 - UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SANTOS; 2 - UNIVERSIDADE CATOLICA DE SANTOS;
Introdução: A Política Nacional de Humanização
(PNH),visa valorizar e fortalecer a garantia de assistência à saúde com qualidade e resolutividade,
garantindo o vínculo dos usuários com o sistema de
saúde através de escuta qualificada e para atingir seus
objetivos utilizou-se da prática do acolhimento,que
compreende desde a recepção do usuário do sistema de
saúde à responsabilidade integral para resolutividade
de seu problema¹,tendo como princípios: garantia
de acessibilidade universal;eixo central para equipe
multiprofissional;qualificar o vínculo trabalhadorusuário².O compromisso profissional e os direitos dos
usuários são faces complementares do processo de
melhora da qualidade do atendimento, do qual o acolhimento é parte significativa³.A implementação cada vez
mais do acolhimento como tecnologia leve, partilha e
resgata os princípios do SUS, melhorando por sua vez
a qualidade de vida da população assistida.
Objetivos: Contextualizar a temática humanização e
acolhimento em serviços de saúde , por meio de uma
revisão sistemática de literatura.
Método:Trata-se de uma revisão sistemática de literatura sobre o tema acolhimento em unidades básicas de
saúde. Foram realizadas buscas sobre o tema na base
de dados SCIELO, PUBMED e LILACS. Utilizando os
descritores Acolhimento e Humanização. Realizado
corte temporal de 1999 à 2010, com artigos que traziam
o delineamento da pesquisa.
Resultados e discussões:O acolhimento, constitui um
conceito chave com influência direta nos princípios que
regem o SUS, sendo referência, integrando os níveis de
sistema, com características como porta de entrada do
sistema de saúde para os usuários e coordenação do
fluxo de atenção.Essa estratégia contribui para que os
usuários e/ou profissionais possam construir vínculo
e conseqüentemente responsabilidades e comprometimento em favor da vida, com base em uma metodologia
dinâmica, participativa e integrativa de toda equipe
com finalidades similares que envolve todo trabalho
vivo e ativo na intenção de se produzir saúde.
Considerações finais: As unidades de saúde constituem um espaço fundamental para a relação entre
Saúde Soc. São Paulo, v.20, supl.1, 2011 39
os usuários e os serviços, representando o campo
real da implementação das políticas públicas de
saúde. O acolhimento deve ser visto como um dispositivo potente, propiciando um vínculo entre equipe
e população,trabalhador e usuário, como cuidado
integral e assim estimular o acesso da população aos
serviços de saúde.
A EXPECTATIVA DOS GESTORES MUNICIPAIS DE
SAÚDE DA MICRORREGIÃO DE ASSIS EM RELAÇÃO
AO PROCESSO DE IMPLANTAÇÃO E AVALIAÇÃO
DA PROGRAMAÇÃO PACTUADA INTEGRADA
Noronha, Angela (1);
Instituição: 1 - Secretaria Municipal da Saúde de Assis;
O trabalho buscou compreender o processo de participação dos gestores municipais de saúde junto ao processo
de implantação e avaliação da Programação Pactuada
Integrada (PPI) no Colegiado de Gestão Regional (CGR)
da microrregião de Assis no período de 2007 a 2009.
Realizou-se uma pesquisa qualitativa descritiva baseada
em dados apreendidos mediante pesquisa documental e
observação direta assistemática. Os resultados revelam
que a PPI no Estado de São Paulo implantada a partir
de Novembro de 2008, deve ser continuamente aprimorada requerendo instrumentos de avaliação mais
efetivos e resolutivos. Foi possível estudar e avaliar a
importância do Colegiado de Gestão Regional de Assis
instituído em 2007 como espaço de decisão no âmbito
regional buscando soluções para a organização da rede
regional de atenção à saúde participando ativamente do
processo da PPI. Além disso, analisaram- se as principais
dificuldades enfrentadas durante o processo da PPI e
as expectativas dos gestores que participaram deste
processo. Ressalta-se neste trabalho as séries de Normativas que deram início ao processo da PPI culminando
com a implantação do Pacto pela Saúde. Concluiu-se
que os gestores e técnicos municipais que participaram
ativamente do processo de elaboração e implantação da
PPI colaboraram muito para este momento histórico do
sistema público de saúde na região, a proposta inicial foi
cumprida e atingiu os objetivos propostos. O processo
de elaboração e pactuação da Programação Pactuada
Integrada foi importante, pois desencadeou muitas discussões e aproximações, propiciando aos gestores maior
conhecimento da região, bem como o entendimento
da complexidade de cada município para dar conta do
atendimento à saúde integral do seu cidadão.
Anais XII Congresso Paulista de Saúde Pública
A GESTÃO DESCENTRALIZADA DOS RECURSOS
NO SUS MUNICIPAL: DISCUTINDO BASES CONCEITUAIS
MELO, A M (1); MENDES, AQUILAS (2);
Instituição: 1 - SMS - DIADEMA / FSP-USP; 2 - FSP USP;
Introdução: Tendo em vista que o sistema de saúde
brasileiro é fortemente marcado pela municipalização
e descentralização, os muitos enfrentamentos que
caracterizam o cenário da gestão dos recursos no SUS
atualmente recaem sob responsabilidade dos gestores
municipais. A gestão constitui-se tarefa complexa, pois
o SUS corresponde a uma complexa rede de variáveis de
aspectos muito diversificados. Dentre os enfrentamentos, destacam-se a demanda atual por instrumentos/
estratégias que objetivem o aprimoramento do SUS
no que se refere à gestão do sistema, o atual cenário
de conformação do princípio de descentralização das
políticas do SUS e seus dissensos, os crescentes e insustentáveis gastos com saúde dos orçamentos municipais e os reflexos do movimento do capital na produção
em saúde dos sistemas municipais. Nesse cenário,
torna-se plausível a discussão acerca das implicações
conceituais que envolvem a gestão descentralizada dos
recursos no SUS sob a ótica municipal.
Objetivos: Desenvolver revisão bibliográfica que ampare a análise da gestão descentralizada dos recursos
do SUS sob a ótica municipal tendo em vista os atuais
enfrentamentos presentes na discussão da temática.
Metodologia: Levantamento bibliográfico que utilizará
como instrumentos documentos oficiais do Ministério
da Saúde, arcabouço legal correlacionado e análise das
teorias, conceitos e técnicas implicados na temática, a
saber: estruturação do SUS com foco na estrutura de
financiamento; aspectos da avaliação em saúde e dos
conceitos de eficiência e eficácia aplicados à análise em
saúde; dissensos do desenvolvimento do princípio de
descentralização no SUS; movimento do capital na produção dos sistemas de saúde municipais; e, discussão
acerca dos instrumentos do planejamento em saúde.
Resultados Partindo das temáticas conceituais, almejase obter um condensado bibliográfico que sirva como
linha norteadora de estudos que visem avaliar a gestão
dos recursos no SUS sob a ótica municipal, além de
criar uma base para a formulação de instrumentos de
gestão necessários ao atual cenário de enfrentamentos
na produção da gestão municipal do SUS.
Saúde Soc. São Paulo, v.20, supl.1, 2011 40
Conclusão: O atual cenário de gestão descentralizada
dos recursos no SUS sob enfoque municipal, dada
a característica intrínseca de descentralização do
sistema, descreve a grande parte dos enfrentamentos
associados ao SUS na atualidade. Por este motivo, tal
discussão faz-se legítima e sobremaneira necessária.
A PACTUAÇÃO DE METAS COMO FERRAMENTA
DE GESTÃO E ORGANIZAÇÃO DA ATENÇÃO PRIMÁRIA: O TERMO DE COMPROMISSOS (TERCOM)
EM CURITIBA, BRASIL
Ditterich, R. G. (1); Moysés, S. T. (2); Moysés, S. J. (2);
Instituição: 1 - FO-UFF/NF; 2 - PUCPR;
A avaliação de desempenho nas ações e serviços de
saúde tem recebido grande atenção nos últimos anos,
com ênfase na garantia da qualidade da atenção e visando subsidiar decisões que gerem bons resultados
na produção de serviços e impacto positivo na saúde.
No Brasil, dentre as possíveis escolhas na gestão da
saúde, algumas cidades com a incumbência de gestão
plena do sistema de saúde iniciaram um processo de
revisão dos planejamentos locais e dos protocolos
assistenciais, que culminaram com a implantação de
processo de contratualização de resultados, por meio
de Contratos de Gestão. Este é o caso de Curitiba, no estado do Paraná. Devido ao exposto, o presente trabalho
teve como objetivo descrever e discutir a percepção dos
trabalhadores da saúde no município de Curitiba-PR,
sobre o uso do Contrato Interno de Gestão/Termo de
Compromissos (TERCOM) como ferramenta na gestão
e organização da atenção primária à saúde. Para tal, o
método proposto analisou os dados secundários produzidos pelo Banco Mundial em pesquisa sobre inovações
em gestão no Brasil. O presente estudo focalizou nos
dados referentes à gestão dos cuidados primários à
saúde no referido município, buscando compreender o
impacto da utilização das metas e indicadores pactuados na organização da atenção à saúde em Curitiba-PR.
Concluiu-se que por meio de metas e objetivos preestabelecidos no Contrato Interno de Gestão, o município
vem desenvolvendo mecanismos e ferramentas que
ressaltam a importância da corresponsabilidade e da
instituição de compromissos mútuos entre os trabalhadores da saúde em nível local, a gestão municipal e a
população. No entanto, há ainda lacunas importantes
na concreta efetivação da gestão pactuada, sendo necessário que os profissionais de saúde se apropriem de
Anais XII Congresso Paulista de Saúde Pública
todas as fases e etapas de planejamento, elaboração,
execução e avaliação das ações e programas pactuados
no TERCOM.
A PERCEPÇÃO DOS PROFISSIONAIS DE SAÚDE
SOBRE VIOLÊNCIA DOMÉSTICA EM UM CENTRO DE
SAÚDE ESCOLA DO MUNICÍPIO DE SÃO PAULO
AMARAL, D.P. (1); ABDALLA, F.T.de M. (1); SILVA,
C.S.H.A da (1); PAI, C.Y.W. (1); NAKATSU, E. (1); SALVADORI, K.S. (1); REGO, M.K.de M. (1); CEMIN, N.O. (1);
FRIZZO, T.M. (1); LUCAS, S.F.L.M. (1);
Instituição: 1 - CSEBF;
A violência é um fenômeno complexo, de difícil conceituação, que envolve aspectos culturais, sociais e
subjetivos. A violência contra a mulher define-se como
ação que cause morte, dano ou sofrimento físico, sexual
ou psicológico. A violência doméstica pode ser definida como aquela que ocorre entre parceiros íntimos
e/ou membros da mesma família. Identifica-se que a
violência doméstica é uma problemática fundamental
que deve ser abordada no âmbito da Saúde Coletiva. O
Objetivo deste trabalho é descrever a percepção dos
profissionais de saúde sobre a violência doméstica
contra a mulher e explorar a abordagem e condutas
frente aos casos. Foi realizado um estudo qualitativo
em um Centro de Saúde Escola em novembro de 2010.
Os dados foram obtidos através de um questionário
auto aplicável e grupo focal. Verificou-se que a maioria
dos entrevistados considerou atos de violência inaceitáveis, muitos já presenciaram situações de violência
no serviço e se sentem pouco preparados para lidar
com eles. Nem sempre a mulher agredida é capaz de
reconhecer qualquer forma de violência sofrida, dificultando o reconhecimento pelo profissional de saúde.
Apesar do despreparo apontado, muitos profissionais
investigam ativamente e estão dispostos a receber treinamento para tal. Conhecer e acolher casos de violência
doméstica é fundamental para a proposta de práticas
assistenciais adequadas, sendo os serviços de saúde
importantes para a detecção dessas situações.
A POLÍTICA NACIONAL DE SAÚDE BUCAL E A
POLÍTICA NA REGIÃO METROPOLITANA DE SÃO
PAULO, NO PERÍODO DE 2006 A 2009
Martino, L.V.S. (1); Narvai, P.C. (1);
Instituição: 1 - FACULDADE DE SAÚDE PÚBLICA
USP;
Saúde Soc. São Paulo, v.20, supl.1, 2011 41
A Política Nacional de Saúde Bucal (PNSB), instituída
no primeiro mandato do Governo Lula, teve o objetivo
fundamental de induzir a reorganização da atenção
básica referente às ações de Saúde Bucal, incluindo
em sua estratégia o repasse de verbas aos municípios
brasileiros para custeio e implementação de suas
diretrizes. As principais formas deste repasse dizem
respeito à criação de Equipes de Saúde Bucal (ESB)
vinculadas à Estratégia de Saúde da Família e a implantação de Centros de Especialidades Odontológicas
(CEO), no que se poderia denominar de componente de
Atenção Básica desta política. Políticas priorizadas
na agenda federal da saúde do Governo Lula, como
a PNSB, por exemplo, mostraram-se atrativas como
marcos diferenciais e contaram com investimentos em
divulgação, objetivando garantir sua associação com
o Governo Federal, apesar da implementação descentralizada, por meio da normatização de logomarcas e
cartazes a serem expostos nos serviços odontológicos
vinculados às estratégias. Este estudo aborda a autonomia decisória municipal frente à PNSB, os mecanismos
de coordenação da PNSB e suas características de
alocação de recursos relacionadas com a dinâmica da
política nos 39 municípios da Região Metropolitana de
São Paulo (RMSP). Foram utilizados dados secundários
disponíveis em bancos de dados de acesso público, no
período de 2006 a 2009, concentrando-se a análise
nos indicadores “Saúde Bucal” e “CEO”, disponíveis no
SIOPS e empregados para informar repasses federais
aos municípios que criaram ESB ou implantaram CEO.
A partir daí, as características partidárias dos vencedores das eleições de 2004 e 2008 para o executivo foram
confrontadas com a adesão municipal ao componente
de Atenção Básica da PNSB. Observou-se que as 7
prefeituras da RMSP cujos prefeitos eram filiados ao
Partido dos Trabalhadores (PT), o mesmo do Presidente
da República, nas eleições de 2004, aderiram à PNSB.
Este número aumentou quando a base do governo foi
analisada, ou seja, 16 municípios tinham o PT nos
cargos de prefeito, vice ou fazendo parte da coligação
vencedora nas eleições de 2004 e 2008. Somente uma
prefeitura que contava com o PT em suas frentes não
optou pela PNSB. O desenho da política e suas características de indução certamente fazem diferença para
a adesão ou não ao componente de Atenção Básica
da PNSB, mesmo com o incentivo financeiro, pois as
políticas prévias e as agendas municipais influenciam
significativamente o processo de decisão.
Anais XII Congresso Paulista de Saúde Pública
A REEMERGENCIA DA COQUELUCHE EM UM MUNICÍPIO DA BAHIA-2011: SITUAÇÂO EPIDEMIOLÒGICA E FATORES QUE CONTRIBUIRAM PARA O
RECRUDECIMENTO DA DOENÇA
Lima, Maricélia Maia (1); Ramalho, Larissa Cunha
(2); Dantas, Karina da Paixão (3);
Instituição: 1 - UEFS e SMS-Feira de Santana-Ba.;
2 - UEFS/SMS-Feira de Santana-Ba.; 3 - SMS-Feira de
Santana-Ba.;
Introdução: A coqueluche é uma doença infecto-contagiosa causada pela bactéria Bordetella pertussis.
Estima-se que no mundo ocorram cerca de 50 milhões
de casos e 300 mil óbitos anualmente, com uma letalidade em crianças de aproximadamente 4%. Diversas
hipóteses têm sido sugeridas para explicar a reemergência da coqueluche e dentre elas se destaca: perda
da imunidade adquirida por meio da vacina, fatores
associados à evolução do patógeno mediante mudanças
genéticas, aumento dos portadores assintomáticos, podendo ainda haver uma combinação de outros fatores
como uso de novos métodos diagnósticos e melhoria
dos sistemas de vigilância epidemiológica. OBJETIVO:
Analisar o perfil epidemiológico da coqueluche e os
fatores que contribuíram para o recrudescimento da
doença no município de Feira de Santana, em 2011.
METODO: Trata-se de um estudo epidemiológico
descritivo, através de dados secundários do Sistema
de Informação de Notificação de Agravos e da analise
das fichas de investigação. Os dados foram lançados
em planilhas no Excel For Windows- 2007 e apresentados em forma de tabelas e gráficos. Resultados Até
a semana epidemiológica 31/2011, foram notificados
82 casos suspeitos de coqueluche, com 47 (57,3%)
confirmados, 24 (29,3%) descartados e 11 (13,4%) ainda
sem diagnóstico final. Com relação ao encerramento
dos casos confirmados 03 (3,6%) foram pelo critério
laboratorial, 04 (4,9%) pelo clínico epidemiológico e
40 (48,8%) pelo clínico. A distribuição por faixa etária,
apresenta maior ocorrência em menores de 4 anos
de idade, sendo os lactentes os mais acometidos pela
doença. Quanto à situação vacinal 18 casos (38,3%) se
encontram com vacinação ignorada e 08 (17%) nunca
foram vacinados. Quanto ao sexo foi contatado que 21
(44,7%) dos casos foram do sexo masculino e 26 (55,3%)
feminino. Conclusão: A reemergencia da coqueluche
pode estar associada à baixa sensibilidade dos profissionais na detecção precoce da doença, principalmente
Saúde Soc. São Paulo, v.20, supl.1, 2011 42
em adolescentes e adultos, os quais não apresentam os
sintomas típicos e exuberantes como os lactentes. A
coleta tardia de amostras de nasofaringe, uso prévio de
antibiótico, possíveis falhas na coleta, armazenamento
e envio para o laboratório podem ter contribuído para
o baixo percentual de casos confirmados pelo laboratório. Portanto, a situação epidemiológica aponta
para a necessidade da adoção de medidas urgentes
para a prevenção e controle da doença, sobretudo na
área da educação permanente para os trabalhadores
de saúde.
A REPRESENTAÇÃO FORMAL DAS INSTITUIÇÕES
DE ENSINO SUPERIOR NOS CONSELHOS MUNICIPAIS DE SAÚDE DA DRS-I DO ESTADO DE SÃO
PAULO: UMA PRIMEIRA APROXIMAÇÃO
Ramos, LG (1); Mestriner Junior, W (1);
Instituição: 1 - FORP - USP;
A participação da sociedade civil nas políticas públicas, reconhecida como o Controle Social, faz parte da
história recente do país. Durante a transição do autoritarismo, o Movimento Sanitário foi fundamental no
processo de democratização e formulação das políticas
sociais, em especial no momento da VIII CNS cujo projeto de sociedade apresentado inspirou a Constituição
de 1988. Mas foi somente com a Lei 8.142 de 1990 que
se oficializam os Conselhos de Saúde com paridade na
representação da sociedade para a gestão do SUS. As
primeiras reflexões sobre a Reforma Sanitária Brasileira ocorreram através dos movimentos sociais e também no interior das instituições de Saúde, incluindo
as formadoras de recursos humanos, Universidades,
cursos de pós-graduação, Associação Brasileira de PósGraduação (ABRASCO) e o Centro Brasileiro de Estudos
em Saúde (CEBES) na condição de interlocutores de debates. O presente estudo teve por objetivo reconhecer a
participação atual das Instituições de Ensino Superior
(IES) em saúde nos espaços de Controle Social, tendo
como unidade de análise os Conselheiros representantes das IES nos Conselhos Municipais de Saúde (CMS)
da DRS-I do Estado de São Paulo. Para isto utilizou-se
uma fonte de dados secundários na tentativa de identificar os municípios da DRS-I que possuem IES com
cursos na área da saúde através do site e-Mec. A seguir
verificou-se a composição dos CMS destes municípios
através da consulta a canais públicos de informação e
comunicação como sites, ouvidorias e diários oficias,
Anais XII Congresso Paulista de Saúde Pública
visto que a comunicação é um direito fundamental,
sendo inviável pensar em políticas sociais democráticas, debatidas pela sociedade no espaço público,
dissociadas da democratização desse espaço, através
da comunicação e da inclusão dos diferentes atores
sociais. Dos 39 municípios que compõem a DRS-1, 14
possuem IES com algum curso na área da saúde, destes
3 (Santo André, São Bernardo do Campo e São Caetano
do Sul) apresentam 1 vaga para representação destas
instituições no CMS e 1 município (São Paulo) tem 2
vagas não ocupadas no mandato atual. Essa primeira
aproximação alerta para a fragilidade quantitativa da
participação das IES nos CMS, caracterizando a necessidade de, numa segunda etapa, se investigar sobre os
motivos deste esvasiamento e a real contribuição da
participação atual.
ACESSO AOS SERVIÇOS DE SAÚDE E RESOLUTIVIDADE DA ATENÇÃO NO MUNICÍPIO DE DIAMANTINA – MG
FARIA, R.S.R. (1); REZENDE, V.A. (1); PENNA, C.M.M.
(1);
Instituição: 1 - UFMG;
O conceito de resolutividade tem sinonímia com o ato
de solucionar. Possui como dimensões: a integralidade; o acesso universal; a satisfação dos usuários; as
demandas e necessidades dos usuários, entre outras.
O conceito de acesso pode também ser considerado
complexo. Este estudo o compreende em sua dimensão
sócio-organizacional e geográfica e envolve a entrada
e continuidade da atenção. Trata-se de estudo de caso
qualitativo que tem por Objetivos: compreender o acesso aos serviços de saúde e a resolutividade da atenção.
O estudo foi realizado no município de Diamantina/MG
com 13 profissionais de saúde integrantes de 2 Equipes
de Saúde da Família e 1 gestor municipal. Os dados
foram coletados por meio de entrevistas com roteiros
semi estruturados. Utilizou-se a técnica de análise de
conteúdo e emergiram as seguintes categorias: Estagnação da Atenção Primária a Saúde (APS); Acesso dos
Usuários ao Sistema de Saúde; Acesso e Rede de Atenção a Saúde. A primeira categoria refere à baixa cobertura populacional e deficiência de recursos materiais
e físicos na Estratégia de Saúde da Família (ESF). O
crescimento das redes de média e alta complexidade no
município deixou a margem o desenvolvimento da APS.
A segunda categoria demonstra o vínculo existente
Saúde Soc. São Paulo, v.20, supl.1, 2011 43
entre usuários e profissionais assistenciais que estão
capacitados para receber a demanda local e compreendem a rede de atenção municipal com a presença de
Consórcios, Policlínicas e Pronto Atendimento. Porém,
ressaltam-se dificuldades na continuidade da atenção
quando é necessário referenciar os usuários para estes
serviços. Além disso, os discursos apontam dificuldades em relação ao acesso dos usuários aos serviços
de saúde, devido ao excesso de demanda espontânea,
com visão médico-centrada e imediatista, o que leva
a super lotação das instituições de saúde. Percebe-se
que existe pouca sistematização e planejamento nas
ações desenvolvidas pelas ESF. A última categoria evidencia que o município ainda trabalha com um modelo
hierárquico piramidal de atenção a saúde que implica
dificuldades de referência e contra-referência, com
existência de conflitos entre os prestadores de serviço,
o que prejudica o acesso aos serviços de saúde. Concluise que o município necessita de melhor planejamento
dos recursos e ações direcionadas a atenção primária,
com mudança de um sistema hierárquico pelo sistema
autárquico, o que conduz a facilidades de comunicação e permite ampliar o acesso e a resolutividade na
atenção prestada.
ACESSO E GESTÃO DOS SERVIÇOS DE SAÚDE NO
MUNICÍPIO DE DIAMANTINA – MG
REZENDE, V.A. (1); FARIA, R.S.R. (1); Penna, C.M.M.P
(1);
Instituição: 1 - UFMG;
O conceito de acesso pode ser considerado complexo.
Este estudo o compreende em sua dimensão sócioorganizacional e geográfica e envolve a entrada e
continuidade da atenção. A gestão e o planejamento
podem ser apontados como dispositivo para sua ampliação e garantia. Trata-se de estudo de caso qualitativo, que tem por Objetivos: compreender o acesso aos
serviços de saúde na perspectiva de trabalhadores e
gestor de saúde. O estudo foi realizado no município
de Diamantina/MG, com 13 profissionais de saúde
integrantes de 2 Equipes de Saúde da Família (ESF)
e 1 gestor municipal. Os dados foram coletados por
meio de entrevistas com roteiros semi estruturados.
Utilizou-se a técnica de análise de conteúdo. Resultados preliminares indicam que os profissionais reconhecem a gestão como importante ferramenta para
ampliar o acesso e a resolutividade. Nota-se que as
ESF possuem proximidade com o nível da gestão o que
Anais XII Congresso Paulista de Saúde Pública
facilita, em muitos momentos, o acesso dos usuários a
determinados serviços. Considera-se que há esforços
para ampliar a resolução das demandas dos usuários
na Atenção Primária a Saúde. Porém, esses vivenciam
dificuldades que desafiam a garantia de acesso, tais
como: deficiências dos sistemas de apoio diagnóstico
e suprimento irregular de medicamentos. Além disso,
ressaltam-se barreiras no acesso aos demais níveis de
atenção, apesar de haver um reconhecimento da existência de uma rede de atenção municipal que conta com
a presença de consórcios com clínicas especializadas,
Policlínicas, Pronto Atendimento. Evidencia-se a oferta
de uma rede assistencial fragmentada, desarticulada
e mal distribuída. Conseqüentemente, apontam-se
problemas relacionados a aspectos organizacionais
e de gestão do sistema, tais como: dificuldades para
referenciar usuários para os demais níveis de atenção;
processos de planejamento e programação pouco institucionalizados; sobrecarga das Equipes de Saúde da Família; e oferta insuficiente de atenção especializada – o
que produz filas de espera para atendimento– e pouca
governabilidade da gestão aos serviços especializados.
Conclui-se que a limitação da rede de referência deve
ser objeto de reflexão, pois conduz a práticas assistenciais limitadas, com pouca comunicação entre si e com
custos sociais para a população. Aponta-se necessidade
de mudança do sistema hierárquico pelo autárquico, o
que conduz a facilidades de comunicação, com diálogos
entre gestores, para ampliar o acesso e resolutividade
da atenção.
AÇÕES INTERSETORIAIS DESENVOLVIDAS POR
GESTORES MUNICIPAIS NA PREVENÇÃO DA VIOLÊNCIA CONTRA CRIANÇAS E ADOLESCENTES
Sousa, G.S (1); Pereira, A.S. (1); Ferreira Junior, A.R.
(2); Vieira, L.J.E.S. (1); Moreira, G.A.R. (1);
Instituição: 1 - UNIFOR; 2 - UNICAMP;
A prevenção da violência e a promoção da saúde, direcionadas às crianças e aos adolescentes, configuraramse como desafios para sociedade civil e para os gestores
envolvidos na legislação, articulação e sustentação
de políticas públicas que alcancem esse propósito. O
trabalho intersetorial está entre as principais diretrizes da Política de redução da morbimortalidade por
violência e acidentes quando fala da assistência interdisciplinar e intersetorial para as vítimas de acidentes
e violências. Esta pesquisa analisa as percepções dos
gestores municipais sobre o desenvolvimento de ações
Saúde Soc. São Paulo, v.20, supl.1, 2011 44
intersetorias de prevenção da violência contra crianças
e adolescentes. Estudo com abordagem qualitativa,
no qual a coleta de dados baseou-se na entrevista
semiestruturada com 13 gestores do setor saúde da
Região Metropolitana de Fortaleza (RMF), no período
de 2009-2010. Os gestores foram indagados sobre o desenvolvimento de ações intersetoriais para a prevenção
da violência contra crianças e adolescentes. O Discurso
do Sujeito Coletivo (DSC) instrumentalizou a análise
dos dados, resultando em 02 Ideias Centrais (IC’s): realização de ações intersetoriais e intrasetoriais e não
existência de ações intersetorias; com seus respectivos
Discursos. Os resultados sinalizam que os gestores têm
conhecimento da importância dessas ações (intrasetoriais e intersetoriais), porém percebemos que eles não
se sentem capazes para assumir o enfrentamento dessa
violência, pois envolve questões éticas, sigilosas e aprofundamento no seio familiar. Apesar de desenvolverem
alguns trabalhos intersetoriais, as políticas públicas
ainda são ineficazes e o setor saúde não reconhece
a violência contra crianças e adolescentes como sua
responsabilidade. A resistência dos profissionais em
aceitar a violência como demanda da saúde é citada
pelos gestores como um fato que fragiliza a adoção de
medidas preventivas da violência direcionadas a esse
grupo. E as representações dos gestores sobre a não
existência das ações intersetoriais revela a dificuldade
da articulação entre os setores e a da dificuldade de
trabalhar em equipe. Desse modo, o estudo aponta que
a responsabilidade que os gestores assumem na execução das ações intersetoriais, no acompanhamento e na
sustentação das políticas públicas de saúde, inclusive
para a prevenção da violência em seus municípios,
carece de redirecionamento e reflexões coletivas.
ANÁLISE DA POLÍTICA NACIONAL DE EDUCCÇÃO
PERMANENTE EM SAÚDE.
LEMOS, CLS (1); DOMINGUES, M.H. (2);
Instituição: 1 - UFG/UNIEVANGÉLICA; 2 - UFG;
A pesquisa foi desenvolvida no Programa de PósGraduação em Educação FE/ UFG, na linha de pesquisa
“Cultura e Processos Educacionais”. O estudo teve
como objetivo a análise da concepção da Educação
Permanente em Saúde (EPS) constante da Política Nacional de Educação Permanente em Saúde (PNEPS), implantada pela Portaria nº. 198/GM/MS, de 13/02/2004.
A questão central foi analisar os fundamentos da
Educação Permanente em Saúde (EPS) da proposta em
Anais XII Congresso Paulista de Saúde Pública
estudo. A metodologia utilizada foi o estudo e análise
de documentos ministeriais do período de 2003 a 2009,
artigos de autores envolvidos com a temática e documentos oriundos da OPAS relacionados ao surgimento
da idéia da EPS. O referencial teórico foi obtido junto
a autores que se aproximam da corrente marxista de
educação e trabalho. Pelo estudo foi possível constatar que a concepção da EPS na PNEPS transcende um
significado pedagógico, respondendo a um processo
de reestruturação dos serviços diante das novas demandas do modelo de produção toyotista dos tempos
neoliberais e pós-modernos. Justamente no momento
em que o trabalho se encontra cada vez mais instável
e precarizado é que o Ministério da Saúde aposta na
gestão inovadora, dando centralidade à questão da EPS.
Por meio da descentralização da gestão da EPS, perante
a idéia da micropolítica do trabalho vivo, do método da
roda e das pedagogias construtivistas, os sujeitos do
“quadrilátero da formação” são estimulados a pensar
permanentemente em soluções criativas para a superação da ineficiência dos serviços. A idéia não é de educação permanente, mas de gerenciamento permanente.
Ao contrário de um instrumento de transformação
radical, a EPS converte-se em uma ideologia que seduz
pela sua aparência de novidade pedagógica.
ANÁLISE DA PRODUÇÃO DAS UNIDADES DE
PRONTO ATENDIMENTO NO MUNICÍPIO DE SÃO
BERNARDO DO CAMPO
Sacoman, TM (1); Nascimento, CAL (1); Alves, MDO (1);
Instituição: 1 - SMS SBC/SP;
Introdução: As Unidades de Pronto Atendimento (UPA)
são estabelecimentos de saúde que prestam assistência
aos pacientes agudos de baixa/média complexidade.
Estas unidades são consideradas um observatório para
a compreensão da operação da rede assistencial em
São Bernardo do Campo (SBC). Assim, a análise dessa
produção pode sinalizar aos gestores questões sobre
sua função na rede de atenção. Objetivo: realizar análise dos atendimentos realizados nas UPA do município
de SBC. Método: análise dos atendimentos realizados
no 2° trimestre de 2011 por meio do levantamento de
dados em planilhas de registro mensal das 4 UPA de
SBC. Resultados No período analisado, a média de
consultas médicas realizadas, considerando todas as
unidades, foi de 8814/mês (DP= 2181). Desse total, as
consultas em pediatria representaram um percentual
médio de 31% e clinica médica, 69%. Considerando
Saúde Soc. São Paulo, v.20, supl.1, 2011 45
os parâmetros da portaria 1601 de 7/7/2011, todas as
unidades ultrapassaram o número de atendimentos
médico diário de acordo com seu porte, sendo que 2
unidades superaram esses parâmetros em mais de
20%. Entre os eixos de classificação de risco, a média
dos atendimentos do eixo azul (menor complexidade)
representa 94% do total. Já os eixos amarelo e vermelho
representam, respectivamente, uma média de 5,5% e
0,4% do total dos atendimentos. Da média de consultas
médicas realizadas nas unidades, 3% destas resultaram
em observação (média de 261 observações/mês). Dentre
as observações, 6,3% permanecem por mais de 24 horas.
Em relação aos serviços de apoio e diagnóstico, 14% das
consultas médicas resultaram em exames de radiologia
(média de 1207 pacientes/mês). O índice de exames de
radiologia/paciente foi de 1,26. Em relação aos exames
de análises clínicas, 7% das consultas médicas resultaram em exames nessa área (média de 644 pacientes/
mês). O índice de exames de análises clínicas/paciente
foi de 3,24. Considerando todas as unidades, o percentual de remoções de pacientes para outros serviços foi
de 0,5% do total de atendimentos médicos no período.
A taxa de mortalidade no período foi de 2,6 para 10.000
atendimentos médicos. Conclusão: As UPA em SBC
desempenham um papel resolutivo no atendimento
aos casos agudos e representam um dispositivo para a
estruturação do modelo de atenção voltado para o cuidado continuo do paciente. Desenvolver estratégias nesse
sentido a partir da UPA é fundamental para o alcance de
resultados satisfatórios na saúde da população.
ANÁLISE DAS INTERNAÇÕES POR CONDIÇÕES
SENSÍVEIS À ATENÇÃO PRIMÁRIA NO COLEGIADO
DE GESTÃO REGIONAL DE SÃO JOSÉ DO RIO PRETO
DO DEPARTAMENTO REGIONAL DE SAÚDE XV
Borges,M.J.G. (1); Ferreira,J.B.B. (1);
Instituição: 1 - Faculdade de Medicina de Ribeirão
Preto - Universidade de São Paulo.;
Introdução: A atenção básica à saúde é a principal proposta de modelo assistencial da Organização Mundial
da Saúde, visando à melhoria dos indicadores de saúde,
redução das brechas de morbi-mortalidade, e um consumo mais racional da tecnologia biomédica, para maior
eficiência ao gasto no setor. No Brasil, o Sistema Único
de Saúde e a Estratégia Saúde da Família seguem os
mesmos princípios, buscando a reorientação do modelo
assistencial a partir da atenção básica. Na busca por
uma atenção básica mais resolutiva cabe ressaltar a
Anais XII Congresso Paulista de Saúde Pública
importância de se organizar a atenção, neste ponto
do sistema, de forma que as internações por condições
sensíveis à atenção primária ocorram cada vez mais em
menor intensidade.Objetivo: Analisar as internações
do Sistema Único de Saúde por condições sensíveis à
atenção primária procedentes dos municípios do Colegiado de Gestão Regional de São José do Rio Preto-SP,
do Departamento Regional de Saúde XV do Estado de
São Paulo. Método:Trata-se de um estudo descritivo
analítico de abordagem quantitativa. Serão analisadas as internações por condições sensíveis à atenção
primária, procedentes dos municípios do Colegiado de
Gestão Regional de São José do Rio Preto, do DRS XV,
ocorridas na rede SUS, entre os anos 2008 e 2010 por
condição pertencente à Lista Brasileira de Internações
por Condições Sensíveis à Atenção Primária. Os dados
sobre as internações serão obtidos no Departamento
de Informática do SUS (DATASUS).Resultados O CGR
Rio Preto representa uma região de saúde formada
por 20 municípios, com uma população aproximada
de 662.125 hab.Os resultados preliminares mostram
uma dissonância entre os municípios no tocante ao
quantitativo das ações implementadas com base nas
das Internações por Condições Sensíveis à Atenção
Primária.Grosso modo, os municípios têm dificuldades para implementar ações com objetivo de reverter
tais internações em seu próprio território, havendo
necessidade de intensificar ações na atenção básica,
como também nos territórios de referência, que serão
responsáveis para a realização das ações de saúde
referenciadas decorrentes das pactuações intergestores para a garantia do acesso no nível secundário e
terciário.Conclusão: A princípio, observam-se maiores
dificuldades na implantação de ações e políticas de
saúde com base na lista das Internações por Condições
Sensíveis à Atenção Primária que tem relação direta
com a conformação da rede de saúde regional, o que
implicará em pactuações constantes e investimento.
ANÁLISE DAS PRODUÇÕES CIENTÍFICAS ACERCA
DOS AVANÇOS, DIFICULDADES E DESAFIOS DO
SUS
Cordeiro, T.M.S.C. (1); Santos, C. L. R. (2);
Instituição: 1 - FAN; 2 - FTC;
Introdução: O Sistema Único de Saúde (SUS) é um
sistema público de saúde brasileiro implantado pela
Constituição Federal de 1988 após muitas propostas
no setor saúde. Completadas duas décadas, entrado
Saúde Soc. São Paulo, v.20, supl.1, 2011 46
na terceira década, ainda depara-se com deficiências,
problemas e desafios a serem enfrentados no âmbito
de gestão, financiamento, cobertura e qualidade nos
serviços ofertados. Objetivo: Este estudo tem como
objetivo analisar através de um estudo bibliográfico
os avanços, as dificuldades e os desafios do SUS como
sistema de saúde brasileiro. Método: Trata-se de um
estudo de revisão bibliográfica de caráter exploratório
com a abordagem qualitativa. A coleta de dados deu-se
através de busca de artigos em periódicos nacionais,
livros, resenhas, materiais em sites de busca como
scielo, bvs. Os dados foram analisados segundo a análise de conteúdo de Laurence Bardin através de três
grandes etapas: leitura minuciosa, exploração dos materiais e análise dos resultados. Durante todo o estudo
foram respeitados os aspectos éticos e legais de cada
autor, assim como os direitos autorais segundo a Lei
nº. 9.610 de 1998. Resultados Os resultados apontam
os avanços, as dificuldades e os desafios do SUS nos
eixos estratégicos: financiamento, relações públicoprivadas, descentralização e relações entre gestores,
gestão, atenção aos usuários, recursos humanos,
desenvolvimento científico e tecnológico, provisão e
regulação de insumos, princípios e diretrizes do SUS,
leis orgânicas de saúde e Constituição Federal de 1988.
Conclusão: Conclui-se que o SUS avançou pouco em
relação a sua proposta de implementação, encontra-se
em dificuldades nos diversos setores que o constituem
e que os desafios do SUS precisam ser superado para
melhorar os serviços prestados a saúde da população
brasileira. Mas, não podemos avaliar o SUS apenas
pelas suas dificuldades, como dizem nas produções
cientificas o SUS deve ser avaliado em longo prazo,
por natureza lenta, por fazer parte de uma reforma
democrática e social, sendo resultado de mudanças
rápidas de regimes autoritários.
ANÁLISE DO COMPORTAMENTO EPIDEMIOLÓGICO
DA TUBERCULOSE NA REGIÃO METROPOLITANA
DE SÃO PAULO, SP, FRENTE À ESTRATÉGIA DO
TRATAMENTO DIRETAMENTE OBSERVADO NO
PERÍODO DE 2001 A 2008
baixo desenvolvimento social, a OMS lançou , em 1994,
a diretriz do Tratamento Diretamente Supervisionado
de curto prazo (DOTS), considerada como a estratégia
mais efetiva no controle da tuberculose. A partir de
1998 o DOTS é implantado no Brasil, priorizando
cidades com altos índices de casos da doença, muitos
deles pertencentes à Região Metropolitana de São
Paulo (RMSP). Estudar a situação da tuberculose e o
impacto do DOTS nos idicadores desta doença nessa
região traz contribuições importantes para o reconhecimento das possibilidades e limites das ações de
Saúde Pública em espaços metropolitanos. Objetivos:
Estudar o comportamento epidemiológico da tuberculose frente à estratégia do Tratamento Diretamente
Supervisionado (DOTS) na Região Metropolitana de
São Paulo no período de 2001 a 2008. METODOLOGIA:
Estudo descritivo e retrospectivo, fundamentado em
análise quantitativa. Os dados dos 39 municípios da
RMSP foram recolhidos do Sistema Nacional de Agravos de Notificação (SINAN) no período de 2001 a 2008,
manuseando as seguintes variáveis: tipo de entrada,
associação com HIV, em tratamento observado ou não
e situação de encerramento. Resultados Dos 39 municípios estudados, 17 municípios apresentaram melhora
geral nos indicadores, 10 municípios obtiveram piora
nos indicadores a despeito da intervenção do DOTS. O
número de 10 municípios não apresentaram alterações
na evolução dos indicadores e 2 municípios possuiam
dados incompletos que impediram a análise adequada
dos indicadores da tuberculose. CONCLUSÕES: Analisando integralmente os indicadores de incidência,
taxas de abandono, recidiva, cura e incidência de HIV
e AIDS nos casos de tuberculose, observamos heterogeneidade na evolução dos indicadores em relação aos
municípios analisados, sem ter sido observado padrão
inerente à intervenção. A aplicação das políticas de
saúde no controle da tuberculose está sujeita a uma
infinidade de fatores que contribuem para a evolução
do controle da tuberculose, refletida nos indicadores
analisados por este estudo. PALAVRAS CHAVE: DOTS,
TUBERCULOSE, REGIÃO METROPOLITANA DE SÃO
PAULO, PLANO NACIONAL DE CONTROLE DA TUBERCULOSE
Ibanes, A.S. (1); Carneiro Junior, N. (2);
Instituição: 1 - Instituto de Infectologia Emílio Ribas;
2 - Faculdade de Medicina do ABC;
Introdução: Frente à alta incidência de casos de tuberculose no mundo, principalmente em países com
ANÁLISE DO CONHECIMENTO SOBRE O TRATAMENTO HOMEOPÁTICO NA REDE PÚBLICA DO
MUNICÍPIO DE SANTOS – SP PELOS USUÁRIOS DE
QUATRO FARMÁCIAS HOMEOPÁTICAS.
Anais XII Congresso Paulista de Saúde Pública
Saúde Soc. São Paulo, v.20, supl.1, 2011 47
Carvalho, A.C. (1); Mulero, C.A.V. (1); Santos, K. B. (1);
Elias, T. F. (1); Ribeiro, D. S. A. (1);
Instituição: 1 - UNISANTOS;
Introdução: A implementação da homeopatia no SUS
representa uma importante estratégia de construção
de um modelo de atenção centrado na saúde e não
apenas na doença, já que compreende o paciente
nas dimensões física, psicológica, social e cultural
(JUSTO,2007). A inclusão das consultas médicas homeopáticas na tabela de procedimentos do Sistema
de Informações Ambulatórias do Sistema Único de
Saúde (SIA/SUS),em 1999, mostrou visibilidade do
crescimento da atenção homeopática na rede pública.
As práticas complementares e integrativas (PIC) eram
desenvolvidas em vários estados e municípios, porém
de forma desigual e sem diretrizes específicas. Com
a publicação da portaria nº971/2006 que aprovou a
PNPIC (Política Nacional de Práticas Integrativas e
Complementares), essas diretrizes foram estruturadas
para definir estratégias de inserção, avaliação e gestão
das PIC garantindo o acesso à população (BARROS,
2007). Objetivo: Este trabalho tem como objetivo analisar o conhecimento do tratamento homeopático no SUS
pelos usuários de quatro farmácias homeopáticas de
Santos, assim como avaliar o conhecimento ao acesso
dessa terapia. Método: Foram entrevistados um total
de 50 usuários de quatro farmácias homeopáticas do
município de Santos- SP, utilizando um questionário
semi-estruturado com 8 questões que abordaram parâmetros sobre o conhecimento, utilização e acesso à
terapia Homeopática na rede pública de Santos. Todos
os entrevistados assinaram o Termo de consentimento
livre e esclarecidos. Resultados 76% dos entrevistados
não tem o conhecimento de que existe tratamento
homeopático no SUS, 64% não sabem que para tratar
com homeopatia, precisam ter um encaminhamento de
um profissional da atenção básica, mesmo assim 74%
fariam o tratamento pela rede pública. Atualmente 50%
usam a homeopatia, e destes, 16% a utilizam por em
média de 2 a 4 anos. 24% a usam por indicação médica
e 18% por indicação de parentes e amigos. Dos entrevistados 94% indicariam o tratamento a outras pessoas e
84% gostariam de ter a homeopatia na atenção básica.
Conclusão: Portanto, conclui-se que existe uma grande
necessidade de divulgação do tratamento homeopático
no SUS, além de dificuldades de acesso ao mesmo, por
não estar disponível diretamente na atenção básica.
Se a saúde é um “Direito de todos e dever do Estado”,
Anais XII Congresso Paulista de Saúde Pública
como prevê um dos princípios do SUS, o usuário deveria
ter o direito de acesso assegurado também às práticas
integrativas e complementares, quando disponíveis.
ANÁLISE ESPACIAL BASEADA EM MODELO DO RISCO FAMILIAR NO MUNICÍPIO DE ALFENAS-MG
GOMES, L.T.S. (1); FRANCO, T.L.B. (1); PALMIÉRI,
P.C.R. (1); SOUZA, C.F. (1); NOGUEIRA, D.A. (1);
Instituição: 1 - UNIFAL;
Introdução: Os sistemas de informação do país foram
criados com o objetivo de conhecer o perfil epidemiológico dos moradores de uma determinada região. O
Programa Saúde da Família (PSF) foi criado como uma
estratégia política de reorganizar a atenção primária
no país. Esse Programa instituiu entre outros, a visita
domiciliar, como mecanismo de criação de vínculos
assistenciais e sociais com a comunidade, sendo esse
também, um meio para fornecer dados para o sistema
de informação. OBJETIVO: O objetivo foi avaliar a distribuição espacial e a análise descritiva do indicador
e de vulnerabilidade familiar, apresentado como Risco
Familiar (RF), para o planejamento das visitas domiciliárias na estratégia saúde da família no município
de Alfenas. METODOLOGIA: A análise foi realizada
utilizando a metodologia de geoestatística baseada em
modelos, e a inferência via análise bayesiana. A análise
descritiva foi realizada para as variáveis envolvidas na
Ficha A de avaliação da família, utilizando programação no software R. RESULATADOS: Os resultados apresentaram correlação espacial para o RF, produzindo
um mapa dos valores preditos para a região em estudo.
Nesta representação é possível identificar regiões de
maiores probabilidades de risco familiar. O estudo das
variáveis que constituem o RF mostraram correlação
linear positiva da renda per capta com o RF (p< 0,01)
e a idade com o RF (p< 0,01). Conclusão: Em suma, as
relações de dependência com o RF foram significativas
para presença de Risco Mental, Cardíaco e Diabético (p<
0,01), visto que, a presença destas doenças aumentam
significativamente o RF. Verificou-se que em famílias
de RF baixo a busca pelo atendimento hospitalar é
mais do que o esperado (p=0,003), enquanto que em
famílias de risco elevado não buscam esses serviços.
Assim, observa-se que o PSF, de acordo com sua estratégia política de reorganizar a atenção primária
de saúde no país, ele estabelece maior vínculo com a
população, porém o acesso é privilégio para aqueles
de maior risco.
Saúde Soc. São Paulo, v.20, supl.1, 2011 48
AS CAUSAS SOCIAIS DAS INIQUIDADES NA AS- aumento expressivo na realização de cesárias acima
SISTÊNCIA ÀS GESTANTES NO MUNICÍPIO DE do indicado pela Organização Mundial da Saúde que é
de 15% do total de partos ocorre em todos os distritos
SÃO PAULO
Vanni, D.C.C. (1); Barbosa, C.R. (1); Floriano, D.D. (1);
Jukemura, N.C. (1); Barros, V.L. (1);
Instituição: 1 - Centro Universitário São Camilo;
Introdução: Com o conceito de assistência integral,
conforme o Ministério da Saúde (1984), o Programa
de Assistência Integral à Saúde da Mulher (PAISM)
visa oferecer atividades de assistência integral clínicoginecológica e educativa, incorpora como princípios
doutrinários a integralidade, equidade e universalidade e tem como princípios organizativos a descentralização, hierarquização e regionalização. Para garantir
a qualidade e eficiência do atendimento pré-natal e
puerperal é necessária a avaliação dos serviços através de indicadores. A cidade de São Paulo é dividida
em cinco Coordenadorias Regionais de Saúde que por
sua vez são compostas pelas 31 subprefeituras e essas
pelos 96 Distritos Administrativos. Objetivo: Analisar e
comparar os indicadores de saúde do município de São
Paulo entre o município e os Distritos Administrativos,
enfatizando a saúde da mulher. Método: Estudo exploratório, descritivo e comparativo em que se sorteou 1
distrito administrativo de cada subprefeitura de São
Paulo totalizando 31. Os dados foram obtidos pelo sistema de informação Tabnet disponível on-line no site
da prefeitura do município de São Paulo. Resultados e
análise: Destaca-se alguns dados para caracterizar os
distritos de melhores e piores níveis sócioeconomico.
Os distritos de melhor nível são Moema e Itaim Bibi,
apresentado 50% da população com renda de 25 ou mais
salários mínimos e com mais de 14 anos de estudo. Os
de níveis socioeconômico menor são Grajaú, Jardim.
Helena e Cidade Tiradentes apresentam mais de 20%
da população com renda igual ou inferior a 2 salários
mínimos e tem a maior parte da população com 4 a 7
de estudo . Conforme preconizado pelo PAISM não se
observa diferença significativa em relação ao número
de consultas de pré-natal, porém, quanto ao tipo de parto obteve-se uma significativa diferença. Nos distritos
administrativos de Moema e Itaim Bibi, mais de 82%
são partos cesárias, enquanto que nos demais citados
a grande maioria é parto normal.Conclusão: Há várias
iniqüidades existentes, as condições socioeconômicas,
demográficas e ambientais de uma população provocam diferenças de saúde, porém, verifica-se que um
Anais XII Congresso Paulista de Saúde Pública
administrativos.
AS MÚLTIPLAS LÓGICAS DE CONSTRUÇÃO DE
REDES DE CUIDADO NO SUS: INDO ALÉM DA
REGULAÇÃO GOVERNAMENTAL DO ACESSO E
UTILIZAÇÃO DE SERVIÇOS DE SAÚDE
Cecilio. L.C.O. (1); Carapinheiro, G. (2); Andrade,
M.G.G. (3); Albieri, F.A.O. (4); Santo André, L. D. (5);
Instituição: 1 - UNIFESP; 2 - Instituto Universitário
de Lisboa; 3 - UNICAMP; 4 - Secretaria Municipal de
Saúde de Diadema; 5 - Secretaria Municipal de Saúde
de São Bernardo do Campo;
Um dos problemas centrais da atual etapa de implantação do SUS é a aparentemente insuperável defasagem
entre a demanda e a oferta de serviços de saúde, em
todos os níveis do sistema. Mesmo considerando que
são múltiplas e complexas as suas explicações, o presente estudo tem como um dos seus pressupostos centrais que a regulação formal, exercida pelos gestores,
convive com modos mais informais e bastante ativos
de “regulação” (ou “contra-regulação”), exercidos por
atores não governamentais, em particular os usuários
- através de seus “itinerários terapêuticos” - e os trabalhadores de saúde – construindo redes informais de
cuidado via contatos profissionais pessoais. O estudo
tem como Objetivos: a) caracterizar as múltiplas lógicas de regulação do acesso e utilização de serviços de
saúde, tanto em sua dimensão formal, de responsabilidade governamental, como em sua dimensão informal;
b) identificar as relações dinâmicas que tais lógicas
estabelecem entre si; c) subsidiar a formulação de
processos regulatórios pelo gestor local de saúde que
incorporem o protagonismo dos vários atores locais
no processo global de regulação. A pesquisa está sendo
desenvolvida, com recursos PPSUS/FAPESP, junto aos
municípios de São Bernardo do Campo e Diadema. A
primeira fase do estudo, de caráter exploratório, na
qual foram ouvidos 12 atores dos municípios, já concluída, apontou para quatro problemas teórico-práticos
que deverão ser considerados na análise do processo
regulatório na atual etapa do SUS: a) a “quimera da rede
básica”, ou, a promessa da rede básica se transformar
na grande porta de entrada do sistema, com resolutividade e qualidade que nunca se realiza; b) a “disjunção
Saúde Soc. São Paulo, v.20, supl.1, 2011 49
dos tempos” do usuário, do gestor e dos trabalhadores,
que valorizam do modo sempre diferenciado os tempos de acesso aos serviços; c) o “usuário fabricador”
(protagonista, produtor de itinerários próprios) X o
“usuário fabricado” (disciplinado, seguidor ordeiro
dos fluxos formais de regulação). O estudo confirma
a existência de diferentes “regimes de regulação”: governamental, profissional, “político-clientelística” ou
contra-regulação e “leiga”. A segunda etapa do estudo
será a coleta de narrativas de vida de usuários, para
reconstituição de seus itinerários terapêuticos visando uma compreensão mais elaborada dos processos
regulatórios municipais.
AS ORGANIZAÇÕES SOCIAIS COMO INSTRUMENTO
DA PRIVATIZAÇÃO DA SAÚDE EM SÃO PAULO.
Oliveira L. B. (1); Soares C. B. (2);
Instituição: 1 - Enfermeiro. Aprimorando em Saúde
Coletiva - Instituto de Saúde; 2 - Professora Livre
Docente - Escola de Enfermagem da Universidade de
São Paulo;
A gestão pública em saúde vem sendo criticada no
Brasil pela sua ineficiência e baixa resolutividade.
Com a contra reforma do Estado brasileiro na década
de 90 ascende um instrumento de gestão proposto
para solucionar essas deficiências, as organizações
sociais (OSs) - lei 9637/98. As OSs são instituições
privadas com suposta capacidade técnica para gerenciar serviços públicos nas áreas da saúde, previdência
complementar, assistência social, educação, meio
ambiente, ciência e tecnologia e cultura, substituindo
a administração pública burocrática pela gerencial
privatista. Este trabalho objetiva analisar o crescente
percurso da privatização da saúde pública em São Paulo através da incorporação das OSs na gestão e gerência
dos serviços públicos. Trata-se de uma reflexão teórica que partiu da análise dos seguintes documentos:
cadernos da contra reforma e o programa nacional de
publicização; legislações do SUS; lei das OSs da União,
do Estado e do município de São Paulo e sua articulação
com os pressupostos da saúde coletiva, das práticas
em saúde e com a concepção de saúde como direito.
As OSs não se submetem ao direito público e são vistas como benéficas pelos governos, pois flexibilizam
direitos trabalhistas, não estando sujeitas à carreira
pública e à lei das licitações; a lei 8142/90 não prevê o
controle social paritária e incentiva a competição entre
as OSs e estas com o poder público, através de metas
Anais XII Congresso Paulista de Saúde Pública
estabelecidas por contratos de gestão, estimulando a
competitividade por meio de pressupostos do mercado.
O poder público, ao aderir às OSs como instrumento de
gestão, gerência e organização do trabalho em saúde no
SUS, adota um objeto diferente daquele do projeto de
saúde como direito defendido pela Reforma Sanitária,
um objeto articulado ao ideário do mercado, privatista.
Esse ideário contribui para a mercadorização da saúde,
pois traz elementos (desregulamentação, flexibilização, competição, etc) contraditórios aos princípios do
SUS, como a universalização, integralidade, equidade
e participação social, e também aos objetos (promoção, prevenção, cura e reabilitação). A partir dessa
compreensão de direito social inalienável e universal,
o movimento da Frente nacional contra a privatização
da saúde luta contra a entrega do patrimônio, de serviços, servidores e recursos públicos para instituições
privadas e quer resgatar os princípios e o objeto da
saúde conformado pela lógica do SUS público, estatal,
gratuito com participação popular.
AS PECULIARIDADES DOS SISTEMAS DE SAÚDE
DOS PAÍSES MEMBROS DO MERCOSUL: PERSPECTIVAS PARA A INTEGRAÇÃO REGIONAL
Sacardo, D.P. (1); Fortes, P.A.C. (1); Tanaka, O.Y. (1);
Instituição: 1 - FACULDADE DE SAÚDE PÚBLICA DA
USP;
Introdução: Na atualidade, vem crescendo o interesse
por estudos e análises sobre os sistemas de saúde por
parte dos governos, das organizações internacionais de
cooperação, das instituições financeiras, da academia
e dos gestores públicos e privados. Como decorrência
de um processo de construção social, os sistemas de
saúde são resultantes de uma complexa interação
entre elementos históricos, econômicos, políticos e
culturais particulares em cada sociedade. Objetivos:
descrever e analisar o processo histórico de conformação dos sistemas de saúde de países membros do
Mercosul – Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai -,
tendo em vista o processo de integração regional em
curso. Metodologia: estudo de cunho qualitativo que se
valeu da análise documental e entrevista com gestores
do Mercosul dos quatro países. Resultados há ocasiões
de maior aproximação entre os percursos dos países,
como no período de expansão da seguridade social, na
metade do século XX, e há períodos quando rupturas
e circunstâncias particulares afastam um dos outros,
como ocorreu no Brasil nos anos 1980. Quanto aos
Saúde Soc. São Paulo, v.20, supl.1, 2011 50
modelos, o Brasil baseia-se no tipo beveridgiano e
configura-se num sistema universal, ao passo que os
países de origem espanhola fundamentam-se na tipologia bismarkiana, considerados de “competição gerenciada”, tendo em vista a combinação dos subsetores
público, privado e seguro social que conformam cada
um dos sistemas. A trajetória dos sistemas de saúde
dos quatro países investigados revelou a existência
de diversos e estreitos laços que os unem. Um deles se
refere à subordinação do setor saúde às relações mais
gerais de produção e reprodução social lançando mão
de categorias e conceitos tais como a divisão internacional do trabalho, a acumulação de capital, as relações
de poder e sujeição aos organismos internacionais. O
processo de integração regional tem revelado potencialidades e contradições, avanços e retrocessos, como
a área de produtos e das vigilâncias, porém a questão
dos serviços de saúde tem avançado lentamente. Os
coordenadores da Reunião de Ministros da Saúde e
do Subgrupo de Trabalho 11 Saúde no Mercosul entrevistados relataram fatos históricos que marcaram
o processo de conformação dos sistemas sanitários,
tanto para exemplificar como para explicar o arranjo
institucional dos sistemas na atualidade. A ausência
de um consenso a respeito do modelo de integração que
se busca alcançar parece ser um dos desafios centrais
para o bloco na contemporaneidade.
AS POLÍTICAS E AÇÕES DA GESTÃO PARA O
TRABALHO DE COORDENAÇÃO DAS EQUIPES DA
ESTRATÉGIA DE SAÚDE DA FAMÍLIA
MANOEL, R. A (1); MARTINS, S. T. F (1);
Instituição: 1 - FMB/UNESP;
Uma das diretrizes organizativas do Sistema Único de
Saúde (SUS) é a descentralização com direção única em
cada esfera de governo. Essa diretriz política-administrativa é realizada, sobretudo, por meio dos processos
de regionalização e municipalização. Considerando
a atenção básica, a gestão dos serviços de saúde tem
sido exercida exclusivamente pelos municípios, que
tem se organizado dentro das diretrizes propostas pelo
governo federal. Assim, a Estratégia Saúde da Família
(ESF) implantada desde 1994 tem-se consolidado como
o principal modelo assistencial na atenção básica. Seu
processo de trabalho prevê a atuação coletiva de equipes multiprofissionais, a qual implica no compartilhar
do planejamento, na divisão de tarefas, na cooperação
e na colaboração entre os membros. Dessa forma, a
Anais XII Congresso Paulista de Saúde Pública
importância do papel do coordenador da equipe enquanto mediador das relações de trabalho. Assim, a
pesquisa tem por objetivo descrever e analisar como
ocorre a coordenação das equipes na ESF, tanto no
nível local (Unidades de Saúde da Família/USF) como
no nível central (Secretaria Municipal de Saúde/SMS),
tendo em vista identificar os impactos de suas ações
na atuação da equipe. Nessa apresentação se realizará
um recorte dessa pesquisa, identificando as políticas
e ações da gestão municipal, ou seja, da coordenação
na SMS entendida como uma das mediações presentes
para o desenvolvimento do trabalho do coordenador
das equipes da ESF. O referencial teórico utilizado foi
a abordagem sócio-histórica, pautada no materialismo
histórico e dialético. Os instrumentos utilizados na
coleta de dados foram: entrevistas semi-estruturadas
gravadas e observação participante das reuniões de
equipe. A pesquisa foi realizada num município no
interior do estado de São Paulo, cuja cobertura da ESF
é de aproximadamente 30%. Participaram da pesquisa
catorze profissionais, dos quais três são coordenadores
da ESF no nível central e onze são coordenadores das
USF local. O “suporte” oferecido pelo município para
o trabalho dos coordenadores da ESF consiste em cursos, supervisão e reunião mensal. Entretanto, essas
atividades não têm como foco a coordenação. Apesar
dos coordenadores no nível central relatarem que o
modelo de gestão adotado pelo município privilegiar
a participação coletiva, essa prática não foi observada
no discurso dos coordenadores da USF. Dessa forma, os
resultados mostram a necessidade de refletir sobre a
atividade de coordenação nas políticas de gestão.
AS PRÁTICAS EDUCATIVAS DO ENFERMEIRO NA
ESTRATÉGIA DE SAÚDE DA FAMÍLIA
PINTO, MCRLR (1); OGATA, MN (1);
Instituição: 1 - UFSCAR;
Introdução: A pesquisa pressupõe a Educação Permanente em Saúde (EPS), e a Estratégia de Saúde da Família (ESF), indispensáveis à implementação e gestão
local do Sistema Único de Saúde (SUS). Propõe identificar como a EPS se configura na prática profissional dos
enfermeiros que atuam das equipes de saúde da família. Objetivos: Analisar como os enfermeiros se inserem
nos processos educativos que ocorrem nas Equipes de
Saúde da Família, identificando as ferramentas utilizadas nas práticas educativas e conhecendo a concepção
de EPS. Método: Estudo de abordagem qualitativa,
Saúde Soc. São Paulo, v.20, supl.1, 2011 51
tendo sido entrevistados 9 enfermeiras que atuam na
ESF em 5 dos 8 municípios que compõem o Colegiado
de Gestão Regional Central da DRS III- Araraquara. Os
dados foram analisados utilizando análise categorial
temática. Resultados A análise preliminar mostra que
a ESF é definida pela missão de consolidar programas
de saúde onde as atividades educativas são sustentadas
pelos agentes comunitários de saúde (ACS), junto aos
quais as enfermeiras atuam preferencialmente, educando e supervisionando. Reconhecem e respondem à
dependência dos ACS, em detrimento da enfermagem,
confinada à dimensão técnica do trabalho cuja organização impossibilita alternativas. Rejeitam o encargo
formal de facilitar ou coordenar processos educativos
e, quando o fazem, reproduzem o modelo tradicional
de transmissão vertical de saberes. Não têm domínio
do conceito de EPS atribuindo a agentes externos a
responsabilidade pela tarefa, que não é realizada a contento ou não é realizada. A educação que visa o alcance
de objetivos pontuais como instrumentalizar os profissionais para o manejo de situações de saúde e doença
é característica de processos de educação continuada
ou de atualização. Não contempla mudança de práticas
ou comportamentos, como objetiva a EPS, mantendo a
equipe refém do processo de trabalho e limitada a reproduzir discursos uniformes e desconectados da realidade
de cada usuário. Conclusão: A EPS não é vivenciada nas
ESF. Enquanto a ausência de ações educativas sustenta
a heteronomia dos agentes de enfermagem a presença
das práticas tradicionais reforça a dos ACS. O trabalho
é fragmentado e a EPS não figura como possibilidade
para sua recomposição. Há necessidade de alternativas
que aproximem a EPS dos trabalhadores.
tema de saúde se organiza para viabilizar o acesso dos
doentes a esse diagnóstico, como já tem sido destacado
pela Organização Mundial da Saúde (OMS) ao afirmar
que “o problema não está nas formas de detecção e de
tratamento e sim, na forma de organização dos serviços
de saúde para detectar e tratar os casos de TB”.
Objetivos: Identificar os aspectos da estrutura dos
serviços de saúde para o manejo das ações de controle
da TB na AB a partir da avaliação dos profissionais da
equipe de enfermagem em São José do Rio Preto – SP.
Métodos e Procedimentos: Estudo quantitativo, descritivo com os profissionais de enfermagem dos serviços de
AB do município. Foram entrevistados 58 profissionais
de enfermagem (enfermeiros, técnico/auxiliares de
enfermagem) dos serviços de Atenção Básica. Foi aplicado um instrumento de coleta de dados estruturado,
que contemplava questões, segundo escala de Likert,
que identificavam as ações de TB incorporadas pelas
unidades de atenção básica, com enfoque nos aspectos
organizacionais e de recursos materiais e humanos.
Resultados Dentre os entrevistados 41,4% acreditam
que disponibilidade de profissionais é insuficiente
para atender a demanda sendo que a minoria dessa
amostra trabalha em ESF (15,5%). A pesquisa também
mostrou que 74,1% dos profissionais relataram estarem
preparados para identificar suspeitos de TB, chamando
a atenção o fato de que grande parte perfaz o grupo de
trabalhadores na ESF (43,1%).
Conclusões: Os recursos materiais estão disponíveis
porem em grande parte do que foi analisado não há
geladeira própria pra armazenar o material coletado.
A ESF teve melhores avaliações pelos profissionais
demonstrando ser uma estratégia favorável para o
controle da TB. Descritores: Tuberculose; Atenção
Básica em saúde; Equipe de enfermagem; Avaliação
de serviços de saúde.
ATENDIMENTO A DOENTES DE TUBERCULOSE:
AVALIAÇÃO DA EQUIPE DE ENFERMAGEM SOBRE
A ESTRUTURA DE SERVIÇOS DE SAÚDE DE ATENATENDIMENTO A DOENTES DE TUBERCULOSE:
ÇÂO BÁSICA
AVALIAÇÃO DA EQUIPE DE ENFERMAGEM SOBRE
Oliveira, I.C (1);
A ESTRUTURA DE SERVIÇOS DE SAÚDE DE ATENInstituição: 1 - FAMERP;
Introdução: A tuberculose é um problema de saúde prio- ÇÃO BÁSICA
ritário no Brasil que, juntamente com outros 21 países
em desenvolvimento, abrigam 80% dos casos mundiais
da doença. No Brasil o processo de incorporação das
ações de controle da doença vem ocorrendo de forma
gradual e diversificada na Atenção Básica. Apesar do
diagnóstico da TB ser realizado de forma simplificada,
a dificuldade encontrada tem sido na forma como o sisAnais XII Congresso Paulista de Saúde Pública
Oliveira, I.C (1); Jesus,G.J (1); Pinto,P.F.P.S (1);
Balderrama,P (1); Cury, M.R.C.O (1); Vendramini,S.H.F
(1);
Instituição: 1 - FAMERP;
Introdução: A tuberculose é um problema de saúde prioritário no Brasil que, juntamente com outros 21 países
em desenvolvimento, abrigam 80% dos casos mundiais
Saúde Soc. São Paulo, v.20, supl.1, 2011 52
da doença. No Brasil o processo de incorporação das
ações de controle da doença vem ocorrendo de forma
gradual e diversificada na Atenção Básica. Apesar do
diagnóstico da TB ser realizado de forma simplificada,
a dificuldade encontrada tem sido na forma como o sistema de saúde se organiza para viabilizar o acesso dos
doentes a esse diagnóstico, como já tem sido destacado
pela Organização Mundial da Saúde (OMS) ao afirmar
que “o problema não está nas formas de detecção e de
tratamento e sim, na forma de organização dos serviços
de saúde para detectar e tratar os casos de TB”.
Objetivos: Identificar os aspectos da estrutura dos
serviços de saúde para o manejo das ações de controle
da TB na AB a partir da avaliação dos profissionais da
equipe de enfermagem em São José do Rio Preto – SP.
Métodos e Procedimentos: Estudo quantitativo,
descritivo com os profissionais de enfermagem dos
serviços de AB do município. Foram entrevistados 58
profissionais de enfermagem (enfermeiros, técnico/
auxiliares de enfermagem) dos serviços de Atenção
Básica. Foi aplicado um instrumento de coleta de dados estruturado, que contemplava questões, segundo
escala de Likert, que identificavam as ações de TB
incorporadas pelas unidades de atenção básica, com
enfoque nos aspectos organizacionais e de recursos
materiais e humanos.
Resultados Dentre os entrevistados 41,4% acreditam
que disponibilidade de profissionais é insuficiente
para atender a demanda sendo que a minoria dessa
amostra trabalha em ESF (15,5%). A pesquisa também
mostrou que 74,1% dos profissionais relataram estarem
preparados para identificar suspeitos de TB, chamando
a atenção o fato de que grande parte perfaz o grupo de
trabalhadores na ESF (43,1%).
Conclusões: Os recursos materiais estão disponíveis
porem em grande parte do que foi analisado não há
geladeira própria pra armazenar o material coletado.
A ESF teve melhores avaliações pelos profissionais
demonstrando ser uma estratégia favorável para o
controle da TB. Descritores: Tuberculose; Atenção
Básica em saúde; Equipe de enfermagem; Avaliação
de serviços de saúde.
ATUAÇÃO DOS(AS) PSICÓLOGOS(AS) EM SERVIÇO DE ATENÇÃO BÁSICA À SAÚDE
crepop (1);
Instituição: 1 - crepop;
Anais XII Congresso Paulista de Saúde Pública
Introdução: O Centro de Referência Técnica em Psicologia e Políticas Públicas – CREPOP tem como objetivo
a formulação de referências para atuação profissional
no campo das políticas públicas. Estrutura-se em Rede,
com uma instância de Coordenação Nacional, sediada
no Conselho Federal de Psicologia, e com unidades
locais, sediadas nos Conselhos Regionais. Apresentaremos uma das áreas investigadas: a atuação de
psicólogos(as) em serviços de atenção básica de saúde,
com dados coletados no estado de São Paulo.
Objetivos: • Ampliar a atuação do psicólogo na esfera
pública, colaborando para a expansão da Psicologia
na sociedade e para a promoção dos Direitos Humam
como sistematizar e difundir conhecimentos e práticas psicológicas nas políticas públicas, oferecendo
referências para atuação nesse campo.
Método: Para produzir conhecimentos sobre a prática
dos psicólogos na atenção básica de saúde, foram utilizados os seguintes recursos:
• Visitas e entrevistas à gestores - mobilização para a
participação na pesquisa;
• Questionário online – instrumento individual de
coleta;
• Realizações de Reuniões Específicas na sede e subsede do CRP06 para discutir temas relevantes da área de
atuação – com gravação e relato das mesmas;
• Realização de Grupo Fechado, onde se investiga a
prática do psicólogo o seu cotidiano - grupos menores, apenas de psicólogos(as), também gravados e
relatados.
Resultados: Os resultados são sistematizados em dois
relatórios: quantitativos e qualitativos. Os resultados
qualitativos, referentes aos dados do questionário online, e apresentaremos dois dos seis eixos levantados:
a) Caracterização do trabalho; b) Modos de atuação
profissional. Serão demonstradas as atividades realizadas pelos psicólogos(as) e também abordaremos
as expectativas de modalidades de trabalho a serem
implementadas nas UBSs – Unidade de Atenção Básica
- apresentadas na pesquisa.
Conclusão: Analisando os resultados do tipo de vínculo
contratual e natureza das organizações às quais se vinculam os profissionais, as médias salariais e a relação
de atividades desenvolvidas pelos(as) psicólogos(as)
percebe-se uma tendência à desestatização dos vínculos
empregatícios e a baixa remuneração/reconhecimento
dos serviços de psicologia, precarizando a quatidade e
qualidade do atendimento psicológico á população.
Saúde Soc. São Paulo, v.20, supl.1, 2011 53
ATUALIZAÇÃO DE DADOS DO SISTEMA DE NOTI- Ao notificarem os EA, o Núcleo de Farmacovigilância
poderá monitorar a cadeia de medicamentos na pósFICAÇÃO ON-LINE PERIWEB
MICROMEDEX® 1.0 (Healthcare Series) (1); MICROMEDEX® 1.0 (Healthcare Series) (1);
Instituição: 1 - CENTRO DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA
DE SÃO PAULO;
Introdução: Em 2005, por meio da Portaria CVS
03/2005 de 14/3/2005, implantou se o sistema on-line
de notificação de eventos adversos de medicamentos
– PERIWEB - disponível na página eletrônica do CVS.
Em fevereiro de 2010 o CVS/SES/SP publicou a Portaria CVS05/2010 que atualiza o fluxo de notificações
em farmacovigilância para todos os detentores de
registro de medicamentos no Estado de São Paulo, e
define como sistema eletrônico de notificação para o
Estado de São Paulo o PERIWEB. Esse sistema permite
agilidade, maior segurança e principalmente mantém a
confidencialidade das informações. Além dos DRM, os
hospitais, outros estabelecimentos de saúde e profissionais de saúde, também notificam eventos adversos
(EA) por meio do PERIWEB.
Objetivo geral: Mostrar o relatório quantitativo das notificações recebidas pelo sistema PERIWEB, no período
de maio de 2005 a julho de 2011, referente ao número
total, assunto e origem das notificações e categoria
profissional do notificador.
Métodos: O sistema PERIWEB emite relatórios analíticos periódicos
Resultados O PERIWEB recebeu no período de maio de
2005 a julho de 2011, 61.211 notificações de EA de medicamentos. Dessas notificações 92% eram de suspeita
de reações adversas (RA) de medicamentos, 8% desvios
de qualidade (DQ) de medicamentos. As Indústrias Farmacêuticas foram responsáveis 68% das notificações,
os Hospitais 26%, o Programa Farmácias Notificadoras
2% , Farmácias, outras Unidades de Saúde 1% cada e
profissionais de saúde 2%. Os médicos, farmacêuticos
e enfermeiros foram os principais profissionais de
saúde notificadores, sendo responsáveis por 81% das
notificações.
Conclusão: O sistema PERIWEB é a principal ferramenta para notificação de EA no Estado de São Paulo.
As instituições com maior número de notificações
registrada no PERIWEB são as indústrias farmacêuticas, pois a notificação é compulsória determinada
atualmente pela RDC 04/2009 e Portaria CVS 05/2010
e os hospitais. Os profissionais de saúde que mais
notificam são médicos, farmacêuticos e enfermeiros.
Anais XII Congresso Paulista de Saúde Pública
comercialização, principalmente medicamentos novos
(até cinco anos de comercialização) e os de especial
interesse sanitário, tomando quando necessárias medidas sanitárias cabíveis, com as informações oriundas
do PERIWEB.
AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DA ATENÇÃO BÁSICA
DOMUNICÍPIO DE DIADEMA
Djehizian, V.S. (1);
Instituição: 1 - Secretaria Municipal de Saúde de
Diadema;
Avaliação da Qualidade da Atenção Básica do Município de Diadema
Introdução: O município de Diadema faz parte da região de Saúde do Grande ABC. Tem 386.039 habitantes
e densidade demográfica de 12.595hab/Km². Conta hoje
com 20 Unidades Básicas de Saúde,(UBSs) e o desenho
da sua lógica organizacional é a Estratégia de Saúde
da Família. Tem 77 Equipes de Saúde da Família e 56
Equipes de Saúde Bucal. Conta também com 9 NASF.
Destas 20 UBSs,15 tem Equipes de Saúde da Família
com médico generalista, enfermeiro, técnicos de enfermagem e agentes comunitários de saúde, todos com
jornada de trabalho de 40 horas semanais. A partir de
2009, 5 UBSs foram organizadas dentro da proposta
da Saúde da Família, porém, os médicos com jornada
de trabalho de 20 horas semanais das especialidades
básicas, clínico, pediatra e ginecologista, sem a figura
do generalista. Objetivo: Identificar as possíveis diferenças nos resultados obtidos por meio de avaliação
nas 15 Unidades Básicas de Saúde com médicos generalistas e nas 5 UBSs com médicos clínico, ginecologista
e pediatra. Método: Em outubro de 2010 foi utilizado
um instrumento para avaliação das UBSs: Quali AB da
SES-SP. Este foi elaborado e validado pela UNESP de
Botucatu. É um instrumento utilizado para avaliação
da Atenção Básica nas Unidades de Saúde. Apresenta 5 eixos: Identificação e características gerais do
serviço; Registro de dados e informação em saúde;
Organização da atenção a saúde; Perfil de atividades;
Características do processo gerencial. Resultados
Todas as UBSs foram avaliadas e a escala utilizada
foi de 0 a 2. Chegou-se a uma pontuação média para
cada UBS: 6 UBSs obtiveram pontuação entre 1,70
e 1,85. Cinco delas são com médicos generalistas e
uma com médicos pediatra, ginecologista e clínico.
Saúde Soc. São Paulo, v.20, supl.1, 2011 54
Entre 1,60 e 1,69 foram 8 UBSs, sendo 6 com médicos
generalistas e duas com o outro modelo. Entre 1,50
e 1,59, duas UBSs com o médicos generalistas e 2 do
outro modelo. Das cinco UBSs do outro modelo com
médicos não generalistas, todas obtiveram pontuação
maior que 1,50. Abaixo de 1,50 somente duas UBSs com
médicos generalistas. Conclusão: Nota-se que não existem diferenças significativas entre os dois grupos de
UBS com médicos generalistas e com médicos clínico,
ginecologista e pediatra. Isto nos leva a pensar que se
deva ao fato do serviço não está centrado na figura do
médico e sim na própria Equipe de Saúde da Família.
O instrumento é auto avaliativo e pode sofrer viés por
conta da subjetividade
AVALIAÇÃO DA REDE NACIONAL DE PROMOÇÃO
DA SAÚDE
Setti, A.F.F. (1); Mata, D.C. (1); Cruz, D. (1); Gosch, C.S. (1);
Instituição: 1 - MINISTÉRIO DA SAÚDE;
A Rede Nacional de Promoção da Saúde - RNPS do SUS é
composta por aproximadamente 1500 entes federados
que recebem apoio técnico e incentivo financeiro federal para desenvolver ações abordando os eixos temáticos da Política Nacional de Promoção da Saúde (PNPS).
Entre 2005 e 2010, foram repassados cerca de R$ 170
milhões do governo federal para municípios e estados
da Rede. Esse repasse foi realizado diretamente do
Fundo Nacional de Saúde para os fundos municipais e
estaduais. Objetivo: Descrever os principais resultados
da avaliação da RNPS, no sentido de mapear as ações
de promoção da saúde que estão sendo desenvolvidas,
para subsidiar a tomada de decisão. Metodologia: Foi
realizada pesquisa telefônica, no período de outubro
de 2010 a janeiro de 2011, como mais um componente
de monitoramento da RNPS. Os endereços e telefones
foram atualizados a partir do cadastramento em
2010, quando do repasse do financiamento da Rede
referente ao edital de 2010 (FORMSUS/CGDANT). Foram realizadas, pelo menos, 10 tentativas (em alguns
casos, foram feitas até 20 tentativas). Após três meses,
foram entrevistados 991 municípios e 09 estados que
receberam financiamento em 2009, representando
66,7% do total da rede e 17,8% da totalidade de municípios do país. Resultados Os eixos temáticos da
PNPS mais desenvolvidos nos projetos são: atividade
física (70,5%), seguidos de prevenção de violência e
acidentes de trânsito (43,9%), de alimentação saudável
(22,7%) e de demais eixos (inferior a 10%), consideranAnais XII Congresso Paulista de Saúde Pública
do que diversos projetos desenvolveram mais de um
eixo da PNPS. Quanto à articulação com a Atenção
Primária em Saúde, 94% dos projetos estão ligados a
ESF articulados aos NASF e/ou ao PSE. Em relação à
intersetorialidade: 93,4% dos projetos integram ações
com outros órgãos ou setores, sendo que as áreas mais
citadas foram: educação 69,7%; assistência social
52,3%; esportes 39% e cultura 22,5%. Quanto à abrangência dos projetos: 38,1% acompanham entre 31 e 100
pessoas por semana e 37,1% acompanham entre 101 e
500 pessoas. Das pessoas acompanhadas: 66,6% dos
projetos são para idosos; 50,2% voltados para grupos de
risco ou doentes (47,6% diabéticos; 47,5% hipertensos
e 24,1% pessoas com sobrepeso/obesidade); e 37,5%
dos projetos são para a população adulta. Conclusão:
Esses dados geram evidências para implementação
de estratégias de sustentabilidade e consolidação da
RNPS ampliando as ações e políticas que promovam a
saúde e a qualidade de vida da população.
AVALIAÇÃO DOS INDICADORES DO PACTO DE
ATENÇÃO BÁSICA NO MUNICÍPIO DE REGISTRO
Borges, J.C. (1); Granja, G.F (2);
Instituição: 1 - Faculdade de Ciencias Médicas da
Santa Casa de Sao Paulo; 2 - USP;
Os sistemas de serviços de saúde possuem, de modo
geral, duas metas: atingir um estado ótimo para a
saúde da população através do conhecimento sobre a
causa das enfermidades e minimizar as disparidades
existentes entre os subgrupos populacionais. Neste
contexto, há que se considerar os inúmeros desafios
encontrados pelo sistema para o funcionamento desta
política de atenção à saúde. De modo a superar estas
adversidades, os mecanismos de avaliação surgem com
o propósito fundamental de subsidiar os processos decisórios no âmbito da saúde, permeando a identificação
dos problemas mais latentes de modo que se permita a
reorientação de ações e serviços desenvolvidos. Desta
forma, para construção de redes assistenciais em
atenção básica eficazes, resolutivas e em consonância
com os níveis de atenção mais complexos, fez-se mister
a institucionalização das práticas avaliativas. Pelo
exposto, avaliar a Atenção Básica na menor e menos
desenvolvida região de saúde do estado de São Paulo
com o intuito de fornecer subsídios para a melhoria
dos processos no que se refere à Atenção Primária se
transformou em nossa meta de estudo. Para tanto, foi
realizado um estudo descritivo documental com anáSaúde Soc. São Paulo, v.20, supl.1, 2011 55
lise retrospectiva dos indicadores do Pacto da Atenção
Básica no período de 2000 a 2007 para o município
de Registro (SP) e posteriormente esses dados foram
comparados ao da Região de Saúde do Vale do Ribeira e
do Estado de São Paulo. Em tese, podemos afirmar que
os indicadores encontrados no município de Registro
estão em certo ponto adequados para que se tenha
uma atenção primária de qualidade, uma vez que não
foram encontradas grandes discrepâncias quando se
comparou com a DRS 12 e Estado de São Paulo, porém,
o município ficou aquém aos dados do Estado nos
coeficientes de mortalidade infantil, na proporção de
óbitos em menores de um ano de idade por causas mal
definidas e na taxa de prevalência de hanseníase. Dos
problemas levantados citamos a indisponibilidade de
dados em todos os anos avaliados para a maioria dos
indicadores; a falha no sistema de registro de óbitos;
as equipes pouco apropriadas quanto à relevância dos
indicadores e registro dos procedimentos diários e
principalmente, quando se colocou em pauta a qualidade dos indicadores que são na maioria quantitativos
e não qualitativos; mas que apresentam limitações
importantes como, por exemplo, os indicadores de
internação que só consideram os leitos SUS.
CARACTERÍSTICAS DO INVESTIMENTO SOCIAL
PRIVADO EM SAÚDE, NO BRASIL
Canel, R. C. (1); Lefèvre, F. (1);
Instituição: 1 - FACULDADE DE SAÚDE PÚBLICA DA
USP;
A partir da pesquisa de doutorado da autora, sobre
Investimento Social Privado (ISP) em Saúde, foi colocada a pergunta “quais as características do ISP no
Brasil?”. Procedeu-se a um estudo exploratório através
de pesquisa documental, utilizando-se: Censos GIFE de
ISP; visita a sites; pesquisa bibliográfica. A pesquisa
se justifica pelo fato de que a responsabilidade social
das empresas (RSE) nasceu a partir dos anos 1990,
quando temas como desenvolvimento sustentável
foram discutidos na ONU. Foram criados normas e
instrumentos para consolidar a RSE, colocados como
prática de gestão. Paralelamente, mudanças na economia global e na capacidade resolutiva do Estado com
relação a questões sociais (como a Saúde), tornaram
importante o papel social do setor privado. Cabe ao
setor público a definição de Políticas Públicas de
Saúde e ao setor privado contribuir para que isso seja
Anais XII Congresso Paulista de Saúde Pública
efetivado, através de políticas e práticas de RSE e
de ISP. O fortalecimento de ações integradas entre o
setor público e o privado pode tornar os programas do
ISP em Saúde mais adequados aos locais de atuação.
Complementarmente, esses programas podem contribuir para a sustentabilidade do SUS. Os dados obtidos
referem-se a resultados parciais (Censos 2005-2006 e
2007-2008; será acrescentado o Censo 2009-2010) da
pesquisa em andamento e foram agrupados em categorias: quem realiza o ISP: fundações, associações civis
sem fins lucrativos e empresas privadas; investimento:
614 milhões de reais (2005-2006) e cerca de 1,15 bilhão
(2007-2008); onde: o investimento está concentrado
no Sudeste, seguido pelo Sul, Nordeste, Centro-Oeste
e Norte; áreas de atuação: educação, formação para o
trabalho, cultura e artes, geração de trabalho e renda,
apoio às organizações do terceiro setor; predomina o
critério temático, seguido do geográfico, do etário e
da faixa de renda; procedimentos: organização e promoção de cursos e capacitações, doação de materiais e
equipamentos, pesquisas e campanhas de mobilização;
beneficiados: principalmente a juventude (dos 15 aos
24 anos); evolução do ISP em Saúde: são poucos os
dados existentes sobre o ISP no Brasil; a maioria das
empresas de médio e grande porte tem uma atuação
média no plano social, desenvolve principalmente um
trabalho filantrópico e tem pouco conhecimento das
comunidades onde atua; são poucos os investimentos
diretos em saúde e eles têm diminuído, predominando
atividades de prevenção primária, com dispersão dos
recursos alocados.
COMPARAÇÃO E NTRE AS NOTIFICAÇÕES DE
COQUELUCHE DOS SERVIÇOS SENTINELAS X
SISTEMA DE NOTIFICAÇÃO FORMAL NA REGIÃO
GRANDE ABC
Guerschman, T.M. (1); Neves, M.A.T. (1); Sakata, M. U. (1);
Instituição: 1 - GVE VII / CVE / CCD / SES-SP;
INTRODUÇAO: No Estado de São Paulo desde 2001
há Serviços Sentinela para coqueluche. Na região do
Grande ABC, nestes 9 anos houve a participação de
3 Hospitais como Sentinela, escolhidos pela alta demanda de atendimento infantil: Centro Hospitalar de
Santo André (público), Hospital e Maternidade Brasil
(privado) e P.S. Central de São Bernardo do Campo (público). Cabe ressaltar que estes não funcionaram nos
mesmos anos do período: CHM de 2001 a 2005. HMB de
Saúde Soc. São Paulo, v.20, supl.1, 2011 56
2003 a 2010 e P.S. de 2003 a 2005. Observamos que os
Serviços Sentinela da região em alguns anos tiveram
desempenho insuficiente na notificação e ações pósnotificação do suspeito. Para verificar essa hipótese
comparamos as notificações dos demais serviços com
as dos Sentinela nos anos do estudo.
Objetivo: Comparar o comportamento das notificações
e das investigações de coqueluche nos sistemas sentinelas e na rede formal de notificação entre 2001 e 2010.
Material e metodo: Foram avaliadas todas as notificações dos casos de coqueluche ocorridos na região do
Grande ABC por meio do Sistema SINAN Windows de
2001 a 2007 e por meio do Sistema SINAN Net a partir
de 2007.
Resultado: Entre 2001 e 2005 o Centro Hospitalar notificou 20 casos com 6 casos confirmados. O Hospital
e Maternidade Brasil notificou 38 casos entre 2004 a
2010 com 11 casos confirmados. Entre 2003 e 2005 o
P.S. Central de S.B.C. notificou 18 casos com 4 casos
confirmados. Os Serviços Sentinela foram responsáveis por 72 notificações com 30,55% de positividade
(22 casos). Entre 2001 e 2010 o sistema formal do
Grande ABC, aproximadamente 43 unidades, notificou
272 suspeitas com 84 confirmados como coqueluche
(30,88%).
Consideraçoes: A desistência dos Serviços Sentinela
ocorreu principalmente devido as mudanças de gestão
e do perfil de atendimento. Os municípios da região
notificam e colhem material oportunamente nos casos
suspeitos independentemente de possuírem Serviços Sentinelas. Ressalte-se, porém, que 92,86% das
notificações recebidas pelo GVE VII em 2005 vieram
dos Sentinela. O que se observa é que os desistentes
continuam como uns dos principais notificadores
com coleta de material para confirmação diagnóstica.
Isto sugere que novos Serviços Sentinela contribuirão
positivamente para o diagnóstico precoce e tratamento
da coqueluche assim como ao conhecimento de seu
comportamento epidemiológico.
organização hierárquica da rede de serviços de saúde
e efetivo exercício de uma atenção básica e o fortalecimento dos vínculos entre usuários por meio de um
sistema integrado que vise à produção social de saúde.
OBJETIVO: Descrever a trama de relações envolvidas no
processo de extinção da DIR II referente à Regionalização do SUS no Grande ABC Paulista. METODOLOGIA:
Foi utilizada uma pesquisa exploratório-descritiva, a
partir de um estudo de caso simples, onde o Grande
ABC era o caso; os procedimentos de coleta de dados
foram: dezenove entrevistas semi-estruturadas – sendo doze da esfera municipal, dois da DRS I, dois de
Organizações Sociais, dois da sociedade civil e três
docentes – análise documental e de artefatos, além
da observação; as pesquisas foram conduzidas entre
os meses de fereveiro – julho de 2010; para análise
utilizamos métodos qualitativos, onde buscamos interpretar a “fala” dos entrevistados. Resultados o que
levou a extinção da DIR II no Grande ABC, segundo
os entrevistados foram: gestão plena do SUS em seis
dos sete municípios; “vaidades” municipais; vertentes
político-partidárias distintas; desarticulação entre
municípios e, entre municípios e estado; forte processo
de municipalização; perdas de lideranças na região;
distanciamento da esfera estadual; proximidade do
Grande ABC da Capital; desgaste da DIR II; dificuldade
de equilibrar oferta e demanda; e conflitos municipais.
Conclusão: Notamos que o pensamento regional, ao
menos no contexto da saúde, não se fez presente entre
aqueles que conduzem as políticas de saúde na região.
Percebemos que a extinção da DIR II foi uma consequência natural da autonomia dos municípios da região;
dos embates políticos existentes dentro e fora dela;
e, também, em virtude dos confrontos existentes no
interior dos municípios, entre os municípios e entre
municípios e estado.
CONCEPÇÕES DOS COORDENADORES REGIONAIS
SOBRE O PROCESSO DE DESENVOLVIMENTO DO
PROJETO FORTALECIMENTO DA ATENÇÃO BÁSICA
COMPREENDENDO A TRAMA DO PROCESSO DE Ogata, M. N. (1); Mishima, S.M. (2); Arantes, C. I.S. (1);
EXTINÇÃO
Machado, M.L.T. (1); Feliciano, A.B. (1); Protti, S. T. (1);
SILVA, E. C. (1); GOMES, M. H. A. (1);
Instituição: 1 - UNIFESP;
Introdução: Regionalização do SUS visa reforçar e
potencializar esforços e medidas envolvendo a organização dos sistemas local e regional de saúde, mediante
articulação de todos os envolvidos; objetivando a
Anais XII Congresso Paulista de Saúde Pública
Fortuna, C. M. (3); Matumoto, S. (4); Silva, M.V. (5);
Ribeiro, C. (6); Schiavon, A. (5); Mestriner Junior, W
(7); Caccia-Bava, M.C.G.G. (8);
Instituição: 1 - UFSCAR; 2 - EEERP-USP; 3 - EERPUSP; 4 - EERP - USP; 5 - DRS III - Araraquara; 6 - DRS
III Araraquara; 7 - FORP - USP; 8 - FMRP - USP;
Saúde Soc. São Paulo, v.20, supl.1, 2011 57
Introdução: este trabalho é parte da pesquisa “Projeto
de Educação Permanente em Saúde de Fortalecimento
da Atenção Básica nos municípios do Departamento
Regional de Saúde III (DRS III) – Araraquara: análise e perspectivas” vinculada ao Projeto de Pesquisa
para o Sistema Único de Saúde (PPSUS), financiado
pela Fundação de Amparo a Pesquisa de São Paulo e
Ministério da Saúde. Está sendo desenvolvida por um
grupo de pesquisadores de diferentes instituições:
EERP-USP, UFSCAR, DRS III, FORP USP, FMRP USP e
CEFOR. Objetivo: o presente estudo teve como objetivo
analisar as concepções dos coordenadores regionais
sobre o processo de desenvolvimento do Projeto Fortalecimento da Atenção Básica. Método: trata-se de
pesquisa com abordagem qualitativa que realizou
análise categorial temática do conteúdo dos relatórios
finais de 08 coordenadores de oficinas realizadas com
trabalhadores de vinte e quatro municípios da DRS III.
Resultados a análise possibilitou a construção das seguintes categorias e subcategorias temáticas: análise
de processo - implantação, implementação e resultados.
Análise de contexto – processo de trabalho, motivação,
apoio e compreensão do projeto. Conclusão: as metodologias ativas de ensino e aprendizagem utilizadas
nas oficinas e o espaço de reflexão dos coordenadores
sobre o seu papel no processo constituíram-se em
alguns dos pontos fortes do projeto de fortalecimento
da atenção básica. A mudança de gestores municipais
resultou em dificuldades para os participantes que em
muitas situações não obtiveram o apoio necessário
para implementação do projeto.
CONDIÇÕES DE SAÚDE BUCAL NA CIDADE DE SÃO
PAULO, SEGUNDO REGIÃO DE SAÚDE.
Soares, MC (1); Frias, AC (1); Marques, RAA (1); Filippos, CM (1); Teixeira, DSC (2);
Instituição: 1 - SMS SP; 2 - SES SP;
Introdução. A Secretaria Municipal da Saúde de São
Paulo adotou divisão em cinco Coordenadorias Regionais de Saúde – CRS subdividindo-se em Supervisões
Técnicas de Saúde - STS, marcadas por diferenças
sociais, demográficas e epidemiológicas. Objetivo:
identificar as condições de saúde bucal de crianças e
adolescentes conforme CRS e STS da SMS SP. Metodologia: estudo epidemiológico transversal das doenças
bucais mais prevalentes, orientado pelas Recomendações da OMS (WHO - Oral Health Surveys 4th ed, 1997),
aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da SMS-SP
Anais XII Congresso Paulista de Saúde Pública
(Parecer 48/08), estratificado por STS e CRS, segundo
variáveis demográficas e socioeconômicas. Examinadores: 75 equipes da rede municipal (cirurgião-dentista
examinador e auxiliar de saúde bucal anotador). Calibração: teórico-prática, com multiplicadores regionais,
com cálculo das discordâncias intra e inter examinadores pelo método Kappa. Termo de Consentimento Livre
e Esclarecido assinado pelos responsáveis. Resultados.
Participaram 1371 escolas públicas e 374 privadas, de
setembro a dezembro de 2008. Examinaram-se 5858
crianças de 18 a 36 meses; 5557 de 5 anos, 4249 de 12
anos e 2858 adolescentes de 15 a 19 anos, num total
de 18.522 pessoas. Principais Resultados 92,3% das
crianças de 18 a 36 meses livres de cárie; aos 5 anos e
aos 12 anos 59,1% e 54,3% respectivamente e 39,4% aos
15 a 19 anos. Fluorose: 57,4% aos 12 anos sem fluorose
e 36,6% com fluorose muito leve e leve. Periodontopatias: aos 12 anos 40,0% com periodonto normal, 36,9%
sangramento e 22,8% cálculo; para os adolescentes
verificou-se 36,5% com periodonto normal, 31,2 com
sangramento e 31,4 com cálculo. Oclusopatias: observou-se aos 5 anos 55,6% com oclusão normal, 18,7%
com oclusopatia leve e 24,9% com oclusopatia severa.
Aos 12 anos 51,5% têm oclusão normal, 23,9% alteração
oclusal definida e 12,6%, severa e 12,0 alteração oclusal
incapacitante. Nos adolescentes 58,8% com oclusão
normal, 22,6% com alterações definidas, 10,3% com
alterações severas e 8,3% com alterações incapacitantes. Os resultados não foram homogêneos na cidade.
5. Conclusões. A SMS dispõe de dados que permitem
conhecer os agravos e doenças bucais mais freqüentes
e suas distribuições no território, possibilitando identificar os grupos mais vulneráveis aos fatores de risco
sob o aspecto social, étnico e biológico, auxiliando o
planejamento das ações individuais e coletivas, na
busca da equidade de sua oferta.
CONHECIMENTO DOS ACADÊMICOS DA ÁREA
DE SAÚDE A CERCA DO SUS: UMA REVISÃO DE
LITERATURA.
BORGES, M.A.S.F; NASCIMENTO, M.A.A.do. (1);
BORGES, M.A.S.F.;NASCIMENTO, M.A.A.do. (1); BORGES, M.A.S.F.; NASCIMENTO, M.A.A.do (1); BORGES,
M.A.S.F.; NASCIMENTO, M.A.A. do (1);
Instituição: 1 - UNISANTOS;
Introdução: Atualmente, mesmo após a implantação
do SUS, é grande o número de profissionais que não
conhecem tão bem suas diretrizes e princípios. Nesta
Saúde Soc. São Paulo, v.20, supl.1, 2011 58
perspectiva, constatamos que muitos deles trabalham
no setor público de saúde sem conhecer o SUS, assim
como o seu papel neste contexto.
Objetivo: Este trabalho tem por objetivo realizar uma
revisão sistemática de literatura sobre o nível dos
acadêmicos da área de saúde sobre o SUS.
Método: Para fundamentar esta revisão de literatura,
utilizamos artigos científicos publicados em língua
portuguesa, de Janeiro de 2005 à Dezembro de 2010. O
acesso aos artigos se deu através das bases de dados BIREME, LILACS, IBECS, MEDLINE, SciELO. Os descritores
utilizados foram: Educação em saúde, SUS, Diretrizes do
SUS, Promoção a saúde, Conscientização do SUS. Para a
revisão, foram apresentados 100 artigos a partir da escolha do tema proposto, sendo que apenas 16 apresentam
relevância para o desenvolvimento do estudo.
Resultados Os estudos mostram a importância do conhecimento do SUS para a formação do profissional. As
literaturas revelam que a visão de um sistema integral
é o alicerce para o alcance de uma melhor qualidade
nas ações e serviços voltados para a promoção da saúde, prevenção e reabilitação. Os profissionais devem
desenvolver um raciocínio crítico a respeito do seu
desempenho profissional e a sociedade deve cobrar
dos gestores melhores condições de atendimento e um
planejamento de ação adequado às reais necessidades
da população. Na medida que essa visão passa a fazer
parte do cotidiano do profissional, nota-se que todo o
sistema ao qual o mesmo faz parte, também passam por
transformações notórias e consequentemente há uma
melhora na assistência prestada à população.
Conclusão: Acadêmicos e profissionais de saúde devem
conhecer os princípios e diretrizes do SUS para garantirem os direitos da população. Para tanto, torna-se
fundamental que as instituições de ensino tenham
como foco na formação dos acadêmicos os desdobramentos do SUS, assim como as políticas públicas de
saúde. Neste contexto, se faz necessário um esforço
conjunto de docentes e profissionais de saúde para um
SUS cada vez mais consolidado.
CONTRIBUIÇÕES DO SUS PARA HARMONIZAÇÃO
DE POLÍTICAS DE SAÚDE PÚBLICA NO ÂMBITO
REGIONAL
Sacardo, D.P. (1); Fernandez, J.C.F. (1);
Instituição: 1 - FACULDADE DE SAÚDE PÚBLICA DA
USP;
Anais XII Congresso Paulista de Saúde Pública
Introdução: O Brasil é um país bastante complexo e
apresenta imensa diversidade territorial, cultural,
educacional, social e de condições de vida e saúde dos
grupos populacionais. Esforços no sentido de descrever
tal diversidade são sempre incompletos e provisórios,
dada a impossibilidade de elucidar de maneira conclusa as diferenças no âmbito regional e local, coletivo
e individual. O mesmo ocorre no setor sanitário, ou
seja, há inúmeras possibilidades de compreensão dos
diferentes componentes do sistema de saúde pública
brasileiro, assim como seus arranjos institucionais.
Sem a pretensão de esgotar o tema – que é de natureza extremamente complexa –, o esforço empreendido
nesse estudo foi de aproximação, tomando a descrição
como recurso para compreensão, ainda que parcial, de
alguns aspectos fundamentais da organização, funcionamento e dinâmica do sistema de saúde no país.
Trata-se de um esforço de considerar o sistema de saúde
como parte da dinâmica social brasileira. Objetivos:
descrever os componentes do sistema de saúde pública
no Brasil, identificar questões para compreender sua
dinâmica e contribuir para o desenvolvimento dos
processos setoriais de integração regional no Mercosul. Metodologia: estudo qualitativo que se valeu da
análise documental e de entrevistas com especialistas
temáticos para elucidar questões, tensões, desafios e
potencialidades tanto para o SUS em seu processo de
permanente construção, quanto para colaborar com
outros países, como os do Mercosul, na consolidação e
harmonização de políticas de saúde pública no âmbito
regional. Resultados O sistema de saúde pública, como
projetado ou imaginado neste estudo multicêntrico,
não foi criado como tal, pelo menos no caso brasileiro,
ou seja, é o ato de descrevê-lo nesses termos – para além
do sistema de saúde e de atenção nos serviços – que o
constrói como sistema. Assim, partindo de um conceito
ampliado de saúde e, portanto, de saúde pública, a aplicação de um método de descrição deve contribuir – e,
de fato, parece que pode fazê-lo – para a consolidação
ou fortalecimento da conceituação ou teoria que o
enseja ou que subjaz a ele. A partir dessa experiência,
julgamos ter um referencial de suporte às entrevistas
com os experts dos diversos componentes, propondo
também um convite para uma reflexão que vá além
de seu campo particular de atividades, que alcance a
dimensão de um sistema de saúde pública.
Saúde Soc. São Paulo, v.20, supl.1, 2011 59
CUSTO DA MEDICAÇÃO PSICITRÓPICA PARA PA- Max 700,00.
CIENTES COM TRANSTORNO ESQUIZOFRÊNICO Dos que gastam com med psiquiátrica, a taxa média de
gasto em relação a renda familiar mensal é de 0,047
ATENDIDOS NA REDE DE SAÚDE PÚBLICA
NETO, P.T.C. (1); Martins, Denise (1); Alves Mulero,
Claudia (1); Baxter Andreoli, Sergio (2);
Instituição: 1 - UNISANTOS; 2 - UNIFESP - DEPARTAMENTO: Psiquiatria;
Objetivo: estudar os gastos de pacientes com transtorno esquizofrênico com medicação psicotrópica atendidos na rede de saúde pública na cidade de Santos.
Método: Estudo transversal realizado através de um
questionário estruturado, aplicado em uma amostra
representativa de pacientes com esquizofrenia, selecionados aleatoriamente entre os atendidos nos serviços
comunitários de assistência em saúde mental no período de um ano, anterior ao início do levantamento. O
critério para a inclusão dos usuários foi o diagnóstico
de esquizofrenia, CID- 10.
Resultados a proporção maior é de pacientes do sexo
masculino, solteiros, sem filhos, com escolaridade até
no máximo segundo grau, sem ocupação e estão de 2
a 10 anos sem trabalhar. A maior parte dos pacientes
(75%) não tem despesas com a saúde, 4% tem alguma
despesa com medicação psiquiátrica e 16% com outra
medicação. A renda familiar mensal foi de R$ 1.315,00.
Entre os que gastam com saúde, a média foi de R$
98,00 mensais (mediana= R$65,00, Max=4,20; Max
R$700,00), este gasto, em média, representa 0,080%
(IC95% 0,063-0,0097) da renda familiar mensal. Os
gastos com a medicação psiquiátrica representam
0,047% da renda familiar (IC95% 0,013-0,081) e com
outras medicações 0,045% (IC95% 0,033-0,057).
Conclusão: considerando a dependência alta destes paciente ao medicamento psicotrópico e o seu custo elevado, os gastos com estes medicamentos não representam
uma carga pequena para os pacientes atendidos na rede
pública de assistência psiquiátrica de Santos.
Renda total mensal familiar: 57 missing, média 1.315; Max
6.500,00 Min 0; quartis 700,00; 1.050,50; 1.800,00.
Despesas com medicação psiquiátrica: 0 miss; 96,3%
não gasta.
Despesas com outras medicações: 0 miss, 84,3 não
gasta.
Despesas com saúde sem med: 4 miss, 87,4% não gasta.
Despesas totais com saúde (soma das três acima),
75,3% não gastam com saúde. Entre os que gastam a
média de gato é de 98,00, mediana de 65,00, Max 4,2,
Anais XII Congresso Paulista de Saúde Pública
(ic95% 0,013-0,081).
Dos que gastam com outras med, a taxa média de gasto
em relação a renda familiar mensal é de 0,045 (ic95%
0,033-0,057).
Dos que gastam com saúde execeto med, a taxa média
de gasto em relação a renda familiar mensal é de 0,089
(ic95% 0,068-0,11).
Dos que gastam com saúde, a taxa média de gasto em
relação a renda familiar mensal é de 0,080 (ic95%
0,063-0,0097).
ELABORAÇÃO PARTICIPATIVA DE INDICADORES
PARA OS CAPS III PAULISTAS
Furtado, J.P. (1); Onocko Campos, R. (2); Surjus,
L.T.L.S. (2); Emerich, B. (2);
Instituição: 1 - Unifesp; 2 - Unicamp;
Trata-se de pesquisa em curso, voltada para o desenvolvimento de indicadores de vários aspectos relacionados
à gestão e atenção dos Caps III do estado de São Paulo
e à deficiência intelectual.
Ao menos dois trabalhadores de cada um dos Caps citados
estão inseridos em um curso sobre avaliação em saúde
mental desenvolvido no interior dessa pesquisa-intervenção. Em encontros mensais, em um dos campi das duas
universidades parceiras, os alunos têm discussões pela
manhã sobre temas específicos e, à tarde, oficina para
elaboração de indicadores relativo ao tema discutido.
Nesse momento, os indicadores definidos estão sendo
aplicados nos respectivos serviços, o que subsidiará as
discussões sobre a qualidade dos mesmos.
Desse modo, estamos desenvolvendo importante experiência de aproximação academia-serviços e, sobretudo,
efetiva avaliação participativa, por meio da construção
coletiva de instrumentos, contribuindo para a criação
de cultura avaliativa nessas instituições.
ENTRE A INTENÇÃO E O ATO: UMA ANÁLISE DA
POLÍTICA DE CONTRATUALIZAÇÃO DOS HOSPITAIS DE ENSINO (2004 – 2010).
Chioro dos Reis, A.A. (1); Cecílio, L.C.O (2); Cuginotti,
A. (2); Meneses, C.S. (2); Abou Jamra, C.C. (2); Araújo,
E. (2); Andreazza, R. (2);
Instituição: 1 - Unifesp - Linha de Pesquisa Planejamento e Gestão em Saúde; 2 - Unifesp;
Saúde Soc. São Paulo, v.20, supl.1, 2011 60
Introdução: o Programa de Reestruturação dos Hos­
pi­tais de Ensino (HE), implantado em 2004 para
enfrentar a crise do setor, estabelece novos modos
de financiamento, gestão e articulação dos HE com
o gestor local do SUS, mediante contrato de gestão.
Objetivos: analisar possíveis mudanças decorrentes
dessa política nos HE, o posicionamento dos diferentes
atores e dificuldades na sua implementação. Metodologia: o estudo qualitativo, financiado pela FAPESP, foi
realizado em 4 HE selecionados por sorteio. Foram entrevistados 32 dirigentes hospitalares, gestores do SUS
e dos ministérios responsáveis pela contratualização.
A análise foi desenvolvida a partir de categorias empíricas-espelho e categorias-novidade, em três planos
analíticos distintos. Resultados O avanço mais visível
foi a mudança no perfil de financiamento. Não houve
qualificação considerável da gestão e da assistência.
Diretrizes para ensino, educação permanente, pesquisa
e incorporação tecnológica foram finalidades “esquecidas”. Num segundo plano, da análise das apostas
implícitas da política, observou-se que a expectativa de
indução de uma nova racionalidade gerencial a partir
de uma política governamental, ao subestimar a complexidade da micropolítica dos HE, não se concretizou.
Os arranjos de participação idealizados, inspirados
em autores que enfatizam a “constituição de sujeitos
coletivos”, encontram dificuldades em sua operacionalização. No terceiro plano, a partir do conceito de razão
na modernidade, buscou-se inteligibilidade para o que
tem sido denominado de racionalização crescente das
práticas médico-hospitalares, um ideal de funcionamento de hospitais “científicos”, eficientes, previsíveis
e, parametrizados pelo mercado e seus critérios de
competição e sobrevivência. Conclusão: As mudanças
não ocorreram no sentido originalmente pensado.
Assumiram diferentes configurações conforme os contextos e a micropolítica local, o que pode ser atribuído
também aos diferentes protagonismos dos gestores
do SUS. Trata-se de um modelo de gestão com forte
intenção de inovação, mas que padece de um déficit de
teoria para a compreensão do ‘micro’, em particular por
estar preso ao paradigma estrutural-funcionalista. A
racionalidade instrumental e normativa presente em
propostas como esta, embora sedutoras e apresentadas como panacéia para os males das organizações de
saúde e do SUS, apresentam limites concretos, mesmo
quando induzidas pelo financiamento.
Anais XII Congresso Paulista de Saúde Pública
ESTIMATIVA DE DESVALORIZAÇÃO PROCEDIMENTOS SUS (INTERNAÇÕES DE CLÍNICA MÉDICA E
PEDIÁTRICA E PROCEDIMENTOS DE PEQUENAS
CIRURGIAS)
MELO, M A (1); ALBIERI, FLAVIUS A O (2);
Instituição: 1 - SMS - DIADEMA / FSP-USP; 2 - SMS DIADEMA;
Introdução: Considerando o arcabouço legal que forma
o cenário de estruturação do SUS (Sistema Único de
Saúde), a conformação da Tabela de Procedimentos,
Medicamentos, Órteses, Próteses e Materiais Especiais
(OPM), e os instrumentos legais que amparam o funcionamento da Agência Nacional de Saúde Suplementar
(ANS) como órgão responsável pelo ressarcimento
dos atendimentos prestados dos beneficiários de planos privados de assistência à saúde por instituições
públicas ou privadas integrantes do SUS, e dada a
necessidade de promover o desenvolvimento, aperfeiçoamento e atualização do SUS, elaborou-se análise
que tece estimativa de desvalorização dos preços de
procedimentos SUS (internações de clínica médica e
pediátrica e procedimentos relacionados a pequenas
cirurgias) em relação aos preços de mercado comumente praticados.
Objetivo: Elaborar estimativa de desvalorização dos
procedimentos SUS elencados (cirurgias simples e
internações de clínica médica e pediátrica) e paralelamente contribuir para o desenvolvimento das estratégias de gestão e planejamento do SUS.
Método: Como base de análise o estudo utilizou valores
praticados pelo mercado segundo pesquisas e órgãos
de saúde (Tabela TUNEP/ANVISA e Boletim PROAHSA/
HC-USP e valores dos SUS (DATASUS) tecendo análise
para procedimentos de cirurgias simples e valores de
internações de Clínica Média e Pediátrica.
Resultados No que se refere aos Procedimentos de
Pequenas Cirurgias a comparação entre o valor dos
procedimentos SUS e os preços da TUNEP observou
desvalorização média total de aproximadamente 52%.
A maioria dos procedimentos elencados encontra-se
acima dos 50% de desvalorização, dos 58 procedimentos 65,5% encontram-se acima dos 50% de desvalorização e apenas 34,5% abaixo desta linha. Já no que se
refere aos procedimentos de Internações de Clínica
Médica e Pediatria observou-se uma desvalorização
média de 45,5%
Conclusão: O SUS hoje, no que se refere ao escopo de
Saúde Soc. São Paulo, v.20, supl.1, 2011 61
procedimentos analisados, funciona com uma desvalorização média de aproximadamente 50% na comparação com os preços de mercado. Desvalorização esta
que contribui para o atual cenário de estrangulamento
da gestão municipal dos gastos públicos em saúde
dado que opera com receitas desatualizadas e custos
paritários aos de mercado.
com as relações hierárquicas com o departamento, com
a incorporação da lógica do planejamento – apenas
duas tinham plano de ação e com a manutenção das
unidades). Tais categorias parecem remeter a um tema
central, qual seja o da definição de níveis de autonomização crescente no âmbito da gerência de unidades
do nível local.
ESTUDO DE CASO: A INTRODUÇÃO DA GERÊNCIA ESTUDO DE SATISFAÇÃO DOS USUÁRIOS DE SERFORMAL EM UNIDADES DE PRONTO ATENDIMEN- VIÇOS DE SAÚDE EM UMA REGIONAL DE SAÚDE
TO EM SÃO BERNARDO DO CAMPO (SBC) – SP
GOMES, L.T.S. (1); GRACIANO, M.M.C. (2); NOGUEIRivorêdo, CRSF de (1); Nascimento, CAL (2); Sales, V (2);
Instituição: 1 - FCM - UNICAMP; DAHUE - SMS - SBC
- Sp; 2 - DAHUE - SMS - SBC;
O SUS – SBC passa por uma experiência radical no seu
desenvolvimento. Iniciativas atestam este caminho.
Mudanças no Modelo de Atenção e Gestão, no quadro
funcional, na organização, na cobertura dos serviços,
nas relações com o Controle Social e os trabalhadores,
etc. A Atenção pré-hospitalar fixa merece destaque.
A organização do sistema municipal neste âmbito
optou por um projeto de substituição da rede de PAs
tradicionais por UPAs-24 horas. Neste cenário emerge
a necessidade de compor um conjunto gerencial que
pudesse dar conta da operação dessas unidades. Neste
escopo surge a questão desta investigação: como se desenvolve a capacidade gerencial nessas unidades? Com
esta questão disparadora planejou-se empreender uma
pesquisa qualitativa na qual se pretende dar voz aos
gerentes. Aqui se pretende relatar o primeiro contato
com estes gerentes e revelar categorias consideradas
relevantes nas cinco primeiras entrevistas, de um total
pretendido de dez. Cinco entrevistas semi-estruturadas
foram realizadas com gerentes (três de UPAs e duas
de PAs). Todos enfermeiros. O roteiro abordou quatro
temas: unidades produtivas, gestão de pessoas, processo de trabalho e as relações com o Departamento
responsável pela atenção pré-hospitalar fixa. A técnica
de análise foi a de conteúdo, em sua variante temática.
Após leitura flutuante dos dados emergiram seis categorias: a organização informal (expressão da criatividade gerencial), a agregação da equipe (demonstração
da incorporação da estratégia da gestão participativa),
a centralidade do trabalho médico (com dificuldades de
adesão ao projeto), a autonomia gerencial com apoio
do departamento (autonomia relativa) e um núcleo
de tensões evidente (com o profissional médico, com
alguns funcionários com relações político-partidárias,
Anais XII Congresso Paulista de Saúde Pública
RA, D.A. (1);
Instituição: 1 - UNIFAL; 2 - UNIFENAS;
Introdução: A acessibilidade aos serviços de saúde
não se restringe ao fato de se buscar e receber atenção
médica, mas à adequação da prestação de serviços às
necessidades da população. Para avaliá-la, é preciso
tomar em conta tanto o modo de organização dos recursos de assistência à saúde, quanto às necessidades
percebidas pelos usuários. OBJETIVO: Avaliar o grau de
satisfação de usuários de serviços de saúde, fazendo-se
comparação entre pacientes de classes sociais distintas. METODOLOGIA: Estudo de inquérito realizado
em amostra aleatória de 2.500 domicílios em uma
Regional de Saúde. Análise comparativa por meio de
ANOVA e teste de Tukey para comparação de médias.
RESULATADOS: Ao se tomar em conta escolaridade,
quartis de densidades no domicílio, renda mensal familiar ou sistema de saúde utilizado (SUS ou SSAM)
o coeficiente de correlação mostrou-se significativo.
Ao se comparar notas, de 0 a 10, dadas para obtenção
de remédios, realização de exames complementares,
agendamento de consultas especializadas e internações, apenas nesta última questão não houve diferença
significativa em todos os casos. Em geral, as médias
das usuárias do SSAM são superiores aos do SUS, assim
como as de melhores condições socioeconômicas. Notas naqueles quesitos foram respectivamente: 7.4 e 6.4
(P=0.044), 7.8 e 6.0 (P=0.000), 7.4 e 5.1 (P=0.000), 8.7 e
7.9 (P=0.063), no primeiro caso; e 7.1 e 5.5 (P=0.030), 6.8
e 5.5 (P=0.001), 6.1 e 4.4 (P=0.000), 8.0 e 8.1 (P=0.944),
no segundo caso. Ao se utilizar o parâmetro escolaridade, apenas a nota média da obtenção de remédios
apresentou diferença significativa: 7.8 (analfabeta) e
6.1 (4 anos ou mais de estudo). Conclusão: Assim, há
eqüidade em saúde no acesso à atenção terciária na
regional estudada, mas não na atenção secundária, à
distribuição de medicamentos ou realização de exaSaúde Soc. São Paulo, v.20, supl.1, 2011 62
mes complementares. Por outro lado, quanto menor
a escolaridade, menor também se torna a avaliação
crítica do sistema.
EVOLUÇÃO DE INDICADORES SOCIODEMOGRÁFICOS E DE SAÚDE NO ESTADO DE SÃO PAULO,
1998 A 2009.
Venancio, S.I. (1); Rosa, T.E.C. (1); Saldiva, S.R.D.M.
(1); Kalckmann, A.S. (1); Bastos, S.H. (1); Figueiredo,
R. M. (1); Almeida, H. (1); Sanches, M.T.C. (1); Bersusa,
A.A.S. (1); Tomazevic, M. (1); Martins, P.N. (1); Morais,
M.L.S. (1); Trindade, M.A.B. (1);
Instituição: 1 - INSTITUTO DE SAÚDE;
Introdução: Supõe-se a relevância da realização de pesquisas que avaliem em que medida a Estratégia Saúde
da Família está associada a mudanças na situação de
saúde da população. Objetivo: O projeto Efetividade da
Estratégia Saúde da Família no âmbito do SUS-SP (Edital
FAPESP/PPSUS-2009) pretende avaliar o impacto da
ESF sobre indicadores de saúde no Estado de São Paulo.
Neste trabalho (primeira etapa do projeto), analisou-se
a evolução da ESF e o comportamento de indicadores
sociodemográficos e de saúde, que comporão os diferentes modelos empíricos, nos 645 municípios paulistas
no período de 1998 a 2009. Métodos: Estudo ecológico
e longitudinal, no qual a influência da cobertura da
ESF será analisada mediante análises de regressão
linear múltipla para painel de dados. Os desfechos do
estudo foram agrupados por linhas de cuidado: Saúde
da Mulher, da Criança, do Adulto, Bucal, Mental e Hanseníase. A variável independente principal é a cobertura
da ESF e as co-variáveis são do contexto demográfico,
socioeconômico e do sistema de saúde. Neste momento
as informações foram organizadas para obtenção de séries históricas dos indicadores: cobertura da ESF; IPRS;
taxa de natalidade; índice de envelhecimento; razão de
sexos; consultas básicas e especializadas por habitante;
cobertura de CAPS; taxa de cesárea; taxa de internações
por laqueadura; saúde suplementar; mortalidade infantil; internações por AVC e DM, mortalidade materna,
mortalidade por câncer de colo, partos em adolescentes;
abortos induzidos; razão entre procedimentos de dentística básica e cirúrgica; coeficientes de internação e
mortalidade por lesões autoprovocadas; percentual de
cura e taxa de detecção de hanseníase. Resultados Houve
aumento da cobertura da ESF no período. Verificou-se
melhora nas condições socioeconômicas e, paralela-
Anais XII Congresso Paulista de Saúde Pública
mente, mudanças no perfil da população (diminuição
da taxa de natalidade, aumento do índice de envelhecimento e redução da razão de sexos). Houve ampliação
de consultas básicas e especializadas, da oferta de leitos
de alta complexidade e da cobertura de CAPS. Verificouse evolução favorável de vários desfechos, entre eles:
mortalidade infantil, mortalidade por AVC, mortalidade
materna, mortalidade por câncer de colo, proporção de
partos em adolescentes, taxa de abortos induzidos e mortalidade por lesões autoprovocadas. Conclusão: Apesar
da evolução favorável, alguns dados são preocupantes,
pois refletem que a população continua sofrendo de
vários agravos evitáveis.
FEBRE MACULOSA NA REGIÃO DO GRANDE ABC
DE 1998 A 2010.
Neves, M. A. T. (1); Guerschman, T. M. (1); Sakata, M.
U (1);
Instituição: 1 - GVE VII / CVE / CCD / Secretaria de
Saúde de São Paulo;
Introdução: No Brasil, a maioria dos casos de febre
maculosa se concentra na Região Sudeste. Essa maior
incidência coincide com a presença do principal vetor
e reservatório — o carrapato estrela — Amblyomma
cajennense. O Estado de São Paulo responde por 45,1%
de todos os casos notificados no país (1997 a 2009). No
país, houve aumento expressivo do número de casos até
o ano de 2005, com 172 casos notificados. Atualmente,
esse número vem caindo, com 55 casos em todo o país
em 2009, sem uma explicação razoável para essa queda. A taxa de letalidade entre 1989 e 2008, no Brasil,
a taxa foi de 25,2% e na Região Sudeste de 31,4%. No
Estado de São Paulo a taxa de letalidade foi de 34%
entre os anos de 1985 e 2009. Estas altas taxas se devem às dificuldades em se fazer o diagnóstico precoce
e estabelecer a terapia apropriada.
Objetivo: Material e Método: Análise das fichas de
notificação existentes no GVE 7 utilizando o SINAN
Windows (2000 / 2007) e SINAN net (2007 / 2010), e
planilhas para 1998/99.
Resultados Analisadas as fichas de notificação de 471
suspeitas de febre maculosa. Houve 58 confirmações
e 24 óbitos (taxa de letalidade de 41,38%). O primeiro
caso confirmado, em 1998, pertencia ao município de
Diadema. A partir do ano 2003 as notificações começaram a aumentar sendo o maior número no ano 2005
com 9 casos confirmados.
Saúde Soc. São Paulo, v.20, supl.1, 2011 63
O município com maior número de casos é São Bernardo do Campo com 23, seguido de Santo André (19),
Diadema (9), Mauá (4) e Ribeirão Pires (2). A maior taxa
de letalidade é de São Bernardo do Campo, seguido de
Ribeirão Pires, Santo André, Diadema e Mauá. A faixa
etária mais atingida foi entre 15 e 20 anos (15 casos)
seguida da faixa etária 5 a 9 anos (14 casos). A maior
letalidade foi de 10 a 14 anos (50%,). A maioria dos casos confirmados era residente em bairros adjacentes
às áreas de proteção de manancial. O comportamento
da FMB vem correspondendo ao apresentado na literatura, porém com o cão doméstico como hospedeiro.
Atualmente a região encontra-se, ainda, como área
de existência de febre maculosa. Até junho de 2011 já
foram notificados 26 casos com 2 confirmações o que
leva a crer que esta doença poderá se tornar endêmica
na região. Isto tem levado à procura de novas formas e
inserção na comunidade afetada buscando uma efetiva
parceria no combate à doença.
GESTÃO PARTICIPATIVA NO PROCESSO DE TRABALHO EM SAÚDE
Santos Junior, D.P. (1); Narvai, P.C. (1);
Instituição: 1 - FSP-USP;
Introdução: Sob o espírito democratizante, presente no
Movimento da Reforma Sanitária, o SUS foi concebido
para contemplar a participação da comunidade de forma integrada entre políticos, gestores, trabalhadores
e usuários. Preconiza-se a construção coletiva das
decisões, possibilitando maior envolvimento e desalienação na produção do cuidado em saúde. Objetivo: Identificar as características de um processo participativo
na produção do cuidado em saúde. Método: Parte-se
de uma pesquisa qualitativa que investigou a gestão
participativa em São Bernardo do Campo, SP, entre
2009-11. Para coleta de dados, utilizou-se a observação
de eventos relacionados ao tema e a análise de documentos produzidos no âmbito da gestão e do controle
social. Na análise, confrontaram-se as informações
coletadas com base nas categorias: acesso e uso dos
espaços de controle social; diálogos construídos entre
os atores; estratégias inovadoras para mobilização
da comunidade. Resultados A produção de políticas
e ações de saúde no município apresentou diversos
momentos de elaboração, sendo a maioria resultante
de deliberação coletiva. Quatro dimensões podem ser
identificadas: 1) política – ações governamentais e
intersetoriais e captação de recursos financeiros; 2)
Anais XII Congresso Paulista de Saúde Pública
gestão – monitoramento e construção de estratégias
para enfrentamento das questões sanitárias; 3) assistência – inserida no cotidiano da atenção à saúde,
principalmente consultas e procedimentos; 4) popular
– que envolve mobilização das comunidades em favor
da defesa do SUS, ou reivindicação por melhorias
pontuais no cotidiano dos serviços. Encontraram-se
dois focos principais de desenvolvimento de gestão
colegiada, um inserido no processo de trabalho dos
serviços (reuniões gerais e de equipe) e outro no âmbito
político (colegiado de gestão). Existem ainda outros
espaços permanentes de trabalho coletivo que reúnem
os gerentes dos serviços e os coordenadores das áreas
técnicas. Conclusões: A cogestão, neste caso estudado, remete à capacidade de integração entre todos os
espaços onde o cuidado em saúde resulte da atuação
dos atores inseridos nos diversos níveis do sistema
de saúde. Pouco do que se discute pelos trabalhadores
envolvidos na assistência chega ao conhecimento dos
responsáveis pela formulação das políticas, fazendo
com que as decisões sejam implementadas de forma
verticalizada, desconsiderando muito do conhecimento
produzido pelo cotidiano.
IMPACTO DA MORBI-MORTALIDADE E GASTOS
COM SUICÍDIO NO BRASIL DE 1998 A 2007
Santos, À.S. (1); Silveira, R.E. (2); Ferreira, L. A. (1);
Instituição: 1 - UFTM; 2 - IAMSPE;
Introdução: O auto-extermínio ou suicídio, pode ser
considerado atual e relevante problema de saúde pública, que em escala mundial, até o ano 2000, estimava-se
cerca de um milhão de pessoas tendo cometido suicídio,
o que representa uma morte a cada 40 segundos e 1,4%
dos gastos globais em saúde.
Objetivo: A presente investigação objetiva descrever
as características e os gastos com óbitos e internações
por Suicídio na rede do Sistema Único de Saúde (SUS)
no Brasil.
Materiais e Métodos: Trata-se de um estudo descritivo,
de recorte transversal, utilizando dados do Sistema de
Informações Hospitalares da Rede SUS, disponíveis na
base de dados DATASUS no período de 1998 a 2007.
Resultados Verificaram-se 77.648 óbitos e 102.031 hospitalizações, além de gastos acima dos R$ 35 milhões.
O sexo masculino prevaleceu na mortalidade (79,25%),
morbidade (61,42%) e custos (cerca de R$ 22 mi). Predominaram a faixa etária entre 20 a 49 anos (64,00%
/ 62,70%), e a Região Sudeste (37,90% / 57,40%); para
Saúde Soc. São Paulo, v.20, supl.1, 2011 64
mortalidade e morbidade, respectivamente. O coeficiente de mortalidade foi maior entre idosos, chegando
a 8,69 óbitos/100 mil hab., e valor médio de internação
R$ 632,29, face à maior prevalência de hospitalizações
entre 30 e 39 anos (9,87/100 mil hab.). Brancos, solteiros, com até 7 anos de estudo, morreram mais. Quanto
às causas, identificou-se maioria dos óbitos por Enforcamentos (51,40%) e de internações por Intoxicações
Exógenas (69,00%); aquelas que mais oneram o SUS
envolvem Queimaduras, ultrapassando R$ 1600,00
por internação.
Conclusões: Este estudo revela a necessidade de que
se aprofunde pesquisas no tocante a mortalidade e
morbidade masculina de usuários do SUS em relação
ao suicídio. É importante assim que ampliando-se o
desenvolvimento de estratégias para prevenção e adequação dos serviços de saúde, diminuindo o impacto
do suicídio no Brasil.
Palavras-Chave: Suicídio, Mortalidade, Morbidade,
Gastos em Saúde
INOVAÇÃO TECNOLÓGICA E DIREITO NA SOCIEDADE DA INFORMAÇÃO: ACESSO JUDICIAL A
MEDICAMENTOS
Pavani. M. (1);
Instituição: 1 - Faculdades Metropolitanas Unidas;
A pesquisa envolve as ações judiciais de medicamentos
que resultam da persistência dos problemas do SÚS.
Chamado de judicialização da saúde.A intervenção do
Poder Judiciário na questão compromete a organização
do SÚS.No momento o assunto é candente na comunidade jurídica, o SUS vem se organizando para fornecer
medicamentos essenciais à população.O trabalho
compreenderá a efetividade da política pública de medicamentos a aplicação do princípio da equidade.OBJETIVOS Analisar os pedidos de medicamentos presentes
nas demandas judiciais da comarca de Mogi Guaçu no
período de 01/2009 a 12/2009;examinar os medicamentos solicitados;investigar a % de medicamentos e
patologia a ser tratada com a medicação prescrita, % de
medicamentos prescritos em listas de financiamento
público,listas do SUS;proporção de liminar deferida
pelo juiz;a origem da prescrição dos pacientes;a percentagem de ações nas quais atuam advogados dativos
e advogados particulares;demonstrar a decisão judicial
é compatível com o princípio da equidade METODOLOGIA Estudo com base em pesquisa documental
nos dados extraídos de processos judiciais movida
Anais XII Congresso Paulista de Saúde Pública
pelo cidadão para pedido de medicamentos contra o
município Mogi Guaçu.O universo das ações movidas
de janeiro a dezembro de 2009 que envolveu a reivindicação de medicamentos – 115 ações.Variáveis pesquisadas foram:nome,sexo,endereço,nº PA,nº PJ,demanda
judicial,idade,ocupação,origem prescrição,tipo representação jurídica, medicamento solicitado, doença relatada, origem receita.Variáveis foram:registro ANVISA
do medicamento;coincidência da prescrição médica
com utilização medicamento;verificação de evidências científicas,origem da receita,local de residência
do paciente;classificação das patologias,pacientes
com mais de um diagnóstico;pacientes com pedido
de mais de um medicamento;representação jurídica privada/estatal.Analise da quebra do princípio
da equidade, origem da receita médica,área de
residência,vulnerabilidade social e tipo de medicamento mais solicitado em cada classe.Dados referentes
aos endereços de residência foram classificados em
6 classes sociais,recorrendo-se ao IPVS.Os processos
analisados envolviam 115 pacientes.Análise dos dados
serão utilizadas estatísticas descritivas para a caracterização das ações segundo os aspectos referidos.Os
programas statistical package for social sciences e
Excel 2007 foi utilizados para o processamento, possibilitando a análise dos dados,tabulação e montagem
dos gráficos e tabelas da pesquisa.
INOVAÇÃO TECNOLÓGICA NA INDÚSTRIA FARMACÊUTICA: O CASO DA FUNDAÇÃO PARA O
REMÉDIO POPULAR DE SÃO PAULO – FURP
FILGUEIRAS, F. C. R. (1); BOUSQUAT, A. (1);
Instituição: 1 - Universidade Católica de Santos;
O setor saúde apresenta especificidades importantes
no âmbito do sistema nacional de inovação com um
elevado dinamismo em taxa de crescimento e competitividade. A principal indústria economicamente é a
farmacêutica e o lançamento de novos produtos constitui o elemento central na competição no setor. Uma
das peculiaridades da indústria nacional é a existência
de um sistema oficial de produção de medicamentos,
que têm um importante papel no desenvolvimento
tecnológico nacional. O debate sobre sua importância
adquiriu visibilidade pela necessidade de incorporação
tecnológica para a produção de medicamentos antirretrovirais, necessários à implementação da política do
programa de AIDS. Inserida neste contexto está a Fundação para o Remédio Popular de São Paulo (FURP) que
Saúde Soc. São Paulo, v.20, supl.1, 2011 65
produz antirretrovirais e é um importante laboratório
do sistema oficial de São Paulo. Objetivo: identificar
o processo de incorporação da pesquisa e desenvolvimento tecnológico na produção farmacêutica da FURP.
Metodologia: estudo de caso com coleta de dados primários e secundários, análise documental e entrevistas
semi-estruturadas. O marco teórico de referência é
baseado no tripé “política, inovação tecnológica e desenvolvimento”. Resultados Através do estudo de caso
da FURP observou-se dificuldade da capacidade de inovação deste setor, notadamente relacionada à produção
de insumos farmacêuticos ativos, num cenário onde
predomina uma enorme dependência de importações,
principalmente de países como Índia e China. O governo desempenha um papel preponderante na área da
saúde estabelecendo estratégias de desenvolvimento
industrial relacionadas ao poder de compra do Estado,
às negociações tecnológicas de repasse de tecnologia e
à utilização de mecanismos regulatórios para atender
ao interesse público. Esse papel do governo permitiu
a inserção da produção dos medicamentos antirretrovirais na FURP, apesar de importar os insumos
farmacêuticos ativos. Esses medicamentos possuem
alto valor agregado, contribuindo positivamente no seu
desempenho financeiro. Conclui-se que há a necessidade da proposição de uma estratégia ativa e imediata de
desenvolvimento e produção de insumos farmacêuticos
ativos e medicamentos, a qual poderá estruturar um
Complexo Industrial da Saúde no Brasil com alto potencial de competitividade. O estabelecimento de políticas
nacionais no setor poderá reduzir a vulnerabilidade, a
dependência brasileira externa e promover o reforço
do sistema de inovação em saúde.
INSTRUMENTOS DE AVALIAÇÃO DE SERVIÇOS
COMO FORMA DE CONHECER E DEBATER O PROCESSO DO CUIDADO EM SAÚDE
Magnabosco-Martins, C.R. (1); Cecílio, L.C.O. (2);
Valente, T.Z. (3); Arabori, K. (4);
Instituição: 1 - UNICENTRO/UNIFESP; 2 - UNIFESP;
3 - UFSC; 4 - PSE - Batayporã - MS;
Articulando os conceitos da descentralização do
SUS, do campo da Saúde Coletiva e da Psicologia do
Trabalho, discute-se um processo avaliativo realizado
no ano de 2010 como parte das atividades do estágio
profissional de psicologia do trabalho em um Consórcio
Intermunicipal de Saúde (CIS) no estado do Paraná,
Anais XII Congresso Paulista de Saúde Pública
composto por 8 municípios. Mostra-se que essa estratégia de atuação reflete questões dos serviços, processos e instrumentos avaliados, mas também como os
respondentes pensam o processo de cuidar, a relação
entre os serviços, os usuários e o cotidiano laboral da
saúde. Foram analisados 16 questionários respondidos
por 5 secretários de saúde e 11 marcadores de consulta
dos municípios, organizados em perguntas abertas e
fechadas sobre o processo de marcação de consultas de
especialidades médicas e exames, formas e qualidade
de comunicação e interação com os trabalhadores e gestores do CIS, efetivação das necessidades específicas
de cada população, avaliação do desenvolvimento das
atividades, dos programas do consórcio e do impacto no
município, e as ações que atribuem a si para a melhoria
daquilo que avaliaram. Mesmo com ampla divulgação e
acompanhamento do andamento da avaliação, houve o
retorno de 16 dos 23 questionários, muitos com respostas apenas das perguntas fechadas ou ausência delas,
apresentando pouca implicação em que eram solicitados a falar de sua atuação diante do que considerara
deficitário. Dedicou-se ao próprio CIS a resolução das
dificuldades apontadas como a necessidade do aumento de vagas para consultas e exames, contratação
de mais médicos e de outras especialidades, melhoria
no sistema, em erros nas comunicações e, sobretudo,
no atendimento, faltas e atrasos dos médicos. O CIS
foi considerado essencial por realizar atendimentos
inviáveis aos municípios e secundariamente pelos
programas nele existentes. Parece haver pouca clareza
do papel dos respondentes no processo de cuidar, na
constituição dos serviços e no modo de realizar o trabalho, dedicando a um outro as decisões e melhorias.
È necessário criar estratégias de avaliação contínuas
e espaços para debates, implicando os municípios na
discussão de como pode ocorrer a participação coletiva em processo e assim se delinear que processo de
cuidado se quer construir nessa região e o(s) papel(is)
de cada ator, exercendo o cuidado em seu trabalho e
gestão de forma mais consciente e implicada.
ISOLAMENTO DE BORDETELLA PERTUSSIS: FATORES QUE PODEM INTERFERIR NA POSITIVIDADE
Lima, Maricélia Maia (1); Cerqueira, Milena Lima (2);
Mendes, Waldenize Maria Lima (3);
Instituição: 1 - SMS-Feira de Santana-Ba.; 2 - Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS); 3 Secretaria de Saúde de Feira de Santana;
Saúde Soc. São Paulo, v.20, supl.1, 2011 66
Introdução: A coqueluche é uma doença infecciosa
causada pela bactéria Bordetella pertussis. A perda
da imunidade adquirida por meio da vacina, mudanças genéticas da bactéria e aumento do número de
portadores assintomáticos, são hipóteses que podem
explicar a reemergência da coqueluche. Para o Ministério da Saúde (MS), o diagnóstico específico realizado
mediante o isolamento da B. pertussis por meio da
cultura de material colhido de nasorofaringe, com
técnica adequada é considerada como “padrão-ouro”
para o diagnóstico laboratorial. A coleta da nasofaringe
deve ser realizada antes do início da antibioticoterapia
ou, no máximo, até três dias após seu início. O isolamento de B. pertussis é mais freqüente na primeira
semana da doença, (fase catarral), momento em que
pode-se atingir uma taxa de isolamento em cerca de
80% dos casos. OBJETIVO: Relacionar o isolamento
da B. pertussis, com o período da doença e o tempo de
uso prévio de antibióticos, dos casos confirmados de
coqueluche notificados à Vigilância Epidemiológica
de Feira de Santana-BA no primeiro semestre de 2011.
Método: Trata-se de um estudo epidemiológico descritivo e de corte transversal, através de dados secundários
do Sistema de Informação de Notificação de Agravos,
análise das fichas individuais de investigação e dos
resultados das culturas realizadas pelo Laboratório
Central de Referência da Bahia para identificação dos
casos positivos. Os dados foram lançados em planilhas do Excel For Windows- 2007 e apresentados em
forma de tabelas e gráficos. Resultados Até a semana
epidemiológica 31/2011, a vigilância epidemiológica,
confirmou 52 casos, sendo 7 pelo critério laboratorial.
Relacionando o isolamento da B. pertussis, ao início
dos sintomas, as taxas de positividade foram respectivamente 02 casos na 1ª semana, 02 na 2ª, e 03 na
3ª, não sendo isolado nenhum caso positivo após a 3ª
semana. Quanto ao uso prévio de antibióticos dos casos
positivos se percebe que todos fizeram uso no máximo
2 dias antes da coleta. Conclusão: Apenas 13,5% dos
casos foram confirmados através do isolamento da B.
pertussis, os quais se referem àqueles cuja coleta não
passou da 3ª semana após o início dos sintomas bem
como o uso de antibiótico foi realizado adequadamente
como preconiza o MS. Logo, fatores como coleta tardia
de amostras de nasofaringe, uso prévio de antibiótico,
possíveis falhas na coleta, armazenamento e envio
do material para o laboratório podem influenciar na
positividade das amostras.
Anais XII Congresso Paulista de Saúde Pública
ÍNDICE DE VALORIZAÇÃO DA GESTÃO EM SAÚDE
– INSTRUMENTO DE ALOCAÇÃO DE RECURSOS
FEDERAIS SUS
Mendes, A.N. (1); Leite, M.G. (2); Marques, R. (2);
Instituição: 1 - FSP-USP; 2 - PUC-SP;
Objetivos: Estabelecer uma metodologia de alocação
dos recursos do Ministério da Saúde, aos estados e
municípios brasileiros, que avalie o desempenho da
gestão, conforme o cumprimento das metas sanitárias
estabelecidas no Pacto pela Saúde do SUS.
Metodologia: Os recursos a serem distribuídos em
termos de aprimoramento da capacidade de gestão
seguem a criação do Índice de Valorização da Gestão
(IVG), que corresponde a um repasse financeiro único,
anual e distribuído aos estados e municípios, proporcional ao seu desempenho. A aplicação do IVG consiste
na composição de dois Índices, tomando como base
informações de 2010. O IVG-Gestão abrange os indicadores relacionados à: planejamento, regionalização das
ações e responsabilidades gerais na gestão do SUS, tais
como cobertura vacinal em menor de 1 ano; proporção
de óbitos não fetais; doenças notificação compulsória,
etc. O IVG-Vida inclui os indicadores de processo e
resultados nas prioridades: atenção à saúde do idoso;
controle do câncer de colo de útero e de mama; redução da mortalidade infantil e materna; fortalecimento
da capacidade de respostas às doenças emergentes e
endemias (dengue, hanseníase, tuberculose, malária,
hepatite e Aids); promoção da saúde; fortalecimento da
atenção básica; saúde do trabalhador e saúde mental.
Para cada um desses Índices são utilizados indicadores
e definidos índices compostos que formam o IVG bruto.
Esses índices sofrem ajustes de acordo com a população de cada estado e município, em termos relativos.
A aplicação do IVG gera um valor per capita alocado a
cada estado e município.
Resultados Os estados e municípios das regiões Norte
e Nordeste do país são os que produziram melhores
esforços na gestão da saúde e são aqueles que, de
acordo com o IVG, devem receber os valores per capita
mais elevados. Além da finalização da elaboração da
metodologia e da triagem dos indicadores do Pacto,
ressalta-se que o maior desafio para a implementação
do IVG será a gestão dos recursos que premiarão os
melhores desempenhos.
Conclusões: Diante do desafio que está posto para os
gestores do SUS frente ao Pacto pela Saúde, e o fato
Saúde Soc. São Paulo, v.20, supl.1, 2011 67
de estados e municípios apresentarem diferentes
capacidades de gestão, justifica-se a implantação de
uma metodologia que, ao considerar esses dois aspectos, contemple todas as características apresentadas
e forneça um índice que garanta a transparência da
transferência dos recursos federais da saúde a esses
entes federados.
LEVANTAMENTO DA RELAÇÃO ENTRE GÊNERO
E TRABALHO E A INSTABILIDADE DO VÍNCULO
TRABALHISTA NO ÂMBITO DO SUS.
Souza, M.M.T. (1); Itaboarahy, R.S. (1); Catelli, M.F. (1);
Pereira, C.J.A. (2); Paiva, F.G. (3); Brum, V.A.S. (4);
Instituição: 1 - USS - Universidade Severino Sombra;
2 - Bolsista/BIBIC - USS - Universidade Severino
Sombra; 3 - Bolsista/PIBIC - USS - Universidade Severino Sombra; 4 - Acadêmica de Enfermagem - USS
- Universidade Severino Sombra;
O avanço do SUS tem refletido na melhora substancial
dos indicadores gerais de saúde. Para que alcance
melhoria da qualidade e da equidade em suas ações é
necessário que o SUS inclua ações em Saúde do Trabalhador O presente estudo busca realizar um levantamento bibliográfico inicial, objetivando analisar os
elementos implicados no processo de precarização do
trabalho no PSF e sua relação com gênero e formação
da identidade social do enfermeiro. Orientando-nos
por uma dinâmica curricular integradora e prática
pedagógica, que leva-nos a considerar que a saúde do
trabalhador envolve muitas questões que influenciam
diretamente nas ações desempenhadas pelos trabalhadores, quando estes estão executanto sua atividade profissional. Este trabalho integra um projeto de pesquisa
maior intitulado: a relação entre gênero e trabalho e a
instabilidade do vínculo trabalhista das enfermeiras
do programa saúde da família (PSF), que apresenta-se
em fase revisão e adequação inicial. A Metodologia
que auxiliará a pesquisa é do tipo exploratória descritiva com abordagem qualitativa com trabalhadoras de
enfermagem que atuam em PSF no Estado do Rio de
Janeiro. Em respeito aos aspectos éticos da pesquisa, o
projeto foi submetido ao Comitê de Ética em Pesquisa,
atendendo ao preconizado pela resolução 196/96, do
Conselho Naconal de Saúde – MS, que regula as Normas de Pesquisa envolvendo Seres Humano. O estudo
apresenta-se em fase de busca bibliográfica parcial,
em relação ao levantamento inicial, como estratégia
metodológica para adequação do projeto, para auxiAnais XII Congresso Paulista de Saúde Pública
liar a fase de elaboração, balizamento e testagem dos
instrumentos. Devendo, portanto, ser analisados em
conjunto com os demais resultados da pesquisa a serem
oportunamente apresentados em seu relatório final.
Em síntese, a intensificação laboral é traço característico da atual fase do capitalismo e a insegurança gerada
pelo medo do desemprego faz com que as pessoas se
submetam a regimes e contratos de trabalho precários,
percebendo baixos salários e arriscando sua vida e sua
saúde em ambientes insalubres, de alto risco.
Palavras-chave: Enfermagem; Trabalho; Gênero; PSF.
NECESSIDADE DE MEDICAMENTOS NA ATENÇÃO
BÁSICA: UM ESTUDO DE GASTOS
Moleiro, P. F. (1); Maeda, S. T. (1);
Instituição: 1 - Escola de Enfermagem da Universidade de São Paulo;
Introdução: acesso aos medicamentos na atenção
básica adveio da Política Nacional de Assistência
Farmacêutica. Objetivos: a) apropriar e sistematizar
o volume e os gastos de medicamentos dispensados
por unidades básicas de saúde b) estabelecer relação
com eventos vitais e morbidades prevalentes nas
áreas estudadas. Metodologia: o Centro Universitário
da Adventista de São Paulo (UNASP) é o parceiro da
Secretaria Municipal de Saúde (SMS) da PMSP na
gestão da atenção básica. O estudo descreve gastos
de medicamentos em duas unidades de Saúde da
Família, localizadas em Capão Redondo. A unidade A
dispõe de seis equipes e uma de saúde bucal, cobrindo
5.771 famílias. A unidade B dispõe de três equipes que
atendem 3.756 famílias. Utilizou-se como fonte de
dados documentos administrativos onde constavam
a quantidade e os gastos mensais com medicamentos
no período de janeiro a dezembro de 2009. Utilizou-se
um instrumento específico para a coleta e os dados
foram sistematizados por classe de medicamentos.
Na apuração de indicadores adotou-se a relação: no
numerador os recursos aplicados em medicamentos
de consumo e gastos, desdobrados por mês e ano; no
denominador, o número de famílias. Os dados de morbidade de 2009 captaram-se do Sistema de Informação
da Atenção Básica. Resultados em unidade A foram
adquiridos 2.769.418 unidades, representando um
valor de R$138.451,17/ano, R$11.537,59/mês, R$23,99/
ano/família e R$2,00/mês/família, para 5.771 famílias.
A classe de antiinflamatórios esteroidais representou
o maior consumo: R$18.283,09 e 15.843 unidades,
Saúde Soc. São Paulo, v.20, supl.1, 2011 68
seguido pelos hormônios: R$18.208,74 e 30.156 unidades. Na unidade B, para 3.756 famílias, adquiriu-se
1.289.114 unidades, correspondendo a R$71.575,75/
ano, R$5.864,64/mês, R$19,06/ano/família e R$1,59/
mês/família e o maior consumo foi a de hipoglicemiantes: R$10.652,18 e 148.622 unidades, seguida pelos
anti-hipertensivos: R$7.522,52 e 399.450 unidades.
A elevação na demanda de antibióticos e analgésicos
em julho, setembro e dezembro, em ambas, apontaram
influência sazonal. Os anti-hipertensivos e hipoglicemiantes foram constantes no ano, em unidade A, em
razão de 591 portadores de diabetes e 2.223 hipertensas.
Já, em unidade B, não foi linear para 396 diabéticos e
1500 hipertensos. Considerações finais: os gastos de
medicamentos pressupõem controle e utilizados como
estratégia terapêutica. Ainda que preliminar, indicaram gastos reduzidos por unidades estudadas.
O AUXILIAR DE ENFERMAGEM NA ESTRATÉGIA
SAÚDE DA FAMÍLIA
França, Y. (1); Ogata, M.N. (1);
Instituição: 1 - UFSCar;
Introdução: Na Equipe de Saúde da Família, o auxiliar
de enfermagem é de essencial importância no desenvolvimento do cuidado em saúde, porém na prática
vemos que seu papel e participação na equipe ainda se
encontram pautados no modelo hegemônico e pouco
tem sido feito para motivar e direcionar a atuação
deste profissional para a integralidade do cuidado.
Objetivos: Analisar a percepção dos auxiliares de enfermagem na Equipe de Saúde da Família sobre suas
atividades e identificar facilidades e dificuldades no
desenvolvimento de suas práticas. Método: Trata-se
de um estudo descritivo exploratório de abordagem
qualitativa realizado nas USF de um município de
porte médio de SP com os auxiliares de enfermagem
que atuavam nestas unidades. As etapas constituíram
de aproximação dos cenários de pesquisa e realização
de entrevista semi-estruturadas. Os dados foram submetidos à técnica de análise categorial temática. Resultados Construíram-se quatro categorias: Atividades
profissionais pautadas no procedimento: os sujeitos
realizam basicamente atividades pautadas em procedimentos técnicos e de acolhimento. O modelo curativo e
imediatista é reforçado contrariando a missão do próprio SUS que é a de produção de cuidado integral e de
promoção à saúde. Formação de vínculo com paciente/
família como algo prazeroso:, os profissionais apontam
Anais XII Congresso Paulista de Saúde Pública
como principal facilidade no cotidiano do trabalho na
ESF a construção de vínculo entre trabalhador e usuário. Grande demanda como maior dificuldade: esta
situação gera insatisfação profissional, provoca uma
centralização na execução de procedimentos técnicos
desvinculando-os do cuidado integral e dificultando
a realização de atividades direcionadas à promoção
e prevenção à saúde. Número reduzido de capacitações/atualizações: apontada como outra dificuldade,
percebe-se na fala dos sujeitos a inexistência de uma
Política de Educação Permanente em Saúde (EPS) no
município. Conclusão: Em busca da mudança do modelo de atenção se faz necessário que este profissional se
instrumentalize das tecnologias de relações, centrando
as ações de saúde na lógica de produção de cuidado
que se traduz no trabalho orientado aos problemas, às
necessidades e à qualidade de vida do usuário. Para o
desenvolvimento destes aspectos, a transformação das
práticas do auxiliar de enfermagem tanto na formação
como no serviço é fundamental e aponta-se a EPS como
uma importante estratégia.
O CONHECIMENTO AUTO REFERIDO DOS ENFERMEIROS INSERIDOS NA ESTRATÉGIA SAÚDE DA
FAMÍLIA SOBRE O SISTEMA DE INFORMAÇÃO DA
ATENÇÃO BÁSICA E SUA UTILIZAÇÃO.
GALATI,P.M (1); FORSTER,A.C (2);
Instituição: 1 - SECRETARIA MUNICIPAL DE SAUDE
DE MONTE ALTO; 2 - FACULDADE DE MEDICINA
DE RIBEIRÃO PRETO DA UNIVERSIDADE DE SÃO
PAULO;
Na Estratégia Saúde da Família o enfermeiro vem desempenhando ações assistenciais e gerenciais, para
esta o SIAB é constituído como ferramenta no processo
de trabalho. O nosso estudo propôs se a identificar o conhecimento auto referido dos enfermeiros inseridos na
ESF sobre o SIAB e sua utilização. Para tal realizamos
um estudo descritivo de analise quantitativa. Amostra
foi constituída de 39 enfermeiros pertencentes aos 26
municípios do DRSXIII – Ribeirão Preto, que possuem
a ESF. Identificamos em relação ao perfil dos profissionais 48,71% possuem menos de 2 anos nas equipes,
97,44% são feminino, 56,41% estão entre 20 a 39 anos
e 69,23% não possuem especialização em saúde da
família ou saúde coletiva. A utilização do SIAB é feita
por 89,7% das equipes, em 64,1% delas não houve
treinamento, e 92,3% são enfermeiros que o manejam.
as finalidades deste em mais de 50%: alimentação do
Saúde Soc. São Paulo, v.20, supl.1, 2011 69
sistema, programação das ações, monitoramento e
avaliação do trabalho da equipe.Quanto ao conhecimento do sistema 84,61% dos profissionais conhecem
as suas fichas de coleta e consolidado de dados sendo
71,79% analisam as antes de sua inserção. Os principais motivos que os levam a utilizarem o sistema, são
27,97% alimentação mensal dos dados, 16,1% ações
de avaliação, 17,8% ações de monitoramento. Onde
84,62% dos profissionais o consideram como instrumento de avaliação e monitoramento. Identificamos a
falta de devolutiva dos gestores em relação aos dados
produzidos pelas equipes por 61,54% e quando as tem
86,67% ocorre por parte dos municípios. Sendo esta
apontada pela falta de conhecimento dos gestores para
as ações de monitoramento e avaliação (32,56%) e pela
associação deste sistema pelo incentivo financeiro
do governo federal (20,93%). Aonde esta vem sendo
associada por 16,25% enfermeiros como uma dificuldade em relação ao sistema, seguido 15% a falta de
computadores, 13,75 % deficiência de indicadores, 12,5
% falta de conhecimento do sistema. Nosso estudo possibilitou identificarmos as opiniões, atitudes explicitas
e conscientes do processo de trabalho dos enfermeiros
levantando dados concretos relacionados a utilização
do SIAB de forma que os nossos resultados refletem
em informações que poderão ser comparados ao longo
do tempo permitindo um levantamento da evolução da
utilização deste sistema.Concluímos com o estudo que
os enfermeiros são os profissionais mais envolvidos
com o SIAB, porém falta-lhes formação para explorar
suas potencialidades.
O CUSTO DO MEDICAMENTO NÃO FRACIONÁVEL
PARA SUS
MURAKAMI, I. (1); RIBEIRO NETO, L.M. (2); SILVA,
A.M. (2);
Instituição: 1 - PREFEITURA DE COTIA; 2 - CUSC;
O fracionamento de medicamentos é uma prática
regulamentada pela RDC 80/2006 da ANVISA que
dispõe que as farmácias e drogarias poderão fracionar
medicamentos a partir de embalagens especialmente desenvolvidas para essa finalidade de modo que
possam ser dispensados em quantidades individualizadas para atender às necessidades terapêuticas dos
consumidores e usuários desses produtos, desde que
garantidas as características asseguradas no produto
original. Porém, nem sempre os medicamentos são
disponibilizados em formas fracionáveis como é o caso
Anais XII Congresso Paulista de Saúde Pública
dos municípios do Estado de São Paulo que possuem
população abaixo de 250 mil habitantes e que não
pactuaram o repasse do financiamento da assistência
farmacêutica básica em dinheiro. Esse repasse é então,
em medicamentos, através do Programa Dose Certa,
medicamentos esses fabricados pela Fundação para
o Remédio Popular – FURP que não são apresentados
em embalagens fracionáveis. Portanto, o objetivo deste
estudo é apontar o custo do tratamento medicamentoso
para a assistência farmacêutica sem medicamento
fracionável. Para tanto, foram escolhidos dois medicamentos com maior número de dispensação, sendo
eles Captopril 25mg embalagem primária (cartela) com
20 comprimidos, medicamento este de uso contínuo, e
Cefalexina 500mg embalagem primária (cartela) com 8
cápsulas, medicamento utilizado, predominantemente
no Pronto Atendimento. A coleta de dados foi a Unidade
Básica de Saúde do Atalaia, localizada no município
de Cotia/SP, principal unidade de saúde do município,
onde a farmácia funciona 24 horas, ininterruptamente
e atende em média 900 prescrições por dia dentre ambulatório, pronto atendimento, hospitais e outras UBS.
Neste período de estudo foram dispensadas 89.504
cápsulas de Cefalexina 500mg e 656.960 comprimidos
de Captopril 25mg para atender diferentes posologias,
contudo se a embalagem fosse fracionável essas prescrições consumiram, respectivamente, 81.776 cápsulas
de Cefalexina 500mg e 637.650 comprimidos de Captopril 25mg, uma economia, respectivamente, de 8,6%
(7.728 cápsulas) e 2,9% (19.310 comprimidos). Os números demonstram que realmente existe um desperdício
com o tratamento segundo as posologias descritas em
relação às apresentações dos medicamentos ofertados
pela FURP, neste sentido o medicamento fracionável
representaria uma economia para Sistema Único de
Saúde – SUS além de contribuir na diminuição de problemas relacionados à automedicação, intoxicação com
medicamentos e descarte inadequado destes.
O ESTADO DA ARTE DA RELEVÂNCIA PARA A
AVALIAÇÃO EM SAÚDE
Kovaleski DF (1); Freitas STF (1);
Instituição: 1 - UFSC;
Este trabalho tem por objetivo sistematizar aportes de
áreas de interesse para o campo das políticas públicas,
de maneira a responder a pergunta: o que é relevante
para a gestão pública em saúde? Trata-se de um estudo
de metassíntese, que tem como possibilidade a sistemaSaúde Soc. São Paulo, v.20, supl.1, 2011 70
tização dos saberes das diversas áreas do conhecimento
sobre determinado tema. Foram buscados textos que
trouxessem concepções do termo relevância, digitando o
termo “relev”, dando conta de possibilidades em Língua
Portuguesa, Espanhola, Inglesa e suas variações. Os
textos estudados foram publicados desde os anos 1990
até os dias atuais. Os espaços investigados e as principais fontes de busca por área de conhecimento foram:
o Direito, por ser ramo da ciência que regula a relação
estado/sociedade e porque já discute o conceito de “relevância pública” (www.interlegis.gov.br/); a Sociologia
Política, por ter como característica a busca de uma
compreensão ontológica das relações sociais, (www.periodicos.capes.gov.br/); a Educação, por possuir acúmulo
na discussão e ser, semelhante à saúde, na sua condição
de área social (bennosander.com/ e www.lilacs.bvsalud.
org/); a Economia, com ênfase no Banco Mundial, por
entender a influência que exerce no financiamento de
políticas públicas e programas no mundo e pela importância política que esta organização representa (www.
bancomundial.org.br/); e a Saúde, pelos mesmos motivos
que a Educação (www.lilacs.bvsalud.org/). As sínteses
de cada área foram readequadas para melhor aplicação
na avaliação da gestão em saúde. Afirma-se que uma
política pública é relevante quando: o provimento das
ações é de responsabilidade do Estado; seu objeto é a coletividade, mas considera questões individuais; envolve
a dignidade humana; é controlada pela sociedade e pelo
Estado, com vistas à prestação de serviços de qualidade;
abrange o setor público e os serviços prestados pelo
setor privado em regime de concessão; sua base está na
participação cidadã; visa a qualidade de vida; está acima
das questões econômicas e deve orientá-las; considera
questões ambientais; diminui as desigualdades sociais;
promove inclusão social e desenvolvimento econômico;
possui impacto social; as pessoas envolvidas se reconhecem nela; considera questões de gênero; é critério
de avaliação que coordena os demais critérios e orienta
a tomada de decisão do gestor; critério de avaliação
orientador da gestão.
O TRIÂNGULO DE GOVERNO NA IMPLANTAÇÃO E
IMPLEMENTAÇÃO DO PSF EM DIVINÓPOLIS/MG
Almeida, A.P. (1); Machado, M.T.C. (2); Silva Junior,
A.G (2);
Instituição: 1 - SECRETARIA DE SAÚDE DE SÃO BERNARDO DO CAMPO; 2 - UFF;
Anais XII Congresso Paulista de Saúde Pública
Com a descentralização da gestão dos serviços de saúde,
os municípios brasileiros se tornaram protagonistas da
execução das políticas de saúde no Brasil. O investimento no Programa de Saúde da Família, a partir de meados
da década de 1990 é um exemplo deste processo.
A crescente expansão da cobertura de PSF nos municípios brasileiros enfrentou, em especial nos municípios
de grande porte, algumas dificuldades relacionadas
com a oferta e capacitação de profissionais, estrutura
física, vínculo trabalhista, entre outras.
Considerando que a implantação do PSF é uma aposta
do governo local e que, segundo Matus (1993), governar
é a constante articulação entre três pontos: Projeto, Capacidade de Governo e Governabilidade, este trabalho
se propôs a analisar a implantação do PSF no município
de Divinópolis/MG, entre os anos de 1996 e 2004, a partir da gestão. Para isto, foram analisados documentos
(Projeto de Implantação do PSF, Planos Municipais de
Saúde e Relatórios de Gestão) e realizadas entrevistas
com membros da gestão e trabalhadores do Programa
no período selecionado.
Na análise dos dados foi possível identificar duas
fases de investimento no Programa, relacionadas a
duas gestões municipais distintas. Com um Projeto
bastante consistente, a primeira fase se caracterizou
por uma forte construção da Governabilidade, assim
como com uma considerável Capacidade de Governo,
garantindo um primeiro momento do PSF no município com grande potência de consolidação. Porém, a
mudança na gestão municipal gerou uma fragilidade
no Projeto em relação ao inicial, comprometendo as
estratégias de construção da sua Governabilidade e
afetando também a Capacidade de Governo dos envolvidos com a sua execução.
Foi possível evidenciar um Triângulo muito mais
robusto na primeira fase, que se fragiliza com a descontinuidade administrativa, marca da mudança para
a segunda fase. Ao refletir este fato à luz do sentido da
Integralidade de “atributo da organização dos serviços”
(Mattos, 2001), nos deparamos com uma constatação
pouco animadora, a de que, apesar da robustez do
primeiro Triângulo, ele não foi capaz de garantir que
o Saúde da Família se consolidasse e continuasse se
expandindo. Deste modo não foi garantida a expansão
da cobertura pelo Programa, a continuidade da capacitação dos trabalhadores e a estruturação de uma rede
que permitisse aos usuários o acesso a um cuidado
integral (Cecílio, 2001).
Saúde Soc. São Paulo, v.20, supl.1, 2011 71
O USO DE INCENTIVOS PROFISSIONAIS COMO fias, assim como a avaliação da comunidade atendida
FERRAMENTA GERENCIAL NA ORGANIZAÇÃO DA pelas equipes de saúde, de modo a tornar mais efetivo
o trabalho realizado.
ATENÇÃO PRIMÁRIA EM CURITIBA-PR
Ditterich, R. G. (1); Moysés, S. T. (2); Moysés, S. J. (2);
Instituição: 1 - FO-UFF/NF; 2 - PUCPR;
A utilização de incentivos profissionais adquire grande interesse nessa nova abordagem na gestão por
resultados e de recursos humanos, tendo em vista os
desafios apresentados atualmente pelas reformas do
setor saúde em curso no mundo. A proposta de sistemas
de incentivos tem sido definida como o componente da
estratégia gerencial constituído pelo conjunto de estímulos, financeiros ou não, que visam ajustar e otimizar
os componentes do processo produtivo nos serviços de
saúde, que é extremamente complexo e deve ter como
objetivo principal os interesses e necessidades dos
usuários.O uso de sistemas de incentivos no trabalho
em saúde continua sendo um tema polêmico sobre o
qual não se chegou a uma posição consensual, existindo na literatura distintos posicionamentos quanto
a sua efetividade enquanto instrumento de gestão do
trabalho. Devido ao exposto, a presente pesquisa teve
como objetivo descrever e discutir a percepção dos
trabalhadores da saúde no município de Curitiba-PR,
sobre o programa de Incentivo ao Desenvolvimento da
Qualidade (IDQ) como ferramenta na gestão e organização da atenção pública à saúde. Para tal, o método
proposto analisou os dados secundários produzidos
pelo Banco Mundial em pesquisa sobre inovações em
gestão no Brasil. O presente estudo focalizou nos dados
referentes à gestão dos cuidados primários à saúde no
referido município, buscando compreender como o
IDQ, por meio dos incentivos ao melhor desempenho
da equipe e dos profissionais individualmente tem
refletido no processo de organização dos serviços e
do processo de trabalho. Concluiu-se que a política de
avaliação de desempenho com respectivos incentivos
oferecidos aos trabalhadores (IDQ), estabelecida pela
SMS de Curitiba-PR, pode ser apontada como importante aliada na busca da motivação e comprometimento
dos profissionais de saúde com a inovação do processo
de trabalho e alcance de metas/resultados pactuados
com os gestores, bem como uma adequada ferramenta
na busca da qualidade dos serviços de saúde. No entanto, há a necessidade de gestão municipal aprimorar o
retorno aos profissionais de saúde sobre os processos
de avaliação individual realizada pelas respectivas che-
Anais XII Congresso Paulista de Saúde Pública
OFERTA VERSUS DEMANDA DE SERVIÇOS DE
SAÚDE: UMA QUESTÃO AINDA NÃO RESOLVIDA
NO GRANDE ABC PAULISTA.
SILVA, E. C. (1); GOMES, M. H. A. (1);
Instituição: 1 - UNIFESP;
Introdução: No Grande ABC, há marcante presença
do setor privado, enquanto o setor público da região
há escassez de leitos para internação no setor público
na região, perfazendo cerca de 1,9 leitos por mil habitantes; abaixo do recomendado pela Portaria nº 1101,
de 12 de junho de 2001, do Ministério da Saúde, que é
de 2,5 – 3 leitos para cada mil habitantes. Assiste-se a
uma crescente demanda por serviços públicos, cujas
administrações encontram dificuldade para equilibrar a oferta versus demanda de serviços de saúde.
OBJETIVO: Compreender a dinâmica entre oferta e
demanda de serviços de saúde no Grande ABC, diante
da “itinerância” de habitantes de um município a outro.
METODOLOGIA: Neste estudo utilizamos pesquisa
exploratório-descritiva com base em documentos e
16 entrevistas com Gestores de Saúde das Secretarias
Municipais, da DRS I, da principal Organização Social
da região e de representantes da Sociedade Civil; entre
os meses de fevereiro – julho de 2010. Resultados Constatamos que Santo André, São Bernardo do Campo e
São Caetano do Sul são os municípios que apresentam
mais “invasões” de habitantes de outros municípios em
busca de serviços de saúde, já que: (a) Santo André e
São Caetano do Sul são delimitados pela linha férrea
que facilita o afluxo de habitantes provenientes de
outros municípios; (b) Santo André se caracteriza por
ser um ponto de passagem de grande parte dos munícipes da região; (c) as rodovias Anchieta e Imigrantes
atravessam o município de São Bernardo do Campo,
facilitando o afluxo de pessoas e de bens; e (d) São
Caetano do Sul, apresenta a melhor infraestrutura municipal de saúde. Os municípios limítrofes de Ribeirão
Pires e Rio Grande da Serra, por seu lado, não oferecem serviços de acordo com o tamanho da demanda.
Mauá e Diadema evoluiram em termos de saúde, mas,
ainda possuem habitantes que invadem os outros três
municípios à procura de melhores serviços de saúde.
Conclusão: Esta “invasão” ocorre porque os habitantes
Saúde Soc. São Paulo, v.20, supl.1, 2011 72
compreendem a região como espaço vivido, e não como
um espaço político-administrativo. Ademais, aqueles
que residem nos limites ou nas fronteiras entre dois
ou três municípios procuram serviços pela proximidade de sua residência e que lhes ofereça atendimento
condizente com sua necessidade de saúde. O deslocamento espacial dos cidadãos em busca de atenção em
saúde é determinado pela localização geográfica dos
serviços ofertados, mais do que pela lógica políticoadministrativa de organização da demanda.
demonstra o quanto a resistência dos médicos às medidas racionalizadoras se faz em ato, na realização do
seu trabalho, na criação de redes informais de contatos
e conhecimentos que vão produzindo fluxos, modos de
funcionamento do hospital, de produção do cuidado,
que extravasam a racionalidade, o formalismo e a
previsibilidade desejadas pela direção.
OS SERVIÇOS DE SAÚDE QUALIFICADOS PELA
EDUCAÇÃO PERMANENTE
PAULA, G.S. (1);
OS MÉDICOS E A RACIONALIZAÇAO DAS POLÍ- Instituição: 1 - Prefeitura Municipal de São Vicente;
TICAS HOSPITALARES: NOVOS LIMITES PARA A Introdução: A tecnologia exige profissionais cada vez
LIBERDADE PROFISSIONAL?
mais qualificados, assumindo funções complexas.
Abou Jamra, C.C. (1); Cecilio, L.C.O. (1);
Instituição: 1 - UNIFESP;
Os hospitais brasileiros, tanto do setor público quanto
privado, vêm experimentando um marcado processo
de racionalização de suas práticas, através de estratégias que visam disciplinar, regulamentar e controlar
as várias dimensões da vida no hospital, portadoras
de uma racionalidade “instrumental” caracterizada
pela busca de maior eficiência e eficácia institucional. Considerando a existência de um sistema dual
de autoridades no hospital composto pelos poderes
médico e administrativo, a introdução de uma lógica
racionalizadora pela administração hospitalar impacta
potencialmente no poder de decisão do corpo clínico
que, por sua vez, ativa estratégias de conservação de
autonomia que visam, em última instância, a manutenção do seu poder na instituição. Esta dissertação
de mestrado tem como objetivo compreender como
os médicos vivenciam e dão sentido às políticas racionalizadoras da gestão hospitalar implementadas
pela direção de um hospital da Secretaria de Saúde do
Estado de São Paulo gerenciado por uma universidade
através de convênio, contratualizado como hospital de
ensino e certificado como de excelência pela Organização Nacional de Acreditação. Trata-se de um estudo
de caso, com metodologia qualitativa de análise, que, a
partir de entrevistas semi-estruturadas realizadas com
seis médicos ligados diretamente à assistência, pôde
identificar um aparente paradoxo entre os evidentes
avanços dos mecanismos de controle institucional
sobre o trabalho médico e a percepção ”subjetiva” de
tais avanços pelos médicos, que não os reconhecem
como limites para sua autonomia técnica. Além disso,
Anais XII Congresso Paulista de Saúde Pública
Para a enfermagem, o desafio é investir em recursos
humanos, pois o trabalho em saúde é exercício diário
de escuta, determinante na qualidade da resposta
assistencial.A Educação permanente é entendida
como informações formais, planejadas, direcionadas,
aplicadas e avaliadas de acordo com a necessidade do
trabalho, baseado na possibilidade de transformar as
práticas profissionais, realizada a partir dos problemas
enfrentados na realidade pautando nas prioridades
da população. OBJETIVO: Compreender por meio de
revisão de literatura a importância da aplicação dos
conceitos em educação permanente, ampliando a qualificação do profissional de saúde. Método: Realização
de revisão sistemática de literatura abordando o tema
de educação em saúde utilizando busca em base de
dados como SCIELO, LILACS, PUBMED, sendo utilizado
os descritores educação permanente e educação em
saúde, com corte temporal de 2004 a 2011,utilizando
artigos relevantes ao tema da pesquisa.RESULTADOS
E DISCUSSÕES: Dos artigos analisados identificouse que o plano de ação dessa estratégia de educação
permanente tem por finalidade a caracterização da
necessidade de formação em saúde (identificando a
necessidade de determinadas categorias profissionais, atores envolvidos nos processos), relacionar os
problemas e as necessidades de educação permanente
em saúde, formular propostas indicando metodologias
de execução e correlacioná-las entre si, com o resultado de estabelecer metas e indicadores de processos
e resultados para o acompanhamento e avaliação a
curto, médio e longo prazo com a missão de fortalecer
conhecimentos, habilidades, atitudes e práticas que
a dinâmica das organizações não oferece em escala
Saúde Soc. São Paulo, v.20, supl.1, 2011 73
suficiente.CONSIDERAÇÕES FINAIS: O processo de
capacitação melhora o desempenho profissional em
todos os níveis de atenção e funções, contribui para
o desenvolvimento de novas competências, como a
liderança e a gestão de qualidade. Todo processo de
educação permanente requer elaboração, desenho e
execução a partir de uma análise estratégica e dos
serviços de saúde em que se insere, prevê transformar
as situações diárias em aprendizagem, analisando
reflexivamente os problemas da prática e valorizando
o próprio processo de trabalho no seu cotidiano intrínsico, envolvendo toda a equipe da área da saúde.
PACIENTES CADASTRADOS NO SISTEMA HIPERDIA:
SITUAÇÃO DEZ ANOS APÓS A CAMPANHA NACIONAL DE DETECÇÃO DE DIABETES MELLITUS
Nucci, LB (1); Silva, AFM (1); Carmecini, TF (1);
Instituição: 1 - PUC-Campinas;
Introdução: O Diabetes Mellitus (DM) é uma doença metabólica complexa, multifatorial e de presença global,
que afeta a qualidade e o estilo de vida dos acometidos.
O diagnóstico precoce é essencial para a prevenção das
complicações decorrentes dessa condição, entretanto, a
estimativa é de 40% a 60% de casos não diagnosticados
no Brasil. Com base nessa problemática, a Campanha
Nacional de Detecção de Diabetes Mellitus (CNDDM)
foi realizada em 2001 com uma estratégia de atuação
massiva para rastrear casos não diagnosticados e,
uma vez confirmados, cadastrá-los e vinculá-los aos
serviços de saúde. O Sistema Hiperdia foi então desenvolvido com os objetivos principais de permitir o
monitoramento dos pacientes atendidos e cadastrados
na rede ambulatorial do Sistema Único de Saúde (SUS)
e gerar informações para profissionais e gestores de
órgãos da saúde para aquisição, dispensação e distribuição de medicamentos, de maneira sistemática,
a estes pacientes. Objetivo: Descrever o número de
pessoas com DM atualmente cadastrados no sistema
Hiperdia e compará-lo com os casos suspeitos de DM
diagnosticados durante a CNDDM em 2001. Métodos:
Foram utilizados dados secundários extraídos do sistema Datasus, no sub item Produção Ambulatorial de
1994 a 2007 com os códigos correspondentes à CNDDM
para identificação dos exames realizados durante a
campanha. Os dados dos pacientes atualmente cadastrados foram extraídos do SISHIPERDIA, na opção
Relatórios. Resultados Durante a CNDDM foram realizados 22,7 milhões de exames, dos quais 19,8% (4,5
Anais XII Congresso Paulista de Saúde Pública
milhões) foram considerados alterados, sendo 20,1%
para os homens e 19,6% para as mulheres. O número
total de pessoas hoje cadastradas no Sistema Hiperdia,
considerando o período de Jan/2001 a Agosto/2011 é de
416.048, ou seja, 9,3% do total detectado na CNDDM
dez anos antes. A variação desse percentual de cadastramento entre as Unidades da Federação foi de 4,3%
no Mato Grosso do Sul a 32,1% no estado do Amazonas.
Conclusão: O Sistema Hiperdia tem hoje cadastrados
416 mil pacientes com DM, número muito abaixo do
estimado para a população brasileira usuária do SUS
e apenas 9,3% do número de pessoas detectadas na
campanha de rastreamento para o DM realizada dez
anos atrás. Entretanto, esse cadastro contribui para
o monitoramento desses pacientes proporcionando
uma assistência mais adequada à doença. Estimativas
mais elaboradas considerando, por exemplo, apenas o
percentual de casos confirmados de DM após o rastreamento devem ser avaliadas.
PANORAMA DOS CURSOS DE NUTRIÇÃO DAS
UNIVERSIDADES PÚBLICAS DO BRASIL
Maron, L.R. (1); Mancuso, A.M.C. (1); Silva, M.E.M.P. (1);
Instituição: 1 - FSP/USP;
Estudos vêm demonstrando discordâncias entre o
perfil dos egressos e as transformações ocorridas na sociedade, evidenciando-se uma necessidade de adequar
o perfil dos profissionais ao desempenho na sociedade,
em conformidade com a realidade. O presente estudo
teve o objetivo de caracterizar os cursos de graduação
em nutrição das universidades públicas do Brasil. Foram avaliados os cursos de nutrição oferecidos pelas
instituições de ensino superior públicas do Brasil. Para
obtenção dos dados gerais dos cursos (ano de criação,
duração, carga horária total e número de vagas), foram
observados os dados presentes no endereço eletrônico
do Ministério da Educação dos cursos de Nutrição
fundados até o ano de 2010. Em relação aos dados referentes aos currículos, foram analisados os projetos
políticos pedagógicos e/ou as matrizes curriculares
dos cursos que dispunham dessas informações nos
endereços eletrônicos das instituições de ensino entre
os meses de fevereiro e março de 2011. A carga horária
das disciplinas foi analisada por área de conhecimento
definidas pelo CNPq. Foram analisadas 49 instituições
de ensino superior e 57 cursos de nutrição. 38,6% e
31,6 % dos cursos concentram-se nas regiões Sudeste e
Nordeste, respectivamente. Até 1974, existiam apenas
Saúde Soc. São Paulo, v.20, supl.1, 2011 74
7 instituições públicas que apresentavam graduação
em nutrição. Atualmente, mais de 54,4% dos cursos
existentes apresentam menos de 10 anos de existência.
A maior parte das instituições oferece o curso no período
integral (68,4%), apresenta duração média de quatro
anos (47,4%) e disponibiliza entre 41 e 60 vagas de estudantes ao ano (45,6%). Foi encontrado um intervalo
de 2580 a 5025 de carga horária total do curso, sendo
a média de 3801 horas (DP=367 horas). Os currículos
estudados foram representados, predominantemente,
por disciplinas das áreas de ciências da saúde, biológicas
e agrárias, somando, em média, 81,1% da carga horária
total, enquanto que as disciplinas de ciências humanas
e sociais aplicadas representaram, conjuntamente,
em média 13,4% da carga horária curricular, restando,
portanto, apenas 5,5% para as áreas de ciências exatas
e da terra, línguística, letras e artes, engenharias e
outras. A expansão dos cursos de nutrição somada às
disparidades encontradas nos currículos aponta para
uma necessidade contínua de investigar a formação dos
nutricionistas no Brasil, de modo a adequá-la às práticas
profissionais atualmente requeridas.
PARTICIPAÇÃO DA COMUNIDADE NA GESTÃO DA
POLÍTICA DE SAÚDE
Santos Junior, D.P. (1); Narvai, P.C. (1);
Instituição: 1 - FSP-USP;
Introdução: A participação da comunidade é diretriz do
sistema de saúde brasileiro, concretizada na estruturação de conselhos junto à gestão da política de saúde
em todo o país. Porém, são encontradas dificuldades
como extrema burocratização, pouco conhecimento
técnico e político dos conselheiros, falta de autonomia
e infraestrutura insuficiente que limitam a ação. Objetivo: Identificar como a participação da comunidade
se insere no processo de gestão da política de saúde.
Método: Parte-se de uma pesquisa qualitativa que
investigou a gestão participativa em São Bernardo do
Campo, SP, entre 2009-11. Para coleta de dados, utilizou-se a observação de eventos relacionados ao tema
e a análise de documentos produzidos no âmbito da
gestão e do controle social. Na análise, confrontaramse as informações coletadas com base nas categorias:
acesso e uso dos espaços de controle social; diálogos
construídos entre os atores; estratégias inovadoras
para mobilização da comunidade. Resultados Diversas
iniciativas de participação foram identificadas como
promotoras da gestão democrática. Além do Conselho
Anais XII Congresso Paulista de Saúde Pública
Municipal de Saúde (CMS), outros espaços permitiram
à população ter contato com aspectos da política de
saúde. Podem-se indicar: Conselhos Gestores Locais
(CGL), presentes nas unidades assistenciais; plenárias
de Orçamento Participativo, definindo prioridades
para alocação de recursos; Encontro Popular de Saúde,
contribuindo na mobilização; Audiências Públicas de
prestação de contas e debates de projetos, favorecendo
a transparência e publicidade das ações; Conferências de Saúde, avaliando e apontando as diretrizes.
Conclusões: No município, mudanças significativas
atualizaram a participação. A eleição do presidente do
CMS, que deixa de ser o Secretário de Saúde, é uma iniciativa que confere autonomia ao órgão. Os CGL aproximam usuários e trabalhadores, podendo influenciar
positivamente no processo de trabalho. O Orçamento
Participativo permite direcionar os investimentos de
acordo com as demandas da população. Os encontros e
audiências facilitam a divulgação e controle das ações.
As Conferências possibilitam agregar atores no debate,
mas não foram capazes de superar a burocratização
e falta de aprofundamento da política de saúde. De
forma geral, esta rede encontra oportunidades para
exercer seu papel de controle público. Já a atuação dos
usuários e trabalhadores como cogestores mostrou-se
limitada, visto o envolvimento somente na etapa final
de aprovação dos projetos.
PARTICIPAÇÃO POPULAR NA GESTÃO DO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE: QUEM SÃO OS ATORES DO
CONTROLE SOCIAL?
Ficher, K. N. (1); Cecilio, L. C. O. (1); Andreazza, R. (1);
Instituição: 1 - UNIFESP;
Introdução: A participação da comunidade na gestão
do Sistema Único de Saúde (SUS) é um preceito constitucional. Genericamente, pode-se dizer que há dois
grupos de instâncias de controle social na saúde: as
instâncias superiores, que são os conselhos e as conferências nacionais, estaduais e municipais de saúde,
e as instâncias locais, isto é, os conselhos gestores,
ou conselhos locais de saúde. OBJETIVO: Os autores
do trabalho se propuseram a analisar e entender a estrutura e o funcionamento de um Conselho Gestor de
uma Unidade Básica de Saúde (UBS) de um município
na Grande São Paulo, com especial interesse no perfil
dos conselheiros representantes do segmento usuário.
Método: O material da pesquisa constitui-se da análise
documental das atas das reuniões do Conselho e das
Saúde Soc. São Paulo, v.20, supl.1, 2011 75
transcrições das entrevistas realizadas com o gestor
municipal, o gestor local e conselheiros representantes
dos usuários. Os registros das reuniões foram analisados com base na técnica de “análise de conteúdo”.
Resultados Foram analisadas as 41 atas de reuniões
do Conselho Local, as quais se ocuparam, em geral, de
informes, discussão sobre a falta de médicos nas equipes de saúde da família e problemas de infra-estrutura
da unidade. Não foi verificada nenhuma votação. Nas
entrevistas, muitas vezes atribuiu-se às instâncias
superiores do controle social um papel propositivo e
deliberativo importante, na medida em que adéquam
as políticas de saúde às realidades locais, enquanto
às instâncias locais cabe a função de acompanhar e
fiscalizar o funcionamento dos serviços. Os conselheiros de saúde em geral apresentam-se inseridos
em associações de moradores e/ou sindicatos, o que
permite sua participação em campos que extrapolam a
área da saúde, como a disputa de políticas de educação
e habitação, e até mesmo apresentam uma militância
político-partidária publicamente conhecida. Conclusão: Os autores tendem a concordar com indicações na
literatura sobre o tema no sentido de que muitas vezes
a participação popular na saúde tem servido mais como
forma de homologação, legitimação e fiscalização das
decisões proferidas pelos gestores, perdendo a cada dia
o seu papel e potencial de proposição e deliberação no
tocante à definição das políticas de saúde, em todas as
esferas de poder, mas principalmente no espectro das
instâncias locais de controle social.
PERCEPÇÕES DOS JOVENS SOBRE VIOLÊNCIA
NAS REGIÕES DO GRAJAÚ E JARDIM ÂNGELA DA
CIDADE DE SÃO PAULO
Lico,F.M.C (1); Westphal,M.F (2);
Instituição: 1 - Secretaria Municipal da Saúde da
Cidade de São Paulo; 2 - Faculdade de Saúde Pública
da Universidade de São Paulo – FSP/USP;
Introdução: As estatísticas mostram o crescimento da
violência nos grandes centros urbanos e nas periferias
da cidade de São Paulo, envolvendo os jovens como
vítimas ou agressores (WAISELFISZ, 2006). Partindo
da premissa de que no campo da saúde pública é possível realizar ações de Vigilância e Promoção da Saúde
e ações integradas com outros setores da sociedade,
advogando por políticas públicas intersetoriais, que
diminuam a violência e/ou reduzam o seu impacto, foi
realizada a pesquisa, com apoio do CNPq.
Anais XII Congresso Paulista de Saúde Pública
Objetivo: Analisar as percepções dos jovens sobre
violência nos distritos administrativos do Grajaú e
Jardim Ângela.
Metodologia: Estudo de caso qualitativo, que compreendeu a articulação de dados obtidos por meio de entrevistas individuais e questionários auto-aplicáveis. Para
análise utilizou-se a triangulação das informações e o
referencial teórico da promoção da saúde.
Resultados Foram entrevistados, nos dois distritos de
estudo, 463 jovens estudantes do ensino fundamental
e médio na faixa etária de 10-19 anos e 77 jovens não
estudantes.
Os discursos dos entrevistados mostram que os jovens
gostam das regiões onde vivem e não as consideram
violentas. A violência doméstica é um grave problema
nas regiões, assim como o consumo de álcool e drogas
e a atuação do tráfico. A metade dos jovens estudantes
relatou que levam surras dos pais (51,1%). Os jovens não
estudantes também referiram ter sofrido violência em
casa, por parte de parentes (38,5%), surra de pai e mãe
(15,4%), agressão do marido e namorado (15,4%), além
de brigas (30,8%).
Nas escolas as principais violências referidas pelos
jovens foram: brigas entre colegas e agressões físicas.
A maioria dos jovens não estudantes presenciou brigas
entre alunos, consumo de drogas e tráfico, presença
de armas e depredações, relataram ainda, estupros na
saída da escola.
Conclusão: A violência doméstica é um grave problema
nas regiões. As jovens não estudantes, que moram com
os companheiros ou maridos continuam sendo vítimas
da violência doméstica. Na escola a principal violência
sofrida pelos jovens refere-se à agressão física por parte
dos colegas; no entanto, os dados indicam que os jovens
que deixaram de freqüentar a escola conviveram com
um ambiente escolar mais violento do que os jovens
estudantes. Evidencia-se a necessidade de formação
e atuação de uma rede de proteção complementar às
famílias e políticas públicas integradas para o enfrentamento das violências nas regiões de estudo.
PERFIL DAS PRODUÇÕES CIENTÍFICAS ACERCA DAS
DIFICULDADES DE IMPLEMENTAÇÃO DO SUS
Cordeiro, T. M. S. C. (1); Santos, C.L.R. (2);
Instituição: 1 - FAN; 2 - FTC;
Introdução: O Sistema Único de Saúde (SUS) é um
sistema público brasileiro que é norteado pelos seus
princípios e diretrizes, encontra-se na terceira década
Saúde Soc. São Paulo, v.20, supl.1, 2011 76
do processo de implementação, mas, continua com
dificuldades e desafios a serem superados. Objetivo:
Este estudo tem como objetivo descrever o perfil das
produções científicas relacionadas às dificuldades de
implementação do SUS como sistema de saúde no período de 1994 – 2010. Método: Trata-se de um estudo de revisão bibliográfica de caráter exploratório e abordagem
quantitativa com o objetivo de descrever o perfil das
produções científicas relacionadas às dificuldades de
implementação do SUS como sistema de saúde no período de 1994 – 2010. As fontes de análise constituíram
os artigos obtidos na íntegra redigidos em português,
publicados no período de 1994 a 2010 e com abordagem
no tema em estudo, desta forma a amostra constitui
de 12 artigos. Foram analisados através de tabulações
distribuídas em três características quanto ao período
de publicação, periódico e métodos de estudos, assim
como métodos estatísticos equivalentes a percentagem
através da regra de três. Resultados Os resultados indicam em relação à caracterização das produções, que
a maioria dos artigos foram publicados no período de
2006-2010, o periódico Revista Saúde e Sociedade se
destacou pelo maior número de publicações no período
de 1994-2010, e a abordagem qualitativa predominou
nas publicações do período em estudo. Conclusão:
Conclui-se que necessita de maiores investimentos
em pesquisas científicas específicas quanto às dificuldades de implementação do SUS com uma maior
abordagem quantitativa para avaliar a real situação do
SUS e realizar as necessárias intervenções.
PERFIL DE MORBIDADE DO 1° TRIMESTRE DE 2011AMA PERI PERI
Rinaldi, V.C. (1); Gonçalves, P.C. (1); Zanetta, S.F. (1);
Namie, M. (1);
Instituição: 1 - Instituto de Responsabilidade Social
Sírio Libanês;
Resumo: A AMA é um serviço de pronto atendimento de
demanda espontânea de baixa e média complexidade
de agravos. A AMA Peri Peri, situada no distrito do Butantã do município de São Paulo, realiza atendimento
de segunda a sábado (incluindo feriados). Esses são
realizados por equipe composta por 34 profissionais
sendo 05 médicos (três clínicos e dois pediatras.
Objetivo: Descrever o perfil de morbidade do 1° trimestre de 2011 para conhecimento da demanda atendida.
Material: No 1° trimestre de 2011 na AMA Peri Peri foram realizadas 13.388 consultas médicas que compõem
Anais XII Congresso Paulista de Saúde Pública
o banco de dados de morbidade com CID 10, sendo 8.958
atendimentos em Clinica Médica e 4.430 atendimentos
em Pediatria.
Resultados No 1° trimestre o perfil de usuários da especialidade Clinica Médica foi de 77,5% no grupo de idades
entre 25 a 34 anos. Os capítulos de CID 10 mais citados
foram os de Respiratórios (11,9%); Sinais e Sintomas
(10,8%) e Osteomolecular (8,6%), dando ênfase para o
mês de Março/2011 onde o capitulo CID 10 mais citado
foi Doenças do Olho e Anexos (6,7%). As categorias de
diagnóstico mais freqüentes foram J06.9 – Infecções
Agudas de vias Aéreas superiores(3,7%), R51 – Cefaléia
(3,8%), N39 - Outros transtornos do Trato Urinário
(3,2%). Para a especialidade básica de Pediatria o perfil
de usuário atendido foi de 52% do sexo masculino e
de 45,8% de 05 a 14 anos. Os capítulos de CID 10 mais
citados foram os de Respiratório (42,3%); Doenças infecciosas Parasitárias ( 11,6%) e Sinais e Sintomas (7,8%).
As categorias do CID mais freqüentes para Pediatria
foram J06.9- Infecções agudas de vias aéreas superiores
(12,5%); J03.9- Amigdalites agudas NE (6,9%); Diarréias
e gastroenterites orig. infecciosas (6,1%). Ênfase para o
mês de março/2011 para o capitulo CID 10 mais citado
de doenças do olho e anexos (10%).
Conclusão: O mapeamento da morbidade no 1° trimestre de 2011 possibilitou a identificação dos problemas
respiratórios com maior incidência em pacientes pediátricos e adultos, tendo como o diagnostico mais significativo em ambos os grupos atendidos. Destacamos
os atendimentos no mês de Março para a categoria de
diagnostico H10 – Conjuntivite NE com 13,2% dos atendimentos em pediatria e 9,8% em clinica médica.
PERFIL DOS PACIENTES PORTADORES DE FERIDAS CRÔNICAS ATENDIDOS NUMA CLÍNICA DE
ENFERMAGEM ESCOLA NO MUNICÍPIO DE SÃO
CAETANO DO SUL - SP
Madjarof, S. (1); Alves, L.A.R.A. (1); Cavalcante, M. C. (1);
Instituição: 1 - Universidade Municipal de São Caetano do Sul - USCS;
As feridas crônicas representam um problema para os
serviços de saúde, quer pelo longo período envolvido,
custos no tratamento, e prejuízo psicológico,social
e econômico ao paciente. Vários são os fatores que
interferem no processo de cicatrização, sendo importante a identificação e o controle dos mesmos, a fim
de se obter o melhor resultado possível no tratamento.
Trata-se de um estudo transversal, quantitativo, com o
Saúde Soc. São Paulo, v.20, supl.1, 2011 77
objetivo de descrever o perfil dos portadores de feridas
crônicas atendidos numa Clinica de Enfermagem Escola
do município de São Caetano do Sul–SP que realiza o
tratamento de feridas crônicas. O atendimento é realizado em parceria com a prefeitura do município de São
Caetano, sendo que os pacientes são encaminhados
pela rede básica de saúde. Os pacientes são atendidos
por uma docente, enfermeira responsável técnica pela
clínica juntamente com alunas monitoras do curso de
enfermagem. O levantamento de dados foi realizado
através dos prontuários dos pacientes em tratamento
no mês de agosto de 2011. Do total de 27 pacientes em
tratamento, 20(74%) eram mulheres e 7(27%) homens.
63% da amostra apresentava mais de 60 anos, 33,3%
apresentava idade entre 40 e 59 anos e apenas 3,7% da
amostra encontrava-se na faixa etária entre 21 a 40 anos
de idade. Quanto à etiologia das feridas, 15(53%) eram
de origem venosa, 2(7,7%) decorrentes de pé diabético,
2(7,7%) hipertensivas, 2 (7,7%), eram úlceras por pressão
e 1 (3,4%) úlcera isquêmica. Com relação as doenças
apresentadas pelos pacientes, 18(66,6%) eram hipertensos, 9(33,3%) diabéticos, 6(22,2%) apresentam anemia e
3(11,1%) insuficiência renal. Os resultados nos mostram
que a população é predominantemente do sexo feminino,
idosa, com alto índice de doenças crônicas, em especial
a hipertensão arterial e o diabetes mellitus. A anemia
apareceu em um terço da população. O conhecimento
da prevalência de tais doenças podem auxiliar na organização do serviço a esta clientela, uma vez que o não
controle das mesmas comprometem o processo de cicatrização. Quanto à etiologia das lesões, observou-se um
predomínio da incidência das úlceras de origem venosa,
que envolvem cuidados tanto no período de tratamento
da lesão, como após a cicatrização da mesma, com o uso
de meias elásticas. Acreditamos que conhecimento das
características dos portadores de feridas crônicas deve
ser ampliado, a fim de que os gestores possam elaborar
estratégias e recursos para o tratamento efetivo das
feridas e de seus fatores associados.
PERFIS DE MORBIDADE DOS GRUPOS SOCIAIS
NOS DIFERENTES TERRITÓRIOS DE ADSCRIÇÃO
DA ESTRATÉGIA DE SAÚDE DA FAMÍLIA EM
PATROCÍNIO-MG
FONSECA, L.M.A (1); Caccia-Bava, M.C.G.G (2);
Instituição: 1 - UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO; 2 USP;
Anais XII Congresso Paulista de Saúde Pública
Introdução: no Brasil, o reconhecimento da Atenção
Básica como eixo organizador do sistema de saúde
foi instituído pela Portaria nº 648 de 2006, revisando
diretrizes para sua organização, definiu a Saúde da
Família como sua estratégia fundamental com o intuito
de reorganizar a assistência e superar o predomínio da
lógica biomédica nos serviços. Analisando necessidades que vêm surgindo no decorrer dos anos, como as
doenças crônicas e cronificadas, as causas externas
e os transtornos mentais, a OMS desencadeou, desde
2003 um processo de renovação da APS, que o país vem
acompanhando. A utilização dos serviços assistenciais
resulta de determinantes que incluem características
sociodemográficas e de saúde, a organização da oferta
e o perfil epidemiológico. Conhecer esse perfil possibilita melhor adequar as práticas em saúde. O presente
trabalho teve por objetivo caracterizar o perfil de morbidade dos diferentes grupos sociais cadastrados nas
ESF do município de Patrocínio,MG. METODOLOGIA:
considerando que as regiões do município (central,
periférica e rural) atendem a grupos sociais distintos,
a coleta nas unidades foi realizada de Dezembro de
2010 a Fevereiro de 2011 em todas as ESF de Patrocínio.
A partir do cálculo amostral, foram analisados 600
prontuários, divididos proporcionalmente de acordo
com a população de cada região. Em cada ESF foi feita
uma amostragem sistemática para encontrar a pasta
familiar, e assim selecionar 1 prontuário individual,
contido nela, através de um sorteio casual simples entre os membros da família. Em seguida foram anotados
os dados do paciente da e todos os diagnósticos feitos
em 2010. RESULTADOS PARCIAIS: as frequências pelo
Epi Info apontam que 73% da população adscrita está
na região periférica do município; 65% dos usuários
são do sexo feminino, 84% são alfabetizados; das 48
ocupações encontradas, as mais frequentes: do lar
(19%), aposentado (16,5%) e trabalhador agrícola (9,2%).
Nas morbidades agrupadas pelos capítulos da CID 10,
se destacam com 21% as doenças do aparelho circulatório, transtornos mentais e comportamentais com 17,5%
e as doenças endócrinas nutricionais e metabólicas
com 13,1%. Conclusão: estamos em fase de descrição
dos dados e portanto, ainda não foi possível separar
as regiões central, periférica e rural. Mas espera-se
(até Agosto finalizaremos e colocaremos no banner)
caracterização do perfil de usuários e suas morbidades
nos serviço de saúde do município,um melhor planejamento das ações de saúde.
Saúde Soc. São Paulo, v.20, supl.1, 2011 78
PLANEJAMENTO DA QUALIDADE NAS UNIDADES social brasileira. Destaca-se a descentralização da
DE SAÚDE DA FAMÍLIA UTILIZANDO O DESDOBRA- saúde, que foi submetida ao mais profundo processo
de municipalização já ocorrido na política social do
MENTO DA FUNÇÃO QUALIDADE (QFD)
Volpato, L. F. (1); Meneghim, M. C. (1); Pereira, A. C.
(1); Ambrosano, G. M. B. (1);
Instituição: 1 - FOP/UNICAMP;
A qualidade é um requisito indispensável na área da
saúde e sua procura se faz presente devido à necessidade de atender as exigências de uma população ciente
de seus direitos, da essência das boas relações no trabalho e diminuição dos custos tecnológicos. Assim, a
qualidade envolve todos que fazem parte do processo
(usuários e profissionais), deixando de ser um atributo
do serviço. A pesquisa teve como objetivo verificar a
possibilidade de planejar a qualidade nas Unidades de
Saúde da Família, através do método Desdobramento
da Função Qualidade (QFD). Este planeja a qualidade
segundo a satisfação do usuário, envolvendo os profissionais da instituição e identificando novos caminhos
para aperfeiçoar os processos de trabalho. A construção
da matriz, denominada Casa da Qualidade, é o aspecto
mais importante desse método. Os resultados mostram
que há similaridade entre a qualidade exigida pelos
usuários e a qualidade planejada pelos profissionais.
A presente pesquisa comprovou que a ferramenta QFD
constitui-se em instrumento eficiente no planejamento
da qualidade nos serviços públicos de saúde.
PODER LOCAL E POLÍTICAS SOCIAIS: ANÁLISE
DAS POLÍTICAS DE SAÚDE DA CIDADE DE VILA
VELHA – ES
BARRETO JUNIOR, Irineu Francisco (1);
Instituição: 1 - Mestrado em Ciências Sociais da UVV;
Fundação Seade; Mestrado em Direito da FMU.;
A pesquisa realizou um estudo analítico da política
municipal de saúde na cidade de Vila Velha, Estado do
Espírito Santo. Essa investigação, porém, não se restringiu unicamente ao sistema local de saúde: discutiuse de forma mais ampla o processo de municipalização
das políticas públicas de saúde ocorrida no Brasil após
a promulgação da Constituição de 1988, assim como
uma análise frente ao marco teórico-metodológico do
Ciclo de Políticas Públicas. A CF determinou que uma
série de políticas, antes promovidas e de responsabilidade dos governos central e estaduais, passasse a ser
executada pelos municípios, transformando o desenho
institucional e a engenharia técnica-política proteção
Anais XII Congresso Paulista de Saúde Pública
país. A cidade de Vila Velha frente à sua complexidade,
porte populacional e relevância econômica e política no
Estado, demonstrou uma dinâmica típica das grandes
cidades e que, em diversas situações, demonstra situação mais complexa que a capital do Estado, Vitória. A
taxa de crescimento populacional de VV é significativamente maior que a do Estado do Espírito Santo como
um todo, o que torna mais agudos os problemas provocados pela superpopulação, envelhecimento e transição
demográfica, com evidentes impactos na formulação
da política de saúde que deverá adaptar-se a essa
miríade de fenômenos. Esses fenômenos tornam-se
evidentes quando são comparadas as pirâmides etárias
de VV e do Brasil como um todo, como parâmetro de
referência. São visíveis o envelhecimento populacional
e a menor concentração de jovens na cidade do que no
Brasil como um todo, provavelmente pelas altas taxas
de mortalidade por causas externas registradas na
cidade. Consideram-se como tal acidentes de trânsito,
homicídios e outras formas de morte violenta.
Estas dados apenas tornam evidente a centralidade
das políticas de saúde no município e a necessidade de
políticas que elejam estratégias que minorem os impactos do crescimento populacional, envelhecimento
e as mortes violentas, típicas das grande metrópoles
mas que apresentam perfil mais agudo em Vila Velha. A
pesquisa permitiu uma maior compreensão desses fenômenos e uma apropriação precisa da realidade local,
permitindo ainda a identificação dos pontos críticos e
necessidade de adoção de políticas estratégicas para a
política de saúde da cidade.
POLÍTICAS E PRÁTICAS EM SAÚDE: O PROCESSO
DE TRABALHO NA ATENÇÃO PRIMÁRIA DE ALFENAS SOB A ÓTICA DO USUÁRIO
GOMES, L.T.S. (1); GRACIANO, M.M.C. (2); NOGUEIRA, D.A. (1);
Instituição: 1 - UNIFAL; 2 - UNIFENAS;
INTRODUÇÃO:O HiperDia é um sistema de informação
criado para monitoramento de hipertensos e diabéticos, ele foi reestruturado no município de Alfenas-MG
no ano de 2009. Objetivos: Descrever o perfil epidemiológico dos hipertensos cadastrados, fornecer dados gerais sobre o universo da pesquisa, e avaliar o processo
de trabalho na Atenção Primária para o controle da
Saúde Soc. São Paulo, v.20, supl.1, 2011 79
hipertensão arterial sistêmica, analisando-se a média
de satisfação dos usuários. METODOLOGIA: Estudo
exploratório de dados secundários de 2.134 hipertensos
cadastrados no HiperDia de Alfenas; e estudo de inquérito com amostra 335 pacientes; análise freqüentista por
meio do SPSS versão 13. Resultados Do total de pacientes
estimados, 74% se encontram cadastrados. Aproximadamente 62% são mulheres; 37% têm diabetes associada;
70% têm entre 40 e 69 anos de idade; 22% é tabagista e
44% sedentário; 33% apresentam alguma seqüela, sendo
coronariopatia e doença renal as mais freqüentes; 40%
não têm classificação de risco. Em relação ao estudo de
inquérito, 67% da amostra passou mais de 3 vezes em
consulta médica no último ano; 0,5% saiu da consulta
médica com a próxima agendada; 49% nunca participou de grupos de caminhada e 70% nunca participou
de grupos de hipertensos; 88% afirma ter facilidade de
acesso à medicação e 92% deles considera adequada as
orientações de uso; 85% nunca passou por consulta de
enfermagem; 86% não recebeu visita do médico e 87%
não recebeu visita da enfermagem no último ano; 11%
das visitas do ACS é apenas para colher assinatura. Em
média, 95% da população realizaram exames de rotina,
exceto ECG, realizado em 74%. No último ano, 27% da
população passou por avaliação oftalmológica; 23%
odontológica; 18% nutricional; 13% fisioterápica; 4%
psicológica; e 3% fonoaudiológica, 100% das unidades
contam com a presença de um odontólogo. Dentre os
pacientes avaliados por fonoaudiólogo, 80% possui 60
anos ou mais, o que representa 4,5% da população que deveria passar por esta avaliação. Conclusão: Os usuários
estão satisfeitos com os serviços prestados (média 8). O
item com pior avaliação se refere à resolubilidade, que
obteve média 7,7. Existem falhas pontuais nos serviços,
dentre elas a assistência de enfermagem e odontológica,
que não se justificam. Deficiência na avaliação do risco
audiológico de idosos hipertensos deve-se á oferta reduzida deste profissional no serviço local. O déficit de ECG
será superado, pois novos aparelhos foram adquiridos e
médicos passarão por treinamento.
Saúde da Família (PSF) tem sido adotada como uma
estratégia pela política de assistência psiquiátrica
no Brasil, entretanto o seu planejamento deve passar
por um estudo de suas necessidades. Neste sentido, o
levantamento da prevalência de transtornos graves é
uma das primeiras abordagens. Objetivo: estimar a prevalência de sintomas psicóticos em uma comunidade
de baixa renda no litoral de São Paulo. Método: estudo
de corte transversal com amostra representativa de
indivíduos maiores de 15 anos oriundos da população
de 1000 famílias (aproximadamente 3000 pessoas)
cadastradas em uma equipe da Unidade de PSF do
Bairro Perequê, Guarujá, SP, 2010. Para identificar os
pacientes portadores de sintomas de transtorno psicótico foi aplicado o “Self Report Questionary (SRQ)”,
composto de 30 questões para alterações fisiológicas,
comportamentais, cognitivas e de humor.
Resultados dos 524 entrevistados, 65,6% são mulheres,
média de idade de 41 anos (15-82; dp=15,7), igual entre
os gêneros, e 55,5% apresentaram pelo menos um dos
quatro sintomas de transtorno psicótico. Destes, dois
investigaram o conteúdo do pensamento, delirante de
perseguição e de grandeza: “O Sr(a) acha que alguém
tem tentado prejudicá-la de alguma forma?” e “O Sr/
Sra é uma pessoa muito mais importante do que a
maioria das pessoas acha?”. Os outros dois investigaram alterações da senso-percepção: “O Sr(a) notou
qualquer interferência ou qualquer coisa diferente
com o seu pensamento?” e “Já ouviu vozes sem saber
de onde vêm ou que outras pessoas não ouvem?”. As
prevalências foram, respectivamente, 24,4% (sem diferenças entre os gêneros), 30,0% (predomínio entre os
homens, X2=7,9; gl=1; p<0,01), 17,7% (predomínio entre
as mulheres, X2=5,7; gl=1; p<0,05) e 22,2% (predomínio
entre as mulheres, X2=10,8; gl=1; p<0,01). Conclusão:
embora a presença de sintomas psicóticos, medidos por
meio de uma escala de rastreamento, não represente,
necessariamente, um diagnóstico clínico de transtorno
psicótico, nossos resultados apontam para um número
muito elevado de casos, principalmente se considerarmos que a prevalência de casos graves na população
geral é de aproximadamente 7%.
PREVALÊNCIA DE SINTOMAS DE TRANSTORNOS
PSICÓTICOS EM UMA COMUNIDADE DE BAIXA
PROFISSIONAIS DE ACUPUNTURA NO SUS:DA PORENDA NO LITORAL DE SÃO PAULO.
LÍTICA NACIONAL DAS PRÁTICAS INTEGRATIVAS
Castro, C.V. (1); Andreoli,S.B. (1);
Á REALIDADE DOS FATOS
Instituição: 1 - Unisantos;
Introdução: o atendimento de portadores de transtorno mental na comunidade dentro dos Programas de
Anais XII Congresso Paulista de Saúde Pública
Ribeiro,M.S (1); Leonelli,L.B. (2); Oliveira,M.S (3);
Alves,A.P.M.F.B (2);
Saúde Soc. São Paulo, v.20, supl.1, 2011 80
Instituição: 1 - Prefeitura Municipal de Guarulhos/
Universidade Mogi das Cruzes; 2 - UNIVERSIDADE
MOGI DAS CRUZES; 3 - APS- Santa Marcelina/UMC;
Introdução:A Acupuntura é um campo de conhecimento na área da saúde, reconhecido pela Organização
Mundial de Saúde–OMS, mediante iniciativas que
visam a difusão deste campo e facilitar sua incorporação nas políticas públicas de saúde dos países membros, conforme a “Estratégia da OMS sobre Medicina
Tradicional 2002-2005” e a realização em 2008 do I
Congresso da OMS para as Medicinas Tradicionais, em
Beijing. Neste sentido, o Ministério da Saúde implementou a Política Nacional de Práticas Integrativas e
Complementares(PNPIC, 2006) no SUS, que preconiza
a assistência pela Acupuntura, entre outras práticas
congêneres, por profissionais de saúde especializados, sem exclusividade ou monopólio de nenhuma
categoria. Sua formação no Brasil é feita por cursos
de pós-graduação e seu exercício é contemplado em
resoluções normativas de vários conselhos federais
da área de saúde. Objetivos: Identificar a inserção dos
profissionais de acupuntura na grande São Paulo e
verificar o exercício desta prática na rede SUS. Nossos propósitos convergem na divulgação e ampliação
da Acupuntura, como instrumento em saúde, a todos
os profissionais habilitados, conforme preconiza o
Programa Nacional Praticas Integrativas e Complementares. Método:Pesquisa de revisão bibliográfica
dos últimos 10 anos nas bases de dados Bireme, Banco teses USP, Portais Públicos de Saúde, DataSUS,
Portal Capes e Anais de Congressos relativos a área
de Medicina Chinesa–Acupuntura. Resultado/Análise
Critica: A principal maneira de se acelerar com qualidade os serviços de acupuntura no sistema público é
pela inserção de novos profissionais acupunturistas,
pois sua assistência abrange várias especialidades de
saúde em todas as fases do processo de saúde doença
atingindo diversas categorias de profissionais dentro
de seu campo de atuação. Apesar de ser multiprofissional, conforme dados analisados do DATASUS, ainda
comporta uma quantidade restrita de profissionais
cadastrados. A maioria destes são pertinentes a uma
categoria profissional. Os diagnósticos em acupuntura
são distintos da visão ocidental, o que não seria um
entrave para sua ampliação no SUS e nem monopólio
de apenas uma categoria. Conclusão:Esta revisão
pretende disseminar a discussão entre os artigos e
publicações relativas ao tema, na perspectiva de sua
Anais XII Congresso Paulista de Saúde Pública
divulgação e contribuir para uma visão cientifica
integrada e objetiva, que some e multiplique conhecimentos a todos profissionais de saúde dentro dos seus
campos de atuação.
PROGRAMA DE EDUCAÇÃO PERMANENTE PARA
GERENTES DA REDE BÁSICA DE SAÚDE DA CIDADE DE SÃO PAULO: ANÁLISE DA CONSTRUÇÃO E
AVALIAÇÃO DOS RESULTADOS
Ficher, K. N. (1); Cecilio, L. C. O. (1); Andreazza, R. (1);
Instituição: 1 - UNIFESP;
Introdução: A Educação Permanente é uma estratégia
preconizada pelo Ministério da Saúde para a formação
de recursos humanos para o Sistema Único de Saúde.
A Educação Permanente em Saúde aborda a reflexão
crítica sobre a prática cotidiana dos serviços de saúde,
materializando-se na forma da educação no trabalho,
ou processo educativo aplicado ao trabalho, buscando
mudanças na forma de entendimento da saúde, do
sistema de saúde, das relações interpessoais, das práticas em saúde e da gestão dos serviços. OBJETIVO:
Descrever de forma analítica e avaliar a experiência de
construção de um Programa de Educação Permanente
por parte de uma Universidade no Estado de São Paulo, destinado à participação de gerentes de Unidades
Básicas de Saúde do município de São Paulo/SP que
recebem estudantes através dos convênios do PróSaúde. Método: Através da estratégia de “observação
participante”, construiu-se a memória dos encontros do
programa ao longo de um ano, destacando-se os pontos
mais exitosos da iniciativa e os grandes impasses à
concretização do mesmo. Foram realizados relatórios
dos oito encontros do Programa de Educação Permanente em 2009, além de um Seminário de Avaliação realizado em 2010. Resultados O Programa abordou temas
como os processos de ouvidoria e os impactos na gestão
em saúde, a regulação do sistema de saúde na busca
pela regionalização e a articulação ensino-serviço,
os quais apresentam forte impacto na concretização
da integralidade de atenção à saúde e superação das
práticas tradicionais de assistência. A duplicidade de
formas assistenciais (“tradicional” e saúde da família)
e de modelos jurídicos diferenciados (administração
direta e Organização Social) caracterizaram impasses
para o desenvolvimento do Programa. Notou-se grande
dificuldade de implementação do programa, no âmbito
da institucionalidade da Universidade e dos serviços
Saúde Soc. São Paulo, v.20, supl.1, 2011 81
de saúde, marcados por toda sua complexidade da
micropolítica e por múltiplos espaços de decisão.
Observou-se uma ampla diversidade de interesses no
Programa de Educação Permanente, provavelmente
causado pela dualidade de projetos políticos para a
saúde que permeiam a academia e o gestor municipal.
Conclusão: Os autores apontam que a Educação Permanente em Saúde deva ser considerada como uma
estratégia de desenvolvimento dos trabalhadores de
saúde na perspectiva do Sistema Único de Saúde, mas
que sua concretização depende de um grande esforço
pessoal e institucional dos atores envolvidos.
PROMOÇÃO DA SAÚDE: A PARTICIPAÇÃO POPULAR NO SUS
GOMES,L.T.S. (1); GRACIANO, M.M.C. (2); NOGUEIRA,
D.A. (1);
Instituição: 1 - UNIFAL; 2 - UNIFENAS;
Introdução: A participação popular no SUS é pressuposta, ao mesmo tempo em que consiste em um princípio
organizativo do mesmo. Objetivos: Avaliar o acesso à
informação e participação popular no SUS em uma
Regional de Saúde de Minas Gerais. METODOLOGIA:
Estudo de inquérito domiciliar, cujos sujeitos da pesquisa foram mulheres donas de casa. A coleta de dados
foi realizada entre abril de 2007 e janeiro de 2008. A
amostra de 2.500 domicílios, obtida por sorteio aleatório e a análise freqüentista foi realizada por meio do
programa SPSS. Resultados Ao se avaliar o acesso da
população à informação e tecnologia computacional,
por meio da pergunta pelo conhecimento da página do
DATASUS na Internet, assim como por meio da atuação
dos Conselhos Municipais de Saúde e da ocorrência
periódica de Conferências Municipais de Saúde, podese detectar uma alienação generalizada. 66.7% das
usuárias do SSAM e 75.0% das usuárias do SUS nunca
acessaram esta pagina da internet ou mesmo ouviram
falar sobre ela. Também com relação ao conhecimento
da existência ou participação de reuniões de Conselhos
Municipais de Saúde ou de Conferências Municipais de
Saúde, o desconhecimento é geral: 92.5% das mulheres
do SSAM nunca ouviram falar de tais Conferências
ou participou de alguma delas. Entre as mulheres
SUS dependente, este índice é de 92.1%. Com relação à
atuação dos Conselhos Municipais de Saúde o grau de
desinformação é de 95.2% entre as mulheres do SSAM
e 96.9%, entre as usuárias do SUS. Não obstante, as
mulheres usuárias do SSAM procuram se informar
Anais XII Congresso Paulista de Saúde Pública
mais sobre o que acontece na saúde do seu município
(46.9%), do que aquelas SUS dependentes (31.3%).
Este índice foi o único que apresentou uma diferença
significativa (P=0.001). Quando avaliado de forma
conjunta, cerca de 60% das mulheres entrevistadas
não procuram se informa sobre os acontecimentos na
saúde do seu município; 87.4% nunca participou de
uma Conferência de Saúde e 67.5% jamais ouviu falar
delas. Das poucas mulheres que ouviram falar destas
Conferências, 80% acessaram a informação por meio
de ACS. Conclusão: Na medida em que a avaliação em
saúde é fundamental para a gestão do sistema, ao permitir construir indicadores da qualidade dos serviços
prestados, e que esta, por sua vez, perpassa pelo grau
de informação e participação popular, o fortalecimento
deste princípio do SUS deve ser tomado como política
pública primordial.
REGIONALIZAÇÃO DO SUS NO GRANDE ABC:
PACTUAÇÃO FRÁGIL
SILVA, E. C. (1); GOMES, M. H. A. (1);
Instituição: 1 - UNIFESP;
Introdução: É fato que a regionalização expressa às
estratégias, bem como os instrumentos passíveis de
auxiliarem o processo de solificação de um sistema
regional de saúde no Grande ABC. Há de se reconhecer
que é na região onde a atenção integral à saúde se reproduz em todos os níveis de complexidade e densidade
tecnológica. Neste caso, tem que se assumir que há
uma interdependência entre a região e o Estado – por
meio da DRS I – na sua pactuação e, consolidar um
SUS regional funcionando de forma efetiva na região.
OBJETIVO: Analisar os instrumentos CGR, PDI, PDR
e PPI, do Pacto de Saúde 2006, no processo de regionalização do SUS na Região do Grande ABC Paulista.
METODOLOGIA: Com relação ao tipo de pesquisa,
definimos como sendo exploratório-descritiva; foram
concebidas dezesseis entrevistas com Gestores de
Saúde Municipais, da DRS I, da principal Organização
Social da região, além de representantes da Sociedade
Civil; entre os meses de fevereiro – julho de 2010; e
para tanto, optamos por uma análise qualitativa, pois
ela seria a mais adequada para conhecer o objeto de
estudo. Resultados Evidenciamos a presença do CGR
na região, mas percebemos que sua constituição ainda
está inacabada, devido, em parte à diversidade regional; no que tange o PDI, é necessário haver, por meio da
CIT, uma maior cooperação técnica e financeira com o
Saúde Soc. São Paulo, v.20, supl.1, 2011 82
Grande ABC, já que em 2008 a região recebeu miseros
R$ 20.000 da União; o PDR precisa ser atualizado na
região, ou seja, elaborar um desenho que reflita as interações regionais entre serviços e ações já existentes;
e para a PPI, é necessáro que haja uma articulação,
avaliação, coordenação, controle e prestação de serviços de forma mais integrada aos sistemas de saúde
local, deixando às margens as “vaidades” municipais
e políticas e, para os gestores municipais, cabe uma
atuação mais presente e constante do governo estadual.
Conclusão: É fato que no Grande ABC prevalece o “Eu”,
em vez de “Nós” e ainda; o “Meu”, em vez do “Nosso”;
há uma intensa competição no interior de três – Santo
André, São Bernardo do Campo e São Caetano do Sul
– dos sete municípios, onde prevalecem a rivalidade e
“vaidades”. São frutos do pensamento neoliberal. Em
suma, região carece de uma articulação que refletindo
em um sistema regional de saúde frágil, desorganizado
e com baixo grau de co-gestão; alimentando, cada vez
mais, as desigualdades sociais regionais de saúde e o
“jogo de poder” político na região.
SAÚDE DA MULHER: ESTRUTURA INSTALADA E
CONDICIONANTES SÓCIO-ECONÔMICOS NO VALE
DO PARAÍBA PAULISTA
Silva, C. G. (1); Souza, I. S. (1); Sodré, J. J. M. (1); Vianna, P. C. (1);
Instituição: 1 - UNIVAP;
Introdução: As iniqüidades regionais em saúde decorrem de fatores sócio-econômicos, culturais, demográficos e de infra-estrutura. Desde 1940 o Ministério da
Saúde institui políticas visando reduzir a mortalidade
materno-infantil, porém a implementação de políticas
regionais para a saúde integral da mulher, com oferta
equânime de serviços, permanece um grande desafio
para o SUS. Até recentemente essas ações eram avaliadas nos níveis municipal, estadual e nacional. Este
trabalho avalia indicadores de saúde da mulher para
esta região de saúde e suas 4 microrregiões, a fim de
compreender o cenário materno-infantil regional. Este
trabalho integra o desenvolvimento de um Observatório Regional de Saúde do Vale do Paraíba (VPP), baseado
na experiência da região metropolitana de São Paulo.
Método: Estudo quantitativo, descritivo, a partir de
dados disponíveis no DATASUS e Fundação SEADE
para a Região de Saúde do Vale do Paraíba.
Resultados O VPP é região dual: municípios ricos,
com bons indicadores sociais e pequenos, com indicaAnais XII Congresso Paulista de Saúde Pública
dores sociais ruins. O cenário sócio-econômico influi
nos indicadores de saúde, como mortalidade infantil
e materna, mas a associação nem sempre é direta,
demonstrando a existência de fatores que modulam
a relação. O comportamento de cada microrregião é
homogêneo (baixa condição socioeconômica e menor
infra-estrutura instalada, maior cobertura de saúde
da família; indicadores mais precários), porém não há
correlação direta entre indicadores de processo (percentual de pré- natal adequado) e de resultado (baixo
peso ao nascer; mortalidade neonatal precoce). A oferta
de mamografias tem aumentado, mas ainda abaixo do
parâmetro. Novas políticas ampliaram a oferta, mas
não modificaram a concentração dos equipamentos,
reforçando as desigualdades regionais.
Discussão: As informações disponibilizadas nos sítios
permitem desenhar cenários, mas não compreender as
diferenças. A heterogeneidade observada na cobertura
do PSF, consultas de pré- natal e exame de mamografia
contribuem para explicar as diferenças inter-microrregiões nas taxas de mortalidade infantil e por câncer
de mama. A disponibilização dessas informações em
espaço para debate, agregando análise qualitativa aos
dados poderia esclarecer os impasses regionais para
a implantação das políticas de saúde da mulher. A implementação do observatório de saúde do VPP poderá
contribuir para maior transparência no monitoramento regional dos programas de saúde.
SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE: UTOPIA OU REALIDADE?
Cordeiro, T. M. S. C. (1); Santos, C. L. R. (2);
Instituição: 1 - FAN; 2 - FTC;
Introdução: O Sistema Único de Saúde (SUS) constitui o
sistema público de saúde brasileiro mais desenvolvido
nos últimos anos, porém, necessita ainda de muitos
ajustes quanto ao cumprimento das legislações reguladoras que são tratadas como utopias. Objetivo:
O objetivo deste estudo é analisar através das evidências científicas o questionamento: SUS: utopia ou
realidade?. Método: Trata-se de um estudo de revisão
bibliográfica, de caráter exploratório com abordagem
qualitativa. A coleta de dados deu-se pela busca nas bases de dados scielo e bireme, para seleção seguiu-se os
seguintes critérios: I) artigos publicados em português;
II) artigos que abordam o SUS como utopia ou realidade; III) publicados no período de 2002 a 2010. A amostra
constitui de oito artigos e foram analisadas segundo
Saúde Soc. São Paulo, v.20, supl.1, 2011 83
a analise de conteúdo de Laurence Bardin. Resultados
Os resultados apontam que o SUS é considerado utopia
nas seguintes vertentes: princípios e diretrizes como
universalização, equidade, integralidade, descentralização além do controle social, o mix público-privado e
o conceito de saúde. Conclusão: Conclui-se que o SUS
precisa superar todas essas utopias tornando-as realizáveis, através do cumprimento de todas as legislações
e normas vigentes no sistema de saúde brasileiro.
SITUAÇÃO DA TUBERCULOSE NO SISTEMA PRISIONAL FEMININO NA BAIXADA SANTISTA.
Pinto, R.M.F. (1); Bernardes, L.M. (1); Fernandes,
J.M.P.A. (1); Silva, M.L.N. (1); Gonçalves Junior, G.G. (1);
Barreira, T.M.H.M. (1); Makhoul, A.F. (1); Cohn, A. (1);
Instituição: 1 - UNISANTOS;
Introdução: Trata-se de recorte do projeto Avaliação
da Exposição e Riscos à Tuberculose em População
Carcerária Feminina na Baixada Santista do Núcleo de
Estudos e Pesquisas em Educação em Saúde Coletiva,
Mestrado em Saúde Coletiva/UNISANTOS. Na região
existem apenas duas cadeias públicas que são anexas
aos 2º DP de Santos e 2º DP de São Vicente. Em Santos,
a SEVIEP- Serviço de Vigilância Epidemiológica da
Secretaria de Saúde da Prefeitura Municipal de Santos é o órgão responsável pela busca ativa na cadeia e
quem realiza os exames de BK e Raio X, bem como o
tratamento das doentes. Em São Vicente, este serviço
está a cargo do Programa Municipal de Tuberculose
da Prefeitura Municipal de São Vicente. Objetivos: verificar a situação da Tuberculose no sistema prisional
feminino e avaliar as formas de controle, diagnóstico
e tratamento da tuberculose no sistema prisional. Método: pesquisa qualitativa realizada em duas etapas:
na primeira foram aplicados 52 questionários nas duas
cadeias para levantar o perfil das detentas e detectar
casos sintomáticos respiratórios. Foram detectadas
06 detentas com TB e 16 sintomáticas respiratórias
que, encaminhadas para exames apresentaram resultados negativos. Na segunda, foram entrevistadas as
seis detentas em tratamento de TB nas duas cadeias.
Resultados Das 06 detentas com TB, 04 nunca haviam
tratado a doença, uma já havia abandonado tratamento
e uma afirmou ter tido problemas pulmonares. Uma
iniciou o tratamento depois do aprisionamento. Duas
afirmaram ter tido companheiras de celas com a doença e três conviveram com pessoas portadoras de TB. A
administração dos medicamentos pelos fica a cargo
Anais XII Congresso Paulista de Saúde Pública
das detentas, o que contraria o Manual de Recomendações para o Controle da Tuberculose do MS. Não há
isolamento das sintomáticas e das doentes, agravado
pelo fato de que a média de ocupação por cela é de 18
a 20 mulheres com condições ambientais precárias.
Conclusão: Permanecem os obstáculos em relação às
estratégias de controle da TB nas prisões. Não existe
TDO; a busca ativa dos serviços de saúde (Santos e
São Vicente) é realizada apenas uma vez por ano e não
considera os contatos; há falta de informação da PPL e
demais integrantes da comunidade carcerária para a
importância da identificação precoce dos casos; dificuldade do acesso da PPL aos serviços de saúde, decorrente da priorização da segurança e a falta de recursos
humanos e financeiros, em um nítido desrespeito ao
direito à saúde da população privada de liberdade.
TECENDO REDES: A BUSCA PELO ACESSO AO CUIDADO REALIZADA POR PACIENTES COM CÂNCER
NA MACRORREGIÃO DE CAMPINAS/SP
Peroni, F. M. A. (1); Andrade, M. G. G. (1);
Instituição: 1 - UNICAMP;
Fala-se na atualidade em uma crise dos sistemas de
saúde, em razão do distanciamento entre as necessidades de saúde das pessoas e a forma como os sistemas
se organizam, marcada pela fragmentação do cuidado,
pela não equidade e não integralidade. Nesse cenário,
merece destaque o modo como se organiza a atenção
oncológica no Brasil, onde a situação tem se caracterizado por diagnósticos tardios e dificuldades para a
assistência integral, comprometendo a qualidade de
vida e a sobrevida dos pacientes. Essa realidade motivou a realização da presente pesquisa, que objetivou
conhecer a conformação da Rede de Atenção Oncológica na macrorregião de Campinas/SP tendo como
eixo norteador a integralidade do cuidado. Trata-se
de um estudo de natureza qualitativa, realizado com
pacientes portadores de câncer de mama feminina
e de próstata residentes nos municípios de Amparo,
Bragança Paulista, Sumaré e Várzea Paulista, pertencentes aos quatro Colegiados de Gestão Regional da
macrorregião de Campinas. Na primeira fase foram
realizadas entrevistas com gestores municipais e
federais, assim como entrevistas em profundidade
com pacientes oncológicos para reconstituir os itinerários de busca e caracterizar o acesso e a utilização
dos serviços de saúde. As análises iniciais evidenciam dificuldades na oferta de serviços de média e
Saúde Soc. São Paulo, v.20, supl.1, 2011 84
alta complexidade, com pouca participação do nível
estadual no financiamento e organização da rede de
serviços; existência de vazios assistenciais, percebidos
pela dificuldade de acesso a determinados exames e
mesmo ao tratamento do câncer; falta de consenso
na definição dos papéis e função dos distintos níveis
assistenciais, sendo quase inexistente a comunicação entre os serviços. Tais dificuldades emergem nas
trajetórias assistenciais colhidas, mostrando que os
pacientes percorrem variados caminhos na tentativa
de encontrar o tratamento adequado, sendo comum
nas histórias narradas a dificuldade em acessar os
serviços de saúde, principalmente os especializados. A
falta de informação sobre a doença e o funcionamento
dos serviços gera, ainda, desconfiança e descrédito em
relação ao sistema. As dificuldades na implementação
das redes de atenção à saúde, percebidas tanto pela
inadequação de recursos como pela complexidade dos
fluxos dentro e fora das redes, são desafios que necessitam ser considerados e superados para a efetivação
de um atendimento integral.
TITULO: AVALIAÇAO DA INCIDÊNCIA E LETALIDADE DA DOENÇA MENINGOCÓCICA EM RESIDENTES
E OCORRIDOS NA AREA DO GVEVII (GRANDE ABC/
SP) 1998 A 2010.
Sakata, M. U. (1); Neve, M. A. T. (1); Guerschman, T.M.
(1);
Instituição: 1 - GVE VII / CVE / CCD / Secretaria de
Saúde de São Paulo;
Introdução: as meningites têm distribuição universal
e a doença meningocócica por suas características
endêmica e epidêmica ainda merece avaliações quanto
ao seu comportamento epidemiológico. Os sorogrupos
B e C têm sido os mais prevalentes em todo o mundo,
inclusive o Brasil. No país, a mortalidade associada às
doenças meningocócicas é muito elevada, particularmente em lactentes.
Material e Método: análise dos bancos de dados SINANW (1998 a 2006) e SINANNET (2007 a 2010), de
casos confirmados de residentes ocorridos na área
de abrangência, compilados no Grupo de Vigilância
Epidemiológica VII da Secretaria de Saúde do Estado
de São Paulo (região do Grande ABC).
Resultados e discussão: O coeficiente de incidência
por 100.000 habitantes variou entre 2,36 (2006) e 4,61
(2010) e o de letalidade entre 16,3 % (2004) e 29,1%,
(2002).
Anais XII Congresso Paulista de Saúde Pública
O sorogrupo B foi predominante entre 1998 e 2002 e o
sorogrupo C entre 2003 e 2010.
As faixas etárias mais atingidas, por números absolutos, foram de 1 a 4 anos (288), menores de 1 ano (212)
e 5 a 9 anos (152).
São Bernardo do Campo e Santo André foram os municípios com o maior número de casos em todo o período.
Chama a atenção o aumento progressivo de casos confirmados no município de Rio Grande da Serra a partir
de 2011, indicando uma maior observação do mesmo.
Não houve período epidêmico e a taxa de letalidade
corrobora o descrito na literatura.
A confirmação diagnóstica foi afetada positivamente
pela introdução do exame laboratorial PCR a partir de
2010. Com este exame tornou-se possível realizar o
diagnóstico pós-morte. Outro fator positivo no incremento da busca diagnóstica é a cobrança aos municípios, que têm que cumprir meta estabelecida junto ao
Ministério da Saúde. Estes e outros fatores contribuem
inclusive para o aumento de casos confirmados.
Estes têm esforçado também para a realização dos
exames diagnósticos diferenciais (dengue, febre maculosa e leptospirose), assim como na realização dos
bloqueios.
O encerramento também tem sido realizado mais frequentemente dentro dos prazos estabelecidos.
O inicio da vacina conjugada para menores de 2 anos de
idade no calendário vacinal se deu em outubro de 2010
no Estado de São Paulo, não podendo ainda ser avaliado
seu impacto na incidência da doença meningocócica.
TRANSMISSÃO VERTICAL DO HIV – CUSTOS DA
PREVENÇÃO NO ESTADO DE SÃO PAULO.
SOARES A. (1); Silva, Maria Eunice W. (2); Ambrosio,
Danielle T. (2); Colussi, Júlia (2); Lima, Natália S. R.
(2); Vercelino, Juçara G. (2); Costa, João Victor C. (2);
Instituição: 1 - SECRETARIA DE ESTADO DA SAÚDE
DE SÃO PAULO/FACULDADE DE CIÊNCIAS MÉDICAS DA UNICAMP; 2 - Universidade de São Paulo;
Introdução: Mudanças no perfil epidemiológico da
AIDS, com aumento dos casos entre mulheres, da
sobrevida e da qualidade de vida, elevaram o risco da
transmissão vertical (TV) do HIV. Para que seja possível
a redução do risco da TV para menos de 2%, o Ministério
da Saúde preconiza medidas profiláticas e disponibiliza no Sistema Único de Saúde exames laboratoriais,
consultas, medicamentos, fórmula láctea entre outros
insumos, que impactam no sistema de saúde. Neste
Saúde Soc. São Paulo, v.20, supl.1, 2011 85
contexto, revelar os custos da TV é fundamental para
apoiar e direcionar a política de saúde nesta área.
Objetivos: Dimensionar os custos envolvidos com a
prevenção da transmissão vertical do HIV no estado
de São Paulo.
Método: estudo exploratório, desenvolvido por meio
de pesquisa documental. Foram identificadas e quantificadas todas as ações necessárias para a profilaxia,
tais como: exames laboratoriais, consultas médicas
da gestante e criança exposta, tratamento com antirretrovirais, inibidores de lactação, entre outros. Os
dados foram organizados por Grupo de Vigilância e
apresentados para o ano de 2010.
Resultados Foram notificados 1.267 casos de gestantes
HIV+ no Estado de São Paulo, sendo 34% oriundos da
capital. O custo da prevenção da TV do HIV na cidade
de São Paulo foi estimado em R$ 3.325.802,00, o valor
gasto no Estado é de R$ 10.624.940,00. Observou-se
que 58% desses custos se referem a exames de laboratório, 38% se referem a insumos e 4% se referem a
assistência.
Conclusão: O estudo aponta para o baixo custo da
assistência no pré natal e no recém nascido e a necessidade de concentrar esforços para detecção dos casos
de AIDS, por meio da realização de exames em todas as
gestantes, para inicio imediato da profilaxia. Aponta
ainda para a necessidade de cotizar os dados dos custos
da TV com os custos para o Sistema Único de Saúde
caso nenhuma medida profilática fosse adotada.
UM ESTUDO DO PERFIL DAS GESTANTES PORTADORAS DE SÍFILIS DE UMA SUPERVISÃO DE
VIGILÂNCIA EM SAÚDE NO MUNICÍPIO DE SÃO
PAULO
Souza,K.F. (1); Bittencourt,M.L.M (1);
Instituição: 1 - UNIP;
Anualmente, cerca de três milhões de mulheres dão à
luz no Brasil. Estima-se que a taxa de prevalência de
mulheres portadoras de sífilis no momento do parto
seja de 1,6%, o que corresponde a aproximadamente
49 mil parturientes infectadas e 12 mil nascidos vivos
com sífilis, considerando-se uma taxa de transmissão
de 25%, de acordo com estimativa da OMS. Nesse estudo verificou-se o perfil epidemiológico das gestantes
portadoras de sífilis, quantificou-se o número de casos
de Sífilis Congênita, caracterizando faixas etárias e
estágios da doença mais destacados. A pesquisa foi de
caráter descritivo e exploratório de 52 casos de Sífilis
Anais XII Congresso Paulista de Saúde Pública
nas Gestantes notificados na Supervisão de Vigilância
em Saúde da Zona Leste (SUVIS) da cidade de São Paulo,
no período de Janeiro 2007 a Dezembro de 2009. Para
análise dos dados foram utilizadas tabelas percentuais
descritivas. Em relação ao perfil materno, a faixa etária
das gestantes com um maior número de casos de Sífilis
congênita foi entre 21 a 30 anos de idade representando
44% da amostra; 40% das mães infectadas são da raça
Branca, 25% das gestantes têm ensino fundamental
I incompleto, 40% dos parceiros das gestantes portadoras de sífilis foram tratados concomitantes as
gestantes, 37% diagnosticou a doença no segundo
trimestre da gestação, 36% apresentaram-se no estágio
latente da doença, 88% foram tratados com dose de
penicilina benzatina de 7.200.000 UI. Apesar de todas
as iniciativas, programas e protocolos existentes para
controle e tratamento da sífilis em gestante, a doença
ainda persiste em todo país. É necessário um maior
acompanhamento pré-natal, enfatizando o aspecto
qualitativo do programa, a fim de erradicar a doença.
E por isso, torna-se necessário melhorar a qualidade
de serviço prestado a população para que esta sinta
confiança e estímulo em procurar os serviços de saúde
sempre que preciso no intuito de dar continuidade ao
processo de prevenção destas doenças.
VACINAÇÃO DE RN: SUBSÍDIOS PARA AVALIAÇÃO
DA ESTRATÉGIA DE REDUÇÃO DA TRANSMISSÃO
VERTICAL DA HEPATITE B
Ambrosio, D.T. (1); Turin, A.P.S. (1); Basiuk, N.P. (1);
Lopes, N.P.R. (1); Lima, N.S.R. (1); Araujo, N.V.A.L. (2);
Takahashi, R.F. (3);
Instituição: 1 - PET SAÚDE VS/USP; 2 - CVE/CCD/
SESSP e EE/USP; 3 - EE/USP;
Introdução: a transmissão vertical (TV) da hepatite B é
relevante no Brasil. Desde 1998, o Programa Nacional de
Imunizações (PNI), do Ministério da Saúde, recomenda
a vacinação universal das crianças contra hepatite B a
partir do nascimento, preferentemente nas primeiras
12-24h de vida, resultando em elevada eficácia na prevenção da infecção vertical. No Estado de São Paulo
(ESP), o Programa Estadual de Imunização instituiu
uma Resolução em 2005 que recomenda a vacinação
dos nascidos vivos nas primeiras 12 horas de vida.
Objetivos: caracterizar os serviços de saúde em que
são realizadas a 1ª dose da vacina contra a hepatite
B em RN (VHBRN); identificar o cumprimento da recomendação para redução da TV da hepatite B em RN
Saúde Soc. São Paulo, v.20, supl.1, 2011 86
nos serviços de saúde, distribuídos nos 28 Grupos de
Vigilância Epidemiológica (GVE) do ESP.
Método: estudo transversal, cujos dados foram coletados dos Relatórios do Sistema de Informação de Avaliação do Programa de Imunização (SI-API), da Divisão de
Imunização do Centro de Vigilância Epidemiológica/
CCD/SESSP, referentes ao ESP, no ano de 2010. Na análise classificou-se: a) vacinação realizada até 24 horas =
em serviços hospitalares e b) vacinação realizada após
24 horas = em salas de vacinação.
Resultados e Discussão: 50,5% das primeiras doses
da VHBRN foram realizadas em ambiente hospitalar e
49,5% em salas de vacinação, dias após o nascimento;
68% da VHBRN, realizada até 24 horas após o nascimento, ocorreram em maternidades e serviços hospitalares públicos (municipais e estaduais) ou em hospitais
filantrópicos e, em 32% ocorreu em maternidades ou
serviços hospitalares privados. Destacamos os GVE
com predomínio da vacinação em serviços hospitalares
(>60%): Barretos, Bauru, Mogi das Cruzes, Capital,
Araçatuba e São João da Boa Vista.
Conclusão: a aplicação da VHBRN após 24 horas do nascimento em muitos serviços de saúde remete à necessidade de ajustes na operacionalização da estratégia de
redução da TV da hepatite B. Há necessidade de estudos
que esclareçam as dificuldades dos serviços, que realizam partos, para a não vacinação nas primeiras horas
de vida para subsidiar estratégias que contemplem a
diversidade de atuação dos serviços agrupados por
GVE. O estudo contribuiu com a avaliação da estratégia
de redução da TV da hepatite B no ESP.
VULNERABILIDADE ENTRE TRAVESTIS DE SÃO
BERNARDO DO CAMPO (SP), BRASIL
Santos, Elisangela B. (1); Pinto, Guaraciaba O. (1);
Galvão, Sueli M. (1); Marques, Marta S. (1); Moraes,
Laismeris L. (1); Pereira, Renan A. (1); Westin, Caio
(1); Silva, Mariliza H. (1);
Instituição: 1 - PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO
BERNARDO DO CAMPO;
Objetivo: Caracterizar a população de travestis, segundo variáveis demográficas e socioeconômicas e estudar
os fatores de risco para DST nessa população.
Método: Visitas às quatro casas de travestis identifi-
Anais XII Congresso Paulista de Saúde Pública
cadas no município. As moradoras dessas casas (todas
sendo travestis) receberam aconselhamento em DST/
Aids e foram convidadas a responder um questionário
com o objetivo de levantar informações sóciodemográficas e fatores de risco às DSTs. Em seguida oferecemos
testagem para HIV, Hepatite B e C e sífilis.
Resultados
As 43 travestis representam uma população jovem
(23,25% até 20 anos, 60,46% de 21 a 30 anos e 16,27%
de 31 a 40 anos), de baixa escolaridade com 32,5% com
primeiro grau incompleto, auto referido da raça/cor
branca 44,18%, parda 44,18%, preta 4,65%, amarela
2,32%, indígena 2,32%; em relação ao estado de nascimento apenas 13,95% era procedente de São Paulo,
nenhum nascido em São Bernardo do Campo. Em relação ao tempo de residência no município 48,83% está
há menos de um ano e apenas 9,3% acima de 10 anos.
Outro dado foi que 83,72% exercem o ofício de profissionais do sexo, com uma renda diária de até 200 reais em
53%. Situação conjugal 83,72% solteiros, 4,65% casado,
2,32%viúvo e 9,3% com companheiro, sendo o tipo de
parceria homem em 67,44%, e 9,3% tem filhos, 74% até
10 clientes por dia, 57% mais de 10 clientes novos, 55%
mais de 10 clientes fixos, 44% clientes regulares. Na
prática sexual 74,4% sexo oral ativo e passivo, 18,6%
anal passiva, 44,18% anal passiva e ativa e 30,23% sexo
anal e vaginal. Quanto ao uso de preservativo apenas
44,18% referem usar com regularidade, 76% negocia
o uso de preservativo e 42% não utiliza o preservativo
se cliente pagar um valor mais alto. Em relação ao HIV
46,5% referem que o HIV interfere na relação sexual,
67% conversa com os clientes sobre HIV, 65% já realizou teste para HIV, 23% já teve alguma DST. Em relação
ao uso de substâncias psicoativas referiram ter usado
ou estar em uso de álcool 48%,cocaína inalatória 41%,
maconha 32%, crack 11%, 4,6% heroína; uso de hormônio em 9,3%. Foi ofertada sorologia para HIV, sífilis,
hepatite B e C, com uma incidência nesta população
de 14% de HIV, 42% de Hbsag (hepatite B), 16,6% com
antiHBs (marcador vacinal ou de contato com o vírus
hepatite B),2,3% hepatite C e 23,2% de sífilis.
Conclusão
Diante a vulnerabilidade ao HIV, DST e hepatites virais
entre os travestis faz-se necessário estabelecer política
de prevenção, promoção e atenção integral a saúde.
Saúde Soc. São Paulo, v.20, supl.1, 2011 87
Resumos de Relatos de Experiência
A APOSTA NA ORGANIZAÇÃO POR COLEGIADOS
DE GESTÃO REGIONAL COMO ESPAÇOS COM
POTENCIAL PARA A CONSTRUÇÃO DE REDES DE
ATENÇÃO À SAÚDE INTRA E INTERMUNICIPAIS
A ATENÇÃO BÁSICA E O CONTROLE SOCIAL: A
PARTICIPAÇÃO DOS ARTICULADORES DA ATENÇÃO
BÁSICA NAS CONFERÊNCIAS MUNICIPAIS DE SAÚDE EM UMA REGIÃO DO ESTADO DE SÃO PAULO
Azevedo, B.M.S. (1); Joazeiro, L.L. (2);
Instituição: 1 - UNICAMP; 2 - DRS VIII;
A construção da regionalização e das redes de atenção à
saúde tem sido um desafio desde a constituição do SUS,
em cujo capítulo constitucional e lei regulamentadora
já está prevista tal diretriz. Desde então inúmeras portarias e normatizações têm tratado disto. O Pacto pela
Saúde, de 2006, cria os Colegiados Gestores Regionais,
que se tornam as instâncias decisórias e de articulação
de municípios de determinada região. A Política Nacional de Humanização, tributária das boas experiências
do SUS, defensora da qualidade do cuidado discutindo
condições de trabalho, modelo de assistência, formação
permanente dos profissionais, direitos dos usuários,
avaliação do processo de trabalho, enquanto política
transversal utiliza-se de dispositivos que, dentre outras
questões, apóia a discussão de regionalização com a
construção de redes de produção de saúde. Uma profícua parceria entre PNH/Ministério da Saúde, Centro
de Desenvolvimento e Qualidade para o SUS/DRS
VIII-Franca/SES e Secretarias Municipais de Saúde
da região tem logrado efetivar ações fortalecedoras da
regionalização neste território. Para isso lançamos mão
de um Grupo de Trabalho de Humanização que reúne
trabalhadores e gestores dos entes federados em questão que assume um trabalho de formulação, co-gestão e
execução de oficinas que permitiram trabalhar o dispositivo Apoio Matricial e as diretrizes Clínica Ampliada
e Construção de Redes da PNH com amplo grupo de
usuários, trabalhadores e gestores. Uma média de 150
pessoas, de cerca de 20 municípios participaram destes
momentos. Essa discussão tem permitido o fortalecimento da articulação regional através da troca de experiências e da e(a)fetividade dos encontros produzidos
entre trabalhadores e gestores de municípios vizinhos.
Além da implementação heterogênea de dispositivos da
PNH temos percebido uma qualificação na discussão
sobre a gestão em saúde, o processo de trabalho etc. São
relatados diversos avanços na construção de co-gestões
dentro dos municípios.
Zambon, V.D. (1); Ninelli, M.C. (1); Serra, M.L.C.B. (1);
Rocha, V.S. (1); Silva, M.T.L.E.S. (1); Andrade, M.C. (2);
Carneiro Junior, N. (3);
Instituição: 1 - DRS III/Araraquara, Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo (SESSP); 2 - Coordenação
Atenção Básica, SESSP; 3 - FCMStaCasaSP;
Introdução: A Secretaria de Estado da Saúde de São
Paulo (SESSP) implantou a partir de 2009 o Projeto “Articuladores da Atenção Básica (AAB)” com objetivo de
apoiar a gestão da Atenção Básica (AB). A AB tem sido
reconhecida nos diversos espaços de gestão enquanto
ordenadora do sistema de saúde e a 14º Conferência
Nacional de Saúde, indica enquanto tema central o
acesso e acolhimento dos usuários na rede assistencial.
Neste movimento de participação social em contexto
municipal e regional, os articuladores apoiaram a
realização das conferências municipais de saúde no
âmbito do Departamento Regional de Saúde de Araraquara (DRS III), visando auxiliar na qualificação das
propostas da AB.
Objetivo: Relatar a participação dos AABs no apoio à
qualificação das propostas da AB nas Conferências
Municipais de Saúde no âmbito do DRS III.
Resultados A experiência de realização de conferências
de saúde em alguns municípios é muito incipiente
nas regiões de saúde. Neste movimento os AABs participaram no apoio in loco, junto às equipes gestoras
local nos diversos municípios de atuação, tanto no
período preparatório das conferências, quanto nos
momentos das conferências colaborando na qualificação das propostas pertinentes a AB. Destaca-se que
nesta etapa, houve a realização de 23 conferências
municipais de saúde (96% dos municípios da região),
e na Plenária Regional de Saúde propostas relevantes
para a AB foram deliberadas: ampliação da cobertura
da Estratégia de Saúde da Família (ESF) e/ou Programa
de Agentes Comunitários de Saúde (PACS) nos municípios, adequação da estrutura física das unidades de
saúde, expansão da implantação de Núcleos de Apoio
à Saúde da Família (NASFs), fortalecer as diversas li-
Anais XII Congresso Paulista de Saúde Pública
Saúde Soc. São Paulo, v.20, supl.1, 2011 88
nhas de cuidado garantindo a integralidade das ações,
maior aporte de recursos financeiros para as ações de
promoção e prevenção da saúde e para a AB.
Conclusões: O trabalho dos AABs na região de saúde no
apoio à gestão em saúde, além de auxiliar aos gestores
a cumprirem a determinação legal de realização de
conferencias de saúde, pode colaborar na qualificação
das propostas que visam o fortalecimento da atenção
básica no âmbito local regional.
A ATENÇÃO EM SAÚDE BUCAL NA SECRETARIA
MUNICIPAL DA SAÚDE DE SÃO PAULO – SMS SP
Soares, MC (1); Marques, RAA (1); Filippos, CM (1);
Instituição: 1 - SMS SP;
1. Caracterização do Problema. Para o acesso universal,
integral e equânime às ações de saúde bucal estas devem se organizar numa rede regionalizada de serviços,
contemplando os diferentes níveis de complexidade, na
linha do cuidado á saúde, com planejamento consoante
o perfil epidemiológico e a diversidade da população.
2. Descrição: As Diretrizes para a Atenção em Saúde
Bucal: crescendo e vivendo com saúde bucal, apreciadas na 79ª reunião do Conselho Municipal de Saúde,
em 14/07/2005, resultaram de discussões num fórum
com representantes dos diferentes níveis de atenção
da SMS e de entidades de classe. Suas proposições
amparam-se nas normativas do SUS, em deliberações
das Conferências de Saúde, Diretrizes para a Política
Estadual e Nacional de Saúde Bucal. 3. Produtos.
Ampliaram-se os serviços de saúde bucal desde 2005,
disponibilizados atualmente em 370 unidades básicas
- 180 com 283 equipes de saúde bucal na estratégia de
saúde da família - 13 unidades de referência em DST/
AIDS; 29 Centros de Especialidades Odontológicas, 11
unidades de Pronto Socorro e Pronto Atendimento 24
h, 4 hospitais próprios com Cirurgia e Traumatologia
Buco-maxilo-facial e um hospital municipal infantil
com atendimento às fissuras labiopalatais. Implementaram-se as orientações das Diretrizes, como o planejamento das ações individuais e coletivas mediante
triagens de risco, com parâmetros de atendimento
conforme a capacidade instalada e protocolos para
a referência e contra-referência, que se realiza pelo
Sistema Integrado de Gestão e Assistência a Saúde
(SIGA) – agenda regulada, ao qual todas as UBS e CEO
estão integrados. 4. Lições aprendidas. A Cidade de
São Paulo ampliou o número de serviços básicos e
especializados com resultados animadores. Mudanças
Anais XII Congresso Paulista de Saúde Pública
de paradigmas requerem persistência e envolvimento
dos atores sociais e um foco que não pode ser perdido.
Para tanto as Diretrizes para a Atenção em Saúde Bucal
crescendo e vivendo com saúde bucal - norteadoras das
ações - são fundamentais para que o rumo possa ser
mantido ou corrigido. 5. Recomendações. O conjunto
de Ações previstas nas Diretrizes possibilita qualificar
e humanizar a assistência e contribui para ampliar o
acesso da população às ações e serviços de saúde bucal, numa linha de cuidados integrais e humanizados.
Essas Diretrizes oferecem subsídios aos técnicos que
se dedicam à organização dos serviços e profissionais
que atuam nos diferentes níveis de atenção do SUS, no
tocante à Saúde Bucal.
A EXPERIÊNCIA DO MUNICÍPIO DE SÃO BERNARDO
DO CAMPO NA REESTRUTURAÇÃO DA ASSISTÊNCIA FARMACÊUTICA
Barros, M.F.S. (1); Corrêa, E.C. (1); Mengel, R.O. (1);
Oliveira, L.S. (1);
Instituição: 1 - Prefeitura do Município de São Bernardo do Campo;
O objetivo desse trabalho é relatar a experiência do
Município de São Bernardo do Campo na reestruturação da Assistência Farmacêutica.
No início de 2009 a rede contava com 17 farmacêuticos: 3 no nível central e 14 que supervisionavam de
3 a 4 Unidades Básicas de Saúde – UBS cada um. As
farmácias eram operacionalizadas por profissionais da
enfermagem e as solicitações de medicamentos e materiais médicos eram realizadas pelos farmacêuticos.
O elenco de medicamentos padronizados não atendia
às necessidades da maioria da população, e por muitos
dos medicamentos não constarem na Relação Nacional
de Medicamentos Essenciais, não poderia ser utilizado o recurso tripartite para a aquisição dos mesmos,
onerando assim, o recurso do tesouro do município. O
município não contava com Unidades de Pronto Atendimento - UPA e Farmácias Populares do Brasil – FPB.
Em janeiro de 2010 a Divisão de Assistência Farmacêutica - DAF foi oficialmente criada contando com 3 Gerências: Programação e Padronização, Organização e
Acesso e Farmácias Populares. Todos os farmacêuticos
são técnica e administrativamente vinculados à DAF.
Atualmente contamos com 35 farmacêuticos, sendo 6
no nível central, 1 no almoxarifado de medicamentos e
os demais distribuídos entre UBS, UPA, CAPS, Ambulatório de Especialidades Médicas e FPB. Todas as uniSaúde Soc. São Paulo, v.20, supl.1, 2011 89
dades de saúde contam com pelo menos um auxiliar de
farmácia, totalizando 94 profissionais que respondem
administrativamente à gerência da unidade, e tecnicamente à DAF. A educação permanente e continuada dos
farmacêuticos e auxiliares de farmácia foi iniciada e
implementada ao longo dos dois últimos anos visando
a qualificação da atenção e do cuidado ao paciente.
O elenco de medicamentos disponibilizados na rede de
saúde para dispensação aos usuários passou de 134 no
início de 2009, para 189 formas farmacêuticas em 2011.
A adequação do elenco de medicamentos considerou
critérios técnicos comprovadamente evidenciados, e
foi baseada nos elencos de referência estadual e nacional para melhor utilização dos recursos financeiros.
A DAF passou a desempenhar um papel importante nas
discussões sobre o cuidado ao usuário da rede, fazendo
parte das decisões multisetoriais e interdisciplinares.
A participação dos farmacêuticos em grupos de pacientes
diabéticos, hipertensos e gestantes e na orientação farmacêutica, mostrou que a atuação destes profissionais
faz diferença na atenção e no cuidado do paciente.
A EXPERIÊNCIA DO OBSERVATÓRIO BAIANO DE
REGIONALIZAÇÃO DO SUS COMO ESTRATÉGIA
PARA QUALIFICAÇÃO DA GESTÃO
Leal, M.B. (1); Magalhães, M.C.B. (2); Medina, S.R. (2);
Tofolli, E.R. (2);
Instituição: 1 - FSP/USP; 2 - SESAB;
No Estado da Bahia, desde 2007, deu-se a construção
do novo Plano Diretor de Regionalização (PDR), com
definição de 9 macrorregiões e 28 microrregiões.
Instituíram-se as instâncias regionais de pactuação,
os Colegiados de Gestão Microrregional (CGMR), e
foi construído, com ampla participação, o novo Plano
Estadual de Saúde (PES).
Nesse sentido, compreendendo que um amplo processo
de fortalecimento e qualificação da gestão está em
desenvolvimento, para intensificar os processos de
avaliação, monitoramento, regulação, cooperação e
controle, essenciais para a qualificação da gestão regionalizada do SUS e implantação das linhas de cuidado,
está em implantação o projeto do Observatório Baiano
de Regionalização do SUS.
O objetivo é desenvolver e implantar uma nova tecnologia da gestão regionalizada que permitirá o
acompanhamento e desenvolvimento dos CGMR, do
PDR e da Programação Pactuada Integrada (PPI). Para
isso, deverá operar com o conceito de um “conjunto de
Anais XII Congresso Paulista de Saúde Pública
soluções tecnológicas e operacionais que abrangem a
produção, tratamento, análise, disseminação e usos
de informações e conhecimentos sobre aspectos administrativos, técnicos e político-organizacionais dos
sistemas municipais, microrregionais, macrorregionais e estadual de saúde da Bahia visando a produção
de evidências sobre estrutura, processo e resultados
com o objetivo de subsidiar os gestores em diversos
âmbitos para a tomada de decisões”.
Ele pretende suprir a lacuna do monitoramento e da
avaliação, com enfoque na atual política de saúde.
Sua implantação está ocorrendo de forma ascendente, iniciando-se em unidades sentinela e nos CGMR
já que o monitoramento dos fluxos assistenciais e
identificação de evidências de problemas devem ser
apontados a partir da ponta. Dessa forma, estão sendo
implementadas Estações Microrregionais com bases
sentinelas e uma Estação Estadual para a sistematização das informações.
Essa aposta possibilita o subsídio para a tomada de decisão da Regionalização Viva! Já foram experimentados
instrumentos de avaliação do processo de regionalização
com enfoque para PPI e Pacto pela Saúde, e, hoje, ele já
está sendo preparado para apoiar as mudanças a partir
do novo decreto que regulamenta a Lei 8.080/90.
Assim, ele pretende servir como ferramenta de gestão
potente para apoiar os processos de descentralização
e regionalização do SUS na Bahia bem como para
acompanhar e avaliar o processo desencadeado para
reorganização dos sistemas regionalizados de saúde.
A IMPORTÂNCIA DA PARTICIPAÇÃO DA COMUNIDADE E DO CONTROLE SOCIAL NA CONSOLIDAÇÃO DAS POLÍTICAS PÚBLICAS DE SAÚDE
Silva, Vera Marina (1); Casarin, L.C. (1); Laschewitz,
Camila (1);
Instituição: 1 - Secretaria de Saúde de São Bernardo
do Campo;
As mudanças propostas no âmbito da Atenção a Saúde
para reorganização dos modelos de atenção e gestão
em São Bernardo do Campo passam necessariamente
por colocar o usuário-cidadão no centro do processo
de formulação e operacionalização das políticas de
saúde. É preciso ampliar o poder do usuário como
cidadão portador e produtor de direitos e consolidar
como base ética e política do trabalho em saúde, uma
atuação orientada centralmente pelas necessidades de
saúde dos usuários.
Saúde Soc. São Paulo, v.20, supl.1, 2011 90
Tal proposição exige a ampliação da esfera pública do
Estado, envolvendo os segmentos populares, os trabalhadores, a sociedade civil organizada e os gestores
municipais no processo de formulação das políticas
de saúde. Os segmentos populares, em especial, em
gestões anteriores, historicamente foram excluídos dos
processos de decisão da agenda central das políticas
de saúde. Neste novo governo, temos criado diversos
dispositivos para o fortalecimento da participação popular e do Controle Social de modo a ampliar o controle
público da sociedade sobre o Estado.
Assim, em fevereiro de 2009 foram iniciadas as plenárias para eleição de um conselho com mandato provisório contemplando todos os seguimentos previstos
no controle social. Neste mesmo ano aconteceu o 1º
Encontro Popular de Saúde e na abertura do encontro,
o prefeito assinou o decreto anunciando a 6ª Conferência Municipal de Saúde, com abertura em 31 de julho
de 2009. A partir deste decreto foram iniciadas as
pré-conferências municipais de saúde, sendo 10 préconferências regionais, 03 temáticas, 02 plenárias para
trabalhadores de saúde e 01 plenária para prestadores
de serviços em saúde, totalizando a participação dessa
experiência exitosa em 1.241 pessoas.
Em agosto de 2010 aconteceu o 2º Encontro Popular
de Saúde, passando pelo evento aproximadamente
700 pessoas. Atingiu-se assim um amplo diálogo com
a comunidade, dada sua grande participação. Historicamente acreditamos estar trilhando um caminho para
um processo de fortalecimento de cidadania nunca
visto na cidade.
É o SUS sendo fortalecido pela Participação Popular.
A POLÍTICA DE HUMANIZAÇÃO DE SÃO BERNARDO DO CAMPO: UMA EXPERIÊNCIA DE CONSTRUÇÃO COLETIVA
Barros, L.S. (1); Theodoro, A.M. (2); Sakai, C.E. (3); Paixão, L. (2); Kulpa, S. (2);
Instituição: 1 - Secretaria Municipal de Saúde - São
Bernardo do Campo; 2 - Secretaria Municipal de Saúde de São Bernardo do Campo; 3 - Secretaria Municipal de saúde de São Bernardo do Campo;
A Humanização em Saúde tem se configurado como
uma temática central para discussão e implementação
de ações no SUS e ocupa um dos principais eixos da gestão da Secretaria da Saúde de São Bernardo do Campo.
A importância depositada na Humanização no município se deve a esta ser uma política que visa colocar
Anais XII Congresso Paulista de Saúde Pública
em prática os princípios norteadores deste complexo
sistema, que demandam a revisão cotidiana das práticas em saúde, provocando mudanças no modo de gerir
e de cuidar. Configura-se como um processo transversal, priorizando a criação de espaços agenciadores de
trocas solidárias e investimento em outras formas de
interação entre os diferentes atores que participam da
produção do cuidado, ou seja, trabalhadores, usuários e
gestores. Em São Bernardo do Campo, a Humanização
não é vista como programa, mas como política. Sendo
assim, constitui um modo de fazer atenção e gestão,
preconizando uma indissociabilidade entre os modos
de produzir saúde e os modos de gerir os processos de
trabalho. O processo de humanização da assistência e
da gestão aposta na construção coletiva para mudança das práticas de e na saúde. Nesta política, valores
como a autonomia e o protagonismo dos sujeitos, a
corresponsabilização, o trabalho em equipe, a produção
de vínculos, a solidariedade e a participação coletiva
na produção das práticas de saúde e cuidado ganham
destaque. Pautando-se na Política Nacional de Humanização (PNH) como um norteador, mas respeitando a
singularidade do município de São Bernardo do Campo,
está sendo construída a Política de Humanização do
Município, aproveitando o espaço do Grupo de Trabalho
de Humanização (GTH). A escolha por realizar esta
construção coletivamente com trabalhadores de diferentes serviços da rede de saúde de SBC está alinhada
com a diretriz de gestão participativa e atua de forma
a ampliar o diálogo entre os profissionais e a discussão
do conceito de humanização. Nesse sentido, além das
ações citadas, o GTH vem construindo um documento
formal da Política Municipal de Humanização de forma integrada e participativa. Esta iniciativa pretende
produzir um eixo articulador das práticas em saúde e
experiências de ações de humanização dos serviços
da rede, aproximando as iniciativas já existentes,
potencializando-as e reconhecendo que muitas ações
de humanização já acontecem nos diferentes espaços
da saúde de São Bernardo do Campo e vêm qualificando
os processos de trabalho e de produção do cuidado.
A PROGRAMAÇÃO LOCAL COMO FERRAMENTA
PARA CONTRATUALIZAÇÃO NA ATENÇÃO BÁSICA
Padula, C. B. (1); Santo André, L.D. (1); Troccoli, F.T.T
(1); Casarin, L.C. (1); Harada, J. (1);
Instituição: 1 - SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE
DE SÃO BERNARDO DO CAMPO;
Saúde Soc. São Paulo, v.20, supl.1, 2011 91
Caracterização do problema: A Política Nacional de
Atenção Básica define como princípio geral da Estratégia Saúde da Família o “desenvolvimento de atividades
de acordo com o planejamento e a programação realizados com base no diagnóstico situacional e tendo como
foco a família e a comunidade”.
A programação em saúde é considerada como uma dimensão inseparável do processo geral de planejamento
em saúde e “se define pela menor agregação do seu
objeto, pela sua localização institucional na periferia
e pela menor abrangência temporal de sua proposta”
(Rivera, 1989).
Assim, a programação visa explicitar os compromissos
entre as unidades básicas de saúde (UBS) e a população
usuária do Sistema Único de Saúde (SUS). Contribui
para a definição clara das ações a serem desenvolvidas
na área de abrangência da UBS e os resultados esperados com cada uma dessas ações.
Descrição: De forma a contemplar estes objetivos, o
município de São Bernardo do Campo está realizando
um processo de territorialização para atualizar a população adscrita às suas UBS, bem como está elaborando
uma programação local para cada uma delas.
A programação local está sendo elaborada a partir de
reuniões realizadas com as equipes da Atenção Básica
e utiliza a ferramenta PROGRAB – Programação para
Gestão por Resultados na Atenção Básica, que está
alinhada às atividades e parâmetros dos programas
prioritários elencados pelo Ministério da Saúde.
Esta programação será anual e seu acompanhamento
contínuo, através de uma ferramenta de monitoramento e avaliação que está sendo desenvolvida pelo
município, utilizando-se dos relatórios dos sistemas
de informação de base nacional (SIAB, SIM, SINAN,
SISVAN, SINASC, SAI), para averiguar se o que foi
programado está efetivamente sendo realizado.
LIÇÕES APRENDIDAS e Recomendações:Esta programação servirá como base para a contratualização das
unidades básicas de saúde explicitando o compromisso
das equipes com a população adscrita, no que tange as atividades assistenciais que serão realizadas durante o ano,
permitindo um acompanhamento contínuo do trabalho
das equipes. A utilização desta programação potencializa
e facilita o estabelecimento de negociação entre partes
interessadas – equipes, gestores e comunidade – pois
possibilita, a partir das necessidades da população e da
capacidade de oferta de serviços, a adequação de programação de ações compatível com a realidade.
Anais XII Congresso Paulista de Saúde Pública
ACOLHIMENTO COM CLASSIFICAÇÃO DE RISCO:
ABRINDO NOVOS CAMINHOS NA ASSISTÊNCIA
AO PARTO NO RJ
CALDAS, A (1); GUEDES, M.C (1); LUCAS, A.O (1);
MENDONÇA, J (1); GIL, O.F (1);
Instituição: 1 - SECRETARIA DE ESTADO DE SAUDE
DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO;
Caracterização do problema: Em 2010 foi inaugurada
na região metropolitana do Estado do RJ uma maternidade do SUS especializada na atenção ao parto de alto
risco. Esta possui leitos de Terapia Intensiva Materna
e Neonatal, além de ambulatório especializado para
a realização de pré-natal. As diretrizes assistenciais
tinham como foco a qualidade do atendimento, voltado para a atenção acolhedora, resolutiva e humana.
Descrição: O serviço foi organizado para receber gestantes selecionadas através das centrais de regulação
dos municípios da região Metropolitana I, segundo
critérios de risco. Entretanto, as gestantes procuravam a maternidade, de forma espontânea, devido à
cobertura insuficiente para o pré natal e parto, ou a
falta de informações dos profissionais da Atenção
Básica, que frequentemente encaminhavam equivocadamente. Na maternidade o profissional de saúde
só era acionado pelas recepcionistas e vigilantes nos
casos mais urgentes. Isto gerou diversos problemas,
a maioria dos casos não era devidamente avaliado e
a usuária seguia insegura e sem resolutividade, isso
gerava riscos as mulheres e profunda angústia aos
trabalhadores. Após diversas discussões entre a unidade, Secretaria Municipal e Secretaria de Estado de
Saúde foi implantado o Acolhimento com Classificação
de Risco (ACCR). Uma maternidade bem estruturada,
implantada sobre diretrizes da humanização, inserida em um território onde as gestantes não possuem
muitas alternativas. Era como um oásis no deserto,
muitas diziam. Lições aprendidas: A classificação de
risco é uma ferramenta que possibilita a identificação
do risco/vulnerabilidade do usuário através da avaliação do potencial de gravidade ou de agravamento da
queixa apresentada. A implementação do dispositivo
de ACCR além de propiciar a oferta de um atendimento
qualificado e resolutivo, forçando a articulação e produção de rede, permitiu também organizar processos
de trabalho, possibilitando ao usuário a segurança de
ser escutado em sua queixa e de lhe ser ofertado um
encaminhamento responsável após uma avaliação
Saúde Soc. São Paulo, v.20, supl.1, 2011 92
técnica apurada. Recomendações:Ampliação do uso do
ACCR como ferramenta norteadora da gestão. Muitas
mulheres fazem exaustivas peregrinações em busca de
atendimento. Desta forma, é essencial orientar, priorizar e decidir sobre os encaminhamentos necessários
para a resolução do problema das mesmas.
AÇÕES COLETIVAS EM SAÚDE BUCAL PARA ESCOLARES DO MUNICÍPIO DE SÃO BERNARDO DO
CAMPO - SP
Biagioni FA (1); Pellegrini H (1); Izzo RV (1); Rodrigues ROR (1); Fernandes KPS (1); Manfredini MA (1);
Iwai FA (2); Rezende CP (2); Goissis JC (1); Fuentes ICP
(1); Chioro A (1);
Instituição: 1 - PMSBC; 2 - Associação Jovens Dentistas;
Caracterização do problema: As ações coletivas de
saúde bucal eram realizadas na rede municipal de educação de SBC por duas equipes volantes, até 2009. Cada
equipe era composta por 1 CD e 4 ASB, que, realizavam,
em média, duas visitas por ano nas escolas. Descrição:
O indicador para escovação dental supervisionada em
2009 foi de 0,52 e não atingiu a meta pactuada. No primeiro semestre de 2010, os dois CD das equipes foram
readaptados por problemas de saúde e as oito ASB foram realocadas no quadro de funcionários do CEO, por
necessidade do serviço. Desta forma foram suspensas
as atividades na saúde escolar. No segundo semestre
de 2010, foram contratadas 9 ASB para a realização de
escovações supervisionadas, com entrega de escovas
dentais para todos os escolares da rede municipal. O indicador para escovação dental supervisionada em 2010
foi de 1,30 e atingiu a meta pactuada de 1,13. Em 2011,
firmou-se uma parceria das Secretarias Municipais de
Saúde e de Educação para contratação de uma OSCIP
com a missão de realizar ações coletivas de promoção
de saúde bucal em, aproximadamente, 80 mil escolares
das 199 escolas da rede municipal. O trabalho foi planejado em quatro fases, sendo que em todas as fases
estão programadas escovações supervisionadas, ações
educativas e entrega de escova dental. Nas fases 1 e 3
está programada a classificação de risco para cárie dentária, com finalidade epidemiológica e nas fases 2 e 4, a
realização de restaurações atraumáticas nos escolares
com risco C. De acordo com a classificação de risco, a
Divisão de Saúde Bucal encaminhou 8 mil escolares
de riscos E e F para assistência nas UBS, até agosto de
2011. Lições aprendidas: Com o primeiro levantamento
de necessidades realizado pela OSCIP constatou-se que
Anais XII Congresso Paulista de Saúde Pública
63% dos escolares não necessitam de assistência, 22,5%
podem receber atendimento na escola pela OSCIP e
14,5% devem ser encaminhados para as UBS. Com esses
dados, a Divisão de Saúde Bucal mapeou as áreas de
maior vulnerabilidade no município e realizou o levantamento de eventos sentinelas para o planejamento de
suas ações baseado nos critérios de equidade, de acordo
com os princípios do SUS. Recomendações:Sugere-se
a continuidade do referido projeto e a necessidade de
redefinição das ações a serem realizadas no ambiente
escolar, face às demandas de necessidades apresentadas pelos escolares.
AMPLIANDO O OLHAR SOBRE O TERRITÓRIO: A
INSERÇÃO DO AGENTE DE CONTROLE DE VETORES
NAS EQUIPES DE SAÚDE DA FAMÍLIA
SILVA, F. F. (1);
Instituição: 1 - Secretaria de Saúde de São Bernardo
do Campo;
Sabendo da importância da integralidade das ações, a
Secretaria de Saúde de São Bernardo do Campo, busca
a articulação sistemática da vigilância epidemiológica
com a atenção básica, por meio da Estratégia de Saúde
da Família, integrando suas atividades de maneira a potencializar o trabalho e evitar a duplicidade das ações,
considerando especialmente o trabalho desenvolvido
pelos Agentes Comunitários de Saúde (ACS) e pelos
Agentes de Combate às Endemias (ACE). Essa integração busca avançar e fortalecer o desenvolvimento
de ações capazes de promover a saúde. Considerando
a relevância deste processo o município incorporou
32 ACE, que neste município recebe a denominação
de Agente de Controle de Vetores, em 32 equipes de
ESF (cada equipe localizada em uma Unidade Básica
de Saúde – UBS), o trabalho do ACE foi incorporado às
equipes de Saúde da Família (ESF), em agosto de 2010,
onde as várias atividades passaram a ser realizada pelo
ACS, sendo este matriciado pelo ACE e pelo supervisor
de Zoonoses que atua na área. Por meio deste novo
enfoque, foi desenvolvido um novo enfrentamento dos
principais problemas de saúde-doença dos territórios,
como a Dengue, aumentando desta forma a cobertura
das ações de rotina de casa a casa e levantamento de
índice de densidade larvária - Índice de Breteau no município, proporcionando um monitoramento regular em
áreas e bairros não incluídos como rotina das equipes
específicas do Programa de Controle da Dengue. A ESF
tem o apoio de Supervisores de Controle de Vetores, que
Saúde Soc. São Paulo, v.20, supl.1, 2011 93
também fazem o direcionamento das equipes nos trabalhos: de Índice de Breteau, visto que é uma atividade realizada por amostragem; no bloqueio contra criadouros
(casos suspeitos de Dengue), nos arrastões e mutirões.
Além disso, são mantidas equipes específicas vinculadas a Zoonoses, que são responsáveis pela coordenação
técnica e execução de outras atividades de controle e
monitoramento do vetor Aedes aegypti, como: pesquisa
e tratamento de pontos estratégicos e imóveis especiais,
investigação epidemiológica, tratamento químico quando indicado, atendimento a denúncias, intensificação
de ações em áreas de divisa e alimentação obrigatória
dos sistemas de dados SISAED e AEDES. Essas equipes,
seguindo determinação do programa, são compostas
por supervisores e agentes de controle de vetores, sob a
coordenação técnica de médicos veterinários e também
fazem a retaguarda de apoio às ESF.
AMPLIAR O ACESSO E GARANTIR QUALIDADE
NO SUS: UMA BREVE EXPERIÊNCIA DE ÊXITO NO
HOSPITAL NARDINI EM MAUÁ
Nascimento, V.B. (1); Silveira, A.S. (1); Sbrissa, D. (2);
Zirondi, D. (2); Costa, I.M.C. (1); Silva, I.C. (2); Alves,
J.P. (2); Bastos, J.C. (2); Koyama, L. (2); Batista, R.A.
(2); Oliveira, S.E.P. (2); Faria, T.P. (2); Vernooy, W.J (2);
Instituição: 1 - FMABC; 2 - CESCO-ABC;
Caracterização do Problema. O Hospital Nardini, com
220 leitos, sob gestão do município de Mauá, tem enfrentado diversas crises desde a sua existência. Em
2010, a Prefeitura realizou parceria com a FUABC – OSS,
através de contrato de gestão, procurando diminuir a
tensão gerada pela insatisfação da população, frente
à situação de extrema precariedade da assistência e
das suas instalações, interferindo na sua capacidade
de oferta de leitos para internação.
Descrição. O contrato de gestão possibilitou adotar rapidamente uma série de estratégias para a recuperação
do hospital, visando ampliar o acesso e qualificar todo o
seu processo assistencial. Em poucos meses, tais estratégias contribuíram para um ambiente extremamente
positivo ao alcance dos objetivos pretendidos. O Hospital
deixou de estampar nas páginas dos jornais o seu péssimo desempenho técnico-administrativo e assistencial.
Ampliou consideravelmente o número de internações,
passando da quinta posição dentre os hospitais da região
do ABC para a segunda posição. Todavia, esse processo
foi interrompido com a destituição da equipe diretiva do
Hospital, sob a alegação de que os objetivos de ampliação
Anais XII Congresso Paulista de Saúde Pública
do acesso e de melhoria da qualidade da assistência
resultariam em crescente aumento de custo, estando
acima dos propósitos acordados entre as instituições
envolvidas – Secretaria Municipal de Saúde e Fundação
ABC. Vislumbra-se, assim, uma nova crise, diante do
retrocesso nos avanços alcançados.
Lições Aprendidas. O presente relato permite afirmar
que é possível qualificar a assistência oferecida pelos
serviços públicos de saúde. Há uma vasta produção
teórica, documentos e orientações técnicas, bem como
experiências concretas para apoiar iniciativas, tal
como a apresentada. Há ainda apelo de usuários por
mais cuidados em saúde e profissionais interessados
em contribuir com a qualidade da atenção oferecida
pelo SUS.
Recomendações. A história do Hospital Nardini - de
decorrentes crises - ilustra a vulnerabilidade em que os
processos de qualificação dos serviços de saúde estão expostos. Em contrapartida, o êxito alcançado traz à tona
a pergunta: em que medida gestores e operadores das
políticas públicas estão dispostos a caminhar na direção
de tornar o SUS um sistema que garante os direitos de
uma melhor saúde para todos? Questões relacionadas
ao financiamento, modelo de gestão, público X privado,
participação e controle social são temas que ainda não
estão esgotados da agenda pública em nosso país.
APOIO DO ARTICULADOR DA ATENÇÃO BÁSICA À
VIGILÂNCIA DOS ÓBITOS MATERNO E INFANTIL
NO DRS III DE ARARAQUARA
Zambon, V.D. (1); Ninelli, M.C. (1); Serra, M.L.C.B. (1);
Rocha, V.S. (1); Silva, M.T.L.E. (1); Andrade, M.C. (2);
Carneiro Junior, N. (3);
Instituição: 1 - DRS III/Araraquara, Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo (SESSP); 2 - Coordenação
Atenção Básica, SESSP; 3 - FCMStaCasaSP;
Introdução: Como apoio ao fortalecimento da capacidade de gestão municipal da AB a Secretaria de Estado
da Saúde de São Paulo (SESSP) adotou a partir de 2009
nas diversas regiões de saúde nos municípios com menos de cem mil habitantes, o Programa “Articuladores
da Atenção Básica (AAB)”. Dentre as prioridades do
Pacto pela Saúde 2006 e o Plano Estadual de Saúde do
Estado de São Paulo para o quadriênio 2008-2011 está
à redução da mortalidade materno e infantil, sendo
que uma das ações propostas é a intensificação da
vigilância destes óbitos.
Objetivo: Descrever o processo de apoio do AAB à inSaúde Soc. São Paulo, v.20, supl.1, 2011 94
vestigação dos óbitos maternos e infantil articulado ao
Grupo Regional de Vigilância Epidemiológica de Araraquara e equipes municipais na área de abrangência
do Departamento Regional de Saúde III de Araraquara
(DRS III).
Resultados A partir da identificação dos dados sobre
a investigação de óbitos materno e infantil através do
Sistema de Informação de Mortalidade (SIM WEB),
iniciamos a discussão in loco com as equipe municipais
buscando as principais dificuldades locais nesta ação
de vigilância em saúde. Com este processo, foi possível
avançar na resolução de alguns entraves com maiores
ou menores respostas nos diversos municípios. Neste
processo algumas ações possibilitaram o acesso efetivo aos dados locais, revisão de fluxos de informações
entre os envolvidos (equipe de vigilância local, gestor
dos sistemas de informações, comitê de investigação
de óbito, equipes da AB e gestor municipal). Resultaram
ainda implementação ou alteração de composição de alguns comitês locais e o reconhecimento da importância
dos comitês de investigação de óbitos para qualificar
as discussões para readequação da Linha de Cuidado
da Gestante e Puérpera.
Conclusões: O trabalho do AAB de apoio à vigilância
dos óbitos materno e infantil, como o exercício compartilhado de responsabilidade entre as esferas de
governo no SUS tem potencial para o fortalecimento
da AB, à medida que poderá explicitar as fragilidades da rede nos diversos pontos de atenção a saúde
materno infantil. A partir desta identificação, para
além da qualificação da equipe de AB, tem potencial
de identificar respostas mais ajustadas para o enfretamento dos problemas de saúde. Salienta-se que é um
processo ainda a ser valorizado pela gestão de saúde
e que necessita de investimento em qualificação para
atingir em plenitude seus objetivos.
para planejamento de ações e serviços, avaliação de
resultados e alocação de recursos. Em 2004, ocorre a
Oficina denominada “Agenda do Pacto de Gestão” e,
em 2007, o movimento para conformação das regiões
de saúde. O estado de São Paulo, identificou 64 regiões
de saúde e seus colegiados de gestão regionais (CGR),
definidos por critérios de identidade cultural, perfil
sócio-econômico e epidemiológico, redes de comunicação e de transportes. Em 2010, a Portaria GM/MS
nº.4.279, trata das redes regionais de atenção à saúde
– RRAS – como arranjos organizativos de ações e serviços de saúde, de diferentes densidades tecnológicas,
integradas por meio de sistemas de apoio técnico, logístico e gestão, garantindo a integralidade do cuidado
num determinado território. Várias redes temáticas
compõem a RRAS, definidas como pontos de atenção
articulados entre si, promovendo a integralidade do
cuidado, integrando serviços e organizando sistemas/
fluxos de informações. No que diz respeito à vigilância em saúde, a Portaria nº.3.252/10, potencializa o
processo de descentralização das ações de vigilância
atendendo as premissas do Pacto pela Saúde. A região
de Piracicaba (26 municípios/1.400.000hab) cumpre
critérios para uma RRAS. A vigilância epidemiológica
(V.E.) regional em parceria com os municípios, sempre
buscou estruturar pontos de atendimento à população.
Em 2011, sistematizou-se 8 redes temáticas em V.E. na
região com a preocupação de garantir a integralidade do
cuidado. As redes definidas foram: salas de vacina para
imunobiológicos do calendário de imunização, aplicação de soro anti-rábico, aplicação de soro anti peçonhento, unidades referência para tuberculose, hanseníase,
hepatites virais, doenças sexualmente transmissíveis/
aids e rede de atenção nível I, II e III para atendimento
ao paciente com dengue, leptospirose e febre maculosa.
Outras redes temáticas em V.E. deverão ser discutidas
e sistematizadas junto aos municípios fortalecendo a
rede regional de atenção à saúde.
AS REDES TEMÁTICAS DE VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA NA REGIÃO DE PIRACICABA E A SUA
INSERÇÃO NA REDE REGIONAL DE ATENÇÃO À ATENÇÃO À SAÚDE ÀS POPULAÇÕES INDÍGENAS
DAS ALDEIAS DA METRÓPOLE DE SÃO PAULO
SAÚDE
Grupo de Vigilancia Epidemiologica XX-Piracicaba (1);
Instituição: 1 - SES/SP;
A Constituição de 1.988 e a regulamentação do Sistema
Único de Saúde-SUS, já preconizavam acesso universal, igualitário e integral da população aos serviços
e ações de proteção e recuperação da saúde; destacavam a importância da utilização da epidemiologia
Anais XII Congresso Paulista de Saúde Pública
Cisotto, C. (1);
Instituição: 1 - SMS - SP;
Caracterização do problema: Atualmente o processo
de urbanização tem forte influência sobre a maioria
dos povos indígenas no Brasil pois existe uma parcela significativa da população indígena morando nos
centros urbanos. Na cidade de São Paulo há 3 aldeias
Saúde Soc. São Paulo, v.20, supl.1, 2011 95
com índios da etnia Guarani que buscam viver tradicionalmente conforme sua cultura. A Área Técnica
Saúde da População Indígena foi criada em 2004 para
organizar o atendimento básico e implantar programas
de saúde nas aldeias indígenas de acordo com a Política
Nacional de Atenção à Saúde dos Povos Indígenas e do
Subsistema/SUS. Para ser criada uma rede de serviços
nas terras indígenas, de forma a superar as deficiências de cobertura, acesso e aceitabilidade do SUS para
essa população é indispensável à adoção de medidas
que viabilizem o aperfeiçoamento do funcionamento
e a adequação da capacidade do Sistema tornando
factível e eficaz a aplicação dos princípios e diretrizes da descentralização, universalidade, equidade e
controle social. Para que esses princípios possam ser
efetivados é necessário que a atenção à saúde se dê
de forma diferenciada levando-se em consideração as
especificidades culturais,epidemiológicas e operacionais desses povos. Assim dever-se-á desenvolver e fazer
uso de tecnologias apropriadas por meio da adequação
das formas ocidentais convencionais de organização
de serviços. Descrição: Consistiu na construção de um
modelo que valoriza a prestação de serviços de saúde
de forma diferenciada e que respeita a diversidade
etnocultural dessa parcela da população paulistana e
de seus sistemas tradicionais de saúde preconizando
a integração entre os programas de saúde estabelecidos pela FUNASA/MS para a população indígena
e aqueles determinados pela SMS para a população
em geral. LIÇÕES APRENDIDAS e Recomendações:A
implantação do programa, onde foram cadastradas as
UBS Verá-Poty dentro da Aldeia Tenonde-Porã,o Anexo
Krukutu na Aldeia Krukutu e a UBS Kwarãy Djekupé
na Aldeia Jaraguá que possuem Equipes Multidisciplinares de Saúde Indígenas: médicos, cirurgião dentista, enfermeiro, agentes indígenas de saúde, agentes
indígenas de saneamento, etc. Afim de garantir aos
povos indígenas o acesso à atenção integral à saúde de
acordo com os princípios e diretrizes do Subsistema/
SUS.O financiamento das ações de saúde ocorre através
de recursos provenientes da SAS/MS e contrapartida
da SMS. Foram estabelecidas as redes de serviços de
referência e contra referência.
Instituição: 1 - Centro de Vigilância Sanitária;
De acordo com a CETESB – Companhia Ambiental do
Estado de São Paulo, nos últimos 12 anos ocorreram
cerca de 200 acidentes envolvendo o transporte rodoviário de produtos perigosos no Estado de São Paulo. Tais
eventos são preocupantes, pois podem afetar a saúde
e segurança pública, o meio ambiente e o patrimônio
público e privado.
Visando prevenir a ocorrências de acidentes bem como
propiciar respostas rápidas a esses eventos, a Secretaria de Estado dos Transportes do Estado de São Paulo
criou por meio da Resolução ST-5, de 28-4-99, a Comissão de Estudos e Prevenção de Acidentes no Transporte Terrestres de Produtos Perigosos. Integram essa
Comissão órgãos públicos como Corpo de Bombeiros,
CETESB, Defesa Civil e Secretaria Estadual da Saúde,
dentre outros, além de órgãos privados. Para uma melhor gestão da atividade de transporte nas áreas com
maior movimentação de produtos perigosos, foram
criadas 9 Subcomissões no Estado de São Paulo.
Dentre as ações desenvolvidas na Comissão e suas subcomissões destacam-se as ações integradas de fiscalização do transporte rodoviário, análise de acidentes,
realização de exercícios simulados, análise da legislação e elaboração de planos de ação de emergência.
A Vigilância Sanitária tem participado ativamente dos
trabalhos desenvolvidos na Comissão e nas Subcomissões, o que tem permitido sua integração com outros
setores envolvidos com o tema, propiciando ações
estruturadas e integradas, resultando num melhor
gerenciamento da atividade de transporte rodoviário
de produtos perigosos por parte do Poder Público.
Esse trabalho tem por finalidade apresentar de forma detalhada a atuação da Vigilância Sanitária na
mencionada Comissão e Subcomissões, bem como os
benefícios dessa participação.
Serão descritas as principais atividades desenvolvidas
pela Vigilância Sanitária nas diversas Subcomissões.
ATUAÇÃO DA VIGILÂNCIA SANITÁRIA DO ESTADO
DE SÃO PAULO NA PREVENÇÃO, PREPARAÇÃO E
RESPOSTA NOS ACIDENTES ENVOLVENDO PRODUTOS PERIGOSOS.
Kagawa, C.A (1); Corrente, J.E. (1);
Instituição: 1 - FMB/UNESP;
Atualmente, o crescente aumento da expectativa de
vida no mundo e em países em desenvolvimento, como
o Brasil, busca uma intensa demanda por estudos e
Rezende,C.M.T. (1); Mário Jr, R.J. (1);
Anais XII Congresso Paulista de Saúde Pública
AVALIAÇÃO DA CAPACIDADE FUNCIONAL ASSOCIADA AO ESTILO E SATISFAÇÃO COM A VIDA DA
POPULAÇÃO IDOSA DA ESTÂNCIA TURÍSTICA DE
AVARÉ, SÃO PAULO, BRASIL.
Saúde Soc. São Paulo, v.20, supl.1, 2011 96
analise para uma maior definição de políticas publicas
e melhora na qualidade de vida dos idosos. Qualidade
de vida deixou de representar apenas vida sem doença
física, mas passou a representar busca da felicidade e
satisfação pessoal em todos os aspectos das vidas: nos
âmbitos profissional, social, fisiológico, emocional e
espiritual em equilíbrio. O presente estudo tem o objetivo de avaliar e associar a satisfação, a qualidade de
vida e a capacidade funcional dos idosos da Estância
Turística de Avaré, SP, Brasil. Serão entrevistados 365
idosos residentes no Município da Estância Turística
de Avaré, São Paulo. Serão aplicados os instrumentos
de Qualidade de Vida proposto por Flanagan, Perfil do
estilo de vida proposto por NAHAS, escala de Atividade
da Vida diária desenvolvidas por Sidney Katz Escala de
Atividades Instrumentais da Vida Diária, que foram
desenvolvidos por Lawton & Brody.
BINGO DA PROMOÇÃO DA SAÚDE: RELATO DE
EXPERIÊNCIA NA CONSTRUÇÃO DA COMPARAÇÃO ENTRE OS SISTEMAS DE SAÚDE DO BRASIL
E CANADÁ
Martins, A.B.T (1); Morais, K.R.F (1); Bandeira, C.B (1);
Leite, A.T (2); Queiroz, F.F.S.N (1);
Instituição: 1 - UNIFOR; 2 - UNIFESP;
Tratou-se de um relato de experiência abordando a
utilização de metodologias ativas de aprendizagem no
curso de pós-graduação do Mestrado de Saúde Coletiva
(MSC) da Universidade de Fortaleza (UNIFOR). O estudo
teve por objetivo descrever a construção e utilização da
estratégia pedagógica e analisar os modelos de saúde
do Brasil e do Canadá, fazendo uma comparação entre
estes, assim como o Estado na Arte na Promoção da
Saúde. Foram selecionados artigos que abordavam esta
temática e que foram inseridos na metodologia ativa
selecionada. O estudo foi realizado a partir da leitura
dos textos. O público-alvo foram 25 alunos da 6ª turma
deste mestrado e um docente. A logística e estrutura
foi o resultado de esforços conjuntos: estrutura da
universidade, uma dinâmica acadêmica comprometida
representada pelos alunos, docente e funcionários. Para
repasse do assunto e explicação do método, utilizamos
folders explicativos e banner. O trabalho foi concluído
com a participação dos alunos e doscentes com questionamentos levantados pelos próprios de forma anônima.
É necessário abordar que as aulas com metodologias
ativas, é um espaço reservado e prazeroso para trabalhar
promoção da saúde com a finalidade de formar mestres
Anais XII Congresso Paulista de Saúde Pública
em saúde coletiva conscientes de seu papel na sociedade.
Ultrapassando limites de intramuros das universidades
e serviços de saúde compromissados com a qualidade
de vida do cidadão.
CAMPANHA NACIONAL DE VACINAÇÃO PARA A
ELIMINAÇÃO DA RUBÉOLA E SRC NO BRASIL: A
EXPERIÊNCIA DO MUNICÍPIO DE MACEIÓ FRENTE
A ESSE GRANDE DESAFIO
Cavalcante, J.B. (1); Rego, D.D. (2);
Instituição: 1 - SMS - Maceió; 2 - SMS - Maceio;
Em seu contexto histórico, a vacinação da população
vem sendo uma ação importante no sentido de controlar,
eliminar ou erradicar as doenças imunopreveníveis.
Através dessa ação, seja em campanhas ou na rotina,
conseguimos um aumento significativo na cobertura
vacinal da população menor de ano. Nos últimos 35
anos o Programa Nacional de Imunizações (PNI) vem
ampliando a oferta de imunobiológicos e com isso,
conseguindo grandes êxitos, tais como: a erradicação da
varíola na década de 70, a eliminação do vírus selvagem
da poliomielite e com ela o Brasil recebeu o Certificado
de Erradicação da doença além da eliminação do sarampo nos anos 90. O objetivo geral dessa campanha foi o de
contribuir para a eliminação da Rubéola e da Síndrome
da Rubéola Congênita (SRC) de acordo com a resolução
do Comitê Executivo da OPAS, 132° Sessão – Junho/2003.
A população-alvo escolhida para essa campanha foram
homens e mulheres de 20 a 39 anos. Para obter êxito
nesta campanha, Maceió trabalhou dentro de suas
regiões administrativas. Foram traçadas metas para
cada um delas, observando as características e suas
particularidades. Foram identificadas as populações
institucionalizadas, bem como a população em trânsito
e a população residente, onde a vacinação ficou a cargo
das Unidades Básicas de Saúde principalmente para as
equipes de Saúde da Família. Como resultado obtivemos
uma cobertura vacinal de 97,55% da população geral
entre homens e mulheres e, após o Monitoramento
Rápido de Cobertura Vacinal, obtivemos uma cobertura
vacinal de aproximadamente 96%, comprovando dessa
forma, que escolhemos a estratégia correta de forma a
conseguirmos o nosso objetivo.
CO-GESTÃO NA ATENÇÃO BÁSICA
Porto, D.P. (1); Guadagnin, E. (2);
Instituição: 1 - Secretaria de Saúde de Jacareí; 2 - Secretaria de Saude de Jacareí;
Saúde Soc. São Paulo, v.20, supl.1, 2011 97
O Município de Jacareí possui uma população de 211 mil
habitantes, e conta com 16 unidades básicas de saúde.
O modelo assistencial vigente é centrado no médico e
em tecnologias duras, com ações individuais e foco
na doença. Os gestores locais não se apropriavam das
necessidades de saúde da população e dos resultados
das ações de saúdes desenvolvidas, tendo uma atuação
focada em ações administrativas. As reuniões com os
gestores locais tinham caráter administrativo, havendo
poucos espaços de gestão coletiva. Os indicadores da
atenção básica estavam aquém das metas pactuadas.
Diante desta situação, foi proposto um novo modelo
de gestão da atenção básica, baseado no método Paidéia de Campos, que valoriza a construção de espaços
coletivos de gestão, empoderamento do gestor local,
apropriação das necessidades de saúde da população
adscrita no território, utilização dos indicadores de
saúde como ferramenta de planejamento e gestão,
participação dos usuários no planejamento e fortalecimento do trabalho em equipe.
O município foi dividido em cinco regiões, conforme
distribuição geográfica das unidades de saúde e
características dos territórios. Foram implantadas
reuniões trimestrais, por região, entre os gestores
locais e Diretoria de Serviços de Saúde visando ampliação da capacidade de gestão local e melhora dos
indicadores de saúde das regiões. Os gestores locais
eram incentivados a compartilhar os problemas de
saúde existentes no território e a forma de organização
da equipe para enfrentamento dos mesmos. O grupo
socializava as dificuldades e conflitos inerentes ao
processo de trabalho, sendo apoiado pela Diretoria na
construção coletiva de soluções. Nos encontros foram
utilizados os indicadores de saúde de cada território
para avaliação, planejamento e monitoramento das
ações de saúde.
A mudança na forma de gestão da Atenção básica propiciou a aproximação com gestores locais, sentindo-se
mais ouvidos e apoiados, saindo da postura de gerente
administrativo para gestor de saúde, se apropriando do
território e das necessidades de saúde da população na
organização dos processos de trabalho e melhora dos
indicadores de saúde.
Esta experiência demonstrou, que apesar dos avanços
obtidos na gestão em saúde são necessários outros mecanismos de gestão como rodas de educação permanente,
projeto terapêutico, apoio matricial e supervisão institucional, visando a mudança do modelo assistencial.
Anais XII Congresso Paulista de Saúde Pública
COMISSÃO REGIONAL DE POLÍTICAS PÚBLICAS DE
PREVENÇÃO E CONTROLE DA AIDS DO GRANDE
ABC - VINTE ANOS DE ATIVIDADES.
Souza, L.A.S. (1); Butin, N.G. (2); Guerschman, T.M. (1);
Instituição: 1 - Grupo de Vigilância Epidemiológica
de Santo André –GVE-VII -CCD- Secretaria Estadual
de Saúde do Estado de São Paulo.; 2 - Secretaria Municipal de Saúde de Ribeirão Pires;
Caracterização do problema: No início da década de
90, com a epidemia da AIDS em plena ascensão, os
municípios organizavam-se para o atendimento da
demanda de assistência. Na região do Grande ABC,
pertencente a região metropolitana de São Paulo e
constituída pelos municípios de Diadema, Mauá, Ribeirão Pires, Rio Grande da Serra, Santo André, São
Bernardo do Campo e São Caetano do Sul formou-se
a Comissão Regional de Políticas Públicas de Prevenção e Controle da AIDS (Portaria 1/91- DOE 5/4/1991).
Descrição: Criada para coordenar as ações nas áreas de
assistência, prevenção, planejamento e de vigilância,
estabelecendo contato regional com os níveis estaduais, federais e internacionais e também propondo um
programa comum de intervenção nas diferentes fases
da doença, assegurando a integração e ampliação dos
recursos existentes, auxiliando no aprofundamento das
discussões, na criação e no fortalecimento dos serviços
municipais. Com representantes dos 7 municípios e dos
representantes regionais estaduais, busca o desenvolvimento dos trabalhos de forma ordenada e condizente
com o perfil epidemiológico da região. Dentre outros se
pode citar: Campanhas para a população, elaboração e
produção de material educativo realizados inicialmente
com recursos próprios; Campanhas unificadas no Dia
Mundial de Luta contra AIDS e nos carnavais; Elaboração dos POAS (Plano Operativo Anual do MS) dos municípios prioritários, e atualmente do PAM - Plano de Ações e
Metas com a visão de planejamento regional; Discussão
de ética em AIDS, com a formação de um grupo técnico;
Elaboração das grades de insumos e exames; Criação de
referências para serviços especializados; Reciclagem de
profissionais de saúde, com treinamentos e jornadas;
Parcerias com ONGs; Publicação de boletins regionais.
Lições aprendidas: Nos seus 20 anos, ela se mantém
ativa com reuniões mensais ordinárias e outras extraordinárias e com discussões das DST/Aids, hepatites virais
e da Tuberculose como co-infecção. A convivência entre
os coordenadores municipais e as equipes técnicas, pro-
Saúde Soc. São Paulo, v.20, supl.1, 2011 98
porciona uma troca de experiências e facilita a tomada
de decisões, bem como cria laços entre seus membros
com facilitação de contatos e acordos entre os serviços.
Recomendação: Iniciativas como esta, de grupos técnicos, fortalecem as ações que devem ser implementadas
para o enfrentamento dos problemas de saúde coletiva
e colabora para o fortalecimento do SUS.
Recomendações:O Comitê tem funcionado com credibilidade ao longo de sua existência como apoio aos municípios da Região do Grande ABC, sendo instância para
estudo e discussão das causas de óbitos, contribuindo
para melhoria do registro do sistema, aumento da
quantidade e qualidade das informações disponíveis e
conseqüente redução de mortalidade, portanto consideramos fundamental o fortalecimento e a continuidade
do trabalho do Comitê Regional.
COMITÊ DE INVESTIGAÇÃO DE MORTALIDADE
MATERNA INFANTIL E FETAL DA REGIÃO DO
GRANDE ABC - UMA EXPERIÊNCIA DE QUINZE CONHECIMENTO DE ENFERMEIRA (O)S SOBRE
POLÍTICA PÚBLICA DE SAÚDE NO PROCESSO DO
ANOS
CUIDADO E DA GESTÃO
Santos, A. A. (1); Lippi, M. I. A. A. B. (2); Guerschman,
T. M. (3);
Instituição: 1 - GVE VII - Santo André; 2 - GVE VII Santo Andre; 3 - GVEVII - Santo André;
Caracterização do problema: A redução da mortalidade
materna, infantil e fetal ainda é um desafio para os serviços de saúde e a sociedade como um todo. As últimas
décadas do século XX foram marcadas por grandes
avanços científicos na área de saúde materna e perinatal, portanto tornou-se inadmissível que o processo de
reprodução cause danos a saúde levando à morte.
Descrição: A vigilância da mortalidade materna, infantil e fetal é uma ação estratégica para dar visibilidade
ao problema, melhorar o registro dos óbitos e orientar
as ações de intervenção para sua prevenção. O Comitê
de Estudos de Mortalidade Materna da Região do Grande ABC surgiu em 1996. Em 2005 foi incluído também
o estudo de óbitos infantis e fetais. Com a reestruturação da Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo
em 2006, o Comitê passou a fazer parte do Grupo de
Vigilância Epidemiológica VII – Santo André, com a
denominação de Comitê de Investigação de Mortalidade Materna Infantil e Fetal da Região do Grande ABC
com a participação de técnicos do Grupo de Vigilância
Epidemiológica VII, dos sete municípios da região do
Grande ABC e outras instituições parceiras.
Trata-se de um grupo interinstitucional, multiprofissional, de caráter ético, técnico, investigativo,
educativo e de assessoria, não tendo caráter punitivo
e sim estudo dos óbitos ocorridos nos sete municípios
da região. A investigação de óbito é uma estratégia
importante na compreensão das circunstâncias em
que ocorrem os óbitos, identificando fatores de risco
e ajudando a direcionar políticas públicas regionais
que levem a sua redução.
Anais XII Congresso Paulista de Saúde Pública
Rodrigues,V.G (1); Cruz,E. A. (2); Rodrigues, G.R.S. (2);
ALMEIDA, N.J. V. (1); Santos, Olga Maria Brito dos (2);
Instituição: 1 - HUPES; 2 - UFBa;
Estudo de caso com fins diagnósticos, com o objetivo de
analisar o conhecimento de enfermeira (o)s de uma organização hospitalar de ensino, da cidade de Salvador-Ba,
sobre as políticas públicas e o Sistema único de SaúdeSUS. Foram entrevistada(o)s 50 (35,72%) enfermeira(o)
s nas diversas áreas, através de um questionário em
julho 2008, conforme a Resolução 196/96 (BRASIL,
1996). Toda(o)s consideraram o estudo como um tipo de
avaliação interna e preferiram emitir o consentimento
verbal respondendo individualmente o questionário.
Os resultados evidenciaram conhecimentos predominantemente negativos dos diversos indicadores:
desconhecimento da tabela dos procedimentos do SUS,
das modalidades de atendimento e da notificação dos
procedimentos. A aquisição das informações referentes ao SUS deu-se na formação acadêmica e na pratica
profissional. Conclui-se que o conhecimento sobre as
políticas públicas e o SUS é insatisfatório, apesar de
68,00% da(o)s informantes terem informação correta
do ano de surgimento do mesmo. Detectou-se dificuldade para o desenvolvimento da auditoria interna, por
ficar impedida de obter informações indispensáveis à
concretização da auditoria, dificultando a avaliação da
produção hospitalar e a efetividade do serviço. Ressaltase que estes tipos de estudo há médio e longo prazo
possam permitir maior aprendizado dos profissionais
sobre todas as características e exigências do SUS,
evidenciando-se na prática dos mesmos. Sugere-se aos
gestores, que seja estabelecida a educação continuada
em serviço sobre as políticas públicas, no sentido de
garantir a efetivação de uma assistência coerente com
Saúde Soc. São Paulo, v.20, supl.1, 2011 99
o conhecimento necessário e redução dos custos organizacionais e do SUS. Palavras-chave: Conhecimento.
Gestão. SUS. Enfermagem.
REFERÊNCIAS
ABBAGNANO, Nicolas. Dicionário de filosofia. Ed.
Martins Fontes, São Paulo, 2007.
BRASIL. Ministério da Saúde. Educação em saúde
nas unidades federadas. Brasília, DF Ministério da
Saúde. 1980.
BRASIL. Ministério da Saúde. Resolução n. 196/96.
Sobre pesquisa envolvendo seres humanos. Bioética,
Brasília, v.4, n. 2 – Suplemento – p. 15-25, 1996.
GASTALDO, Denise. É a educação em saúde “Saudável”?
Repensando a educação em saúde através do conceito
de bio-poder. Educação e Realidade. 22(1):147-168 Jan./
Jun. 1997.
MARTINS, Gilberto da Andrade. Estudo de caso: uma
estratégia de pesquisa. São Paulo: Atlas. 2006.
CONSTRUÇÃO DA POLÍTICA MUNICIPAL DE SAÚDE
BUCAL EM SÃO BERNARDO DO CAMPO (SP), NO
PERÍODO DE 2009 A 2011
Biagioni FA (1); Pellegrini H (2); Izzo RV (2); Rodrigues ROR (2); Fernandes KPS (2); Manfredini MA (2);
Fuentes ICP (2); Chioro A (2);
Instituição: 1 - Prefeitura Municipal de São Bernardo
do Campo; 2 - PMSBC;
Caracterização do problema: O município de São Bernardo do Campo (SP) enfrentava um grave problema no
início de 2009: a política de saúde e, em especial a de
saúde bucal, encontrava-se desalinhada em relação aos
princípios do SUS e às Diretrizes da Política Nacional
de Saúde Bucal (PNSB). Descrição: Em dezembro de
2008, o município dispunha de 2.348 h mensais de CD,
destinadas à assistência odontológica. A rede física
estava sucateada. Não havia auxiliares e técnicos de
saúde bucal (ASB e TSB) na rede. Os profissionais estavam desmotivados e não participavam de processos
de educação permanente. Não havia nenhuma equipe
de saúde bucal na Estratégia de Saúde da Família
e o Centro de Especialidades Odontológicas (CEO)
funcionava precariamente. A partir de janeiro de
2009, a gestão municipal assumiu o compromisso de
implantar a PNSB. A prioridade inicial foi o debate e
aprovação da política no Conselho Municipal e nos
Conselhos Gestores de Saúde. Foram implantadas 19
ESB, e contratados 36 ASB, 2 TSB e 11 CD para o CEO,
nas especialidades de cirurgia, endodontia, prótese e
Anais XII Congresso Paulista de Saúde Pública
pacientes com deficiências, além da implantação da
especialidade de estomatologia. Atualmente, o serviço
de saúde bucal conta com 2.998 horas na assistência. A
SMS criou o Serviço de Prótese Dental, que já forneceu
1.974 próteses em 8 meses. Foi implantado o Sistema
Municipal de Vigilância Sanitária da Fluoretação das
Águas de Abastecimento Público e contratada OSCIP
para desenvolver ações preventivas e procedimentos
ambulatoriais de menor complexidade para 78 mil
escolares da rede municipal. O processo de educação
continuada para os profissionais teve início, com a realização de atividades de atualização técnico científica e
oficinas para o debate de reorganização do processo de
trabalho. Lições aprendidas: O envolvimento dos profissionais é fundamental para o processo de mudança
do modelo assistencial, cuja implantação é desigual no
município, face à exigüidade cronológica e diversidade
de prática dos profissionais. Persistem desafios como a
ampliação da cobertura assistencial para a população
e a consolidação da política junto aos trabalhadores e
usuários. Recomendações:A construção de políticas
públicas não pode depender apenas de iniciativas da
gestão. Faz-se necessária a participação dos profissionais e da sociedade civil para que esta política tenha
continuidade e se consolide.
CONSTRUÇÃO PARTICIPATIVA DO PLANO REGIONAL DE EDUCAÇÃO PERMANENTE (PAREPS) DO
NÚCLEO DE EDUCAÇÃO PERMANENTE (NEPOS)
DA REGIÃO DOS MANANCIAIS E ROTA DOS BANDEIRANTES
Carotta, F. (1); Condeixa, D. (1); Carvalho, E.T.L. (2);
Carvalho, G.A.V (3); Ambrosio, I.M.V (4); Paiva, K.
(1); Perez, L.B. (4); Isuka, L.H. (5); Kertesz, P.M. (6);
Souza, R. (7); Marcondes, R. (8); Correa, T.F.A. (9);
Guimarães, V.E. (10);
Instituição: 1 - Secretaria Municipal de Saúde de
Embu das Artes; 2 - Prefeitura Municipal de São
Lourenço da Serra; 3 - Departamento Regional de
Saúde Grande São Paulo – CDQ-SUS; 4 - Secretaria
Municipal de Saúde de Vargem Grande Paulista; 5 Autarquia Municipal Saúde - Itapecerica da Serra; 6
- Secretaria Municipal de Saúde de Cotia; 7 - Secretaria Municipal de Saúde de Carapicuíba; 8 - Secretaria
de Saúde do Município de Osasco; 9 - GVS X Osasco;
10 - Secretaria de Saúde de Barueri;
Caracterização do problema: O NEPOS realizou em
2010, processo de construção participativa do PAREPS,
Saúde Soc. São Paulo, v.20, supl.1, 2011 100
seguindo a Política Nacional de Educação Permanente (PNEP). Foram realizadas 3 oficinas objetivando a
participação dos 15 municípios envolvendo gestores,
trabalhadores, usuários e instituições de ensino.
Descrição: 1ª oficina (8h). Objetivo: sensibilizar a região para discussão da EP. Situou-se a PNEP no Estado
de São Paulo com a exposição do COSEMS, SES, CEFOR
e Município de Carapicuíba. Foi realizada discussão de
um caso (com dificuldades nas Referências) em pequenos grupos, segundo os eixos do PAREPS: Assistência à
Saúde e Cuidado Integral, Gestão do SUS e Participação
Social, objetivando a identificação de problemas na
gestão, organização dos serviços e desdobramentos
para sua resolução. Apresentação das sínteses e encaminhamentos. Os Participantes voltaram aos seus
municípios para discussão dos problemas, indicando
como a EP pode contribuir para esse enfrentamento.
2ª oficina (8h), após 45 dias. Apresentação da síntese
da oficina anterior e retomada dos eixos em pequenos
grupos. Objetivo: discutir o material devolvido pelos
municípios, considerando: definição do eixo, problemas identificados, discussão dos indicadores básicos
de saúde e propostas de estratégias de EP. Término
com apresentação das sínteses.
3ª. Oficina (4h), após 30 dias. Síntese da 2ª oficina e
apresentação do PAREPS.
Avaliação do processo: participação dos 15 municípios
nas 3 oficinas: 120 pessoas na 1ª; 65 na 2ª e 70 na 3ª
(40% trabalhador, 33% gestor, 9% usuário e 2% universidade). Foram feitas considerações pelos participantes, na maioria de forma positiva, tais como: vontade de
por em prática; dúvidas e preocupação diante das responsabilidades; visão ampliada; reconhecimento sobre
o trabalho e desafios; reflexão sobre como socializar as
informações; desejo de maior conhecimento sobre EP
e esperança na melhoria da saúde pública.
Resultados conclusão do PAREPS; inclusão de novos
membros no NEPOS e constituição de núcleos de EP
em mais 3 municípios. Desafio: processo iniciado,
intensificar a participação.
Lições aprendidas: maior espaço para debate; continuidade dos encontros; e ampliar tempo de discussão
em grupos menores.
Recomendações:fomentar participação de trabalhadores,
usuários, gestores municipais e instituições de ensino.
Agradecimentos: Apoio Institucional Escola de Enfermagem da USP e Articuladores da Atenção Básica
– Mananciais e Rota dos Bandeirantes.
Anais XII Congresso Paulista de Saúde Pública
CONSTRUINDO A CO-GESTÃO NA ATENÇÃO BÁSICA DE SÃO BERNARDO DO CAMPO-SP
Queirós, A.A.L (1); Macedo. H. (2); Fuentes, I.C. (2);
Silva, F.F (2); Santos, F.S. (2); Braz. T.O (2);
Instituição: 1 - SMS/São Bernardo do Campo; 2 - SMS
de São Bernardo do Campo;
A gestão da Atenção Básica, no município de São
Bernardo do Campo, tem implementado um arranjo
organizacional descentralização em quatro agrupamentos, compostos por regiões de saúde: Luar (região
1 e 2); Brisa (região 3,4,6 ); Sol ( região 5 e 10); Luz
(região 7,8,9) . Estes são os cenários prioritários para
estruturar, e pactuar processos políticos, entre o núcleo
central da atenção básica e os coordenadores dos serviços, além de desenvolvimento estratégias de educação
permanente com os trabalhadores das Unidades de
saúde. Os espaços acontecem, prioritariamente, entre
o núcleo central do departamento da atenção básica
e os coordenadores, e em alguns momentos a equipe
de apoio em saúde dos territórios, e os próprios trabalhadores da atenção das diversas Unidades Básicas de
Saúde. A experimentação desse arranjo tem propiciado:
melhor diálogo entre equipe gestora; maior vínculo
institucional; melhoria das pactuações; visualização
de problemas antes pouco evidenciados; e clareza
do projeto político. A co-gestão, neste sentido, tem
desafiado o núcleo gestor da atenção básica em criar
espaços de diálogos e reflexões, que possibilitem uma
negociação possível entre novas/diferentes sugestões
apresentadas pelos grupos, versus, os tempos políticos
e os projetos definidos pela gestão.
CONSTRUINDO REDE ATENÇÃO À SAÚDE: “BOTUCATU COM MAIS SAÚDE”
Caldas Junior, A.L. (1); Luque, A.L.F. (1); Silva, D.C. (2);
Kron. R.T. (1); Gasparelo, T.C. (1);
Instituição: 1 - Secretaria Municipal de Saúde de
Botucatu; 2 - Fundação UNI Botucatu;
Caracterização do problema: O sistema municipal
de saúde de Botucatu-SP apresentava graves deficiências: desfinanciamento; desarticulação (ausência
de rede); relações interinstitucionais deterioradas;
gestão restrita à atenção básica; média e alta complexidade concentradas no hospital universitário, grave
dificuldade de acesso a serviços de urgência, especialidades e exames. Descrição: O programa Botucatu
Com Mais Saúde visa implementar Rede de Atenção à
Saúde Soc. São Paulo, v.20, supl.1, 2011 101
Saúde focada na necessidade das pessoas, com acessibilidade, humanização, integralidade e qualidade do
cuidado, com 4 eixos estruturantes (em andamento
ou já implantados): 1) Atenção Básica: implantação de
rede de atenção e gestão do cuidado: construção de 5
novas unidades de saúde da família (em andamento);
reforma de todas UBS; reorganização do processo de
trabalho e mudança do modelo de atenção (gestão da
clínica); NASF; educação permanente; ouvidoria da
saúde. 2) Espaço-Saúde “Profa. Cecília Magaldi”: em
espaço único, de fácil acesso, com serviços de apoio de
abrangência municipal: Clínica do bebê (atendimento
multidisciplinar na primeira semana de vida com
avaliação de riscos biológicos e sociais); Clínica de
Diversidades Terapêuticas (acupuntura, homeopatia,
etc); Clínica de Curativos; Clínica de Saúde Sexual
e Reprodutiva; Farmácia Municipal; Dose em Casa
(medicamentos a domicílio); Central de Esterilização;
Centro de Especialidades Odontológicas; CAPS I. 3)
Serviços de Atenção Secundária (parceria com Faculdade de Medicina de Botucatu, Hospital das Clínicas,
Fundação UNI e FAMESP): 2 Residências Terapêuticas (saúde mental); Programa Novo Olhar (ônibus
oftalmológico nos bairros); Ambulatório Médico de
Especialidades (AME); Centro de Reabilitação Lucy
Montoro (reabilitação para deficiências motoras e
sensoriais); Hospital Estadual de Botucatu (80 leitos
clínico-cirúrgicos de média complexidade); Hospital
Sorocabana (recém desapropriado pela Prefeitura, 80
leitos); Clínica de Recuperação para Dependentes Químicos (todos em construção/implantação). 4) Serviços
de Urgência e Emergência: SAMU; Pronto Socorro Adulto e Pronto Socorro Infantil (em andamento). LIÇÕES
E Recomendações:O Programa Botucatu com Mais
Saúde vem permitindo que ações e serviços de saúde
em Botucatu se organizem de forma estrategicamente
estruturada com estabelecimento de parcerias e financiamento adequado (recursos próprios e externos). Os
primeiros resultados são estimulantes promovendo a
qualidade de vida e saúde da população.
CONTRATO DE GESTÃO NO SUS: EXPERIÊNCIA
EXITOSA NO MUNICÍPIO DE BOTUCATU/SP
Silva, D.C. (1); Caldas Junior, A.L. (2); Gasparelo, T.C.
(2); Christovan, J.C. (1);
Instituição: 1 - Fundação UNI Botucatu; 2 - Secretaria
Municipal de Saúde de Botucatu;
Caracterização do problema: Botucatu-SP iniciou a
Anais XII Congresso Paulista de Saúde Pública
implantação da Estratégia de Saúde da Família (ESF),
em 2003, em parceria com instituição privada filantrópica de assistência social, resultando em situação
jurídica e administrativamente fragilizada, com repercussões negativas variadas. Em 2009, buscou-se
alternativa que permitisse pleno desenvolvimento da
rede de atenção à saúde, com ênfase na ESF, e estrita
observâncias dos preceitos constitucionais referentes
à saúde e à administração pública. Descrição: Com
base na Lei Complementar Municipal nº 617/2009
(qualificação de entidades como Organizações Sociais),
celebrou-se, em setembro de 2009, contrato de gestão
com a FUNDAÇÃO UNI, entidade sem fins lucrativos,
instituída pela UNESP e pela Prefeitura Municipal, há
15 anos, com estabelecimento de metas qualitativas e
quantitativas e controle externo por parte do Conselho
Municipal de Saúde, Câmara de Vereadores e Tribunal
de Contas. LIÇÕES E Recomendações:Dois anos após
a vigência do Contrato de Gestão destacando-se os
seguintes Resultados estabilização dos vínculos trabalhistas; desenvolvimento participativo de Plano de
Cargos Carreira e Salários; realinhamento de salários
defasados diante do mercado de trabalho; recomposição do quadro de pessoal, de 204 (2009) para 404
funcionários (2011), destacando-se aumento significativo de médicos (9 e 37, respectivamente), atuando em
USF, equipes de referência, NASF e SAMU; aumento na
produção de consultas médicas e efetivo controle da
dengue; estruturação de equipe de supervisão técnica,
com profissionais qualificados para apoio matricial à
gestão das USF e às mudanças no processo de trabalho
(inclusive médico) tão necessárias a reorientação do
modelo de atenção. Apontam-se também como vantagens: agilidade na manutenção de equipamentos e
resposta rápida a problemas administrativos agudos
(a exemplo do desabastecimento de medicamentos,
gerados por dificuldades licitatórias e atrasos nas
entregas), havendo diminuição de tempo e custos nos
processos de compras. Avalia-se como altamente positiva a experiência de Contrato de Gestão com a Fundação
UNI (Organização Social) com avanços significativos
na gestão e produção de serviços de saúde no município, manifestos em vantagens para a administração
pública e para a população, nas esferas econômica,
técnica, sanitária e, sobretudo, social. Consolida-se
o SUS focado nas pessoas, com acessibilidade, humanização, integralidade e qualidade do cuidado, sob
controle social.
Saúde Soc. São Paulo, v.20, supl.1, 2011 102
EDUCAÇÃO PERMANENTE NA ATENÇÃO BÁSICA – funciona como um espaço de construção de rede, já
que nas reuniões há participação de outros serviços
– UBS VILA TEREZINHA
Lucena, F.S. (1); Souza, E.R.V (1);
Instituição: 1 - UBS VILA TEREZINHA;
Atividade educativa para trabalhadores de saúde
constitui-se como instrumento da gerência para organização dos serviços e são comuns nos serviços de
saúde. Acredita-se que quanto mais os trabalhadores
de saúde forem capacitados, melhor assistirão a população em suas necessidades. A “educação permanente
em saúde (EPS)”, passa a ser uma política pública em
2004 (Portaria n.198/GM 20041) e preconiza:
• atividades educativas de trabalhadores de saúde
transformadoras das práticas em saúde;
• valorizar a problematização dos processos de trabalho
e a construção de conhecimentos através da participação dos sujeitos.
A EPS reconhece o potencial educativo do cotidiano do
trabalho apreendendo-o como fonte de aprendizado e
reflexão através da construção de consensos a caminho
da efetivação do SUS2.
Metodologia: Devido à importância de espaços de troca
e aprendizado a gerência da UBS Vila Terezinha disponibiliza um período por semana, sem prejuízo na agenda, para que seja realizada a EPS de maneira formal.
Dessa forma pode-se realizar discussão com os agentes
comunitários e com as auxiliares de enfermagem em
um encontro por mês cada, além da equipe técnica
realizar discussão de casos clínicos e discussão de
casos de saúde mental também uma vez por mês, com
a participação de outros equipamentos de saúde além
de outros recursos intersetoriais quando possível.
A equipe da unidade toma a educação permanente
como parte integrante do dia-dia do trabalho e reconhece como fonte de aprendizado também os espaços
informais, como discussão de casos sem espaço formal,
além de algumas equipes utilizarem o espaço de reunião de equipe para discussão de temas emergentes
das necessidades dos trabalhadores.
Conlusão: Através da EPS notam-se os seguintes
avanços:
- reorganização e operacionalização do processo de
trabalho; maior comprometimento com o trabalho;
instrumentaliza as ações em saúde na unidade;
– transforma a assistência na medida em que constroem-se novas formas de atendimento ao usuário, como
protocolos internos (parte técnica) e mudança no olhar
das situações através de discussões;
Anais XII Congresso Paulista de Saúde Pública
de saúde.
Apesar dos pontos positivos acima citados, acreditamos
que ainda é preciso investimentos em nível central, já
que muitas vezes a implementação dessa política se dá
através da concepção sobre educação para trabalhadores dos gerentes das unidades de saúde.
EDUCAÇÃO POPULAR E SAÚDE PÚBLICA: CONSIDERAÇÕES SOBRE O PROCESSO DE FORMAÇÃO
PARA CONSELHEIROS MUNICIPAIS DE SAÚDE NO
MUNICÍPIO DE GUARULHOS
Haddad,Dalel (1); Oliveira, Keila Costa de (1);
Ribeiro,Tiago Noel (1);
Instituição: 1 - SECRETARIA DA SAÚDE DE GUARULHOS;
Este trabalho tem como objetivo apresentar o curso de
“Formação para Conselheiros Municipais de Saúde” de
Guarulhos, realizado pela Divisão da Gestão da Educação na Saúde, da Secretaria da Saúde de Guarulhos,
entre novembro de 2010 e março de 2011. O objetivo
geral foi o de “Instrumentalizar os Conselheiros Municipais de Saúde de Guarulhos para o exercício pleno
da participação social nas políticas e ações de saúde”.
O curso foi estruturado a partir de sete Rodas de
Conversa, com quatro horas de duração, para discutir
temáticas relacionadas ao trabalho dos Conselheiros
Municipais de Saúde. Cada Roda de Conversa foi precedida e Encontro Preparatório para avaliar a Roda
anterior e organizar material e método da próxima
Roda. Foram trabalhadas as seguintes temáticas: O
Controle Social e Participação Popular em Guarulhos;
Políticas de Saúde; Gestão do trabalho e educação em
saúde; Saúde do Trabalhador; Instrumentos de gestão;
Financiamento e orçamento; Comunicação em saúde.
As atividades procuraram debater e refletir sobre a
participação popular e do controle social em Guarulhos
e quais desafios os conselheiros de saúde encontram
nesse contexto. Nos encontros, estabeleceu-se diálogo
sobre o foco das ações dos conselheiros, suas inquietações e percepções sobre seu trabalho, que podem ser
sintetizadas nas seguintes questões: Quem participa?
Como participam? Por que as pessoas participam? Qual
o futuro que os conselheiros pensam para o conselho?
Durante o processo debatemos sobre a metodologia,
tendo como pano de fundo a questão da construção
do conhecimento, durante o qual pudemos vivenciar
Saúde Soc. São Paulo, v.20, supl.1, 2011 103
desde metodologias predominantemente participativas a predominantemente expositivas. O processo de
formação revelou o desafio de construir coletivamente
respostas aos diversos jeitos de conhecer e como este
conhecimento ajuda na qualificação das atividades
realizadas pelos conselheiros. O curso teve como produto uma Agenda para os conselheiros, com textos de
referência para sua atuação.
EPIDEMIOLOGIA DA INFORMAÇÃO NA GESTÃO DO
SUS EM SÃO BERNARDO DO CAMPO
CONSONNI, A.L.S. (1); SANTANA, M.A. (1); OLIVEIRA,
P.R. (1); BIANCO, A.M.M. (1); COSTA, S.M. (1);
Instituição: 1 - SECRETARIA MUNICIPAL DE SAUDE
DE SAO BERNARDO DO CAMPO;
A epidemiologia descritiva é uma ferramenta indispensável para o adequado planejamento de ações em saúde,
na medida em que se faz necessário o conhecimento
da situação de saúde da população para determinar as
prioridades sanitárias. O “Boletim de Informação em
Saúde” foi uma iniciativa da Seção de Informação para
a Gestão, com o objetivo de sistematizar e disponibilizar anualmente o acesso à informação sobre a situação
de saúde no Município de São Bernardo do Campo, de
maneira sintética e abrangente, considerando a distribuição temporal, espacial e populacional de eventos de
importância epidemiológica. Para a composição deste
instrumento foram selecionados dados relativos ao ano
de 2008 sobre: população, SUS dependência, pré-natal,
nascidos vivos, mortalidade, morbidade hospitalar e
doenças de notificação compulsória. As fontes para
obtenção dos dados foram os diferentes sistemas de
informação do DATASUS (SINASC, SIM, SISPRENATAL, SIH, SINAN), além do Sistema de Informação em
Saúde Suplementar e do IBGE. Para cada tema foram
analisados indicadores relevantes para caracterização
do perfil epidemiológico do Município. Os dados foram
desagregados por bairro ou por UBS de referência,
sempre que os sistemas de informação permitiram,
como forma de conhecer a realidade local e identificar
problemas sanitários. A distribuição de dados por faixa
etária foi considerada, com o objetivo de permitir a
análise das diferenças existentes entre grupos populacionais distintos, que requerem abordagem específica
no desenvolvimento de ações de saúde. Para cada tema
abordado, foram evidenciadas as 5 situações principais do ponto de vista desfavorável para definição de
prioridades e necessidades de intervenção.O “Boletim
Anais XII Congresso Paulista de Saúde Pública
de Informação em Saúde” foi disseminado entre os
gestores e técnicos da Secretaria Municipal de Saúde
e está subsidiando a análise da situação de saúde, a
discussão das equipes e a tomada de decisão com relação ao planejamento e execução de políticas e ações
necessárias para melhoria das condições de saúde da
população, viabilizando assim, o uso da Epidemiologia como importante ferramenta na construção do
SUS no Município. Além disso, este instrumento está
contribuindo para o processo intersetorial de territorialização, iniciado em 2009 pela Secretaria Municipal
de Saúde, através da microlocalização dos problemas
de saúde, que permitem a construção dos diagnósticos
territoriais de condições de vida e saúde.
ESPECIALIZAÇÃO EM GESTÃO DE SISTEMAS E
SERVIÇOS DE SAÚDE PARA OS MUNICÍPIOS DA
CGR-ABC
Spiassi, A.L. (1); Akerman, M. (2); Silveira, A.H (2);
Conchão, S.A (2); Boaretto, R.C. (2); Monteiro, F.B. (2);
Instituição: 1 - Centro de Estudos em Saúde Coletiva;
2 - Centro de Estudos em Saúde Coletiva da FM-ABC;
O Curso de Especialização em Gestão de Sistemas e
Serviços de Saúde para municípios do CGR da Região
de Saúde do ABC/SP, é um curso de pós-graduação lato
sensu, oferecido a 219 profissionais de saúde adstritos
às unidades prestadoras de serviços de saúde das prefeituras de Diadema, Mauá, Ribeirão Pires, Rio Grande
da Serra, Santo André e São Caetano do Sul.
Este curso resulta de uma proposta do Centro de Estudos de Saúde Coletiva da Faculdade de Medicina
do ABC (CESCO), apoiada pelo Colegiado de Gestão
Regional – CGR e seu Núcleo de Educação Permanente
(NEP) e as instâncias Regionais da Secretaria Estadual
de Saúde de São Paulo (SES – SP), apresentada à Secretaria de Gestão do Trabalho e Educação em Saúde do
Ministério da Saúde.
A cidade de São Bernardo do Campo organizou um
curso próprio e, por isso, não indicou alunos para a
especialização regional.
Sua realização é financiada pelo Programa de Desenvolvimento Gerencial do SUS, através da Organização
Panamericana de Saúde.
A idealização da proposta tem como premissas as atribuições e responsabilidades sanitárias estabelecidas
no Pacto pela Saúde, o compromisso com a implementação de ações previstas e pactuadas no Pacto de
Gestão, assim como a necessidade de monitoramento
Saúde Soc. São Paulo, v.20, supl.1, 2011 104
dos indicadores pactuados em formas de objetivos e
metas, previstos no Pacto pela Vida.
Como resultado do curso será produzido um Banco de
propostas para o aprimoramento da gestão em saúde,
abrangendo reflexões sobre sistemas de informação,
gestão de pessoas, planejamento em saúde, linha de
cuidado entre outros.
processo que culminou com a construção de outro fluxo
para atendimento dessa clientela. Analisamos que a
discussão do fluxograma descritor constituiu-se como
uma ferramenta de gestão relevante para a revisão dos
processos de trabalho. Assim, destacamos que seu uso
deve estar associado a outras ferramentas que incluam
os trabalhadores na confecção do mesmo e favoreçam o
resgate da autonomia de sujeitos e coletivos para construção compartilhada de projetos de intervenção.
FLUXOGRAMA DESCRITOR COMO FERRAMENTA
DE APOIO À GESTÃO: UMA POSSIBILIDADE PARA
HETEROCONTROLE DOS NÍVEIS DE FLÚOR NAS
DESENHO DO TRABALHO COTIDIANO
Xavier, A.S. (1); Vargas, P. (1); Guedes, M.C. (1); Gil, O.F. ÁGUAS DE ABASTECIMENTO PÚBLICO DO MUNICÍPIO DE SÃO BERNARDO DO CAMPO
(1);
Instituição: 1 - Secretaria de Estado de Saúde do Rio
de Janeiro;
Em virtude da superlotação dos serviços de urgência e
emergência e da oferta de uma atenção com baixa resolutividade, a SES/RJ tem adotado nas unidades da rede
própria o dispositivo Acolhimento com Classificação de
Risco, bem como o apoio institucional como estratégias
para reverter este cenário. Este relato aborda a experiência vivenciada enquanto apoiadores institucionais
em um hospital de urgência e emergência da rede estadual. Tal experiência trata da análise e discussão do
processo de trabalho a partir da ferramenta fluxograma
descritor. A unidade em questão localiza-se em um município com aproximadamente um milhão de pessoas.
Apesar da significativa cobertura populacional pela
Estratégia Saúde da Família, a resolutividade é baixa
e o acesso é difícil. Em função disso, é comum a procura pelo atendimento no hospital de emergência. No
período endêmico da dengue constata-se um aumento
significativo do número total de atendimento. Parte
desses é relativo ao diagnóstico de dengue, seja para
atendimento de primeira vez, seja para consulta de
retorno naqueles casos que exigem acompanhamento
sem que se justifique a internação. Os casos de suspeita
de dengue que retornavam à unidade apresentaram-se
como uma situação-problema evidenciada pela equipe
de acolhimento com classificação de risco, posto que
tais casos aumentavam o fluxo de atendimento e, em
sua maioria, eram classificados com baixa gravidade, o
que implicava em espera. A fim de evidenciar e elucidar
tal situação foi proposto o uso do fluxograma descritor, o qual possibilitou a visualização do modo como o
atendimento a usuários com suspeita de dengue estava
sendo realizado e potencializou a reorganização desse
Anais XII Congresso Paulista de Saúde Pública
Biagioni FA (1); Pellegrini H (1); Izzo RV (1); Rodrigues ROR (1); Oliveira RL (1); Fernandes KPS (1);
Manfredini MA (1); Fuentes ICP (1); Chioro A (1);
Instituição: 1 - PMSBC;
Caracterização do problema: A fluoretação das águas
é uma importante medida para a prevenção da cárie
dentária. Para que esta medida possa oferecer os benefícios esperados, faz-se necessário que sejam mantidas
a continuidade e regularidade dos teores ótimos de íon
flúor presentes nestas águas. A fluoretação das águas
deve ser controlada, uma vez que a subdosagem não
traz benefícios e a sobredosagem, por tempo continuado, durante o período de formação dos dentes, leva a
fluorose dentária. (Toassi et al, 2007) Descrição: Diante
deste quadro e com o objetivo de suprir a carência histórica de informações sobre esta medida em São Bernardo do Campo, a gestão municipal de saúde iniciou
projeto de intervenção para vigiar, de forma periódica
e sistemática, o teor de flúor adicionado à água de
abastecimento público, em 2009. Neste processo, foram
realizadas diversas reuniões para análise e definição
destas ações com o nível central da SMS. Destaque-se
a apresentação e aprovação do projeto pelo Conselho
Municipal de Saúde, pois se entendia que esta ação
implicava em medida que deveria ser submetida ao
controle social. O heterocontrole dos teores de flúor
da água de abastecimento público do município foi
implantado a partir do mês de junho de 2010. A coleta é
realizada mensalmente, em um único dia do mês previamente agendado, no mesmo horário. Os pontos de coleta
foram divididos geograficamente, para abranger todas
as regiões da cidade. A coleta é realizada na torneira
do consultório odontológico. As amostras podem ser
estocadas por até seis meses, sem interferir no resul-
Saúde Soc. São Paulo, v.20, supl.1, 2011 105
tado, e são encaminhadas para o Laboratório de Saúde
Pública da SMS, para análise do teor de flúor.Lições
aprendidas: Observou-se que 98,6% das amostras de
águas do município estão em conformidade com os
teores de flúor esperados. A divulgação dos resultados
é realizada para todos os profissionais de saúde da rede
municipal, entidades representativas como a APCD e
APM, o Conselho Municipal de Saúde e a Câmara de
Vereadores, com o objetivo de ser amplamente divulgado para a comunidade. Recomendações:Desta forma,
a SMS está implantando, mais uma importante ação
de Saúde Pública no município, visando o aumento da
consciência sanitária da população sobre a necessidade
de continuidade desta política, para que os benefícios
na redução da cárie dentária sejam mantidos.
Lições aprendidas: A significativa adesão à Mostra
demonstrou a boa receptividade por parte dos profissionais da rede. Os depoimentos dos participantes foram unânimes em relatar que o evento trouxe um novo
estímulo para o desenvolvimento do trabalho além do
congraçamento entre as equipes. Todos os trabalhos
apresentados foram reunidos em uma coletânea que foi
distribuída aos participantes do evento e encaminhada
para todas as unidades de saúde da rede.
Recomendações : A promoção de espaços de discussão
e troca de experiências das equipes de saúde da família
devem ser valorizadas pelo gestor de saúde. A possibilidade de mostrar a experiência das equipes é um
incentivo para que busquem o aprimoramento técnico
e científico no processo de trabalho.
I MOSTRA SAÚDE DA FAMILIA DA SECRETARIA IMPLANTAÇÃO DA UPA 24 HORAS NOS MUNICÍMUNICIPAL DE SAÚDE DE SÃO PAULO: ESPAÇO DE PIOS DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
TROCA E VALORIZAÇÃO DOS PROFISSIONAIS
Guedes, M.C. (1); Gil, O.F. (1); Xavier, A.S. (1);
Brito, EMT (1);
Instituição: 1 - SMS SP;
Caracterização do problema: A expansão da rede de
atenção à saúde com a Estratégia Saúde da Família
(ESF), a partir de 2001, reestruturou e reorganizou a
Atenção Básica (AB) no Município de São Paulo.
Na perspectiva de valorizar e revelar a riqueza do trabalho dos profissionais e das equipes da ESF e para propiciar um espaço de troca de experiências, a Secretaria
Municipal de Saúde de São Paulo promoveu, em outubro
de 2010, a I Mostra de Experiências Exitosas da Saúde da
Família do Município de São Paulo e o II Seminário Internacional de Atenção Básica, que congregou gestores, profissionais, técnicos, usuários, acadêmicos e instituições
parceiras, no Palácio de Convenções do Anhembi.
Descrição: Este evento que contou com a participação
de mais de 2.500 pessoas, buscou propiciar um espaço
de encontro, reflexão e debate sobre a situação atual da
Atenção Primária à Saúde (APS) e ESF. As 256 unidades
de saúde da família confeccionaram 300 posters e apresentaram 76 trabalhos de comunicação coordenada. Os
eixos temáticos versaram sobre: Gestão da AB/SF, Integralidade e Intersetorialidade; Tecnologias do Cuidado
em Saúde; Assistência à Saúde; Vigilância em Saúde;
Educação, Formação e Promoção à Saúde e Controle
Social e Participação Popular. Nas salas temáticas foram
organizadas palestras e rodas de conversa que trouxeram reflexão sobre os caminhos da Atenção Básica/
Saúde da Família no Brasil e no cenário internacional.
Anais XII Congresso Paulista de Saúde Pública
Instituição: 1 - Secretaria de Estado de Saúde do Rio
de Janeiro;
Caracterização do problema: A Política Nacional de
Atenção às urgências formulada em 2003 e reformulada
em 2011 reforça a necessidade de criação de estruturas
de saúde que correspondam tal demanda. O estado do
Rio de Janeiro (RJ), desde 2007 aposta na implantação
de UPAs para organizar e dar resolutividade ao cenário
de urgência e emergência encontrado. Entretanto, a
implantação de UPA 24h exige uma série de ações da
gestão para consolidar a proposta do modelo de atenção
dessa unidade, em conformidade com princípios do SUS.
Descrição: O RJ é composto por 92 municípios e possui
uma rede de atenção à urgência e emergência complexa.
A Secretaria de Estado de Saúde (SES) tem efetivado a
implantação de UPAs como organizador dessa rede. Para
tanto, a partir de uma agenda de trabalho “em comum”
a Coordenação das UPAs, Superintendência de Atenção
Básica (SAB), Educação em Saúde e Gestão Participativa
e Assessoria de Humanização são co-responsáveis no
processo, com vista a estabelece-lo de forma que garanta comprometimento dos variados atores presentes no
cenário. Assim, compreendemos o processo de implantação em três fases. A primeira, diz respeito à decisão
sobre datas e local onde serão construídas as UPAs,
além da pactuação entre SES e Secretaria Municipal de
Saúde (SMS). A segunda, trata da definição das questões
operacionais, a coordenação das UPAs, e as respectivas
SMS, organizam a estrutura física, equipamentos, recurSaúde Soc. São Paulo, v.20, supl.1, 2011 106
sos humanos, entre outros. Esta coordenação também
acompanha obras, visando levantamento e correção de
pendências que possam interferir no cronograma. Caracterizando a terceira fase, a Assessoria de Humanização
e a SAB reúnem-se com a equipe gestora da SMS com
objetivo de apresentar a UPA 24h e discutir sua interseção com a rede local, de forma a disparar a discussão
do acolhimento em rede. Lições aprendidas: A aposta
em espaços de discussão/capacitação tem disparado o
apoio necessário para o funcionamento resolutivo deste
equipamento, possibilitando que os atores responsáveis
pela organização do sistema de saúde do município e
aqueles que irão compor a equipe da unidade participem e compreendam o lugar da UPA na rede de saúde
da região. Recomendações:Mecanismos/ferramentas
de gestão que possibilitem maior co-participação dos
atores envolvidos no cenário de implantação das UPAs
tem favorecido a autonomia de sujeitos e coletivos e seu
uso é recomendado como estratégia de intervenção na
gestão do serviço de atenção a urgência e emergência.
IMPLANTAÇÃO DO OBSERVATÓRIO DE PROMOÇÃO DA SAÚDE NO ESTADO DE SÃO PAULO –
INTEGRANDO AÇÕES
Carnevalle, C.V. (1); Moraes, M.A. (2); Shirassu, M.M.
(3); Valencich, D.O. (2); Ribeiro, A.B. (2);
Instituição: 1 - Centro de Vigilãncia Epidemiológica
da Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo CVE/
SES/SP; 2 - CVE/SES/SP; 3 - CVE/SES/P;
Caracterização do problema: A implementação de uma
Política de Promoção da Saúde no Estado de São Paulo
deve articular as ações estão sendo desenvolvidas nos
diversos eixos prioritários desta política, devendo dar
ênfase às essas experiências no nível municipal. Em
2009, a Divisão de Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT) da Secretaria Estadual de Saúde São Paulo
propôs a implementação de um Observatório de Promoção da Saúde, abrangendo Alimentação Saudável,
Controle do Tabagismo, Atividade Física e Cultura da
Paz, com a finalidade de coordenar, monitorar e apoiar
tecnicamente as ações dos municípios que compõe a
Rede Nacional de Promoção da Saúde no Estado. Descrição: A proposta do projeto inclui reuniões, oficinas
de trabalho e vídeo conferências e diversos outros
eventos de capacitação assim como o monitoramento
de indicadores de processo e de resultados do Sistema
VIVA e a Promoção da Saúde anualmente. Em relação à
Violência no período de 2006 a 2009 houve um increAnais XII Congresso Paulista de Saúde Pública
mento das notificações chegando a 380%, devido ao
aumento no número de serviços e municípios notificantes. O mapeamento da Rede de Serviços de Referência
ao Atendimento às Vítimas de Violência identificou 152
serviços no Estado, excluída a Capital. No que se refere
ao Observatório de Promoção da Saúde, apesar de sua
implantação recente, o mural de boas práticas teve
boa adesão dos municípios contando com 89 projetos
disponíveis, dos quais 40 foram classificados como
“Estratégias de Promoção de Saúde”, 20 de “Atividade
Física”, 17 de “Prevenção de Violências e Promoção
da Cultura da Paz”, 10 sobre “Alimentação e Nutrição
e Atividade Física e 02 de “Alimentação e Nutrição”.
Além disso, vem propiciando acesso aos municípios
às informações e análises sobre promoção de saúde, o
acompanhamento e avaliação de políticas e projetos na
área e um intercâmbio de informações e experiências,
colaborando com os gestores, na tomada de decisões.
Recomendações:Tendo em vista o êxito na implantação do Sistema VIVA, assim como da construção do
referido Observatório recomenda-se a continuidade
do estímulo aos gestores regionais com o objetivo de
apoiarem e acompanharem os projetos de promoção da
saúde e de prevenção de violências desenvolvidos pelos
municípios que compõem a sua área de abrangência.
É necessário priorizar estratégias de intervenção que
contemplem a intersetorialidade, a participação social
e evidências científicas, com vistas à promoção da
equidade em saúde.
IMPLANTAÇÃO DO PROGRAMA DE AVALIAÇÃO
DE DESEMPENHO NA SECRETARIA MUNICIPAL DA
SAÚDE DE GUARULHOS
Vialle, S.C.A. (1);
Instituição: 1 - PREFEITURA MUNICIPAL DE GUARULHOS;
A Secretaria Municipal da Saúde de Guarulhos implantou
um Programa de Avaliação de Desempenho envolvendo todos os trabalhadores, gestores, usuários, plano de metas,
histórico funcional e aperfeiçoamento profissional.
O Programa foi inserido como ferramenta de gestão pelo
Plano de Cargos, Carreiras e Salários dos Profissionais
de Saúde em 2008 e aplicado o 1º ciclo em 2010, com os
Objetivos: propiciar interação entre avaliador, avaliado
e equipe de trabalho; aperfeiçoar a prestação de serviços internos e externos, melhorando continuamente o
atendimento ao usuário; possibilitar ao avaliado saber
o que se espera de seu desempenho e postura profissioSaúde Soc. São Paulo, v.20, supl.1, 2011 107
nal; estimular o comprometimento dos trabalhadores
na execução do plano de ação e metas de sua unidade;
identificar oportunidades de melhoria e de desenvolvimento profissional, incluindo a evolução na Carreira,
através do Plano de Cargos, Carreira e Salários; subsidiar a elaboração do Plano de Educação Permanente
com o levantamento das necessidades de capacitação
e qualificação profissional e fortalecer a participação
social na gestão do sistema local de saúde.
Os instrumentos de avaliação criados foram: auto-avaliação, avaliação da gerência, avaliação do subordinado
hierárquico, avaliação da equipe de trabalho, avaliação
das condições de trabalho e avaliação dos serviços de
saúde realizada pelos usuários.
A Avaliação de Desempenho aplicada de forma responsável aumenta e torna mais ativa a participação
de todos os envolvidos, contribuindo para motivação
e desenvolvimento profissional de todos os trabalhadores, o que consequentemente se traduzirá em mais
dinamismo e eficiência na prestação de serviços de
qualidade, atendendo, desta forma, aos princípios do
Sistema Único de Saúde.
INFORMAÇÃO COMO FERRAMENTA DE GESTÃO
– MONITORAMENTO DO PACTO PELA SAÚDE NO
MUNICÍPIO DE SÃO BERNARDO DO CAMPO
CONSONNI, A.L.S. (1); SANTANA, M.A. (1); AOKI, M. (1);
Instituição: 1 - SECRETARIA MUNICIPAL DE SAUDE
DE SAO BERNARDO DO CAMPO;
Para fins de monitoramento do desempenho da Secretaria Municipal de Saúde, com relação aos indicadores
pactuados no Pacto pela Saúde 2010-2011, identificou-se
a necessidade de criação de um instrumento no formato
de boletim para divulgação periódica dos resultados
alcançados, a fim de subsidiar as equipes técnicas e de
gestores para a discussão, análise das informações e tomada de decisão referente a políticas públicas de saúde,
estruturação de processos de trabalho e planejamento em
saúde. O instrumento criado foi denominado “Boletim de
Monitoramento do Pacto pela Saúde - 2010”, composto
por 32 indicadores pactuados. Para cada indicador foram
registrados dados trimestrais de 2009 e 2010, resultado
acumulado em 2010, meta do Pacto pela Saúde 2010-2011
e o sinal/desempenho do mesmo, quando comparado à
meta pactuada, evidenciando o desempenho favorável ou
desfavorável. Os indicadores foram calculados mediante
a metodologia descrita no instrutivo do SISPACTO e foi
definida a periodicidade trimestral para elaboração deste
Anais XII Congresso Paulista de Saúde Pública
boletim. A divulgação do novo instrumento foi realizada
para a equipe de gestores da Secretaria Municipal de Saúde e os resultados apresentados para o Conselho Municipal de Saúde como forma de contribuir para o processo de
gestão participativa e controle social do SUS. O Boletim
de Monitoramento do Pacto pela Saúde está permitindo
a análise e discussão dos dados pelos diferentes grupos
de gestores e técnicos da Secretaria Municipal de Saúde,
criando possibilidade para a intervenção oportuna para
alcance de metas, concretizando a incorporação do uso
da informação qualificada no processo de trabalho, de
modo a fortalecer o modelo de gestão do SUS voltado
para resultados em saúde.
INTERLOCUÇÃO DO CONTROLE SOCIAL DO SUS
BETIM COM A SOCIEDADE - CONSTRUINDO DO
MAPA DO MERCADO SIMBÓLICO.
Diniz, B. F. (1);
Instituição: 1 - Secretaria Municipal de Saúde de
Betim;
Interlocução do Controle Social do SUS Betim com
a Sociedade - Construindo do mapa do mercado simbólico.
Introdução: Trata-se de experiência de construção de
mapa de mercado simbólico para controle social. O mapa
é um instrumento para visualizar a rede de produção
dos sentidos que circulam a cerca de um determinado
tema, nesse caso o tema é controle social e saúde. Betim
possui o conselho municipal de saúde, 08 conselhos
regionais e terá mais de 40 conselhos locais de saúde.
Para que esses conselhos se articulem na temática da
saúde é fundamental tratar estratégias de comunicação
e mobilização.
Metodologia: A metodologia utilizada foi de pesquisa
bibliográfica a cerca dos temas: comunicação e saúde,
poder, poder simbólico, discurso, informação, reforma
sanitária, democracia, participação e controle social.
Construção do mapa do mercado simbólico conjuntamente com os conselheiros de saúde, cujo objetivo foi o
de mapear a rede de produção dos sentidos e a aplicação
de questionário para analisar a percepção dos conselheiros sobre comunicação e saúde. Após esses passos
foi realizada a análise do mapa e dos dados obtidos nos
questionários. O objetivo foi a partir desse diagnóstico
realizar uma proposta de plano de comunicação para o
controle social do SUS Betim
Conclusões: A construção do mapa do mercado simbólico possibilitou aos conselheiros identificar onde
Saúde Soc. São Paulo, v.20, supl.1, 2011 108
o controle social está inserido na sociedade. Isso é
importante para a reflexão e definição de estratégias
para atuação dos conselheiros nas políticas de sa.
NOVA POLÍTICA DE ATENÇÃO DOMICILIAR PARA
O SUS: ANÁLISES E REFLEXÕES A PARTIR DE UM
SERVIÇO DE ATENÇÃO DOMICILIAR
Beltrammi, D.G.M. (1);
Instituição: 1 - Complexo Hospitalar de São Bernardo
do Campo;
Caracterização do Problema : a partir da minuta que
subsidia a iminente publicação da Portaria da Nova
Política de Atenção Domiciliar (AD) para o SUS e das
experiências na gestão técnica de Serviço, na gestão e
produção de cuidados em AD o Programa de Internação
Domiciliar/PID (Serviço de Atenção Domiciliar/SAD)
de São Bernardo considera oportuno analisar alguns
de seus aspectos nucleares.
Descrição : à luz do marco regulatório da AD de 2006,
que ofertou parâmetros tecnológicos duros e se analisando de forma concomitante os aspectos tecnológicos
leve-duros e leves apresentados pela minuta de Portaria
a ser publicada no segundo semestre de 2011, algumas
arguições tornam-se imperativas. A AD é promotora de
cuidados progressivos junto da Rede e das práticas de
cuidados da Atenção Básica (AB), ou estas devem estar
fundidas em uma lógica de promoção de cuidados por
complexidade? Cuidadores domiciliares são fundamentais no domicílio como protagonistas deste cuidado para
todos os indivíduos alvos da AD, ou para apenas um grupo de indivíduos com maior vulnerabilidade sugerida? O
Modelo da AD para o SUS busca imagem objeto estrita de
substituição de práticas hospitalares duras, ou almeja
uma estratégia de cuidado voltada para qualificação do
domicílio como sítio de cuidados para vulnerabilidades
e agravos de diversas complexidades?
Lições aprendidas: O SAD, faz parte da poderosa estratégia de Rede Progressiva de Cuidados. Logo, qualquer
estratégia de fusão entre SAD e Serviços da AB, que privilegie apenas uma distribuição aritmética das menores
complexidades em cuidados para as Equipes de Saúde
da Família e das maiores para o SAD pode corromper o
equilíbrio dinâmico das melhores relações progressivas,
entre essas estratégias absolutamente complementares.
Da mesma forma, a presença do cuidador domiciliar
leigo é decisiva para os melhores resultados independente das necessidades em cuidados dos indivíduos.
Anais XII Congresso Paulista de Saúde Pública
Quanto ao Modelo de Atenção há que se ponderar de
forma assertiva sobre a tênue fronteira entre o domicílio,
espaço da família e de seus entes em convalescência e o
domicílio convertido em espaço formal de cuidados em
saúde, como um hospital. Instalações de equipamentos
invasivos para manutenção da vida, por consenso técnico, demandam profissionais de saúde com permanência
contínua, fato que descaracteriza a AD para o SUS.
Recomendações:A análise da nova Portaria é fundamental para o aprimoramento coletivo do presente e
futuro da AD para o SUS.
O NECESSÁRIO PROCESSO DE GOVERNANÇA LOCAL PARA A EXPANSÃO DA ESF NAS GRANDES
CIDADES
Nascimento, V.B. (1); Costa, I.M.C. (1); Silva, I.C. (2);
Instituição: 1 - FMABC; 2 - SES;
Caracterização do problema. A transferência do poder
de decisão e de execução de tarefas públicas para as
unidades locais de governo é considerada ainda uma estratégia complexa e de difícil operacionalização, quando
se trata de encarar no âmbito subnacional a implantação
de programas sociais, entre eles a saúde. No Brasil, existe
um grande número de municípios sem capacidade fiscal
e administrativa. Para tanto, o governo central tem adotado o recurso de indução para compensar os obstáculos
à descentralização. Por sua vez, há que considerar a diversidade do território brasileiro e a desigualdade entre
as unidades da federação, principalmente em relação aos
grandes centros urbanos e a complexidade da sua vida
social e dos seus limites estruturais.
Descrição. Procurou-se, então, analisar a expansão da
atenção básica à saúde em grande município da região
metropolitana de São Paulo, particularmente no município de Santo André, no período de 2005 a 2008. Para
isso, foi acompanhado o processo de implantação da
Estratégia de Saúde da Família – ESF tal como preconizada pelo Ministério da Saúde, quanto às competências
e atribuições transferidas do nível central para o local
e o grau de liberdade e potencialidade que o município
possui para a expansão do programa.
Lições aprendidas. O modelo da ESF implantado no
município de Santo André atingiu cerca de 20% de cobertura populacional no período analisado. Entretanto,
ao assumir as orientações emanadas pelo governo
federal enfrentou grandes dificuldades no seu processo
de implantação. A concentração populacional, extensão
Saúde Soc. São Paulo, v.20, supl.1, 2011 109
territorial, a fragmentação, a periferização, o perfil de
morbi-mortalidade, com destaque para a violência, a
pobreza, o borramento das divisas municipais em cidades dos grandes centros urbanos, o déficit na oferta de
serviços de saúde, o mix de oferta de serviços públicos e
privados surgiram como questões importantes a serem
consideradas no contexto da governança local.
Recomendações. Coloca-se como prioridade a revisão
dos processos normativos que orientam a implantação
do SUS nos grandes centros urbanos, conferindo maior
flexibilidade às instâncias locais, cuja complexidade
desses territórios tem interferido no ritmo de cumprimento das metas estabelecidas para o conjunto do país.
As características desses aglomerados urbanos, por si
só, justificam os sérios enfrentamentos relativos à implantação dos desenhos propostos para a organização do
sistema de atenção à saúde nessas localidades.
O PROCESSO DE APOIO TÉCNICO PARA ELABORAÇÃO DOS PLANOS MUNICIPAIS DE SAÚDE
Pedronetti, E.A.S (1);
Instituição: 1 - Secretaria de Estado da Saúde - Departamento Regional de Saúde de Piracicaba;
Considerando o período de início das novas gestões
municipais, em 2009, havia uma preocupação do
Departamento Regional de Saúde de Piracicaba (DRS
X – Piracicaba) em relação à qualificação e previsão
de ações que seriam apresentadas pelos 26 municípios dessa regional, através dos Planos Municipais
Plurianuais de Saúde (2010 – 2013). Tradicionalmente
o Plano Municipal de Saúde tem sido considerado
pelos gestores municipais como um instrumento para
cumprimento dos preceitos legais e sem uma função
efetiva na construção do Sistema Único de Saúde
local. Nesse contexto os desafios eram: disseminar o
conceito de Planejamento e gestão participativa como
instrumentos prioritários para consolidar o SUS; inserir a Atenção Básica como coordenadora e ordenadora
do sistema local; e fomentar a constituição de Redes
de Atenção. Para atender essas premissas o DRS X –
Piracicaba contou com a atuação das Articuladoras da
Atenção Básica (AAB) de forma integrada às ações do
Centro de Planejamento e Avaliação em Saúde (CPAS)
e apoio do Centro de Qualificação e Desenvolvimento
para o SUS (CDQSUS). A proposta consistiu na realização de encontros nos municípios, com interesse em
receber o Apoio Técnico, para subsidiar a formulação
Anais XII Congresso Paulista de Saúde Pública
dos Planos Municipais de Saúde, enquanto instrumento de planejamento e gestão participativa, reconhecendo a Atenção Básica como prioridade e organizadora
das Redes de Atenção. Os gestores municipais foram
esclarecidos sobre a importância do Plano Municipal de Saúde como instrumento para gestão local e
motivados a definir uma equipe técnica mínima para
discussão do processo de elaboração. Este foi realizado
através de quatro encontros locais para apresentação
dos componentes do Plano; reflexão sobre especificidades e problemas municipais, subsidiados pelos
Diagnósticos das AAB; e fomento à intersetorialidade.
A cada encontro as equipes técnicas eram incentivadas a contribuir na elaboração das informações e
ações que comporiam o Plano Municipal de Saúde.
Também foram realizados três encontros regionais
para discussão dos temas: Gestão; Financiamento e
Orçamento do SUS; Diagnóstico Regional e Redes de
Atenção. Resultados Adesão de 18 municípios (com
participação de gestores, técnicos e conselheiros);
64 encontros municipais com 225 participantes; 3
Encontros Regionais com 130 participantes; Motivação para criação de espaços para reuniões de equipes;
Integração com as Vigilâncias em Saúde; Qualificação
dos Planos Municipais de Saúde.
O PROCESSO DE INCLUSÃO DO AGENTE COMUNITÁRIO DE SAÚDE COMO SERVIDOR PÚBLICO
Oliveira, L.M.Z. (1);
Instituição: 1 - PREFEITURA MUNICIPAL DE GUARULHOS;
A profissão de Agente Comunitário de Saúde (ACS) foi
criada pela Lei nº 10.507, de 10 de julho de 2002, que
define seu exercício como exclusivamente no âmbito
do Sistema Único de Saúde e sob a supervisão do gestor
local em saúde.
Guarulhos, desde 2001, firmou Termos de Parcerias
com Entidades Sociais, para a implementação do
Programa de Saúde da Família, especialmente para a
admissão de Agentes Comunitários de Saúde, através
de contrato de trabalho regido pela CLT. No entanto, a
partir da Emenda Constitucional nº 51/2006, foi determinado aos Gestores locais do SUS a obrigatoriedade
de contratação desses profissionais pela Administração Direta, através de processo seletivo público.
Quanto aos Agentes que já prestavam serviços antes da
data de sua promulgação e cujas admissões se deram
Saúde Soc. São Paulo, v.20, supl.1, 2011 110
por meio de processo seletivo público, devidamente
validados pela Administração Direta, deveriam ser
integrados ao quadro de pessoal da Secretaria Municipal da Saúde.
Assim, com a finalidade de regulamentar as atividades dos Agentes Comunitários de Saúde no âmbito
Municipal, foi publicada a Lei nº 6.358/08, criando
720 (setecentas e vinte) vagas no Quadro de Pessoal
da Secretaria da Saúde, e instruindo critérios para
certificação da dispensa da realização de processo
seletivo, quando necessário, sendo constituída para
esse fim uma Comissão de Validação para os Processos
Seletivos.
O ingresso de 669 profissionais no quadro de servidores públicos da Prefeitura de Guarulhos foi bastante
significativo e exigiu a realização de ações articuladas da Gestão de Recursos Humanos da Secretaria
Municipal de Saúde, tanto pelo expressivo número de
profissionais desligados, até então contratados através
das Instituições Parceiras, quanto a seleção dos novos
Agentes Comunitários de Saúde e o estudo, caso a caso,
da validação dos processos seletivos anteriormente realizados e integrados ao quadro de pessoal da Saúde.
Acreditamos ser de grande importância a análise de
experiências como esta, pois, muito embora a efetivação
de processo seletivo público dos Agentes Comunitários
de Saúde seja uma determinação legal, nota-se as dificuldades dos municípios na operacionalização e implantação dessa modalidade de contratação proposta.
O PROCESSO DE REGIONALIZAÇÃO DO SUS NO
ESTADO DE SÃO PAULO: UMA EXPERIÊNCIA DE
FORMULAÇÃO DE PLANOS REGIONAIS DE SAÚDE
Lavras, C. (1); Restitutti, C. (1); Porto, M. T. (1); Sá, M.
J. C. N. (1); Feliciello, D. (1);
Instituição: 1 - NEPP - UNICAMP;
Na implantação do Pacto de Saúde no Estado de São
Paulo, a SES SP elaborou o Plano Diretor de Regionalização, assumindo as diretrizes do Pacto e adequando
o desenho regional, com a constituição de 64 Regiões
de Saúde e respectivos CGR, correspondentes a 17
Departamentos Regionais de Saúde (DRS). Ao mesmo
tempo foi construído o Plano Estadual de Saúde e o
Termo de Compromisso de Gestão Estadual, contando
com a participação das regiões.
Posteriormente várias ações foram desencadeadas
com vistas à efetivação da regionalização, incluindo a
Anais XII Congresso Paulista de Saúde Pública
implementação de parcerias com as Universidades do
Estado, visando o fortalecimento da regionalização.
Nesta parceria, o PESS – NEPP – Unicamp (PESS)
responsabilizou-se pelo apoio a três DRS – Campinas,
Piracicaba e S. J. da Boa Vista, apresentando proposta
de trabalho coerente com as quatro fases do projeto,
incluindo: elaboração de diagnóstico visando a implantação de redes regionais de saúde; formulação e
detalhamento de Plano de Qualificação do Sistema
Regional de Saúde; início da implementação do Plano;
e, conclusão da implementação do Plano.
O diagnóstico, com foco na Rede Regional de Atenção
a Saúde (RRAS) das 11 RS, foi realizado em 12 meses
e posteriormente desenvolvido processo de planejamento, que exigiu a revisão de conceitos, métodos e
instrumentos, visando adaptá-los a nova realidade da
regionalização.
Nesta revisão buscou-se integrar o conjunto de elementos relacionados ao planejamento em saúde com os
conceitos desenvolvidos quanto ao significado de RRAS
e, os demais elementos envolvidos com o processo de
regionalização do SUS propostos pelo Pacto, através de
várias atividades que contou com a participação intensa de técnicos dos DRS e representantes dos CGR.
O processo de planejamento assentou-se nesta participação, envolvendo cerca de 800 técnicos, orientados
na busca de consensos para a elaboração dos elementos estratégicos (objetivos estratégicos, estratégias e
projetos) e o detalhamento de projetos concretos de
intervenção.
Como resultado elaborou-se 11 Planos Regionais de
Saúde, com cerca de 50 a 60 projetos cada, voltados aos
diferentes elementos das RRAS (Pontos de Atenção e
de Apoio Diagnóstico, Apoio Logístico, Gestão da Rede
e Gestão do Cuidado).
A experiência foi considerada exitosa pela maioria,
uma vez que implementou novas dinâmicas de gestão
junto aos CGR e aos DRS, que passaram a organizar
de forma mais adequada as suas ações e atividades.
Evidenciou-se também a falta de RH na área.
O PROGRAMA DE VIGILÂNCIA DA QUALIDADE DA
ÁGUA PARA CONSUMO HUMANO DO ESTADO DE
SÃO PAULO E A FLUORETAÇÃO DAS ÁGUAS DE
ABASTECIMENTO PÚBLICO
Mario Jr, R.J. (1); Ramos, M.M. (1);
Instituição: 1 - CENTRO DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA;
Saúde Soc. São Paulo, v.20, supl.1, 2011 111
O Programa de Vigilância da Qualidade da Água para
Consumo Humano – PROAGUA, implantado oficialmente no Estado de São Paulo em 1992, abrangendo
hoje a quase totalidade dos 645 municípios do estado.
Em 2008, o PROAGUA realizou 290 mil análises laboratoriais de vigilância da qualidade da água para sete
parâmetros básicos de referência, entre eles o flúor. No
tocante ao flúor, o número de análises aumentou dez
vezes no período de 1997 a 2006. Os anômalos, apesar
de redução dos últimos anos, ainda se mostram aquém
do desejado. Em 1997, as amostras fora do padrão corresponderam a 45,9%; em 2006 esta porcentagem foi
reduzida para 24%.
Porém, as deficiências na fluoretação da água ofertada
à população pelos sistemas públicos não apresentavam
um quadro homogêneo. Elas se concentravam especialmente em municípios de pequeno porte, dos quais muitos não contavam com estrutura de saneamento, no que
diz respeito à produção de água destinada ao consumo
humano compatível com suas necessidades.
Para reversão deste quadro, a Secretaria de Estado
da Saúde promoveu em 2004 o Projeto “Promoção e
Qualidade de Vida - Fluoretação das Águas de Abastecimento Público”, investindo R$ 2,3 milhões, que teve
o propósito de implantar equipamentos necessários
para a adequação dos sistemas de abastecimento de
117 municípios, nos quais o gerenciamento do Sistema de Abastecimento Público de Água - SAA é de
responsabilidade da própria municipalidade, que ainda
não fluoretavam suas águas ou a faziam de maneira
inadequada.
O PROAGUA, por meio de seu monitoramento, verificou
uma melhoria significativa do Indicador de Flúor -IFLU
nestes municípios (de 9,2% de adequação em 2003 para
42% em 2007), mesmo assim se mostra muito aquém
da meta do Estado. Frente à situação identificada, em
2009 foi implantados a segunda etapa do projeto com
o objetivo de melhorar a qualidade de vida da população
destes municípios com medidas voltadas à adequação
dos Sistemas de Abastecimento de Água no que se refere à etapa de fluoretação, além de garantir recursos
financeiros para aquisição de equipamentos, subsidiar
tecnicamente os municípios na elaboração dos projetos
de adequação do sistema de abastecimento de água,
garantindo sua correta operação e a cobertura total de
fluoretação na área urbana, elevando IFLU para 80%
até 2012 e reduzindo os índices atuais de CPO-D aos
12 anos.
Anais XII Congresso Paulista de Saúde Pública
O TRABALHO DE APOIO TÉCNICO-OPERACIONAL
NA GESTÃO REGIONAL DA SAÚDE.
Ferreira, JBB (1); Forster, AC (1); Steluti, E (1); Carneiro, P (2); Rodrigues, J (1);
Instituição: 1 - USP; 2 - HC-FMRP-USP;
Caracterização do problema: a construção do papel de
gestor estadual no processo de regionalização do SUS
tem permitido espaços para apoios institucionais nas
regiões de saúde do ESP. Nessa nova função, recuperase a importante diretriz regionalização na organização
e funcionamento do SUS. O Ministério da Saúde define
o processo de harmonização na questão da regionalização oferecendo uma produção técnica (coleções de
manuais, publicações e portarias) e normatizando por
meio de portarias e prazos a participação dos gestores
estaduais e locais.
Descrição: No período de 2009 a 2011, foi desenvolvido
um trabalho de apoio por uma equipe de docentes e pósgraduandos de uma universidade pública. O trabalho
foi realizado em forma de oficinas, com apresentações
dialogadas e momentos de discussão com os municípios, que traziam suas dificuldades e reflexões no âmbito coletivo dos colegiados de gestão regional. Essas
oficinas eram articuladas com um apoio à distância dos
técnicos dos municípios responsáveis pela elaboração
dos planos e dos instrumentos relacionados, de forma
complementar com acompanhamento, avaliação dos
documentos, explicações e sugestões de melhorias.
Lições aprendidas: o trabalho permitiu: acesso ao processo de modernização do SUS, com resgate do papel
estadual na gestão; reflexão da importância da técnica
na tomada de decisão pelos gestores municipais; vivência na construção da regionalização e percepção pelos
gestores do sistema local dos componentes da eficácia
e da eficiência na qualidade do sistema; confiança dos
apoiadores e dos técnicos do Departamento Regional
de Saúde de que a metodologia de aprendizagem era
adequada ao projeto de apoio à gestão regional.
Recomendações:mostraram-se imprescindíveis para
um bom resultado - confiança nos resultados da formação de equipes técnicas com prazos de curta e média
duração; estímulo e reconhecimento do projeto da
equipe da universidade pelos gestores regionais. Com
isso, o momento mostra-se oportuno de mudança da
posição de apoio ativo da equipe da universidade para
o papel de assessora, para que a equipe técnica regional
exerça seu protagonismo no apoio e acompanhamento
das ações de planejamento na regionalização.
Saúde Soc. São Paulo, v.20, supl.1, 2011 112
O USO DE INDICADORES DE MONITORAMENTO DA são discutidos e são propostas Recomendações para
ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA E O PROCESSO reforçar ou redirecionar a supervisão das unidades e
equipes ESF na perspectiva de desenvolver com elas
DE SUPERVISÃO
Tannus, S.A.C. (1); Brito, E.M.T. (1); Duarte, M.L.A. (1);
Silva, L.H. (1); Kamehama, S. (1); Kunitake, C.S.T. (1);
Instituição: 1 - SMS - PMSP;
Caracterização do Problema
Na perspectiva de instrumentalizar a gestão para o
acompanhamento dos convênios com Instituições
Parceiras (IP) na Estratégia Saúde da Família (ESF) e
monitorar as ações realizadas pelas equipes, a Coordenação da Atenção Básica da Secretaria Municipal
de Saúde (SMS) de São Paulo implantou, a partir de
outubro de 2007 um sistema de acompanhamento e
monitoramento da ESF.
Foi pactuado e formalizado um novo Termo de Convênio
e por meio da Portaria 1061/08 foram instituídos os
Conselhos de Acompanhamento e Avaliação dos Convênios (CONAC). Este fórum que reúne representantes da
gestão e das IP foi organizado de forma a contemplar
momentos avaliativos periódicos e ascendentes, possibilitando, desde a avaliação das equipes e unidade de
saúde, até o desempenho da IP nas diferentes regiões
do Município.
Descrição: Tomando como base os dados do Sistema
de Informação da Atenção Básica (SIAB) e o plano de
trabalho das IP, foram elencados 17 indicadores, distribuídos em seis eixos abrangentes: Geral (com dados
de implantação de Comissão de Prontuário e ações de
educação permanente); Doenças de Notificação Compulsória; Saúde da Criança; Saúde da Mulher; Saúde do
Adulto/Idoso e Acompanhamento do Plano de Trabalho
das IP (proporção de equipes; pessoas cadastradas;
proporção de consultas e visitas domiciliares).
Em consonância com diretrizes nacionais, foram adotados parâmetros de avaliação dos indicadores. As reuniões dos CONACs são realizadas de forma sistemática
e descentralizadas: mensalmente na instância local das
Supervisões Técnicas, bimestralmente nas Coordenadorias Regionais e trimestralmente na SMS.
Lições aprendidas: Em 2008, dos 17 indicadores,
11(69%) atingiram a meta. Em 2009 e 2010, 13 indicadores (76,5%) atingiram a meta. Também em 2010, 8
dos indicadores que já estavam na meta, tiveram um
aumento no percentual, mostrando uma tendência à
ascensão.
Nestas avaliações, os indicadores abaixo da meta
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uma cultura auto avaliativa e a busca da melhoria
contínua da qualidade da atenção.
Recomendações
A implementação da avaliação sistematizada de indicadores, com uma dinâmica descentralizada e pactuada
com os atores da ação é uma importante ferramenta
de gestão dos serviços de saúde, possibilitando a intervenção nas práticas assistenciais locais.
OS ESPAÇOS COLETIVOS, A TERRITORIALIZAÇÃO
E A IMPLANTAÇÃO DAS LINHAS DE CUIDADO EM
SÃO BERNARDO DO CAMPO
SILVA, F. F. (1); BELTRAMMI, D. G. M. (1); FUENTES,
I. C. P. (1); NASCIMENTO, C. A. L. (1); BRAZ, T. O. (1);
RIVOREDO, C. R. S. F. (1);
Instituição: 1 - Secretaria de Saúde de São Bernardo
do Campo;
Em 2009, iniciou-se uma reestruturação na rede de
serviços de saúde de São Bernardo do Campo para
enfrentar a fragmentação do cuidado e a falta de
diálogo entre/nas unidades. Optou-se por atuar em
diversas frentes, sendo uma delas a implantação de
Linhas de Cuidado prioritárias: Materno-Infantil, Hipertensão Arterial e Diabetes Mellitus. Nesse processo
implantou-se protocolos clínicos em todas as unidades
e a organizou-se encontros mensais entre as Unidades
das Redes Básica e de Pronto Atendimento, cuja pauta
principal foi a relação entre estas unidades e seus
desdobramentos.
Os encontros foram organizados de acordo com a distribuição das unidades em 10 territórios e, desde agosto
de 2009, foram elaboradas ferramentas simples de
comunicação e troca de informações por meio de formulários e impressos. Em 2011, os dados começaram a
ser computados e compartilhados via Web. Tal processo
de aprimoramento tem sido monitorado mensalmente
e pela comunicação direta das áreas administrativas
das unidades. Nesta comunicação apresentaremos os
dados referentes à relação UPA/UBS entre janeiro e
junho de 2011, em um dos territórios.
A importância da territorialização se mostrou valiosa,
uma vez que 95% dos encaminhamentos realizados foram para Unidades de referência no próprio território.
Destaca-se que, no período, 90% dos encaminhamentos
Saúde Soc. São Paulo, v.20, supl.1, 2011 113
foram classificados nas Linhas de Cuidado elencadas,
tendo um maior percentual a de Diabetes Mellitus
(60%). Verificou-se, ainda, aumento no percentual
de encaminhamentos às UBS (em média 65% dos
atendimentos classificados na UPA), contudo deve-se
considerar que as respostas de acolhimento realizado
nas UBS representaram apenas 33% dos atendimentos
iniciados na UPA.
Deve-se considerar que a estruturação de espaços
coletivos mensais desencadeou a aproximação dos
sujeitos envolvidos gerando uma ampliação do diálogo e o fortalecimento de ações para consolidação das
Linhas de Cuidado.
A sequencia dessa proposta vem se dando com o aumento da frequência das reuniões mensais, englobando todos os territórios do município, assim como um maior
envolvimento das equipes nas discussões com apresentação de casos, fluxos de trabalho e reconhecimento de
novos e mutáveis itinerários dos usuários.
PERFIL DAS PRESCRIÇÕES MÉDICAS ADVINDAS DE
UNIDADE DE PRONTO ATENDIMENTO-UPA
MURAKAMI, I. (1); RIBEIRO NETO, L.M. (2); SILVA,
A.M. (2);
Instituição: 1 - PREFEITURA DE COTIA; 2 - CUSC;
A Unidade de Pronto Atendimento-UPA é responsável
pelo atendimento a pacientes agudos ou crônicos agudizados com ou sem risco imediato de morte, ao contrário do atendimento ambulatorial, onde o paciente estabilizado faz o acompanhamento com as especialidades
médicas, além do tratamento medicamentoso. Este
estudo demonstra a utilização do pronto atendimento
como segunda via de acesso a medicamentos de prescrição ambulatorial por parte do paciente que apesar de
fazer acompanhamento clínico, insiste em passar pelo
pronto atendimento para obter uma prescrição contendo medicamentos de uso continuo. Torna-se importante
traçar o perfil das prescrições médicas realizadas pela
UPA contendo medicamentos considerados de uso
contínuo de acordo com o Programa Hiperdia, além de
outros conforme lista de medicamentos padronizados
dispensado na rede pública de saúde do município
de Cotia/SP. O estudo divide-se em duas fases sendo
a primeira o levantamento das prescrições médicas
contendo ou não medicamentos de uso crônico e a
segunda, após a intervenção do farmacêutico junto à
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coordenação médica da UPA, outro levantamento para
avaliar o resultado da intervenção farmacêutica. Em
ambas as fases do estudo foram analisadas 20.000
prescrições oriundas da UPA nos períodos de 04/04
a 19/05 e 06/06 a 20/07 de 2011. Observou-se uma
redução de 51,26% nas prescrições com medicamentos de uso crônico após a intervenção farmacêutica
que consistiu na apresentação dos dados da primeira
fase à coordenação médica da UPA que através de
uma Ordem de Serviço determinou os procedimentos
para acesso aos medicamentos de uso crônico, tais
como: a proibição da dispensação de medicamentos
de uso crônico pela UPA quando o paciente é cadastrado na unidade de saúde e já faz acompanhamento
ambulatorial e a dispensação desses medicamentos
condicionadas a uma Guia de Encaminhamento para
atendimento ambulatorial, quando do pré-diagnóstico
de uma das doenças. Os números demonstram que
apesar do resultado positivo após a intervenção, ainda
existe um número expressivo de prescrições contendo
medicamentos de uso crônico. Constatou-se que existe
uma rotatividade expressiva dos médicos que atuam na
UPA, logo, a falta de orientação aos novos profissionais
que iniciam suas atividades na UPA. Sendo assim, a
educação continuada com os prescritores é essencial
para a educação dos pacientes e a redução desse tipo
de prescrição.
PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO DA INFORMAÇÃO
EM SAÚDE (PEGIS) EM DIADEMA
MELO, M A (1); ALBIERI, FLAVIUS A O (2);
Instituição: 1 - SMS - DIADEMA / FSP -USP; 2 - SMS DIADEMA;
Caracterização do problema: O Planejamento Estratégico da Gestão da Informação em Saúde em Diadema
- PEGIS (2009-2012) desenvolvido pela DRAAC (Divisão de Regulação, Auditoria, Avaliação e Controle)
nasceu do cenário de desequilíbrio de demandas que
caracterizava o município de Diadema e a Secretaria
de Saúde, marcado por dificuldades de solvência do
orçamento municipal, diretrizes do Plano Municipal
de saúde (09-12), ações programadas do Planejamento
de Ações e Metas (PAM) da DRAAC, déficts em faturamento, e entraves à avaliação e análises da informação
em saúde (erros no registro e consolidação de dados),
concretizando-se como instrumento de ação, avaliação,
Saúde Soc. São Paulo, v.20, supl.1, 2011 114
controle e valorização do processo de registro, faturamento, consolidação e utilização da informação em
saúde como fonte para planejamento nos diferentes
níveis de gestão.
Descrição: Tendo como estratégia central a sensibilização dos gestores locais e trabalhadores de saúde para
importância da produção da informação em saúde e
sua utilidade, não somente no que tange temáticas
da gestão central, mas sobretudo, da gestão local,
inicialmente desenvolveu-se estratégias diagnósticas
e estruturantes com o intuito de criar uma base de
informações para a execução de estratégias voltadas
à transformação e construção de novos processos e
relações entre os profissionais de saúde e a informação para só então desenvolver-se estratégias voltadas
à transformação e construção de novos processos e
relações.
Lições aprendidas: Constatou-se a possibilidade e o
êxito da implantação na gestão pública de processos
organizacionais que vislumbram o aperfeiçoamento
das técnicas de gestão e que, neste caso, coincidem
com as atuais necessidades do SUS e as já tão evidenciadas lacunas da administração pública. Dessa
maneira, possibilitou-se além da elaboração de bases
para o planejamento da SMS, principalmente, a construção coletiva e disseminação de conhecimento a
respeito do SUS alicerçado nas próprias experiências
municipais.
Recomendações:É fundamental que o sistema de saúde
municipal forneça bases para o processo de produção/
criação da informação em saúde, oferecendo à rede
e aos profissionais envolvidos, seja com processo de
trabalho ou com seus frutos, um cenário adequado à
sua realização caracterizado por boas condições em
infraestrutura, oferta de formação/qualificação profissional, valorização do processo e, principalmente,
de seus usos.
POLÍTICAS PÚBLICAS DE ENVELHECIMENTO ATIVO
E AS ESTRATÉGIAS AMIGAS DAS PESSOAS IDOSAS
NO SUS.
Louvison, MCP (1); Rosa TE (2); Ramos LR (3); Kalache A (4);
Instituição: 1 - SES/SP e IS/SES/SP; 2 - IS/SES/SP;
3 - UNIFESP; 4 - Universidade de Nova York;
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O envelhecimento é um triunfo da humanidade e, em
São Paulo, a população idosa, já atinge mais de 4 milhões de pessoas, representa mais de 10% da população
e consome mais de 25% dos recursos de internação
hospitalar do SUS. A Organização Mundial da Saúde
lançou um marco político denominado Envelhecimento
ativo, um marco para as políticas públicas, um processo
de otimização das oportunidades para a saúde, participação e segurança, de forma a promover qualidade
de vida à medida em que se envelhece. No Estado de
São Paulo, desenvolveu-se projeto de pesquisa e intervenção para apoiar a gestão do SUS na construção de
políticas públicas intersetoriais em um Fórum Paulista
da Rede Global amigo do idoso reunindo os Bairros da
Vila Clementino, Moóca, São Mateus, Mandaqui , CGRs
do ABC (São Caetano do Sul, Santo André, Diadema),
Bragantina (Socorro, Atibaia e Bragança Paulista), Baixada Santista, São José do Rio Preto e Ribeirão Preto,
e os serviços do Hospital São Mateus, IAMSPE, IPGG,
CRI Norte, Atenção Básica e serviço de referência do
município de Guarulhos, São José dos Campos e Campinas, dentre outros. A estratégia da OMS das cidades
ou bairros amigos das pessoas idosas indica uma ação
sobre oito quesitos de importância para as pessoas idosas, definidos em grupos focais com os próprios idosos,
e que se referem a garantia de acesso a prédios públicos
e espaços abertos, transporte, moradia, participação
social, respeito e inclusão social, participação cívica
e emprego, comunicação e informação e apoio comunitário e serviços de saúde. Com relação aos serviços
amigos da pessoa idosa, preconiza-se os princípios
da informação, educação, comunicação e gestão da
atenção, adotando os princípios comuns do desenho
universal de acessibilidade. É importante avançar em
todos os serviços de saúde e sociais, na dependência
de sua finalidade, em processos de sensibilização e
educação permanente de toda a equipe, acessibilidade e infra estrutura, acolhimento preferencial com
classificação de risco, cursos de cuidadores, padrões e
protocolos voltados às pessoas idosas, linhas de cuidado, avaliação global, alta segura, cuidados inovadores,
atenção domiciliar, cuidados paliativos e reabilitação
gerontológica. O desenvolvimento de grupos focais, da
verificação da conformidade aos padrões estabelecidos,
a aplicação das ferramentas disponíveis e a elaboração
do inventário de boas práticas tem contribuído para o
avanço do projeto e seus resultados.
Saúde Soc. São Paulo, v.20, supl.1, 2011 115
PROCESSO DE DESCENTRALIZAÇÃO DA REGULAÇÃO PARA AS UNIDADES BÁSICA DE SAÚDE
NO MUNICÍPIO DE SÃO BERNARDO DO CAMPO
– RELATO DE EXPERIÊNCIA
Padula, C. B. (1); Santo Andre, L.D. (1); Jesus, S.A.P.
(1); Troccoli, F.T.T. (1); Casarin, L.C. (1); Harada, J. (1);
Alexandre, D. P. (1);
Instituição: 1 - SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE
DE SÃO BERNARDO DO CAMPO;
Caracterização do problema: A regulação do acesso à
assistência é entendida como um conjunto de relações,
saberes, tecnologias e ações que intermediam a demanda dos usuários por serviços de saúde e o acesso a estes.
O Complexo Regulador, como estrutura operacional do
processo regulatório, possui papel facilitador do acesso
aos serviços de maior complexidade, garantindo as alternativas assistenciais mais adequadas aos usuários,
de forma equânime, ordenada e qualificada.
Os Protocolos de Regulação do Acesso constituem instrumentos importantes neste processo, assim como a
grade de referências, que deve documentar claramente
as unidades que prestarão a assistência quando o
usuário necessitar.
Descrição: Duas estratégias foram implementadas
para iniciar a reestruturação dos fluxos regulatórios
no município de São Bernardo do Campo: a elaboração
dos Protocolos de Regulação do Acesso e a descentralização dos agendamentos das consultas especializadas
e serviços de apoio diagnóstico e terapêutico para as
unidades básicas de saúde (UBS) do município.
Esta estratégia foi implementada em decorrência da
complexidade e diversidade do município, levando o
“lócus” da prática regulatória para a unidade básica
de saúde, transformada assim no local onde o usuário
terá garantida toda a sua assistência, independente
da complexidade da mesma, através de uma “grade” de
referências e contrarreferências pactuadas a partir do
Complexo Regulador do município.
De forma a instrumentalizar os profissionais das unidades básicas de saúde a realizarem os agendamentos,
o Complexo Regulador iniciou em janeiro de 2011 uma
série de oficinas com a presença dos profissionais da
atenção básica, especializada e hospitalar responsáveis
pelos agendamentos, com o intuito de discutir as principais dificuldades enfrentadas, articular consensos e
pactuações e instruir sobre as referências e fluxos regulatórios implementados pelo Complexo Regulador.
Anais XII Congresso Paulista de Saúde Pública
LIÇÕES APRENDIDAS e Recomendações
A realização das oficinas tem minimizado a ocorrência
de divergências no que tange as referências para agendamento, bem como tem atuado de maneira a garantir
que os fluxos regulatórios sejam respeitados. Ainda,
foram fundamentais para estreitar a relação entre a
gestão e as unidades, garantindo transparência nas
ações e potência no enfrentamento das dificuldades
relacionadas ao acesso aos serviços e ações de saúde
dentro e fora do município.
PROCESSO DE ELABORAÇÃO E IMPLANTAÇÃO
DOS PROTOCOLOS DE REGULAÇÃO DO ACESSO
- ESPECIALIDADES MÉDICAS DE SÃO BERNARDO
DO CAMPO: RELATO DE EXPERIÊNCIA
Santo André, L.D. (1); Padula, C.B. (1); Troccoli, F.T.T.
(1); Casarin, L.C. (1); Harada, J. (1);
Instituição: 1 - SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE
DE SÃO BERNARDO DO CAMPO;
Caracterização do problema: A regulação do acesso à
assistência é entendida como um conjunto de relações,
saberes, tecnologias e ações que intermediam a demanda dos usuários por serviços de saúde e o acesso a estes.
O Complexo Regulador, como estrutura operacional do
processo regulatório, possui papel facilitador do acesso
aos serviços de maior complexidade, garantindo as alternativas assistenciais mais adequadas aos usuários,
de forma equânime, ordenada e qualificada.
Os Protocolos de Regulação do Acesso constituem instrumentos importantes neste processo, na medida em que
estabelecem critérios qualificados de avaliação de risco,
identificando as prioridades e garantindo a agilidade no
acesso para aqueles pacientes que mais necessitam.
Descrição: A elaboração dos Protocolos de Regulação do
Acesso estabeleceu-se como a principal estratégia para
iniciar a reestruturação dos fluxos regulatórios em São
Bernardo do Campo, tendo sido elaborados a partir das
hipóteses diagnósticas mais freqüentes entre as cinco
especialidades de maior demanda reprimida na rede
assistencial do município.
Para sua elaboração foi composto um grupo técnico
envolvendo profissionais da Atenção Básica, Especializada e Hospitalar e Regulação, num processo que
articulou a literatura baseada em evidências, outros
protocolos de regulação vigentes em outras localidades e a realidade da rede assistencial local. Foram
realizadas cinco rodas de discussão entre os meses de
Saúde Soc. São Paulo, v.20, supl.1, 2011 116
setembro e outubro de 2010, tendo sido produzidos
protocolos de regulação de acesso para 20 patologias
nesta primeira fase.
Após a diagramação e impressão do documento finalizado, foi realizada ampla divulgação por toda a rede
assistencial do município, através de reunião com
coordenadores e apoiadores dos serviços de saúde,
oficinas in loco com a participação de toda a equipe das
unidades básicas de saúde (médicos, enfermeiros, auxiliares/técnicos de enfermagem, agentes comunitários
de saúde e assistentes administrativos), matriciamento
e educação permanente.
LIÇÕES APRENDIDAS e Recomendações:Através da
utilização de uma ferramenta que estabelece critérios
de classificação de risco e que permite a organização
do acesso, estamos alcançando a descentralização da
regulação para as unidades básicas de saúde, estimulando a qualificação e aumento da resolutividade
da Atenção Básica, bem como qualificando os encaminhamentos médicos aos procedimentos de maior
complexidade, garantindo a equidade no acesso.
PROCESSO DE IMPLANTAÇÃO DA POLÍTICA NACIONAL DE ATENÇÃO INTEGRAL À SAÚDE DO
HOMEM NA ATENÇÃO BÁSICA DO MUNICÍPIO DE
SÃO PAULO
Santos I (1); Massironi MMG (1); Silva LH (1);
Albuquerque EPR (1); Brito EMT (1); Santos, I. (1);
Massironi, M.G. (1); Albuquerque, E.P.R. (1); Silva,
L.H. (1); Brito, E.M.T. (1);
Instituição: 1 - SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE
DE SÃO PAULO;
Caracterização do problema: As ações da Política Nacional de Atenção Integral à Saúde do Homem buscam
romper os obstáculos que impedem os homens de
frequentar os serviços de saúde. Avessos à prevenção
e ao autocuidado, é comum que protelem a procura de
atendimento, permitindo que os quadros se agravem,
com alguma intervenção possível somente nas fases
mais avançadas da doença. A PNAISH, formulada
para promover ações de saúde que contribuam para a
compreensão da realidade masculina em seus diversos
contextos, foi instituída no âmbito do SUS pela Portaria
MS nº 1944, de 28 de agosto de 2009, e visa promover
a melhoria das condições de saúde do homem, contribuindo de modo efetivo para a redução da morbidade
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e da mortalidade por meio do enfrentamento racional
dos fatores de risco, mediante a facilitação ao acesso,
às ações e aos serviços de saúde.
Descrição: A PNAISH vem em processo de implantação
no MSP contemplando:
Integralidade da atenção;
Priorização da atenção básica, com foco na Estratégia
de Saúde da Família;
Reorganização das ações de saúde, por meio de uma
proposta inclusiva, na qual os homens considerem os
serviços de saúde como espaços masculinos, e os serviços de saúde reconheçam os homens como sujeitos
que necessitem de cuidados;
Integração da execução da PNAISH às demais políticas,
programas, estratégias e ações da Secretaria Municipal
de Saúde.
A fase inicial de implantação compreende:
As 261 Unidades Básicas de Saúde com Estratégia de
Saúde da Família do MSP;
877 profissionais - gerente, médico (a) e enfermeiro (a);
Sensibilizar os profissionais e registrar uma estratégia
voltada à atenção à saúde do homem em cada Unidade
envolvida;
Reavaliação da fase inicial em 6 meses, com relato do
processo de implantação em cada CRS e a publicação
de todas as estratégias registradas.
LIÇÕES APRENDIDAS e Recomendações:Ao se priorizar a discussão sobre a atenção integral à saúde do
homem e o estabelecimento de redes que permitam
prestar assistência continuada a esta parcela da população, pretende-se, de forma organizada, incluir todos
os envolvidos no processo saúde-doença, com realce
para as ações de promoção da saúde. Neste cenário é
possível estabelecer ações efetivas voltadas à saúde do
homem e perceber a repercussão dessas iniciativas na
qualidade de vida e nos indicadores de saúde da população masculina da cidade de São Paulo.
PROCESSO DE IMPLANTAÇÃO DO PROTOCOLO DE
REGULAÇÃO DO ACESSO – TRANSFERÊNCIA INTER
HOSPITALAR DO GRANDE ABC EM SÃO BERNARDO
DO CAMPO
Freitas,CRT (1); Jesus, S.A.P (1); Santo André, L.D (1);
Padula, C.B. (1); Troccoli, F.T. (1); Casarin, L.C. (1);
Harada, J. (1);
Instituição: 1 - SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE
DE SÃO BERNARDO DO CAMPO;
Saúde Soc. São Paulo, v.20, supl.1, 2011 117
Caracterização do problema: O Pacto pela Saúde de
2006, em seu eixo – Pacto de Gestão, cada município e
estado deverá estabelecer regras claras de como atuar
nas diferentes modalidades de gestão, especialmente no
que tange a regionalização, descentralização e garantia
do acesso do usuário às ações e serviços do SUS.
A Política Nacional de Atenção às Urgências definiu
que os sistemas de atenção às urgências deveriam ser
compostos por diferentes esferas de gestão, promovendo o intercâmbio com outros subsistemas de informações, implementando e aperfeiçoando a produção de
dados e a democratização das informações.
Descrição: De forma a atingir estes objetivos, o Grupo
Técnico de Regulação instituído pelo Colegiado de Gestão Regional do Grande ABC elaborou e pactuou entre
os gestores dos sete municípios – Santo André, São Bernardo do Campo, São Caetano do Sul, Diadema, Mauá,
Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra – a implantação do
Protocolo de Regulação do Acesso para Transferência
Inter Hospitalar na Região do Grande ABC.
Este instrumento compõe-se de critérios
administrativos que subisidiam a relação entre os
estabelecimentos de saúde e as Centrais de Regulação
na região, estabelecendo as normas e critérios para
a solicitação das transferências inter hospitalares.
Ainda, o instrumento pactua a Grade Única de Referência de Urgência e Emergência do Grande ABC, que
oferece a relação de serviços, segundo a especialidade
solicitada.
O documento apresenta uma estratégia de monitoramento e avaliação das pactuações, no que tange
a garantia do acesso dos usuários aos serviços de
transferência na urgência e emergência, a partir da implantação da Planilha de Controle de Transferências de
Urgência e Emergência como ferramenta permanente
do cotidiano de trabalho.
LIÇÕES APRENDIDAS e Recomendações:A pactuação da
Grade Única de Referência de Urgências e Emergências
do Grande ABC minimizou os conflitos entre os equipamentos de saúde dos municípios da região, estabeleceu
de maneira clara e objetiva as possibilidades de oferta e
permitiu maior acesso aos hospitais da região.
A implantação da Planilha de Controle de Transferências de Urgência e Emergência permitiu à Central de
Regulação de São Bernardo do Campo obter melhor
performance na captação e utilização das informações
para a realização de estudos amostrais que apontam
o cenário do acesso dos usuários dos serviços de urAnais XII Congresso Paulista de Saúde Pública
gência e emergência do município às transferências
inter hospitalares.
PROTAGONISMO DAS EQUIPES NA REDEFINIÇÃO
DA ÁREA DE ABRANGÊNCIA DE UMA UBS POR
MEIO DE ESCUTA A COMUNIDADE.
Timoteo,m.f. (1); Dantas, A. L. C. (2); Nazaré, A. C. G.
(3); Francisco, C. R. dos S. (2); Hirakawa, C. A. T. (2);
Teodoro, C. S. (2); Salomão, E. R. (4); Silva, E. S. (1);
Valentim, G. F. C. (1); Lima, M. R. (5); Sierra, M. A.O.
(5); Fernandes, M. F. (6); Rivoneide, M. (5);
Instituição: 1 - secretaria de saúde de sbc; 2 - secretaria de sbc; 3 - Secretaria de sbc; 4 - secretaria de saude de sbc; 5 - secretária de saúde de sbc; 6 - secretária
de sáude de sbc;
Caracterização do Problema. Durante o processo de territorialização iniciado no ano de 2010 no município de
São Bernardo do Campo foram identificadas algumas
áreas de divisa nas quais a adscrição territorial das
UBSs proposta até então aparentava não condizer com
a realidade de uso do serviço pela população. Por meio
de entrevistas com trabalhadores e usuários e observações de campo (dados qualitativos), descobriu-se que
nos arredores do território da Unidade Básica de Saúde
(UBS) Ferrazópolis havia três áreas cuja referência
para a população era em UBSs vizinhas, mas essa supostamente fazia uso da UBS Ferrazópolis. Descrição.
Diante disso, as equipes de saúde e coordenadoras
das UBS envolvidas com o problema e os Apoiadores
em Saúde dessas regiões construíram uma estratégia
para investigar se a suposição levantada a partir dos
dados qualitativos era verdadeira. Foi elaborado e
aplicado um questionário com os moradores com as
seguintes perguntas: “1) Qual UBS você utiliza? 2) Qual
UBS prefere utilizar? e 3) Pra você é mais fácil chegar
em qual UBS?” Após a realização deste, os dados foram
tabulados e analisados pelas equipes e constatou-se
que na maioria das ruas onde a entrevista foi realizada,
o acesso e a preferência eram pela UBS Ferrazópolis.
De posse dessas análises, foram agendadas reuniões
entre equipes, coordenadores, apoiadores e gestão
municipal, para decidir se as regiões seriam incorporadas à UBS ou não. Optou-se pela incorporação e o
próximo passo da estratégia prevê a realização de reuniões com as comunidades para formalizar a decisão.
Lições Aprendidas. A enquete confirmou a suposição
inicial, mas em algumas ruas a preferência e o acesso
Saúde Soc. São Paulo, v.20, supl.1, 2011 118
apontaram para a manutenção da população nas UBSs
nas quais já estava cadastrada. Isso demonstra que a
opção do grupo de ouvir a comunidade como um todo,
entendendo que esta seria a maneira mais democrática
de conduzir o processo, evitou que fosse tomada uma
decisão que poderia não satisfazer às necessidades de
parte da comunidade. A disposição e abertura da gestão
municipal e o protagonismo das equipes, especialmente dos Agentes Comunitários de Saúde na execução e
planejamento das ações foram também decisivos para
dar maior legitimidade ao processo. Recomendações.
Recomenda-se que definições de áreas de abrangência
sejam tomadas sempre a partir das necessidades da
população, considerando o acesso e a preferência de
utilização, tendo como base o diálogo com a comunidade e o compartilhamento das decisões.
dos mecanismos de informação e capacitação de
recursos humanos.
Apesar do avanço do Sistema Único de Saúde (SUS)
desde o seu início em 1988, o panorama da assistência
destinada à pessoa com deficiência pouco avançou nestes anos de existência do SUS. No Brasil, inicialmente,
a assistência as pessoas com deficiência foi pautada
por ações de caráter caritativo.
A assistência à pessoa com deficiência, em especial a
física, que é foco deste relato, apresenta carências que
refletem severamente sobre o seu desempenho até o
momento atual.
O relato de experiência pretende discorrer sobre o processo de trabalho e os caminhos de reavaliação de Rede
Estadual de Assistência ao Deficiente Físico estado de
São Paulo que aconteceu entre 2009 e 2010.
REAVALIAÇÃO DA REDE ESTADUAL DO DEFICIEN- REGIONALIZAÇÃO DA SAÚDE NO ESTADO DE SÃO
TE FÍSICO: HABILITAR OS CAMINHOS DA ASSIS- PAULO: UMA VISÃO CRÍTICA À LUZ DO REGIC
TÊNCIA - UM RELATO DE EXPERIÊNCIA.
2007
Tubone,C.M. (1);
Instituição: 1 - SES/SP;
A OMS – Organização Mundial da Saúde prevê que 10%
da população mundial possui algum tipo de deficiência, sendo que cerca de 1,5% da população são pessoas
que se beneficiariam de algum tipo de reabilitação, no
entanto estima-se que apenas 2% desse contingente
consegue ser absorvidos por alguma instituição ou
serviço apresentado por Othero M.1 (2010).
No Brasil, de acordo com os dados do Censo Demográfico do IBGE 2000 2, estima-se que 14,5% da população
brasileira tenham algum tipo de deficiência, que perfaz
o quantitativo de 24,5 milhões de pessoas. Destes 22,9%
com deficiência motora e 4,1% com deficiência física, o
que causa importante impacto social e econômico.
A grande prioridade da pessoa com deficiência, no
mundo todo, é sua inclusão na sociedade por meio de
uma política de acessibilidade, o que contempla os
diversos espaços sociais, como: educação, trabalho,
lazer e saúde, entre outros.
Nesse sentido, a política de saúde da pessoa com deficiência tem como objetivo básico efetivar a inclusão da
pessoa com deficiência no SUS, para atendimento à sua
saúde e reabilitação, promovendo a sua inserção social
por meio de ações de promoção da qualidade de vida,
prevenção de deficiência, organização da rede de serviços e assistência integral, ampliação e fortalecimento
Anais XII Congresso Paulista de Saúde Pública
Duarte, L.S. (1);
Instituição: 1 - Fundação Seade;
O trabalho elabora análise crítica das Regiões de Saúde
do Estado de São Paulo a partir dos resultados do estudo Regiões de Influência das Cidades – REGIC 2007,
elaborado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE. Para tanto faz inicialmente um breve
histórico da discussão da regionalização da saúde na
Norma Operacional Básica, na Norma Operacional da
Assistência à Saúde e no Pacto Pela Saúde de 2006,
para em seguida tratar do conceito teórico e metodológico da elaboração do REGIC 2007 e apresentar os
resultados dessa pesquisa para o Estado de São Paulo.
Após essas elucidações é elaborada a análise crítica
das Regiões de Saúde à luz dos resultados do REGIC
2007, concluindo com algumas considerações sobre
a importância da teoria das localidades centrais no
entendimento do ordenamento territorial.
REORGANIZAÇÃO DO SISTEMA DE INFORMAÇÃO DA
ATENÇÃO BÁSICA EM SÃO BERNARDO DO CAMPO
Rodrigues, J.B. (1); Consonni, A.L.S. (1); Santana, M.A.
(1);
Instituição: 1 - Prefeitura de São Bernardo do Campo;
O Sistema de Informação da Atenção Básica – SIAB
é um sistema informatizado, desenvolvido pelo DATASUS, para gerenciamento das informações obtidas
Saúde Soc. São Paulo, v.20, supl.1, 2011 119
nos atendimentos e visitas realizadas pelas equipes
do PACS e PSF às comunidades. Este sistema deve ser
alimentado regularmente, sendo o município o responsável por sua gestão em nível local.
A partir de 2009, teve início uma reorganização do
Modelo de Atenção no município de São Bernardo do
Campo. Com a conclusão do Plano Municipal de Saúde
2010-2013, estabeleceu-se, como estratégia para fortalecimento da Atenção Básica, a expansão da cobertura
de Equipes de Agentes Comunitários de Saúde para
100% do município até o ano de 2010, sendo 50% com
Equipes de Saúde da Família até o ano de 2012.
Com o credenciamento do município, em nível ministerial, para o recebimento de incentivo às estratégias
de Agentes Comunitários de Saúde e Saúde da Família
por 1.115 ACS, verificou-se a necessidade de reorganizar
o SIAB.
Com a chegada, em maio de 2010, de 50 apoiadores
em saúde, uma equipe técnica da secretaria de saúde
se reuniu e, após várias discussões, decidiu dividir o
município em 10 segmentos, a fim de definir os locais
de atuação desses profissionais.
Definidos os segmentos dos apoiadores, o grupo de trabalho formado para reorganização do SIAB, composto
por profissionais dos departamentos de Apoio à Gestão
do SUS e Atenção Básica e Gestão do Cuidado, optou
por utilizar a mesma lógica.
Partindo da numeração dos segmentos, foi estabelecida uma codificação estruturada para as áreas e micro
áreas, contemplando 100% da cobertura do território
municipal.
Um dos elementos da reorganização do SIAB foi a
descentralização da digitação das fichas de cadastramento familiar, o que ocorreu simultaneamente
ao recadastramento das famílias pelas equipes. Foi
necessária uma força tarefa, para que as alterações no
banco de dados fossem efetuadas antes da digitação
das famílias nas máquinas secundárias das Unidades
Básicas de Saúde. Para qualificar a coleta de dados,
foram realizados treinamentos do aplicativo para as
equipes do PACS e PSF, a fim de permitir a apropriação
dessas informações.
A reorganização do SIAB permitirá sintonizar as informações com outros bancos de dados e viabilizar informações estruturadas e fidedignas, possibilitando às
equipes avaliar e, se necessário, readequar os serviços de
saúde oferecidos, melhorando sua qualidade, de acordo
com as estratégias propostas pelo governo municipal.
Anais XII Congresso Paulista de Saúde Pública
RESIDÊNCIA MULTIPROFISSIONAL INTEGRADA EM
SISTEMA PÚBLICO DE SAÚDE: O SER ENFERMEIRO
E RESIDENTE EM ESPAÇO DE GESTÃO REGIONAL
DE SAÚDE
Vargas, F.V. (1); Pereira, B.S. (2); Ramos, L.S. (3); Schimith (4);
Instituição: 1 - UFSM; 2 - 4a Coordenadoria Regional de Saúde Secretaria de Estado da Saúde RS; 3
- Secretaria Municipal de Saúde - Santa Maria / RS;
4 - Universidade Federal de Santa Maria;
Introdução: A organização de recursos humanos para
a área da saúde e, neste caso, especificamente, de
profissionais enfermeiros é uma das competências do
Sistema Único de Saúde. As fragilidades na formação
de profissionais de saúde refletem nas dificuldades
posteriores de atuação destes nos serviços públicos e
em atender as necessidades dos usuários do sistema
público. Sendo assim, uma das alternativas é (re)pensar
e possibilitar uma formação conforme os preceitos
do Sistema Único de Saúde, através da experiência
em Programas de Residências Multiprofissionais de
Saúde. Neste sentido, teve início à primeira turma de
Residência Multiprofissional Integrada em Sistema
Público de Saúde da Universidade Federal de Santa
Maria, financiada pelo Ministério da Saúde (2009-2011)
e com áreas de concentração em: 1. Gestão e políticas
de saúde; 2. Atenção básica em saúde da família; 3.
Atenção em rede hospitalar. Particularmente, a área de
gestão e políticas de saúde propicia campo de atuação
em espaços de gestão municipal e regional, sendo estes
a Secretaria de Município da Saúde de Santa Maria-RS
e 4ª Coordenadoria Regional de Saúde, respectivamente, com a intenção de formar profissionais qualificados técnica e politicamente para atuarem na gestão,
preparando-os para ações/atribuições inerentes ao
espaço do sistema público de saúde. Objetivos: relatar
a experiência vivenciada pela enfermeira inserida em
espaço de gestão da 4ª Coordenadoria Regional de
Saúde, no período de 2009-2011, com inserção, principalmente, no Núcleo Regional de Ações em Saúde
e no Núcleo Regional de Planejamento e Regulação.
Resultados foi possível refletir sobre a atuação do
profissional enfermeiro neste local de gestão pública
de saúde. Vivenciaram-se alguns elementos que vão
além das questões técnicas que permitiram o exercício
da negociação, pactuação e educação permanente. No
espaço de gestão regional de saúde fomentou-se o de-
Saúde Soc. São Paulo, v.20, supl.1, 2011 120
senvolvimento de ferramentas/tecnologias de saúde na
tentativa de possibilitar problematizações e reflexões
nos processos de trabalho dos profissionais envolvidos,
tanto os da instituição quanto o residente. Além disto,
foi vivenciado momentos de integração ensino-serviço.
Conclusão: Apesar da direção, gerência e planejamento
fazerem parte das atribuições específicas e privativas
do enfermeiro, no que se refere aos serviços de enfermagem, na gestão regional do Sistema Único de Saúde
estas práticas permitem a interdisciplinaridade e uma
visão mais global da realidade.
SAÚDE DA FAMÍLIA EM SÃO BERNARDO DO
CAMPO: DESAFIOS DA MUDANÇA NO MODELO
DE ATENÇÃO
SILVA, F. F. (1); SAITO, T. E. A. (1); FUENTES, I. C.
(1); SANTOS, F. S. (1); LEAL, A. A. (1); BRAZ, T. O. (1);
SIERRA, S. O. (2);
Instituição: 1 - Secretaria de Saúde de São Bernardo
do Campo; 2 - Secretaria Municipal de Saúde;
A Atenção Básica em São Bernardo do Campo até 2008
estava estruturada com Unidades Básicas de Saúde
(UBS) baseada na clínica médico-centrada (clínica médica/ginecologista/pediatria), com baixa resolubilidade, sem a adscrição de clientela e corresponsabilidade
ao território. A cobertura da Estratégia de Saúde da
Família (ESF) era de 6% e Estratégia de Agentes Comunitários de Saúde (EACS) de 23% da população.
O Departamento de Atenção Básica e Gestão do Cuidado (DABGC) propôs a ampliação da EACS com 100% da
cobertura da população e a ampliação da ESF para 100
equipes, este cenário trouxe para o DABGC o desafio
da implantação de um novo modelo dentro das equipes
nas UBS.
A ESF esta sendo implantada através de uma decisão
técnico/política do município com o objetivo de reorientar modelo assistencial, descentralizar a gestão
da saúde e efetivar os princípios do SUS, por meio da
reorganização do processo de trabalho das equipes,
tendo o desafio de trabalhar com equilíbrio entre autonomia e responsabilidade.
Com a incorporação da ESF, houve valorização da
equipe multiprofissional com articulação dos saberes
da clínica de enfermagem, a prática dos ACS e a clínica
dos generalistas (saúde do adulto, criança e mulher),
intensificando a medicina de família e comunidade, por
meio do matriciamento proporcionado pelos médicos
Anais XII Congresso Paulista de Saúde Pública
especialistas dentro das equipes (inserção nas equipes
de dois médicos especialista – Ginecologista, Pediatra
ou Clínico), o que resultou em maior segurança e resolutividade às ESF.
Hoje o município de São Bernardo conta com 69
ESF o que corresponde a uma cobertura de 32% da
população segundo Ministério da Saúde, e 1086 ACS
o que nos dá uma cobertura que aproximadamente
100% do território. A cobertura do território por ACS
representa um grande avanço, visto que o desafio de
ampliar o olhar sobre as necessidades de saúde tem
maior possibilidade de acontecer. E as atividades de
promoção e prevenção de agravos à saúde da população
ficam ampliadas.
O desafio de mudança no modelo de atenção ocorre
diariamente por meio das discussões de equipe, matriciamento dos profissionais especialistas, entre outras
tantas atividades.
O uso da educação permanente tem sido eixo norteador
para as atividades desenvolvidas com a equipe, bem
como para implantação de diretrizes propostas pela
gestão como norteadoras e estruturantes às mudanças,
entre elas: o processo de territorialização, e a implantação das linhas de cuidado prioritárias.
SAÚDE MENTAL NA PERSPECTIVA DO TERRITÓRIO
Nuevo, M. C. N. (1); Gama, J. P. M. (1); Almeida, A. (1);
Ribeiro, J. J. (1); Baraldi, D. (1);
Instituição: 1 - DABGC;
O presente relato se refere à construção, em andamento, de uma estratégia para o Matriciamento em
Saúde Mental na Atenção Básica em uma região de
São Bernardo do Campo. O processo teve início com
a descentralização do atendimento em psiquiatria,
realizado apenas no único CAPS da cidade e a construção de uma Rede de Atenção em Saúde Mental, o
que disparou um projeto iniciado nas UBS. Na região
referida (bairros Taboão, Paulicéia e Jordanópolis) o
serviço era realizado por meio de ‘grupos de escuta’
conduzidos por Enfermeiros e Agentes Comunitários
nas UBS, referenciados por uma equipe de saúde mental de outra região. Os grupos visavam dar conta de
acolher a demanda na UBS e direcioná-la corretamente
na rede quando necessário. Com a entrada de uma
equipe interdisciplinar (Psiquiatra, Assistente Social
e Psicólogo) na UBS Taboão, deu-se início à construção do matriciamento a ser realizado, considerando
Saúde Soc. São Paulo, v.20, supl.1, 2011 121
as peculiaridades das equipes envolvidas. A equipe
interdisciplinar referencia as três UBS, realizando a
supervisão e intervenção junto às equipes das unidades, bem como atendimentos de consultório e grupos
diversos na UBS Taboão e é referenciada pelas equipes
especializadas dos CAPS do município (Infanto-Juvenil,
Álcool e Drogas Infanto-Juvenil). O trabalho consiste
em reuniões mensais de debate com as equipes dos
CAPS e das UBS, envolvendo Enfermagem, Agentes
Comunitários, Clínicos Gerais, Psicólogos, Assistentes
Sociais, Psiquiatrias, Oficineiros e Apoiadores de todas
as equipes envolvidas para o diálogo e construção de
linhas de cuidado para o usuário. Nas reuniões são
discutidos aspectos e funcionamento da rede de saúde
mental do município, casos dos pacientes atendidos
nas unidades e as condutas a serem realizadas, além
de serem abordadas as dificuldades dos trabalhadores
ao lidar com estes usuários. Tudo tendo em vista o
processo de transição para a implantação das Equipes de Saúde da Família, em andamento. Foi pensado
que o diálogo direto entre os profissionais é a melhor
maneira para constituir estratégias qualificadas de
cuidado na Saúde Mental a partir da Atenção Básica.
O objetivo final está na construção de linhas consistentes de cuidado partindo da intervenção local até os
serviços especializados como CAPS, garantindo, no
processo, tanto a responsabilização dos profissionais
envolvidos, quanto a referência necessária para que
o usuário possa se vincular à rede, possibilitando a
assistência de acordo com limites e potencialidades
do território.
SISTEMAS DE INFORMAÇÕES EM SAÚDE: UMA
EXPERIÊNCIA DA DESCENTRALIZAÇÃO DA PRODUÇÃO DAS INFORMAÇÕES SOBRE MORTALIDADE
E NASCIDOS VIVOS (SIM/SINASC) PARA O USO
EM VIGILÂNCIA EM SAÚDE NA COORDENADORIA
DE CONTROLE DE DOENÇAS (CCD-SES-SP).
Prado M F (1); Marques C.C.A. (2);
Instituição: 1 - CIVS-CCD-SES-SP; 2 - Instituto Butantan;
Introdução (caracterização do problema): Este estudo
tem por objetivo descrever o processo de descentralização da produção de dados e informações sobre Nascidos
vivos e Mortalidade dada a sua importância em Saúde
Pública. Este processo envolveu as etapas de implantação, operação, processamento e analise dos sistemas
Anais XII Congresso Paulista de Saúde Pública
de informações destes Eventos Vitais, daqueles que
residem ou que utilizam o sistema de atenção à saúde
no Estado de São Paulo. Descrição: O marco legal para
o processo de descentralização do SIM/ SINASC no Estado de São Paulo foi a Deliberação da CIB no 37/2005,
que com base na (PTGM/MS/Nº597/93), estabelecendo
que os dados sobre Nascidos Vivos e Mortalidade a ser
utilizados no âmbito da saúde seriam originários dos
sistemas municipais de saúde a partir de 2006 e, não
mais da Fundação SEADE. Destaca-se como principal
funcionalidade dos sistemas de informação os módulos de investigação de óbitos (Materna e infantil) e
seu impacto na gestão dos serviços de saúde. Lições
aprendidas: Três aspectos merecem destaque: o primeiro foi à superação das deficiências de estrutura
física, tecnológica e de recursos humanos na totalidade das regionais para execução das atividades de
operação, processamento e análise destes sistemas.
O segundo aspecto refere-se a magnitude do esforço
desenvolvido para a implantação que incluiu no processo todos os 645 municípios do território paulista
representando assim expansão desses sistemas, que
ate então era utilizado em 60% deles. O terceiro foi
a incorporação da investigação epidemiológica do
óbito. Recomendações:Dentre os desafios que permeiam a gestão do SIM SINASC no Estado destaca-se
a melhoria da qualidade dos dados nos anos de 2008
e 2009 os dados municipais correspondiam a mais de
99,5 % do total contra 0,5% dos dados dos Cartórios.
Apesar desta iniciativa ainda não apresentar impacto
expressivo no conjunto das bases de dados do Estado,
configura-se atualmente como uma prioridade de ação.
Já se encontram em curso as execuções dos Projetos
de Formação de Codificadores de Causas de Morte e
de Multiplicadores, alem do desenvolvimento de metodologia de monitoramento, avaliação e certificação
da qualidade da codificação de causas de morte nas
bases de dados, objeto de Carta Acordo assinada entre
a CCD-SES/OPAS e CBCD.
VIGILÂNCIA SANITÁRIA DO TABACO NO ESTADO
DE SÃO PAULO
Valentim, L.S.O. (1); Megid. M.C. (1); Shimabukuro,
C.E (1); Ferreira, M.M.C. (1);
Instituição: 1 - CENTRO DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA;
Caracterização do problema: A exposição à fumaça
do cigarro é um problema de saúde pública de ampliSaúde Soc. São Paulo, v.20, supl.1, 2011 122
tude global. Estima-se que cinco milhões de pessoas
morram anualmente no mundo em decorrência dos
males do tabaco, 200 mil delas são brasileiras. Cerca
de 30% dos casos de câncer que se manifestam no
planeta apresentam relação o cigarro. As campanhas
de saúde pública, as restrições legais e a presença de
uma sociedade esclarecida sobre os males do fumo
nas nações mais desenvolvidos têm deslocado, nas
últimas décadas, a geográfica do consumo do tabaco
para os países de economia periférica. A despeito das
campanhas de saúde pública estarem tradicionalmente direcionadas ao fumante propriamente dito,
a exposição às substâncias tóxicas do cigarro não se
limitam aos seus usuários, pois os que compartilham
ambientes fechados ou parcialmente fechados com fumantes também se expõem. Tal fato é conhecido como
fumo passivo. Neste contexto de extrema importância
para a saúde pública, São Paulo tomou a iniciativa de
se adiantar na regulamentação do tema, para além do
arcabouço legal existente no país, ainda defasado em
relação às diretrizes da Organização Mundial de Saúde, expressas na Convenção Quadro sobre o Controle
do Uso do Tabaco, do qual o Brasil é signatário desde
Anais XII Congresso Paulista de Saúde Pública
2006. Após amplo debate que envolveu segmentos representativos da sociedade, foi aprovada em maio de
2009 a Lei Estadual 13.541, conhecida popularmente
como lei antifumo. Para efetivar a política antifumo,
foi demandado ao Centro de Vigilância Sanitária o
planejamento e a coordenação de ações, organizadas
no Programa Ambientes Saudáveis e Livres do Tabaco.
O principal objetivo do programa foi demonstrar a viabilidade de eliminar o tabagismo de locais fechados de
uso coletivo no Estado.
Lições aprendidas: Após intensas ações de divulgação,
orientação e fiscalização, que envolveram 480 mil
inspeções de campo em dois anos, não se fuma mais
em ambientes de uso coletivo do Estado de São Paulo,
demonstrando que ações planejadas e articuladas de
vigilância sanitária possibilitam respostas eficazes a
políticas de promoção e proteção da saúde coletiva.
Recomendações:Para que iniciativas do poder público
possam mudar, de fato, contextos desfavoráveis à saúde é necessário dotar suas instâncias de flexibilidade
operacional, capacidade de interlocução institucional e
competência para o diálogo com os setores econômicos
envolvidos e a sociedade em geral.
Saúde Soc. São Paulo, v.20, supl.1, 2011 123
Resumo descritivo de outras produções
“FATORES ASSOCIADOS AO DESFECHO CASOS Introdução: Desde 2007, a CRS Norte-SMSP tem amNOVOS DE TUBERCULOSE NO ESTADO DE SÃO pliado coleta de material para colpocitologia oncótica
pelo método de Papanicolaou nas 87 Unidades Básicas
PAULO, 2008.”
Guarnier, A.R (1);
Instituição: 1 - SES - CCD - CVE - TUBERCULOSE;
Introdução: O PNCT vem adotando diversas medidas para
melhoria da taxa de cura, entre elas destacam-se a adoção
do TDO e a introdução de um quarto fármaco ao esquema
terapêutico anteriormente utilizado. Objetivo: Descrever
o desfecho dos casos novos de tuberculose pulmonar e
pleural em adultos no Estado de São Paulo em 2008.
Metodologia: Foi conduzido um estudo retrospectivo
utilizando dados secundários do TB-WEB, de 2008. Foram incluídos os casos novos de TB pulmonar e pleural
residentes no Estado de SP. Resultados Foram encontrados 10.248 casos em 2008, 80% apresentou alta por
cura; 11% alta por abandono; 3% óbito por tuberculose. A
frequência de desfecho desfavorável (abandono, falência,
óbito) foi de 20%. As características que apresentaram
maior frequência de desfecho desfavorável foram: sexo
masculino (22%); uso de drogas (51%), alcoolismo (30%),
infecção pelo HIV (42%); e estar em situação de rua (56%).
Apenas 3074 pacientes (30%) foram classificados como
tratamento diretamente observado efetivado; no entanto,
chama atenção que desses 97% apresentaram cura como
desfecho de tratamento favorável. Discussão: A frequência de desfecho favorável encontrada em nosso estudo
foi 80%. Importante aspecto a ser destacado é a maior
frequência de desfecho favorável apresentada pelos casos
informados com tratamento supervisionado efetivado.
Conclusões: As estratégias visando o controle da TB
devem levar em conta, além da mudança de esquema terapêutico, a necessidade de redução da vulnerabilidade dos
indivíduos por meio de ações direcionadas a modificação
do desfecho desfavorável e o adequado funcionamento
das redes de atenção com ações intersetoriais e garantia
da integralidade.
A IMPORTÂNCIA DO AUXILIAR DE ENFERMAGEM
NO PROGRAMA DE RASTREAMENTO DE CANCER
DE COLO DE ÚTERO DA CRS NORTE/ PMSPAULO
Bastos, MG (1); Simões,S. (1);
Instituição: 1 - PMSP/SECRETARIA MUNICIPAL DA
SAÚDE;
Anais XII Congresso Paulista de Saúde Pública
de Saúde (UBS) sob sua gestão com reciclagens atreladas à qualidade da coleta em parceria com a Fundação
Oncocentro de São Paulo (FOSP). Na maioria das UBS,
o exame pode ser realizado no momento da procura e
todas realizam mutirões periódicos durante o ano para
captação das mulheres trabalhadoras. Isto foi possível
pela atuação dos auxiliares de enfermagem - (47,1 % do
total de coletas realizadas na região). Em função da Resolução do Conselho Federal de Enfermagem 381, de 18 de
julho de 2011 que torna a coleta privativa do Enfermeiro,
analisamos a qualidade da coleta de 352.413 exames
realizados no período de junho de 2007 a junho 2011 por
categoria profissional. OBJETIVO: Avaliar a qualidade
da coleta de Papanicolaou realizada pelo auxiliar de
enfermagem, comparando-a ao material colhido pelo
enfermeiro. METODOLOGIA: Amostra: 217.542 exames
de citologia oncótica realizados entre junho de 2007 a
junho 2011 por enfermeiro e auxiliar de enfermagem.
Indicador de qualidade: percentual de exames com
presença de células da Junção Escamo Celular - % JEC.
Fonte: Livro de Registro de Coleta de Papanicolaou que
contempla a qualidade do esfregaço avaliada pelo Laboratório e a categoria profissional envolvida. Resultados
no modelo tradicional os % JEC foram: enfermeiros:
63% e auxiliares de enfermagem: 65%, e no modelo
ESF os valores foram: 67% para as duas categorias. A
análise estatística demonstrou que o auxiliar da ESF
apresenta desempenho que aumenta no período - 62%
em 2008 para 72% em 2011. O teste de qui-quadrado de
tendência mostrou que existe tendência de melhora ao
longo do tempo. O % JEC das 134.871 coletas realizadas
por médico foi 65%. APRENDIZADO COM A VIVÊNCIA:
É fundamental o registro sistemático das coletas na UBS
e o monitoramento permanente na UBS da qualidade da
coleta vinculando o resultado à reciclagem constante.
Conclusão: Somente a garantia de oferta aberta e contínua deste exame nas UBS produzirá impacto na diminuição da mortalidade por Câncer de Colo. O auxiliar de
enfermagem tem condições de realizar o exame com a
mesma qualidade do enfermeiro e é fundamental para
a garantia da ampliação de acesso através da estratégia
de oferta aberta e mutirões no final de semana.
Saúde Soc. São Paulo, v.20, supl.1, 2011 124
A SUPERVISÃO NO PROGRAMA SAÚDE DA FAMÍ- APOIO INSTITUCIONAL PERMANENTE DAS
LIA (PSF), SEGUNDO A PERCEPÇÃO DE ENFERMEI- UNIVERSIDADES PARA O FORTALECIMENTO DA
ROS E AGENTES COMUNITÁRIOS DE SAÚDE
GESTÃO NAS REGIÕES DE SAÚDE DO ESTADO
DE SÃO PAULO: CONTRIBUIÇÃO DA ESCOLA DE
Santos, M.V (1); Fazili, R.T.V (2); Morita, A.B.PS (2);
ENFERMAGEM DA USP
Instituição: 1 - PREFEITURA MUNICIPAL DE LORENA; 2 - Faculdades Integradas Tereza D‘Ávila;
A capacitação dos ACS é uma das atribuições do enfermeiro e se dá, em serviço, visto que estes muitas das
vezes não trazem em sua bagagem um conhecimento
proveniente do ensino formal, já que o Ministério da
Saúde estabelece como critério para a contratação, que
o ACS apenas saiba ler e escrever. Sendo assim, capacitar o ACS implica em empregar uma metodologia de
supervisão que lhe permita sentir-se sujeito do processo, participante ativo, reconhecendo a sua importância
dentro da equipe e também do seu aprendizado, pois o
mesmo por estar inserido na comunidade e se destacar
na mesma, se torna um elo entre a equipe e a população
o que facilita a realização do seu trabalho dentro dos
domicílios da sua área de abrangência, possibilitando
o cumprimento das suas atribuições. O estudo propõe
caracterizar a supervisão realizada pelo enfermeiro
aos ACSs na ótica do enfermeiro e dos ACSs e levantar
pontos que dificultem e facilitem a realização deste
processo de trabalho na percepção do enfermeiro e
ACSs. Trata-se de uma pesquisa quanti-qualitativa descritiva de campo, realizado nas Unidades do Programa
da Saúde da Família da cidade do interior Paulista,
no período de dezembro de 2008 a março de 2009.
A amostra foi constituída por quatro enfermeiros e
quatro ACSs que atenderam o critério de inclusão. As
respostas foram separadas em dois eixos temáticos o
“Saber e o Fazer”. Quanto a aptidão para supervisionar (100%) dos enfermeiros não se sentiram capacitadas para desempenhar a supervisão , contrapondo
os (100%) dos ACS que declararam ter aptidão para
exercer a profissão. Enfermeiros e ACSs afirmam que
além das atividades gerenciais, e assistenciais, uma
das atribuições do enfermeiro é a atividade educativa
agregada a atividade assistencial.Como ponto facilitador foi encontrado a importância do conhecimento
prévio e da utilização de instrumentos que auxiliam
no dia a dia pelo enfermeiro e para os ACSs,facilita no
preenchimento de fichas e estabelecimento de metas
diárias. O principal ponto dificultador tanto para os
enfermeiros como para os ACSs foi à falta de tempo
para a supervisão.
Anais XII Congresso Paulista de Saúde Pública
PINHO, PH (1); OLIVEIRA, MAF (1); FRACOLLI, LA (1);
NICHIATA, LYI (1); GRYSCHEK, ALFPL (1); VARGAS, D
(1); VATIMMO, MFF (1); DUARTE, YAO (1);
Instituição: 1 - ESCOLA DE ENFERMAGEM DA USP;
Em maio de 2007, a Escola de Enfermagem da USP
participou do I Encontro de Apoio às Diretorias Regionais de Saúde (DRS), para a construção do Plano
Estadual de Saúde/Pacto pela Saúde do Estado de São
Paulo (PES), promovido pela Secretaria de Estado da
Saúde de São Paulo. Na fase I, (2007 a 2008), a Escola
participou das discussões do PES e Pacto de Gestão
nos DRS de Marília, Baixada Santista e Presidente Prudente. Na fase II, de 2009 até a atualidade, desenvolve
o projeto de apoio na DRS XI de Presidente Prudente
(5 CGRs com 45 municípios) e na DRS I (2 CGRs, com
15 municípios). Neste trabalho descrevem-se as ações
desenvolvidas nos DRS XI e na DRS I (Mananciais e
Rota dos Bandeirantes) – set. de 2010 a ago de 2011.
Propósitos da EEUSP: a) discutir processos de trabalho
em curso que dão suporte às ações de Atenção Básica,
no interior dos CGRs ; b) identificar possibilidades
e os limites para a construção de redes regionais de
saúde; c) identificar necessidades de saúde de forma
a subsidiar a implantação de redes regionais de saúde.
Plano de ação: acordo com a diretoria dos DRS I e XI e
assessores de planejamento e de Educação Permanente
(EP) quanto ao fortalecimento da implantação da Linha
de Cuidado à Gestante e Puérpera identificada como
uma prioridade, aprovado nas Câmaras Técnicas e
CGRs. Resultados Parciais: 1) Constituição de Grupo
de Trabalho em Saúde da Mulher; 2) Reunião mensal
com membros indicados pelos CGR, protagonistas municipais para a implantação da Linha; 3) Realização de
diagnóstico situacional sobre a atenção às gestantes
de cada um dos CGR; 4) Acompanhamento das reuniões
das Câmaras Técnica dos CGR; 5) Discussão sobre a
Portaria Rede Cegonha; 6) Organização do I Seminário
de Mortalidade Materna na Grande SP; 7) participação
em Conferência Municipal de Saúde (Jandira) e capacitação de trabalhadores da saúde na atenção à Gestante
e Puperpera (Carapicuíba); 8) construção de protocolos
de atenção à gestante e puérpera e constituição de
Saúde Soc. São Paulo, v.20, supl.1, 2011 125
Comitê de Mortalidade Materno Infantil (Presidente
Prudente). Aprendizado do processo: importância do
trabalho desenvolvido pelo Apoio Institucional Permanente das Universidades, aproximando a academia
com a gestão e organização dos serviços. Aglutinação
de diversos técnicos e gestores envolvidos; construção
de pautas conjuntas; contribuição para a incorporação
da prática do cuidado em linha.
DESENVOLVENDO AÇÕES PARA CAPACITAÇÃO DOS
GERENTES DE UNIDADES DE ATENÇAO PRIMARIA
CAMPOS, I.C.M. (1);
Instituição: 1 - INSTITUTO FEDERAL SUDESTE DE
MINAS GERAIS;
APRESENTAÇÂO A expansão da Rede de Atenção à
Saúde, impulsionada pela descentralização da gestão
do SUS, ocasionou mudanças na gestão e prestação
de serviços. -O SUS passou a demandar gerentes com
novos conhecimentos e habilidades para atender, com
eficiência, às necessidades de saúde da população no
nível local.JUSTIFICATIVA - A baixa capacidade gerencial é um fator importante na limitação do acesso aos
serviços de saúde. - A gestão ainda é pautada por princípios administrativos tradicionais e ultrapassados,
acarretando planejamentos e direcionamentos mal elaborados. -Os escassos recursos de ordem organizacional, material, cognitivo e, até mesmo, ético dificultam
muito a ação dos gerentes. - 50% dos gerentes fizeram
o GERUS, 10% realizaram curso de gestão em saúde e
40% não possuíam qualquer curso na área de gestão. - A
maioria das modalidades de escolha dos gerentes privilegia as relações pessoais e a experiência profissional
nas UAP em detrimento da competência gerencial para
exercer as atividades exigidas pelo cargo. OBJETIVO
GERAL Capacitar os gerentes das UAP para realizarem
uma gestão eficiente e consoante com os princípios
do SUS. OBJETIVOS ESPECÍFICOS Discutir com os
gerentes a importância da liderança de equipes e do
gerenciamento dos recursos humanos; Capacitar os
gerentes quanto aos principais princípios do SUS e do
PSF; Debater os paradigmas administrativos: gestão
tradicional x gestão flexível; Analisar a importância
dos SIS e das vigilâncias em saúde para a avaliação do
sistema local de saúde e para o processo de tomada de
decisão; Analisar os princípios da gestão logística em
saúde e do Planejamento Estratégico Governamental.
METODOLOGIA Cinco oficinas de 4 horas, destinadas
Anais XII Congresso Paulista de Saúde Pública
aos gerentes. Debates, dinâmicas de grupo, leitura de
textos, análise de vídeos, aulas expositivas, banners e
apresentação de slides. Temas:O trabalho em equipe
e da liderança do gerente; Princípios do SUS, a situação atual das UAP e os empecilhos para o alcance
dos princípios;Modelo de atençao à saúde atual e os
avanços e dificuldades do modelo de atenção à saúde
atual;Paradigmas administrativos e os novos conceitos e práticas de gestão. gestão tardicional x gestão
flexível;SIS, dos dados populacionais e as vigilâncias
em saúde para a avaliação do sistema local de saúde e
para o processo de tomada de decisão;Gestão logística
em saúde e Planejamento Estratégico Governamental.
RESULTADOS Capacitação dos gerentes.
DEZ ANOS DE IMPLANTAÇÃO DA ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA NO MUNICÍPIO DE SÃO PAULO
Duarte,M.L.A (1); Brito,E.M.T (2); Kunitake,C.S.T
(2); Tannus,S.A.C (2); Silva,L.H (2); Kamehama,S (2);
Kishinami,E.E (2);
Instituição: 1 - SMS SÃO PAULO; 2 - SMS São Paulo;
Caracterização do problema: O Município de São Paulo
(MSP) estava à margem da implantação do Sistema Único de Saúde (SUS) até o ano 2000. Em 2001 a Secretaria
Municipal de Saúde (SMS) avaliando a importância
de estruturar um novo modelo de atenção, iniciou a
construção do SUS com a municipalização da saúde,
considerando a Estratégia Saúde da Família (ESF)
como eixo estruturante do sistema.
Descrição: Em 2001 a SMS implantou a ESF nas Unidades Básicas de Saúde (UBS), de forma gradativa,
priorizando áreas de exclusão social. A contratação
das equipes foi feita na modalidade de Convênio, com
Instituições Parceiras (IP), de reconhecida experiência
e atuação nas diferentes regiões da Cidade.
Em 2002 havia 515 equipes e em junho/2011 são 1215
equipes implantadas de acordo com diagnóstico situacional, baseado em indicadores sócio epidemiológico
e demográfico representando 135% de expansão e 44%
de cobertura.
Lições aprendidas: O crescimento da ESF no MSP
nestes 10 anos foi fundamental para o fortalecimento
da Atenção Básica, na perspectiva de facilitar o acesso
e garantir a integralidade e longitudinalidade do cuidado. A expansão das equipes foi alicerçada por um
investimento importante na adequação da rede física e
na informatização das ESF. A fim de instrumentalizar a
Saúde Soc. São Paulo, v.20, supl.1, 2011 126
gestão e o acompanhamento do trabalho das equipes, foi
implantado o Sistema de Monitoramento e Avaliação da
ESF, que instituiu indicadores para o acompanhamento
da assistência e da prestação de contas das IP. Dentre
os resultados positivos, destaca-se o aumento da taxa de
cura de Tuberculose; redução do coeficiente de mortalidade infantil; sistematização das ações de controle da
dengue na visita do agente comunitário de saúde; maior
adesão das gestantes ao pré-natal; acompanhamento aos
recém-nascidos de risco; assistência aos pacientes acamados; intensificação de ações para reduzir a gestação
na adolescência e incremento de atividades educativas
e de promoção à saúde.
Recomendações:A implantação de equipes da ESF
deve considerar critérios epidemiológicos e sociais
e áreas que terão o maior percentual de cobertura. A
assistência com qualidade e eficiência requer educação
permanente, cultura de trabalho horizontal e articulação entre os diferentes níveis de atenção. Deve-se
assegurar a participação do controle social. As Instituições Acadêmicas podem atuar como fortalecedores
do sistema, incluindo as diretrizes do SUS e da ESF na
formação do médico.
ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA E SAÚDE DO
TRABALHADOR
Lacaz, FAC (1); Soares, CB (2); Santos, APL (3); Trapé,
CA (2);
Instituição: 1 - Unifesp; 2 - Usp; 3 - UFF;
O trabalho tem por objetivo refletir sobre a omissão,
no âmbito de atuação da Estratégia Saúde da Família
(ESF), de ações inlcuídas no campo de práticas e saberes Saúde do Trabalhador, que se encontra fora do escopo da atenção básica à saúde. Fundamenta-se na teoria
da determinação social do processo saúde-doença e nas
categorias trabalho e reprodução social, reconhecendo
que ‘novas’ formas de trabalhar decorrentes da reestruturação produtiva, estabelecem ‘novas’ formas de
desgaste aos trabalhadores. Propõe-se que a atuiação
da ESF seja realizada através da operacionalização de:
1) um sistema de dados que levante e analise variáveis e
indicadores de reprodução social, no momento da produção e consumo e, portanto, relativas aos diferentes
espaços de trabalho, incluindo os próprios domicílios
situados no território de abrangência de uma UBS; 2)
uma estratégia de apoio matricial que integre a atuação
dos Centros de Referência em Saúde do Trabalhador
Anais XII Congresso Paulista de Saúde Pública
com das UBS; 3) a capacitação das equipes da ESF em
conteúdos do campo Saúde do Trabalhador.
Descritores: Saúde do trabalhador; Programa Saúde da
Família; Atenção Primária à Saúde; Trabalho; Sistema
Único de Saúde.
IMPLEMENTAÇÃO DO ATENDIMENTO HOMEOPÁTICO NA REDE MUNICIPAL DE SAÚDE DE SÃO
PAULO
Miura SSR (1); Albuquerque SMSR (1); Barollo CR (2);
Brito EMT (1);
Instituição: 1 - Secretaria Municipal da Saúde de São
Paulo; 2 - Associação Saúde da Família;
Por atender aos princípios de Integralidade, Universalidade e Humanização, e por seu caráter generalista a
Homeopatia pode ser aplicada nos diversos níveis de
atenção à saúde. Sua prática estimula a aproximação
entre médico e paciente, contribuindo para um atendimento humanizado, além de estimular o paciente a
participar ativamente do tratamento, facilitando uma
mudança de atitude e promovendo uma melhor qualidade de saúde e vida. No Município de SP, a Homeopatia
está inserida na atenção básica desde a década de 80,
em acordo com Resolução 81/89 CIS/SP, que define
as normas do atendimento homeopático. A partir de
2009, vêm sendo desenvolvidas várias ações pela Coordenação da Atenção Básica/Área Técnica de Medicinas
Tradicionais, Homeopatia e Práticas Integrativas em
Saúde (MTHPIS): 1) levantamento dos homeopatas
existentes nos vários níveis da SMS e a criação de um
e-grupo, com a finalidade de mantê-los informados
sobre as atividades realizadas pela Área; 2) realização
de Encontros, Jornadas, Reuniões Clínico-administrativas, desenvolvimento de inquéritos epidemiológicos,
informes etc. Essas atividades têm estimulado e instrumentalizado os homeopatas no atendimento e na
elaboração de folders, Recomendações aos pacientes
etc.; 3) em 13/11/2009, foi inaugurado o Centro de Referência em Homeopatia, Medicinas Tradicionais e Práticas Integrativas em Saúde “Bosque da Saúde”, com
8 homeopatas; 4) elaboração de material informativo/
educativo veiculado pela Rede São Paulo Saudável; 5)
credenciamento de 2 farmácias homeopáticas; 6) Curso
de Educação Continuada; 7) Curso de Especialização
em Homeopatia para médicos do PSF com duração
de dois anos. Estão previstas ainda: 1) inserção de
homeopatas i no atendimento das UADs (Unidades de
Saúde Soc. São Paulo, v.20, supl.1, 2011 127
Atendimento Domiciliar); 2) tratamento homeopático
complementar a pacientes portadores de Anemia
Falciforme (em planejamento); 3) tratamento Homeopático e Isoterápico do Tabagismo; 4) levantamento
epidemiológico sobre o Atendimento Homeopático
de Doenças Crônicas ou Crônico-Degenerativas nas
Unidades de Saúde. Como resultado dessas ações desenvolvidas e programadas, e com a participação dos
homeopatas na discussão das ações técnicas da área,
conforme diretriz do Programa de Humanização SUS
– Gestão Participativa e Cogestão – tem-se conseguido
um avanço no processo de acreditação da Homeopatia
na Saúde Pública, particularmente junto aos gestores
municipais da SMS/SP.
MODALIDADES TECNOASSISTENCIAIS E ATUAÇÃO
DO MÉDICO PSIQUIATRA NO CAMPO DA ATENÇÃO
PRIMÁRIA À SAÚDE, NO CONTEXTO ATUAL DO
SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE (SUS)
VANNUCCHI, AMC (1); CARNEIRO JUNIOR, N (1);
Instituição: 1 - CSE-BARRA FUNDA ALEXANDRE
VRANJAC;
O presente estudo pretende contribuir para uma
reflexão sobre a atenção à saúde mental na Atenção
Primária à Saúde (APS).
O enfoque escolhido é o processo de trabalho do psiquiatra que atua neste nível de atenção e a organização
tecnológica dos modelos de atenção à saúde mental no
campo da APS.
Nessa perspectiva, problematizamos a inserção do médico psiquiatra na APS, particularmente no momento
atual das diretrizes para a atenção básica de saúde
fundamentadas na tecnologia de matriciamento.
A metodologia utilizada é qualitativa. Analisamos
as três principais inserções possíveis de atuação do
psiquiatra, na tecnologia de matriciamento e na APS
-a unidade básica de saúde (UBS), o núcleo de apoio à
saúde da família (NASF) e o centro de atenção psicossocial (CAPS).
Realizamos entrevistas e observação participativa do
processo de trabalho desses sujeitos. A análise dos
dados foi feita através da análise de conteúdo.
As organizações tecnológicas propostas para dar condições a esse trabalho, vieram se sucedendo na cidade
de São Paulo, desde a inclusão do psiquiatra nas UBS,
através das equipes mínimas de saúde mental, até a
criação do CAPS e mais recentemente do NASF.
Anais XII Congresso Paulista de Saúde Pública
Há uma grande fragilidade de articulação da rede e
uma dificuldade de estabelecer e potencializar o papel
do psiquiatra, de acordo com a organização tecnológica
onde está inserido. Fica claro que sua formação não
contempla a atuação na APS e consequentemente não
proporciona a aquisição de instrumentos para tal, particularmente para trabalhar com o matriciamento.
A política hegemônica da inserção do psiquiatra na
APS atualmente focalizada nos NASF, é insuficiente
para atender as necessidades de assistência psiquiátrica contínua de grande parte dos portadores de
transtornos mentais.
Além da necessidade de formação para atuar na APS,
é necessário oferecer melhores condições de trabalho
para os profissionais que atuam nesse nível de atenção
e potencializar e articular os recursos de saúde mental
para uma melhor atenção à saúde mental e uma melhor
atuação do médico psiquiatra.
MONITORAMENTO DA SITUAÇÃO SANITÁRIA DOS
HOSPITAIS DO ESTADO DE SÃO PAULO
Kashiwagi, N.M. (1); Araújo, M.C. (1); Leite, R.H.P. (1);
Palachini, Z.M.S. (1); Tanomaru, S.T.S. (1); Diniz, J.M.
(1); Gouvea, F.C.C. (1); Aguiar MAM (2);
Instituição: 1 - Grupo Técnico Médico-Hospitalar,
Divisão de Serviços de Saúde, Centro de Vigilância
Sanitária da Secretaria de Estado da Saúde de São
Paulo (SES-SP); 2 - Divisão de Serviços de Saúde, Centro de Vigilância Sanitária da Secretaria de Estado
da Saúde de São Paulo (SES-SP);
Introdução: O Projeto Monitoramento iniciou-se em
2006, a partir da necessidade de se conhecer os riscos
a que estão expostos a população, trabalhadores e
meio ambiente, decorrentes da situação sanitária dos
estabelecimentos de saúde hospitalares do Estado de
São Paulo. Objetivo: Avaliar a situação sanitária dos
Hospitais do Estado de São Paulo, entre 2007 e 2010.
Método: O objeto de estudo são os hospitais com leitos
de internação do Estado e são os Grupos e Subgrupos
de Vigilância Sanitária (GVS/SGVS) regionais que realizam a coleta das informações sobre endereço, licença
de funcionamento, número de leitos gerais, de maternidade e de UTI (adulto, neonatal e pediátrica), situação
sanitária (satisfatório, satisfatório com restrição,
insatisfatório e interdição) e providências adotadas
(orientação técnica, lavratura de autos de infração,
desde advertência até interdição). Resultados Essa
Saúde Soc. São Paulo, v.20, supl.1, 2011 128
análise compreendeu as informações encaminhadas
pelos 33 GVS/SGVS do Estado de São Paulo entre 2007
e 2010. Em 2010, foram contabilizados 869 hospitais,
na qual, 74,3% eram privados, 64,0% ofereciam leitos
SUS e a licença de funcionamento foi relatada em 91,0%
dos casos A análise da situação sanitária dos hospitais
demonstrou que os classificados como satisfatórios
variou entre 22,4% e 30,2%. Apresentaram situação
satisfatória com restrições, 60,0% das instituições
entre 2008 e 2010. Em 2007, 29,9% não informaram
a situação sanitária, com redução nos outros anos. A
freqüência das providências adotadas não demonstrou
alterações significativas entre os anos. Cerca de 80,0%
receberam orientação técnica, 18,0% auto de infração.
Em 2007, 83,4% apresentavam CCIH formalmente
constituída, 70,6% em 2008, 78,0% em 2009 e 75,5%
em 2010. Quanto à atuação da CCIH, observou-se um
aumento da freqüência que foi de 57,1% em 2007 para
88,0% em 2010. Conclusão: Observa-se melhora na qualidade da informação ao longo dos anos. No entanto, há
necessidade de aprimoramento contínuo, não apenas
no compromisso do envio dos dados como também na
padronização dos conceitos. Esse diagnóstico é uma
fotografia dos recursos hospitalares disponíveis no
Estado e que fornece subsídios para o planejamento
das ações sanitárias nesses estabelecimentos e no
aprimoramento do trabalho dos GVS/SGVS, pois,
ao detectarem as não-conformidades, adotam ações
preventivas, que contribuirão para o aprimoramento
da qualidade dos serviços hospitalares prestados à
população.
Anais XII Congresso Paulista de Saúde Pública
REGIONALIZAÇÃO: TECENDO REDES ENTRE A
GESTÃO E O CUIDADO
Bizelli, S.S.K. (1); Puttini, R.F. (1); Castanheira, E.R.L. (1);
Instituição: 1 - UNESP;
O documentário “Regionalização: tecendo redes entre
a gestão e o cuidado” é resultado do trabalho de apoio à
regionalização no Estado de São Paulo, numa parceria
entre a SES/SP e o Departamento de Saúde Pública da
Faculdade de Medicina de Botucatu/UNESP. Concebido
dentro da perspectiva da Educação Permanente tem
como objetivo a promoção de discussões entre gestores
e estudantes de saúde pública sobre a Regionalização
da Saúde e os processos envolvidos. Constitui-se num
instrumento educativo cuja linguagem audiovisual
visa à facilitação do processo de comunicação. A discussão é realizada a partir do acompanhamento da
linha de cuidado da gestante e do recém-nascido. Cada
posição na linha de cuidado levanta reflexões atuais e
necessárias à gestão loco-regional. A importância da
prática de gestão ter como referência nuclear as ações
de atenção à saúde é o argumento de pano de fundo
construído no documentário e está presente em sua
estrutura e na analogia realizada através da figura
de dois apresentadores: um que circula entre pessoas
em suas casas e serviços e que representa o cuidado
em saúde e outro que, inserido num cenário virtual,
provoca discussões em torno de assuntos pertinentes
à gestão. Para o fortalecimento do processo de Regionalização, reafirma-se a importância de tecer redes
de ações e comunicação entre a gestão e o cuidado em
saúde. Para sua apresentação é necessário um ambiente com equipamento multimídia que possa projetar o
vídeo em formato DVD com duração de 36 minutos.
Saúde Soc. São Paulo, v.20, supl.1, 2011 129
Eixo III – Inovações na produção do cuidado,
das práticas e do conhecimento
Resumos de Relatos de Pesquisa
A ABORDAGEM DA SAÚDE DA POPULAÇÃO NEGRA caráter, potencialmente transversal, no currículo.
Assim, considerando que a FMABC é uma instituição
NA FACULDADE DE MEDICINA DO ABC
Alethéia, R.R.S (1); Silveira, A.F.M.H. (1); Pfeiffer M.C. (2);
Instituição: 1 - FMABC; 2 - UFBA;
Um dos desafios do Sistema Único de Saúde (SUS) é
a promoção da equidade em saúde. As condições de
saúde da população negra sofrem os efeitos negativos de sua inserção social. De acordo com a Política
Nacional Integral de Saúde da População Negra, o
ensino representa um eixo para efetivação da promoção da saúde dessa população. A inserção da saúde da
população negra no currículo escolar dos profissionais
representa uma medida importante para atuar sobre
a questão. Desse modo, propusemo-nos verificar se a
saúde da população negra é abordada nos currículos
dos cursos de graduação, da Faculdade de Medicina
do ABC e como é feita essa abordagem. Para isso, primeiramente, aplicou-se um questionário estruturado
aos acadêmicos dos cursos de Medicina, Enfermagem
e Ciências Farmacêuticas, do segundo ao último ano,
que incluiu variáveis relacionadas à percepção sobre o
tema e a opinião sobre a abordagem e a visibilidade que
lhes foram dadas. Os resultados foram apresentados
em gráficos e tabelas contendo freqüências absolutas
e relativas. Posteriormente, realizaram-se entrevistas
semi-estruturadas, gravadas, com os coordenadores
dos três cursos. As transcrições foram categorizadas
através de análises de conteúdo. Dos resultados destacamos: os acadêmicos do curso de Enfermagem e
Medicina em sua maioria consideram importante a inclusão do quesito cor/raça nos prontuários dos serviços
de saúde; já os acadêmicos de Ciências Farmacêuticas
não os consideram, assim como seus coordenadores; a
maioria dos acadêmicos dos três cursos respondeu que
o tema não é abordado em sala de aula; as coordenações
dos três cursos apontam a Saúde Coletiva como principal promotora de debates. Nota-se que os estudantes
têm interesse em relação ao tema e os coordenadores
estão abertos para tal discussão o que aponta o seu
Anais XII Congresso Paulista de Saúde Pública
de ensino de relevância regional e o interesse dos entrevistados no tema, entendemos que essa instituição
pode atuar, de forma mais incisiva, na promoção da
saúde da população negra.
A ABORDAGEM DOS CUIDADOS PALIATIVOS NO
ENFRENTAMENTO DA MORTE: O PAPEL DO SERVIÇO SOCIAL
Cohn, A. (1); Medeiros, P.F.X. (1);
Instituição: 1 - UNISANTOS;
Introdução: O envelhecimento populacional e o aumento do número de pessoas com doenças crônico-degenerativas trazem novos desafios para os profissionais
que atuam na área da saúde, que atuam em equipes
multidisciplinares, em particular para o Assistente
Social. Os Cuidados Paliativos constituem uma forma
de cuidar que preconiza a autonomia e a dignidade da
pessoa humana, e na qual a tomada de decisão sobre
o tratamento passa a ser compartilhada, não sendo
mais exclusiva do médico. Objetivos: Identificar o entendimento sobre Cuidados Paliativos como um novo
campo de trabalho dos profissionais de Serviço Social;
desvelar o entendimento dos profissionais de Serviço
Social sobre cuidados paliativos e conhecer a percepção destes profissionais sobre o papel do assistente
social diante de pacientes sem possibilidades de cura
e seus familiares. Método: A pesquisa do tipo exploratória pautou-se na abordagem qualitativa. As técnicas
utilizadas para a coleta de dados foram o grupo focal,
realizado apenas com assistentes sociais que atuam
na área da saúde e os depoimentos de um médico, uma
cuidadora e um padre. Resultado: Demonstra o entendimento dos cuidados paliativos como um novo campo
de trabalho para os assistentes sociais; a compreensão
da filosofia dos cuidados paliativos; a dificuldade de
se lidar com o paciente sem possibilidades de cura,
com uma abordagem que privilegie o doente e o foco
Saúde Soc. São Paulo, v.20, supl.1, 2011 130
do trabalho que abarque a família e/ou o cuidador; a
inexistência do trabalho pós-morte (luto). Conclusão:
Necessidade de superação do modelo biomédico de
atenção à saúde, meramente curativo; em decorrência,
os pacientes com doenças incuráveis não têm recebido
um tratamento humanizado, que alivie sua dor e sofrimento. Falta à equipe de saúde preparo e um olhar mais
abrangente que dê suporte a esses pacientes e à família
em suas necessidades mais prementes, o que tem respaldo nos depoimentos do grupo de assistentes sociais,
da cuidadora, do médico e do padre. Afirma-se a necessidade da presença do Serviço Social na composição
desta equipe multidisciplinar e interdisciplinar onde
colaboraria no desvelamento da biografia do paciente,
como e em quem condições vive, configurando-se no elo
entre este, a família e a equipe de saúde. Reafirma-se
a necessidade da ampliação de unidades de Cuidados
Paliativos no país que apresenta uma demanda crescente para esse serviço especializado.
A ARTE NO CENÁRIO DE APRENDIZAGEM NA
CONSTRUÇÃO DA IDENTIDADE DO ENFERMEIRO
Souza, M.M.T. (1); Tavares, C.M.M. (1); Maluf, U.M.M. (1);
Instituição: 1 - UFF - Universidade Federal Fluminense;
A educação artística está radicada na vivência que
temos do mundo, no desenvolvimento da capacidade
crítica para compreender e selecionar conhecimentos,
que permitam o desenvolvimento do indivíduo e da sociedade. Objetivo: identificar potencialidades artístico/
criativas nos acadêmicos de enfermagem, baseados em
evidências do cenário de aprendizagem. Este trabalho
integra um projeto de pesquisa maior intitulado: o
olhar sobre a prática na construção da identidade
do enfermeiro: imagem do estranhamento dos novos
cenários de aprendizagem. Realizou-se uma pesquisa
exploratória descritiva com abordagem qualitativa,
com acadêmicos de enfermagem no Estado do Rio de
Janeiro. Em respeito aos aspectos éticos da pesquisa, o
projeto foi submetido ao Comitê de Ética em Pesquisa,
atendendo ao preconizado pela resolução 196/96, do
Conselho Nacional de Saúde – MS, que regula as Normas de Pesquisa envolvendo Seres Humano. Buscou-se
identificar e capturar imagens dos cenários de aprendizagem a partir de olhares lançados pelos acadêmicos de
enfermagem. Com base no material analisado, procuramos ampliar os sentidos para formar um mosaico de
conhecimento. Constatou-se que as imagens projetadas
Anais XII Congresso Paulista de Saúde Pública
para as experiências com o cenário de aprendizagem
revelou que o cotidiano de cuidar é crítico e poético,
comprometido e afetivo. Reafirmando a emoção, a
sensibilidade, a criatividade no processo formativo,
o que nos remete à prática reflexiva da enfermagem.
As imagens falam da terra e do ar, certo compromisso
com questões aéreas: liberdade, subjetivação da vida e
do trabalho. Dos sentidos atribuídos pelos estudantes
ao aprendizado, nos diferentes cenários de prática do
Curso de Enfermagem, poderíamos depreender que
há uma imagem muito positiva sobre o processo de
ensino-aprendizagem. O que é almejado pelos estudantes de enfermagem é um ensino participativo, no qual
professor e aluno estejam articulados no processo de
aprimoramento do saber, sem, no entanto, perderem
de vista as visões humanitárias, ameaçadas pela pósmodernidade, com suas relações virtuais e cada vez
mais distantes da arte e da sensibilidade humana. Em
síntese, percebemos que aqueles que lançaram mão da
linguagem artística, como forma de expressão poética,
apontaram em direção da valorização da arte, durante
a construção da sua identidade profissional, o que nos
leva a reconhecer a arte como meio ou processo e não
apenas como fim.
Palavras-chave: Enfermagem; Prática Profissional;
Aprendizagem; Arte
A BRASILIDADE DA SAÚDE COLETIVA: FORMAÇÃO
INOVADORA DE NOVOS SUJEITOS PROFISSIONAIS
DA SAÚDE
Leal, M. B. (1); Feuerwerker, L.C.M. (1); Camargo
Junior, K. R. (2);
Instituição: 1 - FSP/USP; 2 - IMS/UERJ;
A Saúde Coletiva reinventou formas de responder
aos inúmeros e complexos questionamentos que se
colocam na produção dos modos e das condições de
vida. Pode-se entendê-la como um recorte do campo da
saúde e a partir das interseções, produz saberes e práticas. Assim, a constituição deste campo de produção
de conhecimento, de saberes e, por conseqüência, de
produção de ações e práticas, tipicamente brasileiro,
foi marcada pela ousadia na junção e intercessão entre
as áreas específicas para produzir um novo.
A disputa entre os atores para estabelecerem suas
verdades e se estabelecerem como atores com poder no
campo caracterizaria as possibilidades desse campo
que, por essência, foi desejado de forma inovadora.
Saúde Soc. São Paulo, v.20, supl.1, 2011 131
Assim, o entre-disciplinar é um conceito interessante
para refletirmos sobre a característica rizomática do
campo, que se produz pelo encontro, para além das
fronteiras e com sentido para um projeto social.
Ele é um campo multi, inter, transdisciplinar que traz
a riqueza da articulação de diversas verdades para a
produção de novos saberes e novas práticas, assim,
habita um espaço entre as disciplinas, as teorias, os
conceitos, para, nesse espaço, produzir saberes e práticas que possam ser produto de diversas interações e
conjunções, além das fronteiras rígidas das ciências,
considerando que a realidade da saúde é complexa e
multifatorial.
Ainda hoje existe uma tensão produtiva entre o campo
científico, o campo militante e o campo das práticas,
e essas diferentes dimensões da produção na Saúde
Coletiva trazem novos atores para a cena e novas disputas. Um movimento importante, que hoje expressa
a tentativa de afirmar esse campo como de atuação
profissional, construindo núcleo de saberes e práticas
a partir do campo e da sua produção entre-disciplinar,
são as novas graduações em Saúde Coletiva que estão
sendo criadas em algumas universidades brasileiras.
Essas graduações pretendem aproximar a academia da
realidade social pois estará formando atores na relação
com a sociedade para responderem às necessidades de
ação no campo enquanto prática professional. Esse
movimento que, por um lado, se apresenta como nucleador de um campo para determinação de território
de atuação profissional, como disciplinarizador do
campo; por outro lado, se expressa como inventivo,
como produtor de um território múltiplo e não único,
a Saúde Coletiva proporciona múltiplas inserções no
campo, múltiplos saberes e práticas que interagem com
as múltiplas dimensões do campo.
em saúde que despertem a atenção dos jovens universitários para o uso e o abuso do álcool; orientar os jovens
universitários a respeito do uso e abuso de álcool por
meio de uma ação educativa; por fim, avaliar a orientação recebida, por meio de folder educativo a respeito do
uso e abuso do álcool. Nesse sentido, foi realizado um
estudo descritivo, com abordagem quantitativa, entre
cem alunos universitários do curso de Enfermagem,
do campus Tatuapé da Universidade Paulista, em São
Paulo. Os dados foram coletados no ano de 2010, por
meio de questionário de autopreenchimento, a fim de
avaliar um material educativo – folder, abrangendo
todos os semestres vigentes durante o curso.
Constatou-se um maior contingente feminino, em
que é necessário considerar a influência de Florence
Nigthtingale ao institucionalizar uma profissão para
as mulheres. Identificou-se uma avaliação positiva dos
entrevistados quanto a linguagem, relevância, conteúdo e informações contidos no material educativo. A
proporção de alunos que já haviam recebido alguma
informação a respeito da temática escolhida se deu, em
sua maioria, através de palestras, seguido por meios
de comunicação, como TV/Rádio/Internet.
Concluímos que as ações educativas são fundamentais para o uso responsável do álcool na questão da
prevenção do uso e abuso dessa substância. A escolha
pelo folder como material educativo mostrou-se pertinente para o público alvo escolhido, ou seja, estudantes
da Graduação de Enfermagem, no qual os sujeitos da
pesquisa demonstraram-se, de acordo com os dados, receptivos e interessados na temática que, muitas vezes,
é pouco explorada durante a Graduação, por tratar-se
de uma droga lícita e de grande aceitação social.
Gutierres,B.S. (1); Bittencourt,M.L.M. (1);
Instituição: 1 - UNIP;
O uso problemático de álcool pode trazer diversas
conseqüências para os jovens, como sexo desprotegido,
acidentes automobilísticos e domésticos, envolvimento
em atos violentos, piora do desempenho acadêmico,
entre outros. O presente estudo tem como principais
Objetivos: buscar alternativas nas práticas educativas
Instituição: 1 - Secretaria Municipal de Saúde de São
Bernardo do Campo;
Introdução: O acolhimento é definido como uma etapa
do processo de trabalho dos serviços de saúde, sendo
uma ferramenta de organização deste processo, qualificação da escuta, construção de vínculo e garantia
de acesso. Este dispositivo vem sendo implantado nas
Unidades de Saúde do Município de São Bernardo do
A CARACTERIZAÇÃO DA DEMANDA ESPONTÂNEA ACOLHIDA POR UMA UNIDADE BÁSICA DE
A BUSCA DE ALTERNATIVAS NAS PRÁTICAS EDU- SAÚDE
CATIVAS EM SAÚDE PARA O USO E ABUSO DE ÁL- Namen, V.C. (1); Atanes, E.J. (1); Nóbrega, M.F. (1);
COOL ENTRE OS ESTUDANTES UNIVERSITÁRIOS Silva, R.A.P. (1); Pezzo, T.H. (1); Silvestre, V. (1);
Anais XII Congresso Paulista de Saúde Pública
Saúde Soc. São Paulo, v.20, supl.1, 2011 132
Campo com o objetivo, entre outros, de humanização do
atendimento, aumentar a resolutividade dos serviços
e estabelecer fluxo de atendimento para a demanda
espontânea. A Unidade Básica de Saúde (UBS) Santa
Cruz pela peculiaridade de seu território, que é distante
do centro do município cercado por uma represa sendo
necessário o uso de balsa para sua travessia, recebe
por dia uma grande demanda espontânea. Objetivo:
Caracterizar a demanda espontânea que é acolhida
na UBS Santa Cruz. Metodologia: A coleta de dados
deste trabalho está sendo feita através de uma planilha estruturada, iniciada em junho de 2011, com as
seguintes informações: sexo, idade, motivo da procura
pelo acolhimento da unidade, data da última vez que
procurou a UBS, a equipe que é sua referência e qual o
encaminhamento foi dado pelo profissional. A análise
de dados terá uma abordagem quantitativa com a análise dos dados acima coletados para a caracterização da
demanda espontânea da UBS. Resultados preliminares:
Até o presente momento os dados coletados indicam
que a maioria dos pacientes são do sexo feminino,
jovens na faixa etária de 11 a 25 anos, procurando a
UBS com queixas agudas, principalmente por queixas
respiratórias e sendo os pacientes das equipes cujas
áreas são mais próximas os que mais procuram o
acolhimento.
A COMUNICAÇÃO NA LV: UM DESAFIO PARA A
SAÚDE PÚBLICA
Denize Assis (1);
Instituição: 1 - Secretaria Municipal de Saúde de
Campinas;
O trabalho aborda a comunicação na Leishmaniose
Visceral (LV) em Campinas e foi apresentado ao ICICT/
Fiocruz para obtenção do título de especialista em Comunicação e Saúde. O objetivo é identificar os sentidos
em disputa nas medidas de controle desta doença.
Dessa forma, o autor espera contribuir para fortalecer e
qualificar as políticas e práticas de comunicação sobre
LV no âmbito do SUS.
Para mapear e analisar os discursos que circulam sobre a LV, foi privilegiada a cobertura do jornal Correio
Popular, as reuniões entre autoridades sanitárias e a
comunidade e os documentos elaborados pelos moradores, pelos médicos veterinários e pelos técnicos da
Saúde Pública.
Os resultados apontaram diferentes discursos da saúde pública, da comunidade, entre os veterinários e na
Anais XII Congresso Paulista de Saúde Pública
política. A mídia se apropriou de todos os discursos,
tendo se alinhado com a autoridade sanitária em alguns momentos e, em outros, se sensibilizado com o
discurso contrário ao da Saúde Pública.
Existe uma disputa de sentidos em relação às medidas
de controle e prevenção da LV. A principal questão que
divide opiniões é a eutanásia dos cães soropositivos.
São várias as comunidades discursivas envolvidas. Tem
a que se destaca na comunidade atingida, que prima
pelas liberdades individuais; a da Saúde Pública, que
batalha pelo interesse coletivo, segundo distintas angulações; os que defendem os animais; os que consideram
que a saúde das pessoas vem em 1º lugar; a categoria
dos médicos veterinários; a Câmara de Vereadores, que
tentou mediar. O discurso do risco apareceu em todas
as comunidades discursivas.
A Visa procurou considerar a escuta do cidadão, a
pluralidade de vozes, ou seja: a polifonia. No entanto,
uma solução que contemple a diversidade de sentidos
não tem sido possível. A Visa tem tomado posição com
base no conhecimento científico que, no caso da LV,
que envolve o afeto dos homens pelos animais, tem
se mostrado insuficiente. Por quê? Talvez porque, na
essência, a proposta da Visa seja a de atender à lógica
dos fatores de risco desconsiderando os planos do
interesse individual.
A Saúde Pública de Campinas considera a dimensão
da comunicação na construção da política pública de
saúde e reconhece que a população precisa ser ouvida,
embora encontre dificuldades de romper com as velhas
práticas. Existe um movimento na Saúde Pública que
atua na perspectiva de uma comunicação que não pode
ser pensada de forma separada dos princípios que estão
na base do SUS.
A COMUNICAÇÃO TERAPÊUTICA COMO ESTRATÉGIA NA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM PSIQUIÁTRICA
Jesus, SAA (1); Cabral, CR (1); Camillo, SO (1);
Instituição: 1 - FACULDADE DE MEDICINA DA FUNDAÇÃO ABC;
INTRODUÇÃO -A comunicação terapêutica é a competência do profissional de saúde em usar o conhecimento sobre comunicação humana para ajudar o outro
a descobrir e utilizar sua capacidade e potencial para
solucionar conflitos e reconhecer as limitações pessoais. Para que o indivíduo possa enfrentar os desafios à
autorealização, procurando aprender a viver da forma
Saúde Soc. São Paulo, v.20, supl.1, 2011 133
mais saudável possível, tendo como meta encontrar
um sentido para viver com autonomia.(STEFANELLI,
2005). OBJETIVOS- Conhecer e analisar as percepções
dos enfermeiros psiquiátricos sobre a comunicação
terapêutica ;Identificar e descrever as percepções
dos enfermeiros psiquiátricos sobre a importância e
o uso da comunicação terapêutica. METODOLOGIAForam realizadas cinco entrevistas individuais e não
diretivas com integrantes da equipe de Enfermagem
de uma Unidade Psiquiátrica, na cidade de Santo André - São Paulo. O estudo foi aprovado pelo Comitê de
Ética e Pesquisa com Seres Humanos da Faculdade de
Medicina do ABC. Os resultados foram trabalhados por
meio da Análise de Conteúdo de Bardin. RESULTADOS
-As categorias emergentes que surgiram foram:1. A
comunicação terapêutica desejada, porém realizada de
uma forma oculta; 2.A importância do papel do enfermeiro na comunicação; 3.A utilização da comunicação
terapêutica pelos enfermeiros . CONSIDERAÇÕES
FINAIS- Por meio das três categorias construídas,
percebeu-se de forma geral, que todos os enfermeiros
entrevistados possuem aptidões para realizar a comunicação terapêutica, porém a falta de tempo, excesso
de atividades, falta de recursos humanos, dificultam
a execução da comunicação terapêutica, apesar de
saberem a importância dessa ferramenta de trabalho.
Portanto, acreditamos que enquanto existir um enfermeiro disposto a realizar, a desenvolver e aprender a
comunicação terapêutica, como parte essencial de suas
funções, ações, deveres, saberes e conhecimentos, a
lâmpada da humanização nunca se apagará.
promove a interação humana. Objetivos- Identificar,
descrever e analisar os sentimentos e percepções dos
pacientes com esquizofrenia durante e após aplicação
de uma técnica de Dinâmica de Grupo voltada para a
facilitação da interação social. Metodologia-Trata-se de
uma pesquisa qualitativa descritiva. Foram realizadas
quatro entrevistas individuais com pessoas esquizofrênicas que estão internados em uma instituição
hospitalar do Grande ABC. Para o tratamento dos dados
utilizou-se Análise de Conteúdo. Resultados- Foram
identificadas as seguintes categorias: 1. Promovendo
a interação social de pessoas com Esquizofrenia por
meio da aplicação de uma Técnica de Dinâmica de
Grupo. 2. Reconhecendo a importância da Técnica de
Dinâmica de Grupo para a interação social com pessoas
com Esquizofrenia. 3. Valorizando os sentimentos das
pessoas com Esquizofrenia por meio da aplicação de
uma Técnica de Dinâmica de Grupo.Conclusão- A técnica de Dinâmica de Grupo direcionada à interação social
tem como propósito, ajudar o paciente esquizofrênico
a desenvolver e discutir as habilidades e comportamentos sociais, no intuito de melhorar suas relações
interpessoais dentro de suas limitações. Portanto, a
técnica de Dinâmica de Grupo voltada para o exercício da interação social favorece o trabalho prático de
sensibilização que possibilita maior envolvimento dos
participantes em seu processo de aprendizagem, além
do enriquecimento de experiências e vivências dos
elementos do grupo nessa área.
A ESCOLA COMO ALIADA PARA A SAÚDE DA
CRIANÇA COM DEFICIÊNCIA
A DINÂMICA DE GRUPO COMO UM DOS RECURSOS Galceran, N.B. (1); Pereira, I.M.T.B. (2);
DE SOCIALIZAÇÃO AO PACIENTE ESQUIZOFRÊ- Instituição: 1 - Casa de Saúde Santa Marcelina; 2 NICO.
Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São
Nicolau, ARS (1); Camillo, SO (1);
Instituição: 1 - FACULDADE DE MEDICINA DA FUNDAÇÃO ABC;
Introdução- A Dinâmica de Grupo é de grande importância, pois propicia compreender alguns aspectos
da personalidade, comportamento, competências e
habilidades dos participantes. Por meio de técnicas
específicas é possível observar características e atitudes que dificilmente seriam observáveis em técnicas
individuais. É um recurso que traz um resultado contribuindo para o desenvolvimento do grupo, pois ativa
modificações pessoais que estimula a criatividade e
Anais XII Congresso Paulista de Saúde Pública
Paulo;
Introdução: Esta pesquisa representa um projeto de
Dissertação de Mestrado em desenvolvimento na
Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São
Paulo, que assume como base a concepção de Escola
Promotora de Saúde, como uma visão e a um conjunto de estratégias que têm como objetivos produzir
repercussões positivas sobre a qualidade de vida e os
determinantes da saúde dos membros da comunidade
escolar. Segundo essa concepção, a escola, da mesma
forma que todos os espaços-ambientes nos quais transcorre a vida, representa um cenário de Promoção da
Saúde Soc. São Paulo, v.20, supl.1, 2011 134
Saúde na medida em que as políticas educacionais que
nela se concretizam têm implicações sobre o bem-estar
individual e coletivo. A educação inclusiva constitui um
paradigma educacional fundamentado na concepção de
direitos humanos, que conjuga igualdade e diferença
como valores indissociáveis. Dessa forma, urge que
os profissionais da saúde estabeleçam uma parceria
com os educadores, dando orientação e contribuindo,
no que for necessário para a inclusão escolar das
crianças com deficiência, pois é neste ambiente que
também se estabelecem as relações sócio-afetivas e a
consciência de co-responsabilidade e cidadania. Objetivos: Identificar fatores facilitadores e limitantes
na prática educativa de professores em relação ao
processo de inclusão escolar; investigar valores e crenças que os professores associem com este processo; e
analisar a auto-percepção dos professores em relação
à sua formação para inclusão escolar. Metodologia:
A pesquisa será realizada em uma Escola Municipal
de Ensino Infantil na cidade de São Paulo em 2012.
Utilizando-se questões abertas, será realizada análise
qualiquantitativa dos dados, sendo esta uma pesquisa
de Representação Social, cujos dados serão analisados
pela técnica do Discurso do Sujeito Coletivo, por meio
do Qualiquantisoft. Conclusão: Acredita-se que a realização de pesquisas que abordem a influência das
ações de saúde em ambientes escolares é de grande
valia para uma reflexão acerca da saúde da criança com
deficiência, uma vez que a verdadeira inclusão social
deve priorizar as vivências em espaços de convívio
coletivo que estimulem a produção de capital cultural,
ao invés da perpetuação de ciclos assistencialistas em
serviços de saúde.
A ESTRATEGIA DA CARTEIRA DE SAÚ8DE DO
TRABALHADOR DA CANA DE AÇÚCAR
MORAES REGO, E.F. (1); CORRÊA Fº, H.R. (1);
Instituição: 1 - UNICAMP;
O Estado de São Paulo vem aumentando e modernizando sua área produtiva para monocultura de canade-açúcar como forma de atender à crescente demanda
e de seus subprodutos no atual contexto econômico
capitalista nacional e até internacional, especialmente na produção de fontes alternativas de combustível
automotivo como o etanol. A modernização do sistema
produtivo e o emprego de alta tecnologia gerando volumes de produção cada vez maiores implicam também
na necessidade de um número crescente de mão-deAnais XII Congresso Paulista de Saúde Pública
obra para o serviço braçal rural, pois que a automação
do campo não substitui em cem por cento a atividade
humana. Assim, as empresas rurais vem contratando
mão-de-obra barata de uma população procedente dos
Estados nordestinos e também de Minas Gerais, que
permanecem em São Paulo no período de safra – em
geral de abril a novembro, quando retornam às suas
localidades de origem; caracterizando a população
migrante do cultivo da cana de açúcar em trabalho
sazonal por oito meses do ano quando residem em
alojamentos, diariamente são transportados por ônibus rurais aos canaviais muitas vezes distantes, onde
são expostos as diversas condições de risco à saúde
seja por nexo causal, seja por condições intrínsecas
da saúde individual e coletiva dos trabalhadores. Com
as denúncias destas condições de trabalho e dos casos
de morte por exaustão nas lavouras, o Ministério Público tem intensificado as fiscalizações com parcerias
como o Fórum da Cidadania, Justiça e Cultura de Paz
de Piracicaba e Região que reúne Vigilâncias Sanitárias Municipais e da Rede Especializada - CERESTs e
estabelece propostas junto ao Setor Sucro-Alcooleiro,
objetivando melhoria das condições de vida e trabalho
dos cortadores de cana. Pelas irregularidades criaramse três módulos de ação: moradia, saúde e transportes.
A falta de conhecimento das condições de saúde desta
população migrante que chega a São Paulo, aliado à
extrema vulnerabilidade pela exposição em atividades
exercidas pela primeira vez justifica a implantação
de uma carteira de saúde do trabalhador rural a ser
preenchida e entregue na primeira semana no Estado,
em uma unidade pública de referência ambulatorial. A
carteira no bolso acompanha o trabalhador onde for; ao
entrar no transporte rural, todos devem entregá-la ao
motorista que a guarda, até o retorno ao ônibus, quando
recebem-na de volta. Assim, uma vítima de um desmaio
na roça está identificada e, suas condições de saúde e
de risco ocupacional estão descritas na carteira.
A GERÊNCIA NA ATENÇÃO BÁSICA NO CONTROLE
DA TUBERCULOSE: REVISÃO INTEGRATIVA DA
LITERATURA
Vital, A.C.D (1); Protti, S.T (1); Guimarães, P.M (1);
Silva, L.M.C (2); Oliveira, C.B (3); Palha, P.F (3);
Instituição: 1 - Universidade Federal de São Carlos; 2
- Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto da Universdade de São Paulo; 3 - Escola de Enfermagem de
Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo;
Saúde Soc. São Paulo, v.20, supl.1, 2011 135
Introdução: A Tuberculose (TB) está entre as linhas
prioritárias na Política Nacional de Atenção Básica,
sendo considerada como problema de saúde pública
diretamente associada a questões sócio-políticoeconômicas. O Ministério da Saúde tem intensificado
esforços em prol da descentralização das ações em TB
para a Atenção Básica (AB). A gerência na AB quando
planejada e executada de forma adequada caracterizase como um meio propício para o atendimento das
necessidades de saúde da população e fator primordial
para o desenvolvimento das ações em TB. Objetivos:
Assim, esta pesquisa se propõe a realizar uma revisão
integrativa da literatura sobre o tema “Gerência nos
Serviços de Saúde” e “Tuberculose” e identificar o estado da produção até o presente momento. Materiais e
Métodos: Para a pesquisa utilizou-se as bases de dados
Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciência da
Saúde (LILACS) via Biblioteca Virtual de Saúde (BVS)
e Literatura Internacional em Ciências da Saúde (MEDLINE) também via BVS. Empregou-se como critérios
de seleção artigos publicados nos últimos dez anos em
Português, Inglês e Espanhol, disponíveis na integra
via online. Foram utilizados os descritos indexados
“Enfermagem e Gerência”, “Tuberculose e Gerência”,
“Serviços de Saúde e Gerência”, “Atenção Básica e
Tuberculose”, identificados via Descritores e Ciências
da Saúde (DeCS). Resultados Os artigos encontrados
no LILACS e MEDLINE foram 75 utilizando o descritor
“Enfermagem e Gerência” e selecionados para leitura
19, nos descritores “Gerência e Tuberculose” foram
encontrados 08 e selecionados 03 artigos. Para “Gerência e Serviços de Saúde” foram encontrados 194 e
selecionados 21, entretanto, da base de dados MEDLINE
não foram selecionados nenhum artigo para esses
descritores. Por fim, no cruzamento de “Tuberculose e
Atenção Básica”, foram encontrados 46 artigos e destes
selecionados 15. Os artigos mostraram a gerência como
um importante instrumento para a reorganização dos
serviços de saúde, e que atualmente está focada no
trabalho técnico burocrático, caracterizando-se como
sem autonomia, com debilidades nas dimensões do planejamento e organização das atividades no que tange
as ações em TB. Conclusão:Os resultados encontrados
revelam uma carência de publicações sobre a temática
da gerência em relação as ações de controle da TB.
Dessa forma, o incentivo para novas investigações que
permeiam a gerência no âmbito da TB torna-se importante, tendo em vista a magnitude desta doença.
Anais XII Congresso Paulista de Saúde Pública
A IMPORTÂNCIA DA ERGONOMIA EM UNIDADES
DE ALIMENTAÇÃO E NUTRIÇÃO PARA A SAÚDE
DOS TRABALHADORES.
Vieira, G.I. (1); Silva, Z.M. (1); Januario, B.L. (1); Silva,
E.S. (2); Silveira, M.A.R. (3);
Instituição: 1 - FSP/USP; 2 - FMU; 3 - ANHEMBI;
Introdução: As atividades desenvolvidas em Unidades
de Alimentação e Nutrição (UAN´s) são entendidas
como um processo de produção que utiliza intensivamente sua mão-de-obra. Fatores relacionados à
organização do trabalho como horários prolongados
e sobrecarga de trabalho, pressão em função dos horários, exigência de postura inadequada, movimentos
repetitivos na execução das tarefas, número insuficiente de trabalhadores, normas e práticas exigidas nem
sempre bem explicitadas e falta de prescrição clara
das pausas de recuperação, influenciam na produtividade e na saúde dos trabalhadores. Objetivos: Analisar
pesquisas que relacionem as atividades desenvolvidas
por trabalhadores de UAN’s e ergonomia. Método:
Iniciou-se um levantamento bibliográfico na base eletrônica de dados Lilacs, utilizando as palavras-chaves:
“ergonomia” and “trabalhadores”. Após a leitura dos
títulos, excluíram-se os documentos que não apresentassem relação direta com a temática do estudo.
Posteriormente, realizou-se a leitura dos resumos,
buscando aproximação com a questão proposta. Por
fim, a leitura dos textos completos. Resultados Foram
encontrados 107 documentos, sendo que alguns não
tratavam diretamente da temática proposta nesta
pesquisa e, portanto, foram excluídos. Vários autores
destacam como problemática a necessidade da maioria
das atividades em UAN‘s serem repetitivas, além de
realizadas em pé, sem qualquer apoio, e em ambientes,
geralmente, inadequados. Esforços repetitivos por um
período prolongado de tempo podem acarretar em Lesão por Esforço Repetitivo (LER), dentre outros agravos
à saúde. Cerca de 50% dos acidentes de trabalho que
ocorrerem em restaurantes são provocados por queimaduras e LER, aumentando a procura pelo Sistema
Único de Saúde. Entendendo que a ergonomia tem como
objetivo realizar modificações no ambiente e condições
de trabalho, essa se faz importante no momento de organizar uma UAN para minimizar possíveis problemas
de saúde que os trabalhadores possam ter originada
das condições de trabalho. Conclusão: A atenção à
saúde dos trabalhadores nas UAN’s está aumentando,
Saúde Soc. São Paulo, v.20, supl.1, 2011 136
à medida que as condições de trabalho influenciam
diretamente na performance e na produtividade, sendo
a ergonomia decisiva para isso.
A INCORPORAÇÃO DA BUSCA ATIVA DE SINTOMÁTICO RESPIRATÓRIO DE TUBERCULOSE NA
PRÁTICA DO AGENTE COMUNITÁRIO DE SAÚDE:
EXPERIÊNCIAS EM DUAS MODALIDADES DE ATENÇÃO BÁSICA.
Crispim, J.A. (1); Scatolin, B.E. (1); Silva, L.M.C (1);
Palha, P.F (1); Villa, T.C (1); Arcêncio, R.A (1);
Instituição: 1 - EERP/USP;
Introdução: Nos últimos anos, a política nacional
de controle da tuberculose (TB) tem enfatizado a
importância do estabelecimento de uma rede descentralizada, integrada a atenção básica (AB), visando
horizontalizar as atividades de vigilância, prevenção
e controle da doença, a partir da Estratégia Saúde da
Família (ESF) e do Programa de Agente Comunitário
de Saúde (PACS), como forma magna de acesso ao
diagnóstico precoce e ao tratamento da TB em todo
país. Nesta perspectiva, compreende-se que a inserção
dos Agentes Comunitários de Saúde (ACS), cuja lógica
das ações volta-se prioritariamente para a família,
possa contribuir para a identificação de sintomáticos
respiratórios (SR) e detecção precoce dos casos de TB
na comunidade. Objetivo: Dessa forma, propõe-se com
este estudo avaliar a incorporação da Busca ativa de
Sintomático Respiratório (BSR) de TB na prática dos
ACS em duas modalidades de AB. Método: Trata-se de
um estudo descritivo de corte transversal realizado
no município de Ribeirão Preto, considerado prioritário para o controle da TB no Estado de São Paulo. A
população foi composta por ACS das Unidades Básica
de Saúde (UBS) tradicionais e das ESF, após um levantamento realizado junto ao Cadastro Nacional de
Estabelecimentos de Saúde (CNES), totalizando 333
ACS. Em seguida extraiu-se uma amostra mínima de
108 sujeitos, que correspondeu a 69 ACS da UBS e 39
ACS da ESF. Para coleta de dados, utilizou-se um instrumento elaborado para AB e adaptado para avaliar a
atenção à TB. Os dados foram analisados no Software
Statistica da Statsoft versão 9.0, sendo calculadas
as medidas de posição e de dispersão. Resultados A
BSR pelo ACS quando da visita domiciliar se revelou
Anais XII Congresso Paulista de Saúde Pública
esporádica nas diferentes unidades, alcançando a
média entre os escores de 3,91 nas UBS (IC95% 3,624,20) e 3,82 nas ESF (IC95% 3,46-4,18). O controle de
comunicantes também se mostrou intermitente em
ambas às modalidades. Ainda não se observou nas
UBS e nem nas ESF a parceria com a comunidade ou a
mobilização de equipamentos sociais para realização
das ações de controle da doença. Conclusão: O estudo
evidencia a fragilidade do ACS de incorporar em sua
prática a BSR nas distintas modalidades de AB. Apesar
da magnitude atribuída a ESF como estratégia mais
profícua no controle da TB, observa-se que no cenário
investigado estes atores não têm avançado na identificação dos SR e para a detecção precoce dos casos de
TB na comunidade.
A INFLUÊNCIA DA MÍDIA NO COMPORTAMENTO
ALIMENTAR INFANTIL:ANÁLISE DAS PROPAGANDAS DE ALIMENTOS VEICULADAS NA TELEVISÃO
FAGIOLI, D. (1); PIMENTA, D.V. (1); BUENO, M.B. (1);
Instituição: 1 - UNIP;
Introdução: O tempo gasto com o hábito de assistir
televisão pelas crianças brasileiras tem aumentado
significativamente e a qualidade dos alimentos difundidos nas propagandas dos comerciais de televisão
são inadequados do ponto de vista nutricional. O
objetivo do presente estudo foi analisar os comerciais
de produtos alimentícios voltados ao público infantil
apresentados em duas emissoras de canal aberto de
televisão. Métodos: Os dados foram obtidos por meio
de gravação, em VHS. As gravações ocorreram no mês
de julho, época de férias escolares, durante duas semanas, incluindo os finais de semana. Resultados Foram
transmitidos 2.167 comerciais, sendo que 542 foram
produtos categorizados como “alimentos e bebidas”.
Cerca de 50% dos produtos alimentícios divulgados
foram classificados como ricos em açúcares. Os alimentos mais televisionados foram refrigerantes, iogurtes/
bebidas fermentadas e bolachas, tanto nos finais de
semana como no decorrer da semana. Conclusão: A
qualidade nutricional dos alimentos televisionados
nas emissoras analisadas não foi adequada dado que
a maioria era rico em açúcares conforme a recomendação e legislação vigente, resultando em alteração
do estado nutricional da população e aumento nos
gastos do SUS.
Saúde Soc. São Paulo, v.20, supl.1, 2011 137
A INTERFACE ENTRE ATENÇÃO À SAÚDE AUDITIVA processo e que possa fortalecer esta política em todos
os níveis de atenção, assegurando assim a melhoria da
E PROMOÇÃO DA SAÚDE
Vieira, G.I. (1); Pereira, I.M.T.B. (1);
Instituição: 1 - FSP/USP;
Introdução: A Política Nacional de Atenção à Saúde
Auditiva (PNASA) foi instituída em 2004, pelo Ministério da Saúde, por meio da Portaria GM/MS nº 2.073 de
28/09/2004, a qual permitiu avanços no aprimoramento das ações em saúde auditiva pelo SUS. Isso garantiu
um atendimento integral aos portadores de deficiência
auditiva e possibilitou a organização dos serviços em
uma rede hierarquizada, regionalizada e integrada,
contemplando os três níveis de complexidade da
atenção, propondo ações de promoção, recuperação e
reabilitação, bem como de prevenção de riscos e danos.
Objetivos: Analisar na literatura a produção científica
que relacione a atenção à saúde auditiva com o termo
promoção da saúde; Identificar na PNASA as ações que
visam à promoção da saúde. Método: Análise documental da PNASA (portarias, leis e decretos). Levantamento
bibliográfico conduzido na Biblioteca Virtual em Saúde, utilizando-se os descritores: “promoção da saúde”
and “audição”, em todos os itens. Após a leitura dos
títulos, dos resumos e por fim, dos textos na íntegra,
daqueles documentos que realmente possuíam relação
direta com nosso objeto de interesse, produziu-se a
categorização e resenha de cada documento de acordo
com uma ficha protocolar, a qual servirá de parâmetro
para a comparação e classificação dos estudos, correlacionando sempre ao objetivo proposto. Resultados
Até o presente momento foram encontrados e fichados
85 documentos, sendo que alguns deles não tratavam
diretamente da temática proposta nesta pesquisa e,
portanto, foram excluídos, por meio da leitura do título
e/ou do resumo. Destacam-se ações de promoção de
saúde, ligadas principalmente à atenção básica, por
meio da Estratégia de Saúde da Família (ESF) e Núcleo de Apoio à Saúde da Família (NASF). Discussão:
Estes achados, embora parciais e ainda incipientes,
serviram de base para um direcionamento do estudo
e pré-teste da ficha protocolar. Supõe-se ainda que
exista uma escassez de estudos que relacionem o binômio Promoção da Saúde – PNASA. Conclusões: Fica
evidente a necessidade de mais estudos nesta área e a
necessidade de incentivo de relatos de casos, uma vez
que a PNASA encontra-se implementada desde 2005.
Pretende-se que esta pesquisa seja um indutor deste
Anais XII Congresso Paulista de Saúde Pública
qualidade do cuidado com a saúde auditiva.
A INTERSETORIALIDADE COMO DESAFIO DAS
AÇÕES DE ALIMENTAÇÃO E NUTRIÇÃO NA ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA, NO MUNICÍPIO
DE SÃO PAULO
Coelho, D. E. P. (1); Utikava, N. (1); Vieira, V. L. (1);
Cervato-Mancuso, A. M. (1);
Instituição: 1 - Universidade de São Paulo;
Introdução: As ações de alimentação e nutrição no
Sistema Único de Saúde ganharam um novo contexto
com a sua reorganização em torno da Estratégia Saúde
da Família (ESF). O profissional dos Núcleos de Apoio
a Saúde da Família (NASF) deve conhecer o território
e promover a articulação com a comunidade e com os
diversos equipamentos a fim de oferecer maiores condições para a resolução dos problemas de saúde, dentro
dos quais está a Insegurança Alimentar.
Objetivo: Verificar as ações de alimentação e nutrição
segundo a adequação da carga horária de trabalho de
nutricionistas dos NASF do Município de São Paulo.
Método: Foram entrevistados 44 Nutricionistas dos
NASF no Município de São Paulo, questionados sobre
as quatro principais atividades realizadas no trabalho
e sua respectiva carga horária. Os dados das respostas
foram digitados e organizados de forma a comparar
com o preconizado para o Município, segundo os Eixos
Estratégicos definidos pelo documento “Diretrizes
e parâmetros norteadores das ações dos Núcleos de
Apoio a Saúde da Família – NASF”. Excluindo-se as
perdas, foram analisadas 164 ações.
Resultados Segundo os Eixos Estratégicos, foram citadas: 60 (36,6%) “Ações Compartilhadas”; 62 (37,8%)
“Atendimentos Específicos”; 2 (1,2%) “Ações Intersetoriais”; 40 (24,4%) “Outras Atividades”. De 148 ações
com descrição de carga horária, 55 (37,2%) estavam
adequadas quanto à carga horária preconizada.
Conclusão: A inadequação da carga horária evidencia
alta disparidade entre as ações realizadas, podendo
significar o comprometimento da resolutividade dos
problemas nutricionais. Ademais, deve-se atentar ao
baixo número de vezes em que foram citadas as ações
intersetoriais, por ser este um dos eixos prioritários
do NASF. A Segurança Alimentar e Nutricional (SAN),
enquanto objetivo das Ações de Alimentação e Nutri-
Saúde Soc. São Paulo, v.20, supl.1, 2011 138
ção, somente poderá se efetivar com diálogo entre a
saúde e os diversos setores e atores locais, portanto a
intersetorialidade ainda se apresenta como um desafio
para a concretização da SAN na Atenção Primária a
Saúde (APS). Entretanto, pela complexidade da APS,
é importante destacar que esse processo de trabalho
demanda uma intervenção ampla para promover a
saúde e ainda está em construção.
A MOTIVAÇÃO PARA O TRABALHO DOS VOLUNTÁRIOS QUE ATUAM EM HOSPITAL PÚBLICO ESTADUAL DE SÃO PAULO, REFERÊNCIA EM HIV
Siqueira SR (1); Zoboli ELCP (2);
Instituição: 1 - Instituto de Saúde; 2 - Escola de Enfermagem da Universidade de São Paulo;
A partir de pesquisa sobre o voluntariado nos hospitais públicos da Grande São Paulo “Humanização
e voluntariado: um estudo nos hospitais públicos da
Grande São Paulo” (Nogueira-Martins, 2009), realizado
com apoio Fapesp nº 07/51663-9, surge o interesse de
aprofundar temática num serviço referência para HIV/
aids. No Brasil, cerca de 25 milhões de pessoas formam
um batalhão de voluntários que doam tempo, trabalho
e talento para causas de interesse comunitário, em diversos setores sociais. Na saúde, a ação dos voluntários
contribui para a humanização do trabalho hospitalar,
incluindo as dimensões organizacionais, institucionais, profissionais e pessoais. As instituições hospitalares têm seu início associado ao trabalho religioso;
caritativo; de ajuda paternalista e assistencialista a
pessoas carentes ou viajantes. Em sua outra faceta,
propunham-se ao controle social ainda que, paradoxalmente, associassem-se a ideias de corrupção e má fé.
Desse início, o hospital encaminha-se para a expressão
da ética da solidariedade e participação cidadã, seus
motes mais recentemente. Nessa motivação destacamse valores como cidadania e participação responsável,
consciente e comprometida com a comunidade: indivíduos e instituições. Nesse cenário, o voluntariado,
na saúde, objetiva o exercício da cidadania com ações
para a melhoria da qualidade de vida dos usuários dos
serviços públicos de saúde. Na prefeitura de São Paulo,
contribui para o atendimento humanizado dos hospitais e unidades básicas, por meio de: melhorias do bem
estar dos pacientes e familiares; busca de parcerias
para a melhoria do trabalho voluntário; contribuição
para disseminação de informação de saúde. Indaga-se
Anais XII Congresso Paulista de Saúde Pública
sobre a “A motivação para o trabalho dos voluntários
que atuam em hospital público estadual de São Paulo,
referência em HIV”. O objetivo geral é avaliar a motivação para atuar como voluntário em um hospital
público referência em HIV. O propósito é analisar: o
significado da atividade voluntária; as razões que os
levaram a realizar atividades voluntárias; a visão do
gestor hospitalar sobre a presença da equipe voluntária
no hospital. A pesquisa constitui estudo de doutorado
aprovado pelo CEP do Instituto de Infectologia do
Hospital Emílio Ribas.
A PERCEPÇÃO DOS IDOSOS SOBRE AS TECNOLOGIAS DIGITAIS
Cavalcante, Maria Clemilse (1); Alves, L.A.A.R. (2);
Instituição: 1 - UNIVERSIDADE MUNICIPAL DE SÃO
CAETANO DO SUL; 2 - USCS;
A pesquisa realizada teve como objetivo analisar a percepção dos idosos a respeito das tecnologias digitais
em que fica evidente a importância de suas relações
com o mundo. Foi utilizada a abordagem qualitativa,
com intuito de aproximar o pesquisador com o habitat
natural da pesquisa. Os dados foram coletados com
08 idosos que freqüentavam o Centro de Convivência
do Idoso, localizado no bairro de Itaquera, São Paulo
- Capital, no período correspondente de maio a junho
de 2010, com duração de uma hora, por meio de entrevistas semiestruturadas. Como principais resultados, a
maioria dos idosos entende a respeito do significado de
tecnologia, considera como ferramentas digitais todas
aquelas utilizadas em seu cotidiano. Verificou-se que a
inclusão digital para os idosos contribui como recurso
para novas aprendizagens, auxilia em sua integração
com familiares e amigos e no reconhecimento de seu
potencial. Apenas dois idosos não pretendem utilizar o
computador, em razão da falta de tempo para conviver
com as pessoas. A maioria percebe a contribuição do
computador na melhoria da qualidade de vida.
A PERCEPÇÃO DOS JOVENS A RESPEITO DAS
DOENÇAS SEXUALMENTE TRANSMISSÍVEIS: UMA
AÇÃO EDUCATIVA EM SAÚDE.
Abdalla, FTM (1); Amaral, DP (1); Araujo, GA (2); Coghi, M (2); Boyadijan, MH (2); Santos, NCO (2); Divino,
PHA (2); Gusmão, RD (2); Guirro, TG (2); Gomes, WC
(2);
Instituição: 1 - CSEBF; 2 - FCMSCSP;
Saúde Soc. São Paulo, v.20, supl.1, 2011 139
Introdução: No mundo, no campo das DST (doenças
sexualmente transmissíveis), 1 em cada 20 jovens
apresenta algum tipo de agravo a cada ano. Com relação a epidemia da Aids, metade de todos os casos
registrados são de jovens. Estima-se que 10 milhões de
adolescentes são infectados pelo virus do HIV, ou estão
propensos a desenvolver a Aids entre os próximos 3 a
15 anos. Aproximadamente 80% dessas transmissões
decorreram do sexo desprotegido. No Brasil, de todas as
notificações pelo agravo da Aids, até 2004, constatouse que a maior concentração dos casos estava na faixa
etária de 20 a 34 anos (49,3%). Considerando que há um
intervalo de cerca de 10 a 15 anos de infecção assintomática, estima-se que a transmissão do vírus possa
estar ocorrendo no período da adolescência.
Objetivo: Identificar a percepção do jovens a respeito
da temática DST/Aids.
Método: É um estudo quantitativo, que utilizou um questionário fechado com questões que abrangem o conceito,
as formas de transmissão e prevenção das doenças sexualmente transmissíveis. Após a coleta de dados, iniciouse uma atividade educativa a respeito das DST.
Resultados Foram aplicados 121 questionários sendo
que 60,3% correspondiam a alunos do sexo masculino
e 39,7% do sexo feminino. A média de idade foi de 17,8
anos. Quanto a escolaridade 18% alunos afirmaram
ter ensino fundamental (5,7% incompleto e 12,3%
completo) e 77,6% afirmaram ter ensino médio (48,7%
incompleto e 28,9% completo); apenas 3,3% dos alunos
afirmaram ter ensino superior incompleto. No questionário respondido antes da discussão em grupo, 36%
não sabiam ou achavam que o beijo na boca transmitisse Aids, 52% não sabiam ou achavam que o mosquito
poderia transmitir o HIV. Com relação as hepatites B e
C, 57% não sabiam ou achavam que não eram doenças
sexualmente transmissíveis. Do total, 55% não sabiam
o que era o HPV, e 72% não sabiam ou não achavam
que homens poderiam ter HPV. Sobre a importância
da camisinha na prevenção das DST, 90,9% dos alunos
acreditam ser eficaz para Aids, 35,5% para sífilis, 25,6%
para HPV, 18,2% para hepatite B, 14% para hepatite C
e 5,8% não responderam.
Conclusão: Percebe-se que a falta de informação ainda
é um obstáculo para a prevenção e o controle das doenças sexualmente transmissíveis, e que as atividades
educativas tornam-se indispensáveis na formação dos
indivíduos, prártica esta que deve fazer parte das ações
em Saúde Pública.
Anais XII Congresso Paulista de Saúde Pública
A PERSPECTIVA DO ENFERMEIRO DE SAÚDE DA
FAMÍLIA COMO EDUCADOR À LUZ DA FENOMENOLOGIA
Barbosa, G. C. (1); Ogata, M.N. (1);
Instituição: 1 - UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO
CARLOS - UFSCAR;
Todos nós, de certa forma, convivemos com a educação
em diversos momentos, sempre aprendendo, ensinando
ou aprendendo e ensinando. A educação é um fenômeno
presente na existência humana, levando o homem à
maior interação consigo mesmo, com os outros e com a
sociedade. Na Estratégia Saúde da Família, ela permeia
todas as profissões que configuram a equipe, principalmente a enfermagem, dando-lhes atribuições para que
possam contribuir no processo de trabalho e nas condições de saúde da população. Assim, essa investigação
teve como finalidade apreender os significados atribuídos ao ato de educar pelas enfermeiras que atuam na
Estratégia Saúde da Família. Para tanto, recorremos a
Metodologia de Pesquisa Qualitativa - a fenomenologia, que permitiu-nos o acesso a esse objeto de estudo,
à sua essência. Foram coletados depoimentos de doze
enfermeiras que trabalham em Unidades de Saúde da
Família em um município do interior do estado de São
Paulo, mediante à questão norteadora: “O que significa para você o papel de educador do enfermeiro na
Estratégia de Saúde da Família? Descreva para mim”.
A análise compreensiva dos discursos revelou-nos que,
sob a ótica desses profissionais, o processo de educação se mostra como sendo: importante, necessário e
intrínseco ao trabalho do enfermeiro, tanto no âmbito
da assistência como na esfera do trabalho em equipe;
envolve dificuldades e fragilidades relacionadas às
altas demandas, burocracia, falta de apoio da equipe
de gestão, falta de planejamento, excesso de trabalho,
baixa remuneração e pouco reconhecimento do trabalho do enfermeiro pela equipe de saúde; requer atribuições de sentidos e significados para a construção do
conhecimento por todos os envolvidos no processo de
educação; onde o despreparo para o ensino de graduação e pós-graduação - modalidade Residência Multiprofissional - surge como sendo um fator preocupante.
Este estudo possibilitou o desvelamento de algumas
facetas relevantes na atuação do enfermeiro enquanto
educador. As convergências analisadas sinalizam para
novos caminhos, que abrem possibilidades para a atuação desse profissional face às propostas inovadoras
Saúde Soc. São Paulo, v.20, supl.1, 2011 140
da Estratégia Saúde da Família e da Política Nacional
de Educação Permanente.
A POLÍTICA NACIONAL DE PRÁTICAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES E O DESPREPARO
DOS GESTORES PARA A SUA IMPLEMENTAÇÃO
NO SUS
Ischkanian, P. C. (1); Pelicioni, M. C. F. (1);
Instituição: 1 - FSP/USP;
Como forma de integrar outras racionalidades médicas
a Atenção à Saúde, o Ministério da Saúde aprovou, em
2006, a Política Nacional de Práticas Integrativas e
Complementares (PNPIC) buscando atender, sobretudo, a necessidade de incorporar e implementar experiências que há algum tempo vêm sendo desenvolvidas
com sucesso no Sistema Único de Saúde (SUS). Assim,
tem se tornado cada vez mais urgente investigar os
conhecimentos, opiniões e representações sociais
dos gestores e profissionais de saúde sobre essas
Práticas (PIC) no SUS, e identificar as dificuldades e
desafios que se apresentaram em sua implementação,
utilização e divulgação nos Serviços de Saúde. Uma
pesquisa realizada, na zona norte de São Paulo, por
integrantes de uma Faculdade Pública do Estado de
São Paulo, em 2011 revelou que a falta de preparo dos
gestores tem dificultado a implementação e o avanço
das Práticas Integrativas e Complementares na rede
de saúde deste município. Foram utilizadas como
instrumentos de pesquisa, entrevistas com gestores
e profissionais de saúde da Prefeitura Municipal de
São Paulo e os dados analisados qualitativamente.
Os resultados mostraram que os gestores não conhecem a Política (PNPIC). Além dos gestores, apenas ¼
dos profissionais de saúde entrevistados relataram
conhecê-la o que indica problemas que vão interferir
seriamente na implementação da Política. Outro problema detectado foi a falta de divulgação da oferta das
Práticas aos usuários locais. Há também um descompasso entre as gestões federal, estadual e municipal,
principalmente em relação à multidisciplinaridade da
equipe de saúde preconizada pela Política em âmbito
nacional e que nas esferas estadual e municipal têm
considerado apenas profissionais médicos para o
exercício da Acupuntura e da Homeopatia, entre outras
Práticas e Racionalidades. Concluiu-se também pela
investigação que prevaleceu a postura de uma gestão
passiva evidenciando um despreparo para a adesão a
novos modelos assistenciais e gerenciais em saúde.
Anais XII Congresso Paulista de Saúde Pública
A aplicação da Política (PNPIC) foi considerada como
uma ação difícil e os principais motivos expressos nas
entrevistas foram a falta de formação específica sobre
o assunto e a ausência de qualificação compatíveis com
o atendimento de práticas não convencionais no SUS.
Outro fato que tem contribuído para esses resultados
é que a Política Nacional de Práticas Integrativas e
Complementares, desde sua elaboração em 2006 não
têm sido contemplada pela Agenda de Compromissos
pela Saúde.
A PRÁTICA INSTITUCIONALIZADA DO AGENTE COMUNITÁRIO DE SAÚDE: O DESAFIO DA PRÁXIS
Queirós, A.A.L (1); Lima, L.P (1); Pereira, I.D.F (2);
Silva, S.S.V (3); Santos, M.P. (4);
Instituição: 1 - UFPE; 2 - ESP/FIOCRUZ; 3 - Hospital
das Clínicas - USP; 4 - USP;
O objetivo desta pesquisa é analisar a prática social do
trabalho do Agente Comunitário de Saúde – ACS – no Recife. Para tanto, adotou-se uma abordagem qualitativa,
cuja ferramenta teórico-metodológica está alicerçada
no materialismo histórico e dialético. O ACS é singular na sua conformação, pois tem no seu contexto de
trabalho e de moradia um importante recorte de classe
social. Apesar da institucionalização do trabalho do
ACS, ele mantém na sua prática referências forjadas
na sua atuação popular e comunitária. Destacamos
que a institucionalização do trabalho do ACS, por si
só, é um processo contraditório e conflituoso do ponto
de vista da política institucional, já que a sua prática
pode ser considerada extensão do poder popular. Ao
mesmo tempo, é importante lembrar que o território
onde vive e atua o ACS exerce influência na produção
seu trabalho.
A PRECEPTORIA EM ENFERMAGEM NA ATENÇÃO
PRIMÁRIA À SAÚDE COM INSTRUMENTO DE
GESTÃO
Ribeiro, M. P. D. de S. (1); Martins, C. L. (1);
Instituição: 1 - FSPUSP;
A preceptoria em enfermagem na Atenção Primaria
à Saúde tem o desafio de proporcionar aprimoramento aos enfermeiros, ao passo que discute e apóia
os mesmos na busca por qualificação da assistência
prestada ao usuário, família e comunidade. Objetivos:
Compreender a preceptoria em enfermagem e suas
interações nos processos educativos e de gestão dos
Saúde Soc. São Paulo, v.20, supl.1, 2011 141
serviços de Atenção Primária da Organização Social
(OS) Santa Marcelina. Metodologia: Trata-se de um
Estudo de Caso com abordagem qualitativa. Para coleta
de dados, trabalhou-se com fontes documentais utilizadas pela preceptoria e, entrevista com preceptores
e técnicos atuantes na gestão regional. Utilizou-se a
Análise Temática como método para tratamento dos
dados. Foram identificadas cinco categorias temáticas:
Preceptoria e seu papel como Educador; Preceptoria e
suas Interações; Preceptoria e a diversidade de seus
Elos; Preceptoria e Gestão; e A Ambiguidade no papel
da Preceptoria. Resultados Seu papel como educador,
proporciona espaço de troca e escuta aos enfermeiros
das Unidades, trazendo importantes elementos da
Política de Educação Permanente, além de possibilitar
aperfeiçoamento de conhecimentos e habilidades requeridas à função. Suas Interações facilitam a interlocução
entre Gestão Regional e Gerenciamento Local, frente
às necessidades enfrentadas no cotidiano, tornando
conhecidas limitações e potencialidades. O estabelecimento de seus elos proporciona vínculo e transmissão
de confiança, tanto à gestão quanto aos enfermeiros
locais, apoiando a tomada de decisão, articulando
ações nos diferentes espaços e oferecendo suporte às
mudanças. Seu papel na gestão pode ser demonstrado
pela similaridade de sua atuação com a função de supervisão, utilizando-se mais dos aspectos pedagógicos
e políticos dessa atividade, fortalecendo a organização
do trabalho, planejamento, apoio à questões relacionais,
avaliação, tomada de decisão, fortalecimento de metas
e diretrizes e aumento da qualidade nos processos. Dadas essas características, emerge seu papel “ambíguo”
visto que, em alguns momentos, esse preceptor atua
como educador e “gestor”, podendo gerar desconforto,
conflito de papéis e perda de confiança, caso não seja
bem trabalhado. Considerações Finais: A união desses
cinco temas possibilita a visualização da preceptoria
como prática Institucional emergente que tende a ser
coletivizada para toda a equipe, abarcando, complementariamente, elementos da gestão de recursos humanos,
supervisão e educação permanente.
A PRODUÇÃO CIENTÍFICA PAULISTA SOBRE O
TEMA AIDS NO ÂMBITO DA ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM SAÚDE COLETIVA (ABRASCO): UM ESTUDO DESCRITIVO DOS
CONGRESSOS BRASILEIROS DE CIÊNCIAS SOCIAIS
E HUMANAS EM SAÚDE, 1995-2007
Anais XII Congresso Paulista de Saúde Pública
Barboza, R. (1); Ianni, A.M.Z. (2); Alves, O.S.F. (3);
Rocha, A.T.S. (4); Viana, S.D.L. (2); Silva, C.A.S. (1);
Gonçalves, B.A. (1);
Instituição: 1 - Instituto de Saúde - SES/SP; 2 - Faculdade de Saúde Pública - USP; 3 - Instituto Butantan;
4 - Departamento de Antropologia - USP;
Introdução: Os primeiros casos de Aids do país foram
notificados em São Paulo, onde foi implantado pela
Secretaria Estadual de Saúde, em 1983, o primeiro
programa do país destinado ao controle da epidemia.
Na ABRASCO, desde 1990 a Aids é um tema emergente
(Marsiglia et al, 2003) presente na agenda da Saúde
Coletiva. Objetivos: Analisar a produção científica do
estado de São Paulo sobre o tema Aids nos quatro Congressos Brasileiros de Ciências Sociais e Humanas em
Saúde, promovidos pela ABRASCO entre 1995 e 2007.
Método: Análise documental dos Anais dos congressos,
organizado em banco de dados, submetidos à análise
descritiva nas categorias: instituição, estado/região,
vínculo dos autores, metodologia, tipo de relato (experiência/pesquisa), objeto e população. Os resumos
foram selecionados pelas palavras: HIV, Aids, DST,
vulnerabilidade, grupo de risco, preconceito, estigma,
prevenção, preservativo, sexualidade e antiretroviral.
Resultados Foram encontrados 6035 resumos, sendo
169 sobre o tema Aids, oriundos de todas as macrorregiões, concentrados no SE (59,2%) e NE (27,1%). Os
estados com maior frequencia foram RJ (48), SP (42)
e BA (17), perfazendo 66% da produção científica na
ABRASCO. A produção paulista representou 24,8% dos
trabalhos, apresentados na modalidade pôster (74%)
e oral (26%), concentrados no IV Congresso (55%).
Majoritariamente foram relatos de pesquisas (93%),
ancorados na metodologia qualitativa (66,6%), apresentados pela Academia (71,8%), seguido dos Serviços
(17,9%), parceria Academia/Serviço (7,7%) e ONG (2,6%).
Os principais objetos dos estudos acadêmicos foram:
avaliação de projetos prevenção (5); produção de conhecimento teórico-metodológico/representações sociais
do HIV (4) e aconselhamento e testagem anti-HIV/gestão descentralizada (3). Os objetos mais investigados
pelos Serviços foram: avaliação de projetos prevenção
(5) voltados para adolescentes; qualidade da assistência (3) para soropositivos e gestantes; e formação de
profissionais da saúde (1). As populações mais referidas no conjunto dos relatos foram os profissionais
da saúde (8), as pessoas vivendo com HIV/Aids (6), os
adolescentes (5) e os pesquisadores (4). Conclusão: A
Saúde Soc. São Paulo, v.20, supl.1, 2011 142
análise evidencia a relevância da produção científica
sobre o tema Aids no estado de São Paulo e no cenário
nacional e sua contribuição para consolidação das
Ciências Sociais no campo da Saúde Coletiva. Aporta,
ainda, elementos para a análise das prioridades da
agenda paulista de pesquisa em DST/Aids.
meios para o individuo ser reinserido na sociedade.
Este estudo mostra a importância deste modelo, com a
mudança de vida para estes egressos. Ainda mostra que
mesmo em um ambiente propicio à reinserção social
e fuga do modelo manicomial, falhas ainda existem.
A Residencia Terapêutica prepara os individuos para
serem reinseridos a sociedade e representa um modelo
contrário ao manicômio.
A RESIDÊNCIA TERAPÊUTICA NA PROMOÇÃO DA
REINSERÇÃO SOCIAL DO INDIVÍDUO PORTADOR
A SAÚDE MENTAL NA VISÃO DOS AGENTES CODE TRANSTORNO MENTAL
MUNITÁRIOS DE SAÚDE.
Maria do Perpétuo S.S. Nóbrega (1); Thiago de Melo
Fernández Veiga (2);
Instituição: 1 - FACULDADE DE MEDICINA DO ABC;
2 - CAPS ITAPEVA-SPDM;
Introdução: No Brasil, as casas Residencias Terapêuticas (RT) apareceram nos 90. As Residências
Terapêuticas são elementos centrais no processo de
desconstrução do cuidado ao indivíduo acometido por
transtorno mental centrado no espaços manicomiais
e atende ao novo contexto da Reforma Psiquiátrica
Brasileira. Desenvolve ações para a reintegração de
indivíduos na comunidade respeitando o processo de
desinstitucionalização. Objetivo: compreender o processo de reinserção social de egressos de um hospital
psiquiátrico para a proposta de Residência Terapêutica. Metodologia: Pesquisa qualitativa, com entrevista
semi-estruturada gravada. Resultados emergiram 4 categorias que ilustram as visões dos usuários do serviço,
sendo: 1) Necessidades Humanas Básicas: o direito à
alimentação 2) Privacidade no Auto-cuidado: o respeito
à individualidade e o resgate de uma identidade 3) O
resgate da cidadania através da Autonomia, da independência e da liberdade 4) Residência Terapêutica: um
lar ou uma casa de passagem?. Considerações Finais:
percebe-se grande satisfação por parte usuários, que
permaneceram anos confinados a uma ambiente manicomial. A dignidade de ter um espaço próprio e uma
vida mais independente ressalta a positividade deste
serviço. Em contra partida, percebe-se ainda, algumas
condutas e heranças asilares, resgatando a tênue idéia
do modelo manicomial. O estigma que sofre o portador
de transtorno mental permeia a sociedade de forma
cruel e perversa, nesse sentido a criação de serviços
que valorizam o indivíduo sinaliza a evolutiva tendência em melhorar a percepção acerca da saúde mental. A
Residência Terapêutica vai além de desencarcerar portadores de transtornos mentais, ela prepara e favorece
Anais XII Congresso Paulista de Saúde Pública
Sousa, L.s. (1); Martin, D. (1);
Instituição: 1 - UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SANTOS;
Atualmente, a saúde mental é um tema que expressa
importantes debates, esclarecendo que os problemas
de saúde mental independem de classe social e faixa
etária.
Diante da repercussão que essa temática tem gerado
para benefício da saúde pública, observa-se que ações
conjuntas que buscam prevenir e promover assistência
as pessoas com problemas mentais e as suas famílias
são importantes. O trabalho do agente comunitário
de saúde do Programa Saúde da Família (PSF) surge,
portanto, como uma nova estratégia de assistência a
esse campo_ tão complexo.
O presente estudo objetiva compreender como os agentes comunitários do PSF interpretam a saúde mental.
O estudo foi desenvolvido na cidade de Praia Grande,
situada na Baixada Santista, em São Paulo. O município é privilegiado para a realização de estudos nos
Programas Saúde da Família, por conter Programas
bem estruturados. As técnicas da pesquisa foram:
observação etnográfica e entrevistas em profundidade
com os agentes comunitários de saúde do PSF.
A análise dos dados, ainda em andamento, destaca a
maneira que os agentes comunitários do Programa
planejam e desenvolvem intervenções acerca de suas
compreensões sobre saúde mental. Pretende-se, ao
final, integrar os resultados numa reflexão sobre o
suporte necessário para que tais profissionais possam
levar adiante o seu trabalho adequadamente, quando
tratar-se de saúde mental.
A TUBERCULOSE EM AMBIENTE PRISIONAL: REALIDADE E DESAFIOS
Frazili, RTV (1); Souza, NC (1); Silva, PSA (1);
Instituição: 1 - FATEA;
Saúde Soc. São Paulo, v.20, supl.1, 2011 143
Introdução: Alguns estudos indicadores do aumento
da infecção tuberculose no ambiente prisional apontam como um dos fatores à quantidade de tempo em
que o sentenciado permanece encarcerado, realidade
que indica a Penitenciária como importante fator na
origem e transmissão da tuberculose. Objetivo: Relacionar o tempo de encarceramento ao risco de infecção
e transmissão de tuberculose. Método: Realizou-se um
estudo em uma Penitenciária de Segurança Máxima
do Vale Paraíba, SP por meio de pesquisa documental
nos prontuários dos sentenciados notificados com tuberculose no período de julho de 2005 á junho de 2010.
A população estudada foi 143 detentos, tendo como
variável o tempo de sentença. Resultados Observouse ser o tempo de encarceramento um dos principais
agravantes para a proliferação da tuberculose neste
presídio, aliados a outros fatores, tais como dependência química anterior e co-infecção HIV. Conclusão:
A permanência de encarceramento demonstrou ser
importante agravante no desenvolvimento da tuberculose em ambiente prisional, indicando a necessidade
de projetos para implantação e/ou implementação de
uma assistência promotora de saúde nesse local em
especifico.
Palavras chaves: Tuberculose, Penitenciária, Encarceramento.
A TUBERCULOSE NO IMAGINÁRIO SOCIAL DAS
FAMÍLIAS E PACIENTES EM SEGUIMENTO EM UM
SERVIÇO DE SAÚDE DE RIBEIRÃO PRETO (2011)
Crispim, J.A. (1); Silva, T.C. (1); Freitas, I.M. (1); Fiorati,
R.C. (2); Rockenbach, A.R. (3); Arcêncio, R.A. (1);
Instituição: 1 - EERP/USP; 2 - Terapeuta Ocupacional
do Hospital Santa Tereza de Ribeirão Preto; 3 - Centro de Orientação, Reintegração e Assistência Social;
Introdução: A importância da família enquanto instituição formadora do sujeito nas dimensões sociais,
ético-política e educativa é reconhecida em diferentes
campos do saber. No campo da saúde, há um consenso
sobre a relevância das famílias no manejo do cuidado.
No contexto da TB, a inclusão de tal instituição representa uma fonte de estímulo e a possibilidade da construção de um novo horizonte para os doentes de TB. Objetivo: Assim, este estudo busca avaliar as percepções
e o conhecimento dos pacientes diagnosticados de TB
e seus familiares sobre a doença. Método: Trata-se de
um estudo de abordagem qualitativa, sendo seleciona-
Anais XII Congresso Paulista de Saúde Pública
dos pacientes de TB e famílias em seguimento em um
Centro de Referência para Diagnóstico e Tratamento
de pacientes com TB. Os critérios para a inclusão dos
sujeitos foram: Idade acima dos 18 anos, co-habitantes
dos doentes de TB e ter disponibilidade para se deslocar
à unidade de saúde. Para a coleta de dados, utilizou-se
a técnica do grupo focal. Resultados Os resultados
demonstram conhecimento fragmentado sobre a TB,
condutas preconceituosas presenciadas ou praticadas
pelas famílias. Dificuldade de compreensão das causas
da TB pelas famílias e doentes. As crenças e as práticas
tradicionais de cura faziam parte do contexto social
dos sujeitos investigados. Conclusão: O conhecimento
sobre a doença mais se relacionou a cultura popular,
se desenvolvendo a partir das experiências de vida dos
sujeitos, no intercâmbio entre as informações técnicocientíficas e os demais sistemas alternativos comuns
ao universo dos sujeitos investigados.
A VIOLÊNCIA DOMÉSTICA SEXUAL CONTRA
CRIANÇA E A PROBLEMÁTICA DA OCULTAÇÃO
PELO PACTO DO SILÊNCIO SOB A ÓTICA DOS
PROFISSIONAIS DA SAÚDE.
Moraes, E.M. (1); Moraes, S.D.T.A. (1); Portella, C.F.S.
(1); Matsumoto, A.E. (2);
Instituição: 1 - NEVHAS; 2 - UNIBAN;
Introdução: o pacto do silêncio tem colaborado na
perpetuação do abuso, tendo em vista que aqueles
que deveriam proteger a criança são os próprios vitimizadores.
Objetivos: analisar o pacto do silêncio sob a ótica dos
profissionais que atuam na atenção às crianças em
situação de violência doméstica em uma região de alta
vulnerabilidade social na cidade de São Paulo.
Método: realizamos entrevista semiestruturada, com
perguntas abertas, com as diversas categorias de
profissionais (88) que interagem com a crianças em
situação de violência doméstica e sexual, participantes
de um seminário sobre prevenção da violência doméstica, realizado em uma Universidade da Zona Sul de São
Paulo. O conteúdo das falas foi tratado segundo técnica
do Discurso do Sujeito Coletivo de Lefévre & Lefévre,
2005 e classificadas pelo Qualiquantisoft.
Resultados apareceu medo, vergonha e dependência
como fator de grande relevância. DSC referente ao Processo Interdisciplinar Necessário-“No abuso sexual da
criança com síndrome de segredo nós temos uma clara
Saúde Soc. São Paulo, v.20, supl.1, 2011 144
neces¬sidade do direito e uso de uma Consulta Interdisciplinar Diagnóstica Personalizada ou Anônima nas
redes profissionais, antes da intervenção, nos casos de
vagas suspeitas de primeira-linha e revelações parciais.
Não identificar e nomear imediatamente a criança envolvida”. Suspeita de segunda-linha “Tem que ser bem
fundamentada e bem documentada.Planejar a ação da
revela¬cão”.Intervenção familiar -“Não deve ainda alertar ou envolver qualquer mem¬bro da família. Função
da Consulta Interdisciplinar Diagnóstica Anônima “
Ajudar outros profissionais na rede a evitar a confusão
entre a crise familiar e a sua própria crise na intervenção inicial da crise da revelação.Cautela na intervenção-“ A nossa própria comunicação, poderá alertar a
criança que suspeitamos de abuso sexual, e nós, como
profissionais, iremos desencadear inadvertidamente
uma crise de revelação prematura e descontrolada. Nós
então precisamos agir imediatamente, e muitas vezes
prematuramente, antes de termos preparado outros
colegas que precisam ser envolvidos.
Conclusão-Falar com as crianças para avaliar uma revelação coloca os profissionais sob grande pressão, no
sentido de obter informações verdadeiras e objetivas.
Distinguir entre a tarefa de avaliar a saúde mental da
criança e a necessidade de obter informações verdadeiras por razões legais ou estatutárias exige dos profissionais alem da capacidade muita sensibilidade.
A VIVÊNCIA DAS MÃES COM FILHOS HOSPITALIZADOS
Perussi, MA (1); Camillo, SO (1);
Instituição: 1 - FACULDADE DE MEDICINA DA FUNDAÇÃO ABC;
Introdução: A mãe ao acompanhar seu filho durante
a hospitalização aparece como figura de apoio, mas
que, por sua vez, também vivencia medos frente à
atual situação. Mesmo a angústia de morte vivida pela
criança é também sentida por ela. Nesse sentido, a angústia, o medo da morte, a dor em ver seu filho doente,
a preocupação com o afastamento do lar, dos outros
filhos e, porventura, do trabalho tornam-se presenças
contínuas não só para as mães, mas também para seus
filhos afetando, de algum modo, o vínculo entre eles.
Objetivo: Caracterizar os sentimentos vivenciados
pelas mães durante o período de hospitalização de
seu filho. Metodologia: Trata-se de uma pesquisa qualitativa descritiva. Foram realizadas cinco entrevistas
Anais XII Congresso Paulista de Saúde Pública
individuais com mães de crianças hospitalizadas, que
concordaram em participarem do estudo.. Para o tratamento dos dados utilizou-se Análise de Conteúdo. Resultados Foram identificadas as seguintes categorias:1.
Modificando a rotina familiar e assumindo a necessidade da hospitalização da criança, 2. Hospitalização:
sofrimento e apoio compartilhado entre mãe e filho, 3.
Vivenciando a culpa da mãe pela hospitalização de seu
filho, 4. Hospitalização: vivenciando a saudade de casa
por mãe e filho. Conclusão: Por meio das categorias,
pudemos conhecer os sentimentos e as percepções
apresentadas pelas mães que encontram-se com seus
filhos hospitalizados. Percebe-se que a hospitalização
gera sentimentos de muito sofrimento, mas que podem
ser amenizados por meio de uma assistência individualizada. Portanto, é preciso considerar a possibilidade de
uma hospitalização que privilegie uma visão complexa
não só da criança hospitalizada, mas da mãe que o
acompanha, reconhecendo a importância dos aspectos
psico-emocionais no processo saúde-doença .
A VULNERABILIDADE PROGRAMÁTICA DAS MULHERES VÍTIMAS DE VIOLÊNCIA DOMÉSTICA ÀS
DST/AIDS NO BRASIL: ANÁLISE DOS DOCUMENTOS NORTEADORES DA ASSISTÊNCIA
Terra, MF (1); d‘Oliveira, AFPL (2);
Instituição: 1 - CSEButantã - Samuel Barnsley Pessoa; 2 - FMUSP - Medicina Preventiva;
A violência contra a mulher é um fenômeno de alta
magnitude, impactanto a saúde da mulher e sua família, ocorrendo majoritariamente por parceiros íntimos.
Objetivos: analisar a abordagem do tema da violência
sexual doméstica nos documentos norteadores do
Ministério da Saúde e Secretaria Municipal de Saúde
de SP sobre abordagem às DST/Aids nas mulheres vítimas de violência sexual. Metodologia: Foi realizada
análise documental em materiais oficiais e atuais
que abordam a política nacional de atenção integral à
saúde da mulher nos aspectos que tratem da conexão
entre DST/AIDS e violência sexual. Resultados Foram
analisados os documentos: “Caderno de violência
doméstica e sexual contra a mulher. SMS (SP) 2007”,
“Prevenção e tratamento dos agravos resultantes
da violência sexual contra mulheres e adolescentes:
Norma Técnica. MS (DF) 2010” e “Atenção às pessoas
em situação de violência doméstica e sexual. MS (DF)
2010”. Percebeu-se que as políticas públicas reconhe-
Saúde Soc. São Paulo, v.20, supl.1, 2011 145
cem a existência da violência sexual contra a mulher.
É patente a preocupação no acolhimento a oferta de
assistência psicológica, social e médica pelos serviços
de saúde às mulheres vítimas da violência sexual, e as
principais ações previstas são: a anticoncepção de urgência e profilaxia às DSTs/HIV. Porém tais ações são
pensadas para os agressores estranhos ou conhecidos,
mas não familiares que convivem com as mulheres.
É referido nos documentos analisados a questão de
gênero como uma grande responsável pela violência
doméstica e sexual, levando a opressão, danos graves
às mulheres e às suas famílias. Conclusões: as ações
em saúde estão focadas no cuidado de mulheres que sofreram violência sexual por estranhos ou conhecidos,
episódio único, que buscaram assistência e verbalizam
a violência sofrida. Porém, nã há incentivo à busca
ativa da violência no âmbito rotineiro da assistência
nos serviços de saúde de atenção primária, buscando
diminuir vulnerabilidades às DSTs/Aids, dentre outros
agravos que impactam na saúde integral da mulher
e família. A violência sexual por parceiro íntimo ou
familiares permanece não revelada e negligenciada
pelos serviços de saúde. Assim, mostra-se necessária
a organização da assistência, tendo o cuidado integral
como norteador das ações em saúde considerando as
vulnerabilidades a que estão expostas as mulheres
na sociedade, e construção de protocolos adequados
também para estes casos.
ABORDAGEM EM ÁLCOOL E DROGAS NA SAÚDE
DA FAMÍLIA: PERCEPÇÃO DOS USUÁRIOS DO
CAPS AD
Batista, K. (1); Martins, S. T. F. (1);
Instituição: 1 - UNESP;
Introdução: A Política do Ministério da Saúde para a
Atenção Integral a Usuários de Álcool e outras Drogas
(2004) preconiza ofertas terapêuticas preventivas,
reabilitadoras, educativas e promotoras da saúde, na
perspectiva da integração social e produção da autonomia dos usuários. O Centro de Atenção Psicossocial
Álcool e Drogas (CAPS ad) é um serviço secundário de
cuidado aos usuários de álcool e/ou drogas substitutivo
à institucionalização e comprometido com a inserção
social. Considerando a Estratégia Saúde da Família
(ESF) como um modelo de reorganização da atenção
básica fundamentado na busca ativa, na importância
do vínculo comunitário e do acompanhamento longitu-
Anais XII Congresso Paulista de Saúde Pública
dinal de sua população adscrita, é importante observar
como se manifesta a articulação entre os profissionais
da ESF e os usuários assistidos no CAPS ad. Objetivo:
Esse estudo investigou como oito usuários do CAPS
ad de um município do interior do estado de São Paulo
residentes em áreas de abrangência de cinco Unidades
de Saúde da Família (USF) avaliam sua relação com a
equipe profissional das USF. Método: Foi utilizada a
entrevista semi-estruturada e os dados foram analisados à luz da Psicologia Sócio-Histórica por meio da
apreensão de significados. Resultados Observou-se que
a maioria dos usuários chega ao CAPS ad via serviços
terciários de saúde, não respeitando a hierarquização
proposta pelo Sistema Único de Saúde e sugerindo
um distanciamento dos usuários de SPA com a USF.
A maioria referiu pouco utilizar os serviços da USF, e
aqueles que o fazem em geral buscam cuidados clínicos, constatando apenas o relato de uma usuária que
participa de um grupo terapêutico semanal onde é permitida a expressão de sofrimento psíquico. Verificou-se
que no geral a USF acompanha o tratamento realizado
no CAPS ad mediante o controle de vale-transportes,
realização de exames e fornecimento de medicação.
Os usuários relataram não serem abordados na USF
sobre o uso de SPA e logo, não compartilham com tais
profissionais sobre este assunto. A atuação da USF
muitas vezes se limita a encaminhamentos, centralizando a abordagem no CAPS ad e comprometendo a
integralidade da assistência. Conclusão: É necessário
repensar as condições de trabalho dos profissionais da
atenção básica para sua atuação frente o uso da SPA,
sugerindo a pertinência de revisão dos currículos de
graduação e a criação de espaços de apoio matricial
para a capacitação periódica dos profissionais.
ACESSIBILIDADE DE PORTADORES DE DEFICIÊNCIA
EM UM SERVIÇO DE SAÚDE SEXUAL: EQUIPARAÇÃO DE OPORTUNIDADES
Sales, A. S. (1); Oliveira, R. F. (2); Araújo, E. M. (2);
Instituição: 1 - Faculdade Adventista da Bahia; 2 Universidade Estadual de Feira de Santana;
Introdução: Para um cuidado de forma plena, integral
e universal é preciso que se tenha uma adequação no
processo comunicativo entre profissional de saúde e
pessoas com deficiência, na estrutura física dos serviços e na dialética das propagandas e programas de
prevenção, buscando ferramentas estratégicas para
Saúde Soc. São Paulo, v.20, supl.1, 2011 146
implantação dessas ações de forma efetiva e plena para
a luta contra AIDS. É imprescindível assim, que haja
inclusão no contexto da acessibilidade para o alcance
dessas pessoas, entendendo ser isso, um processo de se
conseguir a equiparação de oportunidades em todas as
esferas da vida. Objetivo: O estudo objetivou analisar
o ponto de vista de cinco profissionais de um serviço
de saúde sexual de um município no estado da Bahia,
sobre a acessibilidade das pessoas com deficiência ao
serviço mediante as condutas profissionais. Método:
Trata-se de uma pesquisa qualitativa cujo aporte teórico foi o da femenologia heideggeriana em que foi
abordado a conduta de atendimento ao portador de
deficiência com suspeita de HIV/AIDS. Resultados A
análise dos depoimentos apontou que alguns dos profissionais de saúde, desempenham um papel de grande
importância, na facilitação de um atendimento acolhedor às pessoas com deficiência no referido serviço,
porém de forma pontual e individual. Conclusão: Para
uma assistência com responsabilidade longitudinal é
necessário que as ferramentas utilizadas no alcance
desses pacientes, sejam direcionadas por uma proposta
de programas e políticas públicas com ações afirmativas para alcance da equidade em saúde, assegurando o
pleno desenvolvimento, o avanço e o empoderamento
dessa população. Assim, deve ser articulado o envolvimento dos profissionais, gestores, atores políticos e do
Estado de forma que contemple aspectos relacionados
à acessibilidade, a cobertura global, coordenação e
continuidade de acompanhamento.
ACIDENTES MAIS FREQÜENTES EM CRIANÇAS DE 2
A 7 ANOS E AS ESTRATÉGIAS UTILIZADAS PELAS
MÃES PARA A PREVENÇÃO
Fernandes, I.C. (1); Alves, J.E. (1); Oliveira, R.P. (1);
Instituição: 1 - FMABC-CE;
Introdução: Os acidentes na infância representam um
grande problema de saúde pública devido aos custos
gerados ao estado por uma internação que poderia
ser evitada. Objetivo: Identificar os acidentes mais
freqüentes em crianças de 2 a 7 anos e as estratégias
utilizadas pelas mães para evitar novos acidentes.
Método: Estudo quantitativo descritivo simples, coleta
de dados primários. Entrevistados 50 acompanhantes
das crianças entre 2 a 7 anos em uma sala de espera
para consulta no Centro de Saúde Escola Capuava.
Resultados A maioria dos acidentes ocorreu em casa
Anais XII Congresso Paulista de Saúde Pública
na presença das mães 28 (82,4%), com predomínio para
queda 26 (76,5%), seguido de queimaduras 06 (17,6%).
Cerca de 62% das acompanhantes nunca receberam
orientação sobre a prevenção de acidentes, dos que
receberam orientação 42% informaram a mídia como
fonte de informação e 5 (26,3%) obtiveram orientação do médico e 01 (5,3%) do Enfermeiro. Quanto às
medidas de prevenção restringe se a orientações
básicas e nenhuma mudança arquitetônica em seus
domicílios. Conclusão: O presente estudo evidenciou
que as mães possuem pouco conhecimento de como
prevenir a ocorrência de acidentes, destacando-se
quedas e queimaduras como os principais acidentes.
Constatou- se, portanto a necessidade de novos estudos
e que os profissionais da saúde forneçam orientações
aos cuidadores na atenção básica.
ACIDENTES POR CAUSAS NÃO INTENCIONAIS EM
CRIANÇAS E ADOLESCENTES
Panaino, E.F. (1);
Instituição: 1 - Universidade do Grande ABC;
Introdução: Os acidentes na infância representam cada
vez mais uma importante causa de morbi-mortalidade
no mundo atual, constituindo um grande problema de
saúde pública. Pode-se considerar que as crianças envolvidas em acidentes provavelmente necessitarão de
procedimentos dolorosos, sofrerão com o isolamento
social a depender da gravidade do acidente, se ausentarão da escola e que seus cuidadores terão rotinas
alteradas devido ao acompanhamento do tratamento,
observação e até mesmo hospitalização da criança. São
responsáveis também por traumatismos não fatais,
como encefalopatia anóxia por quase afogamento,
cicatrizes e desfiguração devidos a queimaduras, bem
como déficits neurológicos persistentes.
Processo que envolve gastos, estresse na família e
riscos para infecções relacionadas à hospitalização
da criança.
Objetivo: Este trabalho objetiva empreender uma análise sistemática e crítica da literatura a respeito das
causas externas e os fatores associados aos acidentes
não intencionais que acometeram crianças e adolescentes no ambiente domiciliar.
Metodologia: Realizou-se levantamento da literatura
a partir das bases de dados on-line Medline, Lilacs e
Adolec, utilizando os descritores acidentes, domésticos, criança, Brasil. A revisão foi ampliada através
Saúde Soc. São Paulo, v.20, supl.1, 2011 147
de busca de outras fontes, tais como documentos
governamentais e não governamentais e estatísticas
de saúde, referências citadas nos artigos obtidos. Os artigos selecionados preenchiam os seguintes critérios:
população com idade de 0 a 19 anos, ter sido realizado
no Brasil, acidentes que ocorreram no ambiente doméstico. O total de artigos selecionados atendendo a
estes critérios foi de 12.
Resultados: Dentre os 12 artigos estudados, 7 apresentam dados sobre intoxicações exógenas, 3 sobre queimaduras, 3 sobre quedas e 1 estudou o trauma ocular.
Outros assuntos como engasgamento, afogamento
e acidentes com animais peçonhentos são, mas não
referem se os acidentes foram domiciliares ou mesmo
a faixa etária das vítimas.
Conclusão: Concluí-se que crianças do sexo masculino
apresentaram maior risco para acidentes domésticos,
assim como as menores de 5 anos.
Constatou-se que a importância da compreensão dos
profissionais de saúde a respeito da prevenção das
injúrias, que devem ser enfrentada através de medidas
de controle e abordagens cientificamente eficazes.
ACOLHIMENTO ODONTOLÓGICO: FERRAMENTA
AUXILIAR NO PROCESSO DE ORGANIZAÇÃO DAS
AÇÕES EM SAÚDE BUCAL.
Diniz, D.G. (1); Garbin, C.A.S. (1); Garbin, A.J.I. (1); Moimaz, S.A.S. (1);
Instituição: 1 - FOA-UNESP;
O Acolhimento tem se destacado como uma ferramenta importante na atenção básica em saúde a fim
de proporcionar respostas às demandas dos usuários
que procuram os serviços além da sua utilidade em
adequar a operacionalização dos processos de trabalho.
Essa pesquisa teve por objetivo propor um modelo de
acolhimento odontológico (ACO), analisá-lo e discutir
a sua utilização como ferramenta auxiliar no processo
de organização das ações locais de saúde bucal em
uma unidade de saúde da família (USF). Realizou-se,
inicialmente, um levantamento de dados junto a USF
selecionada em relação às características sócio-econômico-demográficas da sua população. Em seguida
elaborou-se um modelo de Acolhimento inserido no
contexto da forma de atenção odontológica local. Após
um ano de implantação, uma amostra dos usuários
atendidos pelo ACO foi definida para análise estatística do perfil dessa população (Teste Qui Quadrado e
Anais XII Congresso Paulista de Saúde Pública
exato de Fisher - nível – p<5%). A USF, localizada no
município de Sorocaba-SP, possui 4 equipes de saúde
da família e 2 equipes de saúde bucal. Na sua área de
abrangência residem 12898 pessoas sendo a maioria
adulta (67,4%), com baixa renda e índice educacional e
alto número de não trabalhadores ou desempregados. O
modelo de acolhimento odontológico proposto baseouse no atendimento da demanda espontânea da unidade,
com escuta especializada, fluxo definido e elaboração
de instrumento de coleta de dados e informações a fim
de proporcionar resolutividade para os casos. A mostra
definida foi de 470 fichas do ACO (erro amostral de 4%).
Os adultos foram predominantes nos atendimentos
(67%). A dor dentária foi a queixa mais citada (80%)
sendo a cárie a principal causa diagnosticada (40%).
Para 52,1 % foi a primeira vez que se utilizou do serviço
odontológico na unidade. O atendimento imediato foi
exigido em 80,3% dos casos. Situações consideradas
agudas corresponderam a 32,7% da amostra, sendo
que 80,5% delas concentradas na população adulta e
76,7% em indivíduos que acessaram o serviço na unidade pela 1ª vez. O ACO atuou como uma importante
porta de acesso ao tratamento odontológico e contribui para identificar indivíduos e grupos com maior
vulnerabilidade em saúde bucal possibilitando um
aperfeiçoamento no planejamento, na organização e
implantação de estratégias imediatas de ações locais
em saúde bucal.
AÇÕES DE ALIMENTAÇÃO E NUTRIÇÃO NA ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA, NO MUNICÍPIO DE SÃO
PAULO: A CRIANÇA EM QUESTÃO
Cervato-Mancuso, A.M (1); Coelho, D.E.P (1); Frias,
R.A.C. (1); Vieira, V.L. (1);
Instituição: 1 - USP;
Introdução: A Estratégia Saúde da Família (ESF) tem
como objetivo a reorganização do Sistema Único de
Saúde, no âmbito da Atenção Primária a Saúde. No
município de São Paulo, os Núcleos de Apoio a Saúde
da Família (NASF) estão inseridos em regiões de alta
vulnerabilidade social e a superação da insegurança
alimentar, principalmente entre crianças, é necessária
para promoção da saúde de toda população.
Objetivo: Descrever e comparar as ações desenvolvidas
com crianças nos NASF, relacionadas a Segurança
Alimentar e Nutricional (SAN), sob a ótica dos nutricionistas.
Saúde Soc. São Paulo, v.20, supl.1, 2011 148
Método: Foram realizadas entrevistas semi-estruturadas por telefone com 16 nutricionistas que atuam nos
NASF do Município de São Paulo a respeito das atividades desenvolvidas por elas com crianças e aquelas
relacionadas a SAN. As respostas foram transcritas e
os dados obtidos foram organizados em categorias e
analisados quantitativamente.
Resultados Foram citadas 49 ações de alimentação e
nutrição destinadas a crianças. As atividades mais
citadas foram os Grupos Educativos (27), com foco na
criança, no responsável ou em ambos, e o Atendimento
Individual (13), totalizando 81,6% das atividades. As
outras atividades citadas foram: Grupo de avaliação/
acompanhamento do estado nutricional (3), visita
domiciliar (3), palestra/capacitação para multiplicadores (2) e reunião de equipe (1). Dessas atividades, 39
(79,6%) estavam relacionadas a SAN, cabendo destacar
que o total do Atendimento Individual diminuiu para
8 atendimentos.
Conclusão: A frequência das atividades citadas evidencia que as ações de alimentação e nutrição ainda
estão focadas em um modelo tradicional e que nem
todas objetivam a SAN, como propõe a Política Nacional
de Alimentação e Nutrição. Portanto, a Alimentação
e Nutrição na Atenção Primária a Saúde ainda tem
como desafio a concretização, na prática cotidiana, da
proposta de modelo diferenciado que é a ESF, incluindo
ações intersetoriais e interdisciplinares, norteadas
pela SAN.
AÇÕES DE NUTRIÇÃO NO PROJETO BANDEIRA
CIENTÍFICA: EXPERIÊNCIAS EM SAÚDE PÚBLICA
DURANTE A GRADUAÇÃO
Pereira, J. L. (1); Vieira, V. L. (1); Jaime, P. C. (1);
Instituição: 1 - FSP-USP;
Introdução: O Bandeira Científica (BC) é um projeto
de extensão da Universidade de São Paulo no qual
mais de 200 estudantes e profissionais de diversas
áreas (Medicina, Nutrição, Fisioterapia, Odontologia,
Engenharia, entre outros) realizam anualmente uma
expedição para uma cidade brasileira de baixo Índice
de Desenvolvimento Humano, a fim de realizar atividades assistenciais, educativas e de pesquisa, buscando
melhorar a qualidade de vida da população da cidade e
colocar em prática o conhecimento dos estudantes.
Objetivo: Comparar as ações da equipe de Nutrição do
BC às propostas pela Matriz de Ações de Alimentação
Anais XII Congresso Paulista de Saúde Pública
e Nutrição na Atenção Básica de Saúde do Ministério
da Saúde.
Metodologia: Foram realizadas entrevistas semi-estruturadas com ex-participantes da equipe de nutrição
do BC e analisados relatórios científicos dos projetos
realizados no período de 2005 a 2010. As comparações
foram feitas com os pressupostos da Matriz, de acordo
com os sujeitos das ações, os níveis de intervenção e
o caráter das ações.
Resultado: Dentre as atividades realizadas, algumas
têm foco no indivíduo, como os atendimentos nutricionais individuais, outras, a família, como as visitas
domiciliares, e também, a comunidade, como nas ações
educativas nas escolas. O diagnóstico é realizado por
meio da coleta de variáveis socioeconômicas, culturais
e de saúde e avaliação nutricional durante a expedição
e apresentado para gestores e outros representantes
da cidade, que possibilita ações no nível de gestão
das ações de alimentação e nutrição. A promoção da
saúde e a prevenção de doenças são abordadas nas
ações educativas para vários públicos, como os agentes
comunitários de saúde. Já a assistência, tratamento
ou cuidado ocorrem nos diversos atendimentos à população. Quanto ao caráter das ações, universais ou
específicas, a realização de atividades educativas em
espaços comunitários contemplam a primeira característica, enquanto que os grupos de atendimento para
gestantes e nutrizes atendem à segunda.
Conclusões: A participação da equipe de Nutrição vem
se ampliando e estabilizando no BC. As experiências
obtidas a cada ano de participação no projeto permitiram que as ações de nutrição buscassem, de maneira
convergente ao preconizado pelo Ministério da Saúde,
melhorar a saúde da população das cidades em que atua
e desenvolver os alunos e profissionais participantes,
tanto no âmbito profissional quanto humano.
AÇÕES DE PREVENÇÃO AO HIV/AIDS NA ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA SOB A ÓTICA DA
VULNERABILIDADE PROGRAMÁTICA
CIRINO, FMSB (1); NICHIATA, LYI (1); FRANCO, FA (1);
Instituição: 1 - USP;
As ações de prevenção ao HIV/aids na Estratégia Saúde
da Família foram objetos desse estudo, cujo objetivo
foi analisá-las, sob a ótica da vulnerabilidade na sua
dimensão programática, caracterizando dificuldades,
potencialidades e desafios na prevenção ao HIV/aids
Saúde Soc. São Paulo, v.20, supl.1, 2011 149
nesta estratégia. Para alcançar os objetivos propostos
optou-se por um estudo exploratório, com abordagem
qualitativa, utilizando-se a metodologia do Estudo de
Caso. O conceito de vulnerabilidade, em sua dimensão programática, foi usado como quadro teórico. A
coleta de dados foi realizada por meio de entrevistas
semi-estruturadas com gerentes de UBS de Saúde ou
pessoas indicadas por eles e mediante técnica de grupo
focal com equipes de saúde da família. O estudo foi
conduzido no período de junho a dezembro de 2009, em
11 Unidades de Saúde da Família do distrito de Capão
Redondo, região sul do Município de São Paulo, Brasil.
Percebeu-se que as ações de prevenção ao HIV/aids
estavam fundamentadas no conceito de risco da epidemiologia tradicional, com predomínio de intervenções
informativas, de caráter prescritivo e normativo, que
tinha como principal finalidade a mudança de comportamento do indivíduo. Ações fortemente baseadas no
modelo biomédico hegemônico. Como dificuldades encontradas destacaram-se àquelas relacionadas ao processo de trabalho das equipes, que apontam sobrecarga
de trabalho pelas demandas dos programas prioritários;
alta rotatividade dos profissionais e falta de capacitação
dos mesmos para a prevenção ao HIV. A maior potência
da ESF na prevenção da aids encontra-se no princípio
da longitudinalidade, que permite qualificar o reconhecimento da vulnerabilidade do território e planejar as
ações de prevenção de acordo com as necessidades da
população. O maior desafio apontado pelas equipes está
em reconhecer o processo de produção e reprodução
social como determinante da vulnerabilidade ao HIV.
Por fim, conclui-se que o modelo técnico-assistencial
vigente na atenção básica, apesar de sua reconhecida
potencialidade, ainda apresenta práticas embasadas
na noção de risco e no modelo biomédico hegemônico,
determinando, assim, a vulnerabilidade programática
na prevenção ao HIV/aids.
AÇÕES EDUCATIVAS EM SAÚDE DA CRIANÇA:
CONCEPÇÕES E PRÁTICAS PROFISSIONAIS EM
UMA UNIDADE DE SAÚDE DA FAMÍLIA
Carvalho, APA (1); Veríssimo, MLOR (2);
Instituição: 1 - ASSOCIAÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO DA MEDICINA- SPDM; 2 - Universidade de
São Paulo;
Introdução. A Promoção da Saúde representa um novo
paradigma para a estruturação do cuidar e organização dos serviços da saúde visando à superação das
Anais XII Congresso Paulista de Saúde Pública
práticas puramente curativas pelas que trabalham
com os determinantes do processo de saúde-doença.
Nesta visão, as ações educativas são indissociáveis das
ações de saúde e devem possibilitar o empoderamento
dos sujeitos. Tendo em vista que a Estratégia Saúde da
Família (ESF) tem o objetivo de reverter o modelo de
assistência à saúde vigente, para a efetivação desse paradigma dentro Sistema Único de Saúde, este trabalho
analisa as práticas educativas voltadas para saúde da
criança desenvolvidas em uma Unidade de Saúde da
Família (USF). Objetivo. Analisar o processo educativo
estabelecido por equipes de saúde da família na atenção à Saúde da Criança. Método. Pesquisa qualitativa
de estudo de caso fundamentada na Pedagogia Libertadora de Paulo Freire. A coleta de dados foi realizada
por meio de entrevistas semi-estruturadas com enfermeiras e médicos de uma USF da região do Butantã no
município de São Paulo; essas foram sistematizadas
a partir da técnica do Discurso do Sujeito Coletivo.
Resultados. A análise dos dados indica a presença de
uma diversidade de concepções e práticas de educação
em saúde da criança, que abarcam desde uma visão de
educação em saúde como uma prática democrática que
visa o empoderamento dos sujeitos, até uma visão desta
como transferência de informações da equipe de saúde
para as famílias. Contudo, a maior parte das práticas
de educação em saúde da criança ocorre nas consultas
individuais e tem por base a orientação para o cuidado,
o que, muitas vezes, centra-se na prescrição e exposição de informações. Além disso, os trabalhadores de
saúde revelaram que tanto os processos de formação
permanente quanto os cursos de graduação que freqüentaram tinham um enfoque completamente clínico,
sendo deficientes nos temas relacionados à educação
em saúde; de forma que o trabalho educativo em saúde
desenvolvido por eles, em geral, tem como base conhecimentos empíricos adquiridos na prática profissional.
Conclusão. A incorporação de processos educativos
mais democráticos e coerentes com a promoção da
saúde na realidade da ESF necessita de uma formação
permanente dos trabalhadores neste referencial e de
uma reformulação do processo de trabalho.
ADAPTAÇÃO CULTURAL E VALIDAÇÃO PARA A
LÍNGUA PORTUGUESA DE UM INSTRUMENTO PARA
MENSURAÇÃO DA GRAVIDEZ NÃO PLANEJADA
Cavalhieri, F.B. (1);
Instituição: 1 - EEUSP;
Saúde Soc. São Paulo, v.20, supl.1, 2011 150
Diante da importância que a gravidez não planejada
vem adquirindo no cenário mundial, apesar da melhoria nas tecnologias contraceptivas e ampliação do
acesso aos serviços de saúde e métodos contraceptivos,
faz-se necessário mensurar com maior precisão este
fenômeno. Por esta razão, pesquisadores da área de
saúde sexual e reprodutiva têm procurado desenvolver
medidas que possam oferecer estimativas confiáveis de
mulheres que vivenciam a gravidez não planejada. A
maior parte dos instrumentos utilizados para mensurar
a gravidez não planejada são unidimensionais e não
levam em consideração a parceria, a intencionalidade
ou o uso de métodos anticonceptivos de forma simultânea, aspecto não observado no London Measure of
Unplanned Pregnancy (LMUP), desenvolvido no Reino
Unido. Nesse contexto, este estudo transversal tem
como objetivo traduzir e adaptar o instrumento LMUP
para a língua portuguesa e validar suas propriedades,
visando à sua utilização como instrumento de mensuração de gravidez não planejada no Brasil. A adaptação
e validação do LMUP foram realizadas conforme o método preconizado pela literatura. O cenário de estudo
foram unidades da rede de Atenção Básica do município
de Marília-SP. A população de estudo foi composta por
126 mulheres com idade 18 e 42 anos, usuárias dessas
unidades, que procuraram a Unidade para confirmação
do diagnóstico da gravidez por meio de um teste imunológico para gravidez cujo resultado foi positivo. Os
resultados obtidos demonstraram que em relação às
propriedades psicométricas, o instrumento apresenta
um valor de apha de Cronbach de 0,75 para a escala
total. A análise fatorial exploratória dos componentes
principais do instrumento LMUP na versão Português
aqui apresentada resultou em um único fator, que explicou 66,5% da variância total dos dados. As propriedades
psicométricas do instrumento foram demonstradas e,
portanto ele pode ser utilizado para mensurar a gravidez não planejada na população brasileira.
ADESÃO À AMAMENTAÇÃO DE ADOLESCENTES
PUÉRPERAS NO HOSPITAL DE PRAIA GRANDE
Bohn, N. P. (1); Reato, L.F.N. (1); Filipini,R. (1);
Instituição: 1 - Faculdade de Medicina do ABC;
Introdução. A prática da amamentação deve ser iniciada por ocasião do nascimento, contudo é fundamental
que suas orientações ocorram na fase da gestação a fim
de prevenir seu abandono precoce. Objetivo: Verificar
fatores que influenciam na adesão da amamentação
Anais XII Congresso Paulista de Saúde Pública
entre adolescentes no período puerperal. Método:
Pesquisa de abordagem quantitativa, realizada num
hospital de Praia Grande, com 30 puérperas adolescentes na faixa etária entre 14 e 19 anos, que receberam
orientação sobre amamentação durante a internação.
Os dados foram coletados através de um questionário
e constituiu-se em duas fases, a primeira no puerpério
imediato e a segunda um mês após o nascimento de recém-nascido.Resultados A freqüência de amamentação
na amostra estudada no momento da alta hospitalar foi
de 93,3%. Um mês após o nascimento 90% referiram
continuar amamentando e destas 66,7% mantinham
aleitamento exclusivo. Foram identificados como fatores de risco associados a interrupção do aleitamento
materno exclusivo introdução de chupeta, água e chá
, leite artificial . As que não estavam ofertando aleitamento materno alegaram pouco leite e fissura no
mamilo como as causas do desmame. Conclusão: Foram
identificados como fatores de proteção ao aleitamento
materno exclusivo a realização de um pré-natal satisfatório, alojamento conjunto, amamentação exclusiva
durante a internação e na alta hospitalar; aceitação
do recém-nascido pela adolescente e pela família e
orientação durante a internação. Fissura no mamilo
e dificuldades técnicas em amamentar foram identificados como fatores de risco a não amamentação pela
adolescente e o desmame precoce.
AEDES AEGYPTI: ÍNDICES DE INFESTAÇÃO EM
ÁREA COM TRANSMISSÃO DE DENGUE
Domingos, M.F. (1); Losano, N.F. (1); Carvalho, M. (1);
Instituição: 1 - SUCEN;
Introdução: índices de infestação de Aedes aegypti
tem sido utilizados como uma das ferramentas para
a vigilância e controle desse vetor, na expectativa de
se conhecer a densidade e distribuição do mosquito,
para se direcionar medidas de combate. A Superintendência de Controle de Endemias (SUCEN), órgão
da Secretaria de Estado da Saúde do Estado de São
Paulo, realiza avaliação de densidade larvária (ADL),
objetivando acompanhar a sazonalidade, a tendência
de infestação e os recipientes positivos predominantes
para o vetor das diversas regiões do Estado. A ADL é realizada numa amostra de imóveis que são pesquisados
e estimados os índices de: Breteau (IB), Predial (IP), e
Recipientes (IR).
OBJETIVO: apresentar série histórica de índices de
densidade larvária de Aedes aegypti na Baixada SanSaúde Soc. São Paulo, v.20, supl.1, 2011 151
tista no período de 2006 a 2010.
MATERIAL E Métodos: foram analisados os índices de
Breteau , Predial e os recipientes investigados durante
a execução da ADL realizada pela SUCEN. O estudo foi
realizado com os dados da Baixada Santista, onde se
registra transmissão endêmica de dengue.
Resultados O IB e o IP médio mensal do período apresentaram comportamento semelhantes com valores
maiores variando entre 3,0 a 5,0 e 2,4 a 4,2 respectivamente entre janeiro e abril. Nos meses subseqüentes
ocorre o decréscimo dos índices: o Breteau registrado
ficou entre 2,3 e 0,9 e o Predial entre 1,9 e 0,8. A partir
de outubro esses índices iniciam a ascensão.Dos 13
tipos de recipientes analisados verificou-se as maiores
positividades em pneu (3,8), seguido pelo depósito
de água não ligado a rede (3,5), destacando-se ainda
vaso de planta (2,2), outros (2,0) e prato para planta
(1,8). Em relação a frequência de recipientes positivos
destacam-se: outros (21,3), ralo externo (18,6), prato de
planta (14,0) e materiais inservíveis (14,0).
Conclusão: os maiores índices de infestação do Aedes
aegypti foram registrados nos meses mais quentes do
ano, coincidindo com o período mais favorável para
a transmissão de dengue; o vetor está presente o ano
inteiro, indicando a estabilidade da infestação; pneu
e depósito de água não ligado a rede apresentaram
as maiores positividades, indicando sua importância
como criadouros; os recipientes tipos: outros, ralo externo, prato de planta e materiais inservíveis foram os
mais freqüentes entre aqueles com larvas do vetor, cujo
controle dos mesmos está ligado a educação sanitária
e hábitos culturais.
AFASTAMENTO DOS PROFESSORES E RETORNO AO
TRABALHO: O QUE FAZER?
Silva-Macaia, A.A. (1); Fischer, F.M. (1);
Instituição: 1 - FSP/USP;
Introdução: Os transtornos psíquicos e comportamentais constituem o terceiro grupo de doenças que mais
afasta do trabalho. O retorno ao trabalho sem que tenha
havido modificações nas condições que geraram o
afastamento pode levar a uma piora da doença. Estudos realizados mostraram que a reorganização escolar
ocorrida desde a década de 1970 está associada à piora
das condições de trabalho. Observou-se em anos posteriores, o adoecimento psíquico entre os docentes. A
investigação sobre afastamentos e retorno ao trabalho
Anais XII Congresso Paulista de Saúde Pública
pode favorecer o direcionamento de ações que sejam
modificadoras das situações apontadas.Objetivos:
Analisar as trajetórias pessoais entre o afastamento
e retorno ao trabalho de docentes e identificar suas
percepções sobre o ambiente e organização do trabalho
escolar que levaram e possam evitar novos afastamentos.Métodos: Participam do estudo professores da rede
pública de São Paulo/Capital que, após afastamentos
por transtornos mentais e comportamentais (CID10), retornaram ao trabalho na docência ou em outra
função. Os professores foram convidados por meio de
divulgação na página eletrônica de um sindicato de professores e, a partir disto, também indicados pelos participantes. A técnica utilizada nesta etapa é a entrevista
individual com roteiro semi-estruturado em uma linha
de narrativa oral. Os relatos são gravados e transcritos
e estão sendo analisados a partir da codificação de categorias conforme a abordagem da “teoria fundamentada”. Os dados estão sendo avaliados à luz da literatura
sobre saúde do trabalhador, organização do trabalho
e saúde mental.Resultados Apresentam-se resultados
preliminares das entrevistas de dois professores que
retornaram à docência e um terceiro que mudou de
função. Os participantes tinham entre 50 e 55 anos e
tempo na profissão entre 5 e 35 anos. A análise destes
relatos aponta para a ausência de apoio ao professor,
tanto da escola quanto de outros profissionais da rede
escolar, e também da ausência de ações de prevenção
e promoção da saúde no setor da educação. Não houve
consenso destes professores em relação à autonomia
das escolas, assim como de suas próprias ações, para
a resolução dos problemas citados.Conclusão: A partir
destes casos pode-se observar o descontentamento dos
professores com as políticas sociais e econômicas que
deveriam fazer interface com a saúde do trabalhador. A
continuidade do estudo mostrará as particularidades
e propostas de intervenção. Apoio financeiro: FAPESP
(2010/11698-0).
AGENTES COMUNITÁRIOS DE SAÚDE: SITUAÇÕES DA
PRÁTICA PROFISSIONAL E SUAS DIFICULDADES.
Diniz, D.G. (1); Garbin, A.J.I. (1); Garbin, C.A.S. (1);
Instituição: 1 - FOA-UNESP;
As características da atuação do agente comunitário de
saúde (ACS) busca construir com os novos processos de
trabalho em saúde voltados para a família apontando
esses profissionais como indivíduos capazes de prover
Saúde Soc. São Paulo, v.20, supl.1, 2011 152
facilidades ao processo de desenvolvimento das ações
na área. Entretanto a sua prática de assistência envolve
peculiaridades que podem gerar dificuldades na atuação comprometendo a qualidade de sua atuação. Esta
pesquisa avaliou a dificuldade, na visão dos Agentes
Comunitários de Saúde (ACS), de 6 situações envolvendo
sua prática de assistência: número de famílias na área
de abrangência para serem acompanhadas(A); Grau de
entendimento da população em relação ao trabalho exercido pelo ACS(B); “Medo” para realizar as atividades(C);
Capacidade, oferecida pelo serviço ao ACS, para solucionar os problemas da comunidade(D); Organização, companheirismo e o coleguismo da equipe de trabalho(E);
Capacitação e treinamento adequado para exercer suas
atividades(F) e indicou quais características pessoais
esses profissionais consideram necessárias para sua
atuação. O item A obteve, individualmente, 48,4% de
avaliações negativas seguida pelos itens D-36%, F-33,4%,
B-32,8%, E-31,1%, C-27,8%. Na comparação entre as situações, D foi o mais dificultoso seguido por: A, B, E, F e C.
Na percepção dos ACS, 21 características foram citadas
como necessárias para sua atuação, sendo Comunicação e Paciência, as mais mencionadas. Conclui-se que
o elevado número de famílias sob a supervisão dos ACS
e as limitações do serviço em oferecer-lhes capacidade
na resolução dos problemas da comunidade são as
situações mais dificultosas. Comunicação e Paciência
foram às características mais citadas como necessárias
para a sua atuação.
AMBIENTE E SAÚDE: AVALIAÇÃO NA MICROBACIA DA SERRA CLARA, ALTO SAPUCAÍ, DELFIM
MOREIRA, MINAS GERAIS
COUTINHO DE PAULA, E. (1); SILVA, L.F. (1);
Instituição: 1 - UNIFEI - UNIVERSIDADE FEDERAL
DE ITAJUBÁ;
Existe uma relação entre a saúde dos ecossistemas e a
saúde humana, sendo que as condições ambientais e de
saneamento são variáveis importantes na transmissão
de doenças de veiculação hídrica.
A presente pesquisa foi desenvolvida na Microbacia
da Serra Clara, área rural da cidade de Delfim Moreira,
inserida na Bacia Hidrográfica do Alto Sapucaí, sul
do Estado de Minas Gerais, Brasil. São abundantes
as nascentes superficiais na região e a geografia favorece a captação por gravidade, sendo as atividades
econômicas de natureza agropastoril. Este trabalho
objetivou um levantamento das características das
Anais XII Congresso Paulista de Saúde Pública
fontes de abastecimento humano de água, dos hábitos dos moradores e da infraestrutura sanitária, da
destinação de resíduos líquidos e sólidos, do uso da
água nas propriedades, da ocorrência de diarreia em
crianças menores que cinco anos, bem como ressaltar a
importância de trabalhos voltados à participação da sociedade para a superação de desafios socioambientais.
Foram realizadas entrevistas por meio de questionários contemplando-se 89 domicílios permanentes nos
quatro bairros rurais situados na microbacia.
Os dados demonstram o pouco conhecimento da população sobre as implicações do consumo de água sem
tratamento, confirmam a inexistência de saneamento
básico e a ocorrência de casos de diarreia em crianças.
A avaliação da água de abastecimento humano foi
obtida por análises microbiológicas de amostras de
água consumida em diferentes propriedades rurais,
com foco para aquelas com crianças abaixo de cinco
anos. Os resultados revelaram que oito das nove (89%)
amostras de água consumida estavam contaminadas
por coliformes fecais, não atendendo os padrões microbiológicos de potabilidade preconizados pela legislação brasileira. As avaliações de caráter quantitativo
da distribuição de casos de diarreia entre os quatro
bairros que compõem a Microbacia da Serra Clara não
apresentaram valores significantes.
A água utilizada nas propriedades rurais é considerada um importante fator de risco à saúde humana. A
adoção de hábito de tratamento da água e medidas de
tratamento das águas residuárias são as ações necessárias para diminuir o risco de ocorrência de doenças de
veiculação hídrica. Para a complexidade dessa questão,
o enfoque ecossistêmico é recomendado, na busca de
integrar o binômio ambiente-saúde por meio da transdisciplinaridade, da participação da comunidade e da
equidade entre os atores na busca de soluções e na
gestão do ecossistema em que vivem.
ANALISE COMPARATIVA DA MORBIMORTALIDADE
POR DOENÇAS DE CAUSAS RESPIRATORIAS EM
IDOSOS DE LAGOA DA PRATA MG ANTES E APÓS
A IMPLANTAÇÃO DA IMUNIZAÇÃO CONTRA INFLUENZA
Oliveira, M.G (1); Costa, A. D (2); Batista, D. C (3);
Instituição: 1 - Centro Universitario de Formiga MG;
2 - Secretaria Municipal de Saúde de Formioga MG;
Centro Universitario de Formiga MG; 3 - Centro Universitário de Formiga;
Saúde Soc. São Paulo, v.20, supl.1, 2011 153
Introdução: Os idosos provocaram mudanças no perfil
epidemiológico. As infecções respiratórias são importantes causas de óbitos, internações e despesas para a
população e para o serviço de saúde. A Influenza é uma
infecção que acomete o trato respiratório, destaque
dado á essa infecção é devido ás complicações que ela
trás para os idosos, po-dendo levar a óbito. No entanto
é importante refletir se a vacina oferecida anualmente
desde 1999 para a população com 60 anos e mais, na
prática contribui para redução da morbimortalidade
da Influenza e suas complicações. Objetivo: Proceder
análise compa-rativa da morbimortalidade por doenças respiratórias antes e após o inicio das campa-nhas
de vacinação contra Influenza no município de Lagoa
da Prata-MG. Métodos: Trata-se de uma pesquisa
descritiva com abordagem quantitativa, um estudo
de coorte não amostral. Foram buscados no DATASUS
dados de morbimortalidade por doenças respiratórias
na população maior de 60 anos no município de Lagoa da Prata-MG no período de 1992 á 2007, também
obteve-se a população residente no mesmo período e
a cobertura vacinal de 1999 á 2007. A partir dos dados
obtidos foram feitos cálculos onde se obteve o coeficiente de morbimortalidade por doenças respiratórias
e a letalidade em cada ano estudado. Resultados A
mortalidade a partir de 1999 apresenta um caráter
homogêneo em relação aos anos anteriores á implantação da vacina. A mortalidade e letalidade mostram
uma estreita relação com a cobertura vacinal, a medida que a co-bertura vacinal aumenta observa-se uma
queda em ambas, isso é mais evidente na leta-lidade
por doenças respiratórias. Ao comparar a letalidade
e mortalidade antes e após a implantação da imunização contra influenza observa-se um aumento
das mesmas em relação aos anos anteriores, mas é
notado que no período anterior á 1999 os coeficientes são extremamente irregulares. Com esse dados
é possível inferir a subnotificaçao de casos e o mal
preenchimento de Declarações de Obitos. Conclusão:
A partir do estudo realizado, foi possível notar que a
vacina contra Influenza possui grande impacto em
prevenir as complicação provocadas pela gripe, logo
as despesas onerosas para o servi-ço de saúde diminuem a medida que essas complicações são evitadas
e a vacinação anu-al é essencial para garantir uma
prevenção adequada.
Anais XII Congresso Paulista de Saúde Pública
ANÁLISE DA QUALIDADE DE VIDA DE LESADOS
MEDULARES
Junior, D. S. (1); Bigoli, V. H. O. (2);
Instituição: 1 - UMESP (Universidade Metodista de
São Paulo; 2 - UMESP (Universidade Metodista de
São Paulo);
Introdução: A American Spinal Injury Association
(ASIA) define a Lesão Medular como sendo uma diminuição ou perda da função motora e/ou sensitiva e/ou
anatômica, podendo ser uma lesão total ou parcial,
devido ao trauma dos elementos neuronais dentro do
canal vertebral. Objetivo: Descrever o perfil e avaliar
a qualidade de vida de pessoas com lesão medular.
Método: Trata-se de um estudo do tipo transversal
analítico, com a utilização do questionário SF-36 e um
questionário específico para traçar o perfil dos participantes. Resultados Foram avaliados 54 pacientes, todos
brasileiros de ambos os sexos, com idade superior a 18
anos, com lesão medular traumática e não traumática,
independentes e dependentes, com diferentes níveis
de escolaridade, estado civil, faixa etária, etiologia da
lesão, nível de lesão e tempo de lesão, se praticam atividade esportiva adaptada ou não praticam e se realizam
tratamento fisioterapêutico. Conclusão: Pode-se concluir que, lesados medulares que participam de intervenção clínica, apresentam uma melhor qualidade vida,
comparado aos que não realizam. Também se conclui
que lesados medulares com uma idade mais avançada
(acima de 30 anos) e dependentes apresentam melhor
qualidade de vida em relação à faixa etária inferior e
indivíduos independentes.
ANÁLISE DA TRANSMISSÃO AUTÓCTONE DE ESQUISTOSOMOSE EM ESCOLARES DO BAIRRO DE
ANA DIAS, ITARIRI, SÃO PAULO.
Trevisan, A.M.Y. (1); Veiga-Barreiros, R.M.O. (1); Delgado, M.R. (1);
Instituição: 1 - SUCEN;
Introdução: A transmissão autóctone de esquistossomose, doença de transmissão hídrica, é importante
problema de saúde pública na região do Vale do Ribeira,
São Paulo, destacando-se o município de Itariri, onde
se localiza o bairro de Ana Dias. A esquistossomose
é decorrente da infecção provocada pelo trematódeo
Schistosoma mansoni que pode estar presente em
Saúde Soc. São Paulo, v.20, supl.1, 2011 154
caramujos de água doce do gênero Biomphalaria.
Objetivos: Caracterizar a ocorrência da transmissão
de esquistossomose em Ana Dias, a partir do conhecimento das razões do contato existente entre os casos
detectados na realização do censo coprológico e as
coleções hídricas. Método: Durante a realização da
“Semana Estadual de Esquistossomose” em 2009, foi
realizado um censo coprológico em escolares, na faixa
etária de 6 a 14 anos, que detectou 34 casos autóctones de esquistossomose, evidenciando transmissão
importante no bairro. Aplicou-se nesses indivíduos um
questionário a fim de conhecer seus hábitos em relação
às coleções hídricas e as condições de saneamento das
residências. Resultados O questionário foi aplicado em
31 pessoas (91,2% do total), sendo 54,8% do sexo feminino e 45,2% do sexo masculino e todas declararam ter
contato com pelo menos um dos dois rios que cortam o
bairro. Apenas 9,6% afirmam entrar em contato com os
rios apenas por motivos profissionais, os demais 91,4%
freqüentam os rios para lazer, sendo que destes, 61,3%
afirmam que a freqüência é apenas aos finais de semana
e 39,7% tem contato com os rios diariamente. Quanto ao
saneamento básico, apenas 19,3% das residências tem
como destino dos dejetos a rede de esgoto. Do restante,
22,6% tem o despejo dos dejetos diretamente nos rios e
50,5% dos dejetos são liberados em valas à céu aberto.
Conclusão: A transmissão autóctone ocorre no bairro
prioritariamente em função do contato freqüente da
população com os rios da região, que são sua principal
opção de lazer. Esses rios podem ser contaminados
pelo esgoto lançado neles em função da precariedade
do saneamento básico local. Os resultados mostram a
importância de ações educativas, que esclareçam sobre
a doença e suas formas de contato e a necessidade da
realização de atividades que possibilitem a identificação e tratamento dos portadores de esquistossomose,
evitando-se assim a contaminação das coleções hídricas. Existe ainda a necessidade da realização de obras
de saneamento básico para procurar diminuir a contaminação dos rios e interromper o ciclo de transmissão
estabelecido no bairro.
ANÁLISE DAS AÇÕES DESENVOLVIDAS POR
ENFERMEIROS NA ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA.
Arantes, C.I.S. (1); Verardino, R.G.S. (1); Ribeiro, A.A.
(1); Ogata, M.N. (1);
Anais XII Congresso Paulista de Saúde Pública
Instituição: 1 - UFSCar;
Na reorganização da atenção básica no Brasil, a Estratégia Saúde da Família tem se caracterizado como
alternativa para mudança do modelo de atenção à
saúde. Essa estratégia também tem potencializado a
interface existente entre as práticas de saúde coletiva
e a atenção primária à saúde, pois se constitui num
campo de produção de ações voltadas às necessidades
individuais e coletivas de saúde, em serviços que se
localizam perto do contexto de vida das pessoas. O
presente estudo teve como objetivo descrever e analisar
as práticas de atenção primária à saúde, desenvolvidas
pelas enfermeiras das equipes de Saúde da Família do
município de São Carlos-SP, de forma a identificar as
ações desenvolvidas por este profissional e aprofundar
na compreensão e interpretação da percepção dos enfermeiros sobre questões que envolvem o planejamento
e a realização das ações coletivas. A abordagem metodológica utilizada foi qualitativa, na modalidade descritiva. Os sujeitos da pesquisa foram enfermeiros que
atuam nas Unidades de Saúde da Família da Secretaria
Municipal de Saúde de São Carlos. A coleta dos dados
foi realizada em duas etapas: a primeira consistiu
no registro escrito das atividades realizadas em uma
semana típica de trabalho, da qual participaram cada
06 enfermeiros; a segunda etapa envolveu entrevistas
semiestruturadas com 14 enfermeiros. Os dados provenientes da primeira etapa foram analisados por meio
da classificação das atividades e os da segunda etapa,
pela categorização temática do conteúdo das entrevistas. Dessa forma, análise do roteiro de semana típica
destacou quatro blocos de atividades desenvolvidas por
esse profissional: cuidado individual, de gestão, educativas e de gerenciamento de enfermagem, e a análise
de entrevistas evidenciaram as seguintes categorias:
a atenção primária à saúde se expandiu, mas ainda
precisa melhorar; o modelo de atenção desenvolvido
na Estratégia Saúde da Família ainda está centrado
nas ações do médico; as ações coletivas na saúde da
família representam um universo diversificado para
os enfermeiros; o trabalho em equipe multiprofissional é muito importante para a atuação na Estratégia
Saúde da Família; e o profissional enfermeiro possui
um papel relevante na Estratégia Saúde da Família.
A análise realizada aponta perspectivas que podem
contribuir para a ampliação do conhecimento sobre
ações de enfermagem na atenção primária à saúde e
Saúde Soc. São Paulo, v.20, supl.1, 2011 155
levar à construção de novas práticas de enfermagem
nessa área de atuação.
ANÁLISE DO PERFIL GEO-EPIDEMIOLÓGICO DAS
INTERNAÇÕES POR CONDIÇÕES SENSÍVEIS À
ATENÇÃO BÁSICA EM HOSPITAL DO INTERIOR DO
ESTADO DE SÃO PAULO, ENTRE JULHO DE 2010
A JUNHO DE 2011
Macharelli, CA (1); Uliana, MRP (2); Miranda, AFM (1);
Dalben, I (1); Opromolla, PA (3);
Instituição: 1 - FMB-UNESP; 2 - Hospital Estadual de
Bauru; 3 - SECRETARIA DE ESTADO DA SAÚDE DE
SÃO PAULO;
Altas taxas de internações por condições sensíveis
à atenção primária em uma população podem estar
associadas a deficiências na cobertura dos serviços
e/ou à baixa resolutividade da atenção primária para
determinados problemas de saúde. Esse excesso de
hospitalizações representa um sinal de alerta, que
pode acionar mecanismos de análise e busca de explicações para a sua ocorrência. A publicação da Lista
Brasileira de Internações por Condições Sensíveis à
Atenção Primária, na forma de anexo da Portaria SAS/
MS de n. 221, de 17 de abril de 2008 deve ser utilizada
como instrumento de avaliação da atenção primária e
da utilização da atenção hospitalar. O objetivo desse
estudo é analisar o perfil e a distribuição espacial das
internações, com ênfase naquelas por Condições Sensíveis à Atenção Primária (CSAP), no Hospital Estadual
de Bauru (HEB), na cidade de Bauru-SP, no período de
julho de 2010 a junho de 2011. No período estudado, o
HEB internou pacientes de 157, municípios do Estado
de São Paulo de praticamente todas as regiões do Estado, sendo a taxa de internação por 10.000 habitantes de
3,25. As internações por condições sensíveis à atenção
primária foram 2097 entre as 13429 internações SUS,
correspondendo a 18,5%. A idade média dos pacientes
internados por CSAP foi maior (50,6 anos contra 44,9
anos) bem como o tempo de internação (8,1 contra 5,5),
resultados estatisticamente significante (p<0.000).
Quanto ao sexo, houve diferença estatisticamente
significante para a maior proporção de homens (54,9%)
entre as internações por condições não sensíveis à
atenção primária. 91,4% dos pacientes internados
por CSAP tinham menos de 8 anos de estudos. Para a
análise espacial, utilizando-se conceitos de inferência
bayesiana, foram corrigidas as taxas de internação no
Anais XII Congresso Paulista de Saúde Pública
HEB, que são menos instáveis, pois levam em conta no
seu cálculo não só a informação da área, mas também
a informação de sua vizinhança, dessa forma foi possível observar que a área de alcance das internações
do HEB ultrapassa a região para a qual é referência de
atendimento. Conclui-se que, para os gestores, a utilização dos dados de internação por condições sensíveis
à atenção básica pode funcionar como indicadores
para balizar a qualidade do sistema local de saúde,
contribuindo assim para a avaliação da implantação
e implementação das políticas de saúde.
ANÁLISE DOS CUIDADOS NA ALTA HOSPITALAR
DE INSTITUIÇÕES PÚBLICAS MUNICIPAIS DE SÃO
PAULO
Nascimento AB (1);
Instituição: 1 - USP;
Introdução: Alguns estudos apontam para a necessidade de se discutir a rede de atenção à saúde preconizada
pelo SUS, a partir da mudança da gestão das condições
agudas unicamente para a inclusão da gestão das
condições crônicas, as quais trazem consigo demandas específicas de cuidados e o desafio de primar pela
intersetorialidade e congruência de ações. Objetivo:
Analisar as demandas de cuidados no momento da
alta hospitalar. Método: Analisados 430 prontuários
de egressos de 2 hospitais públicos de São Paulo. Os
critérios de inclusão foram: ter aceite da direção dos
hospitais e data de internação em abril/2010. Esta
pesquisa foi aprovada em Comitê de Ética em Pesquisa. Os prontuários foram analisados quanto aos
cuidados básicos e invasivos prestados no momento da
alta hospitalar. Os resultados dos hospitais estudados
serão apresentados conjuntamente, visto que a análise
estatística da variável em referência mostrou-se com
significância estatística ausente (r=0.105 / p=0.124).
Resultados Entre os cuidados básicos, 52.4% dos
pacientes tiveram alta hospitalar com prescrição de
medicamentos por via oral, 12.6% de glicemia capilar,
11.8% de inalação, 7.1% de insulinoterapia, 4.2% de
nutrição via oral assistida e 3.7% de nutrição enteral
por via alternativa. Entre os cuidados invasivos, 52.7%
dos pacientes tiveram alta hospitalar com prescrição
de medicamentos por via endovenosa, 9.8% de estomaterapia, 9% de medicamentos por via intramuscular,
4.7% de oxigenioterapia, 4.5% de fisioterapia e 3.1% de
cateterismo vesical de demora. Sendo que sob o aspecto
Saúde Soc. São Paulo, v.20, supl.1, 2011 156
da locomoção, 11.4% dos pacientes encontravam-se
acamados e 12.8% deambulando com auxilio. Enquanto
que sob o aspecto do banho, 9.8% necessitavam de
banho no leito e 13% de banho na cadeira. Conclusões:
No momento da alta hospitalar foram identificados
cuidados que demandariam suporte no pós-alta de
outros equipamentos de saúde para o fornecimento
de recursos materiais e humanos. Sob os aspectos de
locomoção e banho quase ¼ dos pacientes que tiveram
alta hospitalar apresentavam algum déficit para estes
auto-cuidados, demandando auxilio de terceiros.
ANÁLISE IN VITRO DA TOXICIDADE CELULAR DE
TUBOS DE PVC ESTERILIZADOS CONSECUTIVAMENTE EM RAIOS GAMA E ÓXIDO DE ETILENO.
Souza, R.Q. (1); Gonçalves, C.R. (2); Ikeda, T.I. (2);
Cruz, A.S. (2); Graziano, K.U. (1);
Instituição: 1 - Escola de Enfermagem da USP; 2 Instituto Adolfo Lutz;
Introdução: Em 1967, uma carta enviada ao British Medical Journal relatou que a re-esterilização em Óxido de
Etileno (EO) do Cloreto de Polivinil (PVC) previamente
gama-irradiado forma “grandes quantidades de etileno
cloridrina”, um composto altamente tóxico. Mesmo
não apresentando dados mensurados, esta carta iniciou uma polêmica que até hoje divide a opinião de
pesquisadores. Dirimir esta dúvida é relevante, uma
vez que materiais de assistência à saúde feitos de PVC
e esterilizados em Radiação Gama são habitualmente
re-esterilizados em EO em caso de vencimento do prazo
de validade da esterilização.
Objetivo: Evidenciar a toxicidade de tubos de PVC por
meio do teste de citotoxicidade pela difusão em ágar
em células NCTC clone 929.
Métodos: Foram criados quatro grupos experimentais:
G1- tubos “in natura”; G2- tubos esterilizados em Radiação Gama; G3- tubos esterilizados em EO e G4- tubos
esterilizados em Radiação Gama e re-esterilizados em
EO. As amostras foram avaliadas quanto a citotoxicidade de acordo a graduação de reatividade biológica
descrita na norma ISO 10993-5:2009.
Resultados Constatou-se efeito citotóxico apenas no
grupo G3, no qual foram observadas placas com morte
de todas as células, fato que demandou repetições.
Na primeira repetição, também foram encontradas
amostras citotóxicas. Na segunda repetição, nenhuma
unidade de análise foi classificada como citotóxica.
Anais XII Congresso Paulista de Saúde Pública
Inferiu-se que houve falhas no processo de aeração
após esterilização em EO no grupo G3 original e na
primeira repetição. Os resultados das cromatografias
gasosas dos grupos G3 e G4 (realizadas pela própria
empresa prestadora de serviços de esterilização em
EO) atestaram que os materiais de ambos os grupos
estariam seguros para uso, contradizendo os resultados do teste de citotoxicidade.
Conclusão: Os materiais de PVC esterilizados em
Radiação Gama e, consecutivamente, re-esterilizados
em EO não são citotóxicos. A cromatografia gasosa,
realizada pelas empresas prestadoras de serviços
para quantificar os resíduos de EO, produziu resultados questionáveis. Este achado pode caracterizar um
problema potencial para todas as instituições que se
utilizam desses serviços, conforme vem sendo alertado
pela literatura nacional. Destaca-se a necessidade de
rigor técnico durante o processo de esterilização em
EO, especialmente, durante a fase de aeração, para que
o EO e seus subprodutos sejam removidos de forma a
assegurar a utilização dos materiais.
ANÁLISE MICROBIOLOGICA DE OVOS DE GALINHA
EM MERCADOS E FEIRAS LIVRES COMERCIALIZADOS EM DIVERSOS PONTOS EM SÃO BERNARDO
DO CAMPO, SP.
Fabri, J. (1); Jesuz, A. (1); Gonçalves, F. B. (1);
Instituição: 1 - UMESP (Universidade Metodista de
São Paulo);
Os ovos de galinha são uma importante fonte nutricional de proteína de origem animal. O elevado teor nutritivo, aliado ao baixo custo e facilidade de aquisição do
produto justifica seu consumo freqüente.
Uma das grandes preocupações atuais tem sido a
questão da segurança do alimento, pois, apesar das
inovações tecnológicas na fase de produção, armazenamento e distribuição, quadros de intoxicação alimentar
continuam ocorrendo e de forma crescente. Os ovos
devem ser limpos e embalados com todos os cuidados
das boas práticas de fabricação para impedir a veiculação de organismos patogênicos ao consumidor. Ovos
produzidos em condições inadequadas podem carrear
diferentes espécies de contaminantes ao homem, a ingestão de ovos crus ou sob forma de cremes, maioneses,
gemadas e sobremesas diversas ou insuficientemente
cozidos são a principal causa de infecção.
Este trabalho teve por objetivo analisar a presença e
Saúde Soc. São Paulo, v.20, supl.1, 2011 157
contaminação por Salmonella sp, E.coli e Coliformes
totais e Fecais nos três componentes dos ovos de galinha, gema, clara e casca, comercializados em mercados
e feiras livres de diferentes pontos de São Bernardo
do Campo.
ANÁLISE RETROSPECTIVA DA VIGILÂNCIA E MONITORAMENTO NO CONTROLE DAS DOENÇAS
MENINGOCÓCICAS NO GVE 29 DE SÃO JOSÉ DO
RIO PRETO, 2007 A 2010.
Caron, S. B. A. (1); Eid, V. R. T. (2);
Instituição: 1 - SES/SP - GVE29; 2 - SES/SP - GVE;
Introdução: A doença meningocócica (DM) tem sido
importante causa de morbidade e de mortalidade no
Estado de São Paulo, sendo detectado, desde o final
dos anos 80, aumento nos coeficientes de incidência
(CI). Comportamento semelhante ao do Estado pôde ser
verificado no GVE 29 de São José do Rio Preto por meio
da análise e avaliação do banco de dados do Sistema de
Informação de Agravos de Notificação (SINAN).
Objetivos: Analisar a incidência, a taxa de letalidade,
a sorotipagem e o intervalo de tempo entre o início
dos sintomas e data de notificação da DM no período
de 2007 a 2010 no GVE 29 de São José do Rio Preto
formado por 66 municípios e média populacional de
1,2 milhões de habitantes.
Método: O estudo foi longitudinal retrospectivo de todos os casos de DM notificados e registrados no SINAN,
residentes no GVE 29 de 01 de janeiro de 2007 a 31 de
dezembro de 2010. Para a análise e tabulação dos dados
foram utilizados os aplicativos Tabwin e Epi-Info.
Resultados Nos anos de 2007 a 2010 foram registrados
88 casos de DM, o que corresponde a 5,1% das meningites em geral. Os CI (por 100.000 habitantes) para esses
anos foram de 1,0; 2,6; 1,7 e 1,9 respectivamente.
A taxa de letalidade foi de 8,3% em 2007; 19,4%; 23,8%
e 30,4% nos anos seguintes, ficando acima da média
do estado de São Paulo (20,0%).
A média de dias entre o início dos sintomas até a notificação foi de 3,0 em 2007; 3,3 em 2008; 1,55 em 2009 e
1,6 em 2010. Nota-se um forte declínio neste indicador
no ano de 2009, onde o município de São José do Rio
Preto vivenciou uma epidemia de DM, aumentando a
sensibilidade dos serviços de saúde para a suspeição
e diagnóstico dos casos.
Dos 88 casos estudados no período, identificou-se o
sorogrupo do meningococo em 70 (79,5%), com pre-
Anais XII Congresso Paulista de Saúde Pública
domínio do C (47,7%), seguido pelo B (19,3%), W135
(5,7%), Y (1,13%).
Conclusão: Observou-se aumento da incidência das
DM e da taxa de letalidade, embora a média do tempo
entre o aparecimento dos sintomas e a notificação
tenha diminuído. Além do alto poder de virulência
do patógeno, possivelmente esses números reflitam
o aumento da sensibilidade dos serviços de saúde no
diagnóstico, a agilidade e a melhoria do diagnóstico
laboratorial para elucidação dos casos. A DM persiste
como importante problema de saúde pública devido
à sua incidência e alta letalidade. A precocidade no
diagnóstico, o monitoramento e a análise constante
é fundamental na prevenção, detecção e intervenção
oportuna nos surtos e/ou epidemias.
APOIO MATRICIAL EM SAÚDE MENTAL: PERCEPÇÕES DOS MÉDICOS, ENFERMEIROS E AUXILIARES
DE ENFERMAGEM DE QUATRO EQUIPES DE PSF DE
UM CENTRO DE SAÚDE ESCOLA DO MUNICÍPIO
DE SÃO PAULO.
VANNUCCHI, AMC (1); SAVIAN, C (2); ZAROS, D (2);
TENGAN, F (2); SMOLENTZOV, I (2); AZEVEDO, J (2);
CARVALHO, J (2); PRESTI, M (2); KAGIMOTO, N (2);
NOBREGA, R (2);
Instituição: 1 - CENTRO DE SAÚDE ESCOLA BARRA
FUNDA DR ALEXANDRE VRANJAC; 2 - Faculdade de
Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo;
Desde 2008 tem-se usado a ferramenta do apoio matricial no Centro de Saúde Escola Barra Funda “Dr.
Alexandre Vranjac” (CSEBFAV). Dois médicos psiquiatras e uma psicóloga se dividem entre quatro ESF para
realizar: aulas expositivas, consultas compartilhadas,
discussões informais de casos, reuniões de equipe e
atendimento individual dos usuários.
OBJETIVOS Identificar as percepções dos médicos,
enfermeiros e auxiliares de enfermagem de quatro
equipes de PSF do CSEBFAV, sobre pontos positivos e
negativos das estratégias utilizadas no matriciamento
em saúde mental. METODOLOGIA Aplicação de um
questionário semi-estruturado a um representante
por grupo de profissão das ESF, para que discorressem livremente sobre os pontos positivos, negativos
e sugestões a respeito das estratégias adotadas no
apoio matricial. Foi realizada análise de conteúdo.
RESULTADOS Todas as estratégias utilizadas são
consideradas válidas pelos profissionais. Isso se reflete
Saúde Soc. São Paulo, v.20, supl.1, 2011 158
no fato de as críticas e sugestões incentivarem um
aprimoramento dessas estratégias, através de maior
organização, aproveitamento e melhor registro das
informações resultantes dessa interação. São exemplos disso: decisão antecipada sobre os casos a serem
discutidos em reunião, com registro em prontuário e
com um coordenador, que garantiria a organização e
formulação de um projeto/plano terapêutico ao fim
de cada discussão. Manutenção da discussão informal de casos, importantes em situações inusitadas
que emergem no cotidiano. Maior regularidade na
discussão de temas relacionados a saúde mental, com
direcionamento para cada categoria profissional. Aumento no número de vagas para consultas individuais
realizadas pelo psiquiatra. Presença do profissional
solicitado apenas na discussão e conduta de uma
consulta compartilhada, para otimização do tempo.
Melhor planejamento na utilização do transporte do
serviço para as visitas compartilhadas. CONCLUSÃO
As ESF do serviço estão aderidas ao apoio matricial
em saúde mental e anseiam pelo aperfeiçoamento das
estratégias utilizadas. É necessário aplicar o mesmo
questionário nos agentes comunitários de saúde, nos
psiquiatras e psicólogo que realizam o apoio matricial
e nos usuários do serviço, a fim de conseguirmos uma
visão mais completa e abrangente da estratégia do
apoio matricial em saúde mental na atenção primária
à saúde, no contexto local, a fim de potencializar as
ações de cuidado em saúde mental para a população
de nosso território.
APROPRIAÇÃO PÚBLICA DA CIÊNCIA NO SUS: UM
ESTUDO SOBRE BULAS DE MEDICAMENTOS
Chenchi, L. H. (1); Machado, M. L. T. (1);
Instituição: 1 - UFSCar;
Introdução: este trabalho apresenta resultados parciais
de mestrado em Ciência, Tecnologia e Sociedade, em
andamento na Universidade Federal de São Carlos
(PPGCTS/UFSCar). A Lei Orgânica da Saúde-8080/90
determina como campo de atuação do Sistema Único
de Saúde (SUS) a formulação da política de medicamentos e considera a assistência farmacêutica como
determinante para garantir acesso com uso racional de
medicamentos. A Portaria 1820/2009, que dispõe sobre
direitos e deveres dos usuários da saúde, assegura o
recebimento dos medicamentos da farmácia básica
e para os de alto custo deve ser garantido o acesso
Anais XII Congresso Paulista de Saúde Pública
conforme protocolos e normas do Ministério da Saúde.
Como nem sempre é possível contar com a memória
do paciente ou com efetiva orientação do médico ou
farmacêutico, a bula tem representado no Brasil o
principal material informativo fornecido aos usuários
de medicamentos, mas com pequena procura como
fonte de apoio e informação à terapia medicamentosa.
Objetivo: analisar a apropriação deste instrumento por
usuários do SUS. Método: qualitativo, como técnica de
pesquisa a entrevista semi-estruturada com usuários
do SUS em São Carlos-SP e como forma de análise dos
dados a hermenêutica-dialética. As entrevistas serão
realizadas após aprovação pelo Comitê de Ética em
Pesquisa em Seres Humanos. Resultados os esperados
são a caracterização da evolução das políticas públicas
do setor, a identificação dos fatores subjetivos que
inviabilizam apropriação de bulas e novas contribuições ao seu aprimoramento. Como resultado parcial
do levantamento bibliográfico realizado, são desafios:
excesso de produtos farmacêuticos, automedicação,
falta de informações aos usuários, problemas nas prescrições, informações e marketing das indústrias farmacêuticas. A linguagem utilizada é grande dificuldade
para o leigo, com escrita técnica que pouco ou nada
lhe comunica, sendo falha histórica na normatização
e fiscalização dos órgãos responsáveis. Conclusão: a
Resolução RDC 47 de 8/09/2009, da Agência Nacional de Vigilância Sanitária, estabelece regras para
elaboração, harmonização, atualização, publicação
e disponibilização de bulas de medicamentos para
pacientes e para profissionais de saúde, com objetivo
de tornar informações mais claras, linguagem objetiva
e conteúdos padronizados. Cumprindo seu papel, universidades estão desenvolvendo projetos inovadores e
alternativos visando a apropriação pública da ciência,
apresentada em bulas de medicamentos, por parte de
seus usuários.
AS CONCEPÇÕES TEÓRICAS USADA PELA ENFERMAGEM PSIQUIÁTRICA.
Yamaba, KK (1); Camillo, So (1);
Instituição: 1 - FACULDADE DE MEDICINA DA FUNDAÇÃO ABC;
Introdução: A teoria como uma estruturação criativa
e rigorosa de idéias que projetam uma tentativa, uma
resolução e uma visão sistemática dos fenômenos são
essenciais para nortear a assistência de Enfermagem
Saúde Soc. São Paulo, v.20, supl.1, 2011 159
em todas as suas áreas de atuações. As teorias podem
e devem ser usadas por profissionais para orientar
e melhorar a sua prática. Objetivo: - Descrever a
compreensão dos enfermeiros que trabalham em
Serviços de Saúde Mental e Psiquiatria em relação
as suas concepções teóricas na assistência de enfermagem; -Identificar quais as concepções teóricas que
os enfermeiros que trabalham em Serviços de Saúde
Mental e Psiquiatria se baseiam para a realização da
assistência de enfermagem. Metodologia: Trata-se de
uma pesquisa qualitativa descritiva. Foram realizadas
cinco entrevistas individuais com enfermeiros (as) que
trabalham em instituições psiquiátricas do Grande
ABC e do Município de São Paulo, e que são e alunos
(as) de Pós Graduação do II Curso de Especialização
em Saúde Mental e Psiquiatria no Contexto Prático
da Atuação Multiprofissional. Para o tratamento dos
dados utilizou-se Análise de Conteúdo. Resultados
Foram identificadas as seguintes categorias: 1. Responsabilizando a instituição pela falta de concepção
teórica, 2. O uso da Teoria Das Necessidades Humanas
Básicas como referência teórica no cuidado do paciente
psiquiátrico, 3. A ausência da concepção teórica em
relação ao cuidado com o paciente psiquiátrico, 4. A
falta de consciência da aplicação da teoria na prática.
Conclusão: Por meio desse estudo percebe-se que o
conhecimento mais aprofundado acerca das teorias e
de sua importância como aliada na sistematização do
cuidado propiciaria uma melhor qualidade da assistência de enfermagem.
AS DIFICULDADES DE ADAPTAÇÃO DO CONVÍVIO
SOCIAL DE PACIENTES PORTADORES DE HIV/AIDS
Kawagoe, J. (1); Chaves, L.C. (1); Fonseca, F.L.A. (1);
Camillo, S.O. (1);
Instituição: 1 - FACULDADE DE MEDICINA DO ABC;
Resumo: Estudo quantitativo de caráter descritivo realizado na Unidade de Referência em Doenças Infecciosas
Preveníveis da Faculdade de Medicina do ABC, teve como
objetivos verificar os preconceitos que ainda existem
em relação aos pacientes portadores da Síndrome da
Imunodeficiência Humana (AIDS), bem como, os motivos pelos quais existem e investigar as dificuldades de
adaptação no convívio social de pacientes portadores de
AIDS. Os dados foram obtidos por meio de uma pesquisa
quantitativa de caráter exploratório e revisão bibliográfica não-estruturada. Foi aplicado um questionário
Anais XII Congresso Paulista de Saúde Pública
em pacientes portadores de HIV/AIDS da Unidade de
Doenças Infecciosas Preveníveis. A maior parte (n°; %)
dos entrevistados relataram repercussões em suas vidas
após a descoberta da soropositividade, comumente no
convívio social (amigos, família e serviços de saúde).
Constatou-se que a falta de conhecimento sobre a doença
é um fator determinante do preconceito. O presente estudo constatou a existência de preconceito relacionado
à pacientes soropositivos, mesmo após três décadas
da primeira ocorrência de HIV/AIDS. O fato de existir
qualquer mudança nas interações sociais decorrente da
descoberta da doença demonstra o estigma e a discriminação que a acompanham devido a seu histórico.
Unitermos: AIDS, HIV.
AS RELAÇÕES DO CUIDADO NA ATENÇÃO BÁSICA, NA PERSPECTIVA DA INTEGRALIDADE, COM
ENFOQUE NA SATISFAÇÃO E INSATISFAÇÃO DOS
USUÁRIOS
Arantes, M. Q. (1); Curvo, P. A. (1); PEREIRA, M. J. B. (1);
Instituição: 1 - EERP-USP;
Introdução e Objetivo: O processo avaliativo foi inserido na saúde para promover acesso aos serviços,
porém, se restringe a indicadores epidemiológicos e
de produção. Mas a qualidade dos serviços de saúde
não se limita a estes fatores, e, para uma melhor assistência deve-se ampliar o olhar para a micropolítica
do cuidado.
A micropolitica é vista como a relação entre os profissionais, usuários e gestores, com interesse e valores
diferentes, trazendo para o trabalho em saúde disputas
envolvendo relações de poder (CECÍLIO, 2011).
Na micropolítica o resultado final é o cuidado, sendo os
usuários parte central das ações em saúde (CECÍLIO,
2007).
O cuidado como ação integral visa o indivíduo ser
acolhido em suas necessidades, através de práticas
qualificadas e de responsabilização (LUZ, 2004).
A integralidade aponta a satisfação e insatisfação do
usuário relacionada com as ações prestadas.
Trata de investigação de caráter avaliativo, que envolve
a Atenção Básica de Saúde-ABS.
Indaga-se: na visão do usuário, se implantação da ABS
favorece a produção de ações com foco na integralidade. Questão central que considera a voz dos usuários
em relação ao cuidado prestado na ABS.
Objetivamos analisar/conhecer a percepção do usuário
Saúde Soc. São Paulo, v.20, supl.1, 2011 160
no cuidado recebido nos espaços da rede básica de um
município do interior paulista, focando a satisfação e
a insatisfação expressas no cuidado.
Metodologia e Resultados Trata de estudo descritivo,
caráter qualitativo com 39 usuários participantes de
04 grupos focais.
Utilizou-se a análise de conteúdo temático, com 02
núcleos de sentidos eleitos: satisfação e insatisfação,
identificando as relações entre trabalhadores e usuários nos cenários dos serviços de saúde.
O vínculo e acolhimento são facilitadores das ações
ofertadas no cuidado de forma integral. A não rotatividade médica permitiu manter o vínculo.
A prática, o conhecimento dos profissionais e os atendimentos de demandas podem facilitar ou não o acesso
aos serviços, apontando para expressões de satisfação
e insatisfação avaliadas negativamente pelos usuários
por afastar da integralidade da atenção.
No discurso dos usuários, a integralidade e os serviços
ofertados abrangeram a relação dos trabalhadores
e usuários, bem como a subjetividade e os aspectos
relacionados à responsabilidade do serviço frente as
necessidade demandadas.
Conclusões: O comprometimento do atributo da integralidade nos serviços de saúde foi responsável por
fragilizar as relações de cuidado na ABS.
ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA CONTRACEPÇÃO: UM OLHAR PARA AS VIVÊNCIAS NO
PERÍODO PÓS-PARTO
Meira, T.H.D.M (1); Stefanello, J. (1);
Instituição: 1 - EERP;
Introdução: as questões relacionadas à sexualidade e
ao retorno à atividade sexual perpassam a fase puerperal na maioria das vezes sem ganhar o merecido
destaque. A falta de acompanhamento no pós-parto
apresenta-se como problemática, fazendo com que
as mulheres resolvam a sua maneira questões pertinentes a este período, como a escolha do método
contraceptivo. Muitos casais comumente reiniciam
suas atividades sexuais sem orientações acerca da
contracepção, colocando-se em risco para a aquisição
de infecções no período pós-parto, ou para ocorrência
de uma nova gestação em um curto período de tempo,
fato que contribui para a morbimortalidade materna
e infantil. Objetivo: identificar a vivência da atividade
Anais XII Congresso Paulista de Saúde Pública
sexual e os métodos utilizados frente à contracepção
no período pós-parto. Método: trata-se de um estudo
qualitativo. Fizeram parte do estudo 16 puérperas que
tiveram seus filhos em uma maternidade do interior do
estado de São Paulo. Os dados foram coletados primeiramente durante a consulta de retorno de puerpério e,
em um segundo momento, na residência da puérpera
onde foram realizadas entrevistas semi-estruturadas.
A análise dos dados se deu sob a técnica de análise de
conteúdo, modalidade temática. Resultados dentre
os métodos mais conhecidos pelas mulheres estão os
anticoncepcionais hormonais (forma injetável e oral),
métodos de barreira (códon masculino), dispositivo
intra-uterino e métodos cirúrgicos. Observamos que a
responsabilidade pelo controle da prole recai sobre a
mulher e que a participação masculina frente à contracepção acontece mais no sentido de apoiar a parceira.
A partir dos relatos percebemos que a escolha e utilização do método contraceptivo na fase pós-parto estão
permeadas pelas vivências obtidas antes da gestação,
positivas ou não, e estas é que vão nortear a escolha
na fase puerperal. Além disso, chamamos a atenção
para a falta de orientações adequadas prestadas pelos
profissionais envolvidos com o planejamento familiar de maneira geral, fato que se apresenta como um
fator preocupante quando pensamos na qualidade e
efetividade da assistência oferecida pelos serviços de
saúde. Conclusões: identificamos lacunas importantes
frente à orientação das puérperas no que diz respeito
à escolha e utilização dos métodos contraceptivos.
Destacamos a necessidade de um melhor preparo e
compromisso dos profissionais envolvidos com o planejamento familiar para que então, esta prática seja
desenvolvida de maneira consciente e eficaz.
ASSISTÊNCIA DOMICILIAR A CRIANÇA COM MIELOMENINGOCELE: UM RELATO DE CASO
PEREIRA LC, OLIVEIRA, JRC (1);
Instituição: 1 - PID- Programa de Internação Domicilair;
PEREIRA, L C ¹; OLIVEIRA, JRC²
Introdução: A mielomeningocele é a forma mais frequente de um grupo de doenças denominadas defeitos
de fechamento do tubo neural (DFTN), que leva a falta
de fusão dos elementos posteriores da coluna vertebral
e displasia da medula espinhal. O quadro clínico da
mielomeningocele se manifesta através de alterações
Saúde Soc. São Paulo, v.20, supl.1, 2011 161
ortopédicas, neurológicas e geniturinárias. Objetivo:
Relatar o caso de uma criança com mielomeningocele
em internação domiciliar e demonstrar como a associação da intervenção fisioterapêutica, equipe interdisciplinar, família e ambiente domiciliar pode contribuir
na evolução. Material e Métodos: Trata-se de um estudo
de caso de uma criança com mielomeningocele, que
manteve-se internada no âmbito hospitalar até os 4
anos de idade. A admissão no Programa de Internação
Domiciliar (PID) ocorreu aos 5 anos de idade, onde o
mesmo apresentava-se cifose congênita e hipotonia
de membros inferiores, traqueostomizada, dependente de oxigenoterapia contínua, intensa sialorréia,
alimentando-se por gastrostomia. A desospitalização
iniciou-se no ambiente hospitalar com planejamento
da transição para domicílio com a família e a equipe
do PID, composta por profissional médico, enfermeiro,
técnico de enfermagem, fisioterapeuta, fonoaudióloga,
nutricionista e assistente social. Todos foram esclarecidos sobre a doença e possíveis complicações, bem
como, a discussão sobre direcionamento do atendimento para reabilitação e prevenção de complicações.
Resultados O programa de reabilitação fisioterapêutica
foi traçado com intervenções motoras: estimulação do
desenvolvimento neuropsicomotor, posicionamento
correto com auxílio de coxins e orientações aos pais
sobre o manuseio da criança e uso de órtese adequado;
e intervenções respiratórias: evitar complicações respiratórias, manobras de higiene brônquica e desmame
de O2. As discussões sobre o atendimento realizado
com a equipe e família permitiram que mesmo diante do período crítico de adaptação em que a criança
apresentou-se chorosa, irritada, com episódios de
broncoespasmo, febril (40°), e totalmente dependente
O2, foi possível alcançar o sucesso clínico de redução
da sialorréia e higiene brônquica, sem complicações.
Conclusão: Pode-se constatar que a assistência fisioterapêutica e a intervenção interdisciplinar com apoio
e envolvimento da família foram indispensáveis ao
sucesso da reabilitação da criança.
ATENÇÃO INTEGRAL AO HIV/AIDS: PARA ALÉM
DA REFERÊNCIA E CONTRARREFERÊNCIA
Franco, F.A. (1);
Instituição: 1 - Escola de Enfermagem da USP;
O estudo teve como objetivo analisar o sistema de referência e contrarreferência entre Unidades Básicas de
Anais XII Congresso Paulista de Saúde Pública
Saúde (UBS) que operam o modelo da ESF e o serviço
especializado para o atendimento às pessoas que vivem
com HIV/aids (PVHA), no Capão Redondo, região sul
do Município de São Paulo. Trata-se de uma pesquisa
qualitativa, baseada no conceito da Vulnerabilidade
Programática. A coleta de dados foi realizada por meio
de entrevistas semiestruturadas com os gerentes das
UBS; realização de grupos focais com as equipes de
saúde da família e entrevistas abertas com os gerentes
e enfermeiros dos serviços especializados, realizadas
entre junho e dezembro de 2009. As equipes tomam
conhecimento dos casos de HIV/aids por meio de
diagnósticos realizados nas UBS e por meio do Agente
Comunitário de Saúde (ACS). O trabalho das equipes
em relação à atenção em HIV é organizado de acordo
com as prioridades estabelecidas pela ESF: gestantes e
pacientes com tuberculose. As equipes não encontram
dificuldade para encaminhar os indivíduos com HIV/
aids para os serviços especializados. Entretanto, a
comunicação entre os dois serviços é praticamente
inexistente. O acompanhamento das PVHA pela ESF
ocorre por meio das visitas domiciliárias dos ACS exceto por alguns casos específicos em que a equipe da
ESF revelou oferecer suporte emocional, monitoramento da adesão ao tratamento e atendimento às outras
necessidades de saúde. Todos os sujeitos da pesquisa
revelaram ser importante realizar a contrarreferência,
embora reconheçam que ela raramente ocorre ou que
ocorre por meio do paciente. Há projeto de realização
de matriciamento em HIV/aids, referido por um serviço
especializado, cuja proposta se dá sob a lógica do Apoio
Matricial já praticado pelas equipes de apoio à saúde da
família (NASF), recentemente implantadas com vistas a
buscar a integralidade da atenção à saúde e consolidar
a ESF. Concluiu-se que há necessidade de construção
de uma Linha de Cuidado em HIV/aids, pactuada entre
os gestores dos diferentes serviços para a efetivação
da integralidade da atenção ao HIV/aids, que garanta
referência dos usuários aos serviços especializados de
forma segura e contrarreferência às equipes de saúde
da família nas UBS, onde se deve dar o vínculo e o
acompanhamento permanente desses usuários.
ATENÇÃO PRIMÁRIA E SAÚDE MENTAL: CONSTRUINDO CAMINHOS EM UMA UNIDADE DE
SAÚDE DA FAMÍLIA
SARTOR, N. J. P. (1); MENEZES, T. T. (1); ZONTA, C. (1);
Saúde Soc. São Paulo, v.20, supl.1, 2011 162
Instituição: 1 - UNESP-BAURU;
Pensar o cuidado em Saúde Mental nas redes de Atenção Primária, dada a sua complexidade, nos coloca o
desafio de articular ações que promovam a autonomia
e a cidadania às pessoas em sofrimento psíquico. O
estágio em Psicologia Social-Comunitária realizado em
uma universidade do interior paulista busca implantar
a temática da Saúde Mental em uma das Unidades de
Saúde da Família (USF) da cidade. Em conformidade às
definições da reforma psiquiátrica, foram construídas
ações no/com o território, buscando articulações a
outros serviços de saúde e demais recursos do município, bem como a formação e capacitação das equipes
da USF. Em 2008, foi realizado um curso para agentes
comunitários de saúde (ACS) e equipes técnicas, e a
partir de reuniões plenárias iniciou-se o planejamento
da Unidade, pensando-a em termos de Saúde Mental.
Assim, em 2011 objetivou-se mapear a demanda de
Saúde Mental no território da Unidade, realizar visitas
às famílias, problematizar a demanda junto às equipes
técnicas e organizar estratégias em rede. A metodologia
das intervenções consistiu em: preenchimento de duas
planilhas pelas ACS (Levantamento de Informações em
Saúde Mental e Roteiro de Investigação para os casos
de Saúde Mental); utilização do programa de software
Statistical Package for the Social Sciences (SPSS) para
categorização de dados; visitas às famílias com demandas de Saúde Mental e reuniões com toda a equipe da
USF para planejar estratégias de ações em rede. Como
resultados parciais, em universo de aproximadamente
4.000 famílias, constaram 176 casos com demanda de
Saúde Mental. Dos casos analisados constatou-se, preponderantemente, as seguintes temáticas: depressão
(20,8%), transtornos mentais (15,4%), drogas ilícitas
(15,0%) e alcoolismo (14,6%). Iniciaram-se visitas às
famílias para compreender as múltiplas determinações
dos casos a serem apresentados às equipes. Nestas
reuniões foram apresentados os resultados parciais
do levantamento, valorizando o trabalho das ACS e
apontando a necessidade de dar continuidade às visitas
para aprofundar os dados e planejar ações; discutiu-se
a possibilidade de construção de um Boletim de Saúde
à população; e, por fim, apontou-se a necessidade de um
Plantão Psicológico e formação de um grupo para as
ACS. Espera-se que intervenções como as supramencionadas possam auxiliar a potencializar ações de Saúde
Mental em uma USF.
Anais XII Congresso Paulista de Saúde Pública
ATIVIDADES PREVENTIVAS REALIZADAS ATRAVÉS
DE PROJETO DE EXTENSÃO EM UMA COMUNIDADE
UNIVERSITÁRIA
Mori, N.L.R. (1); Nitsche, M.J.T. (1); Olbrich, S.R.L.R.
(1); Olbrich Neto, J. (1);
Instituição: 1 - Faculdade de Medicina de BotucatuUNESP;
Introdução:Nos últimos anos, houve um notável aumento nas ações de promoção da saúde e prevenção de
doenças, baseado em um modelo de saúde que vai além
do modelo biomédico e prioriza as ações de melhoria
de qualidade de vida dos sujeitos. Assim, o projeto
“Promoção da saúde, prevenção de doenças” surgiu
para possibilitar o acesso da comunidade UNESP às
ações de diagnóstico precoce e consulta de enfermagem, e gerar uma visão ampla das características de
cada Campi, possibilitando ações locais voltadas às
principais necessidade encontradas. Objetivos: Oferecer
oportunidade de situar os alunos, docentes e servidores,
quanto à prevenção e diagnóstico precoce do diabetes,
hipertensão arterial e hipercolesterolemia, bem como do
sedentarismo, tabagismo e dieta inadequada. Métodos:
Foram avaliados clínica e laboratorialmente, de Agosto
de 2003 à Dezembro de 2010, 21.800 pessoas em diversos
Campi da UNESP por meio de campanhas de “Promoção
da Saúde e Prevenção de Doenças”. A coleta de dados
ocorreu por procura voluntária, pelo preenchimento de
um questionário com dados pessoais e epidemiológicos. Foi aferido peso, altura, pressão arterial e coletado
sangue por punção digital para verificação dos níveis
de glicose e colesterol total. Todos os participantes que
apresentaram alterações foram orientados por meio
de consulta de enfermagem individualizada, quanto à
alimentação adequada, realização de atividade física,
uso correto dos medicamentos e, quando necessário,
orientados a buscar serviço médico. Resultados Do total
de participantes, 55,4% eram alunos, 5,8% docentes,
36,1% servidores e 2,7% comunidade. A média de idade
foi 32,8 anos. Apresentavam hipertensão arterial leve
9,8% e hipertensão arterial moderada e grave 2,5%,
dos quais somente 32,1% sabiam ser hipertensos. Foi
verificado pré-obesidade em 27,6% e obesidade em 7,9%.
Glicemia alterada em 18,6%, sendo 13,6% intolerantes
ao açúcar e 6,0% diabéticos; somente 22,9% tinham
conhecimento de seu estado. Colesterol limítrofe alto
em 13,6% e colesterol alto em 5,4%. Eram sedentários
65,6%. Conclusão: Programas de diagnóstico precoce
Saúde Soc. São Paulo, v.20, supl.1, 2011 163
de doenças são de grande importância dada principalmente à prevalência de alterações encontradas e a falta
de conhecimento dos sujeitos a seu respeito. Assim, o
incentivo à atividade física regular e readequação alimentar aliados à conscientização da doença, são fatores
importantes tanto para melhora na qualidade de vida,
quanto para a diminuição da morbidade e mortalidade
associadas.
ATUAÇÃO DE NUTRICIONISTAS EM NÚCLEOS DE
APOIO À SAÚDE DA FAMÍLIA NA ZONA SUL DO
MUNICÍPIO DE SÃO PAULO
Nascimento, C.S. (1); Craveiro, T.S. (1); Santelle, O. (1);
Instituição: 1 - CENTRO UNIVERSITÁRIO ADVENTISTA DE SÃO PAULO;
Introdução: A inserção do nutricionista na Equipe
Saúde Família (ESF) é justificada pela sua formação
acadêmica, por ter condições de fazer o diagnóstico
nutricional e propor orientações necessárias e adequadas aos hábitos familiares e culturais. OBJETIVO:
Identificar o trabalho o realizado por nutricionistas
nos Núcleos de Apoio a Saúde da Família em Unidades
Básicas de Saúde na zona sul do município de São
Paulo. METODOLOGIA: Pesquisa qualitativa, de corte
transversal com utilização de questionário com perguntas fechadas e perguntas abertas, para identificar
como ocorre a interação dos nutricionistas com os
demais profissionais da ESF; para identificar ações de
promoção da saúde por meio da alimentação conforme
recomenda a portaria 154 G.M/2008; verificar fatores
limitadores no desenvolvimento das atividades das
suas ações e para conhecer a satisfação dessas profissionais com o trabalho no NASF. Na análise dos dados
utilizou-se a Técnica do Discurso do Sujeito Coletivo.
Resultados Foram entrevistadas quatro nutricionistas,
gênero feminino, entre 34 e 43 anos. A análise das
entrevistas registrou 06 (seis) idéias centrais (IC) e
produziu 06 (seis) discursos do sujeito coletivo (DSC).
As Idéias Centrais a seguir representam a síntese dos
depoimentos: IC1: A nutricionista tenta atender todas
as propostas da portaria; IC2: A interação entre os
profissionais é ótima; IC3: Os resultados do trabalho
são muito bons. IC4: Os resultados das ações no NASF
ainda são pontuais; IC5: Existem limitações como em
todo trabalho que está sendo implantado; IC6: A satisfação no trabalho é muito grande. Descreve-se o DSC-6,
da questão que avaliou a satisfação das nutricionistas
Anais XII Congresso Paulista de Saúde Pública
quanto ao trabalho que elas realizam: “A satisfação é
muito grande em poder ajudar pessoas que dependem
às vezes somente de um pouco de atenção e carinho.
Você percebe que os resultados bons começam a aparecer, isso é muito gratificante”. Conclusão: Concluímos
que as atividades realizadas pelo nutricionista são
valorizadas e respeitadas pelos demais profissionais da
Estratégia da Saúde da Família. Apesar das limitações
encontradas para atender a demanda do trabalho, as
nutricionistas estão satisfeitas com as atividades que
elas desenvolvem na atenção básica.
Palavras chave: Promoção da saúde, Núcleo de Apoio a
Saúde da Família, Atuação do nutricionista.
AVALIAÇÃO DO PROGRAMA PRATIQUE SAÚDE
EM GUARULHOS-SP: PROCESSO DE TRABALHO
E GESTÃO
D‘Urso, L. A. (1); Martins, C. L. (1); Sacardo, D. (1);
Warschauer, M. (2); Capucci, P. (1);
Instituição: 1 - FACULDADE DE SAÚDE PÚBLICA -SP;
2 - Prefeitura do Município de São Bernardo do Campo
O interesse em torno da avaliação de políticas de
promoção da saúde tem se intensificado nos últimos
tempos. Com esse enfoque, foi realizada uma pesquisa
avaliativa sobre a efetividade da implementação do
programa Pratique Saúde em Guarulhos (SP), cujo
propósito é fomentar práticas corporais e atividades
físicas no âmbito da Atenção Básica. O objetivo do
estudo foi avaliar o processo de implementação do
Pratique Saúde em relação à temática do processo
de trabalho e gestão. Trata-se de pesquisa avaliativa
com desenho qualitativo e utilização de triangulação
de métodos. Os dados foram coletados por meio de
documentos, questionários, entrevistas individuais e
grupos focais, abrangendo participantes, comunidade,
gestores e profissionais de saúde. Para os gestores
e profissionais de saúde, a melhora nos índices de
morbimortalidade para doenças crônicas é o principal
objetivo do programa, enfatizando a dimensão física
dos benefícios das práticas corporais A questão do acolhimento dos participantes é algo fundamental para a
avaliação positiva do programa, com o reconhecimento
do papel central do educador físico nesse processo. Os
outros profissionais de saúde desempenham também
papel importante no acompanhamento das atividades
físicas junto ao usuário, percebendo-se, nessa situação,
maior envolvimento e aderência por parte da popu-
Saúde Soc. São Paulo, v.20, supl.1, 2011 164
lação. O programa favoreceu ainda a qualificação do
trabalho para os agentes comunitários e auxiliares
de enfermagem, atribuindo novos significados nas
suas atividades cotidianas. A atuação em equipe é
uma busca constante, mas as atribuições de cada
um e o modo de como trabalhar em conjunto é algo
a ser construído. A ótica de apoio matricial reforça a
interdisciplinaridade e favorece o trabalho coletivo.
Algumas formas de organização de fluxos e a definição
de papéis profissionais muito específicos podem gerar
a fragmentação do processo de trabalho. O planejamento das atividades, o estabelecimento de canais de
comunicação com a gestão, a formação continuada e a
avaliação constante permanecem como desafios para
o programa. O Pratique Saúde em muitos aspectos
tem significado uma possibilidade de transformação
do processo de trabalho para as equipes. Entretanto,
deve-se aprofundar o debate sobre a promoção de saúde
como política de governo no município. Recomenda-se
investir em processos formativos e avaliativos contínuos, potencializando espaços de discussão entre os
trabalhadores e gestores.
AVALIAÇÃO ANTROPOMÉTRICA E CURVA DE
CRESIMENTO DE CRIANÇAS DE 2 A 5 ANOS DE
UMA CRECHE DA ÁREA DE ABRANGÊNCIA DA
UNIDADE SAÚDE DA FAMÍLIA JD. SANTO AFONSO,
NO MUNICÍPIO DE GUARULHOS
Jezler, C.A.C (1); Goya-Lotério, M (1); Rulim, L.B (1);
Matielli, A.C (1); Demma, A. (1); Belezze, A. (1); Gentil,
G. (1);
Instituição: 1 - UNICID;
Introdução: A fome é uma das expressões mais dramáticas da exclusão social. Porém tem ocorrido mudanças
no padrão nutricional, onde coexistem a desnutrição e
obesidade. Esses dois extremos do padrão nutricional
representam situações de desiquilíbrio que expõe os
indivíduos a maior risco de adoecer e de morrer. O
SISVAN é um instrumento de apoio aos profissionais
de saúde na promoção da saúde. É um sistema de coleta
dados do estado nutricional de indivíduos e coletividades. O uso desses dados deve nortear as ações básicas
de saúde, contribuindo para efetivo controle dos problemas de saúde relacionados à nutrição. A Atenção Primária em Saúde tem um papel fundamental na coleta
e análise dos dados para planejamento de ações que
devem corrigir essas distorções, garantindo o pleno de-
Anais XII Congresso Paulista de Saúde Pública
senvolvimento da criança, garantindo a transformação
social, quando permite condições orgânicas, psicológicas e sociais, adequadas e necessárias para o desenvolvimento intelectual. Objetivo: Identificar carência
nutricional ou distúrbio nutricional a partir dos dados
de Percentil para Peso, nas crianças que frequentam a
creche local e realizar intervenção para resolução do
problema. Metodologia: O trabalho foi realizado pelos
alunos da 3.ª etapa do Curso de Medicina da UNICID,
inseridos na USF Jd Santo Afonso. Foram pesadas e
medidas 117 crianças com idade de 2 a 5 anos, sendo
53 meninos e 64 meninas. Os dados foram convertidos
para percentil peso e altura, utilizando-se a curva de
crescimento. Foram identificadas crianças com muito
baixo peso e obesidade. Os pais ou responsáveis pelas
crianças foram convocados para orientações e informações sobre alimentação e nutrição, juntamente com os
professores e funcionários da creche, valorizando as
ações intersetoriais. Resultados Das crianças avaliadas
foram encontradas: 6% na condição de baixo peso;88%
eutrófico; 6% obesos.Conclusões: Após a realização
da atividade, o grupo compreendeu a importância
das ações dos profissionais da saúde no crescimento
e desenvolvimento da criança. Esta atividade mostra
como os estudantes de medicina podem aprender os
processos de trabalho na atenção primária em saúde e
como eles próprios podem agir como transformadores
sociais. Comparando com o relatório do SISVAN de
2011(Baixo Peso 1,8%; Eutróficos 89,1%; Obesidade
9,1%) temos decréscimo nos valores de obesos e aumento nos valores de baixo peso, portanto temos uma
característica local de carência nutricional.
AVALIAÇÃO DA ADESÃO AO TRATAMENTO FARMACOLÓGICO E QUALIDADE DE VIDA EM PACIENTES HIPERTENSOS
Aragão, C.C.V. (1); Santos, B. R. M. (1); Sousa, D. A. (1);
Diniz, N. B. (1); Garcia, M. L. B. (2); Braga, A. L. F. (2);
Martins, L. C. (2);
Instituição: 1 - UNIVERSIDADE MUNICIPAL DE SÃO
CAETANO DO SUL; 2 - Faculdade de Medicina da USP;
Introdução: A adesão e o controle pressóricos são fatores importantes para prevenir lesão de órgãos alvo de
doenças isquêmicas como infarto cerebral. miocárdico
e vasculopatias periféricas podendo comprometer a
qualidade de vida. No Brasil a taxa de adesão varia
entre 40 a 76% de acordo com a região estudada. Obje-
Saúde Soc. São Paulo, v.20, supl.1, 2011 165
tivo: Avaliar a qualidade de vida e adesão ao tratamento
farmacológico de pacientes portadores de hipertensão
arterial no município de São Caetano do Sul. São Paulo.
Casuística: Este é um estudo transversal, realizado
no período de outubro de 2009 a agosto de 2010 em
pacientes atendidos pela farmácia vinculada a uma
universidade pública da região. Foram utilizados três
questionários validados e auto-aplicados: Morisky &
Green para adesão ao uso de medicamento, MINICHALBRASIL para qualidade de vida em hipertensos, e
dados biodemográficos. Os dados foram submetidos
a análises descritivas e os testes de Qui-quadrado e U
de Mann-Whitney. Resultados Participaram do estudo
190 pessoas, sendo 81 (42,6%) homens e 109 (57,4%)
mulheres. 32,8% não completaram o Ensino Fundamental, 62,1% eram casados, 9,5% estavam tratando a
hipertensão arterial há menos de 1 ano. Apresentavam
níveis pressóricos controlados 158 (83,1%) e 32 (16,9%)
não controlados e 61,1% eram aderentes ao tratamento.
O grupo com pressão não controlada apresentou piores
escores no domínio estado mental (p<0,001). Houve associação entre adesão ao tratamento e controle da pressão arterial (p<0,001). Conclusão: Houve alta adesão
ao tratamento farmacológico nos indivíduos da região
de São Caetano do Sul refletindo em maior controle de
nível pressórico e melhor qualidade de vida.
AVALIAÇÃO DA COBERTURA VACINAL DA PNEUMOCOCO 10 VALENTE EM CRIANÇAS DE 2 MESES
A 2 ANOS MATRICULADAS NO CENTRO DE SAÚDE
ESCOLA CAPUAVA EM 2010.
Ramos, C.N. (1); Filipini,R. (1);
Instituição: 1 - Faculdade de Medicina do ABC;
Introdução: A vacina pneumococo tem sido oferecida às
crianças menores de 2 anos de idade nas Instituições
públicas de saúde há bem pouco tempo. Contudo, a
expectativa é de que após cinco anos, em 2015, do início
desta campanha se evite cerca de 45 mil internações
por pneumonia por ano em todo o Brasil. Objetivo:
Avaliar a cobertura vacinal da vacina pneumocócica
10-valente em crianças de 2 meses a 2 anos atendidas
no CSE Capuava em 2010. Metodologia: Estudo descritivo, quantitativo com coleta de dados secundários
em prontuários e cadernetas de vacinação do Centro
de Saúde Escola Capuava, município de Santo André.
Analisou-se 567 fichas de vacinação, ambos os sexos
em crianças de 2 meses a 2 anos. Análise descritiva em
Anais XII Congresso Paulista de Saúde Pública
números absolutos e percentuais. Resultados das 567
crianças, 52% eram do sexo masculino e a média de
idade foi de 13,19 meses (5,76 desvio padrão). Observouse alta adesão quanto à vacina Pneumococo 10 valente
e menor adesão para a vacinação geral (41% sem vacinação atualizada). Conclusão: Há necessidade de rever
as estratégias de saúde para a cobertura vacinal geral
entre os profissionais de saúde.
AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DE VIDA DOS AGENTES COMUNITÁRIOS DE SAÚDE EM DUAS UNIDADES DE SAÚDE DA FAMÍLIA DE UM MUNICÍPIO DO
INTERIOR DO ESTADO DE SÃO PAULO
Gonçalves, A. C. (1); Coutinho, F. L. O. (1); Gonçalves,
M. A. (1); Maria Elena Echevarria-Guanillo (2);
Instituição: 1 - Centro Universitário Barão de Mauá;
2 - Universidade Federal de Pelotas / RS;
Introdução: O Programa de Saúde da Família, implantado no Brasil em 1994, representou a modificação do
modelo de atenção à saúde. Neste processo o agente
comunitário de saúde (ACS) torna-se um profissional
extremamente importante por ser um articulador entre
o serviço de saúde e a população assistida, estando,
portanto mais exposto a prejuízos em sua qualidade
de vida por sofrer forte pressão, tanto por parte da
comunidade como da própria equipe de saúde da família. Objetivo: Caracterizar uma amostra de agentes
comunitários de saúde de duas Unidades de Saúde da
Família de um município do interior do Estado de São
Paulo e avaliar a qualidade de vida destes profissionais.
Metodologia: Foram entrevistadas 24 agentes comunitárias de saúde, utilizando um instrumento genérico de
avaliação da qualidade de vida, o WHOQOL-bref., com
26 questões, que avaliam a qualidade de vida de modo
geral e a satisfação com a própria saúde, avaliando
quatro domínios: físico, psicológico, relações sociais
e meio ambiente, em uma escala de 0 a 100, sendo que
quanto maiores os valores melhor a qualidade de vida.
Os dados obtidos foram analisados pelo programa estatístico SPSS 15.0. Resultados Observou-se que 100%
das ACS eram do sexo feminino, 79,17% casadas, com
idade variando entre 28 e 62 anos e todas com ensino
médio completo. O valor médio para qualidade de vida
geral foi de 72,91. Para os domínios, os valores médios
foram: 69,79 para o domínio físico; 65,97 para o domínio psicológico; 64,93 para o domínio relações sociais
e 47,00 para o domínio meio ambiente. Os maiores
Saúde Soc. São Paulo, v.20, supl.1, 2011 166
valores médios em cada domínio foram: mobilidade
(domínio físico), espiritualidade, religião e crenças
pessoais (domínio psicológico), relações pessoais e
atividade sexual (domínio relações sociais) e ambiente
do lar (domínio meio ambiente). Os menores escores
médios foram: sono e repouso (domínio físico), imagem
corporal (domínio psicológico), suporte e apoio social
(domínio relações sociais) e recursos financeiros (domínio meio ambiente). Conclusão: Os resultados obtidos
sugerem uma avaliação negativa para o domínio meio
ambiente e positiva para a qualidade de vida geral e
para os outros domínios. O estudo possibilitou uma
avaliação geral da qualidade de vida de um grupo de
agentes comunitários de saúde, favorecendo um melhor entendimento sobre o tema e uma reflexão sobre
os fatores que interferem negativamente na qualidade
de vida desses profissionais.
AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DO PRÉ-NATAL (PN)
DE GESTANTES INFECTADAS PELO HIV NO CENTRO
DE REFERÊNCIA E TREINAMENTO EM DST/AIDS DO
ESTADO DE SÃO PAULO (CRT), NASCIDAS ENTRE
2000 E 2010.
Silva, M.E.W. (1); Mello, M.L.R. (2); Colussi, J. (3);
Dantas, S.M.V. (4);
Instituição: 1 - Faculdade de Nutrição da USP; 2 - CRT
DST/AIDS SÃO PAULO; 3 - Faculdade de Terapia Ocupacional da USP; 4 - Faculdade de Psicologia da USP;
Introdução: mudanças no perfil epidemiológico da
AIDS com aumento dos casos entre mulheres, da
sobrevida e da qualidade de vida elevaram o risco da
transmissão vertical (TV) do HIV. O cumprimento das
medidas profiláticas preconizadas reduz esse risco
para menos de 2%, sendo variável entre regiões, estados
e serviços de saúde.
Objetivos: Descrever e avaliar a qualidade do pré-natal
das gestantes matriculadas no CRT com data de parto
entre 2000 e 2010.
Método: estudo descritivo, dados de prontuário com
formulário estruturado; levantando-se variáveis demográficas, epidemiológicas e parâmetros de qualidade do
pré-natal: número de consultas, médicas e de enfermagem, início do PN, realização de sorologia para sífilis e
hepatite B, taxa de abandono, retorno pós-parto.
Resultados Foram avaliadas 149 gestantes, com 186
gestações e 190 exposições (4 gestações múltiplas).
As exposições resultaram em 168 nascidos vivos, 14
Anais XII Congresso Paulista de Saúde Pública
abortos ou perdas fetais, 3 natimortos e 5 evoluções
ignoradas. Para 20% das gestantes a evidência laboratorial do HIV foi durante o pré-natal, sendo que 12%
das gestações eram em primigestas, 24% não tinham
parto anterior, 43% referiram abortos anteriores e
82% não tinham filhos infectados prévios. Em 62%
das gestações as mulheres já eram caso de AIDS mas
apenas 58% faziam uso de ARV para tratamento. 44,2%
das gestações tiveram a primeira consulta do pré-natal
no 2° trimestre. Foram realizadas, em média, 3,9 consultas de enfermagem, 5,2 consultas de obstetrícia e
4,0 consultas de infectologia. Excluindo abortos, 86%
fizeram pesquisa sorológica para sífilis, sendo que em
25,6% das exposições, a gestante realizou a primeira
ou única avaliação para sífilis no 2° trimestre e 12,5%,
no 3° trimestre. Em 36,9% das exposições, a gestante
não era infectada pela hepatite B, porém em 14,8%, a
situação imunológica para hepatite B não foi avaliada.
80,5% das gestantes não abandonaram o pré-natal,
sendo que 87,3% retornaram ao serviço após o parto.
Foi realizada convocação para metade das gestantes
que abandonaram.
Conclusão: A análise dos resultados evidencia o PN
como momento importante para o diagnóstico do HIV,
alta taxa de abortos, início tardio do PN no serviço de
referência, mas bom cumprimento das ações programáticas e medidas profiláticas.
AVALIAÇÃO DA SATISFAÇÃO DOS PARTICIPANTES
DA OFICINA DE SENSIBILIZAÇÃO DA ESTRATÉGIA
SAÚDE DA FAMÍLIA: UMA EXPERIÊNCIA DOS FACILITADORES DE UMA AUTOGESTÃO EM SAÚDE
Baptista, R. A. (1); Lima, D. K. M. (1); Brumatti, P. A.
P. (1);
Instituição: 1 - CASSI – Caixa de Assistência dos Funcionários do Banco do Brasil;
Introdução: A partir de 1997, a CASSI – Caixa de Assistência dos Funcionários do Banco do Brasil deu
início à implantação do Modelo de Atenção Integral à
Saúde visando garantir aos seus participantes ações
de promoção à saúde, prevenção de enfermidades, recuperação e reabilitação baseado na oferta de serviços de
atenção primária em saúde. A Oficina de Sensibilização
(OS) foi estruturada com metodologia participativa a
partir da necessidade de sensibilizar os profissionais
das Unidades CASSI quanto ao modelo assistencial
implantado, bem como aos componentes básicos da Es-
Saúde Soc. São Paulo, v.20, supl.1, 2011 167
tratégia Saúde da Família (ESF), informação e reflexão
das bases conceituais e diretrizes que fundamentam
as práticas de saúde da CASSI.
Objetivo: Avaliar a satisfação dos participantes em
relação à Oficina de Sensibilização da Estratégia Saúde
da Família.
Metodologia: A coleta de dados foi realizada através de
questionários de avaliação anônimos e auto-aplicados
ao final de cada evento. As questões abordaram a percepção dos participantes em relação à organização da
OS, participação do grupo e conteúdo/metodologia
utilizados. O período estudado foi referente às OS-ESF
realizadas de outubro/2010 a junho/ 2011. Foram formadas 14 turmas com total de 192 participantes, destes
177 responderam a avaliação, representando 92,2% dos
que “realizaram” a Oficina.
Resultados
1- Interação entre os participantes: Ótimo 67%; Bom
28%; Regular: 5% e Fraco:0%.
2- Aceitação da metodologia: Ótimo 53%; Bom 42%;
Regular 5% e Fraco 0%.
3- Troca de experiência: Ótimo 68%; Bom 29%; Regular
3% e Fraco 0%.
4- Relação conteúdo/ prática: Ótimo 50%, Bom 43%;
Regular 7% e Fraco 0%.
Conclusão: Os resultados apresentados evidenciam que
a interação entre os participantes favoreceu a troca de
experiências - os percentuais praticamente se repetem
enquanto ótimo e bom (67 e 28% e 68 e 29% respectivamente). Destaca-se a aceitação da metodologia participativa (53% ótimo e 42% bom) enquanto instrumento
facilitador da aproximação entre os profissionais, o que
contribui positivamente para o aperfeiçoamento das
ações em saúde das equipes ESF. A relação conteúdo/
prática demonstra que os temas e conceitos abordados
são reconhecidos como integrantes do cotidiano das
equipes.
AVALIAÇÃO DAS AÇÕES DOS PROFISSIONAIS DE
SAÚDE DIANTE DA SUSPEITA DE MAUS TRATOS
À CRIANÇA
Pereira, N.A. (1); Lopes, S.G. (1); Alves, J.E. (1);
Instituição: 1 - FMABC;
Introdução: A violência a criança pode ocorrer de
diferentes formas, seja através do abuso sexual, dos
maus tratos ou da negligência, e na maioria das vezes
Anais XII Congresso Paulista de Saúde Pública
não é um ato isolado e sim um contexto onde essa
criança vive.
Os maus tratos estão tomando grandes proporções no
Brasil e no mundo, tornando-se um grave problema
de saúde pública no país. Atualmente a Constituição
Federal e o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA)
obrigam a notificação de casos suspeitos ou confirmados de maus tratos contra a criança e o adolescente.
Apesar da obrigatoriedade, a subnotificação da violência é uma realidade nacional. Estima-se que, para
cada caso notificado, de 10 a 20 deixam de ser. O ato
de notificar inicia um processo que visa interromper
as atitudes e comportamentos violentos no âmbito
da família e por parte de qualquer agressor. Além
disso, é essencial para o mapeamento epidemiológico
do problema e construção de políticas públicas para
sua prevenção, ressaltando que a notificação não é
considerada uma denúncia policial. Objetivo: Avaliar
ações dos profissionais de saúde ao atender um caso
suspeito de maus tratos e identificar possíveis dificuldades para a notificação dos casos. Método: Estudo
descritivo e exploratório com a abordagem qualitativa
obteve-se a colaboração de 13 profissionais da saúde
que atuavam em um PS Infantil no município de São
Bernardo do Campo. Os dados foram coletados através
de entrevistas gravadas e posteriormente transcritas
com questões norteadoras. Resultados Através da
análise dos dados foram elaboradas 4 categorias, que
abordaram as temáticas: preparação dos profissionais
frente à suspeita de maus tratos a criança, trajetória
da notificação, dificuldades dos profissionais frente à
violência e motivos que levam a subnotificação. Conclusão: Concluímos que a equipe de saúde respondente
desenvolve um atendimento norteado em ações pré definidas ao acolher os casos de suspeita de maus tratos
a criança. As dificuldades descritas pelos profissionais
esta diretamente relacionada ao desconhecimento da
responsabilidade direta da notificação, muitas vezes
justificando que este ato “deve” ter sido realizado por
alguém, por falta de tempo ou por medo de envolvimento com o caso. Outros achados podem ser elencados
pelos profissionais de saúde como dificuldades na
qualidade do atendimento das crianças como: espaço
físico inadequado para acolhimento, medo ao julgar o
caso e feedback do Conselho Tutelar sobre o andamento
dos casos encaminhados.
Saúde Soc. São Paulo, v.20, supl.1, 2011 168
AVALIAÇÃO DAS DOENÇAS EXANTEMÁTICAS tiva com notificação semanal oportuna: 100%.
SARAMPO E RUBÉOLA NA ÁREA DO GVE VII As coberturas vacinais da tríplice viral mantiveram - se
entre 92,44% (2010) e 96,71% (2008) e a homogeneidade
(GRANDE ABC) DE 2007 A 2010
Uehara, O . Y. (1); Guerschman, T. M. (2);
Instituição: 1 - GVE VII Santo André; 2 - GVE VII
Santo André;
Introdução: O sarampo e a rubéola têm transmissão
via respiratória e são imunopreveníveis. A prevenção
é feita por vacina tríplice. Em 1992, o Brasil adotou a
meta de eliminação do sarampo para o ano 2000. A
implementação do Plano de Erradicação do Sarampo
no país impulsionou a vigilância e o controle da rubéola. Atualmente não existe evidência da transmissão
autóctone do vírus do sarampo no Brasil.
Objetivo: Descrever e analisar o comportamento do
sarampo e da rubéola na região do GVE VII quanto ao
sexo, faixa etária, indicadores de qualidade de vigilância e cobertura vacinal.
Material e Método: análise do banco de dados SINANNET (2007 a 2010).
Resultados e conclusões: Foram notificados 1400 casos
suspeitos. Em 2007, foram notificados 562 casos de
suspeita de doença exantemática, tendo sido confirmados 124 casos de rubéola. Em 2008 foram 445 casos
notificados, com confirmação de 46 casos de rubéola.
A partir de 2009, houve queda significativa dos casos
notificados (206 em 2009 e 187 em 2010), com somente
um caso confirmado de rubéola em 2009. Não houve
caso de sarampo confirmado entre 2007 e 2010.
Predominou o sexo o masculino.
A faixa etária mais acometida foi entre 1 e 4 anos de
idade (31% dos casos notificados). Chama a atenção
a faixa etária entre 20 e 29 anos de idade em 2007,
que representou cerca de 24% dos casos notificados
naquele ano.
O critério de confirmação ou descarte foi laboratorial
em mais de 96% dos casos notificados nos 4 anos
analisados.
Quanto aos indicadores de qualidade (média para o
período):
•Percentual de casos investigados e encerrados oportunamente: 89,15%;
•Percentual de casos com coleta oportuna de sorologia:
93,25%;
•Percentual de casos com investigação oportuna:
96,99%;
•Percentual de unidades de notificação positiva e nega-
Anais XII Congresso Paulista de Saúde Pública
entre 42,84% (2010) e 85,71 (2007).
O sistema de vigilância das doenças exantemáticas
é um instrumento consistente que coleta, processa,
analisa e transmite informações necessárias para organizar e planejar o controle da rubéola e do sarampo.
A atuação da vigilância epidemiológica do GVE VII tem
sido sensível, oportuna e com resultados satisfatórios,
atingindo as metas propostas nos indicadores. Necessário melhorar a cobertura vacinal em alguns dos municípios que não atingiram a meta e por conseqüência,
melhorar a homogeneidade.
AVALIAÇÃO DE EFETIVIDADE DE INTERVENÇÃO
PSICOSSOCIAL NO PRÉ-NATAL DE GESTANTES EM
COMUNIDADE EM SITUAÇÃO DE VULNERABILIDADE SOCIAL NA PREVENÇÃO DE TRANSTORNOS
MENTAIS COMUNS NO PERÍODO PRÉ-PARTO
Nascimento. C.L.N. (1); Torii, T.S. (1); Caiuby, A.V.S. (1);
Quintana, M.I. (1); Moreira, F.G. (1); Andreoli, S.B. (1);
Instituição: 1 - UNIFESP;
A prevalência de sintomas de ansiedade e depressão é
alta no período gestacional. Objetivo: avaliar efetividade de intervenção psicossocial no pré-natal de gestantes em comunidade em situação de vulnerabilidade
social na prevenção de Transtornos Mentais Comuns
no período pré-parto. Método: ensaio clínico longitudinal com dois grupos de gestantes no pré-natal em
Unidade Básica de Saúde (UBS). Um com 160 gestantes
as quais participaram de programa complementar ao
pré-natal no Programa Einstein na Comunidade de
Paraisópolis (PECP), no qual participaram grupos de
caráter educativos, periódicos, ao longo do pré-natal
até a 37º semana. O outro grupo recebeu informações
sobre saúde no período do pré-natal, feito pela equipe
multidisciplinar, na UBS, em um único encontro no
início da gestação. O transtorno mental foi medido no
início, até a 20ª semana de gestação (T0) e na 37ª semana (T1) por meio do Self-Report Questionnaire (SRQ-20).
Análise estatística: a efetividade da intervenção foi
avaliada por meio da análise de variância para dados
repetidos, comparando o número de sintomas medidos
pelo SRQ no final da gestação, controlado pelo número
de sintomas no início do estudo. Resultados Amostra final de 35 gestantes na UBS e 81 no PECP, representando
Saúde Soc. São Paulo, v.20, supl.1, 2011 169
uma perda de 51,5% da amostra inicial. Tanto os grupos
de gestantes perdidas no estudo, quanto os grupos em
T0 e T1 não mostraram diferenças estatisticamente significante entre os grupos PEC e UBS para as variáveis
sócio-demográficas, antecedentes pessoais, familiares
e obstétricas e hábitos de saúde. A média do escore do
SRQ-20 foi semelhante nos dois grupos nos dois tempos: no T0, 7,17 no grupo PEC (DP: 3,469; 1-15) e 7,38
no grupo UBS (DP: 3,496;1-16) e no T1, 5,33 (DP: 3,389;
0-15) no grupo PEC e 4,97 no grupo UBS (DP: 3,435;
0-14). Houve redução estatisticamente significante dos
escores nos dois grupos, sem diferença entre os grupos.
Conclusão: Houve redução do número de sintomas de
transtornos mentais comuns ao longo do período da
gestação nos dois grupos, portanto uma equivalência
de efetividade da intervenção psicossocial quando
comparada com intervenção informativa, associadas
ao acompanhamento pré-natal. Este resultado poderá
subsidiar o desenvolvimento de políticas e ações nos
serviços de saúde do Sistema Único de Saúde.
AVALIAÇÃO DE LINFÓCITOS T CD3, CD4 E CD8
EM PACIENTES COM A FORMA AGUDA DA PARACOCCIDIOIDOMICOSE EM DIFERENTES TEMPOS E
TRATAMENTOS
Raquel dos Anjos Fazioli (1); Milena Brunialti (2);
Reinaldo Salomão (2); Vinicius Ponzio (2); Beatriz Rodrigues (2); Arnaldo Colombo (2); Zarifa Khoury (3);
Instituição: 1 - INSTITUTO ADOLFO LUTZ; 2 - UNIFESP; 3 - 3Instituto de Infectologia Emílio Ribas;
A Paracoccidioidomicose (PCM) é uma micose sistêmica causada pelo fungo P. brasiliensis. Os pacientes
com PCM apresentam diversas formas clínicas: forma
aguda (FA), forma crônica unifocal e multifocal. A FA é
a mais grave e disseminada afetando pacientes jovens
de ambos os sexos que apresentam inversão dos valores
TCD4/CD8 e imunidade celular deprimida. A imunidade celular é o mecanismo principal de resistência
contra esse fungo, sendo um parâmetro importante
para avaliar o status imunológico dos pacientes. Este
trabalho teve por objetivo avaliar a expressão de linfócitos TCD3, TCD4 e TCD8, utilizando a técnica de
citometria de fluxo, de 12 pacientes que apresentaram
a FA da PCM em diferentes tempos do tratamento
(tempo 0, 6 e 12 meses) e empregando terapêuticas
diferentes (Fluconazol ou Itraconazol ou Sulfametoxazol/Trimetoprima) conforme o Hospital (Instituto
Anais XII Congresso Paulista de Saúde Pública
de Infectologia Emílio Ribas e Hospital São Paulo,
respectivamente) avaliado. Os resultados obtidos no
tempo zero (virgens de tratamento) demonstram que
os valores de linfócitos TCD3, TCD4 e TCD8, avaliados
por citometria de fluxo, variaram entre os pacientes
com a FA não apresentando um padrão de resposta
frente aos diferentes tratamentos e hospitais avaliados. A relação entre as células TCD4/CD8 foi sempre
superior ao valor 1, indicando valores de TCD4 maiores
que TCD8, não sendo observado inversão da relação de
células TCD4/CD8, com exceção de 1 único paciente. A
variabilidade dos valores de linfócitos TCD3, TCD4 e
TCD8 para os tempos de 6 e 12 meses foram também
observados, entretanto nenhum paciente apresentou
inversão da relação TCD4/CD8, independente do tratamento realizado e hospital avaliado. Por outro lado,
foi verificado que pacientes com a FA, aos 6 meses de
tratamento com Sulfametoxazol/Trimetoprima (S/T),
apresentaram valores TCD4/CD8 menores que aqueles tratados com Itraconazol (ITRA) ou Fluconazol
(FLU). O seguimento completo (tempo 0, 6 e 12 meses)
realizado em 4 pacientes com a FA demonstrou que
a relação CD4/CD8 foi sempre maior que 1 em todos
os tempos e tratamentos analisados, com exceção de
1 paciente. Os resultados obtidos demonstram que a
inversão da relação CD4/CD8 em pacientes com a FA
da PCM é muito baixa quando avaliados pela técnica
de citometria de fluxo, contrariando os resultados da
literatura. Este trabalho demonstra pela primeria vez
que o tratamento de pacientes com com S/T induz
valores menores de T CD4/CD8 em relação aqueles
tratados com FLU e ITRA.
AVALIAÇÃO DE UM PROGRAMA DE SAÚDE VOCAL
PARA PROFESSORES EM ÂMBITO COLETIVO
Pizolato, R.A. (1); Rehder, M.I.B.C. (2); Mialhe, F.L. (1);
Meneghim, M.C. (1); Pereira, A.C. (1);
Instituição: 1 - FOP-UNICAMP; 2 - CEFAC;
Introdução: Ações educativas são importantes para a
prevenção de problemas vocais em professores. Objetivo: analisar a efetividade de um programa de educação
em saúde na melhoria da saúde vocal de professores de
ensino médio e fundamental. Métodos: Participaram
deste estudo longitudinal 20 professores provenientes
de 3 escolas estaduais do município de Piracicaba/SP.
Eles participaram de um programa de Saúde Vocal que
teve duração de 2 meses, composto por 6 encontros de
Saúde Soc. São Paulo, v.20, supl.1, 2011 170
45 minutos cada, em que foram abordados temas e o
desenvolvimento de habilidades relacionados à produção da voz, treino de exercícios para a respiração,
relaxamento cervical, intensidade-frequência com sons
vibrantes e ressonância e articulação com sons nasais
associados à mastigação. Para a avaliação do impacto
do programa na qualidade da saúde vocal, foram realizadas gravações da vogal / i / sustentada antes de
qualquer intervenção e a coleta da vogal / i / pré e após
cada encontro teórico-prático, uma análise acústica
dos dados foi realizada pelo software Voxmetria, da
CTS Informática. Os parâmetros de normalidade da
voz considerados pelo programa são: Jitter, valores
entre 0 e 0,6%, Shimmer, entre 0 e 6,5%; e proporção
harmônico GNE, entre 0,5 a 1,0. Os resultados da análise acústica foram apresentados pelos valores médios
e realizado o test t de Student (pareado) com nível de
significância de 5%. Resultados Os valores médios do
Jitter, Shimmer, e GNE, para a qualidade da voz pré e
pós-exercícios foram: Relaxamento cervical para Jitter
pré 0,3% e 0,23 % pós (p=0,67), Shimmer pré 2,77% e
2,68% pós (p=0,89) e GNE pré 0,83 e 0,80 pós (p=0,53);
Respiração para Jitter pré 0,16% e 0,17% pós (p=0,63),
para Shimmer pré 2,47% e 2,14 % (p=0,20) e GNE pré
0,79 e 0,82 pós (p=0,30); Intensidade-frequência para
Jitter pré 1,89% e 0,38% pós (p=0,12), para Shimmer
pré 6,06% e 3,12 % pós (p=0,08) e GNE pré 0,76 e 0,83
pós (p=0,06); Ressonância- articulação Jitter pré 0,19
e 0,31% pós (p=0,33), Shimmer pré 2,13% e pós 3,20%
(p=0,13) e GNE pré 0,82 e 0,84 pós (p=0,57). Conclusão:
A análise comparativa dos valores das médias da análise acústica demonstrou que o programa educativo
impactou positivamente em vários parâmetros relacionados à saúde vocal dos participantes, destacando-se
a importância do fonoaudiólogo como importante
profissional da saúde pública e na promoção do bemestar do professor.
AVALIAÇÃO DO CONHECIMENTO, ACESSO E
ACEITAÇÃO DA PRÁTICA INTEGRATIVA COMPLEMENTAR - SHANTALA NA ATENÇÃO BÁSICA NO
MUNICÍPIO DE VÁRZEA PAULISTA
Pereira LC , Oliveira W, Sales LK, Truzzi PMT (1);
Instituição: 1 - UNIANCHIETA;
Introdução: A Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares (PNPIC) é preconizada pelo
Ministério da Saúde o qual recomenda o uso dessas
Anais XII Congresso Paulista de Saúde Pública
práticas no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS),
com ênfase na atenção básica, como nova alternativa
para promoção, manutenção e recuperação da saúde.
Objetivo: avaliar e/ou mensurar a adesão da prática
integrativa complementar Shantala nas unidades
básicas de saúde do município de Várzea Paulista.
Metodologia: A amostra foi de 9 profissionais, que
responderam a um questionário nos meses de Janeiro
a março de 2011. Resultados Pela análise quantiqualitativa dos dados, observou-se com relação a implantação
que 55,5% não utilizam a prática, no que se referiu ao
conhecimento da população, 55,5% desconheciam a PIC
Shantala, quando questionou-se os gestores sobre a PIC
obteve-se 88,8% de concordância sobre a importância
da prática. Conclusão: Os resultados demonstram que
houve pouco conhecimento e adesão a PIC Shantala,
sugerindo o planejamento de ações para a capacitação,
divulgação e aplicação da Política Nacional de Práticas Integrativas/Complementares através da técnica
Shantala, no intuito de ampliar as alternativas do
cuidar e possibilitar ao usuário o favorecimento para
promoção da sua saúde
Descritores: práticas integrativas e complementares,
atenção básica, Shantala.
AVALIAÇÃO DO EFEITO DO TEATRO NO COMBATE A DENGUE NA EDUCAÇÃO CONTINUADA DO
PUBLICO INFANTIL DO MUNICIPIO DE ITANHAÉM
– SÃO PAULO
Kersevani, H. T. (1); Araujo, P. P. (1); Silva, M.A. (1);
Instituição: 1 - Prefeitura Municipal de Itanhaém;
O Município de Itanhaém localiza-se no litoral sul
do Estado de São Paulo. Segundo os últimos levantamentos realizados do índice de Bretau no município
identificou-se a grande quantidade de inservíveis
servindo de criadouros para o mosquito Aedes aegypti.
Optou-se por trabalhar com o público infantil devido
ter observado que no decorrer das muitas ações desenvolvidas na cidade a maior devolutiva de resultados
surgiu das crianças. Buscou-se uma ação que as crianças interagissem com os educadores, possibilitando
melhor memorização. Para isto o Plano Municipal de
Combate a Dengue contou com a parceria da Secretaria de Educação e a das Escolas Particulares total
de 28 escolas e 8873 alunos. O objetivo é fortalecer a
educação continuada e despertar o senso de responsabilidade que cada um tem na redução de materiais
Saúde Soc. São Paulo, v.20, supl.1, 2011 171
inservíveis, quanto a eliminação dos criadouros para
auxiliar no combate à dengue e ensinando-os com responsabilidade, mas de uma forma prazerosa e criativa.
Utilizou-se o teatro por ser uma metodologia lúdica, e
eficaz porque ela envolve todos os sentidos da criança,
levando-os a interagir com os personagens. Os alunos
assistiam a peça e participavam respondendo as perguntas e cantando. A historia “Deu a louca no Mundo
da Fantasia” é da autoria de Susan Prado e Léo Duarte.
A peça conta a historia de uma menina que gosta muito
de ler, mas é descuidada com suas responsabilidades
deixando vários criadouros jogados pelo quintal. Alguns personagens fazem parte do mundo da fantasia
e outros vivem no mundo real. A equipe de agente de
endemias selecionada para atuar foi capacitada para
as ações educativas, através de ensaios teatrais que visavam torná-los aptos ao entretenimento das crianças.
Aplicou-se pesquisa quantitativa, com dez perguntas,
em 5% dos alunos envolvidos para observarmos o
conhecimento do público infantil depois das apresentações teatrais.Observou-se que das 450 crianças avaliadas 90% demonstraram conhecimento satisfatório
sobre o mosquito transmissor da dengue, os sintomas
apresentados pela doença, controle de criadouros, e
principalmente, sobre o tema principal: redução de
recipientes inservíveis.Conclui-se que a apresentação
do teatro foi de grande aproveitamento pelas crianças,
atingindo o objetivo principal do projeto, que era de
despertar o senso de responsabilidade que cada um tem
na eliminação de criadouros para auxiliar no combate à
dengue.E necessário ressaltar a importância da equipe
de agentes no desenvolvimento do projeto.
AVALIAÇÃO DO ESTRESSE, ANSIEDADE E DEPRESSÃO EM PACIENTES FIBROMIÁLGICOS: UM
ESTUDO COMPARATIVO
Ramiro, F.S. (1); Silva, R.C.B. (1); Lombardi Jr., I. (1);
Montesano, F.T. (1); Diniz, R. E. A. S. (2); Alambert, P.
A. (2); Padovani, R.C. (1);
Instituição: 1 - UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO
PAULO; 2 - Universidade Metropolitana de Santos;
A fibromialgia é uma síndrome caracterizada por dor
musculoesquelética, crônica e difusa, em locais específicos sensíveis à palpação. Sua etiologia, embora ainda
desconhecida, vem sendo amplamente explorada. Estudos têm demonstrado uma forte predominância no
sexo feminino, bem como apontado o impacto de variá-
Anais XII Congresso Paulista de Saúde Pública
veis de ordem emocional na manutenção e exacerbação
da dor, afetando a qualidade de vida dos indivíduos
portadores deste transtorno. Objetivo: investigar se as
reações emocionais e afetivas definidas como estresse,
ansiedade e depressão são mais expressivas em pacientes com fibromialgia comparando com indivíduos sem
este diagnóstico. Método: Participaram do estudo 50
mulheres, sendo 25 com diagnóstico de fibromialgia segundo os critérios do American College of Rheumatology
(ACR) e 25, sem o diagnóstico de fibromialgia, pareadas
por idade. Para avaliar as variáveis emocionais foram
utilizados os seguintes instrumentos: Inventário de
Sintomas de Stress de Lipp (ISSL), Inventário de Ansiedade Traço (IDATE-T), Inventário de Depressão de Beck
(BDI), e o Questionário de Impacto da Fibromialgia (FIQ).
O FIQ foi aplicado apenas no grupo com fibromialgia.
Os instrumentos foram aplicados individualmente com
duração média de 40 minutos. A pesquisa foi realizada
em uma sala de atendimento designada pela instituição de ensino. Resultados A idade média do grupo com
fibromialgia foi de 49,4 anos e do grupo controle, 49,2.
No que se refere ao stress, 96% da amostra do grupo com
fibromialgia apresentou quadro de estresse; enquanto
no grupo controle essa proporção foi de 20%. Quanto à
depressão, a média foi de 21,5 (depressão moderada) para
o grupo com fibromialgia e 7,4 (depressão ausente) para
o controle. A ansiedade-traço foi superior, em média, 16,3
pontos no grupo com fibromialgia. O emprego do teste t
de Student para amostras não-relacionadas mostrou que
os grupos diferiram nas variáveis estresse, depressão e
ansiedade- traço analisadas. No FIQ, a média foi de 70,3
pontos de um total de 100. Conclusão: pode-se inferir o
impacto negativo desta síndrome, afetando a qualidade
de vida destes indivíduos e indicando a necessidade
de investigação do estresse, ansiedade e depressão em
programas de intervenção. Deve-se, ainda, ressaltar a
necessidade de uma abordagem interdisciplinar no seu
tratamento.
Palavras-chave: fibromialgia, estresse, ansiedade,
depressão.
AVALIAÇÃO DO NÍVEL DE CONHECIMENTO E
ADESÃO A NORMA REGULAMENTADORA (NR32) SOBRE SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO
ENTRE OS MÉDICOS DO HOSPITAL DAS CLINICAS
DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS,
BELO HORIZONTE, BRASIL, 2009
Saúde Soc. São Paulo, v.20, supl.1, 2011 172
Garcia, C.S. (1); Barbosa, F (2); dos Santos, A.F. (3);
Vieira, G.M.M. (3);
Instituição: 1 - Pós-Graduação em Sáúde do Adulto,
Faculdade de Medicina, Universidade Federal de Minas Gerais; 2 - Department of Medicine, Metrowest
Medical Center, Framingham, MA; 3 - Faculdade de
Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais;
Os profissionais no desenvolvimento de seu trabalho
estão expostos a múltiplos riscos, mas a exposição a
material biológico o coloca em risco de adquirir uma
variada gama de doenças infecto contagiosas, como, a
tuberculose, a infecção meningocócica, a infecção pelo
HIV e pelos HBV e HCV. O Brasil é o primeiro país do
mundo a ter uma norma de ampla (NR-32) abrangência
que enfatiza a proteção dos trabalhadores de saúde
expostos a riscos biológicos. Este estudo avalia o grau
de conhecimento da Norma NR-32 o nível de conhecimento e adesão às precauções padrão. PARTICIPANTES
E METODOS: Foram selecionados aleatoriamente
208 profissionais, sendo 93 médicos residentes e 115
médicos. As informações foram coletadas mediante
entrevista e/ou preenchimento de questionário semiestruturado dividido em três domínios: conhecimentos na norma, conhecimentos em biossegurança e a
adesão às precauções padrão. Em cada domínio foram
concedidos pontos para cada pergunta. A escala vario
de 0 (pobre conhecimento/adesão) a 7, 17 y 16 (perfeito
conhecimento/adesão), respectivamente. Para acessar
a consistência interna das escalas de conhecimento e
adesão utilizou-se o Cronbach´s alpha considerando-se
concordância excelente valores > que +0,75. Regressão linear multivariada foi utilizada para avaliar os
fatores preditores da adesão a NR-32, biossegurança
e precauções padrão. Resultados Dos 208 médicos, a
media (DP) de idade foi de 33,80 (9,39), 107 (51,4%) eram
mulheres, 119 (57,2%) eram clínicos, a mediana de anos
de experiência foi de 5 anos com media de 8,99 ± 9,53
anos, a media das horas de trabalho por semana foi de
50,42 ± 21,98 horas, com mediana de 60 horas. A média
de conhecimento sobre a Norma NR-32 foi 2,3 (±2,19)
pontos. O Chronbach´s alpha foi de 0,836. A média
de conhecimento em Biossegurança foi 12,31 (±2,10). A
media de adesão às precauções padrão foi 10,33 (±2,3)
pontos. A media individual para o uso de luvas, mascara e óculos durante procedimentos e o não reecape
de objetos pérfuro-cortantes, foi de 2.69, 2.27, 1.20 e
2.14 respectivamente. Os fatores associados ao conhecimento da NR-32 foram: maior conhecimento para
Anais XII Congresso Paulista de Saúde Pública
quem estudou em universidade publica e quem tem
conhecimento sobre biossegurança. CONCLUSÕES:
O conhecimento da norma NR-32 é baixo, mas o nível
de conhecimento em temas de Biossegurança é bom. A
adesão às precauções padrão em geral é aceitável, mas
é baixa para algumas precauções avaliadas.
AVALIAÇÃO DO PROGRAMA PRATIQUE SAÚDE DE
GUARULHOS – SP: A AMBIÊNCIA EM QUESTÃO
Warschauer, M (1); Martins, C.L. (2); D‘Urso, L.A. (2);
Sacardo, D. (2); Capucci, P. (2);
Instituição: 1 - Prefeitura do Município de São
Bernardo do Campo; 2 - Faculdade de Saúde Pública
- USP
Transformações sociais e econômicas ocorridas nas
últimas décadas vêm acarretando importantes mudanças no perfil epidemiológico da população brasileira.
Assim, articular políticas e ações para se viver a vida
com qualidade passa a ser um dos desafios prioritários
para os gestores do SUS. A implementação do programa “Pratique Saúde” (PS) da cidade de Guarulhos/SP
aponta nessa direção ao fomentar práticas corporais/
atividades físicas no âmbito da atenção básica, com
vistas à promoção da saúde. Com objetivo de avaliar
o processo de implementação desse programa, foi
realizada investigação avaliativa qualitativa, com
coleta de dados realizada por meio de documentos,
questionários, entrevistas e grupos focais, abrangendo
participantes, comunidade, gestores e profissionais de
saúde. O presente resumo é um recorte do tema ambiência que não retrata apenas o espaço físico/material,
mas contempla a produção social e as mudanças nos
processos de trabalho. Com relação ao espaço/acesso
os resultados são positivos, mas com críticas à confortabilidade dos locais que dificultam o acolhimento,
estímulo às práticas corporais e aderência ao PS, além
de inferir baixo incentivo do poder público a essa questão. Entretanto há outros olhares, a busca por novos
espaços possibilita trabalhar a diversidade cultural
e proporciona ações intersetoriais. Com relação à
produção social, há relatos de construção de vínculos
entre os profissionais envolvidos, possibilidades de
fazer amigos e ocupar o tempo livre. Há indicações de
incentivo à autonomia da prática corporal e de autocuidado o que é apontado por gestores como elemento
importante para a prevenção de patologias. A incorporação de elementos lúdicos e de lazer é indicada como
estratégia importante para aderência ao PS, inclusão
Saúde Soc. São Paulo, v.20, supl.1, 2011 173
de crianças e adolescentes e incentivo na construção
de políticas públicas intersetoriais. Entretanto, relatos
indicam que os conteúdos escolhidos estão algumas
vezes relacionados às preferências do instrutor do que
ao interesse dos sujeitos. Quanto ao processo de trabalho, a pesquisa mostra que os participantes conhecem
melhor os serviços da UBS e profissionais de saúde,
embora boa parte não tenha aumentado sua participação em outros grupos. Entendemos que há necessidade
de se reconhecer a singularidade e se aprofundar no
conhecimento das condições de vida concretas dos
sujeitos para se construir, com ele ou equipe, projetos
terapêuticos que façam sentidos e dêem significados
a intervenção e a vida.
AVALIAÇÃO DO PROGRAMA PRATIQUE SAÚDE
SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE DE GUARULHOS – SP
Martins, C. L. (1); Warschauer, M. (2); D’Urso (1); Sacardo, D. (1); Capucci, P. F. (1); Pereira, T.N. (1);
Instituição: 1 - FSP USP; (2) Prefeitura do Município
de São Bernardo do Campo
Um dos grandes desafios para os gestores do SUS
reside em articular, no âmbito municipal, políticas e
ações que desencadeiem novos sentidos as práticas
promotoras da saúde. O programa Pratique Saúde
em Guarulhos, resulta de esforço nessa direção - fomentar práticas corporais e atividades físicas como
elemento de promoção da saúde no contexto urbano.
Os objetivos deste estudo foram mapear as práticas
corporais existentes nas Unidades Básicas de Saúde
(UBS) do município de Guarulhos e avaliar o processo
de implementação do programa Pratique Saúde sob o
ponto de vista dos profissionais de saúde envolvidos,
gestores, usuários e não usuários do programa. Tratase de pesquisa avaliativa com desenho qualitativo e
dados coletados em duas fases. Na primeira, foram
analisados documentos e aplicados 249 questionários
assim distribuídos: 68 participantes do programa, 83
não participantes, 42 profissionais de saúde envolvidos
no programa, 36 gerentes, e 20 professores de educação
física. A partir da análise desse material foram feitas 53
entrevistas semi-estruturadas, com: 20 participantes,
26 não participantes do programa, 7 gerentes das UBS,
3 diretores regionais, 2 grupos focais, um com agentes
comunitários de saúde, auxiliares de enfermagem; e
outro com profissionais de nível superior envolvidos
Anais XII Congresso Paulista de Saúde Pública
no programa. Os resultados apontaram que o perfil dos
participantes do programa é predominantemente de
mulheres, de 40 a 60 anos, com ensino fundamental
incompleto e usuárias da UBS, com forte adesão ao Programa. As atividades são desenvolvidas basicamente
nos espaços das UBS e entorno, sendo mais freqüentes
a caminhada e o alongamento. A não participação da
população que não freqüenta a UBS e dos jovens sugere
que as práticas têm mais um viés terapêutico do que
promotor de auto-cuidado e de atividade física. Os
dados foram agrupados em categorias temáticas: intersetorialidade e ambiência. A ação intersetorial é vista
como interdisciplinaridade, mas com o implementação
dos NASF, do apoio matricial, na construção coletiva
de ações de promoção da saúde pode ser fortalecida.
Quanto à ambiência, há muitas críticas em relação aos
espaços das práticas e aos recursos materiais utilizados, mas o acesso aos locais tem avaliação positiva.
O participante, em geral, está muito satisfeito com o
programa e com a atuação dos profissionais de educação física com destaque para a construção de vínculos
por meio da escuta e do acolhimento.
AVALIAÇÃO DO PROGRAMA PRATIQUE SAÚDE:
ATIVIDADE FÍSICA E SEUS BENEFÍCIOS
Sacardo D. (1), Martins, C.L. (1); D‘Urso, L. (1); Warschauer, M. (2); Capucci, P.F. (1Instituição: 1 - FACULDADE DE SAÚDE PÚBLICA DA USP; (2) Prefeitura do
Município de São Bernardo do Campo
No campo da saúde pública, as mudanças profundas
ocorridas nos espaços urbanos se refletem no quadro
epidemiológico e têm requerido novas abordagens de
promoção da saúde que resultem em melhoria da qualidade de vida e dos serviços de saúde, tanto para os
sujeitos acometidos por enfermidades crônicas, como
para a população em geral. O programa Pratique Saúde
implantado em Guarulhos/São Paulo é resultado de um
esforço nessa direção, ao fomentar práticas corporais
e atividades físicas no âmbito da atenção básica como
elemento de promoção da saúde. O objetivo geral do
estudo foi avaliar o processo de implementação do
programa Pratique Saúde sob o ponto de vista dos
profissionais de saúde envolvidos, gestores, usuários
e não usuários do programa. A abordagem da pesquisa
foi qualitativa e dados coletados por meio de análise
documental, questionários, entrevistas individuais e
grupos focais. Os resultados apontaram que o perfil
Saúde Soc. São Paulo, v.20, supl.1, 2011 174
dos participantes do Programa é predominantemente
de mulheres, de 40 a 60 anos, com ensino fundamental
incompleto e usuárias da UBS. A pesquisa mostrou
que os praticantes de atividades físicas apresentam
um alto grau de satisfação com o programa e que a
“melhoria da saúde” é apontada como um importante
fator de motivação para iniciar a prática corporal.
As respostas dos praticantes indicaram melhoria
significativa na percepção de dores corporais, no relacionamento social e maior autonomia para cuidar da
própria saúde. Já os profissionais de educação física
enfatizaram mais as mudanças nos aspectos biológicos, como diminuição de pressão arterial, peso e uso
de medicamentos. Outros resultados do programa
como mudanças positivas percebidas em relação ao
corpo, à subjetividade, incremento de relações sociais
e melhoria da qualidade de vida foram destacados pelos praticantes e profissionais envolvidos. A pesquisa
evidenciou que o Pratique Saúde tem significado uma
inovação, uma possibilidade de pôr em movimento os
sujeitos, possibilitando a abertura para encontros,
construção de auto-cuidado e autonomia em relação à
saúde dos sujeitos envolvidos.
AVALIAÇÃO DO SEGUIMENTO DE CRIANÇAS
EXPOSTAS À TRANSMISSÃO VERTICAL DO HIV
NO CENTRO DE REFERÊNCIA E TREINAMENTO
EM DST/AIDS DO ESTADO DE SÃO PAULO (CRT),
NASCIDAS ENTRE 2000 E 2010.
Dantas, S.M.V. (1); Mello, M.L.R. (2); Silva, M.E.W. (3);
Colussi, J. (4); Silva, M.A. (2); Domingues, C.S.B (2);
Takahashi, R.F. (5); Tayra, A. (2); Tancredi, M.T (2);
Instituição: 1 - Faculdade de Psicologia da USP; 2 CRT DST/AIDS SÃO PAULO; 3 - Faculdade de Nutrição da USP; 4 - Faculdade de Terapia Ocupacional da
USP; 5 - Faculdade de Enfermagem da USP;
Introdução: o aumento do número de casos de aids entre mulheres elevou o risco da transmissão vertical (TV)
do HIV, mas a implementação de medidas profiláticas
pode reduzi-lo de 22% para menos de 2%, porém este
pode variar entre diferentes regiões, estados e tipos de
serviços de saúde.
Objetivos: avaliar o cumprimento de medidas de prevenção da TV em crianças expostas ao HIV nascidas entre
2000 e 2010, cujas mães fizeram pré-natal no CRT.
Método: estudo descritivo, com crianças expostas ao HIV,
Anais XII Congresso Paulista de Saúde Pública
nascidas entre 2000 e 2010, cujas mães realizaram o prénatal no CRT; dados coletados de prontuário por meio de
formulário estruturado; variáveis de estudo: demográficas, clínicas, epidemiológicas e laboratoriais. Na análise,
considerou-se encerramento do caso: a) favorável se 2
cargas virais negativas (CV); b) desfavorável quando houve perda de seguimento, óbito ou criança infectada pelo
HIV; c) em seguimento: crianças em acompanhamento
ambulatorial, com menos de 1 ano de idade sem sorologia
negativa para o HIV ou sem duas CV negativas.
Resultados Foram avaliadas 168 crianças – 4 infectadas,
132 não infectadas, 16 perdas de seguimento, 4 óbitos e
12 em seguimento. A mães de 97% delas tomaram ARV
na gestação, sendo que 69% tinham CV indetectável
há menos de 90 dias do parto e 93,5% receberam AZT
durante o parto. A profilaxia com AZT oral foi usada
em 99% das crianças, ao menos 79% iniciaram antes
de 24h após o parto e 75% o fizeram por 6 semanas. O
aleitamento materno e cruzado não foram adotados em
93% e 89% das crianças, respectivamente. A taxa de TV
variou de 2,4 a 2,7, no entanto o desfecho do seguimento
foi desfavorável em 14,8% das crianças, com queda na
perda de seguimento nos últimos anos.
Conclusão: A performance do seguimento na gestação
e da criança é superior à observada em trabalho realizado com as crianças expostas ao HIV notificadas no
estado de S. Paulo em 2006. A análise dos resultados
considerando as perdas de seguimento e os óbitos –
desfecho desfavorável evidenciam as dificuldades no
acompanhamento e classificação de casos utilizandose a definição de caso atual. Limitações:informação
restrita aos dados contidos no prontuário e alta porcentagem de informação ignorada ou imprecisa.
AVALIAÇÃO DO SEGUIMENTO EM PRÉ-NATAL
(PN) DE GESTANTES INFECTADAS PELO HIV NO
CENTRO DE REFERÊNCIA E TREINAMENTO EM DST/
AIDS DO ESTADO DE SÃO PAULO (CRT), COM
PARTOS OCORRIDOS ENTRE 2000 E 2010.
Colussi, J (1); Mello, M.L.R. (2); Dantas, S.M.V. (3);
Silva, M.E.W. (4); Silva, M.A. (5); Domingues, S.B. (5);
Takahashi, R.F. (6); Tayra, A. (5); Tancredi, M.V. (5);
Instituição: 1 - Faculdade de Terapia Ocupacional
da USP; 2 - CRT DST/AIDS SESSP; 3 - Faculdade de
Psicologia da USP; 4 - Faculdade de Nutrição da
USP; 5 - CRT DST/AIDS SÃO PAULO; 6 - Faculdade de
Enfermagem da USP;
Saúde Soc. São Paulo, v.20, supl.1, 2011 175
Introdução: o aumento do número de casos de aids entre mulheres elevou o risco da transmissão vertical (TV)
do HIV, mas a implementação de medidas profiláticas
esse risco é reduzido de 22% para menos de 2%.
Objetivos: descrever o perfil das gestantes com HIV/
AIDS e avaliar a realização, pelo serviço, das medidas
de prevenção da TV do HIV
Método: estudo descritivo com gestantes acompanhadas no CRT, com data de parto entre 2000 e 2010; os
dados foram coletados em prontuários com formulário estruturado; variáveis demográficas, clínicas e
epidemiológicas, ações programáticas e evolução da
gravidez. Na análise, esta foi classificada a) adequada,
se última CV da gestação < 1000 e coletada até 90 dias
pré-parto e b) inadequada, se última CV > 1000. O encerramento da gestação foi a) favorável, se CV adequada e
feto vivo e b) desfavorável, se aborto/natimorto.
Resultados foram avaliadas 149 gestantes, com 186 gestações. Perfil - A média e mediana da idade das gestantes
foi 30,5 anos, 64% com união estável, 82% com baixa escolaridade e residentes na capital. Para 91% a categoria
de exposição ao HIV foi sexual, 15% eram primigestas e
em 20% a evidência laboratorial foi na gestação. Em 63%
das gestações a situação clínica da gestante era AIDS, e
62% já estavam em tratamento com ARV.
Protocolo - a 1° consulta de PN no 3° trimestre em 14%,
86% realizaram pesquisa sorológica para sífilis, sendo
que em 31% ocorreu no 3º trimestre. Excluindo abortos,
o ARV foi utilizado em 96% das gestações. A última carga viral era indetectável em 82% das gestações porém
até 2005, 36% das gestantes tinham CV inadequada no
momento do parto versus 15% de 2006 a 2010. No 1º período houve 18% de partos vaginais, 67% de cesarianas
e 8% abortos/natimortos, no 2º esses encerramentos
foram, respectivamente, 8%, 78% e 10%. Durante o
parto 91% recebeu ARV. 85% não abandonaram o PN e
57% delas retornaram ao serviço de saúde antes de 40
dias após o parto.
Conclusão: predomínio de mulheres jovens, baixa escolaridade, transmissão sexual do HIV, com evidência
laboratorial do HIV recente e já casos de AIDS. Alta aceitação e cumprimento das medidas profiláticas, porém
com início tardio do pré-natal no CRT, mas baixa taxa de
abandono. Realização de cesariana mesmo com encerramento da gestação favorável. Melhora do desempenho
do PN no último período. Limitações:informação restrita
aos dados contidos no prontuário e alta porcentagem de
informação ignorada ou imprecisa.
Anais XII Congresso Paulista de Saúde Pública
AVALIAÇÃO DO SERVIÇO DE ONCOLOGIA/QUIMIOTERAPIA DE SÃO JOSÉ DO RIO PARDO COGERIDO PELO CRACON UNICAMP E SECRETARIA
MUNICIPAL DE SAÚDE
SANTIAGO, S. M. (1); ANDRADE, M. G. G. (1); SOMMERFELD, C. E. (1); PERONI, F. M. A. (1);
Instituição: 1 - FCM-UNICAMP;
Introdução: Nas últimas décadas o câncer transformou-se em um importante problema de saúde pública
pela sua magnitude, gravidade e transcendência. No
Brasil o diagnóstico do câncer é realizado tardiamente
e o atendimento está concentrado nos centros de alta
complexidade, com insuficiente integração com o
restante do sistema de saúde. Diante dessa realidade,
em março de 2009 foi implantado um serviço descentralizado de oncologia e quimioterapia em São José
do Rio Pardo, vinculado ao CRACON UNICAMP e cogerido pela Secretaria Municipal de Saúde, com apoio
do Projeto OncoRede. Objetivos: relatar os resultados da
avaliação de implantação e implementação do Serviço
de Oncologia/Quimioterapia de São José do Rio Pardo.
Método: A avaliação foi aprovada pelo Comitê de Ética
da UNICAMP e realizada através da consulta a documentos, sistemas de informação e análise de prontuário dos
pacientes atendidos no Serviço entre março de 2009 e
março de 2011, além da realização de entrevistas com
alguns pacientes e observação participante. Resultados
o Serviço funciona nas instalações da Santa Casa de São
José do Rio Pardo e oferece atendimento ambulatorial
de oncologia e quimioterapia. Inicialmente o quadro de
colaboradores foi composto por técnico de enfermagem,
enfermeiro e médico oncologista. Atualmente compõem
a equipe nutricionista, fisioterapia, psicóloga e assistente social. Durante esses dois anos mais de 300 pacientes
foram atendidos (191 receberam diagnóstico de câncer
no Serviço, os demais pacientes eram procedentes do
CRACON). No total foram realizadas 1.398 consultas
médicas (média de 15 consultas/dia) e 317 pacientes
receberam tratamento quimioterapêutico. Todos os pacientes entrevistados demonstraram grau de satisfação
entre bom e ótimo com o atendimento recebido no Serviço e apontaram como maior vantagem não precisar se
deslocar com muita frequência até o CRACON, além de
relatar que grande parte das suas necessidades de saúde
foram identificadas e atendidas no Serviço. Observou-se
também uma ampliação gradativa da comunicação entre
profissionais do serviço local e especializado, facilitado
Saúde Soc. São Paulo, v.20, supl.1, 2011 176
pela presença de técnicos do CRACON e desenvolvimento
de ações na linha da Educação Permanente. Conclusão:
Através da avaliação observa-se a possibilidade de
realizar atenção qualificada e humanizada, voltada
às necessidades dos pacientes com câncer, a partir
da articulação de uma rede de cuidados integrais nos
diferentes níveis de atenção em saúde.
AVALIAÇÃO DO USO DE PSICOTRÓPICOS NO PROGRAMA DE SAÚDE DA FAMÍLIA NO MUNICÍPIO DE
CAMPINAS (SP)
Faber, E. W. (1); Seignemartin, B. A. (1); Fernandes, C.
P. (1); Messora, C. T. C. (1); Barral, M. E. (1); Belo, K. O.
(1); Santos, C. S. R. (1); Campos, R. O. (1);
Instituição: 1 - UNICAMP;
Introdução: O estímulo social ao consumo de fármacos
como solução para as questões ontológicas da humanidade favorece o crescente uso de psicotrópicos. Estudos
brasileiros apontam que 56% da demanda de atendimentos no Programa de Saúde da Família (PSF) é composta por usuários com sintomas psíquicos insuficientes para o diagnóstico de um transtorno mental (TM).
Em contrapartida, a prevalência de TM graves equivale
a 3% da população. Consequentemente, usuários com
sintomas que não completam os critérios diagnósticos
são medicados exageradamente, enquanto aqueles com
transtornos graves são submedicados. Além disso, há
certa tendência dos profissionais em relevar a percepção dos usuários acerca de sua condição, enfraquecendo o vínculo terapêutico e criando vulnerabilidades que
prejudicam o processo de diagnóstico e tratamento. Objetivos: Avaliar quantitativamente e qualitativamente
o uso de psicofármacos no PSF em diferentes regiões
de Campinas (SP). Métodos: Dados das dispensações
de prescrições médicas do primeiro semestre de 2010
de 03 Unidades Básicas de Saúde participantes do PSF
e localizadas em regiões de alta vulnerabilidade social
foram coletados manualmente e através de sistema
informatizado. Resultados Foram analisadas 1973
prescrições médicas dispensadas, num total de 1832
usuários, sendo 1254 mulheres (68,5%), 557 homens
(30,4%) e 21 (1,1%) cujo sexo não foi determinado. Em
384/1973 (19,5%) prescrições foram caracterizados 151
(39,3%) Generalistas/Clínicos Gerais, 110 (28,6%) Neurologistas/Neurocirurgiões, 93 (24,2%) Psiquiatras,
30 (7,8%) em diversas outras especialidades, sendo a
maioria dos prescritores do gênero masculino. Quanto
Anais XII Congresso Paulista de Saúde Pública
à origem das prescrições, 378 (79,4%) advinham do sistema público de saúde em comparação com 98 (20,6%),
do sistema privado. Carbamazepina, fenobarbital,
fenitoína, fluoxetina e diazepan respondiam juntos
por 62% dos psicotrópicos prescritos. Conclusões: Os
resultados do presente estudo apontam que a maioria
dos usuários de psicotrópicos são mulheres que obtêm
a medicação em consultas com médicos Generalistas/
Clínicos Gerais, de gênero masculino, na rede pública
de saúde, levantando instigantes questões. Resultados
do componente qualitativo de nosso estudo estão em
análise e devem acrescentar evidencias da necessidade
de uma estratégia nacional no sentido de promover
melhor abordagem desses usuários.
BIOÉTICA EM SAÚDE PÚBLICA FRENTE ÀS ESPECIFICIDADES DE PACIENTES SURDOS
Pereira, P.C.A. (1); Fortes, P.A.C. (1);
Instituição: 1 - FSP-USP;
O objetivo deste trabalho é apresentar as peculiaridades do acesso da população surda aos serviços de
saúde. Tal projeto foi realizado por meio de entrevistas
a 25 usuários surdos que apresentavam substantivos
desafios lingüísticos à rede de saúde. De acordo com
o Decreto 5626/05, os serviços de saúde devem obrigatoriamente atender, de maneira diferenciada: (i)
a Comunidade Surda; (ii) minoria sociolinguística e
cultural; e (iii) usuária da Língua de Sinais Brasileira
(LIBRAS).
Os resultados preliminares observados a partir dos
discursos dos entrevistados revelaram o potencial grau
de exclusão desta população. Foram categorizados a
autonomia do paciente, bem como o direito à informação e privacidade a partir dos referenciais teóricos da
bioética em Saúde Pública.
BIOSSEGURANÇA: CONSTRUINDO O MAPA DE
RISCO DA SALA DE VACINA
Pereira, K.B.C. (1); Ribeiro, I. M. (1); Rezende, N.S.de
M. (2);
Instituição: 1 - UNIRIO; 2 - Prefeitura do Rio de
Janeiro;
A elaboração do mapa de risco integra estratégia de
construção de uma proposta ampliada de implantação
de ações em biossegurança, qualidade e vigilância em
saúde do trabalhador. Esta ferramenta serve para a
conscientização e informação dos trabalhadores, por
Saúde Soc. São Paulo, v.20, supl.1, 2011 177
meio da fácil visualização dos riscos, bem como para a
reunião de informações necessárias para o diagnóstico
da situação de segurança e saúde no local de trabalho,
e por fim, estimula a participação dos trabalhadores
nas atividades de prevenção de acidentes. Objetivo:
elaborar um mapa de risco da sala de vacina de um
Centro Municipal de Saúde. Metodologia: O método
utilizado implicou na análise do processo de trabalho
da sala de vacina de um Centro Municipal de Saúde
do Rio de Janeiro, durante os meses de maio e junho
de 2011. Essa análise incluiu informações a respeito
de equipamentos, instalações, materiais, produtos,
fluxos, resíduos, turnos de trabalho e atividades dos
trabalhadores, seguindo-se pela representação gráfica dos riscos ambientais utilizando-se círculos de
tamanhos proporcionais à gravidade – pequeno, médio
e grande, segundo a classificação de riscos: físicos
(verde), químicos (vermelho), biológicos (marrom),
ergonômicos (amarelo) e de risco de acidente (azul).
Resultados 1- Identificação dos riscos; 2- Levantamento
e sistematização dos processos: a. Fluxograma de trabalho, b. Descrição dos equipamentos e instalações,
c. Descrição dos produtos, materiais e resíduos, d.
Descrição das equipes de trabalho, e. Descrição das
atividades desenvolvidas, f. Grupo de risco x Fontes x
Efeitos x Recomendações. 3- Representação gráfica.
Conclusão: No processo de elaboração de mapa de risco em estudo, o uso e a organização do espaço físico
emergiram como problemas, além do risco de acidentes
e o estresse. O estresse e as relações de trabalho devem
entrar em discussões sobre as estratégias de prevenção
de riscos. Estes não são registrados de modo adequado
nos relatórios e mapas, que ficam restritos aos riscos
“visíveis” e normatizados. A construção do mapa de
risco possibilitará novo planejamento do processo de
trabalho a partir da experiência cotidiana e permitirá
aos trabalhadores proporem soluções criativas para os
problemas detectados.
BULINDO COM A UNIVERSIDADE: UM ESTUDO
SOBRE O TROTE NA MEDICINA
Silvia Kharmandayan (1); Lucas Bueno Feo (1); Marcel
Chabaribery (1); leonardo Henrique dos Santos (1);
Mariana Gonçalves Pinto (1); Ivan Matos (1); Pedro
Matos (1); Bruno Bertoldo (1); Fernando Henrique
Ria Cabral (1); Rafael Neves Nicolau (1); Webster de
Oliveira Vitória (1); Silmara Conchao (1); Roberta
Boaretto (1);
Anais XII Congresso Paulista de Saúde Pública
Instituição: 1 - FACULDADE DE MEDICINA DO ABC;
Introdução: O trote violento considerado um fenômeno
social, cultural e histórico, não é especifico de uma
carreira, e muito menos de uma universidade. No
entanto, é curioso notar que o curso de medicina tem
despontado ao longo dos anos como sendo um dos mais
agressivos.Indagações despertaram e mobilizaram
alunos iniciantes do curso de medicina da FMABC em
2010. Posteriormente, o grupo cresceu e passou a contar com a ajuda de alunos do então segundo ano.
Objetivos: Aprofundar conhecimentos sobre o fenômeno do trote que ocorre historicamente na faculdade de
Medicina levantando possíveis explicações à submissão dos alunos (as) ao trote abusivo.
Métodos: Realizamos 2 grupos focais, que foram a base
para nossas analises e conclusões finais
Resultados: Com base no depoimento dos participantes
do grupo focal, percebemos que os principais motivos a
submissão ao trote são: desejo de praticar um esporte
tanto pela atividade em si como para ser parte de um
time, procura por inclusão em um grupo e medo do
futuro profissional sem a ajuda dos veteranos.
Conclusões: As analises, ainda em curso, dos grupos
focais nos permite realizar conclusões preliminares.
Os anseios criados pelos alunos antes da faculdade
fazem com que eles não vejam a linha tênue entre
agressão e brincadeira e por vezes ignorem a própria
agressão explicita. A faculdade nesse aspecto pode
servir como um microcosmo da juventude do século
XX e XXI. Uma juventude focada no Eu, a quem pouco
foi passada questões como cidadania, ética e moral.
Um grupo que só se reconhece como tal quando fazer
parte de um todo lhe traz benefícios. Mesmo que estes
sejam futuros.
CARACTERIZAÇÃO DAS HOMOAFETIVAS ATENDIDAS NA ESTRATÉGIA DA SAÚDE DA FAMÍLIA
Frazili, RTV (1); Ribeiro AS (1); Mascarini DFSS (1);
Leite LR (1); Oliveira FF (1);
Instituição: 1 - FATEA;
Introdução: Reivindicações sobre os direitos do indivíduo vêm sendo discutidas amplamente no Brasil,
principalmente, as questões ligadas à homossexualidade feminina, e especificamente à sua relação com a
saúde. Observa-se que a adesão feminina aos programas de prevenção não está diretamente associada à
oferta dos serviços de saúde, mas muitas vezes como
Saúde Soc. São Paulo, v.20, supl.1, 2011 178
este serviço é oferecido a determinados seguimentos,
atendendo ao princípio da equidade. É importante
estimular estudos capazes de contribuir no conhecimento de determinados seguimentos da população,
identificando suas necessidades em saúde. Objetivo:
caracterizar a população homoafetiva feminina atendida na Estratégia Saúde da Família. Método: Este
trabalho trata-se de uma pesquisa descritiva quantitativa; realizada em três municípios situados no Vale do
Paraíba, interior paulista (Aparecida, Guaratinguetá e
Lorena) com população de 233.843 habitantes; sendo
utilizado uma entrevista estruturada na coleta de dados com uma amostra de 45 mulheres homoafetivas
com idade maior ou igual a 18 anos, independente de
ter parceiras no momento da pesquisa. Resultados a
caracterização das homoafetivas revela que a faixa
etária variou entre 18 e 51 anos. No grupo estudado, 17
(37,78%) possuíam renda familiar de 1 a 2 salário e 15
(32,61%) de 2 a 3 salários. A maioria (35,56%) concluiu
o ensino médio. Em relação à profissão, 31 (61,89%)
possuíam uma profissão em nível técnico. Quanto ao
vinculo empregatício, 20 (44,44%) das participantes
do estudo eram autônomas, 16 (35,56%) eram celetista
e 10 (21,74%) estavam desempregadas. Em se tratando
da situação conjugal, 34 (75,56%) possuíam parceira
fixa no momento da entrevista, e entre elas 29 (64,44%)
tinham parcerias com coabitação e 16 (35,56%) tinham
parcerias sem coabitação. Das 46 (100%) entrevistadas,
32 (71,11%) não tiveram filhos. Conclusão: Os dados
desta pesquisa mostram que a maioria da população
pesquisada foi composta por mulheres jovens em plena
fase reprodutiva, com renda familiar e escolaridade
predominante de até 2 salários mínimos e nível médio,
respectivamente.Estes indicadores contribuem no
planejamento de ações promotoras da saúde da mulher
homoafetiva.
Palavras-chaves: Homoafetivo, mulher, saúde.
CARACTERIZAÇÃO DO SERVIÇO DE OTONEUROLOGIA DA PMSBC
Alves, D. F. P. (1); Montagnoli, V. (1); Cassiolato, A. (1);
Marçola, J (1); Vasconcelos, Tatiane (1); Neves, S. F. P. (2);
Instituição: 1 - FUABC; 2 - PMSBC;
Introdução: O exame otoneurológico é um conjunto
de procedimentos que avaliam o aparelho vestibular e
suas correlações com outros órgãos e sistemas, levando
ao diagnóstico mais preciso da localização da lesão,
visando determinar tipo e lado acometido; verificando
Anais XII Congresso Paulista de Saúde Pública
a existência de distúrbios auditivos e/ou vestibulares,
de caráter periférico, central ou ambos; estabelecendo
as possíveis causas e o prognóstico terapêutico.
Objetivo: Caracterizar a população atendida no setor de
Otoneurologia do serviço de Fonoaudiologia da PMSBC, visando auxiliar as futuras medidas preventivas
e terapêuticas aos usuários portadores de transtornos
do equilibrio, buscando promover uma melhor qualidade de vida.
Método: Foi realizado um estudo por meio da análise
retrospectiva dos prontuários de 907 sujeitos avaliados no setor de otoneurologia do Hospital de Ensino
Anchieta no período compreendido entre janeiro de
2009 a dezembro de 2010. As avaliações otoneurológicas nesse período foram realizadas por meio da
eletronistagmografia com estímulo a água. O aparelho
utilizado foi o Berger modelo EN-315.
Resultados A amostra foi composta por 684 (75,4%)
sujeitos do sexo feminino e 223 (24,6%) sujeitos do
sexo masculino. A faixa etária estava compreendida
entre 05 e 92 anos. A avaliação vestibular mostrou 586
(64,6%) resultados normais e 321 (35,4%) alterados,
sendo 1,9% de exames que não afastavam patologia
central, 19,9% de hiperfunção labiríntica, 60,4% de
hipofunção labiríntica, 15,9% de predomínio direcional e 1,9% de alterações posicionais. Na maioria dos
casos, os indivíduos apresentavam mais de uma queixa
concomitante, porém tanto os exames normais quanto
os alterados apresentaram como principais queixas: a
vertigem/tontura, o zumbido, a hipertensão arterial e
as afecções de coluna.
Conclusão: A população atendida no período em estudo foi composta em sua maioria por indivíduos do
sexo feminino, em proporção de 3:1. Foram atendidos
pacientes de 5 a 92 anos, no entanto, a prevalência foi
maior em adultos acima dos 40 anos. Obteve-se 64,6%
de exames normais e 35,4% de alterados, sendo as hipofunções labirínticas os maiores achados anormais
com 64,6% dos exames. Porém tanto os indivíduos com
exames otoneurológicos normais quanto os alterados,
apresentaram as mesmas queixas principais, demonstrando um correto encaminhamento para o serviço.
CARACTERIZAÇÃO DOS CASOS NEAR MISS MATERNO EM DOIS HOSPITAIS PÚBLICOS DE SÃO
PAULO
Puccia, MIR (1); Adami, F (2); Mamede, MV (3);
Instituição: 1 - Programa Interunidades de DoutoSaúde Soc. São Paulo, v.20, supl.1, 2011 179
ramento em Enfermagem da USP; 2 - Faculdade de
Medicina ABC; 3 - Escola de Enfermagem de Ribeirão
Preto-USP;
Introdução: A mortalidade materna no Brasil ainda
está fora do alcance da meta de redução de 75% até
2015, fixada pela Organização das Nações Unidas
na Cúpula do Milênio, realizada em 2000. A utilização do indicador de morbidade materna near miss,
relativo aos casos que sobrevivem às complicações
potencialmente fatais ocorridas no ciclo gravídicopuerperal, representa uma nova estratégia de análise
das lacunas assistenciais. Objetivos: Estimar a taxa
de near miss materno em dois hospitais públicos paulistas; e descrever as ocorrências segundo critérios
propostos pela OMS para classificação dos casos near
miss. Métodos: Estudo descritivo com coleta de dados
realizada entre novembro de 2010 e junho de 2011 em
cada hospital. Foram investigados os prontuários de
todas as gestantes e puérperas internadas no período
por meio de roteiro estruturado para obtenção dos
dados. Adotaram-se como critérios para classificação
de casos de near miss: iminência de eclampsia/eclampsia; admissão em UTI; hemotransfusão; intervenção
cirúrgica decorrente de morbidade materna grave e
falência orgânica (Souza et al., 2010). Para o cálculo
da taxa de near miss obteve-se o número de nascidos
vivos de cada hospital no mesmo período. Utilizou-se
software EPI INFO 6.04 para as análises. Resultados
Foram identificados 107 casos near miss sendo 51 deles no Hospital A e 56 no Hospital B. As taxas de near
miss calculadas foram de 18,2/1000NV e 22,1/1000NV,
respectivamente. A proporção do total de ocorrências
segundo critérios de classificação do caso near miss
foram: iminência de eclampsia/eclampsia (30,8%);
admissão em UTI (29,9%); hemotransfusão (28,0%); intervenção cirúrgica decorrente de morbidade materna
grave (10,3%) e falência orgânica (0,9%). Conclusão: As
síndromes hipertensivas representam a principal causa de morbidade materna grave nos locais de estudo,
corroborando dados da literatura com relação à morte
materna no Brasil. Destaca-se que as taxas encontradas
são mais baixas que as descritas em outros estudos
nacionais. Ressalta-se a vantagem da utilização do
near miss como uma importante ferramenta de análise
da qualidade da atenção obstétrica, pois permite um
estudo mais amplo sobre os fatores determinantes de
morbidade materna grave, em comparação ao estudo
Anais XII Congresso Paulista de Saúde Pública
focado apenas nos óbitos maternos, que ocorrem em
proporções significativamente inferiores.
CARACTERIZAÇÃO EPIDEMIOLÓGICA DA INCAPACIDADE DE IDOSOS MORADORES NUMA REGIÃO
PERIFÉRICA DA CIDADE DE SÃO CAETANO DO
SUL/SP
Adami F (1); Filipini, R (2); Marcelino, BE (3); Andrade,
DS (2); Bezerra, DG (2); Gusmao, CR (2); Martins, NB
(2); Ioppe, RA (2); Akerman, M (2); Guarnieri, AP (4);
Instituição: 1 - Colaborador do Projeto Bem Viver FMABC; 2 - FMABC; 3 - Prefeitura de São Caetano do
Sul; 4 - Tutora do PET Saúde da FMABC;
Introdução: O envelhecimento populacional representa
novo desafio para os municípios brasileiros que, historicamente, centram seus esforços em outras idades. Tal
dinâmica levou a uma percepção irreal das necessidades de cuidados para a população idosa, ocasionando a
não construção de estruturas necessárias às demandas
atuais. O envelhecimento não gerenciado traçou um
perfil de senilidade que atualmente é desvelado para
suprir a premência de informações para planejamento
de políticas públicas. Objetivo: descrever a incapacidade funcional dos idosos atendidos pela Estratégia
Saúde da Família (ESF) de uma região periférica de
São Caetano do Sul. Métodos: Estudo transversal realizado a partir do levantamento de duas unidades de
ESF da cidade de São Caetano do Sul. Foram incluídos
291 idosos (≥60 anos, 71,5% de mulheres) que eram
pertencentes à área de abrangência e cadastrados
pelas equipes das unidades referidas. Foram coletados
dados sócio-demográficos, biológicos e de capacidade
funcional (BOMFAQ - Questionário Brasileiro de Avaliação Funcional Multidimensional). Considerou-se com
incapacidade funcional os idosos com dificuldade/não
realização em uma ou mais AVD/AIVDs. Estimou-se a
prevalência de incapacidade segundo variáveis sóciodemográficas e de queda nos últimos 6 meses, com
associação averiguada pelo teste do qui-quadrado. O
nível de significância adotado foi p<0,05 e as análises
realizadas no software Stata 11.0. Resultados A prevalência de incapacidade foi estatisticamente superior:
no sexo feminino (72,1% contra 54,2% nos homens);
em idosos com 75 anos ou mais (78,1% contra 55,3%
em menores de 75 anos); entre os analfabetos (82,6%
contra 42,9% em idosos que têm 8 ou mais anos de
Saúde Soc. São Paulo, v.20, supl.1, 2011 180
escolaridade); entre aqueles que recebem menos de
1 salário mínimo (61,5% contra 33,3% para os que recebem 10 ou mais salários mínimos); nos idosos que
tiveram pelo menos 1 queda nos últimos 6 meses (77,8%
contra 62,2% para quem não teve queda). Conclusões:
Os dados apontam que, em idosos, a prevalência de
incapacidade funcional é maior entre mulheres e que
idade está positivamente associada à tal desfecho,
sendo que renda e escolaridade estão negativamente
associadas. Observou-se, ainda, que queda nos últimos
6 meses está associada à incapacidade em idosos.
Esses dados indicam possíveis fatores determinantes
da incapacidade em idosos, desfecho importante uma
vez que produz uma fragilização do envelhecimento e
conseqüente custo ao Estado.
CARACTERÍSTICAS DE DUAS INSTITUIÇÕES DE
LONGA PERMANÊNCIA PARA IDOSOS NO MUNICÍPIO DE SANTO ANDRÉ – SÃO PAULO EM 2010
Alves, Luz Alcira Avila Rincón (1); Alves, Adilson (2);
Instituição: 1 - UNIVERSIDADE MUNICIPAL DE SÃO
CAETANO DO SUL; 2 - Centro Universitário Fundação
Santo André;
O envelhecimento acelerado da população brasileira
tem suscitado a necessidade de institucionalização dos
idosos que não podem conviver com seus familiares.
Estima-se que existam seis mil instituições de longa
permanência para idosos (ILPIs) no Brasil que abrigam
cerca de 100 mil pessoas, mas pouco é conhecido a
respeito de suas características econômicas, sociais e
financeiras. Nesse contexto o presente trabalho estudou os aspectos econômicos, sociais, organização, condições de atendimento, recursos humanos e serviços
prestados em duas ILPIs localizadas no município de
Santo André – São Paulo. Para isso, foi utilizado um estudo exploratório, analítico e descritivo e que teve como
delineamento a técnica do estudo de caso. Na coleta de
dados foi utilizado um questionário semi-estruturado
aplicado aos dirigentes das duas ILPIs estudadas. A
coleta de dados ocorreu nos meses de agosto e outubro
de 2010. Quanto aos resultados da pesquisa as duas
ILPIs eram privadas com fins lucrativos, de médio e
pequeno porte, perfil correspondente a maioria dessas
instituições em Santo André. As ILPIs estavam formalmente constituídas e legalizadas, com regime aberto
de funcionamento. O perfil dos residentes demonstrou
uma predominância de pessoas com mais de 80 anos
Anais XII Congresso Paulista de Saúde Pública
e na maioria do sexo feminino, com grau de dependência variando de semidependentes a dependentes. O
atendimento dos idosos era realizado por uma equipe
multiprofissional, constituída por médico, enfermeira,
fisioterapeuta, cuidadores, auxiliares e técnicos de
enfermagem. Desses profissionais 54% eram cuidadores, auxiliares e técnicos de enfermagem. Em uma
das instituições participava uma nutricionista. Nessas
instituições, além dos cuidados diretos, eram realizadas atividades de lazer, culturais e familiares. Ainda
nesse aspecto, quando necessário, os residentes que necessitavam de cuidados médicos eram encaminhados
para a rede do SUS ou serviços particulares (plano de
saúde e pagamento pelo residente). A receita das ILPIs
era oriunda dos pagamentos diretos pelos internos ou
familiares, e a maior parte das despesas eram com recursos humanos. Os resultados mostram que as ILPIs
estudadas atendem a uma população que pode pagar
por serviços especializados e que certamente não é a
realidade da maioria dos idosos do município de Santo
André. Estudos desse tipo são necessários para favorecer as políticas públicas dirigidas à população idosa
das ILPIs cuja demanda continuará a ser crescente nas
próximas décadas.
CARTOGRAFIAS FEMININAS: AÇÕES TERRITORIAIS
NA ZONA NOROSTE DE SANTOS
Sá, Y.R (1); Costa, C.E. (1); Feitosa, D.C. (1); Miyashiro,
E. (1); Santos, F.E. (1); Milek,G. (1); Carvalho, J.S.R. (1);
Scandiuzzi, L.B. (1); Ferreira, N.M. (1); Liberman, F.
(1); Maximino, V. (1);
Instituição: 1 - UNIFESP;
Introdução e justificativa: Esse trabalho relata o projeto de extensão Cartografias Femininas, desenvolvido
na UNIFESP, Baixada Santista, no qual professores e
alunos de seis cursos na área da saúde, relacionam-se
com mulheres por meio de intervenções interdisciplinares que visam potencializar a participação cotidiana
das mesmas na gestão local e no controle das condições
que podem interferir na sua saúde e na coletividade
onde vivem e trabalham. A territorização e circulação
das mulheres nos serviços de saúde, colocam este
espaço como lócus privilegiado para a implantação
de estratégias de rastreamento e intervenção com
inclusão social. Neste projeto abordamos uma população silenciosa de mulheres que procuram ações de
cuidado no Sistema Único de Saúde, particularmente
Saúde Soc. São Paulo, v.20, supl.1, 2011 181
na Atenção Básica. As ações implantadas foram planejadas a partir do diagnostico das condições, que
se mostraram precárias, demonstrando a carência de
vínculos sociais e afetivos dessas mulheres, compondo
a situação de vulnerabilidade em que se encontram.
Objetivos: Criar e fortalecer os vínculos entre mulheres, ampliando as redes de suporte social, acompanhar
o grupo na identificação dos problemas comuns e de
possíveis soluções, gerar situações de empoderamento
e participação das mulheres na gestão local dos serviços de saúde, educação e sócio-culturais, entre outros.
Abordar questões de gênero, sexualidade e saúde. Ampliar e dar consistência ao processo de aprendizagem
de alunos de cursos da saúde. Metodologia: O projeto
desenvolve-se através da constituição e acompanhamento de um grupo de mulheres na Unidade Básica
Radio Clube-Zona Noroeste de Santos e de um grupo
de meninas adolescentes em uma ONG da região; da
cartografia, articulações e parcerias com diferentes
dispositivos de saúde, cultura e lazer do território;
de atendimentos domiciliares e articulação entre os
diferentes Projetos de Extensão e Ensino realizados
no território pela UNIFESP; e da realização de grupo
de estudos e levantamento bibliográfico sobre temas
relacionados ao processo grupal e à abordagem territorial, que emergem das ações realizadas. Conclusão:
O Projeto de Extensão tem sido um potente suporte
para diferentes ações territoriais e acompanhamento
de práticas de auxilio à cartografia da região no que
diz respeito às mulheres de diversas faixas etárias e a
articulações dos dispositivos existentes. Articulado a
estudos teóricos, apresenta-se como possibilidade de
exercício do dialogo e reflexão interprofissional .
2009, estudantes, mulheres e profissionais de saúde
tiveram novas formas de relacionar-se (consigo e com
o outro) despertas por esse dispositivo grupal. Assim,
este projeto se propos, a partir da cartografia, olhar
para a constituição desse grupo como um disparador
de processos de subjetivação e sinalizá-los para uma
compreensão mais aprofundada desses processos.
Objetivos:Este projeto visa analisar a constituição de
um dispositivo grupal a fim de localizar suas potencialidades e seus desafios a partir da perspectiva de
alunos graduandos que participaram do processo de
constituição desse grupo ao cursar o módulo “Clínica
Integrada: Produção de cuidado” visando assim, gerar
um instrumento de reflexão sobre a clínica interdisciplinar com mulheres em vulnerabilidade social.
Metodologia: Utilizando como metodologia a cartografia, foram analisados fragmentos dos relatos
construídos pelos alunos dos cursos de educação física,
fisioterapia, nutrição, psicologia e terapia ocupacional
no 5º ou 6º semestre da graduação durante a sua atuação no grupo de mulheres no período que se estende
de agosto 2009 à dezembro de 2010.
Conclusão: Foi possível perceber que algumas questões
permearam as diferentes equipes e diferentes momentos do grupo e que a análise dessas categorias sinaliza
a complexidade da atuação em equipe interdisciplinar
e da constituição de um grupo. A partir disso, tentamos
cartografar como essas complexidades puderam compor entre si a fim de criar um campo plural de ensino
e aprendizagem.
CAUSAS MAIS FREQUENTES DE ACIDENTES NA
INFANCIA
Abreu ACSE (1); Fernandes, I.C. (2);
CARTOGRAFIAS FEMININAS: AVALIAÇÃO DA Instituição: 1 - Faculdade de Medicina do ABC; 2 CONSTITUIÇÃO DE UM GRUPO DE MULHERES NA Faculdade de Medicina do ABC _CE;
ZONA NOROESTE- SANTOS
Introdução: Os acidentes na infância são classificados
Sa, Y. R. (1); Liberman, F. (1);
Instituição: 1 - UNIFESP;
Introdução e justificativa:A Unifesp – Campus Baixada Santista se estrutura em um projeto políticopedagógico muito particular de formação em saúde e
essa particularidade tem se mostrado muito fértil não
só como lugar de formação e capacitação do trabalho
em saúde mas também como um espaço de abertura,
criação e troca de potencialidades.
A partir da constituição de grupo de mulheres, em
Anais XII Congresso Paulista de Saúde Pública
como causa externa de morbi - mortalidade de acordo
com o CID – 10, destaca-se acidentes de transito, homicídios, suicídios, acidentes de trabalho, entre outras
causas. No Brasil em 2001 houve 21.526 óbitos de
crianças por causas externas, e inúmeras internações
gerando um alto custo para o SUS em hospitalizações.
A vulnerabilidade da criança faz com que as mesmas
fiquem mais expostas aos acidentes. No entanto, estes
podem ser evitados levando em consideração as etapas
do desenvolvimento infantil e as ações que podem ser
Saúde Soc. São Paulo, v.20, supl.1, 2011 182
oferecidas com a finalidade de prevenção. Ressalta-se a
importância da atuação do Enfermeiro em campanhas
de prevenção de acidentes na infância.
Objetivo: Identificar em uma população saudável, quais
os acidentes mais freqüentes em 0 a 16 anos.
Metodologia: Estudo quantitativo descritivo simples
com coleta de dados primários. Realizado em um centro
de saúde escola, a população estudada crianças e adolescentes (faixa etária de 0 a 16 anos) foram entrevistados antes da consulta médica, totalizando 50 e suas
respectivos cuidadores (mães, avós e outros)
Resultados as principais causas de acidentes no presente estudo estão relacionadas a quedas 48 (49%), 30
(30%) queimaduras, 6 (6%) atropelamento e ferimento
por arma de fogo e arma branca. Ressalta-se que as
mães consideram acidentes quando há presença de
sangramento, 32 (64%) responderam que a criança
não se machucou gravemente e apenas 19 (38%) dos
pais levaram a criança ao pronto socorro. A idade
em que foram acometidas pelos acidentes 1 a 3 anos
32% e 7 a 9 anos para 22% dos entrevistados, quanto
ao local dos acidentas 69% ocorreu em casa e 19% na
rua. Com relação a ações realizadas em casa após os
acidentes 40% dos cuidadores responderam que não
fizeram modificações ambientais para prevenção de
novos acidentas e após o acidente 74% das crianças e
adolescentes foram acompanhados na UBS.
Conclusão: no presente estudo nota-se que as principais causas de acidentas estão relacionadas a quedas
e queimadura, os pais tem pouco conhecimento sobre
os riscos relacionados a quedas para a criança e tão
quando como realizar medidas de prevenção. Cabe
ressaltar a importância de novos estudos sobre a temática com a finalidade de identificação e prevenção
dos acidentes na infância
CIDADES SAUDÁVEIS: AINDA UM TEMA RELEVANTE?
Akerman, M (1); Mendes, R (2); Fischer, A (1);
Instituição: 1 - FMABC; 2 - UNIFESP Campus Baixada
Santista;
Introdução: Este trabalho trata do tema de cidades
saudáveis a partir de seus pressupostos e de seus eixos de manifestação. Consideramos, inicialmente, que
não há como negar a necessidade imperativa de que o
campo da promoção da saúde nas cidades esteja em
estreita vinculação com múltiplos setores e múltiplos
Anais XII Congresso Paulista de Saúde Pública
saberes. Entretanto, mesmo que os temas da intersetorialidade e da interdisciplinaridade estejam presentes
em artigos, teses e congressos da área, são constantes
as reivindicações da ampliação de interlocutores para
que não paire a sensação de “estarmos falando para
nós mesmos” sem eficácia suficiente para influenciar
as políticas públicas.
Metodologia: Realizamos um breve levantamento do
estado da arte sobre “cidades saudáveis”, por meio das
publicações indexadas pela BVS entre 1986-2010, cotejando-o com a pluralidade de significados que se fazem
presentes na leitura de autores, das áreas de ciências sociais, políticas e planejamento urbano, não diretamente
filiados ao campo da promoção da saúde, que examinam
algumas concepções de cidades e apontam um quadro de
desafios a serem enfrentados na contemporaneidade:
- Maricato (2010); Souza (2010); Veras (2010); Bauman
(2009); Dowbor (1999); Castell & Borja (1996); Ianni
(1996); Calvino (1990) Santos (1985); Rolnick (1988).
Resultados: Os autores do campo da promoção da saúde
pesquisados parecem ocupar-se menos de uma concepção de cidade e de urbanização. Em relação ao quadro
de desafios colocado pelos dois conjuntos de autores há
uma feliz coincidência o que abre uma bela perspectiva
de diálogos interdisciplinares e mútua identificação
de possibilidades de cooperação em pesquisa e em
participação de eventos científicos, rompendo talvez, a
nossa percepção de isolamento de que sempre “estamos
falando para nós mesmos”.
O que podemos concluir sobre a relevância das “cidades
saudáveis?
A recuperação empreendida neste artigo procurou
retratar algumas dessas tendências em torno do movimento por cidades saudáveis que mais relevante se
tornará quanto maior a capacidade de diálogo e interlocução entre atores, pesquisadores, gestores, governos.
A aposta é de que, para além dos esforços empreendidos
sobre avaliação de resultados, ainda há espaços para
revisões e incorporações nas formulações acerca da
produção da saúde nas cidades.
CIÊNCIA, TECNOLOGIA E INOVAÇÃO EM ENFERMAGEM EM SAÚDE PÚBLICA NO BRASIL: PANORAMA ATRAVÉS DOS GRUPOS DE PESQUISA
Oshiro, M. (1); Ogata, M. N. (1);
Instituição: 1 - UFSCar;
A inovação tecnológica em saúde deve representar
Saúde Soc. São Paulo, v.20, supl.1, 2011 183
a resolução das necessidades, visando aplicação de
conhecimentos para transformação das práticas, reorganização de serviços, geração de novos produtos,
processos terapêuticos, bem como a garantia de acesso
e a melhoria das condições de vida da população em
geral e usuários que necessitam de ações de saúde em
particular. Crescentes investimentos em Pesquisa e
Desenvolvimento na área de saúde e da enfermagem
nem sempre são acompanhados dos resultados esperados pela sociedade, o que parece demonstrar que
pode não estar existindo uma conexão entre o setor de
pesquisa e o setor produtivo. Este trabalho tem como
objetivo investigar o campo de produção científica na
enfermagem, especificamente em saúde pública no
Brasil, através dos grupos de pesquisa do CNPq e obter
um panorama geral da pesquisa em saúde. Optou-se por
abordar o tema no campo da análise bibliométrica. As
instituições produtoras de informação foram identificadas por meio de uma análise dos grupos de pesquisa
cadastrados da área da enfermagem em saúde pública,
entre 23/09/2009 e 17/03/2010, e os dados foram inseridos e organizados em planilhas. Resultados os nomes
dos grupos, repercussões dos trabalhos do grupo e
palavras-chave apresentaram diversidade e heterogeneidade; os grupos mostram que a maioria foi criada
entre 2001 e 2010; 86% das instituições são públicas
e pertencentes à região sudeste (52%), possuindo em
sua maioria 2 a 3 linhas de pesquisa. Os dados analisados apontam que não existe uma uniformidade
nos dados inseridos nos campos do diretório, sendo
alguns deles nem preenchidos, podendo ser devido a
falta de orientação sobre o que deve ser colocado em
cada campo ou uma despreocupação dos lideres dos
grupos. Esse trabalho propiciou um panorama sobre
a pesquisa no Brasil, onde a concentração é maior nas
regiões mais ricas e nas instituições públicas devido
a incentivos à pesquisa e a alta titulação dos pesquisadores. Quanto aos dados inseridos no diretório dos
grupos de pesquisa do CNPq, estes poderiam ser mais
claros e completos, através de uma descrição mais
detalhada e específica das informações solicitadas
em cada campo, proporcionando uma maior qualidade
na caracterização dos pesquisadores e das produções
cientificas, possibilitando maior visualização de suas
repercussões para o direcionamento às Prioridades de
Pesquisa em Saúde da Política de Ciência, Tecnologia
e Inovação em Saúde.
Anais XII Congresso Paulista de Saúde Pública
CIÊNCIA, TECNOLOGIA E INOVAÇÃO NA SAÚDE
DA FAMÍLIA NO BRASIL: ANÁLISE DA PRODUÇÃO
CIENTÍFICA EM ENFERMAGEM
Oshiro, M. (1); Ogata, M. N. (1);
Instituição: 1 - UFSCar;
A Organização das Nações Unidas (ONU) traçou objetivos internacionais para o milênio, representando um
imenso desafio para os países em desenvolvimento,
pois necessitarão organizar sistemas de pesquisas em
saúde baseados em prioridades sanitárias e assegurar
a incorporação desses resultados às políticas e ações
de saúde. A Política Nacional de Ciência, Tecnologia
e Inovação em Saúde (PNCTIS) vem para contribuir
para que o desenvolvimento nacional se faça de modo
sustentável, estimulando a produção de novos conhecimentos direcionados às necessidades do SUS. Este
trabalho tem como objetivo investigar a configuração
do campo da produção científica em enfermagem na
saúde da família no Brasil e sua relação com as prioridades de pesquisa em saúde. Optou-se por utilizar
a ferramenta da análise bibliométrica para análise
dos dados coletados nos artigos científicos relativos
ao tema (saúde da família/enfermagem) das revistas
científicas nacionais da área da enfermagem com
Qualis A e B1 (CAPES). Analisaram-se: palavras-chave,
ano de publicação, região brasileira do estudo, vínculo
institucional, dimensões metodológicas, associação da
área temática com a Agenda Nacional de Prioridades
de Pesquisa em Saúde e tecnologias em saúde. Resultados as palavras-chave e as dimensões metodológicas
apresentam diversidade e heterogeneidade; a grande
maioria dos artigos analisados tem como ano de publicação posterior a 2000; a associação com as Prioridades de Pesquisa em Saúde mostrou que a saúde da
família é pesquisada em diversas áreas: criança, idoso,
mental, doenças transmissíveis e não transmissíveis;
na maioria no âmbito relacional, seja da família com
o doente ou com o profissional de saúde, ainda que
as subagendas nem sempre o englobem, enfocando a
doença em si. Este trabalho proporciona uma análise
da configuração da pesquisa em saúde da família e em
enfermagem, trazendo com a associação às Prioridades de Pesquisa em Saúde uma reflexão sobre a maior
divulgação das subagendas e incentivo à pesquisa que
as contemple. É importante ressaltar também que em
relação às Prioridades de Pesquisa ainda existe o foco
Saúde Soc. São Paulo, v.20, supl.1, 2011 184
na doença, existindo nas subagendas pouco enfoque
na perspectiva relacional e pessoal, o que diverge da
maioria das pesquisas em enfermagem. Essa reflexão
é importante para que tanto os pesquisadores pensem nas Prioridades de Pesquisa em Saúde quanto a
Política Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação
possa evoluir, priorizando as necessidades de saúde
da população.
CIÊNCIAS DA VIDA HUMANA NA CIDADE DE SÃO
PAULO
CARVALHO, Sonia Nahas de (1); BARRETO JUNIOR,
Irineu Francisco (2); SILVÉRIO, Catarina Aparecida
Guarnieri (1); SOUZA, Gustavo de Oliveira Coelho de
(1); HIRIART, Maria Magdalena Matte (1); BESSA,
Vagner de Carvalho (1); SILVA, Zilda Pereira da (3);
Instituição: 1 - Fundação Seade; 2 - Fundação Seade;
Mestrado em Ciências Sociais da UVV; Mestrado em
Direito da FMU.; 3 - Faculdade de Saúde Pública da
USP - FSP-USP;
A pesquisa Ciências da Vida Humana na Cidade de São
Paulo foi realizada por intermédio de convênio entre os
governos do município de São Paulo e da região Île-deFrance e a Fundação Seade, a quem coube estabelecer
um referencial teórico, selecionar, compilar e georeferenciar dados obtidos de diferentes fontes: quantitativos (extraídos de fontes de registro administrativo com
base em critérios ou procedimentos previamente definidos para seleção de variáveis ligadas às atividades
de ciências da vida humana) e qualitativos (oriundos
das entrevistas e oficinas de trabalho realizadas). A
abordagem metodológica definiu-se em torno de alguns
referenciais. O primeiro delimitou o campo para investigação em quatro dimensões: prestação de serviços
em saúde; formação; pesquisa e desenvolvimento; e
produção. O segundo foi identificado a partir do exame
dos dados, que revelaram que as atividades envolvidas
nessas dimensões não se comportam de forma isolada,
mas relacional e complementar. Por fim, um terceiro
referencial definiu-se pela concentração territorial de
instituições no município de São Paulo. A pesquisa
identificou que a rede de serviços médico-hospitalares
da cidade de São Paulo oferece equipamentos de saúde
que atende a todos os níveis de complexidade. Contudo,
o seu diferencial situa-se na concentração destacada
de consultórios e leitos cirúrgicos e na grande proporção de internações de média e, em especial, de
Anais XII Congresso Paulista de Saúde Pública
alta complexidade, reafirmando sua vocação de pólo
representativo das ciências da vida humana no Brasil.
Os dados de internações realizadas pelo Sistema Único
de Saúde (SUS) em 2008 confirmam essa afirmação. A
cidade de São Paulo participa com 25,2% e 42,2% das
internações de média e alta complexidade, respectivamente, realizadas no Estado, e por 5,3% e 12,8% das
ocorridas no país. Um bom parâmetro de comparação
a esses indicadores é o da participação da população
paulistana no Estado, de 21,6%, e no Brasil, de 5,8%. A
rede hospitalar paulistana é complexa em diferentes
direções: presença de hospitais públicos gerais e especializados em cardiologia, oncologia, para tratamento
das doenças do homem, da mulher etc; presença de
hospitais privados dotados de modernos equipamentos
para diagnóstico e tratamento; existência de hospitais,
públicos e privados, que oferecem oportunidades de
formação e aprimoramento profissional, com programas de pós-graduação, residência médica e para áreas
complementares à saúde.
COBERTURA DO PAPANICOLAOU E IMPACTO
NA MORTALIDADE PELO CÂNCER DO COLO DO
ÚTERO
Correa, D.A.D. (1); Almeida, A.M. (1);
Instituição: 1 - EERP/USP;
Introdução: O câncer do colo do útero (CCU) ainda permanece um desafio para países em desenvolvimento,
sendo o segundo câncer mais freqüente, com taxas de
incidência e mortalidade, respectivamente, de 23,5 e
10,8/100.000 mulheres. A cobertura ampla do Papanicolaou pode resultar em baixas taxas de mortalidade, o
que nem sempre é verificado em regiões menos desenvolvidas. Objetivo: Analisar a relação entre a cobertura do
Papanicoloau e a taxa de mortalidade por CCU. Métodos:
Foram pesquisadas as bases de dados LILACS, MEDLINE, PUBMED, WHOLIS e IBGE. Resultados A exemplo
de eficiência em países desenvolvidos, na Finlândia, está
clara a correlação entre o aumento da cobertura do Papanicolaou e a diminuição das taxas de mortalidade por
CCU. Já em países da America latina, como Argentina,
não houve significativa redução da taxa de mortalidade, passando de 12,4/100.000 mulheres, em 1986, para
7,4/100.000 mulheres, em 2008, com cobertura do Papanicolaou de aproximadamente 52%, em 2005. No Chile,
houve correlação entre a cobertura do Papanicolaou
e a redução da taxa de mortalidade por CCU, que caiu
Saúde Soc. São Paulo, v.20, supl.1, 2011 185
de 24/100.000 mulheres, em 1987, para 8,5/100.000
mulheres em 2003, alcançando cobertura de 66% em
2001. Na Colômbia, as taxas de mortalidade por CCU
permaneceram sem grandes alterações, em 2002 a taxa
era 10,8/100.000, e em 2008, 10/10.000 mulheres, com
incremento da cobertura do Papanicolaou de 68,4%, em
1998, para 76,5% em 2005. No Brasil, no período de 1996
a 2005, as taxas de mortalidade foram 4,6 e 5,1/100.000
mulheres, e passaram para 10,9/100.000 mulheres em
2008. A cobertura do exame, no país, foi de 68,7%, em
2003, a 81,3%, em 2010, em inquérito por telefone. Conclusões: Apesar do rastreamento pelo Papanicolaou ser
efetivo em reduzir a mortalidade por CCU, outros fatores
também estão associados, como características da rede
de assistência a saúde e nível sócio-econômico da população. Desta forma, é necessário oferecer um programa
de rastreamento de alta qualidade que contemple, além
uma ampla cobertura do Papanicolaou para mulheres
na faixa etária em risco, qualidade do exame e acesso
ao tratamento do câncer, respeitando as características
do público alvo.
COMO AS EQUIPES DE SAÚDE DA FAMÍLIA RECONHECEM A VULNERABILIDADE AO HIV/AIDS NOS
SEUS TERRITÓRIOS
CIRINO, FMSB (1); NICHIATA. LYI (1); FRANCO, FA (1);
Instituição: 1 - USP;
Introdução: A implantação da Estratégia Saúde da
Família (ESF) possibilitou novas discussões a cerca do
processo de descentralização das ações de prevenção
ao HIV/aids. Conhecer a vulnerabilidade do território
é de fundamental importância para definir prioridades
no planejamento dessas ações, buscando-se reduzir
a vulnerabilidade dos indivíduos, das famílias e da
comunidade.
Objetivo: Identificar como as equipes de saúde da família reconhecem a vulnerabilidade ao HIV/aids nos
seus territórios.
Metodologia: Optou-se por um estudo exploratório, com
abordagem qualitativa, utilizando-se a metodologia do
Estudo de Caso. O conceito de vulnerabilidade foi usado
como quadro teórico. A coleta de dados foi realizada
por meio de 15 grupos focais com 185 profissionais que
compõe a equipe básica da ESF. O estudo foi conduzido
em 11 Unidades do distrito de Capão Redondo, região
sul do Município de São Paulo.
Resultados As equipes apontaram como vulneráveis
Anais XII Congresso Paulista de Saúde Pública
os usuários de drogas, os profissionais do sexo e os
HSH, mesmos grupos populacionais que, no início da
epidemia, foram classificados e estigmatizados como
“grupos de risco”. O adolescente, o idoso, a mulher e
o homem também foram lembrados como vulneráveis ao HIV, porém atrelando sua vulnerabilidade à
comportamentos interpretados, pelas equipes, como
de risco. Desta forma, a maioria das equipes elencou
três comportamentos como sendo responsáveis pelo
aumento da vulnerabilidade: a multiplicidade de parceiros sexuais, o uso de drogas e o uso inconsistente
do preservativo.
Conclusão: Os resultados apontam que as equipes reconhecem a vulnerabilidade ao HIV/aids em seus territórios vinculada à dimensão individual, fundamentada
na noção de risco da epidemiologia tradicional, com
a identificação grupos ou comportamentos de risco.
Basear as práticas segundo o conceito de risco tende
a criar mais estigma e preconceito e culpabilizar o
indivíduo, imprimindo nele a responsabilidade pela
eventual falha na prevenção. Além disto, tal conceito
limita a compreensão da epidemia como um fenômeno
social, cujos determinantes extrapolam a dimensão
biológica. É importante que as equipes se apropriem
do conceito de vulnerabilidade, reconhecendo que na
epidemia da aids, embora tenha como elemento indispensável para sua ocorrência a presença do vírus, há
determinantes sociais amplos que interferem direta e
indiretamente na vulnerabilidade dos indivíduos, das
famílias e da comunidade.
COMO É O DIA A DIA DA CRIANÇA ASMÁTICA
Marisa Augusta Trinca (1); Isabel Maria Teixeira
Bicudo Pereira (2); Maria Cecília Focesi Pelicioni (2);
Instituição: 1 - Faculdade de Saude Pública da USP;
2 - Faculdade de Saúde Pública da USP;
A asma é uma doença complexa, que provoca alterações no desenvolvimento pessoal da criança e na sua
dinâmica familiar e social. O objetivo foi investigar
a interferência da asma no cotidiano das crianças e
identificar a representação que elas e seus pais fazem
da doença. Adotou-se uma metodologia qualitativa
capaz de evidenciar, com base na fala dos sujeitos, a
Representação Social da doença, utilizando-se para
análise o Método do Discurso do Sujeito
Coletivo. Para tanto foram realizadas entrevistas com
45 crianças em idade escolar matriculadas na rede
Saúde Soc. São Paulo, v.20, supl.1, 2011 186
pública da cidade de São Paulo, bem como com seus
pais e/ou responsáveis.
Os resultados desta pesquisa revelaram o conhecimento
adequado das interferências da asma no cotidiano da
criança, contribuindo para o enfrentamento de suas
repercussões negativas e para elaboração de estratégias de promoção da saúde e qualidade de vida dessas
crianças. Essas questões quando conhecidas e compreendidas, trazem alertas à equipe médica responsável
pela criança asmática, dada a relação intrínseca entre a
representação construída da doença pela criança asmática e por seus pais e a maneira como se sente e interage
com o mundo e com a sociedade à qual pertence. Na
visão da criança asmática a crise representa um grande
sofrimento e gera insegurança e angústia, associando
esse sofrimento às limitações sociais impostas pela
doença. Algumas se apropriam da condição de asmática com uma maturidade emocional suficiente para
produzir um fortalecimento para tomar providências na
crise, enquanto outras se mostram imaturas em relação
à doença. Nessa fase da vida, inicia-se o aumento das
relações sociais, as crianças se sentem mais seguras e
descobrem que é possível conviver bem com a asma.
que o contato com a MTC se deu por causa de experiências pessoais como incômodo, dor e sofrimento
incidindo sobre seus corpos, recorrendo à Acupuntura
como recurso e, posteriormente, buscando seus fundamentos. Foram identificadas diversas maneiras para
diversas maneiras de pensar a saúde e a doença e de
usar o corpo, sempre sustentadas por duas dimensões
opostas, porém complementares: a do saudável e a do
não-saudável. E foram identificadas três formas de
perceber o corpo: Noções de Corpo, Reações e Técnicas
Corporais.
A partir dessa experiência com a MTC, as pessoas
conheceram uma concepção de corpo que considera a
dimensão energética e invisível como antecessora da
matéria orgânica, diferente da concepção biomédica
vigente. Contam também que, com isso, mudaram
alguns de seus hábitos diários e maneiras de usar o
corpo relacionados a Meditação, aos Exercícios e a Alimentação. Pautadas também por concepções de corpo
anteriores ao tratamento, revelaram sentidos bastante
distintos pela experiência de cada um. Por exemplo, o
corpo foi definido como um santuário, uma estrutura,
algo dinâmico, o veículo da alma, entre outros.
CONCEPÇÕES DE CORPO SEGUNDO PACIENTES
E PROFISSIONAIS DE MEDICINA TRADICIONAL
CHINESA DO CENTRO DE SAÚDE ESCOLA DO
BUTANTÃ
CONCEPÇÕES SOBRE O ACONSELHAMENTO EM DST/
AIDS: A VISÃO DE TRÊS SERVIÇOS NO BRASIL
Cintra, M.E.R. (1);
Instituição: 1 - UNIFESP;
O presente estudo buscou compreender como profissionais de saúde e pacientes do Centro de Saúde
Escola Samuel B. Pessoa/ Butantã (CSEB), localizado
no município de São Paulo, percebem o corpo a partir
do contato a Medicina Tradicional Chinesa (MTC)
que se configura como uma racionalidade médica
diferente da Biomedicina. Assim, a hipótese inicial
era a de que no contato com técnicas da MTC podem
ser apreendidas novas formas de se pensar o corpo, a
saúde e a doença.
A investigação foi desenvolvida por meio de uma aproximação etnográfica no ambulatório de Acupuntura
do CSEB, entre os meses de Setembro de 2008 e Abril
de 2009. As observações apontaram para um grupo
heterogêneo tanto de profissionais, como de pacientes
(quanto à idade, gênero, religião e origem territorial)
em contato com a MTC. A maioria dos relatos revela
Anais XII Congresso Paulista de Saúde Pública
Pupo, LR (1); Monteiro, PHN (1); Moreno, DMF (2);
Wolffenbüttel, K (3); Grangeiro, A (4); Alves, MCGP
(1); Alves, MFP (1); Escuder, MML (1);
Instituição: 1 - INSTITUTO DE SAÚDE - SP (SES/
SP); 2 - Secretaria Municipal de Saúde de São Paulo;
3 - Programa Estadual de DST/Aids de São Paulo; 4 Faculdade de Medicina USP;
Introdução: Os centros de testagem a aconselhamento
(CTA) são serviços de saúde que oferecem testagem
gratuita anti-HIV, hepatites e sífilis. Desde sua implantação, estes serviços tem se utilizado da tecnologia do
aconselhamento como estratégia central para o manejo
dos aspectos socioculturais e afetivo emocionais do
diagnóstico, prevenção e tratamento e para garantir
uma resposta particularizada para cada indivíduo.
Apesar do aconselhamento ser uma marca identitária
destes serviços, estudos mostram que ainda há uma
falta de clareza sobre seu conceito, objetivos, limites
e potencialidades. Objetivos: Conhecer as percepções
e concepções que os aconselhadores têm sobre esta
prática. Método: Foram realizadas entrevistas em
Saúde Soc. São Paulo, v.20, supl.1, 2011 187
profundidade com todos os aconselhadores de três CTA
do Brasil escolhidos pela sua heterogeneidade (Santo
Amaro - São Paulo; Olinda – PE; Santarém – PA), além de
observação detalhada de 7 sessões de aconselhamento
por serviço. Resultados Foram identificadas três principais concepções de aconselhamento que orientam
esta prática nos serviços: 1) Espaço de transmissão de
informações de certa forma padronizadas sobre DST/
Aids, risco e prevenção, de checagem do conhecimento
do usuário, e de respostas à duvidas informacionais e
de entendimento cognitivo, entendendo esta ação como
prática educativa; 2) Espaço para o serviço conhecer
o perfil de risco do usuário e orienta-lo em função do
grupo populacional em que ele se insere. As orientações, nesse caso, são genéricas e dependem do perfil
de risco do individuo e não das particularidades do
mesmo; 3) Espaço de reflexão conjunta sobre riscos,
vulnerabilidade, atitudes e escolhas pessoais, relacionadas à DST/Aids. As duas primeiras formas de compreender o aconselhamento foram mais encontradas
em Santarém e Olinda. Apenas o serviço de São Paulo
possui profissionais que enxergam o aconselhamento
segundo a terceira concepção. Conclusão: Embora o
aconselhamento seja considerado pelo Ministério da
Saúde como um espaço para reflexão conjunta e um
momento para ajudar as pessoas a definirem por si
mesmas a natureza de seus problemas e avaliarem
condições, recursos e estratégias para maneja-los;
pôde-se perceber que a concepção preponderante nos
serviços leva a atendimentos rígidos, padronizados,
pouco reflexivos e, portanto, com pouco potencial de
ajuda efetiva aos usuários.
CONDIÇÕES DE VIDA E USO DOS SERVIÇOS
ODONTOLÓGICOS: INQUÉRITO DOMICILIAR DO
PET-SAÚDE USP-CAPITAL
Junqueira, S. R. (1); Martins, J. S. (1); Bloch, M. J. (2);
Maron, C. A. (2); Tamaki, C. S. S. (2); Amorim, A. P. (2);
Santos, G. D. (2); Costa, K. (2); Oliver, F. C. (3);
Instituição: 1 - FOUSP; 2 - SMS-São Paulo; 3 - FMUSP;
Introdução: A Estratégia Saúde da Família (ESF) está
ligada ao eixo de sustentação da Política Nacional
de Atenção Básica e engloba ações de promoção e
proteção da saúde, prevenção de agravos e doenças e
manutenção da saúde. O Programa de Educação pelo
Trabalho para a Saúde (PET) tem como pressuposto
a educação pelo trabalho e é destinado a fomentar
Anais XII Congresso Paulista de Saúde Pública
grupos de aprendizagem tutorial no âmbito da ESF. A
Universidade de São Paulo (USP), em parceria com a
Secretaria Municipal de Saúde de São Paulo, participa do Programa. Nele estão envolvidos dez cursos de
graduação (medicina, enfermagem, educação física,
farmácia, odontologia, fisioterapia, fonoaudiologia,
terapia ocupacional, nutrição e psicologia), em projeto
comum em 6 Unidades de Saúde (US) da região Oeste da
capital, com o propósito de favorecer o ensino interdisciplinar em saúde. Uma das ações realizadas pelo PETSaúde USP-Capital foi o diagnóstico de saúde coletiva,
que aprofunda o conhecimento da determinação social
no processo saúde-doença. Objetivos: Este trabalho,
referente à US Jardim d’Abril, descreve e analisa as condições de vida e de saúde bucal de moradores de uma
das áreas de abrangência da US. Método: Realizou-se
um inquérito domiciliar. As entrevistas, realizadas em
2010-2011 por alunos dos vários cursos, informavam
sobre o modo de vida e trabalho, indicadores de saúde
(alimentação, morbidade, deficiência, medicação) e
uso dos serviços de saúde. Resultados Onze alunos,
acompanhados pelos 6 preceptores, entrevistaram
172 famílias, num total de 621 indivíduos; a taxa de
analfabetismo foi de 4,9%. Quase metade (48,1%) era
migrante que exercia atividade remunerada; morava
em casa própria, adequadas em termos de ventilação
e iluminação, com acesso aos serviços básicos de coleta de lixo, distribuição de água e energia elétrica; e
acesso a serviços odontológicos (87,4%), sendo mais
usado o convênio/particular. Aspectos relacionados
ao processo saúde-doença bucal foram identificados a
partir do levantamento de morbidade referida pelo entrevistado, sendo a cárie e a ausência de dentes as mais
citadas. Conclusão: O conhecimento do território e das
condições de vida pode contribuir para a proposição de
ações de saúde bucal na atenção básica.
CONFLITOS DE INTERESSES NAS DECISÕES POR
CESÁREAS: UMA REVISÃO SISTEMÁTICA
Silva, D.R.A.D.S. (1); Diniz, C.S.G. (1);
Instituição: 1 - FSP-USP;
Introdução. Um olhar crítico sobre o panorama obstétrico brasileiro, no que diz respeito à assistência aos
nascimentos, permite a visualização de duas situações
diversas de práticas não baseadas em evidências científicas. Por um lado, nos serviços estatais, predomina
a prática de partos com a imposição de procedimentos
Saúde Soc. São Paulo, v.20, supl.1, 2011 188
desconfortáveis e dolorosos, sem sustentação no conhecimento baseado em evidências, e cujo propósito
parece ser a organização dos corpos institucionalizados, tendo, como resultados, desfechos que se contrapõem ao bem estar materno e infantil. Por outro, no
setor privado, a uma maioria absoluta de mulheres
se impõe o nascimento por via cirúrgica abdominal,
justificado por indicações também não apoiadas nas
melhores evidências. Isto sugere a existência de uma
lógica organizacional contraditória com a melhor
prática no interesse de mulheres e bebês. Em ambas
as situações, caberia perguntar: a quem é vantajoso
o que se prescreve? Como e em que circunstâncias se
configuram os conflitos de interesses e que elementos
os caracterizam? Para se fundamentar essa discussão,
é necessário mapear como os conflitos de interesse são
estudados: que termos sugerem sua existência, em que
situações estão presentes e em que literatura são registrados. Objetivos. Identificar a natureza dos conflitos
de interesses existentes entre mulheres, médicos – ou
outros profissionais da assistência – e hospitais no ato
de decisão por uma cirurgia cesariana, tanto no setor
privado como no público e conceituar esse fenômeno.
Material e método. Revisão sistemática abrangente da
literatura disponível, segundo a metodologia do Instituto Joanna Briggs. Resultados. A revisão sistemática
está em fase inicial, de busca e recuperação de textos.
Conclusão. O conflito de interesses entre os diversos
atores envolvidos no nascimento, quando da decisão
por uma cesárea, é um tema importante de estudos na
saúde perinatal e não está devidamente conceituado,
transparecendo na insatisfação com desfechos e procedimentos, e na fala dos gestores dos serviços.
Descritores: Cesárea. Conflito de interesse.
CONHECENDO O CUIDADOR
Gusmão, C.B. (1); Camillo, S.O. (1);
Instituição: 1 - FACULDADE DE MEDICINA DO ABC;
Introdução: Como a incidência de doenças crônicas
cresce proporcionalmente ao envelhecimento, esperase que haja também um aumento da classe de cuidadores informais de idosos. Com isso, é importante
conhecer a realidade desse personagem, no intuito
de fornecer melhores subsídios para sua saúde física
e psicológica, considerando que quem cuida também
precisa de cuidados, caso contrário, não será possível
oferecer ajuda de qualidade ao outro que necessita. Por
Anais XII Congresso Paulista de Saúde Pública
esse motivo, pretendeu-se com essa pesquisa despertar
atenção dos estudantes e profissionais de saúde em relação ao cuidado com o cuidador. Objetivos: Descrever a
compreensão dos cuidadores em relação ao ato de cuidar,
da pessoa que cuida e de seu autocuidado, Métodos:
Utilizou-se da pesquisa qualitativa numa abordagem
descritiva, onde se procurou obter os dados por meio da
técnica de entrevista semi-estruturada. A interpretação
do material coletado seguiu os ensinamentos da “análise
de conteúdo”. O estudo contou com a participação de 5
cuidadores informais que prestam cuidados a pacientes
idosos com doenças crônicas que levam à perda de autonomia e que passam em atendimento com o Projeto Bem
Viver, desenvolvido no CSE Capuava, no município de
Santo André – São Paulo. Resultados O cuidador informal
é responsável por diversas tarefas relacionadas ao idoso
e a tarefas cotidianas, com isso, o cuidador passa a se
sentir sobrecarregado, sintoma esse que provoca sentimentos desagradáveis no cuidador. O quadro de esgotamento passa a dominar a relação do cuidador com o seu
eu, dificultando a prática do autocuidado e o exercício
de sua vida social. A espiritualidade, de maneira geral,
é a fonte de renovação das energias do cuidador, onde o
mesmo busca forças, passando a sentir-se protegido e
confortado, auxiliando, assim, na prática dos cuidados
com o idoso. As orientações quanto ao ato de cuidar são
de grande valia para essa população, mas é importante
que as orientações estejam adequadas à realidade vivida pelos cuidadores. Conclusões: Conclui-se então que
o cuidador necessita de atenção especial da equipe de
saúde, visando que o mesmo sinta-se melhor preparado
a prestar os cuidados, por meio de orientações, práticas
de seu autocuidado e também espaços onde possa ser
ouvido, de forma a reduzir sentimentos indesejáveis e
diminuir a carga de estresse. Reduzindo as chances de o
cuidador informal tornar-se um doente em potencial.
CONHECIMENTO DE IDOSOS SOBRE SEUS DIREITOS
MARTINS, M.S. (1); MASSAROLLO, M.C.K.B. (2);
Instituição: 1 - UNASP E SMS DA PMSP; 2 - EEUSP;
Introdução: Os direitos dos idosos, tanto nos âmbitos
social, de saúde, físico, financeiro e mental são assegurados pela legislação, no entanto, é necessário que
os principais interessados no assunto, os próprios
idosos, sejam ouvidos. Objetivos: Identificar o conhecimento de idosos sobre seus direitos e se consideram
que esses direitos são respeitados. Métodos: Trata-se
Saúde Soc. São Paulo, v.20, supl.1, 2011 189
de uma pesquisa exploratória, descritiva, de abordagem quantitativa e com coleta de dados prospectiva,
através de entrevista. A amostra, composta por 63
idosos, foi probabilística, aleatória e estratificada
por sexo e idade. Resultados Os direitos dos idosos
eram conhecidos por 49,2% dos entrevistados. Dentre
estes, os mais citados foram a gratuidade no transporte (50,0%), a prioridade no atendimento (38,1%)
e existência de assentos preferenciais nos meios de
transporte (28,6%). Quanto ao respeito a esses direitos,
25,0% acreditavam que são respeitados e 44,4% referem que são respeitados parcialmente. Comparando
as médias das variáveis idade, renda e escolaridade
com as respostas obtidas quanto ao conhecimento dos
direitos dos idosos e se os entrevistados acreditam que
esses direitos são respeitados, não foram encontradas
diferenças estatisticamente significantes entre os grupos. Questionados quanto à atenção aos idosos, 57,1%
acreditam terem ocorrido mudanças, sendo as mais
evidentes a melhoria no atendimento (38,9%), a ampliação dos direitos (19,4%) e as mudanças ocorridas nos
transportes (13,9%). Conclusão: A metade dos idosos
entrevistados conhecia seus direitos e referiram que
esses nem sempre são respeitados. O conhecimento dos
direitos dos idosos independe de fatores como idade,
renda e escolaridade.
população do centro de saúde escola. Foram entrevistadas 50 mães de crianças de 0 a 24 meses, durante a
espera para consulta pediátrica.
Resultados Das 50 entrevistas realizadas 41 (82%) das
respostas foi oferecida pelas mães com idade de entre 15
a 30 anos, cuja escolaridade prevalente era ensino médio
completo em 17 (34%), 30 (60%) não tem uma profissão
remunerada e vivem do sustento de seus cônjuges com
uma renda salarial de 1 a 2 salários mínimos em 28
(56%) , 46 (92%) amamentaram seus filhos durante o
período de 7 a 12 meses em 19 (38%). Ao perguntar sobre
a placa bacteriana 28 (56%) sabem de sua existência,
29 (58%) conhecem ou já ouviram dizer sobre a cárie
da mamadeira, 44 (88%) sabem sobre a cárie dental e
quando ela aparece 30(60%) não sabem identificar, 26
(52%) desconhecem que a cárie pode ser transmitida e
ao abordar sobre a idade em que as mães iniciaram a
higiene oral 27 (54%) iniciaram de 0 a 6 meses de vida
apenas 7 (14%) não realiza a higiene oral. Quanto às
orientações 35 (70%) das mães obtiveram informações
sobre a higiene bucal por profissionais da saúde.
Conclusão: Com relação aos dados coletados observa-se
que os pais têm um conhecimento básico sobre a saúde
bucal de seus filhos e que os profissionais de saúde tem
um papel fundamental na orientação dos mesmos em
relação à prevenção de cáries.
CONHECIMENTO DOS PAIS EM RELAÇÃO À SAÚDE CONSCIENTIZAÇÃO DAS GESTANTES E ACOMPANHAMENTO DA PUERICULTURA NAS ESTRATÉGIAS
BUCAL DE SEUS FILHOS.
DE SAÚDE DA FAMÍLIA HENEDINA RODRIGUES
Silva, E.P.M. (1); Fernandes, I.C. (1);
CORTEZ E JARDIM ÁGUAS CLARAS: PROJETO
Instituição: 1 - Faculdade de Medicina do ABC- CE;
PET-SAÚDE
Introdução: A cárie dentária é a afecção mais comum
na criança, tem causa infecciosa e de origem multifatorial. A promoção da saúde bucal deve se iniciar nos
primeiros meses de vida, incentivos ao aleitamento
materno devem ser oferecidos e assim evitando o uso
de mamadeira onde a criança pode apresentar a “cárie
da mamadeira”, que tem um desenvolvimento agudo
e doloroso ocasionando dificuldade de alimentação.
A cárie é transmitida da mãe para o filho por contato
direto por uma bactéria denominada streptococcus
mutans. Hábitos adequados de higiene bucal na criança
dependem do incentivo e participação ativa dos pais.
Objetivo: Verificar o conhecimento dos pais em relação
à saúde bucal de seus filhos.
Metodologia: Estudo quantitativo descritivo com técnica exploratória e coleta de dados primários em uma
Anais XII Congresso Paulista de Saúde Pública
Capodeferro, K.M (1); Ferreira, T.T (1); Marcantonio,
C.P (1); Campos, C. L (2); Trombetoni, J.T (2); Mariana
Barneze (3); Alencar, E. F (4); Cabral, J. M (3); Veloso,
R.V (5); Padula, R. S (5);
Instituição: 1 - Secretaria Municipal de Saúde de
Bragança Paulista; 2 - Discente Universidade São
Francisco de Bragança Paulista; 3 - Discente Universidade São Francisco Bragança Paulista; 4 - Discente
Universidade São Francisco de Bragança Paulista;
5 - Docente Universidade São Francisco Bragança
Paulista;
Introdução: O Ministério da Saúde salienta a importância do pré-natal e dos cuidados com o bebê, e incentiva
todas as mães a buscarem o atendimento gratuito no
Sistema Único de Saúde. O objetivo deste estudo é
Saúde Soc. São Paulo, v.20, supl.1, 2011 190
acompanhar a gestante e o bebê do pré-natal até um ano
de vida. Método: O projeto está dividido em três etapas:
Etapa I: busca-ativa em duas Unidades de Estratégia
de Saúde da Família, para convocar as gestantes a
participarem do projeto Arco-Íris, sensibilizando-as e
conscientizando-as da importância da equipe multidisciplinar na gestação; Etapa II: reuniões quinzenais (30
minutos) durante o período de seis meses, compostas por
uma equipe multiprofissional e acadêmicos de Fisioterapia, Fonoaudiologia, Farmácia, Odontologia, Medicina e
Educação Física, participantes do projeto Pet-Saúde. A
cada encontro será abordado temas específicos de cada
área; Etapa III: acompanhamento e avaliação mensal
das crianças de zero a um ano, até o mês de Abril de
2012. Os dados serão apresentados de forma descritiva.
RESULTADOS PARCIAIS: A etapa I foi concluída com a
entrega de 35 convites no Águas Claras e 22 convites no
Henedina Cortez, o acolhimento ocorreu nas unidades
de saúdes onde compareceram respectivamente 10 e 15
gestantes. A etapa II foi iniciada com palestras e a confecção de artigos para a decoração do quarto do bebê. A
etapa III será iniciada no mês de setembro, por meio da
busca ativa dos bebês de 0 a 1 ano, também com visita
domiciliar, para incentivar pais e responsáveis a estarem trazendo os bebês para as avaliações. Conclusão:
O trabalho de busca ativa trouxe um número maior de
gestantes para participar do projeto comparado aos
números anteriores. Observou-se um aumento progressivo das gestantes participantes. Desta forma, espera-se
atingir com este estudo o acompanhamento precoce das
gestantes e lactentes; conscientização da importância
das vacinações e aleitamento materno; adequação do
ambiente para a chegada do bebê, de acordo com estilo
de vida da família; a vulnerabilidade das crianças com
relação à alimentação, saúde bucal, desenvolvimento
neuropsicomotor e linguagem no pré natal e no crescimento do bebê.
de TB tornaram-se carreadas de estereótipos e imagens
que foram sucessivamente construídas e modificadas
por influência das transformações sociais. O estigma
tem sido projetado como um dos problemas sociais
mais comuns enfrentados por pessoas com TB. Objetivo: Este estudo teve por objetivo apresentar o desenvolvimento e a análise de conteúdo do questionário que
busca avaliar experiências de estigma em famílias de
pacientes diagnosticados de tuberculose. Método: O
instrumento foi estruturado em duas etapas: construção subsidiada pelo levantamento bibliográfico, pelo
grupo focal com famílias de doentes de TB e avaliação
da adequação do conteúdo, realizada por 10 especialistas e por um pré-teste com 10 familiares de pacientes
de TB com o propósito de mensurar a sensibilidade
cultural do formulário, se ele era de fácil compreensão
pela população de referência do estudo. Após o contato
informal, os juízes receberam uma carta convite e de
concordância, acompanhada da cópia do instrumento e
com instruções para preenchimento. Para tal elaborouse um formulário utilizando mídia eletrônica a partir
de uma plataforma online. As respostas dos juízes e dos
familiares foram analisadas quantitativamente e suas
sugestões devidamente consideradas, com o índice de
concordância dos itens acima de 70%. Resultados Com
relação aos especialistas que participaram da avaliação
do instrumento, 82% eram do sexo feminino; todos professores e pesquisadores da área de saúde pública ou
gestão e 55% já participaram como juízes de avaliação
de conteúdo de algum instrumento. O pré-teste aplicado aos 10 sujeitos mostrou que o instrumento está bem
estruturado e apresenta-se de fácil compreensão para
os familiares dos doentes de TB. Conclusão: A partir
dos resultados obtidos e das observações descritas o
instrumento foi reformulado e apresentou-se como
uma ferramenta de conteúdo válido e compreensível,
se revelando adequado para avaliar as experiências de
estigma em famílias com TB.
CONSTRUÇÃO E VALIDAÇÃO DE UM INSTRUMENTO PARA AVALIAR EXPERIÊNCIAS DE ESTIGMA CONSUMO DE DROGAS ENTRE ESTUDANTES UNIEM FAMÍLIAS DE PACIENTES DIAGNOSTICADOS VERSITÁRIOS DA ÁREA DE CIÊNCIAS DA SAÚDE:
IMPLICAÇÕES DE GÊNERO, LEGAIS E SOCIAIS.
DE TUBERCULOSE.
Crispim, J.A. (1); Pepolin, M.P. (1); Faoro, J.R. (2); Touso, M.M. (1); Martinez, T.R (1); Arcêncio, R.A. (1);
Instituição: 1 - EERP/USP; 2 - SMS Barra do Garças;
Introdução: A tuberculose (TB) é considerada como
uma das doenças mais antigas da humanidade. As
concepções e representações dos familiares de doentes
Anais XII Congresso Paulista de Saúde Pública
Maria do Perpétuo S.S. Nóbrega (1); Laura Simich (2);
Carol Strike (2); Bruna Brands (2); Norma Giesbrecht
(2); Maria da Glória Miotto Wright (3);
Instituição: 1 - FACULDADE DE MEDICINA DO ABC; 2 CAMH, Universidade de Toronto, Canadá; 3 - Inter-American Drug Abuse Control Commission, CICAD/OEA;
Saúde Soc. São Paulo, v.20, supl.1, 2011 191
Objetivo: Verificar os padrões de poli-consumo simultâneo de drogas (PCSD) entre estudantes universitários
e suas implicações legais, sociais e de gênero. Método:
Estudo descritivo transversal, realizado com estudantes de Ciências da Saúde da Faculdade de Medicina
da Fundação do ABC, Santo André/SP. Questionário
auto-aplicável, abordando Razões para o PCSD, Conseqüências legais, sociais e implicações de gênero.
Trabalho aprovado pelo CEP/FMABC. Resultados 275
estudantes de Medicina (42,2%) Nutrição (16,4%),
Ciências Farmacêuticas (14,2%), Enfermagem (11,6%),
Fisioterapia (10,9%) e Terapia Ocupacional (4,75%),
da 1ª. 49,5% e 2ª. Série 50,5%. Média de idade 22,15%,
solteiros 90,1%, residentes com família 85,4%, trabalham período integral e/ou parcial; 39,6% consideram
a religião importante e 37,5% muito importante. Uso de
sub. psicoativa na vida 72,7%, idade média 16,27 anos.
Fizeram PCSD 27,9% (N=50) início aos 17,85 anos. Combinações (últimos 12 meses): álcool+ cannabis (30%);
álcool+med. prescritos (22%); álcool+tabaco+cannabis
(16%), tabaco+cannabis (8%) e tabaco+ med. prescritos (8%). Além das combinações tradicionais 42%
(N=21) usaram álcool+tabaco; álcool+inalantes; álcool+
tabaco+inalantes; álcool+tabaco+med.prescritas. Razões
para PCSD “ajudar a relaxar” (74%), “perder inibições”
58%, “desfrutar da companhia dos amigos” 52%, “ajudar
a sentir mais confiança e “melhorar o efeito de outras
substâncias” (10%), “ajudar a atenuar os efeitos posteriores de outras substâncias 8%. Cerca de 33,3% dos
estudantes foram feridos; sofreram acidente automobilístico (28,6%), problemas com polícia 50%, problemas
com administração da faculdade 60,0%. Cerca de 22,3%
e 11,2% relataram ter sofrido ato violento e feito PCSD,
nos últimos 12 meses e 30 dias, respectivamente. Não
houve diferença entre homens e mulheres quanto ao
PCSD. Para 47% dos estudantes, homens influenciam
as mulheres a fazerem PCSD e para 38,7% as mulheres
influenciam os homens. Não houve dependência entre
situações legais/ sociais e PCSD. A religião representou
fator de proteção ao PCSD. Conclusão: Por se tratar de
futuros profissionais de saúde, políticas institucionais
que ofereçam espaço para orientação/aconselhamento e
discussão sobre a problemática do uso/poli consumo de
drogas precisam ser implantadas, no intuito de diminuir
a exposição e vulnerabilidade destes jovens.
Anais XII Congresso Paulista de Saúde Pública
CONTRIBUIÇÕES DA CONSULTA DE ENFERMAGEM
À UM GRUPO DE DIABÉTICOS TIPO II
Ceretta, L.B. (1); Ceretta, R.A. (2); Schwalm, M.T. (1);
Hoepers, N.J. (2); Zimermann, K.C.G. (1);
Instituição: 1 - UNESC; 2 - UNIVERSIDADE DO EXTREMO SUL CATARINENSE - UNESC;
Introdução: O Diabetes é uma doença crônica com
importante significado para a saúde pública, tendo
em vista sua elevada prevalência e conseqüentes complicações. Trata-se de uma doença crônica que afeta
aproximadamente 7,6% da população brasileira entre
30 e 69 anos. Objetivos: Identificar as contribuições
da consulta de enfermagem aplicada a um grupo de
diabéticos do tipo II. Metodologia: Pesquisa qualiquantitativa do tipo descritiva aplicada a um grupo
de 84 diabéticos do tipo 2 atendidos na Policlínica Municipal de Criciúma – SC. Os dados foram obtidos por
meio de entrevistas aplicadas após a realização de no
mínimo, cinco consultas de enfermagem. Resultados
Dos pacientes entrevistados, 65% são mulheres e 45%
são homens, com nível de escolaridade entre ensino
fundamental e médio, diagnóstico médico de diabetes
há mais de 5 anos e em tratamento com hipoglicemiante oral associado a insulina, tipo II, tendo com faixa
etária entre 40 e 69 anos. Para os entrevistados, o
atendimento por meio da consulta de enfermagem foi
“excelente, muito resolutivo, capaz de mudar os hábitos
de vida, capaz de aumentar a crença de que pode viver
bem e muito acolhedor”. Contribuiu para “melhorar a
vida, melhorar os hábitos alimentares, aprender sobre
a importância dos exercícios físicos, compreender que
não está condenado a morte, Entender o problema e
saber como agir diante da hipoglicemia, Entender o
que significa o diabetes, Entender que a vida pode ser
boa, Entender o que fazer quando há hiperglicemia,
Manter um controle correto todo o mês, Conhecer os
riscos que estão associados ao diabetes”. Na opinião
dos entrevistados, a Consulta de enfermagem possibilitou maior conhecimento quanto ao diabetes. Quanto
as dificuldades manifestadas pelos entrevistados para
seguir o plano terapêutico recomendado pelo enfermeiro, 35% deles respondeu que Sim, encontra algumas
dificuldades, 25% respondeu que Sim, encontra muitas dificuldades e 40% respondeu que Não encontra
dificuldades. Conclusões: A consulta de enfermagem
permitiu ao enfermeiro organizar sua intervenção
Saúde Soc. São Paulo, v.20, supl.1, 2011 192
junto aos pacientes diabéticos, assim como, permitiu
ampliar a compreensão dos diabéticos sobre o processo
de auto-cuidado. Este processo permitiu a construção
do vínculo entre enfermeiro e paciente, quando o segundo se mostrou mais motivado a realizar os cuidados
propostos.
CONTRIBUIÇÕES DA SUPERVISÃO DE TRABALHADORES DE ENFERMAGEM DE NÍVEL MÉDIO PARA
A INTEGRALIDADE DO CUIDADO NA RECEPÇÃO
DA DEMANDA ESPONTÂNEA
Lima, A.M.V. (1); Peduzzi, M. (1);
Instituição: 1 - Escola de Enfermagem da USP;
O tema central do estudo é a supervisão enquanto
instrumento da gerência em saúde e enfermagem
dada sua importância na qualificação da assistência
na perspectiva da integralidade de atenção a saúde. A
pesquisa tem por Objetivos: analisar as potencialidades e limitações do trabalhador de enfermagem de nível
médio (TENM) na recepção da demanda espontânea e
a finalidade com que é realizada sua supervisão em
unidade básica de saúde (UBS). Trata-se de investigação qualitativa fundamentada no referencial do
processo de trabalho, da gestão e supervisão em saúde
e enfermagem. Utilizou-se a técnica de observação
direta sistematizada da atividade de recepção da demanda espontânea, executada pelos TENM no setor
de adultos e entrevista semi-estruturada com todas as
enfermeiras e os médicos responsáveis pela supervisão dos TENM, de uma UBS na região do Butantã, São
Paulo. Para análise fez-se uso da técnica de análise
temática. Os resultados apontam que os TENM têm
dificuldade em captar demandas de saúde que extrapolem a dimensão clínica, o que reflete a hegemonia
do modelo biomédico ainda presente nos serviços de
atenção básica, bem como a complexidade da recepção
de usuários em UBS uma vez que nessa atividade pode
emergir conflitos entre os trabalhadores relacionados
às dificuldades em atender as demandas de saúde trazidas pelos usuários. Contudo, os TENM apresentam
potencialidades no desenvolvimento dessa atividade,
como a realização de investigações aprofundadas no
âmbito clínico, a realização de orientações cabíveis e
esperadas segundo os programas de atenção, bem como
a captação de necessidades que requeiram supervisão,
contribuindo dessa forma com a resolutividade do serviço. Já em relação às finalidades da supervisão, tem-se
Anais XII Congresso Paulista de Saúde Pública
em destaque a supervisão como meio para imprimir
maior qualidade aos atendimentos realizados pelos
TENM, uma vez que a supervisão possibilita a reflexão
acerca da prática de atendimento ao usuário, e ainda
quando ocorre de forma diária possibilita um espaço de
conversa e troca sobre o próprio trabalho, propiciando
aos TENM uma melhor compreensão de sua prática.
Conclui-se que o trabalho dos TENM é pertinente e
otimiza o atendimento a demanda espontânea em UBS,
porém esse trabalho requer supervisão cotidiana de
profissionais de nível superior, tanto para que haja um
suporte adequado as condutas a serem tomadas, como
para que ocorra a reflexão sobre o trabalho realizado,
configurando também espaço de educação permanente
em saúde.
CONTROLE MOTOR E INTEGRAÇÃO SENSORIAL
NA POSTURA BÍPEDE QUIETA EM PACIENTES COM
LOMBALGIA
Ramos,L.G. (1); Ferreira,A.L. (1); Silveira,V.A. (1);
Boaretto,J.A. (1); Boldrini,F.C. (1); Alvarenga,E.F.M. (1);
Morimoto,M.M. (1);
Instituição: 1 - Universidade Municipal de São Caetano do Sul;
Introdução: Dentre os distúrbios dolorosos que mais
afetam o homem, a lombalgia é a causa freqüente de
morbidade e incapacidade. Aproximadamente 90%
dos adultos sofrerão um episódio de lombalgia em algum momento de suas vidas. Atualmente ela tem sido
relacionada com alterações posturais e discutem-se
as suas relações com alterações do controle postural
e do equilíbrio.
OBJETIVO: Comparar o comportamento do controle
postural e da integração sensorial durante a postura
ortostática quieta não perturbada entre indivíduos com
lombalgia e indivíduos sem queixa álgica.
Método: Participaram do estudo 14 indivíduos, de
ambos o sexo, com idade entre 18 e 41anos e idade
média de 32,43. Foram divididos em dois grupos, o
GL composto por 7 indivíduos com lombalgia e o GN
composto por 7 indivíduos sem lombalgia. Estes foram
avaliados pela escala Visual Analógicos, Questionário
de Oswestry Low Back Pain Disability Questionnaire
(ODQ), avaliação postural por fotografias, protocolo
Nashner, escala de equilíbrio de Berg e Índice de massa
corpórea (IMC).
Resultados O grupo GL apresentou menor excursão de
Saúde Soc. São Paulo, v.20, supl.1, 2011 193
oscilação (1,14 cm ± 1,34 cm) quando comparados com o
grupo GN (2,93 cm ± 1,39 cm) com diferença estatisticamente significante (teste-t não pareado, p-value<0,05)
na condição 1 do teste de Nashner, situação em que o paciente possui acesso de todas as aferências sensoriais
(visual, somatossensorial e vestibular). No entanto,
não encontramos diferenças em outras situações de
privação sensorial (teste-t não pareado, p-value>0,05):
condições 2, 3 e 4. Os resultados intra-grupo demonstraram que o grupo GL mostrou maior variabilidade da resposta entre as diferentes condições sensoriais (ANOVA
one way, p-value=0,00) com importante incremento na
excursão da oscilação quanto maior for a privação sensorial como observado nas situações de olhos fechados
ou com diminuição da informação somatossensorial.
A maior oscilação ocorreu na situação onde ambas as
informações sensoriais estiveram ausentes quando
comparado à condição 1 (teste-t pareado, p-value=0,00).
O mesmo não foi observado no grupo GN, no qual a
excursão da oscilação não mostrou variabilidade nas
diferentes condições sensoriais.
CONCLUSÂO: Diante dos resultados obtidos verificamos que ocorrem mudanças importantes no controle
postural de indivíduos lombálgicos, interferindo diretamente no equilíbrio e na manutenção da postura
quieta, porém para resultados estatisticamente mais
significativos sugerimos aumentar a amostra.
CONVERSAS COM O MOVIMENTO SOCIAL NEGRO
SOBRE VULNERABILIDADES EM RELAÇÃO ÀS
DSTS/AIDS
Spiassi, A. L. (1);
Instituição: 1 - Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo;
O objetivo deste estudo é investigar a exposição da
população negra do ABC paulista à infecção e adoecimento pelo HIV/aids, tal como apreendida pelo movimento negro. Trata-se de estudo qualitativo, baseado
em entrevistas com militantes de Organizações Não
Governamentais atuantes na região.
Nossa pesquisa beneficiou-se ao contar com a interlocução junto a entidades do movimento negro representantes da diversidade de atuação deste movimento
social. Esta é expressa por organizações ligadas ao
movimento hip-hop, às religiões de matriz africana,
grupos islâmicos, pastorais, organizações de mulheres negras, coordenações de combate ao racismo de
Anais XII Congresso Paulista de Saúde Pública
partidos políticos e grupos culturais.
Com este grupo nos debruçamos sobre a demanda
inicial expressa no objetivo da pesquisa de conhecer
a avaliação que o movimento social negro do ABC
paulista tem sobre as condições de vulnerabilidade
em relação às DST/aids vividas pelos cidadãos negros
da região.
Face à problematização proposta em relação às relações político-institucionais e à posição que ocupa a
população negra no ordenamento social brasileiro,
os participantes indicam um cenário evidentemente
desfavorável ao desenvolvimento das individualidades,
que materializam a condição de baixa escolaridade,
falta de acesso a saúde, vivência de situações de discriminação racial etc.
No ambiente de entendimento e/ou enfrentamento das
vulnerabilidades, muitas possibilidades foram trazidas. O nível individual se dá através da valorização das
pessoas em sua estética, cultura e espaços de viver, a
partir principalmente da atuação junto a comunidades.
Sob o aspecto do direito e da cidadania temos o segundo
nível em que a visibilização das demandas deste sujeito
está alocada na atuação do movimento, direcionada
aos ambientes de negociação política, adicionando ao
diálogo a demanda do cotidiano e propondo o enfrentamento das conjunturas desfavoráveis aos seus grupos
de representação.
As vulnerabilidades tão extensas e profundas são, portanto, passíveis de enfrentamento no sentido mesmo
proposto em seu conceito. Eliminar toda e qualquer situação de vulnerabilização é algo intangível, uma ideia
reguladora. Mas uma ideia potente envolve elementos
promissores embutidos na resposta social proposta
pelo movimento negro, abrangendo o extenso corolário
de demandas, em que o movimento social é, evidentemente, um ator fundamental. Em nosso entendimento,
este é um excelente ponto de partida.
CRECHE E UNIDADE BÁSICA DE SAÚDE PARCEIRAS
NA AMAMENTAÇÃO
Vale, I.N. (1);
Instituição: 1 - Centro de Saúde Boa Vista e CEMEI
Cha Il Sun;
Introdução- o projeto “Creche e Unidade Básica de Saúde Parceiras na Amamentação” tem a finalidade de incentivar e promover o envolvimento entre profissionais
da área da saúde e educação da Prefeitura Municipal de
Saúde Soc. São Paulo, v.20, supl.1, 2011 194
Campinas, objetivando a promoção ao aleitamento materno. Objetivos- o incentivo ao aleitamento materno
exclusivo até seis meses, mantendo o leite materno até
dois anos ou mais e a substituição da mamadeira pelo
copo intermediário, no oferecimento do leite ou suco.
Métodos- esta parceria nasceu a partir de uma proposta
do Comitê de Aleitamento Materno, para a realização
de um trabalho voltado às crianças freqüentadoras das
creches da cidade, no ano de 2005. Inicialmente foi
contemplada a Creche ... -CEMEI Cha Il Sun, situada
na área de cobertura do Centro de Saúde Boa Vista
(CS). O projeto teve início com visitas à CEMEI pelos
profissionais do CS. Foram realizadas reuniões para
a elaboração e operacionalização do projeto e a partir
de então, profissionais da saúde realizaram visitas
ao berçário, palestras, discussões com monitores e
professores, e palestras educativas na reunião de pais.
A partir do ano de 2007 até o presente, acadêmicos do
Curso de enfermagem da Unicamp, durante realização
do Estágio Curricular Supervisionado, foram envolvidos no projeto, contribuindo com o desenvolvimento
do mesmo. Resultados- aceitação significativa da
coordenação da creche e profissionais resultando em
compra e utilização de copos educativos para substituir
as mamadeiras, no oferecimento do suco e do leite, com
boa aceitação dos bebês e empenho no trabalho das
monitoras. As mamadeiras para oferecer o leite estão
sendo substituídas gradativamente. Outra mudança foi
a separação de uma sala com pia e sanitário na creche,
para as mães amamentarem quando quiserem. O CS
com a participação das acadêmicas de enfermagem elaborou uma cartilha de orientação para os profissionais
da educação e folders para os pais, informando sobre a
importância de manter o aleitamento materno e como
fazê-lo. As mães interessadas e que podem continuar
com a amamentação, recebem orientação e um kit,
composto por caixa de isopor, gelox, máscara e gorro,
para a ordenha e transporte do leite materno à creche.
Concluindo, tem-se observado melhorias e resultados
com o incentivo ao aleitamento materno, promovendo
qualidade de vida às crianças e famílias daquela área
de cobertura. Também é satisfatório observar o envolvimento e conscientização de todos os profissionais.
CRIANÇAS E ADOLESCENTES VÍTIMAS DE VIOLÊNCIA SEXUAL E O USO DE ÁLCOOL E DROGAS
Mori, NLR (1); Olbrich Neto, J. (1); Ricoboni, IS (1);
Fukumoto, AECG (1);
Anais XII Congresso Paulista de Saúde Pública
Instituição: 1 - Faculdade de Medicina de BotucatuUNESP;
Introdução: A violência sexual contra crianças e adolescentes traz à vítima transtornos de ordem física,
psíquica e social. O aumento em sua incidência faz com
que se constitua um sério problema de Saúde Pública.
Diversos fatores de risco vêm sendo levantados ao
longo do tempo, entre os principais está o uso abusivo
de álcool e outras drogas e mais recentemente vem se
percebendo que o inverso também ocorre, a violência
sexual sendo fator de risco para o desenvolvimento da
dependência de álcool e drogas. Objetivos: Relacionar
o uso de álcool e drogas com a história de pacientes
vítimas de violência sexual. Métodos: Análise de
prontuários de 414 vítimas de violência sexual(VVS).
Resultados Como características gerais, 83,96% eram
pertencentes ao sexo feminino; com a idade média de
10 anos e 6 meses; Dos 414 casos, 106 (25,60%) estavam
relacionados com o uso de álcool e drogas; desses 106,
em 91,50% o agressor era conhecido; em 24 (22,64%), o
tempo decorrido entre a violência e o atendimento foi
maior que um ano e desses 24 casos, em apenas 8,33% o
encaminhamento foi feito por algum serviço de saúde.
Entre os 106 casos não há relatos de ingestão de álcool
e drogas em crianças menores de 12 anos (45,28%).
Dos 58 casos (54,72%) de adolescentes maiores de 12
anos, 5,2% fizeram uso de álcool e 17,24% fizeram uso
de álcool e drogas como maconha, cocaína e crack.Em
20,75% dos casos de violência onde houve ingestão
de álcool e drogas, houve lesões corporais.Em 45,28%
ocorreram sintomas psíquicos tais como: medo, comportamento sexual bizarro, agressividade, hiperatividade, regressão, transtorno alimentar, distúrbios do
sono.Dos 414 casos, 4 resultaram em gravidez e 75%
estavam relacionadas com o uso de álcool e drogas.
Conclusão: Quando há uso de álcool ou drogas (25,60%)
há uma elevação da idade média, onde somente aquelas
acima de 12 anos apresentaram este comportamento de
risco, usando álcool e drogas, o que pode ser um fator
de confundimento, aliado à fase da adolescência.Além
disso, nos casos em que o tempo decorrido do abuso até
a denúncia, foi maior que um ano, somente em 8,33%
o serviço de saúde foi quem encaminhou o paciente.
Isso nos faz pensar que estas crianças e adolescentes
passaram por serviços de saúde sem serem percebidas
como VVS, por fatores da criança como vergonha, medo
e também pela equipe, que muitas vezes pode não saber
reconhecer e encaminhar o caso adequadamente.
Saúde Soc. São Paulo, v.20, supl.1, 2011 195
CRIANÇAS PORTADORAS DE LEUCEMIA: ESTRA- Devido a alta incidência de neoplasias pediátricas, deveTÉGIA DE ENFRENTAMENTO DO DIAGNÓSTICO se existir uma melhor preparação dos profissionais
que lidam diretamente com esses pacientes. Os proNA FAMÍLIA
Paiva, P.R. et al (1);
Instituição: 1 - Unisantos;
Introdução: A leucemia é um câncer que afeta os leucócitos. O câncer é uma doença que resulta em uma
modificação entre a divisão celular e a destruição das
células.
É constante que os sinais da leucemia na criança, não
apareçam muito cedo, fazendo com que possa atrasar
o diagnóstico da doença. A obtenção do diagnóstico
precoce é o fator que contribui decisivamente para o tratamento definitivo, em um curto período; tendo assim
maior chance de sucesso durante o processo de cura.
Quando ocorre a confirmação do diagnóstico, a estrutura familiar é abalada acarretando um grande sofrimento e alto nível de estresse para a família, que por sua vez
deve assumir e tomar a iniciativa da busca constante
de um método de tratamento eficaz e seguro, visando
sempre o bem-estar da criança e seu psicológico.
Existem estratégias de enfrentamentos para que ocorra
um autocontrole nas reações emocionais. Durante o
processo de hospitalização é de suma importância a
presença e o acompanhamento dos pais, para que o
tratamento seja mais efetivo.
Objetivo: Nesta perspectiva, o presente estudo tem o
objetivo de revisar a produção científica referente à
contextualização do enfrentamento do diagnóstico de
leucemias pelas famílias.
Método: Este trabalho trata-se de uma revisão sistemática
de literatura que abordou um total de 45 abstracts de periódicos indexados na base de dados da BIREME e SCIELO,
entre 2000 a 2010, utilizando-se os descritores Leucemia
Infantil e Impacto do diagnóstico na Família. No entanto,
somente 16 artigos trazem o delineamento da pesquisa.
Discussão: No momento da confirmação do diagnóstico, a estrutura familiar é abalada acarretando um grande sofrimento e alto nível de estresse para a família,
que por sua vez deve assumir e tomar a iniciativa da
busca constante de um método de tratamento eficaz e
seguro, visando sempre o bem-estar da criança.
Quando em um ambiente familiar uma criança é
acometida com uma patologia como o câncer, muitos
aspectos são interrogados e a problematização de ambas as partes é o destaque principal, pois toda a rotina
da família sofrerá alterações importantes para que o
tratamento seja realizado de forma adequada.
Anais XII Congresso Paulista de Saúde Pública
fissionais de saúde devem promover um atendimento
humanizado à criança e também à família, oferecendo
conforto e apoio para uma assistência de qualidade.
CUIDADO AO CUIDADOR: A IMPORTÂNCIA DE
ENCONTROS AUMENTATIVOS DE POTÊNCIA NA
AÇÃO DE AGENTES COMUNITÁRIOS DE SAÚDE EM
RELAÇÃO AO USO ABUSIVO DE ÁLCOOL
Zakabi, D. (1); Dalmaso, A. S. W. (2);
Instituição: 1 - USP; 2 - Centro de Saúde-Escola Samuel Pessoa - Faculdade de Medicina da USP;
Introdução: O agente comunitário de saúde, em sua
atuação na Estratégia Saúde da Família, enfrenta o
desafio de realizar o elo entre a comunidade e o serviço
de saúde, sendo morador e trabalhador da comunidade
onde atua. A identificação dos ACS com as necessidades de saúde da população pode ampliar as ações do
serviço de saúde, por outro lado, pode dificultar sua
atuação, por ele viver no mesmo contexto de vulnerabilidade social onde atua. Destaca-se, dentro desse
contexto de vulnerabilidade, situações relacionadas
ao uso abusivo de álcool. O álcool é a droga mais consumida no Brasil, por ser uma droga lícita e aceita
socialmente. Seu uso abusivo pode levar a agravos à
saúde, acidentes de trânsito e violência doméstica.
OBJETIVO: Este estudo visou conhecer a perspectiva
dos ACS sobre seu trabalho em relação ao uso abusivo
de álcool. Método: Foram realizadas quatro entrevistas
semiestruturadas e um grupo focal com seis ACS de um
Centro de Saúde Escola do Município de São Paulo. Este
estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa
da Universidade Federal de São Paulo. Resultados O
alcoolismo é descrito como um dos principais problemas na comunidade atendida e os bares, umas de suas
principais formas de lazer.
O uso do álcool é marcante em sua história pessoal.
Alguns ACS fizeram relatos emocionados sobre a
convivência com vizinhos e familiares que fazem uso
abusivo de álcool. A vivência pessoal relacionada ao uso
de álcool pode levar o ACS a ter uma maior sensibilidade
em relação ao usuário, o que facilitaria seu trabalho. Por
outro lado, pode trazer dificuldades, quando leva a um
desejo de distanciamento do usuário ou a uma aproximação exagerada, realizada de maneira autoritária.
Saúde Soc. São Paulo, v.20, supl.1, 2011 196
Os ACS relataram que as capacitações relacionadas
ao álcool eram pontuais, atreladas a interesses pessoais de profissionais de saúde em pesquisa. Espaços
de troca, formais e informais, entre os ACS e outros
profissionais do serviço, mostraram-se importantes
para lidar com os afetos emergentes dos encontros
com usuários. Conclusão: Recomenda-se a existência
de espaços de escuta aos próprios ACS, onde possam
compartilhar suas vivências e trocarem afetos alegres,
aumentando sua potência de ação, e debater sobre o
uso abusivo de álcool de forma continuada.
CUIDAR DE QUEM CUIDA: UMA ESTRATÉGIA PARA
PROMOÇÃO DO DESENVOLVIMENTO DOS SUJEITOS EM INSTITUIÇÃO DE EDUCAÇÃO INFANTIL
Vieira, R.S. (1);
Instituição: 1 - FMU E FCMSCSP;
INTRODUÇÃO – Partimos do princípio que para promover o desenvolvimento de todo potencial humano dos
sujeitos, temos que pensar saúde de forma sistêmica e
dinâmica. Dessa forma, ainda que o enfoque de atuação
em saúde em Instituições de Educação Infantil (IEI)
seja a criança, o contexto deve ser considerado como
um todo, ou seja, o ambiente, os funcionários, a família
e o entorno. Por esse motivo consideramos a necessidade de desenvolver o trabalho “cuidar de quem cuida”.
OBJETIVO – Conhecer e intervir sobre as demandas de
saúde de funcionários (educadores e demais categorias) da IEI. MÉTODO – Foi realizado levantamento das
demandas de saúde de 27 funcionários da instituição
através de consulta de enfermagem e elaborado plano
de intervenção individual e coletivo. RESULTADOS – A
instituição conta em seu quadro com 26 funcionárias
(sexo feminino) e apenas um funcionário. Apenas 4
funcionárias possuíam carteira de vacinação, mas
nenhuma estava atualizada. Dois terços dos funcionários (18) apresentavam sobre peso no ato da consulta,
sendo que duas destas funcionárias apresentavam
obesidade. Dezesseis funcionárias com vida sexual
ativa não haviam realizado exames preventivos há mais
de dois anos. Outros achados e queixas: cáries e déficit
de higiene bucal, cefaléia, dores na “coluna e costas”,
dores em membros inferiores, nódulo mamário (uma),
funcionárias com hipertensão arterial, e glicemia de
jejum elevado irritabilidade excessiva com o comportamento das crianças, “pânico” diante dos ocasionais
ferimentos das crianças, conflitos ideológicos e ou
comportamentais. Como parte do plano de intervenAnais XII Congresso Paulista de Saúde Pública
ções individuais foram realizados encaminhamentos,
re-planejamento alimentar, atualização do esquema
vacinal, orientações e educação em saúde. O planejamento coletivo incluiu capacitação e treinamento
para atendimento de primeiros socorros, manejo de
doenças infecto contagiosas na instituição, inclusão
de crianças com deficiências, promoção da cultura
de paz, resolução de conflitos, entre outros temas de
relevância. Foi instituído programa de ginástica laboral. Foram realizadas oficinas educativas com os pais /
responsáveis sobre temáticas convergentes: prevenção
de doenças prevalentes e promoção da cultura de paz
(prevenção de acidentes, prevenção de violência domestica, disciplina e limites). CONCLUSÃO – A proposta
é para que as ações tornem-se permanentes, a fim de
atingirmos o melhor resultado a médio e longo prazo,
com melhoria da qualidade de vida para todos.
DEZ ANOS DE VACINAÇÃO DO IDOSO: A EFICÁCIA
DA VACINA INFLUENZA EM RELAÇÃO À MORBIMORTALIDADE POR DOENÇAS RESPIRATÓRIAS
E POR PNEUMONIA, NO MUNICÍPIO DE POUSO
ALEGRE – MG.
Medeiros, L. R. de (1);
Instituição: 1 - PREFEITURA DE BRAGANÇA PAULISTA;
As campanhas anuais de vacinação do idoso foram
implantadas no Brasil no ano de 1999 com objetivo
de diminuir o número de internações, gastos e óbitos
devido a Influenza e a agravos secundários a esta,
principalmente a pneumonia. Esse estudo tem como
Objetivos: avaliar o índice de morbimortalidade por
doenças respiratórias e por pneumonia no município
de Pouso Alegre no ano de 1998 e 2008, avaliar a eficácia da vacinação contra a influenza mediante o índice
de internações e óbitos por doenças respiratórias e
por pneumonia no mesmo município após 10 anos do
início da campanha de vacinação do idoso e identificar
a necessidade de implantação da vacina pneumocócica para a população idosa. Trata-se de uma pesquisa
documental, exploratória e descritiva, de abordagem
quantitativa, realizada através de levantamento de
dados a partir da análise do número de internações e
óbitos devido a doenças respiratórias e pneumonia no
município de Pouso Alegre ano de 1998 e 2008. A coleta
de dados foi realizada através de pesquisa documental
no banco de dados do Ministério de Saúde DATASUS.
Confirma-se nesse estudo que houve uma redução da
morbidade por doenças do aparelho respiratório e por
Saúde Soc. São Paulo, v.20, supl.1, 2011 197
pneumonia do ano de 1998 para o ano de 2008, ou
seja, antes e após a implantação da campanha anual
de vacinação contra influenza. No entanto, a partir dos
resultados obtidos para os mesmos anos analisados
acima observa-se um aumento do número de óbitos
por doenças respiratórias e por pneumonia. Percebe-se
também que a eficácia de proteção específica contra
influenza vacina não está comprovada e que necessidade de implantação de outra medida específica como a
vacina pneumocócica para idosos acima de 60 anos.
Palavras-chave: 1. Vacinação do idoso. 2. Doenças respiratórias. 3. Morbimortalidade
DIABETES MELLITUS TIPO 2 X TRATAMENTO FARMACOLÓGICO: UM ESTUDO DESCRITIVO
BARBOZA, S.M. (1); FRANCO, L.J. (1);
Instituição: 1 - FMRP - USP;
Introdução: Uma das diversas políticas do SUS é a
política de atenção ao diabetes mellitus, uma vez que
DM representa alto índice de morte e incidência, com
alto custo social e financeiro para a sociedade e sistemas de saúde. A ênfase na rede básica se dá através de
protocolos clínicos, capacitação de profissionais de
saúde, assistência farmacêutica com fornecimento gratuito dos medicamentos essenciais. OBJEIVO: Avaliar a
adesão ao tratamento farmacológico de portadores de
DM 2 atendidos no Centro de Saúde Escola da FMRP USP. MATERIAIS E Métodos: Trata – se de um estudo
descritivo; a amostra foi realizada por conveniência. A
adesão ao medicamento foi obtido através do teste de
Morisky e Green composto por quatro questões, que
objetivam avaliar o comportamento do paciente em
relação ao uso habitual do medicamento. O paciente foi
classificado como: grupo de alto grau de adesão quando
as respostas a todas as perguntas forem negativas, ou
grupo de baixo grau de adesão quando pelo menos uma
das respostas for afirmativa. Resultados a amostra foi
constituída por 79 pacientes de ambos os sexos com idade de 40 a 79 anos. A terapia medicamentosa utilizada
foi composta de metformina, sulfonilureia e insulina. A
adesão ao tratamento farmacológico, avaliada pelo teste
de Morisky-Green, apontou como não aderentes cerca
de metade dos pacientes (54,4%) e como aderentes 45,
5% dos pacientes. DISCUSSAO: Apesar da assistência
farmacêutica do SUS, bem como a Farmácia Popular,
programa do governo Federal que funciona como
mecanismo de ampliação de acesso a medicamentos
Anais XII Congresso Paulista de Saúde Pública
a adesão ainda é muito baixa, fato que também foi
evidenciado por outros autores. CONCLUSÂO: Nesse
contexto, os profissionais de saúde podem contribuir
e, para tanto, devem estar cientes da multiplicidade de
aspectos envolvidos no processo de adesão, podendo,
interdisciplinarmente, planejar e implementar estratégias adequadas à população. Atividades educativas, de
qualificação para os profissionais que atuam com esses
usuários, podem ser realizadas buscando o aprimoramento dos profissionais em relação ao uso de fármacos,
pois é imprescindível que os portadores de DM tenham
conhecimento sobre os riscos relacionados ao seu problema de saúde e a necessidade do uso contínuo dos
medicamentos, Contudo, faz-se necessário orientá-los
sobre o uso correto dos medicamentos, principalmente
àqueles que apresentam algum tipo de dificuldade em
aderir ao tratamento medicamentoso.
DIFERENÇAS NA PREVALÊNCIA DA CÁRIE DENTÁRIA, SEGUNDO COR DA PELE, EM CRIANÇAS RESIDENTES NA CIDADE DE SÃO PAULO, EM 2008.
Soares, MC (1); Frias, AC (2); Marques, RAA (3); Filippos, CM (3); Teixeira, DSC (2);
Instituição: 1 - Secretaria Municipal da Saúde de São
Paulo - SMS SP; 2 - SMS - SP; 3 - SMS SP;
Introdução: A prevalência e a severidade da cárie
dentária diminuíram entre crianças e adolescentes
brasileiros nas duas últimas décadas, mas persistem
grandes dificuldades para ampliar o acesso aos serviços odontológicos e assegurar tratamento dentário. O
levantamento epidemiológico SB-Brasil 20031 mostrou
uma distribuição heterogênea da doença, registrando
diferenças entre regiões e grupos sociais brasileiros,
constatando que a experiência da doença foi mais
severa nos grupos populacionais mais submetidos à
privação social3. OBJETIVO: Descrever e analisar a
prevalência da cárie dentária em relação à etnia em
crianças e adolescentes na Cidade de São Paulo. Método: O Estudo baseou-se nos dados do Levantamento
Epidemiológico em saúde bucal – Cidade de São Paulo
– 2008-20092 da Secretária Municipal da Saúde de São
Paulo (SMS-SP) - estudo transversal orientado pelas
Recomendações metodológicas da Organização Mundial de Saúde – OMS (WHO - Oral Health Surveys 4th
ed1997), aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da
SMS-SP (Parecer 48/08). Para a análise e associação
bivariada da situação de etnia e a prevalência da cárie
Saúde Soc. São Paulo, v.20, supl.1, 2011 198
dentária, empregou-se a Razão de Prevalência e o IC
95% para parâmetros populacionais, ajustado pela
amostragem do tipo complexa. Resultados A pesquisa
realizou-se em 1745 escolas públicas e privadas, de
setembro a dezembro de 2008. Examinaram-se 5858
crianças de 18 a 36 meses; 5557 de 5 anos, 4249 de 12
anos e 2858 adolescentes de 15 a 19 anos, totalizando
18.522 examinados. A média ceo-d (dentes cariados,
com extração indicada e obturados) aos 5 anos foi = 1,57
(1,46—1,69) para as crianças com a cor de pele preta,
para a parda 1,71 (1,58—1,84) e branca 1,35 (1,18—1,42); o
CPOD (média de dentes cariados, perdidos e obturados)
aos 12 anos foi = 1,32 (1,21—1,42) para as crianças com a
cor da pele preta, para a parda 1,48 (1,34—1,63), e para
branca 1,04 (0,91—1,17), demonstrando uma diferença
estatisticamente significante relacionada à cor da pele.
Conclusão: Para o diagnóstico de saúde de um local é
fundamental conhecer os agravos à saúde ou doenças
mais freqüentes e suas distribuições, indicando os grupos mais vulneráveis aos fatores de risco e os grupos
etários e étnicos mais susceptíveis. A cárie dentária
persiste como grave problema de saúde pública; o
planejamento dos serviços odontológicos baseados
nesses estudos é de fundamental importância para
o seu controle e promoção da equidade ao acesso a
esses serviços.
DILEMAS PARA ABORDAGEM DA SAÚDE MENTAL
EM RELAÇÃO AO CLIENTE ATENDIDO NO PROJETO
BEM VIVER
Galvez, A.C.B. (1); Fernandes, M.F.T (1); Nóbrega,
M.P.S.S (1); Guarnieri, A.P (1);
Instituição: 1 - FMABC;
O envelhecimento progressivo da população brasileira descortina um problema que vai se consolidar
nas próximas duas décadas, ou seja, irá ocorrer uma
mudança significativa no perfil de nossa sociedade.
Dentre os diversos problemas que acometem essa
clientela observam-se os transtornos psiquiátricos e
os conflitos próprios ao envelhecimento, que muitas
vezes estão relacionados a aposentaria, autoestima,
problemas financeiros e de relacionamento no núcleo
família, violência, abandono, entre outro. Pesquisa
qualitativa que objetivou apreender a percepção dos
idosos acerca de questões que tem desencadeado sofrimento emocional e psíquico em suas vidas. Foram
realizadas 10 entrevistas semiestruturadas e gravadas,
Anais XII Congresso Paulista de Saúde Pública
com os idosos atendidos pelo Projeto Bem Viver. Emergiram as seguintes categorias: Solidão; Ansiedade;
Perda (luto); Perda física e mobilidade; Dependência
financeira e Falta de afeto. O sentimento de solidão
representa importante indicador de vulnerabilidade
para o idoso. Considera-se que o sofrimento emocional
representado pelo sentimento de solidão, exige dos
profissionais de saúde atenção e propostas que ajudem
essa população a lidar e manter um estado de equilíbrio
diante das incertezas cotidianas. Nesse sentido, ações
devem ser pensadas e estruturadas com o intuito de
promover serviços de assistência, que propiciem acolhimento dessas necessidades, como também ofereçam
condições de socialização e criação de novos espaços
terapêuticos.
DISSONÂNCIAS ENTRE AS COMPETÊNCIAS OFERTADAS PELO AGENTE COMUNITÁRIO DE SAÚDE E
AS EXPECTATIVAS DA POPULAÇÃO.
Akerman, M (1); Barrionuevo, ET (2); Santos, LPGS (2);
Garção, NIB (1); Branco, JM (1); Castelli, MS (1); Kinjo,
CM (1); Carriço, PF (1); Vidri, CM (1); Amaro, DMC (1);
Neves, M (2); Higuchi, FJD (2); Cunha, APA (2);
Instituição: 1 - FMABC; 2 - SMSSBC;
Introdução: O Programa de Saúde de Família (PSF) adotado no Município de São Bernardo do Campo (SBC), SP,
Brasil, consolidou a figura do Agente Comunitário de
Saúde (ACS) como importante elo entre a comunidade
e os serviços de saúde.
Objetivos: Investigamos o perfil e as competências
deste agente, para conhecer o grau de sintonia entre
suas ações de saúde, e as necessidades subjetivas da
população.
Metodologia: Neste estudo estratégico transversal
quali-quantitativo foram aplicados questionários a 50
agentes de Saúde de 2 unidades do PSF de SBC, e a 240
usuários destas unidades.
Resultados: Dos usuários questionados 95% reconheceu a importância do trabalho do ACS, 87% demonstrou
satisfação com seu agente, e 85% encontram o agente
motivados, o que contrastou com o grau de motivação
de apenas 40% referido pelos próprios agentes, que
reclamaram de falta de resolutividade, baixos salários,
e desvio de função como fatores que atentam contra
seu desempenho.
Conclusão: Há indícios de dissonância entre as competências dos ACS definidas pelo MS e as expectativas
Saúde Soc. São Paulo, v.20, supl.1, 2011 199
da população, principalmente no que tange ao desejo
da população de que os ACS lhes ajudem “na marcação
de consultas”, “pedido de exames”, “ajuda na fila”, etc.
Questionamos se estas dissonâncias não causariam
desmotivação e sofrimento ao ACS.
DO CENTRO DE SAÚDE À UNIDADE DE SAÚDE
FAMILIAR: NARRATIVAS DE AUSÊNCIAS E INTERMITÊNCIAS
Andreazza, R. (1); Carapinheiro, G. (2); Teixeira, Lurdes (3); Cecilio, L. C. O. (1);
Instituição: 1 - Unifesp; 2 - Instituto Superior de Ciências do Trabalho e da Empresa - Instituto Universitário de Lisboa (Iscte-IUL); 3 - Iscte-IUL/ CIES;
O Serviço Nacional de Saúde (SNS) Português, acompanhando as diretrizes da Nova Gestão Pública, colocadas
para os países da União Europeia, passou por intensas
reformulações, a partir dos anos 90. A atual política de
reconfiguração dos Centros de Saúde em Unidades de
Saúde Familiar (USF) é um dos exemplos. Há neste processo uma intensificação da racionalidade econômica
e de controle dos processos de trabalho e dos fluxos,
entretanto, parece subsistir outras racionalidades, que
colocam os sujeitos em ação na busca por resolver suas
necessidades de saúde tal qual evidenciado em pesquisa realizada há 12 anos, num outro momento político do
SNS. Estudar as ações singulares e sociais que levam
os indivíduos a traçar percursos em busca do cuidado
à saúde ao vivenciarem a situação social de adoecimento, identificando as permanências e transformações
destas trajetórias sociais diante da reconfiguração
dos CPS, foi o objetivo desta investigação. Trata-se de
um estudo etnossociológico. Os sujeitos, grandes utilizadores do SNS, foram indicados pelos médicos de 2
USF. Entrevistaram-se 10 usuários, empregando-se a
abordagem biográfica das narrativas de vida. A análise
das mesmas revelou regularidades sociais nos modos
e estratégias dos indivíduos para acessar e produzir o
seu cuidado em saúde e no valor atribuído aos tipos de
serviços utilizados e aos médicos do setor público e privado. As estratégias usadas parecem não diferir, apesar
da intensificação dos processos de racionalização das
práticas de saúde, daquelas encontradas na pesquisa
anterior, como o conhecimento de atores estratégicos
no sistema, o médico por exemplo, que garantam a
facilitação e agilização do acesso aos serviços de saúde. O entendimento, pelo uso constante, do sistema
Anais XII Congresso Paulista de Saúde Pública
propicia a construção fluxos alternativos. Entretanto,
emerge das narrativas a percepção de uma menor autonomia dos sujeitos na circulação pelos serviços. A
racionalidade sistêmica surge em alguns casos como
um dificultador para o cuidado acarretando o agravamento de situações de adoecimento, em particular nos
indivíduos que não detém recursos para subverte-la As
histórias continuam a nos revelar que são múltiplos os
caminhos que os indivíduos inventam com o objetivo
de resolver suas necessidades de saúde e, assim, ao
interagir e reagir, aos fluxos, regras e normas estabelecidas pela racionalidade dos processos de gestão e de
cuidado à saúde transformam sua própria realidade e
criam outras possibilidades de existência.
DOAÇÃO DE SANGUE:UM PROCESSO CONTÍNUO
Borges,V.L (1); Borges.V.L (1); Borges, V.L (1);
Borges.V.L (1);
Instituição: 1 - Universidade Catolica de Santos;
Introdução: Na década de 60, foi criada a Associação
Brasileira de Doadores Voluntários, a partir disso
foi instaurado o Dia Nacional do Doador de Sangue,
comemorado no dia 25 de novembro. Os avanços tem
sido animadores, mas ainda estão muito abaixo das
necessidades reais. A Política Nacional de Sangue e
Hemoderivados do Ministério da Saúde visa aumentar
o número de doadores e para isso aplica recursos para
a capacitação de profissionais.
Objetivo: Este trabalho tem como objetivo realizar
uma revisão sistemática de literatura sobre os fatores
motivacionais e o incentivo à doação como um processo
contínuo e não apenas repositor.
Método: A revisão de literatura foi pesquisada na busca integrada da Biblioteca Virtual de Bases de Dados
Indexados Bireme. No recorte temporal entre 2005 e
2010, foram encontrados dez artigos.
Discussão: O Brasil necessita diariamente de 5.500
bolsas de sangue, mas apenas 1,7% da população são doadores. Acredita-se que esse baixo índice seja conseqüência de mitos e tabus que se perpetuam na sociedade.
As literaturas revelam que, no Brasil, grande parte dos
voluntários na doação de sangue só o faz quando algum
parente ou amigo necessita de transfusão. A literatura
defende o ato de doar sangue como um processo mecanico que é o ato obrigatório e a solidariedade orgânica que
é aquela que brota de dentro do ser humano, Defendem
ainda que a motivação dos doadores para procurar os
Saúde Soc. São Paulo, v.20, supl.1, 2011 200
hemocentros, depende das campanhas de doação, que
devem ser intensificadas e contínuas.
Conclusão: O ato voluntário de doação de sangue depende de politicas públicas, ressaltando a importância
e a necessidade de manter os estoques nos hemocentros. Deve-se considerar os princípios motivacionais
que levaram o indivíduo a torna-se um doador, sejam
eles culturais, religiosos, morais, amor ao próximo,
solidariedade, entre outros. Requer a elaboração de
planejamentos rigorosos que feitos antes e depois da
doação são importantes para maximizar o número de
doadores. As influencias externas através de campanhas veiculadas pelos órgãos publicos e instituições
privadas garantem um número considerável de doadores, mas a influencia de amigos encontra-se em primeiro lugar para a manutenção dos estoques e consequente
melhora na terapeutica para os que necessitam.
DOENÇA CRÔNICA E INCAPACIDADE FUNCIONAL
DOS IDOSOS NO BRASIL (1998-2008)
Parahyba MI (1); Henley W (2); Melzer D (3);
Instituição: 1 - IBGE, Rio de Janeiro, Brasil; 2 - School
of Mathematics and Statistics, University of Plymouth, Plymouth, Devon, UK; 3 - Epidemiology & Public
Health Group, Peninsula Medical School, Exeter, UK;
Introdução: Nos EUA e em alguns outros países, há
indícios de redução em longo prazo na prevalência de
incapacidade funcional entre idosos. Há também algumas evidências de que as taxas de prevalência de doença
crônica e de incapacidade funcional, para um mesmo
grupo etário, apresentam diferenças inter-geracionais.
Os “baby-boomers”, geração do período após a Segunda
Guerra Mundial, podem estar sofrendo, nos EUA e no Reino Unido, de taxas mais elevadas de doenças relacionadas
com obesidade quando comparados à geração anterior.
Objetivos: Analisar as tendências das doenças crônicas e da incapacidade funcional na população idosa
brasileira na última década (1998-2008); e investigar
se as tendências da doença e do declínio funcional são
semelhantes entre gerações.
Metodologia: Usando modelos de regressão logística e
modelos de Idade-Período-Coorte (modelos APC) analisamos as informações dos Suplementos de Saúde da
Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD),
cujas amostras nos anos 1998, 2003 e 2008 totalizaram
cerca de um milhão de pessoas.
Resultados: Tendência de queda na maioria das doenças crônicas investigadas, com reduções dramáticas
Anais XII Congresso Paulista de Saúde Pública
na prevalência de doença cardiovascular em pessoas
idosas. No entanto, houve aumento na prevalência de
diabetes (OR=1.64; IC, 1.55-1.73; p < 0.005) e de hipertensão (OR=1.49; IC, 1.43-1.55; p < 0.005). Estas tendências
são atribuíveis aos efeitos de período, sem evidência
de diferenças de coorte.
o longo da década (1998-2008), as diferenças entre
os grupos sociodemográficos foram muito pequenas,
indicando que as desigualdades não mudaram no período. No entanto, observamos que: 1) o aumento das
taxas de prevalência de hipertensão foi maior para os
idosos de 80 anos ou mais (OR = 1,69; IC, 1,54-1,85, p
<0,005) e para os mais instruídos (OR = 1,66; IC, 1,421,95; p <0,005); 2) o aumento das taxas de prevalência
de diabetes foi maior para os homens (OR = 1,77; IC,
1,63-1,93, p <0,005) e para os idosos com 10 a 14 anos de
escolaridade (OR = 2,13; CI, 1,74-2,60, p <0,005).
Tendências na prevalência de incapacidade funcional
foram menos claras, com estimativas instáveis ao
longo do período considerado.
Conclusão: As pessoas idosas no Brasil estão desfrutando de uma melhor condição de saúde cardiovascular, mas o aumento da prevalência de transtornos
relacionados à obesidade, como diabetes, é uma grande
preocupação.
DOENÇAS CRÔNICAS PULMONARES EM IDOSOS
RESIDENTES NO MUNICÍPIO DE SÃO PAULO
Marins, K. T. (1); Watanabe, H. A. W. (2);
Instituição: 1 - Universidade de São Paulo; 2 - UNiversidade de São Paulo;
Introdução. Com o envelhecimento, as doenças crônicas passaram a representar uma expressiva e crescente
demanda aos serviços de saúde no Brasil. As doenças
pulmonares crônicas afetam as vias aéreas inferiores
e outras estruturas pulmonares, comprometendo
milhões de pessoas. Algumas destas doenças são
progressivamente incapacitantes, provocam vários
sintomas e freqüentes exacerbações que interferem
na qualidade de vida de seus portadores. Objetivo.
Esta pesquisa é parte do Estudo SABE (Saúde, Bemestar e Envelhecimento) e tem por objetivo verificar
a prevalência de DPC entre os idosos residentes no
Município de São Paulo e investigar a sua associação
com capacidade funcional/ mobilidade, tabagismo e
óbito. Metodologia. O presente estudo baseou-se na
amostra de idosos portadores e não-portadores de
DPC em 2000 (n = 2.137) e re-entrevistados em 2006
Saúde Soc. São Paulo, v.20, supl.1, 2011 201
(n = 1.113), correspondendo a uma amostra expandida
de 834.287 em 2000 e de 473.764 idosos em 2006.
Resultados. Foi detectado maior percentual de idosos
do sexo masculino, em faixas etárias mais avançadas
(75 anos e mais), com baixa escolaridade, sem renda
suficiente para manutenção das necessidades diárias
mínimas e que moravam acompanhados. As condições
gerais de saúde dos idosos portadores de DPC revelam
que: ocorrência de idosos com baixo peso (IMC<25),
mais predominante entre os homens; pior avaliação do
próprio estado de saúde; maior redução de atividades
básicas e instrumentais de vida diária, mais evidente
entre as mulheres. Homens e mulheres portadores de
DPC estiveram mais vezes internados quando comparados a idosos não-portadores da doença. Além do
maior número de internações, o tempo de permanência no hospital também foi maior entre portadores de
DPC. Idosos portadores mais velhos relataram maior
número de consultas médicas. Finalmente em relação
aos óbitos, portadores de DPC apresentaram razão de
chance de óbito de 1,88 (OR ajustado, IC: 1,23 – 2,88) e
2,29 (OR, IC: 1,65 – 3,18) vezes maior quando comparado
a não-portadores da doença, independente dos demais
fatores analisados (tabagismo, sexo, faixa etária, renda
suficiente, presença de co-morbidades). Conclusão. Os
dados indicam que a DPC aumenta com a idade, mais
alta nos homens do que nas mulheres. Idosos portadores de DPC tiveram mais internações e maior período
de permanência em hospitais. Na análise de sobrevida
verificou-se que portadores de DPC têm menor sobrevida independentemente de sexo, faixa etária e presença
de multimorbidades.
EDUCAÇÃO AMBIENTAL PARA PROMOÇÃO DA
SAÚDE COM TRÂNSITO SAUDÁVEL
Oliveira S.C. (1); Pelicioni MCF (1);
Instituição: 1 - FACULDADE DE SAÚDE PÚBLICA DA
UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO;
Atualmente melhorar a qualidade de vida da população
tem sido um dos maiores desafios da humanidade. As
diferenças sociais e econômicas entre os países têm
dificultado o encaminhamento de soluções para as
questões relacionadas a um desenvolvimento justo
e ambientalmente sustentável. Novos paradigmas,
principalmente nas áreas de Saúde e Meio Ambiente,
vêm surgindo a fim de contribuir para a transformação
da sociedade por meio de uma distribuição equitati-
Anais XII Congresso Paulista de Saúde Pública
va dos recursos existentes, mantendo a diversidade
ecológica, biológica e cultural dos povos. Entre esses
desafios, evidencia-se a poluição do ar que é um fenômeno decorrente entre outras coisas, pelo excesso de
veículos automotores que circulam diariamente pelas
rodovias e estradas como também dentro das cidades
prejudicando não apenas a qualidade do ar que se
respira mas, e principalmente a saúde e a qualidade
de vida da população. Uma das alternativas para minimizar a poluição do ar na cidade de São Paulo seria a
implantação de um programa de Carona Solidária feito
de forma constante e sistematizada. Esta problemática
motivou a realização de pesquisa com o objetivo de:
identificar os motivos que levam ou não as pessoas
a participarem de um programa de Carona Solidária
na cidade de São Paulo-SP. A população de estudo foi
constituída por 35 alunos do curso de “Pós-Graduação
Especialização Interdisciplinar em Saúde Pública” da
Faculdade de Saúde Pública/USP. O método utilizado
foi o quali-quantitativo e o instrumento de investigação
um questionário contendo questões abertas e fechadas,
cuja participação foi opcional. Resultados Todos os
participantes expressaram preocupação com o meio
ambiente, que deve garantir a sobrevivência não só dos
seres humanos, mas dos seres vivos em geral e para as
futuras gerações. A maioria já tinha ouvido falar na
proposta, mas até aquele momento não havia-se cadastrado em programas de Carona Solidária. Relataram
que sabiam que esta proposta poderia contribuir para
a redução do número de veículos nas ruas, diminuir
os congestionamentos e a poluição do ar. No entanto,
mostraram-se temorosos em aderir ao programa por
questões de segurança. Dos entrevistados apenas duas
pessoas mostraram-se confiantes e interessadas em
viver esta experiência em qualquer local.
EDUCAÇÃO EM SAÚDE COMO FERRAMENTA NO
TRABALHO DA ENFERMEIRA NA ATENÇÃO BÁSICA: UM ESTUDO BIBLIOGRÁFICO
FREITAS, GISELLE BORGES DE. (1); SANTOS, CARMÊN LIÊTA RESSURREIÇÃO DE. (1);
Instituição: 1 - FTC- FACULDADE DE TECNOLOGIA E
CIÊNCIAS DE FEIRA DE SANTANA;
A educação em saúde deve constituir parte na promoção da saúde e prevenção de doenças, por isso a ação
educativa em atenção primária estabelece-se a partir de
estratégias e programas de promoção da saúde junto à
Saúde Soc. São Paulo, v.20, supl.1, 2011 202
comunidade e indivíduos de diferentes grupos sociais. A
Enfermagem como uma profissão dedicada ao cuidado
humano, sempre apresentou sua prática permeada por
um forte componente educativo,seja de forma individual ou coletiva, sendo a educação considerada um
elemento fundamental no trabalho do (a) enfermeiro
(a). A educação em saúde é inerente a todas as práticas
desenvolvidas no âmbito do SUS. É uma prática transversal que proporciona uma articulação entre todas as
esferas de gestão do SUS representando um dispositivo
essencial na formulação da política de saúde. As ações
educativas desenvolvidas pela Enfermagem se fazem
presente nos vários espaços de realização de suas práticas, especialmente no campo da Saúde Pública, sejam
elas desenvolvidas em comunidades ou em serviços de
Atenção Básica. Trata-se de um estudo bibliográfico
de caráter exploratório, onde se procurou pesquisar
sobre qual a produção científica acerca da educação
em saúde no processo de trabalho do (a) enfermeiro
(a) na Atenção Básica, através da técnica de análise de
conteúdos de Bardin, uma técnica de interpretação de
textos que articula as mensagens transmitidas nos artigos científicos, revistas de enfermagem e outras bases
de dados utilizadas na pesquisa. Esse estudo teve como
objetivo analisar a educação em saúde no processo de
trabalho do (a) enfermeiro (a) na Atenção Básica através
de um estudo bibliográfico. A produção científica para
construção desse estudo foi satisfatória e suficiente
para desenvolver idéias e conceitos acerca da temática,
inserindo a educação como ferramenta no trabalho do
(a) enfermeiro (a) na Atenção Básica junto à população
no tocante a melhoria da qualidade de vida das pessoas
individual e coletivamente. Os resultados encontrados
nos trabalhos científicos analisados apontam a amplitude do tema educação em saúde, associando-o sempre
à sua dimensão na Atenção Básica, sendo este um local
singular para efetivação dessas práticas e à atuação da
enfermagem nesse contexto, fortalecendo a concepção
de que o enfermeiro é um educador em saúde em potencial, sendo esta condição inerente e indissociável
à sua prática.. Este construto poderá ser utilizado em
diferentes realidades e sob diversas perspectivas por
outros profissionais de saúde na Atenção Primária.
EDUCAÇÃO INCLUSIVA NO ENSINO SUPERIOR
EM SAÚDE
Arcas, A M (1); Silabi, C.S (1); Araujo, EC (1);
Instituição: 1 - FACULDADE DE MEDICINA DO ABC;
Anais XII Congresso Paulista de Saúde Pública
Introdução: A deficiência física era discriminada e
excluída pela sociedade e pela família, porém no século
passado iniciou-se um olhar diferente da sociedade
para esses indivíduos. A Conferência Mundial sobre
Educação para todos mostra a obrigação da escola
atender as pessoas sem exclusão. O sistema educacional vivencia a transição do atendimento ao aluno com
necessidades especiais, defendendo a inclusão escolar
de todas as pessoas. Trabalhar com a diversidade na
sala de aula é um desafio para professores, pois a
educação trabalha em uma cultura de transmissão do
conhecimento, que mantém a passividade do indivíduo
e desconsidera seu contexto e individualidade. Para
atender a nova realidade os professores devem trabalhar com nova visão pedagógica, a qual valoriza o contexto e a individualidade do aluno estando próximos
de lidar com diferenças na sala de aula naturalmente,
transformando o recorte social que a escola representa
e influenciando na sociedade. Objetivos: Caracterizar
a experiência dos docentes de uma instituição de
ensino superior em saúde, sobre educação inclusiva
e seu perfil de formação docente para essa demanda.
METODOLOGIA: Estudo quantitativo, descritivo e exploratório, aplicando um questionário com 12 questões
à 20 docentes, amostra do presente estudo. Resultados
Dos docentes participantes da pesquisa 20 (100%) da
amostra realizou Pós-Graduação latu-sensu e/ou strictu sensu e destes 14 (70%) realizaram curso de formação pedagógica para o ensino superior, que mostra não
ser uma temática obrigatória na pós-graduação. Dos
70% que realizaram cursos de formação pedagógica,
apenas 36% relata que foi abordado o tema educação inclusiva evidenciando lenta a desvalorização do tema na
educação superior. Da amostra 4 (24%) já trabalharam
com alunos com necessidades especiais mostrando o
crescimento dessa demanda no ensino superior. Desses
24%, 2 (50%) referem não ter utilizado nenhum recurso
diferente para esses aluno e 100% da amostra afirma
que a instituição que trabalham não desenvolveu nenhuma atualização sobre o tema e 95% reconhecem a
importância de ser realizada. Conclusão: Apesar dos
docentes terem realizado pós-graduação e identificar
a importância do tema, eles não possuem recurso e
preparo pedagógico para trabalhar com alunos especiais. A não valorização da adaptação física, material
e humana da escola para atender a necessidade desses
alunos evidencia a visão da escola sobre o tema através
do currículo oculto.
Saúde Soc. São Paulo, v.20, supl.1, 2011 203
EDUCAÇÃO INCLUSIVA NO ENSINO SUPERIOR preparo pedagógico para trabalhar com alunos especiais. A não valorização da adaptação física, material
EM SAÚDE
Arcas, A.M. (1); Silabi, C.C. (1); Araujo, E.C. (1); Guarnieri, A.P. (1);
Instituição: 1 - FACULDADE DE MEDICINA DO ABC;
Introdução: A deficiência física era discriminada e
excluída pela sociedade e pela família, porém no século
passado iniciou-se um olhar diferente da sociedade
para esses indivíduos. A Conferência Mundial sobre
Educação para todos mostra a obrigação da escola
atender as pessoas sem exclusão. O sistema educacional vivencia a transição do atendimento ao aluno com
necessidades especiais, defendendo a inclusão escolar
de todas as pessoas. Trabalhar com a diversidade na
sala de aula é um desafio para professores, pois a
educação trabalha em uma cultura de transmissão do
conhecimento, que mantém a passividade do indivíduo
e desconsidera seu contexto e individualidade. Para
atender a nova realidade os professores devem trabalhar com nova visão pedagógica, a qual valoriza o contexto e a individualidade do aluno estando próximos
de lidar com diferenças na sala de aula naturalmente,
transformando o recorte social que a escola representa
e influenciando na sociedade. Objetivos: Caracterizar
a experiência dos docentes de uma instituição de
ensino superior em saúde, sobre educação inclusiva
e seu perfil de formação docente para essa demanda.
METODOLOGIA: Estudo quantitativo, descritivo e exploratório, aplicando um questionário com 12 questões
à 20 docentes, amostra do presente estudo. Resultados
Dos docentes participantes da pesquisa 20 (100%) da
amostra realizou Pós-graduação latu-sensu e/ou strictu
sensu e destes 14 (70%) realizaram curso de formação
pedagógica para o ensino superior, que mostra não ser
uma temática obrigatória na pós-graduação. Dos 70%
que realizaram cursos de formação pedagógica, apenas
36% relata que foi abordado o tema educação inclusiva evidenciando lenta a desvalorização do tema na
educação superior. Da amostra 4 (24%) já trabalharam
com alunos com necessidades especiais mostrando o
crescimento dessa demanda no ensino superior. Desses
24%, 2 (50%) referem não ter utilizado nenhum recurso
diferente para esses aluno e 100% da amostra afirma
que a instituição que trabalham não desenvolveu nenhuma atualização sobre o tema e 95% reconhecem a
importância de ser realizada. Conclusão: Apesar dos
docentes terem realizado pós-graduação e identificar
a importância do tema, eles não possuem recurso e
Anais XII Congresso Paulista de Saúde Pública
e humana da escola para atender a necessidade desses
alunos evidencia a visão da escola sobre o tema através
do currículo oculto.
EDUCAÇÃO INTERPROFISSIONAL PARA O FORTALECIMENTO DO TRABALHO E EQUIPE NA ATENÇÃO
BÁSICA
Sangaleti, C.T. (1); Silva, J.A.M. (2); Aguiar, C. (3);
Silva, A.C.C.G (4); Peduzzi, M. (5);
Instituição: 1 - Mestre em Fisiologia Humana do
Instituto de Ciências Biomédicas da USP; 2 - Mestre
em Enfermagem. Doutoranda do Programa de Pós
Graduação em Gerenciamento em Enfermagem da
Escola de Enfermagem da Universidade de São Paulo; 3 - Mestranda do Programa de Pós Graduação em
Gerenciamento em Enfermagem da Escola de Enfermagem da Universidade de São Paulo; 4 - Professora
Doutora do Departamento de Medicina Preventiva da
FMUSP; 5 - Professora Associada (livre- docente) do
Departamento de Orientação Profissional da Escola
de Enfermagem da USP;
No Sistema Único de Saúde, em especial, na atenção
primária (APS) o trabalho em equipe constitui uma
diretriz que, articulada a outras, busca contemplar a
integralidade da saúde no novo contexto de transição
demográfica e epidemiológica e complexidade dos
serviços em rede para assegurar maior resolubilidade
e qualidade à atenção à saúde. Há uma lacuna, em especial no debate e literatura nacional, sobre a formação
dos profissionais de saúde para o trabalho em equipe
e a literatura internacional traz contribuições sobre a
educação interprofissional (EIP) na formação inicial
de graduação, pós-graduação e educação permanente
em serviço. Neste contexto apresentam-se resultados
de estudo com o objetivo de analisar as atividades
educativas de trabalhadores de saúde em unidades de
APS na perspectiva da EIP. Trata-se de pesquisa com
abordagem qualitativa, realizada numa região do município de São Paulo, com o referencial do processo de
trabalho, educação permanente (EP), EIP e trabalho em
equipe. A coleta de dados se deu através de entrevistas
semi-estruturadas com todos os gerentes centrais de
18 serviços pesquisados e com trabalhadores de quatro
serviços selecionados (um hospital, duas unidades
básicas de saúde e um centro de atenção psicossocial).
Coletaram-se informações sobre: tipo de atividades,
Saúde Soc. São Paulo, v.20, supl.1, 2011 204
incluindo tema(s) abordado(s); público alvo, estratégias
de ensino, local de realização e origem da demanda. Os
resultados demonstraram, no hospital, a predominância de atividades educativas voltadas para as áreas profissionais específicas, com ênfase em procedimentos
técnicos e recuperação da saúde, com demanda e local
de realização interno ao serviço e estratégias de ensino tradicionais. Na APS, também predominam ações
orientadas para as áreas profissionais especificas, com
demanda e local de realização externos à unidade, com
predomínio de estratégias de ensino participativas e
ações educativas voltadas à integralidade. Os resultados apontam à necessidade de implementação de ações
educativas na perspectiva da EIP, visto a manutenção
de práticas com ênfase nas áreas especificas, tanto no
hospital como na APS. Estas tendem a reiterar valores
associados ao trabalho isolado e ao corporativismo que
dificultam a colaboração interprofissional e a integração das equipes. Também se conclui pela necessidade
de ampliação da EP como política pública, dada sua
potência para reflexão e mudança das práticas na
perspectiva da integralidade da saúde.
ras era muito superior ao recomendado. Foi calculado
o valor recomendado de sal e de óleo para 20 crianças
e 9 adultos que almoçam e jantam no local e separado
em um recipiente. As cozinheiras foram desafiadas a
usar somente a quantidade recomendada. Resultados A
cozinheira da casa B conseguiu reduzir a quantidade de
sal para níveis bem próximos ao recomendado (9,7% a
mais) e de óleo para valores inferiores ao recomendado
(7,6% a menos). A cozinheira da casa A, não apresentou
redução no segundo dia, e no terceiro dia, provavelmente
devido à escolha da preparação frita aumentou o consumo de sal para 129,5% a mais que o recomendado. O
mesmo aconteceu com o óleo que ultrapassou 169,1%
a recomendação. Conclusão: Vários fatores podem interferir na aderência do indivíduo as intervenções propostas mostrando a importância da periodicidade dos
treinamentos, da continuidade dos programas antigos,
elaboração de novos programas e do envolvimento não
só do nutricionista como também da família, da equipe
de educadores, coordenadores, e outros profissionais
para que aos poucos até o indivíduo mais resistente
possa ser sensibilizado para a importância da educação
nutricional no que se refere à saúde pública.
EDUCAÇÃO NUTRICIONAL COMO FERRAMENTA
PARA REDUÇÃO DE SAL E ÓLEO NO PREPARO EDUCAÇÃO NUTRICIONAL PARA ESCOLARES DO
DAS REFEIÇÕES DE UM ABRIGO NA CIDADE DE ENSINO FUNDAMENTAL I DA REDE PÚBLICA DE
DIADEMA
SÃO PAULO
FAGIOLI, D. (1); PAEZ, A.M. (1); PERRELA, N. (1);
Instituição: 1 - UNIP;
Introdução: A hipertensão arterial sistêmica é uma
condição clínica multifatorial caracterizada por níveis elevados e sustentados de pressão arterial. Em
2008, segundo o Banco de Dados do Sistema Único de
Saúde, 27% da população residente na região sudeste
do Brasil era hipertensa e segundo a Sociedade Brasileira de Hipertensão, a Pressão arterial elevada é um
dos principais fatores de risco para Acidente Vascular
Cerebral. É responsável por 40% dos infartos, 80% dos
derrames e 25% dos casos de insuficiência renal terminal. O consumo de sódio é alto na maioria dos países, e
aliado ao consumo excessivo de óleos e gorduras também é fator de risco para desenvolvimento de doenças
cardiovasculares. Objetivo: Reduzir o sal e o óleo no
preparo das refeições elaboradas pelas cozinheiras
de um abrigo na cidade de São Paulo. Métodos: Foram
selecionado dois abrigos (A e B) onde observou-se que
a quantidade de sal e de óleo utilizado pelas cozinhei-
Anais XII Congresso Paulista de Saúde Pública
BIANCO, A A G (1); IMAI A H (1); PEREIRA A K S (1);
PEREIRA F G (1); GARCIA M O (1); PEREIRA S M (1);
ALE T K D (1);
Instituição: 1 - UNIFESP;
Introdução: Estudos indicam que em 2025 o Brasil
será o quinto país do mundo a apresentar problemas
de obesidade em sua população1. Para evitar essa
previsão são necessárias medidas de intervenção nos
hábitos alimentares de nossa população, sobretudo nas
crianças de hoje, adultos de amanhã.
As experiências mostram que transmitir informações
a respeito do funcionamento do corpo e descrição das
características das doenças, bem como um elenco de
hábitos de higiene, não é suficiente para que os alunos
desenvolvam atitudes de vida saudável2.
O presente trabalho é uma proposta, em andamento,
de intervenção em educação nutricional.
Objetivos
• Realizar ações de promoção da saúde de crianças,
articulando os setores de saúde e de educação;
Saúde Soc. São Paulo, v.20, supl.1, 2011 205
• Contribuir para a redução da obesidade e doenças
decorrentes dela, na população estudada.
Método
A pesquisa é constituída de quatro etapas:
1ª ETAPA: Determinação do IMC e CP dos alunos.
2ª ETAPA: Discussões com os alunos e apresentações
de vídeos educativos e softwares.
3ª ETAPA: Recordatório alimentar de uma semana, realizado quinzenalmente, pelo período de três meses.
4ª ETAPA: Verificação de mudanças no IMC e/ou CP.
Resultados
Foram avaliadas 72 crianças (31 meninos e 41 meninas), com idade entre 6 e 7 anos. Os resultados para
IMC podem ser vistos no GRÁFICO 1 e para CP no
GRÁFICO 2.
Conclusões: Os resultados do estudo demonstram que
o IMC é mais rigoroso na avaliação da composição
corporal de crianças que a CP. Entretanto, a associação
dos dois parâmetros auxilia a uma visão mais apurada
do grau de obesidade de crianças.
A eficácia da educação nutricional não deveria estar circunscrita na simples verificação de conhecimentos.
Agradecimentos: Agradecimentos à UNIFESP.
Referências bibliográficas
1 ROMERO, C. E. M.; ZANESCO, A. O papel dos hormônios leptina e grelina na gênese da obesidade. Revista
de Nutrição, Campinas, 19(1):85-91, jan./fev., 2006.
2Parâmetros curriculares nacionais: Saúde / Secretaria
de Educação Fundamental. – Brasília : MEC/SEF, 1997.
serão os facilitadores do processo de organização do
trabalho da Unidade. Nesse contexto, a Política Nacional
de Educação Permanente em Saúde (EPS) tem seu foco
na transformação das práticas educativas e de saúde
utilizando a aprendizagem significativa, ou seja, que
parte da problematização das realidades locais. Sendo
assim, a comunidade e a equipe refletem sobre seus
problemas do cotidiano e sobre sua maneira de agir
diante deles, atentando principalmente à organização
do trabalho em equipe e a qualidade da atenção individual e coletiva nesses espaços. Para colocar a EPS em
prática é preciso que os gestores locais conheçam a Política e se empenhem como facilitadores desse processo
em suas Unidades e por isso o objetivo desse trabalho
de abordagem exploratória e qualitativa é identificar
como esse processo de construção tem ocorrido nestes
locais através de entrevistas semi-estruturadas com os
gestores. Os resultados mostraram dificuldades dos
gestores em trabalhar a EPS em suas equipes apesar
de conseguirem identificar ações educativas em seu
ambiente de trabalho. Concluiu-se que uma maneira de
organizar o processo de trabalho e atingir a mudança na
prática de forma a qualificar o cuidado do indivíduo e
família, é a apropriação da ferramenta de EPS não apenas na parte conceitual, mas de forma a instituí-la no
cotidiano dessas unidades, estimulando a participação
de todos os elementos envolvidos.
Lara, E.M.O. (1); Ogata, M.N. (1);
Instituição: 1 - UFSCar;
A Estratégia de Saúde da Família (ESF) foi implementada pelo Ministério da Saúde para reorientar os modelos
de Atenção à Saúde seguindo os princípios do SUS de
forma interdisciplinar, desenvolvendo relações de vínculo e responsabilização entre as equipes e a população
adscrita para qualificação do cuidado dos indivíduos
e suas famílias. É prevista também a valorização dos
profissionais de saúde por meio do estímulo e acompanhamento constante de sua formação e capacitação e o
estímulo da participação popular e do controle social
nesses processos. Para garantir esse cuidado, a ESF
prevê uma gestão compartilhada no campo micro de
atuação entre o enfermeiro, dentista e médico local, que
Instituição: 1 - USP;
O fenômeno do envelhecimento populacional tem sido
observado em todo o mundo e traz consigo o aumento
da prevalência das demências destacando-se como
mais freqüente a Doença de Alzheimer. O objetivo deste
estudo é avaliar o efeito de um programa de exercícios
físicos na capacidade funcional e qualidade de vida
de pacientes com Doença de Alzheimer residentes em
instituições asilares privadas do município de Ribeirão
Preto. A amostra será constituída de 40 sujeitos com
DA (diagnosticada de acordo com os critérios CID-10
e no DSM-IV), sendo 20 do grupo de intervenção que
realizará o programa de exercícios tendo duração de
10 semanas, cada sessão terá uma hora sendo dividida
em três fases: aquecimento, exercício aeróbico (dança),
EFEITO DO EXERCÍCIO FÍSICO NA CAPACIDADE
FUNCIONAL E QUALIDADE DE VIDA DE PACIENTES
EDUCAÇÃO PERMANENTE EM SAÚDE: O QUE PEN- COM DOENÇA DE ALZHEIMER
SAM OS GESTORES DA SAÚDE DA FAMÍLIA.
Silva, F.M. (1); Santos, J.L.F. (1);
Anais XII Congresso Paulista de Saúde Pública
Saúde Soc. São Paulo, v.20, supl.1, 2011 206
exercícios resistidos e alongamento/relaxamento. Os
outros 20 sujeitos farão parte do grupo controle que
participará de uma roda de cantos com a mesma duração e frequencia das sessões de exercícios físicos. Antes
de iniciar o programa de exercício e após a conclusão
do programa será aplicado nos dois grupos o Índice de
Barthel e a bateria de testes da AAHPERD para avaliar
capacidade funcional e a escala de qualidade de vida
para pacientes com doença de Alzheimer proposta por
Logsdon para avaliar qualidade de vida.
EFEITOS DA DIETA SOBRE A ADIPOSIDADE ABDOMINAL, AVALIADA PELO DIÂMETRO ABDOMINAL
SAGITAL, DE ADULTOS OBESOS
Callegari, A. (1); França, N.A.G. (1); Oliveira, E.P. (1);
McLellan, K.C.P. (1); Burini, R.C. (1);
Instituição: 1 - UNESP;
Introdução: A hiperadiposidade visceral está relacionada diretamente com o aumento do risco de doenças
cardiovasculares. Para avaliar essa adiposidade de
modo prático e com baixo custo podemos utilizar o Diâmetro Abdominal Sagital (DAS). Estudos têm mostrado
que esse parâmetro apresenta maior correlação com a
gordura visceral quando comparado à circunferência
abdominal. Sendo o estilo de vida um dos principais
fatores associados a essa adiposidade, tem-se a dieta
como importante variável influenciadora. Objetivo: O
objetivo do trabalho foi associar o consumo dietético
com o DAS de indivíduos adultos. Métodos: Participaram do estudo 472 ingressantes do programa de
mudança de estilo de vida “Mexa-se Pró Saúde” (83%
mulheres) com idade de 53,4±11,3 anos e Índice de Massa
Corporal (IMC) de 30,8±6,5 kg/m2, indicando obesidade.
A avaliação antropométrica foi realizada pela mensuração de peso e estatura para posterior cálculo do IMC. A
medida do DAS foi realizada na altura da cicatriz umbilical, utilizando paquímetro. Para análise da dieta foi
aplicado recordatório de 24 horas, calculado por meio
do software NutWin, obtendo-se o valor calórico total
da dieta (VCT), a quantidade de macronutrientes (% de
carboidratos, % de proteínas, % de lipídios), colesterol,
número de porções dos grupos alimentares, variedade
da dieta e Índice de Alimentação Saudável (IAS). Os
resultados foram descritos em média e desvio padrão
e para análise estatística realizada correlação de Pearson ajustada. Utilizou-se o software STATISTICA 6.0 e
o nível de significância adotado foi de 5%. Resultados
Anais XII Congresso Paulista de Saúde Pública
O valor de DAS das mulheres foi de 22,7±3,5 cm (normalidade= <20,1 cm) e dos homens 25,4±4,8 (normalidade=
<23,1 cm) mostrando hiperadiposidade visceral para
ambos os sexos. Correlacionando-se a dieta com o
DAS, observou-se correlação positiva com porção de
cereais (r=0,15), leguminosas (r=0,27) e carnes (r=0,22),
colesterol (r=0,22), percentual de lipídios totais (r=0,17)
e VCT (r=0,26) e correlação negativa com variedade da
dieta (r=-0,18) e percentual de carboidratos (r=-0,19).
Após ajuste para VCT, sexo e idade, obteve-se correlação
negativa com a variedade (r=-0,15). Conclusão: Portanto, a dieta com baixa variedade de alimentos mostrou
estar associada ao acúmulo de gordura visceral (maior
valor de DAS).
EFEITOS DA PARTICIPAÇÃO E INTERRUPÇÃO DO
PROGRAMA PARA MUDANÇA DE ESTILO DE VIDA
SOBRE ADIPOSIDADE ABDOMINAL E QUALIDADE
DA DIETA DE ADULTOS OBESOS
Siqueira, M (1); Michelin, E (1); França, N.A.G (1);
McLellan, K.C.P (1); Burini, R.C (1);
Instituição: 1 - UNESP;
Introdução: Hábitos de vida saudáveis contribuem
para a prevenção e tratamento das doenças crônicas. A
baixa adesão a programas de mudança de estilo de vida
pode dificultar a mudança comportamental tornando
ineficiente o processo de promoção à saúde. Objetivo:
Avaliar os efeitos da participação e da interrupção do
programa para mudança de estilo de vida (MEV) sobre
a composição corporal e qualidade da dieta de adultos
obesos. Metodo: Foram avaliados 155 indivíduos, com
idade média de 54,2±9,0 anos, de ambos os gêneros
clinicamente triados para participação no programa
MEV. Os participantes foram divididos em três grupos:
grupo 1 (permanecem no programa); grupo 2 (interromperam o programa mas continuam fazendo exercício),
e grupo 3 (interromperam o programa e pararam de
fazer exercício). Os grupos foram avaliados em três
momentos distintos: M0: momento inicial; M1: após 6
meses de participação no programa; M2: momento de
reavaliação após em média 3,4 anos. Todos os participantes apresentaram avaliação antropométrica (índice
de massa corporal – IMC, % gordura corporal - %GC, e
circunferência abdominal – CA) e dietética (recordatório
de 24 horas). A qualidade da dieta foi avaliada a partir
do Índice de Alimentação Saudável (IAS). As análises
estatísticas foram realizadas no programa SAS for Win-
Saúde Soc. São Paulo, v.20, supl.1, 2011 207
dows, v. 9.2, com ajustes para gênero e idade, com nível
de significância de 5%. Resultados Não foi observado
alteração significativa na composição corporal (IMC
e %GC) dos grupos nos três momentos avaliados. O
grupo 1 apresentou aumento no consumo de hortaliças
(p<0,05), fibras (p<0,05), e variedade da dieta (p<0,05),
enquanto o grupo 2 apresentou aumento da CA (p<0,05),
aumento no consumo de gordura total e saturada
(p<0,05), diminuição no consumo de frutas (p<0,05), e
piora da qualidade da dieta (p<0,05). Foi observado no
grupo 3 reduções significativas do consumo de frutas
e no valor do IAS, e aumento do consumo de gordura
total, indicando uma piora na qualidade da dieta. Conclusão: O programa MEV mostrou-se eficiente para a
melhora da qualidade alimentar de seus participantes,
porém a interrupção do programa implicou em piora
das práticas alimentares e aumento da adiposidade
abdominal, mesmo aqueles que se mantiveram ativos.
A manutenção da combinação de bons hábitos de vida
por meio de exercício físico regular e dieta adequada são
ferramentas para a promoção da saúde e fundamentais
para a melhora da qualidade de vida da população.
ELABORAÇÃO PARTICIPATIVA DE INDICADORES
PARA OS CAPS III PAULISTAS
Furtado, J.P. (1); Onocko Campos, R. (2); Surjus, L.T.L.S.
(2); Emerich, B. (2); Chebli, S. (3); Kinker, F. (1);
Instituição: 1 - Unifesp; 2 - Unicamp; 3 - Ministério da
Saúde;
Trata-se de pesquisa em curso, voltada para o desenvolvimento de indicadores de vários aspectos relacionados
à gestão e atenção dos Caps III do estado de São Paulo
e à deficiência intelectual.
Ao menos dois trabalhadores de cada um dos Caps citados
estão inseridos em um curso sobre avaliação em saúde
mental desenvolvido no interior dessa pesquisa-intervenção. Em encontros mensais, em um dos campi das duas
universidades parceiras, os alunos têm discussões pela
manhã sobre temas específicos e, à tarde, oficina para
elaboração de indicadores relativo ao tema discutido.
Nesse momento, os indicadores definidos estão sendo
aplicados nos respectivos serviços, o que subsidiará as
discussões sobre a qualidade dos mesmos.
Desse modo, estamos desenvolvendo importante experiência de aproximação academia-serviços e, sobretudo,
efetiva avaliação participativa, por meio da construção
coletiva de instrumentos, contribuindo para a criação
de cultura avaliativa nessas instituições.
Anais XII Congresso Paulista de Saúde Pública
EMPREGO DO FLUCONAZOL, ITRACONAZOL E
ANFOTERICINA B NO TRATAMENTO DE PACIENTES
COM PARACOCCIDIOIDOMICOSE
Zarifa Khoury (1); Raquel Fazioli (2); Alina Habert (1);
Ricardo Minkoves (1);
Instituição: 1 - Instituto de Infectologia Emilio Ribas;
2 - INSTITUTO ADOLFO LUTZ;
A Paracoccidioidomicose (PCM) é uma micose sistêmica, prevalente na América Latina, sendo o Brasil o país
que apresenta a maior casuística do mundo. O objetivo
deste trabalho foi avaliar vários parâmetros clínicos
e laboratoriais de um grupo de 20 pacientes com PCM
tratados com fluconazol, itraconazol e anfotericina B
acompanhados no Ambulatório de Micoses Profundas
do Instituto de Infectologia Emilio Ribas (IIER) no
período de setembro de 1993 até setembro de 2005.
Os resultados obtidos demonstram que a idade dos
pacientes variou entre 26 e 64 anos, sendo 18 do sexo
masculino (90%) e 2 do sexo feminino (10%). Em relação aos fatores de risco 16 pacientes (80%) relataram
tabagismo, nove (45%) tabagismo associado a etilismo,
três (15%) doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC)
e dois (10%) tuberculose. Os dados epidemiológicos
referem que 12 (60%) dos pacientes trabalhavam na
agricultura. Quanto as formas clínicas oito (40%)
apresentavam a forma aguda e 12 (60%) apresentavam
a forma crônica. A relação CD4/CD8 mostrou-se variável. A sorologia inicial dos pacientes variou de 1:2 a
1:512. Quanto ao tratamento 15 (75%) pacientes foram
tratados com anfotericina B (200 a 3.180 mg), 17 com
fluconazol em doses iniciais de 800 mg/dia e oito com
itraconazol em doses iniciais de 600 mg/dia.
Os resultados quanto ao predomínio no sexo masculino, faixa etária, maior incidência em trabalhadores
que exercem atividades ligadas ao manuseio da terra,
tabagismo e etilismo concordam com os dados de literatura. Mesmo utilizando altas doses do fluconazol,
não foi observado aumento das enzimas hepáticas
(TGO e TGP), contrariando os dados de literatura que
informam risco elevado de hepatotoxicidade dessa
droga. O tempo médio de tratamento foi superior a
3 anos indicando a necessidade de um tratamento
individualizado e a longo prazo. O tempo de acompanhamento variou de um a 12 anos. Observou-se um
maior predomínio de formas clínicas disseminadas
de PCM no IIER em relação a outros serviços. Não
foi observado nenhum caso de recidiva indicando
que a terapia medicamentosa empregada tem obtido
Saúde Soc. São Paulo, v.20, supl.1, 2011 208
resultados satisfatório. Torna-se importante divulgar
para a comunidade clínica a experiência e o sucesso
no tratamento de pacientes com PCM deste serviço
permitindo ampliar as opções de tratamento, bem como
beneficiar os doentes com PCM.
ENFRENTANDO O ESTRESSE E SUAS CONSEQUÊNCIAS NA VIDA ACADÊMICA E NO PROFISSIONAL
DE ENFERMAGEM
AIRES, T. S. O. et al (1);
Instituição: 1 - Universidade Católica de Santos;
Introdução: O estresse é um estado de tensão que causa
uma ruptura no equilíbrio interno do organismo. o estudante de enfermagem quando entra na universidade
vivencia diversas situações e sentimentos, entre eles:
adaptação, amizade, problemas financeiros, trabalho,
doença, medo do futuro, sofrimento, morte e desequilíbrio emocional. as atividades presentes no trabalho
realizadas pelos enfermeiros levam ao estresse, relacionados a fatores psicossociais e atividades com grande
responsabilidade, ocorrendo uma demanda da atenção
referente à carga excessiva e levando ao estresse ocupacional. (1-7)do ponto de vista fisiológico, o estresse tem
sido amplamente definido como uma resposta adaptativa que prepara o organismo, ou adapta, para uma
dada situação. o mecanismo do estresse é caracterizado
pela ativação do sistema nervoso autônomo e do eixo
hipotálamo-pituitária-adrenal (hpa), que produz uma
cascata de eventos neurobiológicos e neuroquímicos,
como a liberação de adrenalin a e cortisol. (5-8-15)
OBJETIVO: Realizar uma revisão sistemática de literatura sobre prevalência dos sintomas de estresse nos
estudantes e profissionais de enfermagem.
Métodos: Trata-se de um estudo de revisão de literatura. Foram utilizados artigos cientificos,publicados
entre Março/Abril de 2005 a fevereiro 2011,em lingua
portuguesa. O acesso aos artigos se deu através da base
de dados BIREME, LILACS, IBECS, MEDLINE e SciELO.
Foram selecionados 50artigos,dos quais somente 15
traziam o delineamento da pesquisa. Os descritores
utilizados foram: Estresse na vida academica e nos
profissionais de enfermagem.
DISCUSSÃO: Os artigos apresentam que os graduandos
e os profissionais de enfermagem têm mais dificuldade
em conciliar o tempo e o lazer, fazendo com que isso se
torne um grande fator de estresse. Os estudos mostram
que ainda se faz necessário pesquisas em relação ao
estresse, pois não há só uma causa e um sintoma, existe
Anais XII Congresso Paulista de Saúde Pública
uma multicasualidade, principalmente em indivíduos
que tem pré–disposição a desenvolver doenças cardíacas e neuropsicológicas. (7-11-14)
CONSIDERAÇÕES FINAIS: O estresse é uma doença
decorrente da relação ambiente, individuo e trabalho. É
caracterizada pela forma adaptativa do organismo em
uma fase de luta ou fuga. Os profissionais enfermeiros
e os graduandos tem dificuldade de conciliar o tempo
e lazer, fazendo com que isso repercuta nos padrões
do sono que se torna ineficaz como excesso da carga
de trabalho.
ENSINO NA COMUNIDADE E O PERFIL DAS FAMÍLIAS VISITADAS POR ESTUDANTES DOS CURSOS
MEDICINA E ENFERMAGEM: ASPECTOS SOCIOECONÔMICOS E DEMOGRÁFICOS
ALBUQUERQUE, A.B.B (1);
Instituição: 1 - FMB-UNESP;
O presente trabalho será desenvolvido para caracterizar as famílias que recebem visitas domiciliares
realizadas por estudantes dos 1º e 2º anos de graduação
em medicina e enfermagem na Disciplina de Interação
Universidade Serviço Comunidade (IUSC I e II), durante
o ano de 2011. A Disciplina Interação Universidade Serviço Comunidade (IUSC I e II) promove o vínculo entre
os alunos de medicina e enfermagem e institui uma
relação entre ensino-aprendizagem com profissionais
e equipes de saúde em função da saúde da população,
priorizando as atividades de ensino em campo, dando
ênfase à prática e ao conhecimento teórico vivenciado
na comunidade, como também, o conhecimento da realidade e o meio em que vivem essas famílias. Para obter
os dados será feito uma entrevista seguida da aplicação
de um questionário elaborado, semi-estruturado, onde
serão levantadas características sócio-econômicas
dessas famílias. Serão estudadas 240 famílias pertencentes às áreas de abrangência de unidades de saúde
cadastradas na Secretaria Municipal de Saúde de Botucatu. Será utilizado o programa estatístico Epi-Info
6.04 ou SPSS/WindowsÒ (versão 10.5) para elaboração
do banco de dados e análise estatística. Será considerado nível de significância de 5%. Existe a necessidade de
possibilitar aos alunos, equipes de saúde e comunidade
uma maior troca de experiências durante as atividades
que estão sendo realizadas no IUSC, dentre elas a visita
domiciliar. Nesse sentido, obtém-se o conhecimento
da realidade em que vivem essas famílias, visto que, o
foco principal do IUSC é a prevenção e a promoção da
Saúde Soc. São Paulo, v.20, supl.1, 2011 209
saúde e da qualidade de vida da população no contexto
do SUS. A idéia deste estudo é obter essas informações
que serão de grande valia para melhoria da qualidade
das atividades programadas com os estudantes dos
cursos de Medicina e Enfermagem da Faculdade de
Medicina de Botucatu/UNESP.
ENTRE A LUZ E AS SOMBRAS: TERRITÓRIO, NECESSIDADES E POLÍTICAS SOCIAIS VOLTADAS PARA
AS MULHERES NO EXERCÍCIO DA PROSTITUIÇÃO
AMARAL, D.P. (1); MIRA, M.L.G. (2);
Instituição: 1 - CSEBF; 2 - FAVC;
As condições de vida das mulheres que exercem a
prostituição na região central da cidade de São Paulo
(imediações do Parque da Luz) compõem um estudo
amplo realizado em 2009, proposto por convênio entre
a Prefeitura de São Paulo, a Comunidade Européia e a
Fundação Arnaldo Vieira de Carvalho (mantenedora da
Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São
Paulo), de observação das necessidades de populações
que não são atingidas pelas políticas públicas de cunho
universal, objetivando a construção de conhecimento
e metodologias de abordagem. Este trabalho buscou
observar as necessidades de mulheres que exercem
a prostituição no centro do município de São Paulo
e que têm dificuldade de acesso a políticas sociais de
cunho universal. Realizada por meio de metodologia
qualitativa pretendeu entender a trajetória de vida que
as levou até a situação vivenciada, como organizavam o
seu cotidiano bem como a construção de possibilidades
para o futuro. Objetivava buscar conhecimento para
subsidiar a construção de metodologias de trabalho,
bem como, propostas para as políticas sociais através
da integração entre o poder público municipal e universidades. Foram escolhidos equipamentos públicos
voltados para as políticas de saúde, da assistência
social, além de três instituições não estatais que trabalhavam com a população estudada. Embora existam
políticas públicas nas áreas sociais, elas não são direcionadas às necessidades das mulheres que exercem
a prostituição no Parque da Luz. As políticas de saúde,
por exemplo, se aproximam quase que exclusivamente,
com o Programa de DST/AIDS, respondendo à atividade
por elas exercida, não incorporando a perspectiva de
um atendimento integral. O acesso efetivo e integral
às políticas sociais deveria incorporar áreas como a
segurança pública, transporte, educação e cuidados de
Anais XII Congresso Paulista de Saúde Pública
suas crianças e adolescentes, entre outras. A questão
da violência aparece como um fator de difícil solução.
Considerando o estigma como fator decisivo nas relações sociais observadas neste trabalho, uma das ações
necessárias para o acesso às políticas sociais pela
população em estudo, seria capacitar trabalhadores
a partir da discussão sobre o preconceito. Contudo,
qualquer ação que objetive a aproximação das necessidades dessa população, deverá entendê-la como sujeito,
para que esteja próxima de sua realidade, seja efetiva,
e construa possibilidades afirmativas de cidadania a
partir de seus reais interesses.
ENTRE O VISITANTE E O ANFITRIÃO: A ABORDAGEM DOMICILIAR NOS CENTROS DE ATENÇÃO
PSICOSSOCIAL
LEONARDI, Fabricio G. (1); FURTADO, Juarez P. (1);
Instituição: 1 - UNIFESP;
Ao assumir um papel estratégico na articulação com
outros serviços na atenção aos usuários portadores
transtornos mentais graves, os CAPS (Centros de
Atenção Psicossocial) se propõem a assumir funções na
assistência direta ao usuário e sua família, trabalhando na perspectiva de promoção da vida comunitária
e da autonomia dos usuários, bem como articulando
recursos existentes em outras redes: sociais, jurídicas, cooperativas de trabalho, escolas, etc. A aposta
em serviços de base territorial, recoloca a relação da
equipe de trabalho com a família e com o domicilio
dos portadores de transtornos mentais graves. Apesar
dos avanços obtidos na perspectiva preconizada pelos
Programas de Saúde da Família (PSF) que já investem
na abordagem e acompanhamento domiciliar, a relação
com os serviços e equipes de Saúde Mental, assim como
a reflexão sobre os conceitos e práticas da abordagem
domiciliar em saúde mental no território precisam ser
melhor exploradas. Nesse sentido, a proposta desta
pesquisa busca, a partir de uma abordagem etnográfica e participativa, elementos que subsidiem uma
discussão sobre as visitas domiciliares, tanto a partir
da equipe de profissionais CAPS que as realizam, os
“visitantes”, quanto dos usuários e familiares que são
seus beneficiários, os “anfitriões”. A imersão no cotidiano e a aproximação das demandas dos serviços nos
colocam na perspectiva de investigar a relação teoria/
prática, instrumentos técnico-operativos e concepções
teórico-metodológicas relacionando-os à a necessida-
Saúde Soc. São Paulo, v.20, supl.1, 2011 210
de de se criarem critérios e estratégias de avaliação
sobre visitas domiciliares em Saúde Mental, no atual
contexto as Reforma Psiquiátrica no Brasil. O estudo
em questão está sendo realizado no município de Diadema a partir de uma intervenção da Coordenação de
Saúde Mental em parceria com a Atenção Básica no
sentido de reordenar os atendimentos e equacionar os
desafios advindos da atenção aos usuários da Saúde
Mental no terrotório, numa perspectiva participativa. Preliminarmente, as observações já realizadas
apontam para questões a serem desenvolvidas como:
organização e fluxos de atendimentos e ações de saúde, especificidades do poder e cultura locais, exclusão
social e violência, adesão aos serviços e integralidade
no cuidado, estratégias de equipe e de rede, condições
de moradia e trabalho, etc.
EQUIDADE SÓ NO PAPEL? FORMAS DE PRECONCEITO NO SUS E A EQUIDADE
Oliveira, RA (1); Aragão, JA (2); Gellacic, AS (1); Souza,
FE (2); Zerbinatti, AS (2);
Instituição: 1 - FSP-USP; 2 - IS-SES/SP;
Introdução: Ao SUS compete a discriminação positiva
que visa assegurar o acesso de grupos excluídos, considerando as desigualdades de condições decorrentes
da organização social. No entanto, práticas de preconceito, a partir de classes profissionais, vêm à tona,
manifestando o sofrimento de usuários do sistema
de saúde, fato este que prejudica a acessibilidade e a
equidade.
Objetivo: Discutir o princípio de equidade do SUS em
relação ao preconceito, a partir de exemplos de situações de preconceito de profissionais da saúde para
com usuários.
Método: Revisão retrospectiva de artigos científicos e
outras publicações entre 1996-2009 em estudos indexados nas bases de dados da coleção SCIELO, Centro de
Informação e Referência em Saúde Pública da Faculdade de Saúde Pública da USP, Biblioteca Padre Inocente
Radrizzani e Núcleo de Documentação e Informação
do Instituto de Saúde.
Resultados: Atenção à saúde da mulher negra: Na assistência pré-natal e ao parto, cujas ações foram marcadas
pela discriminação, sobretudo entre mulheres de cor
de pele parda e negra com menor nível de escolaridade.
Evidenciada pelas dificuldades em momentos distintos
do parto como, por exemplo, no parto vaginal, onde
Anais XII Congresso Paulista de Saúde Pública
negras, em maior proporção, não receberam anestesia
ao comparar-se com as mulheres brancas.
Portadores do vírus HIV: Profissionais da saúde entrevistados sobre suas experiências em cuidar de pessoas
com HIV/Aids mantêm depoimentos que demonstraram
a persistência do preconceito.
Usuários de álcool e drogas: Identificou-se a partir de
relatos de profissionais de saúde queixas que evidenciaram dificuldade em compreender problemas vinculados ao vício, como tumulto causado pelos usuários e
falta de adesão ao tratamento. Além disso, acreditavam
que as questões envolvidas com o fator droga fogem de
suas atribuições, se encarregando apenas de funções
técnicas.
População idosa: Num serviço de emergência do SUS,
constatou-se maus tratos dispensados aos idosos que
buscavam esses serviços. Situações como peregrinação,
falta de escuta, rispidez, negligência, maus tratos, e outros, evidenciaram prejuízos no atendimento ao idoso.
Conclusões: As políticas de saúde estão voltadas para
a justiça social, principalmente para os grupos em que
se evidenciou maior impacto do preconceito. Sendo
assim, se faz presente a possibilidade de políticas
equitativas desde que o atendimento ao usuário seja
norteado pelos princípios do SUS e não por crenças e
valores sociais e/ou pessoais.
ESCOLA PROMOTORA DE SAÚDE: UM DESAFIO
INTERSETORIAL
Viera, G.I. (1); Alves, J. S. (1); Oliveira, S.C. (1); Pereira,
I.M.T.B. (1); Pelicioni, M.C.F. (1);
Instituição: 1 - FSP/USP;
Introdução: De acordo com a Organização Pan-americana da Saúde (OPAS), a promoção da saúde, no âmbito
escolar, parte de uma visão integral e multidisciplinar,
que considera as pessoas em seus diferentes contextos.
As ações concretizam-se em diversos espaços, como
os ambientes de trabalho e as escolas, nos quais essas
ações têm sido propostas, procurando-se fortalecer o
protagonismo do nível local, incentivando a intersetorialidade e a participação social. Objetivos: Buscar na
literatura os diferentes significados dos termos relacionados à Escola Promotora de Saúde (EPS); Descrever o
processo de criação e implementação das EPS. Método:
Foi realizada uma busca de documentos dos seguintes
órgãos: Ministério da Educação (ME), Ministério da
Saúde (MS), Organização Mundial da Saúde (OMS) e
Saúde Soc. São Paulo, v.20, supl.1, 2011 211
OPAS. Buscou-se também, nas Bibliotecas Virtuais
em Saúde, artigos relacionados ao tema, a partir das
seguintes palavras-chave: saúde escolar, saúde na
escola, promoção da saúde na escola, educação em
saúde, educação para a saúde, educação popular em
saúde. Inicialmente foi realizada a leitura dos títulos,
na seqüência, dos resumos e finalmente, a leitura dos
textos restantes na íntegra. Resultados Nas tradições
acumuladas no campo da saúde e na escola foram
cunhados termos e expressões que adquiriam sentidos de acordo com as características dos projetos que
representaram e/ou representam. As EPS constituem
uma iniciativa de caráter mundial que tem como antecedente a Rede Européia de EPS, articulada pela OMS
em 1992. Foram lançadas pela OPAS/OMS na América
Latina e do Caribe em 1995, com o objetivo de fortalecer e ampliar a colaboração entre os setores de saúde
e educação nas práticas de saúde escolar, incluindo
apoio e cooperação dos pais e da comunidade e impulsionando políticas na comunidade escolar. Portanto,
facilitam o planejamento estratégico e a execução de
programas na escola, abrangendo educação em saúde
e capacitação em habilidades para estilos de vida e
comportamentos sadios, criação e desenvolvimento de
ambientes saudáveis, provisão de serviços de saúde e
alimentação, assim como promoção de uma vida ativa.
Conclusão: Novos relatos de experiências poderiam fortalecer a consciência de líderes políticos e funcionários
dos Estados Membros responsáveis pelas decisões nos
MS, ME e outros setores, de líderes de opinião e atores
estratégicos vinculados aos setores não-governamentais, sobre o compromisso de continuar progredindo
em relação ao potencial das EPS.
ESPIRITUALIDADE NA ASSISTÊNCIA: O SIGNIFICADO NO CONTEXTO DO ACADÊMICO DE ENFERMAGEM.
Frazili, RTV (1); Oliveira, FF (1); Ribeiro, AS (1); Mascarini, DFSS (1); Leite, LR (1);
Instituição: 1 - FATEA;
Introdução: O modelo do sistema de cuidado de saúde
refere que a pessoa é um ser aberto que interage com
o meio externo, possui linhas de energia que mantém
harmonia entre o interior e o exterior, por isso acreditase que não somos apenas corpos e sim espíritos, por
isso a importância de cuidar também da espiritualidade. Objetivo: desvelar os significados da espiritualidade
Anais XII Congresso Paulista de Saúde Pública
emergentes de acadêmicos de enfermagem do ultimo
ano de graduação e identificar a relação existente entre
espiritualidade e a dimensão do cuidar. Metodologia:
estudo descritivo, exploratório, de campo e de abordagem qualitativa; com análise de conteúdo de Bardin.
A coleta de dados foi realizada por meio de entrevista
semi-estruturada com nove discentes de enfermagem
do ultimo ano de graduação que atuavam na prática,
em acordo ao Comitê de Ética e Pesquisa, com parecer 47/2010. Resultados emergiram três categorias
centrais e duas subcategorias que compõe o corpo
de discussão desse trabalho “A dimensão espiritual
e seus significados”; “Espiritualidade, fé e cura” e “A
assistência espiritual e o ensino na enfermagem”.
Conclusão: Existe falta de clareza também para os discentes de enfermagem sobre o que é a espiritualidade;
outro aspecto importante é o questionamento pessoal
que o tema provoca com relação a sua base religiosa,
sobre sua concepção de homem e o sentido da vida;
questões que geram conflitos íntimos muitas vezes
não conclusivos. Ficou evidenciado que é necessária a
discussão formal desta temática no ensino de graduação em enfermagem por que a essência do trabalho da
enfermagem é o cuidar.
Descritores: Espiritualidade, Enfermagem, Assistência
Espiritual, Ensino de Enfermagem.
ESTRATIFICAÇÃO DO GRAU DE RISCO CARDIOVASCULAR EM PACIENTES CADASTRADOS EM
UNIDADE DE SAÚDE DE ATENÇÃO PRIMÁRIA EM
BELO HORIZONTE
FLORINDO, L.V. (1);
Instituição: 1 - UFMG/ Nescon;
Introdução: Este estudo iniciou-se a partir da observação de que não havia um programa específico de
atenção aos hipertensos cadastrados em determinada
Unidade Básica de Saúde de Belo Horizonte, algo que
seria fundamental na atenção primária, para prevenção de agravos, recuperação e promoção da saúde
desses usuários.
Objetivo: Realizar um levantamento estratificado do
risco cardiovascular dos pacientes hipertensos vinculados à Equipe 01 do Centro de Saúde São Tomás em
Belo Horizonte, Minas Gerais.
Métodos: Tratou-se de uma pesquisa de caráter descritivo e quantitativo, através da qual foram coletados
dados a partir de prontuários dos hipertensos. Os
Saúde Soc. São Paulo, v.20, supl.1, 2011 212
prontuários foram selecionados de acordo com a atualização recente de exames e presença de informação
acerca de características dos pacientes tais como:
idade, sexo, pressão arterial, tabagismo, etilismo, peso,
circunferência abdominal, dislipidemia, diabetes, histórico de doenças cardiovasculares precoces na família,
lesões de órgãos alvo, condições clínicas associadas,
doença renal crônica e síndrome metabólica. Foram
selecionados 115 hipertensos pertencentes à Equipe
01 para inclusão na pesquisa , para cada fator de risco,
foram diferenciadas a prevalência entre mulheres e
homens.
Resultados Além da hipertensão arterial, os fatores de
risco cardiovascular com maior prevalência foram: excesso de peso (77,4%), aumento do perímetro abdominal
(66,1%), idade (57,4%), síndrome metabólica (32,2%) e
Diabetes mellitus (39,1%). Já dislipidemia (13,9%), tabagismo (12,2%), condições clínicas associadas (11,3%),
o histórico de DCV precoce na família (9,5%), doença
renal crônicas (9,5%), etilismo (7,8%), e as lesões em
órgãos alvo (5,2%) apresentaram menor prevalência.
O Risco Cardiovascular Global dos hipertensos foi
levantado e concluiu-se que 54% têm risco alto ou
muito alto de desenvolver doenças cardiovasculares
(DCV), 28% têm risco moderado e 18% possuem risco
basal ou baixo risco.
Conclusão: O estudo permitiu uma visualização ampla e
específica da população hipertensa, demonstrando que
quanto mais avançada a idade, maior o risco de DCV.
Possibilitou ainda a obtenção de dados para um planejamento de ações que possam prevenir agravos e tratar
precocemente aqueles que surgirem, além de promover
melhor qualidade de vida aos hipertensos usuários dos
serviços prestados pela Unidade Básica de Saúde.
de APS no mundo. Na medida em que delega múltiplas
e complexas atribuições às suas equipes, com elevado
grau de responsabilidade sanitária nos territórios atendidos, é esperado um risco psicossocial e de estresse ocupacional aumentado entre os profissionais e equipes da
ESF. Objetivos: Realizar uma revisão da literatura sobre
o tema de estresse ocupacional entre profissionais da
ESF. Método: Revisão narrativa da literatura, nas bases
de dados Bireme, Scielo e Medline, com utilização dos seguintes descritores em português e inglês: estresse ocupacional; qualidade de vida; Programa Saúde da Família.
Resultados Foram encontrados 62 artigos, dos quais
foram selecionados 25, sendo excluídos os artigos cuja
temática não atendia ao objetivo desse estudo. A maioria
dos estudos constatou a presença de níveis elevados de
estresse entre esses profissionais, com predominância
de sintomas em mais de 50% dos sujeitos, incluindo sintomas físicos e psicológicos. Em relação à equipe nuclear
da ESF, composta por médicos, enfermeiros, auxiliares
de enfermagem e agentes comunitários de saúde (ACS),
destaca-se a maior prevalência de pesquisas evolvendo
enfermeiros e ACS. Os principais riscos psicossociais
identificados foram: falta de capacitação, sobrecarga de
papéis e de carga horária laboral, vínculos de trabalho
precário, conflitos e dificuldades de comunicação nas
equipes, dificuldade para conciliar trabalho e família,
recursos humanos e materiais insuficientes. Conclusão: Frente à literatura revisada, pode-se concluir que
os profissionais da ESF estão expostos a vários fatores
de risco para o estresse ocupacional, apresentando
elevada prevalência de sintomas físicos e psicológicos
relacionados. O pequeno número de artigos encontrados
e a prevalência de estudos sobre enfermeiros e ACS,
indicam a escassez da produção científica sobre esse
importante tema de saúde pública.
ESTRESSE OCUPACIONAL ENTRE PROFISSIONAIS
DA ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA (ESF): UMA ESTUDO DE CONFIABILIDADE E VALIDADE DA ESCALA DE AVALIAÇÃO DA INTERAÇÃO MÃE-BEBÊ
REVISÃO DA LITERATURA
NO PERÍODO PERINATAL.
Leonelli, L.B. (1); Demarzo, M.M.P. (1); Kozasa, E.H.
(1); Andreoni, S. (1);
Instituição: 1 - UNIFESP;
Introdução: O Ministério da Saúde entende a ESF como
principal reorganizadora da Atenção Primária à Saúde
(APS) no Sistema Único de Saúde (SUS). Com 31.961 equipes implantadas até abril de 2011 em 5.279 municípios e
com 101 milhões de usuários em atendimento, a ESF se
constitui numa das maiores coberturas populacionais
Anais XII Congresso Paulista de Saúde Pública
Torii, T. S. (1); Lacerda, S. S. (1); Caiuby, A. V. S. (1);
Nascimento, C. L. (1); Quintana, M. I. (1); Moreira, F.
G. (1); Santos, J. M. M. (2); Andreoli, P. B. A. (2); Andreoli, S. B. (1);
Instituição: 1 - Universidade Federal de São Paulo; 2 Hospital Israelita Albert Einstein;
Introdução: A interação que se estabelece entre a mãe
e seu bebê desde antes do nascimento tem sido objeto
Saúde Soc. São Paulo, v.20, supl.1, 2011 213
de muitos estudos principalmente no que se refere ao
fortalecimento do vínculo mãe-bebê e posterior desenvolvimento da criança. Objetivo: avaliar as características
psicométricas da versão para o português brasileiro da
Escala de Avaliação da Interação Mãe-Bebê. Método:
participaram 71 puérperas que realizavam acompanhamento em programa pré-natal em Unidades Básicas
de Saúde (UBS), moradoras de uma comunidade em
situação de vulnerabilidade social na região sudoeste
de São Paulo. A avaliação foi feita na maternidade até
o segundo dia do parto, por meio de uma filmagem da
amamentação, a qual foi posteriormente analisadas
de forma independente por 2 avaliadores previamente
treinados na aplicação da Escala de Avaliação da Interação mãe-bebê. Análise estatística: O coeficiente de
correlação Intraclasse (ICC) foi utilizado no estudo da
confiabilidade e a validação de construto estudada por
meio da análise de principais componentes (APC). Resultados Noventa e seis por cento das participantes eram
primíparas, média de 9,9 (dp=2,3) anos de escolarização
formal, renda média de 1.221 (DP=852) reais, 83% eram
casadas ou moravam com companheiro, 45% estavam
empregadas. No geral a escala apresentou boa concordância. Dos 26 itens avaliados, os ICC variaram de 0,43
a 0,93, sendo 19 com ICC acima de 0,60. Na APC foram
extraído 7 fatores que explicaram 75,6% da variância.
Destes, o primeiro fator, o qual explica a maior parte
da variância dos dados, e o terceiro contém itens que
mostram a associação de comportamentos da mãe e do
bebê, além deste, o segundo, quarto, quinto e sétimo são
fatores reúnem comportamentos exclusivamente da mãe
e o sexto fator com comportamento do bebê. Conclusão:
a escala de avaliação da interação mãe-bebê possui boa
confiabilidade e a estrutura extraída pela ACP confirma a
capacidade da escala, sobretudo os fatores 1 e 3 em avaliar
os comportamentos da interação da mãe e do bebê.
ESTUDO DOS SINAIS E SINTOMAS OSTEOMUSCULARES RELACIONADOS AO TRABALHO EM FUNCIONÁRIOS DE UMA CONSTRUTORA CIVIL
Lopes, C. M. U. (1); Santos, A. D. (1); Nogueira, C. G. R.
(1); Martins, K. T. (2);
Instituição: 1 - Faculdade Leão Sampaio; 2 - Universidade de São Paulo;
Introdução: Os trabalhadores da construção civil desenvolvem uma atividade pesada, que exige do profissional
a ativação da força muscular, dificultando assim o
modo de padrões posturais corretos, acarretando o uso
Anais XII Congresso Paulista de Saúde Pública
excessivo da musculatura e desencadeando possíveis
doenças ocupacionais. Objetivo: Analisar a prevalência
dos sinais e sintomas osteomusculares relacionados ao
trabalho em funcionários da construção civil na cidade
de Juazeiro do Norte-Ceará. Metodologia: Esta pesquisa
aborda um estudo quantitativo-descritivo de campo,
transversal, com dados primários. A amostra foi de 30
funcionários do sexo masculino de uma construtora
civil do município de Juazeiro do Norte – Ce, mas foram
excluídos 2 funcionários que não se enquadraram nos
critérios de inclusão. A pesquisa foi realizada em abril
de 2011. O instrumento utilizado foi o questionário
Nórdico de Sintomas Osteomusculares – QNSO, versão
adaptada por Serranheira et al (2003). Foi utilizado
o pacote estatístico SPSS versão 19.0 for Windows
para tabulação e análise dos dados. Resultados O sexo
masculino predominou com 100% no estudo, com carga
horária de 45 horas semanais. A média de idade da
amostra foi de 35 anos, 68±10,99 anos, esta variando
entre 20 e 68 anos, mostrando-se heterogênea. Foi
verificada uma média de massa corporal de 66,68±7,80
kg e estatura de 1,70±7,46 metros. Assumem a função
de pedreiro (42,9%), e o principal instrumento utilizado é a colher. A jornada de trabalho dos funcionários
dessa empresa varia de 40 a 48 horas por semana. As
queixas mais comuns de dores foram a região lombar
(37,03%), punhos (25,92%), região dorsal (14,81%), ombros (14,81%), pernas e cotovelos com 3,70% cada um.
Foi verificado que (37%) dos entrevistados relataram
ter sentido algum tipo de desconforto nos últimos
sete dias. Enquanto (63%) não relataram nenhum
tipo de algia. A maioria dos trabalhadores (77,8%)
não necessita se ausentar do trabalho. Conclusão:
Sugere-se que seja realizada uma pesquisa com uma
amostra maior, de ambos os sexos e que seja observada
a postura adotada que cada profissional desempenha
na área da construção civil, realizando orientações a
estes trabalhadores, evitando ou retardando assim o
aparecimento de DORT´S.
ESTUDO EPIDEMIOLÓGICO DE PACIENTES INTERNADOS NA UNIDADE DE QUEIMADOS DO HOSPITAL DAS CLÍNICAS DA FACULDADE DE MEDICINA
DE RIBEIRÃO PRETO – UNIVERSIDADE DE SÃO
PAULO – BRASIL
Matos, M. S. (1); Gonçalves, A. C. (2); Echevarría-Guanilo, M. E. (3); Rossi, L. A. (4); Fonseca, M. C. R. F. (1);
Farina Júior, J. A. (1);
Saúde Soc. São Paulo, v.20, supl.1, 2011 214
Instituição: 1 - FMRP-USP; 2 - HCFMRP-USP; 3 - FENUSPEL; 4 - EERP-USP;
Introdução: As queimaduras são acidentes relevantes
nos países da América Latina, entre estes, o Brasil,
não somente pela alta mortalidade, mas por deixarem
sequelas estético-funcionais e emocionais, sendo
assim um sério problema de Saúde Pública. Objetivo:
Descrever o perfil epidemiológico das crianças e jovens
internados na Unidade de Queimados do Hospital das
Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto
- Universidade de São Paulo (HCFMRP-USP). Material
e Método: Coleta de dados de 694 prontuários de pacientes atendidos no período de 01 de janeiro de 1999 a
31 de dezembro de 2009, na faixa etária de 0 a 18 anos.
Foram identificados os principais agentes causais,
tipo de acidente, faixa etária, sexo, porcentagem de
superfície corpórea queimada (SCQ), dentre outros.
Resultados Do total de pacientes, 430 (61,96%) eram
do sexo masculino, com SCQ variando de 0,2 a 96 %
(10,0±13,12). Os líquidos superaquecidos (22,48%) e o
álcool (13,98%) foram os agentes mais comuns, sendo
que 64,99% dos acidentes ocorreram no domicílio. A
faixa etária mais atingida foi de zero a três anos. As
cirurgias reparadoras representaram 40,78% das internações. Conclusões: O maior número de acidentes
ainda ocorre nos domicílios, em crianças e jovens do
sexo masculino, sendo os líquidos superaquecidos e o
álcool os agentes mais frequentes. O grande número
de cirurgias reparadoras demonstra a importância
do acompanhamento multiprofissional de crianças
vítimas de queimaduras para prevenção de sequelas
que possam comprometer sua qualidade de vida, assim
como campanhas preventivas eficientes.
ESTUDO ETNOGRÁFICO SOBRE A MEDICINA
ANTROPOSÓFICA NA COMUNIDADE DEMÉTRIA/
BOTUCATU.
Bastos, R.L. (1); Pereira, P.P.G. (1);
Instituição: 1 - Unifesp;
Introdução. O presente estudo de doutorado se situa
nos estudos sobre “Racionalidades Médicas”, investigando especificamente a racionalidade da Medicina
Ampliada pela Antroposofia e as práticas terapêuticas oferecidas em uma Comunidade Antroposófica,
localizada no Bairro Demétria, situada no interior do
estado de São Paulo, na cidade de Botucatu. O objetivo
da pesquisa é verificar nas práticas de saúde da comu-
Anais XII Congresso Paulista de Saúde Pública
nidade, primeiro, a existência das cinco dimensões
da racionalidade médica, depois, a eficácia simbólica
em casos específicos de tratamento terapêutico dos
moradores da comunidade. O método etnográfico se
apresenta como a abordagem teórico-metodológica capaz de oferecer experiências inovadoras na construção
do conhecimento na saúde coletiva, por ter um caráter
relacional – saúde, cultura e produzidas na interface
dos saberes das ciências sociais e humanidades. Nesta
fase da investigação nos apoiamos na literatura alemã,
na intenção de colaborar, de forma contextualizada,
com a “tradutibilidade terapêutica” da produção
destas novas práticas do cuidado. Os resultados parciais apresentam os cinco princípios cosmológicos
estruturantes da Medicina Antroposófica: holismo,
vitalismo, espiritualismo, períodos vitais, sete astros.
Os princípios cosmológicos da medicina antroposófica
apresentam também o desafio de compreender a racionalidade médica dentro de um imaginário coletivo
místico germânico que resgata nomes e categorias
mitológicas, utilizando uma linguagem mitopoiética.
O fundador da Antroposofia, Rudolf Steiner, segue os
passos de Goethe ao tomar a Bildung como princípio
pedagógico da formação humanista, no qual o autoaperfeiçoamento individual é visto como produto do
cultivo da sensibilidade artística e da civilização. A
Bildung é uma palavra-conceito cunhada durante o Romantismo Alemão que expressa, sobretudo, o processo
de formação cultural germânico, sendo considerada
a idéia mais importante do século XVIII, trazendo
noções – como “arte”, “visão de mundo”, “vivência”,
“símbolo” – que, hoje, parecem-nos atemporais, revelando a maneira como uma época histórica articula a
sua compreensão de mundo, principalmente por meio
dos elementos explícitos no Bildungsroman de Goethe
‘Os anos de aprendizado de Wilhelm Meister’.
EXPERIÊNCIAS DE MORADORES EM SERVIÇOS
RESIDENCIAIS TERAPÊUTICOS: UM ESTUDO INTERDISCIPLINAR E MULTICÊNTRICO
Nakamura, E. (1); Baltazar, A.P. (2); Guerra, A.M.C
(2); Tugny, A. (2); Generoso, C. (2); Carvalho, E.N. (1);
Campos, F.C.B. (1); Kapp, S. (2); Furtado, J.P. (1);
Instituição: 1 - UNIFESP - CAMPUS BAIXADA SANTISTA; 2 - UFMG;
Uma pesquisa avaliativa qualitativa interdisciplinar
e multicêntrica (CNPq/MS-Decit), realizada em três
Saúde Soc. São Paulo, v.20, supl.1, 2011 215
municípios brasileiros buscou avaliar, das perspectivas da antropologia, arquitetura, psicanálise e saúde
coletiva, como os portadores de sofrimento mental
grave, moradores de Serviços Residenciais Terapêuticos (SRTs), constituem sua habitação (habitus) e
como se inserem socialmente. Adotou-se o método
etnográfico e as técnicas de observação participante
e entrevistas em profundidade. Foram observados dois
SRTs em cada município e entrevistados dez moradores. Para a antropologia, a disposição de espaços e
objetos nos SRTs segue uma padronização; são casas
estruturadas por “outros”, os poderes públicos locais,
com pouca possibilidade dos moradores de manifestarem seus gostos. Há uma indefinição na delimitação
dos espaços: espaços de moradores ou de cuidadores,
mais ou menos comuns, públicos ou privados; apesar
de alguns espaços serem destinados à sociabilidade
entre moradores. Para a psicanálise, os SRTs, enquanto
representantes do Outro do cuidado, ainda são pouco
expressivos na potencialização das formas criativas,
singulares, de habitar, esboçadas por cada morador, os
quais apresentam certa dificuldade de construção de
um estilo próprio de lidar com a vida e consigo mesmo,
sobressaindo a ideia de casa conforme uma visão mais
padronizada e engessada por modelos sociais universais. Para a arquitetura, os SRTs pesquisados estão
instalados em casas com um conjunto de formulações
espaciais, que revelam habitus específicos à classe
social à qual foram destinadas em sua construção;
correspondem no geral à tipologia da casa de família de
classe média, dificultando aos moradores reconstruir
sua subjetividade social. Para a saúde coletiva, chama a
atenção a constante presença de cuidadores nos SRTs,
principal ator social e às vezes único interlocutor dos
moradores; o risco da coletivização na condução dos
cuidados ou da não adaptação da atenção às nuances
apresentadas por cada morador; e modos de estruturar
a assistência que impedem certo resguardo do morador
de seu entorno. Os SRTs configuram-se como casas
padronizadas nas quais se revelam tensões entre a
ideia de casa — espaço privativo — e a concepção de
serviço — espaço público e regulado por diversas instâncias, restringindo a expressão de um estilo próprio
dos moradores; a ausência de privacidade; a coibição
de suas manifestações autônomas pela mediação da
vida cotidiana pelos cuidadores.
Anais XII Congresso Paulista de Saúde Pública
FATORES QUE CAUSAM ESTRESSE NOS PROFISSIONAIS DE SAÚDE DO PROGARAMA DE SAÚDE
DA FAMILIA
Conceição, Luciana da (1);
Instituição: 1 - UNIP;
Resumo: O estresse ocupacional é um problema que
acomete cada vez mais os profissionais da enfermagem
que atuam no Programa da Saúde da Família. No presente estudo objetivou-se indicar as fontes geradoras
de estresse nesses trabalhadores, utilizando-se da
metodologia de revisão de literatura, com abordagem
qualitativa, mediante pesquisa bibliográfica e eletrônica principalmente das bases de dados Literatura
Latino-Americana e do Caribe (LILACS), Scientific Eletronic Library Online (Scielo), Revista de Enfermagem
Nursing e Revista de Saúde Pública no período de 1999
a 2010. Foram analisados 12 artigos e identificados
como fatores estressores: a organização e implantação dos PSF’s, a falta de preparo dos profissionais
de enfermagem para trabalhar no modelo proposto,
o trabalho com metas, a falta de estrutura adequada
dos PSF’s, materiais e recursos insuficientes, a não
valorização desses profissionais, o sentimento de impotência frente à incapacidade de sanar a demanda da
população. Assim conclui-se que o PSF foi implantado
como caráter verticalizador e focalizador não levando
em consideração a diversidade dos municípios e suas
demandas, que a equipe não está devidamente preparada para atuar no programa, além de ter que cumprir as
metas. Esses fatores refletem na saúde do trabalhador
levando-o a desenvolver o estresse ocupacional frente
a incapacidade de lidar com os problemas decorrentes
do seu dia-a-dia em seu ambiente de trabalho.
Palavras-chaves: Enfermagem, Programa de Saúde da
Família (PSF), Estresse e Estresse Ocupacional.
FLUXOGRAMA DE ATENDIMENTO PARA CASOS
SUSPEITOS DE DENGUE E DE AMOSTRAS DE
SANGUE PARA HEMOGRAMA E SOROLOGIA EM
UM CENTRO MUNICIPAL DE SAÚDE DO RIO DE
JANEIRO
Pereira, K. B. C. (1); Ribeiro, I. M. (1); Picone, T. S. F.
(2); Dames, G. P. (2);
Instituição: 1 - UNIRIO; 2 - Prefeitura do Rio de
Janeiro;
Saúde Soc. São Paulo, v.20, supl.1, 2011 216
O atendimento precoce com a conduta médica apropriada para cada caso suspeito de dengue pode ser
determinante, e para isso torna-se importante a utilização de protocolos. Nesse contexto, a construção de
fluxogramas norteia os profissionais, pois padroniza
o direcionamento do paciente dentro de uma unidade,
auxiliando na resolutividade do caso e na diminuição
do quantitativo de subnotificações. Objetivos: elaborar
um fluxograma de atendimento para casos suspeitos
de dengue em um Centro Municipal de Saúde; elaborar um fluxograma para coleta, armazenamento
e encaminhamento de amostras de sangue colhidas
para hemograma e sorologia. Metodologia: Trata-se
da elaboração de fluxogramas, onde os mesmos foram
construídos a partir da observação local da triagem
e atendimento dos casos suspeitos de dengue, organização dos prontuários, preenchimento da ficha de
notificação (SINAN), coleta, armazenamento, encaminhamento de amostras de sangue e o recebimento dos
resultados dos exames no Centro Municipal de Saúde
(CMS) em questão. Resultados 1- Descrição do fluxo de
atendimento; 2- Prontuários; 3- Ficha de notificação;
4- Descrição do fluxo de coleta, armazenamento e encaminhamento de amostras de sangue para hemograma
e sorologia. Conclusões: Os fluxogramas não puderam
ser implementados no ano corrente devido a dificuldades que ocasionaram demora em sua elaboração.
Dificuldades estas que transferiam o foco de prioridades constantemente, como a epidemia de dengue
ocorrendo junto com a de conjuntivite, a inviabilidade
de realizar sorologia da maioria dos pacientes para
fechar diagnóstico por dados laboratoriais, momento
da epidemia com o laboratório em obra, campanha de
vacinação, muitos pacientes para serem passados pela
planilha diária e a mesma dificuldade para passar para
o livro de controle de notificações, e as visitas a clinica
médica e pediatria pelo Serviço de Vigilância em Saúde
para identificar subnotificações. Com a implementação
dos mesmos de forma padronizada para o fim do ano
de 2011 e início de 2012, espera-se que a identificação
do caso suspeito até a sua resolução seja facilitada. Os
fluxogramas elaborados facilitarão a compreensão dos
profissionais do CMS em relação ao direcionamento
do paciente dentro da unidade. Entretanto, o sucesso
da implementação do fluxograma perpassará pela
sensibilização de todos os profissionais que prestam
atendimento na unidade.
Anais XII Congresso Paulista de Saúde Pública
FONOAUDIOLOGIA NO SERVIÇO DE INTERNAÇÃO
DOMICILIAR DE SÃO BERNARDO DO CAMPO
Damato, C.F.C. (1); Magalhães, R.P. (2);
Instituição: 1 - Prefeitura do Município de São
Bernardo do Campo - Secretaria de Saúde - PID; 2
- Prefeitura do Município de São Bernardo do CampoSecretaria de Saúde - PID;
Introdução: Internação Domiciliar no âmbito do SUS,
é definida como conjunto de atividades prestadas no
domicílio a pessoas clinicamente estáveis que exijam
intensidade de cuidados acima das modalidades ambulatoriais, mas que possam ser mantidas em casa,
por equipe exclusiva para este fim, conforme portaria
2529/MS de 19 de outubro de 2006. Neste contexto,
a fonoaudiologia torna-se essencial na melhoria da
gestão do cuidado domiciliar e qualidade de vida, por
proporcionar a reabilitação de uma função necessária
para sobrevivência: a deglutição.
Objetivo: caracterizar a produção do fonoaudiólogo no
serviço de internação domiciliar de São Bernardo do
Campo -PID, durante o período de fevereiro a junho de
2011.Metodologia: Trata-se de um estudo descritivo- exploratório. Foram levantadas as médias de internação
no serviço e solicitação de visitas do fonoaudiólogo
e número de pacientes com dieta via oral reabilitada
desde o início do fonoaudiólogo no serviço, além da
descrição das outras atividades realizadas no período
do estudo.Resultados O PID-SBC está em funcionamento desde 2009, composto por médico, enfermeiro,
técnico de enfermagem, fisioterapeuta, assistente social e nutricionista. O fonoaudiólogo foi incorporado a
equipe em fevereiro de 2011, a partir da necessidade de
melhoria do gerenciamento do cuidado referente à alimentação do cliente. Durante os três primeiros meses
o fonoaudiólogo foi convidado a: conhecer a estrutura
do PID, levantar a demanda fonoaudiológica do serviço, conhecer e apropriar-se dos processos de trabalho
da equipe PID, elaborar o Sistema de Classificação de
Pacientes ( SCP) fonoaudiológico. No período estudado,
a média de internação semanal foi de 117,63 (DP ±8,05 ).
Destes, a média foi de 27, 38 ( DP ± 1,9 ) de solicitações de
visita do fonoaudiólogo, sendo 23,28% da coorte total
de clientes. O número de pacientes com dieta via oral
completamente reabilitada no período foi 8 ,sendo 29%
do total de pacientes em acompanhamento.Clientes
com indicação para acompanhamento são classificados
pelo SCP, elaborado baseado nas evidências clínicas
Saúde Soc. São Paulo, v.20, supl.1, 2011 217
e necessidades singulares de cada caso. Partindo do
score obtido no SCP é determinado o número de visitas
necessárias, para melhor gerenciamento do cuidado.
Conclusão: A deglutição segura é parte deste processo
de produção do cuidado, no qual as estratégias de intervenção são compartilhadas, discutidas e decididas
como parte de um todo, favorecendo a integralidade
do cuidado.
FORMAÇÃO EM SAÚDE E INTEGRALIDADE: SENTIDOS ATRIBUÍDOS POR DOCENTES DE ENFERMAGEM DE UMA UNIVERSIDADE PÚBLICA
Cecilio, L.C.O. (1); Pinho, A.S.D. (2); Andreazza, R. (1);
Instituição: 1 - UNIFESP; 2 - Departamento de Enfermagem do Centro de Ciências Biológicas e da Saúde
da Universidade Regional do Cariri (URCA),;
INTRODUÇÃO. Pesquisa realizada em Escola de Enfermagem de universidade pública localizada na região
do Crato/Ceará, como parte de uma dissertação de
mestrado, buscou investigar o sentido dados pelos
docentes enfermeiros ao conceito de integralidade, a
partir dos pressupostos de que eles têm um papel importante na formação não só técnica, como ética, dos
futuros profissionais de enfermagem e que a ênfase na
integralidade do cuidado é um dos eixos das diretrizes
curriculares nacionais (DCN) de 2001. METODOLOGIA.
O estudo utilizou-se entrevistas temáticas em profundidade com docentes, abordados de forma individual e
em grupo, com o objetivo de apreender como eles dão
sentido e buscam operacionalizar o conceito de integralidade. RESULTADOS. O material empírico coletado
nas entrevistas foi coletado em dois grandes blocos
temáticos denominados, no estudo, de “integralidade/
idealidade” e “integralidade/realidade”. No primeiro,
a integralidade surge como uma integralidade idealizada, puramente discursiva, ecoando, em boa medida,
as definições, orientações e diretrizes contidas nos
documentos oficiais, em particular nas diretrizes curriculares. Já no segundo, foram agrupadas todas as indicações apontadas pelos docentes sobre as dificuldades
de produção da integralidade na realidade concreta de
suas atividades docentes junto aos serviços. CONCLUSÕES. A contraposição entre os dois blocos permitem
sinalizar, em boa medida, os impasses e dilemas para
a transformação efetiva da escola de enfermagem a
partir de diretrizes traçadas em Brasília.
Anais XII Congresso Paulista de Saúde Pública
FUNCIONALIDADE DE PACIENTES PORTADORES
DA DOENÇA DE PARKINSON ATENDIDOS NO
HOSPITAL ESTADUAL MÁRIO COVAS DE SANTO
ANDRÉ
Squarcino, I.M. (1);
Instituição: 1 - FMABC;
INTRODUÇÃO:A doença de Parkinson apresenta curso
progressivo e tratamento paliativo e sintomático, atinge 1 em cada 100 pessoas acima de 75. O diagnóstico
baseia-se no reconhecimento de sinais e sintomas como
tremor, déficit de equilíbrio, rigidez muscular, bradicinesia e alterações posturais. A fisioterapia busca
diminuir a disfunção física e permitir a realização de
atividades do dia-dia com a maior eficiência e independência. OBJETIVO:Analisar a funcionalidade e qualidade de vida de pacientes com doença de Parkinson
que realizam fisioterapia, quanto à manutenção, piora
ou melhora no período de 6 meses. METODOS:Estudo
realizado no Centro de Reabilitação do Hospital Estadual Mário Covas de Santo André (CRHEMC), com 10
pacientes com doença de Parkinson e início do tratamento fisioterapêutico entre 2002 e 2010. O critério de
inclusão determinava que os pacientes apresentassem
marcha comunitária, o que não excluiu nenhum paciente da amostra. Os instrumentos de medida para a
avaliação foram: testes de coordenação motora, escala
de equilíbrio de Berg, escala de Hoehn e Yahr, escala
da medida de independência funcional (MIF) e SF-36
e escala Mini-Mental; Os materiais utilizados para as
sessões de fisioterapia fazem parte dos equipamentos
do CRHEMC. Os pacientes foram avaliados inicialmente, seguindo-se período de 6 meses de tratamento
fisioterapêutico habitual do setor além de exercícios
realizados em domicilio para treino de coordenação
motora fina. Após o término deste período, foi refeita
a avaliação com os mesmos recursos da primeira.
RESULTADOS:Participaram do estudo 10 pacientes,
com média de 8 anos de tempo de doença diagnosticada
e 4,6 anos de tempo de realização de Fisioterapia. Os
testes de coordenação motora indicaram mudanças
em 60% pacientes, com melhora em 50%. Os dados
do equilíbrio demonstrou melhora em 70% dos casos,
com significância estatística (p<0,05). De acordo com a
escala de Hohen e Yahr 20% dos pacientes tiveram seu
grau de incapacidade diminuído e nenhum apresentou
piora. O Mini-mental abrangeu valores diversificados
apresentando 60% de melhora na pontuação final. A
Saúde Soc. São Paulo, v.20, supl.1, 2011 218
MIF não apresentou variação significativa (p>0,05) assim como o SF-36 e escala Mini-Mental. CONCLUSÃO:A
fisioterapia constituiu intervenção benéfica no tratamento de pacientes com doença de Parkinson. Valores
de desempenho funcional e da qualidade de vida dos
indivíduos avaliados não foram sensíveis às alterações
demonstradas nos resultados gerais.
GERENCIAMENTO DE RESIDUOS EM SERVIÇSO DE
ATENÇÃO DOMICILIAR- HOME CARE
Martins, S.A (1);
Instituição: 1 - Secretaria de Estado da Saúde de São
Paulo;
Resumo da Norma de Gerenciamento de Resíduos em
Home Care
Esta Norma Técnica pretende estabelecer um fluxo
adequado no manejo dos resíduos de saúde gerado
nos Serviços de Atenção Domiciliar, criando um
modelo de referência para facilitar a organização e
reorganização no manejo dos resíduos gerados. Os
Serviços de Atenção Domiciliar vêm crescendo de
forma significativa nos últimos anos, estima-se que
no Estado de São Paulo existem mais de 500 serviços,
sob todas as formas de atendimentos, sendo que somente 128 estão cadastrados o restante permanece no
mercado informal. Com base no potencial de utilização
dos Serviços de Atenção Domiciliar, a geração dos
resíduos e a carência de normas regulamentadoras,
visando à solução de problemas oriundos no processo
de operacionalização, incluindo profissionais, paciente e os veículos de transporte utilizados. Esta Norma
Técnica fundamenta-se na preocupação, que durante
o transporte sejam utilizadas técnicas que garantam
a preservação das condições de acondicionamento e
a integridade dos trabalhadores, da população e do
meio ambiente, desde a geração até o ponto de coleta
externa. Espera-se que a implantação desta norma
possa melhorar significativamente a gestão do Plano
de Gerenciamento de Resíduos em Serviços de Atenção
Domiciliar, proporcionando a equipe de profissionais
o reconhecimento do processo e maior segurança no
manejo dos resíduos de serviços de saúde.
GERONTOLOGIA: DO DISCURSO À PRÁTICA INTERDISCIPLINAR NA GESTÃO CLÍNICA DOS CUIDADOS A SAÚDE DO IDOSO
Besse, M. (1); Cecílio, L.C.O. (1);
Anais XII Congresso Paulista de Saúde Pública
Instituição: 1 - UNIFESP;
Introdução: No Brasil, o ritmo de crescimento da
população idosa tem sido sistemático e consistente.
Segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios - PNAD 2009, o País contava com uma população
de cerca de 21 milhões de pessoas de 60 anos ou mais
de idade, sendo que quase metade (48,9%) dos idosos
sofria de mais de uma doença crônica. O envelhecimento representa um processo bio-pisco-social-cultural que
gera demandas complexas, principalmente nos países
em desenvolvimento, onde esta longevidade é acompanhada pela maior incidência e prevalência de doenças
e condições crônicas. Assim o cuidado a esta população
exige a incorporação de conhecimentos de diferentes
áreas para uma assistência efetiva desenvolvida sob
a ótica do trabalho interdisciplinar, uma vez que um
profissional isoladamente não consegue dar conta de
todas as dimensões do cuidado. Objetivo: Apreender
de que forma os conceitos teóricos da Gerontologia,
em particular a ênfase na interdisciplinaridade, são
colocados na prática da gestão clínica do cuidado a
saúde do idoso. Métodos: Trata-se de um estudo qualitativo com base na metodologia de estudo de caso,
com amostra intencional, onde o estudo de campo foi
realizado num programa de atendimento domiciliar
ao idoso de uma universidade federal no município
de São Paulo, entre os meses de setembro à Dezembro
de 2010. Para a coleta de dados utilizamos a técnica
de observação participante, nas reuniões de equipe a
quais foram gravadas e posteriormente transcritas.
A análise tem se desenvolvido por meio da técnica
de análise de conteúdo. Resultados Parciais: pode-se
identificar a participação da família no desenvolvimento dos cuidados em conjunto com toda a equipe.
Não foram observadas disputas entre os diferentes
campos de saberes profissionais de modo que existe
uma construção conjunta frente às necessidades dos
usuários, articulação do programa com outros serviços
e redes, uso de tecnologias leves. Foram observadas
dificuldades de adesão às orientações e prescrições
do programa nos casos de famílias que apresentavam
limitações financeiras e relações familiares conturbadas. Conclusão: a partir dos resultados parciais obtidos
até o momento pode-se observar a efetiva inserção do
usuário e sua família no centro da produção do cuidado
em conjunto com o trabalho interdisciplinar, possibilitando assim a realização de uma gestão do cuidado
mais articulada e cooperativa.
Saúde Soc. São Paulo, v.20, supl.1, 2011 219
GRAVIDEZ NA ADOLESCÊNCIA: DIFICULDADES NO ações de saúde sexual e reprodutiva voltadas para meninos e meninas entre 13 a 16 anos de idade, assim como
ACESSO AOS SERVIÇOS DE SAÚDE.
Silva VP (1); PUCCIA MIR (1);
Instituição: 1 - FACULDADE DE MEDICINA ABC;
Introdução: A gravidez na adolescência pode estar
associada á situações de risco como exposição ao HIV/
AIDS e outras infecções sexualmente transmissíveis,
gravidez não desejada, curto período de tempo decorrido entre a menarca e a primeira gestação, fatores socioeconômicos, entre outros. Desta forma, a assistência
pré-natal deve ser precoce e continuada, a fim de que
as equipes de saúde possam atuar sobre minimização
de agravos bio-psico-sociais. Objetivo: Identificar as
dificuldades relacionadas ao acesso das gestantes
adolescentes ao atendimento pré-natal e caracterizar
o perfil sociodemográfico, sexual e reprodutivo desta
população sob estudo. Método: Trata-se de um estudo
exploratório, descritivo, quantitativo, desenvolvido
com gestantes adolescentes selecionadas por amostragem de conveniência no Centro de Saúde Escola,
em Santo André. Respeitando-se os rigores da ética em
pesquisa com seres humanos, as entrevistas foram realizadas por meio de instrumento estruturado, durante
o período de espera pela consulta pré-natal. Os dados
foram analisados através do Software EPI-INFO 6.04.
Resultados Foram abordadas 19 gestantes adolescentes
de 16 a 19 anos de idade, sendo 18 anos a média da idade
(DP=0,9). Cerca de 70% delas estavam casadas ou unidas, 57,9% estavam cursando o ensino médio e 84,2%
declararam renda familiar de 1 a 3 salários mínimos.
A idade média da menarca identificada foi de 12 anos
e a coitarca (DP=1,9) aconteceu em média aos 15 anos
(DP=1,5). Foi referido uso de método contraceptivo na
coitarca por 62,3% da amostra, preferencialmente
preservativos (52,6%). O início do pré-natal ocorreu no
segundo mês de gestação (47,4%), período coincidente
com o diagnóstico da gravidez para 42,1% das entrevistadas. As adolescentes, em sua maioria primigestas,
negaram dificuldades para agendar consultas do prénatal, ou para realizar exames (89,5%). Foram relatadas
algumas dificuldades pessoais de acesso até o serviço
como distancia (5,3%) e transporte (15,8%). Conclusões:
O presente estudo permitiu identificar que embora a
amostra tenha sido caracterizada por adolescentes de
baixa renda familiar, não houve dificuldades no acesso
ao pré-natal, conforme observado em outros estudos.
Entretanto, os resultados indicam a qualificação das
Anais XII Congresso Paulista de Saúde Pública
a realização de pesquisa de abrangência municipal.
GRUPO DE SAÚDE REPRODUTIVA NA ESTRATÉGIA
SAÚDE DA FAMILIA: O DESAFIO DE UMA ATENÇÃO
COLETIVA.
OLIVEIRA, J.R. (1); OLIVEIRA, M.A. (1);
Instituição: 1 - SPDM/PABSF;
Intrudução: Sendo a gravidez indesejada que leva ao
aborto provocado e as Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST) grandes problemas de saúde pública, o
grupo de planejamento reprodutivo vem colaborar com
o sistema de saúde para diminuição destas taxas, bem
como estar em conformidade com a lei do planejamento
familiar de 12 de janeiro de 1996. As ações educativas e
preventivas sobre planejamento familiar ofertam à comunidade informações que promovem o conhecimento
do próprio corpo, principalmente do aparelho reprodutivo, como também propiciam contato com os métodos
contraceptivos disponíveis e as conseqüências da falta
do uso destes. Tal conhecimento facilita na decisão do
casal ou do adolescente quanto ao momento ideal de ter
ou não ter filhos, ou seja, uma gestação programada e
planejada de forma consciente.
Objetivos: Relatar a experiência bem sucedida do
grupo de planejamento familiar da UBS Parque Maria
Domitila
Metodologia: Os grupos ocorrem em reuniões quinzenais onde são abordados os seguintes temas: A lei do planejamento familiar, aparelho reprodutivo, sexualidade,
doenças sexualmente transmissíveis(DST),Dispositivo
Intrauterino (DIU), métodos contraceptivos reversíveis
e definitivos,(Laqueadura e Vasectomia). Nos encontros
são realizadas discussões em grupo proporcionando
troca de experiências e aulas expositivas com utilização
de recursos didáticos como: pênis de látex, útero em
acrílico, vagina de silicone, quadro de métodos anticoncepcionais e álbum seriado, sendo proporcionando aos
participantes a manipulação de métodos como preservativo masculino e feminino, DIU, diafragma e outros.
Resultados alcançados: A grande maioria dos participantes que procuram o grupo reprodutivo já vem com
a escolha de um método definitivo, e o sucesso deste
grupo está em fazê-los refletir e repensar sobre esta
escolha, o que quase sempre ocorre após o processo de
descoberta e exploração dos outros métodos, levando-
Saúde Soc. São Paulo, v.20, supl.1, 2011 220
os a outras escolhas, porém caso mantenha a decisão
um procedimento cirúrgico agora de forma consciente,
temos conseguido a realização deste e o seu acompanhamento na UBS.
Conclusões: O processo educativo em qualquer área
deve ser sedutor e persistente e em nossos grupos isto
é bem relevante, pois tentamos de forma insistente
desencorajar métodos definitivos, para que não haja
arrependimentos futuros, porém é propiciado outros
caminhos e escolhas a serem seguidos, fazendo com
que o usuário sinta – se seguro em sua nova decisão.
HIPERTENSÃO ARTERIAL ENTRE IDOSOS: PERCEPÇÃO DA MORBIDADE E FATORES ASSOCIADOS AO
TRATAMENTO
Oliveira, P. G. (1); Santos, J. L. F. (1);
Instituição: 1 - FMRP-USP;
A Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) é uma doença
de evolução clínica lenta e de caráter assintomático,
que se associa frequentemente a alterações funcionais
e estruturais dos órgãos-alvo e a alterações metabólicas, com consequente aumento do risco de eventos
cardiovasculares. A HAS é a doença que mais se destaca
em idosos no Brasil, com proporções em torno de 50%
e, na população adulta, estima-se prevalência em torno
de 20%. Modificações de hábitos de vida são eficazes
na prevenção e no controle da HAS, com melhora da
eficácia anti-hipertensiva e diminuição do risco cardiovascular associado. O caráter assintomático faz
com que os indivíduos com HAS apresentem grandes
dificuldades de adesão ao tratamento. O diagnóstico
da HAS e seu tratamento são grandes desafios para o
conhecimento do impacto da doença sobre a vida do
paciente. O objetivo do estudo foi estimar a prevalência
da HAS em idosos do município de Jaborandi/SP, avaliando fatores sociodemográficos, clínicos, a atividade
física e a qualidade de vida (QV). Trata-se de um estudo
descritivo transversal do tipo inquérito que utilizou
como instrumentos os questionários: Mini-Exame do
Estado Mental; Demográfico, socioeconômico e clínico;
Baecke modificado para idosos; e QV específica para
hipertensos. As variáveis foram analisadas pelo Teste
Exato de Fisher, considerando significativo p< 0,05.
Foram avaliados 82 idosos: 48 mulheres (58,54%) e
34 homens (41,46%), com predomínio do grupo etário 60-69 anos (45,12%), de cor branca (84,14%), com
Anais XII Congresso Paulista de Saúde Pública
baixa escolaridade (média de 3,01 anos de estudo),
baixa renda: classe D (54,88%) e classe E (31,71%) e
com 82,93% dos idosos aposentados. A prevalência da
HAS foi de 75,60% (77,08% nas mulheres e 73,53% nos
homens). Apresentaram associação significativa as
variáveis: HAS por Circunferência da cintura (0,011),
HAS e medicação por Classificação da pressão arterial
(PA) (<0,001), HAS por Plano privado de saúde (0,03),
QV por Saúde mental ruim em 30 dias (0,032), QV por
Alcoolismo (0,023), QV por Tabagismo (0,005) e QV por
Número de medicamentos em uso em 3 meses (0,018).
Os resultados indicaram que a educação em saúde é
imprescindível para que o paciente, sendo instruído
sobre os princípios em que se fundamenta o tratamento, consiga exercer o controle adequado da PA, visando
melhor qualidade de vida.
Palavras-chaves: Hipertensão arterial. Idosos. Serviço
de saúde. Qualidade de vida.
HIV/AIDS NO CLIMATÉRIO: RECEIOS E PERSPECTIVAS
Patorniti, M.C.A. (1); Chaves, L.C. (1); Fonseca, F.L.A.
(1); Camillo, S.O. (1); Filipini, R. (1);
Instituição: 1 - FACULDADE DE MEDICINA DO ABC;
Resumo: Estudo de caráter quantitativo-descritivo
realizado em 2010 no serviço de Policlínicas de São
Bernardo do Campo – SP, teve como objetivos investigar
o motivo no qual a infecção pelo vírus da imunodeficiência humana (HIV) esta crescendo em mulheres no
climatério e verificar o conhecimento desse grupo em
relação ao HIV e aos métodos que previnem o mesmo. A
amostra constituiu-se de 20 mulheres com idade entre
35 e 50 anos com sorologia positiva para o HIV que faziam tratamento neste serviço de saúde. O instrumento
utilizado para a coleta de dados foi um formulário com
onze questões abertas, estruturadas e semi-estruturadas. Em relação ao conhecimento sobre o HIV, 65% das
mulheres entrevistadas sabiam definir o que era HIV e
dentre estas definições obteve-se inúmeras respostas,
porém nenhuma completa. Quando foi questionado se
a mulher havia sofrido alguma mudança em sua vida
após o seu diagnóstico, 70% disseram que alguma coisa mudou e dentre as mudanças houveram respostas
distintas prevalecendo a tristeza.
DESCRITORES: mulher soropositiva, mudanças na
vida, HIV.
Saúde Soc. São Paulo, v.20, supl.1, 2011 221
HIV/AIDS: DESAFIOS NA TERCEIRA IDADE
Higashi, CH (1); Alves, MEL (1); Camillo, SO (1);
Instituição: 1 - FACULDADE DE MEDICINA DA FUNDAÇÃO ABC;
Introdução: Dados do boletim epidemiológico AIDS/
DST revelam que em 2007, paulistanos a partir dos 50
anos, diagnosticados como soropositivos, caracterizaram 15,06% da população geral. No ano anterior, esse
número ficou em 14,76% e no início da epidemia, em
1983, esse índice era apenas de 4%. Os dados ainda
mostram que os indivíduos que correspondem à faixa
dos mais de 60 anos representam cerca de 10,5% da
população convivendo com o HIV/AIDS. Objetivos: Conhecer a visão dos idosos em relação ao HIV/AIDS
na terceira idade, - Identificar e analisar as percepções
apresentadas pelos idosos ao fato de serem vulneráveis ao HIV/AIDS; -Identificar e analisar as percepções
em relação ao uso de preservativos como forma de
precaução ao HIV/AIDS. Metodologia: Trata-se de uma
pesquisa qualitativa descritiva. Foram realizadas onze
entrevistas individuais com idosos acima de 60 anos,
que concordaram em participar do estudo e que fazem
acompanhamento na instituição ambulatorial do Centro Escola Capuava, no Grande ABC. Para o tratamento
dos dados utilizou-se Análise de Conteúdo. Resultados
Foram identificadas as seguintes categorias:1. O uso e
a importância do preservativo na percepção do idoso,
2. A sensibilização em relação aos Comportamentos de
risco entre os idosos, 3. Os desafios para a terceira idade
em relação á Mudanças de Hábitos sexuais, 4. A visão
de homens e mulheres idosos em relação á sexualidade e ao uso do preservativo. Conclusão: Por meio das
categorias, pode-se vislumbrar que, para o idoso o uso
do preservativo é de extrema importância, na proteção
contra doenças sexualmente transmissíveis. Entretanto, percebe-se que a confiança em seu parceiro(a), o fato
de não poder mais engravidar e o medo de perder a ereção por conta do preservativo, pode ser o bastante para
colocar-se em risco para infectar-se com o HIV. Dessa
forma, para essa população, a questão do HIV/AIDS e o
uso de preservativo ainda são questões que devem ser
mais bem trabalhadas pelas políticas de saúde.
HUMANIZAÇÃO DO PARTO E NASCIMENTO EM UM
HOSPITAL DA REDE SUS EM COTIA -SP
Moraes, S.D.T.A. (1); Caivano, N.M. (2); Maresco, R.A.F.
(3); Caldevilla, D. (3); Almeida, A.C.P. (3);
Anais XII Congresso Paulista de Saúde Pública
Instituição: 1 - Faculdade de Saúde Publica; 2 - Hospital Reginal de Cotia; 3 - Hospital Regional de Cotia;
Introdução: a humanização do parto e nascimento é
questão emergente em saúde publica tendo em vista o
excesso de intervenção no processo de parir e nascer.
Método: estudo retrospectivo, de atenção ao parto
e nascimento em parturientes que demandaram o
Hospital Regional de Cotia-(HRC), de agosto a julho de
2011. O protocolo de assistência obstétrica seguem as
normas de humanização do Ministério da Saúde (2001),
os profissionais são sensibilizados e capacitados
para prestarem assistência obstétrica com o mínimo
possível de intervenção. A maioria dos partos normais
são realizados por obstetrizes, com a intervenção do
obstetra somente em casos de distocias. É estimulado a
presença do acompanhante, de livre escolha da mulher,
no pré parto, parto e pós parto. Resultados realizaramse 2914 partos, sendo 2299 (78,89%) entre mulheres
com mais de 19anos e 615(21,1%) entre adolescentes.
Partos em adolescentes primíparas foram 498(81,0%)
sendo 82,0% partos normais e 18,0% cesarianas. Dos
partos normais em primíparas, a maioria foi realizado
sem episiotomia, e apenas alguns tiveram pequenas
lacerações que foram suturadas com anestésico local. Não houve nenhum caso de laceração perineal
grave. Somente 2,0% dos partos são realizados com
analgesia (peridural ou raquianestesia), e em média
25,0% das parturientes receberam alguma medicação
como escopolamina endovenoso e o restante (73,0%)
receberam práticas humanizadas de controle da dor
incluindo relaxamento, banhos quentes terapêuticos,
massagens, deambulação, exercícios respiratórios,
bola suiça, “cavalinho”, etc. Dos incidentes entre os
trabalhos de parto 1,33% referem-se a fratura de clavícula. Dentre as indicações absolutas de cesariana,
68,0% ocorreram devido a estado fetal intranquilizador
(mecônio espesso 3,6%, descolamento prematuro de
placenta 3,6% e 5,4% eminência de eclampsia-DHEG
grave). Amamentação na primeira hora ocorre em 100%
das puérperas, exceto naquelas com contraindicações.
Realiza-se todas as vacinas pertinentes, teste do reflexo
vermelho, teste auditivo e PKU.
Todas as mães/família são acolhidas por equipe multiprofissional inclusive pela fonoaudióloga, recebendo
orientações sobre amamentação, cuidados do recém
nascido de forma individualizada ou em grupo.Conclusão: O processo de humanização do parto e nascimento
demanda atitudes de caráter individual, porém com a
Saúde Soc. São Paulo, v.20, supl.1, 2011 222
sensibilização e a capacitação da equipe, é possível
promover assistência de qualidade para o trinômio
mãe-filho-pai/família.
IDENTIFICAÇÃO DA PERCEPÇÃO DA EQUIPE DE
ENFERMAGEM DE UM CENTRO DE SAÚDE ACERCA DA ESTRATÉGIA NACIONAL DE VACINAÇÃO
CONTRA A INFLUENZA A (H1N1)
Zanchim, C.C. (1); Sthal, H.C. (1); Almeida, M.A.S. (1);
Manoel, C.M. (1);
Instituição: 1 - FMB-UNESP;
Introdução: As epidemias põem em xeque a estrutura,
a organização e a eficiência dos serviços de saúde. O
objetivo geral da grande campanha de vacinação contra
H1N1 foi contribuir para a redução da morbimortalidade pelo vírus e manter a infraestrutura dos serviços de
saúde para atendimento à população. Objetivo: Identificar a percepção da equipe de enfermagem de um centro
de saúde do interior de São Paulo a respeito da Estratégia Nacional de vacinação contra Influenza A (H1N1).
Metodologia: Estudo descritivo e transversal, com abordagem qualitativa, desenvolvido no Centro de Saúde
Escola da Faculdade de Medicina de Botucatu (UNESP).
Foram realizadas entrevistas com roteiro estruturado
com todos os integrantes da equipe de enfermagem do
CSE que participaram diretamente na campanha de
vacinação contra Influenza A (3 enfermeiros e 5 auxiliares de enfermagem) e analisadas com a técnica de
análise de conteúdo. Resultados Dentre as categorias, a
divisão em etapas aparece como estratégia facilitadora
do trabalho por organizar o atendimento, amenizando
tumultos e distribuindo a demanda. Houve divergência
de opiniões na categoria “suprimento de insumos”. Os
funcionários que trabalharam diretamente na sala de
vacina manifestaram que houve problemas e os outros
disseram que não. A participação da mídia foi vista
como positiva, porém insuficiente. Os entrevistados
concordam que a adesão da população foi grande, destacaram que foi difícil lidar com a revolta dos que não
seriam contemplados e apontaram o medo de tomar a
vacina como um fator determinante para o não alcance
da meta de cobertura vacinal. A falta de funcionários
treinados em imunização representou sobrecarga de
trabalho para alguns funcionários da equipe, pois nem
todos poderiam assumir a sala de vacina. Conclusão:
Uma investigação que aborde o tema imunização não
pode ficar limitada à análise de incidência e notificação
Anais XII Congresso Paulista de Saúde Pública
(dados quantitativos), mas deve considerar, também,
as implicações socioculturais incorporadas ao longo
do processo de construção da campanha de vacinação.
Acredita-se que o trabalho tem muito a colaborar ao
apontar os pontos tidos como positivos e negativos
sob o olhar de profissionais de saúde que fizeram parte
deste processo.
IDENTIFICAÇÃO DAS ÁREAS DE RISCO NEONATAL
DO MUNICÍPIO DE BOTUCATU/SP A PARTIR DE
ANÁLISE CARTOGRÁFICA GEO-RELACIONAL
Zanchim, C.C. (1); Parada, C.M.G.L. (1); Landim, P.M.R.
(2); Lourenço, R.W. (3);
Instituição: 1 - FMB-UNESP; 2 - IBB-UNESP; 3 UNESP;
Introdução: A Agenda de Compromissos para Saúde
Integral da Criança e Redução da Mortalidade Infantil
propõe a organização do trabalho a partir das linhas de
cuidado, estratégia para superação da desarticulação
entre os diversos níveis de atenção em saúde. Tomandose por base as principais causas de morbimortalidade
infantil no país, uma das linhas de cuidado prioritárias
é o Acompanhamento do Recém-Nascido de Risco,
justificando-se estudos voltados a essa população.
Objetivo: identificar os bairros com maior número de
casos de recém-nascidos classificados como de risco
ao nascer, utilizando-se técnicas de geoprocessamento, Método: estudo descritivo, transversal, realizado
com dados secundários de pesquisa que avaliou o
programa municipal voltado aos recém-nascidos de
risco. Considerando-se os riscos social, biológico e
social mais biológico, foram construídos mapas, com
a distribuição espacial das concentrações dos casos
por bairro, analisando-se a distribuição espacial por
intensidade. Avaliou-se também o Índice de Qualidade
Socioambiental (IQSA) dos bairros com maior ocorrência. Tal índice considera a qualidade do domicílio
(condição de abastecimento de água, destino do lixo
e condição sanitária) e a inserção social da família
(renda, condição de ocupação e escolaridade do chefe da
família). Resultados A análise espacial dos casos mostrou distribuição do risco neonatal, em seu conjunto,
com maior densidade em bairros que contornam a área
central do município, locais com IQSA regular ou ruim.
A análise em separado dos diferentes tipos de risco evidenciou que o biológico mostrou-se menos prevalente
quando comparado ao social, atingindo 14,5% dos 289
Saúde Soc. São Paulo, v.20, supl.1, 2011 223
recém-nascidos classificados como de risco no período
estudado e sua distribuição no mapa foi dispersa. Com
relação ao risco social, 64,7% dos bebês foram assim
classificados, sendo os bairros com maior número de
casos também periféricos. Do total de neonatos, 20,8%
apresentaram ambos os riscos, concentrando-se a
maior parte dos casos em um bairro periférico e outro
próximo ao centro da cidade, área do primeiro Conjunto
Habitacional do município, com IQSA regular. Conclusão: O uso de técnicas de geoprocessamento mostrou-se
eficaz para facilitar a visualização da distribuição dos
casos estudados, permitindo a identificação das áreas
mais acometidas, podendo contribuir com o planejamento da atenção em saúde.
elevados em relação a vários estudos conduzidos com
essa população em diferentes cenários brasileiros e
fora do país. Conclui-se que os problemas de ordem
emocional representam impacto negativo em todos os
aspectos de vida do idoso. Por isso, é de fundamental
importância a criação de propostas que abordem os
aspectos emocionais dessa população. Acredita-se que
ao oferecer espaço para intervenção em crise por meio
da escuta terapêutica, o idoso terá mais apoio para
restabelecer suas relações interpessoais e fortalecer
seus mecanismos de enfrentamento. Compreende-se
a inserção da Saúde Mental no Projeto Bem Viver representa ferramenta importante de promoção a saúde
e prevenção ao adoecimento psíquico.
IDOSOS ATENDIDOS NO PROJETO BEM VIVER: IDOSOS E AIDS: UMA ANÁLISE DA PRODUÇÃO
AVALIAÇÃO DA FREQUÊNCIA DE SINTOMAS DE- CIENTÍFICA NOS CONGRESSOS NACIONAIS DO
PRESSIVOS
CAMPO DA SAÚDE COLETIVA E OS DESAFIOS PARA
Fernandes, M.F.T (1); Galvez, A.C.B. (1); Guarnieri, A.P. O ENFRENTAMENTO DA INVISIBILIDADE NO SUS
(1); Nóbrega, M.P.S.S. (1);
Instituição: 1 - FMABC;
Estima-se que em vinte anos a sociedade brasileira
estará equiparada ao continente Europeu em termos
de população idosa. Independente da idade, o lidar com
dilemas cotidianos e situação de crise, pode comprometer o bem estar do indivíduo. Na população idosa
essa questão pode tomar maiores proporções devido
à diminuição do aporte emocional e/ou familiar para
o enfrentamento dessas vivencias. Pesquisa quantitativa, do tipo retrospectivo, com objetivo de verificar a
freqüência de transtornos do humor em idosos. Foram
avaliados 80 prontuários de idosos atendidos em um
ambulatório de Enfermagem Gerontológica (Projeto
Bem Viver). Utilizou-se a Escala de Depressão Geriátrica que consta de 15 itens para rastreamento dos
transtornos de humor em idosos. Os dados foram compilados e analisados por meio do programa Epi- Info
versão 6.2. A análise do instrumento revelou que 37,
5% da amostra atingiram 7 pontos ou mais no escore
utilizado (total >5 = suspeita de depressão). Esses idosos apresentam algum tipo de sofrimento emocional
relacionado aos eventos acidentais. Houve associação
significativa entre o sofrimento emocional e as seguintes variáveis: escolaridade, solidão, internação e estado
de saúde atual. As variáveis, sexo e insatisfação com a
saúde pessoal e com os serviços de saúde apresentaram
associação próxima da significância. Os achados são
Anais XII Congresso Paulista de Saúde Pública
Barboza, R. (1); Silva, C.A.S. (1); Gonçalves, B.A. (1);
Instituição: 1 - Instituto de Saúde – SES/SP;
Introdução: Observa-se no país tendência de crescimento da taxa de incidência de Aids nas pessoas com 50
anos ou mais, variando de 13,7 (1997) para 24,9 (2009)
por 100 mil habitantes. Nos maiores de 60 anos a taxa
aumentou de 5,1 em 2000 para 8,4 em 2009. A infecção pelo HIV entre idosos está associada aos avanços
tecnológicos na área da saúde, ao envelhecimento da
população e às práticas sexuais desprotegidas. Objetivos: Analisar a produção científica no campo da Saúde
Coletiva sobre o tema Aids e idosos em 3 congressos
da ABRASCO e 1 do Ministério da Saúde, entre 2007 e
2011. Método: Análise documental dos Anais do IV e V
Congressos Brasileiro de Ciências Sociais e Humanas
em Saúde; IX Congresso Brasileiro de Saúde Coletiva e
VIII Congresso Brasileiro de Prevenção DST/Aids (VIII
CBPDST/AIDS), compilados em banco de dados, submetidos à análise descritiva nas categorias: tipo de estudo
(pesquisa/experiência), metodologia, vínculo do autor,
região, objeto, população e dimensão de vulnerabilidade. Selecionaram-se os resumos pelas palavras: HIV,
Aids, idosos, envelhecimento, 50/60 anos, terceira idade e soropositivo. Resultados Foram encontrados 12.991
resumos, sendo 56 (0,43%) sobre Aids e idosos revelando a pouca visibilidade desse segmento na ABRASCO
(27) e no VIII CBPDST/AIDS (29). Quanto ao vínculo
dos autores, 62,5% são da Academia, 10,7% Academia/
Saúde Soc. São Paulo, v.20, supl.1, 2011 224
Serviço, 25% Serviço e 1,8% ONG. Majoritariamente são
pesquisas (84%) com abordagem quantitativa (57,4%),
seguido da qualitativa (32%) e quanti-quali (10,6%). Os
resumos oriundos das 5 regiões concentram-se no NE
(46,4%) e SE (35,7%), a única com participação de todos
os estados. SP, BA e CE representam 46,4% da produção
científica nesse tema. Os objetos mais investigados em
número de trabalhos foram: perfil de incidência do HIV/
Aids (14) com análise de dados secundários, investigados pela Academia e Serviço; representações sociais/
vulnerabilidade ao HIV (12) e conhecimento, percepção
de risco e vida sexual (5) com análise de conteúdo
de entrevistas conduzidas pela Academia. Os idosos
soropositivos foram mais referidos (62,5%), contra
37,5% dos idosos em geral, abordados pelos Serviços
em ações de prevenção primária. As condicionantes da
vulnerabilidade individual foram mais estudadas pela
Academia e a programática pelos Serviços.Conclusão:
Estudos sobre Aids e idosos ainda são incipientes na
Saúde Coletiva frente às tendências da epidemia, sendo urgente o investimento na prevenção/promoção da
saúde no SUS.
Objetivo: Analisar a influência da dor na qualidade de
vida dos pacientes com lombalgia através do questionário de ODQ e escala visual analógica.
Método: Participaram deste estudo 9 indivíduos com
diagnóstico de lombalgia, sendo estes 6 do gênero feminino e 3 do gênero masculino, com idade entre 18 a
41 anos, IMC entre 18,5 e 29,9, submetidos a aplicação
do ODQ (Oswestry Low Back Pain Questionnaire) e EVA
(Escala Visual Analógica) para mensuração do quadro
álgico e qualidade de vida.
Resultado: O grupo apresentou idade média de 32,7
anos (±9,4 anos), IMC médio de 25,2 Kg/m2 (±5,4 Kg/m2)
e EVA médio de 4,5 cm (±2,1 cm). Observou-se impacto
sobre as AVD´s com ODQ médio de 16 pontos (±6,9). A dor
avaliada pela EVA apresentou correlação importante
com a questão relacionada à avaliação da dor pelo ODQ
(Índice de Pearson=0,96 e p-value=0,00). A atividade
que apresentou maior correlação com a queixa álgica
foi a manutenção do ortostatismo por períodos prolongados (Índice de Pearson=0,82 e p-value<0,05).
Conclusões: Concluiu-se que alterações posturais estão
relacionadas a alterações na qualidade de vida, porém
é necessário mais estudos com uma amostra maior.
IMPACTO DA INTENSIDADE DA DOR SOBRE A QUALIDADE DE VIDA DE PACIENTES COM LOMBALGIA IMPLANTAÇÃO DO PROGRAMA NACIONAL DE
SUPLEMENTAÇÃO DE FERRO, VISANDO A PRESilveira,V.A. (1); Ferreira, A.L. (1); Ramos,L.G. (1);
VENÇÃO DA ANEMIA EM CRIANÇAS DE 6 A 24
Panfílio,C.E. (2); Alvarenga, E.F.M. (1); Morimoto,
M.M. (1); Boldrini,F.C. (1);
MESES, EM UM CENTRO MUNICIPAL DE EDUCAInstituição: 1 - Universidade Municipal de São Caeta- ÇÃO INFANTIL, DE UM MUNICÍPIO DO SUL DE
no do Sul; 2 - Universidade Municipal de São CaetanMINAS GERAIS
do do Sul;
Introdução: A lombalgia é uma disfunção músculo esquelética comum com alta prevalência na população em
geral, que pode ter impacto na funcionalidade dos pacientes em atividades básicas como sentar, caminhar,
vestir-se e em atividades relacionadas ao trabalho.
Estudos revelam que entre 60% a 90% da população apresenta a dor lombar. O paciente lombálgico passa a adotar
em algumas vezes posturas antálgicas que mantém a
contratura muscular, aumentando a rigidez e a dor. Frequentemente a dor não decorre de doenças específicas,
mas sim de um conjunto de causas, por exemplo, fatores
sócio demográficos (idade sexo, renda e escolaridade)
comportamentais (fumo e baixa atividade física) exposições ocorridas nas atividades cotidianas (trabalho físico
pesado, posição viciosa, movimentos repetitivos) e outros
(obesidade, morbidades e psicológicas).
Anais XII Congresso Paulista de Saúde Pública
Ribeiro, S.M. (1); Possato, I.P. (2);
Instituição: 1 - PREFEITURA MUNICIPAL DE LAVRAS; 2 - Secretaria Municipal de Saúde;
A anemia por dficiência de ferro é a maior carência no
mundo com prevalência de 67,6% entre crianças de 6 a
24 meses. Suplementou-se sulfato ferroso para crianças desta idade em um Centro Municipal de Educação
Infantil-CEMEI. O objetivo geral deste trabalho foi a
prevenção da anemia com sulfato ferroso para crianças
em uma CEMEI de município do Sul de Minas Gerais,
através do Programa de Suplementação de Ferro do
Ministério da Saúde, autorizado pelas Secretarias
Municipais de Saúde, Educação e Conselho Municipal
de Saúde. Os responsáveis pelas crianças conheceram
o projeto e distribuiu-se aos pais cartilha sobre o programa e foi informado que teriam total liberdade de
recusar a participação retirando o consentimento em
Saúde Soc. São Paulo, v.20, supl.1, 2011 225
qualquer fase do trabalho. Garantida a privacidade,
confidencialidade e o anonimato das crianças. Trata-se
de um trabalho prospectivo, de intervenção, onde foram
acompanhadas 8 (oito) crianças de 6 a 24 meses por
um período de 24 semanas. Para a avaliação do férro
sérico, a amostra de sangue foi coletada pelo Laboratório Municipal e a classificação como anemia (Hb <
11g/dL) foi estabelecida pela OMS (2001). Avaliou-se o
estado nutricional por meio de indicadores peso/idade,
peso/altuta e altura/ idade, expressos em percentis e
o diagnóstico nutricional foi referenciado pela OMS
(2006). As crianças 2 e 4 foram classificadas com baixo
peso e risco nutricional, realizando-se orientação para
o responsável esclarecendo a necessidade de oferecer
alimentos saudáveis para seus filhos. Em contrapartida, as crianças 6 e 8 apresentaram risco de sobrepeso,
sendo também orientados aos responsáveis oferecer
alimentos saudáveis. A criança 7, classificada como
eutrófica foi a única que apresentou o nível de Hb abaixo do primeiro resultado em 0,20g/dL. Esta criança se
alimenta praticamente na CEMEI e muito pouco em sua
residência. As outras crianças apresentaram índices
de Hb aumentados da 1ª para a 2ª coleta, o que representou 7 (88%) dos sujeitos da pesquisa, sendo apenas
1 criança (12,5%) com nível de Hb abaixo da 1ª coleta
conforme comentado anteriormente. Com este trabalho explicitamos que a orientação juntamente com a
persistência e o trabalho em prol da saúde resultaram
em qualidade de vida para os sujeitos da pesquisa.
Todas as crianças na faixa etária de 6 a 24 meses, das
unidades CEMEI deste município terão suplementação
do Programa do Ferro e desta forma poderão adquirir
mais saúde e qualidade de vida.
INDICADORES SOCIAIS NO ESTUDO DAS DOENÇAS
CRÔNICAS
Pintchovski, E, (1); Muntani, C. (1); Pacheco, L. (1);
Silva, E.L. (1); Vieira, A. (1); Saraceni, C.P. (2);
Instituição: 1 - Faculdade de Ciências Farmacêuticas
e Bioquímicas - Oswaldo Cruz; 2 - Instituto Adolfo
Lutz;
Introdução: O Programa Remédio em Casa tem objetivo
assegurar acesso da população aos medicamentos do
SUS, promovendo adesão, com uso racional do medicamento. Adesão é objetivo dos serviços de saúde, condição para melhora do estado de saúde e uso adequado
de recursos dos serviços. A estruturação do serviço
vai além da idealização técnica da oportunidade em
Anais XII Congresso Paulista de Saúde Pública
colocar, próximos, paciente, profissional e recursos,
inclusive medicamentosos, necessários ao tratamento.
É problema de grande complexidade; não se equaciona pela oportunidade ou existência de recursos de
qualidade disponíveis. Depende ainda de disposição e
condições, dos pacientes em fazer uso adequado dos
recursos e, dos profissionais em promover o tratamento
e a qualidade de vida do paciente. A literatura sobre
avaliação de serviços e programas insiste na adoção
de medidas de acompanhamento e monitoramento
das ações, condição inerente ao funcionamento do
serviço. Objetivos: Expor um processo de estudo, dos
alunos de graduação em Farmácia, para implantação
de monitoramento, com participação interdisciplinar,
de ações de controle e tratamento de Hipertensão e
Diabetes em duas Unidades Básicas de Saúde (UBS).
Métodos: Construção de estatísticas descritivas dos
pacientes inscritos no Programa Remédio em casa de
duas UBSs, na Zona de Sul do município de São Paulo.
Resultados Nos cinco meses de monitoramento houve
redução mensal de pacientes afastados do tratamento,
ampliação de pacientes que retornaram ao tratamento
e aumento de novos pacientes. No primeiro e quinto
meses caíram de 43 para 18 o número de pacientes
que abandonaram tratamento. Observaram-se taxas
diferenciadas de adesão entre áreas de influência
das UBSs: maior adesão, incluindo-se maior retorno
de pacientes, na área de influência que apresentava
melhores condições de moradia e de escolaridade. Considerações Finais: Os resultados apontam importância
da ação interdisciplinar para promoção da adesão.
A atuação dos programas pode se inviabilizar sem o
devido monitoramento. A efetividade do programa não
se avalia pelo número de ações realizadas, quantidade
de recursos gastos ou medicamentos dispensados,
mas pela qualidade de vida alcançada. Diferenciais
de adesão sugerem relação entre condições de vida
e disponibilidade de adesão. A efetividade das ações
técnicas da saúde e farmácia, com monitoramento do
serviço, sofre influência das condições de vida, que
devem também ser objeto de melhorias.
INFECÇÃO OCUPACIONAL PELO VÍRUS DA HEPATITE B: RISCOS E MEDIDAS DE PREVENÇÃO
Lima, B.F.R. (1); Chaves, L.C. (1); Fonseca, F.L.A. (1);
Camillo, S.O. (1);
Instituição: 1 - FACULDADE DE MEDICINA DO ABC;
Resumo: Estudo quantitativo de caráter descritivo reSaúde Soc. São Paulo, v.20, supl.1, 2011 226
alizado em um hospital público de ensino da cidade de
São Bernardo do Campo, teve como objetivos verificar o
conhecimento apresentado pela equipe de enfermagem
sobre o modo de transmissão do vírus da hepatite B e
os decorrentes agravos à saúde humana, bem como
identificar e analisar as justificativas apresentadas por
esses profissionais acerca das medidas de prevenção
utilizadas para evitar as infecções ocupacionais por
este vírus. A amostra foi composta de 7 enfermeiros,
10 técnicos de enfermagem e 21 auxiliares de enfermagem que prestavam assistência direta ao paciente.
O instrumento utilizado para a coleta de dados foi um
formulário. Nas justificativas apresentadas por esses
profissionais quanto aos meios de transmissão do
vírus da hepatite B, observou-se que 24,57% referiu-se
a transmissão sexual e 20,17% ao contato direto com o
sangue. Quanto aos agravos à saúde provocados pelo vírus da hepatite B, 18,06% dos entrevistados referiu-se à
cirrose hepática. Com relação às medidas de prevenção
para evitar a transmissão do vírus da hepatite B, 41,54%
das respostas referiram-se ao uso dos equipamentos de
proteção individual (EPI). No que se refere aos acidentes
com material perfurocortante, 31,58% dos participantes
respondeu que já foi vítima deste acontecimento. Os
componentes da equipe de enfermagem do hospital
pesquisado estão relativamente preparados quanto à
utilização das precauções padrão e acerca dos conhecimentos relativos aos acidentes ocupacionais.
Unitermos: Transmissão do vírus da hepatite B, precauções universais, equipe de enfermagem.
INFORMAÇÕES SOBRE SAÚDE NA INTERNET:
TENDÊNCIAS, PERFIS E COMPORTAMENTOS DE
USUÁRIOS BRASILEIROS
Moretti, F.A. (1); Silva, E.M.K. (1);
Instituição: 1 - UNIFESP;
Introdução: A internet é a principal fonte de informações sobre saúde para 70% dos adultos americanos
(Arnst, 2009). Todos os meses 4 milhões de internautas
brasileiros acessem os sites de saúde Ibope/Net Ratings). A criação da Internet favoreceu bastante o acesso
a informação, colaborou também com uma produção
massificada de conteúdos das mais variadas fontes.
Porém, a sua concepção enquanto fonte de informação
implica em perceber os viesses que podem envolver o
seu uso. Pois o usuário da Internet pode estar exposto a
muitas informações dúbias, inconsistentes, de caráter
Anais XII Congresso Paulista de Saúde Pública
comercial ou promocional (Lopes, 2004).
Objetivo: Analisar as tendências, os perfis e os comportamentos de usuários brasileiros de site sobre saúde
orientado para a população leiga.
Método: Um questionário eletrônico foi disponibilizado em alguns boletins informativos do site Minha
Vida (portal brasileiro sobre saúde que possui o maior
número de acessos/mês) convidando os usuários do
website a responderem uma pesquisa da Universidade
Federal de São Paulo.
Resultados 1828 usuários responderam ao questionário eletrônico que abordava questões como: comportamento de busca por informações, grau de confiança nas
informações pesquisadas, quantidade de horas gastas
na internet ao longo de um mês, perfil sócio-econômico,
entre outros. O perfil principal dos sujeitos da pesquisa
é de “Heavy user” (usuários pesados). Constatou-se que
62% dos indivíduos passam de 5 a 35 horas navegando
na internet ao longo de uma semana. Além disso, 80%
da amostra estudada utilizam a internet como uma de
suas principais fontes de informação em saúde; 76%
dos indivíduos da pesquisa têm alta confiança em
informações advindas de profissionais de saúde, 52%
atribui alta confiança para informações provenientes
de revistas científicas, 18% para informações de televisão ou rádio e 10% para blogs de saúde. A população
estudada apresenta geralmente alto grau de interesse
nos mais diversos temas de saúde. O perfil sócio econômico dos indivíduos envolvidos na pesquisa é de
uma classe média alta. A maior parte da amostra (59%)
possui plano de saúde privado e 68% utiliza muito
pouco ou nunca utiliza o SUS.
Conclusão: A internet se mostrou um recurso de alta
utilização por meio da população brasileira que busca
por informação sobre saúde. Os usuários costumam ter
interesse pelos mais variados temas de saúde. Há uma
desconfiança acentuada em muitas das informações
que encontram.
INQUÉRITO DE SITUAÇÃO VACINAL DE ESTUDANTES DE GRADUAÇÃO EM ODONTOLOGIA NA UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO, CAMPUS CAPITAL.
Ferreira,N.C. (1); Nichiata, L.Y.I. (1); Barbosa, M.C.P.F (1);
Instituição: 1 - USP;
Introdução: Desde o desenvolvimento da primeira vacina em 1796, pelo médico inglês Edward Jenner, o rumo
das doenças causadas por agentes infecciosos estava
Saúde Soc. São Paulo, v.20, supl.1, 2011 227
definitivamente modificado com a efetivação de ações
de prevenção. Alunos de graduação da área de saúde
são populações susceptíveis a aquisição de doenças
imunopreveníveis, por entrarem em contato durante os
períodos de atividades práticas com indivíduos doentes
ou crianças. A conscientização do profissional para a
ocorrência de transmissão de doenças, desde o período
de formação acadêmica, oferece maior segurança não
só a ele, mas também a seus pacientes e familiares.
Objetivos: O estudo teve como objetivo analisar a situação vacinal dos alunos do curso de graduação de Odontologia da Universidade de São Paulo, campus capital
através da caracterização do estado vacinal destes alunos e, discussão das hipóteses que explicam a situação
vacinal incompleta de discentes; enfocando a imunização preconizada aos profissionais da área de saúde e a
necessidade de regularização da imunização.
Método: Trata-se de estudo descritivo-exploratório, realizado na Faculdade de Odontologia da Universidade de
São Paulo, campus capital, com os estudantes de graduação. A coleta dos dados foi realizada de outubro de 2010
a fevereiro de 2011. Através de um questionário autoaplicado, sem a utilização da carteira vacinal do aluno,
analisou-se o auto-conhecimento da situação sorológica
e o auto-conhecimento quanto ao contato prévio ou por
adoecimento por doenças imunopreveníveis.
Resultados parciais: No total foram obtidos resultados
de 349 inquéritos (51,3% do total da população eletiva).
Observou-se que o curso de Odontologia é composto
majoritariamente pelo sexo feminino que representa
quase 70.0% da amostra estudada. Quanto à faixa etária dos estudantes, a maioria (75.0%) tem entre 20 e 29
anos. Os estudantes majoritariamente são egressos do
ensino médio de rede privada (72.8%), sendo que seus
pais possuem ensino superior e pós-graduação, 56,7%
e 25,8%, respectivamente. Com relação a condição
vacinal para a vacina do vírus da hepatite B (VHB),
notou-se que quase 30% dos estudantes não apresentam situação completa e documentada para esta vacina. E deste percentual, somente 46.7% submeteu-se ao
teste de sorologia para verificar a soroconversão ou a
imunidade ao vírus da hepatite B.
Conclusão: Trabalho científico em andamento.
INSERÇÃO SOCIAL DE PESSOAS COM TRANSTORNO MENTAL GRAVE: DIMENSÕES E SIGNIFICADOS SOCIOCULTURAIS DE EXPERIÊNCIAS DE
HABITAÇÃO
Anais XII Congresso Paulista de Saúde Pública
Nakamura, E. (1);
Instituição: 1 - UNIFESP - CAMPUS BAIXADA SANTISTA;
O retorno dos egressos de hospitais psiquiátricos à
vida social tem sido debatida no Brasil, principalmente
por meio da noção de (re)inserção social. Desse debate
surgiram propostas de moradia àqueles não mais aceitos pela família ou cujos laços sociais se perderam. Na
análise e reflexão antropológica sobre o tema “inserção social e habitação”, parte da pesquisa “Inserção
social e habitação: pesquisa avaliativa de moradias de
portadores de transtorno mental grave” (CNPq/Decit),
tomou-se para fins comparativos as experiências em
Serviços Residenciais Terapêuticos (SRTs) em três
municípios brasileiros, para a apreensão da riqueza
e diversidade dessas experiências como construções
socioculturais. Adotou-se o método etnográfico, sendo
as experiências apreendidas por meio da observação
participante em dois SRTs em cada município. Os objetos que compõem os SRTs – móveis, eletrodomésticos,
aparelhos eletrônicos, objetos pessoais – seguem uma
padronização, são casas estruturadas pelos poderes
públicos locais, com possibilidade restrita dos moradores de manifestarem seus gostos e desejos; alguns
particularizam o uso de objetos em seus quartos ou ao
redor das camas. Há uma indefinição quanto à delimitação dos espaços causando uma sensação de invasão
dos espaços: a casa encontra-se dividida em espaços de
moradores ou de cuidadores, mais ou menos comuns,
públicos ou privados, expressando certa ambigüidade
dos SRTs: afinal uma casa ou um serviço? Nos espaços
comuns que parecem acolher as formas de relação
entre os moradores, estes se agrupam para conversar
(cozinha), comer ou tomar café (refeitório, cozinha,
varanda), fumar (jardim, varanda), ver TV (sala), ouvir
rádio (varanda) ou simplesmente não fazer nada, deitados nos sofás de uma varanda, para aproveitar o sol da
manhã ou para descansar após o almoço. Os moradores
dos SRTs atribuem significados particulares às experiências de habitação, segundo os usos que fazem das
casas, dos espaços e das coisas, ao mesmo tempo em
que se relacionam entre si e com outros, lançando mão
principalmente dos elementos disponíveis em suas
lembranças de vivências socioculturais anteriores à
sua internação, parcialmente retomadas como as peças
de um quebra-cabeça, complementadas por elementos
de sua vida cotidiana nos SRTs. Sua inserção social
torna-se possível na medida em que estabelecem alguSaúde Soc. São Paulo, v.20, supl.1, 2011 228
ma ordem nos modos de habitar e constituem formas,
mesmo que tênues, de convívio social.
INSTRUMENTO DE CLASSIFICAÇÃO DE CUIDADOS
DO SERVIÇO DE FISIOTERAPIA DO PROGRAMA DE
INTERNAÇÃO DOMICILIAR
Oliveira, JRC (1); Perira, LC (2);
Instituição: 1 - Programa de Internação Domiciliar de
São Bernardo do Campo; 2 - Programa de Internação
Domiciliar;
Caracterização do Problema. Dentre os indicadores
utilizados para monitorar e avaliar as ações executadas
na atenção à saúde destaca-se aqueles desenvolvidos
no âmbito domiciliar. Espera-se que uma estratégia
eficiente e resolutiva seja capaz de resolver 80% da
demanda dos serviços de saúde de uma comunidade.
Porém, ainda hoje, observa-se uma demanda desordenada, tornando um grande problema aos Programas de
Assistência Domiciliar. Dentro dessa problematização,
torna-se evidente a necessidade de um instrumento que
possibilite priorizar as visitas domiciliárias enquanto
ação indispensável dentro do processo de trabalho das
equipes multiprofissionais inseridas no domicílio.
Com este propósito, foi elaborado um Instrumento
de Classificação de Cuidados com a finalidade de
estabelecer de maneira equitativa as prioridades da
visita domiciliária. Descrição. O Instrumento de Classificação de Cuidados segue como um instrumento
útil para avaliação e o planejamento da assistência do
serviço de fisioterapia através do preenchimento de um
questionário Tal questionário analisa 12 itens, desde
o estado clínico até o prognóstico cinésio-funcional
do paciente. Cada item possui uma pontuação; e a
soma dos escores classifica o paciente em : cuidados
mínimos, cuidados intermediários e cuidados intensivos. Essa classificação corresponde à quantidade de
sessões realizadas pela fisioterapia naquela semana.
A realização do questionário é feita de forma semanal,
devido à instabilidade clínica dos pacientes internados
no programa. Lições Aprendidas. O fisioterapeuta tem
buscado continuamente assistir ao indivíduo de forma
eficaz e com equidade, buscando associar a prática
cientifica a prática clinica através da classificação
dos pacientes de acordo com um instrumento. É com
esta preocupação que o Instrumento de Classificação
de Cuidados segue como uma ferramenta útil para o
planejamento da assistência prestada, para o dimen-
Anais XII Congresso Paulista de Saúde Pública
sionamento de recursos humanos e materiais e para a
distribuição das atividades entre os membros da equipe
de fisioterapia conforme a capacitação de cada membro
e gravidade do paciente. Recomendações. Conseguir
validar o Instrumento de Classificação de Cuidados
no serviço de fisioterapia do Programa de Internação
Domiciliar e utilizá-lo como instrumento diagnóstico
de categoria de cuidado a que o paciente pertence.
INTERDISCIPLINARIDADE E PRÁTICAS EM SAÚDE:
REFLEXÕES SOBRE A EXPERIÊNCIA DO PROJETO
BANDEIRA CIENTÍFICA
Rivera, Mariana F.A. (1); Scarcelli, Ianni R. (1);
Instituição: 1 - IPUSP;
Introdução: Trata-se de trabalho ligado à investigação,
em desenvolvimento, de possíveis ressonâncias do
Projeto de Extensão Universitária Bandeira Científica
da USP (BC) na formação de estudantes de graduação,
principalmente para o trabalho em saúde pública e em
equipe interdisciplinar.
Objetivos: Refletir e discutir sobre a interdisciplinaridade, princípio fundamental no trabalho em saúde.
Verificar se este se expressa na BC como concepção
e/ou práticas nas atividades desenvolvidas pelos estudantes.
Método: 1. Pesquisa bibliográfica de trabalhos do
campo da Saúde Coletiva, acerca da interdisciplinaridade.
2. Análise de documentos do BC, identificando-se a
frequência do termo interdisciplinaridade e os significados atribuídos.
3. Observação participante das práticas realizadas na
Expedição BC para Inhambupe (BA) em 2010.
Fundamentamo-nos, principalmente, nos pressupostos
teóricos da Psicologia Social formulada por PichónRivière.
Resultados: Para Japiassu (1976), a interdisciplinaridade é caracterizada pela intensidade das trocas
entre os representantes das disciplinas e pelo grau de
integração real destas dentro de um mesmo projeto
de pesquisa. Não se trata de postular nova síntese do
saber, mas de constatar certo esforço por aproximar,
comparar, relacionar e integrar os conhecimentos.
As observações e os documentos mostram por parte dos
participantes do BC incertezas, dúvidas e ansiedades
em relação à prática da interdisciplinaridade.
Conclusões: A prática da interdisciplinaridade apre-
Saúde Soc. São Paulo, v.20, supl.1, 2011 229
senta uma complexidade que um trabalho como este
não pode esgotar. Há necessidade de aprofundamento
epistemológico em projetos que se propõem a trabalhar
nessa perspectiva.
Observamos uma confusão no uso dos termos “interdisciplinaridade” e “multidisciplinaridade” nos documentos e textos produzidos pelo BC. Muitas vezes, se utiliza
o mesmo termo para relatar práticas diferentes.
Apesar de ser dito pelos participantes do BC que se
realizam nele práticas interdisciplinares, seria mais
prudente e cuidadoso dizer que se está iniciando tais
práticas e se aprendendo como realizá-las.
Referências Bibliográficas
JAPIASSU, H. Interdisciplinaridade e patologia do
saber. Rio de Janeiro: Imago, 1976.
PICHÓN-RIVIÈRE, E. O Processo Grupal. São Paulo:
Martins Fontes, 1986.
SCARCELLI, I.R. O movimento antimanicomial e a
rede substitutiva em saúde mental: a experiência do
município de São Paulo. Dissertação (Mestrado). São
Paulo: Instituto de Psicologia da USP, 1998.
INTERFACE SAÚDE E CULTURA: EXPERIMENTAÇÕES PARA PROMOÇÃO DA SAÚDE
Silva, L. C. (1); CASTRO, E. D. (2);
Instituição: 1 - Centro de Atenção Psicossocial II
Infantil Capela do Socorro; 2 - Universidade de São
Paulo;
A partir de experiências práticas em serviços de saúde
que dialogam com projetos culturais na perspectiva de
criar possibilidades de produção de saúde, cultura e
participação social, surgiu o interesse de pensar a relação entre projetos culturais e a promoção da saúde.
A Política Nacional de Promoção da Saúde propõe intervenções ampliadas em aspectos que determinam o
processo saúde-doença de uma população: violência,
dificuldade de acesso à educação, desemprego, entre
outros. Assim, a organização da atenção e do cuidado
envolve ações e serviços que operem sobre o adoecer
e aqueles além dos muros das unidades de saúde,
incidindo sobre as condições de vida e que favorecem
escolhas saudáveis por sujeitos e coletividades no
território onde vivem.
E, o Ministério da Cultura lançou em 2004 o Programa
Nacional de Cultura, Educação e Cidadania – Cultura
Viva, em que a principal estratégia é a implantação dos
Pontos de Cultura. Este programa traz como objetivo
Anais XII Congresso Paulista de Saúde Pública
estimular e valorizar a diversidade das experiências
culturais, ou seja, a expansão cultural, no intuito de
envolver comunidades em desvantagem social e econômica na produção cultural (BRASIL, 2007).
Objetivos e Métodos: A partir da metodologia de pesquisa - o estudo de caso – buscou-se conhecer Pontos de
Cultura no município de São Paulo, aprofundando-se
no conhecimento de como estes se organizam, os desdobramentos no cotidiano das pessoas e comunidades
envolvidas e, estabelecer relações com diretrizes da
Política Nacional de Promoção da Saúde.
Resultados e Conclusão: A vida em circulação encontra
nas proposições culturais uma possibilidade de existência em que pequenas variações mutáveis operam
a construção de uma participação social através dos
eventos, das coisas produzidas, das obras, da participação grupal, enfim de todas as trocas que possam
ocorrer e que permitam o reconhecimento de forças, a
escuta das forças e das diferenças, exercícios de linguagem, de sociabilidade e de resistência ao esfacelamento
cultural do qual decorre o adoecimento humano.
Dessa forma, os Pontos de Cultura possibilitam que
populações em situação de vulnerabilidade social
passem a ocupar novos papéis perante o social, como
uma nova possibilidade na forma de ser, estar e agir
no mundo, de construção e reconstrução de projetos de
vida e de transformações no cotidiano. Desdobrandose em possibilidades de composição de redes sociais
territoriais, de apropriação e uso dos espaços públicos
e de produção de saúde e vida.
JOGOS DE MULTIMÍDIA – UM RECURSO NAS
AÇÕES DE EDUCAÇÃO EM SAÚDE
Zombini, E.V. (1); Pelicioni, M.C.F. (1);
Instituição: 1 - Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo;
Introdução: Os recursos de multimídia como oportunidades de meios de comunicação alternativo nas práticas de educação em saúde, torna a atividade desenvolvida mais dinâmica e criativa, ampliam as possibilidades
de interação e participação, podendo inclusive ser um
facilitador na alfabetização, particularmente do público infantil. Objetivo: Analisar a importância de jogos de
multimídia em ações de educação em saúde. Metodologia: Um trabalho de educação em saúde foi realizado
com crianças, em uma escola de educação especi