File - Laboratório Nacional de Células
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Resumo de Tese de Doutorado apresentada ao Programa de Ciências Morfológicas da UFRJ em Agosto de 2012 – Mariana Paranhos Stelling Influência do substrato e da assinatura atômica sobre a diferenciação neural de células-tronco pluripotentes RESUMO O estado pluripotente das células-tronco é mantido por um controle fino de estímulos externos e internos. O estudo de matrizes capazes de manter células-tronco pluripotentes tem revelado moléculas fundamentais para manutenção dessas células. A capacidade de diferenciação em todos os tipos celulares do organismo é outra importante característica das células-tronco pluripotentes. Muitos estudos tem buscado compreender o que acontece quando um estímulo é dado às células, quais moléculas são expressas ou como a expressão gênica é afetada. Entretanto, pouco se sabe sobre a dinâmica atômica dessas células no estado pluripotente ou durante sua diferenciação celular. Estudar as moléculas necessárias às células-tronco aliado às mudanças iônicas e a composição de metais nos processos de diferenciação revela fenômenos e abre novos caminhos, seja no estudo do desenvolvimento humano ou de patologias. Este trabalho buscou primeiramente avaliar a constituição de um substrato de células fixadas permissivo ao crescimento das células-tronco pluripotentes humanas e murinas. Fibroblastos embrionários murinos fixados em etanol mostraram-se capazes de manter células-tronco embrionárias em seu estado pluripotente. A composição de glicosaminoglicanos desse substrato foi definida e viu-se que o heparam sulfato é essencial para sua eficiência. Em seguida verificou-se a influência desse substrato acelular no processo de diferenciação. Vimos que a diferenciação é preservada, especificamente a diferenciação neural. Ao analisarmos mais profundamente tais células em diferenciação vimos que apresentam uma dinâmica atômica consistente entre linhagens e espécies. Verificamos que as células pluripotentes apresentam in vitro características do desenvolvimento embrionário, como o acúmulo de metais no tecido neural. Por fim, verificamos que essa dinâmica é alterada em células-tronco de pluripotência induzida derivadas de um paciente esquizofrênico, mas pode ser revertida aos níveis normais quando as células são tratadas com ácido valproico, um medicamento utilizado em algumas desordens mentais. Este trabalho revelou aspectos importantes da dinâmica celular no estado pluripotente, mostrando a versatilidade dos glicosaminoglicanos em promover e ajudar a manutenção das células e na dinâmica de diferenciação. Também pudemos verificar que as células-tronco em diferenciação neural organizam-se ao nível submolecular, assumindo assinaturas atômicas preservadas entre espécies, que parecem estar corrompidas em células derivadas de pacientes esquizofrênicos e potencialmente em outras desordens que acometem o tecido neural.