Plantas de cobertura, utilizando Urochloa

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Plantas de cobertura, utilizando Urochloa
UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA
“JÚLIO DE MESQUITA FILHO”
Faculdade de Engenharia de Ilha Solteira.
Plantas de cobertura, utilizando Urochloa ruziziensis
solteira e em consórcio com leguminosas e seus efeitos sobre a
produtividade de sementes do feijoeiro
João Víctor Trombeta Bettiol
-ExecutorProf. Dr. Marco Eustáquio de Sá
-Orientador-
Relatório Final da Bolsa de Iniciação
Cientifica da Fundação Agrisus referente
ao período de 09/10/2012 a 01/12/ 2013.
Processo 1056/12
Ilha Solteira
2013
SUMÁRIO
1-RESUMO DO PLANO APROVADO.........................................................................01
2-DESCRIÇÃO DA ETAPA CUMPRIDA DO PLANO APROVADO.......................02
3- INTRODUÇÃO..........................................................................................................03
4-REVISÃO DE LITERATURA....................................................................................06
5-MATERIAL E MÉTODOS.........................................................................................13
5.1-AVALIAÇÕES REALIZADAS ..............................................................................16
6- RESULTADOS E DISCUSSÃO................................................................................20
7- CONCLUSÕES ......................................................................................................... 41
8-REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS........................................................................ 43
9- CRONOGRAMA PARA AS PROXIMAS ETAPAS................................................53
1-RESUMO DO PLANO APROVADO
A cultura do feijoeiro tem ao longo dos anos apresentado um grande avanço em
termos de utilização de novas tecnologias, com o uso de irrigação, semeadura direta e
aplicação de produtos via foliar, além da produção de cultivares melhorada
geneticamente. Com o uso dessas técnicas modernas tem-se uma complementação no
âmbito da agricultura, resultando em um significativo e crescente aumento nos índices
de produtividade e produção. Dentre as técnicas utilizadas o uso de plantas de cobertura
para obtenção de palhada para a implantação da cultura do feijoeiro apresenta uma
significante importância . Os efeitos proporcionados por estás nos atributos químicos e
físicos do solo são bastantes variáveis, tendo como principais fatores de variação a
espécie utilizada, condições dos locais de cultivo, período de permanência dos resíduos
no solo e interação entre esses fatores. Neste contexto, o presente trabalho está sendo
realizado com o objetivo de se verificar o efeito de doses de N sobre a produção das
sementes obtidas em feijoeiro cv. IAC Formoso, em sistema de plantio direto sobre
palhada de Urochloa ruziziensis, em cultivo isolado e em consorcio com Crotalaria
juncea, feijão de porco, guandu e mucuna cinza. Em todos os casos estão sendo testádas
doses de adubo nitrogenado em cobertura, utilizando-se como fonte a ureia (0, 50,100 e
150 kg N ha-1). O experimento foi instalado na área experimental da Faculdade de
Engenharia, UNESP – Campus de Ilha Solteira, localizada no município de Selvíria
(MS), no período de verão e de outono-inverno respectivamente, com a utilização de
irrigação para a cultura do feijoeiro. O delineamento experimental utilizado foi o de
blocos casualizados com 20 tratamentos e 4 repetições, sendo os tratamentos obtidos do
fatorial plantas de cobertura (5) x doses de N (4). Posteriormente ao manejo das plantas
de cobertura instalou-se a cultura do feijoeiro cv. IAC Formoso em sistema de plantio
direto.
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2-DESCRIÇÃO
APROVADO.
DA
ETAPA
CUMPRIDA
DO
PLANO
Primeira etapa.
Resumo:As plantas de coberturas foram semeadas em 10 de dezembro de 2012,
e manejadas em 28 de fevereiro de 2013, 80 dias após sua semeadura. A semeadura da
cultura do feijoeiro foi realizada no dia 8 de maio de 2013 . A adubação em cobertura
foi realizada por ocasião da emissão do terceiro trifólio, totalmente aberto utilizando as
doses de nitrogênio 0,50,100 e 150 kg de N ha-1. Foram feitas as avaliações de campo,
da massa seca das plantas de cobertura, teor de clorofila das plantas, massa de matéria
seca das plantas, altura de planta, altura de inserção da primeira vagem, componentes da
produção (número de vagem/planta, número de grãos/planta, número médio de
grãos/vagem), produção de sementes e posteriormente realizada analise estatística dos
dados.
Segunda etapa.
Resumo: Após o término das avaliações dos componentes de produção realizouse as avaliações relacionadas a qualidade fisiológicas de sementes. Foram realizadas as
análises estatísticas para primeira contagem de germinação, germinação total, índice de
velocidade de germinação, envelhecimento artificial e teores foliares de macro
nutrientes.
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3- INTRODUÇÃO
O feijoeiro, no Brasil, é muito importante, e isto não está somente no fato de
nosso Pais ser o maior produtor mundial, mas também por ser o feijão uma das
principais fontes proteicas de nosso povo, além de ser uma excelente fonte de ferro e
carboidratos (MECHI et al 2005). O consumo atual é de 16 kg/hab/ano, e os
consumidores tem até mesmo preferências por cor, tipo de grão e o sabor que interfere
na qualidade da culinária em algumas regiões do Pais.
No Brasil, a cultura do feijoeiro pode ser plantada em três épocas, de setembro a
dezembro, denominada águas (primeira época), de janeiro a março, também chamado de
seca (segunda época) e de maio a junho, chamado de inverno (terceira época).
Os solos brasileiros são pobres de modo geral em nutrientes e para maximizar a
produção com responsabilidade é necessário fornecer uma adubação adequada, através
da mesma pode-se fornecer os nutrientes tais como nitrogênio, fósforo, potássio, cálcio,
enxofre, magnésio e micronutrientes, especialmente o nitrogênio cujo consumo é maior.
Neste sentido o uso do plantio direto por incorporar ao solo resíduos vegetais das
plantas de cobertura, tem proporcionado grandes benefícios para a cultura sucessora.
De acordo com Caires et al (2006), a implantação de sistemas de manejo
conservacionistas, que tem como principio a manutenção da cobertura vegetal e seus
resíduos sobre o solo, apresenta um marcante destaque como estratégia eficaz para
aumentar a sustentabilidade dos sistemas agrícolas nas regiões tropicais e subtropicais.
No cerrado, como elemento de cobertura, as plantas forrageiras tais como as
braquiárias, destacam-se pelo crescimento radicular ativo e contínuo, alta capacidade de
produção de biomassa, reciclagem de nutrientes e preservação do solo no que diz
respeito à matéria orgânica, nutrientes, agregação, estrutura, permeabilidade, infiltração,
entre outros. A camada de palha, ao cobrir a superfície do solo, impede a formação de
crostas, permitindo a infiltração de água no perfil do solo, em função dos canais abertos
pelas raízes decompostas (Salton, 2000).
As leguminosas desempenham um papel fundamental como fornecedoras de
nutrientes, quando o sistema plantio direto está estabilizado, uma vez que as plantas
dessa família têm a vantagem de prontamente disponibilizar nutrientes para culturas
sucessoras, em virtude da rápida decomposição dos seus resíduos.
A susceptibilidade dos resíduos vegetais à decomposição está associada à sua
composição química quanto aos teores de celulose, hemicelulose, lignina e polifenóis e
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às relações entre constituintes como C/N, C/P, lignina/N, polifenóis/N e lignina +
polifenóis/N (Rheinheimer et al., 2000; Aita & Giacomini, 2003; Espindola et al.,
2006).
Com o intuito de ter um sistema que proporcione cobertura duradoura e
fornecimento de nutrientes gradualmente vem se utilizando o consorcio entre
gramíneas e leguminosas. Giacomini et al. (2003) relataram que o consorcio entre
gramíneas e leguminosas produz uma palhada com relação C/N intermediaria aquela
das espécies em cultivo isolado, o que resulta em uma menor taxa de decomposição aos
resíduos de leguminosas, proporcionando cobertura de solo por mais tempo e maior
demanda de N pelas culturas.
O uso de plantas de plantas de cobertura pode restituir quantidades consideráveis
de nutrientes aos cultivos, uma vez que essas plantas absorvem nutrientes das camadas
subsuperficiais do solo e os liberam, posteriormente, na camada superficial pela
decomposição dos seus resíduos (Duda et al.; 2003). Contudo, segundo Alcântara et al.
(2000), os efeitos promovidos pelas plantas de cobertura nos atributos do solo possuem
grande variação devido principalmente a espécie utilizada, a forma de manejo oferecida
a biomassa, época de plantio e cortes da plantas, condições do local bem como o tempo
de permanência dos resíduos no solo assim com a interação entre esses fatores.
Segundo Malavolta (1979), o nitrogênio é um dos nutrientes mais importantes na
nutrição da planta e é, também, um dos que mais respostas positivas possuem em
termos de produtividade; é um dos nutrientes absorvidos em maior quantidade pelo
feijoeiro e, quando aplicado na dose recomendada, promove rápido crescimento
aumentando a folhagem e o teor de proteína nas sementes. Além disso, “alimenta” os
microrganismos do solo que decompõem a matéria orgânica e aumenta o teor de massa
seca. No entanto, quando fornecido em desequilíbrio em relação aos outros elementos,
pode atrasar o florescimento e a maturação e predispõe as plantas ao ataque de doenças.
A adubação nitrogenada é essencial às plantas e normalmente é aplicada em
altas doses, ocorre à transformação de formas de nitrogênio não absorvíveis pelas
plantas em formas absorvíveis e vice-versa, dificultando o entendimento de seu
comportamento no solo com o propósito de estimar a sua disponibilidade; trata-se,
portanto, de um elemento bastante dinâmico no solo (ROCHA et al, 2008).
O nitrogênio é um dos nutrientes que proporciona maior resposta pelo feijãocomum, e segundo Oliveira e Fageira (2003) a maior parte da massa seca dos grãos é
constituída de carboidratos (cerca de 65%) e nitrogênio. Uma boa porcentagem de N é
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estocada nas folhas sob a forma de proteínas que, ao se iniciar a formação das vagens e
dos grãos, são mobilizadas e translocadas para esses grãos.
Portanto, há necessidade de complementação da nutrição com o disponível no
ambiente, que deve ser feita aplicando-se uma parte na época de semeadura e o restánte
até antes da floração, pois está é a fase em que o feijoeiro mais necessita de nitrogênio
para a formação das vagens e dos grãos (PAULA JÚNIOR et al, 2008).
O presente trabalho possui como objetivo o de estudar o comportamento do
feijoeiro comum cv. IAC-Formoso em sistema de plantio direto sobre as palhadas de
braquiaria (Urochloa ruziziensis) solteiro e em consorcio com as leguminosas:
crotalaria (Crotalaria juncea), mucuna cinza (Stizolobium niveum), guandu (Cajanus
cajan) e feijão de porco (Canavalia ensiformis), totalizando cinco coberturas de solo,
com diferentes doses de adubo nitrogenado em cobertura, utilizando-se como fonte a
ureia (0, 50,100 e 150 kg N ha-1), visando obter informações sobre a produção de
biomassa das plantas de cobertura e na relação com a produtividade, produção e
qualidade das sementes obtidas no feijoeiro em sistema de plantio direto.
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4-REVISÃO DE LITERATURA
O feijoeiro, no Brasil, é muito importante, e isto não está somente no fato de
nosso Pais ser o maior produtor mundial, mas também por ser o feijão uma das
principais fontes protéicas de nosso povo, além de ser uma excelente fonte de ferro e
carboidratos (MECHI et al 2005). O consumo atual é de 16kg/hab/ano, e os
consumidores tem até mesmo preferências por cor, tipo de grão e o sabor que interfere
na qualidade da culinária em algumas regiões do Pais.
Cultivado por pequenos, médios e grandes produtores, em diversificados
sistemas de produção e em todas as regiões brasileiras, o feijoeiro comum reveste-se de
grande importância tanto econômica quanto social. Dependendo da cultivar e da
temperatura ambiente, pode apresentar ciclos variando de 65 a 100 dias, o que o torna
uma cultura apropriada para compor, desde sistemas agrícolas intensivos irrigados,
altamente tecnificados, ate aqueles com baixo uso tecnológico, principalmente de
subsistência (BARBOSA, 2007).
Sob o ponto de vista nutricional, o feijão apresenta teores significativos de
proteínas, carboidratos, vitaminas, minerais e fibra e apresenta baixo conteúdo de
gordura e de colesterol, por isso ele é considerado de alta qualidade nutricional e
funcional tornando assim o seu consumo vantajoso. O feijão é alimento de origem
vegetal, considerado um substituto da proteína animal por possuir baixo teor de gordura
e sódio e não conter nenhum colesterol, além de ser um acumulado de proteínas,
complexo de carboidratos, vitaminas do complexo B, minerais e apresenta maior teor de
fibra alimentar quando comparado aos cereais (trigo, arroz e milho) e a várias hortaliças
(PAULA, 2004; LONDERO et al., 2008).
Há diversas variedades melhoradas e adaptadas para as diferentes regiões, o que
facilita o desenvolvimento da cultura. O mesmo é cultivado por grande parcela de
pequenos produtores em todo o território nacional, empregando milhares de pessoas,
por outro lado existe uma boa estrutura de produção em escala comercial e
infraestrutura eficiente de produção em poder dos grandes produtores (PAULA
JUNIOR et al 2008).
No Brasil, a cultura do feijoeiro pode ser plantada em três épocas, de setembro a
dezembro, denominada águas (primeira época), de janeiro a março, também chamada de
“secas” (segunda época) e de maio a junho, chamada de inverno (terceira época).
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Os solos brasileiros são pobres de modo geral em nutrientes e para maximizar a
produção com responsabilidade é necessário fornecer uma adubação adequada, através
da mesma pode-se fornecer os nutrientes tais como nitrogênio, fósforo, potássio, cálcio,
enxofre, magnésio e micronutrientes, especialmente o nitrogênio cujo consumo é maior.
Neste sentido o uso do plantio direto por incorporar ao solo resíduos vegetais das
plantas de cobertura, tem proporcionado grandes benefícios para a cultura sucessora.
De acordo com Caires et al (2006), a implantação de sistemas de manejo
conservacionistas, que tem como principio a manutenção da cobertura vegetal e seus
resíduos sobre o solo, apresenta um marcante destaque como estratégia eficaz para
aumentar a sustentabilidade dos sistemas agrícolas nas regiões tropicais e subtropicais.
No cerrado, como elemento de cobertura, as plantas forrageiras tais como as
braquiárias, destacam-se pelo crescimento radicular ativo e contínuo, alta capacidade de
produção de biomassa, reciclagem de nutrientes e preservação do solo no que diz
respeito à matéria orgânica, nutrientes, agregação, estrutura, permeabilidade, infiltração,
entre outros. A camada de palha, ao cobrir a superfície do solo, impede a formação de
crostas, permitindo a infiltração de água no perfil do solo, em função dos canais abertos
pelas raízes decompostas (Salton, 2000).
As leguminosas desempenham um papel fundamental como fornecedoras de
nutrientes, quando o sistema plantio direto está estabilizado, uma vez que as plantas
dessa família têm a vantagem de prontamente disponibilizar nutrientes para culturas
sucessoras, em virtude da rápida decomposição dos seus resíduos.
A susceptibilidade dos resíduos vegetais à decomposição está associada à sua
composição química quanto aos teores de celulose, hemicelulose, lignina e polifenóis e
às relações entre constituintes como C/N, C/P, lignina/N, polifenóis/N e lignina +
polifenóis/N (Rheinheimer et al., 2000; Aita & Giacomini, 2003; Espindola et al.,
2006).
Com o intuito de ter um sistema que proporcione cobertura duradoura e
fornecimento de nutrientes gradualmente vem se utilizando o consorcio entre
gramíneas e leguminosas. Giacomini et al. (2003) relataram que o consorcio entre
gramíneas e leguminosas produz uma palhada com relação C/N intermediaria aquela
das espécies em cultivo isolado, o que resulta em uma menor taxa de decomposição aos
resíduos de leguminosas, proporcionando cobertura de solo por mais tempo e maior
demanda de N pelas culturas.
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O uso de plantas de plantas de cobertura pode restituir quantidades consideráveis
de nutrientes aos cultivos, uma vez que essas plantas absorvem nutrientes das camadas
subsuperficiais do solo e os liberam, posteriormente, na camada superficialpela
decomposição dos seus resíduos (Duda et al.; 2003). Contudo, segundo Alcântara et al.
(2000), os efeitos promovidos pelas plantas de cobertura nos atributos do solo possuem
grande variação devido principalmente a espécie utilizada, a forma de manejo oferecida
a biomassa, época de plantio e cortes da plantas, condições do local bem como o tempo
de permanência dos resíduos no solo assim com a interação entre esses fatores.
Segundo Malavolta (1979), o nitrogênio é um dos nutrientes mais importantes na
nutrição da planta e é, também, um dos que mais respostas positivas possuem em
termos de produtividade; é um dos nutrientes absorvidos em maior quantidade pelo
feijoeiro e, quando aplicado na dose recomendada, promove rápido crescimento
aumentando a folhagem e o teor de proteína nas sementes. Além disso, “alimenta” os
microrganismos do solo que decompõem a matéria orgânica e aumenta o teor de massa
seca. No entanto, quando fornecido em desequilíbrio em relação aos outros elementos,
pode atrasar o florescimento e a maturação e predispõe as plantas ao ataque de doenças.
A adubação nitrogenada é essencial às plantas e normalmente é aplicada em
altas doses, ocorre à transformação de formas de nitrogênio não absorvíveis pelas
plantas em formas absorvíveis e vice-versa, dificultando o entendimento de seu
comportamento no solo com o propósito de estimar a sua disponibilidade; trata-se,
portanto, de um elemento bastante dinâmico no solo (ROCHA et al, 2008).
O nitrogênio é um dos nutrientes que proporciona maior resposta pelo feijãocomum, e segundo Oliveira e Fageira (2003) a maior parte da massa seca dos grãos é
constituída de carboidratos (cerca de 65%) e nitrogênio. Uma boa porcentagem de N é
estocada nas folhas sob a forma de proteínas que, ao se iniciar a formação das vagens e
dos grãos, são mobilizadas e translocadas para esses grãos.
Portanto, há necessidade de complementação da nutrição com o disponível no
ambiente, que deve ser feita aplicando-se uma parte na época de semeadura e o restante
até antes da floração, pois está é a fase em que o feijoeiro mais necessita de nitrogênio
para a formação das vagens e dos grãos (PAULA JÚNIOR et al, 2008).
Ainda que a matéria orgânica seja a principal fonte de N ao solo, a atmosfera
também pode fornecer N ao solo por três tipos de processos: a) fixação biológica (não
simbiótica ou simbiótica, como nas leguminosas); b) fixação por oxidação natural
(formação de NO3- pelas descargas elétricas dos relâmpagos e posterior transporte
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pluvial até o solo); e c) indiretamente, pela fixação industrial por meio da fabricação de
fertilizantes a partir da síntese da amônia (LOPES, 1989).
A adubação verde com leguminosas proporciona vantagens, como a economia
com gastos de fertilizantes nitrogenados, grande rendimento por área, sistema radicular
profundo, que ajuda a descompactar o solo, e simbiose com bactérias fixadoras de
nitrogênio (Silva et al., 1985). Já a rotação de culturas pode ser citada como benéfica à
melhoria das condições físicas, químicas e biológicas do solo, ao controle de plantas
daninhas, bem como ao de doenças e pragas, à reposição de restos orgânicos, e à
proteção do solo contra a ação dos agentes climáticos. É recomendável usar espécies das
plantas fixadoras de nitrogênio com sistema radicular profundo ou abundante, espécies
capazes de aproveitar os fertilizantes residuais das culturas comerciais.
O manejo da matéria orgânica mediante rotação de culturas, adubação verde e
consorciação de culturas pode proporcionar melhor aproveitamento de adubos químicos
e possibilitar redução nos custos com adubação nitrogenada mineral, uma vez que
propicia aumento da atividade biológica do solo (Hernani et al., 1995).
Kiehl (1985) afirmou que os adubos verdes, ao absorverem os nutrientes do solo,
contribuem para a redução das perdas por lixiviação. O autor recomenda, ainda, não
atrasar a implantação da cultura comercial, pois os adubos verdes após incorporação
tendem a se decompor e a liberar rapidamente os nutrientes.
Hernani et al. (1995) sugeriram ser a matéria orgânica capaz de influenciar de
forma positiva a retenção de nutrientes de plantas e diminuir as perdas por lixiviação;
mas, segundo os autores, o efeito mais importante da decomposição de restos vegetais é
a melhoria da estrutura do solo, que, consequentemente, melhora a relação água/ar, além
de permitir aumentos da infiltração de água, da retenção de água e nutrientes.
Para Dourado Neto e Fancelli (2000) recomenda-se aplicar de 20 a 90 kg ha-1 de
N, para se obter a partir de 1200 kg ha-1 de feijão como rendimento almejado, em
aplicação única por ocasião da emissão do 3° trifólio. Em situações especiais
recomenda-se a aplicação de 10 a 25 kg ha-1 de N entre o estádio R5 (botões florais) e
R7 (aparecimento das vagens).
Canechio Filho (1987) ressaltou que alta exigência da cultura em relação ao
nitrogênio se deve ao fator desta ser uma leguminosa produtora de grãos ricos em
proteínas, o que a torna mais exigente em nitrogênio que outras plantas.
O N é o elemento mais absorvido e extraído pelo feijoeiro, uma vez que é
componente essencial para a síntese protéica e influencia significativamente a
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produtividade e devido ao alto custo dos fertilizantes nitrogenados e as perdas deste
nutriente pelo solo, contribuindo para a poluição ambiental, torna-se de grande interesse
a busca de técnicas que possam maximizar o seu uso (SILVA, 2006).
A qualidade de um lote de sementes compreende uma série de atributos que
determinam seu valor para a semeadura, sendo de natureza genética, física, fisiológica e
sanitária (POPINIGIS, 1985). A qualidade das sementes influencia fortemente o sucesso
ou fracasso da cultura, especialmente em condições de estresse ambiental, para tanto
métodos experimentais, foram desenvolvidos para minimizar o risco de utilização de
sementes de baixa qualidade (HALMER, 2000), com isso a qualidade fisiológica tem
sido um dos aspectos mais pesquisados nos últimos anos em decorrência das sementes
estarem sujeitas a uma série de mudanças degenerativas de origem bioquímica,
fisiológica e física após a sua maturação as quais estão associadas com a redução do
vigor (Abdul-Baki; Anderson, 1972).
Toledo et al. (2009) relataram que a qualidade fisiológica esta relacionado com a
capacidade da semente em desempenhar suas funções vitais, caracterizando-se pela
longevidade, germinação e vigor. Portanto, os efeitos sobre a qualidade geralmente são
traduzidos pelo decréscimo na porcentagem de germinação, aumento de plântulas
anormais e redução do vigor das plântulas.
Segundo Hampton e Coolbear (1990), em função das limitações do tempo
requerido para o teste de germinação, tem sido contínuo o interesse, pelo potencial das
propriedades fisiológicas e bioquímicas das sementes como índices de vigor. Pelas
condições essencialmente favoráveis de sua condução, o teste de germinação não
detecta diferenças mais sutis em termos de deterioração, além de não avaliar o potencial
de armazenamento e o desempenho das sementes em condições gerais de campo.
As condições que as plantas encontram no solo para germinação raramente são
ótimas, pois há ali microrganismos que podem afetá-las, apesar dos fatores físicos
serem favoráveis. Desta forma, lotes de sementes da mesma cultivar, com capacidade de
germinação semelhantes, podem apresentar diferenças marcantes na porcentagem de
emergência de plântulas em condições de campo. A falta de uma estreita relação entre a
germinação obtida em laboratório e a emergência em campo foi responsável pelo
desenvolvimento do conceito vigor. Desta forma, este conceito torna-se importante para
se armazenamento, porque eles podem apresentar diferentes capacidades de
armazenagem (Carvalho; Nakagawa, 2000).
Um teste de vigor é determinado sob condições desfavoráveis, ou medindo-se o
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declínio de alguma função bioquímica ou fisiológica (SÁ, 1994) e de acordo com
McDonald (1980) deve ser: econômico, rápido, simples, objetivo, reprodutível,
apresentar resultados que se correlacionem com o desempenho em campo.
Os testes de vigor mais utilizados são os de envelhecimento acelerado e o de
frio. Levantamentos efetuados pela Association of Official Seed Analystis indicaram
que 56% dos laboratórios dos Estados Unidos e Canadá utilizam esses testes para
avaliação do vigor e as espécies avaliadas com maior freqüência são milho e soja
(Spears, 1995).
O teste de envelhecimento acelerado integra muitas das importantes
características desejadas em um teste de vigor, é rápido, econômico, simples e útil para
todas as espécies (COPELAND; MCDONALD, 2001). Inicialmente proposto como um
método para avaliar o potencial de armazenamento de sementes, este teste é realizado
em condições de alta temperatura e umidade relativa do ar (cerca de 100%) por períodos
curtos (3 a 4 dias), seguido por um teste de germinação (COPELAND; MCDONALD,
2001; HALMER, 2000). Na prática, o teste é bem sucedido para algumas espécies,
independentemente da evidência de que as sementes estão em um estado anormal após
tratamento sob essas condições, em termos de parâmetros celulares básicos, tais como
ácidos nucléicos e membranas (HALMER, 2000). As diferenças de umidade inicial das
sementes devem ser consideradas na interpretação deste teste (COPELAND;
MCDONALD, 2001).
Delouche (2002) relata que a duração do processo de deterioração é determinada
principalmente pela interação entre herança genética, o grau de umidade da semente e a
temperatura, ainda cita que o potencial relativo de armazenamento de lotes de sementes,
ou seja, o vigor das sementes pode ser avaliado pelo teste de envelhecimento acelerado
e que este teste tem como base o fato de que a taxa de deterioração das sementes é
aumentada consideravelmente através de sua exposição a níveis adversos de
temperatura e umidade relativa do ar, considerados os fatores ambientais mais
relacionados à deterioração das sementes.
Sendo assim, para Marcos Filho (2005) a semente é considerada o mais
importante insumo agrícola, porque conduz ao campo as características genéticas
determinantes do desempenho da cultivar; ao mesmo tempo, é responsável e contribui
para o sucesso do estabelecimento do estande desejado, fornecendo a base para a
produção rentável.
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A produção de sementes de boa qualidade tem grande importância para
possibilitar um bom estabelecimento de plântulas e facilitar a expansão da área de
cultivo, mas Peske e Baudet (2000) ressaltam que sementes de alta qualidade utilizadas
com práticas culturais inadequadas não terão condições de corresponder ao esperado e
isso resultaria em insucesso.
Portanto se torna essencial a obtenção de sementes que mantenham o máximo de
qualidade desde o período de campo e durante a armazenagem para que possam ser
semeadas e garantir um estande e desenvolvimento adequado da cultura. Com isso é
importante que tanto o agricultor como os produtores de sementes utilizem de
tratamentos que propiciem às sementes apresentarem alta qualidade e viabilidade para o
desenvolvimento de uma planta saudável e potencialmente produtiva.
Pela importância que se tem a etapa de produção das sementes é de vital
importância para que se obtenha produto de elevada qualidade, a busca de sistemas que
propiciem a produtividade de sementes não só em quantidade elevada, mas também que
apresentem alta qualidade são de fundamental importância para os produtores e
agricultores.
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5-MATERIAL E MÉTODOS
O experimento foi conduzido na área experimental da Faculdade de Engenharia,
UNESP – Campus de Ilha Solteira, localizada no município de Selvíria (MS), no
período de verão e de outono-inverno respectivamente, sendo o feijoeiro com irrigação.
A área apresenta como coordenadas geográficas 51o24´de longitude Oeste de Greenwich
e de 20o20´ latitude sul, com altitude de 335 m.
Segundo Hernandez et al. (1995) a precipitação pluvial média anual é de
aproximadamente 1370 mm, a temperatura média anual de 23,5ºC e a umidade relativa
do ar média anual de 70 a 80%.
O solo do local segundo o levantamento detalhado efetuado por Demattê
(1980), foi classificado como Latossolo Vermelho-Escuro, epi-eutrófico álico textura
argilosa, sendo denominado de Latossolo Vermelho Distrófico argiloso, pela atual
nomenclatura do Sistema Brasileiro de Classificação de Solos (EMBRAPA, 2006).
Para determinação das características químicas do solo, foram retiradas em 4
pontos da área amostras de solo na camada de 0 - 20 cm, amostras estás que foram
juntadas e homogeneizadas e desta coletou-se uma amostra simples que foi
encaminhada ao Laboratório de Fertilidade do Solo e Nutrição de Plantas para
determinação de pH, MO, P, K, Ca, Mg, H+Al, Al, SB, CTC e V%; com o objetivo de
se verificar as condições de fertilidade em que se encontra o solo.
As características químicas do solo foram determinadas antes da instalação da
cultura,por meio de análise química que cujos dados estão contidos na Tabela 1.
Tabela 1. Dados da análise química do solo.
P-Resina
mg/dm³
M.O.
g/dm³
pH
CaCl2
K
mmolc/
Ca
mmolc/
Mg
mmolc/
H + Al
mmolc/
dm³
dm³
dm³
dm³
36
25
4,9
5,2
25
19
36
Al
mmolc/
SB
mmolc/
CTC
mmolc/
V
%
M
%
Ca/CTC
%
Mg/CTC
%
dm³
dm³
dm³
1
49,2
85,2
58
2
29
22
13
As plantas de cobertura foram semeadas de forma manual em 10 de dezembro de
2012 na ausência de adubação de semeadura. Cada parcela constava de oito linhas de 20
metros e o número de sementes para cada uma das coberturas foram: brachiaria – 12
kg/ha, mucuna cinza – 10 sementes m-1, guandu – 20 sementes m-1, feijão de porco – 12
sementes m-1, Crotalaria juncea 30 – sementes m-1.
Em 28 de fevereiro de 2013, 80 dias após a semeadura, as plantas de cobertura
foram manejadas, utilizando-se roçadeira. A dessecação da área realizou-se
posteriormente, em 02 de março de 2013, aplicando-se o herbicida glifosato na dose de
1.560 g ha-1 do ingrediente ativo.
No dia 08/05/2013 a cultura do feijoeiro foi instalada no sistema de plantio
direto utilizando-se sementes do cultivar IAC-Formoso, pertencente a grupo carioca
precoce com ciclo aproximado de 75 dias. O tratamento das sementes se deu com a
utilização do fungicida carboxin+thiram na dose de 200 ml/100 kg de sementes, a
semeadura foi realizada de forma mecanizada no dia 8 de maio de 2013, no
espaçamento de 0,5 m entre linhas e densidade de 15 sementes m-1 visando a obtenção
de população de 240000 plantas ha-1, considerando o poder germinativo de 85%.
A adubação da semeadura foi realizada de acordo com a análise de solo, visando
obter altos níveis de produtividade para o feijoeiro irrigado. A adubação de cobertura foi
realizada no dia 31/05/2013 por ocasião no estádio V4-3 utilizando as doses de 0, 50,
100 e 150 kg de N ha-1 utilizando-se a ureia como fonte de N.
As parcelas constaram de 6 linhas de 5 m sendo considerado como área útil as 4
linhas centrais a 0,5 m de cada extremidade.
Os tratos culturais e fitossanitários foram os recomendados para a cultura que
possui como método de irrigada o de aspersão utilizando o equipamento Pivot Central.
Para o controle de plantas daninhas foi realizado no dia 25/05/2013 uma
aplicação do herbicida Fomesafen na dose de 1,0 L ha-1 juntamente com Podium, 20
dias após a semeadura, na dose de 0,7 L ha-1.
Para controle pragas foi realizada uma aplicação no dia 22/05/2013 de Decis 25
EC na dose de 150 ml ha-1 e para controle preventivo das doenças aplicou-se mancozeb
na dose de 1 kg ha-1 de principio ativo.
Em todas as aplicações foi utilizada a quantidade de 200 L ha-1 de calda.
Para controle pragas e doenças foram realizadas quatro aplicações sendo:
1. Deltaphos + Espalhante 1,0 L ha-1 + 0,2 %.
2. Deltaphos + Mancozeb + Espalhante 1,0 L ha-1 + 1600 g ha-1 + 0,2 %.
14
3. Deltaphos + Mancozeb + Espalhante 1,0 L ha-1 + 1600 g ha-1 + 0,2 %.
4. Imidacloprido + Espalhante 0,5 L ha-1 + 0,2 %.
Para as analises estatísticas foi utilizado o programa SISVAR, com o seguinte
esquema de análise de variância.
Causa da variação
G.L
Plantas de cobertura (P)
4
Doses de N (D)
3
Blocos
3
PxD
12
Resíduo
57
Total
79
Para doses de N foram realizadas análises de regressão polinomial.
15
5.1-AVALIAÇÕES REALIZADAS.
Massa seca das plantas de cobertura
Anteriormente ao manejo das plantas de cobertura foram retiradas amostras em
três pontos de cada parcela utilizando-se um quadrado de 0,5m X 0,5m, cortando-se as
plantas junto ao solo, pesando-as e depois as colocando em estufa a 65ºC-70ºC até
atingirem peso constante. Em seguida as mesmas foram pesadas e os dados foram
utilizados para se calcular a produtividade de massa seca, transformando os dados
obtidos em kg ha-1.
Determinação do teor de nutrientes da biomassa seca das plantas de cobertura.
Após a determinação da biomassa seca, as amostras foram homogeneizadas e de
cada amostra foi retirada uma subamostra de 30 g. O material foi moído em moinho tipo
“Wiley” e acondicionada em sacos plásticos que depois de fechados e identificados
foram conduzidos ao laboratório de Nutrição de Plantas, do Departamento de
Fitossanidade, Engenharia Rural e Solos (UNESP- Campus de Ilha Solteira) para
determinação dos teores de N, P, K, Ca, Mg e S, conforme metodologia descritas por
Malavolta et al (1997).
Com os dados da biomassa seca. há-1 e dos teores de nutrientes foi possível
determinar
o retorno potencial de nutrientes em função das plantas de cobertura
utilizadas.
Para as analises estatísticas utilizou-se o programa SISVAR.
Teor de clorofila nas plantas.
Foi determinado através do medidor eletrônico de teor de clorofila no dia
16/06/2013. Cada medição foi realizada no terceiro trifólio contando do ápice para a
base, sendo obtidas quatro medições por parcela, em quatro plantas e com os dados
obtidos destas medições obteve-se a média por parcela. As medições foram realizadas
com as plantas em florescimento pleno.
Peso da matéria seca de plantas
Por ocasião do florescimento pleno das plantas, foram coletadas ao acaso, 10
plantas da área de cada parcela, que foram levadas ao laboratório, acondicionadas em
sacos de papel devidamente identificadas e colocadas para secagem em estufa de
ventilação forçada à temperatura média de 60 - 70°C, até atingir peso constante.
Altura de planta
16
Por ocasião da colheita mediu-se com uma fita métrica graduada em mm, a
altura, de 10 plantas, da extremidade até o nó de inicio das raízes e para as analises
utilizaram os valores médios.
Altura de inserção da primeira vagem
Por ocasião da colheita mediu-se com uma fita métrica graduada em mm, a
altura de inserção da primeira vagem de 10 plantas, medição esta obtida a partir do colo
da planta até a inserção da primeira vagem, obtendo-se posteriormente a média dos
resultados, valores estes utilizados para as analises.
Componentes de produção
Por ocasião da colheita realizada no dia 17 de agosto de 2013, foram coletadas
10 plantas em local pré-determinado, na área útil de cada parcela para determinação de:

Número de vagens/planta: sendo determinado através da
relação número total de vagens/número de plantas.

Número de grãos/planta: sendo determinado através da
relação número de grãos/número de plantas.

Número médio de grãos/vagens: sendo determinado
através da relação número total de grãos/número total de vagens.
Produção de sementes
Foi avaliada através da colheita das plantas (manualmente) das duas linhas
centrais de cada parcela, desprezando-se 0,5m de cada extremidade. O material foi
arrancado e colocado em sacos de juta, previamente identificados, sendo posteriormente
levados para terreiro de alvenaria, onde se procedeu a secagem final. A batedura e
limpeza do material realizou-se em trilhadeira estacionária, com posterior pesagem em
balança de precisão 0,1g. A partir dos dados obtidos a produção foi transformada em kg
ha, ao grau de umidade de 13% base úmida.
Avaliações de laboratório: qualidade fisiológica.
Por meados de fevereiro de 2013 as sementes obtidas por ocasião da colheita no
dia 27 de outubro de 2012, foram levadas ao Laboratório de Analises de Sementes, do
Departamento de Fitotecnia, Tecnologia de Alimentos e Sócio Economia (DFTASE) da
UNESP, onde foram realizadas as avaliações da qualidade fisiológica das sementes
através dos seguintes testes:
Peso de mil sementes
Foi avaliado, segundo as recomendações das Regras para Análise de Sementes
(BRASIL, 1992), com oito sub-amostras de 100 sementes por tratamento. As pesagens
17
foram feitas em balanças de precisão de 0,1g, obtendo-se a seguir, o peso de mil
sementes por amostras.
Teste de Germinação
Foi realizado com quatro sub-amostras de 50 sementes para cada tratamento,
sendo que cada tratamento teve suas sub-amostras de sementes distribuídas sob folhas
previamente contadas de papel germitest e em seguida enroladas e acondicionadas em
germinador regulado para manter temperaturas constantes de 25°C. As folhas de papel
germitest foram umedecidas de acordo com sua massa, utilizando-se quantidade de água
equivalente a 3 vezes a massa do papel seco. As contagens foram efetuadas aos 5 dias e
9 dias após a semeadura, segundo os critérios estabelecidos pelas Regras para Análise
de Sementes (BRASIL, 1992).
Primeira contagem de germinação
Foi efetuado em conjunto com o teste de germinação, computando-se as
plântulas normais verificadas no quinto dia após a semeadura, em técnica semelhante
adotada por Burris et al, (1969).
Velocidade de Germinação
Foi realizada em conjunto com o teste de germinação de acordo com a fórmula
proposta por Maguire (1962), ou seja, ∑N1/D1+ N2/D2+......+Nn/Dn onde N é o
número de plântulas normais germinadas e D o número de dias para a germinação.
Envelhecimento acelerado
Foi conduzido com 4 sub-amostras de 50 sementes para cada tratamento,
colocadas em mini câmara gerbox; estas foram mantidas em uma câmara BOD a 42°C,
e aproximadamente 100% de umidade relativa do ar por 60 horas, conforme Marcos
Filho et al. (1987). As sementes correspondentes a cada sub-amostras foram colocadas
para germinar da mesma forma que no teste de germinação, durante 5 dias, quando
então foram realizadas as contagens das plântulas normais.
Determinação do teor de nutrientes da biomassa seca das plantas de feijoeiro
Após a determinação da biomassa seca, as amostras foram homogeneizadas e de
cada amostra foi retirada uma subamostra de 30 g. O material foi moído em moinho tipo
“Wiley” e acondicionada em sacos plásticos que depois de fechados e identificados
foram conduzidos ao laboratório de Nutrição de Plantas, do Departamento de
Fitossanidade, Engenharia Rural e Solos (UNESP- Campus de Ilha Solteira) para
determinação dos teores de N, P, K, Ca, Mg e S, conforme metodologia descritas por
Malavolta et al (1997).
18
Com os dados da biomassa seca. há-1 e dos teores de nutrientes foi possível
determinar
o retorno potencial de nutrientes em função das plantas de cobertura
utilizadas.
Para as analises estatísticas utilizou-se o programa SISVAR.
19
6- RESULTADOS E DISCUSSÕES.
Na Figura 1, estão apresentados os dados climáticos de temperatura máxima e
mínima, precipitação e umidade relativa média do ar referente ao período desde a
implantação das plantas de cobertura até a colheita final do feijoeiro. Observa-se que
houve boa distribuição de chuva no período de desenvolvimento das plantas de
cobertura (dezembro a abril), o que proporcionou um grande acúmulo de matéria seca
dessas plantas na área. No período de desenvolvimento do feijoeiro (maio a agosto)
houve temperaturas amenas, o que não comprometeu o desenvolvimento do feijoeiro
(final de maio a metade de julho), apesar de ter ocorrido veranicos, mas como a área é
irrigada, não apresentou problemas na germinação e no desenvolvimento das plantas,
proporcionando boa germinação e sobrevivência de plantas, bem como crescimento e
desenvolvimento adequado da cultura.
70,00
65,00
60,00
55,00
50,00
45,00
40,00
35,00
30,00
25,00
20,00
15,00
10,00
5,00
0,00
Temp. máxima
Temp. mínima
UR
100,0
90,0
80,0
70,0
60,0
50,0
40,0
30,0
20,0
Temperatura ( °C) e UR (%)
Precipitacão pluvial (mm)
Precipitação
10,0
0,0
Figura 1. Valores diários médios de precipitação pluvial (mm), umidade relativa do ar (%), temperatura
máxima e mínima (ºC) coletadas durante a condução do experimento. Selvíria-MS. 2012-2013.
Na Tabela 1 observa-se os valores médios para as variáveis, massa fresca (verde)
e massa seca das plantas de cobertura, onde se observou-se que houve diferença
significativa entre o cultivo exclusivo (solteiro) e os consorciados apenas para massa
verde.
20
Tabela 2. Produção de massa verde (kg ha-1) e massa seca (kg ha-1) das plantas
de cobertura por ocasião do manejo. Ilha Solteira, 2013.
Cobertura
Braquiária
Braquiária+mucuna
Braquiária+crotalária
Braquiária+ feijão de
porco
Braquiária+guandu
Média
D.M.S.
C.V. %
Massa Verde
(kg ha-1)
60000.0 b
34916.6 c
89900.0 a
44950.0 bc
Massa Seca
(kg ha-1)
8166.6
6316.6
12689.9
9383.3
52976.67 bc
56548.67
23016.90
18.05
6083.3
8527.99
7969.75
41.45
As médias seguidas pela mesma letra na coluna, não diferem entre si, pelo teste de Tukey, a 5%.
Para matéria verde das plantas de cobertura (Tabela 2), verifica-se que o
consorcio braquiaria+crotalaria proporcionou maior produção de massa fresca (verde)
se comparado com os demais tratamentos, cerca de 89900. kg ha-1 diferindo
significativamente dos demais tratamentos. Tal produção deve-se ao fato de a crotalaria
apresentar em sua estrutura morfológica a presença de caule lenhoso que de acordo com
o estádio de desenvolvimento da planta apresenta um elevado teor de água resultando
desta forma em uma aumento na quantidade de matéria fresca da planta, alem de um
grande desenvolvimento das plantas.
Lima et al. (2001), relataram que o peso de material fresco (verde) pode mostrarse bastante variável, provavelmente em função do teor de água oscilar bastante a partir
da colheita da planta, dependendo principalmente das condições de umidade relativa do
ar desde o local da amostragem ate o local de pesagem tendo essa variação um aumento
ou decréscimo de acordo com o intervalo de tempo gasto entre colheita e pesagem. Fato
este que Benincasa (1986), afirmou ser preferencial a utilização do peso da massa seca
ao invés do peso fresco do material analisado.
Apesar de não apresentar diferença significativa entre as coberturas a maior
produção de matéria seca foi observada em braquiaria consorciada com crotalaria, com
produção superior de 12 toneladas.
Braquiaria consorciada com guandu apresentou a menor produtividade de
matéria seca com 6082 kg ha-1 ,valor superior aos encontrados por Iocio (2011) e
Gerdes (2000) que apresentaram valores de matéria seca de Urochloa brizantha cv.
Marandu consorciada com guandu de 1670 kg ha-1 e 3760 kg ha-1 respectivamente.
21
A quantidade de matéria vegetal fornecida pelas plantas de cobertura apresentou
valores superiores aos que tem sido apontados como quantidade mínima ideal de adição
de matéria em um sistema de rotação de culturas, de maneira que a cobertura do solo se
mantenha adequada, com valor de 6000 kg ha-1ano-1 de palhada, conforme citado por
Alvarenga et al (2001), sendo a media geral de produtividade da matéria seca de 8526
kg ha-1, resultado este superior a quantidade mínima, indicando desta forma uma boa
cobertura do solo.
Tabela 3. Teores de macronutrientes da parte aérea das plantas de cobertura
(massa seca), Ilha Solteira,2013.
Cobertura
Braquiaria
Braquiaria+mucuna
Braquiaria+feijão de porco
Braquiaria+crotalaria
Braquiaria+guandu
Média
D.M.S.
C.V.%
N
P
10.60 c
26.32 a
18.13 b
19.65 ab
22.96 ab
19.53
6.92
15.71
2.47
4.09
2.94
3.36
3.51
3.27
1.63
22.10
K
Ca
-1
g kg
18.31
4.19
19.51
5.08
20.06
6.00
20.08
6.83
18.44
7.69
19.29
5.96
7.77
4.64
17.85 34.53
Mg
S
3.31
3.33
3.06
3.50
3.19
3.28
1.41
19.20
2.64
2.61
4.42
2.83
2.32
2.96
3.79
56.75
As médias seguidas pela mesma letra na coluna, não diferem entre si, pelo teste de Tukey, a 5%.
Na tabela 3 encontram-se os valores dos macronutrientes presentes na matéria
seca das plantas de cobertura onde se observou que houve efeito significativo apenas
para o teor de N, sendo que a cobertura braquiaria+mucuna proporcionou maior
quantidade, cerca de 26,32 kg ha-1 quando comparado com as demais coberturas; não
diferindo estátisticamente dos consórcios braquiaria+crotalaria e braquiaria+guandu.
Silva et al (2002), ao trabalhar com a ciclagem e incorporação de nutrientes ao solo pela
utilização de adubos verdes também observou diferença significativa para o teor de N,
onde o cultivo de Mucuna proporcionou uma media de 24 g kg-1, valor este próximo ao
encontrado no presente trabalho. O menor valor encontrado foi o da cobertura de
braquiaria solteira, cerca de 10,60 g kg-1.
22
Tabela 4. Teores de micronutrientes da parte aérea das plantas de cobertura (massa
seca), Ilha Solteira,2013.
Cu
Cobertura
Fe
Mn
Zn
155.00 a
86.67 bc
77.50 bc
73.33 c
112.50 b
101.00
38.63
16.97
35.00
30.00
30.00
30.00
32.50
31.50
8.23
11.59
-1
mg kg
Braquiaria
Braquiaria+mucuna
Braquiaria+feijão de porco
Braquiaria+crotalaria
Braquiaria+guandu
Média
D.M.S.
C.V.%
42.50
26.67
25.00
33.33
32.50
32.00
23.85
33.06
1662.50 a
1353.33 ab
1237.50 ab
946.67 b
1482.50 ab
1336.50
537.10
17.82
As médias seguidas pela mesma letra na coluna, não diferem entre si, pelo teste de Tukey, a 5%.
Para os micronutrientes (Tabela 4), houve efeito significativo para os teores de
Fe e Mn presentes na matéria seca, sendo a cobertura braquiaria solteira a que
possibilitou os maiores valores para ambos, cerca de 155 e 35 mg kg-1 respectivamente.
Supõe-se que a cobertura braquiaria solteira apresentou os maiores valores por poder
apresentar seu total potencial produtivo se comparado aos consórcios onde o
desenvolvimento de ambas não é completo devido a competição por água, luz e
nutrientes. Também em ambos os casos o consorcio braquiaria+crotalaria apresentou
menores valores, 73,33 e 30 mg kg-1 respectivamente.
De posse dos resultados de produção média de material seco (Tabela 2) e teores
médios de nutrientes (Tabelas 3 e 4), pode-se calcular a quantidade de nutrientes
incorporados ao solo pelo cultivo de braquiaria solteira e consorciada com leguminosas
(Figura 2 e 3). Assim, verifica-se que as espécies estudadas são grandes incorporadoras
e recicladoras de nutrientes ao solo, considerando apenas a parte aérea, onde se
destácam o consórcio braquiaria+crotalaria, braquiaria+mucuna, braquiaria+guandu e
braquiaria+feijão-de-porco com valores significativos de N (253; 166; 136 e 163 kg ha1
, respectivamente. Segundo Igue (1984), 2/3 do N total das leguminosas é proveniente
da fixação simbiótica de N2 atmosférico, e o restánte é absorvido do solo numa
quantidade total de N que varia de 15 a 30 g/kg do resíduo orgânico.
Estudando a dinâmica do nitrogênio na crotalária e na mucuna-preta marcadas
com 15N, Ambrosano (1995) determinou que 60 a 80 % do N das leguminosas
permaneceu no solo, 20 a 30 % foi absorvido pelas plantas de milho e que 5 a 15 %
deixou o sistema solo-planta.
Os 253 kg ha-1 de N incorporados pelo consórcio braquiaria+crotalaria,
considerando plantio em área total, equivale à aplicação de 550 kg de ureia ha ou 1265
23
kg de sulfato de amônia ha na área total, proporcionando uma redução nos custos com
adubação nitrogenada.
Os demais macros e micronutrientes são provenientes da reciclagem de
nutrientes efetuada por estás espécies, que absorvem os nutrientes lixiviados no perfil
do solo (camadas subsuperficiais principalmente), trazendo-os novamente à superfície
do solo onde estarão disponíveis às culturas econômicas (SILVA et al. 2002). Com
exceção ao N, os demais nutrientes não apresentaram diferença significativa entre si.
Braquiaria
Braquiaria+crotalaria
Braquiaria+guandu
Braquiaria+feijão de porco
275
Braquiaria+mucuna
a
250
225
kg ha-1
200
175
ab ab
150
ab
125
100
b
75
50
25
0
Nitrogênio
Fosfóro
Potássio
Cálcio
Magnésio
Enxofre
Figura 2. Quantidade media potencial de macronutrientes reciclados ao solo pelo cultivo de
braquiaria solteira e consorciada com leguminosas. Ilha Solteira, 2013.
24
Braquiaria
Braquiaria+crotalaria
Braquiaria+mucuna
Braquiaria+guandu
Braquiaria+feijão de porco
1600
1400
1200
g ha-1
1000
800
600
400
200
0
Cobre
Ferro
Manganês
Zinco
Figura 3. Quantidade media potencial de micronutrientes reciclados ao solo pelo cultivo de
braquiaria solteira e consorciada com leguminosas. Ilha Solteira, 2013.
Pode-se observar que as variáveis analisadas clorofila, massa fresca (verde) e
massa seca de plantas não foram afetadas significativamente pelas coberturas, não
diferindo estatisticamente entre si, como pode ser verificado na tabela 3.
Tabela 5. Médias de teor de clorofila, matéria fresca (verde) e matéria seca de planta,
altura de planta, altura de inserção da primeira vagem, proporcionados pelas plantas de
coberturas.
Tratamentos
Coberturas
Braquiaria
Braq +Crotalaria
Braq +Feijão de
Porco
Braquiaria +Guandu
Braquiaria +Mucuna
Cinza
Doses de N
0 kg ha-1
50 kg ha-1
100 kg ha-1
150 kg ha-1
(g planta-1)
Altura de
Planta
(cm)
Inserção 1º
vagem
(cm)
37,98
43,73
42,34
14,38
14,96
14,68
67,84
70,26
68,64
10,34 ab
10,02 ab
10,72 a
22,30
22,15
40,06
45,32
14,58
14,67
64,47
70,98
9,88 b
10,19 ab
21,92
22,47
21,82
22,78
31,03(1)
45,34
47,32
43,85
12,55(2)
15,02
15,51
15,54
70,40
69,04
68,19
66,14
10,61
10,06
10,14
10,10
Clorofila
Massa Verde
Massa Seca
(g planta-1)
21,54
22,34
22,28
25
Média
C.V. %
22,12
7,74
41,88
33,07
14,65
20,63
68,44
18,17
10,23
6,95
As médias seguidas pela mesma letra na coluna, não diferem entre si, pelo teste de Tukey, a 5%.
**, * - Significativo a 1e a 5% de probabilidade, pelo teste de F, respectivamente.
Braq = Braquiaria
y1= 31,373375 + 0,347647x – 0,001779x2 R2= 0,9854
y2= 12,626450 + 0,055539x – 0,000244x2 R2= 0,9817
Pode-se observar que as variáveis analisadas clorofila, massa fresca (verde) e
massa seca de plantas não foram afetadas significativamente pelas coberturas, não
diferindo estatisticamente entre si . Para Lima et al. (2001) o peso de material fresco
(verde) pode apresentar-se variável, sendo tal evento acarretado provavelmente devido
ao teor de água oscilar de forma significativa a partir da colheita da planta, dependendo
principalmente das condições de umidade relativa do ar desde o local da amostragem
ate o local de pesagem, além de estar relacionado com o tempo gasto entre colheita e
pesagem. Fato este que Benincasa (1986), afirmou ser preferencial a utilização do peso
da massa seca.
De acordo com Giacomini et al. (2003) o consorcio entre gramíneas e
leguminosas produz uma palhada com relação C/N intermediaria aquela das espécies
em cultivo isolado, o que leva a menor taxa de decomposição aos resíduos de
leguminosas, proporcionando cobertura de solo por mais tempo e maior demanda de N
pelas culturas.
Segundo Arf et al. (1999), o nitrogênio é absorvido pela cultura praticamente
durante todo seu ciclo , porém tal absorção apresenta maior destaque, coincidindo com
o período de maior exigência da planta bem como com o período em que o processo
ocorre com maior velocidade sendo tal dos 35 aos 50 dias após a emergência da planta.
Notou-se efeito significativo das doses de N (0, 50, 100 e 150), sobre a produção
de massa fresca (verde) e seca. Verificou-se que a adubação de cobertura com N, tendo
como fonte a ureia que proporcionou acréscimo nos valores tanto de massa fresca
(verde) quanto de massa seca, fato este também evidenciado na cultura do feijoeiro por
Lima et al. (2001), onde a adubação nitrogenada proporcionou efeito benéfico,
aumentando a produção de matéria fresca (verde) e seca.
26
Como pode ser observado na Figura 4, o ponto de dose ótima para massa fresca
(verde) foi de aproximadamente 97 kg ha-1 de N, demonstrando desta forma que a
cultura apresenta uma melhor resposta quando submetida a elevadas doses de N, uma
vez que, adubos nitrogenados possuem baixa eficiência (Silveira et al, 2005).
Matéria Verde
g de Matéria Verde/planta
60
50
40
30
y = -0,0018x2 + 0,3476x + 31,374
R² = 0,9855
20
10
0
0
50
100
Dose de N (kg
150
ha-1)
Figura 4. Massa de matéria verde de plantas em função de doses de Nitrogênio no feijão cv. IAC
Formoso, Selvíria-MS, 2013.
Para matéria seca os resultados encontrados se ajustaram a uma equação
quadrática (y= 12,626 + 0,0555x – 0,0002x2) obtendo-se ponto de dose ótima de 139 kg
ha-1 de N, como pode ser observado na Figura 5. Os resultados obtidos foram
semelhantes aos observados por Farinelli et al. (2006), Chidi et al. (2002), ambos
utilizando a cultivar Pérola, em tratamentos com doses de 0 a 160 kg ha-1 de N, e 0 a 75
kg ha-1 de N, respectivamente; e também para Stone & Moreira (2001) trabalhando com
a cultivar Aporé, em doses de 0 a 120 kg ha-1 de N.
Desta forma, os resultados obtidos evidenciam que o nitrogênio assume extrema
importância no desenvolvimento da planta e produção de matéria seca visto que o
mesmo é constituinte da molécula de clorofila e, portanto, tem influencia na fotossíntese
promovendo assim o crescimento vegetativo do feijoeiro (Silveira & Damasceno,
1993).
27
Ainda Silveira & Damasceno (1993), ao estudar o fornecimento de N na cultura
do feijoeiro irrigado por pivô central, também verificaram que houve aumento da massa
seca de plantas com o aumento da dose do nutriente aplicado via solo. Arf et al. (2004)
citaram que as respostas desta variável ao N é dependente do teor de N disponível no
solo, sendo este proveniente da mineralização da matéria orgânica, temperatura, fixação
simbiôntica de N2, cultivares e outros.
Matéria Seca
18
g de Matéria Seca/planta
16
14
12
10
y = -0,0002x2 + 0,0555x + 12,626
R² = 0,981
8
6
4
2
0
0
50
100
Doses de N (kg
150
ha-1)
Figura 5. Massa de matéria seca de plantas em função de doses de Nitrogênio no feijão cv. IAC Formoso,
Selvíria-MS, 2013.
28
Figura 5a .Aspecto do desenvolvimento das plantas na data de coleta do material para obtenção de
massa verde e seca.
Figura 5b .Aspecto da área experimental no inicio do desenvolvimento do feijoeiro.
29
Para variável altura de plantas notou-se que as plantas de cobertura não
exerceram influencia sobre essa característica.
Para a altura de inserção de primeira vagem, notaram-se efeitos significativos
das plantas de cobertura sobre tal característica, sendo o consorcio braquiaria+feijão de
porco o que proporcionou maior incremento nos valores obtidos para esta característica,
observando-se media de 10,72 cm, diferindo significativamente das demais coberturas,
valores estes semelhantes aos encontrados por Meira et al. (2005) utilizando a cultivar
IAC Carioca, já o consorcio entre braquiaria+guandu apresentou os menores valores,
com 9,88 cm. Os valores observados podem ser verificados na figura 6.
Altura de inserção de primeira vagem
ab
10
ab
ab
b
a
cm
8
6
4
2
0
Figura 6. Altura de inserção de primeira vagem em feijoeiro cv. IAC Formoso, em função do
cultivo sob palhada de braquiaria solteira e em consorcio com leguminosas. Ilha Solteira-SP,
2013.
Na Tabela 6 pode-se observar o efeito das coberturas sobre o nº de vagens/planta
e nº de grãos/vagem onde observou-se que não houve efeito significativo proporcionado
pelas coberturas. Essas observações sobre o número de sementes por vagem é uma
característica de alta herdabilidade genética, que sofre pouca influencia do ambiente
conforme foi ressaltado por ( ANDRADE et al.; 1998). O mesmo resultado foi
observado por Carvalho et al. (2000), que avaliando o efeito da rotação de culturas e da
adubação verde sobre a produtividade do feijoeiro, não verificou influencia alguma nas
características agronômicas avaliadas e Vincensi (2011), que avaliando a produtividade
30
e potencial fisiológico de sementes de feijão em função do manejo de cobertura do solo
e nitrogênio, observou resultados semelhantes. Carvalho et al.(2007) e Arf et al. (1996)
também não verificaram efeito da adubação verde sobre essa característica.
Tabela 6. Valores das médias nº de vagens/planta, nº de grãos/planta, nº de
grãos/vagem, massa de 100 grãos e Produção, em função de plantas de cobertura.
Tratamentos
Coberturas
Braquiaria
Braq +crotalaria
Braq +Feijão de
Porco
Braq +Guandu
Braq +Mucuna
Cinza
Doses de N
0kg ha-1
50kg ha-1
-1
100kg ha
150kg ha-1
Média
C.V. %
Nº de
vagens/planta
Nº de
grãos/vagem
Massa de
100 grãos
(g)
Produção
(kg ha-1)
10,77
9,75
10,03
4,94
5,04
4,70
26,66
26,53
25,84
2940
2681
2467
9,92
10,51
4,72
4,66
25,30
25,92
2451
2657
10,77
9,72
9,90
10,38
10,19
23,43
4,76
4,54
5,02
4,94
4,81
13,89
26,02
25,61
25,97
26,63
26,06
6,75
2773
2340
2608
2835
2639
26,01
As médias seguidas pela mesma letra na coluna, não diferem entre si, pelo teste de Tukey, a 5%.
Braq = Braquiaria
A faixa de massa de cem sementes do presente trabalho foi de 25,30 a 26,66 g
utilizando-se a cultivar IAC Formoso, resultados superiores aos encontrados por Arf et
al. (1999) na cultivar IAC Carioca, que observaram respectivamente 19,5 a 22,5 g.
Meira et al. (2005) utilizando a cultivar IAC Carioca, verificaram massa de 100
sementes, media de 27,07 g, não observando efeito significativo das doses nem da
época de aplicação de N, o que mostra que esta característica apresenta menor variação
decorrente das alterações no meio de cultivo conforme mencionado por (Crusciol et al,
2001).
Ainda na Tabela 6, pode-se observar que para a produção de sementes não
houve efeito significativo em função das diferentes coberturas e doses de N.
Meira et al. (2005) citaram que a resposta da cultura do feijão à aplicação de N é
controversa. Arf et al. (1991), utilizando doses e épocas de aplicação de N em relação à
testemunha, sob o sistema de plantio direto, verificaram que em relação ao número de
31
vagens, sementes por planta e produtividade de grãos, não se verificaram efeito
significativo, fato também observado por Chidi et al. (2002).
Ainda com relação a produtividade de sementes de feijoeiro (Tabela 5), observase que não foram verificadas diferenças significativas entre as plantas de cobertura,
doses de aplicação de nitrogênio e também não se verificando a interação plantas x
doses. Porém em todos os tratamentos notou-se produtividade superior a 2400 kg.ha-1 o
que é considerado uma boa produção para cultura. Trabalhando com o mesmo tipo de
solo e região, com o objetivo de verificar o efeito da rotação de culturas e adubação
verde sobre a produtividade do feijoeiro, Carvalho et al. (1999), Carvalho (2000) e
Rodrigues (2008) não verificaram diferenças significativas entre as características
agronômicas avaliadas e produtividade das sementes entre os tratamentos com adubos
verdes, estando de acordo com o presente trabalho. Silva et al. (2003) também não
verificaram efeito significativo das coberturas vegetais de milho, milheto, arroz, soja,
mucuna-preta, crotalária juncea e milho+mucuna-preta sobre a produtividade do
feijoeiro cultivado em sucessão no sistema plantio direto. Segundo Gomes Junior
(2006) fica evidente que o feijoeiro em sistema plantio direto, no período de outonoinverno, responde muito pouco a altas doses de N em cobertura quando há grande
aporte de fitomassa sobre a superfície do solo. O mesmo autor também não verificou
efeito dos níveis de N sobre a produtividade do feijoeiro em sistema plantio direto sobre
palhada de milheto e braquiária.
Na Tabela 7 encontram-se as médias obtidas para a primeira contagem,
germinação total, índice de velocidade de germinação e envelhecimento acelerado além
dos valores do F calculado e do coeficiente de variação para as analises de variância e
regressão, em sementes de feijoeiro cv. IAC Formoso em função de doses de N e
plantas de cobertura.
Tabela 7. Médias obtidas para primeira contagem (PC), germinação total (TG), índice
de velocidade de germinação (IVG), envelhecimento acelerado (EA), valores de F
calculado (Fc) e CV% das analises de variância e regressão, em sementes de feijoeiro
cv. IAC Formoso em função de doses de N e plantas de cobertura. Ilha Solteira, 2013.
Tratamentos
Coberturas
Braquiaria
Braquiaria+Crotalaria
PC
TG
IVG
EA
98,38
97,75
98,38
97,75
9,84
9,78
97,5
93,62
32
Braquiaria+Feijão de
Porco
Braquiaria+Guandu
Braquiaria+Mucuna
Cinza
Doses de N
0 kg ha-1
50 kg ha-1
100 kg ha-1
150 kg ha-1
F calculado (Fc)
Cobertura (C)
Doses (D)
CxD
Média
CV%
97,38
97,38
9,74
97,00
97,38
95,5
97,38
95,5
9,74
9,55
92,62
89,38
97,00(3a7)
97,10
98,5
96,5
97,00(8a12)
97,10
98,5
96,5
9,7(13a17)
9,71
9,85
9,65
88,10(18a22)
97,80
94,40
95,80
3,029*
2.419
3,714**
9,73
2,54
16,468**
32,349**
4,557**
94,02
3,50
3,029*
2,419
3,714**
97,28
2,54
3,029*
2,419
3,714**
97,28
2,54
y3 =98,475000 – 0,030500x + 0,000250x2 R2= 0,3252 y13 =9,8475000 – 0,0030500x + 0,0000250x2
2
y4 =97,500000 + 0,050000x – 0,000400x R2= 0,5122
2
y5 = 95,375000 + 0,102500x – 0,000650x R2= 0,9721
R2= 0,3252
2
R2= 0,5122
2
R2= 0,9721
y14 =9,7500000 + 0,0050000x – 0,0000400x
y15 = 9,5375000 + 0,0102500x – 0,0000650x
2
2
y6 = 94,725000 + 0,099500x – 0,000550 x R2= 0,9169 y16 = 9,4725000 + 0,0099500x – 0,0000550 x R2= 0,9169
y7 = 97,7500000 – 0,065000x + 0,000300 x2 R2= 0,1883 y17 = 9,7750000 – 0,0065000x + 0,0000300 x2 R2= 0,1883
y8 =98,475000 – 0,030500x + 0,000250x2 R2= 0,3252
2
y9 =97,500000 + 0,050000x – 0,000400x R2= 0,5122
2
y10 = 95,375000 + 0,102500x – 0,000650x R2= 0,9721
2
y18= 96,800000 + 0,021000x – 0,0001000x2
R2= 0,0143
2
R2= 0,8526
y19= 93,025000 + 0,025500x – 0,000150x
y20= 90,700000+ 0,189000x – 0,000900x
2
y11 = 94,725000 + 0,099500x – 0,000550 x R2= 0,9169 y21= 84,625000 + 0,287500x – 0,001550x
2
R2= 0,2800
2
y12 = 97,7500000 – 0,065000x + 0,000300 x R2= 0,1883y22=79,825000 + 0,2965000x – 0,001450x
2
R2= 0,9968
R2= 0,6622
Nas Figuras 7, 8 e 9 podem ser observados os resultados obtidos nas analises de
variância de primeira contagem, germinação e do índice de velocidade de germinação
(IVG). Com os dados obtidos através do desdobramento das interações entre plantas de
cobertura e doses de N.
33
Primeira Contagem
100
Primeira contagem (%)
90
y3 = 0,0002x2 - 0,0305x + 98,475
R² = 0,3252
y4 = -0,0004x2 + 0,05x + 97,5
R² = 0,5122
3-braquiaria
80
70
60
y5 = -0,0006x2 + 0,1025x + 95,375 4- braquiaria+crotalaria
R² = 0,9721
5- braquiaria+feijão de porco
y7 = 0,0003x2 - 0,065x + 97,75
6- braquiaria+guandu
R² = 0,1883
y6 = -0,0006x2 + 0,0995x + 94,725 7- braquiaria+mucuna cinza
R² = 0,9169
50
40
30
20
10
0
0
50
100
Doses de N (kg
150
ha-1)
Figura 7. Porcentagem de plântulas normais na primeira contagem de germinação em feijoeiro cv. IAC
Formoso em função de doses de N e de plantas de cobertura. Ilha Solteira-SP, 2013.
Germinação total
100
Primeira contagem (%)
90
80
y12 = 0,0003x2 - 0,065x + 97,75
R² = 0,1883
70
y11 = -0,0006x2 + 0,0995x + 94,725
R² = 0,9169
60
50
y10 = -0,0006x2 + 0,1025x + 95,375
R² = 0,9721
y9 = -0,0004x2 + 0,05x + 97,5
R² = 0,5122
y8 = 0,0002x2 - 0,0305x + 98,475
R² = 0,3252
40
30
20
10
8-braquiaria
9- braquiaria+crotalaria
10- braquiaria+feijão de porco
11- braquiaria+guandu
12- braquiaria+mucuna cinza
0
0
50
100
150
Doses de N (kg ha-1)
Figura 8. Porcentagem de plântulas normais no teste de germinação em feijoeiro cv. IAC Formoso em
função de doses de N e de plantas de cobertura. Ilha Solteira-SP, 2013.
34
Índice de Velocidade de Germinação
Índice de velocidade de germinação
10
9
8
y13 = 2E-05x2 - 0,0031x + 9,8475
R² = 0,3252
y14 = -4E-05x2 + 0,005x + 9,75
R² = 0,5122
y15 = -7E-05x2 + 0,0103x + 9,5375
R² = 0,9721
y16 = -6E-05x2 + 0,0099x + 9,4725
R² = 0,9169
7
6
5
4
3
2
13- braquiaria
14- braquiaria+crotalaria
15- braquiaria+feijão de porco
16-braquiaria+guandu
17-braquiaria+mucuna cinza
y17 = 3E-05x2 - 0,0065x + 9,775
R² = 0,1883
1
0
0
50
Doses de N (kg
100
150
ha-1)
Figura 9. Índice de velocidade de germinação de sementes de feijoeiro cv. IAC Formoso em função de
doses de N e plantas de cobertura. Ilha Solteira-SP, 2013.
As variáveis primeira contagem e germinação apresentaram comportamento
idêntico, visto que na primeira contagem realizada no quinto dia após a semeadura,
apresentava cerca de 97% de plântulas normais e na germinação sendo a somatória de
plântulas normais realizadas no quinto e no oitavo dia após a semeadura para a cultura
do feijoeiro, apresentou os mesmos 97%, valores semelhantes aos encontrados por
Carvalho et al. (1998), trabalhando com a cultivar IAC Carioca no período de inverno.
Notou-se também que para todos os tratamentos os valores para as variáveis analisadas
foram superiores a 94% com destaque para o tratamento braquiaria+feijão de porco que
constatou valor de 99,75% para ambas as variáveis analisadas, tendo 85,42 kg.ha-1
como dose ótima, para a adubação d N em cobertura.
Os valores das porcentagens de germinação observados as enquadram como
sementes aptas para a comercialização (Brasil, 1992) cujo padrão de germinação deve
ser no mínimo de 80%, com tolerância de 5%.
O teste de germinação é o método aplicado e recomendado para a determinação
da qualidade fisiológica de sementes, embora se reconheçam as suas limitações, pois as
condições a que as sementes são submetidas para germinar são próximas às adequadas
(BRAGANTINI, 1996).
O índice de velocidade de germinação (IVG) apresentou valores elevados com a
media geral de 9,73 mostrando de tal forma a qualidade das sementes obtidas. Na
35
Figura 9 pode-se observar o comportamento do índice de velocidade de germinação
(IVG) em função das dose de N, onde houve um ajuste ao modelo quadrático de
regressão para Braquiaria solteiro como para Braquiaria consorciado com leguminosas,
ressalta-se que a variável apresentou comportamento semelhante às variáveis primeira
contagem e germinação anteriormente analisadas, pode-se notar que houve efeitos
benéficos do tratamento na variável analisada, observando-se melhores valores nos
consórcios braquiaria+crotalaria e braquiaria+feijão de porco, com doses ótimas de 62,5
e 73,57 kg.ha-1 respectivamente, porem em todos os tratamentos verificou-se resultados
superiores a 9,4.
Pode-se notar também um fato importante, em que a correlação entre a primeira
contagem e o índice de velocidade de germinação (IVG), variáveis onde tratamentos
que tiveram maior IVG também foram superiores na primeira contagem, resultado este
também observado por Goes et al. (2011) onde avaliavam a qualidade fisiológica de
sementes de feijão sob o manejo de irrigação e dose de N.
Resultados semelhantes foram observados por Farinelli et al. (2006) os quais
verificaram que aumentos nas dose de nitrogênio em cobertura proporcionaram
acréscimos ao potencial fisiológico das sementes de feijão. Sendo tais resultados
distintos dos encontrados por Ambrosano et al. (1999) e Carvalho et al. (2001) que não
notaram efeitos positivos de doses e épocas de aplicação de nitrogênio sobre a
germinação e vigor, para a cv. IAC Carioca, no cultivo de inverno.
Para variável analisada envelhecimento acelerado também notou-se efeitos
significativos dos tratamento nos resultados obtidos.
O teste de envelhecimento acelerado ou envelhecimento precoce, ou ainda de
envelhecimento artificial, se baseia no fato de que a taxa de deterioração das sementes é
aumentada consideravelmente através de sua exposição a níveis muito adversos de
temperatura e umidade relativa (MARCOS FILHO et al., 1987). Nessas condições,
sementes de menor qualidade deterioram-se mais rapidamente do que as mais vigorosas,
com reflexos na germinação após o período de envelhecimento acelerado (TORRES;
MARCOS FILHO, 2001), sendo que desta forma as sementes analisadas obtiveram uma
boa taxa de germinação após envelhecimento com média entre as plantas de cobertura
de 94%, o que indica uma boa qualidade de semente produzida.
Na Figura 10 encontram-se os valores para o teste de envelhecimento acelerado,
onde pode-se fazer uma correlação como o teste de germinação, considerando que no
teste de germinação obteve-se uma media de 97% de plântulas normais e no teste de
36
envelhecimento acelerado uma media de 94%, verificando-se que as sementes
apresentaram bom nível de vigor, de acordo com resultados encontrados por Vincensi
(2011) ao estudar a produtividade e potencial fisiológico de sementes de feijão em
função do manejo de cobertura do solo e nitrogênio. Pode-se constatar também que o
tratamento que proporcionou melhores resultados para característica em questão foi o
consorcio braquiaria+feijão de porco, tendo como dose ótima a de 105 kg.ha-1, que
proporcionou germinação pos envelhecimento de 100%. Notou-se também que o cultivo
sob braquiaria solteira e em consorcio com crotalaria os valores de envelhecimento
acelerado constntes, independentes da dose utilizada.
Marcos Filho (1999) relatou que a elevação da temperatura durante o teste de
envelhecimento acelerado pode aumentar a respiração da semente e promover suave ou
drástica redução na germinação, dependendo das situações a que as sementes
permaneceram expostas durante a maturação, a colheita e processamento.
Envelhecimento Acelerado
Envelhecimento acelerado (%)
100
80
y22 = -0,0015x2 + 0,2965x + 79,825
R² = 0,6622
y21 = -0,0006x2 + 0,1575x + 83,125
R² = 0,6731
y20 = -0,0009x2 + 0,189x + 90,7
R² = 0,8526
y19 = -0,0002x2 + 0,0255x + 93,025
R² = 0,0143
y18 = -0,0001x2 + 0,021x + 96,8
R² = 0,28
60
40
20
18- braquiaria
19- braquiaria+crotalaria
20- braquiaria+feijão de porco
21- braquiaria+guandu
22- braquiaria+mucuna cinza
0
0
50
Doses de N (kg
100
150
ha-1)
Figura 10. Porcentagem de plântulas normais no teste de envelhecimento acelerado em feijoeiro cv. IAC
Formoso, em função de doses de N e plantas de cobertura. Ilha Solteira-SP, 2013.
Com isso verifica-se a necessidade de se ter uma planta bem nutrida, fato este
demonstrado por Carvalho & Nakagawa (2000) que ressaltaram que uma adubação
balanceada resulta em acumulo de reservas que posteriormente são translocadas para as
sementes visando a formação do embrião e órgãos de reserva, ainda Sá (1994) ressalta
37
que plantas adubadas de modo adequado e equilibrado apresentam condições de
produzir maior quantidade de sementes aliadas a melhor qualidade.
Na Tabela 8, pode-se verificar os teores de macronutrientes encontrados no
tecido foliar do feijoeiro, sendo que somente obteve-se resultados significativos para os
teores de nitrogênio em função das plantas de cobertura. Para os demais nutrientes não
se observou efeito dos tratamentos sobre os valores observados, porem os resultados
obtidos se enquadram na faixa prevista por Ambrosano et al.(1997) e Malavolta (1997).
Tabela 8. Teores foliares de macronutrientes na cultura do feijoeiro.
Cobertura
Braquiaria
Braquiaria+mucuna
Braquiaria+feijão de porco
Braquiaria+guandu
Braquiaria+crotalaria
Doses de N
0kg ha-1
50kg ha-1
-1
100kg ha
-1
150kg ha
Média
C.V. %
N
P
Mg
S
3,85
3,67
3,74
4,02
3,70
K
Ca
g kg-1
27,70 13,84
27,47 14,59
25,69 13,38
29,47 14,84
29,62 14,84
37,35 b
38,02 b
42,76 ab
41,99 ab
48,76 a
4,73
4,94
4,40
4,75
4,88
2,72
2,63
2,78
2,81
2,62
37,27
42,29
44,36
43,19
41,78
24,37
3,81
3,69
3,97
3,72
3,79
16,03
25,54
28,10
29,86
28,46
27,99
18,66
4,36
4,85
5,14
4,61
4,74
21,45
2,72
2,68
2,76
2,70
2,71
13,22
12,98
14,71
15,90
13,61
14,30
28,77
As médias seguidas pela mesma letra na coluna, não diferem entre si, pelo teste de Tukey, a 5%.
**, * - Significativo a 1e a 5% de probabilidade, pelo teste de F, respectivamente.
A absorção de nitrogênio ocorre praticamente durante todo o ciclo da cultura,
mas a época de maior exigência, quando a velocidade de absorção é máxima, ocorre dos
35 aos 50 dias da emergência da planta, coincidindo com a época do florescimento.
Neste período, a planta absorve de 2,0 a 2,5 kg N/ha.dia. (Rosalém e Marubayashi,
1994).
No presente trabalho, notaram-se efeitos benéficos das plantas de cobertura nos
teores foliares de nitrogênio (figura 11) com destaque para o consorcio
braquiaria+crotalaria que apresentou valores de 48,76 gN.kg-1 de material seco
resultando em um retorno potencial do elemento de 176,44 kg.ha-1, valor observado na
Figura 12.
38
Nitrogênio
g.kg MS
75
50
a
b
b
ab
ab
25
0
Figura 11. Teor de nitrogênio em folhas de feijoeiro cv. IAC Formoso, em função do cultivo sob palhada
de braquiaria solteira e em consorcio com leguminosas. Ilha Solteira-SP, 2013.
Para a variação da quantidade do nutriente na parte área em função das doses do
mesmo elemento aplicado via solo não se observou efeitos significativos, resultados de
acordo com os obtidos por Alvarez et al. (2005). Arf et al. (1992), tambem trabalhando
na região de Selviria-MS, com feijão em plantio direto, não verificaram aumento nos
teores foliares do feijoeiro em função de fontes
do parcelamento da adubação
nitrogenada em cobertura. Contudo os valores encontrados no presente trabalho foram
superiores aos encontrados por Arf et al. (2011) e se enquadram aos valores propostos
por Ambrosano et al.(1997) e Malavolta (1997), que observaram niveis ideais de
nitrogênio foliar para a cultura do feijoeiro de 30 – 50 g.kg-1 de matéria seca.
39
kg. ha-1
Reciclagem potencial de N
200
180
160
140
120
100
80
60
40
20
0
176,44
132,13
137,21
150,6
154,42
Figura 12. Quantidade media potencial de nitrogênio reciclado ao solo pelo cultivo de
braquiaria solteira e consorciada com leguminosas. Ilha Solteira, 2013.
Pode-se notar na Figura 12, que a quantidade media potencial de nitrogênio
reciclado ao solo foram superiores quando em cultivo sob palhada de braquiaria
consorciada com leguminosas em relação ao cultivo sob braquiaria solteira, com
conclusões semelhantes as encontradas por Torres (2005). Para o retorno potencial de N
os maiores valores foram observados
para o consorcio braquiaria+crotalaria com
valores de 176,44 kg.ha-1, demonstrando desta forma a viabilidade da consorciação.
40
7- CONCLUSÕES.
- O consorcio braquiaria+crotalaria proporcionou uma maior quantidade de
massa fresca (verde), cerca de 89900 kg há-1, significativamente superior aos demais, e
consequente maior quantidade de massa seca.
- A produção media de massa seca tanto para braquiaria solteira ou consorciada
com leguminosas apresentou media de 8528 kg ha-1, o que garante uma boa massa para
cobertura do solo, proporcionando melhores condições para o desenvolvimento para a
cultura subsequente.
- O consorcio braquiaria+crotalaria proporcionou uma maior incorporação de N
ao solo, cerca de 253 kg ha-1 de N, o que equivale a 550 kg de ureia por hectare ou 1265
kg de sulfato de amônia, proporcionando uma redução nos custos com adubação
nitrogenada.
-As diferentes plantas de cobertura não afetaram a altura de plantas, teor de
clorofila, massa verde e seca de plantas de feijoeiro, número vagens/planta, número de
grãos/vagem e a produtividade.
- O consórcio Braquiaria+feijão de porco proporcionou maior altura de inserção
da primeira vagem com valor mediano de 10,72 cm.
-Doses elevadas de nitrogênio em cobertura proporcionaram um aumento na
quantidade de massa fresca e massa seca do feijoeiro, com doses ótimas de 97 e 139
g.ha-1 de N.
- Para os testes de primeira contagem de germinação (PC), germinação total
(TG), índice de velocidade de germinação (IVG), envelhecimento acelerado (EA) as
diferentes coberturas não as influenciaram, porém em todos os tratamentos o feijoeiro
respondeu as diferentes doses de nitrogênio em cobertura.
-Doses elevadas de nitrogênio em cobertura, superiores a 100 kg ha-1
proporcionaram sementes com alto vigor, fato este evidenciado no teste de
envelhecimento acelerado onde se obteve uma média de 94% de plântulas normais.
-As sementes produzidas apresentaram alta qualidade fisiológica com médias
para primeira contagem de germinação e germinação total de 97%, superiores ao padrão
nacional de comercialização.
- Os teores de nitrogênio no tecido foliar do feijoeiro não foram influenciados
pelas
diferentes
doses
de
N
porem
houve
efeito
benéfico
da
cobertura
41
braquiaria+crotalaria na variável, observando-se valor de 48,76 gN.kg-1 de MS,
resultando em uma ciclagem potencial de 176,44 kg.ha-1 de N.
42
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Dissertação (Mestrado) - Curso de Agronomia, Universidade Estadual De Mato Grosso
Do Sul, Aquidauana, 2011.
52
9- CRONOGRAMA PARA AS PRÓXIMAS ETAPAS.
2013
Atividades
N
Retirada de amostras de solo X
Análise de solo
X
Revisão de literatura
Semeadura das plantas de
X
cobertura
Condução do experimento
X
Retirada de amostras
Manejo das plantas de
cobertura
Implantação do feijoeiro
Condução do feijoeiro
Colheita
Avaliações campo e
laboratorio
Relatórios parcial e final
D
X
2014
J
X
F
X
X
X
M
A
M
J
J
A
S
O
N
D
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
53