Koinonia, descobrindo a alegria de pertencer.

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Koinonia, descobrindo a alegria de pertencer.
Koinonia, descobrindo a alegria de pertencer.
ESTUDO 09
SUPORTEM-SE UNS AOS OUTROS
Sinônimos: Sofram com resignação.
Na igreja primitiva se encontravam – lado a lado – pessoas das mais diversas
etnias e camadas sociais. Elas tinham diferentes opiniões e maneiras de trabalhar.
Além disso, no mesmo grupo havia pessoas em distintos níveis de maturidade
na fé. Sabemos pelas cartas do NT, que certos cristãos demoravam para aplicar a
cruz de Cristo às velhas atitudes pecaminosas e custavam para se revestir totalmente
do novo homem. Alguns se orgulhavam da sua avançada espiritualidade – que muitas
vezes não passava de uma cabeça cheia de conhecimentos e uma vida desafinada.
Outros se entregavam à tarefa de criticar tudo e todos. Ainda outros eram corroídos
pela inveja. Havia irmãos briguentos. E como sempre acontece, havia certos cristãos
com hábitos e cacoetes que irritavam os mais sensíveis.
Enfim, as igrejas eram compostas de cristãos que, apesar de terem crido em
Cristo, ainda eram imperfeitos.
Foi a grupos de cristãos desse tipo, que Paulo ordenou que usassem de
paciência e tolerância, que suportassem uns aos outros. Nenhum deles era perfeito;
todos precisavam colocar-se mais e mais sob o controle do Espírito Santo.
A igreja dos nossos dias não é diferente. Os cristãos não deixaram de ser
humanos e falhos. Muitos acham difícil e pouco atraente a ideia de tomar a cruz,
fazendo morrer velhos hábitos e práticas pecaminosas. O mandamento que
Paulo entregou há dois milênios, vale igualmente para os dias de hoje.
O mandamento:
Encontra-se duas vezes no NT, em cartas quase gêmeas: Efésios e
Colossenses. Paulo as escreveu – da sua prisão domiciliar em Roma – aos cristãos de
duas cidades da província romana chamada Ásia:
 “Eu lhes suplico – eu, um prisioneiro aqui na cadeia por estar servindo ao
Senhor: que vivam e comportem-se de maneira digna daqueles que foram
escolhidos para receber bênçãos tão maravilhosas quanto estas. Sejam
humildes e amáveis. Sejam pacientes uns com os outros, tendo tolerância
pelas faltas uns dos outros por causa do amor entre vocês. Procurem sempre
ser juntamente guiados pelo Espírito Santo, e assim vivam em paz uns com os
outros”. (Ef. 4.1-3).
 “Sejam amáveis e prontos para perdoar; jamais guardem rancor. Lembrem-se
que o Senhor os perdoou, portanto vocês devem perdoar os outros. Acima de
tudo, deixem que o amor dirija a vida de vocês, porque assim toda a Igreja
permanecerá unida em perfeita harmonia”. (Cl. 3.13-14).
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Observação:
Nesse trecho da carta aos Colossenses, as traduções geralmente empregam a
forma imperativa: Suportem-se. Mas no original, o verbo – tanto em Efésios como em
Colossenses – está na forma do gerúndio (Suportando-vos, como na Almeida
Revista e Corrigida).
Isto significa que o mandamento não pode ser separado do seu contexto
imediato, onde outros mandamentos – estes sim, no imperativo – indicam as atitudes
que nos ajudam a nos suportarmos uns aos outros.
Juntando o contexto ao mandamento que estudamos, tiramos a seguinte
conclusão: Uma prova externa de que estamos andando de modo digno e nos
revestindo das qualidades de coração que Deus requer, é o fato de estarmos
dispostos a nos suportar uns aos outros. É verdade que este mandamento está
redigido no medo indireto, mas é fato inescapável que suportar aos irmãos é um
padrão que Deus requer de todos os que ele chamou para integrar a família celestial.
Definição de suportar:
Suportamo-nos uns aos outros que dizer que vamos aguentar e tolerar,
generosamente, as atitudes e ações desagradáveis dos irmãos. O mandamento inclui
a ideia de que a repreensão, disciplina ou correção por atitudes e ações pecaminosas
será adiada pelo maior prazo possível, na esperança de que o próprio ofensor
reconheça o mal que praticou e tome providências para corrigi-lo.
Exemplos positivos:
 Jesus sabia que os seus discípulos iriam, quase todos, abandoná-lo na hora
em que fosse preso, e que um deles, Pedro, o negaria três vezes. Mas nessa
mesma noite, como lemos em Jo. 13.1-5, o Senhor pôs-se a cavar os pés
desses discípulos decepcionantes. Depois, enquanto à toalha secava, ele
entregou-lhes algumas das mais belas instruções e verdades (Jo. 14-16) do
seu ministério terreno. Também orou amorosamente por eles (Jo.17).
 O rei Davi teve muitas oportunidades para observar as atitudes e ações do
Senhor para com ele. Com base nisso, ele afirmou: O Deus Eterno é bom e
cheio de compaixão; ele demora a ficar irado e tem sempre muito amor. (Sl.
145.8BLH).
Uma reflexão pessoal:
1. No pequeno grupo de que faço parte na igreja em geral, há pessoas que me
parecem insuportavelmente... (assinalar todas as frases aplicáveis)
( ) Orgulhosas em sua maneira de me tratar.
( ) Perseguidas por um complexo de inferioridade.
( ) Barulhentas e conversadeiras.
( ) Tímidas e pouco comunicativas.
( ) Risonhas.
( ) Sérias.
( ) Ativas.
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( ) Preguiçosas
2. Justamente a respeito dessas coisas irritantes, o Senhor me entrega o seu
mandamento:
____________________ - se uns aos outros.
Observação quanto a suportar:
Deus nunca manda fazer nada que ele próprio não esteja disposto a fazer. A
tolerância de Deus tem sido uma das suas grandes maneiras de expressar o amor
para com o mundo. Você já leu a maravilhosa historia da sua tolerância para com
Israel no Salmo 78? Ali você descobre que somente depois de muito tempo e de
muitas advertências é que Deus passou a castigar a nação de Israel.
Paulo diz (Rm. 2.4, NTV): Será que não compreendem quão paciente ele
está sendo com vocês? Ou então, não se incomodam vocês com isso? Não
vêem que ele tem esperado todo esse tempo sem castiga-los, a fim de dar tempo
para que abandonem o pecado? Sua bondade tem a finalidade de leva-los ao
arrependimento.
Veja o que Pedro tem a dizer sobre a tolerância de Deus: O Senhor não
demora em cumprir a sua promessa, como julgam alguns. Pelo contrário, ele é
paciente com vocês não querendo que ninguém pereça, mas que todos
cheguem ao arrependimento. (2Pe 3.9).
Deus é paciente conosco, amando-nos assim como somos. Apesar das nossas
fraquezas, ele é tardio para se irar. Da mesma maneira, nós devemos ser lentos para
nos irarmos contra os irmãos em Cristo (Tg.1.19), amando-os, não obstante as
fraquezas ou falhas que eles apresentem.
Outra observação: Atitude
Um escritor dos Provérbios afirma que o que perdoa a transgressão mostra
amor (Pv.17.9). Paulo nos mostra que o amor é paciente... tudo crê... tudo suporta
(1Co.13.4,7). Portanto, não é resmungando, contrariados, que devemos suportar-nos
uns aos outros, obedecendo, por constrangimento a um mandamento. Pelo contrario,
devemos fazê-lo motivados pelo amor, querendo contribuir ativamente para o maior
bem-estar de cada irmão.
Claro que a tolerância tem limites...
O próprio Deus não tolerou para sempre a desobediência de Israel. Depois de
Ter persistido por muito tempo no pecado, desprezando as muitas advertências, essa
nação recebeu um castigo exemplar. Se é vontade de Deus que inicialmente
toleremos até o pecado do irmão, esperando que ele por si mesmo venha a se
corrigir, também é verdade que poderá chegar o momento em que precisemos
adverti-lo a respeito do seu pecado. (E nisto, não há acepção de pessoas – veja
1Tm. 5.19-20).
Hábitos ou cacoetes que simplesmente irritem e não cheguem à categoria de
pecados, devem ser suportados por tempo indeterminado. Mas o pecado óbvio, que
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está prejudicando a vida e o testemunho da igreja, faz com que o ofensor necessite de
correção. É muito importante que isto seja administrado com amor, e dentro do padrão
que Jesus nos deu das três tentativas de recuperação. (Abra, leia, e marque na Bíblia
e na memoria, Mt. 18.15-17). Dos três níveis de advertência ali mencionados, o
terceiro – o mais público – cabe aos líderes do grupo.
Se você, em espírito de brandura, após um período de tolerância, for em
particular ao seu irmão faltoso, a fim de ajuda-lo a se corrigir, você poderá, muitas
vezes, ganhar esse irmão. O amigo quer o nosso bem, mesmo quando nos fere... (Pv.
22.6ª, BLH).
Não esqueça de sua responsabilidade de aguentar, com amor, qualquer coisa
desagradável que acontecer quando for aconselhar esse irmão faltoso. É possível que,
no primeiro contato seu com ele, surjam, da parte dele, relações irritantes ou
dolorosas.
Se acontecer que você, obedecendo ao padrão de Mt. 18.15-17, tiver que levar
o pecado desse irmão ao conhecimento de outros, faça até isto com o máximo de
amor (1Co. 16.14).
O cristão terá de se manter sensível – e obediente – à direção do Espírito
Santo, para não incorrer no erro de um excesso de tolerância. Tal excesso seria
prejudicial à vida e à saúde espiritual da Igreja, como você pode verificar lendo 1Co. 5.
O valor do mandamento sobre suportar:
Suportar-nos uns aos outros é uma maneira de preservar a unidade do Espírito
e a paz entre os irmãos. Se os cristãos forem propensos a criticar uns aos outros,
apontando os hábitos indesejáveis, as excentricidades de personalidade e os pecados,
o resultado poderá ser um ambiente enfumaçado por críticas e condenações –
situação pouco acolhedora! Quando os cristãos são impacientes uns com os outros,
as sementes da discórdia germinam.
Por outro lado, se os irmãos cobrirem os pecados uns dos outros (no sentido
de usar de tolerância), em vez de ataca-los com as picaretas da crítica a fim de os
expor à vista de todos transeunte, os pacificadores estarão contribuindo para a
formação de um ambiente de amor (1Pe.4.8).
Se imitarem o exemplo de Deus – que muitas vezes diminuiu a sua ira e
acabou com o seu furor. Lembrou-se de que eram mortais. (Sl.78.38 38b-39ª BLH) -,
os cristãos se tornarão mais dispostos a procurar meios de ajudar os irmãos a crescer
na semelhança a Cristo. Dentro desse ambiente de mútua solicitude e amor, os
cristãos sentirão mais vontade de confessar e abandonar toda e qualquer coisa que
venha a ofender os irmãos.
Uma reflexão pessoal:
Deus me tem suportado com impressionante paciência!
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Koinonia, descobrindo a alegria de pertencer.
Assim, resolvo, agora mesmo, no amor de Cristo pelo auxílio do Espírito Santo,
suportar as “insuportabilidades” do(a) até agora “insuportável” irmão (dizer o nome,
diante do Senhor).
Recapitulando...
1. Caracterizando a comunhão
comum...
-
Qualidade
de
existir
em
2. A Comunhão e a Mutualidade
aos
- Mandamento recíprocos: uns
Outros...
3. A Mutualidade e os Dons Espirituais
- Os dons só fluirão onde houver
mutualidade...
4. Amem-se uns aos outros
externas.
-
5. Aceitem-se uns aos outros
novas
- O que fazer quando pessoas
Se
demonstra
por
ações
chegarem?...
6. Saúdem-se uns aos outros
- Cria-se um ambiente de amor e
afeto fraternal...
7. Tenham igual cuidado uns pelos outros - Cooperara, ser solícito, ...
8. Sujeitem-se uns aos outros
- Submeter-se, ser obediente ao
outro...
9. Suportem-se uns aos outros
aguentar,
-
Sofrer
tolerar...
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