A Igreja e o Papado

Transcrição

A Igreja e o Papado
A Igreja e o Papado
Raquel Ribeiro dos Santos
Verônica
Cristina
da
Conceição Silva
Verônica de Santana das
Virgens1
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Resumo: O artigo demonstra o poder da Igreja na Idade Média, mostrando como o papado
de Roma se organizou, sua administração e seus principais papas até a crise religiosa dos
séculos XI e XII.
Palavras chaves: Idade Média- Igreja Católica- Bispos- Papa romano- Império romanoCrise religiosa
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Durante a idade média a igreja Católica tinha um grande domínio
econômico, cultural e religioso, sendo ela e seus membros a detentora do saber, e
influenciava administração dos principados, pois se esses agissem contra os interesses da
igreja, poderia sofrer uma excomunhão. Uma pessoa excomungada, era cortada da
comunidade cristã, não podia entrar num templo, receber os sacramentos, todos os cristãos
estavam proibidos de relacionar-se com ela, se morresse sua alma iria para o inferno e
ficaria lá para sempre. Em caso de um príncipe se excomungado todo o seu reino está
condenado. E os reis temiam muito isso por causa das revoltas populares.
Sua organização permitiu que no século III, já estivesse definido o clero
secular, tendo padres e bispos, mas sem um papel definido para o Papa.
Segundo Arruda2, o Primeiro Papa foi São Pedro designado pelo próprio
Jesus.
A figura ao lado representa o momento do primeiro
encontro entre Jesus e São Pedro, segundo a Bíblia
Sagrada, Jesus pede que Pedro lance a rede ao mar e
apesar de não haver nenhum peixe aparente, a rede
volta cheia de peixes. Provando ser o Messias e
convencendo Pedro à ser pescador de homens,
tornando-o um de seus discípulos, ao qual confiou
posteriormente a edificação da sua Igreja.
1
Trabalho da disciplina de História Medieval, apresentado a ao curso de Licenciatura em História da
Faculdade José Augusto Viera,como requisito para obtenção da 3ª nota . Sobre a orientação do professor
Marco Antonio matos Antonio
2
ARRUDA, José Jolison de A.. História Antiga e Medieval. 15 ed. Rio de Janeiro: Ática 1991
São Pedro teve como sucessor o bispo de Roma decretado pelo imperador
romano Teodósio que oficializou o cristianismo como religião do seu império. Porém não
foi com esse que o poder do papa tornou-se conhecido sobre o ocidente. Essa autoridade
passou a ser mais respeitada a partir de 440 com Leão I, quando Edito de Valentiniano III
reconheceu o poder de Roma sobre o ocidente, mas, essa media não foi suficiente para que
o poder papal romano não fosse contestado. Esse veio com o concílio de Calcedônia, que
insistia na igualdade entre os bispos, anteriormente determinada pelo concílio de Nicéia,
ocorrido em 325, colocando os bispos de Alexandria, Jerusalém, Antioquia e Roma no
mesmo patamar. Apesar de esses concílios insistir na igualdade entre os bispos, o poder do
Papa romano foi fortificado com Gelásio I (492 – 496).
A imagem acima representa a foto do Papa
Gelásio I, responsável pela definição do
poder temporal e do poder espiritual, que
trouxe grande prestígio para os papas
romanos, entre os bispos de Antioquia,
Jerusalém e Alexandria.
Com Gelásio I, o poder papal ganhou outra dimensão, nesse há uma
separação entre o poder temporal – abrange os homens, sua vivência na terra e suas
relações de poder, e o poder espiritual – relativo a alma humana e as manifestações divina.
Assim o Papa como representante da espiritualidade está acima de todas as coisas ligada a
temporalidade, até mesmo do próprio imperador, dessa forma seu poder se torna quase
ilimitado e nenhum homem poderia julgá-lo.
Por ter feito essas definições o papa romano ganha muito poder entre os
bispos e se manteve como senhor espiritual por todo ocidente. Essa categoria de
espiritualidade se liga a temporalidade com Gregório I (590 – 604), quando ele assume-se
como soberano da Antiga Roma, aproveitando-se da falência do poder imperial na Itália no
início da Idade Média.
Gregório I, foi uma das figuras mais importantes do papado, sendo lembrado
por toda Idade Média, foi ele que instruiu o clero a fortalecer o sentimento religioso dos
fiéis; criou a regra pastoral, que servia de manual para os comportamentos dos poderes;
introduziu o cantochão que ficou conhecido como “canto gregoriano”, transformando a
música sacra; desligou-se dos Bizantinos, mas sua ação mais importante foi a
evangelização dos povos germanos de diversas regiões. Mesmo depois dele a igreja
continuou ganhando adeptos através de seus sucessores, que continuou seu trabalho de
conversão. Uma das pessoas mais importantes desse período foi São Bonifácio, conhecido
como vigário de Santa Sé, foi ele quem reorganizou a Igreja França, reestabelecendo a
disciplina e obrigando os bispos francos a jurarem obediência ao Papa, com isso em
meados do século VIII, o Ocidente e a Germânia professavam a fé em Cristo e toda a Igreja
estava submetida a Santa Sé. Assim o Império protegia o cristianismo, permitindo seu
crescimento e sua difusão, enquanto o paganismo ia perdendo espaço para a religião oficial.
Do mesmo modo a Igreja legitimaria o poder do Estado, sagrando o imperador, através
desse, seu poder é considerado de origem divina.
Devido a importância do Papa o governo Imperial, situou seu poder dentro
da Igreja, controlando o poder da Igreja através da escolha do bispo de Roma. Esse
privilégio Imperial, ficou conhecido como “Cesaropapismo”.
A partir do século XI, começa a ser difundido entre os mosteiros e leigos a
necessidade de uma vida voltada para os ensinamentos de Cristo e de seus apóstolos, isso se
dá por uma tomada de consciência que para se alcançar a salvação é necessário não
somente se afastar de pecado como ato cometido, mas do pecado como pensamentos e
intenções do próprio homem. Para essa salvação era preciso ter uma vida e pensamentos
santificados, e só seria possível alcançá-los através dos ensinamentos do evangelho, assim
“a vida de Cristo e de seus apóstolos devia ser o exemplo, com a igreja a influenciar o
mundo, organizando-o e conduzindo-o à salvação”.3
Essa mudança na ênfase religiosa provocou em fins do século XI, e
desenvolvimento por todo século XII, uma crise religiosa.
3
BOLTON, Brenda. A Reforma nas Idade Média. Cidade: Edições 70. 1986, p. 19.

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