Stipp Júnior (1940 - 2007)
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Stipp Júnior (1940 - 2007)
Aposta feita em Goiás leva o prêmio da Mega Sena acumulada V E N DA P R O I B I DA EXEMPLAR DE ASSIN ANTE: O prêmio da Mega Sena acumulada saiu para uma aposta feita em Goiás. O ganhador receberá R$ 52.807.317,17. O sorteio do concurso 832 atraiu um número de apostas dez vezes maior do que a movimentação média da loteria. A explosão de apostas atrasou o sorteio em São João da Barra (RJ), que ocorreu na madrugada desta quinta-feira --inicialmente estava previsto para as 21h de quarta(10). Os números sorteados foram: 15 - 17 - 23 - 33 - 39 - 49. Segundo informações da Caixa Econômica Federal, 510 bi- lhetes acertaram a quina e vão receber R$ 13.486,58 cada um. A quadra pagará R$ 184,77 para cada um dos 37.086 bilhetes ganhadores. O concurso recebeu mais de 70 milhões de apostas e arrecadou R$ 111,6 milhões, segundo a assessoria de imprensa da Caixa. O prêmio pago é o segundo maior da história da Mega Sena. O recorde foi o prêmio do concurso 188, r ealizado em outubro de 1999. Na ocasião, um bilhete de Salvador (BA) levou sozinho R$ 64,9 milhões. Sexta-feira, 12 de janeiro de 2007 ANO XXXII Diretor Fundador: Stipp Júnior (1940-2007) • Diretora Responsável: Iára de Carvalho • Taubaté - Vale Industrial do Paraíba • Edição Regional • Nº 10.133 Preço do Exemplar: R$ 1,00 Sepultado ontem o jornalista Stipp Júnior, diretor do Diário de Taubaté F oi sepultado ontem às 10 horas, no Cemitério Municipal, o jornalista Stipp Júnior, proprietário e diretor do Diário de Taubaté. Ele faleceu às 23h57 de anteontem, dia 10, em sua residência, no Jardim das Nações, em Taubaté, de insuficiência respiratória decorrente de complicações de um acidente vascular cerebral ocorrido em outubro de 2005. Stipp Júnior foi velado apenas por familiares e funcionários do DT, numa das capelas da Funerária Taubaté. O jornalista Stipp Junior era natural de Marília - SP, onde nasceu em 21 de abril de 1940. Criança, interessava-se sobretudo por leitura, tendo sido um dos mais assíduos freqüentadores das bancas de jornais das cidades em que viveu a infância: Piracicaba (onde moravam seus avós paternos) e Lorena, cidade para a qual se mudou com a mãe, Benedicta Camarinha Stipp e com a irmã, Laura, em 1947, após a perda do pai, o médico Paulo Perches Stipp, por doença cardíaca, em 1946. Aos 15 anos, inclina-se para a área de Comunicação, tendo o seu primeiro emprego no Serviço de Alto Falante de Lorena - SAL- que logo depois adquiriu e manteve em funcionamento por vários anos. Essa atividade o fez naturalmente se interessar pelo trabalho de locutor e jornalista, levando-o a atuar nas principais rádios da região. COMÉRCIO Seu primeiro emprego de locutor de rádio foi aos 16 anos, na Rádio Cultura de Lorena, para fazer um boletim estudantil diário e um programa de auditório. Seu timbre de voz e perfeita dicção o fizeram disputado pelas melhores emissoras, nos anos 50 e 60, tendo Stipp Junior integrado as equipes de jornalismo das rádios Clube e Cultura de Guaratinguetá em 1957, ingressando, em 1958, na Rádio Aparecida, onde fez, com o então muito conhecido locutor Leite Sobrinho, programas de auditório. Em 1967, Stipp Junior foi para a imprensa escrita, com a contratação pelo jornal O Estado de S. Paulo, onde ele acredita ter vivido os melhores momentos de vida profissional, fazendo reportagens no Brasil e no exterior nos 12 anos seguintes, tendo chefiado também a sucursal Vale do Paraíba desse jornal. As reportagens que ele destaca de uma extensa atividade profissional foram feitas em vários países- Itália, França, Portugal, Polônia, Estados Unidos, Bolívia, Peru,Argentina. Chile e Paraguai. Entre suas principais matérias estão o desbaratamento das guerrilhas urbanas na Bolívia após a morte do guerrilheiro Che Guevara, terremoto no Peru, entrevista com Neil Armstrong, nos Estados Unidos, sobre o primeiro aniversário da viagem à Lua. No Brasil, acompanhou a implanCOMÉRCIO Tarifa social de energia elétrica valerá em todo o país em março A A BRASÍLIA partir de 28 de fevereiro, uma tarifa reduzida para quem consome pouca energia elétrica passará a valer em todo o país - é a chamada tarifa social. A medida faz parte do projeto do governo de promover integração entre diversos programas sociais como forma de reduzir a pobreza e a desigualdade en- tação da Embraer e o desenvolvimento do projeto do avião Bandeirante, tendo sido o primeiro civil a viajar no protótipo deste avião. Stipp Júnior cita, com orgulho, que a primeira reportagem feita para o O Estado de S. Paulo foi sobre a catástrofe de Caraguatatuba. Em 1975, fundou o Diário de Taubaté, tornando-se seu próprio patrão, embora tenha ficado no jornal O Estado de S. Paulo até final de 1978. No Diário de Taubaté, que já circula há 31 anos, Stipp Junior registra marcas importantes: o DT foi o primeiro jornal da região a ter um aparelho de telex recebendo notícias, via Embratel, nas 24 horas do dia. Foi também o primeiro jornal do Vale do Paraíba na Internet, com site e e-mail desde 1995. Com máquinas gráficas próprias, que imprimem jornal com qualidade superior a rotativas e que estão instaladas em prédio também próprio, o Diário de Taubaté é um dos poucos jornais do interior do Estado com vida administrativa e financeira saudável. Stipp Junior estava com 66 anos de idade e construiu, enfrentando grandes dificuldades, um patrimônio sólido, que é um jornal diário de credibilidade, . A partir de hoje, o Diário de Taubaté passa a ser administrado por sua sócia e esposa, a jornalista Iara de Carvalho. Deixa cinco filhos e cinco netos. tre as pessoas beneficiadas com o Bolsa-Família. A informação é da secretária nacional de Renda e Cidadania do ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Rosani Cunha. “A partir de 28 de fevereiro vamos trabalhar com a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) em todo o País. As famílias que estão no cadastro único e que têm uma renda menor que R$ 120 per capita por mês terão direito à tarifa social de energia”, explicou. O programa de tarifa social de energia elétrica começou a ser implantado na Bahia no ano passado. De acordo com a secretária, têm direito à tarifa social as famílias que fazem parte do cadastro único e tem consumo até 220 kWh. “Isso significa, na verdade, que a tarifa social vai ser voltada de maneira mais clara para todo o país para a popu- ACIT e CEF assinam contrato de parceria Associação Comercial e Industrial de Taubaté e a Caixa Econômica Fedelação de baixa renda”, disse. ral assinarão contrato de parcei“Queremos a maior ra no próximo dia 23 de janeiro, integração do Bolsa-Família credenciando a Acit como Corcom várias políticas que porespondente Bancário Negocial. dem ajudar a reduzir pobreza e desigualdade. Por exemplo, a integração do Bolsa-Família CARNAVAL 2007 com atividades de geração de trabalho e renda, com atividades de desenvolvimento agrário, com políticas de habitação, em especial políticas de baixa renda e também com a tarifa social de energia”, ressaltou. O Correspondente Bancário Negocial é o estabelecimento comercial que presta serviços em nome de uma Instituição Financeira, conforme Resolução BACEN 3110/03. Leia mais na Página 8 Comissão organizadora se reúne para definir detalhes Página 7 Devido a grande procura, as cestas de doce continuarão durante todo o ano. DOCES DE MAMÃO; ABÓBORA C/ COCO; BATATA DOCE C/ ABACAXI; GOIABADA; GELÉIA DE GOIABA (150gr); GOIABADA CREMOSA; COCADA DE ABACAXI; COCADA CASEIRA Pasta Flora: R$ 10,00 (Torta de Goiabada); Musses grandes e decorados: R$ 10,00; Manjar de coco c/ calda de ameixa: R$ 15,00; Experimente também as delícias salgadas Cuscuz de frango ou de calabreza R$ 10,00 Tortas de: Frango R$ 10,00 - Palmito R$ 13,00 - Camarão R$ 18,00 CESTA PEQUENA (Potes 250gr) CESTA GRANDE (Potes 350gr) R$ 20,00 R$ 30,00 Rosca de Leite condensado - R$ 5,00 (feita somente sob encomenda) Av. Desembargador Paulo de Oliveira Costa, nº 924 - Cel.: 8145-6416 Diário de Taubaté, o primeiro jornal do Vale na Internet • www.diariotaubate.com.br 2 Diário de Taubaté Um Fato em Foco É preciso conservar a saúde José Eurico de Moraes Vamos considerar que o mundo é uma grande família onde todos deveriam viver unidos como irmãos, cujo pai é Deus. Esta casa que é a humanidade, de uns tempos para cá vem sendo atacada por um grande inimigo causador de doenças e até de morte. Este inimigo do Ser Humano é a fumaça produzida pelos vários tipos de motores. Com o correr do tempo esta "fumaça" dos motores vai infestando os mais variados ambientes, inclusive o ar e as residências nas cidades. Esta fumaça dos milhares de motores de vários tipos, sempre em atividade, causa verdadeiro pânico na Natureza. Então, a Natureza procura vingar-se ora com fortes e prolongadas chuvas, ora com o forte calor solar, ora com o frio dos ares, ora com forte vento. É a Natureza buscando seu bem estar, sua saúde para transmitir ao seres humanos. Assim esta Natureza faz um apelo aos cientistas: - "Descobrir um meio para evitar a poluição, qualquer que seja o país...O importante é evitar a produção de fumaça pela queima de combustíveis dos mais variados tipos usados pelos vários tipos de motores, desde o motor de uma Moto ou Lambreta até o motor do último tipo de avião. Que os cientistas procurem descobrir outro meio para movimentar os equipamentos terrestres, marítimos, aéreos e hoje me dia até os equipamentos interplanetários. Que os cientistas substituam os atuais meios de movimentação dos equipamentos por outros meios capazes de movimentar sem o uso do óleo, do álcool e de gasolina nos seus vários tipos. Vamos aguardar, torcer e esperar que esta substituição torne-se uma realidade o quanto antes para que a saúde da população no mundo seja conservada. Depende dos cientistas que decidem sua vida ao bem estar da população. É bom todos ter em mente o seguinte: _ "Deus dá saúde ao Ser Humano que destrói a sua saúde por vários meios. Vamos conservar a saúde que Deus nos dá e evitar todos os meios que prejudicam a saúde na humanidade, como é o caso da produção dos vários tipos de "Fumaça". _______________________________________ José Eurico de Moraes é professor de Português e pertence à Academia Valeparaibana de Letras e Artes, ocupando a cadeira Nº 4, em Taubaté. Praça da República Administrando Escolas? Artigos Taubaté, Vale Industrial do Paraíba, 13 de janeiro de 2007 Stipp Júnior - O Repórter Osny Guarnieri Filho Coincidência? Fiquei sabendo de sua morte pelo seu próprio jornal, ligando á tarde, dia 11, a Gláucia Moraes atende e me diz: "O Sr. Stipp morreu" - Não preciso dizer da tristeza que percebi em sua voz. Lendo ontem, dia 12, a primeira página do DT, separei este trecho: "Stipp Júnior cita, com orgulho, que a primeira reportagem feita para o Jornal Estadão foi sobre a catástrofe de Caraguatatuba. A tragédia de Caraguá tinha acontecido em um final de semana (19 e 20 de março de 1967). Stipp, correspondente do Estado, em Aparecida, por volta de meia noite, bate à minha casa. Não nos conhecíamos. Fazia um ou dois meses que eu era correspondente aqui em Taubaté. Stipp, determinado, só dizia: "Vou para Caraguá, tenho que ir". Chegou a insistir para que eu fosse junto. Não fui. Passei as informações que tinha, que eram poucas. Que Abreu Sodré, governador, já tinha estado por lá de helicóptero, à tarde. Gabriel Manzano Filho, meu contemporâneo na Cásper Líbero, viajou no mesmo helicóptero. Gabi, como era conhecido, acho que era do Jornal da Tarde. Celso Kinjô, outro jornalista, não conseguira chegar, estava "perdido" entre Paraibuna e Caraguá, havia rodado um trecho grande da estrada. Barreiras e árvores impediam a passagem por vários trechos. Era o caos! Aconselhei Stipp a ir por São Luiz e Ubatuba, mas assim mesmo teria que deixar o carro uns 3 a 5 quilômetros antes de Caraguá. Stipp foi e conseguiu chegar. Fez a cobertura jornalística e fotográfica, isto era uma segunda-feira (o Estadão não circulava às segundas-feiras) . À tarde pegou carona num desses aviões que descem em praias e vai para Santos. Desceu em uma base militar. Pegou um táxi e, sem sapatos, sujo de barro, chega na redação. Enquanto revelavam os filmes, ele escrevia a matéria. Na terça (21/03/1967) o Estadão publica com o maior destaque possível a matéria e mais as fotos feitas por Stipp. Me lembro que foi um tremendo sucesso. O Repórter claramente, honestidade, confiança e persistência, capaz de leva-lo até o fim da reportagem. O repórter é o elemento essencial em toda a coleta de notícias. E por aí vai, Fraser Bond em seu livro. Nossas raízes estão naquela época. Não sei se o Stipp irá tomar conhecimentos do que estou escrevendo. Mas, quando eu for aí, na redação do andar de cima, poderemos, entre um café e outro, conversar mais a respeito. Termino, deixando uma frase que ele sempre gostou e, que foi dita por J.T.Delane, diretor do "The Times", jornal londrino, entre 1841 a 1877: "A imprensa vive da divulgação. Tudo que passa através dela, vem a ser uma parte do conhecimento e história do nosso tempo". Stipp foi - O Repórter, no sentido mais amplo do termo. Coincidência? Não faz 10 dias, na livraria Nobel, encontrei um aluno de Comunicação da Unitau. Num papo agradável aconselheio a ler o livro: Introdução ao Jornalismo, de Fraser Bond, publicado no ano de 1962. No livro, há 4 páginas para a receita de um bom repórter. Era a receita daqueles tempos em que Stipp começou. Veja o resumo e os ingredientes: boa educação básica, interesse pela vida e insaciável curiosidade, inteligência, capaz de pensar _____________________________________ claramente a fim de escrever Osny Guarnieri Filho é jornalista Stipp Júnior: Dedicação e Empenho no Jornalismo José Pereira da Silva Ao tomar conhecimento da notícia do falecimento, depois de uma longa doença, do jornalista Stipp Júnior, ilustre filho de Marília (SP), desejo exprimir minha solidariedade e sentimentos de profundo pesar aos seus familiares e a quantos o conheceram e estimaram. Na sua existência prestou com grande dedicação um generoso serviço através dos meios de comunicação, em especial no jornal escrito. Nascido em 21 de abril de 1940, na cidade de Marília. Desde a adolescência mostrou uma inclinação e interesse pelos meios de comunicação social. Seu primeiro emprego foi no serviço de Alto Falante Fábio William Casagrande Recentemente a Secretaria mas também de modo a tornar Estadual de Educação publicou o processo ensino-aprendizanorma fechando diversas Esco- gem mais ativo, atualizado e las da Família no Estado de São integrado. Ficaram fora dessa Paulo, com repercussão na re- decisão. gião do Vale do Paraíba. Autonomia e Flexibilidade Mais da metade das Escolas para superarmos moldes rígidos da Família, isto é, unidades es- da Administração Pública ditacolares que abriam suas portas dos centralmente. Assim, desenà comunidade local, nos fins de volveremos esquemas de ação semana, estarão encerrando abertos, flexíveis e determinados suas atividades. localmente na escola constituinAtividades como acesso à do condição para a melhoria da Biblioteca, esportes, hora da qualidade do ensino. leitura e oficinas pedagógicas/ Logo, a devolução, por parprofissionalizantes ficarão fe- te da Praça da República que é chadas. localizada muito distante de Ora, as escolas, que são, em nossos municípios, na tomada alguns municípios única alter- de decisão para a comunidade nativa de biblioteca e ativi- local é considerada como base dades esportivas nos finais de para o seu envolvimento na semana, a base de integração efetivação das decisões com a comunidade local de transformadoras das práticas modo não só a envolvê-la no escolares. processo de decisão da escola, _______________________________________ William Tive com Stipp Júnior um a fim de constituir uma gestão Fábio Casagrande é Professor de Língua período de convivência prodemocrática e participativa, Portuguesa. fissional no final dos anos 70. Aliás, mais que convivência, foi um período de aprendizado, o privilégio de partilhar emoções com um jornalista que pensava em notícias as 24 Para anunciar você liga para (12) horas do dia. Ainda me lembro o hábito de Stipp de não separar-se de de Lorena. A partir daí, desenvolveu um frutuoso percurso na mídia: locutor em diversas rádios do Vale do Paraíba; em 1967 ingressou na imprensa escrita, trabalhando no jornal O Estado de S. Paulo, no qual desenvolveu um expressivo trabalho. Em 1975 fundou o Diário de Taubaté que completou 31 anos de circulação. Fundar um jornal é instalar um farol. Com efeito, qual é o destino de um farol? Alertar sobre um perigo, o navio que singra os mares, ou nortearlhe a rota a seguir. Assim, o jornal mostra ao povo os perigos que o ameaçam, ao mesmo tempo o aconselha na orientação a seguir. Grande é, pois, a responsabilidade que um jornal assume perante o público. Com certeza o jornalista Stipp Júnior ao fundar o Diário de Taubaté tinha consciência da importância e da grande responsabilidade que pesa sobre os dirigentes. Exerceu o jornalismo de maneira muito profissional e ética, consciente da importância e do papel dos meios de comunicação na sociedade moderna. Sua experiência no jornalismo o fez compreender que a informação está a serviço do bem comum, pois a sociedade tem direito a uma informação fundada na verdade, na liberdade, na justiça e na solidariedade. Tinha consciência do papel histórico de um jornal, como dizia John Thadeus: "Tudo que passa através de um jornal vem a ser parte de conhecimento e história do nosso tempo." Stipp Júnior contribuiu para o jornalismo regional de maneira significativa. Ao mesmo tempo que agradecemos à Deus pela vida de Stipp Júnior, pelo bem que ele fez à sociedade, entregamos sua existência à mão de Deus, elevamos preces para que lhe seja dada a vida em plenitude na "casa do Pai" e a recompensa prometida por Jesus aos "servos bons e fiéis do seu reino" (Mt 25.14-23). Que o Senhor o receba na alegria e na paz eterna. ____________________________ José Pereira da Silva é professor de História Um jornalista de verdade 3633-1527 Casa de Recuperação Ágape A Ágape Casa de Recuperação trabalha no tratamento de dependente químico, é uma casa masculina e é mantida por doações. Venha conhecer esta obra de amor! Doe um alimento dentre os itens relacionados abaixo e ajude um jovem a se recuperar do vício das drogas. Açúcar, feijão, arroz, macarrão e leite de caixinha. Se preferir pode doar também outros tipos de alimentos. Porém, os mencionados são de mais necessidade. Ligue para 9744 1701 e saiba como doar. Contamos com você! Estrada do Barreiro, km 4, n° 700, bairro Barreiro, em Taubaté-SP. REFERÊNCIA: Passar o Taubaté Veículos, seguir até a bar do carioca e virar a próxima entrada à direita. Seguir sinalização até chegar no local. Falar com Anderson ou Elizabete. Diário de TTaubaté aubaté Editado pela Empresa Jornalística Diário de Taubaté Ltda. Diretor Fundador: Stipp Júnior Diretora Responsável: Iára de Carvalho (MTB-10.655) Diretor Administrativo: Milton Chagas Editora: Glaucia Moraes CONSELHO EDITORIAL Lygia Fumagalli Ambrogi José Eurico de Morais NOTICIÁRIO ESPECIAL Portal Taubaté: www.taubate.com.br REDAÇÃO: Rua Eng. Fernando de Mattos , 23 Taubaté-SP - CEP 12.010-110 TELS.: (0xx12) 3621-4679 FAX: (0xx12) 3633-1527 Internet:www.diariotaubate.com.br/ E-mail: redacao@diariotaubate .com.br REPRESENTANTE COMERCIAL R.G.D. - Comunicação Ltda. R. Duarte de Azevedo, 532 - CEP 02036-022 Santana - S. Paulo/SP Fone 11 6971-1000 ASSINATURA Semestral - R$ 140,00 Anual - R$ 280,00 Jornal Independente filiado à: ADJORI/SP e ABRAJORI Wagner Matheus sua poderosa câmara fotográfica, pronta a registrar um fato a qualquer momento, onde ele estivesse, a trabalho ou a lazer. Stipp Júnior, é preciso dizer, é mais um exemplo de jornalista vocacionado, de profissional abnegado, tão raro nos dias de hoje em que se confunde a profissão de jornalista com a de anotador de declarações. Tive a felicidade de privar da convivência com Stipp, da mesma forma que você, Iara, e vários outros profissionais tiveram. Somos, portanto, testemunhas do grande jornalista que foi Stipp Júnior, a quem a cidade de Taubaté deve homenagear o mais urgentemen- te possível, da maneira mais honrosa. Que o Diário de Taubaté tenha vida longa nas suas mãos. Enquanto ele viver, Stipp também estará vivo para a imprensa do seu "Vale Industrial do Paraíba". _____________________________________ Wagner Matheus Jornalista / São José dos Campos 6 Diário de Taubaté Especial Taubaté, Vale Industrial do Paraíba, 13 de janeiro de 2007 Memória - Stipp Júnior (1940 - 2007) E m 1980, portanto há pouco mais de 26 anos, Elizabete Carvalho, aluna do curso de Jornalismo da Universidade Federal de Juiz de Fora - MG, hoje diretora Administrativa e de Programação das emissoras do Grupo Solar de Comunicação, daquela cidade, entrevistou o cunhado, jornalista Stipp Júnior, para um trabalho acadêmico. Essa entrevista, sobre o exercício da profissão que ele abraçara com tanto entusiasmo, é hoje reproduzida pelo Diário de Taubaté, em homenagem póstuma ao fundador deste jornal. Profissional respeitado por sua competência, comportamento ético e disposição para enfrentar desafios, Stipp Júnior é um exemplo de profissional a ser seguido por quantos queiram ser um grande repórter, como ele foi. Satisfação pessoal, desafios, sorte. Assim é o dia-a-dia do Repórter Stipp Júnior, jornalista e repórter, 40 anos, foi uma das testemunhas da melhor fase do jornalismo brasileiro. Trabalhou no jornal O Estado de S. Paulo durante 12 anos, exercendo intensamente a profissão, do jeito que ela é hoje sonhada pelos jovens alunos dos cursos de Comunicação. Tal qual o jogador de futebol, Stipp Júnior considera a função do repórter como uma fase curta, porém de inteira realização vocacional do jornalista. Há cinco anos, ele fundou e edita o "Diário de Taubaté" e recentemente aceitou o convite para prestar seus serviços ao Instituto de Pesquisas Espaciais (INPE), órgão do CNPq, na Assessoria de Relações Nacionais (ARN). EC- Jornalismo é vocação ou profissão? SJ- Quando eu tinha 10 anos, morava em Piracicaba, uma velha cidade do interior paulista. Todas as tardes eu passava pela banca de jornais que existia perto da catedral e disputava, avidamente, com o grupo de adultos, a leitura dos jornais expostos. E num desfile interminável das manchetes de "O Tempo", "Diário da Noite", "O Estado", "Correio Paulistano", "O Globo" e "Correio da Manhã", eu viajava por regiões as mais longínquas desse mundo. Depois, eu fazia muitas anotações daquilo que não entendia ou não sabia. E checava tudo na biblioteca municipal. Nessa ocasião, um personagem mundial estava em grande evidência: era o cientis- ta alemão Von Braun, que os jornais diziam ser norte-americano. Eu passei a ter profunda admiração por esse cientista que saiu dos escombros de uma guerra mundial e falava de viagens interplanetárias, pesquisas do espaço e que a própria Terra era uma nave espacial. Vinte anos depois, eu fiz uma entrevista exclusiva com Werner Von Braun e ele me falou do Skylab, dos benefícios da pesquisa especial para o homem e revelou os primeiros planos do "Space Schutle", o ônibus espacial atualmente sendo projetado e construído pela NASA. Um ano antes dessa entrevista, em pleno deserto do Texas (EUA), tive um encontro com outro personagem muito famoso: Neil Armstrong, quando fazia exatamente 1 ano que ele tinha voltado da Lua. Fiz uma entrevista com ele, também exclusiva e para o desespero de quase 200 jornalistas que se encontravam nas proximidades. Uma questão de sorte, persistência? Desses dois entrevistados, eu tenho na capa da minha Nikon suas assinaturas. Quanto ganhei por essas entrevistas? Absolutamente, nenhum centavo extra. Eu estava na minha rotina de trabalho. EC- Mas afinal de contas, Cópia da primeira página do Estadão a respeito da catástrofe em Caraguatatuba jornalismo dá ou não dá ditrevistei centenas de pessoas, as assim, hoje, só especiais, optando pelo malote, via ôni- anos. Ao mesmo tempo, decidi nheiro? SJ- "Se você tem vocação, que denominei pertencentes à não é? bus e correio. Voltamos ao tem- pesquisar uma outra face do SJ - Exatamente. A era do po das diligências. Acabaram- jornalismo: a produção de um faça jornalismo. Se você quer civilização caiçara. Eles não um emprego, empregue-se na conheciam cercas de arame far- repórter não existe mais. E ex- se as grandes viagens e o re- jornal diário no interior. Sou o Prefeitura". Essa frase é de pado, vaca, bicicleta, ladrões e plico: até o final da década de pórter não tem mais nome e não redator, o repórter, o jornaleiCarlos Lacerda e fazia parte das seus mortos eram sepultados 70, o meu jornal não tinha pro- tem mais rosto. Outro dia, visi- ro, o mecânico de linotípo e o normas de Redação da "Tribu- enrolados em folhas de bana- blemas de ordem econômica ou tei a fábrica da Volkswagen de diretor. Bonito, não? Aí tamna da Imprensa", Taubaté e vi uma bém não existe horário, mas o do Rio de janeiro. cena que me le- jornal sai toda madrugada na Eu nunca vi um "Se você tem vocação, faça jornalismo. Se você vou instantanea- rua. jornalista rico. mente às atuais A experiência está sendo quer um emprego, empregue-se na Prefeitura". Redações dos jor- muito interessante. EsquecenEC- Então, Essa frase é de Carlos Lacerda e fazia parte das nais. Vi a do todas as dificuldades de orquais são as van- normas de Redação da "Tribuna da Imprensa", do carroceria de um dem financeira, falta de tagens que a pro- Rio de janeiro. Eu nunca vi um jornalista rico. carro entrar na esquipamento mais moderno e fissão pode trachamada câmara a ausência quase que total de zer? de soldagem. Em pessoal especializado na redaSJ- As vantagens são inúme- neiras, nas beiras de praias. Fiz financeira. A última grande re- 14 minutos, dezenas de bicos ção, acredito que o jornal do ras para quem tem vocação. Por todo esse percurso a pé ou em portagem, que eu me lembro, de solda, sem a interferência de interior ainda é o celeiro dos exemplo, você já deve ter pas- pequenas canoas escavadas em foi a das mordomias, de nenhum operário, executaram futuros profissionais. Uma sado pela Rio-Santos, no trecho tronco de árvore. Eu passei na Ricardo Kotscho, também do centenas de soldas, todas as coisa é certa: o jornal local e Rio-São Sebastião, não é mes- Rio-Santos antes dos " O Estado". possíveis e imagináveis que um regional não desaparecerá. Hoje, os jornais fazem ma- carro possa ter. Logo em segui- Vejo, porém, um único camimo? Eu fui o primeiro jorna- topógrafos. Depois acompalista a fazer uma série de repor- nhei a derrubada das matas, a térias especiais resumindo uma da, a carroceria , já pronta, pas- nho de sobrevivência, exemtagens sobre a Rio-Santos. Es- chegada dos posseiros, a expul- série de informações enviadas sou pelo olhar de um operário, plo do que já ocorreu em paítive em Brasília, no Rio de Ja- são dos caiçaras. Documentei, por sucursais e corresponden- para receber o "ok". ses desenvolvidos : os poucos neiro, entrevistei Mário denunciei (o que dá uma certa tes, com um texto final de um grandes jornais que restam no Andreazza, Eliseu Resende, satisfação pessoal) como o ho- copy-desk. Esse tipo de matéEC- Então foi a morte do re- País terão, a médio ou longo desenhistas, projetistas, possí- mem faz para destruir, em pou- ria, para mim, é como se fosse pórter brasileiro que fez você prazo, de se associarem, aos veis empreiteiros. Para a cole- co tempo, uma minoria étnica um produto saído de um com- sair do grande jornal? jornais do interior. Serão ta dessas informações, viajei de 400 anos. Os remanescen- putador, sem alma. A contenSJ- Foi exatamente isso. encartados numa única edição, nos melhores aviões, me hos- tes desse império caiçara estão ção de despesas, a preocupação Com o acordo que fiz, ganhei impressos pelo sistema de pedei nos melhores hotéis. De- hoje na favela mais pobre de dos jornais em se transforma- um bom dinheiro e fiz as pazes micro-ondas, nas cidades pópois fiquei 15 dias no mato, no Ubatuba, a "Estufa", margina- rem, cada vez mais, em empre- com o meu maior inimigo eco- los regionais. Em outras palasas rentáveis, objetivando o lu- lógico: o carvoeiro. Comprei vras: os dois ou três principais trecho Paraty-Ubatuba, docu- lizados. cro acima de tudo, faz com que um sítio na parte mais alta da cadernos de um grande jornal mentando centímetro por centímetro de todas aquelas praiEC- Quer dizer, então, que o repórter trabalhe com o tele- Serra do mar e estou reflores- terão seus fotolitos transmitias, convivendo com mosquitos, você viveu uma das melhores fone, com o telex e a maioria tando, juntamente com ele, dos para a oficina dos jornais borrachudos, enxames de abe- épocas do repórter brasileiro, dos jornais, para evitar despe- com essências nativas, aquilo regionais. Com a mesma qualhas, cobras, tempestades. En- porque ao que parece, matéri- sas, chega a isolar esses meios, que ele devastou ao longo dos lidade. 2 Diário de Taubaté Geral Escritor Alberto Mazza Homenageia Jornalista e Patrono da AVLA Stipp Júnior O Escritor e Vice-Presidente da AVLA Alberto Mazza e o Jornalista e Patrono da AVLA Stipp Júnior. S eus Ideais T ranscorreram limites I ntensos que nortearam o P ercurso do P rogresso e dinamismo Lila Escreve LILA REMÉDIO PARA SEUS MALES FLORAIS DE BACH TARÔ - NUMEROLOGIA 3632-0761 Se você está passando por algum tipo de sofrimento, alguma preocupação, algum problema, ou alguma situação angustiante, saiba que existem somente dois remédios para seus males. O primeiro é "Deus" e o segundo é o "tempo". Nas horas difíceis é importante que você tenha com quem se apegar e tenha em quem acreditar. E pode ter a certeza de que Deus é realmente a melhor opção. Acredite e confie! Se entregue nas mãos Dele e tenha fé, porque "a fé remove montanhas" e somente quem tem fé consegue vislumbrar a possibilidade de sair da dificuldade em que se encontra. Somente o tempo é capaz de dar aceitação e conformação a quem passa por algum problema que não tem solução; somente o tempo é capaz de modificar idéias e pensamentos por mais radicais que sejam; somente o tempo consegue atenuar as maiores paixões impossíveis de serem vividas. O tempo passa rápido demais para quem está apreciando a vida e não quer que ele passe, mas passa muito lento para aquele que espera ardentemente que ele passe logo. O tempo é curto para as pessoas que estão alegres e festejando, mas é longo para aqueles que se lamentam sem parar, ainda assim, é remédio para todos os males, pois somente o tempo é capaz de cicatrizar grandes feridas da alma. Não fique se lamentando e se sentindo a mais infeliz das criaturas da face da terra. Você não é o único ser humano a ter problemas. Entregue suas aflições nas mãos de Deus, tenha fé e confie que a solução virá. Exercite a paciência sem perder a capacidade de acreditar que com o tempo as coisas se resolverão. Dê tempo ao tempo e aguarde otimista e confiante que um dia tudo vai ficar bem. Acredite nisso! Coluna Mariana J ornalista Stipp Júnior U m brilho que enalteceu em N otícias no mundo da I mprensa escrita O criador supremo do Diário de Taubaté, e... R iquíssimo Patrono da Cadeira Quatro da Academia Valeparaibana de Letras e Artes. Os Acadêmicos da AVLA prestam Homenagem Póstuma ao Jornalista Patrono “ Stipp Júnior” Ocupante da Cadeira Quatro, do Ilustre Acadêmico “ Prof. José Eurico de Moraes”. DT no Tempo As imagens do Satélite Goes 8, mostram muitas nuvens no centro-norte do país, Sudeste e no PR, devido a presença da Zona de Convergência do Atlântico Sul.(ZCAS) No Nordeste o forte calor e a alta umidade favorecem a formação de nuvens. Vale do Paraíba, Serra da Mantiqueira e Litoral Norte Hoje o céu ficará nublado e com chuvas em alguns momentos do dia em toda a região. Na quarta-feira (17/01) o sol pode aparecer em alguns instantes do dia, mas o predomínio deverá ser de céu nublado e de pancadas de chuvas em toda a região. Na quinta-feira (18/01) o tempo não muda muito. O céu continuará nublado e há previsão de pancadas de chuva em toda a região. Já na sexta-feira (19/01) o tempo melhora. Taubaté, Vale Industrial do Paraíba, 16 de janeiro de 2007 Temperaturas: Vale: 19 min. 26 max. Litoral: 21 min. 29 max. Serra: 14 min. 21 max. Sol Nascente: 06:30h Sol Poente:19:53h Bombas Elétricas Nacionais e Importadas para Álcool e Gasolina Peças p ara Injeção Eletrônica, Limpeza de Bicos e Injetores Compramos bombas elétricas usadas Ulisses Ramiro Análise psicológica de Maria Podemos avaliar psicologicamente Maria através dos escritos neotestamentários e como sua figura foi vivida pela primeira comunidade cristã, da qual, após Pentecostes, Ela fez parte. Devemos ter em mente que nenhum indivíduo pode estar em relação com sua realidade e vivê-la sem ser por meio de sua “psique”. Assim sendo, devemos escolher um modelo de personalidade que nos ajudará a interpretar Maria, usando para tal o modelo da psicologia analítica de C. G. Jung, que nos dá, por meio da hipótese do funcionamento da psique, a noção de arquétipo, que são modos de reação, nascidos das experiências positivas e negativas que o indivíduo, no caso Maria, teve em relação aos eventos axiais da sua vida, como morte, doença, ódio e tantos outros, ocorridos consigo ou com pessoas próximas, como Jesus Cristo e toda sua Vida, Paixão, Morte e Ressurreição. E neste sentido, analisaremos o arquétipo do feminino, chamado de “anima” por Jung, em Maria. Considerando os escritos sobre Jesus, suas características humanas, a relação Mãe-Filho para a formação do caráter e da personalidade e o propósito do papel materno nos faz deduzir que Maria devia ter sido uma personalidade dotada de imensa força de espírito, capaz de entregar-se às mais variadas nuanças da sensibilidade do psiquismo humano: amizade, ternura, entusiasmo, compaixão, ou seja, o mesmo perfil de Jesus. Isto pode ser visto no primeiro cântico que toma o seu nome (Magnificat), exprimindo preocupações religiosas e sociais, mostrando-a compenetrada, impregnada dos elementos mais significativos da cultura hebraica contemporânea. Também a Anunciação é outro momento psicodinamicamente envolvente onde Ela demonstra elevada capacidade de controlar suas reações, conduzindo em seguida o diálogo mais do que adequado junto ao Arcanjo que lhe visita em nome de Deus. Já na morte do Filho tem uma reação extremamente digna, nos levando a crer que Maria tenha sabido manter uma lucidez e uma consciência da sua responsabilidade tão grandes que, naquele momento da cruz, Jesus tenha dado-lhe a responsabilidade da vida da Igreja nascente. Analisar as possibilidades dos arquétipos, no que diz respeito à sua aplicação para a interpretação dos fenômenos religiosos, principalmente no que concerne à natureza do fato religioso, especialmente daquele revelado, é uma atividade complexa. A realidade pessoal e histórica de Maria significa um apelo às energias arquétipicas do inconsciente coletivo. Esta sua realidade histórico-pessoal representa as polaridades numinosas positivas do arquétipo do feminino. Ela manifesta até certo ponto a dimensão feminina e materna do mis- INDICADOR MÉDICO OFTALMOLOGIA CLINICA GERAL Médico Oftalmologista CLINICA- CIRURGIA-LENTES DE CONTATO R. Quatro de Março, 203 - Tel.: 36 21-1088 Dr. Paulo Sergio Werneck Gastroenterologista GASTROENTEROLOGIA PSICANÁLISE E PSICOTERAPIA Cons. R. Cel. Gomes Nogueira, 31 Tel.: 3632-9834 DERMATOLOGIA Tel.: (12) 3635-2368 Rua Humaitá, 02 - Centro - Taubaté-SP Cel.: (12) 9119-1792 - E-mail: [email protected] Drª. Elina Alves Ribeiro Dermatologista doenças da pele e cirurgia estética R. Dr Souza Alves, 288 Tel.:3632-7331 tério trinitário e, em particular, do Pai celeste. Um dos valores simbólicos mais importantes de Maria é o da Virgem (Aeiphartenos), que na história da humanidade é antiqüíssimo e de significado intenso e marcante. Nela, a imagem simbólica adquire toda sua plenitude e todo o seu vigor. Ela é a consciência que emerge do caos, isto é, a imagem da criatura íntegra, como era a humanidade antes que o condicionamento do pecado original obnubilasse a nitidez da razão humana sobre sua própria existêncialidade. Ela encarna a gravidez virginal como símbolo da aspiração que atormenta o ser humano, jamais experimentada, a não ser por Ela mesma. Entretanto, esta virgindade se caracteriza por sua esponsalidade, pois é a Virgemesposa, imagem ausente na dimensão simbólica das experiências pré-cristãs. Este valor ainda se desdobra no matrimônio divino, mistério de Deus jamais imaginável, pois é um conceito de linguagem-limite, de conceitos opostos, qual seja, Virgem, Esposa e Mãe. E como Mãe do Verbo, Ela representa a fonte da Vida, captável, pois o Filho de Deus, por Ela, se faz carne. Maria é o ser humano que pode tocar com a mão a inefável face de Deus. Assim, Maria Theotókos, Mãe de Deus, representa nossa esperança no profundo grau de humanidade e misericórdia que impregnará o Juízo Final, sendo Ela a porta na qual o crente se apresentará Àquele que julgará o mundo. Por fim, ao pé da cruz, como Nossa Senhora das Dores, Coredentora da humanidade, é uma das imagens mais simbólicas para a experiência cristã, donde se decodifica o sentido da dor e o devir do mistério do mal, levando-nos, todos nós crentes, à possibilidade de superar o limite do mal aos pés das infinitas cruzes em que até hoje Cristo continua sendo crucificado. E ao final de sua vida, Assunta aos céus, objeto dos mais profundos anseios humanos, é o ícone Daquela que atingiu a vida que não tem fim, materialização do pensamento divino sobre a história, a Sofia bíblica, paradigma da existência redimida. É o desejo da humanidade que n’Ela se realizou, materialização do pensamento de Deus, de que habitaremos na mesma casa. Maria, no seu ser mulher, “anima”, representa a prova, a comprovação e a antecipação das potencialidades criativas e religiosas que são dadas à humanidade. FONTE: PINKUS, Lúcio, osm. Mestre de técnicas de pesquisas da personalidade da Universidade La Sapienza – Roma e Professor Doutor de Psicologia da Pontifícia Faculdade Teológica Marianum – Roma. Verbetes: Mito e Psicologia. _____________________________________________________ Ulisses Ramiro Cir urgião Dentista e membro da Academia Marial de Aparecida. Dr. Ivanir M. A. Freire PEDIATRIA Dr. José Arthur Lessa Pediatra R. Engenheiro Fernando de Mattos, 252 Tel.: 3632-2888 UROLOGIA Dr. Wander Cunha DOENÇAS DOS RINS - Urologista R. Dr. Souza Alves, 288 Tel.: 3632-7331 OFTALMOLOGISTA Dr. ELITA ALVES RIBEIRO OFTALMOLOGISTA (Clínica e Cirurgia dos Olhos) R. Dr. Souza Alves, 39 Tels.: 3622-4461 - 3624-1298 - Taubaté Atelier Diário de TTaubaté aubaté Editado pela Empresa Jornalística Diário de Taubaté Ltda. Diretor Fundador: Stipp Júnior Diretora Responsável: Iára de Carvalho (MTB-10.655) Diretor Administrativo: Milton Chagas Editora: Glaucia Moraes CONSELHO EDITORIAL Lygia Fumagalli Ambrogi José Eurico de Morais NOTICIÁRIO ESPECIAL Portal Taubaté: www.taubate.com.br REDAÇÃO: Rua Eng. Fernando de Mattos , 23 Taubaté-SP - CEP 12.010-110 TELS.: (0xx12) 3621-4679 FAX: (0xx12) 3633-1527 Internet:www.diariotaubate.com.br/ E-mail: redacao@diariotaubate .com.br REPRESENTANTE COMERCIAL R.G.D. - Comunicação Ltda. R. Duarte de Azevedo, 532 - CEP 02036-022 Santana - S. 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Sra. das Graças - Taubaté - (Primeira rua a direita após a escola Entec.) 6 Diário de Taubaté Especial Taubaté, Vale Industrial do Paraíba, 16 de janeiro de 2007 Memória - Stipp Júnior (1940 - 2007) EUA ficaram com corpo de "Che", diz jornalista Améria Latina Contestando um general boliviano, segundo o qual "Che" Guevara está enterrado em Vallegrande, o jornalista brasileiro Stipp Júnior diz que o corpo do guerrilheiro foi levado por americanos O Stipp Júnior em foto recente jornalista Stipp Júnior que em 1968 cobriu para o Estado a fase posterior à morte do guerrilheiro Ernesto Che Guevara nas selvas bolivianas (ver ilustração), contesta a versão do general boliviano Mario Vargas Salinas de que Che foi enterrado sob a pista de pouso de Vallegrande. Stipp baseia sua contestação no relato do jornalista José Stacchini, já falecido, que testemunhou a autópsia do cadáver quando cobria o desmantelamento da guerrilha na selva boliviana para O Estado de S. Paulo. Segundo Stacchini, o corpo de Che Guevara foi embarcado em 11 de outubro de 1967, no aeroporto El Alto, de La Paz, em um avião Hercules 130 da Força Aérea americana, seguindo para o Panamá e Estados Unidos. Os americanos teriam ficado com o corpo depois de intensas negociações com militares bolivianos. Em outubro de 1968, Stacchini lembrou os fatos numa entrevista a Stipp Júnior. "Cabe, portanto, à tripulação do Hercules e informar sobre o destino do corpo", diz Stipp Júnior, hoje diretor do Diário de Taubaté, no Vale do Paraíba. A seguir, seu relato sobre a polêmica de Che. Avião C-130 da Força Aérea dos EUA levou líder morto "Che" Guevara foi executado por um "ranger" com um tiro de fuzil no peito Stipp Júnior Especial para o Estado Q uem tem de informar o paradeiro do corpo do ex-guerrilheiro argentino, Ernesto "Che" Guevara não é nem o governo nem o Exército boliviano e sim a tripulação do avião turboélice C-130 da Força Aérea Americana que decolou de La Paz na noite de 11 de outubro de 1967. Os americanos ficaram com o corpo do guerrilheiro morto, após intensas negociações entre os oficiais do Exército boliviano e os agentes da CIA e que culminaram com a doação do cadáver aos americanos. O corpo saiu de La Paz com destino ao QG da CIA do Panamá, para receber serviços complementares de embalsamamento e seguir para os EUA. O guerrilheiro foi executado com um tiro de fuzil na altura do coração, disparado à queima - roupa quando estava amarrado numa cadeira, dentro de uma escola rural em La Higuera e levou ainda um golpe de baioneta no pomo de Adão. Isto ocorreu entre 11 e 12 horas do mesmo dia 9 de outubro. Mas Che já havia sido ferido nas pernas entre os dias 6 e 8 de outubro (sexta e domingo), em combate naquela região - e no sábado, 7, às 13 horas, o Comando Militar do Vallegrande recebeu a informação de que Che havia caído. Dois guerrilheiros que estavam em sua companhia foram executados. Aniceto levou um tiro no olho direito e Willy, que escondeu Che já ferido atrás de uma rocha, foi fuzilado. Sangrando, aprisionado sobre sob as ordens do tenente Gary Prado Salmón, Che foi levado, envolto num cobertor, para a escola rural, onde ficou até a segunda-feira, 9, quando foi morto por um ranger de nome Mário Teran, que tomou vinho antes de executar a missão. Em Vallegrande, onde chegou às 17 horas, foi autopsiado, fotografado e recebeu formol. Os médicos disseram que o formol introduzido pela boca e pescoço saía pelos ferimentos. O jornalista Daniel Antônio Rodrigues, que cobria o episódio da morte de Che para o Diário de La Paz, disse ao Estado, em abril de 68, que o corpo ficou no necrotério improvisado até o dia seguinte. Na terça, 10, o governo convidou todos os jornalistas para documentar o episódio. Um avião levando os profissionais de imprensa chegou de manhã a Vallegrande e retornou às 13 horas para La Paz. Na noite de terça para quarta-feira (10 para 11 de ou- La Higuera, Bolívia, onde “Che” foi morto: busto de guerrilheiro marca local que é atração turística tubro de 1967), o corpo desapareceu do necrotério improvisado de Vallegrande. No aeroporto de La Paz, no dia 11, Che teve suas mãos seccionadas cirurgicamente e a explicação foi a demora dos peritos da Argentina, que viriam fazer o reconhecimento pela datiloscopia. No final da noite, num C-130 da Força Aérea Americana, o corpo, sem as mãos foi transportado para os Estados Unidos. O plano de vôo era parar no Panamá, onde o cadáver receberia o serviço complementar de embalsamamento. A cobertura do desmantelamento da guerrilha na selva boliviana foi feita para o Estado pelo jornalista José Stacchini. Em outubro de 86, ele rememorou os fatos em entrevista. "Era o dia 9 de outubro de 67 e eu estava em Vallegrande. Che estava perto mas o Exército boliviano não me deixou ir até lá. O que vi às 12 horas em ponto, quando o general Ovando Candia desceu de um avião e disse: "Che acaba de morrer". Stacchini lembra que ficou esperando a chegada do cadáver, o que só aconteceu por volta das 17 horas. "Chega um helicóptero. O cadáver vem amarrado do lado de fora do aparelho com uma corda novinha, preso no estribo. O movimento do motor do aparelho fazia voltear os cabelos do morto, mas ele estava com a boina. O helicóptero pousou num campinho e correram para ele, imediatamente, quatro peritos do Exército boliviano. Um militar tira o cadáver das cordas e vira-se para mim e diz, em tom ameaçador. "Eu só não atirei em você por pena. Só os peritos podem ver o corpo." Segundo o depoimento de Stacchini, "o cadáver de Che foi levado para um tanque de lavar roupa, no Hospital Senhor de Malta. O corpo foi posto completamente nu sobre a tá- bua. O médico chegou com o bisturi e aproveitou o corte da baioneta. Presenciei uma cena dantesca: quando ele mexeu com o bisturi, o cadáver se sentou sozinho. Ele tinha os olhos semi-abertos. Fiquei estupefato. Após testemunhar a autópsia em Vallegrande, Stacchini voltou ao Brasil. Seis meses depois o Estado destacou-me para fazer o rescaldo da cobertura da guerrilha rural e cobrir o desmantelamento da guerrilha urbana em La Paz. Oficialmente, as guerrilhas na Bolívia chegaram ao conhecimento público e às manchetes de jornais no dia 27 de março de 1967. O movimento terminou em abril de 68. No dia 19 desse mês, o ministro do Interior, Antônio Arguedes, reuniu os jornalistas locais e internacionais que se encontravam em La Paz para revelar os últimos fatos sobre o total desmantelamento da rede de apoio às guerrilhas que operava no país havia 13 meses. Ele apresentou à imprensa o articulador da organização de apoio urbano aos guerrilheiros, o jornalista peruano Julio Dagmino Pacheco, de 39 anos, preso pelo governo boliviano. Ele dirigia o sistema logístico da ação bélica extremista na capital e em outras cidades bolivianas. Pacheco, respondendo ao repórter do Estado, confirmou que chefiava a rede de contatos urbanos desde 1963 e que a organização era clandes- tina e atuava sem planos préestabelecidos. Atribuiu o fracasso das guerrilhas "às denúncias de camponeses". Sobre uma mesa, ao seu lado, estavam U$ 20mil, armamento, munição e documentos. Ele informou ao Estado que aquele dinheiro lhe foi entregue por Juan Pablo Chang Navarro, que o havia trazido de Havana (esse guerrilheiro pequeno foi morto em combate na Bolívia). Pacheco admitiu que recebeu treinamento especial em Cuba para executar aquela missão na Bolívia, cooperando com os guerrilheiros que agiam no sudeste do país. "Esta missão me foi confiada por Ernesto Guevara durante minha visita ao acampamento de Nancahuazu", explicou Pacheco. No momento em que o repórter do Estado entrevistava Pacheco, foi bruscamente interrompido pelo ministro Arguedas que, arrastando-o pelo braço, encostou-o na parede da sala e, aos gritos, exigiu todos os documentos de identificação (passaporte e funcionais). Dias antes, o jornalista havia visto as mãos de Guevara dentro de um vidro com líquido transparente, sobre um móvel, num das salas do Ministério do Interior. Em julho de 68, na cidade de Póvoa de Varzin, Portugal, o mesmo jornalista leu num jornal de Lisboa que Arguedes havia caído em desgraça no governo boliviano e fugira para Cuba, levando as mãos de Ernesto Che Guevara e entregando-se à viúva do guerrilheiro. O jornalista pergunta até hoje: quem era Arguedes, o todo poderoso no combate à guerrilhas? E encontra uma resposta: ele era o principal agende de Fidel Castro na Bolívia. Enquanto isso, no aeroporto El Alto, em La Paz, na noite firo de 11 de outubro de 1967, um intenso movimento militar quebrava a rotina do local. Um caminhão tanque abastece um avião C-130 da Força Aérea Americana estacionado na parte principal da área militar. A tripulação se prepara para uma viagem longa. Ao mesmo tempo, acaba de aterissar um velho C-47 da Força Aérea Boliviana, chegando da chamada "zona de operaciones militares". Jeeps e veículos blindados cercam o aparelho. De seu interior "rangers" desembarcaram rápidos a maca com um corpo envolto em saco plástico, daqueles usados no Vietinã. O corpo é de Ernsto Che Guevara. O avião acabara de chegar do Vallegrande e no aeroporto de El Alto havia a determinação do ministro Arguedes do Interior, de que as mãos de Che fossem preservadas. Outro problema ainda não solucionado era o destino do corpo. Os militares bolivianos e o próprio presidente René Barrientos eram de opinião de que o cadáver deveria receber sepultamento reservado, porém, em território boliviano. Os americanos divergiam e reclamavam o corpo. Várias consultas os Estado-Maior das Forças Armadas e ao presidente da República foram feitas. Final das negociações o governo de Barrientos concorda com a "doação" do corpo. O cadáver é embarcado no C-130. Turbinas acionadas, o gigantesco avião desaparece na noite. Guerrilha jamais ameaçou Bolívia O jornalista José Stacchini jamais acreditou que as guerrilhas em qualquer momento constituíram ameaça ao governo boliviano, pois não tinham o menor apoio dos camponeses que, inclusive, denunciavam ás autoridades a movimentação dos estranhos. Os camponeses riam de Che e de seus seguidores e os mandavam ir fazer guerrilha na Argentina. O interesse dos americanos em combater as guerrilhas era político, visando desmitificar o regime cubano. Ainda segundo Stacchini, o grupo brasileiro MR-8 deveria se chamar MR-9, porque o objetivo da sigla foi o de marcar a data da morte do guerrilheiro cubano. "Esse foi mais um engano. Aqueles revolucionários só sabiam se enganar a si mesmos", comentou Stacchini. (S.J) Napalm brasileiro destruiu as bases rebeldes na selva José Stacchini, ao cobrir o desmantelamento da guerrilha, confirmou a utilização de armamento fabricado no Brasil nas operações contra Che. Ele viu, perto da cidade de Vallegrande, as caixas de bombas de napalm com a inscrição da Força Aérea Brasileira em letras prateadas. A base guerrilheira na selva foi destruída com bombas de napalm fabricadas em Lorena, na então Indústrias Químicas Mantiqueira (hoje, pertencente ao grupo inglês ICI, que a comprou após a guerra das Malvinas). Os aviões T-6 usados nas operações anti-guerrilha foram cedidos pelo Brasil sem o conhecimento do Congresso Nacional, numa operação direta de governo para governo. (S.J) 8 Diário de Taubaté Geral Bola de Meia Bola de Meia Adilson Barbosa Adilson Barbosa STIPP JÚNIOR - O JORNALISTA Como o Osny Guarnieri Filho, fiquei sabendo do falecimento do amigo e companheiro através do seu próprio jornal, coisas que às vezes não entendemos o porque, já que escrevemos para o jornal a longo tempo, estando temporariamente afastado por viagens. Surpreendido e entristecido com a infausta notícia, restounos lamentá-la profundamente, externando a D.Iara sua esposa e toda família nesta coluna, o nosso pesar, rogando ao criador que o receba e que derrame o balsamo que irá aliviar as dores de tão prezada perda. Se Deus assim permitir, estaremos presentes na missa de sétimo dia que será realizada, hoje dia 16, às 19h, na Igreja do Rosário. Conheci um pouco do Stipp, acompanhando seus trabalhos como repórter de escol e também como fundador e diretor deste Jornal. Trabalho sério, profissional, ético, eficiente, categórico, de nível internacional, e de uma personalidade marcante. Suas experiências já relatadas por diversos companheiros no campo do rádio e jornal foram relevantes, especialmente no setor regional, onde brilhou efusivamente em defesa dos direitos inalienáveis dos cidadãos. Sua passagem pelo Jornal O Estado de S.Paulo foi marcada por entrevistas com personagens famosas em vários paises e reportagens especiais como a catástrofe de Caraguatatuba. Criou seu estilo inerente, transmitindo ensinamentos a todos, especialmente aos iniciantes da função da imprensa com informações baseada na verdade, justiça e liberdade. Stipp foi uma referência e merece nossa reverência. Jornalista respeitado e admirado pelos seus conhecimentos e linha de conduta inabalável. Fundou este jornal que manteve inatacável mesmo com a intempérie dos tempos no âmbito político, econômico, e financeiro. Stipp é filho de Marília-SP, mas tenho certeza absoluta que fez de Taubaté sua segunda cidade, onde com seus 66 anos de existência bem vividos ao lado de toda sua família, merecendo por parte de nossa sociedade todas as honras e homenagens. Tivemos a honra e satisfação de por duas vezes ser convidado pelo Stipp para escrever para este conceituado jornal com a coluna Bola de Meia, sobre esportes em geral e em especial futebol. Quis o destino que após uma longa enfermidade, na sua passagem e encontro com o senhor, não estivéssemos presentes como outros companheiros. Portanto, rogamos pela piedade e misericórdia infinita do Pai em sua casa, recompensando-o pelo emprego do seu talento que lhe foi inserido e cobrado pelo próprio criador. Como escreveu o jornalista Wagner Matheus de S.José dos Campos “Que o Diário de Taubaté tenha vida longa. Enquanto ele viver Stipp também estará vivo para a imprensa do seu “Vale Industrial do Paraíba”. SOFÁ SUJO! Lavagem e impermeabilização de sofá, banco de carros, cadeiras, carpetes, conjunto 2 e 3 lugares R$ 70,00 Orçamento por telefone Executamos o serviço no local Tel: (12)3966-8460 Cel: (12)9173-8701 Taubaté, Vale Industrial do Paraíba, 16 de janeiro de 2007 Copa São Paulo de Juniores Taubate vence o Palmeiras, seguindo na disputa da Copa Fotos e Texto de Horton Cunha Suportando pressão do alvi-verde, que veio em busca de sua classificação, o Burrinho foi valente e conseguiu bonita vitória diante do seu adversário pela contagem de 2 a 0, classificando-se para outra fase pelo índice técnico. O que faltou para o Taubaté na partida anterior, desta vez, a sorte esteve do lado taubateano, a começar pela cabeçada do jogador Daniel na trave e no retorno o mesmo jogador chutou ás nuvens uma bola na pequena área livre de marcação. Se não bastasse, aconteceu uma penalidade máxima duvidosa contra o Burrinho e o jogador Ramazzotti, centro avante, desperdiçou chutando na trave direita do goleiro Cássio. Marcando em cima os jogadores do alvi-verde, os atletas taubateanos demonstraram uma enorme vontade e teve a oportunidade ouro na cobrança de escanteio pela direita por Guilherme, Gabriel sem marcação subiu e de cabeça colocou a bola no fundo das redes do goleiro Alemão, abrindo a contagem para o alvi-azul, aos vinte minutos. No retorno para a segunda etapa, o Palmeiras voltou mais agressivo e o Taubaté se defendendo jogando á base de contra-ataques aproveitando a velocidade de seus atacantes. O alvi-verde não se acertava desperdiçava boas oportunidades e o tempo passando e cada vez mais os jogadores se enervando em campo. Num desses contra-ataques, João Cleber, que havia entrado em lugar de Emerson, pegou uma bola na meia lua, chutou a defesa rebate sobrou para ele que na saída do goleiro Alemão chutou rasteiro no meio do gol, fazendo Taubaté 2 a 0 e o marcador final. No finalzinho, André não ouvindo o apito do árbitro entrou sozinho driblou o goleiro assinalando mais um gol, que foi invalidado. Em conseqüência, recebeu cartão amarelo e em seguida o vermelho; Encerrada a partida os jogadores se abraçaram e correram para a torcida em agradecimento. O Taubaté se classificou pelo índice técnico e deverá jogar na próxima fase contra o Atlético Paranaense e o Porto diante do Guarani de Campinas. Ficha Tecnica Taubaté: Cássio,Rafael, Patrik, Daniel e Diego (Zé Roberto); Cafu, Guilherme Time do Taubaté Time do Palmeiras Jogadores do Burrinho comemoram a vitória junto á torcida (Rone), Rodolfo e Emerson (João Cleber); Gabriel eAndré. Tec. Enio Rios, preparador físico prof. Fred Testa, médico dr. Rafael e massagista Coutinho. Palmeiras: Alemão, Magalhães, Mauricio, Alex, Vinicius; Murilo, Jéferson, William e Thiago (Diogo e depois Ugo Casagrande) Ramazzotti (Richard|) e Daniel. Tec. José Carlos Grandine, diretor Ademir Prevelato, massagista Wilson Pacheco e médico Fernando Gomes. A partida foi dirigida pelo sr. Leandro Camargo Costa, assistido por Leandro Matos Feitosa, Cássio Maia Almeida esporte LOCAL com Rogério Abifadel Haik Para anunciar você liga para (12) 3633-1527 3621-4679 www.diariotaubate.com.br Após a derrota pelo placar de 3 a 0, para o Porto de Caruaru de Pernambuco, ao time Juniores do Taubaté só interessava a vitória, para prosseguir sua classificação para próxima fase da "Copa São Paulo de Juniores". O Burrinho também estava dependendo do índice técnico, para poder ficar entre os dez segundos colocados de cada grupo. Trazendo na lembrança que no ano de 2003, o alviazul foi eliminado pelo time do Parque Antártica em uma disputa de pênaltis, na época o treinador era o ex-goleiro Marcelo Martelotti. Foi boa a presença de público, contando com a torcida do Palmeiras, vinda de São de São José dos Campos. Muitos torcedores que compareceram ao Estádio Joaquim de Moraes Filho, não estavam confiantes no time de nossa cidade. Conforme o dito popular, "os nossos garotos jogaram contra tudo e contra todos". O treinador Ciro Rios montou a equipe da seguinte taubateana desta forma: Cássio, Rafael, Patrick, Diego, Cafu, Gabriel, Guilherme, André, Rodolfo e Emerson. A escalação do Palmeiras foi composta pelo treinador Luiz Carlos Grandini assim: Alemão, Magalhães, Maurício, Alex, Vinícius, Murilo, Tiago, Jéferson, Willian, Daniel Robinho e Ramasoti. Aos 12 minutos de partida, Ramasoti cruzou do setor direito e Daniel Robinho, mesmo com sua estatura baixa, cabeceou a bola acertando a trave esquerda do goleiro Cássio, quase abrindo o placar. Com 20 minutos em uma cobrança de escanteio do lado direito, feita por Rodolfo, o jogador Gabriel, recebeu na medida e cabeceou no canto esquerdo do goleiro Alemão, a meia altura, abrindo o placar. e Sergio Ricardo de Oliveira, o quarto árbitro. Na partida de fundo, o CA Porto venceu o Campinense por 3 a l, sagrando-se primeiro colocado no Grupo U e irá enfrentar o Guarani de Campinas, em local a ser definido ainda hoje. Provavelmente poderá jogar no Joaquinzão, enquanto que o Taubaté, se classificou pelo índice técnico, pegará o C.A. Paranaense também a ser decidido o campo de jogo. Gabriel prepara-se para cabecear e fazer o primeiro gol do Taubaté BURRINHO VENCE O PALMEIRAS E SE CLASSIFICA Explode o grito de gol no estádio, uma enorme vibração da torcida do Taubaté. O miolo de zaga do time Vale do Paraíba falhou, Alex cabeceou e o goleiro Cássio defendeu, no rebote o verdão fez um cruzamento, que por sorte não foi aproveitado. Mas aos 36 minutos aconteceu a reprise de 2003, o árbitro Leandro Camargo Costa assinalou um pênalti duvidoso a favor do time do Parque Antártica. Ramasoti desperdiçou a chance do empate, chutou mal, acertando o pé da trave direita, para o alívio dos taubateanos. Receberam cartões amarelos na primeira etapa, os jogadores Cássio e Patrick do Taubaté. No segundo tempo a partida continuou disputada. Aos 15 minutos em um escanteio da esquerda para a direita, novamente Cássio rebateu e Daniel Robinho chu- tou por cima do gol. No Taubaté saíram Emerson, Tiago e Guilherme, substituídos por João Cleber, Zé Roberto e Ronie respectivamente. Aos 33 minutos aconteceu o primeiro escanteio a favor do alvi-azul. Não demorou muito, aos 34 minutos, João Cleber chutou na zaga, no rebote ele mesmo fez o segundo gol da partida. Hugo Casagrande, que entrou no segundo tempo, acertou uma bolada na trave assustando mais uma vez o time taubateano. O jogo terminou Taubaté 2 a 0 Palmeiras. A segunda partida, o Porto de Caruaru de Pernambuco, venceu o Campinense da Paraíba, pelo placar de 3 a 2. Depois de muito esforço, o Burrinho conseguiu sua classificação, sendo o 10º a se classificar entre os segundos melhores de cada chave. 2 Diário de Taubaté Geral Taubaté, Vale Industrial do Paraíba, 17 de janeiro de 2007 Memória - Stipp Júnior (1940 - 2007) Prezada Senhora Iara de Carvalho Foi com grande pesar que eu soube do falecimento do seu esposo jornalista Stipp Júnior ocorrido no último dia 10. Recordo os espaços franqueados no DT pelo Stipp Júnior ao meu pai jornalista Jonas Filippini. Lembro-me do Stipp recepcionando na sede do DT o jornalista Lourenço Diaféria que se encontrava em campanha pela presidência do Sindicato dos Jornalistas. Estive nesta recepção acompanhando o meu pai. Lendo noticiário sobre a vida jornalística do Stipp Júnior consigo visualizar o seu grande valor para a imprensa regional, valor reconhecido de longa data pelos seus colegas de profissão. Ele esteve na vanguarda dos meios de comunicação de nossa cidade e região - o primeiro jornal da região a ter um aparelho de telex recebendo notícias, via Embratel, nas 24 horas do dia e o primeiro jornal da cidade na internet. Desejo à senhora Iara de Carvalho grande sucesso na administração do jornal Diário de Taubaté e reafirmo o meu pesar pelo falecimento do senhor seu esposo. Saúde e paz à senhora, aos filhos e aos netos do saudoso jornalista Stipp Júnior. Respeitosamente, Vereador Ângelo Filippini ______________________________________________________________ Gláucia Lamento muito pela perda do grande amigo. Meus pêsames aos seus familiares. Fernando Calmon ______________________________________________________________ Prezada amiga Iara Lamentamos a morte do jornalista e amigo Stipp Júnior. Receba nosso abraço e sentidos pêsames. Helcio Costa e Sheila Faria ______________________________________________________________ Stipp Júnior Hoje, às 19h, na Capela do Rosário, em Taubaté, estará sendo pranteado por familiares e amigos, numa cerimônia religiosa que marca o sétimo dia de seu falecimento, um veterano jornalista do Vale do Paraíba, que todos certamente devem imaginar que deva ser reverenciado principalmente pelos taubateanos, uma vez que durante boa parte de sua vida esteve radicado naquela cidade. Todavia, além de ter trabalhado como meu colega radialista, na Rádio Aparecida e nas rádios de Guaratinguetá, no início dos anos 60, a partir dos idos daquela década, o jornalista Stipp Júnior, recentemente falecido, teve um papel preponderante em um dos mais importantes projetos e programas que fazem de São José, 40 e poucos anos depois, a hoje inconteste "Capital Aeroespacial do Brasil". Trabalhando como correspondente do "O Estado de S.Paulo" no Vale do Paraíba, Stipp foi um dos primeiros a ser conquistado pelos ideais que nortearam o trabalho dos pioneiros Paulo Victor da Silva e Ozires Silva e outros idealistas da época, que, no CTA (Comando Geral de Tecnologia Aeroespacial) sonhavam com o Brasil projetando e fabricando aeronaves capazes de competir com as produzidas nos países desenvolvidos. Como outros sonhadores, ele também acreditou no "vôo do besouro" e, num sem número de matérias e reportagens, divulgou nas páginas do tradicional jornal paulistano, àquela época, a trajetória do então desacreditado avião Bandeirante e, depois, a trajetória frágil de nenê da recém-nascida Embraer. Stipp acreditou, nas páginas de um importante jornal brasileiro, no sonho dos pioneiros que criaram e consolidaram o que é hoje o terceiro maior empreendimento do planeta no que diz respeito ao projeto, desenvolvimento, fabricação e comercialização de aviões. Nesse aspecto, o meu colega e amigo Stipp Júnior também pode ser considerado um dos pioneiros, veteranos e criadores da Embraer, o que, certamente, nem de longe suspeitarão os 3.000 novos funcionários que estarão atravessando seus portões de entrada este ano para compartilhar de um dos mais belos sonhos realizados pelos brasileiros, para nossa alegria e permanente entusiasmo, aqui na cidade de São José. Que fique aqui registrada essa marca de pioneirismo, coragem e idealismo de um profissional da mídia que, apesar do descrédito de muitos, soube ser idealista e sonhar com um Brasil que passaria a voar com suas próprias asas e daria muitas delas, em pouco tempo, ao mundo inteiro, nos cinco continentes. Stipp Júnior na redação do Diário de Taubaté em 96 Neste momento da perda do ente tão querido, manifestamos nossos sentimentos dê pêsames. Que Deus nosso Pai receba com suas bênçãos o estimado jornalista Stipp Júnior, e de força a toda a família. Eng. Roberto Pereira Peixoto Prefeito Municipal de Taubaté ______________________________________________________________ Amigos do Jornal Diário de Taubaté Foi com muita tristeza que li, nesta data, a notícia do falecimento do Sr. Stipp, pessoa de minha estima, profissional do mais alto gabarito. Desejo a todos os amigos do jornal, em especial à Iara, meus sentimentos sinceros de pesar e que Deus possa derramar sobre todos seu amor consolador. Vânia - Reitoria da Unitau ______________________________________________________________ Editado pela Empresa Jornalística Diário de Taubaté Ltda. Diretor Fundador: Stipp Júnior Diretora Responsável: Iára de Carvalho (MTB-10.655) Diretor Administrativo: Milton Chagas Editora: Glaucia Moraes CONSELHO EDITORIAL Lygia Fumagalli Ambrogi José Eurico de Morais NOTICIÁRIO ESPECIAL Portal Taubaté: www.taubate.com.br REDAÇÃO: Rua Eng. Fernando de Mattos , 23 Taubaté-SP - CEP 12.010-110 TELS.: (0xx12) 3621-4679 FAX: (0xx12) 3633-1527 Internet:www.diariotaubate.com.br/ E-mail: redacao@diariotaubate .com.br REPRESENTANTE COMERCIAL R.G.D. - Comunicação Ltda. R. Duarte de Azevedo, 532 - CEP 02036-022 Santana - S. Paulo/SP Fone 11 6971-1000 ASSINATURA Semestral - R$ 140,00 Anual - R$ 280,00 Jornal Independente filiado à: ADJORI/SP e ABRAJORI Com o apreço e a solidariedade do Nasser ______________________________________________________________ Ao Diário de Taubaté Querida Iara. Acabo de ler no Estadão, o falecimento do Stipp. Quero te dar um grande abraço de sentimento pelo fato e dizer que tenho Fé em você, que deve continuar a luta jornalística que ele começou. Avante! Sei que você é forte e vai vencer esse terrível golpe do destino. Jesus que a proteja e a toda sua família. Meu carinhoso abraço, Quando voltar à Taubaté irei visitá-la. Beijos, Lygia Fumagali Ambrogi. (Bauru) ______________________________________________________________ DT no Tempo As imagens do Satélite Goes 8, mostram muitas nuvens no centro-norte do país e no Sudeste, devido a presença da Zona de Convergência doAtlântico Sul.(ZCAS) No Nordeste o forte calor e a alta umidade favorecem a formação de nuvens. Vale do Paraíba, Serra da Mantiqueira e Litoral Norte Hoje o sol pode aparecer em alguns instantes do dia, mas o predomínio deverá ser de céu nublado e de pancadas de chuvas em toda a região. Na quinta-feira (18/01) e na sexta-feira (19/01), o tempo continuará nublado com previsão de pancadas de chuva em toda a região. Com o presente, manifesto minha condolência pelo passamento, no último dia 10, do Diretor desse vibrante órgão de imprensa interiorana, Paulo José Stipp Júnior. Conheci-o pessoalmente como jornalista vocacionado e totalmente dedicado à informação transparente da verdade factual pertinente à sociedade. Excelente genitor amoroso do Paulinho e da Eliana que, honrosamente, também os conheço. Meus pêsames. Alberto Zvirblis Desembargador da Quinta Câmara de Direito Público Tribunal do Estado de São Paulo ______________________________________________________________ Família do Jornalista Stipp Júnior Redação do Jornal Diário de Taubaté Meu sentimento de pesar pelo falecimento do grande jornalista Stipp Júnior. Profissional muito respeitado e talentoso em sua área de trabalho, empreendedor, sempre muito cioso e dedicado a tudo aquilo Até um dia, grande Stipp! que fazia, sua falta deixa em todos nós um sentimento de perda e de Mário Leme Galvão Diretor de Comunicação Social da Prefeitura de São José dos vazio. Tive o enorme prazer de desfrutar de sua amizade e de testemunhar sua importância como ser humano e homem dedicado à Campos ______________________________________________________________ causa pública. Não há o que dizer, nessa hora, que amenize a dor provocada pela sua ausência. Iara, pêsames falecimento querido Stipp. A não ser que aquele que se foi está agora em paz, junto a Deus, recebendo a recompensa por tudo aquilo de bom que fez enquanto Paulo Werneck e família ______________________________________________________________ esteve entre nós. Com grande pesar, A Câmara Municipal de Taubaté manifesta a sua mais profunda Paulo Maluf tristeza pelo passamento do jornalista Stipp Júnior diretor deste ______________________________________________________________ conceituado jornal. Compartilhamos da dor da família enlutada e unimo-nos em prece por sua alma, ao hipotecarmos o nosso meIara lhor sentimento de solidariedade. Votos de profundo pesar pelo falecimento do Sr. Stipp Júnior. Vereador Carlos Peixoto Vereadora Maria Tereza Paolicchi Presidente ________________________________________________________________________________ ______________________________________________________________ Diário de TTaubaté aubaté Anaísa, Gostaria que esta mensagem fosse recebida por você como uma das muitas e autênticas manifestações de solidariedade e apreço por sua inestimável perda. Tinha pelo seu pai distante admiração. Não apenas pelo jornalista valente em seu projeto, dividindo-se entre S Paulo e Taubaté alimentando o sonho de implantar um jornal no Vale do Paraíba. Mas e em especial, pela coragem no enfrentar das dificuldades pessoais, como a perda do seu irmão, a administração de seus problemas de saúde, sem deles fazer assunto ou bandeira de caridade. É uma grande perda para o amplo rol de seus amigos e admiradores. E muito mais para você e seu círculo de parentes e amigos, a quem apresento meus sinceros sentimentos. Amanhã, às 19h, mesmo de longe estarei numa igreja juntando minhas orações às de vocês, para que o nosso Stipp esteja feliz, bem recebido, em companhia superior que tanto merece. Iara Manifestamos nossas condolências a toda família. Que Deus esteja presente nesse momento difícil da perda do estimado amigo jornalista Stipp Júnior. Assessoria de Comunicação Social da Prefeitura Municipal de Taubaté ______________________________________________________________ Querida Iara Quero manifestar minha profunda tristeza pelo ocorrido e deixar minha solidariedade para você e suas filhas. Peço a Deus que lhe de força e saúde para enfrentar este momento tão difícil. Um forte abraço do seu amigo: DonizetiAlburquerque Chefe de Gabinete - Prefeitura de Jacareí ______________________________________________________________ Meus sentimentos Eloísa Sávio ______________________________________________________________ Nossos sinceros sentimentos pelo falecimento do nosso querido paciente. Doutor Luciano e Funcionários A Coluna “O Mundo dos Quadrinhos” sairá amanhã nesta página Para anunciar você liga para (12) Temperaturas: Vale: 17 min. 27 max. Litoral: 19 min. 29 max. Serra: 13 min. 21 max. Sol Nascente: 06:30h Sol Poente:19:53h 3633-1527 3621-4679 Geral Taubaté, Vale Industrial do Paraíba, 18 de janeiro de 2007 HOMENAGEM Diário de Taubaté 7 CARNAVAL Saad protocola Governo do Estado inicia mês Moção de Pesar do reforço à doação de sangue a Stipp Júnior O A Secretaria de Estado da Saúde teme que haja falta de bolsas durante o feriado SÃO PAULO vereador Chico Saad (PMDB) protocolou uma Moção de Pesar pelo falecimento do jornalista Stipp Júnior, ocorrido no dia 10 de janeiro de 2007. Stipp Júnior nasceu em Marília, trabalhou em importantes veículos de comunicação e, em 1975 fundou o jornal Diário de Taubaté (DT), que foi o primeiro jornal da região a ter um aparelho de telex recebendo notícias via Embratel 24 horas por dia, melhor qualidade gráfica da região e no Vale do Paraíba foi um dos primeiros a difundir noticias via on line. Amigos à longa data, Saad tinha grande admiração por Stipp e o julgava como um homem de grandes qualidades. "Ele (Stipp) foi um grande amigo, um profissional da imprensa impecável e ainda tive o prazer de receber dele, a incumbência de ajuda-lo a trazer a Taubaté, uma máquina gráfica, que não existia na Região", comentou Saad, lembrando que Stipp Júnior deixa um exemplo a ser seguido por todos, pois tanto no pessoal como no profissional, teve a honestidade e a credibilidade a nortear seus atos. A Moção de Pesar deverá ser aprovada na primeira Sessão Ordinária da Câmara de Taubaté dia seis de fevereiro próximo. Secretaria de Estado da Saúde resolveu convocar os paulistas para doação de sangue antes do Carnaval. Até a véspera do feriado (17 a 20 de fevereiro) haverá o chamado “mês do reforço” aos bancos de sangue paulistas. O receio do governo do Estado é que durante o Carnaval os estoques cheguem a zero, impossibilitando até mesmo a realização de cirurgias. Tradicionalmente a Secretaria percebe redução de 30% do estoque de bancos de sangue em feriados. Aliado às férias, o Carnaval, quando geralmen- te há necessidade de sangue para atendimento de urgência (especialmente para vítimas de acidentes), pode bater a marca de 40% de diminuição. “Nestas férias os estoques caíram mais que o ‘normal’. É importante que as pessoas compareçam aos bancos. É um gesto simples, que realmente pode salvar vidas”, afirma o secretário de Estado da Saúde, Luiz Roberto Barradas Barata. Em Santos, por exemplo, no Hospital Estadual Guilherme Álvaro, os estoques de sangue tiveram queda considerável nesse período de festas. A média de doadores diários caiu de 30 para 15, pela metade. O ideal para a unidade era receber, diariamente, pelo menos 60 voluntários para a doação de sangue. No interior do Estado o Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto também registrou queda. O número de doadores diários despencou de 150 para 50. O ideal para que a média se mantenha boa é de 80 a 100 doadores por dia. Unidades como o Hospital do Servidor Público Estadual (em São Paulo), o Complexo Hospitalar de Sorocaba, o Hospital Estadual Mário Covas (em Santo André) e o Hospital Ipiranga (em São Paulo) também tiveram seus estoques reduzidos. Para se ter uma idéia, no Complexo Hospitalar de Sorocaba o número diário de doadores costuma variar entre 90 e 100 pessoas. Desde as festas de fim de ano esse número caiu para 50 doadores por dia. Qualquer pessoa saudável, com idade entre 18 e 65 anos e peso acima de 50 quilos pode doar sangue. O candidato deve estar bem alimentado e munido de documento original com foto. Não pode doar sangue quem teve hepatite após os 10 anos de idade, seja portador de hepatite B, hepatite C, Aids e usuários de drogas injetáveis. A Prefeitura informa Memória - Stipp Júnior Expoente tira dúvida com relação a figura do Saci (1940 - 2007) O ntem, em coletiva, o gerente de negócios da Expoente - Augusto César Conforto, acompanhado do Secretário Municipal José Benedito Prado, esclareceram dúvidas sobre a figura do Saci Pererê, do Livro de História da 3º série do Ensino Fundamental. O conflito gerou em torno das diversas citações sobre a figura do Saci, fonte da editora Brasil. O problema seria que nem sempre este assunto poderia gerar debates em sala de aulas. Segundo Augusto, o método apresentado pela editora seria o construtivista e a leitura deste texto seria um material didático de apoio. "Nos- Stipp Júnior e o Superitendente do jornal ValeParaibano Mário Virgilio nos anos 80 Prefeitura Municipal de Taubaté Departamento de Ação Social Taubaté, 16 de Janeiro de 2007 Prezada Senhora, O Departamento de Ação Social através de sua Diretora, Luciana Flores Peixoto, transmite à jornalista Iara de Carvalho, votos de condolências pelo falecimento de seu esposo e companheiro, o jornalista Stipp Júnior, ocorrido no dia 10 de janeiro de 2007. Sua morte deixa um vazio, ocasionando uma perda insubstituível nos anais jornalísticos, sérios e responsáveis de nossa cidade e região. Aceite nossos sinceros sentimentos. Atenciosamente, Luciana Flores Peixoto Diretora do Departamento de Ação Social so objetivo é fazer com que a criança procure mais e pesquise. Partimos de uma referência biográfica. Apresentamos as lendas como elas ocor- rem. Nas correntes lendárias você tem diferentes enfoques. Nós temos que buscar as referências de cada lenda", disse. Ele também citou que todo o material didático pode passar por constante reformulação. E o trabalho aplicado na rede municipal busca atender melhor os professores. "Temos uma boa receptividade deles", disse. Para o ano letivo que irá começar no dia 5 de fevereiro, algumas atualizações já foram realizadas. O material é revisto bimestralmente. "Nós não temos conceitos finais. Sempre vamos buscar a dinâmica dos alunos", disse Augusto. Ele também falou que o tema básico e estrutural de cada série é mantido, mas as diferentes regionais são sempre citadas para criar debates em sala de aula. Prefeitura promove Colônia de Férias no Parque Monteiro Lobato O Projeto Integrarte Teatro desenvolvido pelo Departamento de Ação Social(DAS) da Prefeitura de Taubaté, sob a supervisão da professora Lu Peixoto, está realizando no decorrer deste mês de janeiro, no Parque Municipal Monteiro Lobato, mais um grande evento voltado para as crianças denominado Colônia de Férias - Férias com Saúde. Segundo a professora Célia Policarpo, coordenadora das atividades do Parque Monteiro Lobato, as atividades desenvolvidas são: peça teatral com os personagens do escritor Monteiro Lobato- cara e coroa, maquilagem, oficina de brinquedo(com matérias recicláveis), oficina de dança de rua e Hip Hop, oficina de música, hora de conto, caçada a Cuca e muita diversão. "Ainda dentro das atrações temos personagens vestidos de enfermeiros que por meio de brincadeiras vão conscientizar os pais e responsáveis sobre os cuidados com as crianças e para os adolescentes e jovens orientações sobre a prevenção de doenças", ressalta ainda a professora Célia Policarpo. A coordenadora do Parque Municipal Monteiro Lobato, des- taca também, que o incentivo do prefeito Roberto Peixoto em mais este trabalho foi de fundamental importância para a concretização do projeto: Colônia de Férias - Férias com Saúde. A Colônia de Férias fica na Av. Charles Schinneider, s/n Vila Costa e funciona de terça a domingo, das 9:00 às 12:00 / 13:30 às 17:00. Agende seu grupo pelo telefone: 3624-7955 (As notícias acima são de responsabilidade da Assessoria de Imprensa da Prefeitura Municipal de Taubaté) CORALATEX TURBO lata 18l = R$ 135,00 2 Diário de Taubaté Geral Memória - Stipp Júnior (1940 - 2007) Stipp Júnior e Waldemar Duarte durante evento de uma montadora de veículos nos anos 80 Taubaté, Vale Industrial do Paraíba, 19 de janeiro de 2007 COMÉRCIO Indústrias automobilísticas antecipam 13º salário em Taubaté A s f á b r i c a s d a Volkswagen e Ford de Taubaté vão antecipar, no próximo mês, a primeira parcela do 13º salário. O pagamento deverá injetar, de acordo com o Sindicato dos Metalúrgicos de Taubaté, cerca de R$ 5,8 milhões na economia da cidade e região. Cerca de 6 mil trabalha- dores das duas empresas serão beneficiados. O dinheiro será pago na semana que antecede o carnaval. A segunda parcela será liberada em dezembro. A Volks, que possui 4 mil trabalhadores, vai liberar cerca de R$ 4 milhões para pagar o benefício aos seus funcionários, enquanto que a Ford, hoje com 1500 trabalhadores, deverá injetar R$ 1,8 milhão no mercado com o pagamento da primeira parcela. A antecipação do 13º salários deverá aquecer o com é r c i o d e Ta u b a t é . D e acordo com a ACIT (Associação Comercial e Industrial de Taubaté) há uma expectativa de um cresci- mento de 5% nas vendas. "Esse dinheiro chega em boa hora, já que neste período do ano, entre janeiro e abril, o comércio passa por uma espécie de entressafra em razão dos gastos dos consumidores com as compras de Natal e as dívidas do início do ano", explica Rogéria Ferreira, presidente da Acit. Meu velho amigo Stipp Júnior Joel Vilela Fui tomado de surpresa pela grandes brigas políticas. O Stipp notícia, ainda que tardia, pois nunca aceitou fazer sensacionavivo viajando, do falecimento do lismo barato em seu jornal. meu velho amigo Stipp Júnior, Lembro-me quando ele abriu amigo de 30 anos, desde que a coluna do leitor, do qual eu era cheguei a Taubaté. Para mim, colaborador assíduo, em favor não perdi um amigo, perdi um do meu bairro, o Três Marias, irmão, um ente querido. Nestes graças à qual conseguimos aca30 anos de amizade, tive a honra bar com o lixão do bairro. de conhecer um homem de ca- Apoiou-me em matéria de priráter íntegro, uma inteligência meira página quando entreguei ímpar, um democrata naciona- em mãos do então Ministro dos lista, um idealista que amava Transportes, Elizeu Rezende, aquilo que fazia, acreditava no carta aberta, que levou ao fim a seu ideal. cota do óleo diesel no Brasil. Quem, como eu, o viu come- Lembro-me da sua coragem nos çar o seu jornal, ali na redação anos da ditadura, pois mesmo da Souza Alves, que via a sua sob censura, seus editoriais eram luta para fazer o seu jornal sair contundentes. Tive a honra de às ruas todos os dias, que acom- merecer vários espaços no seu panhou as suas correrias atrás de jornal, para publicar meus poematerial para a oficina, mecâni- mas. Hoje, por motivo de trabacos para as suas antigas impres- lho, não tenho mais tempo de essoras, que o acompanhou em crever e muito pouco tempo para noites mal dormidas, madruga- cultivar minhas velhas amizades. da a fora, fazendo o trabalho de Para mim, e para minha família, funcionários faltosos, que assis- o mundo ficou mais vazio, pois tiu o desespero de sua pessoa no eu não perdi um amigo, perdi o dia em que, apesar de todo o seu meu segundo pai, irmão e camaesforço, o jornal por motivos de rada. Descanse em paz, pois a força maior, não foi impresso, sua obra, o grande jornal "Diásó nos resta um sentimento...de rio de Taubaté" deixou de ser um admiração. sonho e é fato consolidado, que Admiração pelo esforço, co- tenho certeza, terá continuação ragem, obstinação em não dei- pelas mãos de sua fiel parceira, xar o seu sonho morrer. Lembro- sua esposa Iara de Carvalho e me de sua euforia lá pelos anos seus filhos e colaboradores. De seu eterno amigo, de 1976, quando seu jornal instalou seu telex, o Stipp parecia _________________________________________________ Vilela um menino extasiado pelo seu Joel "o caminhoneiro do Faustão" brinquedo. Lembro-me das Lamento a morte do companheiro Stipp, soube da notícias pelo site do DT, mas já era ...deixo a vocês todos do DT minhas condolências e solidariedades. Vamos em frente...afinal ainda vivemos!!! José Alfredo Rodrigues, amigo, colega, jornalista e secretário municipal de desenvolvimento e assistência social de Campos do Jordão. ______________________________________________________________________________ Ao Diário de Taubaté At. Sra. Iara Somente hoje, 12, fui informado do falecimento do grande amigo e companheiro Stipp Jr.. Sou testemunha de suas lutas por quase trinta anos. Grande perda para o jornalismo taubateano e paulista. Nossa diretoria me recomenda apresentar sinceras condolências, ainda que com atraso, que peço perdoar. Grande abraço, Murillo Exel - Cia. T.Janér Comércio e Indústria ______________________________________________________________________________ Pêsames Para mim, seu Stipp foi um grande exemplo de que ainda existem homens dignos, respeitosos, com caráter inviolável. Lamento e sinto paz em imaginar que Sr. Stipp foi embora com a certeza de ter cumprido seu papel aqui conosco. Gostava muito dele! Dairo Coelho DT no Tempo Rurais Esta é a foto de Marcelo do Carmo, empresário do ramo imobiliário em Taubaté, quando foi recebido pelo Ministro de Estado do Turismo, Walfrido Silvino dos Mares Guia Neto. Ele trabalhou muito, junto com o Sindicato Rural, para conseguir recursos públicos de R$ 300 mil, para construir dois galpões no Recinto de Exposições da entidade. A liberação da verba junto à Caixa Econômica Federal já saiu. Marcelo do Carmo está iniciando seu trabalho político, já que é pré-candidato a vereador nas próximas eleições. Ele defenderá a bandeira do ramo imobiliário. Seu trabalho político conta com o apoio do ex-vereador Xixa e outras lideranças políticas da cidade, que defendem o surgimento de novos nomes na política local. Como administrar a vida a dois? São bem conhecidas as dificuldades de se morar nas grandes cidades, onde o ritmo das pessoas é acelerado em todos os sentidos. O dia-a-dia de intenso trabalho, as horas enervantes no trânsito e a ocupação com as exigências e necessidades dos filhos, faz com que o casal tenha muito pouco tempo para a convivência. E nessa trajetória o casamento vai se desgastando adquirindo pouca vibração e quase nenhum envolvimento. O casal, mais consciente das suas dificuldades afetivas, começa a se dar conta desse desgaste, e a intolerância e a irritabilidade passam a fazer parte do coti- diano fazendo com que briguem por motivos corriqueiros e banais. Um exemplo conhecido dessa falta de envolvimento é o de casais que já não se beijam há tempos, exceto um "selinho" nas chegadas e despedidas para o trabalho. Eles evitam sair sozinhos pelo fato de não ter muito que conversar. Às vezes nem brigam, são bons amigos e a relação entre eles é bastante fraternal. Muitos passam meses sem ter relação sexual, e quando um deles reclama, o ato acontece, mas de forma biológica, mecânica, sem emoções e até sem prazer. Um e outro, se não pararem para prestar atenção no que As imagens do Satélite Goes 8, mostram muitas nuvens na Região Norte e parte da Região Centro oeste devido a instabilidades. Nas Regiões sul e sudeste a nebulosidade é provocada por áreas de baixa pressão em médios níveis da atmosfera. Vale do Paraíba, Serra da Mantiqueira e Litoral Norte Hoje as condições de chuva diminuem, o sol apacerá entre nuvens e poderão ocorrer pancadas de chuva em toda a região. No sábado (20/01) e no domingo (21/01) o céu ficará com sol entre nuvens e pancadas de chuva. Temperaturas: Vale: 21 min. 29 max. Litoral: 20 min. 28 max. Serra: 13 min. 23 max. Sol Nascente: 06:32h Sol Poente:19:53h Bombas Elétricas Nacionais e Importadas para Álcool e Gasolina Peças para Injeção Eletrônica, Limpeza de Bicos e Injetores Compramos bombas elétricas usadas Diário de TTaubaté aubaté Editado pela Empresa Jornalística Diário de Taubaté Ltda. Diretor Fundador: Stipp Júnior Diretora Responsável: Iára de Carvalho (MTB-10.655) Diretor Administrativo: Milton Chagas Editora: Glaucia Moraes CONSELHO EDITORIAL Lygia Fumagalli Ambrogi José Eurico de Morais NOTICIÁRIO ESPECIAL Portal Taubaté: www.taubate.com.br REDAÇÃO: Rua Eng. Fernando de Mattos , 23 Taubaté-SP - CEP 12.010-110 TELS.: (0xx12) 3621-4679 FAX: (0xx12) 3633-1527 Internet:www.diariotaubate.com.br/ E-mail: redacao@diariotaubate .com.br REPRESENTANTE COMERCIAL R.G.D. - Comunicação Ltda. R. Duarte de Azevedo, 532 - CEP 02036-022 Santana - S. Paulo/SP Fone 11 6971-1000 ASSINATURA Semestral - R$ 140,00 Anual - R$ 280,00 Jornal Independente filiado à: ADJORI/SP e ABRAJORI Tel.: (12) 3635-2368 Rua Humaitá, 02 - Centro - Taubaté-SP Cel.: (12) 9119-1792 - E-mail: [email protected] está acontecendo e continuarem a se mostrar indiferentes mutuamente, com certeza terão maus momentos num futuro próximo. O que fazer quando a intimidade acaba e a monotonia e a indiferença tomam conta do relacionamento? É fundamental que o casal não se acomode nessa situação e passe a conversar mais para buscar as raízes da falta de vibração que está havendo entre eles. A partir daí poderão surgir novas idéias ou propostas para aquecer a relação entre o casal. As surpresas em geral agradam: mimos, programas inéditos e bilhetes amorosos são sempre bem vindos. Planejar uma pequena viagem, mesmo num final de semana (sem os filhos) favorece o clima de aproximação e dessa maneira voltam a namorar. Enfim, tudo que seja capaz de alimentar o desgastado relacionamento é válido, fazendo com que o prazer de estar na companhia do outro reacenda a alegria tornando o sexo mais "quente". Quando todas essas tentativas não dão resultado o melhor é o casal buscar ajuda psicológica para entender a extensão do desgaste e visualizar o melhor caminho para a reaproximação, ou separação. Dr. Moacir Costa 2 Diário de Taubaté Artigos Taubaté, Vale Industrial do Paraíba, 20 de janeiro de 2007 Memória - Stipp Júnior (1940 - 2007) Stipp: um amigo e um professor Gláucia Moraes Cantinho do Radioamador José Guanieri Leite - PY2 NQB E-mail: [email protected] Homenagem Póstuma a Stipp Júnior Além de Brilhante jornalista, foi também radioamador Após longa enfermidade, faleceu no dia 10 de janeiro, o amigo jornalista e também radioamador Paulo José, era conhecido no rádio com esse QRA nas faixas do radioamadorismo. Nasceu no ano de 1940 na cidade de Marília, neste Estado, mas era taubateano de coração. Sua estrada no radioamadorismo (após prestar prova de ingresso), deu-se no dia 21 de dezembro de 1987, às 9h40min, na freqüência de 3.735 Khz. Seu primeiro contato no rádio (chamado de batismo) foi com a estação de PU2 KDn, antigo indicativo deste colunista. Houve o batismo de praxe e fiquei muito feliz por ser seu padrinho de rádio. Na catástrofe de Caraguatatuba, em março de 1967, foi o primeiro repórter a chegar fazendo reportagens para o jornal "O Estado de S. Paulo" após tomar conhecimento do primeiro SOS (pedido de socorro) feito pelo radioamador Tomás Camani Filho, PY2 AUN que teve de improvisar um gerador. Nessa altura não havia mais energia elétrica. Camani, através da faixa do rádio gritava por Socorro! Caraguatatuba está morrendo. Seu falecimento deixou uma enorme lacuna no jornalismo e uma imensa saudade... À família, nosso pesar e que Deus dê o conforto. Telefones do Brasil O crescimento das redes telefônicas é explosivo em todo o mundo. Nos Estados Unidos, em 1880, já funcionavam 138 centrais com mais de trinta mil assinantes. Em 1887, já são 150 mil assinantes no Canadá, 28 mil na Grã Bretanha, 24 mil na Alemanha, 14 mil na Suécia, 10 mil na França, 10 mil na Itália, 8 mil na Rússia e 10 mil no Brasil. Desde 1883 estavam instaladas as primeiras cinco centrais urbanas do Rio de Janeiro (capacidade final de mil telefones para uma) e já funcionava a primeira linha interurbana, ligando a Capital do Império, a Petrópolis. Em 1888, o prédio da Rua da Quitanda n° 89 foi totalmente destruído. Mas como ali só funcionavam mil telefones, o serviço foi restabelecido em pouco mais de um ano. A primeira "Brazilian Telephone Co." passou por diversos proprietários (particulares e governamentais) até que, à 6 de 1889, é adquirida pela Brasilianishe Elektricitais Gesellschaft, empresa alemã recém instalada para usufruir a concessão de 30 anos que recebera do Imperador. A nova concessionária tinha sede em Berlim e o capital de 45 mi- lhões de marcos. Mesmo antes de passar a nova concessão alemã, os equipamentos telefônicos do Rio de Janeiro nos primeiros dias da República, contudo, já eram de fabricação germânica. Eram telefones do tipo magneto, de manivela. Para chamar a telefonista, o assinante girava a maivela para frente e, quando acabava de falar, girava para t´ras, para indicar na central que havia terminado a ligação. Em 1906, um novo incêndio destrói a central da Praça Tiradentes. O Rio de Janeiro fica sem telefones durante seis meses. Na reconstrução começam a ser substituídos os telefones de magneto por novos tipos norte-americanos, sem manivela, ou de bateria central: bastava levantar o fone do gancho para a telefonista apanhar a linha e dizer: "Número, por favor.." Em 1907, no Estado do Maine, Estados Unidos, nasce a "Rio de Janeiro Telephone Company" que incorpora a concessionária alemã e se forma associada à Light ("Rio de Janeiro Tramway Light and Power Company"). No Canadá em julho de 1912, nova alteração: forma-se a "Brazilian Traction Light and Power" para consolidar os interesses de suas subsidiárias no Brasil, que operavam no Rio de Janeiro e São Paulo. Nasce em 1916, a Rio de Janeiro and São Paulo Telephone Company, que é a precursora da CTB (Companhia Telefônica Brasileira, denominação que é permitida, como tradução do nome da segunda Brazilian Telephone Co. a partir de 1923.) Os dados acima, da pesquisa divulgada em 3 de maio de 1975, pelo jornal "O Estado de S. paulo", adiantam que o Rio Grande do Sul, embora tenha partido em 1885, com os serviços telefônicos de Pelotas (a famosa União Ropgandense ) instalou em Porto Alegre a primeira central automática do Brasil, a terceira da América do Sul e a quinta do mundo. Em 1925, novamente os gaúchos saíram na frente e automatizam a central telefônica do Rio Grande. Surge a época dos telefones celulares prestando bons serviços mas com tarifas elevadas. A pouco surge a LIVRE, telefone sem fio, com baixas tarifas e vem obtendo sucesso principalmente em nossas cidades. No Rio de Janeiro é um sucesso total, mas com outra denominação. Esse plano foi lançado pela Embratel. Em Taubaté quem pretende adquirir o plano tem uma longa fila de espera. Pensamento: "Deus nos colocou neste mundo para os outros". Dom Bosco Diário de TTaubaté aubaté Editado pela Empresa Jornalística Diário de Taubaté Ltda. Diretor Fundador: Stipp Júnior Diretora Responsável: Iára de Carvalho (MTB-10.655) Diretor Administrativo: Milton Chagas Editora: Glaucia Moraes CONSELHO EDITORIAL Lygia Fumagalli Ambrogi José Eurico de Morais NOTICIÁRIO ESPECIAL Portal Taubaté: www.taubate.com.br REDAÇÃO: Rua Eng. Fernando de Mattos , 23 Taubaté-SP - CEP 12.010-110 TELS.: (0xx12) 3621-4679 FAX: (0xx12) 3633-1527 Internet:www.diariotaubate.com.br/ E-mail: [email protected] REPRESENTANTE COMERCIAL R.G.D. - Comunicação Ltda. R. Duarte de Azevedo, 532 - CEP 02036-022 Santana - S. Paulo/SP Fone 11 6971-1000 ASSINATURA Semestral - R$ 140,00 Anual - R$ 280,00 Jornal Independente filiado à: ADJORI/SP e ABRAJORI Em 1994, quando entrei para fazer estágio no Diário de Taubaté, eu não tinha noção do quanto a minha passagem por este jornal seria importante para minha vida profissional e para mim, como pessoa, também. Ainda na pequena Redação, na rua Dr. Souza Alves, um senhor de semblante sereno, me disse: "Se você quiser aprender jornalismo, não será num banco de faculdade". Nesses anos todos...como passaram estagiários pelo DT. Cada um com seus objetivos e, eu só analisando. Passei por outros lugares. Fiz e assinei outros jornais e revistas, mas nunca perdendo a referência do DT. Como se aqui fosse a minha escola, o meu esteio. E aí vai o bom de tudo isso. Eu posso dizer que tive a sorte grande de ter um amigo, um professor, um profissional para me instruir. Na vida, cada um tem seu caminho, e o meu...posso dizer que aprendi muito com o jornalista Stipp Júnior, que sempre estava pronto para me ajudar. Logo que entrei no Diário de Taubaté, as suas matérias especiais, que estamos republicando durante essa semana nas páginas do DT, em sua homenagem, eu sempre escutava seus relatos a respeito. Ele contava com garra, entusiasmo. Meu Deus, como achar palavras para falar deste profissional tão capacitado e determinado? A mim, o que me resta é agradecer por ter passado todos esses anos só adquirindo parte daquele conhecimento. As pessoas me perguntam, como estou há tanto tempo em um mesmo jornal. A resposta é bem simples. E cabe a poucos saber enxergar. Esse jornal é a vida de uma grande pessoa. Um jornalista de um profissionalismo imensurável, que soube aproveitar muito bem seu tempo de repórter. E sempre teve a mente e o coração abertos para ensinar. O que muitas pessoas levariam uma vida para aprender ou nem aprenderiam...eu tive a sorte de aprender e conhecer. Sr. Stipp, por mais de 30 anos, o senhor conduziu o DT. Daqui para frente, nós teremos a responsabilidade de caminharmos sem sua presença física, a palavra final era sempre sua. Agora, precisaremos ter muita força para caminharmos e sabermos sentir a sua força espiritual. Que com certeza vai fazer com que nós sempre saibamos o melhor caminho a seguir. Segue o registro de boas matérias que fizemos. Inauguração do motor Zetec-RoCan, em 1999 Salão do Automóvel em 96 _________________________________________ Gláucia Moraes é jornalista Entrevista com Franco Montoro em Campos do Jordão Um Fato em Foco Uma merecida homenagem José Eurico de Moraes O artigo deste final de semana é uma homenagem ao falecido diretor do jornal Diário de Taubaté - Sr. Stipp Júnior. Ele sempre foi uma pessoa dedicada à formação da sociedade pela publicação de assuntos ligados ora à Educação, ora à Política, ora aos acontecimentos importantes do local e das datas. Foi uma pessoas com o verdadeiro espírito de religiosidade, cuidando sempre de sua profissão como jornalista, como fundador de um dos melhores jornais do Estado e da região e como chefe de família. Podemos afirmar que o Sr. Stipp Júnior sempre foi cumpridor da missão que adotou em sua vida: formar informando e informar formando, levando até o leitor ou leitora os acontecimentos com observação e lição dos artigos e notícias apresentados pelo Diário de Taubaté. Depois de ter trabalhado em várias rádios e ser contratado pelo jornal "O Estado de S. Paulo", resolveu montar sua equipe e fundou o jornal "Diário de Taubaté", que sempre se interessou pelo bom noticiário e pelo bem da população. Neste primeiro mês de 2007, Deus o chamou para compensar seu trabalho. Sua morte representa uma perda para nossa região e uma proteção; uma perda porque era uma pessoa honesta, sincera e culta, a cuidar da informação para a população; uma proteção porque seu trabalho sempre visou e vai continuar visando o bem da população. A continuação do jornal "Diário de Taubaté" será mantida e dirigida pela sua esposa e jornalista Iara, que, temos a certeza, será uma excelente substituta do senhor Stipp Júnior. Que Deus o tenha levado para compensar seu esforço no cumprimento de sua missão. Então a Deus pedimos: "Senhor, recebei com muito carinho a alma do senhor Stipp. Que ele sirva de exemplo e modelo para aqueles que exercem a mesma profissão. Senhor, protejei a família do senhor Stipp e dê a todos da família o conforto necessário para começar uma nova vida sem a presença do senhor Stipp. Que o jornal continue sendo o que era e o que é, agora dirigido e alimentado por Iara, a digna sucessora do senhor Stipp. Para isso contamos com a benção e a proteção de Deus. _______________________________________ José Eurico de Moraes é professor de Português e pertence à Academia Valeparaibana de Letras e Artes, ocupando a cadeira Nº 4, em Taubaté. Stipp, amigo e mestre I Barbosa Filho Uma bela tarde estava eu, jovem operário da Rádio Difusora Taubaté em meu local de trabalho, quando me surge pela frente um repórter chamado Stipp Júnior. Eu mal o conhecia, mas já sabia que era o correspondente regional do Estadão. Stipp perguntou-me: " Você sabe filmar?". Eu hesitei, porque minha experiência em filmagem era praticamente nula, em super 8, um formato caseiro, que hoje os jovens sequer ouviram falar. Stipp havia sido convidado para trabalhar na Central Globo de Televisão, como repórter no Vale do Paraíba, mas precisava encontrar urgentemente um cinegrafista e, não sei por que cargas d'água, fui seu escolhido. Só que o equipamento da TV era em 16 milímetros, era algo profissio- nal, nada a ver com um amador como eu. Pois Stipp me proporcionou, por confiar em jovens iniciantes, uma das mais belas lições de Jornalismo que tive na minha vida, meu "batismo". *** Passado pouco tempo desta nossa primeira experiência em comum, Stipp (já meu amigo, além de mestre), convida-me para participar de seu sonho: fundar um belo jornal Diário em Taubaté, com circulação regional, privilegiando a reportagem, a notícia. Tenho, portanto, a honra, de ter sido um dos fundadores do Diário de Taubaté. Não eram tempos fáceis, nem para o Jornalismo, nem para a Economia. Stipp e seus então sócios tinham dificuldades de todo tipo, financeiras, administrativas. Mas o jornal jamais dei- xou de circular por isso. Quem hoje sonha em ser, ou começa a ser jornalista não faz idéia de que somos movidos a ideal, muito mais do que a vaidade e a dinheiro. Isso não se aprende na escola. Aprendi com Stipp Júnior. *** Peço excusas por escrever em primeira pessoa. É que não estou apenas solidário à Iara de Carvalho, minha colega do jornal AGORA, em São José dos Campos e, anos depois, esposa do meu amigo e mestre Stipp Júnior. Solidário é quem apóia o sofrimento alheio. Neste sentido, sou solidário à toda Humanidade. No meu relacionamento com Stipp e Iara, ao longo de 30 anos, adquiri o direito e a responsabilidade de sofrer junto. O desaparecimento de Stipp é um golpe doloroso para os que praticam esta nossa profissão. Abala a todos nós jornalistas, faz sofrer a família e os amigos, e deixa uma cicatriz que só o tempo fará parar de doer. Mas passará. O que jamais passará serão suas lições de como ser REPÓRTER, de como amar a notícia, correr atrás dela, tendo como nosso patrão o leitor, o ouvinte ou o telespectador. *** Para concluir, cito uma frase que ouvi de Stipp nos primórdios do Diário de Taubaté: " Menino, escreva aqui, cada matéria, com o mesmo capricho com que escreveria para o New York Times". Aprendi, mas queria aprender muito mais. __________________________________________ Barbosa Filho é jornalista 8 Diário de Taubaté Especial Taubaté, Vale Industrial do Paraíba, 27 de janeiro de 2007 Memória - Stipp Júnior (1940 - 2007) Prof. Carlos R. Rodrigues LEITURA DE TAUBATÉ Diário de Taubaté O jornalista Stipp Júnior desvenda o segredo de Che Guevara...Von Braun... fotos, autografadas, enchiam os malotes dos Em longas travessias turísticas, o local onde correios. Che está enterrado.... O corpo do guerrilheiro repousa em uma ge- Você que está triste...desiludida... ladeira, A vida vale a pena.. o sol está lá fora... Em terras americanas. Ou no mar? Não chore por amores irrealizados... Por quê? Vamos...levante...construa o novo mundo... Só seu... Para ensinar o líder americano G.W. Bush Ouça a letra dessa música.... A pensar, viver, amar, gozar e agir. Ouça.... O artigo denuncio foi publicado no Estadão Em 21/04/1968. Em meio a essas lembranças, ao movimenE Stipp ganhou as páginas dos jornais do to das andanças do passado, Stipp Júnior ou- mundo... viu a voz da Iara, ouviu as vozes das filhas...sorriu e a confiança invadiu seu E assim, através das ondas de vento do norcorpo...sentiu-se leve como uma gaivota sobre- te, sul, leste, oeste, Stipp trabalhou na Itália, voando as ondas do mar...o seu pensamento França, Portugal, Polônia, Peru, Argentina, entrou pela porta da história...lembrou-se do Chile, Paraguai, Bolívia, Estados Unidos, onde momento em que foi contratado pelo jornal O entrevistou Von Braum e Neil Armstrong. Estado de São Paulo... A primeira matéria para o jornal "Estadão" Fez perguntas corajosas a Von Braun. cobriu a tragédia ocorrida em Caraguatatuba, Questionou-o sobre a vida, a morte e a ciência. em 1967. Trombo d´água, inundações, Sentiu o raciocínio frio, lógico, numérico. deslizamentos de terra, destruição de estradas, Ouviu a explosão da bomba atômica! Stipp, a mãe e a irmã Laura, em 1942 casas e gente. A cidade ficou ilhada, pasmada, Silêncio adormecido. revirada em soluços de medo. Vida, sonho, pó. As imagens desfilavam em seu consciente, você!" O jornalista Stipp Júnior foi o primeiro a cheQuestionou Armstrong, lançou certezas, em câmera lenta. Havia campos floridos, crigar ao local dos acontecimentos. Caminhou seis Lançou dúvidas. anças brincando de paz, cachoeiras, regatos, O ginásio Arnolfo Azevedo, quilômetros pela tortuosidade da serra. Lama, O planeta azul visto de longe. praças e namorados. Os pensamentos do jorLetras sorrindo na lousa - pó de giz no chão. Sonho desvanecido! O astronauta dando punalista Paulo José Stipp - Stipp Júnior - naveO colégio São Joaquim de Lorena, los de Canguru. gavam em águas sem turbulências ou maresias. A química seduzindo a matemática Medo. Morada de Deus! A cidade de Marília, terra de nascimento, Bem na frente da geografia...delírios! desceu pelas águas dos ribeirinhos: as ruas, as O internato de Lavrinhas - Seminário São Em 1975, por acreditar no jornalismo regiopraças, as histórias, os amores e desamores, os Manuel... nal, saiu do Estadão, comprou um sítio no alto homens, mulheres e crianças. O pai, médico, Orações na calada da noite. da Serra do Mar e, junto com empreendedores Paulo Perches Stipp, lendo em sua biblioteca, Latim na claridade dos dias. taubateanos, fundou o Jornal Diário de Taubaouvindo música clássica. O sorriso, a bondaQue saudade! té. de, o saber e compreensão. Os olhos de Stipp, por alguns minutos, pasDona Benedita Camarinha Stipp, mãe de toAs noites de Lorena percorrendo todos os savam pelas paredes de sua casa, sonho desendos os tempos, limpando as mãos no avental espaços vazios. As meninas caminhando pelas cadeado pela luta diante da vida. Depois, lenazul, tentava explicar ao menino Stipp: "A bo- calçadas em busca de alguém ainda indefinitamente, retornaram ao coração de seus pensaneca de Laura é só uma boneca...você não pre- do. Os pipoqueiros salgando os dentes de mimentos. No início do Diário de Taubaté, as cisava abri-la para ver o que há lá dentro...veja lho transformados em explosões brancas de máquinas eram alugadas, mas o Jornal amao que você fez...desconjuntou a pobre da bo- paixão. Stipp Júnior devorando os jornais exnhecia nas bancas. neca..." postos pelas bancas da cidade. Depois sintoniTempos depois, reunindo empresários locais E a voz daquela mulher mãe invadia os cô- zado com os acontecimentos do mundo, sentae amigos, comprou várias máquinas do Jornal modos da casa...voz de proteção protegida. Voz va-se num banco da praça, com os olhos fitos do Brasil. de quem ensina a realidade nas letras das can- no serviço de alto falante do Rogério: Outras máquinas, necessárias àquele instanções... te, vieram de Juiz de Fora, uma delas do exStipp Júnior, nesses devaneios da memória, -Casas Viver Bem...tudo para a sua mesa. presidente Itamar Franco, proprietário do Jorsentiu o corpo tranqüilo, calmo, Preços reduzidos...uma tentação. nal Tribuna da Tarde. Essa máquina, com toda relaxado...parecia flutuar para o além desses Sorvetes Dedé...o doce em palito. a sua historicidade, foi doada à Universidade tempos...e a época escolar, infância encantada, Sabor caseiro...pedaços de fruta. de Taubaté. veio dentro de uma nuvem branca: Como era do seu feitio e parte integrante do De tanto ouvir e ver, Stipp acabou contrataseu caráter, a modernidade sempre fora conceA escola Barão do Rio Branco, do como locutor do alto falante - mudou a Aos 19 anos, foto artística que mandava para as bida na proximidade dos seus atos; a Situada no coração de Piracicaba. técnica...misturou publicidade com notícias da modernidade nunca fora uma instância inatinfãs da Rádio Aparecida As aulas. O sorriso da professora, dona Vi- cidade, Brasil e mundo. Intermediou namoros, gível, mas uma fornada à altura dos toques dos tória. noivados, casamentos e narrou histórias de insetos, galhos de árvores retorcidos. Os espi- dedos. Linda para o encanto dos olhos. Malba Thaan. A voz do jovem locutor ferveu o nhos rasgando roupa e pele. A estrada entulhada Paixão controlada de menino inteligente sangue de moiçolas, das mulheres infelizes, das de terra, vegetação, animais mortos...a escada Seguindo essa forma de pensar O Parque infantil - brincadeiras e aventuras. senhoras de respeito, mas insatisfeitas com o pelos montes de barro...o suor escorrendo no O jornal trouxe para a cidade o Telex, O Club Regata...mulheres cruzando as pernas. mundo. E Taubaté ficou assustadíssima choro de lamaçal A cidade surgiu diante dos Quanto emoção! Do serviço de locução, meio de comunica- seus olhos revirada em seu avesso...a sua máEntrou para o mundo da Internet, ção dos mais usados no país, Stipp Júnior che- quina Nikon, registrando a violência, a resposCom site e e-mail. As lágrimas escorrendo na face de dona gou à Rádio Cultural de Lorena - boletim estu- ta da natureza, corpos estendidos na varanda E Taubaté ficou assustadíssima. Benedita. dantil. Inovou, agitou e soltou o vozeirão pelas das casas varridas pelo temporal, só a varanda Montou gráfica e máquinas próprias. O terço entrelaçado nas mãos. As orações terras do país. Centenas de cartas chegavam à ficava...memória da poesia em reinos de E Taubaté ficou assustadíssima. Iemanjá... misturadas ao choro. A pergunta de Stipp Júni- emissora - de quem é essa voz?! O jornal passou a sofrer uma série, or: "Mãe, eu fiz alguma coisa?" - "Não, meu Passou pela Rádio de Cruzeiro, Rádio Club inigualável, de perseguições: filho, jogaram uma bomba em uma cidade de Guará, Rádio Aparecida. Participou de proSilêncio! Os passos contam a história da trajaponesa...mataram milhares de crianças como gramas de auditório com Leite Sobrinho, e suas gédia A coragem documenta a fragilidade da vida. A perseverança chama o pedido de socorro. E o jornalista dobra os joelhos, Chora... O mundo em estado de pasmo... No infinito, a beleza do sol! E Caraguatatuba se preparou para a reconstrução. Amém. Seu pensar de jornalista enfocou as terras encharcadas da Bolívia, característica de seu terreno pantanoso. O silêncio profundo da mataria compondo o mapeamento das florestas...a boca escancarada de animais desconhecidos...o facão decepando a galharia incômoda...as garras americanas financiando a destruição da guerrilha boliviana...O caminhar de Che Guevara em direção à morte... A câmera de Stipp Júnior registrando as causas e conseqüências... Stipp e os pais, no aeroclube de Marília, em 1941 A denúncia que recusa a calar-se. O destino do corpo do guerrilheiro. A mentira deslavada de Fidel, E a destruição do mito da Revolução Cubana... Enquanto o mundo venera Cozinhando no fogão a lenha, no sítio, em S. Luis Taubaté, Vale Industrial do Paraíba, 27 de janeiro de 2007 Especial Diário de Taubaté 9 Memória - Stipp Júnior (1940 - 2007) CORRESPONDÊNCIAS Querida Iara, Lamentamos a morte da sua querida cara metade. Deus dê a você muita força para superar momentos difíceis. Você sempre demonstrou para nós uma grande força interior. É ela que a ajudará a superar esta saudade e ausência. Fique com Deus e até. Genival e Soninha. Ruy César Ferrari [15/01/2007 - 09:36] Cidadão lúcido, correto e sereno. Sou taubateano e o conheci em meados da década de 80, quando ainda dava os meus primeiros passos no jornalismo. Foi um grande conselheiro. Jornalista correto e ético. O jornalismo brasileiro perde um grande nome, um profissional exemplar. O Diário de Taubaté estará em boas mãos, com a Iara, que também foi minha professora na Unitau, mas perde uma mente, que foi capaz de passar pelo jornalismo, sem deixar se manchar por ele. Vai com Deus!!! Seus frutos de honestidade e retidão foram plantados. Sua nobre missão foi cumprida. Seu Pedro [13/01/2007 - 19:46] (Editor-Jornal Vanguarda - BA - Guanambi) Foi através de Gerson Fabiano Monteiro que conheci o Paulo Stipp Júnior. Gerson Fabiano Monteiro [13/01/2007 - 18:43] (Diretor-Letra Digital - SP - Taubaté) Meus sentimentos e agradecimento pelo apoio e incentivo (assim como o colega João Carlos, meus primeiros textos também foram para o DT, onde inclusive tive a oportunidade de fazer parte daquela equipe). Fique na PAZ! Aos familiares, um forte abraço! Stipp, Iára e as filhas Ana e Isa em Ilhabela, em 97 João Carlos de Faria [13/01/2007 - 10:26] O Stipp Junior era um grande amigo, com quem gostava de conversar nos finais da tarde, na redação do Diário de Taubaté, jornal que publicou alguns dos meus primeiros textos, 20 anos atrás. Com certeza, ele irá se juntar aos bons, que lá do céu, ficam a nos observar aqui na Terra, na luta por um jornalismo ético e de qualidade. Ana Maria Costa [12/01/2007 - 19:01] E eu já digo: que os anjos que cuidam dos jornalistas o RECEBAM com muito carinho... Natal de 2001 Perseguição política. Perseguição da concorrência. Inveja gratuita e sofisticada, mesquinhas... E Taubaté ficou assustadíssima. Até mais! Adeus! Apagando as velinhas do 61º aniversário mamadeira...leite batido com morango...elas tomaram tudo...até suaram de satisfação... Todos esses fatos passaram e desfilaram durante os pensamentos de Stipp...ainda meio sonolento, abriu os olhos..o relógio da parede apontava onze horas e cinqüenta minutos da noite...umas quinze crianças entraram em seu quarto...crianças lindas, loiras, morenas, negras, amarelas...todas ajudaram-no a arrumar as malas...Cada coisa em seu lugar... Stipp segurou a sua Nikon autografada por Von Baun e Armstrong; em pensamento agradeceu a Iara pelo café da manhã e o ovo quente, que ela levava-lhe, todos os dias, na cama, e, acompanhado das crianças, partiu... E lá, lugar que não conhecemos, um foco de luz colocou-se no ombro de Stipp: -Sabe "seu" Stipp, nós temos uma gráfica novinha, todinha feita de pó de cometas...pensamos no senhor para tocar um jornal...o senhor sabe, os homens estão ficando ousados...fazem as suas máquinas alucinadas...trambolhões retrógrados, embora achem o estrupício um primor de tecnologia...mas estão poluindo o espaço... Quando da Fundação do Diário, projetos destemidos e solitários, Stipp convidou a jornalista Iara para trabalhar no planejamento e execução Alguém passou nas proximidades da casa do novo empreendimento. de Stipp cantando um samba de Noel. O jornalista retornou de suas lembranças, esboçou um Noite em claro, luta esperada e anunciada. sorriso, mergulhando, novamente, no mundo Toque nas mãos, confissões. da memória. As notícias invadindo os espaços da redação Lembrou-se dos filhos Paulo Henrique, Beijos, abraços. Eliana Maria, Maurice e Hermann, filhos do A moradia no mesmo teto. primeiro e segundo casamentos. Paixão pendurada nos batentes das janelas. O amor correndo a dianteira dos caminhos. Crianças brincando dentro de Casa. Chega a filha Ana Luisa, Bolas de sabão Em noite de lua clara. Roda - Roda pião O amor tateando os vôos dos beija-flores. Ciranda Cirandinha. Chega a filha Anaisa. Pipa bebendo vento e brisa. Bolinhas de gude, buracos de avenidas. E o Diário conquistando espaços, o Diário despertando grandes polêmicas, e o Diário pePor essa época, registrada na confluência dos netrando o interior das casas. destinos, a jornalista Iara de Carvalho chegava Stipp dando banho nas filhas. Stipp fazendo em São José dos Campos para trabalhar no jor- mamadeiras, provando a temperatura do leite, nal "Agora". acordando a Iara para anunciar a sua grande inoUm dos seus primeiros trabalhos jornalísticos vação: foi a cobertura de uma reunião dos prefeitos do O sol se pôs. A lua nasceu. A vida Vale do Paraíba, no Codivap. - Iara, descobri uma nova receita de "recontinuou"! Durante a cobertura, as entrevistas, o clicar das fotos, Iara conheceu o jornalista Stipp Júnior. Seu Pedro [12/01/2007 - 14:59] (Editor-Jornal Vanguarda - BA - Guanambi) O Stipp era uma daquelas pessoas que tinha o carisma desenvolvido. O conheci e dele posso falar bem, e com liberdade. Amava ser independente, ser jornalista e ser amigo. Tomamos alguns cafés em Taubaté, jantei com ele, conheci sua família para qual mando agora a frase do poeta: "quando a Terra perde um justo, conta o céu um anjo a mais", Sentimentos senhora Iara de Carvalho e a sua filhaAna, esta última tivemos oportunidade de conversar sobre o pai, e ela falava com tanto amor, o pai é um ídolo (os pais não morem, os filhos são pedaço de sua carne). Stipp, e o fuscão verde ainda voa? Sei não, pode até demorar um pouquinho, mas um dia te encontro no firmamento. Ô amigo, você nem sabe quando gostei de ti, pena que de Guanambi a Taubaté é longe e eu não pude mais te visitar, mas guardo os exemplares do Diário de Taubaté, em que foram alguns artigos meus. Paz! Celso Chagas [12/01/2007 - 14:48] (Assessor de Imprensa-CNC - Confederação Nacional do Comércio - RJ) Concordo com Victor: o colega será bem recebido! Olhos nos olhos. Devoração onde a vista alcança. Conversa alongadas e abreviadas. A poesia de Pablo Neruda. O risco do luar, arranhando o céu. Até mais! Adeus! Victor Abramo [12/01/2007 - 14:21] (Profissional Contratado) Que os anjos que cuidam dos jornalistas o recebem com muito carinho. Iara compondo a sua matéria. A máquina de datilografia trepidando espaços. O intermitente chamado do telefone. Iara dá uma parada. Levanta-se sem muita pressa. Tira o telefone do gancho. -Alô. -Oi, Stipp, como você está? -Eu ainda não coloquei a entrevista do Milton... -Não penso em uma grande matéria...penso, apenas, na informação...Tchau. Os prefeitos, numa segunda vez, estavam reunidos em Caçapava. Cobertura jornalística, novo encontro de Iara e Stipp. Corações acelerados...suores nas mãos...frases sem sentido... Edson de Lima Xavier [12/01/2007 - 16:50] (Repórter-Rede Saci - SP) Seu Pedro do (Jornal Vanguarda) foi ''feliz'' em seu comentário... eu que durante (20 anos) atuei na locução (radiofônica) e hoje escrevo para o portal saci (www.saci.org.br)... andei por muitas estradas..sou de São Paulo/ Capital...vivi minha infância em Sorocaba...e atualmente resido na cidade de Jacareí (região do Vale do Paraíba...) onde se localiza também o importante jornal ( Diário de Taubaté )... vá com Deus ..Stipp Junior ! Você foi..é um lutador ! Stipp e o filho Hermann, na Redação do DT, em 96 Querida Iara, quem escreve é a Berê, da Faculdade de Comunicação de Juiz de Fora. Tenho estado em contato com Genival e Gerrô e por eles fiquei sabendo do falecimento de seu esposo. Não o conhecia, mas sei pelo que li sobre ele que era uma pessoa muito querida e um jornalista de primeira linha. Que Deus lhe dê forças para que você continue o trabalho que vocês mantinham juntos. Coragem, porque a dor passa e vem uma saudade calma e a lembrança de bons momentos. Um dia conversaremos melhor sobre nossas vidas. Beijo grande e nosso abraço. Berenice e Josemir Samburá de Andarilha Lygia Fumagalli Ambrogi Da Academia de Letras do Paraná Minha muito querida IARA. Que te dizer num momento tão doloroso como este? Sei o que você está sentindo, porque passei por essa fatalidade, da morte arrebatar o nosso ente mais querido. . . Compreendo a sua dor e essa grande revolta íntima que nos leva ao desespero. Perguntamos - Deus do céu, por que? Só as lágrimas respondem . . .Na verdade somos marionetes nas mãos do destino implacável! E quanto mais penso, menos entendo o que chamamos VIDA . . . O STIPP, que foi um destacado jornalista, conhecido internacionalmente, partiu em meio de sua grande batalha, ainda podendo produzir muito, tal sua dedicação e dotes pessoais, mas deixando você IARA, para prosseguir nas suas pegadas progressistas, ajudando o nosso importante Vale do Paraíba e o Brasil. Sei que Ele, te dará forças para continuar seus trabalhos. Animo pois! Não esqueça que suas filhas, muito esperam de você! Sei que seu momento é cruel, e por isso lhe ofereço este soneto, que fiz, refletindo minha dor, igual a sua. .. SONETO O mundo para mim, escureceu. Bem dolorosa e dura esta verdade. Partiste sim, e, em tudo que é teu Ficou a soluçar esta saudade . . . O teu amor intenso que foi meu Arde em minha alma em sua integridade, Qual abençoada estrela, que do céu, Guia-me e aquece, lá da eternidade. Quero sentir na aragem teus carinhos, Quero sentir-te em todos os caminhos, Sem refletir na morte traiçoeira. . . Quero sentir-te, perto e amoroso, Tornando o mundo sempre delicioso, Como se a morte, fosse brincadeira . . . Especial Taubaté, Vale Industrial do Paraíba, 3 de fevereiro de 2007 Diário de Taubaté 9 Memória - Stipp Júnior (1940 - 2007) Meu amigo Stipp Foto: Arquivo DT O jornalista Paulo José Stipp, do Diário de Taubaté, falecido neste mês, recebe homenagem sincera de Oscar Sachs, que nos convida a conhecer um pouco da história entre os dois amigos. P ois é, meu amigo Paulo José Stipp atravessou o portão pro lado de lá. Eu o conheci por volta de 1974, quando a obra da Volks em Taubaté ia a pleno vapor, correndo às mil maravilhas, até que um pequeno detalhe nos encostou na parede: a meningite atacou em cheio, entre cerca de três mil trabalhadores de repente muitos começaram a apresentar sintomas da doença que o governo militar proibia que fosse divulgada, Em vez da meningite, receitas de bolo e pedaços dos Lusíadas de Camões. Ou seja, São Paulo enfrentava uma feroz epidemia de meningite, mas a censura, burra como toda censura, proibia qualquer notícia a respeito. Na obra da Volks em Taubaté, se não me engana a memória, morreram 14 trabalhadores, que de repente não conseguiam ir ao trabalho, eram removidos para o hospital e em poucas horas engrossavam as estatísticas. Tomamos algumas providências imediatas. A primeira foi fazer abrir janelas nos alojamentos dos trabalhadores da obra, quartos infectos onde em beliches de três eles viviam uma vida subhumana, em que todas as condições privilegia- vam o contato com a doença maldita. Conseguimos fazer aprovar, com relutância, duas kombis para o serviço do Hospital Santa Isabel (hoje, o Hospital Universitário), para o transporte de doentes e tudo o mais que precisasse ser removido. Planejada em São Bernardo, sob comando do Dr. Ruy Braga, do Dr. Domício dos Santos e do Dr. Jomar Dal Moro, com participação de um dos chefes da Segurança, o Cel. Eugênio Martins Ramos, meu querido amigo, exfebiano, foi organizada a Operação Minomax, nome de um antibiótico que, se aplicado a toda aquela população, teoricamente eliminaria todos os vetores de novas contaminações. Num determinado dia, impedimos a saída de qualquer operário das obras e ministramos a todos eles os comprimidos do antibiótico. Houve reações negativas (muitos se negavam a tomar o remédio, ou tentavam esconder os comprimidos, afirmando que já tinham engolido; o Dr. Jomar era craque em descobri-los). Com algum abuso de autoridade (quem leu sobre a Revolta da Vacina, contra Oswaldo Cruz, sabe do que estou falando), conseguimos que nenhum outro caso de meningite atingisse o complexo da construção da Volks em Taubaté. E tínhamos conseguido, também, que ninguém da imprensa soubesse da Operação, o que poderia nos colocar em problemas naqueles dias sombrios. De repente alguém me chama e diz que um repórter de Taubaté estava na portaria e queria mais informações sobre o que estava acontecendo. Quem é o cara? - perguntei. Um jornalista que escreve para o Estadão, me responderam. Pensei um pouco e decidi deixar entrar, fazer o quê. Eis que me aparece o Stipp, com aquele jeitão de funcionário público, paletó e gravata. E respondi a ele todas as perguntas que fez. Eu vi depois a reportagem, acho que não saiu no Estadão [porque ali a censura era braba], mas no Diário de S. Paulo, e era um relato fiel e muito equilibrado de tudo que estava acontecendo. Eu passei a admirar o jornalista. Assim conheci o Stipp. Tempos depois nos encontramos, diversas vezes. Uma ocasião ele estava com a máquina impressora quebrada e Oscar Sachs Júnior e Benedito Lázaro são recebidos pelo jornalista Stipp Júnior, na Redação do Diário de Taubaté, foto datada de 28 de janeiro de 1998 me pediu socorro. Com ajuda de alguns engenheiros que trabalhavam comigo, a máquina foi posta a funcionar. Djalma Castro é testemunha deste episódio. Mais tarde, queriam saber como debitavam aquelas horas gastas: "Põe em Relações Públicas", chutei eu, e ninguém reclamou. Stipp me indicou um de seus filhos para uma vaga de estagiário na Volks. Depois de algum tempo o pessoal do setor queria mais estagiários como aquele, pela qualidade do trabalho e pelo caráter. Um dos choques da minha vida foi descobrir, alguns anos depois, que aquele menino, já homem feito, tinha caído morto dentro do banheiro, provavelmente um infarto fulminante. Ouvir o Stipp me contar isso foi um momento muito triste de nossas vidas, nós dois choramos. Eu pedi e com ele minha filha caçula, jornalista formada pela PUC, fez o seu primeiro estágio profissional, no Diário de Taubaté. Depois não nos encontramos mais, o Ornélio Lima assumiu as Relações Públicas da Volks em Taubaté, eu dei- xei de ter contatos com jornalistas e vipes. Que mais posso falar do Stipp? Eu o admirava. E eu sempre admirei pouca gente. Oscar V. Sachs Jr. Transcrito do Jornal Contato, edição nº 302, de 26/01/07 CORRESPONDÊNCIA Anaísa, Estava em fërias, sem acesso ao e-mail, e, hoje, ao retornar ao escritório tomei conhecimento dessa triste notícia. Queira, por favor, aceitar meus pêsames e minhas palavras de carinho ao excelente homem e profissional (um dos melhores que já conheci), com uma vida digna e de grande exemplo. Por favor, trasmita minha solidariedade para toda a sua família e também para a Gláucia, que gentilmente nos informou. Grato. Célio Galvão Press Manager - Ford Brasil 22/01/2007 Especial Taubaté, Vale Industrial do Paraíba, 10 de fevereiro de 2007 Diário de Taubaté 7 Memória - Stipp Júnior (1940 - 2007) Esta matéria, cuja autoria é do jornalista Stipp Júnior, foi publicada no jornal O Estado de S. Paulo, no suplemento de Turismo, no dia 18-07-1969 De Lisboa até o Porto num foguete Stipp Júnior em Portugal, em 1969 Cidade do Pôrto Q uatorze horas e dez minutos: o apito do "Foguete" ecoa pelas gares da grande estação ferroviária de Lisboa. Está de saída o trem de luxo para a secular cidade do Porto. No seu interior, nas cabinas para quatro passageiros, todas lotadas, ultimam-se os preparativos para acomodar as bagagens ao mesmo tempo em que mãos acenam para aqueles que ficaram. Nos vidros das janelas e pelos corredores laterais dos vagões, durante as quatro horas que vai durar a viagem, muita gente fica olhando a paisagem que passa. Isto acontece no mês de julho, plena temporada de verão na Europa, onde o sol é mais quente e as flores invadem os campos, colorindo Póvoa de Varzim montes. E o "comboio", como dizem os portugueses, vai deslizando célere para o já internacionalmente conhecido centro turístico do norte de Portugal, compreendendo as cidades de Porto, Povoa de Varzim, Braga, Viana do Castelo, Leixões, Guimarães, Barcelos, Vila do Conde, Ofir, Famalicão e outras povoações. Já na es- tação do Porto, como em todas as estações ferroviárias européias que têm o carimbo do tempo, o turista começa a amar Portugal, na sua antiguidade, nas suas pequeninas coisas. Gente muito gentil o povo português, prestando informações ou ensinando o forasteiro a se dirigir a um ponto de ônibus - que eles dizem Póvoa fica poliglota no verão Vinte e cinco quilômetros depois, numa estrada asfaltada, serpenteando por pequenos povoados, chegam-se à histórica Vila do Conde, de onde, por uma avenida de três mil metros, começa a nascer uma cidade debruçada sobre o Atlântico que a afoga: é a Póvoa de Varzim. É grande praia do norte de Portugal, movimentada, cheia de vida e de beleza natural. Um folheto turístico de propaganda da Póvoa, em francês, diz: "La visiter est découvrir une ville débordante de couleur, de vie et de mouvement. Ou l´on est bien decide à revenir.". Realmente isto parece que é uma grande verdade. A gente fica com uma vontade de voltar um dia e rever aquela praia, conversar com aquele povo, participar do leilão de peixe, todas as tardes, à beira-mar. Na época da temporada, que vai de junho a fins de setembro, a Póvoa vive intensamente o seu verão. Turistas franceses e ingleses, principalmente, começam a chegar em turmas. Em meados de julho as ruas da Póvoa estão cheias de gente. Fala-se tudo quanto é língua. Quem tiver a oportunidade de passar o 15 de agosto lá, vai participar de uma inesquecível festa, onde os grupos folclóricos povoeiros - famosos em toda a Europa - e que já se apresentaram em São Paulo, revivem o Portugal antigo. É festa de Nossa Senhora da Assunção, ocasião em que se realiza a grande procissão em honra da Virgem Maria. Os habitantes da Povoa comparecem em massa à procissão, que percorre toda a praia. À sua passagem, os pescadores realizam o tradicional "tiroteio" de fogos de artifício. Milhares de fogue- Cassino ajuda muito a cidade Póvoa de Varzim é sede de uma das zonas de turismo de Portugal e, como não poderia deixar de ser, possui o seu cassino, sendo um dos mais importantes da Península. É explorado pela Sociedade Povoeira de Empreendimentos Turísticos, cuja renda é aplicada em melhoramentos locais, visando a modernização da indústria do turismo, uma das suas principais fontes de renda. A cidade fica na famosa região do vinho verde. O turista que souber aproveitar a oportunidade beberá o melhor vinho de Portugal sem pagar o luxo. O vinho é retirado das pipas e vendido em canecos, diretamente do balcão. Também o cafezinho é O mestre e o aprendiz de ótima qualidade. Os melhores locais para saborear um café bem delicioso são o Diana Bar, o Guarda Sol e nos bares anexo aos cines Póvoa e Garret. No setor da indústria, um passeio até a grande fábrica de cordoaria Quintas e Quintas vale a pena. O visitante será bem recebido e verá como se produz cordas e cabos de aço dentro dos processos mais modernos. Seus produtos são exportados pata toda a Europa, Canadá e Estados Unidos. Outra visita interessante é na tecelagem dos afamados tapetes de Beiriz. Póvoa é também um centro comercial bastante movimentado, sendo de se destacar a arte da ourivesaria. Entre os estabelecimentos de maior importância a tradição, está a Ourivesaria Gomes, famosa em todo o país. Seguem-se a Ourivesaria Tavares e a Ourivesaria Nunes. Um dos mais conhecidos artistas neste setor é o velho Miguel da Silva Andrade, cujas jóias atravessaram as fronteiras de Portugal. Em sua oficina, na rua Tenente Valadim, 73, bem no coração da cidade, seus aprendizes procuram seguir seus ensinamentos na difícil arte de modelar o ouro e as pedras preciosas. tes espoucam nos ares e são lançados dos barcos ancorados na enseada. Nesse dia e na semana que antecede a grande festa, a população flutuante - moradores das cidades vizinhas e os turistas estrangeiros - aumenta consideravelmente. O trânsito de veículos chega a congestionarse ao longo da estrada. Para se ir à Póvoa, vários são os caminhos. Por estrada de ferro, no moderno "foguete", que faz o percurso até a cidade do Porto em 4 horas. Do Porto à Póvoa são 28 quilômetros, que podem ser feitos por ônibus ou táxi. A TAP mantém uma linha aérea até a cidade do porto, ligando com Lisboa em apenas 20 minutos. Com 30 cruzeiros novos o turista pode hospedar-se no Grande Hotel, o mais luxuoso. É a diária completa para uma pessoa. Por 20 cruzeiros novos poderá se instalar em outros hotéis de menor luxo, porém, com bastante conforto. camionagem - ou falando com entusiasmo da sua própria cidade. Ali, como no próprio trem que chegou de Lisboa, repetem-se as alegres cenas de brasileiros se encontrando. Um é de São Paulo, o outro é pernambucano e aquela menina linda é da Guanabara. Enfim, é a presença permanente de brasileiros ligados por sangue de fa- mília com a pátria-mãe. Outros, movidos pela curiosidade em conhecer o povo de uma pequenina terra, que em 1500 atravessou o Atlântico e foi implantar a sua civilização e uma língua uma, num País com 8.511.965 quilômetros quadrados, ou seja, quase 93 vezes maior do que a extensão territorial de Portugal continental. É a terra de Eça de Queiroz Nomes ilustres que se destacaram na vida da nação portuguesa têm a cidade de Povoa de Varzim como seu berço. Entre estes, o escritor e jornalista Eça de Queiroz, que viveu a emoção de participar e "cobrir" a travessia inaugural do canal de Suez; e Vasques Calafate, escritor e orador, descendente de humildes pescadores. Graças à luta de Calafate é que foi construído o porto de pesca, propiciando novas condições de segurança para a chegada dos barcos pesqueiros durante as tempestades, ou quando o mar está bravio. Uma de suas frases mais conhecidas foi gravada aos pés da estátua de bronze erigida em sua homenagem em frente ao porto: "Desde criança que fantasmas de náufragos andam boiando na minha alma alagada pela maré cheia de muitas lágrimas de viuvez e orfandade que este A nova geração portuguêsa mar da Povoa tem feito à minha volta." José Rodrigues Maio, mais conhecido por Gego de Maio, é um outro personagem poveiro que pela sua humildade e heroísmo recebeu do povo uma estátua no Jardim do Passeio Alegre. Ele era o chefe da equipe de socorro, que ia em auxílio das embarcações pesqueiras da Povoa que naufragavam na entrada da barra, quando o mar estava muito agitado. Devido ao seu heroísmo foi condecorado com a mais alta distinção do Governo Português, que lhe dava o direito de receber honrarias militares. Hoje, na mesma atitude que ele ficava durante horas a fio, vigiando o mar, a sua estátua o imortaliza. No inverno, quando o mar se enfurece, dizem, as águas chegam a molhar a estátua. Taubaté, Vale Industrial do Paraíba, 24 de fevereiro de 2007 Geral Diário de Taubaté Memória - Stipp Júnior (1940 - 2007) São Paulo, 20 de fevereiro de 2007 Estimadas amigas Iara e Gláucia: Continuo sensibilizado com a homenagem prestada ao nosso querido amigo Stipp Júnior pelo padre Fred, que oficiou na Igreja do Rosário a missa pelo trigésimo dia do seu passamento. Guardo, fortemente, as palavras que transmitiu, especialmente as que usou para mostrar que Jesus Cristo foi o jornalista de Deus. Em sua feliz analogia, o padre prestou uma honrosa homenagem ao Stipp Júnior e, por extensão, também à profissão dos jornalistas. Amigo do Stipp desde os anos 70, quando ele exercia o cargo de Correspondente do jornal O Estado de S. Paulo no Vale do Paraíba, acompanhei toda a sua trajetória profissional, principalmente ao decidir fundar o Diário de Taubaté. A partir desse empreendimento segui mais de perto os passos do nosso bom amigo. Quanta fé, dedicação, perseverança e obstinação. Quanto trabalho, desejo de transmitir aos leitores a informação rigorosamente correta e com qualidade, prestação de serviços à comunidade, histórias, fatos, acontecimentos, bons exemplos. Quanta incompreensão em relação à sua missão e à falta de apoio a um empreendimento por intermédio do qual sempre procurou dignificar a comunidade de Taubaté. Ao longo do diuturno trabalho ao qual se lançou de corpo e alma, nas noites nas quais conseguia adormecer após o árduo fechamento de cada edição abastecia-se da força necessária para, no novo alvorecer, reiniciar com força ainda maior a luta pela concretização de seu sonho. Ele venceu dificuldades e obstáculos. E por sua obstinação, o Diário de Taubaté existe, está solidamente montado e tem em vocês - e nos demais componentes da equipe que montou - a base para dar a ele a certeza de que os seus sacrifícios se transformaram em exemplos de confiança inabalável. Além de vocês, que formam a equipe do Diário de Taubaté, minha mensagem também tem a esperança de sensibilizar os empresários da cidade e de toda a região do Vale do Paraíba. É imperioso transmitir a eles que o sonho que existe por trás de cada um dos jornais está fundamentado na fé, na necessidade de apoio e de participação para que sejam, realmente, patrimônios da comunidade e instrumentos adequados para levar aos leitores notícias e reportagens que esclarecem, ensinam, formam opiniões e contribuem para importantes tomadas de decisões. E os jornais só podem cumprir essa missão se forem valorizados, como sempre almejou o nosso amigo Stipp Júnior. Peço que recebam esta minha reflexão como homenagem ao idealizador do Diário de Taubaté e também a vocês e a todo o grupo que agora assumem a responsabilidade de dar continuidade ao trabalho de bem servir a histórica comunidade do Vale do Paraíba, para satisfação do Stipp, cuja imagem e exemplos continuarão sempre vivos e fortes entre todos nós. Luiz Carlos Secco Jornalista Luiz Carlos Secco e Stipp Júnior durante confraternização do Diário de Taubaté, em 1996, na Churrascaria Bom Boi, ao fundo Neiva Teixeira e Dr. Eliceu Ribeiro 7 6 Diário de Taubaté Especial Taubaté, Vale Industrial do Paraíba, 24 de fevereiro de 2007 Memória - Stipp Júnior (1940 - 2007) Prof. Carlos R. Rodrigues Foto - Arquivo-DT LEITURA DE TAUBATÉ Diário de Taubaté O jornalista Stipp Júnior e a carta psicografada: Deus - Família Amor - Saudade A mão do médium Rogério sente a chegada da força em estado de vibração, movimento, vontade, desejo, fé e perseverança. Parece que o espírito, pela ansiedade e vontade de comunicar-se, foi um jornalista. Mas jornalista dos bons. Jornalista sem medo. Arrojado e navegante dentro das histórias do mundo. O paradigma espiritual, presente naquele momento, identificava alguém que viajava há pouco tempo, por isso a presença de outro irmão, mais experiente, para colaborar com a mensagem, chamado Vannucci...moço eterno e bom... A comunicação tem o seu ponto de partida, o arranque carregador das mensagens..." Meu nome é Stipp Júnior...estou com muitas saudades...a saudade só existe na língua portuguesa...coisa para se sentir...Oi Iara! Daqui, nesse novo aprendizado, estou acompanhando as coisas dos seus dias...Não pense em solidão, abandono, ruas desertas...pense na realização, na chama que está dentro de você...Ô guerreira! Ô lutadora! Não permita, nunca, que o destino se imponha, ou fique esperando na beira da estrada... Eu sempre pensei em Pátria, Lugar determinado, cheiro nosso... Coisas nossas...Cores nossas... A pátria é o mundo; o mundo é a nossa família! A vida não é marcada pela régua... Não é medida pelo tempo inexistente. A vida é perpétua...é elevação espiritual, Asa suflando nas alturas, é a realidade. Espantem, pelo despertar da fé, a tristeza grudada no rosto. A tristeza deixa-nos feios, inquietos, sem vontades despertadas. Antes de comprar as passagens para a viagem estabelecida, desde o Gênese, de uma hora para outra, senti-me afastado daquele estado que a doença impõe: agonia, medo, mal estar, palpitações... Os meus grandes amigos chegaram, Apoiaram-me...explicaram-me... Dr. Cembranelli, quanta luta, crença, Naquela vacina que ainda se oculta... Não era o momento... Meus familiares, sorriso de mãe... Calor do filho que perdi...reencontros. O cansaço tomou conta do jornalista, do médio, e o espaço extrapolou-se em emoção. Segundos que pareciam horas... Um menino, bonito como sol, Olhou a vitrine de uma loja, em um ponto do globo. As bolas, coloridas, respiravam o vento. Bolas azuis, vermelhas, amarelas... Uma delas, não resistiu à paquera, Explodiu-se em rancor. O menino chorou, gesto simples. Querência! As mãos de Rogério, na Casa da Esperança, retomaram a comunicação. Respirar profundo, quase suspiro. Sabe, Iara, os intelectuais procuram, como alucinados, todas as coisas que formaram o Universo. Abriram as gavetas, vasculharam os cômodos esquecidos, quebravam as vidrarias dos laboratórios, os agentes Químicos, as ondas de física quântica, "descuântica", procurando descobrir a face de Deus. Como é bom saber que ele existe! Os evangelhos, letra por letra, Não são utopias planejadas, Retalhadas, fragmentadas... Quando, com os meus pés, entrei na umidade de territórios adormecidos, em busca das verdades que estavam esperando para se transformarem em reportagens inéditas e corajosas; quantas vezes procurei por Deus...Ele estava tão próximo...estava dentro de mim... Estou com saudades das crianças...minhas meninas...Ana Luiza...palavras que, entre tantas, esqueci de dizer. Anaisa, um pedação da minha consciência. Longas conversas...esteja sempre presente em seu roteiro de realizações...O pai está aqui... Houve momentos, e os momentos são inevitáveis, que discutimos a importância de uma matéria...ou não... A formação textual, a ausência de síntese estrutural, a preocupação em ferir pessoas, penetrar em terrenos que não nos dizia respeito...Você, Iara, gritava...se alterava...a Gláucia roía as unhas, falava, discordava, acordava...Depois, sem pressões, voltávamos a ver-nos como pessoas que cuidavam de um bem comum: o jornal... Stipp Júnior em 2003 A s mães cuidaram de suas crianças como quem prepara a terra para os jardins. Os homens calçaram os seus sapatos, ajeitaram suas gravatas, ligaram seus carros e entraram nas longas filas de ônibus e metrôs. Os garotos, filhos dos Chaplins congelados em imagens arquivadas no espanto do olhar, posicionaram as suas caixas de engraxar na aspereza do chão. A fome fora avisada para esperar pelas moedas que saíram das velhas escovas, pano para dar brilho, e cuspe para lustrar. As mães são habitantes do mundo: Saigon...Nova York...Taubaté...Porto Príncipe. Os homens correm nas ruas do mundo: Angola...Sidney...Paris...Favelas do Rio...? Os meninos engraxam na fome dos sonhos: Tremembé...Madrid...Oslo...Polônia... Na correria do dia a dia, os dedos dos jornalistas Clicam a imagem pela janela da máquina: Silêncio! Revelação! No silêncio daquela "Casa da Esperança", em Taubaté, a música de Bach serenando na quietude da fé. O médium Rogério desperta a força divina que mora dentro de todos os homens, entrega-se à vontade de Deus. Passa pelas montanhas, lagos, flores, ritmo contínuo de maresia. Abre-se como uma enorme lousa, para que os espíritos daqueles que empreenderam a viagem, possam comunicar-se com os que ficaram. Enquanto isso, lá nas bocas da floresta muda, Mataram uma adolescente. Nas folhas das árvores inanimadas, Caçaram araras azuis, pássaros pretos, Pintaram as penas de um triste papagaio. O jornalista transfere as transgressões Em letras, parágrafos, páginas. Clic! A arara azul morreu, Atrofiada nos arames da gaiola. E o jornal tem vida; ele respira... Gosta de vestir-se bem... Comer com elegância; falar com charme... Estar sempre diante dos olhos das pessoas... O jornal tem histórias de amor... De procura De busca De inovação De revolução Iara, quantos apelidos carinhosos atribuímo-nos ao longo de trinta anos de convivência, trabalho, dedicação, amor...vida respingada dos orvalhos das manhãs... A quantidade de pessoas que estiveram em nossa frente, ao nosso lado, lutando a nossa luta...Dê um abraço no vereador Francisco Saad, nosso Chico Saad... Moço inteligente, corredor de maratona para defender os interesses de Taubaté...através da presença dele, aproveito para agradecer, do fundo dos meus sentidos, a todos que sentiram a partida do meu trem e da minha viagem... Ah! Ia me esquecendo...Eu nunca vi, em toda a minha experiência de jornalista, o coração disparar com tanta velocidade, como o coração da Gláucia ao notificar a minha partida. Nunca vi tanta lágrima respingar o teclado do computador. Letras molhadas. Foto molhada. Manchetes desfiladas no relevo do jornal... Agora, nesse momento, vou dar uma parada... Iara, princesa de longas eras, Não fique triste. Não se sinta só. Sabe aquele botão de rosa, Que despertou em nosso jardim? É sua. Presente meu. E vou encontrar-me com o Justino, um dia desses, isso é coisa certa. Vou pedir-lhe que pinte uma tela da fase da roça...Vou embrulhar o quadro com fios dos brilhos das estrelas... Mandar-lhe-ei quando você estiver dormindo... Sono profundo. Adeus! Fiquem com Deus! Stipp Júnior há 40 anos O Jornalista Stipp Júnior, falecido em 10 de janeiro último, aos 66 anos, foi o mais completo profissional de sua geração no Vale do Paraíba. Em março de 1967 fui testemunha de seu extraordinário trabalho de repórter ao relatar a catástrofe de Caraguatatuba. Acompanhei – tinha 19 anos – Stipp na tentativa de chegar ao litoral norte pela rodovia dos Tamoios (ainda não era assim chamada oficialmente). Na descida do alto da Serra, a estrada acabou, era só lama. Encontramos com o engenheiro Hernani Portela (do DER) no alto da Serra. Regressamos a Taubaté. No dia seguinte os encargos com o extinto diário “A Tribuna” (como operário da pena escrevia uma página diária de noticiário local) me impossibilitaram ir até Caraguá, mas Stipp Júnior foi via Ubatuba, chegando até o sinistro e o seu relato está registrado nas páginas de “O Estado” ao qual colaborei como correspondente em Taubaté. Sabe-se que mais de 300 pessoas morreram em Caraguá, mas nunca contabilizadas. Os tempos eram outros. O meio de comunicação com a cidade atingida era apenas pelo rádio-amador, hoje obsoleto. Ocorreu que dias e dias de chuva causaram deslizamentos nos morros da Serra do Mar, com pedras, lama, árvores e tudo que estava à frente caíram sobre a cidadezinha (na época todo o município tinha 15 mil habitantes). Caraguatatuba ficou sem água potável, comunicação, faltando alimentos e sem energia elétrica durante muitos dias. A Fazenda dos Ingleses que – além do turismo incipiente – era a base econômica da cidade, acabou, foi a primeira a ser soterrada. O governador Abreu Sodré chegou de helicóptero ao litoral e foi fotografado com as bainhas da calça levantada para não sujar a roupa de lama. A catástrofe de Caraguatatuba já faz 40 anos, mas nas páginas de “O Estado de S.Paulo” está registrado o singular trabalho jornalístico de Stipp Júnior que durante cerca de 12 anos emprestou o seu brilho intelectual ao mais importante jornal brasileiro. Stipp Júnior escrevia, fotografava, foi locutor de rádio com perfeita dicção e tinha o faro das notícias. Nasceu em Marília, em 21 de abril de 1940, filho de Paulo Perches Stipp e Benedicta Camarinha Stipp. Seu pai era médico, mas ficou órfão paterno aos 6 anos. Residiu em Piracicaba e ali teve despertada a vocação de repórter. Extremamente articulado, já órfão de pai passou a morar em Lorena, depois Guaratinguetá e trabalhou na rádio Aparecida. No fim dos anos 60 veio residir em Taubaté, chefiando a sucursal de “O Estado”, que funcionava nas esquinas das ruas Souza Alves/Barão da Pedra Negra (hoje, copiadora Copicentro). Freqüentei com Stipp a singular redação da rua Major Quedinho, em SP, vendo a rotativa no térreo pelo lado da Martins Fontes. “Uma universidade” – segundo as palavras de Carlos Lacerda. Neste período Stipp viajou pelo mundo. Entrevistou Werner Von Braun, Neil Armstrong, esteve na Europa e acompanhou o trajeto revolucionário de “Che” Guevara na América Latina ( o corpo foi levado aos EUA, sem as mãos, que foram periciadas por datiloscopistas?). Escreveu em dupla com José Stacchini (autor de Mobilização da Audácia), repórter especial de “O Estado”. Foi ainda Stipp quem relatou o início da indústria de aviação brasileira, contando a história da Embraer, Aerotec, Aviação Neiva, etc., as iniciantes empresas da aeronáutica nacional. Foi o primeiro civil a voar no Bandeirante, da Embraer. Também percorreu a estrada Rio-Santos antes dos topógrafos, conviveu com os índios e caiçaras, entrevistou Mário Andreazza, fotografou as derrubadas das matas virgens e expulsões dos caiçaras para a estrada passar. Viajou pelo Brasil todo e divulgou “Barreira do Inferno”, local das primeiras experiências aeroespaciais do país. Fundou, em 1975, o “Diário de Taubaté”. O seu trabalho está registrado nas páginas de “O Estado” e DT. Impressiona como o Vale do Paraíba e particularmente Taubaté não dão a necessária dimensão a um jornalista do naipe de Stipp Júnior. Pode ser o preconceito que Monteiro Lobato identificou. Quando se lembra dos 40 anos da catástrofe de Caraguatatuba, presto o meu diminuto, mas sincero, mas sincero tributo de reconhecimento ao mais importante jornalista de sua geração: Paulo Stipp Júnior. Paz à sua alma! (DC). Cantinho do Radioamador José Guanieri Leite - PY2 NQB E-mail: [email protected] Sucesso Absoluto o 24° Encontro da Rodada Encontro de Amigos comparecimento de 200 pessoas Nos dias 16,17 e 18 de março passado foi realizado na cidade de São Lourenço MG., nas dependências do Hotel Metrópole, sito na Rua Wenceslau Braz, 20 - Calçadão, o 24° Encontro de Radioamadores da Rodada Encontro de Amigos, sob a coordenação e supervisão do Presidente Antônio Mathias Simões Branco. O evento foi um sucesso, não só pelo maciço comparecimento de radioamadores, familiares e convidados, pelo bom clima reinante, conforto e tratamento proporcionado pela Gerência, e funcionários do hotel. Compareceram colegas de vários Estados do Brasil e um grande comparecimento de cidades do Estado de São Paulo. Destacamos presença maciça de colegas do Rio de Janeiro, Minas Gerais, Goiás, Espírito Santo. Do Vale do Paraíba tivemos a presença desse colunista e das cidades de Cruzeiro e São José do Barreiro. Após a ausência por vários anos, contamos com a presença do casal simpatia, Otton Ricardo, PU2 XOR e de sua cristal Rosa Maria PU2 XMN, da cidade de Limeira. No sábado dia 16, às 15 horas no salão de reuniões do Hotel Metrópole, tivemos com uma reunião festiva para entregas de brindes, medalhas e troféus, presidido pelo Presidente Branco. Foi empossada a mesa dos trabalhos que composta por: Renato - PU2 LXH, Lourdes PY1 MLF, Zé do Parque PY2 AU, Jayme PY2 AJG, Duval PY2 DMD, Andrade PY2 TSO, Cleodes e Leite PY2 NQB. Iniciou-se os trabalhos com uma oração pelos presentes. Foi feita uma prece especial por todos os radioamadores falecidos no período de um ano e feito um minuto de silêncio aos colegas falecidos. Foram agraciados com medalhas de ouro pela maior presença nas rodadas durante o ano: masculino: Leite - PY2 NQB e Feminino: PY1 MLF - Lourdes. Os troféus tiveram a seguinte classificação: 1° lugar pelo maior número de comando: Atílio-PU2 PEQ de Jaborandi. 2° lugar: Ferrari - PU2 KBL - de São Paulo. Participante mais distante: Raul - PAT 2 RAC. Participante mais idoso: Leonel - PY4 FI de São Lourenço. Após votação, a cidade escolhida para o 25° Encontro: Poços de Caldas. No sábado, após o jantar o Hotel Metrópole ofereceu uma excelente noite dançante, com música ao vivo, salgados e chopp à vontade. Quero deixar aqui consignado os meus agradecimentos à Gerência do Hotel Metrópole e também ao Hotel Fonte Luminosa. Homenagem à Stipp Júnior Rodada do Beco Nos dias 3,4,5 e 6 de maio próximo será realizado mais um encontro da Rodada do Beco, na cidade de Caldas Novas, Goiás. A rodada do Beco está diariamente na freqüência de 3.135 khz, sempre às 7 horas da manhã. Inscrição e mais informações com Marco Baroni no site: www.beco.com.br Falecimentos Faleceu dia 27 passado na cidade de Pouso Alegre - MG, o colega Lafaiete PY4 AGC. Dia 28, na cidade de Petrópolis Marino - PY1 YMS Às famílias enlutadas, nossas condolências. Pensamento: "Em um mundo superior pode ser que seja de outra maneira, mas, sobre esta terra, viver é mudar e ser perfeito equivale a mudar muitas vezes. J.R.Newmann Estamos prestando mais uma simples homenagem ao amigo, jornalista e radioamador que foi PU2 PJX Paulo José (como era conhecido nas faixas do radioamadorismo). Agradeço a foto que hoje publicamos, cedida por PU2 SCM - Coelho, da cidade de São José do Barreiro, tirada no ano de 1988 no Alto da Serra, divisa com São Paulo e Minas Gerais. Não só no jornalismo, mas também no radioamadorismo teve marcante presença deixando uma legião de verdadeiros amigos. 2 Diário de Taubaté Geral Coluna Espírita Rogério H. Leite 150 anos de Espiritismo minários pagos, Apresentação dos oradores com citação de seus títulos acadêmicos, como se isto os credenciassem a falar da doutrina para o povo, ou os distinguisse dos demais espiritualmente. Artigos escritos em revistas e jornais acompanhados de referências Profissionais, FORMAÇÃO UNIVERSITÁRIA ETC( creio que Jesus Cristo não teria espaço para escrever nestes periódicos, dada á sua condição social de humilde carpinteiro.) As famosas "panelinhas" onde a mesma diretoria se reveza nos cargos ao longo dos anos se mantendo no poder como uma classe privilegiada. Atenção especial as pessoas de maior poder aquisitivo ou projeção social. Será que pobre nestes "centros espíritas servem apenas para tomar sopa e passes?" Recentemente realizei um seminário "gratuito" numa cidade do interior e fiquei sabendo que a atual presidente de tradicional centro espírita, sofreu pressões de determinado órgão federativo, na eleição passada pelo fato de ser negra. Não , não adianta fecharmos os olhos a estes fatos. Será muito comum um espírita ler estas linhas e abrir um tímido sorriso amarelo, afinal" espírita é sinônimo de cordeiro", argumentam alguns...Creio que seja cordeiro hipócrita. Isto quando o espírita não sofre a síndrome "Ana Maria Braga" Ah, mas você... Sou alguém que sente, pensa e fala, exercendo minha condição de espírita e cidadão de um País ainda democrático. Creio que por amor a doutrina que abraçamos, em respeito á tantos irmãos que pela força do exemplo disseminaram a doutrina em nosso país devemos refletir sério acerca destes problemas internos. "O espiritismo veio para o povo, para com o povo dialogar". O ano de 2007 representa um marco para o movimento espírita que comemora neste ano a codificação da doutrina. O lançamento do Livro Dos Espíritos, na França por Allan Kardec em 1857 trouxe as luzes do discernimento á humanidade inteira, especialmente ao Brasil, o país mais espírita do mundo. Creio que este seja um momento de reflexão para todos os espíritas. No dia 2 de abril passado o médium Chico Xavier completaria 97 anos se estivesse encarnado. Foi ele ao lado do Dr Bezerra de Menezes os grandes responsáveis pela popularização da doutrina em nossa pátria, digo isto com respeito á tantos outros seareiros do passado que também contribuíram com seus esforços e exemplos para a divulgação da doutrina. O dr Bezerra de Menezes, no entanto, nos primórdios da implantação do movimento espírita no País, desempenhou um papel de relevante importância exaltando o caráter religioso e cristão da doutrina, enquanto diversos grupos isolados se atinham apenas no caráter científico e filosófico. Chico Xavier por sua vez com cerca de 518 livros psicografados, soube divulgar todos os conceitos da doutrina numa literatura tão diversificada que sem dúvida; atendeu á todas as classes sociais, do mais simples ao mais exigente. È dele essa frase: " O espiritismo veio para o povo, para com o povo dialogar". Chico Xavier sempre teve temor pelo elitismo, infelizmente observamos hoje sinais claros desta tendência, principalmente no estado de São Paulo. Tive a oportunidade de observar o movimento espírita em outros estados e identificar esta inclição mais enraizada no movimento paulista. são sinais claros de elitismo no movimento: Se- ROGÉRIO H. LEITE é espírita atuante há 28 anos, sendo médium ostensivo desde os 12 anos de idade. Preside hoje as tarefas realizadas na "Casa da Esperança, em Taubaté, no "Grupo de Estudos Alan Kardec", em Lorena e no "Núcleo Espírita Irmão do Caminho", em Santa Izabel. Atende em Taubaté, na Casa da Esperança, às sextas-feiras, a partir das 14 horas. Telefone: (12) 3157 4565 / 3686 4721 / 8146 5424. INDICADOR MÉDICO OFTALMOLOGIA CLINICA GERAL Médico Oftalmologista CLINICA- CIRURGIA-LENTES DE CONTATO R. Quatro de Março, 203 - Tel.: 36 21-1088 Dr. Paulo Sergio Werneck Gastroenterologista GASTROENTEROLOGIA PSICANÁLISE E PSICOTERAPIA Cons. R. Cel. Gomes Nogueira, 31 Tel.: 3632-9834 DERMATOLOGIA Drª. Elina Alves Ribeiro Dermatologista doenças da pele e cirurgia estética R. Dr Souza Alves, 288 Tel.:3632-7331 Dr. Ivanir M. A. Freire PEDIATRIA Dr. José Arthur Lessa Pediatra R. Engenheiro Fernando de Mattos, 252 Tel.: 3632-2888 UROLOGIA Dr. Wander Cunha DOENÇAS DOS RINS - Urologista R. Dr. Souza Alves, 288 Tel.: 3632-7331 OFTALMOLOGISTA Dr. ELITA ALVES RIBEIRO OFTALMOLOGISTA (Clínica e Cirurgia dos Olhos) R. Dr. Souza Alves, 39 Tels.: 3622-4461 - 3624-1298 - Taubaté Diário de TTaubaté aubaté Editado pela Empresa Jornalística Diário de Taubaté Ltda. Diretor Fundador: Stipp Júnior Diretora Responsável: Iára de Carvalho (MTB-10.655) Diretor Administrativo: Milton Chagas Editora: Glaucia Moraes CONSELHO EDITORIAL Lygia Fumagalli Ambrogi José Eurico de Morais NOTICIÁRIO ESPECIAL Portal Taubaté: www.taubate.com.br REDAÇÃO: Rua Eng. Fernando de Mattos , 23 Taubaté-SP - CEP 12.010-110 TELS.: (0xx12) 3621-4679 FAX: (0xx12) 3633-1527 Internet:www.diariotaubate.com.br/ E-mail: [email protected] REPRESENTANTE COMERCIAL R.G.D. - Comunicação Ltda. R. Duarte de Azevedo, 532 - CEP 02036-022 Santana - S. Paulo/SP Fone 11 6971-1000 ASSINATURA Semestral - R$ 140,00 Anual - R$ 280,00 Jornal Independente filiado à: ADJORI/SP e ABRAJORI Taubaté, Vale Industrial do Paraíba, 5 de abril de 2007 Espiritualidade Médium recebe mensagem de Stipp Júnior Esta semana, o mundo cristão revive a paixão e morte de Jesus Cristo. Mas revive também a Sua ressurreição. A Páscoa é a grande mensagem da vida eterna, que inclui o mundo material e o espiritual. Para refletirmos sobre isto, os familiares do fundador do DT, jornalista Stipp Júnior, permitem a publicação seguinte: Carta Psicografada pelo médium Rogério H. Leite, em sessão pública, dia 24/ 02/07, na Casa da Esperança, na Avenida Itambé, em Taubaté, quando fazia 46 dias de falecimento de Stipp Júnior. “Iara, querida companheira de sempre: Compareço a esta casa de preces, sem, contudo, reunir os recursos necessários para uma carta mais abrangente. É natural Iara, querida, que o meu estado de convalescença não me permita maiores incursões no reino da palavra escrita, ainda mais operando por este meio de comunicação que desconheço ou ao menos não possuo maiores intimidades. Agradeçamos juntos, pelo esforço dos Benfeitores amigos, que me amparam neste momento para que, através deste amigo que emprega uma simples caneta esferográfica, eu consiga registrar os meus pensamentos e emoções, repartindo com você o que somente a nós pertence. As saudades antecipadas de minha separação física e o sentimento de amor, respeito e dedicação mútua, companheiros, mais afoitos a este intercâmbio me orientaram com a antecedência necessária, entre eles o nosso colega de Comunicação Augusto César Vannuci, que está ao meu lado incentivando-me a prosseguir sem deixar que as lágrimas da emoção que me toma no momento, prejudique este ditado que preciso levar adiante. O Vannuci para me incentivar, assinará logo abaixo a minha assinatura. Agradeço-lhe o incentivo e prossigo. Iara, minha nega, como pode um homem de Comunicação que, por impositivos da profissão escolhida, tenha viajado a tantos países diferentes, sentir-se estranho na Pátria Verdadeira, na concepção dos Benfeitores amigos? São saudades, eu sei o quanto não deve ter sido fácil à você e à Lena, que cuidaram de mim na condição física que fiquei, atado ao leito, em plena dependência. Nunca me imaginei nessa situação, mas foi graças ao seu carinho de esposa convertida em mãe amorosa que pude sobreviver neste estado por tantos meses, sem revoltar-me radicalmente contra o destino. Sabe, Iara, a cabeça ainda pesa um pouco no movimento de reviver os episódios de nossa vida em comum. No entanto, hoje reflito interiormente que você em minha vida, não foi obra do acaso ou das circunstâncias, pois além do amor e do afeto que nos movia os dias, observando hoje o futuro que me aguardava, penso comigo, qual dentre as mulheres sobre a Terra teria encontrado equilíbrio, força e ternura suficientes para cuidar do Stipp naquelas condições. Não, Iara, foi Deus quem me deu você como um presente valioso ou como um provável prêmio que não mereci. Mas que haverei de merecer, pois estou ciente da perpetuidade da vida. Então, companheira, não chore. Ou então choremos juntos sem revolta. Choremos em agradeci- O jornalista Stipp Júnior e Célio Galvão, gerente de Comunicação da Ford, em 2005 mento pelo que vivenciamos juntos, pelo que havemos de viver ainda. Nada de revoltas. Afinal, mais de trinta anos juntos nos tornou uma só pessoa e um só coração. Quanto ao que me aconteceu, e como sabemos, o acidente vascular ocorrido em outubro de 2005 deu seqüência no organismo imperceptivelmente debilitado. Pelas lutas e emoções de uma existência repleta de alegrias e dissabores, entre os quais enumero a partida do Maurice. Você sabe que não pude me conformar com o distanciamento do filho querido que mal começara a viver sua vida e a forma que o fato se deu impressionou-me profundamente. Ele estava começando sua vida. Tivera boa educação, afável, dócil natureza religiosa como a avó, embora de concepções espíritas. O Vannuci também passou por uma experiência ao perder fisicamente o seu filho Gabriel, em circunstâncias quase idênticas ao lado de sua namorada Priscila. Ele estava no auge do seu vigor físico e despediu-se da vida como um pássaro. Desde então, segundo ele próprio, a vida não lhe fora a mesma, ainda que nosso amigo possuísse tantos conhecimentos doutrinários. Mas são fatos relevantes, cuja procedência e finalidade pertencem a Deus. Por que sofri tanto, debilitando a minha saúde, se hoje ele está comigo, ao lado da mamãe? Por que tanta dor, se a morte não existe? Sim, companheira, tanta incursão nas várias áreas da intelectualidade deixaram uma lacuna em branco em minha mente e coração, lacunas que, deste outro lado, vou compreendendo e você, como sempre, minha heroína, de sua parte vai fazendo o mesmo. Veja, ainda somos cúmplices, eternos namorados, sinto que na quinta-feira, dia 10 de janeiro, creio que às 23 horas e cinqüenta e sete minutos, tive de deixá-la com tanta vontade de ficar, devido à insuficiência respiratória que colaborou para que o meu ingresso a uma nova viagem, desta vez sem passaporte, ocorresse. Senti uma sonolência profunda, precedida de uma dor aguda no peito do lado esquerdo, foi o meu momento. Dentro de mim, ainda, por mecanismos que não compreendo, ouvia a sua voz me chamando, afirmando-me o seu amor. Afligi-me sem ter consciência de estar no corpo ou fora dele, mas a mamãe e papai Paulo Perches, e o Dr. Cembranelli estavam a postos, auxiliando-me neste momento tão único. Logo divisei a presença de sua mãe Nenzinha e tantos outros que não pude identificar, além do filho querido de volta, que me abraçou com tanta ternura e me deixei conduzir aprofundando-me no sono profundo. Deus existe, Iara, não tenha dúvidas sobre isso. Não sei por quanto tempo per- maneci naquele estado. O fato é que não tomei conhecimento do meu sepultamento. Mas após despertar no leito de um hospital, higienizado, decorado de motivações belas e nos impressionarem os sentidos. Aos poucos, tomei ciência de tudo. Preces feitas por você com tanto amor, pelos filhos, netos, amigos, familiares, me revigoraram o ser aos poucos. A cabeça confusa, mas a presença de minha mãe, pai, Maurice e amigos que me precederam na jornada me tranqüilizaram. Iara, Deus existe, O evangelho não é uma utopia, nem o ópio do povo. Benfeitores anônimos cuidaram de mim com tanto zelo que me senti seguro, pois só poderia agradecer a vida que tive na Terra. Devo me dirigir às minhas crianças. À Ana Luíza, que não sofra pela minha ausência forçada, estarei bem, filha. Estou vivo, de nada me acusa a consciência, a não ser pelo fato de que deveria tê-los abraçado mais, ter dito que os amava um maior número de vezes. Deveria ter festejado mais com meus netos. Beijos filha, beijos e abraços, à você e ao Tiago. Quanto a você, Anaísa, é o carinho de sempre do pai que não os esquece. São minhas rogativas ao Bem Supremo, para que você, dentro de suas escolhas, faça carreira e continue representando-me ao lado da Ana, junto da mamãe Iara. Quanto ao Paulo Henrique, agradeço-lhe, filho, as preces e o apoio à Iara. Aceite, Paulinho, o pai de retorno. Afinal, um homem de Comunicação é um homem de Comunicação. O restante é com os benfeitores amigos que segundam nossos esforços. Abraços ao Hermann. Que saudades, filho! Busquemos juntos a união imprescindível para que essa fase passe e possamos, juntos, idealizarmos novos sonhos e empreendimentos. Te amo, filho. Eliana Maria, aceite-me de volta. É a presença do pai nas letras que rapidamente constroem palavras de saudade e reconhecimento a todos. Beijos, filha. Recordando-me de meus netinhos, beijando o coração do Lucas, do Miguel, da Mirella e dos outros sapecas, do vovô coruja. Sei que meus netos se multiplicarão e sinto-me feliz com isso. Quero agradecer ainda nesta oportunidade, o conforto e solidariedade expressos a você, Iara e nossos familiares. Agradeço ao Barbosa, amigo de sempre, ao Joel Vilela, ao vereador José Francisco Saad, nosso Chico Saad, pela moção de pesar dirigida aos nossos, entre outros. Entre eles, o Maluf. Digo isto porque ele, de sua parte, em nossa convivência, ou seja, na minha condição de jornalista nunca me criou entrave algum às investidas jornalísticas mesmo nos períodos mais graves de nosso País. Enfim, agradeço aos vereadores, ao prefeito Roberto Peixoto pelas deferências elogiosas e confortantes neste momento tão delicado. Agradeço à nossa Gláucia, sempre prestativa e fiel, pela tarefa difícil de que se incumbiu, ao ter de notificar o meu falecimento físico a tantos que abordaram o Diário. Iara, querida, não quero vê-la triste. Seja forte. Há tempos nossos corações se confundem, jamais estaremos separados. Prometo tão logo eu esteja devidamente recuperado, assistí-la sempre que possível. Sim, Nega, leve adiante projetos dinâmicos, mas permita que o seu coração se sensibilize a uma causa, cujo valor muitos homens desconhecem ou vêem com indiferença. A vida física já nos proporcionou tudo o que poderia, vitórias arrojadas sobre as adversidades. Prêmios valiosos por reportagens corajosas e inéditas. Agora companheira, ceda espaço para Jesus representado pelos que sofrem. Concordo com sua iniciativa de, se um dia receber algumas páginas escritas e assinadas por mim, publicá-las no Diário. Haverá os que considerem essa iniciativa próxima do sensacionalismo, mas haverá uma multidão de sofredores a agradecer-lhe por isto. Os que conhecem a sua dor e não possuem este lenço que nesta tarde lhe ofereço para enxugar seus olhos e seguir adiante. Não, Iara, os homens não saberão aquilatar o valor de tua atitude de mulher digna e mãe amorosa. Mas a vida a recompensará, por esta e outras iniciativas no bem. Preciso encerrar. A vontade de seguir adiante é sempre uma particularidade de um jornalista, mas preciso obedecer os critérios da disciplina. Não posso colocar um ponto final onde pretendo me estender no futuro.Então coloco uma vírgula. Beijos, minha companheira. Te amo e amarei sempre. Quando me sentir fora do estado de convalescença, prometo escrever sob a anuência dos Benfeitores amigos, uma longa carta falando mais de nós e de nossas saudades. Beijos, Iara, do sempre seu, Stipp Júnior. Peço conferir em público as assinaturas ou mesmo na Imprensa a assinatura do amigo e colega que, compreendendo a urgência de nossas dor e saudade, muito me auxiliou, ao lado de Benfeitores e familiares”. Taubaté, Vale Industrial do Paraíba, 7 de abril de 2007 Prof. Carlos R. Rodrigues Fotos: arquivo pessoal Especial LEITURA DE TAUBATÉ Diário de Taubaté 7 Diário de Taubaté João Paulo II e a partida do jornalista Stipp Júnior (uma história de Páscoa) O dia caiu sobre o Vaticano; as pombas voaram, em bandos, em busca de comida. A irmã Vicenza abriu os aposentos do papa, exatamente como faz há mais de dez anos. João Paulo I estava de pijama, em posição de leitura, segurando alguns papéis, um leve sorriso no rosto que, sem dúvida, estancara de repente. O papa morrera de madrugada, ao completar, apenas, 35 dias de papado. A notícia caiu sobre o mundo, desconsertando todas as lógicas do universo. O cardeal Karol Wojtyla ouviu a notícia da morte de João Paulo I pela rádio do Vaticano. Sentiu-se mal. O seu corpo, de uma hora para outra, arcou-se como o peso do mundo. Teve acessos de vômito, um pouco de febre, uma leve tontura... Em Roma, depois do desespero assentado, teve início a eleição do novo papa. Houve boicote por parte dos italianos; havia grupos escondidos pelos cantos, parecendo lobos assustados. As votações sucediam-se, mas as fragmentações entre o clero nomeado para eleger o novo papa não levavam a lugar algum. Lá pelas tantas, sem uma explicação coerente para o fato, o nome de Karol Wojtyla despontou como o novo Sumo Pontífice. Ele aceitou, adotando o nome de João Paulo II, em homenagem ao seu antecessor. Caminhou para a saudação do povo católico. Saiu do formalismo oficial, ao abraçar um grupo de crianças especiais. rando as suas dores, giro endoidecido em suor, sangue, tortura, perseguições, violências inovadas pela imaginação dos insensatos, agarraramse às pilastras da casa de Pedro. João Paulo adormeceu por volta da meia-noite. As imagens do passado vieram em sua mente exausta. O palco do teatro, o cenário, a maquiagem. A voz de Otelo, a voz de Édipo, o choro de Jocasta. A amizade com a jovem Ginka. Confissões. A palavra sem saída. As mãos entrelaçadas e a contagem das estrelas. A flor apanhada no campo em oferenda. As forças nazistas levaram Ginka, A sua Ginka. Para o longe e impreciso. Era um vez um artista que chorou sua terceira perda. Por essa época, o presidente Ronald Reagan, dos Estados Unidos, católico fervoroso, ofereceu ajuda a João Paulo II, em sua cruzada contra a opressão comunista na Polônia. E o carro passou dentro da boca do vento. Os tiros atravessam as paredes da história. O presidente americano tombou sobre a calçada; a cabeça pendida no asfalto. João Paulo II abençoa o povo. A multidão ergue e vibra os seus lenços, de várias cores. A menininha está sobre os ombros do pai; ela chora de emoção, está pertinho do papa. Tiros. Vários No seu interior, pertinho do coração, tiros...O papa caindo, em câmera lenta - "Maria Lembrou-se da cidadezinha de Wadowice, minha mãe, minha mãe..." Local de nascimento. Durante as cinco horas de cirurgia, os moviLugarejo afastado da agitação de Varsóvia, A voz da mãe, Emília, cantando canções, dan- mentos rápidos e decisivos dos médicos, o som internacionais, ajoelhando-se, e beijando o chão "entrechocado" da instrumentação, as vozes do país visitado. çando, trocadas buscando a salvação; João Paulo toma Narrando histórias do folclore do país. Lembrou-se da morte da mãe, na entrada da um barco sem remador e navega em águas proE assim, de viagem em viagem, fundas do seu passado. primavera. Karol foi tirando os véus Era uma vez um menino que enfrentou a sua Das feridas, das mazelas do mundo. A invasão nazista, bombas matando, matanprimeira perda. Espalhou a semente da liberdade consciente, do crianças, mulheres, sonhos. Nas terras por onde passou. O seu trabalho numa pedreira, o cheiro da Em julho de 1979, o avião papal sobrevoou Deu um empurrão no muro de Berlim os céus de Cracóvia. Os olhos de João Paulo química. E o muro despencou-se como flocos de algoCorpos dilacerados nas explosões. radiografaram a sua origem. As lágrimas escordão A escuridão da noite, Karol levando crianças, reram por dentro da face. Às dez horas, momento Silêncio! Crianças loiras, morenas, ruivas, todas judide sublimação, o avião pousou em terras polonesas. Os estudantes corriam pelas ruas da ci- as, As flores dos jardins do Vaticano floriram, de Para a proteção do bispo Adam Sapieha. dade, as vozes soltaram-se da garganta, depois geração em geração, por vinte e oito anos. As Karol Fugindo da perseguição da Gestapo, abelhas nasceram e morreram beijando o pólem de anos e anos de atrofia. Os sinos das igrejas, Escondendo-se nas quebraduras das casas, mosteiros, campanários, soaram ao mesmo temno coração das rosas. Mas salvando crianças...crianças...crianças! po. As propagandas comunistas, coladas em toEra um vez um jovem que lamentou sua quardas as paredes e prédios, desapareceram, as banKarol Wojtyla estava muito doente. deiras vermelhas fugiram para os bosques, para ta perda. As imagens enfileiravam-se diante dos olhos. o reino dos dragões desencantados. Os países apresentavam-se na frente do seu A chuva despencou-se sobre o céu polonês. pensamento. João Paulo secou as lágrimas com as costas O general Jaruzelski, magro, feio, empedernidas mãos. O povo na praça de São Pedro... À sua passagem, o império comunista parecia do, nomeado primeiro secretário pelos medroA menina de olhos azuis sorrindo... desintegrar-se como pano de fantasia, após o uso sos de Moscou, decreta Lei Marcial sobre o povo A freirinha orando palavras em lágrimas... polonês. João Paulo II retorna à Polônia, tem A voz de Fafá de Belém cantando Ave Maria. desfigurado. um encontro com Jaruzelski, o homenzinho treE Karol Wojtyla pede: "Deixem-me ir para a A morte do irmão Edmund veio-lhe à lembran- me nas pernas arqueadas. casa de meu pai..." O tempo não segura as decisões, os aconteciça, mentos despencam pelos caminhos traçados, vão Jovem médico, pessoa de Deus. A cidade de Taubaté, depois de um longo e levando as margens da logicidade para as beira- arrastado dia, sentou-se no alto do convento proMorreu tentando livrar o povo humilde, Da epidemia de escarlatina que abatera o país. das das cachoeiras. curando organizar toda a sua história, desde a Três anos passados, após a segunda viagem fundação, até o momento em acontecimento. A epidemia levou Edmund desse mundo. O sorriso de Edmund passou à frente do papa. da Karol Wojtyla à Polônia, o governo deu anisO sabiá laranjeira, poeta apaixonado do canEra um vez um moço que chorou sua segunda tia geral aos presos políticos. Quatro anos de- to clássico, amante do jornalismo bem feito, leipois, em plena brisa de outono, Lech Walesa foi tor dos mais variados jornais, que os leitores perda. eleito o primeiro presidente do país, pós ocupa- abandonaram pelo chão, sobrevoou as torres da À tardezinha, na Praça da Vitória, local de uso ção soviética. Catedral, da Igreja do Rosário, perguntando pelo O mundo acostumou-se, de alguma forma, jornalista Stipp Júnior. exclusivo do poder soviético, João Paulo celecom aquela imagem chegando aos aeroportos brou missa para quatrocentas mil pessoas. O sermão do papa jogou o poder soviético, no avesso do avesso, no intestino da derrocada. Os aplausos rasgaram a privacidade da Praça. Os líderes do Partido Comunista, Escondidos em suas tocas, Não ouviram a profecia dos novos tempos. Estavam perdidos, atordoados. A coleirinha do mato, moradora do abacateiro plantado no quintal de Stipp, respondeu ao sabiá: "Meu amiguinho intelectual, o jornalista Stipp Júnior, doente há vários meses, estava sentindo dores descontroladas e, você bem sabe, ele não merece isso..." A dona Iara ajoelhou-se na frente de um oratório. Segurou as lágrimas num canto dos olhos. Orou e pediu a João Paulo II que não permitisse que Stipp Júnior, seu marido, pai de suas filhas, sentisse tanta dor. Atenda, se possível, esse meu pedido... O sinos da matriz de São Francisco Tocaram para os sinos de Santa Clara. Stipp ouviu a declaração dos dobres dos sinos. Era coisa de João, João de todos os dias. A dor despediu-se e saiu pela janela. O jornalista teve muito tempo para arrumar a bagagem. Conversou horas com a esposa Iara, conversou com as filhas. Contou as grandes aventuras jornalísticas. Falou do perigo, da cena, do fato, da hora exata e precisa, o dedo clicando a máquina fotográfica para o registro das agonias ou alegrias do universo. Os olhos do jornalista tornaram-se pesados. Stipp travou o fecho da mala de viagem. Ouviu o som que vinha dos dedos de Bach... Os lábios do jornalista sopraram um sorriso. Alguém cantou além do altar de uma igreja, João, João, João, o João é nosso irmão Stipp apertou as mãos daqueles que fizeram a sua história Sentiu-se leve, bem leve Aprumou a alma, com elegância, Tomou o rumo da paz! Um ano depois da visita do papa, os movimentos grevistas pipocaram pelo país. O líder grevista Lech Walesa, subiu numa escavadeira, de quatro metros de altura, e discursou para os operários dos estaleiros em Gdanski, espécie simbólica do poder comunista. Houve negociações. João Paulo II enviou negociadores à Polônia. Em Roma, durante uma missa, ele abençoou a greve e seus líderes. No frio das docas polonesas, As águas cansadas, de um mar cansado, Batiam nas colunas e vergalhões Homens usando roupas escuras, unidos no vento, Vozes sussurradas, fundaram um Sindicato Independente, O Solidariedade. O dia acelerou os acontecimentos espalhados pelos corredores do Vaticano.A voz da África. O grito das favelas brasileiras. O mundo gi- Stipp Jr. no dia da inauguração do Diário de Taubaté em 29 de junho de 1975 e amigos da imprensa local, entre eles: José Luiz da Silva, Djalma Castro e Osny Guarnieri Taubaté, Vale Industrial do Paraíba, 21 de abril de 2007 Prof. Carlos R. Rodrigues Fotos: arquivo familiar de Stipp Júnior Especial LEITURA DE TAUBATÉ Diário de Taubaté 7 Diário de Taubaté Aniversário do jornalista Stipp Júnior: lembranças do cheiro da tinta da Redação O Peru chorou o inverno das mães das noites. O povo encolheu-se como feto...uma lágrima só. O jornalista Stipp documentou os soluços enfraquecidos. Escreveu sobre a dor que se recusava a partir Escreveu...escreveu...depois chorou... O ex-presidente Venceslau Brás, Com sua ex-comitiva de trabalhadores braçais, Pisaram a garoa de São Paulo em tarde destemperada. Fez pose para os fotógrafos, Piscou para as mulheres desprevenidas. Consolou políticos desconsolados. Falou para operários despreparados. Contou um tango para a prostituta sonolenta Falou de impostos sobre malandragem Jantou com empresários esperançosos. Desiludiu os partidos agoniados... Capa da máquina fotográfica com assinatura de Von Braun e Neil Armstrong Em evento social de 1977 O jornalista Stipp Júnior, neste sábado, dia do seu aniversário, rompeu os limites das distâncias. Procurou no meio da luz morteira do camarim, Depois da saída do artista, a fantasia da memória. Vestiu a roupagem feita de nuvens coloridas, Andou pelo silêncio do palco. Ligou os refletores e rebatedores. As lembranças, então, iniciaram os seus desvendamentos. E contaram os detalhes da história. O jornalista correndo trezentos mil espaços. Os fatos esfaqueando a lógica do universo. A voz abafada. Lama sob os pés. A guerrilha pedindo trégua. A pergunta destampando a cobertura da noite. O entrevistado chorando a perda recente...lamento! Onde foi parar o corpo de "Che"? Corpo morto de "Che"? Foi para os Estados Unidos. Voando num jato movido a etanol. O Stipp registrou. O Stipp viu. A lua com graça, ou sem graça está no céu. Os deuses das mitologias dormem...sono roncado. Sonham com labirintos fechados, intrincados, impossibilitados. Além da cortina de ferro, botas negras, carrancudas. Batem os solados dos pés no chão. Trincam a neve...matam o dia... Lá, depois da mata escura, depois do uivar dos lobos. Há um campo de treinamento de guerrilheiros. Os tupamaros aprendem com lentidão. Os russos ensinam com palmatória nas mãos. Dr. Jivago acordou ao amanhecer. Lara deixou a porta do cozinha fechada. O Stipp viu. Escreveu...Pôs nas ondas do mar. O dia amanheceu descolorido e opaco. De uma torneira pública, popular... Jorrou água quente, vapor quente, gases explosivos. O menino brincava com uma lata velha, Vagão de um trem descarrilhado, Construído em sua imaginação. O menino sentiu a terra gemer, abrir, engolir... O terremoto sorriu fendas no rosto do chão. O cheiro da morte lamentou o silêncio dos corpos. Stipp em 1974, no Museu de Guerra do 6º BI, em Caçapava No recuo do canto da mesa, no vazio deixado pelo garçom, O jornalista atravessou a lentidão dos seguranças, Das ordenanças, das pajelanças... E o ex-presidente abriu o seu coração para Stipp. Falou dos sonhos pendurados no cabide. Comentou sobre o rancho fundo do Brasil... Filosofou as rugas aparentes de Narciso... Confessou seu desejo de casar-se com jocasta... Depois, sem aviso, dormiu Stipp deslizou-se da apreensão. Achou graça. Sorriu... A flauta tocava na ventania das colinas de pedras. O samba descia o caminho das lavadeiras. Um cachorro vira-lata virava um pesadelo de cio Duas meninas brincavam nas beiradas do cais. O feijão de Dona Inácia borbulhava o cheiro de paio. Não havia estudante vagando pelas ruas Não havia aula na Universidade da Baixada O jangadeiro não cantava rezas de Iemanjá. Nos porões das prisões volumosas, Os presos políticos dilaceravam seus medos. Na entrada do Palácio da Justiça, Estátua de olhos vendados...espada encostada ao peito, Apresentando o mundo calado. Mundo ocultado. Stipp Júnior, desafiando o mistério da noite, Entrevistou o general Mourão Filho. Uma pipa de papel crepom, vareta cruzada, Caiu no Arpoador. Um operário morreu na prisão. Stipp sentiu o vento corajoso no rosto, E, sem pompa, pintou a Manchete Nacional. Flash Gordon desenhou os mapas lunares, com lápis de cera, 24 cores em sangue cru. Júlio Verne enrolou-se em seu lençol de ficção. Neil Armstrong acenou com todas as suas mãos, para o povo comprimido nas calçadas. O povo americano chorava em linha reta. O presidente americano guardou seu coração, No bolso do paletó, entre os lenços dourados. A bola colorida escapou dos suados dedos, Da menina ruiva, cabelos da cor do pintor sem orelha. A bola dançou sobre as cabeças do prédio. O astronauta, herói com registro em carteira, Entrou no carrão cor de laranja mexerica, Despediu-se do mundo. Foi descansar em sua fazenda. Stipp em Roma, em 1968 Sonhou com sua viagem espacial. Com o dragão de São Jorge assustadíssimo. Os pés calçados com tênis Nike, Pisando e pulando no solo da Lua. Acordou, sensatamente, na disposição do sol. E lá estava, sentado na varanda do casarão, o jornalista Stipp Júnior. Do Texas para o Brasil. Perguntas pensadas. Questionamento de precisão No momento da despedida, olhos curiosos de realização, Neil Armstrong empunha a caneta de ouro E autografa a capa da máquina do jornalista João Antônio de Oliveira Morava perto, colado à Igreja N. Senhora da Paz, No Rio de Janeiro. O jornalista Stipp Júnior, num sol de 30 graus, Subiu e desceu ladeiras arrepiadas. Localizou João Antônio, Sentado no tronco de uma figueira, Na Praça de São Diógenes. A entrevista ganhou pedaços da noite, Fatias muito parecidas com bolo de noiva. João falava como locutor esportivo: - "Os caminhos abertos pelo Vaticano II, Meu caro, não chegaram sem grandes turbulências. Na Igreja de Nossa Senhora da Paz, Onde eu trabalhava como pároco, A juventude tomou conta de tudo, agitação total. O som do órgão foi emudecido pelo barulho, Ensurdecedor, das guitarras elétricas. A missa seguia a sua linearidade. De repente, entre a devoção e as orações, Tocaram "Que tudo mais vá para o Inferno", A juventude, meu caro, transformou a igreja em pista de dança. Na igreja do Espinheiro, no Recife, A coisa aconteceu da mesmíssima forma". Stipp registrou os depoimentos. A história dentro da batina. A lua, olhada em seu viés, parecia avermelhada. Foi por essa época que o jornalista deu de colorir suas emoções: paixão verde, alegria quase vermelha, dor com toques de amarelo escuro. Depois de todas essas lembranças, e ainda há outras, Esperando para serem contadas, o aniversário de Stipp Foi devidamente comemorado. Percebendo que era hora de voltar, Pois o anjo guardião começava a enevar-se. O jornalista fechou as cortinas do teatro. Desligou a chave central da memória Deu um pulo em sua casa, ainda não era noite tardia, Viu as filhas dormindo no olhar estirado de sono Iara, sentada no sofá da sala, Assistia a um filme na televisão. Stipp rasgou um pedaço de papel, Ajeitou a caneta por entre os dedos e escreveu: "Estive aqui: senti uma comoção danada. Há momentos azuis como a Eternidade, e estes perduram para sempre". E, junto com o anjo guardião, pegou a estrada de volta. 6 Diário de Taubaté Prof. Carlos R. Rodrigues Especial Taubaté, Vale Industrial do Paraíba, 7 de julho de 2007 LEITURA DE TAUBATÉ Diário de Taubaté Diário de Taubaté: trinta e dois anos de vida e uma história de amor! O diretor fundador do Diário de Taubaté, Stipp Júnior, durante inauguração da sede na Rua Dr. Souza Alves infinito. Iara estava apaixonada pela entrevista, gratificada diante da vida, e amando Stipp, mais do que qualquer outra coisa nesta vida. O mundo, por outro lado, não respeitava os sinais mais simples da racionalidade., A luta civil em Angola explodia-se em sangue vermelho, vinho tinto da vida. O Diário de Taubaté acompanhava as lágrimas desesperadas da história. O Vietnã rompia-se na alucinação de milhares de bocas sufocadas no lago pantanoso das guerrilhas. Era noite das mais escandalosas, quando os comunistas ocuparam Saigon. Milhares de americanos, selvagens e vaidosos, ajoelhados no chão. O Diário de Taubaté notificou, informou essa batalha entre Davi e Golias. Havia pássaros brancos sobrevoando o céu azul-anil desse Brasil. O general Geisel, no palácio feito de tortas e paetês, assinava a lei criando o Programa Nacional do Álcool. O Diário de Taubaté varou a noite, notificando os fatos. Em Taubaté, em tempo de boca de urna, Waldomiro de Carvalho, depois do vento e das ventanias, assume a Prefeitura O cheiro da máquina percorrendo os espaços, Municipal. Sorriso velado, tapinha nas costas, promessas lunaAs notícias entrando na carne do prelo. res e orbitais. O Diário de Taubaté enfrentou parte das lutas O olhar do jornalista Stipp percorrendo caminhos. de sua sina. A verdade do jornal, não batia com os delírios do O olhar da jornalista Iara percorrendo descaminhos. Palácio Municipal. Pedaço triste de ser contado. Mas, driblando Um bêbado qualquer, desequilibrado nas andanças, as letras, as linotipos, Stipp levou a sua verdade na fronteira do Gritou na boca aberta da madrugada. vento. "Viva São Pedro"! Viva todos "nóis"! O rosto do jornalista Stipp naquela tarde das mais tropicais, Esse processo, chamado impressão a quente, acompanhou o não cabia na largura do seu sorriso. O cabelo caindo na testa, o suor "neblinando" as lentes dos óculos. As frases nascendo na jornal "Diário de Taubaté", até o início dos anos noventa. A luta era brava. Os dias se passavam na arena. Os touros febre de todo grande jornalista: a Lei da Anistia fora sancionavinham de todos os lados, alucinados na loucura desenfreada da. Os aeroportos recebiam milhares de homens violados em dos tempos. Milton de Alvarenga Peixoto, prefeito municipal seus direitos básicos. Nos Estados Unidos, terra da Estátua da de Taubaté, canalizando todos os córregos da cidade, criando Liberdade, a Usina Nuclear de Three Mile Island, provocou o creches, escolas, asfaltando as avenidas centrais da cidade. Tra- acidente que apodreceu páginas e páginas de muitos livros e balho penoso, condutor do ideal de progresso e arrojo diante da jornais. Waldomiro de Carvalho revirava os paralepípedos das vida. O Diário de Taubaté estava lá, o Stipp estava lá. A Iara, ruas dos taubateanos. E o Diário de Taubaté, seguindo o seu destino, foi "manchetando" a agonia de todas as vidas. jornalista apaixonada estava lá. O barítono Thiago Wasconcelos, numa noite fria e longa, Havia uma noite caminhando pelas ruas da cidade. Havia várias pessoas reunidas na casa do Guido Brandão. Stipp entre- cantou com o coral de dona Neide, na Matriz de São Francisco vistava o prefeito Milton de Alvarenga Peixoto. Ele explicava, das Chagas. Na Polônia, milhares de operários pararam o maicom detalhes, o exato momento em que assinou a criação da or Estaleiro do país. O operário Lech Walesa gritava e repreFederação Universitária de Taubaté. No andar dos sentava as dores dos trabalhadores e as dilacerações causadas questionamentos, no vaivém das perguntas, Milton justificou, pela impotência, pela agonia dos homens comuns. No Vaticano, ajoelhado na frente de Deus, João Paulo II oracom palavras claras, a redação do decreto criador da Universidade de Taubaté, assinado um pouco antes do Natal de 1974. va pelo sucesso da rebelião polonesa. Diante desses aconteciDona Thaís, esposa de Guido Brandão, serviu uma batelada de mentos, o maquinário do Diário de Taubaté derretia a preciovos fritos, meio moles, e pão fatiado, torrados a 30 graus, pra- são das letras na divulgação das notícias. Stipp Júnior corria to favorito do prefeito Milton. quilômetros no pequeno espaço do jornal. O jornalista Stipp Júnior adorava contar estrelas no céu. E Na saída da entrevista, contando estrelas, infinitas estrelas, o homem Stipp recebeu No passar das estradas percorridas, sua filha Ana Luíza, nascida no Hospital São Bom Jesus, em Stipp comentou com a Iara, Tremembé. Ana Luíza chorava, a Iara chorava, e Stipp...também Com voz de emoção de locutor das paixões: chorava. Não havia uma data muito definida, mas os estudantes do Quando o prefeito estava falando da assinatura do decreto, curso de Engenharia Civil, o Diretório acadêmico, presidido criando a Universidade de Taubaté, um pouco antes do natal de pelo estudante Ary Kara, tentavam fazer a cabeça de um pro74, o meu pensamento viajou pelas sombras das pirâmides do fessor do curso, para que ele saísse candidato a prefeito. FalaEgito, pelas lágrimas de um viajante nômade, solitariamente vam de sua capacidade como professor, da sua beleza física, da sentado à beira de um poço d´água, lembrando-se dos amores sua semelhança com Deus e da sua intimidade com o criador ausentes, e a estrela da anunciação iluminando o céu aberto e do universo. Ao que tudo ficou indicado, parece que aceitou. Dona Antônia, do morro da Imaculada Conceição, fritava uma infinidade de bolinhos caipiras para a festa de São Pedro, naquele conturbado ano de 1975. O figureiro Viola recortava bandeirinhas de papel de seda, para enfeitar a extensão da rua. Trabalhava com uma velha tesoura desdentada. Cortava. Bebia um gole de quentão, cantava um ponto de Jongo, e a vida seguia em frente. Na rua Dr. Sousa Alves, número 844, o jornalista Stipp Júnior, usando o seu pensamento em navegação e delírio, montava o primeiro número do jornal "Diário de Taubaté". As linhas, as letras datilografadas numa máquina quente, cheiro de chumbo derretido pairando no ar, meu irmão! As notícias rasgavam a alma, partiam de um cadinho efervescente localizado no jardim de lavas, dentro do espírito da inteligência. As outras pessoas que, no alavancamento da história, participavam do processo, presenciavam aquele parto, com os olhos estatelados pela visão do futuro, um futuro nu e de corpo presente. O jornal Diário de Taubaté, enfrentando sérios problemas políticos, continuou a sua luta. Entrou nas cômodos mais escondidos pela tapeçaria da história, revelando fatos que navegavam nos botes salva-vidas. Escalou os edifícios onde os homens de ternos e gravatas, ou de camisas listradas, produziam fatos afastados das bocas, dos prelos, das páginas dos folhetins. Em 1984, numa tarde encantada de verão, no mesmo hospital, Bom Jesus de Tremembé, nasceu a segunda filha do jornalista Stipp Júnior e Iara, a menina Anaísa. A Ira chorou porque o momento era de comoção. Anaísa chorou porque estranhou a temperatura do mundo. E Stipp chorou porque entrou uma poeira danada e teimosa, nos seus olhos repletos de olhares. Bom, toda narrativa tem o seu processo de continuidade e descontinuidade. Em 1993, ato arrojado para a vida sem distância, Stipp trouxe para o jornal o método off-set. O jornal passou a ser, em sua totalidade, digitado no computador. Em 1998, através do celular, via RSS, o universo econômico, com todas as mudanças e atualizações monetárias e cambiais, passa a se presentificar, instantaneamente, na planificação do jornal. Em 1999, colocando o peito na ponta de facas e da coragem, Stipp adquiriu uma máquina plana alemã, Planeta, para as edições coloridas do Diário de Taubaté. Os anos, as horas, os minutos, desfilaram no imenso corredor da infinitude. As loucuras vestiram as roupagens espalhafatosas dos arlequins. As colombinas esconderam-se no Eldorado da inexistência e os pierrôs, indecisos, não sabiam se caminhavam para a esquerda ou direita. O jornal Diário de Taubaté, Nesse contexto abstracionista da vida, Completa trinta e dois anos de existência, De cobertura dos acontecimentos da cidade, da região, Do Estado, do país e do mundo. Nesse tempo vivido, observado, sonhado, o Diário viu: A queda do Regime Militar deixando, Em seu rastro, lágrimas, morte, dor. O último suspiro de Tancredo Neves, e a esperança embrulhada na Bandeira Nacional. O prefeito-tatu, alucinado pela abertura de túneis, Produtos da Engenharia Medieval. A libertação de Nelson Mandela, Quanta tortura nas rugas do rosto. Não é possível, através do verso e da prosa, Contar as profecias do jornal Diário de Taubaté. Mas, por trás de sua história vinculada à perenidade da imprensa, nos seus bastidores mais profundas, existe, também, uma história de amor. Quando todas as capitais do mundo, apagam as suas luzes em banhos de neón, Stipp abre as portas da redação, senta-se numa cadeira bem cômoda, cruza as pernas, lê a edição diária. Como caminhante espacial, dá uma olhada na Iara e nas filhas. Depois, sem movimentos bruscos, Envereda-se pela sua dimensão, Ouvindo What a Wonderful World, Na voz rouca de Louis Armstrong. Embraer entrega 169 aviões em 2007, recorde histórico V E N D A P R O I B I DA EXEMPLAR DE ASSINANTE: A Embraer entregou 61 jatos no quarto trimestre e encerrou 2007 com 169 novas aeronaves com seus clientes, número recorde na história da fabricante e dentro da meta estabelecida pela diretoria. A carteira de pedidos terminou o ano passado com volume recorde de 18,8 bilhões de dólares, segundo comunicado ao mercado nesta quarta-feira. Em 14 de dezembro, o presidente-executivo da Embraer, Frederico Fleury Curado, havia antecipado que a empresa cumpriria a meta de entregas anual e que a receita nos 12 meses até dezembro ficaria ao redor de 5 bilhões de dólares. A Embraer ampliou fortemente o quadro de empregados, implementou terceiro turno em sua fábrica e alterou práticas industriais para garantir o calendário de entregas do último exercício fiscal, que foram 30 por cento maiores do que em 2006. O recorde anterior de entregas era em 2001, com 161 aviões. Naquele ano, a Embraer vinha ampliando com agressividade o ritmo de produção, mas os ataques de 11 de setembro contra os Estados Unidos colocaram a indústria aérea em crise. No ano seguinte, em 2002, as entregas de jatos pela fabricante brasileira caíram para 131 unidades. CONSTRUÍR É REALIZAR SONHOS. Quinta-feira, 10 de janeiro de 2008 ANO XXXIII Diretor Fundador: Stipp Júnior (1940-2007) • Diretora Responsável: Iára de Carvalho • Taubaté - Vale Industrial do Paraíba • Edição Regional • Nº 10.373 Preço do Exemplar: R$ 1,00 Pesquisa aponta aumento de 17,84% no preço da cesta básica na cidade em 2007 O preço da cesta básica familiar aumentou 17,84% em Taubaté entre dezembro de 2006 e o mesmo mês de 2007. O índice, registrado pelo Nupes (Núcleo de Pesqui- sas Econômico-sociais da Universidade de Taubaté), é a segunda maior variação da década, atrás apenas de dezembro de 2002, quando a variação foi de 23,35% em relação à de- zembro do ano anterior. Em dezembro de 2007, o preço da cesta básica foi de R$ 736,78, maior do que a de dezembro 2006, quando os mesmos itens poderiam ser compra- SAÚDE 1 ano sem Stipp Júnior Há um ano, em 10 de janeiro de 2007, falecia o fundador e editor do Diário de Taubaté, jornalista Stipp Júnior, aos 66 anos, vítima de complicações de um AVC - Acidente Vascular Cerebral. Neste 1° ano sem Stipp Jr., o Diário de Taubaté continuou sua trajetória de lutas, as mesmas lutas que enfrentam os jornais do interior. Sob a direção da jornalista Iara de Carvalho, viúva do falecido Stipp Jr., e contando com o apoio de funcionários e colaboradores que estão há muitos anos no DT, a tendência é que este jornal continue contando o dia-a-dia da cidade de Taubaté por muitos e muitos anos, como o melhor jornal daqui. Para marcar a data do 1° ano de falecimento de Stipp Jr., a viúva, os filhos e enteados estão convidando os amigos do jornalista para a missa, às 19 horas de hoje, quinta-feira, 10 de janeiro, na Igreja Santa Terezinha. Em sufrágio da alma de Stipp Jr., o ato religioso fará chegar até ele as mais fortes vibrações de admiração, carinho e amizade de que foi e é merecedor. TRÂNSITO Polícia Rodoviária vai orientar motociclistas sobre novas regras Carreta da Saúde chega a 12 mil atendimentos PREOCUPAÇÕES Reservatórios caem e comitê se reúne para discutir energia A Carreta da Saúde um dos principais avanços implantados na área médica pela atual administração de Taubaté, chegou a marca de 12 mil atendimentos (até 31 de dezembro de 2007). Desde o dia 7, o atendimento está sendo feito na praça Maria Aparecida Pereira Peixoto, no bairro do Alto de São João, e também está atendendo os bairros da região -Alto de São Pedro, Imaculada, Campos Elíseos- e o centro do município. O trabalho na Carreta da Saúde visa exclusivamente a saúde da mulher taubateana (exames de mamografia e preventivo do câncer ginecológico). Leia mais na Página 4 GABINO ESCREVE A O nível dos reservatórios de água nas Regiões Sudeste e Centro-Oeste continua caindo, apesar do esforço do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) para poupar as hidrelétricas ao despachar as termelétricas. Assim, em meio às crescentes preocupações com a segurança no fornecimento, o Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE) agendou uma reunião para hoje, dia 10, para analisar a situação dos reservatórios e as condições da geração de energia pelas térmicas. O Informativo Preliminar Diário da Operação do dia 8 de janeiro, publicado ontem pelo ONS, mostra ligeira queda de 0,1 ponto porcentual no nível de armazenamento das usinas das duas regiões, para 44,7% da capacidade total. SEGURANÇA Telas de Portinari e Picasso voltam ao Masp sob aplausos SÃO PAULO A Diário de Taubaté Acesse: Prefeitura apóia a 4ª edição da Sanfolia C Polícia Rodoviária realiza a partir de hoje a "Operação 60 anos" em toda a malha paulista, com o emprego do efetivo na fiscalização e orientação de usuários. De acordo com a Polícia Militar do Estado, a idéia é orientar e esclarecer motociclistas sobre as novas normas que entraram em vigor no dia 1º, mudando as regras de uso de capacetes e transporte remunerado de cargas em motos. A Operação ganhou esse nome em homenagem aos 60 anos do Comando de Policiamento Rodoviário da Polícia Militar do Estado de São Paulo. www.newseum.org/todaysfrontpages/ CARNAVAL om o apoio da Prefeitura Municipal, através do Departamento de Meio Ambiente, Turismo e Cultura, a Associação de Moradores da Santa Fé realiza nos dias 25, 26 e 27 de janeiro a 4ª edição da Sanfolia - Carnaval de Rua da Santa Fé. Leia mais na Página 4 SÃO PAULO O mundo todo lê através do portal mundial de jornais dos por R$ 625,26, representando um aumento de 17,84%. Na média da região do Vale do Paraíba, o acréscimo foi de 17,52%. Leia mais na Página 4 E foram tantas as piúcas que a água acabou! Página 2 s telas de Candido Portinari e Pablo Picasso recuperadas anteontem por policiais do Departamento de Investigações sobre Crime Organizado (Deic) foram entregues ontem à direção do Museu de Arte de São Paulo (Masp). A devolução das telas foi realizada sob forte policiamento e ocorreu sob aplausos de funcionários do museu e de populares. Leia mais na Página 3 Diário de Taubaté completa 33 anos O Diário de Taubaté completa, neste domingo, dia 29 de junho, 33 anos. Olhando o que ficou lá atrás, revejo Stipp Jr. e seu sonho de fazer um grande jornal. Anos de luta, que começaram com máquinas de linotipia alugadas, em uma sala da Rua Souza Alves - uma garage adaptada para escritório, solução de última hora do arquiteto Farias Pedrosa, que viu o jornal nascer e engatinhar. Foi ali, naquele pequeno espaço, que iniciei meu convívio com Stipp Jr. Eu o via enfrentar as dificuldades dos primeiros tempos e sentia a determinação no seu destino. Percebia que o seu olhar me dizia: " nada será fácil". E era quando Stipp vestia sua armadura de sonhos para vencer todos os obstáculos. E os vencia... Passar noites a fio entre a Redação e a Oficina Gráfica, escrever matérias, acompanhar a impressão do jornal, buscar os clichês na "Clicheria do Mário", em Pindamonhangaba. O envio do jornal para as outras cidades do Vale. Os jornais eram " embrulhados" em grandes pacotes - e as notícias navegavam pelas rodas da Pássaro Marron... Quantas vezes, Stipp comprava o papel, pagava o salário dos funcionários com os seus ganhos no jornal " O Estado de S. Paulo". Há 33 anos, Stipp Jr. colocou o seu coração na existência deste "Diário de Taubaté A minha percepção corria léguas. Aquela rotina de luta, e crença, e fé, ganhou meu coração. Juntei meu entusiasmo de jornalista saída dos bancos universitários àquele sonho que resolvi também beber e escrevi o meu destino junto com o de Stipp Jr. A sua experiência profissional, a vivência de quem havia singrado os oceanos produzindo textos que marcaram o jornalismo nacional passaram a fazer parte do meu dia-a-dia. E me encantaram. A cada reportagem, a cada matéria, eu sentia o cheiro de vida...e meu coração disparava. Aquela luta que eu diariamente testemunhava seria, para sempre, a minha luta pessoal. Motivo de minha vida. Trabalhei em outras redações, girei o meu mundo, mas o meu porto seguro era ao lado de Stipp. Contamos os minutos, os dias...até o jornal penetrar na pele de seus leitores. Não foi fácil. O suor escorria no chão em que pisávamos. O jornal, dizia Stipp, tem mãos, voz, braços, amor, respeito, crença e seu próprio cheiro. Stipp enfrentou cada minuto, preencheu cada etapa da história do jornal com paciência.Com cinco anos de existência, o jornal queria crescer, ampliar seus horizontes. Com o apoio de amigos, entre eles o Dr. Eliceu Ribeiro, e com a alegria de um menino, Stipp comprou cinco linotipos e outros equipamentos auxiliares do Jornal do Brasil, que naquele instante entrava para o mundo do off-set. O mundo seguiu seu curso. Trabalhamos 12 anos. Com as linotipos e linotipistas e centenas de quilos de chumbo derretido, milhões de letrinhas formaram milhares de páginas de jornal. E cada página tinha pedaços nossos, de nossos sonhos, de nossos amores, nossas almas. Stipp perseguiu a tecnologia. Aguardava a vinda da informática e a possibilidade econômica do Diário de Taubaté de utilizar a computação. Com o auxílio de seu filho Maurice (falecido em 1994), a Era dos Computadores veio para dentro da retina do Diário de Taubaté. O Diário, um jornal de vanguarda, inovador em várias ocasiões nas terras do Vale, como o primeiro a receber notícias via telex, enveredou-se pelas ondas da internet, com site, e-mail antes de todos os outros. No final dos anos 90, novamente apoiado por amigos, entre eles o vereador Chico Saad, Stipp realizou novos investimentos no Diário. Colocando o seu coração à mostra, reformou o prédio da oficina gráfica e adquiriu novos equipamentos de préimpressão e impressão, nos quais o jornal é produzido. Instalados em prédio próprio, esses equipamentos gráficos dão excelente qualidade de impressão, inclusive a cores, o que coloca o DT como um dos mais importantes veículos de comunicação do interior do Estado, auferindo do melhor conceito junto a anunciantes e agências de publicidade. Stipp Jr., infelizmente, não está mais entre nós. Faz um ano e cinco meses que ele partiu para o universo dos jornais telepáticos. Em janeiro do ano passado, depois de fazer mais de 10 mil edições do Diário de Taubaté, ele arrumou a bagagem e subiu...subiu...subiu... Eu herdei a luta. Herdei também o amor do Stipp pelo jornal. Hoje, começa o Ano XXXIV de um jornal cujos parâmetros editoriais e éticos têm a mesma força , a mesma mocidade da primeira edição, que circulou em 29 de junho de 1975. Os ideais são os mesmos. A ideologia é a mesma que nasceu no coração de um grande homem e que o amor perpetuará. Iára de Carvalho Jornalista e diretora do Diário de Taubaté Meu pai, o jornalista Stipp Jr. V ocê já observou o brilho nos olhos de uma criança quando está frente ao seu super-herói? Olhar pasmo, cintilante de orgulho quase refletindo um espelho e ainda sem palavras. Pois todas as palavras do mundo nesse momento ficam entrelaçadas na garganta. Assim fiquei ao me deparar com a difícil tarefa de falar sobre meu maior herói, meu pai Stipp Junior. Desde meu nascimento sempre fui forte em meus ideais. De certa forma sei que fui concebido para ser assim. Meu pai me fortalecia com histórias que trago nesses anos todos. Fatos da cidade de Taubaté, do Vale do Paraíba, do Brasil e do mundo. Ter um pai jornalista tem lá suas vantagens. Mas ter um pai como o Stipp Junior é algo muito valioso. Comprei suas ideologias como se fossem as minhas. Sorri e chorei com ele em cada deslize do destino e em cada vitória. As conquistas na vida de meu pai nunca vieram fáceis. Como ele mesmo dizia “nunca conheci jornalista rico”. Nos dias de hoje, todos estamos sujeitos a contratempos, porém no início de minha vida a saúde era frágil. Adoecia com facilidade a ponto de amanhecer na sexta feira sem saber se na segunda estaria vivo. Nesses momentos ter um pai jornalista faz a diferença. Ele nunca me abandonou. Perdia vários sábados e domingos ao lado de especialistas só pra me ver bem na segunda, para me manter vivo. E eu sobrevivia só para ver em sua face um sorriso fechado de contemplação. Entre altos e baixos momentos, mudamos várias vezes de casa, mas tenho a impressão que nunca saí do mesmo local. Meu pai sempre esteve em mim com sua segurança inabalável de que o amanhã será um dia melhor que o hoje. Resisti com a bravura que ele me ensinava. Às vezes tinha receio de ir tão magro para as ruas. Alguns me chamavam de nanico. Eu só usava preto e branco, quase não me notavam. Mas meu pai me dava ânimo. Achava-me lindo, forte, o maior de todos os formadores de opinião. Coisa de pai. Com o passar dos anos, fui realmente encorpando. Acreditei nas coisas que ele me falava e fazia. Meu pai então me deu de presente alguns computadores. Além de uma roupagem colorida, algo novo em minha existência. Tanto esforço do velho Stipp Junior estava dando resultado. Eu cresci e revitalizei minha saúde. Cada dia mais forte, com mais conteúdo. Atingi a maturidade com beleza e vitalidade. Porém o tempo é implacável. Minha saúde era tão boa e farta que não reparei no cansaço de meu pai. A cada ano mais castigado por tanta dedicação a mim. Em troca da minha saúde, ele entregou a sua. Adoeceu, se aposentou, ficou em casa, mas não me tirava de sua órbita. Sempre estava por perto para me dirigir. Eu precisava estar ao seu lado naquele momento. Mas como estar ao lado de alguém cujo coração você sente bater dentro do próprio peito, como se fossem uma só pessoa? O pai Stipp Junior dedicou para cada um de meus irmãos a mesma dose de amor e carinho. Mas comigo foi diferente. Talvez por minha fragilidade ou então por enxergar nesse homem não só o pai, mas principalmente o jornalista Stipp Junior. Fui o filho que deu mais trabalho. O que roubou de sua vida inúmeras horas de lazer para me ver saudável. Que por vezes o fez chorar de alegrias e tristezas. Mas também que encheu seu peito de orgulho até o seu último suspiro, em 2007. Por isso, o mínimo que posso fazer pelo meu herói é continuar vivo. Forte e verdadeiro nos ideais que ele defendia. Levando a justiça e abrindo espaço para os que lutam pela verdade. Pois sou o filho que todo jornalista almeja. Mas que só os corajosos e guerreiros como meu pai conseguem ter. Concebido de sua inteligência e fortificado com seu suor a cada ano, desde 1975. Todos os dias que chego às bancas da cidade, nas casas e em todos os lugares, faço reviver meu pai. O jornalista que defendeu a verdade e a justiça tendo nas mãos apenas uma caneta. Falar do Stipp Junior é dobrar a língua dos que nunca acreditaram que “eu” estaria vivo nos dias de hoje. Eis aqui o seu legado cada dia mais forte. Toda história contida em minhas páginas nos últimos anos, é o fruto de alguém que amou e cuidou de “mim” como um pai cuida de seu próprio filho. Obrigado, pai. Deste seu filho, “o jornal Diário de Taubaté”. (Texto de autoria de Hermann Stipp) Tribuna Livre Antonio Barbosa Filho é jornalista [email protected] Os 70 anos de Stipp Jr. HAIA (Holanda) T ive a ventura de ter trabalhado com Stipp Jr. nos primórdios do Diário de Taubaté e, antes, na Rede Globo de Televisão. Quando digo “trabalhar”, quero dizer também “aprender”. Nem todos os “focas” (iniciantes no Jornalismo) têm a sorte que tive de conviver com um grande mestre. Posso dizer sem exagero que Stipp ensinou-me o básico da profissão, determinando o que eu faria nos mais de 35 anos que se seguiram. É um privilégio para um neófito acompanhar o trabalho e absorver lições diretamente de um profissional da estatura do meu amigo Stipp. Neste dia 21 de abril, ele estaria completando 70 anos de idade, e todos que o conheceram gostariam de estar ainda sendo por ele orientados. Embora estivéssemos geograficamente distantes, nos encontrando esporadicamente, cada oportunidade era um prazer. Até nas nossas discordâncias políticas, que foram muitas, ele sabia ponderar sem diminuir o contendor, trocar opiniões francamente e com generosidade. Stipp era um conservador que respeitava os mais progressistas, e sou testemunha de momentos marcantes nesta área. Lembro-me que em 1975, quando órgãos de repressão haviam sequestrado cerca de 120 pessoas acusadas de serem “comunistas”, o Stipp recebeu uma tarefa difícil do jornal O Estado de S. Paulo, do qual ele era correspondente regional no Vale do Paraíba. O correspondente local de São José dos Campos, Luis Paulo Costa, estava entre os presos, foi barbaramente torturado, e no dia 25 de outubro, quando foi assassinado Vladimir Herzog, o então II Exército apressou-se em soltar todos os jornalistas. Alguns receberam ordens de irem ao enterro do colega da TV Cultura, e nada falarem sobre os maus-tratos, ou “voltariam para o DoiCodi”, que era o centro de torturas de então. Mas Luis Paulo não tinha condições sequer de caminhar, e foi trazido no chão de um carro para São José. Pediu que não o deixassem em sua casa, pois não queria que seus filhos o vissem no péssimo estado em que se encontrava, e foi jogado como um saco de batatas na sala de sua sogra. Enquanto o preso era transportado da capital para São José, o Estadão acionou Stipp Jr., na redação do Diário de Taubaté, recebeu instruções de localizar o Luis Paulo e dar-lhe toda assistência médico-hospitalar que precisasse: o jornal arcaria com as custas. Vi o Stipp nervoso como nunca, ao telefone, tentando falar com a família de Luis Paulo que, aquela altura, tinha medo de todo mundo. Os familiares acabaram internando Luis Paulo em alguma clínica privada, e não revelaram nem ao Stipp o endereço. Mas não posso esquecer a maneira leal com que o Stipp, que não gostava nada de esquerdistas, procurou ajudar o colega. Percebi ali que, apesar de seus princípios ideológicos firmes, até simpáticos ao regime militar, Stipp colocou acima de tudo a integridade física de um ser humano, e o respeito a um colega de profissão massacrado por suas convicções. Creio que pouca gente sabe deste episódio, que mais tarde comentei com Luis Paulo, e que ele agradece até hoje. GOLDMAN Outro episódio, até engraçado, envolveu o atual governador de São Paulo, Alberto Goldman. Eu era secretário do MDB de Taubaté, dirigente da Juventude Estadual do partido, e muito ligado ao Alberto - como o chamávamos os mais íntimos. Além de nossos encontros frequentes na Assembléia Legislativa, onde ele era líder do MDB, acompanhei-o em muitas andanças pela capital e pelo interior, e o trouxe várias vezes a Taubaté, para palestras ou visitas eleitorais. Numa delas, o Goldman chegou várias horas antes de uma palestra na velha Câmara Municipal e, depois de almoçarmos em minha casa, eu o levei ao DT, pois precisava preencher o tempo vago. O Alberto pediu para usar o telefone, ligando para São Paulo numa conversa interminável. Àquela época um interurbano era caro, e o jornal estava começando, lutando com muitas dificuldades financeiras. O tempo ia passando e o Stipp ia ficando nervoso, até que me chamou para um canto e disse: “Barbosinha, você vai me pagar por isso! Além de trazer um comunista no meu jornal, o cara ainda me dá um despesão desses!”.... NOSSO TIME Lembrar do Stipp também me faz lembrar de outros colegas que estavam presentes nos primeiros tempos do Diário de Taubaté, e que já nos deixaram. Guardo excelenets recordações e tenho uma dívida de gratidão com figuras importantes da Comunicação com as quais convivi na mesma Redação, sob o comando do Stipp. Cito, temendo esquecer alguém, o Santos Cursino, Oswaldo Barbosa Guisard, Aguinaldo Teixeira Pinto, Gentil de Camargo, o inimitável fotógrafo José Spinach Marti, entre vários outros. Havia os mais novos também, como o hoje professor e brilhante jornalista Irani Gomes de Lima, que ali se iniciaram no gosto pelo cheiro de papel e tinta, doença incurável que nos acometeu a todos. NA TV Precisaria de muito espaço para recordar minhas aventuras com Stipp, ele como repórter e eu como cinegrafista da Rede Globo de Televisão, no início dos anos 70, quando a TV ainda misturava transmissões preto e branco com as cores! Formamos uma equipe no Vale do Paraíba, que acabou sendo uma espécie de “piloto” para a instalação de emissoras de Tv na nossa região. Pelo menos, colocamos Taubaté e o Vale nos principais noticiários da emissora, divulgando nossa realidade nacionalmente. Menciono apenas um fato: Stipp foi quem descobriu que se produzia belas peças de tricô na cidade de Monte Sião, no Sul de Minas Gerais. Fomos para lá, ele dirigindo numa longa viagem, e produzimos um material muito bom, que foi reproduzido nos principais jornais da Globo da época, o Hoje, o Globinho, o Jornal das Sete e o Jornal Nacional. O Stipp, como grande repórter, deu uma forcinha nas gravações (melhor dizer filmagens, porque trabalhávamos com filme mesmo, em 16 milímetros), convidando o padre da cidade para fazer tricô, o prefeito, além de uma família na zona rural, trabalhando nas suas máquinas em meio a vacas e cavalos. O resultado foi que a cidade ficou famosa, criou uma feira anual, e até hoje o tricô é sua principal fonte de renda, além de algumas fábricas de cerâmica. Stipp tinha a maior qualidade de um repórter: tinha faro para a notícia, sabia como realçar um fato que poderia parecer banal a uma pessoa comum, transformando-o numa notícia importante. Fez isso no rádio, na TV e nos jornais em que atuou. Deixou um legado muito valioso para os seus seguidores neste sempre pioneiro Diário de Taubaté. Lembranças... CMYK 7A Diário de Taubaté SÁBADO e DOMINGO 22 e 23 Maio 2010 Artigos Tribuna livre Iára de Carvalho é jornalista e diretora geral do Diário de Taubaté Diário de Taubaté faz 35 anos Uma história de amor e ousadia D aqui a alguns dias, o Diário de Taubaté estará completando 35 anos e entrará no 36º ano de sua história. Todo esse tempo se passou e a mim, que estive já na primeira edição, ao lado do saudoso jornalista Stipp Júnior, que mais tarde viria a ser meu marido, parece-me que tudo aconteceu há um mês atrás. O tempo voou. As lembranças permanecem nítidas. Conheci Stipp Júnior numa reunião do Codivap, aqui em Taubaté, no dia 12 de setembro de 1973. Na época, eu era recém-formada em Jornalismo e havia chegado há cerca de três meses, de Juiz de Fora direto para São José dos Campos, para trabalhar como repórter no Jornal Agora, o primeiro impresso em off-set aqui em nossa região. Stipp Júnior também estava na mesma reunião do Codivap, para fazer a mesma cobertura para o jornal O Estado de S. Paulo, onde ele trabalhava. De volta à Redação do Agora, em São José dos Campos, ele me telefonou várias vezes para saber como estava escrevendo a minha matéria, se estava colocando esse ou aquele dado. E depois dessa troca de figurinhas pelo telefone, o vi duas vezes: numa delas, me detive à beira de uma calçada em Caçapava, para que ele passasse com o carro e me acenasse e, numa outra vez, foi na inauguração do Diário de Caçapava, do jornalista Waldemar Duarte. Nesta época, abril de 1974, eu já trabalhava como assessora de Imprensa da Prefeitura daquela cidade, na administração do saudoso prefeito Edmir Viana de Moura, o Negrinho - como era conhecido - que posteriormente foi um dos incentivadores do Diário de Taubaté, que ainda não havia nascido. Assim, chegamos a 1975 e era início de março, quando recebo um telefonema de Stipp Júnior e o convite para que eu fosse com ele fazer uma reportagem de uma obra próxima à cidade de Paraibuna para que, durante o trajeto, ele me apresentasse seu projeto de criar um novo jornal diário para Taubaté. Fui. Escutei seus planos. Era o projeto de um homem fascinante, idealista, sonhador. Começaria o jornal com linotipos alugadas - naquele tempo, o jornal era montado, letrinha por letrinha moldadas em chumbo quente - e seria impresso numa máquina Planeta antiga, que havia sido comprada e instalada num pequeno galpão da rua José Pedro da Cunha. A Redação seria na Rua Souza Alves, 844, em uma garagem que o arquiteto Antonio Carlos Farias Pedrosa transformou em escritório. Deixei-me seduzir por aquele sonho aventureiro. Stipp Júnior fazia edições simuladas antes do lançamento do jornal e com ele estavam o Antonio Joaquim Ferreira Xavier, que ainda não era promotor público, o Barbosa Filho, um diagramador chamado Daniel Robles, que ficou alguns meses no jornal e do qual nunca mais soubemos, o José Antônio de Oliveira, o Nabor Aiub, o arquiteto Pedrosa e eu. Havia outros que deixo de citar porque não sei quem são, já que não os encontrava porque eu só vinha para Taubaté à noitinha, após o expediente da Prefeitura de Caçapava. A primeira edição do Diário de Taubaté saiu no dia 29 de junho de 1975 e as fotos registram a presença do Oswaldo Guisard, Gentil de Camargo, Djalma Castro, Osny Guarnieri, José Luiz da Silva, entre outros que não sei nominar. Stipp deu o nome do jornalista Luiz Carlos Mesquita, do jornal O Estado de S. Paulo, por quem nutria grande admiração profissional, à Redação do DT. Naquela época, Taubaté possuía outros dois jornais diários - A Tribuna e A Voz do Vale. Todos apostavam que o Diário de Taubaté duraria pouco. Certamente, tumultuada. Com Bernardo Ortiz, que veio depois e administrou a cidade por três vezes, o relacionamento não foi diferente. Hay prefeito, soy contra, pensaria Stipp Junior. Hay jorna, soy contra, teriam pensado os dois prefeitos em relação ao DT. Em 1980, diante de tanto companheirismo e tanta cumplicidade e luta, Stipp Júnior e eu, que já havíamos nos apaixonado um pelo outro, resolvemos casar. Quando foi outubro, nasceu Ana Luíza, nossa primeira filha (4 anos depois, tivemos a segunda filha Anaisa). Fui por alguns dias para a Stipp Júnior em 1998 desconheciam o temperamento obstinado e incrível paciência, aliados a um grande espírito de luta que sempre foram características de Stipp Júnior. A luta foi grande. As linotipos eram máquinas complicadas, viviam dando defeitos, as matrizes das letras sempre quebravam e precisavam ser repostas. Tudo custava muito caro para um jornal que tentava se implantar. O jornal faturava bastante com anúncios, mas gastava muito mais. Para tornar possível melhor administrá-lo, Stipp Júnior decidiu comprar as cotas dos demais sócios, e isto já nos primeiros anos de vida do DT. Mesmo assim, a grande carga de impostos que recai sobre as empresas, mais os encargos trabalhistas, mais o custo do papel, produtos gráficos, clicheria, salários- tudo parecia agravante para um jornal que não tinha qualquer grupo financeiro por trás. Havia também a situação política. O Diário surgiu durante o governo do prefeito Milton Peixoto e com o prefeito que o sucedeu, Waldomiro Carvalho, a relação Diário - Prefeito foi bastante casa de meu pai, em Juiz de Fora, para que minhas irmãs me ajudassem com o bebê. Como dar banho, trocar fraldas, dar mamadeira sem o apoio familiar? Certa noite deste mês de outubro, por volta de 19 horas, eu estava na sala da casa do meu pai e achei que estava sonhando ao ver Stipp Junior aparecer na minha frente, sem avisar nada. Foi uma surpresa maravilhosa. Ele dera uma chegada rápida em Juiz de Fora porque havia estado no Rio de Janeiro, no Jornal do Brasil, onde comprara mais linotipos, matrizes, vários equipamentos de suporte gráfico. Foi a primeira melhoria em nosso antiquado equipamento. Stipp Júnior sempre dizia que fazíamos jornal com máquinas obsoletas de mais de 40 anos. Sua opinião era correta porque, sendo um jornalista que viajara a trabalho para todas as partes do mundo, conhecia a tecnologia que vinha sendo usada mundo afora na produção de jornais. Em 1993, houve uma segunda mudança para melhor na nossa metodologia de fazer jornal. Um dos filhos do Stipp de seus casamentos anteriores Leitura de Taubaté tornara-se um expert em informática. E foi ele, Orris Maurice Barbosa Stipp, quem passou o DT para a Era dos Computadores. Mudou o sistema de composição das matérias, a diagramação se modernizou, e tudo graças à informática. Infelizmente, este meu saudoso enteado faleceu em 1994, fato que se tornou uma dor absoluta e presente em todos os dias da vida de meu querido Stipp Júnior, a ponto de abalar-lhe a saúde. Mas a luta continuou e em 1996, o Diário de Taubaté já estava na internet. Foi o primeiro jornal da região a alcançar este avanço. Em 1999, foi a vez de modernizar o sistema de impressão gráfica. Stipp Júnior adquiriu, junto à Editora Vozes, em Petrópolis, uma máquina impressora Planeta bicolor, que imprime o Diário de Taubaté com essa qualidade que os leitores vêem todo dia. O Stipp Júnior trouxe para operar a máquina o mesmo impressor gráfico que trabalhava com esta Planeta na Vozes - nosso funcionário Joaquim Brás de Souza. A equipe do DT hoje tem 15 funcionários e inúmeros colaboradores e articulistas. Quis o destino que em 2005, Stipp Júnior fosse vítima de um AVC- acidente vascular cerebral- do qual ele não se recuperou - e outras complicações de saúde que o tiraram de nós em janeiro de 2007. Ele esteve à frente do DT por 10 mil edições. Foram pelo menos 10 mil dias e 10 mil noites que ele esteve aqui, sentado às nossas mesas, pensando, criando, analisando, como faz hoje toda a equipe, tentando substituí-lo à altura. As edições que saem a cada dia são uma homenagem silenciosa a ele. Também tomamos a decisão de destituir Luiz Carlos Mesquita de patrono da Redação e a denominamos Redação Jornalista Stipp Júnior. Após 2007, conseguimos impulsionar ainda mais o Diário de Taubaté. Uma das inovações é fazer o jornal colorido todos os dias na capa, contra-capa e anúncios. Foi feito um novo projeto gráfico, que modernizou as páginas internas. O cuidado com as editorias passou a ser mais acurado e deve ter sido esta a razão da Unitau conceder a esta jornalista que escreve este artigo, o título de melhor editor de jornal impresso de 2009, o que me valeu o Troféu Ziraldo. Mérito de toda equipe do DT. Outra iniciativa foi a de criar a tevê do DT na internet: www.diariodetaubatetv.com.br. Por enquanto, a tevê é um suplemento do jornal, onde são feitas duas gravações ao vivo às quintas-feiras. Ainda este ano, passarão a ser duas horas de programação local, ao vivo, todo dia. O sonho do DT é ter uma tevê em canal aberto quando a Banda Larga estiver disponível em todo o país. O que não vai demorar. A situação econômica e financeira do jornal é sólida. O jornal cresce conforme cresce a nossa cidade e o DT tem nome e credibilidade em toda a região do Vale do Paraíba e em São aulo, onde tem a preferência de todas as agências de publicidade. Assim, toda a equipe do DT acredita estar concretizando o sonho de Stipp Júnior. E sonha com ele e como ele. Afinal, sonhar é preciso. Prof. Carlos R. Rodrigues Rio de Janeiro – escravos e prisão de Judeus O s moradores do Morro da Conceição não entenderam o caso de amor entre o jovem André Tavares e a índia Jaciara. Ele era filho do sertanista Lucas da Silva Pinto; ela, índia guaianá, era filha do cacique Caitatá. Eles se conheceram por ocasião das pescas da piaba, no aguado do Boqueirão. Conversaram na Língua Geral; amaram-se no redemoinho do taquaral, berço dos sacis mais famosos da região; fizeram juras, promessas, pactos, e resolveram enfrentar o mundo. André abandonou a esposa Arcângela Rasteira Pinto; deixou os quatro filhos sob a responsabilidade do sogro, e fugiu para o sertão desmedido. A índia Caitatá disse adeus ao povo da tribo; levou consigo três guerreiros com suas esposas; e ao lado de André, espaventou-se para o sertão. O juiz-ordinário, Antonio Loureiro, chegou a organizar uma guarnição, para recambiar o jovem destrambelhado. Antes da partida dos homens, porém, o navio Cruz Alta aportou nas águas do Rio de Janeiro. O Cruz Alta trazia, por ordem do rei, várias centenas de degredados portugueses, à capital da colônia. Todos os degredados foram condenados, sentenciados, penalizados, pelos juízes da Coroa. O povo do Rio, revoltado, dirigiu-se às portas da Câmara, exigindo providências. Por algumas horas, dias, esqueceram-se do jovem André e da índia Jaciara. A Câmara, pressionada, após dezenas de reuniões, propostas, pareceres, decidiu que os condenados iriam cumprir suas penas em Cabo Frio. A revolta da população respirou uma certa tranquilidade, uma indefinida segurança, e algumas doses de confiança nas políticas do século XVI. No entanto, antes do escurecer, do mesmo dia, estourou o caso do comércio de escravos, uma injustiça de fazer dó, pena, lágrimas, e apreensão. O comerciante e dono de navio negreiro, Francisco Souto Maior, foi designado, pelos demais comerciantes de escravos, a explicar o problema aos homens da Câmara, homens da lei. Francisco, ou Chico da Guiné, pigarreou, limpou a garganta, expondo o dilema que envolvia, diretamente, a produção da colônia: - “Prender ín- dios, usá-los como escravos, não dá mais. Nós os prendemos, negociamos, e os jesuítas movem os céus e a terra contra nós. É prejuízo na certa. O mercado africano, por outro lado, com a decisão do governador de usar o açúcar, a aguardente, a farinha, como moeda de troca e venda, na colônia, “engargalou” o sistema de mercado negreiro. Os navios, meus caros, carregam as peças em Angola. A moeda de troca, o açúcar, a aguardente, ou o tabaco, é muito interessan- te aos fornecedores africanos. Eles preferem, e isso é verdadeiro, vender os negros aos engenhos do norte que, além de pagar mais, oferecem açúcar de melhor qualidade. Somente os escravos recusados pelos engenhos do norte, chegam ao Rio de Janeiro. ” A Câmara ouviu, avaliou, refletiu, discutiu, escreveu, e legislou. A lei da Câmara, procurando resolver todas as pendências, determinou que - a nenhum navio, conhecido ou desconhecido, a partir do momento em questão, é permitido carregar farinha de mandioca, aguardente, açúcar; para efetuar negociação na África, sem, através de um contrato, oferecer um certo e determinado número de escravos, ao mercado do Rio de Janeiro. Aproveitando o instante aventado, a mesma Câmara impôs, por meio de decreto-lei, o pagamento de tributos sobre a exportação de açúcar branco, açúcar mascavo, couro, fumo, aguardente, papagaios, animais dos trópicos, frutas, e pau-brasil. A prisão de judeus, fato comum no Rio do século XVI e as fortunas confiscadas desses mesmos judeus, conforme costume da época, passariam, também, por tributação. Antes que o povo tomasse consciência das novas leis, dos novos tributos, o sertanista Gonçalo Bonfé entrou nas ruas da Capitania trazendo, na amargura do rosto, notícias do sertão. Um tal de André Guerreiro, marido da índia Jaciara, branco queimado de sol, habitante do Vale da Serra do Mar e da Mantiqueira, investiu contra a bandeira, libertando todos os índios guaianases, aprisionados na região da Taba Grande. O silêncio fez sua morada. O medo construiu residência dentro dos homens, e a noite anunciou os novos tempos, os novos séculos.