Stipp Júnior (1940 - 2007)

Transcrição

Stipp Júnior (1940 - 2007)
Aposta feita em Goiás leva o prêmio da Mega Sena acumulada
V E N DA P R O I B I DA
EXEMPLAR DE ASSIN ANTE:
O prêmio da Mega Sena acumulada saiu para uma aposta feita em Goiás.
O ganhador receberá R$ 52.807.317,17. O sorteio do concurso 832 atraiu
um número de apostas dez vezes maior do que a movimentação média da
loteria. A explosão de apostas atrasou o sorteio em São João da Barra (RJ),
que ocorreu na madrugada desta quinta-feira --inicialmente estava previsto para as 21h de quarta(10). Os números sorteados foram: 15 - 17 - 23
- 33 - 39 - 49. Segundo informações da Caixa Econômica Federal, 510 bi-
lhetes acertaram a quina e vão receber R$ 13.486,58 cada um. A quadra
pagará R$ 184,77 para cada um dos 37.086 bilhetes ganhadores. O concurso recebeu mais de 70 milhões de apostas e arrecadou R$ 111,6 milhões,
segundo a assessoria de imprensa da Caixa. O prêmio pago é o segundo
maior da história da Mega Sena. O recorde foi o prêmio do concurso 188,
r ealizado em outubro de 1999. Na ocasião, um bilhete de Salvador (BA)
levou sozinho R$ 64,9 milhões.
Sexta-feira, 12 de janeiro de 2007
ANO XXXII Diretor Fundador: Stipp Júnior (1940-2007) • Diretora Responsável: Iára de Carvalho • Taubaté - Vale Industrial do Paraíba • Edição Regional • Nº 10.133 Preço do Exemplar: R$ 1,00
Sepultado ontem o jornalista Stipp Júnior,
diretor do Diário de Taubaté
F
oi sepultado ontem às
10 horas, no Cemitério
Municipal, o jornalista
Stipp Júnior, proprietário e diretor do Diário de Taubaté.
Ele faleceu às 23h57 de anteontem, dia 10, em sua residência, no Jardim das Nações, em
Taubaté, de insuficiência respiratória decorrente de complicações de um acidente
vascular cerebral ocorrido em
outubro de 2005.
Stipp Júnior foi velado apenas por familiares e funcionários do DT, numa das capelas
da Funerária Taubaté. O jornalista Stipp Junior era natural de Marília - SP, onde nasceu em 21 de abril de 1940.
Criança, interessava-se sobretudo por leitura, tendo sido
um dos mais assíduos
freqüentadores das bancas de
jornais das cidades em que
viveu a infância: Piracicaba
(onde moravam seus avós paternos) e Lorena, cidade para
a qual se mudou com a mãe,
Benedicta Camarinha Stipp e
com a irmã, Laura, em 1947,
após a perda do pai, o médico
Paulo Perches Stipp, por doença cardíaca, em 1946.
Aos 15 anos, inclina-se
para a área de Comunicação,
tendo o seu primeiro emprego no Serviço de Alto Falante de Lorena - SAL- que logo
depois adquiriu e manteve em
funcionamento por vários
anos. Essa atividade o fez naturalmente se interessar pelo
trabalho de locutor e jornalista, levando-o a atuar nas principais rádios da região.
COMÉRCIO
Seu primeiro emprego de
locutor de rádio foi aos 16
anos, na Rádio Cultura de
Lorena, para fazer um boletim estudantil diário e um
programa de auditório. Seu
timbre de voz e perfeita dicção o fizeram disputado pelas melhores emissoras, nos
anos 50 e 60, tendo Stipp
Junior integrado as equipes de
jornalismo das rádios Clube e
Cultura de Guaratinguetá em
1957, ingressando, em 1958,
na Rádio Aparecida, onde fez,
com o então muito conhecido
locutor Leite Sobrinho, programas de auditório.
Em 1967, Stipp Junior foi
para a imprensa escrita, com
a contratação pelo jornal O
Estado de S. Paulo, onde ele
acredita ter vivido os melhores momentos de vida profissional, fazendo reportagens
no Brasil e no exterior nos 12
anos seguintes, tendo chefiado também a sucursal Vale
do Paraíba desse jornal.
As reportagens que ele destaca de uma extensa atividade profissional foram feitas
em vários países- Itália, França, Portugal, Polônia, Estados
Unidos, Bolívia, Peru,Argentina. Chile e Paraguai. Entre
suas principais matérias estão
o desbaratamento das guerrilhas urbanas na Bolívia após
a morte do guerrilheiro Che
Guevara, terremoto no Peru,
entrevista
com
Neil
Armstrong, nos Estados Unidos, sobre o primeiro aniversário da viagem à Lua. No
Brasil, acompanhou a implanCOMÉRCIO
Tarifa social de energia elétrica
valerá em todo o país em março A
A
BRASÍLIA
partir de 28 de fevereiro, uma tarifa reduzida para quem consome pouca energia elétrica
passará a valer em todo o
país - é a chamada tarifa social. A medida faz parte do
projeto do governo de promover integração entre diversos programas sociais
como forma de reduzir a pobreza e a desigualdade en-
tação da Embraer e o desenvolvimento do projeto do
avião Bandeirante, tendo sido
o primeiro civil a viajar no
protótipo deste avião. Stipp
Júnior cita, com orgulho, que
a primeira reportagem feita
para o O Estado de S. Paulo
foi sobre a catástrofe de
Caraguatatuba.
Em 1975, fundou o Diário
de Taubaté, tornando-se seu
próprio patrão, embora tenha
ficado no jornal O Estado de
S. Paulo até final de 1978.
No Diário de Taubaté, que
já circula há 31 anos, Stipp
Junior registra marcas importantes: o DT foi o primeiro
jornal da região a ter um aparelho de telex recebendo notícias, via Embratel, nas 24
horas do dia. Foi também o
primeiro jornal do Vale do
Paraíba na Internet, com site
e e-mail desde 1995. Com máquinas gráficas próprias, que
imprimem jornal com qualidade superior a rotativas e que
estão instaladas em prédio
também próprio, o Diário de
Taubaté é um dos poucos jornais do interior do Estado com
vida administrativa e financeira saudável.
Stipp Junior estava com 66
anos de idade e construiu, enfrentando grandes dificuldades, um patrimônio sólido,
que é um jornal diário de
credibilidade, . A partir de
hoje, o Diário de Taubaté
passa a ser administrado por
sua sócia e esposa, a jornalista Iara de Carvalho. Deixa
cinco filhos e cinco netos.
tre as pessoas beneficiadas
com o Bolsa-Família. A informação é da secretária nacional de Renda e Cidadania do
ministério do Desenvolvimento Social e Combate à
Fome, Rosani Cunha.
“A partir de 28 de fevereiro
vamos trabalhar com a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) em todo o País. As
famílias que estão no cadastro
único e que têm uma renda
menor que R$ 120 per capita
por mês terão direito à tarifa
social de energia”, explicou.
O programa de tarifa social de energia elétrica começou
a ser implantado na Bahia no
ano passado. De acordo com
a secretária, têm direito à tarifa social as famílias que fazem parte do cadastro único
e tem consumo até 220 kWh.
“Isso significa, na verdade,
que a tarifa social vai ser voltada de maneira mais clara
para todo o país para a popu-
ACIT e CEF assinam
contrato de parceria
Associação Comercial e
Industrial de Taubaté e a
Caixa Econômica Fedelação de baixa renda”, disse.
ral
assinarão
contrato de parcei“Queremos a maior
ra
no
próximo
dia 23 de janeiro,
integração do Bolsa-Família
credenciando
a
Acit como Corcom várias políticas que porespondente
Bancário
Negocial.
dem ajudar a reduzir pobreza
e desigualdade. Por exemplo,
a integração do Bolsa-Família
CARNAVAL 2007
com atividades de geração de
trabalho e renda, com atividades de desenvolvimento agrário, com políticas de habitação,
em especial políticas de baixa
renda e também com a tarifa
social de energia”, ressaltou.
O Correspondente Bancário Negocial é o estabelecimento comercial que presta
serviços em nome de uma Instituição Financeira, conforme
Resolução BACEN 3110/03.
Leia mais na Página 8
Comissão organizadora se
reúne para definir detalhes
Página 7
Devido a grande procura, as cestas de doce
continuarão durante todo o ano.
DOCES DE MAMÃO; ABÓBORA C/ COCO; BATATA DOCE C/
ABACAXI; GOIABADA; GELÉIA DE GOIABA (150gr); GOIABADA
CREMOSA; COCADA DE ABACAXI; COCADA CASEIRA
Pasta Flora: R$ 10,00 (Torta de Goiabada);
Musses grandes e decorados: R$ 10,00;
Manjar de coco c/ calda de ameixa: R$ 15,00;
Experimente também as delícias salgadas
Cuscuz de frango ou de calabreza R$ 10,00
Tortas de: Frango R$ 10,00 - Palmito R$ 13,00 - Camarão R$ 18,00
CESTA PEQUENA
(Potes 250gr)
CESTA GRANDE
(Potes 350gr)
R$ 20,00
R$ 30,00
Rosca de Leite condensado - R$ 5,00
(feita somente sob encomenda)
Av. Desembargador Paulo de Oliveira Costa, nº 924 - Cel.: 8145-6416
Diário de Taubaté, o primeiro jornal do Vale na Internet • www.diariotaubate.com.br
2
Diário de Taubaté
Um Fato em Foco
É preciso conservar a saúde
José Eurico de Moraes
Vamos considerar que o
mundo é uma grande família
onde todos deveriam viver
unidos como irmãos, cujo pai
é Deus. Esta casa que é a humanidade, de uns tempos para
cá vem sendo atacada por um
grande inimigo causador de
doenças e até de morte. Este
inimigo do Ser Humano é a
fumaça produzida pelos vários tipos de motores.
Com o correr do tempo esta
"fumaça" dos motores vai infestando os mais variados
ambientes, inclusive o ar e as
residências nas cidades. Esta
fumaça dos milhares de motores de vários tipos, sempre
em atividade, causa verdadeiro pânico na Natureza. Então,
a Natureza procura vingar-se
ora com fortes e prolongadas
chuvas, ora com o forte calor
solar, ora com o frio dos ares,
ora com forte vento. É a Natureza buscando seu bem estar, sua saúde para transmitir
ao seres humanos. Assim esta
Natureza faz um apelo aos cientistas: - "Descobrir um
meio para evitar a poluição,
qualquer que seja o país...O
importante é evitar a produção de fumaça pela queima de
combustíveis dos mais variados tipos usados pelos vários
tipos de motores, desde o
motor de uma Moto ou
Lambreta até o motor do último tipo de avião. Que os cientistas procurem descobrir
outro meio para movimentar
os equipamentos terrestres,
marítimos, aéreos e hoje me
dia até os equipamentos
interplanetários.
Que os cientistas substituam os atuais meios de movimentação dos equipamentos
por outros meios capazes de
movimentar sem o uso do
óleo, do álcool e de gasolina
nos seus vários tipos. Vamos
aguardar, torcer e esperar que
esta substituição torne-se uma
realidade o quanto antes para
que a saúde da população no
mundo seja conservada. Depende dos cientistas que decidem sua vida ao bem estar
da população.
É bom todos ter em mente
o seguinte: _ "Deus dá saúde
ao Ser Humano que destrói a
sua saúde por vários meios.
Vamos conservar a saúde que
Deus nos dá e evitar todos os
meios que prejudicam a saúde na humanidade, como é o
caso da produção dos vários
tipos de "Fumaça".
_______________________________________
José Eurico de Moraes
é professor de Português e pertence à Academia Valeparaibana de Letras e Artes,
ocupando a cadeira Nº 4, em Taubaté.
Praça da República
Administrando Escolas?
Artigos
Taubaté, Vale Industrial do Paraíba, 13 de janeiro de 2007
Stipp Júnior - O Repórter
Osny Guarnieri Filho
Coincidência? Fiquei sabendo de sua morte pelo seu
próprio jornal, ligando á tarde, dia 11, a Gláucia Moraes
atende e me diz: "O Sr. Stipp
morreu" - Não preciso dizer
da tristeza que percebi em
sua voz. Lendo ontem, dia
12, a primeira página do DT,
separei este trecho: "Stipp
Júnior cita, com orgulho,
que a primeira reportagem
feita para o Jornal Estadão
foi sobre a catástrofe de
Caraguatatuba. A tragédia
de Caraguá tinha acontecido
em um final de semana (19
e 20 de março de 1967).
Stipp, correspondente do
Estado, em Aparecida, por
volta de meia noite, bate à
minha casa. Não nos conhecíamos. Fazia um ou dois
meses que eu era correspondente aqui em Taubaté.
Stipp, determinado, só dizia:
"Vou para Caraguá, tenho
que ir". Chegou a insistir
para que eu fosse junto. Não
fui. Passei as informações
que tinha, que eram poucas.
Que Abreu Sodré, governador, já tinha estado por lá
de helicóptero, à tarde.
Gabriel Manzano Filho, meu
contemporâneo na Cásper
Líbero, viajou no mesmo helicóptero. Gabi, como era
conhecido, acho que era do
Jornal da Tarde. Celso
Kinjô, outro jornalista, não
conseguira chegar, estava
"perdido" entre Paraibuna e
Caraguá, havia rodado um
trecho grande da estrada.
Barreiras e árvores impediam a passagem por vários
trechos. Era o caos!
Aconselhei Stipp a ir por
São Luiz e Ubatuba, mas assim mesmo teria que deixar
o carro uns 3 a 5 quilômetros antes de Caraguá.
Stipp foi e conseguiu chegar. Fez a cobertura
jornalística e fotográfica,
isto era uma segunda-feira
(o Estadão não circulava às
segundas-feiras) . À tarde
pegou carona num desses
aviões que descem em praias e vai para Santos. Desceu
em uma base militar. Pegou
um táxi e, sem sapatos, sujo
de barro, chega na redação.
Enquanto revelavam os filmes, ele escrevia a matéria.
Na terça (21/03/1967) o
Estadão publica com o maior destaque possível a matéria e mais as fotos feitas
por Stipp. Me lembro que foi
um tremendo sucesso.
O Repórter
claramente, honestidade,
confiança e persistência, capaz de leva-lo até o fim da
reportagem. O repórter é o
elemento essencial em toda
a coleta de notícias. E por aí
vai, Fraser Bond em seu livro.
Nossas raízes estão naquela época. Não sei se o Stipp
irá tomar conhecimentos do
que estou escrevendo. Mas,
quando eu for aí, na redação
do andar de cima, poderemos, entre um café e outro,
conversar mais a respeito.
Termino, deixando uma
frase que ele sempre gostou
e, que foi dita por J.T.Delane,
diretor do "The Times", jornal londrino, entre 1841 a
1877: "A imprensa vive da
divulgação. Tudo que passa
através dela, vem a ser uma
parte do conhecimento e história do nosso tempo".
Stipp foi - O Repórter, no
sentido mais amplo do termo.
Coincidência? Não faz 10
dias, na livraria Nobel, encontrei um aluno de Comunicação da Unitau. Num
papo agradável aconselheio a ler o livro: Introdução ao
Jornalismo, de Fraser Bond,
publicado no ano de 1962.
No livro, há 4 páginas para
a receita de um bom repórter. Era a receita daqueles
tempos em que Stipp começou. Veja o resumo e os ingredientes: boa educação
básica, interesse pela vida e
insaciável curiosidade, inteligência, capaz de pensar _____________________________________
claramente a fim de escrever Osny Guarnieri Filho
é jornalista
Stipp Júnior: Dedicação e Empenho no Jornalismo
José Pereira da Silva
Ao tomar conhecimento da
notícia do falecimento, depois
de uma longa doença, do jornalista Stipp Júnior, ilustre filho de Marília (SP), desejo
exprimir minha solidariedade
e sentimentos de profundo
pesar aos seus familiares e a
quantos o conheceram e estimaram.
Na sua existência prestou
com grande dedicação um
generoso serviço através dos
meios de comunicação, em
especial no jornal escrito.
Nascido em 21 de abril de
1940, na cidade de Marília.
Desde a adolescência mostrou
uma inclinação e interesse
pelos meios de comunicação
social. Seu primeiro emprego
foi no serviço de Alto Falante
Fábio William Casagrande
Recentemente a Secretaria mas também de modo a tornar
Estadual de Educação publicou o processo ensino-aprendizanorma fechando diversas Esco- gem mais ativo, atualizado e
las da Família no Estado de São integrado. Ficaram fora dessa
Paulo, com repercussão na re- decisão.
gião do Vale do Paraíba.
Autonomia e Flexibilidade
Mais da metade das Escolas para superarmos moldes rígidos
da Família, isto é, unidades es- da Administração Pública ditacolares que abriam suas portas dos centralmente. Assim, desenà comunidade local, nos fins de volveremos esquemas de ação
semana, estarão encerrando abertos, flexíveis e determinados
suas atividades.
localmente na escola constituinAtividades como acesso à do condição para a melhoria da
Biblioteca, esportes, hora da qualidade do ensino.
leitura e oficinas pedagógicas/
Logo, a devolução, por parprofissionalizantes ficarão fe- te da Praça da República que é
chadas.
localizada muito distante de
Ora, as escolas, que são, em nossos municípios, na tomada
alguns municípios única alter- de decisão para a comunidade
nativa de biblioteca e ativi- local é considerada como base
dades esportivas nos finais de para o seu envolvimento na
semana, a base de integração efetivação das decisões
com a comunidade local de transformadoras das práticas
modo não só a envolvê-la no escolares.
processo de decisão da escola, _______________________________________
William
Tive com Stipp Júnior um
a fim de constituir uma gestão Fábio
Casagrande é Professor de Língua período de convivência prodemocrática e participativa, Portuguesa.
fissional no final dos anos 70.
Aliás, mais que convivência,
foi um período de aprendizado, o privilégio de partilhar
emoções com um jornalista
que pensava em notícias as 24
Para anunciar você liga para (12)
horas do dia.
Ainda me lembro o hábito
de Stipp de não separar-se de
de Lorena. A partir daí, desenvolveu um frutuoso percurso
na mídia: locutor em diversas
rádios do Vale do Paraíba; em
1967 ingressou na imprensa
escrita, trabalhando no jornal
O Estado de S. Paulo, no qual
desenvolveu um expressivo
trabalho. Em 1975 fundou o
Diário de Taubaté que completou 31 anos de circulação.
Fundar um jornal é instalar
um farol. Com efeito, qual é
o destino de um farol? Alertar
sobre um perigo, o navio que
singra os mares, ou nortearlhe a rota a seguir. Assim, o
jornal mostra ao povo os perigos que o ameaçam, ao mesmo tempo o aconselha na orientação a seguir. Grande é,
pois, a responsabilidade que
um jornal assume perante o
público. Com certeza o jornalista Stipp Júnior ao fundar o
Diário de Taubaté tinha
consciência da importância e
da grande responsabilidade
que pesa sobre os dirigentes.
Exerceu o jornalismo de maneira muito profissional e ética, consciente da importância
e do papel dos meios de comunicação na sociedade moderna. Sua experiência no jornalismo o fez compreender
que a informação está a serviço do bem comum, pois a
sociedade tem direito a uma
informação fundada na verdade, na liberdade, na justiça e
na solidariedade. Tinha consciência do papel histórico de
um jornal, como dizia John
Thadeus: "Tudo que passa
através de um jornal vem a ser
parte de conhecimento e história do nosso tempo."
Stipp Júnior contribuiu
para o jornalismo regional de
maneira significativa.
Ao mesmo tempo que agradecemos à Deus pela vida de
Stipp Júnior, pelo bem que ele
fez à sociedade, entregamos
sua existência à mão de Deus,
elevamos preces para que lhe
seja dada a vida em plenitude
na "casa do Pai" e a recompensa prometida por Jesus aos
"servos bons e fiéis do seu
reino" (Mt 25.14-23). Que o
Senhor o receba na alegria e
na paz eterna.
____________________________
José Pereira da Silva
é professor de História
Um jornalista de verdade
3633-1527
Casa de
Recuperação
Ágape
A Ágape Casa de Recuperação trabalha no tratamento de dependente químico, é uma casa masculina e é mantida por doações. Venha
conhecer esta obra de amor!
Doe um alimento dentre os itens relacionados abaixo e ajude um
jovem a se recuperar do vício das drogas.
Açúcar, feijão, arroz, macarrão e leite de caixinha.
Se preferir pode doar também outros tipos de alimentos. Porém, os
mencionados são de mais necessidade. Ligue para 9744 1701 e saiba
como doar. Contamos com você!
Estrada do Barreiro, km 4, n° 700, bairro Barreiro, em Taubaté-SP.
REFERÊNCIA:
Passar o Taubaté Veículos, seguir até a bar do carioca e virar a
próxima entrada à direita. Seguir sinalização até chegar no local. Falar
com Anderson ou Elizabete.
Diário de TTaubaté
aubaté
Editado pela Empresa Jornalística Diário de Taubaté Ltda.
Diretor Fundador:
Stipp Júnior
Diretora Responsável:
Iára de Carvalho
(MTB-10.655)
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Milton Chagas
Editora:
Glaucia Moraes
CONSELHO EDITORIAL
Lygia Fumagalli Ambrogi
José Eurico de Morais
NOTICIÁRIO ESPECIAL
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Santana - S. Paulo/SP Fone 11 6971-1000
ASSINATURA
Semestral - R$ 140,00
Anual
- R$ 280,00
Jornal Independente filiado à:
ADJORI/SP e ABRAJORI
Wagner Matheus
sua poderosa câmara fotográfica, pronta a registrar um fato
a qualquer momento, onde ele
estivesse, a trabalho ou a
lazer.
Stipp Júnior, é preciso dizer, é mais um exemplo de
jornalista vocacionado, de
profissional abnegado, tão
raro nos dias de hoje em que
se confunde a profissão de
jornalista com a de anotador
de declarações.
Tive a felicidade de privar
da convivência com Stipp, da
mesma forma que você, Iara,
e vários outros profissionais
tiveram. Somos, portanto, testemunhas do grande jornalista que foi Stipp Júnior, a quem
a cidade de Taubaté deve homenagear o mais urgentemen-
te possível, da maneira mais
honrosa.
Que o Diário de Taubaté
tenha vida longa nas suas
mãos. Enquanto ele viver,
Stipp também estará vivo para
a imprensa do seu "Vale Industrial do Paraíba".
_____________________________________
Wagner Matheus
Jornalista / São José dos Campos
6
Diário de Taubaté
Especial
Taubaté, Vale Industrial do Paraíba, 13 de janeiro de 2007
Memória - Stipp Júnior (1940 - 2007)
E
m 1980, portanto há pouco mais de 26 anos,
Elizabete Carvalho, aluna do curso de Jornalismo da
Universidade Federal de Juiz
de Fora - MG, hoje diretora Administrativa e de Programação
das emissoras do Grupo Solar
de Comunicação, daquela cidade, entrevistou o cunhado, jornalista Stipp Júnior, para um
trabalho acadêmico. Essa entrevista, sobre o exercício da
profissão que ele abraçara com
tanto entusiasmo, é hoje
reproduzida pelo Diário de
Taubaté, em homenagem póstuma ao fundador deste jornal.
Profissional respeitado por sua
competência, comportamento
ético e disposição para enfrentar desafios, Stipp Júnior é um
exemplo de profissional a ser
seguido por quantos queiram
ser um grande repórter, como
ele foi.
Satisfação pessoal, desafios,
sorte.
Assim é o dia-a-dia do Repórter
Stipp Júnior, jornalista e repórter, 40 anos, foi uma das testemunhas da melhor fase do
jornalismo brasileiro. Trabalhou no jornal O Estado de S.
Paulo durante 12 anos, exercendo intensamente a profissão, do jeito que ela é hoje sonhada pelos jovens alunos dos
cursos de Comunicação. Tal
qual o jogador de futebol, Stipp
Júnior considera a função do
repórter como uma fase curta,
porém de inteira realização
vocacional do jornalista.
Há cinco anos, ele fundou e
edita o "Diário de Taubaté" e
recentemente aceitou o convite para prestar seus serviços ao
Instituto de Pesquisas Espaciais (INPE), órgão do CNPq, na
Assessoria de Relações Nacionais (ARN).
EC- Jornalismo é vocação
ou profissão?
SJ- Quando eu tinha 10
anos, morava em Piracicaba,
uma velha cidade do interior
paulista. Todas as tardes eu passava pela banca de jornais que
existia perto da catedral e disputava, avidamente, com o grupo de adultos, a leitura dos jornais expostos. E num desfile
interminável das manchetes de
"O Tempo", "Diário da Noite",
"O Estado", "Correio
Paulistano", "O Globo" e "Correio da Manhã", eu viajava por
regiões as mais longínquas desse mundo. Depois, eu fazia
muitas anotações daquilo que
não entendia ou não sabia. E
checava tudo na biblioteca
municipal. Nessa ocasião, um
personagem mundial estava em
grande evidência: era o cientis-
ta alemão Von Braun, que os
jornais diziam ser norte-americano. Eu passei a ter profunda admiração por esse cientista que saiu dos escombros de
uma guerra mundial e falava de
viagens interplanetárias, pesquisas do espaço e que a própria Terra era uma nave espacial. Vinte anos depois, eu fiz
uma entrevista exclusiva com
Werner Von Braun e ele me falou do Skylab, dos benefícios
da pesquisa especial para o homem e revelou os primeiros
planos do "Space Schutle", o
ônibus espacial atualmente sendo projetado e construído pela
NASA. Um ano antes dessa
entrevista, em pleno deserto do
Texas (EUA), tive um encontro com outro personagem muito famoso: Neil Armstrong,
quando fazia exatamente 1 ano
que ele tinha voltado da Lua.
Fiz uma entrevista com ele,
também exclusiva e para o desespero de quase 200 jornalistas que se encontravam nas
proximidades. Uma questão de
sorte, persistência? Desses dois
entrevistados, eu tenho na capa
da minha Nikon suas assinaturas. Quanto ganhei por essas
entrevistas? Absolutamente,
nenhum centavo extra. Eu estava na minha rotina de trabalho.
EC- Mas afinal de contas,
Cópia da primeira página do Estadão a respeito da catástrofe em Caraguatatuba
jornalismo dá ou não dá ditrevistei centenas de pessoas, as assim, hoje, só especiais, optando pelo malote, via ôni- anos. Ao mesmo tempo, decidi
nheiro?
SJ- "Se você tem vocação, que denominei pertencentes à não é?
bus e correio. Voltamos ao tem- pesquisar uma outra face do
SJ - Exatamente. A era do po das diligências. Acabaram- jornalismo: a produção de um
faça jornalismo. Se você quer civilização caiçara. Eles não
um emprego, empregue-se na conheciam cercas de arame far- repórter não existe mais. E ex- se as grandes viagens e o re- jornal diário no interior. Sou o
Prefeitura". Essa frase é de pado, vaca, bicicleta, ladrões e plico: até o final da década de pórter não tem mais nome e não redator, o repórter, o jornaleiCarlos Lacerda e fazia parte das seus mortos eram sepultados 70, o meu jornal não tinha pro- tem mais rosto. Outro dia, visi- ro, o mecânico de linotípo e o
normas de Redação da "Tribu- enrolados em folhas de bana- blemas de ordem econômica ou tei a fábrica da Volkswagen de diretor. Bonito, não? Aí tamna da Imprensa",
Taubaté e vi uma bém não existe horário, mas o
do Rio de janeiro.
cena que me le- jornal sai toda madrugada na
Eu nunca vi um "Se você tem vocação, faça jornalismo. Se você
vou instantanea- rua.
jornalista rico.
mente às atuais
A experiência está sendo
quer um emprego, empregue-se na Prefeitura".
Redações dos jor- muito interessante. EsquecenEC- Então, Essa frase é de Carlos Lacerda e fazia parte das
nais.
Vi
a do todas as dificuldades de orquais são as van- normas de Redação da "Tribuna da Imprensa", do
carroceria de um dem financeira, falta de
tagens que a pro- Rio de janeiro. Eu nunca vi um jornalista rico.
carro entrar na esquipamento mais moderno e
fissão pode trachamada câmara a ausência quase que total de
zer?
de soldagem. Em pessoal especializado na redaSJ- As vantagens são inúme- neiras, nas beiras de praias. Fiz financeira. A última grande re- 14 minutos, dezenas de bicos ção, acredito que o jornal do
ras para quem tem vocação. Por todo esse percurso a pé ou em portagem, que eu me lembro, de solda, sem a interferência de interior ainda é o celeiro dos
exemplo, você já deve ter pas- pequenas canoas escavadas em foi a das mordomias, de nenhum operário, executaram futuros profissionais. Uma
sado pela Rio-Santos, no trecho tronco de árvore. Eu passei na Ricardo Kotscho, também do centenas de soldas, todas as coisa é certa: o jornal local e
Rio-São Sebastião, não é mes- Rio-Santos
antes
dos " O Estado".
possíveis e imagináveis que um regional não desaparecerá.
Hoje, os jornais fazem ma- carro possa ter. Logo em segui- Vejo, porém, um único camimo? Eu fui o primeiro jorna- topógrafos. Depois acompalista a fazer uma série de repor- nhei a derrubada das matas, a térias especiais resumindo uma da, a carroceria , já pronta, pas- nho de sobrevivência, exemtagens sobre a Rio-Santos. Es- chegada dos posseiros, a expul- série de informações enviadas sou pelo olhar de um operário, plo do que já ocorreu em paítive em Brasília, no Rio de Ja- são dos caiçaras. Documentei, por sucursais e corresponden- para receber o "ok".
ses desenvolvidos : os poucos
neiro, entrevistei Mário denunciei (o que dá uma certa tes, com um texto final de um
grandes jornais que restam no
Andreazza, Eliseu Resende, satisfação pessoal) como o ho- copy-desk. Esse tipo de matéEC- Então foi a morte do re- País terão, a médio ou longo
desenhistas, projetistas, possí- mem faz para destruir, em pou- ria, para mim, é como se fosse pórter brasileiro que fez você prazo, de se associarem, aos
veis empreiteiros. Para a cole- co tempo, uma minoria étnica um produto saído de um com- sair do grande jornal?
jornais do interior. Serão
ta dessas informações, viajei de 400 anos. Os remanescen- putador, sem alma. A contenSJ- Foi exatamente isso. encartados numa única edição,
nos melhores aviões, me hos- tes desse império caiçara estão ção de despesas, a preocupação Com o acordo que fiz, ganhei impressos pelo sistema de
pedei nos melhores hotéis. De- hoje na favela mais pobre de dos jornais em se transforma- um bom dinheiro e fiz as pazes micro-ondas, nas cidades pópois fiquei 15 dias no mato, no Ubatuba, a "Estufa", margina- rem, cada vez mais, em empre- com o meu maior inimigo eco- los regionais. Em outras palasas rentáveis, objetivando o lu- lógico: o carvoeiro. Comprei vras: os dois ou três principais
trecho Paraty-Ubatuba, docu- lizados.
cro acima de tudo, faz com que um sítio na parte mais alta da cadernos de um grande jornal
mentando centímetro por centímetro de todas aquelas praiEC- Quer dizer, então, que o repórter trabalhe com o tele- Serra do mar e estou reflores- terão seus fotolitos transmitias, convivendo com mosquitos, você viveu uma das melhores fone, com o telex e a maioria tando, juntamente com ele, dos para a oficina dos jornais
borrachudos, enxames de abe- épocas do repórter brasileiro, dos jornais, para evitar despe- com essências nativas, aquilo regionais. Com a mesma qualhas, cobras, tempestades. En- porque ao que parece, matéri- sas, chega a isolar esses meios, que ele devastou ao longo dos lidade.
2
Diário de Taubaté
Geral
Escritor Alberto Mazza
Homenageia Jornalista e Patrono
da AVLA Stipp Júnior
O Escritor e Vice-Presidente da AVLA Alberto Mazza e o
Jornalista e Patrono da AVLA Stipp Júnior.
S eus Ideais
T ranscorreram limites
I ntensos que nortearam o
P ercurso do
P rogresso e dinamismo
Lila Escreve
LILA
REMÉDIO PARA SEUS MALES
FLORAIS DE BACH
TARÔ - NUMEROLOGIA
3632-0761
Se você está passando por algum tipo de sofrimento, alguma preocupação, algum problema, ou alguma situação
angustiante, saiba que existem somente dois remédios para
seus males. O primeiro é "Deus" e o segundo é o "tempo".
Nas horas difíceis é importante que você tenha com quem
se apegar e tenha em quem acreditar. E pode ter a certeza de
que Deus é realmente a melhor opção. Acredite e confie! Se
entregue nas mãos Dele e tenha fé, porque "a fé remove
montanhas" e somente quem tem fé consegue vislumbrar a
possibilidade de sair da dificuldade em que se encontra.
Somente o tempo é capaz de dar aceitação e conformação
a quem passa por algum problema que não tem solução;
somente o tempo é capaz de modificar idéias e pensamentos
por mais radicais que sejam; somente o tempo consegue atenuar as maiores paixões impossíveis de serem vividas.
O tempo passa rápido demais para quem está apreciando
a vida e não quer que ele passe, mas passa muito lento para
aquele que espera ardentemente que ele passe logo. O tempo é curto para as pessoas que estão alegres e festejando,
mas é longo para aqueles que se lamentam sem parar, ainda
assim, é remédio para todos os males, pois somente o tempo
é capaz de cicatrizar grandes feridas da alma.
Não fique se lamentando e se sentindo a mais infeliz das
criaturas da face da terra. Você não é o único ser humano a
ter problemas. Entregue suas aflições nas mãos de Deus,
tenha fé e confie que a solução virá. Exercite a paciência
sem perder a capacidade de acreditar que com o tempo as
coisas se resolverão. Dê tempo ao tempo e aguarde otimista e confiante que um dia tudo vai ficar bem. Acredite
nisso!
Coluna Mariana
J ornalista Stipp Júnior
U m brilho que enalteceu em
N otícias no mundo da
I mprensa escrita
O criador supremo do Diário de Taubaté, e...
R iquíssimo Patrono da Cadeira Quatro da
Academia Valeparaibana de Letras e Artes.
Os Acadêmicos da AVLA prestam Homenagem Póstuma
ao Jornalista Patrono “ Stipp Júnior” Ocupante da Cadeira
Quatro, do Ilustre Acadêmico “ Prof. José Eurico de
Moraes”.
DT no Tempo
As imagens do Satélite Goes 8, mostram
muitas nuvens no centro-norte do país, Sudeste e no PR, devido a presença da Zona
de Convergência do Atlântico Sul.(ZCAS)
No Nordeste o forte calor e a alta umidade
favorecem a formação de nuvens.
Vale do Paraíba,
Serra da Mantiqueira
e Litoral Norte
Hoje o céu ficará nublado e com chuvas
em alguns momentos do dia em toda a região. Na quarta-feira (17/01) o sol pode
aparecer em alguns instantes do dia, mas o
predomínio deverá ser de céu nublado e de
pancadas de chuvas em toda a região. Na
quinta-feira (18/01) o tempo não muda
muito. O céu continuará nublado e há previsão de pancadas de chuva em toda a região. Já na sexta-feira (19/01) o tempo melhora.
Taubaté, Vale Industrial do Paraíba, 16 de janeiro de 2007
Temperaturas:
Vale: 19 min. 26 max.
Litoral: 21 min. 29 max.
Serra: 14 min. 21 max.
Sol Nascente: 06:30h
Sol Poente:19:53h
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Ulisses Ramiro
Análise psicológica de Maria
Podemos avaliar psicologicamente Maria através dos escritos neotestamentários e como
sua figura foi vivida pela primeira comunidade cristã, da qual,
após Pentecostes, Ela fez parte.
Devemos ter em mente que nenhum indivíduo pode estar em
relação com sua realidade e
vivê-la sem ser por meio de sua
“psique”. Assim sendo, devemos escolher um modelo de
personalidade que nos ajudará
a interpretar Maria, usando para
tal o modelo da psicologia analítica de C. G. Jung, que nos dá,
por meio da hipótese do funcionamento da psique, a noção de
arquétipo, que são modos de
reação, nascidos das experiências positivas e negativas que o
indivíduo, no caso Maria, teve
em relação aos eventos axiais
da sua vida, como morte, doença, ódio e tantos outros, ocorridos consigo ou com pessoas
próximas, como Jesus Cristo e
toda sua Vida, Paixão, Morte e
Ressurreição. E neste sentido,
analisaremos o arquétipo do feminino, chamado de “anima”
por Jung, em Maria.
Considerando os escritos
sobre Jesus, suas características
humanas, a relação Mãe-Filho
para a formação do caráter e da
personalidade e o propósito do
papel materno nos faz deduzir
que Maria devia ter sido uma
personalidade dotada de imensa força de espírito, capaz de entregar-se às mais variadas
nuanças da sensibilidade do
psiquismo humano: amizade,
ternura, entusiasmo, compaixão,
ou seja, o mesmo perfil de Jesus. Isto pode ser visto no primeiro cântico que toma o seu
nome (Magnificat), exprimindo
preocupações religiosas e sociais, mostrando-a compenetrada,
impregnada dos elementos mais
significativos da cultura hebraica
contemporânea. Também a
Anunciação é outro momento
psicodinamicamente envolvente
onde Ela demonstra elevada capacidade de controlar suas reações, conduzindo em seguida o
diálogo mais do que adequado
junto ao Arcanjo que lhe visita
em nome de Deus. Já na morte
do Filho tem uma reação extremamente digna, nos levando a
crer que Maria tenha sabido manter uma lucidez e uma consciência da sua responsabilidade tão
grandes que, naquele momento
da cruz, Jesus tenha dado-lhe a
responsabilidade da vida da Igreja nascente.
Analisar as possibilidades dos
arquétipos, no que diz respeito à
sua aplicação para a interpretação dos fenômenos religiosos,
principalmente no que concerne
à natureza do fato religioso, especialmente daquele revelado, é
uma atividade complexa. A realidade pessoal e histórica de Maria significa um apelo às energias arquétipicas do inconsciente
coletivo. Esta sua realidade histórico-pessoal representa as polaridades numinosas positivas do
arquétipo do feminino. Ela manifesta até certo ponto a dimensão feminina e materna do mis-
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tério trinitário e, em particular,
do Pai celeste. Um dos valores
simbólicos mais importantes de
Maria é o da Virgem
(Aeiphartenos), que na história
da humanidade é antiqüíssimo e
de significado intenso e
marcante. Nela, a imagem simbólica adquire toda sua plenitude e todo o seu vigor. Ela é a consciência que emerge do caos, isto
é, a imagem da criatura íntegra,
como era a humanidade antes
que o condicionamento do pecado original obnubilasse a nitidez
da razão humana sobre sua própria existêncialidade. Ela
encarna a gravidez virginal como
símbolo da aspiração que atormenta o ser humano, jamais experimentada, a não ser por Ela
mesma. Entretanto, esta virgindade se caracteriza por sua
esponsalidade, pois é a Virgemesposa, imagem ausente na dimensão simbólica das experiências pré-cristãs. Este valor ainda
se desdobra no matrimônio divino, mistério de Deus jamais
imaginável, pois é um conceito
de linguagem-limite, de conceitos opostos, qual seja, Virgem,
Esposa e Mãe. E como Mãe do
Verbo, Ela representa a fonte da
Vida, captável, pois o Filho de
Deus, por Ela, se faz carne.
Maria é o ser humano que
pode tocar com a mão a inefável
face de Deus. Assim, Maria
Theotókos, Mãe de Deus, representa nossa esperança no profundo grau de humanidade e misericórdia que impregnará o Juízo
Final, sendo Ela a porta na qual
o crente se apresentará Àquele
que julgará o mundo.
Por fim, ao pé da cruz, como
Nossa Senhora das Dores, Coredentora da humanidade, é
uma das imagens mais simbólicas para a experiência cristã,
donde se decodifica o sentido
da dor e o devir do mistério do
mal, levando-nos, todos nós
crentes, à possibilidade de superar o limite do mal aos pés
das infinitas cruzes em que até
hoje Cristo continua sendo crucificado.
E ao final de sua vida, Assunta aos céus, objeto dos mais
profundos anseios humanos, é
o ícone Daquela que atingiu a
vida que não tem fim,
materialização do pensamento
divino sobre a história, a Sofia
bíblica, paradigma da existência redimida. É o desejo da humanidade que n’Ela se realizou,
materialização do pensamento
de Deus, de que habitaremos na
mesma casa. Maria, no seu ser
mulher, “anima”, representa a
prova, a comprovação e a antecipação das potencialidades criativas e religiosas que são dadas à humanidade.
FONTE: PINKUS, Lúcio,
osm. Mestre de técnicas de pesquisas da personalidade da Universidade La Sapienza – Roma
e Professor Doutor de Psicologia da Pontifícia Faculdade Teológica Marianum – Roma.
Verbetes: Mito e Psicologia.
_____________________________________________________
Ulisses Ramiro
Cir urgião Dentista e membro da Academia Marial de Aparecida.
Dr. Ivanir M. A. Freire
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Diário de TTaubaté
aubaté
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6
Diário de Taubaté
Especial
Taubaté, Vale Industrial do Paraíba, 16 de janeiro de 2007
Memória - Stipp Júnior (1940 - 2007)
EUA ficaram com corpo
de "Che", diz jornalista
Améria Latina
Contestando um general boliviano, segundo o qual "Che" Guevara
está enterrado em Vallegrande, o jornalista brasileiro Stipp Júnior diz
que o corpo do guerrilheiro foi levado por americanos
O
Stipp Júnior em foto recente
jornalista Stipp Júnior
que em 1968 cobriu para
o Estado a fase posterior
à morte do guerrilheiro Ernesto
Che Guevara nas selvas bolivianas (ver ilustração), contesta a versão do general boliviano Mario Vargas Salinas de que
Che foi enterrado sob a pista de
pouso de Vallegrande.
Stipp baseia sua contestação no relato do jornalista
José Stacchini, já falecido,
que testemunhou a autópsia
do cadáver quando cobria o
desmantelamento da guerrilha
na selva boliviana para O Estado de S. Paulo. Segundo
Stacchini, o corpo de Che
Guevara foi embarcado em 11
de outubro de 1967, no aeroporto El Alto, de La Paz, em
um avião Hercules 130 da
Força Aérea americana, seguindo para o Panamá e Estados Unidos. Os americanos
teriam ficado com o corpo
depois de intensas negociações com militares bolivianos. Em outubro de 1968,
Stacchini lembrou os fatos
numa entrevista a Stipp Júnior.
"Cabe, portanto, à tripulação do Hercules e informar
sobre o destino do corpo", diz
Stipp Júnior, hoje diretor do
Diário de Taubaté, no Vale
do Paraíba. A seguir, seu relato sobre a polêmica de Che.
Avião C-130 da Força Aérea dos EUA levou líder morto
"Che" Guevara foi executado por um "ranger" com um tiro de fuzil no peito
Stipp Júnior
Especial para o Estado
Q
uem tem de informar o
paradeiro do corpo do
ex-guerrilheiro argentino, Ernesto "Che"
Guevara não é nem o governo
nem o Exército boliviano e sim
a tripulação do avião turboélice
C-130 da Força Aérea Americana que decolou de La Paz na
noite de 11 de outubro de 1967.
Os americanos ficaram com o
corpo do guerrilheiro morto,
após intensas negociações entre os oficiais do Exército boliviano e os agentes da CIA e que
culminaram com a doação do
cadáver aos americanos. O corpo saiu de La Paz com destino
ao QG da CIA do Panamá, para
receber serviços complementares de embalsamamento e seguir para os EUA.
O guerrilheiro foi executado com um tiro de fuzil na altura do coração, disparado à
queima - roupa quando estava
amarrado numa cadeira, dentro
de uma escola rural em La
Higuera e levou ainda um golpe de baioneta no pomo de
Adão. Isto ocorreu entre 11 e
12 horas do mesmo dia 9 de
outubro. Mas Che já havia sido
ferido nas pernas entre os dias
6 e 8 de outubro (sexta e domingo), em combate naquela
região - e no sábado, 7, às 13
horas, o Comando Militar do
Vallegrande recebeu a informação de que Che havia caído.
Dois guerrilheiros que estavam
em sua companhia foram executados. Aniceto levou um tiro
no olho direito e Willy, que escondeu Che já ferido atrás
de uma rocha, foi fuzilado.
Sangrando, aprisionado
sobre sob as ordens do tenente Gary Prado Salmón,
Che foi levado, envolto
num cobertor, para a escola rural, onde ficou até a
segunda-feira, 9, quando
foi morto por um ranger de
nome Mário Teran, que tomou vinho antes de executar a missão. Em
Vallegrande, onde chegou
às 17 horas, foi autopsiado, fotografado e recebeu
formol. Os médicos disseram que o formol introduzido pela boca e pescoço
saía pelos ferimentos.
O jornalista Daniel Antônio Rodrigues, que cobria o episódio da morte de
Che para o Diário de La
Paz, disse ao Estado, em
abril de 68, que o corpo ficou no necrotério improvisado até o dia seguinte. Na
terça, 10, o governo convidou todos os jornalistas
para documentar o episódio. Um avião levando os
profissionais de imprensa chegou de manhã a Vallegrande e
retornou às 13 horas para La
Paz. Na noite de terça para
quarta-feira (10 para 11 de ou-
La Higuera, Bolívia, onde “Che” foi morto: busto de guerrilheiro
marca local que é atração turística
tubro de 1967), o corpo desapareceu do necrotério improvisado de Vallegrande.
No aeroporto de La Paz, no
dia 11, Che teve suas mãos
seccionadas cirurgicamente e a
explicação foi a demora dos peritos da Argentina, que viriam
fazer o reconhecimento pela
datiloscopia. No final da noite,
num C-130 da Força Aérea
Americana, o corpo, sem as
mãos foi transportado para os Estados Unidos. O plano de vôo era
parar no Panamá, onde o cadáver receberia o serviço complementar de embalsamamento.
A
cobertura
do
desmantelamento da guerrilha
na selva boliviana foi feita para
o Estado pelo jornalista José
Stacchini. Em outubro de 86,
ele rememorou os fatos em entrevista. "Era o dia 9 de outubro de 67 e eu estava em
Vallegrande. Che estava perto
mas o Exército boliviano não
me deixou ir até lá. O que vi às
12 horas em ponto, quando o
general Ovando Candia desceu
de um avião e disse: "Che acaba de morrer". Stacchini lembra que ficou esperando a chegada do cadáver, o que só aconteceu por volta das 17 horas.
"Chega um helicóptero. O cadáver vem amarrado do lado de
fora do aparelho com uma corda novinha, preso no estribo. O
movimento do motor do aparelho fazia voltear os cabelos
do morto, mas ele estava com
a boina. O helicóptero pousou
num campinho e correram para
ele, imediatamente, quatro peritos do Exército boliviano. Um
militar tira o cadáver das cordas e vira-se para mim e diz,
em tom ameaçador. "Eu só não
atirei em você por pena. Só os
peritos podem ver o corpo."
Segundo o depoimento de
Stacchini, "o cadáver de Che
foi levado para um tanque de
lavar roupa, no Hospital Senhor
de Malta. O corpo foi posto
completamente nu sobre a tá-
bua. O médico chegou com o
bisturi e aproveitou o corte da
baioneta. Presenciei uma cena
dantesca: quando ele mexeu
com o bisturi, o cadáver se sentou sozinho. Ele tinha os olhos
semi-abertos. Fiquei estupefato.
Após testemunhar a autópsia em Vallegrande, Stacchini
voltou ao Brasil. Seis meses
depois o Estado destacou-me
para fazer o rescaldo da cobertura da guerrilha rural e cobrir
o desmantelamento da guerrilha urbana em La Paz.
Oficialmente, as guerrilhas
na Bolívia chegaram ao conhecimento público e às manchetes de jornais no dia 27 de março de 1967. O movimento terminou em abril de 68. No dia
19 desse mês, o ministro do Interior, Antônio Arguedes, reuniu os jornalistas locais e internacionais que se encontravam
em La Paz para revelar os últimos fatos sobre o total
desmantelamento da rede de
apoio às guerrilhas que operava no país havia 13 meses. Ele
apresentou à imprensa o
articulador da organização de
apoio urbano aos guerrilheiros,
o jornalista peruano Julio
Dagmino Pacheco, de 39 anos,
preso pelo governo boliviano.
Ele dirigia o sistema logístico
da ação bélica extremista na capital e em outras cidades bolivianas. Pacheco, respondendo
ao repórter do Estado, confirmou que chefiava a rede de
contatos urbanos desde 1963 e
que a organização era clandes-
tina e atuava sem planos préestabelecidos. Atribuiu o fracasso das guerrilhas "às denúncias de camponeses". Sobre
uma mesa, ao seu lado, estavam
U$ 20mil, armamento, munição e documentos. Ele informou ao Estado que
aquele dinheiro lhe foi entregue por Juan Pablo
Chang Navarro, que o havia trazido de Havana (esse
guerrilheiro pequeno foi
morto em combate na Bolívia). Pacheco admitiu
que recebeu treinamento
especial em Cuba para
executar aquela missão na
Bolívia, cooperando com
os guerrilheiros que agiam
no sudeste do país. "Esta
missão me foi confiada por
Ernesto Guevara durante
minha visita ao acampamento de Nancahuazu",
explicou Pacheco.
No momento em que o
repórter do Estado entrevistava Pacheco, foi bruscamente interrompido pelo
ministro Arguedas que, arrastando-o pelo braço, encostou-o na parede da sala
e, aos gritos, exigiu todos
os documentos de identificação (passaporte e funcionais). Dias antes, o jornalista havia visto as mãos
de Guevara dentro de um vidro com líquido transparente,
sobre um móvel, num das salas do Ministério do Interior.
Em julho de 68, na cidade de
Póvoa de Varzin, Portugal, o
mesmo jornalista leu num jornal de Lisboa que Arguedes havia caído em desgraça no governo boliviano e fugira para
Cuba, levando as mãos de
Ernesto Che Guevara e entregando-se à viúva do guerrilheiro. O jornalista pergunta até
hoje: quem era Arguedes, o
todo poderoso no combate à
guerrilhas? E encontra uma resposta: ele era o principal
agende de Fidel Castro na Bolívia.
Enquanto isso, no aeroporto El Alto, em La Paz, na noite
firo de 11 de outubro de 1967,
um intenso movimento militar
quebrava a rotina do local. Um
caminhão tanque abastece um
avião C-130 da Força Aérea
Americana estacionado na parte principal da área militar. A
tripulação se prepara para uma
viagem longa. Ao mesmo tempo, acaba de aterissar um velho C-47 da Força Aérea Boliviana, chegando da chamada
"zona de operaciones militares". Jeeps e veículos blindados cercam o aparelho. De seu
interior "rangers" desembarcaram rápidos a maca com um
corpo envolto em saco plástico, daqueles usados no Vietinã.
O corpo é de Ernsto Che
Guevara.
O avião acabara de chegar
do Vallegrande e no aeroporto
de El Alto havia a determinação do ministro Arguedes do
Interior, de que as mãos de Che
fossem preservadas.
Outro problema ainda não
solucionado era o destino do
corpo. Os militares bolivianos
e o próprio presidente René
Barrientos eram de opinião de
que o cadáver deveria receber
sepultamento reservado, porém, em território boliviano. Os
americanos divergiam e reclamavam o corpo. Várias consultas os Estado-Maior das Forças
Armadas e ao presidente da
República foram feitas.
Final das negociações o governo de Barrientos concorda
com a "doação" do corpo. O
cadáver é embarcado no C-130.
Turbinas acionadas, o gigantesco avião desaparece na noite.
Guerrilha jamais
ameaçou Bolívia
O jornalista José Stacchini
jamais acreditou que as guerrilhas em qualquer momento
constituíram ameaça ao governo boliviano, pois não tinham o menor apoio dos
camponeses que, inclusive,
denunciavam ás autoridades
a movimentação dos estranhos. Os camponeses riam de
Che e de seus seguidores e
os mandavam ir fazer guerrilha na Argentina.
O interesse dos americanos em combater as guerrilhas era político, visando
desmitificar o regime cubano. Ainda segundo Stacchini,
o grupo brasileiro MR-8 deveria se chamar MR-9, porque o objetivo da sigla foi o
de marcar a data da morte do
guerrilheiro cubano. "Esse
foi mais um engano. Aqueles revolucionários só sabiam
se enganar a si mesmos", comentou Stacchini. (S.J)
Napalm brasileiro
destruiu as bases
rebeldes na selva
José Stacchini, ao cobrir o
desmantelamento da guerrilha, confirmou a utilização de
armamento fabricado no Brasil nas operações contra Che.
Ele viu, perto da cidade de
Vallegrande, as caixas de
bombas de napalm com a inscrição da Força Aérea Brasileira em letras prateadas.
A base guerrilheira na selva foi destruída com bombas
de napalm fabricadas em
Lorena, na então Indústrias
Químicas Mantiqueira (hoje,
pertencente ao grupo inglês
ICI, que a comprou após a
guerra das Malvinas). Os aviões T-6 usados nas operações
anti-guerrilha foram cedidos
pelo Brasil sem o conhecimento do Congresso Nacional, numa operação direta de
governo para governo. (S.J)
8
Diário de Taubaté
Geral
Bola de Meia
Bola de Meia
Adilson Barbosa
Adilson
Barbosa
STIPP JÚNIOR - O JORNALISTA
Como o Osny Guarnieri Filho, fiquei sabendo do falecimento
do amigo e companheiro através do seu próprio jornal, coisas
que às vezes não entendemos o porque, já que escrevemos para
o jornal a longo tempo, estando temporariamente afastado por
viagens.
Surpreendido e entristecido com a infausta notícia, restounos lamentá-la profundamente, externando a D.Iara sua esposa
e toda família nesta coluna, o nosso pesar, rogando ao criador
que o receba e que derrame o balsamo que irá aliviar as dores
de tão prezada perda. Se Deus assim permitir, estaremos presentes na missa de sétimo dia que será realizada, hoje dia 16, às
19h, na Igreja do Rosário.
Conheci um pouco do Stipp, acompanhando seus trabalhos
como repórter de escol e também como fundador e diretor deste Jornal. Trabalho sério, profissional, ético, eficiente, categórico, de nível internacional, e de uma personalidade marcante.
Suas experiências já relatadas por diversos companheiros no
campo do rádio e jornal foram relevantes, especialmente no
setor regional, onde brilhou efusivamente em defesa dos direitos inalienáveis dos cidadãos. Sua passagem pelo Jornal O Estado de S.Paulo foi marcada por entrevistas com personagens
famosas em vários paises e reportagens especiais como a catástrofe de Caraguatatuba. Criou seu estilo inerente, transmitindo ensinamentos a todos, especialmente aos iniciantes da
função da imprensa com informações baseada na verdade, justiça e liberdade. Stipp foi uma referência e merece nossa reverência.
Jornalista respeitado e admirado pelos seus conhecimentos
e linha de conduta inabalável. Fundou este jornal que manteve
inatacável mesmo com a intempérie dos tempos no âmbito
político, econômico, e financeiro.
Stipp é filho de Marília-SP, mas tenho certeza absoluta que
fez de Taubaté sua segunda cidade, onde com seus 66 anos de
existência bem vividos ao lado de toda sua família, merecendo
por parte de nossa sociedade todas as honras e homenagens.
Tivemos a honra e satisfação de por duas vezes ser convidado pelo Stipp para escrever para este conceituado jornal com a
coluna Bola de Meia, sobre esportes em geral e em especial
futebol. Quis o destino que após uma longa enfermidade, na
sua passagem e encontro com o senhor, não estivéssemos presentes como outros companheiros. Portanto, rogamos pela piedade e misericórdia infinita do Pai em sua casa, recompensando-o pelo emprego do seu talento que lhe foi inserido e cobrado pelo próprio criador.
Como escreveu o jornalista Wagner Matheus de S.José dos
Campos “Que o Diário de Taubaté tenha vida longa. Enquanto ele viver Stipp também estará vivo para a imprensa do seu
“Vale Industrial do Paraíba”.
SOFÁ SUJO!
Lavagem e impermeabilização de sofá,
banco de carros, cadeiras, carpetes,
conjunto 2 e 3 lugares R$ 70,00
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Taubaté, Vale Industrial do Paraíba, 16 de janeiro de 2007
Copa São Paulo de Juniores
Taubate vence o Palmeiras, seguindo na disputa da Copa
Fotos e Texto de
Horton Cunha
Suportando pressão do
alvi-verde, que veio em busca de sua classificação, o
Burrinho foi valente e conseguiu bonita vitória diante do
seu adversário pela contagem
de 2 a 0, classificando-se para
outra fase pelo índice técnico. O que faltou para o Taubaté na partida anterior, desta
vez, a sorte esteve do lado taubateano, a começar pela cabeçada do jogador Daniel na trave e no retorno o mesmo jogador chutou ás nuvens uma
bola na pequena área livre de
marcação. Se não bastasse,
aconteceu uma penalidade
máxima duvidosa contra o
Burrinho e o jogador
Ramazzotti, centro avante,
desperdiçou chutando na trave direita do goleiro Cássio.
Marcando em cima os jogadores do alvi-verde, os atletas taubateanos demonstraram
uma enorme vontade e teve a
oportunidade ouro na cobrança de escanteio pela direita
por Guilherme, Gabriel sem
marcação subiu e de cabeça
colocou a bola no fundo das
redes do goleiro Alemão,
abrindo a contagem para o
alvi-azul, aos vinte minutos.
No retorno para a segunda
etapa, o Palmeiras voltou
mais agressivo e o Taubaté se
defendendo jogando á base de
contra-ataques aproveitando a
velocidade de seus atacantes.
O alvi-verde não se acertava
desperdiçava boas oportunidades e o tempo passando e
cada vez mais os jogadores se
enervando em campo. Num
desses contra-ataques, João
Cleber, que havia entrado em
lugar de Emerson, pegou uma
bola na meia lua, chutou a
defesa rebate sobrou para ele
que na saída do goleiro Alemão chutou rasteiro no meio
do gol, fazendo Taubaté 2 a 0
e o marcador final. No
finalzinho, André não ouvindo o apito do árbitro entrou
sozinho driblou o goleiro assinalando mais um gol, que
foi invalidado. Em conseqüência, recebeu cartão amarelo e em seguida o vermelho;
Encerrada a partida os jogadores se abraçaram e correram para a torcida em agradecimento.
O Taubaté se classificou pelo
índice técnico e deverá jogar na
próxima fase contra o Atlético
Paranaense e o Porto diante do
Guarani de Campinas.
Ficha Tecnica
Taubaté: Cássio,Rafael,
Patrik, Daniel e Diego (Zé Roberto); Cafu, Guilherme
Time do Taubaté
Time do Palmeiras
Jogadores do Burrinho comemoram a vitória junto á torcida
(Rone), Rodolfo e Emerson
(João Cleber); Gabriel eAndré.
Tec. Enio Rios, preparador físico prof. Fred Testa, médico
dr. Rafael e massagista
Coutinho.
Palmeiras: Alemão, Magalhães, Mauricio, Alex, Vinicius;
Murilo, Jéferson, William e
Thiago (Diogo e depois Ugo
Casagrande) Ramazzotti
(Richard|) e Daniel. Tec. José
Carlos Grandine, diretor Ademir Prevelato, massagista Wilson Pacheco e médico
Fernando Gomes.
A partida foi dirigida pelo sr.
Leandro Camargo Costa, assistido por Leandro Matos
Feitosa, Cássio Maia Almeida
esporte
LOCAL
com
Rogério Abifadel Haik
Para anunciar você liga para (12)
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www.diariotaubate.com.br
Após a derrota pelo placar de 3 a 0, para o Porto de
Caruaru de Pernambuco, ao
time Juniores do Taubaté só
interessava a vitória, para
prosseguir sua classificação
para próxima fase da "Copa
São Paulo de Juniores".
O Burrinho também estava dependendo do índice técnico, para poder ficar entre
os dez segundos colocados
de cada grupo.
Trazendo na lembrança
que no ano de 2003, o alviazul foi eliminado pelo time
do Parque Antártica em uma
disputa de pênaltis, na época o treinador era o ex-goleiro Marcelo Martelotti.
Foi boa a presença de público, contando com a torcida do Palmeiras, vinda de São
de São José dos Campos.
Muitos torcedores que
compareceram ao Estádio
Joaquim de Moraes Filho,
não estavam confiantes no
time de nossa cidade.
Conforme o dito popular,
"os nossos garotos jogaram
contra tudo e contra todos".
O treinador Ciro Rios montou a equipe da seguinte
taubateana desta forma: Cássio, Rafael, Patrick, Diego,
Cafu, Gabriel, Guilherme,
André, Rodolfo e Emerson.
A escalação do Palmeiras
foi composta pelo treinador
Luiz Carlos Grandini assim:
Alemão, Magalhães, Maurício, Alex, Vinícius, Murilo,
Tiago, Jéferson, Willian,
Daniel Robinho e Ramasoti.
Aos 12 minutos de partida,
Ramasoti cruzou do setor direito e Daniel Robinho, mesmo com sua estatura baixa,
cabeceou a bola acertando a
trave esquerda do goleiro Cássio, quase abrindo o placar.
Com 20 minutos em uma
cobrança de escanteio do lado
direito, feita por Rodolfo, o
jogador Gabriel, recebeu na
medida e cabeceou no canto
esquerdo do goleiro Alemão,
a meia altura, abrindo o placar.
e Sergio Ricardo de Oliveira, o
quarto árbitro.
Na partida de fundo, o CA
Porto venceu o Campinense por
3 a l, sagrando-se primeiro colocado no Grupo U e irá enfrentar o Guarani de Campinas, em
local a ser definido ainda hoje.
Provavelmente poderá jogar no
Joaquinzão, enquanto que o
Taubaté, se classificou pelo índice técnico, pegará o C.A.
Paranaense também a ser decidido o campo de jogo.
Gabriel prepara-se para cabecear e fazer o primeiro gol do Taubaté
BURRINHO VENCE
O PALMEIRAS E
SE CLASSIFICA
Explode o grito de gol no
estádio, uma enorme vibração
da torcida do Taubaté.
O miolo de zaga do time
Vale do Paraíba falhou, Alex
cabeceou e o goleiro Cássio
defendeu, no rebote o verdão
fez um cruzamento, que por
sorte não foi aproveitado.
Mas aos 36 minutos aconteceu a reprise de 2003, o árbitro Leandro Camargo Costa assinalou um pênalti duvidoso a favor do time do Parque Antártica.
Ramasoti desperdiçou a
chance do empate, chutou
mal, acertando o pé da trave
direita, para o alívio dos
taubateanos.
Receberam cartões amarelos na primeira etapa, os jogadores Cássio e Patrick do
Taubaté.
No segundo tempo a partida continuou disputada.
Aos 15 minutos em um escanteio da esquerda para a
direita, novamente Cássio rebateu e Daniel Robinho chu-
tou por cima do gol.
No Taubaté saíram Emerson, Tiago e Guilherme,
substituídos por João Cleber,
Zé Roberto e Ronie respectivamente.
Aos 33 minutos aconteceu
o primeiro escanteio a favor
do alvi-azul.
Não demorou muito, aos
34 minutos, João Cleber chutou na zaga, no rebote ele
mesmo fez o segundo gol da
partida.
Hugo Casagrande, que entrou no segundo tempo, acertou uma bolada na trave assustando mais uma vez o
time taubateano.
O jogo terminou Taubaté
2 a 0 Palmeiras. A segunda
partida, o Porto de Caruaru
de Pernambuco, venceu o
Campinense da Paraíba, pelo
placar de 3 a 2.
Depois de muito esforço,
o Burrinho conseguiu sua
classificação, sendo o 10º a
se classificar entre os segundos melhores de cada chave.
2
Diário de Taubaté
Geral
Taubaté, Vale Industrial do Paraíba, 17 de janeiro de 2007
Memória - Stipp Júnior (1940 - 2007)
Prezada Senhora Iara de Carvalho
Foi com grande pesar que eu soube do falecimento do seu esposo jornalista Stipp Júnior ocorrido no último dia 10.
Recordo os espaços franqueados no DT pelo Stipp Júnior ao
meu pai jornalista Jonas Filippini. Lembro-me do Stipp
recepcionando na sede do DT o jornalista Lourenço Diaféria que
se encontrava em campanha pela presidência do Sindicato dos Jornalistas. Estive nesta recepção acompanhando o meu pai.
Lendo noticiário sobre a vida jornalística do Stipp Júnior consigo visualizar o seu grande valor para a imprensa regional, valor
reconhecido de longa data pelos seus colegas de profissão. Ele
esteve na vanguarda dos meios de comunicação de nossa cidade e
região - o primeiro jornal da região a ter um aparelho de telex
recebendo notícias, via Embratel, nas 24 horas do dia e o primeiro
jornal da cidade na internet.
Desejo à senhora Iara de Carvalho grande sucesso na administração do jornal Diário de Taubaté e reafirmo o meu pesar pelo
falecimento do senhor seu esposo.
Saúde e paz à senhora, aos filhos e aos netos do saudoso jornalista Stipp Júnior.
Respeitosamente,
Vereador Ângelo Filippini
______________________________________________________________
Gláucia
Lamento muito pela perda do grande amigo. Meus pêsames aos
seus familiares.
Fernando Calmon
______________________________________________________________
Prezada amiga Iara
Lamentamos a morte do jornalista e amigo Stipp Júnior. Receba
nosso abraço e sentidos pêsames.
Helcio Costa e Sheila Faria
______________________________________________________________
Stipp Júnior
Hoje, às 19h, na Capela do Rosário, em Taubaté, estará sendo
pranteado por familiares e amigos, numa cerimônia religiosa que
marca o sétimo dia de seu falecimento, um veterano jornalista do
Vale do Paraíba, que todos certamente devem imaginar que deva
ser reverenciado principalmente pelos taubateanos, uma vez que
durante boa parte de sua vida esteve radicado naquela cidade.
Todavia, além de ter trabalhado como meu colega radialista, na
Rádio Aparecida e nas rádios de Guaratinguetá, no início dos anos
60, a partir dos idos daquela década, o jornalista Stipp Júnior, recentemente falecido, teve um papel preponderante em um dos mais
importantes projetos e programas que fazem de São José, 40 e
poucos anos depois, a hoje inconteste "Capital Aeroespacial do
Brasil".
Trabalhando como correspondente do "O Estado de S.Paulo"
no Vale do Paraíba, Stipp foi um dos primeiros a ser conquistado
pelos ideais que nortearam o trabalho dos pioneiros Paulo Victor
da Silva e Ozires Silva e outros idealistas da época, que, no CTA
(Comando Geral de Tecnologia Aeroespacial) sonhavam com o
Brasil projetando e fabricando aeronaves capazes de competir com
as produzidas nos países desenvolvidos.
Como outros sonhadores, ele também acreditou no "vôo do besouro" e, num sem número de matérias e reportagens, divulgou nas
páginas do tradicional jornal paulistano, àquela época, a trajetória
do então desacreditado avião Bandeirante e, depois, a trajetória
frágil de nenê da recém-nascida Embraer.
Stipp acreditou, nas páginas de um importante jornal brasileiro,
no sonho dos pioneiros que criaram e consolidaram o que é hoje o
terceiro maior empreendimento do planeta no que diz respeito ao
projeto, desenvolvimento, fabricação e comercialização de aviões.
Nesse aspecto, o meu colega e amigo Stipp Júnior também pode
ser considerado um dos pioneiros, veteranos e criadores da Embraer,
o que, certamente, nem de longe suspeitarão os 3.000 novos funcionários que estarão atravessando seus portões de entrada este ano
para compartilhar de um dos mais belos sonhos realizados pelos
brasileiros, para nossa alegria e permanente entusiasmo, aqui na
cidade de São José.
Que fique aqui registrada essa marca de pioneirismo, coragem e
idealismo de um profissional da mídia que, apesar do descrédito de
muitos, soube ser idealista e sonhar com um Brasil que passaria a
voar com suas próprias asas e daria muitas delas, em pouco tempo,
ao mundo inteiro, nos cinco continentes.
Stipp Júnior na redação do Diário de Taubaté em 96
Neste momento da perda do ente tão querido, manifestamos
nossos sentimentos dê pêsames.
Que Deus nosso Pai receba com suas bênçãos o estimado jornalista Stipp Júnior, e de força a toda a família.
Eng. Roberto Pereira Peixoto
Prefeito Municipal de Taubaté
______________________________________________________________
Amigos do Jornal Diário de Taubaté
Foi com muita tristeza que li, nesta data, a notícia do falecimento
do Sr. Stipp, pessoa de minha estima, profissional do mais alto gabarito. Desejo a todos os amigos do jornal, em especial à Iara, meus
sentimentos sinceros de pesar e que Deus possa derramar sobre
todos seu amor consolador.
Vânia - Reitoria da Unitau
______________________________________________________________
Editado pela Empresa Jornalística Diário de Taubaté Ltda.
Diretor Fundador:
Stipp Júnior
Diretora Responsável:
Iára de Carvalho
(MTB-10.655)
Diretor Administrativo:
Milton Chagas
Editora:
Glaucia Moraes
CONSELHO EDITORIAL
Lygia Fumagalli Ambrogi
José Eurico de Morais
NOTICIÁRIO ESPECIAL
Portal Taubaté: www.taubate.com.br
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ASSINATURA
Semestral - R$ 140,00
Anual
- R$ 280,00
Jornal Independente filiado à:
ADJORI/SP e ABRAJORI
Com o apreço e a solidariedade do Nasser
______________________________________________________________
Ao Diário de Taubaté
Querida Iara.
Acabo de ler no Estadão, o falecimento do Stipp. Quero te dar
um grande abraço de sentimento pelo fato e dizer que tenho Fé em
você, que deve continuar a luta jornalística que ele começou. Avante!
Sei que você é forte e vai vencer esse terrível golpe do destino. Jesus
que a proteja e a toda sua família. Meu carinhoso abraço, Quando
voltar à Taubaté irei visitá-la.
Beijos, Lygia Fumagali Ambrogi. (Bauru)
______________________________________________________________
DT no Tempo
As imagens do Satélite Goes 8, mostram
muitas nuvens no centro-norte do país e
no Sudeste, devido a presença da Zona de
Convergência doAtlântico Sul.(ZCAS) No
Nordeste o forte calor e a alta umidade favorecem a formação de nuvens.
Vale do Paraíba,
Serra da Mantiqueira
e Litoral Norte
Hoje o sol pode aparecer em alguns instantes do dia, mas o predomínio deverá ser
de céu nublado e de pancadas de chuvas
em toda a região. Na quinta-feira (18/01) e
na sexta-feira (19/01), o tempo continuará
nublado com previsão de pancadas de chuva em toda a região.
Com o presente, manifesto minha condolência pelo passamento,
no último dia 10, do Diretor desse vibrante órgão de imprensa interiorana,
Paulo José Stipp Júnior.
Conheci-o pessoalmente como jornalista vocacionado e totalmente
dedicado à informação transparente da verdade factual pertinente à
sociedade. Excelente genitor amoroso do Paulinho e da Eliana que,
honrosamente, também os conheço.
Meus pêsames.
Alberto Zvirblis
Desembargador da Quinta Câmara de Direito Público
Tribunal do Estado de São Paulo
______________________________________________________________
Família do
Jornalista Stipp Júnior
Redação do Jornal
Diário de Taubaté
Meu sentimento de pesar pelo falecimento do grande jornalista
Stipp Júnior.
Profissional muito respeitado e talentoso em sua área de trabalho,
empreendedor, sempre muito cioso e dedicado a tudo aquilo
Até um dia, grande Stipp!
que
fazia,
sua falta deixa em todos nós um sentimento de perda e de
Mário Leme Galvão
Diretor de Comunicação Social da Prefeitura de São José dos vazio. Tive o enorme prazer de desfrutar de sua amizade e de testemunhar sua importância como ser humano e homem dedicado à
Campos
______________________________________________________________ causa pública.
Não há o que dizer, nessa hora, que amenize a dor provocada
pela
sua ausência.
Iara, pêsames falecimento querido Stipp.
A não ser que aquele que se foi está agora em paz, junto a Deus,
recebendo a recompensa por tudo aquilo de bom que fez enquanto
Paulo Werneck e família
______________________________________________________________ esteve entre nós.
Com grande pesar,
A Câmara Municipal de Taubaté manifesta a sua mais profunda
Paulo Maluf
tristeza pelo passamento do jornalista Stipp Júnior diretor deste
______________________________________________________________
conceituado jornal. Compartilhamos da dor da família enlutada e
unimo-nos em prece por sua alma, ao hipotecarmos o nosso meIara
lhor sentimento de solidariedade.
Votos de profundo pesar pelo falecimento do Sr. Stipp Júnior.
Vereador Carlos Peixoto
Vereadora Maria Tereza Paolicchi
Presidente
________________________________________________________________________________ ______________________________________________________________
Diário de TTaubaté
aubaté
Anaísa,
Gostaria que esta mensagem fosse recebida por você como uma
das muitas e autênticas manifestações de solidariedade e apreço por
sua inestimável perda.
Tinha pelo seu pai distante admiração. Não apenas pelo jornalista
valente em seu projeto, dividindo-se entre S Paulo e Taubaté alimentando o sonho de implantar um jornal no Vale do Paraíba. Mas e em
especial, pela coragem no enfrentar das dificuldades pessoais, como a
perda do seu irmão, a administração de seus problemas de saúde, sem
deles fazer assunto ou bandeira de caridade.
É uma grande perda para o amplo rol de seus amigos e admiradores. E muito mais para você e seu círculo de parentes e amigos, a quem
apresento meus sinceros sentimentos.
Amanhã, às 19h, mesmo de longe estarei numa igreja juntando
minhas orações às de vocês, para que o nosso Stipp esteja feliz, bem
recebido, em companhia superior que tanto merece.
Iara
Manifestamos nossas condolências a toda família. Que Deus esteja
presente nesse momento difícil da perda do estimado amigo jornalista
Stipp Júnior.
Assessoria de Comunicação Social da Prefeitura Municipal de Taubaté
______________________________________________________________
Querida Iara
Quero manifestar minha profunda tristeza pelo ocorrido e deixar
minha solidariedade para você e suas filhas. Peço a Deus que lhe de
força e saúde para enfrentar este momento tão difícil.
Um forte abraço do seu amigo:
DonizetiAlburquerque
Chefe de Gabinete - Prefeitura de Jacareí
______________________________________________________________
Meus sentimentos
Eloísa Sávio
______________________________________________________________
Nossos sinceros sentimentos pelo falecimento do nosso querido
paciente.
Doutor Luciano e Funcionários
A Coluna “O Mundo dos Quadrinhos”
sairá amanhã nesta página
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Temperaturas:
Vale: 17 min. 27 max.
Litoral: 19 min. 29 max.
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Sol Poente:19:53h
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3621-4679
Geral
Taubaté, Vale Industrial do Paraíba, 18 de janeiro de 2007
HOMENAGEM
Diário de Taubaté
7
CARNAVAL
Saad protocola
Governo do Estado inicia mês
Moção de Pesar do reforço à doação de sangue
a Stipp Júnior
O
A
Secretaria de Estado da Saúde teme que haja falta de bolsas durante o feriado
SÃO PAULO
vereador Chico Saad
(PMDB) protocolou
uma Moção de Pesar
pelo falecimento do jornalista Stipp Júnior, ocorrido no
dia 10 de janeiro de 2007.
Stipp Júnior nasceu em
Marília, trabalhou em importantes veículos de comunicação e, em 1975 fundou o jornal Diário de Taubaté (DT),
que foi o primeiro jornal da
região a ter um aparelho de
telex recebendo notícias via
Embratel 24 horas por dia,
melhor qualidade gráfica da
região e no Vale do Paraíba
foi um dos primeiros a difundir noticias via on line.
Amigos à longa data, Saad
tinha grande admiração por
Stipp e o julgava como um homem de grandes qualidades.
"Ele (Stipp) foi um grande
amigo, um profissional da imprensa impecável e ainda tive
o prazer de receber dele, a incumbência de ajuda-lo a trazer a Taubaté, uma máquina
gráfica, que não existia na Região", comentou Saad, lembrando que Stipp Júnior deixa
um exemplo a ser seguido por
todos, pois tanto no pessoal
como no profissional, teve a
honestidade e a credibilidade
a nortear seus atos.
A Moção de Pesar deverá
ser aprovada na primeira Sessão Ordinária da Câmara de
Taubaté dia seis de fevereiro
próximo.
Secretaria de Estado da
Saúde resolveu convocar os paulistas para doação de sangue antes do Carnaval. Até a véspera do feriado (17 a 20 de fevereiro) haverá o chamado “mês do reforço”
aos bancos de sangue paulistas.
O receio do governo do Estado
é que durante o Carnaval os estoques cheguem a zero, impossibilitando até mesmo a realização de cirurgias.
Tradicionalmente a Secretaria percebe redução de 30% do
estoque de bancos de sangue
em feriados. Aliado às férias,
o Carnaval, quando geralmen-
te há necessidade de sangue
para atendimento de urgência
(especialmente para vítimas de
acidentes), pode bater a marca de 40% de diminuição.
“Nestas férias os estoques
caíram mais que o ‘normal’. É
importante que as pessoas
compareçam aos bancos. É um
gesto simples, que realmente
pode salvar vidas”, afirma o
secretário de Estado da Saúde,
Luiz Roberto Barradas Barata.
Em Santos, por exemplo,
no Hospital Estadual Guilherme Álvaro, os estoques de sangue tiveram queda considerável nesse período de festas. A
média de doadores diários caiu
de 30 para 15, pela metade. O
ideal para a unidade era receber, diariamente, pelo menos
60 voluntários para a doação
de sangue.
No interior do Estado o
Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto também registrou
queda. O número de doadores
diários despencou de 150 para
50. O ideal para que a média
se mantenha boa é de 80 a 100
doadores por dia.
Unidades como o Hospital
do Servidor Público Estadual
(em São Paulo), o Complexo
Hospitalar de Sorocaba, o
Hospital Estadual Mário Covas (em Santo André) e o Hospital Ipiranga (em São Paulo)
também tiveram seus estoques
reduzidos. Para se ter uma
idéia, no Complexo Hospitalar de Sorocaba o número diário de doadores costuma variar entre 90 e 100 pessoas. Desde as festas de fim de ano esse
número caiu para 50 doadores
por dia.
Qualquer pessoa saudável,
com idade entre 18 e 65 anos
e peso acima de 50 quilos pode
doar sangue. O candidato deve
estar bem alimentado e munido de documento original com
foto. Não pode doar sangue
quem teve hepatite após os 10
anos de idade, seja portador de
hepatite B, hepatite C, Aids e
usuários de drogas injetáveis.
A Prefeitura informa
Memória - Stipp Júnior Expoente tira dúvida com relação a figura do Saci
(1940 - 2007)
O
ntem, em coletiva, o
gerente de negócios da
Expoente - Augusto
César Conforto, acompanhado do Secretário Municipal
José Benedito Prado, esclareceram dúvidas sobre a figura do Saci Pererê, do Livro de História da 3º série do
Ensino Fundamental.
O conflito gerou em torno das diversas citações sobre a figura do Saci, fonte da
editora Brasil. O problema
seria que nem sempre este
assunto poderia gerar debates em sala de aulas.
Segundo Augusto, o método apresentado pela editora
seria o construtivista e a leitura deste texto seria um material didático de apoio. "Nos-
Stipp Júnior e o Superitendente do jornal
ValeParaibano Mário Virgilio nos anos 80
Prefeitura Municipal de Taubaté
Departamento de Ação Social
Taubaté, 16 de Janeiro de 2007
Prezada Senhora,
O Departamento de Ação Social através de sua Diretora, Luciana Flores Peixoto, transmite à jornalista Iara de
Carvalho, votos de condolências pelo falecimento de seu
esposo e companheiro, o jornalista Stipp Júnior, ocorrido
no dia 10 de janeiro de 2007.
Sua morte deixa um vazio, ocasionando uma perda
insubstituível nos anais jornalísticos, sérios e responsáveis
de nossa cidade e região.
Aceite nossos sinceros sentimentos.
Atenciosamente,
Luciana Flores Peixoto
Diretora do Departamento de Ação Social
so objetivo é fazer com que a
criança procure mais e
pesquise. Partimos de uma referência biográfica. Apresentamos as lendas como elas ocor-
rem. Nas correntes lendárias
você tem diferentes enfoques.
Nós temos que buscar as referências de cada lenda", disse.
Ele também citou que todo
o material didático pode passar
por
constante
reformulação. E o trabalho
aplicado na rede municipal
busca atender melhor os professores. "Temos uma boa
receptividade deles", disse.
Para o ano letivo que irá
começar no dia 5 de fevereiro, algumas atualizações já
foram realizadas. O material é revisto bimestralmente.
"Nós não temos conceitos
finais. Sempre vamos buscar
a dinâmica dos alunos", disse Augusto.
Ele também falou que o
tema básico e estrutural de
cada série é mantido, mas as
diferentes regionais são
sempre citadas para criar
debates em sala de aula.
Prefeitura promove Colônia de Férias no Parque Monteiro Lobato
O
Projeto Integrarte Teatro desenvolvido pelo
Departamento de Ação
Social(DAS) da Prefeitura de
Taubaté, sob a supervisão da
professora Lu Peixoto, está realizando no decorrer deste mês
de janeiro, no Parque Municipal Monteiro Lobato, mais um
grande evento voltado para as
crianças denominado Colônia
de Férias - Férias com Saúde.
Segundo a professora Célia
Policarpo, coordenadora das atividades do Parque Monteiro
Lobato, as atividades desenvolvidas são: peça teatral com os
personagens do escritor
Monteiro Lobato- cara e coroa,
maquilagem, oficina de
brinquedo(com
matérias
recicláveis), oficina de dança de
rua e Hip Hop, oficina de música, hora de conto, caçada a Cuca
e muita diversão. "Ainda dentro
das atrações temos personagens
vestidos de enfermeiros que por
meio de brincadeiras vão
conscientizar os pais e responsáveis sobre os cuidados com as
crianças e para os adolescentes e
jovens orientações sobre a prevenção de doenças", ressalta ainda a professora Célia Policarpo.
A coordenadora do Parque
Municipal Monteiro Lobato, des-
taca também, que o incentivo do
prefeito Roberto Peixoto em mais
este trabalho foi de fundamental
importância para a concretização
do projeto: Colônia de Férias - Férias com Saúde.
A Colônia de Férias fica na
Av. Charles Schinneider, s/n Vila Costa e funciona de terça a
domingo, das 9:00 às 12:00 /
13:30 às 17:00. Agende seu grupo pelo telefone: 3624-7955
(As notícias acima são de responsabilidade da Assessoria de Imprensa da Prefeitura Municipal de Taubaté)
CORALATEX TURBO
lata 18l =
R$ 135,00
2
Diário de Taubaté
Geral
Memória - Stipp Júnior
(1940 - 2007)
Stipp Júnior e Waldemar Duarte durante evento de uma
montadora de veículos nos anos 80
Taubaté, Vale Industrial do Paraíba, 19 de janeiro de 2007
COMÉRCIO
Indústrias automobilísticas
antecipam 13º salário em Taubaté
A
s f á b r i c a s d a Volkswagen e Ford de
Taubaté vão antecipar, no próximo mês, a primeira parcela do 13º salário. O pagamento deverá
injetar, de acordo com o
Sindicato dos Metalúrgicos de Taubaté, cerca de
R$ 5,8 milhões na economia da cidade e região.
Cerca de 6 mil trabalha-
dores das duas empresas
serão beneficiados. O dinheiro será pago na semana que antecede o carnaval.
A segunda parcela será liberada em dezembro.
A Volks, que possui 4
mil trabalhadores, vai liberar cerca de R$ 4 milhões para pagar o benefício aos seus funcionários,
enquanto que a Ford, hoje
com 1500 trabalhadores,
deverá injetar R$ 1,8 milhão no mercado com o
pagamento da primeira
parcela.
A antecipação do 13º salários deverá aquecer o com é r c i o d e Ta u b a t é . D e
acordo com a ACIT (Associação Comercial e Industrial de Taubaté) há uma
expectativa de um cresci-
mento de 5% nas vendas.
"Esse dinheiro chega em
boa hora, já que neste período do ano, entre janeiro e abril, o comércio passa por uma espécie de
entressafra em razão dos
gastos dos consumidores
com as compras de Natal
e as dívidas do início do
ano", explica Rogéria Ferreira, presidente da Acit.
Meu velho amigo Stipp Júnior
Joel Vilela
Fui tomado de surpresa pela grandes brigas políticas. O Stipp
notícia, ainda que tardia, pois nunca aceitou fazer sensacionavivo viajando, do falecimento do lismo barato em seu jornal.
meu velho amigo Stipp Júnior,
Lembro-me quando ele abriu
amigo de 30 anos, desde que a coluna do leitor, do qual eu era
cheguei a Taubaté. Para mim, colaborador assíduo, em favor
não perdi um amigo, perdi um do meu bairro, o Três Marias,
irmão, um ente querido. Nestes graças à qual conseguimos aca30 anos de amizade, tive a honra bar com o lixão do bairro.
de conhecer um homem de ca- Apoiou-me em matéria de priráter íntegro, uma inteligência meira página quando entreguei
ímpar, um democrata naciona- em mãos do então Ministro dos
lista, um idealista que amava Transportes, Elizeu Rezende,
aquilo que fazia, acreditava no carta aberta, que levou ao fim a
seu ideal.
cota do óleo diesel no Brasil.
Quem, como eu, o viu come- Lembro-me da sua coragem nos
çar o seu jornal, ali na redação anos da ditadura, pois mesmo
da Souza Alves, que via a sua sob censura, seus editoriais eram
luta para fazer o seu jornal sair contundentes. Tive a honra de
às ruas todos os dias, que acom- merecer vários espaços no seu
panhou as suas correrias atrás de jornal, para publicar meus poematerial para a oficina, mecâni- mas. Hoje, por motivo de trabacos para as suas antigas impres- lho, não tenho mais tempo de essoras, que o acompanhou em crever e muito pouco tempo para
noites mal dormidas, madruga- cultivar minhas velhas amizades.
da a fora, fazendo o trabalho de Para mim, e para minha família,
funcionários faltosos, que assis- o mundo ficou mais vazio, pois
tiu o desespero de sua pessoa no eu não perdi um amigo, perdi o
dia em que, apesar de todo o seu meu segundo pai, irmão e camaesforço, o jornal por motivos de rada. Descanse em paz, pois a
força maior, não foi impresso, sua obra, o grande jornal "Diásó nos resta um sentimento...de rio de Taubaté" deixou de ser um
admiração.
sonho e é fato consolidado, que
Admiração pelo esforço, co- tenho certeza, terá continuação
ragem, obstinação em não dei- pelas mãos de sua fiel parceira,
xar o seu sonho morrer. Lembro- sua esposa Iara de Carvalho e
me de sua euforia lá pelos anos seus filhos e colaboradores.
De seu eterno amigo,
de 1976, quando seu jornal instalou seu telex, o Stipp parecia _________________________________________________
Vilela
um menino extasiado pelo seu Joel
"o caminhoneiro do Faustão"
brinquedo. Lembro-me das
Lamento a morte do companheiro Stipp, soube da notícias pelo
site do DT, mas já era ...deixo a vocês todos do DT minhas condolências e solidariedades. Vamos em frente...afinal ainda vivemos!!!
José Alfredo Rodrigues, amigo, colega, jornalista e secretário
municipal de desenvolvimento e assistência social de Campos
do Jordão.
______________________________________________________________________________
Ao Diário de Taubaté
At. Sra. Iara
Somente hoje, 12, fui informado do falecimento do grande amigo e companheiro Stipp Jr.. Sou testemunha de suas lutas por
quase trinta anos. Grande perda para o jornalismo taubateano e
paulista. Nossa diretoria me recomenda apresentar sinceras condolências, ainda que com atraso, que peço perdoar.
Grande abraço,
Murillo Exel - Cia. T.Janér Comércio e Indústria
______________________________________________________________________________
Pêsames
Para mim, seu Stipp foi um grande exemplo de que ainda existem homens dignos, respeitosos, com caráter inviolável. Lamento e sinto paz em imaginar que Sr. Stipp foi embora com a certeza
de ter cumprido seu papel aqui conosco. Gostava muito dele!
Dairo Coelho
DT no Tempo
Rurais
Esta é a foto de Marcelo do Carmo, empresário do ramo imobiliário em Taubaté, quando foi recebido
pelo Ministro de Estado do Turismo, Walfrido Silvino dos Mares Guia Neto. Ele trabalhou muito, junto
com o Sindicato Rural, para conseguir recursos públicos de R$ 300 mil, para construir dois galpões no
Recinto de Exposições da entidade. A liberação da verba junto à Caixa Econômica Federal já saiu. Marcelo do Carmo está
iniciando seu trabalho político, já que é pré-candidato a vereador nas próximas eleições. Ele defenderá a bandeira do ramo
imobiliário. Seu trabalho político conta com o apoio do ex-vereador Xixa e outras lideranças políticas da cidade, que defendem o surgimento de novos nomes na política local.
Como administrar a vida a dois?
São bem conhecidas as dificuldades de se morar nas
grandes cidades, onde o ritmo das pessoas é acelerado
em todos os sentidos.
O dia-a-dia de intenso trabalho, as horas enervantes no
trânsito e a ocupação com as
exigências e necessidades
dos filhos, faz com que o casal tenha muito pouco tempo para a convivência. E nessa trajetória o casamento vai
se desgastando adquirindo
pouca vibração e quase nenhum envolvimento.
O casal, mais consciente
das suas dificuldades
afetivas, começa a se dar
conta desse desgaste, e a intolerância e a irritabilidade
passam a fazer parte do coti-
diano fazendo com que briguem por motivos corriqueiros e banais.
Um exemplo conhecido
dessa falta de envolvimento é
o de casais que já não se beijam há tempos, exceto um
"selinho" nas chegadas e despedidas para o trabalho. Eles
evitam sair sozinhos pelo fato
de não ter muito que conversar. Às vezes nem brigam, são
bons amigos e a relação entre
eles é bastante fraternal.
Muitos passam meses sem
ter relação sexual, e quando
um deles reclama, o ato acontece, mas de forma biológica,
mecânica, sem emoções e até
sem prazer.
Um e outro, se não pararem
para prestar atenção no que
As imagens do Satélite Goes 8, mostram muitas nuvens na Região Norte e parte da Região
Centro oeste devido a instabilidades. Nas Regiões sul e sudeste a nebulosidade é provocada
por áreas de baixa pressão em médios níveis
da atmosfera.
Vale do Paraíba,
Serra da Mantiqueira
e Litoral Norte
Hoje as condições de chuva diminuem, o sol
apacerá entre nuvens e poderão ocorrer pancadas de chuva em toda a região. No sábado
(20/01) e no domingo (21/01) o céu ficará
com sol entre nuvens e pancadas de chuva.
Temperaturas:
Vale: 21 min. 29 max.
Litoral: 20 min. 28 max.
Serra: 13 min. 23 max.
Sol Nascente: 06:32h
Sol Poente:19:53h
Bombas Elétricas Nacionais e Importadas para Álcool e Gasolina
Peças para Injeção Eletrônica, Limpeza de Bicos e Injetores
Compramos bombas elétricas usadas
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está acontecendo e continuarem a se mostrar indiferentes
mutuamente, com certeza terão maus momentos num futuro próximo.
O que fazer quando a intimidade acaba e a monotonia
e a indiferença tomam conta
do relacionamento?
É fundamental que o casal
não se acomode nessa situação e passe a conversar mais
para buscar as raízes da falta
de vibração que está havendo
entre eles. A partir daí poderão surgir novas idéias ou propostas para aquecer a relação
entre o casal.
As surpresas em geral agradam: mimos, programas inéditos e bilhetes amorosos são
sempre bem vindos. Planejar
uma pequena viagem, mesmo
num final de semana (sem os
filhos) favorece o clima de
aproximação e dessa maneira voltam a namorar.
Enfim, tudo que seja capaz de alimentar o
desgastado relacionamento é
válido, fazendo com que o
prazer de estar na companhia
do outro reacenda a alegria
tornando o sexo mais "quente". Quando todas essas tentativas não dão resultado o
melhor é o casal buscar ajuda psicológica para entender
a extensão do desgaste e
visualizar o melhor caminho
para a reaproximação, ou separação.
Dr. Moacir Costa
2
Diário de Taubaté
Artigos
Taubaté, Vale Industrial do Paraíba, 20 de janeiro de 2007
Memória - Stipp Júnior (1940 - 2007)
Stipp: um amigo e um professor
Gláucia Moraes
Cantinho do Radioamador
José Guanieri Leite - PY2 NQB
E-mail: [email protected]
Homenagem Póstuma a Stipp Júnior Além de Brilhante jornalista,
foi também radioamador
Após longa enfermidade,
faleceu no dia 10 de janeiro, o
amigo jornalista e também radioamador Paulo José, era conhecido no rádio com esse
QRA nas faixas do
radioamadorismo.
Nasceu no ano de 1940 na
cidade de Marília, neste Estado, mas era taubateano de coração.
Sua
estrada
no
radioamadorismo (após prestar
prova de ingresso), deu-se no
dia 21 de dezembro de 1987,
às 9h40min, na freqüência de
3.735 Khz. Seu primeiro contato no rádio (chamado de batismo) foi com a estação de
PU2 KDn, antigo indicativo
deste colunista. Houve o batismo de praxe e fiquei muito feliz por ser seu padrinho de rádio.
Na
catástrofe
de
Caraguatatuba, em março de
1967, foi o primeiro repórter a
chegar fazendo reportagens
para o jornal "O Estado de S.
Paulo" após tomar conhecimento do primeiro SOS (pedido de socorro) feito pelo radioamador Tomás Camani Filho,
PY2 AUN que teve de improvisar um gerador. Nessa altura
não havia mais energia elétrica. Camani, através da faixa do
rádio gritava por Socorro!
Caraguatatuba está morrendo.
Seu falecimento deixou uma
enorme lacuna no jornalismo e
uma imensa saudade...
À família, nosso pesar e que
Deus dê o conforto.
Telefones do Brasil
O crescimento das redes telefônicas é explosivo em todo
o mundo. Nos Estados Unidos,
em 1880, já funcionavam 138
centrais com mais de trinta mil
assinantes. Em 1887, já são 150
mil assinantes no Canadá, 28
mil na Grã Bretanha, 24 mil na
Alemanha, 14 mil na Suécia, 10
mil na França, 10 mil na Itália,
8 mil na Rússia e 10 mil no Brasil.
Desde 1883 estavam instaladas as primeiras cinco centrais urbanas do Rio de Janeiro
(capacidade final de mil telefones para uma) e já funcionava a primeira linha interurbana, ligando a Capital do Império, a Petrópolis. Em 1888, o
prédio da Rua da Quitanda n°
89 foi totalmente destruído.
Mas como ali só funcionavam
mil telefones, o serviço foi restabelecido em pouco mais de
um ano.
A primeira "Brazilian
Telephone Co." passou por diversos proprietários (particulares e governamentais) até que,
à 6 de 1889, é adquirida pela
Brasilianishe Elektricitais
Gesellschaft, empresa alemã
recém instalada para usufruir a
concessão de 30 anos que recebera do Imperador. A nova
concessionária tinha sede em
Berlim e o capital de 45 mi-
lhões de marcos.
Mesmo antes de passar a
nova concessão alemã, os equipamentos telefônicos do Rio de
Janeiro nos primeiros dias da
República, contudo, já eram de
fabricação germânica. Eram
telefones do tipo magneto, de
manivela. Para chamar a telefonista, o assinante girava a
maivela para frente e, quando
acabava de falar, girava para
t´ras, para indicar na central que
havia terminado a ligação.
Em 1906, um novo incêndio
destrói a central da Praça
Tiradentes. O Rio de Janeiro
fica sem telefones durante seis
meses. Na reconstrução começam a ser substituídos os telefones de magneto por novos tipos norte-americanos, sem manivela, ou de bateria central:
bastava levantar o fone do gancho para a telefonista apanhar
a linha e dizer: "Número, por
favor.."
Em 1907, no Estado do
Maine, Estados Unidos, nasce
a "Rio de Janeiro Telephone
Company" que incorpora a
concessionária alemã e se forma associada à Light ("Rio de
Janeiro Tramway Light and
Power Company"). No Canadá em julho de 1912, nova alteração: forma-se a "Brazilian
Traction Light and Power" para
consolidar os interesses de suas
subsidiárias no Brasil, que operavam no Rio de Janeiro e São
Paulo.
Nasce em 1916, a Rio de
Janeiro and São Paulo
Telephone Company, que é a
precursora da CTB (Companhia Telefônica Brasileira, denominação que é permitida,
como tradução do nome da segunda Brazilian Telephone Co.
a partir de 1923.)
Os dados acima, da pesquisa divulgada em 3 de maio de
1975, pelo jornal "O Estado de
S. paulo", adiantam que o Rio
Grande do Sul, embora tenha
partido em 1885, com os serviços telefônicos de Pelotas (a
famosa União Ropgandense )
instalou em Porto Alegre a primeira central automática do
Brasil, a terceira da América do
Sul e a quinta do mundo. Em
1925, novamente os gaúchos
saíram na frente e automatizam
a central telefônica do Rio
Grande.
Surge a época dos telefones
celulares prestando bons serviços mas com tarifas elevadas.
A pouco surge a LIVRE, telefone sem fio, com baixas tarifas e vem obtendo sucesso
principalmente em nossas cidades. No Rio de Janeiro é um
sucesso total, mas com outra
denominação. Esse plano foi
lançado pela Embratel. Em
Taubaté quem pretende adquirir o plano tem uma longa fila
de espera.
Pensamento: "Deus nos colocou neste mundo para os outros". Dom Bosco
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Em 1994, quando entrei
para fazer estágio no Diário
de Taubaté, eu não tinha noção do quanto a minha passagem por este jornal seria
importante para minha vida
profissional e para mim,
como pessoa, também.
Ainda na pequena Redação, na rua Dr. Souza Alves,
um senhor de semblante sereno, me disse: "Se você quiser aprender jornalismo, não
será num banco de faculdade".
Nesses anos todos...como
passaram estagiários pelo
DT. Cada um com seus objetivos e, eu só analisando.
Passei por outros lugares.
Fiz e assinei outros jornais e revistas, mas nunca
perdendo a referência do
DT. Como se aqui fosse a
minha escola, o meu esteio.
E aí vai o bom de tudo isso.
Eu posso dizer que tive a
sorte grande de ter um amigo, um professor, um profissional para me instruir.
Na vida, cada um tem seu
caminho, e o meu...posso dizer que aprendi muito com
o jornalista Stipp Júnior, que
sempre estava pronto para
me ajudar.
Logo que entrei no Diário de Taubaté, as suas matérias especiais, que estamos
republicando durante essa
semana nas páginas do DT,
em sua homenagem, eu sempre escutava seus relatos a
respeito. Ele contava com
garra, entusiasmo.
Meu Deus, como achar
palavras para falar deste profissional tão capacitado e determinado?
A mim, o que me resta é
agradecer por ter passado todos esses anos só adquirindo
parte daquele conhecimento.
As pessoas me perguntam,
como estou há tanto tempo
em um mesmo jornal. A resposta é bem simples. E cabe
a poucos saber enxergar.
Esse jornal é a vida de uma
grande pessoa. Um jornalista de um profissionalismo
imensurável, que soube aproveitar muito bem seu tempo
de repórter. E sempre teve a
mente e o coração abertos
para ensinar.
O que muitas pessoas levariam uma vida para aprender ou nem aprenderiam...eu
tive a sorte de aprender e conhecer.
Sr. Stipp, por mais de 30
anos, o senhor conduziu o
DT. Daqui para frente, nós teremos a responsabilidade de
caminharmos sem sua presença física, a palavra final
era sempre sua.
Agora, precisaremos ter
muita força para caminharmos e sabermos sentir a sua
força espiritual. Que com
certeza vai fazer com que nós
sempre saibamos o melhor
caminho a seguir.
Segue o registro de boas
matérias que fizemos.
Inauguração do motor Zetec-RoCan, em 1999
Salão do Automóvel em 96
_________________________________________
Gláucia Moraes
é jornalista
Entrevista com Franco Montoro em Campos do Jordão
Um Fato em Foco
Uma merecida homenagem
José Eurico de Moraes
O artigo deste final de semana é uma homenagem ao
falecido diretor do jornal Diário de Taubaté - Sr. Stipp
Júnior. Ele sempre foi uma
pessoa dedicada à formação
da sociedade pela publicação
de assuntos ligados ora à Educação, ora à Política, ora aos
acontecimentos importantes
do local e das datas.
Foi uma pessoas com o verdadeiro espírito de religiosidade, cuidando sempre de sua
profissão como jornalista,
como fundador de um dos
melhores jornais do Estado e
da região e como chefe de família. Podemos afirmar que o
Sr. Stipp Júnior sempre foi
cumpridor da missão que adotou em sua vida: formar informando e informar formando,
levando até o leitor ou leitora
os acontecimentos com observação e lição dos artigos e
notícias apresentados pelo
Diário de Taubaté.
Depois de ter trabalhado
em várias rádios e ser contratado pelo jornal "O Estado de
S. Paulo", resolveu montar
sua equipe e fundou o jornal
"Diário de Taubaté", que
sempre se interessou pelo
bom noticiário e pelo bem da
população.
Neste primeiro mês de
2007, Deus o chamou para
compensar seu trabalho. Sua
morte representa uma perda
para nossa região e uma proteção; uma perda porque era
uma pessoa honesta, sincera
e culta, a cuidar da informação para a população; uma
proteção porque seu trabalho
sempre visou e vai continuar
visando o bem da população.
A continuação do jornal
"Diário de Taubaté" será
mantida e dirigida pela sua
esposa e jornalista Iara, que,
temos a certeza, será uma excelente substituta do senhor
Stipp Júnior. Que Deus o tenha levado para compensar
seu esforço no cumprimento
de sua missão. Então a Deus
pedimos: "Senhor, recebei
com muito carinho a alma do
senhor Stipp. Que ele sirva de
exemplo e modelo para aqueles que exercem a mesma profissão. Senhor, protejei a família do senhor Stipp e dê a
todos da família o conforto
necessário para começar uma
nova vida sem a presença do
senhor Stipp. Que o jornal
continue sendo o que era e o
que é, agora dirigido e alimentado por Iara, a digna sucessora do senhor Stipp. Para isso
contamos com a benção e a
proteção de Deus.
_______________________________________
José Eurico de Moraes
é professor de Português e pertence à Academia Valeparaibana de Letras e Artes,
ocupando a cadeira Nº 4, em Taubaté.
Stipp, amigo e mestre I
Barbosa Filho
Uma bela tarde estava eu,
jovem operário da Rádio
Difusora Taubaté em meu local de trabalho, quando me
surge pela frente um repórter
chamado Stipp Júnior. Eu mal
o conhecia, mas já sabia que
era o correspondente regional
do Estadão.
Stipp perguntou-me: "
Você sabe filmar?". Eu hesitei, porque minha experiência
em filmagem era praticamente nula, em super 8, um formato caseiro, que hoje os jovens sequer ouviram falar.
Stipp havia sido convidado
para trabalhar na Central Globo de Televisão, como repórter no Vale do Paraíba, mas
precisava encontrar urgentemente um cinegrafista e, não
sei por que cargas d'água, fui
seu escolhido. Só que o equipamento da TV era em 16 milímetros, era algo profissio-
nal, nada a ver com um amador como eu. Pois Stipp me
proporcionou, por confiar em
jovens iniciantes, uma das
mais belas lições de Jornalismo que tive na minha vida,
meu "batismo".
***
Passado pouco tempo desta nossa primeira experiência
em comum, Stipp (já meu
amigo, além de mestre), convida-me para participar de seu
sonho: fundar um belo jornal
Diário em Taubaté, com circulação regional, privilegiando a reportagem, a notícia.
Tenho, portanto, a honra, de
ter sido um dos fundadores do
Diário de Taubaté. Não eram
tempos fáceis, nem para o Jornalismo, nem para a Economia. Stipp e seus então sócios
tinham dificuldades de todo
tipo, financeiras, administrativas. Mas o jornal jamais dei-
xou de circular por isso.
Quem hoje sonha em ser,
ou começa a ser jornalista não
faz idéia de que somos movidos a ideal, muito mais do que
a vaidade e a dinheiro. Isso
não se aprende na escola.
Aprendi com Stipp Júnior.
***
Peço excusas por escrever
em primeira pessoa. É que
não estou apenas solidário à
Iara de Carvalho, minha colega do jornal AGORA, em
São José dos Campos e, anos
depois, esposa do meu amigo
e mestre Stipp Júnior. Solidário é quem apóia o sofrimento alheio. Neste sentido, sou
solidário à toda Humanidade.
No meu relacionamento
com Stipp e Iara, ao longo de
30 anos, adquiri o direito e a
responsabilidade de sofrer
junto. O desaparecimento de
Stipp é um golpe doloroso
para os que praticam esta nossa profissão. Abala a todos
nós jornalistas, faz sofrer a
família e os amigos, e deixa
uma cicatriz que só o tempo
fará parar de doer. Mas passará. O que jamais passará
serão suas lições de como ser
REPÓRTER, de como amar
a notícia, correr atrás dela,
tendo como nosso patrão o
leitor, o ouvinte ou o
telespectador.
***
Para concluir, cito uma frase que ouvi de Stipp nos
primórdios do Diário de Taubaté: " Menino, escreva aqui,
cada matéria, com o mesmo
capricho com que escreveria
para o New York Times".
Aprendi, mas queria aprender
muito mais.
__________________________________________
Barbosa Filho
é jornalista
8
Diário de Taubaté
Especial
Taubaté, Vale Industrial do Paraíba, 27 de janeiro de 2007
Memória - Stipp Júnior (1940 - 2007)
Prof. Carlos R. Rodrigues
LEITURA DE TAUBATÉ
Diário de Taubaté
O jornalista Stipp Júnior desvenda o
segredo de Che Guevara...Von Braun...
fotos, autografadas, enchiam os malotes dos
Em longas travessias turísticas, o local onde
correios.
Che está enterrado....
O corpo do guerrilheiro repousa em uma ge- Você que está triste...desiludida...
ladeira,
A vida vale a pena.. o sol está lá fora...
Em terras americanas. Ou no mar?
Não chore por amores irrealizados...
Por quê?
Vamos...levante...construa o novo mundo...
Só seu...
Para ensinar o líder americano G.W. Bush
Ouça a letra dessa música....
A pensar, viver, amar, gozar e agir.
Ouça....
O artigo denuncio foi publicado no Estadão
Em 21/04/1968.
Em meio a essas lembranças, ao movimenE Stipp ganhou as páginas dos jornais do
to das andanças do passado, Stipp Júnior ou- mundo...
viu a voz da Iara, ouviu as vozes das
filhas...sorriu e a confiança invadiu seu
E assim, através das ondas de vento do norcorpo...sentiu-se leve como uma gaivota sobre- te, sul, leste, oeste, Stipp trabalhou na Itália,
voando as ondas do mar...o seu pensamento França, Portugal, Polônia, Peru, Argentina,
entrou pela porta da história...lembrou-se do Chile, Paraguai, Bolívia, Estados Unidos, onde
momento em que foi contratado pelo jornal O entrevistou Von Braum e Neil Armstrong.
Estado de São Paulo...
A primeira matéria para o jornal "Estadão"
Fez perguntas corajosas a Von Braun.
cobriu a tragédia ocorrida em Caraguatatuba,
Questionou-o sobre a vida, a morte e a ciência.
em 1967. Trombo d´água, inundações,
Sentiu o raciocínio frio, lógico, numérico.
deslizamentos de terra, destruição de estradas,
Ouviu a explosão da bomba atômica!
Stipp, a mãe e a irmã Laura, em 1942
casas e gente. A cidade ficou ilhada, pasmada,
Silêncio adormecido.
revirada em soluços de medo.
Vida, sonho, pó.
As imagens desfilavam em seu consciente, você!"
O jornalista Stipp Júnior foi o primeiro a cheQuestionou Armstrong, lançou certezas,
em câmera lenta. Havia campos floridos, crigar ao local dos acontecimentos. Caminhou seis
Lançou dúvidas.
anças brincando de paz, cachoeiras, regatos,
O ginásio Arnolfo Azevedo,
quilômetros pela tortuosidade da serra. Lama,
O planeta azul visto de longe.
praças e namorados. Os pensamentos do jorLetras sorrindo na lousa - pó de giz no chão.
Sonho desvanecido! O astronauta dando punalista Paulo José Stipp - Stipp Júnior - naveO colégio São Joaquim de Lorena,
los de Canguru.
gavam em águas sem turbulências ou maresias.
A química seduzindo a matemática
Medo. Morada de Deus!
A cidade de Marília, terra de nascimento,
Bem na frente da geografia...delírios!
desceu pelas águas dos ribeirinhos: as ruas, as
O internato de Lavrinhas - Seminário São
Em 1975, por acreditar no jornalismo regiopraças, as histórias, os amores e desamores, os Manuel...
nal, saiu do Estadão, comprou um sítio no alto
homens, mulheres e crianças. O pai, médico,
Orações na calada da noite.
da Serra do Mar e, junto com empreendedores
Paulo Perches Stipp, lendo em sua biblioteca,
Latim na claridade dos dias.
taubateanos, fundou o Jornal Diário de Taubaouvindo música clássica. O sorriso, a bondaQue saudade!
té.
de, o saber e compreensão.
Os olhos de Stipp, por alguns minutos, pasDona Benedita Camarinha Stipp, mãe de toAs noites de Lorena percorrendo todos os
savam pelas paredes de sua casa, sonho desendos os tempos, limpando as mãos no avental espaços vazios. As meninas caminhando pelas
cadeado pela luta diante da vida. Depois, lenazul, tentava explicar ao menino Stipp: "A bo- calçadas em busca de alguém ainda indefinitamente, retornaram ao coração de seus pensaneca de Laura é só uma boneca...você não pre- do. Os pipoqueiros salgando os dentes de mimentos. No início do Diário de Taubaté, as
cisava abri-la para ver o que há lá dentro...veja lho transformados em explosões brancas de
máquinas eram alugadas, mas o Jornal amao que você fez...desconjuntou a pobre da bo- paixão. Stipp Júnior devorando os jornais exnhecia nas bancas.
neca..."
postos pelas bancas da cidade. Depois sintoniTempos depois, reunindo empresários locais
E a voz daquela mulher mãe invadia os cô- zado com os acontecimentos do mundo, sentae amigos, comprou várias máquinas do Jornal
modos da casa...voz de proteção protegida. Voz va-se num banco da praça, com os olhos fitos
do Brasil.
de quem ensina a realidade nas letras das can- no serviço de alto falante do Rogério:
Outras máquinas, necessárias àquele instanções...
te, vieram de Juiz de Fora, uma delas do exStipp Júnior, nesses devaneios da memória,
-Casas Viver Bem...tudo para a sua mesa.
presidente Itamar Franco, proprietário do Jorsentiu o corpo tranqüilo, calmo,
Preços reduzidos...uma tentação.
nal Tribuna da Tarde. Essa máquina, com toda
relaxado...parecia flutuar para o além desses
Sorvetes Dedé...o doce em palito.
a sua historicidade, foi doada à Universidade
tempos...e a época escolar, infância encantada,
Sabor caseiro...pedaços de fruta.
de Taubaté.
veio dentro de uma nuvem branca:
Como era do seu feitio e parte integrante do
De tanto ouvir e ver, Stipp acabou contrataseu caráter, a modernidade sempre fora conceA escola Barão do Rio Branco,
do como locutor do alto falante - mudou a Aos 19 anos, foto artística que mandava para as bida na proximidade dos seus atos; a
Situada no coração de Piracicaba.
técnica...misturou publicidade com notícias da
modernidade nunca fora uma instância inatinfãs da Rádio Aparecida
As aulas. O sorriso da professora, dona Vi- cidade, Brasil e mundo. Intermediou namoros,
gível, mas uma fornada à altura dos toques dos
tória.
noivados, casamentos e narrou histórias de insetos, galhos de árvores retorcidos. Os espi- dedos.
Linda para o encanto dos olhos.
Malba Thaan. A voz do jovem locutor ferveu o nhos rasgando roupa e pele. A estrada entulhada
Paixão controlada de menino inteligente
sangue de moiçolas, das mulheres infelizes, das de terra, vegetação, animais mortos...a escada
Seguindo essa forma de pensar
O Parque infantil - brincadeiras e aventuras. senhoras de respeito, mas insatisfeitas com o pelos montes de barro...o suor escorrendo no
O jornal trouxe para a cidade o Telex,
O Club Regata...mulheres cruzando as pernas. mundo.
E Taubaté ficou assustadíssima
choro de lamaçal A cidade surgiu diante dos
Quanto emoção!
Do serviço de locução, meio de comunica- seus olhos revirada em seu avesso...a sua máEntrou para o mundo da Internet,
ção dos mais usados no país, Stipp Júnior che- quina Nikon, registrando a violência, a resposCom site e e-mail.
As lágrimas escorrendo na face de dona gou à Rádio Cultural de Lorena - boletim estu- ta da natureza, corpos estendidos na varanda
E Taubaté ficou assustadíssima.
Benedita.
dantil. Inovou, agitou e soltou o vozeirão pelas das casas varridas pelo temporal, só a varanda
Montou gráfica e máquinas próprias.
O terço entrelaçado nas mãos. As orações terras do país. Centenas de cartas chegavam à ficava...memória da poesia em reinos de
E Taubaté ficou assustadíssima.
Iemanjá...
misturadas ao choro. A pergunta de Stipp Júni- emissora - de quem é essa voz?!
O jornal passou a sofrer uma série,
or: "Mãe, eu fiz alguma coisa?" - "Não, meu
Passou pela Rádio de Cruzeiro, Rádio Club
inigualável, de perseguições:
filho, jogaram uma bomba em uma cidade de Guará, Rádio Aparecida. Participou de proSilêncio! Os passos contam a história da trajaponesa...mataram milhares de crianças como gramas de auditório com Leite Sobrinho, e suas gédia
A coragem documenta a fragilidade da vida.
A perseverança chama o pedido de socorro.
E o jornalista dobra os joelhos,
Chora...
O mundo em estado de pasmo...
No infinito, a beleza do sol!
E Caraguatatuba se preparou para a reconstrução. Amém.
Seu pensar de jornalista enfocou as terras
encharcadas da Bolívia, característica de seu
terreno pantanoso. O silêncio profundo da mataria compondo o mapeamento das florestas...a
boca escancarada de animais desconhecidos...o
facão decepando a galharia incômoda...as garras americanas financiando a destruição da
guerrilha boliviana...O caminhar de Che
Guevara em direção à morte... A câmera de
Stipp Júnior registrando as causas e conseqüências...
Stipp e os pais, no aeroclube de Marília, em 1941
A denúncia que recusa a calar-se.
O destino do corpo do guerrilheiro.
A mentira deslavada de Fidel,
E a destruição do mito da Revolução Cubana...
Enquanto o mundo venera
Cozinhando no fogão a lenha, no sítio, em S. Luis
Taubaté, Vale Industrial do Paraíba, 27 de janeiro de 2007
Especial
Diário de Taubaté
9
Memória - Stipp Júnior (1940 - 2007)
CORRESPONDÊNCIAS
Querida Iara,
Lamentamos a morte da sua querida cara
metade. Deus dê a você muita força para superar momentos difíceis. Você sempre demonstrou para nós uma grande força interior.
É ela que a ajudará a superar esta saudade e
ausência. Fique com Deus e até.
Genival e Soninha.
Ruy César Ferrari [15/01/2007 - 09:36]
Cidadão lúcido, correto e sereno. Sou taubateano e o conheci em meados da década de
80, quando ainda dava os meus primeiros passos no jornalismo. Foi um grande conselheiro. Jornalista correto e ético. O jornalismo brasileiro perde um grande nome, um profissional exemplar. O Diário de Taubaté estará em
boas mãos, com a Iara, que também foi minha professora na Unitau, mas perde uma
mente, que foi capaz de passar pelo jornalismo, sem deixar se manchar por ele. Vai com
Deus!!! Seus frutos de honestidade e retidão
foram plantados. Sua nobre missão foi cumprida.
Seu Pedro [13/01/2007 - 19:46]
(Editor-Jornal Vanguarda - BA - Guanambi)
Foi através de Gerson Fabiano Monteiro
que conheci o Paulo Stipp Júnior.
Gerson Fabiano Monteiro [13/01/2007 - 18:43]
(Diretor-Letra Digital - SP - Taubaté)
Meus sentimentos e agradecimento pelo
apoio e incentivo (assim como o colega João
Carlos, meus primeiros textos também foram
para o DT, onde inclusive tive a oportunidade
de fazer parte daquela equipe). Fique na PAZ!
Aos familiares, um forte abraço!
Stipp, Iára e as filhas Ana e Isa em Ilhabela, em 97
João Carlos de Faria [13/01/2007 - 10:26]
O Stipp Junior era um grande amigo, com
quem gostava de conversar nos finais da tarde, na redação do Diário de Taubaté, jornal
que publicou alguns dos meus primeiros textos, 20 anos atrás. Com certeza, ele irá se juntar aos bons, que lá do céu, ficam a nos observar aqui na Terra, na luta por um jornalismo
ético e de qualidade.
Ana Maria Costa [12/01/2007 - 19:01]
E eu já digo: que os anjos que cuidam dos
jornalistas o RECEBAM com muito carinho...
Natal de 2001
Perseguição política.
Perseguição da concorrência.
Inveja gratuita e sofisticada, mesquinhas...
E Taubaté ficou assustadíssima.
Até mais! Adeus!
Apagando as velinhas do 61º aniversário
mamadeira...leite batido com morango...elas tomaram tudo...até suaram de satisfação...
Todos esses fatos passaram e desfilaram durante os pensamentos de Stipp...ainda meio sonolento, abriu os olhos..o relógio da parede apontava onze horas e cinqüenta minutos da
noite...umas quinze crianças entraram em seu
quarto...crianças lindas, loiras, morenas, negras,
amarelas...todas ajudaram-no a arrumar as
malas...Cada coisa em seu lugar...
Stipp segurou a sua Nikon autografada por
Von Baun e Armstrong; em pensamento agradeceu a Iara pelo café da manhã e o ovo quente,
que ela levava-lhe, todos os dias, na cama, e,
acompanhado das crianças, partiu...
E lá, lugar que não conhecemos, um foco de
luz colocou-se no ombro de Stipp:
-Sabe "seu" Stipp, nós temos uma gráfica
novinha, todinha feita de pó de
cometas...pensamos no senhor para tocar um
jornal...o senhor sabe, os homens estão ficando
ousados...fazem as suas máquinas
alucinadas...trambolhões retrógrados, embora
achem o estrupício um primor de
tecnologia...mas estão poluindo o espaço...
Quando da Fundação do Diário, projetos destemidos e solitários, Stipp convidou a jornalista
Iara para trabalhar no planejamento e execução
Alguém passou nas proximidades da casa do novo empreendimento.
de Stipp cantando um samba de Noel. O jornalista retornou de suas lembranças, esboçou um
Noite em claro, luta esperada e anunciada.
sorriso, mergulhando, novamente, no mundo
Toque nas mãos, confissões.
da memória.
As notícias invadindo os espaços da redação
Lembrou-se dos filhos Paulo Henrique,
Beijos, abraços.
Eliana Maria, Maurice e Hermann, filhos do
A moradia no mesmo teto.
primeiro e segundo casamentos.
Paixão pendurada nos batentes das janelas.
O amor correndo a dianteira dos caminhos.
Crianças brincando dentro de Casa.
Chega a filha Ana Luisa,
Bolas de sabão
Em noite de lua clara.
Roda - Roda pião
O amor tateando os vôos dos beija-flores.
Ciranda Cirandinha.
Chega a filha Anaisa.
Pipa bebendo vento e brisa.
Bolinhas de gude, buracos de avenidas.
E o Diário conquistando espaços, o Diário
despertando grandes polêmicas, e o Diário pePor essa época, registrada na confluência dos netrando o interior das casas.
destinos, a jornalista Iara de Carvalho chegava
Stipp dando banho nas filhas. Stipp fazendo
em São José dos Campos para trabalhar no jor- mamadeiras, provando a temperatura do leite,
nal "Agora".
acordando a Iara para anunciar a sua grande inoUm dos seus primeiros trabalhos jornalísticos vação:
foi a cobertura de uma reunião dos prefeitos do
O sol se pôs. A lua nasceu. A vida
Vale do Paraíba, no Codivap.
- Iara, descobri uma nova receita de "recontinuou"!
Durante a cobertura, as entrevistas, o clicar das
fotos, Iara conheceu o jornalista Stipp Júnior.
Seu Pedro [12/01/2007 - 14:59]
(Editor-Jornal Vanguarda - BA - Guanambi)
O Stipp era uma daquelas pessoas que tinha o carisma desenvolvido. O conheci e dele
posso falar bem, e com liberdade. Amava ser
independente, ser jornalista e ser amigo. Tomamos alguns cafés em Taubaté, jantei com
ele, conheci sua família para qual mando agora
a frase do poeta: "quando a Terra perde um
justo, conta o céu um anjo a mais", Sentimentos senhora Iara de Carvalho e a sua filhaAna,
esta última tivemos oportunidade de conversar sobre o pai, e ela falava com tanto amor, o
pai é um ídolo (os pais não morem, os filhos
são pedaço de sua carne). Stipp, e o fuscão
verde ainda voa? Sei não, pode até demorar
um pouquinho, mas um dia te encontro no
firmamento. Ô amigo, você nem sabe quando
gostei de ti, pena que de Guanambi a Taubaté
é longe e eu não pude mais te visitar, mas guardo os exemplares do Diário de Taubaté, em
que foram alguns artigos meus. Paz!
Celso Chagas [12/01/2007 - 14:48]
(Assessor de Imprensa-CNC - Confederação Nacional do Comércio - RJ)
Concordo com Victor: o colega será bem
recebido!
Olhos nos olhos.
Devoração onde a vista alcança.
Conversa alongadas e abreviadas.
A poesia de Pablo Neruda.
O risco do luar, arranhando o céu.
Até mais! Adeus!
Victor Abramo [12/01/2007 - 14:21]
(Profissional Contratado)
Que os anjos que cuidam dos jornalistas o
recebem com muito carinho.
Iara compondo a sua matéria. A máquina de
datilografia trepidando espaços. O intermitente
chamado do telefone. Iara dá uma parada. Levanta-se sem muita pressa. Tira o telefone do
gancho.
-Alô.
-Oi, Stipp, como você está?
-Eu ainda não coloquei a entrevista do Milton...
-Não penso em uma grande matéria...penso,
apenas, na informação...Tchau.
Os prefeitos, numa segunda vez, estavam reunidos em Caçapava. Cobertura jornalística, novo
encontro de Iara e Stipp. Corações
acelerados...suores nas mãos...frases sem sentido...
Edson de Lima Xavier [12/01/2007 - 16:50]
(Repórter-Rede Saci - SP)
Seu Pedro do (Jornal Vanguarda) foi ''feliz'' em seu comentário... eu que durante (20
anos) atuei na locução (radiofônica) e hoje
escrevo para o portal saci (www.saci.org.br)...
andei por muitas estradas..sou de São Paulo/
Capital...vivi minha infância em Sorocaba...e
atualmente resido na cidade de Jacareí (região
do Vale do Paraíba...) onde se localiza também o importante jornal ( Diário de Taubaté
)... vá com Deus ..Stipp Junior ! Você foi..é
um lutador !
Stipp e o filho Hermann, na Redação do DT, em 96
Querida Iara, quem escreve é a Berê, da
Faculdade de Comunicação de Juiz de Fora.
Tenho estado em contato com Genival e Gerrô
e por eles fiquei sabendo do falecimento de
seu esposo. Não o conhecia, mas sei pelo que
li sobre ele que era uma pessoa muito querida
e um jornalista de primeira linha. Que Deus
lhe dê forças para que você continue o trabalho que vocês mantinham juntos. Coragem,
porque a dor passa e vem uma saudade calma
e a lembrança de bons momentos. Um dia
conversaremos melhor sobre nossas vidas.
Beijo grande e nosso abraço.
Berenice e Josemir
Samburá de Andarilha
Lygia Fumagalli Ambrogi
Da Academia de Letras do Paraná
Minha muito querida IARA. Que te dizer num momento tão doloroso como este? Sei o que você está sentindo,
porque passei por essa fatalidade, da morte arrebatar o nosso
ente mais querido. . .
Compreendo a sua dor e essa grande revolta íntima
que nos leva ao desespero.
Perguntamos - Deus do céu, por que? Só as lágrimas respondem . . .Na verdade somos marionetes nas mãos do destino implacável! E quanto mais penso, menos entendo o que
chamamos VIDA . . .
O STIPP, que foi um destacado jornalista, conhecido
internacionalmente, partiu em meio de sua grande batalha,
ainda podendo produzir muito, tal sua dedicação e dotes pessoais, mas deixando você IARA, para prosseguir nas suas pegadas progressistas, ajudando o nosso importante Vale do
Paraíba e o Brasil.
Sei que Ele, te dará forças para continuar seus trabalhos. Animo pois! Não esqueça que suas filhas, muito esperam de você! Sei que seu momento é cruel, e por isso lhe
ofereço este soneto, que fiz, refletindo minha dor, igual a sua.
..
SONETO
O mundo para mim, escureceu.
Bem dolorosa e dura esta verdade.
Partiste sim, e, em tudo que é teu
Ficou a soluçar esta saudade . . .
O teu amor intenso que foi meu
Arde em minha alma em sua integridade,
Qual abençoada estrela, que do céu,
Guia-me e aquece, lá da eternidade.
Quero sentir na aragem teus carinhos,
Quero sentir-te em todos os caminhos,
Sem refletir na morte traiçoeira. . .
Quero sentir-te, perto e amoroso,
Tornando o mundo sempre delicioso,
Como se a morte, fosse brincadeira . . .
Especial
Taubaté, Vale Industrial do Paraíba, 3 de fevereiro de 2007
Diário de Taubaté
9
Memória - Stipp Júnior (1940 - 2007)
Meu amigo Stipp
Foto: Arquivo DT
O jornalista Paulo José Stipp, do Diário de Taubaté,
falecido neste mês, recebe homenagem sincera de
Oscar Sachs, que nos convida a conhecer um pouco
da história entre os dois amigos.
P
ois é, meu amigo Paulo
José Stipp atravessou o
portão pro lado de lá. Eu
o conheci por volta de 1974,
quando a obra da Volks em
Taubaté ia a pleno vapor, correndo às mil maravilhas, até
que um pequeno detalhe nos
encostou na parede: a meningite atacou em cheio, entre
cerca de três mil trabalhadores de repente muitos começaram a apresentar sintomas da
doença que o governo militar
proibia que fosse divulgada,
Em vez da meningite, receitas de bolo e pedaços dos
Lusíadas de Camões. Ou seja,
São Paulo enfrentava uma feroz epidemia de meningite,
mas a censura, burra como
toda censura, proibia qualquer
notícia a respeito.
Na obra da Volks em Taubaté, se não me engana a memória, morreram 14 trabalhadores, que de repente não conseguiam ir ao trabalho, eram
removidos para o hospital e em
poucas horas engrossavam as
estatísticas.
Tomamos algumas providências imediatas. A primeira
foi fazer abrir janelas nos alojamentos dos trabalhadores da
obra, quartos infectos onde em
beliches de três eles viviam
uma vida subhumana, em que
todas as condições privilegia-
vam o contato com a doença
maldita. Conseguimos fazer
aprovar, com relutância, duas
kombis para o serviço do Hospital Santa Isabel (hoje, o Hospital Universitário), para o
transporte de doentes e tudo o
mais que precisasse ser removido.
Planejada em São Bernardo, sob comando do Dr. Ruy
Braga, do Dr. Domício dos
Santos e do Dr. Jomar Dal
Moro, com participação de um
dos chefes da Segurança, o
Cel. Eugênio Martins Ramos,
meu querido amigo, exfebiano, foi organizada a Operação Minomax, nome de um
antibiótico que, se aplicado a
toda aquela população, teoricamente eliminaria todos os
vetores de novas contaminações.
Num determinado dia, impedimos a saída de qualquer
operário das obras e ministramos a todos eles os comprimidos do antibiótico. Houve reações negativas (muitos se negavam a tomar o remédio, ou
tentavam esconder os comprimidos, afirmando que já tinham engolido; o Dr. Jomar
era craque em descobri-los).
Com algum abuso de autoridade (quem leu sobre a Revolta da Vacina, contra
Oswaldo Cruz, sabe do que
estou falando), conseguimos
que nenhum outro caso de
meningite atingisse o complexo da construção da Volks em
Taubaté.
E tínhamos conseguido,
também, que ninguém da imprensa soubesse da Operação,
o que poderia nos colocar em
problemas naqueles dias sombrios.
De repente alguém me chama e diz que um repórter de
Taubaté estava na portaria e
queria mais informações sobre o que estava acontecendo.
Quem é o cara? - perguntei.
Um jornalista que escreve
para o Estadão, me responderam. Pensei um pouco e decidi deixar entrar, fazer o quê.
Eis que me aparece o Stipp,
com aquele jeitão de funcionário público, paletó e gravata. E respondi a ele todas as
perguntas que fez. Eu vi depois a reportagem, acho que
não saiu no Estadão [porque
ali a censura era braba], mas
no Diário de S. Paulo, e era
um relato fiel e muito equilibrado de tudo que estava
acontecendo. Eu passei a admirar o jornalista.
Assim conheci o Stipp.
Tempos depois nos encontramos, diversas vezes. Uma
ocasião ele estava com a máquina impressora quebrada e
Oscar Sachs Júnior e Benedito Lázaro são recebidos pelo jornalista Stipp Júnior, na Redação
do Diário de Taubaté, foto datada de 28 de janeiro de 1998
me pediu socorro. Com ajuda
de alguns engenheiros que trabalhavam comigo, a máquina
foi posta a funcionar. Djalma
Castro é testemunha deste
episódio. Mais tarde, queriam
saber como debitavam aquelas horas gastas: "Põe em Relações Públicas", chutei eu, e
ninguém reclamou.
Stipp me indicou um de
seus filhos para uma vaga de
estagiário na Volks. Depois de
algum tempo o pessoal do setor queria mais estagiários
como aquele, pela qualidade
do trabalho e pelo caráter. Um
dos choques da minha vida foi
descobrir, alguns anos depois,
que aquele menino, já homem
feito, tinha caído morto dentro do banheiro, provavelmente um infarto fulminante. Ouvir o Stipp me contar isso foi
um momento muito triste de
nossas vidas, nós dois choramos. Eu pedi e com ele minha filha caçula, jornalista
formada pela PUC, fez o seu
primeiro estágio profissional,
no Diário de Taubaté.
Depois não nos encontramos mais, o Ornélio Lima assumiu as Relações Públicas
da Volks em Taubaté, eu dei-
xei de ter contatos com jornalistas e vipes.
Que mais posso falar do
Stipp? Eu o admirava. E eu
sempre admirei pouca gente.
Oscar V. Sachs Jr.
Transcrito do Jornal Contato,
edição nº 302, de 26/01/07
CORRESPONDÊNCIA
Anaísa,
Estava em fërias, sem acesso ao e-mail, e, hoje, ao retornar
ao escritório tomei conhecimento dessa triste notícia. Queira,
por favor, aceitar meus pêsames e minhas palavras de carinho
ao excelente homem e profissional (um dos melhores que já
conheci), com uma vida digna e de grande exemplo. Por favor, trasmita minha solidariedade para toda a sua família e
também para a Gláucia, que gentilmente nos informou.
Grato.
Célio Galvão
Press Manager - Ford Brasil
22/01/2007
Especial
Taubaté, Vale Industrial do Paraíba, 10 de fevereiro de 2007
Diário de Taubaté
7
Memória - Stipp Júnior (1940 - 2007)
Esta matéria, cuja autoria é do jornalista Stipp Júnior, foi publicada no
jornal O Estado de S. Paulo, no suplemento de Turismo, no dia 18-07-1969
De Lisboa até o Porto num foguete
Stipp Júnior em Portugal, em 1969
Cidade do Pôrto
Q
uatorze horas e dez minutos: o apito do "Foguete" ecoa pelas gares
da grande estação ferroviária
de Lisboa. Está de saída o
trem de luxo para a secular
cidade do Porto. No seu interior, nas cabinas para quatro passageiros, todas
lotadas, ultimam-se os preparativos para acomodar as bagagens ao mesmo tempo em
que mãos acenam para aqueles que ficaram. Nos vidros
das janelas e pelos corredores laterais dos vagões, durante as quatro horas que vai
durar a viagem, muita gente
fica olhando a paisagem que
passa. Isto acontece no mês
de julho, plena temporada de
verão na Europa, onde o sol
é mais quente e as flores invadem os campos, colorindo
Póvoa de Varzim
montes. E o "comboio",
como dizem os portugueses,
vai deslizando célere para o
já internacionalmente conhecido centro turístico do
norte de Portugal, compreendendo as cidades de Porto, Povoa de Varzim, Braga,
Viana do Castelo, Leixões,
Guimarães, Barcelos, Vila
do Conde, Ofir, Famalicão e
outras povoações. Já na es-
tação do Porto, como em todas as estações ferroviárias
européias que têm o carimbo do tempo, o turista começa a amar Portugal, na sua
antiguidade, nas suas
pequeninas coisas. Gente
muito gentil o povo português, prestando informações
ou ensinando o forasteiro a
se dirigir a um ponto de ônibus - que eles dizem
Póvoa fica poliglota no verão
Vinte e cinco quilômetros
depois, numa estrada asfaltada, serpenteando por pequenos povoados, chegam-se à
histórica Vila do Conde, de
onde, por uma avenida de
três mil metros, começa a
nascer uma cidade debruçada
sobre o Atlântico que a afoga: é a Póvoa de Varzim. É
grande praia do norte de Portugal, movimentada, cheia de
vida e de beleza natural.
Um folheto turístico de
propaganda da Póvoa, em
francês, diz: "La visiter est
découvrir
une
ville
débordante de couleur, de vie
et de mouvement. Ou l´on est
bien decide à revenir.". Realmente isto parece que é
uma grande verdade. A gente fica com uma vontade de
voltar um dia e rever aquela
praia, conversar com aquele
povo, participar do leilão de
peixe, todas as tardes, à beira-mar.
Na época da temporada,
que vai de junho a fins de setembro, a Póvoa vive intensamente o seu verão. Turistas franceses e ingleses, principalmente, começam a chegar em turmas. Em meados
de julho as ruas da Póvoa estão cheias de gente. Fala-se
tudo quanto é língua.
Quem tiver a oportunidade de passar o 15 de agosto
lá, vai participar de uma inesquecível festa, onde os grupos
folclóricos povoeiros - famosos em toda a Europa - e que
já se apresentaram em São
Paulo, revivem o Portugal
antigo. É festa de Nossa Senhora da Assunção, ocasião
em que se realiza a grande
procissão em honra da Virgem
Maria. Os habitantes da Povoa comparecem em massa à
procissão, que percorre toda
a praia. À sua passagem, os
pescadores realizam o tradicional "tiroteio" de fogos de
artifício. Milhares de fogue-
Cassino ajuda muito a cidade
Póvoa de Varzim é sede
de uma das zonas de turismo de Portugal e, como não
poderia deixar de ser, possui o seu cassino, sendo um
dos mais importantes da Península. É explorado pela
Sociedade Povoeira de Empreendimentos Turísticos,
cuja renda é aplicada em
melhoramentos locais, visando a modernização da
indústria do turismo, uma
das suas principais fontes
de renda.
A cidade fica na famosa
região do vinho verde. O turista que souber aproveitar a
oportunidade beberá o melhor vinho de Portugal sem
pagar o luxo. O vinho é retirado das pipas e vendido em
canecos, diretamente do balcão. Também o cafezinho é
O mestre e o aprendiz
de ótima qualidade. Os melhores locais para saborear
um café bem delicioso são o
Diana Bar, o Guarda Sol e
nos bares anexo aos cines
Póvoa e Garret.
No setor da indústria, um
passeio até a grande fábrica
de cordoaria Quintas e Quintas vale a pena. O visitante
será bem recebido e verá
como se produz cordas e cabos de aço dentro dos processos mais modernos. Seus
produtos são exportados
pata toda a Europa, Canadá
e Estados Unidos. Outra visita interessante é na tecelagem dos afamados tapetes de
Beiriz.
Póvoa é também um centro comercial bastante movimentado, sendo de se destacar a arte da ourivesaria. Entre os estabelecimentos de
maior importância a tradição, está a Ourivesaria Gomes, famosa em todo o país.
Seguem-se a Ourivesaria
Tavares e a Ourivesaria
Nunes.
Um dos mais conhecidos
artistas neste setor é o velho
Miguel da Silva Andrade,
cujas jóias atravessaram as
fronteiras de Portugal. Em
sua oficina, na rua Tenente
Valadim, 73, bem no coração da cidade, seus aprendizes procuram seguir seus
ensinamentos na difícil arte
de modelar o ouro e as pedras preciosas.
tes espoucam nos ares e são
lançados dos barcos ancorados na enseada. Nesse dia e
na semana que antecede a
grande festa, a população flutuante - moradores das cidades vizinhas e os turistas estrangeiros - aumenta consideravelmente. O trânsito de veículos chega a congestionarse ao longo da estrada.
Para se ir à Póvoa, vários
são os caminhos. Por estrada
de ferro, no moderno "foguete", que faz o percurso até a
cidade do Porto em 4 horas.
Do Porto à Póvoa são 28 quilômetros, que podem ser feitos por ônibus ou táxi. A TAP
mantém uma linha aérea até a
cidade do porto, ligando com
Lisboa em apenas 20 minutos.
Com 30 cruzeiros novos o
turista pode hospedar-se no
Grande Hotel, o mais luxuoso. É a diária completa
para uma pessoa. Por 20 cruzeiros novos poderá se instalar em outros hotéis de
menor luxo, porém, com
bastante conforto.
camionagem - ou falando
com entusiasmo da sua própria cidade. Ali, como no
próprio trem que chegou de
Lisboa, repetem-se as alegres
cenas de brasileiros se encontrando. Um é de São Paulo, o
outro é pernambucano e
aquela menina linda é da
Guanabara. Enfim, é a presença permanente de brasileiros ligados por sangue de fa-
mília com a pátria-mãe. Outros, movidos pela curiosidade em conhecer o povo de
uma pequenina terra, que em
1500 atravessou o Atlântico
e foi implantar a sua civilização e uma língua uma, num
País com 8.511.965 quilômetros quadrados, ou seja, quase 93 vezes maior do que a
extensão territorial de Portugal continental.
É a terra de
Eça de Queiroz
Nomes ilustres que se destacaram na vida da nação portuguesa têm a cidade de Povoa
de Varzim como seu berço. Entre estes, o escritor e jornalista
Eça de Queiroz, que viveu a
emoção de participar e "cobrir"
a travessia inaugural do canal
de Suez; e Vasques Calafate, escritor e orador, descendente de
humildes pescadores.
Graças à luta de Calafate é
que foi construído o porto de
pesca, propiciando novas condições de segurança para a
chegada dos barcos pesqueiros
durante as tempestades, ou
quando o mar está bravio. Uma
de suas frases mais conhecidas
foi gravada aos pés da estátua
de bronze erigida em sua homenagem em frente ao porto:
"Desde criança que fantasmas
de náufragos andam boiando
na minha alma alagada pela
maré cheia de muitas lágrimas
de viuvez e orfandade que este
A nova geração portuguêsa
mar da Povoa tem feito à minha volta."
José Rodrigues Maio, mais
conhecido por Gego de Maio,
é um outro personagem
poveiro que pela sua humildade e heroísmo recebeu do
povo uma estátua no Jardim
do Passeio Alegre. Ele era o
chefe da equipe de socorro,
que ia em auxílio das embarcações pesqueiras da Povoa
que naufragavam na entrada
da barra, quando o mar estava muito agitado. Devido ao
seu heroísmo foi condecorado com a mais alta distinção
do Governo Português, que
lhe dava o direito de receber
honrarias militares. Hoje, na
mesma atitude que ele ficava
durante horas a fio, vigiando
o mar, a sua estátua o imortaliza. No inverno, quando o
mar se enfurece, dizem, as
águas chegam a molhar a estátua.
Taubaté, Vale Industrial do Paraíba, 24 de fevereiro de 2007
Geral
Diário de Taubaté
Memória - Stipp Júnior (1940 - 2007)
São Paulo, 20 de fevereiro de 2007
Estimadas amigas Iara e Gláucia:
Continuo sensibilizado com a homenagem prestada ao nosso
querido amigo Stipp Júnior pelo padre Fred, que oficiou na Igreja do Rosário a missa pelo trigésimo dia do seu passamento.
Guardo, fortemente, as palavras que transmitiu, especialmente
as que usou para mostrar que Jesus Cristo foi o jornalista de
Deus. Em sua feliz analogia, o padre prestou uma honrosa homenagem ao Stipp Júnior e, por extensão, também à profissão
dos jornalistas.
Amigo do Stipp desde os anos 70, quando ele exercia o cargo
de Correspondente do jornal O Estado de S. Paulo no Vale do
Paraíba, acompanhei toda a sua trajetória profissional, principalmente ao decidir fundar o Diário de Taubaté. A partir desse
empreendimento segui mais de perto os passos do nosso bom
amigo. Quanta fé, dedicação, perseverança e obstinação. Quanto trabalho, desejo de transmitir aos leitores a informação rigorosamente correta e com qualidade, prestação de serviços à comunidade, histórias, fatos, acontecimentos, bons exemplos.
Quanta incompreensão em relação à sua missão e à falta de apoio
a um empreendimento por intermédio do qual sempre procurou
dignificar a comunidade de Taubaté.
Ao longo do diuturno trabalho ao qual se lançou de corpo e
alma, nas noites nas quais conseguia adormecer após o árduo
fechamento de cada edição abastecia-se da força necessária para,
no novo alvorecer, reiniciar com força ainda maior a luta pela
concretização de seu sonho.
Ele venceu dificuldades e obstáculos. E por sua obstinação, o
Diário de Taubaté existe, está solidamente montado e tem em
vocês - e nos demais componentes da equipe que montou - a
base para dar a ele a certeza de que os seus sacrifícios se transformaram em exemplos de confiança inabalável.
Além de vocês, que formam a equipe do Diário de Taubaté,
minha mensagem também tem a esperança de sensibilizar os
empresários da cidade e de toda a região do Vale do Paraíba. É
imperioso transmitir a eles que o sonho que existe por trás de
cada um dos jornais está fundamentado na fé, na necessidade de
apoio e de participação para que sejam, realmente, patrimônios
da comunidade e instrumentos adequados para levar aos leitores
notícias e reportagens que esclarecem, ensinam, formam opiniões e contribuem para importantes tomadas de decisões. E os
jornais só podem cumprir essa missão se forem valorizados, como
sempre almejou o nosso amigo Stipp Júnior.
Peço que recebam esta minha reflexão como homenagem ao
idealizador do Diário de Taubaté e também a vocês e a todo o
grupo que agora assumem a responsabilidade de dar continuidade ao trabalho de bem servir a histórica comunidade do Vale do
Paraíba, para satisfação do Stipp, cuja imagem e exemplos continuarão sempre vivos e fortes entre todos nós.
Luiz Carlos Secco
Jornalista
Luiz Carlos Secco e Stipp Júnior durante confraternização do Diário de Taubaté, em 1996,
na Churrascaria Bom Boi, ao fundo Neiva Teixeira e Dr. Eliceu Ribeiro
7
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Diário de Taubaté
Especial
Taubaté, Vale Industrial do Paraíba, 24 de fevereiro de 2007
Memória - Stipp Júnior (1940 - 2007)
Prof. Carlos R. Rodrigues
Foto - Arquivo-DT
LEITURA DE TAUBATÉ
Diário de Taubaté
O jornalista Stipp Júnior
e a carta psicografada:
Deus - Família
Amor - Saudade
A mão do médium Rogério sente a chegada da força em estado de vibração, movimento,
vontade, desejo, fé e perseverança. Parece que o espírito, pela ansiedade e vontade de comunicar-se, foi um jornalista. Mas jornalista dos bons. Jornalista sem medo. Arrojado e
navegante dentro das histórias do mundo. O paradigma espiritual, presente naquele momento, identificava alguém que viajava há pouco tempo, por isso a presença de outro irmão, mais experiente, para colaborar com a mensagem, chamado Vannucci...moço eterno e
bom...
A comunicação tem o seu ponto de partida, o arranque carregador das mensagens..." Meu
nome é Stipp Júnior...estou com muitas saudades...a saudade só existe na língua
portuguesa...coisa para se sentir...Oi Iara! Daqui, nesse novo aprendizado, estou acompanhando as coisas dos seus dias...Não pense em solidão, abandono, ruas desertas...pense na
realização, na chama que está dentro de você...Ô guerreira! Ô lutadora! Não permita, nunca, que o destino se imponha, ou fique esperando na beira da estrada...
Eu sempre pensei em Pátria,
Lugar determinado, cheiro nosso...
Coisas nossas...Cores nossas...
A pátria é o mundo; o mundo é a nossa família!
A vida não é marcada pela régua...
Não é medida pelo tempo inexistente.
A vida é perpétua...é elevação espiritual,
Asa suflando nas alturas, é a realidade.
Espantem, pelo despertar da fé, a tristeza grudada no rosto. A tristeza deixa-nos feios,
inquietos, sem vontades despertadas.
Antes de comprar as passagens para a viagem estabelecida, desde o Gênese, de uma hora
para outra, senti-me afastado daquele estado que a doença impõe: agonia, medo, mal estar,
palpitações...
Os meus grandes amigos chegaram,
Apoiaram-me...explicaram-me...
Dr. Cembranelli, quanta luta, crença,
Naquela vacina que ainda se oculta...
Não era o momento...
Meus familiares, sorriso de mãe...
Calor do filho que perdi...reencontros.
O cansaço tomou conta do jornalista, do médio, e o espaço extrapolou-se em emoção.
Segundos que pareciam horas...
Um menino, bonito como sol,
Olhou a vitrine de uma loja, em um ponto do globo.
As bolas, coloridas, respiravam o vento.
Bolas azuis, vermelhas, amarelas...
Uma delas, não resistiu à paquera,
Explodiu-se em rancor.
O menino chorou, gesto simples.
Querência!
As mãos de Rogério, na Casa da Esperança, retomaram a comunicação. Respirar profundo, quase suspiro.
Sabe, Iara, os intelectuais procuram, como alucinados, todas as coisas que formaram o
Universo. Abriram as gavetas, vasculharam os cômodos esquecidos, quebravam as vidrarias dos laboratórios, os agentes Químicos, as ondas de física quântica, "descuântica", procurando descobrir a face de Deus.
Como é bom saber que ele existe!
Os evangelhos, letra por letra,
Não são utopias planejadas,
Retalhadas, fragmentadas...
Quando, com os meus pés, entrei na umidade de territórios adormecidos, em busca das
verdades que estavam esperando para se transformarem em reportagens inéditas e corajosas; quantas vezes procurei por Deus...Ele estava tão próximo...estava dentro de mim...
Estou com saudades das crianças...minhas meninas...Ana Luiza...palavras que, entre tantas, esqueci de dizer. Anaisa, um pedação da minha consciência. Longas conversas...esteja
sempre presente em seu roteiro de realizações...O pai está aqui...
Houve momentos, e os momentos são inevitáveis, que discutimos a importância de uma
matéria...ou não...
A formação textual, a ausência de síntese estrutural, a preocupação em ferir pessoas,
penetrar em terrenos que não nos dizia respeito...Você, Iara, gritava...se alterava...a Gláucia
roía as unhas, falava, discordava, acordava...Depois, sem pressões, voltávamos a ver-nos
como pessoas que cuidavam de um bem comum: o jornal...
Stipp Júnior em 2003
A
s mães cuidaram de suas crianças como quem prepara a terra para os jardins.
Os homens calçaram os seus sapatos, ajeitaram suas gravatas, ligaram seus
carros e entraram nas longas filas de ônibus e metrôs.
Os garotos, filhos dos Chaplins congelados em imagens arquivadas no espanto
do olhar, posicionaram as suas caixas de engraxar na aspereza do chão. A fome fora
avisada para esperar pelas moedas que saíram das velhas escovas, pano para dar
brilho, e cuspe para lustrar.
As mães são habitantes do mundo:
Saigon...Nova York...Taubaté...Porto Príncipe.
Os homens correm nas ruas do mundo:
Angola...Sidney...Paris...Favelas do Rio...?
Os meninos engraxam na fome dos sonhos:
Tremembé...Madrid...Oslo...Polônia...
Na correria do dia a dia, os dedos dos jornalistas
Clicam a imagem pela janela da máquina:
Silêncio! Revelação!
No silêncio daquela "Casa da Esperança", em Taubaté, a música de Bach serenando na quietude da fé. O médium Rogério desperta a força divina que mora dentro de todos os homens, entrega-se à vontade de Deus. Passa pelas montanhas, lagos, flores, ritmo contínuo de maresia. Abre-se como uma enorme lousa, para que
os espíritos daqueles que empreenderam a viagem, possam comunicar-se com os
que ficaram.
Enquanto isso, lá nas bocas da floresta muda,
Mataram uma adolescente.
Nas folhas das árvores inanimadas,
Caçaram araras azuis, pássaros pretos,
Pintaram as penas de um triste papagaio.
O jornalista transfere as transgressões
Em letras, parágrafos, páginas.
Clic! A arara azul morreu,
Atrofiada nos arames da gaiola.
E o jornal tem vida; ele respira...
Gosta de vestir-se bem...
Comer com elegância; falar com charme...
Estar sempre diante dos olhos das pessoas...
O jornal tem histórias de amor...
De procura
De busca
De inovação
De revolução
Iara, quantos apelidos carinhosos atribuímo-nos ao longo de trinta anos de convivência,
trabalho, dedicação, amor...vida respingada dos orvalhos das manhãs...
A quantidade de pessoas que estiveram em nossa frente, ao nosso lado, lutando a nossa
luta...Dê um abraço no vereador Francisco Saad, nosso Chico Saad...
Moço inteligente, corredor de maratona para defender os interesses de Taubaté...através
da presença dele, aproveito para agradecer, do fundo dos meus sentidos, a todos que sentiram a partida do meu trem e da minha viagem...
Ah! Ia me esquecendo...Eu nunca vi, em toda a minha experiência de jornalista, o coração disparar com tanta velocidade, como o coração da Gláucia ao notificar a minha partida.
Nunca vi tanta lágrima respingar o teclado do computador. Letras molhadas. Foto molhada.
Manchetes desfiladas no relevo do jornal...
Agora, nesse momento, vou dar uma parada...
Iara, princesa de longas eras,
Não fique triste.
Não se sinta só.
Sabe aquele botão de rosa,
Que despertou em nosso jardim?
É sua. Presente meu.
E vou encontrar-me com o Justino, um dia desses, isso é coisa certa. Vou pedir-lhe que
pinte uma tela da fase da roça...Vou embrulhar o quadro com fios dos brilhos das estrelas...
Mandar-lhe-ei quando você estiver dormindo...
Sono profundo.
Adeus!
Fiquem com Deus!
Stipp Júnior há 40 anos
O Jornalista Stipp Júnior, falecido em 10 de janeiro último, aos 66 anos, foi o mais
completo profissional de sua geração no Vale do Paraíba. Em março de 1967 fui
testemunha de seu extraordinário trabalho de repórter ao relatar a catástrofe de
Caraguatatuba. Acompanhei – tinha 19 anos – Stipp na tentativa de chegar ao litoral
norte pela rodovia dos Tamoios (ainda não era assim chamada oficialmente). Na
descida do alto da Serra, a estrada acabou, era só lama. Encontramos com o
engenheiro Hernani Portela (do DER) no alto da Serra. Regressamos a Taubaté. No
dia seguinte os encargos com o extinto diário “A Tribuna” (como operário da pena
escrevia uma página diária de noticiário local) me impossibilitaram ir até Caraguá, mas
Stipp Júnior foi via Ubatuba, chegando até o sinistro e o seu relato está registrado nas
páginas de “O Estado” ao qual colaborei como correspondente em Taubaté.
Sabe-se que mais de 300 pessoas morreram em Caraguá, mas nunca contabilizadas.
Os tempos eram outros. O meio de comunicação com a cidade atingida era apenas
pelo rádio-amador, hoje obsoleto. Ocorreu que dias e dias de chuva causaram
deslizamentos nos morros da Serra do Mar, com pedras, lama, árvores e tudo que
estava à frente caíram sobre a cidadezinha (na época todo o município tinha 15 mil
habitantes). Caraguatatuba ficou sem água potável, comunicação, faltando alimentos e
sem energia elétrica durante muitos dias. A Fazenda dos Ingleses que – além do
turismo incipiente – era a base econômica da cidade, acabou, foi a primeira a ser
soterrada. O governador Abreu Sodré chegou de helicóptero ao litoral e foi fotografado
com as bainhas da calça levantada para não sujar a roupa de lama. A catástrofe de
Caraguatatuba já faz 40 anos, mas nas páginas de “O Estado de S.Paulo” está
registrado o singular trabalho jornalístico de Stipp Júnior que durante cerca de 12 anos
emprestou o seu brilho intelectual ao mais importante jornal brasileiro.
Stipp Júnior escrevia, fotografava, foi locutor de rádio com perfeita dicção e tinha o
faro das notícias. Nasceu em Marília, em 21 de abril de 1940, filho de Paulo Perches
Stipp e Benedicta Camarinha Stipp. Seu pai era médico, mas ficou órfão paterno aos 6
anos. Residiu em Piracicaba e ali teve despertada a vocação de repórter.
Extremamente articulado, já órfão de pai passou a morar em Lorena, depois
Guaratinguetá e trabalhou na rádio Aparecida. No fim dos anos 60 veio residir em
Taubaté, chefiando a sucursal de “O Estado”, que funcionava nas esquinas das ruas
Souza Alves/Barão da Pedra Negra (hoje, copiadora Copicentro). Freqüentei com
Stipp a singular redação da rua Major Quedinho, em SP, vendo a rotativa no térreo
pelo lado da Martins Fontes. “Uma universidade” – segundo as palavras de Carlos
Lacerda. Neste período Stipp viajou pelo mundo. Entrevistou Werner Von Braun, Neil
Armstrong, esteve na Europa e acompanhou o trajeto revolucionário de “Che” Guevara
na América Latina ( o corpo foi levado aos EUA, sem as mãos, que foram periciadas
por datiloscopistas?). Escreveu em dupla com José Stacchini (autor de Mobilização da
Audácia), repórter especial de “O Estado”. Foi ainda Stipp quem relatou o início da
indústria de aviação brasileira, contando a história da Embraer, Aerotec, Aviação
Neiva, etc., as iniciantes empresas da aeronáutica nacional. Foi o primeiro civil a voar
no Bandeirante, da Embraer. Também percorreu a estrada Rio-Santos antes dos
topógrafos, conviveu com os índios e caiçaras, entrevistou Mário Andreazza,
fotografou as derrubadas das matas virgens e expulsões dos caiçaras para a estrada
passar. Viajou pelo Brasil todo e divulgou “Barreira do Inferno”, local das primeiras
experiências aeroespaciais do país. Fundou, em 1975, o “Diário de Taubaté”. O seu
trabalho está registrado nas páginas de “O Estado” e DT. Impressiona como o Vale do
Paraíba e particularmente Taubaté não dão a necessária dimensão a um jornalista do
naipe de Stipp Júnior. Pode ser o preconceito que Monteiro Lobato identificou.
Quando se lembra dos 40 anos da catástrofe de Caraguatatuba, presto o meu
diminuto, mas sincero, mas sincero tributo de reconhecimento ao mais importante
jornalista de sua geração: Paulo Stipp Júnior. Paz à sua alma! (DC).
Cantinho do Radioamador
José Guanieri Leite - PY2 NQB
E-mail: [email protected]
Sucesso Absoluto o 24° Encontro da Rodada Encontro
de Amigos comparecimento de 200 pessoas
Nos dias 16,17 e 18 de março passado
foi realizado na cidade de São Lourenço MG., nas dependências do Hotel Metrópole, sito na Rua Wenceslau Braz, 20 - Calçadão, o 24° Encontro de Radioamadores
da Rodada Encontro de Amigos, sob a coordenação e supervisão do Presidente Antônio Mathias Simões Branco.
O evento foi um sucesso, não só pelo
maciço comparecimento de radioamadores, familiares e convidados, pelo bom clima reinante, conforto e tratamento proporcionado pela Gerência, e funcionários do
hotel.
Compareceram colegas de vários Estados do Brasil e um grande comparecimento de cidades do Estado de São Paulo. Destacamos presença maciça de colegas do Rio
de Janeiro, Minas Gerais, Goiás, Espírito
Santo. Do Vale do Paraíba tivemos a presença desse colunista e das cidades de Cruzeiro e São José do Barreiro.
Após a ausência por vários anos, contamos com a presença do casal simpatia,
Otton Ricardo, PU2 XOR e de sua cristal
Rosa Maria PU2 XMN, da cidade de Limeira. No sábado dia 16, às 15 horas no
salão de reuniões do Hotel Metrópole, tivemos com uma reunião festiva para entregas de brindes, medalhas e troféus, presidido pelo Presidente Branco. Foi
empossada a mesa dos trabalhos que composta por: Renato - PU2 LXH, Lourdes
PY1 MLF, Zé do Parque PY2 AU, Jayme
PY2 AJG, Duval PY2 DMD, Andrade PY2
TSO, Cleodes e Leite PY2 NQB.
Iniciou-se os trabalhos com uma oração
pelos presentes. Foi feita uma prece especial por todos os radioamadores falecidos
no período de um ano e feito um minuto
de silêncio aos colegas falecidos.
Foram agraciados com medalhas de
ouro pela maior presença nas rodadas durante o ano: masculino: Leite - PY2 NQB
e Feminino: PY1 MLF - Lourdes.
Os troféus tiveram a seguinte classificação:
1° lugar pelo maior número de comando: Atílio-PU2 PEQ de Jaborandi.
2° lugar: Ferrari - PU2 KBL - de São
Paulo.
Participante mais distante: Raul - PAT 2
RAC.
Participante mais idoso: Leonel - PY4
FI de São Lourenço.
Após votação, a cidade escolhida para
o 25° Encontro: Poços de Caldas.
No sábado, após o jantar o Hotel Metrópole ofereceu uma excelente noite dançante, com música ao vivo, salgados e
chopp à vontade.
Quero deixar aqui consignado os meus
agradecimentos à Gerência do Hotel Metrópole e também ao Hotel Fonte Luminosa.
Homenagem à
Stipp Júnior
Rodada do Beco
Nos dias 3,4,5 e 6 de maio próximo será
realizado mais um encontro da Rodada do
Beco, na cidade de Caldas Novas, Goiás.
A rodada do Beco está diariamente na
freqüência de 3.135 khz, sempre às 7 horas da manhã.
Inscrição e mais informações com Marco Baroni no site: www.beco.com.br
Falecimentos
Faleceu dia 27 passado na cidade de
Pouso Alegre - MG, o colega Lafaiete PY4
AGC.
Dia 28, na cidade de Petrópolis Marino
- PY1 YMS
Às famílias enlutadas, nossas condolências.
Pensamento: "Em um mundo superior
pode ser que seja de outra maneira, mas,
sobre esta terra, viver é mudar e ser perfeito equivale a mudar muitas vezes.
J.R.Newmann
Estamos prestando mais uma simples homenagem ao amigo, jornalista
e radioamador que foi PU2 PJX Paulo José (como era conhecido nas
faixas do radioamadorismo). Agradeço a foto que hoje publicamos, cedida por PU2 SCM - Coelho, da cidade de São José do Barreiro, tirada
no ano de 1988 no Alto da Serra, divisa com São Paulo e Minas Gerais.
Não só no jornalismo, mas também no radioamadorismo teve marcante presença deixando uma legião
de verdadeiros amigos.
2
Diário de Taubaté
Geral
Coluna
Espírita
Rogério H. Leite
150 anos de
Espiritismo
minários pagos, Apresentação dos oradores com citação
de seus títulos acadêmicos,
como
se
isto
os
credenciassem a falar da
doutrina para o povo, ou os
distinguisse dos demais espiritualmente. Artigos escritos
em revistas e jornais acompanhados de referências Profissionais, FORMAÇÃO
UNIVERSITÁRIA ETC(
creio que Jesus Cristo não teria espaço para escrever nestes periódicos, dada á sua
condição social de humilde
carpinteiro.) As famosas "panelinhas" onde a mesma diretoria se reveza nos cargos
ao longo dos anos se mantendo no poder como uma classe privilegiada. Atenção especial as pessoas de maior
poder aquisitivo ou projeção
social. Será que pobre nestes "centros espíritas servem
apenas para tomar sopa e
passes?" Recentemente realizei um seminário "gratuito"
numa cidade do interior e fiquei sabendo que a atual presidente de tradicional centro
espírita, sofreu pressões de
determinado órgão federativo, na eleição passada pelo
fato de ser negra. Não , não
adianta fecharmos os olhos
a estes fatos. Será muito comum um espírita ler estas linhas e abrir um tímido sorriso amarelo, afinal" espírita é sinônimo de cordeiro",
argumentam alguns...Creio
que seja cordeiro hipócrita.
Isto quando o espírita não
sofre a síndrome "Ana Maria Braga" Ah, mas você...
Sou alguém que sente, pensa e fala, exercendo minha
condição de espírita e cidadão de um País ainda democrático. Creio que por amor
a doutrina que abraçamos,
em respeito á tantos irmãos
que pela força do exemplo
disseminaram a doutrina em
nosso país devemos refletir
sério acerca destes problemas internos. "O espiritismo
veio para o povo, para com
o povo dialogar".
O ano de 2007 representa
um marco para o movimento espírita que comemora
neste ano a codificação da
doutrina. O lançamento do
Livro Dos Espíritos, na França por Allan Kardec em 1857
trouxe as luzes do discernimento á humanidade inteira,
especialmente ao Brasil, o
país mais espírita do mundo.
Creio que este seja um momento de reflexão para todos
os espíritas. No dia 2 de abril
passado o médium Chico
Xavier completaria 97 anos
se estivesse encarnado. Foi
ele ao lado do Dr Bezerra de
Menezes os grandes responsáveis pela popularização da
doutrina em nossa pátria,
digo isto com respeito á tantos outros seareiros do passado que também contribuíram com seus esforços e
exemplos para a divulgação
da doutrina. O dr Bezerra de
Menezes, no entanto, nos
primórdios da implantação
do movimento espírita no
País, desempenhou um papel
de relevante importância
exaltando o caráter religioso e cristão da doutrina, enquanto diversos grupos isolados se atinham apenas no
caráter científico e filosófico. Chico Xavier por sua vez
com cerca de 518 livros
psicografados, soube divulgar todos os conceitos da
doutrina numa literatura tão
diversificada que sem dúvida; atendeu á todas as classes sociais, do mais simples
ao mais exigente. È dele essa
frase: " O espiritismo veio
para o povo, para com o
povo dialogar". Chico
Xavier sempre teve temor
pelo elitismo, infelizmente
observamos hoje sinais claros desta tendência, principalmente no estado de São
Paulo. Tive a oportunidade
de observar o movimento espírita em outros estados e
identificar esta inclição mais
enraizada no movimento
paulista. são sinais claros de
elitismo no movimento: Se-
ROGÉRIO H. LEITE é espírita atuante há 28 anos, sendo médium
ostensivo desde os 12 anos de idade. Preside hoje as tarefas realizadas
na "Casa da Esperança, em Taubaté, no "Grupo de Estudos Alan Kardec",
em Lorena e no "Núcleo Espírita Irmão do Caminho", em Santa Izabel.
Atende em Taubaté, na Casa da Esperança, às sextas-feiras, a partir das
14 horas. Telefone: (12) 3157 4565 / 3686 4721 / 8146 5424.
INDICADOR MÉDICO
OFTALMOLOGIA
CLINICA GERAL
Médico Oftalmologista
CLINICA- CIRURGIA-LENTES DE CONTATO
R. Quatro de Março, 203 - Tel.: 36 21-1088
Dr. Paulo Sergio Werneck
Gastroenterologista
GASTROENTEROLOGIA
PSICANÁLISE E PSICOTERAPIA
Cons. R. Cel. Gomes Nogueira, 31
Tel.: 3632-9834
DERMATOLOGIA
Drª. Elina Alves Ribeiro
Dermatologista
doenças da pele e
cirurgia estética
R. Dr Souza Alves, 288 Tel.:3632-7331
Dr. Ivanir M. A. Freire
PEDIATRIA
Dr. José Arthur Lessa
Pediatra
R. Engenheiro Fernando de Mattos, 252
Tel.: 3632-2888
UROLOGIA
Dr. Wander Cunha
DOENÇAS DOS RINS - Urologista
R. Dr. Souza Alves, 288 Tel.: 3632-7331
OFTALMOLOGISTA
Dr. ELITA ALVES RIBEIRO
OFTALMOLOGISTA
(Clínica e Cirurgia dos Olhos)
R. Dr. Souza Alves, 39
Tels.: 3622-4461 - 3624-1298 - Taubaté
Diário de TTaubaté
aubaté
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(MTB-10.655)
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Jornal Independente filiado à:
ADJORI/SP e ABRAJORI
Taubaté, Vale Industrial do Paraíba, 5 de abril de 2007
Espiritualidade
Médium recebe mensagem de Stipp Júnior
Esta semana, o mundo
cristão revive a paixão e
morte de Jesus Cristo. Mas
revive também a Sua ressurreição. A Páscoa é a grande
mensagem da vida eterna,
que inclui o mundo material
e o espiritual. Para refletirmos sobre isto, os familiares do fundador do DT, jornalista Stipp Júnior, permitem a publicação seguinte:
Carta Psicografada pelo
médium Rogério H. Leite,
em sessão pública, dia 24/
02/07, na Casa da Esperança, na Avenida Itambé, em
Taubaté, quando fazia 46
dias de falecimento de Stipp
Júnior.
“Iara, querida companheira de sempre:
Compareço a esta casa de
preces, sem, contudo, reunir
os recursos necessários para
uma carta mais abrangente.
É natural Iara, querida, que
o meu estado de convalescença não me permita maiores incursões no reino da
palavra escrita, ainda mais
operando por este meio de
comunicação que desconheço ou ao menos não possuo
maiores intimidades.
Agradeçamos juntos, pelo
esforço dos Benfeitores amigos, que me amparam neste
momento para que, através
deste amigo que emprega
uma simples caneta esferográfica, eu consiga registrar
os meus pensamentos e emoções, repartindo com você o
que somente a nós pertence.
As saudades antecipadas
de minha separação física e
o sentimento de amor, respeito e dedicação mútua,
companheiros, mais afoitos
a este intercâmbio me orientaram com a antecedência
necessária, entre eles o nosso colega de Comunicação
Augusto César Vannuci, que
está ao meu lado incentivando-me a prosseguir sem deixar que as lágrimas da emoção que me toma no momento, prejudique este ditado
que preciso levar adiante.
O Vannuci para me incentivar, assinará logo abaixo a
minha assinatura.
Agradeço-lhe o incentivo
e prossigo.
Iara, minha nega, como
pode um homem de Comunicação que, por impositivos
da profissão escolhida, tenha
viajado a tantos países diferentes, sentir-se estranho na
Pátria Verdadeira, na concepção dos Benfeitores amigos?
São saudades, eu sei o
quanto não deve ter sido fácil à você e à Lena, que cuidaram de mim na condição
física que fiquei, atado ao
leito, em plena dependência.
Nunca me imaginei nessa situação, mas foi graças ao seu
carinho de esposa convertida em mãe amorosa que
pude sobreviver neste estado por tantos meses, sem revoltar-me radicalmente contra o destino. Sabe, Iara, a
cabeça ainda pesa um pouco no movimento de reviver
os episódios de nossa vida
em comum. No entanto, hoje
reflito interiormente que
você em minha vida, não foi
obra do acaso ou das circunstâncias, pois além do
amor e do afeto que nos
movia os dias, observando
hoje o futuro que me aguardava, penso comigo, qual
dentre as mulheres sobre a
Terra teria encontrado equilíbrio, força e ternura suficientes para cuidar do Stipp
naquelas condições. Não,
Iara, foi Deus quem me deu
você como um presente valioso ou como um provável
prêmio que não mereci. Mas
que haverei de merecer, pois
estou ciente da perpetuidade da vida. Então, companheira, não chore. Ou então
choremos juntos sem revolta. Choremos em agradeci-
O jornalista Stipp Júnior e Célio Galvão,
gerente de Comunicação da Ford, em 2005
mento pelo que vivenciamos
juntos, pelo que havemos de
viver ainda. Nada de revoltas.
Afinal, mais de trinta anos
juntos nos tornou uma só pessoa e um só coração. Quanto
ao que me aconteceu, e como
sabemos, o acidente vascular
ocorrido em outubro de 2005
deu seqüência no organismo
imperceptivelmente debilitado.
Pelas lutas e emoções de
uma existência repleta de alegrias e dissabores, entre os
quais enumero a partida do
Maurice. Você sabe que não
pude me conformar com o
distanciamento do filho querido que mal começara a viver sua vida e a forma que o
fato se deu impressionou-me
profundamente.
Ele estava começando sua
vida. Tivera boa educação,
afável, dócil natureza religiosa como a avó, embora de
concepções espíritas. O
Vannuci também passou por
uma experiência ao perder fisicamente o seu filho Gabriel,
em circunstâncias quase idênticas ao lado de sua namorada Priscila. Ele estava no auge
do seu vigor físico e despediu-se da vida como um pássaro. Desde então, segundo
ele próprio, a vida não lhe fora
a mesma, ainda que nosso
amigo possuísse tantos conhecimentos doutrinários. Mas
são fatos relevantes, cuja procedência e finalidade pertencem a Deus.
Por que sofri tanto, debilitando a minha saúde, se hoje
ele está comigo, ao lado da
mamãe?
Por que tanta dor, se a morte não existe? Sim, companheira, tanta incursão nas várias áreas da intelectualidade
deixaram uma lacuna em
branco em minha mente e coração, lacunas que, deste outro lado, vou compreendendo
e você, como sempre, minha
heroína, de sua parte vai fazendo o mesmo. Veja, ainda
somos cúmplices, eternos namorados, sinto que na quinta-feira, dia 10 de janeiro,
creio que às 23 horas e cinqüenta e sete minutos, tive de
deixá-la com tanta vontade de
ficar, devido à insuficiência
respiratória que colaborou
para que o meu ingresso a
uma nova viagem, desta vez
sem passaporte, ocorresse.
Senti uma sonolência profunda, precedida de uma dor
aguda no peito do lado esquerdo, foi o meu momento.
Dentro de mim, ainda, por
mecanismos que não compreendo, ouvia a sua voz me chamando, afirmando-me o seu
amor. Afligi-me sem ter consciência de estar no corpo ou
fora dele, mas a mamãe e papai Paulo Perches, e o Dr.
Cembranelli estavam a postos, auxiliando-me neste momento tão único. Logo divisei a presença de sua mãe
Nenzinha e tantos outros que
não pude identificar, além do
filho querido de volta, que me
abraçou com tanta ternura e
me
deixei
conduzir
aprofundando-me no sono
profundo. Deus existe, Iara,
não tenha dúvidas sobre isso.
Não sei por quanto tempo per-
maneci naquele estado. O fato
é que não tomei conhecimento do meu sepultamento. Mas
após despertar no leito de um
hospital, higienizado, decorado de motivações belas e nos
impressionarem os sentidos.
Aos poucos, tomei ciência de
tudo. Preces feitas por você
com tanto amor, pelos filhos,
netos, amigos, familiares, me
revigoraram o ser aos poucos.
A cabeça confusa, mas a
presença de minha mãe, pai,
Maurice e amigos que me precederam na jornada me tranqüilizaram.
Iara, Deus existe, O evangelho não é uma utopia, nem
o ópio do povo. Benfeitores
anônimos cuidaram de mim
com tanto zelo que me senti
seguro, pois só poderia agradecer a vida que tive na Terra.
Devo me dirigir às minhas
crianças. À Ana Luíza, que
não sofra pela minha ausência forçada, estarei bem, filha.
Estou vivo, de nada me acusa
a consciência, a não ser pelo
fato de que deveria tê-los
abraçado mais, ter dito que os
amava um maior número de
vezes.
Deveria ter festejado mais
com meus netos. Beijos filha,
beijos e abraços, à você e ao
Tiago.
Quanto a você, Anaísa, é o
carinho de sempre do pai que
não os esquece. São minhas
rogativas ao Bem Supremo,
para que você, dentro de suas
escolhas, faça carreira e continue representando-me ao
lado da Ana, junto da mamãe
Iara.
Quanto ao Paulo Henrique,
agradeço-lhe, filho, as preces
e o apoio à Iara. Aceite,
Paulinho, o pai de retorno.
Afinal, um homem de Comunicação é um homem de Comunicação. O restante é com
os benfeitores amigos que
segundam nossos esforços.
Abraços ao Hermann. Que
saudades, filho! Busquemos
juntos a união imprescindível
para que essa fase passe e possamos, juntos, idealizarmos
novos sonhos e empreendimentos. Te amo, filho.
Eliana Maria, aceite-me de
volta. É a presença do pai nas
letras que rapidamente constroem palavras de saudade e
reconhecimento a todos. Beijos, filha.
Recordando-me de meus
netinhos, beijando o coração
do Lucas, do Miguel, da
Mirella e dos outros sapecas,
do vovô coruja.
Sei que meus netos se multiplicarão e sinto-me feliz com
isso. Quero agradecer ainda
nesta oportunidade, o conforto e solidariedade expressos
a você, Iara e nossos familiares. Agradeço ao Barbosa,
amigo de sempre, ao Joel
Vilela, ao vereador José Francisco Saad, nosso Chico
Saad, pela moção de pesar
dirigida aos nossos, entre outros. Entre eles, o Maluf.
Digo isto porque ele, de
sua parte, em nossa convivência, ou seja, na minha
condição de jornalista nunca
me criou entrave algum às
investidas jornalísticas mesmo nos períodos mais graves
de nosso País. Enfim, agradeço aos vereadores, ao prefeito Roberto Peixoto pelas
deferências elogiosas e
confortantes neste momento
tão delicado. Agradeço à nossa Gláucia, sempre prestativa
e fiel, pela tarefa difícil de
que se incumbiu, ao ter de notificar o meu falecimento físico a tantos que abordaram
o Diário.
Iara, querida, não quero
vê-la triste. Seja forte. Há
tempos nossos corações se
confundem, jamais estaremos separados. Prometo tão
logo eu esteja devidamente
recuperado, assistí-la sempre
que possível. Sim, Nega, leve
adiante projetos dinâmicos,
mas permita que o seu coração se sensibilize a uma causa, cujo valor muitos homens
desconhecem ou vêem com
indiferença. A vida física já
nos proporcionou tudo o que
poderia, vitórias arrojadas
sobre as adversidades.
Prêmios valiosos por reportagens corajosas e inéditas.
Agora companheira, ceda
espaço para Jesus representado pelos que sofrem. Concordo com sua iniciativa de,
se um dia receber algumas
páginas escritas e assinadas
por mim, publicá-las no Diário. Haverá os que considerem essa iniciativa próxima
do sensacionalismo, mas haverá uma multidão de sofredores a agradecer-lhe por
isto.
Os que conhecem a sua dor
e não possuem este lenço que
nesta tarde lhe ofereço para
enxugar seus olhos e seguir
adiante. Não, Iara, os homens
não saberão aquilatar o valor
de tua atitude de mulher digna e mãe amorosa. Mas a vida
a recompensará, por esta e
outras iniciativas no bem.
Preciso encerrar. A vontade de seguir adiante é sempre uma particularidade de
um jornalista, mas preciso
obedecer os critérios da disciplina. Não posso colocar
um ponto final onde pretendo me estender no
futuro.Então coloco uma vírgula.
Beijos, minha companheira. Te amo e amarei sempre.
Quando me sentir fora do
estado de convalescença,
prometo escrever sob a
anuência dos Benfeitores
amigos, uma longa carta falando mais de nós e de nossas saudades.
Beijos, Iara, do sempre
seu, Stipp Júnior.
Peço conferir em público
as assinaturas ou mesmo na
Imprensa a assinatura do amigo e colega que, compreendendo a urgência de nossas
dor e saudade, muito me auxiliou, ao lado de Benfeitores e familiares”.
Taubaté, Vale Industrial do Paraíba, 7 de abril de 2007
Prof. Carlos R. Rodrigues
Fotos: arquivo pessoal
Especial
LEITURA DE TAUBATÉ
Diário de Taubaté
7
Diário de Taubaté
João Paulo II e a partida do jornalista Stipp Júnior
(uma história de Páscoa)
O
dia caiu sobre o Vaticano; as pombas voaram, em bandos, em busca de comida. A
irmã Vicenza abriu os aposentos do papa,
exatamente como faz há mais de dez anos. João
Paulo I estava de pijama, em posição de leitura,
segurando alguns papéis, um leve sorriso no rosto que, sem dúvida, estancara de repente. O papa
morrera de madrugada, ao completar, apenas,
35 dias de papado. A notícia caiu sobre o mundo, desconsertando todas as lógicas do universo.
O cardeal Karol Wojtyla ouviu a notícia da
morte de João Paulo I pela rádio do Vaticano.
Sentiu-se mal. O seu corpo, de uma hora para
outra, arcou-se como o peso do mundo. Teve acessos de vômito, um pouco de febre, uma leve tontura...
Em Roma, depois do desespero assentado, teve
início a eleição do novo papa. Houve boicote por
parte dos italianos; havia grupos escondidos pelos cantos, parecendo lobos assustados. As votações sucediam-se, mas as fragmentações entre o
clero nomeado para eleger o novo papa não levavam a lugar algum.
Lá pelas tantas, sem uma explicação coerente
para o fato, o nome de Karol Wojtyla despontou
como o novo Sumo Pontífice. Ele aceitou, adotando o nome de João Paulo II, em homenagem
ao seu antecessor. Caminhou para a saudação do
povo católico. Saiu do formalismo oficial, ao
abraçar um grupo de crianças especiais.
rando as suas dores, giro endoidecido em suor,
sangue, tortura, perseguições, violências inovadas pela imaginação dos insensatos, agarraramse às pilastras da casa de Pedro. João Paulo adormeceu por volta da meia-noite. As imagens do
passado vieram em sua mente exausta.
O palco do teatro, o cenário, a maquiagem.
A voz de Otelo, a voz de Édipo, o choro de
Jocasta.
A amizade com a jovem Ginka.
Confissões. A palavra sem saída.
As mãos entrelaçadas e a contagem das estrelas.
A flor apanhada no campo em oferenda.
As forças nazistas levaram Ginka,
A sua Ginka.
Para o longe e impreciso.
Era um vez um artista que chorou sua terceira perda.
Por essa época, o presidente Ronald Reagan,
dos Estados Unidos, católico fervoroso, ofereceu ajuda a João Paulo II, em sua cruzada contra a opressão comunista na Polônia.
E o carro passou dentro da boca do vento. Os
tiros atravessam as paredes da história. O presidente americano tombou sobre a calçada; a cabeça pendida no asfalto.
João Paulo II abençoa o povo. A multidão
ergue e vibra os seus lenços, de várias cores. A
menininha está sobre os ombros do pai; ela chora
de emoção, está pertinho do papa. Tiros. Vários
No seu interior, pertinho do coração,
tiros...O papa caindo, em câmera lenta - "Maria
Lembrou-se da cidadezinha de Wadowice,
minha mãe, minha mãe..."
Local de nascimento.
Durante as cinco horas de cirurgia, os moviLugarejo afastado da agitação de Varsóvia,
A voz da mãe, Emília, cantando canções, dan- mentos rápidos e decisivos dos médicos, o som internacionais, ajoelhando-se, e beijando o chão
"entrechocado" da instrumentação, as vozes do país visitado.
çando,
trocadas buscando a salvação; João Paulo toma
Narrando histórias do folclore do país.
Lembrou-se da morte da mãe, na entrada da um barco sem remador e navega em águas proE assim, de viagem em viagem,
fundas do seu passado.
primavera.
Karol foi tirando os véus
Era uma vez um menino que enfrentou a sua
Das feridas, das mazelas do mundo.
A invasão nazista, bombas matando, matanprimeira perda.
Espalhou a semente da liberdade consciente,
do crianças, mulheres, sonhos.
Nas terras por onde passou.
O seu trabalho numa pedreira, o cheiro da
Em julho de 1979, o avião papal sobrevoou
Deu um empurrão no muro de Berlim
os céus de Cracóvia. Os olhos de João Paulo química.
E o muro despencou-se como flocos de algoCorpos dilacerados nas explosões.
radiografaram a sua origem. As lágrimas escordão
A escuridão da noite, Karol levando crianças,
reram por dentro da face. Às dez horas, momento
Silêncio!
Crianças loiras, morenas, ruivas, todas judide sublimação, o avião pousou em terras polonesas. Os estudantes corriam pelas ruas da ci- as,
As flores dos jardins do Vaticano floriram, de
Para a proteção do bispo Adam Sapieha.
dade, as vozes soltaram-se da garganta, depois
geração em geração, por vinte e oito anos. As
Karol Fugindo da perseguição da Gestapo,
abelhas nasceram e morreram beijando o pólem
de anos e anos de atrofia. Os sinos das igrejas,
Escondendo-se nas quebraduras das casas,
mosteiros, campanários, soaram ao mesmo temno coração das rosas.
Mas salvando crianças...crianças...crianças!
po. As propagandas comunistas, coladas em toEra um vez um jovem que lamentou sua quardas as paredes e prédios, desapareceram, as banKarol Wojtyla estava muito doente.
deiras vermelhas fugiram para os bosques, para ta perda.
As imagens enfileiravam-se diante dos olhos.
o reino dos dragões desencantados.
Os países apresentavam-se na frente do seu
A chuva despencou-se sobre o céu polonês. pensamento.
João Paulo secou as lágrimas com as costas
O general Jaruzelski, magro, feio, empedernidas mãos.
O povo na praça de São Pedro...
À sua passagem, o império comunista parecia do, nomeado primeiro secretário pelos medroA menina de olhos azuis sorrindo...
desintegrar-se como pano de fantasia, após o uso sos de Moscou, decreta Lei Marcial sobre o povo
A freirinha orando palavras em lágrimas...
polonês. João Paulo II retorna à Polônia, tem
A voz de Fafá de Belém cantando Ave Maria.
desfigurado.
um encontro com Jaruzelski, o homenzinho treE Karol Wojtyla pede: "Deixem-me ir para a
A morte do irmão Edmund veio-lhe à lembran- me nas pernas arqueadas.
casa de meu pai..."
O tempo não segura as decisões, os aconteciça,
mentos despencam pelos caminhos traçados, vão
Jovem médico, pessoa de Deus.
A cidade de Taubaté, depois de um longo e
levando as margens da logicidade para as beira- arrastado dia, sentou-se no alto do convento proMorreu tentando livrar o povo humilde,
Da epidemia de escarlatina que abatera o país. das das cachoeiras.
curando organizar toda a sua história, desde a
Três anos passados, após a segunda viagem fundação, até o momento em acontecimento.
A epidemia levou Edmund desse mundo.
O sorriso de Edmund passou à frente do papa. da Karol Wojtyla à Polônia, o governo deu anisO sabiá laranjeira, poeta apaixonado do canEra um vez um moço que chorou sua segunda tia geral aos presos políticos. Quatro anos de- to clássico, amante do jornalismo bem feito, leipois, em plena brisa de outono, Lech Walesa foi tor dos mais variados jornais, que os leitores
perda.
eleito o primeiro presidente do país, pós ocupa- abandonaram pelo chão, sobrevoou as torres da
À tardezinha, na Praça da Vitória, local de uso ção soviética.
Catedral, da Igreja do Rosário, perguntando pelo
O mundo acostumou-se, de alguma forma, jornalista Stipp Júnior.
exclusivo do poder soviético, João Paulo celecom aquela imagem chegando aos aeroportos
brou missa para quatrocentas mil pessoas.
O sermão do papa jogou o poder soviético,
no avesso do avesso, no intestino da derrocada.
Os aplausos rasgaram a privacidade da Praça.
Os líderes do Partido Comunista,
Escondidos em suas tocas,
Não ouviram a profecia dos novos tempos.
Estavam perdidos, atordoados.
A coleirinha do mato, moradora do abacateiro
plantado no quintal de Stipp, respondeu ao sabiá:
"Meu amiguinho intelectual, o jornalista Stipp
Júnior, doente há vários meses, estava sentindo
dores descontroladas e, você bem sabe, ele não
merece isso..."
A dona Iara ajoelhou-se na frente de um
oratório. Segurou as lágrimas num canto dos
olhos. Orou e pediu a João Paulo II que não permitisse que Stipp Júnior, seu marido, pai de suas
filhas, sentisse tanta dor. Atenda, se possível, esse
meu pedido...
O sinos da matriz de São Francisco
Tocaram para os sinos de Santa Clara.
Stipp ouviu a declaração dos dobres dos sinos.
Era coisa de João, João de todos os dias.
A dor despediu-se e saiu pela janela.
O jornalista teve muito tempo para arrumar a
bagagem.
Conversou horas com a esposa Iara, conversou com as filhas. Contou as grandes aventuras
jornalísticas. Falou do perigo, da cena, do fato,
da hora exata e precisa, o dedo clicando a máquina fotográfica para o registro das agonias ou alegrias do universo.
Os olhos do jornalista tornaram-se pesados.
Stipp travou o fecho da mala de viagem. Ouviu o
som que vinha dos dedos de Bach...
Os lábios do jornalista sopraram um sorriso.
Alguém cantou além do altar de uma igreja,
João, João, João, o João é nosso irmão
Stipp apertou as mãos daqueles que fizeram a
sua história
Sentiu-se leve, bem leve
Aprumou a alma, com elegância,
Tomou o rumo da paz!
Um ano depois da visita do papa, os movimentos grevistas pipocaram pelo país. O líder
grevista Lech Walesa, subiu numa escavadeira,
de quatro metros de altura, e discursou para os
operários dos estaleiros em Gdanski, espécie simbólica do poder comunista.
Houve negociações. João Paulo II enviou negociadores à Polônia. Em Roma, durante uma
missa, ele abençoou a greve e seus líderes.
No frio das docas polonesas,
As águas cansadas, de um mar cansado,
Batiam nas colunas e vergalhões
Homens usando roupas escuras, unidos no
vento,
Vozes sussurradas, fundaram um Sindicato Independente,
O Solidariedade.
O dia acelerou os acontecimentos espalhados pelos corredores do Vaticano.A voz da África. O grito das favelas brasileiras. O mundo gi-
Stipp Jr. no dia da inauguração do Diário de Taubaté em 29 de junho de 1975 e amigos da imprensa local,
entre eles: José Luiz da Silva, Djalma Castro e Osny Guarnieri
Taubaté, Vale Industrial do Paraíba, 21 de abril de 2007
Prof. Carlos R. Rodrigues
Fotos: arquivo familiar de Stipp Júnior
Especial
LEITURA DE TAUBATÉ
Diário de Taubaté
7
Diário de Taubaté
Aniversário do jornalista Stipp Júnior:
lembranças do cheiro da tinta da Redação
O Peru chorou o inverno das mães das noites.
O povo encolheu-se como feto...uma lágrima só.
O jornalista Stipp documentou os soluços enfraquecidos.
Escreveu sobre a dor que se recusava a partir
Escreveu...escreveu...depois chorou...
O ex-presidente Venceslau Brás,
Com sua ex-comitiva de trabalhadores braçais,
Pisaram a garoa de São Paulo em tarde destemperada.
Fez pose para os fotógrafos,
Piscou para as mulheres desprevenidas.
Consolou políticos desconsolados.
Falou para operários despreparados.
Contou um tango para a prostituta sonolenta
Falou de impostos sobre malandragem
Jantou com empresários esperançosos.
Desiludiu os partidos agoniados...
Capa da máquina fotográfica com assinatura
de Von Braun e Neil Armstrong
Em evento social de 1977
O jornalista Stipp Júnior, neste sábado, dia do seu aniversário,
rompeu os limites das distâncias.
Procurou no meio da luz morteira do camarim,
Depois da saída do artista, a fantasia da memória.
Vestiu a roupagem feita de nuvens coloridas,
Andou pelo silêncio do palco. Ligou os refletores e rebatedores.
As lembranças, então, iniciaram os seus desvendamentos.
E contaram os detalhes da história.
O jornalista correndo trezentos mil espaços.
Os fatos esfaqueando a lógica do universo.
A voz abafada. Lama sob os pés. A guerrilha pedindo trégua.
A pergunta destampando a cobertura da noite.
O entrevistado chorando a perda recente...lamento!
Onde foi parar o corpo de "Che"? Corpo morto de "Che"?
Foi para os Estados Unidos.
Voando num jato movido a etanol.
O Stipp registrou. O Stipp viu.
A lua com graça, ou sem graça está no céu.
Os deuses das mitologias dormem...sono roncado.
Sonham com labirintos fechados, intrincados, impossibilitados.
Além da cortina de ferro, botas negras, carrancudas.
Batem os solados dos pés no chão.
Trincam a neve...matam o dia...
Lá, depois da mata escura, depois do uivar dos lobos.
Há um campo de treinamento de guerrilheiros.
Os tupamaros aprendem com lentidão.
Os russos ensinam com palmatória nas mãos.
Dr. Jivago acordou ao amanhecer.
Lara deixou a porta do cozinha fechada.
O Stipp viu. Escreveu...Pôs nas ondas do mar.
O dia amanheceu descolorido e opaco.
De uma torneira pública, popular...
Jorrou água quente, vapor quente, gases explosivos.
O menino brincava com uma lata velha,
Vagão de um trem descarrilhado,
Construído em sua imaginação.
O menino sentiu a terra gemer, abrir, engolir...
O terremoto sorriu fendas no rosto do chão.
O cheiro da morte lamentou o silêncio dos corpos.
Stipp em 1974, no Museu de Guerra do 6º BI, em Caçapava
No recuo do canto da mesa, no vazio deixado pelo garçom,
O jornalista atravessou a lentidão dos seguranças,
Das ordenanças, das pajelanças...
E o ex-presidente abriu o seu coração para Stipp.
Falou dos sonhos pendurados no cabide.
Comentou sobre o rancho fundo do Brasil...
Filosofou as rugas aparentes de Narciso...
Confessou seu desejo de casar-se com jocasta...
Depois, sem aviso, dormiu
Stipp deslizou-se da apreensão. Achou graça. Sorriu...
A flauta tocava na ventania das colinas de pedras.
O samba descia o caminho das lavadeiras.
Um cachorro vira-lata virava um pesadelo de cio
Duas meninas brincavam nas beiradas do cais.
O feijão de Dona Inácia borbulhava o cheiro de paio.
Não havia estudante vagando pelas ruas
Não havia aula na Universidade da Baixada
O jangadeiro não cantava rezas de Iemanjá.
Nos porões das prisões volumosas,
Os presos políticos dilaceravam seus medos.
Na entrada do Palácio da Justiça,
Estátua de olhos vendados...espada encostada ao peito,
Apresentando o mundo calado. Mundo ocultado.
Stipp Júnior, desafiando o mistério da noite,
Entrevistou o general Mourão Filho.
Uma pipa de papel crepom, vareta cruzada,
Caiu no Arpoador.
Um operário morreu na prisão.
Stipp sentiu o vento corajoso no rosto,
E, sem pompa, pintou a Manchete Nacional.
Flash Gordon desenhou os mapas lunares, com lápis de cera,
24 cores em sangue cru.
Júlio Verne enrolou-se em seu lençol de ficção.
Neil Armstrong acenou com todas as suas mãos, para o povo
comprimido nas calçadas.
O povo americano chorava em linha reta.
O presidente americano guardou seu coração,
No bolso do paletó, entre os lenços dourados.
A bola colorida escapou dos suados dedos,
Da menina ruiva, cabelos da cor do pintor sem orelha.
A bola dançou sobre as cabeças do prédio.
O astronauta, herói com registro em carteira,
Entrou no carrão cor de laranja mexerica,
Despediu-se do mundo. Foi descansar em sua fazenda.
Stipp em Roma, em 1968
Sonhou com sua viagem espacial.
Com o dragão de São Jorge assustadíssimo.
Os pés calçados com tênis Nike,
Pisando e pulando no solo da Lua.
Acordou, sensatamente, na disposição do sol.
E lá estava, sentado na varanda do casarão,
o jornalista Stipp Júnior. Do Texas para o Brasil.
Perguntas pensadas. Questionamento de precisão
No momento da despedida, olhos curiosos de realização,
Neil Armstrong empunha a caneta de ouro
E autografa a capa da máquina do jornalista
João Antônio de Oliveira
Morava perto, colado à Igreja N. Senhora da Paz,
No Rio de Janeiro.
O jornalista Stipp Júnior, num sol de 30 graus,
Subiu e desceu ladeiras arrepiadas.
Localizou João Antônio,
Sentado no tronco de uma figueira,
Na Praça de São Diógenes.
A entrevista ganhou pedaços da noite,
Fatias muito parecidas com bolo de noiva.
João falava como locutor esportivo:
- "Os caminhos abertos pelo Vaticano II,
Meu caro, não chegaram sem grandes turbulências.
Na Igreja de Nossa Senhora da Paz,
Onde eu trabalhava como pároco,
A juventude tomou conta de tudo, agitação total.
O som do órgão foi emudecido pelo barulho,
Ensurdecedor, das guitarras elétricas.
A missa seguia a sua linearidade.
De repente, entre a devoção e as orações,
Tocaram "Que tudo mais vá para o Inferno",
A juventude, meu caro, transformou a igreja em pista de dança.
Na igreja do Espinheiro, no Recife,
A coisa aconteceu da mesmíssima forma".
Stipp registrou os depoimentos. A história dentro da batina.
A lua, olhada em seu viés, parecia avermelhada.
Foi por essa época que o jornalista deu de colorir suas emoções: paixão verde, alegria quase vermelha, dor com toques de
amarelo escuro.
Depois de todas essas lembranças, e ainda há outras,
Esperando para serem contadas, o aniversário de Stipp
Foi devidamente comemorado.
Percebendo que era hora de voltar,
Pois o anjo guardião começava a enevar-se.
O jornalista fechou as cortinas do teatro.
Desligou a chave central da memória
Deu um pulo em sua casa, ainda não era noite tardia,
Viu as filhas dormindo no olhar estirado de sono
Iara, sentada no sofá da sala,
Assistia a um filme na televisão.
Stipp rasgou um pedaço de papel,
Ajeitou a caneta por entre os dedos e escreveu:
"Estive aqui: senti uma comoção danada.
Há momentos azuis como a Eternidade, e estes
perduram para sempre".
E, junto com o anjo guardião, pegou a estrada de volta.
6
Diário de Taubaté
Prof. Carlos R. Rodrigues
Especial
Taubaté, Vale Industrial do Paraíba, 7 de julho de 2007
LEITURA DE TAUBATÉ
Diário de Taubaté
Diário de Taubaté: trinta e dois anos
de vida e uma história de amor!
O diretor fundador do Diário de Taubaté, Stipp Júnior, durante inauguração da sede na Rua Dr. Souza Alves
infinito. Iara estava apaixonada pela entrevista, gratificada diante da vida, e amando Stipp, mais do que qualquer outra coisa
nesta vida.
O mundo, por outro lado, não respeitava os sinais mais simples da racionalidade., A luta civil em Angola explodia-se em
sangue vermelho, vinho tinto da vida. O Diário de Taubaté
acompanhava as lágrimas desesperadas da história.
O Vietnã rompia-se na alucinação de milhares de bocas
sufocadas no lago pantanoso das guerrilhas. Era noite das mais
escandalosas, quando os comunistas ocuparam Saigon. Milhares de americanos, selvagens e vaidosos, ajoelhados no chão.
O Diário de Taubaté notificou, informou essa batalha entre
Davi e Golias.
Havia pássaros brancos sobrevoando o céu azul-anil desse
Brasil. O general Geisel, no palácio feito de tortas e paetês,
assinava a lei criando o Programa Nacional do Álcool. O Diário de Taubaté varou a noite, notificando os fatos.
Em Taubaté, em tempo de boca de urna, Waldomiro de Carvalho, depois do vento e das ventanias, assume a Prefeitura
O cheiro da máquina percorrendo os espaços,
Municipal. Sorriso velado, tapinha nas costas, promessas lunaAs notícias entrando na carne do prelo.
res e orbitais. O Diário de Taubaté enfrentou parte das lutas
O olhar do jornalista Stipp percorrendo caminhos.
de sua sina. A verdade do jornal, não batia com os delírios do
O olhar da jornalista Iara percorrendo descaminhos.
Palácio Municipal. Pedaço triste de ser contado. Mas, driblando
Um bêbado qualquer, desequilibrado nas andanças,
as letras, as linotipos, Stipp levou a sua verdade na fronteira do
Gritou na boca aberta da madrugada.
vento.
"Viva São Pedro"! Viva todos "nóis"!
O rosto do jornalista Stipp naquela tarde das mais tropicais,
Esse processo, chamado impressão a quente, acompanhou o não cabia na largura do seu sorriso. O cabelo caindo na testa, o
suor "neblinando" as lentes dos óculos. As frases nascendo na
jornal "Diário de Taubaté", até o início dos anos noventa.
A luta era brava. Os dias se passavam na arena. Os touros febre de todo grande jornalista: a Lei da Anistia fora sancionavinham de todos os lados, alucinados na loucura desenfreada da. Os aeroportos recebiam milhares de homens violados em
dos tempos. Milton de Alvarenga Peixoto, prefeito municipal seus direitos básicos. Nos Estados Unidos, terra da Estátua da
de Taubaté, canalizando todos os córregos da cidade, criando Liberdade, a Usina Nuclear de Three Mile Island, provocou o
creches, escolas, asfaltando as avenidas centrais da cidade. Tra- acidente que apodreceu páginas e páginas de muitos livros e
balho penoso, condutor do ideal de progresso e arrojo diante da jornais. Waldomiro de Carvalho revirava os paralepípedos das
vida. O Diário de Taubaté estava lá, o Stipp estava lá. A Iara, ruas dos taubateanos. E o Diário de Taubaté, seguindo o seu
destino, foi "manchetando" a agonia de todas as vidas.
jornalista apaixonada estava lá.
O barítono Thiago Wasconcelos, numa noite fria e longa,
Havia uma noite caminhando pelas ruas da cidade. Havia
várias pessoas reunidas na casa do Guido Brandão. Stipp entre- cantou com o coral de dona Neide, na Matriz de São Francisco
vistava o prefeito Milton de Alvarenga Peixoto. Ele explicava, das Chagas. Na Polônia, milhares de operários pararam o maicom detalhes, o exato momento em que assinou a criação da or Estaleiro do país. O operário Lech Walesa gritava e repreFederação Universitária de Taubaté. No andar dos sentava as dores dos trabalhadores e as dilacerações causadas
questionamentos, no vaivém das perguntas, Milton justificou, pela impotência, pela agonia dos homens comuns.
No Vaticano, ajoelhado na frente de Deus, João Paulo II oracom palavras claras, a redação do decreto criador da Universidade de Taubaté, assinado um pouco antes do Natal de 1974. va pelo sucesso da rebelião polonesa. Diante desses aconteciDona Thaís, esposa de Guido Brandão, serviu uma batelada de mentos, o maquinário do Diário de Taubaté derretia a preciovos fritos, meio moles, e pão fatiado, torrados a 30 graus, pra- são das letras na divulgação das notícias. Stipp Júnior corria
to favorito do prefeito Milton.
quilômetros no pequeno espaço do jornal.
O jornalista Stipp Júnior adorava contar estrelas no céu. E
Na saída da entrevista,
contando estrelas, infinitas estrelas, o homem Stipp recebeu
No passar das estradas percorridas,
sua filha Ana Luíza, nascida no Hospital São Bom Jesus, em
Stipp comentou com a Iara,
Tremembé. Ana Luíza chorava, a Iara chorava, e Stipp...também
Com voz de emoção de locutor das paixões:
chorava.
Não havia uma data muito definida, mas os estudantes do
Quando o prefeito estava falando da assinatura do decreto, curso de Engenharia Civil, o Diretório acadêmico, presidido
criando a Universidade de Taubaté, um pouco antes do natal de pelo estudante Ary Kara, tentavam fazer a cabeça de um pro74, o meu pensamento viajou pelas sombras das pirâmides do fessor do curso, para que ele saísse candidato a prefeito. FalaEgito, pelas lágrimas de um viajante nômade, solitariamente vam de sua capacidade como professor, da sua beleza física, da
sentado à beira de um poço d´água, lembrando-se dos amores sua semelhança com Deus e da sua intimidade com o criador
ausentes, e a estrela da anunciação iluminando o céu aberto e do universo. Ao que tudo ficou indicado, parece que aceitou.
Dona Antônia, do morro da Imaculada Conceição, fritava
uma infinidade de bolinhos caipiras para a festa de São Pedro,
naquele conturbado ano de 1975. O figureiro Viola recortava
bandeirinhas de papel de seda, para enfeitar a extensão da rua.
Trabalhava com uma velha tesoura desdentada. Cortava.
Bebia um gole de quentão, cantava um ponto de Jongo, e a
vida seguia em frente.
Na rua Dr. Sousa Alves, número 844, o jornalista Stipp Júnior, usando o seu pensamento em navegação e delírio, montava
o primeiro número do jornal "Diário de Taubaté". As linhas,
as letras datilografadas numa máquina quente, cheiro de chumbo derretido pairando no ar, meu irmão! As notícias rasgavam a
alma, partiam de um cadinho efervescente localizado no jardim de lavas, dentro do espírito da inteligência. As outras pessoas que, no alavancamento da história, participavam do processo, presenciavam aquele parto, com os olhos estatelados pela
visão do futuro, um futuro nu e de corpo presente.
O jornal Diário de Taubaté, enfrentando sérios problemas
políticos, continuou a sua luta. Entrou nas cômodos mais escondidos pela tapeçaria da história, revelando fatos que navegavam nos botes salva-vidas. Escalou os edifícios onde os homens de ternos e gravatas, ou de camisas listradas, produziam
fatos afastados das bocas, dos prelos, das páginas dos folhetins.
Em 1984, numa tarde encantada de verão, no mesmo hospital, Bom Jesus de Tremembé, nasceu a segunda filha do jornalista Stipp Júnior e Iara, a menina Anaísa. A Ira chorou porque
o momento era de comoção. Anaísa chorou porque estranhou a
temperatura do mundo. E Stipp chorou porque entrou uma poeira danada e teimosa, nos seus olhos repletos de olhares.
Bom, toda narrativa tem o seu processo de continuidade e
descontinuidade. Em 1993, ato arrojado para a vida sem distância, Stipp trouxe para o jornal o método off-set. O jornal
passou a ser, em sua totalidade, digitado no computador. Em
1998, através do celular, via RSS, o universo econômico, com
todas as mudanças e atualizações monetárias e cambiais, passa
a se presentificar, instantaneamente, na planificação do jornal.
Em 1999, colocando o peito na ponta de facas e da coragem,
Stipp adquiriu uma máquina plana alemã, Planeta, para as edições coloridas do Diário de Taubaté.
Os anos, as horas, os minutos, desfilaram no imenso corredor da infinitude. As loucuras vestiram as roupagens espalhafatosas dos arlequins. As colombinas esconderam-se no
Eldorado da inexistência e os pierrôs, indecisos, não sabiam se
caminhavam para a esquerda ou direita.
O jornal Diário de Taubaté,
Nesse contexto abstracionista da vida,
Completa trinta e dois anos de existência,
De cobertura dos acontecimentos da cidade, da região,
Do Estado, do país e do mundo.
Nesse tempo vivido, observado, sonhado, o Diário viu:
A queda do Regime Militar deixando,
Em seu rastro, lágrimas, morte, dor.
O último suspiro de Tancredo Neves,
e a esperança embrulhada na Bandeira Nacional.
O prefeito-tatu, alucinado pela abertura de túneis,
Produtos da Engenharia Medieval.
A libertação de Nelson Mandela,
Quanta tortura nas rugas do rosto.
Não é possível, através do verso e da prosa,
Contar as profecias do jornal Diário de Taubaté.
Mas, por trás de sua história vinculada à perenidade da imprensa, nos seus bastidores mais profundas, existe, também,
uma história de amor. Quando todas as capitais do mundo, apagam as suas luzes em banhos de neón, Stipp abre as portas da
redação, senta-se numa cadeira bem cômoda, cruza as pernas,
lê a edição diária. Como caminhante espacial, dá uma olhada
na Iara e nas filhas.
Depois, sem movimentos bruscos,
Envereda-se pela sua dimensão,
Ouvindo What a Wonderful World,
Na voz rouca de Louis Armstrong.
Embraer entrega 169 aviões em 2007, recorde histórico
V E N D A P R O I B I DA
EXEMPLAR DE ASSINANTE:
A Embraer entregou 61 jatos no quarto trimestre e encerrou 2007 com 169 novas
aeronaves com seus clientes, número recorde na história da fabricante e dentro da
meta estabelecida pela diretoria. A carteira de pedidos terminou o ano passado com
volume recorde de 18,8 bilhões de dólares, segundo comunicado ao mercado nesta
quarta-feira. Em 14 de dezembro, o presidente-executivo da Embraer, Frederico Fleury
Curado, havia antecipado que a empresa cumpriria a meta de entregas anual e que a
receita nos 12 meses até dezembro ficaria ao redor de 5 bilhões de dólares. A Embraer
ampliou fortemente o quadro de empregados, implementou terceiro turno em sua fábrica e alterou práticas industriais para garantir o calendário de entregas do último exercício fiscal, que foram 30 por cento maiores do que em 2006. O recorde anterior de
entregas era em 2001, com 161 aviões. Naquele ano, a Embraer vinha ampliando com
agressividade o ritmo de produção, mas os ataques de 11 de setembro contra os Estados
Unidos colocaram a indústria aérea em crise. No ano seguinte, em 2002, as entregas de
jatos pela fabricante brasileira caíram para 131 unidades.
CONSTRUÍR É
REALIZAR SONHOS.
Quinta-feira, 10 de janeiro de 2008
ANO XXXIII
Diretor Fundador: Stipp Júnior (1940-2007) • Diretora Responsável: Iára de Carvalho • Taubaté - Vale Industrial do Paraíba • Edição Regional • Nº 10.373 Preço do Exemplar: R$ 1,00
Pesquisa aponta aumento
de 17,84% no preço da cesta
básica na cidade em 2007
O
preço da cesta básica familiar aumentou 17,84%
em Taubaté entre dezembro de 2006 e o mesmo mês
de 2007. O índice, registrado
pelo Nupes (Núcleo de Pesqui-
sas Econômico-sociais da Universidade de Taubaté), é a segunda maior variação da década, atrás apenas de dezembro
de 2002, quando a variação foi
de 23,35% em relação à de-
zembro do ano anterior.
Em dezembro de 2007, o
preço da cesta básica foi de R$
736,78, maior do que a de dezembro 2006, quando os mesmos itens poderiam ser compra-
SAÚDE
1 ano sem
Stipp Júnior
Há um ano, em 10 de janeiro de 2007, falecia o
fundador e editor do Diário de Taubaté, jornalista Stipp Júnior, aos 66 anos, vítima de complicações de um AVC - Acidente Vascular Cerebral.
Neste 1° ano sem Stipp Jr., o Diário de Taubaté
continuou sua trajetória de lutas, as mesmas lutas
que enfrentam os jornais do interior. Sob a direção da jornalista Iara de Carvalho, viúva do falecido Stipp Jr., e contando com o apoio de funcionários e colaboradores que estão há muitos anos no
DT, a tendência é que este jornal continue contando o dia-a-dia da cidade de Taubaté por muitos e
muitos anos, como o melhor jornal daqui.
Para marcar a data do 1° ano de falecimento de
Stipp Jr., a viúva, os filhos e enteados estão convidando os amigos do jornalista para a missa, às 19
horas de hoje, quinta-feira, 10 de janeiro, na Igreja Santa Terezinha. Em sufrágio da alma de Stipp
Jr., o ato religioso fará chegar até ele as mais fortes vibrações de admiração, carinho e amizade de
que foi e é merecedor.
TRÂNSITO
Polícia Rodoviária
vai orientar
motociclistas
sobre novas regras
Carreta da Saúde chega
a 12 mil atendimentos
PREOCUPAÇÕES
Reservatórios
caem e comitê
se reúne para
discutir energia
A
Carreta da Saúde um dos
principais avanços implantados na área médica pela
atual administração de Taubaté, chegou a marca de 12 mil
atendimentos (até 31 de dezembro de 2007). Desde o dia
7, o atendimento está sendo feito na praça Maria Aparecida
Pereira Peixoto, no bairro do
Alto de São João, e também
está atendendo os bairros da região -Alto de São Pedro,
Imaculada, Campos Elíseos- e
o centro do município. O trabalho na Carreta da Saúde visa
exclusivamente a saúde da
mulher taubateana (exames de
mamografia e preventivo do
câncer ginecológico).
Leia mais na Página 4
GABINO ESCREVE
A
O
nível dos reservatórios
de água nas Regiões
Sudeste e Centro-Oeste continua caindo, apesar do
esforço do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS)
para poupar as hidrelétricas
ao
despachar
as
termelétricas. Assim, em
meio às crescentes preocupações com a segurança no
fornecimento, o Comitê de
Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE) agendou uma
reunião para hoje, dia 10,
para analisar a situação dos
reservatórios e as condições
da geração de energia pelas
térmicas.
O Informativo Preliminar
Diário da Operação do dia 8
de janeiro, publicado ontem
pelo ONS, mostra ligeira queda de 0,1 ponto porcentual no
nível de armazenamento das
usinas das duas regiões, para
44,7% da capacidade total.
SEGURANÇA
Telas de Portinari e
Picasso voltam ao
Masp sob aplausos
SÃO PAULO
A
Diário
de
Taubaté
Acesse:
Prefeitura
apóia a
4ª edição
da Sanfolia
C
Polícia Rodoviária
realiza a partir de
hoje a "Operação 60
anos" em toda a malha
paulista, com o emprego do
efetivo na fiscalização e
orientação de usuários. De
acordo com a Polícia Militar do Estado, a idéia é orientar e esclarecer motociclistas sobre as novas normas que entraram em vigor
no dia 1º, mudando as regras de uso de capacetes e
transporte remunerado de
cargas em motos.
A Operação ganhou esse
nome em homenagem aos
60 anos do Comando de Policiamento Rodoviário da
Polícia Militar do Estado de
São Paulo.
www.newseum.org/todaysfrontpages/
CARNAVAL
om o apoio da Prefeitura Municipal, através do
Departamento de Meio
Ambiente, Turismo e Cultura,
a Associação de Moradores
da Santa Fé realiza nos dias
25, 26 e 27 de janeiro a 4ª edição da Sanfolia - Carnaval de
Rua da Santa Fé.
Leia mais na Página 4
SÃO PAULO
O mundo todo lê
através do portal
mundial de jornais
dos por R$ 625,26, representando um aumento de 17,84%. Na
média da região do Vale do
Paraíba, o acréscimo foi de
17,52%.
Leia mais na Página 4
E foram tantas as piúcas que a água acabou!
Página 2
s telas de Candido
Portinari e Pablo
Picasso recuperadas
anteontem por policiais do Departamento de Investigações
sobre Crime Organizado
(Deic) foram entregues ontem
à direção do Museu de Arte de
São Paulo (Masp). A devolução das telas foi realizada sob
forte policiamento e ocorreu
sob aplausos de funcionários do
museu e de populares.
Leia mais na Página 3
Diário de Taubaté
completa 33 anos
O Diário de Taubaté completa, neste domingo, dia 29 de junho, 33 anos.
Olhando o que ficou lá atrás, revejo Stipp Jr. e seu sonho de
fazer um grande jornal. Anos de luta, que começaram com
máquinas de linotipia alugadas, em uma sala da Rua Souza Alves - uma garage adaptada para escritório, solução de última
hora do arquiteto Farias Pedrosa, que viu o jornal nascer e
engatinhar. Foi ali, naquele pequeno espaço, que iniciei meu
convívio com Stipp Jr. Eu o via enfrentar as dificuldades dos
primeiros tempos e sentia a determinação no seu destino. Percebia que o seu olhar me dizia: " nada será fácil". E era quando
Stipp vestia sua armadura de sonhos para vencer todos os obstáculos. E os vencia...
Passar noites a fio entre a Redação e a Oficina Gráfica,
escrever matérias, acompanhar a impressão do jornal, buscar
os clichês na "Clicheria do Mário", em Pindamonhangaba. O
envio do jornal para as outras cidades do Vale. Os jornais eram
" embrulhados" em grandes pacotes - e as notícias navegavam
pelas rodas da Pássaro Marron...
Quantas vezes, Stipp comprava o papel, pagava o salário
dos funcionários com os seus ganhos no jornal " O Estado de S.
Paulo".
Há 33 anos, Stipp Jr. colocou o seu coração na existência
deste "Diário de Taubaté
A minha percepção corria léguas. Aquela rotina de luta, e
crença, e fé, ganhou meu coração. Juntei meu entusiasmo de
jornalista saída dos bancos universitários àquele sonho que resolvi também beber e escrevi o meu destino junto com o de
Stipp Jr. A sua experiência profissional, a vivência de quem
havia singrado os oceanos produzindo textos que marcaram o
jornalismo nacional passaram a fazer parte do meu dia-a-dia. E
me encantaram. A cada reportagem, a cada matéria, eu sentia
o cheiro de vida...e meu coração disparava.
Aquela luta que eu diariamente testemunhava seria, para
sempre, a minha luta pessoal. Motivo de minha vida.
Trabalhei em outras redações, girei o meu mundo, mas o meu
porto seguro era ao lado de Stipp. Contamos os minutos, os
dias...até o jornal penetrar na pele de seus leitores. Não foi
fácil. O suor escorria no chão em que pisávamos. O jornal, dizia
Stipp, tem mãos, voz, braços, amor, respeito, crença e seu
próprio cheiro.
Stipp enfrentou cada minuto, preencheu cada etapa da história do jornal com paciência.Com cinco anos de existência, o
jornal queria crescer, ampliar seus horizontes. Com o apoio de
amigos, entre eles o Dr. Eliceu Ribeiro, e com a alegria de um
menino, Stipp comprou cinco linotipos e outros equipamentos
auxiliares do Jornal do Brasil, que naquele instante entrava para
o mundo do off-set.
O mundo seguiu seu curso. Trabalhamos 12 anos. Com as
linotipos e linotipistas e centenas de quilos de chumbo derretido,
milhões de letrinhas formaram milhares de páginas de jornal. E
cada página tinha pedaços nossos, de nossos sonhos, de nossos
amores, nossas almas.
Stipp perseguiu a tecnologia. Aguardava a vinda da
informática e a possibilidade econômica do Diário de Taubaté
de utilizar a computação. Com o auxílio de seu filho Maurice
(falecido em 1994), a Era dos Computadores veio para dentro
da retina do Diário de Taubaté.
O Diário, um jornal de vanguarda, inovador em várias ocasiões
nas terras do Vale, como o primeiro a receber notícias via telex,
enveredou-se pelas ondas da internet, com site, e-mail antes de
todos os outros.
No final dos anos 90, novamente apoiado por amigos, entre
eles o vereador Chico Saad, Stipp realizou novos investimentos
no Diário. Colocando o seu coração à mostra, reformou o prédio da oficina gráfica e adquiriu novos equipamentos de préimpressão e impressão, nos quais o jornal é produzido. Instalados em prédio próprio, esses equipamentos gráficos dão excelente qualidade de impressão, inclusive a cores, o que coloca o
DT como um dos mais importantes veículos de comunicação do
interior do Estado, auferindo do melhor conceito junto a anunciantes e agências de publicidade.
Stipp Jr., infelizmente, não está mais entre nós. Faz um ano e
cinco meses que ele partiu para o universo dos jornais telepáticos. Em janeiro do ano passado, depois de fazer mais de 10 mil
edições do Diário de Taubaté, ele arrumou a bagagem e
subiu...subiu...subiu...
Eu herdei a luta. Herdei também o amor do Stipp pelo jornal.
Hoje, começa o Ano XXXIV de um jornal cujos parâmetros
editoriais e éticos têm a mesma força , a mesma mocidade da
primeira edição, que circulou em 29 de junho de 1975. Os ideais
são os mesmos. A ideologia é a mesma que nasceu no coração
de um grande homem e que o amor perpetuará.
Iára de Carvalho
Jornalista e diretora do Diário de Taubaté
Meu pai, o
jornalista Stipp Jr.
V
ocê já observou o brilho nos
olhos de uma criança quando
está frente ao seu super-herói? Olhar pasmo, cintilante
de orgulho quase refletindo
um espelho e ainda sem palavras. Pois
todas as palavras do mundo nesse momento ficam entrelaçadas na garganta.
Assim fiquei ao me deparar com a difícil
tarefa de falar sobre meu maior herói,
meu pai Stipp Junior.
Desde meu nascimento sempre fui forte em meus ideais. De certa forma sei que
fui concebido para ser assim. Meu pai me
fortalecia com histórias que trago nesses
anos todos. Fatos da cidade de Taubaté, do
Vale do Paraíba, do Brasil e do mundo. Ter
um pai jornalista tem lá suas vantagens.
Mas ter um pai como o Stipp Junior é algo
muito valioso.
Comprei suas ideologias como se fossem as minhas. Sorri e chorei com ele em
cada deslize do destino e em cada vitória.
As conquistas na vida de meu pai nunca
vieram fáceis. Como ele mesmo dizia “nunca conheci jornalista rico”.
Nos dias de hoje, todos estamos sujeitos a contratempos, porém no início de
minha vida a saúde era frágil. Adoecia com
facilidade a ponto de amanhecer na sexta
feira sem saber se na segunda estaria vivo.
Nesses momentos ter um pai jornalista faz
a diferença. Ele nunca me abandonou. Perdia vários sábados e domingos ao lado de
especialistas só pra me ver bem na segunda, para me manter vivo. E eu sobrevivia
só para ver em sua face um sorriso fechado de contemplação.
Entre altos e baixos momentos, mudamos várias vezes de casa, mas tenho a
impressão que nunca saí do mesmo local.
Meu pai sempre esteve em mim com sua
segurança inabalável de que o amanhã
será um dia melhor que o hoje. Resisti com
a bravura que ele me ensinava. Às vezes tinha receio de ir tão magro para as ruas. Alguns me chamavam de nanico. Eu só usava preto e branco, quase não me notavam.
Mas meu pai me dava ânimo. Achava-me
lindo, forte, o maior de todos os formadores de opinião. Coisa de pai.
Com o passar dos anos, fui realmente
encorpando. Acreditei nas coisas que ele
me falava e fazia. Meu pai então me deu
de presente alguns computadores. Além
de uma roupagem colorida, algo novo em
minha existência.
Tanto esforço do velho Stipp Junior estava dando resultado. Eu cresci e revitalizei
minha saúde. Cada dia mais forte, com
mais conteúdo. Atingi a maturidade com
beleza e vitalidade.
Porém o tempo é implacável. Minha
saúde era tão boa e farta que não reparei
no cansaço de meu pai. A cada ano mais
castigado por tanta dedicação a mim. Em
troca da minha saúde, ele entregou a sua.
Adoeceu, se aposentou, ficou em casa,
mas não me tirava de sua órbita. Sempre
estava por perto para me dirigir.
Eu precisava estar ao seu lado naquele
momento. Mas como estar ao lado de alguém cujo coração você sente bater dentro do próprio peito, como se fossem uma
só pessoa?
O pai Stipp Junior dedicou para cada
um de meus irmãos a mesma dose de
amor e carinho. Mas comigo foi diferente.
Talvez por minha fragilidade ou então por
enxergar nesse homem não só o pai, mas
principalmente o jornalista Stipp Junior.
Fui o filho que deu mais trabalho. O que
roubou de sua vida inúmeras horas de lazer para me ver saudável. Que por vezes o
fez chorar de alegrias e tristezas. Mas também que encheu seu peito de orgulho até
o seu último suspiro, em 2007.
Por isso, o mínimo que posso fazer pelo
meu herói é continuar vivo. Forte e verdadeiro nos ideais que ele defendia. Levando
a justiça e abrindo espaço para os que lutam pela verdade.
Pois sou o filho que todo jornalista almeja. Mas que só os corajosos e guerreiros
como meu pai conseguem ter. Concebido
de sua inteligência e fortificado com seu
suor a cada ano, desde 1975. Todos os dias
que chego às bancas da cidade, nas casas
e em todos os lugares, faço reviver meu
pai. O jornalista que defendeu a verdade e
a justiça tendo nas mãos apenas uma caneta. Falar do Stipp Junior é dobrar a língua dos que nunca acreditaram que “eu”
estaria vivo nos dias de hoje.
Eis aqui o seu legado cada dia mais forte. Toda história contida em minhas páginas nos últimos anos, é o fruto de alguém
que amou e cuidou de “mim” como um pai
cuida de seu próprio filho.
Obrigado, pai.
Deste seu filho, “o jornal Diário de Taubaté”.
(Texto de autoria de Hermann Stipp)
 Tribuna Livre
Antonio Barbosa Filho
é jornalista
[email protected]
Os 70 anos de Stipp Jr.
HAIA (Holanda)
T
ive a ventura de ter trabalhado com Stipp Jr. nos primórdios do Diário de Taubaté
e, antes, na Rede Globo de
Televisão. Quando digo “trabalhar”, quero dizer também “aprender”. Nem todos os “focas” (iniciantes
no Jornalismo) têm a sorte que tive
de conviver com um grande mestre.
Posso dizer sem exagero que Stipp ensinou-me o básico da profissão, determinando o que eu faria nos mais de 35
anos que se seguiram. É um privilégio
para um neófito acompanhar o trabalho e absorver lições diretamente de
um profissional da estatura do meu
amigo Stipp.
Neste dia 21 de abril, ele estaria
completando 70 anos de idade, e todos que o conheceram gostariam de
estar ainda sendo por ele orientados.
Embora estivéssemos geograficamente distantes, nos encontrando esporadicamente, cada oportunidade era um
prazer. Até nas nossas discordâncias
políticas, que foram muitas, ele sabia
ponderar sem diminuir o contendor,
trocar opiniões francamente e com generosidade. Stipp era um conservador
que respeitava os mais progressistas,
e sou testemunha de momentos marcantes nesta área.
Lembro-me que em 1975, quando
órgãos de repressão haviam sequestrado cerca de 120 pessoas acusadas
de serem “comunistas”, o Stipp recebeu uma tarefa difícil do jornal O Estado de S. Paulo, do qual ele era correspondente regional no Vale do Paraíba.
O correspondente local de São José
dos Campos, Luis Paulo Costa, estava
entre os presos, foi barbaramente torturado, e no dia 25 de outubro, quando foi assassinado Vladimir Herzog, o
então II Exército apressou-se em soltar
todos os jornalistas. Alguns receberam
ordens de irem ao enterro do colega
da TV Cultura, e nada falarem sobre os
maus-tratos, ou “voltariam para o DoiCodi”, que era o centro de torturas de
então. Mas Luis Paulo não tinha condições sequer de caminhar, e foi trazido
no chão de um carro para São José. Pediu que não o deixassem em sua casa,
pois não queria que seus filhos o vissem no péssimo estado em que se encontrava, e foi jogado como um saco
de batatas na sala de sua sogra.
Enquanto o preso era transportado
da capital para São José, o Estadão
acionou Stipp Jr., na redação do Diário de Taubaté, recebeu instruções de
localizar o Luis Paulo e dar-lhe toda
assistência médico-hospitalar que
precisasse: o jornal arcaria com as custas. Vi o Stipp nervoso como nunca, ao
telefone, tentando falar com a família
de Luis Paulo que, aquela altura, tinha
medo de todo mundo. Os familiares
acabaram internando Luis Paulo em
alguma clínica privada, e não revelaram nem ao Stipp o endereço.
Mas não posso esquecer a maneira
leal com que o Stipp, que não gostava
nada de esquerdistas, procurou ajudar o colega. Percebi ali que, apesar
de seus princípios ideológicos firmes,
até simpáticos ao regime militar, Stipp
colocou acima de tudo a integridade
física de um ser humano, e o respeito
a um colega de profissão massacrado
por suas convicções. Creio que pouca
gente sabe deste episódio, que mais
tarde comentei com Luis Paulo, e que
ele agradece até hoje.
GOLDMAN
Outro episódio, até engraçado, envolveu o atual governador de São Paulo, Alberto Goldman. Eu era secretário
do MDB de Taubaté, dirigente da Juventude Estadual do partido, e muito
ligado ao Alberto - como o chamávamos os mais íntimos. Além de nossos
encontros frequentes na Assembléia
Legislativa, onde ele era líder do MDB,
acompanhei-o em muitas andanças
pela capital e pelo interior, e o trouxe
várias vezes a Taubaté, para palestras
ou visitas eleitorais.
Numa delas, o Goldman chegou
várias horas antes de uma palestra na
velha Câmara Municipal e, depois de
almoçarmos em minha casa, eu o levei
ao DT, pois precisava preencher o tempo vago. O Alberto pediu para usar o
telefone, ligando para São Paulo numa
conversa interminável. Àquela época
um interurbano era caro, e o jornal estava começando, lutando com muitas
dificuldades financeiras. O tempo ia
passando e o Stipp ia ficando nervoso,
até que me chamou para um canto e
disse: “Barbosinha, você vai me pagar
por isso! Além de trazer um comunista
no meu jornal, o cara ainda me dá um
despesão desses!”....
NOSSO TIME
Lembrar do Stipp também me faz
lembrar de outros colegas que estavam presentes nos primeiros tempos
do Diário de Taubaté, e que já nos deixaram. Guardo excelenets recordações
e tenho uma dívida de gratidão com
figuras importantes da Comunicação
com as quais convivi na mesma Redação, sob o comando do Stipp.
Cito, temendo esquecer alguém, o
Santos Cursino, Oswaldo Barbosa Guisard, Aguinaldo Teixeira Pinto, Gentil
de Camargo, o inimitável fotógrafo
José Spinach Marti, entre vários outros. Havia os mais novos também,
como o hoje professor e brilhante jornalista Irani Gomes de Lima, que ali se
iniciaram no gosto pelo cheiro de papel e tinta, doença incurável que nos
acometeu a todos.
NA TV
Precisaria de muito espaço para recordar minhas aventuras com Stipp,
ele como repórter e eu como cinegrafista da Rede Globo de Televisão, no
início dos anos 70, quando a TV ainda
misturava transmissões preto e branco
com as cores! Formamos uma equipe
no Vale do Paraíba, que acabou sendo
uma espécie de “piloto” para a instalação de emissoras de Tv na nossa região. Pelo menos, colocamos Taubaté
e o Vale nos principais noticiários da
emissora, divulgando nossa realidade
nacionalmente.
Menciono apenas um fato: Stipp foi
quem descobriu que se produzia belas peças de tricô na cidade de Monte
Sião, no Sul de Minas Gerais. Fomos
para lá, ele dirigindo numa longa viagem, e produzimos um material muito
bom, que foi reproduzido nos principais jornais da Globo da época, o Hoje,
o Globinho, o Jornal das Sete e o Jornal Nacional. O Stipp, como grande
repórter, deu uma forcinha nas gravações (melhor dizer filmagens, porque
trabalhávamos com filme mesmo, em
16 milímetros), convidando o padre
da cidade para fazer tricô, o prefeito,
além de uma família na zona rural, trabalhando nas suas máquinas em meio
a vacas e cavalos.
O resultado foi que a cidade ficou
famosa, criou uma feira anual, e até
hoje o tricô é sua principal fonte de
renda, além de algumas fábricas de
cerâmica.
Stipp tinha a maior qualidade de
um repórter: tinha faro para a notícia,
sabia como realçar um fato que poderia parecer banal a uma pessoa comum, transformando-o numa notícia
importante. Fez isso no rádio, na TV e
nos jornais em que atuou. Deixou um
legado muito valioso para os seus seguidores neste sempre pioneiro Diário
de Taubaté.
Lembranças...
CMYK
7A
Diário de Taubaté SÁBADO e DOMINGO 22 e 23 Maio 2010
Artigos
 Tribuna livre
Iára de Carvalho
é jornalista e diretora geral do Diário de Taubaté
Diário de Taubaté faz 35 anos
Uma história de amor e ousadia
D
aqui a alguns dias, o Diário de Taubaté estará completando 35 anos
e entrará no 36º ano de sua história.
Todo esse tempo se passou e a mim,
que estive já na primeira edição, ao
lado do saudoso jornalista Stipp Júnior, que mais
tarde viria a ser meu marido, parece-me que tudo
aconteceu há um mês atrás. O tempo voou. As
lembranças permanecem nítidas.
Conheci Stipp Júnior numa reunião do Codivap, aqui em Taubaté, no dia 12 de setembro de
1973. Na época, eu era recém-formada em Jornalismo e havia chegado há cerca de três meses, de
Juiz de Fora direto para São José dos Campos, para
trabalhar como repórter no Jornal Agora, o primeiro impresso em off-set aqui em nossa região.
Stipp Júnior também estava na mesma reunião
do Codivap, para fazer a mesma cobertura para o
jornal O Estado de S. Paulo, onde ele trabalhava.
De volta à Redação do Agora, em São José dos
Campos, ele me telefonou várias vezes para saber
como estava escrevendo a minha matéria, se estava colocando esse ou aquele dado.
E depois dessa troca de figurinhas pelo telefone,
o vi duas vezes: numa delas, me detive à beira de
uma calçada em Caçapava, para que ele passasse
com o carro e me acenasse e, numa outra vez, foi
na inauguração do Diário de Caçapava, do jornalista Waldemar Duarte. Nesta época, abril de 1974,
eu já trabalhava como assessora de Imprensa da
Prefeitura daquela cidade, na administração do
saudoso prefeito Edmir Viana de Moura, o Negrinho - como era conhecido - que posteriormente
foi um dos incentivadores do Diário de Taubaté,
que ainda não havia nascido.
Assim, chegamos a 1975 e era início de março,
quando recebo um telefonema de Stipp Júnior
e o convite para que eu fosse com ele fazer uma
reportagem de uma obra próxima à cidade de Paraibuna para que, durante o trajeto, ele me apresentasse seu projeto de criar um novo jornal diário
para Taubaté. Fui. Escutei seus planos. Era o projeto
de um homem fascinante, idealista, sonhador. Começaria o jornal com linotipos alugadas - naquele
tempo, o jornal era montado, letrinha por letrinha
moldadas em chumbo quente - e seria impresso
numa máquina Planeta antiga, que havia sido
comprada e instalada num pequeno galpão da
rua José Pedro da Cunha. A Redação seria na Rua
Souza Alves, 844, em uma garagem que o arquiteto Antonio Carlos Farias Pedrosa transformou em
escritório.
Deixei-me seduzir por aquele sonho aventureiro. Stipp Júnior fazia edições simuladas antes
do lançamento do jornal e com ele estavam o
Antonio Joaquim Ferreira Xavier, que ainda não
era promotor público, o Barbosa Filho, um diagramador chamado Daniel Robles, que ficou alguns
meses no jornal e do qual nunca mais soubemos,
o José Antônio de Oliveira, o Nabor Aiub, o arquiteto Pedrosa e eu. Havia outros que deixo de citar
porque não sei quem são, já que não os encontrava porque eu só vinha para Taubaté à noitinha,
após o expediente da Prefeitura de Caçapava.
A primeira edição do Diário de Taubaté saiu
no dia 29 de junho de 1975 e as fotos registram
a presença do Oswaldo Guisard, Gentil de Camargo, Djalma Castro, Osny Guarnieri, José Luiz da
Silva, entre outros que não sei nominar. Stipp deu
o nome do jornalista Luiz Carlos Mesquita, do jornal O Estado de S. Paulo, por quem nutria grande
admiração profissional, à Redação do DT. Naquela
época, Taubaté possuía outros dois jornais diários
- A Tribuna e A Voz do Vale. Todos apostavam que
o Diário de Taubaté duraria pouco. Certamente,
tumultuada. Com Bernardo Ortiz, que veio depois
e administrou a cidade por três vezes, o relacionamento não foi diferente. Hay prefeito, soy contra,
pensaria Stipp Junior. Hay jorna, soy contra, teriam pensado os dois prefeitos em relação ao DT.
Em 1980, diante de tanto companheirismo e
tanta cumplicidade e luta, Stipp Júnior e eu, que
já havíamos nos apaixonado um pelo outro, resolvemos casar. Quando foi outubro, nasceu Ana
Luíza, nossa primeira filha (4 anos depois, tivemos
a segunda filha Anaisa). Fui por alguns dias para a
Stipp Júnior em 1998
desconheciam o temperamento obstinado e incrível paciência, aliados a um grande espírito de
luta que sempre foram características de Stipp
Júnior.
A luta foi grande. As linotipos eram máquinas
complicadas, viviam dando defeitos, as matrizes
das letras sempre quebravam e precisavam ser
repostas. Tudo custava muito caro para um jornal
que tentava se implantar. O jornal faturava bastante com anúncios, mas gastava muito mais. Para
tornar possível melhor administrá-lo, Stipp Júnior
decidiu comprar as cotas dos demais sócios, e isto
já nos primeiros anos de vida do DT. Mesmo assim, a grande carga de impostos que recai sobre
as empresas, mais os encargos trabalhistas, mais
o custo do papel, produtos gráficos, clicheria, salários- tudo parecia agravante para um jornal que
não tinha qualquer grupo financeiro por trás.
Havia também a situação política. O Diário
surgiu durante o governo do prefeito Milton Peixoto e com o prefeito que o sucedeu, Waldomiro
Carvalho, a relação Diário - Prefeito foi bastante
casa de meu pai, em Juiz de Fora, para que minhas
irmãs me ajudassem com o bebê. Como dar banho, trocar fraldas, dar mamadeira sem o apoio familiar? Certa noite deste mês de outubro, por volta
de 19 horas, eu estava na sala da casa do meu pai
e achei que estava sonhando ao ver Stipp Junior
aparecer na minha frente, sem avisar nada.
Foi uma surpresa maravilhosa. Ele dera uma
chegada rápida em Juiz de Fora porque havia estado no Rio de Janeiro, no Jornal do Brasil, onde
comprara mais linotipos, matrizes, vários equipamentos de suporte gráfico. Foi a primeira melhoria
em nosso antiquado equipamento. Stipp Júnior
sempre dizia que fazíamos jornal com máquinas
obsoletas de mais de 40 anos. Sua opinião era
correta porque, sendo um jornalista que viajara a
trabalho para todas as partes do mundo, conhecia
a tecnologia que vinha sendo usada mundo afora
na produção de jornais.
Em 1993, houve uma segunda mudança para
melhor na nossa metodologia de fazer jornal. Um
dos filhos do Stipp de seus casamentos anteriores
 Leitura de Taubaté
tornara-se um expert em informática. E foi ele, Orris Maurice Barbosa Stipp, quem passou o DT para
a Era dos Computadores. Mudou o sistema de
composição das matérias, a diagramação se modernizou, e tudo graças à informática. Infelizmente, este meu saudoso enteado faleceu em 1994,
fato que se tornou uma dor absoluta e presente
em todos os dias da vida de meu querido Stipp
Júnior, a ponto de abalar-lhe a saúde. Mas a luta
continuou e em 1996, o Diário de Taubaté já estava na internet. Foi o primeiro jornal da região a
alcançar este avanço.
Em 1999, foi a vez de modernizar o sistema de
impressão gráfica. Stipp Júnior adquiriu, junto à
Editora Vozes, em Petrópolis, uma máquina impressora Planeta bicolor, que imprime o Diário
de Taubaté com essa qualidade que os leitores
vêem todo dia. O Stipp Júnior trouxe para operar
a máquina o mesmo impressor gráfico que trabalhava com esta Planeta na Vozes - nosso funcionário Joaquim Brás de Souza. A equipe do DT hoje
tem 15 funcionários e inúmeros colaboradores e
articulistas.
Quis o destino que em 2005, Stipp Júnior fosse
vítima de um AVC- acidente vascular cerebral- do
qual ele não se recuperou - e outras complicações
de saúde que o tiraram de nós em janeiro de 2007.
Ele esteve à frente do DT por 10 mil edições. Foram pelo menos 10 mil dias e 10 mil noites que ele
esteve aqui, sentado às nossas mesas, pensando,
criando, analisando, como faz hoje toda a equipe, tentando substituí-lo à altura. As edições que
saem a cada dia são uma homenagem silenciosa a
ele. Também tomamos a decisão de destituir Luiz
Carlos Mesquita de patrono da Redação e a denominamos Redação Jornalista Stipp Júnior.
Após 2007, conseguimos impulsionar ainda mais
o Diário de Taubaté. Uma das inovações é fazer o
jornal colorido todos os dias na capa, contra-capa
e anúncios. Foi feito um novo projeto gráfico, que
modernizou as páginas internas. O cuidado com as
editorias passou a ser mais acurado e deve ter sido
esta a razão da Unitau conceder a esta jornalista
que escreve este artigo, o título de melhor editor de
jornal impresso de 2009, o que me valeu o Troféu
Ziraldo. Mérito de toda equipe do DT.
Outra iniciativa foi a de criar a tevê do DT na
internet: www.diariodetaubatetv.com.br. Por enquanto, a tevê é um suplemento do jornal, onde
são feitas duas gravações ao vivo às quintas-feiras.
Ainda este ano, passarão a ser duas horas de programação local, ao vivo, todo dia. O sonho do DT
é ter uma tevê em canal aberto quando a Banda
Larga estiver disponível em todo o país. O que não
vai demorar.
A situação econômica e financeira do jornal é sólida. O jornal cresce conforme cresce a nossa cidade
e o DT tem nome e credibilidade em toda a região
do Vale do Paraíba e em São aulo, onde tem a preferência de todas as agências de publicidade.
Assim, toda a equipe do DT acredita estar concretizando o sonho de Stipp Júnior. E sonha com
ele e como ele.
Afinal, sonhar é preciso.
Prof. Carlos R. Rodrigues
Rio de Janeiro – escravos e prisão de Judeus
O
s moradores do Morro da Conceição não entenderam o caso de
amor entre o jovem André Tavares
e a índia Jaciara. Ele era filho do
sertanista Lucas da Silva Pinto; ela,
índia guaianá, era filha do cacique Caitatá. Eles
se conheceram por ocasião das pescas da piaba, no aguado do Boqueirão. Conversaram na
Língua Geral; amaram-se no redemoinho do taquaral, berço dos sacis mais famosos da região;
fizeram juras, promessas, pactos, e resolveram
enfrentar o mundo. André abandonou a esposa
Arcângela Rasteira Pinto; deixou os quatro filhos
sob a responsabilidade do sogro, e fugiu para o
sertão desmedido. A índia Caitatá disse adeus
ao povo da tribo; levou consigo três guerreiros
com suas esposas; e ao lado de André, espaventou-se para o sertão.
O juiz-ordinário, Antonio Loureiro, chegou
a organizar uma guarnição, para recambiar o
jovem destrambelhado. Antes da partida dos
homens, porém, o navio Cruz Alta aportou nas
águas do Rio de Janeiro. O Cruz Alta trazia, por
ordem do rei, várias centenas de degredados
portugueses, à capital da colônia. Todos os degredados foram condenados, sentenciados,
penalizados, pelos juízes da Coroa. O povo do
Rio, revoltado, dirigiu-se às portas da Câmara,
exigindo providências. Por algumas horas, dias,
esqueceram-se do jovem André e da índia Jaciara. A Câmara, pressionada, após dezenas de
reuniões, propostas, pareceres, decidiu que os
condenados iriam cumprir suas penas em Cabo
Frio. A revolta da população respirou uma certa tranquilidade, uma indefinida segurança, e
algumas doses de confiança nas políticas do
século XVI. No entanto, antes do escurecer, do
mesmo dia, estourou o caso do comércio de
escravos, uma injustiça de fazer dó, pena, lágrimas, e apreensão.
O comerciante e dono de navio negreiro,
Francisco Souto Maior, foi designado, pelos demais comerciantes de escravos, a explicar o problema aos homens da Câmara, homens da lei.
Francisco, ou Chico da Guiné, pigarreou, limpou
a garganta, expondo o dilema que envolvia, diretamente, a produção da colônia: - “Prender ín-
dios, usá-los como escravos, não dá mais. Nós os
prendemos, negociamos, e os jesuítas movem
os céus e a terra contra nós. É prejuízo na certa.
O mercado africano, por outro lado, com a decisão do governador de usar o açúcar, a aguardente, a farinha, como moeda de troca e venda,
na colônia, “engargalou” o sistema de mercado
negreiro. Os navios, meus caros, carregam as
peças em Angola. A moeda de troca, o açúcar,
a aguardente, ou o tabaco, é muito interessan-
te aos fornecedores africanos. Eles preferem, e
isso é verdadeiro, vender os negros aos engenhos do norte que, além de pagar mais, oferecem açúcar de melhor qualidade. Somente os
escravos recusados pelos engenhos do norte,
chegam ao Rio de Janeiro. ”
A Câmara ouviu, avaliou, refletiu, discutiu, escreveu, e legislou. A lei da Câmara, procurando
resolver todas as pendências, determinou que
- a nenhum navio, conhecido ou desconhecido,
a partir do momento em questão, é permitido carregar farinha de mandioca, aguardente,
açúcar; para efetuar negociação na África, sem,
através de um contrato, oferecer um certo e determinado número de escravos, ao mercado do
Rio de Janeiro.
Aproveitando o instante aventado, a mesma
Câmara impôs, por meio de decreto-lei, o pagamento de tributos sobre a exportação de açúcar
branco, açúcar mascavo, couro, fumo, aguardente, papagaios, animais dos trópicos, frutas,
e pau-brasil. A prisão de judeus, fato comum
no Rio do século XVI e as fortunas confiscadas
desses mesmos judeus, conforme costume da
época, passariam, também, por tributação.
Antes que o povo tomasse consciência das
novas leis, dos novos tributos, o sertanista Gonçalo Bonfé entrou nas ruas da Capitania trazendo, na amargura do rosto, notícias do sertão. Um
tal de André Guerreiro, marido da índia Jaciara,
branco queimado de sol, habitante do Vale da
Serra do Mar e da Mantiqueira, investiu contra
a bandeira, libertando todos os índios guaianases, aprisionados na região da Taba Grande. O
silêncio fez sua morada. O medo construiu residência dentro dos homens, e a noite anunciou
os novos tempos, os novos séculos.