Edição nº 32 - Ano XVIII - Jan a Mar de 2012
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Edição nº 32 - Ano XVIII - Jan a Mar de 2012
Impresso Especial 9912278225/DR/SPM SBDens CORREIOS Informativo Oficial da ABrASSO - Associação Brasileira de Avaliação Óssea, Osteoporose e Osteometabolismo Edição nº 32 - ano XVIII - Jan a Mar de 2012 FILIADA À: EDITORIAL Nem ausências, nem distâncias A lguns sentimentos não cabem nas palavras. Percebo a verdade dessa afirmativa quando penso em definir qual sentimento o Sergio tinha a capacidade de cativar em cada um de nós, que tivemos o privilégio de conhecê-lo. Que espírito esse que compartilhou nossa vida profissional e pessoal e deixou marcas tão fortes? Inteligência, dedicação, determinação, caráter elevado são indicadores de homens e mulheres considerando o grande cenário humano. Sergio desbordou dessa premissa e alcançou um palco iluminado por valores próprios e singulares. Suas atividades ligadas à Osteometabologia consubstanciam um esforço que além de aglutinar interesses da categoria médica espelham a visão de um empreendedor determinado e apaixonado pelo conhecimento e aprimoramento nas mais diversas áreas. Em comparações missérimas, o identifico como um grande rio caudaloso, que por onde passa deixa o solo fértil. Ou também como um cristalino fio d’água, que expressa a altivez dos sentimentos mais nobres d’alma. Copiando um ilustre pensador, em vista da oportunidade de sua fala proferida em singular ocasião: “o tempo escorre pelos nossos dedos e ensina que, embora tudo seja efêmero, tudo permanece”. Sergio é assim. Muito rápido passou por aqui, mas não haverá ausência. Ou porque todos nós estaremos dando continuidade ao seu projeto, ou porque o espírito que o construiu permanece en- Arquivo SBDens/ABrASSO Sergio Ragi Eis: 08/04/1962 - 22/02/2012 tre nós nas lides diárias; não haverá distância, porque o sentimento de gratidão, carinho e reconhecimento existente entre todos os seus amigos criam laços que transcendem os contornos dessa pequenina vida para se projetar no eterno. Elaine de Azevedo José Augusto Sisson de Castro Maria Celeste Osorio Wender Vera Lúcia Szejnfeld INFORMATIVO OFICIAL DA ABrASSO - Associação Brasileira de Avaliação Óssea, Osteoporose e Osteometabolismo EXPEDIENTE Uma justa homenagem a Sergio Ragi Eis Informativo Oficial da ABrASSO - Associação Brasileira de Avaliação Óssea, Osteoporose e Osteometabolismo - ed. 32 · ano XVIII · janeiro a março de 2012. Arquivo SBDens/ABrASSO Rua Itapeva, 518, Ed. Scientia - cj. 111/112 - Bela Vista CEP: 01332-000 - São Paulo (SP) - Tel: (11) 3253-6610 Fax: (11) 3262-1511 - E-mail: [email protected] Jornalista responsável: Renato H. S. Moreira (Mtb 338/86 - ES) Presidência: Bruno Muzzi Camargos (MG) João Lindolfo Cunha Borges (DF) Sebastião C. Radominski (PR) Diretoria de Departamentos: Densitometria: Bruno Muzzi Camargos (MG) Osteoporose: Sebastião César Radominski (PR) Osteometabolismo: João Lindolfo C. Borges (DF) 1º Secretário : Victoria Z. Cochenski Borba (PR) 2º Secretário: Cláudio Marcos Mancini Jr (MS) 1º Tesoureiro: Luiz Claudio Castro (DF) 2º Tesoureiro: Marcelo Medeiros Pinheiro (SP) Diretora Científica: Vera Lúcia Szejnfeld (SP) Conselho Consultivo e Fiscal: Cristiano Augusto de Freitas Zerbini (SP), João Francisco Marques Neto (SP), Sergio Ragi Eis (ES) José Carlos Amaral Filho (MT), Victória Zeghbi Cochenski Borba (PR), Marise Lazaretti-Castro (SP) Rubem Lederman (RJ) Departamentos: Certificação em Densitometria: Maria Guadalupe Barbosa Pippa (SP) - ISCD Mirley do Prado (DF) - CBR Comunicação: Elaine Azevedo (SP) Controle de Qualidade: Jose Ricardo Anijar (SP) Cursos: Bruno Muzzi Camargos (MG) e Francisco de Paula Paranhos Neto (RJ) Profissionais Aliados: Guilherme Cardenaz de Souza (RS) Relações Internacionais e Institucionais: Sérgio Ragi Eis (ES) Editores do Conectividade Elaine Azevedo (SP), José Augusto Sisson de Castro (SP), Maria Celeste Osório Wender (RS) Comissão Científica: Aarão Mendes Pinto Neto (SP), Ana Patrícia de Paula (DF), Ben-Hur Albergaria (ES), Bernardo Stolnick (RJ), Carolina Aguiar Moreira Kulak (PR), Cesar Eduardo Fernandes (SP), Cristiano Augusto de Freitas Zerbini (SP), Cynthia Maria Álvares Brandão (SP), Dalisbor Marcelo Weber Silva (SC), Francisco Alfredo Bandeira e Farias (PE), Francisco José Albuquerque de Paula (SC), Henrique Mota Neto (CE), Lindomar Guimarães (GO), Laura Maria Carvalho de Mendonça (RJ), Luiz Henrique de Gregório (RJ), Maria Marta Sarquis Soares (MG), Maria Lúcia Fleiuss de Farias (RJ), Márcio Passini Gonçalves de Souza (SP), Marise Lazaretti-Castro (SP), Nilson Roberto de Melo (SP), Marilia Martins Marone (SP), Pérola Grimberg Plapler (SP), Rosa Maria Rodrigues Pereira (SP), Sérgio Setsuo Maeda (SP), Luiz Henrique Maciel Griz (PE) Representantes da ABrASSO junto às Sociedades e Entidades: CBR: Hélio Ricardo Cruz (BA) SBEM: João Lindolfo Cunha Borges (DF) SBR: Cristiano A F Zerbini (SP) SBOT: Márcio G. Passini (SP) FEBRASGO: Nilson Roberto de Melo (SP) SBMNuclear: Marília Martins Marone (SP) SBGG: Silvia Pereira (RJ) ABMF: Pérola Grimberg Plapler (SP) E sta edição do Conectividade Óssea é uma homenagem, não só a um amigo e companheiro que se foi recentemente, como também, e principalmente, aos inúmeros exemplos que ele deixou. A morte, intrusa indesejada, não pede licença: sem bater, entra num salto e sem qualquer cerimônia, leva de nosso convívio a pessoa que, de muitas formas, foi importante para estarmos aqui. Homenagens não trazem ninguém de volta, mas talvez ajudem a nós, os que ficamos, a curtir mais, e melhor, o que temos por perto, em lampejos de silêncio e contemplação. Sergio Ragi Eis se foi. Não ouviremos sua voz ao telefone, não trocaremos e-mails durante a madrugada, não nos reuniremos em grupo de amigos para ouvir suas piadas, não o encontraremos na primeira fila dos cursos, congressos... não teremos mais longas conversas sobre o futuro da osteometabologia. Ficamos com a singular tarefa de preservar, no coração e no pensamento, todos esses momentos e de, aos poucos, retomar a vida – como o Sergio gostaria que fizéssemos. Aqui, no Conectividade, vocês poderão relembrar alguns destes momentos, conhecer sua trajetória e compartilhar as mais diversas manifestações de afeto recebidas desde o último dia 22 de fevereiro. E, afinal, apesar de nos sentirmos órfãos, da melancolia indignada, da saudade diária; não importa como, esse amigo permanecerá entre nós em forma de alma, energia ou memória positiva, que nos ilumina, emociona e faz sorrir frente à vida que chama. TIRAGEM: 3.000 exemplares EDITORAÇÃO: 2 RH comuni cação Diretora de Comunicação Coeditora do Conectividade Óssea Elaine de Azevedo Presidentes Bruno Muzzi Camargos João Lindolfo Cunha Borges Sebastião C. Radominski INFORMATIVO OFICIAL DA ABrASSO - Associação Brasileira de Avaliação Óssea, Osteoporose e Osteometabolismo Tabela 1 ARTIGO CIENTÍFICO Bone-density testing interval and transition to osteoporosis in older women Gourlay ML, Fine JP, Preisser JS, May RC, Li C, Lui LY, Ransohoff DF, Cauley JA, Ensrud KE; Study of Osteoporotic Fractures Research Group - N Engl J Med. 2012 Jan 19; 366(3):225-33. A maior parte dos consensos recomenda que se faça rastreamento para osteoporose com densitometria óssea em mulheres com 65 anos de idade ou mais. Mas não há consenso que especifique o intervalo de tempo necessário para se repetir esse exame na monitoração do tratamento da osteoporose. A Força Tarefa, publicada em 2011, nos Estados Unidos, estabeleceu que “Devido às limitações da precisão do método, um mínimo de dois anos pode ser necessário para se medir a mudança na densidade óssea, no entanto, intervalos mais longos podem ser necessários para melhorar o valor preditivo de risco de fraturas”. Até o momento, nenhum estudo foi dirigido para esclarecer de quanto em quanto tempo se deve repetir a densitometria óssea. O objetivo do estudo foi determinar o intervalo de tempo necessário para se verificar a transição da densidade óssea normal para osteopenia ou osteoporose antes que ocorresse fratura vertebral ou de quadril. O estudo se baseou em 4.957 mulheres que fizeram parte do estudo SOF que tinham realizado densitometria óssea por mais de 15 anos. Foram excluídas as mulheres que tinham diagnóstico de osteoporose (T- escore menor ou igual a -2,5 no colo do fêmur ou fêmur total), tratamento para osteoporose, história prévia de fratura de fêmur ou fratura vertebral clínica e que não tivessem seguimento pela densitometria óssea. Todas as mulheres estudadas eram ambulatoriais e tinham densidade óssea normal (T- score ≥ -1 no colo do fêmur ou fêmur total) ou osteopenia (T-score entre -1 e – 2,5 no colo do fêmur ou fêmur total). Tinham idade ≥ 67 anos e > 99% eram brancas. O intervalo para se repetir a densitometria óssea foi calculado a partir do momento que 10% das mulheres tivessem evoluído da densidade óssea normal para osteopenia ou de osteopenia para osteoporose antes de apresentarem fratura de quadril ou fratura clínica vertebral e antes de receberem tratamento para osteoporose. Como o esperado, os autores encontraram que quanto maior a densidade óssea no início do estudo maior o tempo para desenvolver osteoporose e que mulheres com 67 anos com densidade óssea normal tinham pouca chance de apresentar perda óssea acelerada. Em mulheres que no início tinham densidade óssea normal o tempo necessário para fazer outra densitometria seria 16,8 anos. As mulheres que haviam iniciado o estudo com baixa densidade óssea o tempo para desenvolver osteoporose era menor e naquelas que iniciaram com “osteopenia avançada” (T-score entre -2,0 e -2,5) necessitavam realizar a densitometria após um ano, pois desenvolviam osteoporose mais rapidamente. Os achados desse estudo são semelhantes ao observado em outros que mostraram perda óssea relacionada à idade em 1% ao ano em mulheres com características semelhantes. Baseado nesses dados, os autores concluíram que mulheres com mais de 67 anos, com densidade óssea normal ou “ostepenia leve” (T- score > -1,5) deveriam repetir a densitometria apenas após 17 anos, naquelas com “osteopenia moderada” ( T score entre -1,5 e -1,99) o exame deveria ser repetido a cada 5 anos e naquelas com “osteopenia avançada” ( T score entre -2,0 e – 2,49) deveria ser repetido a cada ano. Comentários e crítica feitos pelo Dr Sérgio Ragi Eis - Diretor de Relações Internacionais e Institucionais da Associação Brasileira para Avaliação da Saúde Óssea e Osteometabolismo – ABrASSO - janeiro de 2012, em resposta ao artigo publicado no NEJM, como nota pública da ABrASSO: Num primeiro momento, uma interpretação simplória deste estudo seria que há um excesso de indicações e realização de testes de densitometria óssea em mulheres após a menopausa o que poderia levar a um menor interesse pela realização do exame inicial de rastreamento (que já é inapropriadamente baixo) e, consequentemente, pelas avaliações sequenciais e, ainda, servir de pano de fundo para ameaçar o reembolso e a cobertura dos custos do exame pelo governo e planos de saúde. Algumas considerações levantadas pelas entidades ligadas ao metabolismo ósseo e mineral como a IOF, ISCD, ABrASSO, dentre outras, devem ser contrastadas sobre as limi3 INFORMATIVO OFICIAL DA ABrASSO - Associação Brasileira de Avaliação Óssea, Osteoporose e Osteometabolismo ARTIGO CIENTÍFICO tações deste estudo e a fim de facilitar o correto entendimento do seu alcance e, mesmo, o diálogo com os pacientes, a mídia e/ou as seguradoras: · A população estudada consiste de mulheres pós-menopausadas idosas (>67 anos). Mulheres que chegam nesta idade com DMO normal ou com osteopenia certamente têm menor probabilidade de apresentar rápida perda óssea muitos anos após a menopausa. Este estudo não avaliou intervalos de exames em mulheres na perimenopausa ou com fatores de risco que adversamente afetam o metabolismo ósseo nas quais a perda é muito mais rápida e, assim, avaliações mais frequentes seriam mais apropriadas. · Deve-se enfatizar a importância da determinação do risco de fratura como decorrente da avaliação da DMO a qual, sem a inclusão de outros fatores de risco clínicos, não reconhecerá muitos pacientes com aumentado risco para fraturas. · O estudo do NEJM avaliou apenas fraturas vertebrais sintomáticas. Fraturas morfométricas são encontradas em uma parcela considerável de mulheres com osteopenia (14-30%), e muitas destas pacientes fraturadas não foram identificadas no estudo, permanecendo rotuladas apenas como “osteopênicas” ou “normais” (e não, mais apropriadamente, como osteoporose clínica), com necessidades de realizarem exames com intervalo menor. · Os fatores de risco clínicos (ferramenta FRAX) não foram utilizados para identificar os indivíduos osteopênicos com alto risco para fratura. Alguns fatores (fraturas após 50 anos, tabagismo, uso de esteroides, artrite reumatoide) foram incluídos como covariáveis, porém não foram capazes de predizer a transição para um T-score <-2,5 e, assim, não influenciaram o intervalo dos testes. · Os autores insistem que testes DXA são realizados além da necessidade e que os danos do excessivo screening de outras doenças crônicas reforça a importância de desenvolver um programa racional para OP baseado na melhor evidência disponível evitando-se testes e tratamen4 tos desnecessários (nos EUA). Não são levados em consideração outros dados da literatura, por exemplo, os dados compilados por Alyson King e Donna Fiorentino (http://www.iscd. org/Visitors/positions/Advocacy. cfm), que indicam que num período de 7 anos, 47,9% das mulheres não tinham um único exame de densitometria e 25,4% haviam realizado apenas um exame. · 9704 foi o total de pacientes do estudo SOF acima dos 65 anos. 2197 foram excluídas por não ter osteoporose no primeiro exame (~30%). 6040 foram excluídas devido a fratura de fêmur durante algum momento do estudo, mesmo com DXA normal ou osteopenia e 1083 outras por falta de dados de fraturas ou de DXA no seguimento. No final, o estudo se concentra em 742 (˜8% da amostra total de mulheres acima de 65 anos) com DXA NORMAL no fêmur (regiões do colo e total) e de 3702 (~30%) normais ou osteopênicas avaliadas para a transição até osteoporose. · Não foram considerados valores de DMO da coluna. Valores baixos de DMO na coluna estão associados com risco aumentado para fraturas por fragilidade em qualquer local do esqueleto e devem ser considerados pelos clínicos na tomada de decisão terapêutica. Por isso são avaliados coluna e fêmur nos exames DXA de rotina em osteoporoses primárias. Antes dos valores de T-score no fêmur alcançarem -2.5 DP, em geral, a coluna (salvo em causas secundárias) já indica DMO substancialmente mais baixas. Perdas de DMO são, ainda, mais importantes e rápidas na coluna que no fêmur. O mesmo grupo da Universidade da Califórnia, em San Francisco, berço da tecnologia DXA como a conhecemos hoje, já buscou atrair a mídia e causar comoção há alguns anos, quando publicou um artigo Cummings SR, Palermo L, Browner W, et al. 2000 Monitoring osteoporosis therapy with bone densitometry. Misleading changes and regression to the mean. J Am Med Assoc. 283:1318–1321, que sugeria que a avaliação comparativa realizada era impactada questões técnicas que tornavam o monitoramento por DXA clinicamente limitado. Em resposta ao que sugeria o Grupo da UCSF ligado ao estudo SOF, a eloqüente professora Sidney Lou Bonnick, do Institute for Women’s Health publicou no The Journal of Clinical Endocrinology & Metabolism Vol. 85, No. 10 o editorial Monitoring Osteoporosis Therapy with Bone Densitometry: A Vital Tool or Regression toward Mediocrity? Que explora todos os pontos elencados pelo grupo SOF realinhando a interpretação onde, em verdade, o artigo anterior havia não comprovado alguma limitação técnica ou tecnonlógica mas, simplesmente, demonstrado que o recrutamento de pacientes fora bem realizado, sem tendências ou viezes. · O ponto positivo levantado pelo estudo é que, para mulheres com DMO normal ou minimamente baixa, é improvável que ocorra uma rápida perda óssea a menos que alguma condição médica esteja associada. Este estudo não avaliou intervalos de exames em mulheres pós-menopausadas mais jovens ou homens. Considerando a base de dados referencial, hoje padrão ouro em densitometria nos EUA, assim como no Brasil extraída do estudo NHANES III, constituída de centenas de milhares de mulheres pós-menopáusicas (e citada na publicação em tela), um dado colide frontalmente com a amostra de conveniência, não constituída para esse fim, pelo grupo da UCSF. A perda de densidade mineral óssea após os 67 anos e a dispersão dos valores da amostra (+1 desvio padrão), mulheres com osteopenia classificada no artigo como “leve” (até -1.5 DP) podem alcançar a osteoporose (-2.5 DP) em +3,2 anos e isso dependerá de fatores, certamente, não capturados pela densitometria mas que o clínico deve dominar se quiser exercer um de seus primeiros juramentos: “Primo Non-Nocere”. Aguardar uma mulher de 67 anos alcançar níveis de osteoporose para intervir pode custar caro ao médico, aos cofres públicos e principalmente ao paciente. Possivelmente, o grupo de estatísticos e epidemiologistas, que não atendem pacientes reais, mas lidam com números. INFORMATIVO OFICIAL DA ABrASSO - Associação Brasileira de Avaliação Óssea, Osteoporose e Osteometabolismo DESTAQUES Sergio Ragi Eis 1962 - 2012 Em suas muitas faces... Articulador: SBDens, SOBRAO, SOBEMOM, IOF, ISCD...ABrASSO Um símbolo que fica para sempre Idealizador: Cedoes, E-Dexa, SBDens, ABrASSO Criativo e destemido Companheiro e pai: com Irani, Marina e Isabela Palestrante e orador: no Brasil e no mundo Cantor, nas horas vagas (por que não?) Congressista assíduo Sempre carinhoso com os amigos Amigos que deixaram saudades Agregador 5 INFORMATIVO OFICIAL DA ABrASSO - Associação Brasileira de Avaliação Óssea, Osteoporose e Osteometabolismo BIOGRAFIA Acompanhe alguns fatos relevantes da vida profissional de Sergio Arquivo SBDens/ABrASSO · 1995-1997 – Presidente da SBDens; · 1998-2002 – Membro Consultor da Osteoporosis Task Force da Organização Mundial da Saúde; · 2006 – Viabilização do primeiro curso oficial de certificação para operadores da International Society for Clinical Densitometry (ISCD); · 2007 – Viabilização do primeiro curso oficial de certificação para médicos da ISCD; · 2007-2009 – Presidente da SBDens; · 2010 – Criação da e-DXA – Escola de Densitometria da SBDens; · 2010 – Incorporação do curso de Osteoporose da IOF ao de certificação da ISCD; · 2011 – Compra de nova sala comercial para a sede da SBDens e e-DXA; · 2011-2012 – Concretização de fusão da SBDens, SOBRAO, SOBEMOM - ABrASSO – Associação Brasileira de Avaliação da Saúde Óssea e Osteometabolismo – idealizada em 2009; · 2011-2012 – Intermediação para realização do IOF Regional Brazil’2012 - 1° Encontro Latino Americano de Osteoporose em São Paulo promovido pelo IOF; · 2011-2012 – Intermediação para realização no Brasil do Position Development Conference em DXA para Avaliação da Composição Corporal, segundo semestre - 2012. “Osteoamigos” prestam homenagem E m sua última participação num evento oficial da ABrASSO, na e-DXA (escola de densitometria que criou), ocorrido em janeiro deste ano, Sergio presenteou os amigos e companheiros de osteometabolismo (os “osteoamigos”), com um boné branco com a logo da nova Sociedade, que nascia do sonho de união de três sociedades (SBDens, SOBRAO, SOBEMOM): a ABrASSO. Em Los Angeles, durante o evento anual da International Society for Clinical Densitometry (ISCD), bonés idênticos foram confeccionados e distribuídos pelos “osteoamigos internacionais” do Sergio (palestrantes internacionais que sempre prestigiaram os eventos brasileiros) e foram usados durante o encontro por todos os apresentadores e participantes. Por determinação da ISCD, todas as sessões foram precedidas por palavras de carinho e reconhecimento. 6 Arquivo SBDens/ABrASSO Uma carinhosa homenagem aconteceu durante o Evento Anual da International Society for Clinical Densitometry (ISCD), entidade coirmã da antiga SBDens, em Los Angeles: a iniciativa da criação do Sergio’s White Cap Club (Clube do Boné Branco do Sergio) INFORMATIVO OFICIAL DA ABrASSO - Associação Brasileira de Avaliação Óssea, Osteoporose e Osteometabolismo CARTAS DE SERGIO Be the chance you wish to see in the world (Seja a chance que você deseja ver no mundo) - M. Gandhi O significado e os significados da palavra chance A o longo das nossas vidas passamos por incontáveis situações onde lidamos com chances. Chances de ideias darem certo, chances de acertos, chances de investimentos, chances de escolhas ou, simplesmente, chances de variáveis conspirarem a favor: aquele clima, aquele encontro, aquela conjugação de fatores para que nossos projetos tenham chance, dentre outros! Chances são, enfim, elementos inexoráveis, indissociáveis e insofismáveis de nossas vidas. Desta forma, vida e chance são sinônimos. Somos o resultado de uma chance em milhões desde a fecundação e que continuam em trilhões de mitoses pelas quais passamos e das quais dependemos em seus infinitos detalhes durante toda nossa existência. O contexto da palavra chance associa-se, desde nosso idioma ancestral, o latim, ao perigo, ao risco e ao desejo!! Desiderium dic, tui periculum fac, occasionem rape, mutationem fac. (faça um pedido, arrisque-se, aproveite a chance, faça a diferença.) Chances, dessa forma, são indissociáveis e interdependentes do voluntário, do deliberado, das opções que fazemos e, até mesmo, dos nossos desejos. Assim, meus queridos amigos, começo essa semana convencido de que todas as forças que me preenchem e me cercam (a de vocês todos) são também oportunidades de enfrentamento com nossas chances e para testar nossas convicções e emoções. Inicio essa semana com uma convicção construída durante esses quase 49 anos de convívio com minha família, esposa, filhas e amigos que tenho tido o grande privilégio de conviver e compartilhar a minha vida: Semper pugnare. Forte vincere. Numquam cedere (Lutar sempre. Vencer talvez. Desistir jamais) A palavra talvez se origine do 'Forte', assim, chances são privilégios de quem tem força. E graças a vocês, me sinto forte! Que Deus me permita ser tão forte o quanto necessário (e o quanto vocês acreditam que sou) para que possa fazer jus à torcida de todos vocês e aproveitar todas as chances, em todos os níveis e sentidos, nos momentos que virão. Onde estão os problemas?? Amigos, Voltei para casa depois de uma longa estada em São Paulo. Confesso que reencontrar a família e todos os compromissos e problemas deixados para trás no início de setembro me assustavam bastante. Como estariam os problemas do centro de pesquisa? A reforma do apartamento? Os exames do CEDOES? A nova filial de Vila Velha? As notas da Marina na escola? As inscrições e provas de vestibular da Isabella? etc etc etc.... Curiosamente, à medida que as informações sobre cada uma dessas partes da vida chegavam, uma forte sensação me abraçava e uma conclusão se unificava: "Não tenho mais problemas!", ressonava a voz do bom senso. É impressionante como os problemas da vida, antes considerados "graves" e "urgentes" se tornam questões menores e triviais! Passamos a vida correndo atrás de um pássaro azul. Depois de algum tempo, perdemos a capacidade de identificá-lo mesmo quando aparece em frente aos nossos olhos. Algumas pessoas são abençoadas e vivem sem perder a capacidade de enxergar a poesia da vida. Outras precisam de um empurrão para retomar o rumo! Confesso que nesse retorno para casa, encontrei tudo diferente. Não apenas os problemas se tornaram menores mas a própria vida se tornou mais leve. Recebi um link de um vídeo de um grande amigo que ilustra plenamente como algumas pessoas têm a capacidade de enxergar a poesia da vida onde a maioria apenas vê apenas o óbvio... Espero que gostem. “Birds on the wires” - www.youtube.com/watch?v=7XoQuc9nlg&feature=related 7 INFORMATIVO OFICIAL DA ABrASSO - Associação Brasileira de Avaliação Óssea, Osteoporose e Osteometabolismo Caros leitores CANAL DO LEITOR “Na filosofia kardecista encaramos a vida como uma missão, a morte como uma passagem... Nosso querido Sérgio... produziu muito em sua curta vida. Sempre com a visão no bem comum. Foi um altruísta em uma época em que o altruísmo estava fora de moda. Cumpriu sua missão com amor e perseverança. Nunca deixou que a sua perseverança incomodasse os outros. Era educado, gentil, atencioso, engraçado e culto. Muito culto! Leva consigo sua cultura. Perde a Medicina. Pêsames a todos nós... Agradeçamos a Deus por nos tê-lo emprestado.” – Márcio e Rita Passini Deixamos aqui fragmentos de algumas das inúmeras mensagens recebidas. Aos autores, nossas desculpas por não publicá-las na íntegra. Àqueles não citados, saibam que, de alguma forma, serão lembrados! Os editores. la trascendencia de la vida… cuando quien nos dejó ha relizado una obra trascendente, aparecen otras perspectivas para el análisis acerca de nuestra naturaleza…Talvez ése constituya, en esencia, el propósito de todos los seres humanos: Hacer con la propia vida algo original, dejar una impronta propia que perdure ese milagro que ha concretado “Sergio” cuyo recuerdo me ronda en estos días. Claro que, inevitablemente, ante la muerte siempre surge la tentación de repetir aquello que dijo el poeta gallego Antón Tovar cuando se cruzó con el cortejo fúnebre de un niño: “No estoy de acuerdo”. – Jose Zanchetta “Quisiera expresarles mis más profundas condolencias por el fallecimiento de mi amigo Sergio. Deseo que su alma descanse en paz ya que fue uno de los grandes maestros en la osteoporosis en Latinoamérica y me acompaño en muchas actividades científicas a lo largo de nuestra región desde la época de SOLAD, y más recientemente ISCD , IOF y SIBOMM. Descansa en Paz…..” – Carlos Augusto Perez N. (SIBOMM) “Existe um ditado que diz que ninguém é insubstituível, mas esta será uma exceção à regra. Sergio será insubstituível! Difícil de acreditar que não contaremos mais com sua presença entre nós, com seu entusiasmo, planos, projetos, piadas, aulas, jogos... E não queremos substituí-lo. Seu lugar ficará sempre existindo entre nós, onde quer que estejamos...” – Marise Lazaretti Castro “La muerte de una persona que nos es próxima, querida, genera ineludibles reflexiones sobre “A luta foi árdua e o lutador extremamente forte lutou com muita honra até o fim. Ficamos com o enorme legado que sua dedicação e brilhantismo deixaram para esta sociedade que ele ajudou a construir com muita garra e paixão e com a lembrança de seus comentários inteligentes, suas tiradas engraçadas... dos planos que ele fazia para o futuro... a grande emoção de tê-lo conosco no curso da ISCD para professores, organizado pela ABrASSO, onde ele se superou... Tenho certeza que o Sergio deixou este nível para brilhar em níveis muito mais altos. E onde estiver estará torcendo para que seu legado seja mantido. Deixo meu abraço a todos vocês que sentem este silêncio incômodo e principalmente à família, onde o silêncio da ausência dói muito mais.” - Victoria C. Borba “If we could sing lullabies to children in their own languages…war would cease to exist (Sara Bilezikian). Sergio, not only were you able to sing lullabies in different languages, but you were able to tell jokes in those languages…a formula for peace…a goal for us all to try to match.” - John P. Bilezikian Contato: [email protected] IOF Regionals Brazil‘12 24-27 de maio de 2012 1º Latin Osteoporosis Meeting Informações: www.iofbonehealth.org/brazil-2012 8
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