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Serviço de Animação Vocacional
Padres e Irmãos Paulinos
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22 cooperador paulino setembro/dezembro 2012
cp Recado de Paulo por padre Luiz Miguel Duarte, ssp
O Apóstolo Paulo aos Paulinos
P
ara darmos glória a Deus, por ocasião do centenário de fundação da Pia Sociedade de São
Paulo (Padres e Irmãos Paulinos), solicitamos ao
apóstolo Paulo, nosso patrono, que soprasse em
nossos ouvidos algumas expressões de suas cartas.
Ele anuiu ao nosso singelo pedido e nos enriqueceu com suas palavras, Palavra de Deus.
1. “Graças sejam dadas a Deus por seu dom
indescritível” (2Cor 9,15).
Este é, certamente, o primeiro sentimento que
brota espontâneo no coração de todo Paulino.
Glorificamos o Senhor por ter suscitado na Igreja o padre Tiago Alberione, pequeno na estatura, frágil de saúde, mas gigante na fé. Sua íntima
comunhão com Deus lhe deu discernimento e
ousadia para brindar a Igreja e o mundo com
cinco congregações religiosas, quatro institutos
de vida secular consagrada e uma associação de
cooperadores paulinos. Além de fundá-los, espalhou-os pelos cinco continentes.
O carisma – evangelizar com a comunicação social – encontrou sua expressão nos diversos instrumentos da comunicação social que havia em 1914
e os que a ciência fez surgir a partir daquela data.
Por tudo o que os Paulinos, pela graça de Deus,
realizaram ao longo destes cem anos, glorifiquemos
a Deus, a uma só voz.
2. “Continuem firmes no Senhor” (Fl 4,1).
É justo e necessário dar graças a Deus nesta
ocasião significativa para a Congregação religiosa dos Paulinos, para a Igreja e para o mundo. Entretanto, longe de nós descansar à sombra
dos êxitos alcançados! Não sejamos tentados a
pensar que a grandiosa obra seja fruto apenas
do esforço real de tantos Paulinos, muitos dos
quais já se encontram no reino celeste. O que
foi feito com a colaboração humana, acima de
tudo conta fortemente com o dedo de Deus.
3. “Vocês ainda se lembram, irmãos, de nosso
trabalho e fadiga” (1Ts 2,9).
Nós, Paulinos, como congregação, nascemos
sob o signo do trabalho. E a partir do ingresso do
jovem no Seminário Paulino, ele se depara com a
rotina diária do trabalho, que logo aprende a denominar apostolado. Torna-se, desse modo, pequeno apóstolo e se une à corrente dos Paulinos
mais velhos para evangelizar na cultura da comunicação. Nosso inspirador, além de Jesus Cristo,
é o apóstolo Paulo, que considerava uma questão
de honra comer o pão de cada dia e evangelizar
com o suor do seu trabalho físico. Naturalmente somos impulsionados também pelo Fundador,
cujas obras dão testemunho da sua capacidade de
pensar, organizar e levar a cumprimento.
4. “Não nos cansemos de fazer o bem” (Gl 6,9).
As obras são muitas. Os Paulinos, poucos. Esse
panorama vale para o mundo todo onde os Paulinos estão presentes e atuantes. Faltam novos
colaboradores, jovens despojados de seus interesses pessoais e dispostos a doar a própria vida pelo
Reino de Deus, assumindo o carisma da comunicação social. No Brasil, um grupo de Padres e Irmãos
Paulinos vai levando à frente o ideal proposto pelo
padre Alberione, alimentando-se na fonte viva
que é Jesus Mestre, e estimulado pelo grande evangelizador São Paulo, apóstolo, em companhia da
Mãe, Mestra e Rainha dos Apóstolos.
cooperador paulino setembro/dezembro 2014 3
cp Sumário
20
Novidade:
Apostolado bíblico
Memorial.............................6
Entrevista...........................11
Apostolado........................16
Periódicos...........................22
Formação...........................27
Perfil..................................30
Superior-geral....................33
O Cooperador Paulino
Publicação quadrimestral
da Família Paulina
Ano LXXVII – Nº 107
Setembro - Dezembro de 2014
ISSN 1413-1595
34
Paulinos de hoje:
saiba quem são os
Paulinos do Brasil
O Cooperador Paulino é uma revista fundada pelo
bem-aventurado Tiago Alberione em 1918. Sua
missão é servir o Evangelho, a cultura humana
e a catequese do povo de Deus na cultura da
comunicação, bem como informar sobre a vida,
espiritualidade e atividade missionária da Família
Paulina, que procura manter viva, no mundo moderno, a obra evangelizadora do apóstolo Paulo.
Editora:
Pia Sociedade de São Paulo
(Paulus)
Presidente:
Pe. Valdir de Castro, ssp
Jornalista responsável:
Pe. José Dias Goulart, ssp
MTB 20.698/SP
4 cooperador paulino setembro/dezembro 2014
Editor:
Diác. Sílvio Ribas, ssp
Revisão: Pe. Zolferino Tonon, ssp
Iorlando Rodrigues Fernandes, postulante
paulino
Projeto gráfico:
Pia Sociedade Filhas de São Paulo/Paulinas
Diagramação:
Família Cristã/Paulinas
Fotos: O Cooperador Paulino/Paulus
Capa – Rebeca Venturini
nte
ulinas
cp Editorial
Caro(a) Cooperador(a),
Graça e Paz!
O ano de 2014 é significativo para os Padres e Irmãos Paulinos e toda a Família Paulina. É o ano do
centenário de sua presença no mundo, evangelizando na cultura da comunicação. Fundada em Alba,
Itália, pelo bem-aventurado Tiago Alberione, no dia 20 de agosto de 1914, com a missão específica de
difundir a boa imprensa, a Congregação dos Paulinos, sob a direção do próprio Fundador, assumiu progressivamente a atual imagem, que a vê empenhada na difusão do Evangelho por meio das mídias impressas,
audiovisuais e digitais.
Segundo Pe. Alberione, quando os instrumentos do progresso humano são utilizados para a evangelização, eles recebem uma consagração, são elevados à dignidade máxima. A sala de redação, as dependências da parte técnica, as livrarias, tornam-se igreja e púlpito. Ele tinha claro que, quem trabalha com tais
meios desfruta da dignidade de apóstolo. Chamados a evangelizar a sociedade contemporânea com o
coração universal do apóstolo Paulo, os Paulinos acreditam que o anúncio da mensagem de Jesus Cristo
está intimamente ligado ao trabalho de humanização que leva à promoção da cultura da vida, e que a
humanização da sociedade é a primeira condição para evangelizá-la.
Os Paulinos estão presentes em mais de 30 países, nos cinco continentes. No Brasil, chegaram em
1931. Por meio da Editora PAULUS exercem o trabalho de evangelização com a produção de livros
impressos e digitais, revistas e folhetos litúrgicos, CDs, DVDs e com o seu site institucional. Todo esse
material – que abarca as áreas de Bíblia, Teologia, Filosofia, Espiritualidade, Literatura Infantojuvenil,
Comunicação, Sociologia, Saúde –, pode ser encontrado nas 29 livrarias espalhadas por todo o País.
Desde 2005 a PAULUS atua também na preparação de profissionais no campo da Comunicação Social
e Filosofia com a Faculdade Paulus de Tecnologia e Comunicação (FAPCOM), localizada na cidade de São
Paulo. Essa Instituição de Ensino Superior busca oferecer uma educação que não visa somente a preparação
técnica, mas que inclui também a formação humana, a ética, o compromisso social e o senso crítico.
Por esses e muitos outros motivos, os Paulinos e seus colaboradores desejam celebrar os 100 anos com
gratidão a Deus por sua ação nesse longo caminho e também a todas as pessoas – os destinatários de sua missão
–, que não só usufruem de seus produtos, mas os animam e incentivam a seguir em frente.
Pe. Valdir José de Castro, SSP
Provincial dos Padres e Irmãos Paulinos no Brasil
Equipe de redação:
Ir. Cintia Giacinti Barbon, ap
Ir. Inês Creusa do Prado, sjbp
Ir. Luzia Sena, fsp
Ir. Terezinha Lubiana, pddm
Colaboraram:
Pe. Valdir José de Castro, ssp
Pe. Luiz Miguel Duarte, ssp
Fr. Alexandre da Silva Carvalho, ssp
Francisco Neto, postulante paulino
Iorlando Rodrigues Fernandes, postulante paulino
João Paulo da Silva, postulante paulino
Renan Abreu, postulante paulino
Tiago Melo, postulante paulino
Impressão:
Paulus Gráfica
Via Raposo Tavares, Km 18,5
São Paulo-SP
Tiragem:
12.000 exemplares
Página na internet:
www.paulinos.org.br
Endereço eletrônico:
[email protected]
Facebook
facebook.com/ocooperador
Redação:
O Cooperador Paulino
Caixa Postal 700
01031-970 São Paulo – SP
cooperador paulino setembro/dezembro 2014 5
cp Memorial por Francisco Neto, postulante paulino
Nascemos para difundir o Evangelho
na cultura da comunicação
LINHA DO TEMPO
fazendo com os modernos meios de comunicação
social o que os pregadores fazem com a palavra falada
31 de
dezembro
de 1900 – 1º
de Janeiro
de 1901
Adoração na
Catedral de Alba
(Noite Famosa)
1912
Começa a ser
publicada a revista
Vida Pastoral
6 cooperador paulino setembro/dezembro 2014
20 de agosto
de 1914
Fundação dos Padres e Irmãos
Paulinos com a abertura da Escola
Tipográfica Pequeno Operário
15 de junho
de 1915
Fundação das
Filhas de São
Paulo
A
maioria das pessoas tem consciência
do poder de alcance dos meios de comunicação social. Eles são verdadeiros
instrumentos que transmitem ideias, valores,
notícias. Mas, infelizmente, também manipulam, denigrem e injetam na sociedade desvalores que ferem a dignidade humana. A Igreja
não é isenta ou indiferente a essa realidade.
Busca, na medida do possível, acompanhar de
perto os filhos e filhas de Deus, combatendo,
por meio do Evangelho, as ideias contrárias à
mensagem de vida que Jesus nos deixou.
Hoje, a Igreja se empenha para fazer da TV,
do Rádio, do Jornal, da Internet, arautos da
Boa-Nova. Vale lembrar que a Igreja, há alguns anos, não reconhecia o potencial evangelizador latente nos meios de comunicação
social. A situação começou a mudar há 100
anos quando um jovem padre italiano chamado Tiago Alberione, na cidade de Alba, iniciou a fundação daquilo que viria a ser uma
grande família religiosa, a Família Paulina.
Teve início com a fundação da Pia Sociedade
de São Paulo (20 de agosto de 1914) – Padres
e Irmão Paulinos – instituição religiosa presente no Brasil e no mundo.
30 de junho
de 1917
Fundação da
União dos
Cooperadores da
Boa Imprensa
8 de
dezembro
de 1921
Primeira
Profissão dos
primeiros
quatro paulinos:
Desiderio Costa,
Michele Ambrosio, Bartolomeo Marcellino e
Torquato Armani
Os Padres e Irmãos Paulinos são conhecidos,
sobretudo, pelos frutos de seu trabalho apostólico, difundidos pelas 29 livrarias PAULUS espalhadas pelo Brasil. Elas contribuem com a Igreja
local por meio de subsídios voltados à ação pastoral: as várias edições da Bíblia; livros nas áreas
de Filosofia, Comunicação Social, Teologia, Educação; publicações endereçadas à família; livros
digitais; CDs litúrgicos; o folheto O Domingo, a
Liturgia Diária, as revistas Vida Pastoral, Páginas
Abertas, O Cooperador Paulino; os diversos projetos de ação social; a Web-rádio e a FAPCOM
– Faculdade Paulus de Tecnologia e Comunicação, campo recente de apostolado. A Faculdade
PAULUS, inaugurada em 2005, é referência na
formação de novos comunicadores.
Todas essas iniciativas têm por objetivo anunciar o Evangelho de Jesus Cristo, Caminho, Verdade e Vida “aos homens de hoje com os meios
de hoje”. Neste ano, os Paulinos, espalhados
pelos pelo mundo, desejam celebrar com a Igreja, povo de Deus, este momento especial: o ano
de seu centenário. Para isso, convidamos você a
fazer um breve passeio pela história. Juntos, recordaremos o princípio desta grande aventura de
evangelização, até chegarmos aos dias atuais.
1º de setembro
de1921
Começa a ser
publicado O Domingo
5 de outubro de 1921
Pe. Alberione junto com 13
paulinos emitiram votos perpétuos
cooperador paulino setembro/dezembro 2014 7
cp Memorial por Francisco Neto, postulante paulino
A história de amor e doação do Pe. Tiago Alberione, e daqueles que se uniriam a ele, começa treze anos antes da fundação oficial da Pia
Sociedade de São Paulo. É na noite da virada
do século (1900-1901) que o Senhor “planta”
no coração do jovem seminarista Tiago a semente que se tornará a frondosa árvore paulina,
com seus frutos incontáveis para a Igreja.
Alberione, cheio do desejo de fazer com que
o Evangelho penetrasse as massas e nas questões sociais, e imbuído dos sentimentos de
transformação suscitados pelo papa Leão XIII,
esteve quatro horas em adoração na Catedral
de Alba. Seu coração inquieto era capaz de
sentir o chamado a realizar algo pela Igreja e
pela humanidade do novo século.
Eis que uma luz particular veio da hóstia,
traduzindo e confirmando seu chamado específico, os apelos da Igreja, do Papa, a urgência
do anúncio do Evangelho e o desafio de usar
outros meios; meios estes, que transpusessem a
10 de
fevereiro
de 1924
Fundação das
Pias Discípulas do Divino
Mestre
15 de janeiro
de 1926
Os Padres e
Irmãos Paulinos
chegam a Roma
8 cooperador paulino setembro/dezembro 2014
tradicional prática da pregação. A partir dessa iluminação, Alberione sentiu-se profundamente obrigado a se preparar para fazer algo
pelo Senhor, e pelas pessoas do novo século
com as quais deveria viver.
Padre Alberione seguiu com seus estudos. Foi
ordenado presbítero aos 29 de junho de 1907.
Contribuiu como vigário na Paróquia de São
Bernardo de Narzole e também no Seminário
de Alba como diretor espiritual e professor, entre outras atribuições. Dedicou-se e assumiu com
seriedade sua preparação em vista dos apelos da
Igreja e da missão que o aguardava. Tornou-se um
sacerdote experiente, piedoso e prudente.
No dia 20 de outubro de 1913, Alberione recebeu o convite da Associação da Boa
Imprensa para dirigir o Semanário Gazzetta
d’Alba, do qual se tornou proprietário no dia
18 de fevereiro de 1914. Para ele, esse acontecimento era «o soar da graça», o primeiro
passo de uma longa viagem.
12 de março
de 1927
Aprovação
Diocesana dos
Padres e Irmãos
Paulinos
1931
Primeiras
fundações
no exterior
(Brasil, Argentina e Estados
Unidos)
1932
Começa a ser
publicada a
revista Família
Cristã
Em 13 de julho do mesmo ano, Pe. Tiago Alberione manifestou ao bispo local o desejo de
adquirir uma tipografia e formar bons e zelosos
propagandistas que trabalhassem na imprensa,
nas conferências e nas obras católicas. Sua ideia
foi aprovada, mas sofreu modificações intuídas
pelo próprio Alberione: não mais leigos operários
e difusores da boa imprensa, mas religiosos e religiosas consagrados à Palavra de Deus.
No dia 24 de julho de 1914, comprou e montou todo o aparato necessário ao funcionamento da tipografia, num prédio alugado na Praça
Cherasca. Em 20 de agosto de 1914, festa de São
Bernardo, nasciam os Padres e Irmãos Paulinos,
na época com o nome de Escola Tipográfica Pequeno Operário. O primeiro material produzido
foi o Catecismo de São Pio X.
Nascidos e crescendo em período de guerra e
conflitos de toda ordem, os Padres e Irmãos Paulinos buscaram ser sinal de fé e razão na sociedade da época, anunciando a todos o Evangelho, a
7 de outubro
1938
Irmãs de Jesus
Bom Pastor
(Pastorinhas)
10 de maio
de 1941
Primeira
aprovação
da Santa Sé
dos Padres
e Irmãos
Paulinos
27 de
junho de
1949
Aprovação
definitiva
de direito
pontifício
dos Padres
e Irmãos
Paulinos
conversão e a salvação, a exemplo de São Paulo.
Daí o nome “Paulinos”. Pe. Alberione sonhava
com a Palavra de Deus anunciada em todos os
cantos do mundo. Tanto àquela época como nos
dias de hoje, os meios de comunicação são instrumentos capazes de alcançar a maioria de pessoas,
além de contribuir com e reforçar a evangelização realizada nas paróquias.
Após 17 anos da fundação, o Pe. Alberione
decidiu içar velas e lançar-se para frente, para
“águas mais profundas”. E no dia 18 de agosto de
1931, desembarcavam em Santos, São Paulo –
Brasil, os padres Xavier Boano e Sebastião Trosso
para iniciar a missão na América. Mas essa é uma
história que retomaremos em 2031, nos 100 anos
de presença do Paulinos no Brasil.
Esse foi, de forma breve, o relato do início
dos Padres e Irmãos Paulinos. Há muitos detalhes, outras histórias e personagens que merecem ser conhecidos, mas não caberiam todos
aqui, afinal são 100 anos.
1958
Funda os
Institutos
Nossa Senhora
da Anunciação
e São Gabriel
Arcanjo
8 de
setembro de
1959
Funda as Irmãs
de Maria
Rainha dos
Apóstolos
(Apostolinas)
1959
Funda o
Instituto
Jesus
Sacerdote
1960
O Instituto Santa
Família recebe
a aprovação
pontifícia, assim
como os demais
Institutos
cooperador paulino setembro/dezembro 2014 9
Eu tinha um sonho: ser professora,
astronauta ou jornalista.
Porém, um ideal me alcançou: ser
comunicadora de Deus.
Hoje, sou uma irmã
Paulina. Vivemos e
comunicamos Jesus Cristo, Mestre,
Caminho, Verdade e Vida.
Jovem, venha você também ser
comunicadora de Deus!
I r m ã Fa b í o l a M e d e i ro s
facebo o k.com/irmaspaulinas
www.blo g pa ulinas.blogspot.com
Irmãs
[email protected]
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27 cooperador paulino setembro/dezembro 2012
Te l. (1 1 ) 3 0 4 3 8 1 0 0
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14/05/13 16:51
cp Entrevista por Tiago Melo, postulante paulino
Há 60 anos
ANUNCIANDO A BOA-NOVA
C
ontar a história de uma vida em poucos
caracteres é desafiante. Imagine você
escrever sobre um homem de 86 anos
e 60 anos de padre. Isso mesmo! 60 anos de
sacerdócio e 74 anos de vida religiosa paulina.
Essa pessoa especial é o padre José Dias Goulart. É o 14° filho entre 19 irmãos, e vem de
uma família tradicional de Presidente Prudente, município do interior de São Paulo, distante
558 km da capital. Ainda criança ingressa no
seminário dos Padres e Irmãos Paulinos na Vila
Mariana, em São Paulo. Desde então a vida lhe
reserva grandes coisas. Fez a primeira profissão
religiosa em 1947, e a profissão perpétua em
25 de janeiro de 1950. Estudou filosofia aqui no Brasil e, em 1951,
foi enviado a Roma para os
estudos de Teologia. Em
1954 foi ordenado sacerdote no Santuário Rainha dos
Apóstolos, templo erguido
em honra à Virgem Ma-
Padre José Dias Goulart narra sua experiência vocacional e fala da missão dos
Padres e Irmãos Paulinos no Brasil
cooperador paulino setembro/dezembro 2014 11
cp Entrevista por Tiago Melo, postulante paulino
ria, pelo Fundador da Família Paulina, o bem-aventurado Tiago Alberione.
Em 1955, o neo-sacerdote volta ao Brasil. Foi
também diretor de livraria, em Caxias do Sul e
no Rio de Janeiro. Na Congregação, desempenhou várias funções. Dentre elas a de ser exímio professor de português, revisor, tradutor,
pároco na Paróquia de Santo Inácio no bairro
da Vila Mariana – SP. Como jornalista, foi assessor de imprensa da CNBB, de 1971 a 1983.
Em 1990 fez uma experiência missionária e foi
morar nos Estados Unidos da América como
padre coadjutor na Paróquia Santo Antônio
de Cambridge. Escreveu 14 livros, traduziu os
Evangelhos (Vulgata), foi o responsável pela
revisão de algumas bíblias da PAULUS Editora
(Bíblia Pastoral, Bíblia do Peregrino), e recentemente revisor literário da última bíblia lan12 cooperador paulino setembro/dezembro 2014
çada pela PAULUS, a Nova Bíblia Pastoral.
O padre Zé, como é conhecido por muitos,
é amigo, é brincalhão, amado e muitos testemunham que ele é uma pessoa feliz que faz as
outras pessoas felizes. Assim testemunha Dom
Angélico Sândalo Bernardino sobre ele: “Padre José é paulino de coração, de vida plena,
dando à Igreja no Brasil o vivo testemunho de
que é preciso evangelizar, anunciar o Evangelho da alegria, por todos os meios, dando
importância fundamental aos meios de comunicação social. Simples, alegre, inteligente,
competente, incansável contemplativo na
ação”.
1. Como o senhor conheceu a Pia Sociedade de
São Paulo e o que o levou a ingressar na Congregação?
Criança que era, aos 12 anos, em 1940, vim
porque pensei que se tratava de um colégio
interno. Quando soube que era seminário para
formar padres, tentei ir embora, porque nem
sonhava com tal caminho. Aos poucos fui
descobrindo. O que me prendeu foi o esporte
(basquete, vôlei, futebol). Principalmente o
trabalho na gráfica. Dobrar folhas, fazer brochuras, encadernar, “para fazer livros”. E depois, tocar impressoras, compor páginas com
tipos soltos, e por fim o trabalho na linotipo.
Nesta, a seguir, irei trabalhar por 15 anos, até
a ordenação em 1954.
grandes. Talvez porque eu seja um tanto desligado. Calcular e pesar as dificuldades, creio
que faz com que elas se tornem mais pesadas.
Afinal, como aparecem, também desaparecem. O importante é a pessoa não se atrelar
nem dar muita importância.
2. O que é ser religioso paulino?
Sentir-se chamado e consagrar-se a Deus para
dedicar a vida ao apostolado da Comunicação. Na verdade, aos poucos é que a pessoa
vai compreendendo o alcance dessa iniciativa, que provém de Deus e aguarda resposta
prática.
4. Como jornalista e assessor de imprensa da
CNBB o senhor viveu o período crítico da Ditadura Militar. Como foi exercer a missão paulina em
tempos tão difíceis?
Nada de muito especial. Não tinha receio nem
de prisão, nem de acidentes forjados, porque
sabia que estava bem protegido. Afinal, o Governo militar é que tinha receio da CNBB,
embora a combatesse. E o assessor de imprensa
não era mais que porta-voz, nas declarações,
escritos internos e externos, de modo especial
no atendimento aos jornais, revistas, agências
noticiosas nacionais e estrangeiras. Medo eu
não tinha, mas procurava ser prudente.
3. Neste ano o senhor está celebrando 60 anos de
sacerdócio paulino. Quais os maiores desafios e
graças que teve em sua caminhada?
Não enumero graças. Tudo é graça, é presente de Deus: a vida e tudo o que ela encerra.
Desafios? Claro que alguns nós encontramos,
e os maiores é sempre a pessoa mesma que os
inventa e vai criando. A superação provém
sempre de Deus. A vida mesma é um desafio.
Se houve para mim, não foram muitos nem
5. Quais os principais desafios dos Padres e Irmãos Paulinos hoje?
Não esquecer os dois pilares da própria vocação: Vida Religiosa combinada com Empresa de Comunicação. O nosso apóstolo Paulo
repete: “Vivam em contínua oração”. E ele
mesmo vivia em permanente preocupação
com a sua “empresa” de comunicação, para
que a Mensagem de Jesus chegasse a todos.
Conjugar Empresa com Vida de Oração me
cooperador paulino setembro/dezembro 2014 13
cp Entrevista por Tiago Melo, postulante paulino
parece enorme desafio. Que as duas preocupações nunca se desliguem. Ao contrário, que se
completem e se intensifiquem mutuamente.
6. Os Paulinos celebram 100 anos de fundação. O
que o evento significa para a Igreja, para a Família
Paulina e para o senhor em particular?
Nada mais que um passo na caminhada, que esperamos prossiga “sempre em frente”, no dizer
de Paulo. O centenário é um incentivo a sermos mais e mais agradecidos a Deus.
Para a Igreja, que nos reconhece e ampara,
significa um braço em sua extensa missão de
levar a todos o Evangelho com os meios atuais
de comunicação.
Para a Família Paulina, o ano centenário assinala o esforço conjunto de cumprirmos a missão
sem desânimo. Porque “a união faz a força”, especialmente nesse campo tão vasto da comunicação, cada dia mais ampliado e aperfeiçoado.
Para mim, o centenário é como um despertador.
Nem sempre bem ouvido, mas que continua a
tocar. O que tenho feito, claro que se deve a
Deus. O que eu devia fazer, e não aconteceu, já
se sabe a quem atribuir.
14 cooperador paulino setembro/dezembro 2014
7. O senhor escreveu alguns livros que sempre
ajudam a viver e conviver. Qual a receita para uma
vida religiosa bem humorada?
Livros? São anotações do dia-a-dia. Se realmente ajudam a viver e conviver, Deus seja
louvado. Escrever é um hobby que, como dizem, pode ativar os neurônios, esses bens tão
preciosos e ocultos que ficam até esquecidos.
Quanto a receitas, quem sou eu para dá-las?
Tento seguir a receita simples de minha mãe.
Ela sim tinha receituário valioso! Quantas vezes me dizia: Deus te abençoe. E você, meu
filho, não desanime. A mesma coisa meu pai
repetia.
De minha parte, creio que não vale a pena
reclamar de nada. A tristeza torna a dificuldade mais pesada. Para usar uma expressão
bem popular: Muitas vezes, é preciso engolir
amargo e cuspir doce. E de amargo, não posso
me queixar: a vida tem sido sempre tão doce
para mim.
8. Para o senhor que conviveu com o Fundador,
o nosso Primeiro Mestre, o que mais o impressionou nas atitudes dele?
Desde a primeira visita que fez ao Brasil em
1946, quando eu era noviço, foi a preocupação que demonstrava quanto à vida de oração
sempre unida ao apostolado. Por outro lado,
especialmente nas outras três visitas, era visível a atenção que ele procurava dedicar a
todos e a cada um.
Pessoalmente senti essa atitude do Primeiro
Mestre, nos três anos de teologia que passei
em Roma. Não posso esquecer o primeiro encontro pessoal. Perguntou-me de tudo: saúde,
adaptação ao país, língua, regime, alimentação, saudade da família. Parecia não se preocupar com piedade e apostolado. Só no final
da conversa me perguntou: Gosta de rezar?
Respondi até com certo humor: Mais ou menos... O velhinho pareceu assustado: O que
está dizendo? Mais ou menos?!
Nesse primeiro contato, e nos demais, sempre
muito atencioso e franco. Lembro ainda que,
em 1962, quando participei do mês de retiro em
Ariccia, nas proximidades de Roma, ele queria acompanhar de perto as minhas ocupações
e preocupações. Chamou-me três vezes nesse
mês. Pareceu-me que fazia o mesmo com todos.
Era um trato realmente personalizado.
Tenho para destacar, no ano em que fui ordenado no Santuário Rainha dos Apóstolos,
a alegria do Primeiro Mestre com a concretização do seu grande sonho, fruto de um voto:
Porque a sua Família Religiosa não sofrera
baixas pessoais durante a Guerra mundial de
1939-1945, seria construído o Santuário que
estava sendo inaugurado. Era 1954, quadragésimo aniversário de fundação da Família Paulina. Ele repetia, e com ele nós: Deo gratias!
Demos graças a Deus.
9. O senhor parece alguém realizado na sua vida
paulina. Nesta celebração do centenário dos Padres e Irmãos Paulinos, não só, mas de toda a
Família Paulina, pode deixar aqui a sua mensagem final?
Estamos iniciando o segundo centenário. Três
breves pensamentos eu gostaria de relembrar,
tão relembrados pelo nosso Primeiro Mestre.
Do Apóstolo Paulo, um apelo: “Lanço-me
pra frente”. Da Virgem Mãe do nosso Mestre,
um pedido materno: “Façam tudo o que Jesus
mandar”. E do Mestre mesmo, a grande lição
de vida: “Não tenha medo, pequenino rebanho. Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida.
E eu estou sempre com vocês”.
cooperador paulino setembro/dezembro 2014 15
cp Apostolado por Renan Abreu, postulante paulino
O apostolado paulino
no Brasil
A alma do apostolado,
por parte do apóstolo,
é viver o apostolado,
no Espírito. A natureza
do nosso apostolado
é “dar Cristo” tal
como ele é.
N
ossa identidade é caracterizada por
meio do apostolado: fazer com que
o Cristo seja reconhecido por todos,
dar Jesus Cristo Caminho, Verdade e Vida;
e isso é feito mediante o nosso trabalho que
tem uma dimensão universal devido à nossa
missão específica de evangelizar na cultura
da comunicação, como era o desejo de nosso
Fundador, o bem-aventurado Tiago Alberione. Nosso compromisso apostólico não é um
favor às almas, mas um dever: “Infeliz de mim
se não evangelizasse!” (1Cor 9,16).
Alberione, que acompanhou de perto o
desenvolvimento de nossa Congregação, tinha consciência da necessidade de organizar
o apostolado. Afirmava que é o momento
em que estamos que nos toca viver e agir,
procurando compreender as necessidades e
respondendo a elas. “Hoje, o importante é a
organização; então organizemos o bem.” Por
isso, para a melhor propagação do Evangelho
e para corresponder às exigências da nossa
missão, o nosso campo apostólico está estruturado da seguinte forma:
DIREÇÃO GERAL DA PAULUS
O Diretor-geral da PAULUS exerce a função de coordenar todas as Áreas da estrutura
apostólica dos Paulinos no Brasil. Fundamentalmente, ele serve de animador e ponte para
que todas as Direções da PAULUS atuem em
16 cooperador paulino setembro/dezembro 2014
harmonia. O serviço que ele realiza se dá em
virtude de uma delegação, feita pelo Superior
Provincial, que confia a um paulino o encargo de levar adiante as definições do Capítulo
Provincial, as metas e estratégias do Projeto
Apostólico e dos Planos anuais, bem como
as decisões do Conselho Provincial e as indicações de nossos organismos internacionais
para o apostolado (CTIA, CIDEP e Centro
Bíblico PAULUS).
O Conselho de Apostolado, presidido pelo
Diretor Geral, é a principal instância de decisão para as questões do apostolado, e dele
participam paulinos que estão na direção ou
atuam nas diversas Áreas apostólicas: Editorial, Produção, Difusão, Administrativo e
FAPCOM.
Pe. Paulo Bazaglia
Diretor-geral da PAULUS
EDITORIAL
Podem mudar os tempos, a linguagem e os
meios de sua expressão, mas se o trabalho editorial se esquecer de sua finalidade, isto é, “a
glória de Deus e a salvação das almas” (AE
17), deixa de ser apostolado, como entendia
o fundador da PAULUS, o bem-aventurado
Tiago Alberione. E para isso, a área editorial
seleciona e edita conteúdos. Como carro-chefe das publicações está a Bíblia. As demais
obras, mesmo de modo implícito, devem levar
as pessoas a Jesus Mestre, Caminho, Verdade
e Vida, tema central da Escritura. Tendo em
vista o bem das pessoas de nosso tempo, são
preparados folhetos, livros, revistas, músicas e
filmes em suporte físico ou em formato digital,
que abrangem as mais diversas áreas do pensamento humano, tais como comunicação,
teologia, filosofia, educação e psicologia.
Pe. Claudiano Avelino dos Santos
Diretor multimedial da PAULUS
PRODUÇÃO
A produção gráfica é uma das etapas que
compõem a missão dos Padres e Irmãos Paulinos. A missão idealizada pelo padre Alberione de levar o Evangelho a quem não tinha
acesso à Igreja utiliza-se dos diversos meios de
comunicação existentes. Historicamente o
meio editorial impresso foi um dos suportes
mais sólidos para atingir esse objetivo.
Numa produção editorial, ideias são gestadas, arquivos editados e livros produzidos
para, enfim, serem difundidos. Nessa dinâmica apostólica, atualmente cabe a mim conduzir a etapa da produção gráfica da PAULUS
Editora no Brasil.
A PAULUS conta com uma gráfica própria, onde são produzidos os livros, revistas,
folhetos litúrgicos e principalmente as Bíblias
que ela difunde no Brasil. É um apostolado
gratificante, pois é a etapa em que se dá forma
às ideias e textos anteriormente pensados e
elaborados.
Frei Evandro Mazzuti
Diretor de Produção
cooperador paulino setembro/dezembro 2014 17
cp Apostolado por Renan Abreu, postulante paulino
DIFUSÃO
A organização da PAULUS só pode ser
compreendida como um organismo vivo e
dinâmico a partir de suas origens, com a
visão de Alberione, que sonhou, deu vida e
alma a um Projeto, guiado pelo ideal: “Procurar os melhores meios para a preparação
e espalhar a mensagem...”.
Nesta visão, o Capítulo Provincial definiu a Área de Difusão como um setor
desdobrado em três Departamentos, como
uma resposta aos desafios que o nosso tempo nos impõe, para que assim possamos ser
mais eficientes na nossa atuação:
Departamento Comercial, com sede no
CEPAD, que é responsável pelo Call Center, vendedores externos, distribuição dos
Periódicos, e envolve toda a logística da
distribuição.
Departamento de Livrarias, responsável
pela gestão, programação das nossas Livrarias
e atendimento aos clientes locais, marcando
nossa presença.
Departamento de Marketing, Divulgação,
Feiras e Eventos responde pela coordenação
de nossa presença nas Bienais e Feiras; nosso
posicionamento como imagem institucional,
bem como a nossa presença nas Redes.
Pe. Zulmiro Caon
Diretor de Difusão
18 cooperador paulino setembro/dezembro 2014
FAPCOM
O apostolado na Faculdade PAULUS de
Tecnologia e Comunicação – FAPCOM –
emana do desejo carismático de colaborar na
formação de comunicadores comprometidos
com a ética, com a justiça, com o respeito e
valorização do ser humano, do meio ambiente e da liberdade de expressão. Nossa missão
é oferecer uma proposta inovadora e diferenciada de ensino em Comunicação Social,
atendendo às demandas nas áreas de Jornalismo, Publicidade e Propaganda, Rádio, TV
e Internet, Relações Públicas, Filosofia e Graduação Tecnológica em Fotografia e Multimídia. Desse modo proporcionamos aos futuros
profissionais uma base sólida que alia fundamentos teóricos na produção do saber a todo
o referencial tecnológico para o exercício de
uma comunicação integrada, com senso crítico, ética, voltada para o mercado de trabalho
e o desenvolvimento da cidadania.
Pe. Antonio Iraildo Alves de Brito
Pró-diretor Acadêmico da Fapcom
Irmãs Discípulas do Divino Mestre
chamadas
a viver no seguimento de
Jesus Mestre Caminho,
Verdade e Vida
Somos
e enviadas a servir às comunidades
pela oração e a animação
litúrgica.
www.piasdiscipulas.org.br
[email protected]
24 cooperador paulino setembro/dezembro 2012
cp Novidade por João Paulo da Silva, postulante paulino
Apostolado
bíblico:
100 anos de anúncio da Palavra
de Deus a todas as famílias
P
ara falar sobre uma vida, principalmente quando se trata de uma que
alcançou o seu primeiro centenário,
é interessante evocar a história e a realidade
em que ela foi fundada. É preciso remeter
às primeiras décadas do século XX, em que
o povo do hemisfério norte experimentava
um dos piores horrores que poderia existir:
a guerra! Em 28 de julho de 1914, foi decretado o início das lutas entre os países da
Europa e do Ocidente. Um momento em
que se via a destruição em massa de pessoas que lutavam por ideais inteiramente
políticos. E que, em contrapartida, gerou
sofrimentos, doenças, escassez de alimentos e uma terrível fome. Foi um tempo de
dolorosa miséria humana, que ofereceria ao
mundo coisas quase incompreensíveis para
aquela época. A esperança dos homens e
20 cooperador paulino setembro/dezembro 2014
mulheres estava suprimida pela mensagem
de ódio e da ganância humana, que atingiu
desde cidades, com as armas de guerra, até
a imprensa, com palavras enganadoras.
É neste cenário que surge a Pia Sociedade de São Paulo, fundada em 20 de agosto
de 1914, um mês após o início da Primeira
Guerra. Padre Tiago Alberione, compreendendo a necessidade do povo e escutando
verdadeiramente o chamado de Deus, inicia uma obra em que homens e mulheres
conseguem viver e levar verdadeiramente
uma mensagem de esperança para uma realidade totalmente destruída e distorcida.
Para isto, era necessária a presença de Jesus
Cristo na imprensa e nas casas das famílias. A propagação evangélica sempre foi
uma preocupação do padre Alberione, e a
obra dos Padres e Irmãos Paulinos, que nasceu com raízes na Eucaristia e na Palavra
de Deus, começa a ganhar cor e forma; o
anúncio torna-se parte integrante do cotidiano paulino.
Antes mesmo do Concílio Vaticano II,
que abriu e incentivou a leitura das Sagradas Escrituras para todos, o Fundador da
Congregação já tinha o objetivo de colocar
a Bíblia nas mãos das pessoas. O intuito era
que todos conhecessem a Palavra. Os Paulinos e muitos membros da Família Paulina, já
no seu início, lutaram para que este projeto
fosse realizado. Tratava-se, verdadeiramente, de lançar as pedras para o fundamento
do Reino de Deus em um período de forte
impacto e destruição entre os homens.
Foi neste espírito de renovação, que padre Alberione enviou dois paulinos, Xavier
Boano e Sebastião Trosso, para o Brasil. Eles
chegaram aqui no dia 20 de agosto de 1931
e iniciaram um trabalho que para o Apostolado Paulino é central: a propagação da
Palavra de Deus. Esses padres, ao chegarem
neste território, mesmo não sabendo o português, começaram, no mês de novembro do
mesmo ano, a produzir os primeiros exemplares do Evangelho. Para isso pegaram inicialmente uma tradução de Portugal e começaram a difundir o trabalho realizado.
Segundo padre Paulo Bazaglia, paulino e
exegeta, “padre Alberione tinha um lema:
‘uma Bíblia para cada família’, que depois
se tornaria ‘uma Bíblia para cada pessoa’.
A preocupação do Fundador era que todo
o trabalho dos Paulinos fosse acessível para
as famílias e que, determinantemente, fosse
pastoral, acessível em todos os sentidos, ou
seja, no preço, na linguagem, nos comentários e nas notas”. O Apostolado Bíblico para
os Paulinos é central em sua missão, pois devemos dar ao mundo Jesus Caminho, Verdade e Vida. Por isso, a Palavra deve sempre
permear todos os nossos trabalhos, já que a
Bíblia é a alma, o centro da missão.
Toda a animação bíblica paulina no Bra-
sil tem a sua realidade enraizada no anúncio dos primeiros Paulinos que chegaram
aqui e continuou com os outros que vieram
posteriormente e propuseram outras traduções da Bíblia, sempre preocupados com
o conteúdo e adaptando-o, com o passar
do tempo, às necessidades primordiais do
povo. Destas adaptações surgiram Bíblias
com diversas traduções: Matos Soares, Bíblia Popular, Bíblia do Pontifício Instituto
Bíblico de Roma, Bíblia de Jerusalém, Bíblia Sagrada Edição Pastoral, Bíblia do Peregrino e a mais recente, a Nova Bíblia Pastoral. É uma grande responsabilidade dos
Paulinos oferecer traduções para objetivos
e finalidades diferentes, seja para o estudo,
catequese ou para leitura pessoal. Incluindo
neste acervo diversos subsídios de formação
bíblica, catequética e espiritual.
Os Paulinos são missionários da Palavra e
desempenham um papel necessário à Igreja.
Nasceram em meio a grandes dificuldades,
mas foram guiados pela luz do Evangelho,
que sempre triunfa sobre as trevas humanas, pois, como diz São Paulo: “Fiz questão
de anunciar o Evangelho onde o nome de
Cristo ainda não havia sido anunciado”
(Rm 15,20). Seguindo este exemplo, os
Paulinos vivem a sua missionariedade.
cooperador paulino setembro/dezembro 2014 21
Formação Antonio
por Iorlando
F. da Rodrigues
Silva
Fernandes, postulante paulino
cp Periódicos
Periódicos da
Editora PAULUS
Há mais de 80 anos
evangelizando o Brasil
N
ossos antepassados Paulinos, chegados ao Brasil em 1931, nos legaram o pioneirismo
na missão de subsidiar a liturgia e a catequese. De fato, já em 1933 era lançado O
Domingo; em 1959, a revista Vida Pastoral; em 1976, O Domingo – Celebração da Palavra de Deus; em 1978, O Domingo com Crianças; em 1991, Liturgia Diária; em 2002, a revista
catequética ECOando; e em 2005, a Liturgia Diária das Horas.
A linha orientadora desses periódicos da PAULUS guia-se por três instâncias básicas:
1. Veiculação da ação gratuita de Deus no mundo (dom).
2. Promoção da convivência fraterna, solidária e generosa entre todas as pessoas.
3. Não nos associamos à corrente teológica defensora de que o sofrimento e a morte de Jesus
(na cruz) foram para libertar-nos do pecado (= resgate). Preferimos o que diz o prefácio do Advento: “Revestido de nossa fragilidade, ele (Cristo) veio a primeira vez para realizar seu eterno
plano de amor...”. Essa invocação defende a encarnação de Jesus em solidariedade (= amor)
para com os pequenos e pobres – e o sofrimento e morte de cruz como consequência dessa sua
escolha.
Pe. Darci Luiz Marin, ssp
Coordenador dos Periódicos da Paulus
LITURGIA DIÁRIA
É um subsídio mensal que contempla
toda a caminhada litúrgica de cada mês.
Palavra do redator: Em 1991, quando iniciamos a preparação
para o lançamento da LITURGIA DIÁRIA no ano seguinte,
havia certa dúvida se o projeto teria ou não a aceitação do
público. Qual não foi a nossa surpresa ao ver a semente nascer
e crescer ano a ano. Desde o início em 1992, a revista passou
por várias melhorias no conteúdo e no formato (o atual é o
terceiro). É muito gratificante perceber que o periódico está
sendo bem acolhido, por favorecer as celebrações e ajudar a
ler e meditar dia a dia melhor a palavra de Deus.
Pe. Nilo Luza, ssp
Depoimento:
Itauri Chagas Sousa – São Paulo – SP
Produto muito bem impresso, simples, com boa encadernação e conteúdo como esperado.
22 cooperador paulino setembro/dezembro 2014
LITURGIA DIÁRIA DAS HORAS
Esse subsídio oferece a todas as pessoas que desejarem a oportunidade de participar dos principais momentos de oração na Igreja: Oração
da Manhã (Laudes), Oração da Tarde (Vésperas) e as Completas.
Palavra do redator: Assumi, no ano 2009, a responsabilidade
pelo periódico mensal Liturgia Diária das Horas, que na ocasião
já contava com três anos de publicação. Isto significa que outros
paulinos anteriormente haviam organizado e dinamizado a vida
deste subsídio que, diariamente, alimenta milhares de pessoas
com o banquete da palavra de Deus.
No exercício do meu apostolado, conto com a preciosa colaboração dos seminaristas paulinos. E experimento conforto espiritual por poder oferecer esta Oração da Igreja, em sintonia com
a Exortação Apostólica Verbum Domini, que a recomenda vivamente aos leigos: “Onde for possível, as paróquias e as comunidades de vida religiosa favoreçam esta oração com a participação
dos fiéis leigos” (n. 62).
Pe. Luiz Miguel Duarte, ssp
Depoimento: Dom Antônio Fernando Saburido, OSB
Arcebispo Metropolitano de Olinda e Recife
Considerando o valor da Liturgia das Horas para a fé e a vida espiritual de todo o povo de
Deus, desejo ressaltar a importância do trabalho que desempenham. [...] Sabendo da praxe de
enviar tais publicações a todo o episcopado brasileiro, não posso, entretanto, deixar de agradecer a atenção que nos é dispensada. Quem estimula nosso povo à oração receberá seus frutos!
O DOMINGO – SEMANÁRIO LITÚRGICO-CATEQUÉTICO
É um periódico que tem a missão de colaborar na animação das comunidades cristãs em seus momentos de celebração
eucarística.
Palavra do redator: Depois de vários anos a cargo do padre
Virgílio, que transformou o folheto O DOMINGO em subsídio litúrgico, foi um desafio assumi-lo e dar continuidade ao
belo trabalho por ele desenvolvido. À frente por mais de uma
década, temos procurado aprimorar sempre mais este folheto,
que procura auxiliar as equipes de liturgia e os fiéis em geral
a celebrar sempre melhor, seguindo as diretrizes e desejos da
Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB).
Pe. Nilo Luza, ssp
Depoimento:
Alba Brito Mascarenhas – Salvador – BA
O folheto O Domingo é maravilhoso. Com ele, a missa é
alegre e participativa. Abraços em Cristo!
cooperador paulino setembro/dezembro 2014 23
Formação Antonio
por Iorlando
F. da Rodrigues
Silva
Fernandes, postulante paulino
cp Periódicos
O DOMINGO – CELEBRAÇÃO DA MISSA COM CRIANÇAS
Este semanário litúrgico-catequético propõe, com dinamicidade, a vivência da missa junto às crianças.
Palavra do redator: São Paulo dizia “não sabeis que sois templos
de Deus e que o Espírito de Deus habita em vós?” (1Cor 3,16).
No mesmo espírito, podemos dizer que as crianças são igrejas em
construção. Todos sabemos da importância de construir com fundamentos firmes. O “dominguinho” tem esse objetivo. Construir
bem desde cedo. Ele procura, pouco a pouco, inserir as crianças na
celebração do mistério da fé. Procura, com linguagem adequada,
falar do amor e do projeto de Deus para com a humanidade.
Ir. Tiago José Theisen, ssp
Depoimento de cliente:
Sherle Costa Mendes – Corrente – PI
O folheto O Domingo – Celebração da missa com crianças é maravilhoso e tenho uma grande alegria cada vez que vejo as crianças
cantarem as músicas de forma tão participativa e alegre.
O DOMINGO – CELEBRAÇÃO DA PALAVRA DE DEUS
O objetivo deste periódico é celebrar a presença de Deus
na caminhada do povo e servir às comunidades eclesiais
na preparação e realização da Liturgia da Palavra.
Palavra do redator: A missão dos Padres e Irmãos Paulinos é dar o testemunho do Evangelho e servir à Igreja,
anunciando ao homem, através dos meios da comunicação social, a plenitude do mistério de Cristo que é Caminho, Verdade e Vida. Redigir o folheto O Domingo
– Celebração da Palavra é, para mim, motivo de muita
alegria, pois sei que assim estou contribuindo com as comunidades que se reúnem aos domingos para celebrar a fé
e a vida. E é uma maneira de colaborar ativamente com
a grande missão paulina.
Pe. Gilbert Alemik Mika, ssp
Depoimento:
Gilson Silva Dias – Cacoal – RO
Esse material ajuda muito as comunidades da nossa região e é de suma importância.
24 cooperador paulino setembro/dezembro 2014
REVISTA VIDA PASTORAL
A ideia de criar a revista foi do próprio Fundador dos Paulinos,
padre Tiago Alberione. Ele sempre imaginou a missão paulina em
estreita sintonia com toda a Igreja e com a pastoral diocesana e paroquial. Acreditamos que Vida Pastoral tem sido fiel a esse encargo,
procurando traduzir os anseios da pastoral e auxiliá-la em suas necessidades e dificuldades.
Palavra do editor: Padre Alberione idealizou a missão da Família
Paulina como uma missão que seja pastoral e em sintonia com o
trabalho das paróquias e comunidades. Percebo a revista Vida Pastoral como um elo forte nesse sentido, pois aborda os temas mais
atuais e necessários às atividades pastorais e chega às mais diversas
comunidades do Brasil, até mesmo às mais distantes, e é muito lida e
apreciada por padres, bispos, religiosos e agentes de pastoral leigos.
Pe. Jakson de Alencar, ssp
Depoimento: Eurivaldo Silva Ferreira – São Paulo – SP
Sempre leio os artigos da Revista Vida Pastoral. Destaco a seriedade dos temas, que, com a
competência de seus autores, aliada à atitude de vanguarda de seus editores, enriquecem o cotidiano dos agentes de pastoral, além de contribuir para a pesquisa teológica e a animação da vida
das comunidades.
REVISTA ECOANDO
É um subsídio especialmente voltado para a formação
das lideranças e dos catequistas em geral.
Louvamos a Deus e agradecemos aos religiosos paulinos pela
oportunidade de participar da equipe da Revista ECOando. Na
amizade e na paixão comum pela catequese que unem nosso
grupo e na comunhão com catequistas de todo o Brasil, alimentamos nossa vocação de catequistas. É com imensa alegria que
colaboramos na formação de outras pessoas que fazem ecoar a
Palavra de Deus e assumem a missão de educadoras da fé.
Membros da equipe editorial:
Ir. Mary Donzellini, mjc e Marlene Maria Silva
Depoimento: Geraldo das Dores Silva – São Geraldo da Piedade – MG
Há dez anos sou assinante da Revista ECOando. Em nossa paróquia, ajuda muito na formação dos
catequistas. Tem uma linguagem acessível a todos e procuramos aproveitá-la no seu todo, pois atinge
todas as etapas. Louvo a Deus pela revista e agradeço a equipe que a prepara.
cooperador paulino setembro/dezembro 2014 25
25 cooperador paulino setembro/dezembro 2012
Antonio
frei Alexandre
F. da Silva da Silva Carvalho, ssp
cp Formação por
Ordenação diaconal: Benedito, Silvio, Erivaldo e Roni
Formação
paulina e
suas etapas
O desafio de formar apóstolos
para a cultura da comunicação
P
ara que se mantenha viva e vigorosa, toda instituição necessita de novos
membros. Pessoas dispostas a assumir o projeto delineado por seu fundador.
Para os Paulinos, obviamente, não é diferente. Novas vocações são necessárias para que o sonho do bem-aventurado Tiago Alberione, seu fundador, não se
perca. Alberione lembrava sempre que Jesus não começou sua vida pública pregando ou ensinando, mas procurando seguidores. Da mesma forma, ele afirmava que o
problema das vocações deve ser enfrentado com coragem e sabedoria, sempre. Há
100 anos mundo afora, os Paulinos estão em festa. A graça de Deus acompanhou os
cooperador paulino setembro/dezembro 2014 27
Antonio
frei Alexandre
F. da Silva da Silva Carvalho, ssp
cp Formação por
Juniores: Tiago, Guilherme e Mackson
Noviço: Deivid
filhos de Alberione, bem como a consciência
de suas limitações. O cuidado, porém, na busca por novos jovens deve ser constante, pois
jovens bem selecionados e bem formados podem garantir a perpetuidade da missão.
No Brasil, os Paulinos contam com quatro
diáconos que, até o final do ano de 2014, serão
ordenados presbíteros. Após uma caminhada
de mais ou menos dez anos, o período da formação inicial chega ao fim, mas quando um
ciclo é concluído, outro se abre; por isso, para
esses jovens vem o desafio de estarem constantemente atentos aos sinais dos tempos e
preparados para respondê-los da melhor forma
possível. O sacerdócio paulino, segundo padre
Alberione, confere sobrenaturalidade à missão
28 cooperador paulino setembro/dezembro 2014
de anunciar o Evangelho do Mestre Divino na
cultura da comunicação.
Na comunidade formativa de Belo Horizonte-MG, encontra-se o juniorado dos Paulinos.
Nesta etapa, os professos temporâneos, juniores, assim chamados, experimentam aquilo
que aspiram assumir para a vida toda, ou seja,
ser apóstolo da comunicação. Na dimensão
dos estudos, é o tempo de aplicar-se à teologia e, com isso, compreender mais e melhor
a manifestação de Deus ao longo da história
e da vida do ser humano. Essa compreensão,
contudo, não se encerra em si mesma, mas
é instrumento para potencialização da missão. Curiosamente, neste ano centenário, os
juniores que residem em Belo Horizonte são
Discípulos do Divino Mestre, como concebeu
padre Alberione, ou como comumente são
chamados freis ou irmãos paulinos.
O processo formativo para se tornar um religioso, a bem da verdade, nunca termina, mas
tem um coração: o noviciado – tempo de recolhimento, estudos intensivos e encontro com
o Mestre. O noviciado tem duração de um
ano, e para os Paulinos de língua portuguesa e
espanhola tem acontecido em Medellín – Colômbia. A Província do Brasil tem atualmente
um noviço que partilha essa experiência de
discernimento com outros cinco noviços: um
português, um argentino te três colombianos.
Ao final dessa etapa, o jovem faz o pedido para
emissão dos votos simples; uma vez aprovado
para a primeira profissão, essa acontece em seu
país de origem em celebração festiva, porém
simples, que reúne a Família Paulina, familiares e amigos.
O postulado é etapa que prepara para o noviciado. Nos paulinos, este momento da caminhada, em geral, coincide com o último ano
dos estudos de Filosofia. O postulante complementa os estudos acadêmicos com disciplinas
internas que visam prepará-lo efetivamente
para a assunção do ser religioso paulino. Na
comunidade Paulo Apóstolo, no bairro da
Vila Mariana, em São Paulo, residem os cinco
postulantes da Província brasileira.
Postulantado
Na mesma comunidade Paulo Apóstolo,
nove rapazes fazem a experiência do aspirantado. Tempo forte de discernimento, estudos,
convivência, oração e apostolado. Noutras
palavras, tempo para perceber se a proposta
da Congregação é aquela que fará com que o
aspirante se perceba a caminho da felicidade
e realização; e também para que se perceba se
há efetivamente os atributos e as competências necessárias para seguir adiante.
Efetivamente, o início do período de formação para os futuros paulinos é marcado pela
etapa do Propedêutico, vivido na comunidade
de Campinas, interior de São Paulo. Essa etapa aprofunda os elementos apresentados pelo
Serviço de Animação Vocacional e é tempo
forte de confronto na vida do jovem vocacionado, pois, deixando a própria família, ele
passa a viver numa comunidade religiosa com
todas as suas características constitutivas. Esse
é também tempo de profundas e marcantes
descobertas.
Embora o processo formativo nunca termine, há etapas bem precisas que compõem a
formação inicial. Enquanto se vive e há condições, o paulino deve estar sempre aberto à
formação, dita continuada, para que responda
eficazmente à missão a que foi chamado. Com
isso, alegria e realização serão a tônica da vida
do apóstolo da cultura da comunicação.
Aspirantado
Propedêutico
cooperador paulino setembro/dezembro 2014 29
cp Perfil
Frei Pascoal,
Discípulo do Divino Mestre
Uma vida doada a serviço do Evangelho
N
asci em 14 de junho de 1923, em
Legeado Alto. Tenho, portanto,
91 anos. Sou filho de Luiz e Madalena Smaniotti Dalbosco. Fui batizado
no ano em que eu nasci, no dia 29 de julho,
pelo padre José Bollinger. Fui levado à pia
batismal por meu avô materno e minha avó
paterna. Por parte de pai, sou neto de Henrique e Ermínia Cavichiolli. Por parte de mãe,
Antônio e Justina. Fui sacristão da capela
Imaculada Conceição, de 1940 a 1945. Na
30 cooperador paulino setembro/dezembro 2014
escola, supria a falta de professores e acabei
ficando conhecido como uma pessoa enérgica e inteligente. Minha paixão desde sempre
foram os livros. Comprei um terreno, onde
planejava construir minha casa e constituir
família com minha namorada.
Na Paróquia de Brusque, como eu era sacristão, tinha muito contato com os padres,
e consegui uma assinatura de jornal da Congregação dos Padres e Irmãos Paulinos. Esses
impressos, de agradável leitura e viva descrição do diversificado carisma pelos meios
de comunicação, impulsionaram-me a optar
pela vida religiosa, principalmente pelo carisma dessa Congregação.
Durante os anos em que fui sacristão, recebia como pagamento das famílias duas
quartas de milho anuais. Vendia esse milho
e com o dinheiro amealhado, inicialmente,
para construir a casa para a família que eu
formaria, comprei as passagens que me trouxeram para os Paulinos.
Despedi-me de minha namorada Luiza Pontalti e de meus familiares, e em 6 de
janeiro de 1945 partir para São Paulo. Minha família preparou para mim um modesto
enxoval. Para isso, meu pai vendeu algumas
reses da pastagem. Meus familiares me apoiaram, mas ficaram receosos, pois o conflito
mundial da Segunda Guerra havia acabado
recentemente. Mesmo assim, vim para o seminário, com apenas 22 anos, sem nunca ter
visto outra cidade além de Brusque. A decisão estava tomada e eu não voltaria atrás.
Até Brusque me serviu a carroça de meu pai,
depois peguei caminhão e ônibus, e entre várias peripécias cheguei de trem a São Paulo.
A viagem durou quase uma semana, em época de clima muito conturbado.
Em 19 de março de 1946, dia de São José,
patrono dos irmãos, iniciei o noviciado.
Passado exatamente um ano, fiz a primeira
profissão e recebi o nome de frei Pascoal. Em
março de 1949, iniciei, juntamente com o
padre Isidoro Trafano, em Caxias do Sul, RS,
uma pequena livraria, em casa alugada.
A concretização definitiva de eu me tornar
religioso ocorreu em 19 de março de 1952,
quando professei os votos perpétuos, em celebração presidida por padre Dionísio Bertone. Em 1954, fui transferido para Recife, PE,
onde trabalhei como tipógrafo e ministrei aulas aos aspirantes. Dois anos depois, retornei
para Caxias do Sul, fato que contribui muito
para o crescimento da Congregação naquela localidade. De 1961 a 1965, trabalhei em
São Paulo. De 1975 a 1980, morei em
Roma, Itália, desempenhando a função
de Conselheiro Geral da Congregação. Retornando ao Brasil, ocupei
o cargo de Diretor do departamento editorial e de livrarias. Em
intercalados períodos, trabalhei
assiduamente no setor de revisão
de livros. Ocupei várias vezes a
função de conselheiro provincial
e fui professor dos propedeutas.
Atualmente, me encontro na
Cidade Paulina, uma de nossas
comunidades de São Paulo, onde
cuido de minha saúde. Sou feliz
por ser paulino!
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paulino
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cp Superior-geral
Centenário da
Pia Sociedade
de São Paulo
Padre Silvio Sassi, Superior-geral
dos Padres e Irmãos Paulinos
N
o dia 20 de agosto de 2014 celebramos o centenário de nascimento da Pia Sociedade de São
Paulo, primeira congregação dos dez ramos
que formam a Família Paulina, e tem como
fundador o bem-aventurado Tiago Alberione (1884-1971). A celebração foi precedida por um triênio de preparação vivido por
toda a Família Paulina nas diversas nações
dos cinco continentes onde as dez instituições paulinas estão presentes e atuando.
Padre Alberione e a Família Paulina,
por ele iniciada sob a luz do Espírito Santo e com a aprovação da Igreja, têm uma
estreita relação com a ação pastoral, entendida como empenho de evangelização
para com aqueles que receberam o dom da
fé e para todos que não acreditam, e sensível às contínuas mudanças que ocorrem
na vida das pessoas e da sociedade, sobretudo em relação à comunicação.
Por seu testemunho direto, escrito em
terceira pessoa, a experiência espiritual que
marca a vida de padre Alberione, como sacerdote diocesano e fundador, ocorre quando ele, ainda seminarista, na noite entre
31 de dezembro de 1900 e 1º de janeiro de
1901, passada em adoração eucarística na
Catedral de Alba, meditando sobre a evangelização necessária para o século que estava iniciando, “sentiu-se profundamente
obrigado a preparar-se para fazer qualquer
coisa pelo Senhor e pelo homem do novo
século com quem ele viveria”.
Ordenado sacerdote em 1907 e enviado
como vigário, de março a outubro de 1908,
na Paróquia de São Bernardo em Narzole
(Região de Cúneo), foi logo convidado pelo
bispo para exercer diversos ofícios em favor
do povo e da formação dos novos sacerdotes.
Como fruto do seu curso de pastoral, Alberione escreveu Apontamentos de Teologia
Pastoral, publicado em 1912 em forma mimeográfica e depois publicado em 1915. No
mesmo período ele prepara o texto A mulher
associada ao zelo sacerdotal, publicado em
1915, para explicar aos padres e às mulheres
a importância da contribuição feminina na
vida da paróquia e para o apostolado. Em
1912 ele inicia a revista Vida Pastoral com o
desejo de ajudar os sacerdotes na paróquia,
oferecendo-lhes um instrumento de formação constante. Nos dois livros mencionados, o perfil do sacerdote diocesano inteiramente empenhado na “salvação das almas”:
O sacerdote é homem para os outros.
A nova atribuição recebida do bispo no dia
12 de setembro de 1913, de dirigir o semanário diocesano Gazzetta D’Alba, é para padre
Alberione “sinal” da Providência, necessário
para dar início a outra forma de ação pastoral
que ajude a da paróquia: a evangelização com
a imprensa. Em 20 de agosto de 1914 reúne
o primeiro núcleo da Pia Sociedade de São
Paulo, com a ideia de que sejam sacerdotes
escritores que evangelizem com a imprensa;
uma evangelização que requer, para ser plenamente realizada, a colaboração ativa de religiosos e religiosas consagrados, o empenho
de uma família.
Tradução do italiano: Post. Francisco Neto
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cp Paulinos de hoje
Pe. Mario Nahuelpán
Compreendo que a vida é
alegria e amor, justiça e paz,
entrega e serviço. Reconheço
tua grandiosidade, Senhor,
teu amor eterno, tua
imensa compaixão.
Pe. Salvador Ruiz Armas
“Esta é uma palavra fiel, e digna
de toda a aceitação, que Cristo
Jesus veio ao mundo para
salvar os pecadores, dos quais
eu sou o principal.”
(1Tm 1:15)
Pe. Antônio Lúcio da
Silva Lima
“Agradeço àquele que me
deu força, a Jesus Cristo
nosso Senhor, que me considerou digno de confiança,
tomando-me para o seu
serviço” (1Tm 1,12).
Diác. Roni Hernandes
“Através de Jesus, recebemos a graça de ser
apóstolo, a fim de conduzir
todos os povos à obediência da fé, para a glória do
seu nome.” (Rm 1,5).
Pe. Antonio
Francisco da Silva
“No centro está Jesus Cristo
Caminho,Verdade e Vida.”
(Bem-aventurado
Tiago Alberione)
Pe. Tom Viana
Comunicação é vida, paixão,
alegria. Ser Paulino me possibilita
entrar em comunhão com diversas culturas, chegar aos lugares
mais longínquos e acordar com
um sentimento de começar sempre e mais uma vez.
Ir. Alexandre da
Silva Carvalho
“Tudo posso naquele que me
fortalece” (Fl 4,13).
Pe. Arno Brustolin
“Não fostes vós que me
escolhestes, mas eu vos
escolhi.” (Jo 15,16).
Pe. Valdecir Uveda
“Dai-lhes vós mesmos de
comer” (Lc 9,13).
Pe. Romilson Ferreira
“Esse tesouro nós o levamos
em vasos de barro, para que
todos reconheçam que esse
incomparável poder pertence
a Deus e não é propriedade
nossa.” (2Cor 4,7).
Pe. Valdecir Conte
“Tudo posso naquele que
me fortalece.” (Fl 4,13)
Pe. José Dias Goulart
“Recordar e reviver para
progredir.”
Ir. Guilherme César
“Vim porque morro de
amor” (S. Bernardo de
Claraval).
Pe. Valdêz
Dall’Agnese
“Quem é que vou enviar? Quem irá de nossa
parte?” Eu respondi:
“Aqui estou. Envia-me!”
(Is 6,8).
Pe. Valdir de Castro
“Tenham em vocês os
mesmos sentimentos
que havia em Jesus
Cristo” (Fl 2,5).
Diác. José Erivaldo
Dantas
“Viver e dar ao mundo
Jesus Mestre Caminho,
Verdade e Vida”
(Bem-aventurado Tiago
Alberione)
Pe. Zulmiro Caon
“Tudo posso naquele que me
fortalece.” (Fl 4,13)
Ir. Evandro Mazzutti
“Em Cristo, toda construção bem articulada
cresce até ser templo santo
no Senhor”. (Ef 2,21).
Pe. Claudiano
Avelino dos Santos
Para ser paulino é preciso
dispor-se a configurar-se com
Jesus Mestre, confiando em
sua graça e não medindo
esforços para comunicá-lo
aos irmãos.
Pe. José Carlos
de Freitas Júnior
“E temos esse tesouro em vasos
de barro, para que se veja que esse
incomparável poder é de Deus, e
não vem de nós” (2Cor 4,7).
Pe. Jackson Ferreira
de Alencar
“Fazei a todos a caridade
da verdade!” (Bem-aventurado Tiago Alberione)
Ir. Mackson Pedro
“A máquina, o microfone, o
vídeo, são o nosso púlpito; a
tipografia, a sala de produções,
de projeção, de transmissão, são
como a nossa igreja” (Bemaventurado Tiago Alberione.
Diác. Benedito Almeida
“O Senhor vai acendendo as lâmpadas diante
de nós à medida que caminhamos e precisamos
delas” (Bem-aventurado Tiago Alberione).
Pe. Antônio
Iraildo
“A minha função
sagrada é anunciar
o Evangelho” (Rm
15,16).
Cl. Claudinei
José Batista
“A palavra está perto de ti,
em tua boca e em teu coração” (Rm 10,8).
Pe. José Carlos Fructuoso
“Eu te consagrei e te constituí profeta para as nações” (Jr 1,5).
Pe. Mário Pizetta
“Mestre, onde moras? Vinde e
vede”. (Jo 1, 38-39)
Ir. Tiago Theisen
“Minha alma tem sede de Deus
e deseja o Deus vivo” (Sl 42,3).
Pe. Zolferino Tonon
“Não foram vocês que me
escolheram; fui eu que escolhi
vocês. Eu os designei para ir e dar
fruto, e para que o fruto de vocês
permaneça...” (Jo 15,16).
Pe. Gilbert Mika
“Vão vocês também para a minha
vinha” (Mt 20,7).
Pe. Luiz Miguel Duarte
“Tudo posso naquele que me
fortalece” (Fl 4,13).
Ir. Avelino
“Deixai vir a mim os pequeninos, porque
deles é o Reino de Deus” (Mt 19, 14).
Diác. Sílvio Ribas
“O Senhor me ungiu e me enviou para
comunicar sua Palavra” (Is 61,1).
Pe. Darci Luiz
Marin
“A evangelização,
anúncio do Reino, é
Pe. Paulo Bazaglia
comunicação: por“Eu me alegro nas fraquezas... por
tanto, a comunicação causa de Cristo. Pois quando sou fraco,
social deve ser levada
então é que sou forte” (2Cor 12,10).
em conta em todos
os aspectos da transPe. Nilo Luza
missão da Boa Nova”
A alegria de anunciar o Evangelho.
(Puebla 1063)
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