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TRAÇO CONTÍNUO O SEU VOLVO NA FAIXA CERTA ■ NO. 3 2007 PLURIRENT SOLUÇÕES DE ALUGUER OPERACIONAL PARA CAMIÕES TRANSOGÁS A APOSTA NA CONSTANTE ACTUALIZAÇÃO RESAT PARCERIA COM A VOLVO PELO AMBIENTE TORRESTIR SUCESSO GUIADO POR FAMÍLIA EM DIRECÇÃO AO FUTURO TRAÇO CONTíNUO conteúdo #3/2007 EDITORIAL Veículos para a construção em-vindos à terceira edição da Traço Contínuo! Levamos às vossas mãos o tema “veículos para construção”, um dos principais segmentos de procura de camiões na Europa. O motivo para tal é a muito positiva taxa de crescimento económico, uma situação comum a todo o continente mas com tendência particularmente ascendente na Europa de Leste. Mas porque a Traço Contínuo é feita pelos e para os nossos clientes, damos a conhecer o exemplar percurso da empresa Torrestir, a actividade de recolha de resíduos da RESAT e ainda o negócio de um parceiro de longa data – a Transogás. O aspecto económico-financeiro da actividade transportadora continuará a merecer uma abordagem nestas páginas, e, sendo o consumo de combustível indissociável deste tema, confira a opinião de alguns clientes sobre o consumo de gasóleo das novas unidades Volvo FH. Destacamos ainda a Plurirent, empresa do Grupo Auto Sueco que disponibiliza um variado leque de soluções de aluguer operacional e gestão de frota de veículos pesados de mercadorias. Boa viagem! B 12 Os campeões dos estaleiros A gama de camiões para construção da Volvo está maior e melhor do que nunca. Estes veículos são actualmente o segmento mais disputado no mercado de camiões na Europa pela diversidade de opções modernas que oferecem aos seus clientes. 4 TORRESTIR Criada como empresa familiar em 1962, a Torrestir existe há três gerações. O seu sucesso consiste em saber antecipar a evolução do mercado. Esta visão é reconhecida até a nível internacional. 7 PLURIRENT Um passo em frente na inovação do mercado de transportes está a ser dado pela Plurirent, que aposta no aluguer operacional como uma área de sucesso para o futuro. 16 RESAT Noventa por cento dos camiões da RESAT são da marca Volvo. São estes os "operacionais" no combate pelo ambiente em funções como a recolha, valorização e tratamento nos seis concelhos do Alto Tâmega. TAMBÉM NESTA EDIÇÃO: 8 TRANSPORTE DE WHISKY 17 TRANSOGÁS 15 EU & O MEU VOLVO 18 NOTÍCIAS VOLVO TRAÇO CONTÍNUO Auto Sueco, Unidade de Negócio Camiões e Autocarros, R. Conde da Covilhã, 1637, 4100-189 Porto Tlf.: 226 150 300 Fax: 226 150 395 e-mail: [email protected] Projecto gráfico e editorial: Tidningskompaniet, Box 2268, SE-40314, Gotemburgo, Suécia Edição: Divisão Customer Publishing da Edimpresa, Rua Calvet de Magalhães, 242, Laveiras, 2770-022 Paço de Arcos Tlf.: 214 698 776 e-mail: [email protected] Impressão: Minerva, Artes Gráficas, Lda. Tiragem: 4000 exemplares Periodicidade: Trimestral Distribuição: Gratuita N.º Depósito Legal: 258637/07 2 T R AÇ O C O N T Í N U O # 3 2 0 0 7 HENRIQUE NOGUEIRA DIRECTOR AUTO SUECO UNIDADE DE NEGÓCIO CAMIÕES E AUTOCARROS INÍCIO NOTÍCIAS DO MUNDO DOS TRANSPORTES PERGUNTA Qual a sua opinião sobre o consumo de gasóleo das novas unidades Volvo FH? SILVINO LOPES Master Cargo, Transportes Unipessoal, Lda. Os novos Volvo FH da nossa frota fazem consumos que surpreendem os mais cépticos, mesmo quando em percursos bastante sinuosos: – Na linha de Itália, o consumo pode variar entre 29 litros, se transportar carga leve, e, por outro lado, se for com carga pesada, 33 l/100 km. Se analisarmos o consumo em percursos favoráveis, e cujo peso não seja relevante, obtêm-se valores surpreendentes: – Na linha da Alemanha, o valor do consumo é entre 25,5 litros, se transportar carga leve, e, com carga pesada, 29,5 l/100 km. CELEBRIDADES Ao volante de um camião Há por aí bastantes condutores de camiões famosos. Bom, talvez não haja assim tantos famosos apenas por conduzirem camiões, mas há pessoas célebres que trabalharam atrás de um volante. Preparado para uma surpresa? Sabia, por exemplo, que o rei do rock, Elvis Presley, começou a trabalhar como camionista? A Traço Contínuo acompanhou os famosos e aqueles menos famosos cujas vidas giraram alguma vez em torno de um camião e da estrada. ELVIS PRESLEY É uma das escolhas naturais num destes tipos de lista. Começou a trabalhar aos 18 anos. E conseguiu o seu primeiro emprego como camionista. Um dia, enquanto se encontrava a trabalhar, deparou-se com um letreiro que oferecia uma gravação por dois dólares. O resto é história... RICK BRONSON É o camionista de Coca-Cola mais famoso do mundo. Mas não foi a Coca-Cola que o tornou popular – foi a arquiconcorrente Pepsi. Porque Bronson foi demitido depois de ter sido encontrado a beber uma Pepsi na arrecadação de uma loja onde acabara de descarregar Coca-Cola. DOUGLAS ELWIN ERIKSON Mais conhecido como Duke Erikson, é guitarrista e fundador da internacionalmente famosa banda de rock Garbage. Mas antes de esgotar concertos um pouco por todo o mundo, estudou História da Arte e, para financiar os estudos, trabalhou como carpinteiro e condutor de camiões. KELLY RENO Alcançou a fama ainda enquanto criança, com papéis memoráveis em The Black Stallion e The Black Stallion Returns, filmes muito populares. Contudo, a sua carreira no mundo da Sétima Arte chegou ao fim quando a sua pickup bateu num semi-reboque. Trabalha actualmente – já deve ter adivinhado – como camionista. JOAQUIM ESTEVES Transportes Ideal da Freixieira A experiência da nossa frota com os novos Volvos FH regista uma média de consumo entre 32 e 34 litros. Estes camiões demonstram todo o seu potencial mesmo estando atrelados a frigoríficos, onde as cargas chegam por vezes ao limite da sua capacidade. Os novos Volvo FH nunca se negam a uma boa subida, mantendo o consumo. TOMÉ ELIAS Intertráfego TIR – Transportes Rodoviários, Lda. As médias por viagem podem atingir 31 l/100 km, consoante a tonelagem transportada. A média geral em três meses é de 34 l/100 km. Este valor de consumo é, portanto, muito semelhante ao da última unidade adquirida. De salientar que o consumo de gasóleo das novas Volvo FH é realmente inferior ao das outras unidades mais antigas, com sete ou oito anos. TRAÇO CONTÍNUO # 3 2007 3 Há 45 anos, a empresa começou com um camião. Actualmente, a Torrestir é sediada em Braga, tem bases de norte a sul do País, centros em Espanha e na Alemanha. 4 TRAÇO CONTíNUO # 3 2007 TORRESTIR TUDO EM FAMÍLIA Criada como empresa familiar em 1962, a Torrestir já vai na terceira geração de sucessos. O segredo é olhar sempre em frente – e saber antecipar a evolução do mercado. TEXTO JOÃO PAULO BATALHA FOTOGRAFIA BRUNO BARBOSA uem vê hoje a dimensão da Torrestir não imagina que tudo começou há 45 anos atrás com um único camião. Manuel Joaquim Torres foi o pioneiro de um negócio de família que soube sempre crescer e diversificar-se ao longo dos anos, até se tornar num dos principais grupos empresariais de transportes e logística do País. Com bases de norte a sul de Portugal e centros em Espanha e na Alemanha, a empresa de Braga continua a prosperar. Este sucesso é um trabalho de família. Fernando Torres, filho do fundador, assumiu com 20 anos a empresa, que em 1987 adoptou o nome Torrestir. Hoje, presta serviços de transporte e logística a clientes que vão desde a indústria farmacêutica ao calçado e confecções, passando pelo ramo alimentar, a indústria automóvel ou os equipamentos hospitalares. E, cumprindo a tradição, já tem os seus filhos consigo no negócio. “Não foi fácil”, avalia o empresário ao lembrar a evolução da empresa. Tem ainda a noção de que “para os meus filhos, daqui a uns anos, mais difícil será”, antecipa. “Hoje as coisas andam muito mais rápido do que antes.” O triunfo da Torrestir é feito desta capacidade de antever o futuro num mercado cada vez mais competitivo. “Fomos sempre uma empresa que inovou”, conta Fernando Torres. Hoje, a distribuição é a fatia principal do negócio. A Torrestir assegura a distribuição de carga, porta a porta, em 24 horas, de e para qualquer ponto do País. As mudanças, a logística e Q armazenagem e o transitário de carga aérea e marítima completam o leque de serviços da empresa. A DIVERSIDADE DA OFERTA é uma das várias armas da empresa, que se realça no mercado pela sua actividade exemplar no âmbito da distribuição internacional. Em cada trabalho, o objectivo é a excelência. O seu serviço de mudanças, por exemplo, trata do mais ínfimo pormenor – até se for preciso armazenar alguma parte da carga a empresa também trata disso. É, sobretudo, graças a essa capacidade de oferecer soluções completas que Fernando Torres antecipa um crescimento da facturação da ordem dos 17 por cento este ano, em comparação com 2006. “Com os vários serviços que temos e com a qualidade de serviço que oferecemos, consegue-se.” Saber investir nos serviços certos tem sido o antídoto Factos, Torrestir A visão compensa. Em Abril, a Torrestir foi premiada com o The Bizz Award, um prémio internacional entregue pela World Confederation of Businesses. A empresa ganhou ainda o título World Business Leader e os seus administradores o título de Master in Business Leadership. Fernando Torres recebeu o diploma World Leader Business Person e os títulos de Master in Business Management e Master in Quality Management. Prémios merecidos. “Pelos serviços que prestamos, pela qualidade, estes prémios têm um peso muito grande”, assume o empresário. “A nossa grande aposta sempre foi essa”, conclui. E continuará a ser, tudo o indica, quando for passado o testemunho à próxima geração de Torres. da Torrestir contra a crise de que se queixam tantas transportadoras em Portugal. A empresa tem plataformas em Lisboa, Porto, Coimbra, Covilhã, Albufeira e Évora. A própria sede, em Braga, já se tornou pequena para o movimento que tem. Está, por isso, a ser construído um novo centro logístico com 27 mil metros quadrados de área coberta. Vila Real e Leiria terão também, em breve, novas plataformas para reforçar a capacidade da Torrestir. E esta é apenas a infra-estrutura em Portugal. A empresa tem uma plataforma logística em Vigo e está prestes a adquirir uma empresa em Madrid. Mas é no centro da Europa que estão os principais projectos. “Uma grande aposta nossa foi sempre a Alemanha”, conta Fernando Torres. A Torrestir tem uma filial naquele país e parceiros na Bélgica, Holanda, França, Itália e Suécia. “Estamos em toda a Europa”, constata o empresário com a naturalidade de quem lidera uma empresa de dimensão internacional. A Europa de Leste é outra das apostas, que promete novidades durante o ano que vem. SABER INOVAR é uma aposta da Torrestir, que conta hoje com perto de 600 colaboradores e uma frota de mais de 400 viaturas. Gerir uma estrutura desta dimensão não é tarefa fácil para uma empresa que se orgulha do seu carácter familiar. Garantir a qualidade exige um esforço de inovação constante. Um bom exemplo é o novo sistema informático de gestão que está a ser montado. O sistema tem leitores de carga que registam o momento em que a mercadoria chega ao destino. “Quando a carga está a ser entregue >> TRAÇO CONTÍNUO # 3 2007 5 TORRESTIR O triunfo da empresa é feito da capacidade de antever o futuro. Este é o lema de Fernando Torres e do seu filho, que assim dão continuidade à tradição familiar. >> em qualquer ponto da Europa, o expedidor sabe, via Internet, a que horas é que ela foi descarregada”, explica Fernando Torres. Apesar dos custos, são estes investimentos que garantem à Torrestir uma posição de destaque no mercado. “É um encargo, mas é também uma mais-valia, porque se vamos à frente também tiramos mais partido da inovação”, assegura o líder da empresa. A Torrestir tem um sistema de gestão da qualidade certificado segundo a norma europeia ISO 9001:2000 e está agora a certificar o sistema de gestão ambiental. Não são meros caprichos, explica Fernando Torres. Muitos clientes exigem um serviço de qualidade certificada na hora de escolherem um transportador. “O preço baixo não resulta”, garante. “Hoje, o cliente quer que a carga seja entregue às nove horas em Faro, não quer que seja entregue passado um dia ou dois, que é o que acontece com essas empresas que não têm capacidade de resposta.” Habituado a trabalhar com prazos rigorosos, o empresário refere 6 TRAÇO CONTÍNUO # 3 2007 que muitos dos seus clientes, sobretudo no transporte internacional, exigem que a carga seja entregue não só no dia certo mas à hora exacta. A Torrestir já teve até, numa emergência, de alugar um avião de carga para garantir o cumprimento de um prazo. Tudo é melhor do que lidar com um cliente insatisfeito. Por isso é dada muita atenção à formação dos colaboradores, quando entram na empresa e durante toda a sua carreira. Para que saibam prestar um serviço de excelência. A EXIGÊNCIA E A DEDICAÇÃO ao cliente mantêm o negócio sobre rodas. E sobre rodas Volvo. A marca assegura mais de 90 por cento da frota de pesados da Torrestir. Porquê? “O custo não é o factor número um, é mais o após-venda.” É essa a preocupação essencial, dado que, para o empresário, os tractores das várias marcas são relativamente semelhantes. “Para mim, hoje, não há camiões bons nem maus. Há um serviço após-venda bom ou mau”, explica o empresário. “E a Volvo tem a melhor após-venda, a melhor assistência e capacidade de resposta.” Em Portugal e em toda a Europa, o que é decisivo numa empresa que cruza as estradas do continente inteiro. “Aí as outras marcas falham.” A Torrestir tem a frota de camiões e de semi-atrelados a operar sob um contrato de assistência com a Auto Sueco Minho há dez anos. É uma relação antiga, que garante ao transportador um parceiro com que pode sempre contar. “Para nós podermos dizer a um cliente nosso que temos a carga lá no dia certo também temos de ter alguém por trás de nós que nos dê resposta quando acontece alguma coisa”, explica Fernando Torres. Para ajudar a evitar azares, a frota da Torrestir tem uma idade média de dois anos. Hoje, a aposta é nos camiões Euro 5, não só por razões ambientais mas, mais uma vez, pela qualidade que garantem. “Os clientes, hoje, também dão valor a isso”, garante o empresário. E exemplifica: “Na Áustria, o Euro 5 pode andar durante a noite. O Euro 3 e o Euro 4 não.” ■ PLURIRENT Um outro negócio inovador Soluções de aluguer operacional para camiões, uma oferta alternativa no mercado Volvo. TEXTO JOÃO PAULO BATALHA FOTOGRAFIA BRUNO BARBOSA É um mercado que tem interesse, e a tendência será claramente de crescimento nos próximos anos”, assegura Jorge Silva, responsável da Plurirent. “Toda a gente reconhece que o aluguer operacional de camiões é uma ferramenta muito interessante para os clientes, mas tem demorado um pouco a entrar no mercado nacional.” Isso é porque este modelo de negócio choca, até certo ponto, com a cultura empresarial portuguesa, que valoriza em demasia a posse do equipamento. Mas não ser dono do camião que se conduz tem muitas vantagens. A começar pelos custos: por uma mensalidade semelhante à de um leasing, o cliente tem não apenas um camião mas todos os serviços de manutenção, seguros e impostos incluídos. Deixa de precisar de funcionários no escritório, atentos a toda a burocracia de gestão da frota. Ou seja, pode empenhar-se no que realmente interessa: o serviço que presta aos seus clientes, num mercado cada vez mais exigente. “As empresas de transportes já não podem ser meros gestores de frota, que põem um veículo à disposição do cliente. Têm de oferecer serviços com valor adicional”, aponta Jorge Silva. A pensar nisso, já há transportadores em Portugal cuja frota é composta exclusivamente por veículos obtidos através de aluguer operacional, tal como acontece por essa Europa fora. Factos, Plurirent Jorge Silva, responsável da Plurirent. A aposta da Plurirent, por isso, é dinamizar este negócio. Prestes a sair está um cartão de combustível com descontos muito atractivos, que facilitará a gestão dos gastos. “É mais um passo que se está a dar no sentido de retirar carga administrativa aos transportadores”, anuncia Jorge Silva. Dinamizar outro produto – o aluguer diário de veículos – é outra aposta para dar aos clientes mais flexibilidade na gestão do seu negócio. Para garantir o sucesso, O conceito é novo em Portugal, mas está estabelecido há vários anos na Europa: o aluguer operacional é a solução do futuro para o fornecimento de veículos e a gestão de frotas. Por isso o Grupo Auto Sueco criou, em 1998, uma empresa dedicada a esse negócio. Através do aluguer operacional, a Plurirent fornece a um transportador um veículo e assegura toda a sua manutenção e encargos associados durante o período acordado. No final – porque se trata de um aluguer –, o veículo é devolvido à empresa. a associação à marca Volvo é o grande trunfo da Plurirent. “A nível de camiões, a marca Volvo tem um prestígio histórico”, nota Jorge Silva. “Obviamente que isso é um valor acrescentado bastante grande.” ■ TRAÇO CONTÍNUO # 3 2007 7 TRANSPORTE DE WHISKY O valioso whisky viaja são e salvo As colinas verdes e o golfe continuam a ser um sucesso, mas é ao whisky que a Escócia deve a sua fama. Mas para os que trabalham na sua produção, o luxo e o glamour não estão na ordem do dia – muito pelo contrário. Para os escoceses, a segurança e a qualidade estão no topo das preocupações. TEXTO TOB IAS HAM MAR FOTOGRAFIA PONTUS JOHANSSON OLI N SI EVWR IG HT tem 64 anos de idade. Conduz camiões há quase três décadas e transporta whisky há mais de duas décadas. Pode, por isso, afirmar-se que dificilmente se arranja melhor profissional. E, no entanto, admite espontaneamente que, todos os dias, quando se senta ao volante do seu Volvo FH12 “cor-de-sangue”, não deixa de sentir uma certa ansiedade. Ao pensarmos na natureza das cargas que transporta, é bastante compreensível. A função de Colin Sievwright é transportar whisky de primeira classe das destilarias da gigante Chivas Brothers, no norte do país, para os mais diversos locais de engarrafamento e armazenamento no sul – não é uma tarefa isenta de dificuldades, tendo em consideração que as Terras Altas escocesas são entrecortadas por estradas estreitas, tortuosas e extremamente acidentadas, que constituem um desafio até mesmo para o mais experiente dos motoristas. “Temos de estar sempre alerta, especialmente C 8 TRAÇO CONTÍN UO # 3 2007 se transportarmos um camião-cisterna, já que o peso pode deslocar-se facilmente ao efectuar curvas e rotundas”, explica, continuando: “E claro que é difícil não pensar na quantidade de dinheiro que transportamos connosco. A carga tem um valor extremamente elevado – e quanto mais antiga, mais valiosa é!” Hoje encontra-se estacionado no exterior da destilaria Strathisla, com mais de dois séculos de existência, na cidade de Keith, no nordeste da Escócia. O cenário é um puro bilhete-postal ilustrado – velhas casas, em pedra enegrecida pelo fumo, aninhadas perante o penetrante vento escocês. Um ribeiro murmura à passagem por bosques esparsos, iluminados por efémeros raios solares. No relvado em frente à entrada da destilaria uma enorme roda hidráulica testemunha uma época em que a energia era um bem de produção própria. Varrendo toda a região rural, sente-se o doce aroma da cevada maltada, que, de forma lenta mas segura, vai sendo convertida na refinada bebida dourada que é apreciada, e mesmo adorada, por pessoas de todo o mundo. “O cenário é lindo e os turistas adoram-no. Mas vejo-o todos os dias e é apenas uma parte do meu trabalho", afirma Colin Sievwright. dali, o seu patrão, David McPherson, faz contas com os dedos. “O bisavô do meu bisavô – ou algo do género, se bem me lembro – era agricultor e contrabandista numa época em que toda a produção de whisky havia sido banida do país. Hoje em dia, obviamente, exercemos uma actividade legal! Contudo, o whisky tem feito parte da minha herança familiar de uma forma ou de outra ao longo de inúmeras gerações”, afirma. A McPherson Transport pode ser considerada a massa lubrificante da difundida indústria do whisky na Escócia. A empresa transporta malte, whisky bruto não amadurecido e o produto final entre destilarias, instalações de envelhecimento e de armazenamento e unidades de engarrafamento por toda a Escócia. Com 150 veículos na sua frota de camiões e algumas NÃO M U ITO LONG E >> Carga valiosa num ambiente fantástico. Um camião da McPherson Transport percorre a paisagem escocesa. TRAÇO CONTÍN UO # 3 2007 9 TRANSPORTE DE WHISKY >> das principais marcas de whisky na sua lista de clientes, a McPherson Transport é, sem qualquer dúvida, uma das principais firmas de transporte do sector. É possível ver os característicos camiões azuis da empresa a rolar um pouco por toda a região rural escocesa, mas a empresa possui igualmente alguns camiões, tal como o FH12 vermelho de Colin Sievwright, pintados com as próprias cores dos clientes. “Estamos envolvidos em toda a cadeia de produção, até ao engarrafamento. Depois dessa etapa, outros assumem o controlo”, resume laconicamente. A procura pelos David McPherson serviços de transporte da empresa aumentou de forma sustentada ao longo dos últimos anos. A melhoria económica global levou a uma enorme procura de bens de luxo de todo o tipo – incluindo o whisky escocês. desafio da indústria não está relacionado com a procura do mercado. São, sim, as exigências cada vez mais rigorosas do governo relativas à saúde e à segurança no processo de produção que estão a forçar a indústria a rever métodos. “O custo do transporte costumava ser o factor que fomentava o desenvolvimento; actualmente, os principais factores são a qualidade e a segurança. O risco é uma questão sempre na ordem do dia. Por algum motivo o whisky é classificado como uma carga perigosa. Por um lado, é altamente inflamável e, por outro, é, no fim de contas, um veneno. As consequências do derramamento de um tanque cheio para o sistema de águas públicas seriam graves para os seres humanos e para o ambiente”, explica David McPherson. A segurança em todo o processo de manuseamento do whisky caracteriza, assim, cada aspecto das operações da McPherson Transport. Os camiões possuem o certificado ADR e o seu equipamento inclui funcionalidades tais como extintores no interior e no exterior, um kit de primeiros socorros, instalação eléctrica à prova de incêndios e dois interruptores corta-corrente. Todas as operações que envolvam o contacto com a fogosa bebida estão rodeadas de normas NO E NTANTO, O PR I NCI PAL 10 TRAÇO CONTÍN UO # 3 2007 Para a McPherson Transport, a condição do camião é vital. Tão vital que a empresa possui oito mecânicos internos a trabalharem a tempo inteiro na assistência aos reboques, enquanto dois mecânicos da Volvo prestam assistência aos camiões. O transporte do whisky na Escócia pode parecer um estilo de vida algo exótico. No entanto, para Colin Sievwright, mais não é do que a rotina diária. O whisky é tradicionalmente armazenado em cascos de carvalho para obter o seu característico aroma. rigorosas – um facto que os motoristas, melhor do que ninguém, conhecem muito bem. Todos os anos, os motoristas são sujeitos a um curso de formação de duas semanas, no local de trabalho, para se actualizarem em relação às rotinas mais recentes. Além disso, a lei exige a participação numa formação de uma semana, de cinco em cinco anos, para que um motorista consiga renovar a sua licença ADR. E como se tal não fosse suficiente, cada unidade de produção de whisky possui o seu próprio programa de formação. Factos, McPherson Transport ■ Principal empresa de transporte escocesa de whisky e produtos relacionados com o whisky, tais como o malte e o new-make spirit (whisky não amadurecido). Possui igualmente uma sucursal especializada no transporte de géneros alimentícios e de mercadorias para armazéns. ■ A sede da empresa fica situada em Craigellachie, no nordeste da Escócia, mas a McPherson Transport está igualmente representada em outras dez regiões do país. ■ A frota de veículos totaliza 150 camiões, dos quais 134 são da marca Volvo. ■ 212 funcionários, 170 dos quais são motoristas. Para manter toda a frota de camiões nas melhores condições possíveis, a empresa possui a sua própria oficina. Oito mecânicos internos inspeccionam os reboques, enquanto dois mecânicos da Volvo prestam assistência aos camiões. “A manutenção de uma tolerância zero em relação a defeitos, acidentes e ‘quase-acidentes’ é o nosso principal incentivo. Se assim não fosse, estaríamos a enviar os sinais errados aos nossos clientes”, afirma David McPherson. E M KE ITH, COLI N SI EVWR IG HT acaba de terminar o seu turno matinal. Ao subir para a cabina do seu camião, prepara-se para percorrer o curto trajecto até à sede para receber novas instruções. A questão ficou no ar durante algum tempo. “Trabalha todos os dias com whisky – também é um apreciador da bebida?” “Sim, de vez em quando gosto de tomar o meu copinho. Afinal de contas, é importante apoiar a nossa indústria!”, afirma, lançando a vigorosa gargalhada que apenas os escoceses parecem ser capazes de emitir. ■ Como funciona O Intercooler controla inúmeras tarefas O refrigerador do ar de admissão, ou Intercooler, é um permutador de calor passivo sem peças móveis. Num Volvo FH16, é uma estrutura em alumínio que pesa cerca de 10 kg e alimenta o motor com meio metro cúbico de ar refrigerado por segundo. O resultado é uma maior potência do motor, a emissão de menos substâncias nocivas nos gases de escape e um menor consumo de combustível. TEXTO AN DR EAS H U LT FOTOGRAFIAS R I KAR D SÖDE RSTRÖM /SG B TANQU ES DE ESTAB I LI ZAÇÃO DA PR ESSÃO O tanque de admissão, situado na base, distribui de forma uniforme o ar quente, a 205ºC, proveniente do turbocompressor, por todo o Intercooler. Aí o ar é rapidamente arrefecido para cerca de 35ºC. O ar arrefecido que sai pelo tanque de distribuição situado no topo ocupa menos de metade do espaço do ar quente, pelo que o motor pode ser alimentado com mais oxigénio – 600 g/segundo ou meio metro cúbico em termos reais. TU BAG E NS ROB USTAS No interior dos 42 tubos ovais achatados, com menos de 1 cm de diâmetro, o ar comprimido que entrou através do tanque de admissão é arrefecido. O calor existente nesse ar proveniente do turbocompressor começa por ser transferido para estes tubos e posteriormente para o ar frio do exterior. É essencial que estes tubos estejam totalmente vedados e sejam soldados, tal como o resto do sistema, em ambiente controlado, garantindo-se assim que todo o conjunto é estanque. RAMAIS DE EXPANSÃO DA SU PE R FÍCI E No exterior, entre os 42 tubos, ficam situados os ramais. A tarefa das faixas de alumínio dobradas é similar à das aletas contidas no interior de cada tubo – oferecer resistência ao ar e aumentar substancialmente a superfície de transferência do calor. O Intercooler possui uma área frontal inferior a 1 m², mas, graças aos ramais, a área real da superfície excede 15 m². Com o auxílio dos 7 m³ de ar frio que são aspirados pela grelha, a cada segundo, os ramais arrefecem novamente os tubos quer com a ajuda do fluxo de ar provocado pela deslocação do veículo, quer com a ajuda da poderosa ventoinha, que na sua potência máxima produz um fluxo de ar equivalente ao de um camião conduzido a 200 km/h. ALETAS I NTE R NAS Cada tubo possui no seu interior tiras de alumínio extremamente finas, com décimas de milímetro, dobradas em forma de uma espiral orientada ao longo do tubo. Estas aletas têm por função tornar mais turbulenta a passagem do fluxo de ar pelos tubos e aumentar a superfície de contacto envolvida na transferência de calor. Consegue-se assim um Intercooler mais eficiente. TRAÇO CONTÍN UO # 3 2007 11 CONSTRUÇÃO OS CAMPEÕES DOS ESTALEIROS “Exploração de pedreiras, construção de estradas ou extracção de mármores? Não há problema. A gama de camiões para construção da Volvo está maior e melhor do que nunca.” TEXTO N I KLAS J E N DE BY FOTOGRAFIA VOLVO TR UCKS 12 TRAÇO CONTÍN UO # 3 2007 S VEÍCU LOS para construção são actualmente o segmento mais disputado do mercado de camiões na Europa. O motivo é a elevada taxa de crescimento económico. Esta situação aplica-se a todo o continente, mas a tendência é particularmente forte na Europa de Leste. Em países como a Letónia (11,6 por cento de aumento do PIB em 2006), Estónia (11,5 por cento) e Roménia (7,8 por cento) a confiança no futuro atingiu o seu ponto máximo. As estradas e as regiões recentemente loteadas e que se destinarão à construção de casas, escritórios, fábricas e de novas rotas comerciais assistem à passagem de um fluxo regular de camiões basculantes, de betoneiras e de camiões com grua. Notavelmente, muitos desses camiões ostentam o símbolo Volvo. Na Europa de O aumentou e tornou-se ainda melhor em cada segmento, oferecendo aos clientes mais opções de escolha. Opções como novos chassis, com maior altura ao solo e uma melhor protecção inferior. Opções como novos motores, perfeitamente adaptados ao tipo de operação em que vão ser utilizados pelo cliente. Opções como o novíssimo Volvo FE, concebido para ser utilizado em tarefas de construção menos pesadas. Opções como um maior leque de oferta, incluindo equipamentos periféricos de maior capacidade e mais opções relativas à tracção a todas as rodas. Opções como a possibilidade de especificar um software de gestão da transmissão I-Shift próprio para operações de construção. num curto período de tempo, num sucesso entre os operadores envolvidos em operações de construção e de transporte de materiais de construção. Vinte por cento de todos os veículos de construção vendidos actualmente pela Volvo na Europa estão equipados com a transmissão I-Shift e a proporção continua a subir de forma sustentada. As respostas das empresas de transporte que utilizam camiões com I-Shift são praticamente todas positivas. Relativamente aos motores, a Volvo apresentou o seu novo motor de 13 litros, o qual está disponível para o Volvo FH e para o especialista em aplicações de construção – o Volvo FM. Este motor foi desenvolvido para fornecer o máximo de potência imediatamente após o arranque. Sessenta por cento do binário máximo fica disponível a partir das 800 rotações por minuto e o binário máximo é alcançado entre as 1.050 e as 1.400 rpm. O Volvo FM merece particular atenção. A tarefa do motorista é facilitada pela O I-SH I FT TOR NOU-SE, Leste, os camiões Volvo são especialistas em construção, envolvidos na criação da sociedade do futuro. A Volvo substituiu na totalidade a sua gama de produtos em menos de 12 meses. A gama Três camiões basculantes para construção A Volvo tem vindo a concentrar- se nos camiões basculantes. Eis três exemplos de especificações preparadas para diversas áreas de aplicação: VOLVO FM 400, 8X4 CHASSIS ALTO Cabina: Cabina curta Motor: Volvo D13A, 400 hp, 2000 Nm em conformidade com a norma Euro 4 e o travão auxiliar VEB - Volvo Engine Brake Caixa de velocidades: Comando manual com 14 velocidades ou I-Shift com 12 velocidades e software optimizado para operações de construção Distância entre eixos: 4.300 ou 4.600 mm (dependente da báscula fornecida pelo fabricante de superstruturas) Eixo traseiro: Eixo tandem com redução aos cubos Peso bruto máximo: 32 toneladas suspensão de quatro pontos da cabina e pela possibilidade de especificar a suspensão pneumática em determinadas variantes. E os pequenos detalhes podem, por vezes, fazer uma grande diferença: num Volvo FM, com o chassis extra-alto, especialmente concebido para a construção (340 mm de altura ao solo sob o ponto mais baixo do eixo traseiro), foi instalado um degrau adicional de acesso à cabina para facilitar a subida do motorista. Foram concebidas inúmeras funcionalidades para facilitar o próprio processo de condução. A grande novidade deste ano é o facto de o sistema Hill Start Aid (“Auxílio ao Arranque em Subida”) da Volvo ser agora equipamento standard em camiões das gamas FM e FH equipados com o sistema electrónico de travagem EBS. O Hill Start Aid constitui um precioso auxiliar para arrancar numa subida – o sistema só liberta os travões quando o motor atingir a rotação necessária para fazer arrancar o veículo sem o deixar deslizar para trás. a atenção dada aos veículos de construção está relacionada, entre outros factores, com o entusiasmo pelo produto e com o interesse pela situação diária dos operadores de transportes, assim como com a melhor forma de fornecer respostas às dificuldades enfrentadas por cada motorista durante um dia normal de trabalho. Clientes dedicados levam, no fim de contas, ao desenvolvimento de melhores produtos. Em simultâneo, o Volvo FM, o Volvo FE, o motor D13, a transmissão I-Shift e o sistema Hill Start Aid constituem uma forma de a Volvo retribuir o entusiasmo demonstrado pelos operadores de construção. Porque com a gama de produtos alargada da Volvo o operador de construção típico tem agora muitos mais motivos para se sentir entusiasmado. ■ PARA A VOLVO, VOLVO FM 340, 6X4 CHASSIS ALTO Cabina: Cabina curta Motor: Volvo D9, 340 hp, 1600 Nm em conformidade com a norma Euro 4 e o travão auxiliar VEB - Volvo Engine Brake Caixa de velocidades: Comando manual com 14 velocidades ou I-Shift com 12 velocidades e software optimizado para operações de construção Distância entre eixos: 3.400 ou 3.700 mm (dependente da báscula fornecida pelo fabricante de superstruturas) Eixo traseiro: Eixo tandem com redução aos cubos Peso bruto máximo: 26 toneladas VOLVO FE 320, 6X4 CHASSIS ALTO Cabina: Cabina curta Motor: Volvo D7, 320 hp, 1200 Nm em conformidade com a norma Euro 4 e travão motor auxiliar de compressão Caixa de velocidades: ZF com nove velocidades Distância entre eixos: 3.195, 3.495 ou 3.845 mm (dependente da báscula fornecida pelo fabricante de superstruturas) Eixo traseiro: Eixo tandem com redução aos cubos Peso bruto máximo: 26 toneladas TRAÇO C O NTÍN UO # 3 2007 13 FUELWATCH Fuelwatch é o sistema da Volvo Trucks para ajudar os clientes a reduzirem os custos com combustível. e os fabricantes de motores são ainda obrigados a adaptarem-se a parâmetros operacionais drasticamente diferentes. No entanto, apesar de os preços do petróleo terem disparado para valores elevados e de as exigências legais relativas à redução do impacto ambiental terem reduzido as emissões em cerca de 90 por cento (as emissões de partículas foram reduzidas, na verdade, em cerca de 98 por cento), a poupança de combustível acabou, paradoxalmente, por aumentar! Optimização do combustível permite poupar a carteira e no ambiente A redução do consumo de combustível e a necessidade simultânea de responder às exigências ambientais cada vez mais rigorosas constitui um desafio para os fabricantes de camiões de todo o mundo. TEXTO AN N E WOLLTE R FOTOGRAFIA VOLVO TR UCKS a carteira continua a ser o factor decisivo na indústria dos transportes, tal como em quase todas as áreas. “A poupança substancial de combustível está a tornar-se num factor cada vez mais importante. Uma grande parte do total de custos operacionais de um transportador fica a cargo do combustível e esta é uma questão que ele consegue influenciar directamente", explica Mats E 14 M ÚLTI MA ANÁLISE, TRAÇO CONTÍN UO # 3 2007 Franzén, Product Manager na área de motores na Volvo Truck Corporation. o combustível numa operação de transporte de longo curso tem um peso equivalente aos custos com o motorista - cerca de 30 por cento do total. É importante investir na formação dos motoristas, por exemplo através de cursos de condução económica, mas OS CUSTOS COM é também necessário que as próprias empresas de transportes desenvolvam procedimentos de monitorização, acompanhamento e optimização do consumo de combustível. Os fabricantes de veículos trabalham da mesma forma em relação ao hardware – o veículo –, optimizando de forma contínua o consumo de combustível. “Os dois objectivos principais para nós e para todos os outros fabricantes de veículos são, desde há muito, a eficiência em termos de consumo de combustível e a ‘disponibilidade’, ou seja, quanto menos imobilizações provocadas por avarias a viatura sofrer maior a sua disponibilidade”, explica Mats Franzén. A questão do combustível está a tornar-se cada vez mais complexa E M 1975, U M CONJ U NTO tractor e semi-reboque de 40 toneladas gastava mais de 45 litros de combustível para percorrer 100 quilómetros. Actualmente, o consumo de combustível foi reduzido para cerca de 30 litros para percorrer a mesma distância, uma poupança a rondar os 40 por cento. A Volvo prevê que por volta de 2020 os veículos sejam entre 10 a 15 por cento ainda mais económicos. “Os motores estão em permanente desenvolvimento, mas vamos agora entrar numa fase de desenvolvimento mais lenta. As principais inovações já foram introduzidas e agora é apenas uma questão de as melhorar e afinar para cortar um por cento aqui ou ali", prevê Mats Franzén. ■ Factos, Fuelwatch O conceito Fuelwatch é uma combinação de várias medidas, onde a formação do motorista é importante, apesar de que, para atingir resultados, é necessária uma abordagem mais abrangente: o camião tem de ser especificado para as operações a que se destina, estar equipado com Dynafleet, painéis deflectores de ar tecnologicamente avançados e jantes aerodinâmicas. Tudo o que possa oferecer resistência à deslocação de ar é removido, pneus e rácios deverão ser os indicados para o tipo de operação de transporte, e, de preferência, o camião estar equipado com uma transmissão I-Shift. eu & o meu volvo Sempre a andar ensinaram José Luís Leitão a descomplicar. Como o calor aperta neste fim de Verão, uns calções, uma T-shirt e um par de confortáveis chinelos são vestuário suficiente para se sentar atrás do volante. Ao serviço dos Transportes Lagariça, onde está há cinco anos, José Luís movimenta sobretudo cereais e rações de gado para vários destinos em Portugal e Espanha. Já correu as estradas europeias, mas sente-se mais em casa no transporte ibérico. Há perto de cinco meses recebeu um tractor Volvo FH 480 Euro 4 acabado de chegar. “Este já é o quarto Volvo que eu estreio”, diz. Está satisfeito com a prestação, sobretudo nos pontos que mais interessam: “A estabilidade e as comodidades que o carro oferece”, explica. Comodidades que, num aperto, são essenciais. José Luís lembra-se bem do dia em que ficou bloqueado em Espanha. “Apanhei lá uma greve”, conta. “Estive 24 horas parado. Mas trataram-me sempre bem.” Os ânimos nunca azedaram, até porque a camaradagem entre colegas é tudo quando se anda tanto tempo sozinho na estrada. “Senão passamos a ser piores do que os bichos”, graceja. OS 23 ANOS DE ESTRADA Nome: José Luís Leitão Idade: 46 anos Naturalidade: Sobreiro, Mafra Empresa: Sociedade de Transportes Lagariça Veículo: FH 480 Euro 4 TRAÇO CONTÍNUO # 3 2007 15 RESAT Eficiência, segurança e qualidade ambiental são as prioridades da RESAT. Eficiência verde Todos os dias, a RESAT faz a recolha, valorização e tratamento dos resíduos nos seis concelhos do Alto Tâmega. É um combate pelo ambiente – que tem na Volvo um parceiro vital. TEXTO JOÃO PAULO BATALHA FOTOGRAFIA BRUNO BARBOSA P arece longínquo o tempo em que a região do Alto Tâmega convivia com nove lixeiras a céu aberto, sem qualquer controlo ou tratamento. Foi assim até 2000, quando as Câmaras Municipais de Boticas, Chaves, Montalegre, Ribeira de Pena, Vila Pouca de Aguiar e Valpaços se uniram para criar a RESAT – Valorização e Tratamento de Resíduos Sólidos, do Alto Tâmega. Cobrindo uma área de cerca de 3 mil quilómetros quadrados e servindo perto de 105 mil habitantes, a RESAT é a empresa responsável pela recolha, triagem, valorização e tratamento dos resíduos sólidos de toda essa região. Mas o primeiro passo foi acabar com as nove feridas na 16 TRAÇO CONTÍNUO # 3 2007 paisagem do Alto Tâmega. “A RESAT selou e recuperou essas lixeiras”, conta o engenheiro Carlos Sanches, administrador executivo da empresa. Foi um esforço hercúleo: em apenas um ano foram investidos 20 milhões de euros em equipamentos e infra-estruturas. As lixeiras foram encerradas e requalificadas, construiu-se o aterro sanitário, em Boticas, e instalou-se todo o sistema de recolha selectiva e triagem dos resíduos. Hoje, a RESAT opera o aterro sanitário de Boticas, equipado com uma estação de triagem e outras componentes indispensáveis, como uma estação de tratamento de águas residuais e de lixiviados, além do laboratório e postos de monitorização e controlo. A este complexo somam-se estações de transferência de resíduos em Chaves e Montalegre. “É um mecanismo afinado, que tem como preocupação fundamental a protecção do ambiente e a melhoria da qualidade de vida das populações, promovendo o desenvolvimento sustentável da região”, sublinha Carlos Sanches. Nesse sentido, a empresa dará início, dentro em breve, ao aproveitamento do biogás libertado pelos resíduos no aterro para produzir energia. Uma das tarefas essenciais que a RESAT abraçou desde o início foi a da sensibilização. No início de 2002, pouco depois de concluídas as infra-estruturas do sistema, foram instalados 350 ecopontos por toda a região servida pela empresa. No Alto Tâmega não havia qualquer Factos, RESAT Noventa por cento dos camiões da RESAT são da marca Volvo. “Têm de ser veículos adaptados à realidade da nossa recolha: ao nosso relevo, às nossas estradas, à nossa quantidade de resíduos”, explica Carlos Sanches. “Sempre associados à melhor qualidade ambiental.” experiência na separação dos resíduos, pelo que a educação ambiental foi assumida como uma prioridade. Escolas, zonas comerciais e encontros com a comunidade foram os alvos de campanhas que surtiram o efeito desejado: o total de resíduos reciclados tem crescido perto de 50 por cento ao ano, um resultado espantoso, que atesta o sucesso da RESAT e o empenho da população. Eficiência, segurança e qualidade ambiental são as prioridades da empresa, que já está a implementar a certificação das operações em matéria da qualidade, ambiente e higiene e segurança no trabalho. No mesmo espírito, também a frota usada na recolha e transporte dos resíduos foi criteriosamente escolhida. Carlos Sanches lembra que a região sofre Invernos muito rigorosos, com gelo e neve, a par de Verões bastante quentes. O conforto e a segurança das equipas de recolha são, por isso, fundamentais. Além disso, estes camiões fazem vários turnos seguidos, abrangendo um raio de acção bastante alargado – o que exige fiabilidade à frota. ■ TRANSOGÁS A Transogás foi pioneira em Portugal do transporte de matérias perigosas... sempre com toda a segurança. O perigo como profissão A Transogás é pioneira no transporte de materiais perigosos desde 1971. Segurança e qualidade são o segredo do sucesso. TEXTO JOÃO PAULO BATALHA FOTOGRAFIA BRUNO BARBOSA É um trabalho delicado e alguém tem de o fazer. A Transogás nasceu no início dos anos 70, na Marinha Grande, como transportadora de matérias-primas (areia, carbonato de sódio e fuel) para a indústria vidreira. Uma missão espinhosa para a empresa, hoje gerida pela dupla Armindo Simões e… Armindo Simões. Pai e filho conduzem a Transogás com orgulho pela sua evolução. “Nesta área do transporte de matérias perigosas fomos dos primeiros a arrancar no mercado”, lembra Armindo Simões (pai). A Transogás foi também pioneira no transporte de combustíveis e lubrificantes, numa altura em que as próprias petrolíferas ainda centralizavam esse transporte. A empresa da Marinha Grande comercializa combustíveis líquidos e gasosos e lubrificantes das marcas Castrol e BP há largos anos. “Temos acompanhado a evolução do mercado”, diz o empresário. No fim dos anos 70, a crise Armindo Simões na indústria vidreira abalou a Transogás, e Armindo Simões reagiu seguindo em frente. “A crise que veio de 1978 a 1982 obrigou-nos a abrir escritórios em Lisboa e no Porto”, relembra. “Começámos a alargar a dimensão do mercado.” A Transogás alargou as mercadorias transportadas e entrou no segmento Factos, Transogás A frota da Transogás tem uma idade média de quatro anos e é maioritariamente Volvo. Ainda recentemente foram adquiridos novos tractores FH Euro 5, anuncia Armindo Simões. “Para estarmos actualizados com equipamento moderno e amigo do ambiente”, justifica. Além da fiabilidade dos camiões, a assistência após-venda, assegurada pela Auto Sueco (Coimbra) nas instalações de Leiria, foi o grande argumento. “Hoje a Auto Sueco é quem tem a melhor estrutura após-venda”, garante o gerente da Transogás. Razões suficientes para uma confiança que promete manter-se viva, sempre a pensar no futuro. da carga geral. Hoje, está certificada pela sua gestão da qualidade, segundo a norma ISO 9001/2000 e ganhou, em 2000 e 2001, o Prémio PME Excelência, atribuído pelo IAPMEI. No ano passado, a IRU (International Road Transport Union) deu a três motoristas portugueses um diploma de honra pela segurança e qualidade da sua condução. Dois deles eram da Transogás. É assim que se faz o sucesso, aponta Armindo Simões. “Todos estes resultados se devem aos colaboradores. As empresas com qualidade já exigem transportes de qualidade”, e o empresário garante ter uma vantagem sobre a concorrência por ter sabido não perder tempo. “Actualizámo-nos mais cedo do que as outras transportadoras e é um trabalho em curso”, sublinha. “Todos os dias actualizamo-nos para o futuro. Quem não o fizer poderá ficar pelo caminho.” ■ TRAÇO CONTÍNUO # 3 2007 17 NOTÍCIAS VOLVO INFORMAÇÃO ESSENCIAL DA AUTO SUECO – CAMIÕES E AUTOCARROS Auto Sueco entrega dez autocarros à Carristur NUM ESFORÇO de Actividade comercial de camiões e autocarros de camiões permaneceu muito activo até final de Julho deste ano, em especial o segmento dos tractores e do transporte em geral, embora o número de matrículas, mais 4,4 por cento do que no ano anterior, ainda não reflicta essa realidade. Por outro lado, os prazos de entrega continuam dilatados, em consequência das dificuldades de produção dos fabricantes e respectivos fornecedores. A actividade comercial da marca continuou a registar, nesse período, um forte crescimento de vendas, muito acima do previsto. Relativamente aos autocarros Volvo, a situação é idêntica, neste caso com o volume de vendas a crescer acima de 100 por cento, consequência de uma forte dinâmica comercial e de oportunidades de mercado desenvolvidas a nosso favor. A área do Após-Venda traduziu, até final de Julho, uma facturação a crescer em termos nacionais cerca de 7 por cento, com uma média de 200 veículos pesados por dia na rede nacional. Em conclusão, quer o mercado quer a nossa actividade apresentam sinais positivos muito interessantes e perspectivam um bom desenvolvimento no futuro próximo. O MERCADO ampliação de frota e inovação de serviços prestados pela Carristur, a Auto Sueco entregou até ao passado mês de Agosto dez autocarros para fins turísticos a esta empresa, que mais uma vez optou pelos modelos da marca Volvo. A Carristur dedica-se à exploração de percursos citadinos típicos em várias cidades do País, onde os autocarros, devidamente equipados para o efeito, cumprem o propósito para o qual foram concebidos: uma confortável e agradável viagem, de preferência feita no piso superior, descapotável, dotado de um moderno sistema de cobertura transparente amovível e de auriculares que informam os turistas acerca do percurso. A aquisição de quatro novas unidades aumenta o leque de ofertas neste domínio. A Carristur adquiriu também o primeiro autocarro com chassis Volvo B9R a circular em Portugal, com 50 lugares, destinado a serviços de turismo ocasionais, e mais cinco unidades projectadas especialmente para o inovador serviço Aero-Bus: um serviço de ligação entre o Aeroporto de Lisboa, o Centro da cidade, a Praça do Comércio (correspondência com a linha férrea do Algarve) e Cais do Sodré (correspondência com a linha férrea do Estoril/Cascais), servindo a maioria dos hotéis de Lisboa. VAS reforçado para assistência a veículos pesados O VOLVO ACTION SERVICE foi recentemente reforçado com a entrada ao serviço de três unidades móveis de assistência para veículos pesados. Dotadas de modernos equipamentos de diagnóstico e assistência, estas viaturas são conduzidas por técnicos especializados e estão estacionadas nas principais artérias rodoviárias onde se encontram as Unidades de Após-Venda da Maia, Sacavém e Setúbal. O Volvo Action Service é um serviço de abrangência europeia que assegura o apoio na estrada a qualquer hora, através da ligação grátis, em Portugal, do n.º 800 805 032. Além de disponibilizar assistência técnica especializada, prevê também apoio legal e financeiro, podendo tratar de aluguer de veículo de substituição quando disponível. Um camião Volvo é feito para rodar e, como é dito na rede de assistência, “se parar é por pouco tempo”. Empresa Rocaldas/Auto-Penafiel adquire novo modelo Volvo B9R A AUTO SUECO entregou uma unidade do novo modelo Volvo B9R à Rocaldas/Auto-Penafiel, que viu assim renovada e ampliada a sua frota de viaturas de turismo. A referida empresa voltou a escolher a marca Volvo, e especificamente 18 TRAÇO CONTÍNUO # 3 2007 este novo modelo, porque tem um chassis equipado com um motor mais económico (de nove litros) e uma caixa manual de comando automático I-SHIFT. A Rocaldas oferece ainda serviços de transportes urbanos e interurbanos na zona das Caldas da Rainha e disponibiliza uma rede de transporte escolar. Esta recente aquisição corresponde às expectativas de evolução da empresa de prestar um melhor serviço aos seus clientes.