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Transcrição

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TRAÇO CONTÍNUO
O SEU VOLVO NA FAIXA CERTA ■ NO. 3 2007
PLURIRENT
SOLUÇÕES DE ALUGUER
OPERACIONAL PARA CAMIÕES
TRANSOGÁS
A APOSTA NA CONSTANTE ACTUALIZAÇÃO
RESAT
PARCERIA COM A VOLVO
PELO AMBIENTE
TORRESTIR
SUCESSO GUIADO POR FAMÍLIA
EM DIRECÇÃO AO FUTURO
TRAÇO CONTíNUO
conteúdo #3/2007
EDITORIAL
Veículos
para a construção
em-vindos à terceira edição da Traço
Contínuo! Levamos às vossas mãos
o tema “veículos para construção”,
um dos principais segmentos de procura
de camiões na Europa. O motivo para tal
é a muito positiva taxa de crescimento económico,
uma situação comum a todo o continente
mas com tendência particularmente ascendente
na Europa de Leste. Mas porque a Traço Contínuo
é feita pelos e para os nossos clientes, damos
a conhecer o exemplar percurso da empresa
Torrestir, a actividade de recolha de resíduos
da RESAT e ainda o negócio de um parceiro
de longa data – a Transogás.
O aspecto económico-financeiro da actividade
transportadora continuará a merecer uma
abordagem nestas páginas, e, sendo o consumo
de combustível indissociável deste tema, confira
a opinião de alguns clientes sobre o consumo
de gasóleo das novas unidades Volvo FH.
Destacamos ainda a Plurirent, empresa do Grupo
Auto Sueco que disponibiliza um variado leque
de soluções de aluguer operacional e gestão
de frota de veículos pesados de mercadorias.
Boa viagem!
B
12 Os campeões dos estaleiros
A gama de camiões para construção da Volvo está maior e melhor do que nunca.
Estes veículos são actualmente o segmento mais disputado no mercado de camiões
na Europa pela diversidade de opções modernas que oferecem aos seus clientes.
4 TORRESTIR
Criada como empresa familiar em 1962, a Torrestir existe há três
gerações. O seu sucesso consiste em saber antecipar a evolução
do mercado. Esta visão é reconhecida até a nível internacional.
7 PLURIRENT
Um passo em frente na inovação do mercado de transportes está
a ser dado pela Plurirent, que aposta no aluguer operacional como
uma área de sucesso para o futuro.
16 RESAT
Noventa por cento dos camiões da RESAT são da marca Volvo. São estes
os "operacionais" no combate pelo ambiente em funções como a recolha,
valorização e tratamento nos seis concelhos do Alto Tâmega.
TAMBÉM NESTA EDIÇÃO: 8 TRANSPORTE DE WHISKY 17 TRANSOGÁS 15 EU & O MEU VOLVO 18 NOTÍCIAS VOLVO
TRAÇO CONTÍNUO Auto Sueco, Unidade de Negócio Camiões e Autocarros, R. Conde da Covilhã,
1637, 4100-189 Porto Tlf.: 226 150 300 Fax: 226 150 395 e-mail: [email protected] Projecto
gráfico e editorial: Tidningskompaniet, Box 2268, SE-40314, Gotemburgo, Suécia Edição: Divisão
Customer Publishing da Edimpresa, Rua Calvet de Magalhães, 242, Laveiras, 2770-022 Paço de Arcos
Tlf.: 214 698 776 e-mail: [email protected] Impressão: Minerva, Artes Gráficas, Lda. Tiragem:
4000 exemplares Periodicidade: Trimestral Distribuição: Gratuita N.º Depósito Legal: 258637/07
2
T R AÇ O C O N T Í N U O # 3 2 0 0 7
HENRIQUE NOGUEIRA
DIRECTOR
AUTO SUECO
UNIDADE DE NEGÓCIO CAMIÕES E AUTOCARROS
INÍCIO
NOTÍCIAS DO MUNDO DOS TRANSPORTES
PERGUNTA
Qual a sua opinião
sobre o consumo
de gasóleo
das novas unidades
Volvo FH?
SILVINO LOPES
Master Cargo, Transportes
Unipessoal, Lda.
Os novos Volvo FH da nossa frota
fazem consumos que surpreendem
os mais cépticos, mesmo quando
em percursos bastante sinuosos:
– Na linha de Itália, o consumo
pode variar entre 29 litros, se
transportar carga leve, e, por outro
lado, se for com carga pesada,
33 l/100 km.
Se analisarmos o consumo em
percursos favoráveis, e cujo peso
não seja relevante, obtêm-se valores
surpreendentes:
– Na linha da Alemanha,
o valor do consumo é entre
25,5 litros, se transportar carga leve,
e, com carga pesada,
29,5 l/100 km.
CELEBRIDADES
Ao volante de um camião
Há por aí bastantes condutores de camiões famosos.
Bom, talvez não haja assim tantos famosos apenas
por conduzirem camiões, mas há pessoas célebres
que trabalharam atrás de um volante. Preparado para
uma surpresa? Sabia, por exemplo, que o rei do rock,
Elvis Presley, começou a trabalhar como camionista?
A Traço Contínuo acompanhou os famosos e aqueles
menos famosos cujas vidas giraram alguma vez
em torno de um camião e da estrada.
ELVIS PRESLEY
É uma das escolhas naturais num destes tipos de lista.
Começou a trabalhar aos 18 anos. E conseguiu o seu
primeiro emprego como camionista. Um dia, enquanto
se encontrava a trabalhar, deparou-se com um letreiro
que oferecia uma gravação por dois dólares.
O resto é história...
RICK BRONSON
É o camionista de Coca-Cola mais famoso do mundo.
Mas não foi a Coca-Cola que o tornou popular – foi a
arquiconcorrente Pepsi. Porque Bronson foi demitido
depois de ter sido encontrado a beber uma Pepsi na
arrecadação de uma loja onde acabara de descarregar
Coca-Cola.
DOUGLAS ELWIN ERIKSON
Mais conhecido como Duke Erikson, é guitarrista
e fundador da internacionalmente famosa banda
de rock Garbage. Mas antes de esgotar concertos
um pouco por todo o mundo, estudou História
da Arte e, para financiar os estudos, trabalhou como
carpinteiro e condutor de camiões.
KELLY RENO
Alcançou a fama ainda enquanto criança, com papéis
memoráveis em The Black Stallion e The Black
Stallion Returns, filmes muito populares. Contudo,
a sua carreira no mundo da Sétima Arte chegou ao
fim quando a sua pickup bateu num semi-reboque.
Trabalha actualmente – já deve ter adivinhado – como
camionista.
JOAQUIM ESTEVES
Transportes Ideal da Freixieira
A experiência da nossa frota
com os novos Volvos FH regista
uma média de consumo entre
32 e 34 litros. Estes camiões
demonstram todo o seu potencial
mesmo estando atrelados
a frigoríficos, onde as cargas
chegam por vezes ao limite da sua
capacidade. Os novos Volvo FH
nunca se negam a uma boa subida,
mantendo o consumo.
TOMÉ ELIAS
Intertráfego TIR – Transportes
Rodoviários, Lda.
As médias por viagem podem
atingir 31 l/100 km, consoante a
tonelagem transportada. A média
geral em três meses
é de 34 l/100 km. Este valor
de consumo é, portanto, muito
semelhante ao da última unidade
adquirida. De salientar que
o consumo de gasóleo das novas
Volvo FH é realmente inferior
ao das outras unidades mais antigas,
com sete ou oito anos.
TRAÇO CONTÍNUO # 3 2007
3
Há 45 anos, a empresa
começou com um
camião. Actualmente,
a Torrestir é sediada
em Braga, tem bases
de norte a sul do País,
centros em Espanha
e na Alemanha.
4
TRAÇO CONTíNUO # 3 2007
TORRESTIR
TUDO
EM FAMÍLIA
Criada como empresa familiar em 1962, a Torrestir já vai na terceira geração de sucessos.
O segredo é olhar sempre em frente – e saber antecipar a evolução do mercado.
TEXTO JOÃO PAULO BATALHA FOTOGRAFIA BRUNO BARBOSA
uem vê hoje a dimensão
da Torrestir não imagina
que tudo começou há
45 anos atrás com um único
camião. Manuel Joaquim
Torres foi o pioneiro de um negócio de família
que soube sempre crescer e diversificar-se ao
longo dos anos, até se tornar num dos principais
grupos empresariais de transportes e logística do
País. Com bases de norte a sul de Portugal
e centros em Espanha e na Alemanha,
a empresa de Braga continua a prosperar.
Este sucesso é um trabalho de família.
Fernando Torres, filho do fundador, assumiu
com 20 anos a empresa, que em 1987 adoptou
o nome Torrestir. Hoje, presta serviços
de transporte e logística a clientes que vão desde
a indústria farmacêutica ao calçado e confecções,
passando pelo ramo alimentar, a indústria
automóvel ou os equipamentos hospitalares.
E, cumprindo a tradição, já tem
os seus filhos consigo no negócio. “Não foi fácil”,
avalia o empresário ao lembrar a evolução
da empresa. Tem ainda a noção de que “para
os meus filhos, daqui a uns anos, mais difícil
será”, antecipa. “Hoje as coisas andam muito
mais rápido do que antes.”
O triunfo da Torrestir é feito desta capacidade
de antever o futuro num mercado cada vez mais
competitivo. “Fomos sempre uma empresa
que inovou”, conta Fernando Torres. Hoje, a
distribuição é a fatia principal do negócio.
A Torrestir assegura a distribuição de carga,
porta a porta, em 24 horas, de e para qualquer
ponto do País. As mudanças, a logística e
Q
armazenagem e o transitário de carga aérea
e marítima completam o leque de serviços
da empresa.
A DIVERSIDADE DA OFERTA é uma das várias armas
da empresa, que se realça no mercado pela sua
actividade exemplar no âmbito da distribuição
internacional. Em cada trabalho, o objectivo é
a excelência. O seu serviço de mudanças, por
exemplo, trata do mais ínfimo pormenor – até
se for preciso armazenar alguma parte da carga
a empresa também trata disso. É, sobretudo,
graças a essa capacidade de oferecer soluções
completas que Fernando Torres antecipa um
crescimento da facturação da ordem dos 17 por
cento este ano, em comparação com 2006. “Com
os vários serviços que temos e com a qualidade
de serviço que oferecemos, consegue-se.” Saber
investir nos serviços certos tem sido o antídoto
Factos, Torrestir
A visão compensa. Em Abril, a Torrestir foi
premiada com o The Bizz Award, um prémio
internacional entregue pela World Confederation
of Businesses. A empresa ganhou ainda
o título World Business Leader e os seus
administradores o título de Master in Business
Leadership. Fernando Torres recebeu o diploma
World Leader Business Person e os títulos de
Master in Business Management e Master in
Quality Management. Prémios merecidos. “Pelos
serviços que prestamos, pela qualidade, estes
prémios têm um peso muito grande”, assume o
empresário. “A nossa grande aposta sempre foi
essa”, conclui. E continuará a ser, tudo o indica,
quando for passado o testemunho à próxima
geração de Torres.
da Torrestir contra a crise de que se queixam
tantas transportadoras em Portugal. A empresa
tem plataformas em Lisboa, Porto, Coimbra,
Covilhã, Albufeira e Évora. A própria sede, em
Braga, já se tornou pequena para o movimento
que tem. Está, por isso, a ser construído um novo
centro logístico com 27 mil metros quadrados
de área coberta. Vila Real e Leiria terão também,
em breve, novas plataformas para reforçar a
capacidade da Torrestir.
E esta é apenas a infra-estrutura em Portugal.
A empresa tem uma plataforma logística em
Vigo e está prestes a adquirir uma empresa em
Madrid. Mas é no centro da Europa que estão
os principais projectos. “Uma grande aposta
nossa foi sempre a Alemanha”, conta Fernando
Torres. A Torrestir tem uma filial naquele país
e parceiros na Bélgica, Holanda, França, Itália e
Suécia. “Estamos em toda a Europa”, constata
o empresário com a naturalidade de quem
lidera uma empresa de dimensão internacional.
A Europa de Leste é outra das apostas, que
promete novidades durante o ano que vem.
SABER INOVAR é uma aposta da Torrestir, que
conta hoje com perto de 600 colaboradores e
uma frota de mais de 400 viaturas. Gerir uma
estrutura desta dimensão não é tarefa fácil para
uma empresa que se orgulha do seu carácter
familiar. Garantir a qualidade exige um esforço
de inovação constante. Um bom exemplo é o
novo sistema informático de gestão que está a ser
montado. O sistema tem leitores de carga que
registam o momento em que a mercadoria chega
ao destino. “Quando a carga está a ser entregue >>
TRAÇO CONTÍNUO # 3 2007
5
TORRESTIR
O triunfo da empresa é feito da capacidade de antever o futuro. Este é o lema
de Fernando Torres e do seu filho, que assim dão continuidade à tradição familiar.
>>
em qualquer ponto da Europa, o expedidor
sabe, via Internet, a que horas é que ela foi
descarregada”, explica Fernando Torres.
Apesar dos custos, são estes investimentos que
garantem à Torrestir uma posição de destaque
no mercado. “É um encargo, mas é também uma
mais-valia, porque se vamos à frente também
tiramos mais partido da inovação”, assegura o
líder da empresa. A Torrestir tem um sistema
de gestão da qualidade certificado segundo a
norma europeia ISO 9001:2000 e está agora
a certificar o sistema de gestão ambiental.
Não são meros caprichos, explica Fernando
Torres. Muitos clientes exigem um serviço de
qualidade certificada na hora de escolherem
um transportador. “O preço baixo não resulta”,
garante. “Hoje, o cliente quer que a carga seja
entregue às nove horas em Faro, não quer que
seja entregue passado um dia ou dois, que é o
que acontece com essas empresas que não têm
capacidade de resposta.” Habituado a trabalhar
com prazos rigorosos, o empresário refere
6
TRAÇO CONTÍNUO # 3 2007
que muitos dos seus clientes, sobretudo no
transporte internacional, exigem que a carga seja
entregue não só no dia certo mas à hora exacta.
A Torrestir já teve até, numa emergência,
de alugar um avião de carga para garantir o
cumprimento de um prazo. Tudo é melhor
do que lidar com um cliente insatisfeito. Por
isso é dada muita atenção à formação dos
colaboradores, quando entram na empresa e
durante toda a sua carreira. Para que saibam
prestar um serviço de excelência.
A EXIGÊNCIA E A DEDICAÇÃO ao cliente mantêm
o negócio sobre rodas. E sobre rodas Volvo.
A marca assegura mais de 90 por cento da frota
de pesados da Torrestir. Porquê? “O custo não
é o factor número um, é mais o após-venda.”
É essa a preocupação essencial, dado que, para
o empresário, os tractores das várias marcas
são relativamente semelhantes. “Para mim,
hoje, não há camiões bons nem maus. Há um
serviço após-venda bom ou mau”, explica o
empresário. “E a Volvo tem a melhor após-venda,
a melhor assistência e capacidade de resposta.”
Em Portugal e em toda a Europa, o que é
decisivo numa empresa que cruza as estradas do
continente inteiro. “Aí as outras marcas falham.”
A Torrestir tem a frota de camiões e de semi-atrelados a operar sob um contrato de assistência
com a Auto Sueco Minho há dez anos. É uma
relação antiga, que garante ao transportador
um parceiro com que pode sempre contar. “Para
nós podermos dizer a um cliente nosso que temos
a carga lá no dia certo também temos de ter
alguém por trás de nós que nos dê resposta quando
acontece alguma coisa”, explica Fernando Torres.
Para ajudar a evitar azares, a frota da Torrestir tem
uma idade média de dois anos. Hoje, a aposta
é nos camiões Euro 5, não só por razões ambientais
mas, mais uma vez, pela qualidade que garantem.
“Os clientes, hoje, também dão valor a isso”, garante
o empresário. E exemplifica: “Na Áustria,
o Euro 5 pode andar durante a noite. O Euro 3 e o
Euro 4 não.” ■
PLURIRENT
Um outro negócio inovador
Soluções de aluguer operacional para camiões, uma oferta alternativa no mercado Volvo.
TEXTO JOÃO PAULO BATALHA FOTOGRAFIA BRUNO BARBOSA
É
um mercado que
tem interesse,
e a tendência será
claramente de
crescimento nos
próximos anos”, assegura Jorge
Silva, responsável da Plurirent.
“Toda a gente reconhece que
o aluguer operacional de
camiões é uma ferramenta
muito interessante para os
clientes, mas tem demorado
um pouco a entrar no mercado
nacional.” Isso é porque este
modelo de negócio choca, até
certo ponto, com a cultura
empresarial portuguesa, que
valoriza em demasia a posse do
equipamento.
Mas não ser dono do camião
que se conduz tem muitas
vantagens. A começar pelos
custos: por uma mensalidade
semelhante à de um leasing,
o cliente tem não apenas um
camião mas todos os serviços de
manutenção, seguros e impostos
incluídos. Deixa de precisar
de funcionários no escritório,
atentos a toda a burocracia de
gestão da frota. Ou seja, pode
empenhar-se no que realmente
interessa: o serviço que presta
aos seus clientes, num mercado
cada vez mais exigente. “As
empresas de transportes já não
podem ser meros gestores de
frota, que põem um veículo
à disposição do cliente. Têm
de oferecer serviços com valor
adicional”, aponta Jorge Silva.
A pensar nisso, já há
transportadores em Portugal cuja
frota é composta exclusivamente
por veículos obtidos através de
aluguer operacional, tal como
acontece por essa Europa fora.
Factos, Plurirent
Jorge Silva,
responsável da
Plurirent.
A aposta da Plurirent, por
isso, é dinamizar este negócio.
Prestes a sair está um cartão
de combustível com descontos
muito atractivos, que facilitará
a gestão dos gastos.
“É mais um passo que se
está a dar no sentido de retirar
carga administrativa aos
transportadores”, anuncia Jorge
Silva. Dinamizar outro produto
– o aluguer diário
de veículos – é outra aposta
para dar aos clientes mais
flexibilidade na gestão do seu
negócio. Para garantir o sucesso,
O conceito é novo em
Portugal, mas está estabelecido
há vários anos na Europa:
o aluguer operacional é a solução
do futuro para o fornecimento
de veículos e a gestão de frotas.
Por isso o Grupo Auto Sueco
criou, em 1998, uma empresa
dedicada a esse negócio.
Através do aluguer operacional,
a Plurirent fornece a um
transportador um veículo
e assegura toda a sua
manutenção e encargos
associados durante o período
acordado. No final – porque
se trata de um aluguer –, o veículo
é devolvido à empresa.
a associação à marca Volvo
é o grande trunfo da Plurirent.
“A nível de camiões, a marca
Volvo tem um prestígio
histórico”, nota Jorge Silva.
“Obviamente que isso é um
valor acrescentado bastante
grande.” ■
TRAÇO CONTÍNUO # 3 2007
7
TRANSPORTE DE WHISKY
O valioso whisky
viaja são e salvo
As colinas verdes e o golfe continuam a ser um
sucesso, mas é ao whisky que a Escócia deve a sua
fama. Mas para os que trabalham na sua produção, o
luxo e o glamour não estão na ordem do dia – muito
pelo contrário. Para os escoceses, a segurança e a
qualidade estão no topo das preocupações.
TEXTO TOB IAS HAM MAR FOTOGRAFIA PONTUS JOHANSSON
OLI N SI EVWR IG HT tem
64 anos de idade. Conduz
camiões há quase três
décadas e transporta whisky
há mais de duas décadas.
Pode, por isso, afirmar-se que
dificilmente se arranja melhor profissional.
E, no entanto, admite espontaneamente que,
todos os dias, quando se senta ao volante do
seu Volvo FH12 “cor-de-sangue”, não deixa de
sentir uma certa ansiedade. Ao pensarmos na
natureza das cargas que transporta, é bastante
compreensível. A função de Colin Sievwright
é transportar whisky de primeira classe das
destilarias da gigante Chivas Brothers, no
norte do país, para os mais diversos locais de
engarrafamento e armazenamento no sul –
não é uma tarefa isenta de dificuldades, tendo
em consideração que as Terras Altas escocesas
são entrecortadas por estradas estreitas,
tortuosas e extremamente acidentadas, que
constituem um desafio até mesmo para o mais
experiente dos motoristas.
“Temos de estar sempre alerta, especialmente
C
8
TRAÇO CONTÍN UO # 3 2007
se transportarmos um camião-cisterna, já que
o peso pode deslocar-se facilmente ao efectuar
curvas e rotundas”, explica, continuando:
“E claro que é difícil não pensar na
quantidade de dinheiro que transportamos
connosco. A carga tem um valor extremamente
elevado – e quanto mais antiga, mais valiosa é!”
Hoje encontra-se estacionado no exterior da
destilaria Strathisla, com mais de dois séculos
de existência, na cidade de Keith, no nordeste
da Escócia. O cenário é um puro bilhete-postal
ilustrado – velhas casas, em pedra enegrecida
pelo fumo, aninhadas perante o penetrante
vento escocês. Um ribeiro murmura à passagem
por bosques esparsos, iluminados por efémeros
raios solares. No relvado em frente à entrada
da destilaria uma enorme roda hidráulica
testemunha uma época em que a energia era
um bem de produção própria. Varrendo toda a
região rural, sente-se o doce aroma da cevada
maltada, que, de forma lenta mas segura, vai
sendo convertida na refinada bebida dourada
que é apreciada, e mesmo adorada, por pessoas
de todo o mundo.
“O cenário é lindo e os turistas adoram-no.
Mas vejo-o todos os dias e é apenas uma parte
do meu trabalho", afirma Colin Sievwright.
dali, o seu patrão, David
McPherson, faz contas com os dedos.
“O bisavô do meu bisavô – ou algo do
género, se bem me lembro – era agricultor
e contrabandista numa época em que toda
a produção de whisky havia sido banida do
país. Hoje em dia, obviamente, exercemos
uma actividade legal! Contudo, o whisky
tem feito parte da minha herança familiar de
uma forma ou de outra ao longo de inúmeras
gerações”, afirma.
A McPherson Transport pode ser
considerada a massa lubrificante da
difundida indústria do whisky na Escócia.
A empresa transporta malte, whisky bruto
não amadurecido e o produto final entre
destilarias, instalações de envelhecimento
e de armazenamento e unidades de
engarrafamento por toda a Escócia. Com
150 veículos na sua frota de camiões e algumas
NÃO M U ITO LONG E
>>
Carga valiosa num
ambiente fantástico.
Um camião da
McPherson Transport
percorre a paisagem
escocesa.
TRAÇO CONTÍN UO # 3 2007
9
TRANSPORTE DE WHISKY
>>
das principais marcas de whisky na sua lista
de clientes, a McPherson Transport é, sem
qualquer dúvida, uma das principais firmas
de transporte do sector. É possível ver os
característicos camiões azuis da empresa
a rolar um pouco por toda a região rural
escocesa, mas a empresa possui igualmente
alguns camiões, tal como o FH12 vermelho
de Colin Sievwright, pintados com as próprias
cores dos clientes.
“Estamos envolvidos
em toda a cadeia
de produção, até ao
engarrafamento. Depois
dessa etapa, outros
assumem o controlo”,
resume laconicamente.
A procura pelos
David McPherson
serviços de transporte
da empresa aumentou de forma sustentada
ao longo dos últimos anos. A melhoria
económica global levou a uma enorme
procura de bens de luxo de todo o tipo
– incluindo o whisky escocês.
desafio da
indústria não está relacionado com a procura
do mercado. São, sim, as exigências cada vez
mais rigorosas do governo relativas à saúde e à
segurança no processo de produção que estão
a forçar a indústria a rever métodos.
“O custo do transporte costumava ser o
factor que fomentava o desenvolvimento;
actualmente, os principais factores são a
qualidade e a segurança. O risco é uma questão
sempre na ordem do dia. Por algum motivo
o whisky é classificado como uma carga
perigosa. Por um lado, é altamente inflamável
e, por outro, é, no fim de contas, um veneno.
As consequências do derramamento de um
tanque cheio para o sistema de águas públicas
seriam graves para os seres humanos e para o
ambiente”, explica David McPherson.
A segurança em todo o processo de
manuseamento do whisky caracteriza,
assim, cada aspecto das operações da
McPherson Transport. Os camiões possuem
o certificado ADR e o seu equipamento
inclui funcionalidades tais como extintores
no interior e no exterior, um kit de primeiros
socorros, instalação eléctrica à prova de
incêndios e dois interruptores corta-corrente.
Todas as operações que envolvam o contacto
com a fogosa bebida estão rodeadas de normas
NO E NTANTO, O PR I NCI PAL
10
TRAÇO CONTÍN UO # 3 2007
Para a McPherson Transport, a condição
do camião é vital. Tão vital que a empresa
possui oito mecânicos internos a
trabalharem a tempo inteiro na assistência
aos reboques, enquanto dois mecânicos da
Volvo prestam assistência aos camiões.
O transporte do whisky na
Escócia pode parecer um
estilo de vida algo exótico.
No entanto, para Colin
Sievwright, mais não é do
que a rotina diária.
O whisky é
tradicionalmente
armazenado em cascos
de carvalho para obter o
seu característico aroma.
rigorosas – um facto que os motoristas, melhor
do que ninguém, conhecem muito bem.
Todos os anos, os motoristas são sujeitos a
um curso de formação de duas semanas, no
local de trabalho, para se actualizarem em
relação às rotinas mais recentes. Além disso,
a lei exige a participação numa formação de
uma semana, de cinco em cinco anos, para que
um motorista consiga renovar a sua licença
ADR. E como se tal não fosse suficiente, cada
unidade de produção de whisky possui o seu
próprio programa de formação.
Factos, McPherson Transport
■ Principal empresa de transporte escocesa de
whisky e produtos relacionados com o whisky,
tais como o malte e o new-make spirit (whisky
não amadurecido). Possui igualmente uma
sucursal especializada no transporte de géneros
alimentícios e de mercadorias para armazéns.
■ A sede da empresa fica situada em
Craigellachie, no nordeste da Escócia, mas
a McPherson Transport está igualmente
representada em outras dez regiões do país.
■ A frota de veículos totaliza 150 camiões, dos
quais 134 são da marca Volvo.
■ 212 funcionários, 170 dos quais são motoristas.
Para manter toda a frota de camiões nas
melhores condições possíveis, a empresa
possui a sua própria oficina. Oito mecânicos
internos inspeccionam os reboques, enquanto
dois mecânicos da Volvo prestam assistência
aos camiões.
“A manutenção de uma tolerância zero em
relação a defeitos, acidentes e ‘quase-acidentes’
é o nosso principal incentivo. Se assim não
fosse, estaríamos a enviar os sinais errados aos
nossos clientes”, afirma David McPherson.
E M KE ITH, COLI N SI EVWR IG HT acaba de
terminar o seu turno matinal. Ao subir para
a cabina do seu camião, prepara-se para
percorrer o curto trajecto até à sede para
receber novas instruções.
A questão ficou no ar durante algum tempo.
“Trabalha todos os dias com whisky – também
é um apreciador da bebida?”
“Sim, de vez em quando gosto de tomar o
meu copinho. Afinal de contas, é importante
apoiar a nossa indústria!”, afirma, lançando a
vigorosa gargalhada que apenas os escoceses
parecem ser capazes de emitir. ■
Como funciona
O Intercooler
controla inúmeras
tarefas
O refrigerador do ar de admissão, ou
Intercooler, é um permutador de calor passivo
sem peças móveis. Num Volvo FH16, é uma
estrutura em alumínio que pesa cerca de
10 kg e alimenta o motor com meio metro
cúbico de ar refrigerado por segundo. O
resultado é uma maior potência do motor,
a emissão de menos substâncias nocivas nos
gases de escape e um menor consumo de
combustível.
TEXTO AN DR EAS H U LT FOTOGRAFIAS R I KAR D SÖDE RSTRÖM /SG B
TANQU ES DE ESTAB I LI ZAÇÃO DA PR ESSÃO
O tanque de admissão, situado na base, distribui de
forma uniforme o ar quente, a 205ºC, proveniente
do turbocompressor, por todo o Intercooler. Aí o ar
é rapidamente arrefecido para cerca de 35ºC. O ar
arrefecido que sai pelo tanque de distribuição situado
no topo ocupa menos de metade do espaço do ar
quente, pelo que o motor pode ser alimentado com
mais oxigénio – 600 g/segundo ou meio metro cúbico
em termos reais.
TU BAG E NS ROB USTAS
No interior dos 42 tubos ovais achatados, com menos
de 1 cm de diâmetro, o ar comprimido que entrou
através do tanque de admissão é arrefecido. O calor
existente nesse ar proveniente do turbocompressor
começa por ser transferido para estes tubos e
posteriormente para o ar frio do exterior. É essencial
que estes tubos estejam totalmente vedados e sejam
soldados, tal como o resto do sistema, em ambiente
controlado, garantindo-se assim que todo o conjunto
é estanque.
RAMAIS DE EXPANSÃO DA SU PE R FÍCI E
No exterior, entre os 42 tubos, ficam situados os ramais.
A tarefa das faixas de alumínio dobradas é similar à
das aletas contidas no interior de cada tubo – oferecer
resistência ao ar e aumentar substancialmente a superfície
de transferência do calor. O Intercooler possui uma área
frontal inferior a 1 m², mas, graças aos ramais, a área real
da superfície excede 15 m². Com o auxílio dos 7 m³ de ar
frio que são aspirados pela grelha, a cada segundo, os
ramais arrefecem novamente os tubos quer com a ajuda
do fluxo de ar provocado pela deslocação do veículo, quer
com a ajuda da poderosa ventoinha, que na sua potência
máxima produz um fluxo de ar equivalente ao de um
camião conduzido a 200 km/h.
ALETAS I NTE R NAS
Cada tubo possui no seu interior tiras de alumínio extremamente
finas, com décimas de milímetro, dobradas em forma de uma espiral
orientada ao longo do tubo. Estas aletas têm por função tornar
mais turbulenta a passagem do fluxo de ar pelos tubos e aumentar
a superfície de contacto envolvida na transferência de calor.
Consegue-se assim um Intercooler mais eficiente.
TRAÇO CONTÍN UO # 3 2007
11
CONSTRUÇÃO
OS CAMPEÕES
DOS ESTALEIROS
“Exploração de pedreiras, construção de
estradas ou extracção de mármores? Não
há problema. A gama de camiões para
construção da Volvo está maior e melhor do
que nunca.”
TEXTO N I KLAS J E N DE BY FOTOGRAFIA VOLVO TR UCKS
12
TRAÇO CONTÍN UO # 3 2007
S VEÍCU LOS para construção
são actualmente o segmento
mais disputado do mercado
de camiões na Europa. O
motivo é a elevada taxa de
crescimento económico.
Esta situação aplica-se a todo o continente,
mas a tendência é particularmente forte na
Europa de Leste. Em países como a Letónia
(11,6 por cento de aumento do PIB em 2006),
Estónia (11,5 por cento) e Roménia (7,8 por
cento) a confiança no futuro atingiu o seu ponto
máximo. As estradas e as regiões recentemente
loteadas e que se destinarão à construção de
casas, escritórios, fábricas e de novas rotas
comerciais assistem à passagem de um fluxo
regular de camiões basculantes, de betoneiras e
de camiões com grua.
Notavelmente, muitos desses camiões
ostentam o símbolo Volvo. Na Europa de
O
aumentou e tornou-se ainda melhor em cada
segmento, oferecendo aos clientes mais opções
de escolha.
Opções como novos chassis, com maior
altura ao solo e uma melhor protecção inferior.
Opções como novos motores, perfeitamente
adaptados ao tipo de operação em que vão
ser utilizados pelo cliente. Opções como
o novíssimo Volvo FE, concebido para ser
utilizado em tarefas de construção menos
pesadas. Opções como um maior leque de
oferta, incluindo equipamentos periféricos
de maior capacidade e mais opções relativas
à tracção a todas as rodas. Opções como a
possibilidade de especificar um software de
gestão da transmissão I-Shift próprio para
operações de construção.
num curto período
de tempo, num sucesso entre os operadores
envolvidos em operações de construção e de
transporte de materiais de construção. Vinte
por cento de todos os veículos de construção
vendidos actualmente pela Volvo na Europa
estão equipados com a transmissão I-Shift
e a proporção continua a subir de forma
sustentada. As respostas das empresas de
transporte que utilizam camiões com I-Shift
são praticamente todas positivas.
Relativamente aos motores, a Volvo
apresentou o seu novo motor de 13 litros, o
qual está disponível para o Volvo FH e para o
especialista em aplicações de construção – o
Volvo FM. Este motor foi desenvolvido para
fornecer o máximo de potência imediatamente
após o arranque. Sessenta por cento do binário
máximo fica disponível a partir das 800
rotações por minuto e o binário máximo é
alcançado entre as 1.050 e as 1.400 rpm.
O Volvo FM merece particular atenção.
A tarefa do motorista é facilitada pela
O I-SH I FT TOR NOU-SE,
Leste, os camiões Volvo são especialistas em
construção, envolvidos na criação da sociedade
do futuro.
A Volvo substituiu na totalidade a sua gama
de produtos em menos de 12 meses. A gama
Três camiões basculantes
para construção
A Volvo tem vindo a concentrar- se
nos camiões basculantes. Eis
três exemplos de especificações
preparadas para diversas áreas de
aplicação:
VOLVO FM 400, 8X4
CHASSIS ALTO
Cabina: Cabina curta
Motor: Volvo D13A, 400 hp, 2000 Nm em
conformidade com a norma Euro 4 e o
travão auxiliar VEB - Volvo Engine Brake
Caixa de velocidades: Comando
manual com 14 velocidades ou I-Shift com
12 velocidades e software optimizado para
operações de construção
Distância entre eixos: 4.300 ou 4.600
mm (dependente da báscula fornecida
pelo fabricante de superstruturas)
Eixo traseiro: Eixo tandem com
redução aos cubos
Peso bruto máximo: 32 toneladas
suspensão de quatro pontos da cabina e pela
possibilidade de especificar a suspensão
pneumática em determinadas variantes. E os
pequenos detalhes podem, por vezes, fazer
uma grande diferença: num Volvo FM, com
o chassis extra-alto, especialmente concebido
para a construção (340 mm de altura ao solo
sob o ponto mais baixo do eixo traseiro), foi
instalado um degrau adicional de acesso à
cabina para facilitar a subida do motorista.
Foram concebidas inúmeras funcionalidades
para facilitar o próprio processo de condução. A
grande novidade deste ano é o facto de o sistema
Hill Start Aid (“Auxílio ao Arranque em Subida”)
da Volvo ser agora equipamento standard em
camiões das gamas FM e FH equipados com
o sistema electrónico de travagem EBS. O Hill
Start Aid constitui um precioso auxiliar para
arrancar numa subida – o sistema só liberta
os travões quando o motor atingir a rotação
necessária para fazer arrancar o veículo sem o
deixar deslizar para trás.
a atenção dada aos veículos
de construção está relacionada, entre outros
factores, com o entusiasmo pelo produto
e com o interesse pela situação diária dos
operadores de transportes, assim como com
a melhor forma de fornecer respostas às
dificuldades enfrentadas por cada motorista
durante um dia normal de trabalho. Clientes
dedicados levam, no fim de contas, ao
desenvolvimento de melhores produtos.
Em simultâneo, o Volvo FM, o Volvo FE, o
motor D13, a transmissão I-Shift e o sistema
Hill Start Aid constituem uma forma de a Volvo
retribuir o entusiasmo demonstrado pelos
operadores de construção. Porque com a gama
de produtos alargada da Volvo o operador
de construção típico tem agora muitos mais
motivos para se sentir entusiasmado. ■
PARA A VOLVO,
VOLVO FM 340, 6X4
CHASSIS ALTO
Cabina: Cabina curta
Motor: Volvo D9, 340 hp, 1600 Nm em
conformidade com a norma Euro 4 e o
travão auxiliar VEB - Volvo Engine Brake
Caixa de velocidades: Comando
manual com 14 velocidades ou I-Shift com
12 velocidades e software optimizado para
operações de construção
Distância entre eixos: 3.400 ou 3.700
mm (dependente da báscula fornecida
pelo fabricante de superstruturas)
Eixo traseiro: Eixo tandem com
redução aos cubos
Peso bruto máximo: 26 toneladas
VOLVO FE 320, 6X4
CHASSIS ALTO
Cabina: Cabina curta
Motor: Volvo D7, 320 hp, 1200 Nm em
conformidade com a norma Euro 4 e
travão motor auxiliar de compressão
Caixa de velocidades: ZF com nove
velocidades
Distância entre eixos: 3.195,
3.495 ou 3.845 mm (dependente da
báscula fornecida pelo fabricante de
superstruturas)
Eixo traseiro: Eixo tandem com
redução aos cubos
Peso bruto máximo: 26 toneladas
TRAÇO C O NTÍN UO # 3 2007
13
FUELWATCH
Fuelwatch é o sistema da Volvo
Trucks para ajudar os clientes
a reduzirem os custos com
combustível.
e os fabricantes de motores são
ainda obrigados a adaptarem-se a parâmetros operacionais
drasticamente diferentes. No
entanto, apesar de os preços do
petróleo terem disparado para
valores elevados e de as exigências
legais relativas à redução do
impacto ambiental terem reduzido
as emissões em cerca de 90 por
cento (as emissões de partículas
foram reduzidas, na verdade,
em cerca de 98 por cento), a
poupança de combustível acabou,
paradoxalmente, por aumentar!
Optimização do combustível
permite poupar a carteira e
no ambiente
A redução do consumo de combustível e a
necessidade simultânea de responder às exigências
ambientais cada vez mais rigorosas constitui um
desafio para os fabricantes de camiões de todo o
mundo.
TEXTO AN N E WOLLTE R FOTOGRAFIA VOLVO TR UCKS
a
carteira continua a ser
o factor decisivo na
indústria dos transportes, tal
como em quase todas as áreas.
“A poupança substancial de
combustível está a tornar-se num
factor cada vez mais importante.
Uma grande parte do total de
custos operacionais de um
transportador fica a cargo do
combustível e esta é uma questão
que ele consegue influenciar
directamente", explica Mats
E
14
M ÚLTI MA ANÁLISE,
TRAÇO CONTÍN UO # 3 2007
Franzén, Product Manager na
área de motores na Volvo Truck
Corporation.
o combustível
numa operação de transporte
de longo curso tem um peso
equivalente aos custos com o
motorista - cerca de 30 por cento
do total.
É importante investir na
formação dos motoristas, por
exemplo através de cursos de
condução económica, mas
OS CUSTOS COM
é também necessário que as
próprias empresas de transportes
desenvolvam procedimentos de
monitorização, acompanhamento
e optimização do consumo de
combustível.
Os fabricantes de veículos
trabalham da mesma forma em
relação ao hardware – o veículo –,
optimizando de forma contínua o
consumo de combustível.
“Os dois objectivos principais
para nós e para todos os outros
fabricantes de veículos são, desde
há muito, a eficiência em termos
de consumo de combustível e a
‘disponibilidade’, ou seja, quanto
menos imobilizações provocadas
por avarias a viatura sofrer maior
a sua disponibilidade”, explica
Mats Franzén.
A questão do combustível está a
tornar-se cada vez mais complexa
E M 1975, U M CONJ U NTO tractor
e semi-reboque de 40 toneladas
gastava mais de 45 litros de
combustível para percorrer 100
quilómetros. Actualmente, o
consumo de combustível foi
reduzido para cerca de 30 litros para
percorrer a mesma distância, uma
poupança a rondar os 40 por cento.
A Volvo prevê que por volta de 2020
os veículos sejam entre 10 a 15 por
cento ainda mais económicos.
“Os motores estão em
permanente desenvolvimento,
mas vamos agora entrar numa fase
de desenvolvimento mais lenta.
As principais inovações já foram
introduzidas e agora é apenas uma
questão de as melhorar e afinar
para cortar um por cento aqui ou
ali", prevê Mats Franzén. ■
Factos, Fuelwatch
O conceito Fuelwatch é uma
combinação de várias medidas,
onde a formação do motorista é
importante, apesar de que, para
atingir resultados, é necessária uma
abordagem mais abrangente: o
camião tem de ser especificado para
as operações a que se destina, estar
equipado com Dynafleet, painéis
deflectores de ar tecnologicamente
avançados e jantes aerodinâmicas.
Tudo o que possa oferecer
resistência à deslocação de ar é
removido, pneus e rácios deverão
ser os indicados para o tipo de
operação de transporte, e, de
preferência, o camião estar equipado
com uma transmissão I-Shift.
eu & o meu volvo
Sempre a andar
ensinaram José Luís Leitão
a descomplicar. Como o calor aperta neste fim de Verão,
uns calções, uma T-shirt e um par de confortáveis chinelos
são vestuário suficiente para se sentar atrás do volante.
Ao serviço dos Transportes Lagariça, onde está há cinco
anos, José Luís movimenta sobretudo cereais e rações
de gado para vários destinos em Portugal e Espanha.
Já correu as estradas europeias, mas sente-se mais
em casa no transporte ibérico.
Há perto de cinco meses recebeu um tractor Volvo
FH 480 Euro 4 acabado de chegar. “Este já é o quarto
Volvo que eu estreio”, diz. Está satisfeito com a prestação,
sobretudo nos pontos que mais interessam: “A estabilidade
e as comodidades que o carro oferece”, explica.
Comodidades que, num aperto, são essenciais. José Luís
lembra-se bem do dia em que ficou bloqueado em Espanha.
“Apanhei lá uma greve”, conta. “Estive 24 horas parado.
Mas trataram-me sempre bem.” Os ânimos nunca azedaram,
até porque a camaradagem entre colegas é tudo quando
se anda tanto tempo sozinho na estrada. “Senão passamos
a ser piores do que os bichos”, graceja.
OS 23 ANOS DE ESTRADA
Nome: José Luís Leitão
Idade: 46 anos
Naturalidade: Sobreiro, Mafra
Empresa: Sociedade de Transportes Lagariça
Veículo: FH 480 Euro 4
TRAÇO CONTÍNUO # 3 2007
15
RESAT
Eficiência, segurança e
qualidade ambiental são as
prioridades da RESAT.
Eficiência
verde
Todos os dias, a RESAT faz a recolha,
valorização e tratamento dos resíduos nos seis
concelhos do Alto Tâmega. É um combate pelo
ambiente – que tem na Volvo um parceiro vital.
TEXTO JOÃO PAULO BATALHA FOTOGRAFIA BRUNO BARBOSA
P
arece longínquo
o tempo em que
a região do Alto
Tâmega convivia
com nove lixeiras
a céu aberto, sem qualquer
controlo ou tratamento. Foi assim
até 2000, quando as Câmaras
Municipais de Boticas, Chaves,
Montalegre, Ribeira de Pena,
Vila Pouca de Aguiar e Valpaços
se uniram para criar a RESAT
– Valorização e Tratamento
de Resíduos Sólidos, do Alto
Tâmega. Cobrindo uma área
de cerca de 3 mil quilómetros
quadrados e servindo perto de
105 mil habitantes, a RESAT é a
empresa responsável pela recolha,
triagem, valorização e tratamento
dos resíduos sólidos de toda essa
região.
Mas o primeiro passo foi
acabar com as nove feridas na
16
TRAÇO CONTÍNUO # 3 2007
paisagem do Alto Tâmega. “A
RESAT selou e recuperou essas
lixeiras”, conta o engenheiro
Carlos Sanches, administrador
executivo da empresa. Foi um
esforço hercúleo: em apenas
um ano foram investidos
20 milhões de euros em
equipamentos e infra-estruturas.
As lixeiras foram encerradas e
requalificadas, construiu-se o
aterro sanitário, em Boticas, e
instalou-se todo o sistema de
recolha selectiva e triagem
dos resíduos.
Hoje, a RESAT opera o
aterro sanitário de Boticas,
equipado com uma estação de
triagem e outras componentes
indispensáveis, como uma
estação de tratamento de águas
residuais e de lixiviados, além
do laboratório e postos de
monitorização e controlo. A este
complexo somam-se estações
de transferência de resíduos em
Chaves e Montalegre. “É um
mecanismo afinado, que tem
como preocupação fundamental
a protecção do ambiente e a
melhoria da qualidade de vida
das populações, promovendo o
desenvolvimento sustentável da
região”, sublinha Carlos Sanches.
Nesse sentido, a empresa dará
início, dentro em breve, ao
aproveitamento do biogás
libertado pelos resíduos no
aterro para produzir energia.
Uma das tarefas essenciais
que a RESAT abraçou desde o
início foi a da sensibilização. No
início de 2002, pouco depois de
concluídas as infra-estruturas
do sistema, foram instalados
350 ecopontos por toda a região
servida pela empresa. No Alto
Tâmega não havia qualquer
Factos, RESAT
Noventa por cento dos camiões
da RESAT são da marca Volvo.
“Têm de ser veículos adaptados
à realidade da nossa recolha: ao
nosso relevo, às nossas estradas,
à nossa quantidade de resíduos”,
explica Carlos Sanches. “Sempre
associados à melhor qualidade
ambiental.”
experiência na separação dos
resíduos, pelo que a educação
ambiental foi assumida como
uma prioridade. Escolas, zonas
comerciais e encontros com a
comunidade foram os alvos de
campanhas que surtiram o efeito
desejado: o total de resíduos
reciclados tem crescido perto
de 50 por cento ao ano, um
resultado espantoso, que atesta o
sucesso da RESAT e o empenho
da população.
Eficiência, segurança e
qualidade ambiental são as
prioridades da empresa, que já
está a implementar a certificação
das operações em matéria da
qualidade, ambiente e higiene
e segurança no trabalho. No
mesmo espírito, também a frota
usada na recolha e transporte
dos resíduos foi criteriosamente
escolhida. Carlos Sanches lembra
que a região sofre Invernos muito
rigorosos, com gelo e neve, a
par de Verões bastante quentes.
O conforto e a segurança das
equipas de recolha são, por isso,
fundamentais. Além disso, estes
camiões fazem vários turnos
seguidos, abrangendo um raio de
acção bastante alargado – o que
exige fiabilidade à frota. ■
TRANSOGÁS
A Transogás foi pioneira
em Portugal do transporte
de matérias perigosas...
sempre com toda
a segurança.
O perigo como profissão
A Transogás é pioneira no transporte de
materiais perigosos desde 1971. Segurança
e qualidade são o segredo do sucesso.
TEXTO JOÃO PAULO BATALHA FOTOGRAFIA BRUNO BARBOSA
É
um trabalho delicado
e alguém tem de o
fazer.
A Transogás nasceu
no início dos anos
70, na Marinha Grande, como
transportadora de matérias-primas
(areia, carbonato de sódio e fuel)
para a indústria vidreira. Uma
missão espinhosa para a empresa,
hoje gerida pela dupla Armindo
Simões e… Armindo Simões. Pai
e filho conduzem a Transogás com
orgulho pela sua evolução.
“Nesta área do transporte de
matérias perigosas fomos dos
primeiros a arrancar no mercado”,
lembra Armindo Simões (pai).
A Transogás foi também pioneira
no transporte de combustíveis
e lubrificantes, numa altura em
que as próprias petrolíferas ainda
centralizavam esse transporte.
A empresa da Marinha Grande
comercializa combustíveis líquidos
e gasosos e lubrificantes das marcas
Castrol e BP há largos anos.
“Temos
acompanhado
a evolução do
mercado”, diz
o empresário.
No fim dos anos
70, a crise
Armindo Simões
na indústria
vidreira abalou
a Transogás, e Armindo Simões
reagiu seguindo em frente. “A crise
que veio de 1978 a 1982 obrigou-nos a abrir escritórios em Lisboa
e no Porto”, relembra.
“Começámos a alargar a dimensão
do mercado.”
A Transogás alargou as mercadorias
transportadas e entrou no segmento
Factos, Transogás
A frota da Transogás tem uma idade média de quatro anos e é maioritariamente
Volvo. Ainda recentemente foram adquiridos novos tractores FH Euro 5, anuncia
Armindo Simões. “Para estarmos actualizados com equipamento moderno
e amigo do ambiente”, justifica. Além da fiabilidade dos camiões, a assistência
após-venda, assegurada pela Auto Sueco (Coimbra) nas instalações de Leiria,
foi o grande argumento. “Hoje a Auto Sueco é quem tem a melhor estrutura
após-venda”, garante o gerente da Transogás. Razões suficientes para uma
confiança que promete manter-se viva, sempre a pensar no futuro.
da carga geral. Hoje, está certificada
pela sua gestão da qualidade,
segundo a norma ISO 9001/2000
e ganhou, em 2000 e 2001,
o Prémio PME Excelência,
atribuído pelo IAPMEI. No ano
passado, a IRU (International
Road Transport Union) deu a três
motoristas portugueses um diploma
de honra pela segurança e qualidade
da sua condução. Dois deles eram
da Transogás. É assim que se faz
o sucesso, aponta Armindo Simões.
“Todos estes resultados se devem
aos colaboradores.
As empresas com qualidade já
exigem transportes de qualidade”,
e o empresário garante ter uma
vantagem sobre a concorrência
por ter sabido não perder tempo.
“Actualizámo-nos mais cedo
do que as outras transportadoras
e é um trabalho em curso”,
sublinha. “Todos os dias
actualizamo-nos para o futuro.
Quem não o fizer poderá ficar
pelo caminho.” ■
TRAÇO CONTÍNUO # 3 2007
17
NOTÍCIAS VOLVO
INFORMAÇÃO ESSENCIAL DA AUTO SUECO – CAMIÕES E AUTOCARROS
Auto Sueco entrega
dez autocarros à Carristur
NUM ESFORÇO de
Actividade comercial
de camiões
e autocarros
de camiões
permaneceu muito activo até final
de Julho deste ano, em especial
o segmento dos tractores
e do transporte em geral, embora
o número de matrículas, mais
4,4 por cento do que no ano
anterior, ainda não reflicta essa
realidade. Por outro lado, os
prazos de entrega continuam
dilatados, em consequência
das dificuldades de produção
dos fabricantes e respectivos
fornecedores. A actividade
comercial da marca continuou a
registar, nesse período, um forte
crescimento de vendas, muito
acima do previsto. Relativamente
aos autocarros Volvo, a situação
é idêntica, neste caso com o
volume de vendas a crescer acima
de 100 por cento, consequência
de uma forte dinâmica comercial
e de oportunidades de mercado
desenvolvidas a nosso favor.
A área do Após-Venda traduziu,
até final de Julho, uma facturação
a crescer em termos nacionais
cerca de 7 por cento, com uma
média de 200 veículos pesados
por dia na rede nacional.
Em conclusão, quer o mercado
quer a nossa actividade
apresentam sinais positivos muito
interessantes e perspectivam
um bom desenvolvimento
no futuro próximo.
O MERCADO
ampliação de frota
e inovação de serviços prestados
pela Carristur, a Auto Sueco
entregou até ao passado mês
de Agosto dez autocarros para fins
turísticos a esta empresa, que mais
uma vez optou pelos modelos
da marca Volvo.
A Carristur dedica-se à exploração
de percursos citadinos típicos em
várias cidades do País, onde os
autocarros, devidamente equipados
para o efeito, cumprem o propósito
para o qual foram concebidos:
uma confortável e agradável
viagem, de preferência feita no piso
superior, descapotável, dotado
de um moderno sistema
de cobertura transparente amovível
e de auriculares que informam os
turistas acerca do percurso.
A aquisição de quatro novas
unidades aumenta o leque
de ofertas neste domínio.
A Carristur adquiriu também
o primeiro autocarro com chassis
Volvo B9R a circular em Portugal,
com 50 lugares, destinado
a serviços de turismo ocasionais,
e mais cinco unidades projectadas
especialmente para o inovador
serviço Aero-Bus: um serviço
de ligação entre o Aeroporto
de Lisboa, o Centro
da cidade, a Praça do Comércio
(correspondência com a linha
férrea do Algarve) e Cais do Sodré
(correspondência com a linha
férrea do Estoril/Cascais), servindo
a maioria dos hotéis de Lisboa.
VAS reforçado para assistência a veículos pesados
O VOLVO ACTION SERVICE foi
recentemente reforçado com
a entrada ao serviço de três
unidades móveis de assistência
para veículos pesados.
Dotadas de modernos
equipamentos de diagnóstico
e assistência, estas viaturas
são conduzidas por técnicos
especializados e estão
estacionadas nas principais
artérias rodoviárias onde se
encontram as Unidades de Após-Venda da Maia, Sacavém e
Setúbal. O Volvo Action Service
é um serviço de abrangência
europeia que assegura o apoio na
estrada a qualquer hora, através
da ligação grátis, em Portugal,
do n.º 800 805 032. Além de
disponibilizar assistência técnica
especializada, prevê também
apoio legal e financeiro, podendo
tratar de aluguer de veículo de
substituição quando disponível. Um
camião Volvo é feito para rodar e,
como é dito na rede de assistência,
“se parar é por pouco tempo”.
Empresa Rocaldas/Auto-Penafiel adquire novo modelo Volvo B9R
A AUTO SUECO entregou uma
unidade do novo modelo Volvo B9R
à Rocaldas/Auto-Penafiel, que viu
assim renovada e ampliada
a sua frota de viaturas de turismo.
A referida empresa voltou a escolher
a marca Volvo, e especificamente
18
TRAÇO CONTÍNUO # 3 2007
este novo modelo, porque tem
um chassis equipado com um motor
mais económico (de nove litros)
e uma caixa manual de comando
automático I-SHIFT.
A Rocaldas oferece ainda
serviços de transportes urbanos e
interurbanos na zona das Caldas
da Rainha e disponibiliza uma rede
de transporte escolar. Esta
recente aquisição corresponde
às expectativas de evolução
da empresa de prestar um melhor
serviço aos seus clientes.