os físicos - Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro

Transcrição

os físicos - Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
Centro Cultural do Poder Judiciário do Estado do Rio de Janeiro
OS FÍSICOS
FRIEDRICH DÜRRENMATT
“Loucos, porém Sábios.”
“Presos, porém Livres.”
“Físicos, porém Inocentes.”
NOVEMBRO 2010
“Não há nada mais relevante para a vida social que a formação do sentimento de Justiça”.
Rui Barbosa
Palácio da Justiça, Sede da Cultura
Próximo às datas em que o calendário brasileiro celebra a “Cultura”e a “Ciência”, em 5 de
novembro, e a “Justiça”, em 8 de dezembro, o Tribunal de Justiça do Estado do Rio de
Janeiro abre as portas de seu Palácio, dando à população acesso à história do nosso Poder
Judiciário e ao mais novo espaço cultural da cidade.
No começo da atual gestão, o TJRJ deu início às obras de reforma e restauro do edifício
histórico que outrora abrigou o Palácio da Justiça do Distrito Federal. Hoje totalmente
restaurado, o edifício, recém-inaugurado pela Presidência em 8 de novembro, abrigará o
Museu da Justiça e o Centro Cultural, dentre outros órgãos do Tribunal.
O Centro Cultural do Poder Judiciário do Estado do Rio de Janeiro foi criado há pouco mais
de um ano por ato desta administração. Visa-se, por um lado, incentivar o contato de
magistrados e funcionários do TJRJ com as variadas expressões artísticas e culturais, de
modo a enriquecer sua formação humanística; e, por outro, estimular a comunicação entre o
Poder Judiciário e a sociedade. O CCPJ-Rio nasce portanto com a missão de privilegiar o
Conhecimento e a Arte como condições essenciais ao pleno exercício da cidadania,
valorizando a tolerância, o respeito e a compreensão, fatores de pacificação da sociedade.
A memória da Justiça do Rio de Janeiro será apresentada à população através de
programação cultural que ocupará os diversos espaços do Palácio, preservando e
respeitando a arquitetura histórica do edifício e a nobreza de seus ambientes históricos,
como os antigos salões do Tribunal do Júri e do Tribunal Pleno. Desta forma, a antiga Casa
da Justiça vem a tornar-se uma Casa da Cultura que inspire no cidadão o sentimento de
Justiça.
Desembargador Luiz Zveiter.
Presidente do TJRJ
Com a palavra, os Senhores Magistrados, Queridos Físicos!
A leitura de “Os Físicos” está sendo uma deliciosa aventura. É, de um lado, a lembrança de
um período da minha vida em que me dediquei a estudos de literatura, e, de outro, a
possibilidade de trabalhar em equipe, com pessoas que eu admiro e respeito, com elas
dividindo, com humildade e solidariedade, os temores e angústias daqueles que se propõem a
fazer algo diferente de suas atividades habituais. Ou, quem sabe, nem tão diferente assim.
Obrigadíssima à nossa diretora por este presente.
Ana Maria Oliveira.
Participar da leitura de “Os Físicos” tem sido uma experiência única. Para quem, como eu,
tem por ofício julgar, a arte de representar se revela, a um só tempo, fascinante e libertadora:
permite viver uma outra vida, sem julgamentos. E que privilégio é lidar com um texto tão rico
quanto o de Dürrenmatt, que navega de forma genial entre a comédia e o drama, para tratar
de um tema denso e sempre atual: a responsabilidade ética que o conhecimento traz. Todo
magistrado deveria viver uma experiência como esta que nos é propiciada pelo nosso Centro
Cultural.
André Gustavo Andrade
O teatro sempre foi um espaço generoso e acolhedor. Jamais fechou suas portas para cineastas,
escritores, amadores, enfim, na celebração a Baco, quem chega é bem-vindo, até mesmo nós,
magistrados, nesse projeto pioneiro do nosso Centro Cultural. Numa experiência prazerosa,
densa e instigante, tivemos a oportunidade de aprofundar nossas reflexões sobre ética,
conhecimento, vida e morte, num delicioso texto de Dürrenmatt. Certamente, sairemos de
cena melhores juízes do que entramos. E melhores seres humanos, que é o que interessa!
Andréa Pachá
Discutir a ética de maneira divertida revela-se mais denso do que um debate acadêmico.
Somente no hospício é possível perceber a loucura que condiciona a humanidade. Poder
participar desta alegre constatação é um prazer enlouquecedor!
Cláudio dell'Orto
Fazer teatro é viver os conflitos humanos e perceber-se parte deles. A vida do juiz é a
compreensão constante das paixões e emoções que permeiam tais conflitos. Como 'tem mais
presença em mim o que me falta', bem na linha da poesia de Manoel de Barros, o teatro, vez
por outra, aqui e ali, permitiu-me a vivência da montanha russa que é a alma. É o melhor de
mim que compartilho com meus companheiros de caminhada ao subirmos juntos ao palco do
Centro Cultural do Poder Judiciário. Sem medo dos abismos, reverenciando a arte em cena,
com intensa alegria e buscando... o que me falta.
Cristina Gaulia
“Privilégio”– não há outro termo – é estar diretamente envolvida com a montagem de “Os
Físicos”, evento que dá início às atividades do Centro Cultural do Poder Judiciário do Estado
do Rio de Janeiro, sonho há muito acalentado. Tanto mais quando nos dá a oportunidade de
refletir sobre a ética no trabalho e na vida. Mais desolador do que sacrificar o amor por uma
causa é ter a certeza de que nossas escolhas tragicamente equivocadas nos levaram a isso.
Congratulo-me com os demais colegas do elenco por essa honra. Parabéns a todos os
magistrados e servidores pela conquista.
Elizabeth Louro
Já se disse que somos “nós e as nossas circunstâncias”! Quando completo meio século de
experiência e reflito sobre o sentido da minha vida, tendo “Os Físicos” de Friedrich
Dürrenmatt como pano de fundo, o que povoa a minha mente é a lembrança de “Ensina-me a
Viver” (“Harold & Maude”) e a trágica e hilariante disputa pelo sentido de todas as vidas
humanas, entre as possibilidades e o luto. No filme de Ashby prevaleceu a força da vida, a
alegria dirigida pelo amor. A peça “Os Físicos” é genuinamente isso: o trágico e o cômico
encontrando-se frente a frente, em uma disputa em que se quer ver vencedora a vida, mas não
qualquer vida, e sim aquela cujo sentido maior repousa na idéia de amor ao próximo. Para
mim esta é a experiência mais próxima do teatro que já vivi e estou muito feliz com isso! Mais
um registro “nas minhas circunstâncias”, compartilhado com amigos e as pessoas que amo.
Geraldo Prado
Uma experiência única. É como defino participar deste palco, com a obra “Os Físicos”,
partilhando-o com colegas queridos e marcando o início de atividades do CCPJ - Rio. O
dilema vivido pelo cientista quanto ao uso que será feito de seu conhecimento é um convite a
um debate ético profundo e que pode ser transplantado para outras profissões. Afinal, a
responsabilidade quanto ao uso do saber persegue cada um. O cientista socialmente consciente
tentará proteger o mundo do mau uso da ciência. Parece mesmo uma loucura, não?
Wagner Cinelli
“O que interessa a todos só todos podem resolver.”
O Centro Cultural do Poder Judiciário do Estado do Rio de Janeiro abre a sua
programação levando ao palco histórico do Tribunal do Júri oito magistrados para a leitura
de um clássico do teatro.
A idéia nasceu numa conferência sobre Ética proferida pelos Desembargadores
André Gustavo Andrade e Wagner Cinelli, que hoje fazem parte do elenco, ao lado de outros
queridos magistrados: Ana Maria Oliveira, Andréa Pachá, Claudio dell'Orto, Cristina
Gaulia, Elizabeth Louro e Geraldo Prado. Durante aquela palestra, tive o insight de que seria
interessante propor uma reflexão sobre o mesmo tema por meio do teatro. Veio-me à
lembrança, de imediato, “Os Físicos”, de Friedrich Dürrenmatt, obra que se notabilizou pela
discussão da responsabilidade dos cientistas frente ao conhecimento.
Amadureceu-se a proposta com a experiência do "Teatro na Justiça", projeto que de
1999 a 2008 encenou no TJRJ, com profissionais de Direito e atores, peças que põem em
discussão conceitos de Justiça: "Doze Jurados e uma Sentença", "A Pane", "O Processo",
"Oréstia", "Assim é... (se lhe parece)", "O Bilontra", dentre outras, num total de dez
espetáculos produzidos. Pela primeira vez, no entanto, o palco do "Teatro na Justiça" será
ocupado apenas por magistrados, e sob direção de uma funcionária do TJ.
Tive a sorte de trabalhar com oito magistrados corajosos, pensadores responsáveis
sobre sua função na sociedade. Ao todo, foram dez encontros em que nos divertimos muito!
Elenco melhor, impossível: inteligente e disciplinado! Durante o processo, os magistrados
contribuíram o tempo inteiro na discussão e compreensão do texto, sempre acatando com
respeito a minha palavra final; ali, era eu que batia o martelo. Mais um ponto para o teatro:
a possibilidade da inversão de papéis.
Viajamos por vários universos: história, dramaturgia, ciência, filosofia, política;
enfim, mergulhamos num mundo de caminhos que o estudo e a montagem de um
espetáculo nos apresentam. Tantos temas foram abordados nessa breve viagem: a loucura, a
prepotência do autoritarismo, a relativização do pensamento e do poder, a necessidade de
responsabilidade nos campos de atuação na sociedade, nossas amarras, nossos imensos
muros construídos, com a inocente ingenuidade de que ficaremos mais seguros, presos. E a
conclusão, que parece óbvia na máxima de Dürrenmatt, mas que na prática, na resolução dos
verdadeiros dilemas sociais, continuamos sem compreender: “O que interessa a todos só todos
podem resolver.”
Fazer teatro dá trabalho, mas também gera um prazer imenso, pois a arte coloca
nossa emoção a serviço do pensamento. Utilizamos a emoção para expressar idéias, construir
mundos e apresentá-los ao público. Desejamos que você, público querido, faça o mesmo:
divirta-se e reflita sobre o que estamos propondo com esta leitura. E que esta experiência,
agora compartilhada com você, seja a primeira de muitas neste novo espaço de cultura no
coração da justiça.
Sejam, agora, os juízes da nossa aventura! Espero que, como juízes, possam levar
em conta o nosso ato de amor à Justiça, ao Teatro e à Vida!
Boa sentença para nós!
Sílvia Monte
ELENCO
Formado por Magistrados (Desembargadores e Juízes) do TJRJ
Ana Maria Oliveira- Senhora Missionária Rose / Guhl (Ato I) / Enfermeiro Murillo
André Andrade - Möbius / Blocher (Ato I)
Andréa Pachá - Enfermeira Marta Boll / Adolf Friedrich / Enfermeiro - Chefe Uwe Sievers
Claudio dell'Orto - Newton / Wilfried - Kaspar / Blocher (Policial 2, Ato II)
Cristina Gáulia - Mathilde von Zahnd
Elizabeth Louro - Monika Stetler / Médico do Tribunal (Ato I) / Enfermeiro McArthur
Geraldo Prado - Inspetor Voss / Senhor Missionário Oskar Rose
Wagner Cinelli - Einstein / Jörg Lukas / Guhl (Policial 1, Médico do Tribunal, Ato II)
ATORES SUBSTITUTOS
Alexandre Mofati - Einstein / Jörg Lukas / Guhl (Policial 1, Médico do Tribunal, Ato II)
Thaís Tedesco - Enfermeira Marta Boll / Adolf Friedrich / Enfermeiro - Chefe Uwe Sievers
FICHA ARTÍSTICA
Autor: Friedrich Dürrenmatt
Tradução: João Marchner
Direção, Figurinos e Trilha Sonora*: Sílvia Monte
Iluminação: José Henrique
Aderecista: Claudia Taylor
Assistente de Direção e Contra-regra: Carlos Eduardo
Assistente de Figurinos: Amana Sagnori
Técnico de Luz: Ricardo Vianna
Operador de Luz: Ananda Felipe
Operador de Som: Rafael Ribeiro
Assessoria de Imprensa: Roberta Rangel / Eleonora Jaeger
Identidade Visual: Sydney Michelette
Fotografia: Marcelo Carnaval
PRODUÇÃO
CCPJ-Rio
Produção Executiva: Luciana Adão
Assistência de Produção: Amana Sagnori / Tatiane Peres
Direção de Produção: Sílvia Monte
REALIZAÇÃO
TJRJ
* Trilha sonora criada a partir de seleção de peças musicais citadas por Dürrenmatt:
Beethoven, “Sonata de Kreutzer “(Eugene Istomin e Isaac Stern)/
Fritz Kreisler, “Liebeslied” (Pinchas Zukerman) e “Schön Rosmarim” (Isaac Stern)
Apontamentos para “Os Físicos”
Friedrich Dürrenmatt
1. Não parto de uma tese e sim de uma história.
2. Se partirmos de uma história ela tem que ser pensada até o fim.
3. Uma história foi pensada até o fim quando teve como meta a pior das possibilidades.
4. A pior das possibilidades é imprevisível. Ela aparece pelo acaso.
5. A arte do dramaturgo consiste em colocar o acaso numa ação da maneira mais efetiva.
6. Os portadores de uma ação dramática são os homens.
7. O acaso numa ação dramática consiste em o quando e o onde e o quem encontra
quem.
8. Quanto mais planejadamente agem os homens tanto mais efetivamente serão
encontrados pelo acaso.
9. Homens que agem planejadamente desejam alcançar certo fim. O acaso atinge-os
de pior maneira se, por seu intermédio alcançam o contrário de seu fim: aquilo que
temiam, aquilo que evitavam (por exemplo, Édipo).
10. História assim pode ser grotesca, mas não é absurda (desprovida de sentido).
11. Ela é paradoxo.
12. Tanto quanto os dramaturgos os lógicos não podem evitar o paradoxo.
13. Tanto quanto os lógicos, os físicos não podem evitar o paradoxo.
14. Um drama sobre os físicos tem que ser um paradoxo.
15. Não pode ter como tema a física, mas apenas o seu efeito.
16. O conteúdo da física interessa aos físicos, o seu efeito aos homens.
17. O que interessa a todos só todos podem resolver.
18 Toda tentativa de um indivíduo em resolver sozinho o que a todos interessa tem de
fracassar.
19. A verdade aparece em paradoxos.
20. Quem se antepõe aos paradoxos expõem-se à realidade.
21. A dramaturgia pode convencer o espectador a expor-se à realidade, mas não pode
obrigá-lo a enfrentá-la ou até mesmo dominá-la.
Com a palavra, os Senhores Cientistas e Dramaturgos, criadores de novos mundos
"Eu sustento que a única finalidade da ciência está em aliviar a miséria da existência humana.
E se os cientistas intimidados pela prepotência dos poderosos acham que basta amontoar saber,
pelo amor do saber, a ciência pode ser transformada em aleijão e as suas novas máquinas serão
novas aflições nada mais. (...) O precipício entre vocês e a humanidade pode crescer tanto que
ao grito alegre de vocês, grito de quem descobriu alguma coisa nova, responda um grito
universal de horror (...). Eu entreguei o meu saber aos poderosos para que eles usassem,
abusassem, não usassem, conforme lhes conviessem. (...) Eu traí a minha profissão. Um
homem que faz o que eu fiz não pode ser admitido nas fileiras da ciência."
Bertolt Brecht
Trechos da fala final de Galileu, em "A Vida de Galileu"
"Com a nossa ciência atingimos o limite do conhecimento. Alcançamos o fim do nosso
caminho. Mas a humanidade ainda não chegou tão longe. Nós lutamos para alcançar a frente
e agora ninguém nos segue e nós atingimos o vazio. Nossa ciência tornou-se terrível; nossas
pesquisas, perigosas, nossos conhecimentos, mortíferos. Para nós, físicos, só resta capitular
ante a verdade. Ela não cresceu diante de nós, ela morre conosco."
Friedrich Dürrenmatt
Trecho de uma fala de Möbius, em "Os Físicos"
“Minha responsabilidade na questão da bomba atômica se limita a uma única intervenção:
escrevi uma carta ao Presidente Roosevelt. Eu sabia ser necessária e urgente a organização de
experiências de grande envergadura para o estudo e a realização da bomba atômica. E o disse.
Conhecia também o risco universal causado pela descoberta da bomba. Mas os cientistas
alemães se debruçavam sobre o mesmo problema e tinham todas as chances de resolvê-lo.
Assumi, portanto, minhas responsabilidades. E, no entanto, sou apaixonadamente um
pacifista.”
Albert Einstein
Referindo-se à carta enviada em 1939 ao Presidente dos EUA
"Agora eu me tornei a morte, a destruidora de mundos."
Robert Oppenheimer
(Citando uma frase do 'Bhagavad Gîta', livro sagrado do hinduísmo, ao ver o clarão de fogo
que brilhou no deserto no Novo México, na manhã de 16 de julho de 1945. A explosão
assinalava o sucesso da sua missão: a produção da primeira bomba atômica).
Cronologia Histórica de Fatos e Personalidades
História / Arte / Ciência / Religião
Rei Salomão
Personagem da Bíblia (mencionado, sobretudo, no "Livro dos Reis"), filho de David com Bate-Seba,
que teria se tornado o terceiro rei de Israel, governando durante cerca de quarenta anos (segundo
algumas cronologias bíblicas, de 1009 a 922 a.C.). O nome Salomão ou Shlomô, deriva da raiz Shalom,
que significa "paz", tem o significado de "Pacífico". Salomão se notabilizou pela sua grande sabedoria,
prosperidade e riquezas abundantes, bem como um longo reinado sem guerras.
4 de janeiro de 1643 - Nascimento de Isaac Newton (Woolsthorpe, 4 /1/1643 - Londres, 31/03/1727)
Cientista inglês mais reconhecido como físico e matemático, embora tenha sido também astrônomo,
alquimista, filósofo natural e teólogo. Em 1687 Newton publica “Philosophiae Naturalis Principia
Mathematica”, considerada uma das mais influentes obras em História da Ciência, onde descreve a
Lei da Gravitação Universal e as três leis que fundamentaram a mecânica clássica. Nessa obra
encontra-se a frase de Newton citada na peça: "Hypotheses non fingo" ("Hipóteses, não as fiz"). Newton
explica o comportamento observável dos corpos e formula equações para a cinemática, porém não fez
hipóteses sobre a natureza da força gravitacional, bem como as razões de sua existência, que usou
como princípio explicativo da realidade observável.
1790 - Nascimento de August Ferdinand Möbius (Schulpforta, 17/11/1790-Leipzig, 26/09/1868) .
Matemático e astrônomo alemão. Seu trabalho mais conhecido é a fita de Möbius (1858), um espaço
topológico obtido pela colagem das duas extremidades de uma fita, após efetuar meia volta numa
delas.
1879 - Nascimento de Albert Einstein (Ulm, 14/3/1879 - Princeton, 18/4/ 1955)
Físico teórico alemão, radicado nos Estados Unidos a partir de 1933. Devido à formulação da Teoria
da Relatividade, tornou-se mundialmente famoso. Em 1905 publicou quatro dos mais fundamentais
artigos científicos da física do século XX. O seu trabalho teórico possibilitou o desenvolvimento da
energia atômica, apesar de não prever tal possibilidade.
1898 - Nascimento de Bertolt Brecht (Augsburg, 10/02/1898 - Berlim, 14 /08/1956). Importante poeta,
dramaturgo e encenador alemão do século XX. Brecht revolucionou a teoria e a prática da
dramaturgia e da encenação, mudou completamente a função e o sentido social do teatro, usando-o
como instrumento de conscientização e politização. Uma de suas obras mais importante "A Vida de
Galileu", trata do comportamento de um homem de ciência, diante da repressão do Estado, sua
responsabilidade consigo mesmo, para com a sua obra, para com a sociedade.
1898 - Nascimento de M. C. Escher – (Leeuwarden, Holanda 17/06/1898, Laren, 27/03/1972).
Ingressou na Escola de Belas Artes de Haarlem para estudar Arquitetura, mas trocou pelas Artes
Gráficas, fascinado pela técnica da gravura. Através do estudo sistemático e da experimentação
descobre os diferentes grupos de combinações isométricas que deixam um determinado ornamento
invariante. O ”Laço de Möbius” (1961), obra que ilustra as peças gráficas de “Os Físicos”, é formada
por três peixes, abocanhando-se cada um deles na barbatana caudal do seguinte. Eles percorrem duas
vezes a roda, antes de novamente alcançarem o seu ponto de partida.
1904 - Nascimento de Julius Robert Oppenheimer (Nova York, 22/4/1904 - Princeton, 18/2/1967).
Físico norte-americano, responsável pela direção científica do Projeto Manhattan para o
desenvolvimento da bomba atômica, durante a Segunda Guerra Mundial, no laboratório nacional de
Los Alamos, no Novo México, por isso ficou conhecido como o "pai da bomba atômica".
1905 - Einstein escreveu quatro artigos fundamentais para a Física Moderna, os quais criaram a base
para o desenvolvimento de três campos fundamentais da Física: a Teoria da Relatividade, a Teoria
Quântica e a Física Atômica e Molecular. No terceiro artigo, expôs a formulação inicial da teoria da
relatividade, que o tornaria mais tarde mundialmente conhecido. No quarto e último trabalho, propôs
uma fórmula para a equivalência entre massa e energia, onde surgiria a famosa equação "E = mc2".
1921 - Nascimento de Friedrich Dürrenmatt (Konolfingen, 5/1/1921 - Neuchâtel, 14/12/ 1990). Escritor
e dramaturgo suíço. Como Brecht, suas peças visavam envolver o público a um debate teórico, e não
somente servir como entretenimento passivo, muitas de suas obras refletiram sobre as experiências e
consequências da Segunda Guerra Mundial. A repercussão mundial como dramaturgo veio com as
peças "O Casamento do Senhor Mississipi", ("Die Ehe des Herrn Mississippi", 1952) e "A Visita da
Velha Senhora", ("Der Besuch der alten Dame", 1956) e "Os Físicos" ("Die Physiker”, 1962).
1922 - Nascimento de Heinar Kipphardt (Heidersdorf, 8/3/1922 - München, 18/11/1982)
Participou da guerra, estudou medicina filosofia e arte dramática, trabalhou como médico em
Duesseldorf e Berlim e dedicou-se a partir de 1950 ao teatro, como assessor literário, encenador e
crítico. Escreveu contos, ensaios e várias peças. O drama documentário "O Caso Oppenheimer" (1964)
projetou o seu nome em escala internacional.
1930 - Por volta de 1930 há uma série de descobertas no campo da energia nuclear.
1933
- Hitler chega ao poder na Alemanha.
- Com a expansão do nazifascismo na Europa grandes nomes da ciência, especialmente alemães, por
serem de origem judaica ou defenderem posições políticas consideradas subversivas, se viram
compelidos a mudar de país. Para os Estados Unidos seguiram na década 1930 os alemães Albert
Einstein e Hans Bethe, o italiano Enrico Fermi, os húngaros Leo Szilard, Eugene Wigner, John von
Neumann e Edward Teller. Todos teriam seus nomes ligados à história do Projeto Manhattan e serão
importantes na construção da bomba atômica.
1938 - Os cientistas alemães Otto Hahn e Fritz Strassman, com a contribuição da exilada Lise
Meitner, descobrem a fissão do átomo de urânio, processo capaz de liberar grandes quantidades de
energia. A descoberta é tão significativa que rapidamente extrapola os limites dos laboratórios.
1938-39 - Brecht escreve na Dinamarca "A Vida de Galileu".
1939 - Em abril desse ano, os físicos Paul Harteck e Wilhem Groth escrevem uma carta ao ministério
da Guerra nazista alertando para a possibilidade de se produzir explosivos nucleares. No mesmo mês
a Alemanha começa a estudar secretamente os possíveis usos da energia atômica. Em setembro,
Werner Heisenberg, um dos mais brilhantes físicos do mundo, é convocado para dirigir o programa
atômico do país.
- O físico dinamarquês Niels Bohr chega aos EUA para uma visita, e traz em primeira mão a notícia
da descoberta de Hahn e Strassman. Entre os pesquisadores exilados, a magnitude da descoberta que
acabara de se realizar em pleno solo nazista causa impacto. Os cientistas Szilard e Wigner decidem
alertar o governo americano para a possibilidade de uso militar da nova descoberta. Escrevem uma
carta de alerta e pedem a Einstein que a assine, como forma de garantir impacto ao documento.
- Em 1 de setembro a Alemanha Nazista invade a Polônia, dando início à Segunda Guerra Mundial.
- Einstein concorda em assinar a carta endereçada ao Presidente Roosevelt sugerindo o início de
estudos para a criação da bomba atômica. A carta chega ao presidente americano Franklin Roosevelt,
que em outubro ordena a criação de um comitê para estudar 'as possibilidades do urânio'.
1939/1945 - Segunda Guerra Mundial
- Conflito militar envolvendo a maioria das nações do mundo – incluindo todas as grandes potências
– organizadas em duas alianças militares opostas: os Aliados (Reino Unido, França, EUA, URSS) e o
Eixo (Alemanha, Itália e Japão). Marcado por um número significante de ataques contra civis,
incluindo o Holocausto é a primeira e única vez em que armas nucleares foram utilizadas em
combate, foi o conflito mais letal da história da humanidade, com mais de setenta milhões de mortos.
1941 - Em 7 de dezembro a Marinha Imperial Japonesa faz um ataque aeronaval à base norteamericana de Pearl Harbor, na ilha de Oahu, Havaí. O ataque marcou a entrada dos EUA na Segunda
Guerra Mundial e o início da Guerra do Pacifico.
1942 - 1945 - Projeto Manhattan
Formalmente Distrito de Engenharia de Manhattan, um alto empreendimento realizado durante a
Segunda Guerra Mundial para desenvolver as primeiras armas nucleares pelos Estados Unidos da
América com o apoio do Reino Unido e do Canadá. Dirigido pelo General Leslie R. Groves com a
coordenação científica das pequisas ficou sob a responsabilidade do jovem e genial físico Julius
Robert Oppenheimer. O Projeto Manhattan foi largamente desenvolvido em três cidades científicas
secretas: Hanford, em Washington, Los Alamos, no Novo México e Oak Ridge, no Tennessee. Em 1945
o projeto empregava cerca de 130.000 pessoas e o seu pico de custo perfazia um total de cerca de US$ 2
bilhões ($21 bilhões em 1996).Alguns dos cientistas que fizeram parte do Projeto Manhattan:
- Enrico Fermi (Roma, 29/09/ 1901 - Chicago, 28/11/1954). Físico teórico e experimental. Doutorou-se
na Universidade de Pisa e recebeu o Prêmio Nobel de Física em 1939. Em 1942 construiu a primeira
pilha atômica, mostrando a possibilidade de se realizar uma reação em cadeia de forma controlada.
Em Los Alamos, foi diretor associado do Laboratório e comandou um grupo de pesquisa.
- Hans Bethe (Estrasburgo, 2/7/1906 - Ithaca, 6/3/2005). Estudou física em Frankfurt e fez o
doutoramento na Universidade de Munique. Quando deixou a Alemanha em 1933, viveu primeiro na
Inglaterra e a partir de 1935 foi para os Estados Unidos, onde lecionou na universidade de Cornell
durante a Segunda Guerra Mundial. No período 1935–1938, estudou reações nucleares. Foi o diretor
da divisão teórica de Los Alamos.
- Edward Teller (Budapeste, 15/1/1908 - Califórnia, 9/9/2003). Após ter concluído o doutorado na
Alemanha, na Universidade de Leipzig, em 1930, tornou-se professor da Universidade de Göttingen.
Com a ascensão dos nazistas, o judeu Teller emigrou aos Estados Unidos e passou a lecionar na
Universidade George Washington, em 1935. Auxiliou Oppenheimer a criar Los Alamos. No Projeto
Manhattan iniciou os estudos preparatórios para a muito mais poderosa bomba de hidrogênio mas se
desentendeu com Oppenheimer que queria que os estudos ficassem centrados na criação da bomba
atômica.
1944 – Em fevereiro, um ataque de agentes secretos ingleses destrói os estoques alemães de água
pesada e exclui o país da corrida pela bomba atômica.
1945 - Conferência de Ialta – Reuniões ocorridas de 4 a 11 de fevereiro no Palácio Livadia, na estação
balneária de Ialta, às margens do Mar Negro, na Criméia. Os chefes de Estado dos Estados Unidos da
América (Frankilin Roosevelt) e da União Soviética (Josef Stalin) e o primeiro-ministro do Reino
Unido (Winston Churchill) reuniram-se em segredo em Ialta para decidir o fim da Segunda Guerra
Mundial e a repartição das zonas de influência entre o Oeste e o Leste. Em 11 de fevereiro, assinam os
acordos cujos objetivos são de assegurar um fim rápido à guerra e a estabilidade do mundo após a
vitória final sobre o Eixo. Estes acordos são essenciais para a compreensão do mundo pós-guerra,
determinando as zonas de influência e ação dos blocos antagônicos, capitalistas e socialistas.
1945 - Em maio, a Alemanha se rende, mas o Japão continua na guerra.
- Em 16 de julho, o mundo entrou na era atômica com a explosão da primeira bomba feita com
plutônio - chamada pelos cientistas de Trinity (trindade) num campo de testes perto de Los Alamos.
Depois do sucesso do teste, os cientistas envolvidos diretamente com o projeto tinham um grande
dilema: explodir ou não a bomba contra um alvo real. Muitos físicos foram contra esta idéia, mas
Oppenheimer e Firme assinam um documento dizendo que eles não vêem outra alternativa a não ser
fazer o uso militar da bomba.
- Em 6 de agosto, o avião Enola Gay decolou do campo Norte de Tinian, uma das Ilhas Marianas, base
aérea militar dos EUA no Pacífico, para lançar a bomba atômica, chamada de "Little Boy" sobre a
cidade de Hiroshima, Japão.
- Em 9 de agosto, foi a vez do avião Bockscar percorrer o mesmo trajeto para lançar a bomba atômica
denominada de "Fat Man" sobre a cidade de Nagazaki, Japão.
2 de setembro de 1945 - O Japão rendeu-se. Era o final da Segunda Guerra Mundial.
- Os bombardeios atômicos de Hiroshima e Nagasaki mataram centenas de milhares de pessoas
imediatamente, e muitos mais após alguns anos, além de terem gerado sequelas aos sobreviventes e
gerações futuras, devido ao efeito da radioatividade.
- A guerra terminou com a vitória dos Aliados, alterando significativamente o alinhamento político e
a estrutura social mundial. Enquanto a organização das Nações Unidas era estabelecida para
estimular a cooperação global e evitar futuros conflitos, a União Soviética e os Estados Unidos
emergiam como superpotências rivais, preparando o terreno para a Guerra Fria que se estenderia
pelos próximos quarenta e seis anos. - As duas explosões assinalaram o fim do conflito mundial e
também o começo da era dos arsenais atômicos.
Pós-Guerra
1946/47 - Brecht escreve com a colaboração do ator Charles Laughton, nos Estados Unidos, a segunda
versão de "Vida de Galileu". Brecht revisou o sentido do texto: a explosão da bomba atômica em
Hiroshima e Nagazaki forneceu novos dados sobre a responsabilidade do homem de ciência diante
da humanidade.
1946 /1956 - Caça às Bruxas - Macartismo - Movimento de "caça aos comunistas" nos EUA, liderado
pelo Senador Republicano Joseph Raymond McCarthy. Os então criados "Comitês de Lealdades" se
encarregaram de milhões de inquéritos sobre funcionários públicos, cientistas, intelectuais, artistas de
toda espécie, com graves consequências para todos, entre as quais o licenciamento sumário ou mesmo
a perda da nacionalidade americana. No meio científico o caso Oppenheimer constitui-se no mais
espetacular e significativo. O termo "Macartismo" é, desde então, sinônimo de atividades
governamentais antidemocráticas, visando a reduzir significativamente a expressão de opiniões
políticas ou sociais julgadas desfavoráveis, limitando para isso os direitos civis sob pretexto de
"segurança nacional".
1949 - A URSS faz o teste com a sua primeira bomba atômica. Início declarado da Guerra Fria.
1950 - Harry Truman anunciou o apoio à construção da Bomba de Hidrogênio. Quando a URSS
explodiu sua primeira bomba atômica, os EUA viram na mais poderosa bomba de hidrogênio uma
alternativa para superar os soviéticos. Edward Teller, o grande defensor da bomba H, conseguiu a
criação do Laboratório Lawrence Livermore, para fabricar o armamento. Teller ficou conhecido como
o “pai da bomba de hidrogênio” e esteve à frente do projeto até 1960. Teller.
1952 – Em 31 de outubro, os EUA fazem uma explosão teste da primeira Bomba de Hidrogênio (Mike),
no Pacífico. A explosão termonuclear foi detonada na ilha de Eniwotok, no Oceano Pacífico. A Bomba
na ilha de Eniwotok, no oceano Pacífico. Bomba 600 vezes mais poderosa que as bombas lançadas em
Hiroshima e Nagazaki.
1953 – Em 8 de agosto, a URSS faz a explosão de prova da sua primeira Bomba de Hidrogênio.
1954 – Em 12 de abril inicia-se o inquérito do físico Julius Robert Oppenheimer, perante a
Comissão de Segurança, movido pela Junta de Energia Atômica dos Estados Unidos. Diversos
cientistas, militares e funcionários envolvidos com o Programa de Energia Nuclear dos EUA são
ouvidos. O inquérito conclui que Oppenheimer não fazia mais jus a confiança incondicional do
Governo e da Junta de Energia Atômica e o físico perde a concessão da garantia de segurança.
1955/56 - Brecht escreve em Berlim Oriental a terceira versão de "A Vida de Galileu". A última cena da
peça, a passagem dos Discorsi de Galileu pela fronteira, manuscrito levado por seu antigo discípulo
Andrea Sarti, é suprimida: seria a perigosa ocasião de justificar a traição de Galileu como um ato de
heroísmo, mostrando que, afinal, sua atitude reverteu em benefício para a humanidade; mesmo que
na História isso possa ter acontecido, não importa a Brecht, que pretende, sobretudo, condenar os
cientistas que compactuam com a repressão em vez de canalizarem suas energias para combatê-las.
1956 - Dürrenmatt faz a revisão do livro "Brighter than Thousand Suns: A Personal History of the
Atomic Scientists", que discorre sobre o Projeto Manhattan.
1961 – Em 13 de agosto tem início da construção do Muro de Berlim, que divide a cidade em duas
partes, cada uma delas governada por regimes políticos ideologicamente antagônicos. Cria da guerra
fria, o muro foi o símbolo da rivalidade entre Leste e Oeste. Durante 28 anos (1961 a 1989), o muro
impôs à população de Berlim, com mais de três milhões de pessoas, uma experiência de verdadeira
esquizofrenia geo-política.
1962 - Friedrich Dürrenmatt escreve "Os Físicos"
1964 - Stanley Kubrick faz uma sátira à guerra fria com "Dr. Strangelove or How I learned to stop worring
and love the bomb", ("Dr. Fantástico", no Brasil), no qual o ator inglês Peter Sellers interpreta um
cientista com sotaque europeu que "amava a bomba", inspirado em Edward Teller. Já Heinar
Kipphardt escreve a peça "O Caso Oppenheimer", drama documentário baseado nos autos do
inquérito instaurado contra o físico Oppenheimer, de 3000 laudas datilografadas e publicados pela
Junta de Energia Atômica dos Estados Unidos em maio de 1954.
1989 – Roland Joffé lança o filme “Fat Man and Little Boy” (“O Início do Fim”, no Brasil), baseado no
Projeto Manhattan, com Paul Newman no papel do General Leslie R. Groves e Dwight Schultz no
papel de Oppenheimer.
1991 - Fim da Guerra Fria - Com a dissolução da URSS, Rússia e EUA deram início a um processo de
aproximação diplomática, e a confrontação fica para trás. Mas as armas atômicas permanecem. Hoje
somam perto de 30 mil, sendo que 97% pertencem às duas nações.
IMAGENS
Escher, “Laço de Möbius I”- capa
Vitral do Palácio da Justiça - capa 2
Magistrados no hall principal do Palácio de Justiça – pag. 02
Muro de Berlim (1989) / Muro de Berlim – Construção (1961) – pag. 04
Robert Oppenheimer - pag. 07
Bomba Atômica (Nagazaki) – pag. 09
Cena do filme “Dr. Fantástico”, Stanley Kubrick – pag. 15
Magistrados na escadaria do Palácio da Justiça – capa 3
AGRADECIMENTOS
Dr. Gilberto de Mello Nogueira Abdelhay Júnior
José Henrique
Renata da Silva Blasi
Des. Manoel Alberto Rebêlo dos Santos
Guilherme Lins Arcoverde
Paulo Targa
Flávia Donola Demartini
Zenilda Ferreira Rodrigues.
PRODUÇÃO
CCPJ-Rio
APOIO CULTURAL
AMAERJ
EMERJ
REALIZAÇÃO
TJRJ
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
Presidente
Desembargador Luiz Zveiter
Centro Cultural do Poder Judiciário do Estado do Rio de Janeiro
Palácio Histórico do Tribunal de Justiça
Av. Dom Manoel, 29, Térreo – Centro
Rio de Janeiro – RJ
Brasil
CEP: 20010-090
55 21 3133-3366 / 3133-3368
www.tjrj.jus.br