(phmb) no tratamento de candidíase orofaríngea (c.o)
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(phmb) no tratamento de candidíase orofaríngea (c.o)
TRABALHO 23 USO DE ENXAGUATÓRIO DE POLI-HEXA METILENOBIGUANIDA (PHMB) NO TRATAMENTO DE CANDIDÍASE OROFARÍNGEA (C.O) – RELATO DE CASO. GERALDO BLSS, COSTA RA, VILLA PR, KLUMPP CC, MONETTA L O tratamento de diversas patologias pode exigir o uso prolongado de corticoterapia, antibioticoterapia e inibidores da bomba de prótons. O uso de tais fármacos e principalmente a imunossupressão causada pelos corticosteróides caracteriza importante fator de risco para o desenvolvimento de Candidíase Oral (C.O.) e esofágica7. A C.O. é a infecção fúngica mais comum em pacientes imunossuprimidos1, Candida albicans é a espécie mais frequente, no entanto, outras espécies como C. tropicalis, C.glabrata, C. Krusei e C. parapsilosis, também têm sido identificadas2. A Association of the Infectious Diseases Society of America (AIDSA) recomenda a associação de antifúngicos e uso de anti-sépticos orais no tratamento da C.O.3 Atualmente, tem-se recomendado como tratamento o uso de clotrimazol, nistatina, miconazol, e fluconazol4. Inúmeros estudos têm apresentado as vantagens do uso da poli-hexa-metilenobiguanida (PHMB), um agente antimicrobiano catiônico biguanídico, que interage com ácidos carregados negativamente nas moléculas de fosfolipídios presentes na membrana de bactérias, protozoários e fungos, incluindo as leveduras. Proporciona maior fluidez, aumento da permeabilidade e perda da integridade celular, causando extravasamento de eletrólitos citoplasmáticos, em particular, sódio e potássio, o que leva a lise dos microrganismos5. Conhecido por possuir efeitos antimicrobianos superior a outros biocidas catiônicos, como a clorexidina, o PHMB apresenta amplo espectro contra a maioria das espécies de Cândida6. O perfil de toxicidade do PHMB confia elevada segurança no seu uso para o tratamento de afecções em pele e mucosas, o que justifica sua indicação no tratamento de ceratite ocular por Acanthamoeba Keratitis e na composição de formulações para manutenção de lentes de contato.8 O estudo objetivou relatar os resultados do uso de enxaguatório bucal com PHMB 0,2% como coadjuvante no tratamento em um paciente acometido por C.O. Paciente I.O., 31 anos, com púrpura trombocitopênica idiopática secundária ao HIV, submetido a corticoterapia contínua por 60 dias, queixando-se de saliva escassa, alteração de paladar, dificuldade na deglutição de alimentos sólidos e dor em cavidade oral. Ao exame físico foi observado: lábios ressecados, saliva espessa e esbranquiçada, eritema, papilas proeminentes em base da língua com presença de lesão e aprofundamento do sulco mediano, caracterizando diagnóstico de C.O. No dia 0 de tratamento, foi orientado e esclarecido pela enfermeira a realizar três bochechos diários com enxaguatório bucal contendo PHMB 2% e a proceder adequadamente a higiene oral diária. Foram realizados registros fotográficos da cavidade oral nos dias da avaliação do tratamento. Durante todo o período manteve corticoterapia e nos primeiros 14 dias fez uso de fluconazol 150mg/dia. Conforme a AIDSA, o diagnóstico e seguimento da C.O. baseia-se em critérios clínicos4, devido a inexistência de um instrumento validado para avaliação de mucosite não relacionada a quimioterapia. Para análise dos resultados, os autores definiram os sinais e sintomas do paciente como parâmetros de avaliação, analisado-os nos dias 0, 4, 13 e 35 de tratamento. No 4ºdia observou-se melhora importante na coloração do leito da língua, eritema e lesões, sendo relatado pelo paciente, melhora da algia e deglutição desde o 2º dia de tratamento. No 13º dia nenhum sintoma ou sinal clínico de C.O. foi observado, sendo descontinuado o uso do enxaguatório. Porém, após 7 dias, o paciente queixou-se de retorno das alterações da mucosa oral, quando foi reintroduzido o uso do enxaguatório na mesma freqüência, mantendo seu uso de forma profilática, conduta esta que manteve o paciente sem retorno do quadro. REFERENCIAS: 1Klein RS, Harris CA, Small CB, et al. Oral candidiasis in high-risk patients as the initial manifestation of the acquired immunodeficiency syndrome. N Engl J Med 1984; 311:354–8. 2Rex JH, Rinaldi MG, Pfaller MA. Resistance of Candida species to fluconazole. Antimicrob Agents Chemother 1995; 39:1–8. 3Guidelines for Prevention and Treatment of Opportunistic Infections in HIV-Infected Adults and Adolescents Recommendations from CDC, the National Institutes of Health, and the HIV Medicine Association of the Infectious Diseases Society of America Morbidity and Mortality Weekly Report www.cdc.gov/mmwr Recommendations and Reports April 10, 2009 / Vol. 58 / No. RR-4 4Van Roey J, Haxaire M, Kamya M, Lwanga I, Katabira E. Comparative efficacy of topical therapy with a slowrelease mucoadhesive buccal tablet containing miconazole nitrate versus systemic therapy with ketoconazole in HIV-positive patients with oropharyngeal candidiasis. J Acquir Immune Defic Syndr 2004; 35: 144–50. 5Silva, N.C.L., et al. Demonstração do efeito microbicida das moléculas de PHMB sobre as leveduras. VI Congresso Pan-Americano e X Congresso Brasileiro de Controle de Infecção e Epidemiologia Hospitalar. Porto Alegre, 2006. 6Larson, E.L., Macginley, K.J., Leyden, J.J., et al. Skin colonization with antibiotic-resitent (JK Group) and antibiotic-sensitive lipophilic diphtheroids in hospitalized and normal adults. J.Infect. Dis. 153, 701-706. 7Chocarro Martínez A, Galindo Tobal F, Ruiz-Irastorza G, González López A, Alvarez Navia F, Ochoa Sangrador C, Martín Arribas MI. Risk factors for esophageal candidiasis. Eur J Clin Microbiol Infect Dis. 2000 Feb; 19 (2):96100. 8Alfawaz, A. Radial Keratoneuritis as a presenting sign in acanthamoeba keratitis. Middle East Afr J Ophthalmol. 2011 Jul; 18(3):252-5.