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M O
S. T R A
DANCA
BRASILEIRA
CONTEMPORÂNEA
M O
S. T R A
DANCA
BRASILEIRA
CONTEMPORÂNEA
FUNDAÇÃO CALOUSTE GULBENKIAN
SERVIÇO DE ANIMAÇÃO, CRIAÇÃO ARTÍSTICA E EDUCAÇÃO PELA ARTE
ACARTE
Lisboa, 1988
Mostra de Dança Brasileira Contemporânea pre­
tende complementar o conhecimento, por parte do
público português, das actuais correntes da arte e da
cultura brasileiras.
Têm vindo até nós e com alguma frequência, artistas
brasileiros do âmbito da chamada música ligeira e popular,
somos diariamente abrangidos pelas telenovelas brasileiras
na televisão portuguesa, as escolas de samba foram já apre­
sentadas entre nós, embora não certamente no seu máximo
esplendor.
Falta mostrar, parece-nos, a outra face do Brasil: a
música e a dança eruditas, o seu melhor teatro.
A presente Mostra não tem outra ambição que não seja
contribuir para um melhor conhecimento desses aspectos
da arte brasileira no domínio da dança/teatro.
Entende-se a si própria como um primeiro passo para
alcançar tal objective, esperando que possa ser seguida por
outras manifestações, eventualmente da iniciativa de outras
instituições.
A dança brasileira que vamos apreciar tem raízes e
motivos tradicionais e é perpassada por experiências euro­
péias que os seus criadores/intérpretes tiveram a oportuni­
dade de viver.
Do encontro dessas diferentes vertentes resultam expres­
sões artísticas originais que importa conhecer.
Assim se contribuirá para o estreitamente das relações
culturais entre os nossos países, tornando mais fortes os
laços afectivos que unem os dois povos irmãos.
A
Janeiro 1988
M.M.A.P.
F evereiro
26 S e x t a , 27 S á b a d o 21.30 horas
28 D o m in g o I6.00 horas
U n d e r S k in
Cenografia: Marie Christine Brandy
Gerald A. Mayerhofer
por
Máscara: Rossento Martins
ISMAEL IVO
Uma produção de PEGASOS GmbH — Berlim
Performance a solo em três partes, inspirada em:
Federico Garcia Lorca, poeta espanhol, assassinado em
Granada no início da Guerra Civil de Espanha.
Antonin Artaud, o visionário francês, um dos progenitores do surrealismo.
e nos relatórios compilados por Anne Benjamin.
PROGRAMA
T
he
K
in g o f
Cry to Rome
H
arlem
(O R ei d e H a r le m )
(Grito por Roma)
Ode to the King of Harlem
(Ode ao Rei de Harlem)
U N D E R SK IN ( D e b a i x o d a P e l e )
To have done with the judgement of God
(Terminar com o
julgamento de Deus)
Theater of Cruelty (Teatro da Crueldade)
B a b y lo n
(B
a b il ô n i a )
Acompanhamento vocal: Vozes da África do Sul
Coreografia e apresentação: Ismael Ivo
Música: Egberto Gismonti & Nana Vasconcelos do LP
"Duas Vozes”
Desenho de luzes: Maria Christine Brandy
Som e Organização Técnica: Michael Zengerling
Fritz Veenstra
om Under Skin (Debaixo da Pele), espectáculo
criado em 1979, Ismael Ivo conquistou o primeiro
prêmio como melhor bailarino a solo no Festival
Nacional de Dança Brasileira. Quando foi convidado pela
Sociedade Brasileira para a Ciência e Pesquisa e pelo Con­
gresso de Psicólogos, para proferir uma conferência sobre o
tema "A Dança Afro-Brasileira como forma de resistência
cultural”, apresentou a primeira versão de “Under Skin”
como prova real da sua tese. Também o apresentou nos
subúrbios de São Paulo e em pequenas cidades nordestinas,
como forma de tentar consciencializar a população negra
com este espectáculo.
O seu objectivo é uma forma teatral que reflicta e analise
os diversos aspectos da vida na nossa sociedade e a busca de
novas formas de expressão.
Este bailado apresenta poemas ditos através da dança e
exulta a poesia através do movimento; transforma o corpo
num instrumento, criando uma melodia através do ritmo
desse movimento. O bailarino/actor utiliza os poemas
como fonte de inspiração e o bailado segue as palavras,
tentando corporizá-las simbolicamente.
A poesia mete-se debaixo da pele\ a dança expressa o
desejo de atingir a sua essência. Simultaneamente é uma
espécie de ritual que tem as suas raízes no teatro Pan-Africano, onde o enredo assenta na experiência de uma
comunidade viva, onde a dança não é apenas arte, mas a
própria vida.
Todos os aspectos significativos da vivência humana têm
sido representados pela dança. A dança está intimamente
ligada à religião, ao trabalho, ao amor e à morte. A dança
pode expressar a intensidade do relacionamento do indiví­
duo com a sociedade, com a natureza, com o futuro e com a
divindade. Como afirma Roger Garaudy; "a dança torna a
Divindade presente e fortifica o homem; ela expressa a
C
coesão e a força da comunidade.” Respirando ritmadamente, deixando fluir o movimento do interior do corpo, e
expressando os nossos ideais e desejos mais íntimos, até à
nossa alma, abrimos a via para a transformação e criamos
um pólo gerador que liberta energia ilimitada.
Diz Antonin Artaud: O corpo humano é um gerador... e
Federico Garcia Lorca: Deixai-os gritar, enlouquecidos pelo
fogo, enlouquecidos pela neve...
Encontrar forma de dar voz ao corpo e libertar o movi­
mento é o mais importante. A dança é um acto de
libertação.
ISMAEL I v o oriundo de São Paulo, onde estudou arte
dramática e dança. Em 1981 e 82 recebeu o Troféu Piran­
dello, prêmio destinado ao melhor bailarino a solo, na sua
cidade natal. Em 1983 Alvin Ailey levou-o para Nova Ior­
que, onde actuou em inúmeros teatros, entre os quais o
New York City Center. Com a sua performance a solo
Ritual of a Body in Moon (Ritual de um Corpo na Lua),
uma parábola da existência humana, baseada na história e
cultura do povo Afro-Brasileiro, tornou-se internacional­
mente conhecido.
Em Outubro de 1985 criou Phoenix (Fénix), a história
da ave lendária que renasce das cinzas, símbolo da morte e
ressurreição. Esta obra estreou-se no Schaubuhne em
Lehniner-Platz (Berlim) e foi depois repetida com grande
sucesso em Viena (Stadthalle), Hamburgo (Deutsches
Schauspielhaus/Kampnagelfabrik), Francforte (Alte Oper)
e ainda na Grécia e no Japão.
Ismael Ivo afirma: Tento transpor as minhas raízes his­
tóricas para o mundo actual. Sobretudo pretendo ligar a
civilização primitiva à moderna, incluindo-a nas formas de
arte contemporâneas.
D A N ÇA N O TR IÂNG ULO MÁGICO ■ ^ ■ ^ ■ 1
U m a sala que se assemelha a uma igreja. Inúmeras velas
dispostas como um triângulo mágico. Um homem jaz sobre
um estrado, como em meditação profunda, de olhar vago
no espaço, as pernas afastadas sobre o chão. Ao som de
Duas Vozes de Egberto Gismonti e Nana Vasconcelos, em
dada altura, este corpo esguio, musculoso e belo, começa a
agitar-se a custo. Como se o seu corpo fosse tomando gra­
dualmente vida através de choques eléctricos. Ismael Ivo
começa por se recompor. Ganha forças. Depois, repenti­
namente, este gerador humano (referido por Antonin
Artaud num dos textos citados), inicia um movimento inin­
terrupto, batendo os pés furiosamente, agredindo verbal­
mente, num grito silencioso que perpassa todo o corpo. De
súbito, Ivo é outro. O seu corpo altera-se. Repetidamente
percorre o espaço do seu domínio de possibilidades muito
restritas, marcando as fronteiras com passadas intencionais.
Sente-se aprisionado, as suas mãos tomando a forma da
coroa do Rei de Harlem sobre a sua cabeça calva: é um
prisioneiro, aceitando de princípio a civilização como um
colete de forças; é um homem perseguido, a sua linguagem
reduzida a um uivo de animal; está nervoso e atemorizado,
protegendo-se com movimentos de karaté.
Ismael Ivo atinge o climax. No final da primeira parte
ultrapassa as barreiras bruxeleantes da luz, e puxando por
uma corda invisível, alcança a sua libertação, dançando
como em transe — liberdade que só vem a perder de novo
no segundo acto de Under Skin, que é representado fora
do palco.
Ismael Ivo, bailarino e actor de São Paulo e residindo
actualmente em Viena de Áustria não interpreta apenas
PÓLO DA VANGUARDA I
A dança de vanguarda actual tem dois pólos muito
importantes: um deles é a dança-teatro alemã, centrada no
centenário da morte de Mary Wigman e tendo como repre­
sentantes principais as coreógrafas Pina Bausch e Suzanne
Linke, em que o expressionismo parte de toda a estrutura,
vivência e factores histórico-sociais germânicos, apresen­
tando uma série de críticas à sua forma de ser, enquanto
povo, raça, e ao ser humano em si; o outro pólo é a Butho
Dance, criada pelo bailarino japonês Kazuo Ohno (hoje
com 83 anos) — que esteve no ano passado no Brasil —
que se originou no período após guerra, no Japão, manifes­
tando o ser e o sentir do único povo, na história, que sofreu
dois ataques de bombas atômicas.
Hoje, na Europa, já se fala num terceiro pólo da van­
guarda e Ismael Ivo está sendo apontado como a expressão
desse pólo. E explica: 0 facto de eu estar sendo respeitado
lá fora é porque, sem regionalismos, sem provincianismos,
sem modismos e sem folclorismo, eu respeito minhas raí­
zes e as traduzo a uma linguagem universal.”
A reacção que tem produzido nos Estados Unidos, na
Europa, no Japão é de quem representa uma popularidade
nova na vanguarda da dança (...)
(...) Alguns sectores da crítica européia têm se referido a
Ismael Ivo como um afro-Niginski (Niginski foi um dos
mais importantes bailarinos russos de todos os tempos) (...)
Oswaldo Faustino
esta matéria contou com a colaboração
da pedagoga Suely Chen Ferreira
poemas, textos e gravações de Garcia Lorca, Artaud nesta
peça — a sua última criação. Ele consegue torná-las partes
integrantes de si próprio, ao incorporar estes mesmos
modelos que inspiraram os seus movimentos. Sente-os no
corpo. Não apreende esta outra cultura de um modo físico,
mas, como o título da performance sugere, ela penetra-o
até debaixo da pele, descobre todas estas emoções dentro de
si numa vivissecação coreográfica. Ele passou por todas
estas experiências, enquanto brasileiro, negro, bailarino.
O facto de Ivo não fazer valer a sua pele negra e de
orientar as suas intenções para o espectáculo, torna esta
performance uma verdadeira obra de arte. Não adiciona
retoques fantasiosos, aproveitando o seu tempo — dema­
siadamente por vezes — a dar forma aos seus sentimentos.
Com uma máscara de pássaro na cabeça cria o seu própio
mundo, passo a passo: uma glorificação da África Perdida.
No final, fecha-se o círculo. A audiência — de regresso à
primeira sala para ver Ismael Ivo de novo rodeado de velas
— gela com o seu grito reprimido: um tributo vivo a
Guernica.
Hartmut Regitz
in "Stuttgarter Nachrichterí',
20 de Março de 1987
"M uito obrigado, Sr. Ismael Ivo, por não nos ter tratado,
através de sua arte, como estúpidos turistas europeus...”
esta frase da crítica de arte de um jornal alemão, após uma
das dezenas de apresentações desse bailarino brasileiro
naquele país, é um dos exemplos do respeito e reconheci­
mento que o seu trabalho artístico tem conquistado em
toda a Europa, em especial na Alemanha e na Grécia, nos
Estados Unidos e no Japão, durante os últimos 5 anos,
desde que saiu do Brasil.
Seu equilíbrio — demonstrado em seus espectáculos e
nas centenas de entrevistas concedidas aos principais órgãos
de comunicação dos países em que tem se apresentado —
mais que admiração e orgulho, deve levar-nos a um ques­
tionamento sobre nós mesmos — seres humanos contem­
porâneos — e a total falta de equilíbrio em que vivemos.
(...) A dança para mim vai além de uma opção dentro do
cenário artístico. Ela é um veículo que me possibilita
expressar, através do meu corpo, todas as idéias que passam
por minha mente, que estão em meu interior. Danço pela
necessidade de interferir no louco processo que a humani­
dade está vivendo.
Ismael busca fazer da sua arte um espelho para que as
pessoas possam se olhar e reflectir. Para ele, a arte é a
expressão viva do ser humano e a dança um dos seus prin­
cipais focos de expressividade. Somos muito teimosos. Só
aprendemos algo depois das grandes catástrofes... mas
quando você dá as suas ideias o carácter de eritage e trans­
cendência, consegue entrar numa verdadeira comunhão,
consigo mesmo e com o mundo”.
O tipo de dança a qual este artista se dedicou, segundo
ele, resulta numa verdadeira ponte que é necessária para o
encontro desse equilíbrio, na vida: a relação entre o mús­
culo e a sensibilidade, o intelecto e o coração.
Seu desempenho como bailarino solista e coreógrafo
valeu-lhe um convite do bailarino norte-americano Alvin
Ailey para realizar na sua academia, em Nova Iorque, um
trabalho de amadurecimento. Durante 3 anos, estudou e
dançou na companhia de Alvin, uma das mais famosas e
respeitadas hoje, nos Estados Unidos. (...)
(...) Imunizado contra o que ele chama de "uma das prin­
cipais falhas da Educação no Brasil”, que é a de as pessoas
apenas reproduzirem fórmulas alheias, a maioria das vezes
importadas, sem digerir o que estão fazendo, sem entender,
sem sentir — estava pronto para seguir o seu caminho e
aceitou um novo convite, desta vez para dar aulas de dança
moderna, em Viena, na Áustria.
Fixou residência em Berlim e passou a dividir seu tempo
entre as aulas, os espectáculos por toda a Europa (a sua
agenda já está repleta até o início de 1988) e o posto de
director artístico de um dos festivais de dança mais impor­
tantes da Europa, que acontece 2 vezes por ano —no
Inverno e no Verão — na Univerdade de Viena.
M arço
Q u in t a 21.30 horas.
4 S e x t a 18.30 horas.
S á b a d o 16.00 e 21.30 horas.
6 D o m in g o 16.00 horas.
F uga, Q u asi L ib era
de
SONIA MOTA E ZECA NUNES
A S DEZ MIL COISAS
Coreografia: Zeca Nunes
Música: G. Puccini, D. Byrne, P. Floyd
Batucada Brasileira
ou
PROGRAMA
V
T arantula
Música: Eric Satie
alsas
abertura — coreografia: Sonia Mota
intermezzo — coreografia: Vai Folly
finale — coreografia: Zeca Nunes
V
a z i o s i , i i , i i i . iv
Coreografia: Sonia Mota
Concepção: Marco Antônio de Carvalho
Direcção: conjunta
BUSCA OPUS 39 — coreografia: Sonia Mota
tormentoso, con fuoco
expressivo ma non troppo
fuga, quasi liberra
Concepção: Marco Antônio de Carvalho
Direcção: conjunta
Música: C. Saint-Saëns
V
is ã o
Bailarinos: Sonia MOTA, Zeca NUNES
Preparação de actor: Gecila Sampaio
Cenografia / figurinos: Marcos Botassi
Projecto de iluminação: Guilherme Bonfanti
Fotografia: Gal Oppido
Produção executiva: Grace Antinori
Divulgação: Marco Antônio de Carvalho
Costureira: Cristina
Coreografia/Texto: Zeca Nunes
Preparação teatral: Roseli Silva
Axis
Coreografia: Zeca Nunes
Assistência: Rose Akras
Música: JS Bach, J. Gilberto, E. Presley, F. Zappa
FUGA: gênero de composição musical em que um mesmo
tema enunciado sucessivamente por cada uma das partes
vocais ou instrumentais, sofre transformações e dá lugar a
múltiplos desenvolvimentos.
(conforme Iniciação à Música, vários autores)
uma vez a cada 500 anos
os portões do cêu serão abertos
apenas um pouco
apenas para deixar passar um pouquinho de luz
apenas um pouquinho
e logo eles se fecharão de novo
e, quem veio tarde,
terâ de esperar mais 500 anos.
mmmtiga, quasi libera é fruto do encontro de dois intérL m pretes/criadores que se descobrem num momento
Ê
semelhante de vida, de trabalho. E, mais surpreen­
dente, compartilham de uma situação a que chegaram por
caminhos distintos, quase que opostos.
Mas, talvez nem seja tão grande a coincidência: se há
algo que pudemos constatar fazendo este espectáculo é que,
no fundo, a toda problemática humana se resume a duas ou
três questões-chave e o resto... bem, são variações do
mesmo tema. Por isso, essa Fuga.
SONIA M o ta teve como formação o ballet clássico,
que praticou durante quinze anos trabalhando em compa­
nhias profissionais em São Paulo e no Royal Ballet de
¥ landers, Bélgica. Em 1973 teve o seu primeiro contacto
com a dança moderna através de Louis Falco e desde então
veio desenvolvendo o seu próprio estilo. A sua carreira
como intérprete, professora e coreógrafa chega já aos vinte
anos de trabalho contínuo. Recebeu diversos prêmios como
intérprete e coreógrafa. Recentemente foi convidada pelo
Ballet Gulbenkian de Lisboa para ministrar aulas de dança
moderna e também para o festival de Dança de Viena. Tais
convites repetem-se já por dois anos e em Janeiro próximo
deverá retornar a Viena para remontar a sua coreografia
no Ar para a estreia da Viena Workshop Dance Company.
ZECA N U N E S , iniciando o percurso nas artes cênicas
como actor, é a partir de Clara Crocodilo (1981) que passa
a actuar também como bailarino. Após integrar o Ballet da
Cidade de São Paulo e participar de diversos espectáculos
de dança-contemporânea, dedica-se cada vez mais à dança-teatro, linguagem que actualmente pesquisa e exercita. Em
1985 estreia o seu primeiro trabalho como coreógrafo,
Salão Grená, e no ano seguinte parte para a Europa,
actuando em Contes a La Carte (Paris) e The Last Kiss
(Amsterdam), e aprofundando estudos em dança-contempo­
rânea e dança-teatro. De volta ao Brasil prossegue junto ao
Grupo Marzipan como intérprete, coreógrafo e estreando
como director no espectáculo Palimpsesto. Passa também a
trabalhar com gesto/ movimento para espectáculos teatrais
e a desenvolver intensa actividade pedagógica ministrando
estágios de Improvisação e Composição em São Paulo e
outras capitais.
8 T e r ç a 9 Q u a r t a 10 Q u in t a 21.30 horas
11
S e x t a 18.30 horas
C er ta s M u l h e r e s
por
PATRÍCIA GALVÃO, SORAYA SABINO
MARA BORBA, KICO (participação)
PROGRAMA
Cena I — Rito da Memória — Dança do Baú
Cena II — Das velhas
Cena III — Gerando a Geração — Dança do Conflito
Cena IV — Aparição da Essência — Dança do Guarda-chuva
Cena V — Desejo — Dança do Pegnoir
Cena VI — Revelação — Tango
Cena VII — Do Baú — Aparições Inesperadas
Cena VIII — Com-Sumindo ... Orgias —
Serpentes/Supermercado
Cena IX — Cortejo Perverso — Dança das Madrinhas
Direcção e Coreografia: Mara Borba
Assistente de Coreografia: Yára Ludovico
Iluminação: Iacov Hillel
Cenografia e Figurinos: Mara Borba
Sonoplastia: Wilson Sukorsky
Coordenação Geral: Aríete Borba
Música: Nino Rota
Wilson Sukorsky
Jean Lucky Ponty
Kurt Weill
Mara Borba: efeitos vocais
ertas Mulheres é um espectáculo essencialmente
feminino. Penetra neste universo mágico e subtil
através das emoções e sensações que envolvem a
mulher. Aprofunda-se neste bastidor de uma maneira dra­
mática e poética, com a proposta e linguagem puramente
contemporânea.
C
Quando trabalho com alguém, deixo que essa pessoa se
torne presente em mim. Fica tão fácil lidar com ela,
ampliar cada pequena coisa esboçada, às vezes escondida.
Esse é o meu lado predilecto. O bastidor de cada um. Esse
trabalho é isso. O atrevimento de invadir e experimentar a
mim mesma. Quero alma e músculos numa só dimensão.
Nada de máquinas de precisão. Seiva e Cheiro. Eu acredito
nisso. No que cada um tem dentro de si, na piração, na
perversidade, muito prazer, na essência seja ela qual for...
de São Paulo, onde além de intérprete, dirigiu e coreografou para a Companhia.
Em teatro, coreografou vários musicais, e orientou actores na criação de tipos e personagens.
Obteve grande repercussão pelo trabalho de expressão
corporal do actor William Hurt, premiado com o Óscar,
pela interpretação do personagem Molina, no filme O
Beijo da Mulher Aranha.
Após dirigir e co-coreografar em Berlim Phoenix, para
o bailarino Ismael Ivo, apresentado e consagrado na Europa
e Japão, participou em 1985, 1986 e 1987, do Festival de
Dança de Viena.
Entre outras actividades, trabalha como actriz e coreó­
grafa de filmes publicitários para TV, e locução em rádio.
Em Abril de 1987, estreou em São Paulo, o seu mais
recente trabalho, intitulado A Rainha do Frango Assado.
Mara Borba
M A R A B o r b a , nascida em Leme, São Paulo, formada
em Artes Plásticas, iniciou a sua carreira artística em 1974.
Foi premiada em dança, por trabalhos como Certas
Mulheres (S.P.) e a Casa da Infância (B.H.). Em Salvador,
Bahia, recebeu o prêmio de Melhor Dançarina, no Festival
de Dança Contemporânea.
De 1982 a 1985, esteve contratada pelo Ballet da Cidade
PATRÍCIA GALVÃO, nasceu em Belo Horizonte, M.G.,
Brasil, estuda dança desde os cinco anos de idade. Formada
em técnica de dança clássica pela Escola Municipal de Bai­
lados de São Paulo, iniciou a sua carreira profissional no
Corpo de Baile da Fundação Palácio das Artes de Belo
Horizonte. Em São Paulo, no Ballet da Cidade de São
Paulo, trabalhou sob a direcção de Luis Arriéra, Klaus
Vianna, Julia Ziviani, Antonio Carlos Cardoso, dançando
coreografias de Victor Navarro, Oscar Arais, Susana
Yamauchi, Mara Borba, Sonia Mota, e José Possi Neto. No
ano de 1987, esteve em cartaz com a peça Rito de Amor e
Morte na casa de Lilith, a Lua Negra, de José Possi Neto.
SORAYA SABINO participou dos seguintes grupos e
espectáculos:
1978 Ballet Stagium Juvenil (Espect. O Lago do Cisne)
1979 Grupo de Dança Cisne Negro (Espect. Gente)
1980 Ingressou na Faculdade de Dança da Universidade
Federal da Bahia (UFBA)
1981 Teatro de Dança de São Paulo (Espect. De Pernas
para o Ar)
1982 Fundou com outras Bailarinas o grupo de Dança
Marzipan (Espect. Nunca Pare é Sempre Tarde para
Começar)
1983 Grupo Marzipan (Espect. Seis Histórias de Amor)
1984 (Espect. Sur Urbano (Dir. Ivaldo Bertazzo)
Grupo Marzipan (Espect. Vampires)
1985 Teatro de Dança de São Paulo (Espect. Assim Seja?)
1986 Espect. Pas de Deuses (Dir. Ivaldo Bertazzo)
1987 Espect. A Fuga de Dijanira Metralha (com os músicos
Duo FEL e o Coral Canto Livre).
Espect. O Cavaleiro da Rosa (Dir. Ivaldo Bertazzo)
Espect. Serra da Boa Esperança (Dir. Ivaldo Bertazzo)
Para a bailarina e actriz Clarisse Abujamra, Certas Mulhe­
res é um espectáculo que não pode deixar de ser visto. Já o
coreógrafo Ismael Guizer o define como deslumbrante pelo
conteúdo, que mantém quem o assiste na expectativa do
inesperado, Ruth Rachou afirma: É um universo mágico,
feminino e sensível onde as emoções são uma constante.
Um espectáculo como este é para ser visto mais de uma
vez, pela riqueza de detalhes subtis e envolventes.
A TRIBUNA
12 S á b a d o 21.30 horas
13 D o m in g o 16.00 horas
14 S e g u n d a 21.30 horas
ÎERÇA 18.30 horas
1 5
A ssim S e ja ?
TEATRO DE DANÇA DE SÃO PAULO
C é lia G o u v ê a
K
y r ie
G
l ó r ia
R e g i n a l d o D u t r a j r . e Eienœ
C r e d o P a u l o B o r g e s , M ô n i c a M o n t e i r o e Elenco
S a n c t u s B r a z íl ia B o t e l h o e Elenco
A
gnus
DEI Todo o Elenco
C O M U N H Ã O Todo o Elenco
Concepção e Coreografia: Célia Gouvêa
Música: Pierre Henry, (Messe de Liverpool), mixada a
temas e ritmos brasileiros
Direcção e Programação Visual: Maurice Vaneau
Assistente de Coreografia: Zina Filler Camanovici
Elenco: Célia Gouvêa
Gabriela Rodela
João Senna
Márcia Mendes
Mônica M onteiro
Paulo Borges
Rose Akras
Suzy Schonberger
Zé índio
Passarão pela terra duramente oprimidos e famintos e
sera que, quando tiveram fome, enfurecendo-se, amaldiçoa­
rão ao seu rei e ao seu Deus, olhando para cima. Olharão
para a terra, eis aí angústia, escuridão e sombras de ansie­
dade, e serão lançados para densas trevas.
Isaías
cap 8 — vers. 20 e 21
ssim seja? mostra um ritual vivido por um povo
oprimido: Kyrie é o lançamento desse povo num
universo de aflição; Glória, seu estranho contenta­
mento; Credo é a memória de uma vida; Sanctus ou
'quando os céus se abrem” alguns paralelos entre céu e
terra, ou graça e miséria. Ajustes de Contas. O que dizer
daqueles que esperam o Paraíso, a Vida Eterna, conside­
rando a vida terrena como mera transitoriedade? Preocu­
par-se quanto a que ocorrerá no fim dos tempos não eqüi­
valerá a "correr atrás do vento” ou perseguir bolinhas de
sabão?, Agnus Dei — o conteúdo desse cálice saciará a
nossa sede? e Comunhão — o ciclo continua, em círculos.
A forma perfeita, segundo os gregos
A
Assim seja? trata da dualidade entre Resignação e Revolta
vivenciadas por um povo oprimido. Possui uma estrutura
ritualística, unindo elementos medievais e contemporâneos,
na busca de uma linguagem corporal que incorpore os
impulsos do movimento natural ao código técnico especí­
fico da linguagem da dança. O clima ritualístico e aflito da
missa criada por Pierre Henry encontra imagens de movi­
mento correspondentes a uma espécie de viagem ao inferno.
Célia Gouvêa
CÉLIA G o u v ê a seguiu o ciclo completo do centro
MUDRA de Maurice Béjart, em Bruxelas-Bélgica, entre
1970 e 1973, período em que foi bolseira da Fundação Gulbenkian. Célia foi também bolseira de Alwin Nikolais, em
Nova Iorque. Em fins de 1974 regressa ao Brasil e junta­
mente com o homem de teatro Maurice Vaneau (Vaneau é
director, actor, mímico, figurinista, cenógrafo, iluminador),
monta o espectáculo Caminhada, com o propósito de ini­
ciar no Brasil espectáculos com linguagem cênica multidisciplinar. Desde então sucederam-se várias montagens, e
vários prêmios atribuídos. Célia também tem actuado como
coreógrafa para espectáculos teatrais e outras companhias
de dança, sendo os seus últimos trabalhos: a coreografia do
espectáculo teatral Nijinsky de Naum Alves de Souza e
Olga e o Cavaleiro da Esperança, para o Dança Câmera
Rio, no Rio de Janeiro, ambos em 1986.
O Teatro de Dança de São Paulo, dirigido por Maurice
Vaneau e Célia Gouvêa, teve início em fins de 1974,
quando Maurice Vaneau, ex-director do Teatro Brasileiro
de Comédia e do Teatro Municipal de São Paulo, e Célia
Gouvêa, ex-integrante do Centro MUDRA de Maurice
Béjart e do grupo CHANDRA (Bruxelas, Bélgica) regres­
saram da Europa e iniciaram o movimento do Teatro de
Dança de São Paulo no Teatro Galpão, com o espectáculo
Caminhada. Seguiram-se várias outras montagens, e vários
prêmios foram atribuídos ao grupo pela crítica especializada.
A proposta básica do grupo, enquanto temática, é a de
re-interpretar a realidade humana, assim como elaborar
uma linguagem corporal que una o movimento natural ao
código técnico específico da dança. Isso implica tanto em
procurar captar o contexto, a realidade social, quanto as
sensações e comportamentos, o gestual quotidiano, aliados
à pesquisa das leis do movimento (dinâmicas, energia,
espaço), baseando a sua técnica na observação do princípio
da respiração: assim como o fluxo respiratório não se inter­
rompe, o movimento procede de maneira idêntica.
Alguns trabalhos procuram desenvolver uma linguagem
multi-disciplinar, aliando a Dança à Mímica, sons e ruídos.
Outros são musicais, quando a coreografia segue a partitura
escolhida, projectando o seu clima.
Prêmios
Melhor Coreografia em Espectáculo Teatral — Associação
Paulista de Críticos de Arte (A.P.C.A.), 1974
Menção Especial — A.P.C.A., 1974
Melhor Espectáculo de Dança — A.P.C.A., 1975
Prêmio Governador do Estado (Melhor Conjunto), 1975
Prêmio Revelação de Bailarina para Mazé Crescenti —
A.P.C.A., 1979
Melhor Coreógrafo para Célia Gouvêa — A.P.C.A., 1979
Melhor Director de Espectáculo de Dança para Maurice
Vaneau — A.P.C.A., 1980
Melhor Bailarina para Célia Gouvêa — A.P.C.A., 1980
audaz, como também um conjunto de intérpretes muito
afinados com uma perspectiva artística a partir da qual
todo um universo é redefinido.
Estes dois requisitos são justamente o que sustenta "Assim
Seja?”
Neste seu actual espectáculo, Célia Gouvêa transmudou em
terra e sangue um grupo de oito bailarinos, para daí moldar
o sofrimento e a busca de seres prensados entre forças
internas que desconhecem e pressões externas que os
manipulam. Uma movimentação eloqüente, com formas de
teatro/dança, ressalta as perplexidades individuais. Uma
coreografia ritualística, estruturada em cânones, expõe as
pressões sociais.
Manoel Vidai
Q u e o bailarino ao estar no palco nada tenha de etéreo,
desvinculado do real. Que ele viva, como um ser humano,
as situações através do movimento, com andar, olhar, ges­
tos humanos. Que ele domine a linguagem coreográfica e
técnica. Assim seja.
Regina Passos
C ertam ente uma invenção assim radical não se encontra
com frequência. Ela requer não só um criador profundo e
P ara quem anda pensativo a respeito dos rumos desta arte
híbrida que é a dança-teatro ou teatro de dança, "Assim
Seja” fornece bom alimento para futuras teorizações. Para
quem tem outras preocupações, o espectáculo vale mesmo
pela qualidade.
Helena Katz
Crítico da Folha
16 Q u a r t a 18 S e x t a 19 S á b a d o 21.30 horas
17 Q u in t a 18.30 horas
1 9
S á b a d o 16.00 horas
V id r o s M o í d o s
(CORAÇÃO DE NELSON)
pelo
GRUPO TRANS-FORMA
TRANS...: prefixo latino que significa além de, para além de.
FORMA: modelo, exemplar, norma.
Idealização: Eid Ribeiro
Roteiro e Direcção Geral: Arnaldo Alvarenga
Direcção Artística e Assistente de Coreografia: Sérgio Funari
Coreografia: Sonia Mota
Orientação Teatral: Paulo César Bicalho
Trilha Sonora/Criação: Félix Wagner
Trilha Sonora / Execução : Orquestra Estranho Hábito
Iluminação/Criação: Jorge Monclair
Iluminação/ Execução : Leonardo Pavanello
Figurinos: Denise Paixão
Assistente: Gustavo Coelho
Boneco/Criação: Rodrigo Campos
Boneco/Manipulação: Luiz Hermidas, Waldir Lau
Adereços: Mário Valle, Marcello Xavier
Voz: Antônio Naddeo
Música da cena II: Kraftwerk
Bailarinos: Ana Amélia Cabral
Arnaldo Alvarenga
Fábio Ferreira Pinto
Juliana Braga
Lúcia Ferreira
Malu Rabelo
Márcia Fernandes
Tarcísio Ramos
Tina Peixoto
Sonoplasta: Elizabeth Alvarenga
Produção: Via Metrópole de Comunicação
O que pode ir além da forma, do modelo?
O criativo. É preciso fazer dança com poesia.
O diferente: assegurar um espaço para criar novos movi­
mentos, ir além do movimento.
Transceder; transformar.
Grupo de Dança TRANS-FORMA iniciou em Belo
Horizonte um movimento renovador.
Desde a sua criação, em 1971, o Grupo tem como
objectivo buscar o novo, o não convencional. Arriscar é
palavra importante no seu vocabulário.
A sua proposta: colocar na dança a expressão do fenô­
meno que é a vida. E buscar, um auto conhecimento, uma
compreensão do homem como identidade consigo e com o
seu povo.
A realização dessa proposta dá-se na experiência da cria­
ção de vários espectáculos e na pesquisa intensa em temas
voltados para a cultura brasileira.
Por isso, a linguagem dos trbalhos apresentados pelo
TRANS-FORM A, de aspecto vivo e dinâmico, revela
manifestações tipicamente brasileiras.
N E L S O N RODRIGU ES, o renovador do moderno tea­
tro brasileiro, o pesquisador aguçado do comportamento
humano em sociedade. Desde adolescente trabalhou em
redacção de jornal onde escrevia crônicas diversas e fazia
comentários sobre futebol, outra sua paixão.
No teatro revelou-se com Vestido de Noiva, que na década
de 40, consagrou-o instantaneamente, porém, segundo ele
mesmo, a sua vocação real era para o romance, gênero que
devorava desde menino.
Vidros Moi dos trata desse homem e dos seus personagens,
mesclando factos da sua vida real com o mundo por ele
criado nas suas crônicas e peças.
Com roteiro inspirado na peça Valsa n.° 6, um monólogo,
onde um personagem relembra fragmentariamente factos
da sua vida, o espectáculo busca o mundo poético insuspeitado da obra Rodriguiana, ao contrário das impressões ime­
diatas e das interpretações simplistas que vulgarmente se
fazem dos seus trabalhos, tidos como amargos e pesados.
N ã o queria fazer.
Cansou-me e doeu-me fazê-lo.
De repente, sem pedir licença, sem que eu sequer imagi­
nasse, por entre cacos moídos, ossos doídos e muito cansaço
ele me invade e deixa meu coração quente.
Por isso, por esse calor, por essa intromissão sou grata a
Nelson e suas verdades tão absolutas.
Sonia Mota
Divididos em 6 cenas, pode-se seguir assim o espectáculo:
CENA I
— Infância
— Minha filha que nasceu cega
— Doroteia e suas tias
— Meus pais
CENA II — O assassinato de Roberto Rodrigues (irmão
de Nelson Rodrigues)
CENA III — 3 peças
— Álbum de Família
—- Vestido de Noiva
— O Beijo no Asfalto
CENA IV — O Sarau
CENA V — Carolina (Paixão de adolescente)
CENA VI — Final.
V idros Moídos (Coração de Nelson) é mais uma etapa de
um longo processo de trabalho do Grupo Trans-forma, que
se propõe a ter uma participação activa na criação e constru­
ção das suas montagens. Um trabalho dessa natureza, onde
nos envolvemos intensamente, provoca oscilações emocio­
nais, situações de loucura, vivenciadas tanto de forma deses­
perada quanto harmônica.
Nos permitimos neste trabalho, fazer uma leitura livre de
Nelson Rodrigues: Homem-Obra.
Procuramos fazer uma distinta separação de flor e fruto, que
amargo ou não, foi digerido com doce saber. Nos demos
essa oportunidade enquanto grupo que se dispõe a ver a
arte-criação em toda a sua amplitude como vida. Isso faz
com que a pessoa Nelson Rodrigues exista como qualquer
outra que poderá ser a paixão das nossas aspirações, nos
trazendo a lucidez de não mitificar e sim, traduzi-las como
clara essência que tem o ritmo, o movimento, a palavra:
elementos comuns a qualquer ser.
O Grupo
Vidros Moídos amplia a linguagem da dança pura, apro­
ximando-a do teatro falado, da pantomina e do teatro de
bonecos.
Dentro da sua proposta Vidros Moídos é um ponto culmi­
nante do trabalho do Grupo Trans-forma, ganhador de 4
prêmios, dados pelo Ministério da Cultura do seu país para:
melhor bailarino e bailarina, melhor roteiro e melhor espec­
táculo de dança e ainda o prêmio especial da crítica teatral
de Belo Horizonte, como melhor espectáculo de dança em
1986.
Segundo Stela Rodrigues, irmã do dramaturgo: um espectá­
culo organizado com o objectivo fiel à força poética do clima
Rodriguiano.
Arnaldo Alvarenga
Vidros Moídos (Coração de Nelson) é uma colagem dança/
/ teatro sem intenção biográfica ou cronológica.
Apoiada na ideia central da peça Valsa n.° 6 de Nelson
Rodrigues na qual um personagem relembra fragmentaria­
mente factos da sua vida ao som da Valsa N.° 6 de Frederic
Chopin, o escritor tem a sua presença dividida entre dois
mundos o do boneco, que trabalhando no seu escritório
como quem escreve o espectáculo e o do pianista, a sua projecção no mundo das suas lembranças.
Nas suas seis cenas o espectáculo mescla factos da vida real
do escritor com o mundo das suas personagens, recolhidos
das suas crônicas e peças que quase sempre saíram da sua
incansável observação do dia a dia.
Espectáculos a realizar no Porto, no Teatro Carlos Alberto
Colaboração da Secretaria de Estado da Cultura
15 e 16 de Março, às 21.30 horas
Grupo Mara Borba
17 e 18 de Março, às 21.30 horas
Teatro Dança de S. Paulo
21 e 22 de Março, às 21.30 horas
Trans-Forma
Apoios:
Embaixada do Brasil em Lisboa
Ministério da Cultura do Brasil
Fundação Nacional de Artes Cênicas
Serviço Brasileiro de Dança
Varig — Linhas Aéreas Brasileiras
Radiotelevisão Portuguesa, E.P.
Coordenação-Geral:
Gilda Almeida
Tradutora:
Maria Fernanda Portela
Fotos de:
FRITZ BERAN
THOMAZ DE PAZ
RICARDO TUPPER
GAL OPIDO
OTHMAR SEEHAUSER
EMIDIO LUIS
LUZI BLANDY FIGUEIREDO
CATÁLOGO EDITADO PELA
FUNDAÇÃO CALOUSTE GULBENKIAN
ACARTE
GABINETE DE DESIGN DO CAM
1000 exemplares
G imposto c impresso
LlT(Xi. TEJO
Lisboa. 1988

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