são joão da cruz em segóvia

Transcrição

são joão da cruz em segóvia
Depósito legal: SG-128/2011
A Igreja em que os restos de São João da Cruz repousam
está no fim de uma escada inclinada que evoca a subida ao
monte Carmelo. O místico poeta foi prior do convento desde
1588 até 1591. O Altar-mor apresenta um retábulo decorado
pelo carmelita mexicano Gerardo López Bonilla, em 1982,
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O terreno também conta com
uma horta que sobe até às
Peñas Grajeras. Aqui o Santo
utilizou uma gruta em que se
recolhia para orar e a partir
da qual se pode contemplar
uma magnífica vista da
cidade. São João gostava
especialmente de percorrer
o caminho que levava até à
mesma. Conserva-se o tronco
de um cipreste plantado
pelas suas mãos. Conservase também nesta estância
a imagem do Nazareno
que a tradição garante que
conversava com o santo.Th
Fachada da igreja do Convento
dos Carmelitas.
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CONVENTO DOS CARMELITAS DESCALÇOS
O edifício, situado junto à ermida de La Fuencisla, nas
margens do Eresma e frente ao Alcácer, que anteriormente
tinha albergado os Trinitários de Santa María de Rocamador,
já tinha sido adquirido pelos Carmelitas em 1586. São João
da Cruz fundou em 1588 sobre este edifício o seu Convento
dos Carmelitas Descalços. Graças à doação de dona Ana de
Peñalosa puderam ser efectuadas as reformas necessárias
e o seu acondicionamento para se transformar num lugar
mais habitável. São João da Cruz trabalhou nas obras com as
suas mãos. Finalmente só pôde ver terminadas uma parte do
convento e da igreja, dado que em 1591 deixou a cidade para
não voltar, visto que morreu nesse mesmo ano em Úbeda. A
construção do Convento ainda se prolongou por mais nove anos
e foi em 22 de Fevereiro de 1600 que o Santíssimo Sacramento
foi entronizado na sua igreja.
SÃO JOÃO
DA CRUZ
EM SEGÓVIA
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aquando da visita do Papa João Paulo II em Novembro desse
mesmo ano. É composto por nove quadros inspirados na obra
poética de São João da Cruz. A parte superior representa a
subida ao Monte Carmelo, à direita do altar e, em tons laranja,
avermelhados e amarelos a Chama de Amor Viva. À esquerda,
com tons claros e escuros, presta-se homenagem à Noite
Escura e na parte inferior pode-se ver a representação da
Fonte, em tons azuis.
Também é possível desenvolver diversas
actividades no centro espiritual que está
localizado no convento. Também há a
possibilidade de alojamento. Consulte o programa
com as actividades no mesmo convento de
Carmelitas ou pelo telefone 921 43 13 49.
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Numa
pequena
capela
pode-se visitar o sepulcro
de São João da Cruz,
demasiado luxuoso sem
dúvida, em contraste com
a vida simples do santo. Foi
construído por Félix Granda
em 1926, para comemorar
os duzentos anos da sua
canonização. Os restos do
Santo repousam na arca
que se encontra sobre o
altar.
Marcos de pedra com ferro forjado que foram colocados na cidade para a
comemoração do IV centenário de São João da Cruz.
Escultura de São João da Cruz do escultor José María García Moro
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Em 1588 foi eleito Primeiro Definidor e Terceiro Conselheiro
da Consulta, que o fez mudar para Segóvia. A cidade nessa
altura gozava de uma grande prosperidade devido ao auge da
indústria têxtil, que a tinha convertido na capital industrial do
norte da Espanha. Neste momento teve lugar o assentamento
de diferentes ordens religiosas na cidade e a construção de
uma catedral nova em substituição da antiga românico-gótica,
danificada pela Guerra das Comunidades. No entanto, devido a
discordâncias com o poder da ordem, foi transferido de Segóvia
para Baeza. Morreu em Úbeda em Dezembro de 1591.
Com 21 anos entrou para o convento dos Padres
Carmelitas de Medina e adoptou o nome de frei
Juan de San Matías.
Foi beatificado em 1657 por Clemente X e canonizado por Bento
XIII em 1726. Posteriormente, em 1926 Pio XI proclamou-o Doutor
da Igreja Universal e em 1952 foi declarado padroeiro dos poetas
espanhóis.
Em 1567 foi ordenado presbítero em Medina
e foi aí que rezou a sua primeira missa. Neste
momento conheceu Teresa de Jesus, presente na
cidade para fundar um convento da sua Reforma
Carmelita. Teresa convenceu João para que se
juntasse à sua causa. Esta Reforma provocou um
forte confronto entre os Carmelitas Calçados e os
Descalços.
Alguns anos mais tarde Juan de Yepes viajou
para Ávila e visitou o Convento da Encarnação,
onde exerceu como vigário e confessor. Foi nesta
fase que se converteu em director espiritual e
confessor de Teresa de Jesús.
As suas viagens prosseguiram, acompanhando
Santa Teresa. Numa delas chegaria a Segóvia
(1574) onde a santa fundou o Convento de São
José. São João celebrou a missa de fundação
deste novo convento do Carmelo Reformado.
As relações entre Carmelitas Calçados e
Descalços agravaram-se, e em 1575 a ordem
decidiu eliminar os conventos fundados sem
licença e demitir a madre Teresa. Finalmente, em
1580, o Carmelo Descalço ergueu-se em Província
isenta e em 1588 foi reconhecido como Ordem.
Após a sua morte começou a pugna entre Úbeda e Segóvia pela
posse do seu corpo. Em 1593 os seus restos foram trasladados
para Segóvia, à excepção das extremidades inferiores que se
mantiveram em Úbeda.
A OBRA LITERÁRIA DE SÃO JOÃO DA CRUZ
São João da Cruz era um profundo conhecedor do coração
humano. A sua obra deve ser analisada sob as perspectivas
teológica e literária que muitas vezes se apresentam intimamente
misturadas.
Santa Teresa via em São João uma alma pura, a que Deus tinha
comunicado grandes tesouros de luz. Ao ler os documentos do
santo, apercebemo-nos da verdade existente nas palavras de
Santa Teresa, particularmente os poemas: Subida ao Monte
Carmelo, Noite Escura da Alma, Chama Viva de Amor e
Cântico Espiritual. A Igreja reconheceu-o em 1926, data em que
proclamou São João da Cruz doutor pelas suas obras místicas.
São João patenteia o amor pelo sofrimento e o abandono da
alma em Deus. A prática deste ideário converteu-o numa pessoa
exigente consigo mesma, generosa e amável. Mas a sua doutrina
não leva à negação ou ao vácuo, mas sim ao contrário, à plenitude
do amor divino e à união da alma com Deus.
A sua prosa e a sua poesia têm o selo divino, tal como Menéndez
Pelayo afirmou: “não se podem medir com critérios literários,
porque por aí passou o espírito de Deus embelezando tudo”.
Pio XI, que o nomeou Místico Doutor da Igreja em 1926, baptizou
as suas obras como “Código e escola da alma fiel que se propõe
empreender uma vida mais perfeita”.
SÃO JOÃO DA CRUZ EM SEGÓVIA
São João chegou a Segóvia na companhia de Santa Teresa de Jesus
em 1574. Juntos fundaram o convento das Carmelitas Descalças de
São José. São João oficiou a missa de fundação deste convento.
CONVENTO
DE SÃO JOSÉ.
Convento das
Carmelitas
Descalças,
fundado por
Santa Teresa
de Jesus no dia
19 de Março de
1574. Contém
uma capela
barroca em
que se destaca
uma imagem
de São José,
do estatuário
Salvador
Carmona.
Mais tarde, em 1580, São João da Cruz voltou a Segóvia para
fundar um Convento de Carmelitas Descalços nesta cidade.
Dado que São João ocupava naquele momento o cargo de primeiro
Definidor, teve que fixar aqui a sua residência e governar o convento,
que tinha ajudado a construir com as suas próprias mãos.
São João residiu neste centro durante três anos, em que redigiu
a maior parte das cartas - cerca de doze - do conjunto total trinta e três - que foram conservadas até aos nossos dias. Tratase de epístolas geralmente breves de conteúdo variável: umas de
carácter oficial, outras sobre direcção espiritual, e outras mais
pessoais, onde prima um tom afectuoso e cordial.
As suas actividades espirituais e poéticas não o impediram de
exercer como prior. Durante os seus anos no cargo trabalhou nas
hortas, talhou e traçou caminhos na ladeira para facilitar a subida
até à sua capela. O poeta sentia-se bem na cidade. Nos seus mais de
três anos de estadia surgiu na povoação um grande respeito pela
sua pessoa e pela sua obra. Escritores e poetas demonstraram-lhe
a sua admiração; Alonso de Ledesma e Jerónimo Alcalá Yáñez
sentiam-se orgulhosos por o terem tido como mestre, o mesmo
acontecendo com Juan de Orozco.
Nesta etapa como prior deslocava-se todos os dias até ao Convento
de São José, situado no recinto amuralhado, para atender
espiritualmente as freiras Descalças. Este caminho diário levou-o
pela ladeira do rio Eresma, e entrou na cidade atravessando a Porta
de Santiago.
Decorridos alguns meses depois de ter abandonado Segóvia,
morreu em Úbeda na noite de 14 de Dezembro de 1591 com a idade
de 49 anos. Parte do seu corpo foi trasladada para território de
Segóvia e repousa no convento que fundou.
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TRAJECTO
DE SÃO
JOÃO DA
CRUZ
TRAJECTO DE SÃO JOÃO DA CRUZ
O trajecto percorre os lugares mais
destacados na vida de São João
durante os três anos em que durou a
sua estadia em Segóvia, percorrendo
o caminho que une os dois conventos
dos Carmelitas Descalços da cidade:
o convento feminino de São José,
intramuros e o convento nas margens
do rio Eresma, onde era prior. É um
percurso tranquilo e agradável que
nos aproximará deste poeta de topo da
poesia mística.
O itinerário começa na capela de São
João da Cruz, na Catedral, a partir
de onde nos dirigiremos ao Convento
das Carmelitas Descalças de São
José. Na descida até ao Convento dos
Carmelitas Descalços encontraremos a
escultura do santo, obra de José María
García Moro.
Faremos uma breve paragem junto ao
arco do Refúgio ou Porta de Santiago e
no Jardim dos Poetas, para analisarmos
a simbologia deste ambiente e a sua
relação com a obra poética de São João.
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Sinais de
cerâmica que
indicam o
passeio que
tem o nome
do Santo, dado
que era por
este caminho
que subia à
cidade a partir
do Convento
dos Carmelitas
Descalços nas
margens do
Eresma, de que
era prior.
Sinal
localizado na
rua onde se
encontra o
Convento de
São José.
Um dos sinais
que indicam
o itinerário
de São João
da Cruz pela
cidade.
Continuaremos
a
descida pelo passeio
que tem o nome do
santo até chegarmos
ao
convento
por
ele fundado, onde
poderemos contemplar
o seu sepulcro.
Porta de Santiago
A visita tem uma
duração de cerca de
duas horas.
Lugar de descanso do Santo no
seu caminho para o Convento das
Carmelitas Descalças de São José.
São João da Cruz nasceu em 24 de Junho de
1542 em Fontiveros (Ávila), filho de Gonzalo de
Yepes e Catalina Álvarez, tecelões, com poucos
recursos económicos. O pai e o irmão menor
morreram quando João tinha apenas três anos.
A mãe e os dois filhos restantes mudaram-se para
Arévalo e mais tarde para Medina del Campo.
Nesta localidade João frequentou o “Colegio de
los Niños de la Doctrina”, em troca pela execução
de actividades como assistir ao convento, ajudar
à Missa e Ofícios, acompanhar enterros e pedir
esmolas. Mais tarde continuou os seus estudos
no colégio dos Jesuítas onde adquiriu uma boa
base de Humanidades.