Chefe também pode errar

Chefe também pode errar
Texto por Eliana Dutra
A medida em que um empregado desenvolve sua carreira, alcançando promoções e sucesso,
muitas vezes esquece que foi contratado para ter foco no cliente, nos resultados, nos
processos e também para ajudar seu chefe a trazer sucesso para o negócio.
Humm, já estou imaginando alguns rostos se franzindo estranhando a última frase, alguns
pensamentos voando tais como: "Eu não, eu fui contratado para dirigir o departamento". Ou:
"Eu fui contratado para vender!". Ou, ainda: "Isso é ser puxa saco!". Assim, acho bom analisar
este ponto antes de prosseguir.
Vejamos, sempre que uma vaga é aberta numa companhia, seja o negócio que for, desde a
papelaria São José , localizada logo ali na esquina até a grande multinacional, existe um
primeiro pensamento que surge antes que se contrate alguém.
Tente imaginar, um chefe ou um dono de negócio sentado a mesa tarde da noite, olhando
tudo que tem que ser feito no dia seguinte, percebendo que sozinho não irá dar conta, o que
lhe vem a cabeça? "É, preciso de alguém para me ajudar." Esta é e sempre será, em essência, a
razão para uma contratação.
Após a contratação, Fulano começa a trabalhar cheio de entusiasmo e respeito. Mas, a medida
em que o tempo passa, diferenças de opinião surgem e, principalmente, Fulano começa a
conhecer melhor o Chefe e descobre que, apesar da posição que ocupa, o Chefe tem surpresa - diversos aspectos a desenvolver!!!
Mas por quê? Céus! Por que colocaram alguém assim numa posição tão importante?
Simples, muito simples, não havia nenhum deus disponível, assim tiveram que colocar um SER
HUMANO, mesmo. Um ser que também erra, que nem sempre planeja tudo que vai acontecer
e cujo discurso nem sempre pratica.
Heródoto, grego antigo, considerado o primeiro historiador de todos os tempos, narra um
episódio de que gosto muito e que é uma analogia para o comportamento que muitos adotam
depois que alcançam algum sucesso.
Cito essa história de memória, perdoem-me qualquer discrepância aqueles que já a conhecem.
Um certo rei muito poderoso sentindo-se ameaçado pela força do exército do rei vizinho,
resolve invadir-lhe o reino antes que o outro declare guerra. Contando, assim, com a surpresa
como fator de vantagem para vencer.
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Infelizmente seu plano não dá certo e o mais forte e mais bem equipado, não só rechaça o
ataque como em represália toma-lhe a cidade. Capturado, ele observa o vencedor, enquanto
este toma as decisões de vida e morte sobre o povo vencido.
A certa altura um general aproxima-se do bem sucedido rei e pede-lhe permissão para saquear
a cidade vencida e é autorizado. O rei capturado, após pedir permissão para falar, pergunta:
- Que cidade será saqueada?
- A sua cidade - responde o vitorioso.
- Minha não - retruca o fraco rei - pois a perdi para você! Portanto, é a sua nova cidade que
será saqueada.
O saque é suspenso.
Quantos empregados esquecem que o seu próprio sucesso é como a nova cidade recém
conquistada e passam a saqueá-la demolindo a credibilidade do chefe, através de críticas pelas
costas, sem perceber que, assim, estão destruindo o clima de trabalho do setor e que,
também, acabam por espoliar a própria credibilidade?
Mas é difícil ter uma atitude positiva e discutir abertamente com o próprio chefe as diferenças
e os conflitos, porque isto requer coragem. Tentar ajudá-lo a lidar e a superar suas humanas
limitações, requer mais do que coragem, requer grandeza! Por isso aqueles empregados que o
fazem conseguem mais do que sucesso, alcançam realização!
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