BCV estreita coordenação com o Executivo para a transformação do

Transcrição

BCV estreita coordenação com o Executivo para a transformação do
2009
MENSAGEM DE FIM
DE ANO DO
PRESIDENTE
DO BANCO
CENTRAL
DA VENEZUELA
Caracas, dezembro de 2009
© 2009, Banco Central de Venezuela
Caracas-Venezuela
Catalogação em fonte
Biblioteca Ernesto Peltzer
Banco Central da Venezuela
Mensagem de fim de ano do Presidente
do Banco Central da Venezuela, 2009-48 p
Título anterior:
Declaração de fim de ano do Presidente
do Banco Central da Venezuela/
Banco Central da Venezuela
Caracas: BCV, 1976-1993
Classificação Dewey: 330.987064
Classificação JEL: E58, E60
VENEZUELA-CONDIÇÕES ECONÔMICAS
BANCO CENTRAL DE VENEZUELA
Feito o Depósito de Lei
Depósito Legal: lf 35220033306
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Rif: G-20000110-0
Conceito gráfica de tripa:
María de Lourdes Cisneros
Desenho gráfico de capa:
Departamento de Publicações
Autoridades
DIRETÓRIO
Nelson J. Merentes D.
Presidente
Rafael J. Crazut
Bernardo Ferrán
José Salamat Khan Fernández
Armando León Rojas
José Félix Rivas Alvarado
Jorge Giordani
(Representante
do Executivo Nacional)
ADMINISTRAÇÃO
Nelson J. Merentes D.
Presidente
José Manuel Ferrer Nava
Primeiro Vice-presidente Gerente
I
Visão geral
11
IISíntese econômica internacional
21
IIIResultados macroeconômicos
nacionais
23
IVOs desafios para 2010
36
VAnexo estatístico
39
BCV estreita
coordenação com
o Executivo para a
transformação do
modelo econômico
e social
A pesar da grande incerteza gerada pela
crise financeira internacional, as medidas adotadas permitiram uma proteção
contra os impactos negativos. As decisões do emissor em matéria de política
monetária, cambiária e financeira visaram aprofundar a rota do desenvolvimento socioeconômico.
Este documento pode ser consultado em
www.bcv.org.ve
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A propósito das festas do Natal e no preâmbulo dum novo ano, em nome do Diretório
do Banco Central da Venezuela (BCV) e na minha condição de Presidente do Banco,
eu queria cumprimentar cordialmente todos os cidadãos e cidadãs deste lindo país,
e lhes desejar um venturoso ano cheio de paz e prosperidade.
Resulta propícia a ocasião para lhes apresentar um balanço da gestão do BCV durante
o ano 2009.
Nos últimos anos temos acompanhado o Executivo Nacional no seu esforço para
avançar no novo modelo econômico e social que, além de promover a expansão
econômica, visa acabar com a pobreza, promover a equidade, a igualdade de gênero, a
inclusão social, a participação das comunidades e, no final, lograr o desenvolvimento
humano sustentável.
Em concordância com essas ações, as convicções nas quais são baseadas e o considerado no regime socioeconômico disposto na Constituição da República Bolivariana
da Venezuela e no Plano de Desenvolvimento Econômico e Social da Nação 20072013, a definição e instrumentação das políticas da nossa competência orientaram-se
para promover e facilitar as condições necessárias para atenuar os impactos da crise
econômica global e continuar o avanço para o logro dum crescimento sustentável, da
estabilidade de preços, bem como a preservação do valor interno e externo da moeda.
Isso, sem descuidar o caráter humano e social que devem guiar ditas políticas, ao lhes
emprestar em todo momento especial atenção às necessidades, demandas e iniciativas
associativas das comunidades, particularmente dos setores mais vulneráveis.
Também, conscientes da nossa responsabilidade como servidores públicos, mantivemos uma permanente inter-relação com diferentes setores da sociedade venezuelana,
mediante o desenvolvimento de diversos programas e ações nos campos da cooperação
interinstitucional e do compromisso social. A labor social, educativa, cultural, bem
como a aproximação progressiva à comunidade, também fizeram parte das nossas
prioridades.
É importante reconhecer o fator fundamental da nossa labor, que não é outro do que
nossas trabalhadoras e trabalhadores, os quais têm demonstrado a sua alta vocação
de serviço, bem como o seu compromisso e lealdade institucional. É por isso que
são a chave do sucesso da gestão e o bastião que suporta e estimula o esforço nos
momentos difíceis nos quais requere-se um compromisso além do esperado. Para
todos nosso mais sincero agradecimento, no entendido que a pátria se faz com sua
gente, com os homens e mulheres que a constroem e engrandecem.
A definição e instrumentação das
políticas da nossa competência
orientaram-se para promover e
facilitar as condições necessárias
para atenuar os impactos da crise
econômica global, e continuar
avançando para o logro dum
crescimento contínuo.
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i/
VISÃO geral
A economia mundial ainda continua resistindo os embates da profunda crise espalhada
com intensidade na segunda metade do ano 2008. Os impactos desta crise têm diversas
manifestações, entre elas: a variabilidade dos preços dos alimentos, a instabilidade
do mercado energético, a diminuição da atividade produtiva, o desequilíbrio do sistema financeiro internacional, os altos níveis de desemprego e a desaceleração nos
programas de investimento e proteção social. Não obstante a grande incerteza gerada
pela crise, no caso da Venezuela logrou-se, num esforço conjunto com o Executivo
Nacional, protegê-la dos seus impactos e continuar criando as bases da transformação
do modelo econômico e social.
Igualmente, o Banco tem mantido em todo momento um acompanhamento permanente
de diversos indicadores (monetários, fiscais, cambiários, de preços, de produção e
sociais), visando realizar alertas cedo e definir as ações de políticas consideradas
pertinentes.
É justo reconhecer a efetividade das políticas adotadas pelo Executivo Nacional,
fundamentalmente no que se refere ao resgate da soberania em quanto à utilização
e distribuição da renda petroleira, bem como o impulso à idéia dum mundo multipolar e uma estratégia de integração regional materializada em diferentes aspetos:
integração energética, integração comercial, novas modalidades de cooperação, de
troca comercial, cultural e de interação entre os povos.
Ainda assim, embora os enormes esforços despregados para avançar no processo de
transição duma economia de renda para um novo modelo sócio-produtivo, o processo
tem sido de vagar. Isto explica-se pelo fato que a nossa economia é impactada em
grande medida pela renda petroleira, ração pela qual impulsionamos uma lógica distinta da sua utilização, que gerou a criação do Fundo de Desenvolvimento Nacional
(Fonden) no ano de 2005, para dar passo a um novo modelo de captura e distribuição
de dita renda. Ao mesmo tempo, modificamos o esquema de manejo das reservas
internacionais do país para as colocar de maneira mais segura e menos vulnerável
aos riscos do sistema financeiro internacional.
O ênfase na política social e nos investimentos orientados à educação, saúde e alimentação, tem impedido uma piora da qualidade de vida da população. Como evidência
disso, está o fato da Venezuela ser um dos países que têm melhorado seus índices
de qualidade de vida e que está cumprindo mais cedo com as chamadas metas do
milênio. Isto reflete-se no índice de desenvolvimento humano (IDH), que se colocou
para o ano 2007 em 0,844; no entanto, o índice de Gini, para medir a desigualdade
social, colocou-se para 2008 em 0,41, que se compara favoravelmente com o 0,52
para América Latina1.
Os programas sociais e a recuperação da renda tem permitido diminuir os níveis de
pobreza crônica, estrutural e conjuntural. Em sete anos, entre 2002 e 2008, a pobreza
crônica na Venezuela se reduz de 20,2% para 11,8%, segundo o Instituto Nacional
de Estatística (INE).
1 O índice de Gini permite medir a distribuição da renda numa sociedade, e seu valor pode se localizar entre zero
e um; o primeiro caso corresponde a uma distribuição completamente equitativa; no entanto, o valor um implica
uma distribuição totalmente desigual, na qual um grupo reduzido da população obtém a totalidade da renda.
Não obstante a grande incerteza
gerada pela crise, no caso da
Venezuela logrou-se, num esforço
conjunto com o Executivo Nacional,
protegê-la dos seus impactos e
continuar colocando as bases
da transformação do modelo
econômico e social.
(…) Modificamos o esquema de
gestão das reservas internacionais
do país para as colocar de forma
mais segura e menos vulnerável
aos riscos do sistema financeiro
internacional.
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Política monetária e cambiária
No seu empenho para acompanhar a rota do desenvolvimento socioeconômico, o
BCV, em coordenação com o Executivo Nacional, adotou uma série de decisões em
matéria de política monetária, cambiária e financeira.
Durante o transcorrer do ano 2009, ditaram-se e difundiram-se os lineamentos da
política monetária, visando adequar os níveis de liquidez do sistema bancário, com
a finalidade de manter o correto funcionamento dos sistemas de pagamento, continuar estimulando o crédito para os setores produtivos da economia, reduzir o custo
da política monetária, incentivar a poupança e procurar a moderação das pressões
inflacionárias.
Estas políticas cumprimentaram-se com aquelas adotadas pelo Executivo Nacional,
orientadas para manter o emprego, executar os programas sociais como parte do
compromisso com os setores mais vulneráveis da população, e agilizar os trâmites
administrativos relacionados com a atribuição de divisas para importação de bens e
serviços.
É importante salientar que nosso interesse institucional sempre tem procurado fazer
os maiores esforços para combater a espiral inflacionar que durante muitos anos tem
impactado o nosso país. Temos consciência desse flagelo tiver um caráter estrutural
que combina diversos componentes, entre eles, o incremento de custos associado com
o aumento dos preços internacionais derivado da crise mundial de alimentos, os atrasos
na produtividade e a especulação dos agentes econômicos no mercado cambiário.
O emissor, vigilante do comportamento dos níveis de liquidez do mercado monetário,
e com o objetivo de atenuar episódios de tensões sobre esse mercado, ajustou em
duas oportunidades a taxa de encaixe marginal, ao a diminuir na primeira instância
em 300 pontos básicos a partir de 5 de janeiro de 2009, ao passar de 30% para 27%. A
partir de 9 de março, dita taxa se reduz em 200 pontos básicos, e fixou-se em 25%.
Igualmente, durante o primeiro trimestre do ano, o BCV empreendeu um conjunto
de ajustes em matéria de taxas de juro do sistema financeiro, bem como dos seus
instrumentos de política monetária, em presencia do novo contexto econômico interno
e externo, e em correspondência com o conjunto de medidas anti-crise adotadas pelo
Executivo Nacional. Efetivamente, entre os meses de março e abril, o BCV reduz
em três ocasiões as taxas de juro dos seus instrumentos de absorção em 700 pontos
básicos, desde 13% para 6% para as operações colocadas para um prazo de 28 dias
e desde 14% para 7% para aquelas correspondentes a 56 dias.
(…) O BCV iniciou um conjunto de
ajustes em matéria de taxas de juro
do sistema financeiro, bem como
dos seus instrumentos de política
monetária, em presencia do novo
âmbito econômico interno
e externo, e em correspondência
com o conjunto de medidas anticrise adotadas pelo Executivo
Nacional.
Em concordância com as medidas anunciadas para a diminuição das taxas das operações de absorção, o BCV fez ajustes para baixar os topes máximos e mínimos das
taxas de juro do sistema financeiro2. Assim, diminuiu em 100 pontos básicos a taxa
mínima passiva que remunera as contas de poupança e os depósitos a prazo (para 14%
e 16%, respectivamente). Pela sua parte, reduz em 200 pontos básicos tanto a taxa
ativa máxima quanto aquela aplicável a cartões de crédito, ao as colocar em 26%3 e
31%, em cada caso. Esta modificação foi acompanhada pela redução da taxa de juro
a ser cobrada pelo BCV nas suas operações de desconto, redesconto e adiantamento
em 200 pontos básicos, ao as colocar em 31,5%.
2 Com vigência a partir de 1 de abril de 2009.
3 Cabe mencionar que o BCV não tinha considerado necessária a revisão da taxa de juro ativa máxima desde o
começo da regulação das taxas de juro em maio de 2005.
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Gráfico 1
Taxas referenciais das operações
de absorção do BCV
16
14
12
10
8
6
Jan-05
Fev
Mar
Abr
Mai
Jun
Jul
Ago
Set
Out
Nov
Dez
Jan-06
Fev
Mar
Abr
Mai
Jun
Jul
Ago
Set
Out
Nov
Dez
Jan-07
Fev
Mar
Abr
Mai
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Jul
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Set
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Nov
Dez
Jan-08
Fev
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Abr
Mai
Jun
Jul
Ago
Set
Out
Nov
Dez
Jan-09
Fev
Mar
Abr
Mai
Jun
Jul
Ago
Set
Out
Nov
Dez
4
14 dias
28 dias
56 dias
91 dias
Fonte: BCV.
No final do primeiro semestre, o Diretório do BCV, no âmbito da estratégia de avaliação permanente da política monetária, realizou novos ajustes à baixa nas taxas
de juro do sistema financeiro. Assim, começando em 5 de junho, decidiu diminuir
em 150 pontos básicos os topes mínimos correspondentes às taxas passivas e em
200 pontos básicos a taxa ativa máxima e os limites, tanto máximo quanto mínimo,
aplicáveis aos créditos ao consumo com cartões de crédito.
Nesse sentido, estabeleceu-se em 12,5% a taxa das contas de poupança e contas de
ativos líquidos, e em 14,5% a taxa a pagar por depósitos a prazo e participações. O
nível máximo da taxa ativa passou de 26% para 24%, e para as operações relacionadas com o financiamento através de cartões de crédito, fixou-se como taxa máxima
29%, e como mínima 15%.
Com o objetivo de fazer consistentes os novos topes de taxas de juro do sistema
financeiro com as taxas das operações de injeção do BCV, o Diretório aprovou a
redução de 200 pontos básicos nos diferentes prazos destes instrumentos. Como
conseqüência, os novos níveis colocaram-se em 20% para um prazo de sete dias,
21% para 14 dias, e 22% para as operações a 28 dias. Pela sua parte, a taxa de juro a
cobrar pelo BCV nas suas operações de assistência creditícia através das figuras de
desconto, redesconto, adiantamento e reporto, fixou-se em 29,5%.
Começando o segundo semestre, o BCV introduz mudanças nas normas que regem
a constituição do encaixe legal, ao estabelecer que aqueles bancos de desenvolvimento que fomentarem, financiarem e promoverem atividades micro-financeiras, e
que alcançarem um índice de intermediação superior a 70%, serão favorecidos ao
poder manter um encaixe mínimo de 12% sobre o montante total da base de reserva
de obrigações netas e do saldo marginal.
Em novembro, apresentaram-se episódios pontuais de iliquidez no mercado interbancário de fundos, os quais se refletiram em aumentos progressivos dos montantes
negociados nas operações interbancárias, incremento da taxa overnight média, redução
das reservas bancárias excedentes e concentração na posse de reservas bancárias.
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Para neutralizar esta situação, o BCV decidiu reduzir em 200 pontos básicos a taxa
de encaixe aplicável ao saldo marginal, ao a levar para 23%, começando em 30 de
novembro.
Além disso, o Instituto reduz em 100 pontos básicos as taxas aplicáveis as suas operações de injeção4, para as estabelecer em 19% no prazo de sete dias, 20% para 14
dias, e 21% para 28 dias.
Após isso, nos primeiros dias de dezembro, o Diretório mudou as condições das
operações de absorção e injeção. No caso das primeiras, limitou-se a participação das
instituições financeiras5, quando elas não poderem exceder o saldo de certificados
de depósito (CD) registrado nas suas carteiras para cada prazo para o fechamento
em 27 de novembro de 2009. Em referência as operações de injeção, aprovou-se a
incorporação de novos prazos começando em 3 de dezembro: 56 dias com um juro
de 21,25%, e 90 dias a 21,5%.
15
Jan-05
Fev
Mar
Abr
Mai
Jun
Jul
Ago
Set
Out
Nov
Dez
Jan-06
Fev
Mar
Abr
Mai
Jun
Jul
Ago
Set
Out
Nov
Dez
Jan-07
Fev
Mar
Abr
Mai
Jun
Jul
Ago
Set
Out
Nov
Dez
Jan-08
Fev
Mar
Abr
Mai
Jun
Jul
Ago
Set
Out
Nov
Dez
Jan-09
Fev
Mar
Abr
Mai
Jun
Jul
Ago
Set
Out
Nov
Dez
Gráfico 2
Taxas referenciais das operações
de injeção do BCV
90 dias
56 dias
28 dias
14 dias
7 dias
Fonte: BCV.
As medidas aprovadas em matéria
de taxas de juro permitiram o
acesso ao financiamento bancário,
visando manter o estímulo ao
investimento nos setores produtivos
(…), bem como aos créditos
pessoais dirigidos à aquisição
de moradia, veículos e serviços
turísticos.
As medidas aprovadas em matéria de taxas de juro permitiram o acesso ao financiamento bancário, visando manter o estímulo ao investimento nos setores produtivos
(agrícola, pesqueiro, florestal, manufatureiro e turismo), bem como aos créditos
pessoais para a aquisição de moradia, veículos e serviços turísticos; o qual favoreceu
o acesso a bens e serviços por um setor da população venezuelana que tinha sido
excluída. De jeito complementário, o Instituto adotou diversas medidas relacionadas com as comissões e tarifas dos produtos e serviços que oferecem as instituições
financeiras aos seus clientes e ao público geral.
4 Com vigência a partir de 27 de novembro.
5 Com vigência a partir de 2 de dezembro.
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Igualmente, em matéria cambiária, continuaram-se centralizando e administrando
as reservas internacionais, o qual permitiu aprovar mensalmente o montante de
disponibilidade de divisas e facilitar o fluxo de recursos externos requerido pelos
diversos setores econômicos.
Além disso, conforme com o estabelecido na Lei do BCV, estimou-se o nível
adequado de reservas e realizaram-se os traspassos correspondentes das reservas
internacionais para o Fonden por um montante total de USD 12.999.321.946,756,
com a finalidade de contribuir com os projetos de investimento para impulsionar
o crescimento econômico, incrementar o investimento social e permitir o manejo
da dívida pública externa. Por outra parte, traspassou-se por conceito de utilidade
liquida para o Tesouro Nacional a soma de Bs. 151.082.990,71; derivados da gestão
financeira do Instituto no ano 2008.
No âmbito do Regime de Administração de Divisas, e o BCV e o Executivo Nacional
mantiveram durante o ano a paridade cambiaria de Bs. 2,1446 por dólar dos Estados
Unidos da América para as operações de compra, e de Bs. 2,1500 por dólar dos Estados Unidos da América para a venda e pagamento de dívida pública externa.
Modernização dos sistemas de pagamento
Um aspeto de interesse para o Instituto é constituído pela modernização dos sistemas de pagamento no país para os adequar aos standards internacionais, ração pela
qual se dotou com os recursos humanos, financeiros e tecnológicos necessários
para segurar a operação e funcionamento da Câmara de Compensação Eletrônica.
Dessa forma, têm-se logrado com que as transações financeiras sejam mais ágeis,
oportunas e seguras, o qual permite uma maior eficiência e qualidade dentro dos
processos internos do setor financeiro e, ao mesmo tempo, uma redução dos custos
operativos dos bancos e portanto do usuário, o qual tem contribuído decididamente
com o fortalecimento do sistema.
No ano que finaliza avançou-se nos projetos de sistemas de compensação e liquidação
de pagamentos, na culminação dos ajustes para a incorporação do serviço de troca
de imagens na Câmara de Compensação Eletrônica, na adequação dos espaços para
o armazenamento das espécies numismáticas e no sistema integrado de caixas.
No âmbito do acompanhamento contínuo efetuado aos diversos indicadores do sistema
financeiro nacional, identificaram-se a tempo certas fraquezas em algumas instituições
financeiras, que permitiram realizar alertas cedo aos organismos reguladores que
levaram posteriormente à definição e aplicação dum conjunto de medidas orientadas
ao saneamento e segurança da estabilidade do sistema bancário e de pagamentos
Consolidação do novo cone monetário
O BCV tem mantido seus esforços na transição do bolívar forte mediante a
promoção, através do Autobanco, a troca de moedas do velho cone pelas da
nova denominação, para contribuir de maneira direta com a disponibilidade
de circulante no país e segurar tanto aos comerciantes quanto aos compradores os
pagamentos e trocos exatos. Com estas atividades facilita-se o dinamismo da economia, ao colocar nas mãos do público efetivo de baixa denominação. Nesse sentido,
6 Este montante foi traspassado mediante cinco frações nas datas indicadas a seguir: 09/03, 25/03, 06/04, 26/06
e 15/10.
No ano que finaliza avançouse nos projetos de sistemas de
compensação e liquidação de
pagamentos, na culminação dos
ajustes para a incorporação do
serviço de intercâmbio de imagens
na Câmara de Compensação
Eletrônica, na adequação dos
espaços para o armazenamento
das espécies numismáticas e no
sistema integrado de caixas.
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visitaram-se 11 estados do país nos que se colocaram mais de 155 pontos de troca e têm
sido entregues mais de 11 milhões de bolívares fortes em moedas da nova família.
No referente à posta em circulação do novo cone monetário, colocaram-se notas pela
ordem de Bs. 23.160.438.902,00, representados por 931,9 milhões de peças, e moedas
por Bs. 406.132.623,08 equivalentes a 1.212,6 milhões de peças. Em referência ao
retorno do velho cone, tem-se logrado a colheita de 98,2% do valor em circulação
das notas e 30,6% das moedas.
Por outro lado, a Casa da Moeda, na sua condição de área fabril, avança na execução
de vários projetos que vão lhe permitir alcançar a total soberania produtiva das moedas e notas requeridas pela economia venezuelana para seu funcionamento. Nesse
sentido, têm-se no que tem transcorrido do ano 171,6 milhões de peças de notas
impressas, e se têm cunhado 420 milhões de peças de moedas. De igual maneira,
foram impressas 317,27 milhões de peças de espécies valoradas (passaportes, bandas
codificadas, títulos universitários e de formados no segundo grau, entre outros), isto
paralelamente com os avanços na modernização da fábrica de notas e do projeto de
bandas codificadas.
Ampliação da produção estatística
No âmbito do cumprimento das funções tradicionais de banca central, salienta também
a função de “compilar e publicar as principais estatísticas econômicas, monetárias,
financeiras, cambiárias, de preços e balança de pagamentos”. Isto tem merecido o
reconhecimento de ser uma fonte acreditada de informação em matéria econômica,
dada a quantidade, variedade e qualidade das estatísticas que o Instituto produz, o
grau de atualização das metodologias utilizadas e o altíssimo nível técnico aplicado
na sua elaboração, e todo isso sustenta a confiabilidade dos dados publicados a escala
nacional e internacional.
Esta informação permite o acompanhamento e avaliação do desenvolvimento de cada
um dos setores de interesse nacional, e facilita o assessoramento e apoio para adotar
decisões em matéria de política econômica.
No referente à posta em circulação
do novo cone monetário,
colocaram-se notas pela ordem
de Bs. 23.160.438.902,00,
representados por 931,9 milhões
de peças, e moedas por Bs.
406.132.623,08, equivalentes a
1.212,6 milhões de peças. Em
quanto ao retorno do velho cone,
tem se logrado a colheita de 98,2%
do valor em circulação das notas e
de 30,6% das moedas.
O balanço do ano salienta a concreção de vários projetos estratégicos, alguns deles
produto de convênios de cooperação interinstitucional com organismos e instituições
públicas e universidades, com os quais têm-se atualizado as bases de referência dos
programas estatísticos, a ampliação das coberturas setorial e geográfica, o incremento
da periodicidade e a adoção de mudanças metodológicas contemplados nos manuais
internacionais do Sistema de Contas Nacionais e de Balança de Pagamentos. Dessa
maneira, tem-se colocado à disposição dos usuários informação especializada para
diversas audiências: fazedores de políticas, estudantes, acadêmicos, pesquisadores,
analistas e público geral.
Como exemplo disso pode-se mencionar a IV Enquete Nacional de Orçamentos
Familiares (convênios BCV-INE-CVG-ULA); o VII Censo Agrícola Nacional (convênio BCV-Mppat); o Programa de Atualização das Estimações Macro-econômicas
II (Pracem II); a consolidação do Índice Nacional de Preços para o Consumidor
(INPC), que agora cobre todas as regiões do país; a estimação do Balanço de Capital
do setor privado financeiro e não financeiro, bem como do setor público financeiro e
não financeiro; e a Enquete sobre Estrutura de Custos do Setor Agrícola, Sub-setores
Animal e Vegetal. No conjunto destes programas, conta-se com indicadores parciais
sobre a estrutura do consumo dos lares e sobre os programas sociais do Governo.
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Igualmente, o Instituto, no âmbito do aprimoramento contínuo dos seus programas
estatísticos, orientará seus esforços o próximo ano para avançar na ampliação do
sistema de contabilidade social venezuelano, através da construção, com standards
internacionais, de indicadores estendidos de atividade econômica, bem como de
medição do bem-estar, progresso econômico e social do país.
Isso requererá um esforço sustenido e interinstitucional do Estado venezuelano nas
áreas de colheita de informação primária, desenho de indicadores e integração de
sistemas estatísticos em volta do desenvolvimento dum sistema de contas satélites ao
sistema de contabilidade social. A ampliação da base estatística integrará as dimensões
social, produtivo-distributiva, territorial e de balanço de recursos.
Dentro da concepção do “Plano do Executivo Nacional Guayana Socialista 2009-2019”,
o BCV tem trabalhado na assessoria com especialistas da Corporação Venezuelana
de Guayana e da Siderúrgica do Orinoco (Sidor) para coletar toda a informação disponível sobre o diagnóstico dos atuais sistemas contáveis, bem como a identificação
de necessidades e requerimentos de cada uma das empresas que fazem parte do plano
piloto dos setores de ferro, aço e alumínio. A finalidade deste esforço é materializar
no mediano e longo prazo um sistema de contas satélites da região Guayana, o qual
facilitará a medição de impactos do planejamento global das suas indústrias sobre os
distintos setores da economia nacional e na balança de pagamentos da Venezuela.
A importância dessa informação reside em que se poderá manejar em detalhe o relativo a cada uma das empresas da zona, além do setor energético, governo local e
regional, educação, saúde, serviços públicos, impactos em moradia e hábitat, recursos
naturais, meio ambiente, investimentos, reposição de capital, capacidade instalada e
utilizada, bem como mão-de-obra.
Com esse propósito, o BCV desenvolve uma estratégia integral que implica a habilitação de recursos organizacionais junto com a articulação de equipes de trabalho
interinstitucionais no âmbito de variados convênios de cooperação com outros organismos do Estado. A estruturação duma base empírica adequada e a geração de métodos
compartilhados que potenciem as capacidades destes equipes de trabalho permitirão
afiançar a articulação das políticas setoriais e as políticas macro-econômicas para
favorecer um maior dinamismo, sustentabilidade e equidade no processo de desenvolvimento socioeconômico.
Relações internacionais
No âmbito das relações internacionais, o Banco participou ativamente nos diversos mecanismos alternativos dispostos para consolidar o processo de integração
latino-americana e caribenha. Igualmente, procurou aprofundar as relações com as
contrapartes do país, com os organismos multilaterais e com outros organismos do
Estado. Dessa maneira, contribuiu-se decididamente com a constituição da nova
institucionalidade, com a configuração duma presencia no âmbito sub-regional,
regional e mundial, o qual tem favorecido o posicionamento da Venezuela na cena
internacional e na diversificação da sua política exterior.
O Instituto tem acompanhado os avanços dos mecanismos de integração dos países
da Aliança Bolivariana para os Povos da Nossa América (Alba), com a assinatura
do Tratado Constitutivo do Sistema Unitário de Compensação Regional (Sucre). Este
instrumento está orientado para o logro de diversos objetivos: soberania monetária
e financeira, eliminação da dependência do uso do dólar estadunidense no comercio
regional, redução de assimetrias comerciais e consolidação progressiva duma zona
O Instituto tem acompanhado
os avanços dos mecanismos de
integração dos países da Aliança
Bolivariana para os Povos da Nossa
América (Alba), com a assinatura
do Tratado Constitutivo do Sistema
Unitário de Compensação Regional
(Sucre).
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econômica de desenvolvimento compartilhado sobre a base da complementaridade
produtiva entre nações.
O BCV continua aportando para este tipo de projetos estratégicos a capacidade técnica e seu recurso humano, para lograr a coordenação necessária com o Executivo
Nacional. É por isso que os técnicos do Instituto têm assumido um grande liderança
em diversas matérias como a contável, tecnológica e no desenvolvimento de metodologias que significarão grandes aportes para o Sucre e para o Banco do Alba. Nesse
respeito, podem se referir os seguintes exemplos:
• Participação nos equipes de trabalho interinstitucionais em apoio técnico aos
coordenadores nacionais pela Venezuela nos mecanismos alternativos dispostos
para consolidar a integração regional; Sucre; Mercado Comum do Sul (Mercosul);
Associação Latino-americana de Integração (Aladi); e a Aliança Bolivariana para
os Povos da Nossa América (ALBA).
• Assessoria ao Banco do Alba em aspetos relacionados com a gestão: elaboração do
modelo integral de gestão e o processo relacionado com a contabilidade do Conselho
Monetário Regional e estruturação do Manual Contável do Sucre; assessoria na
conformação do Manual de Operações e Financiamento do Sucre; assessoria em
matéria orçamentária e participação nas reuniões técnicas (celebradas em Nicarágua,
Bolívia, Cuba, Equador e Venezuela).
• Atenção de missões internacionais provenientes do Fundo Latino-americano de
Reservas, Banco de Pagamentos Internacionais, Banco Nacional da República
Belarus e do Banco Central de Vietnam-Vietinbank, com o objetivo de fortalecer
as relações de cooperação interinstitucionais.
• Participação em eventos técnicos sobre aspetos monetários e financeiros
internacionais e seu impacto sobre o processo de integração realizados no Sistema
Econômico de Latino-américa e do Caribe (SELA), bem como na elaboração de
documentos técnicos solicitados pelo Ministério do Poder Popular para as Relações
Exteriores para sustentar a conformação da posição nacional venezuelana em
diversos foros e eventos internacionais.
O Banco propiciou uma revisão
da política de participação no
mercado interno do ouro (…)
estabeleceram-se as Normas
sobre Comercialização do
Ouro e suas Ligas , como
mecanismo para incentivar
as empresas mistas no setor
aurífero. Também, constituíramse alianças estratégicas com
distintos organismos nacionais e
internacionais.
• Preparação técnica de informes para a participação em eventos internacionais de
interesse estratégico para o Banco, a maioria deles relacionados com a vinculação
legal com organismos financeiros e monetários regionais e internacionais chave:
Banco do Sul; Reunião Geral do Banco de Pagamentos Internacionais (BIS);
Reuniões de Governadores de Bancos Centrais da América Latina e Espanha;
Reuniões dos Comitês de Alternos e de Auditoria do Cemla; Reuniões da Junta de
Governo e da Assembléia do Cemla; Reuniões Ordinárias do Diretório do FLAR;
Reuniões de Primavera e Anuais do Comitê Monetário e Financeiro Internacional
(CMFI) do Fundo Monetário Internacional (FMI), do Banco Mundial e do Grupo
dos 24 (G-24).
Ordenamento do setor aurífero
Visando aproveitar o potencial do setor aurífero para o desenvolvimento socioeconômico regional e nacional, e ao mesmo tempo com o objetivo de fortalecer as
reservas internacionais, o Banco propiciou uma revisão da política de participação
no mercado interno do ouro. Isto através do incentivo aos investimentos produtivos,
à criação de novas fontes de trabalho nesse setor e ao desenvolvimento da atividade
transformadora, bem como mediante o apoio ao seu reordenamento.
MENSAGEM DE FIM DE ANO DO PRESIDENTE dezembro 2009
PÁG. 18
Em conseqüência, estabeleceram-se as Normas sobre Comercialização do Ouro e suas
Aleaçoes7, como mecanismo para incentivar as empresas mistas no setor aurífero.
Igualmente, constituíram-se alianças estratégicas com distintos organismos nacionais e
internacionais, através de mesas de trabalho com organismos públicos, como: Serviço
Nacional Integrado de Administração de Alfândega e Tributária (Seniat), Ministério
do Poder Popular para as Indústrias Básicas e Mineração (Mppibam), Ministério do
Poder Popular para o Trabalho (MPPT), Ministério do Poder Popular para o Ambiente
(Mppamb), Guardia Nacional / Direção de Resguardo Nacional Mineiro, Escritório
do Governador do estado Bolívar e prefeituras do estado Bolívar.
Em quanto às alianças internacionais, fizeram-se missões bem sucedidas nos seguintes países: Turquia, Suíça, Itália, França e a República Checa. Neles realizaram-se
reuniões de alto nível com representantes da banca central, e com organismos relacionados com a atividade aurífera, tais como consórcios de joalheria e ourivesaria,
institutos educativos e de formação, bem como institutos de certificação de ouro.
Nesta ordem de idéias, o Diretório do BCV, segundo ata N° 4.122 de 23 de outubro
de 2008, designou o ano 2010 como o “Ano do Ouro” no âmbito do Bicentenário
da Declaração da Independência, 70° aniversário do BCV e 25° aniversário do Departamento do Ouro do BCV. Na celebração do “Ano do Ouro”, o Instituto começou
desenvolver uma agenda de ações que têm o objetivo de salientar a trajetória que
o recurso aurífero tem para o país e mais especificamente para o BCV, mediante a
difusão para o público geral das diversas atividades econômicas, sociais e culturais
do setor, e a incorporação de atores fundamentais, tais como os pequenos e medianos
produtores, bem como as associações e cooperativas de ourives.
A sociedade e o Banco Central
Durante o ano 2009, o BCV conseguiu avançar na ampliação do âmbito das contribuições à sociedade venezuelana em virtude do compromisso social que tem
com a população, do seu interesse na preservação e difusão da memória histórica e
patrimonial da Nação, e naquelas associadas à sua relação interinstitucional com os
poderes públicos nacionais.
No âmbito do compromisso social, o Banco imprimiu-lhe um esforço especial ao
fortalecimento das capacidades institucionais e ao desenvolvimento duma agenda de
eventos focalizados nas áreas educativa, institucional, cultural e social. Nesse sentido,
contribuiu-se com o fortalecimento de mecanismos de criação e desenvolvimento de
redes de economia social e formas associativas de produção social que promoveram
o bem-estar geral e a igualdade de oportunidades.
Em referência às contribuições político-institucionais, o Banco centrou-se na difusão do conhecimento, acompanhamento e estudo do acontecer econômico e as suas
tendências, bem como na difusão das decisões adotadas no âmbito do processo de
apresentação de contas à sociedade venezuelana. Isto implicou manter mecanismos
de comunicação fluídos e de relações com diferentes auditórios, com os poderes
públicos e instâncias de controle.
Falando agora das contribuições sociais, o Banco realizou uma série de contribuições à população como parte essencial do seu desempenho como órgão do Estado,
e procurou a atenção de requerimentos das comunidades e organizações populares,
7 Resolução N° 09-06-03, Convênio Cambiário N° 12.
MENSAGEM DE FIM DE ANO DO PRESIDENTE dezembro 2009
PÁG. 19
a assistência social integral para pessoas naturais de escassos recursos econômicos,
bem como a conformação duma consciência econômica na população, através da
formação, capacitação e divulgação do conhecimento socioeconômico.
Para o exercício desse objetivo, o Instituto ampliou os seus esforços orientados
para o fortalecimento das capacidades institucionais das universidades nacionais e
de diversos organismos do setor público, mediante a geração, discussão e troca de
conhecimento e na sua interação com os fazedores de políticas. O fortalecimento
das ações formativas e de divulgação nos diferentes níveis de educação incluem os
programas didáticos dedicados às crianças e jovens, visitas guiadas às instalações do
Instituto e programas de estágio, bem como o subministro de material bibliográfico
impresso e eletrônico para grupos especializados, público geral e através da participação em férias educativas e de livros, com o objetivo de divulgar o acervo editorial
do organismo emissor.
No âmbito institucional, fez-se um esforço para subministrar informação especializada relacionada com os produtos institucionais que se dispõem para a adequada
interpretação das políticas e dos indicadores econômicos. Isto foi logrado através de
diferentes meios: workshops, conferências, seminários, reuniões particulares com
grupos específicos de organismos e instituições do Estado.
De igual maneira, atenderam-se os requerimentos dos cidadãos sobre informação
pública relativa ao BCV, e através da Oficina de Atenção Cidadã canalizaram-se
aqueles que se encontraram dentro das atribuições do Instituto ou se encaminharam
para outros organismos do Estado. Nesse sentido, desenvolveram-se iniciativas
próprias ou formuladas pela comunidade organizada que promovem o exercício da
participação cidadã.
Sobre as contribuições culturais, o BCV realizou uma série de contribuições dirigidas
à promoção da difusão da cultura popular e o fomento do conhecimento dos valores
históricos patrimoniais da Nação que ficam em custódia do Instituto. Nesse sentido, o
organismo emissor:
• Promoveu na população atividades didático-recreativas, culturais e de difusão do
conhecimento sobre o acervo histórico-patrimonial custodiado pelo BCV.
• Apresentou a coleção plástica no Centro Cultural Salvador de la Plaza e expressões
musicais populares e artísticas na Plaza Juan Pedro López.
• Difundiu o patrimônio institucional, representado pelos bens culturais
e de conhecimento que tem o Banco Central, particularmente as obras
de arte de conteúdo nacional e universal; as jóias do Libertador, a coleção
numismática, entre outras, que ficam acessíveis para todos os venezuelanos como
instrumentos de crescimento e desenvolvimento pessoal e profissional.
(…) O Banco fez uma série de
contribuições à população como
parte essencial do seu desempenho
como órgão do Estado, e procurou
a atenção de requerimentos das
comunidades e organizações
populares.
Menção especial merecem a gestão de comunicação e a política editorial. No caso
da primeira, desenvolveu-se um fluxo informativo sobre a atuação institucional dirigido às trabalhadoras e trabalhadores do Banco, bem como para diversas audiências
(profissionais, docentes, pesquisadores, estudantes e público geral), mediante o uso
de recursos e médios comunicacionais tradicionais e alternativos. Em quanto à segunda, centrou-se em fortalecer a produção mediante a ampliação da sua oferta para
o público especializado e para os leitores infantis, com o qual se contribuiu com o
estudo, a pesquisa e a difusão de temas econômicos, sociais e culturais.
MENSAGEM DE FIM DE ANO DO PRESIDENTE dezembro 2009
PÁG. 20
Em 2009, a economia mundial declinou 1,1% comparada com um aumento de 3%
em 2008, produto da recessão mais profunda experimentada desde a Segunda Guerra
Mundial. Este comportamento é associado com a forte destruição de empregos, as
restrições na intermediação financeira e a contração do comércio mundial nos dois
últimos anos, que têm afetado o consumo e as exportações.
II/
síntesE econÔmica
internacional
As dúvidas remanentes sobre a recuperação têm levado à prolongação das medidas de
estímulos fiscal e monetário. Ao mesmo tempo, as escassas expectativas inflacionárias têm afastado o horizonte de taxas de juro baixas até finais de 2010, e as medidas
monetárias não convencionais têm-se estendido, enquanto se mantém o esforço para
recuperar de maneira gradual a saúde do sistema financeiro nas economias desenvolvidas. Nesse âmbito, o G-20 se opus a um retiro prematuro dos estímulos acordados,
até uma melhor cena não se afiançar.
Porém, a partir do terceiro trimestre, retoma-se o caminho de crescimento nas economias
desenvolvidas, excetuando o Reino Unido, pelo efeito das medidas fiscais e monetárias
tanto convencionais quanto não convencionais que de maneira coordenada começaramse aplicar no final de 2008, e que depois foram ampliadas em 2009 em várias reuniões
do G-20. No entanto, nos países não desenvolvidos, a recuperação chegou mais cedo
do que nos avançados, por eles contarem com uma menor exposição financeira e uma
maior fortaleza macro-econômica. Salientam os casos da China e da Índia, que viram
acelerar seu ritmo de crescimento no começo do segundo semestre.
Na China, os estímulos fiscais têm elevado o aporte do investimento ao PIB, e o consumo
tem-se reanimado. Ao mesmo tempo, a recuperação deste país e da Índia tem alentado as
exportações, particularmente de matérias primas, de outros países em desenvolvimento,
os quais têm-se apoiado nesta via para retomar o ciclo expansivo.
Segundo a Cepal, as economias da América Latina se contraíram no seu conjunto
1,8% em 2009, excetuando Brasil, Peru e Uruguai que apresentam sinais positivas.
Em 2010, a região poderia crescer 4,1%. Pela sua parte, o risco-país latino-americano
medido pelo diferencial EMBI Plus descendeu por volta de 380 pontos básicos, desde
um nível de 694 para fechar 2008.
Embora a discussão sobre uma nova borbulha mundial pelo forte incremento dos preços
dos ativos de maior retorno como aqueles de renda variável, instrumentos soberanos
emergentes, valores financeiros de matéria prima e imóveis na China não é concluinte,
poderia persistir nos mercados internacionais algum temor pelas conseqüências de
manterem em níveis muito baixos o custo do dinheiro na maioria das economias8.
No entorno de flexibilidade monetária, manutenção de estímulos fiscais e baixa aversão ao risco, o preço do ouro alcançou novos máximos, impulsionado pelas compras
de bancos centrais. Por outro lado, o dólar debilitou-se marcadamente contra uma
cesta de moedas, devido aos menores diferenciais de taxas de juro com respeito a
outras divisas e a um processo gradual de recomposição global de carteira pela parte
dos bancos centrais e fundos soberanos de riqueza.
8 Efetivamente, as taxas de juro da Reserva Federal estão entre 0% e 0,25%. O Banco do Japão têm-nas em 0,10%.
Pelo seu lado, o Banco Central Europeu cortou as suas taxas desde 2,5% para o fechamento de 2008 até 1%
vigente a partir de maio de 2009. Igualmente, o Banco da Inglaterra reduz sua taxa marcadora desde 2% para o
fechamento de 2008 para 0,5% em março. Nos países emergentes, observou-se uma tendência similar.
Em 2009, a economia mundial
declinou 1,1% na frente dum
aumento de 3% em 2008,
produto da recessão mais
profunda experimentada desde
a Segunda Guerra Mundial. Este
comportamento está associado
à forte destruição de empregos,
às restrições na intermediação
financeira e à contração do
comércio mundial nos dois últimos
anos que têm afetado o consumo e
às exportações.
MENSAGEM DE FIM DE ANO DO PRESIDENTE dezembro 2009
PÁG. 21
Mercado petroleiro
No ano que finaliza, os preços marcadores no mercado petroleiro internacional têm-se
recuperado de vagar, após a crise econômica global trazer um abrupto desabamento deles. Efetivamente, após o cru marcador estadunidense West Texas Intermediate (WTI)
registrar um preço mínimo de fechamento em dezembro de 2008 (USD/b 33,87), em
outubro de 2009 alcançou um novo máximo de doze meses (USD/b 81,37).
Embora a média do preço de 2009 é USD/b 61,719, é 38,2% menor do que aquele
observado em 2008 (USD/b 99,75), porque tem prevalecido a incerteza em volta à
solidez da recuperação das variáveis fundamentais do mercado, especialmente nos
países desenvolvidos. Por isso, continua vigente a tese de que a participação dos atores
especulativos é determinante no processo de formação de preços.
Segundo cifras da Agência Internacional de Energia (AIE), a demanda global de
petróleo diminuirá em 2009, pelo segundo ano consecutivo10, para 84,9 milhões de
barris diários (mbd). Este declive (1,4 mbd), mais pronunciado do que aquele registrado em 2008 (0,2 mbd), atinge o menor consumo dos países pertencentes à OCDE
(2,1 mbd), que tem sido neutralizado com o incremento, embora mais moderado do
que em anos anteriores, da demanda proveniente dos países emergentes (0,6 mbd).
Embora a AIE prevê um crescimento para o quarto trimestre de 2009, pela primeira
vez desde o segundo trimestre de 2008, ele será motorizado por este último grupo
de países.
O esforço coordenado dos países
da OPEP tem contribuído a
restabelecer o balanço do mercado.
Não obstante, os inventários, que
atualmente colocam-se em 59,4
dias de cobertura de demanda
futura, estão por cima da média dos
últimos cinco anos.
No âmbito do deterioro econômico global, que levou para uma substancial destruição
de demanda, os países membros da OPEP orientaram-se para reduzir o excesso de
oferta existente no mercado e evitar que os preços caírem por baixo dum nível que permita sustentar os investimentos que garantirem o subministro de energia no mediano
e no longo prazo. Nesse sentido, o mais recente dos cortes acordados pelo grupo de
produtores, vigente desde 1 de janeiro de 2009, consistiu em diminuir sua produção
em 4,2 mbd, equivalentes a um tope de produção de 24,85 mbd. Se bem é certo que
nos meses recentes a OPEP tem incrementado sua produção até 26,61 mbd, segundo
os dados mais recentes, ainda não alcançou os níveis registrados em 2008.
O esforço coordenado dos países da OPEP tem contribuído para restabelecer o balanço
do mercado. Não obstante, os inventários, que atualmente se colocam em 59,4 dias
de cobertura de demanda futura, estão por cima da média dos últimos cinco anos.
9 Para 24/12/09.
10 Desde 1982-1983 não se registrava uma redução da demanda global em dois anos sucessivos.
MENSAGEM DE FIM DE ANO DO PRESIDENTE dezembro 2009
PÁG. 22
III/
Resultados
macro-econômicos
nacionaIs
Setor real e emprego
Segundo estimações realizadas pelo Banco Central da Venezuela, o produto interno
bruto (PIB) experimentou, em termos reais, uma contração desde o último ano de
2,9% em 2009. Este resultado constitui a primeira queda que apresenta o PIB após
cinco anos de crescimento.
O menor nível de atividade econômica observou-se particularmente no setor petroleiro, cujo valor agregado se reduz para uma taxa anual de 6,1%, como conseqüência dos cortes de produção implementados pela OPEP, no âmbito de fraqueza da
demanda energética, produto da crise econômica global. Estas medidas implicaram
uma diminuição de 6,3% na extração de cru e gás natural, e de 5,1% na refinação de
petróleo pela parte do setor público.
O setor não petroleiro registrou um decrescimento de 1,9%, associado, fundamentalmente, às contrações experimentadas pelo valor agregado bruto (VAB)
das atividades manufatura (7,2%), comércio e os serviços de reparação (8,2%)
e transporte e armazenamento (8,5%). Entre os fatores que incidiram nestes resultados salientam o enfraquecimento da demanda agregada, a incerteza
em quanto à recuperação da economia mundial e a contração registrada pelas importações durante o ano, particularmente no terceiro e quarto trimestre.
Neste último incidiu a menor oferta de divisas pela parte de Cadivi, organismo que adotou
em 2009 uma política mais austera de administração dos recursos externos perante
o declive que sofreram os ingressos por exportações do país.
Em contraste com estes resultados, deve se salientar o acelerado ritmo de crescimento
que manteve o setor comunicações (10,1%), bem como os avanços registrados pela
construção (3,1%), eletricidade e água (4,6%), e os serviços comunitários sociais e
pessoais (3,1%).
Neste âmbito, as atividades não negociáveis diminuíram levemente no ano (0,8%),
enquanto o valor agregado das negociáveis se contraiu-se em 5,1%.
Desde o ponto de vista institucional, o setor público mostrou um maior dinamismo
do que o privado ao registrar um incremento anual de 1,3%, impulsionado em parte
pelos processos de nacionalização feitos pelo Governo Nacional, especificamente em
atividades relacionadas com a siderúrgica (Sidor), empresas cimenteiras, bem como
no setor financeiro. Assim, a participação do setor público no PIB ascendeu em 2009
para 30,3%, desde 29% no ano anterior. Dentro do setor público destacou o aumento dos
serviços de Governo geral (2,2%), comunicações (15,4%) e eletricidade e água.
Ao analisar os resultados do PIB desde o enfoque da demanda, observou-se uma
redução de 2,6% no consumo final privado, situação que obedece, principalmente,
à queda do ingresso real, o aumento do desemprego e a menor disposição ao gasto
dos lares. Pela sua parte, a formação bruta de capital fixo (FBCF) contraiu-se para
uma taxa anual de 7,6%, afetada pelas maiores restrições na entrega de divisas que
incidiram no componente importado do investimento e pelo deterioro nas expectativas
sobre o desempenho macro-econômico.
(…) A participação do setor
público no PIB aumentou em 2009
para 30,3%, desde 29% no ano
anterior. No setor público destacou
o aumento dos serviços de Governo
geral (2,2%), comunicações
(15,4%) e eletricidade e água
(4,6%).
MENSAGEM DE FIM DE ANO DO PRESIDENTE dezembro 2009
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Quadro 1
Indicadores do setor real
(Variação anual)
A preços de 1997
2009/2008(*)
2008/2007
Produto interno bruto
Atividades petroleiras
Atividades não petroleiras
Mineração
Manufatura
Eletricidade e água
Construção
Comércio e serviços de reparação
Transporte e armazenamento
Comunicações
Instituições financeiras e seguros
Serviços imobiliários, empresariais e de aluguel
Serviços comunitários, sociais e pessoais
e produtoras de serv. priv. não lucrativos
Produtores de serviços do Governo geral
1/
Resto
Menos: SIFMI
2/
Impostos netos sobre os produtos
Desemprego3/
Inflação
4/
Núcleo inflacionário
5/
(2,9)
(6,1)
4,8
2,5
(1,9)
(10,2)
(7,2)
4,6
3,1
(8,2)
(8,5)
10,1
(3,5)
(1,7)
5,1
(4,2)
1,4
5,7
3,7
4,6
3,8
18,2
(4,6)
2,7
3,1
2,2
9,5
5,3
0,1
5,6
(1,9)
(8,5)
(6,6)
5,0
8,0
7,4
23,0
27,6
27,6
28,6
(*) Cifras estimadas.
1/ Inclui agricultura e restaurantes e hotéis.
2/ Serviços de intermediação financeira medidos indiretamente.
3/ Média do período janeiro-novembro.
4/ Variação acumulada do INPC para o período janeiro-novembro.
5/ Variação acumulada do núcleo do INPC para do período janeiro-novembro.
Fonte: BCV e INE.
Em quanto ao consumo final do Governo, registrou um aumento de 2,1% no ano.
Este comportamento é associado com a orientação contra-cíclica da gestão fiscal no
âmbito duma estratégia prudente de manejo das finanças públicas.
É bom salientar que durante 2009 as importações de bens e serviços descenderam
19,7%, o qual contrastou com o incremento de 3,8% observado no ano anterior. A
redução das importações é um fator chave nas contrações registradas tanto no consumo
privado quanto no investimento doméstico.
Igualmente, registrou-se um enfraquecimento da demanda externa, que caiu 9,8%
no período. Este desempenho negativo deve-se a um descenso tanto nas exportações
petroleiras quanto nas não petroleiras.
MENSAGEM DE FIM DE ANO DO PRESIDENTE dezembro 2009
PÁG. 24
Quadro 2
Produto interno bruto real
Enfoque da demanda
(Variação %)
A preços de 1997
2009/2008(*)
2008/2007
1) Consumo
(1,8)
7,0
Público
2,1
6,7
Privado
(2,6)
7,1
2) Formação bruta de capital fixo
3) Demanda agregada interna
(7,6)
(8,1)
(3,3)
5,5
4) Exportações
(9,8)
(2,7)
5) Importações
(19,7)
3,8
(*) Cifras estimadas.
Fonte: BCV.
A queda evidenciada na atividade econômica não petroleira repercutiu desfavoravelmente no mercado laboral, ao se observar, pela primeira vez após cinco anos, um
aumento na desocupação. Segundo cifras oficiais do Instituto Nacional de Estatística
(INE), a taxa de desemprego promediou 8% nos primeiros 11 meses do ano, o qual
representou um incremento de 0,6 pontos porcentuais comparado com a taxa média
apresentada em 2008.
Gráfico 3
Taxa de desocupação
(média trimestral)
25
20
15
10
Set
Mar-09
Set
Mar-08
Set
Mar-07
Set
Mar-06
Set
Mar-05
Set
Mar-04
Set
Mar-03
Set
Mar-02
Set
Mar-01
Set
0
Mar-00
5
Fonte: INE
Considerando à composição da força de trabalho por setores institucionais, os processos de nacionalização realizados em 2009 deram passo a um novo reponte do
emprego público. Esta situação permitiu que a participação do setor público sobre
o total da população ocupada se incrementasse em 1,1 pontos porcentuais, para se
colocar em 19% para o fechamento do terceiro trimestre de 2009.
MENSAGEM DE FIM DE ANO DO PRESIDENTE dezembro 2009
PÁG. 25
As atividades econômicas que durante o período janeiro-setembro apresentaram
maiores quedas em termos absolutos nos seus níveis de ocupação, foram construção
(40.266 empregos) e manufatura (10.614 empregos). Por outro lado, o pessoal ocupado
no setor comércio apresentou um aumento neto de 44.257 trabalhadores.
As remunerações nominais medidas através do Índice de Remunerações (IRE), calculado pelo BCV, subiram para uma taxa anual de 22,2% para o fechamento do terceiro
trimestre de 2009. No entanto, o salário mínimo colocou-se em Bs. 959,08, após o
Executivo Nacional decretar dois alças pontuais de 10%, as quais implementaram-se
nos meses de maio e setembro.
Preços
O índice nacional de preços ao consumidor (INPC) registrou durante o período janeironovembro de 2009 uma variação acumulada de 23%, cifra que significou uma diminuição de 4,6 pontos porcentuais (pp) em relação com o registro de similar período de
2008. O núcleo inflacionário também reduz seu ritmo de crescimento em relação com
o observado no ano prévio, embora sua taxa de aumento manteve-se por cima daquela
do INPC, ao apresentar em novembro um incremento acumulado de 27,6%11.
A desaceleração observada nestes indicadores esteve determinada, entre outros fatores,
pelo menor dinamismo que apresentou a demanda agregada interna ao longo do ano,
as políticas governamentais orientadas a garantir a segurança alimentar e as condições
climáticas que fizeram possível uma oferta abundante de alguns bens agrícolas durante o primeiro semestre de 2009. Neste sentido, destacou o avanço relativamente
moderado mostrado pelos preços dos alimentos e as bebidas não alcoólicas, agrupação
que subiu 18,3% no período, um comportamento que contrastou com o alta de 36%
observada em 2008.
Não obstante, cabe salientar que diversos fatores continuaram gerando pressões inflacionárias, entre os que destacam: (1) a ampliação da brecha cambiária; (2) a inércia
inflacionária, associada com os níveis de inflação passada e com as expectativas sobre
a evolução futura desta variável; e, (3) a contração da oferta doméstica, especialmente
aquela de produtos manufaturados. Adicionalmente, o incremento da alíquota do IVA,
de 9% para 12%, em vigência a partir de abril de 2009, incidiu de maneira pontual no
nível de preços e evitou uma maior diminuição da inflação durante o ano.
Neste contexto, o Executivo Nacional realizou um conjunto de medidas visando
neutralizar as pressões altistas sobre os preços, entre as quais podem se mencionar:
• A manutenção duma política de subsídios para produção de alguns rubros
agrícolas.
• A aprovação do Plano Excepcional de Desenvolvimento para a Construção,
Reabilitação e Consolidação da Infra-estrutura Agrária e Rural e Impulso Agrícola
no território nacional todo durante o exercício fiscal 2009.
• A aprovação do VII Plano Excepcional para o Fornecimento de Alimentos da Cesta
Básica, matéria prima para a elaboração de alimentos e outros produtos alimentares
de primeira necessidade.
11 O núcleo inflacionário é um indicador que isola da cesta do INPC os bens e serviços cujos preços apresentam uma
grande volatilidade (bens agrícolas), e os bens e serviços cujos preços são administrados e/ou controlados.
MENSAGEM DE FIM DE ANO DO PRESIDENTE dezembro 2009
PÁG. 26
Gráfico 4
Indicadores de preços ao consumidor
(variação anual)
45
40
36
35
30
28,6
26,2
25
20
15
10
IPC AMC
Set
Nov
Jul
Mai
Mar
jan-09
Set
Núcleo inflacionário IPC-AMC
Nov
Jul
Mai
Mar
Nov
jan-08
Jul
Set
Mai
Mar
Nov
jan-07
Jul
Set
Mai
jan-06
0
Mar
5
INPC
Fonte: BCV.
Um outro elemento que coadjuvou com a mitigação da dinâmica inflacionária foi a
manutenção da política de administração e controle de preços iniciada em fevereiro
de 2003. Durante 2009, esta política caracterizou-se por realizar um menor número
de ajustes nos preços dos produtos controlados e por decretar reduções nos preços de
bens como a leite em polvo, o pão de sanduíche e as massas alimentícias.
Todo isso permitiu com que os produtos controlados exibirem até novembro uma
variação acumulada de 19,1%, ao se colocar desta forma por baixo do incremento
observado em similar período de 2008 (24,4%), e do registro que amostraram os bens
e serviços não controlados (26,6%).
Quadro 3
Ajustes na política de administração e controle de preços 2009
Gazeta
Oficial N°
Data
Matéria
39.160
17 Abr
Estabelecimento do PMVP da leite em polvo em todos seus tipos, apresentações,
modalidades e denominações comerciais.
Estabelecimento dos PMVP do milho branco, milho amarelo, pão de trigo branco normal de
sanduíche e massas alimentícias elaboradas com mistura de trigo.
39.168
24 Abr
Ajuste das tarifas máximas do serviço de transporte terrestre público em rotas suburbanas e
interurbanas.
39.205
22 Jun
Estabelecimento do PMVP da açúcar nas suas diferentes apresentações.
Estabelecimento do PMVP da leite pasteurizada em todas as suas apresentações,
modalidades e denominações comerciais.
Estabelecimento do PMVP do queijo branco duro, semiduro e pasteurizado em todas suas
modalidades, apresentações e denominações comerciais.
Estabelecimento dos PMVP do óleo de milho, óleo misturado, óleo de girasol e sardinha em
lata.
39.208
26 Jun
Estabelecimento deo PMVP do arroz branco de mesa e da farinha de milho pré-cozida.
39.254
01 Sep
Estabelecimento dos PMVP do molhode tomate envasada, sardinha em pesqueiro, café em
grão e café moído em todas suas apresentações.
PMVP: Preço máximo de venta ao público.
Fonte: Gazetas Oficiais.
MENSAGEM DE FIM DE ANO DO PRESIDENTE dezembro 2009
PÁG. 27
Ao analisar o comportamento inflacionário por tipo de bem, observou-se que, até
novembro de 2009, os bens negociáveis e os não negociáveis exibiram taxas de inflação acumulada similares de 23% e 22,8% respectivamente, as quais resultaram, em
ambos os casos, inferiores às registradas em similar período de 2008 (30% e 24,1%).
O menor incremento dos negociáveis respondeu, essencialmente, à desaceleração
experimentada pelos preços dos alimentos e bebidas não alcoólicas, no entanto, no
caso dos não negociáveis influi de maneira importante o menor aumento de preços
observado na agrupação “restaurantes e hotéis”, cuja taxa de variação diminui de
38,1% em 2008 para 27,4% em 2009.
Por domínios de estudo, Caracas e Mérida foram as cidades com maiores taxas de inflação, ao registrar até novembro variações de 25,2% e 25,1%, níveis que superaram em
2,2 e 2,1 pontos porcentuais à média nacional. Pela sua parte, o domínio que mostrou o
menor incremento de preços foi “Resto Nacional”, com uma variação de 21,3%12.
O índice de preços por atacado (IPA) registrou no período uma taxa de variação acumulada de 24%, na frente do incremento de 27,7% registrado em 2008. Comparado
com o ano anterior, o comportamento do IPA esteve determinado, principalmente, pela
evolução dos preços dos bens importados, os quais foram influenciados pelas maiores
restrições de Cadivi para a entrega de divisas, razão pela qual passaram de ter uma taxa
de variação de 17,3% em 2008, para uma de 37,3% em 2009. Pela sua parte, o encarecimento dos bens nacionais foi de 26,5%, valor que se coloca em 8 pontos porcentuais
por baixo do registro amostrado em similar mês do ano precedente (34,5%).
No que respeita ao índice de preços para o produtor da indústria manufatureira privada,
mostrou em novembro uma desaceleração de 0,3 pontos porcentuais na sua taxa de
variação entre anos, com o qual sua ascensão colocou-se em 26%.
Gráfico 5
Índice de preços ao consumidor por domínio de estudo
(variação acumulada a novembro)
26
25
24
23
22
21
Fonte: BCV and INE.
12 Este domínio agrupa cidades médias e pequenas, bem como a zona rural do país.
MENSAGEM DE FIM DE ANO DO PRESIDENTE dezembro 2009
PÁG. 28
Resto Nacional
Maracaibo
Ciudad
Guayana
Nacional
Valencia
Barcelona-Pto la
Cruz
San Cristóbal
Maturín
Barquisimeto
Maracay
19
Mérida
20
Caracas
Ao analisar o comportamento
inflacionário por tipo de bem,
observou-se que até novembro de
2009, os bens negociáveis e os
não negociáveis exibiram taxas de
inflação acumulada similares, de
23% e 22,8% respectivamente, as
quais resultaram, em ambos os
casos, inferiores às registradas em
similar período de 2008 (30%
e 24,1%).
Balança de pagamentos
Cifras preliminares refletiram um saldo na balança de pagamentos de USD -11.027
milhões (5,5% do PIB). Este resultado desenvolveu-se num âmbito internacional desfavorável, no qual os efeitos da crise econômica mundial ainda podem se sentir, o qual
pressionou inicialmente à baixa dos preços internacionais das matérias primas.
Quadro 4
Balança de Pagamentos1/
Resumo Geral
(Milhões de US$)
2009(*)
2008(*)
Conta Corrente
Saldo em Bens
Exportações de Bens F.O.B.
Petroleiras
Não Petroleiras
Importações
Saldo em Serviços
Saldo em Renda
Transferências Correntes
12.416
22.436
60.936
57.610
3.326
(38.500)
(7.511)
(2.185)
(324)
37.392
45.656
95.138
89.128
6.010
(49.482)
(8.354)
698
(608)
Conta Capital e Financeira
Investimento Direto
Investimento de Carteira
Outro Investimento
(18.900)
(6.292)
7.065
(19.673)
(24.820)
(924)
3.046
(26.942)
(4.543)
(3.297)
(11.027)
9.275
11.027
(9.275)
11.588
(9.456)
Erros e Omissões
Saldo em Conta
Corrente, Capital e Financeira
Reservas
Ativos
2/ e 3/
Passivos
(561)
181
(*) Cifras preliminares. As estimações de 2009 incluem projeções do fechamento do IV trimestre do ano.
1/ Elaborada segundo os lineamentos da V edição do Manual de Balança de Pagamentos do FMI.
2/ Um sinal positivo indica uma diminuição do ativo ou aumento do passivo correspondente.
3/ Exclui ajustes por variações de tipos de câmbio, preços e atualização contável nos Balanços do BCV.
Fonte: BCV.
O saldo em conta corrente foi de USD 12.416 milhões (6,2% do PIB). Este resultado,
que mostra uma contração de 66,8%, esteve associado com a queda das exportações
petroleiras, que se colocaram em USD 57.610 milhões na frente dos USD 89.128
milhões registrados em 2008. As exportações petroleiras estiveram determinadas pela
queda em volumeis (3,6%) e na média de preço da cesta venezuelana (32,7%). Cabe
salientar que a redução dos volumeis exportados obedece aos cortes de produção
acordados pela OPEP para cada um dos seus países membros.
As exportações não petroleiras colocaram-se em USD 3.326 milhões, o qual representou uma diminuição de 44,7% comparado com 2008, nos setores público e privado,
especialmente das empresas produtoras de metais comuns, sustâncias e produtos
químicos e produtos de cauchos, entre outros.
MENSAGEM DE FIM DE ANO DO PRESIDENTE dezembro 2009
PÁG. 29
As importações alcançaram um nível de USD 38.500 milhões ao se evidenciar uma
diminuição de 22,2% durante 2009, o qual obedeceu, principalmente, ao declive que
mostrou o setor privado (26%).
O saldo da conta financeira esteve sustentado na conta outro investimento (USD
-19.673 milhões), onde se refletiu um aumento dos ativos públicos no ano associado
à atividade petroleira. O setor privado não financeiro incrementou seus depósitos,
perante três novas emissões de títulos públicos no ano, que ampliaram o mercado
secundário de valores entre residentes e não residentes.
No entanto, os fluxos agregados de investimento direto originaram um déficit de
USD 6.292 milhões, associado com um aumento dos ativos da indústria petroleira
por conceito de facturas por cobrar às suas filiais do exterior, e uma diminuição
dos passivos na frente dos investidores diretos no país, trás a aquisição pelo Estado
venezuelano de empresas de capital estrangeiro nos setores siderúrgico, financeiro
e do cimento.
No referente à conta investimento de carteira, seu saldo de USD 7.065 milhões
explica-se pela liquidação de ativos do Governo e instituições financeiras privadas,
e pelo incremento dos passivos em títulos dos setores petroleiro e Governo.
O resultado da balança de pagamentos permitiu acumular um nível estimado de reservas
internacionais brutas do BCV para 31 de dezembro de 2009 de USD 35.011 milhões.
Setor monetário e financeiro
O comportamento do mercado monetário em 2009 esteve marcado pela desaceleração
do ritmo de crescimento dos agregados. Efetivamente, informação provisional para
o mês de dezembro reporta uma taxa de crescimento da liquidez monetária nominal
(M2) de 19,5%, inferior à variação média do ano prévio (25,1%), e à correspondente
ao primeiro semestre de 2009 (29,1%). Em termos reais este agregado experimentou,
para 18 de dezembro, uma queda de 4,6%.
Gráfico 6
Liquidez monetária nominal e real
(variação entre anos)
90
70
50
30
19,5
10
-4,6
-30
jan-05
Fev
Mar
Abr
Mai
Jun
Jul
Ago
Set
Out
Nov
Dez
jan-06
Fev
Mar
Abr
Mai
Jun
Jul
Ago
Set
Out
Nov
Dez
jan-07
Fev
Mar
Abr
Mai
Jun
Jul
Ago
Set
Out
Nov
Dez
jan-08
Fev
Mar
Abr
Mai
Jun
Jul
Ago
Set
Out
Nov
Dez
jan-09
Fev
Mar
Abr
Mai
Jun
Jul
Ago
Set
Out
* Nov
** Dez
-10
M2 real
* À semana de 27/11
**À semana de 11/12
Fonte: BCV.
MENSAGEM DE FIM DE ANO DO PRESIDENTE dezembro 2009
PÁG. 30
M2 nominal
Embora o crescimento do multiplicador monetário, a evolução da liquidez ficou determinada pela desaceleração da base monetária. Um fator determinante neste resultado
foi a menor incidência das operações do setor público13, vinculado principalmente
com as colocações de dívida pública nacional realizadas ao longo do ano. A ação
monetária do BCV foi expansiva em Bs. 11.825 milhões, contrário ao efeito neto
das suas intervenções durante 2008, igualmente houve uma menor desmonetização
através das ventas netas de divisas.
Em 2009, as taxas de juro responderam às modificações estabelecidas pelo BCV em
quanto aos topes legais. Nesse aspecto, a taxa média aplicada sobre as operações
ativas dos bancos universais e comerciais colocou-se para 18 de dezembro em 18,8%,
3,4 pontos porcentuais por baixo do seu nível no ano prévio. Pela sua parte, as taxas
dos depósitos de poupança e de prazo situaram-se para 18 de dezembro em 12,6% e
14,9%, 2,4 e 2,5 pontos porcentuais menores ao fechar de 2008, respectivamente.
Gráfico 7
Taxas de juros
Banca comercial e universal
Revisão do tope mínimo
nas contas de poupança de 14%
para 12,5% , DPF de 16% para
14,5% e TC de 31% para 29%
(%)
28
26
24
Início da
regulação
de taxas
22
20
Revisão do tope mínimo
nas contas de poupança de
10% para 13% e DPF de 11%
para 14%
18
16
14
12
10
8
6
Revisão do tope mínimo
nas contas de poupança de 13% para 15% e DPF de 14% para 17%
2
jan-05
Fev
Mar
Abr
Mai
Jun
Jul
Ago
Set
Out
Nov
Dez
jan-06
Fev
Mar
Abr
Mai
Jun
Jul
Ago
Set
Out
Nov
Dez
jan-07
Fev
Mar
Abr
Mai
Jun
Jul
Ago
Set
Out
Nov
Dez
jan-08
Fev
Mar
Abr
Mai
Jun
Jul
Ago
Set
Out
Nov
Dez
jan-09
Fev
Mar
Abr
Mai
Jun
Jul
Ago
Set
Out
Nov
Dez *
4
Revisão do
tope mínimo
nas contas de
poupança de
15% para 14%
, DPF de 17%
para 16% e
TC de 33%
Ativa
DPF
Poupança
* À semana de 18/12/09.
Fonte: BCV.
O desempenho do sistema bancário foi afetado pelo menor dinamismo da atividade
econômica, num âmbito de políticas dirigidas para preservar o adequado funcionamento do sistema de pagamentos e para promover o crédito às atividades produtivas. Embora o BCV implementou uma política monetária expansiva, um conjunto
de instituições financeiras teve problemas de liquidez, o que levou às autoridades
regulatórias para uma avaliação exaustiva destes casos particulares e adotar medidas
administrativas e preventivas.
Em todo momento, o BCV apoiou o resto das autoridades financeiras para empreender
o saneamento oportuno do sistema bancário nacional, visando preservar a estabilidade
do sistema de pagamentos e defender os interesses dos poupadores.
13 Inclui a gestão de Governo central, Pdvsa, Bandes, Fogade, governos estatais e municipais, institutos autônomos,
universidades e organismos paraestatais.
MENSAGEM DE FIM DE ANO DO PRESIDENTE dezembro 2009
PÁG. 31
Nesse sentido, após ter mantido um acompanhamento muito forte dos seus indicadores
e operações financeiras, tomou-se a decisão de adotar medidas sobre oito instituições,
desde a intervenção sem e com demissão da intermediação financeira até a liquidação.
Em primeira instância, no mês de novembro, se fez um processo de intervenção sem
demissão da intermediação financeira de quatro instituições14. Posteriormente, para
duas delas, a intervenção continuou, mas com demissão da intermediação financeira, e
decidiu-se liquidar em 27 de novembro as outras duas (Banco Canarias de Venezuela
e Banco Provivienda-Banpro), após a Sudeban considerou existiam razões técnicas,
financeiras e legais para ditas instituições não seguirem operando15 e 16.
Uma segunda intervenção com demissão da intermediação financeira foi feita no
começo do mês de dezembro e abrangeu quatro instituições financeiras (Central
Banco Universal, Baninvest, Banorte e Real). Após isso, o Executivo Nacional anunciou a criação do Banco Bicentenario, conformado por Banfoandes, Bolívar Banco,
Central Banco Universal e Banco Confederado, o qual iniciou suas operações em
21 de dezembro.
Excluindo o grupo de instituições financeiras que foram confiscados, observa-se
que o sistema financeiro venezuelano mostra níveis aceitáveis nos seus principais
indicadores. Se bem durante grande parte do ano a intermediação registrou descensos
com respeito ao ano prévio, tal comportamento reverteu-se para finais do período
produto das medidas anunciadas pelo Executivo Nacional e o BCV para reativar o
crédito e impulsionar o crescimento econômico.
59,0
88,5
90,7
55,6
87,4
87,8
56,3
54,3
59,8
Dez
86,8
58,0
Set
82,2
86,1
58,0
Jun
76,6
71,6
82,1
56,8
55,8
Dez
52,1
Mar-08
39,3
Dez
42,5
40,6
38,4
Set
39,9
36,1
Set
Dez
38,4
38,3
39,2
35,2
28,9
Mar-04
36,9
28,3
34,0
27,3
Set
30
Dez
40
36,8
50
28,7
60
48,7
72,4
67,5
66,1
66,6
64,8
73,9
71,5
74,2
73,0
74,1
73,1
67,8
67,7
70
67,6
72,3
80
69,9
90
76,5
100
85,9
Gráfico 8
Banca comercial e universal
Intermediação
20
Financeiro
Set
Nov-09
Jun
Mar-09
Set
Jun
Mar-07
Jun
Mar-06
Jun
Mar-05
Dez
Set
Jun
Jun
0
Mar-03
10
Creditício
Fonte: Sudeban.
Excluindo o grupo de instituições
financeiras que foram intervindas,
observa-se que o sistema financeiro
venezuelano mostra níveis
aceitáveis nos seus principais
indicadores.
14 Banco Canarias, Banco Provivienda-Banpro, Bolívar Banco e Banco Confederado, todos eles bancos universais.
Publicada na Gazeta Oficial N° 39.310 de data 19 de novembro de 2009.
15 Segundo o estabelecido na Lei de Reforma Parcial da Lei Geral de Bancos e Outras Instituições Financeiras.
Resolução publicada na Gazeta Oficial N° 39.316 de data 27 de novembro de 2009.
16 Paralelamente com as intervenções das instituições financeiras antes mencionadas, intervieram-se as bolsas e
empresas de seguros vinculadas com estas entidades.
MENSAGEM DE FIM DE ANO DO PRESIDENTE dezembro 2009
PÁG. 32
Em quanto à qualidade dos ativos, embora os créditos vencidos e em litígio registram
um incremento com respeito à carteira bruta, este indicador mantém-se por baixo dos
níveis alcançados para inícios de 2004.
Gráfico 9
Banca comercial e universal
Indicadores de morosidade
5,2
3,1
3,0
2,6
2,4
3,1
2,6
Set
out-09
Nov-09
3,0
2,7
2,5
Jun
2,2
2,2
1,8
Dez
Mar-09
2,2
2,0
2,0
1,7
Set
Jun
1,8
1,5
1,5
1,2
Dez
Mar-08
1,5
1,4
1,3
1,0
Set
Jun
1,1
1,3
1,0
1,3
Set
Dez 0,9
1,2
Jun 0,9
Mar-07
1,4
1,2
1,0
Dez 0,8
Mar-06
1,2
Set
1,8
2,6
2,0
1,7
1,3
Jun
Set
Jun
0
Mar-04
1
Mar-05
2
2,5
2,8
4,0
2,9
4
3
Carteira Imobilizada1/ Carteira de Créditos Bruta
Carteira Imobilizada2/ Carteira de Créditos Bruta
4,4
5
1,0
6
1,6
7
Dez
8
7,0
%
1/ Carteira reestruturada+vencida+litigio
2/ Cartera +vencida+litígio
Fonte: Sudeban.
Pelo lado do ativo, salienta que as investimentos em valores registraram um incremento anual de 23,1%, enquanto a carteira de créditos aumentou em 10,5% comparado com
dezembro de 2008. Cabe mencionar que a expansão da carteira de investimentos das
instituições financeiras correspondeu-se em parte com as novas emissões de Vebonos,
letras do Tesouro e bônus em moeda estrangeira de Pdvsa, realizadas durante o ano,
conforme com a estratégia de endividamento definida pelo Executivo Nacional.
A carteira de créditos em termos reais evidenciou para novembro uma redução entre
anos de 11,7%. Dentro desta, os empréstimos comerciais, de consumo, microcréditos
e agrícolas também mostraram uma diminuição anualizada de 27,4%, 18,8%, 20,3%
e 2%, respectivamente. O resto das carteiras exibiram incrementos reais de 14,1%
no caso do turismo, e 5,8% para o setor hipotecário.
Os empréstimos bancários orientados para os setores considerados prioritários17 vêm
adquirindo cada vez mais relevância no total da carteira de créditos bruta ao tomar
38,7% para novembro, comparado com 29% em dezembro de 2008, o qual poderia
estar associado com as melhoras nas taxas de juro preferenciais outorgadas a estes
setores, e às exigências de cumprimento das percentagens mínimas estabelecidas.
Pelo contrário, os empréstimos para o consumo diminuíram sua ponderação ao passar
de 23,6% para 22,3% para o mês de novembro de 2009, apesar da redução da taxa
de juro aplicável aos cartões de crédito.
17 Corresponde aos créditos dirigidos à agricultura, turismo, indústria manufatureira, micro-empresas e hipotecários.
MENSAGEM DE FIM DE ANO DO PRESIDENTE dezembro 2009
PÁG. 33
Gráfico 10
Banca comercial e universal
Taxa de crescimento anual real da carteira de créditos
(%)
350
300
250
200
150
100
50
Comerciais
Consumo
Agrícolas
Nov
Ago
Abr
Jun
Fev
Out
Dez-08
Ago
Abr
Microempresa
Jun
Fev
Out
Dez-07
Ago
Abr
Jun
Fev
Out
Hipotecários
Dez-06
Ago
Abr
Jun
Fev
Out
Dez-05
Ago
Abr
Jun
Fev
Out
Dez-04
Ago
Abr
Jun
Fev
-50
Dez-03
0
Turismo
Fonte: Sudeban and BCV.
Pelo lado do passivo, as captações totais mostraram uma média de aumento de 26,8%
durante o período janeiro-novembro de 2009, frente a 30,9% em igual lapso do ano
anterior. Por setor institucional, os depósitos provenientes do setor privado cresceram
11% (29,1% em 2008), enquanto os dos organismos oficiais incrementaram-se 33%
(14,5% para o fechamento do ano prévio).
Gráfico 11
Banca comercial e universal
Estrutura da carteira de créditos
(%)
24,1
Dic-08
Junio-09
39
38,7
22,3
23,6
29
26,9
25
Junio-08
23
25,1
24,5
21,1
20,1
24,3
17,7
20
22,6
40
30
39,3
36,5
50
47,4
48,0
51,9
54,4
60
55,6
59,7
70
10
0
Junio-06
Dic-06
Junio-07
Carteras prioritarias
Fonte: Sudeban and BCV.
MENSAGEM DE FIM DE ANO DO PRESIDENTE dezembro 2009
PÁG. 34
Dic-07
Consumo
Comerciales
Nov-09
Em definitiva, o ano 2009 sobressaiu como um período de reacomodação do sistema
bancário nacional, produto do processo de confiscações, as fusões e as aquisições
de instituições financeiras que aconteceram. Nesse respeito, é bom mencionar a intervenção do Banco Industrial de Venezuela de portas abertas, começando em maio
do ano em curso, após a Sudeban detectar problemas de certa severidade. Pela sua
parte, o Stanford Bank foi confiscado em fevereiro e, posteriormente, fusionado com
o Banco Nacional de Crédito no mês de junho.
Em julho, o Governo nacional adquiriu o Banco de Venezuela, anteriormente do grupo
espanhol Santander. Esta compra realizou-se dentro da estratégia de desenvolvimento
nacional do país, e visando que dito organismo passar a ser o dinamizador da Corporação da Banca Pública, figura criada em setembro, com o objetivo de alcançar o
acoplamento, racionalização, utilização, eficácia, eficiência e sustentabilidade deste
setor.
Continuando com as reformas necessárias para o normal funcionamento do sistema bancário nacional, a Assembléia Nacional aprovou em 23 de dezembro a
Lei de Reforma Parcial do Decreto N° 6.287, com Nível, Valor e Força da Lei Geral
de Bancos e Outras Instituições Financeiras, a qual contemplou em líneas gerais os
seguintes aspetos: o requerimento da autorização da Sudeban para a aquisição de
ações entre instituições financeiras; a modificação da estrutura organizativa do Fundo
de Garantia dos Depósitos e Proteção Bancária (Fogade); aumento da contribuição
semestral das instituições financeiras a Fogade de 1% dos depósitos para 1,5%; e
incremento do montante da garantia dos depósitos de Bs. 10.000 para Bs. 30.000, a
qual aplica nos processos de liquidação administrativa dos bancos Canarias e Banpro. Igualmente, dita cobertura estendeu-se aos depósitos cujos titulares são caixas
de poupança e instituições de previsão social, com a inclusão do seu pagamento
através de títulos com garantias reais. Outro elemento ressaltante é a mudança das
prioridades para o momento de pagar a cobertura, ao prever o pagamento dos depósitos das crianças e adolescentes, e daquelas pessoas naturais maiores de 55 anos
(antes 60 anos).
(…) O Governo nacional adquiriu o
Banco de Venezuela, anteriormente
do grupo espanhol Santander.
Esta compra realizou-se dentro
da estratégia de desenvolvimento
nacional do país, e visando dito
organismo seja agora o dinamizador
da Corporação da Banca Pública.
MENSAGEM DE FIM DE ANO DO PRESIDENTE dezembro 2009
PÁG. 35
Iv/
os retos para 2010
As mudanças que operam no âmbito internacional e seus mecanismos de transmissão à
sociedade venezuelana, como resultado da acentuação da crise da economia mundial,
e seus impactos econômicos, geopolíticos e ideológicos, colocam desafios difíceis
de serem subestimados para o país. Efetivamente, a crise provocou uma substancial
contração da produção real de bens e serviços e numa reconceitualização dos parâmetros fundacionais da ordem econômica internacional, motivada pelo seu caráter
universal, cobertura global e permanência no tempo.
Isto manifesta-se na crescente dificuldade dos centros hegemônicos tradicionais para
conduzirem sozinhos a recuperação da economia mundial, e o surgimento de novos
pólos de poder com visões diferenciadas e competitivas ao redor das políticas idôneas
para conduzir o crescimento econômico e segurar a estabilidade de preços. O caráter
sistêmico da crise econômica transtorna as ortodoxias habituais em volta do papel
legítimo do Estado na economia e cristaliza numa redescoberta de políticas econômicas que visam, através do investimento público direto e operações de salvamento
de bancos e empresas, preservar o funcionamento dos sistemas de pagamentos e a
manutenção dos níveis de produção e emprego.
Neste novo contexto, o sistema econômico moderno não pode funcionar sem um
sistema financeiro global, transparente, regulado e eficiente. A banca central deve
continuar explorando na previsão das crise sistêmicas dos sistemas de pagamentos,
avaliando a conveniência do tamanho e tipologia das instituições financeiras, e trabalhando sobre as responsabilidades dos órgãos de supervisão no fomento duma maior
fiscalização, controle e transparência, compromissos correspondentes a Sudeban,
Fogade, a Comissão Nacional de Valores (CNV) e ao instituto emissor.
É plausível que na cena mundial de crescente multipolaridade, a política exterior
venezuelana continuar cristalizando iniciativas na consolidação da América Latina e do Caribe como zona de integração econômica, através do fortalecimento
da União de Nações Sul-americanas; o ingresso da Venezuela ao MERCOSUL;
a concreção do Banco do Sul e da ALBA; o Fundo Chinese-Venezuelano, o Sucre
e a consolidação de sistemas binacionais de pagamentos em moedas nacionais, que
permitirem preservar os fluxos comerciais com um impacto mínimo no uso de divisas
e portanto sobre as reservas internacionais, bem como reforçar as medidas de proteção
econômica do nosso país.
(…) Estima-se outorgar mais
versatilidade no desenho da política
monetária, e esforços adicionais
para afinar o funcionamento do
mercado cambiário, com o objetivo
de minorar as causas estruturais
da inflação e oferecer aos agentes
econômicos e à população
conhecimento e informação para
atuar de maneira mais eficaz na
atividade econômica.
Perante este reto, é responsabilidade do Banco Central apoiar o Executivo Nacional no
desenho e estabelecimento de instrumentos para a consolidação da arquitetura financeira regional e no fortalecimento dos nexos de cooperação monetária e financeira entre
os bancos centrais da região, o qual requer do concerto de atuações, a intensificação
de intercâmbios, uma atuação mais assertiva, articulada e consistente pela parte do
Instituto, bem como a recomposição de ativos baixo seu controle.
Alcançar os objetivos de desenvolvimento harmônico com redução da pobreza,
inclusão social e diminuição progressiva do nível de inflação, requer a estreita coordenação e cooperação do Instituto com o Executivo Nacional e outras instituições
do Estado. Estima-se outorgar maior versatilidade no desenho da política monetária
e esforços adicionais para afinar o funcionamento do mercado cambiário, com o objetivo de diminuir as causas estruturais da inflação e prover os agentes econômicos
e a população com conhecimento e informação para atuar de maneira mais eficaz na
atividade econômica.
MENSAGEM DE FIM DE ANO DO PRESIDENTE dezembro 2009
PÁG. 36
A contribuição do Instituto com um crescimento econômico sustentável e equitativo
começa com convicção de que as causas da inflação na Venezuela transcendem o
aspecto monetário e requerem do desenho de políticas específicas encaminhadas para
facilitar o financiamento ao investimento produtivo, atenuar a vulnerabilidade externa
da economia nacional, fortalecer o sistema de pagamentos e melhorar a qualidade das
políticas públicas no âmbito setorial, social e regional, mediante o desenvolvimento
de novas estimações econômicas, o aperfeiçoamento dos modelos de simulação, e o
apoio à integração econômica e financeira regional.
A adoção de políticas e ações necessárias que viabilizarem o processo de mudança social,
econômica e política no trânsito para um novo modelo sócio-produtivo visa superar as
assimetrias, para alcançar a satisfação das necessidades gerais da população. O ênfase
particular do BCV é a contribuição com o Gabinete Econômico para recuperar a senda
de crescimento do PIB, diminuir a brecha cambiária, e assim atingir os requerimentos
da sociedade e do setor produtivo nacional.
Nosso compromisso é segurar a eficiência e a segurança do sistema de pagamentos, de
compensação e de liquidação de valores, estabilizar o cone monetário, a cooperação com
os organismos reguladores que vigiam o sistema financeiro, e o trabalho social, educativo,
cultural e de aproximação à comunidade, que reconhece o Banco Central como uma instituição de serviço público, com presencia regional, que transcende a concepção tradicional
da banca central para se atualizar com as demandas do entorno cada vez mais cambiante.
Em matéria fiscal, as projeções da média de preço da cesta venezuelana para 2010
são superiores às contempladas na formulação orçamentária. Esta estratégia prudente do Executivo Nacional responde a uma política de minimização de riscos para
sustentar o cumprimento das atribuições orçamentárias e neutralizar os possíveis
impactos negativos que o desenvolvimento da economia global poderia ter sobre o
crescimento e desenvolvimento social. Não obstante, o impacto fiscal no crescimento
econômico vai depender em grande medida da eficiência e qualidade no manejo do
gasto público, especialmente, do gasto social e de investimento.
O Instituto enfatizará a co-responsabilidade social, a solidariedade e a participação
cidadã, bem como o estabelecimento de contatos diretos e permanentes com setores
que expressam modalidades associativas de produção e distribuição social, e aquela
parte da população de escassos recursos socioeconômicos, para os quais se dirigiram
as iniciativas formativas e informativas em matéria econômica, financeira e sócioprodutiva; a promoção da cultura popular e o conhecimento do acervo histórico
patrimonial custodiado pelo Instituto.
Finalmente, o Banco Central conhece da importância de contar com um pessoal
operário, técnico e profissional fortalecido para lograr seus objetivos, de jeito que
realiza esforços por manter o desenho de sistemas de incentivos e apoio ao seu
pessoal, de ações de lazer, esportivas e culturais; e a integração de pessoas com
deficiências nos espaços físicos do Instituto; bem como a viabilização financeira
dos distintos fundos, em prol de assegurar um âmbito laboral justo e sustentável
da comunidade bancentralista, para receber o ano 2010 num ambiente de regozijo
pela celebração do nosso 70 aniversário e do Bicentenário da Declaração da Independência da Venezuela.
O Instituto enfatizará a coresponsabilidade social, a
solidariedade e a participação
cidadã, bem como o
estabelecimento de contatos
diretos e permanentes com setores
que expressam modalidades
associativas de produção e
distribuição social, e aquela parte
da população de baixa renda, que
vai receber as iniciativas formativas
e informativas em matéria
econômica, financeira e sócioprodutiva.
Caracas, dezembro de 2009
Nelson J.
Merentes D.
Presidente
MENSAGEM DE FIM DE ANO DO PRESIDENTE dezembro 2009
PÁG. 37
v/
Anexo estaTístico
Principais
agregadosmacroeconômicos
macroeconômicos
Principais
agregados
2009 (*)
PIB para preços constantes de 1997 (Variação %)
Total
Petroleiro
Não petroleiro
Impostos netos sobre os produtos
2008 (*)
Promédio
2000-2009
2007*
(2,9)
(6,1)
(1,9)
(6,6)
4,8
2,5
5,1
5,0
8,2
(4,2)
9,6
13,8
3,9
(1,2)
4,7
7,2
Taxa de desocupação
Trimestral1/
Mensal2/
8,0
7,5
7,7
6,1
9,0
6,3
13,9
12,2
Índice Nacional de Preços ao Consumidor (Variação %)
23,0 a/
30,9
Saldo em conta corrente (Milhões de US$)
Reservas internacionais brutas (Milhões de US$)
BCV
FEM
Movimento cambiário do BCV (Milhões de US$)3/
Tipo de câmbio nominal (Bs./US$)
Média
Pontual
-
-
12.416
37.392
18.063
16.853
36.651
830
42.299
828
33.477
809
26.308
1.905
(7.631)
8.822
(3.209)
2.327
2.150
2.150
2.150
2.150
2.150
2.150
1.682
1.713
3/
Base monetária (Variação %)
12,2
30,6
43,3
36,0
Liquidez monetária (Variação %)
22,3
27,0
27,8
35,1
23,7
22,2
46,9
26,4
25,7
28,5
38,4
71,4
9,1
40,6
41,8
47,6
19,5
15,4
23,2
15,7
17,3
10,8
22,6
14,6
Banca comercial e universal (Variação %) 4/
Captações totais 5/
Carteira de crédito total
Investimentos em valores totais
Taxa de juro (%) 6/
Ativa
Passiva
(*) Cifras
Cifras
provisionais.
(*)
provisionais.
Cifras
revisadas.
** Cifras
revisadas.
a/ Acumulada
Acumulada
para
novembro.
a/
para
novembro.
1/1/ Média
dos
trêstrês
primeiros
trimestres
do ano.
Média
dos
primeiros
trimestres
do ano.
2/
novembro.
Para
novembro.
2/ Para
3/3/ AoAofechar
do do
ano.
fechar
ano.
4/ Variação entre anos (Nov-09/Nov-08).
4/ Variação entre anos (Nov-09/Nov-08).
5/ Inclui depósitos a vista, de poupança, a prazo e outras captações.
Inclui depósitos
a vista,
dedas
poupança,
a prazo
6/5/ Corresponde
à média
simples
taxas de juro
ativaee outras
passivacaptações.
dos dépositos a prazo da banca comercial e universal (cobertura nacional).
6/ Corresponde
à média simples das taxas de juro ativa e passiva dos dépositos a prazo da banca comercial e universal
Fonte:
BCV, INE e Sudeban.
(cobertura nacional).
Fonte: BCV, INE e Sudeban.
MENSAGEM DE FIM DE ANO DO PRESIDENTE dezembro 2009
PÁG. 41
Produto interno bruto
(Milhares de bolívares)
2009(*)
Atividade petroleira
Petróleo cru e gás natural
Refinação
Atividade não petroleira
Mineração
Manufatura
Eletricidade e água
Construção
Comércio e serviços de reparação
Transporte e armazenamento
Comunicações
Instituições financeiras e seguros
Serviços imobiliários e empresariais
Serv. Comunitários, soc. e pessoais e inst. sem
fins de lucro que prestam serviços aos lares
Produc. serviços do Governo geral
Resto 1/
Menos: Sifmi 2/
Impostos netos sobre os produtos
Produto interno bruto total
2007(*)
Variação %
2009/2008 2008/2007
6.546.574
6.974.807
6.807.754
(6,1)
2,5
5.574.461
972.113
5.950.013
1.024.794
5.786.851
1.020.903
(6,3)
(5,1)
2,8
0,4
43.520.778
44.341.887
42.179.373
(1,9)
5,1
310.765
8.558.818
1.296.790
4.005.178
5.694.031
2.008.675
3.091.650
2.472.777
5.392.275
346.124
9.221.059
1.240.229
3.884.314
6.204.345
2.196.369
2.807.613
2.561.406
5.488.240
361.347
9.091.014
1.173.526
3.745.075
5.929.400
2.115.963
2.375.946
2.685.828
5.346.257
(10,2)
(7,2)
4,6
3,1
(8,2)
(8,5)
10,1
(3,5)
(1,7)
(4,2)
1,4
5,7
3,7
4,6
3,8
18,2
(4,6)
2,7
3.293.584
6.597.959
3.450.994
2.652.718
3.193.912
6.455.064
3.448.266
2.705.054
2.916.723
6.127.655
3.265.686
2.955.047
3,1
2,2
0,1
(1,9)
9,5
5,3
5,6
(8,5)
6.171.831
6.610.306
6.296.377
(6,6)
5,0
56.239.183
57.927.000
55.283.504
(2,9)
4,8
1/ Compreende: Agricultura e restaurantes e hotéis.
2/ Sifmi: Serviços de intermediação financeira medidos indiretamente.
Fonte: BCV.
MENSAGEM DE FIM DE ANO DO PRESIDENTE dezembro 2009
A preços de 1997
2008(*)
PÁG. 42
População total, inativa e ocupada
(Pessoas)
Trimestres
III 2009
População total
População com 15 anos e mais
1/
População inativa
População ativa
Ocupada
Formal
Setor privado
Setor público
Informal
Trabalhadores por conta própria
não profissionais
Patrões ou empregadores
Empregados e operários
Ajudantes familiares não remunerados
Não classificáveis
2/
Desocupada
Inativos
3/
BTPPV
Taxa de desocupação (%)
IV 2008
Variação %
III 2008
III 2009/III 2008
28.238.432
27.902.283
27.788.943
1,6
19.885.709
19.575.195
19.470.331
2,1
6.895.686
6.892.096
6.826.623
1,0
12.643.708
2,7
12.990.023
12.683.099
11.914.286
11.880.974
11.756.915
1,3
6.607.246
4.343.244
2.264.002
5.306.334
6.642.043
4.495.109
2.146.934
5.236.778
6.681.446
4.582.768
2.098.678
5.075.018
(1,1)
(5,2)
7,9
4,6
3.585.433
348.129
1.280.768
92.004
3.451.450
381.172
1.331.343
72.813
3.354.976
361.037
1.274.222
84.783
6,9
(3,6)
0,5
8,5
706
2.153
451
1.075.737
986.454
89.283
802.125
730.330
71.795
886.793
811.441
75.352
8,3
6,6
7,0
21,3
21,6
18,5
Nota: A população total no setor privado está conformada pelo emprego formal privado, o informal e os não classificáveis.
1/ População em idade para trabalhar.
2/ Não declararam alguma das variáveis que permitam sua classificação como ocupados no setor formal ou informal da economia.
3/ Em procura de emprego pela primeira vez.
Fonte: INE.
MENSAGEM DE FIM DE ANO DO PRESIDENTE dezembro 2009
PÁG. 43
Indicadores de preços
(Variação %)
A novembro de 2009
A novembro de 2008
Acumulada
Acumulada
Índice nacional de preços ao consumidor (INPC)
Geral
Alimentos e bebidas não alcoólicas
Bebidas alcoólicas e tabacos
Vestido e calçado
Aluguel de moradias
Serviços para moradia, exceto telefone
Equipamento do lar
Saúde
Transporte
Comunicações
Lazer e cultura
Serviço de educação
Restaurantes e hotéis
Bens e serviços diversos
23,0
18,3
38,8
15,9
13,8
2,3
31,4
27,4
29,6
7,9
26,5
26,2
27,4
42,6
27,6
36,0
31,4
16,7
9,6
5,9
27,6
27,0
28,8
5,5
23,9
26,5
38,1
30,9
Bens
Agrícolas
Pesqueiros
Agroindustriais
Outros manufaturados
23,0
17,9
26,1
16,3
30,4
30,0
42,5
26,5
34,2
23,7
Serviços
22,8
24,1
Índice de difusão (porcentagem média)
68,1
73,2
Relação transáveis / Nao transáveis
0,2
4,8
Índice de preços por atacado (IPPA)
Geral
Nacional
Importado
24,0
21,5
34,5
27,7
31,3
14,7
Índice de preços da indústria
manufaturera privada (IPP)
25,3
24,6
Fonte: BCV.
MENSAGEM DE FIM DE ANO DO PRESIDENTE dezembro 2009
PÁG. 44
MENSAGEM DE FIM DE ANO DO PRESIDENTE dezembro 2009
PÁG. 45
(*) Cifras para a semana de 27 de novembro.
* Cifras revisadas.
Fonte: BCV. Nov.09/ Nov.08
Variação%
Janeiro
Fevereiro
Março
Abril
Maio
Junho
Julho
Agosto
Setembro
Outubro
Novembro (*)
2009
2008*
Novembro
Dezembro
12,2
77.251.271
77.529.699
77.298.242
78.327.052
78.769.740
84.117.206
81.089.467
84.789.498
85.652.701
84.732.045
89.671.500
79.894.358
83.786.662
(12,7)
57.180.808
56.591.021
55.610.246
55.082.315
54.249.132
56.759.248
53.453.835
54.773.578
53.937.469
52.239.239
54.280.569
62.174.598
63.522.867
Base monetária
Nominal
Real
22,3
193.288.572
194.689.061
198.208.963
199.738.864
202.899.085
210.247.902
219.249.723
222.986.267
228.808.265
219.330.859
232.500.783
190.085.710
194.274.695
(4,9)
143.070.741
142.108.804
142.596.376
140.463.336
139.737.662
141.867.680
144.528.492
144.047.976
144.085.809
135.222.478
140.738.973
147.926.622
147.289.382
Liquidez monetária
Nominal
Real
Agregados monetários
(Saldo em milhares de bolívares)
20,7
122.632.490
123.107.727
126.910.358
125.866.159
126.409.846
131.493.311
135.707.427
134.828.628
141.189.590
136.863.946
148.157.124
122.753.694
124.036.259
(6,1)
90.771.643
89.859.655
91.302.416
88.513.473
87.059.122
88.726.931
89.457.763
87.098.597
88.910.321
84.379.745
89.683.489
95.528.166
94.038.104
Circulante
Nominal
Real
25,3
70.656.082
71.581.334
71.298.605
73.872.704
76.489.240
78.754.590
83.542.296
88.157.638
87.618.675
82.466.914
84.343.659
67.332.016
70.238.436
(2,6)
52.299.098
52.249.149
51.293.961
51.949.862
52.678.540
53.140.749
55.070.729
56.949.379
55.175.488
50.842.733
51.055.484
52.398.456
53.251.278
Quase-dinheiro
Nominal
Real
Banca comercial e universal
Resumo do balanço de situação
(Milhares de bolívares)
2009 a/
2008 a/
Total ativo
Disponibilidades 1/
Carteira de créditos
Vigente
Reestruturada
Vencida
Litígio
Menos:
Provisão para carteira de créditos
2/
Investimentos em valores
Colocações no BCV e operações interbancárias
Títulos valores para negociar
Títulos valores disponíveis para venta
Títulos valores mantidos até seu vencimento
De disponibilidade restringida
Outros títulos valores
Menos:
Provisão para investimentos em títulos valores
Juros e comissões a cobrar
3/
Investimentos em empresas filiais, afiliadas e sucursais no exterior
Outros ativos
4/
5/
Total passivo
Depósitos totais
A vista
De poupança
A prazo
Outras captações de público 6/
Outras contas do passivo
7/
Gestão operativa
Patrimônio
Variação porcentual
2009/ 2008
344.633.764
267.103.146
29,0
76.274.299
66.117.383
15,4
153.663.532
154.259.086
887.860
3.905.529
178.803
5.567.746
125.775.709
126.357.265
335.138
2.408.699
132.517
3.457.910
22,2
22,1
164,9
62,1
34,9
84.854.888
35.979.544
2.035.852
18.688.295
15.224.851
8.804.215
4.228.863
57.772.392
29.039.838
636.857
5.503.702
13.431.499
7.077.331
2.847.114
46,9
23,9
219,7
239,6
13,4
24,4
48,5
(86,0)
106.732
763.949
3.930.269
3.556.543
10,5
4.784.931
2.693.449
77,7
21.125.845
11.187.670
88,8
315.365.279
244.891.197
28,8
259.917.440
131.763.706
52.173.106
32.268.423
43.712.205
210.075.181
108.975.496
44.274.039
23.972.185
32.853.461
23,7
20,9
17,8
34,6
33,1
55.447.839
34.816.016
59,3
2.123.140
2.507.987
(15,3)
27.145.345
19.703.962
37,8
a/ Cifras para o mês de novembro.
1/ Refere-se às disponibilidades netas porque inclui a provisão para disponibilidades.
2/ Inclui investimentos em: títulos valores para negociar, títulos disponíveis para venta, títulos mantidos até seu vencimento,
em outros títulos valores e títulos por disponibilidade restringida.
3/ Inclui os rendimentos a cobrar: por disponibilidades, por investimentos em valores, por carteira de crédito e outras contas por cobrar.
Adicionalmente inclui comissões a cobrar e a provisão.
4/ Inclui participação em outras instituições, investimentos em sucursais no exterior e as provisões.
5/ Inclui bens realizáveis, bens de uso e outros ativos.
6/ Inclui os direitos e participações sobre títulos valores.
e captações do público restringidas.
7/ Inclui obrigações com o Banap e outros financiamentos obtidos. Adicionalmente, contempla os gastos a pagar: por captações de público, por obrigações com o
BCV,
por obrigações com o BANAP, por outros financiamentos obtidos, por outras obrigações por intermediação financeira, por obrigações convertíveis em capital e
por obrigações subordinadas.
Finalmente, outras obrigações por intermediação financeira, obrigações subordinadas e obrigações convertíveis em capital e outros passivos.
Fonte: Sudeban.
MENSAGEM DE FIM DE ANO DO PRESIDENTE dezembro 2009
PÁG. 46
MENSAGEM DE FIM DE ANO DO PRESIDENTE dezembro 2009
PÁG. 47
Variação relativa
Nov09/Nov08
Nov09/Dez.08
Variação absoluta
Nov09/Nov08
Nov09/Dez.08
Novembro
Novembro
Dezembro
7,9
5,7
4.869.854
3.570.746
66.156.386
61.286.532
62.585.640
(10,2)
(10,7)
(1.350.900)
(1.412.518)
11.841.658
13.192.558
13.254.176
Veículos
21,3
23,0
3.882.086
4.130.941
22.078.970
18.196.884
17.948.029
crédito
Crédito ao consumo
Cartões de
8,1
8,7
2.531.186
2.718.423
33.920.628
31.389.442
31.202.205
Total
43,9 #
37,1 #
6.020.047 #
5.338.854 #
19.742.383
13.722.336
14.403.529
hipotecários
Empréstimos
4,3
5,0
181.801
212.212
4.420.540
4.238.739
4.208.328
microempresa
Créditos à
31,5
24,7
5.311.620
4.388.586
22.165.887
16.854.267
17.777.301
agrícolas
Créditos
54,4
40,9
947.141
781.000
2.689.444
1.742.303
1.908.444
turismo
Créditos
-
10.136.010
10.136.010
10.136.010
-
Manufatureira
Créditos à
Atividade
#
#
61,0 #
52,3 #
2.109.836
1.911.640
5.567.746
3.457.910
3.656.106
Provisão
22,2
19,6
27.887.823
25.234.191
153.663.532
125.775.709
128.429.341
neto
Total
1/ Inclui créditos orientados aos setores: exploração de minas e hidrocarbonetos;construção; indústria manufatureira; transporte, armazenamento e comunicações; eletricidade, gás e água; comércio por atacado e a varejo, restarurantes e hotéis;
serviços sociais, comunais e pessoais e atividades não bem especificadas.
Fonte: Sudeban e cálculos próprios.
2009
2008
Créditos
1/
comerciais
Distribuição da carteira de crédito
Banca comercial e universal
(Milhares de bolívares)
Este mensaje de fin de año
del Presidente del BCV
se terminó de imprimir en Caracas,
Venezuela, en los talleres
del BANCO CENTRAL
DE VENEZUELA, diciembre 2009
MENSAGEM DE FIM DE ANO DO PRESIDENTE dezembro 2009
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