MARFRIG RELATÓRIO ANUAL 2013

Transcrição

MARFRIG RELATÓRIO ANUAL 2013
MARFRIG
RELATÓRIO ANUAL 2013
marfrig
relatório anual 2013
Créditos
Coordenação geral
Relações com Investidores – Marfrig
Áreas de sustentabilidade das unidades
de negócios do Grupo Marfrig
Consultoria GRI,
coordenação editorial e design
Report Sustentabilidade
Revisão
Assertiva Produções Editoriais
Fotografia
Banco de Imagens Marfrig
marfrig
relatório anual 2013
sumário
Sobre o relatório 05
Mensagem do chairman 06
Mensagem do Presidente 08
Perfil 10
negócios 14
Estratégia 20
Governança Corporativa 26
Social 32
Meio Ambiente 36
Mudanças climáticas
e energia 38
Resíduos 42
Água 43
Biodiversidade 45
Ambiente de
Trabalho 50
Atração e valorização
de profissionais 53
Desenvolvimento de
colaboradores 56
Saúde e segurança 59
Fornecedores 62
Marfrig club 64
Bem-estar animal 67
Clientes e
Consumidores 72
Inovação 73
Segurança e qualidade 75
Engajamento e comunicação
com stakeholders 76
Desempenho
Econômico 78
Índice GRI 88
5
relatório anual marfrig 2013
sobre o
relatório
DOCUMENTO PRESTA
CONTAS SOBRE DESEMPENHO
SOCIOAMBIENTAL E ECONÔMICO
DAS OPERAÇÕES DO GRUPO
Pelo oitavo ano consecutivo a
Marfrig Global Foods S.A. publica seu
relatório anual, sendo esta a quarta
edição elaborada de acordo com
as diretrizes da Global Reporting Initiative (GRI), e a primeira a adotar
a versão G4. G4-30, G4-32
e no monitoramento dos dados socioambientais, o que também permitiu
a
melhor compreensão, gestão e comunicação dessas informações. Neste
relatório, esses dados não foram
auditados externamente. G4-33
Este relatório contempla os indicadores
de desempenho referentes ao período
de 1º de janeiro a 31 de dezembro
de 2013 das operações de todas as
subsidiárias do Grupo nos 16 países em
que operava no período mencionado,
exceto quando indicado. Cabe observar
que o relato das ações realizadas se
estende até abril de 2014, sempre que
necessário e relevante para a transparência da comunicação. G4-28, G4-29
Para facilitar a compreensão e
permitir a comparação de dados, as
informações econômico-financeiras,
sociais e ambientais são apresentadas
de forma consolidada e por unidades
de negócio. O Grupo Marfrig informa
que não houve mudanças significativas
em relação aos anos anteriores no que
se refere a escopo, limites ou métodos
de medição. G4-22, G4-23
A integração das operações da Marfrig
em três unidades de negócio possibilita
a obtenção de informações operacionais detalhadas sobre o consumo de
energia e água; emissões de gases e
outros indicadores. Assim, houve progressos na coleta, no armazenamento
Os dados econômico-financeiros, assim como no relatório anterior, estão
adequados às Normas Internacionais
de Relatório Financeiro (International
Financial Reporting Standards – IFRS)
e foram auditados pela BDO RCS
Auditores Independentes SS. G4-17
A seleção dos temas abordados
nesta publicação levou em consideração informações de interesse da
Companhia, dos stakeholders e do
mercado em geral. G4-18
Entre os assuntos abordados estão
o perfil da Marfrig Global Foods,
suas diretrizes de governança corporativa, os resultados operacionais,
a estratégia de negócio, o desempenho econômico, as ações para a
preservação do meio ambiente e a
atuação social. G4-17
O processo de construção deste
relatório, desde o planejamento até a
impressão, teve suas emissões neutralizadas. Este documento é uma publicação de responsabilidade do Departamento de Relações com Investidores
para a prestação de contas a todos os
stakeholders de forma transparente.
Este documento é uma publicação
de responsabilidade do Departamento
de Relações com Investidores.
Para mais esclarecimentos, acesse
www.marfrig.com.br/ri ou entre
em contato com a área pelo telefone
+ 55 (11) 3792-8650 ou pelo
e-mail [email protected] G4-31
6
mensagem do
chairman G4-1, G4-2
“Como presidente
do Conselho e
controlador, meu
compromisso com a
Marfrig não muda em
nada. Pelo contrário,
aumenta, pois terei mais
tempo para também
focar na estratégia,
no relacionamento
com nossos clientes
e fornecedores
e na gestão de
nossos talentos, em
tempo integral na
Companhia”
Quero iniciar desejando a todos um
2014 com muita saúde e realizações.
Como presidente do Conselho e
controlador, meu compromisso com a
Marfrig não muda em nada. Pelo contrário, aumenta, pois terei mais tempo para
também focar na estratégia, no relacionamento com nossos clientes e fornecedores e na gestão de nossos talentos,
em tempo integral na Companhia.
A empresa jovem que iniciamos no ano
2000 atingiu sua maturidade, com uma
gestão profissional em todas as suas
unidades de negócios e com um nível
de governança corporativa reconhecido
pelo mercado.
Para destacar esse novo perfil do
Grupo e sua abrangência de negócios
globais, a empresa passou a chamar-se
Marfrig Global Foods – o que dá uma
melhor dimensão da nossa posição
como uma empresa de alimentos global,
presente em 16 países, com 78 unidades comerciais, de produção e distribuição e com 43 mil funcionários.
Nomeamos Sérgio Rial como presidente executivo da Companhia em janeiro
de 2014. Eu o conheço há cinco anos, e,
desde o final de 2012, estamos trabalhando juntos nessa transição e em sua
integração na Marfrig Global Foods.
Os segmentos de negócios ganharam
novas logomarcas, com uma linguagem
comum, ressaltando a força da Corporação e o alinhamento entre eles. Cada
um tem uma estratégia própria para
contribuir para o sucesso do plano
“Focar para Ganhar”.
Reposicionamos o Grupo estrategicamente em 2013 sem ter perdido o
foco na melhora operacional de todos
os negócios, mantendo nossa qualidade
e inovação. Gostaria, em especial, de
parabenizar toda a nossa equipe, que
teve um ano com muitos desafios.
7
relatório anual marfrig 2013
“
Pelo perfil de diversidade regional,
cultural e de portfólio característico
do negócio do Grupo Marfrig, cada
divisão conta com um modelo de
gestão personalizado, com o objetivo
de otimizar a aplicação da experiência
e do conhecimento de cada um dos
negócios no desenvolvimento de sistemas e práticas de gestão que atendam
às diferentes necessidades de seus
clientes e mercados.
Gostaria de parabenizar, ainda, o nosso
negócio de bovinos pela liderança em
sustentabilidade e pelo comprometimento com nossos clientes. Moy Park e
Keystone foram exemplos de crescimento e desempenho operacional, consolidando nossa forte presença internacional e trabalhando junto das unidades
da América do Sul pelo crescimento e
atingimento das metas desenhadas no
plano “Focar para Ganhar”.
Continuaremos a construir uma
empresa melhor a cada ano que passa,
sempre mantendo nossos fundamentos:
a simplicidade, a seriedade, a inovação
e o comprometimento com nossos
parceiros. Juntos, vamos continuar a
desenvolver o crescimento, de forma
sustentável e sólida, em uma companhia
na qual sempre nos orgulharemos de
trabalhar.
Marcos Antonio Molina dos Santos
Presidente do Conselho de
Administração
Continuaremos a
construir uma empresa
melhor a cada ano que
passa, sempre mantendo
nossos fundamentos:
a simplicidade, a
seriedade, a inovação
e o comprometimento
com nossos parceiros.
Juntos,vamos continuar
a desenvolver o
crescimento, de forma
sustentável e sólida, em
uma companhia na qual
sempre nos orgulharemos
de trabalhar.”
8
mensagem do
presidente G4-1, G4-2
COM OPERAÇÕES
DIVERSIFICADAS
EM 16 PAÍSES, O GRUPO
APOSTA EM ESTRATÉGIA
DE LONGO PRAZO PARA
GERAR VALOR PARA
SEUS ACIONISTAS
E DEMAIS PÚBLICOS
O ano de 2013 foi um marco importante na história da Marfrig Global
Foods. Para conseguirmos dar passos
mais importantes, visando ao futuro
sustentável da Companhia, tivemos
que rever nossa estrutura de capital e
reavaliar nossos objetivos.
Atualmente, temos um modelo de negócio pronto para atender às demandas
nos mercados global e nacional. Com
uma melhor estrutura de capital, a Empresa está operando com um modelo
de negócios mais simples e focado, que
permite reforçar seus valores originais e
criar uma cultura organizacional centrada no cliente; com mentalidade de inovação; buscando o crescimento rentável;
com sólida experiência em food service
e varejo; comprometida com altos padrões de segurança, qualidade alimentar
e liderança em sustentabilidade.
Fundada em 1986 e listada em Bolsa
desde 2007, a Marfrig Global Foods S.A.
é uma Empresa relativamente nova, o
que não nos isenta de continuar evoluindo, para que possamos acompanhar o
mercado e as novas tendências de consumo da população. Nesse sentido, realizamos em 2013 um importante passo
para adequar a estrutura da Companhia
e posicioná-la de forma estratégica para
atender à crescente demanda global
por alimentos à base de proteína animal.
Para alcançar esse patamar, trabalhamos
para manter excelência operacional e
um amplo portfólio de produtos. G4-7
Essas características foram o alicerce
que nos guiaram na confecção do plano
estratégico de cinco anos nomeado “Focar para Ganhar”, que cria as
diretrizes fundamentais para que nossa
operação esteja alinhada às estratégias
da Companhia e de seus stakeholders.
Estamos bem posicionados geograficamente, com operações diversificadas
no mundo: com bases sólidas na Ásia
e nos Estados Unidos – representados
pela unidade de negócio Keystone
Foods (alimentos processados para as
cadeias de food service) –, na Europa
com a Moy Park (varejo e food service)
e na América do Sul com a Marfrig Beef
(food service e exportações).
9
relatório anual marfrig 2013
“
Através desse posicionamento, esperamos gerar um melhor retorno para
nossos acionistas, que não se preocupam exclusivamente com o resultado
financeiro mas também com a forma
pela qual operamos e com a longevidade de nossos negócios. Não perdemos,
ao longo desse processo, nossa preocupação com questões socioambientais, e
mantivemos nossa liderança em sustentabilidade entre as empresas do setor.
A Marfrig se tornou mais transparente
e estreitou sua comunicação com o
mercado, trazendo a confiança e segurança que os seus acionistas e públicos
de interesse esperam, consolidando a
credibilidade do grupo e fomentando
um clima de otimismo e positividade
para o futuro.
Ainda temos muito a fazer, mas acreditamos que, com nossos 43 mil colaboradores empenhados e motivados,
geraremos valor nos segmentos em
que operamos.
Gostaria de agradecer a todos os nossos clientes, fornecedores, colaboradores e acionistas da Marfrig Global Foods.
Nesse relatório você poderá conhecer
o que a Companhia fez em 2013 e
continuará fazendo para se tornar uma
Empresa cada vez melhor.
Boa leitura.
Sergio Rial
CEO da Marfrig Global Foods
Atualmente,temos um
modelo de negócios
pronto para atender às
demandas nos mercados
global e nacional”
10
perfil
estratégia
governança
corporativa
11
relatório anual marfrig 2013
Uma das maiores
e mais diversificadas
empresas globais de alimentos,
a Marfrig leva seus
produtos, sob marcas
altamente reconhecidas,
a mais de 110 países.
PRODUÇÃO,
PROCESSAMENTO,
INDUSTRIALIZAÇÃO,
VENDA E DISTRIBUIÇÃO
DE ALIMENTOS ESTÃO
ENTRE AS ATIVIDADES
DO GRUPO
A Marfrig Global Foods S.A. é uma
Empresa global de alimentos que atua
nos segmentos de food service e varejo, oferecendo soluções de alimentação inovadoras, seguras e saudáveis.
Com um portfólio de produtos diversificado e abrangente, a Companhia é
compromissada com a excelência e
qualidade, garantindo a presença dos
seus produtos nas maiores redes de
restaurantes e supermercados, além
das casas de consumidores em mais
de 110 países. G4-3, G4-4, G4-6, G4-8
As atividades da Empresa dividem-se
em produção, processamento, industrialização, venda e distribuição de
alimentos à base de proteína animal,
incluindo carne bovina, ovina, de aves
e de peixes, além de outros produtos
alimentícios variados, tais como empanados, pratos prontos, vegetais congelados e sobremesas, entre outros.
Com 43 mil colaboradores, o Grupo
Marfrig é o maior produtor de ovinos
na América do Sul, o segundo maior
produtor de aves do Reino Unido e a
maior Companhia privada no Uruguai
e na Irlanda do Norte.
A Companhia estabeleceu um modelo
de negócios integrado e geograficamente diversificado, composto de 78
unidades de produção, centros de distribuição e escritórios, localizadas em 16
países da América do Sul, América do
Norte, Europa, Oceania e Ásia. G4-9
A localização estratégica de suas unidades, associada a uma ampla rede de
distribuição com acesso aos principais
canais e mercados consumidores,
constitui um mix de exposição único
no segmento, diversificado tanto em
relação à produção, origem das vendas
e rentabilidade, quanto em termos de
presença em mercados emergentes e
mercados maduros.
A Marfrig possui capacidade anual de
produção de 982 mil toneladas de
alimentos industrializados e capacidade
anual de processamento de 5,3 milhões
de cabeças de gado, 476,5 milhões de
frangos, 8,8 milhões de perus e 3,0
milhões de ovinos. Essa plataforma de
produção confere capacidade de crescimento diversificada à Companhia, bem
como a habilidade de mitigar riscos
inerentes ao setor. G4-9
12
Perfil
Missão, visão e valores G4-56
Missão
Atender às expectativas dos nossos
clientes e parceiros e superá-las,
fornecendo produtos com qualidade
diferenciada por meio de modernas
tecnologias e elevada qualificação
das pessoas, atuando com responsabilidade social e ambiental e
gerando valor para nossos clientes,
parceiros, empregados, acionistas e
para a sociedade.
Visão
Ser reconhecida como uma Empresa
de excelência nos mercados brasileiro e internacional por processar
e comercializar produtos de alta
qualidade em todos os segmentos
e marcas comerciais do Grupo
Marfrig, bem como continuar a se
expandir no mercado em que
histórico
atua no Brasil e no Exterior com o
compromisso de aperfeiçoamento
contínuo de seus produtos e base
no desenvolvimento sustentável e
na rentabilidade dos seus negócios.
Valores
•
•
•
•
•
•
•
Compromisso com os clientes
e consumidores
Mentalidade de inovação
Respeito ao meio ambiente
Excelência e qualidade
Responsabilidade social
Segurança
Integridade
1986
Início das operações com a
distribuição de cortes de carnes
especiais para grandes redes de
restaurante no Brasil
Anos 90 – 2000
Fortalecimento da operação
de carne bovina, com a
inauguração do 1º centro
de distribuição próprio, em
Santo André (SP)
2000 – 2005
Diversificação regional do abate
de bovinos no Brasil e início das
atividades de exportação de
carne in natura e processada
2005 – 2006
Início do processo de expansão
internacional, através da
aquisição de empresas na
Argentina, Uruguai e Chile e da
diversificação regional no Brasil
2007
Abertura de capital no Novo
Mercado da BM&FBovespa
e continuidade do processo
de expansão internacional no
América do Sul
2008
Aquisição da Moy Park, a maior
produtora de aves da Irlanda
do Norte e uma das 20
maiores Empresas de alimentos
do Reino Unido
13
relatório anual marfrig 2013
A Marfrig valoriza
as diferenças e
acredita na cultura
inquisitiva, que preza
a busca pela
informação, a
capacidade de ouvir
e de saber fazer a
pergunta adequada
para obter respostas
úteis e objetivas.
2009
Primeira Empresa de alimentos
no mundo a assinar um
compromisso público com o
Greenpeace para assegurar
a compra de gado legal e
combater o desmatamento no
bioma Amazônia
2010
Aquisição da Keystone Foods,
uma das maiores fornecedoras
globais de alimentos para redes
de restaurante e serviço rápido
de alimentação (quick service
restaurant – QSR), com atuação
na América do Norte e Ásia
2011
Criação da Marfrig Beef.
Nesse ano a Companhia
realiza o 1º inventário global
de gases de efeito estufa
2012
Direcionamento do foco da
Keystone para o negócio de
produção, industrialização e
comercialização de alimentos
à base de proteínas, através da
venda do negócio de serviços
de logística especializada
2013
Reestruturação do capital
com a venda das unidades
de negócio Seara e Zenda
por R$ 5,85 bilhões. Início da
nova cultura organizacional
“Focar para Ganhar”
14
negócios
COM AUTONOMIA DE
GESTÃO E NEGÓCIOS EM
MERCADOS-CHAVE, operações
APOSTAM EM PORTFÓLIO
DIVERSIFICADO
Três unidades de negócios compõem a
Marfrig Global Foods: Marfrig Beef,
na América do Sul; Keystone, nos
Estados Unidos e Ásia; e Moy Park,
na Europa. Cada unidade atua independentemente, porém orientada
pelas diretrizes de governança e pelos
valores do grupo, garantindo padrão na
forma de trabalhar em todo o mundo.
Da mesma forma, o grupo procura
encontrar o denominador comum
entre as culturas das diferentes regiões
onde estão suas subsidiárias e sua
própria cultura corporativa, respeitando características locais e reiterando o
comprometimento com altos padrões
de segurança, qualidade alimentar e
liderança em sustentabilidade. Além
disso, o Código de Ética permeia a
corporação e é aplicado em todos os
países, difundindo os mesmos valores
em toda a cultura global.
Representa 46,2% das vendas do grupo,
sendo 21,5% advindos das vendas ao
mercado interno brasileiro, 13,8% de
exportações do Brasil e 10,8% das
operações internacionais.
Marfrig Beef
Terceiro maior produtor mundial e
segunda maior operação de carne bovina no Brasil, a Marfrig Beef é líder em
abate no Uruguai e maior importadora
de carne do Chile.
Seus principais produtos são cortes de
carne bovina e ovina in natura (resfriados e congelados), para cadeias de
restaurantes e churrascarias, redes de
varejo e exportação. Complementando
o portfólio, oferece ainda uma série de
produtos alimentícios, como peixes e
vegetais congelados, carne desidratada
(beef jerky), bresaola e carne orgânica1
certificada, além de azeite, sobremesas e
outros. No Brasil, suas principais marcas
são Bassi, Montana, Palatare, Pampeano e
GJ, enquanto nas operações internacionais, as principais marcas são Tacuarembó,
Patagonia, Meatex, Aberdeen Angus, La
Morocha e Pemmican.
Apoiada em valores de preservação
ambiental, biodiversidade e bem-estar
animal, a Marfrig Beef é reconhecida
internacionalmente por programas de
monitoramento e acompanhamento da
cadeia produtiva, promovendo a prática
sustentável de produção e garantindo
maior segurança para o consumidor final.
Em 2009, a Marfrig Beef passou a ser
a primeira Empresa de alimentos do
mundo a assinar um compromisso pú-
blico com o Greenpeace para assegurar
a compra de gado legal e combater o
desmatamento no bioma Amazônia. A
Companhia realiza esse trabalho por
meio de uma política de compras que
garante que o gado adquirido não
provém de regiões de desmatamento,
de terras indígenas e de preservação,
de fornecedores que estejam na lista
negra do trabalho escravo publicada
pelo Ministério do Trabalho ou de áreas embargadas pelo Instituto Brasileiro
do Meio Ambiente e dos Recursos
Naturais Renováveis (Ibama).
Para fazer o acompanhamento desse
trabalho, a Empresa conta com um sistema de monitoramento exclusivo, via
satélite (leia mais em Fornecedores).
Um importante reconhecimento
desse trabalho veio por meio da
chancela da Rainforest Alliance Certified, que concedeu à Marfrig Beef o
título de primeira Empresa produtora
de carne do mundo a ter uma unidade
produtiva certificada.
1 Segundo a ONG WWF, carne orgânica é aquela
produzida a partir de um sistema ambientalmente
correto, socialmente justo e economicamente viável.
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relatório anual marfrig 2013
Moy Park
Com foco no mercado europeu, a Moy
Park é uma das 20 maiores Empresas
de alimentos do Reino Unido e a maior
da Irlanda do Norte, especializada em
proteína animal de aves.
Além dos cortes de frango e de peru
in natura, oferece um extenso portfólio
de pratos prontos, refeições pré-cozidas, empanados e congelados, além de
alimentos vegetarianos, hambúrgueres
de carne bovina e sobremesas, atendendo restaurantes e redes de varejo
no Reino Unido e Europa Continental.
Suas principais marcas são Moy Park,
Castle Lea, O’Kane Poultry, Albert von
Zoonen e Jamie Oliver.
Adquirida pelo Grupo Marfrig em
2008, a Moy Park possui mais de
70 anos de história, sempre mantendo
um processo produtivo focado no
bem-estar animal.
Ainda na década de 1980,
foi pioneira em adotar o sistema de
produção free range, no qual as aves
são criadas livremente no campo. Além
disso, posteriormente, nos anos 1990,
desenvolveu sistema de produção de
frango orgânico.
A Moy Park valoriza a produção
local e, para isso, trabalha em parceria
com mais de 700 produtores rurais no
Reino Unido, garantindo o processo
de rastreabilidade da matéria-prima
em todos os estágios de produção,
incluindo o tipo de ração utilizada. Essa
garantia de procedência e compromisso com os valores de bem-estar animal
e sustentabilidade tem garantido à
Moy Park reconhecimentos como a
inclusão no Corporate Responsibility
Index (CR Index)2, uma ferramenta de
benchmark que analisa a integração da
responsabilidade socioambiental ao
negócio de uma organização.
2 O CR Index é promovido pela Business in the
Community (BITC), organização fundada em 1982
por grandes empresas britânicas comprometidas
com o impacto positivo na sociedade.
Além de integrar o índice em 2013,
tornando-a primeira Empresa de
alimentos à base de proteína de aves a
fazer parte do CR Index, no primeiro
semestre de 2014 recebeu três estrelas
na nova edição do ranking, indicando
ter sido uma das que mais apresentou
melhorias em trabalhos de responsabilidade social e ambiental.
Keystone Foods
A Keystone Foods é uma das maiores fornecedoras de proteína animal
do mundo, servindo mais de 36 mil
clientes entre redes de restaurantes e
serviço rápido de alimentação (QSR),
como McDonald’s, Subway, ConAgra
Foods, Campbell’s Soup, KFC, Taco Bell,
Wendy’s, Heinz, Burger King e outros.
Fundada em 1956, foi adquirida pelo
Grupo Marfrig em 2010, tendo como
importante diferencial o foco em inovação, com destaque para o centro de
pesquisa e desenvolvimento de West
Chester, na Pensilvânia (EUA) (leia mais
em Clientes e Consumidores).
Algumas de suas notáveis criações foram o desenvolvimento dos nuggets de
frango para a rede McDonald’s, além
das técnicas de processamento inovadoras, como a utilização da criogenia
para o congelamento de alimentos,
mantendo nutrientes e textura originais
e aumentando o prazo de validade.
Essa tecnologia fomentou a expansão
dos negócios das redes fast-food em
todo o mundo.
Atualmente, atende a mais de 4 mil restaurantes na Ásia e no Oriente Médio,
com destaque para China, Hong Kong,
Japão e Coreia do Sul. Para fortalecer
sua atuação na China, realizou em 2011
duas joint ventures no país. A primeira
com a COFCO, empresa de alimentos
do governo chinês, para desenvolver
sistemas logísticos e centros de distribuição nas maiores cidades da região, como
Beijing, Shanghai, Shenzhen e Chengdu.
A segunda joint venture, com a Chinwhiz
Poultry Vertical Integration para a construção de uma plataforma vertical de
produção com capacidade para processamento de 200 mil aves/dia.
16
negócios
presença geográfica
do grupo G4-4, G4-8, G4-9
Keystone Foods
Moy Park
Marfrig Beef
em números
982 mil
TONELADAS DE
CAPACIDADE DE
PRODUÇÃO DE ALIMENTOS
INDUSTRIALIZADOS
43 mil
colaboradores
liderança
MAIOR COMPANHIA
PRIVADA DO URUGUAI E
DA IRLANDA DO NORTE
110
PAÍSES ATENDIDOS
PELAS TRÊS OPERAÇÕES
DO GRUPO
78
UNIDADES DE
PRODUÇÃO, DISTRIBUÍDAS
EM 16 países
ovinos
MAIOR PRODUTOR DA
CATEGORIA EM TODA A
AMÉRICA DO SUL
17
relatório anual marfrig 2013
marfrig
beef G4-8, G4-9
abate
processados
outros
produtos
% das vendas
18%
Sede
Brasil
Colaboradores
mais de 22 mil
Estrutura de produção
29 plantas no Brasil
16 de abate,
4 de processamento
Unidades
45 plantas de produção,
centros de distribuição
e escritórios (Brasil, Argentina,
Chile e Uruguai)
3 plantas na Argentina
abate
Faturamento
R$ 8,7 bilhões
(46,2% do total do grupo)
2 plantas no Chile
abate
Canais de venda
diversificado
5 plantas no Uruguai
abate e processamento
17%
65%
CORDEIRO, COURO E OUTROS
PROCESSADOS
IN NATURA
canais de vendas
% de vendas no Brasil
8%
36%
17%
37%
3%
food service
exportações
varejo
atacado
couro
18
negócios
moy park G4-8, G4-9
Keystone Foods
Moy Park
produtos
% das vendas
40% 9%
51%
Sede
irlanda do norte
Colaboradores
mais de 8 mil
Unidades
14 plantas (Irlanda do Norte,
Inglaterra, França, Holanda
e República da Irlanda)
Faturamento
R$ 4,7 bilhões
(25,2% do total do grupo)
Canais de venda
varejo e food service
Estrutura de produção
11 plantas de processamento
3 plantas de abate
3 plantas de ração animal
7 incubadoras
750 granjas
235 milhões
de frangos por ano
carne bovina/
aves processadas
in natura
outros (agri + meat free)
canais de vendas
% de vendas no Brasil
61%
28% 11%
1,5 milhão
de perus por ano
250 mil toneladas
de alimentos processados
por ano
varejo
fast food / food service
outros
19
relatório anual marfrig 2013
keystone foods
G4-8, G4-9
abate
processados
outros
produtos
% das vendas
76%
Sede
Estados unidos
Colaboradores
mais de 11 mil
Unidades
20 plantas (Estados Unidos,
China, hong kong, Malásia,
Tailândia, Coreia e Austrália)
Faturamento
R$ 5,4 bilhões
(28,6% do total do grupo)
Canais de venda
food service
22%
Estrutura de produção
2%
13 plantas de processados
3 complexos verticais
integrados de aves
+ 1 operação de grãos
1 unidade de pesquisa &
desenvolvimento
19 unidades
de crescimento de matrizes
+ 41 granjas de matrizes
+ 326 granjas de engorda
aves
carne bovina
peixe
canais de vendas
% de vendas no Brasil
76%
eua
APMEA
24%
20
estratégia
COM ESTRATÉGIA
DE LONGO PRAZO E REVISÃO
DA ESTRUTURA DE CAPITAL,
GRUPO BUSCA A PERENIDADE Do
MODELO DE NEGÓCIOS
O ano de 2013 foi de grande transformação para a Marfrig. O grupo reforçou sua estrutura de capital e passou
a operar através de um modelo de
negócios mais simples e focado, o que
permitiu reforçar seus valores originais
resgatando sua cultura organizacional
centrada no cliente.
Pilares do Focar
para ganhar
Através da implementação do plano
estratégico “Focar para Ganhar” a Companhia focou na excelência operacional,
atuando com mentalidade de inovação
e comprometida com altos padrões de
segurança, qualidade alimentar e liderança em sustentabilidade, fortalecendo o
foco no cliente.
O objetivo é estabelecer os alicerces de
um crescimento rentável, que prioritariamente gere retorno financeiro aos
investidores e benefícios sociais nas diversas comunidades em que operamos.
A estratégia da Marfrig é composta de
seis pilares que, na sua essência, reforçam os compromissos com os valores
originais do grupo.
Foco no cliente
Organização centrada no cliente, estreitando o relacionamento com parceiros
comerciais, entendendo e atendendo
suas necessidades específicas, oferecendo soluções em alimentação de
qualidade e praticidade para os clientes
em todo o mundo.
Foco na inovação
Mentalidade de inovação, que sempre
colocou a Marfrig Global Foods em
posição de destaque entre as empresas
do setor de alimentos.
Foco na rentabilidade
Crescimento com rentabilidade
a partir da revisão de todos os processos e manutenção de uma operação
de custo competitivo.
Foco nos canais food service e varejo
Sólida experiência em ambos os segmentos alicerçando toda a estratégia
comercial da Companhia.
Foco nos altos padrões de
segurança e qualidade alimentar
Compromisso com os mais
altos padrões nesses dois fatores,
garantindo a sustentação da Companhia em longo prazo.
Foco na liderança
em sustentabilidade do setor
Estar à frente em sustentabilidade, lidando de modo responsável com recursos
financeiros, sociais e ambientais, que são
primordiais para manter boas relações
com organizações ambientais, governamentais e sociais, além do respeito de
seus stakeholders.
Estratégias segmentadas
Cada Empresa do grupo tem seu próprio planejamento estratégico que, em
conjunto, forma o pool de ações que
levará a Marfrig Global Foods até sua
visão de futuro.
21
relatório anual marfrig 2013
Guidance G4-2
2013-2018
2013
Faixa da meta 2014
Faixa da meta 2018
Receita (R$ bilhões)1
18,5
21,0 – 23,0
7,5 – 9,5
(CAGR2% 2012 – 18)
Margem Ebitda
7,5%
7,5% – 8,5%
8,5% – 9,5%
Fluxo de caixa livre para acionistas (R$ milhões)3
–
0 a 100
650 – 850
Investimento (R$ milhões)
–
600
–
1 Receitas calculadas em R$, taxa de câmbio considerada de R$/US$=2,40 e R$/£=3,80 em 2014 e subsequentemente estável, sem inflação projetada.
2 Taxa de crescimento anual composta.
3 Fluxo de caixa operacional após investimentos, variações do capital de giro, despesas com juros e imposto de renda
Marfrig Beef
Com o objetivo de aumentar a geração
de caixa, a Marfrig Beef estabeleceu
quatro pontos estratégicos para sua
atuação nos próximos cinco anos.
A Empresa busca uma gestão mais
eficiente de capital de giro e otimização das plantas e do abastecimento de
matéria-prima. Para isso, visa atingir a
capacidade de utilização das unidades
produtivas em níveis próximos a 80%
até 2018. Também planeja ter plantas
dedicadas a produtos e mercados
específicos, incorporando o conceito de
sustentabilidade como parte integrante
do nosso modelo.
Também foca em maior rentabilidade
nos seus canais de distribuição e, para
isso, vai explorar oportunidades com
melhores margens, como o pequeno
varejo e food service no mercado brasileiro, onde o foco é a comercialização
de carnes Premium, oriundas de cortes
Mesa de negócios
Para garantir a continuidade de estoques e, consequentemente, a estabilidade de preços do mercado, a Marfrig Beef
passou a operar com opções de compra de gado
no mercado futuro.
Por meio da mesa de negócios, que passou a funcionar
no começo de 2014, a Empresa utiliza informações estratégicas para melhorar a gestão dos preços e do volume
de compra de gado para abastecer seus estoques e atender
à demanda sem rupturas nem excessos.
Adicionalmente, a Empresa ajuda a fomentar a cadeia, já
que oferece garantia de compra e liquidez para os produtores, além de contribuir para a estabilidade do preço
de mercado da carne.
Além de garantir um relacionamento mais próximo ao produtor, a mesa de negócios oferece o conhecimento necessário
para uma melhor gestão de risco da operação, potencializando a eficiência operacional e a ampliação de margens.
O que queremos G4-2
Como faremos G4-2
Aprimorar a conversão de caixa
– buscar eficiência e otimização de ativos
• Gerindo o capital de giro de forma mais eficiente
• Otimizando plantas e o abastecimento de matéria-prima
Crescimento de receitas com rentabilidade
– foco em canais de distribuição estratégicos
• Aprimorando a presença nos canais de distribuição mais rentáveis
• Racionalizando e expandindo a cobertura de distribuição
– logística eficiente, queda nos estoques
Alavancar potencial de fornecimento de carne
bovina a partir da América do Sul para aumentar
as vendas para EUA, Europa e Ásia
• Explorando exportações pelo Uruguai (região produtora de
carne bovina e ovina diferenciada)
• Aproveitado oportunidades atraentes de longo prazo na Argentina
• Utilizando a conectividade com Moy Park e Keystone
Crescimento no segmento de produtos
de valor adicionado
• Aumentando a penetração nos segmentos produtos enlatados
e bovinos para cozinha industrial
22
estratégia
nobres (picanha, filé-mignon) ou de
raças específicas (angus, por exemplo)
Comercialização de Energia
Dado que a demanda para produtos de
carne Premium nos principais mercados
internacionais é crescente, a Empresa
trabalha para melhorar sua estrutura
comercial de exportação, impulsionando as vendas aos mercados externos
e utilizando o Uruguai como porta de
saída de carne bovina e ovina para os
mercados prioritários, especialmente
em destinos onde ainda há algum tipo
de restrição à carne brasileira. No longo
prazo, a Argentina também oferece
oportunidades. É uma importante base
de produção de carne bovina, devido à
genética de alta qualidade baseada em
pasto natural, que é de reconhecimento
internacional, além de um volume de
produção significativo.
Para reduzir o custo fixo da sua produção e mitigar
riscos, a Marfrig busca otimizar as aquisições de energia
elétrica por meio da MFG Comercializadora de Energia,
Empresa do grupo.
A energia representa o terceiro item de maior custo do
processo produtivo da Marfrig. Através da MFG, a empresa negocia a compra por atacado no Brasil e repassa
a um pool de clientes, com uma margem que garante a
lucratividade, porém a um preço menor do que o que
seria proposto pela distribuidora.
Hoje, das 70 comercializadoras disponíveis no País, a MFG
ocupa entre a 15ª e 25ª posição do mercado. Desde a sua
criação até o fim de 2013, a comercializadora gerou uma
economia de R$ 11,2 milhões para a Companhia.
moy park
O mercado de aves do Reino Unido está em crescimento. Ao mesmo
tempo em que consumidores cada vez
mais têm optado por carnes brancas,
produtores têm substituído proteínas
importadas pela produção local.
Diante da expectativa de continuidade
desse ambiente positivo, a estratégia da
Moy Park visa aumentar as vendas de
aves in natura e alimentos processados
no varejo, ganhando participação no
mercado do Reino Unido. Outra meta
é continuar expandindo as vendas de
multiproteína no varejo no Reino Unido,
na Irlanda e na Europa Continental,
além de impulsionar a presença no
canal de distribuição de food service nas
mesmas regiões e se consolidar como
plataforma de distribuição de todo o
portfólio da Marfrig Global Foods no
continente europeu.
O que queremos G4-2
Como faremos G4-2
Aumentar as vendas de produtos com marca no
varejo no Reino Unido e na Irlanda
• Explorando gap de margem entre produtos Branded e Private Label
• Explorando marcas já disponíveis em portfólio nos
mercados de carne e frango do Reino Unido
Desenvolver e expandir vendas de
multiproteína no varejo do Reino Unido,
Irlanda e Europa Continental
• Desenvolvendo o negócio com base em canais de mercado existentes
• Utilizando a experiência de varejo do Reino Unido para
estabelecer maior presença no varejo na Europa Continental
• Integrando unidades de negócios da Marfrig na
Europa, sob a liderança da Moy Park
Ampliar a presença no canal de
distribuição food service no Reino Unido,
Irlanda e Europa Continental
• Explorando o bom relacionamento com os
principais operadores em food service.
• Integrando a Keystone Europa, mantendo forte ligação
com as operações globais da Keystone
• Atuando com mentalidade voltada ao food service
Tornar-se a plataforma de distribuição global
da Marfrig na Europa
• Alavancando-se na base diversificada de produtos da Marfrig na Europa
• Desenvolvendo e expandindo as vendas de
carne bovina processada na Europa
• Utilizando a plataforma de fornecimento global de
proteína animal da Marfrig (aves na Ásia e carne bovina na
América do Sul) para atender o mercado europeu
23
relatório anual marfrig 2013
keystone foods
Busca crescer no segmento de food
service, ampliando sua capacidade de
produção de alimentos processados à
base de carne de frango, nos Estados
Unidos e Ásia, focando principalmente
em contas-chave, como nas cadeias de
restaurante e serviço rápido de alimentação (QSR), que apresentam
um grande potencial de crescimento.
A estratégia para os próximos anos
também engloba a expansão geográfica
na Ásia, sendo o Oriente Médio e a
Indonésia potenciais mercados.
Por fim, a Keystone buscará uma maior
troca de experiências com a Marfrig
Beef, potencializando o suprimento de
carne bovina advinda das operações
de Bovinos na América do Sul para ser
utilizada como matéria-prima para a
produção na Ásia e EUA.
O que queremos G4-2
Como faremos G4-2
Fazer das aves o principal foco
de crescimento
Mercado dos EUA
• Crescendo com processamento de frangos maiores nas plantas existentes
• Assegurando equilíbrio entre fornecimento próprio e terceirizado para minimizar riscos
• Crescendo em outros mercados com as partes do frango que não são vendidas nos EUA
Mercado Apmea1
• Expandindo a capacidade de produção de processados para atender à forte demanda de
clientes
• Na China, fornecendo matéria-prima através de joint ventures com parceiros locais e outras
alianças estratégicas (número limitado de granjas pertencentes à própria Keystone)
Crescimento nas Key Accounts
(Contas-Chave)
Mercado dos EUA
• Com maior crescimento nos segmentos de QSR (quick service restaurant) e de cozinha
• Realizando Business to Business de frangos inteiros (processado – rotisserie) com clientes que
valorizam o nosso compromisso com a proteção da sua marca
• Reforçando atuação nos segmentos de varejo e club stores
Mercado Apmea
• Reforçando atuação em canais de vendas (food service, institucional, importadores, varejo)
• Explorando a abordagem de vendas (mercados domésticos/exportações)
• Implementando estruturas comerciais regionais de vendas para complementar equipes de
vendas locais já existentes
Expansão geográfica e de
capacidade de produção de
processados
• Focando Indonésia (240 milhões de habitantes) e Oriente Médio (50 milhões de
consumidores potenciais)
Crescer e diversificar o
negócio de bovinos
• Utilizando a melhor cadeia de suprimentos da categoria (excelente estrutura de compras de
matéria-prima bovina a partir da presença da Marfrig Beef na América do Sul; capacidade para
desenvolver produtos inovadores; e unidades industriais de nível mundial disponíveis nos EUA
e na Austrália)
• Explorando a proteção da marca (segurança alimentar, qualidade e sustentabilidade)
• Alavancando relacionamentos com Key Accounts (associar a venda de bovinos ao portfólio de
aves nos EUA e com o crescimento geral do segmento bovino em Apmea)
1 Sigla em inglês para Asia Pacific (leste asiático), Middle East (Oriente Médio) e África.
24
estratégia
Estratégia
de sustentabilidade
A estratégia de sustentabilidade,
recentemente reformulada, visa
permear toda a operação de forma
transversal, apoiando-se em seis pilares
estratégicos, envolvendo os diversos
públicos, sendo o norteador do desenvolvimento e da implementação de
ações inovadoras e políticas abrangentes para promover a responsabilidade
socioambiental dos negócios em toda
sua cadeia de fornecimento.
Cada divisão de negócios desenvolve
ações de acordo com suas especificidades
operacionais locais, as quais, em conjunto,
devem assegurar e promover a sustentabilidade de todo o seu sistema produtivo.
práticas e públicos G4-20, G4-21
MEIO
AMBIENTE
CLIENTES
S egurança alimentar
> Inovação e crescimento
> Valor nutricional
> Engajamento e
comunicação com
stakeholders
> Geração de valor
>
udanças climáticas
M
Energia
> Sistemas de
gestão ambiental
> Materiais e resíduos
> Recursos naturais
> Água
>
>
ECONÔMICO
Criação de valor
> Fluxo de caixa livre
> Desalavancagem
> Lucratividade
>
FORNECEDORES
em-estar animal
B
Fornecimento responsável
> Engajamento e
desenvolvimento
de fornecedores
> Asseguração da cadeia
de fornecimento
> Agricultura sustentável
>
>
SOCIAL
E ngajamento
da comunidade
> Voluntariado entre
colaboradores
> Desenvolvimento
econômico local
> Empreendedorismo social
>
AMBIENTE
DE TRABALHO
onformidade
C
Diversidade e
inclusão
> Desenvolvimento
de colaboradores
> Ética e integridade
> Segurança, saúde
>
>
e bem-estar
25
relatório anual marfrig 2013
relevância para os stakeholders
matriz de materialidade
CONSTRUÍDA A PARTIR DA
CONSULTA AO PÚBLICO
INTERNO E EXTERNO
DO GRUPO, MATRIZ DE
MATERIALIDADE SINALIZA
OS TEMAS RELEVANTES
PARA A GESTÃO
SOCIOAMBIENTAL
ÉTICA
1 Integridade, suborno e corrupção
2 Conduta em negócios
COLABORADORES
1 Saúde e segurança
2 Direitos humanos
3 Relações trabalhistas
4 Diversidade e igualdade
5 Remuneração e benefícios
FORNECEDORES
1 Biodiversidade e proteção a hábitats
2 Direitos humanos
3 Condições de trabalho em fornecedores
4 Aquisição responsável de proteína
1
1
2
2
1
3
2
4
5
1
5
3
1
1
4
2
3
4
3
2
4
2
3
5
4
Importância para os negócios
SOCIAL
1 Produtividade e segurança alimentar
2 Engajamento da comunidade
3 Terra/direitos de propriedade
4 Filantropia/voluntariado
produtos
1 Segurança e qualidade alimentar
2 Rotulagem
3 Embalagem
4 Bem estar animal
5 OGM (Organismos geneticamente modificados)
MEIO AMBIENTE – OPERAÇÕES DIRETAS
1 Gestão de resíduos e de emissões
2 Gestão de energia
3 Consumo de petroquímicos
4 Gestão e consumo de água
5 Mudanças climáticas
Temas materiais G4-19
Para orientar a estratégia de desenvolvimento sustentável no Brasil, as
equipes da Marfrig Global Foods foram
consultadas sobre impactos, riscos
e oportunidades relevantes para os
públicos de interesse, levando em conta
as especificidades das localidades onde
há operações.
A partir dessa consulta, foi elaborada a
matriz de materialidade, que elenca os
temas prioritários tanto para os públicos quanto para o negócio, identificando as prioridades.
Diante da natureza dinâmica das questões relacionadas à sustentabilidade, a
matriz é avaliada continuamente, viabilizando sua incorporação à estratégia.
Isso torna essencial o diálogo contínuo
com nossos públicos de interesse.
26
governança
corporativa
Os princípios direcionadores da governança corporativa da Marfrig Global
Foods são baseados nas melhores
práticas do mercado. O compromisso
é com a transparência, a prestação de
contas e a equidade no tratamento a
acionistas, parceiros e colaboradores.
Como Companhia de capital aberto, o
grupo atende às normas da Comissão
de Valores Mobiliários (CVM) e do
Regulamento do Novo Mercado da
BM&FBovespa, bem como às recomendações do Código Brasileiro das Melhores Práticas de Governança Corporativa
do Instituto Brasileiro de Governança
Corporativa (IBGC).
governança corporativa
EM SINTONIA COM AS MELHORES
PRÁTICAS DO MERCADO,
MODELO DE GOVERNANÇA
DO GRUPO FOCA EM
TRANSPARÊNCIA, EQUIDADE
E PRESTAÇÃO DE CONTAS
contabilidade e auditoria e gestão de
riscos. O destaque da Marfrig apontado pela revista são os conselhos independentes, com consultores externos.
As diferentes instâncias trabalham para
reforçar o cumprimento dos compromissos éticos da Companhia e garantir
que o Grupo esteja em linha com seus
valores, missão e visão.
Novo mercado
Em 2013, a Marfrig Global Foods
ficou em primeiro lugar no Índice de
Governança Corporativa (IGC), ranking
inédito publicado pela revista América
Economia e produzido pela Delta Economics & Finance. Para atender às regras do Novo
Mercado da BM&FBovespa, em janeiro
de 2014 a Marfrig concluiu o processo de sucessão do cargo de diretor
presidente, que passou do fundador e
principal acionista, Marcos Molina, para
o executivo Sérgio Rial. O processo
de transição foi iniciado em 2012. Até
o novo CEO assumir o posto, Marcos
Molina acumulou o cargo com o de
presidente do conselho de administração – que ainda exerce.
O estudo analisou as práticas de governança das 100 empresas com maior volume de negociação na BM&F Bovespa,
considerando critérios como transparência; conselhos e diretoria; propriedade e controle; direitos dos acionistas;
Também por regulamentação do
Novo Mercado, o capital é composto
apenas de ações ordinárias, todas com
iguais direitos em relação à alienação
do controle acionário da Empresa
(tag along1 de 100%).
1 Dispositivo que obriga um comprador das ações
dos controladores a fazer uma oferta pública pelos
papéis dos acionistas minoritários por 100% do valor
pago pelas ações dos controladores.
Compromisso G4-15
Em 2009 o grupo firmou um compromisso público conhecido popularmente
como “Acordo de Gado” ou “Critérios
para Operações com Gado e Produtos
Bovinos em Escala Industrial no Bioma
Amazônia”, segundo o qual se compromete a não adquirir gado de fazendas
envolvidas com novos desmatamentos,
embargadas pelo Instituto Brasileiro
do Meio Ambiente e dos Recursos
Naturais Renováveis (Ibama) e trabalho
escravo, situadas em terras indígenas ou
de conservação.
O compromisso foi uma resposta do
setor ao relatório do Greenpeace que
apontava a presença de infratores na
cadeia de pecuária. Após esse compromisso, a Marfrig suspendeu compras de
mais de 1,6 mil fazendas.
27
relatório anual marfrig 2013
instâncias de
governança
CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO,
CONSELHO FISCAL E COMITÊS
DE ASSESSORAMENTO
SÃO RESPONSÁVEIS PELA
CONDUÇÃO DOS NEGÓCIOS
E TOMADAS DE DECISÃO
A Marfrig Global Foods tem uma estrutura de apoio à gestão composta de
dois conselhos e três comitês. O Conselho de Administração é o principal
órgão de deliberação e é responsável
pelas estratégias e implantação das políticas gerais de negócios, pela designação
e supervisão da gestão dos diretores e
pela contratação de auditores independentes. Ao final de 2013, o órgão era
composto de nove membros, sendo
33% membros independentes.
Comitê de Auditoria
Assessora o Conselho de Administração no cumprimento de suas
responsabilidades relativas à análise e
divulgação das demonstrações financeiras, ao desenvolvimento de controles
internos e à fiscalização e coordenação
dos trabalhos das auditorias interna e
externa da Companhia, especialmente
nas questões relativas a contabilidade,
controles financeiros internos e demais
controles de observância legal.
Comitê de Gestão
Tem como atribuição assessorar o ConÓrgão independente que auxilia o
selho de Administração no cumprimentrabalho do Conselho de Administração
to de suas responsabilidades relativas
e da auditoria externa fiscalizando as de- a estratégias de longo prazo, planejamonstrações contábeis e mantendo uma mento e orçamento, incluindo assuntos
legais; novos negócios; investimentos;
comunicação direta com os acionistas.
relacionamento com o mercado e investidores e na formulação de políticas
Comitês de assessoramento
ao Conselho de Administração corporativas. Também zela pela elaboraG4-14, g4-34
ção e formulação de políticas corporativas específicas para as áreas de saúde,
segurança e meio ambiente; fornece
Os comitês trabalham para apoiar o
trabalho do Conselho de Administração. subsídios para tomada de decisões.
Reúnem-se mensalmente e reportam
seus respectivos pareceres para os
conselhos. São compostos de no mínimo três e no máximo seis membros,
acionistas ou não, todos eleitos pelo
Conselho de Administração. Atualmente, a Companhia possui instalados os
seguintes comitês.
Conselho fiscal
Comitê Financeiro
e de Gestão de Riscos
Examina periodicamente os planos
de investimento e financiamento e o
impacto das operações contratadas
que afetem a estrutura de capital;
determina parâmetros para monitorar a
manutenção das estruturas de liquidez
e capital predeterminadas; implementa
metodologia para a gestão de riscos
da atividade empresarial, bem como
procede ao seu acompanhamento; zela
pela elaboração do Relatório Anual de
Sustentabilidade.
Comitê de Remuneração, Recursos
Humanos e Governança Corporativa
Fornece subsídios ao Conselho de
Administração na tomada das decisões relativas às estratégias, políticas e
normas internas relacionadas a recursos
humanos; na fixação de remuneração
e benefícios oferecidos aos administradores e empregados; no controle e desenvolvimento das práticas e operacionalização de processos relacionados a
governança corporativa; no cumprimento de suas responsabilidades relativas à
gestão de talentos; no acompanhamento dos resultados e do desempenho
de executivos; e a avaliar e ratificar
a recomendação de contratação ou
demissão ao Conselho de Administração de membros do Comitê Executivo,
28
governança corporativa
Estrutura
organizacional g4-34
sErgio rial
ceo marfrig
global foods
marcelLo
zappia
vp rh
ricardo florence
dos santos
vp finanças e dri
jaime singer
vp planejamento
estratégico
Conselho de Administração2 g4-34
Marcos Antonio Molina dos Santos
Presidente do conselho
Alain Emilie Henry Martinet
Conselheiro
Antonio Maciel Neto
Conselheiro independente
Carlos Geraldo Langoni
Conselheiro independente
David G. McDonald
Conselheiro
Marcelo Maia de Azevedo Correa
Conselheiro independente
Maria A. P. Marçal dos Santos
Conselheira
Rodrigo Marçal Filho
Conselheiro
Sergio Agapito Lires Rial3
Conselheiro
2 Em 31 de dezembro de 2013, com mandato até a Assembleia Geral Ordinária de 2015
3 Em 23 de janeiro de 2014 foi eleito Diretor Presidente da Companhia (estatutário),
renunciando ao cargo de conselheiro
Conselho fiscal4 g4-34
Walfrido Marinho5
Conselheiro efetivo
Roberto Lamb
Conselheiro efetivo
Axel Erhard Brod
Conselheiro efetivo
Carlos Roberto de Albuquerque Sá
Conselheiro suplente
Marcello Froldi Negro5
Conselheiro suplente
Marcílio José da Silva5
Conselheiro suplente
4 Em 31 de dezembro de 2013, com mandato até a Assembleia Geral Ordinária de 2014.
5 Após a data, os conselheiros Walfrido Marinho, Marcello Froldi Negro e Marcílio José da Silva
deixaram o cargo, sendo substituídos por Eduardo Augusto Rocha Pocetti,
Christiano Ernesto Burmeister e Peter Vaz da Fonseca.
heraldo geres
vp jurídico
Diretoria e alta gerência, bem como de
validar a contratação de empresas de
Head Hunter para a escolha de altos
executivos; na validação da estratégia de
Comunicação Interna Corporativa.
Sistemas e Políticas de Gestão
Os sistemas de gestão e políticas
garantem a padronização da qualidade,
a segurança alimentar e a procedência
dos produtos de todas as Empresas da
Marfrig Global Foods. Também visam
apoiar a gestão corporativa de riscos,
contribuindo para que sejam estabelecidas práticas de prevenção e mitigação
desses riscos. As políticas e sistemas de
gestão buscam criar uma matriz que
fundamente a prática ética de trabalho,
principalmente relacionados às principais variáveis do negócio, como grãos,
gado, energia e água.
Todas as políticas e sistemas de
gestão citados a seguir estão disponíveis
em sua versão integral no site de Relações com Investidores da Companhia
(www.marfrig.com.br/ri)
29
relatório anual marfrig 2013
Código de Ética G4-56
Orienta a atuação e o compromisso dos
profissionais da Companhia, assegurando
a integridade na condução dos negócios
e processos e, consequentemente, a
reputação do grupo. Periodicamente,
são realizadas ações de treinamento e
orientações sobre seu uso.
MONITORAMENTO
DA CADEIA
DE SUPRIMENTOS
ESTÁ ENTRE AS AÇÕES
PARA GARANTIR A
TRANSPARÊNCIA
DOS NEGÓCIOS
Política de Negociação
Estabelece regras e procedimentos para
a negociação de ações de emissão do
grupo, assegurando a todos os públicos
interessados uma conduta ética por parte daqueles que possuem informações
relevantes. Coíbe e pune o uso indevido
de informação privilegiada, dando assim
as mesmas condições de tomada de
decisão a todos os acionistas.
Política de Dividendos
De acordo com a Lei das Sociedades
por Ações e com o Estatuto Social da
Marfrig, uma Assembleia Geral Ordinária de acionistas deve ser realizada no
primeiro quadrimestre de cada ano para
a deliberação da distribuição dos dividendos anuais. Os acionistas terão direito a
monitoramento de fornecedores
Em 2013, para incentivar as melhores práticas ambientais dentro do setor, os três maiores frigoríficos do país,
em parceria com o Greenpeace, uniram esforços para
melhorar os processos de auditoria para avaliação desse
compromisso público.
Os resultados das auditorias dos sistemas de controle
para compra de gado na Amazônia foram divulgados
via internet. Segundo o Greenpeace, que acompanhou
o processo, todas as empresas apresentaram sistemas
eficazes para a compra de gado bovino no bioma amazônico (leia mais em Fornecimento Responsável), contudo, a
Marfrig foi a Empresa que apresentou o melhor sistema
de monitoramento, com 98% dos fornecedores georreferenciados pelo sistema de monitoramento via satélite.
Além do Greenpeace, a Marfrig também teve seu relatório auditado por uma consultoria independente, que
atestou que, em 2013, não foi identificada nenhuma operação de compra de gado que contrariasse os pontos do
compromisso público.
Em 2013, a Companhia bloqueou
159 fazendas somente no Bioma Amazônia por não corresponderem aos critérios de sustentabilidade exigidos.
receber, em cada exercício, a título de
dividendos, um porcentual mínimo obrigatório de 25% (vinte e cinco por cento)
sobre o lucro líquido do exercício.
Política de Divulgação
Estabelece as práticas de divulgação e
uso de informações a serem observadas
pelo acionista controlador, pelos administradores, conselheiros fiscais ou qualquer
pessoa que possa ter conhecimento de
informação relativa a um ato ou fato relevante da Companhia. Cabe ao diretor
de Relações com Investidores divulgar
a informação nos jornais de grande
circulação e tornar sua disponibilização
imediata na CVM, na BM&FBovespa e
no site de Relações com Investidores da
Companhia, entre outros procedimentos
que garantam o acesso amplo do público
a essas informações.
Política de Mudanças Climáticas
e Recursos Naturais g4-14
Visa adequar atividades industriais,
comerciais e de serviços para uma
economia de baixo carbono. Para isso,
promove uma cultura de sustentabilidade, incluindo a adoção de práticas que
promovam o uso racional de recursos
naturais e a utilização de instrumentos
para avaliar riscos e oportunidades associados às mudanças climáticas.
Política Global de Segurança
e Saúde no Trabalho
Para garantir um ambiente de
trabalho seguro e adequado às legislações e normas técnicas vigentes, determina o monitoramento de indicadores
de performance em Segurança e Saúde
no Trabalho, a avaliação e identificação
contínua dos riscos, a disponibilização
de recursos necessários para garantir
um ambiente de trabalho seguro e
a capacitação e mobilização de seus
colaboradores, fornecedores, parceiros
e prestadores de serviço nos programas
de segurança.
Gestão da Qualidade
e Segurança do Produto g4-14
Adota iniciativas de desenvolvimento de
fornecedores e produtores que integram
sua cadeia de suprimentos, engajando-os
a adotar práticas socioambientais para garantir a segurança e qualidade dos e gerar
maior valor agregado para toda a cadeia.
30
governança corporativa
Gestão da
Sustentabilidade
Em 2013, a Marfrig Global Foods consolidou a
criação do Grupo Global de Responsabilidade
Social Corporativa e Sustentabilidade, que irá
colaborar para desenvolver e implementar a
estratégia de sustentabilidade e potencializar a
abordagem de comunicação, com efeitos positivos na satisfação do cliente e na preservação
do valor das partes interessadas.
•
•
•
•
São atribuições do comitê:
•
•
•
•
desenvolver e implantar a
estratégia global de sustentabilidade;
estabelecer uma comunicação clara e
coesa para os stakeholders a respeito da
abordagem do grupo com responsabilidade
social corporativa (RSC) e Sustentabilidade;
fornecer processo consistente e
estruturado e um fórum para a melhoria
contínua do desempenho;
identificar pontos fortes e fracos e
desenvolver estratégias para lidar de forma
eficiente com as necessidades identificadas,
EM 2013,
GRUPO GLOBAL
DEDICADO À
SUSTENTABILIDADE
FOI ESTRUTURADO
PARA IMPLANTAR
ESTRATÉGIA
SOBRE O TEMA
capitalizando os pontos fortes;
representar os interesses de
RSC e sustentabilidade do negócio,
regiões e funções;
medir e gerenciar o desempenho com
métricas globais;
valorizar e promover a melhoria contínua
na área de RSC e Sustentabilidade;
identificar e partilhar boas práticas
da empresa.
O conselho será liderado pelo vice-presidente
de Engenharia, Responsabilidade Social Corporativa e Segurança da Global Food Keystone, Ed
Delate. A equipe será composta de representantes de cada subsidiária operacional:
•
•
•
Mathias Almeida, Gerente de
Sustentabilidade da Marfrig Beef
Brian Moreland, Gerente de
Responsabilidade Corporativa da Moy Park
Susan Lorenz, Diretor de Sustentabilidade
da Keystone Food
Gestão de Ativos Intangíveis
Trata dos ativos que formam a essência
da credibilidade da Companhia, bem
como a geração de valor que traz para
a toda a cadeia. Os principais ativos são
as marcas, recursos humanos, experiência e conhecimento dos clientes,
pesquisa e desenvolvimento e gestão
com foco em sustentabilidade. Certificações G4-FP5, G4-56
Gestão de Riscos
Identifica, monitora e desenvolve
estratégias de mitigação dos riscos aos
quais a Empresa está exposta, a fim de
minimizar seus possíveis efeitos sobre
a Companhia. Diversificação geográfica e análise criteriosa de crédito e de
alterações climáticas são alguns itens do
planejamento estratégico, utilizados para
mitigar eventuais cenários negativos e
manter a sustentabilidade do negócio.
Além dos padrões nacionais de qualidade, atendidos nas operações nos
diversos países, a Companhia adere a
normas e regulamentos globais referentes à qualidade em suas diferentes
unidades de negócio:
Para assegurar a excelência dos
produtos, a gestão da qualidade na
Marfrig Global Foods está sempre
alinhada às exigências externas,
seguindo à risca normas e regulamentos de agências e governos nos
países onde atua.
31
relatório anual marfrig 2013
Unidades
certificadas
Certificação G4-FP5
Descrição
BRC (British Retail
Consortium) / GFSI (Global
Standard for Food Safety)
Requisitos estabelecidos por uma organização inglesa de varejo, que define
normas para a produção, embalagem, armazenamento e distribuição de
alimentos seguros.
48
ISO 22000
Norma global para os Sistemas de Gestão de Segurança de alimentos, que
define padrões para controle dos riscos na cadeia produtiva de alimentos,
garantindo sua segurança para o consumo humano.
29
ISO 9001
Normas técnicas globais que estabelecem padrões de gestão da qualidade
em empresas de todos os setores.
5
FSSC 2000
Sistema de Certificação para Segurança de Alimentos, criado pela
Foundation for Food Safety Certification (FSSC) a partir da ISO 22000.
2
ISO 14001
Norma global que define os requisitos para estabelecer um Sistema de
Gestão Ambiental, visando o equilíbrio entre rentabilidade e redução do
impacto ambiental.
26
OHSAS 18001
Conjunto de normas internacionalmente reconhecidas para sistemas de
gestão de saúde ocupacional e segurança do trabalho.
20
SA 8000
Certificação internacional de avaliação da responsabilidade social com foco
no exercício dos direitos humanos entre os colaboradores.
19
ISO 17025
Norma que estabelece um padrão internacional para atestar a competência
dos laboratórios que realizam ensaios e/ou calibrações.
3
RAC
– Rainforest Alliance
Certified
Visa, através da promoção e incentivo do manejo florestal e agrícola,
ambientalmente corretos e economicamente viáveis, contribuir para
a preservação da biodiversidade e justiça social, tendo como base a
certificação, treinamento, capacitação dos trabalhadores e o incentivo ao
desenvolvimento de políticas públicas ambientais.
5
PAS 220
Especifica os requisitos para o estabelecimento, a implementação
e a manutenção dos programas de pré-requisitos para auxiliar no controle
de riscos de segurança em alimentos nos processos de fabricação da cadeia
de fornecedores de alimentos.
1
MSC
– Marine Stewardship
Council
Organização não governamental que estabelece padrões para pesca
sustentável e rastreabilidade de frutos do mar e peixes. Permite manter fora
da cadeia de fornecimento peixe capturado ilegalmente.
1
IFS – International
Food Standard
Padrão comum de segurança de alimentos com um sistema de
avaliação uniforme, utilizado para qualificar e selecionar fornecedores.
Auxilia distribuidoras a garantirem a segurança de alimentos de
seus produtos e monitorarem o nível de qualidade dos produtores de
alimentos com sua marca.
1
USDA National
Organic Program
Certificação que indica que a comida ou outro produto agrícola foi
produzido de acordo com métodos que integrem práticas culturais,
biológicas e mecânicas que incentivem o equilíbrio dos recursos, promovam 1
equilíbrio ecológico e conservação da biodiversidade. Fertilizantes sintéticos,
lodo de esgoto e engenharia genética não podem existir.
National Standard
for Organic
& Biodynamic Produce
Provê serviços de consultoria e verificação para o setor de exportação de
orgânicos e produtos biodinâmicos na Austrália. O objetivo principal do
programa é assegurar que tais produtos provenientes da Austrália estejam
de acordo com os requerimentos de importação pedidos pelos diversos
países, assegurando o acesso aos mercados.
1
32
social
33
relatório anual marfrig 2013
PARA ESTIMULAR O
DESENVOLVIMENTO LOCAL, A
MARFRIG MANTÉM PROGRAMAS
ASSISTENCIAIS E DE INCLUSÃO
EM SUAS OPERAÇÕES AO
REDOR DO GLOBO
Com o objetivo de promover o desenvolvimento social sustentável, ajudando
principalmente crianças e adolescentes
com idades entre 6 e 16 anos, e idosos
em situação de vulnerabilidade social,
econômica e psicológica, o Instituto
Marfrig Fazer e Ser Feliz atua em
comunidades vizinhas de operações do
grupo com ações de assistência social,
cultura, educação, esporte, segurança
alimentar e saúde.
O Instituto é uma entidade sem fins
lucrativos que atua desde outubro de
2011, com trabalho realizado por meio
de sedes locais, conhecidas como Casas
de Apoio, que atendem diretamente
cerca de 500 pessoas entre crianças,
jovens e idosos.
Com a orientação de profissionais qualificados, cada Casa de Apoio oferece
aos públicos prioritários oficinas de artes, como aulas de teatro, canto, música,
dança e trabalhos manuais. Também são
firmadas parcerias com clubes locais
para serem oferecidas aulas de esportes,
como futebol e artes marciais.
Crianças e adolescentes também
encontram no instituto um espaço para
reforço escolar.
Para idosos, além de atividades de
sociabilização, como aulas de dança,
bailes e jogos de tabuleiro, as casas
promovem o bem-estar por meio de
sessões de fisioterapia e orientações
sobre saúde e segurança com palestras
proferidas por médicos e dentistas.
Em 2014, as casas passaram a direcionar
seus cursos de capacitação com base
na necessidade de cada uma das unidades, formando jovens profissionais para
preencher vagas nos quadros funcionais
da Marfrig em parceria com o Serviço
Social da Indústria (Sesi) e o Serviço
Nacional de Aprendizagem Industrial
(Senai). Essa ação, além de promover
o crescimento profissional do jovem,
incentiva o desenvolvimento local da
região, garantindo emprego e fomento
para a comunidade.
Atualmente, o Instituto conta com cinco
Casas de Apoio, localizadas nos municípios de Bataguassu (MS); Itajaí (SC);
Amparo (SP) e Promissão (SP), onde
há duas unidades. Até o final de 2014, o
Instituto planeja abrir mais nove unidades nos estados de Goiás, Rio Grande
do Sul, Rondônia e Santa Catarina.
O Instituto tem um plano de expansão
que visa, até 2020, ter uma unidade em
cada cidade onde o grupo mantém
operações industriais. G4-SO1
34
reconhecimento
Em 2013, a Moy Park
recebeu o prêmio
“Big Tick” por seu
trabalho de apoio
e desenvolvimento
a jovens para o
mercado de trabalho
na economia rural. O
prêmio é promovido
pela Business in the
Community (BITC),
organização
fundada em 1982
por grandes
empresas britânicas
comprometidas com o
impacto positivo
na sociedade.
Moy Park: jovens no mercado
de trabalho G4-SO1, G4-EC8
Na Europa, a Moy Park foca no ingresso
de jovens no mercado de trabalho por
meio do programa “Get into Food Processing” (Entre no Processamento de Alimentos). Direcionado a desempregados
com idades entre 16 e 25 anos, o programa oferece qualificação e experiência
ao longo de quatro semanas. É realizado
em parceria com as ONGs locais Food
Leadership Group e The Prince’s Trust, e
com a Faculdade de Agricultura, Alimento e Empreendimentos Rurais da Irlanda
do Norte (Cafre).
Também resultado de uma parceria
com a Cafre, a Academia Moy Park
promove a especialização em agri-food
(produção de alimentos por meio da
agricultura) para alunos do campus da
cidade de Loughry, na Irlanda. Inaugurada em 2013, a Academia oferece bolsas
de estudos e estágios. A Moy Park
participa com inputs ao conteúdo, com
a participação de profissionais da Companhia, bem como visitas às unidades
produtivas na região.
GARANTIR A
EMPREGABILIDADE
DE JOVENS E DAR
APOIO A ENTIDADES
ASSISTENCIAIS
ESTÃO ENTRE AS
PRIORIDADES
A Empresa também promove atividades focadas em alunos do Ensino
Fundamental. Para tanto, convida
escolas primárias das regiões onde
tem operações para participar de uma
competição que estimula a criatividade
e a veia empreendedora das crianças. O desafio das escolas é criar um
produto: um alimento saudável, com
embalagem e logomarca.
A ação conta com o apoio de colaboradores da Moy Park que trabalham
voluntariamente. Durante a atividade,
as crianças aprendem mais detalhes
sobre o mercado de alimentos e sobre
processo de desenvolvimento marketing
e administração de produtos.
35
relatório anual marfrig 2013
Keystone: apoio assistencial G4-SO1, G4-EC8
Nos EUA, a Keystone tem como prática
apoiar ações pontuais com o objetivo de levantar fundos destinados a
entidades assistenciais com atuação nas
comunidades locais.
Em Reidsville, na Carolina do Norte
(EUA), são realizados passeios ciclísticos,
caminhadas e corridas para levantar
fundos para o departamento de artes
da escola Rockingham County School.
Em 2013, a instituição recebeu cerca de
US$ 22,6 mil.
Em Eufaula, no Alabama (EUA), onde a
Keystone é o maior empregador da região, a Empresa ajudou a levantar com
eventos e ações de arrecadação, ao
longo de 2013, mais de US$40 mil, que
foram distribuídos para 79 entidades.
A unidade ainda colabora de forma
periódica para o asilo Crown Healthcare e o clube infantil Eufaula Boys and
Girls Club por meio de financiamento
e voluntariado empresarial. A unidade
realiza anualmente uma caminhada
para levantar fundos para a Sociedade
Norte-Americana de Câncer, chamada
Relay for Life.
A Australian Food Corporation (AFC),
braço da Keystone na Oceania, organizou uma rifa para levantar fundos para
a LifeStraw Australia, ONG que distribui
filtros portáteis que purificam água. O
equipamento se mostrou muito útil em
casos de desastres naturais ou até para
regiões carentes que não contam com
saneamento básico. O dinheiro angariado ajudou 300 famílias atingidas por um
tufão nas Filipinas.
Voluntariado no mangue
No fim de 2013, mais de 200 funcionários da unidade
McKey, na Tailândia, braço da Keystone, juntaram-se a
colaboradores de um parceiro comercial para plantar
árvores de mangue e acelerar a regeneração natural da
flora na província de Samutprakarn, a 30 quilômetros de
Bangkok, no Golfo da Tailândia.
Foram plantadas mais de 6,0 mil árvores, que, em três
anos, reduzirão em 80 mil toneladas as emissões locais
de gases de efeito estufa, além de reduzir a ocorrência
de erosão de encostas.
36
meio ambiente
37
relatório anual marfrig 2013
TEMAS COMO ÁGUA,
BIODIVERSIDADE, EMISSÕES
DE GASES DE EFEITO ESTUFA E
GERAÇÃO DE RESÍDUOS ESTÃO
NO CENTRO DA GESTÃO
AMBIENTAL DO GRUPO
FERRAMENTA
DIGITAL PERMITE
ACOMPANHAMENTO
DE INDICADORES das
UNIDADES PRODUTIVAS
Reduzir e mitigar impactos das operações no meio ambiente é fundamental
para a perenidade do negócio da Marfrig,
bem como para o futuro da pecuária e
da alimentação em escala global. O grupo
trabalha ativamente para entender como
pode criar formas cada vez mais eficientes de operar, oferecendo produtos com
qualidade e segurança ao mesmo tempo
em que utiliza cada vez menos serviços
ecossistêmicos em seus processos.
Para isso, a principal ferramenta é o
Sistema de Gestão Integrada (SGI), um
conjunto de normas, sistemas e processos auditáveis que norteiam gestores
e funcionários rumo à excelência em
produção de carnes.
por exemplo, o cálculo automático do
inventário de emissões de GEE por
planta.
O sistema de acompanhamento usa
um software exclusivo que permite,
além de centralizar as informações,
padronizá-las levando em consideração as métricas específicas de cada
país e as práticas de negócio de cada
unidade. Esse sistema é utilizado por
mais de 320 usuários.
Compromissos
Além de várias iniciativas em
parceria com importantes entidades ambientais, como a The Nature
Conservancy (leia mais no capítulo
Implantado em 2010, o SGI monitora os
Clientes e Consumidores), a Marfrig
impactos socioambientais; a saúde e o
foi a primeira empresa do setor de
bem-estar dos profissionais e a melhoria
alimentos à base de proteína animal
contínua de todos esses processos.
a assumir um compromisso com a
Secretaria do Meio Ambiente do
Em 2013, foi auditado e certificado nas
Estado de São Paulo, que prevê a imunidades produtivas e no escritório corplantação de projetos de reciclagem
porativo da Marfrig Beef no Brasil.
no município de Promissão (SP), onde
há uma unidade produtiva. O objetivo
Além do SGI, foi implantado um sistema é ampliar sua coleta seletiva, provendigital integrado globalmente que acom- do capacitação para cooperativas de
panha 1,7 mil indicadores das unidades
catadores e trabalhando em parceria
produtivas. O sistema digital permite,
com as prefeituras locais.
38
Mudanças
Climáticas
e Energia
TODOS OS ANOS,
MAIS DE 90
PROFISSIONAIS DA
MARFRIG ELABORAM
INVENTÁRIO
DE EMISSÕES
CONSIDERANDO
OS PROCESSOS
PRODUTIVOS
PRÓPRIOS E DE
FORNECEDORES
MONITORAMENTO DE
FORNECEDORES E INVESTIMENTOS
NO PROCESSO PRODUTIVO
PERMITEM À EMPRESA REDUZIR
SEUS IMPACTOS
A preocupação com a emissão de gases
de efeito estufa (GEE) é relevante
para qualquer empresa que trabalhe
no setor de proteína animal. Segundo
relatório da Organização das Nações
Unidas (ONU) divulgado em 2013, a
pecuária é responsável por 14,5% das
emissões de gases de efeito estufa
provocadas pelo homem.
gestão e compartilhamento de informações ambientais. O Grupo faz parte
da lista das dez empresas selecionadas
pela entidade que apresentaram maior
transparência e detalhamento no preenchimento do questionário usado para
calcular emissões disponibilizado pelo
CDP. A Marfrig foi a única empresa do
setor de alimentos a figurar na lista das
dez melhores da ONG.
A Marfrig trabalha para reduzir o seu
impacto assegurando que toda a sua
A transparência apresentada na resposcadeia esteja aderente às legislações
ta ao questionário é um resultado do
ambientais, evitando, dessa forma, o esextenso trabalho na área de controle
tímulo ao desmatamento. Seus esforços de emissões de GEE e, consequenjá foram reconhecidos internacionaltemente, seu impacto nas mudanças
mente. No Brasil, a Empresa contribui
climáticas. Anualmente, a Marfrig realiza
para o atingimento das metas do Plano
um inventário de emissões para os
Nacional de Mudanças Climáticas do
escopos 1 (emissões diretas dos proGoverno Federal, que visa reduzir as
cessos próprios), 2 (emissões indiretas
emissões do país. Além das melhode energia adquirida) e 3 (emissões
rias no processo produtivo, a Marfrig
fora do controle direto da Companhia)
contribui também indiretamente para a – que contemplam toda a sua cadeia
redução do desmatamento ao banir de
de fornecedores. Mais de 90 profissiosua cadeia fornecedores que apresennais da Marfrig participam do processo
tem irregularidades ambientais que pro- de levantamento dos dados, trabalho
movam o aumento das emissões, bem
realizado globalmente em todas as
como auxiliando e conscientizando os
unidades de negócio.
produtores rurais.
O inventário de 2013 foi desenvolvido
O Grupo foi eleito líder em transparên- de acordo com a metodologia do Procia no Relatório de Mudanças Climátigrama Brasileiro GHG Protocol, diretricas 2013 Brasil pelo Carbon Disclosure
zes da ISO 14064-1, “IPCC Guidelines
Project (CDP), ONG dedicada ao
for National Greenhouse Gas Inventodesenvolvimento e fornecimento de
ries 2006”, “Defra Voluntary Reporting
sistemas globais de medição, divulgação, Guidelines” e “ASHRAE Standard 34”.
39
relatório anual marfrig 2013
Selo Ouro da GHG
O trabalho da Marfrig no controle de emissões recebeu, em 2013, pelo
segundo ano consecutivo, o selo Ouro do Programa Brasileiro GHG
Protocol, referente ao relatório de emissões de GEE de 2012.
O selo é conferido às empresas que conseguem contabilizar suas emissões
e ainda submeter os resultados à uma auditoria independente. Desde 2010,
a Empresa já reduziu em mais de 9% as suas emissões. A redução foi possível
por conta de melhorias em diversas frentes, como a substituição de caldeiras
que usavam combustíveis fósseis por equipamentos abastecidos com biomassa. Até 2020, a Marfrig Global Foods tem como meta reduzir em 30%
a quantidade relativa (por tonelada de produto) de GEE.
Emissões diretas GEE G4-EN15, G4-EN16, G4-EN17
tco2e
Escopo 1
2011
2012
2013
Geração de eletricidade, calor ou vapor
266.366
293.625
283.384
Processamento físico-químico
114.754
81.814
132.736
Transporte de materiais, produtos, resíduos
99.517
77.288
43.562
Emissões fugitivas
52.117
4.984
4.688
Disposição de resíduos em aterro próprio
Tratamento de efluentes
10.631
3.384
10.628
144.545
181.950
66.352
Atividades de agropecuária
110.677
109.632
92.771
Total (tCO2eq)
798.606
752.675
634.121
Emissões biogênicas (provenientes da queima ou biodegradação de biomassa)
689.956
667.197
252.292
2011
2012
2013
370.001
425.262
310.820
Escopo 2
Eletricidade comprada e consumida
Vapor comprado e consumido
871
1.108
0
370.872
426.370
310.820
19.683
15.836
0
2011
2012
2013
21.550.463
25.672.401
18.843.075
Transporte e distribuição upstream (tanto de entrada quanto de saída, desde que
contratada pela Marfrig)
528.190
472.229
130.153
Resíduos gerados nas operações (destinados a aterros ou à compostagem)
465.491
78.859
255.193
18.191
7.022
3.302
0
19.194
6.092
22.562.336
26.249.705
19.237.815
6.633
15.063
716
Total (tCO2eq)
Emissões biogênicas (provenientes da queima ou biodegradação de biomassa)
Escopo 3
Bens e serviços comprados (aves, suínos, bovinos, ovinos, carne, insumos para ração)
Viagens a negócios
Deslocamento de colaboradores casa-trabalho
Total (tCO2eq)
Emissões biogênicas (provenientes da queima ou biodegradação de biomassa)
40
mudanças climáticas e energia
Taxa de Intensidade das
Emissões de GEE1 G4-EN18
tCO2e/t produzida
Reaproveitamento
de calor
Na planta da Keystone na Malásia, notou-se que um
compressor específico usado na operação gerava muito calor. O mesmo foi observado com uma chaminé
que, ao liberar a fumaça, acumulava muito calor.
0,34
0,35
0,35
2011
2012
2013
1 No cálculo da taxa de 2011 e 2012 foram
retiradas as emissões da Seara, de forma a viabilizar
a comparação com os números de 2013.
Os gases incluídos no inventários
foram o dióxido de carbono (CO2),
metano (CH4) e óxido nitroso (N2O),
sob a abordagem de controle operacional. Todas as unidades do grupo
foram incluídas.
O ano-base para contabilização foi
modificado de 2010 para 2012, uma
vez que este foi o primeiro ano em
que nosso inventário foi calculado
em nosso sistema global de gestão
de indicadores. Este sistema nos traz
mais exatidão nos dados, nos permite
eliminar unidades que foram desativadas e diminui a margem de erro na
contabilização.
De maneira geral, as emissões do Escopo 1 diminuíram em torno de 15,8%
em função dos desinvestimentos, que
impactaram positivamente a queda das
emissões de tratamento de efluentes
(redução de 63%) e também emissões
biogênicas (62%). Também registrou-se redução das emissões oriundas do
transporte de materiais, produtos e
resíduos. Os aumentos de emissões
ocorreram no processamento físico-químico, em virtude das emissões
A unidade decidiu criar um projeto que permitisse a
captação desse calor para reintroduzi-lo no processo
produtivo, uma vez que há grande demanda por água
quente em várias áreas da Empresa, tanto para produção quanto para limpeza dos equipamentos.
Foi desenvolvido um sistema para viabilizar a captura do calor e seu uso para fins de aquecimento. O
processo foi finalizado em 2013 e economizou 2,6 mil
gigajoules de energia em 2013, gerando economia
de US$ 39 mil, ou RMB$ 245 mil.
de CO2 em processo na Keystone; e
na disposição de resíduos em aterro
em virtude do aumento do volume da
divisão de Bovinos no Brasil.
A meta de redução das emissões do
Grupo Marfrig foi estabelecida não
sobre as emissões absolutas, mas sim
sobre um índice de intensidade de
emissões por tonelada de produto
produzido. A meta consiste em uma
redução desse índice em 30% até o
ano de 2020, em relação ao primeiro
ano em que esse índice foi calculado,
que foi 2010.
toneladas produzidas pelo Grupo, sendo incluídas as emissões dos escopos 1
e 2 sendo incluídos somente os gases
listados pelo protocolo de Kyoto (exclusão dos gases listados no Protocolo
de Montreal e emissões biogênicas).
Ações mitigatórias
Para conseguir reduzir as emissões, a
Marfrig trabalha em várias frentes. Uma
das mais importantes foi conduzida
na China, com a unidade McKey, da
Keystone, que concluiu ano passado um
projeto de quatro anos que tinha por
objetivo trocar o uso de óleo diesel por
Da mesma forma que as emissões
gás natural. Essa mudança, além de ecodiretas, as emissões indiretas (Escopo 2) nomizar energia, reduz as emissões de
e outras emissões indiretas (Escopo 3)
GEE. A unidade teve que construir mais
foram reduzidas em virtude da saída da de 2 km de dutos que interligassem a
Seara do grupo, impactando positivaconcessionária municipal de gás natural
mente o consumo de energia elétrica,
de Shenzhen, cidade-sede da planta, à
vapor e as emissões biogênicas no caso unidade. Foi necessário renovar vários
das emissões oriundas do Escopo 2, e
dos equipamentos utilizados na unidade
as emissões de transporte e distribuição, e modificar outros tantos para viabilizar
viagens de negócio e deslocamento de
essa mudança. A previsão é que essa
funcionários no Escopo 3.
iniciativa economize mais de US$ 800
mil, ou RMB$ 5 milhões, e gere uma
Para o cálculo da intensidade de emisredução nas emissões de mais de 2,5
sões do Grupo, utiliza-se a medida de
mil toneladas de CO2.
41
relatório anual marfrig 2013
ENTRE AS FONTES
ENERGÉTICAS UTILIZADAS
PELO GRUPO ESTÃO
BIODIESEL, ÁLCOOL,
CAVACO DE MADEIRA,
BAGAÇO DE CANA
E CASCA DE ARROZ
Consumo de energia
Em 2013, o consumo direto de
energia foi de 12.103.831 GJ, valor
6% maior do que o de 2012. Apesar
dos desinvestimentos realizados, houve
aumento da produção nas operações
remanescentes, o que resultou no
crescimento orgânico do consumo. Por
outro lado, houve maior adoção de
fontes renováveis.
Com a saída de determinadas
divisões produtivas do grupo, houve
redução do uso de alguns insumos,
destacadamente álcool, biodiesel, biogás, briquete, cavaco de madeira, lenha
nativa, parafina e pellets. Registrou-se
também uma queda no uso de energia
elétrica nas operações com a saída de
tais operações.
Houve aumento considerável no consumo de bagaço de cana, principalmente por conta do aumento da produção
na divisão de bovinos no Brasil. Por
outro lado, a redução do consumo de
casca de arroz também foi relevante,
por conta da menor produção nas três
unidades principais que as utilizam no
Brasil. Além disso, a variação entre as
utilizações de sebo e sebo ácido está
relacionada à equação econômica mais
viável para a adoção de um ou outro.
Consumo de energia G4-EN3
GJ
direta
2012
2013
renovável
Bagaço de cana
direta
2012
2013
Diesel
285.991
188.570
Glp
105.335
267.361
94
0
1.729.503
1.853.914
563.424
107.579
21
50
194.086
5.798
249.645
344.225
Biodiesel
36.211
0
Biogás
31.329
9.107
Gás natural
Briquete
253.944
7.328
Lenha nativa
Casca de arroz
295.332
96.528
Cavaco de madeira
120.410
0
Óleo de xisto
1.756
0
Parafina
8.591
0
Lenha renovável
5.087.357
8.243.750
Propano
2.792
10.834
Pellets
1.140.625
0
0
0
269.566
15.613
3.683.338
3.051.645
Sebo ácido
77.131
255.376
Serragem
92.946
80.258
11.339.589
12.103.831
7.656.251
9.052.186
Álcool
Sebo
Total direta renovável
não renovável
Acetileno
Bpf
12
0
793.489
617.538
Gasolina
Nafta
Querosene
Total direta não
renovável
Total energia direta
indireta
2012
2013
Energia elétrica 1
7.252
2.881
1 Queda no consumo total de energia indireta ( renovável + não-renovável )em
2013 impactado por desinvestimentos em operações. Atualmente apenas Beef
Brasil consome energia indireta renovável.
42
resíduos
PARCERIAS
TRABALHO
COM EMPRESAS
ESPECIALIZADAS AJUDA O
GRUPO A ENCAMINHAR
RESÍDUOS PARA
COMPOSTAGEM
99%
FOI O TOTAL
DE REDUÇÃO DE LIXO
ENCAMINHADO PARA
ATERROS PELA MOY PARK
NOS ÚLTIMOS TRÊS ANOS
NO BRASIL E NAS UNIDADES
NO EXTERIOR, O FOCO É
A BUSCA POR SOLUÇÕES
DE MENOR IMPACTO
Reduzir e reciclar são os principais mo- A Australian Food Corporation, unidade
tes do trabalho com resíduos na Marfrig da Keystone, trabalhou ativamente para
Global Foods. Um exemplo desse trareduzir o lixo enviado para aterro. Reabalho foi a força-tarefa empreitada pela lizou um inventário para entender quais
Moy Park, que conseguiu reduzir nos
eram seus resíduos e como poderia reúltimos três anos em 99% o lixo encaciclar cada um. Foram realizadas reuniões
minhado para aterros sanitários. Esse
matinais com os funcionários para tentar
resultado foi alcançado por meio de
mudar os hábitos e estimular a reciclamudanças comportamentais e culturais, gem, introduzindo novos cestos de lixo
como aumento do incentivo à reciclapara permitir a separação. Isso facilitou a
gem em toda a base agrícola. Outras
compactação do lixo na unidade.
iniciativas incluem o trabalho realizado,
por exemplo, na unidade de Anwick, na Durante esse processo, a unidade idenInglaterra, que, além de eliminar o envio tificou que os plásticos das embalagens
de lixo para aterro, também trabalhou
das matérias-primas eram o principal
para reduzir cada vez mais a geração de componente do lixo que estava sendo
resíduos. A unidade passou a compactar encaminhado para aterros na unidade.
os forros usados em fardos e enviá-los
Por conta da contaminação do plástico
para a reciclagem, reduzindo em um
por sangue, não havia como reciclar esse
terço a coleta de lixo da unidade.
resíduo. Para alcançar a meta de não ter
mais lixo encaminhado para aterro, a
No Brasil, as unidades Promissão
unidade precisaria encontrar um destino
(SP) e Rolim de Moura (RO) estão
diferente para esse produto. A unidade
trabalhando com empresas parceiras
procurou então um parceiro comercial
para encaminhar resíduos orgânicos
especializado em lixo hospitalar para
para compostagem. Além de reduzir
dar uma destinação alternativa para esse
o lixo encaminhado para aterros, o
resíduo. Os plásticos passaram a ser
processo é mais econômico e impacta
incinerados, e a energia gerada passou a
positivamente a pegada de carbono da
alimentar a própria operação do parceiEmpresa. O adubo produzido a partir
ro comercial. G4-EN23
da compostagem vai para a agricultura
da região. Em Mineiros (GO), a unidade
está fazendo a própria compostagem,
sem parceiros, dentro da planta.
43
relatório anual marfrig 2013
água
Em 2013, o consumo de água do
Grupo registrou queda substancial de
aproximadamente 46%, principalmente
em função dos desinvestimentos em
operações de frango e suínos no Brasil.
Na Moy Park, apesar de ter sido registrado aumento no consumo de água
advindo da rede pública de abastecimento, estão sendo realizados trabalhos para mudanças comportamentais,
incluindo treinamento das equipes em
métodos de eficiência hídrica, e outras
iniciativas como a redução da pressão
da água usada na unidade.
Na Keystone, na planta da Carolina
do Norte (EUA), com o objetivo
de reduzir em 12% o consumo de
água, foi realizado um diagnóstico que
identificou uma oportunidade na troca
do sistema de resfriamento, reduzindo
o consumo de 10 para 4 galões (38
para 15 litros)de água por minuto,
sem impactos na operação. O projeto
conseguiu reduzir o consumo em 37
milhões de galões (140 milhões de
litros) de água por ano, o equivalente a
28% do consumo total na unidade.
Por conta da legislação local, a planta
da Keystone na Malásia teve que montar um sistema próprio de tratamento
de efluentes para realizar o descarte
no sistema municipal de esgoto e
saneamento. A nova estação de trata-
TRATAMENTO DE EFLUENTES,
USO RACIONAL DOS RECURSOS
HÍDRICOS E TECNOLOGIAS
ECOEFICIENTES SÃO PRIORIDADE
Consumo de Água G4-EN8
m3
Fontes
2011
2012
2013
Superficial
19.420.065
18.720.319
6.037.973
Subterrânea
14.779.605
17.107.238
6.685.297
Terceiros
11.541.075
11.712.656
9.655.412
947.677
1.230.955
205.162
0
16.024
579.847
45.740.745
47.556.238,44
23.163.691
Percentual de reciclagem
2,0%
2,5%
0,9%
Proporção de captação em fonte
superficial, terceiros e rede
de abastecimento
68%
65%
71%
Proporção de captação
em fonte subterrânea
32%
35%
29%
Reúso
Rede de abastecimento público
Total
44
mais de 90%
É O PERCENTUAL DE
EFICIÊNCIA NA REMOÇÃO
DE POLUENTES DE
NOSSOS SISTEMAS DE
TRATAMENTO
R$ 30 mi
FOI O GASTO
APROXIMADO COM
TRATAMENTO DE
EFLUENTES NA MARFRIG
água
mento foi montada dentro da unidade.
Desse projeto surgiu a oportunidade
de reaproveitar o efluente tratado
na operação, para diluir produtos
químicos adquiridos em forma concentrada para otimizar custos. Diante
do sucesso do projeto, os oficiais do
governo de Kuala Lumpur usam a estação de tratamento da unidade para
capacitar os técnicos locais.
Entre os tratamentos adotados, alternam-se os físicos e físico-químicos, uso
de biodigestores, lodo ativado e lagoas.
Efluentes
Registrou-se também decréscimo
do volume gerado e descartado em
virtude dos desinvestimentos em operações do grupo.
Todas as unidades industriais do grupo
possuem sistemas de tratamento de
efluentes, que asseguram o adequado
reúso ou descarte em condições adequadas ao meio ambiente, com eficiência da remoção de poluentes superior a
90%. Os principais destinos de descarte
são os corpos d’água, seguidos pela
rede pública e solo (fertirrigação).
Em 2013, os gastos para tratamento
dos efluentes aproximaram-se dos
R$ 30 milhões. A contabilização do volume de efluentes gerados e descartados
é feita por medidores de vazão e calhas
em todas as plantas industriais.
No ano não foram registrados derramamentos e/ou vazamentos significativos. Em casos de emergência, a
Companhia adota uma série de procedimentos ambientais de monitoramento, sendo acionados planos de contingenciamento específicos para cada tipo
de substância derramada. G4-EN24
Volume de Efluentes e Carga Lançada i G4-EN22
2012
2013
Volume Total de efluentes (m )
39.500.580
25.445.290
DQO Final (Kg)
10.884.317
4.954.138
1.943.461
551.804
3
Nitrogênio Final (Kg)
1 Queda no volume de 2013 impactado por desinvestimentos em operações.
45
relatório anual marfrig 2013
biodiversidade
G4-EN12, G4-EN13
POR MEIO DE UM
SISTEMA PRÓPRIO
PARA MONITORAR
FORNECEDORES DE GADO
NA AMAZÔNIA, A MARFRIG
ESTÁ COMPROMETIDA
COM A CONSERVAÇÃO DA
BIODIVERSIDADE
CONTROLE SOBRE
TODO O PROCESSO PRODUTIVO,
INCLUINDO A CADEIA
DE SUPRIMENTOS, É CRUCIAL
PARA O CONTROLE
DA PEGADA AMBIENTAL
Com o objetivo de monitorar as
propriedades fornecedoras de gado
do Bioma Amazônico, a Marfrig possui
um sistema de controle via satélite.
A realização desse monitoramento
está expressa no desenvolvimento do
programa Marfrig Club, assim como nos
inúmeros compromissos públicos firmados com parceiros comerciais, ONGs e
entidades representativas da sociedade
civil (leia mais na p. 21).
O sistema avalia diariamente mais de
7.920 propriedades rurais (totalizando
25.489.328,14 hectares) verificando a
incidência de novos focos de desmatamentos por meio da sobreposição de
imagens de terras indígenas e unidades
de conservação, a partir de informações
do Prodes/Deter (com dados disponibilizados pelo Inpe).
O trabalho ainda consiste na
checagem, em todo o Brasil, de áreas
embargadas por problemas ambientais no Ibama e quanto à presença de
trabalho análogo ao escravo, conforme
listagem disponibilizada pelo Ministério
do Trabalho e Emprego.
Além do monitoramento via satélite, o
Grupo mantém contato com a Fundação Nacional do Índio (Funai), com o
Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e com
o Instituto Nacional de Colonização
e Reforma Agrária (Incra) para estar
sempre atualizado sobre eventuais conflitos entre índios e produtores rurais,
situação legal, localização das unidades
de conservação, eventuais problemas
relacionados a pecuária e a regularização fundiária na região.
A Companhia também consulta regularmente os Ministérios Públicos Federais (MPF) nos estados onde adquire
animais acerca de qualquer tipo de
condenação – que envolvam áreas destinadas à pecuária - referente à grilagem,
violência agrária, aquisição ilegal de terra,
conflitos com povos indígenas, trabalho
escravo, entre outras.
Ações de conservação
da biodiversidade G4-15
A Marfrig Global Foods é signatária de
diversos pactos e iniciativas para a conservação da biodiversidade na Amazônia e dá suporte a projetos ambientais
com o mesmo objetivo.
Projeto Carne Sustentável
do Campo à Mesa
Trabalho conjunto entre o Grupo
Marfrig, o Walmart e a ONG The
Nature Conservancy, tem como
objetivo ampliar a conscientização
sobre a necessidade de conservação
do bioma Amazônia; fornecer recursos
técnicos para regularização ambiental e
46
biodiversidade
ampliação da produção sustentável aos
pecuaristas das regiões de São Félix do
Xingu e Tucumã, no sudeste do Pará; e
oferecer carnes com garantia de origem
e processos sustentáveis aos consumidores brasileiros através de um sistema
de rastreamento de carnes aprimorado.
O sudeste do Pará foi escolhido por
combinar riqueza ambiental e produção
pecuária em larga escala na Amazônia.
Com vastas áreas protegidas e rios
fundamentais para a irrigação do bioma,
a região é uma das fronteiras agropecuárias mais dinâmicas do mundo e
concentra o maior número de cabeças
de gado do país, segundo o IBGE.
As atividades previstas envolvem apoio
ao pecuarista para adesão de práticas
sustentáveis, monitoramento da produção e rastreamento da carne até o consumidor final. Em 2013, o Grupo apoiou
o trabalho em 18 propriedades, envolvendo o restauro e conservação de uma
área total de 10.231 hectares de APPs
(áreas de preservação permanente).
Pioneirismo Internacional
A unidade de produção de Tangará da Serra (MT) se tornou a primeira indústria de alimentos do setor de proteína animal no mundo a rastrear o ciclo
produtivo completo de produção de carne bovina com a chancela do Instituto
de Manejo e Certificação Florestal e Agrícola (Imaflora) e da Rainforest Alliance, uma das organizações mundiais pioneiras na elaboração de protocolos
para proteção florestal, criada há 25 anos nos Estados Unidos.
Além de permitir o uso do selo Rainforest Alliance Certified (RAC) impresso
nas embalagens, a certificação atesta que os produtos da Companhia atendem
aos mais elevados requisitos de gestão socioambiental na cadeia de valor
pecuária.
Desde junho de 2012, a unidade tem produzido e comercializado internacionalmente produtos com o “selo verde da pecuária”, o único certificado
no mundo a atestar 136 critérios socioambientais distintos em fazendas de
pecuária, que vão desde a redução da emissão de gases do efeito estufa à
implementação de práticas de bem-estar animal e condições sociais com os
colaboradores e suas famílias.
Em 2013, foram certificadas ou recertificadas também as plantas industriais de
abate/desossa de Tangará da Serra (MT), Promissão I (SP) e Promissão II (SP),
além da planta de industrializados Pampeano – Hulha Negra (RS).
47
relatório anual marfrig 2013
7.920
PROPRIEDADES RURAIS
Na amazônia SÃO
MONITORADAS VIA
SATÉLITE PELA EMPRESA
Pacto pela Pecuária Sustentável no
Estado de Mato Grosso
Em 2010, o Grupo Marfrig assinou um
compromisso pela pecuária sustentável
no estado de Mato Grosso em um
encontro conduzido pelo Ministério
Público Federal do Estado. A assinatura
do Termo de Ajustamento de Conduta
(TAC) implica o comprometimento
legal em adotar os critérios estabelecidos a fim de regularizar toda a cadeia
produtiva da carne em Mato Grosso.
O TAC estabelece que as empresas de
alimento não possam comprar animais
de propriedades que tenham sua base
de produção associada ao trabalho
escravo, à grilagem de terras, à violência
agrária e ao desmatamento ilegal.
Os animais também não devem
ser provenientes de terras indígenas,
unidades de conservação, áreas pertencentes a comunidades quilombolas
ou terrenos públicos sem uso federal
ou municipal.
Todas as compras de gado do
Grupo Marfrig em Mato Grosso
provêm de propriedades que possuem
licenciamento ambiental ou já iniciaram
o processo de licenciamento. Essa medida permite maior controle da cadeia
de suprimentos e estimula a regularização ambiental.
EM PARCERIA COM
OUTRAS ORGANIZAÇÕES,
A EMPRESA APOIA
A AGRICULTURA
RESPONSÁVEL NO
SUDESTE DO PARÁ
48
biodiversidade
Pacto pela Sustentabilidade
do Walmart Brasil
O Walmart estabelece, com seus
fornecedores, compromissos com
o desenvolvimento sustentável na
Amazônia; a redução de embalagens
e o desenvolvimento de cadeias
produtivas sustentáveis.
Global Roundtable on Sustainable
Beef – GRSB G4-16
O GRSB é uma organização internacional com sede nos EUA cujo objetivo é a
melhoria contínua da sustentabilidade na
cadeia de valor global da carne por meio
de lideranças, ciência, colaboradores e
engajamento de atores interessados.
Grupo de Trabalho
da Pecuária Sustentável – GTPS G4-16
Participação como membro do Conselho Diretor e fundadora do GTPS, que
tem como objetivo debater e formular,
de maneira transparente, princípios,
padrões e as melhores práticas a serem
adotados pelos participantes da cadeia
de valor da pecuária bovina brasileira,
promovendo a produção socialmente
justa, ambientalmente correta e economicamente viável.
Critérios Mínimos para Operações com
Gado e Produtos Bovinos em Escala
Industrial no Bioma Amazônia
A Marfrig aderiu ao compromisso público “Critérios Mínimos para Operações
com Gado e Produtos Bovinos em
Escala Industrial no Bioma Amazônia”
com a organização não governamental
Greenpeace, que inclui desmatamento
zero na cadeia de suprimentos, rejeição
à invasão de terras indígenas, áreas
protegidas, trabalho escravo, grilagem
e violência no campo. No dia
01/04/2014 foram publicados para
todos os nossos stakeholders o relatório
da auditoria e o plano de trabalho com
as atividades de rotina e aquelas que
ainda serão implantadas para cumprimento total dos critérios.
Pacto Empresarial
Conexões Sustentáveis
A Marfrig é signatária do Pacto
Empresarial Conexões Sustentáveis,
pelo financiamento, pela produção,
pelo uso, pela distribuição, pela comercialização e pelo consumo sustentáveis
de produtos da pecuária bovina oriundos da Amazônia.
Projetos socioambientais
em Rondônia
Dois projetos de âmbito socioambiental foram destaque no Estado
de Rondônia.
No município de Rolim de Moura, foi desenvolvida uma horta local
para abastecimento do refeitório da unidade e funcionários, que
atualmente produz 87 kg de verdura frescas e orgânicas por semana.
A medida proporciona maior qualidade alimentar aos funcionários.
Em São Pedrinho, um projeto de recuperação de solos degradados
estabeleceu as áreas a serem recuperadas e a quantidade de mudas a
serem produzidas.
O projeto foi iniciado em 2010 com o diagnóstico socioambiental de
algumas propriedades. Em 2012 foi instalado o viveiro para a produção das mudas de espécies nativas, com objetivo de recuperar o
Igarapé São Pedrinho, que abastece a unidade.
A meta é que 21 propriedades sejam atendidas, recuperando 10 hectares de mata ciliar por ano, num total de 50 hectares. Até o momento foram recuperados 16,1 hectares em nove propriedades.
O Grupo auxilia os proprietários com as mudas, preparo da área,
plantio e replantio no segundo ano.
49
relatório anual marfrig 2013
Reflorestamento
e Preservação
A Marfrig incentiva a produção de
madeira legal a partir de reflorestamento por meio de parcerias com
produtores rurais. Além de preservar
florestas, a iniciativa gera renda e garantia de fornecimento para as unidades industriais. A Marfrig assegura que
toda a lenha consumida nas operações
industriais é procedente de árvores
produzidas ou manejadas de forma
legal e de acordo com os padrões de
produção sustentável.
Proprietários
beneficiados
Área
recuperada (ha)
Quantidade
de Mudas
José Geraldo Amorim
2,2
7.864
Benevides de Amorim
1,6
1.859
Irenio Brum
1,5
6.033
José Carlos Gonçalves
2,6
3.911
Osvaldo Antonio Venturoso
0,3
170
Ademar Kloos
2,9
1.574
Saul Nandi
0,6
1.650
Elias Estauffer de Almeida
3,8
4.360
Maria Joana Lopes
0,6
975
16,1
28.396
Total
50
Ambiente
de Trabalho
(Workplace)
51
relatório anual marfrig 2013
COM OPERAÇÕES
DISTRIBUÍDAS EM 16 PAÍSES,
O GRUPO MANTÉM PRINCÍPIOS
INTEGRADOS PARA GARANTIR
O ENGAJAMENTO DE SEUS
PROFISSIONAIS
ORIENTADOS PELO
CÓDIGO DE ÉTICA DESDE
A ENTRADA NA EMPRESA,
OS COLABORADORES
DISPÕEM DE CANAIS PARA
REGISTRAR DENÚNCIAS E
RECLAMAÇÕES
A Marfrig Global Foods conta com
43.069 colaboradores. Para garantir que
cada um, mesmo distante geograficamente, mantenha os mesmos valores
e direcionamentos, os princípios de
gestão de pessoas engajam os profissionais, desenvolvendo habilidades e
criando uma estrutura que assegura o
alinhamento de valores corporativos.
Atender ao Código de Ética é obrigatório para todos os colaboradores, que
o recebem no processo de integração de novos funcionários. Além dos
manuais impressos, distribuídos a todos,
a versão online está permanentemente
disponível na Intranet e no site de Grupo Marfrig: www.marfrig.com.br/marfrig/
codigo-etica/pdf/codigo-etica.pdf.
Tais valores são disseminados por meio
de ações internas, garantindo a melhoria contínua na atuação da Empresa.
Todas as reclamações ou denúncias
referentes às questões éticas podem
ser encaminhadas para os canais disponibilizados no manual impresso do
código. A mesma informação de contato está disponível na Intranet e Internet
do Grupo Marfrig, além dos banners
distribuídos nas unidades operacionais
e escritório central, disseminando o
telefone e e-mail nos quais devem ser
relatadas as denúncias. G4-56
A postura esperada do Grupo por
seus profissionais em relacionamentos
com clientes, consumidores, acionistas,
fornecedores, poder público, sociedade
e outros colaboradores é formalizada
pelo Código de Ética. Com base nesse
documento, os colaboradores se orientam, individual ou coletivamente, sobre
atitudes e compromissos desejados
na busca pela excelência das relações
internas e externas, assegurando a
integridade da reputação na condução
dos negócios e processos.
52
ambiente de trabalho (workplace)
Total de colaboradores G4-10
2013
nível funcional
Homens
Mulheres
Diretoria
46
5
Gerência
384
114
Chefia/coordenação
766
246
Técnica/supervisão
1.062
402
Administrativo
2.291
1.858
21.832
13.066
1
3
Terceiros
434
245
Aprendizes
105
127
Estagiários
48
34
26.969 (63%)
16.100 (37%)
Operacional
Trainees
Total por gênero
Total
por região
43.069
Homens
Mulheres
Keystone
5.820
5.830
Moy Park
5.587
3.260
Argentina
1.360
143
Uruguay
2.500
788
51
18
11.653
6.059
Homens
Mulheres
588
409
26.381
15.691
Homens
Mulheres
26.381
15.691
588
409
Chile
Beef Brasil
Tipo de contrato
Tempo determinado
Tempo indeterminado
Tipo de emprego
Jornada integral
Meio período
53
relatório anual marfrig 2013
Atração
e valorização
de profissionais
Para atrair talentos para seus quadros
profissionais, a Marfrig Beef firmou
parcerias com consultorias e sistemas
de emprego, bem como com prefeituras de municípios em que há unidades
operacionais e estão em localidades
distantes dos grandes centros, e com o
Ministério do Trabalho.
Uma importante ferramenta de atração é o programa de menores aprendizes. São jovens que ainda cursam o
Ensino Fundamental e são selecionados
para colaborar na gestão operacional
da Companhia.
Atualmente, a operação da Marfrig Beef
conta com 416 menores aprendizes
nas unidades produtivas no Brasil – em
linha com a Lei da Aprendizagem de
2000, que determina que todas as
empresas de médio e grande porte
contratem um número de aprendizes
equivalente a um mínimo de 5% e um
máximo de 15% do seu quadro de
funcionários, cujas funções demandem
formação profissional.
PARCERIAS INSTITUCIONAIS
E INCLUSÃO DE APRENDIZES
PERMITEM À EMPRESA
APRIMORAR SEU QUADRO
DE COLABORADORES
Ao longo do acompanhamento, a
Companhia avalia a possibilidade de
absorver o jovem. A Marfrig Beef está
trabalhando na criação de um programa de trainees e estagiários que esteja
alinhado às necessidades da Companhia
para implementação nos próximos anos.
Outras unidades de negócio, como a
Moy Park, já têm projetos do tipo em
operação. A unidade britânica lançou
em 2013 um programa de trainees que
visa captar talentos no mercado. Na
primeira edição do programa, 22 jovens
foram selecionados.
Com duração de dois anos, o programa envolve uma série de rotações nas
quais os jovens adquirem experiência
em gestão de negócios. Cada trainee é
acompanhado por um mentor, que é
um executivo sênior da Companhia.
Benefícios G4-LA2
De modo geral, os benefícios concedidos aos colaboradores são vale-alimentação, vale-transporte, licença-maternidade/paternidade, seguro e plano de
saúde. Eventualmente há variações de
um país a outro.
Colaboradores das áreas produtivas
e centros de distribuição podem usar
restaurantes presentes nas unidades. Já
os executivos nos escritórios recebem
vale-refeição. Nas unidades produtivas, a
Marfrig conta com ambulatórios médicos, com técnicos de enfermagens para
atender às necessidades dos funcionários. Os ambulatórios oferecem também
atendimento médico, clínico e laboral,
com disponibilidade de medicamentos
sob prescrição médica no local.
A unidade operacional possui em
seu corpo clínico fisioterapeutas que
aplicam rotinas de boas práticas de
saúde, relaxamento muscular, acompanhamento de implantação de normas
regulamentadoras de ergonomia e
promovem a ginástica laboral.
54
Remuneração
Fator importante para atrair e reter
talentos, a política de remuneração
inclui, além do salário em si, programas
variáveis, com incentivos de curto e
longo prazo e benefícios competitivos.
Os salários são definidos com base em
pesquisas referenciais da mediana do
mercado geral, em empresas nacionais
e multinacionais brasileiras e em companhias listadas em Bolsa de Valores
ou que possuem práticas de Recursos
Humanos similares às da Marfrig. A
comparação é feita pelo escopo e pela
complexidade das funções. A Companhia também acompanha o crescimento
de mercado anualmente por meio de
indicadores econômicos e de consultorias especializadas na área.
EM SINTONIA COM O
MERCADO E COM O
NEGÓCIO, POLÍTICA DE
REMUNERAÇÃO ESTIMULA
O CUMPRIMENTO DE
METAS E A BUSCA POR
MELHORES RESULTADOS
atração e valorização de profissionais
A política de remuneração da Marfrig
se apoia em parâmetros que viabilizam
a administração das remunerações fixa
ou variável, permitindo uma gestão salarial eficiente e alinhada aos objetivos e
estratégias organizacionais, contribuindo
para a manutenção do equilíbrio interno e da competitividade do mercado.
A remuneração variável é definida
pelo programa de participação nos
resultados (PPR), em que todos os
colaboradores, com exceção dos
cargos gerenciais e do time de vendas,
são remunerados em caso de cumprimento de metas definidas anualmente
para cada ano fiscal e alinhadas às
metas financeiras da área. O programa
é gerido localmente com respaldo dos
sindicatos locais. Esse programa tende
a promover maior engajamento e
aumentar a produtividade no trabalho, gerando também menor taxa de
absenteísmo e acidentes de trabalho.
Para os cargos de liderança, nível
gerencial e acima, a Marfrig oferece o
programa PPR Local Corporativo, que,
de forma similar ao anterior, baliza sua
remuneração com o atingimento de
metas específicas definidas no começo
do ano fiscal. Os executivos da gerência,
alta gerência e diretoria recebem ainda
um incentivo de acordo com seu desempenho individual. Já para a força de
vendas, a Marfrig possui um programa
específico, com avaliações mensais ou
trimestrais para acompanhar as metas
que são estabelecidas de acordo com a
estratégia comercial de cada negócio.
55
relatório anual marfrig 2013
RELAÇÕES
TRABALHISTAS SÃO
PAUTADAS PELO
ATENDIMENTO À LEI
E PELO RESPEITO À
LIBERDADE
DE ASSOCIAÇÃO
Para acompanhar as metas, a Companhia tem o Plano de Gerenciamento
de Performance e Potencial, que são
avaliações de desempenho periódicas
realizadas ao longo do ano, por meio
de uma ferramenta chamada 9Box,
que ajudam a alinhar as estratégias
globais dos negócios às metas individuais. Essa avaliação tem o envolvimento do gestor direto e realização
de comitês com os gestores acima e
com a área de recursos humanos para
calibragem da avaliação e, posteriormente, feedback como fechamento do
período juntamente com o resultado
da contratação de metas.
Sindicatos G4-11, G4-LA4
As negociações coletivas abrangem
todos os colaboradores administrativos
e operacionais e seguem os padrões e
os limites determinados pela legislação
vigente no local. A Marfrig promove
encontros formais ou federações sindicais com os sindicatos ligados aos seus
negócios para discutir temas relevantes
com os representantes sindicais. Os
encontros para discussão de acordos
coletivos ou convenção coletiva são
notificados, sempre que possível com
certa antecedência, de forma a viabilizar
uma discussão aberta sobre o tema.
Com relação às mudanças operacionais
significativas, as regras de notificação
variam de país em país, dependendo
da existência de sindicatos laborais e/ou
das legislações trabalhistas vigentes. No
Brasil, o Grupo promove encontros
formais com os sindicatos ligados aos
seus negócios para discutir temas previamente agendados com os representantes sindicais. Sempre que ocorrem
mudanças, notificamos os acordos de
negociação coletivas com antecedência
e de forma a viabilizar uma discussão
aberta sobre o tema. O prazo de
notificação em geral varia de duas a
quatro semanas, sendo identificadas
por meio de informe, jornal do sindicato e o acesso às assembleias.
Estímulos
Para manter a gestão sobre os níveis
de presença do público operacional, foi lançado o Projeto Presença
Premiada, que valoriza e reconhece
colaboradores que não apontaram
absenteísmo no período corrente,
além da homenagem aos aniversariantes do mês. Há ainda um almoço
com a gerência de cada unidade, para
identificar pontos de melhorias
no ambiente produtivo, principalmente no relacionamento entre gestor
e subordinado, e processos que devem ser aprimorados.
56
Desenvolvimento
de colaboradores
A Marfrig investe no desenvolvimento de seus funcionários por meio do
programa de treinamento com base em
um mapeamento de competências. O
programa Modelo de Liderança é um
levantamento das competências e valores que os funcionários precisam ter
em um cargo de liderança, levando em
consideração peculiaridades das funções.
O desenvolvimento dos profissionais se
dá em diferentes frentes, promovendo
a captação de competências e identificando gaps a serem aprimorados para
o programa de gestão de desempenho
e, futuramente, o pipeline de sucessão
das lideranças. A operação brasileira
está trabalhando para formalizar o seu
programa de desenvolvimento de colaboradores, o que deve acontecer até o
final de 2014.
TREINAMENTOS ESPECÍFICOS
E PROGRAMAS FOCADOS
EM LIDERANÇA QUALIFICAM
O PÚBLICO INTERNO
Em 2013, a Moy Park anunciou uma
nova iniciativa de desenvolvimento
para seus funcionários a partir de um
investimento de £$6 milhões, ou cerca
de US$ 10 milhões. O investimento
será aplicado em treinamentos para a
liderança focados em gestão e desenvolvimento de competências, trabalhos
em grupo, inovação, produtividade e
sistemas de TI. Parte do investimento aplicado veio do Invest Northern
Ireland, agência de fomento da Irlanda
do Norte.
O programa de treinamento visa
aumentar a competitividade e produtividade da Companhia por meio de
processos inovadores e equipes de alto
desempenho, promovendo os produtos da Moy Park no mercado local e
mundial.
A Moy Park tem um programa de
desenvolvimento da liderança, o EDGE
Management Development Programme,
projetado para apoiar o desempenho da alta gestão da Companhia. O
treinamento visa também dar maior
autonomia aos gestores e esclarecer o
papel de responsabilidade de cada posição. Dessa forma, a Moy Park espera
habilitar profissionais a tomar decisões
melhores e mais rápidas, aumentando a
produtividade e favorecendo o resultado da Companhia.
Em oito módulos, realizados em
parceria com uma consultoria externa chamada Instep UK, o programa
trabalha pontos como desenvolvimento
pessoal e liderança. Desde a sua criação,
no segundo semestre de 2012, mais de
200 gestores já passaram pelo treinamento. Hoje, 158 estão participando
do programa. Os oito módulos do
programa são:
1 Liderança na Moy Park
2 Comunicação eficaz
3 Excelência em Saúde e Segurança
4 Melhoria contínua na Moy Park
5 Construindo e Gerenciando equipes
vencedoras
6 Conhecimento Comercial e Tomada
de decisão
7 Efetividade Pessoal
8 Apresentação Final
57
relatório anual marfrig 2013
Inclusão
A Marfrig mantém uma parceria com
o Instituto Nacional do Seguro Social
(INSS) para facilitar a reinserção de pessoas portadoras de deficiência (PCDs)
ao mercado de trabalho.
Ao ser contratado, um profissional portador de deficiência passa a ser acompanhado por um “líder”, funcionário que
se certifica de haver acessibilidade para
que o colaborador PCD possa chegar
aos locais de trabalho (refeitório, banheiro, ambulatório, escritório), além de
analisar se ele tem o potencial de exercer outras funções dentro da unidade.
O líder também verifica se o funcionário com deficiência entendeu todos os
protocolos de segurança da unidade.
Caso seja necessário acompanhamento
externo, o mesmo pode ser solicitado
para a área de recursos humanos. A
Marfrig trabalha com parceiros locais
nas unidades onde tem operações para
ajudar na tarefa de contratar pessoas
com deficiência.
Diversidade G4-LA12
O Grupo se esforça para criar um
ambiente de trabalho estimulante para
os colaboradores, garantindo que todos
sejam devidamente valorizados, capacitados e apoiados para realizar seu papel
em um ambiente que ofereça igualdade
de oportunidades.
Em 2013, o destaque nesse sentido foi
a nomeação da primeira mulher CEO
de uma empresa do Grupo: Janet McCollum, da Moy Park, que também atua
no Comitê Executivo do Grupo.
Na Australian Food Corporation, unidade australiana da Keystone Foods, as
mulheres compõem 61% do quadro
funcional. Pensando nas necessidades
de suas funcionárias, a unidade criou
um programa para ajudá-las a gerenciar o orçamento familiar e apresentar
oportunidades de investimento no
futuro. Por meio de palestras com
entidades parceiras, as colaboradoras
puderam conhecer um pouco mais
sobre o tema. Também pensando no
público feminino e no fato de que a
planta é localizada em uma área rural, a
unidade decidiu promover um encontro
para falar sobre os riscos e medidas de
segurança a serem adotadas enquanto
as mulheres vão e vem da planta. Com
a ajuda do Departamento de Polícia da
região de Somerset e outros parceiros
locais, como mecânicos e concessionárias, a unidade montou um módulo de
treinamento para ajudar as mulheres
a lidar com problemas automotivos,
como troca de pneus e óleo. Além
disso, a polícia passou dicas de segurança, principalmente àquelas que usam o
transporte público à noite.
Para oferecer bem-estar e tranquilidade no ambiente de trabalho a profissionais em período de gestação, a Marfrig
Beef mantém, desde 2010, o Projeto
Gestante, que oferece acompanhamento profissional às colaboradoras ao
longo da gestação.
O trabalho inclui orientação dos
nutricionistas dos restaurantes internos
da unidade, encontros mensais com
psicólogos, enfermeiros e fisioterapeutas para informações sobre a saúde no
ambiente de trabalho, além de oferecer
um enxoval.
Em 2013, mais de 190 mulheres nas 18
unidades produtivas da Companhia no
Brasil foram beneficiadas.
EM 2013, O GRUPO
NOMEOU SUA PRIMEIRA
MULHER CEO:
JANET MC-COLLUM,
DA MOY PARK
58
desenvolvimento de colaboradores
Em prol
das mulheres
A Keystone Apmea, responsável pelas
operações na China, Tailândia, Coreia, Malásia
e Austrália, criou o programa Keystone Foods
Women Inclusion Network (K-WIN), que
apoia o desenvolvimento de mulheres dentro
da Companhia.
O programa K-WIN visa educar as mulheres a
terem confiança nas suas escolhas profissionais,
gerar e disseminar a importância da diversidade
na Empresa. Também oferece oportunidades
de liderança e networking para as mulheres
aquém das suas posições atuais. Promove ainda
atividades que ajudam gerentes de nível médio
a crescerem apoiando o seu desenvolvimento
profissional dentro da Companhia por meio de
treinamentos específicos. Como resultado, esse
programa mostrou uma maior satisfação dos
funcionários e retenção de talentos. O K-WIN
é totalmente voluntário de forma a inspirar as
mulheres a tomarem as rédeas do seu próprio
desenvolvimento profissional.
Na prática, o programa funciona de forma
satélite, formando um time regional K-WIN
composto de nove líderes locais que apoiam a
plataforma regional. Ele tem três focos prioritários: comunicação e networking; desenvolvimento profissional; e contribuição social e apoio
comunitário. Uma parte importante do trabalho
desenvolvido pelo K-WIN é o apoio às questões sociais das comunidades onde a operação
está localizada. Isso é feito por
meio de uma série de atividades de voluntariado, que vão desde arrecadação de brinquedos
e alimentos até reformas de sedes comunitárias
e limpeza de parques.
Engajar a participação de outras mulheres ao
programa é também um papel fundamental para
a sustentabilidade do K-WIN. Os treinamentos
desenvolvidos pelo programa visam também
trazer maior conhecimento das colaboradoras
sobre as empresas, o mercado geral e os desafios a serem enfrentados pela unidade.
Os cursos oferecidos hoje no K-WIN são:
•
•
•
•
•
•
•
Mentoria
Equilíbrio profissional e pessoal
Como resolver conflitos
Criatividade e resolução de problemas
Gerenciando as emoções das pessoas
Comunicação em inglês
Habilidades com computadores
O programa começou em 2009 com 74
integrantes e hoje conta com 233 pessoas de
cinco unidades – totalizando 13% do corpo
funcional gerenciado pela Keystone Apmea. O
próximo passo do projeto é, além de continuar
a crescer, atender às demandas da Companhia
e aumentar o alcance para além das paredes
da planta, ajudando cada vez mais mulheres a
crescerem profissionalmente.
59
relatório anual marfrig 2013
saúde e
segurança
EM 2013, DESTACAM-SE A
IMPLANTAÇÃO
DE PAUSAS
ERGONÔMICAS E
DE UMA ANÁLISE
ESPECÍFICA SOBRE
RISCOS EM MÁQUINAS E
EQUIPAMENTOS
PARA GARANTIR BOAS
CONDIÇÕES DE TRABALHO,
EMPRESA INVESTE EM
MAPEAMENTO E GESTÃO DE
RISCOS NAS OPERAÇÕES
Segurança é um dos pilares fundamentais da Marfrig Global Foods. Investindo
em padronização de processos, o
Grupo definiu a Política de Saúde e
Segurança do Trabalho e implementou
o “Manual de Diretrizes de Saúde e
Segurança do Trabalho”, que define os
critérios mínimos de saúde e segurança
a serem seguidos por cada uma de
nossas unidades de negócio.
A disseminação dessas diretrizes é feita
por meio dos programas de Segurança
do Trabalho, que são elaborados por
uma equipe técnica multidisciplinar,
dando assim abrangência na implementação em todas as fases do processo e
envolvendo os funcionários nas ações
de Saúde e Segurança do Trabalho, desde o mapeamento até a implementação
das medidas de controle.
A equipe mapeia todos os possíveis
riscos à saúde e conduz um controle
desses pontos em conjunto com as
unidades de negócio. Depois, é desenvolvido um processo de capacitação e
orientação dos funcionários por meio
de ferramentas de gestão específicas.
Alguns destaques do ano incluem a
elaboração de Análise de Risco em
Máquinas e Equipamentos em nossas
unidades e implementação de pausas
ergonômicas para os funcionários, além
de investir no desenvolvimento de
novos equipamentos para garantir processos mais seguros, como realizado nas
atividades envolvendo serras de fita.
Os programas de saúde e segurança
visam cumprir todas as leis e regulamentos aplicáveis e, efetivamente,
gerenciar o risco, promovendo e mantendo um ambiente de trabalho seguro
e saudável para os colaboradores e
prestadores de serviços.
Os indicadores de segurança Índice de
Segurança no Trabalho e Índice de Saúde Ocupacional permitem um acompanhamento mais abrangente do trabalho,
acompanhando o desempenho e as
ações, programas e atividades sobre
o tema. A gestão desses indicadores é
feita pelo Sistema de Gestão Integrado
(leia mais no capítulo Meio Ambiente).
Responsabilidade
compartilhada
É papel de todos os funcionários
trabalharem juntos em prol de uma
operação segura por meio dos Programas de Prevenção de Riscos Ambientais
e Programas de Saúde Ocupacional em
todas as nossas unidades de negócio.
Toda a comunicação de segurança é
realizada por meio de conferências por
vídeo ou áudio regularmente e com
períodos distintos (semanais, mensais
60
saúde e segurança
e bimensais) com a equipe técnica,
com envolvimento dos gestores e alta
direção, para definição de estratégias. O
acompanhamento mensal dos indicadores permite uma resposta mais rápida
às alterações no controle de segurança
da Companhia, bem como na correção
do problema de forma mais eficiente,
evitando dessa forma novos acidentes.
Desempenho
Em 2013, o Grupo Marfrig registrou
uma redução de 26,17% no número de
total de acidentes e 64,65% no número
de Doenças Reportáveis, resultado do
constante investimento em Saúde e
Segurança do Trabalho. Esse resultado
baliza as ações de segurança conduzidas
pelo grupo e assegura que os objetivos
e as metas determinadas continuarão
sendo alcançados.
indicadores de saúde
e segurança
2011
2012
2013
6.442
4.833
3.568
4
5
1
18,87
12
15,72
8,93
5,22
7,43
Dias de Trabalho Perdido por Acidente¹
50.284
37.871
25.142
Frequência de Afastamento por Doença
5,03
3,87
3,85
Índice de Doenças Reportáveis
3,23
3,04
1,8
32.073
30.897
18.539
Total Acidentes
Acidentes Fatais
Frequência de Acidente com Afastamento
Índice Total Acidentes
Dias Perdidos por Doença Ocupacional
Obs.: Para esse indicador, o Grupo não segrega os números por região porque adota um sistema de
gestão e reporte global, assim como em outros indicadores neste relatório. A segregação por gênero ainda
não está sistematizada, embora as unidades façam esse controle quando cada acidente ocorre e a ocorrência
é gerada. A Taxa de absenteísmo é gerenciada pelas unidades, porém cada divisão e país adota um critério
de contabilização, inviabilizando assim sua contabilização.
1 Adota-se o critério legal para contabilização (dias corridos).
Em caso de ocorrência, a Marfrig
acompanha o profissional afastado,
assegurando que tenha a estrutura financeira e social adequada para a sua total
recuperação. A Empresa realiza visitas ao
profissional em sua residência, quando é
feita também uma avaliação das necessidades imediatas do colaborador, avaliando se os benefícios da Companhia estão
atendendo às necessidades da família.
Módulos de segurança
O programa de segurança no trabalho
compreende diferentes módulos:
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
Programa de comportamento seguro
Proteção das mãos
Trabalho com facas e ferramentas
cortantes
Tarefas de higienização e limpeza industrial
Controle de energia perigosa – bloqueio/
etiquetagem
Operação de empilhadeiras e demais
equipamentos móveis de carga
Programa de operação de empilhadeira
Programa de carga e descarga de
caminhões
Operação com guindastes e muncks
Segurança elétrica
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
Instalação de máquinas
e equipamentos
Prevenção contra quedas
Trabalho em altura
Entrada em espaço confinado
Trabalho a quente, equipamento
de proteção individual
Vasos de pressão
Plano de preparação e atendimento
e resposta a emergência
Sistema de proteção contra incêndio
Materiais inflamáveis e combustíveis
Elevador de pessoas, cargas
e plataformas pantográficas
Dispositivo crítico de segurança
Controle de pó
Trânsito seguro
61
relatório anual marfrig 2013
melhoria
NÚMERO DE DOENÇAS
REPORTÁVEIS CAIU 64,65%
DURANTE O ANO
26,17%
FOI O TOTAL
DE REDUÇÃO NO
NÚMERO DE ACIDENTES
DO GRUPO EM 2013
Programa
de Gerenciamento
Ergonômico
As lesões originadas por repetição
de movimentos nas atividades operacionais são fator crítico de risco para
a saúde ocupacional. No Programa
de Gerenciamento Ergonômico, que
tem caráter preventivo, a ergonomia
dos colaboradores é monitorada com
apoio do método Ocra (Occupational
Repetitive Assessment), que busca
neutralizar riscos identificados em cada
posto de trabalho.
São realizadas ações de aconselhamento e conscientização, como campanhas
educativas que seguem o calendário
nacional de saúde. Os tratamentos
médico e fisioterapêutico são oferecidos a funcionários e terceiros
quando necessário.
Os colaboradores também
recebem um treinamento focado no
manuseio correto de cargas e posturas
durante a jornada de trabalho, sendo
extensível a terceiros, familiares e
membros da comunidade.
Valorizando
o Bem-Estar
As unidades de negócio trabalham a
questão do bem-estar de seus funcionários de forma regional, levando em
consideração as especificações culturais
de cada país. A unidade de Dungannon
(Irlanda do Norte), parte da Moy Park,
por exemplo, realiza anualmente uma
semana de saúde e bem-estar para seus
funcionários convidando vários especialistas a proferirem palestras sobre temas
variados, como tabagismo, diabetes,
álcool e drogas e problemas alimentares.
A semana também conta com palestras
para ajudar a gerenciar o estresse e
orientar sobre como manter uma vida
homogênea e equilibrada. Ao término
da semana, os funcionários participam
de sessões de relaxamento.
A Keystone, por meio do seu projeto
K-WIN, oferece nas plantas aulas de
ginástica, torneios de futebol de salão
e tênis de mesa para os funcionários. Já
as unidades da Marfrig Beef realizam
anualmente as “Semanas de promoção
da saúde e qualidade de vida”, com
campanhas específicas de vacinação,
doação de sangue e de combate à dengue, além de eventos temáticos.
62
fornecedores
63
relatório anual marfrig 2013
QUALIFICAR E ACOMPANHAR AS
ATIVIDADES PECUÁRIAS É UMA
PREMISSA PARA QUE O GRUPO
INFLUENCIE POSITIVAMENTE
SUA CADEIA DE VALOR
Para influenciar positivamente a sua
cadeia de valor, a Marfrig Global Foods
procura transmitir os valores do grupo
diretamente para seus fornecedores
com o objetivo de concretizar uma
nova forma de operar, levando em consideração os aspectos sociais e ambientais e, consequentemente, favorecendo
também o lado econômico.
Moy Park
A Moy Park estabeleceu uma equipe
exclusiva para atuar junto a fornecedores com o objetivo de torná-los
mais produtivos e eficientes a partir
de processos que impactem menos
o meio ambiente e que promovam
mais crescimento e desenvolvimento
social. O trabalho é direcionado por um
benchmarking que avalia as melhores
práticas do mercado.
Globalmente, a Marfrig tem participação ativa em fóruns e grupos de estudo
sobre boas práticas de pecuária no
mercado, integrando inclusive o Global
Em 2013, a Empresa apresentou as
Roundtable for Sustainable Beef (GRSB), vantagens de uso de energias mais
iniciativa mundial, multistakeholder,
limpas, como solar, eólica e biomassa.
desenvolvida para incentivar a melhoria A iniciativa contou com a participação
contínua em sustentabilidade na cadeia
de 70% dos fornecedores da região de
de valor da pecuária (leia mais em
Dungannon, na Irlanda do Norte.
Consumidores).
Esse trabalho está sendo feito a partir
Localmente, as iniciativas são
de um benchmarking que avalia as mecoordenadas pelas diferentes unidades
lhores práticas do mercado.
de negócio:
Keystone
Em 2013, a Keystone auditou 22 fornecedores em quesitos relacionados a
boas práticas de bem-estar animal. A
Empresa dissemina entre seus fornecedores o conhecimento adquirido em
treinamentos internacionais com profissionais mundialmente reconhecidos,
entre eles Temple Grandin, que revo-
lucionou as práticas para o tratamento
racional de animais vivos em fazendas e
abatedouros. Para 2014, a Companhia
estabeleceu como objetivo ampliar esse
programa de treinamento e realizar
workshops entre seus fornecedores para
promover a troca de experiências e
melhores práticas (leia mais em Bem-Estar Animal).
Marfrig Beef
No Brasil, a Marfrig Beef realiza trabalho de engajamento de fornecedores,
incentivando-os a tornarem suas atividades mais limpas, eficientes e produtivas, verificando o cumprimento dos
preceitos preestabelecidos da parceria
comercial. Periodicamente, a Marfrig
Beef visita seus fornecedores para
avaliar se a empresa atende à legislação
trabalhista, de olho nas ações sociais de
cada parceiro comercial.
Caso alguma irregularidade seja verificada, o parceiro deve assinar um termo
de compromisso se comprometendo
a corrigir o problema. Mais de 14 mil
fornecedores já passaram pela avaliação,
que faz parte da Norma SA 8000 (leia
mais em Meio Ambiente). G4-12
64
marfrig club G4-EC8, G4-LA15
Criado em 2010 para atender à carência de informações sobre segurança
alimentar e contribuir para a disseminação de boas práticas agropecuárias na
cadeia de valor, o Marfrig Club bonifica
produtores que adotarem boas práticas
socioambientais. Trata-se de uma
ferramenta de orientação e fomento
que visa profissionalizar o pecuarista e
enriquecer a cadeia setorial, visando a
uma produção mais eficiente, segura
e com menor impacto por meio do
fortalecimento de itens como rastreabilidade, garantia de origem e adequação
às normas trabalhistas.
O Programa se baseia em três princípios: respeito animal; respeito ambiental e respeito social. Cada um possui
um código de práticas desenvolvido
pela Empresa com base na legislação
internacional, utilizando os critérios
globais adaptados a uma linguagem mais
acessível para o produtor brasileiro.
Uma equipe de 23 funcionários visita
regularmente produtores e os avalia
com base no checklist de critérios. Os
dados coletados são auditados e o
fornecedor classificado em um dos
PROGRAMA INCENTIVA E
BONIFICA PRODUTORES
QUE ADOTAM AS MELHORES
PRÁTICAS SOCIOAMBIENTAIS
níveis de conformidade, que pode ser
platinum (o maior de todos), ouro, prata
ou bronze.
Os fornecedores que alcançam a
categoria platinum recebem uma bonificação no valor pago pela arroba do
boi. Para os demais, a Marfrig oferece
parcerias comerciais com organizações
certificadoras, apoiando esse fornecedor para que alcance, futuramente, a
categoria platinum.
A cada visita, a Marfrig cria em conjunto
com o fornecedor um plano de ação
para que ele alcance o nível platinum. A
Marfrig oferece consultoria para o fornecedor até esse objetivo ser alcançado.
Se o fornecedor não se interessar em
participar do Marfrig Club, a Empresa
continua monitorando a operação, mas
não acompanha a produção.
Desde 2013 foram avaliados 14.136
fornecedores e prestadores de serviço de 18 unidades do Grupo. Desses,
mais de 2 mil estão em uma dessas
categorias, sendo 118 no nível platinum. A expectativa é ter 5% dos seus
fornecedores nessa categoria até o final
de 2018, ano em que a expectativa
da Empresa é ter avaliado 100% dos
parceiros comerciais. G4-12
mais de 14 mil
FORNECEDORES
E PRESTADORES DE
SERVIÇO FORAM
AVALIADOS DESDE 2013,
SENDO 2 MIL MEMBROS
DAS CATEGORIAS DO
MARFRIG CLUB
65
relatório anual marfrig 2013
Todos os fornecedores e prestadores
de serviço avaliados atenderam
aos requisitos mínimos, não havendo
casos de suspensão.
Etapas da avaliação
O primeiro passo para a certificação
é a assinatura, pelo fornecedor, de um
termo de compromisso com aspectos
sociais e trabalhistas, incluindo atendimento a requisitos legais sobre mão
de obra juvenil; proibição do trabalho
infantil, forçado ou compulsório; saúde
e segurança; discriminação; práticas
disciplinares; remuneração; horário de
trabalho; liberdade de associação e
direito a negociação coletiva.
Após a assinatura, o tipo de auditoria
é definido com base na criticidade do
fornecedor. O grupo definido como
socialmente crítico – produtores de
gado (devido a riscos relacionados ao
trabalho infantil e escravo) e prestadores de serviço (por empregados
atuando dentro das instalações do
Grupo Marfrig) – passa por auditorias
presenciais, enquanto os não críticos
respondem ao checklist, que passa por
avaliação das equipes locais de recursos
humanos das unidades.
Os fornecedores de gado, além de
receberem a visita dos técnicos de
campo do Programa Pecuária Sustentável, também passam por homologação
pela área de Compra de Gado, que
faz a verificação da lista de trabalho
compulsório e análogo à escravidão
no site do Ministério do Trabalho. Se
o fornecedor não for aprovado em
tais critérios, a compra de gado não
é autorizada, ficando esse fornecedor
suspendo ou excluído da cadeia de
fornecimento do grupo.
Resultados
Os resultados observados mostram
que o Marfrig Club impactou positivamente a cadeia. Por causa das exigências
do checklist do programa, os órgãos
fiscalizadores observaram um aumento
no número de pedidos de regularização
de operações na região Amazônica. O
número de animais que chegam machucados às unidades de abate também
Fazendas Marfrig Club G4-EC8
Unidade
fazendas
%
abate
Bataguassu (MS), Paranaíba (MS)
152
7,9%
78.496
Mineiros (GO), Rio Verde (GO)
519
22,5%
77.950
Promissão 1 (SP), Promissão 2 (SP)
193
15,0%
45.876
Alegrete (RS), Bagé (RS), São Gabriel (RS)
580
16,4%
18.610
Tangará (MT), Paranatinga (MT)
383
10,8%
199.688
diminuiu, comprovando que há melhora
inclusive nas ações de promoção de
bem-estar animal (leia mais em Bem-estar Animal).
Varejo e Indústria
O desejo de influenciar positivamente a
cadeia de valor da pecuária e fomentar melhores práticas socioambientais
foram os denominadores comuns de
uma parceria firmada em 2013 entre a
ONG The Nature Conservancy (TNC),
uma das maiores ONGs ambientais do
mundo, Walmart Brasil, parte da maior
rede varejista do globo, e Marfrig. Participam também do projeto a Fundação
Moore, maior doadora para causas
ambientais do mundo, e Sindicato Rural
de São Felix do Xingu. Juntos, criaram o programa “Do campo à mesa”
para fornecer recursos técnicos para
regularização ambiental e ampliação
da produção responsável junto aos
pecuaristas das regiões de São Félix do
Xingu e Tucumã, no sudeste do Pará.
Dessa forma, as três partes envolvidas
esperam garantir a expansão da oferta
de carnes com garantia de origem
enquanto promovem a conservação
de florestas, solos e rios da região.
A região adotada pelo programa foi escolhida por conta do seu alto potencial
de conservação e crescente relevância
econômica. O projeto tem duração de
três anos e visa apoiar o produtor rural
com conhecimento técnico para que
possa se adequar à legislação ambiental
e aprimorar suas práticas de manejo de
forma a reduzir os impactos ambientais
enquanto aumenta sua produtividade.
Como forma de controle, o projeto
PROCESSO DE
AVALIAÇÃO ESTIMULA
MELHORIA CONTÍNUA,
RESPEITO AO BEM-ESTAR
ANIMAL E AO MEIO
AMBIENTE E CONTROLE
DE QUALIDADE DA
PRODUÇÃO
66
também tem como proposta gerar uma
melhoria contínua no sistema de monitoramento via satélite das áreas produtoras para que seja possível rastrear a
carne dessas regiões e garantir que são
oriundas de produtores que trabalham
de maneira responsável e que o gado
não venha de terras em desacordo
com as leis ambientais.
marfrig club
Em 2010 os questionários foram
enviados aos fornecedores dos Estados
Unidos. No ano seguinte, foi a vez da
União Europeia, com a ajuda da Moy
Park. E, no próximo ano, na região
Apmea (Leste da Ásia, Oriente Médio e
África) e Austrália.
Todas as respostas foram analisadas
por um time dedicado ao trabalho de
engajamento da cadeia de suprimentos
Pegada ambiental
por meio de uma ferramenta chamada
Corporate Social Responsibility ScoreO incentivo de melhores práticas se
card, que quantifica e padroniza cada
estende também à pegada ambiental
empresa em relação às áreas de resdos fornecedores em toda a cadeia.
ponsabilidade social e sustentabilidade.
Para levantar o status da sua cadeia de
suprimentos, a Empresa aplicou questio- A partir dos dados levantados, a equipe
buscou entender como poderia ajudar
nários sobre práticas de responsabilidaseus parceiros comerciais e montou
de social corporativa e sustentabilidade
para seus principais parceiros comerciais, workshops para poder transmitir conhecimento técnico e ajudá-los a melhorar
aqueles que teriam um maior impacto
seu desempenho socioambiental. Desde
na sua própria cadeia. Os questionários
abrangeram todos os continentes onde o início desse projeto, há três anos, mais
de 15 workshops já foram realizados.
a Empresa atua, de forma gradativa.
Essa iniciativa gerou vários benefícios
para toda a cadeia. Nas empresas que não tinham programa de
responsabilidade social corporativa, a
Keystone ajudou-as a montar um. O
projeto é contínuo e a cada ano um
novo continente recebe os questionários para manter o engajamento e
incentivo em andamento.
67
relatório anual marfrig 2013
bem-estar
animal G4-FP2, G4-FP11, G4-FP12
Um dos diferenciais da Marfrig Global
Foods são as práticas de bem-estar
animal, que certificam o tratamento
ainda no processo de compra do animal no fornecedor por meio de uma
série de sistemas de gerenciamento,
processos e indicadores.
O mercado reconhece o Grupo como
líder nesse quesito, de acordo com o
relatório “Business Benchmark on Farm
Animal Welfare 2013” (Benchmark de
Negócios sobre o Bem-Estar Animal
2013), desenvolvido pelas ONGs
internacionais World Society for the
Protection of Animals – WSPA (Sociedade Mundial de Proteção Animal) e
Compassion in World Farming (Compaixão em Agricultura Mundial). A
Marfrig subiu dois níveis na classificação
geral do relatório, passando do status
“em progresso” para “integral”, de
acordo com a metodologia usada no
estudo para compor o relatório. Hoje,
a Marfrig Global Foods se encontra
na terceira posição entre as mais bem
avaliadas de um total de 70 companhias.
Desde 2004 a Empresa vem intensificando esforços para melhorar suas
práticas de bem-estar animal, indo
além do que pede a legislação brasileira. Hoje, entre as empresas de setor
no País, a Marfrig Beef é a única que
possui um departamento exclusivo
para esse tema, com pelo menos um
profissional em cada planta trabalhando nesse sentido.
COM POSIÇÃO DE
LIDERANÇA NO MERCADO,
O GRUPO INVESTE EM
TECNOLOGIAS E SISTEMAS
PARA GARANTIR BOAS
CONDIÇÕES NA CRIAÇÃO
E ABATE DE ANIMAIS
A Marfrig Beef incluiu no seu sistema
de classificação a verificação de hematomas, de forma que possibilite rastrear
onde no seu ciclo de produção pode
haver problemas, como falta de treinamento em como lidar com o animal
ou problemas na estrada. Além disso, o
cuidado com o bem-estar animal faz
parte dos contratos com seus fornecedores e empresas logísticas.
Inovação e Tecnologia
A Keystone Foods mantém uma equipe focada em implantar os programas
apropriados para que cada animal sob
o cuidado da Empresa seja tratado de
acordo com as melhores práticas da
indústria, das expectativas dos clientes
e dos padrões internos da Companhia.
Essa missão inclui reuniões periódicas
com os produtores; capacitações para
parceiros responsáveis pelo transporte
dos animais para que os funcionários
possam identificar riscos à saúde e ao
bem-estar do animal.
A Keystone tem lançado mão de
todo o seu arsenal tecnológico e
conhecimento técnico para alcançar
esse objetivo. A eficiência na produção
de frangos de corte é balizada por
dois principais indicadores de desempenho (KPIs): o índice de conversão
alimentar (feed conversion ratio – FCR),
que avalia a eficiência em transformar
o animal em alimento, e qualidade de
vida, ou livability em inglês. A operação
norte-americana criou um projeto
para melhorar esses índices, focando
prioritariamente no bem-estar animal.
Em parceria com um fornecedor, a
Companhia seleciona uma linhagem
de frango que combina características
desejadas. A raça escolhida foi a 708
Ross, desenvolvida para crescer de
forma mais eficiente, bem como ter
traços de saúde desejáveis, tais como
maior força cardiovascular e sistema
imunológico fortalecido.
Paralelamente à seleção genética, a Empresa também implantou Six Sigma na
sua operação para gerar maior eficiência
e produtividade nos seus processos de
produção. Trabalhou também com os
fazendeiros que produzem os frangos
de corte, focando na gestão interna e incentivando os produtores a fazerem upgrades nas suas estruturas para torná-las
mais eficientes energeticamente.
O projeto gerou uma melhora nos índices de FCR e melhor qualidade de vida
das aves. Por conta dessa melhoria, hoje
a Empresa aumentou sua produção em
mais de 1,35 milhão de animais por ano.
Além das melhorias produtivas, as mudanças geradas na ração e redução na
necessidade de incineração de animais
que morrem ao longo do processo
produtivo geraram uma diminuição na
emissão de gases de efeito estufa de
7,5 mil toneladas de CO2 por ano. O
projeto gerou uma redução nos gastos
anuais na ordem de US$ 26 milhões.
68
As unidades da Keystone de Camilla,
na Georgia (EUA), e Eufaula, no
Alabama (EUA), reuniram-se com a
empresa Systeng Automation Systems
para criarem, juntas, um equipamento
que leve em consideração o bem-estar
animal no processo de produção. Os
equipamentos usados nas incubadoras
foram projetados para mover de forma rápida e eficiente o maior número
de frangos possível, sem se preocupar
muito com o bem-estar do animal. O
trabalho da Keystone com a Systeng
é de justamente adaptar esses equipamentos para levar em consideração
a questão do bem-estar. Esse projeto,
que está ainda em fase inicial, poderá
gerar melhorias significativas não só
para a Keystone, mas também para
todo o setor gerando uma melhor prática que seja benchmarking para todos
os produtores de frango.
A unidade de Albany, no estado de
Kentucky (EUA), usa imagens captadas
por computadores em tempo real
para avaliar a eficácia do processamento de corte. Em parceria com a
universidade Georgia Tech, a fábrica
está usando esse sistema para detectar
as aves que não foram devidamente
anestesiadas. O projeto também pode
ajudar a identificar lesões nas asas dos
animais. O sistema está passando por
mais testes para avaliar seu custo e
potencial para ser, futuramente, implantando em mais plantas.
Liberdade e
qualidade de vida
O cuidado com o bem-estar das
aves é um dos pilares que sustenta a
operação da Moy Park, reconhecida
internacionalmente por sua cultura de
cuidado no trato da sua matéria-prima
para proteína animal. Essa preocupação
já foi reconhecida internacionalmente
por ONGs ligadas ao tema, como
a Compassion in World Farming. O
programa de bem-estar da Moy Park
se baliza em cinco premissas que visam
assegurar a melhor qualidade de vida
para os animais e que precisam ser
adotadas por todos os seus parceiros
comerciais. Todos os 800 criadores
de aves no Reino Unido tiveram que
completar um curso no qual foram
bem-estar animal
transmitidos esses preceitos antes de
finalizar seu contrato comercial com a
Empresa. São eles:
• Livre para expressar
seu comportamento natural
• Livre de lesões e doenças
• Livre de desconforto
• Livre de sede e fome
• Livre de medo e angústia
A Moy Park é pioneira na preocupação com o bem-estar animal e hoje
ocupa a posição de maior produtor
de frango orgânico free range, de aves
criadas em liberdade. A Empresa
possui uma infraestrutura dedicada e
sofisticada de incubadoras próprias e
moinhos. As aves recebem uma dieta
natural composta 60% por grãos como
milho, trigo, soja e outras proteínas de
sementes de óleo, e sem antibióticos
ou promotores de crescimento. As
galinhas são criadas em espaços com
janelas que permitem a entrada de luz
natural e com baixas taxas de lotação,
viabilizando que os animais se movam
mais livremente e de forma natural.
A Moy Park é a primeira Empresa no
Reino Unido aprovada pelo governo a
qualificar profissionais em Watok, sigla
em inglês para “bem-estar animal no
momento do abate”. Essa qualificação é
uma regulamentação da União Europeia que já está em vigor na Irlanda do
Norte e na Inglaterra. Vários funcionários já foram qualificados e podem agora
certificar outros nos princípios da Watok.
Atuação preventiva
Nas operações da Marfrig Beef Brasil,
9,9% dos animais abatidos em todas
as plantas foram oriundos de confinamentos em 2013. Os demais animais
adquiridos são criados em pastagens.
A Empresa trabalha na prevenção de
problemas relacionados com a carne
por meio de treinamentos e capacitações com os fornecedores. O trabalho
nessa área começou inicialmente com
os fornecedores industriais, depois
passou pelos operadores logísticos e
hoje está sendo focado nos pecuaristas,
mostrando-lhes como se maneja o
animal corretamente e disseminando
PIONEIRA EM
BEM-ESTAR DE AVES,
A MOY PARK É, HOJE, O
MAIOR PRODUTOR DE
FRANGO ORGÂNICO
CRIADO EM LIBERDADE
(FREE RANGE)
69
relatório anual marfrig 2013
melhores práticas. O treinamento
também é feito com todos os funcionários que entram em contato com
o animal vivo ao longo da produção
dentro da Marfrig.
A Empresa trabalha também para
criar ferramentas que possam identificar onde os problemas possam estar
ocorrendo. O foco é não apenas localizar o problema, mas criar formas de
prevenir e minimizar o sofrimento do
animal. A área de bem-estar acompanha todos os processos de abate
e produção para garantir que os animais não estejam sofrendo desnecessariamente. A Empresa desenvolveu
quatro manuais focados no tema para
ajudar os pecuaristas a trabalharem
essa questão.
Todo treinamento com os pecuaristas
é feito localmente, em conjunto com a
equipe que faz as inspeções do Marfrig
Club (leia mais em Engajamento e Desenvolvimento neste capítulo). São feitas
mais de 80 visitas por mês para falar
sobre bem-estar animal. O resultado
desse trabalho foi expressivo: após a
orientação oferecida aos pecuaristas,
mais de 90% tiveram resultados melhores nesse quesito.
Para melhorar ainda mais o trabalho,
ao final de 2013 a área desenvolveu
indicadores que são acompanhados
pelo sistema de gestão da Marfrig (leia
mais em Meio Ambiente) para poder
acompanhar melhor esse processo e
identificar se há problema e onde ele
está na produção.
Quanto aos cuidados com relação
ao uso de antibióticos, anti-inflamatórios e hormônios, todos os animais
recebidos nas unidades frigoríficas
são acompanhados por uma declaração do produtor rural que atesta a
não utilização de hormônios, promotores de crescimento e antibióticos.
Além disso, o Serviço de Inspeção
Federal (SIF) possui um programa
chamado de PNCRC (Plano Nacional
de Controle de Resíduo na Carne),
que faz amostragem aleatória em
todos os frigoríficos para garantir
que o que foi atestado pelos pecuaristas é a realidade.
Além disso, a Empresa, através do programa Marfrig Club e constando obrigatoriamente no seu checklist de itens
verificados, promove visitas de conscientização quanto ao uso de medicamentos
e seus períodos de carência, além de
informações sobre substâncias proibidas
na criação de bovinos de corte. Em caso
de detecção de algum medicamento nas
amostras coletadas pelo SIF, a Empresa
informa seu fornecedor, enviando-lhe o
laudo oficial com os parâmetros verificados e realizando uma visita técnica
de orientação, focada na aplicação do
medicamento, status legal de uso e seu
respectivo prazo de carência.
Também como compromisso e respeito
aos consumidores, a Marfrig solicita uma
carta de garantia de cada produtor que
envia animais para o abate, onde constam a(s) data(s) de aplicação(ões) do(s)
medicamento(s) utilizado(s) nos últimos
6 meses, além do(s) princípio(s) ativo(s),
de modo que possam ser checados se
o período de carência e o uso legal do
medicamento foram respeitados.
indicadores
DESDE O FIM DE 2013,
SISTEMA DE GESTÃO DA
MARFRIG MONITORA
DADOS SOBRE PRÁTICAS
COM ANIMAIS
mais de 90%
DOS PECUARISTAS
ORIENTADOS
SOBRE BEM-ESTAR
ANIMAL REGISTRARAM
MELHORIAS NESSE QUESITO
DURANTE O ANO
70
clientes e
consumidores
71
relatório anual marfrig 2013
INOVAÇÃO, TECNOLOGIA
E RESPONSABILIDADE
EM TODA A CADEIA PRODUTIVA
SÃO PRIORIDADES DAS
UNIDADES DE NEGÓCIO
COMPROMISSO COM
CONFORMIDADE E
QUALIDADE FAZ COM QUE
A MARFRIG INVISTA NO
CONTROLE DE ORIGEM
DE SEUS PRODUTOS, DO
CAMPO À MESA
A Marfrig Global Foods atua para
garantir o alto padrão de qualidade e
segurança, garantindo a seus clientes e
consumidores um produto que atenda
às expectativas e, sempre que possível,
supere-as. Esse trabalho ocorre em
todo o processo, desde a garantia de
um fornecimento responsável até a
preocupação em inovar para manter
o mercado de proteína animal em constante evolução.
Hoje, 23% da área total do planeta
dedicada à agricultura está na América
do Sul, segundo o relatório “O Mundo
da Agricultura Orgânica”, escrito pela
International Federation of Organic
Agriculture Movements (Federação
Internacional de Movimentos de
Agricultura Orgânica – Ifoam na sigla
em inglês). Isso torna o continente responsável por abastecer grande parte
do mundo que não tem como obter
alimentos da terra por particularidades
do solo. Diante desse cenário, recai ainda mais sobre os produtores agrícolas
sul-americanos a responsabilidade de
fornecer alimentos com garantia de
procedência e segurança.
Monitoramento
via satélite
O primeiro passo para garantir um
produto de qualidade e segurança está
na garantia de que a matéria-prima de
seus produtos vêm de produtores que
respeitam a legislação ambiental, que
não são oriundas de terras de desmatamento, trabalho escravo, infantil
ou de terras indígenas. Para poder dar
essa garantia aos seus clientes, a Marfrig
Beef desenvolveu um sistema moderno
e seguro de monitoramento ligado
ao campo com base nas informações
geográficas do produtor levantadas por
meio de imagens via satélite.
Todas as informações são obtidas por
meio de visitas aos fornecedores e/ou
por meio da equipe de vendas, na fase
inicial da negociação dos animais. Com
os dados de localização das fazendas
dos produtores, é feito um cruzamento
dos dados com as informações do Prodes, projeto de monitoramento da Floresta Amazônica brasileira por satélite
conduzido pelo Instituto Nacional de
Pesquisas Espaciais (Inpe). Dessa forma,
é possível assegurar que nenhum gado
é comprado de regiões com suspeita
de desmatamento. Há ainda o Sistema
de Detecção de Desmatamentos em
72
Tempo Real (Deter), do Ministério do
Meio Ambiente, segundo o qual nos últimos seis meses de 2013 caíram 19 em
comparação ao mesmo período anterior.
clientes e consumidores
Ao longo dos anos, a Marfrig Beef
implantou melhorias no seu sistema de
monitoramento, como a inclusão da ferramenta de RFI (Request for Information), segundo a qual os pecuaristas que
fornecem gado adquirido de terceiros
(fornecedores indiretos) devem informar a origem dos animais, com dados
da propriedade, município, estado, proprietário, CNPJ ou CPF. Esses dados são
então cruzados com as listas do Ibama,
e MTE para ver se há irregularidades na
sua cadeia de fornecedores indiretos.
Para assegurar as questões trabalhistas, a Marfrig analisa a “Lista Suja do
Trabalho Escravo” do Ministério do
Trabalho e Emprego (MTE), que reúne
empregadores que tenham submetido
trabalhadores a condições análogas à
de escravo. Por fim, a geolocalização
das fazendas dos fornecedores passa
também por dados da Fundação NacioO sistema de monitoramento iniciou
nal do Índio (Funai), para garantir que
esse trabalho em 2009, após assumir o
não são de regiões indígenas, e pelo
compromisso público conhecido como
Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e
“Acordo de Gado”, no qual se comproRecursos Renováveis (Ibama), que fornece a Lista de Áreas Embargadas, asse- meteu a não adquirir gado de fazendas
envolvidas com novos desmatamentos,
gurando que os animais não advêm de
embargadas pelo Ibama e trabalho
área embargada por crimes ambientais,
escravo, situadas em terras indígenas
e pelo Instituto Chico Mendes de Conou de conservação (leia mais em
servação da Biodiversidade (ICMBio),
Governança). Além do sistema de moque reúne informações sobre áreas de
nitoramento, uma auditoria indepenconservação ambiental. O sistema modente, conduzida pela DNV, certifica
nitora mais de 20 milhões de hectares
que os controles estão funcionando
nas regiões de Mato Grosso, Rondônia
de forma a coibir a compra de carne
e Pará. Dos cerca de 7,2 mil forneceindevida. Segundo o relatório concludores na região de monitoramento,
sivo emitido no começo de 2014, não
mais de 1.677 tiveram seus cadastros
foi identificada nenhuma operação de
bloqueados por irregularidades.
compra que não contemplasse todos
os pontos do compromisso público.
monitoramento
FERRAMENTA REQUEST
FOR INFORMATION (RFI)
DEMANDA INFORMAÇÕES
SOBRE CRIAÇÃO DE
GADO EM FORNECEDORES
INDIRETOS
73
relatório anual marfrig 2013
inovação
Para se manter à frente de um mercado competitivo é preciso ser inovador.
Em sua história, a Marfrig Global Foods
reúne uma série de marcos que mudaram a história do setor de food service
no mundo. Parte dessas inovações saiu
do Centro de Pesquisa e Desenvolvimento da Keystone Foods, localizado
na cidade West Chester, na Pensilvânia
(EUA). O laboratório de 50 mil metros
quadrados conduz pesquisas e análises
sensoriais para implantar novas tecnologias que visam aumentar a produção
e eficiência dos serviços internos para
o benefício da cadeia de fornecimento.
Foi de lá, por exemplo, que saiu em
1970 a técnica de criogenia para o
congelamento de alimentos, processo
que mantém os nutrientes e a textura
originais dos alimentos permitindo um
maior prazo de validade. Esse marco foi
uma revolução no mercado de fast-food. Os famosos nuggets, empanados
de frango que hoje são encontrados
em todo o mundo, também foram uma
inovação desse Centro.
Muitas das demandas que o centro
de pesquisa recebe vem dos próprios
clientes, que trazem para a Keystone
uma necessidade para o uso de um
certo ingrediente ou uma ideia. Além
de atender às demandas dos clientes, o
centro trabalha também na implementação do novo produto desenvolvido
em suas plantas, passando não só a criar
mas também produzir e oferecer para
o mercado o novo alimento. Além de
INVESTIMENTOS EM PESQUISA
E TECNOLOGIA DE PONTA
BUSCAM GERAR PRODUTOS
MAIS SAUDÁVEIS, SABOROSOS
E COMPETITIVOS
desenvolver, o Centro também procura
aprimorar os processos e produtos que
já tem, tornando-os mais nutritivos e
reduzindo a necessidade de insumos
para a sua produção, lançando mão
de projetos que podem, por exemplo,
aproveitar a gordura das aves para gerar
biocombustível.
O valor de inovar faz parte dos princípios da Marfrig Global Foods, que
procura trazer o que há de melhor e
mais moderno para seus clientes e consumidores, como um novo sistema de
embalagem que permite uma melhor
conservação da cor, aroma e frescor
dos alimentos para comercialização.
Para alcançar esse resultado, a Marfrig
usou uma tecnologia chamada atmosfera modificada (ATM), que consiste na
substituição do ar no interior do pacote
por uma mistura de gases como oxigênio, dióxido de carbono e nitrogênio. O
sistema também garante que as temperaturas de estocagem sejam mantidas,
aumentando o prazo de validade de
nove para 12 semanas para as carnes
frescas. As embalagens das carnes nos
hipermercados da marca Carrefour já
usam esse sistema.
74
INVESTIMENTO
EM CARNES DE ALTA
QUALIDADE, COM FOCO
NO SEGMENTO PREMIUM,
ENVOLVE A MARFRIG
E SEUS FORNECEDORES EM
DIVERSAS REGIÕES
DO MUNDO
inovação
Além de inovação em produção, a
Marfrig tem trabalhado para trazer carnes cada vez mais saborosas não apenas
pelo corte mas também pela raça,
como a Aberdeen Angus, originária das
regiões de Aberdeenshire e Angus, na
Escócia. A carne de altíssima qualidade
e sabor tem o que muitos consideram
como a distribuição perfeita de gordura
e marmoreio, canais de gordura que
entremeiam de forma balanceada a textura da carne. Para alcançar esse sabor,
é preciso um trabalho extenso na criação. Por isso, a Marfrig acompanha os
processos de inseminação artificial dos
produtores da raça Angus para garantir
o melhor resultado possível no produto
final (leia mais em Fornecedores).
no mundo. Mas ter apenas a carne
não é o bastante. A Companhia vem
investindo na criação desses animais,
utilizando-se de tecnologia, genética e
manejo diferenciados e alimentação
balanceada, necessários para se chegar a um produto de excelência. O
trabalho de desenvolvimento desses
produtos foi acompanhado de uma
divulgação de forma que o produto
tivesse a liquidez necessária para
gerar demanda e investimentos (leia
mais em Engajamento e comunicação
com stakeholders).
O produto Bassi Wagyu passou a ser
comercializado nas casas de carne e
varejistas que atendem o mercado
Premium em todo o Brasil no último
Outra raça que pode ser considerada
ano. Também em 2013 a Marfrig Beef
uma iguaria é a Wagyu, originária do
lançou uma nova linha com 33 novos
Japão (Wa significa japonês e gyu, gado). cortes de carne bovina, já embalados,
Esta que é considerada internaciopara atender o varejo (grandes redes
nalmente como o “caviar” das carnes
de supermercados e açougues). Além
é a mais desejada e mais cara do
da garantia de origem e rastreabilimundo. Seu sabor vem do marmoreio
dade da carne, a linha oferece carnes
que possui alta quantidade de ácidos
saborosas com a qualidade Marfrig.
graxos insaturados, dando mais sabor
à carne. A Marfrig vem investindo em
raças de maior valor agregado para
atender um mercado Premium, que
vem crescendo tanto no Brasil como
75
relatório anual marfrig 2013
segurança e
qualidade g4-14
A segurança e qualidade dos produtos
da Marfrig Global Foods são uma prioridade para a Companhia, que utiliza uma
metodologia específica de pesquisa e
desenvolvimento para atestar esses
dois quesitos. A metodologia analisa
aspectos como utilização de ingredientes e aditivos para fins alimentícios
autorizados por órgãos competentes;
utilização de matérias-primas de origem
própria ou de terceiros qualificados,
com certificado sanitário emitido por
órgãos de fiscalização; uso de laboratórios especiais para validar os produtos
antes de serem encaminhados para
comercialização; realização de análises
sensoriais periódicas para qualificar os
produtos quanto à aparência, à textura,
ao aroma e ao sabor. Além disso, todos
os produtos são testados antes da
comercialização, e suas embalagens contêm orientações sobre a melhor forma
de armazenagem e preparo.
INGREDIENTES, ADITIVOS,
MATÉRIAS-PRIMAS E ASPECTOS
SANITÁRIOS SÃO ALVO DE
VERIFICAÇÃO PERMANENTE
DAS UNIDADES DE NEGÓCIO
Todos os alimentos da Keystone passam
por duas auditorias para assegurar a
segurança e qualidade dos alimentos.
Além disso, os produtos são certificados pela Global Food Safety Initiative
(Iniciativa de Segurança Alimentar
Global), que visa à melhoria contínua
dos sistemas de gestão de segurança
de alimentos, garantindo mais confiança
no fornecimento de alimentos para os
consumidores em todo o mundo. A
Empresa criou ainda o Conselho de
Segurança e Qualidade Alimentar, que
funciona como um fórum para discutir
internamente questões sobre o tema
e compartilhar as melhores práticas de
todo o mundo.
A Moy Park firmou uma parceria
com o Institute for Global Food Security (Instituto Global para a Segurança
Alimentar – IGFS na sigla em inglês),
iniciativa da Universidade Queen’s, em
Belfast (Irlanda do Norte), que visa
conduzir pesquisas de ponta na área. A
Moy Park participa também de outros
fóruns internacionais de segurança
alimentar para pesquisar e desenvolver
formas de gerar melhoria contínua
nessa área. Por participar de grupos de
estudo sobre o assunto, a empresa está
sempre atualizada com relação aos novos testes e processos que podem ser
aplicados para garantir uma qualidade e
segurança alimentar de primeira linha.
A preocupação da Moy Park vai além
dos testes. A Empresa busca criar alimentos mais nutritivos, com menos sal
e gordura, movimento encabeçado pela
área de Inovação de Desenvolvimento
de Novos Produtos dentro da companhia. Todas as informações nutricionais constam nas embalagens de seus
produtos de forma simples e amigável,
facilitando a vida dos consumidores que
buscam alimentos saborosos, porém
saudáveis e nutritivos.
76
engajamento
e comunicação
com stakeholders G4-24, G4-25, G4-26, G4-27
Com o objetivo de disseminar meios
de melhorar o setor, tornando-o mais
responsável e alinhado às necessidades
econômicas e ambientais, a Marfrig tem
participação ativa em vários grupos de
trabalho que discutem boas práticas de
manejo e produção de gado no Brasil e
no mundo. A Marfrig faz parte do conselho diretor do Grupo de Trabalho da
Pecuária Sustentável (GTPS). Por meio
de reuniões mensais, o grupo discute
temas relevantes que possam afetar
os negócios do segmento. Nos anos
anteriores, a Marfrig já presidiu o GTPS.
Hoje sua participação é apenas como
membro efetivo. O trabalho no grupo
consolidou a participação da Companhia no Farmer Support Programme
(FSP Program), coordenado pela ONG
Solidaridad em parceria com a ONG
Imaflora, que visa oferecer assistência
técnica à produtores rurais na região de
Rolim de Moura, em Rondônia.
A Marfrig participa também, no âmbito
internacional, da Global Roundtable for
Sustainable Beef (Mesa-Redonda Global
de Carne Sustentável, ou GRSB na sigla
em inglês). Essa organização, sediada
nos Estados Unidos, busca a elaboração de princípios e critérios para uma
cadeia de valor da carne bovina sustentável. A Marfrig participa por meio
de reuniões mensais, conduzidas por
telefone ou vídeo, e, ocasionalmente,
por meio de encontros presenciais nos
EUA, por meio da Keystone Foods. A
GRSB espera, até o final de 2014, já ter
finalizado e validado seu trabalho para
levá-lo a público ainda no ano de 2014.
Em ambos os grupos de trabalho, os
fóruns são formados por stakeholders
DEBATES SETORIAIS PERMITEM
AO GRUPO REFORÇAR
POSICIONAMENTO EM PROL
DAS MELHORES PRÁTICAS
que integram partes distintas da cadeia
de valor, como produtores, fornecedores de insumos, bancos ou ONGs.
Esse público multistakeholder fomenta
uma discussão rica e ajuda a disseminar
as boas práticas da Marfrig para seus
públicos de interesse.
Outro trabalho que a Companhia faz
para tornar conhecidas suas melhores práticas para os clientes tem sido
aproximar a cadeia dos produtos
Premium da Marfrig Beef, sob as marcas
Bassi e Montana, e com os cortes das
raças Angus e Wagyu. A maioria dos
clientes é carente de informação sobre
os processos produtivos. Para sanar
isso, a Marfrig Beef realiza encontros
com seus clientes com visitas às fábricas
para disseminar o cuidado que tem na
produção de suas carnes. Esse trabalho
apoia o desempenho da equipe comercial, complementando os conhecimentos técnicos necessários para transmitir
aos clientes. O intuito é pautar toda
negociação comercial com mais do
que dados financeiros, extrapolando a
discussão para sustentabilidade, rastreabilidade e qualidade.
Há duas linhas de atuação desse
trabalho de relacionamento que hoje
atendem todo o Brasil. A primeira é
uma visita dos clientes à fábrica de Pro-
contato
O grupo mantém diferentes canais de comunicação
com seus consumidores por meio do Serviço de Atendimento ao Consumidor (SAC), destinado a receber
sugestões, críticas, reclamações e fornecer informações:
Marfrig
telefone 0800-47-2527
email: [email protected]
Keystone Foods
www.keystonefoods.com/contact-us
Moy Park
e-mail: [email protected]
telefone: +44 (0) 28 3835 2233
77
relatório anual marfrig 2013
missão II, no Estado de São Paulo, que
visa mostrar o processo produtivo e a
preocupação que a Marfrig tem com
o meio ambiente, bem-estar animal e
segurança. A visita permite ao cliente
identificar, na fábrica, ideias para melhorar o seu próprio negócio a partir das
experiências desenvolvidas na Marfrig.
É também uma forma de influenciar
positivamente a cadeia, apresentando
formas de reciclar para reduzir o envio
de lixo a aterros e como reaproveitar a
água da sua operação, por exemplo. Essas visitas são bimestrais e direcionadas
aos clientes do varejo e açougues.
A segunda visita que a Marfrig Beef
conduz é para conhecer a fazenda de
Jequitibá, também no Estado de São
Paulo. Nessa visita, os clientes conhecem todo o processo que está por trás
da carne, desde o momento em que o
animal chega à fazenda, evidenciando
a preocupação com bem-estar animal,
segurança dos funcionários, sustentabilidade e garantia de procedência. Todas
essas questões mostram por que a
carne Marfrig carrega consigo um maior
valor agregado, o que ajuda também
nas negociações comerciais. Essas visitas
ocorrem mensalmente e são focadas
em clientes de Food Service, chefs de
cozinha e alta gastronomia. Mais de
120 clientes já passaram pelas visitas,
projeto inaugurado em janeiro de 2013.
Além das visitas, toda a área comercial
passa por uma capacitação na qual
conhece os diferenciais da produção
da Marfrig, valorizando assim cada vez
mais as iniciativas que a Empresa adota
para oferecer sempre o melhor para
seus clientes e consumidores.
patrocínios e relacionamentos
A Marfrig Global Foods é patrocinadora da Copa do Mundo da Federação
Internacional de Futebol (Fifa) na
categoria World Cup Sponsor. Essa
oportunidade trouxe para a Companhia a chance de ampliar a sua marca
globalmente, fortalecendo regionalmente as marcas Keystone e Moy Park
e globalmente, Marfrig Global Foods.
Localmente, em regiões específicas, a
Marfrig optou por usar nomes das
marcas mais conhecidas naquelas regiões (como Hamby no Uruguai).
O patrocínio da Copa do Mundo, que
em 2014 será no Brasil, trouxe uma
oportunidade única de relacionamento
para a Marfrig, uma vez que dá direito a
uma série de convites para assistir aos
jogos, além de visitas aos campos após as
partidas e poder acompanhar a recepção dos atletas aos estádios. O patrocínio
também inclui o direito de usar a taça da
Copa das Confederações, realizada em
2013 também no Brasil, o que foi amplamente aproveitado em feiras nacionais e
internacionais ao longo do ano. Além das
ações de relacionamento com os clientes,
a Empresa está usando os ingressos
disponíveis para os jogos da Copa para
incentivar e bonificar seus funcionários,
com uma campanha de metas de vendas.
Em 2013 a Marfrig lançou a revista corporativa “Saboreando o Mundo”, disponível em português de forma online e
impressa e, em inglês, na versão digital
apenas. A revista trimestral, cuja tiragem
é de 3 mil exemplares, visa divulgar
as ações do grupo e ajudar a consolidar a marca Marfrig Global Foods
no Brasil e no mundo. Para ajudar
nessa missão, a Marfrig renovou suas
logomarcas a partir da reorganização
realizada em 2013. Os novos logotipos
foram uma evolução no conceito da
marca inicial e trazem maior identidade visual para todas as unidades de
negócio, consolidando e fortalecendo
o Grupo Marfrig Global Foods.
APOIO A GRANDES
EVENTOS PERMITE AO
GRUPO POSICIONAR SUA
MARCA NOS DIFERENTES
MERCADOS E REGIÕES
78
desempenho
econômico
79
relatório anual marfrig 2013
EM 2013, A COMPANHIA
REGISTROU RECEITA
LÍQUIDA DE R$ 18,75 BILHÕES,
CRESCENDO 14% EM RELAÇÃO
AO ANO ANTERIOR
INTERNACIONAL
OPERAÇÕES
FORA DO BRASIL
REPRESENTAM MAIS
DE 50% DO
FATURAMENTO
46 %
PARTICIPAÇÃO
DA MARFRIG BEEF NO
GRUPO, EM RECEITA
O ano de 2013 foi de grandes mudanças na Marfrig Global Foods, que passou
a contar com uma estrutura formada
pelas unidades de negócio Keystone,
Moy Park e Marfrig Beef. A receita
líquida da Companhia somou R$ 18,75
bilhões em 2013, crescendo 14% em
comparação aos R$ 16,52 bilhões registrados em 2012, excluindo os ativos
desinvestidos ao longo do último ano.
O crescimento foi impulsionado pelo
aumento de 14% nos preços médios
em combinação com um volume
praticamente estável em relação a 2012.
A Marfrig Beef respondeu por 46% da
receita consolidada, igual ao que foi
observado em 2012. Já a receita da
Keystone representou 29% da receita,
ante 30% em 2012, e da Moy Park, 25%
do total (24% em 2012). É importante
destacar que, nesse cenário, as operações internacionais representam mais
da metade do faturamento do Grupo.
A Moy Park registrou um crescimento
de 18% nas vendas no segmento de
Food Service no Reino Unido e Europa
Continental. Já a Marfrig Beef teve um
aumento das vendas de 14% refletindo
o aumento nas exportações do Brasil e
nas vendas ao canal de Food Service no
mercado interno. As vendas na Keystone
sofreram os impactos do surto de gripe
aviária na China, com redução do volume de vendas para o mercado doméstico chinês. No entanto, a divisão conseguiu manter o crescimento nas vendas
devido à sua diversificação geográfica
e maiores vendas para os Key Accounts,
totalizando um aumento de 10% ao final
de 2013. Por fim, o aumento da receita
foi também impulsionado pelos efeitos
cambiais da valorização média do dólar
norte-americano frente ao real.
80
desempenho econômico
Marfrig beef
OPERAÇÃO DO URUGUAI RETORNOU À
LUCRATIVIDADE NO FINAL DE 2013
A maior parte da receita da Marfrig Beef
veio do mercado interno no Brasil, com
21,5% da receita líquida consolidada do
grupo. As vendas no país avançaram 13%
em 2013, atingindo R$ 4.029 milhões,
ante R$ 3.561 milhões em 2012. O
desempenho é resultado do crescimento de 7% no volume de vendas e de 5%
nos preços médios praticados.
13 %
FOI O AUMENTO
NAS VENDAS NO BRASIL
EM 2013
Já as exportações avançaram 35%
em 2013, atingindo R$ 2.597 milhões
(13,8% da receita) ante R$ 1.930
milhões em 2012. O desempenho é
resultado do crescimento de 25% no
volume de vendas e de 8% nos preços
médios praticados.
A operação internacional da Marfrig
Beef, representada pelas unidades
localizadas na Argentina, Uruguai e
Chile, representou 10,8% da receita da
unidade de negócio, apresentando uma
variação negativa de 5% em 2013, so-
mando R$ 2.031 milhões ante R$ 2.137
milhões em 2012. O desempenho é resultado da redução de 14% no volume
de vendas, amenizado pelo aumento de
11% nos preços médios praticados. Em
função dos crescentes desafios e incertezas enfrentados no mercado argentino, a Companhia optou por reduzir sua
exposição ao país fechando temporariamente duas unidades de produção no
início do ano, fator esse que contribuiu
para a redução dos volumes de vendas
em comparação com 2012. Já no
Uruguai, após um início de ano com
pressão nos preços de gado e menor
disponibilidade, o cenário apresentou
gradativamente sinais de recuperação,
com avanços positivos no preço médio
dos produtos exportados.
Moy park
ATUAÇÃO NO MERCADO EUROPEU COMBINOU
CRESCIMENTO NAS VENDAS E NOS PREÇOS MÉDIOS
R$ 4.723 MI
RECEITA LÍQUIDA
CONSOLIDADA DA MOY
PARK NO ANO
O mercado do Reino Unido representou 21,8% da receita líquida consolidada
do Grupo em 2013, um avanço de 18%,
somando R$ 4.089 milhões em comparação com R$ 3.472 milhões em 2012.
O desempenho é resultado do crescimento de 4% no volume de vendas e
de 13% nos preços médios praticados.
Já as exportações representaram 3,4%
da receita, um avanço de 19% em 2013,
somando R$ 634 milhões em comparação com R$ 534 milhões em 2012. O
desempenho é resultado do crescimento de 3% no volume de vendas e de
16% nos preços médios praticados.
81
relatório anual marfrig 2013
keystone foods
MERCADO INTERNO NORTE-AMERICANO,
ORIENTE MÉDIO E ÁSIA SÃO OS FOCOS DE ATUAÇÃO
O mercado interno norte-americano
foi responsável por 21,7% da receita líquida consolidada do Grupo, valor 11%
maior em 2013, somando R$ 4.060
milhões em comparação com R$ 3.650
milhões em 2012. O desempenho é
resultado da redução de 6% no volume
de vendas, compensado pelo aumento
de 18% nos preços médios praticados.
As operações no Oriente Médio e Ásia
representaram 7% da receita, somando
R$ 1.311 milhão em 2013. Em função
de um ajuste contábil implementado
em atendimento à norma IFRS 11 –
Negócios Conjuntos (CPC 19 – R2),
a joint venture estabelecida na China
(Shandong Mckey Chinwhiz Foods
Co. Ld), antes consolidada proporcionalmente, passou a ser avaliada
por equivalência patrimonial a partir
de 2013. Embora tal mudança não
tenha relevância do ponto de vista
consolidado para o Grupo, as comparações de volume e receita específicas da operação Ásia e Oriente
Médio da Keystone acabam sofrendo algumas distorções, não havendo
comparabilidade com 2012.
receita líquida
2013
por negócio
por moeda
por produto
13,2%
43,1%
25,2%
40,2%
46,2%
21,5%
49,6%
28,6%
22,3%
10,2%
mafrig beef
dólar
processados
keystone
euro / libra
in natura
moy park
Real
outros
outras
82
Custo dos Produtos
Vendidos (CPV)
O Custo dos Produtos Vendidos
cresceu 16%, passando de R$ 14,15
bilhões em 2012 para R$ 16,44 bilhões
em 2013, em linha com o crescimento
orgânico da Companhia (aumento de
14% na receita líquida). Os aumentos
de 19% nos gastos com matéria-prima
(grãos, animais e outros insumos), de
desempenho econômico
11% nos custos de mão de obra e de
5% em custos de produção (energia,
embalagens, custos indiretos e outros)
também contribuíram para o aumento
do CPV no período.
O segmento de negócios Marfrig
Beef aumentou de 42% para 44% sua
participação no custo dos produtos
vendidos consolidados, enquanto a
Moy Park manteve sua participação
em 26% e a Keystone diminuiu sua
participação de 32% para 30% em
2013. O aumento na participação
nos custos pela operação da Marfrig
Beef explica-se pelo aumento no
custo de gado em sua maioria, mas
também pelo aumento de outros
custos em 2013. O item matéria-prima foi o principal componente do
CPV em 2013 representando 74% do
total, contra 72% em 2012.
CPV
R$ milhões
2013
Part. (%)
2012
Part. (%)
Var. (%)
12.104
74%
10.133
72%
+19%
Mão de obra
2.192
13%
1.968
14%
+11%
Custos de produção
2.148
13%
2.053
15%
+5%
16.443
100%
14.154
100%
+16%
Marfrig Beef
7.180
44%
5.969
42%
+20%
Moy Park
4.256
26%
3.657
26%
+16%
Keystone Foods
5.006
30%
4.528
32%
+11%
Matéria-prima
TOTAL
Lucro Bruto
Em 2013, o lucro bruto atingiu R$ 2,31
bilhões, ligeiramente inferior aos
R$ 2,36 bilhões registrados em 2012.
O segmento Marfrig Beef foi responsável por 64% do lucro bruto total no
período (70% em 2012), enquanto a
Moy Park respondeu por 20% (contra
15% em 2012) e a Keystone 16% (contra 15% em 2012). A Margem Bruta
reduziu-se em 200 pbs, passando de
14,3% em 2012 para 12,3% em 2013,
explicada pela compressão de 460 pbs
na margem do segmento Marfrig Beef
e de 50 pbs no segmento Keystone,
parcialmente compensada pelo avanço
de 120 pbs no segmento Moy Park.
83
relatório anual marfrig 2013
DVG&A (Despesas Com Vendas,
Gerais e Administrativas)
Em 2013, as despesas com vendas, gerais
e administrativas totalizaram R$ 1,37 bilhão, um aumento de 5% se comparado
ao ano anterior, um avanço inferior ao
crescimento da receita líquida, de 13,5%
no período. O segmento Marfrig Beef
foi responsável por 59% das DVG&A
no período (63% em 2012), enquanto
a Moy Park respondeu por 27% (contra
22% em 2012) e a Keystone 14% (contra 15% em 2012).
Os maiores dispêndios com comercial,
logística e marketing, necessários para
fazer frente ao crescimento orgânico
dos negócios, foram compensados
pelo aumento das vendas e pelo
controle rígido de despesas, levando a
uma redução 60 pbs no percentual da
DVG&A sobre a receita, passando de
7,9% em 2012 para 7,3% em 2013.
Ebitda ajustado
e margem Ebitda ajustado
Em 2013, o Ebitda Ajustado
(lucro antes dos juros, impostos, depreciações e amortizações) consolidado
atingiu R$ 1.446 milhões, comparado a
R$ 1.505 milhões registrados em 2012.
A margem Ebitda Ajustado foi de 7,7%,
contra 9,1% no ano anterior. O segmento Marfrig Beef foi responsável por 55%
do Ebitda Ajustado no período (64% em
2012), a Keystone 24% (contra 20% em
2012), enquanto a Moy Park respondeu
por 21% (contra 16% em 2012)
do Ebitda Ajustado no período.
As despesas comerciais somaram
R$ 805 milhões e representaram 4,3%
da ROL, percentual praticamente estável em comparação aos 4,2% em 2012.
Já as despesas gerais e administrativas
somaram R$ 563 milhões, representando 3,0% da ROL, uma redução de 70
pbs em relação ao ano de 2012.
DVG&A
R$ milhões
2013
2012
Var. (%)
805,3
699,0
15,2%
% sobre a Receita Líquida (%)
4,3%
4,2%
+10 pbs
Desp. Gerais e Administrativas
563,5
606,2
-7,0%
% sobre a Receita Líquida (%)
3,0%
3,7%
-70 pbs
1.368,8
1.305,2
4,9%
% sobre a Receita Líquida (%)
7,3%
7,9%
-60 pbs
Marfrig Beef (%)
9,4%
10,8%
-140 pbs
Moy Park (%)
7,8%
7,2%
+60 pbs
Keystone Foods (%)
3,5%
3,9%
-40 pbs
Desp. com Vendas
TOTAL DVG&A
RECONCILIAÇÃO DO Ebitda AJUSTADO
R$ milhões
2013
2012
Var.
1.446,2
1.505,2
-4%
(65,0)
372,8
n/a
1.381,2
1.878,0
-26%
(9,1)
0
n/a
(505,4)
(448,5)
13%
(1.441,1)
(1.068,4)
35%
(+) Variação Cambial Líquida
(589,9)
(349,9)
69%
(+) P
articipação de Acionistas
não Controladores
(12,9)
(13,9)
-7%
(+) Provisão de IR e CS
361,3
266,2
36%
(815,9)
263,5
n/a
Ebitda Ajustado
(+) Outras Receitas/Despesas
Operacionais
Ebitda
(+) Equivalência de não controladas
(+) Depreciação / Amortização
(+) Encargos Financeiros Líquidos
Lucro Líquido
RECONCILIAÇÃO DAS OPERAÇÕES DESCONTINUADAS
R$ milhões
Ebitda das operações continuadas e descontinuadas
(-) Efeito das operações descontinuadas
Ebitda das operações continuadas
2013
2012
2.373,8
2.134,0
992,6
256,0
1.381,2
1.878,0
84
desempenho econômico
Resultado Financeiro Líquido
Resultado Líquido
No ano, o resultado financeiro excluindo os efeitos cambiais foi negativo
em R$ 1,44 bilhão, 35% superior aos
R$ 1,07 bilhão registrado em 2012,
explicado pelo aumento das despesas
com juros sobre empréstimos, pelo
resultado negativo com derivativos e
pelos maiores descontos financeiros
oferecidos. A variação cambial, sem
efeito caixa, foi de R$ 590 milhões negativos no ano, contra R$ 350 milhões
negativos em 2012, explicada pela
valorização média de 15,9% do Dólar
norte-americano frente ao Real.
O resultado líquido no ano foi negativo
em R$ 816 milhões, em comparação
com um lucro de R$ 264 milhões em
2012. O resultado negativo de 2013 se
deve à variação cambial negativa em
função da desvalorização do Real frente
ao Dólar e do resultado negativo não
recorrente das operações de derivativos, que, embora tenham sido transferidas quando a venda das operações
da Seara e Zenda foi realizada, ainda
impactaram o resultado de 2013. G4-13
resultado
líquido
DESEMPENHO FOI
IMPACTADO PELA VARIAÇÃO
CAMBIAL NEGATIVA
DO ANO
R$ 810,6
Milhões
TOTAL DE INVESTIMENTOS
DO GRUPO EM 2013
7%
AUMENTO NO TOTAL
DE RECURSOS INVESTIDOS,
EM COMPARAÇÃO
COM 2012
RESULTADO FINANCEIRO LÍQUIDO
R$ milhões
2013
2012
Var
Receita Financeira
365
340
8%
Juros recebidos / rendimentos
178
213
-16%
Resultado com derivativos
180
108
67%
7
18
-61%
Despesa Financeira
(1.806)
(1.407)
28%
Juros sobe Empréstimos / Debêntures /
Arrendamentos
(1.272)
(1.166)
9%
Resultado com derivativos
(302)
(108)
180%
Desp. bancárias, comissões, desc. fin. e outros
(232)
(133)
74%
Variação Cambial Líquida
(590)
(350)
69%
(2.031)
(1.418)
43%
Outros
Resultado Financeiro Líquido
85
relatório anual marfrig 2013
Fluxo de Caixa Operacional
A geração de caixa (antes de despesas com juros e investimentos) vem
melhorando gradativamente ao longo
dos últimos trimestres, tendo encerrando 2013 com um acúmulo de
R$ 25 milhões negativos. Os avanços
são resultado dos esforços compartilhados por cada uma das unidades de
negócio, com especial destaque para
o segmento Marfrig Beef, onde o foco
total em rentabilidade e controle de
capital de giro trouxe melhorias significativas nas contas de estoque, fornecedores e recebíveis.
Investimentos
Investimentos somaram R$ 810,6
milhões em 2013, um aumento de
7% em relação aos R$ 754,9 milhões
investidos em 2012. No ano, foram
investidos R$ 650,6 milhões visando
a manutenção e expansão das unidades de produção, enquanto R$ 151,5
milhões foram gastos em renovação
do plantel de matrizes.
fluxo de caixa operacional
R$ milhões
368
236
1º tri
2º tri
3º tri
4º tri
(202)
(427)
investimentos – capex
R$ milhões
2013
2012
Var
Ativo Fixo
650,6
603,5
8%
Matrizes
151,1
142,7
6%
8,8
9,0
-2%
810,6
754,9
7%
Intangível
Total
86
desempenho econômico
Estrutura De Capital
Endividamento Bruto
A Companhia encerrou o ano de
2013 com endividamento bruto
consolidado de R$ 8,9 bilhões, em
comparação com R$ 11,6 bilhões em
dezembro de 2012. Se considerarmos
os números reportados em 2012 (R$
12,4 bilhões), os quais ainda incluíam
as operações descontinuadas de Seara
e Zenda, a redução na dívida bruta supera a cifra de R$ 3,5 bilhões. Do total
das dívidas, apenas 13% têm vencimento no curto prazo, enquanto 87% no
longo prazo. Do total das dívidas, 4%
estão em reais e 96% estão em outras
moedas, enquanto 21% das receitas
do Grupo são geradas em reais e
endividamento
COMPANHIA
BUSCA REDUZIR CUSTO
DE DÍVIDA
79% advém de moedas estrangeiras.
O custo médio ponderado de nosso
endividamento bancário consolidado
foi de 8,0% ao ano.
Endividamento Líquido
e Alavancagem
O índice de alavancagem (dívida
líquida/Ebitda), após a transferência
de 100% das linhas de endividamento
envolvidas na transação de venda da
Seara, ficou em 3,0x contra 4,3x ao
final de 2012.
3,0×
ÍNDICE DE ALAVANCAGEM
ALCANÇADO AO
FIM DO ANO, APÓS
TRANSFERÊNCIA DA SEARA
Classificação de Risco – Escala Global
As três agências de ratings (Moody`s B2,
Fitch B e S&P B) têm agora perspectivas estáveis ou positivas nos respectivos
ratings internacionais.
Endividamento (R$ milhões)
it2013
2T2013
3T2013
4T2013
Caixa e
equivalente
Dívida
líquida
4T2013
9.357
8.928
7.635
7.817
7.127
3.641
2.169
total: 12.998
curto prazo
1.492
total: 9.127
total: 11.097
1.813
1.123
total: 8.940
longo prazo
cronograma dos vencimentos
2.473
1.813
1.578
Curto prazo: R$ 1,1 bilhão
685
582
503
1.579
340
125
caixa
1T2014
2T2014
155
3T2014
893
9
4T2014
2015
2016
2017
2018
2019
2020
2021
87
relatório anual marfrig 2013
Demonstração do Valor Adicionado G4-EC1
R$ mil
2012
2013
1 Receitas
16.962.245
18.757.765
Vendas de mercadorias, produtos e serviços
16.516.366
18.752.376
Outras receitas
513.327
35.073
Provisão para devedores duvidosos – reversão/constituição
-67.448
-29.684
11.070.826,00
14.632.942,00
Custos dos produtos, das mercadorias e dos serviços vendidos
5.914.259
11.020.510
Materiais, energia, serviços de terceiros e outros
4.255.501
3.572.204
901.066
40.228
5.891.419
4.124.823
4 Retenções
458.042
505.369
Depreciação, amortização e exaustão
458.042
505.369
5.433.377
3.619.454
650.180
1.134.107
0
-9.109
650.180
1.143.216
6.083.557
4.753.561
2 Insumos adquiridos de terceiros (inclui icms e ipi)
Perda/recuperação de valores ativos
3 Valor adicionado bruto
5 Valor adicionado líquido produzido pela entidade
6 Valor adicionado recebido em transferência
Resultado de equivalência patrimonial
Receitas financeiras
7 Valor adicionado total a distribuir
DISTRIBUIÇÃO DO VALOR
ADICIONADO
total (2012)
6.083.557
total (2013)
4.753.561
277.470
-802.901
2.263.984
1.439.054
3.305.354
2.853.356
688.747
Remuneração de capitais de terceiros
Pessoal e encargos
Impostos, taxas e contribuições
Remuneração de Capitais Próprios
812.063
R$ 4,7
bilhões
VALOR ADICIONADO
TOTAL A DISTRIBUIR DO
GRUPO AO FIM DO ANO
88
índice GRI
O Relatório Anual 2013
da Marfrig Global Foods
apresenta conteúdos-padrão
das diretrizes GRI para o relato
da sustentabilidade, versão G4
Conteúdo geral
Aspecto
Descrição
Página/resposta
Estratégia e análise
G4-1 Mensagem do presidente
6, 7, 8, 9
G4-2 Descrição dos principais impactos,
riscos e oportunidades
6, 7, 8, 9, 21, 23
G4-3 Nome da organização
11
G4-4 Principais marcas, produtos e/ou serviços
11
G4-5 Localização da sede da organização
11
G4-6 Países onde estão as principais unidades de operação
ou as mais relevantes para os aspectos da sustentabilidade do
relatório
16
G4-7 Tipo e natureza jurídica da propriedade
8
G4-8 Mercados em que a organização atua
11
G4-9 Porte da organização
16, 17, 18, 19
G4-10 Perfil dos empregados
52
G4-11 % de empregados cobertos por acordos de
negociação coletiva
55
G4-12 Descrição da cadeia de fornecedores da organização
63
G4-13 Mudanças significativas em relação a porte, estrutura,
participação acionária e cadeia de fornecedores
84
G4-14 Descrição sobre como a organização adota
a abordagem ou princípio da precaução
27, 29, 76
G4-15 Cartas, princípios ou outras iniciativas
desenvolvidas externamente
26, 46, 47, 48, 49
G4-16 Participação em associações e organizações
48
G4-17 Entidades incluídas nas demonstrações financeiras
consolidadas e entidades não cobertas pelo relatório
5
G4-18 Processo de definição do conteúdo do relatório
5
G4-19 Lista dos temas materiais
25
G4-20 Limite, dentro da organização, de cada
aspecto material
24
G4-21 Limite, fora da organização, de cada aspecto material
24
G4-22 Reformulações de informações fornecidas em
relatórios anteriores
5
G4-23 Alterações significativas de escopo e limites de
aspectos materiais em relação a relatórios anteriores
5
G4-24 Lista de grupos de stakeholders engajados
pela organização
76, 77
G4-25 Base usada para a identificação e seleção
de stakeholders para engajamento
76, 77
Perfil organizacional
Aspectos materiais
identificados e limites
Engajamento
de stakeholders
Omissão
89
relatório anual marfrig 2013
Aspecto
Descrição
Página/resposta
Engajamento
de stakeholders
G4-26 Abordagem para envolver os stakeholders
76, 77
G4-27 Principais tópicos e preocupações levantadas durante
o engajamento, por grupo de stakeholders
76, 77
G4-28 Período coberto pelo relatório
5
G4-29 Data do relatório anterior mais recente
5
G4-30 Ciclo de emissão de relatórios
5
G4-31 Contato para perguntas sobre o relatório
ou seu conteúdo
5
G4-32 Opção da aplicação das diretrizes e localização
da tabela GRI
5, 88
G4-33 Política e prática atual relativa à busca de verificação
externa para o relatório
5
Governança
G4-34 Estrutura de governança da organização
27, 28
Ética
e integridade
G4-56 Valores, princípios, padrões e normas de
comportamento da organização
12, 29, 30, 51
Perfil do relatório
Omissão
categoria econômica
Aspecto
Descrição
Página/resposta
Desempenho econômico
G4-DMA Forma de gestão
75, 76, 77
G4-EC1 Valor econômico direto gerado e distribuído
83
G4-DMA Forma de gestão
30, 60, 61
G4-EC8 Descrição de impactos econômicos indiretos
significativos
30, 60, 61
Aspecto
Descrição
Página/resposta
Energia
G4-DMA Forma de gestão
41
G4-EN3 Consumo de energia dentro da organização
41
G4-DMA Forma de gestão
43
G4-EN8 Total de água retirada por fonte
43
Impactos econômicos indiretos
Omissão
categoria ambiental
Água
Biodiversidade
Emissões
Efluentes e resíduos
G4-DMA Forma de gestão
45, 46, 47, 48, 49
G4-EN12 Impactos significativos na biodiversidade de
atividades, produtos e serviços
45, 46, 47, 48, 49
G4-EN13 Hábitats protegidos ou restaurados
45, 46, 47, 48, 49
G4-DMA Forma de gestão
38, 39, 40
G4-EN15 Emissões diretas de gases de efeito estufa
39
G4-EN16 Emissões indiretas de gases de efeito estufa
provenientes da aquisição de energia
39
G4-EN17 Outras emissões indiretas de gases de efeito estufa
39
G4-EN18 Intensidade de emissões de gases de efeito estufa
40
G4-DMA Forma de gestão
42, 44
G4-EN22 Descarte total de água, discriminado por qualidade
e destinação
44
G4-EN23 Peso total de resíduos, discriminado por tipo e
método de disposição
42
G4-EN24 Número e volume total de derramamentos
significativos
44
Omissão
90
índice gri
Aspecto
Descrição
Produtos e serviços
G4-DMA Forma de gestão
Avaliação ambiental de
fornecedores
Página/resposta
G4-EN28 Percentual de produtos e embalagens
recuperados, por categoria de produtos
A Marfrig iniciou o desenvolvimento de
um programa de logística reversa para
minimizar o impacto dos resíduos das
embalagens dos seus produtos após o
consumo. Como o programa ainda está
em desenvolvimento, não há informação
sobre o volume de embalagens a serem
recuperadas.
A preocupação para minimizar os
impactos ambientais decorrentes das
embalagens dos produtos está presente
não somente na adoção de materiais
certificados FSC – Forest Stewardship
Council, que atesta a origem da madeira
para produção do papelão, papel e
derivados, como também por meio de
ações para diminuir a quantidade de
embalagens e facilitar a reciclagem das
mesmas. Dentre as ações destacam-se a
adoção de filmes de proteção de menor
espessura, adoção de etiquetas de mais
fácil remoção e substituição de materiais
nos processos produtivos.
G4-DMA Forma de gestão
45, 46, 47, 48, 49
G4-EN33 Impactos ambientais negativos significativos, reais
e potenciais, na cadeia de fornecedores
45
Omissão
Categoria social – práticas trabalhistas e trabalho decente
Aspecto
Descrição
Página/resposta
Emprego
G4-DMA Forma de gestão
52, 53
G4-LA2 Comparação entre benefícios a empregados de
tempo integral e temporários
52, 53
G4-DMA Forma de gestão
55
G4-LA4 Prazo mínimo de notificação sobre mudanças
operacionais
55
G4-DMA Forma de gestão
59, 60, 61
G4-LA6 Taxas de lesões, doenças ocupacionais e dias
perdidos
60
G4-LA7 Empregados com alta incidência ou alto risco de
doenças relacionadas à sua ocupação
61
G4-DMA Forma de gestão
56, 57, 58
G4-LA12 Composição dos grupos responsáveis pela
governança e discriminação de empregados por categoria
funcional
57
G4-DMA Forma de gestão
64, 65
G4-LA15 Impactos negativos significativos, reais e potenciais,
para as práticas trabalhistas na cadeia de fornecedores
64, 65
Relações trabalhistas
Saúde e segurança no
trabalho
Diversidade e igualdade de
oportunidades
Avaliação de fornecedores em
práticas trabalhistas
Omissão
91
relatório anual marfrig 2013
Categoria social – direitos humanos
Aspecto
Descrição
Página/resposta
Trabalho infantil
G4-DMA Forma de gestão
62, 63, 64, 65, 66, 67, 68, 69, 70, 71, 72, 73,
74, 75, 76, 77
G4-HR5 Operações e fornecedores com risco de ocorrência
de casos de trabalho infantil e medidas tomadas
O código de ética estabelece o compromisso com o respeito às leis trabalhistas
e com a erradicação do trabalho infantil
e adere ao pacto do Instituto Ethos pela
erradicação do trabalho escravo e infantil.
As operações mapeadas como de risco
significativo são alvo dos programas de
monitoramento na cadeia de fornecedores, do Marfrig Club e das certificações,
entre elas a SA 8000. Os programas
asseguram a avaliação, por meio do
preenchimento do checklist, e o monitoramento das condições socioambientais
dos fornecedores críticos – terceiros e
fornecedores de gado – e não críticos.
G4-DMA Forma de gestão
62, 63, 64, 65, 66, 67, 68, 69, 70, 71, 72, 73,
74, 75, 76, 77
G4-HR6 Operações e fornecedores identificados com risco
de trabalho forçado ou análogo ao escravo e medidas tomadas
O código de ética estabelece o compromisso com o respeito às leis trabalhistas
e com a erradicação do trabalho infantil
e adere ao pacto do Instituto Ethos pela
erradicação do trabalho escravo e infantil.
As operações mapeadas como de risco
significativo são alvo dos programas de
monitoramento na cadeia de fornecedores, do Marfrig Club e das certificações,
entre elas a SA 8000. Os programas
asseguram a avaliação, por meio do
preenchimento do checklist, e o monitoramento das condições socioambientais
dos fornecedores críticos – terceiros e
fornecedores de gado – e não críticos.
Trabalho forçado ou
análogo ao escravo
Omissão
Categoria social – SOCIEDADE
Aspecto
Descrição
Página/resposta
Comunidades locais
G4-DMA Forma de gestão
33, 34, 35
G4-SO1 Percentual de operações com programas de
engajamento da comunidade local, avaliação de impactos e
desenvolvimento local
33
G4-DMA Forma de gestão
93
G4-SO5 Casos confirmados de corrupção e medidas
tomadas
Em 2013 não houve casos de corrupção
na organização. O código de ética baliza
as relações comerciais e quaisquer interações com agentes públicos, sendo qualquer infração nesse sentido considerada
gravíssima, sem prejuízo das punições
previstas na legislação brasileira ou do
país em que o Grupo atua.
G4-DMA Forma de gestão
93
G4-SO7 Número total de ações judiciais por concorrência
desleal
Não foram registradas em 2013 ações judiciais por concorrência desleal, práticas
de truste e monopólio.
Combate à corrupção
Concorrência desleal
Omissão
92
índice gri
Categoria social – responsabilidade pelo produto
Aspecto
Descrição
Página/resposta
Saúde e segurança do cliente
G4-DMA Forma de gestão
75
G4-PR1 Avaliação de impactos na saúde e segurança durante
o ciclo de vida de produtos e serviços
Pela própria natureza do negócio, 100%
dos produtos de todas as categorias passam por avaliação de impacto na saúde
e segurança do consumidor. Em todas as
unidades operacionais há procedimento
que avaliam a segurança de alimentos,
além do procedimento shelf life, em que
são realizados testes nas categorias de
produtos a cada dois anos, além de testes a cada nova embalagem ou produto.
G4-DMA Forma de gestão
71, 72, 73, 74, 75
G4-PR3 Tipo de informação sobre produtos e serviços
exigido por procedimentos de rotulagem
A Marfrig cumpre todas as exigências
legais de rotulagem dos alimentos que
comercializa nas diferentes regiões. Todos
os produtos necessitam de rotulagem
autorizada pelo serviço de inspeção federal, havendo ressalvas para as diversas
exigências dos países importadores. As
unidades tem devidamente implantado o
procedimento de aprovação e registro
de Rótulos de Produto.
Rotulagem de produtos e
serviços
Omissão
Categoria setorial de alimentos
Aspecto
Descrição
Página/resposta
Práticas de Compra
G4-DMA Forma de gestão
64, 65, 67, 68, 69
FP2 Percentual de volume comprado submetido à verificação
de conformidade com normas de produção responsável
reconhecidas internacionalmente, discriminado por norma
67, 68, 69
G4-DMA Forma de gestão
30, 31
FP5 Percentual do volume de produção fabricado em
unidades operacionais certificadas por organização
independente em conformidade com normas
internacionalmente reconhecidas de sistema de gestão de
segurança de alimentos
30, 31
FP6 Percentual do volume total de vendas de produtos de
consumo, por categoria de produto, que são de baixo teor de
gordura saturada, gordura trans, sódio e açúcar adicionado
Pela própria natureza do negócio, 100%
dos produtos de todas as categorias passam por avaliação de impacto na saúde
e segurança do consumidor. Em todas as
unidades operacionais há procedimento
que avaliam a segurança de alimentos,
além do procedimento shelf life, em que
são realizados testes nas categorias de
produtos a cada dois anos, além de testes
a cada nova embalagem ou produto.
G4-DMA Forma de gestão
67, 68, 69
FP11 Percentual e total de animais criados e/ou processados,
por espécie e tipo de criação (como são criados todos os
animais com os quais a Companhia trabalha)
67, 68, 69
FP12 Políticas e práticas para antibióticos, anti-inflamatórios,
hormônios e/ou tratamentos com promotores de crescimento,
por espécie e tipo de criação
67, 68, 69
Saúde e Segurança do
Consumidor
Bem-estar
animal
Omissão
www.marfrig.com.br

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