Edição 23

Transcrição

Edição 23
"A minha preocupação não está em ser coerente com as minhas afirmações
anteriores sobre determinado problema, mas em ser coerente com a verdade."
Mahatma Gandhi
U
m novo ano começa e a esperança de um novo
tempo invade nossos corações e mentes! A
entrada do Ano Novo nos remete à reflexão, a
reavaliarmos nossas metas, sempre na expectativa de
progredirmos e evoluirmos, pois ambas as correntes
devem caminhar juntas.
Em meio à troca de presentes, aos abraços e as
rabanadas, ficaram, para trás, as comemorações
natalinas. O comércio, que registrou recordes de
vendas, nos faz pensar onde está a crise. Por falar no
consumo excessivo de final de ano, nos faz pensar,
também, onde está a razão do Natal. Comemora-se o
nascimento do Mestre Jesus com mesa farta, presentes e
roupas novas, em um feroz consumismo, enquanto seu
real significado é o renascimento interno, através dos
excelsos ensinamentos pregados por esse Avatara, que
se doou em sacrifício, e não me canso de repetir, em
Sacro-Ofício, para que a humanidade pudesse ascender
em estado de consciência, e não em status
social, material, etc.
Pobre e cega humanidade, que
se aferra à própria vaidade e ao falso
brilho do que é efêmero!
Permitimo-nos aproveitar a
virada do ano, para sugerirmos aos
nossos leitores uma profunda reflexão dos
reais valores da vida e começarmos um
novo ano sem os grilhões da materialidade,
ou, pelo menos, predispondo-nos a retirálos.
A Revista Arte Real, aproveitando a
entrada de 2009 e, “coincidentemente”, o final
de um ciclo de 22 edições, à guisa dos 22 Arcanos
do Tarô, das 22 letras do sagrado alfabeto hebraico,
reveste-se de nova cara, de nova diagramação e de um
conteúdo, cada vez, mais interessante, o que a fez cair
nas graças de seus seletos, exigentes e participativos
leitores. Muitos deles tendo participação direta com o
grande sucesso e rápida ascensão de nossa Revista.
Sua nova roupagem, jamais deverá afastá-la de
seu objetivo maior, a transmissão da cultura maçônica
como instrumento transformador do Maçom, retirandolhe as vendas da ignorância, fazendo luz nos assuntos
mais transcendentes e necessários, que lhe servirão
como ferramentas precisas para autotransformação e,
conseqüentemente, da sociedade, pois essa é a missão
de um Obreiro da Arte Real.
Nesta edição, na coluna Destaques, saudamos o
alvorecer de um novo ano e de, oxalá, uma nova era,
com a matéria “Ano 2009 da Era Vulgar”, de autoria de
Leon Szklarowsky; neste mês, em que se completam 60 anos
do assassinato de Mahatma Gandhi, a coluna Os Grandes
Iluminados faz uma merecida homenagem a esse Mestre de
Sabedoria.
Embora seja para alguns um tema polêmico, de autoria
do insigne escritor maçônico Joaquim Gervásio de Figueiredo,
abrimos um espaço na coluna Ritos Maçônicos para a matéria
“Maçonaria Feminina”, e pretendemos, com isso, abrir um
grande debate entre nossos leitores, a fim de tentarmos
entender o porquê de a mulher não poder participar da
Maçonaria.
Gostaria de destacar a matéria “Templo de Salomão,
Ideais e Compromissos”, de autoria de um querido Irmão,
pelo qual tenho grande apreço, o Poderoso Irmão Antônio do
Carmo Ferreira, Eminente Grão-Mestre do GOIPE e Presidente
da ABIM – Associação Brasileira de Imprensa Maçônica, cujo
registro nossa Revista tem a honra de possuir.
Corroborando com a essência de nosso Editorial,
convido a todos a uma leitura meditativa na coluna
Reflexões, através da bela matéria “Sobre Xícaras,
Cafés e Pessoas”, lamentavelmente, para mim, de
autor ignoto.
Nossa Revista, a cada edição, vem
desbravando fronteiras e chegando às mais
distantes partes do Brasil e a vários países. Seja o
mais distante Oriente, em que a cultura maçônica
encontre “eco”, teremos o imenso prazer de lá estar.
Relatos de nossos leitores afirmam que
as matérias publicadas, de autoria de nossos
prestimosos Irmãos Colaboradores, têm se
transformado em valiosas Peças de
Arquiteturas, enriquecendo e enaltecendo o estudo e a
pesquisa em suas Lojas, o que é muito gratificante e nos dá a
certeza de que estamos no caminho certo.
Temos recebido muitas solicitações de cadastramento
de e-mail em nossa listagem, para recebimento direto, o que
nos fez chegar a 2009 ultrapassando o expressivo número de
12.000, obrigando-nos a aquisição de software específico para o
envio de nossa Revista. Vários sites maçônicos já a
disponibilizam para download, além de várias listas de
discussão maçônica que a distribuem entre seus membros.
Quem assim desejar disponibilizá-la, basta fazer contato, que
teremos prazer em atender.
Aguardamos as sempre valorosas considerações,
críticas e sugestões de nossos leitores, a fim de nos ajudar a
produzir, cada vez melhor, a Revista que trata a cultura
maçônica com a seriedade que merece.
Esse ano, que se inicia, com certeza, será de muitas
conquistas, isto, porque nos queremos. Que se cumpra!?
a b
Capa – Inaugurando Um Novo Ciclo.......................Capa
Ritos Maçônicos – Maçonaria Feminina.....................................9
Editorial.................................................................................2
Trabalhos – A Pronúncia do Nome Jeová......................................10
Destaque -.Ano de 2009 da E∴V∴– Feliz Ano Novo......3
- Templo de Salomão, Ideais e Compromissos.......12
- Os Arcanos do Taro e a Tradição Oculta.......4
Lançamentos – Livros....................................................................13
Informe Cultural – Sejamos Solidários!................................6
Boas Dicas – E-book/Indicação de Livros / Edições Anteriores.....13
Os Grandes Iniciados – Mahatma Gandhi.....................6
Reflexões – Sobre Xícaras, Cafés e Pessoas...............................14
Ano de 2009 da E∴V∴ – Feliz Ano Novo
Leon Frejda Szklarowsky
N
em todos os seres humanos comemoram, na
mesma época, o raiar de um novo ano, variando
este no espaço e no tempo. Muitas e muitas civilizações se
perderam, embora tenham deixado gravados resquícios de
sua cultura e o calendário, como ancoradouro, para atender
às necessidades da vida religiosa e civil, demarcando o
tempo em dia, mês e ano. Outros povos mantêm, ainda,
calendários próprios, como os cristãos, os chineses, os
muçulmanos e os judeus. Atualmente, o calendário
gregoriano é universalmente aceito nas relações entre os
homens, conquanto guardem esses povos suas próprias
tradições e datas religiosas.
Há de se lembrar que alguns sábios e estudiosos dos
Livros Sagrados têm feito profundos
estudos e pesquisas sobre a idade do
universo, que, na verdade, tem
bilhões de anos, o que não contradiz,
absolutamente,
as
Escrituras
Sagradas, um marco de fundamental
importância na história humana,
coincidindo com os ensinamentos da
ciência moderna. Admitem esses
estudiosos que os ciclos sabáticos
tenham existido antes de Adão.
Assim, devem-se levar em conta os
anos divinos, e não terrestres. Um dia divino dura mil anos
terrestres, e um ano divino equivale a 365.250 anos terrestres,
chegando-se, dessa forma, a 15.340.500.000 anos de idade,
exatamente, quando, segundo os cientistas, ocorreu o Big
Bang, há aproximadamente 15 bilhões de anos.
Não obstante, o ser humano, apesar das imensas e
revolucionárias conquistas técnicas e científicas, não evoluiu
o bastante, para atingir a suprema verdade e a
espiritualidade que lhe revelariam o mistério da vida.
Rememorem-se a bíblica Sodoma e Gomorra, as catástrofes,
as guerras infindas, a violência, a decadência da moral e dos
costumes, a corrupção, o desamor, o clamor dos miseráveis e
dos desprotegidos! Dir-se-á que nos aproximamos do fim de
um ciclo ou de uma civilização. Tampouco, podemo-nos
orgulhar do que lhe deixaremos (violência incontida, tortura,
guerras, miséria, fome, inversão de valores, crimes contra a natureza,
impunidade, corrupção desenfreada e leis iníquas). Nem nos
apetecem o Estado onipotente e onipresente previsto por George
Orwell e a sociedade, também, prevista por Monteiro Lobato, no
primeiro quarto do Século XX, apesar das boas coisas realizadas e
das conquistas científicas, que poderiam propiciar à sociedade
humana o tão sonhado bem-estar.
Paradoxalmente, apenas, uma pequena parcela dela
desfruta, mercê da insanidade e torpeza da "pequena humanidade".
Credite-se, porém, que a "grande humanidade" silenciosa e boa
existe, apesar de tudo e por isso mesmo. Com certeza, quando
houver o equilíbrio absoluto entre as duas realidades, ser-nos-á
revelado o mistério da vida. O ser humano
não está no planeta Terra, em vão. Sua
passagem por esse mundo tem um
significado muito grande, pois o homem,
sem dúvida, representa a criação maior do
Altíssimo e tem uma missão a cumprir!
Prossegue sua jornada em busca da
perfeição e do aprimoramento espiritual,
visando à construção de um mundo melhor
para todos e para seus descendentes, sem
embargo de as gerações anteriores nos terem
legado
uma
sociedade
apodrecida,
desarticulada e feroz. Enquanto houver seres humanos na Terra,
haverá sempre uma chance de convivência, a alegria de viver e a
esperança, porque os valores maiores são eternos e jamais serão
olvidados.
A presença do homem na Terra e, quiçá, em outros planetas
e astros, não parece ser por acaso nem em vão.
Não importa a religião que professe ou até que não a
professe, sem dúvida, o homem deverá palmilhar o verdadeiro
caminho para a união fraterna e aperfeiçoamento moral, preparando
o mundo material e espiritual para grandes acontecimentos.
Que 2009 seja o prenúncio do encontro do homem com o
Altíssimo. ?
*O autor é membro da A∴R∴L∴S∴ Abrigo do Cedro nº 8,
G∴L∴D∴F∴.
a b
Os Arcanos do Tarô e a Tradição Oculta
Francisco Feitosa
H
á uma frase que
carrego comigo e que
muito utilizamos em auxílio à
educação de nossa filha mais
nova: um dos segredos da vida é
estar sempre atento a tudo e a
todos!
Já tivemos a oportunidade
de publicar a matéria, “O Tabuleiro
de Xadrez e o Jogo da Vida”, na
edição nº 17, sobre o Simbolismo
Esotérico do Jogo de Xadrez,
mostrando sua estreita relação com
diversos
aspectos
dos
Ensinamentos
Iniciáticos,
abordando o tema em uma direta
relação de suas peças, movimentos
e objetivos com os Mistérios que
envolvem a ascensão espiritual.
Percebemos que, em alguns
jogos, seja através do Simbolismo,
da Numerologia, etc., ocultam-se, à
visão
profana,
muitos
ensinamentos que vistos com olhos
de ver, ou seja, pelas lentes de um
verdadeiro Iniciado, podem revelar
profundos
conhecimentos,
sabiamente, inseridos no cotidiano
popular, a fim de despertar a
Centelha Divina, que habita em
cada um de nós.
Esta edição, de nº 23, inicia
uma nova fase da Revista, após uma
trajetória de 22 edições, por isso uma
nova cara, nova diagramação, etc.,
embora mantendo o mesmo padrão
de qualidade de seu conteúdo.
Numerologicamente, além de 22 ser
um número Mestre, nos estudos da
Ciência Iniciática das Idades, está
relacionado aos 22 Arcanos Maiores,
tema, que vem presentear nossos
leitores através de um profundo
trabalho de pesquisa e compilação
em diversos estudos da Eubiose.
“Trabalhar
pela
Humanidade é a única forma de
servir à Divindade”. Por isso, ao
longo dos tempos, vários Avataras,
Adeptos, Seres Iluminados vêm
cumprindo sua Missão na Terra em
prol dessa mesma Humanidade.
Vários deles ensinaram meios para que os
homens pudessem alcançar esse equilíbrio.
Dentre Eles, cada um “escolheu” um
estado de consciência, um “Raio
Planetário”,
traduzindo
para
a
humanidade seus ensinamentos, os quais,
em
linguagem
simbólica,
seriam
incompreendidos pela grosseira mente
humana, em sua maioria. Assim sendo,
dentro das sete chaves do conhecimento e
dos ramos da ciência, bem como suas
subdivisões, temos seres como Yeseus
Krishna e o Príncipe Sidharta Gautama (o
Buda) no Oriente, Jeoshua Ben Pandira
(Jesus, o Cristo), Conde Saint Germain,
Helena Petrovna Blavatsky (HPB),
Ludwing van Beethoven, Wagner, Bach, no
Ocidente, inclusive Henrique José de
Souza (JHS), no Brasil, etc. Embora muitos
Deles não sejam conhecidos pela grande
maioria da humanidade, sendo-O, apenas,
por aqueles que se dedicam aos estudos
dos Mistérios Celestes, Ocultismo,
Teosofia, ou outro nome que lhe queiram
dar. Seus ensinamentos, no entanto,
permanecem vivos e infiltrados no Seio da
Humanidade através de seus discípulos e
simpatizantes, à parte, vínculos com
quaisquer
Instituições
ou
Ordens
Iniciáticas, determinadas a propagar Seus
Legados através dos tempos, sempre
renovados pelos Ciclos.
No antigo Egito, havia um Ser com
a denominação de Hermés, o Trismegisto
(o Três Vezes Grande), o qual legou àquela
civilização um enorme cabedal de
conhecimento, traduzido em livros e em
outras escrituras. Ao que parece Hermés
não foi um único Ser, mas uma corte de
Adeptos, que visaram à instrução da
sociedade da época por meio de Escolas
Iniciáticas, as quais, ainda hoje, perduram.
Assim, para ocultar as Verdades
Sagradas, criaram eles um livro composto
de várias lâminas ou figuras, que as
encerram de uma maneira sintética.
(“Segundo uma tradição muito antiga, dizse que Thot – uma das divindades egípcias
- na sua passagem pela Terra, ensinou aos
antigos moradores do Nilo a arte de
escrever, a maneira de dividir o tempo,
averiguar enigmas cifrados nas medidas e,
após haver declarado de viva voz o
mistério da vida e da morte, legou-lhes um
livro, no qual se encontrava “a chave” que
abria os Portais do Conhecimento e de
tudo mais.
Esse conjunto de Símbolos foi,
originalmente, engendrado pelos sábios
atlantes como a forma concreta de uma
linguagem profundamente abstrata, capaz
de atravessar a interminável sucessão de
gerações, civilizações e experiências
humanas, sem se desatualizar, nem se
deturpar, assimilando as adequadas
renovações a cada ciclo evolutivo.
Decodificado por Hermes, formou um livro
composto, apenas, por figuras, sendo, mais
tarde, acrescentado nomes a essas figuras.
O Livro de Thot, como ficou
conhecido, estava integrado por 78 lâminas
de ouro, em cujas figurações esmaltara o
autor diversos signos, letras e números,
ordenados de tal maneira, que cada lâmina
ocupava determinado plano, e permitindo
que na série de 78 lâminas estivessem
presentes todos os símbolos, letras e
números que os egípcios conheciam
na época. Os ensinamentos contidos em tal obra foram
divulgados muitos anos mais tarde, entre a casta sacerdotal,
dizendo-se, a respeito, que, ao se retirarem os israelitas do
Egito, Moisés levou consigo parte dessas lâminas.
Relacionando, então, parte das primeiras 22 com as 22 letras
do alfabeto hebraico, converteu-as nos ARCANOS
MAIORES, que explicam, graficamente, o sentido dessas
letras e facilitam a sua aplicação prática, inclusive, o
descobrimento de múltiplas incógnitas, sendo que, em
muitas delas, os 22 Arcanos Maiores são assistidos pelos 56
Menores. Esse saber arcano tem a virtude de atualizar, em
nós, outras determinadas faculdades primárias, prestandose a interpretar e fazer
inteligível o saber expresso acerca de determinado tema.
Os hierofantes egípcios e gregos, do Rito de Elêusis,
já haviam recebido esse instrumental da enorme série de
Escolas Iniciáticas, que, desde os tempos atlantes, vinham
preservando-o e o transmitindo de geração em geração.
Dessa forma, seu emprego ultrapassa os limites do
antigo Egito, para iniciar sua trajetória ao longo do
Itinerário da Mônada Humana. Na Idade Média, esse
conjunto de Símbolos ganhou o nome de “Tarô, palavra de
origem céltica, pois os druidas, também, os conheceram.
Coube aos ciganos, naturais da Boêmia e Morávia, região
da Europa Central, não sendo de duvidar que os ciganos,
oriundos do baixo Egito, tivessem o papel de vulgarizá-lo,
no fim da época medieval.
A origem do Tarô dos Boêmios pode ser relatada a
partir dos meados da Idade Média, ocasião, em que
apareceu na Europa, trazido que foi pelos boêmios certo
número de lâminas estranhas, das quais surgiram mais
tarde as famosas cartas, que usamos para jogar, com seus
quatro naipes. Diz a Tradição que o baralho foi introduzido
na Europa no século XIII, simultaneamente, no caminho de
Santiago de Compostela e em Veneza. Ciganos aparecem
entre os romeiros, que se dirigiam a Santiago, e em meio da
nova aristocracia veneziana, utilizando-se de misteriosas
cartas para ler a sorte.
Cada naipe possui 14 valores e, assim sendo, nos
endereça aos 56 Arcanos Menores, incluindo os quatro
curingas. No século passado, um grupo de filósofos, tendo à frente
o Dr. Papus, o sábio Estanislau Guayta, Ste. Yves D’Alvedre e
outros, procuraram restituir, tanto quanto possível, às suas formas
primitivas, essas famosas lâminas, por guardarem e serem
portadoras de um significado, no mínimo, muito interessante,
parte que fazem da linguagem dos Símbolos, da linguagem
hieroglífica, não, porém, no sentido da linguagem sacerdotal, mas
sim de uma linguagem que deu origem a todas as tradições, que se
consubstanciam naquilo que nós denominamos de Mosaico. Os
antigos egípcios expressavam as suas idéias a respeito da
Cosmogênese e da Antropogênese nessas línguas, ou nessas
lâminas, como que em procura de ideogramas simbolizadores dos
seus conhecimentos a respeito da formação dos Universos, da
origem dos homens, das Leis que regem os seres em todos os
planos da existência.
Em determinada fase da antiga iniciação egípcia, o
hierofante conduzia o postulante à iniciação a um grande salão,
possuidor de doze colunas de cada lado. Entre elas, havia as vinte e
duas lâminas dos Arcanos Maiores, sendo onze em cada lado, entre
as colunas, deixando o neófito com, apenas, um pedaço de pão, um
pouco de água e um candeeiro, que passava toda noite meditando
e refletindo sobre seu significado, uma lâmina por noite, sendo
argüido sobre o que entendeu com os primeiros raios de sol. Abro,
aqui, um breve parêntese para chamar atenção para outro assunto:
o termo “Entre Colunas”, em nossa Ordem, diante do exposto,
toma outra roupagem, no sentido de ascensão, de adquirir
conhecimento, até porque essa posição, no eixo do Templo, assim
conhecida, está ligada ao nosso Chacra Raiz. Mas isso já é outro
assunto. Voltemos ao tema!
Em tais condições, não há que admirar que, pelo fato de o
Papa Clemente XIV ter encontrado, na Biblioteca do Vaticano,
alguns manuscritos hebraicos, atribuindo-os a Simão Ben Jokay,
encarregasse o Abade Lany de decifrá-los, tendo em vista ser ele
profundo conhecedor dessa linguagem antiga. Os aludidos
manuscritos das famosas Lâminas de “Thot-Hermés”, deram
então, oportunidades de pesquisas maravilhosas das velhas
tradições egípcias, tendo sido usadas como uma ciência divinatória
(note-se que a palavra “divinatória” difere de sua aparentada
“adivinhatória”, pois, em verdade, a primeira refere-se aos estudos
ligados ao Espírito, algo dito divino, por isso, superior,
encaminhando ao descobrimento dos laços existentes entre o
mundo sutil e o mundo visível).
Interessante que tal palavra TARÔ nos vocábulos ou na
linguagem semítica, usando o processo da "temura", consiste na
permutação de letras, endereça-nos à palavra TORAH, a que os
Rabinos denominam de Lei...
Assim, refletindo sobre o tema, observamos
como a Divindade se utiliza de artifícios para perpetuar
os ensinamentos da Tradição Oculta, a fim de auxiliar a
humanidade em sua infinita caminhada evolucional.
Após essa breve elucidação sobre o tema, ao
defrontarmos,
novamente,
com
as
Cartas
“adivinhatórias” do Tarô e com as cartas do jogo do baralho,
agora, livres das vendas da ignorância, que, antes cobriam-nos
olhos, estaremos aptos para entender que tudo, em nossa volta,
merece ser visto com “olhos de ver”, sendo um dos segredos
da vida o estar sempre atento a tudo e a todos! ?
a b
Sejamos Solidários
M
eus Irmãos, todo trabalho voltado para a
coletividade é nobre, principalmente,
quando não se tem interesse em se beneficiar com ele, o
que é raro nos dias de hoje.
Nossa Revista tem o objetivo de difundir, através
desta coluna, toda Obra sócio-cultural, que Lojas
Maçônicas, Instituições ou, até mesmo, pessoas como a
Sra. Ana Paula vêm desenvolvendo.
Solicitamos
a
quem
possa
ajudar,
principalmente, nossos Irmãos da Região Sul Mineira, a
AACJJ – Associação dos Amigos da Cultura do bairro de
Jatobá e Jacarandá, no Município de Pouso Alegre, Sul
de Minas – MG, fundada e sob a presidência da Sra. Ana
Paula Petinato Santiago, viúva, funcionária pública,
Francisco Feitosa
cozinheira de uma Escola Pública na cidade, que, em um
trabalho altruístico, tem reunido pessoas e vem solicitando
ajuda através da mídia local, em prol dos mais necessitados.
Dona Ana Paula, neste Natal de 2008, com a ajuda de
pessoas da região, angariou doações para a realização do Natal
de 250 crianças da pobre Comunidade de Jatobá e Jacarandá e,
em ato contínuo, vem trabalhando para a “Campanha Caderno
Feliz”, a fim de facilitar a vida dessas mesmas crianças em seu
retorno escolar no ano de 2009.
Os Irmãos que puderem engajar-se nessa bela
empreitada, em prol das crianças daquela região, por favor,
façam contato com a Dona Ana Paula, através do telefone (35)
9941-3804. As doações poderão ser depositadas no Banco
Santander, Agência 2255, Conta Corrente 01002158-1. ?
a b
Mahatma Ghandi
“A política do Ocidente morreu com Franklin Delano Roosevelt, e no Oriente, com
Mahatma Gandhi, o maior Mártir do século XX, a jóia preciosa da Velha Aryavartha.”
Professor Henrique José de Souza
Francisco Feitosa
H
á exatos sessenta anos, no mês em que lamentamos o cruel assassinato do Ser
que mais praticou a não-violência, tornando-se um ícone da Paz,
abrilhantamos esta coluna com o aura desse Grande Mestre da Sabedoria - Mohandas
Karanchand Gandhi - na esperança de que a mesma envolva a todos nós e ao mundo, nos
retirando da inércia frente às cruéis Bastilhas da atualidade.
Essa matéria é uma compilação baseada no texto de Lázaro Curvêlo Chaves,
publicado no site www.culturabrasil.pro.br e no de Elias Rodrigues Barrocas - M∴
I∴ - 33º, membro da Loja de Estudos e Pesquisas Professor Henrique José de Souza e o da
Sociedade Brasileira de Eubiose.
Temos no mundo, duas grandes Tradições Esotéricas: a Ocidental e a Oriental. A
Tradição Oriental remonta às Escolas de Mistério do Antigo Egito e da Caldéia. Delas
nutriram-se várias gerações de nossos dirigentes espirituais, e nossa Tradição sempre foi
mantida secreta ou, de alguma forma, sob o controle de determinados grupos sociais,
contra outros que poderiam destruí-la intencionalmente (como os mais altos funcionários
das religiões constituídas, particularmente, Judaísmo, Cristianismo e Islamismo) ou por
ignorância (como todos aqueles a quem a Tradição representava complicação
exageradamente distante de sua lida cotidiana). Segundo desejam alguns, dentre os quais se
destaca
Platão, essa Tradição remonta, mais remotamente ainda, à Atlântida, cuja
existência empírica jamais foi conclusivamente comprovada ou definitivamente descartada.
A Tradição Oriental se apresenta de maneira
distinta, principalmente, na China, no Tibete, no Japão e
na Índia. Ali não parece ter ocorrido tão severa cisão
entre a religião e a Tradição, de maneira que as próprias
religiões constituídas se transformaram em importantes
veículos de transmissão da Tradição. Enquanto, no
Ocidente, tinham de se enfrentar perseguições as mais
diversas à Tradição, no Oriente, por suas peculiaridades,
essa foi intensamente difundida e popularizada. Ali a
Tradição protege-se a si mesma em sua complexidade e
fascina a quantos dela se aproximam. Também, segundo
alguns, aquela Tradição reverbera a de um outro
continente perdido no Oceano Pacífico: a Lemúria, de
existência tão provável ou improvável, quanto a
Atlântida, e datação, portanto, tão complexa,
quanto sua similar ocidental.
Embora aparente, não há divergência
de fundo entre as Tradições do Ocidente e
do Oriente, o que foi provado pelas
descobertas sensacionais de gente do quilate
de Fritjof Capra e Joseph Campell. Mera
questão de escolha pessoal, de afinidade
eletiva, identificamo-nos com a Tradição
de nossa gente, de nosso povo, do
mundo e da civilização em que nascemos
e nos criamos. Sempre, com enorme respeito
pela Tradição Ocidental, e buscando preservar a
forma como a nossa Tradição se encaminha há
milênios.
Fizemos este preâmbulo por ser
necessário pontuar o quanto
Mohandas Gandhi foi movido pela Tradição de seu
povo. Poucos seres humanos incorporaram, tão
profundamente, a Tradição e a alma de sua gente como
Gandhi. Esse o principal motivo, que leva seus biógrafos
a, sempre, fazerem reiteradas referências à Tradição
Oriental e, freqüentemente, converterem-se aEela, por
ser mesmo fascinante.
Se, em algum momento na história da
humanidade, pode dizer-se que uma Nação teve um
porta-voz, essa foi a Índia, e seu porta-voz consensual,
na primeira metade do século XX, foi Mohandas
Karanchand Gandhi – Mahatma, a “Grande Alma”.
Ficou conhecido como Mahatma Gandhi; nasceu em 02
de outubro de 1869, em Probandar, povoação costeira, na
Província de Bombaim, costa Ocidental da Índia.
Quando Gandhi nasceu, em 1869, o domínio
britânico atingia seu apogeu. A Companhia das Índias
fora suprimida em 1858, e a autoridade passara
inteiramente para a Coroa Inglesa. Em Londres, foi
instituído um Secretário de estado para a Índia, onde a
administração britânica era representada pelo Indian Civil
Service.
Paradoxalmente, foram os ingleses que, com sua
administração, criaram condições favoráveis para o
surgimento de um nacionalismo indiano, que acabaria por
levar o país à independência. A descentralização política, as
comunicações mais rápidas, a difusão da língua inglesa, foram
alguns dos fatores que serviram para aproximar os diversos
povos indianos, até então separados.
A
educação
ocidental,
proporcionada
nas
universidades, revelou aos intelectuais do imenso país os
princípios do Liberalismo e Nacionalismo europeus. Em 1885,
funda-se o Partido do Congresso, que marca o início da
consciência política da Índia.
A complexa Teologia Hindu reza que há um único
Deus e este se apresenta em 3 formas: Brahma, o
Criador; Shiva, o Destruidor (sempre presente
quando a história chega a seu final) e Vishnu, o
Equilibrador (a serviço de Dharma). Quando o
caos ameaça a humanidade, Vishnu toma a
forma humana para recompor a ordem.
Segundo o Mahabharata, Vishnu veio ao
mundo como Krishna, no alvorecer da
civilização
indiana.
Para
seus
contemporâneos, Mohandas Gandhi, que
repudiava ser chamado assim, constituía a mais
recente encarnação da divindade, portanto era
chamado de Grande Alma. Devotou a sua vida à
causa da Independência da Índia e a encaminhou
política e religiosamente em perfeita harmonia
com a Tradição de seu povo, daí o
estrondoso sucesso obtido.
Descendente
de Brahmanes, de sua infância em
Probandar, Gandhi registra, em sua autobiografia, a freqüência aos
locais sagrados e de prece com a mesma naturalidade do registro
de episódios corriqueiros e cotidianos. A religião de seus ancestrais
lançava profundas raízes em seu coração. Casou-se, a exemplo de
todos de sua casta e Nação naquele tempo, ao final da infância,
com uma prima, também, saindo da infância, Kasturbai.
Adulto, parte para estudar direito em Londres,
formando-se em 1891 e regressando a sua terra para praticar a
profissão. Dois anos depois, vai, a convite, para a África do
Sul, onde trabalha em uma empresa hindu e faceia as
primeiras dificuldades diante do poderoso Império Britânico,
que domina as Nações do mundo no século XIX e primeiros
lustros do XX, com o mesmo poder e descaso para outros
povos, com que o Império Ianque age hoje. Em 1914, regressa à
Índia em definitivo e dá início à sua luta pela independência
da dominação britânica, que já dura quase três séculos, e, com
igual vigor, pela Tradição de sua gente, em grande medida
contaminada e fragilizada diante da infecção capitalista.
Como líder político e
espiritual
da
Índia,
soube
utilizar-se, engenhosamente, de
toda a Tradição para reerguer o
orgulho de sua gente, abalado
pela dominação, dando muito
que pensar àqueles que se
consideravam “superiores” e, por
isso, dominavam. Este sempre foi
e segue sendo o discurso do
dominador:
uma
pretensa
“superioridade”, que, ao cabo,
demonstra-se circunscrever no
campo da belicosidade e ponto
final. Gandhi centra sua luta na
busca
de
demonstrar
a
superioridade moral dos hindus
sobre
seus
dominadores
britânicos, reavivando, assim, a
mente de seus conterrâneos
quanto a dois ensinamentos, tão
antigos quanto o hinduísmo: AHimsa – Não-Violência - ou,
como Gandhi preferia dizer,
“Persistência
pela
Verdade”;
Satiagraha – Viver em santidade.
Tomemos a não-violência.
Gandhi pregava a resistência
pacífica (não confundir com
passiva; a não-violência deve ser
ativa
e
provocativa!).
Não
concordar em se submeter ao mal
e estar disposto a dar até a vida, se
necessário for, para provar que
está do lado do que é justo, bom e
correto. Foi assim que, de
demonstração
maciça
em
demonstração maciça, o Império
Britânico
comprovou,
muitas
vezes, a superioridade moral
daquele
povo
oprimido
e
dominado.
A famosa “Marcha para o
Sal” foi um ponto de inflexão
decisivo. Os Hindus, moradores
da região banhada pelo Oceano,
não por acaso, chamado de Índico, eram
proibidos de produzir sal. O sal
utilizado no cotidiano de todas as
famílias tinha o fluxo, a produção e a
circulação,
monopolizados
pelos
britânicos. Gandhi ensina os hindus a
desobedecerem a essa sandice. Do centro
da Índia, em 1930, faz saber ao Primeiro
Ministro britânico que se dirigiria ao
mar, para produzir sal, num gesto de
desobediência civil, ativa, provocativa e,
contudo, pacífica. Foi acompanhado de
um pequeno grupo, e a este se foram
agregando, cada vez mais, significativas
massas humanas. Ao fim, a história
registra que milhares de pessoas
andaram mais de 320 Km a pé. Este
contingente imenso de seres humanos
chega à praia e começa a fazer sal. Qual
o problema? O povo da Índia vai à praia
banhada pelo Oceano Índico fazer sal
para o seu consumo. O que têm os
britânicos a ver com isso?
O controle do sal estava na raiz
do domínio de toda a economia hindu
pelos britânicos. Tão logo Gandhi
começa a fazer sal e a ser imitado, a
dominação é colocada em xeque. Os
ingleses já não controlam os indianos.
Estes estão prestes a tomar seu destino
em suas próprias mãos.
Outros fatores contribuem para a
emancipação do povo hindu de maneira
diferente daquela desejada por Gandhi,
que, mais de uma vez, fez um “jejum até
a morte”, para protestar contra a
dominação britânica e pedir paz a seu
povo. Em momentos considerados
cruciais para a economia britânica,
Gandhi convocava o povo a “jornadas
de jejum e meditação” – na prática,
ninguém trabalhava, mas Gandhi jamais
falava ou mesmo pensava na palavra
“greve”. A expressão apropriada, dentro
da Tradição hindu, para o que se estava
fazendo, era “Jornada de jejum e
a b
meditação”.
Admirado
por
aliados
e
adversários, foi chamado pelo Primeiro
Ministro britânico Winston Churchill de
“faquir despido”. A questão, que marca,
é: um faquir despido, que se alimenta
com uma côdea de arroz e uma terrina
d’água por dia e se veste com uma peça
de tecido, feita por ele mesmo e
semelhante a uma fralda, um homem
com tal forma de comportamento e
hábitos espartanos pode ser suspeito de
corrupção? Alguém presumiria estar ele
lutando por algo diferente do que diz?
Albert Einstein o saudou como
“porta-voz da humanidade”.
Quando o armamento mais
sofisticado está nas mãos do adversário,
que domina, a resistência pacífica,
fundada na resistência e persistência
pela Verdade, é o encaminhamento mais
eficiente. Impossível ao hindu derrotar o
dominador
britânico
através
de
guerrilhas ou luta armada. Por outro
lado, utilizando a Verdade como arma,
seu poderio é inquestionável!
Encaminhar o processo político a
partir de um resgate profundo do que de
mais sincero, bonito e duradouro existe
na Tradição e na Alma de seu povo, esta
é uma das lições que nos deixa Mahatma
Gandhi.
No dia 30 de janeiro de 1948,
Gandhi se dirigia para suas orações
diárias. Tudo aconteceu muito depressa.
Naturam Vinaiac Godse, um hindu
extremista, acionou o gatilho por três
vezes. Gandhi teve forças para fazer um
sinal em forma de triângulo acima da
cabeça, pronunciando: “o Deus que está
em mim saúda o Deus que está em ti.”. E
o Ser amante da paz, da filosofia da nãoviolência teve morte brutal, alguns
meses após ter atingido seu grande
objetivo – a Independência da Índia. ?
Maçonaria Feminina
E
m sã consciência, na Maçonaria e em seus
rituais, nada existe de que a mulher não possa
participar; em sua antiga tradição, nada há que
justifique a recusa e afastamento do elemento feminino
das cerimônias e iniciações maçônicas. E a julgar pelo
que se observa em todas as religiões e igrejas, a
admissão da cara-metade do homem nos Templos
Maçônicos, hoje, tão vazios em toda parte, só lhes
poderia dar maior colorido e vitalidade, enriquecendo
sua cultura, sua moral e sua utilidade social.
Tornaria a Loja Maçônica mais completa em seu
significado filosófico-espiritual e mais autêntica em seu
conteúdo simbólico, a ser verdadeira (como o é) a lenda
maçônica de que uma Loja é o símbolo do Universo, ou
o Universo em miniatura. Ora, no universo de Deus, não
há nenhuma distinção entre os sexos; não
existem ali leis masculinas ou femininas; há
leis iguais para todos, homens e mulheres,
anjos e humanos, vivos e mortos. Se esse
é o exemplo que nos dá o G∴A∴D∴
U∴, por que fazerem os homens coisa
diferente no mundo, especialmente na
Loja
Maçônica,
reflexo
desse
Universo? Portanto, sob o critério
filosófico, a Maçonaria se destina tanto
ao
homem
quanto
à
mulher,
complementos, um do outro, destinados
a constituir a família como base celular de
uma sociedade bem organizada.
Se examinarmos esse assunto à luz da
tradição maçônica e remontarmos sua origem aos
antigos Mistérios do Egito, Grécia e Roma, sem
esquecermos a Escola de Pitágoras, fundada em
Crotana, em 529 a.C., calcada nesses mistérios e, depois,
difundida pela Grécia, ali encontraremos iniciados
homens e mulheres, passando todos, igualmente, pelas
mesmas provas e cerimônias. Se, ao contrário,
preferirmos encurtar a idade da Maçonaria e situar sua
origem nas Corporações Operativas da Idade Média,
então, nada descobriremos expresso claramente a favor
dessa tese, tampouco nada depararemos contra. Essa foi
uma época tenebrosa para a Maçonaria, em que foi
forçada a trabalhar em completa clandestinidade,
devido às perseguições da Igreja Católica e dos governos
ditatoriais. Some-se a isso a sua característica de
sociedade secreta, que nada deixava escrito, e a do
trabalho profissional de seus membros, de natureza
masculina, e tem-se a completa explicação. No entanto, o
exame dos mais antigos documentos maçônicos,
existentes na Inglaterra, minuciosos em pormenores e
em proibições, não nos mostra nenhuma proibição
contra as mulheres, havendo mesmo indicações de que
elas por ali andaram. O Primeiro Escrito com o nome de
Joaquim Gervásio de Figueiredo
Freemason, que aparece, é um ato do Parlamento, do ano de
1350, 25º do reinado de Eduardo I, regulamentando a profissão
de pedreiro; é minucioso, mas omisso em relação à mulher.
Depois, vem o chamado "Manuscrito Régio" ou
"Manuscrito de Halliwell", descoberto por um antiquário nãomaçom e, aparentemente, sacerdote católico, no Museu
Britânico de Dnodez, escrito em 1390 e publicado no Magazine
Freemason, de junho de 1815, que, segundo alguns autores, era
cópia de um escrito mais antigo. Trata-se de um pequeno livro
em papel de vitela, um poema, com 794 versos, em inglês
antigo; as linhas 1 a 86 tratam da antiga tradição da
corporação, e, em seguida, divididos em duas partes, os 15
pontos da lei, aumentados de 15 pontos amplificativos
denominados Plures Constitutiones. Dos versos 97 ao 794, de
estrito teor legal maçônico, não se encontra nenhuma
consignação de ser a Maçonaria privativa tão-só do
homem. Bem, ao contrário, deparam-se ali provas
de que a Maçonaria Operativa daquela época
tinha, no mínimo, a colaboração feminina. Com
efeito, em seu artigo 10º, versos 203 e 204, se
lê: “que nenhum Mestre suplante outro, senão
que procedam entre si como irmão e irmã”. No
ponto 9º, versos 351 e 352, se diz:
“amavelmente servindo-nos a todos, como se
fôssemos irmã e irmão”.
Em todo esse histórico documento,
básico para uma autêntica enumeração dos
"Antigos Limites", ou Landmarks, existe só uma
proibição: “a de admitir como Aprendizes os
servos” (verso 129) e “os inválidos” (verso 154).
Também, a Constituição de York (cf. YORK, Carta ou
Constituição), de 926, em seu artigo 11º, assinala a condição
obrigatória de o candidato à Iniciação não ser servo, inválido
ou de maus costumes; nada expressa contra a iniciação da
mulher. Igualmente nada se encontra em outros documentos
antigos, como o "Manuscrito de Watson", datado de 1440, o
qual coincide bastante com o "Manuscrito Régio" e com o
"Manuscrito de Rawlison", levando o nome de quem o
descobriu na Biblioteca Bodleina, de Oxford.
Afinal, no regulamento elaborado em Londres, em 27
de dezembro de 1663, numa Assembléia Geral, em que Henry
Jermin, Conde de Santo Albano, foi eleito Grão-Mestre, consta,
em seu artigo 2º, que "ninguém seria admitido na Confraria que
não fosse são de corpo, de nascimento honrado, de boa reputação e
submetido às leis do país". Ainda uma vez, nenhuma referência à
mulher. Mais recentes, ainda, são as Constituições da Grande
Loja de Hamburgo e os Estatutos da Grande Loja e da Dieta
Alemã. Essas Constituições foram aceitas e aprovadas em 10
de Março de 1782, sendo Frederico Guilherme da Prússia o
Grão-Mestre e Protetor da Ordem. Elas reproduzem, com
esmerada exatidão, os "Antigos Limites", sob a denominação
mais moderna de "Charges Landmarks", e nenhuma alusão
fazem à mulher ou contra a sua admissão na Maçonaria.
A primeira vez que tal proibição aparece, na longa
história da Maçonaria, é no "Livro das Constituições",
compilado e publicado em 1723, por James Anderson,
presbítero anglicano e Gd∴Vig∴da Grande Loja de
Londres, em seu artigo 3º, que diz, no final: "As pessoas
admitidas a fazer parte de uma Loja devem ser boas, sinceras,
livres, de idade madura; não são admitidos escravos, mulheres,
pessoas imorais e escandalosas, mas, exclusivamente, as
que gozem boa reputação."
Essa
proibição
foi
repetida
posteriormente
no
18º
Landmark,
compilado
por
Mackey
em
sua
Enciclopédia. Donde teria James tirado tal
proibição para enxertá-la em sua
Constituição? É difícil saber-se agora. Têla-ia inspirado o Antigo Testamento, em
que a Lei Mosaica era tão dura e cruel com a
mulher (João 8:4, 5) e tão liberal com o homem
(I Reis 11:3), ao cometerem o mesmo pecado? Ou
teve de jungir-se a algum preconceito inglês daquela
época, talvez, apoiado em lei, que, mesmo no século XIX
relevava a tão difícil e dolorosa emancipação política da
mulher naquele país, como bem o atesta a luta desesperada
das
sufragistas?
Ramsay,
contemporâneo
dos
reformadores, é dessa opinião (V.RAMSAY, Miguel André,
5º). A não ser assim, é inexplicável como se veio a admitir e
criar esse óbice à mulher, justamente, na ocasião em que se
ampliaram os horizontes da Maçonaria, transformando-a de
Operativa em Especulativa, e pelas mesmas mãos que
codificaram suas leis e princípios!
O fato é que a Maçonaria continental jamais se
conformou com tratamento tão esdrúxulo. Conseqüentemente,
em 1730, esboçou-se, na França, a Maçonaria de Adoção, para
as mulheres, em quatro graus. Outras Ordens surgiram depois,
como a de Moisés, em 1738, fundada por alemães, e a dos
Lenhadores, em 1747, derivada dos Carbonários, na
Itália. Mais associações similares vieram depois,
como a Ordem do Machado e a Ordem da
Felicidade, na França, cujo Grande Oriente
acabou criando um novo Rito em 1774,
chamado de Adoção, com seus regulamentos
e sob o patrocínio de uma Loja Regular. Em
27 de Julho de 1786, o Conde Cagliostro
funda, em Lyon, França, a Loja-Master
Sabedoria Triunfante, do Rito da Maçonaria
Egípcia, adaptado a homens e mulheres. E,
finalmente, as Lojas de Adoção se espalharam por toda
a Europa e, depois, pela América do Norte; o movimento
culminou com a fundação, em 4 de abril de 1893, pelo Dr.
Georges Martim e sua esposa, da Ordem Maçônica Mista
Internacional "O Direito Humano", também, conhecida por CoMaçonaria Internacional, que outorga igual direito a homens e
mulheres "livres e de bons costumes" e os admite no mesmo
nível de igualdade. ?
a b
Pronúncia do Nome Jeová
O Tetragrama do Delta
Nilton Almeida
E
xiste um registro na bíblia judaico-cristã,
onde o Deus de Moisés se
materializou aos seus olhos como um
fogo sobre um arbusto e disse: "eu sou
aquele que é", e, ainda, "eu sou me
enviou até vós". Isso para uma
mente não-treinada constitui um
absurdo, pois algo que afirma que,
apenas, é tem sentido vago, impreciso,
e não pode ser associado com uma
entidade de qualquer tipo. Em seu estado
natural, sem a devida instrução, o homem tem pouca, ou
nenhuma capacidade de lidar com o abstrato. Mas, por
condicionamento mental, ele tem necessidade de, sempre,
converter as informações que o rodeiam em símbolos.
Tem tendência natural de nomear tudo o que encontra ao
seu redor, para tudo há necessidade de criar um símbolo.
E o Maçom sabe muito bem o quanto os símbolos são
importantes para o processo cognitivo. Pelo dicionário,
deus não é nome próprio, é substantivo masculino
comum, por isso é escrito em letras minúsculas, só
utilizando maiúscula quando for nome próprio. Daí o
Deus do cristão poder ser representado por: Deus,
Criador, o Todo-Poderoso, o Pai, o Pai Eterno, o
Onipotente, o Altíssimo, e outros; até Jesus Cristo é
confundido como se fosse o Deus dos israelitas. Para
o judeu e seus peritos religiosos, o seu Deus
tem um nome que pode ser vertido como
Javé, Iavé, Elohím, Adhonay, Jah, e outros.
Em língua portuguesa, é comum
encontrar-se o nome próprio Jeová.
Aviltado pelo antropomorfismo
generalizado e diante da confusão da
existência de miríades de deuses e santos,
esbarra-se com as mais diversas linhas de
pensamento que defendem um número enorme de
variações. Quando perguntado por Moisés, aquele deus se
apresentou como aquele que, apenas, é. Isso tem semelhança
com o conceito de Grande Arquiteto do Universo, o que não
causa discussões vazias e tolas. Mas, para um simples operário,
lavrador, criador de amimais é subjetivo e abstrato. O próprio
Moisés solicitou que aquele Deus declinasse o nome quando em
seu primeiro encontro. Inclusive ele, dotado de grande cultura,
com todo o treinamento iniciático egípcio, com todo o
conhecimento dos segredos e da cultura metafísica evoluída dos
sacerdotes egípcios, privilégio, que a condição de adido da
família real proporcionou, teve como primeira reação obter um
símbolo para algo, que se identificou, apenas, como aquilo que,
simplesmente, é. Isso facilita a dedução do porquê de o povo
judeu dar-lhe um nome. Um deus sem nome já era incômodo
por razões racionais, intuitivas e naturais, mas era agravado
sobremaneira, porque os vizinhos os tinham com nomes, e, como
é comum entre as religiões, aqueles, certamente, desdenhavam
do Deus de Moisés. Mesmo com a promessa de que um
descendente obteria um nome para Ele, diante da realidade
vivida nos desertos, os orgulhosos judeus exigiram que o seu
Deus tivesse um nome, também. Daí inventou-se o Tetragrama
hebraico Iod, He, Vau, He, escrito da direita para a esquerda,
contrário ao padrão de escrita latinizado da esquerda para a
direita, e que pode ser escrito IHVH, ou IHWH, ou, ainda, JHVH.
Existem diversas maneiras de verter o Tetragrama do nome
inefável em línguas latinas, mas dão, apenas, uma noção muito
pobre de tradução escrita do nome do Deus de Israel.
As consoantes no nome original, que o Deus de Israel
recebeu no deserto pelos seus adoradores, chegaram até nossos
dias. O problema é a inexistência de vogais no hebraico original. E
sabe-se que as consoantes não produzem sons, antes, elas alteram
o som produzido pelas vogais. Apenas, as vogais produzem
fonemas em resultado de símbolos gráficos. Fonema é som; letra
é o sinal gráfico que representa o som. As incógnitas são quais
vogais a combinar com as quatro consoantes. É um problema
insolúvel, pois não existiam gravadores de som naquela época!
As vogais eram introduzidas e usadas ao gosto de cada um. É de
conhecimento geral que qualquer processo lingüístico é dinâmico
no tempo; basta observar as gritantes diferenças existentes entre o
português falado no Brasil e em Portugal, mesmo com as rígidas
regras ortográficas estabelecidas em comum. Pela ausência de
pontuações vocálicas, entre os próprios judeus da época de
Moisés, já se foram estabelecendo mudanças quanto à correta
fonação do Tetragrama. O hebraico só veio a utilizar-se de pontos
vocálicos na segunda metade do primeiro milênio da Era Cristã,
faz um pouco mais de um milênio. E esses pontos vocálicos
introduzidos não fornecem a chave, para se pronunciar o nome
inefável do Deus israelita exatamente, como faziam Moisés e seus
contemporâneos.
Acrescente-se a isso que o próprio povo judaico, por
excesso de zelo, estabeleceu como pecaminoso pronunciar o
nome do Deus representado pelo Tetragrama. Inexistem provas
cabais para determinar quando, exatamente, os judeus passaram
a evitar a pronúncia do nome do seu Deus. Sabe-se que o excesso
de zelo dos sacerdotes foi endurecendo, cada vez mais, as rígidas
normas religiosas judaicas a tal ponto, que passaram a considerar
que o nome de Deus fosse sagrado demais, para ser pronunciado
por ordinários e imperfeitos mortais. Todavia, ao ler as Escrituras
hebraicas, é fácil observar que os mais antigos escritores não
tinham o menor receio de se utilizarem do Tetragrama nos
escritos, que traduziam suas experiências metafísicas. Naquela
época, o Tetragrama era usado tanto em escritos religiosos como
em correspondência mundana. Existem estudos, que pretendem
definir que o povo judaico passou a evitar proferir o nome
inefável, quando do êxodo para a Babilônia, no ano 607 antes de
Cristo, o que é falso e baseado numa tendência das Escrituras
hebraicas apresentarem o nome cada vez menos. A data mais
provável da abstenção do uso do nome é cerca do ano 270 antes
de Cristo, mas, também, não passa de especulação. Resumindo: o
nome passou a não ser usado por simples fanatismo.
Na introdução ao Pentateuco da Bíblia de Jerusalém, os
autores afirmam que seria um absurdo exigir das tradições de um
povo o que lhe propiciava sentimento de unidade e a base de sua
fé, a precisão exigida por um historiador moderno. Em
contrapartida, seria errado, também, negar-lhes a verdade em
decorrência do rigor técnico da historicidade. Todas as alegorias e
fábulas da origem do universo e do homem do Pentateuco são partes do
que convinha à mentalidade de um povo inculto, que se satisfazia com
isso, para tentar explicar a origem do universo e de todas as coisas e
criaturas. A Maçonaria usa de semelhante processo em suas instruções.
Mas aquele povo carregava, em seus genes, a necessidade de nomear
tudo o que o rodeava, daí exigirem um nome para o seu Deus. Com
seus recursos de escrita, registraram o pentagrama, que representava o
nome de seu Deus, e que só eles, os inventores, tiveram a capacidade de
produzir o som correto da pronúncia dos fonemas representados.
A Maçonaria usa o nome Jeová ao referir-se ao Tetragrama, e
nenhuma argumentação justifica o abandono do uso desse nome
próprio, principalmente, em resultado de não se saber o seu som
original, o que constitui uma insignificância, transmitida pelo próprio
Moisés, quando em seu primeiro contato com o Deus que, apenas, é.
Não se deve deixar de dar um nome, principalmente, se esse for o Deus
que satisfaz às necessidades metafísicas individuais. Nomear as coisas, e,
principalmente, aquilo que se considera o mais sagrado, a razão de
existir, é uma necessidade física e emocional de cada um a sua maneira.
O próprio uso freqüente, que fazem os mais diversos escritores dos
livros da Bíblia, o justifica, haja vista que o Tetragrama aparece quase
sete mil vezes, apenas, nas Escrituras hebraicas, ou Velho Testamento.
Ademais, Jeová é um nome próprio, designativo de um ser,
independente do que seja ou de como é. É um nome pessoal, para uso
do cidadão que deseja um relacionamento pessoal com essa divindade.
Reconhecendo a grave falha de retirar o nome do Incriado da Bíblia e do
uso coloquial, apareceram traduções novas, como A Bíblia de Jerusalém,
que introduziu o nome Iahweh. Já é um avanço, pois tanto faz o nome,
que se dê: Iahweh ou Jeová são nomes próprios e em nada diminuem o
valor, que seus adoradores lhe dedicam.
A maior liberdade é a preconizada pela Maçonaria por
influência dos Iluministas. Na seara da discussão de detalhes, como dar
um nome para aquele que, simplesmente, é, nada se adiciona na
construção que dignifique o homem e sua sã racionalidade. O Século
das Luzes, injustamente acusado de advento do ateísmo, é, na verdade,
o início da libertação dos grilhões da pequenez humana, que discute
detalhes da divindade, em nada melhorando as condições de vida
moral do cidadão, antes, foi e é causa de guerras. O que de fato interessa
é obter o laboratório próprio, para efetuar saltos no conhecimento, para
propiciar eras de paz e tranqüilidade para a humanidade, no encontro
ao desejo do desenho do Grande Geômetra. O despotismo combatido
pela Maçonaria não admite, em seu meio, que se perca tempo com
prospecção da pronúncia correta de um deus, por isso estabeleceu, como
forma de atender às necessidades metafísicas de cada adepto, o conceito
Grande Arquiteto do Universo, representando Jeová ou qualquer outro
Deus, que o iniciado maçom tenha como resultado de suas necessidades
espirituais.?
a b
Templo de Salomão, Ideais & Compromissos
Antônio do Carmo Ferreira
V
ejo, com admiração, o esforço de muitos Maçons, no
sentido de mostrarem que a Maçonaria tem tudo a
ver com o Templo de Salomão! A história chega a ser farta de
menções a esse respeito. Numas passagens dessa história, até
que existe relação, enquanto, noutras, melhor seria sequer
insinuar. Por exemplo: no que se refere à participação nos
trabalhos de construção da obra, os Maçons não estavam lá, não
é porque não quisessem ou não tivessem sido chamados. Não,
não foi isso. O motivo é outro. É que nos tempos da construção
do Templo, ainda não havia a Instituição Maçônica. Vale a
intenção, mas só isso. Pois seria chique e nobre a participação,
caso, todavia, ela tivesse acontecido.
A construção do Templo de Salomão era um
atendimento ao desejo do Grande Arquiteto do Universo,
revelado por Davi no Capítulo 28, versículos 6 e 10 das I
Crônicas (Velho Testamento). E essa meta foi perseguida. Era
preciso construir aquela Casa Sagrada, para o encontro das
criaturas com o Criador. A construção se desenvolveu, também,
com esse objetivo. O Templo foi erigido no Monte Moriá, com a
magnitude e o esplendor a que a Bíblia se reporta, embora haja
quem discorde da mencionada suntuosidade, conforme
apreciação de Ambrósio Peters em artigo publicado na edição nº
137 da revista maçônica O PRUMO.
No ano 586 a.C., aquele Templo foi destruído pelos
guerreiros de Nabucodonosor. Porém, como os sonhos ninguém
“deleta”, continuaram de pé. Assim é que, em 520 a.C., outro
Templo, no mesmo local que o anterior, estava construído,
passando à história, vinculado ao nome de Zorobabel. Dezenove
anos antes da era cristã, Herodes mandou demolir esse segundo
Templo, e, ali mesmo, fez construir um terceiro – o Templo de
Jerusalém, em que Jesus, aos doze anos, encontrou-se com os
doutores (Luc. 2, 46), e, tempos depois, expulsou, de sua porta, os
vendilhões (Mat. 21, 12; Is. 56, 7 e Jer. 7, 11.). No ano 70 d.C., o
comandante Tito mandou que suas legiões destruíssem o Templo
de Jerusalém. As pedras e os tijolos foram demolidos e
desarrumados, mas os ideais não se destroem. São compromissos
que a honra cobra. Ainda estarão eles vivos perante o Grande
Arquiteto do Universo?
Para aquela civilização, a vida só teria glória, honrandose os sonhos e respeitando-se os compromissos. João chegou a
escrever, em Apocalipse, sobre a fidelidade aos juramentos. Ele
lembra o estabelecimento de um valioso prêmio, para os que
fossem fiéis aos sonhos. Mas só para os que chegassem a ser
fiéis até o último instante. Reza essa cláusula de fidelidade: “Sê
fiel até o fim e ganharás o prêmio da vida” (Apoc. 2, 10.).
Melhor que isso não há. Mas só para os que forem fiéis até o fim.
Conforme disse no caput deste artigo, a Maçonaria não
estava na construção do Templo de Jerusalém, em nenhum dos
três. Então, por que os Maçons gostariam tanto que isso tivesse
acontecido? Desejam tanto, que deram à cadeira do Venerável
Mestre, em suas Lojas, a condição de Trono do Poderoso Rei
Salomão, quando sabemos que o Trono estava em Palácio do
Rei e não no Templo. Mais ainda: na posse do Venerável, roga-
se a Deus que lhe dê inteligência e sabedoria para governar o seu
povo, como parte do saber destinado ao Rei Salomão (II Cron. 1, 12).
O homem ingressa na Maçonaria para, em seu seio, aprender
a ser justo, solidário, e, assim, trabalhar para tornar feliz a
humanidade. Quer dizer, o homem se inicia para obter a
oportunidade de se instruir na prática da virtude. E vai à Loja
buscando isto. Submeter sua vontade e vencer as paixões, qualidades,
que alcançadas, diagnosticam o estado de progresso a que chegou o
Maçom.
É preciso respeitar os compromissos e se envolver com a
colimação dos ideais da Ordem. O Maçom não estava na construção
do Templo de Jerusalém, o de “pedra e cal”, mas essa ausência não o
desobriga em nada. Ao contrário, mais exige o seu papel nas
reconstruções. Continua de pé a convocação, para amar a Deus e ao
próximo, cuja prática se auspiciava para aquele local. Construir um
quarto Templo de Salomão, em Jerusalém, não está no roteiro da
civilização. Mas fazer do corpo uma morada divina está ao nosso
alcance e em nossas obrigações. Teremos que nos esforçar para que o
objetivo seja alcançado. Transformar o coração em Morada do Senhor
deverá ser sonho, e, ao mesmo tempo, realização de cada Maçom,
inclusive, porque isso é decreto do Novo Testamento (I Cor. 3, 16).
Escreveu Michel Montaigne, em seu admirável livro dos
Ensaios, que “a utilidade da vida não está na duração e sim no
emprego que se lhe é dado”. Útil, pois, é a vida para a qual foi traçado
um roteiro, naturalmente, que voltado para o bem, e esse foi seguido
com determinação e perseverança.
Pensar no Templo de Jerusalém é importante. Não só por sua
história, mas pelo significado de ser Casa de Deus, por cuja construção
uma, duas, três vezes aquela civilização lutou, morreu e viveu.
Legando esse denso Simbolismo à posteridade, de que não precisa, em
nossos dias, buscar-se a construção de paredes, portas e telhas, mas a
edificação, em cada ser, de um Templo para Deus, ainda mais
majestoso que o de Salomão, Zorobabel e Herodes, em Jerusalém. Que
seja isso, para todos, como é para o Maçom, um sonho e, ao mesmo
tempo, inarredável compromisso com sua realização.?
•
o autor é acadêmico e escritor maçônico, Grão-Mestre do Grande Oriente
Independente de Pernambuco e o Presidente da ABIM – Associação Brasileira de
Imprensa Maçônica.
a b
.
A
Editora Maçônica A Trolha lançou, no mês de dezembro do
ano passado, o Livro Manual de Banquete Ritualístico, de
autoria do nosso Irmão Paulo Roberto Marinho de Almeida – um dos
maiores pesquisadores de Maçonaria da atualidade.
Relato do autor:
“Em nossas pesquisas seguimos as pegadas dos acontecimentos, das
particularidades e das narrativas com a devida prudência, registrando como
verdadeiro o que está documentalmente provado e como provável aquilo que
pudemos deduzir por raciocínio lógico e, em respeito às opiniões e às propostas
de pesquisadores maçônicos fidedignos.”. ?
-------------- X -------------nosso Irmão Wanderley Rebello Filho - Advogado, também,
autor do livro "1988, O Verão das Latas de Maconha, o Processo",
lançou, em novembro de 2008, no Centro Cultura da Justiça Federal, no
RJ, sua segunda Obra Literária pela Editora Letra Capital.
O
Trata, o presente livro, do caso verdadeiro de Márcio, um jovem
de 19 anos que foi acusado, injustamente, de furto pela sua ex-namorada,
filha de uma autoridade do poder judiciário. Para um crime cuja pena
mínima é de 1 ano de reclusão, Márcio foi condenado a 6 anos e 6 meses
de reclusão, mas ficou foragido. O autor fez uma Revisão Criminal e
conseguiu a redução para a pena mínima, e o decreto de prescrição da
pretensão punitiva. Márcio jamais foi preso! ?
-------------- X -------------autor, nosso Irmão Celso Grinaldi Filho, é atualmente Gerente Nacional de
Vendas de uma grande organização do segmento editorial. Possui mais de 30
anos de experiência em gerenciamento de grandes equipes de vendas, tendo como área de
especialização as atividades de treinamento, planejamento e avaliação de desempenho
dessas equipes.
Este livro, O VENDEDOR TALENTOSO, discorre sobre a necessidade de pensar
como um vendedor, as suas opções de vendas, os passos iniciais e finais de uma venda,
sobre o atendimento, sobre os tipos de compradores, sobre a arte de vender, as virtudes
de um vendedor, os defeitos a serem evitados, os objetivos da venda, o merchandising, a
construção do futuro do vendedor e enfatiza o Decálogo do Vendedor. Além de se
estudar, em profundidade, as Técnicas de Venda, propriamente dita, o vendedor como
imagem da empresa, como superar as objeções de uma venda, como evitar que surjam obstáculos para a venda, o planejamento do
trabalho de venda, a busca da persistência e da criatividade, a promoção no ponto de venda e a relação Empresa/Vendedor Talentoso.
O
Agrega um Glossário de Termos Usuais em Vendas que o leitor não encontrará compilado em nenhuma obra similar. ?
a b
a E-books b
Façam o download do e-book “Cavaleiros Templários – Os Pobres Soldados de
Jesus Cristo e do Templo de Salomão, de autoria do Irmão Lázaro Curvêlo
Chaves. Cliquem no link http://superdownloads.uol.com.br/download/63/cavaleirostemplarios-pobres-soldados-jesus-cristo-templo-salomao/
a Indicação de Livros b
Indico os livros “Manual de Banquete Maçônico” de autoria do Irmão
Paulo Roberto Marinho de Almeida, pela editora “A Trolha” e “Abaixo
do Sólio” de autoria do Eminente Grão-Mestre do G∴O∴I∴Pe∴,
Irmão Antônio do Carmo Ferreira.
a Arte Real – Edições Anteriores b
As edições anteriores se encontram disponíveis para download
?
a b
no site www.entreirmaos.net e em vários sites maçônicos!
Sobre Xícaras, Café e Pessoas
Autor desconhecido
U
m grupo de ex-alunos, todos muito bem estabelecidos
profissionalmente, se reuniu para visitar um antigo
professor da universidade. Em pouco tempo, a conversa girava em
torno de queixas de estresse no trabalho e na vida como um todo.
Ao oferecer café aos seus convidados, o professor foi à
cozinha e retornou com um grande bule e uma variedade de xícaras de porcelana, plástico, vidro, cristal; algumas simples, outras caras,
outras requintadas, dizendo a todos que se servissem. Quando
estavam de xícaras em punho, o professor disse:
- Se vocês repararam, pegaram todas as xícaras bonitas e
caras, e deixaram as simples e baratas para trás; uma vez que não é
nada anormal que queiram o melhor para si, isso é a fonte dos seus
problemas e estresse.
Tenham certeza de que xícaras em si não adicionam
qualidade nenhuma ao café; na maioria das vezes, são, apenas, mais
caras e, noutras, até ocultam o que estamos bebendo. O que todos,
realmente, queriam era o café, não as xícaras, mas escolheram,
conscientemente, as melhores. Então, ficaram de olho nas xícaras uns
dos outros.
Agora pensem nisso: a Vida é o café; e os empregos, dinheiro
e posição social as xícaras.
Elas são, apenas, ferramentas para
sustentar e conter a Vida... e o tipo de xícara, que
temos, não define, nem altera a qualidade de Vida,
que vivemos. Às vezes, ao nos concentrarmos,
apenas, nela, deixamos de saborear o café que
Deus nos deu. Saboreiem o seu café! ?
a
b
A
rte Real é uma Revista maçônica virtual, de publicação mensal, fundada em 24 de fevereiro de 2007, comregistro
na
ABIM – Associação Brasileira de Imprensa Maçônica – 005-JV, que se apresenta como mais um canal
de informação, integração e incentivo à cultura maçônica, sendo distribuída, diretamente, via Internet, para mais
de 12.000 e-mails de Irmãos de todo o Brasil e, também, do exterior, além de uma vasta redistribuição em listas
de discussões, sites maçônicos e listas particulares de nossos leitores.
A partir desta edição, inaugura um novo ciclo! Após 22 edições ininterruptas, à guisa dos 22 Arcanos
Maiores do Tarô, reveste-se com nova cara, nova diagramação, novo estilo, porém sem se desviar da
qualidade de seu conteúdo, que a fez uma referência dentre as Revistas Maçônicas.
Editor Responsável, Diagramação e Editoração Gráfica: Francisco Feitosa da Fonseca
Revisão: João Geraldo de Freitas Camanho
Colaboradores nesta edição: Antônio do Carmo Ferreira – Joaquim Gervásio de Figueiredo – Leon Fredja Szklorowsky –
Nilton Almeida.
Empresas Patrocinadoras: Aldo Vídeo - Arte Real Software – CH Dedetizadora – CONCIV - CFC
Objetiva Auto Escola – Livro (Wanderley Rebello F°) - Livro (Celso Grinaldi F°) - López y López
Advogados - Maurílio Advocacia – Santana Pneus – Sul Minas Lab. Fotográfico.
Contatos: E-mail - [email protected] Skype – francisco.feitosa.da.fonseca MSN – [email protected] ( (35) 3331-1288
Distribuição gratuita via Internet.
Os textos editados são de inteira responsabilidade dos signatários. ?
Obrigado por prestigiar nosso trabalho. Temos um encontro marcado na próxima edição!!!

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