Apostila – Farmacologia

Transcrição

Apostila – Farmacologia
NOÇÕES DE FARMACOLOGIA
•
Conceitos Básicos
a) Farmacologia
É a ciência que estuda as drogas e suas ações (absorção, mecanismo de ação,
excreção e efeitos adversos) no organismo.
b) Droga
É uma substância química capaz de produzir alterações fisiológicas ou
patológicas no organismo vivo, resultando em efeito benéfico ou maléfico. Quando os
efeitos forem benéficos, denominaremos de medicamento e por outro lado, quando os
efeitos forem maléficos, denominaremos de tóxico. Portanto:
- Medicamento ou fármaco: é qualquer droga ou associações de drogas que atuam no
organismo vivo para beneficiá-lo. São utilizados com a finalidade de prevenção,
diagnóstico, alívio ou tratamento da doença.
- Tóxico: é qualquer droga que atua no organismo produzindo efeitos maléficos e que
podem levar à dependência.
c) Remédio
É o conceito que se dá para tudo o que for feito com a intenção de combater a
dor e a doença, sem ter comprovação científica e nem margem de segurança.
d) Placebo: é a administração de um medicamento visando o bem-estar psicológico do
paciente, uma vez que este acredita que somente esta droga irá solucionar o seu
problema.
e) Dose
É a quantidade de medicamento administrado, pode ser única ou em intervalos
regulares estabelecidos por horários. Classifica-se em:
- dose mínima: é a menor quantidade de um medicamento administrado capaz de
produzir algum efeito.
- dose máxima: é a maior quantidade de um medicamento que pode ser administrada no
organismo, produzindo efeito terapêutico, sem ultrapassar a margem de segurança.
- dose terapêutica ou de manutenção: é a dose capaz de produzir efeito esperado,
atingindo um nível sangüíneo desejável, sem causar toxicidade.
- dose letal: é uma dose administrada capaz de causar óbito.
- dose de ataque: é uma dose administrada para surtir efeito imediato, geralmente em
quantidade maior do que se administraria diariamente.
- margem de segurança: as drogas podem agir como medicamento ou como tóxico,
dependendo de fatores como a quantidade (dose) administrada,
as vias de
administração, as condições do paciente, etc. A margem de segurança é o limite
existente entre a dose terapêutica e a dose tóxica da droga. Por exemplo, os digitálicos
possuem uma estreita margem de segurança porque o paciente mesmo fazendo uso de
dose terapêutica pode, com relativa facilidade, apresentar sinais de intoxicação
digitálica, isto é, sinais de toxicidade da droga.
f) Reação adversa: é uma resposta previsível ou não do organismo frente a droga que
pode ser uma reação branda ou grave.
•
Nomenclatura
A nomenclatura refere-se ao nome dos medicamentos.
a) Nome genérico
É a denominação do fármaco ou princípio ativo (sal), de registro legalmente
obrigatório em embalagem e não patenteado por laboratórios, portanto de menor custo.
b) Nome comercial
É um nome comercial (fantasia) dado para o princípio ativo de uma droga. Um
mesmo medicamento pode ser encontrado no comércio com várias denominações
colocadas pelos seus laboratórios fabricantes. Exemplo:
Nome genérico: Dipirona
Nome comercial: Novalgina®
A partir daqui, ao mencionarmos qualquer medicamento, registraremos primeiro
o nome genérico e a seguir o nome comercial entre parênteses, como no exemplo acima,
pois a necessidade de se conhecer ambas as nomenclaturas deve-se à diversidade de
laboratórios utilizados nas instituições de saúde.
• Origem dos medicamentos
a) Natural: os princípios ativos são extraídos da natureza. Podem ser:
- animal: extraído de glândulas dos animais, por exemplo a insulina.
- vegetal: extraído de folhas, raízes, etc, por exemplo a digoxina.
- mineral: extraído de minérios nas suas formas mais simples ou compostas, por
exemplo, iodo e sulfato ferroso.
b) Sintética: medicamentos extraídos da natureza, porém, preparados através de
processos químicos (artificialmente), laboratoriais, como as sulfas.
c) Semi-sintética: medicamentos, de origem natural, alterados laboratorialmente a fim
de modificar a ação inicialmente exercida.
• Ação dos medicamentos
a) ação local: a ação do medicamento se dá no local de administração (pele ou mucosa).
A ação local pode ser antisséptica (inibe o desenvolvimento de microorganismo),
adstringente (utilizado quando se deseja a contração tecidual), paliativa (utilizado para
aliviar a dor local) ou emoliente (utilizado com a finalidade de lubrificar e amolocer o
tecido).
Exemplos: cremes e pomadas, supositórios de efeito laxativo, colírios.
b) ação sistêmica: o medicamento depois de administrado é absorvido e transportado
através da corrente sangüínea até o tecido ou órgão, sobre o qual se quer o efeito.
Exemplos: aplicação de vasodilatador coronariano sublingual, administração de
diurético via oral.
Forma farmacêutica
A forma farmacêutica é um conjunto de características físicas (apresentação) e
químicas (composição) do medicamento. As drogas podem se apresentar
comercialmente de diversas formas e concentrações, possibilitando, assim, alternativas
nas vias de administrações. É comum um medicamento ser preparado com o mesmo
princípio ativo e apresentar doses e formas diferentes. Por exemplo, Diazepan é
comercializado em dosagem de 5 mg e 10 mg em comprimidos e ampolas.
As formas de medicamentos encontradas são:
•
a) Sólidos:
• pó: o medicamento apresenta-se na forma de partículas conhecidas como cristais e
pode ser acondicionado em envelopes necessitando de diluente para sua administração,
frasco-ampolas, frasco. Ex: bicarbonato de sódio.
• comprimido: são cristais submetidos a uma compressão em molde geralmente
discóide.
• cápsula: é o pó ou líquido envolvido por uma camada de amido ou gelatina de
consistência dura, podendo ser colorida ou não, a fim de que o sabor desagradável do
medicamento não entre em contato com a mucosa oral e também para facilitar a
deglutição.
• drágea: é um comprimido revestido com uma camada de açúcar, geralmente polido,
com ou sem corante. Sua principal indicação é que a absorção seja a nível intestinal, e
também, facilita a deglutição. Quando as drágeas são pequeninas denominamos de
pílulas.
• supositório: forma sólida revestida por gelatina ou manteiga de cacau, que se
desfazem à temperatura do corpo para ser absorvida. Indicada para aplicação retal.
• óvulo: forma sólida, revestida por gelatina, de formato ovóide para aplicação vaginal.
• pastilhas: são comprimidos achatados e circulares indicado para dissolução oral.
b) Semi-sólidos
• pomada: é um medicamento que tem uma base gordurosa, de consistência macia,
devendo ser aplicado em pele e mucosas.
• creme: é um medicamento cuja base é óleo e a água.
• pasta: é um medicamento de consistência macia, aquoso, que contém 20% de pó.
Exemplo: óxido de zinco pasta (Pasta d'água).
c) Líquidos
• solução: é um preparado líquido que apresenta uma ou mais substâncias dissolvidas,
formando uma mistura homogênea (uniforme).
• xarope: é uma solução aquosa com açúcar, contendo medicamentos.
• suspensão: são partículas de medicamentos dispersos em meio líquido, porém, não
são dissolvidas, mesmo após homogenização; em repouso, as partículas se depositam no
fundo do frasco.
• tintura: é um preparado de álcool que contém o princípio ativo extraído de vegetal ou
mineral.
• elixir: soluções compostas de álcool, açúcar, água e agente medicinal, destinadas a uso
oral.
d) Gasosos
São medicamentos utilizados quando se deseja a absorção pelo trato respiratório
como a inalação de substâncias voláteis.
• gás: oxigênio.
• aerossóis: partículas de medicamentos sólidos ou líquidos distribuídos em névoa ou ar
acondicionados em recipiente pressurizado. Exemplo: Aerolin spray
De acordo com o que foi descrito acima se faz necessário saber o local onde
serão administrados os medicamentos e para isso iremos conhecer a partir de agora as 2
principais vias de administração:
1. Oral (VO): o medicamento é administrado pela boca com a intenção de ter sua
absorção no tubo gastrointestinal. Podem aparecer reações desagradáveis como náuseas,
vômitos, etc. A concentração do medicamento na corrente sanguínea depende de fatores
como:
· As condições fisiológicas do tubo digestório (velocidade de esvaziamento gástrico, pH
gastrointestinal, concentração enzimática, metabolismo hepático e renal)
· A velocidade de liberação do princípio ativo.
2. Parenteral (injetáveis) – o medicamento é administrado através da pele ou mucosa
por meio de agulhas, cateteres, etc. A medicação não passa pelo tubo digestivo,
evitando reações desagradáveis como náuseas, vômitos, epigastralgias, etc, além de
proporcionar maiores níveis sanguíneos em tempos bem inferiores quando comparados
a VO, permitindo, também, a rápida reposição de líquidos, eletrólitos e outros
elementos. São elas:
· Subcutânea (SC): é a via de escolha para a administração de medicamentos que não
devem ser rapidamente absorvidos. A absorção é lenta e gradativa. Ex.: vacinas
Áreas de aplicação
- afastadas de articulações, nervos e grandes vasos;
- parte externa e superior dos braços;
- laterais externas e frontais das coxas;
- região abdominal, nádegas e costas.
· Intradérmica (ID): é a administração do medicamento na
derme. Utiliza-se para testes de sensibilidade.
Áreas de aplicação:
- face interna do antebraço;
- região escapular;
- locais com poucos pêlos e fácil leitura.
· Intramuscular (IM): é a administração de medicamentos no músculo. A absorção é
nesta via é mais rápida que as vias anteriores. Via de escolha para medicações irritantes.
Áreas de aplicação:
- Músculos de escolha: deltóide e glúteo;
- Vasto lateral;
- Ventroglúteo.
A aplicação IM glútea deve ser cautelosa para não atingir o nervo ciático, por
isso a área de aplicação é sempre é o quadrante superior externo do glúteo.
· Intravenosa (IV): É a administração de medicamentos diretamente na veia. Locais de
aplicação:
Qualquer veia acessível, dando preferência para as seguintes:
- Basílica;
- mediana Basílica;
- Cefálica;
- Mediana Cefálica;
- Radial;
- Ulnar;
- Dorso da mão.
· Intracardíaca: é a administração de medicamentos diretamente no músculo cardíaco.
· Intratecal - anestesia
· Intraperitoneal - vacina anti-rábica
ANTIMICROBIANOS
• Conceito
A) Antibióticos: são medicamentos que inibem o crescimento ou destroem bactérias.
Classificam-se em:
• bactericidas: causam a destruição das bactérias por desencadear alterações
incompatíveis com a vida do microorganismo.
• bacteriostáticos: inibem o crescimento e a reprodução bacteriana, sem provocar sua
morte imediata. Vale ressaltar que se pode ter um efeito reversível se o antibiótico for
retirado antes do tempo ideal de utilização.
1. Origem dos antibióticos
Apesar dos antibióticos serem encontrados na forma natural e semi-sintética, a
grande maioria hoje são produzidos sinteticamente.
2. Ação dos antibióticos
Os antibióticos vão atuar nas seguintes estruturas bacterianas:
- parede celular: prejudicando a sua formação;
- membrana citoplasmática: promovendo a desorganização e rupturas das
estruturas do citoplasma ou alterando a sua permeabilidade, não permitindo
trocas;
- inibindo a divisão de cromossomos, impossibilitando a transferência de
características de células-mãe para as células-filhas;
- inibindo a síntese de proteínas.
3. Resistência bacteriana
As bactérias são microorganismos capazes de adquirir resistência aos
antibióticos, de maneira que muitos destes medicamentos antes eficazes, com o tempo
acabam não tendo efeito sobre elas. Isso se deve aos seguintes fatores:
- uso indiscriminado;
- tempo de uso inadequado;
- escolha do antibiótico inadequada.
Por este motivo a obediência na terapêutica prescrita é de fundamental
importância para se obter resultados satisfatórios no uso de antibióticos, isto inclui,
também, o preparo e a administração dentro dos horários prescritos pelo médico.
4. Efeitos colaterais dos antibióticos
Os efeitos indesejáveis na utilização dos antibióticos se devem a sua toxicidade e
capacidade de irritabilidade própria da droga, devem-se, também, as manifestações de
hipersensibilidade do paciente, podendo levar a quadros graves.
5. Principais grupos de antibióticos
a) Penicilinas
A Penicilina é originária do fungo Penicillium notatum, descoberta em 1928
pelo cientista Alexander Fleming . A penicilina é utilizada apenas para alguns casos em
nosso meio, tanto na forma natural ou semi-sintética, devido a resistência bacteriana.
A penicilina é uma droga bactericida, nos dias atuais possui baixa toxidade renal
(principal via de excreção), e por desencadear reações de alérgicas, faz-se necessário
estar atento às manifestações desta natureza.
Principais Penicilinas:
• Penicilina G cristalina injetável (Penicilina cristalina®)
• Penicilina G procaina injetável (Wycillin®)
• Penicilina G benzatina injetável (Benzetacil®)
• Oxacilina injetável e cápsulas (Oxacilina®, Staficilin N®)
• Ampicilina comprimidos, suspensão e injetável (Ampicilina®, Ampicil®, Binotal®).
• Amoxicilina cápsulas e suspensão (Amoxil®, Clavulin®, Novocilin®)
CUIDADOS DE ENFERMAGEM
• Pesquisar história de alergia e estar atento a qualquer manifestação após a aplicação;
• Administrar via endovenosa com a medicação bem diluída e lentamente (1 hora),
geralmente em infusões venosas utiliza-se 100 ml de fisiológico;
• Certificar-se das condições do acesso venoso antes de administrar o medicamento e o
observar sinais inflamatórios;
• Em relação às penicilinas G benzatina e G procaína: agitar o frasco para
homogeneizar bem a solução antes de aspirá-la e trocar a agulha após a aspiração;
• Rodiziar os locais de aplicação IM;
• Administrar em tecido muscular profundo;
• Administrar as Penicilinas de uso oral de 1 a 2 horas antes das refeições para melhor
absorção;
• Comunicar efeitos colaterais como as complicações gastrintestinais em pacientes
tratados com drogas via oral.
b) Cefalosporinas
As cefalosporinas são derivadas de uma substância ativa denominada
cefalosporina C, encontradas no
fungo
Cephalosporium acremonium. As
cefalosporinas são bactericidas, possuem amplo espectro de ação e têm pouco efeito
colateral.
Principais cefalosporinas:
• Cefalosporinas de 1ª geração: Cefalexina drágeas e suspensão ( Keflex, Cefaporex);
Cefalotina injetável (Keflin); Cefaloridina injetável (Ceporan); Cefazolina injetável
(Kefazol e Cefamizin) ; Cefadroxil cápsula e suspensão( Cefamox);
• Cefalosporinas de 2ª geração: Cefoxitina injetável (Mefoxin); Cefuroxina injetável
(Zinacef);
• Cefalosporinas de 3ª geração: Cefotaxima injetável ( Claforan); Ceftriaxona injetável (
Rocefin); Ceftazidima injetável (Kefadim, Fortaz); Cefoperazona sódica injetável
(Cefobid);
• Cefalosporinas de 4ª geração: Cefpiroma injetável (Cefrom).
As Cefalosporinas são divididas em gerações, pois, quanto mais elevada for a
geração maior será a ação bactericida do medicamento.
CUIDADOS DE ENFERMAGEM
• Pesquisar história de alergia antes da administração. Comunicar sinais de
manifestações alérgicas durante a terapia;
• Observar
sangramento
em pacientes que fazem uso concomitante com
anticoagulantes orais, pois há uma potencialização do efeito anticoagulante;
• Administrar lentamente por via endovenosa;
• As administrações IM devem ser realizadas profundamente;
c) Aminoglicosídeos
São antibióticos bactericidas.
Principais aminoglicosídeos:
- Sulfato de Gentamicina injetável (Garamicina);
-
Sulfato de Amicacina injetável ( Novamin, Briclin);
Estreptomicina injetável (Sulfato de Estreptomicina);
outros aminoglicosídeos comercialmente encontrados: Neomicina (uso via oral,
retal e tópico), Tobramicina.
CUIDADOS DE ENFERMAGEM:
• Observar e comunicar sinais de toxicidade como: zumbidos, tontura, vertigem, perda
da audição, alterações do equilíbrio, alterações da função renal;
• Estimular ingesta hídrica durante o tratamento com aminoglicosídeos, pois são
nefrotóxicos, portanto, não se recomenda o uso concomitante drogas nefrotóxicas, como
a Vancomicina;
• A Amicacina: pode ser administrado por via intramuscular ou endovenosa. A
administração endovenosa deve ser feita em SF0,9% ou SG5% (100ml) e ser infundida
em 30 a 60 minutos.
d) Cloranfenicol (Quemicetina, Sintomicetina)
São drogas bacteriostáticas, utilizadas principalmente contra Salmoneloses, são
contra-indicadas em portadores de depressão medulares (por causar aplasia de medula),
insuficiências hepáticas (por ser hepatotóxica), e em recém-nascidos (pode causar a
síndrome cinzenta pela imaturidade hepática).
Podem ser utilizadas por via tópica (colírio, pomada oftálmica), oral (drágeas,
cápsulas) e parenteral (EV, IM - frasco ampola).
A super dosagem de Cloranfenicol caracteriza-se por anorexia, vômitos,
distensão abdominal, letargia, cianose, respiração irregular e morte. Os efeitos adversos
relacionam-se à urticária, exantema cutâneo, náuseas, vômito, glossite, dificuldade
visual.
CUIDADOS DE ENFERMAGEM
• Observar e comunicar sinais de toxicidade;
•Diluir a droga em água destilada 5ml e administrar com SF0,9% ou SG5% no volume
de 100ml em 1hora. Se a via prescrita for IM reconstituir em apenas 5ml de água
destilada.
e) Grupo das Tetraciclinas.
São drogas bacteriostáticas.
O uso de tetraciclinas durante a gravidez, lactação e em crianças menores de 8
anos é contra-indicado devido a descoloração dentária permanente (cor cinza- marrom,
cinza- castanho), má formação óssea.
Deve ser administrada com estômago vazio 1 hora antes ou 2 horas após a
ingestão de alimentos, para sua melhor absorção. Nunca administrar com antiácidos
(alumínio, cálcio ou magnésio) e medicamentos a base ferro por interferirem na sua
absorção. A administração com leite provoca inativação pelo cálcio.
-
Principais tetraciclinas:
Tetraciclina cápsulas, suspensão, xarope, pomada oftálmica, injetável ( Tetrex);
Oxitetraciclina cápsulas, xarope, injetável ( Terramicina);
xarope ( Vibramicina)
f) Lincomicinas
São drogas bactericidas usadas em pacientes alérgicos a penicilina e
cefalosporinas. Apresentam boa absorção VO e não sofrem interferência dos alimentos.
-
As principais Lincomicinas são:
Lincomicina cápsula, xarope, injetável (Frademicina);
Clindamicina cápsulas, injetável ( Dalacin C)
CUIDADOS DE ENFERMAGEM
• Observar e comunicar reações adversas como náuseas, vômitos, diarréia, rush cutâneo;
• Não administrar com Eritromicina, pois, esta droga inativa o efeito da Clindamicina;
• Administrar com SF0,9% ou SG5% no volume de 100ml em 1hora, observando sinais
de flebite. Se a via prescrita for IM não precisa reconstituir e deve ser administrada em
músculo profundo. Informe ao paciente que é uma aplicação dolorosa.
g) Vancomicina injetável ( Vancomicina, Vancocin, Vancocina)
A Vancomicina é um antibiótico bactericida e deve ser utilizada somente em
infecções graves.
Para a administração EV deve ser reconstituída em 10ml de água destilada e ser
infundida em 100 a 200ml de SF0,9% ou SG5% por 60 minutos. A infusão rápida
provoca a reação denominada "síndrome do pescoço vermelho" caracterizando-se por:
rubor facial, cervical e torácico, prurido, hipotensão e choque. Esses sintomas cessam
com a interrupção da infusão.
A administração VO é feita exclusivamente quando o paciente estiver com
enterocolite estafilocócica.
Pacientes com distúrbios renais devem ser monitorados constantemente devido a
droga ser altamente nefrotóxica.
CUIDADOS DE ENFERMAGEM
•Nunca administre IM porque esta é uma droga altamente irritante e capaz de causar
necrose tecidual;
• Atentar para reações alérgicas;
• Comunicar e parar imediatamente a infusão se aparecer o rubor facial;
• Realizar controle de diurese;
• Trocar acesso venoso em caso de infiltração e flebite.
h) Imipenem /cilastina injetável (Tienam)
Antibiótico bactericida de amplo espectro. O Tienam pode ser aplicado via IM
ou via EV.
A terapêutica EV é feita através de um frasco contendo pó (principio ativo) que
deverá ser reconstituído em diluente próprio num volume de 100ml e se a terapêutica
for IM reconstitui-se o pó em 2ml de diluente próprio.
Podem causar reações locais como eritema, entumescimento local, flebite,
prurido, náuseas e vômitos.
i) Sulfametoxazol-Trimetoprima comprimido, suspensão e injetável (Bactrim).
Droga bactericida, usualmente administrados por via oral, embora existam outras
vias de administração. São drogas que atravessam a barreira hemo-liquórica sendo
importante no tratamento de meningites, por exemplo.
Podem ocorrer as seguintes reações adversas:
- rush cutâneo;
- formação de litíase renal por depósito de cristais nas vias urinárias;
- mal-estar, zumbidos, tonturas;
- náuseas e vômitos.
CUIDADOS DE ENFERMAGEM
- Administrar os medicamentos VO com 1 hora antes ou 2 horas depois das
refeições com água;
- Supervisionar ingesta hídrica de 1,5 a 2l de água por dia para prevenir cristais
renais;
- Suspender a administração da droga em casos de reação alérgica;
- Administrar as drogas EV, misturando a ampola em 125ml de SG5% e SF0,9%
e observando turvação ou cristalização, administrar em 1 hora e imediatamente
após o preparo.
i) Metronidazol comprimido, gel, creme e ampola (Flagyl)
É uma droga bactericida específica para microorganismos anaeróbios e também
é indicado para o tratamento de amebíase, giardíase e vaginite.
Podem ocorrer as seguintes reações adversas:
- convulsões, cefaléia, sonolência;
- cólicas abdominais, náuseas, vômitos e diarréias;
- poliúria, cistite;
- prurido e rush cutâneo.
CUIDADOS DE ENFERMAGEM
- Explicar que gosto metálico pode surgir durante a terapia VO;
- Administrar durante as refeições para minimizar indisposição gástrica;
- Administrar a bolsa (EV) em 1 hora;
- Comunicar reações alérgicas locais ou sistêmicas;
- Comunicar edema devido a medicação provocar retenção de sódio;
- Não administrar com
a) Cimetidina: quando associada aumenta-se o risco de toxicidade;
b) Dissulfiram: pode ocorrer psicose e confusão;
c) Anticoagulantes: tem seu efeito potencializado;
d) Anticonvulsivantes: diminuem a ação do Metronidazol.
QUIMIOTERAPIA DA TUBERCULOSE
São medicamentos indicados para o tratamento da tuberculose. Seguem o
esquema nacional de pneumologia sanitária.
• Isoniazida comprimido, tuberculostático.
Podem ocorrer reações como: convulsão, náuseas e vômitos, hepatite
medicamentosa.
CUIDADOS DE ENFERMAGEM
- Administrar em jejum até 1 hora antes das refeições ou 2 horas depois, caso
surjam distúrbios gastrintestinais oferecer alimentos ou antiácidos que não
contenham alumínio.
- Evitar bebidas alcoólicas durante o tratamento.
• Rifampicina cápsulas, suspensão e gotas.
Antibiótico bactericida eficaz contra o bacilo da tuberculose.
Podem ocorrer as seguintes reações: cefaléia, tontura, sonolência, anorexia,
náuseas, vômitos, hepatotoxidade, rush cutâneo.
CUIDADOS DE ENFERMAGEM
- Administrar em jejum
- Monitorizar sinais como a anorexia, fadiga, icterícia, colúria;
- Orientar quanto as alterações da cor da urina, fezes, suor, saliva (alaranjada)
denominada “Sindrome do homem vermelho”;
- Evitar bebidas alcoólicas durante o tratamento;
- Não usar a droga nas últimas semanas de gestação, devido ao risco de
hemorragia pós-natal, tanto para a puérpera quanto para o recém-nascido.
• Pirazinamida comprimido
É uma droga tuberculostática.
Pode ocorrer: náuseas, vômitos, disuria, sangramento, hepatite.
Precauções: manter monitorização função hepática e ácido úrico, pois pode
causar gota úrica.
B) ANTIFÚNGICOS:
São drogas capazes de inibir o crescimento ou destroem os fungos, portanto,
assim como os antibióticos podem ser fungicidas ou fungistáticos.
• Anfotericina B injetável (Fungizon)
É uma droga fungicida, indicada para endocardite fúngica, histoplasmose etc.
Pode causar as seguintes reações adversas: cefaléias, hipotensão, arritmias,
anorexia, perda de peso, náuseas, vômitos, distúrbios renais, artralgias, flebites e
tromboflebites.
As manifestações como febre, calafrios, náuseas, vômitos, cefaléia e hipotensão
são freqüentes durante a primeira semana, regredindo posteriormente. Pode ocorrer
hipopotassemia. É irritativa para os vasos sangüíneos e a flebite pode ser minimizada
através de administração cuidadosa e lenta.
CUIDADOS DE ENFERMAGEM
- Infundir em até 4 horas, sempre com SG5%, pois qualquer outra solução causa
precipitação;
- Monitorar a freqüência cardíaca pois uma infusão rápida pode causar parada
cardiorrespiratória.
- Observar sinais de alterações urinárias devido à nefrotoxidade, além da
monitoração da creatinina sérica;
- Manter sob refrigeração e protegido contra a exposição à luz.
- Atentar para sinais de flebite e trocar o acesso venoso, se necessário.
• Nistatina (Micostatin):
É um fungicida, indicado para candidíase orofaríngea, vaginal, de mucosa e
micoses externas.
Não é absorvido VO, cutâneo-mucosa. Quando administrada por essas vias
atuam somente nos fungos e é excretada pelas fezes.
CUIDADOS DE ENFERMAGEM
- Administrar o antifúngico após a limpeza do local afetado;
- Em casos de administração VO solicite para que o paciente segure por alguns
instantes a solução na boca para depois engolí-la.
• Cetoconazol (Nizoral) comprimido,creme e shampoo
São fungicidas e fungistáticos, indicado contra as dermatofitoses (pele, couro
cabeludo, unhas), candidíase vaginal e sistêmica.
CUIDADOS DE ENFERMAGEM
- Administrar os comprimidos durante as refeições;
- Higienizar as áreas afetadas antes da administração tópica;
- Em casos de lavagem capilar, deixar o produto agir de 3 a 5 minutos.
• Fluconazol (Zoltec) cápsulas, frascos
É uma droga fungistática, indicada para candidíase disseminada e meningite
criptocócica e também para a prevenção e o tratamento de infeções fúngicas em
pacientes imunodeprimidos.
Apresenta boa absorção VO, com distribuição orgânica atingindo até o SNC.
As reações adversas são: náuseas, vômitos, cefaléias, rush.
CUIDADOS DE ENFERMAGEM
- Atentar para reações adversas em pacientes soropositivos;
- Comunicar reações adversas;
- Administrar a bolsa (EV) em 60minutos.
C) ANTIVIRAIS
São medicamentos que visam a inativação dos vírus evitando danos para o
hospedeiro.
• Aciclovir (Zovirax) tópico, comprimido, injetável
Inibe a formação de DNA do virus infectante. Está indicado para o tratamento de
herpes genital, orolabial, encefalite herpética e herpes zooster em pacientes
imunodeprimidos.
Podem ocorrer reações como: cefaléia, náuseas, vômitos, hipotensão, flebites,
alteração de creatinina e diarréia.
CUIDADOS DE ENFERMAGEM
- Monitorar sinais de hipersensibilidade;
- Estimular ingesta hídrica;
- Reconstituir o pó com 10ml de água destilada e infundir com 100ml de SG5%
ou SF 0,9% em 60 minutos.
- Nunca administrar IM.
• Antivirais utilizados nos casos de pacientes soropositivos HIV
Podem ser usados isoladamente ou associados, como Lamivudina (Epivir)
+Zidovudina (Retrovir); Zalcitabina (Hivid) + Zidovudina (Retrovir). O tratamento é
estabelecido pelo infectologista e deve ser avaliado periodicamente, através de exames
de sangue.
Os principais medicamentos são: Invirase via oral (Saquinavir); Lamivudina via
oral (Epivir); Ritonavir via oral (Norvir); Zalcitabina via oral (Hivid); Ziclvudina via
oral (Retrovir, Virustat)
CUIDADOS DE ENFERMAGEM
- Seguir rigorosamente a prescrição médica.
- Observar manifestações colaterais como cefaléia, mal-estar, cansaço, dor abdominal,
náuseas, vômitos, anorexia, diarréia, insônia, febre. Comunicar o médico, inclusive se
houver outras manifestações indesejáveis.
- Uso criterioso em pacientes diabéticos pois a solução oral de alguns produtos contém
sacarose (açúcar), devendo ter dosagens de glicose rotineiramente.
- Não amamentar durante o tratamento com antivirais (HIV).
- Observar sinais e sintomas de neuropatia periférica como dormência, formigamento,
diminuição da sensibilidade, dor ou queimação em membros inferiores, em pacientes
que fazem uso de zalcitabina (Hivid).
D) ANTIPARASITÁRIOS
São drogas que visam a destruição de protozoários e helmintos, sem prejudicar o
organismo hospedeiro, porém, algumas drogas podem causar hepatotoxicidade e
alterações gastrintestinais. As infestações protozoárias de importância clínica de são:
- amebíase - principais drogas são: Cloroquina (Kitnos) comprimido e suspensão;
Metronidazol (Flagyl); Tinidazol (Pletil, Facyl 500) drágeas e suspensão.
- giardiase - principais drogas: Metronizadol (Flagyl); Tinidazol (Pletil,); Furazolidona
comprimido, suspensão (Giarlam, Furazolina)
- toxoplasmose - principais drogas: Espiramicina (Rovamicina) cápsulas; Sulfadiazina
comprimidos; Pirimetazina (Daraprin) comprimido e injetável.
- malária - principais drogas: Cloroquina comprimido e injetável; Mefloquina
(Lariamar) comprimido; Pirimetamina (Daraprin) comprimido, injetável; Primaquina
(Primaquin, Primaquina) comprimido.
Já as infestações helminticas de importância clinica são:
- ancilostomíase - principal droga é o Mebendazol (Pantelmin) comprimido, suspensão.
- ascaridíase - principais drogas são: Mebendazol (Pantelmin), Piperazina.
- esquistossomose - As principais drogas são: Praziquantel (Cisticid) e Oxamniquina
(Mansil)
- teníase - principal droga é o Praziquantel (Cisticid).
ANTINEOPLÁSICOS
Conceito
São agentes químicos utilizados no tratamento (quimioterapia) de neoplasias
malignas.
•
Ação das drogas antineoplásicas
Agem interferindo no crescimento e divisão celulares, controlando, reduzindo a
multiplicação desoordenada das células e evitando metástases. Sua utilização é
acompanhada de efeitos tóxicos resultantes de sua ação, também, sobre as células
normais do organismo, provocando assim, depressão de medula óssea, náuseas,
vômitos, diarréia e alopécia. Estes sinais e sintomas tendem a regredir com o fim do
tratamento e nos intervalos de aplicação.
•
Medidas de segurança no manuseio e administração de quimioterápicos.
A segurança dos profissionais que manipulam estes tipos de drogas tem sido
muito discutida, devido as ações que elas exercem no organismo vivo e os danos que
podem causar na manipulação inadequada. A exposição ao quimioterápico pode ocorrer
por meio de inalação de aerossóis, contato com a pele e ingestão de produtos
contaminados, sempre no preparo das medicações.
•
Para evitar tais acidentes deve-se ter uma área especifica para a manipulação
destes medicamentos denominada Central de Quimioterapia, que deve conter SEMPRE,
equipamentos de proteção individual - EPI (luvas que cubram os punhos, avental com
mangas longas e punho ajustado (sanfonado), respirador com filtro de carvão ativado,
óculos de proteção), capela de fluxo laminar, eliminação correta e segura dos
quimioterápicos e cuidados no manuseio com os dejetos e fluidos corpóreos do
paciente, além de profissionais treinados para manipular e administrar quimioterápicos
com segurança para o paciente, para si próprio e para o meio ambiente.
Normas de segurança relacionadas ao profissional
• O manuseio de quimioterápicos não deve ser realizado por gestantes e nutrizes.
• Substituir os EPIs imediatamente em caso de contaminação.
• Lavar sempre as mãos antes e após o uso de luvas.
• Em caso de contaminação da pele, lavar o local com água corrente e sabão neutro; na
contaminação ocular, irrigar com soro fisiológico abundante. Procurar atendimento
médico imediatamente.
•Os profissionais devem fazer controle médico periódico
Normas de segurança relacionadas ao meio ambiente
• Descartar todo material pérfuro-cortante e materiais contaminados em recipiente
rígido, impermeável, identificado como “LIXO TÓXICO”. Orientar o pessoal da
limpeza quanto a importância dos EPIs durante a higienização da central de
quimioterapia.
Administração das drogas quimioterápicas
A via de administração mais freqüente de quimioterápicos é a endovenosa,
porém, outros acessos podem ser utilizados como VO, intratecal, subcutânea e
intramuscular.
•
Via oral: apresentam boa absorção gastrintestinal e capacidade discreta de causar
irritação nas mucosas. Exemplos: Ciclofosfamida (Enduxan).
Via endovenosa: realizada através de acesso venoso periférico, porém, quando esta via
encontra-se debilitada e a terapia for prolongada, o acesso será efetuado através da
implantação de cateteres venosos central de longa permanência: semi-implantável
(cateter de Broviac e Hickman) ou totalmente implantável (Port-a-cath). A
administração de quimioterápicos pode ser feita através de infusão venosa contínua.
PRINCIPAIS REAÇÕES ADVERSAS
São as manifestações que o paciente apresenta quando faz uso de agentes
quimioterápicos relacionados a toxicidade das drogas. São elas:
•
a) trato gastrintestinal: estomatite ou mucosite, náuseas, vômitos e diarréia, anorexia.
b) depressão da medula óssea: está relacionada à inibição na formação de células
sangüíneas,podendo ocorrer: anemia, hemorragia, leucopenia, plaquetopenia e infecções
graves.
c) alterações cardíacas: insuficiência cardíaca congestiva, os sintomas aparecem
durante a administração e estão relacionadas a arritmia, dispnéia, taquicardia,
hipotensão, mal-estar geral.
d) alterações cutâneas: pode haver urticária, queda de cabelos (alopécia), causando
desconforto psicológico pois compromete a auto-estima e a auto- imagem. O paciente e
familiares devem ser orientados de que a situação é reversível.
e) Outras manifestações: anafilaxia, hepatotoxicidade, neurotoxicidade, alterações
metabólicas, nefrotoxicidade, toxicidade relacionada à sexualidade e reprodução.
CUIDADOS DE ENFERMAGEM
• lavar sempre as mãos antes e depois de manipular o paciente;
• Utilização de EPI: avental, luvas, máscara e óculos de proteção para administrar o
quimioterápico.
• administrar com técnica asséptica, devido a imunodepressão comum em pacientes
submetidos a este tipo de tratamento;
• Testar sempre o retorno venoso antes de administrar a droga quimioterápica. Se
houver dúvidas interromper a administração e comunicar o enfermeiro para a
providência de outro acesso venoso.
• Visualizar sinais locais de irritação e extravasamento (queimação, edema, sensação de
desconforto local, eritema, dor intensa, formação de vesículas e destruição tecidual necrose) e interromper a administração. Aplicar antídoto local de acordo com o
protocolo.
- Aplicar bolsas de gelo ou compressas geladas por aproximadamente 20 minutos, nas
primeiras 24 a 48 horas. Se o quimioterápico extravasado for vesicante aplicar
compressas quentes.
- Comunicar o médico e realizar a anotação de enfermagem relatando a ocorrência.
• administrar antieméticos de acordo com a prescrição médica;
• prestar cuidados e/ou dar orientações ao paciente e familiares quanto à alimentação e
hidratação;
• alimentos leves de consistência pastosa ou semi-líquida de mornos a frios melhoram a
aceitação da dieta, que deve ser balanceada, rica em proteínas, calorias e vitaminas e
fracionada;
• alimentos condimentados agravam as lesões das mucosas;
• manter higiene oral freqüente e bochechos com soluções prescritas;
• observar a freqüência e aspecto das eliminações;
• certificar-se da dosagem prescrita e da via de administração, através de leitura
cuidadosa da prescrição médica.
• observar os principais efeitos colaterais, o tempo de administração, fotossensibilidade,
conservação.
• atentar para sinais de infecção e tendências hemorrágicas: petéquias e hematoma,
hemorragia intracraniana, hematúria, sangramento gastrintestinal;
• Inspecionar os locais de procedimentos invasivos para detectar possíveis infecções
(inserção de cateter, sonda vesical, punção venosa).
• Verificar rigorosamente a temperatura, observando sempre sinais e sintomas de
hipertermia como tremores, calafrios, dores pelo corpo, etc;
• Orientar repouso quando o paciente estiver plaquetopênico;
DROGAS QUE ATUAM NO SISTEMA NERVOSO CENTRAL
1. ANALGÉSICOS, ANTIPIRÉTICOS E ANTIINFLAMATÓRIOS
a) Conceitos
ANALGÉSICOS: são drogas utilizadas para aliviar ou abolir a dor, geralmente de
origem sintética.
ANTIPIRÉTICOS: são medicamentos que agem no SNC, reduzindo a hipertermia,
além de possuir atividade analgésica.
ANTIINFLAMATÓRIOS: são drogas que reduzem quadros inflamatórios, podem ser
analgésicas ou não.
b) Classificação
As principais drogas analgésicas são:
a) Opióides ou hipnoanalgésicos ou narcóticos: derivados do ópio causam analgesia e
sonolência e podem levar a dependência química, por este motivo são controlados e
devem ser guardados em armários com chaves. Atuam em dores profundas, sendo que
seus efeitos devem-se principalmente à morfina.
Exemplos: morfina (Dimorf), codeina + paracetamol (Tylex), meperidina (Dolantina,
Demerol).
b) Não-opióides: possuem vários princípios ativos e não causam dependência. São eles:
• Derivados do ácido salicílico: diminuem a hipertermia e aliviam dores de baixa a
média intensidade. Os efeitos colaterias relacionam-se à ação gastrintestinal (náuseas e
epigastralgia). Exemplo: ácido acetilsalicílico (AAS, Aspirina, Endosprin).
• Derivados do para-aminofenol: o representante desta categoria é o Paracetamol. Tem
boa ação antipirética e analgésica e baixa ação antiinflamatória. Os efeitos colaterais são
pouco significativos em doses terapêuticas, mas não se descartam reações cutâneas
alérgicas. Exemplo: Paracetamol (Tylenol, Parador).
• Derivados da pirazolona: o representante é a Dipirona cuja ação predominante é
analgésica e antipirética. Uso intravenoso pode provocar hipotensão arterial em alguns
pacientes. Exemplo: dipirona (Novalgina).
• Derivados dos ácidos arilalcanóicos: caracterizam-se pela sua ação analgésica,
antipirética e antiinflamatória e o efeito colateral mais freqüente é a epigastralgia.
Exemplo: diclofenaco (Voltaren, Biofenac, Cataflan).
CUIDADOS DE ENFERMAGEM
• Administrar o ácido salicílico nos horários das refeições para minimizar irritação
gástrica.
• na administração dos opióides estar atento a:
• sonolência,náuseas/vômitos, alterações de humor (variando de torpor a intensa
euforia).
• sinais de depressão respiratória.
• miose, pois pode indicar toxicidade do medicamento.
• hipotensão ortostática, pois a morfina e análogos causam vasodilatação periférica.
• manifestações crônicas: dependência física e psicológica.
2. ANSIOLÍTICOS OU TRANQUILIZANTES
a) Conceito
São drogas que auxiliam na redução da ansiedade, além de terem efeitos
sedativos, miorrelaxantes e anticonvulsivantes. Representados pelo grupo de drogas
chamadas de benzodiazepínicos. São utilizados na indução anestésica, porém, são
capazes de causar depressão respiratória.
b) Principais drogas ansiolíticas/tranquilizantes
· Bromazepan (Lexotan, Somalium)via oral
· Clonazepan (Rivotril) via oral
· Clordiazepóxido (Psicosedin) via oral, injetável
· Diazepan (Diempax, Valium) via oral, injetável
· Flunitrazepan (Rohypinol)via oral
· Lorazepan (Lorax) via oral
· Midazolan (Dormonid) via oral, injetável
CUIDADOS DE ENFERMAGEM
• observar a utilização em paciente com miastenia grave, devido a ação miorrelaxante.
• atentar para sinais de dependência química;
• por causar depressão do sistema nervoso central, não é recomendável exercer
atividades que exigem concentração como dirigir veículos, operar máquinas, etc;
• o Diazepan injetável é incompatível com as soluções aquosas ocorrendo precipitação;
• monitorar os sinais vitais e comunicar alterações respiratórias.
3. HIPNÓTICOS
a) Conceito
São medicamentos indutores do sono ou sedação quando utilizado em doses
menores, por outro lado doses altas causam inconsciência e insensibilidade (anestesia
geral).
b) Principais medicamentos hipnóticos
O principais hipnóticos derivam do ácido barbitúrico.
• Fenobarbital (Gardenal)
• Tiopental ou Tiobarbitúricos (Tionembutal)
CUIDADOS DE ENFERMAGEM
• monitorar os sinais vitais;
• medicamentos anestésicos são administrados pelo anestesista. Os tiobarbitúricos na
administração endovenosa podem provocar tosse e laringoespasmo;
4. NEUROLÉPTICOS OU ANTIPSICÓTICOS
a) Conceito
São drogas que induzem ao sono, diminuem a atividade psíquica e motora.
b) Principais medicamentos neurolépticos:
• Clorpromazina (Amplictil)
• Levomepromazina (Neozine)
• Haloperidol (Haldol)
CUIDADOS DE ENFERMAGEM
· Monitorar sinais vitais porque provocam hipotermia, hipotensão e taquicardia.
· Observar sinais relacionados a efeitos indesejáveis, sialorréia, obstipação,
rebaixamento do nível de consciência.
5. ANTIDEPRESSIVOS
a) Conceito
São medicamentos utilizados para tratar doenças depressivas, diminuindo o risco
de suicídio.
Os efeitos colaterais são secura na boca, tremor, insônia ou sonolência,
inquietação, tontura, manifestações cardíacas, convulsões.
b) Principais medicamentos antidepressivos
• Amitriptilina (Tryptanol, Limbitrol)
• Imipramina (Tofranil)
• Fluoxetina (Prozac)
• Clomipranina (Anafranil)
CUIDADOS DE ENFERMAGEM
• orientar quanto ao controle médico periódico para avaliação do tratamento.
• Orientar sobre a não ingestão de álcool pela interferência na ação do antidepressivo;
•Estimular ingesta hídrica, para evitar obstipação e fornecer alimentos laxativos como
fibras, mamão, ameixa, etc.
• Evitar atividades que exijam concentração em caso de sonolência;
6. ANTICONVULSIVANTES
a) Conceito
São drogas indicadas para a prevenção e tratamento imediato de crises
convulsivas.
b) Principais medicamentos
• Carbamazepina (Tegretol)
• Clornazepan (Rivotril)
• Diazepan (Diempax, Vallium)
• Difenilhidantoína (Hidantal)
• Fenobarbital (Gardenal)
CUIDADOS DE ENFERMAGEM
• administrar o medicamento de acordo com a prescrição médica.
• administrar próximo as refeições;
• orientar a não interrupção da medicação sem acompanhamento médico.
• observar efeitos tóxicos como: confusão mental, sonolência, irritabilidade,
agressividade, distúrbios de marcha, andar vacilante, vertigem, incoordenação motora,
astenia, letargia, distúrbios visuais, erupções cutâneas, anorexia, náuseas.
• a Difenilhidantoína é incompatível com SG, NPP, Bicarbonato de sódio. É compatível
com SF0,9%. É contra-indicada por via intramuscular,devido a lesão tecidual. A
aplicação endovenosa deve ser feita lentamente devido a sensação de queimação no
vaso e flebite.
• o Diazepam deve ser administrado bem lentamente, pois causa hipotensão arterial,
depressão respiratória, depressão do sistema nervoso central, não deve ser diluído
devido a precipitação.
DROGAS QUE ATUAM NO SISTEMA CARDIOCIRCULATÓRIO E RENAL
1. ANTIARRÍTMICOS
a) Conceito
São drogas que agem nas arritmias cardíacas(taquicardia supreventricular, extrasistole, etc).
b) Principais medicamentos
• Quinidina (Quinidine, Quinicardine).
• Amiodarona (Ancoron, Miodaron).
c) CUIDADOS DE ENFERMAGEM
• Monitorar os sinais vitais freqüentemente (antes e após a administração do
medicamento) e registrar os parâmetros.
• Observar e comunicar imediatamente reações adversas e sinais de intoxicação;
• Manter o material de emergência em local de fácil acesso.
2. HEMOSTÁTICOS OU COAGULANTES
a) Conceito
São drogas que promovem a hemostasia.
b) Principais hemostáticos de ação local:
• Trombina (Trombin tópico)
• cola de fibrina (Tissucol)
• esponja de gelatina (Gelfoan)
c) Principais hemostáticos de ação sistêmica:
• Globulina anti-hemofílica A (fator VIII)
• Estrógenos (Premarin, Styptanon)
• Ácido tranexânico (Transamin)
CUIDADOS DE ENFERMAGEM
• Orientar ao paciente quanto a higienização durante a terapia tópica;
• Comunicar a persistência de hematomas e sangramentos;
3. ANTICOAGULANTES
a) Conceito
São drogas que inibem fatores relacionados a coagulação sangüínea. São
utilizados em distúrbios tromboembólicos.
Os anticoagulantes tópicos (Trombofob, Lasonil, Hirudoid) estão indicados para
hematomas, tromboflebites, etc.
b) Principais medicamentos
• Heparina (Heparina, Liquemine)
• Varfarina sódica (Marevan)
• Estreptoquinase (Streptase, Streptoquinase)
CUIDADOS DE ENFERMAGEM
• Administrar o medicamento seguindo a prescrição do dia;
• Observar sinais de hemorragias internas e externas.
• Evitar, se possível, medicações parenterais. Havendo necessidade utilizar cateteres
finos para evitar traumatismo e sangramento;
• Não massagear o local de aplicação de medicação parenteral;
• A Heparina é administrada pelas vias subcutânea ou endovenosa e deve ser infundida
em bomba infusora.
4) CARDIOTÔNICOS (Digitálicos)
a) Conceito
Cardiotônicos são medicamentos que aumentam contração cardíaca e reduzem a
freqüência. São denominados de digitálicos por serem originários de plantas do gênero
Digitalis. São indicados principalmente para insuficiência cardíaca congestiva (ICC).
Vale ressaltar que a margem de segurança entre a dose terapêutica e o
aparecimento dos sinais de toxicidade é bem reduzida. Os principais sinais e sintomas
de intoxicação digitálica incluem:
• manifestações neurológicas: alteração na percepção das cores, cefaléia, tontura,
irritabilidade, inquietação, fadiga;
• manifestações gastrintestinais: anorexia, náuseas e vômitos;
• manifestações cardiovasculares: mais freqüente o surgimento de extrassístoles.
b) Principais medicamentos
• Digoxina (Digoxina)
• Digitoxina (Digitoxina, Digitalina)
• Lanatosídeo C (Deslanosídeo, Cedilanide)
CUIDADOS DE ENFERMAGEM
• Verificar a FC antes da administração dos digitálicos, pois são drogas que induzem a
bradicardia.
• Comunicar a supervisão se a freqüência cardíaca estiver igual ou abaixo de 60
batimentos por minuto (antes de administrar o medicamento);
• Comunicar qualquer sinal ou sintoma de intoxicação digitálica;
• Administrar digitálicos, de preferência, no período da manhã, devido a irritabilidade e
insônia, além da diurese que aumenta com o uso do medicamento;
•
Administrar
digitálicos
endovenosos
lentamente,
monitorando
eletrocardiograficamente o paciente.
• Manter o paciente em repouso no leito em casos de intoxicação digitálica;
5) VASODILATADORES ANTI-HIPERTENSIVOS
a) Conceito
São medicamentos utilizados na regulação e controle da hipertensão arterial, ou
seja quando a pressão diastólica estiver igual ou superior a 90mmHg. Dentre uma
diversidade de drogas, as mais utilizadas são:
• Metildopa (Aldomet)
• Prazosim (Minipress)
• Hidralazina (Apresolina)
• Nifedipina (Adalat)
• Atenolol (Atenol)
• Captopril (Capoten)
CUIDADOS DE ENFERMAGEM
• controle freqüente da pressão arterial;
• Comunicar sinais e sintomas como: sonolência, hipotensão postural, zumbido,
fraqueza, tonturas, náuseas, cefaléia, pois podem significar reação adversa;
• Orientar os pacientes para levantar da cama ou da cadeira com cuidado devido à
hipotensão postural.
6) VASODILATADORES
a) Conceito
São drogas que promovem vasodilatação melhorando o fluxo sangüíneo. Podem
atuar nas coronárias, vasos cerebrais e periféricos.
b) Vasodilatadores coronarianos
Também denominados de antianginosos, promovem o relaxamento das artérias
coronárias por ação direta, melhorando assim a dor (angina) causada pela isquemia
miocárdica. O efeito colateral mais freqüente é a cefaléia, que ocorre devido à
vasodilatação cerebral. Os principais medicamentos são:
• Trinitrato de glicerina ou nitroglicerina (Nitradisc, Nitroderm)
• Dinitrato de isossorbitol (Isordil, Isocord)
• Propatilnitrato (Sustrate)
c) Vasodilatadores cerebrais e periféricos:
• Bametano (Vasculat)
• Butilsimpatol (Fludilat)
• Cinarizina (Stugeron)
• Pentoxifilina (Trental)
• Naftidrofuril (Iridux)
CUIDADOS DE ENFERMAGEM
• Verificar periodicamente a pressão arterial e a FC;
• Comunicar alterações na perfusão periférica;
• Comunicar alterações no nível de consciência;
• Comunicar efeitos relacionados à toxicidade ou sensibilidade à droga.
7) DIURÉTICOS
a) Conceito
São drogas que aumentam o fluxo urinário. São importantes para reduzir
edemas. Também, utilizados em casos de hipertensão arterial, isoladamente ou
associados a medicamentos anti-hipertensivos.
b) Principais diuréticos
• Furosemida (Lasix)
• Amilorida + hidroclorotiazida (Moduretic)
• Clortalidona (Higroton)
• Hidroclorotiazida (Clorana)
CUIDADOS DE ENFERMAGEM
• Controlar diariamente o peso para avaliar se o medicamento está apresentando o efeito
desejado.
• Controlar a pressão arterial rigorosamente, pois, diuréticos como hidroclorotiazida
podem causar hipotensão postural;
• Controlar ingesta hídrica
• Administrar os diuréticos no período da manhã, para não interferir no sono do
paciente;
• Comunicar efeitos colaterais como: náuseas, vômitos e diarréia;
• Comunicar sinais de hipopotassemia, ou seja, pulso filiforme, hipotensão arterial,
alteração do ritmo cardíaco, câimbra, fraqueza, respiração superficial, hipotonia
muscular, sonolência.
• Observar a dosagem de sódio sérico pois os sinais de hiponatremia são: vômitos, dores
musculares, hipotensão, apatia, astenia.
DROGAS QUE ATUAM NO SISTEMA ENDÓCRINO
1. INSULINA
a) Conceito
A insulina é um hormônio que transporta a glicose para as células e age
regulando os níveis de glicose no sangue.
No caso de diabetes mellitus insulino-dependente, o pâncreas está incapacitado
de produzir a insulina, por este motivo o nível de glicose sangüínea eleva-se.
Os tipos de insulina são classificados de acordo com a origem (humana, bovina
ou suína), grau de pureza (puras ou mistas) e com o tempo de ação classifica-se em
- Rápida: denominada regular ou simples. Como o nome diz, a sua absorção ocorre
num prazo de 30 minutos e por este motivo está indicada nos casos de hiperglicemia. As
vias de administração são a subcutânea, a intramuscular e endovenosa (direta ou em
infusão venosa adicionada ao soro).
- Intermediária: denominada NPH ou lenta. Caracteriza-se pelo retardo na sua
absorção, liberação lenta e prolongamento na sua ação. Via de aplicação subcutânea.
Em resumo:
-------------------------------------------------------------------------------------------Insulina
Tempo de ação
-------------------------------------------------------------------------------------------Início
Pico
Duração
-------------------------------------------------------------------------------------------Regular
½-1h
2-4h
6-7h
NPH/lenta
1-3h
8 - 12 h
20 - 24 h
80% NPH / 20% regular
½-1h
2 - 12 h
20 - 24 h
70% NPH / 30% regular
½1h
2 - 12 h
20 - 24 h
-------------------------------------------------------------------------------------------2. HIPOGLICEMIANTES ORAIS
a) Conceito
São drogas utilizadas para o controle e regulação da glicemia quando o pâncreas
está parcialmente funcionante, ou seja, ainda secreta alguma quantidade de insulina,
porém, não o suficiente para reduzir a glicemia.
b) Principais medicamentos
• Clorpropamida (Diabinese)
• Glibenclamida (Daonil)
• Glipizida (Minidiab)
CUIDADOS DE ENFERMAGEM
a) com as Insulinas
- Conservar o frasco em temperatura de 2º a 8º C, porém nunca no congelador.
- Administrar a Insulina observando os seguintes itens:
- Ler atentamente a prescrição médica;
- Observar a validade e aspecto (a insulina NPH é leitosa) antes de aspirar o
medicamento;
- Homogeneizar suavemente a solução e aspirar a quantidade em unidades prescrita;
- Saber o nível de glicose sangüínea/urinária;
- Comunicar os sinais de hipoglicemia: sudorese, tremor, palidez, cefaléia, sonolência,
confusão mental, fraqueza, taquicardia, palpitação.
- Orientar e treinar o paciente quanto à técnica da auto – aplicação.
b) com os hipoglicemiantes orais
- Orientar o paciente quanto aos horários da medicação (jejum, antes do almoço e
jantar);
- Esclarecer dúvidas sobre os sinais de hipoglicemia, já descritos acima;
- Deixar na carteira em lugar visível a informação de que é portador de DM, para
qualquer acidente que possa ocorrer em vias públicas;
- Orientar quanto a realização de dextros freqüentes e dieta com restrição de açucares;
- Orientar para procurar um médico em qualquer alteração importante.
3. HORMÔNIOS DA TIREÓIDE E DROGAS ANTITIREOIDIANAS
a) Conceito
A tireóide é uma glândula importante para a regulação das atividades orgânicas
que secreta 2 tipos de hormônios a tiroxina ou tetraiodotironina(T4) e a triiodotironina
(T3). A diminuição (hipotireoidismo) ou o aumento (hipertireoidismo) de hormônios da
tireóide devem ser tratados adequadamente, sob orientação médica.
b) Drogas utilizadas em Hipotireoidismo
• Levotiroxina ou T4 (Euthirox, Tetroid, Puran T4).
• Triiodotironina ou T3 (Cynomel, Levoid, Tyro-Plus).
c) Drogas utilizadas em Hipertireiodismo: antitireoidianos
• Propiltiuracil (Propiltiuracil)
• Metimazol (Tapazol)
CUIDADOS DE ENFERMAGEM
- Orientar o paciente a não parar de tomar o medicamento sem orientação médica;
- Orientar para comunicar ao médico, sinais de taquicardia, cefaléia, insônia, diarréia e
emagrecimento muito rápido ou letargia, sonolência, bradicardia e constipação
intestinal.
4. CORTICOSTERÓIDES
a) Conceito
Os corticosteróides são hormônios produzidos pelas glândulas supra-renais.
Exercem atividades como antiinflamatórias,e metabolismo químico em geral.
A administração de corticosteróides pode levar a retenção líquida causando
edema, modificar os sinais inflamatórios, podendo assim, ocultar manifestações
infecciosas e inibição de estados alérgicos.
b) Principais corticosteróides
• Betametasona (Celestone, Betnesol, Betnelan)
• Beclometasona spray ( Beclosol)
• Dexametasona (Decadron, Decadronal, Dexametasona)
• Hidrocortisona (cortisol) (Flebocortid, Solu-cortef)
• Metilprednisolona (Solu-Medrol, Depo-Medrol)
• Prednisona (Meticorten)
CUIDADOS DE ENFERMAGEM
• Orientar o uso de corticosteróides somente com prescrição médica.
• Conhecer as vias de administração, efeitos esperados e colaterais da droga;
• Controlar o peso diariamente;
• Controlar a pressão arterial, devido a terapêutica pode causar hipertensão;
• Comunicar sinais e sintomas como: cefaléia, hipertensão arterial, edema, oligúria ou
anúria, sede excessiva, alterações de consciência, astenia, hipotonia muscular,
respiração superficial, pulso fraco, hipotensão, sonolência, desorientação, hiperglicemia;
• Observar o aparecimento de alterações como hirsutismo (na mulher aparece muita
vezes sob forma de fina "penugem" na face e tronco), acne, "cara de lua cheia". Esses
quadros são reversíveis com a suspensão do medicamento.
• Observar a evolução das feridas, pois os corticosteróides interferem no processo de
cicatrização.
DROGAS QUE ATUAM NO APARELHO DIGESTÓRIO
1. ANTIÁCIDOS E PROTETORES GÁSTRICOS
a) Conceito
São medicamentos utilizados para diminuir o excesso de acidez gástrica.
b) Principais antiácidos
• Hidróxido de alumínio (Aldrox)
• Hidróxido de magnésio (Leite de magnésia)
• Hidróxido de alumínio associado a hidróxido de magnésio (Droxaine, Kolantyl,
Maalox).
• Cimetidina (Tagamet, Ulcimet)
• Ranitidina (Antak, Zylium)
• Omeprazol (Losec, Victrix)
• Pantoprazol (Pantozol)
2. ANTIEMÉTICOS
a) Conceito
Antieméticos são medicamentos utilizados em casos de náuseas e vômitos.
b) Principais medicamentos
• Dimenidrinato (Dramin, Dramin B6 quando associado a vitamina B6)
• Metoclopramida (Plasil, Eucil)
• Ondasetrona (Zofran)
• Ganisetrona (Kitryl)
3. LAXATIVOS
a) Conceito
São medicamentos indicados para constipação intestinal.
b) Principais medicamentos
• Óleo mineral + fenolftaleína (Agarol)
• Diacetoxidifenil piridil metano (Dulcolax)
4. ANTIDIARRÊICOS
a) Conceito
Também denominados constipantes, são drogas que inibem ou controlam a
diarréia, não se pode esquecer que a diarréia é considerada como uma defesa orgânica
na tentativa de eliminação de toxinas, sua utilização deve ser limitada.
b) Principais medicamentos
• Difenoxilato (Lomotil)
• Elixir paregórico (Elixir paregórico)
• Loperamida (Imosec)
• Carbonato de Cálcio
CUIDADOS DE ENFERMAGEM
a) Em relação a antiácidos
• Observar a interação destas drogas com antibióticos principalmente;
• Observar sinais de constipação ou diarréia.
• A administração por via endovenosa deve ser diluída em 50 ou 100 ml de soro
glicosado a 5% ou soro fisiológico;
b) Em relação a antieméticos:
• Observar sinais de inquietação, sonolência e sedação.
• Orientar o cliente para evitar atividades que requerem atenção devido a sonolência ou
sedação.
• A administração por via endovenosa deve ser diluída ou se direta, lentamente em 1 a 2
minutos.
c) Em relação a laxativos e antidiarréicos:
• observar a freqüência e o aspecto das eliminações intestinais.
DROGAS QUE ATUAM NO APARELHO RESPIRATÓRIO
1. DESCONGESTIONANTES NASAIS
a) Conceito
São medicamentos vasoconstritores (reduzem edema e muco) ou anestésicos ou
corticóides (reduzem a inflamação) administrados diretamente na mucosa nasal.
b) Principais medicamentos
• Fenoxazolina (Aturgyl)
• Oximetazolina (Afrin)
• Soro fisiológico (Rinossoro, Sorine)
• uso sistêmico (oral): Fenilpropanolamina associado
Bromofeniramina associado (Dimetapp), entre outros.
(Naldecon,
Descon),
2. ANTITUSSÍGENOS E EXPECTORANTES
a) Conceito
Os antitussígenos são medicamentos utilizados para sedação da tosse de natureza
irritativa, lembrando que a tosse é uma defesa orgânica.
Os expectorantes são medicamentos que facilitam a saída de secreções do trato
respiratório.
b) Principais medicamentos
• Codeína associado (Setux, Codelasa)
• Dextrometorfano (Silencium)
• Clobutinol (Silomat).
• Acetilcisteína (Fluimicil)
• Iodeto de potássio (MM Expectorante)
antitussígenos
expectorantes
3. BRONCODILATADORES
a) Conceito
São medicamentos que promovem a dilatação dos brônquios reduzindo a
broncoconstrição e melhorando a atividade respiratória. São utilizados no tratamento da
asma brônquica. Os broncodilatadores possuem formas farmacêuticas que permitem sua
administração por via oral, parenteral e inalatória.
b) Principais broncodilatadores
• Aminofilina (Aminofilina)
• Fenoterol (Berotec)
• Salbutamol (Aerolin)
• Terbutalina (Bricanyl)
CUIDADOS DE ENFERMAGEM
a) Em relação ao uso de descongestionantes tópicos e broncodilatadores:
• Administrar medicamentos inalatórios com o cliente em posição de Fowler ou
sentado;
• Realizar instilação nasal, tendo-se o cuidado de não encostar o conta-gotas na mucosa
nasal, e com a cabeça em posição inferior ao restante do corpo, se possível;
b) Em relação ao uso de descongestionantes nasais sistêmicos, antitussígenos e
expectorantes:
• Observar sinais de sonolência e sensação de vertigem. Orientar que devem ser evitadas
atividades que requeiram atenção;
• Orientar o cliente para obedecer aos intervalos de horários de medicação prescritos
pelo médico para evitar superdosagem, principalmente a codeína, que pode provocar
depressão respiratória. A codeína e similares não são indicados para crianças menores.
• Observar sinais de irritação gástrica (o iodeto de potássio; além do sabor desagradável,
pode provocar anorexia, dor epigástrica e dispepsia).
c) Em relação a broncodilatadores:
• Controlar as infusões endovenosas para que sejam infundidas dentro do horário
prescrito.
• Observar sinais de toxicidade como náuseas, vômitos, diarréia, cefaléia, hipotensão,
arritmias, convulsão;
• Explicar ao cliente os efeitos indesejáveis dos medicamentos como: tremor de mãos,
taquicardia, palpitações, inquietação.
BIBLIOGRAFIA
1. Administração de medicamentos na Enfermagem. Rio de Janeiro: EPUB. 2ª ed, 2002
2. FURP - Memento Terapêutico. Secretaria de Estado da Saúde. 6ª ed., nov/95.
3. STAUT, NAÍMA DA SILVA - Manual de drogas e soluções. São Paulo: EPU, 1986.
4. ZANINI, A.C., OGA S. - Farmacologia aplicada. 5º ed. São Paulo: Atheneu, 1994.
5.FAKIH, F.T. - Manual de Diluição e administração de medicamentos injetáveis. 1ªed.
Rio de Janeiro, 2000
6. FONSECA, S.M. et al – Manual de Quimiterapia antineoplasica. 1ªed, Rio de Janeiro,
2000
7. DUNCAN, H.A. et al – Dicionário Andrei para enfermeiros e outros profissionais da
saúde, 2ªed, São Paulo, 1995

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