Meu Irajá - Fala Zona Norte

Transcrição

Meu Irajá - Fala Zona Norte
MEU IRAJÁ
AGOSTINHO RODRIGUES
EDIÇÃO DIGITAL
Coletivo INSTITUTO HISTÓRICO E GEOGRÁFICO BAIXADA DE IRAJÁ
MEU IRAJÁ
Copyright © 1999 - 2012, Agostinho Rodrigues
Fundação da Biblioteca Nacional - Depósito Legal, em 29/10/99
Edição digital autorizada à Ronaldo Luiz Martins – Coletivo
Instituto Histórico e Geográfico Baixada de Irajá – IHGBI
Em livre acesso e sem fins comerciais
2012
Íntegra da versão publicada em
http://agrocon.sites.uol.com.br/index2.htm
com arte final e administrada por
Tinho & Anne (familiamidi)
2004
CAPA ABERTURA
Igreja de Nossa Senhora da Apresentação de Irajá
1947
Desenho lápis sobre papel de
Reginaldo Miguel Luiz Martins
EDIÇÃO COMEMORATIVA AO
400 ANOS DA
IGREJA DE N. Srª. DA APRESENTAÇÃO
DE IRAJÁ
1613
2013
MATRIZ DA TERCEIRA FREGUESIA DA CIDADE DO RIO DE JANEIRO
(1644)
A MAIS ANTIGA MATRIZ DE FREGUESIA EM VOLUMETRIA ORIGINAL DA
CIDADE DO RIO DE JANEIRO E SEGUNDA MAIS ANTIGA DO ESTADO
E AO
QUARTO CENTENÁRIO DA
BAIXADA DE IRAJÁ
MEU IRAJÁ
AGOSTINHO RODRIGUES
ÍNDICE
01
PRINCIPAL
02
ORIGEM
03
IGREJA
04
FAMÍLIA
05
AGRICULTURA E COMÉRCIO
06
TRANSPORTE
07
SEGURANÇA PÚBLICA E DEFESA CIVIL
08
COMUNICAÇÃO
09
INSTITUIÇÕES & ASSOCIAÇÕES
10
SAÚDE
11
LOGRADOURO
12
CARNAVAL
13
BIBLIOTECA
14
ENSINO
15
AILA
16
ARTES & LETRA & LAZER
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01
AGOSTINHO RODRIGUES
PRINCIPAL
Pesquisa histórica registrada, conforme determina o Decreto Nº 1825 de 20/12/1907 Ministério da Cultura - Fundação da Biblioteca Nacional - Depósito Legal, em 29/10/99.
Pesquisa resumida e atualizada, podendo ser utilizada como fonte de consulta ou
publicada no seu todo ou em partes, desde que seja mencionado a fonte. A tentativa de preservar
a memória do passado em função do presente.
Esta pesquisa histórica sobre o bairro de Irajá, subúrbio do Rio de
Janeiro, não tem a mínima presunção de perfeição. Há possibilidades de
possíveis enganos e/ou divergências na colocação de pontos abordados,
mesmo elaborados com todo carinho. Mesmo assim espera o autor da
pesquisa que a mesma venha a se constituir numa importante avalia à
história.
“Trazer a memória é realimentar as fontes que deram origem a
determinados fatos que contribuíram para o elo de suas
permanências entre gerações"
Agostinho Rodrigues. - Pesquisador/RJ.
IRAJÁ terra faceira se manifesta sorrindo com alvura hospitaleira ecoa:
"SEJA BEM VINDO!"
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AGOSTINHO RODRIGUES
02
ORIGEM
SIGNIFICADO DA PALAVRA BAIRRO
Bairro é uma das partes principais em que se divide uma cidade. A tendência de ressaltar
as características de um bairro, supervalorizando-a, conduz à formação de uma atitude de
parcialidade.
Os bairros se formam:
a] por motivos históricos, originando-se de loteamento de velhas propriedades
senhoris, incrustadas ou envolvidas progressivamente no perímetro urbano;
b] por motivos topográficos de confinamento dentro de acidentes geográficos que
configuram uma umidade urbana;
c] por motivos administrativos, que utilizam critérios mais racionais e
d] pelo esponteamento que preside, em geral, o surgimento dos bairros.
Nos grandes centros urbanos brasileiros vai-se definindo, cada vez mais, a distinção entre
bairros residenciais, industriais e centrais. Os primeiros tendem a ocupar as regiões mais amenas
da cidade e são reservados predominantemente para fins de moradia, com casas e zonas
suburbanas e ao longo dos grandes eixos de comunicação, e são ocupadas pelas grandes
industrias e transformação.
Os bairros centrais se caracterizam pela acumulação das sedes dos órgãos
administrativos, pelas matrizes dos estabelecimento de crédito e pelo alto comércio. Entretanto,
observa-se, cada vez mais, a tendência do que poderia ser chamado autarquização dos bairros,
ou sua crescente independência com relação aos bairros centrais, pela progressiva
descentralização dos serviços dispensáveis à vida urbana. Hoje, quase todos os grandes bairros
residenciais dispõe de agências de correio, entre outras, que dispensam movimentos de sístole e
de diástole, pelos quais as populações eram obrigadas a demandar o centro urbano.
Progressivamente, criaram-se também zonas administrativas reunindo dois ou mais bairros com o
objetivo de descentralizar as responsabilidades da administração municipal e poder, mais
eficazmente, às necessidades de cada bairro.
Irajá quanto a sua formação, é um município enquadra-se na alínea a]. É assistida
administrada pela Subprefeitura Regional e pela XIVa. Região Administrativa, ambas
subordinadas a Prefeitura Municipal do Estado do Rio de Janeiro.
ORIGEM DO BAIRRO IRAJÁ
Após 113 anos do descobrimento do Brasil e ainda sob a regência de Portugal, o bairro de
Irajá teve origem nas sesmarias, doadas pela Coroa Portuguesa aos primitivos colonizadores da
terra, transformada mais tarde em fazendas. Dentre os primeiros proprietários das terras foram
padre Antonio Martins Loureiro, fundador da Igreja da Candelária que em 02 de abril de 16l3,
recebeu grande extensão de terras e Gaspar da Costa, cujo filho, em 30 de dezembro de 1644,
instituiu a Paróquia Nossa Senhora da Apresentação de Irajá e também seu primeiro vigário.
Matriz confirmada por Alvará de D. João IV em 10 de fevereiro de 1647.
Em 1625, o Campo de Irajá, onde existia as sesmarias, foi reconhecido como pertencente
a Câmara Municipal.
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SESMARIAS
O bairro de Irajá, no princípio de sua formação, teve a palavra "sesmaria", sempre
empregada em todas às vezes que se fez necessária aos terrenos, casas e pardieiros motivados
pela falta de cultura ou abandonados e dos quais os respectivos senhorios depois de avisados,
não cuidavam.
A antiga legislação portuguesa, com base em práticas medievais, determinava que fosse
entregue a quem se comprometesse a cultivá-lo. Quem a recebia, pagava uma pensão ao Estado.
A Coroa dava então estas propriedades de sesmarias ou permitia as Câmaras a concessão,
pagando o sesmeio [o que as ficavam possuído], a Sexta parte dos rendimentos auferidos. A esta
Sexta parte, chamou-se primeiramente a sesma e depois o sesmo [o sexto]. Portanto é importante
ratificar que coube ao rei ou os primeiros donatários de capitanias, fazerem doações de terras a
particulares com o compromisso de cultivar e povoá-las.
Quando o Brasil foi descoberto, Portugal transplantou para cá, o regime das sesmarias,
através da "Lei das Sesmarias", promulgada pelo rei D. Fernando I e que muito contribuiu para o
desenvolvimento e prosperidade da agricultura nacional.
D. Fernando I foi o oitavo rei de Portugal, o último da primeira dinastia, filho de D. Pedro I e
de D. Constança. Iniciou o seu reinado em 1367. Nasceu em 1345 e faleceu em 1383.
Coube a D. João I, décimo rei de Portugal, filho de D. Pedro I e de D. Thereza Lourenço,
dama nobre de Galliza, nascida em 1357 e que o mesmo reinou de 1385 a 1433, a não só
confirmação como também deu aos sesmeiros e lavradores vários privilégios.
Em 1812 as sesmarias foram oficialmente extintas.
SIGNIFICADO DA PALAVRA "IRAJÁ"
O significado da palavra "IRAJÁ", segundo Theodoro Sampaio, engenheiro brasileiro
contemporâneo, nascido na Bahia, na época, considerado o notável conhecedor brasileiro de
assuntos indianistas, autor do Tupi na geografia nacional é, "O MEL BROTA OU SE PRODUZ",
assim chamado pelos índios "Muduriás", que habitavam as terras. A palavra IRAJÁ já é tupiguarani, não dando ênfase a outra qualquer denominação.
Observação:
- Nenhuma referência à respeito a palavra Muduriás, foi encontrada pelo autor.
O mais aproximado encontrado foi "Manduriais", derivado de "Mandurin", nome dado a
uma abelha social meliponídea, que ocorre no Brasil. Produtora de mel de boa qualidade. É
também chamada de manduri, mondori e guarapu-miúdo.
Curiosidade: Além de ser nome de um rio no Exterior é também nome de rua no bairro
C.Velho em Abreu Lima – Pernambuco e geograficamente é também uma Vila e Distrito
pertencentes ao município de Ipu, Estado do Ceará, que na década de 50, já possuía 5.407
habitantes.
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FUNDAÇÃO DO BAIRRO DE IRAJÁ
[ENSAIO]
A preservação da memória do passado em função do presente, sempre deve prevalecer.
Este Ensaio, extraído da pesquisa histórica iniciada em meados de 1991 sobre o bairro de
Irajá, subúrbio do Rio de Janeiro, salvo uma melhor interpretação histórica convincente,
caracteriza ser a data de fundação [aniversário] do bairro de Irajá, o ano de 1613, sem nenhuma
outra condição de que se possa estabelecer o dia e o mês, por estar elas ignoradas em todos os
escritos à respeito do até então, salvo o "in fine" em forma de sugestão que é exposto, se não
vejamos:
Com entusiasmo ensejo,
cheio de esperança ansiosa,
ao IRAJÁ eu desejo,
prosperidade grandiosa.
IRAJÁ, teve origem nas Sesmarias ainda sob a regência de Portugal. Seu primeiro
donatário, foi o jesuíta Gaspar da Costa, cujo filho, em 30 de dezembro de 1644, objetivou as
transformações necessárias da então Capela barroca de Irajá, criada em 16l3, instituindo a
Paróquia Nossa Senhora da Apresentação de Irajá, tornando-se o seu primeiro vigário e
devidamente confirmada por Alvará de funcionamento assinado por D. João IV em 10 de fevereiro
de 1647. Isto porque as Capelas não eram obrigadas, pelo menos na época, ter Alvará para
funcionamento. Eram erguidas pelos fiéis católicos nas propriedades coloniais, geralmente pelo
próprio donatário dos respectivos engenhos, mais tarde fazendas.
Surge então a pergunta:
- Por que não existe dia e mês?
A resposta é lógica: ou a Capela já existia de janeiro à abril de 1613, quando o jesuíta
Gaspar da Costa, recebeu as extensões de terras ou então ela foi erguida no período
compreendido de abril à dezembro de 1613, partindo-se do pressuposto da data de 02 de
fevereiro de 1613, por apresentar uma forte evidência com relação ao também proprietário de
terras, o pároco Antonio Martins Loureiro, fundador da Igreja da Candelária, que também recebeu
grande extensão de terra neste citado ano.
Uma nova pergunta é cabível:
- Como chegou-se a esta conclusão?
a] Contatando com o ilustre Acadêmico Correspondente da AILA, Escritor e Poeta,
Joaquim Francisco de Castro, de Fânzeres – Gondomar/Portugal, o ilustre
Acadêmico fez a máxima gentileza de comparecer a Torre de Tombo e, após
pesquisa, os dados colhidos, são os mesmos, sem quaisquer possibilidades de
alteração.
b] Padre Antonio de Freitas, em entrevista ao Rio Illustrado de 1937, destaca o
tempo da existência da Igreja como uma das mais antiga do Brasil, considerando
mais velha do que ela apenas algumas Igrejas da Bahia que segundo o pároco é
"célula mater da nacionalidade brasileira" e uma ou duas no Maranhão, tendo em
vista a data de 1613 até hoje gravada em pedra no frontispício da Igreja.
c] No livro "Templos Históricos do Rio de Janeiro – 1946 [MCMXLVII] – 2a. edição –
do escritor Augusto Maurício, que entre outras observações, retrata "... Os portais,
tanto das janelas como da entrada, são de grama, vendo-se no centro deste último
a data gravada de 1613."
d] O livro Cento e Sete Invocações da Virgem Maria do Brasil da Escritora Nilza
Botello Megale – Editora Vozes – Petrópolis/RJ – 1980, dá uma aproximação da
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realidade dos fatos relativo a Capela, uma vez que em outras observações registra:
"No Brasil, a primeira paróquia dedicada a esta invocação foi de Natal, no Rio
Grande do Norte, fundada em 1559."
e] No Jornal "Folha Leopoldinense"- 1987, numa reportagem de Egbért Fernandes,
intitulada "As Memórias de Irajá", em apoio ao concurso de monografias contando a
história do bairro, promovido pelo Rotary Club de Irajá, também retrata a data de
fundação registrando: "... Sem precisão de idade, os registros cronológicos
mostram que em 1613 ela já existia, sendo de propriedade de uma das fazendas
que ocupavam o local na época."
f] No Jornal O Globo – Madureira – 1985, numa entrevista junto ao Monsenhor Luiz
Machado, da Igreja Nossa Senhora da Apresentação, no Irajá, não encontrou os
dados sobre a construção " iure" antiga capelinha barroca que lhe foram entregues
pela Cúria, quando fez uma pesquisa sobre os monumentos sacros. Mas sei que
ela é superior a 1613 ou dessa época ....[grifo meu]".
g] Freguesias do Rio Antigo do autor Fernando de Noronha [1965], também reporta
dados que leva ao ano de 1613.
h] As concretizadas e ratificadas memórias de antigos moradores do bairro, tão
bem registradas no volume 6 – MEU IRAJÁ – Agostinho Rodrigues – 1997,
intitulado "Paróquias, Igrejas, Capelas[ Católica Apostólica Romana], Educação
Religiosa e Cultural – Cemitério.
Conclusão:
Se há um interesse enorme de que se tenha dia e mês que caracterize o marco das
festividades do bairro de Irajá, não só pela sua grande participação histórica no progresso do Rio
de Janeiro mas também do próprio bairro, segue em forma de sugestão as seguintes datas
abaixo, diante do aspecto social do lugar em que todas as afirmações dão conta que o bairro
desenvolveu-se por muitos anos em função da Igreja.
a] A data de 30 de dezembro, quando se comemora o Aniversário da Paróquia de
N.S. da Apresentação de Irajá, dia que a imagem, vinda de Portugal em 1644 na
Igreja se estabeleceu, segundo declarações do Padre Antonio de Freitas, estão
Vigário de Irajá e do Padre Januário Tolomey - Rio Illustrado de 1937; e/ou
b]A data de 21 de novembro, quando pela tradição antiga é a N.S. da Apresentação
festejada, conforme incluso no Missal Cotidiano – Completo – 1936 – Ano do II
Congresso Eucarístico no Brasil, reimpresso pela Impressora Beneditina Ltda.–
Salvador/Bahia – D. Beda Keckeisen – ºS.B. de 27/11/1954, cortesia da Acadêmica
da AILA, Jarnete Ferreira Soares/RJ.
Espero que este ensaio venha se constituir um marco a mais na nossa história, que defino
através da mensagem elaborada no período da pesquisa histórica cultural do bairro.
"IRAJÁ, terra faceira
se manifesta sorrindo
com alvura hospitaleira
sempre ecoa: Seja bem vindo!"
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AGOSTINHO RODRIGUES
ENGENHOS E OLARIAS
No século XVIII a região era composta por grande número de fazendas que cultivavam a
cana-de-açúcar repletas de engenhos e inúmeras olarias com algumas produções de frutas e
hortalícias. Tudo era transportado pelo "Portinho de Irajá".
Em meados de 1775 o "Campo de Irajá", como era chamado na época, já abrigava 13
engenhos e já em 1779, atingia grande produção açucareira e aguardente.
Eis alguns dos engenhos construídos: de Manoel Corrêa, provedor da Santa Casa de 1629
a 1632, casado com a Sra. Maria Corrêa de Alvarenga e falecido em 08 de janeiro de 1648.
Possuía um engenho de açúcar denominado primitivamente Tijubacajá e depois, Fazenda de
Nossa Senhora de Nazareth que passou a propriedade de seu filho Thomé Corrêa de Alvarenga
que foi alcaide - mor, provedor da Fazenda Real, provedor da Santa Casa e Governador de
Capitania; Capitão Antonio de Oliveira Durão, em meados do século XVIII, cujas terras foram
transformadas posteriormente em Fazendas dos Afonsos; Bartolomeu de Amorim Calheiros,
provedor da Santa Casa que em julho de 1644 a julho de 1645, sofreu uma forte oposição do
padre Manoel da Nóbrega, vigário da Freguesia de São Sebastião e Cristóvão Lopes Leitão, dono
do Engenho da Conceição que em 1714, passou para o seu filho que como ele, foi provedor da
Santa Casa.
No início do século XVIII, a região era composta por grande número de fazendas que
cultivavam a cana-de-açúcar, repletas de engenhos e inúmeras olarias. A produção, incluindo
frutas e hortalícias, eram transportadas através dos pontos situados na foz do rio Irajá que,
naquele tempo, era navegável e permitia atingir-se a Baia de Guanabara.
Pelos meados de 1775, o Campo de Irajá obrigava treze [13] engenhos e já em 1779,
passaram a produzir, além de grande quantidade de açúcar, grande escala de aguardente, tais
como: Engenho Inhomucu, de propriedade do Sr. Antonio Reis Paiva; Nazareth, já como
proprietário, o capitão Bento Luiz de Oliveira; do frei religioso carmelita, Miguel Antunes; Botafogo,
de propriedade da viúva do desembargador Ignácio de Sousa, arrendado ao sargento - mor de
cavalaria, José Corrêa de Castro; Portela, da viúva Tereza Maria; do Sr. Luiz Manoel de Oliveira
Durão; do provedor Dr. Francisco Cordovil de Siqueira, o de Brás de Pina e do Juiz Antônio Miguel
de Brito.
Encontrava-se ainda, no caminho de Inhaúma para o Campo de Irajá, a fazenda de José
Pacheco, onde se via a Igreja de Nossa Senhora da Conceição, fundada por Ignácio Rangel
Cardoso.
O poeta Osmar Gonçalves Pereira que contribuiu para o enriquecimento da história do
bairro de Irajá, transcritas nas Páginas Amarelas 1988/89, pertenceu a família da Fazenda Boa
Vista.
Até o ano de 1949, ainda eram vistas as ruínas da Casa Grande do Sítio Paraíso, de
propriedade da viúva Lira, como era conhecida no bairro de Irajá, localizada na altura do nº 203,
da atual Avenida Monsenhor Félix.
Irajá jamais teve produção cafeeira, somente cana de açúcar e hortograngeiro, como:
banana, laranja, manga, amora, couve, alface, agrião, chicória, cebolinha, entre outros. Também
foi possuidora de inúmeras árvores de Pau Brasil, ao longo da atual avenida Monsenhor Félix.
FAZENDA IRAJÁ
No ano de 1937, a equipe de reportagem do Jornal Rio Ilustrado ao visitar o cemitério de
Irajá, ouviram o ancião [por eles assim designados], OTACILIO JACINTO DE OLIVEIRA, velho
habitante da freguesia. Eis na integra o seu depoimento:
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"- Nasci nestas paragens em 1870. Meu pai, que se chamava Jacinto de Oliveira, foi o
primeiro sacristão da Igreja – Matriz, quando estas terras viviam no apogeu e a produção
de cana de açúcar dava para muita coisa... Faz tanto tempo! Todo aqui era grandeza. Uma
fazenda imensa de cana de açúcar, dividida em quadras de se perder de vista. Era um
mundo. O senhor Conde, que Deus o tenha em bom lugar, era o nosso juiz. Só a ele
rendíamos homenagens e obediência, porque as merecia. Era digno do nosso respeito.
Era bom e justiceiro, como poucos. Foi um grande benfeitor de Irajá e todos o estimavam,
inclusive os próprios escravos da fazenda, que gozavam entre nós, regalias negadas a
outros, em qualquer parte deste imenso Brasil. Conheci o fazendeiro José da Costa Barros
Sayão e muitos outros cujos nomes não me acodem a memória Barros Sayão foi sepultado
aqui no cemitério, na parte que pertence a Irmandade. Lá em cima, no alto da colina, como
os senhores estão vendo, ainda se acham as ruínas da Casa Grande da Fazenda Irajá.
São um punhado de pó e cascalho, entre parasitas e répteis, que o tempo ainda não
conseguiu destruir. Aquelas colunas, aquelas muralhas, são as únicas testemunhas
seculares, os únicos documentos seculares, os únicos documentos indeléveis do apogeu
de uma época histórica."
***
Na entrevista que concedeu ao Rio Ilustrado [1937], nos seus 67 anos de idade, o Sr.
Otacilio Jacinto de Oliveira que nasceu num ano histórico – fim da guerra do Paraguai – 1870,
governo de D. Pedro II, trouxe à luz do saber, cinco importantes tópicos de valor histórico, salvo
melhor interpretação.
No primeiro, demonstra a valorização da fazenda Irajá na área de produção e extensão
territorial, ratificando os princípios já defendidos por outros conviventes.
No segundo tópico, fala sobre o Conde que não é outro senão o senhor D. Manoel de
Monte Rodrigues, o Conde de Irajá. A designação de "juiz", que lhe atribuiu, caracteriza-se pelo
respeito e admiração que gozava junto à comunidade local. As suas declarações neste bom
sentido, dá a nítida impressão que elas lhes foram passadas por familiares e moradores que
conviveram com as atividades sociais, culturais, espirituais e eclesiásticas do Conde. O Sr.
Otacilio Jacinto de Oliveira, ao nascer, o Conde de Irajá já havia falecido a sete anos [1863].
No terceiro tópico, temos a afirmação de que Irajá, na época do Conde, os escravos da
fazenda gozavam de regalias. Aqui ficou patente três hipóteses em bloco e/ou de per si: 1a.
hipótese – as condições explícitas no 2º tópico; 2a. hipótese – aquela que consistiu em tornar livre
os filhos de escravos nascidos daí por diante – "Lei do Ventre Livre"- do Visconde de Rio Branco
em 28 de setembro de 1871, já sem a presença terrena do Conde e o Sr. Otacilio Jacinto de
Oliveira com um [1] ano de idade; 3a. hipótese – por ter ele na época da "Lei dos Sexagenários",
em 1888, convivido com a época do movimento de liberdade à todos os escravos que atingissem
os 65 anos de idade até a "Lei Áurea", de 13 de maio de 1988, esta, assinada pela Princesa
Isabel, onde ficou definitivamente extinta a escravidão negra no Brasil. Nos dois importantes
eventos, o Sr. Otacílio Jacinto de Oliveira, estava com 15 e 18 anos de idade respectivamente.
Levando-se em conta que o início das leis sobre o fim da escravidão começou em 1850, 13
anos antes do falecimento do Conde de Irajá, com a Lei Eusébio de Queirós, que aboliu
definitivamente o tráfico de negros africanos, dá a entender que ele fora de cor branca["... os
próprios escravos da fazenda, que gozavam entre nós, regalias, negadas, a outros..."], e um
apreciador do abolicionismo.
No quarto tópico – desvenda outros nomes de fazendeiros que contribuíram para o avanço
de Irajá.
Por fim, o quinto tópico – traz a lembrança os derradeiros momentos finais da Casa
Grande da Fazenda Irajá, ainda vista na década de 40.
***
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Sobre as ruínas seculares da Casa Grande da Fazenda Irajá, há um outro depoimento no
Rio Ilustrado [1937], desta feita do Sr. Antonio Ferreira de Araújo, de 52 anos de idade que na
ocasião da entrevista, encontrava-se entre as musculosas muralhas, isolado dos demais, ilhado
entre as paredes em ruínas da fazenda Irajá.
Considerado uma figura estranha pelos entrevistadores, Antonio Ferreira de Araújo disse
ter nascido ali mesmo a 26 de novembro de 1885 e ser pai de cinco filhos todos menores. O
estranho habitante das ruínas, era casado e exercia a sua atividade na lavoura.
Vivia satisfeito com a vida simples que levava.
Construiu a sua casa de pau-a-pique [parede de ripas ou varas, umas verticais e outras
horizontais, entre - cruzadas e barro] e lavrou a terra que circundava a pequena colina e que
pagava em 1937, pelo aluguel do terreno que então era gratuito, nada menos que 60$ [sessenta
mil réis] {*}, aos proprietários das ruínas e daquelas terras, a família Queiroz, de Madureira que,
segundo os entrevistadores, Antonio demonstrou tradicional memória.
Observação:
{*} Sistema Monetário Brasileiro na década de 30 – circulação:
- moeda de ouro de 20$, 10$ e 5$;
- moeda de bronze e alumínio de 2$, 1$ e 500$ réis;
- moeda de níquel $400, $200 e $100 réis; e
- papel de 1:000$, 500$, 200$, 100$, 50$, 20$, 10$, 5$, 2$ e 1$.
Para pequenas transações, a unidade usada era o mil réis e para
grandes transações a unidade usada era o conto de réis.
O sinal de dinheiro era o cifrão [$]; o de conto, dois pontos [:].
Do acima exposto, houve por parte dos descendentes de antigas famílias Irajaenses, na
época, denominada de "Irajano"[masculino] e "Irajana" [feminino] pelo Rio Ilustrado, divulgar o
máximo e com referências bem amplas a respeito das velhas fortificações que defenderam a
fazenda Irajá. Tais fortificações, foram colocadas em pontos estratégicos da localidade de modo a
evitar possíveis incursões de índios, escravos de outras terras ou mesmo de aventureiros e
estrangeiros que ali, aparecessem a busca de conquista fáceis, tanto assim que, na Penha, um
desses fortes se mantinha alerta as possíveis surpresas que viessem do mar. Em Campinho e
Jacarepaguá, outras fortificações guardavam as estradas que vinham de Guaratiba, onde mais
tarde desembarcou Charles Duclerc, invadindo a cidade de surpresa em 1710 e Duguay-Trouin
em 1711.
"Ruínas da Casa Grande da Fazenda Irajá"
Foto xerox – Rio Illustrado – 1937
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"IRAJÁ - CENTRO AÇUCAREIRO"
É outro título na divisão da narrativa do padre Antonio de Freitas junto ao Rio Ilustrado de
1937.
Neste aspecto, ele revela que, segundo a tradição do lugar, e, que se diga de passagem, é
até hoje conservada, Irajá foi um grande centro açucareiro. Sua produção era bem elevada, sendo
que o escoamento de todo açúcar se fazia ou pelo denominado "Portinho de Irajá", pertencente a
Brás de Pina, embora com a antiga denominação, que servia nesta década de 30 para ancorar
pequenas embarcações de pescas; mas no passado dava fácil acesso a grandes caravelas que
vinham buscar na então colônia, os produtos de que necessitavam os senhores feudais.
BRAZÃO
* Cinco torres[categoria da cidade], refere-se ao Rio de
Janeiro.
* Dois Golfinhos – apesar de mamíferos, representam o
peixe. Indicam que o bairro de Irajá está localizado numa
cidade marítima.
* Abelha [campo superior esquerdo] – dá o significado
de denominação local.
* Campo superior esquerdo – Igreja de Nossa Senhora
da Apresentação de Irajá, dando a definição de ser um
povoado católico em sua maioria.
* Campo inferior esquerdo -– brasão de armas do bispo
Conde de Irajá.
* Campo inferior direito –
descobridores e colonizadores.
escudo
português
–
* Foto tirada em 19/8/93, cortesia do Sr. Moisés Jordão
Filho
DISTRITO DA PAZ
"IRAJÁ - Mãe das mães"
O Autor
Em 15 de fevereiro de 1883, Francisco Vera Nascente, prestou uma informação à Câmara
Municipal na qual aventava a possibilidade de serem divididos os Distritos da Paz da Freguesia de
Irajá, fato que se estendeu até 1867, quando foi concretizada essa divisão por proposta do
vereador José Bernardo da Cunha. Houve protestos contra a divisão que objetivava, segundo a
concepção da época, criar melhores condições de administração dos povoados que vinham
surgindo. Uma das objeções foi colocada pelo Juiz de Paz Luiz Pereira da Silva Maya que assim
se dirigiu à Câmara: "A população total desta freguesia, segundo consta dos mapas estatísticos
remetidos ao Ministérios do Império e da Justiça pela autoridade competente, soma em 4.500
indivíduos, à saber: 1200 nacionais de sexo masculino de todas as idades; 1000 do sexo feminino
de todas as idades; 1700 escravos e 600 estrangeiros."
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AGOSTINHO RODRIGUES
Ressalta-se que já em 1890, ou seja, vinte e três anos depois, a Freguesia de Irajá,
contava com aproximadamente 14.000 habitantes dos quais, 13.000 católicos.
No caminho da transformação do bairro de Irajá, rumo ao desenvolvimento e ao progresso,
no final do século XVIII, a Freguesia de Irajá, antes mesmo da divisão em Distritos da Paz em
1867, teve quatro [4] desmembramentos, `saber: Jacarepaguá, desmembrado em 06 de março de
1661; Campo Grande, desmembrado em 1673; Inhaúma, desmembrado em 27 de janeiro de 1743
e o Engenho Velho, desmembrado em 1795.
Após a divisão ocorreram, no território de Irajá, os seguintes desmembramentos: Realengo
em 11 de novembro de 1926 e Anchieta, Penha, Pavuna e Piedade, pelo Decreto nº 3816 de
1932.
Após vários anos, surgiu no seio do bairro Irajá, os socialmente chamados Bairros de Vista
Alegre e Araújo, motivado pelo crescente número de habitantes e pelo desenvolvimento social,
comercial e industrial do lugar.
FREGUESIA DE IRAJÁ
[Extensão Territorial]
Segundo Padre Antonio de Freitas, então pároco da Paróquia de Nossa Senhora da
Apresentação de Irajá, em entrevista ao Rio Ilustrado - 1937, o território da Freguesia de Irajá,
estendia-se de São Cristovão a Santa Cruz.
Há procedência na afirmativa. Noronha Santos, na sua obra "As Freguesias do Rio
Antigo"- 1965, em determinado trecho afirma: "A freguesia de São Cristovão foi criada pelo
Decreto de 09 de agosto de 1856, separando-se o seu território do 2º distrito do Engenho Velho,
do qual fazia parte, por aviso da mesma data". Em outro trecho, diz o autor: "Ao território da
freguesia de N. S. da Apresentação de Irajá, pertenceram os termos de Jacarepaguá, Campo
Grande e Engenho Velho até 1792", ratificando as afirmativas do padre Antonio de Freitas.
SUBPREFEITURA
O bairro de Irajá, dentro das disposições administrativas da Prefeitura Municipal do
Município do Rio de Janeiro, é após o Exmo. Sr. Prefeito e Vice-Prefeito, subordinada diretamente
a Subprefeitura atualmente denominada de "Subprefeitura Grande Irajá – AP 3.4.", localizada na
Praça Jardim Vista Alegre s/nº., através da 14º Região Administrativa Regional do bairro,
localizada na Av. Monsenhor Félix, nº 512 – Irajá.
XIVa. REGIÃO ADMINISTRATIVA DE IRAJÁ
A administração Regional foi criada pelo Decreto nº 1008 de 08 de fevereiro de 1962.
Primeiramente a XIV RA de Irajá foi composta dos
Vicente de Carvalho, Rocha Miranda, Colégio, Turiaçu,
Penha. Atualmente a XIV RA é composta dos bairros de
Vicente de Carvalho, Vaz Lobo [até a rua Carolina Amado]
e Araújo.
seguintes bairros: Irajá, Vila da Penha
Honório Gurgel, Vaz Lobo e Vila da
Colégio, Vila da Penha, Vila Kosmos,
e os chamados bairros de Vista Alegre
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MEU IRAJÁ
AGOSTINHO RODRIGUES
ADMINISTRADORES REGIONAIS DA 14º REGIÃO ADMINISTRATIVA DE IRAJÁ
Oswaldo Felicíssimo [28/2/64 à 03/12/65];
Wilson Fausto Suzano [13/12/65 à 13/2/66] – interino;
Flávio Faria [14/02/66 à 02/10/67];
Jacy de Almeida [02/10/67 à 15/6/71];
Waldir Leal Pereira [16/6/71 à 04/6/75];
Ivan Faria Vieira [04/6/75 a 13/5/76];
Claudionor Fernandes Faria Machado [13/5/76 à 17/4/79];
Eurico Divon Galhardi [17/4/76 à 27/2/80];
Dr. Milton Diogo dos Anjos [27/2/80 à 03/2/81];
Dr. José da Rocha [03/2/81 a 17/9/81];
Dr. Itamildes Orlando Fernandes [17/9/81 à 13/5/82];
Milton Alves Pereira [13/5/82 à 14/6/83];
Professor Cesar Augusto dos Santos Azevedo [14/6/83 à 19/5/85];
Sebastiana Alexandrina da Silva [ 19/5/85 à 14/8/85];
Pedro Vilela [20/8/85 à 20/9/85] – assessor interino;
Dr. Waldir da Glória Mendes [23/9/85 à 03/7/86];
Luiz Carlos da Costa Nava [18/7/86 à ...................];
Selma Regina Veloso da Silva [..................à 01/2/89];
Nilton Alves Pereira [01/2/89 à 13/8/90];
Jorge Luiz Dias [13/8/90 à 29/12/92];
Dr. Manoel Aloisio de Freitas [13/1/93 à 05/7/93];
Ivonete Soares Rocha [15/7/93 à 15/1/97];
Luiz Machado Pinto [15/1/97 à 20/4/98;
Márcio Ribeiro Barcelos [ 20/4/98 a 01/1/01];
Deise da Silva Menezes [01/1/01 a 30/03/01];
Ivonete Soares da Rocha [03/03/01 - atual Administradora].
Vários são os órgãos municipais existentes no bairro de Irajá, entre os quais temos:
S.M.T.U ; D.G.V.U; CET-RIO; LG14M, USINA DO LIXO; 13D.C.; DOE; 6º D.L.F.; ARQUIVO
GERAL; 14º I.R.L.F.; ENGENHARIA SANITÁRIA S/SCS; CENTRO MUNICIPAL DE SAÚDE
CLEMENTINO FRAGA; BIBLIOTECA POPULAR DE IRAJÁ JOÃO DO RIO.
Órgãos estaduais: o recente posto da DENTRAN/RJ – Identificação Civil e DEFENSORIA
PÚBLICA, ambas localizada na 14a. Região Administrada e SECRETARIA DE FAZENDA Fiscalização ICMS, IPVA, TAXA, INCÊNDIO, localizada na estrada de Água Grande e 1º SGBM/8º
GBM.
Órgãos Federais – INSTITUTO NACIONAL DE ASSISTÊNCIA MÉDICA E PREVIDÊNCIA
SOCIAL – POSTO DE ASSISTÊNCIA MÉDICA DE IRAJÁ – PAM DE IRAJÁ; INSS – INSTITUTO
NACIONAL DE SEGURIDADE SOCIAL – POSTO IRAJÁ, localizado na Avenida Brasil, nº 17673
E Av. Miriti 2661.
PEDREIRA DE IRAJÁ
Década de 20, ficava localizada aonde hoje está a XIVa. Região Administrativa de Irajá.
Segundo Sr. Delcy de Queiroz, quem alertava os moradores da redondeza e demais pessoas
envolvidas na faina do toque de recolher na hora das explosões das dinamites da pedreira, era um
funcionário da Prefeitura que gritava: "vai fogo", ouvido a longa distância.
Muitos vidros de janelas e telhas eram danificadas e no dia seguinte, quando reclamados
pelos prejudicados, eram substituídas pela Prefeitura.
Na época, o administrador da Pedreira de Irajá era o mestre Pinto. Somente na década de
30 que a Prefeitura mudou para o sistema de sirene.
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MEU IRAJÁ
AGOSTINHO RODRIGUES
Foto extraída do recente e importante "folder"
histórico Cultural sobre o bairro de Irajá,
realizado pelo Departamento Geral do
Patrimônio Cultural, constando fotos de
Eduardo Rocha/AGCRJ/Escola Barcelona Irajá. Secretaria Municipal de Cultura Prefeitura do Estado do Rio de Janeiro
CANHÕES
A descoberta de dois canhões em Irajá, utilizados no século XVIII para guarnecer a
retaguarda da Cidade do Rio de Janeiro após a invasão dos franceses em 1711, teve três
célebres nomes: os franceses Charles Duclec e Duguay-Trouin e o brasileiro Bento de Amaral.
Charles Duclerc foi um marítimo francês que em 1710, a frente de uma expedição, atacou
o Rio de Janeiro conseguindo penetrar na Cidade. Encontrou porém, depois de valente resistência
da parte dos estudantes e paisanos armados, capitaneados por Bento de Amaral, refugiando-se
no trapiche [armazém onde eram guardadas mercadorias para embarque junto ao cais], da
cidade.
Ali ficou encurralado, vendo-se obrigado a render-se mediante condições. Prisioneiro de
guerra, foi mais tarde, ainda em 1711, assassinado.
Já Duguay-Trouin, era um célebre corsário, nascido em Saint-Malo, ilustrando-se durante
as guerras de Luiz XIV.
Em setembro de 1711, à testa de uma poderosa esquadra, forçou a barra do Rio de
Janeiro sendo que, dias depois apoderou-se, quase sem combate, da cidade que o governador
Francisco de Castro Morais abandonara com todas as tropas e os habitantes e que foi
medonhamente saqueada pelos invasores.
Sem esperar por socorros, Francisco de Castro Morais ajustou com Duguay-Trouin, o
resgate da cidade por seiscentos e dez mil cruzados em dinheiro, com caixas de açúcar e
duzentos bois.
No seu regresso à Europa, o corsário, assaltado por tempestades, perdeu dois dos seus
navios e uma parte da presa que fizera. Morreu quase pobre [1673/1736].
Bento de Amaral, foi um herói nacional, Um professor que repeliu vitoriosamente o francês
Charles Duclec em 1710, a frente dos seus estudantes e de paisanos armados, mas que não
obteve o mesmo êxito contra o francês Duguay-Trouin, sucumbindo.
Os canhões foram localizados em 1970 quando das escavações em área localizada dentro
da XIVa. Região Administrativa de Irajá, para a construção da Usina de Reciclagem.
Os canhões foram requisitados e entregues ao Exército Brasileiro.
FORTE DE CAMPINHO
É mais um fator histórico cultural importante ligado as fortificações que abrangeram
inclusive, Irajá, conforme explicação inserida no Rio Ilustrado - 1937, do Major Timóteo, na época,
Comandante do lº Grupo de Artilharia Montada
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MEU IRAJÁ
AGOSTINHO RODRIGUES
Sintetizando, na Estrada Real de Santa Cruz, a onze milhas da colina, próxima ao
cruzamento das estradas de Campo Grande e Jacarepaguá, construíram em 1822, o Forte de
Nossa Senhora da Glória, armado com nove canhões e auxiliado por outros fixados nas
montanhas fronteiras. Posição estratégica de valor por estar entre um contraforte da serra do
Andaraí e as montanhas de Irajá em uma espécie de desfiladeiro, dominando as suas estradas e
servindo de guarda avançada. Tanto o forte como as baterias auxiliares, foram desativadas em
1831.
A ação foi derivada a exemplo que sucedeu com Charles Duclerc.
Assim que foi proclamada a Independência do Brasil, a notícia de estar sendo preparada
em Lisboa uma esquadra com destino ao Brasil, fez recear um ataque contra o Rio de Janeiro e
tranqüilo, o governo quanto a barra, que era fácil defender com vigor, recordou-se do
desembarque de Charles Duclerc em 1710 em Guaratiba, ponto que tinha maior importância na
época, por ter em suas proximidades a fazenda de Santa Cruz, onde, às vezes residia no
Imperador e a esta lembrança, aconselhado a fortificação dos pontos de comunicação entre a
Corte e o litoral do sul. Foram então efetuadas várias obras de defesa nas praias, estendendo-se
de Copacabana a Ilha de São Sebastião, na costa de São Paulo bem como nas estradas do
interior, sendo a principal destas o forte de Nossa Senhora da Glória do Campinho, em excelente
posição, no chamado desfiladeiro de Irajá, dominando, com o auxílio de baterias nas montanhas
fronteiras a estrada da Pavuna e a junção de Santa Cruz e de Jacarepaguá, caminho direto de
Guaratiba.
Dados autênticos que, segundo o Major Timóteo, foram publicados na revista do Instituto
Histórico, de autoria do Ten. C.el Augusto de Souza.
Do acima exposto, ratifica-se a importância dos canhões e do porquê de tê-los
encontrados pelo menos dois destes no bairro de Irajá, em 1970, quando da construção da Usina
de Reciclagem.
Observação:
Com a criação da Fábrica de Cartuchos do Realengo para o local onde
existira o forte e fora também Laboratório Pirotécnico Militar, foi levado o
quartel do antigo 5º Regimento de Artilharia de Campanha, vulgo 5º de
Gandola. Reorganizando-se o Exército em 1908, esse quartel passou a
servir ao 20º Grupo de Artilharia de Montanha. Mais tarde, nas áreas
anteriormente ocupadas, surgiram grande quantidade de moradias e
propriedades agrícolas.
Vocabulário
1. Gandola – Peça de vestuário militar, que substitui o capote.
Fontes Consultadas:
* Rio Ilustrado, 1937.
* Páginas Amarelas 1988/89.
* Dicionário Prático Illustrado Jayme de Séguier - 1931 - 3a. edição - Porto.
* Enciclopédia Brasileira Mérito – vol. 9 – 1967.
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MEU IRAJÁ
AGOSTINHO RODRIGUES
* Foto de um dos canhões do Forte de Nossa Senhora da Glória, do
Campinho, desativado em posição de ornamentação, gentilmente
fornecido pelo Major Timóteo ao Rio Illustrado - 1937.
DIRETORIA DE ENGENHARIA DA SECRETARIA DE VIAÇÃO E OBRAS PÚBLICAS DA
PREFEITURA - 7a. DIVISÃO DE VIAÇÃO.
Atendendo o grande desenvolvimento de Irajá, Pavuna e Madureira, a Diretoria de
Engenharia da Secretaria de Viação e Obras Públicas da Prefeitura, criou em 1935 uma divisão 7a. Divisão de Viação, que consistia na execução de trabalhos relativos a melhoramentos dos
distritos supra mencionados. Era bem grande a área abrangida que compreendia núcleos de
população correspondentes as seguintes estações:
- Na Central do Brasil - Linha Centro: estações de Madureira, Osvaldo Cruz e Bento
Ribeiro.
- Linha Auxiliar: estações de Cavalcante, Engenheiro Leal, Magno, Turiassú, Rocha
Miranda e Honório Gurgel.
- Leopoldina Railway: estações de Brás de Pina, Cordovil, Vigário Geral, Parada de
Lucas.
- Estrada de Ferro Rio D’ Ouro: estações de Vicente de Carvalho, Irajá, Colégio,
Coelho Neto, Acari e Pavuna.
7a. Divisão de Viação tinha seus escritórios instalados à Estrada Marechal Rangel nº 895,
hoje, Av. Edgar Romero, possuindo também um outro depósito de materiais na Estrada
Monsenhor Félix, hoje, Avenida, junto ao nº 510, local em que ficavam instalados os
compressores, britadores, guindastes, etc., que permitiam a exploração da Pedreira.
Além do pessoal técnico e administrativo, a 7a. Divisão possuía o operariado, que eram
distribuídos por turmas e classes.
A 7a. Divisão de Viação tinha a seu cargo os serviços de execução dos calçamentos e
macadame [ sistema de empedramento de estradas de rodagem ou ruas com pedra britada]
betuminoso, a paralelepípedo, a macadame simples, etc.; conservação dos calçamentos da
Avenida Automóvel Clube, a macadame betuminoso e a macadame simples e o trecho da Estrada
Rio - Petrópolis, hoje, Avenida Automóvel Clube, a macadame betuminoso da estrada Brás de
Pina, na divisa com o Estado do Rio de Janeiro; preparo das caixas das ruas e estradas em terra,
compreendendo terraplanagem, esgotamento das águas pluviais por meio de valetas laterais, o
emsaibramento da superfície de rolamento, e, às vezes, assentamento de meio-fio retos e curvos,
construções de sarjetas; construção de pontes, pontilhões e muros de arrimo; finalização dos
trabalhos executados nas vias públicas por empresas privadas, companhias, etc.
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MEU IRAJÁ
AGOSTINHO RODRIGUES
Vocabulário
1. Betume: substância natural escura, pegajosa e inflamável, constituída por
hidrocarbonatos naturais.
2. Terraplanagem: ato ou efeito de encher de terra.
3. Águas pluviais: águas proveniente das chuvas.
4. Valetas: pequenas valas para escoamento de águas a beira de ruas
5. Emsaibramento: cobrir de barro.
6. Meio-fio: fieira de pedras que remata a calçada da rua. Hoje já existe os
meios-fios pré - moldados.
7. Sarjetas: o mesmo que valetas; escoadouro.
8. Pontilhões: o mesmo que pontículo. Forma diminutiva de ponte. Ponte
pequena.
9. Murro de arrimo: muros de proteção e de encosta.
10. Logradouro: o que é ou pode ser fluído por alguém. Passeio público.
Concluindo, verifica-se que a pedreira pertenceu a Prefeitura e que para dar melhor
assistência ao desenvolvimento do bairro de Irajá e circunvizinhos, a Diretoria de Engenharia da
Secretaria de Viação de Obras Públicas, criou a 7a. Divisão de Viação, instalando-a no bairro de
Vaz Lobo.
Com a extinção da pedreira, salvo melhor interpretação, a Divisão transferiu-se
definitivamente para este local, aproximadamente na década de 40 para 50, hoje, XIV Região
Administrativa de Irajá, que passou a funcionar a partir da década de 60.
Fonte Consultada:
* Rio Ilustrado 1935.
* Dicionário Contemporâneo de Língua Portuguesa Caudas Aulete - editora Delta S/A - 1964.
* Sr. Delcy de Queiroz [+].
* Análises e conclusões.
Foto da Sede da 7a. Divisão de Viação, criada
em 1935, localizada na época no bairro de Vaz
Lobo o cortesia da Sra. Norma Z. Pereira
ZONAS ELEITORAIS NO BAIRRO DE IRAJÁ
Na Região Administrativa de Irajá também funciona Zonas Eleitorais. A princípio era tão
somente a 22º Zona eleitoral. Com o crescente números de eleitores, hoje são quatro as Zonais
Eleitorais à saber: 22a. - 176a. - 177a. - 190a. Zona Eleitoral.
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MEU IRAJÁ
AGOSTINHO RODRIGUES
DEPOIMENTO CRÔNICA
ASSIS MEMÓRIA
[Rio Ilustrado – 1937]
Assis Memória, no seu depoimento - crônica sobre o bairro de Irajá, publicado no Rio
Ilustrado - 1937, defendeu, cercado de esperanças, a certeza do processo evolutivo do bairro,
enfatizando com momentos de elevado espírito poético e literário.
Escreveu o autor: "IRAJÁ, O DECANO DOS SUBÚRBIOS. O Méier é a capital dos nossos
subúrbios, a metrópole do nosso sertão carioca. Jacarepaguá é a Petrópolis da cidade
maravilhosa. Ninguém, entretanto, nega a Irajá o direito, adquirido por justiça de patriarca dos
nossos arredores. É incontestavelmente, o decano venerado dos nossos bairros mais afastados.
Chegando-se aquela remota localidade carioca, após uma caminhada tão longa quanto agreste,
têm-se para logo a impressão de uma terra localizada, não no elegante perímetro de uma cidade
com o privilégio raro de maravilhosa, mas em prolongamento do nordeste, ou em um rincão
afastado da rebarbativa região setentrional do Brasil. Castro Menezes, o saudoso Castrucio, o
talento célebre pelo prestígio das sínteses lapidares, das definições ajustadas - costumava dizer,
por entre o fumo, em espirar, de uma, "cigarrete" elegante, que a civilização destes Brasis
famosos era toda de fachada. Puro progresso de frontispício! E ajuntava sarcástica: "Entre o
"Ponto Chic" e a rua do Ouvidor, está a nossa civilização. Daí por diante, meninos, começa o
Estado de Mato Grosso". Há, no asserto, eu reconheço, muito de "blague". Dessa proverbial e
esfuziante "blague", em que era mestre jubilado o criador célebre de "Quadros de Guerra". Mas,
confessamos, sinceros, aquela tirada humorística do Castrucio, não estava muito longe da
verdade. Vejamos, por exemplo, Irajá, a antiga. Não digo decrépita, porque ali está se
processando, agora, um surto promissor de progresso e de vida. Sente-se, porém, que foi longa a
estagnação em que se imobilizou bairro tão aprazível, recanto tão interessante. Decididamente,
num largo espaço de tempo, os poderes públicos deixaram ao abandono a velha localidade, sem
o menor respeito as suas cãs, sem a mais insignificante consideração as suas crônicas
memoráveis. Sim, porque, além dos seus três séculos e pico, de existência, Irajá possui também a
sua história; conta, também, a sua legenda suave. E é pena que a estreiteza de uma crônica
deste gênero não possa reconstituir, aqui, essa história e reviver essa legenda. O objetivo do
cronista, nesse momento, é, apenas, revelar ao carioca "smart" do "Ouvidor" e da "Avenida" esta
nova algo sensacional: Irajá existe e, o que é mais espantoso ainda, Irajá prospera. Aquela Matriz
de trezentos e tantos anos, respirando, em suas naves silenciosas, o aroma dos séculos, o
perfume raro da antigüidade, vai revestir-se de "toalete" nova. Aqueles famosos e pachorrentos
bondes, de burrinhos cansados, de pilecas, de garupas fumegantes, passaram para o museu de
velharias. Agora, os "elétricos" e os "ônibus" rápidos vieram matar os pré-históricos veículos.
Aquelas casinhas de sapê, morros acima, os vales abaixo, deram lugar a lindas vivendas
modernas e confortáveis. Enfim, com licença do chavão bolorento, Irajá civiliza-se. Ainda há
pouco, celebrando uma efeméride religiosa, mui grata aquela terra, encontrava-se ali,
precisamente na residência do pároco - o culto e sino artística, que é o Padre Freitas - um grupo
seleto de músicos notáveis, de políticos influentes e de altos expoentes do nosso escol social. O
único anônimo era eu. Uma festa de Religião e uma festa de Arte é o que aquilo foi. E a
impressão dominante naquele elevado, foi esta Irajá, a antiga, retomará o seu posto de esplendor,
que o passado lhe conferiu. E será, não só o decano dos nossos subúrbios mas a pérola do alto e
lindo sertão carioca".
Vocabulário
1. Decano: o membro mais antigo de uma classe ou corporação.
2. Patriarca: chefe de família entre os povos mais antigo.
3. Agreste: relativo ao campo[agro], silvestre, rústico, áspero,, indelicado.
4. Cãs: cabelos brancos
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AGOSTINHO RODRIGUES
5. Smart: palavra inglesa que significa esperto, ladino, sabido, vivo, ativo,
hábil, engenhoso, entre outros
6. Blague: brincadeira irônica, troça.
7. Decrépita: velha caduca, gasta, fraca, arruinada.
8. Pachorrento: vagaroso, lento.
9. Pilecas - cavalgaduras ordinárias e escanzeladas [magras, delibitadas,
fracas, doentes].
10. Chavão: molde, forma, modelo, lugar - comum.
11. Bolorento: velho decadente, mofo.
PARTICULARIDADE:
O ilustre Mestre assim definiu: PONTO CHIC era um bar tradicional da época e que ficava
na rua Bittencourt Silva [Centro]. Quanto ao autor da crônica, Assis Memória, ele foi padre,
jornalista e escritor. Cearense, exerceu o sacerdócio no Maranhão e no Rio de Janeiro. Ingressou
na Academia Carioca de Letras, recepcionado por mim, por volta de 1930. Foi colaborador
assíduo do Jornal do Brasil e autor do livro "Memória de uma cura". Faleceu por volta da década
de 50. Quanto a Castro Menezes, [Álvaro de Sá de Castro Menezes], ele foi escritor, simbolista,
jornalista e magistrado. Exerceu as funções de secretário do Jornal do Comércio e de editor da
Revista Rosa Cruz. Publicou em jornal o meu primeiro soneto intitulado "A caveira. Nasceu em
1883 [Estado do Rio] e faleceu em 1920.
Apesar de cego, das duas vistas, o professor e jornalista Modesto Dias de Abreu e Silva,
prestou em julho de 1993, as informações supra, dentro de um espírito de memória formidável e
lucidez plena.
Modesto de Abreu, além de jornalista e professor, foi o fundador da Academia de Letras do
Estado do Rio de Janeiro [ACLERJ], e da Academia Brasileira de Jornalismo [ABJ], do qual foi
Presidente até o seu falecimento. Foi também Presidente de Honra, hoje, "In memoriam", da
Academia Irajaense de Letras e Artes [AILA]. Modesto de Abreu, nasceu em 15 de junho de 1901
e faleceu em 02 de julho de 1996, aos 95 anos de idade.
" O decano dos Subúrbios"- Assis Memória."
[Modesto de Abreu]
DADOS EVOLUTIVOS
As construções das estradas de Quitungo, hoje, denominada Padre Rose e Monsenhor
Félix, hoje, avenida, que tiveram as suas obras iniciadas em 1897, foram fatores representativos e
decisivos para o início do progresso do bairro de Irajá. Na década de 10, a região começou a
respirar a contínua transformação de forma mais concreta com a presença de pequenos núcleos
populacionais que se formaram em torno da atual avenida Monsenhor Félix; da atual avenida
Automóvel Clube e da vigente estrada do Barro Vermelho, que ligava a antiga estação do Sapê,
hoje, Rocha Miranda.
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MEU IRAJÁ
AGOSTINHO RODRIGUES
Na década de 20, cresceu mais ainda com o início dos loteamentos e vendas de terrenos
[1924/1928].
Na década de 30, manteve estável com preocupação maior voltada para a periferia da
avenida Monsenhor Félix até o Largo da Freguesia de Irajá.
Na década de 40, permaneceu dentro do mesmo programa com poucas transformações.
Na década de 50, houve acentuada melhora, principalmente para as principais vias de
acesso ao bairro.
Na década de 60, foi um ano de expansão, com destaque para a área industrial.
Na década de 70, contínuo desenvolvimento a longo e médio prazo.
Finalmente, da década de 80 a 90, apresentou um crescimento vertiginoso, tanto no
aspecto social, comercial, industrial, cultural e urbanístico.
Irajá, atualmente, é um dos bairros do município que possui maior número de conjuntos
habitacionais, entre os quais, Conde de Irajá - inaugurado em 1968 [ também nome de uma rua na
Cidade Paulista Farinha/Pe. – Bairro A. Lundgren, Anibal Porto, Amâncio Bezerra, Cruzeiro do
Sul, Novo Irajá I – localizado na Av. Brasil, Solar – construído em 1983.
Desde sua formação, Irajá sempre teve representantes na Casa Legislativa, Estadual e
Municipal.
Hoje, estima-se uma população de 53.360 [feminino] e 45.772 [masculino], numa área de
7,46 km2.
FONTES CONSULTADAS
* Seção de Coleta, Dados e Informações da XIVa. Região Administrativa de Irajá – 1992
* Biblioteca Popular de Irajá, João do Rio.
* Rio Illustrado – 1937 – cortesia da Sra. Norma Zangrando Pereira.
* Livro "Freguesias do Rio Antigo"-1965 – autor Noronha Santos.
* Dicionário Prático Ilustrado de Jayme de Séguier [3a. edição revisada – Porto – 1931],
Livraria Chardron Lello Limitada.
* Enciclopédia e Dicionário Internacional – Volume XVIII – W.M. Jackson, INC Editores.
* Enciclopédia Brasileira Mérito – Volume 11 - 1967
* Enciclopédia Delta Universal, Volume 13, Editora Delta S?A – RJ – 1991.
* Pequena Enciclopédia de Moral e Civismo – Pe. Fernando Bastos de Ávila, S.J. –
2a.edição – FENAME – 1972.
* Dicionário Escolar da Língua Portuguesa – 11a. edição – MEC.
* Dicionário Contemporâneo da Língua Portuguesa – Caldas Aulete – Editora Delta – 5a.
edição – 1964.
* Páginas Amarelas [1988/89 e 1989/90].
* Memórias do professor e jornalista Modesto de Abreu – 1993.
* Folder IRAJÁ – Departamento Geral do Patrimônio Cultural – Secretaria Municipal de
Cultura – 20
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AGOSTINHO RODRIGUES
03
IGREJA
PARÓQUIA DE NOSSA SENHORA DA APRESENTAÇÃO DE IRAJÁ
Foto Cortesia do Sr. João
Alves Martins, quando da
passagem dos trezentos e
cinqüenta anos de existência
da Matriz [ 1644/1994]
Imagem de Nossa Senhora
da Apresentação de Irajá
que se venera no histórico
Templo colonial.
"Parte da roseira das belas rosas criadas por Deus"
Agostinho Rodrigues
INSTITUIÇÃO DA PARÓQUIA
Após 113 anos do descobrimento do Brasil e ainda sob a regência de Portugal o bairro de
Irajá teve origem nas sesmarias, doadas pela Coroa Portuguesa aos primeiros colonizadores da
terra, transformada mais tarde em fazendas. Os primeiros proprietários das terras foram: Antonio
Martins Loureiro, fundador da Igreja da Candelária que em 02 de abril de 1613, recebeu grande
extensão de terras e Gaspar da Costa, cujo filho, em 30 de dezembro de 1664, instituiu a
Paróquia de Nossa Senhora da Apresentação de Irajá e foi também o seu primeiro vigário. A
Matriz foi confirmada por Alvará de D. João IV em 10 de fevereiro de 1647. A Matriz de Nossa
Senhora da Apresentação de Irajá como Paróquia é a segunda mais antiga da municipalidade. Na
concepção histórico social eclasiástico, a Igreja foi a princípio uma Capela erguida em 1613,
muitos anos depois Matriz e finalmente a partir de 30 de dezembro de 1644, como Paróquia.
INVOCAÇÃO
A escritora Nilza Botelho Megale, no seu livro intitulado "Cento e Sete Invocações da
Virgem Maria no Brasil", publicado pela Editora Vozes, Petrópolis, 1980, página nº 40, afirma que
no Brasil, a primeira Paróquia dedicada a esta invocação, foi a de Natal, no Rio Grande do Norte,
fundada em 1599.
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MEU IRAJÁ
AGOSTINHO RODRIGUES
A cidade de Porto Calvo, em Alagoas, campo de diversas batalhas entre brasileiros e
tropas invasoras durante a guerra holandesa, tem também como padroeira a Nossa Senhora da
Apresentação.
Portanto, a Paróquia de Nossa Senhora da Apresentação de Irajá em invocação é a única
no Rio de Janeiro e uma das mais antigas do Brasil.
Resumindo: a Paróquia é a segunda mais antiga da municipalidade e com a invocação de
Nossa Senhora da Apresentação é uma das mais antiga do Brasil e a única no Rio de Janeiro.
EXISTÊNCIA
Padre Antonio de Freitas, em entrevista
ao Rio Illustrado – 1937, destaca o tempo de
existência da Igreja como uma das mais antiga
do Brasil, considerando mais velha do que ela
apenas algumas Igrejas da Bahia que, segundo
o pároco, "Célula mater da nacionalidade
brasileira" e uma ou duas no Maranhão, tendo
em vista a data de 1613, até hoje gravada em
pedra no frontispício da Igreja.
CONSTRUÇÃO DA IGREJA
Segundo o Padre Antonio Freitas, em entrevista ao Rio Illustrado – 1937, explica que a
Igreja foi construída com paredes toda de pedra com 80 centímetros de espessura, altura de 7
metros, largura de 10 metros, comprimento de 400 metros e finalmente com um custo de 10
contos de réis. Subsídios concretos que poderiam servir de base na avaliação dos grandes
recursos fazendeiros e de sua densa população daquela época.
Porém, existem pontos divergentes relativo a governo e valor. Em outra reportagem do
mesmo Rio Illustrado – 1937, sob o título "A Matriz de Irajá - de D. Manoel de Monte Rodrigues de
Araújo ao Padre Januário", relata que segundo documentos existentes na Torre de Tombo
Portugal, a construção do templo ficou, ao governo e não diretamente aos recursos dos
fazendeiros, por 11 contos de réis, alicerçado sobre a base de granito de acordo com a
arquitetura.
D. Manoel de Monte Rodrigues de Araújo, virtuoso prelado, foi Bispo do Rio de Janeiro e
pregador da Capela Real, falecido em 1863.
Em 12 de novembro de 1943, o pároco Antonio de Freitas,
ministrou entre tantas outras consagrações, a 1a. Comunhão
dos alunos da Escola Municipal Mato Grosso, do qual o autor da
pesquisa histórica cultural foi aluno e participante da citada
consagração.
Pároco Antônio de Freitas
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MEU IRAJÁ
AGOSTINHO RODRIGUES
MONSENHOR LUIZ PEREIRA MACHADO
CONSIDERAÇÕES
"...muita coisa ainda pode ser recuperada e valorizada. Há
tempo para restaurarmos parte da memória."
[Monsenhor Luiz – 1985].
Foto xerox do Monsenhor Luiz
Pereira Machado, extraído do
Jornal DE Bairro O GLOBO –
1985.
Em entrevista ao Jornal de Bairro "O GLOBO" - edição Madureira de 1985, o Monsenhor
Luiz Pereira Machado, que assumiu a Paróquia em Janeiro de 1957 e faleceu em 21 de Julho de
1986, teceu algumas considerações sobre o aspecto histórico cultural da Paróquia de Nossa
Senhora da Apresentação de Irajá.
Na entrevista ele afirma não ter encontrado dados da construção da antiga capelinha
barroca que lhe foram entregues pela Cúria, quando fez uma pesquisa sobre os monumentos
sacros; mas confirma que ela é superior a 1613 ou dessa época, sendo levada a Paróquia em
1644.
Sobre a capelinha, ele explica que foi construída por um jesuíta, o Padre Gaspar da Costa,
consagrando aos mesmos, os autores de inúmeras e belas Igrejas na sesmaria que receberam do
Governador Estácio de Sá em fins do Século XVI e começo do Século XVII, quase todas
dedicadas a Nossa Senhora, entre elas, as de Conceição, Sapopemba, Rosário, Piedade e
Bonsucesso e poucas continuaram de pé.
Comenta sobre reformas e ampliações como da troca de teto em abóboda de madeira por
cimento, perdendo a simplicidade de barroco; a existência de imagens de quatro séculos como da
Nossa Senhora da Apresentação, das Dores e o Senhor Morto; que sob o altar, estão enterrados
alguns benfeitores da paróquia, entre eles Honório Gurgel, o que deu nome do bairro e era dono
das terras que iam de Rocha Miranda a Pavuna, passando por Honório Gurgel, Irajá e Barros
Filho, já no século XVIII; que Honório Gurgel viveu até a metade do século XIX e que no fim da
vida dividiu a sesmaria, doando uma parte ao Dr. Rocha Miranda, o bairro que hoje tem o seu
nome e outra vendeu a um português que resolveu chamar a área de Pavuna, a fêmea do pavão,
não sabendo do porquê.
No final de sua entrevista ao jornal de bairro O GLOBO [Madureira] – 1985, Monsenhor
Luiz Pereira Machado, entre outros pontos, assegura: "...muita coisa ainda pode ser recuperada e
valorizada. Há tempo para restaurarmos parte da memória."
O Monsenhor Luiz Pereira Machado deve esta satisfeito pois, após a sua passagem do
mundo terreno, muitas coisas foram recuperadas e inúmeros trabalhos foram executados e outros
tantos em plena execução, tais como: exposição de fotos, pesquisas culturais e sociais por órgãos
governamentais e não governamentais, professores, estudantes, comunidade Irajaense e bairros
circunvizinhos.
Vocabulário:
1. Barroco: estilo arquitetônico do século XVI. Predomina os adornos, enfeites, figuras.
2. Abóboda: cobertura encurvada.
3. Cúria: Tribunal Eclesiástico dos Bispados.
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MEU IRAJÁ
AGOSTINHO RODRIGUES
EDUCAÇÃO RELIGIOSA E CULTURAL
A Paróquia de Nossa Senhora da Apresentação de Irajá, através do Monsenhor Luiz
Pereira Machado, evoluiu com grande magnitude no aspecto da educação religiosa e cultural da
região. Fundou em l957 o Externado Santa Philomena que faz parte da Ação Social da Paróquia.
Vai do CA a 4a. série.
INSTITUTO JESUS EUCARÍSTICO
Localizado na Praça Nossa Senhora da Apresentação de Irajá, também teve participação
direta do Monsenhor Luiz Pereira Machado na sua instituição, segundo esclarecimentos da Irmã
Superiora Geral Floriana Occhionero.
Estando a comunidade Irajaense muito carente para o apostolado, o Monsenhor Luiz
Pereira Machado, em setembro de 1959, convidou a Congregação Italiana para colaborarem na
evangelização da região. Começaram a atuar na Igreja estabelecendo-se efetivamente a partir de
1960, em área próxima a Paróquia para fins educacionais, permanecendo até hoje.
A primeira Irmã Superiora que dirigiu o Instituto foi a Madre Gabriela Schilardi. Após a Irmã
Superiora Geral Floriana Occhionero, sucederam-na: Madre Superiora Edna Terezinha [1955] e
Madre Superiora Edna Corrêa Soares, atual Irmã Superiora Geral do Instituto. O Instituto Jesus
Eucarístico começou como Escola Maternal e hoje inclui o Jardim de Infância até a 8a. série.
PADRE JANUÁRIO TOLOMEY
Foi Vigário da Paróquia de Nossa Senhora da
Apresentação de Irajá durante 29 anos [ 1903/1932]. Nasceu em
1865 e faleceu em 1932.
A foto foi cedida ao Rio Illustrado, na época, pelo Sr.
Antonio Queiroz Jr.
Foto xerox – Rio Illustrado – 1937
CONDE DE IRAJÁ
D. Manoel de Monte Rodrigues de Araújo [Conde de
Irajá], sábio e criterioso prelado, nasceu em Pernambuco em 17
de março de 1796, conforme registra os apontamentos "Galeria
Nacional"- Vultos proeminentes da História Brasileira"- editado
pelo Jornal do Brasil – RJ – 1931 e no Dicionário Prático
Illustrado, Jayme de Séguier – 1931 – 3a. edição – Porto [O Rio
Illustrado – 1937, data ano de nascimento em 1798]. Filho de
João Rodrigues de Araújo e D. Catarina Ferreira de Araújo.
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MEU IRAJÁ
AGOSTINHO RODRIGUES
Como presbítero secular, ocupou a cadeira de Teologia durante 17 anos, no seminário de
Olinda. Em 1837 foi eleito Deputado Geral pela sua província e Bispo do Rio de Janeiro em 1839.
Como Bispo do Rio de Janeiro, sagrou e coroou D. Pedro II e deu benção nupcial a D. Pedro II e
D. Tereza Cristina e batizou os filhos desses soberanos. Foi, na frase de Raposo de Almeida
"uma tríplice glória para a Igreja para o Brasil e para as Letras".
Foi prelado assistente do Pólio Pontifício, Capelão - mor e do Conselho do Imperador.
Membro da Academia de Ciências e Artes de Roma, da Sociedade dos Antiquários do Norte, do
Instituto Histórico do Rio de Janeiro e da Bahia e dignitário de diversas ordens.
Escreveu um Compêndio de Teologia Moral, Elementos de Direito Eclesiástico e diversas
cartas pastorais e mandamentos.
Conde de Irajá faleceu no Rio de Janeiro a 11 de junho de 1863, dia e mês que mais tarde
seria considerado "Dia do Marinheiro", em homenagem ao Marinheiro Marcílio Dias que morreu
bravamente envolto pela Bandeira Nacional, na Batalha Naval do Riachuelo, em 11 de junho de
1865, dois anos após à morte do Conde de Irajá.
Conde de Irajá foi juiz e grande benfeitor de Irajá. Todos o estimavam, inclusive os próprios
escravos da Fazenda Irajá. A ele eram rendidas homenagens e obediência por ser merecedor
[depoimento de Otacilio Jacinto de Oliveira ao Rio Ilustrado – 1937, aos 67 anos de idade].
Fundou o Colégio da Imaculada Conceição , pertencente a Associação de São Vicente de
Paula em 19 de junho de 1854. Foi o nono Bispo do Rio de Janeiro.
D. Manoel de Monte Rodrigues de Araújo, [Conde de Irajá], é o patrono da Academia
Irajaense de Letras e Artes [AILA], fundada em 19 de junho de 1993.
CARDEAL ARCOVERDE
[1850/1930]
Joaquim Arcoverde Cavalcanti de Albuquerque, nasceu
em Cimbres, município de Pesqueira, Estado de Pernambuco, a
17 de Janeiro de 1850, ano que entrou em vigor o Código
Comercial Brasileiro e o início da navegação a vapor nos rios
amazônicos.
Após concluir seus estudos básicos no Brasil, partiu para Roma em 1806. Ali concluiu o
curso de Ciências no Colégio Pio Latino Americano e o de Filosofia, na Universidade Gregoriana.
Foi ordenado sacerdote em 1874. Seguiu para Paris onde permaneceu dois anos. Em 1876
retornou ao Brasil, lecionando francês no Ginásio Pernambucano de Recife e Filosofia e filosofia
no Seminário de Olinda, do qual foi também reitor num curto espaço de duração. Com 28 anos de
idade, exerceu as funções de Pároco de Boa Vista e de São Frei Pedro Gonçalves em Recife e de
Cimbres, sua terra natal, durante os anos de 1878 a 1879. Em 1884, o Papa Leão XIII {Joaquim
Pecci], nascido em Carpinetto [Itália], em 1810, Papa de espírito tolerante e de grande
envergadura, durante sua gestão [1878 a 1901], nomeou-o prelado doméstico. Apresentado para
Bispo Coadjutor do Arcebispo da Bahia, não aceitou o cargo. Em 1890, foi eleito Bispo de Goiás,
em Roma, renunciando porém no dia seguinte ao de sua consagração.
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MEU IRAJÁ
AGOSTINHO RODRIGUES
Regressando ao Brasil, passou a residir em Itu, no Estado de São Paulo, saindo ao ser
eleito Bispo Titular de Argos e nomeado Coadjutor com futura sucessão de D. Lino de Carvalho.
Por morte deste, ocorrida em 1894, tornou-se Bispo Diocesano de São Paulo.
Em 1897, com 47 anos de idade, foi promovido a Arcebispo Metropolitano do Rio de
Janeiro.
Em 1905, aos 54 anos de idade, um ano após visitar a Paróquia de Nossa Senhora da
Apresentação de Irajá , o Papa Pio X [nasceu em Riese em 1835 e faleceu em 1914 e Papa
desde 1903], resolveu outorgar a um prelado brasileiro a dignidade cardinalícia. Seria este o
primeiro Cardeal da América Latina. A escolha caiu sobre D. Joaquim Arcoverde que foi então
chamado a Roma, partindo em novembro do mesmo ano, elevado a Cardeal no dia 11 e
consagrado no dia 14 de dezembro de 1905, regressando ao Rio de Janeiro em abril de 1906,
sendo recebido com manifestações de regozijo.
Efetuou nova viagem a Roma, no ano de 1613 aos 63 anos de idade.
Publicou grande número de cartas pastorais, tendo também escrito "Síntese de Filosofia" e
"Federação Católica".
Por ocasião de sua morte aos 80 anos de idade, ainda era o único Cardeal Latino
Americano.
O Cardeal Joaquim Arcoverde, que teve uma significação importante no desenvolvimento
religioso e progressivo da comunidade Irajaense com a sua visita a Paróquia de Nossa Senhora
da Apresentação de Irajá, faleceu no Rio de Janeiro em 18 de abril de 1930.
No trilhar de um futuro pelo funcionamento do Metro em Irajá
[linha 2] , O Jornal O DIA de 02 de março de 1997, expôs
matéria à respeito, trazendo o nome do prelado como "Estação
Praça Cardeal Arcoverde"[ l;inha 1], em Copacabana,
denominação significativa, diante do panegírico supra e já em
funcionamento.
VISITA A IRAJÁ DO CARDEAL ARCOVERDE
[Rio Illustrado – 1937]
"... administrou crismado a mais de 1500 pessoas. O primeiro crismado foi o menino
Djalma, filho
da senhora professora pública D. Francisca Monteiro, e o segundo, o menino Honório de
Moraes e Silva; ambos foi padrinho do Sr. Honório Gurgel."
Filha de Irajá, Ana Ribeiro Braulio, teve como esposo, o Sr. Antonio José Braulio. Seu pai
foi, durante trinta anos, sacristão da Igreja de Nossa Senhora da Apresentação de Irajá, exemplo
seguidos pelo Sr. Antonio e Sra. Ana, que funcionaram num período de 12 anos como viceprovedores da referida Irmandade, auxiliando sempre, todas as obras do Templo.
Assim como a Casa dos Romeiros, um complemento da Igreja, D. Ana Ribeiro Braulio,
aludiu aos entrevistadores do Rio Illustrado – 1937, a visita do Cardeal Arcoverde a Igreja de Irajá,
em 04 de julho de 1904, realizada numa segunda feira, dia de grande festa na Matriz.
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MEU IRAJÁ
AGOSTINHO RODRIGUES
O jornal "A Tribuna" do editor Alcindo Guanabara, político e brilhante jornalista, homem de letras,
brasileiro, nascido no Rio de Janeiro em 1865 e falecido em 1918, membro fundador da Academia
Brasileira de Letras, cadeira nº 19, patronímica de Joaquim Caetano, inseriu na ocasião, uma
notícia detalhada sobre a solenidade em exemplar que tanto o Sr. Antonio José Braulio como D.
Ana Ribeiro Braulio, guardavam com carinho, segundo os entrevistadores.
Transcrição da reportagem "Ipsis Litteris".
"Revestiu-se de especial solenidade a visita do Exmo. Revdmo. Sr. Arcebispo D. Joaquim,
a velha Matriz de Irajá. A decana matriz das freguesias rurais, velho templo sólido, documento da
fé dos nossos antepassados, preparou-me com o melhor de suas gales. Já, desde o dia 26 de
junho, os Revdmos. Padres mestres Francisco e Adriano, tinham missionado o povo da freguesia,
confessando, casando e batizando, e durante o ato foi uma verdadeira romaria a velha Igreja à
procura do pão do espírito, tão fortemente distribuído pelos missionários enviados por S. Excia. o
benemérito Arcebispo. Apesar do tempo cerrado e ameaçador, desde pela manhã de ontem,
começou a fluir a população. Grupos de virgens de alvas e engrinaldadas, crianças de ambos
sexos, lavradores, artistas, reuniram-se nas imediações da matriz a espera do seu diocesano. S.
Ex. partiu da Estação do Caju [estrada de ferro Rio D’ Ouro] as 8 horas da manhã, acompanhado
de seu secretário Revmo. Padre Rocha, de uma comissão da Irmandade de Irajá, composta do
vice-provedor Antonio Augusto Cardoso, do tesoureiro Aires Pinto Revmo, e do irmão de mesa,
provedor jubilado, Lázaro de Almeida e do representante desta folha. Poucos minutos antes das 9
horas, parara o especial em que ia S. Ex. e sua comitiva, na estação de Irajá. Ai foi S. Excia.
recebido por outra comissão da Irmandade, composta dos irmãos Manuel Braga, Antonio Braulio e
José Marques Caseiro, dirigidos pelo Ver. pároco da freguesia, Padre mestre Jacomo Tolomei, e
enorme multidão de fiéis. Em carros, indo na frente a cruz alçada, carregada pelo irmão Braulio,
fizeram S. Excia. e a comitiva o pequeno trajeto da estação ao Campo Matriz. Ai aguardavam o
Sr. Arcebispo a Irmandade do S.S. e N.S. da Apresentação de Irajá, tendo à frente o seu provedor
Honório Gurgel, uma comissão da Irmandade de N.S. da Penha, chefiada pelos irmãos provedor
Passos Macedo e secretário Macedo. Ao chegar à estrada do Campo, a Irmandade incorporada,
recebeu S.Excia debaixo das entusiástica saudações do povo ai reunido `espera do seu
diocesano. Nessa ocasião, o provedor da Irmandade de Irajá ofereceu a S. Ex., em nome da
população e de seus irmãos um belo ramo de flores artificiais, pronunciando as seguintes
palavras:
"Sede bem vindo, senhor, porque nos trazeis a fé que é para as almas o que o sol é
para a natureza! A Irmandade de Irajá não tem para receber - vos gemas preciosas,
pompas que deslumbrem, tem apenas ainda forte e sempre reverdecida a fé de
seus antepassados, tão eloqüentemente provada neste edifício religioso, ereto
desde 1956, e matriz desde 1644. Tem a paz, o amor de Deus, crença firme e
inabalável, que a vossa visita é um dom precioso que o doce e piedoso Jesus dá
aos seus humildes servos desta paupérrima terra. Não achareis aqui riquezas,
achareis corações que vos amam, almas que anelam por vossos conselhos, servos
que comprovam vossos ditames. Nas flores que vos oferece a Irmandade ela
sintetiza a alegria, a aventura de ver honrada pelo seu pastor a sua pobre
choupana que apenas há 50 anos recebeu a visita do saudoso bispo D. Manoel a
quem esta terra ficou legada pelo seu título secular de conde Irajá. Aceitei, senhor,
a esmola humilde, sincera e verdadeira, cheia de abundância de coração. Não é o
ouro republicano é o da viúva, é a esmola do coração, puro, leal, crente. Bem –
vindo sejas, Senhor."
O Sr. Arcebispo respondeu:
"Não desejo encontrar riqueza, pompas, sinto-me satisfeito e alegre por ver que me
recebem os vossos corações e ver em todos vós cheios de alegria e contentamento
a fé, a crença e o amor a Deus."
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MEU IRAJÁ
AGOSTINHO RODRIGUES
Vivas entusiásticos foram levantados a V. Excia. aos sons de duas bandas de música e
aos espoucas de inúmeros foguetes! Organizado o préstito foi sua Excia. reconduzido, de cruz
alçada, debaixo do pálio seguido de mais de mil pessoas do povo, da Irmandade de N.S. Penha,
dos Revmos. Padres Jacomo Tolomei Vigário da Freguesia, Alberto Madeira, Vigário de Inhaúma,
e Ricardo Silva, Capelão da Penha. Antes da consagração fez o Sr. Arcebispo uma prática ao
povo que literalmente enchia a grande nave da matriz. Agradecendo as manifestações de amor
com que havia sido recebido, ao Revmo. pároco a dedicação e o esforço com que cumpre o seu
dever de vigário, as Irmandades de Irajá e Penha o seu comparecimento, Sua Excia. "lhe haviam
tocado o coração de pai amantíssimo", desenvolvendo-a eloqüentemente, estendendo-se e em
belíssimas frases persuasivas sobre os deveres do bom cristão. Ao consagrar, recebeu comunhão
grande número de pessoas que se haviam confessado. Finda a missa, S.Excia. dirigiu-se, ainda
acompanhado da Irmandade, de cruz alçada, a residência do pároco, que ofereceu a S. Excia. um
laudo almoço. Após almoçar, com as mesmas solenidades, voltou S. Excia. a matriz onde
administrou crisma a mais de 1500 pessoas. O primeiro crismado foi o menino Djalma, filho da
senhora professora pública D. Francisca Monteiro, e o segundo, o menino Honório de Moraes e
Silva; de ambos foi padrinho o Sr. Honório Gurgel. Finda a crisma e da a benção o povo dirigiu-se
a beijar o anel de S. Excia. cerimônia que durou cerca de uma hora. As cinco horas retirou-se Sua
Excia., sempre acompanhado pelas Irmandades, e de carro voltou a estação de Irajá, onde tomou
o especial que ai o aguardava. Na ida para a matriz foi S. Excia. em carro oferecido e guiado pelo
Dr. Raul. A Igreja de Irajá, amplo, vasto e majestoso templo, está situada em meia laranja de
declive suave, e circundada por um belo campo. É matriz desde 1644; foi seu primeiro vigário o
Padre Gaspar da Costa. Juntos a Igreja estão situados dois cemitérios: o da irmandade onde
existem jazigos das famílias Rangel de Vasconcelos, Gurgel de Amaral e o municipal. Ao fundo
está instalada a administração do cemitério de Irajá, onde há um necrotério tem ótimas condições
de asseio e de construção. Da visita que fizemos aquela freguesia rural, notamos o espírito
religioso daquele povo. Foi portanto bela, e edificante festa religiosa [ "A Tribuna" de 4 de julho de
1904].
CASA DOS ROMEIROS
"Ruinas da casa onde residiu, durante trinta anos, o saudoso
Vigário de Irajá Padre Tolomey, e, em baixo, a casa dos
romeiros, junto ao templo"- Rio Illustrado – 1937.
Foto xerox Rio Illustrado – 1937, cortesia da Sra. Norma
Zangrando Pereira.
Vocabulário:
1. Préstito: Agrupamento de muitas pessoas em marcha, cortejo, procissão
2. Pálio: Sobrecéu portátil, com varas, que se leva em cortejos e procissões, para cobrir a
pessoa festejada ou o sacerdote que leva a custódia. Manto.
3. Acolitado: acompanhado, ajudar.
4. Anhelan: Respiram com dificuldade – desejam ardentemente.
5. Romeiro: Aquele que faz peregrinação religiosa a Igreja, ermida ou lugar santo.
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MEU IRAJÁ
AGOSTINHO RODRIGUES
IGREJA DE NOSSA SENHORA DA APRESENTAÇÃO DE IRAJÁ
PARTICULARIDADES
REGISTRO DE UM BATISMO [1822]:
Eis o teor do documento:
“ Aos quatorze dias do mês de agosto de mil oitocentos e vinte e dois, nesta
paróquia e Igreja Nossa Senhora da Apresentação de Irajá, batizei solenemente, e
administrei os Santos Óleos a inocente Delfina, parda, nascida aos três de Julho
passado, e filha natural de Luiza Joaquina cabra-forra, e solteira, todos desta
Freguesia, do que para constatar fiz este assento que assinei – Mariano Joaquim
da Fonseca do Amaral, coadjutor. "
Trata-se de um documento que a reportagem do Rio Illustrado – 1937, fez junto a Matriz de
Nossa Senhora da Apresentação de Irajá. Dentre os muitos documentos que sobre o assunto
tiveram, segundo eles, a paciência e a satisfação de examinar, encontraram este registro de
batismo datado de 1822, portanto, cento e quinze anos de existência na época e cento e setenta e
oito anos, no atual ano 2000.
Quanto a expressão "CABRA-FORRA" contida ao registro, significa que Luiza Joaquina
era mestiça, filha de mulato e negra ou vice-versa que além de ser solteira, era escrava livre,
alforriada, salvo melhor interpretação ao contexto.
* Na fachada da igreja é nítida a data de 1613.
* O crucifixo com o pedestal de pedra data de 1910.
* Próximo a Igreja, nos tempos idos, havia um grande chafariz de pedra.
* Foram subordinadas a Paróquia de Nossa Senhora da Apresentação de Irajá: Capela de
Nossa Senhora de Loreto [Jacarepaguá] e Nossa Senhora da Penha {Penha].
* Segundo o pároco Antonio de Freitas em entrevista ao Rio Illustrado – 1937 sobre o
desmembramento de novas Paróquias, até fins do século XIX, conservou a Igreja de
Nossa Senhora da Apresentação de Irajá, seu prestígio de única Matriz dos subúrbios
nascentes sem vantagens para a crescente população e grande prejuízo para a religião,
por ser absolutamente impossível a um sacerdote, atender às necessidades espirituais de
paroquianos, desmembrando-as da antiga Irajá, segundo ele, veio em boa hora.
* A augusta rainha D. Tereza Cristina, esposa de D. Pedro II, doou a Igreja de Nossa
Senhora da Apresentação de Irajá de uma cômoda de três peças para guardar paramentos
e três bancos que pertenciam a Capela Real, segundo o Padre Antonio de Freitas, em
entrevista ao Rio Illustrado – 1937.
* Matriz em 1644, contava com seis altares e o altar - mor, abrigando imagens seculares,
obras de artes sacras de real valor.
* A Igreja de Irajá está localizada num pequeno outeiro, no vale central da antiga Fazenda
Irajá, produtora de açúcar.
* O primeiro sacristão da Igreja – Matriz, segundo Sr. Octacílio de Oliveira, nascido em
Irajá e já contando 67 anos, foi o seu pai, Sr. Jacinto de Oliveira – [entrevista do mesmo,
junto ao Rio Illustrado – 1937].
* Do lado esquerdo de quem adentra na Igreja, existe uma placa que dá conhecimento de
que o Cardeal D. Eugênio de Araújo Salles, Arcebispo do Rio de Janeiro, no dia
05/11/1989, abençoou os novos sinos da Igreja, na vigaria do Padre Jean Kaleta.
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MEU IRAJÁ
AGOSTINHO RODRIGUES
Vocabulário:
1. Alforriado: Que recebeu carta de alforria; liberto.
2. Alforria: Liberdade que o senhor dava ao escravo. O ato autêntico que assegurava a
liberdade.
3. Paramento – vestimenta litúrgica. São bordados ou agaloadas [guarnecido com
galões], com que os sacerdotes celebram cerimônias religiosas.
TOMBAMENTO
Antes Capela, socialmente comprovado até hoje. Fato histórico cultural significativo que a
Igreja secular está vinculada. O templo foi designado como sede da Paróquia e no trilhar de sua
vida, contou com a realização de várias obras de reformas e ampliações, visando melhor
atendimento de outras Igrejas.
Párocos que administraram a Igreja: o filho de Gaspar da Costa, o primeiro vigário; Vigário
João Barcellos Machado [1701/1731]; Vigário Domingos Lourenço da Cruz Penedo, substituído
pelo Padre Ricardo Silva que por provisão especial do Arcebispo D. João Esberard, foi dado
consentimento para binar na Igreja da Penha como Capelão e na Matriz como Vigário: Padre
Januário Tolomey: Monsenhor Leonidas: Padre Antonio Brito Franco; Padre Antonio José de
Freitas; Vigário J. Luiz Garrido; Monsenhor Luiz Pereira Machado de Freitas e Padre Jean Kaleta,
entre outros.
Em 15/10/1994, assumiu o Padre Eduardo Carlos Pereira, até a presente data.
Na gestão do então Exmo. Prefeito Cesar Maia, a Paróquia de Nossa Senhora da
Apresentação de Irajá foi tombada como patrimônio cultural do Rio de Janeiro, pelo Decreto nº
12.654 de 28/01/1994.
PARÓQUIA DE NOSSA SENHORA DO DIVINO AMOR
A Paróquia Nossa Senhora do Divino Amor foi fundada em
1959. Estabelece divisa paroquial com a Paróquia de Nossa
Senhora da Apresentação de Irajá na rua Samim. A Igreja faz
fundos com a rua Tiriba com a frente voltada para a rua Coronel
Vieira nº 812. Teve como Padre fundador o pároco Bernardino
de Senna. Em 1984, quando a Igreja completou 25 anos de
Paróquia e do Apostolado da Oração, o Padre era Zelindo
Saavedra, falecido em março de 1989, assumindo o vigário José
de Arimatéia. O atual vigário é o Padre Rogério Heleno Pereira
Félix – assumiu em 1996.
A Igreja possui um altar - mor abrigando a imagem de Nossa Senhora do Divino Amor e
um altar [lado direito de quem adentra a Igreja], abrigando a imagem de Nossa Senhora de
Fátima.
A Paróquia quando completou 25 anos [1984] e 30 anos [1989] de fundação, foi visitada
pelo Cardeal D. Eugênio de Araújo Salles.
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MEU IRAJÁ
AGOSTINHO RODRIGUES
IGREJA SANTA EFIGÊNIA MENINO JESUS DE PRAGA
IAPC DE IRAJÁ
A Igreja Santa Eugênia Menino Jesus de Praga foi fundada
pelo já falecido pároco Mário Felicio Magaldi em 23 de abril de
1969. Encontra-se localizada na rua Gervásio Ferreira nº 121 –
IAPC de Irajá. Está subordinada a Paróquia de Nossa Senhora
da Apresentação de Irajá. Ampla, de estilo moderno, com
diversas divisões, adentrando na Igreja, visualiza-se o altar –
mor abrigando ao centro, a Cruz de Cristo; ao lado esquerdo a
imagem da Santa Efigênia ; e ao lado direito a imagem do
Menino Jesus de Praga. Em volta do interior da Igreja, contém
várias imagens sacras.
Além do Padre Mário Felício Magaldi, ministraram a Igreja, os seguintes párocos: Padre
Hildalino Magalhães Matias: Padre Antonio Carlos Barcellar e o Padre Walter Jesus Miranda.
O atual ministrador da Igreja e o Padre Domingos de Gusmão.
As atividades religiosas são: a catequese, grupo jovem, pastoral do crisma, apostolado da
oração, movimento familiar, grupo de renovação carismática, Sociedade de São Vicente de Paula
[Vicentinos], entre outros.
Há um importante trabalho de alfabetização para adultos realizado pela Congregação de
São Vicente de Paula da Igreja.
Em 1985 a Igreja de Santa Efigênia Menino Jesus de Praga teve a visita pastoral do Bispo
D. João D’ Avila Moreira Lima e em 1093 do Bispo D. José Carlos de Lima Vaz.
CAPELAS NO BAIRRO IRAJÁ
SÃO JOÃO
Década de 20. Erguida com tijolos no morro que existia nas mediações do ex - cinema
Irajá. Haviam dois acessos para se chegar a Capela: pela Avenida Automóvel Clube e pela rua
Turiana. Com o decorrer do tempo, devido o abandono e sumiço de imagens sacras, a Capela foi
se desfazendo até o seu completo desaparecimento.
SÃO SEBASTIÃO
Década de 20. Segundo Sr. Delcy de Queiroz, [+] em agosto de 1992, existiu um elo
comum entre os moradores de Irajá com os moradores de Braz de Pina que comungavam juntos
as ações religiosas da extinta Capela São Sebastião, com a procissão, em homenagem ao dia do
padroeiro da Cidade do Rio de Janeiro. A Capela ficava no local chamado na época pela
população local, de "Beco da Coruja". A acesso era feito pela rua Gustavo de Andrade.
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MEU IRAJÁ
AGOSTINHO RODRIGUES
CEMITÉRIO DE IRAJÁ
A origem do cemitério da região, adveio de doação ao município
de 3.000 metros quadrados de área pela Igreja de Nossa
Senhora da Apresentação de Irajá.
Segundo o administrador Frederico Guilherme Dizon, em
entrevista ao Rio Illustrado – 1937, os primeiros administradores
do cemitério de Irajá após sua inauguração em 1835, foram Luiz
Machado e Antonio Gonçalves Roma.
Como o cemitério municipal começou a ser construído no início de 1894 mas que, segundo
Noronha Santos, no seu livro "As freguesias do Rio Antigo"- 1965, cita que o cemitério municipal
foi criado em 22 de outubro de 1895, conclui-se que os dois primeiros administradores, Luiz
Medrado e Antonio Gonçalves Roma, administraram o cemitério da Irmandade, o único existente
na época e que a criação do cemitério municipal, ficaram sendo administrado por um único
administrador, sendo no caso, o próprio Antonio Gonçalves Roma. Com o seu falecimento, o
cargo foi ocupado por Frederico Guilherme Dezon, nomeado em 22 de outubro de 1922, na
gestão do prefeito Carlos Sampaio.
Em 1937, além do administrador Frederico Guilherme
Dezon, portanto com 15 anos de gestão, trabalhavam os
auxiliares de administração Manoel Leopoldino Mendes,
designado em 1923, Antonio Joaquim Fernandes e João Batista
Soares Montaury, o mais novo.
O primeiro enterro verificado no cemitério da municipalidade foi do menino Pedro Quintino
de treze anos de idade, recebendo a sua sepultura o número sete, por ser na época considerado
adulto bem como o recém-nascido Manoel com cinco dias de nascido, ocupando a sepultura
número um.
Segundo esclarecimento em 1993 do auxiliar de administração Marcos Sérgio, o cemitério
municipal de Irajá é o único existente na região, estendendo-se até o bairro de Vista Alegre e que
teve no decorrer dos anos, inúmeros administradores, sendo o atual administrador o funcionário
Jorge Oscar Pinto da Silva. Em nova pesquisa realizada em março de 1997, o quadro permanecia
inalterado.
O cemitério de Irajá está localizado na Praça de Nossa Senhora da Apresentação de Irajá,
com administração geral feita pela Santa Casa da Misericórdia do Rio de Janeiro.
Vocabulário:
1. Cemitério: recinto em que se enterram e guardam os mortos, o mesmo que camposanto, carneiro e necrópole.
2. Coveiro: ENTERRADOR DOS MORTOS.
3. Carneira: o mesmo que ossário, jazigo, sepulcro, sepultura, catacumba e necrópole.
"O ciclo da vida é nascer, viver e morrer. Mesmo assim a história continua"
Agostinho Rodrigues
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MEU IRAJÁ
AGOSTINHO RODRIGUES
PARTICULARIDADES
* Nos anos de 1900 a 1919 a urna funerária [caixões], eram conduzidos em carroça de
bois. As pessoas que acompanhavam o enterr, também utilizavam esse tipo de transporte;
outros iam a pé e alguns a cavalo. Só existia coche funerário na cidade e quem do
subúrbio quisesse utilizá-lo, teria que ter posses e ir a cidade para contratar.
* Segundo uma das mais antigas moradoras do bairro de Irajá, Elvira Nascimento, nos
seus 95 anos bem vividos, na década de 30, os velórios eram feitos nas próprias
residências do falecido e as coroas, eram colocadas nas paredes da casa e corredores,
conforme a maior ou menor quantidade. Durante o velório, era costume os parentes do
falecido oferecerem café, bolo, biscoito etc., aos presentes. Era uma forma de agradar e
agradecer pela consideração ao falecido bem como a própria família. Além das carpideiras,
haviam grupos que faziam velório voluntariamente sem sequer conhecer o morto para
usufruir dos comes e bebes, oferecidos pela família do falecido. No transcorrer do velório,
contavam histórias, piadas e proporcionavam brincadeiras como do "gurufim...gurufim",
forma de passar o tempo, até a hora de sair o enterro. O cortejo era todo ele feito a pé até
o cemitério de Irajá.
* Em cortesia toda especial, a ex-Vice-Presidente da AILA [1993/1999] acadêmica Jarnete
Ferreira Soares, esclarece o "gurufim...gurufim": "O gurufim passou por aqui manjando
uma boa tainha, diz um dos participantes. A pessoa ao seu lado diz: - Tainha não manja,
quem manja é a sardinha. A terceira pessoa: - A sardinha não manja, quem manja é o
robalo e assim por diante. Era feito em forma de roda, respeitando o movimento do
ponteiro do relógio e muito rápido. Eram realizadas tantas vezes quantas fossem
necessárias até um dos participantes caísse em erro. Aquele que cometia o erro, recebia
um bolo [palmada na mão], de todos os participantes, recomeçando a brincadeira,
escolhendo outro tipo de tema: flores, frutas, entre outros"- concluiu.
* O luto de sete dias, era uma característica tradicional. As Mulheres vestiam-se de preto
com mangas compridas, algumas inclusive, usavam chapéu com véu preto, além das
luvas, meias e sapatos. Os homens por sua vez, usavam terno preto ou então o fumo
[tarja], na lapela do paletó.
* As missas oficializadas eram do sétimo dia, mês e ano. Dai por diante, de ano em ano,
data de aniversário e de falecimento. Havia também a missa de corpo presente.
* Na década de 40, os enterros passaram a ser acompanhados a pé ou através de carros
próprios ou especiais [alugados] quando da presença do carro coche [carro fúnebre]. O
bonde elétrico, também foi utilizado para as finalidades supras mencionadas.
MENSAGEM
Agostinho Rodrigues [1991]
A HORA
Tristeza para os que ficam,
saudade para os que vão,
preciso crer em Cristo
para obter a salvação.
Todos têm sua hora,
certa sem condição
no céu temos certa
a pureza e compaixão.
Oh! Deus infinito,
perdoa meus pecados,
leva-me contigo
para a eternidade.
Quando chegar a minha hora,
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MEU IRAJÁ
AGOSTINHO RODRIGUES
quero estar preparado
para obter sua benção
e viver no Seu reinado
A folha ou ramo verde é o meu símbolo de paz, amor, amizade, saúde, desempenho, confiança,
fé, carinho, bondade, compreensão entre os homens. Na campa que eu repousar, uma folha
verde deve constar.
FONTES CONSULTADAS:
PARÓQUIA DE NOSSA SENHORA DA APRESENTAÇÃO DE IRAJÁ
* Biblioteca Popular de Irajá João do Rio – 1992.
* Rio Illustrado – 1937 – cortesia da Sra. Norma Zangrando Pereira.
* Seção de Coleta, Dados e Informações da XIVa. RA de Irajá [1992]
* Livro "Freguesias do Rio Antigo" - 1965, de Noronha Santos.
* Livro "Templos Históricos do Rio de Janeiro", de Augusto Maurício.
* Dicionário Prático Illustrado de Jayme de Séguier [ 3a. edição revisada – Porto – 1931],
Livraria Chardron Lello Limitada.
* Dicionário Escolar da Língua Portuguesa – 11a. edição – FENAME – 1976.
* Dicionário Contemporâneo da Língua Portuguesa – Caldas Aulete – Editora Delta S?A –
1964.
* Páginas Amarelas [1988/89] e [1989/90].
* Jornal O DIA de 04/4/94 e 02/3/97.
* Conto e Invocações da Virgem Maria do Brasil", de Nilza Botelho Magale – Editora Vozes
– Petrópolis – 1980.
* Memórias do Sr. Antonio Louzada [1992]
* Memórias do Sr. Delcy de Queiroz [1992]
* Memórias do Sr. Álvaro de Andrade e Silva [1992]
* Memórias da Sra. Zilda Martins [1993]
* Memórias da Sra. Elvira Nascimento [1992]
* Memórias da Sra. Isaura Bonfim Nascimento [1992]
* Memórias do autor.
* Padre Jean Kaleta [1992]
* Padre Eduardo Carlos Pereira [1997].
INSTITUTO JESUS EUCARÍSTICO
* Memórias da Irmã, Madre Superiora Florinda Occhionero [1995]
* Memórias da Irmã Serafim [1995]
* Memórias do Professor Pires [ descendente da familia Brauilio {1995]
* Irmã Madre Superiora, Edna Corrêa Soares [1997].
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AGOSTINHO RODRIGUES
PARÓQUIA NOSSA SENHORA DO DIVINO AMOR
* Memórias do Sr. Lauro Carvalho Guzela, Ministro de Eucaristia – Coordenador Pastoral
da Família [1993]
* Padre Rogério Heleno Pereira Félix [1997]
* Memórias do autor.
IGREJA SANTA EFIGÊNIA MENINO JESUS DE PRAGA
* Memórias da Sra. Maria Aparecida [1997]
CAPELAS
* Memórias do Sr. Delcy de Queiroz [1992]
* Memórias do Sr. Dario de Queiroz [1992]
* Memórias do Sr. Hugo Salomão [1992]
* Memórias de Norma Zangrando Pereira [1992]
* Memórias do Sr. Álvaro de Andrade Pereira e Silva [1992]
* Memórias do autor.
CEMÍTÉRIO
* Rio Illustrado – 1937 – cortesia da Sra. Norma Zangrando Pereira
* Biblioteca Popular de Irajá, João do Rio [1992]
* Livro "Freguesias do Rio Antigo", de Noronha Santos – 1965.
* Revista Boletim do IAC nº 18, outubro de 1985.
* Dicionário Popular da Língua Portuguesa – FENAME – 1976.
* Memórias da Sra. Elvira do Nascimento [1992]
* Memórias da Sra. Palmira de Queiroz [1992]
* Memórias da Sra, Norma Zangrando Pereira [1992]
* Memórias da Sra. Jarnete Ferreira Soares – Participação especial - [1992]
* Memórias do Sr. Delcy de Queiroz [1992]
* Memórias do Sr. Dario Queiroz [1992]
* Memórias da Sr. Álvaro de Andrade e Silva [1992]
* Memórias do Sr. Marcos Sérgio [1993]
* Memórias do Autor
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04
AGOSTINHO RODRIGUES
FAMÍLIA
FAMÍLIAS TRADICIONAIS
Em 1920 as famílias tradicionais na Freguesia de Irajá foram os Gamas, os Bral, os
Campos e os Borges.
O Rio Ilustrado de 1937 nos dá uma
riqueza de informações a respeito principalmente
a entrevista junto ao Sr. Antonio José Braulio,
patriarca da família.
Antonio José Braulio residiu na estrada da
Água Grande, um pouco além da Igreja de Nossa
Senhora da Apresentação de Irajá. Pela pesquisa
histórica, foi uma das singulares e expressivas
figuras da história de Irajá.
Como se vê, era só tomar o bonde Irajá e saltar em frente a paróquia, na época matriz, andar
alguns metros e pronto, sua casa despontava. Uma vivenda típica do campo.
Homem alegre e bem disposto, sempre ostentando sua indumentária de fazendeiro,
Antonio José Braulio, orgulhava-se de ser casado e fazia questão de sempre que possível,
apresentar sua esposa, dona Ana Ribeiro Braulio.
Segundo as pesquisas, Sr. Antonio José Braulio, era natural de Vila Pouca de Aguiar, em
Traz os Montes – Portugal. Veio para o Rio de Janeiro em 26 de janeiro de 1888 e até 1937, ainda
era vivo, proporcionando a entrevista.
Seu primeiro emprego nesta cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro, padroeiro, foi na
Santa Casa, localizada no bairro de Cascadura, onde se transferiu para Irajá, dedicando-se
inteiramente à lavoura. Sua senhora, dona Ana Ribeiro Braulio, era filha de Irajá.
Dos 14 filhos do casal, quatro [1937], já eram falecidos, os demais eram: Maria Tereza,
João Francisco, Cecilia, José, Emilia, Manoel, Antonio José, Domingos, Ana e Teresa. Todos,
segundo a pesquisa, demonstraram serem continuadores da obra de seu pai, vivendo, como
viviam, a mesma vida simples e em plena harmonia.
A propriedade do Sr. Braulio, limitava-se com os
terrenos do Sr. Cincinato Braga, residente em Irajá,
figura de evidência na política na década de 20,
tanto que era visitado, segundo pesquisa no Rio
Ilustrado-1937, cortesia da Sra. Norma Zangrando
Pereira, pelo Exmo. Presidente da República, Dr.
Washington Luiz Pereira de Souza [ Washington
Luiz], sempre o visitando na sua vivenda; e sendo
o prefeito Antonio Prado Junior, amigo de ambos
[gestão de 15/11/26 a 23/10/30], tornou-se
triângulo político relembrado e considerado e que,
segundo Sr. Antonio José Braulio, na ocasião de
sua entrevista ao Rio Ilustrado-1937, como sendo o
mais provável motivo para o calçamento de muitas
ruas do bairro.
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AGOSTINHO RODRIGUES
Além da casa que assemelhava a uma fazenda, o Sr. Braulio teve ainda na localidade,
uma enorme área que loteada, daria quase dois mil lotes de terrenos e inúmeras propriedades de
que foi dono, constando em 1937 de 30 prédios, um inclusive, funcionou uma Escola Pública com
expressivo número de alunos e sempre atento as reformas para adequá-la à época.
Na década de 20, a primeira professora foi D. Maria da Glória Barros Casimiro e atual
diretora, na época da entrevista, D. Maria de Souza Cardoso, descendente de uma das famílias
tradicionais de Madureira.
Sr. Braulio foi também proprietário da padaria e confeitaria Irajá, localizada na antiga
Freguesia de Irajá, em sociedade com um dos seus filhos.
Suas propriedades iam da Freguesia de Irajá a Madureira, passando por Vaz Lobo. Uma
das comprovações está na rua Nilo Romero e não Nino Romero, transcrito no Rio Ilustrado-1937,
conforme parte da planta de Páginas Amarelas, 2989/1990, onde se vê o logradouro.
O Sr. Antonio José Braulio tinha expressões de simpatia para com os vultos de Honório
Gurgel, Manoel Luiz Machado, Otaviano Machado, o velho Antonio Queiroz e outras figuras
tradicionais do bairro.
ANA RIBEIRO BRAULIO
Esposa do Sr. Antonio José Braulio. Seu pai foi,
durante trinta anos, sacristão da Igreja de Nossa Senhora da
Apresentação de Irajá, exemplo seguidos pelo Sr. Braulio e
Sra. Ana, que funcionaram num período de 12 anos, como
vice-provedores da referida Irmandade, auxiliando sempre,
toas as obras do Templo.
Foi a Sra Ana Ribeiro Braulio que além de aludir aos entrevistadores sobre a Casa dos
Romeiros, por ser um complemento da Igreja, concedeu ao Rio Illustrado – 1937 o dossiê,
transcrito na "A Tribuna" de 04 de Julho de 1904, sobre a visita a Irajá do Cardeal Arcoverde em
04/7/1904, já transcrito, na parte referente a Paróquia de Nossa Senhora da Apresentação de
Irajá, com o título de "Visita a Irajá do Cardeal Arcoverde".
VITÓRIA CASIMIRO DOS PASSOS
Rio Ilustrado – 1937
"A macróbia que o nosso prestimoso cicerone Sr. Isaias descobriu em Irajá."
Na trajetória dos depoimentos já configurados no Rio
Illustrado – 1937, inclui-se o da Sra. Vitória Casimiro dos Passos
que na época, já ostentava 110 anos de idade.
Com o título "Vai mocidade! Vai..." o Rio Illustrado narra
a entrevista com a idosa senhora que segue na integra:
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AGOSTINHO RODRIGUES
"Doirada pelo sol, cheirando a mato, ou recendendo a flor, a estrada da Água
Grande era, naquela tarde, e aquelas horas, um quadro deslumbrante. Éramos seis
no grupo e tínhamos por destino a residência do Sr. Antonio José Braulio. De
súbito, a meio do caminho, os olhos se nos fixam numa vivenda antiga, oculta entre
velhas árvores por cuja fronde o sol dificilmente escoa frisos fortes de luz. Um deles
se projeta no rosto polido de alguém, cujos cabelos denunciam um raro exemplo de
longevidade. O bom Isaias do Amaral, que tudo informa porque tudo sabe, a ela se
dirige num boa tarde:
- Então D. Vitória – indaga – como passa?
Tratava-se de Vitoria Casimiro dos Passos, antiga residente na localidade. É mãe
de nove filhos, alguns dos quais, trazidos pelo rumor, acodem, curiosos, a porta da
mansão. Está é, por sinal, mais velha que a velhinha: tem 110 anos de existência.
D. Vitoria Casimiro dos Passos, cujos netos e bisnetos vão a mais de cinqüenta,
todos residindo as proximidades de Irajá, conhecem Monsenhor Félix, o padre
Tomey e assistiu aos tempos áureos da velha fazenda de Irajá.
- O império, moços – diz ela – dele eu me recordo com saudade! O quilo de arroz
custava três vinténs. Hoje... 2$000! Que tempo, aquele e que fartura, aquela!...
Faz uma pausa e indaga:
- Mas onde vão, enfim?
Não havia razões para mentir. Daí:
- A casa do Sr. Braulio – respondemos.
E ela:
- Boníssima pessoa. Vocês vão bater a porta de uma encantadora criatura. É o
maior coração desta paragens.
- Adeus D. Vitoria.
- Vai, mocidade! Vai...
E fomos, mesmo."
Vocabulário
1. Macróbia: Longevidade. Idade muito avançada. Que vive muito.
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MEU IRAJÁ
AGOSTINHO RODRIGUES
MANOEL LUIZ MACHADO
[Segundo Sr. Leoncio Machado – Rio Ilustrado 1937]
Manoel Luiz Machado nasceu em Vaz Lobo, Freguesia
de Irajá, a 07 de outubro de 1855 e faleceu a 27 de agosto de
1924, na mesma casa em que nasceu e faleceu sua
progenitora, a estrada Marechal Rangel, nº 911, no estado de
viúvo de D. Maria Fausto Malheiro Machado, filha do Dr. Antonio
Augusto Malheiro e de D. Carolina Amado Malheiro.
Dedicou-se a lavoura e ao comércio e a política, nesta
iniciando na campanha abolicionista, tendo conseguido de sua
progenitora, muito antes da Lei do Ventre Livre [Lei que
consistiu em tornar livres os filhos de escravos nascido daí por
diante], liberdade de todos seus escravos. Mereceu, por esse
entusiásticos aplausos em artigo publicado na "Cidade do Rio",
Jornal de propriedade do grande abolicionista, sob o título
"IRAJÁ LIVRE".
Manoel Luiz Machado sustentou, por essa época, a
candidatura daquele extraordinário jornalista a vereador
municipal, vencendo nesse pleito, em Irajá.
Proclamada a República, filiou-se Manoel Luiz Machado
ao Partido Republicano Federal, chefiado por Augusto de
Vasconcelos. Candidato a Intendente Municipal para o biênio de
1905/1906, foi eleito e reconhecido.
Retirou-se, depois, desgostoso da política, a ela voltou
em 1909, apresentando-se, novamente, candidato a Intendente
Municipal para o biênio de 1910/1912, sendo eleito. Conseguiu
eleger-se, como Intendente Municipal, ainda para o triênio de
1917/1919 e de 1920/1922, tendo nessas duas legislaturas,
como nas duas outras acima referidas, participando das
Comissões de Orçamento, Justiça e Polícia [como 2º Secretário
da Câmara], Instrução e Obras.
Foto xerox de D. Maria T. Malheiro
Machado, esposa do Sr. Manoel Luiz
Machado, precursor da política de
Irajá - Rio Ilustrado 1937
Entre os diversos projetos de autoria do político, destaca-se o
da concessão de uma linha de bondes para Irajá, que tomou o
nome de Companhia Ferro Carril de Tranways, iniciativa essa
que teve começo em Mendes, lugar onde aquele político fora
visitar seus três filhos que se achavam internados no Colégio
São José, da Congregação dos Irmãos Maristas.
Em Mendes, no Hotel Santa Rita, teve o Intendente Machado, entendimentos com os Srs.
Julio Braga, dono do Hotel e da Companhia de bondes, tração animal, daquele lugar, e com o
Barão de Santa Cruz. Mais tarde, depois de grande luta no Conselho, conforme consta dos
respectivos anais, pois o Dr. Pedro de Carvalho, político de grande influência, naquela época,
queria a concessão para sua freguesia, conseguiu vencer e entregou a mesma aos Srs. Julio
Braga, Barão de Santa Cruz e Bartolomeu de Souza e Silva. Os concessionários, não cumpriram
o contrato e para não perde-lo, antes de terminar o prazo do início dos trabalhos, colocaram uns
quatro trilhos no ponto inicial de Madureira
.
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MEU IRAJÁ
AGOSTINHO RODRIGUES
No prazo determinado, para a eletrificação do trecho de Madureira ao largo da Matriz de
Irajá, não o fizeram, e ainda para não incorrerem em nova falta, que era o complemento da linha
de Vaz Lobo, até encontrar-se em Madureira, colocaram trilhos apenas de Vaz Lobo a Vicente de
Carvalho. Depois de grandes esforços empregados por aquele político e forçados pela Prefeitura,
os concessionários, puseram a trafegar os bondes, tração animal de Madureira ao largo da Matriz
de Irajá, fazendo mais tarde negócio com o Barão Suíço, que por sua vez entrou em transação
com a Companhia Light and Power. Conseguiu com o auxílio do Dr. Otacilio Câmara, então
deputado federal, a criação do "Mercado de Madureira", um dos maiores movimentos de anos na
Capital Federal e em seguida a ida dos bondes da Light – carga e passageiros – até o largo de
Madureira, onde funcionava o mercado. Por essa ocasião, o comércio e o povo reunidos,
ofereceram um banquete no mesmo local, aos autores daquele grande melhoramento.
Manoel Luiz Machado teve outras iniciativas. A Diretoria de Obras Públicas por seu
intermédio, construiu pontes e pontilhões em todos os rios que atravessavam as ruas de Irajá e
fez a instalação de água e luz em diversas ruas.
Quando surgiu, na Câmara dos Deputados, a questão em que o deputado Manoel Reis
queria modificar os limites do Distrito Federal, na freguesia de Irajá, em São João de Miriti, o
Intendente Manoel Luiz Machado, lutando, com imensa dificuldade em virtude da escassez de
documentos comprobatórios, conseguiu valendo-se de pesquisas que realizara nos arquivos onde
fora buscar as provas necessárias, defender a sua terra bem querida, a sua Irajá, sendo
respeitados seus limites. Já um tanto enfermo, de volta, um dia, a residência, após ao exaustivo
desse trabalho, foi ao chegar a casa de um seus filhos, em Madureira, acometido de ameaça de
um colapso cardíaco. Socorre-o o Dr. Fernandes Dantas, seu médico assistente, que reconhece,
entretanto, e infelizmente, a gravidade do seu estado. Pouco depois, Manoel Luiz Machado
falecia, sendo profundamente sentido, em toda localidade, o seu desaparecimento.
Manoel Luiz Machado foi a sua época, em Irajá, o chefe político de maior prestígio,
verdadeiro e sincero amigo de sua freguesia, do seu povo e da pobreza. Seus conterrâneos
tinham por ele, grande veneração. Além das raras qualidades que ornavam o seu nobre coração
era grandemente humanitário do que deu provas, mantendo órfãos em escolas, tratando de
enfermos que levava para sua própria residência ou indo muitas vezes, mesmo doente a casa de
outros, prestar pessoalmente os socorros necessários, aplicando injeções, alimentando-os com
suas próprias mãos, fazendo curativos, para os quais tinha grande habilidade e confortando-os
espiritualmente. Os moradores e os seus parentes iam procurá-lo para a resolução dos negócios
mais difíceis, nada se resolvia dentro de Irajá e adjacências, o mesmo não foi retribuído, conforme
consta no relato do Rio Ilustrado-1937, com gratidão por alguns de seus amigos, o que lhe causou
grande mágoa no fim de sua vida.
A Real e Benemérita Caixa de Socorros D. Pedro V, a Beneficência Portuguesa e a
Sociedade Amantes da Instrução, devido aos relevantes serviços, a elas prestados, deram-lhe o
título de Benfeitor e Sócio Remido.
Proprietário em Irajá, por herança, advinda de sua mãe, para lhe perpetuar a memória,
Manoel Luiz Machado rasgou a rua Carolina Machado até hoje existente.
Titulo atribuído ao Sr. Manoel Luiz Machado pelo Rio Ilustrado-1937, na entrevista com o
Sr. Leoncio Machado: "Uma vida fecunda e uma obra imperdível". Concluindo-se pela eficácia
influência no progresso do bairro de Irajá, adjacências e principalmente Vaz Lobo.
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AGOSTINHO RODRIGUES
O Sr. Leoncio Machado foi casado com a Sra.
Eugenia da Cunha Machado e provedor, por muito tempo,
da velha matriz da Freguesia de Irajá, cargo que o
substituiu o Sr. Antonio José Luiz de Queiroz, amigo e
cunhado de Manoel Luiz Machado pai do Sr. Leoncio, que
se destacou em Irajá, onde gastou enorme somas para a
conservação da mesma, realizando todos os anos, grandes
festas nas quais eram queimados fogos de artifícios e
balões colossais.
Sr. Leoncio e D. Eugênia, constituíram a seguinte prole: Luiz da Cunha Machado, Ataliba
Machado, Teodosia Amado Machado, Carolina da Cunha Machado e Eugenia Machado Lauria.
Observação:
Foto 1 - Sr. Manoel Luiz Machado - Quanto no exercício de Intendente Municipal em 1919 - Rio
Illustrado-1937
Foto 2 - D. Maria T. Malheiro Machado, esposa do Sr. Manoel Luiz Machado - Rio Illustrado-1937
Foto 3 - Sr. Leoncio Machado, filho do Sr. Luiz Machado - Rio Illustrado-1937.
Foto 4 - Sra. Eugenia da Cunha Machado, esposa do Sr. Leoncio Machado - Rio Ilustrado 1937.
EDGAR FONTES ROMERO
Relacionado intimamente com o bairro de Madureira mas
muito conhecido em Irajá, o então falecido Ministro Edgar
Fontes Romero, fez uma entrevista ao Rio de Janeiro – 1937,
exclusivamente dedicado a Madureira, Cascadura e Rocha
Miranda, mas deixando um ponto importante: Ele fala da antiga
Paróquia de Irajá a qual se limitava outra, com Inhaúma, na
ponte do rio Piragua; como Estado do Rio, no rio Miriti e
finalmente com o oceano Atlântico na Penha. Do seu território,
constituíram-se os distritos da Penha, Irajá, Madureira, Anchieta,
ponte que foi anexada a Jacarepaguá [todo Campinho] e D.
Clara, até Osvaldo Cruz, e outra parte de Realengo.
"Dr. Edgar Romero, o líder da política
de Irajá" - [05/10/1883 – 05/9/1956]
Foto xerox – Rio Illustrado – 1937
Acredita-se que a expressão "líder", refere-se a
Freguesia de Irajá e "oceano Atlântico", seja a Baia de
Guanabara.
Seu filho José Fontes Romero foi morador de Irajá. Nasceu em 20/10/1913 e faleceu em
30/9/1984.
Os restos mortais do Ministro Edgar Fontes Romero e do seu filho José Fontes Romero,
repousam no mosoléu existente no cemitério de Irajá.
Na trajetória do campo político, Irajá vem mantendo uma regularidade impressionante por
parte dos habitantes demonstrando, claramente, a existência em suas veias, o cunho político bem
como a vontade expressa do dever cívico de votar. Dele saíram no decorrer de sua vivência,
dentro dos já citados, Exmo. Dr. Geraldo de Araújo, Exmo. Deputado Estadual Pedro Fernandes,
atualmente o mais antigo da Assembléia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro, Exmo. Sr.
Sidnei Domingues como vereador, Roberto Cid como vereador, Dr Aloísio Freitas como vereador,
Sr. Dino Fernandes, hoje Deputado Federal.
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MEU IRAJÁ
AGOSTINHO RODRIGUES
A Vereadora Irajaense Rosa Fernandes que em quatro
mandatos, apresentou nas três últimas eleições – 1996 - 2000 e
2004, o maior número expresso de votos, sendo a do ano de 2000
"a maior votação para um cargo legislativo já obtido no Brasil". Em
2004 obteve 99.943 votos, tornando-se bicampeã.
Fontes consultadas:
* Folder Rosa Fernandes "Irajá/Vista Alegre"- [2000]
* Jornal "Extra" Rio de Janeiro/RJ., de 02 e 03/10/2000.
* Jornal "Extra" Rio de Janeiro/RJ., de 05/10/2004.
MORADORES DA DÉCADA DE 20
Enumerar todos que viveram e vivem no bairro de Irajá, seria meramente impossível,
diante do escasso meio de comunicação. Mas, nas mediações da antiga estação e com apoio do
falecido Delcy de Queiroz, algumas foram possíveis de serem relacionadas, uma vez que a
maioria, se estabeleceram em Irajá, na década de 30, o que é o caso da família do pesquisador.
Família dos Cardosos, talvez a mais antiga; Luizinho da D. Maricota, que moravam num
casarão, onde hoje é a quadra do Boêmio de Irajá; os Aveledas que residiam em frente ao excinema Irajá; Sr. Arcênio e D. Isaltina, provenientes de Sabará/MG, em 1923 e que hoje, na
mesma cidade Mineira, repousam seus restos mortais; família Quiroz [1924]; família Gomes da
Silva [1928]; família Antonio Rodrigues Correia [1927]; família José Adriano; família Salomão;
família do Padui [filho ainda vivo], a princípio foi dono de armarinho localizado na avenida
Automóvel Clube em frente a atual estação do Metrô e posteriormente na mesma avenida, após a
funerária; família do mestre Pinto [ex-administrador da pedreira], pai o Irajaense, ainda vivo,
Cristovão Pinto ; família do Chico Neto [açougueiro]; família Manoel Loureiro [dono da leiteria];
família Mateus [com seu filho Militão, foram dono de armazém]; família Albino [dono de armazém],
família dos Lira [residente na avenida Automóvel Clube, em frente a estação do Metrô]; família do
Antonio [Mineiro] e irmão Ivan Farias; família dos Moreiras [ex-proprietário da lanchonete Bilair];
família Adolpho Garcia; família dos Borges; família Malafáia [residente a avenida Automóvel
Clube, em frente a rua Carolina Amado]; família Sampaio [proprietária da casa de material de
construção na avenida Monsenhor Félix, próximo da rua Pereira de Araújo]; família José Lopes
[Zeca e seu irmão Durval, proprietários de quitanda, localizada em frente a Drogasmil]; família
João e filho Horácio [ residentes a avenida Monsenhor Félix ao lado da lanchonete Belair]; família
Filadelfo Gama [residente a rua Marquês de Aracatí nº 41, onde hoje, funciona uma Clínica
médica] família João Borges [residentes a rua Marquês de Aracatí nº 39, onde hoje, funciona uma
clínica médica]; família Milentino [delegado de polícia, residente também na rua Marquês de
Aracatí, ao lado do antigo "Rei do Frango", onde hoje, funcionava uma loja de material de
construção]; família Alvaro [dono de bar, localizado na Rua Marquês de Aracatí, hoje tipografia];
família Moysés Jordão Filho e a família Adalberto A. Sacramento.
EUZÉBIO RIBEIRO ALVES
Trabalhou como fiscal na Prefeitura durante vinte e quatro
anos. Segundo pesquisa realizada no Rio Ilustrado – 1937, ele,
enquanto trabalhou, deixou inúmeros amigos que o consideravam
uma figura simples, magnânima e incentivadora da elevação do
progresso dos bairros, entre os quais: Irajá, Vaz Lobo e Madureira.
Teve seu marco inicial com um soberbo fluxo de construções
de moradias, no período de 1914 a 1918, o que proporcionou a
Prefeitura na década, melhoria em arrecadações.
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MEU IRAJÁ
AGOSTINHO RODRIGUES
ALCEBIADES ENVANGELISTA DE SOUZA
Alcebiades de Araújo, onde também residiu Trabalhou na Delegacia
Fiscal de Irajá na década de 30, localizada na rua Pereira por muitos anos.
Enquanto trabalhou, deixou inúmeros amigos que também o
consideraram uma figura simples de grande brio e incentivador do progresso
do bairro de Irajá.
Nasceu em 28 de março de 1887, falecendo em 05 de agosto de 1940, estando seus
restos mortais no cemitério de Inhaúma.
Foi um funcionário que prestou relevantes serviços a Prefeitura.
Fonte consultada:
• Sra. Zilá Evangelista do Prado [filha] – 1995
VOVÓ BIBIANA
Felismina Maria Leocardia , a "Vovó Bibiana", como era chamada, era mineira, da cidade
de Uba [MG]. Foi uma figura popular do bairro de Irajá, desde que chegou, por volta de 1925.
Mãe, avó e bisavó, residiu por muitos anos na rua Marquês de Aracati nº 110, numa casa humilde
com cerca e portão de zinco que hoje dá lugar a um edifício de três andares. Bondosa com a
família e vizinhos, vovó Bibiana, por ser uma pessoa carismática, teve o respeito e carinho das
crianças do lugar.
Vovó Bibiana foi filha de escravo e nasceu na época da Lei do Ventre Livre e não cansava
de falar e contar histórias convincentes da época. Recordo entre outras, uma que considero
significativa, dizia ela: "a escravidão em Irajá foi branda, tão branda que foi um dos primeiros a
liberar seus escravos, dando-lhes os direitos de cidadão comum".
Vovó Bibiana foi lavadeira e das melhores bem como vendedora de bananas dos quais
tirava o sustento da família. Era de cor e ostentava um impressionante vigor físico. Disposição não
lhe faltava pois carregava enormes trouxas de roupas no seu ir e vir, mantendo-a em equilíbrio na
cabeça sem segurar. Era fácil de ser identificada: vestia sempre longas saias escuras, blusas
brancas, lenço branco sobre a cabeça e andava descalça.
Faleceu em 1960 em sua própria casa, beirando 100 anos. O cortejo fúnebre saiu do
mesmo local de falecimento, seguido de um grande acompanhamento, com destino ao cemitério
de Irajá.
Vovó Bibiana deixou saudades. Foi uma cidadã Irajaense de coração que serviu a muitos
moradores com o seu trabalho de lavadeira e vendedora de bananas.
Prazer de vovó Bibiana: fumar cachimbo com fumo do tipo cinco pontas.
Fontes Consultadas:
* Sra. Anita Martins
* Sra. Elizabeth Santos Barreto [neta da vovó Bibiana]. Filha de Leocárdio
Francisco dos Santos – filho da vovó Bibiana.
* Memórias.
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MEU IRAJÁ
AGOSTINHO RODRIGUES
Vocabulário
1. Lavadeira: mulher que lava roupa de terceiros.
2. Trouxa: fardo de roupas.
3 Lenço: tecido de linho, algodão, lã ou seda, branco ou de cor, geralmente de forma
quadrangular, que serve para uma pessoa se assoar, para ornar ou resguardar o pescoço
ou a cabeça.
ODE A MULHER LAVADEIRA
"Jarnete"
[1994]
É trio fenomenal:
doutor, padre e lavadeira,
todos limpam por igual,
toda e qualquer sujeira.
Todos no seu metier
é de valorização,
ajudando a engrandecer
corpo, alma e posição.
Dos três a mais relegada
é a infeliz lavadeira
não tem glória exaltada,
sua faina a vida inteira.
Se eu pudesse lavadeira
te ergueria um altar
como santa verdadeira
das sujeiras a retirar.
Com seu trabalho no mundo
dás sentido a existência,
limpas tudo que é imundo
nunca fazes exigência.
Tua vida é a limpeza
roupas sujas a lavar,
tiras todas impurezas,
botando-se sempre a brilhar
Suas mãos habilidosas
esfregando sem cessar
é de fada generosa
na ânsia de as clarear.
Segue em frente não esmoreça
seu labor do dia a dia
com a trouxa na cabeça
exaltada em poesia.
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MEU IRAJÁ
AGOSTINHO RODRIGUES
MARIA JOANA PALONO SANCHES
[D. Maria das Cabras]
Em 1933 chega para residir em Irajá, na antiga rua "J", hoje, rua
Visconde de Maceió, Maria Joana Palono Sanches e família, carinhosamente
chamada pelos seus vizinhos e conhecidos de "D. Maria das Cabras", título
popular originado pelo fato de todos os dias e por muitos anos, tangido
cabras para pastorear na antiga estrada do Quitungo, hoje Padre Rose, até o
Largo do Bicão, área onde hoje existe a atual praça Dalva de Oliveira,
conforme esclarecimento do morador Vivando Marinho dos Santos, morador
do bairro, desde 1928.
Na maratona, ela conduzia as cabras com uma vara enquanto que a cabra guia, levava um
chocalho preso ao pescoço, anunciando a presença do rebanho.
De estrutura franzina e altura mediana, dona Maria das Cabras, teve presença marcante:
rígida quando era preciso e coração bondoso quando os que rodeavam, faziam por merecer.
Tinha por costume, entre outros atributos, dar presentes de animais e aves, tais como:
porquinho da índia, coelho, cágado, pato, ganso, cabra e cão.
Maria Joana Palono Sanches – "D. Maria das Cabras", faleceu em 1989, estando seus
restos mortais no cemitério de Irajá.
A cabra que conduz o chocalho, chama-se cabra chocalheira
Observação:
* Praça Dalva de Oliveira – Homenagem a cantora Dalva de Oliveira, que foi
possuidora de uma sensibilidade artística e de um apurado ouvido musical,
realizando milagres com a garganta. Soube vocalizar com propriedade nos agudos
e entoar com justeza no registro grave, com a sua bela voz de meio soprano.
Pertenceu ao famoso conjunto Trio de Ouro, composto do seu marido Herivelto
Martins, também falecido e por Nilo Chagas. "Ave Maria no Morro", de autoria do
seu esposo Herivelto Martins e "As Pastorinhas", de Noel Rosa e João de Barros,
são algumas das magníficas interpretações da saudosa cantora.
DIAMANTINO LUCAS
Austregésilo de Athayde:
"E o nome de um português humilde que a sessenta anos chegou ao Brasil, menino
ainda e se pós ao trabalho: puxar uma carroça de bois com materiais de construção
para a freguesia. Tenaz no trabalho, honesto no comportamento, exemplar na vida
privada, progrediu. Instalou-se por conta própria no ramo de que era servidor e hoje
possui sólida firma. Eis que o aponto como um exemplo do lusitano forte, arraigado
aos princípios tradicionais brasileiro de devoção integral.
Por que falo de Diamantino Lucas? Porque acabo de inaugurar uma biblioteca que
tem o seu nome e foi por ele doada ao subúrbio de Irajá, onde passou a sua vida e
desenvolveu as suas atividades. Homem que não teve tempo para ilustrar-se, mas
entendeu sempre que deveria repartir com a comunidade os bens que conquistou
em sua laboriosa profissão de comércio. É uma pequena biblioteca, semente do
que poderá ser no futuro, e o nome que lhe foi dado não é apenas uma
homenagem ao benemérito: envolve também o desejo de apontar à juventude um
exemplo digno de ser seguido.
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MEU IRAJÁ
AGOSTINHO RODRIGUES
Possam outros também vitoriosos em seus negócios, ter a inspiração desse
português cujo nome terá de ser guardado na gratidão do povo. Não se trata de um
mecanismo nascido da vaidade. O velho Diamantino Lucas nada espera do seu
gesto e nem sequer compareceu à cerimônia inaugural, para receber ali, os
louvores dos presentes. Ganhou com a sua diligência de seis décadas e vem
dividindo com a assistência social e a cultura os lucros de um aturado labor. Vamos
orgulhar-nos dessa existência contemporânea: a sua mão esquerda ignora o que a
direita espalha, dadivosa."
Observação:
Reportagem extraída do Jornal do Comércio de 23 de Junho de 1974, editada pelo
já falecido ex - Presidente da Academia Brasileira de Letras, Jornalista Austregésilo
de Athayde, patrono da Cadeira nº 18 – Quadro II de Membros Correspondentes da
Academia Irajaense de Letras e Artes [AILA], ocupada pela Acadêmica Nadja Alves
Costa – Município de São Francisco – Caruaru – PE. Cortesia do Irajaense, Sr.
Álvaro de Andrade e Silva. A biblioteca não mais existe.
Fontes consultadas:
* Sr. Vivaldo Marinho [1992]
* Família Palono Sanches [1992]
UTENSÍLIOS DOMÉSTICOS
•
No período de 1900 a 1919 não havia fogão a lenha, iluminação e nem lampião
de gás.
•
Em 1926 já existia o fogão a lenha e lampião de gás.
•
Em 1930, segundo Elvira Nascimento o fogão era do tipo "Belta".{uma das
poucas marcas existentes], todo de ferro e alimentado a lenha. A característica
importante, consistia da existência de uma espécie de caldeira com água e
respectiva bica que mantinha o dia todo água quente para fazer um café, tomar
banho, etc.
•
Existia também o fogareiro de ferro. Era pequeno e de fácil remoção. O
processo de alimentação era de carvão.
•
Em ambos tipos de fogão, usava-se o abano, o mesmo que ventarola, com que
se ativava a combustão, agitando o ar.
•
O filtro d’água era de barro bem como a moringa.
•
O ferro de passar roupa era de ferro fundido e alimentado a carvão.
•
Havia geladeira mas muito poucas, a maioria eram depósitos de gelo. Havia o
geleiro que entregava o gelo na porta do freguês.
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MEU IRAJÁ
AGOSTINHO RODRIGUES
Fatos
O DIRIGÍVEL
O bairro de Irajá avistou também os famosos zepelins alemães
"Graff Zeppelin" e "Hindenburg" na década de 30. Era uma
dirigível, lento, navegava a baixa altura. Inicialmente, foi
empregado na rota Atlântico Norte mas a partir de 1931, o "Graff
Zeppelin", passou a fazer o trajeto Alemanha - Brasil, com
desembarque em Recife. Um ano depois, a linha foi estendida
até o Rio de Janeiro e os vôos continuaram realizando-se
regularmente até o ano de 1937, quando a organização
proprietária do aparelho decidiu conceder-lhe aposentadoria.
Tinha como base de pouso no Rio de Janeiro, a Base Aérea de
Santa Cruz, inaugurada em 1936, hoje, o único existente no
mundo. O galpão [hangar], possui 270 metros de comprimento,
50 metros de largura e 50 metros de altura, espaço esse, já
tombado pelo Ministério da Cultura.
Com o afastamento do "Graff Zeppelin", substituiu-o o "Hindenburg" que por pouco tempo.
Em 06 de maio de 1937, às 19:21 hs., uma faísca consumiu o dirigível, caindo em chamas quando
se preparava para pousar no aeródromo de Lakehurst, próximo a Nova York, pois, os dirigíveis,
eram dotados de gás hélio.
Mais tarde, no período de 1942 a 1945, surgiram , transitando no Brasil, inclusive Rio de
Janeiro, atravessando o bairro de Irajá, com destino a Base de Santa Cruz, os dirigíveis da
Marinha Americana, que tinham a missão de escoltar comboios mercantes e esquadrinhar os
mares à procura de submarinos alemães [2a. guerra mundial], tudo pelo fato de operarem a baixa
velocidade, revelando-se um elemento de primeira ordem como auxiliares de operações navais.
Com a paz, passaram a exercer novas tarefas, tais como: detectar icebergs e auxiliar pesquisas
nas regiões polares.
Apareceram no bairro na direção da rua Coronel Vieira,
com formato de uma laranja [parte avante do dirigível] na cor
alumínio. Na altura da rua Marquês de Aracatí, à medida que
iam girando e se movimentando na direção de quem vai para a
atual Praça de Nossa Senhora da Apresentação de Irajá,
adquiria finalmente o formato elipsoidal.
Hoje, o maior dirigível em atividade é o A-60 da empresa Blimp Corporation. Esse dirigível
já foi alugado à Pepsi [Empresa de refrigerantes] e a Goedyer, com finalidade de vôos
panorâmicos de propaganda. Sua garagem e o hangar de Santa Cruz.
JEAN-GERARD FLEURY
Francês, casado com a brasileira Nadine, pai de dois filhos, jornalista –
aviador que já no governo do Exmº Sr. Presidente da República, General
Ernesto Gaisel – 1974, residia no Brasil há mais de 30 anos.
Eis o comentário de Jean-Gerard Fleury quando a bordo do dirigível alemão
Hindenburg como repórter, transcrito na década de 1976:
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MEU IRAJÁ
AGOSTINHO RODRIGUES
"Viajar no Hindenburg foi outra experiência inesquecível. Não tinha evidentemente, a
velocidade de um avião. Voava baixo, entre 300 e 600 metros, e proporcionava vistas
inacreditáveis.
No Atlântico, víamos os navios. No deserto, as caravanas de nômades. Cruzamos com o
Zepelim, o outro dirigível: eles pararam, apagaram as luzes e trocaram cumprimentos. Um
espetáculo emocionante. Via-se a estrutura toda prateada. Só que um dos pontos fracos
do Hindenburg era ser extremamente vulnerável ao mau tempo. Tivemos que fazer um
desvio de mil quilômetros, por causa de uma tempestade. Mas, finalmente, chegamos ao
Rio de Janeiro, numa madrugada. Como a base de Santa Cruz só começava a funcionar
às seis da manhã, ficamos circulando sobre a cidade. Ver o Rio acordando, ver o sol no
horizonte enquanto se flutue no céu, é um espetáculo deslumbrante."
Fontes Consultadas:
* Sra. Elvira Nascimento [+].
* Sr. Delcy Queiroz [+].
* Sr. Paulo Nascimento.
* Revista Fatos e Fotos - 1976.
* Enciclopédia Conhecer - 1969.
* Jornal O DIA - 2a. edição - pág. 37 - 09/08/1998.
* Memória do autor.
AVIÃO JANGADEIRO
Francisco Assis Chateaubriand em 1942, teve no seu projeto de doação de aviões, a
participação da comunidade Irajaense.
O avião doado pela comunidade, foi batizado de Jangadeiro. Veio de bonde bagageiro e
montado na Praça 27 de Agosto com o bico da hélice voltado na direção da Escola Municipal
Mato Grosso, para que a comunidade tomasse conhecimento do feito.
O processo de colaboração foi feito através de uma barraca montada na praça onde os
moradores doavam materiais, tais como: ferro, bronze, alumínio, estanho, entre outros.
Fato marcante, foi a efetiva participação das crianças no recolhimento dos materiais nas
portas das residências.
O avião foi entregue pela comissão de moradores do bairro entre os quais: Sr. Carlos Flack
[pioneiro do cinema no bairro de Irajá]; Abílio de Queiroz; Professor Oscar Rocha [dono do
Colégio Externato Rocha que ficava na Avenida Automóvel Clube]; Sr. Jorge Salomão; Mestre
Pinto; Professor Sebastião Nascimento [dono do Colégio Marquês de Olinda que ficava na
Estação de Irajá - Av. Monsenhor Félix - sobrado e demolido para dar lugar ao Metrô]; entre
outros.
ASSIS CHATEAUBRIAND
O jornalista Assis Cheteaubriand foi um marco para a Aviação Civil Brasileira. Na década
de 40, ele fez uma campanha nacional envolvendo a população, o que proporcionou a doação de
672 aviões aos 400 Aeroclubes inaugurados na década em todo país, com incentivo do presidente
Getúlio Vargas.
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AGOSTINHO RODRIGUES
Fontes consultadas:
* Sr. Abílio de Queiroz [+].
* Sr. Hugo Salomão.
* Jornal O DIA - 02/10/1992.
* Memória.
II GUERRA MUNDIAL
Moradores e filhos Irajaenses, participaram.
Com os afundamentos de navios brasileiros entre os quais, o navio auxiliar da Marinha
Brasileira Vital de Oliveira, onde o pesquisador perdeu seu tio, o 1º SG. José Francisco da Cunha,
torpedeado por submarinos alemães na costa brasileira, motivaram protestos da população em
todo país, com os repetidos clamores de declaração de guerra aos países agressores: Alemanha,
Itália e Japão. E assim, em 22 de agosto de 1942, o então presidente Getúlio Vargas, atendendo
ao clamor do povo, declarou guerra aos países do Eixo, guerra que duraria até às 02:45 hs., do
dia 08 de maio de 1945 com a rendição aos aliados pela Alemanha e depois de muita resistência,
pelo Japão, em 02 de setembro de 1945.
Mussolini [Itália]; Adolf Hitter [Alemanha] e Heroito [Japão], na ordem de rendição, foram os
propagandistas deste triste e nefasto período dos sete a dez anos de idade do pesquisador.
Lembrança inesquecível porque na época, seu falecido pai, SO EL Agostinho Antão
Rodrigues que serviu no encouraçado São Paulo e seu tio, também já falecido, SG Gonçalo José
Rodrigues, participaram pela Marinha Brasileira, em patrulhamento de comboios e da costa
brasileira, durante a guerra, deixando por muito tempo seus lares em cumprimento do dever
pátrio, o que fizeram com orgulho e dedicação.
Em 16 de julho de 1944, desembarca na Secília [Itália], o primeiro contigente da Força
Expedicionária Brasileira [FEB]. Seu Comandante foi o general João Batista Mascarenhas de
Morais. A cada ação dos aliados e principalmente dos pracinhas brasileiros, eram pelo povo
brasileiro acompanhados pelas notícias dos jornais e pelas rádios, entre elas, a Rádio Nacional,
onde destacou-se os locutores e comentaristas Celso Guimarães, que inclusive trabalhou no ano
de 1945 para as Emissoras Nacional Brodcasting Companhy e a Colúmbia Brodcasting System,
nos Estados Unidos, viagem que lhe proporcionou escrever o livro "Um Sonho” e Heron
Domingues através do noticiário Repórter Esso.
Coube e Heron Domingues, exatamente às 18 hs. do dia 08 de maio de 1945, divulgar
pelos microfones da Rádio Nacional a brilhante e festiva notícia do fim da guerra.
Incontinente, inúmeros moradores abriram as janelas e portas de suas casas e sobre as
janelas, estenderam toalhas brancas num sinal do retorno da paz mundial.
A comunidade Irajaense não fez por menos, suas homenagens ao acontecimento tornouse um palco iluminado acompanhado do espocar de fogos de artifício.
A alegria tomou conta dos brasileiros que não deixaram de prestigiar o desfile da chegada
dos pracinhas. Momento de muita emoção e alegria, visto pelo pesquisador acompanhado de sua
progenitora.
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MEU IRAJÁ
AGOSTINHO RODRIGUES
Nota: durante a 2a. guerra, fomos atingidos pelo racionamento, entre eles do combustível.
Passou-se então a ser utilizado o combustível alternativo gasogênio [aparelho para fabricar
ou produzir gás pobre, empregado nos motores de explosão como substituto da gasolina],
que consistia em pedras de carvão colocadas em um tubo que ficava atrás dos veículos
onde era aceso. Sua chama proporcionava um gás movendo-o. Como exemplo, cita-se os
lotações da época. Pão, leite, açúcar, carne bovina, entre outros produtos alimentícios,
também foram racionados. Eram comprados através de bonos. O pesquisador, por
inúmeras vezes, apesar de sua pouca idade, enfrentou filas enormes em companhia da
sua progenitora, para adquirir os produtos alimentícios essenciais.
Foi um período que o bairro de Irajá ficou quase que estagnado em relação ao
desenvolvimento da década de 30.
Fontes Consultadas:
* As grandes datas do Brasil - editor Dorian Jorge Freire - 1974.
* Almanaque Mundial de 1962 - Seleções do Reader’s Digest.
* Conhecer [Abril Cultural] - Vol. X - 1969.
* Guia útil informativo dos artistas - edição Recordi/SP - 1948.
* Dicionário Escolar da língua Portuguesa - 11a. edição - 1976.
* Sr. Abílio de Queiroz [+].
* Memória.
FORÇAS ARMADAS
As forças Armadas e Forças Auxiliares, sempre foram alvo de procura de alistamento pelos
[as] jovens da comunidade Irajaense. Mas na década de 40, houve um passagem inusitada no
bairro.
Diante das formalidades habituais do alistamento nas Forças Armadas [Exército, Marinha e
Aeronáutica], surgiu uma preferência pela Aeronáutica, explicada pela dificuldade de emprego e
da existência de baixos salários, durante a 2a. guerra mundial. Na Aeronáutica surgiu a
especialidade de Sargento Especialista com salário compatível ao momento. Era necessário grau
de escolaridade médio e concurso. Aprovados, participavam do curso de preparação, concluído e
aprovado, para o quadro de 3º Sargento Especialista.
Muitos jovens [as] de Irajá candidatos ao concurso, durante a década de 40, lograram êxito
de aprovação.
Fonte Consultada:
* Sr. Alberto Martins [10a. Turma] - 1942/1946.
* Memória.
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AGOSTINHO RODRIGUES
AGRICULTURA E COMÉRCIO
No período de 1900 a 1919, os engenhos e as olarias, deram lugar a agricultura e
hortalícias.
Primou pela importância das lavouras e também o principal celeiro dos locais de
abastecimento.
Os principais produtos produzidos pelas lavouras foram: banana, laranja, batata, couve,
alface, cebolinha, agrião, chicória, entre outras.
Um dos fatores que veio aumentar ainda mais a exploração da lavoura, foi a grande venda
de terrenos da Sociedade Condomínio Irajá em 1924, que incentivaram a venda de terrenos bem
situados, de rápida valorização para chácaras, desde de que comprassem certo número de lotes.
Na década de 30, o Padre Antonio de Freitas, em entrevista ao Rio Ilustrado - 1937,
afirmou ser a agricultura de Irajá um dos mais adiantados, dando como exemplo a forte
construção e respectivo custo da Igreja de Nossa Senhora da Apresentação, que servia de base
na avaliação dos grandes recursos dos fazendeiros de sua densa população da época.
Nas décadas de 40 e 50, houve poucas alterações, iniciando o processo de distinção no
final da década de 60, com o total desaparecimento em meados da década de 70.
COMÉRCIO
O comércio local despontou com maior força no início do século XX. As "Vendas de
Varandas", com argolas, onde eram presos os animais de carga e de transporte, geralmente por
cavalos; os mascates e sua malas, verdadeiros armarinhos ambulantes que abordavam os
moradores oferecendo tudo o que era novidade no marcado, como agulhas especiais, linhas,
vários tipos de fazenda e rendas de todas as espécies. Também floresceu o comércio varejista,
fazendas e sítios em várias localidades, como Boa Esperança, Nazaré, Vira Mundo, Afonsos
Conceição, Valqueires, Portela, Timbau, Sapopema e Ilha de Saravata.
Um dos principais estabelecimento agrícolas era o de Conde Sebastião Pinto, localizado
em Sapopema, atualmente estação de Deodoro. Essa propriedade cresceu consideravelmente, já
que suas terras eram atravessadas tanto pela Estrada de Ferro Central do Brasil como pela
Melhoramentos, além de uma pequena linha de bitola estreita, de propriedade do Engenho
Central.
Em 1926 os armarinhos ambulantes começam a ter freguesia reduzida, sendo substituída
por grandes armazéns ao estilo dos europeus como o de Mateus Gonçalves da Silva Neto,
denominado "Vale Tudo" que com a sua morte, assumiu seu filho conhecido pela alcunha de
"Militão", comerciante proeminente do bairro. O Armazém ficava na antiga estação de Irajá,
defronte a um tanque onde cavalos, bois e outros animais bebiam água; Armazém São Joaquim;
Armazém do Sr. Líbano, e o Armazém Molequinho, mais tarde transferida para o Sr. Arthur, que
ficavam na Estrada do Quitungo, hoje Padre Rose, perto da rua Coronel Vieira que apresentava
as mesmas características do Armazém do Sr. Mateus; Bar do Sr. João Aveleda, que apresentava
estilo de faroeste americano, inclusive com varanda; Bar Centenário do Sr. Abílio de Queiroz, local
predileto da rapaziada para encontros e prosas: Armarinho do Sr. Padui; Açougue do Sr. Felipe,
posteriormente do Sr. Chico Neto; Leiteria do Sr. Manoel Loureiro; Quitanda do Sr. José Adriano;
Alfaiataria do Sr. Jorge Salomão; Barbearia do Sr. Zeca; padarias como a Padaria Recreio de
Propriedade do Sr. Antonio José Bráulio, localizada na antiga Freguesia de Irajá; Padaria e
Confeitaria Irajá de propriedade dos irmãos Aires e José Nobre, localizada na antiga estação de
Irajá, lado esquerdo de quem vai ao Metrô, que após alguns anos, foi reconstruída e reinaugurada
em 10 de setembro de 1998 - Governo Dr. Marcelo Alencar. Era um estabelecimento que além
dos pães de diversas qualidades e feitios, era especializado em assados e confeitos
encomendados para as festas de aniversários, batizados e casamentos. Constituiu-se numa
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AGOSTINHO RODRIGUES
vedete comercial da antiga Estação de Irajá, sempre repleta. Com a chegada do Metrô, foi
demolida, deixando de existir a beleza iluminadora de suas noites nos arredores.
Segundo o Irajaense Delcy de Queiroz, nascido em 26 de maio de 1922, hoje já falecido,
"eram poucas casas comerciais e que se podia contar a dedo".
Existiam carvoarias, como a que existiu na rua Miranda de Brito com vistas para atual
Praça 27 de Agosto e a do Sr. Tinoco que ficava no entroncamento da rua Cisplatina, Pereira de
Araújo e Barão do Cerro Largo.
Em 1934, as casas comerciais e residências receberam novas numerações, sendo um dos
motivos, o crescente aumento de estabelecimentos de ambos gêneros.
PADARIA CONFEITARIA IRAJÁ
Também muito conhecida na época como padaria
dos Irmãos Nobres. Já em 1937, assim definiu o Rio
Ilustrado: " Não frisamos aqui apenas o valor de uma casa
comercial em si, mas o que ela representa para o
enriquecimento geral da localidade. A firma A.V. Pinheiros
& Cia., compreendendo essa dupla finalidade, vem
evidenciando todas as suas atividades, no sentido de
melhor corresponder ao justo reconhecimento que tem
recebido da população que a destaca com a sua
preferência.
A referida padaria, instalada na avenida Automóvel Clube nº 2854, telefone 29-8386 com
filial a rua Conde de Bonfim nº 804 - Tijuca, já extintas, pertenceram aos irmãos Aires [falecido em
Portugal] e José Nobre.
Com o falecimento de Aires Nobre, José de Oliveira Nobre, manteve por muitos anos o
desenvolvimento da panificadora em Irajá, até a sua demolição para dar lugar ao projeto do Metro,
hoje, realizada integralmente.
Nascido em 1904, veio a falecer em 1966 aos 62 anos de idade, tendo sido um dos mais
antigos sócios do Irajá Atlético Clube.
Se a revista Rio Ilustrado de 1937, definiu que uma coisa é a cultura e outra é a tendência
expontânea que se revela naturalmente no indivíduo, podemos também incluir neste rol de
pensamento os então proprietários da Padaria e Confeitaria Irajá.
Surgiu na década de 30 tornando-se mais um estabelecimento comercial a ser somado ao
referido progresso que Irajá vinha apresentando.
Observação:
* Foto extraída do Rio Illustrado - 1937
PADEIRO
Antes do surgimento da Padaria Flor de Irajá, o pão tinha procedência do Engenho do
Mato, localizado entre Vicente de Carvalho e Engenho da Rainha, local que ficava o escritório de
corretagem dos terrenos da Vila Cecília e outros. Os pães eram entregues na porta pelo padeiro.
A bicicleta era o transporte de trabalho do padeiro acompanhada de um cesto onde eram
depositados os pães cobertos por um pano branco ou triciclo. O Sinal para chamar atenção da
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AGOSTINHO RODRIGUES
freguesia era o soar de uma forte buzina presa ao guidom da bicicleta. Os compradores recebiam
no final do mês, um brinde pela dedicação na compra. Havia também o cartão de venda do pão de
crédito para ser saldado no fim do mês. No cartão, o padeiro anotava o nome, endereço, data e
quantidade de pães. Tanto os que pagavam em dia e os que não pagavam em dia e os que
saldavam os compromissos no final do mês, recebiam brindes.
Hoje, ainda são vistos alguns ambulantes, exercendo esta atividade.
NOTA:
Entregadores a domicílio e vendedores ambulantes , foram sistemas empregados até
meados de 1950. Exemplos: pão, leite, jornal, laranja, galinha, ovos, legumes, etc. Entrega e
venda nas residências através utilização de cestos, carretas, bicicletas, carrinhos e triciclos, etc.
Na metade da década de 50 em diante, o sistema começou apresentar deficiências com
aparecimento de furtos, débitos dos fregueses, dificuldades de atendimento com o crescimento da
população, entre outros.
Hoje, os poucos entregadores a domicílio e vendedores existentes, empregam em sua
maioria veículos motorizados.
BOMBA DE GASOLINA
Nas décadas de 20 a 40, existiu uma bomba de gasolina que
ficava defronte ao armazém Militão e que abastecia os carros das
épocas. Ficava bem perto do calçamento da Avenida Monsenhor Félix –
antiga Estação de Irajá.
Observação: Foto cortesia do antigo morador Irajaense, Sr. Hugo Salomão.
NOSSA SENHORA DA PIEDADE
Segundo antigo morador já falecido, Sr. Delcy de Queiroz, antes da construção do prédio
do BANERJ, existia uma grande área quase abandonada que na época falava-se na construção
de uma praça, mas que nunca foi levada adiante, até que surgiu a construção de um mercado que
se chamou Mercado Nossa Senhora da Piedade em homenagem ao deputado Gama Filho.
Extinto o mercado, foi reformado para funcionamento do BANERJ e mais tarde, do Supermercado
Maracanã.
O BANERJ foi inaugurado na década de 60, pelo então governador Carlos Lacerda.
FEIRA LIVRE
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AGOSTINHO RODRIGUES
Em 1942 surgem novos mercados e aparecem as feiras
livres. Em Irajá tivemos vários pontos de funcionamento:
Avenida Monsenhor Félix, Rua Marquês de Aracati, entre
outras. Hoje, aos domingos, funciona na rua Marquês de
Queluz. Terça – Feira na Avenida Alice de Freitas e Sexta –
Feira, na rua Bezerril Fontenele.
Observação: * Foto do autor.
Presidência da República
Conselho Coordenador de Abastecimento
FEIRA PERMANENTE DE IRAJÁ
Localizado na antiga Freguesia de Irajá, atual Praça de Nossa Senhora da Apresentação
de Irajá, inaugurada em 07 de dezembro de 1959 pelo então ex-Presidente, Juscelino Kubischek
de Oliveira.
CAFÉ BAR CELESTE
Seu proprietário foi o Irajaense Abílio de Queiroz..
O estabelecimento ficava localizado na Avenida Monsenhor Félix nº 545.
Apreciado por suas qualidades pessoais e profissionais, o proprietário Abílio de Queiroz foi
por muitos anos, um dos operosos auxiliares do Café Haya, em Madureira. Sua permanência
neste estabelecimento de tradição, tornou-o profundo conhecedor de direção e chefia. De sorte
que, quando veio residir em Irajá, trouxe consigo experiências e amigos.
Trabalhador e probo, conciliador e prestante, o Sr. Abílio de Queiroz soube consolidar o
prestígio dos estabelecimentos comerciais de que foi proprietário, dando-lhes a estabilidade
necessária e o conceito de que sempre foi merecedor, definiu Rio Ilustrado.
Sr. Abílio de Queiroz casou-se com a Senhora Maria de Queiroz, já falecidos, havendo
dessa união quatro filhos: Delcy [falecido], Dario, Celeste e Celina, todos Irajaenses convictos de
coração.
Segundo o já falecido Delcy Queiroz, que trabalhou com ele no Bar, afirma que o seu pai
foi uma figura de muitos méritos, conhecido e dedicado ao programa do bairro.
O Café e Bar Celeste foi o 2º Bar. Atuou de 1935 a 1937, transferindo-o posteriormente
para outro comerciante também conhecido e relacionado na comunidade, o Irajaense, também já
falecido, Sr. Moreira.
O primeiro estabelecimento foi o Bar e Café Centenário, por volta de 1922, localizado na
Avenida Automóvel Clube, prédio extinto com as obras do Metro.
Observação:
* Foto extraído do Rio Illustrado - 1937.
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AO FORTE DE IRAJÁ
"Uma coisa é a cultura, o estudo, a preparação técnica e outra é a tendência
expontânea que se revela naturalmente no indivíduo. A tendência é uma faculdade;
nasce com a pessoa, não se adquire nas escolas." - Rio Ilustrado - 1937.
Foi o caso do Sr. Manoel Moreira Mota que veio de Portugal
passando a residir em Madureira desde 1919. Dono do AO FORTE
DE IRAJÁ JÁ, aberto em 1936, na então estrada Monsenhor Félix,
75l, hoje, avenida, esquina com a rua Calmon Cabral.
Era um armazém de secos e molhados de longa duração que,
segundo o Rio Ilustrado - 1937, galgou rápido destaque e
credibilidade entre a comunidade Irajaense. Colocou na casa
comercial os seus próprios filhos José [gerente], Manoel, Américo,
Álvaro, Antonio, Maria e Joaquim, o caçula da família.
Observação:
Fotos extraídas do Rio
Illustrado - 1937.
Na foto observa-se do lado direito, o tendal usado por muitos anos.
Dependurado o charque [carne seca], e o valor expressivo do
dinheiro da época. A existência do comércio, proporcionou grande
benefício a comunidade.
Vocabulário
1. Tendal: lugar onde se estende o charque e o peixe.
2. Charque: carne de vaca, salgada e cortada em manta. O mesmo que carne seca.
ARMAZÉM DAS CRIANÇAS
Um dos armazéns mais antigo, data de 1931, foi o Armazém das Crianças, de propriedade
do Sr. Avelino de Sá, natural de Portugal, localizado na rua Barão do Serro Largo, esquina com a
rua Marquês de Aracatí.
Até hoje conserva suas principais características.
O Sr. Avelino de Sá, foi uma pessoa muito estimada, principalmente pelas crianças.
Foi um dos integrantes da fundação, em 07 de setembro de 1962, do extinto São Paulo
Volante Club.
ARMAZÉM DAS CRIANÇAS
A saudade é valida
essencialmente ao relembrar,
o tempo de criança
muitas gulodices a comprar.
Lugar inesquecível
como criança freqüentei,
"Armazém das Crianças",
vendia doce à vintém.
Seu dono era estimado,
respeitava qualquer ser,
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AGOSTINHO RODRIGUES
principalmente as crianças,
seu xodó, seu bem - querer.
Chupeta de mel, cocada,
doce de abóboda, pirulito,
mariola... hum!....gostosa,
mesmo sem dinheiro havia alegria.
Doces, Adelino oferecia,
mesmo sem ser dia
de "Cosme e Damião".
em tudo participava,
sempre com "sim",
nunca com "mão".
Hoje ele é relembrado,
sessenta e dois anos depois,
pois foi amigo das crianças,
indubitável homem de coração.
Agostinho Rodrigues
1993
FUNDIÇÃO SUBURBANA
A Fundição Suburbana foi uma firma de grande potencialidade no município que
enobreceu por muitos anos o bairro de Irajá, beneficiando várias famílias Irajaense. Iniciou em
1930 na esquina da Avenida Automóvel Clube com a Monsenhor Félix, onde hoje está localizado
o grupo Carnavalesco, Boêmios de Irajá.
Oriundo da Tijuca, em 1925, o Sr. Francisco Garcia e família, organizou nos fundos da
residência, na rua Juquerí, uma pequena oficina . Dali, em 1942, com ajuda dos filhos, fundou a
Oficina Metalúrgica Francisco Garcia Ltda. Até 1947 funcionou na área que funcionou o cinema
Triumpho, hoje, Agência Bradesco. No mesmo ano, instalou-se na rua João Machado.
Com 4.500 m2, a fundição Suburbana funcionou em duas partes: técnica e contabilidade.
Parte técnica pelos filhos Leonardo Zangrando Garcia, já falecido, que chefiou a área de fundição
e Lino Zangrando Garcia a área de mecânica e a direção da parte contábil, a Sra. Leonor Garcia
Cunha.
Consistia em fundir ferro, bronze, alumínio, cobre, execução de qualquer modelo de
fundição solicitado, entre outros.
Francisco Garcia, faleceu em 1951 aos 66 anos de idade, estando seus restos mortais no
cemitério de Irajá.
O insigne empresário, quando em vida, fez parte do Sindicato Metalúrgico do antigo
Estado da Guanabara, sendo um dos fundadores.
Sua esposa, Thereza Zangrando Garcia e os filhos Leonardo Zangrando Garcia e Lidia
Garcia Albuquerque, também repousam no cemitério de Irajá.
A fundição encontrar-se parada desde fevereiro de 1992, exatamente ao completar 50
anos de existência.
PARTICULARIDADES
* Segundo D. Palmira Queiroz [+], afirma que no nº 31, da rua Marquês de Aracatí, onde
hoje funciona a Gráfica Jodima, primeiramente foi uma carvoaria, depois uma fábrica de
sabão e por fim, botequim do Sr. José.
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* Que no nº 15 da rua Marquês de Aracatí, onde hoje funciona a loja de roupas "Xangrila
Modas", foi um posto de atendimento dos comerciários, estilo INPS, local onde os
aposentados recebiam seus vencimentos.
* Que o imóvel onde está localizado o Bar do Bigode, sempre funcionou como bar,
simplesmente passando de proprietário para proprietário.
* Na rua Marquês de Aracatí 15A, funcionou a Delegacia Fiscal da Prefeitura que mais
tarde passou para a antiga Prefeitura, hoje, XIV Região Administrativa.
Neste local, hoje funciona a Sapataria MRS Comércio e Artesanato de Calçados.
NOTA:
Informações de antigos moradores, levam a existência de um Distrito da Guarda
Municipal, no final da década de 40, com xadrez para guarda de presos, antes da
existência da Delegacia Fiscal da Prefeitura.
* Em 1945, a venda do leite era feita através da Leiteria, Padaria, Leiteiros e pelo
caminhão do leite, apelidado de "Vaca Leiteira". Tinha características do atual "Carro
Pipa", só que a carcaça era de alumínio.
Os leiteiros trabalhavam com bicicleta tríplice. Deixavam o leite na porta de cada moradia
que mantinha compromisso com o mesmo. O Vasilhame era de vidro [1 litro].
O leite era proveniente de uma leiteria que funcionava na antiga Freguesia de Irajá.
* Um período interessante foi a venda de laranja [1945], na maior parte provindas de
Itaboraí - Estado do Rio, por meio de caminhão onde através de um megafone o vendedor
mantinha um canto próprio para atrair fregueses.
"Traga a bolsa [de feira] dona Maria. Se não tiver bolsa traga a bacia. Laranja pêra graúda.
Cinqüenta por mil e quinhentos. Traga a bolsa".
Um outro modo era: "Traga a bolsa dona Teresa, a laranja pêra está uma beleza.
* O geleiro era também outro que utilizava a bicicleta e o triciclo como sistema de
transporte. O depósito ficava na Freguesia de Irajá.
DENTISTA E MÉDICO
O dentista surgiu no bairro no início da década de 30. Quanto ao médico, somente surgiu no
bairro no princípio da década de 40.
AMOLADOR DE FACAS
Surgiu por volta da década de 40. Amolava facas, enxó, picaretas, ancinhos, tesouras,
serrotes, machados, pás, enxadas e outros instrumentos que eram utilizados nos campos,
fazendas [já com sinais de extinção], hortas, valões e etc.
No princípio, o equipamento era formado por uma grande roda giratória, apoiada por um
eixo sobre um forte cavalete, movida por uma correia que era acionada por um pedal de madeira,
movimentado pelo pé do amolador.
Hoje, pouco utilizada a não ser por alguns profissionais do ramo pelo sistema de transporte
adaptado em bicicletas.
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AGOSTINHO RODRIGUES
POMBEIRO
O pombeiro foi uma espécie de vendedor ambulante de pombos, galinha e peixe, muito
utilizado no nordeste, que operou no bairro de Irajá, até a década de 40.
É oportuno transcrever o texto de Magalhães Corrêa, publicado no Rio Ilustrado - 1937,
cortesia da Irajaense Norma Zangrando Pereira que, em linhas gerais, desenvolveu bem o
assunto.
TIPOS POPULARES DOS SUBÚRBIOS - "O POMBEIRO "
Magalhães Corrêa - Rio Ilustrado - 1937.
"O pombeiro de peixe é denominação dada ao vendedor de peixe, a cavalo, que vem da
Barra da Tijuca ou Camorim e vai até Irajá ou Engenho Novo, "pombeando" o peixe à freguesia.
Pombear é exercer a profissão de pombeiro, negociante que atravessa os sertões,
comerciando com os indígenas. Este termo vem da África, pois é dado aos encarregados de
efetuar a compra dos escravos, mediante troca por miçangas e ferramentas. Passou para o Brasil
nos tempos coloniais, derivando-se do radical pomba Kimbundun - mensageiro.
É quase sempre, o cavalo zaino, com cogotilho [crinas tosadas] que os pombeiros
preferem, cabeçada de couro presa às argolas superiores do freio, com o respectivo cabresto,
freios com rédeas de couro, cincha, composta de barrigueira, quatro argolas, látego e sobrelátego.
Finalmente, recebe o sacado, que é o lombilho de cabeça alta de couro trabalhada, que substitui o
selim e, sobre ele, o pelego [pêlo de carneiro com lã, ou artificial, de fibra], onde monta o
pombeiro. Assim é o arreiamento do animal.
De cada lado do sacado está preso um jacá equilibrado pelo peso dos peixes, e coberto de
galhos para refrescar os mesmos, trazendo, ainda, o pombeiro uma tampa que serve para
apresentação do peixe e uma balança.
Montando o pescador, transformado em pombeiro, percorre as estradas e ruas
anunciando, por intermédio de uma corneta de chifre de boi, a sua passagem, que produz um som
rouco: frou...u, frou...u!
Os preços variam, mas, na média, são vendidos a 2$500 a tainha, o robalo a 4$000 o
Quilo, corvina a 3$000 o Kilo, traíra a 2$000, acará a 4$000, a dúzia, bagre a 1$200 e a dúzia do
siri, 1$000."
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O MERCADO DE MADUREIRA
É um registro importante que influiu indiretamente
no bairro de Irajá e circunvizinhos.
O Rio Ilustrado - 1937, dá uma visão ampla do
quanto o Mercado de Madureira foi importante, se não
vejamos.
Na entrevista feita pelo periódico a vendedora de laranja,
banana, tangerina e tomate, apelidada de Maria Gorda,
os entrevistadores, diante da alegria da vendedora em
relação ao Mercado, concluíram:
"E nós nos retiramos, já agora crentes de que o
mercado não é apenas a obra gigantesca por que
tanto lutaram os Srs. Eduardo de Almeida e
Antonio Pereira. Nem é, somente, um dos maiores
contribuintes do tesouro público. Nem só o ganha
pão dos lavradores, a delícia dos barraqueiros, o
desafogo das multidões que o ficaram. Ele é sobre
tudo uma das mais alegres tradições da cidade.
Que diga Maria Gorda."
Diante do acima transcrito é oportuno esclarecer que não foi Maria Gorda a única a ter o
sentimento de alegria. Milhares de fregueses, uns tantos outros lavradores e barraqueiros,
também participavam do sentimento.
O próprio pesquisador, nos seus seis anos de idade, também participou desta alegria,
todas às vezes que ia ao Mercado com a sua progenitora para fazer compras.
Ruas próximas, veículos em constante movimento de ida e vinda; trens carregando e
descarregando; braços humanos erguendo cestos e caixotes cheios de produtos da lavoura, era
imutável para quem ia ao Mercado de Madureira, o centro das atividades comerciais das
populações urbanas.
NOTAS:
O bairro de Irajá teve no seu desenvolvimento comercial e industrial, diversas fases que
sofreram transformações.
Um período amplo foi a década de 60 para 70, diminuída com a demolição de imóveis
comerciais expressivos da época, para dar lugar ao Metro bem como para ampliar a Avenida
Automóvel Clube, ou seja, de uma única via de mão dupla, criação e ampliação de duas vias
[descida e subida, paralelas a linha do Metro].
No momento atual, o maior fluxo comercial, se volta para as agências de veículos
motorizados [automóveis], lanchonetes, bares e farmácias, seguido de menor escala, os
supermercados, armarinhos, padarias, lojas de ferragens e de construção, cabeleireiros e oficinas
mecânicas de veículos motorizados em geral.
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AGOSTINHO RODRIGUES
Fontes consultadas:
* Rio Illustrado – 1937 – cortesia da Sra. Norma Zangrando Pereira [1992]
* Páginas Amarelas [1998/89 e 1989/90].
* Livro "Distrito Federal"3a. edição – 1942 – Ariosto Espinheira. Editores: J. R. de Oliveira &
Cia. Limitada.
* Dicionário Contemporâneo da Língua Portuguesa – Caudas Aulete – 1964 – 5a. edição –
Editora Delta S?A.
* Sra. Elvira do Nascimento [1992] [+]
* Sr. Delcy de Queiroz [1992] [+]
* Sr. Leinir Pereira Brazil [1992]
* Sra. Leonor Garcia Cunha [1992]
* Sr. Humberto Zangrando [1992]
* Sr. Adolpho Garcia [1992]
* Sra, Palmira Queiroz [1994] [+]
* Memórias do autor da
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AGOSTINHO RODRIGUES
TRANSPORTE
ORIGEM DA PALAVRA "BONDE"
A origem da palavra bonde, entre nós, segundo transcrito na Enciclopédia EPB Universal –
Editor Arnaldo Batista Marques de Soveral – Editora Pedagógica Brasileira S/A – São Paulo –
1969, é explicada por Dumlop, da seguinte forma: na América do Norte, "bond" é o título de dívida
emitido por uma empresa criando obrigações de fazer alguma coisa ou pagar certa quantia; os
bondes, primeiramente em New York, foram distribuídos por uma empresa denominada Botanical
Garden. Nesta época, fins do século XIX, como inexistisse naquela cidade níqueis que somente
surgiram em 1872 e com os quais os passageiros pudessem retribuir em espécie, o serviço
prestado por aquela empresa deixou ambos em grandes dificuldades. Foi assim que a empresa a
fim de receber as respectivas passagens, passou a emitir pequenos cupons em grupos de cinco
que serviam de pagamento por parte dos usuários os quais adquiriam na empresa a quantidade
necessária ao seu uso, resolvendo-se então, o problema do troco. Os cupons denominavam-se
"bonds". Assim, chegou até nós essa palavra como bonde e seu significado foi estendido ao
próprio veículo.
O BONDINHO DE BURRO
Pertencentes a Linha Circular Suburbana de
Tranways, com percurso entre os subúrbios de Madureira e
Irajá, os bondes puxados a burro funcionaram no Rio de
Janeiro até 1928. A concessão foi outorgada em 1905 ao
Engenheiro Manuel Antonio da Silva Reis, Coronel Júlio
Braga e ao barão de Santa Cruz, pelo Decreto 1054 de
21/ll/1905, contrato firmado com a Prefeitura em 28/9/1906.
Antes desta concessão outorgada em 1905, houve um Decreto do Poder Executivo
Municipal nº742 de 20/3/1900, concedendo aos cidadões Alberto Paca e ao Capitão João Antonio
Teixeira Barroso ou a empresa que organizaram, permissão para construção , uso e gozo de uma
linha ferro carril de bitola estreita , partindo da Estação de Madureira e terminando no Porto de
Irajá. Não demorou muito pois logo no mês seguinte os concessionários já estavam procurando
negociar no exterior a venda e transferência da linha . Nesse sentido, firmaram em 19/5/1910
contrato com a firma "Atlas Investiment Corporation Ltda", de Londres , ficando esta autorizada a
organizar, como de fato organizou, uma companhia com o nome de "Rio de Janeiro Suburbana
Tranway Limited". Mesmo não tendo verificado a transferência da concessão para esta Empresa,
nem tão pouco houvesse ela obtido a indispensável autorização de funcionamento, procurou
manter a concessão em vigor, enviando os empreiteiros Thompson e Howston, de Paris, para
executarem as obras necessárias `a inauguração do Tráfego a fim de evitar que a concessão
caducasse. Nesse ínterim, surgiram várias questões possessórias propostas pela "Cia Light",
fundada no seu contrato de unificação de bondes de 06/11/1907. Todavia, apesar de todos esses
percalços e contratempos, construíram a linha de bondes num pequeno trecho de 5700 metros,
inaugurando-se o respectivo tráfego a 28/9/l9ll. Nesse dia, `as 14 horas, na presença de grande
número de pessoas nas proximidades da Estação de Magno - Linha Auxiliar da Estrada de Ferro
Central do Brasil [E.F.C.B.], convidou-os o Barão de Santa Cruz, empresário do serviço , para
tomarem lugar no bondinho, que era um dos da antiga Cia de Carris Urbanos. Repleto o veículo,
seguiu ele em direção a Freguesia de Irajá e, após uma viagem de 40 minutos, chegava ao Largo
da Matriz de Irajá, garridamente enfeitado com bandeiras e galhardetes . Os convivas foram
recebidos pelo vigário da Freguesia padre Januário Tolomey, cabendo ao Coronel José Ricardo
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AGOSTINHO RODRIGUES
de Albuquerque em nome do "Comitê Central de Irajá", a saudação ao Barão de Santa Cruz. `As
15 horas, regressou a comitiva a Madureira.
Seguiu-se a essa inauguração nova luta judiciária
cheia de incidentes e imprevistos que se prolongou por
muito anos até que a 28/3/l928 foi efetivamente
transferida a concessão para a Empresa "Cia Light" que
de imediato, tratou de substituir o bonde tração animal
pelo de tração elétrica. Assim, no dia 26/6/1928, em
tempo recorde, foi inaugurado o primeiro trecho
eletrificado do Largo de Madureira até a rua Lima
Drummond e no dia l2/10/1928, o trecho final até a Praça
de Freguesia de Irajá.
Chegava ao fim a utilização dos tradicionais bondinhos de burros, saudoso até hoje para
muitos mas também criticados por tantos outros na época que viam com entusiasmo o
melhoramento pois consideravam o bonde tração animal insatisfatório `as necessidades do
público. A linha no seu final de vida, já apresentava péssimo estado de tráfego e era comum os
próprios passageiros dos pequenos veículos terem que saltar para repô-los nos trilhos de onde,
com facilidade, saiam novamente.
UMA RECORDAÇÃO INESQUECÍVEL
"Viajar de bonde especial puxado a burros no meu primeiro matrimônio, foi
para mim um dia de imensa alegria."
Elvira Nascimento - Rio, março de 1992
Sra. Elvira Nascimento foi uma das antigas moradoras de Irajá que aos
89 anos bem vividos, deixou excelentes subsídios de suas excelentes
recordações sobre o bondes tração animal. Procedente de Angustura - Minas
Gerais, chegou ao Rio de Janeiro aos 10 anos de idade, indo residir em Vaz
Lobo e posteriormente em 1930 em Irajá, apesar de conhecê-lo bastante
tempo, devido a curta distância entre os dois bairros. Faleceu no dia 02 de maio
de 1998, aos 95 anos de idade.
Conheceu o bondinho puxado pelos burros quando ainda moradora em Vaz Lobo ao ponto
de afirmar que na época existia no Largo de Vaz Lobo, Estação de Irajá e no Largo da Freguesia
de Irajá, um grande tanque onde os burros dos bondes e outros animais bebiam água. O primeiro
passageiro da inauguração do bonde, segundo reminiscência, foi o Sr. Manuel Machado , pessoa
influente no bairro, com suas filhas Carmem [fundadora anos mais tarde do extinto Ginásio
Manuel Machado que ficava na estrada Marechal Rangel, hoje, Av. Ministro Edgard Romero, entre
os números 881/889 e Quininha, ainda viva, residente nas proximidades do Colégio Republicano.
A viagem do Sr. Manuel Machado foi surpresa. Ele fora `a cidade com suas filhas tratar de
negócios e ao regressar a Madureira, encontrou o bonde aguardando-o com outros convidados
para traze-lo a Vaz Lobo. Foi aquela festa que inclusive, contou com banda de música. O diretor
da companhia era o Sr. Lucindo , muito querido no local. Era uma pessoa de cor branca, alto e
gordo, concluiu.
A sua maior satisfação foi em 1920, quando nos seus 17 anos de idade , contraiu o seu
primeiro matrimônio na Igreja de Nossa Senhora da Apresentação de Irajá, transportada pelo
bonde especial, oriundo da Quinta da Boa Vista que, segunda ela, muito bonito pois era forrado
com um tapete de veludo vermelho. O referido bonde especial só era empregado em ocasiões
solenes, tais como: casamentos e batizados.
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AGOSTINHO RODRIGUES
O TOMBADOR - TOMBADOURO
"Nome do Largo de Vaz Lobo . Neste Largo eram feitas as substituições das duplas de
burros que puxavam os bondes. Vim para Irajá em 1924 e me lembro perfeitamente que quando
garoto, cheguei a andar nos bondes puxados a burro."
Assim definiu com entusiasmo o comerciante do local e
antigo morador, Sr. Ivan Farias à respeito do assunto,
inclusive enfatizando sobre a troca dos animais, dando
ensejo de ser observada a inteligência da época, diante
dos serviços prestados pelos animais no trajeto de
Madureira a Irajá.
A estrebaria funcionou no local onde mais tarde foi
construído o ex - Colégio Cristo Rei, em Tombador, hoje
Largo de Vaz Lobo.
O trajeto de Vaz Lobo para Madureira era feito pela Av. Marechal Rangel, atual Ministro
Edgard Romero e como havia uma elevação, a troca era feita da seguinte forma: os burros eram
atrelados ao bonde em Vaz Lobo, descansados e alimentados e seguiam para Madureira,
conseguindo assim, superar a elevação. Davam a volta e retornavam, passando por Vaz Lobo,
seguindo para Irajá através da Av. Monsenhor Félix até o final da linha, ou seja, Largo da
Freguesia de Irajá. Retornando e ao chegar ao Largo de Vaz Lobo, eram trocados por outros dois
burros .
Os animais estavam tão acostumados ao serviços que, ao sentirem as correntes tocarem
ao chão, dirigiam-se sozinhos para a estrebaria sem a necessidade do guia. A troca era rápida e
não ultrapassava de cinco minutos.
Segundo Sr. Leoncio em entrevista ao Rio Illustrado, alega, diante seu extenso
conhecimento na região entre Irajá à Madureira, que Vaz Lobo era o nome de um médico, figura
de grande realce, residente do lugar.
Quanto ao nome "Tombadouro", explicou: "Havia, naquele trecho, um caminho perigoso.
Raras pessoas que ali passavam não fossem vítimas de quedas, tal a natureza irregular do
caminho. E este ficou sendo, assim, o "Tombadouro".
IMPREVISTOS
Rio, Julho de 1992
Coube o registro que se segue ao saudoso morador, Sr. Delcy de Queiroz, falecido em
outubro de 1996 aos 74 anos de idade, cujos os restos mortais repousam no Cemitério de Irajá.
Na tarefa diária, os burros as vezes, empacavam e
o bonde não andavam de jeito algum, obrigando os
passageiros a saltarem e esperarem a boa vontade dos
burros ou seguirem seus destinos a pé.
Diz o autor: " A linha estava em péssimo estado de tráfego e constantemente, os próprios
passageiros dos pequenos veículos , tinham que saltar para repô-los nos trilhos, de onde, com
facilidade, saiam novamente."
Da mesma forma afirmou o capitalista e comerciante do bairro de Madureira Sr. Eduardo
de Almeida no Rio Ilustrado-1937. Português, natural da Freguesia de Peno Jóia, Conselho de
Lamego, distrito de Viseu, onde nasceu em 1874, vindo residir no bairro de Madureira em 1895.
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AGOSTINHO RODRIGUES
"- O Barão de Santa Cruz era detentor de uma concessão pelo qual se lhe tomava adstrita
a exploração aqui dos serviços de transporte. O Barão passava em riscar as ruas com os trilhos
de seus bondes e, valendo-se daquela concessão, aqui lançou, um dia, os tais bondinhos de
burro.
Esses bondes eram um caso sério. Saiam a todo
instante das linhas e, em tais apuros eram os passageiros
que, soltando ajudavam o condutor a repô-los sobre os
trilhos. Vagarosos, enervantes , gastavam horas de
viagem. E pagava-se, por isso, uma taxa pesada ou, pelo
menos, em nada compensadora.
A tração animal só foi inteiramente abolida, em
Madureira em 1927. Até então o tráfego de passageiros
para Irajá e Vaz Lobo, era feito, ainda bondinhos de burro.
Foi na gestão do Prefeito Prado Junior que a Ligth
estendeu , aquelas localidades, os bondes elétricos."
Foto 1 - Um outro abencerragem da coleção histórica do Malta - Rio Illustrado-1937.
Foto 2 - Um dos bondinhos do Barão de Santa Cruz - Rio Illustrado 1937.
Foto 3 - Sra. Elvira Nascimento - cortesia da própria Irajaense.
Foto 4 - Um dos aspecto antigo do Largo de Vaz Lobo, vendo-se a garagem dos
tradicionais bondinhos de burro e alguns veículos Em 1937 já existiam construções
modernas no local.
Foto 5 - Esta parelha desapareceu. Ficou apenas a estação que já em 1937, passou a
servir de garagem à empresa de ônibus Santos Dumont.
Foto 6 - Estação. Agência da Empresa de Bondinhos de Burro do Barão de Santa Cruz em
Vaz Lobo que, ainda se mantinha de pé em 1937.
Fontes consultadas:
* Seção de Coletas , Dados e Informações da XIVa. RA de Irajá – 1992.
* Biblioteca popular de Irajá, João do Rio – 1992.
* Páginas Amarelas [1988/89] e [1989/90].
* Livro "Rio Antigo"- Volume I – 2a. Edição – Editora Rio Antigo Ltda. – RJ – 1958 – autor
J.C. Dumlop.
* Livro "Freguesias do Rio Antigo" de Noronha Santos – 1965.
* Dicionário Prático Ilustrado [Novo Dicionário Enciclopédico Luso Brasileiro, publicado por
Jayme de Següier [3a. Edição revista – Porto], Livraria Chardron Lello, Limitada – 1931.
* Rio Ilustrado – 1937 – cortesia da Sra. Norma Zangrando Pereira.
* Memórias da Sra. Elvira Nascimento [+]
* Memórias do Sr. Delcy de Queiroz.
* Memórias do Sr. Ivan Faria
* Memórias da Sra. Norma Zangrando Pereira.
BONDE ELÉTRICO
Enquanto que no bairro de Irajá circulou desde 1910 os bondes puxados a burros [tração
animal], e que se estendeu até 1928 quando foram substituídos pela de tração elétrica segundo
C.J. Dumlop, na Capital e em toda América do Sul, a inauguração deu-se em 08/10/1928 pela
sinuosa praia do Flamengo através do carro nº 104, sistema "Robinson", de quatro rodas, da
Companhia Ferro - Carril do Jardim Botânico.
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MEU IRAJÁ
AGOSTINHO RODRIGUES
Houve quem temesse neste primeiro bonde elétrico o que levou a companhia afixar nos
espaldares dos assentos o seguinte aviso: "A corrente elétrica nenhum perigo oferece aos Srs.
passageiros".
IMPLANTAÇÃO DO SISTEMA EM IRAJÁ
TRAJETÓRIA E INFLUÊNCIAS
A luta para a implantação do sistema de bondes a tração elétrica em substituição ao de
tração animal não foi fácil mas como o de tração animal já se encontrava insatisfatório `as
necessidades do público, apresentando péssimo estado de tráfego, a luta judiciária entre o Barão
de Santa Cruz e os que queriam a implantação do bonde elétrico , chegou ao fim com a efetivação
em 28/3/1928 da transferência de concessão, depois de vários anos de incidentes e imprevistos,
em favor da "Cia Ligth" que, de imediato, tratou de substituir os bondinhos de burros pelos bondes
elétricos.
Na época, o capitalista e comerciante do bairro de Madureira, Sr.
Eduardo de Almeida, numa entrevista ao Rio Ilustrado – 1937, português,
natural da Freguesia de Peno Jóia, Conselho de Lamego, distrito de Viseu
onde nasceu em 1874, vindo residir em Madureira em 1895, concede uma
visão do motivo da batalha judiciária pela implantação dos bondes
elétricos. Segundo Sr. Eduardo de Almeida, Madureira em 1910 já era um
centro agrícola de intenso movimento, para onde convergiam inúmeros
lavradores, e o bairro não dispunha de meios fáceis de transporte.
O problema estava em conseguir que a Ligth trouxesse as suas linhas a Madureira tendo
em vista que já se estendiam até Cascadura. Dali para Madureira seria um pulo que o Barão de
Santa Cruz dificultava porque, se concedesse, de certa forma implicaria na falência de sua
empresa, localizada no Largo de Vaz Lobo. Foram em comissão ao Barão de Santa Cruz e
dispuseram suas intenções. Pediram ao Barão um sacrifício ou seja, de renunciar aos direitos que
a concessão lhe conferia de modo a facilitar a Ligth a distensão de seu trilhos de Cascadura a
Madureira. A intenção não era bondes de passageiros pois já se contentariam com um serviço de
carga para transporte de mercadorias. A resposta do Barão foi a de não renunciar em causa
alguma e nem permitiria jamais que tal fato acontecesse. Então a Comissão da qual o Sr. Eduardo
de Almeida fazia parte, dirigiu-se ao senador Otacílio Câmara tendo este, uma vez ao par dos
acontecimentos, aconselhado a comissão se dirigisse a Ligth e como sugestão, ele os
acompanhariam se assim desejassem. Assim procederam e a Ligth ao ouvir a comissão pela voz
autorizada do senador, forneceu todos os dados pelos quais se verificava ser possível estender a
linha a Madureira, não só para os bondes de carga onde a reclamação do povo era maior como
também de passageiro. O certo é que, dois anos mais tarde os bondinhos de burro se sentiram
seriamente ameaçados, por isso a Ligth cujos carros já iam a Cascadura, iniciou naquele ano,
1910, o serviço de prolongamento das linhas a Madureira, concluindo-os com rapidez.
De 1912 a 1916 foi somente de espera pela inauguração dos bondes, até que, numa tarde
de segunda-feira, rompeu ao longe o primeiro bonde elétrico sobre trilhos, todo embandeirado e
barulhento. Motivo de intenso júbilo para a população de Madureira.
O sistema a tração animal só foi inteiramente abolida em Madureira em 1927,
permanecendo o tráfego de passageiros para Vaz Lobo e Irajá.
O progresso de Madureira sem dúvida alguma influiu tanto que a Ligth estendeu, na gestão
do prefeito Antonio Prado Junior, os bondes elétricos aos bairros circunvizinhos, ou sejam, Vaz
Lobo e Irajá em 1928, Penha em 1934.
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MEU IRAJÁ
AGOSTINHO RODRIGUES
O bonde elétrico de Irajá que tinha o n° de linha 98, foi extinto no governo do então
governador do Estado da Guanabara - Dr. Carlos Frederico Werneck de Lacerda [ governo eleito:
05/12/60 à 1965].
RAMIFICAÇÃO DA LINHA DO BONDE ELÉTRICO MADUREIRA A IRAJÁ
Quanto a ramificação da linha de bonde
elétrico no percurso de Madureira a Irajá, há
divergências, se não vejamos: C.J. Dumlop afirma
que foi no dia 26 de junho de 1928 que inaugurouse em tempo recorde o primeiro trecho eletrificado
ou seja, do Largo de Madureira [Estação de Magno]
à rua Lima Drumond [Vaz Lobo] e no dia l2 de
outubro do mesmo ano, até o final da Praça da
Freguesia de Irajá.
Já o antigo morador do bairro de Irajá, Sr. Delcy de Queiroz, nascido em 11/11/l926 e
falecido em 09/10/l996, em suas reminiscências, declarou em l993 que na década de 20, a
princípio, o bonde de tração elétrica só chegava até a atual rua Guiraréia [Irajá], na época também
chamada de "Tombadeiro ", e que mais tarde a linha foi estendida até o centro de Irajá, fazendo
ponto onde hoje está localizada a Farmácia Drogasmil Medicamento e Perfumaria KRDA avenida Monsenhor Félix 504A e a posteriori, aí sim, estendida até a Praça da Freguesia de Irajá.
Observações:
Foto do bonde Irajá – cortesia da Biblioteca Popular de Irajá, João do Rio - 1999. Uma arte
fotográfica muito significativa, de valor, apresentada em "cartaz – convite", pela Prefeitura da
Cidade do Rio de Janeiro – Secretaria Municipal de Educação e a Escola Municipal Barcelona do
Bairro de Irajá. Com slogan "Irajá – Fonte de mel no tempo e no espaço", convidando a
comunidade para comparecer no período de 09 à 20 de novembro de 1993 à exposição de fotos
alusivas ao evento na Biblioteca Popular de Irajá, João do Rio coordenada e montada pelo
eficiente e entusiasmado Irajaense, professor, estudante universitário, Moisés Jordão Filho, com
apoio do Departamento Geral de Ação Comunitária – Centro de Memória da Educação.
A foto para a elaboração do cartaz-convite foi cedida ao professor Moisés Jordão Filho,
pelo morador Irajaense, Ernani Puerta Zangrando.
É um registro muito importante para a histórica de Irajá, pois a foto em questão está numa
posição alegre e interessante, dando vivas psicologicamente à pesquisa, de como o cidadão
Irajaense se identificava com o referido veículo de tração elétrica, quer em momento de lazer ou
mesmo em horas de trabalho.
PARTICULARIDADES
* Segundo o Sr. Leoncio Machado – Rio Ilustrado – 1937, que residiu em Vaz Lobo, foi o
seu tio, o ex - intendente municipal [nome dado aos antigos funcionários que dirigiam uma
administração pública e que durou até 1930, correspondendo hoje ao cargo de Prefeito],
Manoel Luiz Machado que trouxe a Irajá o bondinho de burro, junto ao Barão de Santa
Cruz.
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MEU IRAJÁ
AGOSTINHO RODRIGUES
* O bonde elétrico, segundo antiga moradora do bairro de Irajá, Sra. Palmira de Queiroz,
só prestava serviços de acompanhamento de cortejos fúnebres enquanto que os bondes
de burro, transportava inclusive, urnas funerárias. Na década de 30, apareceram os
bondes "Taiobas" [ bonde de segunda classe], que transportavam entre outras coisas,
móveis e lavadeiras.
* Ponto Cem Reis - década de 30. Segundo antigo morador do bairro de Irajá, Sr.
Cristovão Pinto, o nome "Ponto Cem Reis", foi assim batiza do pelos próprios passageiros
dos bondes, devido o fim e o início de uma nova seção tarifária. Era o encontro dos bondes
"ida - volta" entre Madureira a Irajá nos desvios , sendo um na estação de Irajá, em frente
ao atual banco Bradesco e o outro no Pau Ferro, em frente a atual escola Municipal José
do Patrocínio.
* As paradas dos bondes elétricos para embarque e desembarque de passageiros eram
feitas em postos determinados. Os postes de parada tinham uma tarja branca, bem visível,
para sua identificação.
* No período de Momo [carnaval], era uma tradição dos bondes elétricos ficarem
completamente cheios de foliões que neles trafegavam de Irajá a Madureira e vice - versa,
brincando e cantando modinhas carnavalescas . Nos festejos de Momo de 1993, as
autoridades e a comunidade do bairro prestaram uma homenagem ao bonde Irajá através
de um coreto erguido na Av. Monsenhor Félix, perto da XIV Região Administrativa de Irajá.
* A Praça 27 de Agosto, localizada no cruzamento das ruas Marquês de Aracati e Miranda
de Brito, expôs, por um determinado período, após sua extinção, um dos reboques
utilizados pelos bondes elétricos que circularam pela região com o propósito específico de
visitação pública, divertimento das crianças bem como de levar cultura histórica aos que
não tiveram a oportunidade de conhecê-los em atividade.
* Os melhoramentos no trajeto Madureira – Penha, o bairro de Vaz Lobo [ intermediário], o
bairro de Irajá e adjacências, foram visivelmente beneficiados com o meio de locomoção e
ampliação no tocante ao comércio e trabalho.
* Os moradores do bairro de Irajá e adjacências, faziam baldeações em Vaz Lobo, ou seja:
saltavam em Vaz Lobo e aguardavam o bonde Penha oriundo de Madureira e no retorno,
usavam do mesmo recurso, aguardando o bonde Irajá, oriundo de Madureira.
Documento pertencente ao autor da pesquisa histórica
quando. Recibo comprovante da participação em 1944,
dos bondes de tração elétrica no acompanhamento de
cortejos fúnebres, denominados "Carros Especiais".
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AGOSTINHO RODRIGUES
EFICIÊNCIA
Foto do bonde elétrico nº 97 [Estação], trafegando
em 24 de fevereiro de 1952 perto de Vaz Lobo. Cortesia
da antiga moradora de Irajá, Sra. Déa Marques. Foto
duas vezes premiadas em concurso de Artes Plásticas –
Categoria Desenho pelo autor da pesquisa: 3º lugar na IV
Amostra de Arte do GAP "Amigos de Irajá", em 06/8/1992
e 2º lugar no II Salão de Artes "Cléa Japiassú Maia,
período de 07 a 11/6/1993, realizado pela Academia de
Letras e Artes de Paranapuã [ALAP], nos salões da
Câmara de Vereadores do Rio de Janeiro.
O bonde elétrico tinha horário estabelecido e com isto veio favorecer em muito na
oportunidade da criação de amizades entre os passageiros mais comunicativos. Em determinados
momentos, pareciam uma família alegre e descontraída.
Uma famosa propaganda, entre outras, que existia nos bondes, assevera esta eficiência
onde muitos antigos moradores de Irajá lembram até hoje :
" Veja ilustre passageiro,
o belo tipo faceiro
que o senhor tem ao se lado,
mas, no entretanto acredite,
quase morreu de bronquite,
salvou-o o Rhum Creosotado".
Outra:
"Se o llustre passageiro,
aspira ser bom pintor
e ganhar muito dinheiro,
tome nota, por favor:
pros artistas de pincel
acabou-se a carestia,
porque na casa do Abel
de Barros & Cia
tem tintas, óleos, vernizes,
pra dar de graça ao freguês.
É na rua Buenos Aires
233."
Observações:
Segundo nota em Jornal O DIA de 05/4/1996 – 6a, feira – Seção "Cartas na Mesa" - há
uma nota de Isaac Schneider, que confirma como autor do poemeto de publicidade brasileira
"Rhum Creosotado", ao farmacêutico Ernesto de Souza.
ENFOQUE
O autor desta pesquisa histórica, por alguns anos, teve lado a lado de sua residência em
Irajá, dois vizinhos que foram funcionários da Empresa de Energia Elétrica: o falecido Sr. José
Joaquim Martins, português, naturalizado brasileiro e o também já falecido Sr. Oswaldo Corrêa.
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AGOSTINHO RODRIGUES
O Sr. José Joaquim Martins foi condutor, fiscal e motorneiro até a aposentadoria. O Sr.
Oswaldo Corrêa foi manobreiro que com a extinção do bonde, passou a Companhia de
Transportes Coletivos – CTC, onde se aposentou. O primeiro veio para Irajá em 1938 e o
segundo, mudou-se a alguns anos.
O enfoque é plenamente justificável tendo em vista que muitos fatos ligados aos bondes
elétricos, foram prosados por ambos, sempre emocionados pelo carinho que dedicavam a
profissão.
O BONDE
Agostinho Rodrigues
1988
Simples mas bem aplicável,
fácil manejo de ser conduzido,
cômodo e barato,
tarefa tranqüila para os usuários,
era o bonde no passado,
felicidade completa de alegria,
do inspetor vivaz e esbelto
ao motorneiro de pé nos manejos,
destarte o condutor a figura central
que firme nos estribos,
passando de um banco após outro
com várias moedas nas mãos,
um tric-trac sonoro elegante
além do tim...tim de parada ou partida
numa posição límpida e clara
onde os passageiros eram vistos,
dependurados ou sentados tranqüilos
sem o perigo de uma batida,
rodando entre trilhos
em trechos longos ou curtos
alguns lendo, outros confabulando
num ambiente descontraído
sem pensar em assalto ou violência
que impera hoje em dia,
participações exuberantes no carnaval
onde os foliões brincavam sem igual
na traseira da frente e/ou reboque
além do acompanhamento em funeral
é uma saudade inesquecível,
hoje, curiosamente à sentir,
que jamais serão esquecidos,
podendo na Cidade do Rio de Janeiro,
ser um fruto de um novo porvir.
Fontes consultadas:
* Biblioteca Popular de Irajá, João do Rio.
* Livro "Rio Antigo"- volume I – 2a. edição – Editora Rio Antigo Ltda – RJ – 1958 – autor J.
C. Dumlop.
* Livro "Freguesias do Rio Antigo"- autor Noronha Santos – 1965.
* Rio Illustrado – 1937, cortesia da Sra. Norma Zangrando Pereira.
* Memórias do autor da pesquisa.
* Memórias da Sra. Palmira de Queiroz.
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* Memórias da Sra. Déa Marques.
* Memórias do Sr. Delcy de Queiroz.
* Memórias do Sr. Cristovão Pinto.
* Memórias do Sr. Alberto Martins.
* Memórias do Sr. Hugo Salomão.
ESTRADA DE FERRO RIO D’ OURO
Lombo dos animais e carretas foram, por muitos anos, o meio de transporte empregado no
bairro de Irajá até que em 1883 surgiu o trem a vapor, o tradicional "Maria Fumaça" da Estrada de
Ferro Rio D’ Ouro.
ORIGEM DA ESTRADA DE FERRO RIO D’OURO
A origem da Estrada de Ferro Rio D’ Ouro está ligada ao
Decreto nº 2639 de 22/9/75 que autorizou o início das
obras de abastecimento d’água do Rio de Janeiro. Para
tanto se fazia necessário a construção de uma linha
férrea para o transporte de material da adutora ou seja,
da Quinta do Caju às represas do Rio D’ Ouro.
Fim dos trabalhos de construção em 1882, a ferrovia foi finalmente aberta ao público em
15/1/1883 e mais tarde, vendida ao Governo pela soma de 778 contos, 600 mil e 664 reis. A
estrada tinha uma extensão de 58 quilômetros que se desenvolvia paralelamente à Estrada de
Ferro D. Pedro II, passando por Benfica, Pilares, Irajá, Pavuna, Brejo Cava e Rio D’ Ouro.
Possuía como material rodante cinco locomotivas da "Hunstel Engine Co, 11 carros e 41 vagões.
O relatório da empresa em 1883, registrava o transporte de 29.132 passageiros, 4870 toneladas
de carga e 133 tonelagem de bagagem e encomendas. A ferrovia dispunha ainda de pequenos
ramais como os de Inhaúma, com dois quilômetros, entre outros menores.
A Estrada de Ferro Rio D’ Ouro tinha do Centro a estação de Irajá, 18,871 metros de
altitude e 180 quilômetros de extensão.
Na subdivisão territorial do então Distrito Federal, hoje, Estado do Rio de Janeiro, nos
coube a 26a. Circunscrição, pertencente ao 10º Distrito [Madureira], que compreendia do Rio
Jacaré [Praz de Pina], Vicente de Carvalho, Engenho do Mato, Tomás Coelho, Centro Vidal até a
estação da Liberdade.
Em 1925, após a construção de vários ramais, a Estrada de Ferro Rio D’ Ouro se estendia
por 146 quilômetros, partindo da Quinta do Caju com chegada em Jaceruba, Tinguá e Xerém.
ESTRADAS FERROVIÁRIAS A DISPOSIÇÃO DE IRAJÁ NO SÉCULO 19
No século XIX, o bairro de Irajá e adjacências passou a ser servida por quatro [4] estradas
de ferro, à saber:
a] Central do Brasil – compreendiam as estações de Madureira, Sapopema [atual
Deodoro], Rio das Pedras [ atual Oswaldo Cruz].
b] Rio D’ Ouro – compreendiam as paradas de Vicente de Carvalho, Irajá, Colégio,
Areal [ atual Coelho Neto, inaugurada em 15/1/1883] e Pavuna.
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c] Melhoramentos – compreendiam as paradas de Eduardo Quirino, Coronel
Magalhães [ atual estação de Magno, inaugurada em15/6/1890], Inharajá [ atual
estação de Turiaçú, inaugurada em 28/3/1989] e Honório Gurgel.
d] Norte – Antiga Leopoldina que abrangia a estação da Penha e os pontos de
parada de Cordovil e Vigário Geral.
A única estrada de ferro que a comunidade do bairro de Irajá utilizou diretamente, sem
necessidade de baldeação foi a Estrada de Ferro Rio D’ Ouro. Quanto as demais havia
necessidade da utilização de outro meio de transporte que os levassem, por exemplo, a Madureira
ou a Penha.
PLATAFORMA DA ESTAÇÃO FEROVIÁRIA DE IRAJÁ
Antes da década de 30 não havia propriamente
dito, estação de trem no bairro de Irajá. [Utilizava-se de
uma rampa localizada nas proximidades da Av.
Automóvel Clube de quem segue para Vicente de
Carvalho, defronte a Leiteria do Sr. Manoel Loureiro.
Existia no Local uma loja que vendia as passagens.
A primeira plataforma coberta da estação de Irajá, foi construída ao lado oposto da Av.
Monsenhor Félix, de quem segue para o bairro de Colégio. Em 1937 sofreu modificações com a
troca de plataformas de madeira pela de concreto.
Observação:
Na foto, década de 30, cortesia do antigo morador do bairro de Irajá, Sr. Hugo Salomão,
observa-se vestígio da antiga rampa de embarque e desembarque de passageiros e cargas e a
nova plataforma coberta. Ainda a esquerda para a direita de quem vem de Vicente de Carvalho:
padaria do Sr. José Nobre, fazendo esquina com a Av. Monsenhor Félix e Automóvel Clube,
quitanda do Sr. José Adriano, botequim do Sr. Abílio de Queiroz e a Leiteria do Sr. Manoel
Loureiro. Do outro lado da Avenida Monsenhor Félix, o Armazém do Sr. Militão, onde ficava a
bomba de gasolina. Por último, um veículo marca Ford da década de 20.
PARTICULARIDADES
* A locomotiva a vapor, de cor preta, era exposta à chuva, ao vento, à poeira, fazia barulho,
soltava óleo, enchia-se de fuligem, escaldava calor, mas era considerada não só pelo
maquinista como pelo guarda-freio, muito simpática. Tinha algo de humano pois
alimentava-se de água e carvão, recebendo-os das mãos do foguista como se fosse um
animal de estimação.
* Possui a locomotiva vasta importância histórica tanto que há até o museu de trem
localizado no bairro de Engenho de Dentro. No acervo do museu por exemplo, estão a
tradicional "Baronesa"; a primeira locomotiva do país, o carro imperial usado por D. Pedro
II; o vagão construído especialmente para acomodar o rei Alberto da Bélgica em 1920; o
vagão presidencial usado por Getúlio Vargas em 1930; miniaturas, ferroramas, painéis
contendo fotos, sinos, etc.
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AGOSTINHO RODRIGUES
* A locomotiva era uma máquina a vapor que puxava sobre carris de ferro um comboio de
carruagem chamadas vagões composta de fornalha, caldeira e a respectiva máquina a
vapor.
* O engenheiro inglês George Stephenson foi quem, em 1822, construiu a primeira
locomotiva prática.
* Segundo J.A.S. Drumond na Revista "A Ancora"- Ano X – Março e Abril de 1937 – Nº 71,
foi João Piloto o inventor do aparelho eletrodinâmico de sinalização ferroviária, requerido
para todas as estreadas de ferro a bem da garantia de vida dos que tinham que se
locomover por meio ferroviário.
João Piloto foi ex - militar da Marinha Brasileira em 1911. Idealizou, esboçou, desenhou e
construiu não só em miniatura como na aplicação da demonstração prática feita num
trecho entre Nova Iguaçu a estação de Mesquita, em outubro de 1936.
* Existiu o trem de carga que trazia lenha e carvão para a estância bem como aipim e
banana oriundas de Xerém, José Bulhões, Belfort Roxo e outros.
* A Estrada de Ferro Rio D’ Ouro mantinha um ramal de Vicente de Carvalho ao povoado
da Penha com seis quilômetros de extensão e só trafegava nos dias de festa da Igreja de
Nossa Senhora da Penha.
* A total extinção da linha férrea Rio D’ Ouro ocorreu no período de governo [1960 à 1965],
do governador do ex - Estado da Guanabara, hoje Rio de Janeiro, Dr. Carlos Frederico
Werneck Lacerda.
* Ano de 1940 – surge o varejo da estação férrea de Irajá de propriedade do Sr. Agostinho,
administrada pelos seus filhos Fernando e Altino. O varejo funcionou por muitos anos,
mesmo após a desativação da estação férrea, até a sua total demolição para dar lugar ao
Metro. Funcionava 24 horas por dia, tornando-se útil aos passageiros e pessoas da
noitada, servindo café, refresco, sanduíche, etc.
* Transportou em vagões de carga próprio, urnas funerárias destinada ao ato fúnebre, no
cemitério Israelita do bairro de Vila Rosali, até hoje existente.
SINALEIRA DE IRAJÁ
Na década de 20, só existia o sinaleiro. O processo de
sinalização era feita toda vez que a locomotiva se aproximava
ou saia da plataforma da estação de ferro de Irajá,
Foto da Estação do trem de Irajá,
cortesia do Sr. Adolpho Garcia,
tirada em 1970.
A sinalização de dia era feita pelo sinaleiro por meio de
bandeirolas: amarela para caracterizar sinal livre e a vermelha
o sinal de perigo. A noite, o sinaleiro utilizava o lampião de
dupla cores: amarela e vermelha, com o propósito ou seja, de
prover a segurança contra colisão, como por exemplo, do
bonde elétrico ou atropelamento de transeuntes.
Com a aproximação ou saída da locomotiva da plataforma, era comum o sinaleiro ficar no
meio da Estrada Monsenhor Félix, hoje avenida, perto da via férrea. Este sistema durou até a
década de 30. Por volta de 1934, surge a cancela propriamente dita, com respectivo alarme.
Seu funcionamento consistia de um enorme peso preso numa das extremidades, ligada
por um eixo na base fixa, [lado esquerdo de quem segue para Vaz Lobo pela Av. Monsenhor
Félix], contando no centro um possante lampião fixo de luz vermelha. Na outra extremidade, preso
a esta, uma corda onde o sinaleiro suspendia a cancela [afrouxando a corda lentamente],
permitindo o livre acesso aos veículos e transeuntes e/ou arriava [puxando a corda para si], na
aproximação ou saída da locomotiva da estação.
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AGOSTINHO RODRIGUES
Da década de 40 a 60, além do alarme, o sistema da cancela já composto pelo sistema
eletromecânico implantado em 1937, foi sofrendo modificações através de sistemas mais
aperfeiçoados com modernas sofisticações, como a movimentação automática, visando entre
outros aspectos a segurança, abolindo de vez o concurso da mão de obra humana do sinaleiro.
LENDAS
* Consta que por longo tempo, houve um bode que todos os dias viajava sozinho da
estação do Engenho da Rainha para o bairro de Acari com o propósito de namorar as
cabras do lugar, retornando à tarde.
* Que pelos silvo nervoso e repetido do comboio da Rio D’ Ouro quando aproximava da
estação ferroviária, deixava os passageiros sacudidos em sublime encantamento.
FATOS
* Em 26 de agosto de 1950 – houve um acidente de trem que mexeu com a sensibilidade
da comunidade do bairro de Irajá e Colégio: choque de dois trens da Rio D’ Ouro de frente,
entre as estações de Acari e Pavuna.
* A existência do Clube dos Caçadores de Madureira que fretavam uma composição inteira
para levar as suas famílias para a caça e churrasco na represa do Rio D’ Ouro. O
embarque dos passageiros participantes era feito até a estação de Belfort Roxo, depois
pegava a linha Rio D’ Ouro, só parando na represa. Vários moradores de Irajá participaram
deste evento, entre os quais, citamos a Sra. Elvira do Nascimento, Sr. Hugo Salomão e o
Sr. Delcy de Queiroz, segundo este, assim definiu em junho de 1993: "Um brilhante
cenário que jamais será revivido. O trem partia às seis horas da manhã todo enfeitado de
bandeirolas, bandinha e muitos fogos."
O TREM
Agostinho Rodrigues
Rio, 06/6/1993
Me lembro...
Era tão pequenino
de mão dadas a mãe
na plataforma de Irajá,
aguardava o trem com aflição.
Inhaúma era a parada,
local que tínhamos que saltar
para visitar a tia Luiza,
que Deus a tenha em bom lugar.
Ao longe sua fumaça anunciava:
lá vem a locomotiva chegando,
"Maria Fumaça", o seu apelido,
alegre e aconchegante.
Os minutos eram contados
mas logo despontou,
apitou três vezes
e como bom filho, parou.
Pronto. Nós já estávamos no trem,
confortado num dos bancos,
ele apitou bem forte,
deu dois solavancos e partiu.
No trec...trec...trec...trec...
das emendas dos trilhos,
seguiu a "Maria Fumaça",
levando-nos ao nosso destino.
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MEU IRAJÁ
AGOSTINHO RODRIGUES
Chegando a Inhaúma,
eu e mãe, dela nos despedimos.
Oh, que saudade eu sinto,
dá locomotiva amiga!
FAÍSCA
Faísca é o pseudônimo poético da poetisa Leonor Garcia da Cunha , antiga moradora do
bairro que gentilmente cedeu as poesias "Corrida de Ferro" e "Trem de Pau", como relato de suas
reminiscências para a pesquisa histórica em questão.
Retrata a época em que trabalhou em Irajá na Fundação Suburbana. Inaugurada em 1930,
a Fundição Suburbana, durante 50 anos, funcionou em duas partes: técnica e contabilidade e foi
nesta última que a vate Irajaense exerceu.
A fundição consistia em fundir ferro, bronze, alumínio, cobre e execução de qualquer outro
modelo de fundição solicitada, entre outros.
No transcorrer de suas atividades, demonstrando amor ao cargo e ensejando progresso,
que era do seu pai, Sr. Francisco Garcia, já falecido, a poetisa Leonor [Faísca], extravasou seus
sentimentos poéticos, trazendo à luz à maneira de como os operários da firma faziam a "corrida
do ferro", transformando-o em peças e entre elas, as destinadas às locomotivas,
Em "Trem de Pau", a poetisa enfoca os vagões de passageiros e os de cargas uma vez
que a sua carcaça era de madeira. Destaca o tempo em que "réis" e o "tostão", eram o nosso
dinheiro em vigor; a passagem [bilhete], de 1a. e 2a. classe; os dribles [desvencilhos] dos
passageiros na procura de viajar em vagões de 1a. classe com a passagem de 2a., para usufruir
de um melhor conforto; os baleiros com o seu canto de guerra, chamando atenção dos
passageiros, uma situação que perdura até hoje nos novos tipos de transportes empregados,
[ônibus e trens], acrescido de outros tipos de venda, como gulodices, entre outros.
Discorre o roteiro do trem da Estrada de Ferro Rio D’ Ouro, partindo de Francisco de Sá
até a estação ferroviária de Irajá bem como o comportamento do mesmo durante o transcurso da
viagem.
É mister relembrar que na década de 40, as crianças brincavam com as passagens
[bilhetes], já picotadas [inutilizadas], para fazer o joguinho do abafa, utilizando a palma da mão.
Virando a passagem com o vácuo, o jogador da vez continuava jogar sucessivamente e em caso
de não lograr êxito, passava o direito ao jogador da vez e assim por diante. Era composto de dois
ou mais participantes sentados em círculo e geralmente no chão. Era comum ver crianças
catando passagens na estação ferroviária com o objetivo de participar da brincadeira. Um jogo
infantil até hoje realizado pelas crianças, como as figurinhas de álbum, entre outras.
CORRIDA DE FERRO
"Faísca"
Olha a panela!
uuuuuuuuuuu!
Olha a panela!
uuuuuuuuuuu!
Grito vaiante
dos homens de bronze,
de muque de aço,
de alma de ferro.
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MEU IRAJÁ
AGOSTINHO RODRIGUES
Olha a panela!
uuuuuuuuuuu!
Olha a panela!
uuuuuuuuuuu!
Sacodem estrelas,
respingos do lume,
da boca do forno
do ferro a correr.
Gigantes em luta
na areia onde buscam
a forma divina.
Na tecnologia,
nas siglas e pesquisas
os decisivos prometem.
Rodas, engrenagens
girando, girando,
bica de sangue
purpúreo a verter.
E, num milagre, aquelas formas
se transformam em riquezas.
Chega o cansaço
e o suor mirrador,
o crepúsculo desce
a comporta se abre
e, nessa hora,
o fogo vira poesia.
TREM DE PÁU
"Faísca"
- Piuí! Piuí! Piuí!
Saudoso apito do trem
que o tempo fez parar!
Passagem se primeira,
quinhentos réis.
Passagem de segunda,
trezentos réis.
Comprava de segunda,
viajava de primeira.
Camaradeiro chefe de trem,
finge que não via...
Picotava o bilhete...
Sobravam duzentos réis.
- Bala, baleiro, bala
- Dez por tostão
- Quem vai querer?
Conta certinha,
uma bala de fruta pra cada estação:
Francisco de Sá,
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MEU IRAJÁ
AGOSTINHO RODRIGUES
Vieira Fazenda,
Heredia de Sá,
Maria da Graça,
Del Castilho,
Inhaúma,
Engenho da Rainha,
Engenho do Mato,
Vicente de Carvalho, e
Irajá
- Ir – a – já a Irajá?...
Mas como demorava...
- Piuí! Piuí! Piuí!
Serpenteando nas curvas,
lá vinha ele cansado:
- Muita carga, pouca força.
- Muita carga, pouca força.
- Muita carga, pouca força.
- Muita carga, pouca força.
De repente reagia,
xingava todo mundo,
soltando fogo pela boca
e faíscas pelo nariz.
Roda girando, ferro gemendo,
paragem final!
Fontes consultadas:
* Centro de Preservação da História Ferroviária do Rio de Janeiro – Engenho de Dentro –
1983 – Museu Ferroviário. Cortesia da Museóloga, Sra. Estela Ladeira – Agosto de 1992.
* Dicionário Prático Ilustrado [Novo Dicionário Enciclopédico Luso – Brasileiro, publicado
por Jayme de Seguier, 3a. edição revista – Porto], Livraria Chardron Lello Ltda – 1931.
* Boletim do I.A.C. nº 29 – novembro de 1950 – cortesia do Sr. Hugo Salomão.
* Rio Ilustrado 1937 – cortesia da Sra. Norma Zangrando Pereira.
*Revista "A Âncora"- Ano X – março/abril de 1937 – nº 71 – Revista Técnico – Militar,
instrutiva e literária – Órgão da Associação dos Sub – Tenentes – Oficiais da Armada.
* Memórias e acervo do autor
* Memórias do Sr. Hugo Salomão
* Memórias do Sr. Adolpho Garcia
* Memórias do Sr. Carlos Alberto Taborda
* Memórias do Sr. Delcy de Queiroz
* Memórias da Sra. Elvira do Nascimento
* Memórias do Sr. Cristovão Pinto
* Jornal "O DIA" de 22/9/92.
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MEU IRAJÁ
AGOSTINHO RODRIGUES
TREM ELÉTRICO
Foto xerox – Rio Illustrado
1937 - Composição de trem
elétrico
Enquanto que o bairro de Irajá em 1937 era servido por locomotivas a vapor movidas por
carvão pertencente à Estrada de Ferro Rio D" Ouro, o bairro de Cascadura era o ponto final, com
retorno à Cidade, da Estrada de Ferro da Central do Brasil.
Urge o desenvolvimento populacional e o progresso respectivamente dos bairros de
Madureira, Vaz Lobo, Irajá e adjacências ao ponto de exigirem do Governo do então Presidente
da República, Dr. Getúlio Dornelles Vargas, uma atenção especial sobre o problema que culminou
com a construção das estações de Madureira, Rio das Pedras [Oswaldo Cruz], Bento Ribeiro,
Marechal Hermes e Deodoro. A inauguração deu-se no sábado do dia 10 de julho de 1937, às 15
horas, com a presença do Presidente da República. Marco da extinção definitiva da locomotiva a
vapor em favor do trem elétrico. Os bairros de Vaz Lobo, Irajá e adjacências, foram beneficiados
indiretamente pelo novo sistema de transporte ferroviário empregado mesmo através da
necessidade de baldeação em Madureira o que antes se estendia à Cascadura.
Segundo o Rio Illustrado – 1937, a quem coube o trabalho de cobertura jornalista da
solenidade junto aos promotores dos festejos comemorativos da eletrificação dos trens em
Madureira, no dia da inauguração, os organizadores das localidades beneficiadas pelo progresso
ferroviário, tiveram a iniciativa de oferecer bondes a tração elétrica, com passagem gratuita, à
todos moradores de Irajá, Vaz Lobo e adjacências, para prestigiar o novo meio de transporte.
O Presidente da República, na ocasião, foi ovacionado pela população presente, tendo
sido recebido na gare de Madureira por uma comissão local onde coube ao Dr. Manoel Luiz
Machado Junior, remanescente de tradicional família Irajana, filho do Intendente Manoel Luiz
Machado, na época já falecido, a oportunidade de usar da palavra de agradecimento em nome da
população de Madureira, Vaz Lobo, Irajá, e adjacências.
Até hoje, todos os bairros supra mencionados bem como os demais bairros supra
mencionados bem como os demais bairros circunvizinhos continuam a usufluir do referido
transporte.
Antes da desativação por completo da linha pertencente a Estrada de Ferro Rio D’ Ouro,
andou circulando de maneira precária, algumas composições formadas por vagões de
passageiros de trens elétricos, movidas pela locomotiva de óleo diesel. Circulou por pouco tempo,
terminando antes mesmo da desativação da estação ferroviária de Irajá.
Na inauguração havia duas classes de
passagem: 1a. classe composta de banco
confortável, forrado de couro e de 2a.
classe de banco menos confortável, por
ser de madeira. Com o decorrer dos anos,
por volta da década 50, acabou a divisão
de classes, ficando só os assentos de
madeira e anos mais tarde de plástico
reforçado, situação que perdura até a
presente data.
Foto xerox – Rio Illustrado 1937
Contraste: Trem a carvão poluindo ao lado do
trem elétrico, menos poluente, ocasionando
apenas poluição sonora - 1937/2000
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MEU IRAJÁ
AGOSTINHO RODRIGUES
ÔNIBUS
VIAÇÃO SANTOS DUMONT
Rio Illustrado – 1937
A viação Santos Dumont foi uma empresa de auto- ônibus que por muitos anos atendeu a
população de Irajá, Penha, Vaz Lobo, Madureira e adjacências. Funcionava na rua das
Mangueiras nº 25 em Vaz Lobo – telefone nº 29-8396. Possuía uma frota de doze [12] carros
considerados elegantes, confortáveis, fortes, rápidos, cômodos e seguros. Rodavam em rigoroso
horário e perfeita pontualidade.
O Sr. Dilermano Avila Cunha foi o proprietário da empresa, considerado um
homem de visão, largo tirocínio e vocação ao ramo industrial e o Sr. Lúcio
Gonçalves Reis foi o encarregado do serviço de tráfego e de outras funções na
empresa.
O Sr. Dilermano Avila Cunha, na época, era casado com a Sra. Julia
Pereira Cunha e tinha dois filhos: Renato e Edgar.
Vocabulário
1. Auto - ônibus: ligam bairros ou seja, servem todos os bairros e subúrbios, ligando entre si.
Foto xerox – Rio Illustrado – 1937
Na foto vê-se a garagem da Viação "Santos Dumont" e
parte do pessoal do tráfego.
Foto xerox – Rio Illustrado – 1937
Ponto terminal na então Freguesia de Irajá, hoje Irajá, de
uma das linhas da Empresa de Viação "Santos Dumont".
Ponto final também dos bondes elétricos bem como ponto
final do bonde elétrico.
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MEU IRAJÁ
AGOSTINHO RODRIGUES
Foto xerox - Rio Illustrado 1937
Ponto de Partida em Madureira dos ônibus
"Santos Dumont" com destino a Irajá e Penha.
Ao fundo, ponte da estação dos trens elétricos
de Madureira
PARTICULARIDADES
1950/1969 – Circularam por alguns anos em Irajá:
1. Na Avenida Automóvel Clube, o ônibus "Ramos – Pavuna" de cor verde claro, da
Empresa Santa Helena. Sua garagem ficava em Inhaúma. Circularam também:
2. O lotação "Irajá – IAPI da Penha", "Madureira – Irajá" "Cascadura – Irajá" e "Irajá
– Candelária".
3. O ônibus – linha nº 71 – "Lapa – Irajá", inclusive à atração elétrica.
Observação:
Foi também período de utilização do ciclismo, por todas faixas etárias, como meio de
locomoção destinadas ao trabalho, compras e lazer.
* 1970/2000 – O crescimento da população e o progresso urbanístico do bairro exigiu, a
longo prazo, reformulação do meio de transportes pelos mais sofisticados, culminando com
interligamento direto e indireto de Irajá com inúmeros bairros, inclusive com a região
fluminense do Estado.
* Segundo o consta no informe especial "Transportes – novos rumos", transcrito no jornal
"O DIA" de 14/6/99, na história do transporte de passageiros, o lotação surgiu como elo de
ligação entre os antigos ônibus importados da década de 50. Que em 1936, já circulavam
os primeiros ônibus hidramáticos. Depois, nos anos 40, vieram os importados, como o
chamado de "Gostosão", da General Motors até o início da II Guerra Mundial. Já na
década de 60 apareceram, então, os ônibus elétricos que ficaram poucos anos em ação.
Na década de 90, foram lançados os microônibus e os ônibus urbanos com ar refrigerado.
Algumas designações eram dadas aos que viajam de lotação, tais como: "Chumbinho", ao
passageiro que viajam do início ao fim da linha; "Bacuru", os veículos que trafegavam de
madrugada;; "Abaixadinho", aos passageiros que viajavam no corredor do veículo.
OBSERVAÇÃO:
De 1970 a 2000, o crescimento da população e o progresso urbanístico do bairro, exigiu a
longo prazo, reformulação do meio de transportes pelos mais sofisticados, culminando com o
interligamento direto e indireto de Irajá com inúmeros bairros, inclusive com a região fluminense
do Estado.
Hoje, operam inúmeras empresas de ônibus, entre os quais, a linha nº 296 – "Irajá – Praça
XV", da Empresa Estrela Azul; linha nº 344 – "Marechal Hermes – Praça XV", da Empresa
Madureira Candelária; linha nº 350 – "Irajá – Passeio"[ parador – rápido], da Empresa Rubanil;
linha nº 351 – "Vaz Lobo – Irajá", da Empresa Rubanil; linha nº 625 – "Irajá – Méier", da Empresa
Rubanil; linhas nºs. 687 e 688 – "Pavuna – Méier", da Empresa Pavunense; linha 711 – "Rocha
Miranda – Rio Comprido", da Empresa Estrela [trafega pela rua Marambaia]; linha nº 712 –
"Cascadura – Irajá", e via "Amarelinho", da Empresa Três Amigos; linha nº 774 – "Madureira –
Jardim América", da Empresa Caprichosa; linha nº 775 – "Vigário Geral – Madureira", da Empresa
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MEU IRAJÁ
AGOSTINHO RODRIGUES
Caprichosa; linha nº 910 – "Madureira – Bananal", da Empresa Paranapuã; linha nº 918 –
"Bonsucesso – Bangú", da Empresa Jabour; linha nº 919 – "Penha- - Rocha Miranda", da
Empresa Morsa; linha nº 940 – "Ramos – Madureira", da Empresa Caprichosa; linha 942 – "Penha
– Pavuna", da Empresa Erig; e linha 960 – "Senador Camará – Bonsucesso", da Empresa
Andorinha.
Das linhas fluminenses, cita-se: linha 560L. – "Caxias – Méier" e linha nº 561L. – "Caxias –
Jacarepaguá", ambas da Empresa Vera Cruz; linha 596L. – "Nova Iguaçu – Penha", da Empresa
Flores e a linha nº 728L. "Bonsucesso – Nova Aurora, da Empresa Vera Cruz.
Até a presente, trafegam na área os ônibus chamados de "frescão" , táxi de empresa e
particular, Kombi e vans [lotada].
No 1997, sugiram os microônibus, tais como: "Vista Alegre – Shopping – Vicente de
Carvalho", das Empresas "Caprichosa" e "Madureira Candelária"; Linha nº 296 – "Irajá – Del
Castilho", da Empresa Estrela Azul, operando até a presente.
Fontes Consultadas:
* Rio Illustrado – 1977 , cortesia da Sra. Norma Zangrando Pereira.
* Memórias do autor.
* Memórias do Escritor Carlos Alberto Taborda [+]
* Memórias do Sr. Hugo Salomão.
* Memórias do Sr. Alberto A. Sacramento.
* Memórias da Sra. Arlete Rodrigues de Farias.
* Jornal "O DIA" de 14/6/99 – Informe Especial.
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07
AGOSTINHO RODRIGUES
SEGURANÇA PÚBLICA E DEFESA CIVIL
GUARDA NACIONAL
Tinha por missão o policiamento. Em Irajá, exercia a referida função de segurança pública,
o 14° Batalhão da Segunda Linha, aquartelados na Freguesia de Irajá. Em 1907, era o seu
comandante interino, o Capitão João Ribeiro Maltez.
Capitão Maltez – 1907. Foto
xerox – Rio Illustrado – 1937
Foto xerox – Rio Illustrado – 1937 – Cortesia da Sra. Norma
Zangrando Pereira
Foto tirada em 1907, o 14º Batalhão de Segunda Linha, aquartelada em Irajá. Assinalado
por uma seta, o seu comandante interino, no tempo, Capitão João Ribeiro Maltez.
Segundo Sr. Aristides Pinto, em entrevista ao Rio Illustrado em 1937, a farda usada na
época, era azul com duas faixas avermelhadas na calça.
DISTRITO POLICIAL
Na década de 10 e 20, o bairro de Irajá teve
como jurisdição na época, o 23° Distrito Policial,
sediada em Madureira, a rua Carolina
Machado, hoje, 29° DP. [ Delegacia de Polícia
Departamento Geral da Polícia Civil], sediada
na Av. Ministro Edgar Romero.
[Sede do 23º Distrito Policial em 1912. Situavase no sobrado da Panificação Central, na rua
Carolina Machado - Rio Illustrado-1937.]
Aproximadamente na década de 40, a jurisdição policial, passou para o bairro de Vaz
Lobo, com a criação de uma DP., a rua Manoel Machado.
Na década de 50, a jurisdição policial passou para a 27° DP. - Vila Kosmos. Atualmente
está a cargo da 38° Delegacia Policial da Secretaria de Segurança Pública, sediada a Av. Brás de
Pina, fazendo divisa com a 29 DP. na Av. Automóvel Clube.
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AGOSTINHO RODRIGUES
Vocabulário
1. DP: denominações: Distrito Policial, Delegacia Distrital, Delegacia de Polícia, entre outras.
2. Comissário: autoridade policial, hoje denominada Detetive - Inspetor.
POLICIAMENTO
Segundo o Sr. Delcy de Queiroz, Irajá não teve
propriamente um Distrito Policial e sim um
Posto Policial da Guarda Municipal que operou
na década de 30 a 50, muito embora exercesse
um policiamento noturno e fiscal.
Sua sede ficava aproximadamente na área onde hoje funciona uma agência de automóveis
ao posto de gasolina, lado esquerdo da Av. Monsenhor Félix, de quem segue a antiga Estação de
Irajá, hoje Metrô, quase defronte a rua Visconde de Maceió.
Existiu outras unidades de policiamento que também operaram no bairro como a
tradicional dupla "Cosme e Damião", da Polícia Militar, que consistia de dois policiais que, juntos,
policiavam o centro e as principais ruas e a Polícia Especial, de âmbito federal, que atuava em
casos especiais - força de emergência.
Na gestão do Exmo. Sr. ex - Prefeito, hoje Governador do Estado do Rio de Janeiro, Dr.
Marcello de Alencar, foi criada a Guarda Municipal, com atividades municipais específicas.
A jurisdição policial militar é feita pelo
16° Batalhão da Polícia Militar, sediado no
bairro de Olaria, com o início na Praça Principal
de Irajá, localizada no truncamento da rua
Marquês de Aracatí, Cisplatina e Av.
Monsenhor Félix, sendo a jurisdição do outro
lado da divisa, a cargo do 9° Batalhão da
Polícia Militar, sediado no bairro de Rocha
Miranda.
A Polícia Militar foi criada em 13 de maio de 1809.
Observação:
* Foto da Guarda Municipal, tirada pela reportagem do Rio ilustrado em 1937. Refere-se a
Delegacia de Segurança 28° M.D., sediada na época, em Madureira, composta do
Delegado Clodomiro Duarte da Silveira; Comissário Dr. Olegário Saraiva de Carvalho
Neiva; Fiscais Carlos Carins Ferreira, Decio Maia de Oliveira, Clemente de Souza Lima e
Osvaldo Peixoto; Escriturário Fuad Antonio Tomás; Servente Francisco Martins Sanches.
* Foto da Praça localizada no trocamento das ruas Marquês de Aracati e Cisplatina com a
Av. Monsenhor Félix, que marca o início da jurisdição do 16° Batalhão da Polícia Militar.
Cortesia da Biblioteca Popular de Irajá, João do Rio.
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AGOSTINHO RODRIGUES
O CORPO DE BOMBEIROS
[Atual Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Rio de Janeiro].
O primeiro Corpo de Bombeiro Brasileiro surgiu no Rio de Janeiro em 1865 [século XIX], e
tinha 190 baldes, para jogar água no fogo. Apresentando um crescente desenvolvimento nos
equipamentos, em meados de 1912, surgiram os carros motorizados.
Hoje, seus equipamentos são sofisticados exigindo cada vez mais altíssimo treinamento de
seus valorosos soldados do fogo.
Em linhas gerais, os bombeiros são organizados militarmente em Seções, Companhias,
Batalhões, Destacamentos e, às vezes, em Regimentos e Brigadas.
Dividem-se em Oficiais, suboficiais, Sargentos, Cabos e Praças.
O bombeiro é aquele que faz parte de um corpo militarmente organizado para entre outras
tarefas específicas , combater incêndio, prestar socorros em inundações, desabamentos, acidente
e explosões.
Ao soar o "brado de fogo",[alarme], o Corpo de Bombeiros, dentro dos treinamentos táticos
e sem afobação, em questões de segundos, ganham o pátio. Os motoristas já estão nas
respectivas viaturas com motor ligado.
Entre o "brado de fogo" e a saída, não ultrapassam de 35 segundos e no máximo 50
segundos à noite.
No local do incêndio, por exemplo, as mangueiras ligadas aos hidrantes [válvula de água,
que se encontra na via pública para fornecimento de água destinada ao combate aos incêndios,
irrigação, etc.], são conectadas nas bocas de expulsão das viaturas que manejadas pelos
bombeiros, dão início o combate ao fogo.
Em muitos casos, produz-se um jato d’água que chega a despejar 5 milímetros por minuto,
lançados até a 150 metros.
Enquanto uns cuidam da água, outros se carregam de gente e coisas: salvam as vítimas,
removem escombros, transportam bens, entre outras ações.
Nas Unidades de Instalação do Corpo de Bombeiros, não há portões e sim corrente ou
corda de proteção em respeito a área de preservação militar que é retirada para a saída do
veículo. No exato momento que soa o "brado de fogo", cada segundo é importante, razão pela
qual ser este um dos segmentos da não existência de portão na real concepção da palavra.
Desde 1996, a Corporação passou a denominar-se CORPO DE BOMBEIROS MILITAR
DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO.
CORPO DE BOMBEIROS DE IRAJÁ
A princípio, o bairro de Irajá era assistido
nos
casos
de
incêndio,
enchente,
desabamento, entre outras atividades inerentes,
pelo Posto 21 do Corpo de Bombeiros do então
Distrito Federal, localizado até hoje, à rua
Domingos Lopes - Campinho.
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AGOSTINHO RODRIGUES
Na época, o Posto era formado por uma guarnição de 21 praças que, segundo publicação
no Rio ilustrado - 1937, eram "valorosos soldados do fogo e de sacrifício permanente...", o que até
hoje, salvo melhor interpretação, é uma constante, afora a admiração da comunidade.
O setor de ação começava em Piedade, atingindo a extensa zona de Bangu pela Central e,
pelo lado da linha auxiliar, até São João de Miriti.
Por muitos anos o Corpo de Bombeiros de Campinho assistiu o bairro de Irajá. Hoje temos
o Destacamento 7/4 - CEASA - Irajá, constando na principal entrada, uma placa com os seguintes
dizeres:
"Inauguração do Destacamento 7/4 - CEASA. Governador do Estado do Rio de Janeiro,
Dr. Wellington Moreira Franco. Secretário de Estado da Defesa Civil e Cmte. do Corpo de
Bombeiros, Cel BM José Albucacys Manso de Castro. Novembro/1990."
Antes, no mesmo local, funcionou o Núcleo Grupamento de Suprimento de Água e
Incêndio [NGSAI]. Por exemplo: um caso de incêndio de grande proporção, o NGSAI era acionado
e este, através das carretas, transportavam a água necessária ao combate do incêndio.
O Destacamento 7/4 cobre os seguintes bairros: Irajá, Vista Alegre, parte de Rocha
Miranda e Acari.
O incêndio considerado de grande repercussão, segundo os briosos soldados do fogo do
Destacamento, foi o da Formiplac, no bairro de Acari em 29/10/92.
O Destacamento consta também do Grupo de Socorro de Emergência [QSE] que faz o
atendimento nos acidentes em rua, composto de duas [2] ambulâncias.
Nos casos de registro de óbito é acionado o rebecão, assistido pelo Corpo de Bombeiros
de Campinho.
Consta ainda de dois [2] veículos motorizados, próprios ao combate a incêndio que são:
um [1] auto tanque e um [1] ABS - auto busca e salvamento.
Está localizado na Av. Brasil n° 19.001 - Pav. 9.
MOMENTO POÉTICO - HOMENAGEM
[1993]
BOMBEIROS é tradição
de heroísmo bem latente,
respeito a Corporação
todo o nosso povo sente.
--------- € --------Eficazes, altaneiros
cumprem sua obrigação;
nosso obrigado aos BOMBEIROS
por toda dedicação.
JARNETE FERREIRA SOARES
ex-Vice-Presidente da AILA
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AGOSTINHO RODRIGUES
Observação:
Foto Rio Illustrado – 1937 . Tenente Atanásio Batista, 1º Comandante do Corpo de Bombeiros do
Posto 21 de Campinho.
Fontes consultadas:
SEGURANÇA
* Biblioteca Popular de Irajá João do Rio - [ 1993].
* Rio Ilustrado - 1937, cortesia da Sra. Norma Zangrando Pereira - [1992].
* Livro "Distrito Federal" - Ariosto Espinheira - 3a. edição - Editora Saber e ler - 1942.
* Dicionário Escolar da Língua Portuguesa - FENAME - 11a. edição - 1976.
* Memórias do Sr. Delcy de Queiroz - [1992].
CORPO DE BOMBEIROS
* Rio Ilustrado - 1937. Cortesia da Sra. Norma Zangrando Pereira.
* Sargento Cláudio do Destacamento 7/4 - CEASA - Irajá - [1993].
* Conhecer - Dicionário Enciclopédico - Editora Abril Cultural - SP. - 1970.
* Dicionário Escolar da Língua Portuguesa - FENAME - 1976 - 11a.edição revisada e atualizada.
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AGOSTINHO RODRIGUES
COMUNICAÇÃO
PERIÓDICO ALTERNATIVO
PESQUISA HISTÓRICA
Iniciou em 1991, através do folheto "Navegando nas criado em
1987 com o título "Meu Irajá" – Edição Especial, com a participação
cooperativa e voluntária na pesquisa, de antigos moradores, com o
propósito de difundir intercâmbio Cultural no Brasil e no exterior.
Ao todo foram 127 folder sanfonados, registrados no MinCult –
Biblioteca Nacional, nº I à CXXVII.
Foto do primeiro alternativo " Navegando nas Poesias" – Setembro de
1987
"O IRAJANO"
Título do jornal que vem de encontro ao adjetivo gentílico do moradores
de Irajá na década de 10, transcrito pelo Rio Ilustrado na década de 30.
"Irajano"[masculino] e "Irajana"[feminino].
No caso específico, trata-se de um jornal fundado em 1913 pelo Sr. Elisio
Maia, cuja redação era na antiga estrada Marechal Rangel 384, hoje, Avenida
Ministro Edgar Romero. O periódico circulou até 1915.
O Jornal "O Irajano", era de pequeno formato, de poucas páginas e de circulação mensal,
que contribuiu para a comunicação dos bairros interligados com Madureira.
Observação:
Foto do Sr. Elísio Maia, que segundo Rio Illustrado, foi um antigo habitante de Madureira
que em épocas passadas, foi diretor do Jornal "O Irajano" - Rio Illustrado – 1937
A atribuição do nome "O Irajano" pelo diretor do jornal, leva a crer ter sido originado pela
influência da ligação histórica que sempre existiu entre Irajá e Madureira.
Hoje usa-se normalmente o adjetivo gentílico comum de dois gêneros: o
"Irajaense"[masculino] a "Irajaense"[feminino], surgido sem se sentir no final da década de
40 e que, paulatinamente, foi adaptado pela comunidade.
RIO ILUSTRADO
Jornal fundado em 1928 mas que em 1937, veio contribuir em muito para a pesquisa
histórica do bairro de Irajá, cortesia da antiga moradora de Irajá, Sra. Norma Zangrando Pereira.
Outros meios de comunicação da imprensa escrita surgiram com maior e menor atuação.
Entre elas, cita-se: a] Jornal Rio D’ Ouro de distribuição dirigida pelo editor Osmar P. de Pinho; b]
Jornal Fato Local e c] Jornal Interação do editor Fábio França.
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AGOSTINHO RODRIGUES
CORREIOS E TELÉGRAFOS
O bairro utilizou-se por muitos anos da
Agência de Correios e Telégrafos de Madureira,
que ficava localizada na rua Maria Freitas nº 27.
Somente em 28 de abril de 1986, Irajá passou a
ser beneficiado com Agência própria, localizada
na rua Marquês de Aracati, nº 51A.
Foto xerox da Agência dos Correios e
Telégrafos de Irajá [1981] - cortesia da
Biblioteca Popular de Irajá, João do Rio.
Segundo Rio Ilustrado – 1937, na época, o agente postal telegrafista era o Sr. Manoel
Francisco Pimentel. Os auxiliares da agência: D. Noemia de Assis Barreto, no cargo de
Tesoureira; Alice da Silva Miranda, no cargo de Ajudante; Sr. Tomaz Caldeira Martins, no cargo
de Telegrafista Adjunto de 2a. Classe e Sra. Nadir Maggioli de Gouvêa, Auxiliar de Trafego de 3a.
Classe.
O Departamento de Correios e Telégrafos foi criado em 1931, por Decreto nº 2859 de
26/12/1931 – Governo Provisório do Dr. Getúlio Vargas.
CIA ESTADUAL DE TELEFONES DO RIO DE JANEIRO
Então antiga Cia Estadual de Telefones da Guanabara, ex CETEL, proporcionou um estimado avanço dos serviços telefônicos
automáticos em Irajá.
Até os dois primeiros anos da década de 60, os telefones
eram escassos, sendo a maioria comerciais.
Com a criação da CETEL no governo de Carlos Lacerda em
março de 1963, num trabalho gigantesco de instalação de redes
locais em extensão linear, a comunicação tornou-se ampla até os
dias atuais.
Em 1968 Irajá teve quase duplicados as atividades necessárias de tráfego.
A Estação de Irajá [nº 91],está situada na rua Engenheiro Lafaiete Stockler, esquina da rua
professor Artur Thiré – Vila da Penha, construída na época pela Atlântica Engenharia S/A.
A princípio a ligação da CETEL com CTB [atual TELERJ], era automático e a ligação da
CTB com a CETEL era feito através da Estação Local da CTB ou chamada na época "Telefonista
06" da CTB, sendo que mais tarde, com avanço da tecnologia se tornou definitivamente
automática.
Um dado importante era o lema usado pela CETEL na época da implantação: "Bem servir
para servir sempre".
Um dos primeiros moradores de Irajá a adquirir o telefone foi o comerciante aposentado
Adolpho Garcia, se não o primeiro, com loja de vidraceiro – Loja Garcia, localizada na Avenida
Monsenhor Félix nº 587, hoje, consultório médico.
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AGOSTINHO RODRIGUES
Em dezembro de 1989 a CETEL incorporou-se a TELERJ, hoje TELEMAR, prefixo 31
[Telecomunicações do Rio de Janeiro S.A.] – Av. Presidente Vargas, 2560 e Caixa Postal 13.531.
Possui ligação gratuita para atendimento ao consumidor – Tel. 0800-228585. Possui também o
telefone de atendimento para conserto que é o 103 + o prefixo da estação do aparelho telefônico
que o consumidor pertença e para serviço o 104 + o prefixo da estação. Há também a
comunicação de informações e serviços através da Internet: www.telemar.com.br .
A partir do dia 04 novembro de 2000, todos os telefones fixos de sete dígitos que
começavam por 3 ou 8 receberam mais um dígito na frente, passando a oito dígito[ex.: 810 – xxxx,
fica 3810-xxxx; 310 – xxxx, fica 3310-xxxx].
Hoje operaram na área, Empresas de Telefones Celulares.
Observação:
* Foto da Estação de Irajá, ainda em obras - dezembro de 1964.
Particularidades:
* Em 1937 o telefone tinha o prefixo 29 e mais 4 números.
* Existiu um posto de atendimento ao usuário da atual Cia de Telefones do Rio de Janeiro,
localizado na Estrada da Água Grande, hoje atendendo na rua Aníbal Porto.
* Na época foi inaugurada com 2.500 terminais, sendo a primeira Bento Ribeiro com 3.000
terminais.
* Um dos aspectos interessantes da época, foi o direito que teve os acionistas de visitar as
obras das Estações Telefônicas para acompanhar pessoalmente o andamento das obras,
bastando para entrar, a identificação através do talão de guias de pagamento da aquisição
de telefone.
* A Estação de Irajá na ocasião de sua construção era assim distribuída: Irajá, Vila da
Penha, Vicente de Carvalho, Colégio, Acari, Coelho Neto, parte de Brás de Pina,
Guadalupe, Cordovil, Parada de Lucas, Vigário Geral, Vila Esperança e Pavuna. Hoje,
possui nova estrutura e maior expansão diante das novas técnicas desenvolvidas em
benefício do progresso em telecomunicações.
* O recebimento pelas Estações da CETEL –
equipamentos automáticos: o Diretor Dr. Paulo Alfredo
Ewbank, acompanhado pelo Sr. M. Madeira e o
Administrador Regional da XIVa. RA, Dr. Osvaldo
Felicíssimo, em agosto de l964.
* Em 03 de agosto de 1964 é realizado pela CETEL mais um importante passe:
lançamento dos cabos submarinos entre as estações de Ribeira na Ilha do Governador e
Paquetá com cerca de 5 quilômetros em sua extensão cada um.
* As contas telefônicas eram pagas diretamente no antigo Banco do Estado da Guanabara,
hoje BANERJ, Avenida Monsenhor Félix nº 64.
* Os prefixos dos telefones, eram: 90 [Bento Ribeiro]; 91 [Irajá]; 92 [Jacarepaguá]; 93
[Bangú]; 94 [Campo Grande]; 95 [Santa Cruz]; 96 [Estrada da Cacuia]; 97 [Galeão] e 98
[Paquetá].
* Em 1967 foi distribuída aos acionistas os Estatutos da Entidade.
* Estatuto da CETEL – 1967: "Art.1º - A Companhia Estadual de Telefones da Guanabara
– CETEL – é constituída sob a forma de sociedade por ações, conforme autorização da Lei
263, de 24 de dezembro de 1962, regendo-se por estes estatutos e pela legislação que lhe
for aplicável."
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AGOSTINHO RODRIGUES
* No dia 30 de junho de 2001 a TELEMAR deu início a inclusão do digito 2 a frente dos 7
dígitos com as inicias 2, 4, 5, 6 e 7, passando assim todos os telefones a ter 8 dígitos.
Exemplo: Tel. 261 - xxxx para 22261 - xxxx; 592 - xxxx para 2592 - xxxx. etc.
Fontes Consultadas:
* Boletim Informativo da CETEL nº 5 e nº 7 de 1964.
* Revista Explicativa CETEL – 1965.
* Lista Provisória de Assinantes de 1965.
* Estatutos da CETEL de 1967.
* Memórias.
ÁGUA, LUZ, GÁS, LIXO E TRIBUTOS
1926 – Nesta época já existia lampião de gás, telefone, água canalizada , luz elétrica, em
fase expansão, e imposto predial.
1930 – Existência das tradicionais tanques com bicas de ferro, espelhados em vários
lugares do bairro, como por exemplo: antiga estação de Irajá, cruzamento da atual Marquês de
Aracati com a rua Miranda de Brito; largo de Pau Ferro, perto da atual Escola Alfredo de Paula
Freitas, largo da Igreja de Nossa Senhora da Apresentação, além da "Fontinha". Sempre em
maior ou menor intensidade, atendia a comunidade independentemente da canalização d’água
nas residências e estabelecimentos comerciais, principalmente quando havia falta de
abastecimento. Nesta circunstância, os moradores utilizavam-se de latas, baldes e tonéis,
carregados sobre a cabeça, carrinho de mão [madeira ou ferro] ou nos ombros [sistema de
balança]. Consistia de uma vara colocada no ombro, contrabalançando por igual número delatas
em cada extremidade da vara. Também era utilizado como meio de transporte os animais
domésticos, tais como: cavalo, boi e jumento.
Utilizava-se o consumo pela tradicional pena d’água controlado pelo Serviço de Águas e
Esgoto com funcionamento na rua Riachuelo nº 287 – Centro, atual Companhia Estadual de
Águas e Esgotos [CEDAE], estando em grande expansão, da troca da pena por hidrômetros.
ILUMINAÇÃO
A princípio tivemos em 1905 o gás acetileno. Em 1907, criação da Ligth. Luz nas casas a
partir de 1910 e 1917 nas ruas. Datas em que Irajá começou a desfrutar dos benefícios da energia
elétrica até hoje.
A iluminação das ruas em 1937 eram precárias. Postes de luz bem afastados uns dos
outros, ocasionando deficiências na iluminação . Teve uma longa que duração no decorrer dos
anos.
Prova disso estão nas palavras do Sr. Fausto da Silva, então morador de Vaz Lobo,
fundador do ex - Cine Vaz Lobo que em reportagem ao Rio Ilustrado, na época, em determinado
trecho, afirma: "... mas poderiam ser melhor iluminadas. As pequenas lâmpadas que a Ligth
espalha a largos intervalos não bastam".
Uns dos tantos moradores, na década de 10, a batalhar pelas melhorias de serviços
essenciais no bairro de Irajá, segundo Rio Ilustrado – 1937, foi o Intendente Municipal Manoel Luiz
Machado.
,
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AGOSTINHO RODRIGUES
USINA DE LIXO
Inaugurada em 1977, no Governo de Carlos Lacerda. Esta localizada na XIVa. Região
Administrativa de Irajá.
FONTINHA
Segundo Sr. Cecílio Batista Soares, de 58 anos de idade e de família tipicamente
Irajaense, que vieram em 1912, ou seja, do seu pai para cá, a Fontinha, chamada pelos
moradores de "Carioca" e pelos mais simpatizantes de "Carioquinha", brotou na rua Ferreira
Cantão, esquina com a rua Luiz Barroso, passando posteriormente para a rua Coronel Leitão
devido a construção de um prédio, nº 12, estando agora, localizada na calçada ao lado do prédio.
O veio, vem das mediações de um elevado que fica aproximadamente a 500 metros, fluindo por
debaixo da terra sem nenhuma canalização. Há ramificações menores oriundas da veia principal
de pouco acesso de utilização. O trecho até então canalizado que se tenha notícia, vai do local de
nascimento [rua Ferreira Cantão, esquina com a rua Luiz Barroso], até o local onde hoje está
instalada. A instalação deu-se em meados de 1935.
Durante certos períodos a água é analisada por técnicos do Estado, sendo até então,
considerada pura e potável.
Sr. Cecílio esclarece que seus avós diziam que no local que brotou a Fontinha, havia um
pé de figueira e que um raio a tombou, surgindo assim a água. Relata que este fato, deu-se em
meados de 1890.
Muitos moradores da redondeza, por vários anos, se beneficiaram da Fontinha,
principalmente no período de falta d’água, inclusive com a presença de pessoas vindas de lugares
eqüidistantes.
A Fontinha é constantemente tratada pelo Sr. Cecílio e sua esposa Nilda, o que caracteriza
mais ainda o valor da preservação de sua história.
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INSTITUIÇÕES & ASSOCIAÇÕES
CENTROS ESPÍRITAS
Entre outros:
GRUPO ESPÍRITA BEZERRA DE MENEZES
Fundado em 22 de Janeiro de 1922, localizado na rua Major de Medeiros.
CENTRO ESPÍRITA JOAQUIM MURTINHO
JOAQUIM MURTINHO – Joaquim Duarte Murtinho, médico notável e
homempolítico – brasileiro, nasceu em Mato Grosso em 1848. Foi Ministro da Fazenda de
1902 a 1906.Na sua excelente administração, regenerou as finanças do país..
O Centro iniciou suas atividades na rua Cisplatina em 1932. Em 1935 em diante funcionou
uma escola gratuita que recebia subvenção do governo. Lecionava o curso primário e ensino
básico. Uma de suas professoras foi Dona Dolores, ainda viva
Um ato de grande festa era no período de Natal onde distribuíam alimentos aos pobres.
Seu fundador foi o Sr. Manuel Alvares da Silva, português, naturalizado brasileiro, que veio
para o Brasil por volta de 1918, procedente de Trás-os-Montes [Portugal], local de nascimento, em
1898, conforme informações do seu neto Carlos Henrique da Silva Zangrando.
Pelos relevantes serviços prestados a comunidade, recebeu em 1980, o título de Cidadão
Benemérito do Rio de Janeiro.
Hoje, o Centro Espírita Joaquim Murtinho, funciona na rua Caobi.
Exercem atividades inerentes ao espiritualismo com dedicação ao Lar Mãe Ritinha, lar dos
idosos. No lar há livraria, biblioteca, bazar, cantina, feirinha da vovó [trabalhos expostos das vovós
para venda], o tradicional "almoço fraterno", sempre realizado no primeiro Domingo de cada mês,
auditório e refeitório, entre outras.
Fontes Consultadas:
* Sr. Carlos Henrique da Silva Zangrando [1992].
* Sr. Adolpho Garcia [1992].
* Jornal alternativo "O Farol"- nº 27 – Dezembro de 1977 do Centro Espírito Joaquim
Murtinho.
* Gisele Cunha Costa, enfermeira auxiliar da entidade [1992].
* Dicionário Prático Luso Brasileiro – editor Jayme de Séguier – Porto – 1931.
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CENTRO ESPÍRITA HUMILDADE E AMOR
Foto xerox. Professora Jacyra ao centro com um grupo de alunos
da 1a. série. Ao fundo pé de jamelão, árvore da família das
Mirtáceas, também chamada Jambolão e Jalão.
Em 20 de setembro de 1925, na antiga rua L, atual Cisplatina nº 148 foi fundado o Centro
Espírita Humildade e Amor. Nele, na década de 20 a 60, funcionou a Escola Mista Humildade e
Amor de nível primário, conforme as fotos xerox I, II e III, tiradas no terreno onde funcionava a
mesma, em 29 de maio de 1959, quando da despedida da professora Jacyra Telles de Campos
da Escola, cortesia do Irajaense Leinir Pereira Brazil, nascido em 1930.
Atualmente, além das atividades do culto, presta assistência médica e social a população
carente e cursos, entre eles, o de gestante e pintura. Edita o Boletim "O Raio de Luz" de caráter
informativo.
* Fontes Consultadas:
* Sr. Humberto Teixeira Cavalcante, Presidente da CEHA, na época da consulta - [1992].
* Sr. Leinir Pereira Brazil [1992].
IGREJAS EVANGÉLICAS
Predominantemente Católica no início de sua povoação, hoje Irajá possui inúmeras Igrejas
Evangélicas, entre os quais:
1º IGREJA BATISTA DE IRAJÁ
A 1a. Igreja Batista de Irajá foi fundada em 15/12/1934, na Avenida Monsenhor Félix, hoje,
mamoaria Irajaense, transferindo-se mais tarde para a rua Toropasso nº 45. No pátio da Igreja,
existe um pedestal com uma placa "Jubileu de Ouro"[ 1934/1984], instalada em comemoração aos
50 anos de sua fundação.
1º IGREJA METODISTA DE IRAJÁ
Foto onde se vê o pastor Dr. Amancio Campos da Igreja Metodista
de Irajá à frente do templo, depois do estudo dominical. Rio
Illustrado – 1937
Fundada em 13 de maio de 1928 pelo Reverendo, Dr. Amancio Campos. Funciona à rua
Carolina Amado 407.
Hoje, totalmente reformada e ampliada, possuindo quadra de esportes, creche e
atendimento a necessitados e domésticos da fé.
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AGOSTINHO RODRIGUES
Fontes Consultadas:
* Sr. Cedário da R. Morais [1993].
* Rio Ilustrado de 1937, cortesia da Sra. Norma Zangrando Pereira.
* Igreja Presbiteriana de Irajá:
IGREJA PRESBITERIANA DE IRAJÁ
Fundada em 17 de fevereiro de 1946. Está localizada
na Avenida Monsenhor Félix nº 348. Tem suas atividades
voltadas para a Escola Dominical, cultos em lares, visitas a
enfermos, auxílio com bolsa de gêneros aos mais
necessitados, entre outras. Possui praça de esportes.
Foto xerox da Igreja Presbiteriana de Irajá. Cortesia da
Biblioteca Popular de Irajá, João do Rio
Fonte consultada: Igreja Presbiteriana de Irajá [1994].
IRAJÁ ATLÉTICO CLUBE
[88 anos de tradição e renovação]
Após a inauguração do bonde de burro e durante o seu
funcionamento, surgiu o Irajá Atlético Clube, fundado em 09 de
Junho de 1912. É uma sociedade esportiva com personalidade
distinta da de seus sócios, representa, legalmente, pelo seu
Presidente e regida pelas disposições contidas no seu Estatuto.
Tem por finalidade, promover e organizar reuniões desportivas,
sociais, artísticas, culturais e civis. O pavilhão, distintivo, flâmula,
uniforme e insígnia, são de cor vermelha tendo ao centro as letras
I. A. C. em vermelho em losango branco e as letras I. A. C. em
vermelho. As camisas e os calções também possuem listas
vermelhas. O I. A. C. é constituído de sócio de ambos sexos. As
categorias de sócios, são as seguintes: fundadores, beneméritos,
benfeitores, honorários, atletas campeões, remidos, proprietários,
efetivos contribuintes, infanto juvenil, atletas e correspondentes.
A primeira sede do I. A.C. foi na Avenida Automóvel Clube, perto da antiga Estação de
Irajá. Funcionou no 2º andar do prédio onde existia a funerária de propriedade do senhor Leoncio
Dias – sentido de quem vem de Vicente de Carvalho. Mais tarde, transferiu-se para o lado oposto
da linha férrea Rio D’ Ouro, com sentido de quem vai para o bairro de Colégio. Com o decorrer do
tempo, transferiu-se para a Avenida Monsenhor Félix nº 506, 2º andar, passando a chamar-se
tradicionalmente por "Sedinha".
O primeiro Presidente do I.A.C. foi o Sr. Alcides Horta em 1912, um dos fundadores. Na
gestão do Presidente Edmundo Sacapim [1953/1954], o I.A.C. adquiriu através de compra, um
terreno na Avenida Automóvel Félix nº 366, no sentido de quem vai para Vaz Lobo [lado
esquerdo], de grande extensão, de nivelamento abaixo do piso da Avenida, aproximadamente 10
metros, o que obrigou na gestão do Presidente Ivan dos Santos Faria, a realização de uma obra
de drenagem, impedindo enchentes.
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AGOSTINHO RODRIGUES
Com a aquisição deste patrimônio, o I.A.C. passou a funcionar em duas etapas: na sede
antiga, "Sedinha", com atividades sociais e jogos de salão e na nova sede, a prática de esportes,
como vôlei, basquete e futebol de quadra, hoje denominado futebol de salão. Este duplo
funcionamento terminou na gestão do Presidente Guiseppe Caputo, no período de 1962/1963,
passando a gerir todas as suas atividades na sede nova. De lá para cá, o I.A.C. , a cada gestão,
passou a crescer o seu patrimônio com o único objetivo, ou seja, de melhorar as condições de
conforto e lazer para o quadro social. Em todas as atividades de melhoramento, houve diversas
colaborações entre associados e amigos do bairro.
O I.A.C. possui um ginásio batizado com o nome do Presidente da gestão 1956/1957, "Irio
Passos Torres", que construiu a quadra de esportes com piso de cimento em área descoberta. A
cobertura da referida quadra foi feita pelo Presidente Waldyr Gomes da Silva, na gestão de
1960/1961. Ampliações e reformas foram feitas pelo Presidente Guiseppe Caputo, na gestão de
1962/1963 e finalmente o taqueamento da quadra, feita pelo Presidente Celedônio Sanches Neto,
na gestão de 1964/1965.
Portaria e Alameda "Izabel Noronha da
Caputo, na sua segunda gestão, período de
presidentes irmãos Samuel, Eduardo e Waldyr,
Clube. A portaria, mais tarde, foi remodelada na
gestão de 1980/1982.
Silva", construída pelo Presidente Guiseppe
1966/1967, em homenagem a genitora dos
todos falecidos, pelos serviços prestados ao
Presidência do Sr. Coraci Teles de Mileto, na
Parque Aquático, inaugurado em 17 de maio de 1968, na gestão do Presidente José Cid F.
Filho. Tem na placa de inauguração, o nome do citado Presidente em sua homenagem, pela
dedicação e empenho na construção da mesma.
Construção da Secretaria, ampliação e colocação de ladrilhos nos banheiros, deu-se na 1a.
gestão do Presidente Guiseppe Caputo. Na sua 2a. gestão, instituiu a "Chave de Irajá",
confeccionada em bronze, como símbolo da passagem Presidencial do Clube.
A nova sede e administração foi inaugurada na gestão do Presidente Mário Affonso Soares
de Souza, em 09 de junho de 1980, data de fundação do Clube.
O I.A.C. proporciona atividades de jazz, ginástica, acróbica, judo, karatê, natação, futebol
de salão, além dos tradicionais bailes e shows.
É tradicional a realização do chamado "Baile de Gala do I.A.C.", quando da comemoração
do aniversário de fundação.
GALERIA PRESIDENCIAL:
* Alcides Horta [1912] – um dos fundadores.
* Pedro Monteiro [1919]
* Heraclyto Mattoso [1920]
* Alberto M. Soares [1921]
* Carmindo Cunha [1923]
* Jacob Feniano [1924]
* Waldemar Cardoso [1925]
* José Maria Humia [1927]
* João Salomão [1928]
* Abílio Queiroz [1929]
* Bartolomeu Gomes Pereira [1930]
* José Pinheiro Pais Leme [1940]
* Oscar Rocha [1941]
* Francisco Alves Brum [1941]
* Waldemar Ernesto da Silva Chaves [1942]
* Victor Elysio da Silva [ 1942]
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AGOSTINHO RODRIGUES
* Lauro Carmo [1944]
* Aloysio Chagas Cortes [1944] – interino
* Eduardo Gomes da Silva [1944] – interino
* Samuel Gomes da Silva [1951] – interino
* Geraldo A. de Souza [1951/1952]
* Edmundo Scapim [1953/1954]
* Antonio E. de Oliveira [1954/1955]
* Walter de Araújo [1955/1956]
* Irio Passos Torres [1956/1957]
* Adaury F. de Mattos [1958/1959]
* Waldyr Gomes da Silva [1960/1961]
* Guiseppe Caputo [1962/1963] e [1966/1967]
* Celedônio Sanches Neto [1964/1965]
* José Cid F. Filho [1968/1969]
* Ivan Santos Faria [1970/1972]
* Estevão Borges Leal [1972/1974]
* Walter Alves [1974/1975]
* Mário Afonso Soares de Souza [1976/1978] e [1978/1980]
* Coraci Telles de Mileto [1980/1982]
* Mário Martins [1982/1984]
* Edmilson Santori [1984/1986]
* Clóvis Alves [1986/1988]
* Jorge Marçal [1988/1990]
* Francisco Olavo Reis [1990/1992]
* Adilson de Barros Oliveira [1992/1994]
* Camilo Figueiredo Neves [1994/1996] e [1996/1998]
* Roberto Teixeira [1998/.............]
FUTEBOL DE CAMPO
O I.A.C. brilhou no futebol nas décadas de 20 a 40. Tinha uma torcida de adultos e mirins
muito grande. O campo inicial de futebol foi na Pedreira, entre a atual sede e o extinto cinema
Irajá.
Em contato com saudoso craque de futebol Irajaense Delcy de Queiroz , descordou desta
versão. Relatou que o primeiro campo de futebol do Irajá Atlético Clube foi inaugurado em 1934,
onde hoje é a entrada que dá acesso a XIVa Região Administrativa até as proximidades do Banco
Bradesco. Em 1938 passou para o campo do Rio D’ Ouro F.C., fundado através de incidência de
um grupo de associados do Clube, vindo ser o seu primeiro Presidente, Sr. Manola; campo este
que o autor da pesquisa atuou inúmeras vezes a partir da década de 50, em times formados pela
comunidade local, entre os quais, Esperança F.C., fundado pelo falecido Edmundo que residia na
rua Visconde de Maceió; Coreano Futebol Clube; e Brasileirinho Futebol Clube, fundado pelo
falecido Zezinho Radiador. Mais tarde transferiu-se para a Pedreira, localizada entre o cinema
Irajá e a nova sede do Clube. Depois esteve em vários pontos do bairro, até ser extinto na década
de 40.
Pertenceu a Liga da Federação Metropolitana de Futebol, hoje, filiada a Federação
Metropolitana de Futebol, hoje filiada a Federação do Estado do Rio de Janeiro. Possui vários
troféus, entre eles, da Associação Atlético Suburbana, como campeão Suburbano de Futebol de
1927 e respectivo diploma, conferido em 27 de maio de 1928 e do Campeonato do Rio de Janeiro
– 6a. Divisão de 1943.
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AGOSTINHO RODRIGUES
DELCY DE QUEIROZ
Um craque de futebol Irajaense que tinha orgulho do bairro que residia e
que não mediu esforços em colaborar com informações valiosas na elaboração
desta pesquisa histórica cultural do bairro, entre outras.
À respeito de craques abnegados do I.A.C., Delcy de Queiroz relacionou vários atletas que
brilharam nesta modalidade de competição, tais como: Zeca Kandir; Maneco, o genial "Saci", que
atuou no América F.C.; Evando, meio de campo, jogador clássico, destaque no I.A.C. que
apareceu na alvorada dos novos; atuou mo Bangu A.C., transferiu-se para o São Cristovão F.R.,
posteriormente jogou no Serrano da Cidade de Petrópolis/RJ, Icaraí de Niterói, entre outros;
Didico; Paulo Buruca, lateral, que atuou no C. R. Vasco da Gama; Babao, ponta esquerda;
Luizinho, zagueiro; Perácio, meia; Nico; Camelinho, que atuou no América, sendo campeão
em1939 e 1940; Pedro Nunes que atuou no Fluminense F.C,. Canto do Rio e Madureira; Ari dos
Santos; Milton; Iris; Washington, goleiro; Setenta, goleiro; Luiz Pinto, zagueiro; Silvio Muçuar,
zagueiro; Marinho, zagueiro; Fernando, meio campo; Luizinho II, ponta; Paulinho, ponta; Coelho,
meia; Zeca, centro avante; jurandir, ponta; Wanderley, ponta; Bolinha Carbono, centro avante, que
saiu de Irajá para Andarai, América, Seleção Carioca, Canto do Rio e finalmente Santos F.C.;
Dalquir, ponta; Dino, lateral; Viveiros, centro médio clássico que depois atuou no Olaria F.C.;
Manula; João Vovô; Nilton Gama; Julinho, ponta direita; Né, irmão de Pedro Nunes, destacado
ponta esquerda; Tonho, também irmão de Pedro Nunes, vigoroso lateral esquerdo; Bode, lateral
esquerdo; Tião Branco, lateral direito; Honorino, que foi por muitas vezes assediado por diversos
clubes da 1a. divisão mas que nunca quis sair de Irajá; Alberto, goleiro que atuou no Flamengo e
Botafogo; Ary, ponta direita que posteriormente atuou no América F.C.; Sr. José Paes Leme, um
membro do I.A.C. agora lembrado, o popular "Barriga", pelo seu abnegado amor pelo Clube, onde
exerceu até as funções de roupeiro; outro, Sr. Adolpho Garcia; Delcy Queiroz [foto], que atuou no
América, sendo campeão em 1938, Madureira e Vasco da Gama, sagrando-se campeão em 1942,
Irio, que atuou no Madureira, encerrando a carreira no extinto Rio D’ Ouro F.C. de Irajá.
Ainda segundo declarações de Delcy de Queiroz, existia na década de 20 o campo do
Floresta F.C. que ficava localizado na Av. Monsenhor Félix [quem vai em direção ao cemitério de
Irajá], o campo de futebol do Pau Ferro F.C. que ficava localizado onde hoje está situado o
mercado Guanabara e o campo do Flamenguinho na rua Juqueri. Foi então que mais tarde,
surgiram os campos do Filho de Irajá, Rio D’ Ouro, Triunfo, que ficava ao lado do campo do Rio D’
Ouro e Ipiranga, entre outros.
Além dos atletas citados, outros profissionais de futebol, Irajaense de berço, brilharam nos
meios esportivos, tais como, Jaburu e Russo.
Foto de um dos times do I.A.C. na década de 40. Vê-se
alguns jogadores cujos nomes foram lembrados pelo
falecido Delcy, a saber: [1] Tião, [2] Dalquir, [3] Valdemar,
[4] Irio, [5] Vadinho, [6] Bode e [7] Fernando; agachado, da
esquerda para a direita, um destaque: Irio dos Santos
Torres, já falecido, sócio proprietário, admitido em 1953.
Foi Presidente do I.A.C. no biênio de 1956/1957. Realizou
importantes obras patrimoniais. Foto extraída do Irajá A.C.
Revista – Ano I – nº 2 – Janeiro e Fevereiro de 1977,
cortesia do falecido ex – Presidente Guiseppe Capputo.
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AGOSTINHO RODRIGUES
PARTICULARIDADES
[Atuações do autor da pesquisa junto ao I.A.C.]
* Foi sócio contribuinte a partir do dia 1º de maio de 1953 na gestão do ex - Presidente, já
falecido, Edmundo Scapim.
* Sócio Proprietário a partir de 1961 na gestão do ex – Presidente já falecido, Waldyr
Gomes da Silva.
* 1º secretário em 1962, na gestão do ex – Presidente, já falecido, Guiseppe Caputo.
* Membro do Conselho Deliberativo, conselheiro, de 1968/1969 na gestão do ex –
Presidente José Cid F. Filho.
* Funções de advogado, no Campeonato Carioca de Futebol de Salão, na gestão do ex –
Presidente Estevão Borges Leal, em 1973.
* Atleta amador de Futebol de Salão.
* Homenageou O I.A.C. com uma canção em c/parceria com o cantor e compositor Elion
Graça de Oliveira em 02 de setembro de 1989.
CANÇÃO DO IRAJÁ
Irajá, Escola sadia,
vontade tu inspiras,
impulsas a coordenar
a consciência e a fibra;
vives a programar
o desporto e a cultura,
sempre pronto prá dar ]
aos camaradas, alegria ] bis
Com os olhos firmes ]
na glória e no amor, ]
IRAJÁ é potência ] bis
muita garra e valor ]
ESPORTE AMADOR
Na comunidade Irajaense sempre participou de todas atividades esportivas amadorísticas,
porém em 1950, um fato inédito ocorreu com a prevalecimento do ciclismo, utilizada por todas
faixas etárias como meio de transporte de trabalho, compras e lazer.
Período de várias competições esportivas, destacando-se o ciclismo, na figura do
excelente ciclista Irajaense Tito, que inclusive defendeu as cores do Clube Regata Vasco da
Gama.
Geralmente as competições eram realizadas na antiga estação de Irajá. Partia da Rua
Marquês de Aracatí, seguindo à rua Miranda de Brito e rua Cisplatina - ponto de chegada em
frente ao atual Banco Nacional.
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MEU IRAJÁ
AGOSTINHO RODRIGUES
Prevaleceu na época a bicicleta Philips Inglesa. Cada qual procurava equipar a sua
bicicleta da melhor forma possível [ espelhos, buzinas, campainhas, faróis, bandeiras, botões,
decalques, estatuetas, etc.], porque era um meio de aproximação de amizades e paqueras.
Passeios tarde - noite sempre deixava transparecer um visual belíssimo: grupos e mais
grupos por sinal bem trajados, pedalavam sua bicicleta, desfilando descontraídos e os familiares
no portão da residência apreciando o desfile num vai e vem, principalmente na rua Marquês de
Aracatí.
Ano dourado de uma juventude calma e sadia.
Fonte Consultadas:
* Sr. Delcy de Queiroz [1991]
* Sra Neide Albuquerque de Queiroz [1991]
* Sr. Dario de Queiroz [1991]
* Sr. Waldyr Gomes da Silva [1991]
* Sr. Ivan dos Santos Faria [1991]
* Sr. Hugo Salomão [1991]
* Sr. Adolpho Dutra Garcia [1992]
* Sr. Francisco Olavo Reis [1992]
* Sr. Guiseppe Caputo
* Sr. Cristovão Pinto [1995]
* Sr. Estatuto do I.A.C.
* Memórias.
ROTARY
[32 anos de existência]
O Rotary Clube Internacional de Irajá foi fundado pelo Sr. Guiseppe Caputo na gestão do
Presidente do I.A.C. José Cid F. Filho em 1968/69.
Suas reuniões plenárias são realizadas às terças – feiras, às 20h 15, na sede do Irajá
Atlético Clube
O
Distrito a que pertence o Rotary de Irajá é o de nº 4570, dirigido pelo Governador Distrital.
"O IDEAL DE SERVIR"
O ideal de servir é o ideal social cristalizado pelo ROTARY, lapidado pelo tempo e pelo
trabalho consagrado pela experiência, sem mácula de resíduos impuros, sem a marca do egoísmo
pernicioso que afasta os homens e conflitam comunidades e dilaceram nações pela guerra.
O servir espelha uma postura moral humana, comparável a caridade, postura espiritual e
rege a virtude teológica e católica.
Esta é uma grande Oração como se fossemos devotos de uma mesma Religião, do
mesmo Deus a rezar no mesmo Altar.
Sem dúvida, tudo estará justo e perfeito.
[Henry Arouca]
Fonte consultada:
* Boletim Semanal do Rotary Club Irajá – 1993/1994 – Distrito 4570 – Rio de Janeiro/RJ.
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MEU IRAJÁ
AGOSTINHO RODRIGUES
CLUBE DOS CAÇADORES DE MADUREIRA
Oportuno registrar sua participação na
locomotiva da Estrada de Ferro Rio D' Ouro.
vida
da
O Rio Illustrado – 1937, cortesia da Irajaense Sra.
Norma Zangrando Pereira, apresenta uma ampla
reportagem à respeito, se não vejamos:
O Clube dos Caçadores foi fundado em 23 de fevereiro de 1934 no então Distrito Federal,
hoje Rio de Janeiro, tendo como sede o bairro de Madureira, à rua São Geraldo nº 38,
funcionando no horário de 08 às 12hs [expediente normal] e reuniões às 2a. e 4a. feira a partir das
19 hs. São 66 anos de existência, tendo como patrono, o General de Exército Canrobert Pereira
Costa. A modalidade de caça está no momento suspensa; a do tiro em evidência e a pesca,
esporádica.
Segundo Rio Ilustrado, o Clube de Caçadores de Madureira foi a única Associação que,
neste tipo de gênero, no Rio de Janeiro, legitimando-se como escola de educação esportiva,
atesta pelo esforço e tenacidade de um pequeno grupo de entusiastas da caça, constituindo-se
entre os amadores do esporte cinegético, uma das mais vivas atrações que o bairro de Madureira
conviveu.
Nas duas fotos xerox, extraídas da revista Rio Illustrado – 1937, vê-se o "pic – nic"
comemorativo da abertura oficial da caça. Essa festa foi abrilhantada por excelente "jaz – bond",
cerca de 500 caçadores e convidados, transportados por um trem especial da Estrada de Ferro
Rio D’ Ouro, com destino a S. Pedro.
Observação:
* Foto Rio Illustrado - 1937 - Diretoria e associados do Clube de Caçadores do então Distrito
Federal . O Sr. Mário Pereira Duarte da Costa, sempre foi o Presidente reeleito. Sua matrícula era
nº 1.
* Foto Rio Illustrado - 1937 - Dia da abertura da temporada de caça. Um momento do pic - nic na
represa de S. Pedro, em Rio D’ Ouro, vendo-se o Dr. Armando Mesquita e uma "vítima" abatida
por seu grupo.
* Foto Rio Illustrado - 1937 - Grupo feito por ocasião da abertura da temporada de caçadas.
Fonte consultada:
* Rio Illustrado - 1937.
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AGOSTINHO RODRIGUES
SÃO PAULO VOLANTE CLUBE [SPVC]
[1962]
Clube de fundo social e esportivo com a finalidade principal de
proporcionar diversão aos seus associados e colaboradores através de
excursões e outras atividades sociais.
Já extinto, o SPVC teve como fundadores, os Irajaenses Adalberto
A. Sacramento, Newton Araújo e Francisco Oliveira, sendo que o
primeiro, responsável por várias excursões realizadas.
O SPVC foi fundado em 07 de setembro de 1962, sendo o seu primeiro presidente o
Irajaense Pedro Amato, com sede provisória na rua Barão do Serro Largo nº 109 – Fundos. Várias
foram as excursões familiares realizadas, entre os quais: Barão de Javarí, Itatiaia, Petrópolis,
Cabo Frio, Juiz de Fora, São Lourenço, Rio das Ostras e passeio em torno do Rio de Janeiro.
Observação:
* Na foto cortesia do Sr. Adalberto A. Sacramento e esposa. Excursão realizada à Araruama em
1965.
Fonte consultada:
*Sr. Adalberto A. Sacramento aos 74 anos, hoje, com 79 anos de idade.
PAULO NASCIMENTO TURISMO
[1973]
A primeira excursão foi uma domingueira a
Miguel Pereira. Tem como slogan "Viajar é um lazer
que faz bem a saúde".
Realiza programações turísticas no Brasil e no
Exterior em parceria de sua esposa Zilda Martins,
ostentando a felicidade dos seus 50 anos de casados
"Bodas de Ouro", data amplamente festejada na
excursão realizada no dia 24/6/2000 ao Hotel
Cachoeira Cavaru - Paraíba do Sul/RJ.
Já fizeram excursões a Bahia, Alagoas, Sergipe, Caruaru, Aracaju, João Pessoa, Paraíba,
São Paulo, Vitória, Minas Gerais, Buenos Aires, Uruguai [Capital], entre outras, inclusive
domingueiras
Observação:
* Foto cortesia da excursão realizada em fevereiro de 1998 com destino a Vitória [ES] – período
de Carnaval. Na foto o Sr. Paulo Nascimento e Sra. Zilda Martins, responsáveis pela excursão,
ladeados por Marcelo, motorista do ônibus.
Fontes Consultadas:
* Sr. Paulo Nascimento Irajaense e mineiro de nascimento, e sua esposa Zilda Martins, Irajaense
e carioca de nascimento.
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AGOSTINHO RODRIGUES
ASSOCIAÇÃO DE MORADORES
Associação de Moradores do Conjunto Habitacional Av. Brasil
Avenida Brasil nº 17221 Q.02 – Irajá.
Associação de Moradores e Amigos de Miguel Dibo – AMAD
Rua Dr. Miguel Dibo, 80 – Irajá.
Centro Comunitário Hélio Carvalho da Silva
Av. Monsenhor Félix, 1059 – Irajá.
Associação de Moradores e Amigos da Praça São Constâncio
Rua José Machado, 122 – casa 06 – Irajá.
Associação de Moradores de Luperce Miranda
Rua Luperce Miranda 107/10l – Irajá.
Associação de Moradores da Comunidade N.S. Apresentação de Irajá
Praça N.S. da Apresentação, 298 – Irajá.
Associação de Moradores do Parque Bom Menino
Av. Monsenhor Félix, 418 – Irajá.
Associação de Moradores do Parque Jardim Metrô
Av. Automóvel Clube, 7175 – Irajá.
Associação de Moradores do Parque Rio D’ Ouro
Rua da Saudade, 18 – Irajá.
Associação Comunitária Assistência Vila Rangel e Adjacências
Rua Eimã, 212, Vila Rangel – Irajá.
Fonte Consultada:
XIVa RA – Seção de Coleta e Dados [1998].
A.C.A.V.R . [1998].
ASSOCIAÇÃO DESPORTIVAS E RECREATIVAS
Associação Esportiva dos Funcionários da AEROQUIP
Estrada Coronel Vieira, 80 – Irajá.
Grêmio Recreativo Pau - Ferro
Rua Honório de Almeida, 132 – Irajá.
Irajá Foot Ball Clube
Av. Automóvel Clube, 7736 – Aptº 102.
Bloco Vidão
Av. Monsenhor Félix, 602 – Irajá.
Fonte Consultada:
XIVa. RA – Seção de Coleta e Dados [1998]
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AGOSTINHO RODRIGUES
ASSOCIAÇÃO DE CLASSE
Clube do Caminhão do RJ Ltda.
Estrada da Água Grande, 90 Irajá.
CECOM – Centro Comunitário da Quadra I
Rua Marechal João Adil de Oliveira – Irajá
Fonte Consultada:
* XIVa. RA. – Seção Coleta e Dados [1998].
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AGOSTINHO RODRIGUES
SAÚDE
Desde sua formação até o início da década de 40, Irajá teve dificuldades com relação à
saúde. Como os bairros adjacentes, utilizava-se dos recursos médicos no bairro de Madureira
entre os quais, a Casa de Saúde e Maternidade de Madureira fundada em 1937, situada na rua
Dagmar da Fonseca nº 140 sob a direção do Dr. Arlindo Estrela [ginecologista]. Ali, eram
realizadas intervenções cirúrgicas como: garganta, nariz, ouvidos, olhos, entre outras, além do
tratamento em vias urinárias, diatermia, raios ultra violeta; Instituto de Assistência e Pronto
Socorro [Particular] que além de ter sua sede a avenida Marechal Floriano n° s. 15,17,29 e 2l
[sobrado], mantinha uma filial em Madureira, localizada a rua Maria Freitas n° 6. Na época,
cobrava uma taxa mínima de 5$000 mensais e o Centro de Saúde Posto 11, gestão do Dr.
Rubens Paranho, especializada em tratamento de Higiene Pública e Sanitária, localizada na
antiga estrada Marechal Rangel, hoje, Av. Edgar Romero nº 276. Atualmente denomina-se
Unidade Integrada de Saúde Herculano Pinheiro - [Maternidade, Ginecologia, Odontologia, Saúde
Mental, CTA{HIV}, entre outros.
Além de Madureira, a mais assídua, por ser mais perto, a comunidade Irajaense recorria a
hospitais do centro da cidade, tais como: a Santa Casa da Misericórdia, fundada em 1582, [418
anos de existência]; Hospital da Cruz Vermelha, fundado em 15/12/1908 e o Hospital Souza
Aguiar, fundado em 1907, sendo hoje, aos 93 anos de existência, o maior hospital de emergência
da América Latina.
Segundo antigo morador de Irajá Delcy de Queiroz, foi em 1930 que surgiu o primeiro
dentista no bairro e na década de 40 os médicos de clínica geral; tanto assim que, na década de
30, predominava o sistema do remédio caseiro, método compreensível da época, uma vez que
não havia médico e nem posto de saúde. Quem atendia a população, era um farmacêutico de
nome Bartolomeu que vinha do bairro Vicente de Carvalho.
Era comum , por exemplo, na coqueluche, enterrar no quintal uma garrafa contendo sucos
de cenoura com algumas gotas de querosene; cerveja preta com açúcar mascado para tosse;
chás de boldo para o fígado; limão para gripe; pitanga para resfriado; erva de Santa Maria para
verme; quebra - pedra para os rins ; flor de laranja como calmante.
Na década de 40 o Hospital Geral Getúlio Vargas [emergência], localizado na avenida
Lobo Júnior n° 2293, com a rua Dr. Weinaschen nº 30, com os serviços de assistência médica,
tais como: Pediatria, Ambulatório, Cirurgia, Ginecologia, Obstetrícia, Dermatologia, Ortopedia,
Fisioterapia, Otorrinolaringologia, Urologia, Protologia , Odontologia, entre outros, ampliou a
assistência médica.
Até a pouco tempo, funcionou em Irajá a Casa de Saúde Maternidade Irajá que ficava
localizada à rua Visconde de Maceió, n° 27.
Hoje, no bairro de Irajá, o problema de assistência médica e hospitalar está melhor diante
da existência do Posto de Assistência Médica Francisco da Silva Telles, localizado na antiga
Frequesia de Irajá, em frente à Praça de Nossa Senhora da Apresentação de Irajá e o Centro
Municipal de Saúde Clementino Fraga, fundado em 23 de março de 1977, localizado na rua
Caiçara nº 5l4, esquina com a Av. Monsenhor Félix e pelas Unidades de Saúde Particular.
NOTA:
* 5$000 - Cinco mil reis. ["Mil reis" - Sistema Monetário - valor na época denominado para
pequenas transações].
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CENTRO MUNICIPAL DE SAÚDE CLEMENTINO FRAGA
[23 anos de fundação - 1977/2000]
Centro Municipal de Saúde inaugurado em 23 de março de
l977, na gestão do Prefeito Marcos Tamoio.
Está localizado à rua Caiçara n. 5l4, esquina com a Av.
Monsenhor Félix.
* Foto do Centro Municipal de Saúde Clementino Rocha
Fraga, com vistas para a Av. Monsenhor Félix. Cortesia da
Biblioteca Popular de Irajá, João do Rio - 1989.
CLEMENTINO ROCHA FRAGA
[1881 - 1921]
Clementino Rocha Fraga, [CLEMENTINO FRAGA], médico, tisiólogo,
literato [escritor] e acadêmico brasileiro. Nasceu no Estado da Bahia em
Muritibaem 15 de setembro de 1880 e faleceu em 1921. Diretor do
Departamento Nacional de Saúde Pública no período de 1926 a 1930,
debelou o surto epidêmico de febre amarela, tornando-se notável pelo
trabalho realizado
[ 1928/1929]. Como intelectual e sanitarista,
representou o Brasil em vários conclaves internacionais. Cientista,
literato, e acadêmico, deixou várias obras: Fronteiras da Tuberculose, A
Vontade, Aspecto Médico - Social do Problema da Tuberculose, Noções
Atuais de Tuberculose, Ciências e Arte em Medicina, Erros e Preceitos de
Medicina Social, Vida e Obra de Teófilo Dias, Obras de Antero de
Quental, Médico e Humanista, Ricardo Jorge, Vocação Liberal de Castro
Alves, entre outros.
Observação:
* Foto e dados biográficos extraído da Enciclopédia Universal - Arnaldo Batista Marques de
Soveral. Editora Pedagógica Brasileira S?A - 1969 - São Paulo/SP.
POSTO DE ASSISTENCIA MÉDICA FRANCISCO DA SILVA TELES
PAM DE IRAJÁ
Sua trajetória está ligada ao antigo SANDU, criando há mais de
28 anos e que tinha como sede, uma antiga casinha que era
formada de três consultórios de ambulatório com quatro leitos
de emergência. Com a expansão habitacional, na década de
70, diante da ampliação dos serviços de saúde oferecido pelo
antigo INPS com a atual Sede, foi construído o Posto de
Assistência Médica de Irajá [PAM], iniciando suas atividades na
década de 80.
Observação:
Foto da Praça da N. S. da Apresentação de Irajá tirada em 1981. Ao fundo, o PAM de Irajá,
cortesia da Biblioteca Popular de Irajá, João do Rio [1993].
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MEU IRAJÁ
AGOSTINHO RODRIGUES
PARTICULARES
Entre outras:
CLIMEDE - CASA DE SAÚDE E MATERNIDADE LTDA.
[36 anos de atividade]
Iniciou suas atividades em 23 de abril de l964 com o Dr.
Saul Dyscont [Diretor Presidente], e mais quatro
médicos, uma sala de espera, dois consultórios
médicos, um dentário e uma ambulância, denominada "
CLIMEDE - Clínica Médica de Emergência", localizada a
rua Carolina Amado n° 266. Hoje, como" CLIMEDECasa de Saúde e Maternidade Ltda.", ocupa , além do
n° 266, os n°s. 145, 2l4, 275, 280, 294, 3l0, e 1151, da
mesma rua, altamente equipada, exercendo todas
especialidades médicas e laboratoriais, no atendimento
aos conveniados e particulares de vários bairros do Rio
de Janeiro.
Observação:
* Foto da CLIMEDE, cedida gentilmente pela presidência, quando da sua fundação em 23 de abril
de 1964, à rua Carolina Amado n° 266. Vê-se, assinalado por uma seta, o local do seu
funcionamento e a ambulância.
CLÍNICA MÉDICA SANT’ ANA
Fundada em 28 de abril de 1987 a Clínica Médica Sant’Ana [CLIMESA], está localizada a
Av. Automóvel Clube nº 7406 - Irajá, esquina com a Av. Monsenhor Félix, próximo ao Metro, com
atendimento a particulares e associados. Presta serviços de Odontologia, Cardiologia,
[Eletrocardiograma], Sonografia, Consultas em todas as especialidades, Laboratório de Análises
Clínicas [ Bioquímica, Hematologia, Fezes, Urina e Radiologia], Curativos, Aplicações de Injeção,
Lavagem de Ouvido, Imobilização, Oxigenioterapia e Nebulização.
CENTRO MÉDICO IRAJÁ
O Centro Médico Irajá [CEMOI], foi fundado em 1987. Está localizado a rua Marquês de
Aracatí nº 41, Irajá, com atendimento a particulares, associados e conveniados. Possui como
atividades médicas os serviços de Cardiologia, Clinica Geral, Dermatologia, Ortopedia, Urologia,
Exame Eletroencefalograma, Otorrinologia, Audiometria, Vocal/Tonal, Alegista, Ginecologia,
Neurologia/Psiquiatria, Acupuntura, Laboratório e Radiologia.
P.M.M. HOSPITAL DE CLÍNICAS
P.M.M. Hospital de Clínicas, foi fundado em outubro de 1994. Está localizado a rua Pereira
de Araújo nº 44 - Irajá, próximo a Agência do BANERJ, com atendimento a particulares e
conveniados. Como especialidade atende: Alergo Imunologia, Angiologia, Cardiologia, Cirurgia
Geral, Cirurgia da Cabeça e Pescoço, Cirurgia Buco – Maxilo - Facial, Cirurgia Pediátrica, Cirurgia
Plástica, Clínica Médica, Dermatologia, Endocrinologia, Ginecologia, Neurologia, Neurocirurgia,
Obstetrícia, Ortopedia, Otorrinolaringologia, Pediatria, Proctologia, Psicologia, Psiquiatria,
Urologia, Mastologia Oncologia , Homeopatia e Cirurgia Videolaparooscópica. Serviços e Exames
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AGOSTINHO RODRIGUES
de Raio X, Laboratório, Fisioterapia, Ultra-Sonografia, Ecocardiografia, Endoscopia Digestiva,
Eletrocardiograma e Teste Ergométrico.
O M.M.P. Hospital de Clínicas possuem médicos dia e noite e é equipado de C.T.I.
Fontes Consultadas:
CENTRO MUNICIPAL DE SAÚDE CLEMENTINO FRAGA
* Dra. Marialva Passos Cianeli [ex - diretora] - [ 11/8/92].
* Assistente Social Regina Célia Santos da Costa [11/8/92].
POSTO DE ASSISTÊNCIA MÉDICA IRAJÁ [PAM]
* Assistente Social Eunice dos Santos Ferreira Gomes - Presidente do Centro de Estudos e
Aperfeiçoamento do PAM de Irajá. [1997].
* Agente Administrativo Elisabete de Araújo [PAM de Irajá/RJ.]. [1997].
CLIMEDE - CASA DE SAÚDE E MATERNIDADE LTDA.
* Dr. Saul Dyscont - Diretor Presidente [1997].
CLINICA MÉDICA SANT’ ANA
* Auxiliar Administrativo Zenilda da Silva [ 1997].
CENTRO MÉDICO IRAJÁ
* Dr. Newton Boech.
P.M.M. HOSPITAL DE CLÍNICAS
* Dr. Monte Santo
COMPLEMENTAÇÃO
* Almanaque Mundial 1962 - Seleções do Reader’s Digest.
* Dicionário Escolar da Língua Portuguesa - 11a. edição - FENAME - 1976.
* Enciclopédia Universal, editor Arnaldo Batista Marques de Soveral - editora Pedagógica
Brasileira S/A - 1969.
* Dicionário Contemporâneo da Língua Portuguesa - Caldas Aulete - editora Delta S/A - 5a. edição
- l964.
* Dicionário Internacional de Biograf
* Dicionário Internacional de Biografias - editora Formar Ltda. São Paulo/SP.
* Jornal O DIA de 04/11/92.
* Rio Ilustrado - 1937 - Cortesia da Sra. Norma Zangrando Pereira [1992].
* Livro "Exame de Admissão"- 19a. edição - Editora Nacional - 1937.
* Memórias do Sr. Delcy de Queiroz.
* Memórias do Sr. Leinir Pereira Brazil.
* Memórias do autor.
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AGOSTINHO RODRIGUES
LOGRADOURO
IRAJÁ
Com o desenvolvimento crescente desde a sua formação [inclusão e modificação de
denominações], o bairro de Irajá possui hoje, entre outros, os seguintes logradouros :
* AVENIDAS:
21371-300 - Automóvel Clube [ entre Vicente de Carvalho e Colégio].
21235-580 - Homero Batista.
21235-110 - Monsenhor Félix [lado par - de 472 ao fim].
21235-111 - Monsenhor Félix [lado impar de 469 ao fim].
21220-380 - Pastor Miranda Pinto.
21220-450 - Senador Almino Afonso.
21241-460 - Tenente Rabelo.
21230-300 - Ubirajara.
* BECOS:
21220-740 - Barão de Jaguarí.
21236-030 - Família Antunes.
* ESTRADAS:
21230-350 - Estrada Água Grande.
21220-310 – Estrada Coronel Vieira
21235-400 - Estrada do Portinho.
21235-390 – Estrada Pedro Borges de Freitas
* LARGO:
21220-710 - Largo do Mirim.
* PRAÇAS:
21230-280 - Afonso Freitas Rosa
21230-270 - Ana Rosa
21230-000 - Cônego Monteiro.
21220-760 - Dalva de Oliveira.
21230-200 - Ferreira Souto.
21235-140 – Floriano Rodrigues Loureiro [ex – 27 de Agosto]
21231-200 - Henrique Lavole Júnior.
21241-490 - Inácio Maranhão
21361-270 - Ipupiara.
- José Sobrinho
21371-350 - Monim.
21231-000 - Nossa Senhora da Apresentação.
21241-480 - Padre Portugal.
21241-550 - Padre Coutinho
21230-160 - Rodrigues Gualhardo.
21361-430 - São Constâncio.
21230-450 - Sargento José Sobrinho.
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AGOSTINHO RODRIGUES
21235-200 - Sena Pereira.
* TRAVESSAS:
21361-300 - Arambipe.
21361-280 - Campanha.
21361-250 - Coroatá.
21361-240 - Guarita.
21361-370 - José Machado.
21371-280 - Muritíapina.
21220-500 - Oeiras.
21371-290 - Piracaba.
* VILA:
- Cândida
- Pureza
* RUAS:
21235-460 - Abiru.
21361-310 - Acará [Vaz-Lobo/Irajá].
21220-630 - Alphonsus de Guimarães.
21230-290 - Amâncio Bezerra.
21371-440 - Amandiú.
21230-380 - Ana Bral.
21230-270 - Ana Lima.
- Andre Filho
21235-480 - Anhembí.
21230-330 - Aníbal Porto.
- Arambipe
2137l-380 - Araçarí.
21220-530 - Araparí.
21230-310 - Aratu.
- Aristóteles Frazão
- Arthétis Drumond
21220-520 - Atiriba.
21230-470 - Antonio Bral
21230-540 - Aveiro.
- Bacanga
- Baepina
21371-270 - Baepinda.
21235-050 - Barbosa Pita.
21235-080 - Barão do Serro Largo.
21220-600 - Barão de Jaguarí.
21220-610 - Barroso Pereira.
21230-400 - Batista Matos.
21230-550 - Beira Alta.
21241-470 - Bellini.
21241-380 - Bezerra de Melo.
21361-640 - Benezirril Fontenele.
21230-180 - Brás de Andrade Melo.
21230-260 - Brito Travassos.
21361-230 - Caiabu.
21361-630 - Caiçara.
21235-150 - Calmon Cabral.
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AGOSTINHO RODRIGUES
21361-260 - Calumbi.
21241-450 - Canudos.
21361-470 - Caobi.
21361-210 - Capintuba.
21220-660 - Capitão Aliatar Martins.
21235-440 - Cariaçá.
21361-400 - Carlos Ferreira.
21361-320 - Carolina Amado.
21371-260 - Carolina Franco.
21235-450 - Cláudio da Costa
21371-400 - Catolé.
21361-570 - Caxambu.
21220-390 - Cetimã.
21235-070 - Cisplatina.
21231-020 - Citéria.
21231-050 - Criciúma.
21231-190 - Cruz Jobim.
21235-020 - Comandante Clare.
21235-040 - Coronel Alencastro.
21235-010 - Coronel Lamenha.
21235-220 - Coronel Leitão.
21241-540 - Coronel Mendes.
21361-450 - Coronel Soares.
- Deolinda Maria
21220-640 - Doutor Miguel Dibo.
21235-270 - Dúlio Costa [antiga rua Projetada]
21230-080 - Eduardo Guimarães Lima.
21220-370 - Eimã.
21241-530 - Emiliano Felipe.
21236-000 - Encantamento.
21230-250 - Epaminondas Jácome.
21231-140 - Erastotenes Frazão.
21230-510 - Estremadura.
21361-500 - Eugênio Gudin.
- Figueredo da Foz
21231-070 - Frei Alexandre.
21235-520 - Felix Pereira.
21361-650 - Fernandes Bastos.
21230-190 - Fernandes Gusmão.
21235-180 - Ferreira Cantão.
21230-090 - Figueira da Foz.
21220-670 - Floriano de Lemos.
21231-150 - Francisco Scarambone.
- Freire Cardoso
21220-590 - Gabriel Lisboa.
21230-020 - Galeno.
21230-800 - General Costa Junior.
21220-650 - General Queirós Saião.
21235-080 - General Ribas.
21241-520 - Gervásio Ferreira.
21241-530 - Goeldi.
21361-380 - Guaratá.
21371-420 - Guariréia [ Irajá/Colégio].
21371-390 - Guiraba.
21371-410 - Guiratim.
21220-480 - Gustavo Martins.
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MEU IRAJÁ
AGOSTINHO RODRIGUES
21235-500 - Gustavo de Andrade.
21230-420 - Heron Domingues.
21236-230 - Hilton Gradt.
21230-010 - Hipócrates.
21235-490 - Honório de Almeida.
21230-040 - Horácio Wells.
21220-490 - Idelfonso Cysneiros.
21220-340 - Iandu.
21231-000 - Indaiatuba.
21231-010 - Inobi.
21220-780 - da Inspiração.
21361-270 - Ipupiara.
- Irineu Corrêa
- Itacoatiara
- Itapera
21230-840 - Jaçanã.
21235-570 - Jaracatiá.
21241-500 - Joaquim Loureiro.
21241-540 - João Dalton.
21361-490 - João Machado.
- João Adil de Oliveira
21241-390 - José Azevedo.
21235-370 - José Borges.
21230-110 - José Carapeba.
21361-360 - José Machado.
- José Pereira
21230-240 - José Sombra.
21235-560 - José Vieira Filho.
21371-320 - Jucari.
21371-370 - Juqueri.
21230-320 - Juriti.
- Landu
21236-300 - Léa Penteado.
21236-310 - Leia Penteado.
21235-190 - Licinio Barcelos.
21230-150 - Lima Sucupira.
21361-560 - Lopes Ferreira.
21220-620 - Lúcio de Araújo.
21235-260 - Luís Barroso.
21231-160 - Luperce Miranda.
21230-360 - Lupicinio Rodrigues.
21230-060 - Major Azevedo.
21235-230 - Major Galamba.
21220-570 - Major Medeiros.
21231-100 - Manuel Cícero.
21230-370 - Manuel de Araújo.
21230-130 - Manuel de Freitas.
21361-510 - Manuel do Nascimento.
21230-210 - Manuel Wanderley.
21230-830 - Marechal Batista de Matos.
21220-700 - Marechal Caetano de Faria.
21231-210 – Marechal João Adil de Oliveira
21220-540 - Maria.
- Maira
21361-290 - Marambaia.
21235-250 - Marquês de Aracati.
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MEU IRAJÁ
AGOSTINHO RODRIGUES
21235-120 - Marquês de Queluz.
23006-311 - Marinho Pessoa.
21230-820 - Marques Guimarães.
21230-120 - Menezes Prado.
21230-490 - Mestre Donga.
21230-050 - Metrovick.
21235-130 - Miranda e Brito.
21361-540 - Missuri.
21241-440 - Moliere.
21235-550 - Monte Santo.
21220-460 - Muniz Acquarone.
21220-320 - Mupiá.
21361-530 - Nascente.
21361-520 - Nelson Vasconcelos de Almeida.
21235-430 - Nuno de Andrade.
21235-510 - Olímpio da Mota.
21235-160 - Oliveira Alvares.
21235-170 - Oliveira César.
21231-080 - Otelo Rosa.
21371-230 - Ouro Fino.
21241-510 - Padre Albuquerque.
21230-030 - Padre Caldas.
21230-090 - Padre Fonseca.
21230-430 - Padre Leandro Altoe.
21230-810 - Pedro Diniz.
21231-080 - Pedro Teixeira.
21241-560 - Pedro Tenório.
- Penafiel
21235-090 - Pereira de Araújo.
21371-290 - Piracaba.
21361-580 - Plácido Ferreira.
21220-360 - Poaçu.
21235-590 - Professor Carlos Gusmão.
21231-030 - Professor Sá Nunes.
21230-100 - Rego Corumbá .
21230-560 - Ribatejo.
- Rocha Freire
21230-220 - Rodrigues de Albuquerque.
21371-340 - Roruima.
21220-800 - Saudade
21220-680 - Soldado Elias dos Santos.
21230-390 - Soldado Geraldo Elias.
21230-460 - Soldado João Pereira.
21230-410 - Soldado João dos Reis.
21230-480 - Soldado Teodoro Ribeiro
21235-210 - Samim.
21220-790 - Santa Bárbara.
21231-120 - Santo Agripino.
21361-330 - Santo Albino.
21361-350 - Santo Amadeu de Sabóia.
21361-340 - Santo Aspanásio
- Santo Apiano
21361-420 - Santo Aspiano
21220-470 - Santo Eduardo.
21361-440 - Santo Fabião.
21231-110 - Santo Isaac.
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MEU IRAJÁ
AGOSTINHO RODRIGUES
21231-070 - Santo Leonardo.
21361-410 - São Canuto.
- São Fabiano
21231-130 - São Simplício.
21040-090 - Siracusa.
21231-040 - Sodrelândia.
21230-140 - Sotero Vaz.
21220-510 - Sumauna.
21220-550 - Tanabi.
21371-300 - Tenente Jerônimo Mesquita.
21241-480 - Tenente Rebelo.
21235-030 - Tenente Teodoro.
21361-810 - Teodoro Alves Pacheco [Irajá/Rocha Miranda].
21230-440 - Teodoro Burlamaqui.
21235-530 - Thetis Drumond.
21230-170 - Torquato Cabral.
21220-580 - Toropasso.
21230-530 - Trás Os Montes.
21371-330 - Turiana.
21371-240 - Turvo.
21220-330 - Uarici.
21371-360 - Urucará.
21361-600 - Várzea.
21235-470 - Vinte e Cinco de Dezembro.
21235-100 - Visconde de Maceió.
21235-240 - Visconde São Leopoldo.
21231-090 - Vereador Alexandrino Soares.
21361-490 - Zilda.
RESUMO NUMÉRICO:
* Avenidas..........8
* Becos ..............2
* Estradas .........3
* Largo ..............1
* Praças............19
*Travessas........8
* Ruas ...........215
* Total.............256 logradouros.
Fontes consultadas:
* Guia Postal Brasileiro da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos Ano 1978 - Volume II.
* Guia Postal Brasileiro da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos Ano 1992 - 8a. edição.
* Cartografias.
Observação:
* Consta que a antiga denominação da Praça 27 de Agosto, passou a denominar-se Praça
Floriano Rodrigues Loureiro.
DENOMINAÇÃO
Registra-se algumas denominações dos logradouros existentes no bairro de Irajá:
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AGOSTINHO RODRIGUES
* RUA MARQUÊS DE ARACATI
João Carlos Augusto de Oyenhausen Gravenburg, Marquês de Aracati, nascido em Lisboa
e brasileiro por independência, faleceu em Moçambique a 28 de março de 1838; filho do Conde de
Oyenhausen Gravenburg e de Leonora de Almeida Portugal, Marquesa de Alorna, Condensa de
Assumar e de Oyenhausen. Foi Aspirante da Marinha, sendo no posto de Segundo - Tenente,
transferido para o Exército. Fez campanha peninsular como Capitão. No Brasil, exerceu o cargo
de Governador do Pará e Rio Negro, serviu como Ajudante de Ordens do General Gomes Freire,
foi o segundo Governador do Ceará, oitavo Governador da Capitania de Mato Grosso e
Governador e Capitão - General da Capitania de São Paulo. Brigadeiro do Exército em 1828, foi
Ministro das Relações Exteriores e da Marinha no gabinete de 1827 e de novo no gabinete de
1831, Conselheiro da Fazenda, Senador pela Província do Ceará e do Conselho Imperador. Em
1836, renunciando afinal aos direitos de brasileiro, aceitou as funções de Governador de
Moçambique, onde faleceu. Por sua morte, perderam-se diversos manuscritos do seu importante
arquivo particular, inclusive os manuscritos de Gonzaga, como afirma em carta dirigida de Lisboa
ao Instituto Histórico o Conselheiro Drumond. Dos que se puderam salvar, destaca - se uma cópia
da Descrição Geográfica da Capitania de Mato Grosso, escrita em 1797; Mapa da população da
Capitania do Ceará Grande; Mapa Geral da tropa milicianas da mesma Capitania; Proclamação
do Governador e Capitão - General de São Paulo, diria o Bispo Diocesano e Carta ao Governo
Provisório de São Paulo, encaminhada ao Príncipe Regente.
* RUA MARQUÊS DE QUELUZ:
João Severino Maciel da Costa, Marquês de Queluz, nasceu em Minas Gerais em 1679 e
faleceu em 1833. Estadista Brasileiro, estudou na Universidade de Coimbra, onde se formou em
Direito. Dedicou-se a magistratura chegando a ocupar o cargo de desembargador do Paço do Rio
de Janeiro. Foi de 1809 a 1817 Governador da Guiana Francesa, enquanto esta região esteve em
poder do Governo Português. Acompanhou D. João VI no seu regresso a Portugal. Foi Ministro do
Império e como tal, referendou a Constituição de 1824.
* RUA MIRANDA E BRITO:
Antonio Elzeario de Miranda e Brito, nasceu em Lisboa, tomou parte ativa e saliente na rebelião
de 1835, no Rio Grande do Sul. Deixou importantes estudos geográficos. Nasceu em 1786 e
faleceu em 1858, aos 72 anos de idade.
* RUA CISPLATINA:
Província. Nome do território de Montevidéu enquanto esteve incorporado ao Império
Brasileiro no período de 1821 a 1928.
* RUA GUSTAVO DE ANDRADE:
Gustavo Adolfo de Andrade Rego, nasceu em Maroim, Bahia, a 10 de fevereiro de 1858 e
faleceu em 24 de novembro de 1913. Fez seus primeiros estudos na capital da sua província,
matriculando-se depois no Externato Normal onde recebeu o grau de aluno-mestre. Lecionou
diversas disciplinas para poder se sustentar. Mais tarde, por indicação do Mestre Ernesto Carneiro
Ribeiro regeu, no Externato Normal, as cadeiras de metodologia, pedagogia e português. Fundou
com outros a Escola Comercial da Bahia, onde regeu a cadeira de português. Publicou: "A Vítima,
o cretino e o truão"; "A estilística no Instituto Normal"; "Cacolexias ou Vícios da Linguagem";
"Plagiário remisso ou as escroquerias do Sr. J.P.B." e "Gramática Intuitiva da Língua Portuguesa.
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MEU IRAJÁ
AGOSTINHO RODRIGUES
Deixou inéditos a "Gramática Eclética da Língua Portuguesa" e um Dicionário da Língua Yoruba
[africana].
* RUA NUNO DE ANDRADE:
Nuno Ferreira de Andrade, filho de Camilo Ferreira de Andrade, nasceu no Rio de Janeiro
a 27 de julho de 1851 e faleceu a 17 de dezembro de 1922 [capital]. Doutor em Medicina pela
Faculdade do Rio de Janeiro em 1875, professor da mesma, por concurso, da cadeira de
Fisiologia, com a idade de 17 anos; substituto de Ciências Médicas em 1877; lente da primeira
cadeira de Clínica Médica em 1888; jubilado em 1908; Inspetor da Saúde do Porto; Diretor do
Hospital de Alienados; Conselheiro do Imperador no auge dos seus 35 anos de idade;
Comendador da Ordem de Cristo; Presidente da Academia Nacional de Medicina, Diretor Geral da
Saúde Pública e da Caixa de Conversão. Redigiu: "A Ordem"; "O País" e o "Jornal do Brasil".
Escreveu entre outros trabalhos: "Tratamento das nevroses em geral", "Águas pluviais",
"Saneamento do Rio de Janeiro", "A peste bubônica em Santos", Bacilos pseudo - tuberculosos",
"Profilaxia da febre amarela", "Arterio - esclerose", bem como, com o pseudônimo de Felício Terra
, "Contos e Crônicas" e "Imagem". Recusou , no governo Nilo Peçanha, o convite para ministro
plenipotenciário na Europa e o título de Barão da Ilha Grande, este, nos seus 35 anos de idade.
* RUA OLIVEIRA ALVARES:
Joaquim de Oliveira Alvares, general do exército brasileiro, nasceu na Ilha da Madeira
Portugal em 1776, e, brasileiro pela Constituição do Império, morreu em 1835 em Paris, onde fora
receber a herança de um irmão, bacharel em matemática e filosofia pela Universidade de
Coimbra. Abraçou a causa da independência do Brasil no posto de Ajudante do General do
Estado Maior do Governo das Armas da Corte e Província do Rio de Janeiro. Cooperou para ela e
nessas lutas, com a maior abnegação, expôs a vida pela nova pátria. Em Londres, no ano em que
morreu, sabendo que escasseavam os fundos no Brasil, ofereceu todos os seus bens para
pagamento do juro das inscrições. Foi Ministro da Guerra em 1822, ocupando também este posto
em 1828 a 1829, e Deputado à segunda legislatura pelo Rio Grande do Sul. Escreveu uma
estatística geral do Brasil onde estudava a mineração e mineralogia, explorações feitas,
administrações, flora, entre outras.
* RUA VISCONDE SÃO LEOPOLDO:
José Feliciano Fernandes Pinheiro, Visconde de São Leropoldo, nasceu em Santos a 9 de
maio de 1774, filho do Coronel de Milícias José Fernandes Martins e D. Thereza de Jesus
Pinheiro. Estudou em sua terra natal o latim e o francês, onde tomou, em 1798, o grau de
bacharel em cânones, seguindo contudo, a carreira de magistrado em lugar da eclesiástica. De
regresso ao Brasil, foi nomeado juiz das Alfândegas do Rio Grande do Sul, a 15 de julho de 1800.
No ano seguinte, teve patente de Auditor Geral dos regimentos daquela província, e, mais tarde
de Auditor da Esquadra de Defesa do Brasil, no Rio de Janeiro. Nesse cargo funcionou durante 20
anos. Em 1812 acompanhou o exército pacificador a Montevidéu. Em 1816 foi escolhido para
vogal permanente da Junta de Justiça organizada no Rio Grande do Sul. Em 1821 representou a
província de São Paulo como Deputado a Constituinte Portuguesa. De volta ao Brasil, foi
Deputado pelo Rio Grade do Sul e por São Paulo a Constituinte do Império e Presidente da
primeira dessas províncias onde fundou a Colônia de São Leopoldo, a primeira tipografia ai
existente e a Casa de Caridade. Foi ainda Conselheiro de Estado, Ministro de Império em cuja
gestão desenvolveu a Academia de Belas Artes, a Instrução Pública, a Escola Médico Cirúrgica e
referendou o Decreto criando os Cursos Jurídicos de São Paulo e Olinda. Acompanhou o
Imperador ao Rio Grande do Sul por ocasião da Guerra Cisplatina. Foi Senador em 1837 e fundou
com o Marechal Cunha Matos e o Cônego Januário da Cunha Barbosa, o Instituto Histórico do
qual foi presidente perpétuo. Faleceu em Porto Alegre a 06 de junho de1847 e publicou: "Anais da
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MEU IRAJÁ
AGOSTINHO RODRIGUES
Província de S. Pedro do Rio Grande do Sul", "Vida e feitos de Alexandre e Bartolomeu de
Gusmão" e "Resposta as breves anotações que sobre a memória precedente escrevera o
Conselheiro Manoel Maria da Costa e Sá.
* RUA ROCHA FREIRE:
Francisco Gabriel da Rocha Freire, nasceu em Diamantina, província de Minas Gerais, em
1818 e faleceu no Rio de Janeiro. Doutor em Medicina pela Faculdade do Rio de Janeiro, formado
em 1840.Nomeado lente substituto da Seção de Ciências Acessórias em 1844, lente de Botânica
e Zoologia em 1855, por ocasião da reorganização do programa de ensino naquele
estabelecimento. Desfrutou larga nomeada como clínico e como lente da Faculdade. Possui a
condecoração do grau de Cavalheiro da Ordem de Cristo do Brasil. Escreveu: "De spinalis
medulae physiologia, atque pathologia non nullae propositiones", "Thesis, quam ad doctoris in
medicina grandum promotus, fluminensis medicinae facultate obtuit", entre outros. "Flumine
Januário" em 1840; "Considerações sobre o calorico", tese apresentada por ocasião do concurso
ao lugar de lente substituto da Seção de Ciências Acessórias na Faculdade de Medicina do Rio de
Janeiro em 1844; "Memória Histórica" dos fatos notáveis ocorridos na Faculdade de Medicina
durante o ano de 1866, dado a lume no ano seguinte. Vários biógrafos como Sacramento Blake
Xavier da Veiga e outros, incluem seu nome no rol luminares da ciência médica nacional, não só
por sua competência profissional, método de ensino, como trabalhos notáveis publicados sobre os
diversos ramos de sua especialidade.
* RUA EUGÊNIO GUDIN:
Eugênio Gudin nasceu no Rio de Janeiro em 1866. Foi diretor de empresas de energia
elétrica e de firmas construtoras no campo da engenharia civil; engenheiro - assistente na
construção de represa hidroelétrica de Ribeirão das Lages [1907 a 1910], em 1952; tornou-se
membro - diretor do Internacional Bank for Resconstruction and Development [B.I.R.D.] e do
Fundo Monetário Internacional . Ministro da Fazenda no Governo Café Filho [1954], fez reforma
cambial eliminando dispositivos da Instrução 70 da antiga Superintendência da Moeda e do
Crédito [Sumoc]. Na imprensa, figura entre os que mais combateram os governos Juscelino
Kubitscheck e João Gulart. Publicou várias obras de economia. Eugênio Gudin é patrono da
cadeira ° 13 de Membros Titulares Efetivos Vitalícios, da Academia Irajaense de Letras e Artes
{AILA] que foi ocupada pelo falecido Acadêmico Jorge Pinheiro Paes Leme [ 13/12/39 - 16/7/96] [vago].
* RUA LUPERCE MIRANDA:
Luperce Bezerra de Miranda foi mais um artista que contribuiu para o desenvolvimento
artístico do bairro como compositor e exímio tocador de bandolim. "Prestigitador do Bandolim",
forma como o locutor César Ladeira o anunciava nos programas da Rádio Nacional. Residiu
alguns anos em Irajá à rua Marquês de Aracati n° 92. Nasceu em 24 de junho de 1904 em Recife.
Filho de pais músicos. Era primo de Epitácio Pessoa [Presidente da República no período de 1919
a 1922], em segundo grau. Com 7 a 8 anos de idade, tirou os primeiros acordes do Hino Nacional
de bandolim de cima da mesa de aula da Escola nos Afogados em Recife. Já aos 12 anos de
idade, ainda em Recife, compôs os choros "Para frente é que se anda" e "Martelando". Nesta
época já tocava piano em orquestras e bandolim em concertos. Aos 15 anos de idade, compôs o
choro "Arranca-toco", ocasião que passou a conhecer Pixiguinha [Recife - 1919], quando este se
apresentava com os Batutas no Teatro Moderno de Recife. Pixinguinha quis levá-lo para Paris
mas a negativa de seu pai e sua indecisão por ser muito moço e inexperiente, fez com que a
intenção não fosse concretizada. Mesmo assim, Pixinguinha trouxe suas músicas para o Rio,
estando entre elas "Arranca-toco". Chegou ao Rio de Janeiro em 15 de março de 1927 e se juntou
ao seu grupo de Recife, os Turunas da Mauricéia. Chegou gravando e dando concertos. Na
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MEU IRAJÁ
AGOSTINHO RODRIGUES
Escola Nacional de Música, num espetáculo organizado por Catullo da Paixão Cearense e João
Pernambuco, no final foi muito cumprimentado por Francisco Braga e Heitor Villa-Lobos, pródigos
em elogios. Foi contratado pela Casa Edson com ordenado mensal gravou pela primeira vez
"Para frente é que se anda"; "Ai Maria"; "Helena"; "Quando vai"; "Mulher"; "Quando vai mulher":
emboladas, valsas e choros. O dono da Casa Edson fê-lo gravar, logo no primeiro dia, 20
músicas, com medo dele ir embora e não mais aparecer. Em 1928 ou seja, com 24 anos de idade,
seu samba "Opinião", foi o maior sucesso de carnaval. Depois disso, houve mais de mil músicas ,
mais de 700 gravações, cinco elepês sozinho, um dividido com Manezinho Araújo, sem falar dos
compactos e rotações 78. Possuidor de significativos diplomas entre os quais, Título de Cidadão
Carioca e de Nilópolis; Primeiro Bacharel da Música Brasileira pelo Museu da Imagem do Som.
Possuía uma virtude invejável: nunca fumou nem nunca foi de beber. Aos 72 anos de idade
[1976], acompanhado de três dos seus 18 filhos , Edson [bandolim], Jorge Lupercio [cavaquinho] e
Luperciano [bandolim, violão e piano], tocou em homenagem aos 60 anos de choros e serestas,
todas contendo histórias: "Alma e Coração", "Quando me lembro", "Flores", "Tema Luperce", de
autoria do seu filho Jorge, "Terezinha", em homenagem a sua companheira, "Caboclo brasileiro",
"Batendo palmas", "Martelando", "Mulata brasileira", "Picadinho a baiana", "Ao luar", a preferida de
Luperce Miranda nas serenatas em Recife, "Salve o rei" e "Manda quem pode". Sua vida foi
regada de simplicidade, da riqueza dos chorinhos e das histórias que os cercavam. Luperce
Miranda e Terezinha, formaram um casal que jamais esconderam a felicidade e a emoção quando
entoavam a valsa "Sonho de amor", de autoria da própria Terezinha: "Hoje eu já não vivo a
sonhar/ porque no teu olhar/ achei as minhas noites de luar./ Pois os teus olhos iluminaram o meu
viver/ e transformaram este meu sonho/ no doce lar que idealizei. Palavras de Francisco Braga:
"Rapaz, eu o considero o rei do bandolim". Villa-Lobos: "Menino, você é um gênio". Delcy de
Queiroz: "Ele participou de show no teatrinho de Irajá ao lado de grandes nomes da nossa música
popular, acompanhado de Benedito Lacerda e de Aldo Cabral". Elvira Nascimento: "Era comum
Luperce Miranda receber visitas de artistas na sua residência [ rua Marquês de Aracati n° 92,
entre eles, o Pixinguinha e a dupla Jararaca e Ratinho que inclusive foi padrinho de batismo do
Edson, hoje residindo no bairro de Campo Grande. Edson quando garoto, era um freqüentador da
minha casa. Até hoje mantemos uma grande amizade. Quando ele pode, me visita ou telefona.
Edson é um excelente tocador de violão e bandolim. Seus filhos Edson Filho [cavaquinho] e Jorge
Cláudio [violão], seguiram seus passos. Edson Miranda, a exemplo do seu pai Luperce Miranda, é
um ótimo pai de 10 filhos". Edson Bezerra de Miranda: "Meu pai tocou com Jorge Burlange,
violonista francês em 1950 no Clube Náutico de Recife. Ele considerou o meu pai o maior
bandolonista do mundo. Eu era ainda garoto mas me lembro bem. Também estava presente. Foi
um técnico apuradíssimo no bandolim, tocava também viola, violão, cavaquinho, banjo, guitarra e
quitana havaiana, entre outros instrumentos de corda". Recolhido no bairro de Marechal Hermes,
dividindo seus dias entre as aulas em sua Academia de Música e as novelas da TV, Luperce
Miranda veio a falecer em 04/04/1977, estando os seus restos mortais no Cemitério Jardim da
Saudade - Ala São Mateus - bairro Sulacap/RJ. Entre as ilustres pessoas presentes ao seu
sepultamento, lá estava a Irajaense Elvira Nascimento, uma das senhoras mais antiga do bairro
de Irajá.
* RUA ALPHONSUS DE GUIMARÃES:
Afonso Henriques da Costa Guimarães, escritor brasileiro que se notabilizou como
Alphonsos de Guimarães . Nasceu em Ouro Preto, 1870. Faleceu em Mariana, 1921. Em sua
cidade inicia seus primeiros estudos e ingressa no curso de engenharia sem terminar o curso
transferindo-se para a Faculdade de Direito de São Paulo começando o curso de ciências
jurídicas, que termina em Ouro Preto. É nomeado Promotor de Conceição do Serro; depois, Juiz
em Mariana, onde permaneceu até a morte. Escreveu: "Septenário das Dores de Nossa Senhora
[1899]; "Dona Mística"[1899]; "Kiriale"[1902]; "Pastoral aos Crentes do Amor e da Morte"[1923];
Poesias, coleção póstumas"[1923]. Foi o pai de numerosos filhos, entre os quais se destaca João
Alfonsus, apreciado poeta contemporâneo.
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MEU IRAJÁ
AGOSTINHO RODRIGUES
* RUA BARÃO SERRO LARGO:
José de Abreu, Barão de Serro Largo, Marechal do Campo, nascido 1771 em Maldonado,
falecido em Passo do Rosário a 20/02/1827, em batalha. Filho dos portugueses, João de Abreu e
de D. Maria de Sousa. Casado com D. Maria Feliciana da Silva, falecida em 1837, nascida no
Porto Alegre, filha de Antônio da Silva e de D. Maria Inácia da Conceição, nascida em Santa
Catarina. A Acadêmica Correspondente [AILA] Comendadora Norma de Lourdes Abreu
Guimarães Ribeiro, residente em Campinas - SP., cadeira n° 13 - Quadro I - patronímica de
Antônio Carlos Gomes, é treta neta do Marechal de Campo José de Abreu. Em 12/10/25 recebeu
o título de Barão.
* RUA CRUZ JOBIM:
José Martins da Cruz Jobim foi cientista brasileiro. Nasceu na cidade do Rio Pardo [Rio
Grande do Sul], em 26 de fevereiro de 1802; morreu no Rio de Janeiro, em 23 de agosto de 1878.
Conselheiro e Senador do Império. É considerado o precursor da Medicina Pública do Brasil.
Concluiu o curso de Medicina em Paris. Retornando ao Brasil foi médico da família Imperial.
Propugnou por um melhor tratamento aos loucos, nos manicômios e aos presos nas cadeias;
lançou, em 1830, o Plano de Organização das Escolas de Medicina do Rio de Janeiro e da Bahia;
por concurso, foi nomeado Catedrático de Medicina Legal na Faculdade de Medicina do Rio de
Janeiro em 1833. Deixou trabalhos originais, discursos e comentários sobre a Medicina Pública e
Higiene Sanitária; pertenceu a Sociedades Científicas do Rio de Janeiro, Paris, Lisboa, Roma,
Lille, Hamburgo e Nápoles.
* RUA GOELDI:
Emil August Goeldi - naturalista suíço, nasceu em Cantão de St. Gall, em 28 de agosto de
1859 e faleceu em Berna, em 1° de julho de 1917. Veio para o Brasil no ano de 1884. Prestou
relevantes serviços à Nação, quer trabalhando para o Museu Nacional , quer na direção do Museu
Paraense. Colaborou com Rio Branco na solução dos problemas de limites com a Guaiana
Francesa . Realizou estudos sobre Botânica, Zoologia, Arqueologia, Etnografia, entre outros,
publicando a respeito diversos livros. Comissionado pelo Museu Nacional, estudou as pragas que
então atacavam os cafezais, causando vultosos prejuízos. Como resultado desses estudos que se
prolongaram por 14 meses, apresentou o Relatório Sobre a Moléstia do Cafeeiro da Província do
Rio de Janeiro. Dirigiu o Museu Paraense, tendo empreendido expedições de estudos à Guiana
Brasileira; fez várias pesquisas sobre os índios da Amazônia, conseguindo efetuar nesse campo
importantes descobertas. O Museu Paraense em 1902 passou a chamar-se Emílio Goeldi em sua
homenagem. Realizou numerosas conferências, entre os quais se destaca o Estado Atual dos
Conhecimentos sobre os índios da Foz do Amazonas, no Passado e no Presente. Regressando a
Pátria, ocupou até à morte uma Cátedra na Universidade de Berna. Escreveu: "Os mamíferos do
Brasil", "As Aves do Brasil", ‘Escavações Arqueológicas", entre outros.
* RUA TEODORO BULAMARQUI:
Teodoro Bulamarqui foi professor. Lecionou na Escola Pública Colégio, localizada na
antiga Estação Ferroviária de Colégio, a única da época na Freguesia de Irajá, quando do
nascimento do patriarca da família Machado, o Intendente abolicionista, Manuel Luiz Machado em
07 de outubro de 1885, que mais tarde foi aluno do professor, que lhe ministrou conhecimentos
das primeiras letras. Teodoro Bulamarqui foi um exímio caçador, o seu esporte preferido.
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AGOSTINHO RODRIGUES
* PRAÇA DALVA DE OLIVEIRA:
Vicentina de Paula [ pseudônimo: Dalva de Oliveira], nasceu em Rio Claro - Estado de São
Paulo em 1916 e faleceu em 30/8/1972. A excelente artista fez parte do famoso conjunto vocalista
"Trio de Ouro", composto de Herivelto Martins, seu esposo, e Nilo Chagas. Dona de uma
sensibilidade artística e de um apurado ouvido musical, realizando milagres com a garganta.
Vocalizava com sabedoria, com propriedade nos agudos entoava com justeza no registro grave,
com sua bela voz de meio-soprano.
Segundo a Irajaense Sra. Mirian de Oliveira e Silva , 51 anos de Irajá, que quando ainda
jovem ouviu falar que o nome da praça Dalva de Oliveira teve origem pela reunião de jovens na
década de 60, para entoarem na praça, músicas da cantora da MPB, Dalva de Olivera.
* RUA MESTRE DONGA:
Ernesto Joaquim Maria dos Santos [Donga] , foi compositor popular brasileiro, nascido no
Rio de Janeiro em 1891 e faleceu no próprio Rio de Janeiro em 1974. Foi um dos criadores do
samba e hoje entendido com a gravação "Pelo Telefone", sendo os versos escritos por João
Mauro de Almeida. Segundo Alexandre Gonçalves Pinto, no seu livro "Choro"-1936, reeditado
pela MEC-FUNARTE em 1978: "Donga é um dos batutas da roda de Pixinguinha. Chorão que
deve-se escrever com letras de ouro pois Donga tem após de si, uma rica bagagem de efeitos
musicais que não preciso descrever pois não há na roda dos chorões quem não conhece o valor
que ele tem. Na propaganda dos sambas nas nossas modinhas e afinal, é expoente
propagandista e dedicado, encorajando sempre o meio dos seus pares com inovações de suas
expirações, Donga é um dos autores dos primeiros sambas que abro com chave de ouro as portas
das gravações, que foram irradiadas com grandes sucessos. Prendia os auditórios com harmonia
de seu violão de seus amigos com simpatia."
* RUA MARECHAL CAETANO DE FARIAS:
José Caetano de Faria, magistrado militar brasileiro, nasceu no Rio Grande do Sul em
1855 e faleceu no Rio de Janeiro em 1936. Esteve no Ministério da Guerra durante a primeira
guerra mundial. Reorganizou o Exército, contribuiu para a execução da Lei do Serviço Militar e
para a criação do Serviço Geográfico do Exército.
* RUA ANIBAL PORTO:
Advogado, economista e escritor. Nasceu em Petrópolis em 1871 e faleceu em 1953.
* RUA BARÃO DE JAGUARÍ:
José Ildefonso de Sousa Ramos, Barão das Três Barras e 2° Visconde com Grandeza de,
político brasileiro, nascido em Baependí em Minas Gerais em 1812 e morreu em Três Barras no
Rio de Janeiro em 1883. Presidente do Piauí, Minas Gerais e Pernambuco. Deputado, Senador e
Presidente da Câmara. Conselheiro de Estado, Presidente do Senado e Ministro da Justiça e do
Império.
* RUA BARROSO PEREIRA:
Luiz Barroso Pereira , militar da Marinha Brasileira, nasceu em Minas Gerais em 1786 e
faleceu em Minas Gerais em 1826. Tomou parte na Campanha Oriental contra Artiga. Foi
Comandante Chefe das Forças Navais Portuguesa, concentrada no Rio da Prata. Participou nas
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AGOSTINHO RODRIGUES
lutas pela Independência e da Confederação do Equador. Morreu em combate contra navios
Argentinos [ 25 de Mayo, Independência , Balcarte]. Deixou importante narrativa histórica da
Marinha Brasileira.
* AVENIDA SENADOR ALMINO AFONSO:
Almino Monteiro Alvares Afonso, possui uma vasta biografia no campo político. Nasceu na
cidade de Humaitá - Amazonas em 11 de abril de 1929. Foi Deputado Federal pelo Amazonas no
período de 1959 a 1963, Ministro do Trabalho em 1963 e novamente Deputado Federal em 1963 a
1964 e por fim, eleito Senador. Escreveu na década de 70 para o Jornal Folha de São Paulo.
* RUA LUPICÍNIO RODRIGUES:
Lupicínio Rodrigues foi compositor popular brasileiro, nascido em Porto Alegre em 10 de
setembro de 1914. Autor da composição do hino oficial do Grêmio- Portalegrense. Suas obras
musicais tinham como tema predominante "o ciúme e o amor", onde obteve uma vasta
popularidade em todo o país. Faleceu em 27 de agosto de 1974.
* RUA CANUDOS:
Trata-se da Rebelião de Canudos. Movimento chefiado por Antônio Conselheiro, um
fanático e quem se atribuía a condição de enviado de Deus [1896-1897]. Localizado no arraial de
Canudos, às margens do rio Varza-Barsis, no NE da Bahia, cresceu rapidamente. Tinha o
propósito de minorar o sofrimento da população e combater o regime republicano. Expedições
militares foram desbaratadas pelos rebeldes, obrigando o governo da república a deslocar
numerosa força armada, que arrasou o arraial após encarniçada luta.
* RUA CAIABU:
Nome dado a um município de São Paulo. É uma microregião da Alta Sorocaba da Cidade
de Presidente Prudente.
* RUA CAIÇARA:
Nome dado a um município de São Paulo. É uma microregião do Piemonte da Barbacena.
Também existe como município no Estado do Rio Grande do Sul como microregião colonial de
Iraí.
* RUA JAÇANÃ:
Trata-se de uma ave parridea [Parra jacanã] ribeirinha, de peito avermelhado. Palavra de
origem tupi-guarani.
* RUA JARACATIÁ:
É o nome da árvore frutífera do mato virgem, da família das caricáceas. É também chamada
mamão – do – mato; bravo; mamoeiro –do – mato; entre outras. É uma espécie de cacto de frutos
comestíveis e medicinais.
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AGOSTINHO RODRIGUES
* RUA JURITI:
Nome de diversas aves columbídeas ou perisperidas, de tamanho intermediário entre as
pombas e as rolas, e especialmente às espécies Leptotila reichenbachi. A juriti faz parte deste tipo
de ave.
* RUA INDAIATUBA:
É o nome da cidade de Indaiatuba, pertencente ao Estado de São Paulo, onde os
habitantes naturais são chamados de Indaitubense.
* RUA CALUMBI:
É o nome de uma cidade de Pernambuco. Microregião do Alto Pajéu.
* RUA CAXAMBU:
É o nome de uma cidade de Minas Gerais. Microregião do Planalto Mineiro – estância
hidromineral – turismo.
* RUA CRICIÚMA:
É o nome de uma cidade de Santa Catarina. Microregião carbonífera. Há na região duas
escolas de ensino superior. Extração de Carvão – de – pedra.
* RUA TANABI:
Nome de origem tupi é dado ao município da cidade de São José do Rio Preto,
pertencente ao Estado de São Paulo. Produção: milho, algodão e arroz. Criação: bovinos e
suínos. Confecção e mobiliários. Apesar de não existir nenhum rio perto da cidade, o nome
significa rio das borboletas, em homenagem a cultura de um de seus primeiros colonizadores, o
índio civilizado Joaquim Chico, que construiu sua choupana na localidade e ali montou uma
venda. Era chamada de Jataí até 1º de agosto de 1906. A emancipação veio em 23 de dezembro
de 1924.
* RUA SIRACUSA:
Porto da Costa E, da Sicília. Colônia de Corinto, fundada a 734 a. C. Siracusa tornou-se a
mais importante cidade da Sicília, notadamente sob o governo dos tiranos do século V – a. C.
Tendo optado pela aliança com Catargo, Siracusa foi tomada pelos romanos [213-212 a. C.], após
um cerco difícil.
* RUA VISCONDE DE MACEIÓ:
Francisco Afonso Maurício de Souza Coutinho, 1º Visconde e Marquês de. Político
brasileiro [Turim, Itália, 1796 – Paris 1834], antes da Independência do Brasil, a que veio a aderir
posteriormente, teve atitude vacilante. Em 1827, foi ministro da Marinha. Diplomata em Viena até
a abdicação de Dom Pedro I..
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AGOSTINHO RODRIGUES
* RUA HERON DOMINGUES:
Nasceu em São Gabriel, no Rio Grande do Sul, no dia 04 de Junho de 1924. Batizado com
o nome de Heron Gabriel Lima Domingues. Interrompei seus estudos no limiar da faculdade de
direito, atraído pelo rádio. Estreou na Rádio Gaúchan de Porto Alegre com uma notícia que abalou
o mundo. "Atenção senhores ouvintes atenção. Foi captada uma irradiação de S. Francisco da
Califórnia, noticiando que aviões japoneses bombardearam a base norte-americana de Peal
Harbor. "Essa noticia o predestinava para a reportagem radiofônica, que segundo ele, divulgando
o ataque japonês a Peal Harbor, estava pronunciando as suas primeiras palavras no microfone.
Três anos mais tarde, a 4 de novembro de 1944, precisamente às 12 horas e 55 minutos, ele se
fazia o porta voz radiofônico da Standard Oil Company of Brazil, dizendo pela primeira vez:
"Amigo ouvinte, aqui fala o Reporter Esso, testemunha ocular da história. – Rádio Nacional.
* RUA SANTO AMADEU DE SABÓIA:
A.D. 1472 - Amadeu IX que, como o seu ancestral Humberto III, foi mais tarde beatificado,
era filho do duque Luis I de Sabóia com Ana de Chipre, e neto do antipapa "Félix V". Amadeu
nasceu e, Thonon no ano 1435 e, ainda no berço, foi prometido em casamento a Iolanda, filha de
Carlos VII de França, o que cimentou a paz entre os dois países. Amadeu pelo que consta, era um
homem de boa aparência, realizado e dono de excepcionais virtudes. Infelizmente, durante a vida
toda foi vítima de violentos ataques de epilepsia, que de tempos em tempos o deixavam prostrado
e incapaz de tudo. Seu casamento realizou-se em 1451 e foi feliz. Mas, dos seus quatro filhos e
duas filhas, a maioria morreu jovem. Na província de Brescia, que lhe foi dada como herança, o
jovem príncipe levou uma vida agradável e isolada, longe dos cuidados e tumultos da corte.
Todavia, com a morte do pai, foi chamado a assumir o governo de Sabóia e do Piemonte. Ele foi
um governante clemente, mas intransigente na coibição ao suborno e na luta contra a opressão
dos pobres pelos ricos. De fato, nos casos que lhe chegavam às mãos, ele se sentia tão inclinado
a esposar a causa dos fracos que o Duque Galeazzo de Milão, pilheriando, certa vez comentou
que: enquanto no resto do mundo era melhor ser rico do que pobre, no ducado de Sabóia os
indigentes eram favorecidos, ao passo que os ricos eram duramente tratados. Amadeu jamais
recusou esmola a quem quer que fosse, e assim, após esvaziar a bolsa, se desfazia de sua
própria roupa e de tudo que possuía ao seu redor. Apesar de ter apenas 37 anos e com muitas
realizações benéficas ao seu povo, sua doença minou suas forças e com isso, Amadeu faleceu
em 30 de março de 1472 e beatificado em 1677. Palavras suas que vem escrito nos quadros que
o representam: "Sede justos! Amai o pobre, e o Senhor concederá paz vossas nações".
Comemora-se sua data em 30 de março.
* RUA SANTO FABIÃO
A.D. 250 - Santo Fabião foi papa e mártir. Sucedeu a S. Antero no seu pontificado por volta
de 126. Eusébio relata que na assembléia do povo e do clero reunida para eleger o novo papa,
uma pomba entrou voando e pousou sobre a cabeça do Santo. Conta-se que este sinal uniu os
votos do clero e do povo na sua escolha , embora ninguém tivesse pensado nele antes, por ser
leigo e estrangeiro. Morreu mártir na perseguição de Décio em 250, como o atestam S. Cipriano e
S. Jerônimo, S. Cipriano, escrevendo ao seu sucessor S. Cornélio, chama o papa mártir de um
homem incomparável, e diz que a glória de sua morte correspondia à pureza e santidade de sua
vida. Governou a Igreja por 14 anos. Ainda existe a laje que fechava o túmulo do Santo papa
mártir no cemitério de S. Calisto. Está quebrada em quatro partes, mas traz claramente, em
caracteres gregos, estas palavras: "Fabiano, bispo mártir". Santo Fabião tem como equivalência
antroponimica, São Fabiano ou São Fábio. Tem como data comemorativa, 20 de janeiro.
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AGOSTINHO RODRIGUES
* RUA SANTA BÁRBARA
A passagem da virgem e mártir, Santa Bárbara, protetora contra os raios e os incêndios, e
por associação, como padroeira dos artilheiros, dos arquitetos militares e dos mineiros, é
comemorada em 04 de dezembro. Santa Bárbara, foi filha de Dióscuro, homem rico, pagão que
adorava e prestava cultos aos ídolos, no tempo em que Maximiniano reinava. Diante de sua jovem
formosura, seu pai mandou construir uma torre elevada e forte, onde a colocou e a trancou, para
que nenhum homem a visse. Porém muitos príncipes se candidataram perante a Dióscuro para
casar com a jovem e ao levar o que se passava a filha, essa retrucou: "Meu pai, rogo-vos que não
me forceis a contrair matrimônio, pois para isso não tenho disposição nem intenção...". Diante de
suas palavras, Dióscuro partiu para um país distante, permanecendo durante muito tempo.
S.
Bárbara, na ausência do pai, desceu a torre a fim de inspecionar uma casa de banhos que o pai
estava construindo. Percebendo que só havia duas janelas, uma voltada para o sul e a outra
voltada para o norte, mandou que fosse aberta uma terceira janela. Com a chegada de Dióscuro,
tomou conhecimento pelos operários da construção da ordem recebida pela sua jovem filha.
Chamada a sua presença para explicar os motivos e ela respondeu que três janelas iluminavam o
local e que duas se mantinha na escuridão. Dióscuro não se conformou com a resposta, pois para
ele duas ou três, dava a mesma claridade. A jovem então concluiu: "estas três janelas
representam claramente o Pai, o Filho e o Espírito Santo, que são as três pessoas de um só e o
mesmo Deus, em quem devemos crer e quem devemos adorar". Daí adveio o a intensificação do
seu martírio diante a revolta do seu pai, com várias passagem, com humilhações de açoites e
torturas, até o seu passamento nas segundas nonas de dezembro - resumidamente, esta e a
versão relatada por Caxton, a Legenda Áurea de uma das mais populares santas da Idade Média.
* RUA SÃO EDUARDO
Com o nome de Santo Eduardo, num total de onze, o que mais deve ter se relacionado
com as tradições religiosas dos antigos moradores de Irajá, na concepção do pesquisador, diante
sua presença de fé cristã, é o Santo Eduardo, o mártir - A.D. 979 - que é comemorado em 18 de
março. Foi filho de Edgar, soberano de todos os ingleses, e de Etelfleda, primeira esposa desse
rei e que não sobreviveu muito tempo ao nascimento deste seu filho, batizado por S. Dunstano,
arcebispo de Cantuária. Com a morte do pai, Eduardo, ainda jovem, subiu ao trono mas durou
apenas três anos, tendo sido assassinado por descontentes, Eduardo só foi mártir no sentido lato
de alguém que sofreu morte injusta, mas seu culto foi considerável, encorajado por milagres
anunciados junto de seu túmulo em Shaftesbury. Sua festa é ainda celebrada na diocese de
Plymouth.
* RUA SANTO ALBINO
Entre os nomes de S. Albino, na concepção do pesquisador, este é o que deve ter se
aproxima das convicções religiosas pelos antigos moradores de Irajá; foi o bispo de Angers [c.
A.D. 550] que é comemorado em primeiro de março. A grande popularidade de S. Albino parece
dever-se não tanto à sua vida, que nada oferece de especial, quanto aos muitos milagres a ele
atribuídos, enquanto viveu e mais particularmente após a morte. Seu culto difundiu-se através da
França, Itália, Espanha, Alemanha e mesmo da distante da Polônia, sendo que na França, Albino
se tornou padroeiro titular de numerosas paróquias. Nascido na diocese de Vannes, na Bretanha,
o santo pertencia a uma família dita originária da Inglaterra ou Irlanda. Jovem ainda, entrou para
esse mosteiro de Tincillac, a respeito do qual pouco se sabe mas onde levou uma vida de grande
devoção. Com a idade de trinta e cinco anos foi eleito abade, e, sob seu governo, a casa floresceu
extraordinariamente, tornando-se um jardim de virtudes. Por isso, quando em 429 a sé de Angers
ficou vacante, o clero e os cidadões dessa cidade escolheram Albino. Muito contra sua vontade
mas para grande alegria de S. Melânio, bispo de Rennes, Albino foi indicado bispo de Angers,
onde se revelou um pastor esclarecido e eficiente. Muitos foram os milagres atribuídos ao Santo.
Afora os numerosos casos de cura de doentes e cegos, lemos que um jovem chamado Alabaldo
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AGOSTINHO RODRIGUES
ressuscitou dos mortos por intercessão de Albino. Certa feita, após pleitear inutilmente junto aos
juizes a soltura de grandes criminosos, uma grande pedra tombou, durante a noite, da parede da
prisão, e assim os prisioneiros puderam recuperar a liberdade. Imediatamente partiram em busca
do santo, e asseguraram-lhe que iriam viver de modo diferente.
* RUA SÃO SIMPLÍCIO
Com nome de S. Simplício , na concepção do pesquisador, foi outro Santo que os antigos
moradores católicos do bairro de Irajá devem ter se aproximado. Foi papa - A.D. 483,
comemorado em 10 de março. Sucedeu a S. Hilário em 468. Ocupou o trono papal durante um
período tumultuado e cheio de dificuldades. Todas as províncias a oeste da Itália estavam já nas
mãos dos bárbaros, em sua maioria pagãos ou arianos; e, durante o tempo em que S. Simplício
ocupou a cátedra de S. Pedro, a própria cidade de Roma ficou permanentemente dominada por
Odoacro, rei dos hérulos. O Império do Ocidente deixara, pois, de existir. As pessoas do povo,
esmagadas sob os tributos dos governantes romanos e empobrecidas pelas invasões
devastadoras, pouca resistência opunham aos conquistadores, que aliás não lhes cobravam
impostos. S. Simplício preocupou-se muito em aliviar a miséria do povo e lançar as sementes da
fé entre os invasores bárbaros. No Oriente, engajou-se em uma prolongada luta contra as
influências monofísitas. Defendeu a unanimidade do concílio de Calcedônia contra aqueles que
pensavam em rejeitá-lo, e trabalhou zelosamente para manter a fé que viu atraiçoada de todos os
lados. Simplício morreu em 483, e foi sepultado na basílica de S. Pedro.
* RUA SÃO CANUTO
Entre os dois nomes de Santo Canuto, na concepção do pesquisador, é o S. Canuto
Lavard, mártir - A.D. 1131, que os antigos moradores de Irajá deve ter se identificado. Canuto
Lavard, "o Senhor"- como era chamado por seus conterrâneos - era o segundo filho de Érico o
Bondoso, rei da Dinamarca. Quando Canuto chegou à idade adulta, seu tio, rei Niels, o fez duque
de todo o sul da Jutlândia com a missão de defendê-la contra os vênedos. Assim, a partir de
Schleswig, que ele fez seu centro de ação, Canuto pôs-se a trabalhar para que a justiça e a paz
reinassem em seu território. Infelizmente não conseguiu convencer os viquingues, saqueadores, a
colaborarem nesta digna missão. Canuto foi traiçoeiramente assassinado na floresta de
Heraldsted, perto de Ringsted, por seus primos Magno Nielssen e Henrique Skadelaar. Tendo
apoiado as atividades missionárias de S. Vicelino, Canuto foi canonizado pelo Papa Alexandre III
em 1169, a pedido de seu filho, Valdemar I da Dinamarca, e de Eskil, arcebispo de Lund. É
comemorado em 07 de janeiro.
* RUA SANTO ISAAC
Com a existência de alguns nomes de Santo Isaac, na concepção do pesquisador, aquele
que a população católica do bairro de Irajá devem ter se relacionado, é o Santo Isaac de
Constantinopla, abade [c. A.D.410], comemorado em 30 de maio. Quando o imperador Valente
perseguia seus súditos católicos, uma eremita chamado Isaac sentiu-se inspirado a deixar sua
solidão a fim de protestar junto ao monarca. Chegando a Constantinopla, ele advertiu várias vezes
o Imperador de que um grande desastre e um fim miserável o esperariam, se ele não acabasse
com sua opressão e não devolvesse aos católicos as Igrejas que ele havia dado aos arianos.
Valente tratou estas advertências com desprezo, e, em certa ocasião, quando o eremita tomou as
rédeas de seu cavalo, ele mandou que atirassem o profeta em um charco vizinho. Isaac escapou
de forma aparentemente miraculosa, mas, quando repetiu sua profecia, foi metido na prisão. Suas
palavras se cumpriram pouco sua profecia, foi metido na prisão. Suas palavras se cumpriram
pouco tempo depois, porque o Imperador foi derrotado e morto na batalha de Adrianópole. Santo
Isaac foi solto pelo sucessor de Valente, o Imperador Teodósio, que sempre teve grande
veneração por ele. O santo homem tentou retomar a vida solitária, mas, em breve, viu-se rodeado
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de discípulos que se recusavam a deixá-lo. Fundou para eles um mosteiro que teria sido o mais
antigo da Constantinopla, foi chamado mosteiro dalmaciano, por causa de São Dálmato, um dos
discípulos de Constantinopla, geralmente descrito como o segundo concilio ecumênico da Igreja, e
morreu em idade avançada.
* RUA SÃO LEONARDO
Tendo em vista da existência pelo menos de três S. LEONARDO, e, tendo em vista na
antiga morada de Irajá, ter imigrantes italianos, salvo melhor interpretação, registra-se o S.
LEONARDO do Porto Maurício - A.D. 1751, comemorado em 26 de novembro. O Franciscano, Pe.
Leonardo Casanova, realizou seus trabalhos missionários na Itália, com maior ênfase, no segundo
quarto do século XVIII. O nome pelo qual este frade é atualmente conhecido foi tirado de sua
cidade natal, Porto Maurício, na Reviera italiana, onde nasceu em 1676, e foi batizado com o
nome de Paul Jérôme. apesar de sua atividade intensa, S. Leonardo encontrava tempo, durante
os intervalos de solidão e de meditação, que ele muito prezava, para escrever muitas cartas,
sermões e tratados sobre devoção. A causa de sua beatificação em 1796 foi patrocinada pelo
Cardeal Henrique de York, filho da Rainha Clementina de quem S. Leonardo fora diretor espiritual
sessenta anos antes. Ele foi canonizado em 1867.
Fontes consultadas:
* Biblioteca Popular de Irajá João do Rio. [1992]
* Rio Ilustrado - 1937, cortesia da Sra. Norma Zangrando Pereira.[1992].
* Galeria Nacional[ Vultos proeminentes da História Brasileira] - editado pelo Jornal do Brasil,
1931, cortesia do Sr. Álvaro de Andrade e Silva. [1992].
* Dicionário Prático Ilustrado - Jayme de Séguier - 3a. edição Porto - 1931.
* Novíssima Enciclopédia Delta Larousse - 1982 - Editora Delta S/A.
* Enciclopédia Barsa - 1994 - RJ/SP.
* Dicionário Internacional de Biografia - Editora Formar - José M. Pontes - 1976 - SP.
* Guia Útil Informativo de Artistas - edição Recordi - SP. - 1948.
* Alexandre Gonçalves Pinto - livro "O Choro"- MEC-FUNARTE - 1978 - reedição de 1935.
* Enciclopédia Koogan Larousse da Seleções - 1977, cortesia do escritor, Carlos Alberto Taborda.
[1997].
* Almanaque Mundial - Seleções do Reader’s Digest - 1962.
* Exmo. Dr. Gerdal H. Santos - Vice - Presidente de Honra da AILA - [1999].
* Editora Vozes - Frei Adrian Pasini, OFM - 14/7/1999.
URBANIZAÇÃO
Em 1924, inicia-se o loteamento e venda de terrenos no bairro de Irajá, um passo muito
importante para o desenvolvimento populacional da região. A planta dos terrenos denominava-se
"Sociedade Condomínio Irajá", locação de Alfredo Arthur Figueredo, aprovada pela Prefeitura
Municipal em 10 de outubro de 1924, cujo representante no bairro era o Sr. Matheus. As ruas
foram batizadas por letras alfabéticas que iam de "A" a "R".
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AGOSTINHO RODRIGUES
Dr. Waldyr Gomes da Silva
[22/4/27 – 05/8/1995]
Segundo explicação em 1992 do Engenheiro, Dr. Waldyr Gomes da Silva,
que chegou a Irajá em 1928 com um [1] ano de idade, hoje falecido, esta área foi
dividida em loteamentos denominados "Vilas" que iam da rua Coronel Leitão até
a Estação de Irajá e citou alguns exemplos:
rua "A"[atual Coronel Leitão]; rua "B"[ atual Marquês de Aracatí]; rua "C"[atual Oliveira Alves]; rua
"D"[ atual Visconde de Leopoldo]; rua "E"[atual Major Galamba]; rua "F"[atual Camon Cabral]; rua
"G"[atual Miranda e Brito]; rua "H"[atual Barão do Serro Largo]; rua "I"[atual Marquês de Queluz];
rua "J"[atual Visconde de Maceió]; rua "K"[atual Pereira de Araújo]; rua "L"[atual rua Cisplatina];
rua "M"[atual Coronel Lamenha]; rua "N"[atual Comandante Clare]; rua "O"[atual Tenente
Teodoro]; rua "P"[atual Coronel Alencastro]; rua "Q"[atual Barbosa Pita]; rua "R" [atual General
Ribas], que pertencia a Vila Santa Cecília.
Vila Sousa era conhecida por denominação numérica: rua 1a. [atual Oliveira César]; rua
2a. [atual Ferreira Cantão]; rua 3a. [atual Lucínio Barcelos]; rua 4a. [atual rua Samim] e rua 5a.
[atual Luís Barroso].
Vila Mimosa era constituída da atual rua Major Medeiros e adjacências; Vila Rangel,
constituída da rua Coronel Vieira e adjacências; Vila Ema, da atual rua Jucari e respectivas
travessias e Vila Maria, constituída pela atual rua Amandiu e respectivas travessias.
Observação:
* Conforme "Páginas Amarelas"[1989/90], também o proprietário Antonio Lira de Souza,
em 1928, fez loteamento de suas terras. A partir daí , com o calçamento da avenida
Monsenhor Félix com pedras picadas, a inauguração de bondes elétricos e o
desenvolvimento das vendas dos lotes de terrenos, a expansão populacional e urbanístico
foi decisiva.
SOCIEDADE CONDOMÍNIO IRAJÁ
[Venda de Terrenos]
NOTA:
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O folheto de propaganda com a respectiva planta da grande venda de terrenos da
Sociedade Condomínio Irajá em 1924, apontam características interessantes, à saber:
a] o número do telefone para contato com a firma promotora da venda era 4706, dando a
entender da pouca quantidade de aparelhos na época, principalmente no reduto de Irajá;
b] que além do serviço da Estrada de Ferro Rio D’ Ouro e de grande número de trens
diários, ligada a estação de Madureira da Estrada de Ferro Central do Brasil pela linha de
bondes, existia o comércio, água e luz elétrica;
c] fornece a área das terras loteadas, indo da avenida Automóvel Clube [ ex - estrada de
Automóvel Rio - Petrópolis, Antiga Pavuna e estrada Automóvel Clube], avenida
Monsenhor Félix [ex - Estrada Monsenhor Félix], percorrida pela linha de bondes e em ruas
que davam para as duas avenidas;
d] a forma de como era expressa a moeda [reis], metragem dos terrenos a venda e a
respectiva forma de pagamento e incentivo de compra;
e] preços dos lotes de terreno variáveis, indo desde 1:000$000 até 3:000$000 em 50
prestações mensais que iam de 20$000 a 60$000, sem entrada inicial, ficando o
comprador com o direito de posse do terreno e construção de imóveis logo após o
pagamento da primeira mensalidade, após quitação do pagamento do selo de contrato que
iam de 2$000 a 6$000 por lote;
f] metragem do terreno , em geral, medindo 8 metros de frente por 35 metros de fundo;
g] demonstração inequívoca de que havia consciência da necessidade de povoar a região,
dar oportunidade aos menos favorecidos a não viverem subjugados a aluguéis; e
h] procuram dar uma compensação para os remediados e os de posses financeiras
elevadas, através do incentivo da compra de terrenos bem situados que consideravam de
valorização rápida e bons, como por exemplo, para as chácaras, desde de que
comprassem um certo número de lotes. É bom lembrar que fez sentido já que na época, o
bairro de Irajá destacava como principal celeiro de mercados da cidade, exportando todos
os produtos de pequena lavoura, constituída de frutas, batatas, hortalícias, entre outras.
PARTICULARIDADES
A pretensão da comunidade de Irajá e Vaz Lobo de tornar a então estrada Monsenhor
Félix em avenida foi lúcida, salvo melhor interpretação, diante da entrevista do capitalista e
comerciante do bairro de Madureira ao Rio Ilustrado - 1937, Sr. Eduardo de Almeida, português,
natural da Freguesia de Peno Jóia, Conselho de Lamego, distrito de Viseu , onde nasceu em
1874, vindo residir em Madureira em 1895. Alude que a primeira rua calçada a paralelepípedos,
em Madureira, foi a ex - estrada Marechal Rangel, hoje, avenida Ministro Edgard Romero, entre a
estação de Cascadura e a do Magno por iniciativa do Senador Câmara. Era na época, Prefeito, o
Dr. Paulo de Frontin. Esta estrada, segundo seu depoimento ao Rio Ilustrado foi, mais tarde,
prolongada numa extensão de 6 quilômetros, indo terminar na Matriz de Irajá. Tais serviços se
fizeram, incluindo obras de macadamizarção, ou seja, sistema de estradas pavimentadas a
macadame, por iniciativa do Prefeito Prado Júnior em 1927. A estrada Marechal Rangel, tomou o
nome em Vaz Lobo de estrada Monsenhor Félix onde os moradores já nesta época, pelo seu
intenso movimento, preitearam para que fossem concedidas as honras de avenida bem como Sr.
Eduardo de Almeida , concluindo por considerar medida justa. Diante do acima exposto, nos dá o
direito de atentar para o fato de que a "Monsenhor Félix" passou a avenida na década de 40.
Páginas Amarelas [1989/90], explica que o calçamento da atual avenida Monsenhor Félix com
pedras picadas, deu-se em 1928 e não em 1927 como afirmou o Sr. Eduardo de Almeida, sem
tirar o brilho das importantes informações.
A respeito de quem tenha sido Monsenhor Félix, os fatos colhidos no Rio Ilustrado - 1937,
direciona para a pessoa do Padre Félix Nascente de Oliveira Braga, visto que, na formação da
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AGOSTINHO RODRIGUES
política de Irajá/Madureira, nas primeiras eleições feitas para a escolha de eleitores especiais, que
tinham que eleger os deputados às Cortes em 1883, ele foi um dos escolhidos, devido a sua
influência, motivada pela estima da população. De 1883 a 1927, data da criação da estrada, foram
nada menos do que passados 39 anos, tempo suficiente para se considerar, salvo melhor
interpretação a respeito, como Monsenhor.
1930 - Teve um desenvolvimento lento com prioridade maior ao longo da periferia da
avenida Monsenhor Félix. Nas Vilas, não existiam calçamentos. As ruas eram de areia e cobertas
em muitas áreas pelo capim. Existiam valas nos dois lados da rua onde eram despejados os
detritos, provenientes da fossa. A maior tônica de urbanização era da existência de uma casa aqui
outra acolá com picadas cheias de capim. Eram muitos os terrenos baldios e chácaras com
árvores frutíferas, tais como: mangueira, abacateiro, caramboleira, figueira, jaqueira, jabuticabeira,
goiabeira. Entre as árvores não frutíferas, destacou-se a típica "Pau -Brasil"- árvore símbolo
nacional.
1931 - Ano que se deu a mudança da numeração e ordem alfabética nas ruas das Vilas
por nomes de pessoas, lugares e aves, muitos até hoje conservados.
1948 - O bairro de Irajá, sofre alterações com obras de ampliação, direcionada ao
desenvolvimento progressivo urbanístico, industrial e comercial.
1949 - O nome "Irajá", resiste ao progresso. Na sua evolução, tentaram mudar para
"Pedreira", quando iniciaram a delapidação de uma enorme rocha que ocupava grande parte da
avenida Monsenhor Félix.
1950 - O bairro de Irajá teve o seu contínuo reduto urbanístico ,
diante de novas técnicas , inclusive com uso de máquinas apropriadas,
principalmente as principais vias, trabalhando inicialmente, com a
arrematação dos serviços de alargamento, instalação de esgoto, meiofio, nivelamento, compactação e uniformização do solo, assentamento
com saibro, paralelepípedo e por fim o capeamento com mercadame,
na década de 70. Teve como vedete, deste volumoso serviço de
urbanização o rolo compressor, estampado na foto ao, cortesia do
professor, Sr. Moisés Jordão Filho.
MORADIAS
No período de 1900 a 1919 começa a transformação da região com a presença de
pequenos núcleos populacionais em volta da avenida Automóvel Clube, Monsenhor Félix e da
estrada do Barro Vermelho [ligação da antiga estrada do Sapé que hoje denomina-se Rocha
Miranda] com casas de pau-a-pique [ casa com paredes de ripas ou varas, umas verticais e outras
horizontais; o mesmo que taipa], contrastando com as de tijolo [tijolo - burro], muito espesso e
maciço em forma de paralelepípedo, feito de barro amassado e em seguida seco ao sol e cozido
num forno.
Na década de 20, tivemos a popular "Casa de Pedra", muito comentada e observada
devido sua característica européia, motivo de ser diferente de todas demais moradias da época.
Ficava nas mediações do Cine Irajá, hoje, Igreja Evangélica.
Na década de 30, as moradias, casa do tipo alvenaria, surgem com maior freqüência,
erguidas em tijolos de argila maciços, medindo aproximadamente 0,15 x 0,90 x 0,06m. Os
telhados eram de duas e quatro abas. As de duas abas, eram casas pequenas com o pé direito
mínimo de 3,50m que, segundo o Dr. Waldyr Gomes da Silva, aproximou-se ao estilo europeu,
como por exemplo, a Suécia, cujo caimento do telhado tem por motivo facilitar o escoamento da
camada de gelo, por ser uma região de clima frio e de muita neve. Estilo aqui plantado por ser
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considerado bom escoamento d’água, proveniente da chuva bem como por ser um processo
simples que ocasionava menos despesas e trabalho na construção. Já o sistema de quatro abas,
aproximou-se ao estilo português. Eram casas altas de vários cômodos com o pé direito mínimo
de 4,50m. A armação dos telhados, a princípio, eram construídos com toras inteiriças. A madeira
empregada, era a peroba rosa, por ser oleosa e inimiga do cupins. Mais tarde, com a presença do
carpintejar, foi introduzidas as ripas aparelhadas para o assentamento das telhas. Em pouco
tempo o processo de armação, tais como: cumeeira, escora, cunho, madre, cruzeta, frechal,
perna, caibro, pendural, etc., passaram a ser também aparelhadas, constituindo-se assim, num
melhor acabamento. Hoje, a peroba do campo é empregada com grande escala. em substituição
a peroba rosa. As telhas coloniais dão lugar as telhas aproximadas ao estilo francês, feitas de
argila recosida. Os estilos ainda são vistos em inúmeras residências do bairro. Tanto as portas,
janelas e esquadrias eram feitas de cedro [ material oleoso] ou de canela [ forte cheiro de canela],
ambas apropriadas contra cupim. O forro [ parte que se reveste interiormente o teto das casas] e o
alçapão, eram de madeiramento com encaixe [ macho e fêmea], geralmente de peroba rosa com
uma largura aproximada de 0,25 m x 3,25 m. As portas, na sua maioria eram altas, muito de duas
abas, com soleiras. Os vidros eram geralmente coloridos. Existiam propriedades com porões
numa altura variável que iam de 0,50m até 1,00 m, devido a umidade do solo. O assoalho também
eram de madeira em tábuas aparelhadas [macho e fêmea] com espessura aproximada de 0,03m.
Eram raspadas, lixadas, parafinada e depois enceradas. O brilho ficava por conta do escovão, por
meio de dois processos: escovão puro [pêlo] e depois com a flanela. Era um mecanismo manual,
braçal, geralmente feito pelas mulheres. A renovação do enceramento dos cômodos, antes do
procedimento supra citado, elas passavam palha de aço fina ou grossa, desta feita. com as mãos
ou com os pés. O alicerce era feito com blocos de pedras enfileiradas em valões –pré delineados, aproximadamente com 0,40 m de profundidade, cimentadas uma na outra em cadeia.
Até hoje, há casas antigas construídas por este processo, conservando o estilo primário e outras
apresentando pequenas modificações.
Em 1941, ainda era encontrado vestígio de casas da década de 10 a 30.
Na década de 50, as casas na sua maioria sofreram modificações na fachada. Eram raras
as casas muradas por muro de concreto, na sua maioria prevalecia cerca com folha de zinco ou
ripadas. O telhado era ainda por meio de forro, coberto por telhas francesas. Havia ponte de
madeira para atravessar a vala , feita pelo próprio proprietário do imóvel.
Da década de 60, até os dias atuais, as moradias foram sofrendo modificações bem
acentuadas por meio de estilos modernos e sofisticados, permanecendo poucos vestígios do
estilo da década de 30. Hoje são empregados lajes, telhas colônias e de amianto, janelas de
alumínio de abrir e/ou de correr, portas de madeira, ferro e vidro, prevalecendo as construções de
apartamentos , diante o elevado crescimento da população e do precário estado de áreas
disponíveis. Ainda são inúmeras no bairro de Irajá, da existência de casas residências e
comerciais, provenientes do loteamento de 1927 e 1928.
Observação:
* Foto de uma moradia do ano de 1951 - cortesia do Sr. Hugo Salomão.
Fontes consultadas:
URBANIZAÇÃO E MORADIA:
* Páginas Amarelas [1989/90].
* Memórias do autor [1991].
* Biblioteca Popular de Irajá João do Rio [1992].
* Seção de Coleta, Dados e Informações da XIVa. RA. de Irajá [1992].
* Rio Ilustrado - 1937, cortesia da Sra. Norma Zangrando Pereira. [1992].
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* Memórias do Sr. Hugo Salomão [1992].
* Memórias da Sra. Elvira Nascimento [1992].
* Memórias do Sr. Delcy de Queiroz [1992].
* Memórias do Sr. Waldyr Gomes da Silva [ 1992].
* Memórias do Sr. José Lopes [1993].
* Memórias do Sr. Adalberto A. Sacramento [1994].
* Memórias da Sra. Palmira Queiroz [1994].
* Memórias do Sr. Moysés Jordão Filho [1995].
* Memórias da Sra. Mirian de Oliveira e Silva [2000]
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CARNAVAL
Carnaval – festa popular. Tem origem há muitos séculos antes de Cristo.
De acordo com estudiosos da matéria, suas origens estão nas festas gregas em honra a Dionísio,
onde se celebrava as colheitas, ou ainda nas cerimônias, de veneração a Apis e Isis, deuses do
Egito.
Outros estudiosos observam que o carnaval guarda semelhanças as festas romanas em
homenagem ao deus Baco [deus do vinho].
No Brasil dos tempos coloniais, haviam festejos provavelmente originários do estrudo português
que tanto empolgava lusos nos séculos XV e XVI – onde a maior diversão consistia em jogar
"limões – de - cheiro" nas pessoas. A festa acontecia nos três dias que antecederam a quaresma.
NB.: Carnaval – s.m. "os dias próximos e anteriores à Quaresma e principalmente os três dias
antes da Quarta – feira de cinzas". – [Dicionário Contemporâneo da Língua Portuguesa – Caldas
Aulete – 1964 – Editora Delta].
ORIGEM E PECULIARIDADES DO CARNAVAL
O carnaval é espetáculo, ritmo e fantasia. O carnaval carioca é uma festa antiga. Data de 1720
quando uma turma de mascarados, na base da brincadeira, desceu o Morro Velho. Teve um perfil
diferente do que vemos hoje. Ele na época chamava-se estrudo, de origem portuguesa vinda para
o Brasil – Colônia, atravessando o tempo do império, até chegar à República.
O estrudo foi o início do carnaval no século XIX, com duração de três séculos. As famílias ficavam
em casa, comendo e bebendo à vontade e viam os escravos fazendo a festa na rua, jogando água
nos outros. Mais tarde foram criados os limões de cheiro, que eram bolas de cera contendo águas
de cheiro e que também eram atiradas nas pessoas.
No dizer da cronista Eneida [Revista O cruzeiro Infantil – 1974]: "... um carnaval porco e brutal,
com o qual os cariocas festejaram Momo, no passado, assustando os primeiros viajantes
estrangeiros que aqui vieram. O estrudo, precursor do carnaval, consistia em "se divertir à custa
dos outros, pois, das janelas e balcões das casas o requinte da gracinha eram entornar sobre o
passante barris com água suja."
Para o antropólogo Ari Araújo – "uma brincadeira bastante bruta e muito apreciada por D. Pedro I.
O estrudo era proibido e a polícia sempre coibia a comemoração."
Segundo Maria Helena Farelli e Tumminelli, os mais bonzinhos molhavam as pessoas com jatos
de enormes seringas de metal ou faziam descer sobre suas cabeças verdadeiras nuvens de
povilho e farinha de trigo, deixando-as todas lambuzadas. O resultado de tais brincadeiras era
sempre o mesmo. Mas quando foi fundada a primeira sociedade carnavalesca e foi realizado o
primeiro baile de mascara, [mascaras de burro, de reis, carcaças de preto – velhos, diabos,
mascaras delicadas de seda, o entrudo começou a morrer. Em vez das seringas, começaram
aparecer nas ruas do Rio, os limões – de – cheiro [bolinhas de cera que se partiam ao bater nas
pessoas, molhando-as com água perfumada]. Depois os limões transformaram-se em lança –
perfumes.
As sociedades carnavalescas, a partir de 1854, passaram a animar as ruas do Rio Antigo.
Começaram a se formar os cordões que deram origem aos ranchos, grupos de pessoas que
juntas, cantavam e dançavam no meio da rua que ao passarem deixavam um rastro de confetes e
serpentinas. Com a vinda dos baianos para o Rio de Janeiro e com eles o Terno dos Reis, o
rancho passou a se chamar Rancho dos Reis. Logo em seguida começaram a ser fundadas as
sociedades carnavalescas, que agregavam intelectuais que saiam às ruas fazendo críticas aos
governo. Os chamados grandes clubes, surgiram por volta de 1855, de um pequeno clube familiar
denominado "Zuavos". Quando os Zuavos estavam na maior farra, alguém gritou que havia um
incêndio, e todos correram para apagá-lo. Daí, quando viram que era brincadeira e não havia
incêndio algum, os carnavalescos rindo muito, apelidaram de "Tenente do Diabo".
Em 1908, Ameno Rozedá, introduziu no rancho a novidade dos carros alegóricos, que
ridicularizavam os chefões da época.
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Por volta de 1920 a 1930, nasceram "Os Pierroti da Caverna" e o "Cordão da Bola Preta", que até
nosso dias, incrementa os salões, com a sua famosa marcha. Ainda, em 1929, os "Bambas" do
Estácio, formaram o bloco "Deixe falar".
No ano seguinte, segundo Ari Araújo, surgiram mais cinco escolas de samba, num processo
natural de criação das escolas que se copiam e promovem transformações a partir daí. Nessa
época, as inovações se sucederam rapidamente.
Em 1939 foi criado o samba – enredo que somente tomou vulto na década de 70 quando o
Império Serrano, com tradição de rancho, inseriu no desfile de fantasias e apresentou a escola
dividida em alas.
Segundo Carlos Eugênio Libano Soares, o estrudo só foi definitivamente enterrado por volta de
1851, com a chegada das Sociedades, Felicianos e Democráticos, formados pelos comerciantes
do Rio.
Fontes consultadas:
* Revista "O Cruzeiro Infantil" de 1974.
* Mônica Riani Calixto – Movimentação [Especial – ECO/92]. editor J.C. A. Prudêncio – Ano I – nº
5 – MAI/JUN de 1992 – página 9.
ASSIS ANGELO
[JORNALISTA E PESQUISADOR DA MPB]
Segundo o jornalista e pesquisador da MPB, Assis Angelo [ São Paulo – SP – DO LEITURA –
11 [129] Fevereiro de 1993 – página 7] o carnaval brasileiro começou no Rio de Janeiro, há mais
de cem anos e a primeira música carnavalesca, como tal considerada, foi composta pelo ator
carioca Francisco Correia Vasques, a partir de uma marcha francesa incluída na peça "Les
Pompiers de Nanterre", de Antonin Louis e Philibert Burani, em março de 1869.
A música "Viva Zé Pereira/ Viva Zé Pereira/ No dia do Carnaval...’, de domínio público, integra o
nosso cancioneiro, e hoje ainda permanece vivíssima no inconsciente do povo brasileiro.
Depois de Zé Pereira – apelido dado a um festivo português chamado José Nogueira de Azevedo
Paredes, que num dia de 1846 saiu com amigos pulando, cantando e tocando zabumba [bombo,
tambor grande] pelas ruas tranqüilas do Rio de Janeiro, a marchinha "Ó Abre Alas" de Francisca
Hedwigs de Lima Neves Gonzaga [ a genial maestrina Chiquinha Gonzaga], autora de
aproximadamente 1.500 composições, faria a delícia dos foliões a partir de 1899.
Na virada do século, portanto, o carnaval brasileiro explodia com toda a alegria, som, cores –
muitas cores e movimento no País inteiro a partir do Rio de Janeiro; depois no Recife, com o frevo
gostoso de Capiba e dos grandes Levino e Nélson Ferreira, segundo Assis Angelo; e na Bahia de
Todos os Santos com o samba e a graça gingada dos negros africanos, pois é do conhecimento
que o carnaval brasileiro recebeu contribuição da África e da Europa.
Ao mesmo tempo em que o carnaval ganhava forma nas ruas e salões das principais capitais do
País, compositores, segundo Assis Angelo, do naipe de Braguinha, Lamartine, Nássara, Pedro
Caetano, Ari Barroso, Kide Pepe, Noel Rosa, Sá Roriz, Roberto Roberti, Herivelto Martins, Ismael
Silva e Zé Ketty, autor da última grande marcha "Mascara Negra", entre muitos outros, criavam
músicas que se tornariam clássicos da MPB.
ALGUMAS MÚSICAS CARNAVALESCAS
Ó Abre Alas [marcha – rancho], Chiquinha Gonzaga [1899]; A Baratinha [canção carnavalesca],
Mário S.J. Rabelo [1918]; Na Pavuna [batucada], Candoca da Anunciação e Almirante [1930];
Quebra Quebra Habiroba [marcha], Plínio de Brito [1930]; Taí [marcha], Joubert de Carvalho
[1931]; Com que Roupa? [samba], Noel Rosa [1932]; A.E.I. O. U. [marcha], Noel Rosa e
Lamartine Babo [1932]; O Teu Cabelo não Nega [marcha]; Lamartine Babo e irmãos Valença
[1932]; Linda Morena [marcha], Lamartine Babo [1933]; Arrasta a Sandália [samba], Oswaldo
Vasques e Aurélio Gomes [1933]; Agora é Cinzas [samba], Alcibiades Barcelos e Armando Marçal
[1934]; O Orvalho vem Caindo [samba], Noel Rosa e Kid Pepe [1934]; Cidade Maravilhosa
[marcha], André Filho [1935]; Implorar [samba], kid Pepe, Germano Augusto e J.S. Gaspar [1935];
Pierrô Apaixonado [marcha], Noel Rosa e Heitor dos Prazeres [1936]; Mamãe eu Quero [marcha],
Vicente de Paiva e Jararaca [1937]; Periquitinho Verde [marcha], Nássara e Sá Roriz [1938]; Não
tenho Lágrimas [samba], Max Bulhões e Milton de Oliveira [1938]; Touradas de Madri [marcha],
João de Barro e Alberto Ribeiro [1938]; As Pastorinhas [marcha – rancho], Noel Rosa e João de
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Barro [1938]; Abre a Janela [samba], Arlindo Marques Jr. e Roberto Roberti [1938]; Jardineira
[marcha], Benedito Lacerda e Humberto Porto [1939]; Dama das Camélias [marcha] João de Barro
e Alberto Ribeiro [1939]; Upa Upa [marcha], Ari Barroso [1939]; Solteiro é Melhor [samba], Rubens
Soares e Felisberto Silva [1940]; Despedida da Mangueira [samba], Benedito Lacerda e A. Cabral
[1940]; Aurora [marcha], Mário Lago e Roberto Roberti [1941]; Ala – lá – o [marcha], Nássara e
Haroldo Lobo [1941]; O Trem Atrasou [samba], A. Villarinho, E. Silva e Paquito [1941]; Ai que
Saudade da Amélia [samba], Ataulfo Alves e Mário Lago [1941]; Helena, Helena [samba], Antônio
Almeida e Secundino [1941]; Emília [samba], Wilson Batista e Grande Otelo [1942]; Nós os
carecas [marcha], Roberto Roberti e Arlindo Marques Jr. [1942]; Nêga do Cabelo Duro [batucada],
Rubens Soares e David Nasser [1942]; Está Chegando a Hora [marcha], Rubens Campos e
Henricão [1942]; Laurindo [samba], Herivelto Martins [1943]; China Pau [marcha], João de Barro e
Alberto Ribeiro [1943]; Atire a Primeira Pedra [samba], Ataulfo Alves e Mário Lago [1944]; Que Rei
sou Eu? [samba], Herivelto Martins e W. Ressurreição [1945]; Cordão dos Puxa – Saco [marcha],
Roberto Martins e Frazão [1946]; Pirata da Perna de Pau [marcha], João de Barros [1946];
Espanhola [samba] Benedito Lacerda e Haroldo Lobo [1946]; Onde estão os Tamborins? [samba],
Pedro Caetano [1947]; Não me digas Adeus [samba], Paquito, L. Soberano e J.C. Silva [1947]; ]É
com esse que eu vou [samba], Pedro Caetano [1948]; TEM Gato na Tuba [marcha], João de Barro
e Alberto Ribeiro ‘1948]; General da Banda [marcha], S. Melo, J. Alcides e Trancredo S. [1949];
Balzaquiana [marcha], Nássara e Wilson Batista [1949]; Chiquita Bacana [marcha], João de Barro
e Alberto Ribeiro [1949]; Daqui não Saio [marcha], Paquito e Romeu Gentil [1950]; Nêga Maluca
[samba], Fernando Lobo e Evaldo Rui [1950]; Tomara que Chova [marcha], Paquito e Romeu
Gentil [1951]; Madalena [samba], Ary Macedo e Airton Amorim [1951]; Zum Zum [marcha],
Fernando Lobo e Paulo Soledade [1951]; Confete [marcha], David Nasser e Jofa Júnior [1952];
Sassaricando [marcha], L. Antônio, O. Magalhães e Zé Mário [1952; Lata D’ Água [samba] Luiz
Antonio e J. Júnior [1952]; Cachaça [marcha], Mirabeau L. Castro e H. Lobato Marinósio Filho
[1953]; Saca - Rolha [marcha], Zé da Zilda ,Zilda e Waldir Macedo[1954]; Piada de Salão
[marcha], Armando Cavalcanti e Klécius Caldas [1954]; Maria Escandalosa [marcha], Klécius
Caldas e A. Cavalcanti [1954]; Ressaca [marcha], Zé da Zilda e Zilda [1955]; Tem Nêgo Bebo Ai
[marcha], Mirabeau e Ayrton Amorim [1955]; Quem Sabe, Sabe [marcha], J. Sancoval e Cavalinho
[1956]; Maracangalha [samba] Dorival Caymmi [1957]; Vai com jeito [marcha], João de Barro
[1957]; Me dá um dinheiro ai [marcha], Ivair, Homero e Glauco Ferreira [1960]; Quero Morrer no
Carnaval [samba], L. Antônio e E. Campos [1961]; Indio quer Apito [marcha] Haroldo Lobo e Milton
de Oliveira [1961]; Lá vem Mangueira [samba], Paquito, Romeu Gentil e Paulo Gracindo [1962];
Cabeleira de Zezé [marcha], João Roberto Kelly e Roberto Faissal [1964]; Bigorrilho [samba]
Sebastião Gomes, Paquito e Romeu Gentil [1964]; Trem das Onze [samba], Adoriam Barbosa
[1965; Rancho da Praça Onze [marcha], João Roberto Kelly e Chico Anísio [1965]; Na Onda do
Berimbau [samba], Osvaldo Nunes [1965]; Tristeza [samba], Haroldo Barbosa e Miltinho [1966];
Vem Chegando a Madrugada [samba] N.R. Oliveira e A. de Paula [1966]; Garota Bossa Nova
[marcha], Nélson Teixeira [1967]; e Mascara Negra [marcha – rancho], Zé Ketty e Pereira Matos
[1967].
NOTA:
* A marcha "Cidade Maravilhosa", de autoria do compositor André Filho, era muito executada nos
salões de Clubes e Associações, nas aberturas carnavalescas do período de Momo,
principalmente no bairro de Irajá.
* A marcha "Está chegando a Hora", de autoria dos compositores Rubens Campos e Henricão, ao
contrário da marcha "Cidade Maravilhosa", era executada nos encerramentos carnavalescos.
* A marcha "Eu quero é Rosetá", de autoria dos compositores Haroldo Lobo e Milton de Oliveira,
interpretada pelo já falecido cantor Jorge Veiga, foi umas das músicas carnavalescas mais
executada e cantada no bairro de Irajá, na década de 40, principalmente em 1947.
CARNAVAL EM IRAJÁ
O bairro de Irajá sempre foi, por muitos anos, o berço de carnaval, não só em Clubes e
Agremiações carnavalescas como também de rua. Destaque maior para o festejo de mono na rua,
muito concorrido, dando ênfase a inúmeros comentários elogiosos.
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A maior tônica eram os coretos que chegaram a obter colocações honrosas, inclusive com alguns
primeiros lugares.
O ano de 1917 é documento vivo da importância do carnaval na comunidade Irajaense ou seja, 83
anos de existência. Cabe-nos a primazia desta afirmação, diante da colaboração expontânea do
antigo morador Irajaense Sr. Hugo Salomão, ao trazer para o presente, uma passagem do coreto
de 1925 erguido na confluência da Avenida Monsenhor Félix, rua Marquês de Aracati e rua
Cisplatina, próximo da ex - estação de Irajá.
"Eu era ainda criança mas me lembro muito bem da beleza deste coreto. Sem dúvida, foi um dos
mais bonitos, pelo menos para mim, realizado por uma comissão do coreto de Irajá".
Suas palavras firme e determinada, deu para observar a presença da arte sofisticada trazida aos
olhos da comunidade Irajaense em grande estilo, mesmo diante a difícil confecção, concluindo
pela presença do amor e carinho na procura da produção do melhor.
DOCUMENTAÇÕES REFERENTES AO CARNAVAL DE 1917
[Cortesia do Sr. Hugo Salomão]
REMINISCÊNCIA CARNAVALESCA
Agostinho Rodrigues/RJ
A lembrança, por mais que se queira, quando saudável, torna-se difícil de ser esquecida e o
carnaval do passado, foi um deles.
Lembro-me que no carnaval dos anos 40, ainda menino, procurava ajudar a minha mãe nos
afazeres de casa, para obter autorização de brincar fantasiado de índio, uma tônica, caprichada
ano a ano.
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AGOSTINHO RODRIGUES
Na década de 50, já rapaz e trabalhando, procurava reservar alguns trocados para brincar
nos clubes até o araiar do dia. Os blocos de sujo começaram a serem limitados, tão salutar
enquanto em vigor. No exato momento que dois ou mais blocos se cruzavam, falavam mais alto
as baterias, sem rancores ou frustrações, demonstrando educação carnavalesca com
esplendorosa beleza e animação. As fantasias cada uma mais elegante que a outra com desfiles
a tarde e a noite, não só pelas ruas e clubes, até mesmo em volta do coreto, este último, lindo em
coreografia e arte, principalmente à noite.
Na década de 60, os blocos de sujo, as fantasias de luxo e as mais simples,
desapareceram definitivamente, dando lugar a roupa comum do dia –a – dia.
Na década de 70, apareceram as roupas mais sofisticadas, próprias de verão, como
bermudas, tamancos, sandálias, saiotes e algo a mais em função do desnudo.
Urge a década de 80, cada vez mais simplório em coretos e festejos nas ruas, a não ser
pelos sambas e desfiles das Escolas de Samba no Sambodromo – folclore nacional.
Na década 90 a 00, suas condições e efeitos estão decaindo gradativamente. Bons tempos
que dificilmente voltarão a ser como antes.
CORETOS
Foto do Coreto de 1941 – Cortesia do Sr. Hugo
Salomão
Segundo o Irajaense, Sr. Hugo Salomão a
comissão de carnaval foi composta pelos senhores
Abílio de Queiroz, dono do antigo armazém Porta de
Aço[1], localizado na esquina da rua Marquês de
Aracati com a rua Cisplatina[2], hoje, ao lado da banca
de Jornal, onde funciona uma Oficina de reparo de
veículos motorizados; Carlos Flack [introdutor do
cinema em Irajá]; e seu pai, Jorge Salomão. Vê-se
ainda a entrada do antigo ferro [3], hoje uma mini praça, que limita a jurisdição do 16º batalhão da Polícia
Militar.
Foto do Coreto de 1948, cortesia da Sra. Palmira
Queiroz, erguido sob o tema "Pagode Chinês".
Observa-se a presença de bicicletas, muito utilizada
nas décadas de 40 a 60 e o antigo Armazém Porta de
Aço.
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MEU IRAJÁ
AGOSTINHO RODRIGUES
Foto do Coreto de 1949, cortesia do Sr. Hugo
Salomão
Fotos em duas poses, cortesia do autor da pesquisa. Coreto
premiado na década de 60. Ao fundo:
[1] esquina da rua Marquês de Aracati com a Avenida Monsenhor
Félix; [2] antigo ferro velho;
[3] alto falante do coreto que incrementava durante todo o dia, às
notícias e músicas de momo;
[4] entrada do antigo Danúbio;
[5] prédio onde funcionou o cinema Triunfo;
[6] cartaz da antiga loja de móveis e aparelhos elétricos do Novolar nº
516-B/532-A;
[7] lotação da época;
[8] prédio, ainda existente, hoje, loja de venda de colchões e móveis,
ao lado do 1º portão que dá acesso a 14º Região Administrativa, vindo
de Vaz Lobo;
e [9] estilo dumentário da época: mulheres com vestido comprido,
abaixo dos joelhos, com saia pregueada e os homens vestidos de
calça de boca larga e blusão.
Foto do Coreto de 1961, cortesia do autor da
pesquisa histórica cultural. Foi considerado pela
crítica, um dos mais bem elaborado coreto de
carnaval
na
Região.
Realmente,
uma
inesquecível e rara obra de arte.
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MEU IRAJÁ
AGOSTINHO RODRIGUES
TRADIÇÃO INESQUECÍVEL DOS CORETOS
CROQUIS
Tradicionalmente os coretos em Irajá foram erguidos na
confluência da Avenida Monsenhor Félix, rua Marquês de
Aracati e rua Cisplatina. Uma única vez teve dois coretos. O
tradicional e o coreto representado por uma Baiana, erguido no
local onde hoje está o BANERJ, confluência da antiga estrada
do Quitungo, hoje Padre Rose, Estrada Coronel Vieira e a
Avenida Monsenhor Félix.
Atualmente, por dois carnavais seguidos, foram
armados palanques de andaimes ornamentados, coordenado
pelas autoridades municipais, em frente do BANERJ.
O BONDE
O bonde a atração elétrica, teve uma participação atuante
nos festejos de momo no bairro de Irajá e adjacências enquanto
existiu. As brincadeiras, os cantos, os batuques em seus bancos,
lataria, teto e o puxar das cordas sinaleiras de partida e parada do
bonde, eram nesta época reconhecida pela empresa, cujos os
danos não eram dos maiores.
O pular nos trilhos da condução e as paródias com o condutor, eram a tônica maior, tais
como a marchinha: "Seu condutor/blim...blim.../ seu condutor, blim...blim.../ para o bonde/ prá
saltar o meu amor." Outra: "Eu grito/ eu falo/o condutor/ tem a cara de cavalo." Mais uma: "Eu falo/
eu grito/ o condutor/ tema cara de cabrito.", entre outras.
Observação: Foto tirada em Vaz Lobo em 24/02/1952, em pleno Carnaval, cortesia da Sra. Déa
Marques.
PARTICULARIDADES
Uma meta...uma realização
Publicado no Jornal Corp’s em Equilíbrio nº 19 – fevereiro de 1993.
Agostinho Rodrigues/RJ.
"Muita luz, cores e alegria, foi o espetáculo daqueles que participaram dos festejos de
Momo em Irajá. A comunidade e os foliões deram aquele toque magistral que o carioca tem de
berço: samba no pé, ritmo e harmonia.
A meta de um jovem médico nascido em Irajá e conhecedor dos seus problemas, foi
chamar a atenção da comunidade, como atual administrador da XIV RA, da necessidade de união
de esforços para que o carnaval nas décadas de 50 e 60, viesse a florir esbanjando empolgação.
A Avenida Monsenhor Félix, no trecho compreendido entre o cruzamento da Rua Pereira de
Araújo com Coronel Vieira até a antiga estação, foi enfeitada e iluminada, complementada por um
simples, modesto mas simpático coreto, que apresentava como enredo a reminiscência, desta
feita, do saudoso bloco carnavalesco "Boêmios de Irajá" que muitos anos atrás proporcionou
energia a seus foliões e admiradores.
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MEU IRAJÁ
AGOSTINHO RODRIGUES
Alguns antigos moradores que prestigiaram a festa carnavalesca, e que outrora, no mesmo
lugar e por muitos anos, se divertiram e sambaram como nunca, ao presenciarem foliões
passeando no referido trecho, relembraram o tempo da paquera da década de 30 e 40, onde os
rapazes ficavam à beira da calçada, paquerando as moças que ali desfilavam nas domingueiras e
dias considerados feriados.
Uma festa em que os foliões souberam valorizar os esforços dos organizadores dando
ênfase as atividades programadas.
O carnaval de rua em Irajá atendeu ao administrador Dr. Aloísio Freitas, proporcionandolhe a oportunidade de ver e sentir a sua meta concretizada. Se não atingiu excelente nível dentro
da realidade atual, dele esteve bem próximo. Só resta desejar que o carnaval de 1994 seja bem
superior e, se não for possível, pelo menos igual ao deste ano.
Dentro do conceito de que devemos sempre elevar bem alto as nossas raízes, esperamos
que o coreto de 1994 mais uma vez venha ao encontro dessa pretensão, por ser o bairro de Irajá
portador de história cultural.
Parabéns a todos, sem distinção que direta e indiretamente, proporcionaram este ano um
bonito carnaval de rua."
Observação:
* De lá para cá, houve mais um coreto representativo aos 350 anos da existência
da Paróquia de Irajá, erguido no antigo local. Confluência da Av. Monsenhor Félix
com as ruas Marquês de Aracati e Cisplatina.
IAC – Carnaval de 1963
Marcou muito o carnaval de 1963 no Irajá Atlético Clube, fundado em 1912 na gestão do
falecido ex – Presidente Guiseppe Caputo. O Clube, diante do elevado gastos em obras
importantes de ampliações de suas dependências, ficou sem recursos suficientes para elaborar
uma grande ornamentação, como de costume, mesmo com a colaboração do comércio local e de
associados [ Livro de Ouro]. Após vários estudos, a diretoria chegou a conclusão que só havia
condições de ornamentar a fachada [entrada] do Clube. Assim foi feito e coube ao pintor , já
falecido, Paulo "Pipoca" [por ser artista amador circense – vestia-se de palhaço] realizar a
decoração externa. O trabalho do artista, consistiu de uma enorme cabeça de palhaço de boca
aberta, por onde os foliões adentravam nas dependências do Clube. Paulo "Pipoca", além das
qualidades específicas, foi também um excelente atleta de futebol, grande incentivador do teatro
amador, geralmente realizando-os em terrenos baldios. Residia na rua Visconde de Maceió, onde
funcionou a Casa de Saúde e Maternidade Irajá, hoje P.M.M. Hospital das Clínicas.
Pois nem. Havia na época, um campeonato interno de futebol de salão entre associados,
dos quais participavam entre outros, o time do Ponto Chic, Cartola, Sete Irmãos, América,
Voadores, Sereno, Rei do Frango e que, devido as atividades carnavalescas, foi interrompido. No
interior do ginásio, apenas seria erguido um palanque para abrigar os músicos. Foi quando surgiume a idéia de ornamentar as dependências internas, homenageando as equipes participantes do
campeonato, diante do vibrante calor da disputa e pela brilhante lisura entre os atletas
participantes. Levei a idéia a apreciação da diretoria que foram unânimes na aprovação,
recomendando-me a coordenação e o menos gastos possíveis.
Com cartolina branca, papel crepom, cola, papel fino de várias cores, barbante e
serpentinas, o pesquisador histórico cultural fez diversos desenhos de cunho carnavalesco,
pintados com tinta gaúche, espalhando pelas dependências do Clube e em volta do Ginásio,
desenhos alusivos aos times participantes do campeonato interno de futebol de salão. Exemplo:
Ponto Chic, desenho de um homem bem vestido em frente de um bar; Cartola, desenho de uma
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AGOSTINHO RODRIGUES
cartola sob duas luvas e bengala; Sete Irmãos, desenho de sete números sete, enfileirados em
ordem crescente, ligados um ao outro por uma corrente; Sereno, desenho de uma garrafa de
cerveja; Família, desenho de uma criança com fralda e chupeta na boca; Voadores, desenho de
um homem mascarado com um "V" na testa, aparentando com o lendário "Capitão América", e
assim por diante.
Concluída a faina, adveio a faina das bandeirolas, utilizando-as sobre toda área do Ginásio
bem como do Palanque.
Pois bem, para a maioR surpresa do pesquisador, muitos dos associados e em grupos,
compareceram fantasiados de forma criativa, baseados nos desenhos, dando um maior colorido
ao período de momo, na sede do Clube. Emotivo, os olhos do pesquisador histórico ficaram
lagrimados ao ver os grupos desfilando no salão e nas dependências do Clube, num ambiente de
total descontração e alegria. Mas não parou por ai; após o término dos festejos, alguns meses
depois, nova emoção, desta feita vinda do associado diretor e atleta Ronaldo, da equipe Família,
que escreveu no Boletim Informativo do I.A.C. uma crônica, destacando principalmente, o trabalho
da ornamentação.
Recordar é viver e os louros, recompensam.
ANTICYRA
[Carnaval – 1924]
Um fato marcou presença e que até hoje é comentado. Trata-se de um acidente que foi
vítima uma garotinha chamada "Anticyra" de apenas quatro anos, um mês e dez dias de vida,
ferida mortalmente por uma chifrada de boi, no então Largo de Madureira, conforme explicou aos
89 anos, uma das mais antigas moradoras de Irajá, Sra. Elvira Nascimento, falecida em
02/5/1998, aos 95 anos de idade.
"Eu na época, morava em Vaz Lobo e assisti o acidente, acompanhada de parentes, entre
eles, a prima Simplícia que hoje, 02 de março de 1992, está completando 92 anos de idade. Na
época, Simplícia estava com 24 anos de idade. Foi constrangedor. Nós fomos assistir o carnaval
em Madureira. Era costume as famílias levarem o seu meio de transporte disponível para melhor
conforto de regresso ao lar, e um destes tipos de transporte utilizado, era a carroça de bois que
ficava estacionada em local apropriado. De repente um dos foliões jogou lança perfume nos olhos
de um dos bois. Ele endoidou e conseguiu arrebentar as correias, virar a carroça e livre, começou
a avançar contra as pessoas. Muitas ficaram feridas, inclusive a minha prima Simplícia, sem
gravidade, porém a menina Anticyra, ficou ferida mortalmente. Eu e outros parentes ficamos
ilesos."
Um fato inesperado tornou-se presente. Ao voltar a contatar com a nobre senhora para
ratificação dos dados, soube da triste notícia: descarnava sua prima Simplícia, uma das que
também viajou no bonde especial puxado a burro, no seu casamento. Seu sepultamento, deu-se
no dia 13 de março de 1992 no cemitério de Irajá. Portanto, 68 anos após a morte da menina
Anticyra. Era mais uma que conhecia bem o Irajá, pela curta distância entre os dois bairros.
Simplícia viveu toda sua vida no Bairro de Vaz Lobo.
Anticyra nasceu em 14 de fevereiro de 1920 e faleceu em 04 de março de 1924, cujos
restos mortais repousa no cemitério de Irajá. O seu jazigo fica perto do portão principal de entrada
do cemitério com fundos para a Paróquia de Nossa Senhora da Apresentação de Irajá, de quem
entra do lado esquerdo, quase em frente a Administração da Santa casa da Misericórdia. No
epitáfio de sua sepultura, consta a seguinte frase: "A doce e pura alegria de seus pais."
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MEU IRAJÁ
AGOSTINHO RODRIGUES
Segundo a tradição popular, consta que Anticyra, na época, residia nas mediações da
extinta escola Municipal Maria do Carmo Vidigal, hoje dando lugar a um grande conjunto
residencial, localizado na Avenida Monsenhor Félix, aproximadamente a um quarteirão do
Cemitério de Irajá. Imbuído pelo sentimento, o pesquisador histórico cultural compôs em 04 de
março de 1992, uma poesia intitulada "A menina que não conheci."
A MENINA QUE NÃO CONHECI
Agostinho Rodrigues
Rio de Janeiro – RJ.
Oh. doce Anticyra,
de um amor fostes concebida,
trazendo muita alegria
num tempo tão curto e fatal!
Mesmo não te conhecendo
pois ainda não era nascido,
eu te dedico este poema
pelo quanto tu foste benquista.
A prova está no epitáfio,
onde repousa seus restos mortais,
dito que tornou-se lendário,
diante a doce pura alegria de seus pais.
Mais tarde, dentro de um ônibus, sentado no
canto da janela, visualizando o itinerário e ainda sob o
efeito emocional e espiritual, o pesquisador histórico
cultural compôs uma canção, sem letra, em sua
homenagem, intitulada "inesperada canção", onde numa
colaboração toda especial, a escritora, poetisa,
trovadora, artista plástica, musicista e compositora
Jarnete Ferreira Soares, membro da Academia
Irajaense de Letras e Artes [AILA], entre outras, brindou
- nos com a partitura.
Observações:
* Na década de 70, surgiram blocos carnavalescos organizados inclusive com sedes,
estando entre eles: Boêmios e Urubu Cheiroso.
* No passado, as mascaras brilharam muito, entre elas, a do preto velho, morcego, caveira,
demônio, zumbi, bruxa, cloves, espantalho, múmia, vampiro, que em bandos ou
isoladamente, faziam a alegria, pânico e medo as crianças.
* Os festejos de momo em Irajá, relativo a fevereiro de 1998, foi realiza no a confluência da
estrada Padre Rose, estrada Coronel Vieira, rua Pereira de Araújo e Avenida Monsenhor
Félix, bem próximo ao BANERJ. Contou com um palanque montado pela Prefeitura
Municipal do Estado do Rio de Janeiro – RIOTUR. A ornamentação do palanque e das
estradas, ruas e avenida, próximo ao evento, foram feitas pelo comércio local, comunidade
Irajaense e Rede Manchete, coordenados pela administração da XIVa. Região
Administrativa de Irajá. Em 1999, o evento carnavalesco se deu no mesmo lugar.
* Nos mesmos moldes, lugar e apoio dos anos anteriores, Irajá apresentou no carnaval de
2001, o tema "Carnaval com dedicação, paz e amor", que contou na terça-feira de carnaval
[27/02/01], com a presença brilhante em fantasia e alegria, do tradicional bloco de rua
Boêmios de Irajá.
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MEU IRAJÁ
AGOSTINHO RODRIGUES
13
BIBLIOTECA
BIBLIOTECA POPULAR DE IRAJÁ JOÃO DO RIO
Agostinho Rodrigues
[1993/2000]
Há 41 anos, era fundada uma biblioteca
no bairro de Irajá, pertencente à XIV Região
Administrativa, denominada Biblioteca Popular
de Irajá, instalada numa loja na Avenida
Monsenhor Félix, 420. Sua inauguração deu-se
em 16 de julho de 1959, com um acervo inicial
de 1.446 livros e tendo à frente a bibliotecária
Aracy Alves Fernandes Guimarães.
1977 - Foto da fachada da Biblioteca - cortesia da Direção
Na caminhada do progresso cultural da comunidade, um acontecimento registrado em
1991 ampliou suas expectativas com a assinatura do Decreto 10.205 criando o seu patrono,
passando a chamar-se Biblioteca Popular de Irajá João do Rio, em homenagem ao escritor,
teatrólogo, contista e cronista João do Rio, um dos precursores da crônica carioca.
O fortalecimento deste progresso data de dezembro de 1992, quando o então prefeito Exm°. Sr. Dr. Marcello Alencar -, acompanhado de várias autoridades, inaugurou as novas
Instalações da biblioteca num prédio inteiramente novo com 750 m2 de área útil, inclusive
composta de um auditório de 50 lugares e de um acervo com mais de 11.000 livros
informatizados, instalada na Avenida Monsenhor Félix, 5l2 - Irajá, sob direção da bibliotecária
Etina Guedes Antolin.
Sua importância constitui, para a comunidade, um grau de positividade de alto valor na
dedicação do saber. Nela há a substância essencial ao alimento do espírito humano. Ela é, sem
dúvida alguma, uma mola propulsora do progresso e da civilização, onde os povos mais
adiantados estão aí, diante dos nossos olhos para comprovar.
Sua aplicação é de tal valia que não existem palavras adequadas para exaltá-la, a não ser
o desejo da sua permanente existência e da criação de outras mais em locais apropriados apara
ampliar o conhecimento cultural do povo.
Colocar ao alcance do povo livros sobre os mais variados assuntos é um alimento
purificado para a alma com relação ao saber; é, por fim, proporcionar a destreza da aquisição de
conhecimentos que por outra forma se tornariam difíceis de obter a curto prazo.
Honra, pois, aos que se esforçaram e aos que se dedicaram para beneficiar esta terra de
Bibliotecas. Fato profundamente meritório, que ficará eternamente registrado nos anais da
história.
A cultura está de parabéns!
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AGOSTINHO RODRIGUES
HISTÓRICO
{Elaborado pela direção da Biblioteca - cedido ao pesquisador como cortesia.}
A Biblioteca Popular de Irajá João do Rio, foi inaugurada em 16 de julho de 1959, com o
nome de Biblioteca Popular de Irajá. Fazia parte da rede de Bibliotecas Popular subordinadas ao
Serviço de Bibliotecas do Departamento de Educação Complementar.
Pelo despacho no processo 3299740/53 publicado no Diário Oficial de 22 de setembro de
1953, as Bibliotecas Populares passaram a Biblioteca Municipal.
O Decreto "N" n° 253 de 1984 do Estado da Guanabara, transformou as Bibliotecas
Populares em Regionais, vinculadas a Divisão de Bibliotecas e Documentação.
Pelo Decreto n° 15 de 23 de maio de 1975, a Prefeitura do Rio de Janeiro, criou a Divisão
de Documentação e Biblioteca subordinada ao Departamento Geral de Cultura da Secretaria
Municipal de Educação e Cultura. Por este Decreto as Bibliotecas Regionais integram a nova
Divisão.
A Biblioteca Regional de Irajá foi instalada numa pequena loja à Avenida Monsenhor Félix,
420 e começou a funcionar com um acervo de 1.466 livros.
Esta inscrita no INL sob o n° RM 9060 PM desde 30 de maio de 1960 e no Conselho
Regional de Biblioteconomia, 7° Região, sob o n° 26 desde 02 de dezembro de 1975.
Sua primeira responsável foi a bibliotecária Aracy Alves Fernandes Guimarães
[1959/1960]; seguida pela escriturária Maurea Duarte Taylor [1960/1965]; Adalgisa da Silva
Moraes [1965/1985] e a partir de 1985 até a presente, pela bibliotecária Etina Guedes Antolin.
Em 1991, pelo Decreto n° 10205 foi criado o patrono da Biblioteca que passou a se
chamar Biblioteca Popular de Irajá João do Rio.
Em 18 de dezembro de 1992, foi inaugurada as novas instalações adequadas a sua
finalidade, com área útil de 750m2., com auditório, espaço para exposições, seção infantil [
brinquedoteca, gibiteca], seção de referência, revistas, jornais.
É a primeira Biblioteca Popular a ter um prédio próprio com instalações para uma
Biblioteca.
INTRODUÇÃO
A Biblioteca Popular de Irajá João do Rio é órgão integrante do Departamento Geral de
Documentação e Informação Cultural da Diretoria de Biblioteca, da Secretaria Municipal de
Cultura.
Suas atividades, sob supervisão e coordenação de uma chefia, são orientadas no sentido
de ampliar a oferta de informação cultural a comunidade a que serve, facilitando ao público em
geral o acesso ao livro e estimulando o hábito de leitura.
ATOS OFICIAIS DE CRIAÇÃO
* Data de Fundação:
* Resolução n° 02 de 05 de janeiro de 1945: e
* Resolução n° 37 de 17 de dezembro de 1948, publicado no Diário Oficial do Distrito Federal de
21 de dezembro de 1948.
* Data da Inauguração: 16 de julho de 1959.
* Data da Reinauguração: 18 de dezembro de 1992.
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AGOSTINHO RODRIGUES
FINALIDADE
A Biblioteca Popular de Irajá João do Rio é pública. Tem a finalidade perspícua de
contribuir para o aperfeiçoamento do indivíduo, em seus aspectos educativos, culturais e sociais,
sem distinção de raça, credos políticos ou religiosos e níveis sociais, favorecendo e fomentando a
livre circulação do pensamento e das idéias através da utilização do livro e outros materiais
especiais.
ORGANOGRAMA
OBJETIVOS
* Educativos:
- oferecer meios necessários para que o usuário passo usufruir dos
benefícios da educação permanente;
- completar os programas regulares de educação; e
- promover a criação de recursos especializados.
* Informativos:
- oferecer aos usuários, a formação desejada com a rapidez necessária,
especialmente no tocante a assuntos da atualidade; e
- oferecer referências de outras fontes especializadas ou não de informação.
* Culturais:
- promover e favorecer a utilização da Biblioteca como polo de difusão
cultural;
- assumir a iniciativa de organizar atividades culturais, tais como palestras,
debates, encontros com escritores, hora do conto, entre outras;
- participar positivamente da vida artística da comunidade; e
- entrosar-se com as associações locais e outras organizações afins,
favorecendo a utilização da Biblioteca como centro de informação cultural.
* Recreativos:
- contribuir para um melhor aproveitamento do tempo livre do usuário,
proporcionando-lhe materiais que facilitem a recreação e o lazer.
- proporciona entretenimento a grupos especiais da comunidade.
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AGOSTINHO RODRIGUES
A Biblioteca oferece a comunidade:
* Livros para adultos e para crianças.
* Consulta local e empréstimo para leitura em casa.
* Orientação e auxílio a pesquisa.
* Informações diversas.
* Palestras.
* Exposições.
* Encontros com o escritor.
* Cessão de espaço físico para atividades culturais da comunidade.
* Ouvindo e cantando histórias.
* Brinquedoteca.
* Gibiteca.
* Videoteca.
* Obras sobre seu patrono João do Rio.
* Jogos no computador.
* Origami
* R.P.G.
* Informática
BAIRROS ABRANGENTES
Irajá, Vista Alegre, Vicente de Carvalho, Vaz Lobo, Madureira, Cordovil, Rocha Miranda, Honório
Gurgel, Colégio, Cavalcante, Vila da Penha, Vila Kosmo, Pavuna, Turiaçú, Marechal Hermes,
Oswaldo Cruz, Bento Ribeiro, Guadalupe, Jardim América e outros municípios , entre os quais:
Nilópolis, São João de Miriti, Duque de Caxias.
NOTAS COMPLEMENTARES:
2000– Foto cortesia da direção da Biblioteca
Leitura Infantil – 1º andar
* Prédio próprio.
* Localização: Av. Monsenhor Félix, 512 Irajá/RJ. CEP.21235-110
* Telefone: 351-4389.
* Âmbito de atendimento para consulta local
sem limite de área.
* Região Administrativa: XIV RA.
* Distrito de Educação: 5° CRE.
* Horário de funcionamento: 2a. à 6a. feira - das
9 hs às 17 hs.
JOÃO DO RIO
ACRÓSTICO
Agostinho Rodrigues
[1993]
J ornalista João do Rio,
O afirmado de grande valor,
A stucioso nas reportagens,
O riginal no saber com fulgor.
D ecanto nas palavras,
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MEU IRAJÁ
AGOSTINHO RODRIGUES
O bjetivante inspirador,
R ua do Rio viveste com amor,
I ativo em crônicas com louvor,
O pimo ser prosador.
JOÃO DO RIO
[Panegírico]
AGOSTINHO RODRIGUES
Rio de Janeiro/RJ
Brasileiro, nasceu em 05 de agosto de 1881 no Rio de Janeiro na rua do
Hospício, atual rua Buenos Aires, filho de Alfredo Coelho Barreto [gaúcho] e de
Florência Cristovão dos Santos [carioca], de origem humilde. Foi jornalista,
escritor, teatrólogo, cronista e contista, criado em ambiente republicano e
abolicionista. Era moreno, gordo e forte. Vestia-se elegantemente com roupas
que vinham da Europa, principalmente de Londres e Paris e não dispensava os
charutos de boa qualidade.
Foi um dos primeiros moradores do bairro de Ipanema e freqüentador de várias ruas do
centro, entre os quais, a rua do Ouvidor e o bairro da Saúde.
Pertenceu a fase de transição do modernismo. Só não se tornou um dos fundadores da
Semana da Arte Moderna [13 a 17/02/1922] em São Paulo, porque faleceu antes, em 26/06/1921],
aos 40 anos de idade, devido a um colapso cardíaco, segundo João Carlos Rodrigues em
"Catálogo Biográfico" de sua autoria.
Na sua trajetória literária, usou vários pseudônimos, tais como: Claude, João de Oliveira,
João Alencar, José Antônio José, Paulo Barreto, sendo que, a partir de 04 de janeiro de 1904,
segundo João Carlos Rodrigues na sua obra "Catálogo Biográfico, ele passou a utilizar com maior
freqüência, João do Rio.
Seu nome completo tornou-se problemático uma vez que em algumas fontes registram
João Paulo Emílio Cristóvão dos Santos Barreto, outras João Paulo Alberto Coelho Barreto,
situação que até hoje os biógrafos não solucionaram.
Estreou na imprensa ainda adolescente [17 anos], alcançando grande sucesso devido
suas idéias atrevidas e de um cunho renovador do jornalismo. Introduziu e aperfeiçoou
modernidade como a entrevista, a reportagem e a crônica na imprensa, atacando com vigor o
simbolismo e o parnasianismo.
João do Rio foi um dos maiores jornalistas do seu tempo, colaborando ativamente no
Jornal "Cidade do Rio" com José do Patrocínio [ patrono de uma das Escolas Municipais do Rio
de Janeiro, localizada na rua Gustavo de Andrade n 270, no bairro de Irajá ], Jornal "O DIA",
"Gazeta de Notícias", que inclusive foi diretor, e o "País". Além de crônicas e reportagens com
recortes de pontos dramáticos e pitorescos da Cidade, João do Rio foi autor de teatro de revista e
tradutor, principalmente de Oscar Wilde e Charles Dickeus. gradativamente, João do Rio foi-se
tornando cada vez mais cronista e menos repórter.
Na Seção "Pall - Mall", do Jornal "O País", alcançou grande popularidade através de suas
crônicas. Mais tarde, fundou o periódico "A Pátria", criando várias controvérsias diante da visão
impiedosa do cronista.
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MEU IRAJÁ
AGOSTINHO RODRIGUES
Com 28 anos de idade, beirando os 29, com quatro volumes já publicados, à saber: "As
Religiões do Rio"- [1905], crônica, que analisa os cultos afro-brasileiras; "A Alma Encantadora das
Ruas"- [1908] - conto; "Cinematográfico"- [1909] - crônica e "Dentro da Noite"- [1910] - contos, que
radiografa a boêmia e o submundo da Lapa, e diante da popularidade crescente na imprensa, foi
eleito membro da Academia Brasileira de Letras, ocupando a cadeira n° 26, patronímica de
Laurindo Rabelo, antecedendo o Acadêmico Guimarães Passos no período de 1910 a 1921 e
posteriormente, membro correspondente da Academia de Ciências de Lisboa, Sociedade dos
Homens de Letras de Paris e Associação de Imprensa de Roma.
No discurso de posse na ABL, João do Rio introduziu o seu modernismo que viria surgir
com Oswald e Mário de Andrade, com seus contos de amores impossíveis e relações inconclusas
se aproximando das teorias psicanalistas [homossexualismo, lesbianismo e perversidade sexual],
misturados com ilusões e romantismo açucarados, feitio da época.
Entre suas obras significativas, cita-se "A Alma encantadora das ruas", publicada em 1908,
reunindo textos da Gazeta de Notícias e da Revista Kosmos, que o autor para reunir matérias, foi
a rua, isto é, ao encontro delas, para se aproximar o máximo possível da realidade.
Há mais ou menos 373 termos empregados em língua estrangeira. Estende, em seu
passeio poético, pequenas narrativas destacando personagens e aspectos inusitados vistos e
ouvidos nas ruas cariocas: tatuadores, mercadores de livros, pintores de tabuletas e inúmeros
marginalizados exercendo pequenas profissões que os tornam diferentes; modinhas, cordões
carnavalescos e lundus [primitiva dança cantada, rural, de origem africana], enfim, tudo aquilo que
forma o grande painel em que reina absoluta "a musa eterna das ruas". Captação profunda da
alma urbana. Rio de Janeiro, formoso por suas belezas mas incompreendido em seu lado
grotesco, humano e sofredor. Beleza e miséria juntos num Rio complexo de ruas personificadas
[terreiros, inferninhos, bordel, favelas, etc.], fonte de material inesgotáveis para quem nelas se
debruçam, observam, refletem e conseguem revelar tão bem as desigualdades existentes sob o
mesmo e incrível céu. Aproximação a continuidade, dada pelo jornalista, cronista e romancista
Lima Barreto [1881/1922], no modernismo propriamente dito. Estilo de linguagem emocionada
com metáforas ora fortes ora rasas o que denunciam uma sentimentalização que chega a raia do
melodramático.
Em 1919 João do Rio publicou mais um trabalho também de elevada importância,
intitulado "A mulher e os espelhos", desta feita percorrendo miragens textuais do esteticismo
decadente com a inclusão de 18 contos que, no entender de J. Carlos Rodrigues , o estilo do
autor "alcança o auge do cinismo e da sofisticação".
Reúne uma variedade de narrativas que estimulam o leitor a participar de reflexões que
convergem sempre para a figura centralizadora da mulher, motivo de conflitos apresentados nas
histórias predominantemente de pessoas infelizes e seus amores frustados, entre outros, sendo
que na maioria, relatadas por um narrador que rememora dramas de amor em meio a reuniões,
encontros fortuitos nos mais diversos locais.
"A Alma encantadora das ruas" [199l] e "A mulher e os espelhos" [1990], entre outras,
foram publicadas com uma 2a edição pela Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro - Secretaria
Municipal de Cultura, Turismo e Esportes - Departamento Geral de Documentação e Informação
Cultural, na gestão do Exmo. ex - Prefeito, Dr. Marcello de Alencar.
Neste trilhar de importantíssimas obras desbravadas em sua quase total realidade do dia –
a - dia do seu tempo, surge o dia 26 de junho de 1921, em que João do Rio deixou a vida terrena.
Segundo Daniela Name, no seu ensaio no Jornal O GLOBO, de 13 de abril de 1996, cerca de cem
mil pessoas foram ao enterro do jornalista João do Rio, um recorde para os tímidos funerais da
época, dando assim uma evidente prova de como o cronista era bem estimado pelo povo.
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AGOSTINHO RODRIGUES
A conclusão deste trabalho, fica com as palavras do falecido ex-presidente da Academia
de Letras do Estado do Rio de Janeiro, Academia Brasileira de Jornalismo e Presidente de Honra
da Academia Irajaense de Letras e Artes, professor e jornalista Modesto de Abreu, quando da
minha posse na ABJ, em 13 de maio de 1993: "...fui a primeira pessoa no Rio, no Brasil e no
Mundo a ver João do Rio morto e Austregésilo da Atahyde, o último a vê-lo vivo".
O Intelectual professor e jornalista Modesto de Abreu ostentava na ocasião 95 primaveras.
O falecido escritor e jornalista Austragésilo de Atahyde, foi Presidente da Academia
Brasileira de Letras por muitos anos.
Por força do Decreto n° 10. 205 de 1991 do ex - Prefeito Marcello de Alencar, JOÃO DO
RIO, tornou-se patrono da Biblioteca Popular de Irajá, passando a denominar-se Biblioteca
Popular de Irajá, João do Rio.
João do Rio é também patrono do CIEP de Guadalupe, localizado na rua Pinheiro
Bittencourt s/n°.
OBRAS DO AUTOR
1906 – Chic - Chic [teatro].
1907 - A última noite [teatro].
O momento literário [inquérito].
1908 - Dinheiro haja [teatro].
1909 - Fados, canções e danças de Portugal [crônicas].
1911 - Vida Vertiginosa - crônicas.
Portugal d’ agora [ ensaio].
1912 - Os dias passam.
A bela Madame Vargas [teatro].
1913 - A profissão de Jacques Pedreira [ novela].
1915 - Eva [teatro].
1916 - Crônicas e frases de Godofredo de Alencar [crônicas].
No tempo de Wenceslau [crônicas].
1917 – Pall - Mall Rio [crônicas].
O momento de Minas [conferências].
Sésamo [ ensaios].
1918 - A correspondência de uma estação de cura [romance].
Ramo de loiro [ensaios].
1919 - Na conferência da paz [ inquérito].
Adiante [ensaios].
Fontes Consultadas:
* Biblioteca Popular de Irajá, João do Rio.[1993]
* Professor e Jornalista Modesto de Abreu.[1993]
* Catálogo Biográfico - autor: João Carlos Rodrigues.
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AGOSTINHO RODRIGUES
* Livro "A Alma Encantada das Ruas"- Biblioteca Carioca - 1991 - 2a. tiragem - Secretaria
Municipal de Cultura, Turismo e Esportes - Departamento Geral de Documentação e Informação
Cultural do Rio de Janeiro.
* Livro "A Mulher e os Espelhos"- Biblioteca Carioca - 1990 - Secretaria Municipal de Cultura,
Turismo e Esportes - Departamento Geral de Documentação e Informação Cultural do Rio de
Janeiro.
* Almanaque Mundial - Seleções do Reader’s Digest - 1962.
* Jornal "O Globo" de 13 de abril de 1996, Seção "Prosa & Verso", Daniela Name.
* Dicionário Internacional de Biografias, Editora Formar Ltda. - São Paulo/SP.
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AGOSTINHO RODRIGUES
ENSINO
A EDUCAÇÃO
Agostinho Rodrigues
Crer na educação, unificação dos conhecimentos teóricos e existências, constitui ponto de
partida por criar transformação pedagógica e tecnológica indo de encontro ao poder e progresso
da comunicação entre os homens. O ensinamento sendo racional e evidente, surge o
entendimento com mensagens saudáveis e atuantes, provindo novos valores. Exige um esforço
positivo dirigido ao bom senso coletivo para que a influência recíproca social alcance a perfeição,
ou quase perfeição, permanente ideal de civilização. Quem se instrui, decerto vai querer cada vez
mais ser instruído para permanecer no meio social grupal por ser o verdadeiro caminho do
homem, em sociedade, ponto de relevo da fraternidade. A educação tem por objetivo evitar
nuanças e sutilezas que escapam à percepção de quem aprende, porque visa, literalmente, o que
está na superfície, buscando a igualdade com métodos racionais e pedagógicos. Ela é um
processo que está sempre em movimento, porque é o progresso da própria consciência do
homem. Procurar instruir, para não carregar mais fardo do que foi creditado, é importante como
também fazer de quem aprende um ser capaz de se conduzir educadamente, culto em suas
demonstrações literárias, e, sobretudo, mostrar-se forte em personalidade com um
comportamento digno da imitação, a fim de que a sociedade o respeite. Se alguém não tem esta
condição, que seja, pelo menos, útil à comunidade no grau de seu percebimento.
A educação é a base do espírito porque leva o homem a ampliar sua condição de gente,
uma vez que ninguém pode ignorar a sua própria existência por ser ela a luz que ilumina a
caminhada humana, cabendo ao homem aceitar racionalmente os seus ensinamentos a fim de
contestar as estruturas injustas. Os meios de comunicações visuais por exemplo, apesar de
existirem bons trabalhos educacionais, vêm influindo e preocupando no comportamento do ser
humano em todas faixas etárias, exigindo do ensino o dever de procurar a estabilidade e
finalizações úteis, banindo as esdrúxulas. O espírito de educação leva o homem a se encontrar
consigo mesmo, racionalmente, objetivando seu viver, livrando-o do exibicionismo que muitas
vezes, compromete o seu comportamento, dando-lhe defesa do sentimento de identidade e mais
ainda, a proteção contra a angústia do não ser e dos complexos fantasiosos. No atual momento
de vida conturbada, o ensino tem o dever de proteger o homem da crescente carga motivada pela
angústia , dúvidas, constrangimentos, insegurança e medo.
O homem poderá chegar ao real pela fonte do conhecimento, através da educação por não
possuir condições de descobrir por si mesmo os elementos necessários para sua afirmação. A
preocupação com o dever e o querer aprender é o mais importante, obrigando a busca constante
de uma forma efetiva de provar que a educação é a maior participação social. Ela é atuante, útil,
elucidativa e unificadora.
A educação é uma doutrina fundamental por ter sempre sua base cultural constantemente
reestruturada. Investir na educação é de suma importância por ser a alavanca salvadora da
humanidade, principal instrumento de manutenção das normas de conduta tradicional aceitas pela
sociedade.
ANALFABETISMO
Agostinho Rodrigues
O analfabetismo é um problema complexo que apresenta um estado de atraso intelectual
derivado da insuficiência de instrução que faz o analfabeto ignorar os primeiros rudimentos da
leitura e da escrita.
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AGOSTINHO RODRIGUES
A figura do instrutor é fundamental pois possibilita ao instruendo a oportunidade de obter o
conjunto de várias noções primárias primordiais, afastando os erros costumeiros e obscuros,
ajustando-lhe a responsabilidade que lhe é própria.
O ser humano instruído tende a usar palavras líricas, até mesmo de ações altamente
expressivas, motivado pelo resultado advindo do pensamento positivo, abolindo as palavras e
ações menos dignas uma vez que a instrução é a escada ascensional para ele atuar com amor,
espiritualidade, dignidade e fraternidade e não um elevado escorregadio onde sem nenhum
conhecimento ele se afunde em vulgaridade e obscuridade.
O ser humano instruído, torna-se um observador de seus atos, passa a estudar com
aplicação a sua consciência, pondera e distingui, tudo em termos virtuosos e sobretudo a termos
do semelhante, e mais ainda, passa a ter uma visão completa da realidade, tornando-se mais
unido, fortalecido e seguro no que diz respeito ao destino de seu próprio país.
Exige aprimoramento com afinco e determinação de conhecimento necessário para que
raciocine com precisão numa educação bem aplicada em suas justeza pedagógica e psicológica,
proporcionando a busca de outros horizontes, com o propósito de afastar o merecimento motivado
pela incompreensão.
É mister atentar para o fato de que as coisas viventes e materiais nem sempre são como o
homem deseja e sim como devem ser; contudo temos a observar que a facilidade de
compreender, aptidão para captar relações, potência de querer ou manifestar desejo,
perseverança tranqüila e a prática da vida, levam o ser humano a realizar suas intenções pois ele
tem poder excepcional que é o seu próprio pensamento.
O ser humano não nasce mau e sim inculto, salvo melhor interpretação e continuará
enquanto sua infância não for assistida e estruturada com base na perfeita e adequada educação
positiva, capaz de fá-lo entender o mérito do seu semelhante e as coisas que estão a sua volta.
Há a obrigação de torná-lo responsável, capaz de aceitar o trabalho como um dever e respeitar a
sua própria consciência para também respeitar a liberdade do próximo. Não há dúvida que feito
isto, se estará dando um gigantesco avanço em busca da eliminação do analfabetismo.
AS ESCOLAS EM IRAJÁ
A instrução inicial foram feitas por padres e jesuítas. As escolas em Irajá a princípio foram
rudimentares, carente, desenvolvendo-se a partir da década de 50, com o surgimento de novos
estabelecimentos públicos como de particulares.
Segundo Rio Ilustrado - 1937, a única escola que existia na então Freguesia de Irajá,
surgiu quase na metade do século XIX, no bairro de Colégio, localizada perto da antiga Estação
da Estrada de Ferro Rio D’ Ouro. Após esta, do que se tenha notícia, foi a Escola Municipal Maria
do Carmo Vidigal, existente na década de 20, localizada na Av. Monsenhor Félix,
aproximadamente a um quarteirão de quem se dirige ao Cemitério de Irajá, hoje extinta. Em
01/3/1936 é inaugurada a Escola Municipal Mato Grosso, localizada até hoje a rua Miranda de
Brito, 119 [Tel. 470-2043 e 3372-4667]. É uma das unidades escolares do bairro de Irajá
responsável por grande parte da educação da comunidade Irajaense. A sua inauguração contou
com a presença do Prefeito Pedro Ernesto e sua comitiva bem como de inúmeras personalidades
da sociedade local. Assim enfatizou o Sr. Hugo Salomão, antigo morador de Irajá e aluno
fundador: "- Foi um dia bem curtido pelos alunos. Estávamos todos garbosamente uniformizados,
ostentando bandeirolas, em homenagem ao Sr. Prefeito". Atualmente é constituída das seguintes
séries: JI, CA, 1a. a 4a. série e turma especial de alunos DA. A noite, no horário de l9h às 22 h30,
funciona nas mesmas instalações, a Escola Estadual de Ensino Supletivo Mato Grosso que tem
por finalidade suprir a escolaridade dos alunos que já ultrapassaram a faixa etária. A Escola vai da
1a. a 8a. série, atendendo aos alunos a partir dos 14 anos de idade completos. Até 1991 o ensino
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AGOSTINHO RODRIGUES
era quadrimestral e a partir de 1992, passou a ser anual. A Escola Municipal Mato Grosso tem
como patrono, José da Costa Carvalho [ Marquês de Monte Alegre].
Na década de 40, não se tem notícia da construção ou inauguração de Escolas no bairro. Já na
década de 50, pelo menos, quatro Escolas podem ser citadas, à saber:
* Escola Municipal Conde Pereira Carneiro
Rua Moliere, 10 - Telefone: 371-7165
Série: CA a 8a.
Inaugurada em 1958.
* Escola Municipal Francisco Sertorio Portinho
Rua Amâncio Bezerra, 49 - Telefone: 371-3612
Série: CA a 4a.
Inaugurada em março de l958.
* Escola Municipal Alfredo de Paula Freitas
Rua Gustavo de Andrade , 290 - Telefone: 371-9433
Série: 1a. a 4a.
Inaugurada em abril de l959.
* Escola Municipal Irã
Rua São Leonardo, 47 - Telefone: 371-9933
Série: JI a 4a.
Inaugurada em agosto de 1959.
Década de 60, cita-se pelo menos sete Escolas, à saber:
* Escola Municipal Rodolfo Garcia
Rua Calumbi, 245 - Telefone: 391-1072
Série: CA a 4a.
Inaugurada em 23 de agosto de 1962.
* Escola Municipal José do Patrocínio
Rua Gustavo de Andrade, 270 - Telefone: 371-9533
Série: 5a. a 8a.
Inaugurada em 03/10/1962.
* Escola Municipal J. Carlos
Rua Ribatejo, 245 - Telefone: 372-0037
Série: CA a 4a.
Inaugurada em 30/04/1964.
* Escola Municipal Nun’Alvares Pereira
Rua Beira Alta, 95 - IAPC de Irajá - Telefone: 372-3940
Série: 5a. a 8a.
Inaugurada em 09/06/1965.
* Escola Adlai Stevenson
Rua Beira Alta s/n° - IAPC - Irajá - Telefone: 372-3958
Série: CA a 4a. Há uma turma DM.
Inaugurada em 30/08/1965.
* Escola Municipal Pires e Albuquerque
Rua Caiabu, 98 - Telefone: 391-0372
Série: CA a 8a.
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AGOSTINHO RODRIGUES
Inaugurada em 24/02/1967.
* Escola Municipal Rodrigo Octávio Filho
Rua Marambaia,408 - Telefone: 391-1307
Série: 4a. a 8a.
Entregue em 08/12/1969.
Década de 70, cita-se pelo menos oito Escolas, à saber:
* Escola Municipal Rosa Bettiato Zatera
Rua Santo Apiano, 247 - Telefone: 391-5231
Série: CA. a 8a.
Inaugurada em 18/02/197l.
* Escola Municipal Barcelona
Rua Gustavo Martins, 67 - Telefone: 391-9975
Série: 3a. a 8a.
Inaugurada em 09/12/1972.
* Escola Municipal Tarsila do Amaral
Rua Anibal Porto, 451 - Telefone: 371-7620
Série: JI a 4a.
Inaugurada em 31/03/1973.
* Escola Municipal Sebastião Lacerda
Rua Canudos s/n° - Telefone: 371-7265
Série: JI a 4a.
Inaugurada em 08/4/1974.
* Escola Municipal Gaspar Viana
Rua Heron Domingues, 122 - Telefone: 371-1800
Série: JI a 8a.
Classe Especial: DM [deficientes físicos] e DV [deficientes visuais].
Inaugurada em 26 de agosto de 1977.
* Escola Municipal Malba Tahan
Av. Brasil, l7.221 - Telefone: 371-l769
Série: 5a. a 8a.
Inaugurada em 17 de março de 1977.
* Escola Municipal Olímpia do Couto
Rua Canudos s/n° - Telefone: 37l-7965
Série: JI a 8a.
Inaugurada em 11/3/1977.
* Escola Municipal Mário Paula Brito
Rua São Leonardo, 5l - Telefone: 37l-8988
Série: 4a. a 8a.
Inaugurada em 14/3/1977.
Década de 80, cita-se pelo menos duas Escolas, à saber:
* Escola Municipal Almirante Newton Braga Faria
Av. Monsenhor Félix, 1059 - Rua A, 144 - Telefone: 372-6031
Série: JI a 8a.
Inaugurada em 1983.
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AGOSTINHO RODRIGUES
* Escola Cláudio Ignácio de Oliveira
Rua Coronel Vieira s/n.°
Série: JI a 4a.
Criada em 28/7/86.
Década de 90, cita-se pelo menos uma Escola, à saber:
* Escola Municipal Luxemburgo
Rua Aveiro, 40 - Telefone: 372-2046
Série: JI.
Inaugurada em 22/9/1995.
UM MOMENTO ESCOLAR
* Escola Municipal Mato Grosso: A inauguração.
* Escola Municipal Francisco Sertório Portinho: amostra de Ciências com várias
experiências para os alunos feitos pelos próprios em 1996.
* Escola Municipal Alfredo de Paula Freitas: A parada "Sete de Setembro" que participa
todos os anos. Em 1996, com o tema "Preservação da Natureza".
* Escola Municipal Irã: Projeto "Preservação da Vida" com palestras para alcoólatras
anônimos, família, AIDS, drogas, audição, realizado em 1996.
* Escola Municipal Rodolfo Garcia: Solenidade anual [ última 5a. feira de novembro], sobre
o "Dia Nacional de Ação de Graças", com a finalidade de demonstrar a paz entre todos.
Confraternização a Deus pela passagem de mais um ano de convívio entre professores,
alunos, comunidades e respectivos familiares.
* Escola Municipal José do Patrocínio: A inauguração. Foi dirigida pelo professor já
falecido, Albor Spartaco Artese no período de 03/10/1962 [data de inauguração] a
31/05/1989. Vinte e sete anos sob o lema "Informar para formar": placa alusiva existente
na Escola. Foi também homenageado pela Academia Irajaense de Letras e Artes como
patrono do 1° Concurso Literário de Poesia realizado em 1994.
* Escola Municipal J. Carlos: Solenidade dos 33 anos de inauguração da escola que
contou com a presença dos professores, alunos pais e comunidade em geral, com
apresentação de desenhos, músicas, danças, teatro, entre outros, feitas pelos próprios
alunos.
* Escola Municipal Nun’ Alvares Pereira: Inauguração da Sala de Leitura Professor Diogo
Chagas de Sousa, ex - diretor falecido em 1996, aparelhada com televisão e vídeo para os
alunos.
* Escola Municipal Adlai Stevenson: Inauguração da Sala de Leitura "Arte de Ler" e
solenidade de aniversário da Escola feito anualmente com a participação de professores,
funcionários, alunos, pais e comunidades.
* Escola Municipal Pires e Albuquerque: Exposição de esculturas com legumes na Semana
da Alimentação Escolar em 1997, proporcionados pelos alunos e professores.
* Escola Municipal Rodrigo Octávio Filho: Projeto Semana da Alimentação, anual, iniciado
em 1996 que tem por finalidade concientizar da importância da alimentação escolar.
* Escola Municipal Rosa Bettiato Zatera: Projeto de Preservação do Meio Ambiente com
parceria da LATASA para alunos, comunidade e professores, realizado em 1993. O
principal objetivo foi mostrar aos alunos como fazer reciclagem.
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AGOSTINHO RODRIGUES
* Escola Municipal Barcelona: Trabalho fotográfico da área de Irajá coordenado pelo
professor Moisés Jordão Filho, desde 1993, que tem por finalidade ajudar o aluno a pensar
criticamente no espaço geográfico onde vive. Foram feitas algumas exposições itinerantes:
Escola Municipal Barcelona, Biblioteca Popular de Irajá João do Rio, SESI, Escola
Municipal Mato Grosso, Praça da Apresentação de Irajá, Praça Portugal, Escola Sara
Kubitschek , entre outras.
* Escola Municipal Tarsila do Amaral: Projeto Pintando com Tarsila as cores do Brasil. Um
evento que contou com pintura e esculturas, entre outras atividades de artes, inclusive com
momentos referentes a Pátria.
* Escola Municipal Gaspar Viana: Participação na "Amostra de Dança", realizada no Teatro
Carlos Gomes em 1997.
* Escola Municipal Malba Tahan: Comemoração dos vinte anos da Escola, realizada em 30
de abril de 1997. Homenagem pela atual direção a ex- diretora e aposentada professora
Leda Simões de Araújo que, durante vinte anos, esteve a frente da direção da escola como
adjunta e diretora bem como a todos professores que na escola lecionaram.
* Escola Municipal Almirante Newton Braga Faria: Realização anual da Semana da Cultura
com palestras, exposições de trabalhos, feira de ciências, peças teatrais, campeonatos
esportivos, entre outros.
* Escola Municipal Cláudio Ignácio de Oliveira: Projeto "Descobrindo a minha história pelos
caminhos da Escola". Trabalho elaborado pelos alunos. Objetivo de trazer à luz de como
surgiu a Escola com apresentação de maquetes, desenhos, retratos, entre outros. Projeto
realizado em 1996, sendo que até o mês de junho, o passado e de agosto a dezembro, o
presente.
BIOGRAFIAS
MATO GROSSO
Limita-se ao Norte com os Estados do Amazonas e Pará; ao Sul com o Estado de Goiás; a
Oeste com a República da Bolívia e Sudeste com os Estados de São Paulo e Minas Gerais. Hoje,
Mato Grosso está dividida em dois Estados: Mato Grosso do Sul, que passou a ser um novo
Estado em 10 de janeiro de 1979, Capital, Campo Grande [MS] e Mato Grosso, propriamente dito,
Capital, Cuiabá [MT].
A divisão deu-se pela Lei Complementar n° 3l de 11 de outubro de 1977 no Governo do
Exm° Sr. Presidente Ernesto Geisel.
Campo Grande - principal centro econômico do Estado de Mato Grosso do Sul,
especialmente por causa do gado. Principais Cidades: Campo Grande [capital], Curumbá,
Dourados, Três Lagoas e Ponta Porã.
Cuiabá - Capital do Estado de Mato Grosso está no coração da América do Sul. Localizada
no extremo norte das planícies do Pantanal e início das extensas chapadas do Planalto Central;
margem do rio Cuiabá, afluente do Paraguai. Principais cidades: Cuiabá [capital], Cáceres e
Rondonópolis.
Razões essenciais do desmembramento: 1°] o fato de ter o Estado de Mato Grosso uma
área demasiado grande para comportar uma administração eficaz; e 2°] a diferenciação ecológica
entre duas áreas, sendo Mato Grosso do Sul uma região de Campos, particularmente indicada
pela agricultura e a pecuária, e Mato Grosso, na entrada da Amazônia, uma região bastante
menor habitada e explorada e em grande parte coberta de florestas.
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AGOSTINHO RODRIGUES
Mato Grosso deu ao país dois Presidentes da República: Marechal Eurico Gaspar Dutra e
Dr. Jânio da Silva Quadros.
Na Academia Irajaense de Letras e Artes [AILA], fundada em 19 de junho de 1993 em
Irajá, integra ao Quadro de Correspondentes, os seguintes acadêmicos: escritor e poeta Cristóvão
Miranda Uchôa - Cuiabá[MT}, cadeira n° 38 - Quadro I, patronímica do escritor e poeta Dom
Francisco de Aquino Corrêa [MT]; escritora e poetisa Maria Helena I. de Oliveira - Dourados [MS],
cadeira n° 40 - Quadro I, patronímica do escritor e poeta Armando da Silva Carmello [MT];
escritora e poetisa Ruth Helllmann Claudino - Dourados [MS], cadeira n° 05 - Quadro II,
patronímica do escritor e poeta Weimar Gonçalves Torres [MS], escritor, poeta e procurador
federal aposentado, Dr. Renato Baéz - Porto Murtinho [MS], cadeira n° 16 - Quadro II, patronímica
do escritor e advogado, ex - Presidente da República, Dr. Jânio da Silva Quadros [MS] e a
escritora e poetisa [paraplégica desde criança], Marina de Fátima Dias de Oliveira - Campo
Grande [MS], cadeira n° 39 - Quadro II, patronímica de Wlademiro Müller do Amaral [MS],
recentemente empossada.
Fonte Consultada:
* Direção Escolar.
* Geografia Ativa - As Regiões Brasileiras de Zoraide Victorello Beltrame - Vol. 2 - l° grau - Editora
Ática S/A - 23a. edição - SP.
* Autor.
CONDE PEREIRA CARNEIRO
Ernesto Pereira Carneiro, foi Conde, jornalista e político. Brasileiro, nasceu em Jaboatão Pernambuco em 1877 e faleceu no Rio de Janeiro em 1963. Adquiriu o Jornal do Brasil em 1918 e
em 1935 criou a Rádio Jornal do Brasil. Deputado Federal de 1933 a 1937. Recebeu o título de
Conde Papal em 1919.
Fonte consultada:
* Escritor Carlos Alberto Taborda.
* Dicionário Enciclopédico Larousse Seleções - Koogn Larousse Seleções - Rio de Janeiro - 1978.
FRANCISCO SERTORIO PORTINHO
Superintendente da Limpeza Pública do Rio de Janeiro. Nasceu em 06/03/1871 no Rio Grande do
Sul e faleceu em 19/10/1925 no Rio de Janeiro.
Fonte consultada:
* Direção Escolar.
ALFREDO DE PAULA FREITAS
Professor de matemática do Rio de Janeiro. Nasceu em 08/10/1855 e faleceu em
30/05/1931. Exerceu com dedicação as atividades de professor. Fundou também um Colégio com
o seu nome onde exerceu seus ensinamentos de matemática com métodos próprios, cercado de
admiração e estima das pessoas do seu convívio.
Fonte Consultada:
* Direção Escolar.
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AGOSTINHO RODRIGUES
IRÃ
Pais da Ásia Menor. Limita-se a Este, com o Afganistão e Paquistão; a Norte, com a
República Socialista Soviética do Turkmenistão, Azerbaidjão e Armênia e com o Mar Cáspio; a
Oeste, com Iraque e a Turquia e ao Sul, com os golfos de Oman e Pérsico.
Formado por regiões desérticas e semidesérticas rochosas, amenizadas por alguns oásis e
outras esterpes. O solo contém, geralmente, alto índice de sal, que dificulta a agricultura e a
própria vida humana. Seu clima varia em razão da altitude. É predominantemente quente e seco.
Fonte consultada:
* Enciclopédia EPB Universal - Editora Pedagógica Brasileira S/A SP/SP - 1969.
RODOLFO GARCIA
Professor, jornalista, historiador, Diretor do Museu Histórico, Diretor da Biblioteca Nacional
do Rio de Janeiro. Membro acadêmico da Academia Brasileira de Letras. Ocupou em 1934 a
cadeira n° 39, patronímica do acadêmico Varnhagen, em sucessão ao acadêmico Rocha Pombo.
Nasceu em 05/05/1873 em Ceamirim/RS e faleceu em 14/11/1949 no Rio de Janeiro.
Fonte consultada:
* Direção Escolar
JOSÉ DO PATROCÍNIO
José Carlos do Patrocínio foi Jornalista, orador, publicista, político e romancista brasileiro.
Nasceu a 9 de outubro de 1853, em Campos, Estado do Rio de Janeiro, e faleceu a 29 de janeiro
de 1905, na então Capital Federal. Aos 14 anos de idade veio para o Rio de Janeiro, onde pôde
cursar o colégio Aquino. Em 1872 matriculou-se na faculdade de Medicina local, não conseguindo
completar o curso em virtude de falta de meios pecuniários. Contudo, chegou a se formar em
Farmácia, em 1874.
Iniciou sua carreira jornalística na Gazeta de Notícias. Com a morte de Ferreira de
Meneses, diretor proprietário da Gazeta da Tarde, assumiu a direção deste jornal até 1887,
quando fundou a Cidade do Rio de Janeiro. Ainda estudante dirigiu a revista mensal Os Gerrões,
de sua propriedade. Figura simbólica do movimento abolicionista e das conquistas liberais, o seu
nome ficou sempre ligado a essas duas fases da história do Brasil.
Membro fundador da Academia Brasileira de Letras, ocupou a cadeira n° 21, patronímica
de Joaquim Serra.
Fonte Consultada:
* Dicionário Internacional de Biografias - Editora Formar Ltda. São Paulo/SP.
J. CARLOS
José Carlos nasceu em 18/06/1884 no bairro de Botafogo/RJ. Caricaturista, estreou na
Imprensa Ilustrada do Rio ainda adolescente. Por brincadeira, tendo desenhado um boneco
qualquer, resolveu mandá-lo ao jornal. O desenho foi publicado, sentiu-se então encorajado a
mandar outros desenhos. Seus desenhos estão ligados a realidade de movimentos
exposicionários
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MEU IRAJÁ
AGOSTINHO RODRIGUES
J. Carlos foi um caricaturista de imaginação cujas composições , as vezes graciosas e as
vezes de uma ironia aguda, revelaram um artista sempre original e expressivo.
Fonte consultada:
* Direção Escolar.
NUN’ ALVARES PEREIRA
Herói português. Iniciou sua vida de lutas e aventuras, aos treze anos de idade,
ingressando na Cavalaria Real , onde foi feito escudeiro da rainha, Leonor Teles, casada com D.
Fernando. Cavaleiro armado, depois de 3 anos, casou-se, por imposição paterna com D. Leonor
Alvim. Em 1383, o reino português viu-se ameaçado com o casamento de D. Beatriz, filha única
dos reis portugueses, com o rei de Castela, e, com a morte de D. Fernando. Tomando partido de
D. João, o Mestre de Avis, filho bastardo de D. Pedro I e D. Inês de Castro, opôs heróica
resistência aos castelhanos, até que D. João fosse aclamado rei de Portugal. Foi nomeado pelo
novo rei, Condestável [comandante] e Mordomo - Mor do reino. Assegurou , com valentia e
desprendimento inigualáveis, as conquistas de Braga, Minho, Viana do Castelo, Guimarães, as
vitórias de Aljubarrota e Valverde, além da de Ceuta. Morreu, em 1431, humildemente em um
convento de Lisboa, depois de dividir seus bens, e renunciar aos títulos que lhe foram conferidos.
Nasceu em Bom Jardim, em 1630. O Papa Benedito XV beatificou-o em 1918.
Fonte consultada:
* Direção escolar.
* Enciclopédia EPB Universal - Editora Pedagógica Brasileira S/A - São Paulo/SP - 1969.
* Pesquisador.
PIRES E ALBUQUERQUE
Antônio Joaquim Pires de Carvalho e Albuquerque nasceu em Rio Fundo [BA] no dia 05 de
fevereiro de 1865, filho de Garcia Dias D’ávila Pires de Carvalho e Albuquerque, Deputado e
Senador Estadual da Bahia, e de Maria de Argolo Pires . Descendia de importantes famílias
tradicionais baianas, os D’ávila e os Pires de Carvalho e Albuquerque., seu avô paterno e
homônimo foi Barão e Visconde com grandeza da Torre de Garcia D’ávila, e seus tios - avós,
irmãos deste, também receberam títulos de nobreza no Império, destacando-se no período:
Joaquim Pires de Carvalho e Albuquerque, Visconde de Pirajá e Francisco Estêvão Pires de
Carvalho e Albuquerque, Barão de Jaguaribe.
Bacharel pela Faculdade de Direito de Recife em 1886, fez carreira de Promotor Público na
Bahia entre 1887 a 1890, em Salvador nas cidades de Maracás, Alagoinhas e São Francisco.
Deputado à Assembléia Constituinte baiana de 1891, teve seu mandato estendido até 1893 com a
transformação desta Assembléia em Câmara Estadual Ordinária. Reeleito em 1894, continuou
Deputado Estadual até 1896. Nomeado Juiz Federal no Estado do Rio de Janeiro em 1897, foi
removido em março de 1904 para o recém - criada 2a. Vara do então Distrito Federal. De 1913 a
1914, serviu no Tribunal Arbitral que resolveu a questão dos limites entre Minas Gerais e Espírito
Santo, e em maio de 19l7 o Presidente da República Vencesláu Brás nomeou-o Ministro do
Supremo Tribunal Federal [STF]. Faleceu no Rio de Janeiro em 03 de setembro de 1954.
Fonte Consultada:
* Biblioteca Popular de Irajá João do Rio.
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MEU IRAJÁ
AGOSTINHO RODRIGUES
RODRIGO OTÁVIO FILHO
Advogado e escritor brasileiro. Nasceu no Rio de Janeiro a 08 de dezembro de 1892.
Membro da ABL, ingressou em 1944 em sucessão ao seu pai Rodrigo Otávio na cadeira n° 35,
patronímica do acadêmico Tavares Bastos. Diplomou-se em Ciências Jurídicas e Sociais em 1914
pela Faculdade Livre de Ciências Jurídicas e Sociais do Rio de Janeiro. Formou-se também pela
Escola Superior de Guerra, tendo sido orador oficial da Turma de Estagiários de 1959. Ocupou
cargos de responsabilidades nas Associações Comerciais do País, bem como nas diversas
Comissões por ele integradas. Comendas e condecorações, ele as ganhou em número
considerável, tanto nacionais como estrangeiras. No setor da Literatura, escreveu: "A Vida
Amorosa de Liszt", "Velhos Amigos", "Figuras do Império", "Prudente de Morais", "Sofrimento e
Grandeza de um Governo", "Política e Direito Internacional", etc.
Fonte Consultada:
* Enciclopédia EPB - Editora Pedagógica Brasileira S/A - São Paulo - 1969.
ROSA BETTIATO ZATERA
Emigrante vinda da Itália. Estabeleceu-se no Rio Grande do Sul e lá começou dando aulas
aos filhos dos colonos.
Fonte consultada:
* Direção Escolar.
BARCELONA
Cidade e Capital da Província do mesmo nome e de região da Catalunha, na Espanha. O
principal centro comercial, econômico, industrial e o maior porto espanhol. Industrias,
metalúrgicas, mecânicas, de aparelhos elétricos, químicos, têxteis, de produtos alimentícios, etc.
Boas vias de comunicação. Universidade fundada no século XV. Sua fundação é atribuída ao
General Cartaganês Amilcar Barca, no século III a. C., contudo os recentes descobrimentos
arqueológicos indicam serem os gregos ou iberos, seus fundadores.
Fonte consultada:
* Enciclopédia EPB Universal - Vol. II - B. Editora Pedagógica Brasileira S/A - São Paulo/SP 1969.
TARSILA DO AMARAL
Pintora paulista nascida em 01/09/1886, em Capivari/SP e falecida em 17 de janeiro de
1973 em São Paulo. Algumas obras importantes de pintura: "Abaparu"; "Vendedor de Frutas";
"Auto - Retrato", entre outros.
Estudou em Paris. Foi uma das fundadoras do movimento modernista brasileiro na pintura. Sua
tela "Central do Brasil", foi premiada na I Bienal de São Paulo em 195l.
No Dicionário Internacional de Biografias - Editora Formar Ltda./SP., registra 1890 o ano de seu
nascimento.
Fontes consultadas.
* Direção Escolar.
* Dicionário Internacional de Biografias - Editora Formar Ltda./SP.
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MEU IRAJÁ
AGOSTINHO RODRIGUES
SEBASTIÃO LACERDA
Sebastião Eurico Gonçalves de Lacerda, político e magistrado brasileiro. Nasceu em
Vassouras - Estado do Rio em 1864 e faleceu no Rio de Janeiro em 1925. Foi Ministro da
Industria e Viação de Obras Públicas e Ministro do Supremo Tribunal Federal.
Fonte consultada:
* Escritor Carlos Alberto Taborda.
* Dicionário Enciclopédico Larousse Seleções - Koogn Larousse Seleções - Rio de Janeiro - 1978.
ADLAI STEVENSON
Político norte-americano. Trabalhou ligado a aliança para o próprio.
Fonte consultada:
* Direção Escolar.
GASPAR VIANA
Gaspar de Oliveira Viana, médico, nasceu em Belém do Pará e faleceu em 1914 aos 29
anos de idade, vítima de acidente. Mudou-se para o Rio de Janeiro com 18 anos incompletos. Foi
chamado "Marte da Ciência e Benfeitor Máximo da Humanidade", recebendo inclusive uma
medalha Cultural em 1912.
Fonte consultada:
* Direção Escolar.
MALBA TAHAN
Professor e escritor Júlio Cessar de Melo e Souza [Malba Tahan], nos seus 66 anos de
idade, esteve de retorno a Itaocara/RJ., para a reinauguração do Monumento à Matemática [196l].
Dele as palavras: "Sempre que houver oportunidade, deve o professor de matemática chamar a
atenção de seus alunos para um dos momentos mais curiosos do mundo: O Monumento de
Itaocara". O Monumento foi erguido em 1° de Julho de 1943 e teve o seu centenário comemorado
em 05/05/1995 pela Academia Itaocarense de Letras, presidida pelo Exmo. Sr. Dr. Sebastião
Kleber da Rocha Leite, também Membro Correspondente da Academia Irajaense de Letras e
Artes [AILA], ocupando a cadeira n° 28 - Quadro II, patronímica do poeta e músico Patapio Silva.
Malba Tahan, nasceu na cidade do Rio de Janeiro em 06/05/1895, mas passou toda a
infância na bucólica cidade de Queluz. Era filho de João de Deus de Melo e Souza e Carolina
Carlos de Mello e Souza. Com apoio do pai se preparou para ingressar no Colégio Militar do Rio
de Janeiro e seu irmão João Batista muito o ajudou, mais tarde se transferiu para o Colégio Pedro
II, com uma bolsa de estudos. Nessa época a idéia de Malba Tahan era se transformar em
professor primário. Já em 1913, se matriculou na Escola Politécnica, tendo concluído o curso de
Engenharia Civil. Sua grande vocação era o magistério, em cuja época já lecionava em turmas
suplementares no Externato do Colégio Pedro II. Foi professor mais de 60 anos. Teve larga
atuação na rádio e na Televisão. Autor dos contos "A Vingança do Judeu". Teve seus contos "Das
mil e uma Noites", publicados no Jornal "A Noite". Seu primeiro livro publicado : "Contos de Malba
Tahan"- 1915. Faleceu em 18/06/1974 no Recife, onde foi a convite da Secretária de Educação e
Cultura a fim de dar um curso sobre a arte de contar histórias e outro sobre papos e recreações
no ensino de matemática, no Colégio Soares Dutra. Foi surpreendido pela morte às 5h 30min no
Hotel Boa Viagem, onde se encontrava com a esposa. Morreu aos 69 anos de idade. Seu corpo
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AGOSTINHO RODRIGUES
foi transladado para o Rio de Janeiro, onde foi sepultado. Seu livro preferido era "Sombra do Arco
- Iris", em que cita mil poetas, mas o mais famoso é o "Homem que Calculava", premiado pela
Academia Brasileira de Letras [ABL], com 35 edições e traduzido para quatro idiomas. Publicou
mais de 125 livros e colaborou para dezenas de revistas e jornais. Participou de várias
associações acadêmicas literárias, conferências e palestras no Brasil e Exterior.
Fonte Consultada:
* Boletim Informativo Letras Itaocarenses [BALI], da Academia Itaocarense de Letras [AIL] março de 1991 e maio de 1995.
OLÍMPIA COUTO
Olímpia Francisca Proença do Couto, educadora brasileira, nasceu no Rio de Janeiro de
1867 e faleceu no Rio de Janeiro em 1950. Dirigiu em várias Escolas. Pertenceu ao Conselho
Superior de Instrução Pública em 1902.
Fonte consultada:
* Escritor Carlos Alberto Taborda.
* Enciclopédia Laurensse Seleções - Koogn Laurensse Seleções - Rio de Janeiro - 1978.
ALMIRANTE NEWTON BRAGA FARIA
Nasceu em 18 de março de 1921 no Rio de Janeiro. Participou da 2a. guerra mundial.
Instrutor da Escola Naval; Comandante da Escola de Aprendizes de Marinheiro de Fortaleza - CE;
Chefe da Divisão do Estado Maior da Armada e da Diretoria de Pessoal, entre outras. Faleceu em
15 de setembro de 1981.
Fonte consultada:
* Direção escolar.
CLÁUDIO IGNÁCIO DE OLIVEIRA
Nasceu em 19 de janeiro de 1909, na cidade de Camburiú, no Estado de Santa Catarina,
filho de Brasilício Ignácio de Oliveira e Maria Luiza de Oliveira, era o quinto de seis irmãos. Aos
nove anos de idade, começou a aprender o ofício de alfaiate, que abraçou como profissão. No ano
de 1934, casou-se com a Sra. Adelina Neves de Oliveira e tiveram sete filhos. Em 1935, mudouse para o Rio de Janeiro, trazendo a esposa e a filha Clea Martinha de Oliveira. Fixou residência
na rua Iandú, 244 - Vila Rangel, em Irajá. Concluiu o ginásio com 14 anos de idade, onde deixou
os estudos para auxiliar os pais nas despesas do lar. Como alfaiate, angariou a simpatia de todos
que o cercavam, por seu elevado espírito humanitário e grande senso profissional. Foi lutador
incansável pelas melhorias da Vila Rangel, fundada em 1953 a Associação Pró - Melhoramentos
da Vila Rangel, onde foi integrado a diretoria, e, extinta cinco anos após. Junto a inúmeros
companheiros e colaboradores, conseguiu asfaltamento das ruas, iluminação pública, rede de
esgotos além de prestar relevantes serviços em benefício da coletividade. Faleceu em 17 de junho
de 1962 aos 53 anos de idade, vítima de acidente vascular cerebral.
Fonte consultada:
* Direção Escolar.
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AGOSTINHO RODRIGUES
LUXEMBURGO
Cidade e capital do Grão - Ducado independente do mesmo nome, situado na Europa.
Limita-se a Oeste, com a Bélgica; Sul, com a França e a Este, com a Alemanha. Clima frio
rigoroso. Vegetação predominantemente de bosques. Possui alguns férteis vales onde se
desenvolve a agricultura que produz trigo, aveia, batatas, frutas e hortaliças. Cultivam-se também
rosas, que constituem produto de exportação. Parte de suas terras são formadas por pradarias,
onde se criam gado bovino e suíno. A principal riqueza do país é constituída pelas suas grandes
jazidas de ferro, que originaram uma importante industria siderúrgica, não obstante a escassez de
carvão, que é importado da região de Rhur, a baixo custo, devido a sua proximidade. Suas
industrias fabricam ainda, produtos químicos, cimento, industrializam tabaco, couros, etc. Cidades
principais: Esch-sur-Alzette e Diferdinge.
Fonte consultada:
* Enciclopédia EPB Universal - Editora Pedagógica Brasileira S/A - São Paulo/SP. - 1969.
PARTICULARIDADES
Na década de 30 até aproximadamente a década de 50 existia:
a] Diariamente, execução do Hino Nacional e Hino da Bandeira, na hora do hasteamento
com a presença dos alunos no pátio, devidamente uniformizados e em fila, por turma, ao
iniciar as atividades escolar.
b] Apresentações Cívicas e Artes de encerramento do ano.
c] Fornecimento de merendas para os alunos sem recursos.
d] Pelotão de Saúde, onde o aluno usava uma braçadeira branca com uma cruz vermelha,
forma indireta do exemplo de limpeza e higiene entre as classes estudantis.
e] Caderneta de Saúde expedida pela Secretaria Geral de Educação e Cultura. Constava
de dados antropométricos [ peso, estatura, expiração, elasticidade torácica, inspiração,
índice de Kampa e tipo Kretschmer]; exame clínico [estado da boca e dentes, nariz e
garganta, aparelho tegumentário, locomotor, circulatório, respiratório [pulmões] e digestivo,
visão, audição, sistema nervosos].
f] Exibição de filmes infantis educativos semanais, como as dos lendários "Gordo e o
Magro" e "Carlitos".
g] O autor, estudou na Escola Municipal Mato Grosso na década de 40. Foi membro do
"Pelotão de Saúde", da "Caixa Escolar" e "Monitor de Turma". Participou de pequenas
peças teatrais, maioria cômicas, como o "O doutor guloso" e declamações poéticas de
autores famosos, estilo patriótico.
Foto de Carteira de Saúde da década de 40 – cortesia do autor
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MEU IRAJÁ
AGOSTINHO RODRIGUES
Dr. Pedro Ernesto, Prefeito na época da
inauguração da Escola Mato Grosso em
01/3/1936.
Foto xerox da revista "La
Razon"- Argentina – 1935
Escola Mato Grosso - Atualmente a mais
antiga do bairro de Irajá - indicado pela
seta. Cortesia do Professor Moisés Jordão
Filho
MOMENTO MUSICAL E POÉTICO
O zelo, dedicação, carinho, espiritualidade, motivação e responsabilidade dos professores
de minha infância, das que até hoje procedem do mesmo modo e da formação da sobrinha Sonia
Regina como professora, ensejou ao autor da pesquisa histórica cultural, também letrista e
compositor, homenageá-las com a canção intitulada "Ao nascer de cada Escola", registrada na
Escola de Música – UFRJ, sob o n 5659 de 03/2/1984.
AO NASCER DE CADA ESCOLA
[Canção]
Agostinho Rodrigues
Rio de Janeiro/RJ
Ao nascer de cada escola,
cresce a abençoada iluminação,
lindo ver a mestra dando aula,
educando o aluno a aprender a lição.
Ela a todos em si fascina
com o seu jeito de ensinar
o verdadeiro livro da vida
desde o primórdio do soletrar
A...E...I...O...U
LÁ...LÁ...LÁ...LÁ...LÁ...LÁ...LÁ...LÁ...LÁ
A...E...I...O...U [Estribilho]
LÁ...LÁ...LÁ...LÁ...LÁ...LÁ...LÁ...LÁ...LÁ
AA...EE...II...OO...UU
AA...EE...II...OO...UU
Sempre atenta e amiga
encoraja o escolar a estudar,
asseverando com muita alegria
o mundo foi feito para amar.
Amar sem invocar a guerra,
luxúria, discórdia e o desprazer,
curtindo o saber da leitura,
ajudando a cultura florescer.
A...E...I...O...U [Estribilho]
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AGOSTINHO RODRIGUES
Observação:
* Executada em alguns eventos culturais entre os quais, na Escola Municipal Manoel Bonfim de
Del Castilho, em show realizado em 03/10/1989.
A MESTRA
Jarnete Ferreira Soares - Rio de Janeiro/RJ.
A Mestra é com razão
baluarte da harmonia,
alicerce da Nação
de muita sabedoria.
Envolta na autoridade
que emana do seu ser,
eis a Mestra na bondade
ensinando o que é o saber.
Forma alunos com firmeza
de caráter e vigor,
para um dia com certeza
ser na vida um vencedor.
No saber e na constância
numa luta triunfal,
vence toda ignorância
para o bem nacional.
ESCOLAS MUNICIPAIS DO RIO DE JANEIRO
[Agosto de 1986]
HOMENAGEM
Agostinho Rodrigues & Elion Graça de Oliveira
[musicado]
Escola Municipal
do Rio de Janeiro,
visa o aprimoramento
do estudo cultural brasileiro.
Sua vida social
é fronteira sem igual.
O azul e branco de sua bandeira,
glorifica a Nação brasileira.
Dia quatro de agosto,
você aniversaria,
cantamos com louvor,
felizes de alegria.
Instrui as crianças ao saber
a trilhar por caminho seguro,
a você querida escola,
princípio do nosso futuro.
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AGOSTINHO RODRIGUES
ESCOLAS PARTICULARES
Década de 30:
Instituto Marquês de Olinda [Matriz] - de propriedade do falecido
professor Sebastião Nascimento, fundado em 02/11/1938, sendo
transferido em 21/02/57 para a propriedade da professora e diretora, Sra.
Alzira de Almeida com o nome de Educandário Santa Bárbara. Funcionou
no sobrado do prédio que abrigava no térreo a Alfaiataria de propriedade
do Sr. José Salomão; Bar dos Baixinhos; Foto Walbila de propriedade de
Waldemar Billa Quintanilha; Sapataria Gomes e a Confeitaria dos Nobres,
área totalmente demolida na década de 60 para dar lugar ao Metrô.
Observação
1946 – Foto cortesia do Sr. Hugo Salomão[1]
[2]sobrado onde funcionou o Educandário Marquês de Olinda
Fontes consultadas:
* Professora e diretora, Sra. Alzira Almeida
* Sr. Hugo Salomão.
* Memórias.
1981 – Foto cortesia da
professora Alzira de Almeida Desfile da Parada 7 de
Setembro1981 em Irajá
EDUCANDÁRIO LUSO
Colégio Luso - fundado em 08 de julho de 1937,
mediante Lei Estadual, passando mais tarde para
Educandário Luso - l° grau.
Foto da Escola – década de 60,
vendo-se da esquerda para a
direita: professor Augusto de
Jesus Glória [1]e a professora
Luiza Caravellos de Jesus Glória
[2], fundadora e diretora, ladeados
por personalidades do local e
visitantes.
A primeira diretora foi a professora Luiza Caravellos
de Jesus Glória, homenageada pela Academia Irajaense de
Letras e Artes [AILA], com o título Conde Irajá, pelos
relevantes serviços prestados a cultura, hoje, dirigido pelos
seus filhos, professora Maria Helena C. J. d’ Ambrosio e
professor Luiz Augusto Caravellos de Jesus Gloria.
Leciona CA a 8a. série.
Realiza festa folclóricas, feira de ciência, maratonas culturais
e excursões de lazer e cultura, entre outras.
fonte consultada:
* Direção Escolar.
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MEU IRAJÁ
AGOSTINHO RODRIGUES
Palavras da professora Luiza C.J. Glória:
" O Educandário Luso foi fundado em 08 de julho de 1937 com o nome de Colégio Luso.
Por determinação do Departamento de Educação do antigo Distrito Federal, o nome foi
mais tarde substituído pelo atual: Educandário Luso.
Começou a funcionar em julho de 1937, sob a minha direção, com menos de uma centena
de alunos.
Ainda, sob a minha direção e do meu marido, professor Augusto de Jesus Glória,
permanecemos por mais de 40 anos.
Progredimos, aumentamos as instalações do Educandário e consequentemente, aumentou
o número de alunos.
Atualmente é dirigido pelos meus filhos mais antigos, mantendo a continua prestação de
serviços às crianças e adolescentes de Irajá.
Em suas salas de aula, atualmente, sentam-se os netos dos primeiros alunos, que
continuam prestigiando a escola onde estudaram e onde se prepararam para uma vida
digna, útil e feliz.
É uma honra para mim e meus filhos ver o Educandário incluído na pesquisa histórica
deste bardo escritor Agostinho Rodrigues que também, quando ainda menino, estudou
com afinco e dedicação, no Educandário".
[a] Professora Luiza C.J. Glória
Década de 40:
INSTITUTO MARQUES
Cooperativa Educacional Instituto Marques - antes, Escola Técnica do Comércio, fundada
em 31/03/4l, sob a direção do Dr. Evaldo Lisboa de Andrade, até hoje localizada na Av.
Monsenhor Félix 1004/1010. Escola possuidora do Diploma de Honra, expedido pelo SENAC 1955. Até 1986, data que passou a ser denominada Cooperativa Educacional Instituto Marques,
lecionou o curso primário, datilografia e admissão.
Diurno e noturno: Comercial Básico equiparado ao Ginasial e Técnico de Contabilidade,
equiparado ao Colegial, pela Lei n° 1821 de 12/03/1955, conforme consta no Boletim n° 16 agosto de 1955 e Boletim n° 23 - março de 1956 do IAC, cortesia do antigo morador de Irajá, Sr.
Hugo Salomão.
Já a partir de 1986, como Cooperativa, leciona o CA e JI, Primário, Supletivo V a VIII
regular, Contabilidade, Admissão, Informática, sendo Presidente da Cooperativa Educacional a
professora, Dra. Sandra Lucia Escobar dos Santos.
Fonte Consultada:
* Direção Escolar.
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AGOSTINHO RODRIGUES
INSTITUTO IRAJÁ
Instituto Irajá - estabelecimento de ensino fundado em 1945 pelo
Sr. Ernani Alves de Macedo e Senhora, professora Lucy Gianjarullo de
Macedo, já falecidos, estando como atual diretora a professora Maria
Isabel Monteiro Mileto
[Foto cortesia da direção da escola - parada cívica de 1980 em Irajá.
]
.
Na matriz, localizada a rua Oliveira Alvares n° 232, funciona o Jardim de Infância e Classe
de Alfabetização. Na filial, situada a rua Cisplatina n° 197, funciona com as turmas de 1a. a 8a.
série.
Momento Escolar: festividades juninas, folclóricas, desfiles cívicos, teatro, leituras e canto
do Hino Nacional pelos alunos e professores no hasteamento da Bandeira Nacional, entre outros.
Fonte consultada:
* Direção Escolar.
Década de 50 :
INSTITUTO PRIMAVERAS
Instituto Primaveras - seu diretor foi o professor João Silva.
Localizava-se na antiga Estrada do Quitungo, atual Padre Rose n° 1620. Instituto já
extinto.
Fonte consultada:
* Sr. Hugo Salomão.
* Memórias.
INSTITUTO SANTA TEREZINHA
Segundo a antiga moradora de Irajá Palmira de Queiroz, o
Instituto enquanto teve duração, ficou sob a direção do professor
Vanildo de Medeiros.
Funcionou na rua Marquês de Aracati, próximo a Praça da
Estação e na Av. Monsenhor Félix [ Estação ].
Ao lado, foto xerox tirada em 1952, cortesia da Sra. Palmira
Queiroz, antiga moradora do bairro, já falecida, onde se vê o seu
sobrinho Carlinhos Roberto Lopes, filho de Durval da Silva Lopes e
Tereza Brau Lopes, envergando o uniforme do extinto Instituto.
Fonte consultada:
* Sra. Palmira Queiroz
* Sr. José Lopes
* Memórias.
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AGOSTINHO RODRIGUES
EXTERNATO SANTA PHILOMENA
Externato Santa Philomena - a Paróquia de Nossa
Senhora da Apresentação de Irajá, através do
Monsenhor Luiz Pereira Machado, fundou em 1957, o
Externato, que faz parte da Ação Social da Paróquia.
[Ao lado, foto cortesia da Sra. Isaura Bonfim
Nascimento, de um grupo de alunos do Externato
quando do 1º ano de mudança do uniforme escolar,
ocasião em que o Padre Jean Kaleta, assumiu o
Externato como diretor Geral.]
Vai do CA a 4a. série primária.
Como atividades filantrópicas, realiza festas juninas, festa da primavera, desfile cívicos e
feira de ciências, entre outras.
Fonte Consultada:
* Sra. Isaura Bonfim Nascimento.
Década de 60:
INSTITUTO JESUS EUCARÍSTICO
I
nstituto Jesus Eucarístico - localizado na Praça de
Nossa Senhora da Apresentação de Irajá, também tem a
participação direta do Monsenhor Luiz Pereira Machado na sua
instituição, segundo esclarecimentos da Irmã Superiora Geral
Floriana Occhionero.
Estando a comunidade Irajaense muito carente para o
apostolado, o Monsenhor Luiz Pereira Machado, em setembro
de 1959, convidou a Congregação [ Italiana], para colaborarem
na envagelização da região. Começaram a atuar na Igreja,
estabelecendo-se efetivamente, a partir de 1960, em área
próxima a Paróquia para fins educacionais, permanecendo até
hoje.
A primeira Irmã Superiora que dirigiu o Instituto foi a
Madre Grabiela Schilardi.
Após a Irmã Superiora Floriana Occhionero, sucederamna: Irmã Superiora Edna Terezinha [1995] e Irmã Superiora
Edna Corrêa Soares, atual Irmã Superiora do Instituto.
O Instituto Jesus Eucarístico começou como Escola
Maternal e hoje inclui o Jardim de Infância até a 8a. série.
Como atividades folclóricas, realiza festas juninas, festa
da primavera, homenagem ao Dia dos Pais, atividades cívicas [
canto do Hino Nacional e do Hino da Bandeira, quando do
hasteamento], semana da cultura, anualmente realizada no
mês de outubro onde os alunos trabalham em temas para o seu
desenvolvimento em todas disciplinas.
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AGOSTINHO RODRIGUES
Foto da Irmã Superiora Edna Corrêa Soares, atual Irmã Superiora do Instituto
Fonte consultada:
* Irmã Superiora Edna Corrêa Soares
* Professor José Pires da Silva – Diretor
COLÉGIO ATLAS
O Colégio Atlas de Irajá, funciona na rua Caobi, 161. Segundo sua Diretora-Presidente,
professora Vanilda Correia de Freitas, através do Boletim Informativo Inaugural [Ano I - N°I/
Agosto de 1997], o Colégio surgiu, conforme abaixo transcrito:
"TUDO COMEÇOU ASSIM. Corria o ano de 1964, quando conheci um jovem professor de
História e Geografia. Seu nome, Professor Helvécio Elias de Freitas, filho de um pastor
Metodista, que veio transferido para pastorear a Igreja Metodista de Irajá. Conhecemo-nos
e logo começamos a namorar. Ele, sempre afirmando que, tão logo se firmasse no
emprego, iríamos nos casar. Mesmo quando namorávamos ele se mostrava preocupado
com seus alunos, falando daqueles que não estavam bem. A esses procurava ajudar,
dando aulas extras nos sábados, domingos e feriados, sempre com muita dedicação.
Quando tudo ia bem, lecionando no Colégio Meira Lima, muito querido por seu Diretor, eis
que sobreveio a enfermidade, pois sofria de epilepsia. Sofreu um desmaio em plena sala
de aula, diante da turma, que, assustada, pediu o seu afastamento, pois eram
adolescentes e seus pais assim exigiram. Com muita tristeza o Diretor o demitiu,
contrariando o seu próprio desejo.
Diante disso, pediu-me que esperássemos mais um pouco pelo casamento, porque teria
que conseguir novo emprego. Amava sua profissão mas pensou em jamais poder
novamente lecionar.
Inscreveu-se num concurso para o antigo BNH, passou e foi chamado a assumir o cargo, o
que o deixou muito feliz, pois assim pudemos nos casar.
Tendo recebido a indenização do Colégio Meira Lima, comentou comigo que por ser irmão
de professores poderia organizar um Curso. Seus olhos brilharam de alegria pela
possibilidade de voltar a lecionar. Animados, fomos procurar uma sala. Achei-a e ficava por
sobre a Biblioteca Regional de Irajá, na Av. Monsenhor Félix.
Junto com o seu irmão alugou a sala e assim, em 1966, surgia o Curso Preparatório Atlas,
hoje o nosso COLÉGIO ATLAS - IRAJÁ. Uma benção de Deus, um sonho realizado, onde
muitos alunos hoje formados são o nosso maior orgulho. Orgulho e satisfação de ter
conduzido por caminhos corretos e seguros uma infinidade de jovens, muitos deles hoje
atingindo o sucesso. Orgulho e satisfação de constatar que aquela pequena semente
numa sala da Av. Monsenhor Félix germinou e produziu belos frutos, como até hoje
produz.
Com certeza, lá na Glória de Deus, ele está orgulhoso de ver suas três filhas cuidando com
o mesmo carinho e dedicação, dando continuidade ao trabalho abençoado na Seara do
ensino.
OBRIGADO, PROFESSOR HELVÉCIO ELIAS DE FREITAS!
[a] Vanilda Correia de Freitas - Diretora - Presidente."
Cursos: pré a 4a. série e 2° Grau Técnico, Enfermagem, Contabilidade, Eletrônica, Processamento de
Dados, Sistema de Crédito, Supletivo [2 anos], l° Grau Supletivo [5a. a 8a. fase].
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AGOSTINHO RODRIGUES
Fonte consultada:
* Direção Escolar.
* JARDIM DE INFÂNCIA BONEQUINA DE TRAPO - fundada em 1966. Leciona do JI a 4a. série.
Realiza entre os alunos Feira de Ciências.
Funciona a rua São Leonardo, 335.
Fonte consultada:
* Direção Escolar.
* COLÉGIO ANA BRAL - fundado em 1967 pelo professor José Pires da Silva, hoje, diretor do
Instituto Jesus Eucarístico, com exercício até o ano de 1975, quando foi extinto.
Lecionou o Ginásio e Técnico Comercial
Localizava-se a Estrada de Água Grande n°80
Hoje, exercendo as funções de Diretor do Instituto Jesus Eucarístico.
Fonte consultada:
* Professor José Pires da Silva.
* JARDIM DE INFÂNCIA O PATINHO SABIDO [COLÉGIO SAMPAIO] - o Jardim de Infância O
Patinho Sabido [Colégio Sampaio], foi fundado no dia 02 de setembro de 1969 e sempre teve
como seu objetivo, ministrar a educação em consonância com seu Regimento Escolar.
Durante seus 28 anos de existência, a instituição mantenedora, sempre pugnou e manteve seus
trabalhos voltados para o aperfeiçoamento do aprendizado, tendo como meta principal o
enriquecimento da educação do aluno. Seu diretor é o professor Decio da Silva Sampaio.
Fonte consultada:
* Professor Decio da Silva Sampaio.
Década de 70:
* JARDIM ESCOLA TURMA DO CANARINHO - fundado em 1973 pela professora Josefá V. dos
Santos. Leciona IJ a 4a.série.
Como atividades, realiza a Feira de Ciências todos os anos no mês de outubro e participa de
desfile cívico.
Funciona a rua José Sombra, 577.
Fonte consultada:
* Direção Escolar.
* COLÉGIO PERCEPÇÃO - fundado em 1977. Leciona do CA ao 2° grau, Informática e Curso
Supletivo 2° grau em 6 meses.
Realiza Parada Cívica, Feira Cultura, englobando todas as áreas.
Este ano, a exemplo de todos os anos, comemorou com solenidade os seus 20 anos de
existência.
Funciona a rua Guiraréia, 276 - Irajá.
Fonte consultada:
* Direção Escolar.
* JARDIM ESCOLA VIVER - Fundado em 1978. Leciona Maternal até a 4a. série Realiza
teatrinho com os alunos, entre outras atividades culturais.
Funciona a Estrada Pedro Borges de Freiras, 124.
Fonte consultada:
* Direção Escolar.
167 / 197
MEU IRAJÁ
AGOSTINHO RODRIGUES
Década de 80:
JARDIM DE INFÂNCIA GIRASSOL
Fundado em 1982. Leciona o IJ. Realiza entre os alunos
apresentações comemorativas. No mesmo local funciona o
Colégio Martins Paiva , fundado em 1993. Leciona o CA a 4a.
série.
Realiza entre os alunos a Feira de Ciências, entre outras.
Funciona a Av. Monsenhor Félix, 844.
[Foto do Jardim de Infância Girasol no desfile cívico de 1989 em
Irajá, cortesia da direção.]
Fonte consultada:
Direção Escolar.
EDUCANDÁRIO SANTA TEREZINHA
Fundado em março de 1983, sob a direção da professora
Maria da Penha Barros.
Séries: Pré-Escolar, 4a. série, podendo futuramente
estender-se até a 8a. série.
Foto da visita realizada pelo
Educandárioao
Museu
Aéreo Espacial em 1996,
cortesia da direção.
Participante do desfile cívico, relativo a Sete de Setembro,
coordenado pela XIV Região Administrativa.
Entre seus alunos, realiza festival de teatro, festival de
poesia, feira de ciências e matemática.
Fonte consultada:
* Direção Escolar
JARDIM DE INFÂNCIA ESTRELINHA AZUL
Fundado em 1983 pela professora e ex-diretora fundadora,
Beatriz Zambzisckis, falecida em 1996, cujos restos mortais,
repousam no Cemitério de Irajá.
Como atividades, realiza
bandinha de música, entre outras.
festividades
comemorativas,
[Foto festa junina - cortesia da direção.]
Fonte consultada:
* Direção Escolar.
168 / 197
MEU IRAJÁ
AGOSTINHO RODRIGUES
SENAC - CFP/2
Entidade sem fins lucrativos, construída pelo SENAC/ARRJ em terreno cedido pela
Prefeitura do Município do Rio de Janeiro na gestão do Dr. Marcello Nunes de Alencar e
inaugurado no dia 15 de fevereiro de 1993 pelo então ex - Prefeito, Exm° Sr. César Maia, sendo
seu atual diretor, o Professor Sr. Sebastião Conceição dos Prazeres.
Local: Rua Emiliano Felipe, 173 - Telefone: 371-8852.
No SENAC, funciona a Escola Técnica de Comércio João Daudt de Oliveira, lecionando a
1a. Série do 2°grau, compreendendo: Técnico de Contabilidade e Técnico de Administração,
dependendo da escolha do aluno.
Como Cursos Profissionalizantes, mantém entre outros: Massagem, Auxiliar de
Enfermagem, Atendente de Lanchonete, Lancheiro, Artesanato, Cabeleireiro . Informática,
Datilografia, Auxiliar de Escritório e Contabilidade Informatizada.
Fonte consultada:
Secretaria Escolar.
PARTICULARIDADES
No passado e até hoje, atuantes, dois Colégios atenderam a demanda do ensino particular
na comunidade Irajaense, localizados em Vaz Lobo, foram: Ginásio Manoel Machado e o Colégio
Republicano.
GINÁSIO MANOEL MACHADO / COLÉGIO CRISTO REI
Década de 30, denominado Colégio Ostoft, passando posteriormente na mesma década
para Ginásio Manoel Machado. Seu diretor foi o professor Aristides Pinto, casado com a Sra.
Carolina Machado [Família Machado], irmã do ex - Intendente Manoel Luís Machado.
Em 1944 intensificou as paradas escolares, principalmente através do referido Colégio,
não só nos estádios de futebol, como do Clube de Regatas Vasco da Gama e do Madureira
Atlético Clube.
O Colégio , já extinto, localizava-se na antiga Marechal Rangel n°s 881/889, hoje Av.
Ministro Edgar Romero.
Após a extinção do Colégio Manoel Machado, surgiu o Colégio Cristo Rei, também já
extinto, dirigido pelo professor João Jaime.
Fonte consultada:
* Rio Ilustrado - 1937, cortesia da Sra. Norma Zangrando Pereira.
* Professora Alzira Almeida.
* Memórias.
COLÉGIO REPUBLICANO
Fundado na década de 30. Leciona o 1° e o 2° grau. Realiza Feira de Ciências, Olimpíadas
e SEMARTE [Semana da Arte].
Fonte consultada:
* Direção Escolar.
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MEU IRAJÁ
AGOSTINHO RODRIGUES
EXPLICADOR [A]
Na década de 20, o ensino com aulas particulares, era encarado com firmeza pelos que
ensinavam e com seriedade pelos alunos. alguns explicadores [as], lecionavam na própria
residência e outros na dos alunos. A amizade era como uma verdadeira família onde o respeito e
o interesse de ambas as partes, aprimoravam o ensino do bom, médio e fraco discípulo.
Como exemplo, tivemos a professora HELENA SOBRAL NUNES, nascida em 1910 no
bairro de Madureira que com 18 anos de idade, casou-se com o sargento de exército João Aragão
Nunes, vindo residir em Irajá- rua Marquês de Aracati, onde funcionou o Jardim de Infância
"Cabelinho de Ouro, hoje, prédio residencial, esquina com a rua Visconde de Maceió. Possuidora
de habilidades culturais, motivada internamente pela vontade de dar de si ao ensino e pela sua
formação de professora, lecionou aulas de datilografia, confecção de flores, crochê, pintura, piano
e aulas elementares de português e matemática.
Na década de 40, mudou-se para a rua Barão do Cerro Largo, sem deixar de dar
continuidade a sua vocação de professora. Viajante do bondinho de atração animal, Dona Helena,
como era chamada na intimidade pelos seus amigos, vizinhos e alunos, gozava de uma afeiçoada
amizade sem par. Quando aniversariava, não faltava o bolo, o ramalhete de rosas e nem o
tradicional "Parabéns prá você", de seus alunos.
Faleceu em 06 de abril de 1982, aos 72 anos de idade, estando os seus restos mortais no
Cemitério de Irajá. A professorinha, transportou-me ao tempo de criança, fluindo no meu eu, um
toque puro e sincero de sublime homenagem eterna e poética.
PROFESSORA
Agostinho Rodrigues
Homenagem "in memoriam" a Professora Helena Sobral Neves
Tempo não muito distante
veio residir em Iraja
uma singela professorinha
com vontade de ensinar:
crochê, pintura, flores,
datilografia e piano,
foram atividades entre outras
de um saber evolucionante.
Gozava de simpatia
de afabilidade sem par,
HELENA SOBRAL NUNES
à todos soube cativar.
Agora só resta a lembrança,
partiu aos 72 anos de idade.
Descanse em paz professorinha
com as rosas da eternidade.
Fonte consultada:
* Sra. Geny Sobral [filha].
170 / 197
MEU IRAJÁ
15
AGOSTINHO RODRIGUES
AILA
ACADEMIA IRAJAENSE DE LETRAS E ARTES
ORAÇÃO ACADÊMICA
Autora: Acadêmica Jarnete Ferreira Soares
Deus Pai Onipotente
que retém a sabedoria de todas as coisas,
fonte inesgotável do saber universal,
rogamos benevolência para sermos iluminados
com uma pequeníssima parcela da chama divina,
oriunda de Vossa infinita sabedoria
para que este Sodalício
seja no momento essência pura
numa consciência muito mais elevada.
Com humildade e responsabilidade,
possamos participar de modo real e efetivo
na elevação das letras e das artes em geral.
Que nossa visão seja também
de realidade sobre a justiça e a verdade
e que saibamos discernir
dentro de nossas limitações
qual o melhor método de servir
e propagar a cultura nacional.
Assim seja!
D. MANOEL DE MONTE RODRIGUES DE ARAÚJO
CONDE DE IRAJÁ
PATRONO
D. Manoel de Monte Rodrigues de Araújo [Conde de Irajá], sábio e
criterioso prelado, nasceu em Pernambuco em 17 de março de 1976, conforme
registra os apontamentos "Galeria Nacional – Vultos proeminentes da História
Brasileira"- editado pelo Jornal do Brasil/RJ em 1931 e no Dicionário Prático
Ilustrado, Jayme de Séguier – 1931 – 3a. edição – Porto.
Obs. O periódico Rio Ilustrado – 1937, registra a data de nascimento do Conde de
Irajá em 17 de março de 1798, sendo filho de João Rodrigues de Araújo e D.
Catarina Ferreira de Araújo.
Como presbítero secular, ocupou a cadeira de Teologia durante 17 anos no seminário de
Olinda. Em 1837, foi eleito Deputado Geral pela sua província e Bispo no Rio de Janeiro em 1839.
Como Bispo do Rio de Janeiro, sagrou e coroou D. Pedro II e deu benção nupcial a D. Pedro II e
D. Tereza Cristina e batizou os filhos desses soberanos.
Foi, na frase de Raposo de Almeida "uma tríplice glória para a Igreja, para o Brasil e para
as letras.
Foi prelado assistente do Pólio Pontifício e capelão – mor. Membro do Conselho do
Imperador, da Academia de Ciências e Artes de Roma, da Sociedade dos Antiquários do Norte,
do Instituto Histórico do Rio de Janeiro e da Bahia e dignitário de diversas ordens.
Escreveu um Compêndio de Teologia Moral, Elementos de Direito Eclesiástico e diversas
cartas pastorais e mandamentos.
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MEU IRAJÁ
AGOSTINHO RODRIGUES
Conde de Irajá faleceu no Rio de Janeiro a 11 de junho de 1863, dia e mês que mais tarde
seria considerado "Dia do Marinheiro", em homenagem ao marinheiro Marcilio Dias, que morreu
bravamente envolto pela Bandeira Nacional na Batalha Naval do Riachuelo, em 11 de junho de
1865.
O Conde de Irajá foi juiz e grande benfeitor de Irajá. Todos os estimavam, inclusive os
próprios escravos da Fazenda Irajá. A ele eram rendidas homenagens e obediências por ser
merecedor, conforme depoimento de Otacilio Jacinto de Oliveira ao Rio Ilustrado – 1937, aos 67
anos de idade.
O Colégio de Imaculada Conceição que pertence à Associação de São Vicente de Paula,
foi fundado pelo Bispo Conde de Irajá, em 19 de junho de 1854 – dia e mês do aniversário do
autor e da fundação da AILA. Nono [9º Bispo do Rio de Janeiro].
FUNDAÇÃO
A Academia Israjaense de Letras e Artes [AILA], de Utilidade Pública Municipal, Lei Nº
2596 de 03/12/1997, proposição do médico Vereador da Câmara Municipal do Rio de Janeiro,
Exmo. Dr. Aloísio Freitas, foi fundada em 19 de junho de 1993. É uma sociedade civil e cultural,
sem fins lucrativos, de duração ilimitada, tendo por objetivo principal, difundir a cultura das letras e
das artes em geral no Brasil.
A AILA é constituída basicamente de um [1] quadro de quarenta [40] membros efetivos e
vitalícios, brasileiros, sem distinção de sexo, cor, credo político ou religioso. Mantém igualmente
os seguintes quadros: a] Correspondentes – {Quadro I e II], destinado as personalidades culturais
do Município do Rio de Janeiro, Estados do Brasil e Exterior, já completos; b] Benemérito –
pessoa ou entidades que patrocinem a concessão de prêmios literários, ofereçam donativos de
alta valia ou colaborem de forma relevante para que a entidade alcance os seus reais objetivos; c]
Honorários – personalidades designadas para tal fim pelos títulos ou relevantes serviços à
instituição, respeitadas as condições previstas nas letras e nas artes.
Mantém um Quadro de Aspirante Acadêmico, composto de 25 cadeiras destinadas aos
jovens de 18 a 21 anos, interessados a desenvolver suas potencialidades culturais acadêmicas.
Atualmente possui um Conselho Consultivo, formado pelo Presidente e Vice - Presidente
de Honra e os ex - Presidentes e Vice - Presidentes Administrativos, com mais de quatro [4] anos
de gestão.
A AILA é administrada por uma diretoria composta de :
a] Presidente
b] Vice - Presidente
c] Secretário
d] Tesoureiro
e] Adjunto Cultural
f] Assistente Jurídico
A administração é fiscalizada financeiramente pelo Conselho Fiscal [CF] que é composta
de :
a] Presidente
b] 1º Vogal
c] 2º Vogal
A AILA no aspecto significativo de Honra, possui:
a] Presidente de Honra
b] Vice- Presidente de Honra.
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MEU IRAJÁ
AGOSTINHO RODRIGUES
OUTORGA
- Diploma de Acadêmicos, Efetivos, Correspondentes, Beneméritos e Honorários –
conferido na conformidade das disposições estatutárias e regimentais.
- Diploma Conde de Irajá – conferido as pessoas físicas e jurídicas pelos relevantes
serviços prestados a educação e a cultura nacional.
- Diploma Magnífico Divulgador – conferido as pessoas físicas e jurídicas em atenção ao
merecimento literário e artístico que venham proporcionar a Academia por meios próprios de
divulgação escrita, falada e/ou televisionada, sem fins lucrativos.
- Reconhecimento – Confraternização da AILA – concedido as pessoas físicas e jurídicas
pela amizade e incentivo dedicado a AILA.
REUNIÕES
A AILA se reúne todas às segundas quarta – feira do mês de março, abril, maio, junho,
agosto, setembro, outubro, novembro e dezembro e as solenidades de aniversário e posses
acadêmicas, no segundo sábado do mês de junho e dezembro , no auditório da Biblioteca Popular
de Irajá, João do Rio.
SEDE
A AILA possui uma sala, funcionando como sede provisória, na Biblioteca Popular de Irajá,
João do Rio, graciosamente concedido pela direção municipal, vindo desde sua fundação se
empenhando em conseguir sua sede definitiva, através do projeto "Aquisição da Sede Própria,
com abertura de uma conta de nº 6684473-0 [ poupança] – Agência 1698-5 – Bradesco – Irajá,
sistema de doação voluntária.
COMPROMISSO DE POSSE
Ato solene de civismo e de elevada importância acadêmica. O promitente acadêmico lê,
em voz alta, no momento da posse, o compromisso de dedicar-se a AILA, dentro dos princípios
que regem os Estatutos da Entidade.
Hei-la: "Na qualidade de Membro da Academia Irajaense de Letras e Artes, prometo
dedicar-me a cultura com a finalidade de sua difusão, em cumprimento as princípios que regem o
Estatuto da Entidade."
BANDEIRA
A Bandeira da AILA de medida padrão é dividida ao meio no sentido vertical. Do lado
esquerdo, cor vermelho e do lado direito, pela cor branca, cores tradicionais usadas na região. Ao
centro, o logotipo que também é sua insígnia.
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MEU IRAJÁ
AGOSTINHO RODRIGUES
INSÍGNIA E LOGOTIPO
A insígnia, que é também o seu logotipo, é composta da seguinte
forma:
a] dois ramos de louro, cor verde, em forma de círculo,
representando a sabedoria em geral.
b] dois círculos circunscritos, em vermelho, cor tradicional do bairro
de Irajá, com o nome da Academia Irajaense de Letras e Artes.
c] no centro dos dois círculos circunscritos, uma paisagem contendo
a cana de açúcar, a engrenagem representando o engenho, a clave
de sol a música, pena as letras, o pincel as artes e o rio, o rio Irajá.
EX LIBRIS
Formato quadrangular, medindo 4 x 4 cm, constando do lado
esquerdo uma coluna, estilo compósito, composta do entablam [cornija,
friso, architrave e capitel] e parte do fuste, ostentando do lado esquerdo,
três frisos verticais e no centro a insígnia da Academia, forma
representativa da solidez de como eram erguidas as fazendas e engenhos
da época. No lado direito, um friso superior e inferior horizontal
ornamentário. Intercalado pela sigla do Sodalício; desenho de uma abelha,
que representa o símbolo da produção da cana de açúcar e
respectivamente a produção do mel, largamente explorada no século XVII
até os primórdios do século XX, marco maior de Irajá; a expressão "Irajá",
designação nominal do lugar do qual a AILA tem suas raízes plantadas e a
expressão "Ex Líbris", que representa a direção tomada pela história do
bairro de Irajá.
HINO DA ACADEMIA IRAJAENSE DE LETRAS E ARTES
Letra e música de Agostinho Rodrigues
Com altivez elevamos à mente
o desejo de bem te servir,
exaltamos o teu nome contente,
deslumbrando o teu porvir.
Teus patronos são glórias latentes
que ecoam a instruir,
PARTITURA
Academia Irajaense ]
de Letras e Artes ] BIS
és imortal e varonil ]
Congregando cultivos brios
com inspirada abnegação,
floras na cultura anseios
de suprema perfeição.
Filha do Rio de Janeiro,
Irajá é o teu rincão,
Academia Irajaense ]
de Letras e Artes ] BIS
és imortal e varonil ]
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MEU IRAJÁ
AGOSTINHO RODRIGUES
JOGRAL OFICIAL À AILA
Dísticos da Acadêmica JARNETE FERREIRA SOARES e do Acadêmico
VARLÔ ÔLO DE OLIVEIRA
Refrão: Acadêmico [falecido] JORGE PAES LEME
Acadêmico A: QUER BISPO, QUER CONDE – ARAÚJO LIMA
– PATRONO É DA AILA E SEU NOME NOS DÁ. [VARLÔ]
RUMO AO INFINITO,
ECOA NO AR UM CLAMOROSO GRITO. [JARNETE]
Refrão: .......... ANOS DE AILA [JORGE]
Acadêmico B: O GRITO É DO POVO, DO POVO É A PRAÇA!
NO BAIRRO DÁ O CULTIVO DA ARTE E DA GRAÇA! [VARLÔ]
SONHO DE MUITA CLARIDADE,
HOJE TRANSFORMADO EM REALIDADE! [JARNETE]
Refrão: .......... ANOS DE AILA [JORGE]
Acadêmico C: SONHAR É PRECISO! MAIS ALTO SE ALCANÇA!
NO SONHO É QUE VEMOS LUZIR A ESPERANÇA! [VARLÔ]
GALGANDO O AZUL DO FIRMAMENTO,
NUM CORCEL QUE É O PRÓPRIO VENTO. [JARNETE]
Refrão: .......... ANOS DE AILA [JORGE]
Acadêmico D: CRUZEIRO DO SUL, FULGURANTE NO ANIL,
BRILHANDO NO "RIO"E EM TODO O BRASIL! [ VARLÔ]
ERGUENDO NUVEM DE POEIRA DOURADA,
ILUMINANDO DE IRAJÁ A ESTRADA. [JARNETE]
Refrão: .......... ANOS DE AILA [JORGE]
Acadêmico E: DIVULGA A CULTURA NO BAIRRO, DA GENTE...
DA GENTE QUE FAZ E QUE PENSA E QUE SENTE... [VARLÔ]
CULTIVA AS LETRAS E AS ARTES EM GERAL,
ELEVANDO O SABER NACIONAL. [JARNETE]
Refrão: .......... ANOS DE AILA [JORGE]
Acadêmico F: MANTENDO CONTATO CO’ARCÁDIAS IRMÃS,
EM TODOS O PAÍS, DÁ MAIS COR ÀS MANHÃS. [VARLÔ]
DA AILA O DESTINO SUPREMO É A GLÓRIA,
FICANDO O SEU NOME REGISTRADO NA HISTÓRIA. [JARNETE]
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AGOSTINHO RODRIGUES
Refrão: .......... ANOS DE AILA [JORGE]
VONTADE DE VENCER
Agostinho Rodrigues
FUNDADOR
1995/2000
[atualizada]
Flui na espiritualidade Maratona de alegria
energia no entender de sonho e realidade
pois há força de vontade feliz sem demagogia,
na vontade de vencer. gostosa felicidade.
Essa idéia perdurou Te saúdo digna AILA,
por sete anos a fio, como soberano prazer
fé incentivou da tua estrela se fala
que eu vencesse o desafio. que nunca há de morrer.
Mês seis da sabedoria Breve será outro dia
um pedestal se fincou e sempre hás de crescer
com coragem e energia e no nosso dia – a – dia
ele solidificou. tens um nome a florescer.
Eu falo da Academia Parabéns na honraria,
que no bairro fiz nascer, sei que irás sempre exaltar
Irajaense sorria, com grande sabedoria triunfal
é o saber. o povo do teu lugar.
FUNDAÇÃO DA AILA
19 DE JUNHO DE 1993
1º Corpo Acadêmico da AILA – posse coletiva em 1993 da esquerda para a direita – de pé:
Waldecy Paulo Pereira, Anselmo Rodrigues dos Santos, Rosah Rosa, Jorge Pinheiro Paes Leme
[+] , Maria Izabel de Souza Lima, Alberto Martins, Abílio Nunes Gigante, Jorge Alberto Souza e
Rosevel Pereira. Sentados: Aracy Ferreira Soares, Anadyr Miranda Medrado Dias, Agostinho
Rodrigues [Presidente], Galdina Britto de Abreu [na qualidade de Vice - Presidente de Honra, hoje
Presidente, com o falecimento do seu esposo Modesto Dias de Abreu, então Presidente de
Honra], Jarnete Ferreira Soares [Vice - Presidente] e Etina Guedes Antolin.
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AGOSTINHO RODRIGUES
Primeira Diretoria da AILA – da esquerda para a direita: Jorge Pinheiro Paes Leme [Mestre
Cerimonial]; Alberto Martins [Assistente Jurídico], Maria Izabel de Souza Lima [Secretária],
Agostinho Rodrigues [Presidente], Galdina Britto de Abreu [atual Presidente de Honra], Jarnete
Ferreira Soares [Vice-Presidente], Etina Guedes Antolin [Adjunto Cultural] que até a presente, vem
coordenando as solenidades culturais do Sodalício com determinação, dedicação e eficiência e
Jorge Alberto Souza [Tesoureiro].
1º Conselho Fiscal da AILA: esquerda para direita: Presidente da AILA Agostinho Rodrigues, 1º
Vogal Waldecy Paulo Pereira, Presidente do Conselho Fiscal Anselmo Rodrigues dos Santos, 2º
Vogal Rosevel Rodrigues Pereira e a Vice - Presidente da AILA Jarnete Ferreira Soares.
DR. ALOÍSIO FREITAS
Acadêmico Benemérito. Um marco importante na fundação AILA.
Na sua gestão de Administrador da XIVa., proporcionou à
Academia Irajaense de Letras e Artes o incentivo, participando
diretamente da sua fundação
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MEU IRAJÁ
AGOSTINHO RODRIGUES
Foto da solenidade do aniversário da Academia Irajaense de Letras e Artes AILA. Da
esquerda para a direita: Acadêmico [falecido] Jorge Pinheiro Paes leme, na época Mestre
Cerimonial, Exmo. Magistrado, Dr. Liborni Siqueira, Jornalista Acadêmico Florestan Japiassú
Maia, Vice-Presidente da AILA, Escritora e Poetisa Acadêmica Jarnete Ferreira Soares,
Presidente da AILA, Escritor, Poeta e Bacharel em Direito Acadêmico Agostinho Rodrigues, O 1º
Presidente de Honra [falecido] Professor e Jornalista Acadêmico Modesto Dias de Abreu,
fundador da Academia de Letras do Estado do Rio de Janeiro [ACLER] e Academia Brasileira de
Jornalismo [ABJ] e a 1a. Vice-Presidente de Honra, Professora e Jornalista Galdina Britto de
Abreu, atual Presidente de Honra e Membro do Conselho Consultivo.
HOMENAGEM AO EX-PRIMEIRO PRESIDENTE DE HONRA DA AILA, PROFESSOR E
JORNALISTA ACADÊMICO MODESTO DE ABREU
Agostinho Rodrigues
"O VERDADEIRO IDEAL
Em tempo não muito distante, deixava-nos o professor e jornalista MODESTO DE ABREU,
fundador da Academia de Letras do Estado do Rio de Janeiro e da Academia Brasileira de
Jornalismo.
Fácil ficaria encerrar aqui as homenagens sobre a sabedoria e reconhecimento mas se
tratando da pessoa do professor MODESTO, seria pouco porque o legado que ele deixou,
encontra-se vivo no coração de seus parentes, amigos, confrades e confreiras, tanto assim que a
cada aniversário de ambos Sodalícios, sua memória é relembrada.
Modesto de Abreu tu eras
precursor sensacional
e transformaste as quimeras
em verdadeiro ideal.
Isso fica claro porque assim foi desejado. É como olharmos o firmamento e ficarmos a
observar as estrelas luzentes e derramar reflexos de luz que com sua força suprema vem alcançar
a terra e iluminar os olhares de seus admiradores.
Espiritualmente, cremos estar ele em uma dessas estrelas... talvez na estrela da cultura ao
lado de tantos outros a sorrir de alegria porque todos os poetas, escritores e trovadores, lançam
ao ar a canção da sabedoria.
Por que preocupar-se?!... Para que tristeza?!... Ao contrário, temos que ficar felizes, pois
mesmo na passagem para outra vida, sempre haverá um novo porvir."
:
* Publicado no Anuário da ACLERJ EM 1998.
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MEU IRAJÁ
AGOSTINHO RODRIGUES
Atual Vice-Presidente de Honra da AILA e Membro do Conselho Consultivo, Advogado,
Jornalista e Radialista Acadêmico Gerdal Renner dos Santos, ladeado da ex - Vice Presidente
Acadêmica Jarnete Ferreira Soares, atual Membro do Conselho Consultivo e do ex - Presidente
Acadêmico Agostinho Rodrigues, atual Membro do Conselho Consultivo.
Posse Acadêmica 1994 – esquerda para direita – de pé: Acadêmico Correspondente Dr.
Gaitano Laertes Pereira Antonaccio , do Estado de Amazonas - Manaus, presente a sua posse e o
Mestre Cerimonial [falecido], Acadêmico Jorge Pinheiro Paes Leme; sentados: Magistrado, Dr.
Liborni Siqueira, Jornalista Florestan Japiassú Maia, Vice – Presidente da AILA, Acadêmica
Jarnete Ferreira Soares, Presidente da AILA, Agostinho Rodrigues, Professor , Jornalista e
Acadêmico Presidente de Honra da AILA [falecido] Modesto de Abreu; e a Professora, Jornalista e
Acadêmica, na época Vice – Presidente de Honra, atual Presidente de Honra. Auditório da
Biblioteca Popular de Irajá, João do Rio.
1964 – Participação Especial do convidado Acadêmico
João Prado – exímio poeta e declamador -Apresentação
na "Hora de Arte"- no auditório da Biblioteca Popular de
Irajá, João do Rio.
3º aniversário da AILA – 1996 – esquerda para direita de pé : Waldecy Paulo Pereira; Varlô
Ôlo de Oliveira, Agostinho Rodrigues, Jorge Alberto Souza e Alberto Martins; sentadas: Aracy
Ferreira Soares, Rosah Rosa, Jarnete Ferreira Soares, Etina Guedes Antolin, Messody Ramiro
Benoliel e Maria Izabel de Souza Lima. Auditório da Biblioteca Popular, João do Rio.
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MEU IRAJÁ
AGOSTINHO RODRIGUES
Nina Tubino no dia de sua posse, ladeada da Acadêmica Vice-Presidente Jarnete Ferreira
Soares e do Acadêmico Presidente Agostinho Rodrigues.
Foto na solenidade de posse dos Acadêmicos Correspondentes em 1995, no auditório da
Biblioteca Popular de Irajá, João do Rio. Da esquerda para a direita: A Vice - Presidente Jarnete
Ferreira Soares, Magistrado Liborni Siqueira, Presidente Agostinho Rodrigues, e os empossados:
Acadêmica Correspondente Maria Aparecida de Mello Calandra - Mogi das Cruzes [SP];
Acadêmica Correspondente Célia Regina dos Anjos - Jardim São Paulo [SP] e o Acadêmico
Correspondente Gaitano L. Pereira Antonáccio - Manáus [AM].
Fotos de Exmos. Acadêmicos Correspondentes que
compareceram a solenidade e respectivas posses na
AILA: Acadêmico Correspondente Raimundo Clímaco
Barroso [+] - Vargem Grande [MA], o Acadêmico
Correspondente Humberto Del Maestro - Vitória [ES] e
a Acadêmica Cheila de Araujo Stumpf - Santa Cruz do
Sul [RS].
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MEU IRAJÁ
AGOSTINHO RODRIGUES
HOMENAGEM ESPECIAL
Acadêmica Correspondente nº 1 - Quadro I e Benemérita
Leiney Pereira Dorneles
No início da preparação de Fundação da AILA, quando um
dos fatores preponderantes era o meio aquisitivo, a Exma.
Acadêmica, colaborou com a doação da Bandeira Nacional e
espontaneamente com contribuição financeira, no complemento
de aquisições dos medalhões da AILA.
1º Concurso de Poesias da AILA – 1964, em homenagem ao Professor Albor E. Artese
[falecido], que por muitos anos foi diretor da Escola Municipal José do Patrocínio. Na foto, alunos
de Escolas Públicas e da Comunidade local que participaram do evento e foram devidamente
premiados, ladeados pela filha e esposa do homenageado. Auditório da Biblioteca Popular de
Irajá, João do Rio.
Concurso de Poesia e Trovas "Conde de Irajá "de 1998. Na foto participantes premiados
do Rio de Janeiro, São Paulo., Minas Gerais, Magé, Volta Redonda, Niterói, entre outros.
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MEU IRAJÁ
AGOSTINHO RODRIGUES
Da esquerda para a direita: Acadêmica Jarnete
Ferreiras Soares, Acadêmica Correspondente Maria
Aparecida de Mello Calandra, Acadêmica Rosah Rosa,
Acadêmica Correspondente Lucy Gorayeb Mourão,
Acadêmico Correspondente Areoaldo de Paula, Acadêmica
Correspondente Nina Tubino e o seu esposo, Dr. Luiz
Rangel, hoje, falecido, Agachado: Acadêmico Agostinho
Rodrigues. Todos Membros da Academia Irajaense de
Letras e Artes [AILA], quando do recebimento em 05 de
julho de 1996, em Brasília/DF, do "Colar do Mérito Cultural
da Revista Brasília – 20 anos a serviço da cultura."
2º PRESIDENTE DA AILA
Escritor e Poeta JOÃO ANDRADE DO AMARAL
Na foto, o Entusiasta, dinâmico e determinado Escritor
Poeta e Compositor Acadêmico João Andrade Amaral, ao
assumir Presidência da AILA em junho de 1999, demonstrando
acima de tudo, em viva voz, sua dedicação ao Sodalício.
Depois de reeleito para o período de junho de 2001 a
junho de 2003, tendo na qualidade de Vice-Presidente, o Exmo.
Acadêmico JURANIR ROSSATI MACHADO, o Exmo. Sr.
Presidente JOÃO ANDRADE DO AMARAL, quando da tertúlia do
10º aniversário do Sodalício, realizado no dia 21, às 14hs., no
auditório da Biblioteca Popular de Irajá - João do Rio, passou a
Presidência da AILA, ao Exmo. Acadêmico JORGE ALBERTO
SOUZA, tendo na qualidade de Vice-Presidente o Exmo.
Acadêmico ARGEU SEBASTIÃO MOTTA., para o biênio junho
de 2003 a junho de 2005.
A tertúlia revestiu-se de alto gabarito, com a presença de
inúmeras personalidades ligadas a cultura Nacional.
3º PRESIDENTE DA AILA
JORGE ALBERTO SOUZA
ACADÊMICO PRESIDENTE
Eleito Presidente para o biênio junho de
2003 a junho de 2005, tendo na qualidade de
Vice-Presidente o Exmo. Acadêmico Argeu
Sebastião Motta.
Posse realizada no dia 21 de junho de
2003, no auditório da Biblioteca Popular de Irajá
– João do Rio.
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MEU IRAJÁ
AGOSTINHO RODRIGUES
16
ARTES & LETRAS & LAZER
Benfazejo cultivar
é cultura evolutiva
tem elegante ativar
e sabedoria ativa. "
Agostinho Rodrigues
Rio de Janeiro/RJ.
A ARTE É CULTURA
A arte, constitui-se em uma imensa quantidade e qualidade de preceitos que regulam sua
aplicação. É talento, faculdade, habilidade, destreza, entre outros atributos.
A arte nem sempre é pecuniária. Nela falam mais alto o desprendimento da liberdade
espiritual, o respeito a natureza, ao amor e principalmente a dedicação pelo que faz ou realiza.
Em todos recantos, a arte se faz presente e assim sendo, o bairro de Irajá com seus
principiantes, amadores e profissionais, em toda faixa etária, faz parte deste todo.
Eis alguns de seus representantes:
MARÇAL RANGEL FERNANDES
Tenor de viva expressão da técnica musical. Atuou no final da década de 10 no Teatro
Municipal, demonstrando talento e dedicação.
Cego e diabético, faleceu na década de 80.
Residiu na rua Pereira de Araújo nº 37.
Fonte consultada:
* Sr. Álvaro de Andrade e Silva [1992]
LUPERCE MIRANDA
MENSAGEM POST MORTEM A LUPERCE MIRANDA
Luperce
Miranda em
1977 aos 73
anos de idade
Meus olhos de menino, tão pequenino, não te distinguiram.
Minha mente infantil, vivida ainda em sonhos e fantasias, não
capturaram sua imagem de célebre homem das letras e artes.
Tão perto estivemos mas mantivemo-nos separados. Só agora,
espiritualmente, flui a aproximação, dando-me a oportunidade de
admirar e conhecer seus feitos.
Agostinho Rodrigues
Foto cortesia do Sr. Edison Bezerra de Miranda [filho].
Vocabulário:1. Bandolim: Espécie de viola com quatro cordas duplas, com tampo de
pau abaulado, que se toca com ponteiro ou palheta.
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MEU IRAJÁ
AGOSTINHO RODRIGUES
ZULEIKA LUIZ DA SILVA e WILTON LUIZ DA SILVA
Dois irmãos que se dedicaram ao mundo artístico do teatro e da música.
Residentes na rua Marquês de Queluz até hoje, relembram o passado com muito orgulho.
Juntos, Zuleika com nove anos e Wilton com onze, já desempenhavam as citadas artes.
Zuleika foi cantora, inclusive do Programa Infantil do Guri da Rádio Tupi [PRG-3 – 234, 4
metros – 1280 quilociclos], localizada na Av. Venezuela 43 – 5º andar e Rádio Guanabara,
Programa Roberto Manes [ PRC-8 – 202, 2 metros – 1360 quilociclos – Edifício Darke].
Ambos brilharam no teatro infantil da Tia Chiquinha, programa de Olavo de Barros,
independentemente das atividades individuais que eles desempenhavam como atriz e ator –
[1937/1944].
Fonte consultada:
* Sra. Zuleika Luiz Silva.
DOLORES DURAN
Compositora. expressiva intérprete da música popular, AILEIA
SILVA DA ROCHA [DOLORES DURAN], residiu em Irajá. Foi uma figura
constante em rádio, televisão, boates e discos, nos seus oito anos de
vida artística.
Começou a compor em 1950. Fez parcerias importantes que
resultaram em grandes sucessos, como Carlos Jobim e "Se Eu Tiver",
"Pelas Ruas", com José Ribamar.
Foto extraída da
Revista do Rádio –
1956
Entre outras composições de êxito estão: "A Noite do Meu Bem",
"Fim do Caso", "Olhe o Tempo Passado", parceria com Edson Borges e
"Noite de Paz”, com pseudônimo de Dourando.
Deixou cinco [5] Long – Playings.
Em 1958, percorreu a Europa apresentando-se em vários países, inclusive na União
Soviética.
Segundo o antigo morador do bairro de Irajá, Sr. Moysés Jordão, Dolores Duran, nasceu
no Rio de Janeiro em 1930, falecendo em 1959.
Dolores Duran, residiu a rua João Machado, mudando-se mais tarde, na década de 40
para a rua Lima Drumond em Vaz Lobo.
Fontes consultadas:
* Sr. Delcy de Queiroz – 1991 [+]
* Sr. Moysés Jordão – 1994
* Revista de Rádio de 1956 – página 25.
* Enciclopédia Delta Universal – 1991
* Biblioteca Popular de Irajá, João do Rio – 1991
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MEU IRAJÁ
AGOSTINHO RODRIGUES
VENTRÍLOQUO ORLANDO
O ventríloquo na década de 60, foi mais um dos artistas
Irajaense que transmitiu com os seus bonecos Tuquinho e Serrote, a
alegria da comunidade local e periferias, principalmente as crianças.
Segundo o Sr. Moysés Jordão, antigo morador do bairro de Irajá,
o ventríloquo Orlando, residiu na Av. Automóvel Clube, no antigo nº
1808 [Estação de Irajá].
Foto do Toquinho,
ventríloquo Orlando e
Serrote. Cortesia do Sr.
Moysés Jordão
Vocabulário
1. Ventríloquo: Que, ou indivíduo que sabe falar sem mover a boca e
modificando de tal maneira a voz, que esta parece provir do ventre.
COMPOSITORES
É importante registrar que o bairro de Irajá abrigou compositores carnavalescos e da MPB,
entre os quais: Francisco da Silva Ferreira Júnior [Paquito], Arno Canegal, Oscar Bellandi, Djalma
Mafra e Veri Lopes.
PAQUITO
Jota Efegê – livro "Figuras e Coisas da Música Popular Brasileira"- volume I – Editora
Funarte/RJ – 1980, reporta Paquito considerando-o o sambista que glosava os dramas da "Vida
Apertada", bem como um dos melhores produtores da música popular.
Jota Efegê está correto na sua colocação: "O Trem Atrasou", samba [1941] , A. Villarinho,
E. Silva e Paquito; "Não me digas Adeus", samba [1947], Paquito, L. Soberano e J.C. Silva;
"Daqui não Saio", marcha [1950], Paquito e Romeu Gentil; entre outras é prova cabal do
desempenho artístico participativo de Paquito.
Segundo o escritor Carlos Alberto Taborda, hoje falecido, podemos citar ainda:
"Jacarepaguá", samba [1949], Marinho Pinto, Romeu Gentil e Paquito; "Marcha do Conselho",
marcha [1953], Paquito e Romeu Gentil; ‘Era de Madrugada", samba [1956], Paquito e Romeu
Gentil e "Boi da Cara Preta", samba [1959], Paquito, Romeu Gentil e José Gomes.
Paquito residiu em Irajá na década de 60 à rua Coronel Leitão, falecendo em 30 de junho
de 1974.
ARNO SENEGAL
Arno Senegal foi um Irajaense que se dedicou a música. Residiu à rua Marquês de
Aracati.
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MEU IRAJÁ
AGOSTINHO RODRIGUES
OSCAR BELLANDI
Oscar Bellandi – década de 50. Surgiu no prelúdio da bossa nova. Residiu na Av.
Monsenhor Félix 850 – casa 14. Pertenceu ao Quarteto Copacabana, constituindo-se num exímio
músico [violão].
O escritor e cronista já falecido, Carlos Alberto Taborda, que por muitos anos labutou em
Irajá na Secretaria de Fazenda, no seu precioso depoimento junto ao pesquisador em vida, sendo
amigo que foi de Oscar Bellandi, disse: "Oscar Bellandi, apesar de ótimo compositor, nunca
estudou música, tocando violão de ouvido. Nasceu em Salvador – Bahia, tendo falecido em 1970,
época em que me forneceu o presente relatório, quando residia na Estrada do Quitungo , na Vila
da Penha.
Bellandi viveu até pouco mais de 50 anos, falecendo vítima de terrível diabetes."
No relatório, consta inúmeras músicas gravadas, e interpretadas por ilustres interpretes,
tais como: Dick Farney; Gilberto Alves; Lana Bittencourt; Carlos Henrique, Luiz Cláudio; Dalva
Andrade; Fernando Barreto; Elizete Cardoso; Neuza Maria. Darci Rezende, Neila Graça, Maria
Lopes, Djalma Ferreira, Angela Maria e Augusto Calheiro.
Foram várias as gravadoras, entre os quais: Continental, Odeon, Victor, Copacabana,
Colúmbia, Todamérica, Mocambo e Regency.
Entre as inúmeras composições, cita-se: "Meu Rio de Janeiro, "Ela foi e não voltou, "Era
Ela" e "Olhos Tentadores", interpretadas por Dick Farney. "Caixa Postal Zero Zero", interpretadas
por Elizete Cardoso e por Neuza Maria. "Rosário do Amargor" e "Presente de Natal ",
interpretadas por Angela Maria.
Obs: Segundo Sr. Marco Antonio Belandi, através elogiado e-mail, em 27 de abril de 2001,
registra que o seu pai faleceu no ano de 1965 e não no ano de 1970 supra mencionado e que o
mesmo foi na época, inventor da pipa bahiana
Fontes consultadas:
* Sra. Anita Martins
* Escritor Carlos Alberto Taborda
* Sr. Álvaro de Andrade e Silva
* Guia Informativo dos Artistas – Editora Record/SA – 1948.
* Livro "Figuras e Coisas da Música Popular Brasileira"- Volume I – Edição Funarte/RJ – 1980 –
Jota Efegê.
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MEU IRAJÁ
AGOSTINHO RODRIGUES
REGINA CÉLIA
Regina Célia foi outra cantora Irajaense
que diante de sua beleza pessoal e artística a
fez Rainha da P.R.E. Neno na década de 50.
Segundo esclarecimento do Sr. Moysés
Jordão, antigo morador do bairro de Irajá, a
cantora Regina Célia, residiu na Av. Automóvel
Clube, perto da extinta funerária que ficava na
Estação de Irajá.
Regina Célia
Foto cortesia do Sr. Moysés Jordão
ARICIPPO RAMOS DOS SANTOS
Aricippo Ramos dos Santos [PIPO], pai do Acadêmico Anselmo Rodrigues dos Santos,
Membro Titular, Fundador Vitalício da Academia Irajaense de Letras e Artes [AILA], começou na
Rádio em 1939, ingressando na Rádio Clube do Espírito Santo.
Em 1940 foi para a Rádio Sociedade Fluminense – Niterói. Depois transferiu-se apara a
Rádio Clube, mais tarde Emissora Continental, onde exerceu o cargo de locutor, redator,
tesoureiro e secretário de direção.
Em 1942 passou para o cinema, indo trabalhar na Cooperativa Cinematográfica e no
mesmo ano, voltou para a PRE-6, exercendo o cargo de locutor e gerente comercial.
Ainda em 1942, passou a Rádio Cruzeiro do Sul, sendo auxiliar de contador, narrador
técnico e áudio.
Em 1945 integrou o corpo de técnicos da Rádio Nacional, que por motivo de enfermidade,
afastou-se do microfone.
Em 1950, ingressou na Rádio Mauá, tornando assim ao éter.
Foto do Sr. Aricippo
quando diretor da Rádio
Mauá em 01/01/1950.
Cortesia do seu filho, Sr.
Anselmo Rodrigues dos
Santos
Sr. Aricippo Ramos dos Santos
Foto na Rádio Mauá, em
01/01/1950
Sr. Aricippo Ramos dos Santos
Foto Rádio Mauá , 1954/55 –
Diretor - num momento de
atividade executiva
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MEU IRAJÁ
AGOSTINHO RODRIGUES
Além de radialista, "Pipo", como era chamado na intimidade, foi farmacêutico, desenhista,
prático – contador, técnico de rádio, acadêmico de direito.
Seu trabalho de vulto foi em 1950 quando organizou e animou com entusiasmo e
dedicação com Heber Lobato e Abadio Luiz, a festa da Rádio Mauá no Teatro João Caetano, no
festival radiofônico que reuniu os concorrentes ao certame dos melhores do cinema brasileiro de
1950.
Sr. Aricippo Ramos dos Santos, residiu por algum tempo em Irajá, à rua General Queiroz
Sião, vindo a falecer em 1960.
Fonte consultada:
* Sr. Anselmo Rodrigues dos Santos.
IVAN DE ALMEIDA
Ivan de Almeida, brasileiro, Irajaense, nasceu em 10 de
julho de 1938. Ator profissional, possuidor de uma forte
bagagem no cinema, televisão e rádio.
Em cinema, participou de aproximadamente de 30 filmes
no período de 1970 a 1975, dentre os quais destaca-se: " Lúcio
Flávio, o passageiro da agonia", "República dos Assassinos",
"Pagú", "O bom burguês", "Prova de fogo", "Ratos da Lei" e
"Sombras de julho".
Ator Ivan de Almeida
Foto cortesia do respectivo ator
Em televisão, no período de 1971 a 1997, atuou em
novelas, destacando-se: "Irmãos Coragem", "Bandeira dois",
"Os ossos do Barão", "Tocaia Grande", "Dona Beja", "Carmem",
"Pantanal", seriado "Agosto", e "Amor está no ar", famoso
personagem de "Theobaldo".
Atuou também em dublagem como em filmes comerciais – trabalhos realizados na
TECNOSON.
Na rádio, atuação em reportagens e transmissão de carnaval de rua pela rádio Continental,
bem como atuação em novelas, tais como: Rádio Nacional, Rádio Roquete Pinto e Rádio Capital.
Ivan continua firme e determinado na sua significativa vocação artística que muito orgulha
a comunidade Irajaense.
É também atuante na área política. Já foi candidato a vereador e continua com tais
propósitos, por ser um Irajaense preocupado pelo bem estar social, político e familiar de Irajá.
Além de ator, é formado em Comunicação Social [Jornalismo] pela Pontifícia Universidade
Católica [PUC].
É torcedor do Clube de Regatas Vasco da Gama, Portela e Boêmios de Irajá.
Com todas atividades até então supra mencionadas, Ivan de Almeida expressa vontade de
criar um Centro Cultural de Irajá e junto com amigos, criar uma Associação de Moradores.
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MEU IRAJÁ
AGOSTINHO RODRIGUES
Assim sendo, até o presente ano de 2000, Ivan de Almeida vem dando continuidade a sua
brilhante participação de verdadeiro profissional na área artística, principalmente no cinema, teatro
e televisão.
Fonte consultada:
* Sr. Ivan de Almeida, em 1997.
RENATO LARANJEIRA
Renato Laranjeira sempre trabalhou atrás das câmaras.
Trabalha na TV GLOBO desde a data de sua fundação – 31 anos, envolto com a
preocupação com qualidade.
Reside em Irajá há 20 anos.
É professor do Curso de Câmara e Edição, ministradas na Escola Técnica, no Maracanã e
a Fundação Progresso, na Lapa.
Renato Laranjeira, dentro do seu melhor estilo de trabalho é Câmara do programa
"Domingão do Faustão"- TV Globo, realizado aos domingos.
Fonte consultada:
* Sra. Valéria Pereira Rosa
* Jornal de Bairro [Madureira] – O Globo [1997]
JORGE PINHEIRO PAES LEME
Jorge Pinheiro Paes Leme, nasceu em Irajá, em 13 de dezembro de 1939, à rua Juqueri nº
168.
Foi professor da Escola Municipal José do Patrocínio, contador, coreógrafo, passista,
artista plástico, origamista e formado em teatro.
Realizou cerimoniais em show, aniversário e festividade escolar.
Exerceu as funções de mestre cerimonial da Academia Irajaense de Letras e Artes [AILA],
do qual foi Acadêmico Titular Fundador Vitalício, Cadeira Nº 13 – Quadro I, patronímica de
Eugênio Gudim.
Idealizou e revolucionou com dedicação e desenvoltura, alguns passos da dança de
quadrilha junina, bem como realizou trabalhos artísticos, tais como: alegorias carnavalescas, entre
outras.
Foi um dos fundadores da Escola de Samba da Tradição do Rio de Janeiro, sambista
laureado, onde exercia a vice-presidência de carnaval da exímia Escola.
Jorge Pinheiro Paes Leme, faleceu no dia 16 de julho 1996, aos 57 anos de idade. Foi
velado na quadra da Escola e sepultado no dia 17 de julho, às 16 horas, no cemitério de Irajá.
Imortal Acadêmico que em vida, muito contribuiu para o desenvolvimento cultural da
comunidade Irajaense e adjacências.
Fonte consultada:
* Boletim Nº 12 da AILA. / Jornal O GLOBO de 17/7/1996.
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AGOSTINHO RODRIGUES
JORGE ALBERTO SOUZA
Artista Plástico autodidata e romancista.
Nasceu em 12/3/1958.
Começou a pintar aos nove anos de idade, tendo feito curso de oficina de artes [EAM],
onde participou de várias amostras de desenhos, exposições coletivas e individuais, sendo
atualmente membro do Grupo de Artes da Fundação Rubem Berta.
Foi desenhista de jornais estudantis, tais como: "A Razão", "O Manifesto" e "Big Folha", do
Colégio Professor Openraem".
Escreveu a peça teatral "O Padre e a Cigana", livro ainda inédito "A 13a. Viagem" e autor
para os Quadrinhos dos Personagens "O Energia"- infantil, "Magricela Metralha"- infanto - juvenil,
entre outros.
É Artista Plástico com convicção, com vários quadros pintados a tela, entre os quais do
escritor João do Rio, doado e exposto na Biblioteca Popular de Irajá, João do Rio.
É Membro Efetivo, Fundador, Vitalício da Academia Irajaense de Letras e Artes [AILA],
Cadeira Nº 03, patronímica de Di Cavalcanti,
Desde a fundação da Academia, vêm exercendo as funções de Tesoureiro.
Fonte consultada:
* Sr. Jorge Alberto Souza
* AILA
JOÃO ANDRADE DO AMARAL
JOÃO ANDRADE DO AMARAL, brasileiro, casado, natural do Estado do Rio de Janeiro.
Técnico Mecânico, Professor do Ensino Industrial formado pelo Centro de Ensino Técnico
do ex - Estado da Guanabara [CETEG], hoje aposentado, vem, na medida do possível, mantendo
atividades ligadas ao comércio, com eficiência e determinação, na ajuda de um dos seus filhos,
dono do estabelecimento xerográfico.
Além desta atividade, de âmbito familiar, João Andrade do Amaral se considera um homem
simples, de uma índole exemplar, carismático e católico.
Sempre se dedicou, na suas horas de lazer, a literatura e a música, fatores com que se
identifica, pelo dom adquirido e descoberto, por si próprio, tendo como exemplo, concurso de
poesia realizado em Três Rios/RJ., patrocinado pela SESC em convênio com a Prefeitura da
Cidade, onde obteve o 1º lugar no júri popular com a poesia "Ao Deus Negro", entre outras.
Na música, sagrou-se vencedor do carnaval de 1981, na mesma Cidade, com a letra do
samba "Honra a Bastos Leão", com nota dez; no Festival de MPB realizado em 1892, ainda na
Cidade de Três Rios, no Clube Entrerriense, sob o patrocínio do Colégio Rui Barbosa e Prefeitura
Municipal, obteve também o 1º lugar, com a música "Luta, Amor e Audácia de um Jangadeiro".
idem1983, com a música "Reencontro com a vida"; e como sempre, inspirado, obteve ainda o 1º
lugar no Festival da MPB, realizado em 1985 na Cidade de Paraíba do Sul, sob o patrocínio do
Colégio Técnico Sul Paraibano e Prefeitura da Cidade, realizado no Clube Riachuelo, com a
música "Sou o Rio Paraíba do Sul".
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AGOSTINHO RODRIGUES
Unindo toda esta versatilidade acima registrada, João Andrade do Amaral já possui quatro
obras publicadas: "Dos Sonhos à Realidade", "Contrastes", "Os dois lados da vida" e "Em cada
canto um conto"- conto.
João Andrade do Amaral, é morador de Vista Alegre e Acadêmico Efetivo da Academia
Irajaense de Letras e Artes [AILA], empossado em 22 de junho de 1997, ocupando a Cadeira Nº
18, patronímica artista falecido, Acadêmico da AILA, Jorge Pinheiro Paes Leme.
Por seus elevados conhecimentos e dedicação à Academia, foi eleito por aclamação para
o cargo de Presidente para o biênio 1999/2001.
Fonte Consultada:
* Sr. João Andrade do Amaral.
* Alternativo Pleno Saber – Jan/jun/2000.
VARLÔ ÔLO DE OLIVEIRA
Varlô Ôlo de Oliveira , Gaúcho de Tapes - RS, veio para o Rio de Janeiro em 1956. Poeta,
trovador, compositor, letrista, redator e editor de estilo clássico, desenvolve um excelente trabalho
cultural, inclusive no bairro de Irajá, onde reside há 9 anos.
Para homenagear o primeiro aniversário de sua caçulinha Beatriz, o editor lançou seu
jornalzinho literário VÔO CULTURAL, entre amigos e confrades, com tiragem de 50 exemplares e
4 páginas.
Logo viu-se "obrigado" a aumentar esses números, chegando a 10 páginas e 100, 150,
200 exemplares. Do Rio, foi requisitado para outros municípios e estados, chegando ao exterior
[Argentina, Cuba, EUA, Uruguai].
Hoje, sua tiragem é de 300 exemplares, mantendo 4 páginas. Apesar de mensário,
algumas edições especiais foram feitas dentro de um mesmo mês.
A eficácia do VÔO CULTURAL é tão grande que já recebeu algumas prêmios, como da
ABRACE, AILA, FRANCISNEWS e S. C.L.B.
O editor literário do alternativo VÔO CULTURAL publicou "Coroas de Sonetos e
Bissonetos Lançadas do Espaço" – 1998 e Trovas de Argonautas" – 1998, "Alternâncias de Fim
de Século" e "Devaneios Literários".
É Membro Titular Vitalício da Academia Irajaense de Letras e Artes [AILA], ocupando a
Cadeira Nº 16, patronímica de Vinícius de Morais.
Atualmente vem exercendo as funções de Vice - Presidente da AILA – biênio de
1999/2001.
Fontes consultadas:
* Sr. Varlô Ôlo de Oliveira
* Alternativo Pleno Saber - Jan/jun/2000.
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AGOSTINHO RODRIGUES
TADEU ARANTES
Poeta e escritor, Nasceu no Estado do Paraná em 12 de janeiro de 1951, residindo em
Irajá há 27 anos.
É filiado ao Sindicato dos escritores do Rio de Janeiro e ex- diretor em 4 gestões.
É um dos fundadores do Instituto Latino Americano de Cultura – ILACA, que tem a função
propícia de divulgar a cultura entre as Américas.
Escreveu na revista LIR, coluna que praticava trabalhos poéticos, inclusive, de
principiantes..
Fonte consultada:
* Sr. Tadeu Arantes
GHISLAINE CAVALCANTI BRUZZI VIANA
Fotos: Cortesia da Bailarina Chislaine.
A arte sempre esteve presente na comunidade Irajaense, entre os quais destacamos o
balé, através da Irajaense GHISLAINE CAVALCANTI BRUZZI VIANA, nascida no dia 25 de
janeiro de 1956, filha da falecida Irajaense Hilda Cavalcanti e do falecido Irajaense Hélio
Cavalcanti, na época , moradores da rua Visconde de Maceió.
Segundo sua tia Norma Zangrando Pereira, Ghislaine é uma Irajaense que brilhou em toda
América Latina e que fez muito sucesso em grande parte da Europa, levando a beleza e a arte,
trabalhando em grandes teatros, cinema e navios de luxo.
Esteve na Espanha trabalhando em teatro, televisão e cinema.
Trabalhou no Disnay durante dois anos do qual considera ser sua grande escola na
carreira profissional.
Ghislaine e formada pela Escola de Dança Clássica do Teatro Municipal do Rio de Janeiro.
Iniciou em 1965 com término em 1973. Profunda conhecedora e praticante da dança clássica,
moderna, espanhola, afro-brasileira, teoria musical, história da dança e ritmoplástica.
No Brasil atuou na Dança da Aldeia, homenagem a Paschoal Carlos Magno [1982]; III
Encontro das Academias de Dança Teatro Tereza Rachel[1982]; Rede Globo de Televisão Teatro Fênix - 1983: Aplauso, Fantástico, A Turma do Pererê [especial infantil], Caso Verdade
[Olinda vem Cantar] e Viva o Gordo, entre outros.
Fonte consultada:
* Sra. Chislaine Cavalcanti Bruzzi Viana
* Sra. Norma Zangrando Pereira.
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MEU IRAJÁ
AGOSTINHO RODRIGUES
AGOSTINHO RODRIGUES
Agostinho Rodrigues nasceu no Rio de Janeiro aos 19 dias do mês de junho de 1935.
Antigüissimo morador do bairro do Irajá. É escritor, poeta, trovador, cronista, contista,
teatrólogo, compositor, palestrante, artista plástico, ator amador, ensaísta e historiador. É detentor
de premiações, outorgas, títulos e moções [Governamentais e não governamentais].
Fundador da Academia Irajaense de Letras e Artes [AILA] em Irajá/RJ e seu 1º Presidente
por 6 anos consecutivos – 1993 a junho de 1999.
É Membro de várias entidades culturais no Brasil e Exterior, entre os quais: Academia de
Letras do Estado do Rio de Janeiro [ACLERJ]; Academia Brasileira de Jornalismo [ABJ];
Academia de Letras e Artes de Paranapuã – Ilha do Governador [ALAP] , Sociedade de Cultura
Latina do Brasil [SCLB] e International Writers Artists – Bluffton – OH – USA.
Possui vários trabalhos publicados em prosa e versos em jornais, alternativos, revistas e
livros feito por editora ou através de confecção artesanal, com alguns já premiados e
respectivamente publicados no Brasil e no Exterior.
É detentor do Diploma e Medalha de Mérito Pedro Ernesto, outorgada pela Câmara
Municipal do Rio de Janeiro, em 06/4/1999, proposição do Exmo. Dr. Vereador Aloísio Freitas.
LAZER
CINEMA TRIUNFO
Em meados de 1932, foi fundado o cinema Triunfo de propriedade do Sr. Carlos Flack, pai
do cinema em Irajá. O cinema apresentava uma característica interessante: era dividido ao meio
por uma divisória de madeira que definia a área de espetáculos de 1a. e 2a. classe. Muito antes de
ser construído, o Sr. Carlos Flack já realizava exibições pelo sistema primitivo, em sua própria
residência, localizada na Vila Sousa.
O cinema Triunfo funcionou no prédio onde hoje está instalado a Agência do Banco
Bradesco, fundada em 22 de outubro de 1985.
Fonte consultada:
* Dr. Waldir Gomes da Silva [+]
CINEMA IRAJÁ
Cinema que por muitos anos atendeu a população local e adjacências exibindo filmes
nacionais e estrangeiros que marcaram época, principalmente nas décadas de 40 e 50.
Hoje, no local, funciona Igreja Evangélica.
Fonte consultada:
* Memória.
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MEU IRAJÁ
AGOSTINHO RODRIGUES
CINEMA LAMAR
De propriedade do Sr. Aureliano Gomes Leal. Cinema popular cujas as películas eram na
sua maioria de "bang - bang".
No período de Momo, realizava bailes carnavalescos infantis e adultos.
Fontes consultadas:
* Delcy de Queiros [+]
* Cristóvão Pinto
* Memórias
TEATRO
Em 1934 a atual marmorearia Irajaense, localizada na Av. Monsenhor Félix, próximo ao 2º
portão que dá acesso a XIVa. Região Administrativa, vindo de Vaz Lobo, funcionou um teatro que
além de exibir peças teatrais, realizava show com a presença de inúmeros artistas, entre os quais:
Carmem Miranda; dupla Preto e Branco, composta de Herivelto Martins e Francisco Senna que
com o seu falecimento em 1935, foi substituído por Nilo Chagas; dupla Jararaca e Ratinho; Carlos
Galhardo; Augusto Calheiros; Linda Batista; Dyrcinha Batista; Jorge Veiga; Pixinguinha e Luperce
Miranda.
Sua duração foi rápida, sendo extinto no mesmo ano de criação.
Segundo a Sra. Elvira do Nascimento, antiga moradora do bairro de Irajá, já falecida, o
teatro era formado por sócios contribuintes do bairro. Ele atraia inúmeros adeptos da arte do
bairros circunvizinhos, inclusive marinheiros.
Segundo o Irajaense Hugo Salomão, a 1a. peça encenada no teatro de Irajá denominou-se
"Severa", uma comédia que contou com a participação dos artistas amadores de Irajá: Zilá,
Salomão e Cristóvão Pinto que inclusive atuou no papel de mordomo.
Cristóvão Pinto, hoje com 77 anos de idade e 69 de Irajá, que chegou ver de perto o
dirigível alemão Hundemburg na base de pouso em Santa Cruz/RJ., relembra sobre a peça teatral
"Severa: "Trabalharam três mulheres e três homens. Foram realizadas aproximadamente quatro
peças teatrais, incluindo a comédia Severa".
Segundo a antiga moradora Leonor Garcia Cunha, os seus parentes Aristides Zangrando
[violão] e Porcina Helena Zangrando Asterito [cantora], atuaram também no teatro e que a
primeira vez Dyrcinha Batista se apresentou, era uma menina, na época com 14 anos de idade.
Fontes consultadas:
* Sr. Cristóvão Pinto
* Sr. Hugo Salomão
* Sra. Elvira do Nascimento [+]
* Sra. Leonor Garcia Cunha
* Guia Informativo dos artistas - edição Ricordi/SP - 1948.
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MEU IRAJÁ
AGOSTINHO RODRIGUES
SALÃO VITÓRIA
Surgiu e funcionou na década de 40, localizado na Av. Monsenhor Félix com a Av.
Automóvel Clube, ao lado direito de quem segue para o bairro de Vaz Lobo.
Foi seu proprietário, Sr. Pedro.
Fonte consultadas:
* Sr. Delcy de Queiroz [+]
* Sr. Adolpho Garcia [+]
* Sra. Norma Zangrando Pereira
* Memórias.
DANÚBIO
De propriedade do Sr. Mendes, o Danúbio hoje, já extinto, apresentou inúmeras atrações
artísticas, inclusive bailes com o crooner Orlando Barbosa, possuidor de uma excelente voz, cujo
potencial era uma atração à parte.
O Danúbio também proporcionou lazer carnavalesco no período de momo, não só para
adultos como também para as crianças.
Hoje funciona uma Igreja Evangélica.
Fontes culturais:
* Sr. Delcy de Queiros [+]
* Sr. Adolpho Garcia [+]
* Memórias
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MEU IRAJÁ
AGOSTINHO RODRIGUES
CONCLUSÃO FINAL DA PESQUISA
Eis o final da primeira pesquisa histórica cultural, de forma ampla, do bairro de Irajá, iniciado
em fevereiro de 1991. Foram ao todo 7anos e 11 meses de trabalho e dedicação, com o propósito
de resgatar ao máximo, o aspecto educação e cultura do bairro procurando, na medida do
possível, mantê-la sempre atualizada.
Alguns dados não foram conseguidos, mas no seu todo, podemos considerar gratificante, pelo
volume do resgate histórico conseguido.
No passado, talvez por falta de recurso e/ou apoio, poucos Irajaenses se aventuraram a
pesquisa, mesmo assim colaboraram em muito para a sua amplitude. Agora, novos interessados
tanto governamentais e não governamentais, vem realizando importantes trabalhos, inclusive
fotográficos e escolares, o que deixa este pesquisador feliz, por sentir que estava no caminho
certo do trabalho proposto, bem como pelo fato de que os continuadores deste empreendimento
cultural, irão de forma determinada e soberba, trazer novos fatos que, sem dúvida alguma,
enriquecerão ainda mais a história do bairro.
É necessário observar entretanto, que na pesquisa histórica quando elaborada com carinho e
dedicação, não há ampliações de embelezamento e nem sensacionalismo e sim, tão somente,
análise voltada à realidade.
Não existe a expressão erro e sim lapso ou engano. As divergências devem ser simplesmente
comprovadas, sem o calor da convicção de vitória.
Criticar é fácil quando se tem um trabalho já concluído, mas fazei-lo, eis a questão. A crítica
quando construtiva é digna de reconhecimento mas, ela tem que vir ao encontro aos propósitos
traçados, destituída da vaidade.
Diante dos fatos supra mencionados, o autor fez por incluir nos seus Boletins Especiais e nos
20 Fascículos [MEU IRAJÁ], uma apresentação, para atender os propósitos da pesquisa. Hei-la:
"A tentativa de preservar a memória do passado em função do presente, esta
pesquisa histórica cultural sobre o bairro de Irajá, subúrbio do Rio de Janeiro, não
tem a mínima presunção de perfeição. Há possibilidades de passíveis enganos e/ou
divergências na colocação de pontos abordados mesmo elaborado com todo
carinho. Mesmo assim, espera o autor da pesquisa que a mesma venha constituir
numa importante avalia a história."
Para o autor os objetivos foram alcançados e concluídos ao ver o trabalho reconhecido,
incentivado e utilizado por Órgãos governamentais e não governamentais.
Oportuno registrar o agradecimento à todos que direta ou indiretamente colaboraram com a
pesquisa, nomes tão amplamente divulgados na fonte de consultas pois, se assim não fosse,
dificilmente chegaríamos a uma conclusão e apresentação satisfatória deste trabalho que vem se
tornando a cada dia, procura constante de consulta educacional e cultural.
Na segunda etapa deste longo trabalho de pesquisa, foram feitos fascículos de confecção
artesanal, pelo próprio autor da pesquisa, num total de 20, e neles incluídos inúmeros tópicos, à
saber: Bondinho de Burro; Bonde Elétrico; Estrada de Ferro Rio D’ Ouro; Trem Elétrico; Ônibus;
Origem e Administração; Paróquias, Igrejas, Capelas Católicas; Cemitérios; Saúde; Corpo de
Bombeiro; Segurança Pública; Logradouro; Urbanização; Moradia; Escolas Públicas e
Particulares; Biblioteca Popular de Irajá, João do Rio; Academia Irajaense de Letras e Artes
[AILA]; Carnaval; Irajá Atlético Clube; Rotary Irajá; Clube dos Caçadores; Turismo; Comunicação;
Água, Luz e Gás; Tributos; Fontinha; Centro Espíritas, Igrejas Evangélicas; Associações; Fazenda
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MEU IRAJÁ
AGOSTINHO RODRIGUES
Irajá; Pedreira; Bomba de Gasolina; Utensílios Domésticos; Costumes; Famílias Tradicionais,
Engenhos, Agricultura, Comércio e Indústria; Mercado e tópicos Complementares,
compreendendo: Canhões, Forte de Campinho, 7a. Divisão de Viação da Prefeitura - 1935, Os
Dirigíveis Alemães, USA e o atual A-60, Jornalista Assis Chateaubriand, II Guerra Mundial, Forças
Armadas e Esporte Amador.
Necessário também registrar que no decorrer da elaboração da pesquisa histórica, outros
eventos foram realizados e todos voltados para o desenvolvimento do bairro, como por exemplo, a
fundação da Academia Irajaense de Letras e Artes [AILA] em 19 de junho de 1993, hoje,
reconhecida de Utilidade Pública Municipal - Lei Nº 2596 de 03/12/97 - proposição do médico
Vereador Dr. Manoel Aloísio de Freitas; a re-inauguração do Metro em Irajá no dia 10 de setembro
de 1998 pelo então Exmo. Governador Dr. Marcelo Alencar e a implantação do Projeto Rio Cidade
II Irajá, pelo Exmo. Sr. Prefeito Dr. Luiz Paulo Conde, inclusive inaugurando no dia 29 de
setembro de 1998, o estande de atendimento e informações ao projeto, na Praça Nossa Senhora
de Apresentação, junto ao P.A.M. de Irajá, tendo como fatores principais, o reordenamento do
espaço urbano e no pedestre o centro de suas preocupações. Uma tentativa não só de
embelezar, mas sim de humanizar e melhorar as condições de vida e de trabalho dos bairros do
Rio de Janeiro, entre outros produtos do projeto - [IPLANRIO/Diretoria de Projetos - Rua Gago
Coutinho, 52 - 5º andar - Laranjeiras].
É claro que dentro da estrutura urbanística de Irajá, é necessário a existência de no mínimo um
Hospital altamente qualificado e equipado para todas doenças existentes com emergência e UTI,
no atendimento gratuito a população de Irajá e circunvizinhos; Teatro voltado para as letras e as
artes em geral, sem distinções, Escolas Profissionalizantes que venham proporcionar aos [as]
jovens, emprego imediato e seguro.
Em segundo plano, criação de Faculdade e o aproveitamento pelo Governo Municipal desta
obra, na publicação em livro, com a renda destinada exclusivamente, nas ampliações dos
hospitais municipais do bairro, no combate as doenças graves, entre elas: a aids, o câncer e a
tuberculose.
O Autor
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