- Mestrado em Horticultura Irrigada

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- Mestrado em Horticultura Irrigada
UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA (UNEB)
Pró-reitoria de Pesquisa e Ensino de Pós-graduação (PPG)
Departamento de Tecnologia e Ciências Sociais (DTCS)
Programa de Pós-Graduação em Horticultura Irrigada – Mestrado (PPHI)
RODRIGO EDUARDO VIANA
Dinâmica Populacional de Moscas-das-Frutas (Diptera-Tephritidae) em
Três Pólos de Fruticultura do Nordeste Brasileiro
JUAZEIRO - BA
2009
i
UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA (UNEB)
Pró-reitoria de Pesquisa e Ensino de Pós-graduação (PPG)
Departamento de Tecnologia e Ciências Sociais (DTCS)
Programa de Pós-Graduação em Horticultura Irrigada - Mestrado (PPHI)
RODRIGO EDUARDO VIANA
Dinâmica Populacional de Moscas-das-Frutas (Diptera-Tephritidae) em
Três Pólos de Fruticultura do Nordeste Brasileiro
Dissertação apresentada ao Programa de PósGraduação em Horticultura Irrigada da Universidade
do Estado da Bahia (PPHI/UNEB/DTCS), como parte
do requisito para a obtenção do título de Mestre em
Agronomia. Área de Concentração: Proteção de
Plantas.
Orientador: Dr. JOSÉ OSMÃ TELES
MOREIRA
JUAZEIRO - BA
2009
ii
RODRIGO EDUARDO VIANA
Dinâmica Populacional de Moscas-das-Frutas (Diptera-Tephritidae) em
Três Pólos de Fruticultura do Nordeste Brasileiro
Dissertação apresentada ao Programa de PósGraduação em Horticultura Irrigada da Universidade
do Estado da Bahia (PPHI/UNEB/DTCS), como parte
do requisito para a obtenção do título de Mestre em
Agronomia. Área de Concentração: Proteção de
Plantas.
Aprovada em: __/ __/______
Comissão Examinadora
__________________________________________
Dr. José Osmã Teles Moreira
Universidade do Estado da Bahia (DTCS / UNEB)
___________________________________________
Dra Beatriz Jordão Paranhos
Embrapa- Semi-Árido
__________________________________________
Dr. José Eudes de Morais Oliveira
Embrapa- Semi-Árido
iii
DEDICATÓRIA
Dedico esse trabalho a todos que confiaram
nesse sonho que foi transformado em
realidade. As famílias de todos os envolvidos e
também a minha que, em função da realização
de um sonho, tiveram que abrir mão dos seus
sonhos. A Fabíola pelo carinho, compreensão
e companheirismo nesta nova empreitada.
iv
AGRADECIMENTOS
Ao prof. Dr. Aldo Malavasi Filho por permitir e me auxiliar na realização desse
sonho, pela orientação, paciência, companheirismo em todas as etapas do
trabalho;
Ao Dr. Antônio Souza Nascimento pela orientação e principalmente pela
disponibilidade de ouvir, aconselhar, discutir, implantar e participar muito
próximo dos experimentos;
Meu grande amigo tio e colega de profissão Raimundo Sampaio de Carvalho
pelas orientações nos momentos mais complicados e pelas orientações na
condução dos trabalhos;
À Dra Beatriz Jordão por muitas vezes ter me recebido e me auxiliado em
minhas dezenas de dúvidas e inquietações na busca do melhor caminho a
seguir.
Aos técnicos de campo da MOSCAMED BRASIL Erivaldo, Gabriel, Jonas e
Sonaldo pela dedicação e pioneirismo na implantação deste projeto.
Ao professor Osmã Moreira Teles pela orientação neste trabalho de tese.
Aos colegas da sede da Moscamed Brasil Carla, Lara, Nilmara, Ítala, José
Carlos e Jacira pelo apoio de cada um dentro de suas competências para a
realização dês trabalho
v
SUMÁRIO
Resumo
Pag.
1
Abstract
Pag.
3
1.0INTRODUÇÃO
Pag.
5
2.0. REVISÃO DE LITERATURA
Pag.
12
2.1 O Vale do São Francisco e Livramento de Brumado
Pag.
12
2.2. Moscas-das-frutas de Importância Econômica e
Quarentenária
Pag.
13
2.3 Estruturas de comunidades de tefritídeos
Pag.
14
2.4 Mosca do mediterrâneo (Ceratitis capitata)
Pag.
15
2.5. Espécies de moscas-das-frutas no estado da Bahia
Pag.
16
2.6. Espécies de moscas-das-frutas em Pernambuco
Pag.
18
2.7. Flutuação populacional de moscas-das-frutas
Pag.
18
2.8. Monitoramento em área ampla
Pag.
21
3.0. MATERIAL E MÉTODOS
Pag.
22
3.1. Caracterização das regiões
Pag.
22
3.1.1. Livramento de Nossa Senhora (LNS)
Pag.
23
3.1.2. Projeto Curaçá
Pag.
25
3.1.3. Projeto Nilo Coelho
Pag.
27
3.2. Etapas de implantação dos projetos
Pag.
29
3.2.1. Estruturação de Equipes de Campo e Ponto de Apoio
Pag.
29
vi
3.2.2. Reuniões com Setor Produtivo
Pag.
29
3.2.3. Adequações e/ou implantação de estrutura física de
Pag.
30
3.3. Metodologia utilizada nos experimentos
Pag.
30
3.3.1. Monitoramento de Adultos
Pag.
30
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO
Pag.
37
5. CONCLUSÕES
Pag.
57
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Pag.
59
laboratórios e instalação de equipamentos
vii
LISTA DE FIGURAS
Figura 1: Localização das áreas de estudo.
22
Figura 2: Mapa de Livramento de nossa Senhora
24
Figura 3: Mapa do Perímetro Irrigado Curaçá
26
Figura 4: Mapa do Projeto Senador Nilo Coelho (NC) núcleos 10 e 11.
28
Figura 5: Criação da base georeferenciada das áreas de estudo.
31
Figura 6: Relação Ceratitis capitata /anastrepha spp. no programa de
32
monitoramento de moscas das frutas no Submédio São Francisco.
Figura 7: Foto armadilha Jackson.
33
Figura 8: Foto armadilha McPhail.
34
Figura 9: Alimentação do banco de dados para disponibilização via WEB.
36
Figura 10: Mapa gerado pelo banco de dados a partir das planilhas
eletrônicas para alimentação do sistema.
36
Figura 11: Croqui das fruteiras comerciais em LNS.
38
Figura 12: Croqui das fruteiras não comerciais em LNS encontradas em 39
fundo de quintal na zona Urbana e Rural de LNS.
viii
Figura 13: Croqui das fruteiras comerciais em CUR.
40
Figura 14: Croqui das fruteiras comerciais em NC.
41
Figura 15: Fenologia dos hospedeiros comerciais nas áreas estudadas 43
(ciclo produtivo).
Figura 16: Temperatura Média Mensal (°C) Nas Áreas de Estudo.
45
Figura 17: Umidade Relativa Média Mensal (%) Nas Áreas de Estudo.
46
Figura 18: Precipitação Média Mensal (mm) Nas Áreas Estudadas
46
Figura 19: Flutuação populacional de Anastrepha spp. em LNS 47
comparada com a precipitação durante o período de estudo.
Figura 20: Flutuação populacional de C.capitata em LNS comparada com 47
a precipitação durante o período de estudo.
Figura 21: Flutuação populacional de Anastrepha spp.em Cur comparada 48
com a precipitação durante o período de estudo.
Figura 22: Flutuação populacional de C.capitata em Cur comparada com 48
a precipitação durante o período de estudo.
Figura 23: Flutuação populacional de Anastrepha spp.em NC comparada 49
com a precipitação durante o período de estudo.
Figura 24: Flutuação populacional de C.capitata em NC comparada com 49
a precipitação durante o período de estudo.
Figura 25: MAD (Mosca por armadilha por dia) médio mensal das 52
capturas em armadilha Jackson nas áreas de estudo.
Figura 26: MAD (Mosca por armadilha por dia) médio mensal das 53
capturas em armadilha McPhail nas áreas de estudo.
ix
Figura 27:- MAD (Mosca por armadilha por dia) médio mensal das 55
capturas de C.capitata e Anastrepha spp. em armadilha McPhail em
LNS.
Figura 28: MAD (Mosca por armadilha por dia) médio mensal das 56
capturas de C.capitata e Anastrepha spp. em armadilha McPhail em Cur.
Figura 29: MAD (Mosca por armadilha por dia) médio mensal das 56
capturas de C.capitata e Anastrepha spp. em armadilha McPhail em NC.
x
LISTA DE QUADROS
Quadro 1 - Localização Geográfica das áreas estudadas.
22
Quadro 2- Número de armadilhas instaladas e período de estudo.
23
Quadro 3 - Área comercial em hectares com fruteiras hospedeiras de 37
moscas-das-frutas nas regiões estudadas.
Quadro 4 – Relação dos hospedeiros não comerciais encontrados em 39
pomares domésticos na Zona Urbana e Rural de Livramento Nossa
Senhora
Quadro 5 – Relação dos hospedeiros comerciais encontrados nas áreas 41
de produção de Curaçá.
Quadro 6 – Relação dos hospedeiros comerciais encontrados nas áreas 42
de produção de Nilo Coelho.
Quadro 7- Dados consolidados de captura nas armadilhas e frequência 51
comparada de captura de C. capitata e espécies de Anastrepha spp., no
total do período de estudo.
1
RESUMO
As moscas-das-frutas são consideradas as principais pragas da fruticultura
quando o assunto é mercado externo, sendo a principal barreira as
exportações de frutas frescas. O presente trabalho propõe o estudo da
dinâmica populacional de moscas-das-frutas em três pólos de fruticultura que
são: Livramento de Nossa Senhora, BA (LNS), Perímetro Curaçá, município de
Juazeiro, BA (CUR) e Perímetro Nilo Coelho, Núcleos 10 e 11 município de
Petrolina, PE (NC). Como hospedeiros da praga, LNS cultiva apenas manga,
CUR cultiva manga e uva e NC cultiva manga, uva, goiaba e acerola. Com o
estudo, demonstramos o quanto a diversidade de hospedeiros contribui para o
incremento populacional de moscas - das- frutas, informar qual a espécie mais
prevalente nestas regiões e implantar um amplo programa de monitoramento a
fim de quantificar o nível de infestação de moscas-das-frutas nessas regiões
para que seja implementadas ações de controle sendo eles o químico, o
mecânico ou o autocida através da utilização da técnica do inseto estéril. Os
projetos foram executados pela Organização Social Biofábrica Moscamed
Brasil, em parceria com EMBRAPAS Centro Nacional Mandioca e Fruticultura
em Cruz das Almas - BA e Centro Pesquisa Trópico Semi-Árido em PetrolinaPE, ADAB – BA e ADAGRO-PE e Universidade do Estado da Bahia – UNEB.
Os dados apresentados referentes a frequência C. capitata/Anastrepha spp.
deixam claro a prevalência de C. capitata com frequência de captura acima de
90% em todas as regiões estudadas. A Biofábrica Moscamed Brasil está
2
produzindo machos estéreis de C. capitata o que irá colaborar para o controle
eficiente desta espécie prevalente. Estes dados podem contribuir para uma
revisão na densidade de armadilhas utilizadas hoje para manga. Valendo
ressaltar a baixa densidade populacional de LNS ao longo do ano. Em CUR a
flutuação oscila entre dois hospedeiros, manga e uva. A diversidade de
hospedeiros é um fator bastante preocupante em NC, uma vez que, as culturas
da goiaba e acerola contribuem para o incremento populacional e não é
realizado nenhum tipo de controle para moscas-das-frutas. Através dos
resultados pode-se concluir que, o programa de monitoramento e controle
implantado nas regiões estudadas permite a detecção rápida dos focos de
moscas-das-frutas para um controle imediato destes. Nessas regiões devem
ser implantados programas de controle em áreas amplas com um levantamento
real da população da praga.
3
ABSTRACT
The fruit flies are considered the main pest of fruit when it comes to foreign
markets, being the main barrier to exports of fresh fruits. This paper proposes
the study of population dynamics of flies fruit in three different fruit trees which
are: Livramento de Nossa Senhora, BA (LNS), Perimeter Curaçá, Juazeiro, BA
(CUR) and Perimeter Nilo Coelho, Cores 10 and 11 municipalities of Petrolina,
PE (NC). As hosts of the pest, LNS only grows mango CUR grown mango and
grapes and NC grown mango, grapes, guava and barbados cherry. In the study,
we demonstrate how the diversity of the host contributes to the increase in
population of flies - fruit, say what the most prevalent species in these areas
and implement a comprehensive monitoring program to quantify the level of
infestation of flies fruit in these regions to be implemented actions to control
them with chemical, mechanical or autocida by using the sterile insect
technique. The projects were conducted by the Social Biofábrica Moscamed
Brazil, in partnership with the National EMBRAPA Cassava and Fruit Crops,
Cruz das Almas - BA and Research Center Semi-Arid Tropics in Petrolina,
ADAB - BA and ADAGRO-PE and State University Bahia - UNEB. The data
presented on the frequency C. capitata / Anastrepha spp. make clear the
prevalence of C. capitata often catch over 90% in all regions studied. Biofábrica
Moscamed Brazil is producing sterile males of C. capitata which will contribute
to the efficient control of this prevalent species. These data can contribute to a
revision in the density of traps used today for mango. Is worth highlighting the
low population density of LNS over the years. In CUR fluctuation oscillates
4
between two hosts, mango and grapes. The diversity of hosts is a worrying
factor in NC, since the cultures of guava and Barbados cherry contribute to the
increase in population and is not carried out any kind of control to fly fruit.
Through the results we can conclude that the program of monitoring and control
deployed in the regions studied allow rapid detection of outbreaks of fruit flies
for immediate control of these. In these regions should be implemented control
programs in area wide with a broad survey of the real population of the pest.
5
1.
INTRODUÇÃO
As espécies de moscas-das-frutas de importância econômica pertencem
aos gêneros Anastrepha, Bactrocera, Ceratitis, Rhagoletis e Toxotrypana. Há
três gêneros de moscas-das-frutas da família Tephritidae com importância
econômica no Brasil: Ceratitis, representado por uma única espécie, Ceratitis
capitata, Anastrepha representado por 95 espécies (URAMOTO, et al., 2004) e
Bactrocera carambolae Drew & Hancock, que apresenta ocorrência apenas no
estado do Amapá.
Possuem grande capacidade de explorar o alimento disponível, alto
potencial reprodutivo, curto ciclo de vida e alta capacidade de dispersão
(ROSETTO et al., 1989). Numerosas espécies estão envolvidas em infestações
de uma grande variedade de frutas e hortaliças de considerável valor
econômico.
C. capitata ou mosca-do-mediterrâneo ou moscamed é a espécie mais
cosmopolita e invasora dentre todos os tefritídeos, sendo considerada a mais
prejudicial, causando mais dano à agricultura do que qualquer outra. Malavasi
(1980) relatou que C. capitata ocorria em baixa freqüência no Nordeste
brasileiro, região onde até então os hospedeiros estavam dispersos, sem a
formação de pomares.
Corroborando com o prognostico de Malavasi quando se passasse a
fazer plantações extensas de hospedeiros nessa região haveria um
crescimento na população de c.capitata, Nascimento e Carvalho (2000)
destacaram o predomínio absoluto (99,39%) de C. capitata no município de
Livramento de Brumado-BA, região onde a fruticultura está em expansão. O
mesmo foi constatado por Haji et al., (2005) nos pólos de Petrolina-Pe e
Juazeiro-BA e por Araújo et al. (2005) em levantamentos realizados em
Mossoró e Assú-RN.
Segundo Malavasi et al. (2000), Anastrepha fraterculus (Wiedemann,
1830) é uma praga primária da maior importância na Argentina, Uruguai, e nos
6
Estados do Sul e Sudeste do Brasil, sendo que, nestes locais, se concentram
as maiores perdas.
No sul e sudeste do Brasil, Anastrepha fraterculus é a espécie de maior
distribuição e abundância nas regiões frutíferas. Trata-se de uma espécie
multivoltina, apresentando, no mínimo, seis gerações anuais o que possibilita sua
presença durante todos os meses do ano. Além disso, é polífaga, sendo
conhecidos 67 hospedeiros de 18 famílias (ZUCCHI 2000b).
As
espécies
de
moscas-das-frutas
de
importância
econômica
representam uma grande preocupação para a maioria dos países e são
particularmente importantes para os países em desenvolvimento, pois afetam a
produção, comercialização no mercado interno e exportação de frutas e
vegetais (MALAVASI, 2000).
A tolerância de infestação é muito baixa. Para produtos de exportação,
essa tolerância é zero e, em muitos casos, por ser considerada praga
quarentenária, a exportação é embargada pela simples presença da mosca na
região de produção ou até mesmo no país exportador. No Brasil, as principais
frutas de exportação estão vinculadas a:
Área livre de moscas-das-frutas (Anastrepha grandis) no Vale do
Assú, Rio grande do Norte e Vale do Jaguaribe, Ceará com
curcubitáceas;
Sistema de Mitigação de Risco (Systems Approach) no Espírito
Santo, região extremo Sul da Bahia e Rio Grande do Norte com a
cultura do mamão;
Tratamento térmico no Submédio do Vale do São Francisco
(manga e uva), Rio Grande do Norte (manga) e Rio Grande do
Sul (maçã);
Frutos não hospedeiros de moscas-das-frutas (banana, abacaxi,
limão, etc.).
7
Embora a manga esteja entre os hospedeiros que apresentam menor
índice de infestação de moscas-das-frutas, dentre um grupo de hospedeiros
suscetíveis como goiaba, pitanga, cajá, cereja, nêspera e outros (HICKEL;
UCROQUET, 1993; ARAÚJO et al, 1996; MARTINS et al, 1993), a ocorrência
destas pragas é sempre motivo de preocupação, principalmente em plantios
cuja produção se destina à exportação (MALAVASI; MORGANTE, 1980).
Para o manejo das populações de moscas-das-frutas, assim como
para várias outras espécies de praga agrícola, é fundamental que se
conheça a diversidade de espécies-praga presente na área e que se
estime sua flutuação populacional, além de outras medidas.
Alguns trabalhos realizados no Brasil, como por exemplo, ZAHLER
(1991), com auxílio de armadilhas McPhail, apontam para uma diversidade
considerável de moscas-das-frutas encontradas em pomares de mangueira.
ZUCCHI (2000), após um trabalho de revisão bibliográfica, verificou que
apenas as espécies Anastrepha fraterculus (Wied.), Anastrepha obliqua
(Macquart), Anastrepha pseudoparallela
(Loew)
e
Anastrepha
turpiniae (Stone), além de C. capitata, foram obtidas diretamente de frutos
de manga, no Brasil. FERREIRA et al. (2003) relataram a ocorrência de A.
fraterculus e A.obliqua infestando frutos de manga da variedade Tomy
Atkins, no Estado de Goiás.
Dessa forma, para alcançar determinados mercados, como o
americano, Chileno. Argentino e Japonês os produtores de manga têm
que manejar as populações de moscas-das-frutas fazendo com que estas não
ultrapassem o índice de uma mosca por armadilha por dia, nos pomares. Além
disso, os frutos têm que ser submetidos ao tratamento hidrotérmico antes de
serem exportados.
Botton et al. (2003) relataram uma baixa infestação da uva Vitis vinifera
no VSF por C. capitata (0,05 pupas / uva). Porém, Habibe et al. (2006) verificou
que as uvas cultivadas no Submédio do Vale do São Francisco são
8
hospedeiros de Ceratitis capitata e, ocasionalmente essa espécie pode causar
significativos danos à produção.
Gomez, et al. (2008), estudando a bioecologia de C. capitata em
diferentes estágios fenológicos da cultivar Itália, concluiu que a mesma
representa um hospedeiro alternativo para o desenvolvimento de C. capitata,
apesar das larvas não apresentarem um bom desenvolvimento nesta fruta,
principalmente quando ainda estão verdes e muito ácidas (60 a 80 dias após a
poda).
Para ser exportada para o mercado americano a uva deve ser submetida
a um tratamento a frio. Este tratamento é exigido pelos importadores de uva
dos Estados Unidos para eliminar ovos ou larvas de moscas-das-frutas que
porventura estejam nas bagas.
Pode ser feito antes, durante ou após o
transporte das uvas. Normalmente se inicia antes do embarque e é continuado
durante o transporte marítimo.
A temperatura exigida para C. capitata e
espécies de Anastrepha é 1,1ºC por 15 dias ou 1,67ºC por 17 dias, sendo que
a temperatura nos frutos não deve sofrer uma variação maior que 0,39ºC. A
temperatura deve ser checada a cada hora, no ambiente e nos pallets.
O monitoramento populacional é o principal pré-requisito para o controle
racional e eficiente das moscas-das-frutas, possibilitando caracterizar a
população do ponto de vista qualitativo e quantitativo. O monitoramento permite
conhecer as espécies de moscas mais freqüentes, as densidades e flutuações
populacionais e níveis de controle, aspectos que servem de subsídios aos
fruticultores para definir o momento adequado para a adoção de medidas de
controle.
O monitoramento tem fornecido conhecimentos consideráveis sobre índices
populacionais de tefritídeos, expressos em mosca/armadilha/dia (MAD).
Informações a respeito das suas populações e hospedeiros, bem como sobre
índices de infestação, diversidade de parasitóides e índices de parasitismo
natural são bastante importantes quando se trabalha num programa de
monitoramento em “Área Ampla” onde se procura monitorar não apenas
9
pomares de exportação, que necessitam obrigatoriamente do monitoramento,
mas também os demais pomares que são hospedeiros de moscas-das-frutas.
O conceito de controle em amplas áreas é aplicado sobre espaços
relativamente grandes e envolve muitos produtores que apresentam o mesmo
problema e estão envolvidos em uma campanha organizada e planejada, com
ações de longo prazo. Nesse conceito de controle, o objetivo é reduzir a
população da praga alvo a níveis abaixo do dano econômico (NDE), em uma
grande área e envolvendo muitos produtores individuais, onde as ações de
controle são conduzidas de forma organizada e mediante um planejamento
proativo de longo prazo, numa abordagem defensiva para o controle do inseto
alvo. Nessa abordagem são utilizados sistemas de alta tecnologia, que
reduzem custos e problemas ambientais e aumentam a eficácia do controle,
tais como a técnica do inseto estéril (TIE), a técnica de aniquilamento de
machos, uso de parasitóides, inseticidas químicos seletivos e biológicos
(CARVALHO, 2006).
Para implantação de programas de monitoramento em áreas amplas é
necessário um conhecimento do universo frutícola em que se encontram as
culturas de exportação. Para isso é incorporada ao monitoramento a
ferramenta do geoprocessamento que através da elaboração de mapas,
permite uma melhor visualização das áreas favorecendo a adoção de
estratégias de manejo baseadas na visão completa do ambiente a ser
trabalhado.
Para processamento das informações elabora-se um banco de dados,
que disponibilizam as inoformações em ambiente WEB para acesso remoto em
qualquer lugar do mundo por produtores, instituições públicas e privadas de
pesquisa, defesa agropecuária entre outros, ligados ao programa de
monitoramento. O sistema de informações fornece aos interessados o
panorama geral do monitoramento para ações de fiscalização, inspeções de
pomares e, caso seja necessário, o produtor entre imediatamente com
medidas de controle populacional.
10
Em abril de 2005, a Organização Social Biofábrica Moscamed Brasil,
iniciou as atividades nas regiões de Livramento de Nossa Senhora - BA e
Perímetro Irrigado Curaçá, município de Juazeiro – BA e, posteriormente em
dezembro do corrente ano, o trabalho foi ampliado para o Perímetro Irrigado
Senador Nilo Coelho, no município de Petrolina estado de Pernambuco. Os
projetos foram executados pela Organização Social Biofábrica Moscamed
Brasil, em parceria com EMBRAPAS Centro Nacional Mandioca e Fruticultura
em Cruz das Almas - BA e Centro Pesquisa Trópico Semi-Árido em PetrolinaPE, ADAB – BA e ADAGRO-PE e Universidade do Estado da Bahia – UNEB.
Implantou-se um amplo programa de monitoramento a fim de quantificar o nível
de infestação de moscas-das-frutas nessas regiões para que seja um amplo
programa de monitoramento e controle, sendo eles o químico, o mecânico ou o
autocida. Ações integradas de controle populacional com a técnica do inseto
estéril e outros processos associados serão utilizados como ferramenta de
manutenção dos baixos índices populacionais. Os projetos estão sendo
implantados nos principais pólos de fruticultura do Nordeste brasileiro mais
especificamente nas zonas de semi-árido do Vale do Submédio São Francisco
(BA e PE) e Livramento de Nossa Senhora (BA).
Baseado no exposto, o presente trabalho teve os seguintes objetivos:
1.
Fornecer subsídios para um programa de manejo que permita a
detecção do problema a tempo, via monitoramento quantitativo e qualitativo,
que possibilite a adoção de medidas fitossanitárias baseadas na realidade
identificada em campo (população residente, infestação, clima, etc.) e manter a
população da praga alvo em níveis aceitáveis.
2.
Estudar a freqüência de Ceratitis capitata/Anastrepha spp. nas regiões
estudadas a fim de sugerir mudanças na proporção atualmente usada de
armadilhas do tipo Jackson e McPhail, que foi preconizada pela legislação
brasileira e americana em acordo denominado plano de trabalho que
11
estabeleceu as diretrizes básicas para exportações de mangas para os
Estados Unidos.
3.
Discutir como a diversidade de hospedeiros pode interferir na flutuação
populacional de moscas das frutas.
12
2. REVISÃO DE LITERATURA
2.1 O Vale do São Francisco e Livramento de Nossa Senhora
O Vale do São Francisco se desenvolveu e se tornou um importante centro
produtor de frutas para o mercado interno e externo. A CODEVASF estima
que, apenas no Vale do São Francisco, a fruticultura empregue mais de
cinqüenta mil pessoas, comportando investimentos da ordem de setecentos
milhões de dólares, de pelo menos quarenta e cinco empresas estrangeiras e
nacionais (LIMA e MIRANDA, 2000).
Segundo a VALEXPORT (2007), a região responde por cerca de 92 %
das exportações nacionais de manga e 99% de uva. Em 2005, o Brasil
embarcou 113.758.342 toneladas, proporcionando receita de US$ 72, 526
milhões.
A uva constituiu-se no grande destaque das exportações brasileiras de
frutas em 2005. A cultura registrou crescimento de 103,35% em valor no
comparativo com o ano anterior, alcançando US$ 107, 276 milhões, e de
77,73% em volume, atingindo 51, 212 mil toneladas. Em 2004, as vendas
foram de 28, 815 mil toneladas, correspondendo à receita de US$ 52, 755
milhões (IBRAF, 2008).
Localizada no sopé da Chapada Diamantina, o pólo de Livramento de
Nossa Senhora no sudoeste do estado da Bahia se beneficia de condições
edafoclimáticas especiais para o cultivo da manga.
Livramento de Nossa Senhora, ao longo dos anos, conseguiu rápidos e
sistemáticos progressos tecnológicos, estruturais, comerciais e na organização
dos produtores. A região é a segunda maior área de produção de manga do
estado, ocupando cada vez mais espaço nos mercados interno e externo.
Consolida-se como fornecedor de frutos de qualidade, colhidos em épocas
específicas, através do uso das técnicas de indução floral em mangueira.
13
2.2. Moscas-das-frutas de Importância Econômica e Quarentenária
As moscas-das-frutas pertencem à ordem Diptera, cujo nome comum é
exclusivo da família Tephritidae (ZUCCHI, 2000), reúne cerca de 4.352
espécies agrupadas em 481 gêneros, das quais aproximadamente 861
ocorrem ao longo do continente americano.
O gênero Ceratitis ocorre em toda a África, sul da Europa (zona do
mediterrâneo), oriente médio, todo o continente americano (inclusive o Caribe),
Austrália e ilhas do Pacífico (MALAVASI et al., 2000).
De acordo Veloso (1994), as moscas-das-frutas são responsáveis por
grandes perdas na produção agrícola devido ao seu alto potencial biótico,
ampla distribuição geográfica e a utilização de um grande número de plantas
hospedeiras.
A mosca do mediterrâneo é a principal praga dentro do complexo de
espécies de moscas-das-frutas, em função da sua ampla distribuição e grande
número de hospedeiros. Muitos países têm realizado programas de detecção e
erradicação desta espécie. De acordo com Canal (1997) na Califórnia a
introdução de moscas-das-frutas pode custar 910 milhões em perdas, além de
290 milhões para o seu controle.
C. capitata é a espécie mundialmente mais prejudicial, mas no
continente americano tem um status de praga que varia enormemente de
região para região. É bastante comum e importante nas áreas citrícolas no
norte da Argentina, mas negligenciável no sul do Brasil, onde está confinada às
áreas urbanas. Em São Paulo, sua importância é acentuada nos cultivos de
fruteiras temperadas, mas em todo nordeste e norte, sua ocorrência restringese praticamente às áreas urbanas (MALAVASI, 2000).
14
2.3 Estruturas de comunidades de tefritídeos
Conhecimentos sobre a estrutura das comunidades são de grande
importância para estudos bioecológicos de insetos praga. Apesar da
importância desses estudos, há escassez de informações sobre análise
faunística de moscas-das-frutas no Brasil (CANAL et al 1998). Existem vários
índices que expressam a diversidade de espécies. O conceito de diversidade
de espécies de uma comunidade possui dois componentes: riqueza ou
densidade de espécies, estimada em função do número total de espécies
presentes no sistema e uniformidade ou equitabilidade, baseada na repartição
dos indivíduos entre as espécies.
Uchoa et al (2003), estudando a biodiversidade de moscas-das-frutas
capturadas em citros no Mato Grosso do Sul, verificaram que C. capitata foi a
espécie mais abundante e freqüente, sendo dominante nos pomares de dois
municípios.
Uramoto et al (2005), analisando a distribuição de populações de
espécies de Anastrepha no Campus Luiz de Queiroz em Piracicaba - SP
verificaram que A. fraterculus e A. obliqua foram dominantes, com maior
freqüência e constância de A. fraterculus, 82,2% e 98%, respectivamente.
Dentre o complexo de espécies do gênero Anastrepha, quatro utilizam a
manga como hospedeiro, A. obliqua, A. fraterculus, A. sororcula e A.
pseudoparalela. A primeira espécie é responsável por praticamente 100% dos
danos ocasionados à manga, dada a sua preferência por esta fruta, bem como
por frutas da família Anacardiaceae (seriguela, cajá, cajá-mirim etc.)
(MALAVASI et al, 1980).
A freqüência de cada espécie para cada localidade é função dos
hospedeiros presentes (NASCIMENTO; CARVALHO, 1998). São considerados
hospedeiros alternativos de moscas-das-frutas no Submédio do São Francisco
a amendoeira (Terminalia catappa), a maniçoba (Manihot sp.), o umbu
(Spondia sp.) e o umbu-cajá (Spondia sp.) (NASCIMENTO et al, 1994).
15
Em estudos realizados em pomares frutícolas, localizados na região do
Submédio São Francisco, Nascimento et al (1994) verificaram predominância
das espécies A. fraterculus e A. sororcula. A espécie A. obliqua apresentou
freqüência relativamente baixa (4,55%). Com relação à C. capitata, em termos
de Nordeste brasileiro, a constatação de sua ocorrência era recente, havendo
registros em Petrolina - PE, Juazeiro - BA e Fortaleza - CE (NASCIMENTO;
CARVALHO, 1998).
A expansão das áreas de produção de frutas no Submédio São
Francisco (VSF) aumentou a população de Ceratitis capitata (Nascimento et al.,
2000).
De acordo com Haji et al. (2000), C. capitata limitou-se a áreas urbanas
no Submédio São Francisco-VSF até 1990. Com a expansão da fruticultura
essa espécie hoje predomina tanto na zona urbana quanto na zona rural.
2.4 Mosca do mediterrâneo (Ceratitis capitata)
Ceratitis capitata WIED, 1824 a mosca do mediterrâneo, é a única
espécie do gênero encontrada no hemisfério ocidental. Sua primeira detecção
data do início do século XX, desde então esta espécie se estabeleceu e
dispersou pelo território nacional, sendo registrada em 17 estados brasileiros
(MALAVASI, 2000), ocorrendo desde o sul até a região norte, cujo limite é o
estado do Pará.
Dentre os tefritídeos, ela se destaca por ser a principal geradora de
perdas, em nível de produto e assim como do ponto de vista comercial, na
fruticultura mundial, em virtude de estar distribuída em praticamente todo o
mundo, atacando o maior número de hospedeiros comerciais e utilizando uma
vasta gama de hospedeiros alternativos.
C. capitata ataca muitas espécies de plantas, de diferentes famílias e
possui mais de uma geração anual, portanto, é qualificada como polífaga e
16
multivoltina. Dessa forma possui uma grande capacidade de expansão, tanto
em termo de tamanho populacional como de exploração de novos habitats.
Sua ocorrência no Brasil relaciona-se principalmente com hospedeiros
exóticos, mas infesta também frutos tropicais. Segundo Zucchi (2000), C.
capitata ataca mais de 58 espécies de hospedeiros, das quais vinte são nativas
(frutas e hortaliças), o que demonstra a capacidade de adaptação desta
espécie.
A sua adaptação a novos ambientes deve fundamentalmente depender
de dois fatores importantes: plasticidade fenotípica e plasticidade genética.
Quanto ao primeiro, plasticidade fenotípica, deve possibilitar respostas
imediatas às novas condições, representadas que por ambientes que passem a
ser explorados pela espécie, que por modificações ambientais causadas,
muitas vezes, pelo próprio homem. Quanto ao segundo, houve oportunidade de
constatar que populações naturais possuem variabilidade e, portanto,
plasticidade genética (SOUZA & MARIOLI, 1988).
2.5. Espécies de moscas-das-frutas no estado da Bahia
Nascimento
e
Carvalho
(2000)
caracterizaram
quatro
regiões
fisiográficas do Estado da Bahia: Recôncavo Sul, Região Nordeste, Serra Geral
e Submédio São Francisco, cada uma com suas especificidades bióticas e
abióticas. De forma geral, no Recôncavo Sul foi constatada a presença das
espécies Anastrepha fraterculus (Wiedemann, 1830) A. obliqua (Macquart,
1835), A. sororcula (Zucchi, 1979), A. pickeli (Lima, 1934), A. distincta (Greene,
1934), A. manihoti (Lima, 1934) e A. daciformis (Bezzi, 1909). Já na Serra
Geral, o predomínio absoluto era de C. capitata. Na região Nordeste foi
constatada a presença de A. sororcula, A. fraterculus, A. serpentina
(Wiedemann, 1830) e A. obliqua e no Submédio São Francisco, com baixa
densidade populacional, a maior presença era de C. capitata em zonas
17
urbanas e de A. distincta, A. obliqua, A. manihoti, A. pickeli, A. serpentina, A.
sororcula, A. daciformis, A. dissimilis e A. fraterculus.
Em pomares de manga localizados na região Sudoeste da Bahia, Santos
e outros (2003b) constataram a presença de C. capitata, A. obliqua, A.
fraterculus, A. pickeli e A. zenildae. A ocorrência de C. capitata na região tem
relação com frutos de café que são secados em terreiros nas imediações da
cidade de Anagé (SANTOS e outros, 2003a), pelo menos quando pomares e
terreiros são muito próximos entre si (10 a 15m).
Segundo Torres (2004), na Bahia já foram registradas 31 espécies de
moscas-das-frutas, a saber: A. fraterculus, A. obliqua, A. sororcula, A. distincta,
A. serpentina, A. bahiensis, A. pseudoparalela, A. manihoti, A. pickeli, A.
zenildae, A. montei (Lima, 1934), A. furcata (Lima, 1934), A. leptozona (Hendel,
1914), A. dissimilis (Stone, 1942), A. nascimentoi (Zucchi, 1979), A. amita, A.
benjamini (Lima, 1938), A. daciformis, A. martertela (Zucchi, 1979), A. tenella
(Zucchi, 1979), C. capitata (Nascimento e Zucchi, 1981); A. bondari (Lima,
1934), A. greenei (Lima, 1937), A. phaeoptera (Lima, 1937), A. quararibeae
(Lima, 1937), A. quiinae (Lima, 1937), A. subnunda (Lima, 1937), A. antunesi
(Lima, 1938), A. macrura (Hendel, 1941), A. grandis (Macquart, 1846) e A.
parallela (Weid, 1830) (NASCIMENTO; CARVALHO, 2000).
O levantamento populacional realizado na Serra Geral mostrou
predomínio absoluto (99,39%) de C. capitata. Esses dados são
originários do município de Livramento de Brumado, região onde a
fruticultura esta em expansão, especialmente a cultura da manga
(Mangifera indica).
No Submédio São Francisco, dentre as espécies de Anastrepha, as
de maior frequência foram A. obliqua, A. pickeli, A. dissimilis e A.
sororcula. O predomínio de C. capitata em relação às espécies de Anastrepha
na zona Urbana deveu-se a ocorrência do hospedeiro chapéu-de-sol,
Terminalia catappa, muito comum como arvore de sombra naquelas duas
cidades. O pico populacional das moscas-das-frutas nessa região
coincide com a época das chuvas (fevereiro a maio) (HAJI et al. 1991).
18
Considerando-se que nesta região esta instalada o maior pólo de
fruticultura irrigada do nordeste do país, onde a área cultivada e a
diversidade de fruteiras aumentam a cada ano, acredita-se que a
densidade populacional das espécies de importância econômica tende a
aumentar.
2.6. Espécies de moscas-das-frutas em Pernambuco
Em Pernambuco os levantamentos foram realizados na região do
Submédio São Francisco nos perímetros públicos de irrigação. Os trabalhos
foram realizados entre julho de 1989 e março de 1997 em pomares de manga
localizados na Bahia e Pernambuco.
No total foram capturadas 58.860
espécimes de tefritideos. Desse total cerca de 74,35% pertenciam ao gênero
Anastrepha e 25,65% de C. capitata. (HAJI e MIRANDA, 2000). Porém os
dados apresentados não distinguem Bahia e Pernambuco.
2.7. Flutuação populacional de moscas-das-frutas
As
flutuações
populacionais
de
moscas-das-frutas
em
pomares
comerciais estão relacionadas a duas variáveis: disponibilidade de frutos
hospedeiros e condições climáticas (ALUJA, 1994).
Em alguns casos a abundância de moscas-das-frutas, além da
disponibilidade de frutos hospedeiros, é influenciada pelas variáveis climáticas
como precipitação pluviométrica, umidade relativa, temperatura máxima e
velocidade do vento (NASCIMENTO et al. 1982; PARRA et al., 1982;
ARRIGONI, 1984; ZAHLER, 1990; RAGA et al., 1996).
Com relação à flutuação populacional, sabe-se que vários fatores
bióticos e abióticos, interferem na dinâmica populacional de um inseto.
Segundo BATEMAN (1972), fatores como temperatura, umidade, inimigos
19
naturais, luminosidade, disponibilidade de hospedeiros, e organismos
simbiontes podem influenciar o sistema de vida das moscas-das-frutas.
ALUJA (1994) e SALLES (1995) relataram que o clima exerce
grande interferência nas populações das moscas-das-frutas, podendo
favorecer o estabelecimento de épocas com maior ou menor probabilidade de
infestação.
Feitosa et al. (2008) verificaram, no Estado do Piauí, que os
maiores índices de captura de moscas-das-frutas foram registrados na época
de baixa precipitação pluvial. Por outro lado, Zahler (1990) observou, em
pomares do Distrito Federal, que os maiores índices de captura ocorreram na
época chuvosa.
O conhecimento da flutuação populacional e a época de maior ocorrência
de uma determinada espécie de inseto de importância econômica é um requisito
indispensável para o estabelecimento de um controle eficiente e racional, pois
permite viabilizar o planejamento de estratégias de manejo mais eficazes. A
flutuação populacional das moscas-das-frutas varia, dependendo da época do
ano, do local e da disponibilidade de frutos hospedeiros não obedecendo,
portanto, a um padrão pré-estabelecido. Dois fatores são básicos para tais
variações: a presença de hospedeiro alternativo e condições climáticas,
principalmente temperatura e pluviosidade (Aluja 1994, Salles 1995).
A ausência de picos populacionais nos mesmos meses em anos
diferentes demonstra que além do relacionamento das flutuações populacionais
com a época de frutificação outros fatores ambientais também devem ser
levados em consideração (Araújo et al. 1996).
Normalmente os picos populacionais ocorrem logo após o período de
maior disponibilidade de frutos hospedeiros. Vários autores constataram esse
importante parâmetro como determinante da flutuação populacional (Fehn 1982,
Rossi et al. 1988).
Boscán & Godoy (1987), na Venezuela, analisaram a flutuação
populacional de A. serpentina em Achras zapota L., e constataram que, dos
fatores climáticos analisados, apenas a temperatura influenciou a captura de A.
20
serpentina. Mas não levaram em conta a disponibilidade de hospedeiro, que tem
papel importante na flutuação populacional. Outro fator que pode influenciar a
flutuação populacional é a ocorrência de hospedeiros alternativos. O que
provavelmente ocorreu durante os meses em que não havia frutos no pomar e
as moscas estavam presentes.
Segundo ALUJA, (1996) vários aspectos devem ser considerados: (1)
que as informações sobre flutuações populacionais realizadas ano a ano
mostram grandes variações e não têm padrões específicos; (2) que ao contrário
da crença geral de que o clima determina o tamanho da população. Os
autores afirmam que os principais fatores que influenciam a presença de moscas
em um pomar e determinam o tamanho da população, são a fenologia dos frutos
e a disponibilidade hospedeira e (3), que as espécies predominantes no local
amostrado são aquelas que utilizam os frutos em crescimento.
Maior
quantidade
de
moscas
foi
coletada
nos
fracos
caça-
moscas nos meses de maior precipitação, obtendo-se baixa correlação (r =
0.074, P > 0,05) entre o número de moscas/ armadilha. dia (MAD) e a
precipitação. A época de maior precipitação coincide com o período de maior
disponibilidade de frutos maduros. Provavelmente, fatores não medidos, como
disponibilidade de hospedeiros alternativos, inimigos naturais e sucessão
hospedeira, exerceram influência na população de moscas nesses locais.
Entretanto, a importância específica das variáveis climáticas nas
populações das espécies de moscas-das-frutas é difícil de ser determinada,
considerando-se que, além de correlacionarem-se entre si, podem influir
indiretamente na disponibilidade de hospedeiros. Por exemplo, na Malásia, picos
populacionais de Bactrocera dorsalis (Hendel) ocorreram na estação úmida,
pois influenciou a produção e a disponibilidade de frutos hospedeiros,
aumentando o número de adultos (TAN & SERIT, 1994).
21
2.8. Monitoramento em área ampla
As expressões “Area-Wide Control” e Areawide IPM Systems foram
usadas por Kogan (1995) e por Lindquist (2000), respectivamente. O conceito
de supressão de populações de insetos em grandes áreas, ao invés do
controle de pragas lavoura por lavoura, foi proposto primeiramente por Knipling
(1979). A aplicação do MIP, no modelo lavoura por lavoura, implica em
algumas limitações, tais como uso intensivo das medidas alternativas de
controle com ação regional a exemplo, do biológico (quando demanda
investimentos periódicos para manutenção da população de inimigos naturais
ou nas liberações inundativas - os inimigos naturais não identificam os limites
das propriedades), na produção e liberação de macho estéril, no uso de
armadilhas, no uso de feromônios sexuais para o confundimento de
acasalamento, no maior custo para os monitoramentos, nos casos quando há
necessidade de controlar o inseto fora da área de cultivo (ex. formigas
cortadeiras, moscas-das-frutas) ou, simplesmente, existe a demanda para a
supressão da população no ambiente pela dificuldade de se controlar a praga
no seu sítio de alimentação (ex. broca-da-cana, lagarta-da-espiga. etc.).
A aplicação do conceito “Area ampla” foi aplicado inicialmente contra
determinadas pragas-chave em grandes programas de erradicação como das
moscas-das-frutas e da mosca- da - bicheira nos EUA, e adota os seguintes
pré-requisitos:
1. Deve ser conduzido em grandes áreas geográficas;
2. Deve ser coordenado por organizações e não por produtores rurais;
3. Deve focalizar na redução e manutenção da população de pragas-chave em
baixas densidades aceitáveis, embora erradicação possa ser obtida se
desejável e vantajosa;
4. A obrigatoriedade de participação no programa pode ser exigida por lei para
garantir a participação de todos os produtores e o sucesso do mesmo.
22
3.. MATERIAL E MÉTODOS
3.1.
CARACTERIZAÇÃO DAS REGIÕES
Quadro 1 - Localização geográfica das áreas estudadas.
ÁREA
REGIÃO
LIVRAMENTO DE NOSSA
SENHORA (LNS)
SUDOESTE DA BAHIA
13°38`35``
41°50`34``
50`
497
SUBMÉDIO SÃO
FRANCISCO, JUAZEIRO
BA
9°06`03``
40°03`08``
385
SUBMÉDIO SÃO
FRANCISCO,
PETROLINA PE
9°17`28``
40°26`04``
380
CURAÇÁ
(CUR)
NILO COELHO
(NC)
LATITUDE LONGITUDE ALTITUDE
CUR
NC
LNS
Figura 01:: Localização das áreas de estudo.
23
Quadro 2- Número de armadilhas instaladas e período de estudo.
Número de
armadilhas
Período
LNS
CUR
NC
JACKSON
358
398
215
McPHAIL
38
27
21
Início
Término
mai/05
mai/07
mai/05
mai/07
dez/05
mai/07
24
24
17
Número de
Meses
O quadro 02 apresenta o resumo das áreas de estudo no que se refere ao
número de armadilhas e período de estudo.
3.1.1. Livramento de Nossa Senhora (LNS)
O Pólo de fruticultura de Livramento de Nossa Senhora, localizado na
região Sudoeste da Bahia, situa-se entre 13o 17' a 15o 20' de Latitude Sul e
entre 41o 05' a 43o 36' de Longitude Oeste. A região apresenta duas
classificações climáticas segundo a SEI, 2008 que são: Semi-árido e Subúmido a seco. No pólo de Livramento de Nossa Senhora (LNS), a área é de
11.000 ha, com predomínio da cultura da manga, dos quais 2.100 ha são
monitorados. O monitoramento visa garantir as exportações de mangas para
os mercados norte-americano, japonês e argentino. Para o monitoramento
foram instaladas 396 armadilhas, sendo: 38 do tipo McPhail e 358 do tipo
Jackson, numa densidade de 0,19 armadilhas por hectare no período de maio
de 2005 até maio de 2007. A figura abaixo mostra a área do projeto piloto com
as armadilhas instaladas.
24
Figura 2: Área de estudo em Livramento de Nossa Senhora.
25
Projeto Curaçá (CUR)
O Perímetro Irrigado Curaçá (CUR), localizado no município de JuazeiroBA, na região do Submédio São Francisco. Este perímetro, juntamente com
mais cinco, foram construídos pela COMPANHIA DE DESENVOLVIMENTO
DOS VALES DO SÃO FRANCISCO E PARNAÍBA (CODEVASF) em 1965. Com
uma área cultivada com 2.451,5 ha de fruteiras, exploradas por grandes,
pequenos e médios produtores. São cultivadas manga (1.748 ha), uva (637
ha), Acerola (01 ha) e Carambola (0,5 ha).
Nesta área foram utilizadas
427armadilhas: 29 McPhail e 398 Jackson, numa densidade de 0,11
armadilhas por hectare numa área aproximada de 2.400 ha, sendo o período
de avaliação compreendido entre abril de 2005 a abril de 2007.
26
Figura 3: Mapa do Perímetro Irrigado Curaçá.
27
3.1.3 Projeto Nilo Coelho (NC)
O Perímetro Irrigado Senador Nilo Coelho, está localizado nos
municípios de Petrolina, em Pernambuco, e Casa Nova, na Bahia, com 15.712
ha implantados, onde 9.258 ha são ocupados por 1.444 lotes de 04 a 06 ha e
o restante divididos em áreas empresariais. O projeto é dividido em 11 regiões
geográficas. Entre as mais de 40 culturas exploradas, destacam-se a manga,
banana, uva, acerola, feijão, tomate, melancia, melão, acerola, coco e goiaba.
Para implantação do projeto elegeu-se dois núcleos habitacionais,
núcleos 10 e 11 que juntos possuem uma área cultivada de 943,81 ha de
manga, 399,83 ha de goiaba, 273,03 ha de uva, 244,15 ha de acerola e 5,0 ha
de sapoti cultivados por pequenos e médios produtores. A área em produção
que foi monitorada é de 2.663 ha. Utilizou-se 236 armadilhas: 21 McPhail e 215
Jackson, numa densidade de 0,11 armadilhas e o período de estudo foi de
dezembro de 2005 a Maio de 2007. A figura abaixo mostra as regiões
trabalhadas e a disposições das armadilhas.
28
Figura 4: Mapa núcleos 10 e 11 do Projeto Senador Nilo Coelho (NC).
29
3.2 ETAPAS DE IMPLANTAÇÃO DOS PROJETOS
3.2.1
Estruturação de Equipes de Campo e Ponto de Apoio (PA)
Nos projetos pilotos Curaçá e Nilo Coelho foram contratados dois
técnicos agrícolas para execução das atividades de monitoramento, uma
equipe de supressão populacional constituída por um operador do equipamento
de pulverização e um aplicador. Para supervisão das atividades inerentes ao
campo foram contratados engenheiros agrônomos como supervisores de
campo. No projeto piloto LNS, a execução das atividades de monitoramento foi
realizada por dois técnicos contratados pela Associação dos Produtores de
Manga de Livramento e Região (APROMOL) para controle de moscas-dasfrutas. A supervisão das atividades em LNS ficou a cargo da Agência de
Defesa Agropecuária da Bahia (ADAB) do escritório local de Livramento.
3.2.2. Reuniões com Setor Produtivo
Para implantação do projeto foram realizadas reuniões com o setor
produtivo para explanação das atividades que seriam desenvolvidas nos
projetos, onde se procurou esclarecer todos os questionamentos levantados
sobre moscas-das-frutas e as mudanças realizadas no programa de
monitoramento e controle de moscas-das-frutas, utilizadas pela Biofábrica
Moscamed Brasil (BMB).
30
3.2.3 Adequações e implantação de estrutura física de laboratórios e
instalação de equipamentos
Foram implantados dois laboratórios, um na Biofábrica Moscamed Brasil
(BMB) para atender aos Projetos Pilotos Curaçá e Nilo Coelho e outro em
Livramento de Nossa Senhora. Adequações nas estruturas físicas dos
laboratórios foram feitas tais como, construção de bancadas e divisórias e
instalação de aparelhos de ar condicionado, compra de microscópios
estereoscópicos e salas climatizadas, além de adquirir termo higrômetros,
B.O.D. e balança de precisão. Na BMB o laboratório teve a coordenação de
uma Enga. Agrônoma com uma equipe de quatro estagiários do curso de
Agronomia da Universidade Estadual da Bahia UNEB. No projeto piloto
Livramento, o laboratório localiza-se na sede da ADAB em Livramento de
Nossa Senhora sob a supervisão de um Eng. Agrônomo e seis estudantes de
2º Grau do Colégio Estadual Humberto de Souza Leal, admitidos pela ADAB/
Livramento de Nossa Senhora.
3.3. METODOLOGIA UTILIZADA NOS EXPERIMENTOS
3.3.1. Monitoramento de Adultos
A estratégia utilizada tem por base o conceito de controle de praga em
área-ampla. As seguintes ações foram desenvolvidas:
31
-Criação da Base Georeferenciada
O georeferenciamento das áreas foi executado antes do início do
monitoramento populacional das moscas-das-frutas. Os mapas de ambas as
áreas foram gerados com o emprego do programa ARCGIS®, onde são
apresentados os pomares, as rodovias, estradas, rios, núcleos habitacionais,
etc. Após a confecção desses mapas, foi possível planejar a divisão das zonas
a serem monitoradas, definindo-se as rotas de armadilhas. Com a obtenção
precisa das áreas a serem trabalhadas, foi definida a densidade de armadilhas
a serem usada (Figura 5).
Figura 5: Base georeferenciada para visualização espacial.
32
Densidade de Armadilhas
-Densidade
Tipos de Armadilhas – Em função da frequência de C. capitata e de
Anastrepha spp. (Fig. 6) nos pomares, foi dada ênfase à detecção de C.
capitata com emprego de armadilhas Jackson com plugs de trimedlure (TML).
Desta forma foram instaladas armadilhas na seguinte proporção: 90% Jackson
com TML e 10% McPhail com atrativo alimentar de proteína hidrolisada. Para
armadilha
ilha Jackson reduziu-se
reduziu se a freqüência de inspeções de 14 para 07 dias
objetivando uma quantificação mais rápida para caso seja necessário a
implementação de medidas de controle populacional para não impedimento
das exportações. A armadilha McPhail foi inspecionada
inspecionada a cada 07 dias.
33
Figura 6: Relação Ceratitis capitata /Anastrepha spp. no programa de
monitoramento de moscas-das-frutas no Submédio do Vale do São Francisco.
(FONTE: Haji et al., 2005)
Descrição das armadilhas:
Jackson: A armadilha Jackson em forma de delta é feito de papel cartão
plastificado ou plástico. O atrativo é depositado em um chumaço de algodão ou
plug ou ainda sachê preso no interior da armadilha através de um arame. As
moscas que são atraídas ficam retidas em um piso adesivo (Figura 07).
Figura 7: Armadilha Jackson.
McPhail: As armadilhas McPhail são confeccionadas de vidro ou plástico, com
uma abertura única na base. Esta armadilha é usada para várias espécies de
moscas-das-frutas — machos ou fêmeas — e utiliza um atrativo alimentar. As
moscas entram na armadilha através da abertura na base e se alimentam do
atrativo líquido. Quando elas tentam voar em direção à luz no topo da
armadilha, caem no líquido e morrem. Em geral, os atrativos alimentares
usados são fontes de proteínas, como proteína hidrolisada (Figura 8).
34
Figura 8: Armadilha McPhail.
Densidade de armadilhas - Foram instaladas 10 armadilhas por km2 (ou 0,1
armadilha/ha) nas áreas de produção e 1 armadilha por km2 na zona tampão
(explicar o que é zona tampão) em torno das áreas produtoras das áreas de
estudo. Esta distribuição contempla pelo menos 1 armadilha para cada
propriedade frutícola. A localização geográfica de cada uma das armadilhas foi
feita com o uso de GPS onde foram elaborados croquis das áreas de estudo.
Freqüência de inspeção e substituição do atrativo - Todas as armadilhas
(Jackson e McPhail) foram verificadas semanalmente. Os plugs de TML das
armadilhas Jackson foram substituídos a cada 6 semanas e a solução de
proteína hidrolisada das armadilhas McPhail trocadas semanalmente.
Identificação dos insetos coletados - Os insetos coletados em ambas as
armadilhas foram levados aos laboratórios da BMB para identificação em
Juazeiro-BA e da ADAB em Livramento de Nossa Senhora - BA, onde foram
contados, identificados e registrados por técnicos devidamente capacitados.
35
Fluxo da informação - Os resultados das capturas foram registrados manual e
eletronicamente nos referidos laboratórios, enviados via internet para a sede da
BMB, sendo então processados e arquivados. Os dados consolidados foram
então disponibilizados via internet prioritariamente para o DSV/MAPA em
Brasília, Agências Estaduais de Defesa Agropecuária e demais parceiros dos
projetos (Embrapa, UESB, CENA, Valexport).
Análise dos dados coletados e disponibilização - A Moscamed Brasil
implantou um sistema de banco de dados onde as informações recebidas das
regiões trabalhadas foram armazenadas, processadas e disponibilizadas via
web para ser acessada em qualquer parte do mundo por usuário cadastrado,
através de login e senha. Essa informação teve dois objetivos principais:
a)
disponibilizar
rapidamente
os
dados
de
monitoramento
para
produtores, MAPA e Agências de Defesa Agropecuária e para as organizações
fitossanitárias dos países importadores.
Os dados são tomados ao longo da semana de trabalho e na semana
seguinte pode ser acessado através de web site (figuras 9 e 10). Entre a coleta
no campo e a colocação no site o tempo máximo foi de 8 dias e;
b) permitir a adoção imediata das medidas de manejo integrado utilizadas
pela BMB através do controle cultural, químico e autocida através da TIE.
36
Figura 9: Alimentação do banco de dados para disponibilização via WEB.
Figura 10: Mapa gerado pelo banco de dados a partir das planilhas eletrônicas.
37
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO
4.1 Áreas de estudo
Após o levantamento frutícola das áreas de estudo pode levantar os
modelos de ocupação do ponto de vista de hospedeiros de moscas-das-frutas
nessas áreas. O quadro 03 mostra numericamente a distribuição de
hospedeiros seguida das figuras 12,13 e 14 que demonstram geograficamente
essa distribuição.
Quadro 3 - Área comercial em hectares com fruteiras hospedeiras de moscasdas-frutas nas regiões estudadas.
CULTURA
LNS
CUR
NC
MANGA
1.970,00
1.748,00
943,81
UVA
**************
637,00
273,03
GOIABA
**************
**************
943,81
ACEROLA
**************
1,00
244,15
SAPOTI
**************
**************
5,00
38
Figura 11: Croqui das fruteiras comerciais em LNS.
Em LNS, somente temos como hospedeiro cultivado a cultura da manga
conforme figura 11. FALCÃO et al identificou e relatou outros hospedeiros não
cultivados
comercialmente
e
sim
localizados
em
pequenos
pomares
domésticos nas zonas urbana e rural. O mapa com os pontos de localização
destes demais hospedeiro são demonstrados na figura 12 e no quadro 04.
39
Figura 12: Croqui das fruteiras não comerciais em LNS encontradas pomares
domésticos nas zonas Urbana e Rural de LNS (Fonte: FALCÃO et al., 2008).
Quadro 4 – Relação dos hospedeiros não comerciais encontrados em pomares
domésticos nas zonas Urbana e Rural de LNS (Fonte: FALCÃO et al., 2008).
NOME COMUM
NOME CIENTÍFICO
CAJAZEIRA
Spondias lutea L.
PITANGUEIRA
Eugenia uniflora L.
SERIGUELA
S. purpurea L.
UMBUZEIRO
S. tuberosa L.
LARANJEIRA
Citrus sinensis L.
40
Figura 13: Croqui das fruteiras comerciais em CUR.
Em Curaçá pode-se observar na figura 13 e quadro 5 que esse projeto
cultiva comercialmente a hospedeira manga e Uva bastante representativos e
acerola (01 ha).
41
Quadro 5 – Relação dos hospedeiros comerciais encontrados nas áreas de
produção de CUR.
NOME COMUM
NOME CIENTÍFICO
MANGA
Mangifera indica
UVA
Vitis vinifera
ACEROLA
Malpighia glabra
No Nilo Coelho, o modelo de ocupação de cultivos dos lotes agrícolas é
bastante diversificado. A figura 14 representa a área de estudo NC e a
distribuição por conjuntos de hospedeiros e o quadro 6 apresenta esses
hospedeiros.
Figura 14: Croqui das fruteiras comerciais em NC.
42
Quadro 6 – Relação dos hospedeiros comerciais encontrados nas áreas de
produção de NC.
NOME COMUM
NOME CIENTÍFICO
MANGA
Mangifera indica
UVA
Vitis vinifera
GOIABA
Psidium guayava
ACEROLA
Malpighia glabra
SAPOTI
Matissia cordata
Os hospedeiros localizados nas áreas de estudo quando cultivados em
conjunto numa mesma região, colaboram para o ciclo das moscas-das-frutas e
estabelecimento desta, já que em nenhum momento ficam sem substrato de
oviposição ou alimento. Por serem polífagas, as moscas-das-frutas, ao término
da disponibilidade do hospedeiro preferencial voam em busca de novos
hospedeiros e reinicia as atividades de alimentação, cópula e oviposição.
Um fator que contribui muito para a sobrevivência das espécies refere-se
a fenologia de hospedeiros. Uma vez que a praga encontra um ambiente com
diferentes hospedeiros preferenciais produzindo em diferentes épocas do ano
sempre produzindo sítios de oviposição para as moscas-das-frutas. A figura 15
demonstra todos os hospedeiros comerciais nas áreas de estudo com seus
respectivos estágios fenológicos que subdividimos temporalmente e limitamos
por ciclos de cultivo durante o ano. Cada ciclo é determinado pela linha
vermelha vertical.
43
MANGA
UVA
Fases Fenológicas da cultura da acerola
44
Figura 15: Fenologia dos hospedeiros comerciais nas áreas estudadas (ciclo
produtivo).
Culturas como acerola com aproximadamente oito safras ao ano
constitui em um excelente hospedeiro para as moscas-das-frutas.
Outro fator que contribui para a prevalência das moscas-das-frutas é o
manejo dos pomares com sistemas de podas e induções de floração para
escalonamento da produção, onde alguns produtores não fazem um
planejamento da produção procurando janelas de mercado interno ou externo,
entressafras, para tentar agregar um maior valor à fruta produzida. Na maioria
das vezes realiza colheitas em épocas de maiores ofertas das frutas com baixo
preço de mercado muitas vezes inviabilizando até mesmo a colheita. Esta fruta
abandonada no pomar é o principal repositório natural.
Nos perímetros irrigados do Nordeste brasileiro a diversidade de
hospedeiros no lotes agrícolas é bastante frequente, pois não há preocupação
para qual tipo e cultura a ser implantada. Isso tem levado dentre outros fatores
ao fenômeno que é a cosmopolitização de pragas e doenças. Esse fator é
muito preocupante uma vez que em termos de moscas-das-frutas somente os
pomares que exportam realizam o monitoramento como pré-requisito
quarentenário
para
exportação.
Os
demais
pomares
não
realizam
monitoramento e não possuem nenhum tipo de controle. Devido a isso ocorre
uma migração das moscas destes pomares não monitorados para os pomares
monitorados atraídos pelas substâncias atraentes que são utilizadas nas
armadilhas e por frutificação em períodos de pré-colheita e colheita.
No perímetro irrigado Senador Nilo Coelho, quando o ano de 2005 foi
analisado constatou-se que, nas áreas de colonos a implantação da fruticultura
perene, com seis culturas mais importantes banana, coco, goiaba, acerola, manga
e uva, tinham as quatro últimas como hospedeiras de moscas-das-frutas. Muitas
vezes encontram-se cultivadas juntas em pequenas áreas de plantio (04 a 06 ha)
um conjunto dessas culturas.
45
4.2 Dados climatológicos x Números de capturas.
Com relação aos dados metereológicos (figuras 16,17 e 18), as áreas de
estudo apresentam-se bastante parecidas com LNS apresentando uma maior
precipitação média, temperatura e umidade relativa em alguns períodos
analisados do que as demais áreas.
35,0
LNS
CUR
NC
30,0
25,0
20,0
15,0
Figura 16: Temperatura Média Mensal (°C) Nas Áreas de Estudo.
46
35,0
LNS
CUR
NC
30,0
25,0
20,0
15,0
Figura 17: Umidade Relativa Média Mensal (%) Nas Áreas de Estudo.
250,0
LNS
CUR
NC
200,0
150,0
100,0
50,0
ABR
FEV
DEZ
OUT
AGO
JUN
ABR
FEV
DEZ
OUT
AGO
JUN
ABR
0,0
Figura 18: Precipitação média mensal (mm) nas áreas estudadas.
No caso de LNS a figura 19 apresenta uma relação para o gênero
Anastrepha que apresenta um aumento populacional no mês de maio
2005, 2006 e 2007.
47
250,0
600
Pluviosidade
Anastrepha
n
500
200,0
c
400
a
p
300
t
u
200
r
a
100
s
150,0
m
m
100,0
50,0
0,0
0
Figura 19: Flutuação populacional de Anastrepha spp. em LNS de acordo com
a precipitação durante o período de estudo.
O gênero Ceratitis capitata para LNS, demonstrado na figura 20, há uma
relação entre a pluviosidade e o incremento populacional. Quando há um
acréscimo na pluviosidade, há um acréscimo populacional.
250,0
450
Pluviosidade
Ceratitis
200,0
n
400
350
c
300
a
250
p
200t
u
150
r
100
a
50 s
0
150,0
m
m
100,0
50,0
0,0
Figura 20: Flutuação populacional de C. capitata em LNS de acordo com a
precipitação durante o período de estudo.
Na figura 21, em CUR a baixa pluviosidade favorece uma maior captura
do gênero Anastrepha spp.
48
250
Pluviosidade
Anastrepha
14
n
12
200
10c
a
8
p
6t
u
4r
2a
s
0
150
m
m
100
50
0
Figura 21: Flutuação populacional de Anastrepha spp. em CUR de acordo
com a precipitação durante o período de estudo.
Diferentemente do que ocorre em LNS, em CUR e NC (figuras 22 e 24)
o número de capturas do gênero Ceratitis capitata aumenta com baixa
pluviosidade.
250
Pluviosidade
Ceratitis
200
150
m
m
100
50
0
Figura 22: Flutuação populacional de C.capitata em CUR de acordo com a
precipitação durante o período de estudo.
500
n
450
400
350c
300a
p
250
200t
u
150
100r
50a
0 s
49
160,0
140,0
160
Pluviosidade
Anastrepha
120,0
100,0
m
80,0
m
60,0
40,0
20,0
0,0
140c
120a
p
100
t
n80
u
60
r
40
a
20 s
0
Figura 23: Flutuação populacional de Anastrepha spp. em NC de acordo com
a precipitação durante o período de estudo.
Para NC, no comparativo Pluviosidade/Anstrepha spp.a figura 23 mostra
no início um incremento nas capturas seguindo o aumento da pluviosidade e,
posteriormente segue a mesma tendência do gênero Ceratitis capitata em CUR
e NC ou seja baixa pluviosidade incremento populacional.
160,0
140,0
Pluviosidade
C.C.
120,0
100,0
m
80,0
m
60,0
40,0
20,0
0,0
2000
1800c
1600a
1400
p
1200
t
1000
n
u
800
600 r
400a
200 s
0
Figura 24: Flutuação populacional de C. capitata em NC de acordo com a
precipitação durante o período de estudo.
A importância específica das variáveis climáticas nas populações das
espécies de moscas-das-frutas é difícil de ser determinada, considerando-se
que, além de correlacionarem-se entre si, podem influir indiretamente na
disponibilidade de hospedeiros. Por exemplo, na Malásia, picos populacionais
de Bactrocera dorsalis (Hendel) ocorreram na estação úmida, pois influenciou a
50
produção e a disponibilidade de frutos hospedeiros, aumentando o número de
adultos (TAN & SERIT, 1994).
Em áreas tropicais tem-se observado que a flutuação temporal da
população de adultos está relacionada principalmente à disponibilidade de
plantas hospedeiras e não às variáveis climáticas (SOTO-MANITIU &
JIRÓN, 1989; TAN & SERIT, 1994; CELEDONIO-HURTADO et al., 1995;
ALUJA et al., 1996).
Resultados obtidos em estudos similares conduzidos no Brasil também
corroboraram esta observação (PUZZI & ORLANDO, 1965; MALAVASI &
MORGANTE, 1981; FEHN, 1982; ZAHLER, 1991; AGUIAR-MENEZES &
MENEZES,
1996;
CANAL,
1997).Mas
estão
em
desacordo
com
(NASCIMENTO et al., 1982; PARRA et al., 1982; ARRIGONI, 1984;
ZAHLER, 1990; RAGA et al., 1996 que encontraram que em alguns casos
a abundância de moscas-das-frutas, além da disponibilidade de frutos
hospedeiros,
é
influenciada
pelas
variáveis
climáticas
como
precipitação pluviométrica, umidade relativa, temperatura máxima e
velocidade do vento.
A população de adultos de Anastrepha exibe grandes flutuações de ano
para ano e não obedece a um padrão determinado (ALUJA, 1994). O tamanho
das populações e a época do aumento populacional variaram de ano para ano
nos pomares de maçãs em Vacaria, RS (KOVALESKI, 1997).
51
4.3 Dados Monitoramento.
Os dados que seguem abaixo na tabela 7 e figuras 25 a 29 mostram os
resultados consolidados dos dados de capturas.
Tabela 7- Dados consolidados de captura nas armadilhas e frequência
comparada de captura de C. capitata e espécies de Anastrepha spp., no
período total de estudo.
No de Indivíduos
Armadilha
JACKSON
McPhail
Espécie
LNS
CUR
NC
35.854
291.541
425.163
1.830
54
517
♂♂ + 1.318
1.151
11.064
96,62
99,98
99,88
3,38
0,02
0,12
28,6: 1
4.999,0:1
832,35: 1
C.capitata
♂♂
C.
capitata
♂♂ + ♀♀
Anastrepha
McPhail
spp.
♀♀
C. capitata
Frequência
Total
Anastrepha
spp.
RELAÇÃO
C. capitata
C. CAPITATA: anastrepha
ANASTREPHA spp.
x
52
Com relação aos dados obtidos consolidados na tabela 07 vale ressaltar
a alta freqüência de C. capitata (96,62% em LNS; 99,98% em CUR e 99.88%
em NC) com relação a espécie Anastrepha spp.(3,38% em LNS; 0,02% em
CUR e 0,12% em NC).
Esses resultados corroboram com Haji et al. (2005), que nos últimos
acompanhamentos no Submédio do Vale do São Francisco demonstraram a
expansão da espécie C. capitata nas zonas de produção com 95% das
espécimes capturados entre 1989 e 2005 e com Nascimento e Carvalho (2000)
que destacaram o predomínio absoluto (99,39%) de C. capitata no município
de Livramento de Brumado-BA, região onde a fruticultura está em expansão.
LNS
9,0
CUR
NC
8,0
7,0
6,0
M
A
D
5,0
4,0
3,0
2,0
1,0
0,0
mai
jul
set
nov
jan
mar
mai
jul
set
nov
jan
mar
mai
Figura 25: MAD (Mosca por armadilha por dia) médio mensal das capturas em
armadilhas Jackson nas áreas de estudo
53
3,0
LNS
CUR
NC
2,5
2,0
M
A
D
1,5
1,0
0,5
mai
jun
jul
ago
set
out
nov
dez
jan
fev
mar
abr
mai
jun
jul
ago
set
out
nov
dez
jan
fev
mar
abr
mai
0,0
Figura 26: MAD (Mosca por armadilha por dia) médio mensal das capturas em
armadilhas McPhail nas áreas de estudo.
As populações de moscas das frutas apresentam flutuações bastante
distintas nas regiões estudadas em capturas nos dois tipos de armadilhas
utilizadas (figuras 25 e 26). NC apresenta um alto índice de capturas seguido
por CUR e por último LNS Isto se deve ao modelo de ocupação de cada região
estudada. LNS apresenta somente o hospedeiro manga e alguns hospedeiros
localizados em pomares domésticos. Do ponto de vista de sucessão as moscas
em determinadas épocas do ano possuem poucos substratos de oviposição o
que contribui para a limitação do crescimento populacional.
Associado a isso existe uma grande conscientização por parte dos
produtores de manga em realizar o controle mecânico eliminando os frutos
caídos ao solo. Por ser uma região isolada, com poucos hospedeiros e
constituir um setor produtivo consciente e participativo das ações integradas de
controle de moscas-das-frutas, a região vem apresentando sempre uma
população baixa.
Com relação à CUR esta região possui além do hospedeiro manga
também o hospedeiro uva que, segundo alguns trabalhos realizados na região
54
(Habibe et al, 2006 e Gomez et al., 2008) têm apresentado infestação de
moscas-das-frutas. A Falta de um manejo adequado em algumas regiões do
projeto, tem contribuído para o incremento populacional. Os produtores
praticamente não utilizam o controle mecânico e raramente efetuam
pulverizações específicas para controle de moscas-das-frutas.
Estudos
comparativos
de
flutuação
populacional
nestes
dois
hospedeiros em CUR demonstraram que as populações de C. capitata na uva
elevaram a partir do momento em que a safra de manga estava em fase de
colheita e pós-colheita momento em que a população de moscas-das-frutas é
muito alta. Quando então reinicia a disponibilidade de mangas os níveis
populacionais em uva tendem a reduzir.
Em NC independentemente da época do ano ou da disponibilidade de
hospedeiros, as moscas-das-frutas sempre terão frutas hospedeiras para
oviposição e alimento, devido a grande diversidade de hospedeiros lá
existente. Muitas vezes numa mesma propriedade encontra-se dois ou mais
hospedeiros. A acerola com suas oito safras anuais tem se mostrado um
excelente hospedeiro. Do ponto de vista mercadológico é realizado um tipo de
manejo que contribui muito para o incremento populacional desta praga, que é
a não comercialização dos frutos caídos ao solo, exigido pela principal empresa
que comercializa a fruta na região.
Com relação à goiaba, o produtor que possui um manejo adequado do
pomar consegue comercializar toda a fruta produzida não deixando frutas
maduras no pomar. Na região, a goiaba possui três destinos: fruta in natura
para mesa que são colhidas antes do ponto de maturação e fruta madura para
processamento da polpa ou fabricação de doce.
Puzzi & Orlando, 1965 relatam que, a grande diversidade de
hospedeiros, com frutos amadurecendo em diferentes épocas do ano, é um
fenômeno conhecido como sucessão hospedeira, constituindo-se como
principal meio de desenvolvimento e sobrevivência das populações de moscasdas-frutas (Diptera: Tephritidae) no Estado de São Paulo.
As flutuações
55
populacionais
de
moscas-das-frutas
em
pomares
comerciais
estão
relacionadas a duas variáveis: disponibilidade de frutos hospedeiros e
condições climáticas (ALUJA, 1994).
Outro tipo de análise realizada foi com relação às capturas em
armadilhas McPhail das duas espécies C.capitata e Anastrepha spp. (figuras
27,28 e 29) que demonstraram maior prevalência foi de C. capitata com
exceção de LNS no início do período de estudo.
Ceratitis
Anastrepha
2,5
2,0
1,5
M
A
D
1,0
0,5
0,0
mai jun jul ago set out nov dez jan fev mar abr Mês
mai jun jul ago set out nov dez jan fev mar abr mai
Figura 27: MAD (Mosca por armadilha por dia) médio mensal das capturas de
C. capitata e Anastrepha spp. em armadilha McPhail em LNS.
56
Ceratitis
Anastrepha
2,5
2,0
M
A
D
1,5
1,0
0,5
0,0
mai
jul
set
nov
jan
mar
mai
jul
set
nov
jan
mar
mai
Mês
Figura 28: MAD (Mosca por armadilha por dia) médio mensal das capturas de
C.capitata e Anastrepha spp. em armadilha McPhail em Cur.
Ceratitis
Anastrepha
14,0
12,0
10,0
M
8,0
A
6,0
D
4,0
2,0
0,0
jan fev mar abr mai jun jul ago Mês
set out nov dez jan fev mar abr mai
Figura 29: MAD (Mosca por armadilha por dia) médio mensal das capturas de
C.capitata e Anastrepha spp. em armadilha McPhail em NC.
57
Os dados demonstram que a densidade de armadilhas utilizadas nas
áreas de estudo, foi possível levantar a realidade das populações existentes
dos dois gêneros de moscas-das-frutas estudados. Do ponto de vista
quarentenário a espécie prevalente, C. capitata, está sendo bem quantificada,
mas também estamos quantificando outras espécies do gênero Anastrepha
que porventura apareçam conferindo a segurança quarentenária exigida para o
processo de exportação de frutas.
Essa modificação de densidade contribui para a redução no custo de
monitoramento uma vez que as armadilhas McPhail são mais trabalhosas para
se fazer a triagem e apresentam um custo mais elevado. Com a redução de
seu número haveria uma redução do valor a ser pago ao monitoramento que
provavelmente seria um atrativo a mais para a adesão de maior número de
produtores ao programa e consequentemente um aumento de propriedades
monitoradas.
6. CONCLUSÕES
O programa de monitoramento implantado nas regiões estudadas
permite a detecção rápida dos focos de moscas-das-frutas para um controle
imediato viabilizando o processo de exportação de frutas produzidas no
Submédio do Vale do São Francisco. A disponibilização dos dados em
ambiente WEB permite uma transparência nas informações que ficam
disponíveis a todos os participantes do programa. As instituições responsáveis
pela fiscalização (ADAB, ADAGRO, MAPA) e inspeções de embarque de frutas
(MAPA), atualmente utilizam o sistema de monitoramento criado para execução
de seus trabalhos.
A redução da freqüência de inspeção de armadilhas Jackson de 15 dias
no programa atual e 07 dias no projeto contribuiu para uma maior agilidade nas
ações de controle pelos produtores caso seja necessário.
58
Há prevalência de C. capitata com frequência de captura acima de 90%
em todas as regiões estudas. Estes dados podem contribuir para uma revisão
na densidade de armadilhas que é utilizada hoje em pomares de manga, que é
de uma a cada cinco ha, sendo metade Jackson e metade McPhail. A
densidade adotada no presente estudo com 90% do tipo Jackson e apenas
10% do tipo McPhail, em uma proporção de uma armadilha a cada dez ha, foi
totalmente satisfatório.
Mesmo em condições adversas, tais como: baixo preço de mercado e
falta de acesso ao mercado externo, a densidade populacional de moscas-dasfrutas em Livramento de Nossa Senhora se manteve baixa, graças aos
métodos de manejo integrado adotado pelos produtores, tais como: colheita,
catação e enterrio dos frutos remanescentes nos pomares e controle químico
quando necessário.
A diversidade de hospedeiros é um fator bastante preocupante em NC
uma vez que as culturas da goiaba e acerola contribuem para o incremento
populacional. Além disso, não é realizado nenhum tipo de controle para
moscas-das-frutas nestas culturas. O fator que mais agrava a situação é que
estas culturas normalmente estão circunvizinhas aos pomares de mangas e
uvas para exportação que são constantemente infestadas por moscas
provenientes da goiaba e acerola. Desta forma, recomenda-se uma extensão
da rede de monitoramento que é realizada em NC, inclusive para os pomares
de goiaba e acerola, para que seja possível realizar o controle cultural e
técnicas de redução populacional para uma supressão mais efetiva desta
praga.
59
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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60
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