Inovação e Gestão da Mudança – 2010/2011
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Inovação e Gestão da Mudança – 2010/2011
Inovação e Gestão da Mudança – 2010/2011 Docente: Professor José Portela Discente: Tiago Almendra nº30523 Estudo de Caso nº2 Análise O que é a Ictioterapia? o que é a Garra Rufa? Ictioterapia é um termo relativamente recente e consiste no tratamento/relaxamento da pele de todo o corpo com o auxílio de peixinhos minúsculos. Os protagonistas da Ictioterapia são os peixes Garra Rufa também conhecidos como fish doctors (peixes Inovação e Gestão da Mudança – 2010/2011 Docente: Professor José Portela Discente: Tiago Almendra nº30523 doutores). Esta espécie tem como habitat os rios e lagoas da Turquia e também do norte da Síria. Desde o século XIX que foi descoberto neste pequeno peixe o dom de ajudar a curar doenças de pele como psoríase, eczema, calos e acne. Estes Garra Rufa fazem uma esfoliação selectiva, nutrindo-se das células mortas da pele danificada, eliminando escamas, zonas ásperas e endurecidas. Tem como particularidade fundamental o facto de durante a remoção das peles, estes produzirem uma enzima que regenera a pele. Estes seres vivos com os seus pequenos mordiscos não causam dor, nem aleijam, apenas provocam pequenas cócegas. Não só para tratamento, como para relaxamento, estes peixinhos proporcionam uma micro massagem excelente que activa a circulação, além de hidratar a pele. Tudo isto, proporcionado num tanque de água a 40 graus. Na Turquia, foi construída uma piscina ao ar livre com estes peixinhos para o tratamento da psoríase. O tratamento (que inclui várias sessões com períodos entre 30 minutos a uma hora), não garante a cura da doença, mas alivia os sintomas desta. Feita uma pesquisa, registaram-se alguns casos de cura completa, mas como este mal é de natureza imprevisível, fortemente influenciado por factores endógenos, a cura pode surgir, mas não é cientificamente provada a 100%. Já em muitos locais da Ásia e dos EUA são usados como fish pedicure, que consiste num trabalho de limpeza dos pés através da acção dos peixes. Os Garra Rufa podem ser criados em ambiente doméstico, mas não podem ser alimentados se o fim destes for o tratamento da pele. Neste caso, o comportamento de se alimentarem das nossas células mortas manifesta-se apenas em condições de alimentação escassa e irregular destes. Devido à grande expansão desta modalidade, a exploração comercial dos Garra Rufa é protegida por lei na Turquia, o que evita a captura excessiva para exportação. Onde está presente o conceito de inovação nesta notícia? João Silva, estudante de medicina chinesa, gerente do Kangal Foot SPA em Braga, viu numa visita a Espanha a oportunidade de implementar um conceito inexplorado no nosso país, a Ictioterapia. O meio envolvente transaccional foi favorável, visto que: em termos de concorrência só existe um concorrente mas a mais de 300km de distância, em Palmela, não oferecendo portanto concorrência directa; se realmente os Garra Rufa aliviam sintomas de psoríase e também proporcionam cuidados estéticos, potenciais clientes não vão faltar; quanto aos fornecedores, o Kangal conta com o apoio da “GarraRufa Foot Spa”, empresa qual fornece todo o tipo de material necessário para trabalhar com estes peixes, além de dar formação para saber lidar com estes. Quanto ao meio envolvente contextual não há de certeza impasses, ao contrário de, por exemplo, no estado da Flórida, em que está oficialmente decretada a proibição do uso destes peixes. Ao conceito prévio de SPA, juntar a ideia de serviço de Ictioterapia, definitivamente que torna ainda mais atractivo este espaço de relaxamento. Esta ideia passou pela fase do desenvolvimento, onde o Kangal Foot Spa estabeleceu ligações com os especialistas da matéria dos Garra Rufa, para adquirir o conhecimento sobre o produto que iriam trabalhar, de maneira a que não houvesse falhas de futuro. Não há qualquer indicação Inovação e Gestão da Mudança – 2010/2011 Docente: Professor José Portela Discente: Tiago Almendra nº30523 quanto à fase de teste por parte deste SPA, visto que o produto que usa, já foi bastante testado noutros países sem haver qualquer perigo ou falha na utilização destes peixinhos. A introdução desta prática foi um sucesso, já conta com alguns clientes, daí o SPA já ter aumentado o espaço para acolher mais Garra Rufa, de maneira a melhorar a oferta do serviço (não só para os pés como para as mãos e cotovelos). Quanto ao processo de difusão desta ainda inovação em Portugal, requer a gestão integrada de dois tipos de factores: factores de mercado e factores temporais. Quanto aos factores de mercado o Kangal tem de estar a contar com as possíveis barreiras à entrada. Por curiosidade fui pesquisar e soube que há imitações e espécies cruzadas destes peixes. Exemplo destes peixes perigosos é o peixe Chin Chin. Este também remove a pele morta, mas usa os dentes e morde para rasgar tanto a pele morta como a nova, provocando feridas com sangue. Este exemplo pode ser um dos impasses à adopção desta inovação, apesar de já haver muita informação a apelar para esta situação. Quanto ao factor temporal, a taxa de difusão pode ser acelerada, “através de iniciativas comerciais, com vista a expandir mais depressa a base de implementação da inovação” como diz Adriano Freire. O Kangal Foot SPA está a correr neste sentido, visto que anunciou a sua nova modalidade à comunicação social (jornal, televisão, internet, outdoors, etc). Está claro que os clientes que mais rápidos irão surgir são os chamados pioneiros, ou seja, aqueles que estão sempre aptos a novas técnicas de beleza ou, noutra vertente, aqueles que possuem psoríase e procuram no Garra Rufa o possível tratamento. Se o tratamento der um bom feedback, estes pioneiros vão fazer o marketing grátis que a empresa precisa para obter ainda mais publicidade. Em resumo, o Kangal Foot SPA importou a ideia de Espanha, estando a passar pelo primeiro estádio da inovação, a cópia. Está claro que estes não acrescentaram nada de novo à técnica, mas trouxeram para a sua área de influência no mercado, uma técnica inovadora e ainda inexplorada. Penso que por aquilo que descrevi sobre o ciclo de inovação, este SPA tem tudo para obter o máximo de sucesso ao explorar esta ideia. Claro que posteriormente terá de corrigir certas lacunas que possam surgir. Bibliografia: Artigo “Fish Pedicura” retirado do Jornal de Notícias, no dia 8 de Fevereiro de 2011; Freire, Adriano (2000). INOVAÇÃO – Novos Produtos, Serviços e Negócios para Portugal. Lisboa: Editora Verbo. História dos Garra Rufa consultada no site www.garrarufa.pt; Informações sobre o Kangal Foot SPA retirado do site www.kangalfootspa.pt;
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