co - esboäos para uma leitura freudiana da filosofia na alcova de sade
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co - esboäos para uma leitura freudiana da filosofia na alcova de sade
Anais XV Semana de Psicologia da UEM e VII Seminário de Pesquisa da Pós-Graduação em Psicologia da UEM As práxis da Psicologia: diálogos e encontros - 22 a 26 de setembro de 2014 Universidade Estadual de Maringá ISSN 2358-7369 ________________________________________________________________________________ ESBOÇOS PARA UMA LEITURA FREUDIANA DA FILOSOFIA NA ALCOVA DE SADE Émily Laiane Aguilar Albuquerque (Programa de Iniciação à Científica – PIC, Departamento de Psicologia, Universidade Estadual de Maringá – UEM, Maringá- Pr, Brasil); Max Rogério Vicentini (Departamento de Filosofia - DPF, Universidade Estadual de Maringá – UEM, Maringá- Pr, Brasil. Orientador); Eliane Domingues (Departamento de Psicologia - DPI, Universidade Estadual de Maringá – UEM, Maringá – Pr, Brasil. Co-orientadora). contato: [email protected] O objetivo dessa pesquisa foi desenvolver uma leitura freudiana da obra Filosofia na Alcova do autor Marquês de Sade. Este livro marcou a história literária do século XVIII e XIX. E, ainda, faz a sociedade contemporânea refletir sobre seus temas filosóficos. A leitura proposta nessa pesquisa visou revisitar o autor Marquês de Sade e promover uma reflexão sobre os conceitos fundamentais da teoria psicanalítica freudiana. Sendo que, a leitura realizada da obra Filosofia na alcova se sucedeu por meio da aplicação de conceitos desenvolvidos por Sigmund Freud em alguns de seus textos, dentre eles, Três Ensaios sobre a teoria da sexualidade de 1905, Cinco lições de Psicanálise (1910), O mal-estar na Civilização (1930). O sadismo, termo apresentado por Freud nos Três ensaios sobre a teoria da sexualidade em 1905, é considerado uma forma de perversão e caracteriza-se pela obtenção do prazer ao se infligir dor ao objeto sexual. Fato que pode ser explicado porque a sexualidade muitas vezes está ligada à agressão, pois o sádico sente uma necessidade de dominação do aparelho psíquico do seu objeto sexual, no qual é possível satisfazer suas necessidades ontológicas mais antigas, por exemplo, necessidades sexuais de sua infância e as necessidades que a religião, a ética e a moral não permitem a satisfação dos instintos sexuais do sujeito. Freud (1930) afirma que o sádico apresenta uma meta sexual não amorosa, no qual a crueldade sobressai à ternura, isto é, os instintos do Eu apresentam bastante afinidade com os instintos de dominação, em que ocorre a dominação do aparelho psíquico do objeto libidinal. A privação dos instintos de satisfação se não forem compensados economicamente podem gerar distúrbios no psiquismo humano. Freud (1930) relata que a sociedade ao impor aos seres humanos o mesmo destino instintual causa males ao sujeito, uma vez que, a não satisfação dos instintos provoca frustrações, e que não se sabe, em que medida, a espécie humana juntamente com sua evolução cultural poderá controlar as perturbações trazidas à vida em comum pelos instintos humanos e pelos de autodestruição. Foi possível perceber as críticas que Sade faz às normas da sociedade do séc. XVIII e XIX, ao dar todo destino de punição igual para todos os sujeitos, sem levar em consideração que cada um possui desejos diferentes. A partir disso, essa pesquisa pretendeu proporcionar esclarecimentos sobre o pensamento de Sade, aproximando-o de conceitos freudianos. Sendo que, os resultados encontrados nessa pesquisa juntamente com as discussões feitas levantaram questionamentos sobre o que Sade relata em seus inscritos, em especial à obra Filosofia na Alcova. Além disso, buscou-se contribuir para o preenchimento de lacunas e para a eliminação de ambiguidades sobre o tema tratado, além de servir de apoio para pesquisas futuras. Palavras-chave: Sadismo. Perversão. Sexualidade.