Made in Portugal» regressa eM força

Transcrição

Made in Portugal» regressa eM força
JORNAL DA ASSOCIAÇÃO PORTUGUESA DOS INDUSTRIAIS DE CALÇADO, COMPONENTES E ARTIGOS DE PELE E SEUS SUCEDÂNEOS
Marisa Cruz «deslumbra»
no Desfile Colectivo de Calçado
Marisa Cruz foi a grande figura do Desfile Colectivo
de Calçado, que decorreu na Alfândega do Porto, no
âmbito da 26ª edição do Portugal Fashion.
A manequim, actriz e apresentadora regressou,
assim, aos grandes palcos da moda nacional,
desfilando em exclusivo para oito das mais
importantes marcas portuguesas de calçado.
Calçado português
chega a mais mercados
A indústria portuguesa de calçado, que
exporta mais de 96% da sua produção, está
cada vez mais internacional. Em 2009, o
calçado nacional chegou a 132 países, mais
14 do que no ano anterior.
Pela primeira vez, as empresas portuguesas
exportaram calçado para países como
Bolívia, Bósnia, Iraque, Macedónia,
Malásia e Paraguai, dando, assim,
tradução prática à estratégia definida no
Plano Estratégico do Sector de 2007-2013,
onde se perspectiva como fundamental a
abordagem a novos mercados com potencial
de crescimento.
«Made in Portugal»
regressa em força
A indústria portuguesa de calçado renovou-se, modernizou-se e, com isso,
aumentou a sua notoriedade internacional. São, por isso, cada vez mais as
empresas a apostarem na criação e desenvolvimento de marcas com uma
identidade totalmente portuguesa. Uma diferença abissal relativamente ao que se
verificava num passado recente. É o regresso em força do “made in Portugal”.
# Nº 164 # MARÇO 2010
2
Nº 164 # MARÇO 2010
Nº 164 # MARÇO 2010
3
Calçado português chega a 132 países
A indústria portuguesa de
calçado, que exporta mais de 96%
da sua produção, está cada vez mais
internacional. Em 2009, o calçado
nacional chegou mesmo a 132 países, mais 14 do que no ano anterior.
Pela primeira vez, as empresas portuguesas exportaram
calçado para países como a Bolívia,
Bósnia, Iraque, Macedónia, Malásia
e Paraguai, dando, assim, tradução
prática à estratégia definida no
Plano Estratégico do Sector de 20072013, onde se perspectiva como
fundamental a abordagem a novos
mercados com um interessante potencial de crescimento.
Em 2009, a indústria portuguesa exportou 59 milhões de
pares de calçado, no valor de 1208
milhões de euros. Relativamente ao
ano anterior, há a assinalar, naturalmente, um decréscimo de 6,4%, já
que a economia mundial enfrentou,
nesse período, a crise mais profunda
desde a década de vinte do século
passado.
Num contexto particularmente difícil, o calçado foi o sector da
economia portuguesa com melhor
registo em 2009 (a totalidade das
exportações de todos os sectores de
actividade recuou 18,1%). Acresce
registar que as exportações de calçado foram recuperando ao longo do
ano, uma vez que a queda no início
de 2009 ascendeu a 15%, naquele
que poderá ser um bom prenúncio
para 2010. O preço médio do calçado exportado aumentou 2,1% para
20,38 Euros (o segundo maior a nível
mundial, apenas sendo superado
por Itália).
A indústria portuguesa de
calçado voltou a exportar preferencialmente para a Europa. França
perfilou-se como o principal mercado, com um crescimento de 2,7%
para 354 milhões de Euros. No
segundo posto, surge o mercado alemão, com um recuo de 13,3% para
228 milhões de euros. A redução significativa da produção numa grande
empresa multinacional alemã terá
sido determinante neste registo. As
exportações para a Holanda (terceiro mercado de destino) também
aumentaram, ainda que de forma
ligeira, para 161 milhões de euros
O calçado voltou a assumir-se em 2009 como o produto que mais positivamente contribui
para a balança comercial portuguesa, com um saldo liquido de 809 milhões de euros
(mais 1,7%).
Fora do espaço europeu, destaque para o recuo das exportações
em Angola (menos 10,9% para
13 milhões de euros), na Rússia
(menos 41% para 6,6% milhões
de euros) e EUA (menos 26,6%
para 8,3 milhões de Euros) e para
o crescimento no Japão (de 32,8%
para 6,8 milhões de Euros).
As importações, por sua vez,
recuaram 7,6% para 398 milhões de
euros (valor que corresponde sensivelmente a 1/3 do exportado por
Portugal), pelo que o calçado voltou
a assumir-se como o produto que
mais positivamente contribui para a
balança comercial portuguesa, com
um saldo liquido de 809 milhões de
euros. O preço médio do calçado
importado por Portugal ascendeu
a 7,79 Euros (menos 8,2% do que
em 2008)
4
Nº 164 # MARÇO 2010
Entrevista a António Saraiva, novo Presidente da CIP
“Revisão do Código do Trabalho
não permite relançar a economia”
António Saraiva é o novo Presidente da CIP. Ao Jornal da APICCAPS
fala da nova Confederação, da
Indústria Portuguesa, do PEC, do
Código do Trabalho, do aumento
do Salário Mínimo e outros temas
relevantes. Para ler com redobrada
atenção.
Foi recentemente eleito Presidente
da CIP. Quais são as suas prioridades para os próximos anos?
Reinventar a CIP, ajudar a mudar o
País – este é o lema da nova Direcção da CIP, de acordo com o programa da candidatura.
Elegemos 4 grandes causas para o
mandato. O primado da economia
de mercado, antes de todas as causas. A defesa da livre concorrência,
a transparência nos apoios concedidos às empresas, o combate
à corrupção. Em segundo lugar, a
aposta na indústria transformadora
e nos bens transaccionáveis, para
reduzir o desequilíbrio externo, sustentar o crescimento económico e
criar empregos duradouros. Em
terceiro lugar, a defesa das empresas: queremos que o Estado honre
os seus compromissos, pagando a
tempo e horas, somos contra práticas arbitrárias das autoridades
inspectivas, a carga burocrática
asfixiante, a legislação abundante,
mal enquadrada e sem qualidade.
Pretendemos uma justiça eficiente
– a tempo e horas – e um sistema
fiscal competitivo.
Por último, a dignificação dos empreendedores e empresários, porque sem empresas não há crescimento e emprego, não há riqueza.
Toda a nossa acção será centrada
nestes objectivos estratégicos essenciais.
O Governo apresentou nos últimos
dias o PEC (Programa de Estabilidade e Crescimento). Concorda
com as medidas apresentadas pelo
Governo ou acredita que há outras
matérias que poderiam merecer
uma atenção especial?
A CIP considera que Portugal tem
um grave problema de crescimento económico, agravado pelo crescimento do desequilíbrio externo e
pelo peso muito elevado da dívida
pública.
Perspectivam-se taxas de crescimento do PIB muito modestas (só
em 2013 é que a economia portuguesa deverá crescer acima de
1,5%). Até lá, prevê-se que o crescimento seja inferior a 1%.
O PEC visa essencialmente encontrar resposta para o grande desequilíbrio das finanças públicas.
Portugal tem de reduzir o défice
das administrações públicas para
um valor inferior a 3% do PIB até
2013, de forma credível e sustentável, tomando medidas numa perspectiva de médio prazo. É esta a
questão central; o problema tem de
ser resolvido, num espaço de tempo relativamente curto e, ainda por
cima, numa conjuntura muito difícil. O esforço vai ter de ser colectivo;
vai ser um processo custoso, muito
custoso, mas, infelizmente, vamos
ter de passar por ele; e quanto mais
adiarmos este problema, mais dolorosa será a forma de o resolver.
Concordamos que as medidas se
devem centrar na redução e controle da despesa pública, área em
que os sucessivos governos têm
falhado.
Em relação às medidas que visam
o aumento da receita algumas vão
claramente afectar as empresas
como sejam as seguintes:
a) Sujeição a tributação autónoma
Por exemplo, e desde logo, nada de
significativo se fez no capítulo da
flexibilidade externa, na vertente
da cessação do contrato de trabalho e, ao invés, muito de extremamente restritivo foi introduzido na
contratação a termo.
A duração máxima da contratação
a termo certo sofreu drástica redução: de 6 para 3 anos. Não obstante, manteve-se o espaço negocial
para a contratação colectiva, em
matéria de fundamentos da contratação a termo, e alargou-se de duas
para três o número de renovações
dentro da referida duração máxima
de três anos.
A contratação a termo incerto, que
não tinha qualquer limite máximo
legalmente previsto, passa a não
poder durar mais de 6 anos.
No preenchimento da duração máxima da contratação a termo certo,
passam a relevar, para além de anterior contratação a termo, a contratação temporária e a prestação de
o trabalhador e o respectivo empregador ganhou maior conteúdo
negocial, mas a contratação colectiva, como mecanismo de ajustamento às especificidades sectoriais
e empresariais, continua a deter a
primazia e maior latitude.
A flexibilidade inerente a estas novas figuras encerra virtualidades
não só para ajustamentos às flutuações das necessidades empresariais como potencia uma melhor
articulação entre a vida profissional
e a vida familiar.
Passos muito positivos também foram dados no sentido da dinamização e revitalização da contratação
colectiva, que passa a dispor de
melhores condições para se desenvolver.
Neste domínio, ressalta-se a manutenção do princípio geral da
negociabilidade, permitindo a negociação para mais e para menos
relativamente às soluções constantes do Código e, assim, propiciando
os equilíbrios que as próprias partes tenham por mais ajustados.
É certo que se introduzem algumas
limitações a esse princípio. Não,
porém, de molde a descaracterizá-
“Fixação do Salário Mínimo em 500 Euros
afectará gravemente a competitividade”
dos salários ou quaisquer retribuições, acima de um determinado
limite de referência, aos administradores, sócios ou gerentes de empresas que apresentem prejuízos e
o reforço da tributação autónoma
aplicável a benefícios acessórios, o
que configura um ataque às empresas pois, se estas tiverem lucro, são
tributadas em sede de IRC mas,
se não tiverem, as retribuições dos
seus administradores, sócios ou
gerentes, acima de um determinado limite de referência, serão sujeitas a tributação autónoma;
b) Sujeição das mais-valias mobiliárias a taxa de IRS de 20%: afastará investidores do mercado de capitais, que é fonte de financiamento
para muitas empresas;
c) Código Contributivo, que o Governo nem sequer equaciona voltar
a avaliar com os Parceiros Sociais.
Por outro lado, o programa de privatizações previsto não está enquadrado numa estratégia política,
coerente e fundamentada, de redução do peso do Estado na economia, o que se impunha.
O Código do Trabalho foi uma das
mais fortes “batalhas” que a CIP
travou nos últimos anos. Está contente com o resultado final?
A revisão do Código do Trabalho
(CT), aprovada pelo Lei n.º 7/2009,
de 12 de Fevereiro, embora contenha aspectos úteis, não foi, todavia,
a revisão necessária.
serviços, em certas circunstâncias.
Todas estas figuras passam também a relevar no quadro da contratação sucessiva.
Para além disso, acresce o aumento de 3 pontos percentuais da
taxa contributiva para a segurança
social a cargo dos empregadores
que recorram a este tipo de contrato – previsão a inserir em sede de
legislação no âmbito da segurança
social.
Transmite-se, assim, um sinal muito negativo quanto à utilização de
uma forma legal de contratação especialmente adequada a fazer face
a necessidades reais de flexibilidade das empresas, e que, insiste-se,
muito tem contribuído para que estas enfrentem com sucesso ciclos
económicos recessivos, como a crise que actualmente atravessamos.
Já na flexibilidade interna, particularmente na organização do tempo
de trabalho, foram significativamente positivos os passos dados.
Desde logo, na organização do
tempo de trabalho, manteve-se a
adaptabilidade nas duas vertentes:
por instrumento de regulamentação
colectiva e por acordo individual.
Para além desse aspecto, foram
introduzidas no CT as figuras da
“adaptabilidade grupal”, dos “horários concentrados” e do “banco
de horas”, permitindo-se ainda alguma forma de gestão do absentismo, articuladamente com trabalho
que o compense.
Assim, com excepção do “banco
de horas”, a relação directa entre
António Saravaiva Presidente da CIP
Nº 164 # MARÇO 2010
lo e, menos ainda, a subvertê-lo.
A revisão do Código permitiu, igualmente, resolver, com equilíbrio mas
também com eficácia, a questão da
caducidade das convenções.
Nesse particular, prevê-se um regime transitório de caducidade para
as convenções colectivas portadoras de cláusula da renovação sucessiva e já denunciadas.
Por outro lado, as próprias cláusulas da renovação sucessiva passarão a caducar ao fim de 5 anos.
Eliminou-se a necessidade de proposição da arbitragem voluntária
como condição de caducidade das
convenções colectivas, determinando-se ainda que a arbitragem
obrigatória fique confinada a casos
verdadeiramente residuais, não
podendo, ela mesma, impedir o decurso do prazo para a caducidade.
Em contraponto, surge a criação da
arbitragem necessária, com possibilidade de ser requerida passados
doze meses sobre a caducidade
da convenção, se não houver no
sector/empresa convenção aplicável à maioria dos trabalhadores,
e competindo ao colégio arbitral a
definição do respectivo objecto se
as partes a tal respeito não se entenderem.
Neste âmbito, merece também realce a previsão expressa da possibilidade de adesão individual de
trabalhador não sindicalizado a
convenção colectiva em vigor na
respectiva empresa.
Em conclusão, é seguro que a re-
5
ções deverão acelerar para 4.1%
(3.5%, em 2010). A produtividade
do trabalho também deverá crescer
0.8%. Prevê-se que a taxa de desemprego, em 2011, se mantenha
inalterada em 9.8%.
Todavia, perante estes dados, e
apesar da ligeira melhoria que os
mesmos evidenciam, creio que,
economicamente, a fixação, para
“Portugal tem um grande problema de
crescimento”
visão do CT não consubstanciou,
nem de perto nem de longe, a resposta que se torna absolutamente
essencial ao relançamento da economia e ganhos de produtividade
que hão-de contribuir e alicerçar
uma maior competitividade.
Mas é igualmente certo que muitas
das soluções aí integradas ainda
não têm tempo de vigência suficiente para poder aquilatar-se de todas
as suas reais virtualidades - o que
só uma razoável maturação permitirá avaliar de modo sustentado.
O aumento da Retribuição Mínima
Mensal Garantida (salário mínimo)
continua a ser um tema fracturante
e que divide os parceiros sociais.
Que consequências terá para a
economia portuguesa o aumento
do salário mínimo nacional para os
500 euros?
Os indicadores económicos mais
relevantes ao nível nacional desaconselham – já desaconselhavam
para o corrente ano – qualquer tipo
de aumento da Retribuição Mínima
Mensal Garantida (RMMG). O PIB
per capita, entre 2008 e 2009, registou uma quebra de 2,5%.
Em matéria de produtividade do
trabalho, registaram-se quebras de
0,4% em 2008 e de 2,4% e 1% nos
dois primeiros trimestres de 2009,
respectivamente.
O Boletim Económico de Inverno
de 2009, do Banco de Portugal,
apontava para uma quebra do PIB
de 2,7% e para uma taxa de inflação na ordem dos -0,9%, em 2009.
Nesse mesmo ano, a variação homóloga de exportações de bens e
serviços, em volume, foi de 11.6%.
Quanto à taxa de desemprego, a
mesma vem em acelerada ascensão, situando-se em 10.3% em Dezembro de 2009 e em 10.5% em Janeiro de 2010.
É certo que o cenário previsto para
2011, constante, aliás, das projecções do Governo apresentadas no
Programa de Estabilidade e Crescimento (PEC) 2010-2013, aponta
para uma ligeira melhoria da actividade económica.
A taxa de crescimento do PIB, em
2011, deverá situar-se na ordem
dos 0.9%, depois de, em 2010, ter
sido de 0.7%. Prevê-se que, nesse mesmo ano, a inflação seja de
1.9%.
Em 2011, o investimento já deverá ser positivo (1%, relativamente
aos -0.8%, em 2010) e as exporta-
2011, da RMMG em €500 – ou seja,
um acréscimo de 5.3% face aos actuais €475 – afectará gravemente
a competitividade e o nível de emprego de alguns Sectores – vários
deles caracterizados por uma forte
componente exportadora e utilização de mão-de-obra intensiva.
Ou seja, aumentos significativos
das remunerações só deverão verificar-se quando a economia crescer
a um ritmo mais robusto e de forma
sustentada.
Que avaliação faz ao estado actual
da indústria portuguesa?
Atravessa uma fase complicada.
Ressentiu-se fortemente da crise
económico-financeira, que ainda
não terminou, sublinhe-se. A indústria enfrenta uma redução séria da
procura, quer interna quer externa,
está a adiar investimentos, continua a ter dificuldade na obtenção
de crédito e em ver pagas as dívidas do que vendeu ao Estado; tem
um enquadramento fiscal e parafiscal complexo, injusto e pesado;
debate-se, muitas vezes, por conseguir cumprir as suas obrigações
legais: a inexistência de seguros no
caso da responsabilidade por danos ambientais é um bom exemplo;
suporta custos elevados, como os
energéticos.
Mas importa referir que quando se
fala de indústria, também se fala
de empresários; e nestes, impera
o espírito combativo, da não resignação. Seria bom que se soubesse
valorizar mais o que é conseguir,
mensalmente, pagar salários e
cumprir com as obrigações legais
em vigor.
De qualquer maneira, qualquer
empresário sabe que, após um período menos bom, virá outro melhor; é cíclico. É por isso que vemos
hoje, apesar de tudo, muitas empresas a investir, a inovar, a melhorar a qualidade dos seus produtos,
a procurar novos mercados. E a terem sucesso! Qualidade e inovação
são hoje palavras-chave no léxico
empresarial; é este o caminho, e os
resultados estão à vista em muitas
empresas industriais em Portugal.
Que opinião tem da indústria portuguesa de calçado?
A indústria do calçado em Portugal
continua a ser um baluarte das exportações nacionais. É uma indústria tradicional, com um peso mui-
to grande no Norte do país, desde
logo na criação de emprego; e com
grande importância nas nossas exportações.
Defrontou-se com grandes transformações nos últimos anos, especialmente com a deslocalização de
muitas empresas; mas mantém-se
como uma indústria de referência
no nosso país. E esse estatuto de
referência advém de ser uma indústria moderna, competitiva e tecnologicamente avançada, que soube
resistir com um grande empenho,
apostando na qualidade, na inovação e no controlo dos custos; é comercialmente agressiva e impõe-se
nos mercados externos. O facto de,
em 2009, segundo a APICCAPS, ter
exportado para 132 países, reflecte
com clareza o seu dinamismo.
Não se pode confundir tradicional
com artesanal; e a indústria portuguesa de calçado é o exemplo cabal
disso mesmo. A APICCAPS muito
tem contribuído, com a definição de
estratégias a médio prazo em relação à actividade que representa e
a persistência na sua implementação, para a evolução e dinamismo
deste sector, muito voltado para o
mercado externo e, por esse facto,
a congratulo. Quem tem dúvidas
acerca da importância e da força
do associativismo, não pode deixar
de olhar para este sector.
A essa indústria deve o País um
exemplo marcante de transição,
com sucesso, de um sector caracterizado por forte utilização de mãode-obra intensiva para a produção
com recurso às mais modernas
tecnologias da informação e da comunicação (TIC) ao longo de toda
a cadeia produtiva e de comercialização.
O sector é hoje reconhecido pela
sua capacidade de controlo sobre
todas as etapas do processo, desde
o design à logística até à entrega
do produto final.
Neste âmbito, não posso deixar de
salientar o papel da APPICAPS,
como a associação que co-concebeu, juntamente com os seus
associados, uma estratégia e a
implementou no terreno, em pareceria com muitas outras entidades,
designadamente instituições académicas científicas e tecnológicas,
promovendo o sector e auxiliando-o
a tornar-se naquilo que é hoje.
A CEP deverá arrancar ainda este
ano. Na sua opinião, qual deverá
ser o contributo da Confederação
Empresarial de Portugal para o
movimento associativo?
A CIP dialogará com a Confederação Empresarial de Portugal,
se e logo que seja constituída nos
termos em que está anunciada,
agregando a parte institucional da
AEP e da AIP. Aliás, a postura da
CIP relativamente a qualquer organização associativa é de diálogo e
de concertação, procurando juntar
o que acrescenta valor e evitando
tudo o que não passe de mera sobreposição em relação ao que já
exista.
www.spedycargo.pt
SOLUTIONS THAT WORK.
A SPEDYCARGO foi criada em Janeiro de 2004 combinando a experiência e profissionalismo da sua equipa e a confiança dos seus parceiros no exterior com o conhecimento das
exigências dos mercados nacional e internacional.
A SPEDYCARGO empenha-se em encontrar as soluções mais adequadas e melhor desenhadas para os desafios da industria no presente e no futuro.
A SPEDYCARGO representa em Portugal o HTFN Global Logistics Partner. O HTFN é uma
associação de empresas transitárias privadas com representação mundial que permite
uma cobertura global através de parcerias com empresas congéneres de elevada reputação em cada mercado.Como membro a SPEDYCARGO beneficia de parcerias com mais
de 60 agentes em cerca de 50 países servindo mais de 250 portos e aeroportos.
Aéreo
Marítimo
Rodoviário
A Spedycargo oferece
uma diversificada
gama de opções no
transporte de carga
aérea. Garantimos
uma operação bem
estruturada resultante
da criatividade e
experiência da nossa
equipa.
A Spedycargo
assegura coordenação
total da operação
de transporte
seleccionando a opção
que melhor responda
às exigências de cada
embarque ao custo
mais competitivo.
Em parceria com
os seus agentes na
Europa, a Spedycargo
oferece serviço
regular de transporte
em Camião de e
para várias origens e
destinos.
Aduaneiro
A Spedycargo dedica
especial atenção a
este segmento para
o qual criou o seu
próprio departamento
aduaneiro no que
conta com pessoal
especializado e
licenciado.
Transportes
Especiais
A Spedycargo tem
uma vasta experiência
no segmento de:
· Feiras e Exposições
· Transportes Especiais
· Armazenagem e
Distribuição
SPEDYCARGO, TRANSITÁRIOS, LDA.
Head Office
Travessa da Telheira, nº. 305 · 1º Andar · Sala 9 · 4455-563 Perafita · Portugal
Telf. +351 229 993 650 · Fax. +351 229 964 962
Lisbon Office
Edifício 124 · Piso 1 Gabinete 18 · 1700-008 Aeroporto de Lisboa · Portugal
Tel. +351 218 480 369 / +351 218 487 683 · Fax. +351 218 480 370
TRANSITÁRIO
ESPECIALIZADO
EM FEIRAS
INTERNACIONAIS
Nº 164 # MARÇO 2010
7
«Made in Portugal»
regressa em força
A indústria portuguesa de calçado renovou-se, modernizou-se e,
com isso, aumentou a sua notoriedade internacional. São, por isso, cada
vez mais as empresas a apostarem
na criação e desenvolvimento de
marcas com uma identidade totalmente portuguesa. Uma diferença
abissal relativamente ao que se
verificava num passado recente.
É o regresso em força do “made in
Portugal”.
to boa e consideram mesmo que a
Atelier do Sapato tem um grande
potencial”.
Para José Machado, “o calçado português é, cada vez mais,
uma referência no mercado internacional”. Um mérito que atribui “ao
empenhamento dos empresários”
que, nos últimos anos, investiram
na modernização empresarial,
apostaram nos factores imateriais
da competitividade, reforçaram a
presença nos grandes fóruns internacionais da especialidade e foram
capazes de apresentar “produtos
inovadores, de potencial muito elevado e altamente diferenciadores”.
Durante décadas, foi indefinida a imagem de Portugal no
mundo. Ao nível do sector de calçado, os empresários lamentavam
o facto de “a imagem de Portugal
não acrescentar valor” e esse era
mesmo entendido como um dos
principais “estrangulamentos à
competitividade e plena afirmação
internacional do sector”. Os especialistas defendiam mesmo que “existia uma diferença substancial entre
a qualidade intrínseca do calçado
português e a imagem percebida
pelos consumidores”. Um «teste
cego» feito em plena MOCAP (Mostra de Calçado Português) junto de
importadores validava os lamentos
dos empresários: o preço de um par
de calçado português poderia sofrer
uma redução de 30% no momento
em que fosse revelada a sua proveniência. Durante sensivelmente
duas décadas, as empresas portuguesas tiveram de conviver com este
estrangulamento. Não era, pois, de
estranhar, que na altura de lançarem uma nova marca e se «aventurarem» nos mercados externos se
socorressem de estrangeirismos,
em especial de nomes de origem
anglo-saxónica. Hoje, porém, essa
realidade começa, paulatinamente,
a mudar e são várias as empresas
que investem em marcas com uma
identidade claramente portuguesa.
Só nos últimos três anos, foram mais
de 20.
Também a AS, empresa de
calçado com sede em Oliveira de
Azeméis, não pensou duas vezes
na altura de lançar uma nova marca
no mercado. A Chocolate Negro teve
rapidamente “bastante aceitação
por parte dos clientes internacionais
e as vendas têm aumentado significativamente época após época”.
Para Miguel Oliveira, é notória “a
evolução qualitativa da imagem do
calçado português. As empresas são
já hoje reconhecidas pela sua qualidade e começam a ter uma maior
notoriedade no plano internacional”, realçou, facto que resulta “da
aposta no lançamento de marcas
modernas e com uma imagem muito
apelativa”. Miguel Oliveira sublinha,
que este é um trabalho meticuloso
e, fundamentalmente, de grande
persistência.
Luís Onofre lamenta o dia
em que uma importante cadeia de
retalho de calçado de luxo norteamericana “abortou um negócio
quando percebeu que eu era português”. Um episódio que tem menos
de meia dúzia de anos. Mas nem
por isso esmoreceu. O prémio da
persistência acabaria por chegar.
Luis Onofre acaba de celebrar um
contrato com uma importante plataforma comercial em Espanha, o
El Corte Inglês, e as suas criações
serão vendidas por toda a Espanha.
De Mackjames
a Carlos Santos
Durante vários anos, a Mackjames afirmou-se como uma das
boas marcas europeias de calçado
masculino, ainda que, não raras
vezes, tivesse de esconder a sua
proveniência. Chegou, agora, a
altura de mudar e, desde o início
do ano, a Mackjames dará lugar à
marca Carlos Santos. “Quer por parte dos clientes já existentes quer por
parte dos potenciais novos clientes,
a receptividade foi bastante boa”
revelou Raquel Santos. De todos os
argumentos, sobressaiu um: “mais
do que um nome, Carlos Santos é
uma pessoa. A marca ganha assim
um significado acrescido”.
Na óptica da responsável da
Carlos Santos, “o calçado português
O calçado português está na moda. Em Portugal e no mundo
começa a ser visto internacionalmente como produto de qualidade”.
A única desvantagem era, até agora,
“a falta de notoriedade”, mas também nesse capítulo “Portugal tem
vindo a melhorar”. “É importante
que todas as empresas portuguesas trabalhem afincadamente para
conceber bons produtos e estejam,
assim, dispostas a criar uma boa
imagem do calçado português”.
Um Atelier
ambicioso
A Atelier do Sapato nasceu
há apenas três anos. O responsável, José Machado, sempre revelou
no entanto a ambição de projectar
a marca no plano internacional. A
reacção dos importadores foi “mui-
Já Miguel Vieira nunca escondeu a sua origem. Simbolicamente, tatuou o nome de Portugal
no corpo. Também a Fábrica de
Calçado Mariano apostou, desde a
primeira hora, e há já várias décadas, numa marca de identidade claramente portuguesa. Hoje, Ângela
Oliveira reconhece que “a imagem dos produtos portugueses é substancialmente melhor”, até porque
“se verificou uma grande evolução
ao nível do design e da qualidade do
calçado nacional”. Reconhece que
«o made in Itaty» ainda “continua a
ter um grande peso internacional”,
mas os sinais não enganam. O calçado português está literalmente
na moda. Em Portugal e no mundo.
Fevereiro|2010|ANO V|Nº 63 Grupo DECSIS | decsis SA | expandiserve SA | decunify SA | deccare Lda
SOMOS O MAIOR GRUPO
EMPRESARIAL PORTUGUÊS
DE SERVIÇOS DE TECNOLOGIAS DE INFORMAÇÃO
entre | palavras
SOMOS RESPONSÁVEIS
POR MAIS DE 170 POSTOS
DE TRABALHO DIRECTOS
DEIXE-NOS AJUDAR
A RESOLVER OS SEUS PROBLEMAS
CONTACTE-NOS
Estágios | Educação
Serviços de Formação
estágios curriculares | estágios profissionais
garantir competências | melhorar desempenho
SAMSUNG apresenta o
primeiro Disco Rígido
Externo com consumo
energético inferior a
0,1 watt
A Qualidade é uma meta possível
de medição e não apenas uma
definição vaga de bom. È mais um
esforço contínuo para melhorar do
que um grau de excelência prédefinido.
Deming define Qualidade como um
grau previsível de uniformidade e
confiança ao mais baixo custo e
adaptado às necessidades do
mercado,
considerando
adicionalmente a que a Qualidade
se fabrica não se inspecciona. Philip
Crosby considera que a Qualidade é
um processo dinâmico e não um
programa em que o único padrão de
performance aceitável é o “zero
defeitos”. Kaoru Ishikawa considera
que é necessária a satisfação do
cliente (interno ou externo) de modo
a que as suas expectativas sejam
atingidas ou excedidas, com base
numa
melhoria
contínua
do
processo.
Por outro lado, o conceito de
Qualidade
está
fortemente
associado a valor.
A ISO9000 é um sistema de
Qualidade aplicável a qualquer
produto, serviço ou processo em
qualquer país do mundo. O sistema
é constituído por planeamento,
controlo e documentação.
O planeamento é estabelecido para
assegurar que os objectivos,
autoridade e responsabilidades de
cada actividade são correctamente
definidos e percebidos.
O controlo é estabelecido para
assegurar que os objectivos são
concretizados e os problemas
antecipados ou evitados através de
acções correctivas adequadas.
A
documentação
é
utilizada
predominantemente
para
informação
acerca
do
comportamento do sistema em
relação às necessidades do cliente
e às alterações que é necessário
introduzir.
in Gestão de Projecto | Victor Sequeira Roldão
formação de profissionais para profissionais
A nossa metodologia facilita a tomada
de decisões eficazes na gestão do
plano de formação o que permite às
organizações:
• definir as necessidades de formação
• conceber e planear a formação
• executar e monitorizar a formação
• avaliar os resultados da formação
• calcular o ROI | rentabilidade da
formação
Academia DECSIS | Direcção de Formação
Análise e Reengenharia de Processos
A marca conseguiu
reduzir em 95% o
consumo de energia em
modo Standby.
A SAMSUNG Electronics
Co., Ltd., líder mundial
em electrónica de
consumo digital e
tecnologia da informação,
anunciou que o novo
disco rígido externo de
3,5 polegadas, o STORY
Station, vai ser o
primeiro a apresentar um
consumo de energia em
standby inferior a 0,1
watt.
DATA RECOVER CENTER
Ministério do Trabalho
e da Solidariedade
Social | Windows 7
São cerca de 1000 as
máquinas que vão
começar a trabalhar com
o novo sistema operativo,
tendo como mais-valias a
não necessidade de
adquirir novos
computadores e a
tecnologia de encriptação
Bitlocker.
A Unidade de Negócio de Consultoria de Serviços do
Grupo DECSIS está envolvida em projectos de
levantamento e reengenharia de processos em
Câmaras Municipais e Instituição Públicas.Estes
projectos têm como âmbito a reorganização de todos
os processos das organizações acima referidas e
culminarão no desenvolvimento e implemantação de
portais digitais.
SEMANA INFORMÁTICA
Actualmente, as organizações debatem-se com graves problemas de burocracia
interna directamente ligados às suas acções administrativas. A quantidade,
diversidade e dispersão da informação física e digital, a forma de acesso, o
modo como circula, os mecanismos de aprovação, o tempo que exige e os
custos que envolve continuam a ser um factor de constrangimento da
performance das organizações. O controlo de processos torna-se imperativo e a
solução está na consultoria e implementação de sistemas de gestão de
processos. Identificar e analisar os problemas, identificar as melhores práticas e
implementar a solução mais adequada a cada caso específico.
Grupo DECSIS | Consulting Services
Norma ISO 27001: 2005 | Sistemas de Gestão da Segurança da
Informação. Consulte-nos :: Grupo DECSIS | Soluções Globais
A DECSIS, SA e a DECUNIFY, SA, empresas do Grupo DECSIS,
são Empresas Certificadas NP EN ISO 9001 : 2008
Centro Autorizado de
Assistência Técnica
DECSIS ExpandiServe DECUNIFY DECCARE Porto
Porto
Porto
Porto
Lisboa
Lisboa
Lisboa
Lisboa
Rua das Artes Gráficas, 162
4100-091 Porto
Rua Alfredo da Silva
Lotes 16 e 17
Alfragide
2614-509 Amadora
Rua das Artes Gráficas, 162
4100-091 Porto
Rua Alfredo da Silva
Lotes 16 e 17
Alfragide
2614-509 Amadora
Funchal
Funchal
Rua Antero de Quental, 8
9000-375 Funchal
Rua Antero de Quental, 8
9000-375 Funchal
www.decsis.pt
www.expandiserve.pt
Rua de Francos, 121
4250-219 Porto
Rua das Artes Gráficas, 162
4100-091 Porto
Estrada Principal do Outeiro
Lte 9 Piso 0 - 1B
2785-507 S. Domingos de
Rana
Rua Alfredo da Silva
Lotes 16 e 17
Alfragide
2614-509 Amadora
Funchal
Funchal
Rua Antero de Quental, 8
9000-375 Funchal
www.decsis2.com
Rua Antero de Quental, 8
9000-375 Funchal
www.deccare.pt
Outsourcing de TI é
Segmento dos Serviços
de TI Com Maior
Potencial de
Crescimento até 2012
A IDC prevê que o
mercado nacional de
serviços de Outsourcing
de Tecnologias de
Informação (TI) cresça a
uma taxa média anual de
5,5% entre 2008 e 2012,
IDC | Portugal
Nº 164 # MARÇO 2010
9
Governo lança nova linha de crédito
-seguros de crédito com condições mais favoráveis
Sapsiwai(fotolia.com)
Os seguros de crédito apresentam condições muito mais vantajosas para as empresas
No âmbito das medidas de
apoio às PME preconizadas pelo
Governo, acaba de ser protocolada
com a banca uma nova linha de
crédito.
A PME Investe V disponibiliza mais 750 milhões de euros, dos
quais 250 milhões são exclusivamente destinados a micro e pequenas empresas. Para minimizar os
efeitos da crise nas empresas, “as
condições de acesso deste novo instrumento de apoio foram alargadas
às PME que tenham necessidade
de regularização de dívidas ao fisco
e à segurança social, permitindo a
utilização até 30% do empréstimo
para liquidar dívidas contraídas
junto da banca”, explicou o IAPMI
em comunicado. .
A nova linha foi ainda “alargada às Regiões Autónomas dos
Açores e da Madeira e permite que
a garantia do capital em dívida seja
majorada para 65% em operações
realizadas por empresas que não
tenham beneficiado de qualquer
apoio nas linhas anteriores.” No
caso de operações de crédito realizadas por micro e pequenas
empresas, o sistema de Garantia
Mútua garante até 75% do valor do
financiamento.
Outra novidade introduzida é
o aumento de um ano no prazo da
operação, que passa agora a ser de
quatro anos, na linha de apoio às
micro e pequenas empresas, e de
6 anos, na linha geral, e a inclusão
da locação financeira imobiliária e
de equipamentos como operação
elegível.
Ao abrigo das linhas anteriores foram apoiadas cerca de 50 mil
empresas, num valor de operações
realizadas de mais de cinco milhões
de euros.
Seguro de Créditos
para internacionalização
Como reforço dos apoios à
internacionalização, o Governo
afectou 30% da Linha OCDE II,
no valor de mil milhões de euros,
para cobertura do risco de crédito
em operações de exportação de dimensão significativa, para clientes
situados em países da OCDE.
Em causa estão operações
com concessão de crédito comercial de montante elevado e
por prazo que pode ir até aos
dois anos. Os limites máximos de
responsabilidade do Estado por
operação, que estavam estabelecidos por importador e por empresa
beneficiária, passam agora a estar
limitados apenas por importador e
com ‘plafonds’ muito superiores,
que alcançam 5 milhões de euros
por cobertura para os melhores
riscos. Importa registar que esta
foi uma proposta da APICCAPS ao
Ministério da Economia.
As empresas que pretendam obter
mais informações deverão contactar a COSEC ou o seu banco
habitual.
10
Nº 164 # MARÇO 2010
Visita do Secretário de Estado à MICAM
Felmini
Eject
Perlato
Harlot
Y.E.S.
Coxx
Coqueterra
Goldmud
Nº 164 # MARÇO 2010
11
Fernando Medina elogia calçado português
-principais feiras deixam bons indicadores
“O sector do calçado é um orgulho para um país”, defendeu o Secretário de Estado da Indústria
“O sector de calçado é um motivo de orgulho
e um exemplo a seguir”. O Secretário de Estado
da Indústria, mostrou-se particularmente animado
com o dinamismo das empresas portuguesas de
calçado, no decorrer da visita à MICAM. A acompanha-lo esteve o Gestor do Programa Compete,
Nelson de Souza.
“A indústria portuguesa está ao nível do
que se faz na Europa e no mundo em matéria de
qualidade, inovação, conceito de marca e capacidade de se adaptar ao mercado”, sublinhou,
ainda, Fernando Medina.
Para as empresas portuguesas, Março foi,
como se esperava, frenético, com passagens por
Dusseldorf, Madrid, Milão, Moscovo, Paris e S.
Paulo. A indústria de calçado voltou a estar em
plano de evidência na maior e mais prestigiada
feira de calçado do mundo, a MICAM. As 79 empresas revelaram a ambição e ousadia necessária
para enfrentaram o ano de 2010 com redobradas
esperanças. Um ano que se espera melhor do que
2009. Os primeiros indicadores são, pelo menos,
favoráveis, já que os principais fóruns europeus
da especialidade, a GDS e a MICAM, deixaram
bons indicadores.
A feira de Milão atraiu um total de 36.623
visitantes profissionais, número ligeiramente
superior ao registado no período homólogo. “O
sucesso desta edição confirma que, para ope-
radores do sector de todo o mundo, a MICAM
continua a ser um verdadeiro ponto de referência”, defendeu Vito Artioli. Para o Presidente
da ANCI “o grande mérito reside no apertado
critério de selecção”, facto que permite que
“apenas as marcas mais importantes possam
participar na MICAM”. No total, 1.597 empresas
expositoras, 591 deles estrangeiras, participaram na feira de Milão, apresentando as propostas para a próxima estação Outono/Inverno.
“Estamos satisfeitos com os resultados da Micam
Shoevent”, defendeu Vito Artioli, “que deixam
antever os primeiros sinais da tão esperada
recuperação, já que as empresas confirmaram
excelentes resultados comerciais”.
Também a 109ª edição da GDS prometeu
bons sinais para o futuro. Os 760 expositores
oriundos de 40 países (1120 expositores compreendendo a GDS e Global Shoes), foram visitadas
por 28.500 visitantes. Entres os clientes estrangeiros, destacam-se, respectivamente, os países
do Benelux, França, Itália, Reino Unido e Áustria.
Portugal esteve representado por 52 empresas, a
3ª maior representação estrangeira, num crescimento (o 6º consecutivo) superior a 60%.
Kirstin Deutelmoser, Directora da Messe de
Dusseldorf, defendeu que “a GDS revelou-se um
indicador-chave para o sector, sendo perceptível
um ambiente geral de optimismo ”.
A GDS vai sofrer, já na próxima edição, uma
alteração das datas, iniciando-se a “feira das feiras” a uma quarta e terminando numa sexta-feira,
“Com esta alteração, a Organização e o Conselho
Consultivo da Messe de Dusseldorf acreditam
que tornarão a GDS ainda mais atraente para os
retalhistas”.
Forte campanha
Ao longo de 2010, a indústria portuguesa de
calçado participará em 80 acções promocionais no
exterior, investindo sensivelmente 9 milhões de
euros, numa iniciativa conjunta da APICCAPS e
AICEP e que contará com o apoio do Programa
Compete.
Em traços gerais, o sector investirá no
reforço da presença em feiras e exposições de
plataforma mundial bem como na presença em
feiras de nicho, alargando assim horizontes a
outros segmentos de mercado que apresentem
um potencial de crescimento muito interessante.
No total, prevê-se que mais de 140 empresas da fileira do calçado participem neste megaprograma de promoção à escala internacional, que
tem como objectivos consolidar a posição relativa
do calçado português nos mercados externos,
diversificar o destino das exportações, abordar
novos mercados e possibilitar que novas empresas
iniciem o processo de internacionalização.
12
Nº 164 # MARÇO 2010
26ª edição do Portugal Fashion
Calçado surpreende
na 26ª edição do Portugal Fashion
fotos: Portugal Fashion
A Atelier do Sapato, marca revelação do sector de
calçado em 2008, voltou a surpreender. Da junção entre o amor pela tradição à criação de calçado com um
toque único, a marca manteve-se fiel ao seu conceito
“Advanced Vintage”. Os materiais (camurças suaves
de vitela, peles de vaca lavadas com um granulado
cheio, pele de cabra lavada com efeitos de imitação
de cobra lavada), conjugam-se em harmonia, camada
sobre camada, com as cores negro, azul navy profundo e castanho- ébano, que se combinam com sigaro,
cor camelo polido, petrol escuro, antracite, coroados
por uma cor intensa, rust.
Pela primeira vez no Portugal Fashion e sob o
signo da juventude no design, conforto no andar e jovialidade nas cores, a Chocolate Negro
demonstrou as razões pelas quais os sapatos
podem ser um saboroso vício: pelas linhas jovens
e cores alegres, pelas formas mais arrojadas
e pormenores de charme e pelo conforto dos
materiais, nomeadamente peles, muito macias.
A marca revelação do sector de calçado em 2009
aposta numa presença forte, ao qual nenhuma
mulher ficará indiferente.
A Dkode voltou a proporcionar um
desafio constante à sensibilidade
criativa. “Break The Code to create a
new one” é o tema da nova colecção. Todas as abordagens ou intervenções
têm uma orientação profundamente
urbana e cosmopolita, que se reflectem em gáspeas com peles mescladas
e rústicas, denims e cracks. Wine e
taupe/grey são as cores de tendência
desta nova colecção.
Sempre progressiva, nunca convencional, a Fly London propõe uma mistura
de modelos, cores e sensações. As
influências provêm de todo o lado…
desde a época Vitoriana, anos 60, 70
e 80 até aos dias de hoje e continua a
experimentar novos materiais e novas
técnicas incluindo a lavagem de calçado
já acabado. A Fly propôs vários visuais
diferentes, prevalecendo um inigualável
espírito aventureiro.
13
Nº 164 # MARÇO 2010
Marisa Cruz foi a grande figura do Desfile Colectivo de Calçado, que decorreu na Alfândega
do Porto, no âmbito da 26ª edição do Portugal Fashion. A manequim, actriz e apresentadora
regressou, assim, aos grandes palcos da moda nacional, desfilando em exclusivo para oito das
mais importantes marcas portuguesas de calçado.
Criatividade, moda e conforto fundem-se na
colecção Inverno 2010 da Y.E.S, com o objectivo de recriar uma nova identidade urbana cheia
de personalidade e carácter, vocacionada para
todos aqueles que ambicionem um sentimento
de «puro prazer».
A Stiletto promete agradar às mulheres jovens,
cosmopolitas, elegantes, sensíveis e sensuais.
Não rompendo com as raízes da marca, mas
mostrando uma vertente mais arrojada e apelativa, a nova colecção aposta sobretudo na elegância e no conforto da mulher actual, oferecendolhes inúmeras escolhas, tanto a nível de cores,
como de peles e saltos.
Tendo como identidade e inspiração, um conceito clássico, jovem e urbano, mas com um
carácter marcadamente irreverente, a Nobrand
sugeriu para o Inverno de 2010 uma atitude
futurista, vibrante, multitextural e gráfica, com
ênfase nos detalhes. “First Collection” foi a
nova proposta, de aspecto casual, urbano e militar com detalhes baseados no individualismo,
ideias novas, optimismo e diversão, numa fusão
de estilos de linhas limpas, puras e funcionais,
criando um calçado de novo aspecto, para um
consumidor confiante, moderno e elegante.
Já a Goldmud convidou a uma viagem no tempo. O cenário,
tal como num sonho, não se define, será um misto de Oeste
americano e um lugar perdido na imensa cordilheira dos
Himalaias. A luz que ofusca, por momentos não vem do Sol,
é Las Vegas no seu expoente-máximo. Tons quentes, materiais naturais e inovadores e um design arrojado materializam a nova colecção da Goldmud em formas sofisticadas e,
simultaneamente, descomprometidas. Uma mistura ecléctica de modelos de calçado combinados de forma original
que sugerem um look único, de modo a vincar uma forte
expressão de individualidade.

­
expandindústria
€





‚ƒ„…†ƒ‡„ƒˆ
ˆ‰
Š‹ŒŽ‘’’„
Telef. 228 312 477 / 228 310 731 / 228 300 736
Fax 228 317 846
[email protected]

Nº 164 # MARÇO 2010
Agenda
de eventos
Abril
3/16 - Fimec, Novo Hamburgo,
Brasil - Fileira do couro
13/15 - 40ª edição da ISF –Toquio,
Japão - Calçado e Artigos de Pele
15/18 - Cosmoprof 2010, Bolonha,
Itália - Calçado Footwear
Maio
12/13 - BTS – Poznan, Polónia
(Fileira da moda)
18/20 - International Fur and Leather exhibition, Moscovo, Rússia
– Fileira do couro
Junho
08/10 - Ffany Collections, Nova
Iorque, EUA – Calçado
12/15 - 74ª edição da Expo Riva
Schuh, Riva del Garda, Itália –
Calçado
14/17 – MosShoes, Moscovo, Rússia – Calçado
28/30 - The Brandery, Barcelona,
Espanha, Fileira da Moda
15
Obama elogia calçado português
“Os mais espectaculares
que, alguma vez, passaram pela
Casa Branca”. Foi desta forma que
o Presidente dos Estados Unidos,
Barack Obama, elogiou os sapatos da marca portuguesa Swear.
O elogio surgiu no decorrer de uma
reunião promovida por Barack
Obama com os principais activistas
norte-americanos dos direitos homossexuais, num evento realizado
na Casa Branca, em Washington
Segundo o Director Comercial, da
Swear, os sapatos, com reflexos
prateados, conquistaram a atenção
do presidente dos EUA.
A Swear parece estar assim
de regresso à ribalta. Prestes a
celebrar 15 anos de existência, a
marca criada por José das Neves
rapidamente atingiu uma grande
notoriedade internacional. O patrocínio a algumas figuras da música
POP mundial como REM, Prodigy
e as extintas Spice Girls serviu de
trampolim para uma entrada em
grande estilo em Hollywood. Na
capital do cinema, os protagonistas
da segunda trilogia Star Wars foram calçados pela Swear, naquela
que se revelou uma operação de
marketing verdadeiramente internacional.
A Swear continua a «dar cartas» no plano internacional
Nº 164 # MARÇO 2010
17
Breves
Antidumping
Tribunal Europeu dá razão
à CE no processo contra a China
O Tribunal Geral da União
Europeia, o segundo principal da
UE, com sede no Luxemburgo, rejeitou o apelo de empresas chinesas
e de Hong Kong, que pretendiam
anular a decisão do Conselho dos
Ministros da União Europeia que
aprovou, a 22 de Dezembro último,
a prorrogação dos direitos antidumping à China e ao Vietname.
Esta decisão da CE tem carácter definitivo e tem como consequência directa a aplicação, a
alguns tipos de calçado com a parte
superior em couro, de taxas no valor
de 16,5% e 10%, respectivamente às
importações provenientes da China
e do Vietname. Estes direitos antidumping vigorarão por um período
de 15 meses.
Itália
O Parlamento italiano aprovou uma
lei que impõe que todos os produtos
de moda (calçado, vestuário, etc.) e
mobiliário comercializados em Itália
devem colocar a origem dos produtos. As próximas semanas serão
importantes para perceber se a Comissão Europeia autoriza que esta
legislação entre em vigor, pois poderão violar prorrogativas europeias.
No total, o Tribunal do Luxemburgo recusou cinco apelos distintos
e ordenou que as empresas chinesas e de Hong Kong suportassem a
totalidade das custas judiciais.
Havaianas
Pendente está, ainda, a queixa formal que a China apresentou à
Organização Mundial de Comércio
(OMC).
Num dossier com algumas
semelhanças, o Brasil anunciou recentemente que voltou a aumentar
em 11% os direitos antidumping ao
calçado importado da China, para
um total de 13,85 dólares o par.
Uterqüe
O grupo Inditex anunciou o lançamento da sua primeira loja Uterqüe
na Rússia. A loja fica localizada
no Metropolis, um dos maiores
centros comerciais de Moscovo.
Com esta nova abertura, o grupo
Inditex reforça a presença num
mercado com grande potencial.
Todas as insígnias do grupo como
Zara ou Massimo Dutti estão já na
Rússia. Já a Uterqüe, lançada em
Julho de 2008, tem agora 60 lojas
em 13 países, incluindo Portugal,
Espanha, Grécia, Bélgica, Chipre,
México, Arábia Saudita, Emiratos
Árabes Unidos, Líbano, Kuwait,
Qatar, Turquia e Rússia.
A CE acaba de vencer outro «braço-de-ferro»
à China e Vietname
Jovens estilistas portugueses
em destaque na GDS
A Alpargatas, depois de ter conseguido transformar os chinelos de
dedo Havaianas uma referência
internacional, vai lançar em Maio
próximo um novo produto: uma
colecção de calçado fechado que
inclui modelos desportivos com a
designação Soul Collection. Além
dos modelos de cano baixo e alto,
a nova colecção apresentará sapatilhas, sabrinas e o sapato de lona
com borracha no lugar da palmilha
de corda. Os modelos serão colocados à venda em luxuosas lojas como
o Harrods e Selfridges, em Londres,
e as Galerias Lafayette, em Paris, e
custarão entre 28 e 55 euros. Os novos ténis e sapatos Havaianas estarão também disponíveis no Brasil e
chegarão aos EUA em 2011.
Ficha Técnica
Propriedade:
Tal como tem acontecido em
edições anteriores da GDS, o Centro
de Formação Profissional da Indústria de Calçado (CENTRO) esteve
em plano de evidência na feira de
Dusseldorf.
APICCAPS - Associação Portuguesa dos
Industriais de Calçado, Componentes,
Artigos de Pele e Seus Sucedâneos
José Afonso sublinhou que
esta participação visou “divulgar
as potencialidades do CENTRO,
ao nível do design e competências
técnicas, quer junto das empresas
portuguesas presentes no certame,
quer dos compradores internacionais”. O Centro esteve presente com
seis stands na área Design Attack do
Pavilhão 3 e os resultados foram considerados como “muito positivos”.
Fax 225 074 179
Nota de destaque para o
facto de esta ter sido “uma importante rampa de lançamento para
alguns antigos formandos da área
Rua Alves Redol, 372 - Apartado 4643 4011-001 PORTO
Telef. 225 074 150
[email protected]
http://www.apiccaps.pt
Director:
Presidente da APICCAPS
Edição: Gabinete de Imprensa da
APICCAPS
Os jovens “criadores” do CENTRO
estiveram em grande na GDS
do estilismo e da modelação, que
participaram neste espaço a convite
do CENTRO e que estão a lançar no
mercado novas marcas próprias”. O
CENTRO voltará a marcar presença
na edição de Setembro próximo, a
convite da GDS, o que para José
Afonso “demonstra por parte da
Organização o empenho e contentamento pelos resultados obtidos”.
[email protected]
Participação especial: Manuel Correia
(Fotos)
Distribuição gratuita aos sócios
Tiragem: 2000 exemplares
COM O APOIO
Nº 164 # MARÇO 2010
19
Inovar em português
As empresas portuguesas de calçado continuam a surpreender os mercados internacionais com pequenos pormenores capazes
de fazer toda a diferença. Colecções de cariz ecológico, calçado
que utiliza as peles mais exóticas, novas soluções para doentes
diabéticos. As marcas portuguesas não param de surpreender. A
inovação faz já parte do seu ADN.
Softwaves desenvolve
Calçado para diabéticos
A Softwaves foi uma das marcas portuguesas em plano de destaque na MICAM, com
a apresentação de uma linha inovadora, “através da introdução de um novo sistema que alia
uma sola de borracha, flexível e resistente, com palmilhas especiais, que permitem a circulação do ar e, dessa forma, a manutenção de uma temperatura adequada para o pé”, explicou
Orlando Santos.
Este novo modelo, que já se encontra patenteado, “é indicado para pessoas com diabetes”,
sublinhou o responsável da Softwaves e está já a ser comercializado em farmácias.
Calafe certifica
Processo de inovação
A Calafe é já uma das empresas portuguesas de calçado mais modernas
do ponto de vista tecnológico. Uma estratégia que será reforçada no futuro. A
empresa de Felgueiras foi a primeira PME de um sector “dito” tradicional a
concluir o processo de inovação, de acordo com as normas NP 4457 - Sistema
de Gestão da Investigação, Desenvolvimento e Inovação.
O objectivo, assume Joaquim Carvalho, passa por “apresentar pelo menos
duas inovações a cada colecção”. O responsável da Calafe reconhece, igualmente,
que este é um grande desafio, já que obriga “a fazer ainda mais e melhor do que
fazíamos no passado”.
Pele de perca do Nilo
e calçado ecológico
Tal como há seis meses, a Mariano voltou a ser uma das empresas portuguesas em franco
plano de destaque nos principais certames internacionais que decorreram em Março.
Desta feita, para além de uma linha de calçado ecológico que, segundo Ângela Oliveira, privilegia “a utilização de peles que não sejam nocivas para o meio ambiente e todos os restantes componentes são recicláveis”, a Mariano apresentou uma colecção de calçado que utiliza peles de perca do
Nilo. Uma aposta exótica que voltou a surpreender. Ângela Oliveira assume que a “apresentação de
novos materiais, sempre fantásticos e muito confortáveis, é uma prioridade”.
Miguel Vieira lança
linha para noivos
«Special Day» é o nome da linha de calçado que o estilista Miguel Veira lançou
em Milão, exclusivamente dedicada aos noivos. Trata-se, como explicou Miguel Vieira,
de uma colecção relativamente restrita, constituída por apenas seis modelos de calçado
altamente personalizados, que permite designadamente colocar o nome dos noivos e a
data e local onde se realiza a cerimónia. A caixa dos sapatos é dourada, pormenor que
lhe assegura um carácter especial.
O feedback inicial foi muito positivo, garantiu o estilista de S. João da Madeira,
com uma carreira na fileira da moda há mais de 20 anos.
Nº 164 # MARÇO 2010
21
Importações europeias de calçado
recuam em 2009
Os 27 países que integram a
União Europeia adquiriram 3,1 mil milhões de pares de calçado no valor de
26, 700 milhões de euros em 2009. Relativamente ao ano anterior há a registar
quebras de 7 e 4,9%, respectivamente.
A Alemanha perfila-se como o
principal mercado europeu. De Janeiro
a Dezembro de 2009, importou 472 mil
pares de calçado (menos 8,2%) no valor
de 4 738 milhões de euros. No segundo
posto entre os principais importadores
europeus de calçado, mas já uma distância significativa da Alemanha, surge
a França. Em 2009, importou 396 milhões de pares (menos 2,7%) no valor de
3 956 milhões de euros (menos 0,2%).
A completar o pódio, o Reino
Unido registou um comportamento
diferente dos restantes países, na medida em que comprou mais calçado,
designadamente a países asiáticos,
mas a preços mais reduzidos. Em 2009,
o Reino Unido adquiriu 453 milhões de
pares (mais 2%, superando mesmo em
quantidade a França) no valor de 3 3621
milhões de euros (menos 2,3%).
Nota de destaque para o comportamento da Holanda e da Bélgica. Ainda que a população conjunta dos dois
países não ascenda sequer a 25 milhões
de habitantes (menos de metade da
Alemanha, por exemplo), os dois países
juntos importaram sensivelmente 400
milhões de pares de calçado. Holanda
e Bélgica surgem, assim, como 5º e 6º
importadores de calçado da Europa, o
que lhes permite funcionar posteriormente como os dois mais importantes
centros de reexportação de calçado à
escala europeia.
Em quantidade, Espanha surge
no 4º lugar entre os principais importadores europeus (329 milhões em 2009,
menos 3,6% do que no ano anterior),
mas em valor surge apenas no 6º posto
(1724 milhões de euros, menos 13,5%
do que em 2008).
Ao nível dos países de Leste,
de sublinhar o facto de a República
Checa ter importado, em 2009, 118
milhões de pares de calçado (menos
27%) no valor de 436 milhões de euros
(menos 9,3%).
Nº 164 # MARÇO 2010
23
Empresário Correia Alves homenageado
O empresário Correia Alves é uma referência no sector do calçado
O empresário António Correia Alves celebrou, a 7 de Março último, o 80º aniversário. Momento ideal para uma justa e sentida homenagem,
por parte da família, autarquia e forças vivas da
cidade de Santa Maria da Feira a um empresário
que se mantém no activo há já 62 anos.
Correia Alves, desde cedo, revelou a ambição de ser empresário. Com apenas 17 anos,
funda a empresa J. Correia de Sá & Filhos e, três
anos depois, a António Correia Alves (Ginita).
Desde o início, percebeu que o mercado nacional
era demasiado pequeno, pelo que vislumbrou
nas antigas províncias ultramarinas uma imensa
janela de oportunidade. Com o 25 de Abril, inicia a
“aventura” europeia, para onde se dirige ainda hoje
o essencial da produção. Actualmente, a Ginita empresa com 110 trabalhadores apresenta um volume
de negócios que ascende a oito milhões de euros.
Ao longo de oito décadas, António Correia
Alves notabilizou-se igualmente ao nível da intervenção social. Com efeito, sempre teve uma
acção próxima e socialmente responsável, designadamente do Feirense, Arrifanense, Bombeiros
Voluntários de Arrifana e São João da Madeira, do
Rancho Folclórico de S. Martinho de Escapães e
do Rotary Club da Feira. Nota de grande destaque
para o facto de ter sido o principal impulsionador
da construção do primeiro monumento ao “sapateiro” construído na freguesia de Escapães, em
Santa Maria da Feira.
“Aos oitenta anos, mantém a jovialidade
que sempre o caracterizou e continua a ser
a voz autorizada da experiência moldada na
sabedoria, no espírito de justiça, que fazem
dele um dos mais respeitados empresários
portugueses do sector do calçado”, destacou
o filho Albérico Alves. Acresce que “sempre se
revelou uma pessoa de grande simplicidade,
de irrepreensível carácter, empresário de reconhecido mérito, que soube ser ousado quando o
rasgo dos negócios o exigia e prudente quando
as cautelas o impunham”. Para o Presidente
da Câmara Municipal de Santa Maria da Feira,
Alfredo Henrique, “Correia Alves foi um dos
principiais impulsionadores da indústria de
calçado na região”.
24
Nº 164 # MARÇO 2010
MADE TO FEET
PORTUGUESE
SHOES
The best in Quality
Excellence in Design

Documentos relacionados

Conjuntura GAPI World Footwear Yearbook Investimento

Conjuntura GAPI World Footwear Yearbook Investimento do sector e, ainda que seja esperado um resultado positivo no final do ano, os sectores exportadores serão, na sua generalidade, obrigados a «travar». A economia portuguesa deverá ter o segundo pio...

Leia mais

Destaque Comércio Externo Actualidade Indústria

Destaque Comércio Externo Actualidade Indústria exportou calçado, no valor de 480 milhões de euros, havendo a registar um crescimento de 17,8%, valor acima da média da economia portuguesa. Já as importações cresceram 8,5% para 159 milhões de eur...

Leia mais