Temas de Redação

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Temas de Redação
Curso Wellington – Redação – Prof Hilton Franco
1. (Fuvest 2011) Observe esta imagem e leia com atenção os textos abaixo.
Texto 1
Um grandioso e raro espetáculo da natureza está em cena no Rio de Janeiro. Trata-se
da floração de palmeiras Corypha umbraculifera, ou palma talipot, no Aterro do Flamengo.
Trazidas do Sri Lanka pelo paisagista Roberto Burle Marx, elas florescem uma única
vez na vida, cerca de cinquenta anos depois de plantadas. Em seguida, iniciam um longo
processo de morte, período em que produzem cerca de uma tonelada de sementes.
http://veja.abril.com.br, 09/12/2009. Adaptado.
Texto 2
Quando Roberto Burle Marx plantou a palma talipot, um visitante teria comentado:
“Como elas levam tanto tempo para florir, o senhor não estará mais aqui para ver”. O
paisagista, então com mais de 50 anos, teria dito:
“Assim como alguém plantou para que eu pudesse ver, estou plantando para que
outros também possam contemplar”.
http://www.abap.org.br. Paisagem Escrita. nº 131, 10/11/2009. Adaptado.
Texto 3
Onde não há pensamento a longo prazo, dificilmente pode haver um senso de destino
compartilhado, um sentimento de irmandade, um impulso de cerrar fileiras, ficar ombro a ombro
ou marchar no mesmo passo. A solidariedade tem pouca chance de brotar e fincar raízes. Os
relacionamentos destacam-se sobretudo pela fragilidade e pela superficialidade.
Z. Bauman. Vidas desperdiçadas. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2005. Adaptado.
Texto 4
A cultura do sacrifício está morta. Deixamos de nos reconhecer na obrigação de viver
em nome de qualquer coisa que não nós mesmos.
G. Lipovetsky, cit. por Z. Bauman, em A arte da vida. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2009.
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Como mostram os textos 1 e 2, a imagem de abnegação fornecida pela palma talipot, que, de
certo modo, “sacrifica” a própria vida para criar novas vidas, é reforçada pelo altruísmo* de
Roberto Burle Marx, que a plantou, não para seu próprio proveito, mas para o dos outros. Em
contraposição, o mundo atual teria escolhido o caminho oposto.
Com base nas ideias e sugestões presentes na imagem e nos textos aqui reunidos, redija uma
dissertação argumentativa, em prosa, sobre o seguinte tema:
O altruísmo e o pensamento a longo prazo ainda têm lugar no mundo contemporâneo?
*Altruísmo = s.m. Tendência ou inclinação de natureza instintiva que incita o ser humano à
preocupação com o outro. Dicionário Houaiss da língua portuguesa, 2009.
2. (Uesc 2011) Leia, com atenção, os dois temas propostos. Em seguida, escolha um deles e
elabore sua redação.
Tema I
A favela não é um problema, nem uma solução. A favela é uma das mais contundentes
expressões das desigualdades que marcam a vida em sociedade em nosso país, em especial
nas grandes e médias cidades brasileiras. É nesse plano, portanto, que as favelas devem ser
tratadas, pois são territórios que colocam em questão o sentido mesmo da sociedade em que
vivemos. O significado da apropriação e uso do espaço urbano deve estar na primeira página
de uma agenda política de superação das más condições de vivência no nosso mundo.
Estamos diante de um desafio, e não mais diante de um “problema dos outros”.
(SOUZA e SILVA, Jailson; BARBOSA, Jorge Luiz. Favela: alegria e dor na cidade. Rio de
Janeiro: Senac Rio, 2005. p. 91).
Produza um texto dissertativo-argumentativo em que você desenvolva as ideias contidas no
fragmento em destaque e que tenha como título a frase:
“Estamos diante de um desafio, e não mais diante de um problema dos outros”.
Observações:
1) Enfoque a favela num sentido mais amplo da realidade urbana.
2) Discuta causas e consequências da existência do fenômeno social dentro das cidades
brasileiras.
Tema II
“Televisão é um meio de entretenimento que permite a milhões de pessoas assistirem à
mesma coisa ao mesmo tempo — e ainda assim continuarem solitárias.”
T. S. Eliot
(SCLIAR, Moacyr. A língua de três pontas: crônicas e citações sobre a arte de falar mal. Porto
Alegre: Artes e Ofícios, 2001. p. 113).
Com base no pensamento de T. S. Eliot e em sua experiência como telespectador, produza um
texto argumentativo sobre o tema:
A TV isola o homem de seu ambiente, e aí começa o processo de separação e solidão.
Observações:
1) Trabalhe seu texto respeitando o recorte temático.
2) Analise a relação: TV, veículo de comunicação de massa x solidão humana.
3. (Ufpel 2011) Os textos utilizados na coletânea para a redação originam-se de inúmeras
fontes e mostram fatos, dados, opiniões e argumentos relacionados com o tema. Eles não
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simbolizam o posicionamento da banca examinadora. São textos que você encontra
diariamente em revistas, jornais ou livros, e que deve saber ler e comentar. Consulte a
coletânea e utilize-a. Não a copie. O texto que você redigirá deverá ser elaborado em forma de
dissertação.
Viajar ou não viajar, eis a questão.
Texto 1
A arte de viajar
Se nossa vida fosse dominada por uma busca da felicidade, talvez poucas atividades
fossem tão reveladoras da dinâmica dessa demanda - em todo o seu ardor e seus paradoxos como nossas viagens. Elas expressam - por mais que não falem - uma compreensão de como
poderia ser a vida, fora das restrições do trabalho e da luta pela sobrevivência. No entanto, é
raro que se considere que apresentem problemas filosóficos - ou seja, questões que exijam
reflexão além do nível prático. Somos inundados de conselhos sobre os lugares aonde
devemos ir, mas ouvimos pouquíssimo sobre por que e como deveríamos ir - se bem que a
arte de viajar pareça sustentar naturalmente uma série de perguntas nem tão simples nem tão
triviais, e cujo estudo poderia contribuir modestamente para uma compreensão do que os
filósofos gregos denominaram pelo belo termo eudaimonia ou desabrochar humano.
DE BOTTON, Alain. A Arte de Viajar. Editora Rocco Ltda. Rio de Janeiro, RJ. 2000. P.17.
Texto 2
Doce nada
Uns viajam em busca de paisagens indescritíveis, outros querem lugares bacanas para
fotografar, terceiros caçam templos de compras, e há os que vão à estrada para fazer amigos.
Eu viajava para encontrar o nada, o “doce nada de não ter um mísero nada”, como cantou Lou
Reed em “Oh! Sweet nuthin”. Mas meu destino não seria uma barraca imunda em Trindade
(RJ) nem um ashram indiano. A ideia era reencontrar a quintessencial ideia de praia. Um
ambiente que, me segredaram, aceita poucos turistas, não tem luz elétrica nem badalação
noturna, onde a vegetação é escassa e as sombras, durante o dia, são raras.
Duas praias observadas por um farol. Lobos-marinhos, cavalos, gaivotas. Seres
humanos silenciosos. Quilômetros de dunas. Resolvi não pesquisar muito para me surpreender
ao vivo - e assim fui com a namorada passar uma semana em Cabo Polônio, Uruguai.
Revista Vida Simples, edição 91, abril de 2010.
Texto 3
Querer a viagem
No começo, bem antes de todo gesto, de toda iniciativa e de toda vontade deliberada
de viajar, o corpo trabalha, à maneira dos metais, sob a ação do sol.
Na evidência dos elementos, ele se mexe, se dilata, se estende, se distende e modifica
seus volumes. Toda genealogia se perde nas águas tépidas de um líquido amniótico, esse
banho estelar primitivo onde cintilam as estrelas com as quais, mais tarde, se fabricam mapas
do céu, depois topografias luminosas nas quais desponta e se aponta a Estrela do pastor - que
meu pai foi o primeiro a me ensinar - entre as constelações diversas. O desejo de viagem tem
sua confusa origem nessa água lustral, tépida, ele se alimenta estranhamente dessa superfície
metafísica e dessa ontologia germinativa. Ninguém se torna nômade impenitente a não ser
instruído, na carne, pelas horas do ventre materno, arredondado como um globo, um mapamúndi. O resto é pergaminho já escrito.
ONFRAY, Michel. Teoria da viagem. L&PM editores. Porto Alegre, RS. 2007.
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Texto 4
Viajar
Papas da Língua
Composição: Serginho Moah
Eu quero lhe dizer
Vou contar pra você
A minha alegria
Você vai perceber
Que se quiser vai ver
Tudo o que eu vi um dia
Fui pro lado de lá
Fui para desvendar
A minha fantasia
Tudo o que aprendi
Tudo o que conheci
Valeu a pena descobrir
Quero lhe falar
É bom viajar
Tocar pelo mundo a fora
Nova York é bom
Paris é demais
Algo que não vou esquecer jamais
Não vou não (jamais)
Fui pro lado de lá
Então eu percebi
Que o sonho se realiza
É só você ter fé
E sempre acreditar que tudo pode conquistar
Quero lhe falar
É bom viajar
Tocar pelo mundo a fora
Nova York é bom
Paris é demais
Algo que eu não vou esquecer jamais
Não vou não (jamais)
Disponível em <http://letras.terra.com.br/papas-na-lingua/109769>. Acesso em: 26.08.2010.
4. (Ifsp 2011) Leia o texto a seguir que servirá de base para a sua redação.
Jovens são treinados para serem empresários
Eric Nogari Chaves já pensa em abrir seu próprio negócio. Como nunca, está de olho
no mercado, conversa com empresários e imagina produtos. Tudo isso aos 16 anos.
Chaves descobriu seu perfil empreendedor ao participar de projetos da organização
norte-americana Junior Achievement, que investe em adolescentes para que se tornem
empresários conscientes e éticos.
Entre os objetivos da Junior Achievement, aponta a superintendente da organização,
Wilma Santos, estão proporcionar uma visão clara do mundo dos negócios e despertar o
espírito empreendedor dos jovens ainda na escola.
Para isso, são oferecidos diversos programas, como o Miniempresa, em que o
estudante simula a abertura de sua companhia e lida com cálculos de fisco e com a elaboração
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de produtos. Já no Empresário Sombra, ele segue durante um dia inteiro um executivo de
sucesso.
“Queremos que eles sejam empreendedores com responsabilidade socioambiental,
conscientes de que a sustentabilidade pode ser encarada não com pessimismo, mas com
senso de urgência”, diz Santos.
(Diogo Bercito, Folha de S. Paulo, 05.02.2008. Adaptado)
Proposta
Pensando no mundo do trabalho, escreva uma dissertação sobre o tema:
Na formação do futuro empreendedor, a escola desempenha um papel
significativo ou o que importa é apenas a inserção no mercado de trabalho em busca de
experiência profissional?
5. (G1 - utfpr 2011) Seu computador é um lixo? Você não está só
Quantidade de resíduos de aparelhos eletrônicos cresce a uma taxa três vezes maior do que
os outros tipos de rejeito. Ambientalistas já tratam o tema como um dos grandes problemas
globais.
São Paulo - O acúmulo de peças de aparelhos eletrônicos descartados já soma 5% de todo o
lixo sólido produzido no mundo, de acordo com o Greenpeace. Este número é praticamente
igual à quantidade de plástico despejada no meio ambiente. O agravante é que o lixo eletrônico
cresce cerca de 5% ao ano. Ou seja: até três vezes mais que a média de todo o lixo produzido.
O tema será discutido na Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas que acontece no
mês que vem em Copenhague, na Dinamarca. E não é só o destino final dos aparelhos
eletrônicos que ocupa a pauta da reunião: o rastro de carbono deixado pela fabricação e
utilização desses eletrônicos também preocupa. (...)
O Greenpeace mantém um ranking das empresas que menos agridem o meio ambiente e são
premiadas por isso, enquanto grandes empresas (...) são pressionadas a oferecer maior
transparência sobre suas políticas ecológicas.
(Texto publicado em 16/11/2009, adaptado e disponível no seguinte endereço eletrônico:
http://portal.rpc.com.br/gazetadopovo/tecnologia)
Com base nas informações da matéria acima, produza um texto dissertativo-argumentativo
sobre: “O que fazer com o lixo eletrônico? Como conter esse problema?”
6. (Ufba 2011) Os textos apresentados a seguir devem servir para uma reflexão sobre os
sonhos.
I.
SONHO. 1. ato ou efeito de sonhar. 2. conjunto de imagens, de pensamentos ou de
fantasias que se apresentam à mente durante o sono. 3. (p.ext.). Sequência de ideias soltas e
incoerentes às quais o espírito se entrega; devaneio, fantasia, (entrega-se aos sonhos para
fugir da realidade). 4. [...] 5. (fig.) desejo vivo, intenso e constante; anseio (o sonho dele é
enriquecer o mais rápido possível). 6. [...] 7. ideia ou ideal dominante que alguém ou um grupo
busca com interesse ou paixão; (o sonho da liberdade). [...]
In: HOUAISS, Antônio; VILLAR, Mauro de Salles. Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa.
Rio de Janeiro: Objetiva, 2001, p. 2608.
II.
SOBRE O “SONHO BRASILEIRO”
Foi James Truslow Adams (1879-1949) quem cunhou, em The Epic of America (1931),
a expressão “the American Dream”: “O Sonho Americano”, disse ele, “é o sonho de uma terra
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onde a vida é melhor, mais rica e mais completa para todos, com oportunidade para cada um
de acordo com a capacidade ou desempenho.
“Não é apenas um sonho de altos salários, mas um sonho de ordem social em que
cada homem e cada mulher sejam reconhecidos por outros pelo que eles são, sem levar em
conta as circunstâncias fortuitas de berço ou posição.”
Essas ideias deitam raízes na Declaration of Independence (1776), que afirma (início do
segundo parágrafo): “Nós defendemos como verdades evidentes que todos os homens foram
criados iguais; que eles são dotados por seu Criador de certos Direitos inalienáveis; que entre
estes estão a Vida, a Liberdade e a busca da Felicidade.”
[...]
[...] O Sonho Americano — tal como se espera venha a ser um possível “Sonho
Brasileiro” — é farol a guiar destinos, a motivar projetos coletivos e individuais. [...]
[...]
O Brasil vai beneficiar-se se vier a ter uma visão socialmente compartilhada e
politicamente relevante de seu futuro. Principalmente se, como proposto, o Sonho Brasileiro
expressar-se no lema “Desenvolvimento com Inclusão”.
ALBUQUERQUE, Roberto Cavalcanti de. Sobre o “Sonho Brasileiro”. In: Fórum Nacional
Especial 2009. Rio de Janeiro, 17 e 18 set. 2009. INAE. Disponível em:
<http://forumnacional.org.br/EPO328.pdf>. Acesso: 31 jul. 2010.
III.
SONHO IMPOSSÍVEL
Sonhar
Mais um sonho impossível
Lutar
Quando é fácil ceder
Vencer
O inimigo invencível
Negar
Quando a regra é vender
Sofrer
A tortura implacável
Romper
A incabível prisão
Voar
Num limite improvável
Tocar
O inacessível chão
É minha lei, é minha questão
Virar esse mundo
Cravar esse chão
Não me importa saber
Se é terrível demais
Quantas guerras terei que vencer
Por um pouco de paz
E amanhã, se esse chão que eu beijei
For meu leito e perdão
Vou saber que valeu delirar
E morrer de paixão
E assim, seja lá como for
Vai ter fim a infinita aflição
E o mundo vai ver uma flor
Brotar do impossível chão
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DARION, Joe; LEIGH, Mitch. Sonho impossível. Versão em português de Chico Buarque.
Disponível em: <http://www.letras.terra.com.br/chico-buarque/sonho-impossivel/print>. Acesso
em: 31 jul. 2010.
IV.
DEVER DE SONHAR
Eu tenho uma espécie de dever
de dever de sonhar,
de sonhar sempre,
pois, sendo mais do que um espectador de mim mesmo
eu tenho que ter o melhor espetáculo que posso.
E assim me construo a ouro e sedas,
em salas supostas,
invento palcos, cenário para viver o meu sonho
entre luzes brandas e músicas invisíveis.
PESSOA,
Fernando.
Dever
de
sonhar.
Disponível
<http://wanderleyelian.blobspot.com/2010/10/deverde- sonhar>. Acesso em: 31 jul. 2010.
em:
V.
PRELÚDIO
Sonho que se sonha só
É só um sonho que se sonha só
Mas sonho que se sonha junto é realidade
[...]
SEIXAS, Raul. Prelúdio. Disponível em: <http://letras.terra.com.br/raul-seixas/165312/preludioprint.html>. Acesso em: 31 jul. 2010.
VI.
“O futuro não é um presente, é uma conquista.”
Harry Lauder
In: SHINYASHIKI, Roberto T. Os donos do futuro. São Paulo: Infinito, 2000. p. 173.
A partir da leitura dos textos apresentados, das ideias neles contidas e da sua forma de
enxergar o mundo, produza um texto dissertativo/argumentativo sobre o tema:
A importância dos sonhos na vida do ser humano.
RECOMENDAÇÕES:
• Use a forma de prosa que julgar conveniente.
• Discuta a questão do “sonho” como algo vital para o ser humano, sendo ponto de partida para
as grandes transformações do indivíduo e até da humanidade.
• Apresente exemplos de transformações da atualidade que, no passado, foram apenas sonhos
de determinados homens.
• Proponha formas essenciais para que os sonhos individuais ou coletivos se concretizem.
7. (Ufpr 2011) Observe esta sequência de quadrinhos do cartunista argentino Quino:
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Em um texto de 10 a 12 linhas, apresente as críticas que o autor faz à sociedade atual. Procure
integrá-las em uma análise unificada, evitando a descrição quadro a quadro.
8. (G1 - ccampos 2011) PROPOSTA DE REDAÇÃO
Tema 1
No mundo contemporâneo, cada vez mais a temática da “intolerância” tem assumido
notoriedade. Frequentemente, somos abordados por notícias envolvendo alguma prática de
intolerância, manifestada sob formas inclusive violentas. Agressões contra minorias sexuais,
étnicas ou religiosas, por exemplo, não são raras e nos levam a questionar que rumos a
humanidade tem tomado, quando se fala tanto sobre a necessidade de um maior respeito às
diferenças individuais e sociais.
Leia, atentamente, os textos a seguir. Trata-se de matérias jornalísticas que retratam bem
como a intolerância tem se tornado um agravante no nosso cotidiano.
Texto I
Polícia investiga ação de skinheads contra gays no Rio de Janeiro
Italo Nogueira
Cartazes em defesa do “orgulho hétero” e cartilhas contra o projeto que criminaliza a homofobia
foram espalhados pela periferia do Rio por grupos de skinheads. Para a polícia do Rio, essas
gangues são responsáveis por uma série de ataques a homossexuais da zona sul do Rio, em
Nova Iguaçu, São Gonçalo e Niterói. A polícia diz não saber quantos gays foram vítimas dos
skinheads, que se organizam pela web. Mas apura se Alexandre Ivo, 14, torturado e morto há
duas semanas em São Gonçalo, foi vítima de ataque homofóbico.
Ele e amigos participavam de uma festa quando começou uma discussão com outro grupo.
Após a briga, com agressões verbais e físicas, os amigos de Alexandre foram à delegacia
registrar queixa e voltaram para a festa. Por volta de 1h30, o menino foi embora sozinho. Não
foi mais visto. No dia seguinte, seu corpo foi achado em um terreno baldio. Havia sido asfixiado
e tinha lesões no crânio, possivelmente causadas por pedradas e agressões com barras de
ferro.
A polícia chegou aos suspeitos pelo Disque-Denúncia e apura se o crime foi motivado por
homofobia ou pela briga. Para a mãe de Ivo, Angélica Vidal Ivo, 40, ele “sofreu a agressão por
conviver com homossexuais”. Os três envolvidos, Allan Siqueira de Freitas, 22, André Luiz
Maçole, 23, Eric DeBruim, 22, presos preventivamente, negam o crime e ligação com
skinheads. A Secretaria Estadual de Direitos Humanos do Rio acompanha as investigações e
ONGs organizaram passeata contra o crime. Amigos de Ivo dizem, porém, que foram
ameaçados. “Uma pessoa me ligou e disse que ia me matar se eu viesse”, disse um rapaz. A
Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática diz fazer rondas sistemáticas para tirar do
ar sites que defendam a homofobia. “Conseguimos tirar quando há defesa clara a agressões ou
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assassinatos, por ser incitação ao crime. Mas uma lei contra a homofobia, como existe contra o
racismo, facilitaria nossa ação”, diz a delegada Helen Sardenberg.
Folha
de
São
Paulo
Online.
6
de
julho
de
http://criasnoticias.wordpress.com/2010/07/07/
policia-investiga-acao-de-skinheads-contra-gays-no-rio-de-janeiro/
2010.
Disponível
em:
Texto II
Missão de investigação sobre casos de intolerância religiosa em escolas do Rio de
Janeiro
Relatoria do Direito Humano à Educação deu início ontem (4/5) à missão de investigação
sobre casos de intolerância religiosa em escolas do Rio de Janeiro.
Centro de Integração da Cultura Afro-Brasileira
A viagem integra a missão nacional “Educação e Racismo no Brasil”, a ser realizada em 2010
em vários estados. Além da problemática da intolerância religiosa contra estudantes, famílias e
profissionais de educação vinculados ao candomblé, à umbanda e a outras religiões de matriz
africana, a missão nacional 2010 abordará outros casos de racismo no cotidiano das unidades
educacionais (das creches a universidades) e a situação da educação em áreas
remanescentes de quilombos.
A missão sobre intolerância religiosa no Rio de Janeiro ocorre até amanhã (6/5) e ouvirá
lideranças religiosas, estudantes e familiares, pesquisadores(as) e autoridades do Ministério
Público e da Segurança Pública. Ontem, a equipe da Relatoria foi recebida em audiência pela
Secretária Estadual de Educação, Teresa Porto, e por sua equipe e visitou terreiros de
candomblé na região metropolitana. A missão conta com o apoio da Comissão de Combate à
Intolerância Religiosa do Rio de Janeiro.
"Submetida a um pacto de silêncio, a discriminação e violência históricas contra pessoas
adeptas de religiões de matriz africana sofre de profunda invisibilidade no debate educacional.
As denúncias apontam que ela vem aumentando em decorrência do crescimento de
determinados grupos neopentecostais nas periferias das cidades e de seu poder midiático; da
ambiguidade das políticas educacionais com relação à defesa explícita da laicidade do Estado
e do insuficiente investimento na implementação da lei 10.639/2003 que tornou obrigatório o
ensino da história e da cultura africana e afro-brasileira em toda a educação básica", afirma
Denise Carreira, Relatora Nacional de Educação.
Entre as denúncias que chegaram à Relatoria de diversas regiões do país encontram-se casos
de violência física (socos e até apedrejamento) contra estudantes; demissão ou afastamento de
profissionais de educação adeptos de religiões de matriz africana ou que abordaram conteúdos
dessas religiões em classe; proibição de uso de livros e do ensino da capoeira em espaço
escolar; desigualdade no acesso a dependências escolares por parte de lideranças religiosas,
em prejuízo das vinculadas à matriz africana; omissão diante da discriminação ou abuso de
atribuições por parte de professores e diretores etc. Essas situações, muitas vezes, levam
estudantes à repetência, evasão ou solicitação de transferência para outras unidades
educacionais, comprometem a autoestima e contribuem para o baixo desempenho escolar.
As informações da missão ao Rio de Janeiro e de outros estados farão parte do relatório
nacional, que será apresentado pela Relatoria ao Congresso Nacional, ao Conselho Nacional
de Educação, ao Ministério Público Federal, às autoridades educacionais, aos organismos das
Nações Unidas e às instâncias internacionais de direitos humanos.
Publicado em 5 de maio de 2010. Disponível em: http://portalciafro.org.br/index.php?
option=com content&task=view&id=432&Itemid=39
Lidos os dois textos, escreva um texto dissertativo-argumentativo em que você exponha as
suas reflexões acerca do seguinte tema:
AS VÁRIAS FACES DA INTOLERÂNCIA NO MUNDO CONTEMPORÂNEO
9. (Ufpr 2011) Leia as notícias abaixo:
Notícia 1:
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Escola secundária nos EUA vai ter biblioteca digital
A Cushing Academy, uma escola secundária privada do Massachusetts, EUA, decidiu
que os livros são uma tecnologia ultrapassada e vai trocá-los por versões digitais.
O novo centro de aprendizagem de 500 mil dólares irá oferecer dezoito leitores de ebook Amazon Kindle e Sony, televisores planos, uma cafeteria e cubículos de estudo onde os
alunos poderão usar os computadores portáteis.
James Tracy, diretor da escola, disse: “Quando olhos para os livros, vejo uma
tecnologia ultrapassada, tal como os pergaminhos foram ultrapassados pelos livros”. Tracy
acrescentou que “não se trata de recriar Fahrenheit 451*. Não estamos desencorajando os
alunos a ler.Vemos isto como uma forma natural de lidar com tendências emergentes e otimizar
a tecnologia”.
O diretor espera que os 20 mil livros da biblioteca transitem para uma versão virtual,
juntando-se a um catálogo muito maior a que os alunos terão acesso. Devido às limitações de
espaço, a escola está doando os antigos livros a escolas locais e bibliotecas.
* Fahrenheit 451: romance de ficção científica (Ray Bradbury, 1953), que cria um futuro no qual
todos os livros são proibidos.
(Revista
Exame
Informática
(Portugal),
07
set.
2009.
Adaptado
<http://aeiou.exameinformatica.pt/escola-secundaria-nos-eua-vai-ter-bibliotecadigital=f1003327>.
Acesso em 21 set. 2010.)
de
Notícia 2:
Lei exige que escola tenha biblioteca
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva sancionou uma lei que determina a instalação de
bibliotecas em todas as instituições de ensino do País em um prazo de dez anos. Atualmente,
quase 100 mil colégios de ensino fundamental público e particular não contam com esses
espaços.
Segundo o texto, publicado nesta terça-feira no Diário Oficial da União, cada biblioteca
deve ter, no mínimo, um título para cada aluno matriculado.
Segundo o Censo Escolar de 2009, do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas
Educacionais, só 34,8% das escolas de ensino fundamental do País tinham bibliotecas até o
ano passado. Eram 99.986 colégios sem coleções disponíveis para consulta dos alunos.
(Estadão.com. 26 mai 2010. <http://www.estadao.com.br/noticias/vidae,lei-exige-que-escolatenha-biblioteca,556959,0.htm>. Acesso em 22 set. 2010.)
A polêmica decisão da escola americana foi comentada pelos jornais e revistas do mundo todo.
Qual é seu ponto de vista sobre a decisão da Cushing Academy? Escreva um texto
posicionando-se frente ao fato noticiado. Seu texto deve:
· apresentar sua opinião e os argumentos que a sustentam;
· relacionar o fato com a situação das escolas brasileiras, a partir da notícia publicada no
Estadão.com;
· ter de 10 a 12 linhas.
10. (G1 - ccampos 2011) PROPOSTA DE REDAÇÃO
Tema 2
A seguir, você lerá dois textos. O primeiro é uma bem humorada letra de canção intitulada “Eu
bebo sim”. O segundo corresponde a um fragmento de uma matéria da Revista Veja tratando
sobre os riscos do consumo de álcool entre jovens.
Texto I
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Eu bebo sim
Eu bebo sim!
Eu tô vivendo
Tem gente que não bebe
E tá morrendo
Eu bebo sim!
Eu tô vivendo
Tem gente que não bebe
E tá morrendo
Tem gente que já tá com o pé na cova
Não bebeu e isso prova
Que a bebida não faz mal
Uma pro santo, bota o choro, a saidera
Desce toda a prateleira
Diz que a vida tá legal
Eu bebo sim!
Eu bebo sim
Eu tô vivendo
Tem gente que não bebe
E tá morrendo
Eu bebo sim!
Eu tô vivendo
Tem gente que não bebe
E tá morrendo
Tem gente que detesta um pileque
Diz que é coisa de moleque
Cafajeste ou coisa assim
Mas essa gente
quando tá com a cara cheia
Vira chave de cadeia
Esvazia o botequim
Eu bebo sim!
Eu bebo sim, eu tô vivendo
Tem gente que não bebe
E tá morrendo
Eu bebo sim!
Eu tô vivendo
Tem gente que não bebe
E tá morrendo
Bebida!
Não faz mal a ninguém
Água faz mal à saúde
Luis Antônio / João do Violão. Gravado por Elizeth Cardoso. Compacto: Copacabana, 1973
Texto II
Doces e perigosas
Adriana Dias Lopes e Naiara Magalhães
A iniciação ao álcool é cada vez mais precoce. A atual geração de adolescentes começa a
beber regularmente aos 14 anos – quase três anos antes da média exibida pelos jovens há
cinco anos. Os dados são do I Levantamento Nacional sobre os Padrões de Consumo de
Álcool na População Brasileira, de 2007, realizado pela Secretaria Nacional Antidrogas. A
mudança preocupa porque, quanto mais cedo uma pessoa começa a beber, maior é a
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probabilidade de ela vir a ter problemas com o álcool: 9% dos adultos que deram os primeiros
goles aos 14 anos passaram depois à categoria de dependentes. Entre os que começaram a
beber após os 21 anos, esse índice é de apenas 1%, segundo a publicação Uso e Abuso de
Álcool, lançada pela Universidade Harvard em 2008.
As meninas é que causam mais preocupação. As adolescentes de hoje compõem a primeira
geração de mulheres que se igualam aos homens nos índices de alcoolismo. E essa não é uma
tendência exclusivamente brasileira. “No mundo todo, as moças estão alcançando os rapazes
no que se refere aos problemas relacionados ao álcool”, disse à VEJA o epidemiologista
americano James Anthony, professor da Universidade Estadual de Michigan. Entre outros
motivos, elas se sentem estimuladas a competir com os garotos, como se a bebida fosse
também uma área em que devesse prevalecer equidade entre os sexos. “Como se um sinal de
mulher bem-sucedida fosse beber feito um homem”, acrescenta o psicoterapeuta Celso
Azevedo Augusto.
Começar a beber exige persistência dos adolescentes, por causa do gosto forte e amargo do
álcool. Mas esse obstáculo foi superado por uma invenção que deveria virar caso de saúde
pública: os ices. As misturas docinhas de vodca com suco de fruta ou refrigerante fazem a
alegria da moçada. São o combustível das baladas e festinhas caseiras, que invariavelmente
terminam em muito vômito. “Os ices não apenas introduzem os jovens no consumo de álcool
como os ajudam a ingerir doses cada vez maiores”, diz o neurocirurgião Arthur Cukiert, do
Hospital Brigadeiro, em São Paulo. Vendidos em todo lugar e vistos pelos pais como “menos
ofensivos”, podem ser mais devastadores do que outras bebidas. “Apesar de terem teor
alcoólico semelhante ao das cervejas, são consumidos como limonada”, diz a psicóloga Ilana
Pinsky, professora da Unifesp. Um perigo. Mais um.
“Tinha de beber para me sentir normal”
“Eu comecei a beber aos 12 anos, com meus amigos. Depois da aula, nós íamos para o centro
da cidade e bebíamos vinho, cerveja, vodca... No fim da tarde, voltava para casa, tomava um
banho e já saía para beber de novo. Quando estava sóbrio, eu me sentia estranho; tinha de
beber para me sentir normal. Aos 15 anos, meus pais me internaram pela primeira vez. Mas,
naquela fase, eu não queria me tratar. Só agora tenho vontade de voltar a estudar, começar a
trabalhar, melhorar a relação com minha família. Eu já magoei demais minha mãe. Ela ficava
desesperada de me ver bebendo tanto. A lembrança do sofrimento de minha mãe é que me dá
forças para tentar largar o álcool. Não quero mais fazê-la sofrer.”
NEWITON DE MOURA SILVA, 20 anos
Revista VEJA. 9 de setembro, 2009
Analise de forma crítica, clara e coerente a temática proposta pelos textos acima.
Posteriormente, produza um texto dissertativo-argumentativo sobre a seguinte proposta:
ALCOOLISMO ENTRE JOVENS: QUANDO A DIVERSÃO PODE TORNAR-SE UM CASO DE
SAÚDE PÚBLICA
11. (Upe 2011) PROPOSTA DE TEMAS PARA REDAÇÃO
Texto 1
"Há três coisas na vida que nunca voltam atrás: a flecha lançada, a palavra pronunciada e a
oportunidade perdida."
(Provérbio Chinês)
Tema 1
A vida é uma aventura que não tem ensaio.
Texto 2
“Uma parte de mim
é todo mundo:
outra parte é ninguém:
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fundo sem fundo.
Uma parte de mim
é multidão:
outra parte estranheza
e solidão.
Uma parte de mim
pesa, pondera:
outra parte
delira”.
(Ferreira Gullar)
Tema 2
O ser humano é um ou uma na multidão?
12. (Ufu 2011) Você encontrará três situações para fazer sua redação. Leia as situações
propostas até o fim e escolha aquela com que você tenha maior afinidade ou a que trata de
assunto sobre o qual você tenha maior conhecimento.
Se for o caso, dê um título para sua redação. Esse título deverá deixar claro o aspecto da
situação escolhida que você pretende abordar. Se a estrutura do gênero selecionado exigir
assinatura, escreva, no lugar da assinatura: JOSÉ OU JOSEFA. Em hipótese alguma
escreva seu nome, pseudônimo, apelido, etc.
Utilize trechos dos textos motivadores (da situação que você selecionou) e parafraseie-os.
Não copie trechos dos textos motivadores, ao fazer sua redação.
SITUAÇÃO A
Leia as informações a seguir.
Objetivo 7 de desenvolvimento do milênio
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O país reduziu o índice de desmatamento, o consumo de gases que provocam o
buraco na camada de ozônio e aumentou sua eficiência energética com o maior uso de fontes
renováveis de energia. Acesso à água potável deve ser universalizado, mas a meta de
melhorar condições de moradia - saneamento básico vai depender dos investimentos
realizados.
Disponível em: <http://www.pnud.org.br/odm/objetivo_7/>.
Com base nas informações acima, redija uma NOTÍCIA.
SITUAÇÃO B
Leia atentamente o texto a seguir.
Há cem anos, apenas 10% da população mundial vivia em cidades. Atualmente, somos
mais de 50%, e até 2050, seremos mais de 75%. A cidade é o lugar onde são feitas todas as
trocas, dos grandes e pequenos negócios à interação social. É onde a cultura abrange e
interliga nações de todo o planeta. Mas também é o lugar onde há um crescimento desmedido
das favelas e do trabalho informal: estima-se que dois em cada três habitantes viva em favelas
ou “sub-habitações”. E é também o palco de transformações dramáticas que fizeram emergir as
megacidades do século XXI: as cidades com mais de 10 milhões de habitantes já concentram
grande parte da população mundial.
Em época de imperativa preocupação com o desenvolvimento sustentável, é de se
destacar que 2/3 do consumo mundial de energia se dá nas cidades e aproximadamente 75%
de todos os resíduos gerados ocorrem nas cidades.
Portanto, falar em mudanças climáticas, aquecimento global e sustentabilidade é falar
de cidades sustentáveis.
As metrópoles são o grande desafio estratégico do planeta neste momento. Se elas
adoecem, o planeta fica insustentável. No entanto, a experiência internacional – de Barcelona a
Portland, de Nova Iorque a Bogotá – mostra que as metrópoles se reinventam. Se refazem. Por
que as metrópoles contemporâneas compactas – densas, vivas e diversificadas nas suas áreas
centrais – propiciam um maior desenvolvimento sustentável, concentrando tecnologia, novas
oportunidades de crescimento, gerando inovação e conhecimento em seu território?
Em junho de 2008, visitei Sir Peter Hall em sua casa no subúrbio de Londres. Um dos
maiores estudiosos das cidades, ele costuma dizer que “inovação urbana importa tanto quanto
infraestrutura urbana”. Ao ser questionado sobre os desafios complexos das megacidades que
souberam se reinventar, falávamos dos diversos projetos urbanos em curso em Londres e da
falta deles nas nossas grandes cidades, como São Paulo, ele lembrou-me, sabiamente, que
Roma, Londres, Paris e Nova Iorque estavam entre as três maiores cidades em seus
respectivos tempos de auge, quando suas grandes inovações urbanas ocorreram. Ou seja,
mesmo as grandes cidades, nossas metrópoles complexas e superpopulosas podem se
reinventar e conquistar mais qualidade de vida e serem mais sustentáveis.
Nas décadas recentes, tem-se observado uma emergência comum às grandes
metrópoles mundiais, as cidades globais: os antigos espaços urbanos centrais estão perdendo
boa parte de suas funções produtivas, tornando-se obsoletos e, assim, verdadeiros guetos de
degradação urbana, social e ambiental.
Do ponto de vista urbanístico, essas transformações resultaram em uma série de
problemas comuns que vêm afetando nossas cidades hoje. O abandono das áreas centrais
metropolitanas pelo setor industrial e a consequente degradação urbana de espaços com
potenciais tão evidentes de desenvolvimento, embora dotados de preciosa infraestrutura e
localização privilegiada, expõe a urbanização ilegal, porém, real e incontrolável de nossas
periferias.
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Esse espraiamento urbano tem consequências dramáticas em termos de total
insustentabilidade ambiental, social, econômica e urbana, pois gera uma ocupação de baixa
densidade, distanciamento improdutivo e, no caso das grandes cidades brasileiras, se dá sobre
áreas de proteção ambiental. Ou seja, a dispersão urbana é o oposto de uma cidade
sustentável.
Em diversas metrópoles mundiais que têm conseguido reverter essa situação, as áreas
industriais obsoletas se tornam alvo de atuação dos grandes projetos urbanos. É a reconversão
industrial. Vazios urbanos se tornam palco da implantação desses projetos aliados ao
surgimento de políticas urbanas de desregulamentação urbanística e parcerias entre o poder
público e iniciativa privada.
As metrópoles são o locus da diversidade – da economia à ideologia, passando pela
religião e cultura. E esta gera inovação. As maiores cidades do hemisfério norte descobriram
isso já há alguns anos e têm se beneficiado enormemente – inclusive em termos da atração de
novos investimentos – desse diferencial, dessas externalidades espaciais. E têm promovido
seus projetos de regeneração urbana através de políticas de inovação urbana. Centros urbanos
diversificados, em termos de população e usos, com empresas ligadas à nova economia, têm
se configurado nas novas oportunidades de inovação urbana em áreas anteriormente
abandonadas.
Assim, parece-nos evidente o papel único das metrópoles na nova rede de fluxos
mundial e nos processos inovadores. O potencial do território central regenerado e
reestruturado produtivamente é imenso na nova economia, desde que planejado
estrategicamente. Sob o prisma do desenvolvimento urbano sustentado, voltar a crescer para
dentro da metrópole e não mais expandi-la é altamente relevante: reciclar o território é mais
inteligente do que substituí-lo. Reestruturá-lo produtivamente é possível e desejável no
planejamento estratégico metropolitano. Ou seja, regenerar produtivamente territórios
metropolitanos existentes deve ser face da mesma moeda dos novos processos de inovação
econômica e tecnológica.
Nesse sentido, desenvolver com sustentabilidade pressupõe crença no progresso
humano, significa não cair na armadilha psicanalítica do imobilismo ou regresso bucólicosaudosista propiciados pelos discursos catastrofistas deterministas ou “eco-chatos”. Ou seja:
acreditamos na evolução do conhecimento, das técnicas e das tecnologias humanas. Uma
postura estrategicamente proativa impõe a adoção de medidas e parâmetros “verdes” em
praticamente tudo que fazemos atualmente, mas impõe, sobretudo, a busca e adoção das
técnicas e tecnologias avançadas na racionalização da gestão dos projetos e da operação das
cidades. Como exemplo: medidas mitigadoras que visam uma melhor “pegada” ecológica
urbana, como o menor consumo de energia, adoção de matriz de energias renováveis,
reciclagem de lixo urbano, aumento do gradiente verde das cidades e reuso de águas devem
ser buscadas sempre.
O resultado ambiental efetivo é amplamente maior se adotada a reinvenção urbana
real. A cidade compacta fará a diferença real no uso mais racional e sustentável dos recursos.
Disponível
em:
section=8&edicao=56&id=707>.
http://www.comciencia.br/comciencia/handler.php?
Considerando o texto da situação B, produza um RESUMO.
SITUAÇÃO C
Leia os textos a seguir.
O número de domicílios do país com acesso a rede de esgoto passou de 33,55 em
2000 para 45,7% em 2008. Os dados estão na Pesquisa Nacional de Saneamento Básico do
IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), divulgada ontem.
Quando a análise é feita por municípios, a pesquisa revela que um quinto das cidades
despeja seu esgoto de forma inadequada, em fossas sem tratamento, na água ou a céu aberto.
Outras 27% lançam os dejetos em fossas sépticas (dispositivo do tipo câmara que é isolado do
solo e faz a filtragem do dejeto).
A existência de rede não significa que haja tratamento. Em apenas 29% dos
municípios, o esgoto coletado é tratado, percentual que aumenta para 48% no Sudeste.
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As cidades com tratamento, no entanto, são justamente as de maior porte, que
concentram mais população. O IBGE constatou também a falta de rede pública de água em
20% das moradias, onde o abastecimento é feito por poços, caminhões-pipas ou “gatos”. A
necessidade de racionar água existe em 25% dos municípios do Norte e 40% do Nordeste.
Outro tema da pesquisa é o lixo. Metade das cidades usa lixões a céu aberto, prática
que é crime ambiental.
Embora os percentuais negativos sejam altos, Luciano Bastos, pesquisador da
Cope/UFRJ, afirma que os dados devem ser relativizados. “Os municípios não produzem
quantidades iguais de lixo. Só 1% dos lixões estão em municípios com mais de 100 mil
habitantes”, diz.
A mesma ponderação é feita por Antonio Tadeu de Oliveira, gerente de pesquisa do
IBGE, a respeito da rede de esgoto. Ele cita municípios da região Sul, em que a população se
dedica à agricultura familiar. “Não há escala para o serviço. Algumas prefeituras, então,
fornecem a fossa séptica para as famílias.”
Mas há cidades de médio porte com o problema. Teresópolis (RJ), com 160 mil
habitantes, não tem rede de esgoto. Nos bairros pobres, os dejetos são lançados diretamente
no rio.
Folha de S. Paulo, 21 de agosto de 2010. (Caderno Cotidiano 2)
Décadas de falta de investimento público resultaram em cobertura tão precária da rede
de esgoto nas cidades brasileiras que mesmo avanços significativos se mostram ineficientes
para alterar essa realidade insalubre.
Houve, de fato, melhorias como mostra a Pesquisa Nacional de Saneamento Básico,
divulgada anteontem pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Entre 2000 e
2008, a parcela de domicílios com acesso à rede de esgoto, passou de 33,5% para 45,7%.
Apesar do salto, mais da metade das residências brasileiras não dispõe desse serviço
essencial. Ainda que uma parcela dessa população possa contar com outras modalidades de
esgotamento sanitário adequado – com fossas, em locais de baixa densidade populacional - , é
escandaloso que o país chegue à segunda década do século 21 sem ter resolvido uma questão
tão elementar.
Mais saneamento básico diminui a mortalidade infantil e a incidência de doenças
infecciosas e parasitárias. De acordo com especialistas, o peso do tratamento adequado do
esgoto nas condições de saúde é superior ao da renda das famílias. A meta para os próximos
mandatários tem que ser a universalização desses serviços. Para isso, é preciso que o país
deixe de patinar na insuficiência de investimento e nas dificuldades de execução de obras de
infraestrutura.
Em 2007, um novo marco regulatório foi criado para o setor, com a Lei do Saneamento.
O poder público buscava induzir aportes privados e ampliar sua própria participação nesses
serviços. Os resultados, no entanto, ainda são sofríveis.
Folha de S. Paulo, 22 de agosto de 2010.
Com base nas ideias apresentadas nos textos da situação C e em seus conhecimentos sobre o
assunto, redija um TEXTO DE OPINIÃO.
13. (G1 - ccampos 2011) PROPOSTA DE REDAÇÃO
Tema 3
O advento das tecnologias virtuais proporciona uma aceleração no trânsito de mensagens
entre as pessoas e a sensação de que tudo é possível nesse fantástico universo cyber.
Entretanto, nem sempre as pessoas param para refletir sobre os efeitos por vezes nefastos dos
usos impróprios da comunicação via internet e/ou telefones celulares. Casos de cyberbullying
(o assédio moral envolvendo o uso de tecnologias da informação) são muito frequentes
atualmente e têm gerado problemas de ordem social e psicológica em suas vítimas.
Constrangimentos e ofensas divulgados ora pelas redes sociais da web ora por mensagens de
texto sms têm afetado a auto-estima de muitos jovens, que chegam, inclusive, a abandonar
suas escolas ou mesmo a cometer suicídio.
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Reflita sobre essa temática, amparando-se na leitura dos textos que se seguem:
Texto I
Texto II
Cyberbullying: a violência virtual
Beatriz Santomauro
Todo mundo que convive com crianças e jovens sabe como eles são capazes de praticar
pequenas e grandes perversões. Debocham uns dos outros, criam os apelidos mais estranhos,
reparam nas mínimas “imperfeições” – e não perdoam nada. Na escola, isso é bastante
comum. Implicância, discriminação e agressões verbais e físicas são muito mais frequentes do
que o desejado. Esse comportamento não é novo, mas a maneira como os pesquisadores,
médicos e professores o encaram vem mudando. Há cerca de 15 anos, essas provocações
passaram a ser vistas como forma de violência e ganharam nome: bullying (palavra do inglês
que pode ser traduzida como “intimidar” ou “amedrontar”). Sua principal característica é que a
agressão (física, moral ou material) é sempre intencional e repetida várias vezes sem uma
motivação específica. Mais recentemente, a tecnologia deu nova cara ao problema. E-mails
ameaçadores, mensagens negativas em sites de relacionamento e torpedos com fotos e textos
constrangedores para a vítima foram batizados de cyberbullying. Aqui, no Brasil, vem
aumentando rapidamente o número de casos de violência desse tipo. (...)
Mesmo quando a agressão é virtual, o estrago é real
O cyberbullying é um problema crescente justamente porque os jovens usam cada vez mais a
tecnologia – até para conceder entrevistas, como fez Ana [nome fictício], 13 anos, que contou
sua história para esta reportagem via MSN (programa de troca de mensagens instantâneas).
Ela já era perseguida na escola – e passou a ser acuada, prisioneira de seus agressores via
internet. Hoje, vive com medo e deixou de adicionar “amigos” em seu perfil no Orkut. Além
disso, restringiu o acesso ao MSN. Mesmo assim, o tormento continua. As meninas de sua sala
enviam mensagens depreciativas, com apelidos maldosos e recados humilhantes, para amigos
comuns. Os qualificativos mais leves são “nojenta, nerd e lésbica”. Outros textos dizem: “Você
deveria parar de falar com aquela piranha” e “A emo já mudou sua cabeça, hein? Vá pro
inferno”. Ana, é claro, fica arrasada. “Uso preto, ouço rock e pinto o cabelo. Curto coisas
diferentes e falo de outros assuntos. Por isso, não me aceitam.” A escola e a família da garota
têm se reunido com alunos e pais para tentar resolver a situação – por enquanto, sem sucesso.
Pesquisa da Fundação Telefônica no estado de São Paulo em 2008 apontou que 68% dos
adolescentes ficam online pelo menos uma hora por dia durante a semana. Outro
levantamento, feito pela ComScore este ano, revela que os jovens com mais de 15 anos
acessam os blogs e as redes sociais 46,7 vezes ao mês (a média mundial é de 27 vezes por
semana). Marcelo Coutinho, especialista no tema e professor da Fundação Getúlio Vargas
(FGV), diz que esses estudantes não percebem as armadilhas dos relacionamentos digitais.
“Para eles, é tudo real, como se fosse do jeito tradicional, tanto para fazer amigos como para
comprar, aprender ou combinar um passeio.”
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No cinema, essa overdose de tecnologia foi retratada em As melhores Coisas do Mundo, de
Laís Bodanzky. A fita conta a história de dois irmãos que passam por mudanças no
relacionamento com os pais e colegas. Boa parte da trama ocorre num colégio particular em
que os dois adolescentes estudam. O cyberbullying é mostrado de duas formas: uma das
personagens mantém um blog com fofocas e há ainda a troca de mensagens
comprometedoras pelo celular. A foto de uma aluna numa pose sensual começa a circular sem
sua autorização.
Na vida real, Antonio [nome fictício], 12 anos, também foi vítima de agressões pelo celular. Há
dois meses, ele recebe mensagens de meninas, como “Ou você fica comigo ou espalho pra
todo mundo que você gosta de homem”. Os amigos o pressionam para ceder ao assédio e,
como diz a coordenadora pedagógica, além de lidar com as provocações das meninas, ele tem
de se justificar com os outros garotos.
Revista NOVA ESCOLA. Junho/julho, 2010
Redija, agora, um texto dissertativo-argumentativo que reflita criticamente sobre o seguinte
tema:
CYBERBULLYING E JUVENTUDE: MERA BRINCADEIRA OU PERVERSIDADE VIRTUAL?
14. (Ufrj 2011) Considerando a pergunta “O que há de errado com a felicidade?”, bem como
os fragmentos e o poema a seguir, redija um texto dissertativo-argumentativo em que você
problematize os parâmetros de felicidade no cenário contemporâneo e defenda suas
reflexões.
Texto 1:
“(...) Dispomos de um número incessantemente aumentado de objetos e de lazeres: não se vê
a sociedade mais radiante por isso. Consome-se três vezes mais energia que nos anos 1960: a
quem faremos crer que somos três vezes mais felizes? A ideia é justa: o Produto Interno Bruto
não é a Felicidade Nacional Bruta, a vida boa não pode ser confundida com o avanço
consumista. (...)”
(LIPOVETSKY, Gilles. Trad. Maria Lucia Machado. A felicidade paradoxal: ensaio sobre a
sociedade de hiperconsumo. São Paulo: Cia. das Letras. 2009.)
Texto 2:
Minha alegria
Minha alegria permanece eternidades soterrada
e só sobe para a superfície
através dos tubos de filtros alquímicos
e não da causalidade natural.
Ela é filha bastarda do desvio e da desgraça,
minha alegria:
um diamante gerado pela combustão,
como rescaldo final de incêndio.
(SALOMÃO, Waly. In: FERRAZ, Eucanaã. (org.) Veneno antimonotonia. Os melhores poemas
e canções contra o tédio. Rio de Janeiro: Objetiva, 2005.)
Texto 3:
Certificação Riso 9000
“Toda empresa de sucesso e visão conhece a importância de garantir a qualidade de
seus processos, produtos e serviços. Também já percebeu que é preciso cuidar bastante de
quem faz tudo isso acontecer – é fundamental que o funcionário funcione sempre bem!
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(...) atendendo a pedidos, os Doutores da Alegria criaram uma certificação inovadora: a
Riso 9000, que atesta níveis saudáveis de alegria no local de trabalho. A alegria nas relações –
com o trabalho, os colegas e até com as adversidades que vez ou outra insistem em acontecer
– mantém a criatividade e a energia em alta, e de lambuja transforma o ambiente com a quebra
positiva da rotina. (...)”
(http://www.doutoresdaalegria.org.br/nufo/criacoes_i_certifi cado.asp)
Texto 4:
“(...) o desequilíbrio leva a mudanças que levam ao surgimento de formas complexas
que levam ao equilíbrio. Essa é a essência do ciclo de criação da Natureza: qualquer
transformação é induzida por alguma imperfeição. (...)”
(GLEISER, Marcelo. Criação imperfeita. Cosmo, Vida e o Código Oculto da Natureza. Rio de
Janeiro: Record, 2010).
15. (G1 - ifce 2011) A Agência Estado, órgão de imprensa do Distrito Federal, publicou o
trecho abaixo.
“O aluno brasileiro não compreende o que lê. Entre 32 países submetidos ao teste do
Programa Internacional de Avaliação de Alunos (PISA), o Brasil ficou em último lugar”.
Num texto dissertativo, revele o que você pensa sobre o fato de os alunos brasileiros rejeitarem
a atividade de leitura.
16. (Uel 2011) PROPOSTA DE REDAÇÃO
TEMA 1
SER INTELIGENTE SAIU DE MODA
“Nada mais brega do que bancar o inteligente”, afirmam, sem nenhuma vergonha,
muitos estudantes ingleses a seus boquiabertos professores. Diante do fato, alguns dos mais
brilhantes catedráticos decidiram se reunir na tentativa de explicar o fenômeno. Resultado? Se
ainda não foi banido pelos professores, o adjetivo clever (inteligente) está muito perto disso.
Decidiu-se inclusive que, daqui por diante, será preciso tomar cuidado antes de chamar de
inteligentes os melhores alunos. Porque, segundo uma pesquisa, são exatamente os melhores
da turma os que mais correm risco de cair na prática do bullying (assédio físico ou psicológico
aos colegas) para tentar se livrar da pecha de chatos. Os professores estão convencidos de
que os estudantes, após serem definidos como “inteligentes”, se sentem de algum modo
marcados. E por isso reagem adversamente. Provas disso? Em numerosos casos, muitos
deles se recusam inclusive a retirar os prêmios escolares que ganharam por medo de serem
ridicularizados pelos colegas.
Existe, no entanto, um outro aspecto mais sociológico, ligado ao desenvolvimento de
uma sociedade tipicamente consumista que se agarra aos “mitos” do espetáculo e das
celebridades do momento. Ou seja, não mais os grandes escritores e compositores, os
cientistas e filósofos, não mais os grandes empreendedores constituem os padrões de sucesso
e de afirmação social a serem perseguidos. A culpa deve ser atribuída, sobretudo, aos atuais
modelos e cânones de celebridade que contribuem para bloquear os jovens, afastando-os do
sucesso acadêmico. Cita-se, por exemplo, um self-made-man como Alan Sugar, popularmente
conhecido como “Barão Sugar”, empresário britânico, conhecidíssimo personagem da mídia e
consultor político. Nascido de família humilde, ele é hoje dono de uma fortuna estimada em
US$ 1,2 bilhão. A exemplo de outros homens e mulheres de sucesso contemporâneos, Sugar
não costuma ler livros e gosta de se vangloriar das notas baixas que alcançou na escola. Não
menos deprimente foi o panorama desenhado por Ann Nuckley, administradora escolar em
Southwark, bairro no sul de Londres. Segundo ela, os estudantes preferem adotar como
modelo as celebridades do momento que transitam pelas revistas de fofoca social ou as que
analisam nos mínimos detalhes a gloriosa existência do último garotão que, da noite para o dia,
saiu do anonimato para a luz do estrelato graças a um papel na novela da televisão.
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(Adaptado de: PELLEGRINI, L. “Ser inteligente saiu de moda”. Revista Planeta, ed. 47, p. 3435, out. 2010.)
Com base na reportagem, redija um texto dissertativo-argumentativo, indicando as razões
dessa perigosa inversão de valores que caracteriza nosso momento histórico, no qual os
grandes são esquecidos e desprezados e os medíocres são elevados ao olimpo dos deuses de
curta duração.
17. (Uerj 2011) Em entrevista dada ao Diário Digital, o escritor português José Saramago
critica o meio de comunicação virtual conhecido como Twitter*.
Diário Digital: O senhor acompanha o fenômeno do Twitter? Acredita que a concisão de se
expressar em 140 caracteres tem algum valor? Já pensou em abrir uma conta no site?
José Saramago: Nem sequer é para mim uma tentação de neófito. Os tais 140 caracteres
refletem algo que já conhecíamos: a tendência para o monossílabo como forma de
comunicação. De degrau em degrau, vamos descendo até o grunhido.
*Twitter (pronuncia-se “tuíter”): rede social virtual, criada em 2006 por Jack Dorsey, que permite
aos usuários enviar e receber textos com o máximo de 140 caracteres, conhecidos como
tweets.
http://oglobo.globo.com
A partir da leitura dos textos e de suas reflexões pessoais, redija um texto argumentativo em
que desenvolva sua opinião acerca da ocorrência, ou não, de um empobrecimento das formas
atuais de comunicação entre as pessoas.
Utilize o registro padrão da língua e atribua um título ao seu texto.
18. (G1 - ifce 2011) “Doar uma vida é fazer valer muitas vidas.”
Com essa mensagem, o Governo Federal quer que cada brasileiro seja um doador de órgãos.
Construa um texto argumentativo-dissertativo, definindo sua posição a respeito do assunto.
19. (Cesgranrio 2011) Meus Tempos de Criança
Eu daria tudo que eu tivesse
Pra voltar aos dias de criança
Eu não sei pra que que a gente cresce
Se não sai da gente essa lembrança
Aos domingos, missa na matriz
Da cidadezinha onde eu nasci
Ai, meu Deus, eu era tão feliz
No meu pequenino Miraí
Que saudade da professorinha
Que me ensinou o beabá
Onde andará Mariazinha
Meu primeiro amor, onde andará?
Eu igual a toda meninada
Quanta travessura que eu fazia
Jogo de botões sobre a calçada
Eu era feliz e não sabia
ALVES, Ataulfo.
Disponível em: http://letras.terra.com.br/ataulfo-alves/84080/
Acesso em: 30 ago. 2010.
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Com base no texto acima, redija um texto dissertativo-argumentativo sobre um fato feliz
ocorrido em sua infância. Relate a contribuição que esse fato trouxe para a sua vida atual. Dê
um título a sua redação
20. (Ufsc 2011) Proposta 1
Escreva uma carta (com no mínimo 20 linhas) para a Câmara dos Deputados com base no
Projeto de Lei e no texto de Graciliano Ramos, transcritos abaixo.
Inicie sua carta com “Senhores Deputados” e termine assinando apenas “Cidadã(o)
Brasileira(o)”.
PROJETO DE LEI
O congresso nacional decreta:
Art. 1º - A Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990, passa a vigorar acrescida dos seguintes
artigos: Art. 17-A. A criança e o adolescente têm o direito de serem educados e cuidados pelos
pais, pelos integrantes da família ampliada, pelos responsáveis ou por qualquer pessoa
encarregada de cuidar, tratar, educar ou vigiar, sem o uso de castigo corporal ou de tratamento
cruel ou degradante, como formas de correção, disciplina, educação, ou qualquer outro
pretexto.
Parágrafo único. Para os efeitos desta Lei, considera-se:
I. castigo corporal: ação de natureza disciplinar ou punitiva com o uso da força física que
resulte em dor ou lesão à criança ou adolescente.
II. tratamento cruel ou degradante: conduta que humilhe, ameace gravemente ou ridicularize a
criança ou o adolescente.
[...]
Disponível em: <http://www.camara.gov.br/sileg/
integras/790543.pdf>
Acesso em: 20 out. 2010.
“[...] Fabiano sombrio, cambaio, o aió a tiracolo, a cuia pendurada numa correia presa ao
cinturão, a espingarda de pederneira no ombro. O menino mais velho e a cachorra Baleia iam
atrás.
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Os juazeiros aproximaram-se, recuaram, sumiram-se. O menino mais velho pôs-se a chorar,
sentou-se no chão.
– Anda, condenado do diabo, gritou-lhe o pai. Não obtendo resultado, fustigou-o com a bainha
da faca de ponta. Mas o pequeno esperneou acuado, depois sossegou, deitou-se, fechou os
olhos. Fabiano ainda lhe deu algumas pancadas e esperou que ele se levantasse. Como isto
não acontecesse, espiou os quatro cantos, zangado, praguejando baixo.
[...]
Pelo espírito atribulado do sertanejo passou a ideia de abandonar o filho naquele descampado.
Pensou nos urubus, nas ossadas, coçou a barba ruiva e suja, irresoluto, examinou os
arredores. Sinha Vitória estirou o beiço indicando vagamente uma direção e afirmou com
alguns sons guturais que estavam perto. Fabiano meteu a faca na bainha, guardou-a no
cinturão, acocorou-se, pegou no pulso do menino, que se encolhia, os joelhos encostados no
estômago, frio como um defunto. Aí a cólera desapareceu e Fabiano teve pena. Impossível
abandonar o anjinho aos bichos do mato. [...]”
RAMOS, Graciliano. Vidas Secas. 58. ed. Rio/São
Paulo: Record, 1986. p. 9-10.
PROPOSTA 2
Com base nos mesmos excertos apresentados para a proposta 1, escreva um texto (conto ou
crônica) a partir de uma experiência pessoal.
PROPOSTA 3
Você deve ter percebido que a “água” é tema comum a três dentre as obras listadas para o
Concurso Vestibular-UFSC/2011. Em O guarda-roupa alemão, da catarinense Lausimar Laus,
encontramos páginas retratando cenas que se referem a enchentes pelo excesso de chuvas.
Já nas obras Vidas secas, do alagoano Graciliano Ramos, e Morte e vida severina, do
pernambucano João Cabral de Mello Neto, a quase absoluta falta de água persegue a vida de
seus personagens.
Redija uma dissertação, expondo e analisando o comportamento de personagem(ns) das obras
citadas diante das adversidades provocadas, seja pela enchente, seja pela seca (ou por
ambas).
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Gabarito:
Resposta
da
questão
1:
Em uma sociedade que valoriza o individualismo, o sucesso pessoal, a competição e o
imediatismo, as relações humanas tornam-se mais egoístas e superficiais. Preza-se o “eu”,
deve-se vencer “o outro” para ser bem sucedido. Dessa forma, o ato de fazer algo em prol de
outros, de forma desinteressada, o altruísmo, parece não ter lugar.
Trata-se de um tema bastante atual e relevante, tanto para o indivíduo quanto para a
sociedade. Uma cultura baseada no egoísmo é capaz de se sustentar a longo prazo?
Essas, e outras, são questões despertadas pelo tema de redação da Fuvest. Os dois primeiros
excertos revelam atitudes altruístas e sua recompensa. Os últimos discorrem sobre o egoísmo
e suas consequências.
O candidato deve elaborar a sua dissertação argumentando se o altruísmo e o pensamento a
longo prazo ainda existem, se ainda há espaço para eles ou se são valores passíveis de serem
recuperados. É importante destacar que se deve discorrer sobre os dois assuntos, o altruísmo
e o pensamento a longo prazo, relacionando-os. Atenção: falar apenas sobre o altruísmo pode
causar anulação.
Resposta
Tema I
da
questão
2:
Sugestão
Muitos dos assentamentos informais designados por favelas são encontrados principalmente
no mundo subdesenvolvido e em desenvolvimento e são consideradas como uma
consequência da má distribuição de renda e do deficit habitacional no país. No Brasil, a falta de
financiamento para moradia e o baixo de investimento em transporte de massa contribuem,
entre outros, para a proliferação de espaços degradados onde os moradores não têm acesso a
uma sobrevivência digna.
A migração da população rural para o espaço urbano em busca de trabalho, o salário
insuficiente para a satisfação das suas necessidades básicas e a fraca capacidade do poder
público em criar políticas habitacionais adequadas são fatores que têm levado ao crescimento
dos domicílios em favelas. Como esses assentamentos precários não têm direitos de
propriedade, não são reconhecidos pelo Estado que muitas vezes resolve o problema com
despejos e deslocamento para outras áreas com melhor infraestrutura, mas onde nem sempre
os novos moradores são bem-vindos. Desta forma, as políticas do estado, centradas sobretudo
na remoção dessas comunidades e consequente assentamento em outras áreas da cidade,
apenas redistribuem a pobreza para regiões de menor valor imobiliário, comprometendo a
coesão social e não resolvendo o problema.
Há um crescente movimento para vetar os programas de remoção de favelas e outras formas
de expulsões em massa. Com o reconhecimento de que, apesar de todas as dificuldades do
cotidiano, esses espaços albergam comunidades com sólidas relações de sociabilidade,
trabalhadores que geram renda e produções culturais, as favelas afirmam seus direitos de
permanência no espaço urbano metropolitano e exigem políticas democráticas que levem em
conta os seus interesses.
Assim, nenhuma solução que não promova a auscultação dos problemas e inquietações dos
moradores, ou que não tenha o seu respaldo, terá sucesso. Torna-se necessário desencadear
uma ação inovadora que pense os pobres como cidadãos em uma sociedade democrática e
não apenas como seres destituídos de direitos ou objetos de projetos sociais.
Tema II
Sugestão
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A sociedade moderna criou um mundo sem distâncias em que acontece o paradoxo: muitos
dos caminhos conduzem a uma dolorosa solidão. Neste sentido, a televisão tem sido usada
como elemento de substituição social, pois as pessoas podem valer-se da tecnologia para
preencher a necessidade de vazio e solidão típicos dos dias de hoje. No entanto, esse hábito
equivale a uma troca pobre de uma experiência humana real. Substituir família e amigos pelo
consolo da televisão pode não ser positivo, pois é o contato social que nos humaniza e
minimiza a sensação de solidão que toda a pessoa carrega.
O sistema econômico estimula a busca desenfreada de forma individual, e, por não acreditar
mais na força do coletivo, resta a tentação pelas fáceis e rápidas respostas do mundo moderno
onde a tecnologia está à disposição de quem a quiser ou puder comprar. As possibilidades
oferecidas pela tv são atraentes: informação e entretenimento em um só meio que reúne voz,
cor, imagem e ação. Também o preço tornou-se acessível a grande parte da população. O
costume de assistir a esse veículo está ligado à solidão e, portanto, a tv age como
companheira dos indivíduos cada vez mais sozinhos e que a utilizam como anestesia para a
suportar.
No entanto, o ser humano é um ser predominantemente social e só cresce espiritualmente
interagindo com os seus semelhantes. O homem tem a necessidade de integrar-se socialmente
para evitar o vazio da individualidade e a solidão é meramente o sentimento de estar fora
desse processo. O indivíduo, em seu convívio social, expõe suas ideias e normalmente inicia
um conflito, pois é comum que elas sejam contrapostas ao pensamento do próximo. E superar
esse conflito, significa trabalhá-lo de forma a unir as ideias em um pensamento conjunto,
racional e correto, a fim de um entendimento mútuo.
Assim, a televisão pode apenas anestesiar momentaneamente a sensação de solidão ou tédio
em uma sociedade alienada em que cada um carece de si mesmo, onde a capacidade de
transformação do indivíduo à imagem e semelhança do mundo e do outro está comprometida.
Resposta
da
questão
3:
O tema “Viajar ou não, eis a questão” exige uma reflexão e um posicionamento sobre a
necessidade de conhecer lugares e pessoas novas, com as mais diversas finalidades. Se para
alguns, uma viagem representa apenas a quebra da rotina entediante ou a ruptura com o
trabalho excessivo, na busca de lazer ou oportunidade de compra lucrativa de objetos de
consumo, para outros, pode assumir caráter mais introspectivo: autoconhecimento ou
realização pessoal. Por outro lado, existem exemplos de pessoas para quem necessidade de
viajar não é premente nem necessária, pois acreditam que o conhecimento de mundo se pode
efetuar através da observação do que está próximo, como se pode observar nas leituras das
obras da 2ª fase de Machado de Assis, através do microrrealismo psicológico, que busca o
mínimo e o escondido através da observação dos gestos, expressões, olhares dissimulados e
intenções secretas dos seus personagens. O desenvolvimento deve apresentar argumentos
convincentes e verdadeiros e exemplos que transmitam confiabilidade e persuasão. A
conclusão deve ser sucinta, conter apenas um parágrafo e retomar a ideia principal
desenvolvida no texto de forma coerente.
Resposta
da
questão
4:
O tema exige uma reflexão sobre a importância da escola para um bom desempenho do futuro
profissional. Na medida em que seria contraditória a defesa da tese que excluiria a escola
como base da gestão do conhecimento ao longo da vida, profissional ou não, sugere-se a
enunciação das vantagens que a frequência escolar oferece, apresentando argumentos sólidos
no desenvolvimento e final conclusão corente. Relativamente aos argumentos poderia ser
citado o fato de que em uma era de profundas mudanças como a atual, em que ocorre a
transformação de uma economia baseada em indústrias para outra baseada em informações, o
conhecimento se expande no desenvolvimento de competências e habilidades a fim de
atender as necessidades de reengenharia de empresas. A sociedade do conhecimento, bem
como as tendências econômicas e da sociedade em geral, como a globalização, a evolução
das estruturas familiares, a evolução demográfica e o impacto da tecnologia digital, oferecem
vantagens, mas colocam vários desafios. Além da cultura humanística que amplia o
conhecimento de si mesmo no universo de outras culturas, a formação científica ministrada na
escola torna-se fator de suma importância para o desenvolvimento cognitivo e emocional do
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futuro profissional, promovendo condutas e métodos que garantam pleno desenvolvimento,
humanístico e profissional, no processo produtivo que o aguarda.
Resposta
SUGESTÃO
da
questão
5:
O lixo eletrônico, conjunto de resíduos resultantes da rápida obsolescência de equipamentos
eletrônicos, que inclui televisores, celulares, computadores, geladeiras e outros dispositivos,
constitui um sério risco para o meio ambiente, além de causar doenças graves em catadores
que sobrevivem da venda de materiais coletados em lixões. Embora seja fulcral o investimento
do estado na fiscalização do tráfego de lixo eletrônico no mundo e na criação de postos de
reciclagem, a redução desses resíduos tem que passar também por uma revisão no
comportamento de consumo.
A Convenção de Basileia firmou um tratado internacional que tem como objetivo fiscalizar o
tráfego de lixo eletrônico no mundo, pois o envio para países em desenvolvimento de peças
que não podiam mais ser utilizadas alcançou níveis preocupantes. No Brasil, a Universidade de
São Paulo lançou neste ano o primeiro centro de reciclagem focado apenas no lixo eletrônico.
Também existem várias empresas que lidam com a reciclagem destes materiais e cresce o
número de pessoas que fazem doações para organizações que trabalham com a inclusão
digital. Por isso, devolver baterias de celulares para as revendedoras, doar eletrodomésticos e
celulares obsoletos para reutilização de peças são atitudes individuais que produzem efeito
importante.
Mas a redução do lixo eletrônico tem que passar também por uma revisão no comportamento
de consumo, já que muitas vezes produtos em perfeito estado são descartados. A
obsolescência programada acelera o desperdício e muitas vezes as pessoas não usam um
aparelho até ao seu desgaste final. Assim, é importante questionar a necessidade da compra
de um novo se se pode consertar o antigo, ou mesmo pedir um emprestado se a sua utilização
for fortuita ou ocasional.
O primeiro passo para a melhoria do atual quadro é a ampla divulgação deste problema, que
leve à conscientização individual e à busca de meios para o amenizar, seja pelo controle no
consumo destes equipamentos, seja pelo correto encaminhamento destes quando não são
mais necessários.
Resposta
da
questão
6:
O tema exige uma reflexão sobre a importância do sonho na construção de projetos coletivos
ou individuais, adquirindo assim a conotação de um ideal que alguém ou um grupo busca com
interesse ou paixão e que acaba por ser desencadeador de transformação. Assim, na
elaboração da tese, há que mencionar os pontos principais que serão explorados no
desenvolvimento, para posterior conclusão, a qual, segundo as instruções, deve apresentar
uma solução.
Sugestão
Se para uma grande parcela da população mundial o sonho pode ser associado à satisfação
imediata de sua necessidade de comida, para outros, pode ser a luta pela paz, a
autorrealização profissional ou a conclusão de um projeto científico. A subnutrição crónica ou
grave atinge sobretudo mulheres e crianças dos países em vias de desenvolvimento. A África
devastada por secas e cheias, e, sobretudo, por conflitos civis provocados por grandes
períodos de guerras coloniais, a América Latina, onde as crises económicas fizeram regredir
vastas regiões e alastraram a fome. No Brasil, estratégias foram recentemente criadas pelo
governo federal para assegurar o direito humano à alimentação e fornecer às pessoas com
dificuldades de acesso aos alimentos a possibilidade de concretizar esse sonho. O programa
Fome Zero insere-se na promoção da segurança alimentar e nutricional, buscando a inclusão
social e a conquista da cidadania da população mais vulnerável à fome. Na luta pelo sonho da
liberdade e emancipação, Gandhi foi o idealizador e fundador do moderno Estado indiano e o
maior defensor do princípio da não-agressão, forma não-violenta de protesto como um meio de
revolução. A Ciência busca a resposta à eterna pergunta “De onde viemos e para onde
vamos?” no sonho que persegue a Humanidade. Se a Astronomia e Matemática, as mais
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antigas das ciências, foram fundamentais na formação e no desenvolvimento das civilizações,
o Telescópio Espacial "Hubble" está revolucionando a Astronomia, representando nos dias de
hoje aquilo que a luneta de Galileo representou no século XVII. Cada um de nossos desejos,
aspirações, buscas e insatisfações são, na verdade, sintomas dessa exigência inata no homem
de alcançar a autorrealização. É na relação com a realidade que o homem descobre suas
potencialidades, necessidades e as possibilidades de nela intervir; é no encontro com o real
que pode reconhecer a singularidade e unicidade de seu ser.
Resposta
da
questão
7:
Vive-se um momento histórico em que a velocidade e a superficialidade têm dominado as
relações. O desenvolvimento científico, o avanço tecnológico e industrial têm sido os
parâmetros que, segundo várias ideologias, levariam o Homem ao domínio do mundo e à
superação das contradições sociais. No entanto, discute-se mais o futuro do planeta, do que as
condições de vida de quem está do próprio lado. Investe-se mais numa economia de mercado
do que no bem-estar da população. O processo educativo, quer pela sua natureza, quer pela
sua prática e extensão, tem visado apenas o desenvolvimento cognitivo, ignorando as outras
dimensões e capacidades humanas. Assim, predomina o sentimento de impotência, de
inutilidade e de insegurança relativamente aos valores tradicionais: religiosos, culturais,
políticos, econômicos e sociais.
Resposta
da
questão
8:
Após a leitura dos textos que servem de apoio para a elaboração de uma dissertação
argumentativa e valendo-se de informações amplamente noticiadas pela mídia, poderiam
ser ressaltados alguns fatos reveladores das inúmeras facetas que a intolerância
apresenta no mundo contemporâneo, possíveis causas e consequências.
A questão da intolerância- econômica, política, religiosa, sexual, linguística- é
fundamentalmente cultural e intensificou-se nos últimos tempos. Os processos da globalização
desencadeados pelas novas tecnologias exigem um entrecruzamento de várias culturas que
não se restringe apenas ao fluxo global de informações entre pessoas, mas também entre
sistemas econômicos, onde a lógica do mercado de capitais se impõe. O abismo da
desigualdade social se amplia e o preconceito e a intolerância, aberto ou dissimulado, tende
também a perdurar.
Em nome da segurança, o homem aceita racionalmente a intolerância do Estado contra outros
povos e culturas que ameaçam a ordem interna ou prejudicam seus interesses econômicos.
Conflitos bélicos, invasões de territórios, embargos econômicos são justificados através da
visão maniqueísta do mundo, em que uns são disseminadores do Mal e outros os paladinos do
Bem. Os atentados de 11 de setembro em Nova Iorque foram logo associados à ideia de que
quem se opõe aos interesses geopolíticos ou religiosos do mundo dito “civilizado” constitui
adversário que deve ser destruído.
Se na Idade Média, a intolerância religiosa se intensificou contra os judeus e os heréticos em
geral, na atualidade, ações como a de Anders Behring Breivik, norueguês que cometeu o
atentado terrorista na ilha de Utoeya, revelam convicções que atribuem superioridade a alguns
de acordo com a matriz racial.
No Brasil, a pobreza, herança ainda não apagada do passado da escravidão, é indesejável e
ações antimendigo proliferam nas cidades onde pobre é sinônimo de lixo. Em muitas delas,
bancos com braçadeiras especiais e vasos nas calçadas afastam os sem-teto e cercas de
vedação de lagos e chafarizes impedem-nos de tomar banho. O preconceito linguístico valoriza
a língua culta, acessível apenas a uma faixa restrita da sociedade, e é vista como ponte para a
ascensão social onde quem não a domina é marginalizado ou ridicularizado.
A Constituição de 1988 tornou a prática do racismo crime sujeito à pena de prisão, mas
estatísticas revelam que crimes motivados por homofobia cresceram absurdamente no Brasil.
A intolerância propaga-se de maneira intensa pelo mundo digital. Milhares de sites
e comunidades virtuais escapam da fiscalização, disseminam o ódio e estimulam atitudes
agressivas ou repressoras para com as diferenças de outrem relativamente à etnia, opinião ou
modo de vida. Mesmo quando alguns são punidos e encerrados, reaparecem em outros
provedores com total impunidade.
Se a cultura foi criada pelo homem para a sobrevivência da espécie, não pode haver espaço
para atitudes que contribuam para a sua destruição. Portanto, quando alguém se apropria de
convicções para a negação do outro, é preciso intervenção. Para isso, é urgente o acesso geral
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e irrestrito da população ao ensino público de qualidade e que, em todos os níveis escolares, o
respeito aos direitos humanos seja a base formativa do futuro cidadão. Paralelamente, a
criação de leis que desestimulem os infratores, maior rigor da Polícia e da Justiça e
conscientização social para denunciar todo e qualquer tipo de ato discriminatório contribuirão
também para uma sociedade mais justa.
Resposta
da
questão
9:
A opção de posicionamento sobre a decisão da escola americana relativamente à substituição
dos livros tradicionais pelos digitais exige uma crítica positiva ou negativa sobre o tema. No
entanto, em ambos os casos, será necessário aludir ao fato de que o Brasil apresenta uma
realidade educacional com carências significativas que podem inviabilizar, a curto prazo, os
que defendem o uso do livro digital. A favor, podem ser usados argumentos como o baixo custo
com a eliminação das edições em papel e a portabilidade, uma vez que são facilmente
transportados em disquetes, CD-ROMs, pen-drives e cartões de memória. A leitura dos livros
eletrônicos ganha mais praticidade, melhor definição e eficiência se realizada em aparelhos
desenvolvidos para essa finalidade – os chamados e-readers, alguns celulares e smartphones
adaptados com a função de leitor e na própria tela do computador. No entanto, estes
equipamentos têm um custo muito alto no Brasil, e a exclusão digital e o baixo acesso ao
serviço de banda larga representam obstáculos para a disseminação da tecnologia. Contra a
postura da escola americana e na defesa do livro tradicional poderia argumentar-se que o livro
digital não é ainda suficientemente seguro, pois o texto pode ser alterado por qualquer leitor, ou
ainda, não permitir o prazer de ler em papel pela ausência de impressões táteis e olfativas a
que algumas pessoas são sensíveis e que, segundo elas, aumentam o prazer da leitura.
Resposta
da
questão
10:
O tema exige uma análise sobre o alcoolismo entre os adolescentes, o que, pelas amplas
repercussões sociais que apresenta, se torna um problema de saúde pública. Na tese
poderiam ser citadas as causas que levam os adolescentes ao consumo precoce e abusivo do
álcool e suas consequências. Baseando-se nos textos de apoio e nos conhecimentos
adquiridos ao longo da formação escolar, poderiam ser citados exemplos para uma
argumentação adequada e coerente. O fato de o álcool ser uma droga permitida no Brasil, o
incentivo de consumo através de propagandas divulgadas pela mídia e a venda em locais que
não respeitam a restrição a menores de 21 anos contrapõem-se às campanhas de
conscientização de riscos promovidas por órgãos públicos de saúde. Esta falta de coerência
contribui para que o adolescente, indivíduo com a personalidade em formação, com uma mente
ainda em desenvolvimento e sugestionável, seja facilmente cooptável para o consumo precoce
de álcool. Além do mais, a necessidade de autoafirmação e o medo de rejeição em grupos de
amigos e colegas já consumidores, colaboram para a experimentação inicial, muitas vezes
causadora de dependência, com graves consequências: acidentes no lar, no trabalho e nas
estradas, doenças e lesões cerebrais de vários tipos, distúrbios emocionais e perda de
rendimento acadêmico são algumas delas. Além do que, a sensação de onipotência produzida
pelo álcool leva o adolescente a desafiar regras e a acreditar que está protegido de acidentes,
envolvendo-se, assim, em situações de grande risco: violência sexual, tanto para o agressor
quando para a vítima, atividades sexuais sem proteção e maior exposição à gravidez.
Na conclusão, o aluno poderia apresentar propostas para solucionar ou minimizar os efeitos
nocivos que a doença acarreta, tanto para o consumidor, como para a sociedade: maior
controle sobre a venda de álcool a menores de idade, restrição de propagandas, suporte
parental, ações conjuntas de entidades e associações capazes de entender e esclarecer os
jovens, entre outros. Enfim, são ações que podem impedir fatores predisponentes e contribuir
para a diminuição dos índices do consumo excessivo de bebidas alcoólicas nessa faixa etária.
Resposta
Tema 1 – sugestão
da
questão
11:
O tema exige uma reflexão sobre os fatores que influenciam o comportamento humano e
determinam a sua trajetória de vida. Conteúdos das matérias de filosofia e literatura poderiam
servir de apoio à estruturação da tese e posterior argumentação.
Enquanto os defensores do Determinismo afirmam que não temos livre-arbítrio e seríamos,
assim, meras peças de xadrez no tabuleiro da mãe natureza, o Existencialismo destaca a
liberdade individual, a responsabilidade e a subjetividade do ser humano, o que o define como
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um ser único que é mestre dos seus atos e do seu destino. É inegável que existam causas que
influenciam o nosso comportamento, mas pode haver condicionantes que interferem na ação e
podem depender apenas da nossa vontade.
Personagens de romances da Literatura brasileira são exemplos da visão fatalista do
Determinismo: Bertoleza de “O Cortiço”, Paulo Honório de “São Bernardo” e Fabiano de “Vidas
Secas”. A primeira, não poderia escolher a liberdade de escrava alforriada, Paulo Honório,
suprir as suas carências intelectuais e afetivas , Fabiano, alterar a sua condição de “vivente”
do semiárido da caatinga. Há fatores que são determinados previamente e as ações livres
sofrem limitações e condicionalismos.
Em oposição à filosofia determinista, Clarice Lispector consegue, nos seus romances, transmitir
ao leitor as preocupações de ordem emocional dos personagens. Em “Paixão Segundo G. H.”,
uma mulher bem-sucedida profissionalmente, mas que não conhece a sua própria identidade,
vai em busca do conhecimento interior. Ter livre-arbítrio é ter possibilidade de escolher entre
diferentes cursos de ação, apesar das causas que atuam sobre o agente e ato livre é um ato
que procede da vontade livre do agente.
Portanto, a partir do momento em que somos dotados da capacidade de pensar, somos livres e
temos possibilidade de escolha, mas, conscientes dos condicionalismos que nos impõem as
circunstâncias, talvez devêssemos admitir que somos apenas “moderadamente” livres.
Tema 2 – sugestão
O tema exige uma reflexão sobre a individualidade e a consciência social, ou seja, elabor um
texto que comprove ou refute a ideia de que, através da harmonia coletiva, o homem pode
alcançar harmonia em si mesmo. Conteúdos das matérias de filosofia e sociologia poderiam
servir de apoio à estruturação da tese e posterior argumentação.
O modelo econômico predominante na sociedade em que vivemos determina o surgimento de
condutas mais ou menos inconciliáveis: por um lado, o discurso da solidariedade e, por outro, a
competição acirrada. São exatamente os limites entre o individual e o coletivo, o privado e o
público, o eu e o outro, o compromisso com um projeto único e ao mesmo tempo compartilhado
que geram incoerência interna e provocam muitas vezes sensações de solidão e de vazio em
muitas pessoas.
Os interesses pessoais são continuamente sobrepostos aos direitos coletivos, as necessidades
individuais crescem com o egoísmo e ganham corpo com a ganância desenfreada. Por outro
lado, as pessoas vivem um grande sentimento de insegurança porque têm consciência de que
o individual é limitado, todos precisam do outro para a própria sobrevivência. Medo da
concorrência, de um lado, e necessidade de compartilhar, de outro.
A preocupação excessiva com suas histórias de vida, com seus sentimentos, seu sucesso
profissional e com a busca do que denominam "verdadeiro eu", em detrimento da história
coletiva, das relações de grupo, do compromisso social do cidadão, isola o ser humano . É
essa busca incessante do "verdadeiro eu", o compromisso único com o prazer, com o sucesso
individual, com a competência profissional, que esvazia o compromisso com o outro, com um
projeto coletivo, com a competência social na solução das questões básicas e atinge a
humanidade nesse final de século.
Na verdade, não existimos somente como criaturas individuais, mas apenas membros de uma
grande comunidade humana.
Resposta
SITUAÇÃO A
da
questão
12:
Brasil ainda sofre com falta de saneamento básico
Aumentou o número de domicílios com acesso a rede de esgoto e a coleta seletiva de lixo. No
entanto, o percentual de municípios que não dispõem dos serviços ainda é alto e grande parte
da população ainda não tem acesso a água potável. Segundo dados publicados na Pesquisa
Nacional de Saneamento Básico do IBGE, apenas 28,5% das cidades brasileiras têm
infraestrutura adequada para tratamento de dejetos. O Paraná é o estado em que se verifica
maior número de resultados positivos, atingindo o percentual de 98%, enquanto que no
Nordeste 50,67% dos municípios despejam os resíduos diretamente nos rios. Quanto à coleta
seletiva de lixo, o Sul e Sudeste apresentam os melhores resultados face às outras regiões do
Brasil. Apesar de ter havido progresso em reduções do índice de desmatamento e no consumo
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de gases poluentes e nocivos à camada de ozônio, assim como o aumento de utilização de
recursos energéticos renováveis, o país precisa de investir nas condições de moradia dos seus
habitantes.
SITUAÇÃO B
A população urbana mundial cresceu nos últimos cem anos, tende a aumentar nas próximas
décadas, formando megalópoles com uma concentração cada vez maior de favelas ou subhabitações. Como as cidades são responsáveis por 2/3 do consumo mundial de água e 75% da
formação de resíduos, torna-se necessário associar preocupações ecológicas ao conceito de
cidades sustentáveis. Exemplos de experiências feitas em várias metrópole, como Londres,
Roma, Paris e Nova Iorque, mostram que é possível reinventar as atuais infraestruturas
urbanas e oferecer maior qualidade de vida aos seus habitantes. Ultimamente, tem-se
verificado uma evasão das áreas centrais metropolitanas, causadora de degradação cultural e
econômica, para a periferia, com a ocupação de áreas de proteção ambiental. O desafio é
inverter esta tendência através de políticas de inovação urbana que permitam um “crescimento
para dentro”, adoção de técnicas para menor consumo de energia com utilização de renováveis
e melhoria de condições de saneamento. A cidade compacta é sinônimo de sustentabilidade.
SITUAÇÃO C
O texto de opinião
O texto de opinião, tal como o próprio nome indica, é uma exposição que exprime os pontos de
vista pessoais de alguém sobre determinado assunto. Por essa razão, predominam as opiniões
sobre os fatos. O objetivo do autor é fazer uma análise acerca do alvo/objeto da sua reflexão e
demonstrar ao leitor o valor da sua opinião através da clarificação dos seus pontos de vista, da
enunciação de argumentos e, por vezes, de citações de outrem. Podemos considerar alguns
momentos chave no desenvolvimento de um texto de opinião: Título - muitas vezes antecipa a
opinião do autor ou o assunto que está a ser considerado: Introdução - exposição do tema:
Desenvolvimento - argumentação, formulação de perguntas retóricas e referência a exemplos
concretos: Conclusão - reforço do ponto de vista pessoal, recurso a uma frase-súmula. No
texto de opinião existem marcas de 1ª pessoa que o dotam de subjetividade.
SUGESTÃO - Os textos apresentados sugerem uma análise sobre os dados apresentados pelo
IBGE, através da Pesquisa Nacional de Saneamento Básico. Perante essas informações,
percebe-se algum avanço no setor, mas muitas mudanças terão que ser implementadas para
que as desigualdades possam ser reduzidas, inclusive por parte dos municípios e da própria
população.
Resposta
da
questão
13:
A figura de um jovem assediado por mensagens de um celular e encurralado por um grupo
que o intimida e apavora, assim como os textos II e III, servem de apoio para a elaboração de
uma dissertação argumentativa sobre o tema “Cyberbullying”, uso de tecnologia para ameaçar,
humilhar ou intimidar alguém através da multiplicidade de ferramentas da nova era digital. A
tese poderia apresentar explicações para a novidade no uso deste recurso que vem
admoestando crianças e adolescentes em todo o mundo e para o qual é necessária uma ação
conjunta de pais e escola. O anonimato do autor e a possibilidade de repetição da mensagem
através do mundo virtual contribuem para a impunidade de quem o pratica e dificulta a proteção
aos que se mostram mais vulneráveis a este tipo de ação: os que se diferenciam dos demais
colegas de escola pela raça, cor da pele, obesidade, uso de roupas ou objetos, ou ainda, pelo
status socioeconômico. Assim, redes sociais da Internet, sites de partilha de fotos, imagens de
celular e gravações MP3 têm servido para desvirtuar a realidade, pondo em causa a
privacidade e a reputação de jovens que ainda estão a aprender o que é a sua intimidade, em
termos de sexualidade, ideologias e valores, expondo-os a situações de tensão emocional e
psicológica com as quais não sabem lidar. Na conclusão, algumas propostas para erradicação
do problema poderiam ser apresentadas. O diálogo familiar é fundamental para que se instaure
o clima de confiança necessário para que a vítima de cyberbullying possa procurar ajuda. Os
pais devem atuar de modo firme e objetivo, acompanhando a vida dos filhos na web, juntando
provas materiais, salvando e imprimindo as páginas com as ofensas, denunciando o caso às
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autoridades competentes e fazer Boletim de Ocorrência para início de ação judicial. Também a
escola deve capacitar professores e funcionários para identificação e encaminhamento correto,
alertar famílias de vítima e agressor e promover ambiente favorável à tolerância e ao
companheirismo.
Resposta
da
questão
14:
O texto dissertativo-argumentativo deve apresentar uma tese que reflita a opinião sobre os
parâmetros de felicidade no cenário contemporâneo, a ser defendida na argumentação. Como
sugestão, poderia colocar-se em evidência o fato de os avanços tecnológicos não terem
assegurado uma vida confortável à grande maioria da população. Se, para os mais favorecidos,
o consumismo desenfreado pode levar à alienação do mundo real ou à solidão existencial, para
os mais carentes, a tecnologia está longe de ser estendida de forma satisfatória. Na
argumentação, poderiam ser usados não só os textos da coletânea de apoio, mas também os
que formam o corpo da prova e que fossem pertinentes à defesa do ponto de vista enunciado
na tese. Assim, seria importante apontar exemplos demonstrativos de que os desejos,
ambições e desafios de cada setor social são antagônicos e conflitantes se observados à luz
da desigualdade econômica e à dos interesses das grandes corporações que se impuseram
através dos organismos políticos nas últimas décadas a uma escala global. Também, a
impostação de uma alegria “fácil”, induzida através dos mais diversos artifícios e incentivada
pela mídia, nada mais é que uma estratégia de manipulação para manter o grupo social ativo e
em perfeita consonância com o modelo consumista em que raras pessoas percebem
“soterrada” a verdadeira alegria, “filha bastarda do desvio e da desgraça”. Na conclusão,
poderia parafrasear-se a introdução ou resumir-se brevemente a argumentação.
Resposta
da
questão
15:
A modalidade dissertativa exige uma estrutura técnica rígida com apresentação de uma tese a
ser defendida com argumentos objetivos que visam a convencer o leitor da opinião do autor e
uma conclusão. Esta deve resumir esses argumentos, parafrasear brevemente a introdução ou
apresentar uma solução para o problema. O tema sugerido aborda a questão do analfabetismo
funcional, ou seja, da incapacidade de uma pessoa que sabe escrever seu próprio nome, assim
como ler e escrever frases simples ou efetuar cálculos básicos, não conseguir interpretar o que
lê e usar a leitura e a escrita em atividades cotidianas. Ausência de estímulo pela leitura na
infância pode ser uma das causas que expliquem esta deficiência: professores desmotivados,
falta de livros e bibliotecas na escola, carência na estrutura familiar que também não foi
motivada para ler. O resultado pode ser desencadeador de desenvolvimento pessoal e
profissional deficientes. A conclusão poderia apresentar uma possível solução, como
investimento na qualidade da educação através de melhoria nos cursos de formação dos
docentes, remuneração adequada, capacitação continuada, etc.
Resposta
TEMA 1
da
questão
16:
A proposta exige uma reflexão sobre a inversão de valores nos dias atuais apoiada em
argumentação coerente que justifique a tese inicial, a qual, entre outras opções, poderia
apresentar suas causas e consequências. A alienação cultural e o consumismo imposto pelo
capitalismo selvagem podem justificar a adesão do homem a paradigmas pré-estabelecidos
pela mídia que, ilusoriamente, o transformam num ser com visibilidade social. Como
consequências, a ausência de criticidade e a valorização artificial e efêmera de modelos
socioculturais geram incapacidade de transformação de uma sociedade que se quer mais justa
e empenhada no progresso coletivo. Na conclusão, poderiam ser citadas propostas de solução,
como o reconhecimento do papel importante da educação e do academicismo e a
sensibilização social a partir dos primeiros anos de vida.
Importante observar o alerta no item 06 da folha de redação da prova da UEL 2011:"Em caso
de opção pelos temas 1 ou 2, crie um título para a sua redação e coloque-o na linha
adequada".
Resposta
da
questão
17:
O tema exige uma reflexão sobre a ocorrência, ou não, de empobrecimento nas formas atuais
de comunicação entre as pessoas. O mundo contemporâneo é fruto de mudanças aceleradas
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que tendem a acentuar-se nos tempos mais próximos e há opiniões contrastantes sobre os
efeitos que isso pode produzir. Mudanças tecnológicas, como as introduzidas pela televisão e a
informática, afetam maneiras de pensar e agir. Assim, a língua sofre interferências que alteram
a sua relação com o poder, o prestígio, a estrutura e a hierarquia social até então
estabelecidos. No entanto, convém ressaltar que as tecnologias são neutras, o seu uso,
adequado ou não, é que interfere na articulação das formas de comunicação. Se nas atuais
circunstâncias, a tecnologia e aceleração da rotina podem desencadear processos de
empobrecimento da comunicação, também favorecem a propagação do conhecimento através
da divulgação instantânea de fatos, opiniões ou textos de valor científico e aproximam espaços
e realidades culturais que, de outra forma, seriam difíceis de atingir. Como conclusão, o resumo
dos argumentos evidenciaria a tese de que a comunicação é um processo humano flexível, por
isso deve admitir a diversidade e deve corresponder às necessidades e circunstâncias de quem
a usa.
Resposta
da
questão
18:
O tema exige um posicionamento sobre a intenção do governo brasileiro em ampliar
significativamente o número de doadores de órgãos para transplante. Na parte inicial, a tese,
essa posição já deve ser clara e objetiva, enumerando-se os pontos principais que permitam
uma argumentação coerente. No caso de se optar por uma posição negativa, várias razões
poderiam ser mencionadas: crítica à lei dos transplantes; precariedade do sistema de saúde
brasileiro; razões bioéticas, tais como receio de morte premeditada e contrabando de órgãos.
Na defesa da atitude governamental, algumas justificativas (desejo de continuar a vida do
outro, reaproveitamento dos órgãos, dar qualidade de vida aos que necessitam de um
transplante, inutilidade do corpo após a morte) serviriam de base para posterior
desenvolvimento. A conclusão deve ser coerente com o enunciado na tese e desenvolvido na
argumentação.
Resposta
da
questão
19:
É consensual que em um texto dissertativo não se deve usar itens pessoais que transfiram
carga subjetiva ao tema abordado. No entanto, o tema solicitado exige uma reflexão sobre a
importância da memória afetiva, nomeadamente nas primeiras etapas da vida, para o
desenvolvimento da personalidade e sua influência nas opções de conduta quando adulto.
Assim, torna-se obrigatório o uso de referências pessoais sem esquecer que a modalidade
dissertativa exige introdução, desenvolvimento e conclusão e só se deve abordar na primeira e
última o que realmente estiver no desenvolvimento.
Resposta
PROPOSTA 1
da
questão
20:
Costuma-se enquadrar a carta na tipologia dissertativa, uma vez que, como a dissertação
tradicional, apresenta introdução, desenvolvimento e conclusão. No primeiro parágrafo é
exigida a apresentação da tese a ser defendida, no caso, a opinião sobre um projeto de lei que
proíbe qualquer tipo de castigo físico em crianças, sem esquecer o cotidiano de grande parte
das famílias brasileiras, como a que é retratada na obra de Graciliano Ramos. Se para alguns a
aprovação do projeto é pertinente, afirmando que os castigos físicos devem ser proibidos
porque não têm função educativa, para outros são indispensáveis na imposição de limites aos
filhos, e defendem que esse tipo de procedimento, os castigos físicos moderados, fazem parte
da privacidade da vida familiar e estão condicionados às circunstâncias em que vivem.
No desenvolvimento, constituído por dois ou três parágrafos, há que justificar
convincentemente a posição inicial e, por último, um parágrafo de conclusão que deve reforçar
a tese ou apresentar propostas.
PROPOSTA 2
A proposta exige o relato de uma experiência pessoal que leve em conta o tema da pertinência
ou não dos castigos físicos, sob a forma de conto ou crônica. É importante notar que, enquanto
o conto é uma história completa, com um só conflito e uma só ação, com poucos personagens
em decorrência das unidades de ação, tempo e lugar, a crônica é o relato de um flash, de um
breve momento do cotidiano de uma ou mais personagens. Substancialmente, o que diferencia
a crônica do conto é o tempo, a apresentação da personagem e o desfecho. Na crônica,
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geralmente não há desfecho, esse fica para o leitor imaginar e, depois, tirar suas conclusões. A
possível tese é sugerida, insinuada, para que o leitor reflita e chegue a ela por seus próprios
meios.
PROPOSTA 3
A proposta exige a leitura integral das obras citadas, pois é o comportamento dos personagens
que deve servir de base para o desenvolvimento do tema. Em “O guarda-roupa alemão”, o
autor descreve o cenário devastado pela enchente que arrasou Blumenau em 1911 e o
cotidiano das vítimas que tiveram que abandonar a casa e ir para refúgios improvisados, como
o convento, onde os que estavam bem ajudavam os doentes, como os Ziegel ou Zeca,
empregado do vapor Blumenau. Em “Vidas Secas”, a paisagem árida colabora para a
zoomorfização e antropomorfização das criaturas, que revelam, através do discurso indireto
livre, pensamentos fragmentados, cada uma com sua vida particular, acentuando-se a solidão
em que vive: Fabiano, para manter a família viva, sofre humilhações; os meninos mais velho e
mais novo representam a falta de individualização a que é sujeito o retirante; Sinha Vitória, que
chega a lamber o sangue do preá acumulado no focinho de Baleia, reage ao instinto básico de
sobrevivência; Baleia, a cachorra, humanizada em contraponto à animalização dos humanos.
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Resumo das questões selecionadas nesta atividade
Data de elaboração:
Nome do arquivo:
07/10/2011 às 00:27
Redação
Legenda:
Q/Prova = número da questão na prova
Q/DB = número da questão no banco de dados do SuperPro®
Q/prova
Q/DB
Matéria
Fonte
Tipo
1..................101879.............Português...........Fuvest/2011............................Analítica
2..................105301.............Português...........Uesc/2011...............................Analítica
3..................103453.............Português...........Ufpel/2011..............................Analítica
4..................102089.............Português...........Ifsp/2011.................................Analítica
5..................105325.............Português...........G1 - utfpr/2011........................Analítica
6..................103620.............Português...........Ufba/2011...............................Analítica
7..................102730.............Português...........Ufpr/2011................................Analítica
8..................106375.............Português...........G1 - ccampos/2011................Analítica
9..................102733.............Português...........Ufpr/2011................................Analítica
10................107241.............Português...........G1 - ccampos/2011................Analítica
11................104361.............Português...........Upe/2011................................Analítica
12................102881.............Português...........Ufu/2011.................................Analítica
13................107242.............Português...........G1 - ccampos/2011................Analítica
14................100567.............Português...........Ufrj/2011.................................Analítica
15................105118.............Português...........G1 - ifce/2011.........................Analítica
16................102962.............Português...........Uel/2011.................................Analítica
17................101318.............Português...........Uerj/2011................................Analítica
18................105160.............Português...........G1 - ifce/2011.........................Analítica
19................103216.............Português...........Cesgranrio/2011.....................Analítica
20................103808.............Português...........Ufsc/2011................................Analítica
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