1 Latvija3 - a história como referencial teórico para a

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1 Latvija3 - a história como referencial teórico para a
Latvija3 - a história como referencial teórico para a criação de um
gamearte4.
Carlos C. Praude1
Fábio Liborio Rocha2
Resumo:
O texto investiga como um olhar sobre a História da Europa
Medieval da região do Mar Báltico, pode contribuir para a composição de um
repertório de elementos que possam ser utilizados no desenvolvimento de
um gamearte. Analisando aspectos linguísticos e antropológicos em
contraste com interesses econômicos, que se desdobraram em guerras e
disputas territoriais, entre os séculos XII e XV, na região da atual Letônia,
estabelecemos uma pesquisa qualitativa, acerca de informações históricas,
visando a identificação de atores, objetos e eventos para a definição do
objeto proposto.
Palavras-chave: estéticas tecnológicas, estética informacional, história,
Letônia, gamearte.
Introdução
A motivação para o desenvolvimento deste trabalho surgiu à partir de
interesses comuns que ambos pesquisadores compartilham sobre a região
da Letônia5. Inicialmente definimos que o objetivo deste trabalho seria a
identificação de fatos históricos, atores e objetos que poderiam servir para
a criação de um roteiro e um repertório de elementos para a criação de um
jogo digital relacionado com fatos históricos. O planejamento da revisão da
literatura, conduziu um estudo etnológico, investigando, por meio da
identificação de palavras-chave, a existência de textos históricos,
concentrados entre os séculos XII e XV, contendo referências aos nomes
Riga e Letônia além dos termos ―Países Bálticos‖, ―Cavaleiros Teutônicos‖ e
―Cavaleiros da Espada‖.
Partindo do cenário geral que João Janis Praude6 (1994) apresenta
sobre a Letônia, estabelecemos um recorte histórico para o
desenvolvimento deste trabalho. Praude nos recorda que, desde a remota
antiguidade, a Letônia foi habitada por povos pacíficos e agricultores,
conhecidos como Semigalos e Letigalos. Em suas resenhas, Praude enfatiza
o período do século XIII, quando a Letônia foi invadida pelos Cavaleiros
Teutônicos, sob o pretexto de que seu povo era pagão. Destacando que, o
verdadeiro motivo, era a intenção de se apossarem das terras férteis e dos
melhores portos do Mar Báltico, Praude conclui que, após longa e inútil
resistência, as clavas e os escudos de madeira dos Letos não suportaram às
armas e às inúmeras investidas dos Cavaleiros Teutônicos (Figura 2)
protegidos por resistentes armaduras de ferro. Praude resume que, aos
poucos, através de promessas, batismos e traições, os invasores
dominaram a região, que passou, sob domínio alemão, a ser conhecido
como o Grão Ducado da Curlândia e Livônia. Introduziram um sistema
1
feudal nos padrões alemães e seus habitantes perderam suas terras,
direitos e liberdades. Países vizinhos, sobretudo a Rússia, cobiçavam os
portos marítimos e, nesse sentido, a região foi invadida inúmeras vezes
pelos
russos,
suecos,
lituanos
e poloneses,
sendo
retomada,
sucessivamente, por meio de guerras ou tratados articulados pelos barões
alemães.
Contextualização histórica
O território da Letônia foi inicialmente populado por volta de 9000
a.C. Seus ancestrais Indo-europeus estabilizaram-se na costa leste do Mar
Báltico cerca de 3000 a.C. e, ao longo da história, negociaram ornamentos
de âmbar com os Gregos e com Império Romano (MCEVEDY, 1973). A partir
de 638 d.C., com o estabelecimento, pelo ducado da Baviera, de um
protetorado englobando os eslavos, na fronteira norte, desencadeou-se um
movimento que resultou, em 758 d.C. Num movimento que abriu uma
fenda entre os eslavos do sul e a maioria das tribos eslavas. Por volta de
825, os suecos, que já colonizavam a região do Mar Báltico desde há um
século, estabeleceram-se no coração do território eslavo, com principados
em Novgorod e Kiev, levando ao ―abandono das colônias escandinavas no
golfo de Riga, menos vantajosas (MCEVEDY, 1990, p.50).
Durante os séculos XII e XIII, o feudalismo se expandiu por toda
Europa e a Letônia foi conquistada por organizações militares das cruzadas,
a Ordem Teutônica e os Cavaleiros da Espada, que, por meio da força,
perseguiram as tribos pagãs do Mar Báltico (ANDERSON, 1989). Florestas
foram removidas, o cultivo de cereais foi disseminado e um considerável
comércio de exportação de madeira foi desenvolvido, estimulando a
colonização e o crescimento das cidades e dos entrepostos ao longo da
costa do Mar Báltico no século XIII. Centros urbanos como Riga, atual
capital da Letônia, ―eram comunas independentes e turbulentas, com um
próspero comércio exportador e animada vida política‖ (ANDERSON, 1989,
p. 233).
Em 1212, a ―Germânia transformou-se numa vaga federação de
magnatas que o imperador não conseguia comandar, sobretudo nas
fronteiras, onde o império estava ainda em expansão‖ (MCEVEDY, 1990, p.
72). Nesse sentido, a guerra travada contra a Dinamarca, assim como o
avanço para o leste, eram ações dirigidas por forças locais. Estas situações
eram incentivadas pelo Império Germânico e ―os Cavaleiros da Espada
(uma organização permanente de cruzados na linha dos Templários e de
outras ordens7 que se desenvolveram no Oriente) tomaram Riga em 1201‖
(idem).
A figura 01 (anexo), apresenta a configuração da região em torno da
cidade de Riga sob o domínio dos Cavaleiros da Espada por volta de 1212.
A partir do século XII, os principados russos passaram a enviar suas
exportações para o Mar Báltico, que, ―não só era veículo do comércio russo,
como fornecia pescarias mais ricas do que as do mar do Norte; e como o
peixe era um alimento obrigatório para os cristãos medievais, ocupava o
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segundo lugar no mercado nórdico, logo a seguir à lã‖ (MCEVEDY, 1990, p.
76).
Atendendo ao apelo de Conrado de Mazóvia, em 1226, os Cavaleiros
Teutônicos conquistaram e colonizaram a Prússia, fundando cidades
povoadas por alemães em pontos estratégicos e massacrando a população
resistente à evangelização. Implantando grupos urbanos compactos e com a
evangelização forçada, o crescimento demográfico alemão permitiu uma
colonização maciça (DELORME, 1969).
A faixa germânica do comércio ao longo do Mar Báltico prosperou-se
rapidamente, tornando-se a mais importante e incentivando a criação de
novas cidades alemãs mais para o leste, sobretudo nas regiões dominadas
pelos Cavaleiros da Espada e pelos abades Cavaleiros Teutônicos, fundados
segundo a versão da historiadora Espinosa (1981, p.292) ainda em
setembro de 1122 d.C. Em 1230, os cruzados germanos, os Cavaleiros da
Espada, avançaram ao longo do rio Daugava. Em 1237 o principado da
Lituânia, que havia resistido sozinho aos Cavaleiros da Espada, agora
incorporados aos Cavaleiros Teutônicos, protegeram os russos do noroeste
(MCEVEDY, 1990, HEERS, 1977).
As conquistas realizadas pelos Cavaleiros Teutônicos abriram acesso
ao Mar Báltico, tornando o grão-mestre da Ordem, membro da Hansa8, o
mais rico mercador de cereais do Mundo. ―A partir de 1280, os seus cereais
chegavam ao Oriente em quantidades cada vez maiores, provocando uma
enorme descida dos preços‖ (MCEVEDY, 1990, p. 92) . O grão-mestre da
Ordem, negociava em âmbar, o mais antigo dos bens do Báltico. Em
contrapartida, a Rússia e os estados do Báltico importavam têxteis.
Em 1411, a batalha de Tannenberg marcou o ápice de duzentos anos
de guerra entre os alemães, eslavos e bálticos, onde os Cavaleiros
Teutônicos foram derrotados pelo exército conjunto da Lituânia e Polônia.
Os Cavaleiros Teutônicos conquistaram a simpatia do Ocidente, que os
―considerava como cruzados abnegados num país pagão – opinião que seria
já ingênua relativamente às primeiras empresas dos Cavaleiros, mas
bastante absurda no início do século XV‖ (MCEVEDY, 1990, p. 86). Pressões
diplomáticas exercidas sobre os conquistadores culminaram em um
processo de paz, restando-lhes apenas a última província que tinha sido
usurpada.
A partir de 1430, a Lituânia passa a fazer parte da Polônia, e esta,
apesar de ter esmagado os Cavaleiros Teutônicos na derradeira batalha, em
1466, não os eliminou completamente, deixando ―indício da sua fraqueza, e
viria mais tarde a ser esmagada entre alemães e russos (MCEVEDY, 1990,
p. 88).
Sobre o povo Letão
As fontes históricas sobre o povo Letão são bastante escassas. Elas
emergem dos estudos antropológicos e históricos com imagens
contraditórias. A Letão é classificado antropologicamente como um Ente de
cultura Eslava, mas tal distinção é por demais genérica, descrita por
exemplo na obra do filósofo Hans Joachim Störig com um pouco mais de
profundidade e pelo antropólogo James Frazer com uma imparcialidade
3
longe do etnocentrismo. Assim, somado a este lugar cultural linguístico,
existia a forte tradição histórica, mesmo erroneamente enciclopédica, de
classificar em caráter homogêneo as culturas, como se toda sociedade não
fosse constituída pelas heterogeneidades que hoje conhecemos e aceitamos
de bom grado. Deste modo, a sociedade medieval europeia é constituída
por germanos e eslavos, por celtas e judeus, que conviviam juntos durante
mil anos na mesma Europa; na velha Europa e na nova, atual. No que
tange etnicamente na Europa Oriental, ou mais especificamente na região
marítima do Mar Báltico, tal fenômeno se entroniza e se repete,
antropofagicamente, na medida em que novos atores são incorporados a
cena cultural de uma específica nacionalidade – os Letões da Letônia – etnia
predominantemente eslava que será no presente artigo investigada como
uma sociedade complexa, em dialogismo cultural. Como dizia Fernando
Pessoa (2011, p. 358), ―minha pátria é a língua portuguesa‖; e na língua
dos Letões se encontram todos os fenômenos culturais ancestrais
disponíveis aos estudos culturais atualizados. Assim, devemos dividir nosso
estudo em três etapas: a primeira será linguística, a segunda deverá ser
antropológica, e a terceira finalmente será econômica, porque ali
entenderemos o porque da Igreja medieval perseguir os Letões em nome de
uma conversão forçada em uma religiosidade que era completamente
desconhecida para esta cultura tão rica e específica, em meados do ano de
1100 d.C. da Europa Medieval da região do Mar Báltico.
1. Sobre a fenomenologia linguística do idioma Letão.
Um bom enigma para o historiador bem como para o antropólogo, é a
busca por uma etnografia que explique a cultura dos Letões. Assim a
questão linguística nos revela uma universalidade da família humana, se
levarmos em consideração que o idioma Letão é um ramo eslavo do indoeuropeu tal qual o português e o alemão. Assim, segundo o filósofo Hans
Joachim Störig (1990, p.42), o verbo do idioma português ―trazer‖ possui
uma matriz sânscrita oriunda de ―bharami‖ que é semelhante ao eslavo
―bera‖ e ao antigo alemão ―biru‖. Estamos aqui ainda falando da grande
matriz indo-europeia, mas devemos nos aprofundar no idioma eslavo.
Assim, o idioma Letão é considerado por Störig (1990, p.49), como um
grande corpus das línguas bálticas arcaicas ―(...) Porque conservam, mais
fortemente que outras, determinadas características da pré-história do
indo-europeu (...)‖. O Letão é portanto uma língua arqueológica viva, uma
variante do idioma Lituano, praticamente tão antiga como o sânscrito da
Índia, ou seja com mais de cinco mil anos, um importante prodígio de
longevidade, pois línguas mais conhecidas como o latim de Cícero ou a
Koiné do Grego antigo, por exemplo, já são consideradas línguas mortas. O
Letão é um idioma que é uma variação da língua falada em outro país – a
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Lituânia -, que apresenta varias vogais longas, entonações especiais que
não são indicadas na forma escrita. O Letão por questões geográficas é
também considerado uma língua báltica e é dentro da grande família indoeuropeia, comum em origem às línguas eslavas e germânicas.
Como forma de apresentação do idioma, segue abaixo, um poema de
Vizma Belsevica (2011):
Miers
Es saku – nu man beidzot ir labi.
Bet roze asiņu asaras raud.
Ko tur aizskalo ziedlapu sarkanais strauts?
Es nezinu. Man ir labi.
Es saku – nu man beidzot ir miers.
No rozes palicis tikai kāts
Un putekšņi sirmi. Vai maz raudāja kāds?
Es nezinu. Man ir miers.
Es saku – es negaidu vairs neko.
Cik tāds pelēkums lēns un maigs.
Mēmi akmeņi. Aizmidzis laiks.
Es negaidu vairs neko.
Mana pasaule sadilst un izplēnē.
Es pasmaidu klusi – tik vien...
Tu man iziesi cauri kādudien
Un nepamanīsi to.
Tas būs labi.
E sua respectiva tradução para o português:
Paz
Eu digo, finalmente tudo está bem.
Mas a rosa está chora pétalas de sangue.
O que aquele fluxo vermelho lava?
Eu não sei. Tudo está bem.
Eu digo, finalmente, eu estou em paz.
Tudo o que restou da rosa é apenas um tronco
e um monte de pólen cinza. Derramaram lágrimas?
Eu não sei. Eu estou em paz.
Eu digo, eu não espero nada.
Este cinza tão lento e suave.
Pedras silenciosas. O tempo dorme.
Não espero nada.
Meu mundo se estreita à deriva
Um sorriso em silêncio, nada mais.
Um dia você passará por mim
e não perceberá.
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Então tudo estará bem.
5
2. Sobre uma interpretação antropológica cultural dos Letões.
Todos os historiadores que se debruçam sobre a religiosidade e a
mitologia dos Eslavos medievais sabem que a grande divindade daquela
cultura se chamava ―Novak”. Ocorre no entanto que a divindade máxima
dos Letões se chamava ―Jurasmat‖– uma divindade protetora dos letões
eslavos; que é traduzida para o português como a "Mãe do Mar". Adorar
uma deusa feminina das águas tal qual uma Iemanjá africana ou uma
Oxum, deve ser interpretado como algo cultural, como dizia o antropólogo
americano Clifford GEERTZ (2002, p.13):
―[...] Se a interpretação antropológica está construindo uma
leitura do que acontece, então divorciá-la do que acontece — do
que, nessa ocasião ou naquele lugar, pessoas específicas dizem,
o que elas fazem, o que é feito a elas, a partir de todo o vasto
negócio do mundo — é divorciá-la das suas aplicações e torná-la
vazia. Uma boa interpretação de qualquer coisa — um poema,
uma pessoa, uma estória, um ritual, uma instituição, uma
sociedade — leva-nos ao cerne do que nos propomos interpretar
[...].‖
Isto porque como vemos em nosso mapa anexado neste artigo, a
Letônia é banhada pelo Mar Báltico; assim, o mar é parte de tal natureza
cultuada. Certamente, o antropólogo James Frazer (1981, p.338) foi o
pesquisador que insistiu na interpretação mais imparcial ao tratar o
paganismo letão em termos culturais, de culto à natureza como podemos
observar na descrição abaixo:
―[...] Dados los principios de la magia homeopática o imitativa,
podría pensarse que cuanto más alto subiesen los brahmanes al
columpiarse, más alto crecería el arroz, pues la ceremonia se
describe como un festival de recolección y el columpio es
practicado por los letones de Rusia con la intención declarada de
influir en el crecimiento de las mieses. En la primavera y a
princípios de verano, entre la Pascua de Resurrección y el día de
San Juan (solsticio de verano), se dice que todos los rústicos
letones dedican sus horas de ocio a columpiarse diligentemente;
cuanto más alto se eleven por los aires, más alto crecerá el lino
en dicha estación [...].‖
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Tal concepção de culto à natureza levou a Igreja medieval europeia a
atacar os Letões na temporada de caça anual, no verão. Durante trezentos
anos, o braço armado da Igreja chamado de Cavaleiros Teutônicos
atacaram os Letões. O objetivo era a da conversão forçada ao cristianismo.
A Ordem dos Cavaleiros Teutônicos foi fundada em 1224 pelo Papa
Inocêncio III, com o objetivo de acompanhar os cruzados em Jerusalém,
mas foram emprestados ao rei da Polônia, Conrado de Mazóvia. Assim
começa uma batalha secular para anexar o reinado Letão, inclusive por
questões estratégicas militares do Mar Báltico e por questões econômicas.
Deste modo, quando os Cavaleiros Teutônicos anexam a Prússia, a Letônia
é anexada em conjunto. Delorme (1969, p.180) nos explica tal processo:
―[...] A Prússia é apenas um dos domínios onde se desenvolve a
expansão germânica no século XIII, mas ela ilustra os métodos
empregados: implantação de grupos compactos, sobretudo
urbanos, e evangelização forçada. O crescimento demográfico
alemão por si só permitiu esta colonização maciça [...].‖
Por outro lado, a Ordem dos Cavaleiros da Espada, ordem com um
propósito semelhante ao dos Cavaleiros Teutônicos tomaram posse apenas
da Letônia e de sua capital Riga, como podemos entender segundo as
fontes de Perry Anderson (1989, p.232) e do atlas de Colin McEvedy
(1990), o qual anexamos um mapa ilustrativo (ver anexo). Tal concepção
do mundo rural euforizante e excludente, foi um dos problemas levantados
pelo trabalho de James Frazer (1981); são os chamados cultos agrários que
mesmo Carlo Ginzburg (1998, p.62) já havia estudado em sua obra Os
Andarilhos do Bem como vemos a seguir: ―[...] Trata-se de um vínculo
ulterior entre os benandanti que saem à noite, ‗em espírito‘, ara ver os
mortos e os benandanti que saem ‗em espírito‘ para combater contra os
feiticeiros pelas colheitas [...].‖
3. Sobre a questão macroeconômica interregional da Letônia.
O historiador inglês Perry Anderson (1989, p.233) nos relata que a
capital da Letônia, a cidade de Riga estava incluída em um novo padrão de
crescimento do século XIII. Ele diz:
―[...] O crescimento das cidades e dos entrepostos de comércio
ao longo da costa do Báltico no século XIII – Rostock, Dantzig,
Wismar, Riga, Dorpat e Reval. Estes centros urbanos eram
comunas independentes e turbulentas, com um próspero
comércio exportador e animada vida política [...].‖ ( o grifo é
nosso).
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Devemos nos lembrar que o Mar Báltico é uma região rica na
produção de joias de âmbar. O âmbar é uma resina fóssil muito usada para
a manufatura de objetos ornamentais. Embora não seja um mineral, às
vezes é considerado e usado como uma gema. Sabe-se que os pinheiros
cuja resina se transformou em âmbar viveram há milhões de anos em
regiões de clima temperado, que além de objeto cultuado como mágico por
germanos e eslavos pagãos, tinha um valor altíssimo na Idade Média para a
produção de joias, existam também outros produtos de alto valor
econômico. A região do Mar Báltico fornecia arenque salgado, joias de ouro
e prata e seda. O peixe era para toda a Europa nos dias santos que tinham
abstinência de carne para os cristãos. No século XIII, muitas cidades
dominadas pelos Cavaleiros Teutônicos pertenciam a Hansa, uma Liga
comercial composta de ricas cidades mercantis do Mar Báltico, centralizada
na Alemanha, mas com ramificações dos países vizinhos, que se tornou
proeminente nesta época. Na ilha de Gotland, o porto de Visby com
armazéns de alvenaria era um importante destes entrepostos do reino da
Suécia com comboios de navios de grande porte e guindastes que içavam
as mercadorias.
Considerações finais
O filósofo Max Bense (1971), considera que o processo de criação de
um objeto artístico depende de um repertório de elementos materiais, o
qual é seletivamente realizado por meio de um código de determinação
semântica, capaz de proporcionar a comunicação, em um sistema portador
de estados estéticos. Os instantes criativos são atingíveis por meio de
processos seletivos. Bense (idem) postula que na produção de um objeto
artístico, a passagem da distribuição dos elementos materiais de um
repertório para o produto ocorre em um processo seletivo que se
caracteriza também como um processo comunicativo. Estados estéticos são
―estados de ordem‖10 que ocorrem em um repertório de elementos
materiais que podem encontrar-se em estado de desordem caógena ou em
estado de ordem pré-definida. O autor caracteriza os casos extremos da
ordem em caógena, regular e irregular11. Na primeira, os elementos
materiais se encontram em estado de mistura máxima. Na segunda, ocorre
uma repartição estrutural segundo uma sintaxe, uma regra, que organiza o
conjunto de elementos em um modelo. Na última, há uma modelagem que
permite que o conjunto de elementos materiais seja interpretado como um
sistema de decisões que o classifica de forma singular (idem).
Os estados estéticos, que podem ser observados nos objetos
artísticos e na natureza, por meio de classes de signos, são caracterizados
pela estética informacional, que opera com meios semióticos e matemáticos
(BENSE, 1971). Neste sentido, a estética informacional, que agrega
conhecimentos da teoria da informação e dos sistemas, foi concebida como
uma estética objetiva e material, operando não com sentidos especulativos,
mas sim com meios racionais, com interesse primário no objeto e na sua
relação com aquele que interage com a obra. Dessa forma, o foco não se
concentra em torno de uma ―estética do gosto‖, mas sim em uma ―estética
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da constatação‖, onde os estados estéticos, seus repertórios e portadores
são descritos de forma objetiva na linguagem abstrata de uma teoria geral
empírica e racional.
Nesse sentido, apresentamos, ao longo deste estudo, um repertório
de itens, fatos históricos e uma compilação de entidades relacionadas a
uma cultura. A seguir, propomos uma estética da constatação, onde a
modelagem do objeto artístico considere conjuntos de elementos materiais
que possam ser interpretados e classificados por meio de características
inerentes a cultura e a língua.
Vimos então que a resistência de um povo se manifesta também pela
língua, sobretudo para uma nação que viveu mais de 400 anos de guerra
ininterrupta com os Cavaleiros Teutônicos. A grande vitória é linguística pois
a Ordem dos Cavaleiros Teutônicos foi extinta ainda no século XV e os
Letões hoje são povos livres que ainda falam seu importante e antigo
idioma neste século XXI; há uma vitória linguística. Segundo Dominique
Maingueneau (1989, p.55), não existe a necessidade de respaldo exterior
para um discurso que pertença a um grupo que não é geral (germânico,
russo, céltico) e sim restrito (letão, báltico, eslavo, em termos de
autonomia cultural regional). Ou seja, segundo Maingueneau (1989), não
existe igualmente a necessidade de apoio externo para que um discurso
específico (neste caso, o católico dentro de um reino ariano) se propague
com êxito. O apoio externo não interfere no funcionamento do grupo em
questão. O discurso se propaga quando há coesão interna, ouvidos – e os
Letões ouviam o idioma Letão, suas canções e poesias e isto por si basta
para manter uma cultura viva em oralidade (Figura 4), na medida em que
as instituições jurídicas e linguísticas sempre serão as mais antigas de um
povo coeso, em tempos de guerra e de ocupação forçada.
Assim, para Pierre Bourdieu (1994, p.166) a dominação linguística
pelo uso da força, tal como observamos delegada aos habitantes da Letônia
pelos Germanos medievais (povos que viviam na época na atual Alemanha),
deve ser entendida pelo conceito bourdieusiano de ―dominação linguística‖,
nestes termos demonstrados abaixo:
―[...] É um artefato que, universalmente imposto pelas
instâncias de coerção linguísticas, tem uma eficácia social na
medida em que funciona como norma, através da qual se
exerce a dominação dos grupos. Detendo os meios para impôla como legítima, os grupos detêm, ao mesmo tempo, o
monopólio dos meios para dela se apropriarem [...]‖.
Logo, nós educadores da arte quais podemos produzir o lúdico tanto
no filme, como nos jogos digitais, devemos nos preocupar com a questão
linguística para que as gírias e as novas formas de comunicação verbais,
não sejam omitidas no idioma português, pois é sempre mais democrático
permitir outras formas linguísticas sempre atreladas aos diferentes grupos
sociais. O idioma Letão, como vimos, foi reprimido durante anos pelos
regimes alemães e russos de tal modo que quase foi extinto na própria
9
Letônia. Vida longa a aquele país; vida longa a cultura da Letônia. Se os
Jogos digitais são modos de linguagem, semiótica e interação cognitiva,
podem ser veículos de manifestação cultural também. Nosso artigo
intencionou esta reflexão cultural e linguística a um só tempo, como uma
percepção educacional.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
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Dievturība, folklora, vēsture.
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GLOSSÁRIO DE DIVINDADES PAGÃS DA LETÔNIA MEDIEVAL:
Deuses e divindades:
Auseklis - (a partir de Aust- raiz do amanhecer), também chamado Lielais
Auseklis ("Auseklis Grande"). Ele foi associado com Vênus , e com ambos os
Mēness e Saule , a lua e o sol.
Ceroklis - um deus da fertilidade, associado com a agricultura e os
agricultores, e cognato com a América Ceres. O jesuíta Joannis Stribingius
discutiu sobre o deus Cerklicing quando ele foi para leste da Letônia em
1606. A primeira mordida de qualquer alimento, e a primeira gota de
qualquer bebida, foi dado a esta divindade. Os nomes alternativos incluem
Dewing Cereklicing, Cerekling, Cercklicing, Greklicing, Cerekticing,
Cerklicing, Cerroklis.
Dēkla - deusa da fortuna e do destino e era adorada principalmente no
oeste da Letônia (na região da Curlândia).
Ūsiņš - deus dos cavalos, abelhas e luz, mencionado por jesuítas Joannis
Stribingius em 1606.
Dievs - era o deus supremo. A mesma palavra refere-se à divindade cristã
em língua letã moderna. Na mitologia antiga da Letônia, Dievs não era
apenas o pai dos deuses, ele era a essência de todos eles.
Jānis - divindade associada com Jani no festival de meio verão. Após a
cristianização, ele foi associado com João Batista, através de um processo
de sincretismo. Uma vez por ano, Jānis vem trazer sorte e fertilidade para o
povo da Letônia.
Jumis - deus do céu e da fertilidade. Ele é associado com "plantas", como
duas hastes de culturas ou árvores que cresceram juntos e compartilham
um tronco ou caule. Descrito como um homem baixo, com roupas que
lembram espigas de trigo, lúpulo e cevada .
Karta - foi uma de uma trindade de deusas associadas ao destino, que
incluiu suas irmãs Dēkla e Laima.
11
Laima - era uma deusa dos letões e da mitologia lituana. Ela é a
personificação do destino e da sorte, boas e más.
Lauma - é uma bela moça nua, que não pode ter filhos. Então, muitas
vezes ela rouba as outras crianças e azeda o leite de vaca.
Māra - a mais poderosa deusa feminina.
Martins - era um deus que protegia o povo letão e seus animais, durante
os meses de inverno, de ladrões, do frio e da fome.
Mēness - deus da lua e da guerra.
Metenis - divindade misteriosa, ligada ao festival Meteņi, em que andava
durante as celebrações em seu trenó.
Meza VIRS - deus dos bosques, associado com os lobos.
Mikelis - deus da astronomia, profecia e abundância.
Perkons - deus do trovão, chuva, montanhas, árvores de carvalho, o fogo
e o céu. Na Índia ele é conhecido como Indra , o chefe dos Devas .
Ragana - profetisa e feiticeira, e uma deusa da magia. Após a
cristianização, ela foi transformada em uma bruxa menor trazendo má sorte
para os seres humanos e animais.
Saule - foi a deusa do sol e da fertilidade, deusa padroeira do azar,
incluindo os órfãos. Ela era a mãe de Saules Meitas, viveu no topo de uma
montanha e voou através do céu em sua carruagem.
Zalktis - deus do bem-estar e da fertilidade.
Mates ou Mães: divindades femininas conhecidas como "mães":
Cela mate - (Mãe das estradas) protetora dos viajantes na estrada.
Dārza mate - (Mãe do Jardim) presidia os aspectos práticos da vida
cotidiana.
Gaušu mate - (Mãe do lento) era uma deusa que representa a preguiça.
Juras mate - (Mãe do Mar) era a deusa do mar. Padroeira dos pescadores,
marinheiros e médicos.
Kapu mate - (Mãe de Túmulos), protetora de cemitérios e sepulturas.
Krūmu mate - (Mãe de Arbustos), protetora de arbustos e mudas .
Lapu mate - (Mãe das Folhas) deusa que coordenava a mudança de cores
das folhas no outono.
Lauku mate - (Mãe dos Campos), deusa dos campos.
Lazdu mate - a deusa das árvores de avelã.
Lietus mate - deusa da chuva.
Linu mate - (Mãe de linho) uma deusa do linho .
Lopu mate - (Mãe da Pecuária), protegia o gado e os animais.
Meza mate - (Mãe das Florestas) a padroeira das florestas, dos animais,
caçadores e lenhadores.
Miglas mate – Mãe do nevoeiro; possuía domínio sobre os nevoeiros.
Venerado pelos marinheiros.
12
Pirts mate - Mãe das saunas , que foram palco de muitos rituais e
cerimônias importantes para registros de nascimentos, óbitos, casamentos
e outras ocasiões.
Rijas mate – associada à colheita de grãos.
Sēņu mate – associada à produção e colheita de cogumelos.
Smilsu mate - possuía domínio sobre a morte.
Sniega mate - (Mãe de Neve), possuía domínio sobre a neve
Tirgus mate - (Mãe do Mercado), exercia poderes sobre o mercado e o
comércio.
Ūdens mate - (Mãe das Águas), possuía domínio sobre águas, poços e
lagoas .
Upes mate – deusa dos rios.
Veja mate - deusa dos ventos, florestas e aves, padroeira dos marinheiros.
Velu mate - deusa dos mortos e Rainha da Viņsaule, o mundo dos mortos.
Zemes mate - deusa da fertilidade, que também foi identificada com Velu
mate, a deusa dos mortos.
Ziedu mate - deusa das flores.
Kuka mate – deusa do vinho
Outros termos e conceitos:
Austras Koks - árvore que tinha folhas de prata, raízes de cobre e ramos
de ouro, localizado às margens do rio Daugava.
Debeskalns - montanha sobre a qual os vários deuses e deusas viviam.
AN
EX
OS
:
Fig
ura
–
1:
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ário
da
regi
ão
em
121
212
13
Figur
a–
2:
Caval
eiros
Teutô
nicos1
3
Figura – 3: Schwertbrüderorden, Irmãos da Ordem da Espada14
14
Figura – 4: Cena de dança folclórica da Letônia contemporânea 15
3
Latvija, no idioma letão, significa Letônia, pequeno país Báltico encravado entre
Estônia, Lituânia, Rússia e Bielorrússia.
4
Projetos de caráter estético que utilizam recursos de jogos digitais de modo crítico e
questionador, propondo reflexões inusitadas, ao proporcionar uma subversão crítica dos
usos, sentidos e objetivos do jogo (ENCICLOPÉDIA ITAÚ CULTURAL, 2011).
1
Carlos C. Praude: Doutorando em Arte e Tecnologia no Programa de Pós-Graduação
em Arte da Universidade de Brasília. Mestre em Arte e Tecnologia pelo Programa de PósGraduação em Arte da Universidade de Brasília (2010). Pós-graduado em Engenharia de
Software e Graduado em Tecnologia em Processamento de Dados pela Universidade Católica
de Brasília. Professor e Pesquisador de Jogos Digitais no curso de Jogos Digitais no Centro
Universitário UDF em Brasília. Contato:[email protected] , www.carlospraude.com.
2
Fábio Liborio Rocha: Doutor em História pela Universidade Federal do Paraná,
Mestre em Filosofia pela UGF-RJ, Graduado em História pela Universidade Federal do Rio de
Janeiro.
Professor de Pensamento Político no curso de Ciência Política no Centro
Universitário UDF em Brasília. Professor e Pesquisador de Estética do Filme, no curso de
Cinema
do
IESB
também
em
Brasília.
Contato:
[email protected],
wimwenders.com.br.
5
Durante um evento institucional, ocorrido no Centro Universitário UDF, Fábio Libório,
ao indagar sobre a origem do sobrenome de Carlos Praude, desencadeou uma sequência de
diálogos que resultou na elaboração do presente trabalho. Libório é pesquisador em história
antiga e medieval com profundo interesse pela história da Letônia e sua herança religiosa de
culto à natureza, qual lembra muito o druidismo, no culto às árvores. Carlos Praude é
pesquisador em arte e tecnologia e seu pai, João Janis Praude, escreveu diversas resenhas
sobre a história da sua família e da Letônia, seu país de origem. O sobrenome Praude tem
origem na palavra russa Pravda, que significa verdade e foi atribuído aos antepassados da
família Ehrglis durante o processo de russificação (PRAUDE, 1994), ocorrido após o ano de
1865, quando a Letônia encontrava-se sob domínio do império russo (THE HISTORY FILES,
2011).
6
Relojoeiro e grande contador de histórias, nascido na cidade de Daugavpils, Letônia,
em 21/12/1919 e falecido na cidade de Anápolis, GO em 15/06/1999. Migrou, com toda sua
família, para o interior do estado de São Paulo em 16/07/1928, aos 8 anos de idade.
7
Outros cavaleiros que agrupam-se em ordem militar são os Porta-Gládios, ou irmãos
da ordem da espada, Schwertbrüderorden (Figura 3), que usam no manto duas espadas
vermelhas em cruz. ―Fundada em Brêmem, em 1197, pelo Bispo de Riga, a nova ordem
combate os pagãos letões e livonianos, das margens do Golfo de Riga, do vale do Dvina, da
Curlândia‖ (HEERS, 1977, p.192). Dvina, em russo, refere-se ao rio Daugava, que banha a
cidade de Daugavpils (que em Leto significa Castelo de Daugava).
8
Cidades alemãs. Embora a Liga Hanseática só fosse definida um século mais tarde, a
associação já existia e trabalhava para a realização de seus objetivos – a exclusão dos
comerciantes estrangeiros do Báltico e o alargamento da hegemonia alemã até o mar do
Norte (MCEVEDY, 1990, p. 76).
9
Tradução de Carlos Praude à partir da tradução de Mara Rozitis para a língua
inglesa, Disponível em <http://mygrations.blogspot.com> Acesso em 09/09/2011.
10
Aspas do autor.
11 Max Bense (1971) associa as ordens caógena, regular e irregular com os esquemas
―mistura‖, ―estrutura‖ e ―configuração‖ estabelecendo uma relação com a Gestalt.
Também conhecida como psicologia da forma, a Gestalt é uma corrente da psicologia que
15
considera os fenômenos psicológicos como um conjunto autônomo, indivisível e articulado
por meio da organização, estrutura e configuração (ABBAGNANO, 2007).
12
MCEVEDY, 1990, p.73.
13
Imagem disponível em <http://miniatures.de/html/ger/italeri-6019-teutonicknights.html> Acesso : 09/09/2011.
14
Imagem disponível em
<http://www.ordensstaat.de/orden/vorgeschichte/vg_ro_sb.htm> Acesso :
09/09/2011.
15
Imagem disponível em <http://www.rigasummit.lv/en/id/cats/nid/976/>
Acesso : 09/09/2011.
16

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