história geral - parte

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história geral - parte
HisTóRiA
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o
O que é essa globalização e como é que ela se manifesta?
Ainda não há uma definição que seja aceita por todos. Ela está definitivamente na voga e designa muitas coisas ao mesmo
tempo. Há a interligação uma acelerada dos mercados nacionais, há a possibilidade de movimentar bilhões de dólares por
computador em alguns segundos, como ocorreu esta semana nas Bolsas de todo o mundo, há a chamada “terceira revolução
tecnológica” (processamento, difusão e transmissão de informações). Os mais entusiastas acreditam que a globalização
define uma nova era da história humana.
“Qual a diferença entre globalização, mundialização e internacionalização?
Globalização e mundialização são quase sinônimos. Os americanos falam em globalização. Os franceses preferem
mundialização. Internacionalização pode designar qualquer coisa que escape ao âmbito do Estado Nacional.
Quando o mundo começou a ficar globalizado?
Novamente, não há uma única resposta. Fala-se em início dos anos 80, quando a tecnologia de informática se
associou à de telecomunicações. Outros acreditam que a globalização começou mais tarde, com a queda das barreiras
comerciais.”
Hélio Jr
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HISTÓRIA GERAL | LIVRO 4
O que é, afinal das contas, globalização? Como em qualquer assunto em que entre a questão econômica, essa pergunta
vai encontrar 11 respostas diferentes, se forem consultados 10 economistas.
A explicação talvez mais didática está no teorema do economista Eduardo Gianetti da Fonseca:
“O fenômeno da globalização resulta da conjunção de três forças poderosas:
1) a terceira revolução tecnológica (tecnologias ligadas à busca, processamento, difusão e transmissão de informações;
inteligência artificial; engenharia genética);
2) a formação de áreas de livre comércio e blocos econômicos integrados (como o Mercosul, a União Europeia e o
Nafta);
3) a crescente interligação e interdependência dos mercados físicos e financeiros, em escala planetária.”
Discorda o jornal francês “Le Monde”, em recente dossiê sobre a “mundialização”, como os franceses insistem em
chamar a globalização.
Lembra, primeiro, que “o comércio entre nações é velho como o mundo, os transportes intercontinentais rápidos existem
há vários decênios, as empresas multinacionais prosperam já faz meio século, os movimentos de capitais não são uma
invenção dos anos 90, assim como a televisão, os satélites, a informática”.
O que “Le Monde” chama de “novidade” é a “desaparição do único grande sistema que concorria com o capitalismo
liberal em escala planetária, ou seja, o comunismo soviético”.
Aí, sim, fecha-se o ciclo, porque o fim do comunismo permite globalizar de fato o capitalismo, com todas as implantações
decorrentes: aumento do fluxo de comércio, de informações e de expansão das empresas multinacionais para mercados
antes fechados.
Tudo somado, tem-se que “a mundialização é bem mais que uma fase suplementar no processo de internacionalização do capital industrial em curso desde faz mais de um século”, como escreve, para este caderno, o especialista francês
François Chesnais.
Chesnais prefere ao que chama “termo vago” (“mundialização”) definir esse fenômeno como “regime mundializado de
dominação financeira”.
Tem certa razão: a globalização ainda é, acima de tudo, um fenômeno financeiro.
A crise das bolsas é uma prova: a um simples toque de computador, bilhões de dólares se evaporam em Hong Kong e
reaparecem em Nova York, por exemplo.
Mas é preciso bem mais do que isso para tirar uma fábrica da Alemanha e instalá-la no Brasil, por exemplo.
É por tudo isso que o especialista britânico Anthony McGrew (Universidade Aberta do Reino Unido) lista três tendências nos analistas da globalização, a saber:
1) os “hiperglobalizantes”, os que acham que a globalização define “uma nova época” na história da humanidade, em
que “as tradicionais nações-Estado tornaram-se não-naturais, até mesmo unidade de negócio impossível em uma
economia global”. É o caso do Japonês Kenichi Ohmae.
2) os céticos, os que entendem que os fluxos atuais de comércio, investimento, mão de obra não são superiores aos
do século passado.
3) os “transformalistas”, os que têm uma visão intermediária. Admitem que os processos contemporâneos de globalização não têm precedentes, mas acham que resta um papel para os governos nessa história, desde que se adaptem
a um mundo em que já não há uma distribuição clara entre assuntos domésticos e internacionais.
Apontam, ainda, um novo padrão de inclusão e exclusão na economia globalizada.
Hélio Jr.
No fundo, acaba sendo indiferente qual o rótulo que se prefira. As mudanças provocadas pela globalização não poupam
sequer os personagens em tese mais independentes.
Tome-se o caso dos beduínos da Arábia Saudita. São nômades, o que, por definição, quer dizer independentes, isolados
do mundo. Fazem seu próprio estilo de vida, imutável há séculos.
Era imutável.
O custo de sustentar seus camelos, meio de transporte e de vida para todos eles, no trabalho de pastoreio, tornou-se
insuportável. E já não conseguem enfrentar a concorrência oferecida pelas ovelhas importadas (à razão de 12 milhões ao
ano) de lugares tão distantes como o Uruguai ou a Nova Zelândia.
Se os nômades puderam produzir um símbolo, Lawrence da Arábia, como emblema do mundo pré-globalização, o mundo
contemporâneo é, ao contrário, uma cacofonia de símbolos facilmente reconhecíveis, em qualquer lugar em que se esteja,
da Coca-Cola à Toyota, da Nike ao McDonald’s.
A grande questão é que esse novo mundo apresenta querelas que são de um mundo velho: Os Conflitos Armados.
O Comércio de Armas, a Intolerância Política, Religiosa e Racial, Questões Fronteiriças e Reflexos da Guerra Fria ainda
são responsáveis por dezenas de guerras, sejam elas declaradas ou não. Portanto, como gosto ou a contragosto, temos
que estuda-las. Vamos adiante...
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COnflitOs ReCentes
introdução
O ataque contra as torres gêmeas do World Trade Center,
em Nova York, no dia 11 de setembro de 2001, tornou-se a
marca do novo tipo de conflito que define o cenário mundial
no século XXI. Numa polaridade, os Estados Unidos (EUA) e
os países cujos dirigentes compartilham suas posições, como
o Reino Unido. Na outra, seus inimigos: o terrorismo islâmico
e um punhado de governos que, por desafiar as normas e as
decisões dos organismos internacionais, são considerados
“Estados párias” ou “foras-da-lei”. É o caso do Afeganistão
sob o regime do Taliban (deposto em 2001), do Iraque até a
queda de Saddam Hussein (abril de 2003) e, ainda hoje, da
Coreia do Norte, que aumenta a tensão no Extremo Oriente
com seu projeto de construção de um arsenal nuclear.
Essa nova polarização mundial do poder coexiste numa
grande diversidade de conflitos mais localizados, regionais ou
internos. São conflitos que têm como centro, quase sempre,
povos em luta pela afirmação da identidade nacional, na
forma de uma religião, língua e/ou origem
étnica. De acordo com o Instituto Internacional de Estudos Estratégicos (IISS), 20
conflitos armados estão em atividade no
planeta até agosto de 2003, a metade na
África Subsaariana – vale registrar que
esse número vem diminuindo: de 37 em
2000 para 31 em 2001 e 24 em 2002 e 20
em 2003. Desse total, apenas três opõem
Estados soberanos. O mais sério deles é a
disputa entre Paquistão e Índia pela posse
da região da Caxemira – um confronto que
em 2002 causou 2 mil mortes.
Os outros 17 confrontos acontecem no
interior de países, no formato de guerras
civis e guerrilhas, quando grupos armados
forçam a queda de um governo ou regime,
ou de movimentos separatistas, quando
minorias étnicas ou religiosas lutam para
obter a independência da região em que vivem. A principal
guerra civil em andamento no mundo é a da Colômbia, com
consecutivos governos combatendo há quatro décadas
organizações guerrilheiras de esquerda. Entre os conflitos
separatistas, o que mais se agrava em 2003, com ações terroristas arriscadas, é a guerra entre os rebeldes da República
da Chechênia e o governo da Federação Russa.
Um tipo específico de separatismo é o que transcorre
de ocupação estrangeira. O caso de maior relevância é o
da luta dos palestinos pelo reconhecimento de um Estado
independente nos territórios ocupados por Israel em 1967 – a
Faixa de Gaza e a Cisjordânia.
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Forças Armadas Revolucionárias Colômbia–Exército do
Povo (em espanhol: Fuerzas Armadas Revolucionarias de
Colombia–Ejército del Pueblo), também conhecidas pelo acrônimo FARC ou FARC-EP, é uma organização
de inspiração comunista, auto-proclamada
guerrilha revolucionária marxista-leninista,
que opera mediante táticas de guerrilha.
Lutam pela implantação do socialismo na
Colômbia e defende o direito dos presos
colombianos. Apesar de não ser membro do
Foro de São Paulo, que congrega partidos
de esquerda da América Latina, as FARC
já estiveram presentes em suas reuniões.
Hoje, existe uma intensa cooperação ente
a ELN e as FARC.
As FARC são consideradas uma organização terrorista pelo governo da Colômbia,
pelo governo dos Estados Unidos, Canadá
e pela União Europeia. Os governos de
Equador, Bolívia[carece de fontes], Brasil,
Argentina e Chile não lhes aplicam esta
classificação. O presidente Hugo Chávez
rejeitou publicamente esta classificação em
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Janeiro de 2008 e apelou à Colômbia como outros governos
a um reconhecimento diplomático das guerrilhas enquanto
“força beligerante”, argumentando que elas estariam assim
obrigadas a renunciar ao sequestro e actos de terror a fim
de respeitar a Convenção de Genebra. Cuba e Venezuela
adoptam o termo “insurgentes” para as FARC.
A origem das FARC remontam as disputas entre liberais e
conservadores na Colômbia, retratadas pela obra de Gabriel
García Márquez “Cem Anos de Solidão”, marcada por massacres, como o período da La Violencia. Em 1948, os liberais,
com apoio dos comunistas, iniciam uma guerra civil contra
o governo conservador. Após 16 anos de luta guerrilheira e
a conquista de algumas reivindicações políticas, os liberais
passaram a temer que a experiência cubana de 1959 se
repetisse na Colômbia. Rompem com a esquerda e passam
para o lado conservador.
Ao longo da história do grupo guerrilho, o Partido Comunista Colombiano teve relações mais próximas ou mais
distantes com as FARC. Enquanto originaram-se como um
puro movimento de guerrilha, a organização já na década de
1980 foi acusada de se envolver no tráfico ilícito de entorpecentes,22 o que provocou a separação formal do Partido
Comunista e a formação de uma estrutura política chamada
Partido Comunista Colombiano Clandestino .
As FARC-EP continuam a se definir como um movimento
de guerrilha. Segundo estimativas do governo colombiano, as
FARC possuem entre 6000 a 8000 membros, uma queda de
mais da metade dos 16 000 em 200124 (aproximadamente
20 a 30% deles são recrutas com menos de 18 anos de idade
25). Outras estimativas disponíveis avaliam em mais de 18
000 guerrilheiros, números que as próprias FARC reclamaram
em 2007 numa entrevista com Raul Reyes.
As FARC-EP estão presentes em 15-20% do território
colombiano, principalmente nas selvas do sudeste e nas planícies localizadas na base da Cordilheira dos Andes. Segundo
informações do Departamento de Estado dos Estados Unidos,
as FARC controlam a maior parte do refino e distribuição de
cocaína dentro da Colômbia, sendo responsável por boa parte
do suprimento mundial de cocaína e pelo tráfico dessa droga
para os Estados Unidos.
leituRa COmPlementaR
Paz e voto no caminho da colômbia
Colômbia está próxima de acordo histórico de paz
entre governo e os guerrilheiros das Farc
As eleições presidenciais de 25 de maio são um fato
político a mais no calendário da Colômbia. Paralelamente,
porém, ocorre algo transcendental: a paz entre o governo e
a principal guerrilha do país “está no ponto de não retorno”,
como disse a Zero Hora o cientista político colombiano
Marcos Peckel. E a sociedade se prepara para novos e
históricos tempos.
Poucos detalhes são conhecidos dos acordos já
costurados. Primeiro, foi o da questão agrária, a razão de
as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc)
terem surgido, 50 anos atrás. Sabe-se apenas que haverá
concessão de áreas em latifúndios para trabalhadores rurais. Depois, acertou-se a institucionalização da guerrilha,
que ocorrerá pela formação de um partido político que a
represente ou pelo ingresso em algum dos atuais.
Discute-se nas reuniões, em Havana, a questão do
narcotráfico, tema sensível no país que é o terceiro maior
produtor de cocaína do mundo. Há, na mesa de negocia-
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ções, diversas ideias para combater o narcotráfico e os
cultivos ilegais. As Farc defendam a criação de áreas de
cultivo para fins medicinais, de cocaína, papoula e maconha. O governo não descarta, mas estuda mecanismos de
regulação. Em algumas regiões, a guerrilha usa a produção
de drogas como fonte de renda para se manter em conflito.
Os dois eixos seguintes são o desarmamento e o mais
complexo: a participação das vítimas e dos parentes das
vítimas.
Em meio a isso, ocorrem as eleições. O presidente
Juan Manuel Santos se utiliza do processo para dizer que
sua reeleição é a garantia para o sucesso. E aposta alto.
– Espero que consigamos passar o Natal com o processo
de paz assinado – disse, em encontro com jovens, no qual
repetiu que a paz melhoraria a governabilidade de toda a
América Latina.
– Sem conflito armado, estaremos melhor. Muitos dos
recursos destinados à guerra iriam à educação, à saúde,
à política social. Com a paz, haverá um efeito importante
em toda a região e em todo o mundo – completou Santos.
– Estou otimista. Trata-se de uma negociação séria
– animou-se Peckel.
Santos lidera as pesquisas. Nas mais recentes, teve
entre 25% e 32%. No seu encalço, estão Óscar Zuluaga
(ex-ministro do governo anterior, de Álvaro Uribe, que o
apoia e é contra as negociações), à direita, e Enrique Peñalosa (ambientalista e ex-prefeito de Bogotá), à esquerda.
Iván Cepeda, filósofo, ativista dos direitos humanos
e deputado pelo Polo Democrático Alternativo (partido
de esquerda), disse que a sociedade colombiana tem de
começar a se preparar para novos tempos.
– Há vontade política dos dois lados, e isso faz a dife-
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rença desse processo de paz em relação aos anteriores. O
maior problema é que temos crimes cometidos tanto pelo
governo quanto pela guerrilha. Para isso, existe a Justiça
transnacional, em que verdade e reparação se fazem
compatíveis com um processo de paz e reconciliação. Já
fizeram isso a Irlanda do Norte e a África do Sul. Encontraremos nosso caminho – sublinhou ele.
Representante da comissão de paz do Congresso,
Cepeda teve contato com a face mais sensível do processo: as vítimas. E diz que já há milhares de propostas para
pavimentar o caminho a ser seguido.
– Já se discutem os passos do que denomino como
plano nacional de transição e paz, para que seja delineado
como será a vida depois de o acordo ter sido estabelecido
– projetou Cepeda.
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AS BASES DO ACORDO
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O processo de paz que se desenvolve na Colômbia foi iniciado em novembro de 2012, após seis
meses de conversas secretas, de aproximação
entre as partes.
Governo e guerrilha estabeleceram uma agenda
de cinco temas que seriam discutidos. Dois, o
agrário e a participação política das Farc, resultaram em acordo.
Os negociadores devem terminar a discussão
sobre drogas ilícitas, a desmobilização e reintegração de ex-guerrilheiros e a reparação e
convencimento das vítimas.
Os Conflitos Pós-soviéticos
O fim da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas
(URSS), há duas décadas, não foi suficiente para pôr fim a
uma série de conflitos que até hoje afligem os países que
nasceram das cinzas do antigo regime comunista. “A desintegração pode causar confrontos e até mesmo guerras
entre nações e repúblicas”, alertou o então presidente Mikhail
Gorbachev (1990 - 1991) nos últimos dias da União Soviética,
cujo fim oficial ocorreu em 8 de dezembro de 1991.
O mais antigo dos conflitos, de 1987, entre Azerbaijão
e Armênia, perdura até hoje. Após uma violenta guerra de
quase quatro anos (1991-1994) e que deixou 25 mil mortos,
os dois países assinaram um cessar-fogo. Mas a tensão na
fronteira não indica que o problema esteja perto de seu fim.
O Azerbaijão tem um terço de seu território ocupado e
exige a retirada das tropas armênias e sua substituição por
forças de pacificação. O desejo é conceder autonomia à re-
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a resistência chechena ao
domínio russo
Em 1991, a Chechênia, uma das repúblicas russas
de população muçulmana, declara independência. As
hostilidades crescem em 1994, e tropas russas invadem o
território, mas são derrotadas. O número de mortos chega
a 100 mil pessoas em dois anos de conflito, encerrado
em 1996 com um acordo de paz que posterga a decisão
sobre o status político da república.
II Guerra da Chechênia – em agosto de 1999,
Guerrilheiros chechenos invadem, a república vizinha
russa do Daguestão, também com maioria muçulmana,
para criar um Estado islâmico. Atentados a bomba em
edifícios residenciais de Moscou e outras cidades russas
causam a morte de cerca de 300 pessoas, em setembro.
O governo responsabiliza os extremistas do Cáucaso e
envia tropas à Chechênia no fim do mês.
Queda de Grozny – Os militares russos tomam
Grozny, a capital chechena, em fevereiro de 2000. Cerca
de 370 mil chechenos deixam suas casas para fugir dos
bombardeios. O presidente Putin coloca a república sob
administração direta da Presidência, em junho.
Os separatistas recuperam o fôlego, em 2001, entrincheirados nas montanhas do sul, e provocam pesadas
baixas às tropas federais e ao governo checheno pró-russo. Em agosto de 2002, derrubam um helicóptero
militar russo perto de Grozny, matando 114 pessoas, e
em outubro tomam um teatro em Moscou. Um atentado
diante de um prédio governamental em Grozny mata
83 pessoas, em dezembro. Ao longo de 2003, ataques
suicidas na Chechênia, na república vizinha de Ossétia
do Norte e em Moscou causam cerca de 200 mortes.
Fonte: http://veja.abril.com.br/idade/exclusivo/conheca_pais/russia/
cronologia.html
Em paralelo, entidades pró-direitos humanos denunciam
massacres, estupros e torturas cometidos por militares russos
contra civis na Chechênia.
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Referendo – Em março de 2003, o governo russo promove um referendo na Chechênia sobre a nova Constituição
local, que determina a subordinação da república a Moscou. A
lei é aprovada por supostos 96% dos eleitores, entretano o referendo é condenado internacionalmente como irregular. Num
pleito igualmente criticado, em outubro, Akhmad Kadyrov, o
candidato do governo central russo, é eleito presidente da
Chechênia com 81% dos votos.
ucrânia
Desde novembro de 2013 ocorreu uma onda de protestos
na Ucrânia contra o governo do presidente Viktor Yanukovych,
principalmente na praça da Liberdade (Maidan), no centro da
capital Kiev. O motivo principal seria o fato de Yanukovych
ter decidido que o país não assinaria o acordo com a União
Europeia, pretendendo reforçar as relações com a Rússia.
Prédios públicos foram ocupados, barricadas foram erguidas
na capital Kiev e dezenas de mortes foram verificadas desde
o início dos conflitos, evidenciando a violência dos protestos.
Há ainda uma série de fatores que tem levado as pessoas
às ruas, como a crise econômica, a desigualdade social, a
corrupção, o sucateamento dos serviços sociais, a pobreza
e o desemprego, além da forte repressão policial que se
verificou contra os manifestantes.
O conflito interno na Ucrânia está relacionado com
divisões geográficas e culturais do país. A Ucrânia Central
e Ocidental é mais próxima à Europa e é onde existe uma
tradição cultural ucraniana. A Ucrânia do Sul e Oriental é
mais próxima à Rússia e sua população é de maioria russa.
Essa divisão traduz-se no apoio ou não do presidente Viktor
Yanukovych, já que os ucranianos do centro e do ocidente são
os principais opositores do regime, e o apoio ao presidente
estaria nas regiões orientais e sul.
Tais divisões expressam-se ainda em diferentes vertentes
de nacionalismo. Isso possivelmente explica que parte dos
líderes dos protestos seja de direita e de extrema-direita,
muitos simpatizantes do fascismo e do nazismo.
O mais organizado é o partido Svoboda (Liberdade),
com células de ativistas em várias regiões. Há ainda uma
coalizão de grupos neonazistas denominados Setor Direita,
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que ganharam bastante apoio após os enfrentamentos na
praça da Independência. Individualmente, o principal nome
da oposição é o ex-campeão de boxe Vitali Klitschko, líder
do movimento chamado Udar (soco), possível candidato à
presidência em 2015, com o lema “um país moderno com
padrões europeus”.
Outra liderança da oposição a Yanukovych é a ex-primeira-ministra Yulia Tymoshenko, presa desde 2011, em
decorrência de acusações de abuso de poder, durante a
realização de um acordo sobre gás com a Rússia, em 2009.
Policiais e manifestantes frente a frente nas ruas de Kiev,
durante os protestos na Ucrânia.**
Policiais e manifestantes frente a frente nas ruas de Kiev,
durante os protestos na Ucrânia.**
A situação na Ucrânia está ainda em aberto, principalmente graças ao fato de ser um país industrializado e também
por passarem em seu território gasodutos que fornecem o
combustível à Europa, transformando assim os protestos
em foco de interesse de potências ocidentais e da Rússia.
Possivelmente, nos próximos vestibulares, o que pode
ser abordado nem seja a situação atual da Ucrânia, mas
talvez alguns momentos de sua história.
Mais próxima no tempo está a chamada Revolução
Laranja, ocorrida em 2004. Foi um movimento relacionado
com as eleições daquele ano, que se polarizaram entre Viktor Yushchenko, um político ligado ao Ocidente, e o próprio
Viktor Yanukovych, apoiado pelo presidente à época, Leonid
Kuchma, e pró-Rússia. Havia sérias críticas à corrupção no
governo de Kuchma, e a candidatura de Yushchenko era uma
possível alternativa a essa situação.
As denúncias de fraudes das eleições em favor de Yanukovych levaram a Suprema Corte do país a decidir por um
novo segundo turno. Grandes manifestações tomaram as
ruas e greves ocorreram nas empresas. Yushchenko sofreu
envenenamento por dioxina, que não o matou, mas deixou
sequelas em seu rosto. Em face do acirramento dos protestos,
nova eleição foi realizada, garantindo a vitória de Yushchenko.
A Revolução Laranja foi uma tentativa de colocar no
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poder políticos não mais diretamente ligados à influência
russa. Isso possivelmente ocorreu pelo fato de a Ucrânia,
durante muitas décadas, estar inserida nas estruturas do
Estado Russo.
Desde o século XVIII, a Ucrânia fazia parte do território
do Império dos czares russos e assim foi até a Revolução
Bolchevique de 1917. No ano posterior, a Ucrânia conseguiu sua independência e setores sociais ucranianos foram
fundamentais para a derrota das tropas do Exército Branco,
que pretendiam acabar com o processo revolucionário. Na
luta contra os Brancos, destacaram-se principalmente os
camponeses liderados por Nestor Makhno.
Entretanto, em 1924, a República Socialista Soviética da
Ucrânia aderiu à União das Repúblicas Socialistas Soviéticas
(URSS) e nessa estrutura permaneceu até o colapso do chamado comunismo soviético em 1991. Nesse ano, uma nova
independência foi conseguida, dando nome ainda à praça
Maidan, onde estão ocorrendo os protestos em 2013 e 2014.
Apesar de terem conseguido uma intensa industrialização
na órbita soviética, os ucranianos vivenciaram períodos de
graves problemas sociais. Durante o período da chamada
coletivização das terras, na década de 1930, houve intensa
resistência camponesa, e a requisição forçada de cereais
por parte do governo soviético resultou na morte de cinco
milhões de pessoas. O outro caso que pode ser citado foi o
acidente nuclear na usina de Chernobyl, em 1986, que atingiu
principalmente o território ucraniano, bielorrusso e russo,
resultando na evacuação de grandes extensões de terras.
A independência em 1991 fortaleceu também as tendências políticas nacionalistas, que tentam afastar o país da
influência russa. Nesse sentido, a situação de conflito que se
verifica atualmente na Ucrânia está ligada a esse histórico do
país, de subordinação à Rússia, por um lado, e de tentativa
de criar uma política nacionalista independente e próxima das
instituições políticas da Europa Ocidental, de outro.
Porém, a força que vêm demonstrando os grupos de
extrema-direita indica a constituição de um cenário em que o
autoritarismo, ou talvez o fascismo, seja o grande vencedor.
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HISTÓRIA GERAL | LIVRO 4
a GueRRa Pela CaXemiRa
Índia X Paquistão
A região da Caxemira é disputada pelo Paquistão e a
Índia, desde a independência do subcontinente indiano, em
1947. Foi neste ano que os dois países foram criados. Com
a divisão territorial, as centenas de principados semiautônomos espalhados pelo subcontinente tiveram de escolher pela
integração a uma das nações. O Paquistão com uma maioria
muçulmana enquanto que a Índia é dominada pelos hindus.
O território que hoje corresponde ao estado indiano de
Jammu e Caxemira era liderada por um marajá hindu, que
resolve incorporá-la à Índia. Essa atitude contraria o Paquistão e quando acontecem os primeiros conflitos que envolvem
toda a região da Caxemira, de 1947 a 1948. O resultado foi a
divisão, comandada pela ONU, em 1949, de uma parte para
a Índia (Jammu e Caxemira) e outra para o Paquistão (Azad
Caxemira). No começo dos anos 60, uma parte do leste da
Caxemira Indiana é ocupada pela China. Até hoje a Índia
reclama essa área para si, embora nenhum dos dois países
ousem enfrentar o gigante chinês. Outra disputa, ocorrida em
1965, não provocou modificações territoriais.
Com o crescimento do fundamentalismo muçulmano,
na década de 80, fortaleceu-se o movimento separatista na
Caxemira indiana, que conta com o apoio do Paquistão. Os
seus integrantes querem a independência do território ou
sua anexação ao Paquistão. Os confrontos se intensificaram
nos anos 90 motivados pelo radicalismo crescente dos guerrilheiros paquistaneses e, no lado indiano, pelo acirramento
da repressão militar e do fundamentalismo hindu. Apesar
das várias rodadas de conversações buscando solução do
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conflito, nenhuma das partes admite ceder territórios, o que
torna a situação mais tensa.
A tensão na Caxemira serve como amparo para que as
duas nações militarizem suas fronteiras e, mesmo sendo países com enormes taxas de pobreza, invistam muito dinheiro
em tecnologias bélicas. Os dois países, Índia e Paquistão,
já construíram suas bombas atômicas. O primeiro, começou
seus testes em 1974 e explodiu sua última bomba em 1998.
Já o Paquistão, sentindo-se provocado, também testou sua
tecnologia atômica no mesmo ano. Atualmente, a Índia controla dois terços da região e denuncia o Paquistão de treinar
e armar os separatistas.
Os conflitos se acirraram na década de 90
A década de 90, marca o crescimento do movimento
armado pela independência da Caxemira. O confronto entre
os 400 mil soldados indianos que estão na Caxemira e os
guerrilheiros apoiados pelo Paquistão deixaram até hoje um
saldo de 24 mil mortos, em números divulgados pela Índia, ou
60 mil, de acordo com os rebeldes muçulmanos. Mais de 500
rebeldes paquistaneses conquistaram posições estratégicas
na faixa de território que pertence à Índia, no final de maio
de 99. A reação hindu veio através de um bombardeio aéreo.
Este foi o início de mais um conflito entre os dois países e de
uma grande preocupação para o resto do mundo que ainda
não esqueceu dos testes nucleares de 1998.
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No Iraque, os curdos colaboraram com o regime
iraniano, mais simpático a sua causa, durante a guerra
contra o Irã (1980-1988). Em represália, Saddam matou
5 mil curdos num ataque com armas químicas. Na Guerra
do Golfo (1991), os curdos rebelaram-se, estimulados
pelos Estados Unidos, que depois se omitiram e só
intervieram quando centenas de milhares de refugiados
curdos se amontoaram nas fronteiras com a Turquia e o
Irã, numa crise humanitária de graves proporções.
A partir daí, os curdos iraquianos beneficiaram-se da
proteção dos Estados Unidos, que impediram o acesso
das forças de Saddam à região onde são majoritários.
Os dois partidos políticos curdos estabeleceram uma
administração autônoma no norte do país. Durante a invasão anglo-americana, os Estados Unidos pressionaram
os líderes curdos para convencê-los a adiar o sonho de
independência. Eles aceitaram o princípio da autonomia
regional dentro de um Iraque federativo.
Por enquanto.
http://www.geografia/oriente.com.br
irlanda e o iRa
As origens do Conflito
Povo sem pátria:
Os Curdos
Na fase final da ofensiva no Iraque, os generais norte-americanos preocuparam-se mais com seus aliados locais
– os curdos, minoria étnica que compõe quase 20% da população do país – do que com um contra-ataque das tropas iraquianas. Temiam que os guerrilheiros curdos aproveitassem
a queda de Saddam Hussein para proclamar uma república
separatista ao norte.
Isso provocaria uma guerra dentro da guerra. A Turquia,
aliada dos Estados Unidos (EUA), invadiria o Iraque para
impedir a formação de um Curdistão soberano, hipótese
que considera inaceitável, pois estimularia os 14 milhões de
curdos que vivem em território turco a se rebelar.
Espalhados principalmente por cinco países – Iraque,
Turquia, Irã, Síria e Armênia –, os 26 milhões de curdos são
peça-chave do quebra-cabeça do Oriente Médio. É um povo
antigo, que se converteu ao islamismo na fase da expansão
muçulmana (século VII), mas manteve língua própria – o
farsi, semelhante ao persa falado no Irã. Moradores das frias
montanhas ao norte do Iraque, os curdos são pastores. Seguem costumes tribais e se organizam politicamente em clãs.
Viveram sob o Império Turco-Otomano, que ruiu com a I
Guerra Mundial (1914-1918). Em 1920, o Tratado de Sèvres
propôs um Estado curdo, que nunca se efetivou.
Os curdos são o mais numeroso “povo sem pátria” do
planeta. Na Turquia, o movimento pela independência é maior
– e a repressão, mais violenta. Em 1978, Abdullah Öcalan
fundou o Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK), cujo
braço guerrilheiro promoveu durante 20 anos atentados e
sequestros de turistas. A repressão produziu 40 mil mortes,
a maioria civis.
Em 1999, Öcalan foi preso e condenado à morte, mas, por
pressões da União Europeia, a pena foi alterada para prisão.
A República da Irlanda é um estado independente,
ocupando cerca de 85% do território da ilha, com quase a
totalidade da população de católicos. A parte do Norte é a
área conflituosa. A Irlanda do Norte, ocupa grande parte do
norte da ilha. Sob domínio inglês desde o século XVI, sua
população, de 1,7 milhões de habitantes, é dividida entre
60% de protestantes e 40% de católicos. A presença inglesa
na província de Ulster e os conflitos entre as duas religiões
transformaram a Irlanda do Norte uma região extremamente
conflituosa.
No início do século XX, a Irlanda era habitada por grupos
antagônicos, que partiam para a violência para fazer valer
seus interesses.
Os principais grupos eram os Sinn Féin (nós sozinhos),
formados por católicos que desejavam a emancipação irlandesa e o Partido do Movimento Unionista, formados por
protestantes que desejavam permanecer ligados ao governo
britânico.
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HisTóRiA
HISTÓRIA GERAL | LIVRO 4
Um levante ocorrido em 1916, de católicos contra a
presença inglesa resultou numa dura repressão por parte da
Inglaterra. Essa repressão foi suficiente para o surgimento do
IRA, Exército Republicano Irlandês, que daí em diante tornar-se-ia o principal grupo pró-independência. O movimento
obteve certo sucesso, com a assinatura do tratado Anglo-Irlandês, através do qual o governo britânico reconhecia a
criação do Estado Livre da Irlanda, condicionando, porém a
permanência dele na Comunidade Britânica.
O problema, porém, permanece na região do norte. De
maioria protestante, a Inglaterra exige a permanência de seu
domínio na região de Ulser.
O acordo foi o ponto de partida para a independência
Irlandesa, que ocorreu em 1949, fundando a República da
Irlanda.
A Luta armada
Na década de 1960, num contexto em que emergiram
diversas lutas das minorias pelo mundo, os católicos da
Irlanda do Norte buscam incessantemente os seus direitos
políticos. Seus líderes eram perseguidos pela polícia de
choque Protestante, eles eram proibidos de morar em determinados bairros e, através de manobras eleitorais, eram
impedidos de exercer seus direitos políticos. Para agravar a
situação, o governo britânico retirou a autonomia, assumindo
as funções políticas e administrativas. O ambiente foi propício
para o ressurgimento do Exército Republicano Irlandês. Ainda
mais quando, em 1972, soldados ingleses assassinaram 13
manifestantes numa passeata pacífica. A partir de 74, o IRA
entra em ação, com uma série de atentados tendo como alvos
homens públicos ingleses e membros do partido Unionista.
Nos últimos 30 anos, cerca de 3600 pessoas foram
mortas e muitas outras feridas ou mutiladas, em decorrência
dos conflitos.
Em finais da década de 90, uma tentativa de acordo de
paz não obteve sucesso. O Acordo da Sexta-Feira Santa,
assinado entre representantes do governo inglês, do IRA
e do Partido Unionista. O acordo previa soberania parcial
para a Irlanda do Norte e a administração seria formada por
católicos e protestantes. Um ala radical do IRA posicinou-se
contra o acordo, e continuou promovendo ataques, pondo
abaixo a tentativa de acordo pacífico. Mas as tentativas de
acordo continuaram e no ano seguinte a administração foi
entregue a uma coalizão de católicos e protestantes. Em
2002, novamente o pacto foi rompido, pela suspeita de espionagem do ira no governo britânico. Em julho de 2005 o
IRA anunciou a deposição das armas e o fim da luta contra
o governo britânico.
leituRa COmPlementaR
o que foi o domingo Sangrento?
Foi uma passeata civil na cidade de Derry, na Irlanda
do Norte, violentamente reprimida pelas autoridades
britânicas, deixando 13 mortos e 14 feridos. Os manifestantes protestavam contra a política britânica de prender,
sem julgamento, qualquer suspeito de fazer parte do IRA
(Exército Republicano Irlandês), grupo terrorista que quer
a independência da Irlanda do Norte. Esse território, que
possui uma expressiva minoria católica, integra o Reino
Unido, que é protestante. O conflito vem de longa data:
os primeiros protestantes foram introduzidos na região
no século 16, pelo rei Henrique VIII, levando os católicos
10
a se refugiar no norte da ilha. O problema se agravou
quando a República da Irlanda (no sul) conseguiu se
tornar independente, no século 20, mas o norte continuou
sob o domínio britânico.
Protesto pacífico virou campo de batalha e acirrou
tensões religiosas.
1. No ensolarado dia 30 de janeiro de 1972, entre 5 mil
e 20 mil pessoas se reúnem na área residencial de
Creggan, em Derry, Irlanda do Norte, para reclamar
contra as prisões arbitrárias de supostos membros
do IRA. Era o segundo dia de marcha pacífica,
apesar de o governo ter proibido, em 18 de janeiro,
qualquer protesto na Irlanda do Norte até o final
daquele ano.
2. Às 15h25, os manifestantes já estão na rua Westland, próxima ao centro da cidade. Vinte minutos
depois, encontram uma das barricadas do Exército
na rua William. Aconselhados pela organização do
evento, se desviam pela rua Rossville para se reunir
na praça Free Derry Corner. No entanto, parte do
grupo continua pela rua William, onde estão tropas
britânicas.
3. O exato estopim do conflito é incerto. Posteriormente, o general Robert Ford, comandante das tropas
inglesas, afirma que elas foram recebidas a tiros
pelos civis, mas nenhuma arma é encontrada no
local. O fato é que houve o confronto – manifestantes com paus e pedras, soldados com balas de
borracha, gás lacrimogênio e jatos de água. Dois
civis levam tiros e ficam feridos.
Roteiro errado
Parte dos manifestantes seguiram por uma rua barricada e bateram de frente com o Exército
4. O Exército recebe instruções para prender o maior
número possível de manifestantes. Uma unidade do
Primeiro Batalhão do Regimento de Paraquedistas
avança pelas ruas William e Rossville, inclusive com
carros blindados e rifles SLR. Após 25 minutos de
tiroteio, o saldo já era de 13 mortos e 14 feridos
(um deles morreu meses depois por causa dos
ferimentos).
5. Nos dias seguintes, em represália, o IRA convoca
uma greve geral, atendida por 90% da população
local. Manifestantes atiram pedras e bombas e incendeiam carros. Em Dublin, na Irlanda, é ateado
fogo à embaixada britânica. O ressentimento dos
católicos aumenta, bem como a luta armada por
direitos civis – jovens não politizados passam a
simpatizar com o IRA.
6. O primeiro inquérito pós incidente acusa os civis de
terem dado o primeiro tiro (ainda que um legista de
Derry afirme que a morte dos manifestantes tenha
sido “puro assassinato”). Mas, em 2010, um novo
relatório conclui que os disparos do Exército não
tiveram justificativas. O primeiro ministro britânico
david Cameron se desculpa publicamente no Parlamento.
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LIVRO 4 | HISTÓRIA GERAL
ETA
O País Basco, apesar do nome, não é um país independente. Ocupa um território entra a França e a Espanha, onde
vivem sua população, os bascos. Acredita-se que esse povo
se estabeleceu ali a cerca de 4 mil anos. Segundo sua história,
resistiram a diversas invasões de diversos povos durante o
passar dos tempos, romanos, visigodos, mouros e francos.
O território basco foi dividido entre França e Espanha, mas
a adesão da parte espanhola foi muito mais difícil. Durante a
Guerra Civil Espanhola, os bascos lutaram contra o general
Franco, que em repressão retirou sua autonomia política. A
repressão deu espaço para o surgimento de organizações
como o ETA, (Euskadi Ta Askatasua, ou “pátria basca e
liberdade”), grupo armado, ilegal, de orientação marxista.
Desde então o grupo vem promovendo ataques a alvos espanhóis, em prol da independência dos bascos. O governo
espanhol classifica o ETA como grupo terrorista, mas esse
conceito é extremamente discutível, visto que eles lutam
pela independência do seu povo que, inclusive, antecede o
estado espanhol.
No exílio, os Bascos mantiveram um estado liderado por
José Maria Leizaola. Um grupo de estudantes do Partido
Nacional Vasco, que decidiram consultá-lo, não se entenderam com o líder do estado no exílio e resolveram radicalizar,
decidindo-se pela opção armada.
Em 1978, com a nova constituição espanhola, o País
Basco consegue grande autonomia. Porém, a ETA reivindica
a independência total da região.
No dia 24 de Março de 2006 a organização declarou
um cessar-fogo permanente, que foi rompido em 30 de Dezembro de 2006. A organização assumiu a explosão de um
carro-bomba no Terminal 4 do Aeroporto de Madrid-Barajas,
em Madrid.
Ao contrário do que sucedera no passado, a ETA não
anunciou o atentado previamente, provocando o desmoronamento de três dos quatro andares do prédio (o mais recente
terminal do aeroporto), a suspensão do tráfego aéreo num
dos dias mais movimentados do ano nos aeroportos europeus, deixando 19 pessoas feridas e causando a morte de
dois equatorianos.
1
De acordo com um vídeo lançado pela estação televisiva
britânica BBC em 5 de setembro de 2010, a ETA não “levará
a cabo mais acções militares”.2 Em 10 de janeiro de 2011
um anúncio da ETA informou que vai adotar um cessar-fogo
“permanente, geral e verificável”.3
Em 20 de outubro de 2011 a organização emitiu um
comunicado anunciando o final definitivo de toda e qualquer
atividade4 5 após 51 anos, durante os quais provocou mais
de 800 mortos. O fim da ETA acontece no momento em que a
organização está mais débil, devido ao crescente isolamento
social no País Basco, pela demarcação progressiva do seu
braço político, e à pressão policial que, em Espanha e França,
destruiu a capacidade operacional dos seus comandos.4
O Conflito Árabe-israelense
Com sua origem remontando ao período que segue à
Primeira Guerra Mundial, um dos grandes conflitos do Oriente
Médio tem sido o confronto árabe-israelense. Com a desintegração de seu império e a derrota dos turcos, foi aprovada em
1992, pela Liga das Nações, a Declaração Balfour, proposta
em 1917 pelo chanceler inglês Lord Balfour, que colocou a
Palestina sob o governo da Inglaterra. Comprometendo-se
a criar o Estado nacional judeu na região, a tutela inglesa
ativou a emigração judaica e, conseqüentemente, os atritos
entre judeus e árabes.
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HISTÓRIA GERAL | LIVRO 4
No final da Segunda Guerra Mundial, em 1947, diante
dos conflitos crescentes entre judeus emigrantes e palestinos
árabes, a ONU foi incitada a intervir, determinando a divisão
da Palestina em duas áreas: a judaica, representando 57%
da região e a palestina, com 43% da área, o que provocou o
protesto dos países árabes vizinhos.
O Estado de Israel nasce com a retirada da Inglaterra,
em 1948, o que aumentou a tensão na região, os países da
Liga Árabe – Egito, Iraque, Transjordânia (atual Jordânia),
Líbano e Síria – invadiram a região desencadeando a Primeira Guerra Árabe-Israelense (1948-1949), vencida por
Israel, que ampliou seu domínio territorial sobre a Palestina.
Em decorrência, quase um milhão de palestinos fugiram ou
foram expulsos da região, tendo a situação dos refugiados,
que se instalaram em regiões vizinhas, desencadeando a
Questão Palestina, isto é, a luta dos árabes palestinos pela
recuperação territorial.
Em 1956, acontece a guerra de Suez, como consequência dos crescentes atritos de fronteira entre Egito e Israel
e o reconhecimento do canal de Suez como egípcio desencadearam a Segunda Guerra Árabe-Israelense ou guerra de
Suez. Apesar de o presidente egípcio Gamal Abdel Nasser
ter contado com a ajuda militar soviética, Israel, apoiado pela
Inglaterra e França, saiu vitorioso novamente, conquistando
a península do Sinai. Com a pressão dos Estados Unidos e
da União Soviética, a ONU enviou à região forças de paz,
que obrigaram Israel a abandonar o Sinai, restabelecendo
as fronteiras de 1949.
No ano de 1967, a tensão na região fomentou a Guerra
dos Seis Dias, a Terceira Guerra Árabe-Israelense, pois a
recém-criada Organização para a Libertação da Palestina
(OLP) tentava, desde 1964, recuperar o território ocupado por
Israel por meio de guerrilhas. O problema agravou-se com
a saída das tropas da ONU e a instalação de combatentes
egípcios na fronteira, bloqueando o acesso aos portos israelenses. O êxodo palestino chegou a com mais de um milhão e
seiscentos mil refugiados, com a vitória israelense que levou
à ocupação de Gaza, Sinai, colinas de Golan e Cisjordânia.
Mesmo com a interferência da ONU, Israel não obedeceu a decisão de remoção dos territórios ocupados, sendo
essa nova investida israelense provocado, em 1973, a
Quarta Guerra Árabe-Israelense – a Guerra do Iom Kippur
–, denominação por ter se iniciado num dia sagrado para os
judeus, o Dia do Perdão. Este conflito tem início com o ataque
simultâneo da Síria e do Egito contra Israel. A intervenção do
presidente dos Estados Unidos, Richard Nixon, e do secretário da União Soviética, Leonid Brejnev, a guerra termina com
a assinatura de um acordo de paz.
Em 1979, o dirigente israelense Menahem Begin e o
presidente egípcio Anuar Sadat, num encontro acertado pelo
presidente norte-americano Jimmy Carter, ratificam os acordos de Camp David, pelos quais o Egito recuperava o Sinai e
inaugurava uma nova fase de relacionamento e negociações.
O problema da Palestina, entretanto, sobreve, pois os
refugiados seguiam lutando pela obtenção de um Estado
palestino e pela devolução dos territórios da Cisjordânia e
Gaza, ocupados por Israel.
Além das colônias judaicas criadas nos territórios tomados, o ataque do governo israelense atingiu, em 1982, Beirute,
capital do Líbano, na luta contra aos guerrilheiros palestinos.
No mesmo ano, também se efetiva a retirada israelense do
Sinai, conforme ordenava o acordo de Camp David. A partir
de 1987, nas regiões ocupadas da Cisjordânia e da Faixa
de Gaza, teve início o ativismo palestino de resistência e
enfrentamento a Israel, movimento conhecido como Intifada
(“revolta das pedras, em árabe”), ratificando a impossibilidade
de Israel pacificar os territórios ocupados.
A via política diplomática ganha força somente no início
12
dos anos 90, possibilitando às negociações entre as partes na
região, em substituição a confrontação militar constante. Este
avanço é devido ao fim da Guerra Fria, à neutralização do
Iraque – grande financiador da OLP após a guerra do Golfo – e
à pressão norte-americana contra o radicalismo israelense, os
encontros diplomáticos propiciaram o reconhecimento mútuo
entre Israel e OLP e, em 1993, a assinatura do acordo de paz
em Washington, entre os representantes de Israel, Yitzhak
Rabin, e da Palestina, Yasser Arafat.
O momento dos acordos para viabilizar a paz duradoura
perdurou na década de 90, contudo esbarrou em empecilhos
herdadas de décadas de confrontação, como o radicalismo político e religioso (fundamentalismo) tanto de árabes
quanto de israelenses, a questão dos assentamentos e dos
refugiados, a delimitação territorial e os ressentimentos.
Um agravante foi o assassinato de Yitzhak Rabin, em 1995,
por um fanático israelense, foi mais um duro lance contra a
normalização e pacificação da região.
Um outro fator decorre da vitória eleitoral de Likud de
Benjamim Netanyauh (Bibi), contra Shimon Peres, do Partido
Trabalhista, em 1996. Likud era defensor de um endurecimento na política externa com os vizinhos árabes, acrescentando
dificuldades ao avanço da pacificação na região.
leituRa COmPlementaR
23 de abril de 2014
s
Foto: Reuters
O presidente Mahmud Abbas dirigirá o “governo
independente”, apesar das advertências israelenses
Abbas estará a frente do governo de união nacional
que deverá ser formado nas próximas semanas
A Autoridade Palestina do presidente Mahmud Abbas e o movimento islamita Hamas, que governa Gaza,
anunciaram nesta quarta-feira a formação de um governo palestino de união nacional nas próximas semanas,
apesar das advertências de Israel.
“Foi concluído um acordo sobre a formação de um
governo independente dirigido pelo presidente Mahmud
Abbas nas próximas cinco semanas”, indicaram em um
comunicado.
Segundo a Reuters, a medida também prevê a realização de eleições nacionais em seis meses após um
voto de confiança do Parlamento palestino.
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LIVRO 4 | HISTÓRIA GERAL
Os palestinos há muito tempo esperam pelo fim do
racha político entre a OLP e o Hamas, que venceu uma
eleição palestina em 2006 e tomou o controle da Faixa
de Gaza em 2007 das forças leais a Abbas apoiadas por
países ocidentais.
Mas pactos de unidade mediados por árabes entre
os dois lados ainda têm de ser implementados, deixando
muitos palestinos céticos sobre as promessas de reconciliação de seus líderes.
“Esta é a boa notícia que damos ao nosso povo: a era
da divisão acabou”, disse o primeiro-ministro do Hamas,
Ismail Haniyeh, a jornalistas palestinos sob aplausos.
O Hamas entrou em confronto repetidamente com
Israel, que se recusa a reconhecer seu governo. Antes
do anúncio desta quarta-feira, o primeiro- ministro israelense, Benjamin Netanyahu, advertiu Abbas sobre
os esforços para o acordo de unidade, dizendo que ele
tinha que escolher entre a paz com Israel ou com seu
inimigo islâmico.
O Fatah, partido de Abbas, manteve-se no controle
da Autoridade Palestina na Cisjordânia ocupada e perseguiu as negociações de paz problemáticas com Israel,
que vão expirar em 29 de abril.
Conflito irã-iraque: fronteiras
e Petróleo
No poder no irâ desde 1925, a dinastia Pahlevi, foi
derrubada em 1979 pelos adeptos do aiatolá Khomeini,
líder muçulmano da seita radical xiita. Como o xá Reza
Pahlevi contava com o apoio dos Estados Unidos, a vitória
de Khomeini agravou as relações com norte-americanos,
e, no mesmo ano, a embaixada norte-americana em Teerã,
capital do país, foi invadida por militantes xiita. Somente em
1981, com a intermediação da Argélia, os cinquenta reféns
norte-americanos foram libertados.
Em 1980, o Iraque, independente da Inglaterra desde
1932, aproveitando-se da volubilidade do Irã, invadiu-o, trazendo à tona a disputa tradicional pela dominação da região
do Chatt-el-Arab, um pequeno rio, na confluência dos rios
Tigre e Eufrates, que liga o Iraque ao Golfo Pérsico. O conflito
inicia-se a 17 de setembro de 1980, quando Saddam Hussein
utiliza uma antiga disputa de fronteiras com o pretexto de
invadir o país vizinho. Seu objetivo era enfraquecer o movimento fundamentalista que varria o Irã, pois temia-se que a
recém-proclamada revolução, que derrubou o governo pró-ocidente do Xá Reza Pahlevi viesse a contaminar o regime
instalado no Iraque, também pró-ocidente.
1
Inicialmente, o conflito pendeu para o lado iraniano, reforçado com as armas vendidas pelos Estados Unidos naquilo
que ficou conhecido como o escândalo Irã-Contras. Logo,
porém, a superioridade e a experiência das forças iraquianas
pesou para o lado destes, pois muitos dos oficiais iranianos
com prática acabaram perseguidos pelo novo regime dos
aiatolás.
Apesar da ajuda clandestina dos americanos, os países
que apoiavam formalmente o esforço de guerra iraniano eram
a Líbia e Síria, enquanto que o Iraque tinha o respaldo oficial
de países como Arábia Saudita e Estados Unidos.
O conflito terminaria a 20 de agosto de 1988, resultando
em um considerável enfraquecimento do regime iraniano,
que apesar disso, conseguiu manter intacta sua revolução.
Aparentemente, Saddam Hussein obteve o que queria, ou
seja, inibir a influência iraniana na região, além de obter um
predomínio militar, acumulando grande número de tanques,
artilharia, aviões de combate e militares altamente treinados.
Realmente, tudo parece apontar para esse cenário,
porque, um ano após terminado o conflito, o Iraque pareceu
querer “experimentar” seu poderio militar adquirido, aplicando-o ao pequeno vizinho mais ao sul, o Kuwait. Enfim, o Iraque
saiu com maiores vantagens político-militares do conflito, mas
não houve uma vitória decisiva, que aniquilasse o inimigo.
Estima-se que deste conflito resultaram 1 milhão de
mortos, 1 milhão e meio de feridos de ambos os lados, e tudo
isso a um custo total de 150 bilhões de dólares.A ONU, em
1988, estabeleceu um cessar-fogo na região, apressando o
fim do conflito. Entretanto, com o armamento desenvolvido
durante a guerra com o Irã, o Iraque tornou-se, então, um
dos países mais poderosos militarmente do Oriente Médio,
juntamente com Egito e Israel.
Guerra do Golfo
Saddam Hussein, governante do Iraque, invadiu o Kuwait
em 1990, iniciando uma nova crise na área. Procurando
projetar-se como grande líder das nações árabes, Hussein
realizou a anexação sob o argumento de que o Kuwait era
uma ilusão, um Estado fundado pela Inglaterra, um protetorado das potências capitalistas.
Amparadas pela ONU, as grandes potências, tendo
à frente os Estados Unidos, exigiram a desocupação do
Kuwait e, não sendo atendidas, declararam guerra a Saddam
Hussein. Esta Guerra do Golfo teve como peculiaridade
a transmissão televisiva, que permitiu a divulgação das
imagens e das notícias autorizadas pelas forças militares
norte-americanas.
Uma coalizão internacional chefiada pelos Estados
Unidos instalou no deserto iraquiano o maior aparato militar
desde a Segunda Guerra Mundial, formando a chamada
“Tempestade no Deserto” que jogou mais de 31 toneladas
de bombas contra os 450 mil soldados do Iraque, produzindo
destruição e morte à população civil com os bombardeiros,
sobre Bagdá. O confronto acaba em 40 dias com a derrota
do Iraque que enfrentou enormes perdas materiais e humanas. Morreram pouco mais de 500 soldados aliados no
conflito (sendo mais de 300 americanos) e de 100 a 300 mil
iraquianos.
Com o fim da guerra, a ONU estabeleceu sanções econômicas contra o Iraque, especialmente embargando suas
exportações de petróleo, além de exigir do país a eliminação
dos seus arsenais de armas nucleares, biológicas, químicas
e os mísseis de longo alcance. Em 1994, Hussein voltou a
concentrar tropas na fronteira com o Kuwait, levando a nova
mobilização norte-americana, seguida do recuo iraquiano.
Na metade da década de 90, continuava crescente o
armamentismo dos vários países da região, contando com os
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HisTóRiA
HISTÓRIA GERAL | LIVRO 4
imensos recursos advindos da exportação de petróleo (petrodólares) e da oferta das potências em sofisticados produtos.
Como um exemplo, em 1994, o Oriente Médio liderava a
compra internacional de armamentos, destacando-se, como
exemplo, a Arábia Saudita, que comprou dos Estados Unidos
72 aeronaves de combate F-15 de grande alcance, no valor
aproximado de 5 bilhões de dólares.
Com uma abundância de armamentos, todas as heranças
coloniais, as ingerências estrangeiras, os variados conflitos
e as diversidades étnicas, religiosas, econômicas e sociais,
têm servido como oxigênio para manter a região continuamente instável.
14
O terrorismo islâmico
Logo após o ataque de 11 de setembro de 2001, o presidente norte-americano, George W. Bush, define o primeiro
alvo da guerra contra o terror: o regime do Taliban, no Afeganistão, que dá abrigo à organização acusada de cometer
os atentados. O objetivo é depor o regime, desmantelar a
Al Qaeda e apanhar Bin Laden. Em questão de meses, os
Estados Unidos acabam com o Taliban, substituido no fim de
2001 por um governo aliado dos norte-americanos, e liquidam com os pontos da Al Qaeda no país. Não conseguem,
porém, capturar Bin Laden nem o mulá Mohamed Omar,
líder do Taliban, cujo paradeiro permanece incerto até o fim
de 2003. O novo governo afegão, sustentado por 11,5 mil
soldados estrangeiros (entre os quais 8 mil norte-americanos),
não consegue estender seu poder muito além da capital do
país, Cabul.
Quase todo o território é controlado por milícias locais,
financiadas pela exportação de ópio – atividade proibida
enquanto os fundamentalistas dominavam o país. Paralelamente, o Taliban reconstitui suas forças e inicia uma
campanha de guerrilhas contra as tropas estrangeiras e seus
aliados afegãos.
A Al Qaeda, cujos militantes, simpatizantes e organizações aliadas estão espalhados por vários países, reage à
ofensiva norte-americana com uma onda de ações terroristas
contra nações ocidentais e os governos de Estados muçulmanos que apóiam os Estados Unidos, como a Arábia Saudita,
a Turquia e a Indonésia. A organização de Bin Laden escolhe
alvos de grande significado simbólico.
Exemplo disso são os atentados, em 2003, contra a sede
do banco britânico HSBC e o consulado do Reino Unido em
Istambul – numa única operação, os terroristas golpeiam o
maior aliado dos Estados Unidos na invasão do Iraque e
exibem sua capacidade de agir com desenvoltura no mais
ocidentalizado dos países de maioria muçulmana, a Turquia.
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LIVRO 4 | HISTÓRIA GERAL
a guerra do iraque
Há pouco mais de dez anos, em 19 de março de 2003,
Os Estados Unidos invadiram o Iraque e deram início a uma
das guerras mais caras, polêmicas e desastrosas de sua
história, que durou quase nove anos.
A “Operação Liberdade Iraquiana” levou 21 dias e teve
apoio de tropas do Reino Unido, da Austrália e Polônia. Ela
foi deflagrada durante o governo de George W. Bush (20012009), um ano e meio após os ataques às torres gêmeas do
World Trade Center em 11 de setembro de 2001.
O presidente americano justificou a invasão com a suposta existência de armas de destruição em massa pelo regime
de Saddam Hussein, um dos mais violentos do Oriente Médio.
O risco era de que o armamento chegasse a grupos terroristas
como a Al Qaeda, responsável pelos atentados em Nova York.
Essas armas, porém, nunca foram encontradas e poucos
acreditam que existiam. Além disso, a ligação de Saddam
com Osama bin Laden era implausível, pois eram inimigos.
Havia ainda uma intenção “humanitária” de destituir o
ditador e estabelecer a democracia no Iraque. Nos bastidores
do teatro de operações, contudo, havia interesse de Washington em controlar o petróleo iraquiano (9% das reservas
mundiais) e o domínio estratégico do Oriente Médio.
Na época, Bush tinha apoio da população e da imprensa
para promover sua “guerra contra o terror”. Os americanos
ainda estavam abalados e com medo de novos ataques
terroristas. Nos anos seguintes, entretanto, a guerra tornou-se fonte de despesas e escândalos – massacres nas ruas
de Bagdá e denúncias de torturas de presos iraquianos na
prisão de Abu Ghraib – que abalaram a confiança no império
americano.
Os Estados Unidos ainda se envolveram em outra guerra, no Afeganistão, e enfrentaram a maior crise econômica
desde a Grande Depressão (1929-1933). Somente a guerra
no Iraque custou US$ 2,2 trilhões, valor comparável ao PIB
brasileiro. O número de mortos chegou a 4.805 militares das
forças de coalizão e 134 mil civis iraquianos.
O desgaste político de Bush com a guerra, agravado
pela demora ao socorro às vítimas do furacão Katrina, em
2005, foi também decisivo para a vitória do democrata Barack
Obama nas eleições presidenciais de 2008. Obama foi eleito
com a promessa de resolver a crise financeira e retirar as
tropas do Iraque.
O Iraque situa-se em uma região que abrigou as primeiras
civilizações humanas. A capital, Bagdá, foi o centro do mundo
islâmico e a maior cidade da Idade Média.
Rico em petróleo (descoberto em 1927), o Iraque tinha
todas as condições para ser uma nação rica. Mas séculos
1
de guerras e ocupação estrangeira, com consequentes
instabilidades política e econômica, impediram que se desenvolvesse.
O Iraque nunca conheceu a democracia. Após quatro séculos de domínio Otomano, o território virou colônia do Reino
Unido e, após a Independência, em 1932, sofreu sucessivos
golpes de Estado, até a chegada do partido de Saddam Hussein, o Baath, ao poder em 1968. O partido dominou o país
por 35 anos, até a invasão americana.
Saddam assumiu a presidência em 1979. Na época da
Guerra Fria (1945-1991), o ditador tinha apoio do governo
americano por terem, ambos, o Irã como inimigo comum. A
situação mudou em 1990 quando o exército iraquiano invadiu
o Kuwait, país vizinho, e iniciou a Guerra do Golfo Pérsico
(1990-1991).
De certo modo, a invasão americana em 2003 foi uma
continuação da Guerra do Golfo. Ela terminou com a deposição e captura do ditador iraquiano em 2003. Saddam foi
condenado à morte e executado em dezembro de 2006. A
queda do regime de Saddam marcou o fim da invasão, mas
o começo de um processo de reconstrução do Iraque, que se
mostrou mais demorado e difícil do que o esperado.
A sociedade iraquiana é formada por três grupos étnicos e
religiosos que lutam entre si há séculos. Os árabes perfazem
80% da população de 29 milhões de habitantes. Os curdos
estão entre 15 e 20% desse total. A principal religião é a muçulmana, dividida entre xiitas (62%) e a minoria sunita (35%).
Os árabes sunitas governaram o país desde sua criação,
em 1920. Após a ocupação, os americanos permaneceram no
país para treinar forças de segurança iraquianas e constituir
um governo pluralista, que representasse todas essas etnias.
Em outubro de 2005, os iraquianos aprovaram uma Constituição mediante um referendo nacional. Em dezembro, foi
composto o Parlamento, no primeiro governo constitucional
no país em quase 50 anos, de maioria xiita. Mas a tensão
entre milícias sunitas e xiitas provocou atentados violentos
entre 2005 e 2007.
As tropas americanas finalmente deixaram o Iraque
em 18 de dezembro de 2011. Hoje, apesar da instabilidade
política, a economia iraquiana está melhor do que em 2003,
registrando um crescimento médio de quase 7% ao ano. A
violência nas ruas também diminuiu, ainda que os atentados
continuem acontecendo em Bagdá.
Para os Estados Unidos, a guerra do Iraque resultou em
perdas políticas, econômicas, ideológicas e estratégicas. No
contexto geopolítico do Oriente Médio, a queda do regime
secular de Saddam Hussein fortaleceu o Irã e o fundamentalismo islâmico, antecipando a Primavera Árabe.
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HisTóRiA
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HISTÓRIA GERAL | LIVRO 4
a guerra do afeganistão
Desde a proclamação da República do Afeganistão (julho
de 1973) a instabilidade política e governativa, tendo semprecomo pano de fundo questões de ordem religiosa e social, foi
uma constante. Em 1978, depois de um golpe de Estadodonde sobressairão Noor Muhammad Taraki e Hafizullah Amin, o
país adota um programa de desenvolvimentosocioeconómico
marcado por aquilo a que se chamou “socialismo científico”.
Os opositores a esta política,particularmente os muçulmanos
mais devotos, especialmente entre as tribos das montanhas,
iniciam um movimento deresistência armada.Incapazes de
conter a rebelião, Taraki e Amin pedem ajuda à URSS. Apesar
da ajuda militarsoviética, a resistência não desmobilizou. Em
dezembro de 1979 a intervenção de Moscovo ganha novos
contornos:Amin foi derrubado e assassinado por um golpe
apoiado pelos soviéticos e o Afeganistão é ocupado pelo
ExércitoVermelho. De seguida, a URSS coloca no governo
Babrak Karmal, um antigo vice-presidente exilado desde o
anoanterior. A grande preocupação do novo governante é
sufocar a revolta e neutralizar a resistência; a contestação
nãodiminuiu mas o clima de tensão levou a que cerca de 3 milhões de afegãos procurassem refúgio no vizinho Paquistão.
Emmeados de 1980 as forças governamentais e os cerca de
118 mil soldados soviéticos detêm o controlo das principaiscidades e vias de comunicação, mas todas as ações militares
que organizam revelam-se insuficientes para desalojar osrebeldes, os conhecidos “mujaheddin”. O conflito, entretanto,
torna-se um assunto de interesse internacionalenvolvendo
outras nações; os Estados Unidos e algumas nações muçulmanas fornecem armas e mantimentos aosguerrilheiros.
Por seu turno, na URSS começavam a levantar-se vozes
contra a intervenção num conflito sem grandesperspetivas
de resolução e que custava muito dinheiro e muitas vidas.
Em maio de 1986, os soviéticos terão instigado ogolpe de
Estado que derrubou Karmal e colocou no poder Muhammad
Najibullah, antigo chefe da polícia do Estado. Entremaio de
1988 e fevereiro de 1989, Moscovo retirou as suas desgastadas tropas do Afeganistão mas a guerra civilcontinuou tão
ou mais violenta do que antes.Em 1992 Najibullah é deposto
por outro grupo guerrilheiro e vários conflitosentre grupos
tiveram lugar em Cabul. Mohaddedei é eleito presidente pelas mãos do Conselho Islâmico, o que nãoagradou ao chefe
do grupo de guerrilha mais radical - Hekmatyar. Os conflitos
sucedem-se e novo presidente é eleito,desta vez Rabbani.
É proposto a Hekmatyar o cargo de primeiro-ministro como
tentativa de acabar com os conflitos,mas o acordo não chegou
a concretizar-se. Passaram-se dois anos de mais conflitos
até que um grupo de sunitasultrafundamentalistas começa a
ganhar terreno - os Talibãs - cujo líder supremo, o “Mullah”,
é Muhammad Omar. Em1996 os Talibãs invadem Cabul e
tomam o poder. Instauram uma política fundamentalista islâmica extremamenterigorosa. Assassinam o líder comunista
afegão Najibullah e procuram, desde então, controlar o resto
do país, masencontraram resistência por parte de um grupo
guerrilheiro instalado a Norte do país, cujo líder é Ahmed
Shah Massoud.
Como consequência das constantes guerrilhas e do
regime imposto pelos Talibãs ao país, o Afeganistão é dos
paísesmais pobres e com mais carências do mundo.Desde
o início da instabilidade política, social e económica que
milhares deafegãos procuram refúgio fora das fronteiras,
principalmente no Paquistão.
Esta situação tornou-se incontrolável após o dia 11
de setembro de 2001. Data em que os Estados Unidos da
Américasofreram o maior atentado terrorista de sempre,
perpetrado por extremistas islâmicos, ao World Trade Center
e ao Pentágono.
O principal suspeito dos norte-americanos de organizar ataques terroristas e de estar por trás do ataque de 11
desetembro chama-se Osama Bin Laden - poderoso líder
terrorista que se encontrava refugiado no Afeganistão - e
a suaorganização chamada Al Qaeda que se encontra
espalhada pelo mundo. Na sequência das investigações
e da obtençãode provas, pediram ao governo talibã para
que lhes entreguassem Bin Laden. Mas este era importante
no Afeganistãopela ajuda financeira e militar que proporcionava aos Talibãs.A hesitação dos Talibãs e a vontade
norte-americana (apoiada por um
grande número de países, incluindo do Médio Oriente) de acabar
com as redes terroristas anunciavam apossibilidade de uma nova
guerra no Afeganistão, o que veio
a acontecer em outubro de 2001.
Bases militares dosTalibã começaram a ser bombardeadas pelos
Estados Unidos e as guerrilhas
entre o grupo resistente do norte
do país eos Talibãs agravaram-se.
O governo talibã foi derrotado em
princípios de dezembro de 2001.
Fonte: Guerra do Afeganistão. In Infopédia [Em linha]. Porto: Porto Editora, 20032014. [Consult. 2014-04-26].
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HisTóRiA
LIVRO 4 | HISTÓRIA GERAL
Primavera Árabe
Primavera Árabe é uma expressão criada para designar
a onda de protestos que marcou os países árabes a partir do
final do ano de 2010. A Primavera Árabe não se trata de um
evento, de algo breve ou de uma estação do ano, trata-se
de um período de transformações históricas nos rumos da
política mundial. Entende-se por Primavera Árabe a onda de
protestos e revoluções ocorridas no Oriente Médio e norte do
continente africano em que a população foi às ruas para tirar
ditadores do poder, autocratas que assumiram o controle de
seus países durante várias e várias décadas.
Tudo começou em dezembro de 2010 na Tunísia, com a
derrubada do ditador Zine El Abidini Ben Ali. Em seguida, a
onda de protestos se arrastou para outros países. No total,
entre países que passaram e que ainda estão passando por
suas revoluções, somam-se à Tunísia: Líbia, Egito, Argélia,
Iêmen, Marrocos, Bahrein, Síria, Jordânia e Omã. Veja abaixo
as principais informações a respeito de cada uma dessas
revoluções.
Tunísia: Os protestos na Tunísia, os primeiros da Primavera Árabe, foram também denominados por Revolução
de Jasmin. Essa revolta ocorreu em virtude do descontentamento da população com o regime ditatorial, iniciou-se no
final de 2010 e encerrou-se em 14 de Janeiro de 2011 com
a queda de Ben Ali, após 24 anos no poder.
O estopim que marcou o início dessa revolução foi o
episódio envolvendo o jovem Mohamed Bouazizi, que vivia
com sua família através da venda de frutas e que teve os
seus produtos confiscados pela polícia por se recusar a pagar
propina. Extremamente revoltado com essa situação, Bouazizi ateou fogo em seu próprio corpo, marcando um evento
que abalou a população de todo o país e que fomentou a
concretização da revolta popular.
Líbia: a revolta na Líbia é conhecida como Guerra Civil
Líbia ou Revolução Líbia e ocorreu sob a influência das revoltas na Tunísia, tendo como objetivo acabar com a ditadura
de Muammar Kadhafi. Em razão da repressão do regime
ditatorial, essa foi uma das revoluções mais sangrentas da
1
Primavera Árabe. Outro marco desse episódio foi a intervenção das forças militares da OTAN (Organização do Tratado
do Atlântico Norte), comandadas, principalmente, pela frente
da União Europeia.
O ditador líbio foi morto após intensos combates com os
rebeldes no dia 20 de Outubro de 2011.
Egito: A Revolução do Egito foi também denominada
por Dias de Fúria, Revolução de Lótus eRevolução do
Nilo. Ela foi marcada pela luta da população contra a longa
ditadura de Hosni Mubarak. Os protestos se iniciaram em 25
de Janeiro de 2011 e se encerraram em 11 de Fevereiro do
mesmo ano. Após a onda de protestos, Mubarak anunciou
que não iria se candidatar novamente a novas eleições e
dissolveu todas as frentes de estruturação do poder. Em
Junho de 2011, após a realização das eleições, Mohammed
Morsi foi eleito presidente egípcio.
Argélia: A onda de protestos na Argélia ainda está
em curso e objetiva derrubar o atual presidenteAbdelaziz
Bouteflika, há 12 anos no poder. Em virtude do aumento
das manifestações de insatisfação diante de seu mandato,
Bouteflika organizou a realização de novas eleições no país,
mas acabou vencendo em uma eleição marcada pelo elevado
número de abstenções. Ainda existem protestos e, inclusive,
atentados terroristas que demonstram a insatisfação dos
argelinos frente ao governo.
Síria: Os protestos na Síria também estão em curso e já
são classificados como Guerra Civil pela comunidade internacional. A luta é pela deposição do ditador Bashar al-Assad,
cuja família encontra-se no poder há 46 anos. Há a estimativa
de quase 20 mil mortos desde que o governo ditatorial decidiu
reprimir os rebeldes com violência.
Há certa pressão por parte da ONU e da comunidade
internacional em promover a deposição da ditadura e dar um
fim à guerra civil, entretanto, as tentativas de intervenção no
conflito vêm sendo frustradas pela Rússia, que tem poder de
veto no Conselho de Segurança da ONU e muitos interesses
na manutenção do poder de Assad. Existem indícios de que
o governo sírio esteja utilizando armas químicas e biológicas
para combater a revolução no país.
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HisTóRiA
HISTÓRIA GERAL | LIVRO 4
Bahrein: Os protestos no Bahrein objetivam a derrubada
do rei Hamad bin Isa al-Khalifa, no poder há oito anos. Os
protestos também se iniciaram em 2011 sob a influência direta
dos efeitos da Revolução de Jasmim. O governo responde
com violência aos rebeldes, que já tentaram atacar, inclusive,
o Grande Prêmio de Fórmula 1. Registros indicam centenas
de mortos durante combates com a polícia.
Marrocos: A Primavera Árabe também ocorreu no Marrocos. Porém, com o diferencial de que nesse país não há a
exigência, ao menos por enquanto, do fim do poder do Rei
Mohammed VI, mas sim da diminuição de seus poderes e
atribuições. O rei marroquino, mediante os protestos, chegou a atender partes das exigências, diminuindo parte de
seu poderio e, inclusive, nomeando eleições para Primeiro-Ministro. Entretanto, os seus poderes continuam amplos e
a insatisfação no país ainda é grande.
Iêmen: Os protestos e conflitos no Iêmen estiveram em
torno da busca pelo fim da ditadura de Ali Abdullah Saleh, que
durou 33 anos. O fim da ditatura foi anunciado em Novembro
de 2011, em processo marcado para ocorrer de forma transitória e pacífica, através de eleições diretas. Apesar do anúncio
de uma transição pacífica, houve conflitos e repressão por
parte do governo. Foram registrados também alguns acordos realizados pelos rebeldes com a organização terrorista
Al-Qaeda durante alguns momentos da revolução iemenita.
Jordânia: A Jordânia foi um dos últimos países, até
o momento, a sofrer as influências da Primavera Árabe.
Revoltas e protestos vêm ocorrendo desde a segunda metade de 2012, com o objetivo de derrubar o governo do Rei
Abdullah II, que, com receio da intensificação da Primavera
Árabe em seu país, anunciou no início de 2013 a realização
de novas eleições. Entretanto, o partido mais popular do
país, a Irmandade Muçulmana, decidiu pelo boicote desse
processo eleitoral diante das frequentes denúncias e casos
comprovados de fraudes e compras de votos.
Omã: Assim como no Marrocos, em Omã não há a exigência do fim do regime monárquico do sultão Qaboos bin
Said que impera sobre o país, mas sim a luta por melhores
condições de vida, reforma política e aumento de salários.
Em virtude do temor do alastramento da Primavera Árabe, o
sultão definiu a realização das primeiras eleições municipais
em 2012.
O sultão vem controlando a situação de revolta da
população do país através de benesses e favores à população. Apesar disso, vários protestos e greves gerais já foram
registradas desde 2011.
leituRa COmPlementaR
criSe no egito: como a euforia
Se tranSformou em tragédia
A festa após a deposição de Mubarak
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A euforia que se seguiu à queda do ex-presidente
Hosni Mubarak em 2011 parece cada vez mais distante
no Egito.
À primeira vista, o país considerou a saída do líder,
após mais de três décadas no poder, como um recomeço.
Esperava-se que, a partir daquele momento, a vida da
maior parte da população melhoraria.
Mas as expectativas foram esmagadas por uma
combinação de fracasso político, interesses arraigados
e crise econômica.
A revolução de 2011, que deu início à chamada
Primavera Árabe, como ficou conhecida a onda de
levantes nos países da região, havia sido motivada por
uma profunda insatisfação de uma geração de jovens
com o status quo.
À época das manifestações, cerca de 60% da
população do mundo árabe tinha menos de 30 anos.
Os jovens perceberam que não tinham espaço na
velha ordem. O sonho de um emprego decente, capaz
de garantir sua independência financeira, tampouco seria
possível dentro daquele cenário.
O choque de realidade coincidiu com o crescimento
exponencial dos novos meios de comunicação. Diferentemente do passado, os países não poderiam mais
ser desconectados do resto do mundo por seus líderes.
Naquele momento, os egípcios tinham acesso à
TV a cabo e à internet, o que lhes permitia constatar
que outros cidadãos do mundo árabe passavam por
problemas similares.
Mas a energia dos revolucionários de 2011 foi minada
pelo poder e pela organização das forças estabelecidas
no Egito, especialmente a dos militares, remanescentes
da velha elite, e da Irmandade Muçulmana.
Na eleição presidencial realizada no ano passado,
a disputa final opôs Mohammed Morsi, da Irmandade
Muçulmana, a um ex-general da Força Aérea do país, que
havia sido o último primeiro-ministro do governo Mubarak.
Nesse contexto, a vitória de Morsi acabou por representar o nirvana dos rebeldes, que de forma desorganizada ocupavam a Praça Tahrir, no centro do Cairo.
Promessas não cumpridas
Quando foi eleito presidente, Morsi prometeu governar para todos os egípcios. Mas a promessa não foi
cumprida.
A Irmandade Muçulmana passou 80 anos almejando
chegar ao poder no Egito. Quando o momento finalmente chegou, Morsi estava determinado a aproveitar
a oportunidade para reformar o Egito à sua imagem e
semelhança.
O erro de Morsi, o rosto do partido, foi ter se comportado como se tivesse amplo apoio popular para
transformar o país em um Estado muito mais islâmico.
Ainda que muitos egípcios professem o islamismo,
isso não significa automaticamente que compartilham a
visão austera da Irmandade Muçulmana para o futuro
do país.
Para piorar a situação, o governo de Morsi era criticado pela falta de competência. O presidente não conseguia manter suas promessas sobre como recuperaria
a destroçada economia do país.
Até o final de junho deste ano, o descontentamento
popular deu origem a uma nova onda de protestos populares, que, por sua vez, se transformaram, aos olhos
dos militares, em uma oportunidade para remover Morsi
do poder.
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HisTóRiA
LIVRO 4 | HISTÓRIA GERAL
A insatisfação ganhou ampla acolhida da população,
exceto dos correligionários da Irmandade Muçulmana.
Mesmo liberais democratas respeitados internacionalmente, como o vencedor do Prêmio Nobel da
Paz Mohamed El Baradei, enalteceram e apoiaram as
manifestações.
No início de julho, em entrevista à BBC, El Baradei
afirmou que o Exército não havia realizado um golpe de
Estado. Em vez disso, o ato, amparado pela demanda
popular, daria ao povo egípcio a chance de “reiniciar
sua democracia”, segundo o renomado político egípcio.
a Guerra da síria
O regime sírio liderado pelo presidente Bashar al-Assad
começou em 2012 uma violenta repressão aos ativistas exigindo prosperidade econômica e política e liberdades civis.
Isto provocou uma revolta nacional e, finalmente, uma
guerra civil contra rebeldes armados, muitos dos quais tinham
desertado das forças armadas.
Estima-se que, até maio deste ano, o conflito custou a
vida de 170.000 pessoas, a maioria civis, de acordo com as
Nações Unidas. Mais de 170 mil fugiram do país do Oriente
Médio para buscar refúgio em países vizinhos, como o Iraque,
Turquia e Jordânia.
Durante a revolta, o governo sírio tem marcado a oposição de terroristas que tentam desestabilizar o país. Os
líderes da oposição dizem que é única justificativa para os
ataques do regime.
O presidente dos EUA, Barack Obama, e muitos outros
líderes mundiais pediram que Assad a ceder o poder a sua
família tem tido desde 1970. Também impôs sanções econômicas à Síria, enquanto eles tentam encontrar uma solução
diplomática para a crise.
1
Em janeiro de 2011, a revolução na Tunísia inaugurou
a Primavera Árabe.
A revolta tunisina sucesso inspirou instabilidade semelhante em países de todo o Norte de África e do Oriente Médio,
como Tunísia, experimentando altas taxas de desemprego, a
corrupção ea repressão política por ditadores.
Em março de 2011, a violência eclodiu em Daraa, na
Síria, depois que um grupo de crianças e adolescentes
permanecem presos por pintar grafite com motivos políticos. Dezenas de pessoas foram mortas quando as forças
de segurança entraram em confronto com manifestantes.
Os manifestantes pediram Assad em breve deixar o
cargo como Hosni Mubarak do Egito, e Zine el Abidine Ben
Ali da Tunísia. Assad prometeu fazer mudanças e levantou
o estado de emergência no país, que há 48 anos deu o regime o poder para deter qualquer um indefinidamente sem
acusação levantar.
No entanto, apenas quatro dias após o estado de emergência foi levantado em abril de 2011, o regime sírio enviou
milhares de tropas para empreender Daraa repressão, de
acordo com testemunhas.
Desde então, a violência se agravou e se espalhou por
todo o país; tornou-se uma guerra civil em grande escala entre
o regime ea resistência armada. Em meados de 2012, a luta
tinha chegado a Damasco, a capital, e Aleppo, a maior cidade.
Bashar al-Assad foi presidente desde que seu pai, Hafez,
morreu em 2000. Hafez governou a Síria por quase 30 anos
e deveria sucedê-lo seu filho mais velho, Basel, que morreu
em um acidente de carro em 1994.
Quando Bashar assumiu o cargo, em 34 anos, as nações
ocidentais deverá ser mais moderado do que seu pai, um forte
aliado dos soviéticos. Bachar, um jovem, estudou oftalmologia
ocidental educado em Londres.
A família al-Assad é alauíta, uma ramificação do islamismo xiita que é uma minoria em um país onde quase três
quartos da população são sunitas. Bachar nomeou os seus
perto de cargos-chave do governo e muitos de sua família são
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HisTóRiA
HISTÓRIA GERAL | LIVRO 4
simpatizantes alawitas ou membros de outras minorias que
temem algo acontecendo se os sunitas chegarem ao poder.
A oposição cresceu, é melhor organizado e mais bem
armados desde o início do levante. Muitos dos lutadores
são ex-soldados que desertaram das forças armadas, mas
também civis que pegaram em armas contra o regime de
al-Assad.
“Eu vou para a guerra para a minha família, para o meu
país”, disse Amin Soukrot, voluntário de 23 anos com o
Exército Sírio Livre. “Porque (Assad) já matou todos eles. Ele
matou o meu primo. Ele destruiu a minha aldeia. Ele destruiu
a minha casa. “
The Free Sírio, o principal grupo de oposição, o Exército
começou em julho de 2011 e um ataque foi atribuído à base
de inteligência ar. É a única milícia que se opõe a Assad e
há dúvidas sobre a verdadeira oposição sindical.
Em geral, os rebeldes têm mostrado que eles podem
efetivamente atacar o regime, mas não conseguiram manter
o controle das grandes cidades por um longo tempo e, muitas vezes recuam sob pressão de um Exército Sírio melhor
preparados e aptos a ação do ar.
Estados Unidos e muitos de seus aliados ocidentais impuseram sanções econômicas contra a Síria, condenou e exigiu
que Assad deixe o poder. Não ter convencido, no entanto, o
Conselho de Segurança da ONU para fazer o mesmo.China
e Rússia, dois dos principais parceiros comerciais da Síria,
vetaram várias resoluções propostas sobre a Síria.
Sem consenso internacional, a maioria dos países têm
hesitado em intervir militarmente. Acredita-se que a Arábia
Saudita e Qatar no Oriente Médio, dois países sob o comando
dos sunitas, está enviando armas para a oposição. No entanto, os EUA estão apenas prestando assistência não-letal
e humanitária.
Irã apoia Assad eo regime sírio, enquanto o Hezbollah,
um aliado xiita no Líbano.
A ONU, através de seu ex-secretário-geral, Kofi Annan,
propôs um plano de paz este ano e enviou uma equipe de
observadores ao país para implementar uma trégua é suposto entrar em vigor. No entanto, a violência persiste, os
observadores foram removidos e Annan renunciou ao cargo
de enviado especial.
A Síria está sofrendo uma crise humanitária: as pessoas
estão morrendo, com fome e precisam de ajuda. A ONU diz
que a violência tem dificultado o acesso à água, alimentos,
energia elétrica e suprimentos médicos para muitos sírios,
forçando milhares de pessoas a fugir do país.
No entanto, o papel crucial da Síria no coração do
Oriente Médio significa que haverá consequências políticas
de longo prazo.
Muitos analistas acreditam que o conflito é uma guerra
entre o Irã e seus rivais sunitas árabes da região, incluindo
o Irã e os Estados Unidos e até mesmo entre os EUA ea
Rússia; Este último confronto gira em torno de “quem tem
mais influência sobre o futuro da região e em que termos a
comunidade internacional intervir em conflitos como a Síria”,
disse Nader Mousavizadeh, CEO da Oxford Analytica.
À medida que o regime sírio é alauíta ea maioria do
país é sunita, há também o risco de que o conflito na Síria,
resultando em uma batalha sectária sangrenta, como no Irã,
o que poderia desestabilizar ainda mais a região.
Sempre que falamos de instabilidade no Oriente Médio,
a preocupação de que a Al Qaeda e outros grupos militantes
linha-dura preencher potencial ou para preencher os vácuos
de poder em estados falidos surge.
Devemos levar em consideração o problema árabe-israelense. A Síria tem sido um aliado chave dos palestinos
ao longo dos anos e tem apoiado activamente o Hamas eo
Hezbollah, enquanto faz fronteira com Israel. Quais são as
20
implicações dos eventos na Síria para paz no Oriente Médio?
Como Henry Kissinger disse uma vez, um ex-diplomata
dos EUA, “Os árabes não pode fazer guerra sem o Egito e
não pode fazer a paz sem a Síria”.
leituRa COmPlementaR
eStudo científico afirma que ‘é PoSSível
um mundo Sem guerraS’
Publicado na prestigiosa revista ‘Science’, pesquisa
de antropólogo propõe “sistema global de paz”
Seria possível criar um sistema global de paz para
abolir a guerra do planeta? Sim, de acordo com americano
Douglas Fry, professor de antropologia da Universidade
Åbo Akademi, na Finlândia. O pesquisador é um dos que
concordam com a ideia de que o ser humano não foi feito
para guerrear.
Em um artigo publicado nesta sexta-feira na revista
Science, Fry argumenta que basta seguir o exemplo de
três sociedades plurais que nunca recorreram à guerra
para resolver seus problemas internos. Para Fry, um dos
fatores essenciais para um planeta pacífico é a construção
de uma identidade abrangente, independente da nação.
Isso já ocorre em menor escala com as 10 tribos que
vivem na bacia norte do Rio Xingu, na Amazônia, com
os índios norte-americanos da Confederação Iroquois e
com a União Europeia.
A partir delas, seria possível destacar sete indicadores (como identidade social e governança abrangentes,
interdependência e valores para a paz) que poderiam
guiar políticas públicas para a criação de um sistema que
garanta a paz no mundo.
As três sociedades agrupam populações distintas
com costumes e línguas diferentes. Apesar de essa organização promover uma mentalidade ‘nós-contra-eles’,
o que facilita a hostilidade contra grupos externos, ela
mantém a paz entre as nações-membro.
“Esses exemplos não são utopia, eles representam
agrupamentos do mundo real de sociedades distintas que
vivem juntas sem recorrer à guerra e em um sistema de
paz”, escreve o antropólogo. Fry sugere a construção de
uma mentalidade ‘nós’ (Terra) contra ‘eles’ (qualquer coisa
fora dela), para a manutenção da paz mundial.
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HisTóRiA
LIVRO 4 | HISTÓRIA GERAL
Para esclarecer a criação de um sistema de paz
mundial, o autor cita o 33º presidente dos Estados Unidos, Harry Truman. “Quando dois estados americanos
disputam um recurso natural, eles não recorrem às suas
polícias estaduais, mas à Suprema Corte do país”, escreveu. “Não existe uma única razão para que isso não seja
feito em nível internacional.”
A conclusão do antropólogo flerta com alguns conceitos que normalmente são reforçados em discursos
religiosos, e que agora ganham espaço nas páginas
de uma revista científica. “Construir um sistema de paz
para o planeta inteiro envolveria o entendimento de que
a resolução dos desafios requer cooperação e um nível
de identidade que inclui todos os seres humanos além
do mero patriotismo.”
SALA
01. Os movimentos fundamentalistas, que tudo querem
subordinar à lei islâmica (Sharia), são hoje muito ativos
em vários países da África, do Oriente Médio e da Ásia.
Eles tiveram sua origem histórica:
a) no desenvolvimento do Islamismo, durante a Antiguidade, na Península Arábica.
b) na expansão da civilização árabe, durante a Idade
Média, tanto a Ocidente quanto a Oriente.
c) na derrocada do socialismo, depois do fim da União
Soviética, no início dos anos noventa.
d) no estabelecimento do Império turco-otomano, com
base em Istambul, durante a Idade Moderna.
e) na ocupação do mundo árabe pelos europeus, entre
a segunda metade do século XIX e primeira do XX.
02. Todas as alternativas apresentam aspectos importantes
assumidos pela Teologia da Libertação, na América Latina, a partir dos anos 60 do século XX, EXCETO:
a) defesa da luta armada para alcançar o socialismo.
b) opção preferencial pelos pobres, oprimidos e injustiçados.
c) participação ativa nos movimentos populares urbanos
e rurais.
d) tentativa de combinação teórica de concepções católicas e marxistas.
03. Sobre a situação econômica de Cuba, na conjuntura
atual, pode-se afirmar que:
a) a Rússia e os países do Leste Europeu continuam a
ser os principais parceiros comerciais de Cuba.
b) Cuba atravessa uma fase de graves problemas econômicos, relacionados, principalmente, com a falta de
produtos básicos.
c) Cuba mantém a sua economia fechada para os investimentos privados de países capitalistas.
d) os Estados Unidos suspenderam o bloqueio econômico sobre Cuba, em decorrência do fim da Guerra
Fria.
1
a) Guerra dos Seis Dias (1967).
b) Guerra do Yom Kippur (1973).
c) Revolução Islâmica (1979).
d) Intifada (1987).
e) Guerra do Golfo (1991).
05. Todas as alternativas apresentam acontecimentos que
abalaram os anos 60 do século XX, EXCETO:
a) a Guerra do Vietnã e a afirmação do regime socialista
em Cuba.
b) a vitória do governo socialista de Salvador Allende no
Chile e o golpe militar do General Pinochet.
c) as manifestações estudantis na França, Alemanha,
Estados Unidos e o movimento hippie.
d) o assassinato do líder negro Martin Luther King e o
acirramento dos conflitos raciais nos Estados Unidos.
06. Em 1996 o Prêmio Nobel da Paz foi concedido a dois
líderes da luta pela independência de Timor Leste. Esta
região situada no Pacífico Sul foi invadida e anexada
pela Indonésia e é ex-colônia:
a) da Inglaterra.
b) de Portugal.
c) da França.
d) dos Estados Unidos.
e) da Itália.
07. No contexto da Guerra Fria, a Doutrina Truman pregava:
a) a completa militarização do Japão para fazer frente
ao sucesso da Revolução Chinesa.
b) o auxílio norte-americano a qualquer país que se visse
ameaçado interna ou externamente pelo comunismo.
c) uma reaproximação com a URSS através do estabelecimento de áreas estratégicas desmilitarizadas.
d) a criação do Mercado Comum Europeu como estratégia para, ao promover a recuperação da Europa,
barrar o Socialismo naquela região.
e) uma política mais pragmática, com alianças mesmo
entre países da OTAN e do Pacto de Varsóvia.
08. Julgue os itens seguintes, relativos ao mundo contemporâneo.
(0) Alterações no Conselho de Segurança, redução do
corpo burocrático, superação do crônico déficit orçamentário e reestruturação para atuar em uma nova
realidade internacional são alguns dos desafios que
a ONU, com mais de cinquenta anos de existência,
está enfrentando.
(1) A criação do Estado da Palestina, resultante da
vitória iraquiana na Guerra do Golfo, contribuiu para
a redução das tensões no Oriente Médio.
(2) De origem desconhecida, com mais de cinco mil
anos de história, os bascos ocupam territórios
espanhóis e franceses e lutam pela criação de um
Estado independente.
(3) Entre todos os países árabes, o Irã é o que possui
o maior contingente de cristãos em seu território, os
quais vivem em luta incessante contra o governo da
maioria islâmica.
04. A ocupação e colonização da Faixa de Gaza, Cisjordânia
e das Colinas de Golan por Israel sobre seus vizinhos
árabes, foi iniciada a partir da:
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HISTÓRIA GERAL | LIVRO 4
09. A respeito da história contemporânea do Chile, julgue os
itens que se seguem.
(0) Quando presidente, Salvador Allende estatizou
várias indústrias e acelerou o processo de reforma
agrária, o que deu a seu governo características
claramente socialistas.
(1) No início da década de 70, o Chile acolheu vários
exilados brasileiros, ideologicamente identificados
com a esquerda e perseguidos pela ditadura militar.
(2) O presidente Augusto Pinochet, sucessor de
Allende, deu continuidade à política socialista,
constituindo-se, além disso, em um dos principais
defensores dos direitos humanos na América Latina.
(3) Os Estados Unidos mantiveram-se afastados da
política chilena, exceção feita à contribuição da CIA
na contenção das forças radicais de direita, no final
do governo Allende.
10. A respeito da história contemporânea de Cuba, julgue os
itens seguintes.
(0) A chamada crise dos mísseis cubanos desencandeou-se quando a URSS descobriu que os EUA
estavam construindo uma base para o lançamento
de mísseis de médio alcance naquela ilha.
(1) Sob a liderança de Fidel Castro, a Cuba pós-revolucionária manteve viva a pluralidade política,
consubstanciada pelo rico e multifacetado sistema
partidário.
(2) Precocemente industrializada no contexto latino-americano, Cuba não teve dificuldades em se
autossustentar economicamente após a revolução
socialista.
(3) A revolução cubana liderada por Castro e Guevara
funcionou como uma espécie de modelo para outros
movimentos revolucionários de esquerda que se
desenvolveram na América Latina nos anos 60.
11 e 12
“Quando nascemos fomos programados
A receber o que vocês nos empurraram
Com os enlatados dos USA, de 9 as 6.
Desde pequenos nós comemos lixo
Comercial e industrial
Mas agora chegou nossa vez
Vamos cuspir de volta o lixo em cima de vocês.
04) os “enlatados”, aos quais os versos se referem,
estão restritos aos programas de televisão.
05) a adoção de um único padrão de comportamento
sinaliza que a sociedade brasileira está cada vez
mais nacionalista.
12. Os versos da canção se referem à influência dos Estados
Unidos na sociedade brasileira.
Essa referência, aliada aos conhecimentos sobre a
evolução histórica norte-americana, a partir da sua
emancipação política (século XVIII) e de sua influência
na América Latina ao longo dos dois últimos séculos até
os dias atuais, permite afirmar:
01) o processo de independência das Treze Colônias
foi pacífico, por contar com o apoio da Metrópole,
interessada em adquirir novos mercados para os
seus produtos industrializados, entre a burguesia em
ascensão e a população de ex-escravos, libertados
pelo novo governo democrático instaurado na ex-colônia.
02) o Plano Marshall, aplicado pelos Estados Unidos nos
países da América Latina, após a Segunda Guerra
Mundial, permitiu a recuperação econômica desses
países, até então comprometida com os efeitos do
conflito.
03) o macarthismo promoveu o êxodo em massa de
intelectuais e artistas para países da América Latina,
que se tornaram disseminadores da cultura norte-americana na América Central e do Sul.
04) o governo de John F. Kennedy instituiu o Programa
Aliança para o Progresso, que, através de investimentos e doações, pretendeu evitar a expansão
de movimentos revolucionários, defensores da
ideologia socialista, como aconteceu em Cuba.
05) o apoio do governo norte-americano ao movimento
sandinista na Nicarágua, ocorrido na década de 60
do século XX, reprimiu a ascensão ao poder dos
guerrilheiros de esquerda, garantindo a paz e a
recuperação econômica do país.
13 e 14
Somos os filhos da revolução
Somos burgueses sem religião
Nós somos o futuro da nação.
Geração coca-cola.”
(RUSSO. In: MACEDO, 1996, p. 166 ).
11. A mensagem contida na letra da canção, associada aos
conhecimentos sobre o capitalismo e a organização do
espaço geográfico brasileiro, permite afirmar:
01) a identidade cultural brasileira ficou comprometida,
porque os interesses das multinacionais foram
priorizados.
02) a concepção da sociedade brasileira retratada
reflete a melhoria do IDH da população, verificada
em todo o país, nas últimas décadas.
03) os padrões de comportamento e de consumo adotados pelo modelo econômico brasileiro indicam que
a excludência da sociedade está sendo revertida.
22
13. A partir da análise do mapa e dos conhecimentos sobre
a história da região destacada, pode-se afirmar:
01) durante o período que antecedeu à Primeira Guerra
Mundial, a situação instável da Península balcânica favoreceu a dominação da região pelo Império
Turco-Otomano, retardando a sua independência
política.
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1
02) a resistência dos Bálcãs à ocupação nazista, durante a Segunda Guerra Mundial, impediu a invasão alemã à URSS,
porque a frente balcânica se tornou o principal ponto de apoio dos aliados na derrocada dos países do Eixo.
03) após a Segunda Guerra Mundial, as nacionalidades destacadas no mapa formaram a lugoslávia, adotando um
regime socialista idêntico ao da URSS e se tornando um dos países-satélites mais dependentes dessa potência.
04) a Sérvia, líder na luta pela redemocratização da região, adotou, após a queda do socialismo, uma política de respeito
aos direitos das minorias, permitindo a consolidação de governos democráticos.
05) os novos países surgidos na região, desde a década de 90 do século XX, apresentam realidades diversas, como
a Eslovênia, novo membro da União Europeia, e Kosovo, ainda sob o controle da ONU.
14. Os conhecimentos sobre aspectos da organização espacial e da economia da região destacada no mapa permitem afirmar:
01) o clima é do tipo temperado oceânico, com verões secos e invernos chuvosos.
02) o relevo predominante é o de planície, no qual o processo de erosão é mais intenso que o de sedimentação.
03) a taxa de imigração é a mais alta da Europa, devido ao grande desenvolvimento econômico alcançado nas últimas
décadas.
04) a economia é baseada nas atividades secundárias, e o segmento industrial mais desenvolvido é o da indústria de
precisão.
05) a fragmentação da região criou novos países, modificou o processo produtivo, mas não eliminou os conflitos étnicos.
15. A barreira que Sharon está construindo para proteger o país do terror é inútil para conter outro medo: uma maioria árabe
em Israel. Por isso ele quer atrair imigrantes judeus de todo o mundo.
(RIBEIRO. In: Veja, 2004, p. 81).
A partir da análise do texto e dos conhecimentos sobre os conflitos no Oriente Médio, identifique com V as afirmativas
verdadeiras e com F, as falsas.
(
) A maioria dos palestinos expulsos de territórios conquistados por Israel se estabeleceu em países árabes vizinhos,
e aqueles que continuaram sob a jurisdição do governo israelense perderam grande parte dos seus direitos.
( ) Os Acordos de Camp David, assinados por Anuar Sadat e Menahem Begin, que concederam autonomia limitada
aos palestinos de Gaza e da Cisjordânia, foram repudiados pelos países árabes e contribuíram para a oposição
interna a Anuar Sadat, culminada com seu assassinato.
( ) A Organização para a Libertação da Palestina (OLP), movimento liderado por muçulmanos xiitas, pretende a formação de um Estado religioso, liderado por ayatolás e espelhado no atual governo do Egito.
( ) A emigração de judeus de todas as partes do mundo para Israel vem registrando um expressivo aumento nos últimos
anos, como resposta da comunidade judaica internacional aos apelos do governo local, incentivada e aprovada
pela comunidade mundial e pela ONU.
A alternativa que indica a seqüência correia, de cima para baixo, é a:
01) F V V F.
02) V F V F.
03) V V F F.
04) F F V V.
05) V V V V.
16. Os principais negociadores da Rodada de Doha decidiram ir ao Rio no próximo fim de semana para o encontro do G20,
que foi convocado pelo ministro brasileiro das Relações Exteriores, Celso Amorim. (DIANNI. 2006, p. B 5).
A IV Conferência Ministerial da Organização Mundial do Comércio (OMC), realizada em Doha, Qatar, em novembro de
2001, apresentou como objetivo, entre outros,
01) discutir a ampliação do número de países-membros no Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas
(ONU).
02) estabelecer maior acesso aos mercados dos países desenvolvidos e o fim dos subsídios agrícolas praticados nos
países ricos.
03) estabelecer metas para a redução da emissão de gás carbônico (CO2) pelos países em desenvolvimento.
04) aumentar a participação dos países em desenvolvimento no comércio de bens industrializados.
05) formar um mercado comum entre os países em desenvolvimento e a União Europeia.
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HISTÓRIA GERAL | LIVRO 4
17.
A partir da análise do quadro e dos conhecimentos sobre o populismo, pode-se afirmar que são exemplos de líderes
como características populistas:
01) Jânio Quadros e Hugo Chávez, devido ao estilo político de forte apelo popular e de personificação da sua imagem.
02) Vladimir Lênin e Josef Stálin, consequência da política de abolição da propriedade privada e ao desenvolvimento
de uma política favorável à classe trabalhadora.
03) António Salazar e Mao-Tsé-Tung, que desenvolveram uma política de confronto direto com os Estados Unidos da
América.
04) Juan D. Perón e Fidel Castro, devido ao estabelecimento de um processo de nacionalização das empresas estrangeiras e estatização das empresas nacionais.
05) Emiliano Zapata e Francisco Franco, devido ao poder de ambos estarem em assentados em uma forte base de
apoio popular.
18. A Força Aérea dos Estados Unidos quer reavivar uma antiga ambição: desenvolver armas que permitam fazer guerras a
partir do espaço. O que os militares pretendem é mais do que simplesmente tirar da gaveta o projeto Guerra nas Estrelas,
criado pelo governo do presidente Ronald Reagan em 1984, ainda na Guerra Fria. O projeto atual é mais ofensivo. O
objetivo do Pentágono é o de desenvolver equipamentos que, colocados em órbita, sejam capazes de destruir qualquer
alvo na superfície do planeta, estando ele em movimento ou não. (SCHELP, 2005, p. 64)
O contexto histórico que produziu o Projeto Guerra nas Estrelas, em 1984, referido no texto, difere do contexto atual,
a) pelo forte apoio recebido hoje pelos Estados Unidos por parte das repúblicas que formavam a antiga União Soviética.
b) pela avançada hegemonia militar norte-americana nos dias atuais, inexistente na época da Guerra Fria.
c) pela exclusividade da posse de armas nucleares concedida aos Estados Unidos pelos acordos internacionais.
d) pela luta atual dos Estados Unidos contra um novo opositor, representado pela união dos países africanos.
e) pela consciência ecológica que atua em todo o mundo, o que neutralizou os atuais projetos militares norte-americanos.
19. A União Africana, projeto buscado pelos países do continente após a política de descolonização, recebe atualmente o apoio:
a)
b)
c)
d)
e)
da Organização Mundial de Saúde (OMS), por abrir perspectivas favoráveis à luta contra a AIDS.
da União Soviética, interessada em expandir, no continente, o socialismo real.
de Cuba e da Venezuela, que buscam aliados entre os países colonizados pela Espanha e por Portugal.
da União Europeia, que busca oportunidade favorável para ampliar o neocolonialismo no continente.
dos países asiáticos, interessados em aplicar o mesmo modelo de organização em suas realidades locais.
20. Identifique os acontecimentos, as ações e/ou as iniciativas de repercussão internacional, registrados ao longo do século
XX e o início do século XXI.
I.
II.
III.
IV.
V.
A crise do capitalismo liberal, em 1929, que abriu espaço à implantação de governos e regimes totalitários.
O Plano Marshall, que favoreceu aos países europeus oportunidades de recuperação econômica no pós-Segunda
Guerra Mundial.
A exclusão da China e da Coreia do Sul dos quadros da Organização Mundial do Comercio – OMC –, por exigência
dos blocos econômicos ocidentais.
A participação ativa da Igreja Católica nas experiências científicas de utilização das células-tronco na cura de males
até então consideradas fatais.
A formação de uma sociedade em rede, que emergiu a partir da economia informacional e que se expande nessas
últimas décadas.
A alternativa que indica todas as afirmativas verdadeira é a:
a) I e III.
b) II e IV.
c) I, II e V.
d) I, IV e V.
e) III, IV e V.
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LIVRO 4 | HISTÓRIA GERAL
21. As cenas de carros em chamas, vitrines estilhaçadas e
de depredação generalizada correram mundo. A explosão
súbita de violência transformou Paris em cenário para
batalhas urbanas. Era maio de 1968 quando uma rebelião
estudantil paralisou o governo e inspirou movimentos de
contestação nos quatro continentes. Trinta e sete anos
depois, os subúrbios parisienses se transformaram no
epicentro da produção em série de cenas tão ou mais
impactantes quanto as de 1968.
(VILLAMÉIA, 2005, p. 100).
A partir da análise do texto e dos conhecimentos sobre
a década de 60, pode-se afirmar que a revolta estudantil
francesa, em 1968,
a) se opunha à sociedade materialista e consumista do
mundo capitalista ocidental e ao socialismo burocrático e repressor inspirado no stalinismo.
b) se caracterizou pelo seu caráter economicista, ao
propor que só a mudança na estrutura econômica
poderia gerar o fim das injustiças e das desigualdades
sociais.
c) defendia uma revolução armada com o objetivo de pôr
fim ao sistema capitalista e estabelecer, na França,
o socialismo nos moldes do implantado na União
Soviética.
d) mantinha um caráter reacionário e conservador na
defesa da moralidade e dos valores presentes na
sociedade, condenando a libertinagem sexual do
movimento hippie.
e) se utilizou da violência gratuita, fruto de seu caráter
baderneiro e anárquico, sem nenhuma razão de ser,
consequência da utilização incontrolada das drogas
no meio estudantil.
22. Em novembro de 2005, a explosão social ocorrida na
França foi provocada:
a) pelos jovens franceses de ascendência negra, insatisfeitos com a discriminação racial que essa parcela da
juventude francesa sofre em relação à minoria branca.
b) pelos jovens de classe média, insatisfeitos com a
participação da França na guerra do Iraque e na manutenção de soldados franceses na ocupação desse
país.
c) por uma atitude racista e preconceituosa dos franceses contra a comunidade árabe, responsabilizada
pelos ataques terroristas ocorridos na Europa e nos
Estados Unidos.
d) por jovens neonazistas contra os imigrantes que sistematicamente ocupam os principais postos de trabalho,
provocando uma grande taxa de desemprego entre
os cidadãos franceses.
e) pela situação de desemprego, baixa condição social
e ausência de perspectiva de vida para centenas de
jovens franceses, em geral descendentes de imigrantes das colônias francesas na África.
23. Saddam recebeu toneladas de armamentos e foi incentivado a atacar o país vizinho. Foi o que fez: em setembro
de 1980, o exército iraquiano invadiu o Irã sob o pretexto
de resolver um antigo problema de fronteira em torno
do canal de Chat AI-Arab. O conflito, que terminou em
1988, deixou um milhão de mortos, quase dois milhões
de feridos e US$ 400 bilhões em prejuízos.
1
A partir da análise do texto e dos conhecimentos sobre
a Guerra Irã-lraque, pode-se afirmar:
a) os Estados Unidos apoiaram o Iraque, governado por
Saddam Hussein, fornecendo armas e equipamentos
contra o Irã, controlado pelos fundamentalistas xiitas.
b) a existência de armas de destruição em massa, no
Iraque, provocou o protesto norte-americano, temeroso da expansão iraquiana sobre o Irã e o Kuwait.
c) o Iraque foi condenado internacionalmente pelo uso
de armas químicas na guerra, sofrendo sanções econômicas e políticas estabelecidas pela ONU.
d) a ocupação do Irã pelo Iraque provocou a formação
de uma aliança internacional liderada pelos Estados
Unidos, que forçaram a retirada das forças iraquianas
do Irã.
e) a não-aprovação da ação militar sobre o Iraque, pelo
Conselho de Segurança da ONU, levou os Estados
Unidos a atacarem esse país sem a autorização desse
organismo, forçando o fim da guerra.
24. O chavismo entre nós
Nariz Gelado
Desde que a atual crise teve inicio, ouvimos, aqui e ali,
rumores de que o Brasil corre sérios riscos de cair em
um chavismo.
Por vezes, esta ameaça é apresentada como uma alternativa para o próprio governo que, ao ver-se acuado
com tantas denúncias, não hesitaria em fazer uso de tal
expediente.
(O CHAVISMO..., 2005).
A referência de que o Brasil pode cair no chavismo está
relacionada com o estilo de governo existente:
a) em Cuba.
b) no México.
c) na Bolívia.
d) na Nicarágua.
e) na Venezuela.
25. IRÃ anuncia fim da luta armada
O Exército Republicano Irlandês (IRÃ) renunciou ao uso
da violência como meio de conquistar objetivos políticos,
e disse que retomará o processo de desarmamento, num
passo dramático para a retomada do processo de paz
na Irlanda no Norte, ao final de um conflito de 35 anos.
(IRÃ anuncia..., 2005).
O IRÃ tem como objetivo:
a) a instalação do socialismo na Irlanda do Norte.
b) a expulsão da minoria protestante da Irlanda do Norte.
c) o estabelecimento do catolicismo como a religião
oficial da Irlanda do Norte.
d) a anexação e a incorporação da Irlanda ao território,
independente da Irlanda do Norte.
e) a conquista da independência política da Irlanda do
Norte, sob domínio inglês.
(SADDAM recebeu..., 2005).
25
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HISTÓRIA GERAL | LIVRO 4
26. Muro que separa israelenses de palestinos fica pronto
em 2007:
Da agência Efe.
O “muro de proteção” que Israel está construindo desde
2002 […] será completado em 2007. […] O traçado do
muro provocou muita polêmica tanto em Israel quanto
no exterior, pois em vários pontos ele foi erguido sobre
território palestino. O representante israelense afirmou
que, […] segue as “fronteiras de 1967” entre o território
reconhecido de Israel e a Cisjordânia […]
Calcula-se que aproximadamente 50 mil palestinos
residentes nos bairros árabes periféricos de Jerusalém
fiquem do lado palestino da barreira quando ela estiver
finalizada. Outros 180 mil árabes residentes de Jerusalém ficarão do lado israelense, segundo dados de fontes
oficiais de segurança de Israel.
(ATUALIDADES VESTIBULAR, 2006, p. 47).
Em relação ao “muro de proteção” que está sendo construído por Israel, pode-se afirmar que ele:
a) respeita os tratados internacionais, estabelecidos pela
ONU, de divisão da região da Palestina entre judeus
e árabes.
b) se constituirá uma solução definitiva para os conflitos
entre palestinos e judeus, no que diz respeito à posse
territorial.
c) recebeu o apoio do Hamas porque evita a saída em
massa de palestinos para Israel, em busca de melhores condições de vida.
d) tem recebido o repúdio internacional, mas nenhuma
medida concreta foi tomada em represália a Israel.
e) tem respeitado, no seu traçado, os territórios palestinos, evitando, dessa forma, o aumento da tensão na
região.
“Estamos criando o eixo do bem”, disse o presidente da
Venezuela, Hugo Chávez, quando se preparava para
receber Evo Morales, o presidente eleito da Bolívia,
em janeiro de 2006. Era uma alusão ao “eixo do mal”,
expressão usada em 2002 por George W. Bush […]
(ATUALIDADES VESTIBULAR, 2006, p. 51)
27. A partir da análise do texto e dos conhecimentos sobre
o mundo atual, pode-se afirmar:
a) o “eixo do mal”, para o presidente George W. Bush,
seria formado por países que adotam o terrorismo para
a implantação do socialismo, como Cuba, Iraque e Irã.
b) os governos de Hugo Chávez e de Evo Morales se
caracterizam pelo desenvolvimento de uma forte política nacionalista e de grande apelo popular.
c) o “mal”, para Chávez, na verdade, é representado
pelos governos que não se opõem aos EUA, como o
Brasil.
d) a divergência entre os Estados Unidos e a Venezuela
ocorre em relação à posição norte-americana, contrária ao programa nuclear venezuelano.
e) a Bolívia e a Venezuela defendem o fortalecimento do
Mercosul como primeiro passo para a assinatura da
Área de Livre Comércio das Américas (ALCA).
26
28. Os Estados Unidos vêm sofrendo diversas críticas dos
organismos internacionais de defesa dos direitos humanos em função:
a) da suspensão das liberdades políticas e individuais
nesse país, como medida de prevenção aos ataques,
terroristas.
b) da manutenção da prisão de Guantânamo, em Cuba,
suspeita da prática de tortura e maus-tratos aos prisioneiros.
c) do estabelecimento da democracia no Iraque e no
Afeganistão, que contraria a autodeterminação dos
povos.
d) da política norte-americana de isolamento da China,
restabelecendo o sentimento anticomunista da Guerra
Fria.
e) da política de apoio ao programa nuclear da Coreia
do Norte, como medida de contenção da expansão
do islamismo.
29. O forte esquema de segurança estabelecido na Copa do
Mundo de Futebol em 2006 demonstra
a) o receio das manifestações neonazistas, consequência da crise econômica que a Alemanha vive, fruto do
processo de reunificação política.
b) a necessidade de proteção às seleções dos países
muçulmanos, ameaçados de ser presa pelas forças
armadas norte-americanas.
c) o medo de uma invasão em massa dos africanos, que
se aproveitam do evento, para se asilarem na Europa.
d) a insegurança reinante na Europa, temerosa de ataques terroristas, que agem em represália ao expansionismo norte-americano.
e) a estratégia de contenção aos movimentos revolucionários, que defendem a luta armada para a instalação
do socialismo, como reação ao processo de globalização.
30 e 31
Desde 2004, a UnB — e outras 33 universidades do país
— reserva 20% de suas vagas a alunos negros e pardos
que conseguem a nota mínima no exame.
As políticas raciais que se pretende implantar no país por
força da lei têm potencial explosivo porque se assentam
numa assertiva equivocada: a de que a sociedade brasileira é, em essência, racista. Nada mais falso. Após a
abolição da escravatura, em 1888, nunca houve barreiras
institucionais aos negros no país. O racismo não conta
com o aval de nenhum órgão público. Pelo contrário, as
eventuais manifestações racistas são punidas na letra
da lei.
(PLANETASUSTENTÁVEL, 2007)
30. O texto apresenta uma visão particular sobre a questão
das Políticas Afirmativas, que começam a ser adotadas
no Brasil.
A alternativa que contradiz a visão defendida pelo texto
é a:
a) a utilização do trabalho compulsório do negro africano,
durante a colonização brasileira, ocorreu devido à
inexistência de civilizações desenvolvidas na África
que tivessem contribuído, de alguma forma, para a
evolução da humanidade, e, consequentemente, seu
estágio primitivo de desenvolvimento facilitou a sua
escravização.
HisTóRiA
LIVRO 4 | HISTÓRIA GERAL
b) o preconceito racial não ocorreu apenas no Brasil, visto
que, durante o processo de colonização mercantilista,
o colonizador europeu reproduziu o preconceito racial
e as práticas escravistas existentes na África muito
antes da chegada dos europeus a esse continente.
c) a passividade dos escravos e a sua aceitação à escravidão impediram o surgimento de um espírito de
rebeldia que pudesse acirrar as relações raciais e levar
ao surgimento de uma sociedade racista no Brasil.
d) a abolição da escravidão, realizada, basicamente,
pelos interesses ingleses e dos cafeicultores paulistas,
sem a participação individual ou coletiva dos negros,
evitou que o processo abolicionista criasse tensões
raciais no país.
e) o critério racial é um dos elementos que tem dificultado
a ascensão social do negro, no Brasil, reflexo da política de branqueamento estabelecida no século XIX,
aliada à construção do mito da democracia racial.
31. A política de segregação racial, no mundo, esteve presente:
a) na política imperialista do século XIX, quando os
europeus ampliaram o tráfico de escravos e a escravização dos negros, em solo africano e nas Américas,
respaldados no darwinismo social e na ideia de superioridade da raça branca.
b) na África do Sul colonial, através do apartheid, que se
manteve até a emancipação política do país e que separava, em bairros distintos das cidades sul-africanas,
conforme o critério econômico e racial, os habitantes
negros dos brancos descendentes dos holandeses e
os ingleses.
c) na política racial nazista, que defendia a união dos
povos europeus, asiáticos, africanos muçulmanos e
americanos para pôr em prática, nas suas respectivas
nações, a política de extermínio dos judeus, considerados uma praga social que precisava ser destruída.
d) nos estados do sul dos Estados Unidos, até meados
da década de 60 do século XX, onde se determinava
o estabelecimento de espaços específicos para a
utilização da população conforme o critério racial em
locais públicos, como bares, restaurantes, parques,
escolas, meios de transporte e outros.
e) na rivalidade entre Estados Unidos e União Soviética,
no decorrer da Guerra Fria, quando essas nações
defendiam e propagandeavam a superioridade racial
e intelectual de seu povo em relação ao oponente.
32 a 33
Os presos fogem do presídio
Imagens na televisão
Mais uma briga de torcidas
Termina tudo em confusão
A multidão enfurecida
Queimou os carros da polícia
Quando estão fora de controle
Não são as regras a exceção
Não é tentar o suicídio
Querer andar na contramão
Quem quer manter a ordem?
Quem quer criar desordem?
Quem quer manter a ordem?
Quem quer criar desordem?
1
Não sei se existe uma justiça
Nem quando é pelas próprias mãos
Nas invasões, nos linchamentos
Como não ver contradição?
Não sei se tudo vai arder
Igual um líquido inflamável
O que mais pode acontecer,
Neste país rico e no entanto miserável.
Que pese isso sempre há, graças a Deus
Quem acredite no futuro
[...]
É seu dever manter a ordem
É seu dever de cidadão
Mas o que é criar desordem
Quem é que diz o que é ou não?
São sempre os mesmos governantes
Os mesmos que lucraram antes,
Põem a esperança lado a lado
Às filas de desempregado
Que tudo tem que virar óleo
Pra pôr na máquina do estado
(FROMER;GAVIN, 2007)
32. A alternativa que relaciona, corretamente, as ideias expressas nos fragmentos do texto à uma visão ideológica
da elite, em um determinado contexto histórico é a:
a) “Os presos fogem do presídio / Imagens na Televisão”
(v. 1-2) / as execuções em massa, no processo da
Revolução Cubana.
b) “A multidão enfurecida / Queimou os carros da polícia”
(v. 5-6) / o movimento dos estudantes, na França, em
maio de 68, do século XX.
c) “Não sei se existe uma justiça / Nem quando é pelas
próprias mãos” (v. 15-16) / a caça às bruxas promovida pelo Macartismo, nos Estados Unidos, durante
a Grande Depressão.
d) “Não sei se tudo vai arder / Igual um líquido inflamável” (v. 19-20) / a queima dos poços de petróleo, pelo
Iraque, durante a Primeira Guerra do Golfo.
e) “É seu dever manter a ordem / É seu dever de cidadão”
(v. 25-26) / os golpes militares na América Latina, na
segunda metade do século XX.
33. O início da contestação à ordem burguesa, na Europa,
ocorreu a partir:
a) do liberalismo, que pregava a liberdade individual
de expressão e de pensamento como processos de
emancipação do trabalhador, em oposição à ordem
autoritária e opressiva do Absolutismo.
b) do movimento ludita, durante a Revolução Industrial,
que defendia a quebra das máquinas nas fábricas
como reação à exploração do trabalhador e à perda
dos meios de produção, ocorridos com a expulsão dos
camponeses dos campos e a falência das manufaturas.
c) da ideologia anarquista, defensora da união dos
trabalhadores em um partido único e centralizado,
objetivando a tomada do poder e a utilização das
instituições do Estado para promover a socialização
dos meios de produção.
d) da concepção marxista, cujo processo, iniciado na
Revolução Russa, promoveu uma sociedade igualitária e democrática, com grande poder de decisão
política nas mãos dos trabalhadores, abolindo a ordem
capitalista.
27
HisTóRiA
HISTÓRIA GERAL | LIVRO 4
e) do pensamento holístico, defensor de uma nova ordem
mundial, pautada no desenvolvimento sustentável, na
exploração racional dos recursos naturais, no equilíbrio entre o homem e a natureza e a volta à vida rural.
34 a 35
37 e 38
A charge, publicada por um jornal da Arábia Saudita,
apresenta Ariel Sharon (primeiro ministro israelense —
2001-2006), utilizando um machado, composto de uma
cruz suástica, para destroçar crianças palestinas.
Eu não espero pelo dia em que todos os homens concordem / Apenas sei de diversas harmonias possíveis
sem juízo final / Alguma coisa está fora de ordem Fora
da Nova Ordem Mundial:
(VELLOSO,2007)
34. A designação “Nova Ordem Mundial” foi criada para
caracterizar as relações internacionais após a:
a) Segunda Guerra Mundial, quando a Europa entra em
decadência e o pólo de poder passa a ser disputado
entre os Estados Unidos e a União Soviética.
b) descolonização dos países afro-asiáticos, no pós-guerra, que levou ao surgimento de novos pólos de
decisão e de influência política no mundo.
c) vitória das revoluções Cubana e Chinesa e a derrota
dos Estados Unidos na Guerra do Vietnã, que enfraqueceu o poderio norte-americano no mundo.
d) desagregação da União Soviética e o desmantelamento do socialismo real no Leste Europeu, que
contribuíram para a atual hegemonia mundial dos
Estados Unidos.
e) tragédia de 11 de Setembro de 2001, quando a disputa
entre os países hegemônicos foi superada pela luta
internacional contra o terrorismo.
35. Dentre as características da Nova Ordem Mundial,
identifica-se:
a) a união entre ambientalistas e governos e a adoção de
medidas eficazes no combate ao aquecimento global.
b) o aumento dos grupos fundamentalistas étnicos e
religiosos e das guerras de caráter nacionalista e
separatista.
c) o crescimento do sentimento de solidariedade e de
cooperação, resultado do processo de diminuição da
concentração de riqueza, em escala global.
d) o reconhecimento, pelas empresas internacionais, de
que a posse das terras amazônicas é direito inalienável dos “povos da floresta”, seguido da sua desistência
de explorar economicamente a região.
e) o crescimento de fenômenos naturais causadores
de grande devastação, como o furacão Katrina, nos
Estados Unidos, e o grande tsunami, na Ásia, frutos
da ação descontrolada do homem na natureza.
36. A Nova Ordem Mundial encontra, atualmente, uma forte
oposição:
a)
b)
c)
d)
e)
28
dos líderes da União Europeia.
dos países que compõem o Mercosul.
do governo de Hugo Chávez, da Venezuela.
da Organização das Nações Unidas (ONU).
dos grupos fundamentalistas da Europa Oriental, como
o Fatah e o Hamas.
37. A Questão Judaico-Palestina, retratada na charge, remonta à:
a) Crise do Império Romano, quando os judeus apoiaram
a crucificação de Cristo, em troca da expulsão dos
palestinos da Palestina e do estabelecimento do Reino
de Israel.
b) Primeira Guerra Mundial, quando a Inglaterra e a
França defenderam o estabelecimento de um Estado
judaico no Oriente Médio, enquanto a Alemanha, aliada da Rússia Czarista, se aproximou dos palestinos.
c) Crise de 1929, quando os Estados Unidos repatriaram
o capital aplicado no Oriente Médio e mantiveram os
investimentos econômicos em Israel, aumentando a
disparidade socioeconômica entre palestinos e judeus.
d) implantação do Plano Marshall, que, ao privilegiar a
ajuda econômica aos países de tradição judaico-cristã,
alijou os países muçulmanos da ajuda econômica
norte-americana.
e) Guerra Fria, quando o Estado de Israel passou a ser
apoiado pelos Estados Unidos, enquanto a União
Soviética se aproximou dos países muçulmanos.
38. A charge retrata, de maneira satírica,
a) o estabelecimento e a oficialização dos ideais nazistas,
pelo Estado de Israel, defensor da ideia de superioridade da raça judaica.
b) o apoio da Alemanha nazista ao estabelecimento do
Estado de Israel, estratégia adotada para incentivar
a saída dos judeus do seu território.
c) a política expansionista e imperialista do Estado de
Israel, que cria obstáculos para o estabelecimento de
um Estado Palestino autônomo.
d) a política de extermínio das crianças palestinas, realizada pelo governo de Ariel Sharon, que tinha como
objetivo a extinção da população palestina e o domínio
israelense em toda a área.
e) a retirada do apoio dos Estados Unidos a Israel, após
o ataque terrorista da Al Qaeda no território norte-americano, temerosos de contribuir para acirrar os
conflitos étnico-religiosos na região.
1
HisTóRiA
LIVRO 4 | HISTÓRIA GERAL
39. A charge, publicada em um jornal da Dinamarca, retrata
o profeta Maomé, fundador do islamismo, usando uma
bomba em lugar do turbante.
A charge apresenta uma atitude de
a) senso da realidade, ao se referir à expansão islâmica
do século VIII, que, através do Jihad, se utilizou de
atentados à população civil para consolidar o seu
domínio político na Península Ibérica.
b) intolerância religiosa e política, ao sugerir que todos
os adeptos do islamismo são terroristas, ideia disseminada após o ataque às Torres Gêmeas, nos Estados
Unidos, em 11 de setembro de 2001.
c) criatividade, ao demonstrar, de forma irônica, o atraso
cultural, a barbárie e a violência inerentes às concepções do islamismo, único legado dos muçulmanos à
civilização.
d) crítica, ao constatar que o islamismo no Oriente Médio
provocou atraso econômico, retrocesso intelectual
e obscurantismo nas sociedades seguidoras dessa
religião.
e) perseguição ideológica, ao não perceber que, apesar
do primitivismo das sociedades islâmicas, um diálogo
de tolerância poderá promover o processo civilizatório
dessas sociedades.
40. Eles usam celular e internet, moram em conjuntos habitacionais e não em favelas, suas famílias têm carros e
recebem ajuda financeira do governo. Podem “freqüentar”
de graça escolas relativamente boas. Vivem com mais
conforto do que a maioria dos habitantes do Terceiro
Mundo. Por que se revoltam então esses rapazes árabes
e negros que estão pondo fogo em carros, lojas e prédios
em uma centena de cidades francesas? (ALVARENGA,
2005, p. 75).
1
( ) O Estado de Bem-Estar Social foi desmontado,
reduzindo-se os gastos públicos com saúde, previdência social e outras políticas sociais e verificou-se
o agravamento geral no quadro social dos países
em desenvolvimento.
( ) A política neoliberal e a globalização econômica
avançaram no continente africano, permitindo a superação de graves problemas sociais, melhorando
a qualidade de vida da população graças à oferta
de empregos em empresas multinacionais e à ajuda
humanitária dos países centrais.
( ) formação de blocos econômicos regionais caracterizou essa fase do capitalismo, entre eles o Mercosul, formado, originalmente, por países do Cone
Sul americano, e o NAFTA, formado por países da
América do Norte.
( ) O Brasil, no governo de Fernando Henrique Cardoso, demonstrou sua posição em relação às
transformações mundiais capitalistas, favorecendo o
fluxo de capitais das multinacionais e transformando
o país em um grande mercado de investimentos
estrangeiros.
A alternativa que indica a sequência correta, de cima
para baixo, é a:
01) F V V F.
02) V F F F.
03) F V F V.
04) V F V F.
05) V F V V.
42. A análise do mapa e os conhecimentos sobre o processo
de emigração do Brasil para outros países permitem
afirmar:
De acordo com o texto e com os conhecimentos sobre
os acontecimentos ocorridos recentemente na França,
pode-se inferir que a violência ali registrada resulta,
dentre outros fatores,
I.
II.
III.
IV.
V.
do acordo firmado entre as legiões de imigrantes
que se deslocam para os diferentes países da União
Europeia.
da onda de desemprego na Europa que, na atual
década, atinge mais especificamente os imigrantes.
da atuação da ONU em território africano, perseguindo islâmicos negros extremistas.
da resistência da França às diferenças de raça e
cultura, intensificada durante o nazismo alemão.
do empenho das nações europeias de ampliar as
usinas atômicas na região do Oriente Médio.
41. O novo mundo que surgiu, após a queda do bloco socialista europeu, baseou-se em novas relações econômicas
e geopolíticas e a completa hegemonia da ordem capitalista.
Sobre essa nova ordem internacional, identifique as
afirmativas verdadeiras com V, e com F, as falsas.
01) apesar de a emigração se constituir um movimento
expressivo, a imigração continua sendo mais importante e é maior o número de estrangeiros que se
estabelecem, anualmente, no Brasil, do que o de
brasileiros que saem do Brasil em busca de uma
nova vida.
02) o período de maior emigração de brasileiros foi
aquele em que o país viveu sob a ditadura de Getúlio
Vargas, no Estado Novo.
03) a ida de brasileiros para a Austrália está relacionada
ao caráter essencialmente agrário deste país, fato
que o torna atraente aos brasileiros que desejem
adquirir terras e se dedicar à atividade agrícola.
04) a grande emigração para os Estados Unidos se
deve às facilidades oferecidas pelo governo norte-americano para o imigrante estrangeiro legalizar a
sua situação no país, devido ao seu interesse em
absorver uma mão de obra barata e especializada.
29
HisTóRiA
1
HISTÓRIA GERAL | LIVRO 4
05) os recursos enviados por brasileiros que se estabelecem no exterior para os seus familiares no
Brasil são, atualmente, bastante volumosos e movimentam a economia de vários municípios de onde
saíram esses brasileiros.
44. A partir da mensagem contida na charge, aliada aos
conhecimentos sobre a posição da Coreia do Norte no
cenário mundial atual, é correto afirmar:
43. BRASIL, VICE-LÍDER
01) a China, o Japão e a Coreia do Norte, interessados
em criar um círculo de poder no Sudoeste Asiático,
apoiaram as recentes experiências com armas
nucleares desse país.
02) a Coreia do Norte, desde o final da Segunda Guerra
Mundial, adotou um governo democrático, baseado nos princípios estabelecidos pelo Iluminismo
e caracterizado pela defesa dos direitos humanos.
03) a partir da segunda metade do século passado,
a economia norte-coreana deu ênfase à indústria
pesada e à de bens de capital, mas, após a crise
do socialismo real, o país passou por várias crises,
como crises na agricultura, que provocaram fome
e grande mortandade.
04) o fracasso da sua primeira tentativa com testes nucleares fez o governo norte-coreano voltar atrás na
sua posição e declarar que não dará continuidade
às suas pesquisas com armas nucleares.
05) a aliança das duas Coreias, a do Norte e a do Sul,
após a Guerra da Coreia, ocorrida em plena Guerra
Fria, permitiram que esses países se tornassem,
nos dias atuais, as maiores potências do continente
asiático.
A China é o país com a maior capacidade para gerar
créditos de carbono. O Brasil vem em segundo (em
porcentagem mundial de créditos de carbono).
A partir da análise das informações e dos conhecimentos
sobre o Protocolo de Kyoto e as emissões mundiais de
dióxido de carbono, marque com V as afirmativas verdadeiras e com F, as falsas:
( ) os países emergentes que, através de projetos
de redução dos gases do, efeito estufa, ganham
créditos de carbono podem vender esses créditos
a companhias de países ricos que’ têm cotas de
antipoluição a cumprir.
( ) os Estados Unidos não compram créditos de carbono porque o governo Bush conseguiu implantar uma
política eficiente de redução de emissão de CO2.
( ) os países assinantes do Protocolo de Kyoto se
comprometeram a diminuir sua emissão de CO2.
( ) o Brasil se apresenta como o país vice-líder em
capacidade de gerar créditos de carbono porque, ao
usar, exclusivamente, fontes de energia renováveis,
não polui o ambiente.
45.
I.
II.
A alternativa que indica a sequência correta, de cima
para baixo, é a:
01) F V V F.
02) V F F F.
03) F V F V.
04) V F V F.
05) V F V V.
III.
O governo da Venezuela está minando as instituições democráticas do país, restringindo as
liberdades fundamentais, “enterrando” pouco a
pouco as liberdades econômicas e se afastando
dos mercados livres e da integração econômica
nas Américas, afirmou Thomas Shannon, secretário
de Estado adjunto para Assuntos do Hemisfério
Ocidental. (SHANNON... 2006)
Estados Unidos e União Europeia pretendem
impedir que seja criado em torno do Brasil um eixo
alternativo de negociações. Por isso, tratam de
dividir os blocos entre o eixo da esquerda responsável e do “eixo do mal”, disse Edgardo Lander.
Recentemente a Venezuela se integrou à categoria
de membro pleno do Mercosul. O presidente Lula
tem anunciado a pretensão de ampliar o número de
membros para fortalecer o bloco regional. (JARDIM,
2006)
[Confirmada a vitória de Chávez], o foco estará na
margem de votos que [conseguiu], determinante para implementar seu anunciado plano para
aprofundar a “revolução socialista” e reformular a
Constituição para permitir a reeleição indefinida.
(VENEZUELA... 2006)
30
HisTóRiA
LIVRO 4 | HISTÓRIA GERAL
1
A análise dos textos e os conhecimentos sobre a realidade atual da América Latina permitem afirmar:
46. Tomando-se o texto como referência, pode-se afirmar
que:
01) l reflete os princípios da política externa norte-americana no governo Bush, que pretende fazer a
Venezuela retornar, através de sanções econômicas
já adotadas e da intervenção militar, à democracia
e ao mercado globalizado.
02) o “eixo do mal”, citado em II, se refere ao termo
criado pelo presidente norte-americano George W.
Bush para identificar os países que ainda adotam
a forma socialista de governo na América Latina,
como Cuba, Bolívia, Venezuela e Chile.
03) A integração da Venezuela ao Mercosul, referida em
II, determinou a saída da Argentina do Bloco, por
discordar das tendências socialistas do governo de
Hugo Chávez.
04) O plano citado em III, de reformular a Constituição
para permitir a reeleição indefinida, na Venezuela,
revela as intenções do presidente Chávez de se
perpetuar no poder.
05) l e III abordam os aspectos econômicos da Venezuela atual, que, ao se afastar dos mercados livres,
provocou uma crise na exportação de petróleo,
uma vez que seu principal comprador, os Estados
Unidos, atualmente são seu maior opositor.
01) o desenvolvimento da história da humanidade demonstrou que a guerra é um meio extremamente
eficaz de se manter o equilíbrio mundial e conquistar
a paz.
02) os conflitos napoleônicos não são considerados uma
guerra por não ter provocado repercussões fora da
Europa.
03) o fim da Guerra Fria e a derrocada da União Soviética disseminaram conflitos de caráter nacionalista
e étnico-religioso.
04) no período entre o surgimento dos Estados Nacionais e a Segunda Guerra Mundial, os conflitos
armados se limitaram ao continente europeu.
05) os conflitos bélicos são rejeitados pelo capitalismo,
devido à desorganização da economia e à perda de
lucros resultante de toda e qualquer guerra.
46 a 49
Aqui está a receita: para acabar com as guerras, só
mesmo a própria guerra. Nada como uma boa dose
dessa experiência traumática para o mundo aprender
que a paz, afinal, é o melhor negócio. Bom, pelo menos
era o que alguns dos nossos antepassados achavam
quando estourou a 1ª Guerra Mundial. Veio o conflito
mais sangrento da história até então e, apenas 20 anos
depois, estourava outra guerra, ainda mais arrasadora.
O “remédio” se mostrou inócuo.
É assim desde o início dos tempos: basta as coisas se
acalmarem um pouco para os países voltarem a resolver
seus problemas na pancada. Em julho de 2006, o alerta
vermelho voltou a acender. Os conflitos no Líbano
dispararam uma reação em cadeia que ainda pode
incendiar vários cantos do planeta. A popularidade do
Ocidente entra em queda livre no mundo árabe, enquanto
a de extremistas atinge níveis inéditos.
A milícia fundamentalista Hezbollah já disputa a preferência do povo com a sunita Al Qaeda. Massas saíram às
ruas do Egito e da Arábia Saudita em apoio ao Hezbollah,
embora os governos de Cairo e Riad também sejam alvo
de suicidas. O governo inglês diz que há mais de 20
células terroristas prontas para atuar em seu território.
O presidente iraniano fala abertamente em varrer Israel
do mapa. Para completar, a Turquia já não esconde sua
intenção de invadir o norte do Iraque para desmantelar
bases de terroristas curdos.
Afegãos acusam os paquistaneses de dar abrigo a
membros do Talibã e os confrontos entre os dois lados
são cada vez mais frequentes. A Índia acusa o Paquistão
por atentados e fala em retaliação — briga de cachorros
grandes, com bombas atômicas no lugar dos dentes.
(VERSIGNASSE; BURGEIMAN, 2006, p. 53-54).
47. Em relação ao contexto das guerras, referido no texto, é
correto afirmar:
01) as duas guerras mundiais foram provocadas pela
disputa de mercados e pela necessidade de expansão do capital, imbuídas de concepções de
superioridade racial.
02) a Guerra Fria estabeleceu o “equilíbrio de terror”,
impedindo o surgimento de guerras nos países
europeus, africanos e asiáticos, desde então.
03) o século XXI se inicia com a ausência de conflitos
armados na Europa, consequência da política norte-americana de combate ao terrorismo.
04) as guerras atuais são circunscritas a regiões mais
atrasadas do Oriente Médio e do Extremo Oriente
e restritas a disputas entre Estados centralizados.
05) a hegemonia norte-americana, obtida com o desaparecimento do socialismo real, afastou a possibilidade
de um conflito de características nucleares.
48. A partir da análise do texto, aliada aos conhecimentos
sobre a situação atual no Oriente Médio, pode-se afirmar:
01) o recente ataque ao Líbano provocou a unidade do
Oriente Médio, devido ao fato de Israel invadir um
país de maioria muçulmana e financiador dos grupos
terroristas islâmicos.
02) a aliança entre Hezbollah, Al Qaeda e Hamas, com
o objetivo de destruir Israel, provocou o isolamento
dos países árabes do resto do mundo.
03) a ausência histórica de civilizações com grande
desenvolvimento técnico e cultural no Oriente Médio
explica o grande número de grupos fundamentalistas nessa região.
04) o crescimento do islamismo e a unidade étnica, religiosa e cultural do mundo muçulmano tem sido uma
crescente ameaça ao mundo ocidental e cristão.
05) a falta de uma solução para o povo curdo, que vive
disseminado em territórios iraquiano, iraniano e turco, é mais um ponto de tensão e conflito na região.
49. A posição imparcial do Brasil em relação aos conflitos
citados no texto se deve:
01) à índole pacífica e ordeira do brasileiro, avesso a
qualquer conflito, que contribuiu para o aprimoramento da democracia social e racial existente no
país.
31
HisTóRiA
HISTÓRIA GERAL | LIVRO 4
02) ao fato de o país, historicamente, ter sempre superado, pacificamente, as suas crises, como a independência política e a proclamação da República.
03) à passividade e à falta de consciência política do
brasileiro, cuja maioria é analfabeta e sem instrução.
04) à diplomacia brasileira, que tem levado o Brasil,
atualmente, a desenvolver uma política externa
independente, sem alinhamento automático com
nenhuma potência.
05) à ausência de líderes populares, capazes de atender
às reivindicações do povo, o que levou a classe
trabalhadora a ser totalmente alheia em relação à
vida política interna e externa do país.
02)
03)
04)
a _____
Sinto no meu corpo
A dor que angustia
A lei ao meu redor
A lei que eu não queria
Estado de violência
Estado hipocrisia
A lei não é minha
A lei que eu não queria
Meu corpo não é meu
Meu coração é teu
Atrás de portas frias
O homem está só
Homem em silêncio
Homem na prisão
Homem no escuro
Futuro da nação
[...]
Estado violência
Deixem-me querer
Estado violência
Deixem-me pensar
Estado violência
Deixem-me sentir
Estado violência
Deixem-me em paz
Estado violência
05)
53. O envolvimento internacional dos EUA em outras regiões
foi questionado pela opinião pública norte-americana,
principalmente a partir dos anos finais da Guerra do
Vietnã. Com os ataques terroristas de 11 de setembro
de 2001, houve uma reversão dessa tendência e o apoio
a esse envolvimento alcançou índices elevados. Essa
situação vem, contudo, se alterando desde a invasão
do Iraque em 2003, podendo ser explicada pelo fato de
que:
(GAVIN, 1986)
50. O Estado criticado pela composição musical apresenta
características de um Estado:
01) democrático.
02) totalitário.
03) liberal.
04) anarquista.
05) de Bem-Estar Social.
51. As características do Estado presentes na letra musical
apresentaram-se de forma institucionalizada, no Brasil,
durante o:
01) governo de Médici.
02) governo de João Goulart.
03) governo de Jânio Quadros.
04) governo de Juscelino Kubistchek.
05) segundo governo de Getúlio Vargas.
52. A discussão sobre os problemas étnicos esteve presente:
01) no processo de substituição da mão de obra escrava
no Brasil, na medida em que houve a opção pelo
trabalhador europeu, visto pela elite econômica e
32
intelectual como mais capacitado do que o asiático
ou africano.
durante a expansão imperialista na África, continente que, devido à sua formação histórica e cultural,
não mostrou resistência à colonização europeia,
aceitando passivamente a partilha do continente.
no surgimento da Klu Klux Klan, que defendia a
expulsão dos escravos africanos, dos asiáticos e
dos latino-americanos dos Estados Unidos, e a imigração em massa dos europeus do leste europeu,
após a derrocada do socialismo real.
nas revoltas dos jovens franceses, ocorridas em
2006, contra a política governamental a favor da
vinda de imigrantes, que diminui a oferta de emprego e a pureza cultural francesa, ameaçada de
se mesclar com a cultura dos imigrantes africanos.
na manutenção do apartheid na África do Sul, que
divide a sociedade entre a minoria formada de
cristãos brancos de descendência europeia e os
muçulmanos, que constituem a base da população
do país.
a) a resistência iraquiana, assim como no passado, a
dos vietcongs, tem levado ao questionamento sobre
os benefícios dessas intervenções para os norte-americanos.
b) a intervenção iraquiana, diferentemente da intervenção no Vietnã, não possui um caráter humanitário,
como almejado pela maioria da população norte-americana.
c) a busca da implantação de regimes socialistas, tanto
no Iraque de hoje, como no Vietnã da época da Guerra
Fria, é apoiada pelos jovens norte-americanos.
d) em contradição ao que ocorreu no Vietnã na época da
Guerra Fria, o Iraque não tem demonstrado nenhuma
resistência aos norte-americanos.
e) tanto no Vietnã, como no Iraque, a intervenção norte-americana é questionada pela falta de recursos naturais disponíveis nessas regiões.
54. As medidas recentes de nacionalização do petróleo e
do gás boliviano peio presidente Evo Morales têm sido
comparadas por uma corrente da opinião pública nacional
e internacional, com medidas tomadas na América Latina
no período que sucedeu a crise 1929, no caso brasileiro
pelo governo de Getúlio Vargas. Essa comparação se
baseia na idéia de que as nacionalizações estão associadas ás reivindicações dos movimentos populares. Essa
forma de ação política é definida como
a) socialista.
b) liberal.
c) populista.
d) neo liberal.
e) democrática.
1
HisTóRiA
LIVRO 4 | HISTÓRIA GERAL
55. “O Talibã está de volta. De fato, nunca realmente se foi.
Protegidos pelo Paquistão, os fundamentalistas tiveram
um verão ocupado e impõem verdadeira ameaça ao governo afegão. (...) Enquanto a atenção do mundo esteve
fixada no Iraque, a outra guerra voltou à vida. As forças
do Talibã recuperaram saúde no Paquistão e estão com
nova energia e determinação para vingar sua derrota.”
(Zabriskie. In: Time Magazine)
Sobre o papel desempenhado pelo Talibã nos acontecimentos ligados ao terrorismo mundial nos últimos anos,
é correto afirmar:
01) os líderes do Talibã, apoiados por Osama Bin Laden,
retomaram o controle do Afeganistão, o que provocou o aumento dos ataques terroristas no Iraque
pós-Sadam Hussein.
02) o ataque dos Estados Unidos ao Afeganistão, após
o atentado de 11 de setembro de 2001 às Torres
Gêmeas, foi justificado pela proteção que o governo
afegão do Talibã deu ao chefe da organização Al
Qaeda — Osama Bin Laden —, responsabilizado
pelo ataque terrorista.
03) o Paquistão, por sempre manter uma atitude oficial
de apoio aos grupos terroristas, negando qualquer
aliança com os Estados Unidos, está atualmente
sofrendo um embargo econômico pelas nações
capitalistas.
04) após a invasão norte-americana ao Afeganistão, seguida da implantação de um governo não-religioso,
o País recebeu grande ajuda econômica internacional, que permitiu sua recuperação e possibilitou a
retirada total das forças armadas norte-americanas
da região.
05) a atuação do Talibã, no Iraque, durante o período
do governo de Saddam Hussein, contribuiu para a
deteriorização das relações entre o governo iraquiano e os Estados Unidos, antigos aliados na guerra
contra o Irã e na Guerra do Golfo.
1
GabaRitO
QUESTÕES PARA SALA
01. E
02. A
03. C
04. A
05. B
06. B
07. B
08. V F V F
09. V V F F
10. F F F V
11. 01
12. 04
13. 05
14. 05
15. 03
16. 02
17. 01
18. B
19. A
20. C
QUESTÕES PARA CASA
21. A
22. E
23. A
24. E
25. E
26. D
27. B
28. B
29. D
30. E
31. D
32. E
33. B
34. D
35. B
36. C
37. E
38. C
39. B
40. 02
41. 05
42. 05
43. 04
44. 03
45. 04
46. 03
47. 01
48. 05
49. 04
50. 02
51. 01
52. 01
53. A
54. C
55. 02
33
HisTóRiA
HISTÓRIA GERAL | LIVRO 4
QuestÕes COmPlementaRes
01. (UFF/RJ) O nazi-fascismo foi o movimento que marcou
profundamente a história mundial desse século, podendo-se dizer que:
a) as três nações totalitárias nazi-fascistas – Alemanha,
Itália e Japão – prepararam, por meio do Pacto de
Varsóvia, o caminho para a Segunda Guerra Mundial.
b) a elevação de Hitler e Mussolini ao poder, no caso da
Alemanha e da Itália, está ligada à crise econômica
de 1920-1922.
c) os regimes fascistas europeus implantaram o governo
da democracia liberal, além de promoverem a militarização da sociedade, preparando-a para a guerra.
d) o nazi-fascismo, a exemplo do caso da Rússia Soviética, defendida a estatização de propriedade, com
base na ideologia nacional-socialista.
e) o nascimento do nazi-fascismo está ligado a um conjunto de fatores entre os quais se destacam a crise
econômica de 1929 e a expansão comunista nos
países europeus.
02. (FGV/SP) No contexto da Guerra Fria, a Doutrina Truman
pregava:
a) a completa militarização do Japão para fazer frente
ao sucesso da Revolução Chinesa.
b) o auxílio norte-americano a qualquer país que se visse
ameaçado interna ou externamente pelo comunismo.
c) uma reaproximação com a URSS através do estabelecimento de áreas estratégicas desmilitarizadas.
d) a criação do Mercado Comum Europeu como estratégia para, ao promover a recuperação da Europa,
barrar o Socialismo naquela região.
e) uma política mais pragmática, com alianças mesmo
entre países da OTAN e do Pacto de Varsóvia.
03. (UFRGS) A coexistência pacífica entre as duas superpotências iniciou após:
a) a guerra do Vietnã, na qual se impôs uma trégua
devido aos problemas sociais surgidos.
b) a guerra da Coreia, que demonstrou o equilíbrio de
forças dos blocos liderados pelas duas superpotências.
c) a invasão da Baía dos Porcos, que mostrou a necessidade de reequilibrar as forças da hegemonia mundial.
d) a invasão do Afeganistão, que levou as superpotências
a uma reavaliação de suas estratégias militares.
e) a Olimpíada de Moscou, onde ocorreram atentados
terroristas, que conduziram a apelos pacifistas.
04. (UFGO) Com a ocupação de Saigon pelos Vietcongs,
foi encerrada a luta de libertação, empreendida pelos
vietnamitas durante cerca de 30 anos. A unificação do
Vietnã implicou a:
a) integração do Vietnã ao mundo capitalista.
b) adoção da política de não-alinhamento.
c) integração do Vietnã ao mundo socialista.
d) adoção do neutralismo.
e) afirmação de influência norte-americana no sudeste
asiático.
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05. (PUCC/SP) Em setembro de 1945 foi proclamada a
independência do Vietnã, contrariando as intenções
do neo-colonialistas francesas de constituição de uma
União Francesa. Após a guerra colonial que assolou a
região até 1954, a derrota francesa teve como principal
consequência:
a) a intervenção de tropas chinesas na região, ocupando-a e imprimindo um certo padrão de desenvolvimento
econômico e progresso social.
b) a independência do Laos, do Camboja e do Vietnã,
sendo temporariamente dividido este último em Vietnã
do Norte e Vietnã do Sul.
e) a ocupação norte-americana no Vietnã, justificada pela
necessidade de preservação de importante região
estratégica para a defesa do ocidente.
d) a constituição de uma república democrática no Vietnã
do Sul, sob a proteção dos EE.UU.
e) a expulsão dos franceses para a Conchinchina, base
de constituição da União Francesa organizada em
torno de concepções socialistas.
06. (Fuvest/SP) Após a Segunda Guerra Mundial, os Estados
Unidos da América organizaram o Plano Marshall para a
Europa, objetivando:
a) recuperar economicamente os países devastados
pela guerra.
b) construir uma série de bases militares para impedir
um ataque soviético.
c) reunificar o Estado alemão.
d) promover a reorganização cultural europeia.
e) incrementar o comércio entre os países ricos e pobres.
07. (UM/SP) A guerra fria trouxe como consequência direta,
na política interna dos EUA, o medo do comunismo, a
criação de várias comissões para investigar atividades
antiamericanas e as perseguições a elementos simpatizantes da filosofia marxista. Esta situação gerou um
clima de histeria e delação em todo o país conhecido por:
a) New Deal.
b) Doutrina Truman.
c) Macarthismo.
d) Plano Marshall.
e) Política do Big Stick.
08. (Fuvest/SP) O Mercado Comum Europeu tem por objetivo
específico:
a) manter o controle político do continente europeu.
b) promover integração econômica de países da Europa
ocidental.
c) organizar a defesa comum dos países europeus.
d) controlar o intercâmbio comercial entre os países da
Europa ocidental e oriental.
e) estimular o intercâmbio na comunidade europeia.
09. (CESEP/PE) Em 1949, após uma guerra civil extremamente longa, foi proclamada a República Popular da
China. Nos anos seguintes, empreendeu-se um grande
esforço de transformação econômica e social, cujos objetivos eram a construção do socialismo e a transformação
da China numa grande potência. As proposições a seguir
indicam algumas dessas mais importantes transformações, com exceção de uma. Assinale-a.
1
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LIVRO 4 | HISTÓRIA GERAL
a) A expropriação dos grandes proprietários rurais e a
instalação de cooperativas rurais como primeira etapa
para a coletivação da agricultura.
b) O desenvolvimento, numa primeira etapa, com a
colaboração soviética, de uma rápida industrialização baseada na construção de grandes complexos
industriais.
c) o lançamento, em 1958, da política chamada o “grande salto para a frente”, baseada nas comunas rurais,
visando acelerar a produção agrícola e associá-la
estreitamente às atividades industriais em pequena
escala.
d) A reorganização geral da economia e o desenvolvimento industrial mais lento, no início dos anos 60, após
a ruptura com a União Soviética e o fracasso parcial
do “grande salto”.
e) A política chamada das “Cem Flores”, expressa na
Revolução Cultural, iniciada em 1966, após o declínio
da liderança de Mao Tsé-Tung e a vitória da burocracia
do Partido Comunista Chinês.
10. (UFUb/MG) Leia as afirmações abaixo:
I.
II.
III.
Com a Segunda Guerra Mundial fortaleceu-se
o chamado bloco das Repúblicas Populares da
Europa do Leste, o que gerou a guerra fria entre
os Estados Unidos e a União Soviética.
A guerra fria foi trazida para o interior do sistema
americano com a instalação de mísseis russo em
Cuba, criando uma tensão internacional de grande
gravidade.
A década de 70 assistiu ao enfraquecimento da
guerra fria, quando o secretário americano, Henry
Kissenger, deu início à detente, procurando realizar
uma discussão pacífica entre EUA e URSS.
Assinale:
a) se apenas a proposição I for correta.
b) se apenas as proposições I e III forem corretas.
c) se apenas as proposições II e III forem corretas.
d) se apenas as proposições I e II forem corretas.
e) se todas as proposições forem corretas.
11. (MACK/SP) A crise polonesa que eclodiu em agosto de
1980 com a greve dos operários em todo o país tem suas
raízes nos seguintes fatos:
a) na exigência do povo polonês de extinguir o Pacto
de Varsóvia.
b) nas tendências pró-ocidentais dos grevistas poloneses.
c) na condenação pelos operários poloneses à invasão
russa do Afeganistão.
d) na incapacidade do governo para resolver a crise econômica e a manutenção do status semi-independente
da Polônia.
e) na tentativa de invasão do território polonês pelos seus
credores ocidentais.
12. (F. C. CHAGAS/BA) O Plano Marshal (1947), proposto
aos países europeus, tinha como um de seus objetivos:
a) estabelecer uma cooperação econômica com a União
Soviética e os países do bloco socialista, visando a
unificação monetária.
b) estabelecer o controle da economia através do Fundo
Monetário Internacional (FMI), nostermos da conferência de Bretton Woods.
1
c) fazer com que a produtividade agrícola e industrial
atingisse pelo menos os níveis anteriores à Segunda
Guerra Mundial.
d) criar uma estrutura que planificasse a economia europeia, tornando-a menos dependentes do mercado
de importação.
e) estruturar uma nova ordem econômica que garantisse, especialmente, o sucesso do Mercado Comum
Europeu.
13. (CesgranRio/RJ) A evolução política e econômica da Argentina após 1945 oferece, como um de seus temas mais
importantes e decisivos, o aparecimento do fenômeno
denominado “peronismo”, cujo centro de referência foi a
personalidade e a atuação do Presidente Juan Péron. Do
ponto de vista de seu caráter político e com relação às
suas bases sociais, o peronismo possibilita ao historiador
afirmar que ele:
a) foi uma variedade argentina de um fenômeno mais
geral que é o fascismo, pois, inclusive, suas bases
sociais eram as mesmas: as classes médias.
b) deveria ser definido como um entre os muitos regimes
ditatoriais que constituem para muitos uma espécie de
“tradição latino-americana”, e, como sempre, identificado com os grandes proprietários rurais.
c) foi realmente um regime demagógico, oportunista,
dissociado dos trabalhadores em geral e pouco
interessado no desenvolvimento do processo de
industrialização.
d) foi um tipo de populismo, fortemente apoiado pelos
setores mais novos do proletariado urbano em expansão e pelas camadas inferiores da classe média.
e) resultou de um pronunciamento militar e nada inovou
realmente, embora constituísse em torno de si a mística paternalística de um governo que parecia estar
dedicado sinceramente aos humildes.
14. (FGV/SP) A independência da Índia do domínio britânico
deveu-se, em grande parte, à liderança de (Mahatma)
Mahandas Gandhi. Em sua luta pela independência, algo
lhe valeu alguns anos de cadeia Gandhi preconizava:
a) a guerrilha urbana.
b) a guerrilha camponesa.
c) a resistência pacífica.
d) a queima das plantações britânicas.
e) a greve geral.
15. (UFRGS/RS) A guerra de 1939 e 1945 trouxe algumas
consequências mundiais, destacando-se, entre outras:
a) o fortalecimento político e econômico dos grandes
impérios coloniais na Ásia e na África.
b) a derrocada da hegemonia europeia, com a emergência de duas superpotências: Estados Unidos e União
Soviética.
c) a maior importância da Europa ocidental no equilíbrio
de forças da política internacional.
d) a emergência dos países do Terceiro Mundo, com
a superação das tensões internacionais através da
ONU.
e) a autonomia dos países árabes, no Norte da África,
em decorrência dos princípios estabelecidos na Conferência de Argel.
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HISTÓRIA GERAL | LIVRO 4
16. (Unesp) Como consequência da Segunda Guerra Mundial, deu-se o despontar hegemônico da Rússia e dos
Estados Unidos em detrimento da Europa.
No sentido de promover a reconstrução da Europa, os
Estados Unidos intensificaram as exportações de seus
produtos para aquela área:
A essa política deu-se o nome de:
a) Plano Monnet.
b) Plano Maarshall
c) Plano Young
d) Plano Dawes
e) nenhuma das alternativas.
17. (CesgranRio/RJ) Na China, após a vitória de Mao Tse-Tung em 1949, o período conhecido como “Nova democracia” identifica-se:
a) com o apoio financeiro e militar da URSS, que forneceu
a maior parte do contingente de soldados que realizou
a “Grande Marcha”.
b) à abolição do setor de economia livre, desenvolvendo-se apenas os setores socializados e o de cooperativas.
c) com a força do movimento operário, que, após a
guerra, cresceu quantitativamente, superando o campesinato.
d) à intervenção diplomática dos países da Cortina de
Ferro, interessados em debilitar o poderio norte-americano na época da Guerra Fria.
e) ao apoio dos camponeses e à cooperação de setores
da burguesia nacional, dos intelectuais e do operariado.
18. (CesgranRio/RJ) “Agosto de 1945: não é apenas Hiroxima que foi arrasada, no holocausto atômico, mas Tóquio,
Yokohama, Osaka, Nagoya, Kobé, etc., todas as grandes
cidades, e ainda uma centena de outras destruídas pelos
terríveis bombardeios incendiários da aviação americana.
O Japão capitula. Faminto, suas usinas mortas, seus
guerreiros vencidos e humilhados...” (R. Guillain, Japon,
Trosieme Grand Seuil. p. 55).
Entre o cenário acima e o de hoje, processou-se o “milagre japonês”. Para a compreensão deste, “milagre”,
podemos destacar os aspectos que seguem, COM
EXCEÇÃO DE:
a) estabilidade política, sob a liderança dos liberais-democratas, após o estabelecimento da democracia.
b) progressivo controle do crescimento demográfico e
ofertas de mais de um milhão de novos empregos por
ano.
c) constituição, após a reforma agrária de 1946, de uma
estrutura fundiária baseada em pequenas propriedades, cuja produção atende a 80% das necessidades
do país.
d) surto industrial baseado nos setores siderúrgico, naval, automobilístico, eletrônico, especialmente estes
dois últimos, voltados para a produção em massa e a
qualidade.
e) a libertação da dependência às matérias-primas,
graças às novas tecnologias, assim como do mercado
externo, dada a existência de um numeroso e rico
mercado interno.
36
19. (UFF/RJ) Sobre a chamada “Guerra Fria”, podemos
afirmar que:
a) iniciou-se durante o governo Reagan, sendo como
causa principal a intervenção soviética no Afeganistão.
b) foi causada pela crise dos mísseis, envolvendo Cuba,
Estados Unidos e União Soviética.
c) termina com a derrota americana no Vietnã.
d) refletiu-se, na Europa Ocidental, em uma política de
perseguição a intelectuais artistas simpatizantes da
URSS, conhecida por macarthismo.
e) levou à bipolarização em torno dos Estados Unidos
e da União Soviética, com a criação da Organização
do Tratado do Atlântico Norte e do Pacto de Varsóvia.
20. (UFC/CE) Com relação à história contemporânea são
corretas as proposições:
1. o “novo imperialismo europeu” no século XIX se estendeu, em especial, à África e Ásia.
2. a unificação italiana e alemã ocorreu na segunda
metade do século XIX.
3. o socialismo evoluiu do estágio utópico para o científico.
4. o grande desenvolvimento das ciências técnicas, do
século XIX, possibilitou a conquista do progresso
tecnológico atual.
5. as guerras napoleônicas criaram circunstâncias favoráveis à independência da América Espanhola.
6. ao nacionalismo exagerado de certos países europeus
atribui-se uma das principais causas da Primeira
Guerra Mundial.
Assinale:
a) se todas forem corretas.
b) se apenas 1 e 2 forem corretas.
c) se apenas 1, 3 e 5 forem corretas.
d) se apenas 2, 5 e 6 forem corretas.
21. (CesgranRio/RJ) A Carta da ONU, aprovada pela Conferência de S. Francisco em 1945, estabelece em seu
Artigo 1o os principais objetivos de sua criação, bem como
os princípios que devem nortear as suas ações. COM
EXCEÇÃO DE UM, os itens abaixo referem tais objetivos
e princípios da ONU, Assinale-o:
a) a defesa da paz mundial através de meios pacíficos,
inclusive pela adoção de sanções econômicas e políticas mas prevendo intervenções armadas com tropas
dos países-membros.
b) a defesa dos direitos do homem, suas liberdades
fundamentais, sobretudo o direito ao trabalho à
expressão do pensamento, traduzida na criação de
organismos internacionais para sua defesa.
c) a igualdade de todos os povos, quer quanto aos seus
direitos, quere quanto à proscrição do racismo e à
condenação do colonialismo.
d) o reconhecimento das grandes disparidades de desenvolvimento econômico e níveis de vida existentes
no planeta, e o princípio da não-competência ou
responsabilidade dos países desenvolvidos ou dois
organismos internacionais para a eliminação de tais
diferenças.
e) a promoção da cooperação monetária internacional
e do respeito às regras estabelecidas pelos países-membros para as práticas comerciais internacionais.
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22. (CesgranRio/RJ) Após o término da Segunda Guerra Mundial, o lançamento do Plano Marshall, pelo governo norte-americano, constituiu-se em manobra estratégica fundamental no interior da “Guerra Fria” nascente entre os EE.UU. e
a URSS, pois o Plano Marshall:
a) era um instrumento decisivo, tanto econômico quanto político-ideológico, da luta contra o perigo do avanço ainda
maior do comunismo na Europa arrasada do pós-guerra.
b) visava principalmente a deter as ameaças soviéticas sobre os países do Oriente Médio, cuja produção petrolífera era
vital para as economias ocidentais.
c) representava uma retomada, em moldes mais eficazes, da tradicional política da “boa vizinhança” dos EE.UU. Em
relação à América Latina, vinda dos tempos de Roosevelt.
d) garantia, para os norte-americanos, o retorno a uma política isolacionista, voltada para os seus interesses internos,
deixando por conta dos europeus ocidentais as tarefas da reconstrução.
e) assegurava a livre penetração dos capitais norte-americanos no continente europeu, inclusive nos países da Europa
Ocidental.
23. (UFRGS) A Guerra Fria deu lugar, nos anos 50/60 à política de distensão conhecida como Coexistência Pacífica entre
EUA e URSS. Entre as causas que contribuíram para essa política, não se encontra:
a) a divergência surgida no campo socialista entre a URSS e a China.
b) a grande dianteira econômico-militar alcançada pelos EUA nessa época, que obrigou a URSS a adotar uma posição
defensiva.
c) a recuperação econômica da Europa, que permitiu uma maior autonomia política de alguns países, como a França
no governo De Gaulle.
d) a expansão do movimento descolonizador, cuja nova realidade política configurou-se na Conferência de Bandung (1955).
e) o relativo equilíbrio de forças dos blocos, como resultado da Guerra da Coreia.
GabaRitO
13. D
14. C
15. B
16. B
17. E
18. E
19. E
20. A
21. D
22. A
23. B
FONTES DAS IMAgENS:
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8.
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13.
14.
15.
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