3.Gobernanza de los espacios costero marinos FLORÍSTICA E

3.Gobernanza de los espacios costero marinos
FLORÍSTICA E ESTRUTURA DE UMA FLORESTA PALUDOSA INSERIDA NO
PARQUE ESTADUAL DA RESTINGA DE BERTIOGA (SÃO PAULO, BRASIL)*
F. A. Pinto1, C. R. de G. Souza1,2
1. Departamento de Geografia Física-FFLCH/Universidade de São Paulo. Av. Prof. Lineu Prestes,
338. 05508-080. São Paulo (SP). [email protected]
2. Instituto Geológico-SMA/SP. Avenida Miguel Stéfano, 3900. 04301-903. São Paulo (SP).
[email protected] ; [email protected]
* Financimento Fapesp: proc. n008/56341/2 e proc. nº 08/58549-0)
Palavras-chave: Floresta Paludosa, planície costeira, florística, estrutura, Bertioga (Brasil)
O recém-criado Parque Estadual da Restinga de Bertioga, com área de 9.312,32 hectares
(ha), está inserido na planície costeira de Bertioga (SP) e foi criado com o objetivo de
preservar 98% dos remanescentes de mata de planície costeira da Baixada Santista. Nesse
parque são encontradas praticamente todas as fitofisionomias florestais descritas na
Resolução Conama nº 07/1996 (descreve os tipos fitofisionômicos de vegetação de
“restinga” do Estado de São Paulo), dentre elas a Floresta Paludosa, objeto do presente
estudo. Toda essa matriz vegetacional guarda estreita relação com todos os registros
geológicos-geomorfológicos da evolução quaternária da planície costeira paulista. A Floresta
Paludosa estudada, também conhecida como “caxetal” devido à alta densidade de caxeta
(árvores pertencentes à espécie Tabebuia cassinoides _ Lam.), localiza-se na parte central
da bacia do Rio Itaguaré, onde há uma depressão paleolagunar-estuarina de idade
holocênica, coberta por sedimentos paludiais e organossolos, em ambiente altamente
redutor e com lençol freático aflorante. A composição florística e a estrutura fitossociológica
dessa floresta foram investigadas através da amostragem por parcelas, sendo incluídos
todos os indivíduos com 10 cm ou mais de diâmetro a 1,3 cm de altura do fuste (DAP). Um
total de 20 espécies e 10 famílias botânicas foram coletadas, resultando em uma densidade
total de 144 ind/ha. A amostragem foi suficientemente representativa da diversidade de
espécies arbóreas locais. A família com maior riqueza de espécie foi Myrtaceae. A
Tabebuia cassinoides foi a espécie que apresentou o maior índice de valor de importância
(VI). A sua grande densidade torna-a a espécie indicadora dessa tipologia florestal. A
relação alométrica entre a altura e o diâmetro dos indivíduos sugere uma correlação positiva
(r= 0,609, p<0,0001), mostrando a estreita relação entre o crescimento diamétrico e a altura
das árvores. Além do potencial econômico reconhecido das florestas paludosas costeiras,
devido às pressões pela utilização da madeira da caxeta para diversos fins comerciais, elas
merecem especial atenção pela sua particular fragilidade. Assim, estudos dessa natureza
são de grande importância para o melhor entendimento desses sensíveis ecossistemas,
pois criam um arcabouço científico útil para a conservação, o manejo e a recuperação dos
mesmos. Os resultados obtidos poderão subsidiar o futuro Plano de Manejo do Parque da
Restinga de Bertioga.