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Cadernos de
Informação
Científica
Ano 5 • nº 8 • 2010
Diagnóstico
Microbiológico
de Diferentes
Infecções
Cadernos de Informação Científica
introdução
O estabelecimento de um processo infeccioso depende da patogenicidade
de um micro-organismo que, ao penetrar no hospedeiro e, consequentemente, interferir na fisiologia normal, utiliza-se de recursos do mesmo
para multiplicar-se, acarretando prejuízos conforme seu grau de virulência.
Dentre os diferentes processos infecciosos cabe destacar as infecções
intestinais, as infecções do trato geniturinário, que estão entre as mais
comuns na prática clínica, sendo apenas menos frequentes que as infecções
do trato respiratório, as quais merecem destaque principalmente no que
se refere ao Streptococcus pyogenes.
infecções intestinais
As infecções intestinais, geralmente acompanhadas
de dor e diarréia, surgem em decorrência da ação
de diferentes micro-organismos. Especialmente nos
meses de inverno, as crianças devem ser triadas
para Rotavírus e Adenovírus, os quais estão entre
os principais agentes etiológicos de infecções
intestinais.
A doença diarréica figura atualmente como um
grande problema de saúde pública, uma vez que
estima-se grande ocorrência em crianças abaixo de
5 anos de idade. No entanto, ainda que a morbidade
e mortalidade sejam mais importantes em crianças,
tal enfermidade tem grande impacto nos adultos.
Dentre os patógenos responsáveis por parte das
infecções intestinais, além do Rotavírus e
Adenovírus anteriormente citados, é importante
mencionar agentes como a Escherichia coli
enteropatogênica, Salmonella spp, Shigella spp,
Campylobacter spp e Yersinia spp, que também são
agentes de grande importância clínica, sendo a
Escherichia coli enteropatogênica a bactéria de
maior prevalência em infecções intestinais.
Rotavírus e Adenovírus
transmissão hídrica e alimentar.
Em todo o mundo as doenças diarréicas são consideradas a segunda causa de morte em crianças
menores de 5 anos, com cerca de 1,8 milhões de
óbitos a cada ano, sendo destes quase 600 mil
atribuíveis ao Rotavírus. Embora os casos se
concentrem em países em desenvolvimento, o vírus se distribui universalmente infectando crianças
e adultos de distintas classes sociais.
As infecções por Adenovírus observadas em
crianças, diferentemente das desencadeadas por
Rotavírus, mostram-se geralmente assintomáticas,
o que facilita sua disseminação. Este vírus pode
ser eliminado nas fezes, intermitentemente, por
longo período de tempo.
A maioria dos pacientes infectados apresenta grande
quantidade de vírus nas fezes, tornando a detecção
direta do antígeno viral (por imunocromatografia) o
método de escolha para o diagnóstico laboratorial,
o qual constitui também um método diagnóstico
rápido.
120
Agentes comumente associados a casos de
gastroenterite humana infantil, o Rotavírus e o
Adenovírus, sendo o primeiro o agente viral mais
importante em casos de diarréia aguda, disseminamse exclusivamente por transmissão inter-humana,
principalmente por contato orofecal relacionado a
110
100
80
60
60
36
40
30
25
20
0
Rotavírus
Adenovírus
4
0a6
meses
7 a 12
meses
2a5
anos
6 a 18
anos
19 a 60
anos
> 60
anos
Figura 1:
Distribuição de casos confirmados de diarréias por
rotavírus, segundo a faixa etária dos pacientes, no período
de maio a outubro de 2004, no Estado de São Paulo.
(Fonte: Instituto Adolfo Lutz, SP)
Diagnóstico Microbiológico
de Diferentes Infecções
A detecção desses agentes por imunocromatografia
permite o diagnóstico precoce, evitando o uso desnecessário de antimicrobianos, que não impedem
a realização da análise, mas em algumas situações
podem causar interferência. O diagnóstico laboratorial desses agentes é realizado após a coleta do
material biológico em meio Cary Blair, o qual passou
a ser empregado pelo Quaglia Laboratório por ser
um excelente meio de transporte para amostras
clínicas contendo patógenos entéricos, uma vez
que evita o crescimento de agentes contaminantes.
Enterobactérias
Os membros da família Enterobacteriaceae podem
ser observados em diversos tipos de doença
infecciosa, sendo isolados de diferentes amostras
biológicas recebidas no laboratório. Alguns são
considerados enteropatógenos por causarem
comumente infecções gastrintestinais, como
Salmonella spp, Shigella spp, Yersinia enterocolitica
e Escherichia coli enteropatogênica.
O diagnóstico laboratorial dessas infecções é
realizado pelo isolamento do micro-organismo em
amostras de fezes, observando-se as características das colônias crescidas em meio de cultura. A
bactéria é então identificada por provas bioquímicas
que permitem analisar as características metabólicas e, se necessário, a identificação é complementada pela análise sorológica, pesquisando-se
o antígeno específico.
• Escherichia coli enteropatogênica
A Escherichia coli é a espécie bacteriana mais
comumente isolada em laboratórios clínicos e está
associada a uma variedade de processos infecciosos, acometendo praticamente todos os tecidos
e sistemas orgânicos dos seres humanos. A espécie Escherichia coli compreende grande número de
grupos e tipos sorológicos, merecendo destaque
as Escherichia coli enteropatogênicas (EPEC).
Associada sempre a casos de diarréia infantil, a
Escherichia coli enteropatogênica é mais frequente
que qualquer outro enteropatógeno, afetando
crianças, especialmente em período de desmame,
sendo incomum em crianças com amamentação
exclusiva pelo peito.
A diarréia em crianças pode ser severa e prolongada, com elevada percentagem de casos fatais,
apresentando segundo o Centro de Vigilância Epidemiológica-SES/SP, uma taxa de letalidade equivalente a 50% nos países em desenvolvimento.
• Shigella spp
Os seres humanos constituem o único hospedeiro
natural de Shigella spp, sendo a infecção adquirida
primariamente pela ingestão de micro-organismos
por via orofecal, principalmente por pessoas com
má higienização das mãos e, com menor frequência,
por alimento e água contaminados.
A shigelose é principalmente uma doença infantil,
sendo que mais da metade das infecções acomete
crianças entre 1 e 10 anos de idade. Deve-se sempre
suspeitar de infecção por Shigella spp em surtos
comunitários de doença diarréica afetando desproporcionalmente crianças de pouca idade.
As espécies de Shigella spp estão associadas a
disenteria bacilar, forma mais contagiosa das
diarréias bacterianas que acomete adultos sadios,
requerendo dose infectante pequena para desencadear o processo infeccioso. O pequeno número
de bacilos capaz de estabelecer a doença faz com
que o risco de disseminação seja maior, logo a
implantação da terapia antimicrobiana contribui
minimizando a propagação da mesma.
• Salmonella spp
A Salmonella spp é um dos micro-organismos
entéricos mais amplamente distribuídos na natureza,
sendo considerado um dos principais agentes
envolvidos em surtos de origem alimentar.
A maioria dos sorotipos desse gênero é patogênico
ao homem, apresentando diferenças de sintomatologia em decorrência da variação no mecanismo
de patogenicidade e do sistema imune do indivíduo.
A diversidade de sintomas clínicos permite que as
salmoneloses sejam divididas em diferentes grupos,
sendo eles a febre tifóide causada pela Salmonella
typhi, a febre entérica que possui como agente a
Salmonella paratyphi e outras salmoneloses, que
abrangem várias espécies de salmonelas, como a
Salmonella enteritidis.
Segundo o Centro de Vigilância Epidemiológica
– SES/SP, grande parte dos surtos de diarréia
causados por bactéria no estado de São Paulo foi
devido à Salmonella spp , sendo a Salmonella
enteritidis responsável pela maioria dos casos.
• Yersinia spp
Dentre as espécies do gênero Yersinia spp, a que
mais frequentemente causa gastroenterite é a
Yersinia enterocolítica, patógeno entérico raramente
encontrado na corrente sanguínea.
Todas as infecções por Yersinia spp são zoonóticas;
a Yersinia enterocolítica encontra-se distribuída em
reservatórios aquáticos e animais, sendo os porcos
os principais reservatórios das cepas patogênicas
humanas. Os humanos são, portanto, considerados
hospedeiros acidentais desse gênero bacteriano.
Aproximadamente dois terços de todas as infecções
por Yersinia enterocolítica consistem em enterocolite,
como o próprio nome indica. O período de incubação da doença varia de 4 a 7 dias, podendo os
sintomas perdurar por aproximadamente 1 a 2
semanas, embora possa haver desenvolvimento de
uma forma crônica persistindo por meses.
A amostra de fezes para o diagnóstico laboratorial
deve ser, preferencialmente, coletada durante o episódio agudo da doença e transferida para meio de
Cadernos de Informação Científica
Figura 2:
Yersinia spp
transporte Cary Blair, de modo a garantir uma melhor análise da amostra.
É conhecida a superioridade da utilização do meio
seletivo CIN (cefsulodina-irgasan-novobiocina) para
o isolamento da Yersinia enterocolítica, onde as
colônias mostram-se com centro vermelho escuro
e borda translúcida. O Quaglia Laboratório opta
por utilizá-lo, uma vez que apresenta grande especificidade para a determinação do gênero Yersinia
e eficácia comprovada no diagnóstico laboratorial.
os sintomas possam persistir por até uma semana.
São poucos os métodos laboratoriais para detecção
de Campylobacter spp nas fezes, sendo o mais
recomendado a cultura de amostra fecal. Para a
realização da cultura, a amostra deve ser coletada,
preferencialmente, na fase aguda da doença, antes
do início da antibioticoterapia, e transferida para
meio de transporte Cary Blair. Swab retal ou fecal
também podem ser utilizados. A morfologia característica observada na microscopia por coloração
de Gram é definido como um importante diagnóstico
presuntivo.
No Brasil, não há dados consistentes a respeito da
incidência de infecções por Campylobacter spp, pois
as mesmas são sub-diagnosticadas. Porém, na
prática diária tem-se observado isolamento desse
micro-organismo, o que corrobora a necessidade
de realização do diagnóstico laboratorial para
determinação do patógeno.
Campylobacter spp
Atualmente das 15 espécies conhecidas de
Campylobacter spp 12 estão relacionadas a doença humana, consistindo primariamente em gastroenterite, também denominada enterite por
Campylobacter.
O Campylobacter jejuni constitui agente comum de
gastroenterite bacteriana, acarretando aproximadamente 10 evacuações/dia durante o pico da
doença. A doença, em geral, é auto-limitada, embora
Figura 3:
Campylobacter spp
infecções do trato geniturinário
As infecções do trato geniturinário acometem mais
frequentemente crianças, jovens e mulheres sexualmente ativas, podendo ser assintomáticas ou
sintomáticas.
Muitas infecções do trato genital feminino têm
origem por micro-organismos endógenos, como o
Streptococcus agalactiae, além disso, a patogenicidade dos mesmos pode ser facilitada por fatores
do hospedeiro e por infecções primárias desencadeadas por outros agentes como, por exemplo,
Chlamydia trachomatis, Ureaplasma urealyticum e
Mycoplasma hominis.
humanas, podendo comprometer os olhos (tracoma
e conjuntivite de inclusão do recém-nascido), o
trato genital (linfogranuloma venéreo, uretrite não
Chlamydia trachomatis
A Chlamydia trachomatis pertence à classe das
clamídias responsáveis por algumas infecções
Figura 4:
Chlamydia trachomatis
Diagnóstico Microbiológico
de Diferentes Infecções
gonocócica e pós-gonocócica, doença inflamatória
pélvica) e o trato respiratório (pneumonite).
Patógeno exclusivamente humano, é o mais comum
agente bacteriano transmitido sexualmente, causando aproximadamente 90 milhões de novos
casos/ano no mundo. No homem, é responsável
por 50% dos casos de uretrite não gonocócica,
com percentual ainda maior de casos de uretrites
pós-gonocócica, podendo também causar inflamação nos testículos, próstata, reto; nas mulheres,
relaciona-se a casos de cervicite, uretrite, endometrite, salpingite, proctite, linfogranuloma venéreo e
infecção assintomática, além de estar associada à
esterilidade em número significativo.
Como a Chlamydia trachomatis é um parasita
intracelular, a técnica de obtenção de amostras é
extremamente importante para o desempenho do
teste, sendo normalmente obtido material endocervical ou uretral para a realização da análise, podendo
também utilizar o primeiro jato de uma amostra de
urina. O diagnóstico laboratorial é realizado por
detecção imunocromatográfica do antígeno, utilizando anticorpos específicos, que identifica seletivamente a Chlamydia trachomatis com alto grau de
sensibilidade e especificidade.
Micoplasma e Ureaplasma
Pertencentes a família Mycoplasmataceae , os
gêneros Mycoplasma spp e Ureaplasma spp diferem
de outras bactérias pela ausência de parede celular
rígida. Dentre as espécies encontradas no homem,
o Mycoplasma hominis e o Ureaplasma urealyticum
produzem doenças das vias geniturinárias, podendo
ser isolados de homens e mulheres assintomáticos,
o que dificulta a caracterização dos mesmos como
agentes patogênicos. Ambos podem também ser
isolados de infecções extragenitais e acometer
pacientes imunocomprometidos.
A colonização do trato genital por essas espécies
relaciona-se com a atividade sexual, logo os indivíduos com múltiplos parceiros sexuais têm mais
tendência a ser colonizados.
O Mycoplasma hominis pode ser isolado de 30 a
70% de mulheres assintomáticas, estando associado a infecções das trompas ovarianas, vaginites
e uretrites, enquanto o Ureaplasma urealyticum
encontra-se em 40 a 80% de mulheres sexualmente ativas, sendo esta porcentagem menor nos
homens, onde associa-se a casos de uretrite não
gonocócica e infertilidade. São isolados frequentemente em mulheres grávidas, onde relacionamse a parto prematuro, aborto espontâneo, corioamnionites, septicemia pós-parto e, inclusive,
infecção do trato urinário.
O diagnóstico clínico é dificilmente realizado, pois
não existem características específicas e também
Figura 5:
Streptococcus agalactiae
porque esses micro-organismos estão envolvidos
com patologias multicausais.
Laboratorialmente, são identificados por um meio
específico e seletivo, o qual permite cultura, identificação, contagem indicativa (a interpretação deve
ser quantitativa, pois tanto o Mycoplasma hominis
quanto o Ureaplasma urealyticum fazem parte da
microbiota normal do trato geniturinário) e determinação de sensibilidade a determinados antibimicrobianos. A identificação desses agentes não é
possível pelo método de Gram, pois desprovidos
de parede celular não permitem a fixação do corante.
Haemophilus spp
Os membros do gênero Haemophilus spp são
parasitas obrigatórios encontrados nas mucosas
de humanos e de outras espécies animais. Dentre
as diferentes espécies, o Haemophilus ducreyi,
embora não isolado com frequência, é bem
reconhecido como agente etiológico do cancro
mole, doença sexualmente transmitida altamente
contagiosa.
O diagnóstico laboratorial das infecções por
Haemophilus ducreyi pode ocorrer de diversas maneiras, no entanto, para um diagnóstico presuntivo
rápido utiliza-se o exame direto por coloração de
Gram, o qual mostra-se bastante eficaz.
Com frequência, o diagnóstico de cancro mole é
estabelecido em bases clínica, epidemiológica e
laboratorial, uma vez que a demonstração do agente
etiológico é de grande utilidade no diagnóstico,
diferenciando inclusive o quadro de outras doenças
sexualmente transmitidas que se assemelham, como
sífilis e herpes simples.
Streptococcus ß-hemolíticos do
grupo B (Streptococcus agalactiae)
O Streptococcus do grupo B merece grande destaque no período gestacional, pois apesar dos avanços
em medidas preventivas e cuidados em neonatologia, a colonização do trato genital por esse agente
representa um risco aumentado de infecções
Cadernos de Informação Científica
neonatais graves. A triagem pré-natal laboratorial
foi reconhecida em 2002 pelo Centers for Disease
Control and Prevention (CDC), como a melhor
estratégia para identificar as gestantes que precisam
da profilaxia antibiótica durante o parto.
O índice de colonização varia conforme o período
da gestação em que a amostra é obtida, por isso
a recomendação do CDC é que a pesquisa dessa
bactéria seja realizada em todas as gestantes,
preferencialmente, entre a 35ª e a 37ª semanas de
gestação, pois esse período demonstra melhor
sensibilidade e especificidade na detecção do
agente em mulheres que permaneceram colonizadas
na ocasião do parto. Aproximadamente 60% dos
lactentes nascidos de mães colonizadas tornamse colonizados com o micro-organismo.
Não há garantias que uma mulher colonizada durante
uma gestação não o seja em uma gestação futura,
logo a realização dessa pesquisa nas últimas
semanas da gestação é sempre importante.
Laboratorialmente, esse patógeno pode ser detectado por meio de cultura rotineira de secreção
vaginal, no entanto, como esse não apresenta a
sensibilidade ideal, recomenda-se a realização da
cultura em um meio específico, o que garante a
análise. Assim, o Quaglia Laboratório utiliza para
triagem e identificação direta das amostras um meio
de cultura altamente específico que diferencia o
estreptococos do grupo B de outras bactérias de
flora, inibindo micro-organismos não pertencentes
à espécie Streptococcus agalactiae, e pode ser
utilizado para inoculação direta, cultivo e identificação definitiva de estreptococos do grupo B em
até 24 horas.
Outro fator relevante em termos de diagnóstico
laboratorial é a importância de se coletar uma
amostra retal, pois, algumas vezes, pode ocorrer
apenas colonização do trato gastrintestinal.
O estreptococos do grupo B não tem sido ainda
devidamente valorizado na etiologia dos processos
infecciosos que acometem os recém-nascidos e
as gestantes, apesar da gravidade da infecção e
da mesma ser passível de benefícios profiláticos.
Espécie pertencente ao grupo das espiroquetas, o
Treponema pallidum é a bactéria responsável pela
Sífilis, principal doença sexualmente transmissível
depois da AIDS. Estima-se que dentre os 340
milhões de casos/ano de doenças transmitidas
sexualmente, 937 mil estejam relacionados a sífilis.
A sífilis é uma doença crônica de transmissão sexual
e vertical (sífilis congênita), podendo produzir, respectivamente, as formas adquirida ou congênita da
doença. O Treponema pallidum penetra no organismo humano através das mucosas do local de
infecção, disseminando-se pela corrente sanguínea
e, consequentemente, causando infecção sistêmica.
A doença pode ter diversas apresentações, variando
conforme o tempo da infecção. A sífilis adquirida
apresenta-se em diferentes estágios, sendo os
estágios primário e secundário os que apresentam
as características mais marcantes da infecção, uma
vez que nesses observam-se os principais sintomas
e a doença é mais transmissível. Geralmente, os
sinais e sintomas desaparecem por longo período,
apresentando aparente cura das lesões iniciais,
mesmo em casos de indivíduos não tratados. Assim,
a doença pode ficar estacionada por meses ou
anos, até o surgimento de graves complicações.
Tradicionalmente, o diagnóstico laboratorial é realizado por métodos sorológicos clássicos, os testes
treponêmicos e não treponêmicos. No entanto, o
Quaglia Laboratório oferece também o diagnóstico
por microscopia de campo escuro, que possibilita
o diagnóstico da sífilis nos estágios iniciais da
doença, quando os anticorpos ainda não foram
desenvolvidos, o que representa grande vantagem
frente aos testes sorológicos, pois esses geralmente
tardam a positivar. As amostras coletadas, para a
realização da pesquisa direta, podem ser obtidas
de lesões genitais ou extragenitais, sendo no último
caso lesões presentes na região anal ou oral. O uso
de medicação tópica deve ser suspenso nas 12 horas que antecedem a coleta do material, devido a
possibilidade de interferência na análise da amostra.
infecções respiratórias
As infecções do trato respiratório são muito comuns
e costumam ser divididas em infecções do trato
inferior e superior. As infecções do trato respiratório
superior, como faringite e amigdalite, quando comparadas as do trato inferior, costumam ser mais benignas, todavia, podem levar a complicações mais
sérias se não tratadas de modo adequado.
O Streptococcus do grupo A, também denominado
Streptococcus pyogenes, é responsável por cerca
de 15 a 30% dos casos de faringite estreptocócica
em crianças de 5 a 15 anos, e 5 a 10% em adultos.
Diagnóstico Microbiológico
de Diferentes Infecções
No entanto, pode também acarretar outras doenças
supurativas como, piodermite, erisipela, síndrome
do choque tóxico estreptocócico e bacteremia. É
importante diferenciar a infecção por estreptococos
de outros agentes etiológicos para que o tratamento
seja iniciado, pois se não tratadas essas infecções
podem resultar aumento da intensidade dos sintomas, acarretando em complicações como febre
reumática e glomerulonefrite aguda.
O diagnóstico laboratorial do Streptococcus pyogenes
é feito por meio de teste rápido que detecta o antígeno do estreptococos do ������ � diretamente do
material da orofaringe, permitindo o diagnóstico
laboratorial dentro de uma hora após a coleta. A
utilização do teste rápido (imunoensaio de fase
sólida) é de extrema importância, pois considerando
Figura 6:
Streptococcus
pyogenes
que a maioria dos casos de faringite é de etiologia
viral e que o Streptococcus pyogenes é o agente
bacteriano prevalente em faringites bacterianas, a
prova rápida representa uma ferramenta essencial
para a racionalização do uso de antimicrobianos.
O teste rápido atua como um indicador precoce de
faringite por estreptococos do ������ �, que, se
analisado juntamente às manifestações clínicas,
contribui para o diagnóstico.
infecções
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O Caderno de Informação Científica é um informativo editado pelo
Quaglia Laboratório de Análises Clínicas.
Textos
Dra. Luciane Loesch de Souza
Revisão Final
Dra. Carmen T. P. Quaglia
Dr. Vitor M. Pariz
Projeto Gráfico, Editoração Eletrônica, Tratamento de Imagem e Finalização
BC&C Comunicação e Design
QUAGLIA
Laboratório de Análises Clínicas
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