Em Moscou, Conselho Mundial da Paz homenageia

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Em Moscou, Conselho Mundial da Paz homenageia
Em Moscou, Conselho Mundial da Paz homenageia vitória dos povos contra nazi-fascismo e aborda desa
A presidenta do Conselho Mundial da Paz (CMP) e do Cebrapaz, Socorro Gomes, e outros
cinco representantes do CMP participam do Encontro entre Organizações Internacionais
Democráticas, que comemora o 70º aniversário da vitória dos povos contra o nazi-fascismo na
capital russa, Moscou. Nesta quinta-feira (7), ela participa da mesa-redonda “1945-2015: Anos
de Luta, Novos Desafios”. O evento é organizado pela bancada parlamentar do Partido
Comunista da Federação Russa e pela Federação da Paz de Moscou, amiga do CMP.
Soldados do Exército Vermelho depõem as bandeiras nazistas durante o desfile do Dia da
Vitória, em 1945, em Moscou.
O programa do Encontro aborda as consequências da Segunda Guerra Mundial e a vigorosa
resistência dos povos contra o avanço Nazifascista, refletidos ainda na atualidade, quando se
faz premente o fortalecimento e a unidade popular internacional na luta anti-imperialista.
Participam do evento como representantes do Conselho Mundial da Paz (CMP) a presidenta,
Socorro Gomes; Athanasios Pafilis, secretário-geral, da Grécia; Alfred Marder vice-presidente e
presidente do Conselho da Paz dos EUA; Henry Levandovsky, também do Conselho da Paz dos EUA; Pallab Segupta, da Organização Toda-Índia de Paz e Solidariedade (Aipso); Filipe Ferreira, do
Conselho Português pela Paz e Cooperação (CPPC); e C
hristopher Matlhako, do Conselho da Paz da África do Sul.
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O tema é central para o Conselho Mundial da Paz, que nasceu precisamente no bojo dos
movimentos de resistência, no pós-guerra, com o compromisso de fazer avançar a luta dos
povos pela paz, por justiça social, contra as guerras, o colonialismo e o imperialismo. Neste
ano, em que o CMP também comemora seu 65º aniversário, a importância da trajetória
histórica de resistência determinada contra os avanços das grandes potências contra os povos
de todo o mundo é enfatizada em eventos como o que ocorre em Moscou. Outras
organizações internacionais participaram: Federação Mundial de Centrais Sindicais, Federação
Democrática Internacional de Mulheres (FDIM), Associação Internacional de Advogados
Democráticos, Federação Mundial da Juventude Democrática (FMJD) e Federação
Internacional de Resistência. Apontando para o papel central desempenhado pelo Exército Vermelho soviético na derrota
contra o Nazi-Fascismo, Socorro Gomes sublinhou, em sua intervenção, a disseminação da
resistência popular contra o retrocesso civilizacional imposto pelas forças alemãs, italianas e
japonesas, em episódios que mancharam a história da Humanidade, mas também mostraram o
competência da luta dos povos contra a dominação. Socorro recordou as mais de 50 milhões
de vítimas da Segunda Guerra Mundial e a devastação provocada pelo grande conflito,
enfatizando:
“Os povos da União Soviética pagaram um terrível preço, com a vida de 27 milhões de pessoas
e a insólita destruição de milhares de cidades, povoados, lares e fábricas. Inclinamos nossas
bandeiras ante o sacrifício dos povos, aos mártires civis e militares que perderam suas vidas,
muitos deles vítimas de inomináveis crimes, na luta para libertar a humanidade do
nazi-fascismo, defender as liberdades democráticas, os direitos sociais, a soberania nacional e
reconquistar a paz.”
A presidenta do CMP fez menção às resistências entre as amplas camadas da população,
organizações sociais e partidos políticos, nos diversos países europeus ocupados ou
ameaçados pelo avanço nazifascista e também da Ásia, contra a agressiva ação do Japão
imperialista. Neste sentido, sublinhou a importância do episódio histórico - a vitória dos povos
contra o nazi-fascismo - para a atual luta internacional contra o imperialismo e as novas
ameaças de guerra que se espalham pelo mundo. Socorro ressaltou o papel dos Estados
Unidos como a potência imperialista representativa desta ameaça, junto com instrumentos de
guerra como a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) e aliados como Israel, que
apresentam especial risco ao Leste Europeu e ao Oriente Médio.
A dissolução da Otan e a abolição das bases militares espalhadas pelo mundo pelos Estados
Unidos, o fim das intervenções e agressões imperialistas contra povos inteiros e a reforma das
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instituições mundiais, criadas para a garantia mínima do direito internacional, também foram
levantadas por Socorro como bandeiras centrais e atuais do movimento internacional pela paz.
Por isso, durante o evento, as diversas organizações reúnem-se para debater ações e a
unidade em torno dos objetivos da paz e do anti-imperialismo, com o respeito à soberania dos
povos e à liberdade contra a dominação.
Leia também:
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Comunista russo no Dia da Vitória
A seguir, os discurso de Socorro Gomes e do secretário-geral do CMP, Athanasios Pafilis:
A vitória sobre o nazi-fascismo:
Glorioso acontecimento na história da humanidade
O Conselho Mundial da Paz sente-se honrado de participar neste evento para celebrar o 70º
aniversário de um dos acontecimentos mais gloriosos da história da Humanidade - a vitória dos
povos sobre o nazi-fascismo, uma conquista das forças da paz, da democracia, da
solidariedade e do progresso social.
A Segunda Guerra Mundial foi uma tragédia que custou a vida a mais de 50 milhões de
pessoas e devastou principalmente a Europa, causando a destruição da infraestrutura e dos
lares e impondo horrendas consequências à população.
Inclinamos nossas bandeiras ante o sacrifício dos povos, aos mártires civis e militares que
perderam suas vidas, muitos deles vítimas de inomináveis crimes, na luta para libertar a
humanidade do nazi-fascismo, defender as liberdades democráticas, os direitos sociais, a
soberania nacional e reconquistar a paz.
Os povos da União Soviética pagaram um terrível preço, com a vida de 27 milhões de pessoas
e a insólita destruição de milhares de cidades, povoados, lares e fábricas.
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As vitórias do Exército Vermelho nas históricas batalhas de Moscou, Stalingrado, Kursk e
Berlim permanecerão indelevelmente marcadas na memória da humanidade, como o tributo
dos povos soviéticos para a causa da libertação.
A vitória sobre o nazi-fascismo foi fruto das heroicas ações nos campos de batalha e da união
dos povos e das forças democráticas no âmbito de cada país, além da ação de uma grande
aliança internacional, de que fizeram parte a União Soviética, o Reino Unido e os Estados
Unidos.
Um poderoso fator para a vitória foi o combate dos povos dos países ocupados pelo fascismo,
que organizaram a luta guerrilheira e a resistência entre as amplas camadas da população,
organizações sociais e partidos políticos. No continente europeu, as resistências populares
italiana, francesa, albanesa, belga, grega, holandesa, húngara, norueguesa, iugoslava,
romena, polonesa, dinamarquesa, austríaca, tcheca, britânica e mais de uma dezena de
movimentos alemães antinazistas foram resolutas no enfrentamento às invasões e às
ocupações dos seus países.
No restante do mundo, os povos também se levantaram contra a brutal ofensiva alemã, italiana
e japonesa. Foi o caso dos movimentos de resistência na Ásia - na China, Índia, Coreia,
Malásia, Tailândia, Vietnã, Cingapura, Filipinas, e dos movimentos japoneses de oposição à
guerra. Entre os latino-americanos, foi intensa a luta antifascista e a mobilização de forças para
se incorporarem ao esforço de guerra dos aliados alcançou êxito em diferentes países.
A vitória foi, assim, a expressão e o resultado da fraternidade internacionalista entre os povos,
na busca pela liberdade, a democracia, a independência e a justiça.
A Segunda Guerra Mundial eclodiu como um confronto entre as grandes potências capitalistas,
tendo sido provocada pelos países mais agressivos – a Alemanha nazista, a Itália fascista e o
Japão.
O grande conflito foi o resultado do desenvolvimento desigual no mundo capitalista. A luta por
mercados e fontes de matérias primas era o pano de fundo que empurrava as potências
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capitalistas à guerra por uma nova divisão do mundo por meio da violência.
Tendo sua origem nas contradições entre países imperialistas, a Segunda Guerra Mundial foi
gradualmente mudando de caráter. Os povos dos países ocupados, principalmente a partir da
agressão nazista à União Soviética, ergueram-se na resistência popular-nacional antifascista,
passando a realizar uma justa luta democrática e de libertação nacional.
Os próprios Estados capitalistas, a partir do desencadeamento da guerra, viram-se
confrontados com uma ameaça à sua própria soberania nacional, o que criou condições para a
formação de um amplo e poderoso movimento patriótico e antifascista.
Revoluções democráticas, populares e de libertação nacional foram vitoriosas. O caráter
libertador da luta antifascista dos povos, o papel decisivo da União Soviética e das massas
trabalhadoras e populares na vitória e a derrocada do fascismo deram impulso aos movimentos
democráticos e socialistas em todo o mundo. Debilitou-se o sistema colonialista. Tudo isso
acarretou uma nova correlação de forças favorável ao avanço das lutas pela paz. As forças da
democracia, da paz e do progresso social saíram fortalecidas, acarretando importantes
transformações geopolíticas.
Neste quadro, o imperialismo estadunidense inicia uma contraofensiva para assegurar
posições hegemônicas e ordenar o sistema internacional segundo seus próprios interesses. O
lançamento das bombas atômicas sobre Hiroshima e Nagasaki pela aviação estadunidense foi
o ato inaugural da nova ordem que os Estados Unidos pretendiam impor.
Desde o final da Segunda Guerra Mundial até os nossos dias, o imperialismo estadunidense
seguiu uma política e praticou ações contrárias aos interesses dos povos, da democracia, da
independência nacional e da paz mundial. Foi esse imperialismo que desencadeou as
agressões contra a Coreia, o Vietnã e demais países da Indochina, no Oriente Médio, na
África, e fomentou golpes militares na América Latina. Foi também esse imperialismo que mais
tarde, a partir do final do século 20 e início do século 21, agrediu e destruiu a Iugoslávia, fez
duas guerras contra o Iraque, invadiu o Afeganistão, destruiu a Líbia e confirmou sua condição
de potência corresponsável pelo martírio do povo palestino ao apoiar a ocupação sionista
israelense.
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Desde o fim do conflito, o imperialismo estadunidense fomentou a corrida armamentista,
intensificou a produção de armas nucleares, espalhou bases militares em todos os continentes,
promoveu intervenções de diferentes tipos, numa constante ameaça à paz mundial e à
segurança internacional.
Este imperialismo cravou as suas garras em todos os continentes, saqueou as riquezas
nacionais dos povos, impôs seu modelo econômico e políticas escravizadoras e
neocolonialistas. Organizou sua política externa com o objetivo de desestabilizar os países
socialistas e anti-imperialistas, concentrou suas energias no cerco e destruição da União
Soviética durante o período da chamada Guerra Fria.
Um dos principais aspectos da ação imperialista é a militarização, que cobrou impulso a partir
da criação da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), em abril de 1949,
originalmente com a participação dos Estados Unidos, Reino Unido, França, Bélgica, Holanda,
Luxemburgo, Portugal, Dinamarca, Noruega, Islândia e Itália, ampliando-se logo em seguida,
em 1952, com a presença da Turquia, Grécia e República Federal da Alemanha.
A organização tem hoje 28 Estados membros da América do Norte e da Europa. Outros 22
países estão engajados no chamado Conselho de Parceria Euro-Atlântico. Ao seu lado, outros
19 países estão ligados à Otan através de programas como o “Diálogo do Mediterrâneo”, a
“Iniciativa de Cooperação de Istambul” ou a “Parceria para a Paz”.
Desde 1991, a Otan expandiu o quadro de membros e o teatro de operações, o que por si só
revela o seu objetivo fundamental de ser uma ferramenta primordial na dominação imperialista
ocidental sobre o planeta, uma inimiga da paz, comprometida com as doutrinas do primeiro
ataque e dos ataques preventivos. Como uma aliança militar ofensiva, a Otan está sempre
pronta para intervir antes mesmo de a diplomacia ter sua chance, caso ela seja de interesse
das potências imperialistas. O agigantamento da Otan, que a torna mais poderosa, agressiva e
intervencionista – como a atual crise na Ucrânia demonstra – constituem um fator ponderável
para aumentar a instabilidade, as turbulências e o perigo de guerra.
No momento em que comemoramos o 70º aniversário da vitória sobre o nazi-fascismo, o
mundo enfrenta novos perigos, as intervenções militares se repetem, a paz é ameaçada, e o
fascismo volta a se apresentar com novas e velhas roupagens. Mais do que nunca, impõe-se
extrair as lições da experiência histórica e adquirir elementos de convicção para unir as forças
democráticas e progressistas a fim de impedir que ocorram novas tragédias. Os fatos
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evidenciam o caráter desestabilizador e potencialmente destrutivo das políticas agressivas dos
EUA e seus aliados na Otan. Tendo fracassado na criação de um ambiente de hostilidade no
passado recente, como foi o caso do conflito na Geórgia, os EUA coordenam agora as forças
reacionárias e fascistas para tentar cercar a Rússia, a exemplo da crise instalada na Ucrânia.
Mais uma vez, os povos pagam o preço: o sofrimento infringido aos civis ainda é inestimável e
a turbulência no leste europeu traz grande retrocesso à construção da paz na região, com a
reinstalação das forças fascistas, a soldo do imperialismo.
O mundo de hoje é cenário de uma situação instável e crítica. As grandes conquistas
democráticas do período do imediato pós-guerra, a independência nacional, os valores
civilizacionais sofreram brutal retrocesso a partir da década de 90 do século passado, quando o
traço principal da situação passou a ser uma intensa e abrangente ofensiva do imperialismo
estadunidense e seus aliados para assegurar posições de domínio no mundo.
Para além das políticas intervencionistas e militaristas, fazem parte dessa ofensiva o ataque
aos direitos dos trabalhadores e povos como “saída” da crise do capitalismo, os golpes na
democracia, o racismo, a xenofobia, a falsificação da história.
Num quadro internacional em mutação, está em jogo uma nova divisão do mundo, o saque das
riquezas nacionais, a ocupação de territórios, a implantação de uma ordem imperial que além
de ter globalizado a economia e padronizado os comportamentos, pretende uniformizar os
regimes políticos, a vida cultural, a ideologia reacionária como pensamento único.
Malgrado a retirada das tropas estadunidenses e da Otan do Iraque e outras recentes flexões
táticas na política externa norte-americana, a humanidade continua confrontada por uma feroz
investida do imperialismo estadunidense para impor sua vontade no mundo, o que faz crescer
o intervencionismo, as ameaças e as agressões.
O direito internacional e as instituições criadas para assegurar o exercício de relações
internacionais equilibradas não subsistem como tais, em decorrência da instrumentalização
pelos interesses de potências hegemônicas. A Organização das Nações Unidas, criada para
promover a coexistência pacífica entre nações soberanas, assegurar o equilíbrio no mundo,
garantir a aplicação das normas do Direito Internacional, dirimir os conflitos internacionais e
promover a paz mundial, atua sob pressão das potências imperialistas que cada vez mais
impõem o seu ditame no mundo pela força.
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A política hegemonista do imperialismo destrói países, devasta nações antes prósperas,
derruba governos legítimos, assassina presidentes eleitos, substitui o diálogo pela força
implantando o terror, sob o pretexto de combater o terrorismo, com a finalidade de garantir
seus desígnios de domínio e saque. Esta política é a principal ameaça à paz e é o principal
fator da instabilidade, dos desequilíbrios e das crises políticas, diplomáticas e militares no
mundo.
Por outro lado, é preciso reconhecer importantes transformações na situação internacional, em
que se fortalecem profundas demandas emancipatórias que colocam em questão a política
dominante e a desigual distribuição do poder. Embora os EUA ainda detenham a maior força
econômica e militar, assim como a maior influência política, há elementos na situação que
fazem crer que se trata de uma potência em declínio, que já não pode fazer o que quer, pois se
confronta com a resistência dos povos e de nações que defendem a paz.
Também notamos o surgimento de novos polos de poder político, econômico e militar, cuja
expressão maior é a ascensão vertiginosa da China, o fortalecimento do poder nacional da
Rússia, depois de um momento de desagregação e de crise econômico-financeira, e a
emergência de uma América Latina fortalecida por posições democráticas e independentistas.
No processo emancipatório, verificamos o agravamento dos conflitos sociais, das contradições
entre os países da África, Ásia e América Latina e a dominação imperialista. Estão em curso
lutas de variados tipos e intensidades, nos mais diversificados cenários, revelando as
potencialidades dos povos e das forças da paz, que se insurgem contra a opressão, o
intervencionismo, o militarismo e o belicismo.
No curso dessas lutas, emerge e fortalece-se a solidariedade internacional e a unidade em
torno de reivindicações de interesse comum pelo fim das bases militares estrangeiras em
países soberanos, pela abolição das armas de destruição em massa, pela dissolução da Otan,
pela democratização das relações internacionais com o resgate dos preceitos da carta da
ONU, pela autodeterminação dos povos e a solução pacífica dos conflitos internacionais, pelo
fim das políticas intervencionistas e das guerras de agressão.
O Conselho Mundial da Paz, fundado no imediato pós-guerra para conjurar o perigo de nova
catástrofe de proporções ainda maiores, com a ameaça do conflito nuclear, ao fazer essas
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reflexões sobre o passado e o presente, invoca o heroísmo dos povos e da resistência
antifascista nas suas lutas atuais e na renovação do seu compromisso pela paz a libertação da
humanidade.
Muito obrigada,
Socorro Gomes
Presidenta do Conselho Mundial da Paz
Moscou, 07 de maio de 2015
----------------------------------------------------------------------------------------------------------------
Discurso do secretário-geral do CMP, Athanasios Pafilis:
Em nome do Conselho Mundial da Paz e do Comitê Grego para a Dissuasão Internacional e a
Paz, eu gostaria de agradecer o Partido Comunista da Federação Russa pelo convite para os
eventos sobre o 70º Aniversário da Vitória Antifascista. Um convite que nos honra. Estamos
comovidos por estar em Moscou, capital da grande União Soviética que sustentou todo o fardo
da guerra, que fez uma contribuição decisiva com custos humanos e materiais enormes. O 1º de maio de 1945, dia em que a bandeira vermelha, estandarte do primeiro Estado
socialista, a União Soviética, foi triunfalmente levantada no Reichstag pelo Exército Vermelho,
ficará para a história como uma das páginas mais iluminadas da história dos povos. Homenageamos todos os que deram suas vidas ou ficaram incapacitados nos campos de
batalha e na resistência subterrânea para aplastar o monstro fascista, criado pelo capitalismo,
e os partidos comunistas de todo o mundo, que lideraram as lutas por libertação nacional.
A todos aqueles que lutaram com armas ou panfletos em suas mãos, mantiveram a posição
heroica nos calabouços e diante de pelotões de fuzilamento. Aos inúmeros que morreram de
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fome, das quais as principais vítimas foram as crianças. Aos milhões torturados nos terríveis
campos de concentração e morte, e em todos os lugares onde horrores indizíveis foram
cometidos, onde a exploração do homem pelo homem atingiu o fundo do poço, com a absoluta
degradação da existência humana.
É muito importante para os trabalhadores, os povos e especialmente a juventude buscar a
verdade, os fatos reais e causas que culminaram em guerras globais e locais, no alçar e
prevalescimento do nazifascismo em certos países.
Particularmente depois de 1990, testemunhamos um esforço enorme, liderado pela União
Europeia e as forças que sustentam o sistema capitalista, para falsificar a verdade histórica.
Estão tentando, através da distorção e falsificação, transformar uma verdade histórica no seu
oposto, escondendo o fato de que o fascismo é a criação do capitalismo.
Estão tentando esconder a enorme e decisiva contribuição da União Soviética, igualando as
vítimas aos seus algozes, identificar a mais reacionária, desumana e espantosa teoria do
fascismo à mais humana e progressista teoria do comunismo. Após a derrubada do socialismo na União Soviética e nos países da Europa Central e do Leste,
a UE intensificou sua campanha anticomunista, como uma parte integral da exoneração do
fascismo, apoiando forças reacionárias. Aqui estão alguns fatos característicos:
- A classificação das Waffen SS como forças de resistência, oferecendo-lhes pensões na
Letônia e outros países bálticos, com a perseguição a antifascistas e a destruição de
memoriais à Vitória Antifascista.
- Nos eventos de 2006, para marcar o 50º aniversário da tentativa de contrarrevolução na
Hungria, organizado e financiado pela UE, um general húngaro do 3º Reich recebeu a principal
responsabilidade.
- A decisão da UE de renomear o 9 de maio, dia da vitória antifascista dos povos, para "Dia da
Europa".
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- Dezenas de moções e decisões da Comissão e do Parlamento Europeu na ocasião de vários
aniversários, para igualar comunismo ao fascismo.
- Campanhas multifacetadas da UE realizadas por diferentes aparatos:
>Difamação do socialismo que conhecemos e as conquistas dos povos que o construíram;
>Criminalização de partidos comunistas e seus símbolos. Hoje os comunistas já enfrentam
proibições e restrições em vários países da UE, nos Bálcãs, na Polônia, Hungria, Romênia e
recentemente na Ucrânia;
>Tentativa de criminalizar forças que refutam e denunciam as mentiras sobre os "crimes do
comunismo";
>Financiamento de ONGs, filmes e outras formas de propaganda integradas à campanha
anticomunista;
>Promoção da distorção da história e da difamação do socialismo em programas de educação
oficiais, nas salas de aula;
O Conselho da Europa fez uma importante contribuição a essas tentativas ao promover seu
"Memorando Anticomunista", intitulado "Sobre a necessidade de condenação internacional dos
crimes dos regimes totalitários", enquanto em 2 de abril de 2009 o Parlamento Europeu
acompanhou-o adotando uma resolução que estabelecia o 23 de agosto como o "Dia Europeu
pela Memória das Vítimas de todos os Regimes Totalitários e Autoritários".
O conhecimento da verdade histórica e das suas lições são excepcionalmente relevantes
devido à dramática situação formada aos povos pela temporária dominação do imperialismo.
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Sublinhamos dois aspectos:
- O fascismo surge dos intestinos do sistema capitalista. É uma forma de os monopólios
exercitarem o poder. Como o grande intelectual comunista [Bertolt] Brecht escreveu: "Nos
países fascistas o capitalismo só sobrevive enquanto fascismo, e o fascismo só pode resistir
como capitalismo, como a forma mais desnudada, descarada, ofensiva e enganosa do
capitalismo. Como alguém se propõe a dizer a verdade sobre o fascismo, ao qual ele se opõe,
se não se propuser a falar contra o capitalismo, que o produz? Como esta verdade terá
importância prática?" É muito importante, em termos práticos, que os povos lutem contra o
fascismo de forma direcionada contra os monopólios e a exploração capitalista, para que
possam ter perspectiva.
- Tanto a Primeira quanto a Segunda Guerra Mundial foram resultados de uma grande
intensificação das contradições imperialistas e da luta pela redivisão do mundo. Essas
contradições foram exacerbadas pela existência da União Soviética e pela crise global do
capitalismo. Esta é a verdade.
Os povos em todo o mundo e em nossa região em particular estão experimentando as
consequências trágicas da barbárie capitalista. A recente crise econômica aprofundou a
competição e as contradições entre os Estados capitalistas e suas várias alianças imperialistas,
que estão se tornando cada vez mais agressivas contra os povos, para reforçar suas posições
geopolíticas, para a divisão de mercados, o controle dos recursos energéticos e das rotas de
transporte. A intensificação das contradições e as escaladas intervenções imperialistas e
guerras na Ucrânia, no Oriente Médio, no Norte da África, nos Bálcãs e outros estão
desenhando anda mais intensamente a ameaça de uma guerra imperialista generalizada em
nossa região expandida e em todo o mundo. A luta contra a guerra, a luta pela paz precisa mais do que nunca ligar-se à luta contra o
sistema imperialista, com a luta pela derrubada do sistema exploratório que da vazão à guerra.
O povo não pode encontrar uma saída escolhendo um ou outro pólo imperialista, mas
construindo a grande aliança anticapitalista a nível nacional e internacional, que colocará um
fim na barbaridade do capitalismo, às crises, exploração, pobreza, desemprego e opressão.
Vida longa ao 70º aniversário da Vitória Antifascista dos Povos!
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Athanasios Pafilis
Secretário-geral do Conselho Mundial da Paz
Moscou, 07 de maio de 2015
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