acupuntura no tratamento da lombalgia

Transcrição

acupuntura no tratamento da lombalgia
CENTRO DE ESTUDOS FIRVAL
VAGNER BICUDO PEREIRA
ACUPUNTURA NO TRATAMENTO DA LOMBALGIA
SÃO JOSÉ DOS CAMPOS
2013
CENTRO DE ESTUDOS FIRVAL
VAGNER BICUDO PEREIRA
ACUPUNTURA NO TRATAMENTO DA LOMBALGIA
Monografia apresentada à Faculdade de
Educação, Ciência e Tecnologia –
UNISAÚDE/ FIRVAL – como requisito a
conclusão do Curso de Formação de
Especialista em Acupuntura.
Orientadora: Prof.ª Especialista Miriam
de Fátima Leite Kajiya.
SÃO JOSÉ DOS CAMPOS
2013
Pereira, Vagner Bicudo.
Acupuntura no tratamento da lombalgia
São José dos Campos 2013
41p.
Registro nº ......
Orientador: Prof.ª Miriam de Fátima Leite Kajiya.
“Monografia (pós-graduação) Faculdade de Educação, Ciência e Tecnologia
– UNISAÚDE/ FIRVAL – Curso de especialização em Acupuntura.”
1 – Medicina Tradicional Chinesa. 2 – Acupuntura. 3 – Lombalgia
FOLHA DE APROVAÇÃO
A monografia ACUPUNTURA NO TRATAMENTO DA LOMBALGIA.
Elaborada por VAGNER BICUDO PEREIRA
Orientado pela MIRIAM DE FÁTIMA LEITE KAJIYA.
(
) aprovado
(
) reprovado
Pelos membros da banca examinadora da Faculdade de Educação, Ciência e
Tecnologia – UNISAUDE/ CEFIRVAL, com conceito....................................................
Nome:....................................................................................................................
Titulação:...............................................................................................................
Assinatura..............................................................................................................
Nome:....................................................................................................................
Titulação:...............................................................................................................
Assinatura..............................................................................................................
Nome:....................................................................................................................
Titulação:...............................................................................................................
Assinatura..............................................................................................................
São José dos Campos,
de setembro de 2013.
Dedico esta monografia
Aos meus pais Laércio Pereira e Maria Dirce Bicudo Pereira por ter
proporcionado o bem mais precioso: a vida.
À minha esposa Juliana Rodrigues Fonseca Pereira pela compreensão,
companheirismo e incentivo.
Agradeço primeiramente a Deus, por ter me guiado todos esses anos de minha
vida sempre iluminando meu caminho, pela oportunidade e força concedida
para a finalização de mais um objetivo.
À Prof.ª Miriam de Fátima Leite Kajiya pela confiança e a maneira que orientou
a monografia com companheirismo e aprendizagem.
Aos professores do Centro de Estudo Firval.
À Juliana Rodrigues Fonseca Pereira.
À toda minha família.
RESUMO
A lombalgia é definida como quadro álgico localizada entre o último arco costal e a
prega glútea, com ou sem irradiação para membros inferiores. Em algum momento
no decorrer da vida, 80% da população sofrerão de algum episódio de dor lombar. A
região lombar apresenta como função de eixo no corpo humano que permite a
sustentação estática e a funcionalidade cinética. A MTC é uma ciência milenar e
muito respeitada até os dias atuais, principalmente pelos orientais, onde esta técnica
antiga começou a propagar-se para vários países. Para MTC a causa da lombalgia
esta relacionada com o desequilíbrio energético de vários Zang e Fu, sendo assim a
origem da lombalgia esta relacionada com vários fatores internos ou externos tais
como exposição a diversos fatores climáticos, traumatismo, nutrição irregular,
emoção, fadiga física e alteração biológica. A acupuntura é uma das técnicas da
MTC, o tratamento da acupuntura na lombalgia é realizado para o reequilíbrio
energético do corpo através dos meridianos. Este trabalho teve como objetivo
demonstrar a compreensão da relação entre a lombalgia e a MTC através da revisão
de literatura e incluindo o entendimento da acupuntura dentro do âmbito da MTC e a
utilização dessa terapia no tratamento da lombalgia. De acordo com a revisão
bibliográfica conclui-se que a acupuntura visa, assim como os tratamentos
ocidentais, o alivio imediato da dor, entretanto trabalha sob o ponto de vista dos
distúrbios energéticos que poderão proporcionar resultados mais amplos e
duradouros.
Palavras chaves: Acupuntura; Lombalgia; Tratamento da acupuntura na lombalgia.
ABSTRACT
Low back pain is defined as pain symptoms located between the last rib and the
gluteal fold, with or without radiation to the lower limbs. At some point later in life,
80% of the population will suffer from an episode of low back pain. The lumbar region
shows the axis as a function of the human body that allows the support of static and
kinetic feature. TCM is an ancient science and highly respected to this day,
especially by Eastern, where this ancient technique began to spread to many
countries. MTC to the cause of back pain is related to the energy imbalance and
various Zang Fu, so the source of back pain is related to various internal or external
factors such as exposure to various climatic factors, trauma, irregular nutrition,
emotion, and physical fatigue biological change. Acupuncture is a technique of TCM,
acupuncture treatment in low back pain is performed to rebalance the body's energy
through the meridians. This study aimed to demonstrate the understanding of the
relationship between low back pain and MTC through literature review and including
the understanding of acupuncture within the scope of the MTC and the use of this
therapy in the treatment of low back pain. According to the literature review
concluded that acupuncture aims, as well as Western treatments, the immediate
relief of pain, though it works from the point of view of energy disturbances that may
provide broader and more lasting results.
Keywords: Acupuncture, Back pain, acupuncture treatment of low back pain.
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 - Símbolo Yin e Yang .............................................................................. 14
Figura 2 - Equilíbrio de Yin e Yang........................................................................ 16
Figura 3 - Excesso de Yin ..................................................................................... 17
Figura 4 - Excesso de Yang .................................................................................. 17
Figura 5 - Consumo de Yin.................................................................................... 17
Figura 6 - Consumo de Yang ................................................................................ 18
Figura 7 - Princípio de geração, dominância e contradominância ......................... 20
Figura 8 - Mapeamento completo dos pontos e meridianos da acupuntura .......... 24
Figura 9 - Circulação dos canais de energia ......................................................... 25
Figura 10 - Quadro da organização do sistema de meridianos e colaterais – Jing Luo
o Zhongyi Jishu Lilun Xianjie .................................................................................26
Figura 11 - Avaliação do pulso .............................................................................. 28
Figura 12 - Avaliação da Língua............................................................................ 28
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 - Relação entre yin e yang ...................................................................... 15
Tabela 2 - Cinco elementos e suas características ............................................... 19
Tabela 3 - Principais correspondências dos cinco elementos ............................... 21
Tabela 4 - Substâncias vitais ................................................................................. 23
Tabela 5 - Relação dos Doze meridianos com Cinco Elementos .......................... 25
Tabela 6 - Avaliação da MTC ................................................................................ 27
Tabela 7 - Classificações da lombalgia ................................................................. 34
Tabela 8 - Tratamento da lombalgia ...................................................................... 35
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................. 11
2 OBJETIVOS ....................................................................................................... 12
3 MEDICINA TRADICIONAL CHINESA ............................................................... 13
3.1 TEORIAS DO YIN E YANG ............................................................................. 14
3.2 TEORIAS DOS CINCO ELEMENTOS ............................................................ 18
3.3 TEORIAS DE ZANG FU .................................................................................. 22
3.4 TEORIAS DAS SUBSTÂNCIAS VITAIS .......................................................... 23
3.5 TEORIAS DOS MERIDIANOS ........................................................................ 24
3.6 DIAGNÓSTICOS DA MEDICINA TRADICIONAL CHINESA........................... 27
4 ACUPUNTURA .................................................................................................. 29
5 LOMBALGIA...................................................................................................... 31
5.1 LOMBALGIAS NA MEDICINA OCIDENTAL ................................................... 31
5.2 LOMBALGIAS NA MEDICINA TRADICIONAL CHINESA ............................... 32
5.3 TRATAMENTOS DA LOMBALGIA NA MEDICINA TRADICIONAL CHINESA34
6 CONCLUSÃO .................................................................................................... 37
REFERÊNCIAS ..................................................................................................... 38
11
1 INTRODUÇÃO
Nos dias atuais, em que a rotina diária é extremamente desgastante e as doenças relacionadas à coluna lombar são comuns, Souza et al. (2011) cita que a lombalgia apresenta-se dentre as queixas mais relatadas nos afastamentos dos ambientes de trabalho e aposentadorias por invalidez.
A lombalgia é definida como quadro álgico localizada entre o último arco costal e a prega glútea, com ou sem irradiação para membros inferiores. (SIENA et al,
2010)
Mehret et al. (2010) afirma que em algum momento no decorrer da vida, 80%
da população sofrerão de algum episódio de dor lombar.
O organismo humano é capaz de suportar agressões patogênicas, porém essa capacidade diminui com o decorrer dos anos, provocando um desequilíbrio fisiológico que se caracteriza pelo aparecimento de doenças. (CHAIM, 2005)
A Medicina Tradicional Chinesa (MTC) é um ramo da área da saúde que disponibiliza o bem estar e qualidade de vida do paciente, sendo que seu diferencial é
tratar o individuo como um todo. (LOPES et al., 2011)
Considerando a relação direta entre o equilíbrio do organismo e a prevenção
de doenças, analisamos a grande importância da acupuntura nos dias atuais. A acupuntura é uma prática interativa e complementar que pertence à MTC, e tem como
finalidade a restauração do funcionamento do equilíbrio energético, fazendo com
que o organismo trabalhe em harmonia, prevenindo o quadro de adoecimento e tratando a doença já instalada no paciente. (PEREIRA, 2010).
Diante da problemática e da realidade em que se insere a lombalgia e da
crescente busca por tratamentos alternativos e holísticos, percebe-se a necessidade
de uma pesquisa de revisão de literatura para a construção de conhecimento que
favoreça a compreensão da relação entre esses dois temas.
12
2 OBJETIVOS
O objetivo geral da pesquisa consiste em compreender a relação entre a lombalgia e a MTC através de trabalho de revisão de literatura.
Os objetivos específicos do trabalho incluem o entendimento da acupuntura
dentro do âmbito da MTC e a utilização dessa terapia no tratamento da lombalgia.
13
3 MEDICINA TRADICIONAL CHINESA
A MTC é uma ciência milenar e muito respeitada até os dias atuais, principalmente pelos orientais, onde esta técnica antiga começou a propagar-se para vários
países. (CUNHA, 2007).
Os registros sobre a MTC indicam que esta prática já era utilizada antes do
ano 7.000 a.C como forma de prevenção e tratamento de diversas enfermidades. Os
primeiros documentos escritos sobre essa técnica datam de 3.000 a.C e os primeiros
achados arqueológicos que comprovam a utilização de materiais de tratamento com
MTC são do ano de 2000 a. C. (ALENDE et al., 2008).
A MTC apresenta como objetivo principal a observação dos fenômenos naturais e como esses fenômenos influenciam o ser humano, dentro do processo de cura
e equilíbrio energético proposto pela técnica. (LUPINACCI e CUTOLO, 2011)
Pereira (2010) menciona que essa técnica terapêutica busca tratar o indivíduo
como um todo, através da interação harmoniosa entre o homem e a natureza e opera na promoção, manutenção e recuperação da saúde.
A MTC define que o ser humano é um microcosmo dentro do macrocosmo universal e considera que os princípios que determinam o fluxo de energia através do
universo são aplicáveis também ao sistema energético do ser humano. (GALINDO,
2005)
Segundo Yamamura (2001) a concepção filosófica da MTC a respeito de universo está apoiada em três pilares básicos, que são teoria yin e yang, teoria dos cinco elementos e a teoria dos Zang Fu.
De acordo com Cunha (2007), além das teorias já citadas acima, há ainda a
teoria das substâncias vitais e a teoria dos meridianos.
Para a compreensão e aprofundamento do estudo da MTC é necessário o entendimento das teorias citadas anteriormente.
14
3.1 TEORIA DO YIN E YANG
Nas primeiras observações na China antiga em relação ao ser humano observou-se que os fenômenos da natureza poderiam ser classificados em dois polos
opostos: yin (negativo) e yang (positivo), seguindo uma linha de equilíbrio. (LUCA,
2008).
A figura 1 representa esses polos opostos através do símbolo do Yin e do
Yang.
Figura 1 - Símbolo Yin e Yang. Cunha (2007).
A teoria Yin e Yang foi descrita há milênios e baseia-se nas observações na
natureza, obedecendo quatro princípios: oposição, interdependência, consumo mútuo e intertransformação de Yin e Yang. (VECTORE, 2005)
A oposição de Yin e Yang apresenta-se como características opostas que
proporcionam a interpretação de manifestações clínicas e sintomatologias e consequentemente direciona o tratamento. (CAMPIGLIA, 2009).
Essa oposição é exemplificada na tabela 1, que apresenta as características
de Yin e Yang diante de diversos fatores.
15
Polaridade
Yang
Yin
Positivo/ Superficial (Biao)/ Superior
Negativo/ Profundo (Li)/ Inferior
Espaço
Esquerda/ Leste, Sul/ Céu
Direita/ Oeste, Norte/ Terra
Tempo
Dia/ Sol
Noite/ Lua
Estação
Primavera, verão
Outono, inverno
Temperatura
Morno, quente
Fresco, frio
Umidade
Secura
Umidade
Luminosidade
Claro
Escuro
Peso
Leve/ Movimento/ Expansão
Pesado/ Repouso/ Contração
Estado
Excitação/ Ascendência
Inibição/ Descendência
Tórax (supradiafragmático)
Abdômen (infradiafragmático)
Dorso
Ventre
Pêlo, pele
Músculo, osso
Energia (Qi)
Sangue (xue)
Energia defensiva (Wei Qi)
Qi nutritivo (Yin Qi)
Víscera (Fu)
Órgão (Zang)
Intestino Delgado (Xiao Chang)
Coração (Xin)
Intestino Grosso (Da Chang)
Pulmão (Fei)
Vesícula Biliar (Dan)
Fígado (Gan)
Estomago (Wei)
Baço (Pi)
Bexiga (Pang Guang)
Rim (Shen)
Triplo Aquecedor (San Jiao)
Pericárdio (Xin Bao)
Meridianos Yang
Meridianos Yin
Face externa dos membros
Face interna dos membros
Superfície posterior-lateral
Superfície anterior-medial
Função/ Subir/ Sair/ Exteriorizar/ Calor (Re)/
Estrutura/ Descer/ Entrar/ Inte-
Excesso (Shi)/ Aguda/ Início rápido
riorizar/ Frio (Han)/ Deficiência
Anatomia
Fisiologia
(Xu)/ Crônica/ Início Gradual
Diagnóstico
Coloração com brilho
Coloração opaca
Som alto
Som baixo
Calor, sede e obstinação.
Frio, ausência de sede e diarreia.
Urina escassa e concentrada (escura)
Urina profunda e clara
Língua vermelha/ Revestimento amarelado
Língua pálida/ Revestimento
esbranquiçado
Pulso:
cheio,
rápido,
superficial-flutuante,
grande, transbordando e escorregadio.
Tabela 1 - Relação entre Yin e Yang. Cunha (2007).
Pulso: vazio, lento, profundo,
pequeno, fino e áspero.
16
Nunes (2010) descreve que no princípio da Interdependência Yin e Yang devem coexistir de maneira exclusiva, complementar e dependente. Essa relação é
chamada de recíproca e demonstra que a energia não pode ser formada se não
houver matéria e vice-versa.
Para exemplificar essa reciprocidade pode-se considerar o coração que representada um órgão (Yin) e sua função de contrair (Yang), a energia “contração”
(Yang) não pode ser formada se não houver matéria “nutrientes” (Yin). (NUNES,
2010)
Outro fato importante dessa relação de interdependência é que o estado de
equilíbrio de Yin e Yang se manifesta nas funções fisiológicas, e consequentemente,
impede a manifestação de doenças. (VECTORE, 2005).
A figura 2 demonstra o equilíbrio entre Yin e Yang.
Figura 2 - Equilíbrio de Yin e Yang. Maciocia (2007).
No dia-a-dia há um consumo de Yin e Yan, o que acarreta em um desequilíbrio. Maciocia (2007) menciona que essa alteração no estado de equilíbrio está relacionada com o surgimento de doenças que podem ocorrer através da manifestação
de quatro situações diferentes:
1. Excesso de Yin, demonstrado na figura 3, que ocorre quando o excesso de
frio interior ou exterior ao organismo consome o Yang, especialmente o do
baço. Esse tipo de situação é conhecida como frio por excesso.
17
Figura 3 - Excesso de Yin. Maciocia (2007).
2. Excesso de Yang, representado na figura 4, que se manifesta quando o excesso de calor exterior ou interior consome os fluidos corpóreos que pertencem ao Yin e provoca secura e é descrito como calor por excesso.
Figura 4 - Excesso de Yang. Maciocia (2007).
3. Consumo de Yin, expresso na figura 5, que ocorre quando a energia Yin do
organismo está depauperada. A diminuição do Yin ocasiona sintomas de aparente excesso de Yang. Este tipo de manifestação é chamado de calor por
deficiência.
Figura 5 - Consumo de Yin. Maciocia (2007).
18
4. Consumo de Yang, como se anuncia na figura 6, que se manifesta quando a
energia Yang do organismo fica espontaneamente deficiente. A diminuição da
energia Yang provoca sintomas semelhantes aos percebidos no excesso de
Yin, porém, neste caso, é chamado de frio por deficiência.
Figura 6 - Consumo de Yang. Maciocia (2007).
Campiglia (2009) complementa dizendo que o esgotamento ou acumulo de
energia acarreta na intertransformação que converte as energias Yin em Yang e vice-versa.
3. 2 TEORIA DOS CINCO ELEMENTOS
A concepção dos cinco elementos baseia-se na evolução dos fenômenos naturais, bem como nos vários aspectos que compõem tais fenômenos, descritos na
tabela 2, que são regidos pelas forças de dominância (geração) e contradominância,
facilitando o diagnóstico e a descoberta da deficiência energética para definir o tratamento. (PEREIRA, 2010).
19
Elemento
Madeira
Característica dos elementos
Representa o aspecto de crescimento, movimento, florescimento, síntese.
Fogo
Representa todos os fenômenos naturais que se caracterizam
por ascensão, desenvolvimento, expansão e atividade.
Terra
Representa os fenômenos naturais que se traduzem por transformação e mudanças.
Metal
Caracterizam os processos naturais de purificação, seleção,
análise e limpeza.
Água
Representa os fenômenos naturais que se caracteriza por:
retração, profundidade, frio, declínio, queda, eliminação. Ponto
de partida e chegada da transmutação dos movimentos.
Tabela 2 - Cinco elementos e suas características. Yamamura (2001).
As características próprias dos fenômenos naturais podem ser classificadas
em quatro princípios, são eles: princípio de geração, princípio de dominância, princípio de contra dominância e hiperdominância. (CUNHA, 2007).
No princípio de geração, também conhecido como regra “mãe e filho”, cada
elemento é gerado por um que gera outro. Assim, madeira gera fogo, o fogo gera a
terra, a terra gera o metal, o metal gera a água, a água gera a madeira. Dessa forma, por exemplo, a madeira é gerada pela água e, no estágio sequencial, gera o
fogo. Portanto a madeira é filha da água e mãe do fogo. (VECTORE, 2005).
A figura 7 demonstra a relação entre os elementos dentro dos princípios de
geração, dominância e contradominância.
20
Figura 7 - Princípio de geração, dominância e contradominância. Villela e Lemos (2010).
No princípio de dominância, também conhecido como regra “avô e neto”, cada
elemento controla, mas também é controlado. A madeira controla a terra, a terra
controla a água, a água controla o fogo, o fogo controla o metal e o metal controla a
madeira. (BERALDO, 2005).
Ainda de acordo com Beraldo (2005) Há a inter-relação entre as sequências
da geração e controle. Por exemplo, a madeira controla a terra e a terra gera o metal
que controla a madeira. Essas relações também estão exemplificadas na figura anterior (figura 7).
O princípio de contra-dominância, chamado também de afrontamento ou neto
volta-se contra o avô, acontece na ordem inversa da sequência de controle. Assim, a
madeira afronta o metal, o metal afronta o fogo, o fogo afronta a água, a água afronta a terra e a terra afronta a madeira. Dessa forma, as duas primeiras sequências
lidam com o equilíbrio normal entre os elementos, ao passo que as duas últimas sequências de superação e afrontação referem-se a relações anormais entre os elementos, que ocorrem quando o equilíbrio é quebrado. (MACIOCIA, 2007).
O princípio de contra-dominância também está representado na figura 7.
O ciclo de hiperdominância é exatamente igual ao de dominância/controle, porém em intensidade mais agressiva em vez de controlar de forma natural um ele-
21
mento, a ação de controle acaba lesando. Como exemplos, água apaga o fogo por
completo ou quase, a madeira tira todo o húmus da terra, o fogo drena a água em
excesso e o metal corta a madeira pela raiz, como se demonstra na figura 7. (CAMPIGLIA, 2009)
As características próprias de cada um dos cinco elementos permitem que se
possam enquadrar todos os aspectos da natureza como integrantes de um dos elementos. Alguns dos fenômenos naturais de acordo com a característica energética
dos cinco elementos são vistos na tabela 3. (PEREIRA, 2010)
Madeira
Fogo
Terra
Metal
Água
Estação
Primavera
Verão
Nenhuma
Outono
Inverno
Direção
Leste
Sul
Centro
Oeste
Norte
Cores
Verde
Vermelho
Amarelo
Branco
Preto
Sabores
Azedo
Amargo
Doce
Picante
Salgado
Climas
Vento
Calor
Úmido
Secura
Frio
Estágios de
Nascimento
Crescimento
Transforma-
Colheita
Estoque
desenvolvimento
ção
Números
8
7
5
9
6
Planetas
Júpiter
Marte
Saturno
Venus
Mercúrio
Yin-Yang
Yang Mínimo
Yang
Centro
Yin Minimo
Yin Máximo
Homem
Mamífero
Cobertos
Máxi-
mo
Animais
Peixe
Pássaro
com conchas
Animal doméstico
Ovelha
Ave
Boi
Cachorro
Porco
Grão
Trigo
Feijão
Arroz
Cânhamo
Milhete
Órgão Yin
Fígado
Coração
Baço
Pulmão
Rim
Órgão Yang
Vesícula
Intestino
Estomago
Intestino
Bexiga
Biliar
Delgado
Olhos
Língua
Boca
Nariz
Ouvido
Tecidos
Tendão
Vasos
Músculo
Pele
Ossos
Emoções
Fúria
Alegria
Pensamento
Tristeza
Medo
Sons
Grito
Riso
Canto
Choro
Gemido
Órgãos dos senti-
Grosso
dos
Tabela 3 - Principais correspondências dos cinco elementos. Maciocia (2007).
22
3. 3 TEORIA DE ZANG FU
Para a MTC denomina-se Zang e Fu o estudo dos Órgãos e das Vísceras sob
esses três aspectos. (JUNIOR, 2005).
O primeiro aspecto incluem as vísceras que são denominadas como Fu. Essas vísceras são compostas por estruturas tubulares e ocas, as quais são englobadas por um elemento altamente energético e têm a função de receber, digerir, transformar os alimentos e excretar os resíduos. (CUNHA, 2007)
Cunha (2007) descreve que Fu é representado pelo intestino delgado, intestino grosso, estômago, bexiga, vesícula biliar, e triplo aquecedor.
O segundo aspecto incluem os Órgãos, denominados Zang, que são constituídos pelo coração, fígado, baço/pâncreas, rim e pulmão. Esses órgãos têm função
de produzir, transformar e armazenar a energia (Qi), o sangue (Xue), líquidos orgânicos (Jin ye), a essência adquirida e a essência inata (Jing) e espírito vital (Shen),
proporcionando o dinamismo físico, visceral e mental. (VILLELA e LEMOS, 2010)
O terceiro aspecto incluem as vísceras extraordinárias ou vísceras curiosas,
como também são conhecidas. Nessas vísceras extraordinárias há o cérebro (Nao),
a medula (Sui), os ossos (Gu), os vasos (Mai) e o útero (Nu Zi Bao) que têm a função de armazenar a essência. (MACIOCIA, 2007).
De acordo com Maciocia (2007) para a compreensão de como o corpo reage
frente ao desequilíbrio energético e consequentemente o entendimento do surgimento de doenças faz-se necessário o entendimento correto da teoria de Zang e Fu.
A teoria do Zang e Fu também é utilizada como meio de diagnóstico na MTC.
As alterações do estado emocional do paciente significam um desequilíbrio energético do órgão correspondente. Por exemplo, alegria excessiva é consequência ao vazio do coração, preocupação é decorrência ao vazio de Baço/Pâncreas, raiva ou
nervosismo é efeito de plenitude de fígado. (YAMAMURA, 2001).
Yamamura (2001) menciona também que as alterações nas estruturas orgânicas do corpo significam exteriorização do processo interno, para exemplificar pode-se citar que a queda de cabelo, perda de audição, impotência sexual, poliúria e
lombalgia, tema central desta pesquisa, significam vazio dos Rins.
23
3.4 TEORIA DAS SUBSTÂNCIAS VITAIS
Maciocia (2007) descreve que o corpo e a mente não são vistos como um
mecanismo, mas como um vórtice de Qi em suas várias manifestações, interagindo
entre si para formar o organismo.
A MTC considera a função do corpo e da mente como resultado da interação
entre determinadas substâncias vitais que se manifestam em vários níveis de substancialidade, sendo algumas delas rarefeitas e outras totalmente imateriais. Para o
pensamento chinês, o corpo e a mente não são vistos como um mecanismo complexo, mas como um círculo de energias e substâncias vitais interagindo umas com as
outras para formar o organismo (BERALDO, 2005).
Villela e Lemos (2010) mencionaram em sua pesquisa que os chineses
concebem a fisiologia do corpo e da mente humana como resultante da interação
entre substâncias vitais, definidas em Qi, Shen, Jing, Xue e Jin Ye, como visto na
tabela 4.
Significados
Qi
Significa força vital, éter de matéria e energia, dentre outros. É considerado como a substância fundamental constituinte do Universo, incluindo a vida humana e suas transformações. Nesse sentido, constitui a força vital formadora da forma física dos seres e a força
motriz que ordena a atividade impulsionadora dessa forma física.
Shen
Representa mente espírito ou consciência e indica as atividades mentais, a consciência, o
pensamento, a inteligência, a memória, as ideias e a sabedoria.
Jing
Traduzido como essência da vida por determinar a origem da vida e as características físicas. Possui significados como essência pré-natal, essência pós-natal adquirida e essência
do rim, como sistema. Vale ressaltar que os rins, assim como todos os órgãos na MTC, são
vistos como um sistema e não como um órgão independente.
Xue
Significa sangue e todos os seus componentes: plasma, hemácias, leucócitos e plaquetas.
É constituído pelas essências pré-natal e pós-natal adquiridas. A primeira essência originase no ato da concepção, forma a medula óssea, que produz o sangue. A segunda forma-se
após o nascimento, pela nutrição. Cabe ao estomago e ao baço processamento e a transformação dessa nutrição em sangue; ao coração e ao pulmão, o transporte desse sangue
pelos vasos sanguíneos e meridianos.
Jin Ye
Englobam todos os líquidos existentes no corpo, intra e extracelulares.
Tabela 4 - Substâncias vitais. Villela e Lemos (2010).
24
3. 5 TEORIA DOS MERIDIANOS
Os meridianos são canais energéticos por onde a energia circula com a função de nutrir todo o organismo. Ao estimular os acupontos, pontos localizados nos
meridianos, desencadeiam-se estímulos elétricos que fazem a energia fluir pelos
canais, irrigando todo o organismo e regularizando as energias que estão desequilibradas ou bloqueadas, para evitar, assim, o adoecimento do organismo (PEREIRA,
2010).
Ao se unirem esses pontos, obtêm-se linhas ou trajetórias longitudinais que
foram denominadas Jing, ou Meridianos, e trajetórias horizontais denominados Luo
ou Comunicações. O Jing Luo é o termo genérico que engloba os meridianos e suas
ramificações. Sendo que Jing tem o sentido de “caminho” ou “via”, os meridianos
são os ramos principais do sistema canalar, e Luo são os ramos dos meridianos que
cruzam em diagonais e que cobrem o conjunto do corpo, como visto na figura 8.
(LUCA, 2008)
Figura 8 - Mapeamento completo dos pontos e meridianos da acupuntura. Luca (2008).
Os doze meridianos principais formam pares, percorrendo os dois lados do
corpo. Existem meridianos Yin, relacionados aos órgãos, e meridianos Yang, relacionados às vísceras. Os meridianos Yin, então, compreendem os Meridianos do
Coração, do Baço-Pâncreas, do Pulmão, do Rim, do Fígado e do Pericárdio; e os
25
Meridianos Yang são: o Meridiano do Intestino Delgado, do Estômago, do Intestino
Grosso, da Bexiga, da Vesícula Biliar e do Triplo Aquecedor. (MACIOCIA, 2007).
A tabela 5 demonstra a relação entre os meridianos e os cinco elementos.
Meridianos Profundos
Cinco Elementos
Meridianos Superficiais
Pulmão
Metal
Intestino Grosso
Rins
Água
Bexiga
Fígado
Madeira
Vesícula Biliar
Coração
Fogo
Intestino Delgado
Pericárdio
Fogo
Triplo Aquecedor
Baço-Pâcreas
Terra
Estômago
Tabela 5 - Relação dos Doze meridianos com Cinco Elementos. Luca (2008).
Cunha (2007) menciona que todos os meridianos se interligam entre si de
forma complexa, onde os fluxos de energia (Qi), sangue (Xue), nutrição (Ying) e defesa (Wei) são ordenados e seguem um padrão. Assim, nos membros superiores, os
três meridianos Yin (P, CS e C) percorrem a face palmar do braço, e os três meridianos Yang (IG, TA e ID) percorrem a face dorsal do braço. Nos membros inferiores,
os meridianos Yin (BP, F, e R) percorrem o lado medial da perna e da coxa, e os
meridianos Yang (E, VB, B) percorrem as faces lateral e dorsal da perna e da coxa,
como visto na figura 9.
Figura 9 - Circulação dos canais de energia. Focks e Marz (2008).
26
Luca (2008) finaliza que a teoria dos meridianos é um estudo que engloba distribuição, circulação, função fisiológica, alteração patológica, a relação entre os órgão e vísceras e os meridianos. Os doze meridianos ordinários se acoplam aos pares, assim, visando ao perfeito equilíbrio do corpo, sendo doze meridianos profundos
(tendinosos) e doze meridianos superficiais. Os meridianos Yin pertencem aos órgãos, e seu Luo, às vísceras; e os meridianos Yang pertencem às vísceras, e seu
Luo, aos Órgãos, como na figura 10.
Figura 10 - Quadro da organização do sistema de meridianos e colaterais – Jing Luo o Zhongyi Jishu
Lilun Xianjie. Luca (2008).
27
3. 6 DIAGNÓSTICO DA MEDICINA TRADICIONAL CHINESA
O diagnóstico da MTC é um requisito para a determinação do tratamento, visando à compreensão de como o paciente se implanta dentro do seu contexto de
vida e como está interagindo com fatores que o cercam. O padrão de resposta de
cada indivíduo, em dado momento, é categorizado em síndromes. A partir desse
diagnóstico, é definido o plano de tratamento. (SZABÓ e BECHARA, 2010)
Maciocia (2007) descreve em sua pesquisa que, para um bom diagnóstico, é
preciso observar quatro partes, como visto na tabela 6.
Avaliação
Característica
Observação
Olhos, nariz, boca, lábio, dentes, gengivas, garganta, membros, pele,
face, orelhas, língua e corpo
Anamenese
Tipo da dor, alimentação, gosto, fezes, urina, sede, bebidas, sono, transpiração, audição, sensação de frio ou calor, emoção, sexo e doença anterior
Palpação
Pulso, pele, membros, tórax, abdome e pontos dos meridianos
Ausculta e olfato
Voz, respiração, tosse, vômito, soluço, borborigmos, suspiros, eructação,
odor corporal, secreções, hálito, suor, esputo, urina, fezes, secreção vaginal, lóquios e gases intestinais.
Tabela 6 - Avaliação da MTC. Maciocia (2007)
Para a MTC, a língua é capaz de manifestar a presença de doenças em diferentes órgãos. Cada uma de suas partes representa um órgão, e as observações da
cor, forma, cobertura e umidade da língua são capazes de ajudar na identificação da
patologia. Além disso, vale resaltar que, para o diagnóstico, levam-se em consideração vários aspectos dos pacientes. Sendo assim, em uma anamnese ampla, com o
intuito de observar o corpo como um todo, são observadas características faciais, a
inspeção do pulso e da língua do paciente. (ALENDE et al., 2008)
A figura 11 apresenta um esquema de avaliação do pulso e a figura 12 um
esquema de avaliação da língua.
28
Figura 11 - Avaliação do pulso. Cunha (2007)
Figura 12 – Avaliação da Língua. Maciocia (2007).
29
4 ACUPUNTURA
A acupuntura é uma das técnicas da MTC. A palavra tem origem em duas palavras em latim: acus, que significa agulha, e punctura, que significa picada. Portanto, é a inserção de agulhas em pontos específicos na pele, com o objetivo de tratar e
prevenir doenças. (SILVA et al., 2011)
As principais aplicações de acupuntura eram feitas com agulhas de pedra entre os séculos XXI-XVI A.C.. Com o decorrer dos anos foram substituídas por farpas
de bambu, ossos e espinhas de peixe, posteriormente, diante da evolução da acupuntura por meio de pesquisas, foram substituídos os materiais por bronze, ouro,
prata, platina e outros, até finalmente adotar-se o uso exclusivo de agulhas de aço
inoxidável. (SZABÓ e BECHARA, 2010).
A técnica baseia-se no equilíbrio energético do paciente, que é tratado de
forma global, estabelecendo uma harmonia entre o corpo e a mente através dos meridianos, conhecidos como canais energéticos, que correspondem às linhas imaginárias que percorrem todo o corpo, ligando órgãos às vísceras, e que são por onde
trafega a energia vital denominada Qi. (ALENDE et al., 2008).
No decorrer dos meridianos, obtemos vários pontos de acupuntura onde é introduzida a agulha – também chamados de acupontos. São regiões da pele onde há
grande concentração de terminações nervosas sensoriais e relacionam-se com nervos, vasos sanguíneos, tendões, periósteo e capsula articular, e quando são estimulados, acessam diretamente o sistema nervoso central (SNC). (ROSA et al., 2010)
A acupuntura analisa o organismo humano de um ponto de vista sistêmico e
complexo, e demonstra que há uma grande quantidade de agentes que se interrelacionam. (LOPES et al., 2011)
Cunha (2007) relata que o mundo ocidental tem utilizado a acupuntura assim
como os orientais. Além disso, cita que, no Brasil, estima-se que haja a presença de
aproximadamente 20.000 profissionais acupunturistas.
Outro dado importante é que a acupuntura está regulamentada pela portaria
n° 971/2006 do Ministério da Saúde, e a população tem apresentado grande interesse nessa prática complementar e alternativa. (LOPES et al., 2011).
30
A utilização da acupuntura como método de tratamento de doenças tem demonstrado ótimos resultados, principalmente na diminuição do quadro álgico. (CUNHA, 2007).
31
5 LOMBALGIA
5. 1 LOMBALGIA NA MEDICINA OCIDENTAL
O esqueleto humano é divido em apendicular (membros superiores e inferiores) e axial que compreende a coluna vertebral, o crânio, o esterno e as costelas.
(BURIGO e LOPES, 2010)
Cunha (2007) descreve a importância da coluna vertebral, pois esta é o eixo
do corpo humano e permite a sustentação estática e a funcionalidade cinética, havendo assim a conciliação de rigidez e flexibilidade.
A coluna vertebral é separada em cervical, torácica, lombar, sacral e coccígenas e realiza os movimentos de flexão, extensão, flexão lateral, circundunção e rotação. (MEHRET et al, 2010)
Mehret et al. (2010) descreve que a amplitude dos movimentos vertebrais depende do nível da coluna vertebral e a coluna lombar é responsável pela maior parte
dos movimentos de flexão e extensão. Além disso, a coluna lombar fornece suporte
para a porção superior do corpo e transmite o peso dessa área para os membros
inferiores e região pélvica. (CUNHA, 2007)
De acordo com IIDA (2008) o homem na sociedade atual permanece na postura sentada grande parte do dia e isso ocasiona desequilíbrios musculares e diminuição da estabilidade e mobilidade na região lombar.
Burigo e Lopes (2010) menciona que a dor é uma experiência sensorial e
emocional desagradável, relacionada a lesões reais ou potenciais. Branco (2005)
complementam afirmando que a dor é um dos grandes incômodos da humanidade e
tem impacto social e econômico.
De acordo com Macedo e Briganó (2009) a lombalgia é a segunda dor mais
frequente no homem. Além disso, essa doença representa um impacto econômico,
pois representa um custo elevado no seu tratamento para o sistema de saúde e para
previdência social, devido ao alto índice de afastamento.
Abreu e Ribeiro (2010) definem lombalgia da seguinte forma:
32
“A lombalgia corresponde a dor localizada na região póstero-inferior
da coluna vertebral, compreendida entre o último arco costal e a prega glútea, podendo acarretar limitações em vários aspectos da vida do indivíduo.”
O aparecimento da lombalgia está associado a movimentos de levantamento
de objetos pesados, vibração, rotação e flexão anterior do tronco. Além disso, relatam-se fatores psicológicos, ergonômicos, alterações biomecânicas, características
demográficas e ocupacionais. (MACEDO E BRIGANÓ, 2009)
Abreu e Ribeiro (2010) descrevem a lombalgia como doença ocupacional,
pois está relacionada à atividade profissional com grande sobrecarga física associada à postura inadequada, movimentos repetitivos e estresse.
De acordo com Macedo e Briganó (2009) o tratamento da lombalgia é complexo e a fisioterapia se torna um recurso essencial para a reabilitação do paciente.
Os tratamentos fisioterapêuticos incluem técnicas de terapia manual, cinesioterapia,
eletrotermoterapia, hidrocinesioterapia, reeducação postural e manipulação osteopática e, assim como a utilização de medicamentos, visam à diminuição do quadro álgico.
5. 2 LOMBALGIA NA MEDICINA TRADICIONAL CHINESA
A lombalgia para a MTC é uma manifestação sindrômica relacionada, basicamente, às deficiências energéticas dos Rins. Todavia, uma alteração energética
de outros meridianos pode resultar em uma enfermidade na coluna lombar. (BUGURIO e LOPES, 2010).
No entanto, Mehret et al. (2010) menciona que a lombalgia, na visão da MTC,
pode ser descrita como uma síndrome de obstrução dolorosa, ou síndrome Bi, o que
se caracteriza por sensibilidade ou formigamento dos músculos, tendões e articulações, causados por invasão de uma energia perversa como vento, frio ou umidade.
Essa invasão resulta na obstrução de Qi e Xue dos meridianos.
Para Ferreira (2009), a lombalgia pode ser desencadeada por fatores externos e internos. Fatores externos são mudanças bruscas de clima, frio, umidade, ven-
33
to, calor e traumatismos, que resultam em estagnação de sangue, bloqueando a
passagem de Qi e Xue pelos meridianos da região lombar. Fatores internos são as
emoções, fadiga física, excesso de atividade sexual e deficiência energética do corpo devido à idade avançada. Nestes casos, a essência energética é deficitária, podendo chegar à exaustão e a uma deficiência do Qi e do Xue, impedindo que os
músculos e os tendões apresentem uma nutrição apropriada, o que resulta em uma
fadiga tecidual mais rápida ao nível da região lombar.
A área inferior das costas é intensamente influenciada pelos Meridianos da
Bexiga e do Rim. O meridiano principal da Bexiga flui ao longo das costas em duas
linhas, o meridiano do Rim flui a partir do períneo ao longo da coluna e vai para os
rins e para a bexiga. (CUNHA, 2007).
Lopes et al. (2011) descreveu em sua pesquisa que a MTC considera a região
lombar, assim como toda a coluna vertebral, dependente do Shen Qi. Quando existe
uma deficiência da energia, surge a condição básica para haja as alterações energéticas, funcionais e orgânicas nas regiões. A deficiência de energia do rim está associada à patologia energética dos Zang e Fu e dos Canais de Energia e Colaterais.
Assim, as diversas formas de lombalgia, consideradas pela MTC, estão condicionadas às afecções dos Canais de Energia Principais, Curiosos, Distintos, Tendinomuscular e Luo longitudinal.
Na dependência dessas condições energéticas patológicas, a MTC classifica
a lombalgia da forma como se vê na tabela 7. (YAMAMURA, 2001)
34
Classificação da Lombalgia
Lombalgia Shao Yin
Lombalgia do Canal Energia Tendinomuscular da Bexiga
Lombalgia Yang Qiao Mai
Lombalgia Yang Wei
Lombalgia Yin Qiao Mai
Lombalgia Yin Wei
Lombalgia Du Mai
Lombalgia do Canal de Energia Luo Longitudinal do Du Mai
Lombalgia Chong Mai
Lombalgia Associadas
Lombalgia por Acometimento dos Pontos Shu do Dorso
Lombalgia com Irradiação para Membro Inferior
Lombalgia Tai Yang
Lombalgia Shao Yang
Lombalgia Yang Ming
Lombalgia por Acometimento dos Canais de Energia Distintos
Tabela 7 - Classificações da lombalgia.Yamamura (2001)
5. 3 TRATAMENTO DA LOMBALGIA NA MEDICINA TRADICIONAL CHINESA
Os pontos para tratamento pela MTC são selecionados com muita cautela, e
a avaliação é minuciosa e bem detalhada, de acordo com a alteração energética apresentada pelo paciente. Logo, o tratamento com acupuntura é individualizado.
Santos (2010) apresentou, em sua análise sobre o tratamento da lombalgia
usando a acupuntura os pontos selecionados, que foram: M-BW-35 (Jiaji), dois pontos abaixo e dois pontos acima do nível da lesão da raiz nervosa, VG2, VG4, VB30,
B54, B60, R2, R3, ID3 e M-HN-3 (Yin Tang). Para o tratamento específico do canal
de energia afetado foram adicionados, para o canal de energia da vesícula biliar:
TA2, TA3, VB41, VB43; para o canal de energia do estômago: IG2, IG3, E43, E44 e
para o canal de energia da bexiga: ID2, ID3, B65, B66. Foram realizadas trinta sessões de trinta minutos, duas vezes por semana, e houve melhora significativa da dor
em todos os pacientes tratados.
35
O procedente estudo evidenciou o tratamento da lombalgia em que foram
mencionados os seguintes pontos: B23, B24, e B25, realizado com a eletroacupuntura, com duração de trinta minutos, duas sessões por semana, em um total de cinco
semanas de tratamento, mostrando estatisticamente a melhora do quadro álgico.(SANTOS et al., 2008).
Outra pesquisa expôs os pontos de terapêutica na lombalgia, que foram: B24,
B57, B60, R7, F2, IG4 e E36. Nessa, foram realizadas cinco sessões de acupuntura
com duração de quarenta minutos, resultando em melhora na lombalgia. (Beraldo et
al, 2005)
Lopes et al. (2011) descreveu, em sua investigação sobre a lombalgia, os
pontos selecionados para o tratamento, que foram os seguintes: B22, B23, B54,
B60, R3 e extra 70 da segunda à quinta vértebra lombar. Foram realizadas oito sessões, duas aplicações por semana, com duração de 30 minutos, o que proporcionou
melhora significante em relação aos sintomas da lombalgia apresentados pelos pacientes.
Matsuura e Ribeiro (2010) descreveram em seu estudo o tratamento para
lombalgia visto na tabela 8.
Causa da lombalgia
Tratamento
Invasão de vento, frio, umidade.
IG4, TA5, TA6, VB20, B40, B60 e Moxa IG4, TA5 E
B40
Invasão de vento, umidade e calor.
IG2, IG4, TA5, TA6, VB20, B40, B60 e B66
Acúmulo de umidade e frio
B40, B58, B60, B64, BP6, BP9, R3 e Moxa B40,
B64, BP9 e R3
Fluxo descendente de umidade e calor
TA2, TA4, TA6, B40, B58, B60, B66, BP9, VB34
Estagnação do Qi de fígado
F3, F5, F6, F11, F12, F14, CS6, BP6
Estagnação de Xue
IG4, F3, B17, B40, B64, B67, BP6
Deficiência da Essência do Rim
B23, B40, VB34, VB39, B58, R3, R10, BP6
Lombalgia causada pelo acometimento do
canal tendinomuscular da Bexiga
B67, B64, ID18
Lombalgia causada pelo acometimento do
canal tendinomuscular do Rim
R7, R3, VC3, R1
Lombalgia causada pelo vazio de Lo Longitudinal do Rim
B58, R7
36
Causa da lombalgia
Tratamento
Lombalgia causada pelo acometimento do
canal distinto da Bexiga e Rim
B10, B40, R10, R1
Lombalgia acometida pelo Du Mai
ID3, B62, DU16, DU 14, DU12, DU10, DU8, DU4,
DU6, DU3, DU1, VB20, VG20
Lombalgia acometida pelo Dai Mai
VB41, TA5, F13, VB26, VB27, VB28
Lombalgia acometida pelo Yang Qiao Mai
B62, ID3, B67, B61, B59
Lombalgia acometida peloYang Wei Mai
TA5, VB41, B63, VB35, B67, R7, VB43
Lombalgia acometida pelo Ren Mai
P7, R6, B56
Lombalgia acometida pelo Chong Mai
BP4, CS6, B23, R7
Lombalgia acometida pelo Yin Qiao Mai
R6, P7, R3, B23
Lombalgia acometida peloYin Wei Mai
CS6, BP4, R9
Lombalgia acometida pelo canal Tai Yang
ID2, ID3, B65, B66, VC4, R7, R3, B40, B57, B60,
B10, B23, B52, VG4, B25, VG3
Lombalgia acometida pelo canal Shao Yang
TA2, TA3, VB41, VB43, VC4, R7, R2, R3, VB34,
VB39, B23, VG4, B31, B32, B33, B34, B30
Lombalgia acometida pelo canal Yang Ming
IG2, IG3, E43, E44, VC4, R7, R3, R2, E34, E35, E
36, E37, E39, E41, B23, B21
Lombalgia acometida pelo canal Shao Yin
C7, C8, R2, R3, VC6, VC4, R10, R7, B40, B60, B23,
VG4, B52, B22
Tabela 8 - Tratamento da lombalgia. Matsuura e Ribeiro (2010).
37
6 CONCLUSÃO
Com base na literatura científica, conclui-se que a população demonstra uma
elevada prevalência da lombalgia, sucedendo no paciente isolamento da sociedade,
comprometendo sua integridade física e psicológica. Esses sinais e sintomas podem
estar associados com possíveis situações inadequadas relacionadas a vários fatores
cotidianos. A acupuntura visa, assim como os tratamentos ocidentais, o alivio imediato da dor, entretanto trabalha sob o ponto de vista dos distúrbios energéticos que
poderão proporcionar resultados mais amplos e duradouros. A associação de tratamentos ocidentais, que analisam o corpo de forma mecânica, com a acupuntura,
que entende o corpo como parte de um ser complexo e interativo com o ambiente,
será mais eficaz e efetivo no alivio das lombalgias.
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