marrakech - monmarocguide

um dos primeiros, e indiscutivelmente um dos melhor sucedidos
new-wave riads que começaram a surgir em Marrakech há poucos
anos atrás, colocando esta cidade no roteiro fashion e trendy do mundo
marrakech
riad 72
É pequeno,
super charmoso,
de atmosfera
contemporânea
e romântico
N
o meio das labirínticas ruelas da velha medina, e instalado numa antiga
mansão do século XVIII pertencente a um caid (juíz), foi concebido
pela proprietária, a decoradora italiana Giovanna Cinel, e pelo arquitecto
marroquino Addelkarim El Achak, e ao qual chamaram Riad 72.
“Há qualquer coisa de misterioso acerca desta cidade que me lembra Veneza, que eu
tão bem conheço”, diz Giovanna que, quando chegou a Marrakech, se apaixonou
perdidamente pela cidade, e que divide agora a sua vida entre Marrakech e Milão.
Sou recebida no pátio interior, onde me oferecem chá de menta acompanhado de
patisserie marroquina. Como todos os riads, o centro da casa funciona em redor do
pátio. O do Riad 72 é minimalista e moderno, bem diferente da maioria dos outros riads.
Em vez da tradicional fonte de mármore redonda, uma fonte rectangular em tadelakt,
coberta de pétalas de rosa, com pequenos e estreitos canais com água, cria um ambiente
refrescante e relaxante. À sua volta, bananeiras e palmeiras enchem o espaço de verde
com as suas folhagens luxuriantes, tornando-o ainda mais refrescante e relaxante. Em
redor, vários espaços, criados pelos bhous, formam uma espécie de lounge marroquino,
com almofadas, futons e puffs espalhados, livros e revistas, transformando-o num lugar
O tradicional marroquino mistura-se e funde-se em harmonia com
o minimalismo contemporâneo de Giovanna. Vários espaços,
criados pelos bhous, formam uma espécie de lounge marroquino
Uma lindíssima porta de metal rendilhada com caligrafia árabe, torna-se
numa peça decorativa. Janelas de ferro forjado de intrincados arabescos
e portas de madeira trabalhada, traduzem o espirito deste riad
O riad tem apenas 4 quartos, cada um com o seu estilo próprio
e de nomes mágicos e misteriosos: Lile, Amal, Zahwa e Karma.
Todos dão para o pátio e situam-se no primeiro andar do riad
O conforto, modernidade
e tranquilidade do riad
transformam-no num
verdadeiro paraíso
de tranquilidade bem ao
lado da agitada medina
apetecível para relaxar e escutar o refrescante murmúrio
da água. Uma lindíssima porta de metal rendilhada com
caligrafia árabe torna-se uma peça decorativa. Janelas de
ferro forjado, de intrincados arabescos, e portas de madeira
trabalhada, traduzem o espírito deste riad, onde o tradicional
marroquino se mistura e funde em harmonia com o
minimalismo contemporâneo de Giovanna.
Ainda em redor do pátio fica uma divisão, misto de sala de
estar com sala de jantar, com as paredes de tadelakt cor de
beringela escuro, decorada com móveis de design, numa
espécie de “onde Milão se encontra com Marrocos”. Num
ambiente de pouca luz – música chill out sai de uma fantástica
e pequena aparelhagem –, vêem-se uma imensa e moderna
mesa de jantar de J. Morrisson, cadeiras desenhadas por
Piero Lissoni, um espelho do Laboratorio Avallone Milano
e uma branca chaise longue de B. Osgerby sob um imenso
tapete de lã vermelho berbere de Chichaoua. Das enormes
portas de madeira que dão para o pátio caem, suaves, tecidos
e voiles. Um pequeno hammam, no outro canto do pátio,
faz as delícias de quem gosta de ambientes 1001 Noites. Do
pátio, arcos e portas transportam-nos a um misterioso e
labiríntico sobe e desde de escadas.
O riad tem apenas 4 quartos, cada um com o seu estilo próprio
e de nomes mágicos e misteriosos: Lile, Amal, Zahwa e Karma.
Todos dão para o pátio e situam-se no primeiro andar do riad.
O Amal tem uma deliciosa e sedutora casa-de-banho, com a sua
banheira ao lado de um mocharabieh de madeira rendilhada,
por onde a luz passa, filtrada, enquanto nos deliciamos com
um banho de pétalas de rosas e espreitamos o pátio sem que
ninguém nos consiga ver. O Lile é um charmoso e pequeno
quarto duplex, com cama e casa de-banho na parte superior.
Fiquei instalada no Karma, o único considerado suite, pelas
suas dimensões em relação aos outros e sem dúvida pela beleza
da sua decoração. O tecto é altíssimo devido à sua enorme
cúpula de madeira trabalhada e vidros, por onde entra a luz
do sol – à noite constatei que a tapam para que a claridade não
atrapalhe o nosso sono. As paredes, repletas de nichos, são de
estuque branco, imaculado, rendilhadas, e o chão em cimento
afagado. O quarto é imenso. Só na parede que dá para a
varanda existem cinco portas e duas janelas, todas em madeira
e ferro forjado trabalhado. A casa-de-banho, separada por uma
sedutora cortina, é também em tadelakt e estuque branco, com
uma banheira de cimento afagado alta, profunda e quadrada
em forma de tanque, e que fez as minhas delícias.
Escadas estreitas e irregulares conduzem-nos até à açoteia, uma
das mais altas da medina, e que oferece uma vista inesquecível.
Um pequeno bassin, num dos lados, serve para refrescar quem
por aqui se deita numa das camas, a apanhar o sol – que aliás
se faz sentir quase todo o ano em Marrakech. Noutro recanto
do terraço, mesas baixas, pufes e almofadas criam um espaço
para quem quiser tomar o pequeno-almoço ou alguma outra
refeição. Jante pelo menos uma vez no Riad e experimente as
deliciosas iguarias preparadas por Fatouma, a cozinheira da casa
que, dizem, tem “o sal nas suas mãos”, que, na tradição árabe,
significa um dom: o que toca, dizem, torna-se delicioso. Foi o
que fizemos, numa das noites. Jantámos na açoteia, com vista
para a Koutobia, iluminada, à nossa frente, a lua no céu estrelado
sobre os telhados de Marrakech. Sem pressa, desfrutámos
das delícias vindas da cozinha, que Brahim – o berbere de
Ouarzazate –, nos trazia: briouattes, salada marroquina,
sopa de laranja, tagine de frango com ameixas e amêndoas
acompanhadas por pão árabe e vinho rosé marroquino.
Enquanto jantávamos ouvíamos lá em baixo as vozes, vindas
das ruelas, algures no labirinto da medina. Olhando para a
Koutobia e para o céu estrelado, reclinada numa almofada,
deliciada com aquelas iguarias, senti-me num lugar mágico,
um paraíso de paz na turbulenta e agitada medina, sobretudo
à noite, quando as portas se fecham e as velas e lanternas se
acendem – espalhadas pelos cantos e recantos do riad –, numa
atmosfera mágica, irreal e absolutamente romântica.
72 Arset Awzel - Bab Doukkala Marrakech · Mais informações em www.atmospherehotels.pt · tel: 21 390 7170 · Preços
por quarto desde 125 euros (alojamento e pequeno-almoço, chá à tarde e transfer) · O riad pode ser alugado em exclusivo por
600 euros/dia · Pode ir com a Royal Air Maroc (tel: 21. 350 0020), que tem voos diários Lisboa-Marrakech, via Casablancaexcepto às quartas-feiras) · a HS agradece a colaboração da Atmospheres Hotels, do Riad 72 e da Royal Air Maroc