Anexos - Ideflor-bio

Transcrição

Anexos - Ideflor-bio
Plano de
Manejo da Reserva
Biológica Maicuru
ANEXOS
Belém
Maio 2011
Sumário
2
3
ANEXO 1
Diagnóstico da Biodiversidade das Unidades
de Conservação Estaduais do Mosaico
Calha Norte, estado do Pará
Reserva Biológica Maicuru5
ANEXO 2
Ocorrência de espécies
na Reserva Biológica Maicuru
73
ANEXO 3
Relatório da Oficina de Pesquisadores
91
ANEXO 4
Relatório da Oficina de Planejamento Participativo
105
ANEXO 5
Decreto Estadual de criação da Reserva
Biológica Maicuru125
Plano
Planode
deManejo
Manejoda
daReserva
ReservaBiológica
BiológicaMaicuru
Maicuru| |Anexo
ANEXO
1
Planode
deManejo
Manejoda
daReserva
ReservaBiológica
BiológicaMaicuru
Maicuru| |Anexo
ANEXO
Plano
1
© CI / Adriano Gambarini
4
5
ANEXO 1
Diagnóstico da
Biodiversidade das Unidades
de Conservação Estaduais
do Mosaico Calha Norte,
estado do Pará – Reserva
Biológica Maicuru
Plano de Manejo da Reserva Biológica Maicuru | Anexo 2
Plano de Manejo da Reserva Biológica Maicuru | Anexo 2
© CI / Adriano Gambarini
1
Autores e participantes
Alexandre Aleixo
(Coordenador Científico, Pesquisador –
Avifauna & Mastofauna, Editor
do relatório final)
Coordenação de Zoologia - Ornitologia
Museu Paraense Emílio Goeldi – MCT/MPEG
e-mail: [email protected]
Luciano Fogaça de Assis Montag
(Pesquisador – Ictiofauna)
Instituto de Ciências Biológicas
Universidade Federal do Pará
e-mail: [email protected]
Wolmar Benjamin Wosiacki
(Pesquisador – Ictiofauna)
Coordenação de Zoologia – Ictiologia
Museu Paraense Emílio Goeldi – MCT/MPEG
e-mail: [email protected]
Fábio Ribeiro Silva
(Pesquisador Colaborador – Ictiofauna)
Coordenação de Zoologia - Ictiologia
Museu Paraense Emílio Goeldi – MCT/MPEG
e-mail: [email protected]
Marinus S. Hoogmoed
(Pesquisador Colaborador – Herpetofauna)
Coordenação de Zoologia – Herpetologia
Museu Paraense Emílio Goeldi – MCT/MPEG
e-mail: [email protected]
Rodrigo Teixeira D’Alincourt Fonseca
(Pesquisador Colaborador – Mastofauna)
Coordenação de Zoologia – Mastozoologia
Museu Paraense Emílio Goeldi – MCT/MPEG
e-mail: [email protected]
Roberta de Fátima Rodrigues Coelho
(Pesquisadora Colaboradora – Botânica)
Escola Agrotécnica Federal de
Castanhal – EAFC
e-mail: [email protected]
Wáldima Alves da Rocha
(Bolsista do projeto Calha Norte –
Herpetofauna)
Coordenação de Zoologia – Herpetologia
Museu Paraense Emílio Goeldi – MCT/MPEG
e-mail: [email protected]
Marcio Roberto Pietrobom da Silva
(Bolsista do projeto Calha Norte – Botânica)
Coordenação de Botânica
Museu Paraense Emílio Goeldi – MCT/MPEG
e-mail: [email protected]
Auristela do Carmo
(Bióloga – SEMA)
Secretaria de Estado de Meio Ambiente do
Estado do Pará – SEMA
e-mail: [email protected]
Maria Goreti Coelho de Souza
(Pesquisadora Colaboradora – Botânica)
Secretaria Executiva de Educação do Estado
do Pará – SEDUC
e-mail: [email protected]
Taxidermistas
Arlindo Pinto de Souza Jr.
Nilton Santa-Brigida
Fabíola Poletto
(Pesquisadora colaboradora – Avifauna)
Coordenação de Zoologia - Ornitologia
Museu Paraense Emílio Goeldi – MCT/MPEG
e-mail: [email protected]
Maria de Fátima Cunha Lima
(Pesquisadora – Avifauna)
Coordenação de Zoologia - Ornitologia
Museu Paraense Emílio Goeldi – MCT/MPEG
e-mail: [email protected]
Tiago Magalhães da Silva Freitas
(Aluno Mestrado – Ictiofauna)
Coordenação de Zoologia - Ictiologia
Museu Paraense Emílio Goeldi – MCT/MPEG
e-mail: [email protected]
Marcelo de Castro Silva
(Bolsista do projeto Calha Norte – Logística e
Avifauna)
Coordenação de Zoologia – Ornitologia
Museu Paraense Emílio Goeldi – MCT/MPEG
e-mail: [email protected]
Luiz Antonio Peixoto
(Estagiário – Ictiofauna)
Coordenação de Zoologia - Ictiologia
Museu Paraense Emílio Goeldi – MCT/MPEG
e-mail: [email protected]
Rogério Vieira Rossi
(Pesquisador Colaborador – Mastofauna)
Coordenação de Zoologia – Mastozoologia
Museu Paraense Emílio Goeldi – MCT/MPEG
e-mail: [email protected]
Arthur Brasil Araújo
(Estagiário – Ictiofauna)
Coordenação de Zoologia - Ictiologia
Museu Paraense Emílio Goeldi – MCT/MPEG
e-mail: [email protected]
Cleuton Lima Miranda
(Pesquisador Colaborador – Mastofauna)
Coordenação de Zoologia – Mastozoologia
Museu Paraense Emílio Goeldi – MCT/MPEG
e-mail: [email protected]
Teresa Cristina Sauer de Ávila-Pires
(Pesquisadora – Herpetofauna)
Coordenação de Zoologia – Herpetologia
Museu Paraense Emílio Goeldi – MCT/MPEG
e-mail: [email protected]
7
1 | Autores e Participantes
© CI / Adriano Gambarini
Lepidothrix serena
Plano de Manejo da Reserva Biológica Maicuru | Anexo 1
Plano de Manejo da Reserva Biológica Maicuru | Anexo 1
6
2
Perfil das Organizações
Participantes
2 | Perfil das organizações Participantes
MUSEU PARAENSE EMÍLIO GOELDI
UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ
CONSERVAÇÃO INTERNACIONAL – CI
O Museu Paraense Emílio Goeldi/MPEG é um
instituto de pesquisa do Ministério da Ciência e Tecnologia/MCT devotado a investigar
o homem e a natureza na Amazônia. Desde
os seus primórdios, no final do século XIX, as
expedições biológicas organizadas pela instituição constituíram o esteio do conhecimento sobre espécies e suas distribuições geográficas na Amazônia brasileira. Pouco mais de
um século depois, a Amazônia se converteu
na mais recente fronteira agrícola nacional e
num pólo minerador e gerador de energia elétrica e combustíveis fósseis para todo o Brasil,
ao passo que, ao longo do mesmo período, o
aprimoramento do conhecimento básico sofre
a sua diversidade biológica não acompanhou
nem de perto o mesmo ritmo do desenvolvimento econômico da região. Com o objetivo de
preencher esta lacuna, o MPEG estruturou um
moderno programa de “Expedições Biológicas”,
cujo principal objetivo é realizar inventários detalhados e sistematizados da biodiversidade de
vários pontos da região amazônica, com vistas a gerar, organizar e tornar disponível, informações inéditas e de alta qualidade sobre essa
biodiversidade, contribuindo assim para o subsídio de políticas públicas que compatibilizem
o uso sustentado e a conservação dos recursos
biológicos existentes na região. O grande diferencial deste programa frente à ações isoladas
de inventários biológicos rápidos realizados por
demandas específicas e pontuais de vários setores da sociedade, atualmente em curso em
vários pontos da Amazônia, é a conexão entre a
realização do inventário propriamente dito por
uma equipe de profissionais altamente experiente e qualificada e a coleção científica de espécimes e material genético destinados à coleções biológicas, elementos estes essenciais nas
revisões taxonômicas modernas, que incorporam técnicas da biologia molecular às técnicas
tradicionais, permitindo uma resolução inédita
sobre a riqueza e distribuição de espécies dos
diferentes grupos biológicos.
A Universidade Federal do Pará é uma instituição federal de ensino superior, organizada sob
a forma de autarquia, vinculada ao Ministério de
Educação e Cultura (MEC) através da Secretaria
de Ensino Superior (SESu). O princípio fundamental da UFPA é a integração das funções de
ensino, pesquisa e extensão. Tem como missão
gerar, difundir e aplicar o conhecimento nos diversos campos do saber, visando a melhoria da
qualidade de vida do ser humano em geral, e
em particular do amazônida, aproveitando as
potencialidades da região, mediante processos
integrados de ensino, pesquisa e extensão, com
princípios de responsabilidade, de respeito à
ética, a diversidade biológica, étnica e cultural,
garantindo a todos o acesso ao conhecimento
produzido e acumulado, de modo a contribuir
para o exercício pleno da cidadania mediante
formação humanística, crítica, reflexiva e investigativa, preparando profissionais competentes
e atualizados para o mundo. A UFPA, hoje, é
uma das maiores e mais importantes instituições do Trópico Úmido, abrigando uma comunidade composta por mais de 50 mil pessoas
assim distribuídas: 2.368 professores, incluindo efetivos do 3º grau, efetivos do ensino básico, substitutos e visitantes; 2.337 servidores
técnico-administrativos; 6.861 alunos de cursos
de Pós-graduação, sendo 2.457 estudantes de
cursos de pós-graduação stricto sensu; 31.174
alunos matriculados nos cursos de graduação,
20.460 na capital e 10.714 no interior do Estado;
1.851 alunos do ensino fundamental e médio,
da Escola de Aplicação; 2.916 alunos dos Cursos Livres oferecidos pelo Instituto de Letras e
Comunicação Social (ILC), Instituto de Ciência
da Arte (ICA), Escola de Teatro e Dança, Escola
de Música e Casa de estudos Germânicos, além
de 664 alunos nos cursos técnico profisionalizantes do ICA. Oferece 338 cursos de graduação e 39 programas de pós-graduação, com
38 cursos de mestrado e 17 de doutorado (obs.:
dados referentes a abril de 2008).
A missão da Conservação Internacional (CI) é preservar a biodiversidade global e demonstrar que as
sociedades humanas podem viver em harmonia
com a natureza. A CI é uma organização privada, sem fins lucrativos, dedicada à conservação e
utilização sustentada da biodiversidade. Fundada
em 1987, em poucos anos a CI cresceu e se tornou
uma das mais eficientes organizações ambientalistas do mundo. Atualmente, trabalha para preservar ecossistemas ameaçados de extinção em mais
de 30 países distribuídos por quatro continentes.
A organização utiliza uma variedade de ferramentas científicas, econômicas e de conscienti-
MUSEU PARAENSE EMÍLIO GOELDI – MPEG
Av. Magalhães Barata, 376- S. Braz- Belém –
PA - Brasil
Telefone. + 55 (91) 3249-1141 fax: + 55 (91)
3249-1141
www.museu-goeldi.br
UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ – UFPA
Rua Augusto Corrêa, 01 - Guamá. CEP 66075110. Caixa postal 479.PABX +55 91 3201-7000.
Belém - Pará – Brasil
www.ufpa.br
© CI / Adriano Gambarini
zação ambiental, além de estratégias que ajudam
na identificação de alternativas que não prejudiquem o meio ambiente. No Brasil, o primeiro
projeto de conservação da CI teve início em 1988.
A CI-Brasil tem sede em Belo Horizonte-MG e
possui outros escritórios localizados em Brasília-DF, Belém-PA, Campo Grande-MS e Salvador-BA.
CONSERVAÇÃO INTERNACIONAL –
Escritório Regional da Amazônia
Rua Antonio Barreto, 130 - 4o andar - Sala 406 Umarizal - 66055-050 - Belém - Pará -Brasil
Fone/fax: (55 91) 3225.3848
www.conservacao.org
9
Plano de Manejo da Reserva Biológica Maicuru | Anexo 1
Plano de Manejo da Reserva Biológica Maicuru | Anexo 1
8
3
Este relatório é referente à um Inventário Ecológico Rápido (RAP) realizado na Reserva Biológica
do Maicuru (daqui em diante denominada REBIO
Maicuru), município de Almeirim, entre os dias 22
de outubro a 5 de novembro de 2008 e que contou com equipes de ictiologia, herpetologia, ornitologia, mastozoologia e botânica. A REBIO Maicuru conta com cerca 1,15 milhões de hectares
e abrange os municípios de Almeirim (94,4%) e
Monte Alegre (5,6%) no estado do Pará.
Figura 1 – Mosaico de unidades de conservação da Calha Norte no estado do Pará, mostrando a localização da REBIO
Maicuru em relação a outras unidades do mosaico.
Suriname
Guiana
Francesa
Brasil
Guiana
América do Sul
Tumucumaque
(3,1 milhões ha)
A REBIO Maicuru foi criada pelo governo do Pará
em dezembro de 2006 como parte de um grande
mosaico de Unidades de Conservação no trecho
paraense da calha norte do Rio Amazonas (Figura
1). A área da REBIO Maicuru está 100% inserida na
zona destinada à criação de unidades de conservação no estado do Pará de acordo com as diretrizes do Macrozoneamento Ecológico-Econômico
do estado (lei estadual nº 6.745/05).
AMAPÁ
Rebio Maicuru
(1,2 milhão ha)
Esec do Grão Pará
(4,2 milhões ha)
Rio Paru d’Este
(1,2 milhão ha)
Trombetas-Mapuera
(4,0 milhões ha)
Zo’É
(0,6 milhão ha)
Flota do Trombetas
(3,2 milhões ha)
Flota do Paru
(3,6 milhões ha)
Sumário da Expedição
11
A REBIO Maicuru incorpora porções importantes
das bacias hidrográficas dos rios Maicuru, Paru e
Jari, além de fazer limites com as seguintes terras
indígenas e unidades de conservação que, juntas, integram o maior corredor de unidades de
conservação de florestas tropicais do mundo:
Parque Indígena do Tumucumaque, Terra Indígena Rio Paru D’Este, Parque Nacional Montanhas
do Tumucumaque e Floresta Estadual do Paru.
Nas figuras 2, 3 e 4 mostradas abaixo são
apresentados, respectivamente: a) a localização
do sítio onde ocorreu o RAP na REBIO Maicuru;
b) a carecterização altitidinal, e c) a caracterização vegetacional deste sítio.
Figura 2 – Localização do sítio de amostragem do Inventário Ecológico Rápido (RAP) conduzido na REBIO Maicuru no
período de 22 de outubro a 5 de novembro de 2008. O acampamento utilizado durante o RAP situava-se nas coordenadas
00o49’N e 53o55’W no município de Almeirim, Estado do Pará.
Esec do Jari
(0,2 milhão ha)
Nhamundá Mapuera
(1,0 milhão ha)
56°0'0"W
55°0'0"W
54°0'0"W
53°0'0"W
2°0'0"N
2°0'0"N
PFS Monte Alegre
APA Paytuna
(0,006 milhão ha)
(0,06 milhão ha)
Oriximiná
Faro
Sedes Municipais
Terra Santa
Óbidos
Curuá
Alenquer
Oficiais
Não-oficiais
Prainha
Monte Alegre
PARÁ
Juruti
REBIO Maicuru
Santarém
Limite Municipal
Estradas
AMAPÁ
Desmatamento
até 2006
Terras Quilombolas
PN Montanhas
do Tumucumaque
Flona de Saracá-Taquera
(0,4 milhão ha)
Áreas Protegidas
0
25
50
100km
1°0'0"N
TI Parque Indígena do Tumucumaque
Terras Indígenas
AMAZONAS
1°0'0"N
(
!
UC - Proteção Integral
UC - Uso Sustentável
TI Rio Paru d´E ste
RIO JA RI
AMAZONAS
Flona da Mulata
(0,2 milhão ha)
ES EC Grão-Pará
RDS Rio Iratapuru
0°0'0"
0°0'0"
TI Zo´é
R
IO
E
D
ES
TE
55°0'0"W
ES EC Jari
U
FLOTA Parú
FLOTA Parú
R
A
IN
M
CU
50
Km
PA
25
IO
56°0'0"W
R
0
CURU
RIO MAI
Flota de Faro
(0,6 milhão ha)
Rebio Trombetas
(0,4 milhão ha)
Plano de Manejo da Reserva Biológica Maicuru | Anexo 1
2 | Perfil das organizações Participantes
FLOTA Trombetas
Plano de Manejo da Reserva Biológica Maicuru | Anexo 1
10
54°0'0"W
53°0'0"W
N
PA
R
12
Guiana
Francesa
13
Suriname
3 | Sumário
da Expedição
3 | Sumário da Expedição
Rápido (RAP) conduzido na REBIO Maicuru no período de 22 de outubro a 5 de novembro
de 2008. T1, T2, T3 e T4 referem-se às trilhas utilizadas para o RAP.
PARÁ
54°2'30"W
54°0'0"W
53°57'30"W
53°55'0"W
53°52'30"W
53°50'0"W
53°47'30"W
0°55'0"N
0°55'0"N
0°52'30"N
0°52'30"N
a
ing
Ipit
0°50'0"N
0°50'0"N
0°47'30"N
0°47'30"N
0°45'0"N
0°45'0"N
54°2'30"W
54°0'0"W
0
53°57'30"W
2,5
5
53°55'0"W
53°52'30"W
10
53°50'0"W
15
Km
53°47'30"W
Plano de Manejo da Reserva Biológica Maicuru | Anexo 1
Rebio Maicuru
Figura 4 – Fitofisionomias
AMAPÁ encontradas no sítio de amostragem do Inventário Ecológico
Figura 3 – Altimetria do sítio de amostragem do Inventário Ecológico Rápido (RAP)
conduzido na REBIO Maicuru no período de 22 de outubro a 5 de novembro de 2008. T1,
T2, T3 e T4 referem-se às trilhas utilizadas para o RAP.
Rio
Plano de Manejo da Reserva Biológica Maicuru | Anexo 1
Brasil
4
Principais resultados
5
Conclusões e Recomendações
Conservacionistas Gerais
Ictiofauna - Peixes
Mastofauna - Mamíferos
Ictiofauna - Peixes
Durante a campanha foram coletados 2535 indivíduos de peixes pertencentes a 88 espécies/
morfoespécies distribuídas em 19 famílias e seis
ordens. O material coletado durante a expedição se encontra depositado na coleção de peixes do MPEG, necessitando de uma maior atenção no que diz respeito à taxonomia e identificação de novas espécies, principalmente dos
grandes grupos da ictiofauna amazônica: Characidae, Cichlidae e Loricariidae.
Durante os trabalhos de campo foram registradas 33 espécies de mamíferos distribuídas em
oito ordens. Das 33 espécies registradas, 13 (cerca de 40%) podem ser consideradas de especial
interesse para a conservação, atestando o valor da REBIO Maicuru como um sítio importante
para a conservação de mamíferos. Registros com
uma espécie de rato-de-bambú (Dactylomys sp.)
constituem uma importante extensão da distribuição conhecida da espécie na Amazônia.
Durante o RAP não foram coligidas espécies
que figuram na Instrução Normativa Nο 203, de
22 de outubro de 2008, emitida pelo IBAMA, e
que dispõe sobre as normas, critérios e padrões
para a explotação com finalidade ornamental e
de aquarofilia de peixes nativos ou exóticos de
águas continentais. Do mesmo modo, não foram registradas espécies endêmicas do planalto
das Guianas, mas um estudo mais aprofundado
do material coletado e depositado na coleção
ictiológica do MPEG pode levar a descrição de
novas espécies, algumas possivelmente endêmicas da região das Guianas.
Herpetofauna – Répteis e anfíbios
Botânica - Plantas
Durante o período de coleta foram registradas
65 espécies de répteis e anfíbios (19 famílias),
sendo 31 de anfíbios anuros (seis famílias), 21
espécies de lagartos (seis famílias), 10 espécies
de serpentes (quatro famílias), duas espécies de
quelônios (duas famílias) e uma espécie de crocodiliano (uma família). Uma espécie de sapo
fossorial da família Microhylidae (Chiasmocleis
sp.) e uma espécie pequena de Scinax registrados durante a expedição provavelmente ainda
não são descritos, tratando-se possivelmente
de novas espécies.
Para a REBIO Maicuru foram registradas 88 espécies de pteridófitas (uma família, um gênero
e três espécies de licófita; 16 famílias, 34 gêneros e 85 espécies de monilófitas). Um levantamento fitossociológico focado nas espécies de
fanerógamas amonstrou 1551 indivíduos, entre
espécies arbóreas e herbáceas, pertencentes a
306 espécies, distribuídas em 161 gêneros e 60
famílias. Com base nestes resultados e outros
estudos, verificou-se que a área possui alta representatividade, quanto ao número de famílias, gêneros e espécies.
Avifauna – Aves e pássaros
De um total de 302 espécies de aves registradas
durante os trabalhos de campo, 58 podem ser
consideradas de especial interesse para conservação. Registros obtidos para algumas espécies
(Colaptes rubiginosus, Cercomacra nigrescens,
Synallaxis macconnelli, Cranioleuca gutturata,
Phyllomyias griseiceps, Pachyramphus viridis griseigularis, Parula pitiayumi e Euphonia plumbea)
constituem extensões de distribuição bastante significativas para a região da Calha Norte no Brasil.
Herpetofauna – Répteis e anfíbios
Nenhuma espécie registrada para a área de estudo faz parte da lista nacional de espécies da
fauna brasileira ameaçadas de extinção (www.
mma.gov.br/port/sbf/fauna/ index.cfm); da lista vermelha de espécies ameaçadas da IUCN
(www.iucnredlist.org), ou da lista de espécies
ameaçadas para o Estado do Pará (www.sectam.pa.gov.br). Quatro répteis (Iguana iguana,
Corallus hortulanus, Chelonoidis denticulata e
Caiman crocodilus) e dois anfíbios (Allobates
femoralis e Epipedobates hahneli) constam no
Apêndice II da CITES (http://www.cites.org/eng/
app/e-appendices.pdf). A REBIO Maicuru abriga
algumas espécies de valor cinegético – o jabuti Chelonoidis denticulata, o jacaré Caiman
crocodilus e os lagartos Iguana iguana e Uranoscodon superciliosus –, além dos sapos Dendrobatidae Allobates femoralis e Epipedobates
trivittatus e da perereca Phyllomedusa bicolor,
apreciados como animais de terrrário e de interesse farmacêutico, por possuírem diversas
toxinas na pele. Essas espécies devem ser monitoradas para se verificar se estão sob pressão
de caça ou captura.
Avifauna – Aves e pássaros
Das 302 espécies de aves registradas na REBIO
Maicuru, nenhuma é atualmente considerada
ameaçada de extinção. Apenas o uiraçu-falso
(Morphnus guianensis) é listado na categoria
quase-ameaçada (“near-threatened”) pela IUCN
(2008). Apesar disso, a avifauna registrada revelou que a unidade se encontra ainda em excelente estado de conservação, como atestado
pelo registros com várias espécies indicadoras
de boa qualidade ambiental, o que indica que
atividades humanas na unidade como a formação de garimpos, por exemplo, podem ter um
impacto bastante local. Recomenda-se que estudos futuros na unidade envolvendo a avifauna
se concentrem no impacto local das atividades
garimpeiras sobre a comunidade de aves.
Mastofauna - Mamíferos
Apesar de ter sido realizada apenas uma amostragem rápida, os resultados obtidos neste estudo demonstram que a REBIO Maicuru detém
uma rica mastofauna com 13 espécies de especial interesse para a conservaçãode mamíferos, incluíndo três (tamanduá-bandeira - Mymercophaga tridactyla, onça-pintada - Panthera
onca e sussuarana Puma concolor) consideradas ameaçadas de extinção na listas da fauna
brasileira ameaçadas de extinção (MMA, 2003)
e da fauna ameaçada do Estado do Pará (SEMA,
2007). Além disso, a presença regular de espécies de alto valor cinegético como a coamba ou
coatá (Ateles paniscus), indica que a pressão de
caça dentro da unidade é ainda modesta. Portanto, a REBIO Maicuru pode desempenhar um
papel chave na conservação da mastofauna da
região da Calha Norte paraense e, de maneira
mais ampla, contribuir para a conservação das
populações de mamíferos da área de endemismo das Guianas. Recomenda-se o monitoramento contínuo da mastofauna da área, com
um enfoque na ampliação do levantamento da
mastofauna e realização de censos das espécies
de grandes mamíferos de interesse cinegético.
Botânica - Plantas
A REBIO Maicuru encontra-se em excelente estado de conservação como atestado pela grande
representatividade de várias famílias de pteridófitas como Hymenophyllaceae e pelos altos valores de riqueza e diversidade para as angiospermas.
Das 306 espécies de angiospermas registradas
na REBIO Maicuru, seis são consideradas ameaçadas de extinção, o que torna a unidade importante para a preservação destas espécies,
além do potencial de contribuir para a realização de estudos ligados aos seus respectivos
planos de manejo.
15
Plano de Manejo da Reserva Biológica Maicuru | Anexo 1
Plano de Manejo da Reserva Biológica Maicuru | Anexo 1
14
6
Ictiofauna
Introdução
A bacia Amazônica e as demais bacias que fazem parte do bioma Amazônia concentram a
maior riqueza de peixes de água doce do mundo. Estima-se que possam existir entre 3500 e
5000 espécies de peixes na Amazônia (Bohlke
et al., 1978; Malabarba et al., 1998). Ainda sem
descrição taxonômica, muitas espécies se encontram em coleções de museus, sendo analisadas ou a espera de identificação, enquanto
outras provavelmente ainda não foram encontradas na natureza.
Ainda que a maioria dos estudos de ictiofauna
desenvolvidos até o presente na Amazônia enfoque grandes rios e espécies explotadas comercialmente (Paiva, 1983; Ferreira et al., 1998; Sabino & Zuanon, 1998). Pesquisas sobre distribuição
espacial e estrutura de comunidades de peixes
em pequenos igarapés, realizadas recentemente, vem aumentado significativamente o número
de espécies para a maior bacia hidrográfica do
mundo (Bührnheim, 1999; Bührnheim & Cox-Fernandes, 2003), porém este número parece
ser ainda um sub-estimativa desta rica ictiofauna, e as atividades antrópicas, mesmo que planejadas como no caso de áreas de concessão
florestal, em áreas de proteção ambiental, podem estar gerando a perda de uma biodiversidade ainda desconhecida pela ciência.
Na Amazônia, a grande extensão geográfica das
bacias, aliada à condições climáticas favoráveis
proporciona a formação de uma variedade de
ambientes que sustentam comunidades ricas
em organismos aquáticos. Como descrito por
Goulding (1980); Goulding (1988) e Lowe & McConnell (1999), muitos peixes amazônicos apresentam adaptações relacionadas a estes ambientes como órgãos respiratórios acessórios
semelhantes a pulmões, que permitem a respiração do ar atmosférico garantindo a sobrevivência de organismos adaptados a ambientes
com baixo teor de oxigênio dissolvido; adaptações ecomorfológicas a vida em ambientes de
alta energia como corredeiras; adaptações ao
pulso de inundação como migrações alimentares e reprodutivas, ou adaptações que permitem
a certas espécies passar por estiagens em poças
isoladas no meio da floresta.
De acordo com Sioli (1967, 1968), os rios amazônicos são classificados em três tipos quanto
à cor das águas: há os rios de água branca, cujo
maior exemplo é o rio Amazonas, de coloração
barrenta devido a grande quantidade de sedimentos trazidos dos terrenos geologicamente
jovens de suas nascentes nos Andes; os rios de
água clara, como o rio Tapajós, que por terem
17
6 | ICTIOFAUNA
Tabela 1.1 – Código, coordenadas e tipo de ambiente das estações de coleta estabelecidas na avaliação da ictiofauna da REBIO Maicuru.
nascentes em terrenos geológicos antigos carreiam baixa quantidade de sedimentos conferindo a água maior transparência; e os rios de
água preta, como o rio Negro, que apresentam
esta coloração devido aos ácidos húmicos e fúvicos diluídos na água, provenientes da decomposição de matéria orgânica da floresta.
Estação de Coleta (EC)
Latitude (N)
Longitude (O)
°
‘
Métodos aplicados
°
‘
‘’
EC 52
0
51
13,8
53
57
5,8
Igarapé
Rede de mão
Rede de arrasto
EC 53
0
49
59,2
53
56
7,7
Igarapé
Rede de mão Malhadeira
As características da água também moldam as
comunidades de peixes, que para colonização
desses habitats, desenvolveram diferentes estratégias adaptativas sob a influência da disponibilidade de minerais, nutrientes orgânicos, presença de algas, características de pH, oxigênio
dissolvido, condutividade elétrica e temperatura.
EC 54
0
48
44,8
53
56
55,7
Igarapé
Rede de mão
Rede de arrasto
EC 55
0
49
2,0
53
56
27,0
Igarapé
Rede de mão
Rede de arrasto
EC 56
0
49
51,9
53
57
19,6
Igarapé
Rede de mão
EC 57
0
49
43,8
53
56
53,4
Igarapé
Rede de mão
de arrasto
EC 58
0
48
33,7
53
55
51,7
Igarapé
Rede de mão
A REBIO Maicuru está localizada na porção nordeste do estado do Pará (Figura 1, página VIII). Em
seu territórios se encontram as bacias dos rios
Ipitinga, Maicuru, Paru e Jari. Neste relatório são
apresentados os resultados referentes à avaliação
da ictiofauna da REBIO Maicuru. A avaliação foi
realizada com base em uma campanha ocorrida
na estação seca no mêses de outubro e novembro
de 2008. Foram feitas amostragens no rio Ipitinga
e igarapés em diversos pontos dentro da referida
unidade de conservação. O objetivo do estudo foi
fornecer embasamento técnico para a elaboração
do plano de manejo da REBIO Maicuru.
EC 59
0
49
38,3
53
55
29,6
Rio/Praia
Rede de arrasto
EC 60
0
49
0,4
53
55
43,6
Rio/Praia
Rede de arrasto
EC 61
0
49
24,2
53
55
46,4
Igapó
Rede de mão
Rede de arrasto Malhadeira
Material e métodos
‘
Ambiente
As peneiras ou redes de mão foram utilizadas em
meio à vegetação marginal, de fundo e de superfície, folhiço e raspagem do leito, a fim de desalojar a fauna presente. O esforço de coleta em cada
local selecionado foi de 200 peneiradas, dentro de
um trecho de 20m selecionado de acordo com a
facilidade de acesso. A rede de arrasto teve como
esforço 50 lances, nas mesmas áreas da rede de
mão. A combinação desses métodos foi padronizada na medida do possível em decorrência da
estrutura física dos corpos d’água.
‘’
Rede
de arrasto. Nos demais, foram utilizadas somente
a rede de mão, em decorrência da estrutura dos
mesmos, que impossibilitaram o manuseio da
rede de arrasto. A utilização das redes de espera
foi restrita a um igarapé e ao igapó, na tentativa de explorar uma fauna de coluna d’água e de
maior porte, além de completar o inventário ictiológico. Nos ambientes de praias foram empregadas somente a rede de arrasto, com o mesmo
número de lances previamente estabelecidos.
As coletas foram autorizadas pela licença
001/2008, emitida pela Secretaria Estadual do
Meio Ambiente – SEMA-PA.
No intuito de obter uma descrição dos corpos
d’água amostrados, foram mensurados alguns
parâmetros abióticos dos igarapés, a saber: largura, profundidade, pH, condutividade e temperatura. A amostragem foi concentrada em igarapés de
pequeno porte, apresentando aproximadamente
quatro metros de largura e 0,4m de profundidade,
temperatura média de 24,5ºC, condutividade de
90 mV e pH ácido de 4,3. No total, as coletas foram realizadas em sete igarapés, duas praias e uma
área alagada, denominada “igapó” (Tabela 1.1).
Somente em quatro, dos sete igarapés, foram
aplicados a combinação de rede de mão e rede
Nas coletas, realizadas dos dias 23 a 30 de outubro de 2008, foram utilizados métodos tradicionais de coleta de peixes que abrangem rede de arrasto, redes de mão e redes de espera (Figura 1.1).
As redes de mão ou peneiras tinham 50 cm de
diâmetro e tela metálica de malha cinco milímetros. As redes de arrastos possuíam dois metros de
comprimento e dois metros de altura (igarapés) e
cinco metros de comprimento e dois metros de
altura (praias), onde os seus tamanhos de malhas
entre nós opostos eram igual a 0,5 cm. As redes
de espera apresentaram malhas de 3, 4 e 5 cm entre nós opostos e permaneceram na água por
aproximadamente 24 horas.
a
b
c
d
Figura 1.1 - Alguns ambientes amostrados durante a avaliação da fauna de peixes da REBIO Maicuru: a) ambiente praia no
rio Ipitinga; rede de arrasto; b) ambiente igarapé; rede de mão; c) ambiente “igapó”; rede de espera; d) aspecto geral dos
igarapés.
Plano de Manejo da Reserva Biológica Maicuru | Anexo 1
Plano de Manejo da Reserva Biológica Maicuru | Anexo 1
16
6 | ICTIOFAUNA
19
6 | ICTIOFAUNA
Preservação, fixação
e rotina de curadoria
Os exemplares coletados foram fixados em formol
10% durante um período mínimo de 50h, devidamente etiquetados e acondicionados em lotes. Ainda em campo, o material foi previamente triado e
morfotipado, sendo em seguida preservado em álcool 70%. A subdivisão dos lotes segundo as espécies, contagem de exemplares por lotes e por espécie, etiquetagem e identificação, foram feitos com
maior rigorosidade no laboratório de Ictiologia do
Museu Paraense Emílio Goeldi (MPEG), onde fazem
parte do acervo científico com a numeração MPEG
15529 e MPEG 15556 a 15813, totalizando 258 lotes.
Os espécimes capturados foram identificados até
categoria taxonômica mais particular possível com
auxílio de bibliografia especializada (Mago-Leccia,
1994; Géry, 1977; Britski, et al. 1984; Whitehead,
1985a, 1985b; Vari, 1992, 1995; Buckup,1993; Burguess, 1989; Reis, 1996; Rosen & Greenwood, 1976;
e Kullander, 1986), assim como de especialistas de
diferentes grupos taxonômicos.
Análise dos dados
A eficiência do inventário dos corpos d’água
amostrados foi avaliada pelos métodos de acumulação de espécies (rarefação) e estimativas de
riqueza não paramétricas do Jackknife de 1ª ordem (Colwell & Coddington, 1994), ambos pelo
programa Estimates® 7.52 com 1.000 aleatorizações, e o gráfico foi gerado no software Statisti-
Tabela 1.2 – Lista de espécies de peixes da REBIO Maicuru coletados no período de 23 a 30 de outubro de 2008.
ca 7.1 (1984-2005). Por se tratar de uma avaliação
ecológica rápida, baseada em inventários intensivos, o estimador de riqueza Jackknife é bastante
aconselhado, pois é fundamentado na ocorrência de singletons/doubletons, isto é, o número de
espécies representadas por somente um ou dois
indivíduos, respectivamente, para estimar a riqueza total e o desvio padrão (Colwell & Coddigton,
1994, Colwell, 2005). Foram estabelecidos como
unidades amostrais os grupos de espécies capturados por um método, independente da localidade, totalizando 17 amostras (Tabela 1.1).
ORDEM
FAMÍLIA
ESPÉCIE
NºIND
Acestrorhynchidae
Acestrorhynchus falcatus (Bloch, 1794)
9
Anostomus ternetzi Fernández-Yépez, 1949
6
Leporinus sp.
11
Leporinus “sp.n.”
26
Aphyocharax sp.
16
Astyanax bimaculatus (Linnaeus, 1758)
4
Astyanax aff. microlepis Eigenmann, 1913
12
Bryconops caudomaculatus (Günther, 1864)
6
Bryconops durbini (Eigenmann, 1908)
116
Charax sp.
5
Cheirodon sp.
28
Hemigrammus cf. bellottii (Steindachner, 1882)
63
Hemigrammus lunatus Durbin, 1918
70
Hemigrammus aff. schmardae (Steindachner, 1882)
119
Hemigrammus sp.
28
Jupiaba acanthogaster (Eigenmann, 1911)
1
Jupiaba keithi (Géry, Planquette & Le Bail, 1996)
73
Jupiaba polylepis (Günther, 1864)
135
Knodus sp.
66
Microschemobrycon sp.
14
Moenkhausia collettii (Steindachner, 1882)
29
Moenkhausia lepidura (Kner, 1858)
23
Moenkhausia aff. oligolepis (Günther, 1864)
217
Phenacogaster megalostictus Eigenmann, 1909
58
Phenacogaster sp.
2
Poptella brevispina Reis, 1989
1
Roeboexodon cf. guyanensis (Puyo, 1948)
10
Anostomidae
Resultados e discussão
Foram coletados 2535 indivíduos, pertencentes a
seis Ordens, 19 famílias e 88 espécies/morfoespécies (Tabela 1.2; Figura 1.2). Em relação à riqueza
de espécies, houve uma predominância da Ordem
Characiformes, que apresentou 53 espécies (60%),
seguidos por Siluriformes (14 espécies; 16%), Gymnotiformes (12 espécies; 14%), Perciformes com
seis espécies (7%), Cyprinodontiformes com duas
espécies (2%) e Synbranchiformes representada
por apenas um indivíduo de Synbranchus marmoratus Bloch, 1795 (Figura 1.3a). Dentre os Characiformes, a família Characidae foi a de maior representatividade em espécies (25 espécies; 47% dos
Characiformes), seguida por Curimatidae (7; 13%),
Lebiasinidae (5; 9%), Crenuchidae e Erythrinidae
com 8% cada, representadas por quatro espécies;
as demais famílias corresponderam 15% do total
de espécies de Characiformes (Figura 1.3b).
Characidae
Characiformes
Crenuchidae
Curimatidae
a
b
Erythrinidae
c
d
Gasteropelecidae
Figura 1.2 - Representantes da ictiofauna da REBIO Maicurú: a) Electrophorus electricus (CP=172 cm); b) Hoplerythrinus
unitaeniatus (180mm); c) Krobia guianensis (87,5mm) e d) Tetragonopterus sp. (39mm).
Lebiasinidae
Serrapinnus sp.
1
Tetragonopterus sp.
110
Aphyocharacidium sp.
2
Characidium aff. zebra Eigenmann, 1909
184
Microcharacidium eleotrioides (Géry, 1960)
72
Microcharacidium aff. weitzemani Buckup, 1993
30
Cyphocharax festivus Vari, 1992
59
Cyphocharax helleri (Steindachner, 1910)
1
Cyphocharax mestomyllon Vari, 1992
9
Cyphocharax spilotus (Vari, 1987)
29
Cyphocharax spilurus (Günther, 1864)
31
Cyphocharax sp.
95
Steindachnerina sp.
24
Hoplerythrinus unitaeniatus (Spix & Agassiz, 1829)
2
Hoplias aimara (Valenciennes, 1847)
23
Hoplias malabaricus (Bloch, 1794)
33
Erythrinidae gen. sp1
1
Gasteropelecus maculatus Steindachner, 1879
27
Gasteropelecus sternicla (Linnaeus, 1758)
25
Copella compta (Myers, 1927)
16
Copella eigenmanni (Regan, 1912)
4
Plano de Manejo da Reserva Biológica Maicuru | Anexo 1
Plano de Manejo da Reserva Biológica Maicuru | Anexo 1
18
FAMÍLIA
Lebiasinidae
Characiformes
Prochilodontidae
Cyprinodontiformes
Rivulidae
Gymnotidae
Gymnotiformes
Hypopomidae
Perciformes
Cichlidae
Callichthyidae
Heptapteridae
Siluriformes
Loricariidae
Tricomycteridae
Synbranchiformes
Synbranchidae
ESPÉCIE
NºIND
Copella metae (Eigenmann, 1914)
28
Pyrrhulina laeta (Cope, 1872)
7
Pyrrhulina sloti Boeseman, 1953
7
Prochilodus lacustris Steindachner, 1907
1
Prochilodus rubrotaeniatus Jardine & Schomburgk, 1841
1
Rivulus dibaphus Myers, 1927
11
Rivulus sp.
5
Electrophorus electricus (Linnaeus, 1766)
2
Gymnotus anguillaris Hoedeman, 1962
3
Gymnotus coatesi La Monte, 1935
32
Gymnotus coropinae Hoedeman, 1962
1
Gymnotus aff. inaequilabiatus (Valenciennes, 1839)
1
Gymnotus cf. paraguensis Albert & Crampton, 2003
15
Gymnotus sp.1
1
Gymnotus sp.2
9
Gymnotus sp.3
1
Brachyhypopomus beebei (Schultz, 1944)
2
Brachyhypopomus sp.
1
Hypopomus aff. artedi (Kaup, 1856)
3
Aequidens cf. mauesanus Kullander, 1997
33
Crenicichla albopunctata Pellegrin, 1904
14
Crenicichla aff. cyclostoma Ploeg, 1986
9
Crenicichla sp.
5
Krobia guianensis (Regan, 1905)
34
Krobia sp.
67
Callichthys callichthys (Linnaeus, 1758)
16
Corydoras sp.1
104
Corydoras sp.2
93
Pimelodella cristata (Müller & Troschel, 1849)
9
Pimelodella geryi Hoedeman, 1961
36
Pimelodella sp.
16
Farlowella cf. knerii (Steindachner, 1882)
1
Helogenes uruyensis Fernández-Yépez, 1967
5
Lasiancistrus sp.
1
Otocinclus mariae Fowler, 1940
2
Paraotocinclus sp.
22
Loricariidae gen. sp1
1
Ituglanis amazonicus (Steindachner, 1882)
8
Stegophilus sp.
1
Synbranchus marmoratus Bloch, 1795
1
Apenas duas ocasiões de coleta, consideradas
ocasionais, não foram incluídas na rarefação e
estimativa de riqueza (Jackknife 1ª ordem), pois
as mesmas não apresentaram a padronização
estabelecida para o estudo. Entretanto, apenas
uma espécie, Electrophorus electricus, com dois
indivíduos, não fez parte das aleatorizações das
análises. Sendo assim, o estimador Jackknife
propôs uma riqueza de aproximadamente 116±8
espécies, contra as 87 espécies capturadas, já
subtraindo E. electricus (Figura 1.4), indicando
que com a continuidade do esforço amostral poder-se-ia resultar em valores mais próximos da
quantidade real de espécies para a área.
Figura 1.3 - A) Percentual de espécies nas seis ordens de peixes capturadas; B) representatividade das famílias de
Characiformes em relação ao número total de espécies encontrado durante a avaliação da ictiofauna da REBIO Maicuru
A
A
2% 1%
2% 1%
7%
7%
60%
60%
14%
14%
I
5%
I
5%
Characiformes
Characiformes
Siluriformes
Gymnotiformes
Siluriformes
Perciformes
Gymnotiformes
Cyprinodontiformes
Perciformes
Synbranchiformes
Cyprinodontiformes
Synbranchiformes
16%
16%
B
B
A
A
15%
15%
47%
47%
8%
8%
Guildas (% I
Guildas (% I
H
5%
H
NP
5%
9%
NP
9%
F
77F
77
Characidae
Characidae
Curimatidae
Lebiasinidae
Curimatidae
Crenuchidae
Lebiasinidae
Erythrinidae
Crenuchidae
Outros
Erythrinidae
Outros
8%
8%
9%
9%
Educação
Educação
13%
13%
Figura 1.4 - Curva acumulativa de espécies de peixes (rarefação e estimativa de riqueza Jackknife 1ª ordem) para os corpos
d’águas amostrados da REBIO Maicuru.
120
100
80
60
Spp.obs
40
Jackknife 1
20
0
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
amostras
10
11
12
13 14
15
16
17
nº de espécies
ORDEM
21
6 | ICTIOFAUNA
Plano de Manejo da Reserva Biológica Maicuru | Anexo 1
6 | ICTIOFAUNA
nº de espécies
Plano de Manejo da Reserva Biológica Maicuru | Anexo 1
20
das 87 espécies, aproximadamente 25%, enquadram-se na condição de singletons ou doubletons. Entretanto, foi observado que não houve
predominância de espécies, pois nenhuma obteve mais de 10% da abundância relativa, como
demonstra a figura 1.5. Provavelmente, a condição dos singletons ou doubletons mudaria
caso houvesse um maior esforço de coleta, em
períodos hidrológicos
diferentes. Sendo assim,
Spp.obs
apesar da relativa eficiência da amostragem, os
Jackknife 1
resultados indicam a necessidade de novas coletas nestes ambientes.
nº de espécies
Apenas dez espécies ocorreram em mais de
30% das localidades exploradas, o que repre100
senta aproximadamente 9% das espécies capturadas durante o estudo, a saber: Characidium
aff.
80 zebra (n=184) , Hemigrammus aff. schmardae (n=119), H. lunatus (n=70), Hoplias aimara
(n=23), Jupiaba polylepis (n=135), Krobia guia60
nensis (n=34), Krobia sp. (n=67), Moenkhausia
aff. oligolepis (n=217), M. lepidura (n=23), Phe40
nacogaster megalostictus (n=58).
A diferença numérica obtida entre a riqueza de
espécies observada e a riqueza esperada possivelmente teria explicações devido ao fato de, 22
20
0
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
35
Referências
30
Böhlke, J.E., Weitzman, S.H. & Menezes, N.A. 1978. Estado
atual da sistemática dos peixes de água doce da América
do Sul. Acta Amazônica, 8(4):657-677.
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Paiva, M. P. 1983. Peixes e Pescas de Águas Interiores do
Brasil, Editora Editerra, Brasília, Distrito Federal, Brasil.
25
20
15
10
5
0
12
13 14
15
16
17
amostras
Figura 1.5 – Abundância relativa das espécies de peixes encontradas durante a avaliação da REBIO Maicuru.
10
1
2
3
4
5
Bührnheim, C.M. & Fernandes, C.C. 2003. Structure of fish
assemblages in Amazonian rain-forest streams: effects of
habitats and locality. Copeia, (2): 255-262.
6
7
8
9
10
11
12
13
Buckup, P. A. 2007. Família Crenuchidae. Pp. 28-30. In: Bunúmero
ckup, P. de
A., amostras
N. A. Menezes & M. S. Ghazzi (Eds.). Catálogo
das espécies de peixes de água doce do Brasil. Rio de Janeiro, Museu Nacional, 195p.
Burgess, W.E. 1989. An atlas of freshwater and marine catfishes. T.F.H. Publications, 784 p.
9,5
9
Colwell, R.K., 2005. EstimateS: Statistical estimation of species richness and shared species from samples. Version 7.5.
Sinauer Associates, Sunderland, Massachusetts.
8,5
8
7,5
7
6,5
6
5,5
5
4,5
4
3,5
2,5
2
1
0,5
0
1 3 5 7 9 11 13 15 17 19 21 23 25 27 29 31 33 35 37 39 41 43 45 47 49 51 53 55 57 59 61 63 65 67 69 71 73 75 77 79 81 83 85 87
espécies
Espécies de especial interesse
para a conservação
Na área explorada da REBIO Maicuru não foram encontradas espécies sob risco de extinção.
Dentre os exemplares identificados ao nível de
espécie também não foram detectados casos de
endemismo. Do ponto de vista científico, e por se
tratar de uma região ainda pouco conhecida da
Amazônia Brasileira, essa área passa a apresentar
grande interesse para a conservação. O material
coletado, que se encontra depositado na coleção de peixes do MPEG, necessita de uma maior
atenção no que diz respeito à taxonomia e identificação de novas espécies, principalmente dos
grandes grupos da ictiofauna amazônica: Characidae, Cichlidae e Loricariidae.
Sabino, J. & Zuanon, J. 1998. A stream fish assemblage in
Central Amazonia: distribution, activity patterns and feeding behavior. Ichthyol. Explor. Freshwaters, 8(3): 201-210.
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3
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1 – Chirocentridae, Clupeidae and Pristigasteridae. FAO Fisheries Synopsis (125), vol. 7, pt. 1:1-303.
Whitehead, J. P. 1985b. FAO species catalogue. Vol. 7. Clupeoid fishes of the world (suborder Clupeoidei). An annotated and illustrated catalogue of the herrings, sardines,
Curvas de Rarefação
- Anfíbios
e Répteis
pilchards, sprats,
shads, anchovies
and wolf-herrings. Part
Lowe-McConnell, R. H. 1999. Estudos Ecológicos de Co2 – Engraulididae. FAO Fisheries Synopsis (125), vol. 7, pt.
munidades de Peixes Tropicais. Edusp, São Paulo. 366 pp.
2:305-379.
Plano de Manejo da Reserva Biológica Maicuru | Anexo 1
Curvas de Rarefação - Anfíbios e Répteis
120
nº de espécies
23
6 | ICTIOFAUNA
6 | ICTIOFAUNA
abundância das espécies (%)
Plano de Manejo da Reserva Biológica Maicuru | Anexo 1
22
7
Herpetofauna
Introdução
Devido à dimensão continental da Amazônia,
muitas regiões desse bioma ainda permanecem
como lacunas de informação para a herpetofauna. A parte norte do estado do Pará constitui
uma região onde há muito poucas áreas razoavelmente bem amostradas (Hoogmoed & Avila
Pires: 1988 Rio Nhamundá e Cruz Alta, Trombetas; Galatti et al.,: 1999-2008 projeto Trombetas; Gardner et al.,: 2004-2005 Projeto Jari).
Toda área do norte do Pará (informalmente chamada Calha Norte) forma parte da região das
Guianas ou região guianense (Escudo Guianense e seu entorno), como definido por Hoogmoed (1979a). Dessa região delimitada pelos rios
Orinoco, Negro e Amazonas, só uma parte da
herpetofauna do Suriname (lagartos [Hoogmoed, 1973], alguns grupos de cobras [Hoogmoed,
1980] e anuros [Hoogmoed,1969a, b, 1979b]),
da Guiana Francesa (anfíbios [Lescure & Marty,
2000; Kok et al., 2006a] e cobras [Gasc & Rodrigues, 1980; Chippeaux, 1986; Starace, 1998]), da
região de Manaus (Lima et al., 2006; Martins &
Oliveira, 1998; Vitt et al., 2008) e dos tepuis na
parte Venezuelana das Guianas (anfíbios e répteis) foram estudados com alguma profundidade. Há também alguns estudos sobre quelônios
no rio Trombetas (Vogt, 1994; Haller & Rodrigues, 2005, 2006). A herpetofauna da Guiana
(com ênfase na área oeste do país) está sendo estudada intensivamente no momento por
alguns pesquisadores (Cole & Kok 2006; Kok
2005, 2006a,b; Kok et al., 2006b; Kok, 2008a,
b; Kok, 2009; Kok & Castroviejo-Fisher, 2008;
Kok & Ernst, 2007; Kok & Kalamandeen, 2008;
Kok et al., 2007; Lathrop & MacCulloch, 2007;
MacCulloch & Lathrop 2001, 2002, 2004, 2005;
McCulloch et al., 2008), mas o nosso conhecimento da herpetofauna deste pais ainda é fragmentário. A herpetofauna da região guianense
partilha uma grande parte de suas espécies com
outras regiões da Amazônia, mas também inclui
um número de espécies endêmicas, especialmente na área dos tepuis, montanhas areníticas que se elevam acima de 1500 m (considerada inclusive como uma região biogeográfica
à parte – Pantepui). Na área da Calha Norte não
há tepuis e, portanto, as espécies endêmicas de
tepuis não são aí esperadas, apenas aquelas que
ocorrem nas terras baixas (< 750 m).
A região das Guianas é considerada como uma
área de endemismo, diferenciando-se claramente de outras regiões da Amazônia. Na Amazônia como um todo são registradas próximo
de 350 espécies de répteis e um pouco mais de
350 espécies de anfíbios. Dessas, cerca de 62%
entre os répteis e 82% entre os anfíbios são en-
25
7 | Herpetofauna
dêmicas à região amazônica (Avila-Pires et al.,
2007; Duellman, 1999). Hoogmoed (1979a) estimou que, do total de espécies presentes nas
terras baixas das Guianas, cerca de 52% dos anfíbios e 26% dos répteis eram endêmicos dessa região. Contudo, à medida que novas áreas
foram sendo melhor inventariadas observou-se
que muitas das espécies consideradas próprias
das Guianas apresentavam uma distribuição
mais ampla. Considerando também os tepuis,
Señaris & MacCulloch (2005) registraram 54%
das espécies de anfíbios que ocorrem nas Guianas como endêmicas da região. Para os répteis,
também incluindo as espécies dos tepuis, Avila-Pires (2005) indicou 30% de endêmicos em
relação ao total de espécies encontradas na região. Apesar dos estudos já realizados, existem
ainda grandes lacunas de conhecimento sobre
a região das Guianas e tanto novos registros
como novas espécies são ainda esperados.
Kaieteur, Guyana (Kok & Kalamandeen, 2008).
Em Hoogmoed (1979a; 1983), Hoogmoed &
Ávila-Pires (1991b, 1992), Celsa Señaris & MacCullough (2005) e Avila-Pires (2005) pode-se
encontrar listas da herpetofauna das Guianas,
contando também com muitos dados provenientes dos estados do Amapá, Amazonas, Pará
e Roraima. Os guias de campo para identificação dos sapos (Lima et al., 2006) e lagartos (Vitt
et al., 2008) da Reserva Ducke, próxima a Manaus, também tratam de muitas espécies que
podem ser encontradas no norte de Pará, apesar da distância geográfica, constituindo esses
livros ferramentas adicionais para a identificação dos sapos e lagartos da região. O livro de
Bartlett & Bartlett (2004) serve como um guia
introdutório da herpetofauna na região amazônica, e Rueda-Almonacid et al. (2007) para os
quelônios e jacarés (este inclusive com chaves
de indentificação), mas não são completos.
Até o momento, não há uma compilação publicada sobre a herpetofauna da Calha Norte ou
do Estado do Pará como um todo. Os estudos
mais intensos sobre a herpetofauna realizados
no norte do Pará referem-se à área sob influência da mineração de bauxita em Trombetas, mas
a maior parte desses dados não está publicada
e não houve, de fato, um inventário intensivo da
fauna aí existente. Foram realizadas coletas esparsas na região, especialmente nas proximidades dos grandes rios, mas os dados referentes à
essas expedições estão dispersos. Em Ávila-Pires
(1995), um catálogo sobre os lagartos da Amazônia brasileira, encontram-se vários espécimes
analisados que possuem procedência do norte
do Pará. A publicação de Vogt (2008) sobre quelônios da Amazônia fornece dados gerais sobre
a distribuição de cada espécie e, em alguns casos, menciona especificamente o rio Trombetas
como área de ocorrência. Contudo, até 2008,
não haviam sido realizadas amostragens abrangentes no norte do Pará que pudessem eliminar
várias das lacunas de informação existentes.
Considerando-se a literatura, pode-se esperar,
para a área da Calha Norte, cerca de 100 espécies de anfíbios anuros e até 9 de Gymnophiona
(Lescure & Marty, 2000; Señaris & McCullough, 2005; obs. pess. MSH). Entre os répteis, o
número de espécies de lagartos deve ser em
torno de 40, dos anfisbenídeos 10, o número
de ofídios em torno de 100, o de quelônios em
torno de 11, e há três espécies de jacarés que aí
ocorrem (Hoogmoed, 1973; Chippeaux, 1986;
Starace, 1998; obs. pess. MSH).
O trabalho de Ávila-Pires (1995) e alguns trabalhos sobre a herpetofauna da região das Guianas podem ser utilizados para identificar espécies encontradas no norte de Pará, como por
exemplo, o catálogo de lagartos do Suriname
(Hoogmoed, 1973), lagartos da Guiana Francesa
(Hoogmoed & Lescure, 1975; Gasc, 1990), amphisbaenidae das Guianas (Hoogmoed & Ávila-Pires, 1991a; Starace, 1998), catálogos de serpentes da Guiana Francesa (Chippeaux, 1986;
Starace, 1998), quelônios da Amazônia (Vogt,
2008) e da Venezuela (Pritchard & Trebbau,
1984), anfíbios da Guiana Francesa (Lescure
& Marty, 2000) e anfíbios do Parque Nacional
Apesar da existência de vários trabalhos da região das Guianas que indiretamente fornecem
dados sobre a herpetofauna do norte do Pará,
deve-se reconhecer que nessa área, especialmente nas áreas influenciadas diretamente
pelo Rio Amazonas, podem ocorrer mais espécies tipicamente amazônicas do que o encontrado nas três Guianas (Guiana Francesa,
Suriname e Guiana).
Os resultados aqui apresentados referem a um
Inventário Ecológico Rápido (RAP) de herpetofauna realizado na REBIO Maicuru, com o objetivo de gerar subsídios para a consolidação
do plano de manejo desta e outras unidades do
mosaico de unidades de conservação da Calha
Norte no Estado do Pará. Ainda que esses resultados não sejam exaustivos e novos estudos
sejam necessários para melhorar nosso entendimento sobre a herpetofauna desta unidade
de conservação, eles representam um avanço
importante, que permitirá estabelecer as bases
para o seu plano de manejo.
Objetivos
Fornecer subsídios para um diagnóstico da diversidade da herpetofauna da REBIO Maicuru,
tendo como base um RAP, de forma a embasar
a elaboração do plano de manejo da referida
unidades de conservação estadual.
Material e métodos
A amostragem da herpetofauna foi realizada
através de dois métodos complementares –
Procura Limitada por Tempo (PLT) e Armadilhas
de Interceptação e Queda (AIQ):
1) Procura limitada por tempo (Greenberg et
al., 1994; Ribeiro Jr. et al., 2008): procura ativa,
computando-se o tempo dispendido, realizada
nos períodos diurno e noturno, ao longo das trilhas demarcadas e ambientes contíguos considerados propícios para répteis e/ou anfíbios (unidade amostral = horas.homem). A expedição da
REBIO Maicuru contou com dois herpetólogos.
A PLT é importante para uma amostragem geral
da herpetofauna, tanto em termos de cobertura
taxonômica (armadilhas em geral são adequadas apenas a alguns grupos), como de cobertura
dos diferentes ambientes. Por outro lado, é um
método que exige pessoas treinadas e, mesmo
com coletores experientes, é sujeita ao viés do
coletor, o que traz dificuldades na comparação
entre áreas ou estudos por esse método.
2) Armadilhas de interceptação e queda (Jones,
1981; Gibbons & Semlitsch, 1981; Corn, 1994;
Cechin & Martins 2000; Ribeiro Jr. et al., 2008):
cada armadilha foi composta por 4 baldes de
60L enterrados ao rés do chão, dispostos em Y,
isto é, com um balde central ligado a 3 baldes
periféricos por 8 m de lona plástica. Um total de
16 armadilhas foi utilizado, divididas em 2, 3 ou
4 conjuntos. Em cada conjunto as armadilhas
distavam entre 125m-250m uma da outra. Cada
conjunto ocupava uma trilha e buscou-se, no
total das armadilhas, amostrar tantos ambientes quanto possível. As armadilhas foram verificadas diariamente (uma vez por dia) durante
o período de amostragem; todos os indivíduos
capturados foram coletados. As armadilhas foram montadas na semana anterior ao início de
cada expedição e retiradas ao seu final. Coletas
por AIQ têm a vantagem de serem independentes de coletor e amostrarem algumas espécies
que raramente são capturadas em coleta ativa.
Por outro lado, a armadilha se direciona a animais da serapilheira, ainda que capture algumas espécies arborícolas que eventualmente
vêm ao solo; nem todos os grupos são captura-
Plano de Manejo da Reserva Biológica Maicuru | Anexo 1
Plano de Manejo da Reserva Biológica Maicuru | Anexo 1
24
dos; e nem sempre é possível instalá-las. Ambientes alagados ou rochosos, ou muito distantes do
acampamento-base de cada expedição, não puderam ser amostrados por esse método, tendo em
vista a impossibilidade de instalação dos baldes no
primeiro caso, e a inviabilidade de se vistoriar diariamente as armadilhas em locais muito distantes.
Exemplares encontrados ocasionalmente pela equipe de trabalho ou por terceiros na área de estudo
foram considerados como encontros ocasionais.
Para cada exemplar observado e/ou capturado
pela equipe ou terceiros foram anotados os seguintes dados (quando aplicável): identificação,
local, hábitat, microhábitat, dia, hora, e nome
dos coletores. No caso de animais coletados,
foram obtidas as medidas morfométricas padrão para cada grupo (com régua milimetrada)
e, quando possível, verificado o sexo. Em muitos casos foram feitas anotações sobre a coloração em vida, fotos e obtida amostra de tecido
para estudos moleculares.
Os espécimes coletados foram acondicionados
em sacos plásticos ou sacos de pano e sacrificados com uma dosagem letal de anestésico,
fixados em solução de formol a 4% (1 parte de
formol comercial 37% e 9 partes de água) por no
maximo 24 horas, etiquetados com número de
campo e preservados em solução de álcool 70%,
exceto por girinos, fixados e preservados em formol 4% (Franco et al., 2002). Todos foram depositados na coleção herpetológica do Museu Paraense Emílio Goeldi (MPEG). Os espécimes foram identificados com base no conhecimento e
experiência dos pesquisadores e, quando necessário, com o auxílio da bibliografia especializada
e por comparação com exemplares depositados
em coleção. As coletas foram autorizadas pela
licença 001/2008, emitida pela Secretaria Estadual do Meio Ambiente – SEMA-PA.
São apresentados o esforço amostral, número de espécies por grupo zoológico capturado
e as curvas de rarefação para anfíbios e répteis separadamente; analisadas as estimativas
de riqueza a partir dos estimadores Jackknife
1, Jackknife 2 e Bootstrap para anfíbios e répteis separadamente, combinando-se os dados
dos dois métodos de captura; e comparadas
as proporções de cada grupo capturadas por
cada um dos dois métodos. As curvas de rarefação de espécies e de riqueza foram construídas com o auxílio do programa EstimateS
versão 7.5 (Colwell, 2005), tendo como base os
registros por PLT e AIQ, considerando-se como
amostra o dia de coleta (ou seja, as curvas representam o número cumulativo de indivíduos
coletados por dia versus o número cumulativo
27
7 | Herpetofauna
7 | Herpetofauna
de espécies registradas). As estimativas de riqueza total foram baseadas no acúmulo de espécies em relação ao aumento do esforço de
coleta (número de exemplares capturados por
dia de coleta) e na proporção das espécies raras ou pouco freqüentes, utilizando estimadores não-paramétricos de riqueza total (Colwell
& Coddington, 1994; Santos, 2003), com base
em 50 aleatorizações. Foram utilizados os estimadores Jackknife de primeira ordem (Jack1) e
Jackknife de segunda ordem (Jack2), por serem
usualmente utilizados em trabalhos com herpetofauna e levar em consideração a ocorrência
de espécies raras; e Bootstrap, que se baseia na
proporção de cada espécie nas amostras. Além
disso, identificam-se as espécies que apresentam algum interesse especial.
As espécies foram consideradas endêmicas
para as Guianas com base, principalmente, em
Señaris & MacCulloch (2005), no caso de anfíbios, e Avila-Pires (2005), no caso dos répteis.
podendo-se perceber marcas de inundação na
vegetação com cerca de 0,5m de altura; a altitude
variou entre 170m-180m. As trilhas 1 e 4 seguiam
aproximadamente paralelas ao rio Ipitinga.
Durante o período de coleta foram registradas
65 espécies de répteis e anfíbios (19 famílias),
sendo 31 de anfíbios anuros (seis famílias), 21
espécies de lagartos (seis famílias), 10 espécies
de serpentes (quatro famílias), duas espécies de
quelônios (duas famílias) e uma espécie de crocodiliano (uma família). A lista das espécies é
apresentada na tabela 2.1.
Diversas espécies encontradas nesta expedição
– a maior parte dos Hylidae registrados, Leptodactylus petersi, Pipa pipa, entre os anfíbios,
e os lagartos Alopoglossus angulatus, Uranoscodon superciliosa e Iguana iguana – estavam
em áreas das trilhas 1 e 4, sob a influência do rio
Ipitinga. As margens do rio Ipitinga formavam,
ao final de uma curta trilha a partir do acampamento, um ambiente de praia precedido por
uma vegetação relativamente baixa em solo
arenoso e por uma floresta baixa iundável. Embora não necessariamente ligado a ambiente ripário, o único Plica plica (um lagarto de floresta
que vive em troncos de grande diâmetro) registrado durante a expedição encontrava-se numa
grande sumauma na floresta inundável. Vários
exemplares de Bufo guttatus foram capturados na praia junto ao rio Ipitinga, mas a espécie
foi registrada também nas trilhas 1 e 4. Caiman
crocodilus foi avistado no rio Ipitinga, à noite.
Da perereca Phrynohyas hadroceps apenas um
exemplar foi ouvido. Outros anfíbios ouvidos
durante a expedição foram Hyla do grupo boans (junto ao rio e igarapés), Hyla calcarata e
Phyllomedusa bicolor.
Grande número do lagarto heliófilo Kentropyx
calcarata foi encontrado, especialmente ao longo das trilhas 1 e 4, paralelas ao rio, refletindo a
maior frequência nessas trilhas de ambientes relativamente abertos vinculados ao rio e áreas alagadas. Leposoma guianense, habitante da serapilheira, foi outro lagarto muito comum em toda
Resultados e Discussão
Esforço de captura e espécies registradas
A expedição ocorreu entre 22 de outubro e 5
de novembro de 2008. A coleta ativa (procura
limitada por tempo - PLT) foi realizada durante 13 dias, em quatro trilhas (percorridos principalmente os 2 km iniciais de cada uma) e ainda
em uma curta trilha adicional, que levava a uma
praia às margens do rio Ipitinga. As coletas com
armadilha de interceptação e queda (AIQ) foram
realizadas durante 15 dias, em três das trilhas – 4
armadilhas na trilha 1, 4 na trilha 2, 8 armadilhas
na trilha 4. O esforço de coleta foi de 220 horas.
homem por PLT, dos quais 162,5 horas.homem
de coleta diurna e 57,5 horas.homem de coleta
noturna; e 240 armadilhas.noite por AIQ.
A maior parte da trilha 1 pareceu seguir por área
não alagável (a julgar pela falta de vestígios de alagamento na vegetação), com altitudes variando de
170m-200m; três das armadilhas encontravam-se
em terreno mais alto, a armadilha mais distante na
trilha situava-se mais próxima da área alagável. Na
trilha 2 predominou floresta de terra firme, exceto
pelos 50-100m iniciais, com altitudes variando entre 200m-220m. Ainda assim apresentou sororocais (Musacea) em vários trechos e muita palmeira,
com predomínio de Geonoma, segundo a equipe
de botânica presente na expedição. Tanto na trilha
1 como na 2 alguns dos trechos em terreno mais
alto praticamente não apresentavam sub-bosque,
recobertos por um tipo de palmeira e árvores entremeadas. A trilha 4 percorria predominantemente uma floresta ripária alagável, em vários trechos
Tabela 2.1 - Lista das espécies de répteis e anfíbios registradas na REBIO Maicuru, Pará, Brasil.
AMPHIBIA
ANURA
Allop hrynidae
Allophryne ruthveni
Physalaemus ephippifer
Bufonidae
Bufo guttatus
Bufo margaritifer
Bufo marinus
Dendrophryniscus minutus
Pipidae
Pipa pipa
Dendrobatidae
Allobates femoralis
Anomaloglossus baeobatrachus
Colostethus spumaponens
Epipedobates hahneli
Hylidae
Hyla boans
Hyla calcarata
Hyla dentei
Hyla fasciata
Hyla geographica
Hyla leucophyllata
Osteocephalus leprieuri
Phyllomedusa bicolor
Phyllomedusa hypochondrialis
Phrynohyas hadroceps
Scinax garbei
Scinax sp.nov.
Leptodactylidae
Adenomera andreae
Eleutherodactylus chiastonotus
Eleutherodactylus fenestratus
Eleutherodactylus inguinalis
Leptodactylus bolivianus
Leptodactylus knudseni
Leptodactylus petersii
Lithodytes lineatus
Microhylidae
Chiasmocleis sp.nov.
REPTILIA
SQUAMATA
Gekkonidae
Coleodactylus amazonicus
Gonatodes humeralis
Lepidoblepharis heyerorum
Pseudogonatodes guianensis
Gymnophthalmidae
Alopoglossus angulatus
Arthrosaura kockii
Arthrosaura reticulata
Bachia flavescens
Cercosaura argulus
Leposoma guianense
Tretioscincus agilis
Iguanidae
Iguana iguana
Polychrotidae
Anolis fuscoauratus
Anolis nitens chrysolepis
Anolis ortonii
Tropiduridae
Plica plica
Plica umbra
Uranoscodon superciliosus
Scincidae
Mabya nigropunctata
Teiidae
Ameiva ameiva
Kentropyx calcarata
SERPENTES
Boidae
Corallus hortulanus
Colubridae
Dendrophidion dendrophis
Dipsas catesbyi
Erytrholamprus aesculapii
Leptodeira annulata
Liophis reginae
Pseustes sulphureus
Xenopholis scalaris
Elapidae
Micrurus lemniscatus
Viperidae
Lachesis muta
CHELONIA
Testudinidae
Chelonoidis denticulata
Pelomedusidae
Mesoclemmys gibba
CROCODYLIA
Alligatoridae
Caiman crocodilus
Plano de Manejo da Reserva Biológica Maicuru | Anexo 1
Plano de Manejo da Reserva Biológica Maicuru | Anexo 1
26
10
0
1
7 | Herpetofauna
7 | Herpetofauna
3
5
7
9
11
29
13
0
número de amostras
Figura 2.3 - Curva de estimadores de riqueza de répteis para os dois métodos utilizados, baseados no número de amostras
válidas (dias efetivamente coletados, computando-se o número de exemplares registrados por dia).
tos de ambientes úmidos da serapilheira; e Bachia
flavescens e Cercosaura argulus, que vive entre
a vegetação e o solo, na floresta. Com relação a
Anolis ortonii, apenas um indivíduo foi observado
na trilha 2, próximo a um tronco caído, não tendo
sido possível captura-lo.
Estimadores de Riqueza - Répteis
70
350
60
número de espécies
a área (encontrado em todas as trilhas). L. percarinatum, que frequentemente é sintópico a L. guianense, não foi encontrado. Entre as espécies com
hábitos mais secretivos encontradas na REBIO
Maicuru mencionam-se Lepidoblepharis heyerorum, Pseudogonatodes guianensis, ambos lagar-
Figura 2.1 – Curva de rarefação de répteis e anfíbios, utilizando PLT e AIQ. A curva representa o número cumulativo de
espécies em relação ao número cumulativo de exemplares, por dia, aleatorizada. As linhas pontilhadas referem-se ao
intervalo de confiança de 95%.
Curvas de Rarefação - Anfíbios e Répteis
300
50
Espécies Observadas
Jack 1
Jack 2
Bootstrap
40
30
20
10
100
0
1
nº de espécies
25
2
3
4
5
6
7
8
9
50
10 11 12 13 14
número de amostras
0
20
1
15
Curvas de
10
Tabela 2.2 – Número e porcentagem de espécies coletadas por cada método amostral, em anfíbios e diferentes grupos de
répteis, na REBIO Maicuru, entre 22/10 e 5/11/2008 (PLT = procura limitada por tempo; AIQ = armadilhas de interceptação
Rarefação
- Anfíbios e Répteis
e queda).
PLT
AIQ
Total
%PLT
%AIQ
Anfíbios
29
11
31
93,5
35,5
Lagartos
16
15
21
76,2
71,4
Serpentes
9
1
10
90
10
Quelônios
2
0
2
100
0
Jacarés
1
0
1
100
0
Total
57
27
65
87,7
41,5
EC 58
Igarapé
Rede de mão
EC 59
Rio/Praia
Rede de arrasto
EC 60
Rio/Praia
Rede de arrasto
EC 61
Igapó
Rede de mão
Rede de arrasto
Malhadeira
5
0
1
17
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
número de amostras
Um exemplar do quelônio aquático Mesoclemmys gibba foi encontrado durante o crepúsculo, caminhando no chão da floresta próximo a
uma extensa área alagada. Uma carapaça de Chelonioides denticulata predada (toda a parte dorsal
da carapaça faltando, com marcas de dentes) por
um grande felino (onça parda ou pintada) foi encontrada ao lado de um igarapé.
Em relação aos ofídios, exceto por Liophis reginae (com 3 indivíduos capturados) e Lachesis muta (2 indivíduos), apenas um exemplar de
cada espécie foi registrado. O encontro de dois
indivíduos de surucucu, L. muta, é algo excepcional, pois é uma espécie difícil de ser localizada. Esses dois indivíduos eram jovens, ainda
mais difíceis de serem encontrados.
Figura 2.4 –Número de espécies coletadas com os dois métodos de coleta empregados na REBIO Maicuru, entre 22/10 e
5/11/2008. PLT: procura Limitada por Tempo; AIQ: Armadilha de Interceptação e Queda.
Figura 2.2 - Curva de estimadores de riqueza de anfibios para os dois métodos utilizados, baseados no número de amostras
válidas (dias efetivamente coletados, computando-se o número de exemplares registrados por dia).
Estimadores de Riqueza - Anfíbios
60
50
60
Estimadores de Riqueza - Anfíbios
30
20
50
30
Espécies Observadas
Jack 1
Jack 2
Bootstrap
20
10
10
0
1
0
1
3
5
7
9
número de amostras
11
número de espécies
40
50
40
13
3
número de espécies
50
número de espécies
9 61 63 65 67 69 71 73 75 77 79 81 83 85 87
200
150
35
30
250
40
Espécies Observadas
Jack 1
Jack 2
Bootstrap
30
Jacarés
Quelônios
30
20
Jacarés
Anfíbios
Quelônios
Lagartos
Anfíbios
Serpentes
Lagartos
20
10
Curvas
-13Anfíbios e Répteis
5
7 de Rarefação
9
11
número de amostras
40
10
Serpentes
0
PLT
0
AIQ
métodos de Coleta
PLT
AIQ
métodos de Coleta
Plano de Manejo da Reserva Biológica Maicuru | Anexo 1
PLT
número de espécies
ife 1
28
Plano de Manejo da Reserva Biológica Maicuru | Anexo 1
s
10
21
7 | Herpetofauna
Representatividade das amostras
e estimativas de riqueza
As curvas de rarefação (Figura 2.1) não atingiram a assíntota, indicando que, mesmo para os
ambientes amostrados e as condições encontradas durante o período da expedição, o esforço de amostragem não foi suficiente para se
registrar toda a herpetofauna aí presente.
Para obter estimativas da riqueza das espécies
presentes na área estudo, foram considerados os estimadores de riqueza Jackknife 1 e 2
e Bootstrap, para os métodos de captura (PLT
e AIQ). Quando considerado o total de amostras, foram estimadas entre 35,0 (Bootstrap),
37,5 e 34,8 (Jackknife 1 e 2) espécies de anfíbios existentes na área, para uma riqueza observada de 31 espécies (Figura 2.2). Para répteis, considerando o total de amostras válidas,
foram estimadas entre 39,9 (Bootstrap), 49,7 e
62,0 (Jackknife 1 e 2) espécies, para uma riqueza observada de 33 espécies (Figura 2.3). Assim
como as curvas de rarefação, esses estimadores
baseiam-se nos dados efetivamente obtidos, ou
seja, são específicos aos ambientes amostrados,
dentro das condições do momento amostrado
31
7 | Herpetofauna
Listas de espécies ameaçadas e CITES
Nenhuma espécie registrada para a área de estudo faz parte da lista nacional de espécies da
fauna brasileira ameaçadas de extinção (www.
mma.gov.br/port/sbf/fauna/ index.cfm); da lista vermelha de espécies ameaçadas da IUCN
(www.iucnredlist.org), ou da lista de espécies
ameaçadas para o Estado do Pará (www.sectam.pa.gov.br). Dois anfíbios (Allobates femoralis, Epipedobates hahneli) e quatro répteis
(Iguana iguana, Corallus hortulanus, Chelonoidis denticulata e Caiman crocodilus) constam
no Appendice II de CITES (http://www.cites.org/
eng/app/e-appendices.pdf ).
Táxons endêmicos
Não foram registradas espécies endêmicas para
a área da REBIO Maicuru, porém algumas espécies ou subespécies de anfibios (mas não de
répteis) encontradas na área são conhecidas
apenas para a região das Guianas: Anomaloglossus baeobatrachus, Colostethus spumaponens, Hyla dentei, Phrynohyas hadroceps, Eleutherodactylus chiastonotus.
Espécies de interesse
econômico ou cinegéticas
Espécies de interesse médicoveterinário ou de risco para a saúde
O jabuti Chelonoidis denticulata, o jacaré Caiman crocodilus e, em alguns lugares, o lagarto
Iguana iguana são apreciados como alimento. O
lagarto Uranoscodon superciliosus costumava
ser comercializado seco no mercado Ver-o-Peso, em Belém, por supostas propriedades místicas, mas não sabemos se localmente essa espécie é explorada. Os Dendrobatidae Allobates
femoralis e Epipedobates hahneli são apreciados
como animais de terrrário, especialmente na Europa, Estados Unidos e Japão. Além do mais, esses anfíbios são de interesse farmacêutico, por
possuírem diversas toxinas na pele. Igualmente
de interesse farmacêutico são os sapos da família Bufonidae, por possuírem glândulas (paratóides) que produzem grandes quantidades de
veneno, assim como a perereca Phyllomedusa
bicolor, que secreta um veneno pela pele utilizado como alucinógeno pelos índios Tikuna da
Amazônia ocidental (Brasil e Colômbia).
Entre os ofídios peçonhentos, foram registrados na área a surucucu ou pico-de-jaca, Lachesis muta, e uma cobra-coral, Micrurus lemniscatus, mas outras espécies devem também estar presentes. A surucucu é a major epécie de
serpente peçonhenta do Brasil e uma mordida
dela pode ter consequências graves, podendo
mesmo ser fatal. O eoncontro dessa serpente é
apenas ocasional, exemplares sendo encontrados apenas de vez em quando, não sendo registradas em muitas campanhas de campo. A captura de dois exemplares numa expedição é um
evento raro e pode significar que a populaçao
de L. muta nessa área é relativamente alta. O
jacaré Caiman crocodilus pode oferecer algum
risco de ataque a seres humanos, mas são poucos os casos de ataque registrados. Ademais,
há os anfíbios citados acima, que apresentam
interesse farmacêutico.
.
Comparação entre os métodos
Do total de espécies registradas, 41,5% o foram pelas armadilhas de interceptação e queda (AIQ), 87,7% pela procura ativa (PLT). Embora
um maior número de espécies tenha sido registrado por PLT que por AIQ, os dois métodos
mostraram-se complementares. Entre os anfíbios, 35,5% das espécies foram registradas por
AIQ, 93,5% por PLT. Entre os répteis, PLT teve
um desempenho equivalente a AIQ para amostrar as espécies de lagartos (respectivamente
76,2% e 71,4%). Para serpentes PLT obteve 90%
das espécies, mas a única espécie obtida por
AIQ não o foi por AIQ (Tabela 2.2, Figura 2.4).
Espécies nova para a ciência
Referências
Uma espécie de sapo fossorial da família Microhylidae (Chiasmocleis sp.) provavelmente ainda não está descrita. Essa espécie, parecida a
C. hudsoni, também foi encontrada em outros
pontos amostrados nas expedições do projeto Calha Norte. Há também uma possível nova
espécie de uma pequena Scinax encontrada na
vegetação alagável da trilha 4.
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Leptodactylus bolivianus é conhecido das Guianas, mas ainda não o era do Brasil até a expedição à FLOTA Trombetas (ver Figura 1, página VIII).
Phrynohyas hadroceps tampouco é registrada
para o Brasil, contudo nenhum exemplar foi coletado, a espécie tendo sido identificada apenas
pelo canto. Scinax garbei é conhecido da parte oeste e central da bacia amazônica, no Brasil,
mas ainda não havia sido registrado no Pará.
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Plano de Manejo da Reserva Biológica Maicuru | Anexo 1
32
8
Avifauna
Introdução
O Centro de Endemismo Guiana (daqui em
diante CE Guiana) é o maior da Amazônia, com
área superior a 1.7 milhões de km2 (Silva et al.,
2005). O conhecimento sobre a avifauna desta
região é ainda altamente heterogêneo: algumas
localidades, como aquelas situadas nas proximidades de Manaus, estão entre as mais bem
conhecidas de toda a Amazônia (Cohn-Haft et
al., 1997), enquanto outras mais distantes da
costa, dos grandes rios e estradas são praticamente desconhecidas (Milensky et al., 2005).
No contexto do projeto para a elaboração dos
planos de manejo de cinco recentes unidades de
conservação contíguas criadas no norte do estado do Pará, que formam em conjunto o “Corredor de Biodiversidade do Norte do Pará” (Figura
1 na página VIII), são apresentados aqui os dados
relativos a um Inventário Ecológico Rápido (RAP)
do grupo Aves para a REBIO Maicuru, uma das
unidades que compõe o referido mosaico.
Objetivos
1. Realizar o inventário da avifauna da REBIO
Maicuru, com a formação de uma coleção de
referência de espécimes e vocalizações das espécies que ocorrem na unidade;
2.Identificar espécies de aves de especial interesse
para a conservação que ocorrem na REBIO Maicuru e avaliar sua representatividade na unidade;
3.Caracterizar a avifauna associada a cada um dos
principais ambientes da REBIO Maicuru amostrados, fornecendo assim informações para a consolidação do plano de manejo da unidade.
Material e métodos
No período de 22 de outubro a 5 de novembro
de 2008, realizamos levantamentos qualitativos
de avifauna na REBIO Maicuru ao longo de transecções distribuídas em três tipos de ambientes principais: 1) floresta de terra-firme primária; 2) floresta ripária (igapó) com predomínio
de bambús e 3) rios e lagos. Os levantamentos
foram realizados num raio de cerca de 10 km
nas imediações de uma área focal remota situada no norte do município de Almeirim, Pará
(00o49’N; 53o55’W; ver figuras 2, 3 e 4).
O levantamento qualitativo consistiu em caminhadas diurnas e noturnas através de ambientes e vegetações distintos na área de estudo com o objetivo de registrar as aves presentes a partir de con-
35
8 | Avifauna
tatos visuais e auditivos. O esforço de amostragem
total deste levantamento foi de aproximadamente 150 h. Durante este levantamento, diversas espécies de aves observadas foram documentadas
com a gravação digital de suas vocalizações por
um gravador Marantz® PMD 670 acoplado a um
microfone direcional Sennheiser® ME-88.
Estimativas relativas de abundância para as diferentes espécies registradas foram obtidas através do método “Listas de 20 espécies”, onde os
registros ornitológicos são agrupados em sucessivas listas de 20 espécies; nesse método, a
primeira lista consiste das primeiras 20 espécies
observadas, a segunda lista inclui as próximas
20 espécies (que pode ou não conter espécies
já registradas na lista anterior) e assim sucessivamente (Herzog et al., 2002). Ao final da amostragem, a porcentagem em que cada espécie
é registrada no total de listas independentes
compiladas é interpretada como um indicativo
direto da sua abundância na área.
Foram utilizadas redes de neblina de 12 x 2 m
para a captura de aves com o objetivo de complementar o levantamento qualitativo descrito
acima. A cada dia de amostragem, redes instaladas nas proximidades dos mesmos transectos
percorridos durante o levantamento qualitativo permaneciam abertas durante a manhã por
um período de pelo menos 6 horas (geralmente
entre 6:00 – 12:00 hs). Um total de 20 redes de
neblina foi utilizado ao longo de 12 dias, permitindo o acúmulo de um esforço total de amostragem de aproximadamente 1.500 h / rede.
O levantamento qualitativo baseado nas “Listas de
20 espécies” e aquele baseado em capturas com
redes de neblina foram utilizados em conjunto
para maximizar a amostragem da comunidade de
aves da REBIO Maicuru. Enquanto o levantamento
baseado nas “Listas de 20 espécies” é extremamente importante para o registro de espécies dos
estratos médio e superior da floresta (geralmente
não capturadas pelas redes), sua principal limitação é a grande dependência de registros auditivos
com as diferentes espécies, que diminuem sensivelmente em freqüência durante a estação chuvosa. Por outro lado, embora as capturas com redes
de neblina sejam quase que exclusivamente direcionadas a apenas uma parcela da comunidade
(espécies de subosque), ela independe da intensidade das manifestações vocais da avifauna, desse modo compensando a principal deficiência do
levantamento baseado em registros auditivos e visuais, particularmente durante o período chuvoso.
Parte igualmente importante do inventário da avifauna local foi a coleta de espécimes testemunho
de algumas espécies registradas visualmente e/ou
gravadas, notadamente aquelas de difícil identificação e de ocorrência previamente não documentada na região. As coletas foram realizadas
com o auxílio de redes de neblina e uma espingarda calibre 16. Para cada espécime coletado,
os seguintes dados foram registrados durante sua
dissecação: localidade de coleta (com coordenadas obtidas a partir de GPS), peso, estágio na
muda de penas, sexo, tamanho das gônadas, presença ou ausência da bursa de Fabricius, grau de
ossificação do crânio, quantidade de gordura, cor
da íris e partes nuas e finalmente habitat e estrato
da vegetação onde o espécime foi coletado. Para
cada espécime coletado, uma amostra de tecido
foi também preservada em álcool etílico absoluto
imediatamente após o sacrifício do animal. Geralmente, essas amostras incluíram partes do fígado,
coração e músculo peitoral. Todos os espécimes
coletados foram depositados na coleção ornitológica do Museu Paraense Emílio Goeldi (MPEG)
em Belém, Pará. As coletas foram autorizadas pela
licença 001/2008, emitida pela Secretaria Estadual
do Meio Ambiente – SEMA-PA.
Resultados e Discussão
Registramos um total de 302 espécies de aves nos
diferentes ambientes amostrados da REBIO Maicuru ao longo de 181 “Listas de 20 espécies” (Figura 3.1). A Tabela 3.1 contém a lista de espécies
de aves observadas (nomes científico e popular)
na área de estudo, juntamente com: 1) uma estimativa das suas abundâncias relativas obtidas com
base no método “Listas de 20 espécies”; 2) o(s)
ambiente(s) predominantes em que foram observadas e 3) o(s) tipo(s) de documentação obtido(s)
para algumas delas (gravação de vocalizações e/
ou coleta de espécimes testemunho).
Tabela 3.1 - Lista sistemática das espécies de aves registradas por um levantamento qualitativo de 150 horas de observação na
REBIO Maicuru, Almeirim, estado do Pará, entre 22 de outubro a 5 de novembro de 2008. Inclui também espécies capturadas
em redes de neblina durante um esforço de 1.500 h / rede. Nomenclatura e nomes populares seguem CBRO (2008).
Família e espécie
Nome popular
A1
F2
D3
Tinamus major (Gmelin, 1789) * C 4
inhambu-de-cabeça-vermelha
C
FT
C (1)
Crypturellus cinereus (Gmelin, 1789)
inhambu-preto
F
FT, I
Crypturellus erythropus (Pelzeln, 1863) * DL
inhambu-de-perna-vermelha
R
I
G
Crypturellus variegatus (Gmelin, 1789)
inhambu-anhangá
F
FT
C (4)
pato-do-mato
R
R
TINAMIDAE (4)
ANATIDAE (1)
Cairina moschata (Linnaeus, 1758) * C
CRACIDAE (4)
Ortalis motmot (Linnaeus, 1766)
aracuã-pequeno
I
FT, I
Penelope marail (Statius Muller, 1776) * C, EN
jacumirim
F
FT, I
Aburria cumanensis (Jacquin, 1784) * C
jacutinga-de-garganta-azul
R
I
Crax alector Linnaeus, 1766 * C
mutum-poranga
F
FT, I
C (1), G
uru-corcovado
I
FT
C (1)
biguatinga
R
R
socó-boi
R
I, R
Cathartes melambrotus Wetmore, 1964
urubu-da-mata
R
FT, I, R
Sarcoramphus papa (Linnaeus, 1758)
urubu-rei
R
FT
Elanoides forficatus (Linnaeus, 1758)
gavião-tesoura
R
FT, I
Buteogallus urubitinga (Gmelin, 1788)
gavião-preto
R
I
Morphnus guianensis (Daudin, 1800) * IUCN
uiraçu-falso
R
FT
Spizaetus tyrannus (Wied, 1820)
gavião-pega-macaco
R
FT
Spizaetus ornatus (Daudin, 1800)
gavião-de-penacho
I
FT, I
ODONTOPHORIDAE (1)
Odontophorus gujanensis (Gmelin, 1789)
ANHINGIDAE (1)
Anhinga anhinga (Linnaeus, 1766)
ARDEIDAE (1)
Tigrisoma lineatum (Boddaert, 1783)
CATHARTIDAE (2)
ACCIPITRIDAE (5)
C (1)
G
Plano de Manejo da Reserva Biológica Maicuru | Anexo 1
Plano de Manejo da Reserva Biológica Maicuru | Anexo 1
34
8 | Avifauna
Família e espécie
Nome popular
A1
F2
gavião-de-anta
I
I, R
D3
Ibycter americanus (Boddaert, 1783)
gralhão
F
FT
Daptrius ater Vieillot, 1816
gavião-de-anta
I
I, R
Ibycter americanus (Boddaert, 1783)
gralhão
F
FT
Herpetotheres cachinnans (Linnaeus, 1758)
acauã
R
I
Micrastur ruficollis (Vieillot, 1817)
falcão-caburé
I
FT
Micrastur gilvicollis (Vieillot, 1817)
falcão-mateiro
I
FT
Micrastur mirandollei (Schlegel, 1862)
tanatau
R
FT
Micrastur semitorquatus (Vieillot, 1817)
falcão-relógio
R
FT
Nome popular
A1
F2
Falco rufigularis Daudin, 1800
cauré
R
FT, I
jacamim-de-costas-cinzentas
F
FT, I
D3
anu-preto
R
I, R
Megascops choliba (Vieillot, 1817)
corujinha-do-mato
R
I
Megascops watsonii (Cassin, 1849)
corujinha-orelhuda
F
FT
Lophostrix cristata (Daudin, 1800)
coruja-de-crista
I
FT
Strix virgata (Cassin, 1849)
coruja-do-mato
R
FT
Glaucidium hardyi Vielliard, 1990
caburé-da-amazônia
F
FT, I
Nyctibius grandis (Gmelin, 1789)
mãe-da-lua-gigante
R
I
Nyctibius leucopterus (Wied, 1821)
urutau-de-asa-branca
R
FT
Lurocalis semitorquatus (Gmelin, 1789)
tuju
I
FT
Nyctidromus albicollis (Gmelin, 1789)
bacurau
I
R
C (2)
Hydropsalis climacocerca (Tschudi, 1844)
acurana
I
R
C (1)
andorinhão
I
FT, I
Threnetes niger (Linnaeus, 1758) * EN
balança-rabo-escuro
R
FT, I
Phaethornis ruber (Linnaeus, 1758)
rabo-branco-rubro
I
FT
C (1)
Phaethornis bourcieri (Lesson, 1832)
rabo-branco-de-bico-reto
R
FT
C (1)
Phaethornis superciliosus (Linnaeus, 1766)
rabo-branco-de-bigodes
C
FT
C (5)
Campylopterus largipennis (Boddaert, 1783)
asa-de-sabre-cinza
R
FT, I
STRIGIDAE (5)
C (1)
C (1)
C (1)
C (1)
G
G
NYCTIBIIDAE (2)
CAPRIMULGIDAE (3)
PSOPHIIDAE (1)
Psophia crepitans Linnaeus, 1758 * EN
Família e espécie
Crotophaga ani Linnaeus, 1758
FALCONIDAE (8)
Daptrius ater Vieillot, 1816
37
8 | Avifauna
C (1)
RALLIDAE (2)
APODIDAE (1)
Aramides cajanea (Statius Muller, 1776)
saracura-três-potes
R
I
Laterallus viridis (Statius Muller, 1776)
sanã-castanha
R
R
maçarico-solitário
R
R
Columbina passerina (Linnaeus, 1758)
rolinha-cinzenta
R
R
Columbina talpacoti (Temminck, 1811)
rolinha-roxa
R
R
Patagioenas speciosa (Gmelin, 1789)
pomba-trocal
I
I
Patagioenas plumbea (Vieillot, 1818)
pomba-amargosa
F
FT, I
Florisuga mellivora (Linnaeus, 1758)
beija-flor-azul-de-rabo-branco
F
FT, I
C (2)
Patagioenas subvinacea (Lawrence, 1868)
pomba-botafogo
F
FT, I
Thalurania furcata (Gmelin, 1788)
beija-flor-tesoura-verde
F
FT, I
C (1)
Hylocharis sapphirina (Gmelin, 1788)
beija-flor-safira
I
FT
G
Trogon melanurus Swainson, 1838
surucuá-de-cauda-preta
F
FT, I
Trogon viridis Linnaeus, 1766
surucuá-grande-de-barriga-amarela
F
FT, I
Chaetura sp. 5
TROCHILIDAE (8)
SCOLOPACIDAE (1)
Tringa solitaria Wilson, 1813 * M
COLUMBIDAE (8)
Leptotila verreauxi Bonaparte, 1855
juriti-pupu
I
FT, I
Leptotila rufaxilla (Richard & Bernard, 1792)
juriti-gemedeira
F
FT, I
Geotrygon montana (Linnaeus, 1758)
pariri
I
FT
C (1)
C (1)
TROGONIDAE (4)
C (1)
PSITTACIDAE (16)
Ara ararauna (Linnaeus, 1758)
arara-canindé
I
FT, I
Trogon violaceus Gmelin, 1788
surucuá-violáceo
I
FT, I
Ara chloropterus Gray, 1859
arara-vermelha-grande
C
FT, I
Trogon collaris Vieillot, 1817
surucuá-de-coleira
I
FT
Ara severus (Linnaeus, 1758)
maracanã-guaçu
F
FT, I
Aratinga leucophthalma (Statius Muller, 1776)
periquitão-maracanã
I
FT, I
Megaceryle torquata (Linnaeus, 1766)
martim-pescador-grande
I
R
C (1)
ALCEDINIDAE (5)
Pyrrhura picta (Statius Muller, 1776) * EN
tiriba-de-testa-azul
I
FT
Chloroceryle amazona (Latham, 1790)
martim-pescador-verde
R
R
Forpus modestus (Cabanis, 1848)
tuim-de-bico-escuro
R
FT
Chloroceryle aenea (Pallas, 1764)
martinho
I
I
Brotogeris chrysoptera (Linnaeus, 1766)
periquito-de-asa-dourada
C
FT, I
Chloroceryle americana (Gmelin, 1788)
martim-pescador-pequeno
R
R
Touit huetii (Temminck, 1830)
apuim-de-asa-vermelha
R
FT
Chloroceryle inda (Linnaeus, 1766)
martim-pescador-da-mata
R
I
Touit purpuratus (Gmelin, 1788)
apuim-de-costas-azuis
F
FT
Pionites melanocephalus (Linnaeus, 1758)
marianinha-de-cabeça-preta
I
FT, I
udu-de-coroa-azul
F
FT, I
G
MOMOTIDAE (1)
Momotus momota (Linnaeus, 1766)
GALBULIDAE (5)
Pyrilia caica (Latham, 1790) * EN
curica-caica
I
FT
G
Pionus menstruus (Linnaeus, 1766)
maitaca-de-cabeça-azul
C
FT, I
C (2)
Brachygalba lugubris (Swainson, 1838)
ariramba-preta
I
I, R
C (1), G
C (3)
Pionus fuscus (Statius Muller, 1776)
maitaca-roxa
F
FT, I
C (1), G
Galbula albirostris Latham, 1790
ariramba-de-bico-amarelo
I
FT, I
Amazona amazonica (Linnaeus, 1766)
curica
F
FT, I
G
Galbula leucogastra Vieillot, 1817
ariramba-bronzeada
I
I
G
Galbula dea (Linnaeus, 1758)
ariramba-do-paraíso
F
FT, I
Jacamerops aureus (Statius Muller, 1776)
jacamaraçu
I
FT
Notharchus macrorhynchos
(Gmelin, 1788) * EN
macuru-de-testa-branca
I
FT, I
Notharchus tectus (Boddaert, 1783)
macuru-pintado
I
FT, I
Bucco tamatia Gmelin, 1788
rapazinho-carijó
R
FT
Amazona farinosa (Boddaert, 1783)
papagaio-moleiro
F
FT, I
Deroptyus accipitrinus (Linnaeus, 1758)
anacã
F
FT, I
Coccycua minuta (Vieillot, 1817)
chincoã-pequeno
R
I
Piaya cayana (Linnaeus, 1766)
alma-de-gato
F
FT, I
Piaya melanogaster (Vieillot, 1817)
chincoã-de-bico-vermelho
R
FT
Crotophaga major Gmelin, 1788
anu-coroca
R
I, R
BUCCONIDAE (6)
CUCULIDAE (5)
Plano de Manejo da Reserva Biológica Maicuru | Anexo 1
Plano de Manejo da Reserva Biológica Maicuru | Anexo 1
36
Família e espécie
Nome popular
A1
F2
D3
Terenura spodioptila Sclater & Salvin, 1881
zidedê-de-asa-cinza
I
FT
G
FT, I
Cercomacra cinerascens (Sclater, 1857)
chororó-pocuá
I
FT, I
R
Cercomacra tyrannina (Sclater, 1855)
chororó-escuro
I
I
Cercomacra nigrescens (Cabanis & Heine, 1859)
chororó-negro
R
I
I
FT, I
Myrmoborus leucophrys (Tschudi, 1844)
papa-formiga-de-sobrancelha
R
I
Hypocnemis cantator (Boddaert, 1783) * EN
cantador-da-guiana
F
FT, I
C (5)
F
FT, I
Hypocnemoides melanopogon (Sclater, 1857)
solta-asa-do-norte
I
I
C (2)
Nome popular
A1
F2
D3
Malacoptila fusca (Gmelin, 1788)
barbudo-pardo
R
FT
G
Monasa atra (Boddaert, 1783) * EN
chora-chuva-de-asa-branca
F
Chelidoptera tenebrosa (Pallas, 1782)
urubuzinho
R
capitão-de-bigode-carijó
tucano-grande-de-papo-branco
CAPITONIDAE (1)
RAMPHASTIDAE (5)
Ramphastos tucanus Linnaeus, 1758
Família e espécie
THAMNOPHILIDAE (35)
BUCCONIDAE (6)
Capito niger (Statius Muller, 1776) * EN
39
8 | Avifauna
8 | Avifauna
Ramphastos vitellinus Lichtenstein, 1823
tucano-de-bico-preto
F
FT, I
Percnostola rufifrons (Gmelin, 1789) * EN
formigueiro-de-cabeça-preta
F
FT, I
C (4)
Selenidera piperivora (Linnaeus, 1766) * EN
araçari-negro
I
FT, I
Schistocichla leucostigma (Pelzeln, 1868)
formigueiro-de-asa-pintada
R
FT, I
G
Pteroglossus viridis (Linnaeus, 1766) * EN
araçari-miudinho
I
FT, I
I
FT, I
C (5)
araçari-de-bico-branco
F
FT, I
Myrmeciza ferruginea ferruginea
(Statius Muller, 1776) * EN
formigueiro-ferrugem
Pteroglossus aracari (Linnaeus, 1758)
Myrmeciza atrothorax (Boddaert, 1783)
formigueiro-de-peito-preto
R
I
Picumnus exilis (Lichtenstein, 1823)
pica-pau-anão-de-pintas-amarelas
I
FT, I
Myrmornis torquata (Boddaert, 1783)
pinto-do-mato-carijó
R
FT
C (2), G
Melanerpes cruentatus (Boddaert, 1783)
benedito-de-testa-vermelha
R
FT
Pithys albifrons (Linnaeus, 1766)
papa-formiga-de-topete
F
FT, I
C (4)
Veniliornis cassini (Malherbe, 1862) * EN
pica-pau-de-colar-dourado
I
FT, I
Gymnopithys rufigula (Boddaert, 1783) * EN
mãe-de-taoca-degarganta-vermelha
F
FT, I
C (3)
Hylophylax naevius (Gmelin, 1789)
guarda-floresta
I
FT, I
C (3)
Willisornis poecilinotus (Cabanis, 1847)
rendadinho
I
FT, I
C (2)
Grallaria varia (Boddaert, 1783)
tovacuçu
I
FT
Hylopezus macularius (Temminck, 1823)
torom-carijó
I
FT
C (1), G
Myrmothera campanisona (Hermann, 1783)
tovaca-patinho
I
FT
G
galinha-do-mato
F
FT, I
C (3)
I
FT, I
C (1)
PICIDAE (13)
Piculus flavigula (Boddaert, 1783)
pica-pau-bufador
I
FT, I
Piculus chrysochloros (Vieillot, 1818)
pica-pau-dourado-escuro
R
I
Colaptes rubiginosus (Swainson, 1820) * DL
pica-pau-oliváceo
R
FT
Celeus undatus (Linnaeus, 1766)
pica-pau-barrado
F
FT, I
Celeus elegans (Statius Muller, 1776)
pica-pau-chocolate
R
FT
Celeus flavus (Statius Muller, 1776)
pica-pau-amarelo
R
FT, I
Celeus torquatus (Boddaert, 1783)
pica-pau-de-coleira
R
FT
Dryocopus lineatus (Linnaeus, 1766)
pica-pau-de-banda-branca
R
FT, I
Campephilus rubricollis (Boddaert, 1783)
pica-pau-de-barriga-vermelha
F
FT, I
Campephilus melanoleucos (Gmelin, 1788)
pica-pau-de-topete-vermelho
R
FT, I
Cymbilaimus lineatus (Leach, 1814)
papa-formiga-barrado
I
FT, I
Frederickena viridis (Vieillot, 1816) * EN
borralhara-do-norte
R
FT
Taraba major (Vieillot, 1816)
choró-boi
R
I, R
C (2), G
C (1)
GRALLARIIDAE (3)
G
FORMICARIIDAE (2)
Formicarius colma Boddaert, 1783
Formicarius analis (d'Orbigny & Lafresnaye, 1837) pinto-do-mato-de-cara-preta
SCLERURIDAE (3)
THAMNOPHILIDAE (35)
C (1)
Sclerurus mexicanus Sclater, 1857
vira-folha-de-peito-vermelho
I
FT, I
C (2)
Sclerurus rufigularis Pelzeln, 1868
vira-folha-de-bico-curto
I
FT, I
C (3)
Sclerurus caudacutus (Vieillot, 1816)
vira-folha-pardo
R
FT
C (2)
Dendrocincla fuliginosa (Vieillot, 1818)
arapaçu-pardo
F
FT, I
C (2)
Dendrocincla merula (Lichtenstein, 1829)
arapaçu-da-taoca
I
FT
C (1)
G
DENDROCOLAPTIDAE (14)
Thamnophilus murinus Sclater & Salvin, 1868
choca-murina
I
FT, I
Thamnophilus punctatus (Shaw, 1809)
choca-bate-cabo
R
I
Thamnophilus melanothorax Sclater, 1857 * EN
choca-de-cauda-pintada
R
FT, I
C (1), G
R
FT
choca-canela
R
I
C (1)
Deconychura longicauda longicauda
(Pelzeln, 1868) * EN
arapaçu-rabudo
Thamnophilus amazonicus Sclater, 1858
Thamnomanes ardesiacus
(Sclater & Salvin, 1867)
uirapuru-de-garganta-preta
F
FT, I
C (5)
Sittasomus griseicapillus (Vieillot, 1818)
arapaçu-verde
R
FT
Glyphorynchus spirurus (Vieillot, 1819)
arapaçu-de-bico-de-cunha
F
FT, I
C (4)
Thamnomanes caesius (Temminck, 1820)
ipecuá
F
FT, I
C (4)
Dendrexetastes rufigula (Lesson, 1844)
arapaçu-galinha
I
FT, I
C (1)
Epinecrophylla gutturalis (Sclater
& Salvin, 1881) * EN
choquinha-de-barriga-parda
I
FT
C (5)
Dendrocolaptes certhia (Boddaert, 1783)
arapaçu-barrado
F
FT, I
C (1)
Myrmotherula brachyura (Hermann, 1783)
choquinha-miúda
I
FT, I
G
Dendrocolaptes picumnus Lichtenstein, 1820
arapaçu-meio-barrado
I
FT
Myrmotherula surinamensis
(Gmelin, 1788) * EN
choquinha-estriada
I
I
Dendroplex picus (Gmelin, 1788)
arapaçu-de-bico-branco
I
I, R
Myrmotherula guttata (Vieillot, 1825) * EN
choquinha-de-barriga-ruiva
I
FT, I
Xiphorhynchus pardalotus (Vieillot, 1818) * EN
arapaçu-assobiador
F
FT, I
C (5), G
C (4)
Xiphorhynchus obsoletus (Lichtenstein, 1820)
arapaçu-riscado
R
I
C (3)
Myrmotherula axillaris (Vieillot, 1817)
choquinha-de-flanco-branco
I
FT, I
C (2)
Xiphorhynchus guttatus (Lichtenstein, 1820)
arapaçu-de-garganta-amarela
I
I
G
Myrmotherula longipennis Pelzeln, 1868
choquinha-de-asa-comprida
F
FT, I
C (2)
Lepidocolaptes albolineatus albolineatus
(Lafresnaye, 1845) * EN
arapaçu-de-listras-brancas
I
FT, I
C (1)
Campylorhamphus procurvoides
procurvoides (Lafresnaye, 1850) * EN
arapaçu-de-bico-curvo
I
FT, I
C (1), G
Myrmotherula menetriesii (d'Orbigny, 1837)
choquinha-de-garganta-cinza
F
FT, I
C (4)
Herpsilochmus sticturus Salvin, 1885 * EN
chorozinho-de-cauda-pintada
C
FT, I
G
Herpsilochmus stictocephalus Todd, 1927 * EN
chorozinho-de-cabeça-pintada
F
FT
Microrhopias quixensis microstictus
(Berlepsch, 1908) * EN
papa-formiga-de-bando
I
I
C (2)
Plano de Manejo da Reserva Biológica Maicuru | Anexo 1
Plano de Manejo da Reserva Biológica Maicuru | Anexo 1
38
40
8 | Avifauna
41
8 | Avifauna
60
Estimadores de Riqueza - Anfíbios
Synallaxis macconnelli Chubb, 1919 * EN
Cranioleuca gutturata (d'Orbigny
& Lafresnaye, 1838)
A1
F2
D3
joão-escuro
30
joão-pintado
I
I
C (3), G
R
I
C (1), G
50
Família e espécie
20
limpa-folha-de-sobre-ruivo
I
FT
C (3), G
Philydor pyrrhodes (Cabanis, 1848)
limpa-folha-vermelho
R
FT, I
C (2)
Automolus infuscatus (Sclater, 1856)
10
barranqueiro-pardo
I
FT
C (5)
Automolus rubiginosus obscurus
(Pelzeln, 1859) * EN
R
FT
C (1)
Automolus rufipileatus (Pelzeln, 1859)
barranqueiro-ferrugem
0
1
3
5
barranqueiro-de-coroa-castanha
I7
I 9
C11
(4), G
Xenops minutus (Sparrman, 1788)
bico-virado-miúdo
Espécies Observadas
Jack 1
Jack 2
Bootstrap
13
I de amostras
FT, I
C (1)
número
Mionectes oleagineus (Lichtenstein, 1823)
abre-asa
R
FT
C (3)
Mionectes macconnelli (Chubb, 1919)
abre-asa-da-mata
R
FT, I
C (1)
Leptopogon amaurocephalus Tschudi, 1846
cabeçudo
R
I
G
Corythopis torquatus (Tschudi, 1844)
estalador-do-norte
I
FT, I
C (2)
Lophotriccus vitiosus (Bangs & Penard, 1921)
maria-fiteira
Hemitriccus zosterops (Pelzeln, 1868)
maria-de-olho-branco
60
I
FT
Myiornis ecaudatus (d'Orbigny
& Lafresnaye, 1837)
caçula
I
FT, I
número de espécies
Hemitriccus josephinae (Chubb, 1914) * EN
I
FT, I
G
Estimadores de Riqueza - Répteis
caga-sebinho-de-penacho
I
FT, I
C (1), G
70
maria-bicudinha
I
FT, I
C (4), G
50
bem-te-vi-da-copa
Tyrannopsis sulphurea (Spix, 1825)
suiriri-de-garganta-rajada
Tyrannus melancholicus
Vieillot, 1819
30
suiriri
Rhytipterna simplex (Lichtenstein, 1823)
vissiá
Sirystes sibilator
20 (Vieillot, 1818)
gritador
Myiarchus tuberculifer (d'Orbigny
& Lafresnaye, 1837)
10 (Gmelin, 1789)
Myiarchus ferox
Ramphotrigon ruficauda (Spix, 1825)
0
Attila cinnamomeus (Gmelin, 1789)
FT
G
R
FT
G
R
FT
Myiopagis gaimardii (d'Orbigny, 1839)
maria-te-viu
20
maria-pechim
I
FT, I
Myiopagis caniceps (Swainson, 1835)
10
guaracava-cinzenta
R
FT, I
Myiopagis flavivertex (Sclater, 1887)
R
I
Ornithion inerme Hartlaub, 1853
guaracava-de-penacho-amarelo
0
poiaeiro-de-sobrancelha
1 2 3 4 5
Camptostoma obsoletum (Temminck, 1824)
risadinha
Zimmerius gracilipes (Sclater & Salvin, 1868)
poiaeiro-de-pata-fina
Phylloscartes virescens Todd, 1925 * DL
borboletinha-guianense
I
FT
Inezia subflava (Sclater & Salvin, 1873)
amarelinho
R
R
Rhynchocyclus olivaceus (Temminck, 1820)
bico-chato-grande
R
FT
I
FT
Tolmomyias poliocephalus (Taczanowski, 1884)
bico-chato-de-cabeça-cinza
I
FT, I
Tolmomyias flaviventris (Wied, 1831)
bico-chato-amarelo
I
I
Platyrinchus saturatus Salvin & Godman, 1882
patinho-escuro
R
FT
Platyrinchus coronatus Sclater, 1858
patinho-de-coroa-dourada
R
FT, I
Platyrinchus platyrhynchos (Gmelin, 1788)
patinho-de-coroa-branca
I
FT
C (1)
Onychorhynchus coronatus (Statius Muller, 1776)
maria-leque
R
FT, I
C (2)
Myiobius barbatus (Gmelin, 1789)
assanhadinho
R
FT
C (1)
Terenotriccus erythrurus (Cabanis, 1847)
papa-moscas-uirapuru
I
FT, I
C (2)
Lathrotriccus euleri (Cabanis, 1868)
enferrujado
R
I
C (2), G
Curvas
Rarefação -bico-chato-da-copa
Anfíbios e Répteis
Tolmomyias assimilis
(Pelzeln,de
1868)
6R
7 FT,
8 I 9
Jacarés
I
FT
R
Quelônios
Anfíbios I
FT
Lagartos I
SerpentesR
FT, I
maria-cavaleira-pequena
R
FT, I
maria-cavaleira
R
I, R
bico-chato-de-rabo-vermelho
I
FT, I
tinguaçu-ferrugem
I
I
I
FT, I
AIQ
Attila spadiceus (Gmelin, 1789)
capitão-de-saíra-amarelo
métodos de Coleta
COTINGIDAE (7)
D3
R
FT
Phoenicircus carnifex (Linnaeus, 1758)
saurá
I
FT, I
Procnias albus (Hermann, 1783) * DL
araponga-da-amazônia
R
FT
G
Figura 3.1 – Número cumulativo de espécies de aves por esforço amostral (medido pelo número de acumulado de “Listas
de 20 espécies”) obtido por um levantamento qualitativo de 150 horas de observação na REBIO Maicuru entre 22 de
outubro a 5 de novembro de 2008.
G
R
Tyrannulus elatus (Latham, 1790)
F2
350
ferreirinho-de-sobrancelha
40
piolhinho-de-cabeça-cinza
30
Phyllomyias griseiceps (Sclater
& Salvin, 1871) * DL
Conopias parvus
40 (Pelzeln, 1868)
PLT
TYRANNIDAE (46)
Todirostrum pictum Salvin, 1897 * EN
A1
TYRANNIDAE (46)
Philydor erythrocercum (Pelzeln, 1859)
Lophotriccus galeatus (Boddaert, 1783)
Nome popular
300
Espécies Observadas
Jack 1
Jack 2
Bootstrap
250
200
150
100
G
10 11 12 13 14
R
FT
número de amostras
I
FT, I
50
0
1
21
41
61
81
101
121
141
161
181
esforço amostral
G
Contopus virens (Linnaeus, 1766) * M
piui-verdadeiro
R
FT, I
Contopus albogularis (Berlioz, 1962) * EN
piui-queixado
I
FT
Legatus leucophaius (Vieillot, 1818)
bem-te-vi-pirata
R
FT, I
Myiozetetes cayanensis (Linnaeus, 1766)
bentevizinho-de-asa-ferrugínea
R
I, R
C (2)
Myiozetetes luteiventris (Sclater, 1858)
bem-te-vi-barulhento
R
FT
C (1)
G
Quando comparado com o levantamento de
aves mais completo existente para uma localidade do escudo Guianense no Brasil (área do
Projeto Dinâmica Biológica de Fragmentos Florestais – PDBFF, ao norte de Manaus), onde cerca de 400 espécies de aves foram registradas
ao longo de mais de duas décadas (Cohn-Haft
et al., 1997), o presente levantamento pode ser
considerado preliminar, mas representativo da
área, já que mesmo com um período reduzido de amostragem (cerca de 2 semanas), pouco mais de 75% ou 3/4 da riqueza de espécies
registrada no projeto PDBFF foi encontrada
na REBIO Maicuru. Essa conclusão é reforçada pela curva cumulativa de espécies registradas por esforço amostral, cuja taxa de ascensão
veio decrescendo continuamente ao longo da
amostragem (Figura 3.1).
Embora nenhuma espécie de ave registrada na
REBIO Maicuru seja considerada ameaçada de
extinção, seja em nível estadual (SEMA, 2007),
nacional (IBAMA, 2003) ou mundial (IUCN,
2008), as seguintes 58 espécies observadas na
REBIO Maicuru podem ser consideradas de especial interesse para conservação pelos motivos especificados abaixo:
1) Endêmicas e com distribuição restrita no CE
Guiana (Penelope marail - Cracidae, Psophia
crepitans – Psophidae, Pyrrhura picta, Pyrilia
caica – Psittacidae, Threnetes niger – Trochilidae, Notharchus macrorhynchos, Monasa atra –
Bucconidae, Capito niger – Capitonidae, Selenidera piperivora, Pteroglossus viridis – Ramphastidae, Veniliornis cassini – Picidae, Frederickena
viridis, Thamnophilus melanothorax, Epinecro-
Plano de Manejo da Reserva Biológica Maicuru | Anexo 1
FURNARIIDAE (8)
Nome popular
40
número de espécies
Família e espécie
número de espécies
Plano de Manejo da Reserva Biológica Maicuru | Anexo 1
50
8 | Avifauna
phylla gutturalis, Myrmotherula surinamensis,
Myrmotherula guttata, Herpsilochmus sticturus, Herpsilochmus stictocephalus, Microrhopias quixensis microstictus, Hypocnemis cantator, Percnostola rufifrons, Myrmeciza ferruginea
ferruginea, Gymnopithys rufigula – Thamnophilidae, Deconychura longicauda longicauda,
Xiphorhynchus pardalotus, Campylorhamhus
procurvoides procurvoides, Lepidocolaptes albolineatus albolineatus – Dendrocolaptidae,
Synallaxis macconnelli, Automolus rubiginosus
obscurus – Furnariidae, Hemitriccus josephinae,
Todirostrum pictum, Contopus albogularis –
Tyrannidae, Perissocephalus tricolor – Cotingidae, Tyranneutes virescens, Corapipo gutturalis,
Lepidothrix serena– Pipridae, Schiffornis olivacea – Tityridae, Cyanocorax cayanus – Corvidae e Phaeothlypis mesoleuca - Parulidae);
2) Raras e com distribuições locais na Amazônia (Crypturellus erythropus – Tinamidae, Colaptes rubiginosus – Picidae, Phyllomyias griseiceps e Phylloscartes virescens – Tyrannidae,
Procnias albus, Haematoderus militaris – Cotingidae, Pachyramphus viridis griseigularis, Pachyramphus surinamus – Tityridae, Tachyphonus phoenicius, Cyanicterus cyanicterus –
Thraupidae e Euphonia plumbea - Fringillidae);
3) Quase ameaçada de extinção, segundo IUCN
(2008): Morphnus guianensis – Accipitridae);
4) Populações perseguidas por caçadores (Tinamus major – Tinamidae, Cairina moschata – Anatidae, Aburria cumanensis e Crax alector – Cracidae);
5) Migratórias (Tringa solitaria – Scolopacidae,
Contopus virens – Tyrannidae e Vireo olivaceus
– Vireonidae).
Os resultados do presente levantamento permitem concluir que a REBIO Maicuru é uma unidade de conservação chave na preservação da rica
avifauna e endemismos associados a diversos tipos florestais do CE Guiana. Deve-se, contudo,
enfatizar o caráter ainda preliminar do levantamento de avifauna realizado e que serviu de base
para as análises aqui apresentadas. Embora o levantamento possa ser considerado representativo, ele ainda está longe de ser completo. Algumas espécies de aves com ampla distribuição no
43
8 | Avifauna
CE Guiana (Cohn-Haft et al., 1997, Milensky et al.,
2005) não foram registradas na REBIO Maicuru
devido a vários fatores, em especial o acaso e o
fato de o levantamento ter sido realizado num
relativo curto período de tempo. Campanhas de
campo futuras, seguramente levarão ao registro
de mais espécies de aves.
Por outro lado, foram feitos registros importantes de algumas espécies (Colaptes rubiginosus
– Picidae, Synallaxis macconnelli e Cranioleuca
gutturata – Furnariidae, Phyllomyias griseiceps
– Tyrannidae, Pachyramphus viridis griseigularis
– Tityridae, Parula pitiayumi – Parulidae e Euphonia plumbea - Fringillidae) que constituem
extensões de distribuição bastante significativas
para o CE Guiana no Brasil (Restall et al., 2006),
atestando a relevância do presente levantamento, apesar de preliminar.
Referências
Cohn-Haft, M., A. Whittaker & Stouffer, P. C. 1997. A new look
at the “species poor” central Amazon: the avifauna north of
Manaus, Brazil. Ornithological Monographs 48: 205-235.
Comitê Brasileiro de Registros Ornitológicos. 2008. Lista das aves do Brasil. Versão 5/10/2008. Disponível em
<http://www.cbro.org.br>. Acesso em 19/05/2009.
Herzog, S.K., Kessler, M. & Cahill, T.M. 2002. Estimating
species richness of tropical bird communities from rapid
assessment data. The Auk 119: 749-769.
Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – IBAMA. 2003. Lista Nacional das Espécies da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção. (acesso em:
http://www.mma.gov.br/port/sbf/fauna/index.cfm).
IUCN. 2008. 2008 IUCN Red List of Threatened Species. Disponível em http://www.redlist.org/> Acesso em
19/05/2009.
Restall, R., C. Rodner & Lentino, M. 2006. Birds of northern
South America: an
identification guide. Yale University Press, New Haven.
SEMA. 2007. Lista de espécies da flora e da fauna ameaçadas no Estado do Pará. Disponível em http://www.sema.
pa.gov.br/resolucoes_detalhes.php?idresolucao=54 Acesso em 20/08/2008.
Silva, J. M. C., Rylands, A. B. & da Fonseca, G. A. B. 2005.
The fate of Amazonian areas of endemism. Conservation
Biology 19: 689-694.
© CI / Adriano Gambarini
Conclusões e recomendações
A avifauna registrada na REBIO Maicuru revelou
que a unidade se encontra ainda em excelente estado de conservação. Praticamente todas
as espécies de aves representativas das florestas do CE Guiana esperadas para a área com
base em literatura (Milensky et al., 2005) foram
registradas na REBIO Maicuru, atestando o seu
bom estado de conservação, sem dúvida, proporcionado pelo isolamento e dificuldade de
acesso à área amostrada, que a poupa de atividades predatórias como a extração de madeira
e a caça profissional ilegal. Esse diagnóstico é
reforçado pela presença de várias espécies indicadoras de boa qualidade ambiental como
Sclerurus caudacutus, Dendrocincla merula e
Campylorhamphus procurvoides procurvoides
e outras procuradas por caçadores, como Aburria cumanensis e Crax alector, estiveram presentes na área em bom número. Esse conjunto de
dados parece indicar que atividades humanas
na unidade como a formação de garimpos, por
exemplo, podem ter um impacto bastante local.
Recomenda-se que estudos futuros na unidade
envolvendo a avifauna se concentrem no impacto local sobre a comunidade de aves das atividades garimpeiras.
Milensky, C. M., H. Hinds, A. Aleixo & Lima, M. F. C. 2005.
Birds. In: Check-list of the terrestrial vertebrates of the
Guiana Shield. Bulletin of the Biological Society of Washington 13: 43-73.
Ramphotrigon ruficauda
Plano de Manejo da Reserva Biológica Maicuru | Anexo 1
Plano de Manejo da Reserva Biológica Maicuru | Anexo 1
42
9
Mastofauna
Introdução
O conhecimento sobre a fauna de mamíferos
da região amazônica ainda é incipiente, principalmente em relação às espécies de pequenos roedores, marsupiais e morcegos (Voss &
Emmons, 1996). Este conhecimento não se encontra homogeneamente distribuído por toda a
região, devido aos diferentes esforços de amostragem empregados (Voss & Emmons, 1996), e
também por esta área apresentar várias unidades geográficas abrigando um conjunto de
espécies únicas e insubstituíveis, denominadas
áreas de endemismo (Silva et al., 2005).
A maior parte dos inventários de mamíferos
para a região amazônica foi realizada em sítios
de estudo na América central e na Amazônia
peruana e colombiana (veja Voss & Emmons,
1996). Para a área de endemismo das Guianas
(sensu Silva et al., 2005), onde está inserida a região da calha norte do Estado do Pará, existem
poucos inventários da mastofauna, sendo os
mais intensivos e criteriosos realizados por Simmons & Voss (1998) para morcegos em Paracou,
Guiana Francesa, e por Voss et al., (2001) para
mamíferos não-voadores nesta mesma localidade. Outra obra de referência para o estudo da
mastofauna da área de endemismo das Guianas
é o livro de Husson (1978), que traz descrições
bem elaboradas das espécies presentes no Suriname, realizadas com base em exemplares depositados em coleções.
A partir de dados extraídos de Eisenberg & Redford (1999), Rylands et al., (2000), Silva Júnior
(2001), Simmons & Voss (1998) e Voss et al.,
(2001), estima-se que existam 180 espécies de
mamíferos em toda a região da calha norte, das
quais 93 de mamíferos não-voadores e 87 de
morcegos. Entre estas espécies, três foram descritas e nove foram revalidadas nos últimos 10
anos (Simmons & Voss, 1998; Voss et al., 2001),
evidenciando o grau de desconhecimento da
fauna de mamíferos da região.
Dado o pequeno número de inventários de
mastofauna realizados no centro de endemismo das Guianas, e conseqüentemente o conhecimento insatisfatório da diversidade de mamíferos neste centro de endemismo, evidencia-se
a importância dos inventários relacionados ao
projeto de “Diagnóstico da Biodiversidade das
Unidades de Conservação Estaduais do Mosaico ‘Calha Norte’, Estado do Pará” para reverter
este quadro e gerar informação para subsidiar
políticas públicas de conservação e desenvolvimento sustentável.
45
9 | mastofauna
Este relatório apresenta as atividades realizadas
pela equipe de mamíferos durante a quinta expedição de campo deste projeto, realizada na
REBIO Maicuru, município de Almeirim, Pará.
São apresentados também os resultados obtidos durante a expedição, seguidos de discussão, conclusões e recomendações.
Objetivos
O objetivo geral deste estudo é levantar dados
referentes à comunidade de mamíferos da REBIO Maicuru, Pará, que servirão de base para
a confecção do futuro plano de manejo desta
unidade de conservação. Desta forma, os objetivos específicos deste estudo são:
1. Realizar um inventário preliminar da mastofauna da REBIO Maicuru;
2. Identificar espécies de mamíferos de especial
interesse para a conservação;
3. Verificar possíveis impactos às populações
locais de mamíferos.
Material e métodos
No período de 23 de outubro a 5 de novembro de 2008 foi realizado um levantamento da
comunidade de mamíferos da REBIO Maicuru
como parte de um Inventário Ecológico Rápido (RAP) para a região da Calha Norte do Estado do Pará. As observações ocorreram ao longo de transecções distribuídas em três tipos de
ambientes principais: 1) floresta de terra-firme
primária e secundária; 2) floresta ripária secundária (igapó) e 3) rios e praias.
Seguem abaixo os métodos utilizados para este inventário, apresentados separadamente para as comunidades de pequenos mamíferos não-voadores,
mamíferos de médio e grande porte e quirópteros.
Pequenos mamíferos não-voadores
Para a captura de pequenos mamíferos não-voadores (marsupiais e pequenos roedores) foram
empregados dois tipos de armadilhas: armadilhas de queda e armadilhas de contenção viva.
A descrição das armadilhas de queda encontra-se no subitem “Material e métodos” do item “Herpetofauna”, pois foram também utilizadas para a
amostragem de anfíbios e répteis. Considerando-
-se que foram empregados 64 baldes como armadilhas de queda, e que cada balde representa uma
estação de captura, o esforço de captura para este
método totalizou de 832 baldes-noite.
Foram empregados dois tipos de armadilhas de
contenção viva: Sherman (25x9x8 cm) e gaiola
(30x16x16 cm). Um total de 80 Shermans e 40
gaiolas foram distribuídas entre 400 e 1000m
de três trilhas, denominadas T1, T2 e T4. As armadilhas foram iscadas com uma massa feita a
partir da mistura de pasta de amendoim, sardinha e fubá, sendo checadas diariamente durante o período de amostragem. Este método
compreendeu um esforço de captura de 1080
armadilhas-noite.
Cada indivíduo coletado foi taxidermizado e incorporado à coleção mastozoológica do Museu Paraense Emílio Goeldi (MPEG). O crânio e
esqueleto destes exemplares serão limpos no
referido museu, e serão utilizados na identificação dos espécimes em nível específico.
Adicionalmente, foram anotados todos os registros ocasionais realizados pela equipe de
mastofauna e por outras equipes durante o período de estadia na REBIO Maicuru, além de entrevistas com os trabalhadores que participaram da construção do acampamento utilizado
para realização do RAP e que chegaram à área
antes dos pesquisadores.
Parte também importante do inventário de mamíferos de médio e grande porte foi a coleta de espécimes-testemunho de algumas espécies registradas visualmente, notadamente aquelas de difícil
identificação em campo, que possuem amostras
exíguas em museus brasileiros ou que apresentem problemas de natureza taxonômica e/ou de
distribuição geográfica relacionados à região de
estudo. As coletas foram realizadas com uma espingarda calibre 36. As coletas foram autorizadas
pela licença 001/2008, emitida pela Secretaria Estadual do Meio Ambiente – SEMA-PA.
Quirópteros
Mamíferos de médio e grande porte
Espécies de mamíferos de médio e grande porte foram inventariadas a partir de caminhadas
a uma velocidade constante (1,5 km/hora) ao
longo de toda a extensão das quatro trilhas de
amostragem, com um total de 112 km percorridos. A cada registro foram anotados os seguintes dados: espécie observada, número de
indivíduos do grupo (no caso de espécies sociais), modo de detecção (visual ou auditivo), local e horário do avistamento e hábitat, além da
distância perpendicular do animal em relação
à trilha. Estas caminhadas iniciavam-se entre
05h30min e 06h00min da manhã e procediam
em regime ininterrupto até entre 18h00min e
19h00min, tendo sido realizadas por um único
observador (Alexandre Aleixo).
A coleta de morcegos foi realizada em floresta
de terra firme ao longo de quatro transecções
(T1, T2, T3 e T4) e em ambiente de praia na beira do rio Ipitinga. Nas transecções T1, T2, T3 e
trilha da praia apenas um ponto foi amostrado,
ao passo que na transecção T4 dois pontos foram amostrados (Tabela 4.1).
A metodologia empregada na amostragem de
quirópteros consistiu na utilização de redes de
neblina para capturas noturnas, além de buscas
ativas diurnas.
Nas capturas noturnas utilizou-se um conjunto de dez redes de neblina com dimensões de
12x3 m, e malhas de 15x15 mm. Estas redes foram dispostas em ziguezague nos pontos de
amostragem, perpendicularmente à transecção.
O período de observação das redes foi de seis
Tabela 4.1 – Dados relativos à coleta de quirópteros com redes de neblina na REBIO Maicuru. Hábitat: TF = Terra Firme. *
A intensidade das chuvas (pluviosidade) está disposta em classes conforme observação pessoal em campo.
Transecção
Pontos de
Amostragem
Habitat
Esforço (metros.
rede.hora)
Pluviosidade*
T1
P1 (1000m)
TF
1440
Chuva
moderada
T2
P1 (1000m)
TF
1440
Sem chuva
T3
P1 (1000m)
TF
720
Chuva
moderada
T4
P1 (2000m);
TF
2880
Sem chuva a
chuva leve
Trilha da Praia
P2 (1000m)
Praia de rio
2160
Chuva leve
Plano de Manejo da Reserva Biológica Maicuru | Anexo 1
Plano de Manejo da Reserva Biológica Maicuru | Anexo 1
44
9 | mastofauna
horas (18-24h) em todos os pontos, com inspeções a cada 15 minutos. Para este método foi
empregado um total de 8640 metros-rede-hora. Nas buscas ativas diurnas, foram verificados
locais que possivelmente albergassem morcegos como troncos caídos, buracos no solo e folhagem de palmeiras.
Durante as observações das redes de neblina ou
nas buscas ativas diurnas, os indivíduos capturados foram acondicionados no interior de sacos de algodão etiquetados com informações
referentes ao ponto de coleta e período da captura. Ao final do período de coleta diária, os espécimes capturados foram transportados até a
base de campo para um posterior registro dos
dados de cada indivíduo.
De cada espécime foi verificado e anotado o
estado etário, reprodutivo, e dados morfométricos de importância para a identificação taxonômica, além de informações sobre o ponto, data
e horário de captura. O estado etário foi determinado conforme técnica descrita por Anthony
(1988), mediante análise dos discos cartilaginosos das articulações metacarpo-falangeanas.
Os morcegos jovens não exibem ossificação
nessas articulações, enquanto os adultos geralmente apresentam ossificações e calosidades.
Concluída em campo a fase de registro e organização de dados, os animais foram sacrificados e
a seguir extraiu-se material para futuras análises a
nível molecular e citogenético, com a posterior fixação dos indivíduos em solução de formol (10%),
preservação em álcool etílico 70% e deposição na
coleção mastozoológica do Museu Paraense Emílio Goeldi (MPEG).
Tratamento dos dados
Uma listagem de espécies para a área de estudo foi gerada e acrescida de informações sobre
hábitat, nichos tróficos (no caso dos quirópteros) a elas associados, e estado de conservação.
A eficiência do esforço empregado no inventário dos três grupos da mastofauna amostrados
foi avaliada através de curvas acumulativas de
espécies ao longo do período de permanência
dos pesquisadores em campo.
Os resultados do censo de mamíferos de médio
e grande porte são apresentados na forma de
taxas de avistamento (número de avistamentos
por 10 km percorridos), que fornecem um índice relativamente confiável da abundância de
cada espécie. Este índice parece bastante adequado nos casos de amostras pequenas e na
comparação entre diferentes pontos de coleta.
47
9 | mastofauna
Resultados
Em um total de 14 dias de amostragem na REBIO Maicuru foram registradas 33 espécies de
mamíferos distribuídas em oito ordens (Tabela
4.2). A classificação apresentada nesta lista segue Wilson & Reeder (2005), com exceção de
Cebus (Silva Júnior, 2001), Hylaeamys (Weksler
et al., 2006) e Mazama (Rossi, 2000). Dentre estas espécies, três constam de listas de espécies
ameaçadas (lista nacional das espécies da fauna brasileira ameaçadas de extinção - IBAMA,
2003 e lista da fauna ameaçada do Estado do
Pará – SEMA, 2007).
Dentre as ordens amostradas, Chiroptera apresentou o maior número de espécies (n= 11), seguida
pelas ordens Rodentia (n=9), Primates (n=4), Carnivora (n= 3), Artiodactyla (n=2), Xenarthra (n=2)
e Didelphimorphia e Perissodactyla (n=1).
Pequenos mamíferos não-voadores
Apenas as armadilhas de queda foram responsáveis pela captura dos únicos exemplares de pequenos mamíferos não-voadores coletados: dois espécimes de Neacomys cf. paracou e um de Rhipidomys sp. O rato-do-mato, Neacomys cf. paracou,
é considerado de especial interesse para a conservação por ser endêmico da região das Guianas.
Tabela 4.2 – Lista das espécies de mamíferos registradas na REBIO Maicuru com os seus respectivos nomes vulgares e
métodos pelos quais cada uma foi detectada. Col = coleta; Ent = entrevista; Cen = observação durante censo; Oca =
observação ocasional. 1 = espécies sob ameaça de extinção segundo MMA (2003); 2 = espécie ameaçada de extinção do
Estado do Pará (SEMA-PA, 2007).
Espécie
Nome vulgar
Tipo de registro
cuíca
Col
Mymercophaga tridactyla 1,2
tamanduá-bandeira
Cen
Cabassous unicinctus
tatu rabo-de-couro
Col
Alouatta macconnelli
guariba-vermelha
Cen
Ateles paniscus
coatá-de-cara-vermelha
Col, Cen
Cebus apella
macaco-prego
Col, Cen
Saguinus midas
sauim
Col, Cen
Saccopteryx bilineata
morcego
Col
Phyllostomus elongatus
morcego
Col
Trachops cirrhosus
morcego
Col
Lonchophylla thomasi
morcego
Col
Carollia brevicauda
morcego
Col
Carollia perspicillata
morcego
Col
Phyllostomus hastatus
morcego
Col
Rhinophylla fischerae
morcego
Col
Artibeus lituratus
morcego
Col
Artibeus obscurus
morcego
Col
Desmodus rotundus
morcego-vampiro
Col
Didelphimorphia
Marmosops cf. parvidens
Xenarthra
Primates
Chiroptera
Uma espécie de cuica (Marmosa cf. parvidens)
foi registrada ocasionalmente através de um registro fotográfico colhido por um integrante da
equipe de herpetofauna (T. C. Avila-Pires).
Carnivora
Registros auditivos ocasionais obtidos durante o
crepúsculo com pelo menos dois indivíduos de
uma espécie de rato-de-bambú (Dactylomys sp.)
nas imediações do acampamento utilizado durante
a expedição, constituem uma importante extensão
da distribuição conhecida da espécie na Amazônia.
Perissodactyla
Mamíferos de médio e grande porte
Através de um esforço de 112 Km percorridos
para censo foram obtidos 29 registros para 10 espécies de mamíferos, das quais três primatas: Saguinus midas (n = 4), Cebus apella (n = 4) e Ateles
paniscus (n = 8), um tamanduá (Mymercophaga
tridactyla; n = 2), um veado (Mazama americana
n = 1), um carnívoro (Eira barbara; n = 3) e dois
roedores (Dasyprocta leporina; n = 6 e Sciurillus
pusillus; n = 1). Embora registradas ao longo dos
censos, o primata Alouatta macconnelli e o roedor Sciurus aestuans não foram vizualizados, não
contando, portanto para as estimativas quantitativas de abundância reportadas abaixo.
Eira barbara
irara, papa-mel
Col, Cen
Panthera onca1,2
onça-pintada
Oca, Ent
Puma concolor1,2
sussuarana
Oca
anta
Oca
Mazama americana
veado-mateiro
Cen
Mazama nemorivaga
veado-fuboca
Oca
Cuniculus paca
paca
Oca
Dasyprocta leporina
cutia
Col, Cen
Hydrochoerus hydrochaeris
capivara
Oca
Tapirus terrestris
Artiodactyla
Rodentia
Myoprocta acouchy
cutiara
Col
Dactylomys sp.
rato-de-bambu
Oca
Neacomys cf. paracou
rato-do-mato
Col
Rhipidomys sp.
rato-do-mato
Col
Sciurillus pusillus
esquilo, quatipuru
Col, Cen
Sciurus aestuans
esquilo, quatipuru
Col, Cen
Plano de Manejo da Reserva Biológica Maicuru | Anexo 1
Plano de Manejo da Reserva Biológica Maicuru | Anexo 1
46
49
9 | mastofauna
12
10
12
10
10
15
dias de amostragem
8
6
4
8
12
6
10
4
número de espécies
6 consideradas de especial inPara este grupo, são
teresse para a conservação: S. midas, A. paniscus
4
e M. acouchy (endêmicas
da região das Guianas), M. tridactyla, P. concolor e P. onca (espé2 extinção no Brasil e no Pará),
cies ameaçadas de
A. paniscus, A. macconnelli, M. americana, M.
0
nemorivaga, T. terrestris,
C. paca, H. hydrocha0
5
eris e D. leporina (espécies cinegéticas).
número de espécies
Além das espécies registradas nos censos, outras oito (C. unicinctus, P. onca, P. concolor, T.
terrestris, M. nemorivaga, C. paca, H. hydrocha-
Figura 4.2 – Curva acumulativa de espécies de morcegos registradas na REBIO Maicuru.
número de espécies
Como pode ser visto na figura 4.1, a curva estabilizou-se a partir do décimo primeiro dia de amostragem, o que não descarta a possibilidade de que
novas espécies fossem registradas, caso a amostragem se prolongasse por um tempo maior.
eris e M. acouchy) foram registradas apenas
em observações
12ocasionais diretas e indiretas
(através de rastros) realizadas durante o RAP por
10 de diferentes equipes, totavários integrantes
lizando 18 espécies de médio e grande porte
8
inventariadas (Tabela
4.2).
número de espécies
A espécie que apresentou a maior taxa de avistamento para cada 10 km percorridos foi A. paniscus (0,71), seguida de D. leporina (0,53), C.
apella e S. midas (0,35), E. barbara (0,26), M. tridactyla (0,18) e M. americana (0,09).
2
2
0
0
0
0
5
Figura 4.1 – Número acumulativo de espécies de mamíferos de médio e grande porte por esforço de amostragem
registrados nos censos (medido em dias de amostragem).
5
10
15
10
número de capturas
dias de amostragem
20
15
8
6
4
2
0
0
12
8
6
Carollia perspicilata
12
Artibeus lituratus
10
número de espécies
10
9,1%
Lonchophylla thomasi
4
2
0
5
10
Figura 4.3 – Abundância relativa e absoluta das espécies de morcegos na REBIO Maicuru.
18,2%
8
Carollia perspicilata
6
Artibeus lituratus
Trachops cirrhosus
4,5%
Saccopteryx bilineata
4,5%
15
Rhinhophylla fischerae
4,5%
2
Phyllostomus elongatus
4,5%
0
0
40,9%
4
40,9%
18,2%
9,1%
Lonchophylla thomasi
Trachops cirrhosus
4,5%
Saccopteryx bilineata
4,5%
dias de amostragem
0
Quirópteros
Foram efetuadas 22 capturas de morcegos na
REBIO Maicuru, resultando no registro de 10 espécies, como pode ser
observado na tabela 4.2.
Carollia perspicilata
Com base na inclinação da porção terminal da
curva cumulativa de espécies (Figura 4.2), estiArtibeus lituratus
ma-se grande possibilidade
de novos registros
caso seja empregado um maior esforço de capLonchophylla
thomasi
tura para as metodologias
aplicadas.
Desmodus rotundus
4,5%
A análise da abundância
relativa entre guildas
revelou que os morcegos frugívoros corresponCarollia
brevicaudaem número
4,5%
dem a mais de 70%
das amostras
de
indivíduos, seguidos pelos nectarívos-polinívoros, hematófagos,Artibeus
insetívoros
e carnívoros.
Em 40,9%
obscurus
4,5%
relação às espécies capturadas cerca de 60%
pertencem a guilda frugívora (Figura 4.4).
18,2%
0
1
2
Quanto ao status de conservação, nenhuma
das9,1%
espécies registradas consta na lista de espécies ameaçadas no estado do Pará, elaboraEntre as 10 espécies coletadas, Carollia perspici- da pela Secretaria de Estado de Meio AmbienTrachops cirrhosus
4,5%
lata e Artibeus lituratus destacaram-se por apre- te (SEMA-PA, 2007), ou na lista de Espécies da
sentar abundância total superior ou igual a qua- Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção do InsSaccopteryx
bilineata
tro indivíduos, que somados
representam
apro-4,5%tituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recurximadamente 60% das amostras (Figura 4.3).
sos Naturais Renováveis (MMA, 2003).
Rhinhophylla fischerae
4,5%
Phyllostomus elongatus
4,5%
Desmodus rotundus
4,5%
3
5
4
5
10
6
7
15
20
númeroRhinhophylla
de capturas fischerae
4,5%
Phyllostomus elongatus
4,5%
Desmodus rotundus
4,5%
Carollia brevicauda
9
10
4,5%
Artibeus obscurus
4,5%
8
0
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
Plano de Manejo da Reserva Biológica Maicuru | Anexo 1
9 | mastofauna
número de espécies
Plano de Manejo da Reserva Biológica Maicuru | Anexo 1
48
5
9 | mastofauna
Discussão
O número de espécies de mamíferos registrado
na REBIO Maicuru foi relativamente baixo, mesmo considerando-se o breve período de amostragem do levantamento. A riqueza de espécies
de mamíferos para esta Unidade de Conservação poderá ser incrementada quando for realizado um inventário mais detalhado, considerando-se os diferentes períodos (seco e chuvoso) e outros pontos de amostragem dentro
da REBIO Maicuru. Esta idéia torna-se evidente
quando examinadas as curvas cumulativas de
espécies para quirópteros, e também quando
confrontado o número de espécies registradas
neste estudo (33 espécies em 14 dias de amostragem) com o número de espécies catalogadas
por Simmons & Voss (1998) e Voss et al. (2001)
em Paracou, Guiana Francesa, área de estudo
também situada na região biogeográfica das
Guianas (143 espécies catalogadas durante quatro anos de amostragem).
Vários fatores podem ter contribuído para o baixo número de registros apresentado neste relatório, destacando-se aqui o período em que
a amostragem foi efetuada (estação seca). Este
período é o menos propício para a captura de
pequenos mamíferos e morcegos, fato que tem
sido freqüentemente constatado em outros inventários nos centros de endemismo das Guianas e Belém (Rossi, obs. pess.). A amostragem
de mamíferos de médio e grande porte também
é prejudicada nesta época, pois o acúmulo de
folhas secas nas trilhas onde são realizados os
censos aumenta o ruído provocado pelo observador, permitindo que os animais o detectem e
fujam antes de serem observados.
Apesar da relativa baixa riqueza de espécies, foram registradas na REBIO Maicuru 13 espécies
(cerca de 40% do total) consideradas como de
interesse especial para a conservação (incluindo três ameaçadas de extinção), demonstrando
a importância desta Unidade de Conservação.
Em relação aos resultados para os morcegos, a
maior incidência de Carollia perspicillata parece
ter relação com seu hábito alimentar. C. perspicillata pode ser considerada uma espécie generalista no uso de recursos alimentares. A ampla
disponibilidade de frutos também é uma característica ambiental favorável, e tem sua influência
reforçada pela maior abundância de indivíduos e
espécies de morcegos frugívoros. Porém, é válido lembrar que a subamostragem da localidade,
51
9 | mastofauna
pelos diversos fatores já mencionados, dificulta uma caracterização da comunidade de forma mais precisa e acentua as diferenças observadas entre os frugívoros e as outras guildas. O
2% 1%
baixo número de capturas
7% de insetívoros tam60%
bém pode estar relacionado à sua facilidade em
detectar as redes por meio do avançado meca14%
nismo de ecolocalização.
No caso das espécies
nectarívoras-polinívoras, a sazonalidade e o período de floração das espécies vegetais da região
podem favorecer uma menor disponibilidade
destes recursos, o que pode dispersar e reduzir
o contingente destas espécies localmente. Fato
16%
similar foi observado no trabalho por Fonseca
(2006), para o mesmo período do ano.
Figura 4.4 – Distribuição da abundância (A) e da riqueza (B) de espécies de morcegos entre guildas (dieta preferencial) na
REBIO Maicuru. Chave: carnívora (C), frugívora (F), hematófaga (H), insetívora (I) e nectarívora-polinívora (NP).
Guildas (% Indivíduos)
A
NP
9%
Characiformes
Siluriformes
Gymnotiformes
Perciformes
Cyprinodontiformes
Synbranchiformes
Em função das limitações expostas acima, recomenda-se o monitoramento contínuo da mastofauna da área, com um enfoque na ampliação
do levantamento da mastofauna e realização de
censos das espécies de grandes mamíferos de
interesse cinegético.
H
10%
C
10%
NP
10%
I
5%
I
10%
B
F
77%
B
Apesar destas limitações, os resultados obtidos já demonstram 9%
que a REBIO Maicuru detém
uma rica mastofauna com 13 espécies de espe13% mamíferos,
cial interesse para a conservaçãode
incluíndo três (tamanduá-bandeira - Mymercophaga tridactyla, onça-pintada - Panthera onca
e sussuarana Puma concolor) consideradas ameaçadas de extinção na listas da fauna brasileira
ameaçadas de extinção (MMA, 2003) e da fauna
ameaçada do Estado do Pará (SEMA, 2007). Além
disso, a presença regular de espécies de alto valor cinegético como a coamba ou coatá (Ateles
paniscus), indica que a pressão de caça dentro
da unidade é ainda modesta. Portanto, a REBIO
Maicuru pode desempenhar um papel chave na
conservação da mastofauna da região da Calha
Norte paraense e, de maneira mais ampla, contribuir para a conservação das populações de
mamíferos da área de endemismo das Guianas.
C
4%
A
Conclusões e recomendações
15% de mamíferos seja
Embora este levantamento
47%
satisfatório para subsidiar o futuro plano de manejo da referida Unidade de Conservação, deve-se enfatizar o seu caráter ainda preliminar,
8%
uma vez que os resultados obtidos foram gerados em um curto período de amostragem durante o período seco, não contemplando, por8%
tanto, a sazonalidade.
Além disso, apenas uma
localidade da REBIO Maicuru foi amostrada.
H
5%
Guildas (% Espécies)
Characidae
Curimatidae
Lebiasinidae
Crenuchidae
Erythrinidae
Outros
F
60%
Referências
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Plano de Manejo da Reserva Biológica Maicuru | Anexo 1
Plano de Manejo da Reserva Biológica Maicuru | Anexo 1
50
10
Botânica
Introdução
A REBIO Maicuru conta com um território de
1,15 milhões de hectares e integra o maior corredor contínuo de unidades de conservação de
florestas tropicais do mundo (Amazônia, 2006).
Os conhecimentos florístico e fitossociológico
das florestas de terra firme da região são condições essenciais para a conservação de sua elevada diversidade. A obtenção e padronização
dos atributos de diferentes ambientes florísticos e fisionômicos, são atividades básicas para
a conservação e preservação, possibilitando
a proposição de modelos mais adequados de
manejo às florestas de terra firme na Amazônia.
Objetivos
1. Realizar o inventário de pteridófitas e angiospermas ocorrentes na REBIO Maicuru, na calha
norte do rio Amazonas, através de parcelas.
Para a análise da estrutura e da composição florística das florestas forma medidos todos os indivíduos com Circunferência à Altura do Peito
(CAP) ≥ 10 cm. A Tabela 5.1 apresenta os sítios
em que foram coletadas as amostras.
Todos os indivíduos encontrados foram mensurados quanto a seu hábito, classificados, segundo Martins et al., (2008), em arbóreo (incluindo árvores, arvoretas e palmeiras), arbustivo (incluindo arbustos e subarbustos), herbáceo (incluindo terrestre, saprófitas e aquáticas), epífita
(incluindo hemi-epífita), liana (incluindo herbáceas e lenhosas) e hemiparasita. As ocorrências
de espécies e formas biológicas foram comparadas com as de outros levantamentos realizados
na região amazônica.
Além dos inventários dentro das parcelas, foi
feita uma amostragem qualitativa ao longo das
trilhas demarcadas para maximizar a cobertura
do maior número possível de ambientes ocorrentes nos diferentes tipos vegetacionais de
cada localidade de estudo.
2. Obter dados e informações sobre a flora de
forma a suprir as necessidades requeridas por
uma Avaliação Ecológica Rápida (RAP).
Coleta e herborização do material
3. Evidenciar as espécies das classes consideradas, que tenham importância, tanto para a
conservação como para a caracterização das
comunidades naturais.
O material botânico foi coletado e herborizado segundo metodologia padrão para plantas
vasculares segundo Fidalgo & Bononi (1989) e
Windisch (1992).
4. Destacar as espécies ameaçadas de extinção,
vulneráveis, endêmicas, bio-indicadoras ou que
sejam objeto de exploração.
5. Identificar áreas de importância ecológica
especial e prioritárias e que mereçam estudos
mais aprofundados.
Material e métodos
Área amostral
O inventário florístico das angiospermas foi
realizado em quatro transectos de extensões
diferentes: T1, T2, T3 e T4 (ver Figuras 3 e 4).
Ao todo foram estabelecidas 16 parcelas de
50x50m em T1 (n = 4), T2 (n = 4), T3 (n= 7) e T4
(n = 1). Em T1, T2 e T3 as parcelas foram separadas por cerca de 1km. Ao todo, 3,75 ha foram
amostrados em conjunto, nos diferentes transectos (1 ha em T1 e T2, 1,5 ha em T3 e 0,25 ha
em T4). Pteridófitas foram coletadas ao longo
dos quatro transectos de forma aleatória e priorizando os ambientes de maior ocorrência das
mesmas, como ao longo dos cursos de água,
encostas e afloramentos rochosos.
53
10 | botânica
Foram efetuadas coletas de angiospermas apenas quando a identificação dos espécimes não
foi feita diretamente no campo.
Para as pteridófitas, foram coletados exemplares testemunhos independentes de terem sido
identificados no campo ou não.
O material testemunho foi depositado no herbário MG do Museu Paraense Emílio Goeldi
(MPEG) e as duplicatas serão enviadas como
doação para herbários no Brasil, exterior e para
identificação junto a especialistas.
Identificação dos exemplares
As amostras das plantas superiores (angiospermas) foram identificadas por técnicos do herbário do Museu Paraense Emílio Goeldi através da morfologia comparada com as exsicatas
disponíveis no herbário do MG e de consultas
à literatura especializada (Costa et al., 1999).
Alguns exemplares foram identificados em nível genérico por serem indivíduos muito jovens, ou por estarem sem as estruturas reprodutivas ou porque serão ainda encaminhados
para especialistas para confirmar e/ou revisar
as identificações.
Para os exemplares de pteridófitas, a identificação foi realizada pelo especialista do grupo
do Museu Paraense Emílio Goeldi (Marcio Roberto Pietrobom da Silva) mediante consulta
de literatura especializada sobre as floras das
Guianas Lellinger (1994), do Peru (Smith, 1992;
Tryon & Stolze, 1989a,b, 1991, 1993, 1994), da
Guiana Venezuelana (Smith, 1995) e Mesoamericana (Moran & Riba, 1995), além das revisões
para família e/ou gêneros como Mickel & Smith
(2004), Prado & Moran (2008) e Sylvestre (2001).
Tabela 5.1 – Informações sobre as localidades principais onde foram realizados levantamentos rápidos de botânica na
REBIO Maicuru no período de 23 a 31 de outubro de 2008.
Localidades
Tipos de vegetação predominante
Período (s)
Esforço
amostral (m)2
Transecto 1 (4 km) parcela 1
ca. 00º51´09,5”S-53º57’08,0”W.
Floresta ombrófila aberta platô; 221m de alt.
30/10/2008
2500m2
Transecto 1 (3 km) parcela 2
ca. 00º50’42,6”S-53º56’58,2”W.
Floresta ombrófila aberta encosta; 224m de alt.
30/10/2008
2500m2
Transecto 1 (2 km) parcela 3
ca. 00º50’28”S-53º56’32,9”W.
Floresta ombrófila aberta; platô; 180m de alt.
31/10/2008
2500m2
Transecto 1 (1 km) parcela 4
ca. 00º50’10,2”S-53º56’11,5”W.
Floresta ombrófila aberta platô; 157m de alt.
31/10/2008
2500m2
Transecto 2 (4 km) parcela 1
ca. 00º50’06,2”S-53º57’52,1”W.
Floresta ombrófila aberta, platô; 252m de alt.
27/10/2008
2500m2
Transecto 2 (3 km) parcela 2
ca. 00º49’51,9”S-53º57’19,6”W.
Floresta ombrófila aberta, platô; 223m de alt.
27/10/2008
2500m2
Transecto 2 (2 km) parcela 3
ca. 00º49’43,8”S-53º56’53,4”W.
Floresta ombrófila aberta, encosta; 144m de alt.
28/10/2008
2500m2
Transecto 2 (1 km) parcela 4
ca. 00º49’38,9”S-53º56’20,5”W.
Floresta ombrófila aberta, platô; 242m de alt.
28/10/2008
2500m2
Transecto 3 (5 km) parcela 1
ca. 00º48’22”S-53º58’12,1”W.
Floresta ombrófila aberta, topo
da serra; 692m de alt.
25/10/2008
2500m2
Transecto 3 (4 km) parcela 2
ca. 00º48’29”S-53º57’22,6”W.
Floresta ombrófila aberta, encosta.
25/10/2008
2500m2
Transecto 3 (3 km) parcela 3
ca. 00º48’44,8”S-53º56’55,7”W.
Floresta ombrófila aberta, encosta; 250m alt.
26/10/2008
2500m2
Transecto 3 (2 km) parcela 4
ca. 00º48’56,3”S-53º56’31,1”W.
Floresta ombrófila aberta, platô; 214m de alt.
26/10/2008
2500m2
Transecto 4 (2,8 km) parcela 1
ca. 00º47’40,1”S-53º55’23,2”W.
Floresta ombrófila aberta de várzea; 188m de alt.
23/10/2008
2500m2
Transecto 3 (2,3 km) parcela 2
ca. 00º48’34,8”S-53º55’47,1”W.
Floresta ombrófila aberta terra firme.
23/10/2008
2500m2
Transecto 3 (1,8 km) parcela 3
ca. 00º48’57,9”S-53º55’42,9”W.
Floresta ombrófila aberta terra firme.
24/10/2008
2500m2
Transecto 3 (1 km) parcela 4
ca. 00º49’13,2”S-53º55’47”W.
Floresta ombrófila aberta de terra firme; 160m alt.
24/10/2008
2500m2
Plano de Manejo da Reserva Biológica Maicuru | Anexo 1
Plano de Manejo da Reserva Biológica Maicuru | Anexo 1
52
10 | botânica
Sistema de classificação adotado
Para o grupo das pteridófitas a circunscrição
para as famílias e gêneros de Monilophyta segue Smith et al., (2006), exceto para o tratamento dos gêneros das famílias Hymenophyllaceae
e Thelypteridaceae onde seguiu-se, Pryer et al.,
(2001) e Smith (1992), respectivamente. Para as
Lycophyta a circunscrição das famílias e gêneros
foi seguido o que está contido em Kramer & Green (1990). Os termos “Lycophyta” e “Monilopyta”
foram baseados em Pryer et al., (2004).
Para as angiospermas foi seguido a circunscrição para família e gêneros contida no site www.
mobot.org/W3search/vast.htlm ou www.tropicos.org, baseado na APG II (2003).
A abreviatura dos nomes dos autores das espécies
de pteridófitas seguiu Pichi – Sermolli (1996).
As espécies de angiospermas coletadas foram comparadas com o acervo constante na
página da WEB do Missouri Botanical Garden
(http://mobot.bobot.org/W3T/Search/vas.html).
Aquelas amostras não identificadas com nomes
científicos receberam códigos de morfotipo.
A lista dos táxons foi organizada em ordem alfabética de família, gênero e espécie em cada divisão.
Análise fitossociológica
Os dados dos formulários e do material botânico foram incorporados a planilhas eletrônicas,
a partir das quais foram processados os dados
para cálculo de todos os parâmetros fitossociológicos, estruturais e florísticos.
Os parâmetros fitossociológicos estimados foram: Densidade, Freqüência e Dominância Absolutas e Relativas, além dos Índices de Valor
de Cobertura (IVC) e Importância (IVI), segundo
Müller-Dombois & Ellemberg (1974). Estimou-se ainda a importância ecológica das famílias
a partir do Índice de Valor de Importância Familiar (IVIF), sendo este o resultado da soma da
diversidade (no de espécies da família / no total
de espécies), densidade e dominância relativas
(Mori & Boom, 1983).
55
10 | botânica
Para os cálculos dos parâmetros fitossociológicos foi utilizado o programa EXCEL. O índice
de diversidade de Shannon e a riqueza foram
calculados pelo programa PCORD 4.0.
Na análise estrutural da vegetação seguiram-se as recomendações de Brower et al., (1998),
considerando-se os seguintes índices:
•
•
•
•
•
•
•
Abundância absoluta (N = ni, onde:
ni é o número de indivíduos da espécie i);
Freqüência absoluta (Fa = fi /K, onde: fi é
o número de parcelas em que ocorreu a
espécie i e K é o número total de parcelas);
Dominância absoluta (Dabs= Gi; onde, Gi=
Somatório da seção transversal dos fustes
de todos os indivíduos da
espécie em hectare);
Densidade relativa (Dr = (ni /N)*100, onde:
ni é o número de indivíduos da espécie i e
N é o número total de indivíduos amostrados);
Dominância relativa (Dor = (G /
åGt)*100, onde: G é a área basal da
espécie i e åGt é a somatória da área
basal de todas as espécies amostradas);
Freqüência relativa (Fr = (Fai /åFa)*100,
onde: Fai é a freqüência absoluta da
espécie i e åFa é a somatória das freqüências
absolutas de todas as espécies amostradas);
Índice de valor de
importância (IVI = Dri + Dori + Fri).
Tabela 5.2 – Lista das espécies de pteridófitas registradas na REBIO Maicuru, Estado do Pará, Brasil. Hábito: herb – herbácea;
epif – epífita; hepif – hemiepífita; hepar – hemiparasita; sub-arbor – sub-arborescente. Trans 1 – Transecto 1; Trans 2 –
Transecto 2; Trans 3 – Transecto 3; Trans 4 – Transecto 4. AP = áreas preservadas; AA = áreas antropizadas.
Famílias
Espécie
Para a REBIO Maicuru foram registradas 88 espécies de pteridófitas (uma família, um gênero e
três espécies de licófita; 16 famílias, 34 gêneros
e 85 espécies de monilófitas). Para as fanerógamas, foram inventariados 1551 indivíduos, entre
espécies arbóreas e herbáceas, pertencentes a
306 espécies, distribuídas em 161 gêneros e 60
famílias (Tabelas 5.2, 5.3, 5.4 e 5.5).
trans
2
x
trans
3
trans
4
Acampamento
heliponto
Espécie
indicadora
LICÓFITAS
Selaginellaceae
Selaginella fragilis A. Braun
Herb
Selaginella pedata Klotzch
Herb
x
x
x
AP
Selaginella radiata (Aubl.) Spring
Herb
x
x
x
x
AP
MONILÓFITAS
Aspleniaceae
Asplenium angustum Sw.
Epif
Asplenium auritum Sw.
Epif
x
x
x
x
x
x
Asplenium juglandifolium Lam.
Epif
x
x
Asplenium salicifolium L.
Epif
x
x
Asplenium serratum L.
Epif
x
x
AP
AP
AP
x
AP
x
Blechnaceae
Salpichlaena hookeriana
(Kuntze) Alston
Liana
x
x
AP
x
AA
Cyatheaceae
Cyathea microdonta
(Desv.) Domin
subarbor
Cyathea pungens (Willd.) Domin
subarbor
Cyathea surinamensis
(Miq.) Domin
subarbor
x
AP
x
AP
Dennstaedtiaceae
Hypolepis repens (L.) C. Presl
Resultados e discussão
Hábito trans
1
Herb
x
AP
x
AP
Dryopteridaceae
Cyclodium meniscioides (Willd.)
C. Presl var. meniscioides
Herb
x
Didymochlaena
truncatula (Sw.) J. Sm.
Herb
x
Elaphoglossum flaccidum
(Fée) T. Moore
Epif
x
x
Elaphoglossum glabellum J. Sm.
Epif
x
x
Elaphoglossum laminarioides
(Bory ex Fée) T. Moore
Epif
x
x
Elaphoglossum luridum
(Fée) H. Christ
Epif
x
x
x
Lomagramma guianensis
(Aubl.) Ching
Hepif
x
x
AP
Polybotrya caudata Kunze
Hepif
x
x
AP
x
x
AP
AP
x
AP
AP
x
x
AP
Hymenophyllaceae
Dicranoglossum desvauxii
(Klotzsch) Proctor
Epif
x
x
Didymoglossum
angustifrons Fée
Epif
x
Didymoglossum ekmanii (Wess.
Boer) Ebihara & Dubuisson
Epif
x
Didymoglossum krausii
(Hook. & Grev.) C. Presl
Epif
x
Didymoglossum pinnatinervium
(Jenman) Pic. Serm.
Epif
x
x
x
AP
AP
x
AP
x
AP
AP
Plano de Manejo da Reserva Biológica Maicuru | Anexo 1
Plano de Manejo da Reserva Biológica Maicuru | Anexo 1
54
10 | botânica
Famílias
Espécie
Hábito
trans
1
trans
2
trans
3
trans
4
Acampamento heliponto Espécie
indicadora
Hymenophyllaceae
Epif
Hymenophyllum
polyanthos (Sw.) Sw.
Epif
Trichomanes ankersii C.
Parker ex Hook. & Grev.
Hepif
x
x
Trichomanes hostmannianum
(Klotszch) Kunze
Herb
x
Trichomanes pedicellatum Desv.
Hepif
x
x
Trichomanes pinnatum Hedw.
Herb
Trichomanes trollii Bergdolt
Herb
Trichomanes tuerckheimii
H. Christ
Hepif
Trichomanes vittaria D.C. ex Poir.
Herb
x
x
Lindsaea dubia Spreng.
Herb
Lindsaea guianensis
(Aubl.) Dryand.
Herb
Lindsaea lancea (L.)
Bedd. var. lancea
Herb
Lindsaea macrophylla Kaulf.
Herb
trans
2
trans
3
trans
4
x
Acampamento heliponto
Espécie
indicadora
Adiantum argutum Splitg.
Herb
x
x
x
Herb
xx
x
x
Adiantum dolosum Kunze
Herb
x
Adiantum glaucescens Klotzsch
Herb
x
x
x
Adiantum humile Kunze
Herb
x
x
x
Adiantum latifolium L.
Herb
x
Adiantum multisorum A. Samp.
Herb
x
x
AP
x
x
AP
x
AP
x
x
AP
x
x
AP
AP
x
AP
Adiantum obliquum Willd.
Herb
x
x
AP
Adiantum paraense Hieron.
Herb
x
x
AP
Adiantum terminatum Kunze ex Miq.
Herb
x
Epif
AP
Ananthacorus angustifolius
(Sw.) Underw. & Maxon
Anetium citrifolium (L.) Splitg.
Epif
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
Hepif
x
x
x
x
x
x
Hecistopteris pumila (Spreng.) J. Sm.
Epif
Pityrogramma calomelanos
(L.) Link var. calomelanos
Herb
Polytaenium guayanense
(Hieron.) Alston
Epif
x
Pteris pungens Willd.
Herb
x
Pteris tripartita Sw.
Herb
x
x
Vittaria lineata (L.) Sm.
Epif
x
x
AP
AP
x
AP
AP
x
x
x
x
x
AA
x
AA
AP
x
x
x
x
AP
x
AP
x
AA
x
x
AP
AP
Saccolomataceae
Lomariopsis prieuriana Fée
Hepif
x
x
x
Nephrolepis biserrata (Sw.) Schott
Epif
x
x
x
Nephrolepis rivularis
(Vahl) Mett. ex Krug
Epif
x
x
x
x
AP
Saccoloma elegans Kaulf.
Herb
x
AA
Saccoloma inaequale
(Kunze) Mett.
Herb
x
AP
AP
x
AP
Tectariaceae
Lygodiaceae
Liana
x
Herb
x
x
Tectaria incisa Cav.
Herb
x
AP
Triplophyllum
crassifolium Holttum
Herb
x
AP
Triplophyllum dicksonioides
(Fée) Holttum
Herb
x
Triplophyllum funestum
(Kunze) Holttum
Herb
Triplophyllum hirsutum
(Holttum) J. Prado & R.C. Moran
Herb
x
x
Thelypteris abrupta (Desv.) Proctor
Herb
x
x
Thelypteris biolleyi (H.
Christ) Proctor
Herb
Thelypteris chrysodioides
(Fée) C.V. Morton
Herb
Thelypteris hispidula
(Decne.) C.F. Reed
Herb
Thelypteris interrupta
(Willd.) K. Iwats.
Herb
Thelypteris leprieurii
(Hook.) R.M. Tryon
Herb
Thelypteris macrophylla
(Kunze) C.V. Morton
Herb
Thelypteris serrata (Cav.) Alston
Herb
Thelypteris tristis (Kunze) R.M. Tryon
Herb
Marattiaceae
Metaxyaceae
Metaxya rostrata (Humb.,
Bonpl. et Kunth) C. Presl
trans
1
Adiantum cajennense
Willd. ex Klotzsch
Lomariopsidaceae
Danaea trifoliata Rchb. ex Kunze
Hábito
AP
Lindsaeaceae
Lygodium volubile Sw.
Famílias
Espécie
Pteridaceae
Didymoglossum punctatum
(Poir.) Desv.
Lomariopsis japurensis
(Mart.) J. Sm.
57
10 | botânica
Herb
x
x
x
Polypodiaceae
Campyloneurum
phyllitidis (L.) C. Presl
Epif
x
Cochlidium serrulatum
(Sw.) L.E. Bishop
Epif
x
x
Microgramma fuscopunctata
(Hook.) Vareschi
Epif
x
x
Microgramma lycopodioides
(L.) Copel.
Epif
x
Microgramma percussa
(Cav.) de la Sota
Epif
Microgramma persicariifolia
(Schrad.) C. Presl
Epif
Microgramma reptans
(Cav.) A.R. Sm.
Epif
Serpocaulon triseriale
(Sw.) A.R. Sm.
Epif
x
x
x
x
x
AP
x
x
x
x
x
x
x
AP
AP
x
x
AP
x
x
x
Thelypteridaceae
AP
x
x
x
x
x
x
x
x
AP
x
AP
x
AP
x
x
AA
x
AP
x
x
x
x
x
AP
AA
Plano de Manejo da Reserva Biológica Maicuru | Anexo 1
Plano de Manejo da Reserva Biológica Maicuru | Anexo 1
56
10 | botânica
Tabela 5.3 – Lista das espécies de angiospermas registradas na REBIO Maicuru, Estado do Pará, Brasil. Hábito: arbor –
arbórea; arbus – arbustiva; herb – herbácea; epif – epífita; hepif – hemiepífita; hepar – hemiparasita; sub-arbor – subarborescente. Trans 1 – Transecto 1; Trans 2 – Transecto 2; Trans 3 – Transecto 3; Trans 4 – Transecto 4.
Família
Espécie
Nome vulgar
Hábito
trans 1
trans 2
trans 3
trans 4
Astronium lecointei Ducke
Breu de leite
Campnosperma gummiferum
(Benth.) Marchand
Arbor
x
Arbor
x
Arbor
x
x
Annona foetida Mart.
Envira cana
Duguetia pycnastera Sandwith
Arbor
x
Arbor
x
Arbor
Duguetia stelechantha (Diels) R.E. Fr.
Hábito
trans 1
Astrocaryum gynacanthum Mart.
Arbor
x
Astrocaryum munbaca Mart.
Herb
x
Arbor
x
x
Attalea microcarpa Mart.
Palha preta
Herb
Euterpe caatinga Barb. Rodr.
Açai chumbinho
Arbor
Geonoma maxima var. chelidonura
(Spruce) A.J. Hend.
Ubim
Herb
x
Herb
x
Bacaba
Arbor
x
Paxiuba
Arbor
x
Socratea exorrhiza (Mart.) H. Wendl.
Paxiuba
Arbor
Syagrus inajai (Spruce) Becc.
Pupunha brava
Arbor
x
Herb
x
x
Não identificada 7
x
Bignoniaceae
Fusaea longifolia (Aubl.) Saff.
Envira preta
Arbor
x
Guatteria amazonica R.E. Fr.
Envira amarela
Arbor
x
Guatteria olivacea R.E. Fr.
Envira bobó
Arbor
x
Arbor
x
Tetrameranthus Duckei R.E. Fr.
Arbor
Xylopia amazonica R.E. Fr.
Arbor
x
Xylopia calophylla R.E. Fr.
Arbor
x
Xylopia nitida Dunal
Envira branca
Xylopia sp.
x
Jacaranda copaia (Aubl.) D. Don
Parapará
Arbor
Tabebuia incana A.H. Gentry
Ipê amarelo
Arbor
Não identificada 3
x
x
x
x
x
x
Liana
x
Bombacaceae
x
Arbor
x
Arbor
x
Apocynaceae
Bombacopsis nervosa (Uittien) A. Robyns
Arbor
x
x
Quararibea ochrocalyx (K. Schum.) Vischer
Arbor
x
x
Rhodognaphalopsis duckei A. Robyns
Arbor
Cordia nodosa Lam.
Arbor
Cordia sp.
Arbor
x
x
x
x
Bromeliaceae
Aspidosperma marcgravianum
Woodson
Carapanauba
amarela
Arbor
Aspidosperma spruceanum
Benth. ex Müll. Arg.
Carapanauba
Arbor
Quinarana
Arbor
Couma guianensis Aubl.
Geissospermum sericeum
Benth. & Hook. f. ex Miers
trans 4
x
Socratea exorrhiza (Mart.) H. Wendl.
Arbor
Rollinia insignis R.E. Fr.
trans 3
x
Oenocarpus bacaba Mart.
Arbor
x
trans 2
Arecaceae
Virola preta
Duguetia surinamensis R.E. Fr.
Nome vulgar
Geonoma maxima var. maxima
Annonaceae
Duguetia flagellaris Huber
Família
Espécie
Attalea maripa (Aubl.) Mart.
Anacardiaceae
Thyrsodium spruceanum Benth.
59
10 | botânica
x
Bromelia sp.
x
Arbor
Himatanthus sp.
x
x
Arbor
x
Crepidospermum rhoifolium
(Benth.) Triana & Planch.
Arbor
x
Protium altsonii Sandwith
Arbor
x
Arbor
x
Protium decandrum (Aubl.) Marchand
x
Lacmellea gracilis (Müll. Arg.) Markgr.
Pau de colher
Arbor
Macoubea guianensis Aubl.
Amapá amargoso
Arbor
Odontadenia sp.
Cipó cururu
Liana
x
Protium opacum Swart
Arbus
x
Protium pallidum Cuatrec.
Carapanauba preta
Arbor
Couma utilis (Mart.) Müll. Arg.
Sovinha
Arbor
x
x
x
Arbus
Não identificada 6
x
x
Protium krukoffii Swart
Breu sem cheiro 1
Arbor
x
Protium nitidifolium (Cuatrec.) D.C. Daly
Breu amarelo
Arbor
x
x
Arbor
Breu sem cheiro 3
Arbor
x
Protium strumosum D.C. Daly
Breu paredão
Arbor
x
Schefflera morototoni Aubl.)
Maguire, Steyerm. & Frodin
x
x
Protium spruceanum (Benth.) Engl.
Caryocaraceae
x
x
x
Trattinnickia sp.
Arbor
x
x
Arbor
Araliaceae
Morototó
x
Arbor
Breu folha grande
Caryocar glabrum (Aubl.) Pers.
Arbor
Breu manga
Piquiarana
x
Arbor
Protium sp.
Tetragastris altissima (Aubl.) Swart
x
x
Arbor
Protium unifoliolatum Engl.
x
Arbor
Arbor
Breu sem cheiro 2
Breu branco
x
x
Protium hostmannii (Miq.) Engl.
Protium paniculatum Engl.
x
Araceae
Dieffenbachia sp.
Arbor
Protium heptaphyllum (Aubl.) Marchand
Sucuba
Aspidosperma desmanthum
Benth. ex Müll. Arg.
Breu vermelho
Protium giganteum Engl.
Himatanthus sucuuba (Spruce
ex Müll. Arg.) Woodson
Tabernaemontana muricata
Link ex Roem. & Schult.
Arbor
Herb
Burseraceae
Arbor
x
x
Arbor
x
Arbor
x
Plano de Manejo da Reserva Biológica Maicuru | Anexo 1
Plano de Manejo da Reserva Biológica Maicuru | Anexo 1
58
10 | botânica
Família
Espécie
Nome vulgar
Hábito
trans 1
trans 2
trans 3
trans
4
Cecropiaceae
Família
Espécie
Arbor
Cecropia sciadophylla Mart.
Arbor
x
Pourouma cuspidata Mildbr.
Arbor
x
x
Sloanea guianensis (Aubl.) Benth.
Pourouma minor Benoist
Arbor
x
x
Sloanea schomburgkii Spruce ex Benth.
Pourouma sp.
Arbor
x
Euphorbiaceae
Pourouma tomentosa Mart. ex Miq.
Arbor
x
x
Dichapetalum rugosum (Vahl) Prance
Arbor
x
x
Cupiuba
Arbor
x
x
Arbor
trans 2
trans 3
trans 4
x
x
Arbor
x
Arbor
x
x
Seringueira
Arbor
Hura crepitans L.
Assacu
Arbor
Arbor
x
Conceveiba guianensis Aubl.
Arbor
Arbor
Castanha de galinha
Arbor
x
Couepia robusta Huber
Pajurá
Arbor
x
Fabaceae
Couepia ulei Pilg.
Caripe pintadinho 2
Arbor
x
Hirtella bicornis Mart. & Zucc.
Farinha seca branca
Arbor
Abarema floribunda (Spruce ex
Benth.) Barneby & J.W. Grimes
Hirtella hispidula Miq.
x
Arbor
Hirtella macrophylla Benth. ex Hook. f.
Farinha seca amarela
Arbor
Hirtella obidensis Ducke
Caripe vermelho
Arbor
Hirtella piresii Prance
Farinha seca vermelha
Arbor
Hirtella rodriguesii Prance
x
x
x
Farinha seca
Arbor
x
Licania canescens Benoist
Caripê
Arbor
x
Arbor
Caripe pintadinho 1
Arbor
Licania impressa Prance
Caripe branco
Arbor
Licania micrantha Miq.
Caripe pintadinho
Arbor
Licania niloi Prance
Licania oblongifolia Standl.
x
x
x
Arbor
Licania rodriguesii Prance
Caripé pintadinho
Arbor
Licania sp. 1
Farinha seca preta
Arbor
Licania sp. 2
x
x
Arbor
Arbor
x
Arbor
x
Jacareuba
Arbor
x
Symphonia globulifera L. f.
Arbor
x
Tovomita sp. 1
Arbor
x
Arbor
x
Herb
x
Curcubitaceae
Guarania sp.
x
Campsiandra laurifolia Benth.
Acapu da várzea
Arbor
Dimorphandra coccinea Ducke
Fava peluda
Arbor
Dimorphandra schomburgkii
Fava peluda
Arbor
Dinizia excelsa Ducke
Angelim vermelho
Arbor
x
Dipteryx odorata (Aubl.) Willd.
Cumaru
Arbor
x
Dipteryx oppositifolia (Aubl.) Willd.
Cumarurana
Arbor
x
Liana
x
Cyperaceae
Herb
Tiririca
Herb
x
x
x
x
x
x
x
Arbor
x
Inga alba (Sw.) Willd.
Ingá vermelho
Arbor
x
Inga cayennensis Sagot ex Benth.
Ingá folha miuda
Arbor
x
Inga gracilifolia Ducke
Inga xixi
Arbor
x
Inga grandis T.D. Penn.
Inga folha grande
Arbor
Inga heterophylla Willd.
Ingá Xixica
Arbor
Inga paraensis Ducke
Ingá de piriquito
Arbor
Inga pezizifera Benth.
Ingá da mata
Arbor
Inga sp.
Herb
Inga splendens Willd.
Arbor
x
x
x
x
x
x
x
x
x
Arbor
x
Ormosia flava (Ducke) Rudd
Tento preto
Arbor
x
Ormosia grossa Rudd
Tento vermelho
Arbor
x
Ormosia paraensis Ducke
Tento amarelo
Arbor
Parkia multijuga Benth.
Paricá
Arbor
Parkia pendula (Willd.) Benth. ex Walp.
Diplasia sp.
x
x
Arbor
Inga stipularis DC.
x
Connaraceae
Connarus erianthus Elmer
x
Liana
Hymenolobium heterocarpum Ducke
Combretaceae
Buchenavia guianensis Alwan & Stace
Liana
Bauhinia sp. 3
Arbor
Lorostemon coelhoi Paula
x
Bauhinia sp. 2
Arbor
Clusiaceae
x
x
Jatobá cachorro
x
x
Liana
Jitaiaçú
x
x
Liana
Hymenaea parvifolia Huber
x
Arbor
Escada de jaboti
Hymenaea courbaril L.
x
Licania tomentosa (Benth.) Fritsch
Bauhinia guianensis Aubl.
x
Arbor
x
x
Arbor
Sucupira preta
Eperua grandiflora (Aubl.) Benth.
x
Licania heteromorpha Benth.
Andira micrantha Ducke
x
Arbor
Caripe amarelo
Arbor
Bauhinia sp. 1
x
Hirtella sprucei Benth. ex Hook. f.
Licania caudata Prance
x
x
Arbor
x
x
Couepia longipendula Pilg.
Scleria secans (L.) Urb.
Urucurana
Hevea brasiliensis (Willd.
ex A. Juss.) Müll. Arg.
Conceveiba martiana Baill.
Calophyllum aff. brasiliense Cambess.
Liana
trans 1
Mabea speciosa Müll. Arg.
Couepia guianensis Aubl.
Licania sprucei (Hook. f.) Fritsch
Cipó de fogo
Amanoa gracillima W.J. Hayden
Embaúba benguê
Chrysobalanaceae
Licania elata (Pilg.) Pilg. ex L. Williams
Hábito
Elaeocarpaceae
Celastraceae
Goupia glabra Aubl.
Nome vulgar
Dilleniaceae
Cecropia purpurascens C.C. Berg
Pourouma villosa Trécul
61
10 | botânica
Parkia reticulata Ducke
Faveira
x
x
Arbor
x
Arbor
x
Plano de Manejo da Reserva Biológica Maicuru | Anexo 1
Plano de Manejo da Reserva Biológica Maicuru | Anexo 1
60
10 | botânica
Família
Espécie
Nome vulgar
Hábito
trans 1
Pentaclethra macroloba
(Willd.) Kuntze
Pracaxi
Arbor
x
Sclerolobium chrysophyllum Poepp.
Tachi amarelo
Arbor
x
Sclerolobium tinctorium Benth.
Tachi pitomba
Arbor
x
Swartzia cuspidata Spruce ex Benth.
Arbor
x
Swartzia lamellata Ducke
Arbor
Swartzia recurva Poepp.
trans 2
trans 3
trans 4
Sucupira amarela
Arbor
Tachi preto
Arbor
Vouacapoua americana Aubl.
Acapu
Arbor
x
x
x
x
Angelim pedra
Mata calado
Arbor
x
x
Ischinosiphon sp.
Herb
Monotagma sp. 1
Herb
x
x
x
Monotagma sp.2
x
Herb
Clidenia sp.
x
x
Arbor
x
Arbor
x
Chichuá
Liana
Uxi
Arbor
Vantanea guianensis Aubl.
x
x
x
x
x
Arbor
x
x
Arbus
x
Miconia alata (Aubl.) DC.
Arbus
x
Miconia tomentosa (Rich.) D. Don ex DC.
Arbor
Lacistema grandifolium Schnizl.
Arbor
Lacistema guyanense Gand.
Arbor
x
Mouriri collocarpa Ducke
Miraúba
Arbor
Muriri folha miuda
Arbor
x
Casca preciosa
Arbor
Aniba fragrans Ducke
Louro rosa
Arbor
x
Aniba gigantifolia O.C. Schmidt
Louro peludo
Arbor
Aniba panurensis (Meisn.) Mez
x
x
x
x
Arbor
x
Aniba parviflora (Meisn.) Mez
Louro capitiu
Arbor
x
Licaria cannella (Meisn.) Kosterm.
Louro preto
Arbor
x
Licaria chrysophylla (Meisn.) Kosterm.
Arbor
Louro amarelo
Arbor
x
Mouriri ficoides Morley
Arbor
x
Mouriri nigra (DC.) Morley
Arbor
Miconia sp.
Arbor
x
Louro cravo
Rhodostemonodaphne
sordida Madriñán
Arbor
x
Arbor
x
Arbor
x
Andiroba
Arbor
x
Guarea silvatica C. DC.
Jatauba amarela
Arbor
x
Trichilia lecointei Ducke
Jataúba branca
Arbor
Arbor
Eschweilera pedicellata
(Rich.) S.A. Mori
Arbor
Eschweilera truncata A.C. Sm.
Arbor
Lecythis gracieana S.A. Mori
x
x
x
Arbor
Sapucaia
Arbor
x
x
x
x
Liana
x
Monimiaceae
Bracteanthus glycycarpus Ducke
Capitiu folha grande
Arbor
x
x
Siparuna glycycarpa (Ducke)
S.S. Renner & Hausner
Capitiu folha grande
Arbor
Siparuna cuspidata (Tul.) A. DC.
Capitiu
Arbor
x
Siparuna decipiens (Tul.) A. DC.
Capitiu
Arbor
x
Amapá amarelo
Arbor
x
Moraceae
Brosimum parinarioides Ducke
Amapá folha grande
Arbor
Brosimum potabile Ducke
Amapá amargoso
Arbor
Arbor
Tanibuca
x
x
x
x
Arbor
Helianthostylis sprucei Baill.
Arbor
Sorocea muriculata Miq.
Arbor
x
x
x
x
x
Myristicaceae
x
Matamatá branco
x
Arbor
Abuta grandifolia (Mart.) Sandwith
Buchenavia parvifolia Ducke
Lecythidaceae
Couratari stellata A.C. Sm.
x
x
Carapa guianensis Aubl.
Brosimum rubescens Taub.
x
Ocotea sp.
x
Meliaceae
Brosimum guianense (Aubl.) Huber
x
Ocotea matogrossensis Vatt.
x
Menispermaceae
x
Lauraceae
Aniba canellila (H.B.K.) Mez
x
Mouriri Duckeana Morley
Trichilia schomburgkii C. DC.
Lacistemataceae
Lecythis pisonis Cambess.
trans 4
x
Não identificada 4
Humiriaceae
Eschweilera coriacea (DC.) S.A. Mori
x
trans 3
Potalia amara Aubl.
Hippocrateaceae
Persea jariensis Vattimo
Arbor
trans 2
Marantaceae
Arbor
Ryania speciosa Vahl
Ocotea costulata (Nees) Mez
trans 1
Loganiaceae
Flacourtiaceae
Endopleura uchi (Huber) Cuatrec.
Hábito
Melastomataceae
Zygia juruana (Harms) L. Rico
Tontelea fluminensis (Peyr.) A.C. Sm.
Nome vulgar
Linaceae
x
Arbor
Tachigali myrmecophila
(Ducke) Ducke
Laetia procera (Poepp.) Eichler
Família
Espécie
Roucheria punctata (Ducke) Ducke
Swartzia sp.
Zygia racemosa (Ducke)
Barneby & J.W. Grimes
63
10 | botânica
Iryanthera coriacea Ducke
Arbor
Iryanthera elliptica Ducke
Arbor
Iryanthera juruensis Warb.
Arbor
x
x
x
Iryanthera laevis Markgr.
Ucuuba vermelha
Arbor
Iryanthera lancifolia Ducke
Ucuuba vermelha
Arbor
x
Virola flexuosa A.C. Sm.
Ucuuba branca
Arbor
Virola guggenheimii W.A. Rodrigues
Ucuuba amarela
Arbor
x
Virola michelii Heckel
Ucuuba preta
Arbor
x
Virola guggenheimii W.A. Rodrigues
Ucuuba amarela
Arbor
x
x
x
Plano de Manejo da Reserva Biológica Maicuru | Anexo 1
Plano de Manejo da Reserva Biológica Maicuru | Anexo 1
62
10 | botânica
trans 4
Família
Espécie
Arbor
x
Sapotaceae
Arbor
x
Família
Espécie
Nome vulgar
Hábito
Virola pavonis (A. DC.) A.C. Sm.
Ucuuba folha grande
Virola sp.
trans 1
trans 2
trans 3
Myrtaceae
Eugenia cupulata Amshoff
x
Eugenia sp.
Myrciaria floribunda (H. West ex Willd.) O. Berg
65
10 | botânica
Arbus
x
Goiabinha
Arbor
x
x
Neea sp. 1
João mole duro
Arbor
Pisonia tomentosa Casar.
João mole amarelo
Arbor
x
Ouratea coccinea Engl.
Arbor
x
Ouratea discophora Ducke
Arbor
x
x
Ouratea odora Poepp. ex Engl.
Arbor
x
x
x
Nictaginaceae
x
Ochnaceae
Olacaceae
Minquartia guianensis Aubl.
Quariquara
Arbor
Ptychopetalum olacoides Benth.
Muirapuama
Arbor
x
x
Orchidaceae
Não identificada 8
Epif
x
Piperaceae
Nome vulgar
Hábito
Chrysophyllum amazonicum
T.D. Penn.
Abiu casca grossa
Arbor
Manilkara huberi (Ducke) Chevalier
Maçaranduba
Arbor
Micropholis sp.
trans 1
Micropholis venulosa (Mart.
& Eichler) Pierre
Abiu folha grande
Arbor
Nemaluma sp.
Rosada brava
Arbor
Pouteria anomala (Pires) T.D. Penn.
Abiu rosadinho
Arbor
Pouteria cladantha Sandwith
Abiu vermelho
Arbor
Pouteria guianensis Aubl.
Arbor
Pouteria laevigata (Mart.) Radlk.
Arbor
x
x
x
x
x
x
x
x
Pouteria lasiocarpa (Mart.) Radlk.
Abiu casca seca
Arbor
Pouteria laurifolia (Gomes) Radlk.
Abiu seco
Arbor
x
x
Pouteria reticulata (Engl.) Eyma
Abiu casca fina
Arbor
x
Abiu folha grande
Arbor
x
Pouteria stipulifera T.D. Penn.
Abiu amarelo
Arbor
x
Pradosia cochlearia ssp. praealta
Abiu doce
Arbor
x
Arbor
x
Piper alatabaccum Trel. & Yunck.
Herb
x
Richardella spruceana
Herb
x
Sterculiaceae
Piper sp. 2
Herb
Sterculia excelsa Mart.
Arbor
x
Não identificada 9
Arbus
x
Theobroma silvestre
Spruce ex K. Schum.
Arbor
x
Herb
x
Strelitziaceae
Ichnanthus panicoides P. Beauv.
Olyra latifolia L.
Taboquinha
Herb
Phenakospermum guianensis Aubl.
x
Sororoca
Arbor
Quiina amazonica A.C. Sm.
Arbor
Quiina obovata Tul.
Arbor
Touroulia guianensis Aubl.
Arbor
Clavija sp.
x
x
x
Tiliaceae
x
Lueheopsis rosea (Ducke) Burret
x
x
Herb
x
Herb
x
Açoita cavalo
Arbor
x
Quariquarana
Violaceae
Rubiaceae
Pau mulato
Arbor
Chimarrhis turbinata DC.
Pau de remo
Arbor
Duroia macrophylla Huber
Puruí
Arbor
Hillia sp.
Arbus
Pagamea sp.
Arbor
Psychotria brachybotrya Müll. Arg.
Arbus
Psychotria sp.
Arbus
Não identificada 2
Arbus
Não identificada 5
Herb
x
Rhabdodendron amazonicum
(Spruce ex Benth.) Huber
Arbor
x
x
x
x
x
Rinorea amapensis Hekking
Arbor
x
Rinorea guianensis Aubl.
Arbor
x
Rinorea macrocarpa (C.
Mart. ex Eichler) Kuntze
Arbor
x
Vochysiaceae
Qualea cassiquiarensis
Spruce ex Warm.
x
x
Rutaceae
Arbor
Mandioqueira
Arbor
x
Ruizterania albiflora
(Warm.) Marc.-Berti
Mandioqueira vermelha
Arbor
x
Vochysia divergens Pohl
Quaruba branca
Arbor
x
Arbor
x
Vochysia sp.
x
x
Qualea rosea Aubl.
x
Zingiberaceae
Zanthoxylum rhoifolium Lam.
Tamanqueira
Arbor
x
Costus sp.
Herb
Zanthoxylum sp.
Tamanqueira
Arbor
x
Renealmia floribunda K. Schum.
Herb
Costus congestiflorus
Rich. ex L.F. Gagnep.
Herb
Sapindaceae
Paullinia sp. 1
Liana
Paullinia sp. 2
Liana
Talisia mollis Kunth ex Cambess.
x
Theophrastaceae
Quiinaceae
Capirona decorticans Spruce
x
Pouteria spruceana (Mart.
& Miq.) Baehni
Abiu ferro
trans 4
x
Piper sp. 1
Poaceae
trans 3
Arbor
Pradosia decipiens Ducke
x
trans 2
Arbor
x
x
Não identificada 1
x
Não identificada 10
Cipó titica
x
x
x
Herb
Herb
x
Plano de Manejo da Reserva Biológica Maicuru | Anexo 1
Plano de Manejo da Reserva Biológica Maicuru | Anexo 1
64
67
10 | botânica
10 | botânica
Tabela 5.4 – Parâmetros fitossociológicos das espécies de angiospermas (CAP≥10 cm) mais abundantes inventariadas na
REBIO Maicuru, em ambiente de floresta de terra firme. Número de indivíduos (N), Densidade relativa (Dr %), Freqüência
relativa (Fr %); Dominância absoluta (Dabs), Dominância relativa (Dor %); Índice de Valor de Importância (IVI).
Tabela 5.5 – Número de indivíduos e espécies nas famílias arbóreas e herbáceas de angiospermas registradas na REBIO
Maicuru. Número de indivíduos (N); Número de espécies (N Sp).
Espécie
Familia
N
Dabs
Dr (%)
Frabs
Fr (%)
Doabs Dor (%)
IVI
IVI(%)
Protium decandrum
(Aubl.) Marchand
Burseraceae
82
0,03
5,77
0,36
5,77
2,70
13,59
4,53
59
N Sp.
1
Fabaceae
261
43
31
Tiliaceae
7
1
2
Burseraceae
212
17
32
Flacourtiaceae
5
2
3
Chrysobalanaceae
120
24
33
Monimiaceae
5
4
4
Sapotaceae
91
17
34
Rutaceae
5
3
5
Arecaceae
85
12
35
Sapindaceae
5
3
6
Apocynaceae
84
12
36
Bignoniaceae
4
3
7
Myristicaceae
82
11
37
Caryocaraceae
4
1
8
Meliaceae
52
5
38
Cyperaceae
4
2
9
Annonaceae
51
15
39
Marantaceae
4
4
10
Melastomataceae
45
8
40
Nictaginaceae
3
2
0,17
2,67
2,25
1,71
7,06
2,35
Euterpe caatinga
Barb. Rodr.
Arecaceae
37
0,01
2,60
0,16
2,60
0,37
0,28
5,49
1,83
Carapa guianensis Aubl.
Meliaceae
36
0,01
2,53
0,16
2,53
2,99
2,27
7,34
2,45
Vouacapoua
americana Aubl.
Fabaceae
32
0,01
2,25
0,14
2,25
6,84
5,20
9,71
3,24
Tachigali myrmecophila
(Ducke) Ducke
Fabaceae
30
0,01
2,11
0,13
2,11
4,81
3,66
7,88
2,63
11
Cecropiaceae
38
7
41
Poaceae
3
2
Protium pallidum Cuatrec.
Burseraceae
28
0,01
1,97
0,12
1,97
1,27
0,96
4,90
1,63
12
Lauraceae
37
12
42
Zingiberaceae
3
3
Dinizia excelsa Ducke
Fabaceae
27
0,01
1,90
0,12
1,90
41,66
31,69
35,49
11,83
13
Rubiaceae
31
9
43
Cipó titica
3
1
Mouriri ficoides Morley
Melastomataceae
26
0,01
1,83
0,11
1,83
0,74
0,56
4,22
1,41
14
Euphorbiaceae
28
6
44
Araceae
3
3
Manilkara huberi
(Ducke) Chevalier
Sapotaceae
25
0,01
1,76
0,11
1,76
4,37
3,32
6,84
2,28
15
Anacardiaceae
27
3
45
Araliaceae
2
1
Protium hostmannii
(Miq.) Engl.
Burseraceae
16
Humiriaceae
27
3
46
Boraginaceae
2
2
17
Lecythidaceae
23
6
47
Curcubitaceae
2
1
18
Violaceae
21
3
48
Dilleniaceae
2
1
3,36
4,27
N
2,67
0,40
12,81
Familia
0,02
0,53
4,51
Número
38
1,48
5,93
N Sp.
Myristicaceae
0,09
4,15
N
Iryanthera laevis Markgr.
1,48
0,26
Familia
Apocynaceae
0,01
4,15
Número
Geissospermum
sericeum Benth. &
Hook. f. ex Miers
21
0,02
2,05
1,12
Endopleura uchi
(Huber) Cuatrec.
Humiriaceae
20
0,01
1,41
0,09
1,41
1,13
0,86
3,67
1,22
19
Sterculiaceae
20
3
49
Elaeocarpaceae
2
2
Licania micrantha Miq.
Chrysobalanaceae
20
0,01
1,41
0,09
1,41
0,77
0,59
3,40
1,13
20
Bombacaceae
18
3
50
Hippocrateaceae
2
1
Socratea exorrhiza
(Mart.) H. Wendl.
Arecaceae
20
0,01
1,41
0,09
1,41
0,21
0,16
2,98
0,99
21
Celastraceae
18
2
51
Strelitziaceae
2
1
Thyrsodium
spruceanum Benth.
Anacardiaceae
22
Moraceae
18
7
52
Theophrastaceae
2
1
23
Ochnaceae
14
3
53
Bromeliaceae
1
1
24
Vochysiaceae
13
5
54
Burmaniaceae
1
1
25
Myrtaceae
11
3
55
Combretaceae
1
1
26
Quiinaceae
10
4
56
Connaraceae
1
1
27
Lacistemataceae
9
2
57
Linaceae
1
1
28
Olacaceae
9
2
58
Loganiaceae
1
1
19
0,01
1,34
0,08
1,34
0,70
0,53
3,20
1,07
Conceveiba
guianensis Aubl.
Euphorbiaceae
18
0,01
1,27
0,08
1,27
0,44
0,33
2,86
0,95
Hirtella macrophylla
Benth. ex Hook. f.
Chrysobalanaceae
18
0,01
1,27
0,08
1,27
0,50
0,38
2,91
0,97
Sclerolobium
tinctorium Benth.
Fabaceae
18
0,01
1,27
0,08
1,27
1,66
1,26
3,79
1,26
Virola michelii Heckel
Myristicaceae
18
0,01
1,27
0,08
1,27
1,28
0,97
3,50
1,17
29
Piperaceae
8
4
59
Menispermaceae
1
1
30
Clusiaceae
7
4
60
Orchidaceae
1
1
Sub-totais
1470
255
81
51
Total
1551
306
Goupia glabra Aubl.
Celastraceae
17
0,01
1,20
0,07
1,20
2,75
2,09
4,49
1,50
Pouteria anomala
(Pires) T.D. Penn.
Sapotaceae
17
0,01
1,20
0,07
1,20
1,33
1,01
3,41
1,14
Protium krukoffii Swart
Burseraceae
17
0,01
1,20
0,07
1,20
0,39
0,29
2,69
0,90
Chimarrhis turbinata DC.
Rubiaceae
15
0,01
1,06
0,07
1,06
1,02
0,78
2,89
0,96
Inga gracilifolia Ducke
Fabaceae
15
0,01
1,06
0,07
1,06
0,91
0,69
2,80
0,93
Inga paraensis Ducke
Fabaceae
15
0,01
1,06
0,07
1,06
1,31
1,00
3,11
1,04
Pentaclethra macroloba
(Willd.) Kuntze
Fabaceae
15
0,01
1,06
0,07
1,06
2,20
1,67
3,78
1,26
Protium spruceanum
(Benth.) Engl.
Burseraceae
15
0,01
1,06
0,07
1,06
0,83
0,63
2,75
0,92
Quararibea ochrocalyx
(K. Schum.) Vischer
Bombacaceae
15
0,01
1,06
0,07
1,06
0,32
0,24
2,35
0,78
Subtotal (29 ssp.
arbóreas)
733
0,29
51,58
3,22
51,58
92,18
70,11
173,28
57,76
Outras espécies
arbóreas (187)
688
0,28
48,42
3,03
48,42
39,25
29,86
126,69
42,23
Outras espécies (90)
130
-
-
-
-
-
-
-
-
1551
0,6
100,0
6,2
100,0
131,5
100,0
300,0
100,0
Com base nestes resultados e outros estudos,
verificou-se que a área possui alta representatividade, quanto ao número de famílias e gêneros
(Trindade et al., 2007; Costa et al., 2006; Freitas
& Prado, 2005; Lima Filho et al., 2004; Oliveira &
Amaral, 2004; Amaral et al., 2000).
Entre os 1551 indivíduos amostrados, 1083 distribuem-se em apenas dez famílias botânicas (Tabela
5.5), entre elas: Fabaceae (261), Burseraceae (212),
Chrysobalanaceae (120), Sapotaceae (91), Arecaceae (85), Apocynaceae (84), Myristicaceae (82), Meliaceae (52), Annonaceae (51) e Melastomataceae
(45) que representam 69,8% desse total; os demais
indivíduos distribuem-se entre as outras 50 famílias, evidenicando uma alta densidade em poucas
famílias botânicas, conforme observado em outros
estudos na Amazônia. Contudo, a alta densidade
destas mesmas famílias também é mencionada
por outros estudiosos na Amazônia (Trindade et
al., 2007; Lima-Filho et al., 2001; Oliveira & Amaral,
2004, 2005; Amaral et al., 2000). Segundo Finegan
(1996), as famílias arbóreas mais representativas em
uma floresta madura de terra firme são Fabaceae,
Moraceae, Lauraceae, Annonaceae, Chrysobalanaceae, Sapotaceae e Myristicaceae, demonstrando
que a REBIO Maicuru segue o padrão geral de outras florestas amazônicas.
Plano de Manejo da Reserva Biológica Maicuru | Anexo 1
Plano de Manejo da Reserva Biológica Maicuru | Anexo 1
66
10 | botânica
Tabela 5.5 – Riqueza de espécie (s) e Índice de diversidade de Shannon (H) analisadas para as angiospermas registradas
na REBIO Maicuru.
Figura 5.1 – Curva cumulativa de espécies por esforço amostral (área em m2) para as angiospermas amostradas na REBIO Maicuru.
Ambiente
Riqueza (s)
Shannon (H)
Floresta de Terra Firme
306
4.7
250
218 224 226
A alta densidade de Euterpe caatinga é devido a
ocorrência de uma faixa de várzea existente no
Transecto 4, haja vista que espécies do gênero
Euterpe são comuns em ambiente de florestas
sazonais alagadas (Gama et al., 2005; Santos et
al., 2004; Queiroz et al., 2005). Alguns autores
relacionam as altas densidades de Euterpe à estratégia reprodutiva por perfilhamento (na área
foi observado um único indivíduo que tinha oito
caules perfilhados) e germinação de sementes (Pollak et al., 1995; Nogueira, 1997; Jardim,
2000 apud Santos & Jardim, 2006).
Quanto à riqueza, a REBIO Maicuru contou com
306 espécies e um índice de diversidade de 4,7
(Tabela 5.6). A riqueza de espécies observada
na REBIO Maicuru é bastante elevada, demonstrando o seu bom estado de conservação, sendo similar ao encontrado por outros levantamentos na região Amazônica (Rodrigues et al.,
2007; Santos et al., 2004).
O índice de diversidade de Shannon-Wiener para
florestas tropicais normalmente varia de 3,83 a
5,85, valores considerados altos para qualquer
tipo de vegetação (Knight, 1975 apud Oliveira &
Amaral, 2004). Diante disso, pode-se concluir que
a REBIO Maicuru possui grande diversidade florística, com índices superiores aos registrados por
vários autores (Anderson et al., 1985; Queiroz &
Mochiutti, 2000; Conceição, 1990; Ramos, 2000;
Lima et al., 2001 apud Santos & Amaral, 2004).
A curva espécie/área para as angiospermas
mostrou tendência de estabilização, o que indica que a amostragem foi significativa, embora
não exaustiva (Figura 5.1).
Numa análise comparativa entre famílias com
maior riqueza específica e densidade, verificou-se que há uma relação entre riqueza e densidade
para as famílias Fabaceae (43 spp.; N= 261 ind.),
Chrysobalanacae (24 spp.; N= 120 ind.), Burseraceae (17 spp.; N= 212 ind.) e Sapotaceae (17 ssp.;
91 ind.) (Prance, 1990; Ribeiro et al, 1994; Tello,
1995; Amaral, 1996 apud Amaral et al., 2000).
Para as pteridófitas, as famílias mais representativas para as pteridófitas foram Pteridaceae (18
spp.), Hymenophyllaceae (14spp.), Thelypteridaceae (9 spp.) e Polypodiaceae (8 spp.) e os
gêneros com maior número de espécies foram
Adiantum (10 spp.), Thelypteris (8 spp.) e Trichomanes (7 spp.). Estas famílias e gêneros também
apresentam maior riqueza em outras localidades amazônicas (Costa & Pietrobom, 2007; Costa et al., 2006; Freitas & Prado, 2005), exceto
Thelypteridaceae.
Foram registradas 8 espécies de pteridófitas
restritas ao centro de endemismo das Guianas [sensu Tryon, 1972; Adiantum multisorium
A. Samp., A. paraense Hieron., Cyathea surinamensis (Miq.) Domin, Didymoglossum pinnatinervium (Jenman) Pic. Serm., Trichomanes pedicellatum Desv., Lindsaea macrophylla Kaulf.,
Danaea trifoliata Rchb. ex Kunze e Triplophyllum
200
204
170
150
142
177
183
190
153
149
129
100
87
50
99
110
46
crassifolium Holttum] e 10 espécies endêmicas
para a região amazônica como um todo [Asplenium angustum Sw., Elaphoglossum laminarioides (Bory ex Fée) T. Moore, Lindsaea dubia
Spreng., Microgramma fuscopunctata (Hook.)
Vareschi, Salpichlaena hookeriana (Kuntze) Alston, Selaginella fragilis A. Braun, Trichomanes
hostmannianum (Klotszch) Kunze, Trichomanes
trollii Bergdolt, Trichomanes vittaria D.C. ex Poir.
e Triplophyllum dicksonioides (Fée) Holttum].
Os registros das seguintes espécies de pteridófitas são considerados inéditos para o estado do Pará: Didymoglossum ekmanii (Wess.
Boer) Ebihara & Dubuisson (Hymenophyllaceae
– monilófita), Lindsaea dubia Spreng. (Lindsaeaceae – monilófita), Microgramma fuscopunctata (Hook.) Vareschi (Polypodiaceae – monilófita), Pteris tripartita Sw. (Pteridaceae – monilófita), Saccoloma inaequale (Kunze) Mett. (Saccolomataceae – monilófita), Selaginella fragilis
A. Braun, S. pedata Klotzsch (Selagiellaceae –
licófita), Thelypteris biolleyi (H. Christ) Proctor
e T. chrysodioides (Fée) C.V. Morton (Thelypteridaceae – monilófita), Triplophyllum crassifolium Holttum (Tectariaceae – monilófita).
Adiantum multisorum A. Samp. é endêmica do
Brasil, considerada rara, e até então conhecida
de apenas duas localidades em Rondônia e no
Pará (Maciel 2008). O registro de A. multisorum
A. Samp. para a REBIO Maicuru é o terceiro conhecido da espécie.
40000
37500
35000
32500
30000
27500
25000
22500
20000
17500
15000
12500
10000
0
7500
As famílias fanerogâmicas arbóreas mais abundantes também foram as que apresentaram
maior riqueza específica: Fabaceae (43 spp.),
Chrysobalanaceae (24 ssp.), Sapotaceae e Burseraceae (17 ssp.) e Annonaceae (15 ssp.); juntas, estas famílias representam 37,9% do total de
espécies arbóreas, demonstrando que há famílias com alta concentração de espécies, como
verificado também pelos estudos de Trindade
et. al., (2007) e Amaral et al. (2000). O mesmo
ocorre entre os gêneros com maior número de
espécies, tais como: Protium (14 ssp.), Licania
(13 ssp.), Inga (10 spp.), Pouteria (9 spp.), Hirtella
(7 ssp.), Virola (6 spp.), Aniba, Iryanthera e Pouroma (5 ssp.) (Tabelas 5.4 e 5.5). Conjuntamente, estes nove gêneros representam 24% das espécies registradas e também foram reportados
por Carneiro et. al., (2005) como entre os mais
abundantes numa floresta de terra firme em Manaus. Todavia, dos 161 gêneros amostrados, 98
foram representados por apenas uma espécie,
demonstrando um padrão mais geral de baixa
riqueza de espécies por gênero (Pinheiro, 2007).
5000
Analisando o número de indivíduos por espécie arbórea (abundância), verificou-se que 29
espécies detêm 733 indivíduos (Tabela 5.4), representando 47% da densidade total. Dentre
as espécies mais abundantes Protium decandrum (Burseraceae) contribui com 82 indivíduos, sendo esta responsável por 5,2% da densidade total amostrada, seguida por Geissospermum sericium (59), Iryanthera laevis (38) e
Euterpe caatinga (37), entre outras. Existe alta
densidade em poucas espécies, haja vista que
277 espécies encontram-se representadas por
um baixo número de indivíduos. Estes são resultados comuns encontrados em outras matas
da região (Trindade et al., 2007; Lima-Filho et
al., 2001; Oliveira & Amaral, 2004; Coraiola &
Netto, 2003; Amaral et al., 2000).
Lindsaea macrophylla Kaulf. é considerada
extremamente rara, sendo conhecida apenas
para o Norte do Brasil segundo Cremers & Kramer (1991). O registro de Lindsaea macrophylla
Kaulf. para a REBIO Maicuru é o primeiro em
mais de 50 anos para a espécie e o segundo
confirmado para o estado do Pará.
Conclusões e recomendações
De maneira geral, a flora da REBIO Maicuru teve
uma composição similar ao observado em outras partes da Amazônia para ambientes em
bom estado de conservação.
Este ambiente analisado apresenta-se em bom
estado de conservação, o que pode ser observado pela presença de famílias de pteridófitas
como Hymenophyllaceae e pelos altos valores
de riqueza e diversidade para as angiospermas.
Com relação as angiospermas registradas na
REBIO Maicuru, seis espécies registradas estão
listadas como ameaçadas de extinção no Brasil
(MMA, 2008):
Tabernaemontana muricata Link ex Roem. &
Schult. – Apocynaceae (estado de conservação: em perigo), Vouacapoua americana Aubl.
– Fabaceae (estado de conservação: criticamente em perigo), Trichilia lecointei Ducke –
Meliaceae (estado de conservação: LR/cd), Minquartia guianensis Aubl. – Olacaceae (estado de
conservação: LR/nt), Ptychopetalum olacoides
Plano de Manejo da Reserva Biológica Maicuru | Anexo 1
69
10 | botânica
2500
Plano de Manejo da Reserva Biológica Maicuru | Anexo 1
68
10 | botânica
Benth. – Olacaceae (estado de conservação:
vulnerável) e Manilkara huberi (Ducke) Chevalier
– Sapotaceae (estado de conservação: vulnerável). As espécies T. muricata Link ex Roem. &
Schult., Vouacapoua americana Aubl., T. lecointei Ducke e Minquartia guianensis Aubl também
estão listadas como ameaçadas pela IUCN, enquanto P. olacoides Benth. e M. huberi (Ducke)
Chevalier são também listadas com ameaçadas
do estado do Pará (SEMA, 2007).
Dessa forma, a REBIO Maicuru constitui uma
importante unidade de conservação para a preservação destas espécies ameaçadas, além do
potencial de contribuir para a realização de estudos ligados aos planos de manejo para a conservação destas espécies.
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Plano de Manejo da Reserva Biológica Maicuru | Anexo 1
Plano de Manejo da Reserva Biológica Maicuru | Anexo 1
70
© CI / Adriano Gambarini
ANEXO 2
Ocorrência de
espécies na Reserva
Biológica Maicuru
Plano de Manejo da Reserva Biológica Maicuru | Anexo 2
Ocorrência de espécies na Reserva Biológica Maicuru
Tabela 1. Espécies de peixes encontrados na REBIO Maicuru
Ordem
Família
Nome científico
Acestrorhynchidae
Acestrorhynchus gr. Falcatus (Bloch, 1794)
Copella compta
Anostomus ternetzi Fernández-Yépez, 1949
Copella eigenmanni
Anostomidae
Ordem
Lebiasinidae
Leporinus sp.
Leporinus "sp. n."
Família
Characiformes
Pyrrhulina sloti
Astyanax bimaculatus (Linnaeus, 1758)
Prochilodontidae
Astyanax aff. microlepis Eigenmann, 1913
Bryconops durbini
Cyprinodontiformes
Rivulidae
Gymnotus anguillaris
Gymnotus coatesi
Gymnotus coropinae
Gymnotidae
Gymnotus aff. inaequilabiatus (Valenciennes, 1839)
Gymnotus cf. paraguensis
Gymnotiformes
Gymnotus sp.1
Jupiaba keithi
Gymnotus sp.2
Jupiaba polylepis
Gymnotus sp.3
Knodus sp.
Brachyhypopomus beebei
Hypopomidae
Microschemobrycon sp.
Brachyhypopomus sp.
Moenkhausia collettii (Steindachner, 1882)
Hypopomus aff. artedi
Moenkhausia lepidura
Aequidens cf. mauesanus Kullander, 1997
Moenkhausia aff. oligolepis (Günther, 1864)
Crenicichla albopunctata
Phenacogaster megalostictus Eigenmann, 1909
Phenacogaster sp.
Perciformes
Cichlidae
Crenicichla aff. cyclostoma
Crenicichla sp.
Poptella brevispina
Krobia guianensis
Roeboexodon cf. guyanensis (Puyo, 1948)
Krobia sp.
Serrapinnus sp.
Callichthys callichthys
Callichthyidae
Tetragonopterus sp.
Aphyocharacidium sp.
Characidium aff. zebra
Pimelodella cristata
Heptapteridae
Microcharacidium eleotrioides (Géry, 1960)
Cyphocharax festivus
Cyphocharax helleri
Corydoras sp.1
Corydoras sp.2
Microcharacidium aff. weitzemani Buckup, 1993
Pimelodella geryi
Pimelodella sp.
Farlowella cf. knerii
Siluriformes
Cyphocharax mestomyllon
Helogenes uruyensis
Loricariidae
Cyphocharax spilotus
Lasiancistrus sp.
Otocinclus mariae
Cyphocharax spilurus
Paraotocinclus sp.
Cyphocharax sp.
Loricariidae gen. sp1
Steindachnerina sp.
Trichomycteridae
Hoplerythrinus unitaeniatus
Erythrinidae
Rivulus sp.
Hemigrammus cf. bellottii (Steindachner, 1882)
Jupiaba acanthogaster (Eigenmann, 1911)
Curimatidae
Rivulus dibaphus
Cheirodon sp.
Hemigrammus sp.
Crenuchidae
Prochilodus rubrotaeniatus
Electrophorus electricus
Hemigrammus aff. schmardae (Steindachner, 1882)
Characiformes
Prochilodus lacustris
Charax sp.
Hemigrammus lunatus
Characidae
Copella metae
Pyrrhulina laeta
Aphyocharax sp.
Bryconops caudomaculatus (Günther, 1864)
Nome científico
Hoplias aimara
Hoplias malabaricus
Erythrinidae gen. sp1
Synbrachiformes
Synbranchidae
Ituglanis amazonicus (Steindachner, 1882)
Stegophilus sp.
Synbranchus marmoratus
75
Plano de Manejo da Reserva Biológica Maicuru | Anexo 2
Ocorrência de espécies na
Reserva Biológica Maicuru
74
Ocorrência de espécies na Reserva Biológica Maicuru
Ocorrência de espécies na Reserva Biológica Maicuru
Plano de Manejo da Reserva Biológica Maicuru | Anexo 2
Tabela 2. Espécies de répteis encontrados na REBIO Maicuru
Tabela 3. Espécies de anfíbios encontrados na REBIO Maicuru
Família
Gekkonidae
Nome científico
Família
Nome científico
Coleodactylus amazonicus
Allophrynidae
Allophryne ruthveni
Phyllomedusa bicolor
Gonatodes humeralis
Bufo guttatus
Phyllomedusa hypochondrialis
Lepidoblepharis heyerorum
Bufo margaritifer
Phrynohyas hadroceps
Pseudogonatodes guianensis
Gymnophthalmidae
Squamata
Iguanidae
Tropiduridae
Nome científico
Bufo marinus
Scinax garbei
Alopoglossus angulatus
Dendrophryniscus minutus
Scinax sp.nov.
Arthrosaura kockii
Allobates femoralis
Adenomera andreae
Arthrosaura reticulata
Anomaloglossus baeobatrachus
Eleutherodactylus chiastonotus
Bachia flavescens
Dendrobatidae
Colostethus spumaponens
Eleutherodactylus fenestratus
Cercosaura argulus
Epipedobates hahneli
Eleutherodactylus inguinalis
Leposoma guianense
Hyla boans
Tretioscincus agilis
Hyla calcarata
Leptodactylus knudseni
Hyla dentei
Leptodactylus petersii
Hyla fasciata
Lithodytes lineatus
Iguana iguana
Anolis fuscoauratus
Polychrotidae
Bufonidae
Família
77
Hylidae
Leptodactylidae
Leptodactylus bolivianus
Anolis nitens chrysolepis
Hyla geographica
Anolis ortonii
Hyla leucophyllata
Microhylidae
Physalaemus ephippifer
Chiasmocleis sp.nov.
Plica plica
Osteocephalus leprieuri
Pipidae
Pipa pipa
Plica umbra
Uranoscodon superciliosus
Scincidae
Teiidae
Boidae
Mabya nigropunctata
Tabela 4. Espécies de aves encontradas na REBIO Maicuru
Ameiva ameiva
Kentropyx calcarata
Família
Corallus hortulanus
Dendrophidion dendrophis
Tinamidae
Dipsas catesbyi
Erytrholamprus aesculapii
Serpentes
Colubridae
Leptodeira annulata
Anatidae
Liophis reginae
Pseustes sulphureus
Cracidae
Xenopholis scalaris
Elapidae
Chelonia
Crocodylia
Micrurus lemniscatus
Nome Científico
Nome popular
Tinamus major (Gmelin, 1789) *C
inhambu-de-cabeça-vermelha
Crypturellus cinereus (Gmelin, 1789)
inhambu-preto
Crypturellus erythropus (Pelzeln, 1863) *DL
inhambu-de-perna-vermelha
Crypturellus variegatus (Gmelin, 1789)
inhambu-anhangá
Cairina moschata*C
pato-do-mato
Ortalis motmot (Linnaeus, 1766)
aracuã-pequeno
Penelope marail (Statius Muller, 1776)*C, EN
jacumirim
Aburria cumanensis (Jacquin, 1784)*C
Crax alector Linnaeus, 1766 *C
mutum-poranga
Odontophorus gujanensis (Gmelin, 1789)
uru-corcovado
Viperidae
Lachesis muta
Odontophoridae
Testudinidae
Chelonoidis denticulata
Anhingidae
Anhinga anhinga (Linnaeus, 1766)
biguatinga
Plomedusidae
Mesoclemmys gibba
Ardeidae
Tigrisoma lineatum (Boddaert, 1783)
socó-boi
Alligatoridae
Caiman crocodilus
Cathartidae
Accipitridae
Falconidae
Cathartes melambrotus Wetmore, 1964
urubu-da-mata
Sarcoramphus papa (Linnaeus, 1758)
urubu-rei
Elanoides forficatus (Linnaeus, 1758)
gavião-tesoura
Buteogallus urubitinga (Gmelin, 1788)
gavião-preto
Morphnus guianensis (Daudin, 1800)*IUCN
uiraçu-falso
Spizaetus tiranus (Daudin, 1800)
gavião-de-cara-preta
Spizaetus ornatus (Daudin, 1800)
gavião-de-penacho
Daptrius ater Vieillot, 1816
gavião-de-anta
Ibycter americanus (Boddaert, 1783)
gralhão
Herpetotheres cachinnans (Linnaeus, 1758)
acauã
Micrastur ruficollis (Vieillot, 1817)
falcão-caburé
Micrastur gilvicollis (Vieillot, 1817)
falcão-mateiro
Micrastur mirandollei (Schlegel, 1862)
tanatau
Micrastur semitorquatus (Vieillot, 1817)
falcão-relógio
Falco rufigularis Daudin, 1800
cauré
Plano de Manejo da Reserva Biológica Maicuru | Anexo 2
76
Ocorrência de espécies na Reserva Biológica Maicuru
Família
Psophiidae
Columbidae
Psittacidae
Cuculidae
Strigidae
Nyctibiidae
Caprimulgidae
Apodidae
Trochilidae
Nome Científico
Nome popular
Ocorrência de espécies na Reserva Biológica Maicuru
Família
Nome Científico
Nome popular
Psophia crepitans Linnaeus, 1758 *EN
jacamim-de-costas-cinzentas
Florisuga mellivora (Linnaeus, 1758)
beija-flor-azul-de-rabo-branco
Aramides cajanea (Statius Muller, 1776)
saracura-três-potes
Thalurania furcata (Gmelin, 1788)
beija-flor-tesoura-verde
Laterallus viridis (Statius Muller, 1776)
sanã-castanha
Hylocharis sapphirina (Gmelin, 1788)
beija-flor-safira
Tringa solitaria Wilson, 1813 *M
maçarico-solitário
Trogon melanurus Swainson, 1838
surucuá-de-cauda-preta
Columbina passerina (Linnaeus, 1758)
rolinha-cinzenta
Trogon viridis Linnaeus, 1766
surucuá-grande-de-barriga-amarela
Columbina talpacoti (Temminck, 1811)
rolinha-roxa
Trogon violaceus Gmelin, 1788
surucuá-pequeno
Patagioenas speciosa (Gmelin, 1789)
pomba-trocal
Trogon collaris Vieillot, 1817
surucuá-de-coleira
Patagioenas plumbea (Vieillot, 1818)
pomba-amargosa
Megaceryle torquata (Linnaeus, 1766)
martim-pescador-grande
Patagioenas subvinacea (Lawrence, 1868)
pomba-botafogo
Chloroceryle amazona (Latham, 1790)
martim-pescador-verde
Chloroceryle aenea (Pallas, 1764)
martinho
Trochilidae
Alcedinidae
Leptotila verreauxi Bonaparte, 1855
juriti-pupu
Leptotila rufaxilla (Richard & Bernard, 1792)
juriti-gemedeira
Chloroceryle americana (Gmelin, 1788)
martim-pescador-pequeno
Geotrygon montana (Linnaeus, 1758)
pariri
Chloroceryle inda (Linnaeus, 1766)
martim-pescador-da-mata
Ara ararauna (Linnaeus, 1758)
arara-canindé
Momotus momota (Linnaeus, 1766)
udu-de-coroa-azul
Brachygalba lugubris (Swainson, 1838)
ariramba-preta
Ara chloropterus Gray, 1859
arara-vermelha-grande
Ara severus (Linnaeus, 1758)
maracanã-guaçu
Momotidae
Galbulidae
Galbula albirostris Latham, 1790
ariramba-de-bico-amarelo
Galbula leucogastra Vieillot, 1817
ariramba-bronzeada
Aratinga leucophthalma (Statius Muller, 1776)
periquitão-maracanã
Pyrrhura picta (Statius Muller, 1776)*EN
tiriba-de-testa-azul
Galbula dea (Linnaeus, 1758)
ariramba-do-paraíso
Forpus modestus (Cabanis, 1848)
tuim-de-bico-escuro
Jacamerops aureus (Statius Muller, 1776)
jacamaraçu
Brotogeris chrysoptera (Linnaeus, 1766)
periquito-de-asa-dourada
Notharchus macrorhynchos (Gmelin, 1788)*EN
macuru-de-testa-branca
Touit huetti (Temminck, 1830)
apuim-de-asas-vermelhas
Notharchus tectus (Boddaert, 1783)
macuru-pintado
Touit purpuratus (Gmelin, 1788)
apuim-de-costas-azuis
Bucconidae
Bucco tamatia Gmelin, 1788
rapazinho-carijó
Bucco capensis Linnaeus, 1766
rapazinho-de-colar
Pionites melanocephalus (Linnaeus, 1758)
marianinha-de-cabeça-preta
Pyrilia caica (Latham, 1790)*EN
curica-caica
Malacoptila fusca (Gmelin, 1788)
barbudo-pardo
Pionus menstruus (Linnaeus, 1766)
maitaca-de-cabeça-azul
Monasa atra (Boddaert, 1783)*EN
chora-chuva-de-asa-branca
Pionus fuscus (Statius Muller, 1776)
maitaca-roxa
Chelidoptera tenebrosa (Pallas, 1782)
urubuzinho
Amazona amazonica (Linnaeus, 1766)
curica
Capito niger (Statius Muller, 1776)*EN
capitão-de-bigode-carijó
Amazona farinosa (Boddaert, 1783)
papagaio-moleiro
Ramphastos tucanus Linnaeus, 1758
tucano-grande-de-papo-branco
Ramphastos vitellinus Lichtenstein, 1823
tucano-de-bico-preto
Deroptyus accipitrinus (Linnaeus, 1758)
anacã
Coccycua minuta (Vieillot, 1817)
chincoã-pequeno
Capitoniidae
Ramphastidae
Selenidera piperivora (Linnaeus, 1766) *EN
araçari-negro
Pteroglossus viridis (Linnaeus, 1766) *EN
araçari-miudinho
Piaya cayana (Linnaeus, 1766)
alma-de-gato
Piaya melanogaster (Vieillot, 1817)
chincoã-de-bico-vermelho
Pteroglossus aracari (Linnaeus, 1758)
araçari-de-bico-branco
Crotophaga major Gmelin, 1788
anu-coroca
Picumnus exilis (Lichtenstein, 1823)
pica-pau-anão-de-pintas-amarelas
Crotophaga ani Linnaeus, 1758
anu-preto
Melanerpes cruentatus (Boddaert, 1783)
benedito-de-testa-vermelha
Megascops cholina (Vieillot,1817)
corujinha-do-mato
Veniliornis cassini (Malherbe, 1862) *EN
pica-pau-de-colar-dourado
Megascops watsonii (Cassin, 1849)
corujinha-orelhuda
Piculus flavigula (Boddaert, 1783)
pica-pau-bufador
Lophostrix cristata (Daudin, 1800)
coruja-de-crista
Piculus chrysochloros (Vieillot, 1818)
pica-pau-dourado-escuro
Strix virgata (Cassin, 1849)
coruja-do-mato
Colaptes rubiginosus (Swainson, 1820) *DL
pica-pau-oliváceo
Celeus undatus (Linnaeus, 1766)
pica-pau-barrado
Picidae
Glaucidium hardyi Vielliard, 1990
caburé-da-amazônia
Nyctibius grandis (Gmelin, 1789)
mãe-da-lua-gigante
Celeus elegans (Statius Muller, 1776)
pica-pau-chocolate
Nyctibius leucopterus (Wied, 1821)
urutau-de-asa-branca
Celeus flavus (Statius Muller, 1776)
pica-pau-amarelo
Lurocalis semitorquatus (Gmelin, 1789)
tuju
Celeus torquatus (Boddaert, 1783)
pica-pau-de-coleira
Nyctidromus albicollis (Gmelin, 1789)
bacurau
Dryocopus lineatus (Linnaeus, 1766)
pica-pau-de-banda-branca
Hydropsalis climacocerca(Tschudi, 1844)
acurana
Campephilus rubricollis (Boddaert, 1783)
pica-pau-de-barriga-vermelha
Chaetura sp.
andorinhão
Campephilus melanoleucos (Gmelin, 1788)
pica-pau-de-topete-vermelho
Threnetes niger (Linnaeus, 1758) *EN
balança-rabo-escuro
Cymbilaimus lineatus (Leach, 1814)
papa-formiga-barrado
Phaethornis ruber (Linnaeus, 1758)
rabo-branco-rubro
Frederickena viridis (Vieillot, 1816) *EN
borralhara-do-norte
Phaethornis bourcieri (Lesson, 1832)
rabo-branco-de-bico-reto
Taraba major (Vieillot, 1816)
choró-boi
Thamnophilus murinus Sclater & Salvin, 1868
choca-murina
Thamnophilus punctatus (Shaw, 1809)
choca-bate-cabo
Thamnophilus melanothorax Sclater, 1857 *EN
choca-de-cauda-pintada
Phaethornis superciliosus (Linnaeus, 1766)
rabo-branco-de-bigodes
Campylopterus largipennis (Boddaert, 1783)
asa-de-sabre-cinza
Thamnphilidae
79
Plano de Manejo da Reserva Biológica Maicuru | Anexo 2
Plano de Manejo da Reserva Biológica Maicuru | Anexo 2
78
Ocorrência de espécies na Reserva Biológica Maicuru
Família
Thamnphilidae
Grallariidae
Formicariidae
Scleruridae
Dendrocolaptidae
81
Ocorrência de espécies na Reserva Biológica Maicuru
Família
Nome Científico
Nome popular
choca-canela
Xiphorhynchus guttatus (Lichtenstein, 1820)
arapaçu-de-garganta-amarela
uirapuru-de-garganta-preta
arapaçu-de-listras-brancas
Dendrocolaptidae
Lepidocolaptes albolineatus albolineatus
(Lafresnaye, 1845) EN
Campylorhamphus procurvoides
procurvoides (Lafresnaye, 1850)EN
arapaçu-de-bico-curvo
Synallaxis macconnelli Chubb, 1919 *EN
joão-escuro
Cranioleuca gutturata (d'Orbigny & Lafresnaye, 1838)
joão-pintado
Philydor erythrocercum (Pelzeln, 1859)
limpa-folha-de-sobre-ruivo
Nome Científico
Nome popular
Thamnophilus amazonicus Sclater, 1858
Thamnomanes ardesiacus (Sclater & Salvin, 1867)
Thamnomanes caesius (Temminck, 1820)
ipecuá
Epinecrophylla gutturalis (Sclater & Salvin, 1881) *EN
choquinha-de-barriga-parda
Myrmotherula brachyura (Hermann, 1783)
choquinha-miúda
Myrmotherula surinamensis (Gmelin, 1788) *EN
choquinha-estriada
Myrmotherula guttata (Vieillot, 1825) *EN
choquinha-de-barriga-ruiva
Myrmotherula axillaris (Vieillot, 1817)
choquinha-de-flanco-branco
Myrmotherula longipennis Pelzeln, 1868
choquinha-de-asa-comprida
Myrmotherula menetriesii (d'Orbigny, 1837)
choquinha-de-garganta-cinza
Herpsilochmus sticturus Salvin, 1885 *EN
chorozinho-de-cauda-pintada
Herpsilochmus stictocephalus Todd, 1927 *EN
chorozinho-de-cabeça-pintada
Microrhopias quixensis microstictus
(Berlepsch, 1908)*EN
papa-formiga-de-bando
Terenura spodioptila Sclater & Salvin, 1881
zidedê-de-asa-cinza
Cercomacra cinerascens (Sclater, 1857)
chororó-pocuá
Cercomacra tyrannina (Sclater, 1855)
chororó-escuro
Cercomarca nigrescens (Cabanis & Heine, 1859)
chororó-negro
Myrmoborus leucophrys (Tschudi, 1844)
papa-formiga-de-sobrancelha
Hypocnemis cantator (Boddaert, 1783) *EN
papa-formiga-cantador
Hypocnemoides melanopogon (Sclater, 1857)
solta-asa-do-norte
Percnostola rufifrons (Gmelin, 1789)*EN
formigueiro-de-cabeça-preta
Schistocichla leucostigma (Pelzeln, 1868)
formigueiro-de-asa-pintada
Myrmeciza ferruginea ferruginea
(Statius Muller, 1776)*EN
formigueiro-ferrugem
Myrmeciza atrothorax (Boddaert, 1783)
formigueiro-de-peito-preto
Myrmornis torquata (Boddaert, 1783)
pinto-do-mato-carijó
Myiopagis caniceps (Swainson, 1835)
guaracava-cinzenta
Pithys albifrons (Linnaeus, 1766)
papa-formiga-de-topete
Myiopagis flavivertex (Sclater, 1887)
guaracava-de-penacho-amarelo
Gymnopithys rufigula (Boddaert, 1783)*EN
mãe-de-taoca-de-garganta-vermelha
Ornithion inerme Hartlaub, 1853
poiaeiro-de-sobrancelha
Hylophylax naevius (Gmelin, 1789)
guarda-floresta
Camptostoma obsoletum (Temminck, 1824)
risadinha
Willisornis poecilinotus (Cabanis, 1847)
rendadinho
Zimmerius gracilipes (Sclater & Salvin, 1868)
poiaeiro-de-pata-fina
Grallaria varia (Boddaert, 1783)
tovacuçu
Phylloscartes virescens Todd, 1925 * DL
borboletinha-guianense
Hylopezus macularius (Temminck, 1823)
torom-carijó
Inezia subflava (Sclater & Salvin, 1873)
amarelinho
Myrmothera campanisona (Hermann, 1783)
tovaca-patinho
Rhynchocyclus olivaceus (Temminck, 1820)
bico-chato-grande
Formicarius colma Boddaert, 1783
galinha-do-mato
Tolmomyias assimilis (Pelzeln, 1868)
bico-chato-da-copa
Formicarius analis (d'Orbigny & Lafresnaye, 1837)
pinto-do-mato-de-cara-preta
Tolmomyias poliocephalus (Taczanowski, 1884)
bico-chato-de-cabeça-cinza
Sclerurus mexicanus Sclater, 1857
vira-folha-de-peito-vermelho
Tolmomyias flaviventris (Wied, 1831)
bico-chato-amarelo
Sclerurus rufigularis Pelzeln, 1868
vira-folha-de-bico-curto
Platyrinchus saturatus Salvin & Godman, 1882
patinho-escuro
Sclerurus caudacutus (Vieillot, 1816)
vira-folha-pardo
Platyrinchus coronatus Sclater, 1858
patinho-de-coroa-dourada
Dendrocincla fuliginosa (Vieillot, 1818)
arapaçu-pardo
Platyrinchus platyrhynchos (Gmelin, 1788)
patinho-de-coroa-branca
Dendrocincla merula (Lichtenstein, 1829
arapaçu-da-taoca
Onychorhynchus coronatus (Statius Muller, 1776)
maria-leque
Deconychura longicauda longicauda (Pelzeln, 1868) * EN
arapaçu-rabudo
Myiobius barbatus (Gmelin, 1789)
assanhadinho
Sittasomus griseicapillus (Vieillot, 1818)
arapaçu-verde
Terenotriccus erythrurus (Cabanis, 1847)
papa-moscas-uirapuru
Glyphorynchus spirurus (Vieillot, 1819)
arapaçu-bico-de-cunha
Lathrotriccus euleri (Cabanis, 1868)
enferrujado
Dendrexetastes rufigula (Lesson, 1844
arapaçu-galinha
Contopus virens (Linnaeus, 1766) *M
piui-verdadeiro
Dendrocolaptes certhia (Boddaert, 1783)
arapaçu-barrado
Contopus albogularis (Berlioz, 1962) *EN
piui-queixado
Dendrocolaptes picumnus Lichtenstein, 1820
arapaçu-meio-barrado
Legatus leucophaius (Vieillot, 1818)
bem-te-vi-pirata
Dendroplex picus (Gmelin, 1788)
arapaçu-de-bico-branco
Myiozetetes cayanensis (Linnaeus, 1766)
bentevizinho-de-asa-ferrugínea
Xiphorhynchus pardalotus (Vieillot, 1818) *EN
arapaçu-assobiador
Myiozetetes luteiventris (Sclater, 1858)
bem-te-vi-barulhento
Xiphorhynchus obsoletus (Lichtenstein, 1820)
arapaçu-riscado
Conopias parvus (Pelzeln, 1868)
bem-te-vi-da-copa
Furnariidae
Philydor pyrrhodes (Cabanis, 1848)
limpa-folha-vermelho
Automolus infuscatus (Sclater, 1856)
barranqueiro-pardo
Automolus rubiginosus obscurus (Pelzeln, 1859) *EN
barranqueiro-ferrugem
Automolus rufipileatus (Pelzeln, 1859)
barranqueiro-de-coroa-castanha
Xenops minutus (Sparrman, 1788)
bico-virado-miúdo
Mionectes oleagineus (Lichtenstein, 1823)
Mionectes macconnelli (Chubb, 1919)
Leptopogon amaurocephalus Tschudi, 1846
Corythopis torquatus (Tschudi, 1844)
Lophotriccus vitiosus (Bangs & Penard, 1921)
Lophotriccus galeatus (Boddaert, 1783)
Hemitriccus josephinae (Chubb, 1914) * EN
Hemitriccus zosterops (Pelzeln, 1868)
Myiornis ecaudatus (d'Orbigny & Lafresnaye, 1837)
Todirostrum pictum Salvin, 1897 * EN
Tyrannidae
Phyllomyias griseiceps (Sclater & Salvin, 1871) *DL
piolhinho-de-cabeça-cinza
Tyrannulus elatus (Latham, 1790)
maria-te-viu
Myiopagis gaimardii (d'Orbigny, 1839)
maria-pechim
Plano de Manejo da Reserva Biológica Maicuru | Anexo 2
Plano de Manejo da Reserva Biológica Maicuru | Anexo 2
80
Ocorrência de espécies na Reserva Biológica Maicuru
Família
Tyrannidae
Cotingidae
Pipridae
Tityridae
Vireonidae
Vireonidae
Corvidae
Hirundinidae
Troglodytidae
Polioptilidae
Nome Científico
Nome popular
Tyrannopsis sulphurea (Spix, 1825)
Tyrannus melancholicus Vieillot, 1819
Ocorrência de espécies na Reserva Biológica Maicuru
Família
Nome Científico
Nome popular
suiriri-de-garganta-rajada
Turdus fumigatus Lichtenstein, 1823
sabiá-da-mata
suiriri
Turdus albicollis Vieillot, 1818
sabiá-coleira
Rhytipterna simplex (Lichtenstein, 1823)
vissiá
Coereba flaveola (Linnaeus, 1758)
cambacica
Sirystes sibilator (Vieillot, 1818)
gritador
Lamprospiza melanoleuca (Vieillot, 1817)
pipira-de-bico-vermelho
Myiarchus tuberculifer (d'Orbigny & Lafresnaye, 1837)
maria-cavaleira-pequena
Tachyphonus surinamus (Linnaeus, 1766)
tem-tem-de-topete-ferrugíneo
Myiarchus ferox (Gmelin, 1789)
maria-cavaleira
Tachyphonus phoenicius Swainson, 1838 *DL
tem-tem-de-dragona-vermelha
Ramphotrigon ruficauda (Spix, 1825)
bico-chato-de-rabo-vermelho
Lanio fulvus (Boddaert, 1783)
pipira-parda
Attila cinnamomeus (Gmelin, 1789)
tinguaçu-ferrugem
Ramphocelus carbo (Pallas, 1764)
pipira-vermelha
Attila spadiceus (Gmelin, 1789)
capitão-de-saíra-amarelo
Thraupis palmarum (Wied, 1823)
sanhaçu-do-coqueiro
Phoenicircus carnifex (Linnaeus, 1758)
saurá
Cyanicterus cyanicterus (Vieillot, 1819) *DL
pipira-azul
Procnias albus (Hermann, 1783)*DL
araponga-da-amazônia
Tangara mexicana (Linnaeus, 1766)
saíra-de-bando
Lipaugus vociferans (Wied, 1820)
cricrió
Tangara chilensis (Vigors, 1832)
sete-cores-da-amazônia
Xipholena punicea (Pallas, 1764)
anambé-pompadora
Tangara velia (Linnaeus, 1758)
saíra-diamante
Querula purpurata (Statius Muller, 1776)
anambé-una
Tersina viridis (Illiger, 1811)
saí-andorinha
Haematoderus militaris (Shaw, 1792) *DL
anambé-militar
Cyanerpes cyaneus (Linnaeus, 1766)
saíra-beija-flor
Perissocephalus tricolor (Statius Muller, 1776) *EN
maú
Hemithraupis guira (Linnaeus, 1766)
saíra-de-papo-preto
Tyranneutes virescens (Pelzeln, 1868) *EN
uirapuruzinho-do-norte
Sporophila angolensis (Linnaeus, 1766)
curió
Piprites chloris (Temminck, 1822)
papinho-amarelo
Arremon taciturnus (Hermann, 1783)
tico-tico-de-bico-preto
Corapipo gutturalis (Linnaeus, 1766)*EN
dançarino-de-garganta-branca
Caryothraustes canadensis (Linnaeus, 1766)
furriel
Lepidothrix serena (Linnaeus, 1766) *EN
uirapuru-estrela
Saltator grossus (Linnaeus, 1766)
bico-encarnado
Manacus manacus (Linnaeus, 1766)
rendeira
Saltator maximus (Statius Muller, 1776)
tempera-viola
Dixiphia pipra (Linnaeus, 1758)
cabeça-branca
Cyanoloxia cyanoides (Lafresnaye, 1847)
azulão-da-amazônia
Parula pitiayumi (Vieillot, 1817)
mariquita
Phaeothlypis mesoleuca (Sclater, 1866) *EN
pula-pula-da-guiana
Turdidae
Thraupidae
Emberizidae
Cardinalidae
Pipra erythrocephala (Linnaeus, 1758)
cabeça-de-ouro
Schiffornis olivacea (Ridgway, 1906) *EN
flautim-oliváceo
Laniocera hypopyrra (Vieillot, 1817)
chorona-cinza
Ganatellus pelzelni Sclater, 1865
polícia-do-mato
Tityra cayana (Linnaeus, 1766)
anambé-branco-de-rabo-preto
Psarocolius viridis (Statius Muller, 1776)
japu-verde
Pachyramphus viridis griseigularis
Salvin & Goodman, 1883 *DL
caneleiro-verde
Psarocolius decumanus (Pallas, 1769)
japu
Cacicus cela (Linnaeus, 1758)
xexéu
Pachyramphus marginatus (Lichtenstein, 1823)
caneleiro-bordado
Molothrus oryzivorus (Gmelin, 1788)
iraúna-grande
Pachyramphus surinamus (Linnaeus, 1766)
caneleiro-da-guiana
Euphonia plumbea Du Bus, 1855*DL
gaturamo-anão
Pachyramphus minor (Lesson, 1830)
caneleiro-pequeno
Euphonia chrysopasta Sclater & Salvin, 1869
gaturamo-verde
Cyclarhis gujanensis (Gmelin, 1789)
pitiguari
Euphonia minuta Cabanis, 1849
gaturamo-de-barriga-branca
Vireolanius leucotis (Swainson, 1838)
assobiador-do-castanhal
Euphonia cayennensis (Gmelin, 1789)
gaturamo-preto
Vireo olivaceus (Linnaeus, 1766) *M
juruviara
Hylophilus thoracicus Temminck, 1822
vite-vite
Hylophilus semicinereus Sclater & Salvin, 1867
verdinho-da-várzea
Hylophilus muscicapinus Sclater & Salvin, 1873
vite-vite-camurça
Hylophilus ochraceiceps Sclater, 1860
vite-vite-uirapuru
Cyanocorax cayanus (Linnaeus, 1766) *EN
gralha-da-guiana
Atticora tibialis (Cassin, 1853)
calcinha-branca
Stegidopteryx ruficollis (Vieillot, 1817)
andorinha-serradora
Microcerculus bambla (Boddaert, 1783)
uirapuru-de-asa-branca
Pheugopedius coraya (Gmelin, 1789)
garrinchão-coraia
Cantorchilus leucotis (Lafresnaye, 1845)
garrinchão-de-barriga-vermelha
Henicorhina leucosticta (Cabanis, 1847)
uirapuru-de-peito-branco
Cyphorhinus arada (Hermann, 1783)
uirapuru-verdadeiro
Microbates collaris (Pelzeln, 1868)
bico-assovelado-de-coleira
Ramphocaenus melanurus Vieillot, 1819
bico-assovelado
Polioptila plumbea(Gmelin, 1788)
balança-rabo-de-chapéu-preto
Parulidae
Icteridae
Fringillidae
C- espécie
cinegética
EN- endêmica Centro Escudo Guianas
DL-rara/
distrib. local
IUCN-ameaçada extinção lista IUCN
83
Plano de Manejo da Reserva Biológica Maicuru | Anexo 2
Plano de Manejo da Reserva Biológica Maicuru | Anexo 2
82
Ocorrência de espécies na Reserva Biológica Maicuru
Ocorrência de espécies na Reserva Biológica Maicuru
Plano de Manejo da Reserva Biológica Maicuru | Anexo 2
Tabela 5. Espécies de mamíferos encontrados na REBIO Maicuru
Tabela 6. Espécies de plantas encontradas na REBIO Maicuru
Ordem
Nome Científico
Nome popular
Didelphimorphia
Marmosops cf. parvidens
cuíca
Cabassous unicinctus
tatu rabo-de-couro
Xenarthra
Chiroptera
Primates
Mymercophaga tridactyla
Perissodactyla
Artiodactyla
Rodentia
Família
Lycophyta
Selaginellaceae
Nome científico
Nome comum
Hábito
Selaginella fragilis A. Braun
herbácea
Selaginella pedata Klotzch
herbácea
tamanduá-bandeira
Selaginella radiata (Aubl.) Spring
herbácea
Saccopteryx bilineata
morcego
Asplenium angustum Sw.
epífita
Phyllostomus elongatus
morcego
Asplenium auritum Sw.
epífita
Trachops cirrhosus
morcego
Asplenium juglandifolium Lam.
epífita
Lonchophylla thomasi
morcego
Asplenium salicifolium L.
epífita
Carollia brevicauda
morcego
Asplenium serratum L.
epífita
Carollia perspicillata
morcego
Phyllostomus hastatus
morcego
Rhinophylla fischerae
morcego
Artibeus lituratus
morcego
Artibeus obscurus
morcego
Desmodus rotundus
morcego-vampiro
Alouatta macconnelli
guariba-vermelha
Ateles paniscus
coatá-de-cara-vermelha
Cebus apella
macaco-prego
1,2
Saguinus midas
Carnivora
Divisão
85
Aspleniaceae
Blechnaceae
Cytheaceae
Dennstaedtiaceae
Dryopteridaceae
sauim
Eira barbara
irara, papa-mel
Panthera onca1,2
onça-pintada
Puma concolor1,2
sussuarana
Tapirus terrestris
anta
Mazama americana
veado-vermelho
Mazama nemorivaga
veado-fuboca
Cuniculus paca
paca
Dasyprocta leporina
cutia
Hydrochoerus hydrochaeris
capivara
Myoprocta acouchy
cutiara
Monilophyta
Hymenophyllaceae
Salpichlaena volubilis (Kaulf.) J. Sm.
Cyathea microdonta (Desv.) Domin
sub-arborescente
Cyathea pungens (Willd.) Domin
sub-arborescente
Cyathea surinamensis (Miq.) Domin
sub-arborescente
Hypolepis repens (L.) C. Presl
herbácea
Cyclodium meniscioides (Willd.)
C. Presl var. meniscioides
herbácea
Lomagramma guianensis (Aubl.) Ching
herbácea
Polybotrya caudata Kunze
hemiepífita
Dicranoglossum desvauxii
(Klotzsch) Proctor
epífita
Didymoglossum angustifrons Fée
epífita
Didymoglossum ekmanii (Wess.
Boer) Ebihara & Dubuisson
epífita
Didymoglossum krausii
(Hook. & Grev.) C. Presl
epífita
Didymoglossum pinnatinervium
(Jenman) Pic. Serm.
epífita
Didymoglossum punctatum (Poir.) Desv.
epífita
Hymenophyllum polyanthos (Sw.) Sw.
epífita
Trichomanes ankersii C.
Parker ex Hook. & Grev.
hemiepífita
Dactylomys sp.
rato-de-bambu
rato-do-mato
Trichomanes hostmannianum
(Klotszch) Kunze
herbácea
Neacomys cf. paracou
Rhipidomys sp.
rato-do-mato
Trichomanes pedicellatum Desv.
hemiepífita
Sciurillus pusillus
esquilo, quatipuru
Trichomanes pinnatum Hedw.
herbácea
esquilo, quatipuru
Trichomanes trollii Bergdolt
herbácea
Trichomanes tuerckheimii H. Christ
hemiepífita
Trichomanes vittaria D.C. ex Poir.
herbácea
Lindsaea dubia Spreng.
herbácea
Lindsaea guianensis (Aubl.) Dryand.
herbácea
Lindsaea lancea (L.) Bedd. var. lancea
herbácea
Lindsaea macrophylla Kaulf.
herbácea
Lomariopsis japurensis (Mart.) J. Sm.
hemiepífita
Lomariopsis prieuriana Fée
hemiepífita
Nephrolepis biserrata (Sw.) Schott
epífita
Nephrolepis rivularis (Vahl) Mett. ex Krug
epífita
Lygodiaceae
Lygodium volubile Sw.
Liana
Marattiaceae
Danaea trifoliata Rchb. ex Kunze
herbácea
Metaxyaceae
Metaxya rostrata (Humb.,
Bonpl. et Kunth) C. Presl
herbácea
Oleandraceae
Oleandra pilosa Hook.
epífita
Sciurus aestuans
Lindsaeaceae
Lomariopsidaceae
Plano de Manejo da Reserva Biológica Maicuru | Anexo 2
84
Ocorrência de espécies na Reserva Biológica Maicuru
Divisão
Família
Polypodiaceae
Pteridaceae
Monilophyta
Saccolomataceae
Tectariaceae
Thelypteridaceae
Nome científico
87
Ocorrência de espécies na Reserva Biológica Maicuru
Nome comum
Hábito
Divisão
Família
Nome científico
Nome comum
Hábito
Campyloneurum phyllitidis (L.) C. Presl
epífita
Astronium lecointei Ducke
Cochlidium serrulatum (Sw.) L.E. Bishop
epífita
Thyrsodium spruceanum Benth.
Microgramma fuscopunctata
(Hook.) Vareschi
epífita
Microgramma lycopodioides (L.) Copel.
epífita
Annona foetida Mart.
Microgramma percussa (Cav.) de la Sota
epífita
Duguetia flagellaris Huber
Microgramma persicariifolia
(Schrad.) C. Presl
epífita
Duguetia pycnastera Sandwith
arbórea
Duguetia stelechantha (Diels) R.E. Fr.
arbórea
Microgramma reptans (Cav.) A.R. Sm.
epífita
Serpocaulon triseriale (Sw.) A.R. Sm.
epífita
Adiantum argutum Splitg.
herbácea
Adiantum cajennense Willd. ex Klotzsch
herbácea
Adiantum dolosum Kunze
herbácea
Adiantum glaucescens Klotzsch
herbácea
Adiantum humile Kunze
herbácea
Adiantum latifolium L.
herbácea
Adiantum multisorum A. Samp.
herbácea
Adiantum obliquum Willd.
herbácea
Adiantum paraense Hieron.
herbácea
Adiantum terminatum Kunze ex Miq.
herbácea
Ananthacorus angustifolius
(Sw.) Underw. & Maxon
Anacardiaceae
Annonaceae
arbórea
Breu de leite
Campnosperma gummiferum
(Benth.) Marchand
arbórea
arbórea
arbórea
Envira cana
arbórea
Duguetia surinamensis R.E. Fr.
Virola preta
arbórea
Fusaea longifolia (Aubl.) Saff.
Envira preta
arbórea
Guatteria amazonica R.E. Fr.
Envira amarela
arbórea
Guatteria olivacea R.E. Fr.
Envira bobó
arbórea
Rollinia insignis R.E. Fr.
arbórea
Tetrameranthus duckei R.E. Fr.
arbórea
Xylopia amazonica R.E. Fr.
arbórea
Xylopia calophylla R.E. Fr.
arbórea
Xylopia nitida Dunal
Envira branca
Xylopia sp.
arbórea
arbórea
Aspidosperma marcgravianum
Woodson
Carapanauba
amarela
arbórea
epífita
Aspidosperma spruceanum
Benth. ex Müll. Arg.
Carapanauba
arbórea
Anetium citrifolium (L.) Splitg.
epífita
Couma guianensis Aubl.
Hecistopteris pumila (Spreng.) J. Sm.
epífita
Pityrogramma calomelanos
(L.) Link var. calomelanos
herbácea
Polytaenium guayanense
(Hieron.) Alston
epífita
Pteris pungens Willd.
Geissospermum sericeum
Benth. & Hook. f. ex Miers
Angiospermae
arbórea
Quinarana
Himatanthus sp.
arbórea
arbórea
Himatanthus sucuuba (Spruce
ex Müll. Arg.) Woodson
Sucuba
arbórea
herbácea
Lacmellea gracilis (Müll. Arg.) Markgr.
Pau de colher
arbórea
Pteris tripartita Sw.
herbácea
Macoubea guianensis Aubl.
epífita
Amapá
amargoso
arbórea
Vittaria lineata (L.) Sm.
Saccoloma elegans Kaulf.
herbácea
Odontadenia sp.
Cipó cururu
Liana
Saccoloma inaequale (Kunze) Mett.
Apocynaceae
Tabernaemontana muricata
Link ex Roem. & Schult.
herbácea
arbustiva
Tectaria incisa Cav.
herbácea
Triplophyllum crassifolium Holttum
herbácea
Aspidosperma desmanthum
Benth. ex Müll. Arg.
Carapanauba
preta
arbórea
Triplophyllum dicksonioides
(Fée) Holttum
herbácea
Couma utilis (Mart.) Müll. Arg.
Sovinha
arbórea
Triplophyllum funestum
(Kunze) Holttum
herbácea
Triplophyllum hirsutum (Holttum)
J. Prado & R.C. Moran
herbácea
Thelypteris abrupta (Desv.) Proctor
herbácea
Thelypteris biolleyi (H. Christ) Proctor
herbácea
Thelypteris chrysodioides
(Fée) C.V. Morton
herbácea
Thelypteris hispidula (Decne.) C.F. Reed
herbácea
Araceae
Araliaceae
Thelypteris interrupta (Willd.) K. Iwats.
herbácea
herbácea
Thelypteris macrophylla
(Kunze) C.V. Morton
herbácea
Thelypteris serrata (Cav.) Alston
herbácea
Thelypteris tristis (Kunze) R.M. Tryon
herbácea
arbustiva
Não identificada 6
Schefflera morototoni (Aubl.)
Maguire, Steyerm. & Frodin
arbórea
Morototó
Astrocaryum gynacanthum Mart.
Arecaceae
Thelypteris leprieurii (Hook.) R.M. Tryon
Dieffenbachia sp.
arbórea
arbórea
Astrocaryum munbaca Mart.
herbácea
Attalea maripa (Aubl.) Mart.
arbórea
Attalea microcarpa Mart.
Palha preta
herbácea
Euterpe caatinga Barb. Rodr.
Açai
chumbinho
arbórea
Geonoma maxima var. chelidonura
(Spruce) A.J. Hend.
Ubim
herbácea
Plano de Manejo da Reserva Biológica Maicuru | Anexo 2
Plano de Manejo da Reserva Biológica Maicuru | Anexo 2
86
Ocorrência de espécies na Reserva Biológica Maicuru
Divisão
Família
Nome científico
Nome comum
Geonoma maxima var. maxima
Arecaceae
Bombacaceae
Boraginaceae
Bromeliaceae
Burseraceae
arbórea
Socratea exorrhiza (Mart.) H. Wendl.
Paxiuba
arbórea
Socratea exorrhiza (Mart.) H. Wendl.
Paxiuba
arbórea
Syagrus inajai (Spruce) Becc.
Pupunha brava
arbórea
Pará-pará
arbórea
Tabebuia incana A.H. Gentry
Ipê amarelo
arbórea
Não identificada 3
Liana
Bombacopsis nervosa
(Uittien) A. Robyns
arbórea
Quararibea ochrocalyx
(K. Schum.) Vischer
arbórea
Rhodognaphalopsis duckei A. Robyns
arbórea
Cordia nodosa Lam.
arbórea
Cordia sp.
arbórea
Bromelia sp.
herbácea
Hábito
Couepia ulei Pilg.
Caripe
pintadinho 2
arbórea
Hirtella bicornis Mart. & Zucc.
Farinha seca
branca
arbórea
Hirtella hispidula Miq.
arbórea
Hirtella macrophylla Benth. ex Hook. f.
Farinha seca
amarela
arbórea
Hirtella obidensis Ducke
Caripe
vermelho
arbórea
Hirtella piresii Prance
Farinha seca
vermelha
arbórea
Hirtella rodriguesii Prance
arbórea
Hirtella sprucei Benth. ex Hook. f.
Farinha seca
arbórea
Licania canescens Benoist
Caripê
arbórea
Licania caudata Prance
Chrysobalanaceae
Angiospermae
arbórea
Licania elata (Pilg.) Pilg. ex L. Williams
Caripe
pintadinho 1
arbórea
Licania impressa Prance
Caripe branco
arbórea
Caripe
pintadinho
arbórea
arbórea
Protium altsonii Sandwith
arbórea
Licania niloi Prance
arbórea
Licania oblongifolia Standl.
Protium giganteum Engl.
arbórea
Licania rodriguesii Prance
arbórea
Protium heptaphyllum (Aubl.) Marchand
arbórea
Caripé
pintadinho
Licania sp. 1
Farinha seca
preta
arbórea
Breu vermelho
arbórea
arbórea
Protium hostmannii (Miq.) Engl.
Breu sem
cheiro 2
arbórea
Protium krukoffii Swart
Breu sem
cheiro 1
arbórea
Protium nitidifolium (Cuatrec.) D.C. Daly
Breu amarelo
arbórea
Licania heteromorpha Benth.
arbórea
arbórea
Licania tomentosa (Benth.) Fritsch
arbórea
arbórea
Calophyllum aff. brasiliense Cambess.
arbórea
Lorostemon coelhoi Paula
arbórea
Symphonia globulifera L. f.
arbórea
Tovomita sp. 1
arbórea
Buchenavia guianensis Alwan & Stace
arbórea
Protium opacum Swart
Breu branco
Breu folha
grande
arbórea
Protium spruceanum (Benth.) Engl.
Breu sem
cheiro 3
arbórea
Protium strumosum D.C. Daly
Breu paredão
arbórea
Protium unifoliolatum Engl.
Tetragastris altissima (Aubl.) Swart
arbórea
Breu manga
Trattinnickia sp.
Caryocar glabrum (Aubl.) Pers.
arbórea
arbórea
Piquiarana
arbórea
Cecropia purpurascens C.C. Berg
arbórea
Cecropia sciadophylla Mart.
arbórea
Pourouma cuspidata Mildbr.
arbórea
Pourouma minor Benoist
arbórea
Pourouma sp.
arbórea
Pourouma tomentosa Mart. ex Miq.
Goupia glabra Aubl.
arbórea
Cupiúba
Couepia guianensis Aubl.
Chrysobalanaceae
Nome comum
Crepidospermum rhoifolium
(Benth.) Triana & Planch.
Protium sp.
Celastraceae
Nome científico
Licania micrantha Miq.
Protium paniculatum Engl.
Cecropiaceae
Família
herbácea
Jacaranda copaia (Aubl.) D. Don
Protium pallidum Cuatrec.
Caryocaraceae
Divisão
herbácea
Bacaba
Protium decandrum (Aubl.) Marchand
Angiospermae
Hábito
Oenocarpus bacaba Mart.
Não identificada 7
Bignoniaceae
89
Ocorrência de espécies na Reserva Biológica Maicuru
arbórea
arbórea
Couepia longipendula Pilg.
Castanha
de galinha
arbórea
Couepia robusta Huber
Pajurá
arbórea
Licania sp. 2
Licania sprucei (Hook. f.) Fritsch
Clusiaceae
Combretaceae
arbórea
Caripe amarelo
Jacareuba
arbórea
arbórea
Plano de Manejo da Reserva Biológica Maicuru | Anexo 2
Plano de Manejo da Reserva Biológica Maicuru | Anexo 2
88
ANEXO 3
Relatório da Reunião Técnica
de Prezoneamento
Construção e Consolidação
dos Planos de Manejo da
REBIO Maicuru e
ESEC Grão-Pará
Produto elaborado através do Contrato entre Conservação
Internacional do Brasil – Programa Amazônia – e
Cinco Reinos – Serviços e Pesquisas Ambientais.
© CI / Adriano Gambarini
Plano de Manejo da Reserva Biológica Maicuru | Anexo 3
93
Relatório da Oficina de Pesquisadores
Agradecimentos
1. Apresentação
2.1 Atividades Programadas
Aos pesquisadores e técnicos comprometidos
não só com a pesquisa científica, mas com as
implicações que esta tem para o planejamento e a gestão de áreas protegidas, bem como
para políticas públicas eficazes de conservação da natureza:
O presente relatório detalha a metodologia
aplicada, as atividades realizadas e os resultados alcançados na Reunião Técnica de Prezoneamento da Reserva Biológica Maicuru e da
Estação Ecológica Grão-Pará, criadas em 2006
pelo governo do Estado do Pará, na região da
Calha Norte do Rio Amazonas; estas Unidades
de Conservação estão sendo implementadas
por um consórcio de instituições, entre elas a
Conservação Internacional do Brasil.
As atividades programadas para o dia foram:
Thaís Kasecker
César Haag
Conservação Internacional do Brasil
Joanísio Cardoso Mesquita
Joyce Lameira
Manoel R. Silva Potiguar
Charles B. Souza
Secretaria de Meio Ambiente do Estado do Pará
Jakeline Pereira
IMAZON
Marinus Steven Hoogmoed
Teresa C. S. Avila Pires
Alexandre Aleixo
MPEG
Essa etapa do trabalho faz parte da construção
do Capítulo III (“Planejamento das Unidades de
Conservação - UC”) dos Planos de Manejo dessas UC. Seguindo a proposta do Roteiro Metodológico para elaboração de Planos de Manejo das Unidades de Conservação Estaduais do
Pará (SEMA, 2009) buscou-se, com essa reunião, criar um espaço que permitisse a participação de pesquisadores, gestores estaduais e
técnicos das instituições parceiras componentes do Consórcio Calha Norte na discussão e na
elaboração de Alvos de Conservação, Critérios
de Conservação e proposta de Prezoneamento
para as UC citadas.
2. Descrição da reunião
Para a configuração do prezoneamento da Reserva Biológica Maicuru e da Estação Ecológica
Grão-Pará foi programada uma reunião técnica
em Belém, Pará, com pesquisadores, gestores e
técnicos chave. A proposta era a realização de
um encontro anterior à Oficina de Planejamento Participativo (OPP) para estruturação inicial
desses zoneamentos.
Foram convidados os membros das instituições
componentes do Consórcio Calha Norte: Secretaria Estadual de Meio Ambiente do Pará,
Conservação Internacional do Brasil – CI, Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia – Imazon, Museu Paraense Emilio Goeldi –
MPEG, Instituto de Desenvolvimento Florestal
do Estado do Pará – Ideflor, Instituto de Manejo e Certificação Florestal e Agrícola – Imaflora
e a Agência de Cooperação Técnica Alemã –
GTZ. A reunião ocorreu no dia 09 de agosto de
2010 e estiveram presentes gestores da SEMA-PA, representantes da CI e do Imazon, pesquisadores do MPEG e os consultores responsáveis
pela consolidação dos Planos de Manejo das
UC em questão (os participantes estão citados
nos agradecimentos).
•
Apresentação inicial dos dados
sistematizados para os Capítulos I e II
(Aspectos Gerais da UC e
Diagnóstico da UC);
• Definição dos Alvos de
Conservação para REBIO e ESEC;
•
Apresentação sobre Zoneamento
de Unidades de Conservação e
sobre a metodologia de Convergência/
Ponderação de Critérios versus Zonas;
• Ponderação de cada Alvo de Conservação
com uso de Critérios de Conservação
estabelecidos para a ESEC e a REBIO;
•
Elaboração do Prezoneamento usando
como referência os Alvos de Conservação
em bases cartográficas georreferenciadas
e o resultado da ponderação desses alvos.
3. Metodologia
O objetivo central da reunião foi a elaboração
de uma proposta de Prezoneamento para as UC
REBIO Maicuru e ESEC Grão-Pará. Para isso, foi
feita uma apresentação inicial pela equipe responsável pela consolidação desses Planos de
Manejo a respeito dos dados já sistematizados
para essas unidades. Foram apresentados e discutidos os Capítulos I (Aspectos Gerais da UC)
e II (Diagnóstico da UC) desses planos. Sobre o
Capítulo I foram apresentados: a Ficha Técnica
das UC; Localização e Acesso; Histórico de Criação, Planejamento e Gestão da UC; Contextualização da UC nos Sistemas de Unidades de Conservação e Aspectos Legais de Gestão e Manejo
da UC. Sobre o Capítulo II foram apresentados
os dados da Caracterização da Paisagem; Bioma
(Áreas de Endemismo; Megareservas); Relevos e
Tipos Vegetacionais; Características Biológicas e
Situação Atual de Gestão da Unidade. A proposta
foi utilizar essas informações na discussão dos
Alvos de Conservação para as unidades.
Em seguida, foi feita, então, uma atividade para
definição dos Alvos de Conservação, a partir
da metodologia de “Chuva de Idéias”. Por essa
metodologia (utilizada em reuniões e oficinas
menores) o facilitador anota as idéias principais
dos participantes para posterior definição dos
alvos (Figura 1). As idéias são então agrupadas
(dentro do possível) caso sejam bastante semelhantes, para depois ser feita a escolha (eleição)
dos alvos que serão avaliados.
Plano de Manejo da Reserva Biológica Maicuru | Anexo 3
RELATÓrio DA OFIcina
de pesquisadores
92
Figura 1. Atividade em plenária para levantamento dos Alvos de Conservação.
Após a definição dos Alvos de Conservação foi
feita uma apresentação sobre Zoneamento em
UC, com foco nas categorias Reserva Biológica
e Estação Ecológica. Foram apresentados os tipos de zonas indicados pelo Roteiro Metodológico para elaboração de Planos de Manejo das
Unidades de Conservação Estaduais do Pará
(SEMA, 2009) (Figura 2). Nesse momento também foi apresentada a metodologia sugerida no
roteiro para se trabalhar a definição do Zoneamento: a ferramenta Convergência/Ponderação
de Critérios de Conservação versus Zonas. Nesse método, os critérios, tais como fragilidade do
meio físico, grau de conservação da vegetação,
representatividade de ecossistemas, riqueza e/
95
Relatório da Oficina de Pesquisadores
Relatório da Oficina de Pesquisadores
ou diversidade de espécies, entre outros, foram
identificados e ponderados, possibilitando o estabelecimento de prioridades e considerando
sua compatibilidade com níveis de intensidade
de intervenção: nenhuma, baixa, média e alta.
Após essa explicação, para cada Alvo de Conservação foi realizada a ponderação desses critérios e a análise de em qual tipo de Zona os Alvos poderiam ser alocados (de acordo com as
prioridades, intensidade de intervenção e oportunidades identificadas).
Finalizando o dia de trabalho, os Alvos e suas
Zonas foram identificados em mapas para a elaboração de uma proposta de Prezoneamento.
1. Resultados
• Riqueza e ou diversidade de espécies
4.1 Alvos de Conservação
• Presença de espécies ameaçadas
A partir da “chuva de idéias” realizada com os
participantes, foram definidos 05 Alvos de Conservação para a ESEC Grão-Pará e 05 para a REBIO Maicuru. Para a ESEC foram determinados
como alvos: (1) Áreas acima de 400 – 450 metros, com destaque para os Platôs e a Serra do
Acari; (2) Savanas e Florestas de Transição; (3)
a Cabeceira do Rio Trombetas; (4) os Lajedos;
e (5) Espécies ameaçadas e endêmicas. Para a
REBIO os alvos seguiram a mesma idéia geral:
(1) Áreas acima de 400 – 450 metros; (2) Florestas de Transição; (3) Florestas Sazonalmente Alagadas e Bambuzais (localizadas às margens dos rios Paru, Ipitinga, Jaru e Maicuru); (4)
os Lajedos; e (5) Espécies ameaçadas e endêmicas. De modo geral, os alvos selecionados
focaram aspectos físicos e/ou biológicos únicos das unidades de conservação. A idéia foi
destacar a importância de áreas/habitat diferenciados e que representassem a diversidade
de ambientes dessas UC, assim merecendo o
foco em conservação. Para compreender melhor as particularidades de cada alvo, segue no
presente relatório a caracterização dos Critérios de Conservação utilizados nessa discussão
e sua ponderação para cada Alvo.
• Presença de espécies cinegéticas
4.2 Critérios de Conservação
Seguindo novamente o Roteiro Metodológico para elaboração de Planos de Manejo das
Unidades de Conservação Estaduais do Pará
(SEMA, 2009) foram estabelecidos Critérios de
Conservação, isto é, características que determinam a organização do zoneamento. Esses
critérios foram pensados para indicar as singularidades das UC, os valores de conservação e a
vocação de uso de cada zona. Foram elencados
34 critérios, sendo eles:
• Fragilidade do Meio Físico
• Habitat Único ou Muito Raro
• Variabilidade Ambiental (relevo)
• Grau de Conservação da Vegetação
• Presença de espécies raras
• Presença de espécies endêmicas
• Presença de novos registros de espécies
• Presença de novas espécies
• Áreas degradadas ou com predomínio
de espécies exóticas
• Potencial espécies de fauna para manejo
• Presença de conectividade de florestas,
indicando corredores de biodiversidade
• Variabilidade Hídrica (tipos de rios)
• Potencial de recursos pesqueiros
• Presença de infra-estrutura
• Proximidade de local de acesso
• Monumento natural de beleza cênica
(voltado para educação)
• Potencial para sensibilização
(educação ambiental)
• Áreas com programa de conservação
e pesquisa
• Área de sobreposição indígena
• Presença de sítios arqueológicos/
paleontológicos (para região de entorno)
• Potencial de visitação (para região
de entorno)
• Potencial para manejo de produtos florestais
e não-florestais (para região de entorno)
• Presença de população tradicional
• Á r e a d e u s o d o s r e c u r s o s p e l a
população tradicional
• Susceptibilidade Ambiental (parte biótica)
• Presença de atividades conflitantes
com os objetivos da UC - Áreas de mineração
• Representatividade de ecossistemas,
habitats e/ou fitofisionomias
• Presença de atividades conflitantes com os
objetivos da UC - Áreas de desmatamento
• Áreas de Transição
Figura 2. Apresentação dos tipos de Zonas indicados pelo Roteiro Metodológico.
• Presença de espécies de distribuição restrita
• Especificidade das Espécies
Plano de Manejo da Reserva Biológica Maicuru | Anexo 3
Plano de Manejo da Reserva Biológica Maicuru | Anexo 3
94
Figura 3. Ponderação dos Critérios para cada Alvo de Conservação.
4.3 Ponderação dos Critérios para
cada Alvo de Conservação
A partir dos critérios citados, cada alvo foi trabalhado separadamente, pensando-se na área
ocupada por eles nas UC. Cada alvo foi classificado seguindo os níveis de afinidade com esses
97
Relatório da Oficina de Pesquisadores
critérios (ALTO, MÉDIO, BAIXO ou, ainda, NÃO
SE APLICA – NA) (Figura 3). Seguem, abaixo, as
tabelas com esses resultados para a ESEC e para
a REBIO (Tabelas 1 e 2, respectivamente).
Tabela 1. Ponderação dos critérios para cada alvo de conservação da Estação Ecológica Grão-Pará.
Critérios de Conservação
Savanas e Florestas
de Transição
Áreas acima de 400 – 450
metros, com destaque para
os Platôs e a Serra do Acari
Cabeceira do
Rio Trombetas
Fragilidade do Meio Físico
MÉDIA
ALTA
ALTA
Habitat Único ou Muito Raro
ALTA
MÉDIA
MÉDIA
Variabilidade Ambiental (relevo)
ALTA
ALTA
ALTA
Grau de Conservação
da Vegetação
ALTA
ALTA
ALTA
Susceptibilidade ambiental
(parte biótica)
ALTA
ALTA
ALTA
Representatividade de
ecossistemas, habitats e/
ou fitofisionomias
ALTA
ALTA
ALTA
Áreas de Transição
ALTA
MÉDIA
BAIXA
Especificidade das espécies
ALTA
MÉDIA
BAIXA
Riqueza e ou diversidade
de espécies
MÉDIA
ALTA
MÉDIA
Presença de espécies ameaçadas
BAIXA
BAIXA
BAIXA
Presença de espécies cinegéticas
MÉDIA
MÉDIA
BAIXA
Presença de espécies de
distribuição restrita
ALTA
MÉDIA
Presença de espécies raras
MÉDIA
MÉDIA
Critérios de Conservação
Savanas e Florestas
de Transição
Áreas acima de 400 – 450
metros, com destaque para
os Platôs e a Serra do Acari
Cabeceira do
Rio Trombetas
Presença de espécies endêmicas
BAIXA
MÉDIA
MÉDIA
Presença de novos
registros de espécies
MÉDIA
BAIXA
BAIXA
Presença de novas espécies
BAIXA
BAIXA
BAIXA
Áreas degradadas ou com
predomínio de espécies exóticas
NA
NA
NA
Potencial espécies de
fauna para manejo
NA
NA
NA
Presença de conectividade
de florestas, indicando
corredores de biodiversidade
NA
NA
ALTA
Variabilidade Hídrica (tipos de rios)
BAIXA
BAIXA
BAIXA
Potencial de recursos pesqueiros
BAIXA
BAIXA
BAIXA
Presença de infra-estrutura
BAIXA
BAIXA
NA
Proximidade de local de acesso
BAIXA
BAIXA
NA
Monumento natural de beleza
cênica (voltado para educação
e não para visitação)
ALTA
ALTA
ALTA
Potencial para sensibilização
(educação) ambiental
ALTA
MÉDIA
BAIXA
Áreas com programa de
conservação e pesquisa
ALTA
ALTA
ALTA
Área de sobreposição indígena
ALTA
MÉDIA
ALTA
Presença de sítios arqueológicos/
paleontológicos (para
região de entorno)
NA
NA
NA
Potencial de visitação (para
região de entorno)
NA
NA
NA
Potencial para manejo de
produtos florestais e não-florestais
(para região de entorno)
NA
NA
NA
Presença de população tradicional
NA
NA
NA
área de uso dos recursos naturais
pela população tradicional
NA
NA
NA
Presença de atividades conflitantes
com os objetivos da UC - Áreas
de mineração / GARIMPO
NA
NA
NA
Presença de atividades
conflitantes com os objetivos da
UC - Áreas de desmatamento
BAIXA
NA
NA
Tabela 2. Ponderação dos critérios para cada alvo de conservação da Reserva Biológica Maicuru.
Critérios de Conservação
Florestas de
Transição
Áreas acima de 400
– 450 metrosi
Florestas Sazonalmente Alagadas
e Bambuzais (localizadas
às margens dos rios Paru,
Ipitinga, Jaru e Maicuru)s
Fragilidade do Meio Físico
MÉDIA
ALTA
ALTA
Habitat Único ou Muito Raro
ALTA
MÉDIA
ALTA
Variabilidade Ambiental (relevo)
ALTA
ALTA
BAIXA
MÉDIA
Grau de Conservação
da Vegetação
ALTA
ALTA
ALTA
BAIXA
Susceptibilidade ambiental
(parte biótica)
ALTA
ALTA
ALTA
Plano de Manejo da Reserva Biológica Maicuru | Anexo 3
Relatório da Oficina de Pesquisadores
Plano de Manejo da Reserva Biológica Maicuru | Anexo 3
96
ALTA
MÉDIA
MÉDIA
Especificidade das espécies
ALTA
MÉDIA
MÉDIA
Riqueza e ou diversidade
de espécies
MÉDIA
ALTA
MÉDIA
Presença de espécies ameaçadas
BAIXA
BAIXA
BAIXA
Presença de espécies cinegéticas
MÉDIA
MÉDIA
ALTA
Presença de espécies de
distribuição restrita
ALTA
MÉDIA
MÉDIA
Presença de espécies raras
MÉDIA
MÉDIA
MÉDIA
Presença de espécies endêmicas
BAIXA
MÉDIA
MÉDIA
Presença de novos
registros de espécies
MÉDIA
BAIXA
BAIXA
Presença de novas espécies
BAIXA
BAIXA
BAIXA
Áreas degradadas ou com
predomínio de espécies exóticas
NA
NA
MÉDIA
Potencial espécies de
fauna para manejo
NA
NA
Presença de conectividade
de florestas, indicando
corredores de biodiversidade
NA
Variabilidade Hídrica
(tipos de rios)
Tabela 3. Matriz de refêrencia utilizada para definição do tipo de zona de cada alvo de conservação.
Fragilidade do Meio Físico
ALTA
ALTA
MÉDIA
BAIXA
MÉDIA
NA
NA
NA
Habitat Único ou Muito Raro
ALTA
ALTA
MÉDIA
BAIXA
MÉDIA
NA
NA
NA
Variabilidade Ambiental (relevo)
ALTA
ALTA
MÉDIA
BAIXA
MÉDIA
NA
NA
NA
Grau de Conservação da Vegetação
ALTA
ALTA
MÉDIA
BAIXA
BAIXA
NA
NA
NA
NA
Susceptibilidade ambiental
(parte biótica)
ALTA
ALTA
MÉDIA
BAIXA
MÉDIA
NA
NA
NA
NA
ALTA
Representatividade de ecossistemas,
habitats e/ou fitofisionomias
ALTA
ALTA
MÉDIA
BAIXA
NA
NA
NA
NA
Áreas de Transição
ALTA
ALTA
MÉDIA
BAIXA
MÉDIA
NA
NA
NA
BAIXA
BAIXA
MÉDIA
Especificidade das Espécies
ALTA
ALTA
MÉDIA
BAIXA
MÉDIA
NA
NA
NA
Potencial de recursos pesqueiros
BAIXA
BAIXA
ALTA
Presença de infra-estrutura
BAIXA
BAIXA
ALTA
Proximidade de local de acesso
BAIXA
BAIXA
ALTA
Monumento natural de beleza
cênica (voltado para educação
e não para visitação)
ALTA
ALTA
BAIXA
Potencial para sensibilização
(educação) ambiental
ALTA
Áreas com programa de
conservação e pesquisa
ALTA
Área de sobreposição indígena
Riqueza e ou diversidade de espécies
ALTA
ALTA
MÉDIA
BAIXA
NA
NA
NA
NA
Presença de espécies ameaçadas
ALTA
ALTA
MÉDIA
BAIXA
NA
NA
NA
NA
Presença de espécies cinegéticas
ALTA
ALTA
MÉDIA
BAIXA
NA
NA
NA
NA
Presença de espécies de
distribuição restrita
ALTA
ALTA
MÉDIA
BAIXA
NA
NA
NA
NA
Presença de espécies raras
ALTA
ALTA
MÉDIA
BAIXA
NA
NA
NA
NA
MÉDIA
Presença de espécies endêmicas
ALTA
ALTA
MÉDIA
BAIXA
NA
NA
NA
NA
ALTA
ALTA
MÉDIA
BAIXA
NA
NA
NA
NA
ALTA
MÉDIA
Presença de novos
registros de espécies
BAIXA
BAIXA
BAIXA
Presença de sítios arqueológicos/
paleontológicos (para
região de entorno)
NA
NA
NA
Potencial de visitação (para
região de entorno)
NA
NA
NA
Potencial para manejo de
produtos florestais e nãoflorestais (para região de entorno)
NA
NA
NA
Presença de população
tradicional
NA
MÉDIA
NA
NA
Presença de novas espécies
ALTA
ALTA
MÉDIA
BAIXA
NA
NA
NA
NA
Áreas degradadas ou com
predomínio de espécies exóticas
BAIXA
BAIXA
MÉDIA
MÉDIA
ALTA
NA
NA
NA
Potencial espécies de
fauna para manejo
NA
NA
NA
NA
NA
NA
NA
ALTA
Presença de conectividade
de florestas, indicando
corredores de biodiversidade
ALTA
ALTA
MÉDIA
MÉDIA
NA
NA
NA
NA
Variabilidade Hídrica (tipos de rios)
ALTA
ALTA
MÉDIA
BAIXA
BAIXA
NA
NA
NA
Potencial de recursos pesqueiros
NA
NA
NA
NA
NA
NA
NA
ALTA
Presença de infra-estrutura
NA
NA
NA
ALTA
NA
NA
NA
ALTA
NA
BAIXA
MÉDIA
ALTA
MÉDIA
NA
NA
NA
área de uso dos recursos naturais
pela população tradicional
NA
NA
NA
Proximidade de local de acesso
BAIXA
MÉDIA
ALTA
NA
NA
NA
ALTA
NA
ALTA
MÉDIA
Monumento natural de beleza
cênica (voltado para educação
e não para visitação)
NA
Presença de atividades
conflitantes com os
objetivos da UC - Áreas de
mineração / garimpo
Potencial para sensibilização
(educação) ambiental
NA
BAIXA
MÉDIA
ALTA
ALTA
NA
ALTA
ALTA
Presença de atividades
conflitantes com os objetivos da
UC - Áreas de desmatamento
BAIXA
Áreas com programa de
conservação e pesquisa
MÉDIA
ALTA
ALTA
MÉDIA
MÉDIA
NA
NA
NA
Área de sobreposição indígena
NA
NA
NA
NA
NA
MÉDIA
ALTA
ALTA
NA
MÉDIA
Plano de Manejo da Reserva Biológica Maicuru | Anexo 3
Áreas de Transição
Zona de
Amortecimento
MÉDIA
Zona de
Ocupação
Temporária
ALTA
Zona Conflitante
ALTA
Zona de
Recuperação
Representatividade de
ecossistemas, habitats e/
ou fitofisionomias
A partir dessa ponderação, o padrão de respostas e cores para cada alvo foi comparado com
uma Matriz de Referência feita para os diferentes tipos de Zona, que se encontra a seguir (Tabela 3). Por essa matriz, cada alvo foi relacionado a um tipo de zona (resultado citado no
próximo item do presente relatório – Tabela 4).
Zona de Alta
Intervenção
Áreas acima de 400
– 450 metrosi
Os alvos “Lajedos” e “Espécies ameaçadas e endêmicas” não foram classificados dessa forma
porque os participantes entenderam que faltam
informações sobre esses temas, inclusive em relação à área ocupada por eles. De qualquer maneira, esses alvos deverão ser considerados para
a elaboração de programas no Plano de Manejo
de ambas as UC.
Zona de
Intervenção
Moderada
Florestas de
Transição
Florestas Sazonalmente Alagadas
e Bambuzais (localizadas
às margens dos rios Paru,
Ipitinga, Jaru e Maicuru)s
Critérios de Conservação
99
Relatório da Oficina de Pesquisadores
Zona de Baixa
Intervenção
Relatório da Oficina de Pesquisadores
Zona de
Intervenção Nula
Plano de Manejo da Reserva Biológica Maicuru | Anexo 3
98
101
Relatório da Oficina de Pesquisadores
Zona de Baixa
Intervenção
Zona de
Intervenção
Moderada
Zona de Alta
Intervenção
Zona de
Recuperação
Zona Conflitante
Zona de
Ocupação
Temporária
Zona de
Amortecimento
Tabela 4. Definição dos tipos de zonas para cada alvo na ESEC Grão-Pará E REBIO Maicuru.
Presença de sítios arqueológicos/
paleontológicos (para
região de entorno)
NA
NA
NA
NA
NA
NA
NA
ALTA
Potencial de visitação (para
região de entorno)
NA
NA
NA
NA
NA
NA
NA
ALTA
Potencial para manejo de
produtos florestais e não-florestais
(para região de entorno)
NA
NA
NA
NA
NA
NA
NA
ALTA
Presença de população tradicional
NA
NA
NA
NA
NA
MÉDIA
ALTA
ALTA
Área de uso dos recursos naturais
pela população tradicional
NA
NA
NA
NA
NA
MÉDIA
ALTA
ALTA
Presença de atividades conflitantes
com os objetivos da UC - Áreas
de mineração / garimpo
BAIXA
BAIXA
BAIXA
BAIXA
ALTA
ALTA
MÉDIA
NA
Presença de atividades
conflitantes com os objetivos da
UC - Áreas de desmatamento
BAIXA
BAIXA
BAIXA
MÉDIA
ALTA
ALTA
MÉDIA
NA
4.1 Zoneamento
Conforme o Sistema Nacional de Unidades de
Conservação – SNUC, Lei Federal nº 9.985, de
18 de julho de 2000, o zoneamento constitui
um importante instrumento de ordenamento
territorial e estabelece usos diferenciados para
cada zona, segundo seus objetivos e os objetivos de cada categoria de UC. O Roteiro Metodológico para elaboração de Planos de Manejo das Unidades de Conservação Estaduais do
Pará (SEMA, 2009), por sua vez, cita o zoneamento como uma das mais importantes ferramentas do Plano de Manejo, sendo parte essencial para se atingir a missão e visão de futuro das UC. O Zoneamento prevê a definição de
normas para as diferentes zonas e deve facilitar
a gestão da UC, devendo ter, portanto, objetividade em suas normas e delimitação.
ESEC GRÃO-PARÁ
Savanas e Florestas de Transição
Áreas acima de 400 – 450
metros, com destaque para
os Platôs e a Serra do Acari
Cabeceira do Rio Trombetas
Zona de Baixa Intervenção
Zona de Baixa Intervenção
Zona de Moderada Intervenção
Florestas de Transição
Áreas acima de 400 – 450 metros
Florestas Sazonalmente Alagadas e
Bambuzais (localizadas às margens dos
rios Paru, Ipitinga, Jaru e Maicuru)
Zona de Baixa Intervenção
Zona de Baixa Intervenção
Zona de Moderada Intervenção +
Zona de Ocupação Temporária
REBIO MAICURU
Com base nessas características, a reunião técnica aqui descrita objetivou a discussão dos limites
prováveis de cada zona para a ESEC Grão-Pará
e REBIO Maicuru, seguindo os alvos já citados
(trabalho de Prezoneamento). Já os programas
e usos foram discutidos na OPP (descrição em
relatório anexo). A Tabela 4 mostra os resultados
alcançados para esse prezoneamento.
Utilizando como base os mapas já gerados para
as UC sobre relevo, hidrografia, tipos vegetacionais, geologia e solos (Figura 4), e as informações até agora descritas, foi construído um
mapa de Prezoneamento para a ESEC Grão-Pará em conjunto com a REBIO Maicuru (Figura
5). A Figura 6 detalha as características de cada
uma das zonas pensadas, citando os alvos que
levaram a definição daquela área. Vale salientar
que para delimitação das zonas também foram
considerados os limites do meio físico, de modo
a facilitar a identificação em campo.
Figura 4. Utilização dos diferentes mapas das UC para o Prezoneamento.
Plano de Manejo da Reserva Biológica Maicuru | Anexo 3
Relatório da Oficina de Pesquisadores
Zona de
Intervenção Nula
Plano de Manejo da Reserva Biológica Maicuru | Anexo 3
100
Relatório da Oficina de Pesquisadores
NA
Plano de Manejo da Reserva Biológica Maicuru | Anexo 3
103
Relatório da Oficina de Pesquisadores
TD
VE
Figura 5. Mapa de Prezoneamento para a ESEC Grão-Pará em conjunto com a REBIO Maicuru. As áreas
em
verde
GY
NS FG
CO
RR
representam Zonas de Baixa Intervenção (ZB), em laranja, Zonas de Moderada Intervenção (ZM) e em azul,
Zona
AP de
BR
Ocupação Temporária (ZOT). O quadro ilustrado acima da figura está detalhado na Figura 2.
AM
PE
PA
MA
Guyana Amazonian Park
Figura 6. Detalhes dos Tipos de Zonas para a ESEC Grão-Pará e REBIO Maicuru
Nome UC
Zonas
Código
Área-hectares
Alvos
REBIO Maicuru
Zona de Baixa Intervenção
ZB1
370,755.37
Floresta Alagada do Rio Jari;
Floresta com Parma Tucumaque
Zona de Baixa Intervenção
ZB2
250,210.50
Áreas com altitude>400m
Zona de Baixa Intervenção
ZB3
84,496.39 Áreas com altitude>400m
Zona de Moderada Intervençao
ZM1
279,251.91 Áreas com altitude>400m; Floresta
de transição; Floresta Alagada
dos Rios Maicuru e Paru D’Este
Zona de Moderada Intervençao
ZM2
103,568.39
Zona de Ocupação Temporária
ZOT
S ipaliwini NR
PARNA Montanhas do Tumucumaque
ZB1
PI Tumucumaque
Rio Jari
ZM
REBIO Maicuru
ZB2
ZB3
ZB4
85,801.97 Garimpos e pistas de pouso ilegais
1,174,084.53
ES EC do Grão-Pará
ZM2
ESEC do
Grão-Pará
TI Rio Paru d'Es te
Rio Paru
ZB2
Zona de Baixa Intervenção
ZB1
424,498.56
Áreas com altitude>400m; Platôs
Zona de Baixa Intervenção
ZB2
603,542.34
Savanas e Floresta de transição;
Proximidade com indígenas isolados
Zona de Baixa Intervenção
ZB3
531,903.65
Áreas com altitude>400m;
Floresta de transição
Zona de Baixa Intervenção
ZB4
1,225,9543.96
Áreas com altitude>400m;
Serra do Acari
Zona de Moderada Intervençao
ZM
ZOT
Rio Trombetas
Rio Erepecuru
ZM1
ZB1
TI Trombetas /Mapuera
ZB3
FES do Trombetas
Rio Mapuera
Floresta de Transição, savanas e
floresta alagada do rio Ipitinga
TI Zo´é
1,412,569.18
Cabeceira do rio Trombetas
4,198,057.69
FES do Paru (FES )
TI Nhamundá-Mapuera
REBIO do Rio Trombetas
FLONA de Mulata
REBIO do Uatumã (REBIO)
FLONA de Mulata
FES de Faro
FLONA de S aracá-Taquera
0 425 850
NA
1.700 Km
TD
VE
CO
PE
GY NS FG
RR
AP
AM
BR
PA
MA
Como é possível observar na figura 6, foram
identificados 03 tipos de zonas para a REBIO
Maicuru: Zona de Baixa Intervenção (ZB), Zona
de Moderada Intervenção (ZM) e Zona de Ocupação Temporária (ZOT). Já para a ESEC Grão-Pará, foram identificados apenas 02 tipos zonas: Zona de Baixa Intervenção (ZB) e Zona de
Moderada Intervenção (ZM). Para ambas as UC,
a característica principal da ZB foi a conservação da natureza e dos seus alvos de conservação, com pouca ou nenhuma intervenção humana. A atividade principal para essa zona foi
definida como pesquisa científica. Também para
a ZM o foco principal foi conservação da natureza e pesquisa científica, sendo que as atividades
nessa zona não devem modificar as características do ambiente e da paisagem. A proposta é
que após a estruturação do órgão gestor para
a aplicação de ações de educação ambiental
Referências
SEMA, Secretaria de Estado de Meio Ambiente do Estado
do Pará. 2009. Roteiro metodológico para elaboração de
planos de manejo das Unidades de Conservação Estaduais do Pará.
nas UC, essas zonas moderadas sejam também
foco de uso controlado, e que nelas sejam delimitadas pequenas Zonas de Alta Intervenção
quando necessárias, para acesso e construção
de infraestrutura. Já a ZOT da REBIO foi pensada para abranger as áreas de garimpo, tendo
caráter provisório, uma vez que essa ocupação
deverá ser solucionada (sendo depois essa zona
incorporada a outro tipo, seguindo nova avaliação dos alvos de conservação e recomendações
técnicas do órgão gestor).
Após a construção dessa proposta de Prezoneamento, os dados aqui descritos foram encaminhados para a OPP para validação dos tipos de zonas,
coleta de novas características das UC e seu entorno e definição de programas relacionados.
Plano de Manejo da Reserva Biológica Maicuru | Anexo 3
102
© CI / Adriano Gambarini
ANEXO 4
Relatório da Oficina de
Planejamento Participativo
Construção e Consolidação
dos Planos de Manejo da
REBIO Maicuru e ESEC
Grão-Pará
Produto elaborado através do Contrato entre Conservação
Internacional do Brasil – Programa Amazônia – e
Cinco Reinos – Serviços e Pesquisas Ambientais.
Plano de Manejo da Reserva Biológica Maicuru | Anexo 4
relatório da oficina de planejamento participativo
107
Oficina de Planejamento Participativo – ESEC Grão-Pará e REBIO Maicuru
1. Apresentação
De 11 a 13 de agosto de 2010, Belém, Pará
O presente relatório consta como produto previsto no contrato firmado entre a Conservação
Internacional do Brasil e Cinco Reinos – Pesquisas e Serviços Ambientais Ltda.
Plano de Manejo da Reserva Biológica Maicuru | Anexo 4
RELATÓrio DA OFIcina de
planejamento participativo
106
Agradecimentos
Um planejamento participativo só é possível com o engajamento social. Pessoas que, com suas
idéias, sugestões e opiniões, colaboram na construção de processos. Manifestamos nossos sinceros agradecimentos aos participantes da Oficina de Planejamento Participativo da Estação Ecológica Grão-Pará e da Reserva Biológica Maicuru:
Adilson Antônio Nemer
Secretaria de Meio Ambiente do Município de Almeirim
Antônio Francisco de Souza Jambo
Presidente da Câmara de Almeirim
Antônio Ribeiro de Meireles
Câmara de Vereadores do Município de Monte Alegre
Márcia C. Sarges
Joanísio Cardoso Mesquita
Manoel R. Silva Potiguar
Angela Amanakwa Kachiuana
Nara Fernanda Reis
Cláudia de Nazaré Leitão
Charles B. Souza
Este documento descreve a Oficina de Planejamento Participativo (OPP) como etapa da construção e consolidação dos Planos de Manejo da
ESEC Grão-Pará e REBIO Maicuru, no Estado do
Pará, e está dividido em (1) descrição da metodologia utilizada para construção da Missão e
Visão de Futuro de cada UC, para avaliação dos
Alvos de Conservação, validação do Prezoneamento e para a elaboração dos Programas de
Manejo e (2) resultados das diferentes atividades realizadas na OPP.
Secretaria de Meio Ambiente do Estado do Pará
Bruno Daniel Brilhante dos Santos
Presidente do Sindicato de Trabalhadores e
trabalhadoras do Município de Almeirim
Cíntia da Cunha Soares
Cecilia Awaeko Apalai
Mariana Vedoveto
Jakeline Pereira
Coordenadora da Associação dos Povos
Indígenas do Tumucumaque – APITU
Cid José Bahia dos Santos
Secretário de Meio Ambiente do
Município de Monte Alegre
Décio Horita Yokota
Instituto de Pesquisa e Formação Indígena – IEPE
Ernesto Horácio da Cruz
Associação de Defesa Etno-Ambiental
Kanindé – Rondônia
Fátima Guerreiro Reale
Secretaria de Meio Ambiente do Município de Oriximiná
Juventino Pesirima Kaxuyana
Presidente da Associação de Povos Indígenas
Tiriyó, Kaxuyana, Txik – Yana – APITIKATXI
Maria Gardene Pimentel Trajano
Fundação Estadual de Meio Ambiente Ciência
Tecnologia de Roraima – FEMACT
Paulo Manoel dos Santos
Presidente da Associação de Povos
Indígenas Mapuera – APIM
Sinéia Bezerra do Valle
Conselho Indígena do Estado de Roraima
Thaís KaseckerCésar Haag
Conservação Internacional do Brasil
IDEFLOR
IMAZON
Marinus Steven Hoogmoed
Teresa C. S. Avila Pires
Alexandre Aleixo
José de Souza e Silva Júnior
MPEG
Juscelino Arlindo do Carmo Bessa
FUNAI – Belém
Ana Lucia Augusto
Ministério Público –Núcleo de Meio Ambiente – NUMA
2. A Oficina de Planejamento
Participativo (OPP)
O processo de elaboração dos Planos de Manejo das Unidades de Conservação (UC) no Pará
deve considerar seu contexto político local, regional e nacional e permitir um nível de participação que pressuponha integração dos diversos grupos de interesse e flexibilização para as
mudanças no planejamento e gestão.
A Oficina de Planejamento Participativo (OPP) é
uma etapa do processo de elaboração dos Planos de Manejo do Estado do Pará, proposta no
Roteiro Metodológico (SEMA 2009). Nesta etapa são elaboradas diretrizes e identificadas estratégias de gestão que possibilitem alcançar
a Missão e a Visão de Futuro da UC e os objetivos do Plano de Manejo. A partir de informações básicas e dos diagnósticos que compõem
os Capítulos I e II dos Planos de Manejo foram
definidas metodologias específicas de trabalho envolvendo diferentes atores sociais, locais
e regionais, que se relacionam de alguma forma
com as UC ESEC Grão-Pará e REBIO Maicuru,
e instituições de importância reconhecida para
as UC. Dessa forma, diversas atividades foram
executadas durante a oficina, com o intuito de
planejar participativamente aspectos importantes dos Planos de Manejo dessas áreas, como a
Missão e Visão de Futuro da UC, Alvos de Conservação, Zoneamento das UC e Programas de
Manejo (mais bem detalhados a seguir).
Acredita-se que a participação da sociedade na
elaboração dos Planos de Manejo deve ir além
daquelas possibilidades previstas em Lei, como
é o caso das Consultas Públicas e dos Conselhos Gestores de UC. Devem ser criados espaços que permitam a participação em todas as
etapas de elaboração do Plano (SEMA 2009).
A participação social é fundamental para a consolidação da UC, para sua proteção e para o alcance dos seus objetivos de conservação. Entretanto, este apoio só é efetivado na medida
em que a UC seja um fator de melhoria da qualidade de vida da sociedade local (SEMA 2009).
2.1 Contato com os atores sociais
relacionados às UC e seu entorno
Anteriormente à OPP foram contatados e mobilizados os atores sociais (indivíduos, grupos,
organizações, instituições e comunidades) envolvidos na conservação da ESEC Grão-Pará e
da REBIO Maicuru ou afetados por elas. Esta tarefa ficou sobre a responsabilidade da Secretaria de Estado de Meio Ambiente do Pará (SEMA),
órgão gestor das UC, que por meio desse trabalho também já mobilizou os potenciais conselheiros (ou os próprios preconselheiros), promovendo uma integração e participação desses
no processo de planejamento e gestão destas
áreas protegidas.
O convite para participar da OPP foi feito, então, a 36 atores sociais de diferentes representações, seja do poder público ou da sociedade
civil. Efetivamente participaram da oficina 21 representantes (Tabela 1).
relatório da oficina de planejamento participativo
relatório da oficina de planejamento participativo
Plano de Manejo da Reserva Biológica Maicuru | Anexo 4
TABELA 1. RELAÇÃO DOS ATORES SOCIAIS E PRESENTES NA OFICINA DE PLANEJAMENTO PARTICIPATIVO DA ESEC GRÃO-PARÁ E REBIO MAICURU, DE 11 A 13 DE AGOSTO DE 2010.
2.2 Atividades iniciais da OPP
22.1 Apresentação Inicial
Convidados/Presentes
Poder Público
Sociedade Civil
Prefeitura de Caroebe
Associação do Povo Indígena Wai-Wai - APIW
Fundação Estadual de Meio Ambiente Ciência Tecnologia de Roraima – FEMACT RR
Associação do Povo Indígena Wai-Wai Local - APIWX
Prefeitura de Monte Alegre
Câmara dos Vereadores de Monte Alegre
Conselho Indígena do Estado de Roraima - CIR
Instituto de Pesquisa e Formação Indígena - IEPE
Prefeitura de Alenquer
Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira - Coiab
Prefeitura de Oriximiná
Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia - IPAM
Prefeitura de Óbidos
Associação de Defesa Etno-Ambiental Kanindé - Rondônia
Funai Pará
Funai Roraima
Defensores da Amazônia Deama – Monte Alegre
Museu Paraense Emílio Goeldi - MPEG
Sindicato de Trabalhadores e Trabalhadoras do Município de Almeirim - STTR
Universidade Federal do Oeste do Pará – UFOPA
Instituto do Homem e Meio Ambiente - Imazon
Prefeitura de Almeirim
Instituto de Manejo e Certificação Florestal e Agrícola - Imaflora
Câmara de Vereadores de Almeirim
Instituto Chico Mendes de Biodiversidade -ICMBio- Parna Tumucumaque
ICMBIo - Esec Jari
ICMBio - Belém
Secretaria Estadual de Meio Ambiente do Estado do Pará - SEMA
Assessoria de Povos Indígenas - SEMA
Ministério Público – Núcleo de Meio Ambiente – NUMA
Após as boas vindas aos participantes pela
SEMA e pela equipe Consultora, iniciou-se uma
apresentação inicial em Powerpoint para nivelar informações importantes entre todos os presentes: o que é um Plano de Manejo e o zoneamento de uma área protegida, o que são unidades de conservação e suas categorias, além
de outras noções gerais do Sistema Nacional de
Unidades de Conservação da Natureza (SNUC).
Nesta apresentação também foram mostrados
dados relevantes da ESEC Grão-Pará e da REBIO Maicuru, um resumo do que está contido
nos capítulos I e II dos respectivos Planos de
Manejo. A apresentação foi finalizada com um
fluxograma (Figura 1) de como seria a oficina,
de onde se partiria e onde se gostaria de chegar
após os três dias.
Quais os sonhos e
expectativas em relação
às UC criadas?
Essa pergunta
remeterá aos alvos
de conservação
e oportunidades
importantes para
a configuração
do zoneamento
Instituto de Desenvolvimento Florestal do Estado do Pará - Ideflor
Agência de Cooperação Técnica Alemã - GTZ
Associação de Povos Indígenas Mapuera - APIM
Associação dos Povos Indígenas do Tumucumaque - APITU
Associação de Povos Indígenas Tiriyó, Kaxuyana, Txik – Yana - APITIKATXI
Pergunta para
iniciar a discussão
das estratégias de
conservação e os
programas de manejo
Essa pergunta
remeterá à Missão e
Visão de Futuro da UC
O que é importante
ser conservado na
ESEC e na REBIO?
Quais as oportunidades
e os problemas?
Conservação Internacional - CI
109
Dirá respeito
às ameaças à
conservação
O que fazer para valorizar
as oportunidades e
resolver os problemas?
Figura 1. Fluxograma apresentado no primeiro dia da OPP, na apresentação inicial.
2.2.2 Barco dos Desejos
Essa atividade consistiu em fazer com que os
participantes colocassem seus desejos, sonhos
e expectativas em relação às UC que foram
criadas e que se apresentassem em plenária
de uma forma mais dinâmica. Primeiramente,
foram distribuídos entre as pessoas presentes
quatro peixes de cores diferentes (dois para a
ESEC e dois para a REBIO). Nestes peixes os participantes tiveram que escrever, para cada UC a
qual se relacionavam, o porquê da UC ter sido
criada, ou seja, seu objetivo de criação (Peixe
1), e quais os seus desejos, sonhos e expectativas em relação a UC (Peixe 2). Em seguida, cada
pessoa se apresentava e comentava o que havia escrito nos peixes, colocando-os no barco
que “navegou” entre os participantes (Figura 2).
2.2.3 Definição em plenária da Missão e da
Visão de cada UC
Após a apresentação de todos os participantes,
explicou-se o que seria Missão e Visão de Futuro
de uma UC. Os peixes relacionados ao motivo da
UC ter sido criada foram agrupados para formar
a Missão de cada UC e a partir de termos semelhantes destacou-se algumas idéias principais. O
mesmo ocorreu com os peixes relacionados aos
sonhos, expectativas, desejos, que foram agrupados para compor a Visão de Futuro.
Plano de Manejo da Reserva Biológica Maicuru | Anexo 4
108
Figura 2. Atividade do Baco dos Desejos.
2.3 Resultados da Participação Social em termos de representatividade
2.4 A Missão e a Visão de Futuro das
Unidades de Conservação
No primeiro dia de oficina participaram 27 pessoas, no segundo dia 23 e no terceiro 21. A representatividade, em termos quantitativos, do
Poder Público e Sociedade Civil foi praticamente similar, 57,9% e 58,8% respectivamente,
ou seja, um pouco mais da metade dos atores
sociais convidados para a OPP, tanto do poder
público como sociedade civil, foram representados por no mínimo uma pessoa.
A Missão e a Visão de Futuro da UC norteiam a
identificação dos objetivos do Plano de Manejo.
A Missão expressa o motivo de criação da UC,
representando a sua unicidade dentro do SNUC.
A Visão de Futuro, por sua vez, representa o cenário desejado para a UC em longo prazo (10-15
anos), considerando a sua Missão, e sintetiza os
anseios e as expectativas dos diferentes atores
envolvidos em seu planejamento. Ela deve indicar aonde se quer chegar e deve ser de fácil
compreensão, pois é o passo inicial na construção das estratégias de ação do Plano de Manejo.
Qualitativamente, a participação desses atores
parece ter sido efetiva, pois suas colocações,
anseios e sugestões foram a todo tempo ouvidas e discutidas, tanto em plenária, quanto
nos trabalhos em grupos menores, visto que
várias modificações, complementações e observações feitas foram adicionadas aos Alvos
de Conservação e Zoneamento prepropostos
(maiores informações ainda neste relatório) e
que os Programas de Manejo foram construídos com esses atores por meio de seus olhares,
opiniões e visões de mundo.
Neste contexto, vários itens foram listados para
a Missão e a Visão de Futuro de cada UC na
OPP, colocados a seguir:
Missão da ESEC Grão-Pará:
• Proteger a biodiversidade,
rios e ambientes únicos;
• Proteção, conservação e manutenção da integridade física e biológica;
• Pesquisa Científica e Educação Ambiental;
• Preservação e segurança do entorno e das Terras Indígenas;
• Para ser uma megareserva (ter
um enorme tamanho);
• Garantir o ordenamento territorial;
• Consolidar o maior Corredor Ecológico
do Planeta (Mosaico da Calha Norte).
relatório da oficina de planejamento participativo
111
Visão de Futuro da ESEC Grão-Pará:
• Corredor Calha Norte estabelecido;
• Ser referência em gestão e pesquisa (ser um modelo de gestão);
• Ser uma área estratégica para conservação
e pesquisa da UC na fronteira (manutenção da integridade em área de fronteira);
• Perpetuação da biodiversidade e processos ecológicos;
• Equilíbrio da Sociobiodiversidade;
• Aumentar o conhecimento da região (aumentar a quantidade de
estudos na UC e entorno);
• Divulgação dos estudos (retorno
para comunidade e para gestão);
• Ter visibilidade nacional e internacional;
• Ter contribuído para segurança e sustentabilidade para as Terras Indígenas;
• Ter desenvolvido parceria com o entorno;
• Ser uma área livre de conflitos socioeconômicos e ambientais.
Plano de Manejo da Reserva Biológica Maicuru | Anexo 4
relatório da oficina de planejamento participativo
Plano de Manejo da Reserva Biológica Maicuru | Anexo 4
110
Missão da REBIO Maicuru:
• Preservação da Biodiversidade;
• Importância para o Mosaico;
• Ordenamento territorial;
• Pesquisa e Educação Ambiental;
• Garantir o patrimônio ambiental;
• Barreira contra o desmatamento e outras atividades ilegais.
Visão de Futuro da REBIO Maicuru:
• Resolução dos conflitos;
• Alcançar os objetivos da UC;
• Divulgação e Educação Ambiental;
• Gestão efetiva e integrada com
outras áreas protegidas;
• Modelo de UC e de gestão;
• Garantir a preservação eternamente para as futuras gerações;
• Segurança das Terras Indígenas;
• Ter garantido que a flora e fauna permaneçam intactas;
• Realizado pesquisas compatíveis com
os objetivos da UC e divulgado os resultados (retorno para comunidade);
• Auxiliado no desenvolvimento de políticas públicas;
• Servir de referência para políticas públicas;
• Melhoria do entorno;
• Garantir o ordenamento territorial da Calha Norte.
A partir dos itens listados formulou-se pelos
consultores, após o término da OPP, a Missão e
a Visão de Futuro de cada UC trabalhada.
Missão da ESEC Grão-Pará:
“A ESEC Grão-Pará foi criada para ser uma megareserva, proteger a biodiversidade, rios e
ambientes únicos, conservando e mantendo
sua integridade física e biológica e permitindo
pesquisa científica e educação ambiental. Junto com outras áreas protegidas, tem também
como objetivo consolidar o maior corredor
ecológico do Planeta, o Mosaico Calha Norte,
atuando na preservação e segurança do entorno e das Terras Indígenas, bem como na garantia do ordenamento territorial local.”
Visão de Futuro da ESEC Grão-Pará:
“Espera-se que a ESEC Grão-Pará continue perpetuando a biodiversidade, os processos ecológicos e o equilíbrio da sociobiodiversidade,
sendo uma área estratégica para conservação
e pesquisa na fronteira norte do Brasil. Que ela
seja referência, modelo, em gestão e pesquisa,
com visibilidade nacional e internacional, tendo
desenvolvido parceria com o entorno, aumentado o conhecimento científico da região e divulgado os estudos realizados.”
Missão da REBIO Maicuru:
“A REBIO Maicuru foi criada para proteger a
biodiversidade e compor o mosaico de áreas
protegidas da Calha Norte do Rio Amazonas,
permitindo a pesquisa científica e a educação
ambiental, assim garantindo um patrimônio
ambiental. De grande importância para o ordenamento territorial, a REBIO pode atuar como
uma barreira contra o desmatamento e outras
atividades ilegais.”
Visão de Futuro da REBIO Maicuru:
“Espera-se que a REBIO Maicuru garanta a preservação intacta da flora e da fauna para as futuras gerações, com a realização de pesquisas científicas e educação ambiental compatíveis com os
objetivos da UC e divulgando os resultados. Que
seja modelo de UC e de gestão efetiva e integrada com outras áreas protegidas, atuando na resolução de conflitos, na segurança das Terras Indígenas ao redor, na melhoria do entorno e no
auxílio ao desenvolvimento de políticas públicas.”
relatório da oficina de planejamento participativo
113
relatório da oficina de planejamento participativo
Tabela 2: Tabela das características de cada zona de manejo.
Intervenção Nome
Nenhuma
Baixa
Moderada
Objetivos
Principais
Características
Principais
Exemplos de Atividades
Compatíveis com
ESEC e REBIO
Zona de
intervenção
nula
Proteger
integralmente
os ecossistemas
e seus recursos
genéticos.
Zona de alta prioridade para a
conservação, onde se encontram
áreas naturais preservadas
sem alterações humanas.
• Pesquisa científica,
de acordo com as
normas da zona.
Zona de prioridade média a
alta para conservação, onde se
encontram pouca ou nenhuma
intervenção humana.
• Pesquisa científica;
Zona de baixa
intervenção
Preservar o
ambiente natural,
permitindo
atividades de
baixo impacto
que não alterem
o ambiente.
Compatibilizar
a conservação
da natureza
com o manejo
sustentável dos
recursos naturais.
Zona de prioridade média a alta
para conservação. As atividades
nesta zona não devem modificar
as cacterísticas do ambiente
e da paisagem. É constituída
em sua maior parte por áreas
conservadas, podendo apresentar
áreas com alterações antrópicas.
• Pesquisa científica;
Harmonizar as
atividades de
gestão da UC e
uso dos recursos
naturais com
a conservação
da área.
Contituída por áreas naturais
comservadas e por áreas
antropizadas, onde serão
admitidas as atividades de
maior impacto, que alteram as
características do ambiente e
da paisagem. É desejável que
esta zona esteja localizada em
áreas de baixa a média prioridade
para conservação e, sempre que
possível, na periferiada UC.
• Infraestrutura de
administração da UC
(oficinas, alojamentos,
postos e outros);
Área antropizada na UC que
necessita de recuperação
ambiental. É uma zona provisória
que, uma vez recuperada, será
incorporada novamente a uma
das zonas permanentes.
• Pesquisa científica;
Zona de
recuperação
Deter a
degradação
dos recursos
e recuperar
a qualidade
ambiental da área.
Zona
conflitante
Minimizar os
impactos sobre
a UC resultantes
das atividades
não-compatíveis
com os objetivos
da sua categoria
de manejo.
Áreas ocupadas por
empreendimentos de utilidade
pública que são incompatíveis
com os objetivos da UC,
como barragens, linhas de
transmissão, dentre outros.
• Manutenção
e proteção das
infraestruturas relativas
aos empreendimentos
de utilidade pública;
Manutenção e
monitoramento
do ambiente
natural de áreas
com concentração
de populações
humanas e suas
áreas de uso.
Áreas que concentram os
locais de moradia e uso das
populaçãos humanas. Esta tem
caráter provisório e, depois de
realocadas as populações, deverá
ser incorporada a outra zona.
• Educação ambiental;
Minimizar os
impactos negatvos
sobre a Unidade,
resultantes
das atividades
humanas no
seu entorno.
Área externa aos limites de
uma UC, na qual as atividades
humanas estão sujeitas a normas
e restrições específicas.
• Atividades sujeitas
a normas e restrições
estabelecidas no
plano de manejo da
UC e atendendo às
especificidades de
licenciamento do
órgão ambiental.
Zona de
moderada
intervenção
Figura 3. Participantes em momento de reflexão a respeito dos Alvos de Conservação.
2.5 Apresentação e Discussão sobre
os Alvos de Conservação
Inicialmente, foi feita uma apresentação em Powerpoint explicando o que são Alvos de Conservação. Foi definido “Alvo de Conservação”
como sendo algo que se deseja cuidar dentro de
uma Unidade de Conservação, podendo contemplar ambientes específicos, animais e plantas, espécies ameaçadas, espécies endêmicas,
tipo de relevo, rios ou outros corpos hídricos
ou ainda, um determinado tipo de vegetação.
Em seguida, comentou-se a respeito da Reunião de Prezoneamento realizada com gestores
e pesquisadores e os Alvos por eles escolhidos
foram apresentados. Para a ESEC Grão-Pará, foram considerados Alvos as áreas acima de 400450m (Platôs e Serra do Acari), Savanas e Florestas de Transição, a Cabeceira do rio Trombetas, os Lajedos e as plantas e animais endêmicos
e os ameaçados de extinção. Na REBIO Maicuru foram considerados Alvos de Conservação
as áreas acima de 400-450 m, as Florestas de
Transição, as Florestas Sazonalmente Alagadas
(floresta de várzea) e Bambuzais (localizados às
margens dos rios Paru, Ipitinga, Jari e Maicuru), os Lajedos (caso também sejam localizados
nesta área) e as plantas e animais endêmicos e
os ameaçados de extinção.
Em continuidade, mapas de relevo, tipos vegetacionais e hidrografia tanto da ESEC quanto da REBIO foram mostrados com o objetivo de localizar esses Alvos predefinidos. Após
essa apresentação, os Alvos foram discutidos e
o passo seguinte foi sua validação. Através de
uma “chuva de idéias”, onde o moderador anotou em folha flip-chart as idéias principais dos
participantes, novos alvos foram identificados.
Os participantes validaram os alvos propostos
pelos pesquisadores e gestores na Reunião Técnica de Prezoneamento e foram acrescentados
à lista outros dois Alvos: a Zona de Amortecimento das Terras Indígenas (10 km para dentro
da ESEC e da REBIO) e os Sítios Arqueológicos.
Alta
Zona de alta
intervenção
2.6 Apresentação do Zoneamento
O passo seguinte foi trabalhar o Zoneamento
das Unidades de Conservação. Foi realizada
uma breve apresentação explicando a importância do Zoneamento e suas características,
como por exemplo, o fato da área ser dividida
em diferentes zonas que apresentam objetivos e
normas específicas, que focam na proteção da
biodiversidade, proteção de interesses histórico-culturais, uso dos recursos naturais e culturais para pesquisa e educação e nas características de acesso e manutenção. Explicou-se que
as zonas são classificadas de acordo com o “Nível de Intervenção” que se deseja que haja em
cada zona. Foram distribuídas cópias da tabela
abaixo (uma adaptação feita da tabela apresentada do “Roteiro Metodológico”) a cada participante, para em seguida ser feita uma leitura
conjunta e respectiva explicação.
Variada
Zona de
ocupação
temporária
Zona de
amortecimento
• Educação ambiental.
• Educação ambiental.
• Pesquisa científica;
• Educação ambiental.
• Interpretação;
• Recuperação de
áreas alteradas.
• Educação ambiental.
• Pesquisa científica;
• Monitoramento
ambiental.
Plano de Manejo da Reserva Biológica Maicuru | Anexo 4
Plano de Manejo da Reserva Biológica Maicuru | Anexo 4
112
relatório da oficina de planejamento participativo
relatório da oficina de planejamento participativo
Plano de Manejo da Reserva Biológica Maicuru | Anexo 4
Após a leitura do quadro e explicação das características de cada zona, foram apresentados
os resultados da Reunião Técnica de Prezoneamento realizada dois dias antes da OPP. Nesse
momento, foi comentado que o objetivo da reunião realizada com os técnicos, pesquisadores e
gestores foi a definição de uma idéia de zoneamento para as UC, com base nas características
técnicas já levantadas tanto para a ESEC quanto
para a REBIO. Explicou-se que a proposta para
a OPP seria a discussão do mapa de Prezoneamento gerado, e que após esse exercício seriam
definidas as características de cada zona.
Figura 5. Detalhes dos Tipos de Zonas resultantes da reunião de Prezoneamento para a ESEC Grão-Pará e REBIO Maicuru.
Ao final da apresentação, foi mostrado, então,
o mapa da ESEC Grão-Pará e da REBIO Maicuru
com seus respectivos zoneamentos (Figura 4).
Para otimizar as discussões e esperando uma
maior participação dos atores presentes na OPP,
o próximo passo foi a divisão dos participantes
em grupos para se trabalhar essa proposta de zoneamento e as demais ações descritas a seguir.
NA
Área-hectares
115
Nome UC
Zonas
Código
Alvos
REBIO Maicuru
Zona de Baixa Intervenção
ZB1
370,755.37
Floresta Alagada do Rio Jari;
Floresta com Parma Tucumaque
Zona de Baixa Intervenção
ZB2
250,210.50
Áreas com altitude>400m
Zona de Baixa Intervenção
ZB3
84,496.39 Áreas com altitude>400m
Zona de Moderada Intervençao
ZM1
279,251.91 Áreas com altitude>400m; Floresta
de transição; Floresta Alagada
dos Rios Maicuru e Paru D’Este
Zona de Moderada Intervençao
ZM2
103,568.39
Zona de Ocupação Temporária
ZOT
Floresta de Transição, savanas e
floresta alagada do rio Ipitinga
85,801.97 Garimpos e pistas de pouso ilegais
1,174,084.53
TD
VE
GY
NS FG
Figura 4. Mapa definido na reunião de Prezoneamento para a ESEC Grão-Pará em conjunto com a REBIOCO
Maicuru.
As áreas
RR
AP
em verde representam Zonas de Baixa Intervenção (ZB), em laranja, Zonas de Moderada Intervenção (ZM) e em azul,
Zona
BR
AM
PE
PA
MA
de Ocupação Temporária (ZOT). O quadro ilustrado acima da figura está detalhado na Figura 5.
Guyana Amazonian Park
ESEC do
Grão-Pará
Zona de Baixa Intervenção
ZB1
424,498.56
Áreas com altitude>400m; Platôs
Zona de Baixa Intervenção
ZB2
603,542.34
Savanas e Floresta de transição;
Proximidade com indígenas isolados
Zona de Baixa Intervenção
ZB3
531,903.65
Áreas com altitude>400m;
Floresta de transição
Zona de Baixa Intervenção
ZB4
1,225,9543.96
Áreas com altitude>400m;
Serra do Acari
Zona de Moderada Intervençao
ZM
S ipaliwini NR
1,412,569.18
Cabeceira do rio Trombetas
4,198,057.69
PARNA Montanhas do Tumucumaque
ZB1
PI Tumucumaque
Rio Jari
ZM
REBIO Maicuru
ZB2
ZB3
2.7 Atividades propostas para os grupos
ZB4
ES EC do Grão-Pará
ZM2
Para melhor aproveitamento e continuidade do
trabalho, os participantes foram divididos, então,
em 3 grupos (2 para a ESEC e 1 para a REBIO) e
cada grupo contou com a presença de um moderador. Para esta divisão, levou-se em conta o
interesse pessoal de cada participante em participar mais detalhadamente do planejamento da
ESEC ou da REBIO, e também a necessidade de
haver representação dos diferentes setores governamentais e da sociedade civil em cada um
dos grupos. Cada grupo trabalhou na validação
do zoneamento, completou uma matriz identificando as ameaças e oportunidades relacionadas
a cada Alvo de Conservação, qualificou a Zona
de Amortecimento e trabalhou nos Programas
relacionados ao manejo das UC.
TI Rio Paru d'Es te
Rio Paru
ZB2
ZOT
Rio Trombetas
Rio Erepecuru
ZM1
ZB1
TI Trombetas /Mapuera
ZB3
FES do Trombetas
Rio Mapuera
TI Zo´é
FES do Paru (FES )
TI Nhamundá-Mapuera
REBIO do Rio Trombetas
FLONA de Mulata
REBIO do Uatumã (REBIO)
FLONA de Mulata
FES de Faro
FLONA de S aracá-Taquera
0 425 850
NA
2.7.1 Material para Validação do Zoneamento
1.700 Km
Foi distribuído a cada grupo um mapa impresso
proposto na Reunião de Prezoneamento da UC
TD
em questão, em tamanho A0. Os Alvos de Conservação foram revisados dentro de cada grupo
e também foram disponibilizadas as apresentações até então realizadas, os relatórios técnicos
e todos os mapas digitais. Esses documentos
embasaram a discussão e análise do Prezoneamento e, a partir daí, cada grupo desenhou no
mapa as suas sugestões de Zoneamento.
2.7.2 Matriz de Planejamento dos Alvos
Cada pequeno grupo ficou responsável por responder perguntas sobre os Alvos de Conservação da sua UC. Estas perguntas objetivaram definir a localização do Alvo, as ameaças que sofrem,
as possíveis oportunidades a eles relacionadas e
indicar as estratégias de conservação que irão
compor os Programas e Sub-programas de Manejo a serem implementados nas UC.
Para isso, uma matriz de planejamento referente
aos Alvos foi trabalhada nos grupo, seguindo o
exemplo abaixo:
VE
CO
PE
GY NS FG
RR
AP
AM
BR
PA
Alvo de Conservação
MA
Ameaças
(Problemas)
Oportunidades
Possível solução
(Programas)
Plano de Manejo da Reserva Biológica Maicuru | Anexo 4
114
116
relatório da oficina de planejamento participativo
Plano de Manejo da Reserva Biológica Maicuru | Anexo 4
2.7.3 Qualificação da Zona
de Amortecimento
relatório da oficina de planejamento participativo
Foi distribuído também, a cada grupo, um mapa
impresso da região de entorno das UC (tamanho A0) (Figura 6), e com base nos critérios
mencionados para essa zona, cada grupo analisou e identificou as ameaças e potenciais da
região de entorno de cada UC.
Depois de finalizada esta etapa, e seguindo as
orientações contidas no Roteiro Metodológico, cada grupo delineou os programas de conservação para o que eles haviam considerados
ameaças e oportunidades e, quando possível,
foram citados os possíveis responsáveis e os
prazos de execução para cada um deles.
NA
TD
VE
CO
CO
Plano de Manejo da Reserva Biológica Maicuru | Anexo 4
2.7.4 Programas
GY NS
RR
AP
BR
AM
PA
MA
Figura 6. Mapa da ESEC Grão-Pará e REBIO Maicuru com seu entorno.
Venezuela
Réserve Biologique Domaniale de Lucifer Dékou-Dék
Réserve naturelle de la Trinité
TI S anta Inês
TI Raposa S erra do S ol
Central S uriname Nature Reserve
Réserve naturelle des Nouragues
TI Ananás TI AnaroTI S ão Marcos
TI Cajueiro
TI Ouro
TI Aningal
ES E C de Maracá TI Barata/Livramento
TI S erra da Moça
TI Boqueirão
TI Truaru
TI Jaboti
TI S ucuba
TI Uaçá I e II
TI Bom Jesus
Guyana
TI Manoá/Pium
FLONA de Roraima
Guyana Amazonian Park
TI CanauanimTI Moskow
TI Tabalascada
TI Malacacheta TI Muriru
TI Yanomami
Brazil
TI Juminá
TI Galibi
PARNA do Cabo Orange
S uriname
TI Araçá TI Ponta da S erra
FE S do Amapá (FES )
S ipaliwini NR
TI Jacamim
PARNA Montanhas do Tumucumaque
ES E C de Caracaraí
PI Tumucumaque
ES E C Niquiá
PARNA do Viruá
Brazil
REBIO Maicuru
TI Wai-Wai
FLONA do Amapá
REBIO Maicuru
ES EC do Grão-Pará
TI Waiãpi
FE S do Amapá (FES )
ES E C do Grão-Pará
Rio Jari
FLONA de Anauá
TI Rio Paru d'E ste
RDS do Rio Iratapuru FE S do Amapá (FES )
Rio Trombetas
APA do Curiaú
TI Trombetas/Mapuera
Rio Erepecuru
FE S do Trombetas
REBIO de Fazendinha (RE BIO)
TI Zo´é
FES do Trombetas
Rio Mapuera
Rio Paru
FE S do Paru (FE S )
ES E C do Jari
RES E X do Rio Cajari
Brazil
RDS de Itatupã-Baquiá
FES do Paru (FES )
TI Nhamundá-Mapuera
TI Waimiri-Atroari
NA
FLONA de Mulata
REBIO do Rio Trombetas
REBIO do Uatumã (RE BIO)
FLONA de Mulata
FE S de Faro
CO
FLONA de S aracá-Taquera
PARNA do Jaú (PARNA)
APA Caverna do Maroaga (Pres idente Figueiredo)
APA Margem Es querda do Rio Negro
Brazil
RDS do Uatumã
FE S do Rio Urubu
ARIE PDBFF - Proj. Dinâmica B. de Fragmentos Flores tais
ES E C de Anavilhanas
FLONA Caxiuanã
PES Monte Alegre (PES )
APA Paytuna
CO
GY NS
RR
AP
AM
BR PA
RES E X Verde para S empre
PES Nhamundá (PES )
APA de Nhamundá (APA)
Brazil
PES do Rio Negro S etor S ul
0 450 900 1.800 Km
APA Margem Direita do Rio Negro - S etor Paduari-S olimões
APA Margem Es querda do Rio Negro
RES E C de S auim-Cas tanheira
TI Jatuarana
TI Rio Urubu
TI Fortaleza do Patauá
TI Paraná do Arauató
TI Boa Vista
TI Tracajá
TI GaviãoTI Murutinga
TI PoncianoTI Cuia
TI Paracuhuba
TI Lago do Marinheiro TI Capivara
TI Ilha do Camaleão
FE S de Maués
TI Tabocal
TI Trincheira
TD
VE
RES E X Gurupá-Melgaço
FES de Faro
RES E X do Rio Unini
RES E X Tapajós -Arapiuns
FLONA do Tapajós
TI Paquiçamba
TI Andirá-Marau
PARNA da Amazônia
TI Arara
TI Arara da Volta Grande do Xingu
TI Koatinemo
117
MA
118
relatório da oficina de planejamento participativo
119
relatório da oficina de planejamento participativo
2.8 Resultados do
trabalho dos grupos
2.8.1 Zoneamento
ESEC
Um dos grupos que trabalhou com a ESEC
Grão-Pará, em função da Zona de Amortecimento das Terras Indígenas (TI) ter sido considerada como um Alvo de Conservação, demarcou uma área de 10 km nos limites da ESEC com
as TI (exceto ao redor da TI Zo’é que, seguindo
o Decreto n°1.310 de 26/09/08 de criação de
Zonas Intangíveis de 20 km em outras UC ao
redor da TI Zo’é, foi considerada uma área de
20 km). Para o grupo, essa Zona foi considerada como de Intervenção Nula. Este mesmo
grupo, considerando ainda que possa haver a
presença de índios isolados perto de uma das
nascentes do Rio Trombetas, aumentou a área
de abrangência da Zona de Baixa Intervenção
nessa região, que anteriormente havia sido considerada como Zona de Moderada Intervenção.
O Prezoneamento proposto nas demais áreas
foi validado por este grupo.
No outro grupo que trabalhou a ESEC, surgiram
duas propostas em relação à zona considerada
como Zona de Moderada Intervenção no Prezoneamento: uma proposta podia ser a validação do
Prezoneamento, e a outra a proposta de que toda
esta área se transformasse em Zona de Baixa Intervenção, pelo critério de ocorrer nesta zona uma
rota de passagem indígena. Este grupo identificou,
ainda, uma rota de migração de indígenas que segue o rio Erepecuru e foi sugerido que uma área
de 50 km a partir de cada margem do rio fosse
considerada como Zona de Moderada Intervenção. Nas demais áreas, o Prezoneamento proposto foi validado por este grupo.
REBIO
O grupo que trabalhou com a REBIO Maicuru sugeriu que a área da Zona de Ocupação Temporária aumentasse em função da localização, pelos
participantes, da presença de outros garimpos e
pistas de pouso na região. Foi sugerido que, depois de resolvidos os problemas com os garimpos, toda essa área passasse a fazer parte de uma
Zona de Recuperação e, em seguida, depois de
recuperada, se transformasse em Zona de Moderada Intervenção. Em função de ter sido identificada nesta região uma antiga rota de migração
indígena, mencionou-se também a possibilidade
da presença de sítios arqueológicos (entorno do
Rio Paru). O restante da região ao sul dessa área
(que anteriormente havia sido considerada como
Zona de Moderada Intervenção) foi considerada
como Zona de Baixa Intervenção. Partindo-se do
limite sul da considerada ZB2 no Prezoneamento, sairia uma linha horizontal imaginária até o
limite com a TI Paru d’Este. Esta área ao norte,
que antes havia sido considerada de Moderada
Intervenção, passaria agora a constituir outra
Zona de Baixa Intervenção.
Os pontos de desmatamento identificados no
mapa de vegetação foram considerados pelo
grupo como Zona de Recuperação e acredita-se que esta seja uma antiga área de garimpo.
Para finalizar, uma área de 10km em todo limite oeste da REBIO (que faz fronteira com terras
indígenas) passou a ser considerada como Zona
de Baixa Intervenção, seguindo a mesma idéia
de se proteger o Alvos de Conservação Zona de
Amortecimento das Terras Indígenas (TI).
Alvo de
Conservação
Ameaças
(Problemas)
Oportunidades
Áreas acima de
400-450m
Falta de Pesquisa
Coletar mais dados de
fauna, flora, ambientes
e de grupos indígenas
• Fazer pesquisa
• Buscar financiamentos
Pelotão de Fronteiras,
possibilidade futura
de instalação de base
militar (militares da
Força Nacional a cada
200km na fronteira
da Calha Norte)
Base para fiscalização,
vigilância, pesquisa e
presença do governo
• Mitigar os impactos;
• Contato prévio e permanente com
o Ministério da Defesa;
• Contatar o exército para identificar
responsáveis pela seleção de pessoas
e da base
• Inserir essas pessoas no
acompanhamento do Plano de
Manejo e no Conselho Gestor;
• Capacitação que venha de encontro
com objetivos da UC
• Regras de instalação;
• Indicativos/acordos
(Serra do Acari)
Parceria para fiscalização
•
Possível solução
(Programas)
Áreas acima de
400-450m
(Serra do Acari)
Possibilidade futura
de exploração de
mineral pelas Guianas
Criação de UC
complementares na Guiana
• Diálogo Internacional
Áreas acima de
400-450m
(Platôs)
Mineração de bauxita
Mobilização da participação
social de base
• Garantir a participação social do
Conselho Gestor nas discussões
sobre o tema;
• Promover a ampla divulgação dos
resultados do Grupo de Trabalho
(GT) da Calha Norte em relação à
mineração
• Manter a integridade da ESEC
• Gestão Integrada da Calha Norte
Falta de pesquisa (maior
ênfase de pesquisa
nos Platôs que na
Serra do Acari)
Coletar mais dados de
fauna, flora, ambientes
e de grupos indígenas
Savanas e
Florestas de
Transição
Nas demais áreas, o Prezoneamento proposto
foi validado pelo grupo.
Cabeceira do
Rio Trombetas
2.8.2 Matriz de Planejamento dos Alvos
Abaixo, encontram-se as matrizes de planejamento dos Alvos de Conservação, com a informação separada por Unidade de Conservação.
Essas informações são também provenientes
dos trabalhos em grupo.
Pressão de Caça
(possibilidade futura)
• Divulgação da existência da ESEC;
• Educação Ambiental
• Monitoramento
Falta de pesquisa
(maior ênfase)
Coletar mais dados de
fauna, flora, ambientes
e de grupos indígenas
Desconhecimento
da importância
desse ecossistema
Cenário favorável a
visitação com fins
educacionais
Reativação da BR
ao longo do Rio
Trombetas (sai de
Cachoeira Porteira-N)
Coletar mais dados de
fauna, flora, ambientes
e de grupos indígenas
Presença de índios isolados
Lajedos
Falta de Pesquisa
Coletar mais dados de
fauna, flora e ambientes
diferenciados
Plantas e Animais
ameaçados
de extinção
e espécies
endêmicas
Falta de Conhecimento
Pesquisa
Possibilidade de
tráfico de animais
e plantas silvestres
(por comunidades
e estrangeiros)
• Fazer pesquisa
• Buscar financiamentos
• Educação Ambiental
• Evitar o avanço da BR com
os limites da ESEC
Preservação das Nascentes
Falta Pesquisa
(menor urgência)
• Fazer pesquisa
• Buscar financiamentos
Educação Ambiental
• Fazer pesquisa
• Buscar financiamentos
• Regularização fundiária indígena
• Fazer pesquisa
• Buscar financiamentos
• Educação Ambiental
• Fiscalização
• Pesquisa: convênio com instituições
de pesquisa, principalmente
nacionais
• Programa de EA na área e entorno
Plano de Manejo da Reserva Biológica Maicuru | Anexo 4
Plano de Manejo da Reserva Biológica Maicuru | Anexo 4
ESEC
120
relatório da oficina de planejamento participativo
relatório da oficina de planejamento participativo
121
Alvo de
Conservação
Ameaças
(Problemas)
Oportunidades
Possível solução
(Programas)
Zona
Diferenciada
(fronteira com TI)
Possíveis conflitos
pela utilização dos
recursos (castanhado-pará, recursos
pesqueiros, etc.)
Plaqueamento e Sinalização
dos limites da UC
• Fiscalização das Atividades
Sítios
Arqueológicos
Carência de estudos
da localização de
todos os Sítios
Potencial fonte de pesquisa
• Pesquisas
• Convênios com instituições locais
de pesquisa
• Conservação do patrimônio
histórico-arqueológico-cultural
Não se sabe o valor
dos artefatos
• Estudos das origens desses
garimpeiros;
• Revitalização do Posto de
Fiscalização PPTAL (RR)
• Criação de outros postos de
fiscalização nos limites da ESEC
Presença de supostos
garimpeiros e colonos
(assentamentos)
2.8.3 Qualificação da Zona de Entorno
2.8.4 Programas de Conservação
ESEC
Como fechamento dos trabalhos em grupo foram citados alguns Programas de conservação
para cada UC.
Um dos grupos considerou como Zona de
Amortecimento 10 km para fora dos limites da
ESEC em toda região de entorno, com exceção
das TI e das áreas de fronteira com outros países. Destacou-se a área de fronteira com Roraima como sendo uma área potencial para instalação de um posto de fiscalização (por haver
um antigo posto do PPTAL - Projeto Integrado de Proteção às Populações Indígenas e Terras Indígenas da Amazônia Legal (INCRA) - que
pode ser restaurado) e também para instalação
de infraestrutura da UC (base administrativa
para gestão e base para pesquisa).
O outro grupo delimitou os 10 km de Zona de
Amortecimento apenas na fronteira com o estado de Roraima, e sugeriu que nas demais áreas
limítrofes com outras Unidades de Conservação
(Flota do Trombetas e Flota do Paru) fosse seguido
o zoneamento estabelecido por cada uma delas.
REBIO
Alvo de
Conservação
Ameaças
(Problemas)
Áreas acima de
400-450m
• Garimpos (ZOT) (Hg)
• Desmatamento (ZR)
• Sul: Possibilidade de
pressão do garimpo;
• Dificuldade de corpo
técnico;
• Equipamento
de logística
• Fazer pesquisa
• Parceria com TI
• Parcerias com
outras instituições
Áreas Alagadas
e de Transição
Garimpo (rio Paru)
Pesquisa
Lajedos
Falta de conhecimento
Pesquisas para saber
locais de ocorrência
Espécies
ameaçadas e
endêmicas
• Garimpo
• Caça
Pesquisas para saber
locais de ocorrência
Sítio
Arqueológico
• Garimpo
• Retirada de material
Pesquisas para saber
locais de ocorrência
Área diferenciada
(TI – 10km)
• Garimpo
• Uso da área para
muita pesquisa
• Pesquisa somente com autorização
dos indígenas
(PI Tumcumaque e TI Paru D’este)
Oportunidades
Possível solução
(Programas)
• Fiscalização
• Monitoramento remoto
• Tentar parceria com exército
• Guarda-parque (ACT - Amazon
Conservation)
• Capacitação de Gestores
• Retorno das pesquisas
para Conselho Gestor
Ambos os grupos identificaram rotas de migração indígena e as traçaram nos mapas.
REBIO
Uma vez que a REBIO Maicuru está totalmente
cercada por outras Unidades de Conservação, o
grupo que com ela trabalhou decidiu que para
o zoneamento da Zona de Amortecimento, ficaria valendo o zoneamento determinado pelas outras UC. Em relação a outros fatores que
se devia levar em consideração a respeito da
área de entorno da REBIO, foi mencionada uma
possível pressão sofrida no limite sudoeste da
REBIO (fronteira com a ESEC Grão-Pará e com
a Flota do Paru) em função do interesse pela
exploração mineral nesta área. Sugeriu-se que
esta região seja mais bem monitorada na execução dos programas de fiscalização. A área de
desmatamento presente dentro da REBIO foi citada como sendo a área de um antigo garimpo.
Para a ESEC Grão-Pará surgiram os seguintes
Programas:
Infraestrutura
• Construção de uma base de fiscalização e pesquisa (posto avançado)
• Viabilização de uma Sede de Gestão
em um município próximo onde
a logística seja mais favorável
• Sinalização dos limites da UC
• Geração de Conhecimento
• Flora e Fauna
• Sítios Arqueológicos
• Proteção dos Mananciais
• Platôs
• Savanas
• Florestas de Transição
• Fiscalização e Controle
• Monitoramento da caça
• Monitoramento via satélite
Educação Ambiental
• Divulgação da existência e importância da ESEC aos diferentes públicos
• EA direcionada às Savanas e
Florestas de Transição
• EA direcionada à preservação das nascentes
• Divulgação das Pesquisas
Comunicação
• Confecção de Materiais de Divulgação
Capacitação
• Capacitação dos Gestores
• Capacitação dos Conselheiros
• Capacitação dos líderes comunitários e indígenas
Valorização das Comunidades do Entorno
• Fortalecimento Comunitário
• Apoio à Geração de Renda
Efetividade de Gestão
• Garantir a participação social
no Conselho Gestor
• Gestão Integrada da Calha Norte
• Diálogo interinstitucional e internacional
• Criação do Conselho Gestor
Sustentabilidade Financeira
• Criação de um fundo
• Arrecadação por Compensação
Ambiental, de Pesquisas Realizadas
e Serviços Ambientais
Plano de Manejo da Reserva Biológica Maicuru | Anexo 4
Plano de Manejo da Reserva Biológica Maicuru | Anexo 4
ESEC
relatório da oficina de planejamento participativo
Plano de Manejo da Reserva Biológica Maicuru | Anexo 4
Para a REBIO Maicuru surgiram os seguintes
Programas:
Gestão da Unidade
• Criação do Conselho Gestor
• Inserir a REBIO no Planejamento
da Calha Norte
• Criar uma base em Almeirim – no
distrito de Monte Dourado
• Desenvolver um cronograma de fiscalização
• Capacitação de Conselheiros e
Gestores: incluir a UC no processo de
Formação Continuada já existente na
Sema e no Consórcio Calha Norte
• Capacitação de Agentes Ambientais:
parceria ACT – Amazon Conservation
• Sustentabilidade Financeira: estudar
nos conselhos uma forma de “gratificação” por ações dos conselheiros;
pagamento de serviços ambientais
Pesquisa
• Pesquisa de Sítios Arqueológicos
• Pesquisa de Biodiversidade
• Pesquisa no entorno para uso sustentável em Terras Indígenas
• Consulta prévia ao Conselho e divulgação posterior no Conselho Gestor
para realização de pesquisas
Valorização do Entorno
• Parceria com as TI para fortalecer o monitoramento da REBIO
• Intercâmbio de conhecimento
• Participação no Conselho Gestor
Recuperação e resolução do conflito dos garimpos
• Criação de uma Câmara Técnica
Interconselhos para tratar do tema
2.9 Discussão e Validação
dos resultados do trabalho
em grupo em plenária
Depois de concluídas as atividades nos pequenos grupos, um representante de cada equipe
apresentou, de forma resumida, os resultados
em plenária. As matrizes dos Alvos de Conservação e as sugestões dos Programas de Manejo
foram acatadas assim como descritas nos resultados citados acima (itens 2.8.2 e 2.8.4).
Em relação ao Zoneamento, as novas propostas
foram discutidas e complementadas em plenária, originando um Zoneamento Final. A Figura
7 mostra essa proposta de Zoneamento para a
ESEC Grão-Pará e para a REBIO Maicuru.
Para a ESEC, a Zona de Baixa Intervenção proposta pelos grupos na área da cabeceira do Rio
Trombetas foi assunto de discussão. Considerando que dentro de um dos grupos que trabalhou a ESEC havia dúvidas se realmente o Zoneamento deveria mudar de Zona de Moderada
Intervenção para de Baixa Intervenção, foram
relembradas as características mais marcantes
que levaram a definição da área como “Moderada” (na Reunião Técnica de Prezoneamento).
Essas características foram: menor afinidade
da área para critérios como presença de espécies de interesse para conservação e ambientes
únicos, possibilidade de realização de pesquisa
e possibilidade de realização de atividades de
Educação Ambiental. Como a maior justificativa para a mudança foi a presença de grupos indígenas transitando na região, ao longo do Rio
Trombetas, chegou-se a conclusão que a área
poderia continuar como Zona de Moderada Intervenção, pois este único critério não anularia
todos os outros que já haviam sido trabalhados
anteriormente na reunião técnica; contudo, a
descrição da zona deverá destacar a presença
dessas rotas de trânsito indígena. O mapa de zoneamento a ser gerado para o Plano de Manejo
deverá, portanto, conter essas características.
Sobre a área de 10 km proposta ao redor das
Terras Indígenas (para dentro da UC) como
Zona de Intervenção Nula (e no caso da TI Zoé
de 20 km) foi discutido que ao invés da criação
de uma zona específica para proteção desses
grupos, o Plano de Manejo deve deixar clara a
complementaridade entre a ESEC e as TI do seu
entorno, sendo citada essa importância inclusive na Missão e Visão da UC.
Com esses resultados, portanto, foi concluído que o Zoneamento da ESEC deverá manter
as Zonas propostas na Reunião de Prezoneamento, sendo agora incorporado ao Plano de
Manejo o detalhamento alcançado no trabalho
participativo dos grupos, em especial as rotas
utilizadas por diferentes grupos indígenas.
Já para a REBIO, as alterações sugeridas pelo
grupo que trabalhou essa UC (aumento da Zona
de Ocupação Temporária; redefinição da parte
sul dessa área – antes como Zona de Moderada
Intervenção – como Zona de Baixa Intervenção;
definição de uma Zona de Recuperação no norte da REBIO e a definição de uma Zona de Baixa
Intervenção ao redor da TI Paru d’Este) foram
acatadas pela plenária.
Seguindo os argumentos apresentados e discutidos para a ESEC em relação à criação de uma
zona ao redor das TI, para a REBIO também foi
123
relatório da oficina de planejamento participativo
definido que não haverá uma zona específica,
mas que o Plano de Manejo deve deixar clara a
complementaridade entre a REBIO e as TI do
seu entorno, sendo citada essa importância inclusive na Missão e Visão da UC.
Para ambas as UC foi discutido, também, que
seja considerada a possibilidade de mudança
do zoneamento nos locais onde forem identificados sítios arqueológicos, considerando que
pouco se sabe sobre o assunto nessas unidades.
Ainda sobre a REBIO, apesar de ter sido acatada em plenária que a ZM1 se tornasse uma zona
de baixa intervenção, no momento de elaborar tecnicamente o mapa do zoneamento final,
percebeu-se que sobraria uma faixa muito pequena para uma zona de moderada intervenção entre ZB4 (antiga ZM2) e a ZOT, o que não
justificaria a sua permanência, sendo incorporada então esta área a ZB4. Sendo assim, se a
ZM1 fosse alterada, não restaria nenhuma área
de moderada intervenção na REBIO. Por isso,
achou-se mais viável manter a ZM1 de forma
original, como proposta no prezoneamento.
Figura 7. Zoneamento final da ESEC Grão-Pará e REBIO Maicuru.
Suriname
Guiana Francesa
Guiana
PARNA Montanhas do Tumucumaque
ZB1
PI Tumucumaque
ZB2
ZM
ESEC Grão-Pará
ZR
ZB3
ZB4
ZB2
ZB3
TI Rio Paru d'Es te
ZB2
ZOT
REBIO Maicuru
ZB1
TI Trombetas /Mapuera
ZM
ZB4
Flota Trombetas
TI Zo´é
Flota Paru
TI Nhamundá-Mapuera
FLONA de Mulata
REBIO do Rio Trombetas
REBIO do Uatumã (REBIO)
FLONA de Mulata
Flota Faro
FLONA de S aracá-Taquera
0 425 850
1.700 Km
NA
TD
VE
CO
PE
GY NS FG
RR
AP
AM
BR
PA
MA
Plano de Manejo da Reserva Biológica Maicuru | Anexo 4
122
124
relatório da oficina de planejamento participativo
Plano de Manejo da Reserva Biológica Maicuru | Anexo 4
3. Fechamento da OPP e
Encaminhamentos
Depois de discutidos e validados os resultados
obtidos nos três dias de OPP, a equipe da SEMA
e os mediadores da reunião agradeceram a presença de todos, ressaltando a continuidade do
processo participativo para o fortalecimento
da gestão da ESEC Grão-Pará e REBIO Maicuru. Alguns participantes também manifestaram
entusiasmo nessa construção e agradeceram a
possibilidade de participação.
Vale citar que, colaborando com essa proposta
de participação dos diferentes atores sociais e
instituições na gestão dessas UC, a SEMA dedicou um período da OPP para discussão e definição dos preconselheiros de ambas as unidades.
Esses resultados serão apresentados em reuniões previstas em municípios do entorno das UC,
em datas a serem confirmadas pelo órgão gestor.
ANEXO 5
Decreto Estadual de
criação da Reserva
Biológica Maicuru
Decreto Estadual no. 2610 de 04/12/2006
Dispõe sobre a criação da Reserva Biológica Maicuru nos Municípios
de Almeirim e Monte Alegre, Estado do Pará, e dá outras providências.
© CI / Adriano Gambarini
Decreto Estadual de criação da Reserva Biológica Maicuru | Anexo 5
D e c r e t o E s t a d u a l n o . 2 610 d e
04/12/2006
Dispõe sobre a criação da Reserva Biológica
Maicuru nos Municípios de Almeirim e Monte
Alegre, Estado do Pará, e dá outras providências.
O GOVERNADOR DO ESTADO DO PARÁ, no uso
das atribuições que lhe confere o art. 135, inciso
V, da Constituição Estadual, e tendo em vista o
disposto nos arts. 23, incisos VI e VII, e 225, § 1º,
inciso III, da Constituição Federal, e de acordo
com o art. 17, incisos VI e VII, combinado com o
art. 255, inciso V, da Constituição do Estado do
Pará, bem como o disposto no art. 22, § 4º, combinado com o art. 10 da Lei Federal nº 9.985, de
18 de julho de 2000, no art. 8° da Lei Estadual nº
6.745, de 6 de maio de 2005, que trata do Macrozoneamento Ecológico-Econômico do Estado do Pará e dá outras providências, e o que
consta do processo n° 2006/404144 da Secretaria Executiva de Estado de Ciência, Tecnologia
e Meio Ambiente – SECTAM,
DECRETA:
Art. 1º Fica criada a Reserva Biológica Maicuru nos Municípios de Almeirim e Monte Alegre,
Estado do Pará, com o objetivo de preservar os
ecossistemas naturais existentes e contribuir
para a manutenção dos serviços ambientais e
recargas de aqüíferos, possibilitando a realização de pesquisas científicas, o desenvolvimento
de atividades controladas de educação ambiental, bem como a preservação integral da biota
e dos demais atributos naturais existentes em
seus limites, sem interferência humana direta
ou modificações ambientais, excetuando-se as
medidas de recuperação de seus ecossistemas
alterados e as ações de manejo necessárias para
recuperar e preservar o equilíbrio natural, a diversidade biológica e os processos ecológicos
naturais, conforme dispuser o plano de manejo
da unidade de conservação.
Art. 2º A Reserva Biológica Maicuru tem uma
área com forma de um polígono irregular,
envolvendo uma superfície aproximada de
1.151.760,95ha (um milhão, cento e cinqüenta
e um mil setecentos e sessenta hectares e noventa e cinco centiares), sendo 1.088.163,77ha
(um milhão, oitenta e oito mil cento e sessenta
e três hectares e setenta e sete centiares) localizados no Município de Almeirim e 63.597,18ha
(sessenta e três mil quinhentos e noventa e sete
hectares e dezoito centiares) no Município de
Monte Alegre, e perímetro de 1.008,93km (mil e
oito quilômetros e noventa e três metros). Esta
Reserva Biológica confronta com a Terra Indígena Parque do Tumucumaque, com a Terra Indígena Rio Paru D’Este, com o Parque Nacional
Montanhas do Tumucumaque, com a Floresta Estadual do Paru e com a Estação Ecológica Grão-Pará. Apresenta todas as coordenadas
geográficas referenciadas ao Datum SAD69 e
coletadas com auxílio do mapa de drenagem
do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
(IBGE): Dados Espaciais Vetoriais e Alfanuméricos do IBGE (Bloco 5 e 6); Ano 9/5/2005 - CEU/
SECTAM. Este memorial inicia a descrição do
perímetro no ponto 1, de coordenadas geográficas aproximadas (c.g.a.) 0°19’11” S e 54°36’52”
Wgr., localizado na foz de uma drenagem sem
denominação, à esquerda do Rio Maicuru; deste
ponto, segue à montante pela margem direita
da referida drenagem até o ponto 2, de c.g.a.
0°03’13” S e 54°23’46” Wgr., localizado na cabeceira deste tributário; deste ponto, segue em
linha reta até o ponto 3, de c.g.a. 0°03’16” S e
54°23’13” Wgr., localizado na nascente de uma
drenagem sem denominação da margem esquerda do Igarapé Tacurana; deste ponto, segue à jusante pela margem direita da drenagem citada até o ponto 4, de c.g.a. 0°08’30” S e
54°18’09” Wgr., localizado na confluência da referida drenagem com o Igarapé Tacurana; deste ponto, segue à jusante pela margem direita do Igarapé Tacurana até o ponto 5, de c.g.a.
0°08’02” S e 53°59’19” Wgr., localizado na confluência de uma drenagem sem denominação,
na margem direita do Igarapé Tacurana; deste
ponto, segue à jusante pela drenagem citada até
o ponto 6, de.c.g.a. 0°05’34” S e 53°55’32” Wgr.,
localizado na cabeceira da referida drenagem;
deste ponto, segue em linha reta até o ponto 7,
de c.g.a. 0°05’18” S e 53°53’57” Wgr., localizado
na cabeceira de uma drenagem sem denominação de um tributário da margem direita do Rio
Paru D’Este; deste ponto, segue à jusante pela
margem direita da drenagem citada até o ponto
8, de c.g.a. 0°04’30” S e 53°52’01” Wgr., localizado na foz de uma drenagem originada de um
tributário sem denominação da margem direita do Rio Paru D’Este; deste ponto, segue à jusante pela margem esquerda do tributário sem
denominação até o ponto 9, de c.g.a. 0°05’02”
S e 53°50’17” Wgr., localizado na confluência do
tributário citado com o Rio Paru D’Este; deste
ponto, segue à montante pela margem direita do Rio Paru D’Este até o ponto 10, de c.g.a.
0°12’23” N e 53°49’58” Wgr., localizado na confluência do Rio Paru D’Este com o Igarapé Apupariú; deste ponto, segue à montante pela margem direita do Igarapé Apupariú até o ponto 11,
Decreto Estadual de criação da Reserva Biológica Maicuru
127
de c.g.a. 0°19’26” N e 53°43’39” Wgr., localizado
na cabeceira do Igarapé Apupariú; deste ponto, segue em linha reta até o ponto 12, de c.g.a.
0°21’19” N e 53°42’41” Wgr., localizado na cabeceira de uma drenagem sem denominação,
na margem direita do Igarapé dos Patos; deste ponto, segue à jusante da drenagem citada
até o ponto 13, de c.g.a. 0°24’49” N e 53°41’56”
Wgr., localizado na confluência da referida drenagem com o Igarapé dos Patos; deste ponto,
segue à jusante pela margem direita do Igarapé dos Patos até o ponto 14, de c.g.a. 0°30’03”
N e 53°35’54” Wgr., localizado na foz do Igarapé dos Patos com o Rio Ipitinga; deste ponto,
segue à montante pela margem esquerda do
Rio Ipitinga até o ponto 15, de c.g.a. 0°45’50”
N e 53°52’44” Wgr., localizado na confluência
do Rio Ipitinga com uma drenagem sem denominação, na margem esquerda do rio citado;
deste ponto, segue à montante desta drenagem sem denominação até o ponto 16, de c.g.a.
0°57’48” N e 53°47’14” Wgr., localizado na cabeceira da referida drenagem; deste ponto, segue
em linha reta até o ponto 17, de c.g.a. 1°01’51”
N e 53°48’18” Wgr., localizado na cabeceira de
uma drenagem sem denominação da margem
direita do Rio Jarí; deste ponto, segue à jusante
pela margem direita da referida drenagem até o
ponto 18, de c.g.a. 1°14’35” N e 53°32’45” Wgr.,
localizado na foz da referida drenagem com o
Rio Jarí e na fronteira com o limite do Parque
Nacional Montanhas do Tumucumaque, conforme o Decreto de 22 de agosto de 1997; deste
ponto, segue contornando o Parque Nacional
Montanhas do Tumucumaque até o ponto 19,
de c.g.a. 1°50’41” N e 54°45’33” Wgr., localizado
na confluência do Rio Jarí com a Terra Indígena
Parque do Tumucumaque; deste ponto, segue
contornando a Terra Indígena Parque do Tumucumaque até o ponto 20, de c.g.a. 1°21’09” N
e 54°37’25” Wgr., localizado na confluência da
Terra Indígena Parque do Tumucumaque com
a Terra Indígena Rio Paru D’Este, conforme o
Decreto nº 1.775, de 8 de janeiro de 1996; deste
ponto, segue contornando a Terra Indígena Rio
Paru D’Este até o ponto 21, de c.g.a. 0°03’01” S
e 54°36’30” Wgr., localizado no limite da Terra
Indígena Rio Paru D’Este com o Rio Maicuru;
deste ponto, segue pelo Rio Maicuru no sentido
jusante, confrontando com a Estação Ecológica
Grão-Pará até atingir o ponto inicial desta descrição, fechando o perímetro.
Decreto Estadual de criação da Reserva Biológica Maicuru | Anexo 5
Decreto Estadual de criação da
Reserva Biológica Maicuru
126
Parágrafo único. O subsolo da área descrita no
“caput” deste artigo integra os limites da Reserva Biológica Maicuru.
Art. 3º As áreas inseridas nos limites da Reserva
Biológica Maicuru poderão ser utilizadas para fins
de instituição de sistemas de gestão de reserva
legal na forma da legislação federal e estadual
pertinente e nos termos do seu plano de manejo.
Art. 4º Ficam autorizados a Procuradoria-Geral
do Estado e o Instituto de Terras do Pará - ITERPA a promoverem as medidas administrativas e
judiciais necessárias à regularização fundiária das
áreas integrantes da Reserva Biológica Maicuru.
Parágrafo único. As terras de domínio de ente
de outra esfera de governo inseridas na área da
Reserva Biológica Maicuru serão objeto de gestão, por parte do Estado do Pará, para fins de
celebração de convênios específicos visando à
regularização fundiária.
Art. 5º Caberá à Secretaria Executiva de Ciência,
Tecnologia e Meio Ambiente - SECTAM administrar e presidir o Conselho Consultivo da Reserva
Biológica Maicuru, a ser constituído por representantes de órgãos públicos e de organizações
da sociedade civil, adotando as medidas necessárias à sua efetiva proteção e implantação.
Art. 6° Este Decreto entra em vigor na data de
sua publicação.
PALÁCIO DO GOVERNO, 4 de dezembro de
2006.
SIMÃO JATENE
Governador do Estado
VILMOS DA SILVA GRUNVALD
Secretário Especial de Estado de Produção
RAUL PINTO DE SOUZA PORTO
Secretário Executivo de Estado de
Ciência, Tecnologia e Meio Ambiente

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