Clusters e limiares de produção científico-tecnológica
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Clusters e limiares de produção científico-tecnológica
Clusters e limiares de produção científico-tecnológica: Uma comparação entre C&T em geral e em saúde Clusters and thresholds of science and technology in health Catari Vilela Chaves1, Eduardo da Motta e Albuquerque2 & Sueli Moro3 RESUMO Sistema Nacional de Inovação (NSI) é uma construção institucional que impulsiona o progresso científicotecnológico em economias capitalistas modernas. A literatura sobre economia da ciência e tecnologia (C&T) permite desagregar o NSI em setores, pois a dinâmica de inovação é significativamente diferente entre eles. O objetivo deste artigo é compreender as peculiaridades da distribuição dos países em relação aos indicadores de C&T em saúde e, conseqüentemente, verificar se existe limiar de produção científica para o setor. O principal resultado do artigo é a identificação de uma descontinuidade da produção científico-tecnológica em saúde entre os países com sistemas maduros de inovação e países com sistemas imaturos. PALAVRAS-CHAVE: Sistema de Inovação Setorial em Saúde; Análise de Cluster. ABSTRACT The literature on National Systems of Innovation (NSI) highlights how science and technology are the engines of growth and sources of the wealth of nations. The interactions between science and technology are important for the formation of NSIs. This paper investigates these interactions in general and in the health sector. Investigations based on indicators of technological production (patents) and of scientific production (indexed papers) have identified a threshold level that divides countries in two broad groups: beyond the threshold are the developed countries, with mature NSIs, and below that threshold are the less developed economies, with immature NSIs. The main finding is the identification of a threshold in the production of science and technology in health. This health-related threshold, however, is different from the general threshold identified previously: in the health sector, there is a discontinuity between immature NSIs and mature NSIs, and not only an inflexion. KEYWORDS: Health Innovation System; Cluster Analysis. 1 Cedeplar-UFMG e Pucminas. 2 Cedeplar-UFMG. 3 Cedeplar-Health Innovation System; Cluster Analysis. UFMG. INTRODUÇÃO trabalho, disponibilidade de maté- Para que os países possam evo- rias-primas, condições de saúde da luir para regimes de interação mais O objetivo deste artigo é analisar população, distribuição de renda avançados, sua infra-estrutura cien- as peculiaridades da distribuição dos etc. Os países que se enquadram tífica, tecnológica e seu crescimen- países em relação aos indicadores de nessa categoria são classificados to econômico devem ser os elos fun- ciência e tecnologia (C&T) em saúde. como pertencentes ao regime I. No damentais de uma rede de interações Comparando esta distribuição com a caso dos países em desenvolvimen- que conecta os diversos componen- descrita por SILVA (2003), que anali- to, artigos e patentes são produzi- tes do sistema de inovação. Isso sig- sou a distribuição dos países para o dos de forma sistemática, mas as nifica que países menos desenvol- Sistema Nacional de Inovação (NSI, interações entre C&T ainda não es- vidos possuem menor número na sigla em inglês) , é fundamental tão totalmente consolidadas. No en- conexões (entre produção científica, relacionar a infra-estrutura científi- tanto, pode-se perceber contribuições produção tecnológica e crescimento ca e tecnológica com o estágio de de- da produção científica e da tecnoló- econômico) e, à medida que evolu- 1 de senvolvimento dos diversos países em, as conexões entre as três esfe- em termos de C&T. De início, será ras são efetivadas. Nesse sentido, utilizada a análise multivariada de pode-se conjeturar o seguinte: o for- clusters hierárquicos, para estabe- talecimento da infra-estrutura cien- lecer uma tipologia entre os países, A CONEXÃO COM A tífica e tecnológica proporciona di- de acordo com os regimes de intera- ESFERA SOCIAL FICA namismo aos países menos desen- ção a que pertencem. A seguir, será discutida a possibilidade de existên- CLARA QUANDO A volvidos e age como um elo de ligação com as esferas econômicas e cia de limiar de produção científica REFERÊNCIA PASSA A sociais. A conexão com a esfera so- para esse setor. SER O SETOR SAÚDE cial fica clara quando a referência BERNARDES & ALBUQUERQUE (2003) passa a ser o setor saúde. Não há identificaram três grupos de países dúvida de que países com sistema com características semelhantes a de inovação avançado em termos de partir das estatísticas de artigos e saúde – como tecnologia médica patentes. Segundo os autores, os gica para o processo de crescimen- moderna, divulgação dos conheci- países menos desenvolvidos não to econômico. Os países que possu- mentos pela saúde pública etc. – produzem artigos e/ou patentes e, em essas características pertencem oferecem benefícios à população, praticamente, não há articulação ao regime II. Finalmente, os países como queda da mortalidade infan- entre as esferas científica e tecnoló- desenvolvidos possuem infra-estru- til, aumento da expectativa de vida, gica. Isso significa que o setor pro- tura científica e tecnológica bem melhorias na produtividade do tra- dutivo não se beneficia dos avan- consolidada, existem mecanismos balho etc. Nestes países, as inova- ços científicos. Em termos de C&T, de feedback entre ambas as dimen- ções e intervenções sanitárias che- apenas a produção científica contri- sões e interações entre C&T com a gam à população por meio dos sis- bui para o crescimento econômico. esfera econômica. Esses países per- temas e serviços de saúde, que são Este depende de outros fatores como tencem ao regime III. muito eficientes. 1 Mais especificamente, a análise refere-se a apenas uma parte do NSI, medida por artigos e patentes. O artigo apresenta três seções. A particularidades: em primeiro lugar, ção, a literatura sobre economia da Em relação ao sistema de inova- primeira sintetiza trabalhos anteri- o papel da ciência em processos de ciência e tecnologia enfatiza a impor- ores que discutem o papel da infra- catching up (processo que o Brasil tância dos investimentos em pesqui- estrutura científica na construção de precisa realizar para superar a bar- sa como forma de os países forma- sistemas de inovação e identifica li- reira do subdesenvolvimento); em rem “massa crítica” em termos cien- miares da produção científica em segundo lugar, uma especificidade tíficos. A partir da formação dessa geral (esses limiares são importan- do setor saúde de um país no está- base, haveria maior eficiência na pro- tes para a identificação dos três re- gio de desenvolvimento como o Bra- dução de inovações tecnológicas gimes de interação). A segunda se- sil, que se caracteriza por um “mo- (medidas pela proxy patentes). Isso ção apresenta a metodologia relati- saico epidemiológico”, situado no significa que, ultrapassado o limiar va à análise multivariada de clus- contexto internacional de uma des- de produção científica, haveria mai- ters hierárquicos. A terceira é dedi- conexão entre carga da doença e re- or articulação entre a produção ci- cada à análise dos resultados refe- cursos para pesquisa. entífica e a tecnológica, indicando a A discussão apresentada nesta existência de mútua determinação seção contribui para a compreensão entre ambas. Assim, pode-se reconhe- da definição da metodologia apre- cer que a produção tecnológica for- sentada na seção seguinte e dos fun- talece a científica que, por sua vez, O SETOR SAÚDE contribui para a expansão e o aperfeiçoamento da tecnológica. A hipótese básica deste artigo é a de que, no sistema setorial de inova- damentos teóricos que informam a comparação entre clusters de paí- É FORTEMENTE DEPENDENTE DA ses para C&T em geral e para a saúde em particular. CIÊNCIA O papel das universidades e instituições de pesquisa ção em saúde, a exigência para se formar “massa crítica” e, conseqüentemente, ultrapassar o limiar de pro- A partir da resenha do conceito dução científica, é maior, relativamen- de sistema de inovação e da indi- te ao NSI agregado. O fundamento da cação do papel da interação entre hipótese é de que o setor saúde é for- rentes aos clusters para o NSI em temente dependente da ciência (NEL- saúde, aos limiares de produção ci- SON, 1995). Por isso, as exigências para entífica e à especialização científi- a transformação do conhecimento ci- ca. Por fim, apresenta as principais entífico em conhecimento tecnológico conclusões do artigo. são maiores neste setor, o que justifica a descontinuidade científico-tecnológica que ocorre quando da passagem do regime II para o regime III. A as dimensões científica e tecnológica, é possível focalizar com mais detalhe o papel das universidades e instituições de pesquisa – os componentes essenciais da infraestrutura científica. INFRA-ESTRUTURA CIENTÍFICA NA CONSTRUÇÃO DE SISTEMAS DE INOVAÇÃO E OS LIMIARES DE PRODUÇÃO CIENTÍFICA conseqüência imediata é a necessida- Há uma literatura rica sobre o tema. M EYER -K RAHMER & K ULI CK E (2002) sintetizam de forma feliz o papel das universidades na litera- de de investimentos em infra-estrutu- Pretende-se resenhar o papel da tura da economia da tecnologia: ra científica, sobretudo para os paí- infra-estrutura científica nos siste- “instituições na interseção entre o ses que estão aquém do limiar. mas de inovação, indicando duas conhecimento e a economia”. Três textos são úteis para se ter uma no- industriais); indica setores industri- p. 6-20). Pesquisaram as referênci- ção das pesquisas relevantes em re- ais que valorizam muito diversas as existentes nas patentes a traba- lação ao tema: KLEVORICK et al. (1995), disciplinas científicas (a indústria de lhos científicos. Comparando os da- NARIN et al. (1997), COHEN et al. (2002) medicamentos, por exemplo, atribui dos de 1987-1988 e 1993-1994, iden- KLEVORICK et al. (1995) investi- elevada importância para a Biolo- tificaram um crescimento de 30% no gam a forma que as empresas in- gia e as Ciências Médicas, enquan- total de patentes. Para o mesmo pe- dustriais avaliam a ciência e sua to a indústria de semicondutores ríodo, o total de referências a publi- utilidade para a dinâmica inovati- valoriza a Física e a Ciência da Com- cações científicas com autores nor- va das empresas. A pesquisa ali re- putação). O Yale Survey resume a te-americanos passou de 17 mil para latada (1995) é o Yale Sur vey, um forma como os diversos setores in- 50 mil (aumento de quase 200%). levantamento realizado junto a 650 dustriais monitoram ativamente e NARIN et al. (1997) demonstram as empresas de 180 diferentes indús- acompanham o que acontece na in- articulações crescentes entre as ino- trias, que investigou questões re- fra-estrutura científica. vações da indústria dos Estados lacionadas a oportunidades tecno- Unidos e a comunidade acadêmica. lógicas e condições de apropriabi- Ou, em outras palavras, a crescente lidade. Avanços no conhecimento ci- dependência da indústria america- entífico são fontes importantes de oportunidades tecnológicas. Os re- OS RESULTADOS GERAIS INDICAM sultados são preciosos para identi- A IMPORTÂNCIA DA CIÊNCIA ficar um canal de transferência de conhecimentos que sai da infra-es- FINANCIADA PUBLICAMENTE na em relação à ciência (financiada basicamente pelo setor público). Os resultados gerais indicam a importância da ciência financiada publicamente para o dinamismo tec- trutura científica e chega à firma e PARA O DINAMISMO TECNOLÓGICO nológico da indústria norte-ameri- pode ser por ela absorvido.2 Esta DA INDÚSTRIA NORTE-AMERICANA cana. Desagregando os setores en- pesquisa é pioneira por especificar volvidos, os resultados de NARIN et essa relação e por avançar na dis- al. (1997) indicam que as patentes cussão do papel de diferentes dis- relacionadas a drogas ciplinas científicas para diferentes mentos setores industriais. O trabalho de NARIN et al. (1997) e medica- são as que apresentam a mais forte dependência em relação O Yale Survey indica a importân- apresenta dados deste mesmo senti- cia da ciência universitária e da ci- do causal (da infra-estrutura cientí- ência em geral para tecnologias in- fica para as firmas). NARIN , HAMILTON citados pelas patentes das indústri- dustriais. Aponta, de forma precisa, & OLIVASTRO (1997) realizaram um as norte-americanas têm forte ori- o peso de disciplinas específicas para estudo por encomenda da National gem em instituições públicas (43,9% a indústria em geral (Ciências de Science Foundation sobre a depen- dos Estados Unidos; 29,4% estran- Materiais, Ciências da Computação, dência da indústria norte-america- geiras), sendo que a soma das pa- Química e Metalurgia são as que na em relação à ciência financiada tentes de drogas e medicamentos lideram o impacto entre os setores com recursos públicos (NSF, 1998. apresenta a maior participação to- 2 à ciência pública. No geral, os artigos científicos Para a compreensão desse canal, é importante a elaboração de C OHEN & LEVINTHAL (1989), que avaliam o duplo papel das atividades de pesquisa e desenvolvimento em firmas: elas alimentam tanto a inovação como o aprendizado. É importante o desenvolvimento de capacidade de absorção de conhecimento externo, em especial de conhecimento gerado nas universidades. tal de instituições públicas (79,1% seja, a infra-estrutura científica é (li- iniciados na produção de todas as citações). geiramente) mais utilizada para re- Mas, ao contrário do que críticos solver problemas que surgem no de- unilaterais do modelo linear pode- é uma expansão e uma atualização correr de atividades de pesquisa já riam supor, é necessária a presença do Yale Sur vey, agora realizado iniciada do que para iniciar novos da infra-estrutura científica para a como Carnegie Mellon Survey (CMS). projetos de pesquisa. As empresas conclusão de projetos iniciados sem O sur vey é mais amplo (envolve iniciam projetos a partir de suas ati- sua participação direta. O modelo 1.267 empresas industriais), avalia vidades produtivas, por sugestão de interativo da relação entre ciência e a opinião das firmas sobre univer- clientes ou de fornecedores e, em al- tecnologia encontra, assim, forte sidades e instituições públicas de gum ponto do processo de P&D são evidência empírica.3 pesquisa (o Yale Survey considerou forçadas a procurar universidades e O CMS (realizado em 1994) apre- apenas universidades) e envolve fir- laboratórios de pesquisa para com- senta resultados razoavelmente com- mas de tamanhos diversos, incluin- pletar o projeto. A existência de um patíveis com o Yale Sur vey (realiza- A pesquisa de COHEN et al. (2002) científica. do start-ups. O Carnegie Mellon do em 1987). Por exemplo, a Ciên- Survey (CMS) é mais detalhado em cia de Materiais continua sendo a relação às fontes de informação utilizadas pelas empresas industriais, AS EMPRESAS CONSIDERAM AS em especial ao discriminar entre a INFORMAÇÕES PROVENIENTES DE importância das universidades e dos UNIVERSIDADES E LABORATÓRIOS laboratórios públicos de pesquisa como fontes para “sugestão de novos projetos” e como “contribuição para o acabamento de projetos”. Tal discriminação é especialmente importante porque é uma nova e disciplina acadêmica de maior impacto em termos dos setores industriais que a consideram relevante. Mas o CMS apresenta uma fotografia mais completa dos seto- PÚBLICOS COMO MAIS IMPORTANTES PARA O “ACABAMENTO DE PROJETOS” res industriais. Dois elementos se destacam em relação aos vínculos DO QUE PARA A “SUGESTÃO entre setores industriais e pesqui- DE NOVOS PROJETOS tria é desagregada em 36 diferen- sa acadêmica. Para tanto, a indús- qualificada fonte de questionamen- tes setores (segundo a classifica- to do “modelo linear” de tecnologia. ção SIC), e são investigadas dez A rigor, segundo COHEN et al. (2002, setor produtivo envolvido em ativi- diferentes disciplinas científicas p. 7), as empresas consideram as in- dades inovativas constitui-se em (biologia, química, física, ciênci- formações provenientes de universi- importante fonte de questões e pro- as da computação, ciências dades e laboratórios públicos como blemas para a infra-estrutura cientí- materiais, medicina, engenharia (ligeiramente) mais importantes para fica resolver, confirmando as pesqui- química, engenharia elétrica, en- o “acabamento de projetos” (36% do sas de ROSENBERG (1982). genharia mecânica e matemática). de total) do que para a “sugestão de Ao contrário do que supunha o Em primeiro lugar, o CMS apre- novos projetos” (32% do total). Ou modelo linear, os projetos não são senta uma avaliação abrangente dos 3 MEYER-Krahmer & SCHMOCH (1998), em estudo realizado na Alemanha sobre interação entre ciência e tecnologia em quatro campos tecnológicos, encontraram que mais de 50% dos pesquisadores universitários entrevistados nas áreas de microeletrônica, software e biotecnologia avaliam ser a “limitada base industrial uma importante barreira para a interação (da universidade) com a indústria”. Esse ponto é muito importante para demonstrar o efeito do crescimento da base industrial sobre a dinâmica interativa universidade-indústria, que por sua vez é crucial para o crescimento da produção científica em geral. setores industriais que consideram des como para novas pequenas fir- ca oferece “conhecimento para foca- relevante (moderadamente ou mui- mas (start-ups). lizar buscas” (NELSON, 1982), ao in- to) alguma disciplina científica. Dos 36 setores industriais, 26 indústrias indicaram pelo menos uma disciplina considerada relevante por mais de 50% das firmas investigadas. Esse dado sugere para Cohen et al. (2002, p. 12) que a pesquisa realizada em universidades e instituições de pesquisa tem impacto generalizado e abrangente nas atividades de P&D industrial. vés de ser uma fonte direta de opor- O papel da ciência antes e durante o processo de Catching Up A situação prevalecente nos países menos desenvolvidos não pode ser compreendida a partir da aplicação direta e sem qualificações das conclusões alcançadas na literatura sobre os países avançados. Há diferenças que devem ser levadas em conta. tunidades tecnológicas. Em outras palavras, a infra-estrutura científica em países em desenvolvimento deve contribuir para vincular o país aos fluxos científicos e tecnológicos internacionais. Neste sentido, o papel da ciência durante processos de catching up pode ser desdobrado em três dimensões. Em primeiro lugar, ela Em segundo lugar, entre as dez atua como um “instrumento de fo- disciplinas avaliadas, oito foram calização”, contribuindo para a consideradas importantes em pelo identificação de oportunidades e menos um setor industrial por mais de 50% das firmas. 4 Cohen et al. (2002) apresentam dados em relação à importância dos diversos canais de fluxos de conhe- O RESULTADO ENCONTRADO INDICA QUE A PESQUISA PÚBLICA É IMPORTANTE TANTO para a vinculação do país aos fluxos internacionais. Em segundo lugar, a ciência cumpre o papel de instrumento de apoio para o desenvolvimento industrial, provendo o cimento. O canal mais importante é PARA FIRMAS GRANDES COMO conhecimento necessário para a en- o das “publicações e relatórios” PARA NOVAS PEQUENAS FIRMAS trada em setores industriais estra- (considerado pelo menos “modera- tégicos (PEREZ & SOETE, 1988). Final- damente importante” para 41,2% dos mente, ela serve como fonte para entrevistados). O segundo canal algumas soluções criativas que di- mais importante é a “interação in- ficilmente seriam obtidas fora do formal” (para 35,6%) e em terceiro No que diz respeito ao papel da país (exemplo: vacinas contra do- lugar está o canal “conferências e ciência, a principal diferença reside enças tropicais, desenvolvimento de encontros” (para 35,1%). na contribuição que ela pode ofere- tecnologias agrícolas específicas Finalmente, COHEN et al. (2002) cer durante o processo de catching em termos de climas, condições de apresentam evidências quanto à up: a infra-estrutura científica atua irrigação e características das ter- importância das instituições de pes- como um “instrumento de focaliza- ras, desenvolvimento de certas li- quisa para as firmas de acordo com ção” e como uma “antena” para gas metálicas, preparação de sof- o seu tamanho. O resultado encon- identificar oportunidades tecnológi- twares aplicados, etc.). Decerto que trado indica que a pesquisa pública cas e para constituir a capacidade há uma inter-relação entre esses é importante tanto para firmas gran- de absorção do país. Em um país diferentes papéis, na medida que o atrasado, a infra-estrutura científi4 MEYER -KRAHMER & SCHMOCH (1998) destacam que no caso da Alemanha, mesmo tecnologias com baixa ligação com a ciência (como a engenharia mecânica) podem ter forte interação entre universidade e indústria. desenvolvimento da capacidade de estrutura científica assumir os pa- 3. a sugestão de que a interação absorção é uma precondição para péis que lhe cabem durante o pro- entre estas esferas muda ao lon- desenvolvimentos tecnológicos lo- cesso de desenvolvimento? go do processo de desenvolvimen- cais, originais e incrementais. BERNARDES & ALBUQUERQUE (2003) to até alcançar um patamar ele- Comparando as interações en- sugerem ser possível representar em vado de determinações recípro- tre as esferas da ciência e da tecno- um modelo bastante simples a evo- cas, nível de interação que é ca- logia em países em processo de ca- lução das relações entre as dimen- racterístico dos países avançados; tching up (Coréia do Sul e Taiwan) com o caso brasileiro, RAPINI (2000) encontrou uma importante diferença: nos países em catching up é possível estabelecer uma relação estatística que sugere a existência sões científica e tecnológica ao longo do processo de desenvolvimento. Trata-se de um modelo útil para estabelecer alguns parâmetros para a investigação do papel da intera- 4. a conjectura de que esta trajetória evolucionista é impulsionada pelo desenvolvimento da infra-estrutura científica (o fortalecimento da infra-estrutura ci- de causalidade tanto entre a pro- entífica é uma condição neces- dução científica (em termos de ar- sária, embora não suficiente, tigos científicos indexados pelo ISI) para detonar o desenvolvimen- e a produção tecnológica (em termos de patentes depositadas no IDENTIFICOU-SE UMA USPTO), como entre a produção tec- CAUSALIDADE RECÍPROCA ENTRE 5. a conjectura da existência de li- nológica e a produção científica.5 Ou seja, identificou-se uma causalidade recíproca entre as dimensões científica e tecnológica ao longo do to tecnológico); miares de produção científica que AS DIMENSÕES CIENTÍFICA E TECNOLÓGICA devem ser superados para o alcan- AO LONGO DO PROCESSO DE ce de novos estágios e de novos níveis de interação entre as dimen- DESENVOLVIMENTO ACELERADO processo de desenvolvimento ace- sões científica e tecnológica; lerado. Esse achado contrasta com 6. o reconhecimento de que é possí- o caso brasileiro, no qual a autora vel integrar estas interações entre encontrou causalidade em apenas um sentido: da produção científica para a tecnológica. ciência e tecnologia nas determição entre ciência e tecnologia. Seis passos são necessários: nações do crescimento econômico. O modelo propõe a existência de 1. o reconhecimento de duas dimen- pelo menos três diferentes “regimes A pergunta é a seguinte: seria sões diferentes entre as ativida- de interação” ao longo do processo necessária a superação de algum li- des relacionadas à inovação: a ci- de desenvolvimento. No ‘regime I’, miar de produção científica para que entífica e a tecnológica; a infra-estrutura científica é ainda Os limiares de produção científica fosse assegurada a existência de uma 2. a identificação de uma divisão de muito pequena e incapaz de alimen- massa crítica que permitisse à infra- trabalho institucional entre elas; tar uma produção tecnológica mí- 5 A causalidade é identificada através de uma técnica desenvolvida por G RANGER. RAPINI explica o sentido desta técnica e ressalta que o estudo permite afirmar que as duas séries temporais (artigos e patentes) comportam-se de forma tal que a causalidade “no sentido de Granger” corre nos dois sentidos. Para mais detalhes, ver RAPINI (2000). nima.6 No ‘regime II’, a produção ci- caracterizam os movimentos inici- infra-estrutura científica nos países entífica cresce e pode determinar al- ais nos processos de catching up. subdesenvolvidos: há temas que não guma produção tecnológica, mas não Portanto, ao tratarmos dos paí- podem ser resolvidos sem um inves- a ponto de viabilizar um efeito retro- ses em desenvolvimento, é necessá- timento de pesquisa localizado nes- alimentador sobre a produção cien- rio combinar a crítica ao “modelo ses próprios países. O chamado “hi- tífica.7 Por fim, no ‘regime III’, as co- linear” com a crítica ao “modelo li- ato 10/90” sintetiza o problema e nexões e interações estão plenamen- near invertido”, de modo a afirmar indica a tarefa (GFHR, 2002). te estabelecidas (como nos países de- que há mútua determinação e feed- O cenário mundial descrito pela senvolvidos) e o principal determi- backs positivos entre as dimensões OMS pode ser sintetizado por um nante do crescimento econômico é a científica e tecnológica. desafio duplo: “epidemias emergen- capacitação científica e tecnológica. O modelo proposto aqui pode ser tes e problemas persistentes” (WHO, A discussão sobre os limiares corroborado com base em uma aná- 1999. p.13-27). Esse cenário tem lise estatística dos dados disponíveis uma distribuição desigual, em es- de produção científica contribui para aprofundar a visão interativa pecial na distribuição da “carga da que nasce da crítica ao modelo line- doença evitável” (p. 22-27). ar. A identificação da necessidade do A articulação entre sistemas de alcance de pontos de massa crítica inovação e bem-estar social encon- NO CENÁRIO INTERNACIONAL, tra-se mais desenvolvida nos países tencializada sugere a crítica a um A DESIGUALDADE DO PROGRESSO desigualdade do progresso tecnoló- “modelo linear invertido”, muitas TECNOLÓGICO REFLETE-SE NA CONDIÇÃO gico reflete-se na condição social das em termos de recursos científicos para que a interação possa ser po- populações mundiais. Possivelmen- vezes implícito na literatura. Este modelo sugere que, em primeiro ricos. No cenário internacional, a SOCIAL DAS POPULAÇÕES MUNDIAIS te, a inexistência ou o caráter incom- lugar, o país se desenvolve econo- pleto dos sistemas de inovação na micamente, depois investe em tec- periferia determina essa desigualda- nologia e, apenas em um terceiro de internacional. No caso da saúde, a avaliação da momento, aplica em ciência. O principal problema do “mode- para 120 países (ver BERNARDES & situação tecnológica indica de forma lo linear invertido” é o desconheci- ALBUQUERQUE, 2003). Os resultados dramática a enorme desigualdade mento do papel da infra-estrutura desse estudo empírico estão apre- existente. Diversos estudos recentes científica na construção da “capaci- sentados no Gráfico 1. identificam de forma complementar essa desigualdade (GFHR, 2002; dade de absorção” indispensável para a imitação, para a adaptação de tecnologias disponíveis em países mais avançados e para a realização de inovações incrementais que A grande desconexão entre a carga da doença e os investimentos em pesquisa A área de saúde possui uma particularidade que amplia o papel da 6 WHO, 1996, 2001; UNDP, 2001). Em primeiro lugar, há uma importante articulação entre o nível de desenvolvimento e os recursos alo- Esse regime caracterizaria a situação de numerosos países da África, que possuem alguma produção científica mas nenhuma produção tecnológica identificada por patentes no USPTO (BANZE, 2000). 7 Esse regime caracterizaria, por exemplo, o caso brasileiro (RAPINI, 2000). cados para a pesquisa e desenvol- em pesquisa e desenvolvimento: 3) doenças do tipo III: aquelas ex- vimento em saúde: de acordo com a enquanto a pneumonia e as doen- clusiva ou predominantemente con- OMS, os países de baixa e média ren- ças diarreicas respondem por 15,4% centradas em países pobres (várias da respondem por apenas 2,2% dos da carga da doença (e são as duas doenças tropicais). Doenças do tipo fundos globais destinados para pes- maiores causas de morte no plane- I contam com P&D público e priva- quisa em saúde (WHO, 1996, p. 218). ta), recebem apenas 0,2% dos recur- do, derivando-se daí novos produ- Certamente esse problema alocativo sos para P&D (WHO, 1996, p. xxviii). tos. Entretanto, muitas vezes a di- Em terceiro lugar, em um desen- fusão desses produtos para países é resultado imediato da inexistência de sistemas de inovação com- volvimento desses estudos compa- pobres é limitada, seja por custos pletos nesses países. rativos, uma Comissão da OMS elevados seja por proteção patentá- (WHO, 2001) pôde articular a distri- ria. Doenças do tipo II contam com sultado de um esforço mais abran- buição mundial de doenças e recur- recursos mais limitados. Por fim, gente realizado pela OMS e pelo Ban- sos de P&D. O trabalho distingue as doenças de tipo III recebem uma Em segundo lugar, como um re- co Mundial, desenvolveu-se uma proporção muito baixa de P&D, e investigação visando criar instru- “essentially no commercial based mentos para a mensuração de im- R&D in rich countries” (p. 78). Combinando a carga da doença e pacto dos agravos à saúde, como primeiro passo para o planejamento das ações específicas de combate O GLOBAL FORUM DESTACA O “10/90 GAP”: a estes agravos. O principal indica- a alocação de P&D, a OMS discute a “oferta mundial de conhecimento para lutar contra doenças”: “the ba- dor é o AVAI (sigla para Anos de Vida UM HIATO ENTRE O GASTO sic principle that R&D tends to de- Ajustados por Incapacidade, do in- COM PESQUISA EM SAÚDE E cline relative to disease burden in glês Disability Adjusted Life Years – Daly), um indicador absoluto do A CARGA DA DOENÇA moving from Type I and Type III diseases is a robust empirical finding. nível de saúde de uma população. Type II diseases are often termed Esse novo indicador possui, frente negleted diseases and Type III disea- aos indicadores comumente usados ses very neglected diseases” (p. 78). (tais como Índice de Mortalidade entre três tipos de doenças: 1) doen- Em quarto lugar, é importante Infantil ou Expectativa de Vida), a ças tipo I, presentes em países ricos destacar a iniciativa do Global Fo- vantagem de levar em conta todos e em países pobres, com populações rum for Health Research (GFHR, os agravos à saúde (doenças, aci- vulneráveis expressivas nos dois 2002), talvez uma síntese de todos dentes, condições ambientais e so- conjuntos de países (exemplos: do- os esforços internacionais apresen- ciais insalubres etc.), sejam eles fa- enças transmissíveis como hepatite tados nessa seção. O Global Forum tais ou não (MURRAY & LOPEZ, 1996). B e gripe e doenças não transmissí- destaca o “10/90 gap”: um hiato en- A partir desse indicador, outros es- veis como diabete e doenças cardio- tre o gasto com pesquisa em saúde tudos puderam ser desenvolvidos. vasculares); 2) doenças tipo II, pre- e a carga da doença. Segundo este A OMS pôde encontrar, em estudo sentes em países ricos e países po- estudo, menos de 10% dos gastos sobre pesquisas no setor saúde, bres, mas com uma proporção subs- mundiais em pesquisa em saúde são “uma desconexão monumental” en- tancial de casos em países pobres dedicados a doenças ou condições tre a carga da doença e os gastos (AIDS e tuberculose são exemplos); que representam mais de 90% da carga mundial da doença (p. 89-91). dos para resolver os seus problemas fil epidemiológico do país apresenta Utilizando a classificação da OMS básicos de saúde. Portanto, sistemas demandas muito especiais sobre o (WHO, 2001), o Global Forum clas- de inovação têm um papel insubsti- sistema de saúde e sobre a infra-es- sifica doenças tuível para a saúde. trutura científica. E coloca o país tropicais como es- quistossomose, leishmaniose, onco- O perfil epidemiológico do Brasil numa posição muito singular nos cercose, filariose e doenças de Cha- distingue-se do perfil de países avan- fluxos internacionais de informações gas como doenças “muito negligen- çados pela presença dos “problemas científico-tecnológicas. ciadas” (Tipo III). persistentes”, incluindo doenças tro- 8 Esses dados e resultados suge- picais, e também distingue-se dos rem dois caminhos para nossa dis- países mais pobres pela presença das cussão aqui. Em primeiro lugar, eles “epidemias emergentes”, envolvendo indicam a necessidade de a saúde ser doenças não transmissíveis (um ver- compreendida como um fenômeno dadeiro “mosaico epidemiológico”).9 METODOLOGIA Base de Dados Indicadores de produção científica mundial, donde a importância de ini- Os dados sobre artigos cientí- ciativas cooperativas internacionais, ficos foram fornecidos pelo Minis- envolvendo esforços de pesquisa e tério da Ciência e Tecnologia (MCT) apoio à constituição de sistemas de a partir da base do Institute for saúde (que garantam a efetiva difu- SISTEMAS DE são das conquistas científicas e tec- Scientific Information (ISI), composto pelo Science Citation Index nológicas da humanidade). Em se- INOVAÇÃO TÊM Expanded (SCI), Social Sciences Ci- gundo lugar, destacam a importân- UM PAPEL INSUBSTITUÍVEL tation Index (SSCI) e Arts & Hu- cia do esforço científico interno aos países em desenvolvimento: perfis manities Citation Index (A&HCI). PARA A SAÚDE São utilizados como proxies da produção científica. epidemiológicos diferentes determinam diferentes demandas sobre os Para analisar a infra-estrutura sistemas de pesquisa. Ou seja, ne- científica por país, serão utilizadas nhum país do mundo pode deixar todas as disciplinas referentes ao de participar das redes internacio- Por isso, o Brasil é um país que ne- sistema nacional de inovação (NSI) nais de pesquisa e difusão das ino- cessita de um sistema de saúde que e as disciplinas que se relacionam vações e nenhum país pode contar dê conta, simultaneamente, de lidar ao setor saúde. Das 104 disciplinas apenas com a difusão passiva de com doenças degenerativas e com enumeradas pelo ISI, 47 são relaci- inovações dos centros mais avança- doenças parasitárias. Portanto, o per- onadas à saúde (ver Quadro 1.A do 8 Novas aplicações de substâncias (em geral inesperadas, como ressaltam GELIJINS et al., 1998) podem, por acaso, ajudar países pobres. Dois exemplos: um medicamento veterinário da Merck (ivermectin) demonstrou ser eficaz no controle da oncocercose humana, um medicamento da Pfizer (Zithromax) contra chlamidia mostrou-se eficaz contra o tracoma (Financial Times, November 11, 1998, p. 4). 9 BUCK et al. (1988) distinguem três estágios na evolução dos padrões de doenças: 1) estágio marcado por doenças infecciosas, associadas à pobreza, má nutrição, falta de saneamento etc.; 2) doenças degenerativas, como doenças cardíacas e câncer; 3) problemas derivados de poluição ambiental e problemas em famílias, comunidades e locais de trabalho que levam à violência, abuso de drogas, alcoolismo etc. Os países desenvolvidos teriam passado por esses três estágios ao longo de um século, enquanto os países em desenvolvimento devem enfrentálas de uma só vez. Daí a menção ao “verdadeiro mosaico epidemiológico” (p. ix). anexo). As informações estão dispo- Organização Mundial de Proprieda- sobre patentes foi feita por país do níveis para o período de 2001 e in- de Intelectual, mas os agrega, com o inventor e os dados estão disponíveis cluem 118 países para esse ano. auxílio de especialistas das diversas no endereço www.uspto.gov. áreas, de forma a viabilizar informa- Sumarizando, em relação aos in- Indicadores de produção ções para o formulador de políticas dicadores de C&T, justifica-se o uso tecnológica e para o analista da área de econo- de artigos publicados e de patentes mia da tecnologia. O “algoritmo” da neste trabalho (em vez de indicado- agregação, proposto pelo OST pode res derivados de artigos e patentes) ser encontrado em publicação da porque a observação simultânea des- entidade (OST, 2000, p. 409). sas variáveis é importante para ana- O documento das patentes (solicitadas e concedidas) encontradas no site do United States Patent and Trademark Office (USPTO) contém as informações utilizadas para a ela- A classificação das patentes por lisar as conexões entre C&T e para boração das bases de dados. Entre domínios e subdomínios tecnológi- formular modelos sobre processos essas informações está a classe tec- cos, por exemplo, oferece uma visão inovativos (SCHMOCH, 1997). nológica da patente. Existe uma classificação internacional de paten- Indicador de crescimento tes preparada pela Organização econômico Mundial de Propriedade Intelectual (OMPI, cujo site é www.wipo.org), AS RELAÇÕES ENTRE CRESCIMENTO A literatura econômica que enfatiza o papel da C&T na determina- que possui diversos níveis de desa- ECONÔMICO E DESENVOLVIMENTO CIENTÍFICO ção do crescimento econômico é gregação: seções, subseções, clas- SÃO MUITO MAIS RECÍPROCAS DO QUE ampla (PAVITT, 1991; ROSENBERG, 1990; ses e subclasses. São oito seções e mais de 600 subclasses. Se, por um UNIDIRECIONAIS, JÁ QUE A ORDEM DE lado, a alta desagregação das sub- DETERMINAÇÃO É BILATERAL KLEVORICK e cols., 1995; NARIN e cols., 1997; FREEMAN & SOETE, 1997). Na verdade, as relações entre crescimen- classes dificulta a análise por sepa- to econômico e desenvolvimento ci- rar tecnologias relacionadas, por entífico são muito mais recíprocas outro lado, a forma como a agrega- do que unidirecionais, já que a or- ção é feita nos níveis de seção e sub- dem de determinação é bilateral. seção tem a finalidade de atender às sobre o setor a que pertence a paten- Essa concepção é válida, sobretu- necessidades dos escritórios de pa- te. O levantamento de dados sobre do, para países avançados que já tentes e não de viabilizar análises patentes para o setor saúde incluirá atingiram certo grau de interação acadêmicas no campo da economia os subdomínios tecnológicos relati- entre ambas as esferas. da ciência e tecnologia. vos à engenharia médica, química O indicador de crescimento eco- Para superar esses problemas, orgânica, química macromolecular, nômico é a renda, medida por pari- uma iniciativa do Observatoire des produtos farmacêutico-cosméticos e dade do poder de compra, cuja fon- Sciences et des Techniques (OST, biotecnologia. Com essa classifica- te é o World Development Indica- 2000) propôs uma forma de agrega- ção, uma das maiores lacunas dos tors, 2003, disponível em CD-ROM. ção em seis domínios tecnológicos estudos que utilizam estatísticas de Considerando que a análise realiza- e em 30 subdomínios tecnológicos. patentes pôde ser contornada. Isso é da conta com vários países, perten- O trabalho proposto pelo OST parte especialmente importante para estu- centes a diferentes estágios de de- da classificação internacional da dos da área de saúde. A pesquisa senvolvimento, o indicador de ren- da será utilizado sob o enfoque da estrutura científico-tecnológica. Por paridade do poder de compra. fim, os países que participam do re- RESULTADOS e ui P 0 A1 gime III possuem capacidade cientí- Linearizada, a equação acima re- fico-tecnológica consolidada. As in- sulta em: terações entre C&T e crescimento eco- Limiares de produção científica em saúde O objetivo desta seção é comparar o resultado sobre a existência de limiares de produção científica do sistema setorial em saúde com o do sistema de inovação proposto por BERNARDES e ALBUQUERQUE (2003). Como apresentado na seção 1, um modelo (1.a) nômico são recíprocas e os países são considerados maduros em termos do sistema nacional de inovação. A análise de BERNARDES e ALBUQUERQUE (2003) * ln 0 1 ln A ui (1.b) ln P ln P 1 ln A ui (1.c) Onde: sugere que a = ln b 0; “Quando o regime muda, o número de canais de interação entre infraestrutura científica, produção tecno- ln P* = log natural de patentes per capita; ln A* = log natural de artigos per capita. é utilizado para descrever a relação Os autores ajustaram duas linhas entre ciência, tecnologia e cresci- compatíveis com duas regiões bem mento econômico. A hipótese é de definidas graficamente. A interseção que as interações entre C&T são entre as duas linhas ocorreu no pon- AS INTERAÇÕES ENTRE C&T SÃO IMPORTANTES to onde A* era equivalente a 150 arti- terísticas vis-à-vis dos estágios de DESDE O INÍCIO DO PROCESSO regime II para o III. Assim, os países desenvolvimento em que os países DE DESENVOLVIMENTO importantes desde o início do processo de desenvolvimento. Essas interações possuem diferentes carac- gos per capita. Este foi considerado o “limiar” que identifica a transição do abaixo e à esquerda desse ponto pertencem ao regime II e os que ficam se encontram (p. 868). Conforme explicitado, os países acima e à direita participam do regi- que pertencem ao regime I não pro- me III. O gráfico 1 ilustra o limiar de duzem ciência e/ou tecnologia, ex- produção científica para o conjunto pressas pelos indicadores de artigos de países que compõem o NSI. e patentes, respectivamente. Os países pertencentes ao regime II possuem artigos e patentes. Porém, sua produção científica encontra-se abaixo do limiar de produção científica e lógica e crescimento econômico também se modifica. Quando o país evolui, mais conexões são ligadas e mais interações passam a operar. O regime III é aquele em que todas as conexões e interações são realizadas.” (p. 875) Dando continuidade à análise precedente, esta seção visa testar a hipótese de existência de um limiar de produção científica para o sistema de inovação em saúde. Os países que fazem parte do regime I não eles são considerados tecnologicaA questão investigada passa a ser: foram considerados na análise de ção entre ciência e crescimento e en- separar os países que fazem parte dos cluster por não possuírem artigos tre tecnologia e crescimento, mas o regimes II e III e, com isso, detectar o e/ou patentes em saúde. Os 71 paí- sentido de determinação é unidireci- limiar da produção científica. ses pertencentes aos regimes II e III mente imaturos. Há alguma intera- onal, o que significa que o cresci- Para definir o "limiar", os auto- mento econômico não contribui de res propõem um modelo não linear ters hierárquicos, tendo como vari- forma decisiva para ampliar a infra- do tipo: áveis as quantidades de patentes per foram agrupados por meio de clus- GRÁFICO 1 – Artigos por milhão de habitantes (A*) x patentes por milhão de habitantes (P*) em 1998. Dois subconjuntos são representados por diferentes símbolos e duas funções potência ajustam os subconjuntos. (em escala logarítmica) 0,90 (significativo no nível de 1%), indica que um aumento de 1% na quantidade de artigos publicados eleva a quantidade de patentes em cerca de 0,90%. Por outro lado, para os países pertencentes ao regime III, a elasticidade foi de 1,13 (correspondente à soma de 1 e 2), significan- do que um aumento de 1% na quan- tidade de artigos aumenta a produção de patentes em cerca de 1,13%. O limiar de produção científica para o setor saúde foi identificado através da mudança estrutural, expressa pela variável dummy de inclinação (DA3). Esta define claramente dois padrões distintos de comportamento relativos aos países que fazem Fonte: BERNANDES & ALBUQUERQUE (2003). parte do regime II, representados pela reta menos inclinada, e aos países do regime III, representados pela reta capita e de artigos científicos per capita para o ano de 2001. Após classificar os países de DA3 = variável dummy D3 multiplicada pela produção científica dos países do regime III. Expressa mudança de inclinação ou mudança estrutural. acordo com o regime a que pertencem, o modelo para o sistema de inovação proposto por B ERNAR - Os resultados das estimativas são apresentados na Tabela 1. O melhor resultado refere-se ao do por SILVA (2003) será testado modelo estimado com duas variá- para o setor saúde. veis dummies para os outliers: DP A equação estimada é similar à equação proposta por BERNARDES e ALBUQUERQUE (2003), à qual acrescentou- se uma variável dummy de inclinação. 1 ln A 2 i (1.d) Por hipótese, a produção tecnológica, a partir da produção científica, é maior entre os países pertencentes ao regime III relativamente aos países do regime II. Isso signifi- e A LBUQUERQUE (2003) e adapta- DES mais inclinada, conforme o Gráfico 2. ca que os países do regime III conseguem produzir uma patente com uma quantidade média de artigos para os outliers positivos, El Sal- menor que a média produzida pelos vador e Cazaquistão; e DN para o países do regime II, pois estes não outlier negativo, Indonésia. A intro- conseguiram obter massa crítica dução das dummies para os outli- suficiente para ultrapassar o limiar ers foram úteis para modelar as ca- de produção científica. racterísticas fixas desses países, as Os resultados encontrados nes- quais não estavam no modelo. O R 2 te artigo foram similares aos encon- ajustado foi de 0,90. O valor esti- trados por SILVA (2003) e por BER- ln P* = log natural de patentes per capita; mado para a elasticidade do regime NARDES ln A* = log natural de artigos per capita. II, expresso pelo coeficiente 1, foi mos da existência de limiares de ln P DA 3 u Onde: e ALBUQUERQUE (2003) em ter- TABELA 1 – Equação de produção tecnológica para o sistema de inovação em saúde – países pertencentes aos regimes II e III, 2001 Pit 0 1 (A it) 2 (DA3) 3 DP 4 DN it A principal conclusão que se pode tirar é de que há um limiar de produção científica para o setor saúde, como ocorre para o sistema de inovação como um todo (conforme os Variáveis (1) (1) Ait 0.81*** 0.90*** DA3 0.27*** 0.23*** DP – 2.90*** estrutural em termos da infra-estru- DN – -1.34* tura científico-tecnológica. O “limi- C -3.74*** -4.11*** ar” é importante para demarcar o 0.87 0.90 esforço de produção acima do qual 33.30 7.90 o país estaria ingressando em um 2 R (ajd.) Teste de White Fonte: elaboração própria (1) Modelo clássico de regressão – estimado pelo método dos mínimos quadrados ordinários (MQO). *** significativa a 1% ** significativa a 5% * significativa a 10% resultados encontrados por S ILVA (2003), B ERNARDES e A LBUQUERQUE (2003)), pois foi detectada mudança novo regime, o que possibilita maior eficiência em termos das conexões entre C&T. No entanto, dada a descontinuidade científico-tecnológica para o setor, os países do regime II produção científica para o NSI em maior que os países do regime II en- teriam de realizar maior esforço para saúde e para o NSI. A existência de frentarão para alcançar um estágio ultrapassar o limiar, relativamente um limiar de produção científica de desenvolvimento mais avançado, aos países pertencentes a esse regi- significa que os países conseguem caso não haja investimentos em C&T. me e que compõem o NSI. Além do obter massa crítica em termos ci- Uma consideração importante a aumento de sua produção científica, entíficos e, conseqüentemente, há ser feita é que o limiar de produção os canais de conexões entre as vári- maior articulação entre as esferas científica varia ao longo do tempo, as instituições componentes do sis- científica e tecnológica. sendo identificado como um concei- tema de inovação precisam ser arti- to dinâmico. Analisando o NSI total, culados, para integrar as universi- ALBUQUERQUE (2004, p. 9) sugere que: dades e institutos de pesquisa com o Dadas as características do setor saúde, o ponto central é avaliar o salto científico e tecnológico neces- dos regimes II e III não é convergen- “A investigação do comportamento dos dados para outros anos (1974, 1982 e 1990) indica um padrão similar de cross-over, mas sugere que o limiar tem se movimentado ao longo do tempo: em 1974, sete artigos por milhão de habitantes; em 1982, 28; e em 1990, 60. Essa movimentação do limiar pode ser interpretada como uma indicação do aumento das exigências em termos de infra-estrutura científica para processos de catching up, na medida que o tempo passa e o te. Isso ilustra a dificuldade cada vez sistema capitalista se desenvolve.” sário para que os países do regime II possam ingressar no regime III. O Gráfico 2 permite visualizar essa questão. Em primeiro lugar, não foi detectada interseção entre os dois regimes e sim uma descontinuidade na produção científico-tecnológica entre ambos. Em segundo lugar, a trajetória das retas representativas complexo médico-industrial, através de políticas industriais que incentivem o setor produtivo. Especialização científica em saúde Uma medida importante para situar a produção científica do país é o índice de especialização científica (Scientific Revealed Comparative Advantage – SRCA) proposto por LATTIMORE e REVETZ (1996). Esse índice compara a produção científica do país em uma GRÁFICO 2 – Saúde geral – artigos e patentes (por milhão de habitantes), 2001. Fonte: ISI, USPTO, elaboração própria. As siglas de alguns países selecionados são dadas a seguir: IN (Índia); BR (Brasil); ZA (África do Sul); KR (Coréia do Sul); TW (Taiwan); IE (Irlanda); JP (Japão); USA (Estados Unidos); CH (Suíça); SE (Suécia). dada disciplina com a produção ci- grau de especialização científica O índice de especialização é entífica mundial nessa mesma disci- menor que o esperado, o que su- calculado de acordo com a fór- plina. Segundo os autores: gere maior diversificação da pes- mula a seguir (L ATTIMORE ; R EVETZ , quisa científica” (p. 341). 1996. p. 15): “Um país possui vantagem comparativa em um campo se a participação das publicações ou do número de citações naquele campo for maior que a participação das publicações ou citações do mundo naquele campo. Então, se a medida for maior que a unidade há vantagem comparativa, se a medida ficar abaixo da unidade não há vantagem comparativa.” (p. 9-10) SRCA (Pij / Pmundo, j ) Pi , total de disciplinas / Pmundo, total de disciplinas Onde: SRCA = índice de especialização (Scientific Revealed Comparative Advantage); P = artigos científicos; i = país; j = disciplina. De acordo com P IANTA & A RCHI - Através do cálculo do SRCA , os A partir do trabalho de LATTIMORE (1991), a especialização cor- autores propõem uma tipologia em & REVETZ (1996), ALBUQUERQUE (2004, relaciona-se inversamente com o termos de especialização científi- p. 18-19) calcula o índice de espe- volume de produção científica. ca para os países, classificando- cialização para 118 países, fazen- Isso significa que “países com tra- os segundo quatro padrões distin- do uma adaptação: os cálculos são d içã o tos: industrial, saúde, recursos na- efetuados para artigos indexados turais e misto. ao ISI e não para citações. BUGI científic a estabelecida (como EUA e Reino Unido) têm um res de produção científica e da di- À medida que a infra-estrutura visão dos países em três grandes científica se amplia, melhora a dis- grupos para o NSI, foi possível tribuição do SRCA entre as diversas relacionar a infra-estrutura cientí- disciplinas. Isso significa que os “Essa especialização possivelmente tem uma determinação no peso e na sofisticação do sistema de bem-estar social da Suécia, que deve ter um forte padrão de interação com o sistema de inovação, intermediado pela infra-estrutura científica” fica com o padrão de distribuição países do regime III, situados aci- (ALBUQUERQUE, 2004. p. 19-20). Em primeiro lugar, em decorrência da identificação dos limia- da produção de artigos entre as diversas disciplinas. TABELA 2 – Índice de especialização científica – SRCA (média e variância) Regime 1981 2001 Esse também é o padrão de especialização da Finlândia e da Dinamarca. A Noruega, apesar de possuir ele- Média Variância Média Variância vada especialização em saúde, apre- I II 34,05 10547,11 8,23 56,83 III sentou, em 2001, especialização em 5,43 109,06 2,94 20,58 0,55 0,15 0,37 0,08 Fonte: Albuquerque, 2004. ma do limiar de produção científi- Os Estados Unidos possuem a infra-estrutura científica mais de- xo, tanto em 1981 quanto em 2001, senvolvida e completa do mundo, indicando que a produção científi- mas não há concentração em ne- ca é bem distribuída entre as di- nhum setor científico, o que justi- versas disciplinas. Os países do re- fica sua baixa especialização (con- ar de produção científica, apresentam maior concentração científica com maior número de publicações em um conjunto menor de disciplinas. Seu SRCA médio é superior ao dos países do regime III. Finalmente, os países do regime I, que cas, geol./petrol./ engenharia de minas; meio ambiente/ecologia; ciência ca, possuem SRCA médio mais bai- gime II, que estão abaixo do limi- outras disciplinas: ciências aquáti- forme Tabela 3, em 2001, direito e comunicação, com SRCA de 2,8 e animal e engenharia civil. Coréia do Sul e Taiwan (Tabelas 5 e 6, respectivamente) conseguiram realizar o processo de catching up ao longo das décadas de 1980 e 1990. Caracterizados por possuírem sistemas de inovação maduros sem ênfase em saúde, esses países apresentaram es- 2,1, apresentaram as maiores es- pecialização científica em diversas dis- pecializações). Por isso, foram ca- ciplinas relacionadas à engenharia e racterizados como tendo especia- atividades industriais, sendo classifi- lização mista. As disciplinas que cados como tipicamente industriais. apresentaram maior SRCA relacio- O Brasil foi classificado como nam-se às ciências sociais aplica- misto, com viés para o setor médi- das e às humanas. co, por não apresentar concentra- apresentam apenas produção cien- Quanto aos países nórdicos, é tífica, mas não possuem patentes nítida a especialização em saúde: ciplinas (conforme Tabela 7). Ape- depositadas no USPTO , têm os mai- as disciplinas relacionadas a esse sar de o setor saúde representar ores SRCA médios. setor apresentam os maiores SRCA. 38,23% da produção científica na- Em segundo lugar, Albuquerque No caso da Suécia, como pode ser cional, em termos mundiais não seleciona um conjunto de países e visto na Tabela 4, todas as disci- possui lista todas as disciplinas com SRCA plinas com SRCA superior a 1,5 são quando tratado em termos agrega- superiores a 1,5. relacionadas à saúde. dos,10 pois seu índice de especiali- 10 Quando o setor é desagregado, algumas disciplinas apresentam vantagem comparativa. ção em grupos homogêneos de dis- vantage m comparativa TABELA 3 – Especialização científica para os EUA – 1981, 1991 e 2001 1981 Disciplina Direito Comunicação Reabilitação Artes Serviço social e Política social Educação Saúde pública e Ciência da saúde Administração Psicologia Arte e Arquitetura Literatura Economia 1991 SCRA 2,156 2,046 1,891 1,713 1,700 1,659 1,652 1,637 1,605 1,546 1,510 1,507 Disciplina Direito Comunicação Reabilitação Administração Artes Bibliot. e Ciên. Informação Ciência da saúde e Serviços Educação Serviço social e Política social Arte e Arquitetura Saúde pública e Ciência da saúde Economia Psicologia Sociologia e Antropologia Eng. Aeroespacial Literatura 2001 SCRA 2,326 2,313 2,042 1,782 1,776 1,751 1,684 1,652 1,647 1,645 1,627 1,610 1,604 1,600 1,568 1,538 Disciplina Direito Comunicação Serviço social e Política social Bibliot. e Ciên. Informação Reabilitação Artes Educação Saúde pública e Ciência da saúde Literatura Arte e Arquitetura Psicologia Sociologia e Antropologia Filosofia Ciência política e Adm. pública Religião e Teologia Clínica geral Ciência da saúde e Serviços Eng. aeroespacial Economia SCRA 2,887 2,138 2,042 1,993 1,993 1,930 1,880 1,863 1,843 1,827 1,782 1,729 1,726 1,710 1,644 1,617 1,565 1,546 1,539 Fonte: ISI, MCT, Albuquerque, E. M. (2004). TABELA 4 – Especialização científica para Suécia – 19 81, 1991 e 2001 1981 Disciplina Clin. Imunológica e Doenças Infec. Fisiologia Dentística, Cir. Oral e Medicina Imunologia Medicina Reprodutiva Cirurgia Reumatologia Urologia Dermatologia Ortopedia Pesq. médica, órgãos e sistmeas Farmacologia/Toxicologia Anestesiologia Otorrinolaringologia Pesq., med. lab. e tecnologia méd. Radiologia, Med. Nuclear e Imagens Neurologia Endocr., Nutrição e Metabolismo Pediatria Gastroenterologia e Hepatologia Fonte: ISI, MCT, Albuquerque, E. M. (2004). 1991 SCRA 4,585 4,270 3,103 2,851 2,722 2,562 2,501 2,423 2,366 2,357 2,312 2,227 2,078 2,037 1,875 1,671 1,637 1,635 1,593 1,593 Disciplina Dentística, Cir. Oral e Medicina Clin. Imunológica e Doenças Infec. Fisiologia Otorrinolaringologia Pesq. médica, órgãos e sistmeas Imunologia Ortopedia Med. Ambiental e Saúde Pública Endocr., Nutrição e Metabolismo Pediatria Oncologia e Pesquisa sobre Câncer Clínica em Psicologia e Psiquiatria Reumatologia Gastroenterologia e Hepatologia Neurociência e Comportamento Urologia 2001 SCRA 3,611 2,532 2,227 2,085 2,079 2,030 1,987 1,954 1,793 1,693 1,666 1,664 1,627 1,627 1,592 1,536 Disciplina Dentística, Cir. Oral e Medicina Med. Ambiental e Saúde Pública Saúde Pública e Ciência da Saúde Endocr., Nutrição e Metabolismo Ortopedia Fisiologia Reumatologia Clin. Imunológica e Doenças Infec. Imunologia Farmacologia/Toxicologia Oncologia e Pesquisa sobre Câncer SCRA 2,522 2,246 2,079 2,069 1,991 1,744 1,667 1,566 1,559 1,545 1,510 TABELA 5 – Especialização científica para Coréia do Sul – 1981, 1991 e 2001 1981 Disciplina Biotecnologia e Mricorb. Aplicada Arte e Arquitetura Al., robótica e cont. de automação Eng. Matemática Metalurgia Tecnol. da Inform. e Comunicação Química Estudos Ambientais, Geog. e Desenv. Dermatologia Med. Ambiental e Saúde Pública Engenharia Mgmt/ Geral Fís. aplicada, mat. cond., ciênc. mat. Filosofia Agricultura/Agronomia Engenharia Nuclear Clin. Imunológica e Doenças Infec. Física Ciência de Materiais e Engenharia Engenharia Mecânica Ciência Política e Adm. Pública Engenharia Ambiental/Energia Farmacologia/Toxicologia Ótica Química org./ ciênc. de pol. SCRA 15,406 9,399 8,818 5,783 5,216 4,232 3,888 2,986 2,498 2,441 2,418 2,202 2,165 2,163 2,050 1,964 1,916 1,876 1,742 1,702 1,630 1,568 1,551 1,519 1991 Disciplina Química Metalurgia Biotecnologia e Mricorb. Aplicada Ciência de Materiais e Engenharia Al., robótica e cont. de automação Engenharia Mecânica Engenharia Nuclear Engenharia Química Engenharia Elétrica e Eletrônica Química org./ ciênc. de pol. Fís. aplicada, mat. cond., ciênc. mat. Engenharia Mgmt/Geral Engenharia Ambiental/Energia Radiologia, Med. Nuclear e Imagens Tecnol. da Inform. e Comunicação Comunicação Engenharia Civil Eng. Aeroespacial Ciência da Computação e Engenharia SCRA 4,241 4,188 3,608 3,501 3,410 3,307 3,222 3,120 2,979 2,788 2,711 2,680 2,611 2,359 2,238 2,026 1,866 1,675 1,532 2001 Disciplina Tecnol. da Inform. e Comunicação Ciência de Materiais e Engenharia Engenharia Mecânica Engenharia Elétrica e Eletrônica Engenharia Química Biotecnologia e Mricorb. Aplicada Metalurgia Fís. aplicada, mat. cond., ciênc. mat. Engenharia Mgmt/Geral Al., robótica e cont. de automação Química org./ciênc. de pol. Química Engenharia Nuclear Radiologia, Med. Nuclear e Imagens Engenharia Civil Eng. Aeroespacial SCRA 3,135 3,023 2,933 2,639 2,308 2,299 2,251 2,186 2,170 1,976 1,744 1,738 1,735 1,665 1,538 1,500 Fonte: ISI, MCT, Albuquerque, E. M. (2004). TABELA 6 – Especialização científica para Taiwan – 1981, 1991 e 2001 1981 Disciplina Ciência Política e Adm. Pública Agricultura/Agronomia Matemática Tecnol. da Inform. e Comunicação Engenharia Química Clin. Imunológica e Doenças Infec. Al., robótica e cont. de automação Ciência dos animais Biotecnologia e Mricorb. Aplicada Engenharia Nuclear Química Inorgânica e Nuclear Química Ciência das plantas Ciência dos animais e das plantas Farmacologia e Toxicologia Engenharia Elétrica e Eletrônica Ciência de Materiais e Engenharia Entomologia Fís. aplicada, mat. cond., ciênc. mat. Psicologia Fonte: ISI, MCT, Albuquerque, E. M. (2004). 1991 SCRA 7,716 4,437 3,594 3,307 2,913 2,762 2,757 2,742 2,709 2,163 2,095 2,012 1,996 1,993 1,955 1,947 1,885 1,864 1,787 1,638 Disciplina Al., robótica e cont. de automação Engenharia Mecânica Engenharia Elétrica e Eletrônica Eng. Aeroespacial Ciência Política e Adm. Pública Tecnol. da Inform. e Comunicação Ciência de Materiais e Engenharia Ciência da Computação e Engenharia Engenharia Civil Eng. Matemática Metalurgia Engenharia Química Fís. aplicada, mat. cond., ciênc. mat. Engenharia Ambiental/Energia Química org./ ciênc. de pol. Gastroenterologia e Hepatologia Ótica Química agrícola Química SCRA 6,399 4,332 4,177 3,647 3,229 3,102 3,099 2,926 2,733 2,557 2,425 2,367 2,113 2,079 2,039 1,708 1,685 1,617 1,612 2001 Disciplina Engenharia Mgmt/Geral Engenharia Elétrica e Eletrônica Tecnol. da Inform. e Comunicação Al., robótica e cont. de automação Ciência da Computação e Engenharia Engenharia Mecânica Engenharia Civil Ótica Ciência de Materiais e Engenharia Eng. Matemática Engenharia Química Engenharia Ambiental/Energia Eng. Aeroespacial Química agrícola Fís. aplicada, mat. cond., ciênc. mat. SCRA 5,290 3,744 3,166 2,969 2,935 2,813 2,278 2,229 2,161 2,072 1,853 1,852 1,821 1,606 1,520 TABELA 7 – Especialização científica para Brasil – 1981, 1991 e 2001 1981 Disciplina Med. Ambiental e Saúde Pública Biologia Molecular e Genética Multidisciplinar Biologia Ciência dos animais Química agrícola Entomologia Ciência dos animais e das plantas Espect./instrumentação e ciênc. anal. Al., robótica e cont. de automação Fís. aplicada, mat. cond., ciênc. mat. Ciência espacial Física Agricultura/Agronomia Pesquisa Médica e Tópicos Gerais SCRA 4,824 3,714 3,265 3,238 2,502 2,387 2,131 1,906 1,871 1,854 1,773 1,768 1,740 1,671 1,531 1991 Disciplina Agricultura/Agronomia Biologia Pesquisa Médica e Tópicos Gerais Saúde Pública e Ciência da Saúde Ciência espacial Biologia Experimental Biologia Molecular e Genética Med. Ambiental e Saúde Pública Física Biotecnologia e Mricorb. Aplicada SCRA 5,914 5,128 4,078 3,574 3,512 2,544 2,287 2,238 2,167 1,965 2001 Disciplina Agricultura/Agronomia Dentística, Cir. Oral e Medicina Biologia Entomologia Biotecnologia e Mricorb. Aplicada Pesquisa Médica e Tópicos Gerais Física Química agrícola Espect./instrumentação e ciênc. anal. Ciência dos alimentos/nutrição Geol/Petrol/Eng. de Minas SCRA 3,976 3,234 2,761 2,482 2,196 2,167 1,871 1,722 1,704 1,529 1,526 Fonte: ISI, MCT, Albuquerque, E. M. (2004). zação (0,84) está abaixo da unida- ção em algumas áreas científicas rência de quebra estrutural na rela- de. No extremo oposto, têm-se a pode ser necessária (essa teria sido ção entre as dimensões científica e agricultura e a agronomia, apresen- uma das características do proces- tecnológica para o setor, de forma tando vantagem comparativa em ní- so de catching up na Coréia do Sul similar à que ocorre com o sistema vel mundial, com o maior índice de e Taiwan)”. A análise da especiali- nacional de inovação em geral. Essa especialização científica do país (3,97). zação científica do Brasil sugere a quebra estrutural representa o “limi- Entre as 47 disciplinas que compõem necessidade de investimentos em in- ar de produção científica” requerido o setor saúde (ver Quadro 1.A do ane- fra-estrutura científica de maneira para se atingir maior eficiência na xo), 11 apresentam índice de especia- geral. Mas, num primeiro momen- produção tecnológica. A partir desse lização superior à unidade em 2001, to, para facilitar o processo de ca- ponto o país consegue formar mas- revelando vantagem comparativa no tching up, seria interessante forta- sa crítica em termos de pesquisa, de nível mundial: dentística, cirurgia oral lecer áreas em que o país possui modo que sua produção científica e medicina; biologia; entomologia; bi- vantagens comparativas, como possa ser canalizada e transforma- otecnologia e microbiologia aplicada; agricultura e ciências da em produção tecnológica. pesquisa médica e tópicos gerais; mi- Isso possibilitaria ao país transpor De forma distinta do NSI total, crobiologia; medicina ambiental e saú- o limiar de produção científica e in- para o setor saúde não houve inter- de pública; farmacologia e farmácia; gressar em um regime no qual as seção entre os dois regimes e sim clínica imunológica e doenças infec- interações entre ciência e tecnolo- descontinuidade na produção cientí- ciosas; biologia molecular e genéti- gia são mais eficientes. fico-tecnológica. Esse resultado ilus- da saúde. tra a dificuldade que os países do ca; saúde pública e ciência da saúde. De acordo com A L B UQ U E R Q U E CONCLUSÕES (2004. p. 20) “possivelmente, em processos de catching up, uma ampliação transitória da concentra- regime II terão para atingir estágios mais avançados em termos de C&T, A análise do sistema de inovação setorial em saúde evidenciou a ocor- pois a distância que separa os dois regimes torna-se cada vez maior. Apesar de a produção de arti- cessos de catching up enfatizando nologia. Tese (Doutorado em Econo- gos do setor saúde no Brasil res- o setor saúde. Por analogia, espe- mia). Belo Horizonte: ponder por 38% da produção total ra-se que a saúde mental seja tam- UFMG, 2005. de artigos, o país não possui espe- bém beneficiada, caso ocorra o for- cialização científica em saúde em talecimento do setor saúde. Cedeplar- C HAVES , C. V. & A LBUQUERQUE, E. M. Desconexão no sistema de inova- termos agregados (SRCA = 0,84), ção no setor saúde: uma avaliação REFERÊNCIAS mas para 11 disciplinas componen- preliminar do caso brasileiro a par- tes do setor. O Brasil é classificado tir de estatísticas de patentes e ar- como possuindo um sistema mis- ALBUQUERQUE, E. Investigando a arti- tigos. UFMG – Cedeplar: Belo Hori- to, com viés para o setor saúde, por culação entre a produção científica zonte, 2004. não apresentar especialização cien- e tecnológica no setor saúde: nota tífica em grupos similares de dis- preliminar sobre um “fosso” entre a ciplinas. Esses dados produção reforçam o científica e a produção COHEN, W.; NELSON, R. & WALSH, J. Links and impacts: the influence of public R&D on industrial research. Ma- resultado da análise de cluster, que tecnológica identificado pela avali- classifica o Brasil entre o grupo de ação da distribuição geográfica de países que possuem sistemas de artigos e patentes. Belo Horizonte: inovação imaturos ou maduros sem UFMG/Cedeplar, 2004. Relatório de ESPING-ANDERSON, G. The three worlds ênfase em saúde, pertencente ao pesquisa. (Mimeogr.) of welfare capitalism. Cambridge: regime II e, portanto, situado abaixo do “limiar”. É possível que a nagement Science, v. 48, n. 1, pp. 1-23, 2002. Polity, 1990. ALBUQUERQUE, E. M. & CASSIOLATO, J. E. sobre o setor As especificidades do sistema de ino- EVERITT, B. Cluster analysis. Halstet tenha como conseqüência vação do setor saúde: uma resenha Press: New York, 1986. piorar a situação do país no que da literatura como introdução a uma FREEMAN, C. & SOETE, L. The econo- diz respeito à saúde mental, deixan- discussão sobre o caso brasileiro. mics of industrial innovation. 3 ed. do-o entre os países do regime I – Belo Horizonte: FESBE, 2000. 151 p. London: Pinter, 1997. 470 p. que possuem produção ausência de ênfase saúde científica BERNARDES, A. & ALBUQUERQUE, E. Cross- GELIJNS, A.; ROSENBERG, N. & MOSKO- em saúde mental, mas não produ- over, thresholds and interactions WITZ, ção tecnológica. Segundo CHAVES e between science and technology: les- nefits of medical research. The New ALBUQUERQUE (2004. p. 19), “na ava- sons for less-developed countries. England Journal of Medicine, v. 339, liação dos dados internacionais, Research Policy, Amsterdam, v.32, n. 10, pp. 693-697, 1998. percebe-se a existência de um du- n.5, p.865-885, 2003. GFHR – GLOBAL FORUM FOR HEALTH RESE- B UCK, C.; LLOPIS , A.; N ÁJERA, E. & ARCH. T E R R I S , M. T he c hal le n ge search 2001-2002. Geneva: Global plo movimento na medida que os países passam para níveis mais desenvolvidos: por um lado, cresce o A. Capturing the unexpected be- The 10/90 Report on health re- epidemiology: issues and selected Forum for Health Research, 2002. readings. Washington : PAHO/ GREENE, W. H. Econometric Analy- também a ênfase dada ao setor saú- WHO, 1988. sis. 4 Ed. New York: Prentice Hall, de”. Esses movimentos abrem a CHAVES, C. V. As interações entre o 2000. 1004p. possibilidade de os países, setor saúde e a saúde mental a par- KAUFMAN, L. & ROUSSEEUW, P. J. Finding tir das estatísticas de ciência e tec- groups in data: an introduction to a produção científica de forma significativa, por outro lado cresce inclu- indo o Brasil, construírem seus pro- cluster analysis. John Wiley & Sons, nal of Economics, Cambridge, v. 97, de entre ciência e tecnologia para Inc.: New York, 1990. n. 3, 1998, p. 453-471, Aug. países em catching up e para o Bra- KLEVORICK, A. K.; LEVIN, R. C.; NELSON, NELSON, R. The intertwining of public R. R. WINTER & S. G. On the sources and proprietary in medical techno- and significance of interindustry di- logy. In: ROSENBERG, N., GELIJNS, A., ROSENBERG, N. Why do firms do basic fferences in technological opportu- DAWKINS, H. Sources of medical te- research (with their money)? Rese- nities. Research Policy, Amsterdam, chnology: universities and industry. arch Policy, Amsterdam, v.19, n.2, v.24, n.2, p.185-205, Mar. 1995. Washington: National Academy, p.165-74, 1990. LATTIMORE, R. & REVETZ, J. Australian 1995. p.219-220. (Medical innovati- science: performance from published on at the crossroads, v.5). papers. Bureau of Industry Economia, OST – O BSERVATOIRE DES SCIENCES ET DES Report 96/3, Australian Government Printing Office: Canberra, 1996. MEYER-KRAHMER, F. & KULICKE, M. Grundungen an der schnittstelle zwischen Wissenschaft und Wirtschaft – die Role der Hochschulen. Perspectiven der Wirtschaftspolitik, v. 3, n. 3, pp. 257-277, 2002. TECHNIQUES. Science & Technologie: indicateurs 2000. Paris: Econômica, 2000. sil. Monografia de Graduação. Belo Horizonte: FACE-UFMG, 2000. . Inside the black box: technology and economics. Cambridge: Cambridge University, 1982. ROSENBERG, N.; GELIJNS, A. & DAWKINS, H. 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The Quaterly Jour- bre a relação de Granger-causalida- Belo Horizonte, 2003. tre ciência e tecnologia: uma investigação a partir de estatísticas de artigos e patentes. 2003. 110f. Dissertação (mestrado em Economia) – Centro de Desenvolvimento e Planejamento Regional, Univer- UNITED STATES PATENTS AND TRADEMARK O FFICE. 2002,2003. Disponível em http://www.uspto.gov UNDP – Making new technologies work for human development: Human Development Report 2001. New York: Oxford University (captured at www.undp.org), 2001. UNITED STATES PATENTES AND TRADEMARK O FFICE. 2002, 2003. Disponível em: WELLS, K. B. Science discovery in clinician-economist collaboration: legacy and future challenges. The Journal of Mental Health Policy and Economics, Milano, v.5, n. p.89-94, 2002. WHO – WORLD HEALTH ORGANIZATION. Macroeconomics and health: investing in health for economic development. Report of the Comission on Macroeconomics and Health. Geneva (www.who.org), 2001. . WORLD HEALTH ORGANIZATION. 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Oxford: Oxford University, 1993 ANEXO QUADRO 1A – Disciplinas científicas1 Administração; agricultura/agronomia; al, robótica e cont. auto.; anestesiologia; arqueologia; arte e arquitetura; artes; biblioteconomia e ciência da informação; biologia; biologia celular e do desenvolvimento; biologia experimental; biologia molecular e genética; bioquímica e biofísica; biotecnologia e microbiologia aplicada; ciência da computação e engenharia; ciência da saúde e serviços; ciência das plantas; ciência de alimentos/nutrição; ciência dos animais; ciência dos animais e das plantas; ciência dos materiais e engenharia; ciência espacial; ciência política e administração pública; ciências aquáticas; ciências da terra; cirurgia; clínica em psicologia e psiquiatria; clínica geral; clínica imunológica e doenças infecciosas; comunicação; dentística, cirurgia oral e medicina; dermatologia; direito; economia; educação; endocrinologia, metabolismo e nutrição; eng. Aeroespacial; engenharia ambiental/energia; engenharia civil; engenharia elétrica e eletrônica; engenharia matemática; engenharia mecânica; engenharia mgmt/geral; engenharia nuclear; engenharia química; entomologia; espect./instrum./ciên. analit.; estudos ambientais, geol e desenvolvimento; estudos clássicos; farmacologia e farmácia; filosofia; física; física aplicada/mat. cond./ciên. mat.; físico-química; fisiologia; gastroenterologia e hepatologia; geol/petrol/engenharia de minas; hematologia; história; imunologia; instrumentação/medição; línguas; literatura; matemática; medicina ambiental e saúde pública; medicina geral e interna; medicina reprodutiva; medicina veterinária/saúde animal; meio ambiente/ecologia; metalurgia; microbiologia; multidisciplinar; neurociência e comportamento; neurologia; oftalmologia; oncologia; oncologia e pesquisa sobre câncer; ortopedia; ótica; otorrinolaringologia; pediatria; pesq. médica, órgãos e sistemas; pesq./med. lab. e tecnol. médica; pesquisa médica e tópicos gerais; pesquisa médica, diagnóstico e tratamento; psicologia; psiquiatria; química; química agrícola; química e análise; química inorgânica e nuclear; química orgânica; radiologia, medicina nuclear e imagens; reabilitação; religião e teologia; reumatologia; saúde pública e ciência da saúde; serviço social e política social; sistema cardiovascular e pesquisa em hematologia; sistema cardiovascular e respiratório; sociologia e antropologia; tecnologia da informação e comunicação; toxicologia; urologia. Fonte: ISI, 2004. (1) As disciplinas relacionadas em negrito são relacionadas ao setor saúde. TABELA 1A – Países componentes do NSI saúde por regime de interação – 2001 REGIMES Regime I Regime II Regime III PAÍSES Albânia, Argélia, Armênia, Azerbaijão, Bolívia, Bósnia e Herzegovina, Camarões, Congo (Rep. Dem.), Congo (Peopl. Rep.), Emirados Árabes Unidos, Etiópia, Gana, Guiné, Haiti, Iraque, Jamaica, Lesoto, Líbano, Líbia, Macedônia, Malawi, Mali, Marrocos, Maurício, Mauritânia, Mongólia, Myanmar, Namíbia, Nepal, Niger, Omã, Panamá, Paquistão, Paraguai, Portugal, Quirguistão, Rep. Malagasy, Senegal, Serra Leoa, Sudão, Tanzânia, Tunísia, Uganda, Uruguai, Usbequistão, Yemen, Zâmbia. África do Sul, Arábia Saudita, Argentina, Belarus, Brasil, Bulgária, Cazaquistão, Chile, China, Colômbia, Coréia do Sul, Croacia, Cuba, Egito, El Salvador, Equador, Eslováquia, Eslovênia, Espanha, Estônia, Filipinas, Grécia, Honduras, Hungria, Índia, Indonésia, Irã, Irlanda, Itália, Jordânia, Kenia, Kuwait, Látvia, Lituânia, Malásia, México, Nigéria, Peru, Polônia, Rep. Checa, Rep. Dominicana, Romênia, Rússia, Singapura, Sri Lanka, Tailândia, Taiwan, Trindade e Tobago, Turquia, Ucrânia, Venezuela, Vietnã, Yugoslávia, Zimbabwe. Alemanha, Austrália, Áustria, Bélgica, Canadá, Dinamarca, EUA, Finlândia, França, Holanda, Israel, Japão, Noruega, Nova Zelândia, Reino Unido, Suécia, Suiça . Total de países Fonte: USPTO, ISI, World Bank (elaboração própria) PAÍSES POR REGIME 47 54 17 118