visitas culturais - associação das famílias dos diplomatas portugueses

Transcrição

visitas culturais - associação das famílias dos diplomatas portugueses
Associação das
Famílias dos
Diplomatas
Portugueses
Editorial
1
Vida Associativa
3-5
Visitas Culturais
11 – 18
EUFASA
2
Bazar 2012
6 - 10
Correio dos
Associados
19 – 25
Boletim
N.º 1 2013
Queridos Amigos,
« … quando c’é bisogno, non solo di intelligenza agile e di
spirito versatile, ma di volontà ferma e di persistenza e di
resistenza, io mi sono detto a voce alta: tu sei abruzzese !»
Benedetto Croce
Esta frase apareceu num jornal em Itália há uns seis anos atrás quando houve
aquele terrível terramoto em Aquila, na região de Abruzzo, que fez tantas mortes
e destruiu igrejas e monumentos e preciosidades arquitectónicas com tantos
anos de história, e nós, em Roma sentimos a terra tremer, os lustres balançarem
nos tectos, camas e móveis deslizarem… Com aquela frase Benedetto Croce quis
mostrar a coragem dos seus compatriotas que arregaçaram as mangas e
salvaram vidas, trabalhando dia e noite, sem nunca desistirem!
E nós, em Portugal? Com um país em dificuldades e os portugueses sofrendo na
pele a crise que lhes caíra em cima, por vezes deixamo-nos abater e criticamos e
exigimos soluções milagrosas e imediatas e, às vezes, esquecemo-nos que
somos capazes de tanta coisa e temos uma força que surge no momento mais
difícil e que é capaz de ajudar os outros, sendo mais solidários, pensando mais
naqueles que têm ainda menos que nós, que têm fome, que estão doentes, que
precisam de ajuda urgente!
O último Bazar foi exemplo de tudo isso. Nessa altura não tínhamos a certeza do
resultado final, dadas as dificuldades do momento. Todos unidos e com muito
trabalho conseguimos um total inesperado e pudemos beneficiar 36 instituições
de apoio à Terceira Idade. Uma verdadeira proeza, graças ao esforço de muita
gente que não desistiu e à generosidade de tantas empresas e particulares. As
embaixadas estrangeiras que estiveram presentes trabalharam ao nosso lado não
poupando esforços e dando o seu melhor. Outras contribuíram com donativos,
presentes para a tômbola e comida para o gourmet.
E o Bazar de 2012 já lá vai e começámos já a dar forma ao de 2013…
Solidariedade? Também é isto e aqui, voltando à frase de Benedetto Croce
podemos afirmar: “Tu és Português!”
Presidente
2
Conferência Anual
Carla Sofia Domingues
Berna, de 12 a 14 de Maio
Membro da EUFASA desde
1985, Portugal participou
uma vez mais na Conferência
Anual
da
Eufasa.
Esta
vigésima nona Conferência
decorreu na bela e muito
organizada cidade de Berna,
durante os dias 12 e 14 de
Maio. Em representação de
Portugal
estiveram
presentes as nossas associadas
Veronika- Scherk Arsénio e
Carla Sofia Domingues.
Veronika Scherk-Arsénio, em representação de Portugal
Como em anos anteriores
Portugal fez parte activa nos
grupos de trabalho “Emprego”,
liderado
pela
França
e
“Welcome Team” liderado pela
Alemanha. Um novo tema e
conceito foi proposto para
2014: CDS – Contemporary
Diplomatic Spouses.
Um
agradecimento
muito
especial aos Embaixadores de
Portugal em Berna, Maria Ana
e João Ramos Pinto pelo apoio
e simpatia com que nos
receberam. No próximo boletim relataremos as conclusões
finais.
Dossier: Viúvas
Contemplando um esforço de um pequeno grupo de associadas viúvas que
inicialmente não estavam abrangidas pelos subsídios de viuvez e apoiadas pela
nossa associação, realizaram-se encontros com o Secretário Geral no Ministério
Embaixador António Almeida Ribeiro. A compreensão e decisão do Ministro Paulo
Portas, possibilitou a inclusão no Orçamento de Estado correspondente ao
Ministério dos Negócios Estrangeiros uma alínea de caracter geral que permite
incluir o pagamento dos subsídios às viúvas de diplomatas portugueses
independentemente dos anos de serviço do diplomata. Com a persistência deste
grupo de senhoras, muitas outras nas mesmas condições beneficiaram também
desta medida. Parabéns por não terem desistido.
3
VIDA
ASSOCIATIVA
Lançamento de Livro
Sofia Pinto da França
13 de Dezembro de 2012
À Associação das Famílias dos Diplomatas Portugueses,
A 13 de Dezembro de 2012 foi o lançamento do meu livro "Memórias, Sabores
e Receitas", na Cozinha Velha do Palácio das Necessidades com o patrocínio
da nossa Associação.
Estou gratíssima pela disponibilidade e apoio do Ministério e da Associação.
O espaço não podia ter sido o mais apropriado e mais bonito. A sua dimensão,
as abóbadas e paredes revestidas a azulejos do século XVIII, e a grande mesa
de pedra no centro, foram o cenário perfeito. Obrigada, querida Ana da
Rocha Páris, pelas palavras tão amigas. Obrigada às três sobrinhas que me
encheram o coração pela amizade, pela graça e pelos textos da apresentação.
Obrigada à presença da família e dos amigos.
Tudo contribuiu para que o lançamento fosse uma festa.
Sofia Pinto da França"
Na sequência da cerimónia dos 30 anos de vida da nossa Associação, a
Embaixatriz Sofia Pinto da França facultou-nos esta carta que ela
escreveu em 1994, quando estava em posto em Bona, numa homenagem
à Embaixatriz Isabel Rilvas.
Bona, 24 de Fevereiro de 1994
À ACDP
Associação dos Cônjuges
Diplomatas Portugueses
dos
De todo o coração associo-me à justíssima homenagem da ACDP
à sua fundadora Isabel Rilvas. Vi a Associação nascer e dar os
primeiros passos pela mão da Isabel. Graças ao seu espírito de
iniciativa, modernidade e entusiasmo, tornou-se realidade esta
Associação que nos deu voz a nós, mulheres de Diplomatas
Portugueses. A ela devemos esse grande passo em frente.
Parabéns e obrigada Isabel.
Sofia Pinto da França
4
VIDA
ASSOCIATIVA
Despedida da Embaixatriz
Isabel Almeida Ribeiro
Ana da Rocha Páris
24 de Abril
No dia 24 de Abril a sala da nossa Associação tornou-se pequena demais para
receber tantas amigas que quiseram participar no almoço de despedida da nossa
Presidente Honorária Isabel Almeida Ribeiro com quem sempre pudemos contar e
tantas vezes fez a “ponte” com o Ministério quando um problema surgia e por
algum motivo não conseguia contactar com o Secretário Geral, Embaixador
António Almeida Ribeiro, a quem também muito agradecemos a disponibilidade e
amizade pela ajuda que nos deu a resolver vários assuntos relacionados com
nossa Associação.
Com um mês de atraso conseguimos encontrar uma data para nos reunirmos
num simpático almoço, à volta de uma mesa decorada com a imaginação
exuberante e o bom gosto da Dixa Almeida Lima, que não deixa nunca de nos
surpreender. Como o tempo o permitia, pois o calor tinha finalmente chegado, foi
um almoço com pratos frios, combinados com antecedência entre nós, para que
o menu fosse variado e apetitoso. Com entusiasmo, todas quiseram colaborar.
No momento das sobremesas, havia o fantástico bolo da Carla, verdadeira
especialista na arte de fazer bolos e decorá-los. Desta vez e muito a propósito, o
tema era o Vaticano e, modeladas em pasta de açúcar, lá estavam as Armas
correspondentes! Tudo comestível… e garanto, muito saboroso. Nessa manhã a
principal “atracção” era a nossa querida Isabel, primeiro porque era a
homenageada e, segundo, por ser a Portuguesa mais privilegiada do nosso País,
pois foi a primeira a encontrar e falar com o Papa Francisco! Que emoção deve
ter sido o momento da entrega de Credenciais do Embaixador António Almeida
Ribeiro. Rodeado pela família, e apesar do protocolo que a cerimónia exige, havia
uma naturalidade espontânea que raramente acontece em momentos
semelhantes. Por isso todas nós desejávamos saber pormenores e a Isabel
esteve sempre rodeada de grupos de amigas que não queriam perder uma
palavra daquela sua experiência.
5
Tirámos fotografias e já no final,
como prova da amizade que
temos por ela e reconhecimento
pela ajuda preciosa que sempre
nos deu nestes últimos dois
anos,
entregámos-lhe
um
presente de todas nós, uma
pérola
barroca
acinzentada
pendurada
num
fio,
que
esperamos possa usar em
algumas das muitas cerimónias
a que assistirá no Vaticano.
As horas passaram sem darmos
conta e era já tarde quando nos
despedimos, desejando-lhe as
maiores felicidades e esperando
revê-la em breve.
A Conceição Côrte-Real
escreveu esta quadra tão
bonita que incluímos no
postal que oferecemos à
Isabel.
“Para Roma, cidade clara,
E claro Palácio Romano
Se nos vai uma amiga cara
Trocando-nos pelo Vaticano
Bem sabemos como é nobre
Viver num palácio antigo
Mas quem cá ficar, fica pobre
Por não poder ir consigo”.
Cumprimentos à nova Secretária Geral Embaixadora Ana Martinho
No dia 19 de Abril a Ana Rocha Páris e a Carla Domingues reuniram-se com a
Embaixadora Ana Martinho para cumprimenta-la, desejar-lhes as maiores felicidades e
sucessos no exercício das suas novas funções e apresentar a Associação das Famílias
dos Diplomatas Portugueses e as suas actividades.
6
Bazar Diplomático 2012
Carla Sofia Domingues
23 e 24 de Novembro de 2012
A época é de crise, os tempos de
contenção, os gastos racionados e
por isso mesmo os primeiros
passos na organização deste
bazar do corpo diplomático de
2012 foram dados a medo. As
partidas para posto de grandes
colaboradoras deixaram um vazio
de braços e ideias difícil de
colmatar. No entanto a tradição
tem o seu peso e munidas de fé e
confiança, reuniram-se as restantes
associadas
para
a
organização da 28ª edição do
Bazar Diplomático.
A cada ano que passa aumenta o desafio e o receio de não ser possível fazer
melhor. Mas a benevolência e a solidariedade em tempo de crise são uma
caixinha de surpresas e prova disso foram os fantásticos resultados obtidos nesta
edição.
Bazar Internacional do Corpo Diplomático 2012
Contribuição Portuguesa
Contribuição do Corpo Diplomático Estrangeiro
Sub total
Despesas de Organização
Total
Montante distribuído pelas Instituições candidatas
37.414,99
67.502,78
104.917,18
9.939,53
94.978,24
92.000,00
O recinto do Centro de Congressos estava harmoniosamente decorado com as
cores do Natal, lembrando a todos que são as mesmas de Portugal. A enchente
foi a esperada, a euforia a desejada e as compras, a ambicionada. A viagem pelo
mundo fez-se sem pressas e cada visitante pôde observar as tradições, saborear
as delícias e conhecer as novidades dos 35 países representados.
À semelhança dos anos anteriores, uma vez mais a organização deste bazar foi
um sucesso. E os transportes como sempre, funcionaram maravilhosamente. O
espaço Gourmet foi pequeno para tanta iguaria e a Tômbola muito concorrida,
pois os prémios sorteados eram muito apelativos. Também o nosso Stand ergueu
bem alto os seus melhores produtos a preços muito competitivos, dignificando
uma vez mais o nome de Portugal. A Região Autónoma dos Açores voltou a
surpreender-nos pela variedade de produtos regionais sempre tão apreciados.
Mas, se vencedores houve, foram as Instituições de Apoio à Terceira Idade, uma
vez que o montante apurado reverteu para esta causa dignificando a vida
daqueles que o destino escolheu para entrarem no “Crepúsculo da Existência”.
7
Este foi o Spot publicitário do Bazar de 2011.
E este foi o de 2012. Ambos tiveram o apoio da SIC Esperança.
E para 2013? Aceitam-se ideias criativas de todas as associadas. O tema do
futuro Bazar é “Instituições que apoiam crianças e jovens em risco”.
8
Morning coffee
Ana da Rocha Páris
31 de Janeiro
O ano passado, no mês de Março,
por feliz coincidência estava
ancorado no Alfeite o Navio Escola
Sagres. Surgiu então a ideia de
organizar uma visita com as
Embaixatrizes estrangeiras que
tinham colaborado no Bazar de
2011, como agradecimento de
todo o esforço e trabalho que
tinham tido para o sucesso do
Bazar.
Este ano, no fim de Janeiro,
decidimos
oferecer-lhes
um
morning
coffee,
para
lhes
agradecermos, uma vez mais, a
enorme colaboração que nos dão
no Bazar Internacional do Corpo
Diplomático. Várias associadas
portuguesas, pilares da organização desse evento, juntaramse às Embaixatrizes estrangeiras
nos
fantásticos
salões
do
Protocolo, onde passámos uma
manhã
de
convívio
muito
agradável, bebendo chá ou café
acompanhados de sanduiches e
bolinhos.
Ninguém ficou indiferente à beleza daquele palácio onde o mínimo pormenor tem
por trás uma história para contar. A meio da manhã tivemos a visita do
Embaixador António Almeida Lima, chefe do Protocolo, que simpaticamente
dirigiu umas palavras de boas vindas e agradeceu a presença de todas. E para
terminar este convívio, o Embaixador Manuel Côrte-Real verdadeiro especialista
da arquitectura, mobiliário e obras de arte daquele Palácio, fez uma visita guiada
às salas de trabalho que não são acessíveis a visitantes. Começou por mostrar e
explicar o lindíssimo contador Indo-Português, que se encontra na primeira sala,
prosseguindo a visita a outras mais pequenas onde ainda funcionam os serviços
de protocolo. Dada a dimensão das salas, a visita guiada foi só dirigida às
embaixatrizes estrangeiras.
Todas gostaram imenso, pois essa é uma parte do Palácio que não está aberto a
visitas. E assim terminou essa manhã do dia 31 de Janeiro de 2013.
9
O pós Bazar
Janeiro e Fevereiro foram dois meses de trabalho intensivo em que as manhãs na
Associação eram curtas para tudo o que tínhamos para fazer. Os pedidos dos
donativos já tinham chegado e era preciso analisá-los com cuidado para
decidirmos quais seriam as Instituições a contemplar. Impunha-se uma visita às
Instituições menos conhecidas para avaliação das necessidades concretas. A
Janeco e a Ninocha disponibilizaram-se para visitar todas as localizadas em
Lisboa, sendo as restantes visitadas por familiares ou amigos das Associadas com
residência nas respectivas zonas. Muitas foram as contas feitas com o intuito de
contemplarmos o maior número possível de pedidos. E conseguimos. 36 foram as
Instituições beneficiadas neste ano de 2012, parco em apoios estatais mas
grande em solidariedade. Outra tarefa muito absorvente foi a entrega dos
prémios da tômbola. Feito o sorteio dos prémios no último dia do Bazar, seguiuse a entrega dos mesmos aos comtemplados. Muitas foram as pessoas que
diariamente se deslocaram à nossa Associação, munidas da rifa premiada para
levantarem o seu prémio. Mas outras houve que não os tendo reclamado, nos
obrigou a inúmeros contactos telefónicos.
No dia a dia da nossa Associação a primeira prioridade é estarmos sempre
atentas aos problemas das Famílias dos Diplomatas Portugueses que surgem
quando menos se espera. Para isso é que existimos e por isso é que gostaríamos
de contar com o apoio de mais associadas para juntas conseguirmos os
objectivos.
Apresentação da AFDP no Instituto Diplomático
A IDI - Instituto Diplomático do Ministério dos Negócios Estrangeiros, resolveu
fazer uma formação para os diplomatas que vão para posto. E em boa hora nos
desafiou para apresentar a AFDP - Associação das Famílias dos Diplomatas
Portugueses. Pelo que vi e assisti, o Curso foi bastante completo, oferecendo
uma informação diversificada e adequada para os que partem ou mudam de
posto, desde Assuntos Europeus, Diplomacia económica a assuntos Consulares,
Culturais e de Protocolo. Um esforço de uma equipa que compreende a
importância de partir com conhecimentos e informação para um melhor
desempenho no seu posto. As sessões foram abertas aos diplomatas que
quiseram assistir. Esperemos que, no futuro, os cônjuges possam estar mais
presentes nestas formações e, quem sabe, até assistir a alguns dos módulos
sobre temas da agenda internacional. Creio que todos teremos a ganhar com a
informação que se recebe.
Apresentei a nossa Associação. Muitos já a conheciam, outros compreenderam
pela primeira vez que fazemos muito mais do que o Bazar Diplomático. Lancei o
desafio de nos dizerem o que esperam de nós, o que esperam que a AFDP possa
fazer na partida, durante o tempo que estão fora do pais ou quando regressam.
É importante conhecer estas necessidades. Só assim poderemos saber como ser
úteis, como apoiar toda uma classe e como nos podemos situar numa “nova
dinâmica da vida diplomática”, lembrando e respeitando o passado, mas,
sobretudo, trabalhando já no presente para o futuro.
Em nome da AFDP, uma vez mais um agradecimento ao Instituto Diplomático
pelo convite.
Ana Pessoa e Costa
10
Entrega dos donativos
no Palácio de Belém
10 de Maio
A sala da Imprensa no Palácio de Belém foi palco de mais uma entrega dos
donativos do Bazar Internacional do Corpo Diplomático. Na presença da
Excelentíssima Senhora Dra Maria Cavaco Silva e de muitas das nossas
associadas, iniciou-se a cerimónia agendada para a bela tarde de 10 de Maio.
À hora marcada foram afluindo cadencialmente os representantes das 36
instituições beneficiadas, as embaixadas participantes no bazar, as
individualidades convidadas e todos aqueles que de uma forma solidária e
altruísta contribuíram para a realização deste evento. Um obrigado especial à
Embaixadora Ana Martinho, Secretária Geral do Ministério que não deixou de
estar presente, apesar da sua agenda sobrecarregada. Presentes também o chefe
de protocolo Embaixador António Almeida Lima e em representação do Senhor
Ministro Paulo Portas esteve a Dra. Maria da Graça Nunes da Silva.
Breves foram as palavras trocadas mas largos os sorrisos de cada instituição, ou
não fosse este um momento alegremente solidário. Um a um, foram os
representantes de cada uma delas chamados à presença da Primeira Dama, que
das mãos da nossa Presidente, recebeu e entregou do tão aguardado envelope.
Seguiu-se a fotografia do momento para a posteridade. A cerimónia terminou
com os votos de felicidades e encorajamento da Primeira Dama para o próximo
Bazar, seguindo-se um momento de descontração na varanda e salas do Palácio
de Belém onde foi servido um chá e os tão apreciados Pastéis de Belém. A
missão foi finalmente cumprida.
11
VISITAS
CULTURAIS
O Mosteiro dos Jerónimos
está localizado na zona
qualificada de Lisboa, perto
do
belo
Padrão
dos
Descobrimentos e da imponente Torre de Belém. Esta
obra-prima da arquitetura
do século XVI, é um dos
mais proeminentes monumentos do estilo Manuelino
e
foi
classificado
pela
Unesco em 1983 como
património da humanidade.
Sob a orientação da Dra.
Isabel Cruz de Almeida, que
a título excecional nos
contemplou com as suas
explicações e curiosidades,
foram as convidadas da
Associação das Famílias dos
Diplomatas
Portugueses
presenteadas
com
uma
visita inesquecível através
das dependências conventuais, através dos detalhes
arquitetónicos e dos factos
da nossa história.
Foi uma manhã muito bem
passada,
repleta
de
conhecimentos e curiosidades, que fizeram as
delícias das nacionais e
principalmente das estrangeiras, sempre muito interessadas na História de
Portugal.
Este marco histórico merece
bem uma visita!
Jerónimos
02 de Outubro de 2012
12
VISITAS
CULTURAIS
Tomar
Conceição Côrte-Real
18 de Outubro de 2012
A 18 de Outubro a Associação tinha combinado um passeio a Tomar. O dia
amanheceu nevoento e chuvoso e assim se manteve durante todo o trajecto, o
que não arrefeceu os ânimos de nenhuma das senhoras presentes.
Éramos 21 muito animadas e fomos recebidas à entrada do Convento pelo
Embaixador António Pinto da França, que nos explicou em detalhe o que íamos
ver. Construído no século XII e acrescentado nos séculos seguintes, o Convento é
uma edificação imensa, a maior da Europa, com oito claustros magníficos e tendo
sido habitado, em determinada altura, por mais de mil e quinhentas pessoas.
À visita seguiu-se um almoço na Quinta da Anunciada Velha, onde a Sofia nos
recebeu maravilhosamente. As senhoras puderam apreciar além de uma refeição
muito requintada, como se vive numa casa de campo em Portugal. Despedimonos com pena de não termos mais tempo para visitar a cidade, e prometendo
voltar assim que possível.
Quinta da Anunciada Velha em Tomar
Apesar da chuva que incessantemente caiu, foi um dia fantástico que deixou em
todas a vontade de o repetir.
13
VISITAS
CULTURAIS
Maria João Bahia
Maria da Piedade Faria e Maya
03 de Dezembro de 2012
No passado mês de Dezembro um
grupo bastante numeroso de
nossas associadas e Embaixatrizes
estrangeiras
deslocou-se
à
Avenida da Liberdade para mais
uma visita ao atelier e à loja de
Maria João Bahia, conhecida
criadora de joias desde 1985.
A Maria João começou por nos
fazer uma exposição sobre o seu
trabalho, ou seja, sobre o mundo
fascinante das pedras e metais
preciosos. A variedade de peças
que se podem observar e adquirir
é grande, desde carteiras, cristais
e pratas, tudo design Bahia!
Com um lanche simpático e
homenageando a época festiva, o
Bolo Rei foi rei numa apetitosa
mesa
que
satisfaz
sempre
nacionais
e
estrangeiras.
Acompanhadas
de
um
chá,
visionámos um vídeo sobre esta
mesma temática e depois tivemos
oportunidade de ver um mestre a
trabalhar a prata, momento que
todas as participantes seguiram
com muito interesse e contribuiu
para
tornar
esta
visita
verdadeiramente inesquecível.
Contactos: Av. da Liberdade, nº 102, 1250-145 Lisboa, Telefone: 213240018
www.mariajoaobahia.pt
[email protected]
14
VISITAS
CULTURAIS
Convento dos Cardaes
Carla Sofia Domingues
22 de Janeiro
Bem escondida na Rua do Século, existe uma joia pré pombalina sobrevivente ao
grande terramoto de 1755: O Convento dos Cardaes. Foi esta joia motivo para
mais um passeio organizado pela AFDP.
Este monumento, de estilo barroco, foi fundado no século XVII por Dona Luísa de
Távora. Actualmente é o único museu habitado de Lisboa mas já nos primórdios
foi alojamento das religiosas da Ordem das Carmelitas Descalças. A sua
austeridade exterior esconde uma beleza interior luminosa, colorida, com
movimento. Este novo conceito arquitetónico deixa para trás o renascimento e o
maneirismo e abre as portas à emoção e fé dos crentes. A sua decoração assenta
em azulejos azuis e brancos, talha dourada, pinturas e embutidos em mármore.
O espólio de arte sacra e decorativa encanta qualquer um.
No século XIX tornou-se centro de
acolhimento de mulheres invisuais
e portadoras de deficiência grave,
mantendo-se essa vertente até
aos dias de hoje.
Em 1990 abre as suas portas ao
público e actualmente a par das
visitas
guiadas
feitas
por
voluntárias à Igreja e Convento,
organizam também concertos,
vendas de Natal e venda de
produtos e doces conventuais.
Os valores conseguidos revertem para a Associação Nossa Senhora Consoladora
dos Aflitos e para as Irmãs Dominicanas, que vivem ainda no Convento e zelam
por esta joia centenária.
Valeu a pena a descoberta e revelou-se uma agradável surpresa para nós a para
as nossas convidadas.
15
VISITAS
CULTURAIS
Assembleia da República
Ana da Conceição
07 de Fevereiro
Maria da Piedade Faria e Maya
No dia 07 de Fevereiro, reunimo-nos para mais uma visita da Associação das
Famílias dos Diplomatas Portugueses, desta vez a uma instituição de importância
nacional: a Assembleia da Republica.
Também designado por Palácio das Cortes, o antigo Convento de São Bento, à
Lapa, alberga a Assembleia da República. O complexo, começado a construir no
século XVI, foi concluído já no século XX. Trata-se de uma arquitectura barroca,
cujas origens remontam a 1598, data da fundação e início da construção de um
convento da Ordem de São Bento. Em 1757, teve lugar a instalação do arquivo
nacional que se encontrava na Torre do Tombo, no Castelo de São Jorge, até ao
terramoto de 1755. Já no século XIX (1834), por decreto de D. Pedro IV, as
Cortes (Câmaras dos Pares e dos Deputados) passaram a funcionar no edifício do
antigo Convento de São Bento da Saúde, entretanto desocupado pela extinção
das ordens religiosas. Em 1895, um violento incêndio destruiu a Câmara dos
Deputados, tendo os parlamentares sido instalados na Academia das Ciências,
tendo regressado a São Bento apenas sete anos mais tarde.
O nosso grupo teve a oportunidade de visitar algumas das salas mais
emblemáticas, entre as quais o Salão Nobre e a Sala dos Passos Perdidos. Esta
última conta com seis magnificas grandes telas de Columbano Bordalo Pinheiro
que pudemos apreciar enquanto esperávamos para entrar na Sala das Sessões,
fazendo assim jus ao seu nome.
Confortavelmente sentadas na Sala das Sessões podemos colocar algumas
questões a nossa amável Dra Ana Óscar.
A nossa visita terminou no jardim do claustro, repleto de flores, num lindo dia de
sol.
16
VISITAS
CULTURAIS
Santarém
Conceição Côrte-Real
14 de Março
No dia 17 de Março um grande grupo de senhoras, constituído por 13
da Piedade
Faria
e Maya
Embaixatrizes estrangeiras e 5 portuguesas, tomouMaria
um autocarro
em
direcção
à
cidade de Santarém. Lembrou-se de nós São Pedro e brindou-nos com um dia
maravilhoso, de sol e calor, aproximação da Primavera.
Parámos nas Portas do Sol e
começámos por visitar o
nosso anfitrião Dr. Pedro
Passos Canavarro, que nos
guiou através de jardins e de
uma casa lindíssima, parte
museu e parte habitação
própria.
Aí se aloja a Fundação Passos Canavarro, com a memorabília do trisavô do dono
da casa, além de uma grande e interessante colecção da pintora Mimi Fogt.
Seguiu-se um passeio a pé pela cidade, uma visita à Igreja de Marvila, exemplo
extraordinário da azulejaria portuguesa do Século XVII e à igreja da Graça,
grande e nua, onde repousa o descobridor do Brasil, Pedro Álvares Cabral.
Almoçámos depois numa graciosa “taberna” um excelente Bacalhau à Brás e uma
sobremesa típica escalabitana. Depois do almoço visitámos, sempre guiados pelo
Dr. Pedro Canavarro mais duas igrejas, completamente diferentes das anteriores;
foram assim quatro tipos diferentes de edificações, de épocas distintas, medieval,
renascença e barroca. Partimos encantadas prometendo voltar, coisa que a
Embaixatriz da China, acompanhado pelo marido, fez logo na semana seguinte.
Para quem possa estar interessado, deixamos o endereço para possíveis visitas:
[email protected]
17
VISITAS
CULTURAIS
Exposição Joana de Vasconcelos
Carla Sofia Domingues
25 de Março
O contemporâneo no século XIX
Maria da Piedade Faria e Maya
O Palácio da Ajuda, última
residência oficial do Rei D.
Carlos e da Rainha D. Maria
Pia, abriu as suas portas para
mais uma descoberta.
Reunidas uma vez mais as
convidadas da Associação
das Famílias dos Diplomatas
Portugueses, foi o ambiente
do século XIX invadido por
nacionais e estrangeiras para
exploração contemporânea.
As 38 peças da exposição da
artista Joana de Vasconcelos
foram dispostas ao longo das salas do Palácio numa tentativa de fundir o
moderno na história nacional. Acompanhadas pela nossa anfitriã Dra. Isabel
Silveira Godinho, directora do Palácio Nacional da Ajuda, fomos a cada passo,
descobrindo as peças vanguardistas. Para surpresa de todos, fomos brindados
com a presença da artista, que no seu habitual estilo informal nos acompanhou
durante alguns momentos, explicando cada pormenor e seu motivo.
Cada sala, cada despertar. Cada modelo, cada
olhar curioso. Das várias e distintas peças
expostas ao longo das salas do Palácio, fixaramse os nossos olhos nos 11 animais, alguns do
bestiário de Bordallo Pinheiro, vestidos de
crochet. A "Vespa Gigante" deu o exemplo
mostrando-se no quarto de D. Maria Pia, vestida
com o seu açoriano crochet azul.
A "Tapeçaria Vitrail" abriu as suas cores no
quarto do Rei. As duas peças de "A Todo o
Vapor", junção de 78 ferros de engomar,
apresentaram-se no jardim interior envoltas
numa nuvem de vapor.
No vestíbulo, entendeu a criadora desta arte
expor o carro "War Games", que com as suas
espingardas
coladas
e
luzes
futuristas,
rivalizavam com o coche real obrigando-nos a
pensar na evolução dos tempos.
18
Os sons da surpresa ouviam-se a cada transposição de sala e as grandes peças
apresentavam-se-nos sem idade. O par de "Sapatos de Marilyn", curiosa junção
de tachos e tampas, brilhavam na sala do Trono.
Seguiu-se o "Coração Independente Vermelho", suspenso na Sala de D. João VI.
A "Noiva", obra censurada e proibida em Versalhes, pendia do tecto da sala de D.
João IV. Mais à frente, na sala dos Embaixadores, o majestoso "Lilicopter", peça
concebida para o Palácio de Maria Antonieta em Versalhes, apresentava-se numa
explosão rosa de plumas. E finalmente, suspenso na antiga capela do Palácio, a
megalómana "Valquiria Royal", peça de tecido que conjuga várias técnicas e
cores numa forma muito própria. Fundo perfeito para uma foto de grupo.
Uma coisa é certa, esta exposição vai bater recordes e cada visitante fará
seguramente a sua análise sobre esta nova forma de arte criativa. Seja qual for a
opinião, ficar indiferente é impossível.
Aguardemos pois, a próxima excentricidade da artista na preparação do nosso
Cacilheiro, que uma vez mais levará o nome de Portugal além-mar, desta feita
até à Bienal de Veneza.
19
CORREIO
DOS ASSOCIADOS
Lima, Cidade dos Reis
Célia Crispim
Cheguei a Lima há quase 6 meses e desde logo a diretora do nosso boletim
começou por me pedir as minhas impressões da cidade. Fui adiando dizendo que
tinha de me instalar, que tinha de conhecer melhor a cidade, que tinha de tentar
captar a sua alma e conhecer um pouco melhor os seus habitantes, mas
finalmente chegou a inspiração e talvez porque Lima cumpre hoje 478 anos. Está
engalanada de festa. É verão e por toda cidade se podem encontrar as acácias
floridas de amarelo que ondulam com a agradável brisa marítima e
oportunamente ajudam ao ambiente festivo.
Aquela que, injustamente, é tratada por muitos que mal a conhecem como Lima
“a horrível” foi fundada como Cidade dos Reis por Francisco Pizarro a 18 de
Janeiro de 1535, no local onde já existia um pequeno povoado ao qual a
população indígena chamava lima-limac palavra aymara que significa flor
amarela. Quando em 1821 o Peru se tornou independente, Lima, já habituada a
ser capital do Vice-Reino manteve o seu estatuto como capital do novo país. Hoje
é uma capital com cerca de 7,6 milhões de habitantes, cidade considerada
demasiado grande por aqueles que gostam de ambientes mais calmos.
No entanto eu gosto de cidades grandes e das infinitas oportunidades de
exploração que elas nos oferecem e Lima não me desilude. Mas…regresso à
manhã de 31 de Julho quando cheguei vinda do verão português e aqui era o
pico do inverno. Como é conhecido em Lima nunca chove, ou muito raramente
chove, e o céu é cinzento no inverno. E para não faltar à tradição Lima brindoume com a sua famosa “pança de burro”, nome dado pelos limenhos aos dias
cinzentos.
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Rapidamente me esqueci do céu cinzento, esperava-me a mim e à minha família
uma amiga peruana de longa data e, por coincidência, era o seu aniversário. A
minha primeira grande experiência foi gastronómica e sobre a gastronomia
peruana poderia escrever “um livro”. Desde a comida andina, às fusion italianas,
chinesas e mais recentemente as japonesas, a palavra fantástica é a que
primeiro me ocorre para descrever a comida peruana. Os cheiros e os sabores
são intensos e há novos produtos para descobrir. Não posso deixar de referir a
quinoa, a lúcuma, a alpaca, o cuy, o pisco, o camu-camu e uma variedade infinita
de cereais e frutos até então desconhecidos para mim. Lima oferece ao visitante
uma enorme variedade de restaurantes, museus onde podem ser apreciadas
peças das várias civilizações pré-colombianas, mercados populares onde
podemos apreciar o lindo artesanato peruano, um magnífico centro histórico,
conhecido como o Damero de Pizarro, património cultural da humanidade, uma
marginal de muitos quilómetros sobre o Pacífico onde se pratica todo o tipo de
desportos desde os mais radicais até à simples caminhada a ver o mar, parques
tão antigos quanto a cidade onde os amantes da ornitologia podem ver espécies
que não existem em Portugal. Mas Lima é apenas uma parte do Peru.
O país divide-se em 3 grandes
regiões naturais (costa, serra e
selva) e tem uma enorme
diversidade climática, natural e
histórica.
Ao
contrário
do
tradicional cliché, não há apenas o
Macchu Picchu e os vestígios da
civilização Inca para visitar. Ainda
não viajei muito pelo país, mas o
pouco
que
vi,
deixou-me
maravilhada.
Posso dizer que tomei o gosto à costa desértica, raiada por verdes vales que
descem dos Andes tão perto, quando visitei o Caral, a civilização mais antiga da
América e a segunda mais antiga do mundo, ou quando sobrevoei as misteriosas
linhas de Nasca. Da serra apenas senti um aroma em Arequipa, linda cidade que
é berço do famoso escritor Mário Vargas Llosa e o sítio de partida para observar o
majestoso condor que sobrevoa o Canyon do Colca. Quanto à selva, terá de ser
numa próxima visita, subir o rio Amazonas é coisa que toma o seu tempo. Mas já
estou a divagar e dou por mim a pensar numa próxima viagem e o objetivo é
Lima.
Muito haveria para escrever, mas vou terminar dizendo que tudo o que mais me
impressiona nesta cidade é a simpatia das pessoas. O limenho e o peruano em
geral são muito simpáticos e gostam de fazer os estrangeiros sentirem-se em
casa.
Fui bem acolhida pelas pessoas e pela cidade e neste dia tão especial para Lima
não quero deixar de dizer: - Parabéns Lima!
21
CORREIO
DOS ASSOCIADOS
Inxalá corra tudo bem!
Cristina Faro Ramos
Cheguei ao país da primavera árabe em pleno Verão com os olhos bem abertos
para aproveitar tudo o que a Alexandra me tinha para mostrar. Depois de 5 anos
a viver neste país que entretanto viveu uma revolução, a Alexandra Castro
Ferreira, mulher do número 2 da embaixada, Rogério Lopes, foi uma autêntica
“oficial de ligação” nesta mudança! Um post report ao vivo foi uma excelente
introdução para este capítulo da minha vida que já conta com algumas páginas!
A Tunísia tem sido um país de vivências inéditas onde pela primeira vez
desempenho o papel de embaixatriz e assumo a responsabilidade de partilha de
uma profissão que não foi escolhida por mim. O suporte familiar de um diplomata
não é indispensável (já que há casos de sucesso de diplomatas que partem
solteiros ou sozinhos para posto) mas acredito que seja muito mais agradável se
se conseguir reproduzir o ambiente familiar. Aqui na Tunísia também o modelo
familiar foi alterado. Afinal os anos vão passando e aquelas crianças que faziam
parte do nosso dia a dia e que nos ocupavam e justificavam os nossos horários
cresceram e já não nos acompanham nos postos. A casa é agora maior mas
somos menos. Aliás agora chama-se residência e tem uma mesa gigante para
receber por vezes os amigos, outras vezes familiares, mas quase sempre para
receber entidades cuja identidade conheço mas a personalidade desconheço. Mas
representação é isso mesmo! O guião está escrito e nós representamos o papel
para o qual fomos designados.
A Tunísia que eu conheci é a Tunísia pós Ben Ali. A Tunísia pós revolucionária
onde todos têm a liberdade de exprimirem a sua religião. E esta liberdade levou
a que mulheres, que dantes andavam de cabelos ao vento, se sintam mais livres
escondendo-se debaixo de niqabs, hijabs ou chador.
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E neste país agora tolerante, vemos grupos de jovens, umas vestidas à ZARA, e
outras com trajes onde não se vislumbra nenhuma forma feminina. É um
momento histórico este que estamos a viver com uma adolescente de 16 anos
em casa que, até à data, só tinha referências europeias. Assim se forma uma
feminista que vai, com certeza, batalhar pela igualdade dos direitos da mulher.
Num circuito paralelo os “expats” procuram viver na zona costeira a cerca de 20
km de Tunes. É aqui que se encontram as escolas internacionais (francesa e
americana) e casas lindíssimas com vista mar. La Marsa, Gammarth e Cartago
equivaleriam a Cascais, Guincho e Estoril e é aqui que também podemos
encontrar os grandes hotéis com Thalassoterapia.
A herança da cultura francesa é uma constante a cada virar de esquina. É comum
encontrarmos homens e mulheres com trajes tradicionais a saírem das
“boulangeries ou pâtisseries” com as suas “baguettes” debaixo do braço. E se
aqui se come pão! Não há mesa tunisina que não sirva pão com Harissa, uma
massa de pimentão muito picante que anestesia a boca para o que der e vier! E
se corrermos o risco de aqui se ganhar peso com os cous-cous vegetarianos, de
borrego ou de peixe, ou com os deliciosos doces tunisinos que em muito se
parecem com os doces algarvios à base de amêndoa, há soluções! Clubes de
ténis, ginásios e massagens a um preço relativamente acessível.
Se procuramos uma estreia cinematográfica não é na única sala de cinema em La
Marsa que a encontramos. É na porta ao lado e se esta não tiver, há-de ser logo
na outra a seguir. Uma loja com um grande letreiro em néon que anuncia DVD’s!
Até se chamam avant-première! E nestes lugares verdadeiros consultores
culturais apresentam-nos as novidades do cinema americano, francês, italiano e
até português! (encontrei um filme sobre a Linda de Suza!) Por 2 dinares e meio,
+ou- 1 euro e 75 cometemos uma ilegalidade, ali à vista de quem quiser ver e de
portas escancaradas! Também nas tendas das Medinas, fazemos um passeio
pelas grandes marcas europeias! A contrafacção não tem aqui ninguém a lutar
contra!
A 2 horas e meia de Lisboa em voos que por vezes acontecem 2 vezes por
semana pela Tunisair, Tunis dispõe de um aeroporto internacional de onde se voa
para quase todo o mundo. As vias de comunicação cobrem todo o país com autoestradas e aeroportos juntos das principais atrações turísticas. Hammamet, a 1
hora de Tunes era o destino privilegiado das férias dos franceses. O “all included”
era muito atractivo para férias onde as águas são quentes, a população
hospitaleira e ainda por cima falavam também uma língua europeia. Mas, a
primavera árabe não tem dado os frutos que se estava à espera em termos
turísticos! A indústria hoteleira está a viver um pesadelo e há um enorme esforço
do ministério do turismo para atrair novamente os turistas que se desviaram
para outros destinos.
Os mais de 3000 anos de história deixaram uma herança de valor incalculável.
Há 8 monumentos declarados Património da Humanidade pela UNESCO:
anfiteatro de El Jem; Douga; Kairouan; Kerkouane; Medina de Sousses; Medina
de Tunes, Portos Púnicos de Cartago; Sítio arqueológico de Cartago.
Neste país de tanta história, deixo-vos aqui algumas linhas da minha, que ainda
agora começou! Inxalá corra tudo bem!
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CORREIO
DOS ASSOCIADOS
BOSTON
Filomena Cunha Alves
Quando no primeiro semestre de 2009 soube que ia para Boston pensei o quanto
me agradava voltar a uma cidade da qual ainda pouco explorara os encantos,
mas também o quanto me iria entristecer deixar Bruxelas, que considero como a
minha segunda cidade.
O interessante é que esta dicotomia se manteve nos primeiros meses, pois
Boston é uma cidade com uma arquitetura americana que respira Europa. Que
diversidade não é o adjetivo que nos ocorre imediatamente quando pensamos
em Beantown, nome por que é conhecida no resto dos Estados Unidos, mas
nunca utilizado por um bostoniano, pois o pensamento voa para a imagem dos
Bostonians de Henry James ou para a cidade que é o berço do Puritanismo
americano e dos herdeiros do Mayflower.
Boston é uma cidade imersa em história, lugar de acontecimentos como o Boston
Tea Party ou do Massacre de Boston, acontecimentos pioneiros da revolução
americana e da consequente guerra pela independência.
Podemos aventurar-nos pelo Freedom Trail ou visitar a casa de Paul Revere,
perdermo-nos nas ruas estreitas do seleto bairro de Beacon Hill, ou em cidades
dos arredores, como Concord, Marlborough ou Salem e fecharmos os olhos e
pensamos que podemos encontrar Samuel Adams ou Louise May Alcott ...
Mas Boston é também uma cidade de miscigenação, não só pela pluralidade e
diversidade de nacionalidades e culturas dos estudantes que frequentam as mais
de 200 universidades do Estado de Massachusetts, como no seio da própria
cidade se encontram comunidades como a chinesa, em Chinatown que se
acotovela com o Financial District; o North End, ou pequena Itália, ou South
Boston, marcado pela tradição irlandesa, para além de vastas comunidades sul
coreanas, vietnamitas, japonesas, peruanas, brasileiras, cabo verdianas e, em
menor dimensão, portuguesa.
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Viver em Boston é viver em duas cidades diferentes: uma entre o final de agosto
e o inicio de junho, em que 2 milhões de estudantes do mundo inteiro
frequentam os cursos universitários e vivem a excelência do ensino americano,
que vai para além das muito reconhecidas Harvard, MIT ou Boston College e,
uma cidade quase de província, de junho a fim de agosto, com o seu ritmo
próprio e centelha tradicionalista.
Viver na Nova Inglaterra é também viver num clima de estações bem definidas,
com outonos de cores que só existem na América do Norte e de invernos
majestosos, com neves prolongadas, mas onde brilha um céu azul em que
apetece sair de casa mesmo com temperaturas abaixo dos zero graus
centigrados para aproveitarmos a luminosidade.
Viver na Nova Inglaterra é deixar no quotidiano a nossa formalidade europeia e
só a revestir em certos ambientes.
Viver em Boston é ainda aprender a compreender um inglês de pronúncia
diferente, de sílabas nasaladas e engolidas como "Pack your cah in Hahvahd
yahd"( Park your car in the Harvard Yard), "bah-gan" (Bargain) ou utilizarmos
barrel para latão do lixo e em vez de trash can; DD, para Dunkin Donuts; subs
para sanduiche; jimmies para um topping de chocolate em raspas...
Viver em Boston é também sentirmo-nos em casa pois a língua portuguesa é a
segunda mais falada do Estado, praticamente por um milhão de pessoas,
incluindo as três comunidades lusófonas: Portugal, Brasil e Cabo Verde.
Na jurisdição do Consulado Geral de Portugal em Boston residem cerca de
150.000 portugueses ou luso descendentes dispersos pelo Estado de
Massachusetts, em comunidades vastas como em Cambridge, Somerville, Lowell,
Lawrence, Milford, Hudson, Ludlow ou Stoughton. A Comunidade, de raiz
essencialmente açoriana, continua a preservar as suas tradições: sopas do Divino
Espírito Santo, Massa Sovada e Arroz Doce, entre outras iguarias, passaram a
fazer parte da nossa dieta alimentar, preservadas com orgulho na nossa alma, ao
longo das romarias e dos encontros promovidos pelas comunidades portuguesas.
Mas onde também pontuam comunidades continentais e madeirenses.
O Boston Portuguese Festival tem vindo a ser, desde 2006, o evento por
excelência de mostra da cultura e tradições portuguesas junto da comunidade
americana e internacional (existem 52 Consulados sediados em Boston). O
programa do festival, que tem início em maio e termina em junho, é a montra de
um Portugal aberto, moderno e empreendedor, mas também de um país que
preserva a sua herança histórica, literária, musical e cinematográfica
(www.bostonportuguesefestival.org).
Agora, já com uma nova partida no horizonte, sinto a mesma melancolia de
sempre, porque vamos deixar uma cidade que durante algum tempo vivemos
como nossa. Começa a pautar a saudade antecipada, olhamos para o futuro
próximo, para a cidade e país seguintes, e sabemos que também lá vamos deixar
um pedaço de nós, mas vamos em frente confiantes que a nossa alma é feita
desta manta de retalhos que reforçamos a cada passagem.
Welcome to Boston. Go Pats! Go Celtics!
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CORREIO
DOS ASSOCIADOS
Coreia do Sul
Marina Quinteiro
Caras Associadas,
Antes de mais, desejar que este Ano Novo traga saúde, alegria e estabilidade
económica para os portugueses.
Gostaria de felicitar as colegas que tanto trabalharam para o último Bazar e que
eu tive oportunidade de visitar, uma vez que estive em Portugal nessa altura e
cujos resultados foram fantásticos. Parabéns em especial, à nossa amiga Carla
pelo excelente resultado conseguido no Stand de Portugal.
Agora, falo-vos um pouco
da Coreia do Sul, onde
estou desde há já meio
ano, por incrível que
pareça!
Seul, que no início me
pareceu uma cidade triste
e cinzenta, talvez as
saudades dos filhos que
aí ficaram e do harmonioso ambiente entre
as colegas e amigas na
associação tenham ajudado a vê-la assim, sem
cor, sem vida.
Passados estes meses, a impressão é outra e positiva. É uma cidade muito
grande, um pouco confusa, mas cheia de gente jovem muito moderna e educada.
Para os nossos filhos é muito agradável, pois tem bairros que são destinados
quase exclusivamente à juventude, onde o aglomerado de lojas é
impressionante! Desde Zara, Mango, Paris Croissant, lojas de produtos de beleza
porta sim, porta sim, uma vez que a aparência é muito importante para
eles. Enfim, todas as marcas que possam imaginar para além das coreanas,
claro! Também os templos e os palácios são dignos de visita, pois são muito
bonitos, bem como a gente coreana, amigável e cordial. Quanto ao ambiente
diplomático, é muito simpático, encontramo-nos com bastante frequência, pois a
vida social é muito activa.
Desejando que esta actividade nos permita dar a conhecer o bonito país que
temos, pois para os coreanos, Portugal é football e pouco mais. Por isso temos
um árduo mas interessante trabalho pela frente. De resto, tudo bem.
Beijinhos para todas.
26
Nascimentos…
Parabéns à Veronika Scherk e José Carlos Arsénio pelo nascimento de sua filha
Isabel Maria Scherk-Arsénio, que se vem juntar aos dois irmãos mais velhos.
Ausências…
É com muita tristeza que vimos partir alguns amigos ao longo deste últimos
meses, deixando um enorme vazio junto daqueles que com eles privavam.
Embaixatriz
Embaixador
Embaixador
Embaixador
Embaixador
Embaixador
Embaixador
Zulmira Castilho
Fernão Favila Vieira
Luís Quartin Bastos
José Eduardo Melo Gouveia
Eduardo Nunes de Carvalho
Álvaro Gonçalves Pereira
António Pinto da França
________________________________________________________________
Sobre a Embaixatriz Zulmira Castilho
“Um dia são dias”
Com este título e sob o pseudónimo de Marta de Lima, recebeu Zulmira Pires de
Lima Castilho o prémio de novelística Almeida Garrett em 1968, pela novela que
então publicou. Dizia a crítica literária da época, que se tratava da melhor ficção
em prosa portuguesa desta segunda metade do séc. XX, quando as mulheres já
se abriam ao fenómeno da sociologia literária. Foi por esta data, que conheci
Zulmira Castilho no Rio de Janeiro, encantada que fiquei com a sua imensa
lucidez. Acompanhava o marido, o Embaixador Guilherme Castilho, então em
posto no Chile. Para trás ficara Pretória, Copenhaga, Hong-Kong, Jacarta, Paris.
De cada mundo já vivido, guardava em si, um marcante vocabulário literário,
adquirido no colectivo de amizades surrealistas, abstractas, modernistas da
cultura e da arte. Admiradora de Jorge de Sena, de Vieira da Silva (sua grande
amiga), de Fernando Namora, de Júlio Saul Dias, de José Régio, de Almada
Negreiros e tantos outros, vivia muitas recordações no percurso destes
conhecimentos e lembrava, sorrindo, Fernando Pessoa: “Pedras no caminho?
Guardo-as todas, um dia vou construir um castelo.”
As conversas com Zulmira eram sempre incompletas. No seu mundo de temas
tão dispersos, tudo era apenas o curso inesperado, que tomavam as palavras
pensadas. Mas vivia melhor as coisas, quando as revivia livres da emoção do
momento. Do Direito, em que se licenciou em Coimbra nos primórdios do séc.
XX, dizia que só lhe restavam as noções escondidas sob a letra dos artigos e a
esperança duma largueza da lei, que incluísse todos os credos.
Ensaísta, ávida de cultura, escritora, Embaixatriz foi assim esta nossa associada
da ACDP, que o tempo vai guardar.
Faleceu no seu quarto do Restelo, em Lisboa, aos 98 anos em Março de 2013.
E, na memória de quem a conheceu de perto, fica a saudade dum delicioso
perfume de Mulher.
27
Estamos em obras:
Neste momento estamos sem a sede da nossa
Associação, pois há três semanas, devido às obras no
edifício contíguo, parte do tecto da nossa sala caiu,
impossibilitando a continuação da utilização desse
espaço. Retiraram-se os computadores e o que se
entendeu ser necessário para continuar a trabalhar, e
neste momento encontramo-nos numa sala cedida pelo
Ministério (antiga sala dos vistos), onde continuamos a
trabalhar todas as manhãs como habitualmente. No
entanto temos tido alguns problemas com os
computadores e estivemos algum tempo sem o nosso
número
telefónico
habitual,
impossibilitando
as
comunicações. As obras na Associação prosseguem
lentamente, parecendo-nos improvável o regresso à
nossa sede antes de Setembro. Boas férias e até lá.
Preparação do próximo Bazar
Estivemos reunidas na Sala dos Concursos, no dia 4 de
Junho às 11h, para decidirmos e delinearmos o próximo
Bazar que se realizará nos dias 22 e 23 de Novembro no
Centro de Congressos de Lisboa. Nesse dia ficou decidido
uma primeira reunião com as embaixatrizes estrangeiras
no Instituto Camões no próximo dia 27 de Junho pelas
10:30h.
DICA AQUI, DICA ALI!
A AFDP fornece-lhe dicas muito úteis!
A nossa amiga Marina, mesmo estando tão longe, mandou-nos esta informação, que
poderá servir a muitas associadas que estão no estrangeiro como ela: se contactar o Sr
João Machado (939989081) da Ribeiralves receberá o seu bacalhau em poucos dias e a
um custo acessível. Para evitar as despesas alfandegárias, a encomenda deverá ser feita
em nome da embaixada, mas paga pelo próprio…. Bom apetite!
A Carla sugere uma dica medicinal: quando a tosse atacar durante a noite, massaje a
planta dos seus pés com uma noz de pomada Vick Vaporub, calce uma meias quentinhas
e prepara-se para dormir descansado.
Uma sugestão da Ana Rocha Páris: se quiser manter os seus objectos (pratas, fotografias
ou outros) expostos no sítio que escolheu, tire boas fotografias e entregue-as ao
empregado/a. Desta forma, quando limparem o pó, saberão exatamente onde coloca-los.
Actividades a realizar
Estufa fria e chá oferecido pela Dra. Betty Dalhuisen – 19 de Junho
E a partir de Setembro
Visita à Fábrica da Vista Alegre
Cinemateca de Lisboa
Museu da Carris
Contacte a Associação para se inscrever!
28
Siga-nos no
em Afdp Diplomatas Portugueses
e Bazar Diplomático (Causa)
Rita Guerra (diplomata casada com diplomata)
Joana Cansado Carvalho
Ana da Conceição Marinho da Costa (Nani) - Marselha
Filomena Cunha Alves – de Boston para Camberra
Ana Teixeira de Sampaio – de Lima para Copenhaga
Mafalda Pinho de Almeida – Dili
Rita Laranjinha – Luanda
Yliana Molina (Carlos Oliveira) - Riade
Teresa Faria de Carvalho (Miguel) - Benguela
FICHA TÉCNICA
CONTACTOS
Direcção
AFDP
Calçada das Necessidades n.º3
1350-213 Lisboa Portugal
Ana da Rocha Páris
Carla Sofia Domingues
Paula Duarte Lopes
Maria João Alves Machado
Cristina Gomes
Tel.: (+351) 213952936
Fax: (+351) 213971433
E-mail: [email protected]
Site :www.acdp.pt
Horário:
Segunda a Quinta, das 9 às 13h
Edição
Carla Sofia Domingues
Ana da Rocha Páris
Secretariado:
Leonor Pereira Coutinho
QUOTAS
Lembramos que está a pagamento a quota de 2013:
€30,00 (Portugal); €40,00 (estrangeiro); €5,00 (associados viúvos).
O pagamento por ser feito por cheque à ordem de AFDP ou por
transferência bancária (NIB: 0035 0391 00000 481 630 06) desde que
seja enviado o comprovativo, de preferência, por e-mail).

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