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CHODESH 2011 - MUDANÇAS
Apostila Chave Beit
Guiborim, Kovshim e Nitzanim
Mudanças em Israel
A Terra de Israel sempre foi vista pelos judeus como um lugar muito especial, que tem
uma ligação importante com a gente. Mas Israel como um país, um governo, com todo
mundo falando e escrevendo hebraico, e os judeus sendo a maioria da população é
uma coisa mais ou menos nova. Por muitos anos (quase dois mil!) os judeus viviam
espalhados por vários países do mundo, e quem mandava na terra de Israel eram
outros povos. Por vários motivos, em um momento alguns judeus decidiram criar um
movimento – chamado de movimento sionista – para chamar judeus para irem para
Israel para construir um país. Só em 1881 (um pouco mais de cem anos atrás) alguns
grupos de judeus começaram a ir para lá, em uma viagem que na época era perigosa
e incerta. O nome que a gente usa para essas “ondas” de pessoas que chegavam ali é
aliá, que quer dizer “subida”, mostrando que ir morar em Israel é algo muito especial
para nós.
Desde então, quando começou a ter um número importante de judeus na terra de
Israel (que na época se chamava Palestina, e era parte do Império Turco), Israel
mudou muito. Aliás, talvez a gente até possa dizer que Israel nunca parou de mudar,
porque pessoas que visitaram Israel quinze anos atrás e voltam hoje dizem que o país
está muuuito diferente!
Vamos aprender um pouco sobre algumas das mudanças que aconteceram desde que
os judeus começaram a construir Israel até hoje!
Mudanças culturais
Hoje em dia, os hábitos, os gostos e o modo de vida dos habitantes de Israel é muito
diferente do que era no começo da construção do país, e essa mudança aconteceu,
principalmente, por causa da vinda de pessoas de todas as partes do mundo.
Os primeiros imigrantes que chegaram, na maioria, vinham da Europa Oriental, de
países como a Rússia, Polônia, Romênia e Lituânia. Eles falavam Ídiche, além das
línguas dos seus países, mas como eles vieram querendo construir um país bem
diferente para os judeus, e que tivesse um ponto em comum com a cultura de todos os
judeus do mundo, decidiram escolher o hebraico como língua da nova nação. O
hebraico era uma língua antiga e muito pouco usada, por isso algumas pessoas, como
Eliezer Ben Yehuda, assumiram a tarefa de modernizá-lo e criar palavras para as
coisas do dia-a-dia que não existiam.
Mesmo com todo esse esforço de criar uma língua e uma cultura novas, muitos
elementos da cultura europeia continuaram fazendo parte dos hábitos israelenses – as
melodias, danças, comidas etc.
Alguns anos depois, começaram a chegar judeus de outros lugares, como da
Alemanha (nos anos 30), e mais recentemente, veio uma enorme onda de judeus dos
países árabes – chamados mizrachim (orientais), a partir da Independência de Israel,
em 1948, e principalmente nos anos 50. Eles vieram de países como o Marrocos,
Iraque, Egito, Síria e outros, e falavam árabe, o que foi um choque grande para o país
que estava sendo construído por judeus europeus.
Desde então, várias aliot (ondas de imigração) vieram dos mais diversos países –
Yêmen, Rússia, Etiópia, Argentina, Estados Unidos, França e outros. Além de todos
esses judeus que chegaram de tantos países diferentes, também moram em Israel um
número grande de árabes, que podem ser cristãos ou muçulmanos, e também
participam do país com seus hábitos, sua cultura e sua língua, o árabe – que, junto
com o hebraico, é uma das duas línguas oficiais de Israel.
Cada um desses grupos trouxe a sua cultura, seu modo de se comportar, sua
culinária, seus gostos musicais e artísticos. Mas, além disso, com o passar dos anos e
o contato entre os israelenses de diferentes origens, foi se desenvolvendo em Israel
uma cultura miscigenada (misturada), uma cultura nova formada pelas diferentes
contribuições de cada grupo.
Essa música do cantor israelense Arik Einstein, chamada “Shir Hashayará” (canção da
caravana) retrata bem o processo que falamos:
http://shirimemportugues.blogspot.com/2010/03/shir-hashayara-arik-einstein.html
Mudanças sócio-econômicas
Desde os primeiros povoados criados pelos judeus no lugar que hoje é Israel, sempre
houve uma grande preocupação em distribuir bem as riquezas criadas com o trabalho.
O governo de Israel, mesmo no começo da sua existência como país, dava a todos os
cidadãos saúde e educação de graça, e mesmo com as dificuldades que as pessoas
tinham – já que normalmente os imigrantes que chegavam eram pobres –, o povo em
Israel vivia bem.
Mas os anos foram se passando, e isso mudou um pouco de lá pra cá. As maiores
mudanças aconteceram a partir dos anos 70, quando aconteceu a Guerra de Yom
Kipur (que Israel lutou em 1973) e Israel entrou numa crise econômica que fez muitos
negócios começarem a ir mal e algumas partes da sociedade ficarem mais pobres. Ao
mesmo tempo, a parte mizrachi da população - aqueles judeus que vinham de países
árabes, do norte da África ou do Oriente Médio - organizou vários protestos porque se
sentiam discriminados, ou seja, estavam reclamando que o governo dava para eles as
piores moradias, os piores trabalhos e um apoio menor do que para os judeus
ashkenazim, aqueles que vinham da Europa, e que estavam no controle do governo
de Israel desde que ele foi criado.
Por um lado, até hoje Israel é um país com um nível de vida muito bom: mesmo os
mais pobres podem frequentar escolas e hospitais de qualidade, quase todo mundo
sabe ler e escrever, e é bem difícil acontecer de terem pessoas passando fome. Ou
seja, mesmo quem é pobre em Israel normalmente vive bem melhor do que alguém
pobre aqui no Brasil.
Mas, por outro lado, hoje em Israel tem uma desigualdade social muito maior do que
quando o país estava sendo criado. Isso quer dizer que lá tem gente muito, muito rica
enquanto outras pessoas são pobres, e isso não era tão comum 60 anos atrás. Isso
fez aparecerem vários problemas, por exemplo, tem muitas pessoas que não têm
trabalho, e o governo precisa se preocupar em garantir trabalho para todos. Também
aumentou a criminalidade em Israel, ou seja, se antigamente era muito raro
acontecerem crimes e eventos violentos (roubos, assassinatos etc), agora que existem
mais pessoas pobres e com dificuldades de conseguir trabalho ou escola, isso virou
mais comum.
Mas, calma aí, não pense que a população de Israel viu essas mudanças acontecerem
sem fazer nada! Muito pelo contrário, em Israel é muito comum que, quando as
pessoas não estão felizes com alguma situação, elas organizem protestos e passeatas
pedindo por mudanças sociais. Isso aconteceu bastante em vários momentos da
história de Israel, e hoje em dia Israel é o país com maior número de ONGs de ajuda
social pela população que tem.
Um bom exemplo que a gente pode ter disso é o movimento que está
acontecendo hoje. Em muitas cidades do país, jovens e adultos estão organizando
protestos e acampando em barracas nas ruas, para pedir a redução do custo de vida.
Eles estão reclamando que os aluguéis de casas e apartamentos estão muito caros, e
que alguns produtos básicos que todo mundo usa no dia-a-dia (como o queijo
cottagge, que os israelenses apreciam muito). Alguns defensores do movimento dizem
que estão protestando porque a economia de Israel está indo bem, mas isso não está
chegando na maioria do povo, e só os mais ricos estão se beneficiando.
Veja esse vídeo do protesto que aconteceu em Tel Aviv, no mês passado, no dia 6 de
agosto! Olha quanta gente:
http://www.youtube.com/watch?v=t0wF0Iz595E
Outra mudança que aconteceu foi o aumento da quantidade de não judeus em Israel.
Além dos judeus, existem árabes e beduínos que são israelenses, e têm muitos filhos
por família por causa de seus costumes tradicionais e também pela condição social
um pouco pior. Eles são hoje uma parte grande da sociedade, e por isso estão lutando
por direitos e pedindo maior proteção do governo, que, segundo eles, dá prioridade
aos judeus para várias atividades, por exemplo, comprar terras e construir casas.
Essas pessoas estão protestando porque querem ser tratadas como iguais a todos os
outros cidadãos de Israel.
Mudanças nos kibutzim
Quando os judeus começaram a vir para a terra de Israel para construir um novo país,
a maior preocupação deles era dar um jeito para dar pra plantar, porque o cultivo de
vegetais - a agricultura - é fundamental para gerar comida para todas as pessoas que
iriam morar lá. Por isso, a maioria dos judeus que chegavam iam morar em colônias
agrícolas, ou seja, lugares em que pretendiam cultivar a terra.
Em muitos desses lugares eles viviam de um modo muito especial, em que a principal
regra era a cooperação e eles compartilhavam tudo. São os kibutzim, que por muito
tempo foram um dos símbolos da colabaração dos judeus pela construção de um país.
Neles, todo mundo recebia a mesma coisa pelo seu trabalho, sem diferenças entre
quem trabalhava limpando o chão, cozinhando, plantando ou dirigindo a fazenda, era
comum todas as crianças dormirem juntas numa só casa.
Com o passar do tempo, muitas dessas coisas acabaram. As novas gerações muitas
vezes não estavam mais interessadas em manter essas regras de cooperação, e com
o enriquecimento do país começaram a ver outras oportunidades fora do kibutz. Até o
beit yeladim, a casa em que todas as crianças moravam juntas, acabou porque os pais
não queriam mais viver separados dos seus filhos.
Talvez uma ideia que explique bem várias mudanças que aconteceram em
Israel é que, quando o país estava sendo construído, era essencial que todo mundo
tivesse um espírito de equipe muito forte, e cooperasse para superar as dificuldades:
as guerras, a falta de recursos, o clima difícil etc. Mas depois que Israel se fortaleceu e
se tornou um país rico, as pessoas sentiram que já estava na hora de cada um poder
seguir os seus gostos, os seus caminhos e se desenvolver sozinhos, o que
enfraqueceu um pouco esse sentimento de coletividade (de união).
De qualquer forma, apesar dessas mudanças hoje ainda existem muitos
kibutzim, que são vistos em Israel como lugares tranquilos e seguros de se viver, em
que todo mundo se conhece e se trata como se fossem uma grande família.
Outra coisa que fez com que os kibutzim se tornassem menos importantes hoje
em dia foi a mecanização da agricultura, ou seja, a troca das pessoas que
trabalhavam nas plantações por máquinas. Com o desenvolvimento das máquinas,
robôs e equipamentos, o que antes precisava de um monte de gente trabalhando no
campo para conseguir, hoje temos tratores, robôs e máquinas que fazem, por isso
muitos moradores das fazendas e dos kibutzim ficaram sem trabalho, e tem muito
mais gente que mora nas cidades do que nesses lugares.
Mudanças na situação de defesa e segurança
Como você deve saber, uma das grandes dificuldades que Israel enfrentou deste que
foi criada, e até hoje é um grande problema, é a situação de conflito que tem com os
vizinhos árabes. Quando perceberam que os judeus queriam criar um país na terra de
Israel - que se chamava Palestina e era um pedacinho de uma região enorme em que
a maioria dos habitantes são árabes - , os governos de vários países vizinhos se
acharam ameaçados, e decidiram não deixar isso acontecer. Por isso, desde a sua
criação, Israel enfrentou várias guerras e conflitos com os países próximos.
Em uma dessas guerras, chamada Guerra dos Seis Dias (que aconteceu em junho de
1967), Israel entendeu que as suas fronteiras (as divisas que tinha com os outros
países) eram muito perigosas, e por isso atravessaram essas fronteiras para
conquistar novas regiões que eram controladas pelos países árabes. A população
árabe de alguns desses territórios, que hoje chamamos de Cisjordânia, Faixa de Gaza
e Jerusalém Oriental, criou um movimento de independência em favor de criar um país
para eles, que se chamaria Palestina.
Depois de quatro guerras com os países vizinhos, Egito, Síria, Jordânia e Líbano,
desde 1973 esses países pararam de atacar Israel diretamente. Isso foi uma grande
mudança para Israel, porque as guerras que aconteciam até esse ano eram guerras
entre países, ou seja, entre dois exércitos oficiais, mas hoje em dia não é mais bem
assim.
Alguns dos países que atacavam Israel assinaram acordos de paz com ela (o Egito e a
Jordânia), e mesmo os outros países desistiram de tentar destruir Israel à força. Agora,
os perigos e ameaças que Israel enfrenta vêm de grupos menores que não são
diretamente ligados com os governos desses países.
É um grande desafio para Israel combater esses grupos, como o Hamas e o Hezbolá,
que atacam Israel de dentro de cidades povoadas, e seus integrantes não usam
uniformes. Esse mecanismo é chamado de guerrilha, e muitas vezes, tentando atingir
membros desses grupos guerrilheiros ou terroristas, o exército de Israel acaba
atingindo pessoas que não têm a ver com eles e matando gente inocente.
As áreas vermelha e roxa são os territórios em que os palestinos querem fazer seu
país, mas quem os controla por enquanto é Israel.
Mudanças científicas e tecnológicas
Muitos dos desafios que tiveram que ser vencidos ao longo da construção de Israel
levaram os israelenses a desenvolverem bastante a pesquisa e a ciência, e por causa
disso hoje Israel é um dos países mais avançados do mundo em tecnologia.
Uma das maiores dificuldades enfrentadas foi o clima de Israel: como lá é muito seco
e mais de metade do país é deserto, como seria possível plantar lá? Incrivelmente, os
israelenses inventaram maneiras de levar água para o deserto e conseguiram fazer
plantas crescerem lá com o mínimo de água possível. Uma empresa chamada Netafim
criou um mecanismo de irrigação por gotejamento, ou seja, um jeito de regar as
plantas com gotas. Esse sistema, que funciona com mangueirinhas que soltam gotas
aos pouquinhos em cima das plantações - assim as plantas se alimentam, mas sem
gastar muita água.
Outra técnica que Israel tem usado para ajudar a compensar a falta de água é a
dessalinização da água do mar, ou seja, tirar o sal da água do mar para poder dar para
as plantas. Esse processo costumava ser bem caro e complicado, mas os cientistas
israelenses conseguiram jeitos de fazer a dessalinização valer a pena. Por exemplo,
eles descobriram que dá para regar alguns tipos de vegetais sem tirar totalmente o sal
da água. É o que eles fazem com o tomate cereja, aquele tomatinho pequeno - a água
salobra (meio salgada) faz eles ficarem até três vezes mais doces do que tomates
regados com água fresca!
Mas a natureza de Israel não traz só desvantagens. O clima ensolarado fez valer
muito a pena investir no Sol como fonte de energia, e por isso Israel é um dos
primeiros países do mundo em uso de energia solar. Podemos ver abaixo a maior
parabólica solar do mundo, no Centro Nacional de Energia Solar Ben-Gurion.
Os pesquisadores israelenses também são muito bons em informática e ciência da
computação. Muitas empresas israelenses e estrangeiras trabalham em Israel
inventando e produzindo vários utensílios de alta tecnologia. Foi na filial israelense que
a Intel inventou o processador Inter Core Duo, uma peça importante usada hoje em
muitos computadores. Também foi um cientista israelense que criou o primeiro pendrive. Em Israel também se usa bastante a robótica, criando robos para executar
diversas tarefas, como por exemplo polir diamantes.
Realmente, Israel é o lar de alguns centros de pesquisa importantes e conhecidos no
mundo inteiro, como o Instituto Weizmann, em Rechovot, e o Instituto Tecnológico de
Haifa (Technion). Alguns cientistas israelenses foram até mesmo ganhadores do
Prêmio Nobel, como a pesquisadora do Instituto Weizman, Ada Yonat, que recebeu em
2009 o Prêmio Nobel de Química.
Veja aqui algumas das inovações e conquistas dos cientistas de Israel:
http://www.youtube.com/watch?v=JkfXMYwiNdw
Mudanças na Arte:
Desde a pré-história até hoje em dia a sociedade se modificou muito, pois cada
geração tem uma forma diferente de pensar e de agir do que a geração anterior. Por
exemplo, nós não somos iguais a nossos pais, que também não são iguais aos nossos
avós.
Pensando assim é fácil entender por que a arte muda tanto ao longo dos anos. A arte,
além de outras coisas, é uma forma do ser humano se expressar, através dela
podemos mostrar o que estamos sentindo e nos comunicar com outras pessoas sem
falar nada. A arte é como um espelho da sociedade, mostra o que ela é naquele
momento, e sendo assim toda vez que a sociedade muda a arte muda com ela.
A Pré-história é o período em que o homem surge na terra e, junto com ele, surge a
arte. Nesta época os homens ainda não sabiam escrever e por isso se expressavam
através de desenhos nas paredes das cavernas, este tipo de arte era chamado de
pintura rupestre. A maioria das pinturas encontradas desta época era de animais, isso
porque os homens da pré-história acreditavam que as imagens tinham muito poder e
que desenhando os animais teriam poder sobre eles na hora da caça.
Arte rupestre
Depois da Pré-história veio a Idade Antiga, nesta época a arte se destaca em três
regiões: Egito, Grécia e Roma.
No Egito tudo girava em torno do Faraó, ele era como um deus na terra. Todas as
pirâmides, pinturas e esculturas eram criadas para o faraó e outros deuses. As
pessoas acreditavam que fazendo pinturas e esculturas do faraó ele se tornaria
eterno, que mesmo depois da morte ele continuaria vivo através destas obras de arte.
Na Grécia os artistas buscavam a perfeição em tudo o que faziam. O que mais se via
eram as esculturas de deuses e pinturas em vasos, todos com muitos detalhes e muito
bonitos. Até hoje ouvimos pessoas dizendo “aquela pessoa parece um deus grego”
quando quer dizer que alguém é muito bonito, esta expressão surgiu por causa da
perfeição e beleza das esculturas de deuses gregos naquela época.
Em Roma tudo girava em torno do Imperador, diferente do Egito e da Grécia eles não
se importavam muito com a religião e com os deuses, o que realmente importava era a
politica e as guerras. O que mais se destaca na arte romana são as construções e
principalmente o Coliseu onde aconteciam jogos e espetáculos.
Coliseu
Depois da Idade Antiga veio a Idade Média, nesta época a Igreja ganhou muito poder
e controle sobre a população. Grande parte das manifestações artísticas falavam ou
representavam a religião católica. Na arquitetura dois estilos se destacaram: o
românico (com formas redondas) e o gótico (com formas pontudas).
Então veio a Idade Moderna. A primeira e principal fase da Idade Moderna foi o
Renascimento, nesta época surgiram artistas muito talentosos como, por exemplo,
Leonardo da Vinci e Michelangelo. Muitos destes artistas buscavam inspiração na arte
antiga (como a da Grécia). Nesta época o homem virou o principal tema de estudos e
de descobertas e era muito representado nas artes.
Por ultimo vem a Idade Contemporânea, esta época não teve uma única
característica, mas sim vários estilos. Não havia um único tipo de artista mas sim
diferentes grupos artísticos com ideias e técnicas diferentes. Estes grupos eram
chamados de vanguardas europeias (porque começaram na Europa) e as principais
foram: surrealismo, expressionismo, futurismo, dadaísmo, realismo, impressionismo e
cubismo.
Quadro surrealista de Salvador Dali
- A persistência da memoria.
Cada uma dessas vanguardas tinha ideias bem diferentes das outras, mas uma coisa
que todas tinham em comum é a vontade de desafiar, de quebrar as regras da arte, e
muitas vezes procuravam retratar o mundo de um jeito exagerado, confuso, diferente,
ou ressaltando alguma característica especial.
Hoje já falamos de um novo estilo artístico chamado Pós Modernismo. Neste estilo os
artistas criam com muita liberdade e segundo uma visão individual do mundo.
ISRAEL E JUDAÍSMO
As principais áreas de criação artística no judaísmo foram na arquitetura – construção
de sinagogas, de mosaicos (tapetes feito de milhares de pedrinhas) e nos objetos
religiosos – mezuzot, menorot, objetos que usamos na Havdalá (cerimônia do fim do
Shabat, que fazemos todo sábado na Chazit) e principalmente nas Chanukiot que são
grandes e têm espaço para gravuras e desenhos. Por que até o século 20 são poucos
os artistas judeus conhecidos? O principal motivo é a lei judaica que proíbe as
imagens e a adoração destas. Está nos dez mandamentos. Somente na época
moderna e com a saída dos judeus dos guetos que surgiram grandes pintores como
Chagall na Europa, Rubin em Israel e Lazar Segal no Brasil.
A arte israelense é formada por uma mistura de influências daqueles que vivem lá e
chegaram de diferentes lugares do mundo. Além disso, ela muitas vezes reflete a
religião do país e a historia do judaísmo e em particular de Israel. A arte em Israel
surgiu no século XX, antes mesmo do Estado judeu ser criado.
O primeiro grande marco na história da arte israelense foi a criação da Academia de
Artes e Artesanato Bezalel pelo escultor Boris Schatz. Bezalel passou por várias
mudanças até se tornar a mais importante Academia de Artes e Design e se mudar
para Jerusalém, no campus da Universidade Hebraica.
Existem muitos tipos de arte em Israel, como a dança, a musica, as pinturas,
esculturas entre outros.
DANÇA EM ISRAEL:
A dança folclórica israelense surgiu em aldeias, assentamentos de trabalhadores e nos
kibutzim como uma forma das pessoas se expressarem e mostrarem suas alegrias.
Já que em Israel moram várias etnias diferentes, os estilos de dança também variam
muito, cada uma com as características de seu povo como, por exemplo, a dança
yemenita, a etíope e a marroquina.
Um tipo de dança que se destacou muito foi a Hora que era muito dançada nos
kibutzim,e foi trazida pelos judeus que chegaram da Rússia, suas letras falavam sobre
o esforço, o trabalho e o entusiasmo. Ela é dançada em roda, todos de mãos dadas e
seus passos são bem rápidos e animados.
Soldados dançando a Hora.
MÚSICA EM ISRAEL:
A música israelense conta para nós muito sobre a história do país e do povo judeu,
conseguimos entender grande parte dos acontecimentos históricos apenas através
das músicas. Além disso, muitos cantores utilizam este tipo de arte para expressarem
o que sentem, denunciarem algo que não concordam, como um protesto.
Um bom exemplo é a música Shir la Shalom, que foi escrita após o fim da Guerra dos
Seis Dias. A música falava sobre a paz e pedia pelo fim das guerras, no inicio a
população israelense rejeitou a música pois era um país muito orgulhoso de seu
exército e de suas vitorias militares. A canção ficou realmente famosa quando Yitzhak
Rabin (na época ,primeiro ministro de Israel) foi assassinado em um comício pela paz
onde esta música foi cantada. O assassino era um judeu extremista que era contra o
acordo de paz que Yitzhak havia feito com a OLP (Organização de Libertação da
Palestina).
Entre aqui para ouvir a canção!
http://shirimemportugues.blogspot.com/2009/05/shir-lashalom-lehakat-hanachal.html
A letra traduzida aparece clicando em “Mostrar/Esconder a Letra”.
CICLO DE VIDA JUDAICA
A religião judaica criou uma serie de cerimônias que acompanha o judeu durante as
mudanças de sua vida natural. Cada uma destas cerimônias é um marco pelo qual o
judeu deve passar para crescer como ser humano, fazer parte da comunidade e
inclusive para que seus familiares estejam sempre próximos a ele.
Veremos que o judaísmo também criou um calendário que muda segundo as estações
do ano na Terra de Israel e acompanha o povo em seu desenvolvimento.
Brit-milá
Brit milá é o nome dado à cerimônia religiosa dentro do judaísmo na qual o prepúcio,
pele que envolve o pênis, dos recém-nascidos é cortado ao oitavo dia como símbolo
da aliança entre D-us e o povo de Israel.Também é nesta cerimônia que o menino
recebe seu nome judaico.
A origem do brit se dá no livro Bereshit (Gênesis), em que Avraham faz o ritual para
simbolizar seu comprometimento e aliança com D’us.
A pessoa que realiza o brit é chamado de mohel, que pode ser qualquer judeu que
saiba fazer a cirurgia (se o pai da criança souber realizar a brit, é ele que deve fazer) e
saiba as bençãos. O mohel não é necessariamente um médico, deve ter experiência
para fazer a Brit. A tradição rabínica só permite que uma mulher faça a circuncisão se
nenhum homem presente souber fazer. No entanto atualmente os rabinos
conservadores e reformistas tem permitido que mulheres exerçam a função de mohel.
Diferentemente de outros rituais religiosos, a brit milá é permitida no Shabat e no Yom
Kipur, já que o Talmud estabelece que a circuncisão está acima dos outros
mandamentos da Torá.
Pesquisas mostraram que a circuncisão previne a ocorrência de câncer testicular,
infecções urinárias e doenças sexualmente transmissíveis.
O brit é uma Mitzvá tão importante, que seu valor é o mesmo que o de todas as
Mitzvot juntas. Considera-se que o circuncidado está realizando a Mitzvá a cada
instante de sua vida e não somente no momento em que foi realizada.
Pidion Haben
A Torá nos conta que Deus diz que todos que forem primogênitos pertencem a ele.
Desde frutos, passando por animais e nós homens.
Os frutos que eram primícias (os primeiros a nascerem) e os animais primogênitos
eram levados a Deus quando existia o Templo em Jerusalém. Hoje como não existe o
Templo fazemos isto através de tzedaká.
Pidion HaBen é uma cerimonia de liberação dos filhos de Israel primogênitos do
trabalho para Deus. Nessa cerimônia, o pai do primogênito “compra” seu filho de um
Cohen usando 5 ciclos de prata, e com isso libera-o do dever de servir a Deus.
A gente costuma diferenciar, dentro do povo judeu, entre três “classes” ou grupos:

Cohen, eram os sacerdotes na época em que existia o Templo de Jerusalém,
que a Torá diz que são descendentes de Aharon, irmão de Moisés

Levi, são os descendentes de um dos filhos do patriarca Yaakov (que também
se chamava Levi), e foram a tribo escolhida para ajudar os cohanim nas tarefas
sagradas

Israel, são o resto do povo, os que não participavam tão diretamente dos
rituais do templo.
Levi e Cohen não fazem Pidion HaBen porque são de antemão consagrados para o
trabalho a Deus. Somente Bnei Israel devem fazer a cerimonia até hoje.
A cerimônia ocorre quando o menino tem 31 dias de vida, e somente se este nasceu
de parto normal. Caso a mãe tenha sofrido um aborto anteriormente, o primogênito é
considerado o filho abortado, e por isso o primeiro filho nascido não precisa realizar a
cerimônia.
Zevet Habat
Zevet habat ou Simchat bat é a cerimônia de recebimento do nome das meninas
judias, sendo o correspondente ao ritual de brit milá para meninos. Na cerimônia de
Zevet habat, o pai da menina comparece no primeiro shabat após o nascimento dela,
fazendo aliá à Torá (subindo na mesa da sinagoga e fazendo a brachá da leitura da
Torá). O rabino abençoa os pais da menina, que recebe o seu nome hebraico.
Bar e Bat Mitzvá
Bar mitzvá é o nome dado à cerimônia que insere o jovem judeu como um membro
maduro na comunidade judaica.
Quando uma criança judia atinge a sua maturidade, aos 12 anos e um dia de idade
para as meninas; e aos 13 anos e um dia para os meninos, passa a tornar-se
responsável pelos seus atos, de acordo com a lei judaica.
Nessa importante época, eles se tornam judeus adultos completos e tem tanto a
oportunidade de crescer espiritualmente como a responsabilidade de se tornar uma
pessoa melhor.
As meninas se tornam adultas um ano antes dos meninos porque, comumente,
amadurecem física e emocionalmente antes deles.
Quando meninos e meninas se tornam bar ou bat mitzvá, eles atingem um novo
estágio de desenvolvimento em suas vidas e começam a pensar sobre que tipo de
pessoas querem ser.
Na puberdade, uma pessoa não vive mais no mundo de fantasia da infância e pode
começar a fazer uma avaliação realista de seu mundo. Esse é o momento quando a
consciência moral e a sensibilidade se desenvolvem completamente, permitindo que
elas tenham total responsabilidade por seus atos.
Em um nível mais profundo, assim como seus corpos estão crescendo e ganhando
novas formas, assim também suas almas estão crescendo e mudando.
Shabat que sucede o aniversário de 13 anos do bar mitzvá, ele é chamado à Torá
durante o serviço matinal na sinagoga para recitar a bênção na Haftará (trecho de
algum livro do Tanach (Bíblia Hebraica) que não é da Torá). Muitos meninos também
lêem a porção semanal da Torá, tendo já estudado com antecedência com um chazan
ou com um moré especializado na leitura da mesma.
Casamento
Para o judaísmo e segundo a Cabalá, a cerimônia do casamento representa a união
de duas almas gêmeas em uma só e as obrigações do homem e da mulher um com o
outro e perante ao povo judeu. Segundo as tradições rabínicas, D'us perdoa
completamente qualquer pecado que os noivos tenham cometido em suas vidas, para
que possam começar suas vidas de casados em um estado totalmente puro.
No dia do casamento tanto a noiva quanto o noivo jejuam para simbolizar o perdão
que suas almas recebem nesse dia.
Há uma tradição chamada de Kabalat Panim, realizada bem antes do casamento, em
que as mães dos noivos quebram um prato em dois pedaços. A razão é para mostrar a
seriedade do compromisso – assim como um prato nunca poderá ser completamente
consertado, um relacionamento quebrado não pode ser completamente consertado.
Na semana que antecede o casamento os noivos não podem se ver. Antes do
casamento ocorre o Bakeden, quando o noivo cobre a noiva com o véu. O véu
simboliza a ideia de modéstia, e transmite a lição de que mesmo a atração física
sendo importante, mais ainda são a alma e o caráter. Este é um costume antigo e
serve como a primeira de muitas ações que o noivo sinaliza seu comprometimento em
vestir e proteger a sua esposa.
A cerimônia de casamento acontece embaixo de uma chupá (toldo), o símbolo da casa
que será construída e dividida pelo casal. É aberta de todos os lados, assim como era
a tenda de Avraham e Sara a fim de receber todos os amigos e parentes com
incondicional hospitalidade. A chupá é geralmente montada ao ar livre, sob as estrelas,
como um sinal de benção dada por D'us ao patriarca Avraham, que seus filhos serão
como estrelas do céu. Sob a chupá, a noiva dá sete voltas ao redor do noivo. Uma vez
que o mundo foi criado em sete dias, metaforicamente é como se a noiva estivesse
construindo as paredes da nova casa do casal. O número sete também simboliza a
totalidade e integridade que eles não podem atingir separadamente.
A aliança deve ser feita de ouro puro, sem desenhos ou ornamentos – isso porque se
espera que o casamento seja de uma beleza simples.
Ocorre então a leitura da Ketubá que é o contrato nupcial. No casamento, o noivo
aceita para si algumas responsabilidades matrimoniais que são detalhadas na Ketubá.
A sua obrigação principal é prover alimentos, abrigo e roupas para sua esposa, e ser
atencioso com relação às suas necessidades emocionais. A proteção dos direitos de
uma esposa judia é tão importante que o casamento só pode ser formalizado após a
leitura completa do contrato.
O documento é assinado por duas testemunhas, e mantido como um acordo de
obrigações. A Ketubá é de propriedade da noiva e deve ser acessível durante todo o
período do casamento.
Um copo é colocado no chão, e o chatan quebra com o seu pé. Esse ato serve como
uma expressão de tristeza com a destruição do Templo em Jerusalém, e proporciona
ao casal sua identidade de povo Judeu. Isso marca a conclusão da cerimônia e os
noivos descem da chupá.
Morte
Para os judeus, a morte não é o final da vida, apenas o fim do corpo, da matéria. "A
verdadeira pessoa, que é a alma, é eterna", diz o rabino Avraham Zajac.
Os seguidores das leis judaicas acreditam na existência de outro mundo, para onde as
almas vão, chamado de olam habá (mundo vindouro). No entanto, a alma pode voltar
para a terra, num outro corpo, para completar sua missão (reencarnação).
Apesar de acreditar que a alma seja eterna, os judeus sentem a dor da perda e
acreditam que ela deve ser expressa de várias maneiras.
Uma hora após o falecimento do judeu o corpo deve ser depositado com os pés em
direção à porta, coberto com um lençol ou cobertor. Acendem-se velas junto à cabeça
e não se deixa o corpo sozinho. Há um ritual chamado de tahará (purificação), no qual
o corpo é lavado pela chevra kadisha (grupo sagrado). Os judeus não permitem que
os corpos de seus mortos passem por autópsia.
Um cohen não pode ficar sob o mesmo teto onde há uma pessoa falecida, exceto se o
morto for seu pai, mãe, irmão, irmã solteira ou filho ou se for alguém que não possua
familiares. É por essa razão que os cohanim não podem entrar em cemitérios.
O enterro deve ser realizado, quando possível, no mesmo dia do falecimento. É
possivel adiar o enterro quando se espera parentes vindos de locais mais remotos, ou
em shabatot e iamim tovim.
O luto começa no dia do enterro. Os enlutados rasgam um pedaço da roupa que
vestem. A primeira etapa do luto, chamada shiva, dura 7 dias. Nestes dias os
enlutados permanecem descalços e com a mesma roupa rasgada e são servidos por
amigos e parentes. Não devem sair de casa desacompanhados. É costume sentar-se
em um plano mais baixo que dos convidados (normalmente senta-se no chão). Não se
cortam cabelos e barba ou unhas nesse período. O Shabat corta a shiva, que
recomeça sábado após o por do sol, até o sétimo dia.
Mantem-se acesa uma lamparina na casa onde se faz o luto. Os homens enlutados
rezam o Kadish. Após o sétimo dia joga-se a roupa rasgada e os enlutados saem da
Shivah após o shacharit.
A segunda etapa do luto é chamada shloshim. Durante 30 dias é mantido o luto. Nesse
período não se faz a barba.
A última etapa dura um ano. No decorrer desse ano se faz a lápide e deve se recitar o
Kadish diariamente, e não é permitido participar de festas ou ouvir músicas. Terminado
o período sai-se do luto e não há restrição alguma. Após o ano, o recita-se o Kadish
nos aniversários do falecimento ou nas grandes festas.
As mudanças das estações do ano e a mudança de escravos a povo livre
Todos sabem que Rosh HaShaná é o inicio do ano judaico. Nós desejamos um ao
outro Shaná Tová e refletimos sobre nossos erros e acertos durante todo o ano.
Poucos sabem porém que o ano das estações começa com a primavera durante a
festa de Pessach. É durante esta festa que nós lembramos que os judeus saíram da
escravidão para a liberdade, ao mesmo tempo que em Israel as flores saem para a
vida. Depois vem o verão e com ele Shavuot. Em Shavuot comemoramos o
recebimento da Torá e os agricultores de Israel comemoram as colheitas de frutas e do
trigo. No fim chega o outono e com ele Sucot. Lembramos dos tempos em que
estivemos no deserto morando nas Sucot (cabanas) e acompanhados por D’us. Nesta
época em Israel o tempo muda. Fica frio e rezamos para que as chuvas que irão dar
água para as arvores e as plantações cheguem e desta maneira o povo possa viver
bem e em liberdade. Como vemos, enquanto as estações mudam o povo de Israel
também muda de escravos para serem homens livres.

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