Revista Guzerá

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ZZn Peres
Paulo Roberto Menicucci
Presidente da ACGB
“
A nossa Raça é
poderosa e não há
quem a conheça que
não fique tentado
a utilizá-la para
melhorar o seu
trabalho...
“
Prezados Guzeratistas,
Quero ocupar este espaço com uma reflexão.
Desde os tempos do Brasil colonial os méritos da
nossa Raça são reconhecidos. A visão pioneira dos primeiros criadores de Guzerá abriu caminhos, gerando e fazendo
circular riquezas, encurtando distâncias na rota do desenvolvimento. Determinação e ousadia foram passos decisivos na transformação dos rebanhos e no processo de sua
expansão para várias regiões do Brasil. Mas, sobretudo a
consciência de que o mundo se transformava numa rede
global de negócios, fez com que os criadores de Guzerá
rompessem fronteiras em busca de tecnologias.
Parcerias bem sucedidas com universidades, órgãos
de governo e empresas especializadas vêm mostrando, na
teoria e na prática, os valores da nossa Raça. Chegamos
a um patamar qualitativo invejável. Nosso Programa de
Melhoramento Genético está desenhado nos moldes mais
avançados da Tecnologia e da Ciência, e é respeitado internacionalmente.
A perspectiva de mercado, que apresenta uma simples análise do momento nacional, no nosso segmento,
mostra-nos a conveniência de conquistarmos novos pecuaristas, e nos identifica com a atual configuração do mercado.
Devemos demonstrar que nossa produção vai ao encontro
dos desejos e necessidades dos clientes. E recursos para
tal não nos faltam. A nossa Raça é poderosa e não há quem
a conheça que não fique tentado a utilizá-la para melhorar o
seu trabalho, seja para constituir rebanho puro ou mestiço.
Temos, entretanto, uma questão fundamental para
que possamos usufruir de todos os benefícios que criar Guzerá nos traz: o fortalecimento dos nossos vínculos em nossa Associação. A ACGB, fórum natural dos criadores, tem a
missão de manter a atividade atualizada, estimular propostas criativas para o aprimoramento e desenvolvimento dos
nossos produtos, sempre com a preocupação de ter os pés
no futuro. Mas este caminho não possui apenas uma via.
É o comprometimento dos associados que fará com que
o aperfeiçoamento e o crescimento da nossa Associação
sejam uma realidade e que esta se expresse nos direitos
inalienáveis de todos e de cada um.
Numa palavra, seremos mais fortes se juntos.
Em nome da atual Diretoria, quero convidá-los a
compartilhar conosco a gestão da nossa Associação.
Contamos com vocês!
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O
s números apontam para um crescimento da
raça Guzerá no último ano. O volume de genética ofertada atualmente é maior, com as
centrais de inseminação revelando projetos de ampliação da quantidade de touros em coleta. As vendas
anuais de sêmen também ficaram acima dos anos anteriores.
Essa alta vem impulsionada pelos programas
de melhoramento genético. A cada dia, mais zebuínos provados, seja para dupla aptidão, seja para leite,
entram no mercado. A presença da raça nas provas
zootécnicas é bastante significativa. Só o programa de
melhoramento genético da ABCZ teve, em 2010, mais
de 12 mil animais inscritos.
A eficiência produtiva e reprodutiva do Guzerá
ainda faz dela uma boa alternativa para os cruzamentos, tanto com zebuínos (guzonel), quanto com taurinos (guzolando, entre outros). Isso tem refletido nos
preços médios dos animais e nas vendas de reprodutores, que estão crescendo de maneira exponencial,
com médias acima das demais raças.
Todos esses fatos fazem dessa edição da revista Guzerá uma publicação repleta de boas notícias.
Trazemos as recordistas da raça, os números do mercado nas vendas de animais e de material genético, as
pesquisas na área de genética, os novos criadores, um
pouco de história. O destaque desta edição não poderia ser outro assunto: a entrada de novas linhagens do
puro Guzerá indiano. Os primeiros animais, fruto dos
embriões importados do berço do zebu, já nasceram e
a expectativa dos criadores é que essa genética traga
ainda mais vigor e pureza à raça.
Como a beleza do Guzerá é inconfundível, a
quantidade de imagens espetaculares de animais é
grande. São momentos registrados pelas lentes de
grandes profissionais: os fotógrafos Zezinho Peres,
Marcelo Cordeiro, Jadir Bison e Maurício Farias. Parabéns a todos os criadores por serem perpetuadores de
tanto potencial e beleza.
Larissa Vieira
Editora
ACGB
Associação dos Criadores de Guzerá do Brasil
Praça Vicentino Rodrigues da Cunha, 110, São Benedito
CEP 38022-330 Bloco 1, 2º andar. Uberaba - MG
e-mail: [email protected] ou [email protected]
www.guzera.org.br
Fone e FAX: (34) 3336 1995
Diretoria:
Presidente:
Paulo Roberto Menicucci
1º Vice Presidente:
Renato Egídio Olivé Esteves
2º Vice Presidente:
Otávio Alberto Canto Álvares Corrêa
3º Vice Presidente:
Gustavo Pitangui de Salvo
Diretor Tesoureiro:
Luciano Marques do Bomfim
Diretor de Marketing:
João de lima Géo Filho
Diretor Técnico:
Rodrigo Diniz de Mello
Diretor de Guzolando:
Rodrigo Pinto Canabrava
Conselho Fiscal Efetivos:
Dante Emílio Ramenzoni
José Transfiguração Figueiredo
Mário de Almeida Franco Júnior
Suplentes:
Sinval Martins de Melo
Antônio Plácido Peixoto do Amarante Neto
Roberto Neszlinger
Editora e jornalista responsável
Larissa Vieira - MG 09513P
Departamento Comercial
Mundo Rural - [email protected]
Capa:
Foto: JM Matos
Diagramação e projeto gráfico
Jamilton Souza - [email protected]
Impressão - CTP
Gráfica 3 Pinti - (34) 3326-8000
As opiniões expressas nos artigos são de inteira responsabilidade de seus autores.
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Revista Guzerá
Guzerá: Produtividade, Precocidade e Fertilidade
Revista Guzerá
GOLIAS da Morumbi
SECULAR TE RF
FAVORITO da Morumbi
CORSÁRIO da Vereda
FARO TE da Morumbi
JOINVILE TE Morumbi
SABICHÃO TE RF
DEDAL TE do Rosário
Fone/Fax: (17) 3322.2888
www.sembra.com.br
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Índice
16
12
Mercado - Genética Cobiçada
14
Criadores - Paixão pelo Zebu Leiteiro
16
Criadores - Investimento Garantido
20
Guzerá - Pureza Milenar
24
Matéria de Capa - Novas Linhagens para o Guzerá
28
Cruzamentos - Origem Conhecida
30
Raça - Recordistas de Produção
32
ACGB em Foco
34
Artigo Técnico - O olhar indispensável para a
eficiência reprodutiva
38
Artigo Técnico - Bom de Leite e Bom de Carne é
possível?
48
Entrevista - Investigação Genética
50
Parceiros - CBMG, um pouco de história
52
Exposições - Os Melhores do Ranking 2009/2010
56
Eventos - As Estrelas das Pistas
58
Agenda
61
Sócios
Revista Guzerá
Revista Guzerá
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Roberto Pimenta
Mercado
Genética S
cobiçada
Raça registra crescimento na venda de
sêmen e nas médias dos leilões
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eguindo a tendência de alta do mercado nacional
de genética zebuína, a raça Guzerá apresentou
crescimento significativo no ano passado, dentro
e fora do país. As vendas de dose de sêmen superaram
em 22,65% os números de 2009, segundo o relatório da
Associação Brasileira de Inseminação Artificial. Foram
comercializadas 166.686 doses, contra 135.900 do ano
anterior.
Esse desempenho coloca a raça entre as quatro
zebuínas com melhor desempenho. A genética de animais Guzerá leiteiros gerou a comercialização de 35.305
doses. “Pelo quarto ano consecutivo tivemos um incremento nas vendas da raça Guzerá, além de aumentar
nossa participação em Marketing Share. Desde o início de
nossa gestão (frente à gerência de produto Zebu Corte da
ABS), estamos tentando formatar uma bateria de touros
Guzerá que atenda todos os criadores e selecionadores,
desde pecuaristas que utilizam a raça nos cruzamentos
industriais até os mais exigentes e selecionadores. A raça
tem várias características que devem ser exploradas. Habilidade materna, fertilidade e, principalmente, a rusticida-
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de são as principais vantagens dessa raça, que ainda tem muito a contribuir para a pecuária nacional”,
garante Gustavo Morales Brito, gerente de Produto
Corte Zebu da ABS Pecplan.
As vendas para o exterior atingiram países
como Canadá, Equador, Paraguai e Colômbia. Na
central de inseminação Alta Genetics a raça apresentou alta de 80% no volume de doses comercializadas. “Isso fez com que a empresa passasse a
deter 48% do market share brasileiro. Em crescimento contínuo, a bateria de reprodutores Guzerá da Alta vem se firmando quando o assunto é
qualidade genética, prova disso, são os resultados
conquistados nos estados que apresentaram maior
aumento no consumo de sêmen. Somados, os
dez estados que mais adquiriram sêmen em 2010
apresentam um crescimento 25,33%, enquanto
nesses estados a Alta cresceu 91% no volume de
vendas, isso nos garante um market share de 50%
nesses estados” avalia Rafael Oliveira, gerente de
produtos da Alta Genetics.
Para conquistar novos mercados para a raça, a central
enviou à sua matriz no Canadá embriões (oriundos de acasalamentos entre machos e fêmeas de alta qualidade genética da
Fazenda Taboquinha). “O Canadá é um país que tem protocolo
sanitário com quase todos os países, o que vai permitir a comercialização do material genético desses animais para localidades
onde o Brasil não consegue exportar por falta de um protocolo
sanitário”, explica Heverardo Rezende de Carvalho, diretor da
Alta. Segundo ele, a medida também é uma forma de fazer com
que outros mercados conheçam a raça. “Para ter o interesse
desses países, será preciso mostrar a eles as potencialidades
da raça para a produção de leite. Os principais alvos serão
aqueles localizados nas regiões de clima tropical ou subtropi-
Animal zebuíno no Canadá: frio fez com que os pelos crescessem
cal”, informa.
Hoje, os animais nascidos naquele país estão com cerca
de dois anos e têm apresentado bom desenvolvimento. A única
diferença entre os “canadenses” e os animais criados no Brasil é
a pelagem, que, como forma de proteção às baixas temperaturas
do norte da América, está maior.
O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento já autorizou a Associação Brasileira dos Criadores de Zebu
(ABCZ) a registrar os animais nascidos no Canadá. Assim que
forem registrados, a Alta iniciará a coleta de material genético
dos bovinos.
Leilões
A batida do martelo foi mais forte para o Guzerá no ano passado. Segundo o Anuário da DBO,
a raça registrou alta de 6%, em relação a 2009,
na média dos reprodutores. Mais de mil animais
ofertados foram comercializados a uma média de
R$5.389. Esse valor foi similar ao registrado nos
pregões virtuais, onde a média de touros ficou em
R$5.250,00. As principais praças para touros foram
São Paulo e Mato Grosso do Sul. Entre as fêmeas,
a média ficou em R$12.556,00, contra R$10.870,00
de 2009. No total, os leilões movimentam R$18,5
milhões, sendo que 40% desse montante foi gerado
pelos eventos virtuais.
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Criadores
Paixão
pelo zebu leiteiro
Depois de alcançar sucesso com a raça Gir Leiteiro, o criador Léo Machado investe em animais Guzerá PO para
fortalecer os negócios da Fazenda Mutum
do, que iniciou no ano passado sua seleção de Guzerá leiteiro.
Ele conta, em seu plantel, com animais de eficiência produtiva
comprovada, como a recordista mundial em produção da raça
Guzerá em Torneio Leiteiro, Bárbara TE JF. A fêmea registrou
média diária de 43,653 kg de leite, chegando a atingir produção
de 46 quilos em um dia da prova.
Nas pistas, Bárbara também tem alcançado êxito. Ela
foi Grande Campeã da exposição de Governador Valadares e
Campeã Vaca Jovem e Melhor Úbere na Feileite de 2007. “Tenho procurado adquirir animais diferenciados para produção de
leite, como fizemos no Gir leiteiro. Queremos, dentro do Guzerá, animais leiteiros e bonitos. Para isso, procuramos adquirir
animais de criatórios voltados para produção de leite, que é o
nosso principal objetivo”, declara o pecuarista.
Com enfoque na formação de um rebanho de Guzerá
PO, a Fazenda Mutum tem nas avaliações genéticas a principal ferramenta para promover o melhoramento do rebanho.
“Eu só acredito em melhoramento com dados zootécnicos”,
atesta Léo Machado, que já conta com um rebanho da raça,
de 30 animais. Futuramente, o criador pretende alcançar nas
exposições de Guzerá o mesmo sucesso que vem obtendo
nas de Gir Leiteiro, tanto nos julgamentos quanto nos torneiros
leiteiros.
Zzn Peres
Na família Machado Ferreira o trabalho de seleção de
raças zebuínas leiteiras tem atravessado gerações. Os primeiros passos pelo mundo do leite foram dados pelo patriarca
Leonídio Ferreira, na década de 70. O mineiro de São Roque
importou, na época, vacas holandesas do Uruguai, para cruzar com Gir Leiteiro e, assim, iniciar um rebanho de Girolando.
De olho no potencial de produção da raça zebuína, Leonídio
decidiu investir na formação de um plantel PO de Gir Leiteiro,
adquirindo animais de criatórios tradicionais no final da década
de 90.
A paixão pelo zebu leiteiro acabou contagiando o filho,
Léo Machado Ferreira, e o neto Bruno. Em Alexânia, no interior
de Goiás, eles mantêm um rebanho premiado de Gir Leiteiro
na Fazenda Mutum. O trabalho de seleção vem mostrando
resultados nas pistas. Léo é líder do ranking 2009/2010 da Associação Brasileira dos Criadores de Gir Leiteiro (ABCGIL) em
todas as categorias (Criador, Melhor Expositor, Melhor Macho,
Melhor Fêmea, Fêmea com Maior Produção em Concurso Leiteiro).
Agora, o criador está ampliando os investimentos nas
raças zebuínas. “Acredito no zebu leiteiro. Tenho acompanhado o resultado do Guzerá nos torneios leiteiros e nas lactações
alcançadas e isso me chamou muita atenção”, diz Léo Macha-
“Queremos, dentro do Guzerá,
animais leiteiros e bonitos.
Para isso, procuramos adquirir
animais de criatórios voltados
para produção de leite, que é
o nosso principal objetivo.”
Léo Machado e o filho Bruno apostam
na raça Guzerá
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Criadores
Fotos: Ney Braga
Investimento
garantido
Aposta no Guzerá PO tem
proporcionado a novos criadores
resultados econômicos positivos
O
bom momento vivido pelo mercado de genética tem
atraído novos investidores para a pecuária de elite. O
cenário atual é de boas médias nos leilões e de alta
nas vendas de sêmen, o que garante retorno do investimento.
“O momento atual é excelente! Iniciamos nossas aquisições
de animais de genética de ponta no ano de 2008. Em pouco
mais de três anos já começamos a colher os frutos dos bons
investimentos que fizemos nos principais leilões da raça”, atesta a criadora Ana Claudia Mendes Souza. Junto com o marido,
Marcelo Mendo Gomes de Souza, a pecuarista implantou um
projeto de seleção da raça na Fazenda Santa Cecília, em Uberaba (MG).
O casal buscava uma forma de aproveitar melhor suas
terras na capital do zebu. Pureza racial, beleza, rusticidade, habilidade materna, ganho de peso, fácil adaptação e melhores
resultados em cruzamentos levaram o casal a optar pelo Guzerá. “A pecuária está no meu sangue. Herdei de meu avô, La-
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Ney Braga
martine Mendes, o gosto pela atividade, e do meu pai, Edilson
Lamartine Mendes, a paixão de selecionar gado zebu de pura
origem para melhoramento genético”, destaca Ana Claudia. Os
primeiros investimentos foram feitos em 2008, com a aquisição
de animais de ponta nos principais leilões da raça, orientados
por tradicionais criadores de Guzerá.
Atualmente, o criatório Guzerá AMAR tem um plantel
de 140 animais. Entre os exemplares adquiridos, alguns em
condomínio, estão: Tajuba S, Olinda AE, Cigarra da VIC, Nauta
S, Nagoia S e Diana Guzeratti e Dayse GEO, Alvorada DHMF,
Gruta FP, Mahadevi e Ngaô S e Estudante GEO. Animais de
pista, como Leucena DHMF e Dali Villefort, integram o plantel da Guzerá AMAR. Segundo Ana Claudia, embriões de alta
qualidade genética também contribuíram para a formação da
base da seleção do criatório.
As linhagens adquiridas de tradicionais e destacados
criadores permitiram ao Guzerá Amar produzir animais de alta
qualidade genética, capazes de promover o aprimoramento do
gado PO ou de serem utilizados em cruzamentos para corte ou
leite, gerando resultados econômicos positivos. Para chegar a
esse tipo de animal, os criadores desenvolvem a seleção com
base nas avaliações genéticas e informações zootécnicas. “A
análise destas informações permite a seleção dos animais com
as características que desejamos para a formação do nosso
plantel”, atesta a criadora.
De acordo com ela, a fazenda tem estabelecidas rotinas diárias e também procedimentos mensais. Os animais
são acompanhados desde o nascimento, quando é feita a
avaliação da habilidade materna, e os melhores bezerros são
selecionados para o creep feeding coberto. “A disciplina e mansidão do gado começam já nesta etapa. Logo cedo saem para
os piquetes das mães para mamar e voltam para receber alimentação especial. A seleção dos animais que irão para a baia
é feita com três meses e a desmama com seis meses”, diz Ana
Claudia. Os animais escolhidos irão formar o time de pista do
Casal de criadores Ana Cláudia e Marcelo
Guzerá AMAR. A estreia do time foi neste ano, na Exposição
de Avaré, em São Paulo. Em maio, os animais participarão
da maior feira de zebuínos do mundo, a Expozebu. Já estão
programadas participações em outras grandes feiras da raça
Guzerá.
Os animais do Guzerá AMAR estão sendo convidados
à participar dos principais leilões desde no ano passado. Para
maio de 2011, o casal Ana Cláudia e Marcelo Mendo prepara, em conjunto com os tradicionais criadores Dulce Franco e
Paulo Emílio de Almeida Carneiro, o SHOPPING GUZERÁ.
O evento ocorrerá durante a Expozebu 2011, na Leilopec, e
disponibilizará ao mercado os animais dos promotores e de
destacados criadores da raça.
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Marcelo Cordeiro
Criadores
De olho nas
novas tecnologias
Seleção criteriosa da raça tem permitido aos criadores formar rebanhos de genética melhoradora
A
busca pelo animal perfeito tem levado, ao longo da
história, os criadores brasileiros a investir constantemente em genética. Tudo começou com os pioneiros
do zebu, que desbravaram a Índia do século 19 atrás dos
melhores exemplares das raças zebuínas. Desde então, o
Brasil vem investindo em tecnologias capazes de melhorar
e multiplicar essa genética que se adaptou perfeitamente às
terras tupiniquins. Hoje, essa busca pelo zebu perfeito ainda
continua, mas acelerada pelas biotecnologias de reprodução
e pelos programas de melhoramento genético.
“O processo de evolução é algo contínuo. A cada geração buscamos um gado mais precoce, mais pesado, com
maior taxa de conversão alimentar, com boa conformação de
carcaça, com melhor índole”, explica o médico e criador de
Guzerá, Marcos Sampaio, que atua na área de reprodução
humana. Há cinco anos, ele começou a selecionar a raça na
Fazenda Guanabara, localizada na cidade de Cordisburgo
(MG), a 108 quilômetros da capital mineira Belo Horizonte.
O primeiro passo foi formar um plantel de boa base genética.
O rebanho tem 450 animais PO. Os acasalamentos são direcionados para obtenção de zebuínos com as características
necessárias para a produção de carne. “Quando decidi investi em pecuária, procurei uma raça que me proporcionasse
um melhor custo/benefício. E o Guzerá tem a vantagem de
produzir tourinho a um custo menor que outras raças. Além
disso, a taxa de conversão alimentar do Guzerá é maior”, explica Sampaio, que pretende investir também nos cruzamen-
24
tos de Guzerá com outras raças.
O criador prepara-se para futuramente entrar em uma
segunda fase do projeto: a seleção genômica. Pesquisadores
de várias instituições têm trabalhado para encontrar genes
que influenciam características de interesse da seleção,
capazes de acelerar a melhoria genética dos rebanhos. O
número de marcadores moleculares ainda é limitado nas raças zebuínas, mas já existem alguns para maciez da carne
e produção de leite, entre outros. Na opinião de Sampaio,
um passo mais adiante na seleção bovina será a transgenia, técnica que modifica geneticamente o DNA do animal
para permitir a expressão da característica desejada. A maior
parte dos estudos com transgênicos tem ênfase nas biofábricas, ou seja, na produção de biomoléculas de elevado valor
agregado. Nos Estados Unidos, os cientistas conseguiram
produzir anticorpos humanos em bovinos usando a clonagem
associada à transgenia. A tecnologia tem alto custo, mas é
considerada promissora.
Enquanto a transgenia e a seleção genômica não
se popularizam, a melhor alternativa para os produtores, na
visão de Sampaio, é investir no uso de touros registrados.
Segundo ele, os criadores da pecuária de corte deveriam utilizar mais touros melhoradores para aumentar a produtividade
e conseguir animais com melhor qualidade de carcaça. “Os
frigoríficos deveriam pagar mais para quem fornece bovinos
com melhor acabamento de carcaça, porém isso não vem
acontecendo na região de Cordisburgo”, alerta Sampaio.
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Marcelo Cordeiro
Guzerá
Pureza milenar
M
a i or rebanho da Índia, a raça Guzerá tem acompanhado a evolução da humanidade. Selos com a
imagem do kankrej, como é chamado pelos indianos, impressos em cerâmica e em terracota, foram encontradas nos sítios arqueológicos de Mohenjo-Daro, cidade
indiana destruída há cerca de 5.000 anos, e Harappa, na
Índia e Paquistão. O Guzerá também estampou peças da
antiga Assíria e Mesopotâmia. Historiadores acreditam que
a raça estava presente no vale do Indo, 1.500 a.C., período
em que as últimas tribos de arianos invadiram a Índia.
Na Índia, o hábitat da raça é a região pré-desértica
de kutch, em Gujarat, formada por terras baixas, de solos
arenosos, sem árvores e com precipitação pluvial entre 500
e 700 mm/ano, variando a temperatura entre 5 e 50 graus
centígrados. Por lá, as chuvas concentram-se entre julho e
outubro. Mesmo com toda essa condição adversa, o Guzerá
consegue sobreviver, graças à sua rusticidade, mantendo
boa produção de leite e fertilidade.
A raça diferencia-se de outros zebuínos pela pelagem variando do cinza-claro ao cinza-escuro, chifres em
forma de lira, pelos curtos e pele escura.
Apesar de
no Brasil ser considerada de duplo propósito (produção de
carne e leite), na Índia é utilizada para produção de leite e
tração já que a população de maioria Hindu não consome
26
carne. Mas o uso de animais nos trabalhos de tração acabou promovendo uma seleção de zebuínos de grande porte
e musculatura desenvolvida.
O potencial de produção da raça foi confirmado no
Brasil. Os primeiros exemplares chegaram por aqui, junto
com outras raças zebuínas, por volta de 1870. Trazidos
pelo Barão de Duas Barras, os animais eram utilizados para
puxar carroções e vagões abarrotados de café pelas montanhas fluminenses. Também eram usados para produção
de carne e leite. A decadência dos cafezais por causa da
abolição da escravatura fez com que os fazendeiros aproveitassem o gado, que antes era para tração, como animais
de duplo propósito.
A rusticidade e a boa adaptação do Guzerá fizeram
com que a raça dominasse os pastos brasileiros até os anos
30. O presidente Getúlio Vargas ficou impressionado com
o potencial produtivo da raça, quando uma fêmea Guzerá
venceu as campeãs das raças holandesa, Jersey e Guernsey durante as disputas da Exposição Nacional de 1936. O
governo acabou escolhendo a raça para diversos projetos
de exportações e ainda para implantação nos núcleos de
desbravamento governamental, como o “Projeto Radambrasil”, escolas agrícolas, postos indígenas, entre outros.
Nas décadas seguintes, grande parte dos animais
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Marcelo Cordeiro
Marcelo Cordeiro
puros foi utilizada para a formação do Indubrasil,
restando, na época, poucos rebanhos puros no
Brasil. Por imprimir grande rusticidade e vigor
aos cruzamentos, o Guzerá entrou na formação
de outras raças, entre elas: Tabapuã, Brahman,
Pitangueiras e Simbrasil. Até hoje, o Guzerá é
bastante usado em cruzamentos, seja de corte
ou de leite, como Guzonel e Guzolando.
No Brasil, há rebanhos de Guzerá em vários Estados, com forte predominância no Nordeste. A rusticidade dos animais teve algumas provas de
fogo. Entre 1978 e 1983, uma grande seca dizimou grande parte do rebanho nordestino. A raça que mais resistiu à
seca foi a Guzerá, chegando a ser maioria nas exposições
do Nordeste naquele período.
A importação de 1962, última em que foi possível
trazer animais vivos, deu novo impulso à raça. O rebanho
voltou a crescer desde então, saindo da média de 2,5 mil
registros genealógicos definitivos anuais na década de 90,
para quase 10 mil em 2010. Os primeiros animais inscritos
no Serviço de Registro Genealógico das Raças Zebuínas
foram o touro Gaúcho e a fêmea Umbria, ambos pertencente ao governo federal.
O Guzerá tem sido bastante exportado para diversos
“A raça diferencia-se de outros
zebuínos pela pelagem variando do cinzaclaro ao cinza-escuro, chifres em forma de
lira, pelos curtos e pele escura.”
países, como Estados Unidos, Costa Rica, Honduras, México, Nicarágua, Panamá, Venezuela, Colômbia, Equador,
Paraguai, Costa do Marfim, Senegal, Angola, etc.
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JM Matos
Matéria de Capa
Novas linhagens para o Guzerá
Entrada de embriões, importados recentemente da Índia, vai permitir refrescamento de sangue da raça, possibilitando a formação de um rebanho mais precoce, fértil e de boa habilidade materna
D
epois de mais de uma década de negociação entre
os governos do Brasil e da Índia, a retomada das
importações de embriões zebuínos por parte dos
criadores brasileiros já apresenta resultados concretos, que
podem ser vistos pelos pastos da Fazenda Canoas, em
Curvelo (MG). São quatro animais da raça Guzerá de pouco
mais de cinco meses, frutos da primeira leva de embriões
produzidos na Índia com a genética do mais puro Kankrej e
que puderam entrar no Brasil no final de 2008.
Essa foi a primeira importação planejada de genética Guzerá de toda a história. Nas outras ocasiões em que
criadores brasileiros trouxeram zebuínos daquele país para
o Brasil, não houve uma busca exclusivamente do Kankrej.
Eles estavam interessados, a princípio, em outras raças,
mas acabaram trazendo também alguns exemplares de
Guzerá. “Fomos a regiões indianas onde os pioneiros do
zebu nunca tinham ido. Como o zebu está bem polarizado
por lá, as localidades com rebanhos puros da raça estão
em desertos do norte e do noroeste da Índia, como o Rajastan, na divisa com o Paquistão. Em alguns lugares não tín-
30
hamos onde dormir e nem transporte fácil para chegar até
as regiões com exemplares de qualidade”, conta o criador
Antônio Pitangui de Salvo, que viajou algumas vezes para a
Índia em busca de animais puros.
A primeira incursão do pecuarista pelos desertos indianos aconteceu em 2003, quando, junto com um grupo de
criadores, decidiu que era hora de encontrar novas linhagens para garantir o refrescamento de sangue do rebanho
brasileiro. “Foram quatro viagens, cerca de cinco mil quilômetros de estrada, conhecendo os principais locais onde
a raça existe na Índia”, lembra Geraldo Melo Filho, criador
que viajou junto com Antônio de Salvo para aquele país.
Os dois fazem parte do grupo formado por nove pecuaristas que possibilitaram essa primeira importação planejada.
Ainda integram o grupo, Leiser Valadão, Paulo Emílio de
Almeida Carneiro, Rodrigo Canabrava, Amilcar Farid Yamin, Maria Vitória Bolivar Gomes, Murilo Kammer e Carlos
Pontual.
Quem não pôde viajar à Índia, acompanhou de perto
a procura pelo Kankrej. “Pela internet via as fotos dos ani-
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mais selecionados pelo grupo que estava na Índia e, assim,
podia participar da escolha dos zebuínos”, lembra Pontual. Todas as informações e fotos trocadas por e-mail pelo
grupo foram parar nas páginas do livro “Guzerá no Brasil
e na Índia”, escrito por Pontual. Segundo ele, a decisão de
importar Guzerá exigiu dos brasileiros um conhecimento
mais aprofundado do sistema de negociação dos indianos,
principalmente porque por lá a vaca é considerada sagrada.
No total, o grupo conseguiu comprar 20 animais,
entre machos e fêmeas, que foram levados para a única
central de embriões credenciada pelo governo indiano
para exportar o material genético para o Brasil. A unidade
pertence ao criador de nelore Jonas Barcellos. Todos os
animais contam com registro genealógico e estão inseridos
no Livro Especial de Importação, que contém dados de zebuínos registrados na Índia por um representante da ABCZ
entre os anos de 1999 e 2008. A partir de 2008, somente os
descendentes desses zebuínos já registrados podem receber o registro.
Os embriões coletados na Índia passaram por testes para detectar possíveis enfermidades, o que eliminou
qualquer risco sanitário para o Brasil. Eles foram submetidos
à lavagem com substância química para eliminar qualquer
risco de doença. Como o Brasil exporta carne bovina para
importantes mercados, o governo brasileiro via com reservas a importação de material genético e animais vivos de
países que possuem enfermidades que não existem por
aqui.
Após o processo sanitário, os embriões foram congelados e enviados ao Brasil. A etapa seguinte foi a transferência desses embriões para as fêmeas receptoras. Todas
as novilhas passaram por testes, para detectar possíveis
doenças, e por um período de quarentena na ilha de Cananeia, local onde fica o quarentenário oficial do Ministério
da Agricultura. Comprovada a prenhez, as novilhas foram
acompanhas até o parto. Somente depois de novos testes
sanitários é que houve a liberação para os bezerros serem
transferidos para a Fazenda Canoas. “O índice de prenhez
positiva foi acima do esperado, chegando a 50%, o que
comprova a qualidade do material genético e do trabalho
realizado na Índia e no Brasil”, atesta Pontual.
Os animais que estão na central são de porte médio,
dóceis, rústicos e com boa produção leiteira. “Algumas das
vacas que pariram na central chegaram a produzir acima de
20 kg de leite/dia, só com a melhora da condição nutricional,
mas mesmo assim ainda na Índia. Essa rusticidade, que na
Índia significa capacidade de suportar condições extremas,
no Brasil se reverterá em uma capacidade de converter alimentos em produção muito forte. Ou seja, rápida terminação de carcaça e produção leiteira”, diz Geraldo.
Para ele, as novas linhagens que estão sendo introduzidas no Brasil vão contribuir sensivelmente para o
Revista Guzerá
melhoramento genético da raça. “Quem já viu os primeiros
bezerros, entenderá facilmente a contribuição que será
dada. Ela será muito significativa, pois vem lastreada por
uma pureza racial impressionante. Buscamos os animais
diretamente dos desertos indianos, e achamos a essência
da pureza e da rusticidade da nossa raça”, acredita.
Na visão do criador Antônio Pitangui, os ganhos
serão tanto na parte racial quanto na produção. “A introdução de novos genes possibilitará uma melhoria genética, com animais de porte maior e mais adaptados para o
campo, de boa habilidade materna, de grande pureza racial,
ou seja, mais parecidos com o Kankrej, e de maior desempenho funcional”, garante.
Como na Índia os animais vivem em situações adversas, tendo que caminhar longas distâncias em busca de
comida e enfrentar grandes oscilações de temperatura, a
seleção natural existente por lá tem resultado em zebuínos
rústicos, de melhores aprumos e de boa produção de leite.
“A docilidade dos animais é impressionante. Eles andam no
Geraldo Melo Filho e Antônio Pitangui de Salvo na Índia
31
meio do povo tranquilamente”, conta Carlos Pontual. Segundo ele, apesar de não serem selecionados para corte,
os animais utilizados para o trabalho de tração apresentam
boa musculatura, bom rendimento de carcaça e maior área
de olho de lombo.
A Índia conta com sistemas de criação bem diferentes do Brasil. Há a criação de animais (doados ou recolhidos
das ruas) nos templos para a distribuição de leite para a
população. Os institutos de pesquisa do governo também
criam animais, porém fazem bastante cruzamento, o que
tem reduzido o número de rebanhos puros. Outra parte do
rebanho indiano vive solto na rua, sem dono. Os zebuínos
mais puros estão nos plantéis dos Rabaris, criadores nômades que migram com o rebanho em busca das sobras de
alimentos nas lavouras. Com o leite dos animais, eles fazem
queijo e outros produtos caseiros. Há ainda um outro tipo de
criador, autorizado pelo governo a ter um rebanho maior, no
máximo 60 cabeças. “É preciso considerar que nós, Brasil
e Índia, temos objetivos distintos de criação, e que houve
um distanciamento nos modelos de animal criados nos dois
países ao longo das últimas décadas, com ganhos e perdas
em alguns aspectos, pelas características de manejo e de
destinação do rebanho brasileiro. Mas podemos dizer que,
em especial nos últimos anos, o zebu nacional passou a
focar nos reais aspectos relevantes de sua produção, como
a sua capacidade de produzir bem a pasto, terminar precocemente sua carcaça e produzir leite barato, a pasto ou
com suplementação mínima. Essas características - todas
elas encontradas no puro Guzerá/Kankrej indiano, são o pilar do modelo de produção pecuária brasileiro e, uma vez
intensificadas, são a certeza de estarmos no caminho certo
da seleção”, ressalta Geraldo Melo Filho.
Neste ano deve chegar ao Brasil uma grande quantidade de embriões. Serão 126 até setembro. Os quatro
animais que já nasceram estão apresentando bom desenvolvimento e boa adaptabilidade. Eles serão avaliados geneticamente para verificar se poderão realmente contribuir
para o avanço da raça no Brasil.
A importação de novas linhagens deve beneficiar indiretamente outros países, já que o Brasil exporta a genética
zebuína. “Esse interesse já vem inclusive sendo explicitado
por alguns de nossos vizinhos, e vislumbramos um potencial de expansão de mercado significativo”, afirma Geraldo.
Guzerá no deserto indiano
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Revista Guzerá
Revista Guzerá
33
Cruzamentos
Origem conhecida
Registro é considerado um caminho importante para a consolidação do Guzolando como raça.
O
produção tanto de leite quanto de machos para corte. O registro
dá credibilidade ao nosso trabalho. Ao constatar a boa produção
dos animais e que se trata de exemplares registrados, de origem
genealógica conhecida, os clientes voltam para comprar mais”, diz
Ricardo, que registra o gado desde quando esse serviço estava
sob a responsabilidade da Associação dos Criadores de Guzerá
do Brasil.
Em agosto de 2009, o registro passou a ser executado
pela Associação Brasileira dos Criadores de Zebu (ABCZ). Segundo o superintendente técnico-adjunto de Genealogia da
ABCZ, Carlos Humberto Lucas, o registro de cruzados permite um
acompanhamento do rebanho com base nos dados zootécnicos.
Com base nessas informações, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento poderá definir futuramente se o Guzolando
será considerado uma raça.
Dentro do banco de dados da ABCZ, os animais Guzolando são registrados na categoria CCG (Certificado de Controle de
Genealogia). Fora isso, os procedimentos para solicitação do registro e as comunicações exigidas na escrituração zootécnica são
as mesmas das raças zebuínas. A ABCZ já efetuou registros de
Guzolando em Minas Gerais, Tocantins, Ceará, São Paulo, Bahia,
Rio de Janeiro e Espírito Santo.
Na época em que assumiu o serviço, a Associação concedeu desconto de 50% no título de associado e não cobrou pelo
afixo. Hoje, essas duas promoções, implantadas para incentivar o
registro, não estão mais em vigor. O valor do registro do Guzolando é o mesmo do RGN (Registro Genealógico de Nascimento).
Foto: Marcelo Cordeiro
registro de animais Guzolando tem possibilitado a identificação em todo o país dos rebanhos que realmente são
compostos por animais oriundos do cruzamento entre
as raças Guzerá e Holandês. “Como muitas pessoas não sabem
diferenciar um cruzamento do outro, o Guzolando tem sido comercializado como se fosse outro tipo de mestiço. Com o registro,
essa confusão deixa de existir porque ele é uma garantia de que
o animal é realmente um Guzolando”, explica o biólogo e criador
Ricardo Teixeira do Rosário. Junto com o pai, Hercules Antonio do
Rosário, ele implantou um projeto para produção de leite na Fazenda do Rosário, no município de Carlos Chagas (MG), somente
com animais Guzolando.
Antes, a fazenda produzia Guzolando com o objetivo de
vender os animais para outras propriedades. Mas a boa produtividade das fêmeas, de até 20 quilos de leite/dia sob regime a pasto,
levou a família a investir na produção de leite. Até mesmo nas exposições os resultados com o cruzamento têm sido animadores,
com os animais conquistando o grande campeonato dos torneios
leiteiros de Guzolando da região. “O Guzolando tem a vantagem
de ter a rusticidade do Guzerá, produzir bem a pasto, mas sem a
grande exigência alimentar do Holandês. Além disso, as fêmeas
são dóceis, de fácil adaptação à ordenha mecânica e dão bezerros com bom porte para corte”, diz Ricardo.
A Fazenda Rosário conta com um rebanho de Guzerá
leiteiro e outro de Guzolando, sendo todos os exemplares registrados. “Sempre acreditei e defendi a importância do registro
para consolidação do Guzolando, como uma ótima opção para
Mais informações
ABCZ – Departamento de Genealogia
Larissa Félix
e-mail: [email protected]
Telefone: (34) 3319-3990
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Revista Guzerá
Revista Guzerá
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Raça
O
Guzerá tem mostrado seu potencial nas exposições e
nas fazendas. No ano passado, a fêmea Bárbara TE
JF bateu o recorde em torneios leiteiros oficiais. Ela
teve média diária de 43,7 kg de leite nos três dias de concurso,
sendo que, em um deles, atingiu a marca de 46 kg/leite. O
feito foi registrado durante a 41º Expoagro, em Governador
Valadares (MG), que aconteceu de 10 a 18 de julho de 2010.
Na época, Bárbara TE JF, que pertencia à Fazenda Ygarapés,
foi leiloada por R$260.000,00. O comprador foi o novo criador de Guzerá e tradicional selecionador de Gir leiteiro, Léo
Machado, da Fazenda Mutum. O animal já conquistou outros
prêmios, como: Grande Campeã da Expoagro, Campeã Jaca
Jovem e Melhor Úbere na Feileite 2007. Fora das disputas das
exposições, as fêmeas da raça também registraram bom desempenho. Em uma lactação, o recorde de produção já passou de 10 mil kg em 365 dias.
Outra recordista da raça é Madre TE S. No dia 12 de
dezembro de 2010, ela consagrou-se como a nova recordista
de peso. A pesagem oficial realizada pela ABCZ registrou o
peso de 1.120 Kg. A fêmea pertence à Agropecuária Suaçuí.
Segundo o criatório, a matriz reúne diversas características,
tais como: ótima produtora de embriões, excepcional caracterização e conformação, alta fertilidade, com muito peso e muita
raça.
As Provas de Ganho em Peso também têm mostrado a
eficiência do Guzerá. Várias pesquisas estão sendo desenvolvidas com os animais da raça que acabam de participar da 2ª
Prova de Ganho em Peso (PGP), realizada em Curvelo (MG).
São três estudos com os zebuínos puros e um com bovinos
oriundos de cruzamento entre Guzerá e outras raças. De acordo com o coordenador técnico da prova, Ricardo Costa Souza,
um dos estudos está ligado à fertilidade, focando a precocidade sexual em reprodutores entre 15 e 18 meses.
As outras pesquisas são sobre curva de crescimento
dentro da raça e sobre crescimento alométrico (comparando
dados do ultrassom com avaliação visual, realizada pelo método EPMURAS). Segundo Souza, os estudos têm demonstrado
que uma avaliação visual bem feita chega aos mesmos resultados obtidos com o ultrassom. A 2ª Prova de Ganho em Peso
foi concluída em abril de 2011. Participam da PGP 30 animais
Guzerá PO e 60 cruzados. A prova foi realizada pela Associação Mineira de Criadores de Zebu e contou com o apoio
técnico da ABCZ.
Além da PGP de Curvelo, outras provas foram realiza-
36
Barbara TE JF - Recordista de produção em torneio leiteiro
das no ano passado: 1º Fazenda São Judas Tadeu, 2º Fazenda São Judas Tadeu, 15º Coletiva AGCZ, 1º ABCZ/GuzeráMS e 2º ABCZ/Guzerá.
O Programa Melhoramento Genético de Zebuínos
(PMGZ) no ano passado teve boa participação da raça, com
12.184 animais inscritos, 55.043 pesagens efetuadas, 238 rebanhos participantes e mais de 200 mil animais com Avaliação
Genética no Sumário ABCZ/EMBRAPA.
Marcelo Cordeiro
Raça tem novas recordistas de peso e de
produção em torneio leiteiro
Marcelo Cordeiro
Recordistas de produção
Madre TE S - Recordista de peso
Revista Guzerá
Revista Guzerá
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Teste de Progênie
Mais um grupo de touros será avaliado pelo Programa Nacional
de Melhoramento do Guzerá para Leite (PNMGul). A edição deste
ano do Teste de Progênie ofereceu vagas em três categorias: maximização de leite, preservação de linhagens e linhagem alternativa. No final de maio, os reprodutores selecionados seguem para
coleta de sêmen nas centrais.
Ranking
Novas regras do Ranking 2011/2012 serão definidas durante a assembleia que a ACGB promoverá no dia 2 de maio. As mudanças
serão anunciadas no site da Associação. Acesse www.guzera.org.
br.
um todo. E todo mundo que esteve envolvido tem uma longa história com o Guzerá, conhece e gosta muito desta Grande Raça.
Feileite 2011
Outro evento que terá uma presença maior da raça será a Feileite
2011. Neste ano, a expectativa da ACGB é realizar julgamento e
torneio leiteiro. A feira ocorrerá de 31 de outubro a 4 de novembro,
no Centro de Exposições Imigrantes, na capital paulista. No ano
passado, houve julgamento e torneio leiteiro. A raça participou do
7º Concurso DPA de Sólidos no Leite. A fêmea Chácara da Boa
Lembrança (LKW 94), do criador Marcelo Garcia Lack, levou o 1º
prêmio do Concurso. Os tratadores Rui Murilo e Fladimir dos Santos receberam a premiação (foto).
Megaleite 2011
Uma feira que terá maior participação da raça Guzerá neste ano
será a Megaleite, evento que reúne as principais raças leiteiras do
país. No ano passado, tivemos pela primeira vez um torneiro leiteiro da raça, cuja grande campeã foi Galia MRN, de propriedade do
criador Marcelo Palmério. A premiação (foto) contou com a presença do casal Paulo Menicucci (presidente da ACBG) e Ariane (presidente da CBMG). Para este ano, haverá também o julgamento do
Guzerá leiteiro durante a feira. A Megaleite será de 26 de junho a 3
de julho, no Parque Fernando Costa, em Uberaba (MG).
Site
O site da Associação dos Criadores de Guzerá do Brasil, uma criação de Zezinho Peres, está chegando às 300 mil visitas. O site entrou no ar em agosto de 1999 com uma média diária de 12 visitas.
O primeiro layout levou a assinatura do webdesigner gaúcho Paulo
Venegas e contou com o patrocínio de Paulo Emílio de Almeida
Carneiro. O arquiteto Carlos Fernando Pontual foi o responsável
pela logomarca da cabeça do Guzerá para a ACGB, que permanece como símbolo da raça no Brasil há décadas. Outras pessoas
que contribuíram para o site foram Augusto Landim, que criou a
atual programação visual. O site sempre promoveu a raça como
38
Leilão
Com o intuito de obter recursos para investir na divulgação, promoção, marketing da raça Guzerá dentro e fora do Brasil, a diretoria
da entidade decidiu promover o 1º Leilão Virtual da ACGB. Associados doaram prenhezes para o pregão, que conta com lances
pela internet. O resultado do leilão poderá ser acessado no site da
ACGB.
Exposições
Apresentadores de animais ajudam a valorizar o potencial do Guzerá nas exposições
Revista Guzerá
Revista Guzerá
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Maurício Farias
Artigo Técnico
Maria Gabriela Campolina Diniz Peixoto
Pesquisador A – Genética e Melhoramento – Embrapa Gado de Leite
João Cláudio do Carmo Panetto
Pesquisador A – Genética e Melhoramento – Embrapa Gado de Leite
Frank Angelo Tomita Brunelli
Pesquisador A – Genética e Melhoramento – Embrapa Gado de Leite
Glaucyana Gouvêa dos Santos
Pesquisador A – Genética e Melhoramento – Embrapa Gado de Leite
Bruno Campos de Carvalho
Pesquisador A – Reprodução Animal – Embrapa Gado de Leite
O olhar indispensável para a
eficiência reprodutiva
A
alta eficiência reprodutiva do rebanho é essencial para garantir a viabilidade econômica da produção de leite. A vaca
que procria mais cedo e possui menores intervalos de parto fica menos ociosa e tem maior vida útil no rebanho, diminuindo
o número de novilhas em recria necessárias à reposição (Dias et
al., 2004); o que é de extrema importância para os sistemas de
produção de gado de leite.
Para avaliar a eficiência reprodutiva em fêmeas, geralmente são considerados dois fatores, a idade ou tempo para (re)
estabelecimento da função reprodutiva, ou maturidade sexual, e a
fertilidade (aparecimento do primeiro cio fértil, taxa de concepção)
após a cobrição (Meirelles et al., 2009). Em novilhas enquadramse variáveis como a idade ao primeiro cio (relacionada à puberdade) e a idade à primeira cobrição, enquanto que em vacas seriam
avaliadas características como intervalo parto-primeiro cio, intervalo parto-primeira cobrição ou o número de dias em aberto. Por
sua vez, índices como número de serviços por concepção, taxa
de concepção, taxa de prenhez, taxa de não-retorno ao cio 56
dias pós-inseminação, intervalo entre a primeira e a última cobrição são medidas indiretas da fertilidade.
A consequência negativa da baixa eficiência reprodutiva,
traduzida pelo desempenho nestas características, resulta na
40
redução do volume de leite produzido e no número de crias produzidas no rebanho. Em raças especializadas, tem-se verificado
que, além do aumento dos dias improdutivos da vaca (período
seco), as falhas reprodutivas implicam em prolongamento do terço final de lactação de vacas de baixa produção, na expectativa
de redução dos prejuízos com a manutenção de vacas vazias no
rebanho. Em vacas da raça Holandês de alta produção, porém,
observou-se declínio da fertilidade, de forma paralela ao aumento da produção individual de leite, atribuída à correlação genética
negativa entre estas características (Lucy, 2001; Hare et al., 2006;
Weigel, 2006).
As correlações genéticas negativas entre características
produtivas e algumas características reprodutivas, fazem com
que a seleção com ênfase apenas em características produtivas
possa acarretar diminuição do desempenho reprodutivo dos animais (Berglund, 2008). Além disso, observa-se também que as
vacas de leite de alta produção, resultado do intenso e/ou prolongado processo seletivo, apresentam particularidades fisiológicas,
como balanço energético negativo de maior amplitude e duração
(Garnsworthy et al., 2009). Durante o balanço energético negativo são observados também efeitos diretos das concentrações de
metabólitos sobre o oócito dentro do folículo em desenvolvimento.
Revista Guzerá
Já para as raças zebuínas leiteiras ainda há necessidade
de maior conhecimento sobre os aspectos relacionados à fisiologia reprodutiva, apesar de se saber que a deficiência nutricional é
apontada como a principal causa do baixo desempenho reprodutivo nestas raças, pois compromete as funções endócrinas reprodutivas (Lôbo, 1998). Com respeito à nutrição, deve-se salientar
também que o escore da condição corporal ao parto representa
ainda hoje fator importante na determinação da fertilidade de vacas. Escores elevados e pouco variáveis de condição corporal ao
parto reduzem o intervalo para retorno ao cio no pós-parto e a
porcentagem de vacas em anestro, além de aumentar a taxa de
concepção, ou seja, a eficiência reprodutiva (Butler et al., 2004,
Wiltbank et al., 2006). Tudo isso revela a complexidade existente
na fisiologia animal envolvendo aspectos produtivos e reprodutivos e enfatiza a necessidade de olhar mais amplo para estas
características.
Do ponto de vista do melhoramento, as estimativas dos
parâmetros genéticos das características reprodutivas apresentam geralmente grande variação e baixa herdabilidade. Segundo
Peña et al. (2008), as estimativas de herdabilidade para intervalos
de partos têm sido baixas e não está claro se os genes envolvidos na fertilidade são os mesmos para fêmeas jovens e maduras.
Urioste et al. (2007) observaram que os procedimentos para estimação dos méritos genéticos dos animais em características de
fertilidade não são simples, e que os componentes de (co)variância podem diferir entre observações em diferentes idades.
Lôbo (1998) estimou herdabilidades iguais a, respectivamente, 0,29±0,09 e 0,14±0,01 para idade ao primeiro parto (IPP)
e intervalo de partos (IDP) em vacas Guzerá. As correlações ge-
Revista Guzerá
néticas e fenotípicas entre as características foram de, respectivamente, 0,10 e 0,43. O estudo indicou que a seleção para a precocidade ao primeiro parto poderia resultar em redução no IDP.
Duarte e Bastos (2005) estimaram herdabilidades de 0,13 e 0,095
para, respectivamente, IPP e IDP também para fêmeas Guzerá,
revelando a pequena variação genética existente no rebanho, o
que, segundo os autores, tornaria a aplicação de seleção direta
para estas características pouco eficiente. Santana Júnior et al.
(2010), por outro lado, estimaram a herdabilidade de 0,22 para
IPP na raça Gir, evidenciando a existência de variabilidade genética suficiente para promover progresso genético pela seleção.
Nos Estados Unidos, por exemplo, um país pioneiro na
implantação de amplos programas de melhoramento, o objetivo
principal do melhoramento do rebanho leiteiro foi por longos anos
a produção de leite e sólidos, em detrimento das características
reprodutivas. Parte dessa ênfase foi atribuída ao fato das estimativas de herdabilidade dessas características serem baixas e,
portanto, responderem pouco e, em longo prazo, à seleção. Em
países europeus em que o melhoramento genético incluiu características reprodutivas houve, porém, aumento da produção de
leite com manutenção do desempenho reprodutivo, demonstrando a possibilidade de melhoramento conjunto destas características (Berglund, 2008). Apesar de apresentarem baixa herdabilidade, têm-se discutido, no entanto, que a variação genética aditiva
é a principal fonte de variação nessas características, o que as
tornam alvos potenciais de seleção, dada sua importância econômica (Berglund, 2008, Santana Jr. et al., 2010).
Da mesma forma, o objetivo principal do melhoramento
de gado de leite, particularmente das raças zebuínas leiteiras,
41
também tem sido aumentar o desempenho de características
produtivas. Os programas de melhoramento das raças Gir e Guzerá para leite, implantados em 1985 e 1994, respectivamente,
sob coordenação da Embrapa Gado de Leite em parceria com a
ABCZ, ABCGIL, ACGB, CBMG, UFMG, Epamig, Emepa e Emparn, dentre outros, alcançaram sucesso traduzido pelos ganhos
genéticos expressivos, com aumento de cerca de 1 a 2% na média de produção. No entanto, até o momento, apesar da grande
preocupação de técnicos e criadores, as características reprodutivas têm sido pouco trabalhadas nas raças zebuínas leiteiras.
Soma-se à seleção direcional para as características produtivas e ao antagonismo entre as características reprodutivas e
produtivas, o efeito do estreitamento genético das populações de
bovinos leiteiros, decorrentes, além do efeito fundador e dos gargalos ao longo das gerações, do uso intensificado de poucos reprodutores e seus descendentes de elevados méritos genéticos
(Lucy, 2001, Berglund, 2008, Peixoto et al., 2010); fenômeno que
Madalena (2008), denominou de endogamia globalizada. Como
exemplo, a intensa utilização de poucos touros de alto mérito genético nas populações levou ao aumento no coeficiente médio
de endogamia na população da raça Holandesa, contribuindo
para a redução do desempenho reprodutivo de fêmeas em todo
o mundo.
Por outro lado, o grande número de variáveis para avaliação da eficiência reprodutiva torna complexa a obtenção de um
índice que concilie todas as variáveis reprodutivas de importância. Como apresentado, a melhoria genética de características
reprodutivas exige conhecimento amplo a respeito da variação
fenotípica, sob a ótica de suas determinantes genética, ambiente
e inter-relações genética e ambiente, em cada uma das características. Além disso, esses índices não avaliam a capacidade
da vaca tornar-se gestante, ou seja, sua fertilidade potencial. A
pulverização dos estudos tem minimizado também a aquisição
de conhecimento mais consistente sobre as características reprodutivas. Estes aspectos têm dificultado a inclusão dessas características em programas de melhoramento genético, sendo, de
certa forma, responsáveis pela baixa eficiência reprodutiva dos
rebanhos leiteiros brasileiros.
Portanto, apesar de sua relevância, ainda há carência de
informações detalhadas que possibilitem a inclusão das características reprodutivas nos objetivos de seleção, principalmente
considerando as intervenções de reprodução assistida (MOET e
FIV) adotadas por muitos rebanhos. Cabe ressaltar que embora as raças zebuínas leiteiras possuam programas recentes de
melhoramento e não tenham alcançado ainda o grau de especialização das raças europeias, o processo de seleção com ênfase
em características produtivas poderá levar às mesmas consequências.
Diante disso, torna-se imprescindível o conhecimento das
características reprodutivas que traduzam a eficiência reprodutiva
das raças zebuínas leiteiras, bem como a avaliação de seu potencial genético para a definição de métodos, critérios e estratégias
que viabilizem a inclusão das mesmas nos objetivos de seleção e,
desta forma, a sustentabilidade dos programas de melhoramento.
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42
Revista Guzerá
Revista Guzerá
43
Jadir Bison
Artigo Técnico
Vânia Maldini Penna e
Maria Gabriela C. D. Peixoto
Bom de leite e
bom de carne é possível?
A
lguns duvidam, talvez por pouca informação atualizada.
De fato, nos ensinaram que não. E nós também já ensinamos que o mais eficiente era maximizar as produções
em sistemas e raças especializados. Seguindo este paradigma,
enormes avanços ocorreram na produção. Nos países desenvolvidos, a produção de leite aumentou em muitas raças num ritmo
constante de 50 a 100kg/ano, por cerca de 50 anos.
Resultados indesejáveis das produções maximizadas
Entretanto, estes avanços na produção foram acompanhados por decréscimo na robustez e adaptabilidade dos animais. As vacas ficaram cada vez mais exigentes, menos férteis,
“complicadas”, “difíceis de lidar”, segundo produtores. Nas fases
iniciais, por volta dos anos 1980, os produtores e técnicos lidavam com o decréscimo na rusticidade adaptando o ambiente aos
animais. Isto foi ficando cada vez mais difícil e caro.
Vieram os estudos que mostraram haver antagonismo
genético entre nível de produção e aspectos funcionais (fertili-
44
Revista Guzerá
dade, saúde, longevidade, etc.). Assim, os programas de melhoramento em todo o mundo passaram a dar especial atenção às
chamadas características funcionais. Estas, usualmente apresentam alta variabilidade genética e são facilmente deterioráveis.
Em geral são difíceis de serem selecionadas pelos métodos convencionais devido às baixas herdabilidades.
Assim, apesar dos esforços, a situação foi piorando cada
vez mais nas últimas décadas. Os avanços na produção absoluta não eram acompanhados de avanços na “produção real”,
ou seja, nem sempre correspondiam a aumentos de produção
na vida útil, muito menos na lucratividade. Mais referências em
“Versatilidade e sustentabilidade no melhoramento do Guzerá”
(Revista Guzerá, 2009) e “Problemas dos rebanhos leiteiros com
genética de alta produção”, no site www.fernandomadalena.com/
indice_23.html.
Vários problemas passaram a ocorrer com elevada frequência. Alta mortalidade, baixa fertilidade, problemas de cascos,
mamites, susceptibilidade a parasitos e outras doenças. Exigência de altos níveis de concentrados, gastos muito elevados com
insumos e medicamentos. Aumentos na quantidade de leite que
não correspondiam a aumentos na qualidade remunerada pelo
mercado (% de proteína, gordura, sólidos totais, contagem de
células somáticas, etc.). Baixos valores de bezerros e vacas de
descarte devido às “perdas na musculatura” decorrentes do foco
exclusivo na seleção leiteira. E, ainda, o uso muito intenso de
alguns reprodutores muito famosos reduziu a variabilidade genética, conduzindo a perigosos aumentos na consanguinidade,
com efeitos drásticos na reprodução, no vigor e comprometendo
o melhoramento em longo prazo. Hoje existe um sério problema
de “endogamia globalizada”. Tudo isto precisava ser revertido.
Atualmente, o objetivo primordial da maioria dos rebanhos e raças é a redução de custos, particularmente os decorrentes de baixa fertilidade e baixa rusticidade, fontes de descartes involuntários (por mortes, doenças, falhas reprodutivas,
etc.) e custos extras. Nos EUA e na Europa muitos produtores
se voltaram para a utilização de cruzamentos ou mesmo para
utilização de outras raças para fazer face às perdas em saúde e
rusticidade (Ducrocq, 2010). Tais perdas não ocorreram apenas
no gado leiteiro, mas também no de corte e em outras espécies.
Em geral, como consequência da seleção para maximização da
produção com objetivos de lucro de curto prazo, sem considerar
as restrições biológicas e os ganhos de longo prazo.
Com os novos conhecimentos adquiridos pela ciência e
com as mudanças do cenário mundial, os antigos paradigmas
foram reavaliados. Muitos mudaram e até se inverteram. Muito
do que aprendemos e ensinamos como “certo” agora temos que
ensinar que “hoje é errado” e vice-versa. Coisas da ciência que
está em constante reavaliação. E necessitamos evoluir com ela.
Como estas mudanças são razoavelmente recentes, é
natural que o conhecimento de muitos esteja defasado e que
continuem a acreditar em conceitos já ultrapassados. Compreensível, mas não justificável, particularmente no meio científico
e técnico. Cabe a estes acompanhar e divulgar as mudanças de
conceitos e de “verdades”.
Novos paradigmas
As abordagens atuais são principalmente econômicas. O
foco não está mais em “produzir muito”, mas em “produzir bem”,
com lucro, qualidade e respeito ao meio ambiente e aos animais.
Não apenas resultados imediatos são considerados, mas também os de médio e longo prazo.
A “boa” vaca leiteira não precisa ter produções absolutas
altíssimas, e sim eficientes e condizentes com o ambiente econômico de produção.
Rusticidade, fertilidade, versatilidade e sustentabilidade
são as novas palavras de ordem. A seleção visa hoje a obtenção
de animais aptos a produzir economicamente nos sistemas em
que irão lidar.
Atualmente, a produção não se baseia em um único modelo. Existe uma gama muito maior de sistemas de produção
do que no passado. Desde os especializados e intensivos aos
não especializados, “naturais”, “orgânicos”, etc. Todos eles devidamente analisados pela pesquisa. Para se ter uma ideia, nas
últimas reuniões da European Association for Animal Production,
têm sido apresentados trabalhos sobre sistemas altamente tecnológicos, inimagináveis alguns anos atrás, mas também alter-
Revista Guzerá
45
46
Revista Guzerá
Revista Guzerá
47
nativas eficientes e econômicas bem mais simples. Entre estes,
trabalhos sobre aspectos que em passado recente seriam considerados “atrasados e ineficientes”, como uso de apenas uma
ordenha/dia em certos sistemas, produção com base em pastagens e redução de uso de concentrados, etc.
Funcionalidade e lucro
Nas condições mais atuais de mercado a lucratividade
de uma empresa rural é altamente relacionada com redução de
custos, versatilidade do sistema e qualidade dos produtos.
Uma forma de reduzir os custos é melhorar características funcionais de importância econômica. Estas são principalmente relacionadas com adaptabilidade, sobrevivência e aspectos que reduzem a carga metabólica das vacas (Solkner et al
2000).
Além das vantagens econômicas, a adaptabilidade ao
ambiente e a rusticidade são importantes para aspectos cada
vez mais demandados pelo consumidor, como segurança e
qualidade alimentar (livre de pesticidas, antibióticos, hormônios,
aditivos, etc.). Produtos para alimentação saudável, natural ou
orgânica, que atendam aos requisitos de bem estar animal, etc.,
são cada vez mais exigidos ou contam com sobre preços. Muitos
países já têm várias exigências neste sentido, para importação
de produtos de origem animal, as atualmente importantes “barreiras não sanitárias”. Salienta-se que o Brasil tem melhores condições de atendê-las do que muitos outros países (p.ex.: animais
a pasto, ordenha na presença do bezerro, etc.), sendo importante considerá-las em nossos programas de seleção e cuidar de
não perder estas vantagens já existentes.
Maurício Farias
Versatilidade e lucro, “a carne do leite”
A importância do aproveitamento da carne dos animais
oriundos de rebanhos leiteiros tem ficado cada vez mais evidente para a sustentabilidade econômica destes sistemas e para o
meio ambiente. A chamada “carne leiteira” (dairy beef) passou
48
a ser “aproveitada” em todo o mundo. Tem sido recomendada
como uma oportunidade de diversificar operações e aumentar a
renda, principalmente quando a produção é com base em pastagens. Demonstrou-se que o “lucro secundário” da carne nos
sistemas leiteiros costumava ser subestimado e que ele representa considerável aumento nos rendimentos e desempenha
importante papel na cadeia alimentar.
Por exemplo, 50% da carne consumida no Reino Unido
é “leiteira” e a tendência é de aumento desta porcentagem. Nos
EUA, Schaefer (2005) estimou que 2,35 milhões de bezerros
Holstein são comercializados anualmente para carne. Estudos
mais recentes indicam que 20% da carne consumida no país
provêm de rebanhos leiteiros, cada vez com melhor qualidade, já
que os produtores têm se preocupado mais com a qualidade da
carne, da carcaça e do rendimento.
Tanto na Europa quanto nos EUA existem hoje vários
“programas de qualidade de carne oriunda de gado de leite”
sendo conduzidos por universidades, associações e órgãos governamentais que contam com incentivos econômicos. Existe
aumento no interesse de identificação de linhagens mais eficientes em velocidade de crescimento, conversão alimentar e que
produzam melhor rendimento.
Vale repetir para os que ainda insistem na “angulosidade” dos animais leiteiros, que ela hoje não é mais desejável; ao
contrário, é punida com pesos negativos na maioria dos índices
de seleção, inclusive no da Holstein Friesian Association, nos
EUA. Esta mudança ocorreu após demonstração do antagonismo genético de fertilidade e saúde com a tão preconizada “forma
leiteira” e com as altíssimas produções. Animais “descarnados”
produziam muito em uma lactação, mas não em sua vida produtiva nem de forma mais lucrativa. Verificou-se que a seleção
para animais “angulosos” diminuiu a fertilidade e o desempenho
funcional e deveria ser revertida.
Conforme Lee et al. (2010), particularmente em sistemas
onde existem flutuações na qualidade da alimentação, a seleção para capacidade de acumular gordura nas novilhas pode
ser usada para contrapor aos efeitos indesejáveis da seleção
para maior produção nas reservas de energia das vacas. Estas
reservas são fundamentais para manter a produtividade e fertilidade em períodos subótimos de alimentação, que ocorrem na
produção a pasto devido às variações da qualidade do mesmo,
no decorrer do ano.
Ou seja, atualmente a vaca leiteira não precisa (nem
deve!) ser descarnada. Os animais com mais músculos e capazes de armazenar gordura são capazes de compensar, com
suas reservas corporais, os períodos de nutrição desbalanceada,
apresentando melhor persistência, fertilidade e saúde. Estes aspectos são favoráveis à produção simultânea de carne e leite.
Infelizmente, muitos não tomaram conhecimento disto e ainda
se ouve por aí que a vaca leiteira deve ter “as três cunhas”! Hoje
isto é mito.
Revista Guzerá
Dupla aptidão e lucro
Neste novo cenário, as raças e sistemas de dupla aptidão que “andavam esquecidos” da ciência e da mídia, readquiriram importância e passaram a ser mais estudados, em particular
na Europa. Diversos trabalhos demonstraram haver importante
espaço a ser ocupado por eles na pecuária mundial. Popularmente é dito que permitem “aproveitar a vaca inteira”. Os altos
preços dos bezerros de raças de dupla aptidão em relação aos
das leiteiras são incentivo a produzir bons bezerros e menos
leite (com menores custos de alimentação e manejo) por vaca,
favorecendo-as (Graser e Averdunk, 1990).
Enfim, hoje está bastante comprovado que não apenas
é possível, mas, em muitos casos, desejável econômica e ecologicamente, produzir leite e carne de qualidade em um único
sistema de produção. E que, junto da produção especializada
de carne ou de leite (sempre haverá situações em que serão as
mais adequadas), existe importante e crescente espaço para a
dupla aptidão. Este pode ser preenchido pelo melhoramento da
capacidade de produção de carne nas raças leiteiras, pelo de
cruzamento destas com raças de corte ou de dupla aptidão ou
pelo uso de raças melhoradas para dupla aptidão.
No Brasil e em outros países tropicais
Para os países tropicais, as vantagens da dupla aptidão
podem ser mais acentuadas. Sua utilização é antiga e atualmen-
Revista Guzerá
te crescente. Estudos econômicos indicaram que a rentabilidade
da pecuária leiteira tropical tem como base alimentos baratos
(pastagens e pouco uso de concentrados), instalações simples,
uso limitado de medicamentos (baixos custos), gado produtivo
e rústico e maior receita com venda de animais (dupla aptidão).
No Brasil, considerável parte do leite provém de rebanhos cruzados europeu-zebu, nos quais se aproveita o bezerro
e as vacas de descarte para produção de carne, portanto de rebanhos de dupla aptidão. Em geral, a lucratividade destes sistemas é relacionada com menores custos de produção e maiores
receitas com a venda de animais (Holanda e Madalena, 1998;
Holanda e Gomes, 1999). Assim, a saúde e conformação das
vacas e a qualidade dos bezerros podem ser importantes para
grande parte deles.
A Venezuela tem 90% do leite produzido por gado de
dupla aptidão (Vaccaro, 1996). No México e em outros países
da América Central, estes sistemas são altamente difundidos e
sua eficiência tem sido demonstrada (Burgmeyer et al., 1998).
Na Colômbia, seu uso tem sido cada vez mais difundido, acompanhando a tendência da migração da produção de leite para as
terras mais quentes. Neste país, existe inclusive uma associação
visando investigação, desenvolvimento, promoção e fomento
deste tipo de sistema, a Asodoble (Zambrano e Arango, 2005).
Produtores destes países são altamente interessados na genética brasileira de zebu melhorado, para leite e de dupla aptidão.
49
Jadir Bison
e leite de seus animais.
Raças de dupla aptidão
As raças de dupla aptidão atendem bem às novas tendências. Trata-se de “genética multiuso” (ou “vaca total flex”,
como definiu um pesquisador da Epamig). Com produção equilibrada e robusta de carne e leite, em geral apresentam menores riscos de mercado, adaptabilidade superior, vantagens
éticas e ecológicas. São, geralmente, raças versáteis que podem atender bem fazendas grandes ou pequenas, de alto ou
médio nível de manejo, apresentando ótimas perspectivas para
cruzamentos tanto para produção de carne quanto de leite.
Por tudo isto estas raças têm apresentado recentemente grande incremento em número e despertado muito interesse
em todo o mundo, em particular na Europa e países tropicais.
Conforme informou o cientista Johann Sölkner, no recente 1º
Workshop Internacional: Genômica aplicada à pecuária (Araçatuba, março de 2011), 80% do gado na Áustria é atualmente de
dupla aptidão, e na Alemanha esta porcentagem é ainda maior.
Nestas raças, que contam com avaliações genéticas
para ampla gama de características, os animais podem ser
selecionados em função de critérios específicos, considerando objetivos econômicos particulares ou regionais. Mais para
carne ou para leite, maior ou menor peso para rusticidade, etc.,
conforme o interesse do mercado. Por exemplo, na Suíça, que
requeria produção de leite maior que a do Fleckvieh original,
foi formado o Fleckvieh Suíço, com alguma infusão de sangue
Holstein e maior intensidade seletiva para esta função do que
na Alemanha.
Salienta-se que a moderna genética considera de dupla
aptidão raças com melhoramento simultâneo e integrado para
características de leite e de corte, simultaneamente. Não as
que apenas se intitulam como tal e não apresentam avaliação
genética (DEPs, PTAs) integrada para características de corte
50
O Guzerá no contexto atual
A raça Guzerá é “naturalmente rústica”,
devido à seleção natural, por milênios, no seu
ambiente de origem: semi-árido e pré-deserto
indiano. Uma das melhores produtoras de leite da Índia é também das mais bem quistas
para tração, devido a seu porte e musculatura
avantajados. Ou seja, “naturalmente de dupla
aptidão”.
No Brasil, desde sua importação nos
finais do século XIX, tem sido usada tanto para
produção especializada de carne quanto para
a de carne e leite, simultaneamente. Em 1994,
quando foram implantados os programas em
moldes modernos do melhoramento, as peculiaridades da raça que estavam em acordo
com as novas tendências que surgiam na época foram consideradas.
As avaliações são conduzidas em ambiente comercial
“realista”, de modo a preservar a rusticidade milenar da raça.
Busca-se melhorar aspectos de qualidade e funcionalidade
junto com a capacidade produtiva, de modo sustentável e equilibrado.
No Guzerá, além dos rebanhos de dupla aptidão existem os especializados na produção de carne e outros na de
leite. Não havendo diferenças de “tipo racial” entre as diferentes “correntes de seleção funcional”, as diferenças de objetivos
econômicos regionais e mercadológicos são compreendidas e
respeitadas. Existe apenas uma associação de raça (ACGB)
que abriga todas as opções de seleção funcional. Os programas de melhoramento foram delineados de forma a atender a
todos sem dividir a raça em subgrupos. Estes são conectados
geneticamente e permitem a participação apenas nas avaliações para leite ou carne, mas também em ambas simultaneamente.
Assim, apesar da existência de rebanhos especializados na produção de carne ou de leite, a Guzerá, como um todo,
é uma raça de dupla aptidão conforme os modernos conceitos
da genética. Isto se deve à existência dos rebanhos de dupla
aptidão. Os “duplo-provados”, avaliados e selecionados tanto
para leite quanto para carne, permitem conectar geneticamente e comparar animais dos demais segmentos em um único
conjunto. Tornam possível o fluxo gênico entre os subgrupos
da raça (Fig.1). Hoje existem muitos descendentes de antigos
“touros leiteiros” nos “rebanhos de corte” e vice-versa. No zebu
brasileiro a Guzerá é a única raça que possui avaliação genética carne-leite integrada e conectada geneticamente, publicando DEPs para carne e leite em um único sumário de touros.
Mas, por ser a Guzerá uma raça de dupla aptidão, isto
não significa que todos os animais sejam “bons de carne e
Revista Guzerá
Revista Guzerá
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Divulgação
bons de leite”. Os rebanhos/linhagens/animais selecionados apenas para carne são
usualmente superiores na produção de carne, mas não necessariamente na produção
de leite. Vale ressaltar que em geral contam
com grande habilidade materna decorrente
da capacidade leiteira de suas matrizes.
Os selecionados apenas para produção de leite desenvolvem principalmente esta aptidão. É nos selecionados para
ambas as aptidões simultaneamente que
estão os animais de real dupla aptidão:
“bons de carne e bons de leite”. E “bons”
não apenas em quantidade de leite, mas
principalmente em qualidade: altos teores
de proteína, gordura e sólidos totais, baixa contagem de células somáticas, alta
frequência do alelo B da kappa caseína
(“leite queijeiro”), etc., aspectos avaliados
geneticamente e passíveis de serem conFigura 1 - Conexão dos rebanhos aferidos apenas para carne ou para leite através dos “duplo-provados”, permitindo
siderados na seleção.
fluxo gênico entre os distintos grupos: descendentes de touros dos rebanhos de corte acabam chegando nos rebaEsclarecendo: a Guzerá é uma nhos leiteiros e vice-versa através da utilização/seleção nos rebanhos dupla aptidão.
raça só. Possui apenas uma Associação
de Criadores e apenas um padrão racial. Todo Guzerá deve
técnicas e produtivas.
ser rústico, fértil, saudável e longevo. Ser “bom” produtor de
Então, respondendo à pergunta do título: Bom de carleite ou de carne é apenas uma questão de comprovar a cane e bom de leite é possível?
pacidade para exercer (e transmitir) esta função produtiva.
– Para o Guzerá, sim! E com muita rusticidade e beA aptidão deve ser comprovada com números. Na raça, “de
leza.
corte” são considerados os animais com DEPs superiores
Talvez por isso esta raça esteja crescendo tanto.
para as características de corte, “leiteiro” para as leiteiras,
Exemplos de animais “bons de carne e bons de leite”
e “dupla aptidão” os superiores em ambos os conjuntos de
comprovados com números:
características.
Existe um grande número de animais com sua dupla
aptidão comprovada por DEPs confiáveis, chanceladas pela
Embrapa, ANCP, ABCZ e CBMG. Não que “o maior” produtor
de leite seja “o maior” produtor de carne, mas são animais
“comprovadamente bons de carne e bons de leite”, simultaneamente. São superiores à média da raça e “melhoradores”
em ambos os quesitos. Uns se destacam mais no leite, outros
se destacam mais na carne. Talvez, para muitas situações
de criação e mercado, mesmo que não sejam “os maiores”,
estes animais podem ser “os melhores” do ponto de vista
econômico e em acordo com as novas tendências mundiais
descritas neste artigo.
Com o Guzerá é possível produzir vacas rústicas, férteis, sadias, com boa produção leiteira e, ao mesmo tempo,
bezerros valiosos para produção de carne. Animais produtivos, mas também funcionais e adaptados, produzindo alimentos de alta qualidade e demandando poucos recursos.
Gado fácil de manejar com desempenho eficiente, fazendo
Touro com DEP leite +242 e “top” 13% no IQG-ABCZ.
face aos aumentos de custos e pressão de racionalização.
Irmão completo (MOET) da atual recordista mundial da raça em produção de
leite (43,7 kg/dia), DEP leite +344.
Uma raça que atende as modernas tendências científicas,
52
Revista Guzerá
Divulgação
Divulgação
Vaca com DEP leite + 297 e “top” 50% em MGT-ANCP
Ex-recordista mundial da raça em produção de leite (42,12 kg/dia)
Touro com DEP leite +136 e “top” 1% no MGT-ANCP e 0,1% no IQGABCZ.
Algumas vantagens da dupla aptidão:
1- A venda do leite proporciona ingresso contínuo de recursos em curto prazo
2- Permite minimizar os riscos ao oferecer maior flexibilidade de acordo com as mudanças no preço do leite e da carne
3- Os animais de dupla aptidão podem ser mais resistentes às condições rústicas de criação e doenças regionais
4- Maior eficiência fisiológica e econômica
5- Pode ser mais correto do ponto de vista ecológico e do bem-estar animal
(Fonte: Nicholson et al., 1995; Holanda et al., 1998; Burgmaier et al.,1998; Holanda et al., 1999; Torres et al., 2001; Guimarães et al., 2003 Krauslich, 2003, etc.)
Revista Guzerá
53
Investigação
genética
Entrevista
A
Marcelo Cordeiro
vanços nas pesquisas com marcadores moleculares, diversidade genética e características comportamentais prometem dar uma nova cara à
seleção animal e acelerar o melhoramento genético do rebanho brasileiro.
A professora do Instituto de Ciências Biológicas da UFMG (Universidade
Federal de Minas Gerais), Maria Raquel Santos Carvalho, está
desenvolvendo pesquisas com a raça Guzerá para detectar
marcadores moleculares específicos para os zebuínos.
Em entrevista à revista Guzerá, ela fala sobre várias
pesquisas na área genética, os resultados alcançados
até agora e como os produtores podem
usar essas informações no
processo de seleção.
54
Guzerá - Quais pesquisas na área genética estão
sendo desenvolvidas com a raça Guzerá?
Maria Raquel - Temos trabalhado com o desenvolvimento de marcadores moleculares para o estudo da diversidade
genética, para características da produção leiteira e, mais recentemente, para a investigação de características comportamentais,
como habilidade materna e temperamento.
Em termos de diversidade genética, foi desenvolvido um estudo
que cobriu indivíduos de toda a área de distruibuição da raça
no Brasil. Este estudo, coordenado pela Dr. Maria Gabriela Peixoto, teve por objetivo averiguar como está
a diversidade genética do Guzerá e como ela se
encontra distribuída pelos rebanhos do país.
Este dado é muito importante, pois é necessário manter reservas de diversidade genética,
para impedir perdas causadas pela consanguinidade.
Além disto, estamos desenvolvendo um
painel de marcadores moleculares para
o cromossoma Y de zebuínos. O primeiro teste do painel foi realizado este ano, como parte de um
projeto de mestrado de uma aluna minha. O painel consegue
identificar duas linhagens de Guzerá e duas de Gir. Nós acreditamos que o número de linhagens seja maior, e, portanto, vamos
associar maior número de marcadores genéticos a este painel.
Uma boa ferramenta para identificar os diferentes cromssomas Y
é importante, pois permitirá conservação das diferentes linhagens
paternas.
Em termos de marcadores moleculares para a produção leiteira,
iniciamos trabalhando com genes já bem caracterizados em taurinos. Estes genes foram a kappa-caseína, beta-lactoglobulina,
BoLA, prolactina e DGAT1, entre outros. Este projeto está em de-
Revista Guzerá
senvolvimento juntamente com o Dr. Marco Antônio Machado, da
EMBRAPA Gado de Leite de Juiz de Fora.
Revista Guzerá – Grande parte dos marcadores moleculares já
divulgados por empresas ou centros de estudo têm como base
as raças taurinas. Nos zebuínos, quais são os genes que vocês
estão buscando?
Maria Raquel - Como nem todas as variantes associadas à produção leiteira descobertas em taurinos estão presentes em zebuínos, partimos para a busca de variantes próprias do Guzerá. Para
tanto, estamos investigando (e já descobrimos variantes) os genes
da ocitocina e em genes reguladores do metabolismo de lipídios
(DGAT1, INSIG1, PPARG, PPARGC1A e SREBF1). Atualmente,
estamos padronizando os métodos para detecção destas variantes, de modo a podermos investigar quais estariam associadas a
características de produção e/ou composição do leite do Guzerá.
Revista Guzerá - Os estudos sobre características comportamentais, como habilidade materna e temperamento, também vão gerar
marcadores moleculares?
Maria Raquel - A investigação do comportamento animal está
sendo desenvolvida em dois projetos. Nestes estudos, estão sendo estudados o comportamento materno e temperamento. Ambos
estão em fase de avaliação dos animais. O primeiro é coordenado
pela Dra. Maria de Fátima Ávila Pires, da EMBRAPA Gado de Leite
de Juiz de Fora, e o segundo pelo Prof. Dr. José Aurélio Garcia
Bergmann, da Escola de Veterinária da UFMG. Este, entretanto,
é um trabalho de formiguinha. Para gerar-se um maior número de
marcadores moleculares, é necessário um projeto genoma. Portanto, simultameamente a este trabalho, está sendo desenvolvido
no Instituto de Pesquisas René Rachou, e em colaboração com
a EMBRAPA Gado de Leite e o Instituto de Ciências Biológicas
da UFMG, com apoio da SECTES/MG, Fapemig, Polos de Excelência em Genética e do Leite, o projeto de sequenciamento completo das raças zebuinas Gir e Guzerá. As sequências geradas
precisam ser reunidas (montagem) para permitir a identificação de
variantes genéticas, que possam ser usadas nos estudos de associação. A nossa estimativa é que para o próximo ano já tenhamos
marcadores moleculares específicos para o Guzerá e o para o Gir,
para iniciarmos os estudos de associação.
Revista Guzerá - Quais os resultados alcançados até agora e de
que forma eles estão sendo aplicados pelos produtores?
Maria Raquel - No futuro, com certeza a seleção usará informações de paineis de marcadores moleculares. Até que se chegue a
painéis eficientes, é necessário entender-se o papel de cada gene
e de cada variante, em cada raça. Com este objetivo, fizemos e
disponibilizamos a genotipagem dos marcadores moleculares
mais importantes no Guzerá.
Neste contexto, dois marcadores são mais importantes. Um deles
é a kappa-caseína e o outro é o DGAT1. Se o rebanho visar a
produção de leite para queijo, o alelo B no locus da kappa-caseina
confere coagulabilidade bem melhor do que o A. Estes alelos não
se correlacionam entretanto a maior produção de leite. Acredito
que esta informação está sendo usada.
Já o locus DGAT1 tem um polimorfismo muito bem caracterizado,
Revista Guzerá
onde o alelo A (DGAT1 232A) se correlaciona à maior quantidade
de leite, com menos gordura. Este leite é, portanto, mais saudável
para consumo humano. Como leite e derivados estão entre as principais fontes de gordura da dieta, uma composição mais saudável
está sendo buscada em diversos paises. O alelo A foi identificado
em animais Guzerá, mas é muito raro. Seria interessante incluir estes animas em sistemas de cruzamento para evitar a perda deste
alelo. Desde que, é claro, sejam animais com avaliação genética
de produtividade positiva.
Por outro lado, há a informação gerada sobre a diversidade genética da raça. Os resultados deste projeto, assim como os resultados dos testes de paternidade baseados em DNA, já podem ser
usados com o intuito de preservar/aumentar a diversidade genética. Uma raça deve ser vista como um manancial. Quanto maior
a riqueza em diversidade, maior a chance de se adaptar às mudanças de ambiente, que virão. Além disto, em um sentido mais
amplo, o ambiente inclui o próprio mercado. Um exemplo disto é a
questão do leite saudável para consumo humano. Há alguns anos
nem se falava. Daqui a mais alguns anos, será exigência!
Os demais estudos estão em andamento e deverão gerar resultados mais diretamente aplicáveis nos próximos anos. Métodos de
custo mais baixo estão surgindo. Com os dados do genoma, será
possível desenvolver painéis de marcadores moleculares específicos para a raça Guzerá. Outro desenvolvimento importante é a
redução do custo do sequenciamento. Associado a métodos que
permitem a investigação direta das regiões funcionais do genoma
(a maior parte não é funcional!), teremos informações específicas,
sobre as variantes que realmente fazem diferença. Esta nova técnica se chama exoma. Já está disponível para humanos e em breve
estará disponível para bovinos. É importante ressaltar, entretanto,
que antes de usar o exoma (assim como antes de usar SNPs) será
necessário desenvolver os estudos de associação, descoberta de
variantes genéticas específicas de cada raça.
Portanto, há muito caminho pela frente. O desenvolvimeto mais
importante destes últimos anos foi na verdade o aumento do número de animais participando dos programas de avaliação oficiais.
A raça Guzerá está atingindo a massa crítica de dados necessária
para se poder descobrir a contribuição das variantes genéticas ou
de regiões do genoma, para as diferentes características. Isto é
uma grande notícia!
Revista Guzerá - Há alguns anos, a seleção genômica utilizava
painéis de SNPs desenvolvidos com base nas variações genéticas
descobertas em Bos taurus. Como está a situação hoje? Qual tem
sido a contribuição da seleção genômica e qual a expectativa para
os próximos anos em relação a essa tecnologia? O custo ainda é
caro?
Maria Raquel - A aplicação de métodos como seleção genômica
não depende apenas das ferramentas e dos custos. Depende da
genotipagem de grande número de animais participantes de sistemas de avaliação, para identificação de que conjunto de variantes
genéticas (haplótipos) marcam cada região associada a uma determinada característica. Estes dados ainda não estão disponíveis
para raças zebuínas brasileiras.
55
Parceiros
CBMG,
um pouco
de história
Ariane Maria Figueiredo Menicucci
Presidente do CBMG
V
Seminários-vitrine promovidos pelo CBMG contam com a participação
de dezenas de criadores
56
o cê sabe como surgiu o Centro Brasileiro de
Melhoramento do Guzerá (CBMG)?
É uma história interessante de se conhecer. Em maio de 1992, alguns criadores de Guzerá estavam reunidos na Fazenda da Barra, em
Além Paraíba, Minas Gerais, com o objetivo de
discutir sobre as ações que seriam necessárias
para o crescimento desta raça. Resolveram, unanimemente, fundar uma organização para colocar
a prova os múltiplos méritos da mesma, por meio
de procedimentos científicos. Na liderança deste
grupo estava Bernhard Karl Georg Winkler, um
homem idealista e com incrível visão de futuro,
que veio a ser o 1º Presidente do recém fundado
CBMG, e nunca mediu esforços para tornar realidade o que fora definido pelos pioneiros naquele
encontro.
Ao longo destes anos, o CBMG vem congregando os criadores interessados em participar de programas de avaliação genética e seleção para todas as características produtivas, de
provas zootécnicas e pesquisas; vem mantendo
relações de cooperação e solidariedade com outras entidades afins, somando esforços para produzir o melhor conhecimento, organizando-os,
divulgando-os e difundindo-os, em todo território
nacional, para que sirvam de subsídios para boas
práticas no campo.
Há 17 anos o CBMG implantou um teste
de progênie para avaliação de características leiteiras, em parceria com a Embrapa – Gado de
Leite e um Núcleo Moet de seleção para dupla
aptidão, em parceria com a UFMG. Estes projetos, hoje estão integrados dentro do Programa
Nacional de Melhoramento do Guzerá para Leite
Revista Guzerá
(PNMGuL) e contam, também,
Para aprimorar ainda
com a parceria do PMGZ-ABmais
e
tornar mais completo
“A raça Guzerá é completa.
CZ, produzindo avaliação geo nosso trabalho, estamos
nética unificada. Desde 2000
atentos e buscando aprofunSeus indivíduos têm múltiplas qualivem realizando avaliação
damento em estudos econôpara características de cormicos e a socialização dos
dades: são rústicos, férteis, longevos,
te, em parceria com a ANCP,
resultados. Nos últimos dois
dóceis, possuem ótima capacidade de
tanto nos rebanhos especialianos realizamos alguns semizados para carne quanto nos
nários, que denominamos Seconversão alimentar e ganho de peso,
de dupla aptidão, conectando
minário-Vitrine: Melhoramento
geneticamente os rebanhos
Animal Sustentável, e, através
possuem ótima habilidade maternal
selecionados para os distintos
deles temos encurtado a disobjetivos econômicos. Mais
tância entre a produção de coe
produção
leiteira,
possuem
grande
recentemente vem realizando
nhecimentos e as atividades
o Projeto Genoma, em parceÉ nossa meta intensipureza racial capaz de produzir hetero- rurais.
ria com o ICB/UFMG/Embraficar estas ações educativas
pa, entre outros.
modo a assegurar que os
se em qualquer cruzamento e, além de de
Como produto destas
conhecimentos
produzidos
parcerias foi publicada no Supossam
ser
transpostos
para
tudo isto, têm muita beleza.”
mário do PNMGuL de 2010 a
práticas nas atividades rurais,
avaliação de 354 touros, dos
melhorando tanto o trabalho
quais 325 são positivos para a produção de leite. Destes,
do selecionador quanto daquele que se beneficia da se180 touros têm publicado no mesmo sumário as avalialeção.
ções para 12 características de corte e reprodução feitas
A raça Guzerá é completa. Seus indivíduos têm
pela ANCP, e 26 deles possuem avaliações para medimúltiplas qualidades: são rústicos, férteis, longevos, dódas lineares e comportamentais feitas pela EMBRAPA
ceis, possuem ótima capacidade de conversão alimentar
– Gado de Leite/CBMG/ACGB. Também são apresene ganho de peso, possuem ótima habilidade maternal e
tados os genótipos para Kappa-caseína (KCS), Betaprodução leiteira, possuem grande pureza racial capaz
lactoglobulina (LGB), DGAT1 (K232A) e Prolactina (PRL)
de produzir heterose em qualquer cruzamento e, além de
de 71 touros e, em publicação a parte, o genótipo de 129
tudo isto, têm muita beleza. Com todas estas qualidades
vacas. No referido Sumário foram publicadas avaliações
o Guzerá permite diferentes trabalhos de melhoramento
de 489 vacas geneticamente superiores para produção
genético e seleção. E é o que vemos hoje. Temos rede leite, com idade inferior a 12 anos, para subsidiar esbanhos que trabalham selecionando seus animais para
colhas de quais merecem ser multiplicadas através de
aumentar a capacidade de conversão alimentar, ganho
modernas tecnologias reprodutivas (TE e FIV).
de peso e terminação de carcaça, visando à produção
Muitas são as conquistas alcançadas por meio
de carne. Outros trabalham selecionando seus animais
dos procedimentos científicos realizados. Dentre elas
visando aumentar a produção de leite. Outros, ainda,
destacamos: avanços na produção de leite, respeitando
selecionam seus animais para a dupla aptidão. Não se
as exigências modernas de sustentabilidade da produocupam com a maximização de produção nem para o
ção e do próprio melhoramento; aumento do número de
corte, nem para leite, mas sim com o desenvolvimenadesões de criadores ao Programa e, consequentemento simultâneo e equilibrado economicamente de ambas
te, aumento no volume de animais participantes das avaas habilidades. Há também aqueles que se ocupam em
liações; e aumento do número de trabalhos científicos
buscar a perfeição racial de seus animais. Enfim, muitos
que vem sendo conduzidos na raça.
são os trabalhos desenvolvidos, mas a raça é uma só,
Entretanto, há um resultado, fundamental, que
indivisa.
sintetiza todos os outros: a raça Guzerá reassumiu o
Os avanços apoiados nos trabalhos científicos, a
importante papel que historicamente desempenhou na
despeito dos muitos percalços do caminho, estão conformação do rebanho nacional e na economia rural. Presolidando boas práticas tanto nas fazendas de rebanho
dominante até a década de 30, amplamente utilizada na
puro quanto nas fazendas de rebanho mestiço. Sabendo
formação de outras raças e cruzamentos, ela ressurge e
que nada fica pronto, que qualquer resultado que alcanreconquista seu espaço por seus múltiplos méritos, agoçamos hoje, pode e deve ser superado amanhã, seguira cientificamente comprovados.
mos almejando sempre chegar a um patamar superior.
Revista Guzerá
57
Exposições
Os melhores do Ranking 2009/2010
Melhor Expositor
Zzn Peres
Melhor Criador
Zzn Peres
O
s criadores que foram destaque nas pistas das exposições ranqueadas pela Associação dos Criadores de Guzerá do
Brasil participaram da entrega de prêmio dos melhores do Ranking 2009/2010. A solenidade aconteceu no dia 26 de
fevereiro, no Rio de Janeiro, durante o II Leilão Princesas da Raça. Confira os premiados:
Zzn Peres
2º Lugar - João Natal Cerqueira
João Natal Cerqueira e Paulo Menicucci
Zzn Peres
1º Lugar - Geo Participações Ltda
João de Lima Geo Filho, Alberto Marques S. Maia e
Rogério B. Araujo
1º Lugar - Geo Participações Ltda
João de Lima Geo Filho, Paulo Menicucci e Rogério B. Araujo
Zzn Peres
Zzn Peres
2º Lugar - Antônio P. Salvo Outros
Gustavo Salvo e Alberto Marques S. Maia
3º Lugar - Antônio P. Salvo Outros
Gustavo Salvo, Paulo Menicucci e Antônio Salvo
58
3º Lugar - Guzerá Suaçuí
Marcelino de Lima e Alberto Marques S. Maia
Revista Guzerá
Zzn Peres
Melhor Matriz
Zzn Peres
Melhor Reprodutor
1º Lugar - Signo AM / Prop.: João Natal
João Natal Cerqueira e Leizer Valadão
Zzn Peres
Zzn Peres
1º Lugar - Alice da Morumbi / Prop.: Guzerá Suaçuí/ Guz. 3 Irmãos
Washington Dias, Luiz Guilherme Soares, Silvely Janota Antunes,
Marcelino de Lima e Lincoln Dias
2º Lugar - Beleza GCR / Prop.: G. Ramenzoni/G. Perfeita
União/G. Tiatã/G. Rosalito e G. HE
Luiz Guilherme Soares e Antônio Paiva
Zzn Peres
Zzn Peres
2º Lugar - Mabrouk da Vic / Prop. Maria Victoria
Leizer Valadão representando Maria Victoria Bolivar
3º Lugar - Embaixador TE FP / Prop.: Carlos Pontual
Carlos Pontual e Leizer Valadão
Revista Guzerá
3º Lugar - Carrera EB da Ipe / Prop.: Agropec. São Marcos Paulo de Faria
Luiz Guilherme Soares e Antônio Caetano Pinto
59
Zzn Peres
Melhor Fêmea Jovem
Zzn Peres
Melhor Macho Jovem
Zzn Peres
1º Lugar - Irlo EB da Ipe / Prop.: Agropec. São Marcos Paulo de Faria
Luciano Bomfim e Antônio Caetano Pinto
Gisele Müller
1º Lugar - Fogosa FIV Geo / Prop.: Geo Participações Ltda
João de Lima Geo Filho, Ariane Menicucci e Rogério B. Araujo
Zzn Peres
Zzn Peres
2º Lugar - Camboja II S / Prop.: Antônio P. Salvo Outros
Gustavo Salvo e Ariane Menicucci
2º Lugar - Juacir da Suaçuí / Prop.: Guzerá Suaçui
Marcelino de Lima e Luciano Bomfim
3º Lugar - Figo FIV TIR / Prop.: Guzerá 3 Irmãos
Lincoln Dias Janota Antunes & filhos e Luciano Bomfim
60
3º Lugar - Jambu VII FP / Prop.: Carlos Pontual
Carlos Pontual e Ariane Menicucci
Revista Guzerá
Zzn Peres
Melhor Fêmea Adulta
Zzn Peres
Melhor Macho Adulto
Zzn Peres
1º Lugar - Imigrante da Suaçuí / Prop.: Guzerá Suaçuí
Marcelino de Lima e Paulo Emílio Almeida Carneiro
Zzn Peres
1º Lugar - Inflação da J. Natal / Prop.: G. Origem/G. Capital/G.
Morada Nova/G. 3 Irmãos
Lincoln Dias, Alberto Marques Jr, Adriano Varela, Rogério Sampaio,
Brilhante Neto e Washington Dias
2º Lugar - Hitita EB da IPE / Prop.: Agropec. São Marcos Paulo de Faria
Alberto Marques Jr e Antônio Caetano Pinto
3º Lugar - Beijim S / Prop.: Antônio P. Salvo Outros
Gustavo Salvo, Pedro Oliveira de Salvo e
Paulo Emílio Almeida Carneiro
Revista Guzerá
Zzn Peres
Zzn Peres
2º Lugar - Kalindri FIV FP / Prop.: Carlos Pontual
Carlos Pontual e Paulo Emílio Almeida Carneiro
3º Lugar - Mantua EG / Prop.: Adriano Varela e Geraldo Melo Filho
Adriano Varela, Geraldo Melo Filho e Alberto Marques Jr
61
Foto: Maurício Farias
Eventos
As estrelas
das pistas
Feiras em diversos Estados contarão com a
participação da raça Guzerá
P
resença confirmada em 25 exposições brasileiras, a raça
Guzerá terá um ano de pistas cheias. A 46ª Municipal
Agropecuária de Avaré (Emapa), realizada de 11 a 27
de março, em Avaré (SP), teve a participação de 23 expositores.
Sob a batuta dos jurados Gilmar Siqueira de Miranda, Russel
Rocha Paiva e Rodrigo Madruga, os julgamentos contaram com
187 animais na pista do Parque Fernando Cruz Pimentel. Entre
as fêmeas, a vitória ficou com Joia EB da Ipê, da Agropecuária
S. Marcos. O título de Reservada Grande Campeã ficou com
Latiffa da Suaçuí, da Fazenda Suaçuí. Entre os machos, quem
venceu foi Irlo EB da Ipê, da Agropecuária S. Marcos. Guzerá
da Barra Jango FIV, da Fazenda da Barra, ficou com o troféu de
Reservado Grande Campeão.
Na classificação dos expositores, a Agropecuária S.
Marcos – Paulo de Faria Ltda. ficou em primeiro lugar, seguida
de Mario Ermírio de Moraes – Espólio. Os dois melhores criadores classificados em Avaré foram Agroville Agric. e Empreend.
Ltda. e Mario Ermírio de Moraes – Espólio, primeiro e segundo
lugares, respectivamente.
A segunda feira do ano com a presença da raça Guzerá, a 73ª Exposição Agropecuária e Industrial de Campo Grande (Expogrande) teve julgamento da raça no dia 16 de abril. A
disputa na pista do Parque de Exposições Laucídio Coelho foi
conduzida pelo jurado Carlos Alberto Celestino (Betão). Outras
duas feiras marcadas para abril contaram com a presença do
Guzerá. A 42ª Expo Agro de Itapetininga, em São Paulo, realizada de 18 a 23 de abril, no Parque de Exposições Acácio de
Moraes Terra e a Expoleilão 2011, de 28 de abril a 1º de maio,
acontece no Parque de Exposições Aristófanes Fernandes, em
Parnamirim (RN). Os resultados serão divulgados no site das
62
entidades organizadoras.
A raça ainda marcará presença na maior feira de zebuínos do mundo, a ExpoZebu. Neste ano estão inscritos 396 animais, número pouco acima dos 384 de 2010. Os jurados serão:
Célio Arantes Heim, João Eudes Lafetá Queiroz e Roberto Vilhena Vieira. A raça estará na pista do Parque Fernando Costa, em
Uberaba (MG), entre os dias 4 e 7 de maio. O Concurso Leiteiro
será disputado por 26 fêmeas, entre os dias 3 e 6 de maio.
A genética apurada de animais de plantéis renomados
da raça Guzerá estará à venda no 1º Leilão Virtual ACGB, via internet, no site canaldapecuaria.com.br, cujo encerramento será
no dia 1º de maio, às 19h, no recinto da Leilopec, durante um
coquetel. Serão ofertados aproximadamente 30 lotes no leilão.
Vários outros leilões de Guzerá estão programados para a ExpoZebu 2011: 3º Guzerá Duplo Provado de Uberaba, na Chácara Nelore Nacional, no dia 2 de maio, às 20h; 5º Majestades da
Raça / 18º Guzerá Brasil, na Chácara Nelore Nacional, às 20h,
no dia 3; Leilão Herdeiras da Raça, na Fazenda Índia, às 13h, no
dia 4. Haverá ainda o Shopping Guzerá, que será aberto no dia
1º, às 10 horas, na Leilopec, e funcionará até o dia 10 de maio.
No dia 2 de maio, a ACGB e o Centro Brasileiro de Melhoramento Genético (CBMG) realizarão assembleia a partir das
10h, no Dan Inn Hotel, localizado ao lado do Parque. No dia
4, os criadores poderão participar da apresentação técnica do
Sumário da Raça Guzerá, a partir das 11h, no Salão Nobre da
ABCZ. O lançamento da publicação será no dia 6 de maio, às
17h, no Espaço Zebu Leiteiro.
Presença marcada em todo o Brasil – Veja, a seguir, a
lista completa das feiras onde ocorrerão julgamentos de Guzerá.
Revista Guzerá
Revista Guzerá
63
DATA
EVENTO
MAIO - 77ª EXPOZEBU
01/05/2011
10:00 às 20:00 h - Shopping Guzerá (até o dia 10 de maio)
18:00 h - Coquetel de lançamento do Shopping Guzerá e encerramento
presencial do 1º Leilão Virtual ACGB
2/5/2011
10:00 h - Assembleia ACGB
11:00 h - Assembleia CBMG
20:00 h - 3º Guzerá Duplo Provado de Uberaba
3/5/2011
08:00 h - Início do Shopping Guzerá Uniube
14:00 h - Início do Concurso Leiteiro - ESGOTA
20:00 h - 5º Majestades da Raça / 18º Guzerá Brasil
4/5/2011
07:30 às 12:30 h - Julgamento
11:00 h - Apresentação Técnica do Sumário da Raça Guzerá
13:00 h - Leilão Herdeiras da Raça
5/5/2011
07:30 às 12:30 h - Julgamento
13:00 h - Brasil Agro (ABCZ) Todas as Raças
6/5/2011
07:30 às 12:30 h - Julgamento
15:00 h - Encerramento do Concurso Leiteiro
17:00 h - Lançamento do Sumário da Raça Guzerá
7/5/2011
07:30 às 12:30 h - Julgamento
14:00 às 18:00 h - Julgamento
MAIO
13 a 29/05/2011
66ª EXPOGOIANIA
Parque Agropecuário Dr. Pedro Ludovico
Informações: (62)9979-4489
16 a 22/05/2011
68ª EXPOSIÇÃO AGROPECUARIA DE CURVELO
Parque de Exposições Antônio Ernesto de Salvo
Informações: (38) 3721-5222
17º LEILÃO GUZERÁ CURVELO - ANTÔNIO P. SALVO E OUTROS & CONVIDADOS
21/05/2011
Parque de Exposições Antônio Ernesto de Salvo
Informações: (38) 3722-1133
51ª EXPOSIÇÃO ESTADUAL AGROPECUÁRIA – SUPERAGRO
23 a 29/05/2011
Parque de Exposições Gameleira
Informações: (31) 3313- 6624 / [email protected]
JUNHO
34ª EXPOSIÇÃO AGROPEC. E IND. DE TRES LAGOAS
06 a 15/06/2011
Parque de Exposições Joaquim Marques de Souza
Informações: [email protected]
FEICORTE – 17ª Feira Intern. Da Cadeia Produtiva da Carne
13 a 17/06/2011
Centro de Exposições Imigrantes
Informações: www.feicorte.com.br
MEGALEITE
26/06 a 13/07/2011
Parque de Exposições Fernando Costa
Informações: [email protected] ou (34)3336-1995
JULHO
37ª EXPOMONTES
01 a 10/07/2011
Parque de Exposições João Alencar Athayde
Informações: (38) 3215-1399
64
LOCAL
Leilopec
Leilopec
Dan Inn Hotel
Dan Inn Hotel
Faz. Índia
Faz. Uniube - BR 050
ABCZ
Chácara Nelore Nacional
ABCZ
Salão Nobre ABCZ
Fazenda Índia
ABCZ
Centro de Eventos RKC
ABCZ
Espaço Zebu Leiteiro
Espaço Zebu Leiteiro
ABCZ
ABCZ
Goiânia – GO
Curvelo – MG
Curvelo – MG
Belo Horizonte – MG
Três Lagoas – MS
São Paulo – SP
Uberaba – MG
Montes Claros – MG
Revista Guzerá
03 a 11/07/2011
07 a 12/07/2011
08 a 17/07/2011
AGOSTO
01/08/2011
10 a 14/08/2011
14 a 21/08/2011
27/08 a 04/09/2011
SETEMBRO
02 a 11/09/2011
03 a 11/09/2011
OUTUBRO
09 a 16/10/2011
31/10 a 04/11/2011
NOVEMBRO
01/11/2011
01/11/2011
26/11 a 04/12/2011
Revista Guzerá
EXPOAMA 2011
Parque de Exposições Agropecuários de Marabá
Informações: (94) 3323-4646
29 ª FAPIJA
Parque Fapija
Informações: (12) 3953-5100 ou [email protected]
42ª EXPOAGRO GV
Parque de Exposições José Tavares Pereira
Informações: (33)3275-6500 / [email protected]
Marabá - PA
GRAND EXPOBAURU 2011
Recinto Mello Moraes
Informações: (14) 3572-3629 ou [email protected]
35ª GRANEXPO ES
Centro de Eventos Floriano Varejão
Informações: (27) 3281-8006 ou www.granexpoes.com.br
4ª EXPOGENÉTICA
Parque de Exposições Fernando Costa
Informações: (34) 3319-3935
34ª EXPOINTER
Parque Assis Brasil
Informações: (51 3288.6379) ou [email protected]
Bauru - SP
XX EXPOSIÇÃO AGROPECUÁRIA DE BRASÍLIA
Parque de Exposições da Granja do Torto
Informações: (61) 3386-0025
EXPOFEIRA 2011
Parque de Exposições João Martins da Silva
Informações: [email protected]
Brasília - DF
49ª FESTA DO BOI
Parque de Exposições Aristófanes Fernandes
Informações: (84) 3272-2430 ou [email protected]
FEILEITE – 5ª Feira Internacional da Cadeia Produtiva do Leite
Centro de Exposições Imigrantes
Informações: www.feicorte.com.br
Parnamirim - RN
FAEPIRA 2011
Informações: (14) 3572-3629
[email protected]
EXPOSIÇÃO AGROPECUARIA DE GO
Parque Agropecuário Dr. Pedro Ludovico
Informações: (62)9979-4489
FENAGRO 2011
Parque de Exposições de Salvador
Informações: [email protected]
Pirajuí - SP
Jacareí - SP
Governador Valadares - MG
Serra - ES
Uberaba - MG
Esteio - RS
Feira de Santana - BA
São Paulo - SP
Goiânia - GO
Salvador - BA
65
Opinião
Associação Unida,
Raça Forte!
Não basta ter raça e qualidade genética,
temos que ser unidos.
O
que faria um criador a milhares de quilômetros do
Brasil, investir na raça Guzerá? Por que investir nesta
raça? A resposta é simples e sem segredos:
Mesmo morando fora do Brasil eu sempre me mantive
conectado com o mundo da pecuária. Esta é uma das minhas
paixões na vida, a pecuária. E, neste contexto, nenhum outro
país oferece as condições para ser um pecuarista de sucesso
como o Brasil. Clima tropical, solo fértil, vegetação propícia, genética bovina de qualidade e, talvez ainda mais importante do
que todas estas qualidades mencionadas, temos criadores apaixonados e comprometidos pelo que fazem. Acredito que esta
última qualidade é a “pitada de sal” dentre todos os ingredientes
que nos tornaram o maior exportador de carne bovina no mundo
– aproximadamente 26% das exportações mundiais. No entanto,
não basta ter raça e qualidade genética, temos que ser unidos e
determinados no que fazemos.
No mundo corporativo atual a competitividade nos obriga
a implementar outras variáveis que nos distingam dos competidores. Isso também é válido para a pecuária. Para ter sucesso
como produtores de carne, os empresários-pecuaristas precisam de outras vertentes que os tornarão distintos dos demais.
No caso da nossa raça, a Guzerá, uma associação de criadores
forte e unida é de fundamental importância.
Três anos atrás eu passei de ser um pecuarista sem
raça definida para também incorporar em minha propriedade
um rebanho de Guzerá PO. Por que isto? Simplesmente por
ter compreendido a significância de ter que elevar a minha produção bovina com animais de genética mais produtiva e que,
consequentemente, me posicionaria num nível mais propício à
rentabilidade financeira. Daí, então, surgiu o encontro da demanda (eu) com a oferta (Associação dos Criadores da Raça Guzerá
do Centro Sul - ACRGCS), oriundo de um oportunismo sábio
desta entidade. Mesmo com a distância eu tive a oportunidade
de ver os benefícios e as vantagens da raça Guzerá através de
comerciais da ACRGCS no Canal do Boi. Neste quesito, tira-se
66
Mateus Ferraz
Proprietário do criatório Guzerá Makady
o chapéu para a ACRGCS - a sua administração, liderada pelos Guzeratistas e amigos Dante Ramezoni e o Grupo Guzerá
IT, foi determinante nesta minha investida na raça Guzerá. Mais
recentemente, a Associação dos Criadores de Guzerá do Brasil (ACGB) – na gestão do Renato Estéves, também teve esta
visão empreendedora e juntos galgaram novas posições de sucesso para a raça. Simplesmente façam uma retrospectiva dos
últimos leilões de touros e seus recordes de preço e de número
de animais vendidos. A demanda por touros Guzerá aumentou
significativamente.
Esta conquista de adquirir novos investidores na raça,
como eu, tem nos últimos anos transformado a Guzerá na nova
“coqueluche” da pecuária. O investimento financeiro, o tempo
investido pelos associados e o compromisso com a raça acabaram elevando a Guzerá a um patamar nunca antes alcançado
pela raça, na pecuária brasileira. Hoje temos muitos novos criadores de animais PO, como também pecuaristas investindo em
touros da raça para incrementar funcionalidade em seus plantéis Brasil afora. Está aqui, aquela “pitada de sal” que mencionei
acima, e que faltava para alavancar esta raça maravilhosa. O
que faltava era união entre os criadores. Isto está mudando.
Este sucesso da Guzerá que hoje vivenciamos, mesmo regionalmente oriundo, já posicionou esta raça num outro patamar
dentro da nossa pecuária. A qualidade dos criatórios sempre foi
muito boa. Faltavam empreendedorismo e o compromisso necessário para o sucesso. Espero que continuemos a conquistar
novos associados e que os mesmos sejam participativos.
Nos tempos atuais é de fundamental relevância a existência de uma associação unida e efetiva para que possamos
realmente ter uma raça forte. Para isto, é preciso que se tenha o maior número de associados possível e que os mesmos
sejam atuantes e participantes deste processo de sucesso da
raça. Quem ganha com esta união e força? Ganham a raça,
o produtor pecuário e, no geral, ganha o Brasil exportador de
carne bovina.
Revista Guzerá
ASSOCIAÇÃO DOS CRIADORES DE GUZERÁ DO BRASIL
Sócios Contribuintes
ADRIANO VARELA GALVÃO
SCS Q 03 BL A-Nº210 ED. PARANOA
2º ANDAR - SL 201/204
70303-912 - BRASILIA - DF
(61) 3346-1689 / (61) 3321-3570
FAX: (61) 3342-3003
ENTRE RIOS - PADEFI - DF
planaltina - DF
[email protected]
AGOSTINHO ALCÂNTARA AGUIAR
Av Prefeito Americo Giannetti, 3614, Bairro Canaa
31610-000 BELO HORIZONTE - MG
(31) 3455 6111 / (31) 9952 2934
FAZENDA ILHA FUNDA - ALPERCATA - MG
[email protected]
AGROPECUÁRIA NAVIRAÍ LTDA
R. MAJOR EUSTAQUIO, 76 - S 607
38010-270 UBERABA - MG
(34) 3333-1622 / (34) 9194 1381
(34) 3333 1634
CHÁCARA NAVIRAÍ - UBERABA - MG
[email protected]
AGROPECUÁRIA PONTE NOVA
RUA GENERAL VENÂNCIO FLORES, 305 G.
1002
22441-090 RIO DE JANEIRO - RJ
(21) 3206-5820 / (32) 3278 1362
(21) 3206-5828
AGROPEC. PONTE NOVA - PEQUERI - MG
[email protected] / apnlpontenova@
gmail.com / [email protected]
AGROPECUARIA SÃO MARCOS
PAULO DE FARIA LTDA
RUA JULIO DE MESQUITA, 1200
VILA PAULICÉIA
09693-100 SÃO BERNARDO DO CAMPO - SP
(11) 4360 6120 / (11) 4361 4950 / (11) 2122-4007
[email protected]
AGROVILLE AGRICULTURA E EMPR. LTDA
ROD BR 040 KM 515 , Nº 750
BAIRRO VEREDA
33805-470 RIBEIRÃO DAS NEVES - MG
(31)2191-7800 / (31)9242-0849 / (31)3627-1054
CURRALINHO - GUZERA VILLEFORT
RIBEIRÃO DAS NEVES
[email protected]
[email protected]
Revista Guzerá
ALBERTO FRANCISCO GONÇALVES DE
FREITAS
AV. SOARES DOS SANTOS, 124
35790-000 CURVELO - MG
(38) 3721-7722 / (38) 9987 0360 / (38) 3721 7722
FAZ. POÇO AZUL - CURVELO - MG
[email protected]
[email protected]
ALBERTO MARQUES DA SILVA MAIA
R. Inhô Luiz, 250
35790-000 CURVELO - MG
(38) 3721-1823 / (38) 3721-5558 / (38) 3721 1823
RANCHO MAIA - INIMUTABA - MG
[email protected]
ALCEBIADES PAES GARCIA - ESTRADA DE
MORSING, 1570
27175-000 PIRAÍ - RJ
(24) 2431-1060 / (24) 2431-1727
SÃO LUIZ PIRAI - RJ
[email protected]
ALEXANDRE AUGUSTO DE SOUZA
SMPW QD 18 CJ 01 LT 02 CASA A
71741-801 - BRASILIA - DF
(61)3879-6612 / (62)9971-6612
GUZERÁ ARRAIA - DF
[email protected]
ALTEVIR MENDONÇA SILVA
AV. LEONARDO F. M. SILVA, 1973 - CX.P.2
65218-000 - MATINHA - MA
(98) 3232 3311 / (98) 3357 1133
FAX: (98) 3357 1202
FAZENDA SANTO ANTÔNIO - MATINHA - MA
[email protected]
ALVARO DE ARAUJO (MANO)
RUA 18 QUADRA 58 LOTE 17 - CENTRO
72920-000 ALEXANIA - GO
(62) 9974-7431 / (62) 8184 9346
FAZ COTIA
[email protected]
[email protected]
AMERICO CARDOSO DOS SANTOS JUNIOR
CAIXA POSTAL 119 06730-970
VARGEM GRANDE PAULISTA - SP
(11)
4158-3457 / (63) 9996-1518 / (11) 3131-1313
FAZENDA MORRO ALTO
SANTA RITA DO TOCANTINS - TO
[email protected]
AMILCAR FARID YAMIM
ROD. PRES. DUTRA, KM 209
TREVO BOM SUCESSO
07210-900 GUARULHOS - SP
(11) 2131-7755 / (15) 3262-6050 / (11) 2131-7778
AGROPECUÁRIA CORONA
PORTO FELIZ - SP
[email protected]
[email protected]
ANDRÉ DE MATTOS COUTO
JUVENAL MELO SENRA - 175/201
BELVEDERE
30320-660 BELO HORIZONTE - MG
(31) 3264-0708 / (31) 3344-0279
FAZENDA BREJAUBA
ALTO RIO DOCE - MG
[email protected]
ANDRÉ NUNES LAMOUNIER
AV. ALVARES CABRAL, 982
11º ANDAR - LOURDES
30170-001 BELO HORIZONTE - MG
(31) 2126 8007 / (31) 9167 7000 / (31) 2126 8007
FAZENDA ZOO - CORINTO - MG
[email protected]
[email protected]
ANTONIO PITANGUI DE SALVO
CAIXA POSTAL N.º 13
35790-000 CURVELO - MG
(38) 3722-1133 / (38) 9968-1134 / (38) 9987-3999
FAZ. CANOAS/MUNDO NOVO
CURVELO - MG
[email protected]
[email protected]
ANTONIO BALBINO DE CARVALHO NETO
RUA BARÃO DO COTEGIPE, 17
47805-020 BARREIRAS - BA
(77) 3611-1455 / (77) 3611-2141 / (77) 3611-4055
FAZ. REUNIDAS ANTONIO BALBINO
JOÃO PINHEIRO - MG
[email protected]
ANTONIO PLACIDO PEIXOTO DO
AMARANTE NETO
RUA JOSE MONTEIRO DE MELLO , 205
67
APTO 2201 - GLEBA PALHANO
86061-580 LONDRINA - PR
(43) 3323-8130 / (43) 9994-0051
ESTÂNCIA NOVA RECREIO
ORTIGUEIRO - PR
[email protected]
[email protected]
ANTONIO RANNIELLHE DO Ó
AV. CARLOS CRUZ, 1270
63020-181JUAZEIRO DO NORTE - CE
(88) 9961-4338
LAGOA DA CAIÇARA - CAMPOS SALES - CE
[email protected]
ARTHUR SOUTO MAIOR FILIZZOLA
R. FERNANDO TOURINHO, 487 - S/901
30112-000 BELO HORIZONTE - MG
(31) 3281-1800 / (31) 3281-1800 / (31) 3227-4868
FAZ. DOS POÇÕES/BHAVNAGAR
JEQUITIBÁ - MG
[email protected]
BENÍCIO CUNHA CAVALCANTI
R. JURACI MAGALHÃES, 406 - APT.º 203
44052-010 FEIRA DE SANTANA - BA
(75) 3625-9243 / (75) 9132-7887 / (75) 3223-0609
FAZENDA LUA NOVA - LAJEDINHO - BA
[email protected]
CAMILLO COLLIER NETO
RUA AÇU, 678 TIROL 59020-110 NATAL - RN
(84) 3611-3200 / (84) 9905-0225 / (84) 3611-3200
FAZ. VALE FELIZ - MACAÍBA - RN
[email protected]
CARLITO DE LIMA FELISBERTO
CAIXA POSTAL 44
16670-000 PRESIDENTE ALVES - SP
(14) 3587-1283 / (11) 4066-1709 / (14)3587-1283
FAZENDA CONQUISTA
SÃO BERNARDO DO CAMPO - SP
[email protected]
[email protected]
CARLOS ALBERTO DE ANDRADE SILVA
AV. MAL. CASTELO BRANCO, 298
45995-000 TEIXEIRA DE FREITAS - BA
(73) 3291 -3112
FAZ. SANTA MARIA - TEIXEIRA DE FREITA - BA
[email protected]
CARLOS FERNANDO FALCÃO PONTUAL
AV. MARQUES DE OLINDA, 302 - 6º ANDAR
50030-000 RECIFE - PE
(81) 3224-6189 / (84)9952-9645 - (81) 3341-1643
FAZ. DA ROSILHA - RECIFE - PE
[email protected]
[email protected]
CARLOS FERNANDO FONTENELLE DUMANS
RUA GENERAL TASSO FRAGOSO 24/804
LAGOA
68
22470-170 - RIO DE JANEIRO - RJ
(21) 2535-4545 / (21) 9804 0352
FAZENDA FONTENELLE - BAIXO GUANDU - ES
[email protected]
CARLOS HENRIQUE ALVES RODRIGUES
QE 32 CONJ Q CASA 05 GUARA II
71065-171 - BRASILIA - DF
(61) 3568-1037 / (61) 8524-0318
FAZ. ANDALUZ - ALEXANIA - GO
[email protected]
CARLOS MAGALHAES DA SILVEIRA
SQS 302 - BLOCO B APTO 304
70338-020 - BRASILIA - DF
(61) 9986-3431
CANDEIAS - CARAVELAS - BA
[email protected]
CARLOS MAGNO CHAVES BRANDÃO
AV DO CONTORNO , 8000 - SALA 511
SANTO AGOSTINHO
30110-932 BELO HORIZONTE - MG
(31) 3292-5153 / (31) 9129-8013 / (31) 3292 8311
SERRA NEGRA - SANTANA DO RIACHO - MG
[email protected]
DANIEL FONSECA DE ARAÚJO
RUA DOS MODURUCUS, 2904 APTO 902
ED. TAMASIA
66025660 - BELÉM - PA
(91) 255-2113 / (91) 230-2798 / (91) 255 0382
FAZ. ABARÉ - SÃO MIGUEL DO GUAMÁ - PA
[email protected]
DANTE EMÍLIO RAMENZONI
CAIXA POSTAL, 12
16600-000 - PIRAJUÍ - SP
(11) 2125-3900 / (14) 3583-1332 / (14) 3572-3342
ALVORADA - PIRAJUÍ - SP
[email protected]
[email protected]
[email protected]
DENISE DE ABREU RIBEIRO E OUTRAS COND.
Av. Guilherme Ferreira, 867 - Apto 1003
38022-200 - UBERABA - MG
(34) 3333-9788 / (34) 9174-0724
FAZ. CANAÃ - UBERABA - MG
[email protected]
[email protected]
CARLOS OSCAR NIEMEYER MAGALHÃES
AV ATAULFO DE PAIVA , 458/201 - LEBLON
22440-033 - RIO DE JANEIRO - RJ
(21)2523-4890 / (21)8245-0077
[email protected]
DIOMARIO SOARES TEIXEIRA
RUA OSWALDO CRUZ, 283/Apto 401
ESPLANADA
35010-210 - GOVERNADOR VALADARES - MG
(33) 3271-3547 / (33) 3271-3547 / (33) 8804-4735
BARRA DO PEIXE BRANCO
[email protected]
CÉLIO MARCOS MURTA LIMA
RUA BARÃO DO RIO BRANCO, 149/1201
35010-030 - GOVERNADOR VALADARES
CENTRO - MG
(33)3277-8641 / (33)9989-8060
FAZENDA SANTA TEREZINHA
[email protected]
DOUGLAS BRANDAO COSTA
RUA ARCHINTO FERRARI, 118 - APTO 92
09530-430 - SÃO CAETANO DO SUL - SP
(15) 3282-3388 / (15)8139-4435
EL GIZA - PORTO FELIZ - SP
[email protected]
[email protected]
CIA. AGROP. MONTE ALEGRE
CAIXA POSTAL ,62
37140-000 - AREADO - MG
(35) 3573-2700 / (35) 3573-2714
FAZ. TAQUARINHA - MONTE BELO - MG
[email protected]
[email protected]
EDMO DIAS PINHEIRO
RUA 87 Nº 598 - SETOR SUL
74093-300 - GOIANIA - GO
(62) 3226-0200 / (62)9223-4181
[email protected]
[email protected]
CLAUDIO FERNANDO GARCIA DE SOUZA
RUA BRUNO GARCIA, 73
79600-050 - TRÊS LAGOAS - MS
(67) 3521-2347 / (67) 3521-2107 / (67) 3521-1237
FAZENDA LAGUNA - TRÊS LAGOAS - MS
[email protected]
[email protected]
DANIEL BOTELHO ULHOA
CSA 03 LOTE 07 APTO. 502
72015-025 - BRASÍLIA - DF
(61) 3468-8313 / (61) 3352-4226 / (61) 3468 8200
PARACATU - MG
[email protected]
EDSON FALCHI TEIXEIRA
RUA DANUBIO AZUL, 356 - JARDIM GUANCA
02152-040 - SÃO PAULO - SP
(11) 2484-0222 / (11) 9651- 2088 / (11) 7548-2626
RECANTO DO GUZERÁ - SANTA ISABEL - SP
[email protected]
[email protected]
FELLIPE MOREIRA DE PAULA GOMES
Rua Desportista Humberto Guimarães, nº 849/602
Ponta Verde
57035-030 - MACEIÓ - AL
(82) 3325-9687 / (82) 9921-9191
GUZERÁ DA GRAVATA
[email protected]
Revista Guzerá
FERNANDO MAXIMILIANO NETO
JOAQUIM NABUCO, 212 - 401
22080-030 - RIO DE JANEIRO - RJ
(21) 2524-5592 / (21) 3813 1874 / (21) 2554 5593
SANTA MARIA - BELMIRO BRAGA - MG
[email protected]
[email protected]
FRANCISCO CARNEIRO LIMA
CAIXA POSTAL, 37
63800-000 - QUIXERAMOBIM - CE
(88) 3441-0140 / (88) 3441-0317 / (88) 3441 0341
FAZENDA CANAFÍSTULA - QUIXERAMOBIM - CE
[email protected]
[email protected]
FRANCISCO DAS CHAGAS Q. PORDEUS
RUA DOM PEDRO II, 584 - BAIRRO PRIMAVERA
47803-020 - BARREIRAS - BA
(77) 3613-2526 / (77) 3611-0949
FAZ. PARAIBA - BARRACAO DE BAIXO - BA
[email protected]
FRANCISCO DE ASSIS DA C. F. DE MELO
AV. PRUDENTE DE MORAES, 4705
59063-200 - NATAL - RN
(84) 3234-8518 - (84) 9981-5900 - (84) 3234-8518
FAZ. MASSARANDUBA DE CIMA
MAÇARANDUBA / SÃO GONCALO - RN
[email protected]
FRANCISCO HUMBERTO CAPPARELLI
VIRGILIO
AV NICOMEDES ALVES DOS SANTOS, 387
B. ALTAMIRA
38400-170 - UBERLANDIA - MG
(34) 3292-9970 / (34) 9991-3451 / (34) 3219-3454
ESTANCIA ESPERANÇA
[email protected]
FRANCISCO JOSE DE ALBUQUERQUE M.
COSTA
RUA RONCADOR, 194
79021-270 - CAMPO GRANDE - MS
(67) 3322-7400 / (67) 3322-7411 / (67) 3322 7413
RANCHO CAIAMÃ / CAMPO GRANDE - MS
[email protected]
[email protected]
FREDERICO FABIANO GONTIJO MAIA
RUA RAJA GABAGLIA, 3079 - SANTA LUCIA
30350-563 - BELO HORIZONTE - MG
(31) 3298-5151 / (31) 3526-5199 / (31) 3526-5128
CAPÃO DO ROCHA - CORINTO - MG
[email protected]
GABRIEL DE PAULA MARINHO
RUA CAPITÃO VALDIR, 89 - CENTRO
29560-000 / GUAÇUI - ES
(28) 3553-2013 / (28)9925-6120
FAZENDA MONTE AZUL I
[email protected]
Revista Guzerá
GABRIEL DONATO DE ANDRADE
CAIXA POSTAL 257
32501-970 - BETIM - MG
(31) 3290-6601 / (37) 3359-7400 / (37) 3290-6660
CALCIOLANDIA - ARCOS - MG
[email protected]
[email protected]
[email protected]
GUZERA AKBAR PECUARIA LTDA
CAIXA POSTAL 22
28820-000 - SILVA JARDIM - RJ
(21) 3282-5344 / (21)3150-2777
FAZ. AKBAR / CELSO MENDONÇA SILVA
ARARUANA - RJ
[email protected]
[email protected]
GEO PARTICIPAÇÕES LTDA
RUA TRIFANA 287 - B. SERRA
30110-570 - BELO HORIZONTE - MG
(31) 3287-3226 / (31) 9976-1633
FAZENDA CACHOEIRINHA - ESMERALDAS - MG
[email protected]
GUZERÁ CHAMBRONE
RUA DA MOOCA, 2.518 CONJ. 13
03104-002 - SÃO PAULO - SP
(11) 6693-6063 / (11) 6965 3590 / (11) 6965 3590
SITIO RAMALHETE - ARTUR NOGUEIRA - SP
[email protected]
[email protected]
GERALDO ALVES DA SILVA
R. SEGUNDO WANDERLEY, 1.162
BARRO VERMELHO
59030-050 - NATAL - RN
(84) 3222-6095 / (84) 9926-4749 / (84) 3234-0789
FAZ. SÃO GERALDO - NATAL - RN
[email protected]
[email protected]
GERALDO FONSECA SIQUEIRA - ESPOLIO
PRAÇA RAUL SOARES, 298 CENTRO
CAIXA POSTAL 17
36955-000 - MUTUM - MG
(33) 3312-1414 / (33) 9907-5774
FAZENDAS REUNIDAS “JOAO PEDRO”
[email protected]
GERALDO JOSE C. F. DE MELO Fº
Cond. Estância Jardim Botânico
Conjunto l, Casa 73 - Lago Sul
71680-365 - BRASILIA - DF
(61) 3424-1490 / (61) 8185-7109
FAZ. BARREIRO - UNAÍ - MG
[email protected]
GILSON CARLOS BARGIERI
AV. PADRE ANCHIETA, 1474 - CENTRO
11750-000 - PERUÍBE - SP
(13) 3455-2795 / (13) 9712-6304
NSA .SENHORA APARECIDA - CAÇAPARA - MG
[email protected]
[email protected]
GONÇALO DE ALMEIDA BOTELHO
SQS 306 BLOCO “A” APTO.301
70353-010 - BRASÍLIA - DF
(61) 8162 -0917 / (61) 3244 -1232
MONTE ALEGRE - COCALZINHO - GO
[email protected]
fernã[email protected]
GUSTAVO PITANGUI DE SALVO
CAIXA POSTAL 13
35790-000 - CURVELO - MG
(38) 3721-4450 / (38) 3722-1133 / (31) 9713-2255
FAZ. CANOAS/MUNDO NOVO - CURVELO - MG
[email protected]
HARAS MORADA NOVA
CRISTIANA GUTIERREZ
AV. DO CONTORNO, 8000 - SALA 1013
30110-932 - BELO HORIZONTE - MG
(31) 3047-4313 / (31) 3290-6686
[email protected]
HAROLDO B. FONTENELLE DA SILVEIRA
CAIXA POSTAL 64
29730-000 - BAIXO GUANDU - ES
(27) 3731-1135 / (27) 9977 4550 / (27) 3223 4057
FAZ. FONTENELLE - BAIXO GUANDU - ES
[email protected]
HAROLDO DE SA QUARTIM BARBOSA
RUA JOSE LOREMCEPE, 550
JARDIM BOM GEOVANE
19050-350 - PRESIDENTE PRUDENTE - SP
(18) 3221-1477 / (18) 3528-1425 / (18) 221- 5402
FAZ. NEGRINHA - OSWALDO CRUZ - SP
[email protected]
[email protected]
HERCULES ANTONIO MIGLIO DO ROSARIO
CAIXA POSTAL 99
39864-000 - CARLOS CHAGAS - MG
(33) 3624-1554 / (33) 3521-6713
FAZ. DO ROSÁRIO - CARLOS CHAGAS - MG
[email protected]
[email protected]
HUGO LUIS FRANCO E SILVA
RUA PRUDENTE DE MORAIS 1713 APT 52
ED. COIMBRA
14015100 - RIBEIRÃO PRETO - SP
(16) 623-1862 / (16) 623-1862
FAZ. SÃO LUIS - JUSSARA - GO
[email protected]
HUMBERTO GERALDO SECUNDINO
RUA FAUSTINO TEIXEIRA, 152 - CENTRO
35600-000 - BOM DESPACHO - MG
(37) 9103-8919 / (37) 3521-1107
[email protected]
69
JAIR ORTIZ
RUA PAIQUERÊ, 530 JARDIM PAIQUERÊ
APTO. 11-A
13271-600 - VALINHOS - SP
(19) 3242-1322 / (19) 3869-1383 / (19) 3242 1322
ILHA DO LOBO - ALTEROSA - MG
[email protected]
JOSE DE VASCONCELOS E SILVA
PAULA MIRANDA
RUA DO MERCADO, 07 - 7º ANDAR
20010-120 - RIO DE JANEIRO - RJ
(21) 2221-1717 / (21) 3813 1881
SÃO JOSE DO BONIRAR - CHIADOR - MG
[email protected]
[email protected]
JAMIL NAME
RUA ALBERTO NEDER, 328 - SALA 21
ED. ALTO DO PROSA
79002-160 - CAMPO GRANDE - MS
(67) 3026-1000 - RANCHO SÃO PAULO
CAMPO GRANDE/CUIABÁ
[email protected]
[email protected]
JOSE MANOEL F. DIOGO JÚNIOR
RUA JOSE EGIDIO DE CAMPOS PACHECO, 31
COND. CIDADE JARDIM
18530-000 - TIETE - SAÕ PAULO - SP
(15) 3285-8000 / (15) 8116-0174 / (15) 3285 8020
CRUZ ALTA - SAÕ PAULO - SP
[email protected]
LUCAM AGROPASTORIL LTDA
CAIXA POSTAL, 06
14815-000 - IBATÉ - SP
(16) 3343-1501 / (16) 3343-2449
FAX: (16) 243 1399
FENIX - ABATÉ - SP
[email protected]
JOSE NELSON DOS SANTOS
RUA FLOR DE JEQUITIBÁ, 130
APTO 101 - BAIRRO UNIÃO
31160-280 - BELO HORIZONTE - MG
(31) 3115-5300 / (31) 3422-9163
FAZENDA MUMBUCA - GUZERÁ TORK
ZONA RURAL - CORINTO – MG
[email protected]
LUCIANO LUCHESI GRASSI
RUA DOUTOR CANDIDO CRUZ, 470
APTO 62 - CENTRO
13465-350 - AMERICANA - SP
(19) 3469-4411
[email protected]
JEFFERSON MOREIRA
RUA SIQUEIRA AFONSO, 194 - PARI
03028-040 - SÃO PAULO - SP
(11) 6097 5944 / (11) 9616 3814
SEGURANÇA EXCEL
[email protected]
[email protected]
JOAO DE AZEVEDO CAVALCANTI NETO
R. VALDEMAR FALCAO, Nº 2106 APT 2002
40295-700 - SALVADOR - BA
(75) 3221-7292 / (75) 9111-7234 / (71) 9202-1012
OLHOS D’AGUA - LAJEDINHO - BA
[email protected]
JOAO NATAL CERQUEIRA
R. JOAQUIM JOSE, 1555
B. BERNARDO MONTEIRO
32013-390 - CONTAGEM - MG
(31) 9206-4121 / (31) 3799-5034 / (31) 3398-7702
FAZ. SANTO ANTONIO - JEQUITEBA - MG
[email protected]
[email protected]
JOAO RONALDO DA NOBREGA FILHO
SENADOR JOSE FERREIRA DE SOUZA, 1924
APTO 200 / CANDELÁRIA
59.064-52 - NATAL - RN
(84) 3234-6617 / (84)9921-9982
SANTA LUZIA - CEARA MIRIM - RN
JOAQUIM AUGUSTO BRAVO CALDEIRA
FILHOS E NETOS
USINA ITAIQUARA - FAZ. ITAIQUARA S/N.
13765-000 - TAPIRATIBA - SP
(35) 3521-8249 / (35) 9964 9142
FAZ. CAMBAUBA - PASSOS - MG
TAPIRATIBA - SP
[email protected]
JOSE BRILHANTE NETO
SCS QUADRA 03 ED PARANOA SALAS 201/204
70303-912 - BRASILIA - DF
(61) 3321-3570 / (61) 3367-6232 / (61)3321-3570
Entre rios
[email protected]
70
JOSE ROBERTO SALGADO
RUA SANTA CATARINA, 996 APTO 1602
B. LURDES
30170-080 - BELO HORIZONTE - MG
(38) 9924-4277 / (38)9924-5277 / (38) 3721-9228
FAZ. ACONCHEGO
[email protected]
[email protected]
JOSE SANTANA DE VASCONCELLOS
MOREIRA
AV ALVARES CABRAL 344 SALA 906 - CENTRO
30170-911 - BELO HORIZONTE - MG
(31) 3273-3838 / (31)3296-7556
SANTA TEREZINHA
[email protected]
[email protected]
JOSE TRANSFIGURAÇÃO FIGUEIREDO
AV. FREI ARCÂNGELO, 1.139
39830-000 - ITAMBACURI - MG
(33) 3511-1226 / (33) 3799-3454 / (33) 3511-1009
ESTÂNCIA YGARAPES - JAMBRUCA - MG
[email protected]
KLEBER CARVALHO DE BEZERRA
RUA MIRABEAU DA CUNHA MELO, 1988
APTO 501 - LAGOA NOVA
59064-490 - NATAL - RN
(84) 3234 -5135 / (84) 9981-0528
FAZ. SERRA CAIADA NATAL - RN
[email protected]
LEIZER DIVINO DE CASTRO VALADÃO
SHIS QI 15 CHACARA 08 C
71600-700 - BRASILIA - DF
(61) 3326-8452 / (61) 3326-4734 / (61) 3326-8452
FAZ. MORUMBI-LUZIANIA-GO - BRASILIA - DF
LIDIO MIRANDA ARAUJO
R. ANTONIO DE ALBUQUERQUE, 1303/1001
30112-001 - BELO HORIZONTE - MG
(31) 3337-8310 - SERRA VERDE - JOAÍMA - MG
[email protected]
LUCIANO MARQUES DO BOMFIM
RUA 04, 590 APTO 1000 ED ODESSA
SETOR OESTE
74110-140 - GOIANIA - GO
(62) 3224-4489 / (62)9979-4489
PAINEIRAS
[email protected]
LUIZ GUILHERME SOARES RODRIGUES
AV. NAZARÉ, 1033 APTO. 901
66035-170 - BELÉM - PA
(91) 3222-9548 / (91) 3241-0820 / (91) 229 7804
FAZ. ENCARNAÇÃO - SANTAREM NOVO - PA
[email protected]
LUIZ OTAVIO B. ALVARES CORREA
RUA T 0048, Nº 66 - APTO 400 / SETOR OESTE
74140-130 - GOIANIA - GO
(11) 2577-0098 / (11)3251-6489
Santa Celina
[email protected]
[email protected]
LUIZ PEDRO G SILVA
RUA ROMEU ZANETTE 491
13780-000 - DIVINOLANDIA - SP
(19) 3663-1348 / (19)3663-1561
[email protected]
LUIZ RICARDO DE MATTOS DELGALLO
AV. PEIXOTO DE CASTRO, 875 - VILA ZÉLIA
12600-000 - LORENA - SP
(12) 9785-1851 / (12) 9785-1851 / (12) 3153-4475
FAZ. SÃO JUDAS TADEU - LORENA - SP
[email protected]
MARCELO MENDO GOMES DE SOUZA e
ANA CLAUDIA M. SOUZA
RUA CARDIAL 700 COND ESTANCIA SERRANA
34000-000 - NOVA LIMA - MG
Revista Guzerá
(31) 3286-3012 / (31) 3581-1084 / (31) 9167-6958
SANTA CECILIA - Guzerá Amar - UBERABA - MG
[email protected]
[email protected]
(31) 3337-6150 / (31) 3337-5805 / (31) 3337-5805
SANTA VITÓRIA/SANTA RITA DE CÁSSIA
CURVELO - MG
[email protected]
MÁRCIO AUGUSTO FONTOURA
VASCONCELLOS DINIZ
RUA 24, 1.140
14780-090 - BARRETOS - SP
(17) 3322-3611 / (17) 3322-3611
FAZENDA MATÃO - BARRETOS - SP
[email protected]
MÁRIO ERMÍRIO DE MORAES - ESPÓLIO
CAIXA POSTAL, 12
18700-970 - AVARÉ - SP
(14) 3731-9113 / (14) 3731-7412
GUZERÁ SUAÇUÍ - AVARÉ - SP
[email protected]
MARCO ANTONIO ANDRADE BARBOSA
PÇ. RUI BARBOSA, 300 - SALA 904
38010-240 - UBERABA - MG
(34) 3333 -7788 / (34) 9972-1555
FAZ. UNIÃO 2000 - UBERABA - MG
[email protected]
[email protected]
MARCO AURELIO GRILLO DE BRITO
AV. PREFEITO DULCIDIO CARDOSO, 3080
APTO 102 BL 5 - BARRA DA TIJUCA
22631-054 - RIO DE JANEIRO
COND. PARQUE PALACE - RJ
(21) 3325-8872 / (21) 9159-1616 / (21) 8841-3392
TERRA NOVA / SOLENIDADE KM 06
[email protected]
[email protected]
MARX ALEXANDRE CORRÊA GABRIEL
AV. CONSTANTINO NERY, 2789
SALA 1006 - CHAPADA
69050-002 - MANAUS - AM
(92) 3642 -3191 / (92) 3656-2752 / (92) 3656-1695
FAZENDA DOIS AMIGOS - PORTO VELHO - RO
[email protected]
[email protected]
[email protected]
[email protected]
MATEUS FERRAZ SOUZA
1599 Coventry Lane 55379
Shakopee. Minnesota
(94) 3344-1216 / (94) 9143-9902
GUZERÁ MAKADY
GRAVATÁ - JACUNDÁ - PA
[email protected]
MARCOS AURÉLIO COELHO SAMPAIO
AV. CONTORNO, 7747 - LOURDES
30110-120 - BELO HORIZONTE - MG
(31) 2102-6363 / (31) 9129-4455 / (31) 2102 6334
FAZENDA LAGOINHACORDISBURGO - MG
[email protected]
MURILO BUENO KAMMER
AV. CAPITÃO ARTHUR DOS SANTOS, 476
13600-569 - ARARAS - SP
(19) 3541-2174 / (19) 8128-3858
AGROPEC. MATA NEGRA - ARARAS - SP
[email protected]
MARCOS DE ALMEIDA CARNEIRO
PIRAPETINGA, 537 SERRA
30220-150 - BELO HORIZONTE - MG
(31) 3293-6602 / (31) 3132-7232 / (31) 3286 8309
LAGOA DA LONTRA - CAETANOPOLIS - MG
[email protected]
NICOLE S. M. H. CLOUPRAN MEDAETS
AV. PROF. JONAS BANK LEITE, 456 - CENTRO
11900-000 - REGISTRO - SP
(13) 3821-1082 / (11)5044-5804 / (13) 3821-1082
FAZENDA TIATÃ
[email protected]
[email protected]
MARCUS DO NASCIMENTO CURY
AV. TORINO 597 - B. BADEIRANTE - RESID.
31340-700 - BELO HORIZONTE - MG
(31) 3391-9500 / (31) 3443-1450 / (31) 3391-5723
STº ANTONIO DE ROÇA GRANDE
CAETANÓPOLIS - MG
[email protected]
MARIA ANTONIETA QUEIROZ LINDENBERG
CAIXA POSTAL 160
29900-970 - LINHARES - ES
(27) 3264-0293 / (27) 9984-2289 / (27) 3371-9906
FAZ. TRÊS MARIAS - LINHARES - ES
[email protected]
MARIA VICTÓRIA BOLIVAR GOMES
RUA BERNARDO GUIMARÃES, 2.172/ 601
30140-082 - BELO HORIZONTE - MG
Revista Guzerá
ORGANIZAÇÃO MARIO DE ALMEIDA
FRANCO LTDA
AV. LEOPOLDINO DE OLIVEIRA, 3.490 - CJ. 103
38010-000 - UBERABA - MG
(34) 3336-1833 / (34) 3312-1832 / (34) 3333-3654
FAZ. SÃO GERALDO - UBERABA - MG
[email protected]
OTAVIO ALBERTO CANTO ALVARES CORRÊA
Av. Indianópolis, 3356 – Planalto Paulista
04062-003 - SÃO PAULO - SP
(11) 5593-5300 / (15) 3457-8849 / (11) 4351-2032
FAZ. E HARAS SANTA CELINA
PORANGABA - SP
[email protected]
[email protected]
OTAVIO DE AVELAR ESTEVES
RUA LUZ, 220/601
30220-080 - BELO HORIZONTE - MG
(31) 3284-0499 / (31) 3319-4119
RECANTO DO JABURU ENCANTADO
RITÁPOLIS - MG
[email protected]
PAULO EMILIO DE ALMEIDA CARNEIRO
R. MIGUEL COUTO, 53 - 2º ANDAR
01008-010 - SÃO PAULO - SP
(11) 3117-3600 / (38) 3505-6091 / (11) 3117-3677
FAZ. PALESTINA - UNAÍ - MG
[email protected]
PAULO ROBERTO BRASILEIRO DE MIRANDA
AV. DOMINGOS FERREIRA, 2200 BOA VIAGEM
51111-020 - RECIFE - PE
(81) 2125-3666 / (81)9609-9982 / (81) 2125-3666
FAZ. BERRA BOI - GLÓRIA DO GOITA - PE
[email protected]
PAULO ROBERTO DOS SANTOS
RUA JOAQUIM MURTINHO, 50 - BAIRRO PARÁ
35900-037 - ITABIRA - MG
(31) 3831-2098 / (31) 3831-2098
FAZENDA BOM SUCESSO - ITABIRA - MG
[email protected]
PAULO ROBERTO MENICUCCI
E OUTROS COND.
SANTA MARIA DO ITABIRA, 211 APT.400
30310-600 - BELO HORIZONTE - MG
(31) 3506-2343 / (35) 3844-1184 / (31) 3227-8761
PINHEIROIBITURUNA - MG
[email protected]
[email protected]
PEDRAS DO REINO COMERCIO
AGROPEC. LTDA
AV. MARECHAL FLORIANO, Nº 96
8º ANDAR - CENTRO
20080-002 - RIO DE JANEIRO - RJ
(38) 3621-1535 / (38) 3621-1535 / (21) 2101-2348
EUGENIO IOLANDA
PEDRAS DE MARIA DA CRUZ - MG
[email protected]
PEDRO BAGGIO NETO
CAIXA POSTAL 50
86300-000 - CORNELIO PROCOPIO - PR
(43) 3524-2061 - (43) 3524-2413
FLÓRIDA - CORNELIO PROCOPIO - PR
[email protected]/[email protected]
RENATO EGIDIO OLIVÉ ESTEVES
RUA ALVARO BOSCO, 95 - APTO 151-A
RES. VILA BELA
13087-723 - CAMPINAS - SP
(19) 9604 4796
HARAS HABI - JAGUARIUNA - SP
[email protected]
71
RENATO FRANCO
CAIXA POSTAL 41
14660-000 - SALES OLIVEIRA - SP
(16) 3852-1012 / (16) 3852-1322
FAZENDA SANTO ANTONIO
SALES OLIVEIRA - SP
[email protected]
RENATO JOSE PINTO DA ROCHA
RUA TEOTONIO MACIEL, 37 - ALTO CAIÇARA
30770-440 - BELO HORIZONTE - MG
(31) 3462-7365 / (31) 9999-5422 / (31) 3441-0212
LAGOA - SÃO PEDRO DO SUAÇUÍ
[email protected]
ROBERTO MARTINS FRANCO
CAIXA POSTAL 41
14660-000 - SALES OLIVEIRA - SP
(16) 3852-1499 / (16) 9995-9282
FAZENDA LAGEADO - SALES OLIVEIRA - SP
[email protected]
ROBERTO NESZLINGER
RUA JOÃO DA SILVA NOGUEIRA, 2700
17340-000 - BARRA BONITA - SP
(14) 3642-1456 / (14) 3604-1400 / (14) 3604 1421
SITIO ESQUINA - SÃO MANUEL - SP
[email protected]
[email protected]
RODRIGO DINIZ DE MELLO
R. ALDO RAMALHO PEREIRA, 1005/1001 TIROL
59014-600 - NATAL - RN
(84) 9406-7230
[email protected]
RODRIGO PINTO CANABRAVA
RUA DAS CANÁRIAS, 667 -SANTA AMÉLIA
31560-050 - BELO HORIZONTE - MG
(31) 3491-6002 / (38) 3799-8342 / (31) 3491-6002
FAZENDA PEQUIZEIROS - CURVELO - MG
[email protected]
RODRIGO SILVEIRA DINIZ MACHADO
AV. CORONEL JOSE DIAS BICALHO, 559
B. SÃO JOSE
31275-050 - BELO HORIZONTE - MG
(31) 2102 3711 - (31) 3261 3711
PONTAL DO BURITI - FELIZLÂNDIA - MG
[email protected]
RONALDO FRANCO
CAIXA POSTAL, 41
14660-000 - SALES OLIVEIRA - SP
(16) 3852-1499 / (16) 3726-4829 / (16) 3852-1322
FAZENDA SANTIAGONUPORANGA - SP
[email protected]
ROSARIO PEGORER
CAIXA POSTAL 134
18900-000 - SANTA CRUZ DO RIO PARDO - SP
(14) 3332-1615 / (14) 9741-5377
72
ESTANCIA ROSALITO
SANTA CRUZ DO RIO PARDO - SP
[email protected]
SÃO MIGUEL AGROPECUÁRIA LTDA
AV. LEOPOLDINO DE OLIVEIRA, 3.490
CONJ.103
38010-000 - UBERABA - MG
(34) 3316-7005 / (34) 3336-1833 / (34) 3336 7005
SÃO GERALDO - UBERABA - MG
[email protected]
SAVIO COSTA GONÇALVES
RUA RIO DE JANEIRO, 2535/101 LOURDES
30160-042 - BELO HORIZONTE - MG
(31) 3275-1716 / (31) 8887-1716 / (31) 3337-2398
SÍTIO SANTA HELENA - BELO HORIZONTE MG
[email protected]
SEVERO DE ARAUJO DIAS
CSE 06 LOTE 30 LOTE 03 - TAGUATINGA
72025-065 - BRASILIA - DF
(61)3356-1212 / (61)9654-2055
FAX: (61)3356-5399
AROEIRA – DF
SIARA AGROPECUARIA LTDA
RUA DOS TUPIS, 38 - CENTRO
30190-060 - BELO HORIZONTE - MG
(31) 3422-9395 / (37) 3353-2272
FAZ. LAGOA PRETA - BH
[email protected]
SILVELY MARIA JANOTA ANTUNES
AV. PAULICÉIA, 1893 - BAIRRO LARANJEIRA
07700-000 - CAIEIRAS - SP
(11) 4441- 1444 - (11) 3644- 7503
FAZENDA TRÊS IRMÃOS - BRASILÂNDIA - MS
[email protected]
WALTER FRANCISCO DE MOURA
FAZENDA SUCURIÚ
35628-000 - MORADA NOVA DE MINAS - MG
(38) 9941-5349 / (38) 9921-6620 / (31) 3332-5349
FAZ. CIRNE - MORADA NOVA DE MINAS - MG
BELO HORIZONTE - MG
[email protected]
WALTER ROCHA PEREIRA
RUA GABI ANDRADE, 20
MORADA DAS GARÇAS
27920-410 - MACAÉ - RJ
(22) 2773-4705 / (22) 2762-1553
Fazenda Cinco Barras - Guzerá 5B
Lage do Muriaé - RJ
WALLACE RENATO ALMEIDA DA SILVA
AV MARQUES DE HERVAL 507 APTO 803
66000-000 - BELEM - PA
(91) 3266-6217 / (91) 3230-2547
Fazenda Jejuí - Bragança - PA
[email protected]
WALTER SANTANA ARANTES
Av Contorno, 6888 - sala 201 - Santo Antonio
30110-044 - BELO HORIZONTE - MG
(31) 3225-4030 / (31) 2127-3444
Guzerá Mineirão - BELO HORIZONTE - MG
[email protected]
[email protected]
WEMERSON AMARO COURA
RUA SÃO PEDRO, 231 APTO 101
36880-000 - MURIAE - MG
(32) 8886-9366 / (32) 3331 6069 / (32) 3721-0713
GUZERA DE BOA FAMILIA - MURIAÉ - MG
[email protected]
SINVAL MARTINS DE MELO
CAIXA POSTAL 95
35001-970 - GOVERNADOR VALADARES - MG
(31) 3324-4679 / (33) 3799-3023 / (33) 3225-1180
FAZ. TABOQUINHA - ITAMBACURI - MG
[email protected]
SOC. EDUCACIONAL UBERABENSE - UNIUBE
AV. NENÊ SABINO, 1801- BLOCO R
B. UNIVERSITÁRIO
38055-500 - UBERABA - MG
(34) 3319-8818 / (34)3319-8810
ESC. ALEXANDRE BARBOSA - UBERABA - MG
[email protected]
VIVALDO AFFONSO DO REGO
CAIXA POSTAL, 01
45850-000 - ITAGIMIRIM - BA
(73) 3289-2171 / (73) 9985-4710
FAZENDA ESMERALDA - ITAGIMIRIM - BA
[email protected]
Revista Guzerá
Revista Guzerá
73
74
Revista Guzerá