A B ANESTESIA EM PACIENTE PEDIÁTRICO PORTADOR DE

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A B ANESTESIA EM PACIENTE PEDIÁTRICO PORTADOR DE
TEMAS LIVRES DO 51º CONGRESSO BRASILEIRO DE ANESTESIOLOGIA
9º CONGRESSO LUSO-BRASILEIRO – 1º CONGRESSO DE DOR DA BRASILEIRA DE ANESTESIOLOGIA
A
ANESTESIA EM PACIENTE PEDIÁTRICO PORTADOR DE LIPOBLASTOMATOSE CONGÊNITA. RELATO DE CASO
Alfredo A V Portella, Rafael Rangel, Daniel C Trindade, Silvio Ferry*
Hospital Universitário Pedro Ernesto - UERJ
Avenida 28 de Setembro 87 - 5º andar - CEP 20561-030 - Rio de Janeiro-RJ
Introdução - Nosso objetivo é relatar o ato anestésico realizado para Cirurgia Plástica em um paciente de 9 anos submetido a
exérese de lipoblastoma pela lipoblastomatose congênita no dorso da superfície torácica. Essa condição rara, que predomina
em meninos em cerca de 80%, apresentava-se em região atípica, sendo mais comumente achada em extremidades. É um tumor
benigno de células mesenquimais que era causa de grave deformidade torácica, além de problemas estéticos e funcionais do
esqueleto. Foi realizada videoconferência multidisciplinar no HUPE que discutiu o caso com especialistas dos EUA, patologistas do Jonh Hopkins Hospital em tempo real, onde optou-se pela quarta intervenção cirúrgica. Outras três abordagens foram realizadas sem diagnóstico anatomopatológico, tendo sido abordado como lipoma. Relato do Caso - Paciente do sexo masculino,
9 anos, 35 kg, estado físico ASA², para correção cirúrgica de recidiva de lipoblastomatose congênita no dorso, pelo serviço de cirurgia plástica, no pré-operatório, foi avaliado pelo serviço de otorrinolaringologia quanto a possibilidade de invasão de vias aéreas superiores pela massa tumoral, onde o exame físico e a laringoscopia indireta não revelaram anormalidades. Tomografia
computadorizada de tórax e abdômen não demostravam compressão extrínseca do mediastino anterior e posterior, embora
com invasão de planos musculares profundos. Aindução anestésica foi precedida pelo ajuste da posição do coxim para a cabeça
e feita com O2 +N2O a 50% + sevoflurano 3% sob máscara em ventilação espontânea passando a assistida e a controlada até plano, venóclise de membro superior direito com cateter 20G, injeção de atracúrio (15 mg) e fentanil (150 µg), procedida a intubação
orotraqueal sem dificuldades com tubo 6,5 sem balonete. Foi ventilado sob a modalidade de pressão controlada a 15 cmH 2O,
mantendo boas gasometrias arteriais no intra-operatório. Colocado o paciente em decúbito ventral para a realização da cirurgia.
A cirurgia teve duração de 2 horas, sem extirpação completa da massa. Ao final o paciente foi colocado em decúbito dorsal, realizada extubação orotraqueal, foi encaminhado a SRPA e posteriormente a enfermaria, recebendo alta dois dias após a cirurgia e
acompanhamento ambulatorial pelo serviço do Núcleo de estudos da Saúde do Adolescente, já que a doença tem grandes chance de apresentar recidivas. Discussão - O caso discute ato anestésico-cirúrgico para correção de lipoblastomatose congênita
em paciente pediátrico, doença rara acompanhada de recidivas que leva a grandes transtornos tanto estéticos quanto funcionais em função da deformidade torácica importante. Referências - 01. Pierre-Jerome C, Brahee DD et al - Deforming lipoblastomatosis of the lower extremity. J Manipulative Physiol Ther, 2004;27:119-122; 02. Papendieck CM, Barbosa L, Pozo P et al - Lipoblastoma-lipoblastomatosis associated with unilateral limb hypertrophy: a case report in a newborn. Lymphology,
2003;36:69-73.
B
ESTUDO DUPLO-ENCOBERTO COMPARANDO A CETAMINA RACÊMICA COM O ISÕMERO S(+) EM BALNEOTERAPIA
DE PACIENTES QUEIMADOS: RELATO PRELIMINAR
Fernando AF Cantinho, Andréa B Segatto*, Paulo Chicayban, Diogo L Sampaio
CET do Hospital do Andaraí
Rua Leopoldo, 280 - CEP 20541-170 - Rio de Janeiro-RJ
Justificativa e Objetivos - Desenvolvemos estudo prospectivo relatando as alternativas técnicas empregadas na conduta
anestésica em milhares de procedimentos balneoterápicos. Atualmente, realizamos estudo visando a melhor definição da segurança e eficácia das técnicas anteriormente descritas. Método - Foram estudados 144 procedimentos de balneoterapia realizados em 47 pacientes lúcidos e orientados, de ambos os sexos, com idade entre 18 e 65 anos. Os procedimentos foram realizados no período da manhã. Usou-se cetamina fornecida em frascos numerados, na concentração de 50 mg.ml-1, não se conhecendo a sua forma química até a totalização desta fase do estudo. Os procedimentos foram divididos aleatoriamente em dois
grupos e quatro subgrupos. No Grupo SF, foram utilizadas doses fracionadas IV de midazolam e cetamina, enquanto no Grupo
CF utilizou-se midazolam, fentanil e cetamina. Cada grupo foi subdividido, recebendo a extensão /iso ou /rac, designando a primeira o subgrupo que recebeu o isômero S(+) e a segunda a forma racêmica. Um dos autores, encoberto quanto ao uso ou não de
fentanil, realizou visita pós-anestésica à tarde avaliando a dor durante e após o banho, através de escala analógica visual, e solicitando ao paciente que escolhesse, entre zero e dez, o número que correspondesse ao grau de satisfação com a anestesia recebida. As informações foram armazenadas e analisadas com auxílio do programa Epi-Info 6. Resultados - Em todos os procedimentos desta amostra a intensidade da dor durante o banho foi zero. O fentanil na dose de 0,8 µg.kg-1 não foi suficiente para redução significante da dose necessária tanto da cetamina racêmica como a S(+) durante o procedimento. Foi identificada interação negativa entre o fentanil e o isômero S(+), havendo piora da intensidade da dor pós-banho (p = 0,01) e do grau de satisfação
(p = 0,01) no subgrupo CF/iso, quando comparado ao SF/iso. O isômero S(+) reduziu a incidência de sonhos e alucinações
(p=0,03) quando comparado à forma racêmica, porém não influenciou o grau de satisfação do paciente. Conclusões - Esses dados preliminares indicam que a cetamina racêmica e o isômero S(+) interagem de forma diferente com o fentanil durante a anestesia para balneoterapia do grande-queimado. O protocolo deste estudo continua a ser desenvolvido em nosso Hospital. A literatura médica carece de evidências no que se refere ao alívio da dor para o cuidado da ferida desse paciente. Referências - 01.
Cantinho FAF, Santos FG, Silva ACP - Conduta anestésica em balneoterapia de pacientes queimados: avaliação prospectiva de
2852 procedimentos.
Revista Brasileira de Anestesiologia
Vol. 54, Supl. Nº 33, Novembro, 2004
CBA 303