Da Administração Oral Ao Efeito Terapêutico

Transcrição

Da Administração Oral Ao Efeito Terapêutico
Da Administração Oral
Ao Efeito Terapêutico
Medicamento
Administração
Desintegração
Desagregação
Dissolução
ETAPA BIOFARMACÊUTICA
Fármaco em solução
Absorção
Distribuição
Eliminação
FARMACOCINÉTICA
Fármaco na biofase
Interação Fármaco-Receptor
EFEITO TERAPÊUTICO
FARMACODINÂMICA
A relação entre intensidade / duração do efeito e a dose
do fármaco administrada é uma função da sua
FARMACOCINÉTICA e FARMACODINÂMICA
DISTRIBUIÇÃO P/
OUTROS TECIDOS
TOXICIDADE ?
PERDA
INTRALUMINAL
Dose
Cp
TRANSPORTE
MEMBRANAR
LOCAL DE
AÇÃO
EFEITO
EFEITO METABOLISMO EXCREÇÃO
1A PASSAGEM HEPÁTICO
RENAL
FARMACOCINÉTICA
FARMACODINÂMICA
O que você tomaria se .......
- Comprimido de paracetamol ?
- Solução (aquosa) de paracetamol ?
Paracetamol:
Comprimidos vs Solução oral
Solução
Comprimidos
30 45
ETAPA FARMACÊUTICA
DESINTEGRAÇÃO
Comprimido
não revestido
Dissolução
DESAGREGAÇÃO
Granulados ou
agregados
DISSOLUÇÃO
Partículas
menores
DISSOLUÇÃO
FÁRMACO DISSOLVIDO
ABSORÇÃO
ABSORÇÃO
• DEFINIÇÃO ??
• DEFINIÇÃO
Processo pelo qual um fármaco é transportado do seu
sítio de administração até a circulação local
• VIA DE ADMINISTRAÇÃO IDEAL
Via oral: - Facilidade de administração
- Adesão (“compliance”)
• ABSORÇÃO POR VIA ORAL
- Dissolução
- Transporte transepitelial
- Efeito de primeira passagem
DIFUSÃO PASSIVA
•
CARACTERÍSTICAS DA MEMBRANA CELULAR
•
LEI DE FICK
m / t = Pk . A . (Ce - Ci)
Pk: Coeficiente de permeabilidade
Coeficiente de partição octanol-água
pontes hidrogênio
área de superfície polar
A: Área da membrana de contato
(Ce - Ci): Gradiente de concentração da forma não ionizada
Coeficiente de Partição (P)
Conceito: Razão entre a concentração da substância na fase orgânica
e sua concentração na fase aquosa em um sistema de dois
compartimentos sob condições de equilíbrio.
P = Corg / Caq
Determinação experimental:
Método do Shake-Flask
Fase orgânica (n-octanol)
Fase aquosa (água)
Calda apolar
Cabeça polar
Coeficiente de Partição (P) –> Log P
Corwin Hansch – 1969: Relação entre log P e atividade biológica
Log P – propriedade aditiva (expressa lipofilicidade)
Definição da constante hidrofóbica do substituinte πx
πx = Log (P x /PH)
Log P x = Log PH + πx
GRAU DE IONIZAÇÃO: pH e pKa
•
EQUAÇÃO DE HENDERSON-HASSELBALCH
O grau de ionização de um fármaco depende do seu pKa e do pH do meio.
[A- ]
Ka
A - + H+
HA
pH = pKa + log
[HA]
SUCO GÁSTRICO
(pH = 1,4)
PLASMA
(pH = 7,4)
pKa = 4,4
HA
[1]
[0,001]
•
A+
H+
M
E
M
B
R
A
N
A
HA
[1]
A-
[1.000]
+
H+
Somente a forma não-ionizada atravessa a membrana
SCREENING FARMACOLÓGICO: filtros
FILTRO BIOFARMACÊUTICO
“REGRA DE 5” de LIPINSKI (1997): regra empírica para prever
a “druglikeness” des compostos químicos:
- Massa molecular <500 Da
- cLogP <5
- Grupos doadores de ponte hidrogênio <5
- Grupos aceitores de ponte hidrogênio (soma de átomos
de nitrogênio e oxigênio) <10
Mol. Pharmaceutics 4: 556-560, 2007
75%
20 %
5%
Log D 5,5 = uma versão de Log P dependente do pH, reflete o
verdadeiro comportamento dos compostos ionizáveis em um
determinado pH, por exemplo 5,5 que corresponde ao pH do
intestino delgado onde a absorção oral dos fármacos ocorre
TRANSPORTE TRANSEPITELIAL NO
INTESTINO: I. BARREIRA FÍSICA
•
VIA TRANSCELULAR:
Difusão passiva
Difusão facilitada
Endocitose
•
VIA PARACELULAR:
•
A via transcelular (difusão passiva através da membrana do enterócito) é
o principal mecanismo de transporte para fármacos com PM > 200 Da
qualquer que sejam suas propriedades físico-químicas
TRANSPORTADORES DE PEPTÍDEOS
E ABSORÇÃO DE FÁRMACOS
• Natureza: PEPT1 e PEPT2
- co-transportadores di/tri-peptídeos com +H
• Localização: intestino delgado (duodeno)
• Substratos (peptidomiméticos)
- Antibióticos (β-lactamas)
- ACE inibidores
- Inibidores de aminopeptidases
- Pró-fármacos (↑F): ex: L-valil éster de aciclovir
FÁRMACOS E SISTEMAS DE
TRANSPORTE ABSORPTIVOS
Cefalosporina, Valaciclovir, β-lactamas:
Cotransportador H+-oligopeptídeo
L-DOPA, Baclofeno, Mefalan:
Transportador amplo de AA neutros, acoplado à Na+
Atorvastatina:
Transportador de ácido monocarboxiclico
Pravastatina:
Transportador de ánion orgânico (OATP)
Fosfomicina:
Transportador de fosfato
JPET 303, 2002
JANELAS DE ABSORÇÃO
I. TRANSPORTE PASSIVO E pH:
JEJUM
PÓS-PRANDIAL
Estômago
1-3
2-5
Duodeno
4 - 6,5
4,5 - 6
Jejuno
6-7
Ìleo
6,8 - 8
Colo
7-8
II. TRANSPORTE ATIVO:
Duodeno.
Ex. Transportador de Di/Tri peptídeo (PEPT1 e 2 - Cefalosporina)
TRANSPORTE TRANSEPITELIAL NO INTESTINO:
II. BARREIRA BIOQUÍMICA
•
BARREIRA ENZIMÁTICA:
•
SISTEMA DE EFLUXO: Glicoproteina P (GP)
Ebe
Fármaco
F
Ein
Borda estriada (Ebe)
Enzima intracelular (Ein)
Met
Met
F
F
F
Gp
Mb apical
Membrana basolateral
Fund. Clin. Pharmacol.18: 621–626, 200
AAS: local de maior absorção ??
• Estômago ?
• Intestino ?
ÁREA DA SUPERFÍCIE DE CONTATO
•
O intestino delgado oferece três mecanismos para aumentar a área da
superfície de contato e assim facilitar a absorção de fármacos
Para ter efeito mais rápido .....
Você tomaria um comprimido “ a seco” ou
com um copo de água ??.....porquê ?
ESVAZIAMENTO GÁSTRICO
Quanto mais rápido o esvaziamento gástrico, mais rápida será a
absorção
ESTÍMULO
INIBIÇÃO
No Estômago:
distensão, proteínas digeridas
No Duodeno:
distensão, gorduras, HCl
Angústia, agressão
Dor, depressão
Álcool, cafeína, metoclopramida
Anti-ácidos, Anticolinérgicos
Absorção de paracetamol
M: + Metoclopramida
(10 mg - i.v.)
C: Controle
P: + Propantelina (30 mg - i.v.)
Se você quiser um efeito rápido...
Você tomaria o comprimido em jejum ou
DEPOIS da refeição ????
INFLUÊNCIA DA COMIDA: pH e Lipídios
•
ALTERAÇÕES NA FISIOLOGIA PÓS-PRANDIAL :
Estômago: ↓ esvaziamento gástrico
↑ pH (1,5 - 3
2 - 5)
Intestino delgado: ↑ [bile] → micelas
↑ permeabilidade
↑ fluxo linfático
•
ALTERAÇÕES NA BIODISPONIBILIDADE : ↑ ou ↓ ???
A. Classicamente: A absorção é reduzida ou ao menos retardada (fármacos
hidrosolúveis com alto Pk)
Geralmente, a
biodisponibilide do
fármaco é maior quando
ingerido de jejum e com
um grande volume de
líquido
z
INFLUÊNCIA DA COMIDA: pH e Lipídios
•
ALTERAÇÕES NA BIODISPONIBILIDADE
B. Caso a caso: A absorção pode ser aumentada
significativamente em função do maior tempo de
permanência no pH ácido do estômago e do aumento da
secreção de sais biliares
A
biodisponibilidade
de fármacos muito pouco
hidrosolúveis
aumenta
quando ingeridos junto
com alimentos ricos em
gorduras
z
FATORES INFLUENCIANDO A ABSORÇÃO
POR VIA ORAL
Fatores Fisiológicos
Fatores Físico-químicos
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
hidrofobicidade
peso molecular
conformação molecular
pKa
estabilidade química
solubilidade
complexos
tamanha da partícula
forma cristalina
agregação
pontes hidrogênio
área da superfície polar
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
área superfície contato
trânsito e motilidade
pH (lumen+superfície)
esvaziamento gástrico
enzimas
permeabilidade membrana
comida
doenças
interação medicamentosa
muco e UWL
fluxo de água
fluxo sanguíneo
bacterias
efeito de 1a passagem
EFEITOS DE PRIMEIRA PASSAGEM
•
DEFINIÇÃO
stricto senso: = metabolização de primeira passagem
Perda de fármaco ao passar pelos tecidos gastrintestinais e
pelo fígado (= eliminação pré-sistémica)
•
NATUREZA
1. Metabolização pelas células da mucosa intestinal
2. Metabolização pelos hepatócitos
3. Secreção biliar
4. Metabolização pela flora intestinal
Bile
Veia
porta
Mucosa
Fígado
Intestino
1
4
2
3
EFEITOS DE PRIMEIRA PASSAGEM
Felodipina
Descanso…….ou mais algumas
informações gerais ?
O BINÔMIO PERMEABILIDADE - SOLUBILIDADE
• SOLUBILIDADE
Um fármaco deve ser suficientemente solúvel em meio aquoso
para ser absorvido
Ex: Indinavir: F ↓ < ↓ hidrosolubilidade
Sulfate de Indinavir: ↓ pH camada difusão →↑ S e F
• PERMEABILIDADE
Quanto maior a lipofilicidade, maior a permeabilidade
(mas também a depuração e o efeito de primeira passagem)
Ex: Tioconazole: F ↓ < ↑ efeito de primeira passagem
<↑ lipofilicidade
Fluconazole: ↓ lipofilicidade →↑ estabilidade metabólica e F
O SISTEMA DE CLASSIFICAÇÃO
BIOFARMACÊUTICO (Amidon)
•
OBJETIVO: PREVER O TIPO DE CORRELAÇÃO ENTRE O TESTE DE DISSOLUÇÃO
DO FÁRMACO IN VITRO E A BIODISPONIBILIDADE (IN VIVO)
[para formas sólidas orais de liberação rápida]
CLASSE
1
(diltiazem)
SOLUBILIDADE
ALTA
PERMEABILIDADE
CORRELAÇÃO
ALTA
POSSÍVEL*
2
(nifedipina)
BAIXA
ALTA
PROVÁVEL**
3
(insulina)
ALTA
BAIXA
INCERTA
4
(taxol)
BAIXA
BAIXA
IMPROVÁVEL
* se Vdissol < Vesvaziamento gástrico
** se
Vdissol in vitro = in vivo
ALTA SOLUBILIDADE: COMO DETERMINAR ?
VS < 250 ml
VS : Volume necessário para dissolver
a maior dosagem disponível no mercado
Copo d’água = 240 ml
(Do < 1)
Do: Dose (mg) / 250 (ml) / Cs (mg/ml)
Cs = solubilidade
ALTA PERMEABILIDADE: COMO DETERMINAR ?
Fa > 90 %
Log Cp > Log Cp metoprolol
ABSORÇÃO ORAL: MÉTODOS DE AVALIAÇÃO
• IN VITRO, BIOFÍSICOS
- Coeficiente de partição
- Número de pontes hidrogênio
- Área de superfície polar
- Cromatografia
• IN VITRO, BIOLÓGICOS
- Aneis de intestino
- Saco intestinal invertido
- Células em cultura (CACO-2)
- Câmara de Ussing para intestino
• IN VIVO, BIOLÓGICOS
- Perfusão in situ (rato)
- Perfusão intestinal (homem: loc-I-gut)
- Biodisponibilidade

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