CONGREGAÇÃO CRISTÃ DO BRASIL – UM MOVIMENTO

Transcrição

CONGREGAÇÃO CRISTÃ DO BRASIL – UM MOVIMENTO
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CURSO DE APOLOGÉTICA
Nível 1
CONGREGAÇÃO CRISTÃ NO BRASIL
Centro Apologético Cristão de Pesquisas
- Apologética Cristã – São José do Rio Preto – SP. Curso de Apologética ON-LINE.
1) – Cultura
2) – Teologia;
3) – Estudo de Religiões Comparadas
I. Título
II. Série
Centro Apologético Cristão de Pesquisas -CACP 1
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Dedicatória:
Dedicamos o Curso de Apologética a todos aqueles que amam a
verdade.
Centro Apologético Cristão de Pesquisas -CACP 2
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Copyright 2008 – Edições CACP
1º Edição: 2008
Publicado no Brasil com a devida autorização e com todos os direitos reservados pelo Centro
Apologético Cristão de Pesquisas.
São José do Rio Preto – SP. Site: www.cacp.org.br
Telefone: (17) 3014-4875
Proibida a reprodução por quaisquer meios (mecânico, eletrônico, xerográficos, fotográficos,
gravação, estocagem em bancos de dados, etc.) sem a autorização do CACP, a não ser em citações
breves com indicação da fonte.
SUPERVISÃO EDITORIAL E TEOLÓGICA:
Paulo Cristiano da Silva
João Flávio Martinez
REVISÃO:
Paulo Cristiano da Silva
CAPA
Euclides Cunha
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ÍNDICE
PONTO DE CONTATO E OBJETIVOS ....................................................................................................... 06
INTRODUÇÃO .................................................................................................................................................... 07
1 – ORGANIZAÇÃO............................................................................................................................................09
- Ministérios ...................................................................................................................................................... 10
- Culto ................................................................................................................................................................. 11
2 - HISTÓRICO ................................................................................................................................................. 11
3 – AVERSÃO A OUTRAS DENOMINAÇÕES ....................................................................................... 16
4 – FONTES DE AUTORIDADE ................................................................................................................. 17
5 - DOUTRINAS ............................................................................................................................................... 17
- A salvação ....................................................................................................................................................... 18
- O estudo da Bíblia ...................................................................................................................................... 20
- Respostas a algumas objeções sobre o estudo da Bíblia ............................................................ 21
- O uso do véu ................................................................................................................................................... 25
- O contexto histórico da carta ................................................................................................................. 25
- O ministério pastoral ................................................................................................................................ 28
- Objeções refutadas sobre a questão pastoral ................................................................................ 28
- O sustento do obreiro ............................................................................................................................... 30
- O preparo do obreiro ............................................................................................................................... 30
- O dízimo ......................................................................................................................................................... 32
- A bebida alcoólica ...................................................................................................................................... 33
- Respostas às objeções sobre o uso da bebida alcoólica .............................................................. 34
- Uma reflexão sobre o sacerdócio cristão e a bebida alcoólica ................................................. 36
- O batismo ....................................................................................................................................................... 37
- Respostas às objeções sobre a necessidade do batismo ............................................................ 38
- A oração de joelho .................................................................................................................................... 39
- O ósculo santo ............................................................................................................................................. 40
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- A saudação .................................................................................................................................................... 41
VI – AS CONTRADIÇÕES NOS ENSINOS DA CCB ................................................................................ 42
VII – BREVE COMPARAÇÃO ENTRE A IGREJA DE CORINTO E A CCB ................................... 43
VIII – PECULIARIDADES DA CCB ............................................................................................................. 43
CONCLUSÃO ..................................................................................................................................................... 43
BIBLIOGRAFIA.................................................................................................................................................. 44
APÊNDICE ......................................................................................................................................................... 46
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PONTO DE CONTATO
Qual o perfil da Congregação Cristã no Brasil?
Seria ela uma igreja evangélica, uma seita ou apenas um movimento controverso?
Qual o tipo de doutrina que professa essa igreja?
Suas práticas condizem com a Palavra de Deus?
Neste módulo o aluno irá aprender os principais argumentos desta igreja e como respondê-los à luz
da Bíblia.
O módulo irá trazer grande parte dos argumentos usados pelos adeptos desta igreja, contudo, não
pretende esgotar o assunto sobre todas as questões envolvendo a CCB.
Portanto, o objetivo deste módulo é proporcionar ao aluno noções gerais sobre a CCB, tais como:
suas crenças, suas práticas e o perigo que elas representam à fé cristã.
Esperamos que após concluir este módulo, você possa adquirir conhecimento suficiente para poder
mostrar os erros teológicos em que incorrem os adeptos da CCB.
OBJETIVOS
Após terminar este módulo o aluno deverá estar apto a:
Conhecer a história, a origem e os fundamentos da CCB.
Entender porque os adeptos da CCB não aceitam as demais igrejas evangélicas como igrejas cristãs
verdadeiras.
Destacar as principais características que destoam a CCB das demais igrejas evangélicas.
Mostrar as contradições dentro dos escritos oficiais desta igreja.
Refutar os seus principais ensinamentos contra a doutrina professada pelas demais igrejas
evangélicas.
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CONGREGAÇÃO CRISTÃ NO BRASIL
INTRODUÇÃO
A Congregação Cristã no Brasil (CCB) é uma organização religiosa que possui milhões de
membros espalhados em centenas de templos por todo o Brasil. Historicamente pertence à tradição
protestante/evangélica.
É considerada a pioneira do movimento pentecostal em terras brasileiras juntamente com a
Igreja Evangélica Assembléia de Deus.
No entanto, com o passar do tempo, houve várias modificações que paulatinamente foi
transformando a CCB e suas doutrinas.
Como então classificar tal grupo religioso?
O CACP diferentemente de outras instituições de pesquisas, acredita que a CCB não é uma
seita propriamente dita, por outro lado, tampouco, acredita que pode ser considerada uma igreja
evangélica genuína devido aos seus inúmeros desvios doutrinários. Portanto, a CCB pode ser
legitimamente classificada na categoria dos “movimentos controversos”.
Embora não classificada como seita, ela, por vezes, tende a apresentar em seu modus vivendi
e operandi algumas das características encontradas em muitas seitas pseudocristãs.
Há outros, porém, que preferem partir de outra perspectiva ao analisar a CCB, ressaltando o
seu lado mais evangélico, enfocando as similaridades com as demais igrejas: o repertório musical
(hinário), o uso da Bíblia, a historicidade e o credo doutrinário oficial que, por sinal, segue o mesmo
padrão rígido de ortodoxia de muitas denominações evangélicas.
Não obstante, o CACP acredita que tais similaridades são frágeis e parece não conseguir
criar laços fraternais duradouros entre a CCB e as demais igrejas evangélicas. Os adeptos da CCB
consideram-na única.
A postura da CCB frente a proposta de comunhão ofertada por muitas denominações é de
intransigência. Essa intransigência para com os demais evangélicos aparece até mesmo nas mínimas
expressões. Expressões jocosas tais como, “primos”, para denominar os que não fazem parte de seu
rol de membros, mostram que os congregados não consideram os demais crentes como irmãos na
fé. Em relação à soteriologia (salvação da alma), os membros da CCB acreditam que a maioria das
igrejas está “à beira do caminho” da salvação, porque o caminho na verdade, segundo parecer da
própria “irmandade”, só se encontra na CCB! A necessidade de a pessoa fazer parte da “irmandade”
é constantemente reafirmada! Eles até cunharam a expressão “Graça de Deus” ou “Esta Graça” para
se referirem à sua igreja.
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As técnicas de persuasão normalmente se concentram em dois instrumentos: no ataque
franco contra as doutrinas de outras igrejas chamadas por eles de “seitárias” e no uso dos carismas
pessoais tais como os “sonhos” e as “profecias” verbais. Geralmente um neófito na fé que não sabe
ainda distinguir entre a revelação falsa e a verdadeira, se torna presa fácil. Normalmente, quando o
adepto conhece um novo convertido de outra denominação, o primeiro passo é lançar dúvidas sobre
a sua igreja, alertando sobre o suposto perigo dos pastores, a cobrança dos dízimos, o modo de
saudação etc. Quase sempre a conversa termina com um convite para uma visita na CCB.
Depois da visita realizada o crente evangélico é convencido a se re-batizar, pois os líderes da
CCB não aceitam o batismo realizado por pastores de outras denominações.
Após a pessoa tornar-se um “congregado” e entrar para a “irmandade”, a coerção social e
psicológica do grupo faz com que ele submeta o seu senso crítico às leis e regras internas da CCB.
Geralmente o processo de “conversão” faz com que a pessoa desenvolva um sentimento de
superioridade. O ex-evangélico é levado a se sentir superior aos demais crentes. Ele passa a ser
convencido que agora encontrou a “verdade” na CCB.
Este, talvez, seja um dos primeiros sintomas de quem se filia a CCB!
Muito embora admitamos que este perfil sectário ainda permaneça na mentalidade de grande
parte da sua membresia, todavia, há vários membros que não concordam com o sistema adotado
pela CCB que estudaremos aqui. Há um tímido, mas crescente avanço de membros da CCB que
estão vindo a público criticar esta postura sectária desenvolvida pela sua igreja através dos anos.
Infelizmente, sabemos que a maioria deles acaba sendo excluída pela liderança que não
admite contestações.
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1. ORGANIZAÇÃO
A organização da CCB possui pouca burocracia. Existe uniformidade doutrinária que é
mantida através de assembléias anuais, onde é reunido o corpo sacerdotal (anciãos, cooperadores e
diáconos) por cerca de três dias. A princípio estas eram realizadas apenas na cidade de São Paulo,
porém com o aumento do número de pessoas, fez com que tivessem de ser regionalizadas.
Atualmente acontecem em cinco locais diferentes do país (norte, nordeste, centro-oeste,
sudeste e sul).
Mantém uma cultural oral, possui poucas publicações, não recomenda a leitura de literatura
específica, somente a Bíblia. Apesar de encontrarmos vários sites na internet que divulgam a
doutrina, a história e os costumes da CCB, há uma nota anônima alertando que não se trata de sites
oficiais, vejamos um fragmento desta nota de esclarecimento constante no seguinte endereço
eletrônico http://www.congregacaocrista.org.br/:
A CONGREGAÇÃO CRISTÃ NO BRASIL não autoriza a divulgação pública
através de meio eletrônico de qualquer informação a seu respeito, não estando
autorizado a tanto quem, através de “site” não pertencente à Congregação, se
afirme como “site” oficial. Quem o fizer estará atuando em nome, interesse
próprio e responsabilidade pessoal. A Congregação se manifesta através de sua
Administração ou Conselho de Anciães.
Não existe cobrança de dízimo e nenhum cargo é remunerado. O resultado das coletas
realizadas mensalmente é dirigido para construção de templos, obras de caridades, viagens
missionárias etc. Entretanto, não é a direção da igreja que decide o percentual de valores a ser
empregado em cada um dos itens, mas o próprio fiel que, querendo dá sua oferta e indica onde quer
que seja empregado o dinheiro.
Apesar de os membros da Congregação participar de atividades políticas não indica
candidatos e aqueles que o fazem devem-se desligar dos cargos ministeriais.
A administração material é centralizada em grandes pólos regionais e praticamente inexiste
autonomia das congregações locais. Não se sabe o número real de membros, pois não há estatística
interna a respeito. A estatística do Censo realizado pelo IBGE em 2000 trouxe um total de 2.489
113 adeptos. Segundo consta em seu Relatório Anual de 2007, a CCB já alcançou 51 países.
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Desde sua fundação até o momento, há várias dissidências, dentre elas podemos apontar as
seguintes: Congregação Cristã no Brasil Renovada; Igreja Cristã Renovadora; Cristã Universal
Independente; Congregação Cristã Época da Graça e Congregação Cristã do Brasil Ministério da
Reformada.
1.1 Ministérios
Os cargos ministeriais são divididos da seguinte maneira:
Ancião - responsável pelo atendimento da Obra, realização de batismos, santas ceias,
ordenação de novos obreiros (anciães e diáconos), eleição de Cooperadores do Ofício
Ministerial, encarregado de conferir ensinamentos à igreja, cuidar dos interesses espirituais e
do bem-estar da igreja, entre outras funções.
Diácono - responsável pelo atendimento assistencial e material da igreja. É auxiliado por
obreiras chamadas de "Irmãs da Obra da Piedade". Assim como o ancião, atende a diversas
congregações de sua região.
Cooperador do Ofício Ministerial - responsável pela cooperação nos ensinamentos e
presidência de cultos oficiais e de jovens em uma determinada localidade (desde que não
haja um Cooperador de Jovens e menores responsável por essa localidade), não podendo
realizar batismos.
Cooperador de Jovens e menores - responsável de atender as reuniões de jovens e menores
de sua congregação.
Músico - membro masculino habilitado que depois de passar por testes musicais é
oficializado para tocar nos cultos e demais reuniões. As mulheres não podem ser músicos.
1.2 Culto
O culto da Congregação Cristã no Brasil segue uma liturgia formal. É acompanhado de
pedidos de hinos (somente do hinário), orações, leitura da Bíblia, testemunho e pregação. Possuem
liberdade para se expressarem quando se sentem inspirados.
Há uma série de práticas no culto que os diferem das demais igrejas evangélicas, tais como:
o uso do véu pelas mulheres; o uso do ósculo (beijo) na saudação entre membros do mesmo sexo;
assento separado nas igrejas entre homens e mulheres e orações feitas somente de joelhos. Os
homens devem apresentar-se de terno e gravata e as mulheres, de cabelos compridos e vestidos
longos.
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O modo de realização do culto é padronizado em todos os seus templos.
2. Histórico
O fundador da Congregação Cristã no Brasil chamava-se Louis Francescon. Vejamos como
ele mesmo relata o início de sua igreja:
Este fiel testemunho da obra do nosso Senhor teve início na cidade de Chicago, Illinois e não é
para engrandecer aquele que o escreve, porém, para a glória de Deus que opera todas as
coisas, segundo o conselho de sua vontade.(Efésios 1:11) Eu, Louis Francescon, nasci em 29 de
março de 1866, na comarca de Cavasso Nuovo, prov. De Udine (Itália) de profissão
mosaísta.Vim para a América do Norte, depois de ter cumprido o serviço militar, chegando a 3
de março de 1890. No mesmo ano, ouvi o evangelho por meio da pregação do irmão Miguel
Nardi.Em dezembro de 1891 tive do Senhor a compreensão do novo nascimento. Em março de
1892, com o grupo evangelizado pelo irmão M. Nardi e algumas famílias da fé “Valdense” foi
criada nesta cidade a primeira igreja presbiteriana Italiana, sendo o Sr. Filippo Grilli, pastor.
Eu fui eleito um dos três diáconos, e após alguns anos, ancião. No princípio do ano de 1894,
encontrando-me em Cincinate, Ohio, em serviço material, aconteceu que, estando numa noite de
joelhos em meu quarto lendo o cap. 2 da carta aos Colossenses, ao chegar no verso 12 ouvi uma
voz que me repetiu 2 vezes: ”Tu não obedeceste a este meu mandamento”. Então respondi:
”Senhor jamais alguém me falou neste assunto”. Em 1 de Janeiro de 1895, casei-me com
Rosina Balzano salva também em nosso meio em princípio de 1892. Como membro da
administração da referida igreja, falei do batismo determinado nas escrituras e como o Senhor
me ordenou obedece-lo.Todos se manifestaram contra mim, inclusive o pastor, ao qual eu tinha
manifestado por carta que o Senhor me havia falado. No ano de 1898, o Senhor salvou o irmão
Giuseppe Beretta por meio dos metodistas livres americanos, o qual após algum tempo, uniu-se
conosco, presbiterianos italianos. Falei-lhe também muitas vezes, do citado batismo, mas no
momento não lhe era dado compreender. Em princípio de setembro de 1903 nos encontramos
em Elgin, ILL, (no local onde eu e o irmão G. Marin estávamos executando um trabalho), lhe
falei novamente em presença deste, da necessidade de obedecer ao mandamento do nosso
Senhor. Então servindo-se Deus de outros meios, convenceu-se e 2 dias após, fez-se batizar
mesmo em Elgin, por um irmão americano pertencente à igreja dos irmãos. Na ocasião lhe
disse: Irmão Beretta, agora que sois batizado na próxima segunda-feira, dia 7 que é dia do
trabalho, batizar-me-ás também. Como o pastor se encontrava na Itália, competia a mim como
ancião, presidir o serviço que se realizava no domingo, dia 6. Assim tive oportunidade de dizer
ao povo o que eu sentia em meu coração e lhes falei: Após 9 anos que o Senhor me falou em
obedecer ao Seu mandamento, amanhã com a ajuda de Deus, terei a oportunidade de obedecêlo e se algum de vós quiser assistir venham ao Lake-front, de Chicago, em tal lugar às tantas
horas.Vieram cerca de 25, dos quais, 18 obedeceram juntamente comigo.Fomos imersos pelo
irmão G. Beretta. Pouco tempo depois, o pastor (F. Grilli) voltou da Itália e no 1º domingo que
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nos reunimos, disse-lhe que eu desejava dirigir algumas palavras à irmandade antes de seu
sermão, o que me foi concedido. Primeiramente perguntei a todos se eu havia feito alguma
coisa errada, que testemunhassem; responderam que nada havia contra mim. Então exortei-os
que, se quisessem ser participantes das promessas de Deus, seria necessário obedecê-lo
conforme Sua palavra.Em seguida apresentei minha demissão de ancião, secretário e membro
daquela igreja.Todos se maravilharam e pediram para que eu não os deixasse e eu lhes
respondi que aquela decisão não era por mim premeditada, mas sim ordenada, por Nosso
Senhor. Aconteceu também, que aqueles que comigo obedeceram ao mandamento, quiseram
abandonar a igreja, o que não julguei conveniente fazerem, todavia o fizeram. Foi necessário
então, que nos reuníssemos em vários lugares pela necessidade dos que não sabiam ler. Assim a
primeira reunião foi em casa do irmão ancião N. Moles, na qual, eu fui eleito ancião. Nessa
mesma ocasião, propuz os irmãos G. Beretta, e P. Menconi para dirigirem o serviço uma
semana cada um; depois de algumas noites decidiu-se reunir em minha casa. Em 2 de dezembro
de 1903, embarquei para a Itália em visita à minha família. Regressando a Chicago em
princípio de maio de 1904, encontrei estes irmãos cheios de si, e em contendas sem fim. Não
sabendo como proceder resolvi pedir conselho ao Senhor e Ele respondeu que me separasse
deles até que Ele (o Senhor) determinasse unir-me a eles novamente. Isto foi em outubro de
1904, separando-se comigo também as famílias N. Moles, Alberto di Cicco e alguns outros, nos
reuníamos de casa em casa nos dias estabelecidos, e todos os domingos partia-se o pão,
recordando a morte do Nosso Senhor. Eis alguns dos preliminares da grande obra que o Senhor
fez pelo Espírito Santo, na colônia Italiana. Em fins de abril, de 1907, o Senhor me fez
encontrar com um irmão americano, um dos primeiros a receber a promessa do Espírito Santo,
em Los Angeles, no ano de 1906 e, por meio dele soube que na W. North Ave, 943, havia uma
missão que anunciava a promessa do Espírito Santo e que o próprio pastor (W.H. Durham) a
havia recebido. Na primeira semana freqüentei sozinho aquele serviço e o Senhor me confirmou
que aquela era Sua obra. No domingo seguinte me acompanhou o resto do grupo. No mês de
Julho, a minha esposa foi a primeira a ser selada com o dom do Espírito Santo, falando em
língua Sueca e a irmã Dora di Cicco foi a segunda falando em língua chinesa. Em 25 de agosto
o benigno Senhor se comprazeu selar a mim também. No dia 14 do mesmo mês, veio também o
irmão Giovanni Perrou e perguntei-lhe se conhecia o evangelho e ele respondeu-me haver
nascido no evangelho; perguntei-lhe também se tinha em si mesmo testemunha de ser salvo, e
ele respondeu-me que não sabia, então o exortei a pedir perdão a Deus de todo o seu coração e
depois buscar a promessa do Seu Espírito Santo; ele obedeceu prostrando-se de joelhos e
naquele momento, o Benigno Senhor o lavou com Seu Sangue, e também o selou com a
promessa do seu Espírito Santo. Naquele momento se achavam presentes os irmãos G.Marin e
A. Lencioni, tendo esse último se manifestado contrário; entretanto vendo como o Senhor
operava sobre o irmão G. Perrou, seu conhecido, convenceu-se e buscou também a face do
Senhor. No inesquecível dia 15 de setembro do mesmo ano, na casa de oração da W. Grand
Ave, 1139, o Senhor se manifestou no irmão A. Lencioni, e muitos dos presentes julgando que
ele não se encontrasse em si, formaram um ambiente confuso por não discernirem a obra de
Deus. Dois dos presentes vendo isso, vieram me chamar dizendo que fosse depressa onde eles se
encontravam reunidos; antes de sair orei ao senhor que me determinou ir.Ao entrar naquele
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local, o Senhor me abriu a boca para falar no poder do Sangue do concerto eterno, e que só por
Ele se pode permanecer em pé, na presença de Deus e obter as suas fiéis
promessas.Imediatamente o Senhor se manifestou com a sua presença, selando os irmãos P.
Menconi, A. Andreoni, A. Lencione e outros, e as maravilhas de Nosso Senhor, foram
conhecidas e manifestadas a todos quantos vinham vê-las e o senhor convencia e os selava,
jovens e velhos, e entre esses os irmãos G. Marin e Umberto Gazzari. Quando voltei a
congregação de W. Grand Ave, o irmão P. Ottolini abria o serviço e P. Menconi presidia. No
terceiro serviço que tivemos, sucedeu que enquanto o irmão P. Menconi subia ao púlpito, o
irmão P. Ottolini (guiado pelo Espírito Santo) falou em alta voz: “Irmão Menconi, pare; o
Senhor me disse que enviou em nosso meio o irmão Louis Francescon para nos exortar”.E o
irmão P. Menconi foi confirmado por Deus para ficar sentado no momento, depois também
Deus se serviria dele.
E foi assim que, novamente, ocupei o lugar de ancião nessa igreja até 29 de junho de 1908. Em
fins de outubro, o Senhor enviou minha esposa a Los Angeles, Cal., a fim de dar o testemunho
da promessa a família do irmão N.Moles, que residia naquela cidade à cerca de um ano antes
da manifestação do Espírito Santo, resultando assim que também alguns deles foram selados e
então se uniram com os irmãos americanos que ali, habitavam.Nessa ocasião recebemos a
visita de alguns irmãos de Hulberton N. Y., que ouviram como o Senhor tinha operado em nosso
meio.Após alguns dias foram também selados e voltaram as suas residências com essa
confirmação em seus corações.Pouco depois vinha também o irmão G. Beretta que recebeu o
dom de Deus. Em princípios de dezembro o Senhor falou pela minha boca, dizendo: “Eu o
Senhor, permaneci no meio de vós e se me obedecerdes e fordes humildes Eu mandarei
convosco todos que devem ser salvos. Vos terei unidos por um pouco de tempo a fim de vos
preparar, para depois mandar alguns de vós em outros lugares para recolher outras minhas
ovelhas.Este é o sinal que vos dou para confirmar que vosso Deus é que vos falou.Este local
será pequeno para conter as pessoas que chamarei.” Logo depois dessas profecias um irmão
sentiu-se de comprar mais 60 cadeiras, para juntar às existentes. No domingo seguinte, todas as
cadeiras foram ocupadas permanecendo algumas pessoas em pé. Em princípios de janeiro de
1908, foi realizado um batismo para estes últimos e cerca de 70 obedeceram ao mandamento do
Senhor.Depois o Senhor fez muitas curas milagrosas de doenças crônicas e incuráveis; desses
casos citamos aqui 4 nomes: G. Lombardi, P. de Stefano, Lúcia Menna e Fidalma Andreoni. O
Senhor permitiu, entretanto que passássemos duras provas e perseguições, mas não fazíamos
caso delas, porque a graça de Deus abundava em nossos corações e as suas promessas eram
fiéis. Em março do ano seguinte o Senhor fez saber a mim e ao irmão G. Lombardi que
deixássemos os nossos trabalhos materiais, para nos dedicarmos inteiramente à obra que ele
nos havia preparado; ambos nos encontrávamos em má situação financeira e cada um com 6
filhos menores;entretanto não tememos, certos de que o Senhor protegeria nossas famílias. Essa
revelação nos foi confirmada por meio do dom de interpretação de linguagem e isto muito nos
consolou, dispondo-nos inteiramente à vontade do nosso Senhor. Em 4 de setembro, por santa
revelação e bem confirmado, embarquei de Chicago para a cidade de Buenos Aires, com o
irmão G. Lombardi e Lucia Menna. Após algumas semanas eu e o irmão G. Lombardi fomos
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convidados pela família Michelangelo Menna, a ir a sua casa em San Cagetano, província de
Buenos Aires, onde o Senhor operou das suas maravilhas. Em princípios de janeiro de 1910
voltei com o irmão G. Lombardi na cidade de Buenos Aires, onde foi aberta uma porta para a
obra do nosso senhor, e também num subúrbio chamado Tigre. Em 8 de março de 1910, por
determinação do senhor, partimos direto a São Paulo (Brasil).No segundo dia de nossa
chegada, divinamente guiados, encontramos no jardim da luz um italiano chamado Vicenzo
Pievani (ateu) morador em Sto. Antônio da Platina, Paraná, e lhe falamos da graça de Deus.
Dois dias após, V. Pievani voltou a Sto. Antônio da Platina, e nós permanecemos em São Paulo
até 18 de abril, quando então por vontade de Deus, o irmão G. Lombardi, partiu para Buenos
Aires e eu para Sto. Antônio da Platina.Chegando aquele lugar, encontrei 2 italianos um dos
quais era V. Pievani e o outro Felício A . Mascaro; sendo suas esposas e demais moradores
daquele lugar brasileiros e de fé católica romana. Para ir ao lugar onde o Senhor me ordenara,
eu não tinha nenhum endereço a não ser o seguinte: V. Pievani, Sto. Antônio da Platina,
Paraná.Havia só uma estrada de ferro que levava ao sul daquele estado, porém, Sto. Antônio da
Platina achava-se ao norte e distante mais de 200 Km da estação mais próxima. Meu coração
duvidava em tomar aquela estrada, porém, me senti de ir a estação e consultar o mapa e o
Espírito Santo me indicou a tomar a estrada de ferro sorocabana que percorria o estado de São
Paulo, passando perto do norte do Paraná e sua última estação era Salto Grande. Parti de São
Paulo às 5:30 h, com uma terrível dor lombar que me impediu tomar alimento durante todo
aquele dia.Cheguei a Salto Grande às 23 h e nesse lugar o Senhor me disse ter preparado tudo
para mim, a fim de cumprir minha missão; e assim aconteceu, porém faltavam cerca de 70 km a
cavalo, atravessando matas virgens infestadas de Jaguarás e outras feras existentes no
lugar.Pela graça de Deus fiz esse resto de viagem com um guia indígena, chegando em Sto.
Antônio da Platina, em 20 de Abril. Outra dificuldade que encontrei foi não conhecer uma
palavra do idioma português, e achar-me sem dinheiro e doente; Deus, porém, que tem todos os
corações em suas mãos, me fez ver a primeira maravilha: ao chegar naquele local, encontrei na
janela a esposa do italiano V. Pievanti tendo o senhor lhe dito: “Eis o homem que Eu vos
enviei”.(note-se que eu não era lá esperado).Assim fui recebido em sua casa e poucos dias
depois, o Senhor comprazeu-se em abrir seus corações e de mais 9 pessoas.Foram batizadas na
água 11 pessoas e confirmadas com sinais do Altíssimo. Estas foram as primícias da grande
obra de Deus naquele país. Logo após o inimigo procurou trabalhar para desfazer aquela obra
mas, foi em vão o seu trabalho. O resto do povo daquele lugar sabendo da minha chegada e da
minha missão, juraram matar-me, tendo como chefe um sacerdote.Isto teria sucedido se Deus
não interviesse com seus meios.O Senhor me fez saber de permanecer lá até 20 de junho; nessa
prova eu estava pronto a me entregar aos inimigos a fim de poupar a vida aos poucos crentes
que o senhor havia chamado.Deus é testemunha disso, como também os irmãos que lá vivem.
Parti de Sto. Antônio da Platina, em 20 de junho, com destino a São Paulo.Apenas chegando
aquela capital, o Senhor permitiu abrir uma porta resultando que cerca de 20 almas aceitaram
a fé e quase todas provaram a divina virtude.Uma parte eram presbiterianos, outra batistas e
metodistas e alguns católicos romanos.Alguns foram curados e outros selados com o bendito
dom do Espírito santo.
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Até agora o Senhor me enviou 9 vezes ao Brasil, e todas as vezes tenho notado maior progresso
no meio deles, quer espiritual, quer material. Eis como o benigno Deus começou a Sua
obra.Pelo batismo da água, segundo o mandamento do senhor Jesus, fomos tirados das seitas
humanas e de suas teorias; pelo Dom do Espírito Santo ela foi animada e engrandecida, nada
mais havendo necessidade de acrescentar, pois os resultados falaram e ainda falam desta
maravilhosa obra feita pela potente mão de Deus e só a Ele seja dada toda honra e glória por
Jesus Cristo, Bendito em Eterno.
Amém.
3. Aversão a outras denominações
A CCB tem aversão a todas as denominações evangélicas que não rezam pela sua cartilha,
mas em particular à sua parceira no pioneirismo pentecostal, a “Igreja Evangélica Assembléia de
Deus”.
Diz o pastor assembleiano, Raimundo F. de Oliveira em seu livro: “Seitas e Heresias – um
sinal dos tempos”, que a Congregação “evita qualquer tipo de relacionamento com a Assembléia de
Deus”. Na verdade, o contato em 1920, entre os líderes de ambas as denominações, foi amistoso
segundo consta nas memórias de Gunar Vingren, um dos fundadores da Assembléia de Deus.
Acontece, porém, que com o passar do tempo a CCB foi deixada à mercê da liderança leiga
devido às constantes ausências de seu fundador em viagens para o exterior; foi aí neste ínterim,
onde começou a nascer o orgulho denominacional extremista. Em 1928 houve um cisma no meio da
CCB e a metade dela se filiou à Assembléia de Deus. Acrescenta-se a isso as diferenças de
costumes e de teologia que acabou por originar um rompimento irreparável que perdura até hoje.
Muitos dos primeiros membros da Assembléia de Deus alegam que o rompimento final foi devido
ao costume dos elementos da santa ceia, pois Francescon queria celebrá-la com vinho puro
(fermentado) e Daniel Berg co-fundador da Assembléia de Deus, não! Até hoje é costume entre os
“glória”, como já foram chamados, de dizer que a Assembléia de Deus está “quase no caminho”!
Francescon antes de falecer abriu trabalhos na Argentina e nos Estados Unidos, que com o
tempo se transformaram em denominações evangélicas. Na Argentina o trabalho de Francescon foi
incorporado a Igreja Cristã Pentecostal da Argentina, e nos Estados Unidos uniu-se as Assembléias
de Deus Pentecostais Italianas, formando assim, uma nova denominação evangélica - a Igreja Cristã
da América do Norte. O que aconteceu nesses países, infelizmente, não foi o que ocorreu no Brasil.
Sua Sede está atualmente na cidade de São Paulo. Infelizmente igreja brasileira fundada por
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Francescon apresenta atualmente doutrinas seriamente questionáveis, que mais parecem heresias,
mantidas em prejuízo da integridade do evangelho.
Existem outras igrejas oriundas do avivamento pentecostal italo-americano iniciado em
Chicago com a fundação da Assemblea Cristiana por Louis Franciscon, Pietro Menconi, Pietro
Ottolini, Massimiliano Tosseto e Michele Palma, como a Christian Church of North America CCNA
(site:www.ccna.org),
a
Asamblea
Cristiana
de
Argentina
(site:
www.asambleacristiana.com.ar), a própria Assembléia de Deus Italiana (site: www.adi-it.org) e a
Congregazione Cristiana Pentecostale da Italia (site: www.boanergesband.it) É o site de uma banda
gospel da Comunidade Cristã Pentecostal de Misterbianco, pastoreada pelo ancião Orasio Saleme.
4. FONTES DE AUTORIDADE
Apesar de incentivarem o uso da Bíblia não podemos dizer que o princípio da Sola Scriptura seja
seguido à risca nesta igreja. Vejamos algumas fontes de autoridade extrabíblica presentes na CCB.
1) Mensagens recebidas no momento do culto. O que os adeptos denominam de “buscar a Palavra”;
2) Literatura oficial da Congregação, que se dividem em 3 livretos:
a) Histórico da Obra de Deus revelada pelo Espírito Santo, no século atual. Este livreto conta a
origem e o desenvolvimento da CCB.
b) Pontos de Doutrina e Fé que uma vez foi dada aos santos: É o manual doutrinário da CCB.
c) Mensagens orais: Trata-se de uma série de palavras “proféticas” dadas aos adeptos da CCB.
d) Histórico e instruções às orquestras: Instruções aos músicos da CCB;
3) Bíblia: Preferivelmente na tradução de João Ferreira de Almeida Atualizada (ARA), e de acordo
com a interpretação dos líderes da CCB.
5. DOUTRINAS
O credo doutrinário da CCB é igual à maioria dos credos das igrejas evangélicas e
pentecostais. Vejamos os 12 pontos de Fé da CCB:
1. Nós cremos na inteira Bíblia e aceitamo-la como infalível Palavra de Deus, inspirada pelo
Espírito Santo. A Palavra de Deus é única e perfeita guia da nossa fé e conduta, e a Ela nada se
pode acrescentar ou d'Ela diminuir. É, também, o poder de Deus para salvação de todo aquele
que crê. (II Pedro, 121, II Tim., 3:16,17; Rom. 1:16).
2. Nós cremos que há um só Deus vivente e verdadeiro, eterno e de infinito poder, Criador de
todas as coisas, em cuja unidade há três pessoas distintas: o Pai, o Filho e o Espírito Santo. (Ef.
4:6; Mat. 28:19; I João, 5:7).
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3. Nós cremos que Jesus Cristo, o Filho de Deus, é a Palavra feita carne, havendo assumido
uma natureza humana no ventre de Maria virgem, possuindo Ele, por conseguinte, duas
naturezas, a divina e a humana; por isso é chamado verdadeiro Deus e verdadeiro homem e é o
único Salvador, pois sofreu a morte pela culpa de todos os homens. (Luc. 1:27,35; João 1:14; I
Pedro 3:18)
4. Nós cremos na existência pessoal do diabo e de seus anjos, maus espíritos que, junto a ele,
serão punidos no fogo eterno. (Mat. 25:41)
5. Nós cremos que a regeneração, ou o novo nascimento, só se recebe pela fé em Jesus Cristo,
que pelos nossos pecados foi entregue e ressuscitou para nossa justificação. Os que estão em
Cristo Jesus são novas criaturas. Jesus Cristo, para nós, foi feito por Deus sabedoria, justiça,
santificação e redenção. (Rom. 3:24 e 25; I Cor., 1:30; II Cor., 5:17)
6. Nós cremos no batismo na água, com uma só imersão, em nome de Jesus Cristo (Atos, 2:38) e
em Nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo. (Mat., 28:18,19)
7. Nós cremos no batismo do Espírito Santo, com evidência de novas línguas, conforme o
Espírito Santo concede que se fale. (Atos, 2:4; 10:45-47; 19:6).
8. Nós cremos na santa ceia. Jesus Cristo, na noite em que foi traído, tomando o pão e havendo
dado graças, partiu-o e deu-o aos discípulos, dizendo "Isto é o meu corpo, que por vós é dado;
fazei isto em memória de mim". Semelhantemente tomou o cálice, depois da ceia, dizendo: "Este
cálice é o Novo Testamento no meu sangue, que é derramado por vós". (Luc. 22:19,20; I Cor.,
11:24,25).
9. Nós cremos na necessidade de nos abster das coisas sacrificadas aos ídolos, do sangue, da
carne sufocada e da fornicação, conforme mostrou o Espírito Santo na assembléia de
Jerusalém. (Ato, 15:28,29; 16:4; 21:25)
10. Nós cremos que Jesus Cristo tomou sobre Si as nossas enfermidades. "Está alguém entre vós
doente? Chame os presbíteros da Igreja, e orem sobre ele, ungindo-o com azeite em nome do
Senhor. E a oração da fé salvará o doente, e o Senhor o levantará; e se houver cometido
pecados, ser-lhe-ão perdoados." (Mat. 8:17; Tiago, 5:14,15)
11. Nós cremos que o mesmo Senhor (antes do milênio) descerá do céu com alarido, com voz de
arcanjo e com a trombeta de Deus; e os que morreram em Cristo ressuscitarão primeiro.
Depois nós, os que ficarmos vivos, seremos arrebatados juntamente com eles nas nuvens, a
encontrar o Senhor nos ares, e assim estaremos sempre com o Senhor. (I Tess., 4:16,17; Ap.
20:6).
12. Nós cremos que haverá a ressurreição corporal dos mortos, justos e injustos. Estes irão
para o tormento eterno, mas os justos para a vida eterna. (Atos, 24:15; Mat., 25:46).
Como podemos perceber a doutrina oficial é idêntica a de outras igrejas evangélicas. Porém,
na prática, a história é outra. O credo oral da CCB tem se tornado em outro evangelho, totalmente
divorciado dos preceitos neotestamentários.
Podemos resumir o “outro evangelho” apregoado pela CCB da seguinte maneira:
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A salvação é pela graça, mas está atrelada ao pertencer à CCB;
Não é necessário estudar a Bíblia, pois a letra mata, o Espírito Santo dirige tudo;
O modo de batismo realizado pela CCB é o correto;
Somente na CCB se cumpre os mandamentos apostólicos de as mulheres usarem o véu e
cumprimentarem-se com o ósculo santo;
É errado dar o dízimo, este pertencia à lei e nós estamos na graça;
Só existe um pastor da igreja: Jesus Cristo; o cargo de pastor é coisa de homens;
Não devemos pregar o evangelho nas praças, porque o evangelho não pode ser
escandalizado e só se deve pregar se Deus revelar;
Só podemos orar de joelhos;
O adultério é o pecado para a morte, etc...
Como a única fonte literária que exprime a fé da CCB é um livreto de 21 páginas (VIII
edição) dividido em três partes sendo a primeira um “resumo da convenção: realizada em fevereiro
de 1936”, a segunda as “reuniões e ensinamentos: realizada em março de 1948” e os “pontos de
doutrina e da fé que uma vez foi dada aos santos”, não há como realizar uma análise bibliográfica
extensa.
O que analisaremos a seguir é o que denominamos de “teologia oral”. É o discurso dos
membros da CCB. São crenças e pronunciamentos de fé da maioria dos adeptos da CCB que não
estão registrados formalmente, mas que formam um evangelho à parte apregoado por esta igreja.
São por meio desses “testemunhos” que podemos captar um pouco da mentalidade e
perceber a representação que a CCB faz de si mesma em detrimento aos demais evangélicos.
5.1 A Salvação
Uma grande parcela dos adeptos da CCB defende a idéia errônea de que a salvação só é
possível se atrelada à membresia de sua denominação. Desenvolveram uma soteriologia estranha,
posto que ao mesmo tempo em que acreditam que a salvação está em Jesus, por outro lado, quase a
monopolizam condicionando-a a sua Igreja!
Essa doutrina, estranha às Escrituras Sagradas, faz com que os seus adeptos pratiquem um
proselitismo agressivo para com os outros evangélicos.
Isso nos leva a um dilema: Suponhamos por um momento que a salvação fosse uma graça
que estivesse realmente condicionada ao pertencimento à CCB. O que dizer das outras igrejas que
existiram antes da CCB? Estariam perdidas? Ou Jesus precisaria esperar a CCB ser criada em 1910,
para então poder começar a restaurar o processo de salvação? Imconcebível!
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Muitos membros da CCB irão discordar deste arrazoado, mas esta parece ser a conclusão
lógica que leva tal raciocínio sectarista.
Entrementes, vejamos o que diz a Bíblia:
E em nenhum outro há salvação; porque debaixo do céu nenhum outro nome há, dado entre os
homens, em que devamos ser salvos (At.4.12)
Porque há um só Deus, e um só Mediador entre Deus e os homens, Cristo Jesus, homem (I
Tm.2.5).
Respondeu-lhe Jesus: Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida; ninguém vem ao Pai, senão por
mim (Jo 14.6).
Admitir que a salvação esteja condicionada à conversão em uma denominação em particular
é um pecado terrível, visto que, quando a CCB se coloca como a única igreja verdadeira, está
automaticamente tomando o lugar do único Salvador. A Bíblia é clara e sem sombra de dúvidas
declara que só Jesus é o caminho e não há mediador entre Deus e o homem, a não ser, Jesus Cristo.
As Igrejas são apenas o meio que leva o homem ao fim, que é a salvação através de Jesus Cristo. Há
um pensamento entre os membros da CCB que todos aqueles que porventura um dia terão de ser
salvos, virão, necessariamente, mais cedo ou mais tarde à Congregação.
Vejamos o argumento de certo diácono desta igreja em resposta ao item acima enviado a um
dos pesquisadores do CACP:
Não tem sentido alguém, por exemplo, estar na igreja Presbiteriana e, ao mesmo tempo, achar
que a Assembléia de Deus está melhor adaptada à Bíblia. Se assim o fizer estaria se
comportando com hipocrisia para com sigo mesmo e para com Deus [...] Se achássemos que
essa plenitude era vivida em outra comunidade cristã, era para esse lugar que deveríamos nos
dirigir em nome de nossa consciência a qual Deus colocou em cada um de nós.
Esse tipo de pensamento parte do pressuposto de que existe uma instituição religiosa aqui na
terra, oficial, deixada por Cristo. Tais pessoas esquecem, porém, que Jesus possui uma igreja
universal e invisível. A Igreja de Cristo não se restringe à organizações visíveis e muito menos a
uma só delas. A visão dos membros da CCB neste assunto é deveras errônea, fruto de uma
eclesiologia distorcida, pois não encontramos em lugar algum no NT, a ordem de Jesus ou
algum dos apóstolos, para que membros de certas igrejas emigrem para outras, quando estas
possuírem ponto de vistas diferentes quanto a certos aspectos secundários de interpretações
doutrinárias.
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É inadmissível que um cristão acredite que sua denominação seja superior às demais e ainda
assim dizer que serve a Deus. Isto é o resultado da mentalidade sectarista que já se formou
dentro da CCB.
Uma cosmovisão assim, só vem demonstrar que a CCB não possui ortodoxia (doutrina
correta) e muito menos ortopraxia (conduta correta).
5.2 O Estudo da Bíblia
Não é raro ouvir um membro da CCB dizer que “a comida servida na igreja dele é melhor por
que sai na hora, pois lá Deus fala pela boca do ancião, enquanto que a do outro é comida fria, pois
seu pastor precisa ficar „estudando‟ a Bíblia para poder lhes falar” .
A verdade é que, resguardadas as devidas proporções, o culto na CCB parece mais uma reunião
de adivinhos do que um culto de louvor e adoração a Deus. Seus membros ficam esperando que
Deus abra a boca do ancião e fale através dele. Dessa maneira ficam esperando soluções
imediatistas de seus lideres. Muitos costumam abrir a Bíblia aleatoriamente e no texto sorteado é
feito um breve comentário. Entendemos agora porque os membros da CCB, dentre outros motivos,
não estudam a Bíblia, pois é mais fácil ouvir instantaneamente o que já se deseja ouvir do que ir
meditar e estudar na lei do Senhor e extrair dela os sábios conselhos para os problemas do dia-a-dia.
Observe o que A Bíblia diz quanto a isso:
Examinais as Escrituras, porque julgais ter nelas a vida eterna; e são elas que dão testemunho
de mim”(Jo 5.39).
até que eu vá, aplica-te à leitura, à exortação, e ao ensino (I Tm.4.13).
Quando vieres traze a capa que deixei em Trôade, em casa de Carpo, e os livros, especialmente
os pergaminhos” (II Tm.4.13).
Procura apresentar-te diante de Deus aprovado, como obreiro que não tem de que se
envergonhar, que maneja bem a palavra da verdade”(II Tm.2.15).
antes tem seu prazer na lei do Senhor, e na sua lei(a Bíblia) medita ( estuda, lê) de dia e
noite”(Sl 1.2).
Buscai no livro do Senhor, e lede” (Is 34.16).
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Não se aparte da tua boca o livro desta lei, antes medita (leia, estude) nele dia e noite, para que
tenhas cuidado de fazer conforme tudo quanto nele está escrito; porque então farás prosperar o
teu caminho, e serás bem sucedido” (Js 1.8).
A CCB não valoriza e nem incentiva o estudo sistemático da Palavra de Deus, pelo
contrário, ensinam que o cristão não precisa estudar a Bíblia, pois na hora certa o Espírito Santo
inspirará o crente. Todavia, os textos acima falam por si e deixa bem claro que devemos estudar a
Bíblia. O que a CCB se esquece é que o Espírito só usa um cristão que tem prazer na Palavra do
Senhor e que nela medita dia e noite. Jesus disse:
Mas o Ajudador, o Espírito Santo a quem o Pai enviará em meu nome, esse vos ensinará todas as
coisas, e vos fará lembrar de tudo quanto eu vos tenho dito (Jo 14.26).
Segundo o texto o que o Espírito Santo lembrará? Resposta: o que Jesus falou. E onde está
relatado o que Jesus Falou? É lógico, na Bíblia. A conclusão lógica é que, quem não estuda a
Palavra de Deus, não têm como ser usado pelo Espírito de Deus eficazmente. O Espírito Santo não
tem como lembrar algo que nós não conhecemos!
5.2.1 Resposta a algumas objeções sobre o estudo da Bíblia
Geralmente quando estamos dialogando com um adepto da CCB não é raro recebermos como
resposta textos bíblicos distorcidos a fim de sustentar seus pontos de vista. Fazem isso para tentar
demonstrar que seus ensinamentos estão baseados na Bíblia. Entretanto, tais argumentos não
resistem a um exame minucioso do texto bíblico. Vejamos o primeiro deles:
Argumento: “Porque o Espírito Santo vos ensinará na mesma hora o que deveis dizer” (Lc
12.12).
Usam este texto para sustentar que o crente não precisa estudar a Bíblia, pois o versículo diz que o
Espírito Santo dará instantaneamente o que o crente precisa na hora certa.
Refutação Apologética: Este versículo de maneira alguma está ensinando o crente a não estudar a
Bíblia.
Na verdade ele está dentro de um contexto onde Jesus incentiva seus discípulos a confiarem em
Deus nas horas de tribulação perante os tribunais de julgamento. É só ler os versos acima
começando pelo versículo 4. Isto se cumpriu integralmente na vida dos apóstolos, por exemplo, em
Atos capítulo 4 e capítulo 5:27 em diante; 22:30, capítulo 23 e capítulo 24. Nota-se em todos esses
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textos que a sabedoria com que falavam provinha é claro do Espírito Santo, no entanto, eles fazem
citações de profecias do Velho Testamento que para uma pessoa que não estudasse as Escrituras era
uma tarefa quase impossível devido ao manuseio do livro da lei que era bem diferente de nossas
Bíblias de hoje, divididas em capítulos e versículos.
Os adeptos da CCB ignoram que na época de Jesus, os judeus também possuíam escolas para que as
crianças aprendessem a estudar a Palavra de Deus desde a tenra infância. O judeu ortodoxo já
crescia com o costume de estudar as Escrituras hebraicas.
Argumento: “A letra mata, mas o espírito vivifica” (II Co 3.6).
Usam este texto para condenar o estudo teológico, pois entendem que a letra que “mata” é a do
estudo da Bíblia. Afirmam que o que importa de fato é a inspiração do Espírito Santo.
Refutação Apologética: Novamente os adeptos da CCB incorrem em grave erro por não
conhecerem as Escrituras. Por isso é muito importante analisar o contexto. O apóstolo está
discutindo neste capítulo sobre as duas alianças, os dois ministérios, o da graça, e o da lei dada por
Moisés. Ele diz realmente que a letra mata, mas qual letra? Estaria o apóstolo ensinando com isso
que não se deve estudar a Bíblia? Não. O verso 7 responde:
Ora, se o ministério da morte, gravado com letras em pedras, veio em glória, de maneira que os
filhos de Israel não podiam fixar os olhos no rosto de Moisés, por causa da glória do seu rosto,
a qual se estava desvanecendo.
O que foi gravado com letras em pedras? Êxodo 32:16 e 34:1 responde:
E virou-se Moisés, e desceu do monte com as duas tábuas do testemunho na mão, tábuas
escritas de ambos os lados; de um e de outro lado estavam escritas.
De fato o Espírito, o qual o apóstolo diz que vivifica, é o Espírito Santo, mas o termo
abrange não só a Pessoa do Espírito de Deus, ele está a falar também da Nova Aliança, dentro da
dispensação da graça. Pois na lei de Moisés, qualquer um que infringisse seus preceitos morreria, ou
seja, a letra da lei matava, condenava, julgava. Todavia, na dispensação da graça ou do Espírito, não
há morte, mas vida, Ele nos dá poder para vencer, o que a lei de Moisés não podia fazer.
Ora, seguindo o raciocínio da CCB de não podermos estudar a Bíblia (a letra), por que isso,
segundo eles, seria lançar mão de obras da carne, então por que os músicos da CCB estudam a letra
das músicas de seu hinário? Não é o Espírito que ilumina na hora certa? Por que estudar as
partituras então? Bastaria simplesmente orar e deixar que o Espírito Santo os iluminasse para
tocarem na hora certa!
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O que ocorre é que os músicos da CCB precisam estudar a música para poder tocar. E algo
curioso é que os músicos da CCB parecem conhecer muito mais seu hinário do que a Bíblia!
Enquanto são incentivados a estudar seu repertório musical, são ao mesmo tempo
desaconselhados a estudarem a Palavra de Deus, que é de uma importância infinitamente superior.
Essa troca de valores feita pela CCB é prejudicial à espiritualidade de seus membros!
Argumento: “Além disso, filho meu, sê avisado. De fazer muitos livros não há fim; e o muito
estudar é enfado da carne” (Ec 12.12).
Citam este versículo para afirmarem que o estudo da Bíblia é enfado da carne, portanto,
desaconselhável para o crente que vive no Espírito.
Refutação Apologética: O escritor de Eclesiastes não diz que estudar a lei de Deus (Velho
Testamento) era enfado da carne, mas o estudar as coisas seculares do mundo. No capítulo 1.18 ele
diz:
“Porque na muita sabedoria há muito enfado; e o que aumenta o conhecimento aumenta a
tristeza.”
Mas de qual conhecimento ele esta a falar? É claro que é somente o conhecimento do mundo, da
carne, como ele deixa transparecer nos versos a seguir:
Eu, o pregador, fui rei sobre Israel em Jerusalém. E apliquei o meu coração a inquirir e a
investigar com sabedoria a respeito de tudo quanto se faz debaixo do céu; essa enfadonha
ocupação deu Deus aos filhos dos homens para nela se exercitarem. Atentei para todas as obras
que se fazem debaixo do sol; e eis que tudo era vaidade e desejo vão. O que é torto não se pode
endireitar; o que falta não se pode enumerar. Falei comigo mesmo, dizendo: Eis que eu me
engrandeci, e sobrepujei em sabedoria a todos os que houve antes de mim em Jerusalém; na
verdade, tenho tido larga experiência da sabedoria e do conhecimento. E apliquei o coração a
conhecer a sabedoria e a conhecer os desvarios e as loucuras; e vim a saber que também isso
era desejo vão. (1. 12-17)
Outra questão a ser observada diz respeito à expressão “enfado da carne” com respeito ao
estudo bíblico.
Ora, estudo da Palavra de Deus não tem nada a ver com a carne, mas com o Espírito. A
carne não deseja estudar a Palavra de Deus. Logo, este verso não serve para contestar o estudo da
Palavra de Deus.
Argumento: “sabendo primeiramente isto: que nenhuma profecia da Escritura é de particular
interpretação. Porque a profecia nunca foi produzida por vontade dos homens, mas os
homens da parte de Deus falaram movidos pelo Espírito Santo” (II Pe 1.19-21).
Usam este verso como prova de que a Bíblia não deve ser estudada ou interpretada particularmente.
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Refutação Apologética: Uma observação superficial no texto já é o suficiente para mostrar que não
se trata do exercício da hermenêutica sagrada, de interpretar versículos bíblicos, mas de profecias.
Pedro diz que nenhuma profecia das Escrituras é de particular interpretação. Pedro aqui não está
falando sobre o livre exame das Escrituras, mas sobre o processo pelo qual a Bíblia chegou até nós,
ou seja, sua origem. Quem Pedro teria em mente neste verso? O leitor da Bíblia ou os profetas que a
escreveram? É lógico que ele estava falando sobre os profetas. O que ele diz é que nenhuma
profecia da Bíblia foi produzida pela vontade do profeta, mas sem nenhuma exceção, todos eles
foram guiados pelo Espírito Santo. Embora escrita por homens, as profecias não tiveram origem
neles, mas em Deus! Assim, em lugar de nos desencorajar de ler e entender a Bíblia para nós
mesmos, este verso nos dá base para confiarmos na Bíblia completamente, pois no verso 19 ele diz:
"E temos ainda mais firme a palavra profética à qual bem fazeis em estar atentos, como a uma
candeia que alumia em lugar escuro, até que o dia amanheça e a estrela da alva surja em vossos
corações"
Apesar de existir pontos difíceis na palavra de Deus (v.3.16) isto não nos deve desencorajar de
estudarmos particularmente a Bíblia. Pelo contrário, sempre dependendo do Espírito Santo que nos
guia a toda a verdade (Jo 16.13 - I Jo 2.27), devemos continuamente lançar mão de todo
instrumental teórico disponível nas ciências teológicas.
b) Razões para estudarmos a Bíblia
1. Ela é o manual do crente na vida cristã e no trabalho do Senhor. O crente foi salvo para
servir ao Senhor ( Jo 2.9; Ef 2.10). Sendo a Bíblia o livro texto do cristão é importantíssimo que
este a maneje bem para o eficiente desempenho na missão de pregar o evangelho, pois todos nós
somos chamados para isso. Todo bom profissional sabe usar bem a sua ferramenta e poderíamos
dizer que todo bom crente deve manejar bem a sua Bíblia.
2. A Palavra de Deus Alimenta a nossa Alma. Disse Jesus. “Mas Jesus lhe respondeu: Está
escrito: Nem só de pão viverá o homem, mas de toda palavra que sai da boca de Deus” (Mt 4.4).
3. A Palavra de Deus é a espada que o Espírito Santo usa. “e a espada do Espírito, que é a
palavra de Deus” (Ef 6.17).
Só através do estudo da Bíblia é que iremos conhecer a vontade de Deus para nossas vidas.
Quem não estuda a Bíblia, não sabe o que Deus quer para sua vida, pois só Nela encontramos a
verdade.
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5.3 O uso do véu
Sempre que a mulher orar ou profetizar deve estar com a cabeça coberta; é necessário estar
atenta para em nenhum caso ofender a Palavra de Deus. Esta não se contradiz; a sabedoria do
Senhor não nos deixou um estatuto imperfeito (Reuniões e ensinamentos realizada em março de
1948, VIII edição, p. 16).
Os adeptos da CCB dizem que é necessário o uso do véu no culto. O texto, do qual a CCB
tirou essa interpretação se encontra na epístola aos Coríntios.
“Portanto, se a mulher não se cobre com véu, tosquie-se também; se, porém, para a mulher é
vergonhoso ser tosquiada ou rapada, cubra-se com véu” (I Co 11.6).
5.3.1 O contexto histórico
Corinto era uma cidade que comportava um enorme complexo cultural. As mulheres dessa
cidade não tinham uma reputação muito boa, tanto é assim que a palavra prostituta, correspondia ao
termo "mulher corintiana". É interessante frisar que em Corinto havia vários tipos de religiões e a
maioria dos convertidos daquela igreja era proveniente dos ídolos mudos (I Co 12.2). Aliás, quase
todos os problemas que aquela igreja enfrentava, tinham a sua causa na cultura religiosa da época,
de onde seus membros haviam saído.
Entre essas religiões havia as "confrarias extáticas" que consistia em rituais frenéticos de
dança. Tais danças foram desaconselhadas até mesmo por Platão. As mulheres soltavam seus
cabelos e agitavam convulsivamente a cabeça da frente para trás. Se Paulo insistia em que as
mulheres orassem com a cabeça modestamente coberta é porque não queria que a assembléia cristã
se assemelhasse a uma reunião de bacantes. Também muitas cortesãs (prostitutas) exibiam sua
cabeleira para atraírem sua clientela. Outras, por usa vez, prostituíam-se durante o culto
(sacerdotisas de Diana), a maioria delas tinha sua cabeça raspada ou o cabelo curto.
Todavia, não há menção em nenhuma parte das Escrituras onde o apóstolo tenha alguma vez
ordenado às mulheres de outras igrejas a usarem o véu. Este problema era restrito à cidade de
Corinto apenas. O apóstolo diz: "Julgai entre vós mesmos..." v.13. Quem deveria julgar aqui eram
somente os irmãos de Corinto e não a igreja como um todo.
Outra orientação que se deve levar em consideração é quanto à distinção entre o significado
do texto e sua significância. O significado é o que ele diz para aquelas pessoas naquela cultura local
e a sua significância é como ele se aplica em nossa atual situação cultural. O que corresponde à
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diferença entre mandamento (princípio) e cultura. Um mandamento (princípio) é absoluto, mas a
cultura é relativa.
Isto fica claro quando comparamos o caso de Tamar em Gênesis 38.14-15 com o das
mulheres da igreja de Corinto. Para elas o cabelo (que era dado em lugar do véu), é sinônimo de
santidade e honra, mas o mesmo véu em Gênesis é usado como disfarce para Tamar (nora de Judá)
passar-se por uma prostituta. Não podemos entender isso se não levarmos em conta o contexto
histórico e seus valores culturais locais.
Nos dias de Paulo o véu era o símbolo do respeito da mulher para com seu marido. Em tal
contexto
era
imperativo
que
a
mulher
usasse
o
véu
ao
orar
ou
profetizar.
Há um princípio por trás de cada um desses versos que é absoluto, mas sua prática não é. O que o
crente deve fazer é absoluto, mas como fazê-lo é relativo, dependendo da cultura local. Por
exemplo, o cristão pode cumprimentar-se um ao outro (isto é, "o que"); mas como cumprimentar-se
é relativo à suas respectivas culturas. Uns saúdam com a “Paz do Senhor”, outros com “Graça e
Paz” e até com um cordial “bom dia”.
Sabemos por meio da história dos povos que em cada cultura há uma maneira peculiar de a
mulher demonstrar respeito pelo marido (isto é "o que fazer") mas "como" este respeito deve ser
evidenciado nem sempre deve ser com o véu. Pode ser através do uso da aliança ou de quaisquer
outros meios ou gestos.
Observe o depoimento de dois estudiosos bíblicos quanto ao assunto que corrobora com o que
acabamos de dizer:
a) O Comentário da Bíblia Explicada
A mulher cobria a cabeça nos dias de Paulo, como sinal de modéstia e subordinação ao marido,
e para demonstrar a sua dignidade. O véu significava que ela devia ser respeitada e honrada
como mulher casada. Sem véu, ela não tinha dignidade; os homens não respeitavam mulheres
sem véu, pois deste modo elas se exibiam pública e indecorosamente. Sendo assim, o véu era um
sinal do valor, da dignidade e da importância da mulher conforme Deus a criou. O princípio
subjacente no caso do véu, ainda é necessário hoje. A mulher cristã deve vestir-se de modo
modesto e cuidadoso, honroso e digno, para sua segurança e seu devido respeito aonde quer
que for. A mulher, ao vestir-se de modo modesto e apropriado para a glória de Deus, ressalta a
sua própria dignidade, valor e honra que Deus lhe deu. Era costume oriental, no tempo dos
apóstolos, a mulher cobrir o rosto com o véu quando andava nas ruas , porém podia dar-se o
caso, enquanto ela lavava roupa no córrego, passar algum homem, e encará-la. Mesmo assim,
no caso de não ter o véu disponível, teria um recurso: cobrir o rosto, com o seu cabelo
comprido. Assim ela ter cabelo comprido lhe era “honroso”, mostrando que não era mulher
destituída de pudor.
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b) Manual Bíblico do Dr. Halley:
Era costume nas cidades gregas e orientais as mulheres cobrirem a cabeça, em público, salvo
as mulheres devassas (prostitutas). Corinto estava cheia de prostitutas, que funcionavam nos
templos (de Afrodite). Algumas mulheres cristãs, prevalecendo-se da liberdade recém achada
em Cristo, afoitavam-se em pôr de lado o véu nas reuniões da igreja, o que horrorizava as
outras mais modestas. Diz-lhes o apóstolo que não afrontem a opinião pública com relação ao
que é considerado conveniente à decência feminil. Homens e mulheres têm o mesmo valor a
vista de Deus. Há, porém, certas distinções naturais entre homens e mulheres, sem as quais a
sociedade humana não poderia existir. Mulheres cristãs vivendo em sociedade pagã, devem ser
cautelosos em suas inovações, para não trazer descrédito à sua religião. Geralmente vai mal
quando as mulheres querem parecer homens.
Portanto, o uso do véu, longe de ser uma questão doutrinária é uma questão puramente afeta
a questões de uso e costumes. Vale dizer que se a mulher da CCB utiliza-o para si, em devoção, e
na sua concepção o faz para agradar a Deus; se o é para Deus que o faça então. Contudo, coisa
diferente é utilizar de tal atitude devocional, pessoal e personalíssima, para impô-la às demais
mulheres cristãs de outras denominações como regra de fé e conduta. Aqui de fato se encontra o
ponto nevrálgico da questão: transformar uma atitude pessoal devocional de conduta em uma
doutrina de fé obrigatória a todos. O problema não está no uso do véu, antes, está sim em utilizá-lo
como objeto norteador da fé e, às vezes, até, em cavalo de batalha.
É interessante notar que Paulo invoca a passagem de Gênesis, quando então Deus juntou o
primeiro casal, Adão e Eva, para apoiar o uso do véu pela mulher, baseada na submissão desta pelo
homem, seu marido. Então, diante deste pormenor, surge uma incógnita: Ora, se a sujeição prendese ao casal, como ficariam então as moças solteiras nesta questão? O texto em lide não está a tratar
exclusivamente da submissão da mulher ao seu marido? O uso do véu é baseado exatamente neste
ponto. Então por que as moças solteiras da CCB continuam a usar o véu? Não seria uma alusão
apenas ao casal cristão? Leve o membro da CCB a refletir sobre isso...
Outra questão a ser considerada é a seguinte: se as mulheres da CCB fossem praticar
realmente o versículo bíblico, teriam de usar o véu constantemente, até mesmo fora da igreja, como
faziam as mulheres da época em que a epístola foi escrita, e não somente durante o culto! E já que
as mulheres da CCB não podem orar sem o véu, elas não podem de fato cumprir o mandamento
apostólico de orar sem cessar (I Ts 5.17). Demais disso, o véu bíblico cobria toda a cabeça da
mulher (Conf. Gn. 24. 65 ; 38.14,19), já o véu da CCB é transparente. Essas são algumas das
dificuldades e contradições que incorre a doutrina da CCB no tocante ao uso obrigatório do véu.
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5.4 O Ministério Pastoral
Os membros da CCB costumam dizer que em sua igreja não existe pastor, pois o único pastor
deles é Jesus. Costumam chamar o líder ou dirigente da igreja de “ancião” e “Cooperador”. O
termo pastor tomou um tom pejorativo entre eles. Costumam falar sobre como devemos tomar
cuidado com os falsos pastores e como eles enganam as pessoas!
Concordamos que há falsos pastores no meio do povo de Deus. Mas se há o falso é notório que
há também o verdadeiro. Seria insensato desprezar uma nota verdadeira simplesmente porque
no mercado está correndo dinheiro falsificado!
Embora a CCB não aceite o ministério pastoral a Bíblia, contudo, é enfática ao tratar sobre o
assunto:
e vos darei pastores segundo o meu coração, os quais vos apascentarão com ciência e com
inteligência (Jr 3.15).
E ele (Jesus) deu uns como apóstolos, e outros como profetas, e outros como evangelistas, e
outros como pastores e mestres (Ef 4.11).
Lembrai-vos dos vossos pastores, os quais vos falaram a palavra de Deus, e, atentando para o
êxito da sua carreira, imitai-lhes a fé (Hb 13.7).
Obedecei a vossos pastores, sendo-lhes submissos; porque velam por vossas almas como quem
há de prestar contas delas; para que o façam com alegria e não gemendo, porque isso não vos
seria útil (Hb 13.17).
Na CCB não é possível obedecer aos textos acima, pois eles não aceitam o ministério pastoral.
Isto é apenas uma questão de lógica: Cristãos são ovelhas humanas e ovelhas são submissas a um
pastor humano levantado por Cristo (Conf.: Ef 4.11; Hb 13.7 e 17). A verdadeira Igreja de Jesus
Cristo tem pastor, sendo assim, a CCB está fora dos parâmetros bíblicos.
5.4.1 Objeções refutadas sobre a questão pastoral:
Argumento: “O Senhor é o meu pastor...” (Sl 23).
Usam este texto para justificar que o único pastor existente é Jesus Cristo, isto, segundo eles,
excluiria os demais pastores evangélicos.
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Refutação Apologética: Concordamos com este texto. Jesus é realmente nosso pastor e não há
outro igual a Ele. Na verdade, Ele é nosso Sumo Pastor (I Pe 5.4) e, se há um sumo pastor é claro,
que há também subpastores, assim como no antigo Israel havia um Sumo Sacerdote e também os
sacerdotes auxiliares. Ora, a Bíblia diz que Jesus é nosso Sumo Sacerdote (Hb 8.1), mas também diz
que nós somos sacerdotes igualmente (Ap 1.6). Veja que um ministério superior não exclui o outro,
isto é, dos crentes. Da mesma maneira acontece com o título e a função de pastor. Não devemos
excluir os pastores dados por Deus, simplesmente por que o Salmo 23 afirma que o Senhor é o
nosso pastor.
Seguindo a mesma linha de pensamento poderemos contestar também o título de ancião usado
largamente dentro da CCB para titular seus líderes já que Deus também é chamado de Ancião no
livro de Daniel (Dn 7.9, 13 e 22).
Ora, os anciãos da CCB não apascentam seus adeptos com conselhos, instruções e pregações?
Portanto, tais líderes fazem o papel de pastor, porém sem usar o título. E o próprio Jesus ordenou
isso a Pedro: “Disse-lhe Jesus: Apascenta as minhas ovelhas.”
Argumento: "Ainda tenho outras ovelhas, não deste aprisco; a mim me convém conduzi-las;
elas ouvirão a minha voz; então haverá um rebanho e um Pastor" (Jo 10.16).
A CCB toma isoladamente a expressão "um Pastor" do versículo em lide para excluir os demais
pastores deste ofício, pois segundo interpretam, há somente um pastor.
Refutação Apologética: O contexto imediato nos mostra que a passagem está referindo-se ao
ministério de Cristo como Redentor. Neste sentido, é claro, só Jesus é nosso único pastor e nenhum
pastor humano se assemelha a Ele. No entanto, o verso não desqualifica outros pastores para o
ministério. As "outras ovelhas" referem-se aos crentes gentios que se unirão ao verdadeiro Israel. A
expressão "aprisco" na passagem refere-se a Israel. O "um rebanho" à Igreja, o Corpo, com sua
cabeça - Cristo, o supremo Pastor.
No aspecto da redenção só há um Pastor, é claro. No entanto, no aspecto administrativo (apascentar
e liderar) da igreja militante e terrena, existem alguns cristãos que foram chamados para o
ministério pastoral (Ef 4.11; Jo 21.15-17; I Pe 5.4; Jr 3.15).
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5.5 O sustento do obreiro
Todo servo de Deus deve trabalhar para o seu sustento material (Resumo da Convenção
realizada em 1936, p. 3).
“Outras igrejas despojei, recebendo delas salário, para vos servir” (II Co 11.8).
Paulo recebeu salário de certas igrejas em seus dias para servir aos crentes de Corinto. A CCB,
porém, afirma que o pastor ou obreiro que recebe salário é mercenário. Contudo, a Bíblia não deixa
dúvidas quanto ao salário e sustento do pastor:
a) O pastor ou obreiro que se dedica à obra ministerial é digno do seu salário (I Tm.5.18);
b) Paulo ensinou a Igreja de Corinto a sustentar os obreiros do evangelho (I Co 9.4-14);
c) O mesmo apóstolo Paulo advertiu ao pastor Timóteo a não cuidar de negócios terrenos a fim de
sustentar-se, dedicando-se somente a pregação do evangelho (II Tm 2.4);
d) O apóstolo Pedro disse que a única ocupação dele e de seus companheiros de ministério eram a
oração e a pregação do evangelho (At 6.4);
e) Simão e André abandonaram a profissão que exerceram por anos para se dedicarem unicamente
ao ministério da Palavra (Mc 1.18).
f) Os apóstolos e Jesus viviam das ofertas que recebiam. Em João 12.6 lemos que havia uma bolsa
para receber as ofertas, bolsa essa que Judas tirava o que podia, mas que mesmo assim mantinha
dinheiro para comprar pão que poderia até mesmo sustentar uma multidão (Jo 6.5-7).
Diante disto, quem se opõe ao sustento dos pastores e obreiros opõe-se à própria Palavra de Deus.
5.5.1 O preparo do obreiro
O povo de Deus não tem necessidade de frequentar outros cultos e nem de ler leituras religiosas
de diferentes princípios. Na Sagrada Escritura existe de tudo o que se precisa, individualmente
e coletivamente. Se alguém precisa de sabedoria para entender o que Deus tem já revelado em
sua Santa Palavra, como filho deve recorrer a Ele para alcançar o necessário entendimento
(Resumo da Convenção realizada em 1936, p. 7).
Na CCB os anciãos e os demais obreiros, não recebem nenhum tipo de treinamento teológico.
Acreditam que Deus dará na hora certa a “Palavra”. Por isso, há tantos erros de interpretação bíblica
entre eles. Para sustentarem seus argumentos, alguns versículos bíblicos fora do contexto costumam
ser usados, dentre os quais, destacamos os seguintes:
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Argumento: "Então eles, vendo a ousadia de Pedro e João, e informados de que eram homens
sem letras e indoutos, se maravilhavam; e tinham conhecimento que eles haviam estado com
Jesus" (At 4.13).
Refutação Apologética: A expressão “sem letras” e “indoutos” não é o mesmo que analfabetos ou
despreparados. Significava apenas que eles não falavam academicamente na mesma linha de
pensamento em que os escribas haviam sido treinados.
Os apóstolos foram muito bem preparados por Jesus. Estudavam as Escrituras, principalmente para
poder dialogar com os judeus acerca da lei e das profecias referente ao Messias.
Eles não poderiam ser analfabetos, pois muitos deles escreveram cartas, principalmente os dois
personagens envolvidos nesta questão: Pedro e João (I Pe 1.1; II Pe 1.1, 3.1; I Jo 1.4; II Jo 5; III Jo
13; Ap 2.1).
Portanto, o versículo nem de longe apóia o argumento dos adeptos da CCB contra o preparo
teológico do obreiro para o ministério pastoral.
Argumento: “Porque, vede, irmãos, a vossa vocação, que não são muitos os sábios segundo a
carne, nem muitos os poderosos, nem muitos os nobres que são chamados" (I Co 1.26).
O referido verso é mais um exemplo do descaso para com o contexto. Ele é deslocado de seu
significado contextual para justificar o ponto de vista da CCB em sua contestação sobre o preparo
do obreiro cristão.
Refutação Apologética: O verso não está contrariando o preparo pastoral. O foco da discussão não
é o preparo ministerial e sim o antagonismo entre a sabedoria de Deus e a do mundo. Os doutos e
sábios segundo a sabedoria do mundo não receberam a oportunidade de serem chamados por Deus.
Em contrapartida, os materialmente pobres, ignorantes e fracos tiveram a oportunidade de fazer
parte do Reino de Deus. Na época, muitos escravos, bárbaros e mulheres estavam se convertendo ao
cristianismo. Para os nobres e sábios do mundo estas pessoas não valiam nada, eram os excluídos da
sociedade de então, mas mesmo sendo considerados assim, foram chamados por Deus para
entrarem no seu Reino. Este é o significado real do texto.
Argumento: "A minha palavra, e a minha pregação não consistiu em palavras persuasivas de
sabedoria humana, mas em demonstração de Espírito e de poder" (I Co 2:4)
Este é outro verso utilizado pelos adeptos da CCB para criticarem o preparo pastoral por meio dos
estudos teológicos.
Refutação Apologética: É lógico que a expressão “sabedoria humana” não possui nenhuma relação
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com o preparo e estudo da Palavra de Deus. O que Paulo está dizendo é que sua pregação não
seguia o mesmo molde da retórica filosófica da época. Por exemplo, os sofistas haviam
desenvolvido a arte de argumentar com o intuito de convencer seus ouvintes. Seus discursos eram
altamente retóricos, baseados em estratégias de argumentação filosófica. Eles possuíam clientes aos
quais vendiam seus serviços, o que lhes renderam fortes contestações de Sócrates e Platão.
Talvez, seja isso que Paulo tinha em mente quando escreveu a sua epístola. Seja como for, o estudo
bíblico genuíno é totalmente dependente do poder do Espírito Santo de Deus e não da sabedoria
humana. Ora, se é dependente do Espírito Santo, já não se pode falar que seja estribado em
sabedoria humana!
5.6 O dízimo
O dízimo é uma das principais questões levantadas pela CCB contra as igrejas evangélicas. Quem
escuta um membro da CCB atacar o sistema de contribuição nas igrejas evangélicas tem a
impressão de que na CCB não existe nenhuma forma de arrecadação.
Os membros da CCB vivem alardeando que o dízimo faz parte dos preceitos da lei e como esta foi
abolida por Cristo, o dízimo também o foi juntamente. Como será então que eles mantêm a estrutura
econômica de sua organização? Simples: Por meio das ofertas que muitas vezes chegam a
ultrapassar o valor do dízimo. O sistema de ofertas na CCB funciona da seguinte maneira:
1. Oferta da Piedade.
2. Oferta para compra de terreno.
3. Oferta para fins de viagem.
4. Oferta para conservação de prédios.
A Bíblia ensina e nós cristãos evangélicos acreditamos que o dízimo é santo (Lv 27.30); a CCB
diz que o dízimo é para os pastores, a Bíblia diz que é para o Senhor (Ml 3.8-11). A CCB diz que
o dízimo é coisa da lei; mas a Bíblia afirma que o dízimo é antes da lei. Quem começou a dar o
dízimo foi o pai dos crentes, Abraão (Gl 3.14).
No entanto, os membros da CCB estão corretos em afirmar que no Novo Testamento não existe
nenhum mandamento explícito para dar o dízimo.
O dízimo ao ser incorporado à lei mosaica tornou-se obrigatório. Havia a necessidade de
sustentar a classe sacerdotal que não tinha recebido herança entre os filhos de Israel (Nm 18.20).
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No Novo Testamento esta questão parece ficar suspensa. Paulo recomenda aos cristãos dar com
alegria e não por obrigação (II Co. 9.7), mas alerta que aquele que pouco semeia pouco também
segará (II Co. 9.6).
Por outro lado, se na lei os fariseus pagavam o dízimo de tudo (Mt 23.23) e nossa justiça,
segundo Jesus, deve exceder a dos fariseus (Mt 5.20), então as dádivas de nosso trabalho deve
superar a legalidade. Devemos viver acima da lei do dízimo!
O problema é que a CCB ataca o sistema de dízimo de outras igrejas. E é exatamente aí que está
o erro cometido por eles. Ora, cada igreja está livre para optar pelo melhor jeito de administração
quando não há mandamento explícito na Palavra de Deus sobre o assunto.
Cremos que os dez por cento pode muito bem ser aceito como um sistema legítimo e organizado
para sustentar a Casa de Deus, desde que não se faça disso uma regra legalista e imposta como
ocorre infelizmente em muitas denominações evangélicas no Brasil.
5.7 A bebida alcoólica
A embriaguez é um dos males que mais denigre a imagem dessa igreja. Isto porque, em suas
festas sociais, tais como: as de casamento e outras, não se intimidam em se embriagarem perante
crentes e incrédulos.
A CCB alega que beber socialmente, ou seja, sem se embriagar não é pecado. Entretanto,
não é isso o que a Palavra de Deus nos ensina.
O beber socialmente tem sido o argumento que tem levado muitos à beira da escravidão
alcoólica. Há caso de pessoas que começaram o vício ingerindo uma simples bala de licor! Isto
porque, há indivíduos cujo organismo já está pré-disposto ao álcool.
Enquanto os centros de recuperação de viciados em álcool, tais como os dos “alcoólicos anônimos”,
continuam lotados de pessoas que procuram apóio para se libertarem do vício, por outro lado,
igrejas como a CCB, que deveria alertar sobre este mal, incentiva-o mais ainda quando permite que
seus membros façam uso de bebidas alcoólicas.
Mas, voltemos à Palavra de Deus, vejamos o que ela tem a nos dizer quanto a isso:
Ai daquele que dá de beber ao seu próximo, adicionando à bebida o seu furor, e que o
embebeda para ver a sua nudez! Serás farto de ignomínia em lugar de honra; bebe tu também, e
sê como um incircunciso; o cálice da mão direita do Senhor se chegará a ti, e ignomínia cairá
sobre a tua glória (Hb 2.15-16).
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Mas também estes cambaleiam por causa do vinho, e com a bebida forte se desencaminham; até
o sacerdote e o profeta cambaleiam por causa da bebida forte, estão tontos do vinho,
desencaminham-se por causa da bebida forte; erram na visão, e tropeçam no juízo (Is 28.7).
O vinho é escarnecedor, e a bebida forte alvoroçadora; e todo aquele que neles errar não e
sábio (Pv 20.1 – 23.31- 31.4,5).
Beberão, e cambalearão, e enlouquecerão, por causa da espada, que eu (o Senhor) enviarei
entre eles (Jr 25.16).
Os textos acima falam por si e não deixa dúvida quanto à vontade de Deus em relação à
bebida alcoólica.
5.7.1 Resposta às objeções sobre o uso da bebida alcoólica
Argumento: "Nada há, fora do homem, que, entrando nele, o possa contaminar; mas o que sai
dele isso é que contamina o homem" ( Mc 7:15).
O trecho acima é frequentemente usado por grupos como a CCB para fortalecer o argumento da
ingestão de álcool.
Refutação Apologética: O texto bíblico em lide em nenhum momento autoriza o uso do álcool ao
cristão. A real interpretação do verso é que o que sai do homem é mais pernicioso à sua vida
espiritual do que aquilo que entra nele. O pecado começa dentro do coração, é algo subjetivo, e a
partir dele, todo o homem é contaminado, inclusive, fisicamente.
Portanto, o argumento do “beber socialmente” baseado neste verso não convence desde que
sabemos que o álcool tem um efeito dialético, no sentido de ele ser tanto o agente contaminante do
espírito (muitas pessoas que bebem acabam se embriagando e cometendo toda sorte de pecados),
como o instrumento contaminador pelo qual o espírito (os maus pensamentos do coração) se serve
para contaminar o corpo.
Ora, se o que contamina o homem é apenas o que sai do homem (maus pensamentos) e não o que
entra (no caso a bebida) então por que os adeptos da CCB se abstêm de comer carne sufocada ou
sangue?
Radicalizando ainda mais, poderíamos perguntar: Será que os líderes da CCB aprovariam outras
drogas (porque o álcool é uma droga, porém legalizada social e juridicamente), tais como a
maconha, baseando-se no argumento de que “o que contamina o homem é o que sai dele”? Claro
que não! Então parece que há dois pesos e duas medidas.
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Outra passagem onde grupos religiosos, que admitem bebida alcoólica, costumam se estribar é na
passagem da santa ceia onde Jesus ingeriu vinho. Raciocinam então: “Se Jesus bebeu, nós podemos
beber também!”
Argumento: “Mas digo-vos que desde agora não mais beberei deste fruto da videira até aquele
dia em que convosco o beba novo, no reino de meu Pai” (Mt 26.29).
Refutação apologética: É certo que Jesus bebeu vinho. Mas os evangelhos sinópticos empregam a
expressão: “fruto da vide” (Mat. 26.19 ; Mc 14.25 ; Lc 22.18).
O fruto da vide é o único vinho verdadeiramente natural contendo aproximadamente 20% de açúcar
e nenhum álcool. A fermentação destrói boa parte do açúcar e altera aquilo que a videira produziu.
O Senhor instituiu a ceia quando Ele e seus discípulos estavam celebrando a páscoa. A lei da páscoa
em Êxodo 12.14,20 proibia durante a semana daquele evento a presença de “seor” (Êxodo 12.15),
palavra hebraica para fermento ou qualquer agente fermentador, seor no tempo antigo era obtido
especialmente da espuma espessa da superfície do vinho quando em fermentação. Além disso, todo
o “hametz”, ou seja, qualquer coisa fermentada era proibido (Ex 13.7; 12.19). Deus dera essa lei por
ser a fermentação o símbolo da corrupção do pecado. Sendo exatamente isso o que causa a bebida
alcoólica no homem. Diante de tais provas circunstanciais, parece-nos mais coerente acreditar que o
vinho da ceia, da qual Jesus participou, não era fermentado.
Argumento: “E, tendo acabado o vinho, a mãe de Jesus lhe disse: Eles não têm vinho” (Jo 2.3).
Buscando apoio para a ingestão de bebidas alcoólicas alegam ainda que Jesus não só transformou
água em vinho na festa de casamento em Cana da Galiléia como também o bebeu, e acrescentam
que aquele vinho não era o da santa ceia, mas vinho comum.
Refutação Apologética: Novamente como na passagem da santa ceia, faz-se necessário uma nota
de esclarecimento a respeito desta passagem. Comenta o pastor Antonio M. N. Vieira em lições
bíblicas que:
“A palestina, antiga Canaã, sempre foi um dos maiores produtores de uva do mundo (Nm 13.23). Por isso, seus
moradores produziam diversos tipos de vinho, ou seja, com e sem fermento, azedo, etc. No versículo em apreço (2.3),
encontramos o termo grego “oinos” (suco), “yayin” (hebraico), diferente de “sikera” (palavra semítica) e “shêkhâr”
(hebraico) que significam “bebida forte”, alcoolizada (Lc 1.15), e “gleucos” (grego), “bebida embriagante” (At 2.13).
O vinho sem fermento “oinos”, era muito apreciado por todos, pois além de estimulante ao apetite, era um fortificante
para o sangue e alimento protético para o organismo. O Filho de Deus fez questão de estabelecer o fruto da vide
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(“oinos”) como símbolo do seu sangue que ia ser derramado, para a remissão de nossos pecados ( Mt 26.27-29; I Co
11.25).”
Argumento: "Não bebas mais água só, mas usa de um pouco de vinho, por causa do teu
estômago e das tuas freqüentes enfermidades" (I Tm 5.23).
Os adeptos da CCB utilizam esse texto para legitimarem o uso da bebida.
Refutação Apologética: No entanto, Paulo não está dizendo a Timóteo que ele deveria beber vinho
socialmente. O conselho do apóstolo tinha um objetivo medicinal. Ora, se esse versículo estivesse
justificando o uso da bebida, não teria sentido Paulo incentivar Timóteo a fazer uso de algo que ele
já tinha por costume fazer, isto é, beber vinho.
5.7.2 Uma reflexão sobre o sacerdócio cristão e a bebida alcoólica
Falou também o Senhor a Arão, dizendo: Não bebereis vinho nem bebida forte, nem tu nem teus
filhos contigo, quando entrardes na tenda da revelação, para que não morrais; estatuto
perpétuo será isso pelas vossas gerações, não somente para fazer separação entre o santo e o
profano, e entre o imundo e o limpo (Lv 10.8-10).
De acordo com o texto de Levítico nenhum sacerdote deveria beber bebida alcoólica, a fim
de desempenhar suas funções sacerdotais diante de Deus. A pergunta é: Isso também é aplicável à
Igreja Cristã hoje em dia? Leiamos o que diz a Bíblia: “Mas vós sois a geração eleita, o sacerdócio
real, a nação santa, o povo adquirido, para que anuncieis as grandezas daquele que vos chamou
das trevas para a sua maravilhosa luz” ( I Pe 2:9).
O
apóstolo
Pedro
está
falando
a
respeito
da
Igreja
de
Jesus
e
notem
que ela é chamada de “sacerdócio real”. Deus levantou uma Igreja sacerdotal, ou seja, intercessora
que ora em favor do mundo. E é claro que o nosso Deus não mudou seus padrões de santidade e
requer de nós o cumprimento dos mesmos princípios. Confira ainda os seguintes textos bíblicos, Ap
1.6 – 5.10).
Quando aceitamos o Senhor Jesus, como sendo nosso único salvador, nos tornamos sacerdotes para
Deus. Analogicamente devemos cumprir a Palavra Dele que diz: “Não bebereis vinho nem bebida
forte” (Lv 10.8).
Em várias cidades do Brasil há casas de recuperação de alcoólatras e muitas delas não são
religiosas. O depoimento de especialistas que lidam com a tarefa árdua de libertar vidas deste vício
nestas instituições parece ser unânime. Em entrevistas informais com alguns deles, os pesquisadores
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do CACP, ouviram nos depoimentos que “uma das maiores hipocrisias da sociedade é o „beber
socialmente‟. Frisaram ainda que todo alcoólatra quase sempre começa com uma pequena dose de
cerveja. Alguns até gostariam que fosse crime o consumo dessas bebidas, visto que o efeito dela é
tão devastador quanto à de qualquer outra droga considerada proibida. Veja o depoimento de José
M. de Melo, ex-alcoólatra, hoje ministro do evangelho:
“A incontestável realidade é que o beber apenas um aperitivozinho diariamente não nos outorga
nenhum privilégio. Preferível lhe seria...sofrer uma terrível e nauseante “ressaca”, por
embriagar-se desenfreadamente uma única vez na vida, que paulatinamente ir sendo envolvido
pelo álcool...” ( Da Escravidão Alcoólica à Libertação Cristã; CPAD, p. 21 ed. 1982 – itálico do
original)
O servo de Deus não deve se envolver com esse mal, e sim, tirar os que nele estão
envolvidos. Fica difícil imaginar como um crente que faz uso do álcool, possa pregar e dar bom
testemunho, à alguém que se encontra possuído pelo álcool. Pessoas assim teriam dificuldades para
pregar libertação a um viciado. Quem sabe tal situação não se enquadraria no versículo de Romanos
2.22,23 que afirmam:
tu, pois, que ensinas a outrem, não te ensinas a ti mesmo? Tu, que pregas que não se deve
furtar, furtas? Tu, que dizes que não se deve cometer adultério, adulteras? Tu, que abominas os
ídolos, roubas os templos? Tu, que te glorias na lei, desonras a Deus pela transgressão da lei?
5.8 O batismo
A CCB não reconhece o batismo efetuado por ministros do Evangelho de outras
denominações, mesmo que seja por imersão, em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo (Mt
28.19).
Ora, ocorre que tanto a fórmula adotada pela CCB, para batizar os seus adeptos, quanto à
maneira como é efetuado esse batismo estão erradas. O candidato ao batismo na CCB não recebe
nenhum preparo ao se batizar. Há pessoas que se batizam ainda com vícios e que não teve uma
experiência do novo nascimento, ficando à mercê do sentimentalismo, pois acreditam que se Deus
tocar na pessoa na hora do batismo, ela pode naquele momento ser batizada e ser salva. Fazem isso
devido à má compreensão do texto bíblico de Atos 2.38. Acreditam ainda que o batismo purifica os
pecados. Vejamos, resumidamente, os dois argumentos levantados pela CCB para não reconhecer o
batismo de outras denominações.
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1. O batismo de outras igrejas está errado, porque utiliza a expressão “eu te batizo”. A CCB entende
que ao dizer “eu te batizo” é a carne que opera, seria o homem colocando-se na frente de Deus.
2. O batismo só é valido se efetuado com está formula: “Em nome do Senhor Jesus te batizo em
nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo”.
Refutação Apologética: O primeiro argumento da CCB é de uma pobreza descomunal: Ora, qual a
diferença entre a expressão, “eu te batizo”, e a da CCB, “te batizo”? Na primeira expressão o sujeito
está explícito; e na segunda o sujeito está oculto. Das duas, uma: Ou a CCB pensa que no ato
batismal não é o homem que batiza, mas literalmente o próprio Deus, ou eles não conhecem de fato
a língua portuguesa! É claro que é o homem quem efetua o batismo, pois Jesus mandou que os
discípulos assim o fizessem. Além disso, se, pelo fato de utilizar a expressão “eu te batizo”, os
pastores estivessem errados, então João Batista não estaria certo tampouco, haja vista, quando
batizou Jesus, pois naquela ocasião usou a seguinte expressão: “Eu vos batizei em água; ele, porém,
vos batizará no Espírito Santo” (Mc.1.8) e “Eu, na verdade, vos batizo em água” (Mt 3.11). Será
que o batismo de João Batista poderia ser julgado errado juntamente com os dos demais pastores?
O segundo argumento da CCB acerca da fórmula batismal é outra prova da falta de
conhecimento bíblico e teológico por parte deles. Os adeptos da CCB criaram uma fórmula que não
existe nas Escrituras. A menção do batismo em nome de Jesus (At 2.28; 8.16; 10.48 e 19.5)
encontra-se em passagens que não tratam da fórmula batismal, e, sim, de atos ou eventos feitos em
nome de Jesus, pois tudo o que é feito em nossas vidas deve ser feito em nome de Jesus. Veja o que
diz o apóstolo Paulo em Colossenses 3.17: “E tudo quanto fizerdes por palavras ou por obras,
fazei-o em nome do Senhor Jesus, dando por ele graças a Deus Pai”.
O cristão quando se reúne, se reúne em nome de Jesus; quando louva a Deus com cânticos,
louva em nome de Jesus; quando realiza um batismo, realiza-o em nome de Jesus, mas sempre de
acordo com a fórmula original dada por Cristo: “Em nome do Pai, Filho e Espírito Santo” (Mt
28.19).
Os textos do livro de Atos não servem como fórmula batismal. Observe apenas dois destes
textos: Atos 2.38 – “Em nome de Jesus Cristo” e Atos 8.16 – “em nome do Senhor Jesus”.
Se essas passagens revelassem uma fórmula batismal fixa, seriam iguais, pois fórmula é
sinônimo de padronização. O que as passagens de Atos ensinam é que as pessoas eram batizadas na
autoridade do nome do Senhor Jesus, mesmo porque é inconcebível que Pedro, pouco tempo depois
da ordem de Jesus, em Mateus 28.19, agisse de modo tão diferente, alterando a fórmula batismal.
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Mas existe ainda um terceiro erro envolvendo a questão do batismo na CCB que trata sobre
a purificação do pecado pelo batismo. Para muitos o batismo purifica o homem do pecado. Tal
afirmação é desqualificada, sem base bíblica, basta somente um pequeno versículo bíblico como o
de I João 1.7 para lançar por terra essa heresia medieval: “...e o sangue de Jesus seu Filho nos
purifica de todo pecado”. O que nos purifica, portanto é somente o sangue de Jesus Cristo.
5.8.1 Resposta às objeções sobre a necessidade do batismo.
Argumento: "Quem crer e for batizado será salvo, mas quem não crer será condenado" (Mc
16.16).
Essa é uma das principais passagens usada pela CCB para fundamentar a necessidade do batismo.
Refutação Apologética: Note, porém, que Jesus disse: “Quem crer e for batizado será salvo; mas
quem não crer será condenado”. Não é dito que quem não crer e não for batizado será condenado,
mas apenas, quem não crer. O ladrão da cruz não teve tempo para se batizar, mas creu no Senhor,
recebeu a remissão dos seus pecados pelo sangue de Cristo e foi salvo (Lc 23.43).
O que está em foco é a falta de fé e não a falta do batismo. O batismo é apenas um sinal exterior do
que já ocorreu no homem interior. É apenas um testemunho externo aos de fora, mostrando que a
pessoa morreu para o pecado (ao imergir nas águas) e ressuscitou com Cristo (ao emergir das águas)
para uma nova vida.
Argumento: "Na verdade, na verdade te digo que aquele que não nascer da água e do
Espírito, não pode entrar no reino de Deus" (Jo 3:5).
Refutação Apologética: No entanto, o lavar da água é uma figura de linguagem muito usada na
Bíblia. Observe a seqüência do evento: nascer da água e depois do Espírito. Se Admitíssemos tal
arrazoado, teríamos de concordar com a doutrina católica romana do sacramento do batismo.
Lembrando que sacramento no entendimento católico é o meio pelo qual Deus infunde sua Graça
no fiel. Talvez seja por isso que no tópico sobre “Batismo por imersão” do “Resumo da convenção
realizada em fevereiro de 1936” à página 7 o batismo é chamado de sacramento pela CCB.
Observe:
“este sacramento se exerce por imerção, confirme declara no cap. 2, ver. 12 aos Colossenses,
praticados pela Igreja primitiva: „EM NOME DE JESUS CRISTO‟, Atos 2, ver. 38, e de acordo
ao Santo Mandamento; „EM NOME DO PAI E DO FILHO E DO ESPÍRITO SANTO.‟ S.Mat.
28, ver.19.”
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Acontece que a "água" simboliza a Palavra de Deus (Tg 1.18; Ef 5.26; I Pe 1.23). A Palavra de
Deus e o Espírito Santo atuam juntos para regenerar o ser humano, daí o nascimento sobrenatural.
5.9 A oração de joelhos
Os membros da CCB acreditam que a oração piedosa deve ser feita de joelhos.
No entanto, a Bíblia nos exorta a “orar sem cessar” (I Ts 5.17). Isto se torna um grande
problema para os crentes da CCB, pois não podem obedecer ao texto citado, caso contrário, teriam
de permanecer ajoelhados sem cessar.
Argumento: “para que ao nome de Jesus se dobre todo joelho dos que estão nos céus, e na
terra, e debaixo da terra” (Fl 2.10).
Os líderes da CCB tentam provar por meio de Filipenses 2.10, que somos obrigados a orar somente
ajoelhados.
Refutação Apologética: No entanto, esse texto refere-se ao fim, quando todos os ímpios terão de
reconhecer Jesus como Senhor e terão de dobrar seus joelhos em sua presença. O texto, portanto,
não reporta a prática do ritual da oração. Ele possui um teor escatológico.
Argumento: "E quando orardes, não sereis como os hipócritas; porque gostam de orar em pé
nas sinagogas e nos cantos das praças, para serem vistos dos homens. Em verdade vos digo
que eles já receberam a recompensa." (Mt 6.5).
Refutação Apologética: Como a CCB proíbe o estudo sistemático da Palavra de Deus, costumam
cometer erros crassos de interpretação bíblica. Observe que o verso citado discorre sobre as
motivações do fariseu e não sobre sua postura de oração.
A Bíblia apresenta vários exemplos de pessoas que oraram usando diversas posições corporais, não
obstante, foram ouvidas por Deus.
a) Jesus orou em pé, diante do túmulo de Lázaro, e sua oração foi ouvida (Jo 11.41,42);
b) Jesus orou pendurado numa cruz (Lc 23.34-46);
c) O profeta Jonas orou no ventre de um grande peixe (Jn 2);
d) O rei Ezequias orou deitado e Deus ouviu-lhe o clamor (II Rs 20.1-5), provando assim que Deus
não olha para a posição do corpo, mas para o coração;
e) O publicano orou em pé e desceu justificado para casa (Lc 18.13-14);
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f) O cego de Jericó orou assentado à beira do caminho e recebeu o milagre (Mc 10.46-52).
Após a leitura de todos estes textos chegamos à conclusão lógica: não é a posição do corpo
que interessa para Deus; é sim a atitude interna do coração. A maioria dos evangélicos oram
ajoelhados, mas isso não é uma regra a ser seguida. Somos livres para orar da maneira mais
conveniente, sem cessar e em qualquer lugar.
5.10 O Ósculo Santo
O ósculo santo deve ser dado de coração, na despedida do serviço ou em caso de viagem,
todavia sempre entre irmãos ou entre irmãs de per si (Resumo da Convenção realizada em
1936, p. 7).
Concordamos que o ósculo santo é um costume bíblico. Discordamos, porém de que ele seja
extensivo a toda a igreja em todos os tempos como mandamento obrigatório. É verdade que a Bíblia
mostra, em algumas epístolas, que os irmãos se saudavam com um beijo no rosto em sinal de
cordialidade e cumprimento (Rm 16.16). Era um costume da época. Deve ficar claro que ósculo não
é colocado como uma doutrina, mas apenas como um gesto de cordialidade que deveria e deve
haver entre os irmãos.
Em nossas igrejas o povo é livre para demonstrar essa cordialidade por meio de saudar uns
aos outros com um aperto de mão de acordo com a cultura local. Na nossa sociedade ocidental esse
gesto cumpre bem o princípio da cordialidade.
Algo que deve ser explorado também pelo aluno ao conversar com membros dessa igreja é
frisar que essa prática do ósculo não era prática somente entre pessoas do mesmo sexo, mas sim
entre todos os irmãos independentemente do sexo. “Saudai-vos uns aos outros com ósculo santo”
(Rm 16.16). Ademais disso, os membros da CCB, para poderem praticar biblicamente tal costume,
deveriam saudar-se nas ruas com ósculo santo, pois assim faziam os primeiros cristãos. Mas não o
fazem porque o consideram inconveniente. E se é inconveniente, já não é santo!
5.11 A saudação
Saúdam somente com a expressão “a paz de Deus”.
O problema não é o tipo de saudação, mas a atitude preconceituosa dos adeptos da CCB para com a
saudação adotada por outros cristãos. Alguns membros da CCB acreditam ser errado a saudação
com a “Paz do Senhor”, em hebraico “Shallon Adonay”. Citam para justificar essa critica o
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seguinte argumento: “Devemos saudar com a paz de Deus, e nunca com a paz do Senhor, porque
existem muitos senhores, mas Deus é um só”.
Essa acusação, porém não possui consistência, haja vista Paulo também afirmar em I Coríntios 8.5,6
que há muitos deuses também, observe:
Pois, ainda que haja também alguns que se chamem deuses, quer no céu quer na terra (como
há muitos deuses e muitos senhores), todavia para nós há um só Deus, o Pai, de quem são todas
as coisas e para quem nós vivemos; e um só Senhor, Jesus Cristo, pelo qual existem todas as
coisas, e por ele nós também.
Não temos nada contra essa expressão usada pela CCB, mesmo porque é bíblica. O que não
podemos de maneira alguma aceitar é a atitude preconceituosa de seus adeptos, que pensam que por
saudarem com a forma que eles adotaram estão mais corretos que os demais.
Para seguirmos a risca os preceitos bíblicos teríamos que saudar com “graça e paz”, pois parece ser
a saudação mais usada pelo apóstolo Paulo em suas epistolas.
6 - As contradições nos ensinos da CCB
Analisaremos agora algumas contradições entre os ensinos do fundador, com os ensinos atuais da
CCB.
CONTRADIÇÕES
a). Quanto ao batismo
Ensino atual:
“em nome de Jesus e da Trindade” (Conf. Regra de fé nº 6 )
Ensino do fundador:
Não há menção deste tipo de batismo, a única revelação em relação ao batismo foi quanto à imersão (Conf.
Histórico da Obra de Deus p. 9).
b). Quanto ao tempo da celebração da santa ceia
Ensino atual:
“A celebração da santa ceia uma vez por ano”.
Ensino do fundador:
A ceia era celebrada pelo fundador todos os domingos (Conf. Histórico da Obra de Deus, p.11).
c). Quanto ao sustento do obreiro
Ensino atual:
Não podem ser sustentados materialmente pela Igreja
Ensino do fundador:
Era sustentado pela igreja em tempo integral (Conf. Histórico da Obra de Deus, p.17)
d). Quanto à salvação
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Ensino atual: “A pessoa precisa pertencer a CCB para ser salvo”.
Ensino do fundador:
Acreditava que as pessoas eram salvas sem pertencer à sua igreja (Conf. Histórico da Obra de Deus, p.8-19).
e). Quanto ao re-batismo e comunhão com outras igrejas
Ensino atual:
Geralmente os crentes de outras denominações precisam ser rebatizados na CCB e não podem ter comunhão
com as mesmas (Convenção p.7).
Ensino do fundador:
Não era costume rebatizar os crentes de outras igrejas e as outras igrejas eram consideradas como obra de
Deus (Conf. Histórico da Obra de Deus, p. 12,16).
7 Breve comparação entre a igreja de Corinto e a CCB
Resguardadas as devidas proporções históricas, não há como não perceber a incrível semelhança
entre os erros professados pela igreja de Corinto e a CCB. Observe alguns:
Eles ultrapassavam os ensinamentos bíblicos (I Co 4:6);
Possivelmente tinha o batismo como primazia, daí a advertência do apóstolo Paulo (I Co 1.14,17);
Não possuíam pastor foi preciso o apóstolo enviar-lhes um (I Co 16.10);
Eram contra o salário do pastor (I Co 9.6-14);
Eram contra o preparo intelectual e o estudo tendo Paulo que alertar sobre isso (II Co 8.7; 11.6);
Havia problemas quanto ao uso do véu (I Co 11.1);
Cometiam erros na administração da santa ceia (I Co 11.17).
8 Peculiaridades da Congregação Cristã no Brasil
A CCB possui ainda outras práticas particulares além das que já foram expostas acima,
vejamos:
A ceia do Senhor é celebrada anualmente com um só pão, sempre partido com a mão e
também com um só cálice, enterrando depois as sobras;
Cerimônias de casamento não se realizam no templo. O crente da CCB não deve participar
de casamentos de pessoas não pertencentes à CCB, isso seria participar de coisas
sacrificadas aos ídolos... principalmente em igrejas católicas;
Cerimônias fúnebres são proibidas nos templos;
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Entendem que o adultério é o pecado contra o Espírito Santo de que fala a Bíblia. Grande
porcentagem de desviados e até andarilhos e mendigos são desviados principalmente da
CCB. Encontram-se nessa situação por julgarem não ter mais perdão, pois acreditam que
pecaram contra o Espírito Santo;
Acreditam na doutrina não bíblica do sono da alma. Segundo tal doutrina, a pessoa entre a
morte e a ressurreição estaria inconsciente – dormindo;
Mulheres não podem pregar ou reger orquestra na CCB, pois acreditam que a Bíblia lhes
vetou este direito. No entanto, no início do movimento, as mulheres tinham esse privilégio;
Nos templos há separação entre homens e mulheres;
É proibido fotografar durante os cultos, salvo se for um não crente;
É vedado aos membros assistirem cultos em outras igrejas;
Não participam do Natal;
Repudiam o símbolo da cruz.
CONCLUSÃO
Não há de se falar em guerra contra a CCB. Muito pelo contrário, adotamos o conselho
bíblico “Instrui ao sábio, e ele se fará mais, sábio; ensina ao justo, e ele crescerá em
entendimento.” (Provérbios 9:9).
Partindo dessa premissa acreditamos piamente que estamos ajudando muitos a enxergar
além das lentes da CCB e perceber os erros e desvios doutrinários que é endossado pela sua igreja.
Oramos também, para que Deus aumente o entendimento de seus membros ao procurarem a
palavra de Deus, que o orgulho carnal caia por terra e venhamos a ter comunhão como irmãos e não
como “primos”. Estamos particularmente animados com essa nova geração que está surgindo dentro
da CCB, cremos que eles poderão modificar muitas doutrinas de homens que foram implantadas
dentro desta igreja.
Bibliografia
DEFESA DA FÉ – Edição especial de 1998
DEFESA DA FÉ - Edição 1998 n8
VINTE RAZÕES POR QUE NÃO PERTENÇO A Congregação Cristã no Brasil – Justus
Centro Apologético Cristão de Pesquisas -CACP 44
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CONHECENDO A CONGREGAÇÃO CRISTÃ NO BRASIL S.V Milton
ERROS DOUTRINÁRIOS DA CONGREGAÇÃO CRISTÃ NO BRASIL (apostila)
Natanael Rinaldi –ICP
LIÇÕES BIBLICAS CPAD 1995 1 trimestre 1997, 2 e 4 trimestres.
BÍBLIA DE ESTUDO PENTECOSTAL – CPAD
TEOLOGIA SISTEMÁTICA – Stanley M. Horton, CPAD
ANOTAÇÕES PARTICULARES DOS AUTORES
PENTECOSTALISMO NO BRASIL Profa. Yara Nogueira Monteiro
A IGREJA DO VÉU – Pr. José Marques do Amaral
HISTÓRICO DA OBRA DE DEUS, REVELADA PELO ESPÍRITO SANTO, NO
SÉCULO ATUAL – CCB
PONTOS DOUTRINÁRIOS E DA FÉ QUE UMA VEZ FOI DADA AOS SANTOS (VIII
edição) – CCB.
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46
APÊNDICE
ESTATUTO - CONGREGAÇÃO CRISTÃ NO BRASIL –ALTERADO EM 10/04/2004
COMUNIDADE RELIGIOSA – CNPJ 61.526.398/0001-99 (da Sede em São Paulo, R. Visconde de
Parnaíba, nº 616 – Brás – São Paulo
ESTATUTO ratificado e consolidado em 10/04/2004, registrado sob nº 301.383, Livro “A”, nº
02, Registro de Pessoas Jurídicas e Documentos e Civil de Pessoa Jurídica da Comarca de São
Paulo – Capital.
PREÂMBULO:
O Senhor iniciou Sua Obra no Brasil por um Seu servo, em Junho de 1910, sem denominação
alguma, propagando-se, todavia, rapidamente, por intermédio de Seus crentes, desde então
chamados por fé, em Nosso Senhor Jesus Cristo.
Com o progresso da Obra de Deus, viu-se a necessidade de ser adquirida a propriedade do
imóvel onde Seu povo já se congregava na Capital do Estado de São Paulo, sendo, então,
escolhido o nome de Congregação Cristã do Brasil. Entretanto, por questões doutrinárias,
houve a mudança do nome de Congregação Cristã do Brasil para Congregação Cristã no Brasil,
o que se fez por Assembléia Geral Extraordinária, realizada em 21 de abril de 1962, na Casa
de Oração do Brás, na Capital de São Paulo, na Rua Visconde de Parnaíba, nº 1616, até então
sede administrativa de todas as Congregações que seguem a mesma Fé e Doutrina no País.
Sempre que se fez necessário, este Estatuto foi reformado na sua parte administrativa, para
governo das coisas materiais da Congregação. Na parte espiritual não existe nenhum governo
humano, pois só o Divino prevalece, como se depreenderá dos artigos que se seguem.
Em 10 de abril de 2004, este Estatuto foi reformado parcialmente e consolidado, em
Assembléia Geral Extraordinária especialmente convocada, conforme determinação contida no
“caput” de seu art. 43, estando registrado sob nº 301.383, do Registro Civil de Pessoa
Jurídica, em 27 de Maio de 2004, perante o 1º Oficial de Registro de Títulos e Documentos e
Civil de Pessoa Jurídica da Comarca de São Paulo, Estado de São Paulo.
CAPITULO I
Denominação, Finalidade, Sede, Foro e Administração
Art. 1º - A CONGREGAÇÃO CRISTÃ NO BRASIL, é uma comunidade religiosa fundamentada na
doutrina apostólica (Atos 2:42 e 4:33), apolítica, sem fins lucrativos, constituída de número
ilimitado de membros, sem distinção de sexo, nacionalidade, raça, ou cor, tendo por finalidade
propagar o Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo, o amor a Deus, tendo por cabeça só a
Jesus Cristo e por guia o Espírito Santo (São João, 16:13). Iniciada em Junho de 1910, com
Estatuto regularmente aprovado em 05 de Março de 1931 e reformado em 20 de Março de
1936, 23 de Abril de 1943, 20 de Novembro de 1944, 04 de Dezembro de 1946, 08 de
Fevereiro de 1956, 21 de Abril de 1962, 12 de Abril de 1968, 23 de Abril de 1975, 04 de Abril
de 1980, 13 de Abril de 1995 e 10 de Abril de 2004.
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47
§ 1º A CONGREGAÇÃO CRISTÃ NO BRASIL tem sua personalidade jurídica amparada nos
dispositivos da Constituição da República Federativa do Brasil, no Código Civil Brasileiro e
legislação pertinente.
§ 2º A CONGREGAÇÃO CRISTÃ NO BRASIL não depende de outras instituições quer no País,
quer no estrangeiro, porém, conserva comunhão espiritual com comunidades religiosas no
exterior que professam a mesma Fé e Doutrina.
Art. 2º - A CONGREGAÇÃO CRISTÃ NO BRASIL terá sede e foro onde se instalarem suas
Administrações, em conseqüência da descentralização administrativa deliberada pela
Assembléia Geral de 21 de Abril de 1962, realizada na Casa de Oração da Rua Visconde de
Parnaíba, nº 1616, em São Paulo - SP
Parágrafo único – A Administração constituída na cidade de São Paulo, tem sua sede na Rua
Visconde de Parnaíba, nº 1616, e o seu foro é o da Comarca da Capital.
Art. 3º - O tempo de duração da CONGREGAÇÃO CRISTÃ NO BRASIL é indeterminado.
Art. 4º - Ao Ministério da CONGREGAÇÃO CRISTÃ NO BRASIL cabe o exercício de todas as
atividades espirituais, bem como, a ministração dos serviços sagrados, na forma prevista neste
Estatuto, vedando-se nesse mister qualquer tipo de interferência dos administradores.
Art. 5º - À Administração da CONGREGAÇÃO CRISTÃ NO BRASIL, constituída no mínimo por 3
(três) membros (presidente, secretário, tesoureiro e/ou respectivos vices), compete gerir o
patrimônio e as questões administrativas, sempre em harmonia e sob o conselho do Ministério
Espiritual, na forma dos arts. 31 e seguintes deste Estatuto.
Art. 6º - A CONGREGAÇÃO CRISTÃ NO BRASIL possui número ilimitado de casas de oração e
de Administrações. À Administração de São Paulo – Capital, compete coordenar e incluir em
relatório anual o movimento espiritual e material das demais casas de oração da mesma Fé em
todo o País, podendo também orientar as demais Administrações na aplicação das leis.
Parágrafo único – Todas as Administrações e casas de oração são regidas por Estatuto idêntico
a este.
Disposições Gerais
Art. 7º - A receita da CONGREGAÇÃO CRISTÃ NO BRASIL é auferida exclusivamente por
coletas e ofertas voluntárias e anônimas, cujos valores devem ser aplicados integralmente em
suas atividades no País, observando-se fielmente suas finalidades.
§ 1º As ofertas e coletas para custeio das atividades operacionais compreendem as destinadas
ao atendimento da Obra da Piedade, viagens missionárias, manutenção de casas de oração e
aquelas especiais, cuja finalidade tiver essa mesma natureza, e serão registradas como
receitas operacionais.
§ 2º As ofertas e coletas para investimentos destinam-se à aquisição de imóveis, construções,
reformas de casas de oração, aquisição de bens móveis, instalações e aquelas cuja finalidade
tiver essa mesma natureza, e serão registradas diretamente ao patrimônio social.
§ 3º Em decorrência da natureza de liberalidade, essas coletas e ofertas não geram qualquer
direito, em tempo algum, sob qualquer pretexto.
Art. 8º - Quem aceitar Jesus Cristo como seu Salvador, e Sua doutrina, conforme consta no
“caput” do art. 1º e dos arts. 20, 21 e 22, submetendo-se ao santo batismo, ministrado
segundo a fé e doutrina da CONGREGAÇÃO CRISTÃ NO BRASIL, será admitido como seu
membro e assumirá uma responsabilidade pessoal para com Deus.
§ 1º Não faz jus a qualquer remuneração o membro exercente de qualquer cargo ou função,
ministerial ou não.
§ 2º
A CONGREGAÇÃO CRISTÃ NO BRASIL poderá arcar com o custeio de viagens
missionárias, quer no Brasil, quer no Exterior, desde que previamente autorizada por
deliberação do Ministério Espiritual, em reunião, não possuindo essa liberalidade natureza
remuneratória.
§ 3º O exercício de qualquer atividade voluntária, em prol da CONGREGAÇÃO CRISTÃ NO
BRASIL, terá a natureza de oferta e assumirá índole de liberalidade.
Art. 9º - Os membros da CONGREGAÇÃO CRISTÃ NO BRASIL, ocupantes de quaisquer cargos
ou funções, ministeriais ou não, só poderão ser demitidos dos mesmos ou afastados do
exercício deles, por deliberação do Conselho de Anciães que, sob a guia de Deus, decidirá
soberanamente a respeito, nos seguintes casos:
-I- a pedido;
-II-mudança para outra localidade;
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-III-assunção de compromissos que impliquem na ausência inevitável às reuniões ou na
impossibilidade do atendimento pontual das exigências do cargo ou função;
-IV-incapacidade física que os impeça de exercer o cargo ou função;
-V-inidoneidade moral que os inabilite para o cargo ou função;
-VI-improbidade ou desídia; e
-VII-quebra da fidelidade à doutrina da CONGREGAÇÃO CRISTÃ NO BRASIL, a juízo do
Conselho de Anciães.
Art. 10 - A CONGREGAÇÃO CRISTÃ NO BRASIL não impõe deveres exigíveis juridicamente
nem outorga direitos materiais subjetivos aos seus membros. Apenas propaga a fé cristãapostólica, dando cumprimento ao seu objetivo.
Art. 11- A participação e manifestação individual dos membros nos serviços religiosos fazem
parte do culto e dependem do juízo de quem o preside, sob a guia de Deus. A ministração dos
serviços sagrados estará sujeita à convicção espiritual do ministrante.
Art. 12 - A CONGREGAÇÃO CRISTÃ NO BRASIL não se responsabiliza pelos atos pessoais
praticados por qualquer dos seus membros.
Art. 13 – Todo o patrimônio adquirido em nome da CONGREGAÇÃO CRISTÃ NO BRASIL é fruto
de contribuições e de ações voluntárias em benefício dela, que procura unificar-se sempre
mais à fé apostólica na sua simplicidade e na sua sinceridade a Deus, conforme o Santo
Evangelho, cuja Obra está sendo acompanhada pelo Senhor Jesus Cristo com seus sinais
milagrosos, prometidos na Santa Palavra de Deus, não podendo, pois, ser dividido com
qualquer grupo dissidente.
Art. 14 – Em caso de cisma ou separação, o patrimônio permanecerá com a CONGREGAÇÃO
CRISTÃ NO BRASIL, não assistindo qualquer direito ao grupo que dela se separar.
Art. 15 – Não mais havendo irmandade numa localidade, o patrimônio existente será anexado
ao da CONGREGAÇÃO CRISTÃ NO BRASIL mais próxima.
Art. 16 – No caso de extinção de uma Administração, o patrimônio local será gerido pela
Administração da CONGREGAÇÃO CRISTÃ NO BRASIL mais próxima, até que outra seja
constituída, se for o caso.
Art. 17 – Dar-se-á a extinção da CONGREGAÇÃO CRISTÃ NO BRASIL, quando for comprovado
que não mais existam fiéis que sigam a mesma Fé e Doutrina, em todo Território Nacional.
Dissolvida a CONGREGAÇÃO CRISTÃ NO BRASIL, far-se-á a sua liquidação de conformidade
com as leis em vigor, destinando-se o seu patrimônio a asilos, orfanatos, escolas e hospitais
públicos.
Art. 18 – Sendo a CONGREGAÇÃO CRISTÃ NO BRASIL uma comunidade religiosa de doutrina
apostólica, fundamentada na Bíblia Sagrada, nela não existe hierarquia; entretanto, é
respeitada a antiguidade entre os membros do Ministério.
Art. 19 – A CONGREGAÇÃO CRISTÃ NO BRASIL mantém um serviço de assistência aos fiéis
necessitados, conforme a guia de Deus.
CAPITULO II
Fé e Doutrina
Art. 20 – A CONGREGAÇÃO CRISTÃ NO BRASIL é constituída por uma comunidade que aceita
toda a Bíblia Sagrada na qual está contida a infalível Palavra de Deus, estando devotada a
Jesus Cristo, Autor e Consumador da Fé, fundada na Doutrina Apostólica.
Art. 21 – A fé que a CONGREGAÇÃO CRISTÃ NO BRASIL propaga consiste em magnificar
sempre mais a celeste vocação, em cada um dos membros e reter a liberdade que Cristo Jesus
Nosso Senhor nos franqueou com a Sua morte e ressurreição, para que Ele possa imperar com
a Divina Graça nos corações dos remidos pelo Sangue do Concerto Eterno e guiá-los pelo
Espírito Santo em toda a verdade, em honra, louvor e glória a Deus Pai. O eternamente
Bendito. (No demais sejamos sóbrios, lançando sobre Ele toda a nossa ansiedade, porque Ele
tem cuidado de todos nós e de Sua Obra – I Pedro, 5, 7,8).
Art. 22 – A doutrina professada na CONGREGAÇÃO CRISTÃ NO BRASIL é resumida nos
seguintes doze pontos:
I - Nós cremos na inteira Bíblia Sagrada e aceitamo-la como contendo a infalível Palavra de
Deus, inspirada pelo Espírito Santo. A Palavra de Deus é a única e perfeita guia da nossa fé e
conduta, e a Ela nada se pode acrescentar ou d’Ela diminuir. É, também, o poder de Deus para
salvação de todo aquele que crê. (II Pedro, 1:21; II Tim. 3:16-17; Rom. 1:16).
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II – Nós cremos que há um só Deus vivente e verdadeiro, eterno e de infinito poder, Criador
de todas as coisas, em cuja unidade há três pessoas distintas: o Pai, o Filho e o Espírito Santo.
(Ef. 4:6; Mat. 28:19; I João 5:7)
III-Nós cremos que Jesus Cristo, o Filho de Deus, é a Palavra feita carne, havendo assumido
uma natureza humana no ventre de Maria virgem, possuindo Ele, por conseguinte, duas
naturezas, a divina e a humana; por isso é chamado verdadeiro Deus e verdadeiro homem e é
o único Salvador, pois sofreu a morte pela culpa de todos os homens. (Luc. 1:27; João 1:14; I
Pedro 3,18).
IV-Nós cremos na existência pessoal do diabo e de seus anjos, maus espíritos, que, junto a
ele, serão punidos no fogo eterno. (Mat. 25:41).
V-Nós cremos que o novo nascimento e a regeneração só se recebem pela fé em Jesus Cristo,
que pelos nossos pecados foi entregue e ressuscitou para nossa justificação. Os que estão em
Cristo Jesus são novas criaturas. Jesus Cristo, para nós, foi feito por Deus sabedoria, justiça,
santificação e redenção. (Rom. 3: 24; I Cor. 1:30; II Cor. 5:17).
VI-Nós cremos no batismo na água, com uma só imersão, em Nome de Jesus Cristo (Atos
2:38) e em Nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo. (Mat. 28:18-19).
VII-Nós cremos no batismo do Espírito Santo, com evidência de novas línguas, conforme o
Espírito Santo concede que se fale. (Atos 2:4; 10:45-47 e 19:6).
VIII-Nós cremos na Santa Ceia. Jesus Cristo, na noite em que foi traído, tomando o pão e
havendo dado graças, partiu-o e deu-o aos discípulos, dizendo: “Isso é o meu corpo, que por
vós é dado; fazei isto em memória de mim”. Semelhantemente tomou o cálice, depois da ceia,
dizendo: “Este cálice é o Novo Testamento no meu sangue, que é derramado por vós”. (Luc.
22:19-20; I Cor 11:24-25).
IX-Nós cremos na necessidade de nos abster das coisas sacrificadas aos ídolos, do sangue, da
carne sufocada e da fornicação, conforme mostrou o Espírito Santo na Assembléia de
Jerusalém. (Atos 15:28-29; 16:4 e 21:25).
X-Nós cremos que Jesus Cristo tomou sobre si as nossas enfermidades. “Está alguém entre
vós doente? Chame os presbíteros da Igreja, e orem sobre ele, ungindo-o com azeite em nome
do Senhor; e a oração da fé salvará o doente, e o Senhor o levantará; e, se houver cometido
pecados, ser-lhe-ão perdoados”. (Mat. 8:17; Tiago 5:14-15).
XI-Nós cremos que o mesmo Senhor (antes do milênio) descerá do céu com alarido, com voz
de arcanjo e com a trombeta de Deus; e os que morreram em Cristo ressuscitarão primeiro.
Depois, nós, os que ficarmos vivos, seremos arrebatados juntamente com eles nas nuvens, a
encontrar nos ares e assim estaremos sempre com o Senhor. (I Tess. 4:16-17; Apoc. 20:6).
XII-Nós cremos que haverá a ressurreição corporal dos mortos, justos e injustos. Estes irão
para o tormento eterno, mas os justos para a vida eterna. (Atos 24:15; Mat. 25-46).
CAPITULO III
Anciães, Cooperadores do Ofício Ministerial, Diáconos e suas Atribuições
Art. 23 - O Ministério da CONGREGAÇÃO CRISTÃ NO BRASIL é composto de Anciães – que em
seu conjunto formam o Conselho de Anciães – Cooperadores do Ofício Ministerial e Diáconos.
Art. 24 – Os irmãos Anciães e Diáconos são ordenados (I Tim. 4:14), e os Cooperadores são
apresentados, conforme deliberação do Conselho de Anciães, segundo a guia de Deus pela
revelação do Espírito Santo, dentre os membros da CONGREGAÇÃO CRISTÃ NO BRASIL que
apresentarem as virtudes consignadas no Santo Evangelho (I Tim. 3:1-7 e 8-13; Atos 6:6;
Tito 1:5-10; I Pedro 5:2-3).
Parágrafo único. A ordenação ou apresentação sempre será realizada por um Ancião, dentre os
mais antigos no Ministério, de comum acordo com o Conselho de Anciães.
Art. 25 – Os serviços de culto nas Casas de Oração são presididos pelos irmãos Anciães ou
Cooperadores do Ofício Ministerial, os quais devem vigiar na liberdade do Espírito Santo e em
todo o tempo, para que nenhuma coisa estranha ao Santo Evangelho seja manifestada.
Art. 26 – Os serviços sagrados de Batismo e Santa Ceia são ministrados exclusivamente pelo
ofício de Ancião.
Art. 27 – Aos irmãos Diáconos compete o atendimento da Obra da Piedade, podendo ser
auxiliados por irmãs preparadas por Deus para essa finalidade. Na sua falta, tais atribuições
serão exercidas pelos demais integrantes do Ministério.
§ 1º Aos irmãos Diáconos compete dar assistência às casas de oração quanto ao recebimento
de coletas e ofertas e à remessa dos valores que devem ser depositados em estabelecimentos
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bancários, bem como aplicar aquelas destinadas às Obras Pias e viagens missionárias. Todos
os prontuários, em função do caráter eminentemente sigiloso, serão mantidos em poder dos
mesmos, que em tudo se farão guiar por Deus. A documentação contábil será encaminhada à
Contabilidade.
§ 2º Os Diáconos ou irmãos responsáveis pelo atendimento da Obra da Piedade e viagens
missionárias, mediante procuração específica outorgada pela CONGREGAÇÃO CRISTÃ NO
BRASIL, movimentarão conta bancária especial, para os devidos fins. Essa conta será
movimentada no mínimo por 3 (três) irmãos, devendo conter sempre 2 (duas) assinaturas.
Onde houver Diáconos, estes obrigatoriamente assinarão.
§ 3º Os Diáconos, na escrituração das despesas decorrentes do exercício de suas atribuições,
poderão ser assessorados por um contabilista.
§ 4º Aos irmãos Diáconos e/ou responsáveis pelo atendimento das Obras Pias e viagens
missionárias, aplica-se o disposto nas alíneas “b”, “c” e “d”, do art. 37 deste Estatuto.
CAPITULO IV
Assembléia Geral
Art. 28 – A Assembléia Geral da irmandade é o órgão competente para a ratificação da
indicação dos Administradores e membros do Conselho Fiscal da CONGREGAÇÃO CRISTÃ NO
BRASIL, aprovação de contas, relatórios da Administração e alterações estatutárias na forma
do art. 43 deste Estatuto.
Art. 29 – A realização da Assembléia Geral será feita por convocação, pelo irmão Presidente
da Administração, a quem cabe também presidi-la, nas hipóteses previstas neste Estatuto,
exceto no caso do art. 31.
Art. 30 – A CONGREGAÇÃO CRISTÃ NO BRASIL não efetua registro de membros por entender
que o vínculo é de natureza espiritual do fiel para com Deus. As decisões da Assembléia Geral
serão tomadas, em qualquer convocação, pela maioria dos membros presentes, cuja forma de
manifestação será por aclamação.
CAPITULO V
Administrações e suas Atribuições
Art. 31 – A CONGREGAÇÃO CRISTÃ NO BRASIL será representada e seu patrimônio gerido por
uma Administração, com 3 (três) membros (Presidente, Secretário e Tesoureiro) indicados
pelo Conselho de Anciães sob a guia de Deus, apresentados e empossados em Assembléia
Geral da irmandade local, presidida pelo irmão Ancião que atender a localidade.
§ 1º Havendo necessidade poderão ser criados cargos, como Vices Presidente, Secretário,
Tesoureiro e/ou Auxiliares da Administração, tudo conforme o disposto no “caput” deste artigo.
§ 2º À Administração compete administrar a totalidade dos bens patrimoniais localizados em
um ou mais municípios, vedada a criação de mais de uma Administração para um mesmo
município.
§ 3º A Administração poderá ser extinta por deliberação do Conselho de Anciães, devidamente
guiado da parte de Deus, devendo, tal decisão, ser ratificada pela Assembléia Geral da
irmandade local.
§ 4º A Administração poderá sugerir, sempre que se fizer necessário, a formação de
Departamentos de Construções, Engenharia, Compra de Materiais, etc. Estas sugestões
deverão, sempre, ser submetidas à aprovação do Conselho de Anciães.
Art. 32 – O mandato dos membros da Administração será de 3 (três) anos, permitida a
recondução ao cargo.
Parágrafo único. Os administradores que forem indicados em substituição, para preencher
cargos vagos, cumprirão o tempo faltante dos membros substituídos.
Art. 33 – Os atos de administração do patrimônio da CONGREGAÇÃO CRISTÃ NO BRASIL que
excedam a simples gestão, incluindo compra e venda de bens imóveis, serão previamente
apresentados a Deus em oração conjunta do Conselho de Anciães, Diáconos e Administração,
para d’Ele se obter a confirmação, lavrando-se a seguir ata sobre a deliberação tomada para
sua perfeita execução.
Parágrafo único. As construções e/ou reformas de imóveis serão deliberadas em reunião
conjunta do Conselho de Anciães, Diáconos, Cooperadores do Ofício Ministerial e
Administração.
Art. 34 – A CONGREGAÇÃO CRISTÃ NO BRASIL poderá outorgar, a membros da mesma fé,
procuração para representá-la, com poderes específicos de administração e prazo não
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excedente de um ano, da sua outorga. Em tais situações deverão ser nomeados no mínimo 3
(três) procuradores, para cujos atos deverão assinar no mínimo 2 (dois), vedado o
substabelecimento.
Art. 35 – O patrimônio da CONGREGAÇÃO CRISTÃ NO BRASIL, em cada localidade, responde
por suas obrigações. A irmandade não responde, nem mesmo subsidiariamente, pelas
obrigações da entidade.
§ 1º
Os integrantes do Ministério e da Administração responderão pelos excessos
eventualmente praticados que ocasionarem danos morais ou patrimoniais à CONGREGAÇÃO
CRISTÃ NO BRASIL ou a terceiros.
§ 2º Todos os atos de aquisição ou disposição de bens imóveis devem ser assinados pelos
Administradores titulares ou vices em exercício, observadas as substituições previstas nos
parágrafos únicos dos arts. 38, 39 e 40 deste Estatuto.
§ 3º Os valores pecuniários pertencentes à CONGREGAÇÃO CRISTÃ NO BRASIL deverão ser
depositados, em nome desta, em estabelecimentos bancários da localidade. No movimento
bancário assinarão sempre 2 (dois) Administradores, devendo um destes, necessariamente,
ser o Tesoureiro ou o Presidente, observadas as substituições previstas nos parágrafos únicos
dos arts. 38, 39 e 40 deste Estatuto..
Art. 36 – Compete à Administração:
a) dar cumprimento às deliberações das reuniões ministeriais, às disposições estatutárias e às
deliberações das Assembléias Gerais;
b) participar dos trabalhos de compra e venda de imóveis, construções, reformas e
manutenção de casas de oração e de toda a administração patrimonial e financeira da
CONGREGAÇÃO CRISTÃ NO BRASIL;
c) elaborar e apresentar anualmente à Assembléia Geral, até o último dia do mês de fevereiro,
relatório circunstanciado de suas atividades, incluindo o movimento espiritual de Batismos e
Santas Ceias, bem como o balanço e a apresentação das contas do exercício findo em 31 de
dezembro do ano anterior;
d) reunir-se periodicamente com o Ministério local e, em estreita colaboração com o mesmo,
examinar e tratar dos assuntos materiais da CONGREGAÇÃO CRISTÃ NO BRASIL;
e) cuidar, com todo o zelo e diligência dos valores preparados por Deus nas coletas e ofertas;
f) manter em perfeita ordem todos os livros contábeis, auxiliares e de atas, com escrituração
atualizada, guardando os respectivos documentos comprobatórios em ordem cronológica,
inclusive os títulos de propriedades.
g) zelar pelo patrimônio da CONGREGAÇÃO CRISTÃ NO BRASIL;
h) prestar os informes às autoridades e órgãos governamentais, em cumprimento a dever
legal.
Art. 37 – É terminantemente vedado à Administração:
a) intervir no Ministério da CONGREGAÇÃO CRISTÃ NO BRASIL, não podendo instituir, destituir
nem afastar seus integrantes, atribuição essa que é de exclusiva competência do Conselho de
Anciães, nos termos do art. 9º deste Estatuto;
b) abonar, avalizar, endossar títulos, prestar fianças ou qualquer garantia em favor de
terceiros, em nome da CONGREGAÇÃO CRISTÃ NO BRASIL;
c) pleitear em nome da CONGREGAÇÃO CRISTÃ NO BRASIL, junto a entes governamentais ou
privados, auxílios ou subvenções de qualquer natureza;
d) utilizar-se de quaisquer bens ou valores pertencentes à CONGREGAÇÃO CRISTÃ NO BRASIL,
para fins estranhos aos interesses da mesma.
CAPITULO VI
Atribuições dos Administradores
Art. 38 – Compete ao Presidente:
a) convocar e presidir as Assembléias Gerais;
b) representar ou fazer representar a CONGREGAÇÃO CRISTÃ NO BRASIL em juízo ou fora
dele, bem como constituir advogados com poderes específicos;
c) apresentar em Assembléia Geral Ordinária o movimento espiritual e material, bem como as
demonstrações contábeis da CONGREGAÇÃO CRISTÃ NO BRASIL;
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d) movimentar as contas bancárias conjuntamente com o Tesoureiro, Secretário ou seus
substitutos;
Parágrafo único. O Presidente, em suas faltas, será substituído pelo Vice-Presidente; não
havendo este, por qualquer dos Administradores titulares no exercício do cargo.
Art. 39 – Compete ao Secretário:
a) superintender os trabalhos de Secretaria da CONGREGAÇÃO CRISTÃ NO BRASIL, propondo
as providências administrativas necessárias à sua eficiente organização;
b) redigir e assinar correspondências e documentos da Administração;
c) responsabilizar-se pela guarda do arquivo e livros da Administração, mantendo-os
atualizados e em ordem;
d) movimentar as contas bancárias conjuntamente com o Presidente, Tesoureiro ou seus
substitutos.
Parágrafo único. O Secretário, em suas faltas, será substituído pelo Vice-Secretário; não
havendo este, por qualquer dos Administradores titulares no exercício do cargo.
Art. 40 – Compete ao Tesoureiro:
a) receber, registrar em livro caixa próprio e guardar, sob sua responsabilidade, os valores
pertencentes à CONGREGAÇÃO CRISTÃ NO BRASIL, depositando as importâncias à conta
desta, em estabelecimentos bancários escolhidos pela Administração;
b) apresentar relatórios financeiros
contábeis;
e todos os dados para elaboração das demonstrações
c) movimentar as contas bancárias juntamente com o Presidente, Secretário ou seus
substitutos.
Parágrafo único. O Tesoureiro, em suas faltas, será substituído pelo Vice-Tesoureiro; não
havendo este, por qualquer dos Administradores titulares no exercício do cargo.
CAPITULO VII
Conselho Fiscal e suas Atribuições
Art. 41– A CONGREGAÇÃO CRISTÃ NO BRASIL terá um Conselho Fiscal composto de 3 (três)
membros e, facultativamente, um suplente, com mandato de um ano, que serão indicados
pelo Conselho de Anciães, sob a guia de Deus, apresentados e empossados em Assembléia
Geral da irmandade local, permitida a recondução.
Parágrafo único. Compete ao Conselho Fiscal, podendo ser assessorado por um contabilista, o
exame de todos os documentos contábeis, financeiros e patrimoniais, emitindo o competente
parecer para ser transmitido à Assembléia Geral.
CAPITULO VIII
Disposições Finais e Transitórias
Art. 42 – A fim de conservar a unidade de Espírito entre o povo de Deus serão realizadas,
anualmente, reuniões gerais de ensinamentos, na cidade de São Paulo, de irmãos Anciães da
CONGREGAÇÃO CRISTÃ NO BRASIL de todo o Pais e de irmãos Diáconos convocados, assim
como dos que vierem do Exterior e que seguem a mesma Fé e Doutrina, conforme consta do §
2º do art. 1º do Estatuto.
§ 1º Serão realizadas também reuniões com a mesma finalidade em outros Estados, as quais
deverão ser presididas pelos irmãos Anciães mais antigos no Ministério, que presidem as
reuniões gerais anuais e nelas deverão ser expostos os mesmos ensinamentos apresentados
nas reuniões gerais em São Paulo, conservando-se a unidade de Espírito e o Fundamento de
nossa Fé e Doutrina.
§ 2º Os Diáconos que não forem convocados na forma do “caput” e os Cooperadores do Ofício
Ministerial, participarão das reuniões anuais realizadas em seus respectivos Estados e regiões.
Art. 43 – O presente Estatuto só poderá ser modificado por deliberação do Conselho de
Anciães presentes à reunião geral anual realizada em São Paulo, de acordo com o art. 42,
vedada a alteração de seus fins espirituais.
§ 1º A alteração de endereço da sede administrativa, para local do mesmo município (art. 2º
parágrafo único) será deliberada na forma do art. 33.
§ 2º As modificações no Estatuto deverão ser imediatamente ratificadas em Assembléia Geral
por todas as Administrações constituídas no País.
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Art. 44 – A CONGREGAÇÃO CRISTÃ NO BRASIL, sob a coordenação da Distribuidora Geral Brás
– São Paulo, poderá manter distribuidoras, as quais serão responsáveis pela distribuição de
Bíblias Sagradas, hinários e véus, artigos esses usados nos cultos, de acordo com a sua Fé e
Doutrina.
§ 1º Cada distribuidora fará uma contabilidade, de forma segregada, de sua movimentação,
que integrará as demonstrações contábeis da Administração.
§ 2º A CONGREGAÇÃO CRISTÃ NO BRASIL poderá manter, anexo às suas casas de oração,
depósitos dos itens relacionados no “caput” deste artigo.
Art. 45 – Eventuais omissões deste Estatuto serão supridas conforme as deliberações do
Conselho de Anciães, reunidos na forma prevista no “caput” do art. 42 deste Estatuto.
Art. 46 – Este Estatuto revoga quaisquer outros e entrará em vigor na data de sua aprovação
pela Assembléia Geral, especialmente convocada, devendo ser registrado no órgão público
competente.
São Paulo, 10 de Abril de 2004.
Ancião: Basílio Gitti
Presidente: Eliseo Luiz Lage
Secretário: João Vivanco
Tesoureiro: Emanuel dos Reis Neves
Advogado: Jacinto Pio Viviani - OAB/SP nº 23.920
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