Revista nº 2
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Revista nº 2
unesporte EDIÇÃO ESPECIAL Escolar FEDEESP 10 anos Jogos Universitários Paulistanos Olimpíadas Estudantis 1º Pan-Americano Escolar • Natação CEU e Água 8, º Se Liga Zona Norte • Escolhas: escola, faculdade e estágio ANUNCIO editorial Educação e Esporte P ela segunda vez, publicamos um número da Revista Unesporte em parceria com a Federação do Desporto Escolar do Estado de São Paulo, FEDEESP. Pela segunda vez, ficamos contentes em poder apresentar ao leitor competições, atividades e eventos esportivos desenvolvidos não só por estudantes universitários, mas também por alunos do ensino fundamental e do médio. Tal possibilidade reforçou nosso entendimento de que há necessidade urgente de elaboração de políticas públicas que, entre outros aspectos, favoreçam o esporte de base, estimulando a iniciação e a prática esportiva.No âmbito escolar, o esporte colabora com o desenvolvimento do indivíduo nos aspectos motor, cognitivo e emotivo; por isso, constitui-se em instrumento importante de educação. Recentemente foi publicado o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), elaborado pelo Programa das Nações Unidas para Desenvolvimento. Nele o Brasil está na 73ª colocação. Comparativamente aos índices anteriores, houve melhora, mas a situação ainda é ruim, se tivermos como referência as necessidades do país. Qual é a principal dificuldade para o Brasil avançar de maneira rápida e significativa? Principalmente a qualidade do ensino. Ampliamos o acesso, mas a qualidade não é boa e a evasão escolar ainda é muito alta. É preciso reverter esse quadro, aperfeiçoando o conteúdo ensinado, tornando a escola um lugar mais atraente para o jovem, melhorando as condições salariais e trabalhistas dos professores. Numa época em que só se fala das Olimpíadas de 2016 e da Copa do Mundo de 2014, dois grandes eventos esportivos que se realizarão no Brasil, é preciso lembrar que estamos em outra competição ainda mais importante e da qual depende nosso futuro: a melhoria das nossas condições de vida. A educação é o caminho para essa melhoria. E o esporte escolar pode dar sua parcela de contribuição à formação de um ser humano pleno. expediente Diretoria Adilson Souza de Araújo Davi Francisco da Silva Fábio Martucci Fornerón Isabella Basto Poernbacher [email protected] Redação Editor Ricardo Melani (MTPS 26.740) [email protected] Edição de Arte e Editoração Eletrônica Flávio Francisco Rodrigues Estagiários Carolina Samora, Tiago Machado e Renata Baboni Colaboradores Adilson Souza de Araújo, Davi Francisco da Silva, Fernando Roberto de Oliveira e Jacobo Vázquez Altuna. Fotografias Davi Francisco, Tiago Machado e Renata Baboni Criação de capa A partir de foto de Davi Francisco da Silva Revisão Gabriel Kolyniak Publicidade Diretor Fábio Martucci Fornerón [email protected] Assessoria jurídica Paulo Henrique Floriano Comercial Suporte Administrativo Ana Maria Souza de Araújo Assinaturas e Mailing ([email protected]) Impressão Parma Unesporte escolar, edição especial, 2010, é uma publicação da Editora Porto das Letras Ltda. Redação, publicidade, administração e correspondência: Rua do Bosque, 896, casa 24, CEP 01136-000. Barra Funda, São Paulo (SP). E-mail [email protected]. Telefone (11) 3392-1524. Proibida a reprodução parcial ou total dos textos e das imagens desta publicação sem expressa autorização. As opiniões dos entrevistados publicadas nesta edição não expressam a opinião da revista. 10 anos de FEDEESP Entrevista Maria Alice Zimmermman fala do esporte na Rede A educação pelo esporte Municipal de Educação 8 Um caminho para o cidadão 10 imagens stock.xchng 6 Vôlei 34 Fórum de Educação Física 36 Olhando para frente Escolhendo o futuro 46 50 Atletismo 29ª Bienal História do Esporte Kult Tônotime Radical Vixe 14 28 40 42 Saúde e Corpo Ideal Alimentação equilibrada Olimpíadas Estudantis e JUP Bike sumário 10 anos da FEDEESP A educação pelo esporte A Federação do Desporto Escolar do Estado de São Paulo há uma década promove competições esportivas como instrumento de desenvolvimento do estudante. Federação do Desporto Escolar do Estado de São Paulo (FEDEESP), desde que foi fundada, em 2000, tem se dedicado a organizar o esporte escolar. Promoveu e promove inúmeras competições esportivas. Milhares de estudantes de todos os níveis educacionais têm participado dos eventos coordenados pela FEDEESP. Mais importante ainda do que a dimensão das competições é a concepção educacional que impulsiona as ações da Federação e marca todas as disputas esportivas. Para a direção da entidade, presidi- da por Luiz Carlos Delphino de Azevedo Jr., os eventos do esporte escolar devem estar pautados pela preocupação educacional. Os principais objetivos dessas atividades são a disseminação do esporte e o desenvolvimento do estudante, independentemente do rendimento esportivo. Dito de outra maneira, as competições são organizadas com o intuito de promover o esporte, a saúde e, principalmente, a educação do participante. A prioridade é que o aluno vivencie a prática esportiva, aprenda os movimentos, melhore suas capacidades físicas cognitivas e emocionais a partir de um momento lúdico, prazeroso, de exigência competitiva e de interação com os companheiros de equipe e com os colegas adversários. Além disso, a prática esportiva ainda possibilita um ganho educativo adicional com a reflexão de valores presentes na disputa esportiva, como o respeito às regras, a prática do jogo limpo e o companheirismo. A FEDEESP pode se orgulhar de ter uma década de existência promovendo a educação pelo esporte. Esporte Escolar em Alta Olimpíadas Estudantis Mais de 75 mil estudantes, representando aproximadamente 350 escolas da rede municipal de ensino da cidade de São Paulo, participam neste ano das Olimpíadas Estudantis. A competição é realizada nas modalidades de basquete, futsal, vôlei, handebol, atletismo, ginástica rítmica, ginástica artística, judô, natação e tênis de mesa. As Olimpíadas são realizadas em parceria com as Secretarias Municipais de Educação e de Esporte. 6 Campeonatos brasileiros e estaduais A Federação ainda organiza um conjunto de eventos, seletivas e campeonatos do esporte escolar em várias modalidades e em diversos níveis. Entre as atividades desenvolvidas, estão os campeonatos brasileiro e estadual de Futebol de Campo; o campeonato estadual de Basquete; a seletiva nacional que vale vaga par o campeonato Mundial de Judô; as seletivas estaduais e nacionais do Pan-Americano; e o Festival dos Surdos. Unesporte Escolar, edição especial - 2010 Cursos e Capacitações Ao longo da sua história, a FEDEESP desenvolveu ações que visavam o aperfeiçoamento técnico e profissional dos educadores que atuam no esporte escolar. Atualmente a Federação, em parceria com o Sieeesp, promove cursos de atualização esportiva para professores de educação física. Neles, são tratados aspectos técnicos e educacionais envolvidos na prática esportiva escolar. Davi Francisco Davi Francisco Renata Baboni Davi Francisco As atividades desenvolvidas pela Fedeesp Jogos da Liga Zona Norte Os Jogos da Liga Escolar da Zona Norte estão em seu 8o ano. Em 2010 participaram mais de 2 mil atletas e 40 escolas particulares do ensino básico na sua grande maioria da Região da Zona Norte da cidade de São Paulo. As disputas são realizadas nas modalidades de vôlei, basquete, handebol e futsal. ANUNCIO Unesporte Escolar, edição especial - 2010 7 entrevista “O esporte é uma grande ‘ferramenta’ para trabalharmos valores e atitudes” Por Ricardo Melani Divulgação Qual é a relação entre esporte e educação? O esporte é uma grande “ferramenta” para trabalharmos valores e atitudes como respeito, companheirismo, disciplina, camaradagem esportiva, respeito ao adversário, à arbitragem, às regras. Outra vivência que o esporte nos proporciona é a relação entre ganhar e perder, competir respeitando os limites. Em que medida o esporte pode ajudar no desenvolvimento de uma criança ou de um adolescente? O esporte colabora no desenvolvimento físico da criança e do jovem, mas também ajuda na concentração, na organização pessoal, a descobrir metas, colabora no desenvolvimento psicológico, proporciona a vivência da derrota, da vitória, da contrariedade, do acatar as regras e, principalmente, colabora com aspectos da persistência, da disciplina, 8 Unesporte Escolar, edição especial - 2010 Entrevista realizada com Maria Alice Zimmermman, responsável pelos programas e projetos de esporte escolar da secretaria municipal de educação. Zimmermman é professora de educação física da rede municipal de educação há 21 anos; especialista em administração escolar e fisiologia do exercício; e participante do grupo de pesquisa em administração esportiva da USP. da dedicação, da aceitação, de Durante o ano essas turmas podem participar das Olimpíadas conviver com o diferente. Estudantis, que em 2010 contou Quando o esporte pode pre- com 11 modalidades esportivas judicar? (futsal, voleibol, handebol, basQuando é orientado para a vi- quetebol, atletismo, natação, gitória a qualquer preço. Outro fa- nástica artística, ginástica rítmitor prejudicial é quando não há ca, judô, tênis de campo e tênis orientação para o respeito aos de mesa). adversários e às regras. O “técniParalelamente, são oferecico/professor” tem um papel fundos aos professores momentos damental nesta orientação. Não é de formação e atualização nas nada fácil perder, mas é preciso modalidades esportivas, tanto estar preparado para isso. na arbitragem, como no aspecto Como o esporte escolar está pedagógico e metodológico das inserido nas escolas da rede modalidades. Neste ano abordamos a pessoa com deficiência e o municipal de São Paulo? esporte, pois estamos organizanEstimulamos a iniciação espor- do a I Paraolimpíada Estudantil, tiva em nossas escolas, por meio que ocorre em novembro, com as do Programa de Incentivo ao Es- modalidades atletismo e tênis de mesa. porte Escolar. O professor tem a Há uma política educaciopossibilidade de criar turmas de nal-esportiva na rede municiiniciação nas modalidades esporpal? Quais são seus aspectos tivas fora do horário das suas au- principais? las de Educação Física e no conSim. Há o Programa de Incentraturno do aluno. Dessa maneira ele orienta e incentiva a prática das tivo ao Esporte Escolar. Este modalidades esportivas para os alu- programa, como citado anteriornos que queiram vivenciar o esporte. mente e respeitando o projeto Ricardo Melani “é muito saudável, pertinente e importante este momento do Esporte Escolar” pedagógico da escola, pode estimular ainda mais a prática orientada do Esporte Escolar na rede. física, os materiais esportivos são adquiridos com verba específica destinada às escolas. O Programa está baseado em um tripé: Qual é o papel do professor de educação física na disseminação de uma prática esportiva escolar? Que tipo de estímulo esse profissional recebe? I - Atividades que permitam aos alunos o contato com várias modalidades esportivas e a oportunidade de escolha da modalidade mais condizente com o perfil de cada um, mediante a iniciação esportiva; II - Formação continuada dos professores de Educação Física interessados na atualização do seu conhecimento; III - Fórum do Esporte Escolar, para aprofundamento de questões voltadas às diferentes práticas esportivas e discussão sobre o valor do esporte no contexto escolar. Com o Programa de Incentivo ao Esporte Escolar estamos vendo que cada vez mais escolas, professores, gestores e alunos têm aderido à prática esportiva, o que também favorece a permanência dos alunos por mais tempo nas escolas. Estamos percebendo também que os pais se aproximam do ambiente escolar, acompanhando seus filhos nos jogos, nas competições. Isso é muito importante para o desenvolvimento das crianças. Temos observado que a dedicação e compromisso que nossos professores possuem com as nossas escolas e alunos têm colaborado cada vez mais para melhorar o nível da qualidade esportiva que encontramos nas escolas municipais. Alguns alunos têm se sobressaído e hoje podemos participar de campeonatos estaduais, nacionais e até mundial. O Programa de Incentivo ao Esporte escolar é um estímulo. Hoje o professor pode formar turmas de iniciação esportiva e receber por essas aulas. Para este projeto ser aprovado dessa forma, ele precisa, em primeiro lugar, ser um projeto da escola. O professor terá apoio para desenvolver a prática esportiva na escola. Qual é a situação dos equipamentos esportivos nas escolas? Todas as escolas da cidade têm quadra? O que ainda é preciso fazer? A participação nas Olimpíadas Estudantis, evento desenvolvido pela Secretaria da Educação e organizado pela FEDEESP, está crescendo a cada ano. Já são mais de 75 mil participantes e 350 escolas envolvidas. O que a Secretaria pretende com essa competição? Todas as escolas possuem quadras, temos os CEUs com diversos ambientes, como quadras, campos e piscinas para a prática, aprendizagem esportiva e desenvolvimento de campeonatos. Além da estrutura Os jogos sempre estiveram presentes nas nossas escolas. Há regiões onde ocorrem há mais de 19 anos. Entendemos que é muito saudável, pertinente e importante este momento do esporte escolar. Podemos contar com os diversos benefícios do esporte para a educação: saúde, participação, inclusão social, cidadania, qualidade de vida. A ideia de realizar uma Olimpíada Estudantil veio com a possibilidade de unificar a rede no desenvolvimento do esporte na escola. Também podemos realizar esses jogos e competições em locais onde nossos alunos vivenciam a cidade. Contamos com parcerias com o SESC, o Clube Escola e os CEUs. Na fase municipal, os estudantes podem jogar, nadar e competir em lugares como a pista de atletismo do Centro Olímpico, a piscina e a quadra do Pacaembu. Isso estimula a apropriação da cidade, dos bairros e de regiões que podem ser frequentadas sem que a escola esteja presente o tempo todo. Isso também é cidadania. Isso desperta o senso de conservação da cidade. A realização da Copa do Mundo em 2014 e das Olimpíadas em 2016 pode trazer que tipo de benefício para o jovem e para o esporte escolar? Vemos maior estímulo para a descoberta de talentos, mas a escola tem seu papel muito bem definido: é responsável pela educação formal, ler, escrever, preparar. Concordamos que é nela também que podemos estimular e incentivar a prática esportiva, apresentar várias modalidades, mas precisamos ficar atentos. Precisamos de mais locais para encaminhar nossos alunos que queiram treinar e possuem talento para tanto. Não há dúvida que esses dois eventos transformarão muitas coisas por aqui. E com toda certeza vamos colaborar para o fortalecimento não só do esporte, mas da cidadania, do protagonismo, das possibilidades e dos sonhos de muitos alunos. Unesporte Escolar, edição especial - 2010 9 entrevista Entrevista de Bernardinho a respeito da sua escola de vôlei. Divulgação Vôlei: um caminho para o cidadão Por Tiago Machado “Todos os alunos são incentivados a serem “craques” no esporte e na escola” De uma coisa todos nós concordamos e sentimos orgulho. O vôlei nacional é reconhecido no mundo inteiro como o mais competente e vitorioso. Imagine agora a união dessa comissão técnica vencedora, em um projeto ambicioso, voltado para os jovens estudantes de escolas particulares do ensino básico brasileiro Nossos jovens estudantes ganhariam muito nas suas vidas e relações sociais, aprendendo valores como disciplina, cooperação, responsabilidade e integração. A Escola de Vôlei Bernardinho (EVB) pretende oferecer aos estudantes de 7 a 13 anos a oportunidade de praticar o MiniVôlei. Para isso, reuniram-se profissionais capacitados, com experiência na formação de atletas e treinadores. A equipe completa conta com o preparador físico José Inácio Salles, além dos auxiliares técnicos Ricardo Tabach e Hélio Griner. Com quais propósitos foi formada a Escola de Vôlei Bernardinho? Com objetivo de facilitar o aprendizado de maneira lúdica através de uma metodologia de ensino e proporcionar condição de sucesso uma vez que as quadras são menores, as bolas são mais leves e macias e as redes mais baixas, atendendo uma faixa etária entre 7 e 13 anos. Assim, incentivamos a prática do esporte. Quais são os valores apregoados pela EVB? Ao longo da história da Escola de Vôlei Bernardinho, tivemos a oportunidade de 10 Unesporte Escolar, edição especial - 2010 trabalhar com uma grande diversidade de crianças com distintos comportamentos e diferentes atitudes. Entendendo a importância do aspecto comportamental, desenvolvemos no nosso trabalho valores educacionais, como disciplina, cooperação, responsabilidade e superação. São valores inerentes ao esporte, à sociedade e à formação do ser humano, por isso têm importância especial para as crianças. Como é desenvolvido o aprendizado do vôlei? Nossa metodologia preconiza o aprendizado de uma maneira lúdica e dinâmica. As categorias minivôlei, I e II, e 4 x 4 seguem a mesma metodologia de ensino, com cada aula dividida em três momentos: aquecimento e aperfeiçoamento da técnica individual; desenvolvimento da tática de jogo; e o jogo propriamente dito. Através das sequências de jogo é proporcionado ao aluno maior interatividade, o que se torna fundamental no aprendizado. Qual é a relação entre o aprendizado dessa modalidade esportiva e a formação geral da criança? A prática esportiva tem relações diretas e indiretas com a criação de valores de um cidadão. Valores de convivência em grupo e valores pessoais, os quais são mais relacionados com o desenvolvimento pessoal, precisam ser amplamente estimulados para que tenhamos cidadãos capazes de exercer seus direitos e realizar seus deveres. Percebemos o quanto o esporte pode se trans- formar em uma poderosa ferramenta de auxílio para formação e desenvolvimento do indivíduo, contribuindo cada vez mais com a sua inserção na sociedade. O vôlei por sua condição de coletividade é a ferramenta utilizada no desenvolvimento da formação geral da criança. Há alguma relação entre a participação na EVB e desempenho escolar? Todos os alunos são incentivados a serem “craques” no esporte e na escola. Existe algum vínculo entre esse trabalho de base no vôlei e o esporte de alto rendimento? No desenvolvimento das aulas alguns alunos se sobressaem. Havendo interesse, eles são encaminhados aos clubes, porém, a Escola de Vôlei Bernardinho não trabalha com essa expectativa. Nossa maior preocupação está relacionada ao aprendizado do vôlei, por meio de um formato dinâmico e lúdico, e à formação do indivíduo. Como as escolas podem conseguir adquirir os serviços da Escola de Vôlei Bernardinho? Basta entrar em contato pelo e-mail: [email protected] ou pelo fone 4063-1847. FEDEESP 2 mil estudantes participaram da 8ª Se Liga Zona Norte, disputando quatro modalidades de quadra. M ais de 40 escolas e dois mil estudantes participaram dos jogos deste ano da Liga Zona Norte. As disputas aconteceram nas modalidades de vôlei, basquete, handebol e futsal. A competição foi até a primeira quinzena de novembro e cumpriu com os objetivos que justificaram a sua criação: estimular e desenvolver a prática saudável do esporte entre a juventude estudantil; e promover intercâmbio social e esportivo entre os participantes. O tradicional campeonato, que reúne as escolas particulares do ensino básico da Região Norte da cidade de São Paulo, está em sua oitava versão e recebeu um reforço: “Esse ano, contamos com o patrocínio do Shopping Santana Parque e da Faculdade Cantareira. Isso trouxe um benefício à competição”, disse Eduardo Felix Lopez, professor de educação física, diretor da Federação do Desporto Escolar do Estado de São Paulo e um dos responsáveis pela organização do campeonato. Eduardo acredita que as próximas versões serão ainda melhores. 12 Unesporte Escolar, edição especial - 2010 Davi Francisco Esporte saudável entre estudantes Davi Francisco Muita empolgação nas finais da Liga A Handebol As partidas finais do handebol aconteceram com muita vibração e respeito entre os adversários. O equilíbrio técnico foi grande. Na modalidade feminina, nas categorias Cadete e Mirim, a grande campeã foi a equipe do Cataguases. Davi Francisco time foi grande. Eles estavam entusiasmados por participar desse campeonato”, afirmou Fábio, professor e técnico da equipe sub18 do Colégio Rainha da Paz, que conquistou o primeiro lugar nessa categoria. Empolgação e vibração estiveram pre- Davi Francisco Davi Francisco s finais da modalidade futsal apresentaram um bom nível técnico e as partidas foram bastante disputadas. Os estudantes se empenharam muito, mostrando determinação em busca da vitória. “A empolgação dos jogadores do nosso sentes em todos os jogos finais. O professor Fernando Nogueira Junior, técnico da equipe do Colégio João Bosco, campeã da categoria sub14, destacou outro aspecto. Para ele, diante do alto nível técnico da competição, é necessário a união entre os integrantes de uma equipe, para manter um bom desempenho durante toda a disputa. “Os jogadores da equipe de futsal do João Bosco são amigos, respeitam-se; isso ajudou no desempenho e na conquista do campeonato”, afirmou Fernando. Sagraram-se campeãs as seguintes equipes: na categoria sub8, Cataguases; sub10, Cataguases; sub12, Cataguases; na sub14, Dom Bosco; na sub16, Mazzarello; e na sub18, Rainha da Paz. Os estudantes já aguardam com ansiedade a 9ª Se Liga Zona Norte 2011. Vôlei O torneio de vôlei da Liga está se organizando. Aos poucos a participação irá aumentar e a melhoria do nível técnico será consequência dessa nova situação. Na categoria Infantil da modalidade feminina, Mazzarello sagrou-se campeão. As outras finais acontecerão ainda em novembro. Basquete As finais do basquete masculino foram emocionantes. Na categoria Infantil, a equipe do Sagrado conquistou o título, após uma acirrada disputa com o time do Cataguases. Na categoria mirim, novamente Cataguases esteve na final; só que desta vez foi o campeão. Unesporte Escolar, edição especial - 2010 13 Davi Francisco TÔ NO Time disputas, festas e intercâmbio cultural Divulgação Brasil ficou em primeiro lugar no quadro geral de medalhas em competição escolar internacional realizada em Juiz de Fora. O 1º Pan-Americano Escolar realizado em Juiz de Fora, Minas Gerais, foi um sucesso. A competição internacional foi organizada sob a coordenação da Federação Internacional (ISF) e da Confederação Brasileira do Desporto Escolar (CBDE). Aconteceram 41 partidas, nas modalidades de vôlei, basquete, handebol e futebol, e 52 provas individuais, nas modalidades de natação e atletismo. Participaram 500 atletas representando Colômbia, Guatemala, Paraguai, Porto Rico, República Dominicana e Brasil. Havia uma segunda delegação brasileira (Brasil II), que era formada por atletas da cidade-sede do evento. O Brasil foi o primeiro colocado da competição, conquistando 30 medalhas de ouro, 23 de prata e 11 de bronze. Da delegação de São Paulo, conquistaram a medalha de ouro os seguintes estudantes: na natação, pro- 14 Unesporte Escolar, edição especial - 2010 va 100m costas, Diogo Fassina, do Colégio Ábaco; no atletismo, na prova 3.000 rasos masculino, Laurindo Nunes Neto, da EE Ensino Médio Irmão Leo; no salto em altura, Talita Vidal Barbosa Brasil (feminino), da EE Oswaldo Aranha, e Vinícius Micall Correa da Silva (masculino), da EE Maria Iracema Munhoz; no salto em distância feminino, Ingrid Rodrigues Lira, do Instituto Coração de Jesus; no salto triplo feminino, Esthefânia Ribeiro Costa, da EE Trugilo Torlone; no lançamento de disco masculino, José Flávio Arantes, do Colégio Purri Donus Viverde; no Arremesso de peso feminino, Esthefânia Ribeiro Costa, da EE Trugilo Torlone; nos 100 metros rasos feminino, Mônica da Cruz Jimenez, do Colégio Purri Donus Viverde; nos 800m rasos masculino, Maicon Santos, do Colégio Purri Donus Viverde; nos 1.500 rasos masculinos, Rafael Soares Santerano, da EE Emilia de Paiva Meira. Além da disputa esportiva O evento foi mais do que uma disputa esportiva. Foi um momento de confraternização, de intercâmbio cultural e de novas oportunidades de comércio e de conhecimento profissional. Durante os Jogos, em frente ao Cine Theatro Central de Juiz de Fora, artesões da cidade e de municípios vizinhos expuseram objetos artísticos fabricados a partir de cerâmica e de outras matérias primas naturais. Os participantes da competição puderam levar para casa um pouco da tradição mineira. Tabela de Classificação Geral do 1ª Pan-Americano 1º - BRASIL I 30 ouros, 23 pratas, 11 bronzes – 64 medalhas 2º - COLÔMBIA 15 ouros, 18 pratas, 17 bronzes – 50 medalhas 3º - PARAGUAI 7 ouros, 5 pratas, 13 bronzes – 25 medalhas 4º - GUATEMALA 3 ouros, 2 pratas, 4 bronzes – 9 medalhas 5º - BRASIL II 2 ouros, 9 pratas, 6 bronzes – 17 medalhas 6º - PORTO RICO 1 ouro e 1 prata – 2 medalhas 7º - REP. DOMINICANA 1 prata e 2 bronzes – 3 medalhas ANUNCIO Unesporte Escolar, edição especial - 2010 15 Davi Francisco TÔ NO Time Disputa acirrada na fase final do torneio O campeonato de futebol de campo da JUP 2010 entrou na sua fase final e a disputa está cada vez mais intensa. Os jogos estão ficando “pegados” e o nível técnico das partidas também está melhorando. Há muita expectativa em torno dos jogos das semifinais e do da final, cujas datas e locais ainda não estão definidos. “A primeira fase foi forte, competimos com adversários de bom nível técnico, passamos para as quartas e agora buscamos avançar”, afirmou Leonardo Rocha, alunoatleta do Mackenzie. Agora, oito equipes participarão das semifinais. 16 Unesporte Escolar, edição especial - 2010 Na série ouro, jogarão Rui Barbosa – EEFE USP X Aurora Albanese – Tecno Mack e Visconde de Cairu – Fea USP X Comunicação e Artes – Mack; na série prata, Eugenio Gudin – Econ Mack X Getúlio Vargas e Mary A. Chamberlain – Lep Mack X Uniban – CL. Para Marcel Vergueiro, um dos organizadores da competição, “o campeonato está melhorando a cada versão”. O técnico da Politécnica-USP, Lucas Pereira, concorda com essa avaliação, mas faz uma ressalva: “É necessário avançar em relação ao campo, que não apresenta condições de desempenho satis- Ricardo Melani Os Jogos Universitários Paulistanos (JUP) 2010 estão na sua terceira edição. É um evento promovido pela Federação do Desporto Escolar do Estado de São Paulo, organizado pela Associação Brasileira do Desporto Estudantil e têm o apoio da Secretaria de Esportes, Lazer e Recreação da cidade de São Paulo. Este ano, mais de 4.600 estudantes disputam nas modalidades de Atletismo, Futebol de Campo, Basquete, Futsal, Handebol, Judô, Natação, Skate, Tênis de Mesa e Vôlei. fatório.” Lucas se refere ao campo do CEDEPRT, onde são realizados os jogos. Provavelmente os finalistas não terão problema com o campo. Cogita-se que a final poderá ser disputada no estádio do Pacaembu. De qualquer maneira, seja onde for, o campeonato vai pegar fogo na sua reta final. Tiago Machado TÔ NO Time Os atletas universitários realizaram disputas simultâneas, nas oito mesas disponibilizadas pelo JUP, no evento de tênis de mesa. Chuva de bolas na capital Evento realizado no bairro da Saúde reuniu as principais feras do tênis de mesa universitário da capital paulista. Por Tiago Machado O torneio de Tênis de Mesa dos Jogos Universitários Paulistanos (JUP) deste ano aconteceu na ADR Keiko, no bairro da Saúde, dia 26 de setembro, das 8h às 15h45. O evento contou com a participação de 105 atletas, representando doze universidades de São Paulo: PUC, Getúlio Vargas, Unisant’Anna, USP, Medicina Jundiaí, Mackenzie, Unitau, Uniban, Medicina Mogi, FMU, Uninove e Unisa. Foi realmente um domingo perfeito para os amantes das raquetinhas. Os atletas compareceram em peso e simplesmente gastaram as bolinhas. Duelos equilibrados, cortadas e bolas marotas carregadas de efeito muitas vezes levaram o público ao delírio. O nível técnico do torneio foi alto. Atletas de destaque nessa modalidade esportiva participaram da dispu- ta, como Ricardo Kojima, campeão do Campeonato Brasileiro Ranking A, em 2009. Para levar a medalha oferecida pelo JUP, os participantes tiveram de superar seus próprios limites técnicos e físicos. “Os meninos e meninas estão dando um show. A organização também está muito boa e todos os atletas em disputa estão mostrando uma felicidade enorme por estarem aqui”, disse Cristina Aparecida de Oliveira, representante do JUP no evento. Realmente, a alegria e a camaradagem foram a tônica do torneio. A cada partida encerrada, vencedores e perdedores se abraçavam. Reinou um espírito de amizade e de confraternização durante todo o dia do evento. A competição encerrou-se no fim da tarde. Na categoria masculina, pela série A, Ricardo Kojima (Mackenzie) não deu chances para seus adversários e faturou o bicampeonato; na série B, o vencedor foi Mauro Massaharu Thaira (Mackenzie). Na categoria feminina, na série A, Renata Tiemy Arakaki (Mackenzie) ficou com a medalha de ouro; e Aline Kinjo (Unisant’Anna), na série B, também subiu no posto mais alto do pódio, tornando-se bicampeã do torneio. Ação social: doação de alimentos Para participar do torneio, cada atleta doou um quilo de leite em pó. Segundo Cristina, cabe á organização da JUP definir o que será feito: “Os leites doados ficarão na sede da JUP; posteriormente uma comissão vai definir o destino do alimento, encaminhando para alguma instituição”, explicou Cristina. A doação de alimentos já é uma tradição dos Jogos Paulistanos. TÔ NO Time Tiago Machado Aprendendo um pouco mais sobre o Judô Universitários duelam no tatame pelo posto mais alto Evento de Judô do JUP uniu diversos atletas universitários para uma sadia disputa na quadra da Uniban Maria Cândida. Por Tiago Machado A final Judô dos Jogos Universitários Paulistanos (JUP) 2010, torneio organizado pelo diretor da FEDEESP, o medalhista olímpico Douglas Vieira, foi realizada dia 23/10 na quadra poliesportiva da Uniban Maria Cândida. O evento contou com a participação de 18 atletas masculinos e 6 femininos, representando 5 universidades. Não faltou emoção para os amantes do tatame nessas finais. Os atletas estavam motivados e concentrados para ganhar a competição. O torneio teve ótimo nível técnico. Nenhum dos combates foi decidido por pontos. Os participantes desenvolveram estratégias apuradas e mativeram alto grau de concentração para conseguir vencer as lutas. Eles abusaram de golpes como Ippons, Wazaris, Yukos e Kokas (veja box nesta página). Desenvolver uma estratégia firme e manter-se centrado na luta são dois aspectos cruciais para conseguir a vi- 18 Unesporte Escolar, edição especial - 2010 tória. O aluno do Mackenzie Felipe Kazuo, 20 anos, conta como escolhe a melhor estratégia para procurar levar vantagem contra seu oponente. “Primeiramente eu estudo o adversário, para ver se ele é canhoto ou destro e identificar quais golpes ele pretende usar na luta. Sabendo desses detalhes eu faço o meu jogo e procuro entrar na guarda dele visando finalizar o combate”. A essência do judô vai muito além de apenas formar atletas de alto rendimento. O esporte oriental enaltece a disciplina e a obediência como suas principais doutrinas, que são seguidas a risca por todos os participantes da modalidade. Vira uma concepção de vida que influencia o dia a dia do atleta. “A doutrina do judô é praticada dentro e fora do tatame, o judoca na sua essência tem que ser um exemplo para a sociedade, não se envolver em brigas, nem em confusões”, afirma Matheus Hidalgo, 21 anos, aluno da Poli USP e participante das finais. O Judô é praticado em um tatame de formato quadrado (de 14 a 16 metros de lado). Cada combate dura até 5 minutos. O vencedor é declarado ao conquistar o Ippon primeiro. Se ao final da luta nenhum judoca conseguir o Ippon, vence aquele que tiver mais vantagens. Em busca do golpe perfeito Ippon: O Ippon é o golpe perfeito da modalidade. Ao acertálo o combate se encerra automaticamente. O golpe se concretiza quando um judoca consegue derrubar o adversário, desde que este fique com as costas por completo no tatame. Existem outros golpes na modalidade que é acumulativa de vantagens. Vence o combate quem obtiver o maior número delas. São elas: Wazari: O Wazari é um Ippon que foi aplicado de forma incompleta, ou seja, o adversário cai sem ficar com os dois ombros no tatame. Vale lembrar que o acúmulo de dois Wazaris vale um Ippon. Yuko: Quando o adversário vai ao solo de lado. Cada Yuko vale um terço de ponto. Koka: menor pontuação do judô. Vale um quarto de ponto. Ocorre quando o adversário cai sentado. Quatro kokas não geram o final da luta, embora ele seja cumulativo. Davi Francisco TÔ NO Time A FAMA, Fanfarra Municipal de Atibaia, abriu a festa esportiva no dia 9 de outubro com uma apresentação contagiante. O público se empolgou com o que viu. Estiveram presentes autoridades da cidade e do Estado de São Paulo. Entre elas, Dr. José Bernardo Dening, prefeito de Atibaia; Ricardo dos Santos Antônio, vice-prefeito; José Ricardo Teixeira Ribeiro, Secretário de Esportes e Lazer; José Carlos Nista, Inspetor Regional; Nélson Gil de Oliveira, Coordenador de Esporte e Lazer do Estado de São Paulo; e o vereador Wanderley Silva, presidente da Câmara de Atibaia. Jogos Escolares: foi bonita a festa Por Davi Francisco São Paulo na competição em nível nacional. Claúdio destacou um dos objetivos centrais do evento: a disseminação esportiva. Para que o Brasil se torne uma potência esportiva, é fundamental o desenvolvimento do esporte escolar. Representação de São Paulo As equipes vitoriosas dessa competição irão representar o Estado de São Paulo nas Olimpíadas Escolares Brasileiras, que se realizarão em Goiânia, entre os dias 3 e 12 de dezembro de 2010. Nas modalidades coletivas, os campeões foram: Colégio Técnico – CETEC, de Barretos (basquete feminino); Colégio Pessoa, de Franca (basquete masculino); Colégio Alvorada, de São Paulo (futsal feminino); Colégio Amorim, de São Paulo (futsal masculino); Colégio Drummond, de São Paulo (handebol feminino); Marquês de Monte Alegre, de São Paulo (handebol masculino); Colégio Monteiro Lobato, de Franca (Voleibol feminino); e Colégio Campos Sales, de São Paulo (voleibol masculino). A equipe de natação que irá representar o Estado de São Paulo nas Olimpíadas Escolares Brasileiras foi formada pelos atletas que conseguiram as melhores marcas nos Jeesp. A equipe será comandada tecnicamente pela professora Fabiana Uyvary, do Colégio Ábaco (na foto, à esquerda, com agasalho azul). Davi Francisco E ntre os dias 9 e 16 de outubro, Atibaia sediou uma grande festa esportiva. A cidade abrigou a Olimpíada Colegial e os Jogos Escolares do Estado de São Paulo (Ocesp/Jeesp). Setecentos e trinta e cinco estudantes entre 15 e 17 anos disputaram as finais nas modalidades esportivas de atletismo, basquetebol, damas, futsal, handebol, tênis de mesa, voleibol e xadrez. Ao todo, entre estudantes, comissões técnicas e dirigentes, 1.168 pessoas estiveram envolvidas diretamente nessa etapa da competição, representando várias escolas municipais do ensino fundamental e do médio da rede pública e da particular do Estado de São Paulo. “É necessário desenvolver um trabalho de massificação esportiva na escola. É dessa massificação que vamos conseguir qualidade”, disse Cláudio Roberto dos Santos, Gestor Estadual da Olimpíada Colegial e dos Jogos Escolares e responsável pela formação da delegação que irá representar o Estado de Unesporte Escolar, edição especial - 2010 19 Divulgação TÔ NO Time Festival Esportivo e Cultural de Surdos reuniu 2.600 estudantes param das competições. Basquete, handebol, futsal, xadrez, atletismo, queimada, oficinas e brincadeiras foram as atividades desenvolvidas. Seis escolas municipais de educação especial, três do ensino fundamental, além de escolas particulares e entidades filantrópicas, participaram do evento. O festival sempre é realizado no mesmo período para coincidir com o Dia Nacional do Surdo, 26 de setembro, e tem como objetivo am- rESSALTANDO A CULTURA SURDA Encontro de Dois é uma peça do grupo de teatro Quase9, sob a direção de Mariana Muniz. O grupo se caracteriza por desenvolver pesquisas sobre a comunicação corporal como forma principal de expressão. O espetáculo explora o gesto, a dança e a Língua Brasileira de Sinais, ressaltando a cultura surda e as possibilidades de comunicação entre grupos sociais. 20 Unesporte Escolar, edição especial - 2010 pliar as oportunidades de socialização. Os participantes conheceram outras pessoas e interagiram por meio da Língua Brasileira de Sinais (Libras). Segundo seus organizadores, o festival também visa a promover a aquisição de hábitos saudáveis e favorecer o surgimento de novos talentos no esporte e na cultura. No encerramento, o grupo Quase9 apresentou o espetáculo Encontro de Dois, obra que combina teatro e dança com Libras. Divulgação O V Festival Esportivo e Cultural de Alunos Surdos aconteceu no final de setembro deste ano. O evento foi promovido pela Secretaria Municipal de Educação e realizado conjuntamente pelo Grupo Fenix, pela Diretoria de Orientação Técnica da Secretaria (DOT) e pela FEDEESP. O festival realizou-se no SESC Interlagos e foi encerrado no SESC Vila Mariana. Mais de 2.600 estudantes partici- ANUNCIO Unesporte Escolar, edição especial - 2010 21 Davi Francisco TÔ NO Time Projeto CEU e Água nas Olimpíadas de 2016 Milena Lima de Araújo, a luna do CEU Spopemba, é pré-convocada para os jogos que se realizarão no Brasil. Rodrigo Facundes - ECPinheiros Trabalho de base e massificação da prática esportiva N a primeira versão do Projeto CEU e Água, dez crianças, estudantes de Centros Educacionais Unificados (CEUs) da cidade de São Paulo, foram selecionadas para treinar natação no Esporte Clube Pinheiros (ECP). Entre essas crianças, estava Milena Lima de Araújo, 11 anos, aluna do CEU Sapopemba. Recentemente a Confederação de Desportos Aquáticos 22 conferiu a Milena diploma de pré-convocação para os Jogos Olímpicos de 2016, que se realizarão no Brasil, por causa de seu brilhante desempenho técnico. O Projeto CEU e Água foi criado pela Federação do Desporto do Estado de São Paulo (FEDEESP), sob a coordenação técnica dos professores Tiago Aquino (Paçoca) e Kaoê Gonçalves; e sua primeira versão foi realizada em parceria com a Secretaria Municipal da Educação, a Sabesp e o ECP. Unesporte Escolar, edição especial - 2010 Neste ano a FEDEESP busca repetir e ampliar a dose. Ela aguarda aprovação do projeto da segunda versão do CEU e Água. Segundo seus idealizadores, a ideia é massificar a prática da natação entre crianças de 10 e 14 anos, por meio de atividades, aulas e seletivas que serão desenvolvidas nos 45 CEUs da capital paulista. As atividades serão organizadas a partir da capacitação dos professores que irão ministrar aulas de natação para quase 5 mil crianças dos CEUs. Também haverá competições regulares, que serão utilizadas como avaliação qualitativa do aprimoramento do nado. Os quarenta estudantes que mais se destacarem nas competições participarão dos treinamentos do Centro Olímpico, da Secretaria Municipal de Esportes, Lazer e Recreação, destinado ao aperfeiçoamento de atletas das categorias de base. Além do apoio da Secretaria de Esporte, o projeto será realizado em parceria com a Secretaria da Educação. IV Olimpíadas is 201 t n a d 0 u t s E A IV Olimpíadas Estudantis 2010 confirmou todas as expectativas positivas. Participaram ou ainda participam das competições mais de 75 mil alunos, representando 350 escolas da rede municipal do ensino de São Paulo. A competição teve início em maio e irá até a primeira quinzena de dezembro.Os jogos estão sendo realizados em três categorias - pré-mirim, mirim e infantil. As disputas acontecem em 11 modalidades esportivas: Basquete, Vôlei, Futsal, Handebol, Atletismo, Ginástica Rítmica, Ginástica Artística, Judô, Natação, Tênis de Campo e Tênis de Mesa. O evento é promovido pela Secretaria Municipal de Educação e organizado pela Federação do Desporto do Estado de São Paulo (FEDEESP). O propósito central da competição, segundo seus organizadores, é promover vivências esportivas e colaborar na formação dos participantes. É exatamente o que está acontecendo: uma verdadeira festa esportiva. TÔ NO Alta técnica e muita garra no Judô Time Estudantes dos Centros Unificados de Educação também Por Renata Baboni participaram das Olimpíadas Estudantis. Renata Baboni N o dia 23 de outubro, a Uniban Maria Cândida sediou o campeonato de Judô das Olimpíadas Estudantis 2010 organizado pela FEDEESP. A competição teve início às 9 horas e contou com a participação de 215 estudantes distribuídos nas categorias sub10, pré-mirim, mirim e infantil. O evento foi realizado em uma etapa única, e a final aconteceu às 15h30 do mesmo dia. A novidade deste ano foi a participação dos Centros Unificados de Educação (CEUs). Outro ponto marcante foi o alto nível técnico apresentado pelos participantes da competição. Para se ter uma ideia, uma das campeãs da categoria infantil, Bruna da Silva, representante do judô Tucuruvi, aos 13 anos já é dona de um invejável currículo: conquistou os bicampeonatos Paulis- Os participantes não pouparam esforços para vencer suas lutas na competição de judô. ta, Brasileiro, Pan-Americano e SulAmericano. A coleção dos títulos lhe rendeu o ingresso e a permanência na seleção brasileira de judô sub15. “Escolhi o judô porque é um esporte muito evoluído e esse evento é mais uma oportunidade e lição que estou tendo. O meu objetivo é ser campeã das Olimpíadas e depois do Mundial. Quero chegar até o fim!”, afirmou Bruna, com a mesma garra demonstrada em suas lutas. Unesporte Escolar, edição especial - 2010 23 Tiago Machado TÔ NO Time A coreografia realizada por todas as atletas participantes era similar para todas as equipes. Ginástica presente nas Olimpíadas Estudantis Com grande número de participantes, competição de ginástica rítmica e artística chega a sua última eliminatória antes da grande final. Por Tiago Machado e Renata Baboni Renata Baboni A 24 Unesporte Escolar, edição especial - 2010 fase polo II, última eliminatória regional da Olimpíada de Ginástica antes das finais, aconteceu dia 7 de outubro, na quadra poliesportiva do CEU Azul da Cor do Mar, em Itaquera. Cerca de 1.400 estudantes de 25 escolas da rede municipal de ensino participaram do evento nas classes: Sub 10, Pré-Mirim, Mirim e Infantil. A grande final está marcada para o dia 4 de dezembro. Essa competição integra as Olimpíadas Estudantis, evento organizado pela Federação do Desporto Escolar do Estado de São Paulo (FEDEESP). A quadra poliesportiva do CEU Azul da Cor do Mar transformou-se em um completo caldeirão. Milhares de alunos-atletas, professores, organizadores e familiares não poupavam aplausos e gritos de incentivo para todas as apresentações dos pequenos esportistas. A felicidade, mesmo quando Renata Baboni Ao fim da premiação, as alunas da professora Cida partiram para a comemoração ao lado da querida professora. O papel do professor O barulho voltou a ficar alto na premiação. Diferentemente de palmas e gritos de incentivo ecoados na quadra, desta vez foi possível ouvir fortemente: “Cida, Cida, Cida!” Um grande número de crianças gritava o nome da professora de educação física da escola Ricardo Vitiello, Cida Costa. A cena de carinho e amor foi emocionante. Cerca de 90 alunos de 10 a 14 anos prestaram uma grande homenagem a sua querida instrutora. “Eu acho que os alunos gostam do meu jeito. Eles sabem que eu os trato com muito respeito. Eu chamo atenção, corrijo quando é necessário, mas com muito respeito e, ao mesmo tempo, eu brinco, não deixo de brincar. Mas eles sabem que eu vibro junto, eu fico lá na torcida: ‘vai, legal, arrasa!’”, diz a emocionada professora. A docente conta que o principal segredo para a união completa de sua equipe é o reconhecimento dos esforços de cada um. “Eu falo assim: Olha gente, se eu não chamo a atenção, se eu não ligo, quer dizer que é como se eu não me importasse, mas eu me importo muito com vocês. Olha, não tem problema se errar, se a bola cair fora, se uma esquecer o que tem de fazer, não tem problema, vai lá e dê o seu melhor que já estou agradecida”, finaliza. A ação de Cida exemplifica a importância do professor na prática do esporte escolar. Tiago Machado os erros aconteciam, evidenciava a grande satisfação de todos os presentes em competir. Organizar um evento como esse é tão importante que, além de divulgar a ginástica nas escolas, influencia diretamente na participação de novos competidores. “Eu tive interesse pela ginástica quando vi minha irmã fazendo. Ela já participou do campeonato passado e do retrasado aqui e aí me interessei. Acho que a ginástica é uma forma de se expressar com o corpo. Gosto muito de praticar ginástica artística e rítmica”, conta Tauany Carvalho, 13 anos, estudante da 6a série. Exemplos como o da pequena Tauany são o principal estímulo para a Fedeesp continuar melhorando o evento a cada ano. “Os professores tiveram cursos de capacitação para passar o melhor para as crianças, para eles conseguirem desenvolver o melhor trabalho na ginástica rítmica e nesses polos mostrar o trabalho desenvolvido”, diz Fabiana Neves Rubin, 34 anos, responsável da FEDEESP na Olimpíada de ginástica. O evento tem dado tão certo, que a cada edição duplica o número de inscritos na competição, o que faz dos professores grandes responsáveis pela beleza e competitividade do evento. “Conseguimos passar isso para os professores, eles estão muito empenhados em desenvolver o trabalho nas escolas da rede municipal”, comemora Fabiana. Unesporte Escolar, edição especial - 2010 25 Davi Francisco TÔ NO Time Quando a prática esportiva e a cidadania andam juntas O torneio de atletismo da IV Olimpíadas Estudantis chega a sua fase final com a participação de mais de 2 mil atletas-estudantes da Rede Municipal de Ensino. N os últimos dias 29 e 30 de setembro, aconteceram as finais municipais de atletismo da IV Olimpíadas Estudantis, maior competição dessa modalidade em nível escolar do Brasil. O evento foi realizado na pista do Centro Olímpico de Treinamento e Pesquisa (COTP). A Olimpíada contou com a participação de 14 mil estudantes no seu início, que se enfrentaram em 21 fases regionais eliminatórias. Com esse filtro, cerca de 2.300 atletas de 10 a 17 anos participaram da disputa da grande final. “O atletismo é a minha vida! As Olimpíadas podem contribuir de uma forma brilhante para a minha carreira”, disse Matheus Silva Santos, atleta de 14 anos, campeão da corrida de 75 26 Unesporte Escolar, edição especial - 2010 metros. O depoimento do jovem Matheus não foi uma exceção. Era comum ver o brilho no olhar de praticamente todos os atletas, que não estavam ali apenas para uma disputa qualquer. Estavam preparados para dar o seu melhor na busca por uma vitória. Fato que ficou evidente quando a atleta Cintia Lima da Silva, 17 anos, disputou a prova de 800 metros com os homens por falta de competidoras da sua categoria. “Como hoje não tinha outras equipes do feminino, eles me colocaram para correr junto com os meninos nos 800m. Ganhei em primeiro! Só de ter concorrido com eles e ganhado, já estou feliz”, concluiu a atleta. Em alguns casos, a disputa era o início de um sonho. “Dou duro desde pequena Davi Francisco Por Tiago Machado e Renata Baboni Competição de salto em distância animou o público. para chegar aos meus objetivos. Venho buscando as vitórias nas competições e quero, no futuro, fazer parte da equipe de atletismo e representar o Brasil nas competições”, afirmou a atleta de 13 anos e vencedora da corrida de 250m, Jaqueline de Oliveira. O evento, organizado pela Federação do Desporto Escolar do Estado de São Paulo (FEDEESP), em parceria com a Prefeitura de São Paulo, por meio da Secretaria Municipal de Educação e da Secretaria de Esportes, foi um grande sucesso de organização e estrutura. Maria Alice, coodernadora da FEDEESP no evento, lembrou das dificuldades técnicas na primeira edição dos jogos. “Na primeira edição, eu mesma passava o som, com um microfone ligado direto em uma caixa acústica, que carregava embaixo dos braços. Olha hoje a infraestrutura que temos e veja como evoluímos”, comentou, satisfeita. Maria também lembrou da grande reforma na pista de atletismo, que hoje conta com o mesmo piso do Estádio Olímpico de Berlim, na Alemanha. O custo total da obra foi de aproximadamente de 4,3 milhões de reais e recebeu a classe 1, maior classificação concedida pela Associação Internacional das Fede- rações de Atletismo. “É maravilhoso um espaço de alto rendimento como esse. Antes não tínhamos, e a cidade de São Paulo merecia isso”, exclamou. Para garantir a organização do evento, a Fedeesp disponibilizou 110 profissionais que foram distribuídos pelo centro e ficaram à disposição de atletas e professores. O maior objetivo dos jogos não é formar grandes atletas para o Brasil no futuro, mas sim formar cidadãos conscientes para uma vida responsável, além de disseminar o atletismo nas escolas. “Todos os participantes aqui hoje são vencedores. Nossa maior intenção é transformar nossas crianças em verdadeiros cidadãos. Claro que se aparecer um atleta que participe das próximas olimpíadas, estaremos contentes em dobro”, finaliza Maria. Para Débora de Souza Araújo, professora de educação física do CEU Professora Cândida Dora Pinto Pretini, o atletismo, assim como todos os esportes, tira as crianças das ruas, afastando-as da marginalidade. Débora insiste nos benefícios da prática esportiva: “Primeiramente o importante é desenvolver o caráter e a responsabilidade das crianças e jovens com os outros. Eu faço trabalho em comunidade e posso afirmar com toda a certeza que o esporte ajuda o jovem a procurar algo diferente do mundo do crime e das drogas. É fundamental termos incentivo para eventos como esse.” Daniele Tavares Unesporte Escolar, edição especial - 2010 27 Divulgação Davi Francisco radical vixe Bicicleta: O melhor meio de transporte para curta distância Por Tiago Machado V ocê sabia que existe um meio de transporte acessível, de fácil manuseio, dinâmica como uma motocicleta, econômica para o bolso e que não agride o meio ambiente? Interessou-se, não é mesmo? Estamos falando da bicicleta! A bicicleta é o melhor meio de transporte para curtas distâncias existente no mundo hoje. Com o seu uso, ajudamos o planeta ao não queimar combustíveis fósseis desnecessários, pois ela não tem motor, ou seja, não usa combustível para funcionar, melhoramos o desempenho do nosso corpo praticando exercícios físicos ao pedalar, e ainda 28 por cima damos um salto em qualidade de vida e autoestima. Isso é que é chegar com tudo para um dia de trabalho! Ainda não ficou convencido dos benefícios de pedalar pela cidade? Saiba que alguns estudos comprovam os benefícios do uso da bicicleta: redução de 50% no risco de desenvolver doenças cardíacas coronárias, diabetes e obesidade; redução de 30% no risco de desenvolver hipertensão; diminuição da pressão sanguínea; redução da osteoporose; alívio dos sintomas de depressão e ansiedade; estímulo aos músculos das vértebras dorsais (costas), coxas e glúteos; e diminuição do mau colesterol e da obesidade. Além disso, a prática cola- Unesporte Escolar, edição especial - 2010 bora para diminuir o estresse, a ansiedade e para aumentar a força da musculatura das pernas. Como você pode ver, andar de bicicleta realmente é um “andar na saúde”. Pedalar para ir ao trabalho, à escola ou apenas por diversão rende muito. Uma pessoa, em um percurso de 10 km, queima 588 kcal, economiza R$ 3,25 e ainda colabora na redução de 2.75 kg de poluentes, que seriam emitidos pela queima de combustível, caso o transporte utilizado fosse um carro. Imagine se o uso de bicicleta como meio de transporte fosse difundido entre a população. Quantos benefícios para todos! Pedalar com segurança O uso da bicicleta deve ser realizado com toda a segurança. Veja as dicas de um pedalar seguro. que facilitem Use roupas claras, clista. a visualização do ci locidade. Evite excesso de ve pés desNão pedale com os os que calços; e evite calçad cicleta. bi possam prender na guidão Não tire as mãos do ras perigosas nem realize manob do trânsito, Pedale no sentido ão, de prefenunca na contram rência à direita. uma pesTransporte somente bicicleta. soa por vez em cada a sinalizaConheça e respeite ção do trânsito. s de ouvido. Evite o uso de fone dicas; fique Faça revisões perió o das coratento à manutençã e calibre os rentes e dos freios; cia. pneus com frequên izadores e Use capacetes, sinal retrovisores. O BMX, arte radical em andar de bike, surgiu oficialmente nos Estados Unidos nos anos de 1960 e chegou com tudo no Brasil em 1978. Hoje em dia está entre os maiores esportes de ação do mundo. A modalidade radical é dividida em duas categorias: O estilo racing (corrida) e o freestyle (Estilo Livre) que também é dividido em modalidades, as quais se diferenciam pelo local praticado e pela forma como são executadas as manobras. São elas: Vert Vert ou vertical é praticado em uma rampa com formato de “U”, denominada “HalfPipe”, com manobras nas bordas e nos chamados aéreos (vôos para fora da rampa), nos quais os atletas buscam executar manobras de alto grau de dificuldade. É uma modalidade com um belo visual para espectadores. Dirt Jumping É praticado em rampas de terra, com alturas e distâncias variadas. Podem ser rampas únicas, doubles, ou sequências chamadas de trails. As manobras são uma mistura das manobras vistas no vert com os grandes saltos do bicicross. Divulgação Bike e Arte radical Flatland É praticado em áreas planas e sem obstáculos, as manobras são um desafio de equilíbrio, criatividade e agilidade que podem ser estáticas (usando travões) ou com muito movimento. Os atletas ou artistas buscam executar varias combinações e variações seguidamente sem interrupção de movimento entre uma manobra e outra. Street É praticado nas ruas. Tudo o que aparecer pela frente vira obstáculo para as manobras, desde escadas, corrimãos, paredes, bancos, monumentos etc. As manobras combinam o dirt , o vert e o flatland, e são executadas ao se transpor algum obstáculo. O que vale é a criatividade. Park É praticado em percursos fechados (skateparks ou bikeparks) onde se encontram obstáculos que, inicialmente, procuravam simular os obstáculos das ruas, mas atualmente já possui um desenho próprio, com rampas para aéreos e para saltos, bancadas, muros e paredes, escadas e corrimão. Unesporte Escolar, edição especial - 2010 29 Renata Baboni CADA VEZ MELHOR Professores aprenderam na prática como lidar melhor com o aluno especial. Esporte adaptado: a começar pela inclusão profissional FEDEESP e Sesc oferecem capacitação a profissionais da saúde voltados ao trabalho de educação especial no esporte. Por Renata Baboni A Secretaria Municipal de Educação, em parceria com o Sesc e a Federação do Desporto Escolar do Estado de São Paulo (FEDEESP), realizou o curso sobre inclusão de alunos com necessidades educacionais especiais no esporte. O evento ocorreu nas unidades do Sesc Pompeia e Consolação, nos dias 18 e 25 de setembro. O público foi composto por professores, diretores e coordenadores pedagógicos. Hoje existem aproximadamente 14 mil estudantes com necessidades educacionais especiais matriculados em escolas municipais. Pensando nesse público, um dos destaques das Olimpíadas Estudantis 2010 30 Unesporte Escolar, edição especial - 2010 da Rede Municipal de Ensino será a primeira edição das Paraolimpíadas Estudantis, em novembro, que incluirá duas modalidades: atletismo e tênis de mesa. Com o foco nas Paraolimpíadas Estudantis, o curso abordou técnicas, adaptações pedagógicas e práticas para o treinamento do atletismo e do tênis de mesa. Além disso, foi destacada uma modalidade de esporte adaptado, o goalball. Os palestrantes foram os professores Paulo Henrique Verardi e Rosineide Soares Rogério. Verardi, especialista em educação física adaptada e mestre em educação especial, afirmou que as maiores dificuldades encontradas pelos Renata Baboni Renata Baboni CURIOSIDADE profissionais envolvidos com o processo de inclusão e esporte adaptado estão relacionadas às precariedades estruturais e à falta de investimentos governamentais. Alguns participantes do curso compartilham dessa mesma opinião. “A maior barreira é a falta de equipe e de infra-estrutura adequadas, isso desanima o profissional”, disse Alessandra Andrea de Almeida Vaz, profissional de educação física. Marília Daniela Tessarin, professora de educação física da Rede Municipal de Ensino de São Paulo, apontou a mesma crítica: “O professor não recebe capacitação profissional, estrutural e auxílio do governo suficientes para aprender a lidar com alunos deficientes.” Tal situação evidencia a importância da realização do curso. É um esporte fundamentado em percepções táteis e auditivas, portanto, o silêncio no ginásio é preponderante durante a partida. A utilização da venda permite que os atletas possam competir na mesma classe, inclusive os que apresentam níveis de acuidade visual diferentes. Atualmente, o goalball é praticado em 112 países. No Brasil, é normatizado pela Confederação Brasileira de Des- portos para Cegos. “Hoje é um esporte bem difundido no nosso país e praticado por pessoas com e sem deficiência. Um dos eventos consagrados na área é o campeonato universitário de goalball, entre alunos sem deficiência, da Unicamp”, ressaltou a palestrante Rosineide Soares Rogério, fisioterapeuta, especialista em educação física adaptada e mestre em reabilitação do equilíbrio corporal e em inclusão social. Renata Baboni O goalball é um esporte coletivo paraolímpico, criado exclusivamente para pessoas com deficiência visual, cujo objetivo é marcar gols no adversário, por meio do arremesso rasteiro de uma bola sonora. Cada time é composto por três jogadores titulares e três reservas, sendo que todos atacam e defendem ao mesmo tempo, usando vendas nos olhos. A quadra apresenta as mesmas dimensões da de vôlei (9 m de largura por 18 m de comprimento). A partida tem duração de 20 minutos (2 tempos de 10 minutos). Unesporte Escolar, edição especial - 2010 31 Logomarca exalta esporte e crescimento A Federação do Desporto Escolar do Estado de São Paulo tem uma nova logomarca. Ela sintetiza os valores desenvolvidos pela entidade durante seus 10 anos de existência, organizando e desenvolvendo atividades esportivas no âmbito escolar. Como pode ser visto, o novo símbolo está fortemente associado ao esporte. O desenho da marca representa movimento e crescimento. Essas duas ideias estão presentes em todas as competições e os eventos coordenados pela FEDEESP. Outros conceitos veiculados pela nova identidade visual da federação são força, seriedade e positividade. As cores fazem referência à bandeira do Estado de São Paulo, base de atuação da FEDEESP, e denotam energia e vitalidade. A nova marca é moderna e arrojada. Se, por um lado, ela sintetiza o que foi feito pelo esporte escolar, por outro, ela aponta para o futuro, para as possibilidades que virão, para os próximos 10 anos. Davi Francisco Formada a Associação Nacional de Árbitros do Desporto Educacional N o início de setembro deste ano, foi fundada a Associação de Árbitros do Desporto Educacional (Anade). O objetivo da entidade é capacitar árbitros para atuar em atividades esportivas educacionais. A iniciativa da formação dessa associação foi da FEDEESP e visa 32 Unesporte Escolar, edição especial - 2010 sobretudo suprir uma necessidade do esporte escolar e formar um grupo fixo de árbitros especializados. O árbitro que atua nessa categoria esportiva deve, além de ter conhecimento técnico das regras esportivas, orientar o praticante de maneira pedagógica, pois o participante da atividade é um jovem que está em fase de desenvolvimento escolar, aprendendo um conjunto de conceitos e de normas de conduta. Dito de outra maneira, o árbitro na quadra é também um agente educador; e deve ser qualificado para exercer plenamente as suas funções. ANUNCIO Fórum de Educação Física mira Escola e Políticas Públicas Por Ricardo Melani D ia 22 de outubro, na Câmara Municipal de São Paulo, aconteceu o encerramento do I Fórum Paulista de Sustentabilidade da Educação Física e do Esporte na Escola, evento idealizado pelo Conselho Regional de Educação Física do Estado de São Paulo e apoiado pela Secretaria de Esporte, Lazer e Turismo e pela Secretaria Municipal de Esportes. O fórum foi realizado em doze municípios do Estado de São Paulo - Franca, Campinas, Rio Claro, Guarujá, Ribeirão Preto, São José dos Campos, Santos, Catanduva, Suzano, Presidente Prudente, Sorocaba e na capital. O evento, cujo encerramento contou com a presença de inúmeras personalidades e autoridades, teve como objetivo estimular reflexões sobre a importância da Educação Física Escolar, o papel do professor de educação física e o direito da criança a uma educação plena. “A intenção do Conselho Regional de Educação Física de São Paulo com essa atividade foi coletar dados que servissem de subsídios para a elaboração de um documento que será encaminhado às entidades e 34 aos órgãos competentes, como ministérios e secretarias de educação e de esporte”, afirmou o professor Hudson Ventura Teixeira, conselheiro do CREF de São Paulo e coordenador do fórum. “O tema da educação física na escola está necessitando de um debate mais vigoroso. O Ministério da Educação está em dívida com a educação física escolar. Não há iniciativas específicas para a educação física, ela acaba sendo apropriada pelo Ministério de Esporte; e se faz novamente a identificação de educação física com o esporte, quando educação física não é só esporte. São necessários fóruns como este, que alcançam espaços além do acadêmico”, disse professor Mauro Betti, que ministrou a palestra de encerramento do fórum sob o título: Educação Física Escolar: perspectivas e desafios para a segunda década do século XXI. A relação entre educação física e esporte também foi lembrada pelo presidente do CREF de São Paulo em exercício, Vlademir Fernandes, com uma ressalva: “O papel principal da Educação Física não é revelar atletas, mas formar pessoas; a participação em esporte de alto rendimento é uma consequência.” Como disse Hudson, o documento resultante das reflexões realizadas nos encontros poderá subsidiar autoridades Unesporte Escolar, edição especial - 2010 Homenagem espontânea Em determinado momento do fórum, quando o professor Hudson Ventura Teixeira expunha relato sobre a sua vivência profissional com a educação física, o plenário espontaneamente começou a aplaudi-lo. A manifestação de apreço durou aproximadamente 1 minuto. Professor Hudson é conhecido no meio esportivo e da educação como um abnegado que dedicou a sua vida à melhoria da educação física escolar. A homenagem foi mais do que merecida. Davi Francisco Ricardo Melani e órgãos governamentais relacionados à educação e ao esporte na elaboração de políticas públicas. A necessidade da renovação da educação física e da interferência em políticas públicas foi consenso entre os participantes do fórum. Betti sintetizou essa preocupação: “É preciso renovar a educação física e desenvolver políticas públicas em interação com a saúde, o lazer e a educação, para que essa área de ensino se sustente”. ASSINATURA Unesporte Escolar, edição especial - 2010 35 OLHANDO Escolhendo o Futuro Divulgação PaRA FRENTE A vida é feita de escolhas e a nossa trajetória é, em certa medida, a somatória de decisões. A escola que possibilita uma boa formação básica, a faculdade que nos desenvolve adequadamente em uma determinada área de conhecimento, o estágio que garante os primeiros passos da vida profissional são escolhas que devem ser feitas cuidadosamente. O acerto ou o erro podem ter consequências para o resto da vida. Por Ricardo Melani Escolhendo a escola O que se deve ter em mente quando se escolhe uma escola do ensino fundamental? Em primeiro lugar, a formação que se pretende para a pessoa que vai frequentar a escola. Estamos falando de um indivíduo que está no início da sua trajetória de vida. A sua personalidade está em formação, assim como os seus valores também estão sendo construídos a partir da sua experiência de vida e da dos que estão à sua volta. O indivíduo está aprendendo a lidar com as pessoas e com as coisas do mundo; e ao mesmo tempo ele está se firmando como um ser que tem identidade. Nessa medida, é importante estar atento à linha pedagógica da escola. Verificar se ela é apropriada. Se ela é compatível com os princípios éticos, morais e educacionais desenvolvidos em casa, pela família. Um segundo aspecto diz respeito ao conteúdo ensinado. O que é ensinado e qual é a qualidade desse ensino. A escola é bem-avaliada no sistema de ensino? Outro aspecto tão importante quanto os anteriores é a capacidade técnica dos 36 Unesporte Escolar, edição especial - 2010 envolvidos no processo educacional. Como é a formação dos docentes da escola? Há estímulo contínuo da instituição do ensino em relação à formação dos próprios professores? Eles recebem um salário condizente com as responsabilidades de um capacitado educador? Além disso, a instituição tem uma equipe multidisciplinar de apoio ao aprendizado, com psicólogo, fonoaudiólogo, nutricionista, pedagogo e médico? A estrutura também deve ser alvo de análise. As instalações e os equipamentos da escola devem possibilitar um seguro e eficaz desenvolvimento das atividades e dos conteúdos planejados. Isso significa locais e materiais próprios para aprender e estudar (salas de aula), para brincadeira e lazer (parque e salas especiais), para esporte (quadra), para ler (bibliotecas), para comer (restaurantes); além de banheiros amplos e limpos. Não esqueça: a educação é um dos bens mais importantes de um indivíduo e de uma sociedade. A escola deve estar à altura das responsabilidades educacionais. Divulgação Calouros participam de animado trote universitário, ao iniciar o curso de medicina. Escolhendo a faculdade e a profissão estudar ou atuar na área profissional escolhida. Dito de outra maneira, a busca de felicidade não pode ser negligenciada. Ela deve ser um dos fatores decisivos na hora da escolha. Não há nada melhor do que viver e sobreviver fazendo algo de que se gosta. S. Paulo destacou 10 cursos recémcriados que tentam satisfazer demandas de empresas que buscam profissionais especializados. Nanotecnologia, engenharia de petróleo, jogos digitais, produção musical, educomunicação e gerontologia são algumas das novas carreiras. Mesmo as carreiras mais tradicionais não param no tempo. Pelo que foi dito, a carreira mais promissora é aquela cuja principal atividade é feita com prazer. Nesse sentido, não faltam boas possibilidades em qualquer campo de estudo. O estudante vai encontrar perspectivas nas áreas de humanas, exatas e biológicas. Para se ter um exemplo, recentemente no Guia das Profissões da Folha de Divulgação Carreiras promissoras Divulgação A escolha de uma faculdade é um momento delicado. Toda pessoa tem em potência tendências, habilidades e gostos múltiplos. Reduzir essa multiplicidade a uma determinada área de ensino e de futura profissão não é nada fácil. A situação é ainda mais complicada porque a decisão deve ser feita em geral por um jovem no final da adolescência. Quando o mundo ainda está por ser descoberto pelo indivíduo, impõe-se a ele uma escolha tão importante para a sequência de sua vida. Por causa disso, é preciso encarar essa decisão como importante, mas não como absolutamente definitiva. Mudanças de áreas de estudo e de profissões são comuns. Trata-se de ajustes e adaptações que todos passam no transcurso de sua existência. Em relação à escolha propriamente dita, é preciso relativizar as pressões sociais e de mercado. A decisão de seguir essa ou aquela carreira não pode ser baseada única e exclusivamente nas possibilidades do mercado, no status social ou na perspectiva salarial que determinada profissão pode propiciar. Esses fatores contam, mas eles devem estar associados ao entusiasmo e ao prazer de Unesporte Escolar, edição especial - 2010 37 OLHANDO Divulgação PRA FRENTE Escolhendo o estágio Elas vão se reciclando de acordo com as mudanças da sociedade. Por exemplo, hoje o direito ambiental é um campo amplo de trabalho. Há cursos e carreiras para todos os gostos e tendências; mas, antes de decidir por um deles, é preciso estudar a futura profissão. Quais são as principais ações, funções e ocupações do profissional. Conhecer um pouco da história e da perspectiva futura da profissão. Pesquisar a grade curricular e as matérias que compõem o curso; e quais são as principais faculdades e universidades que o oferecem. 38 Unesporte Escolar, edição especial - 2010 No último período, ano a ano tem crescido o descontentamento dos empresários em relação aos estagiários e destes em relação às empresas. Os primeiros reclamam principalmente da falta de compromisso dos futuros profissionais e do baixo desempenho. Por sua vez, os estagiários acham que as empresas têm diretrizes atrasadas que frustram suas expectativas. Esse conflito latente acontece em um momento de expansão do número de vagas de emprego e de estágio. Uma das possibilidades de se atenuar o choque de interesses e de gerações está nas mãos do candidato a um programa de estágio. Ele deve procurar uma empresa que esteja de acordo com a sua perspectiva de desenvolvimento profissional, que tenha um ambiente de trabalho atraente para ele e que acrescente ao seu conhecimento e à sua qualidade de vida. Ou seja, o candidato deve procurar a vaga a qual vai se candidatar. Isso significa estudar o mercado e as empresas que oferecem vagas na área pretendida. Prestar atenção na bolsa e nos benefícios oferecidos pela empresa; bem como o período do estágio, o ambiente de trabalho, as exigências em relação às atividades que serão desenvolvidas e o perfil esperado do estagiário. Evitar erros em processos seletivos Como a empresa dos sonhos geralmente tem filas de candidatos a vagas de estágio, procurar por essa empresa significa também buscar se qualificar e evitar erros comuns em processos seletivos. O primeiro deles é exatamente não conhecer a empresa. Portanto, não saber se a empresa combina com seu perfil; nem saber dados básicos sobre ela, como quem é o presidente, quantos funcionários tem, qual é a área de atuação ou em quais países opera. Outro erro recorrente é exagerar e mesmo mentir no currículo, tentando-se passar por algo que não se é. Em geral, isso é facilmente detectado e pode provocar desastres quando a qualidade proclamada pelo candidato for cobrada. Por exemplo, o inglês fluente alardeado dá lugar a uma frágil capacidade de se comunicar nessa língua. Falar muito e mostrar-se superior na entrevista também não são bons sinais para o entrevistador. Muitas vezes, eles são interpretados como sintomas de ansiedade e de petulância, características que o empregador quer evitar ou diminuir na empresa. As mais cobiçadas Quais são as empresas mais cobiçadas pelos jovens brasileiros? Segundo uma pesquisa da Universum, empresa de consultoria, estão no topo da lista: Petrobras (www. Petrobras.com.br/pt/ quem-somos/carreiras/estágios), Google (www.google.com.br/jobs), Unilever (www.unilever.com.br/careers), Vale (www.vale.com/pt-br/carreiras/paginas/ default.aspx), Nestlé (www.nestrle.com. br/site/anestle/trabalhe_na_nestle. aspx), Ambev (www.estagioambev.com. br), Itaú Unibanco (www.itau.com.br/ programas), Coca-Cola (www.cocacolabrasil.com.br), Banco do Brasil (www. bb.com.br) e Bradesco (www.brtadesco. com.br/html/content/oportunidade/ index.shtm). Mãos à obra. Unesporte Escolar, edição especial - 2010 39 PRÁTICA SAUDÁVEL A busca pelo corpo ideal pode comprometer a saúde Por Renata Baboni A prática esportiva exagerada Na área das atividades físicas e da prática esportiva, é comum que a busca pelo corpo ideal leve a treinamentos excessivos e prejudiciais. Pessoas de diversas idades, em especial jovens, estão mais preocupados em atingir padrões de beleza do que em cuidar da própria saúde. Quando o estresse provocado pelo exercício supera os limites do corpo, ultrapassando sua capacidade de adaptação, o treinamento pode se tornar excessivo. Um treinamento excessivo pode ocasionar um estado crônico de fadiga e queda do rendi- 40 Unesporte Escolar, edição especial - 2010 Divulgação N a sociedade atual a oferta de serviços para moldar a aparência conforme os padrões efêmeros de beleza cresce assustadoramente. Academias de ginástica, produtos de beleza inovadores, dicas da mídia para manter a boa forma, cirurgia plástica, salões de beleza são cada vez mais procurados. O que esses locais e produtos prometem? Saúde e beleza. Porém, muitas vezes as ações realizadas para alcançar padrões sociais de beleza podem trazer consequências negativas ao corpo e prejudicar a saúde. Hoje a busca pelo corpo ideal é um imperativo. Não é raro que essa busca ultrapasse o limite do saudável e gere transtornos patológicos. A luta de cada pessoa para se transformar em algo que não é pode desencadear uma série de expressões doentias como a depressão, a síndrome do pânico e outras doenças psicossomáticas. mento por incapacidade de recuperação. Tal quadro é conhecido como overtraining ou Síndrome do Supertreinamento. Nesse caso, há um declínio do desempenho, perda do desejo competitivo e de entusiasmo pelo treinamento. Além dessas, outras práticas prejudiciais à saúde na área esportiva são recorrentes, na perspectiva de idealização do corpo, como o uso de anabolizantes e das dietas radicais. A busca desenfreada por um modelo ideal de corpo gera consequências negativas. Para que as atividades esportivas sejam saudáveis, antes de tudo, devese respeitar o corpo, os seus limites e as suas possibilidades; e não o tratar como objeto. O corpo não é uma máquina, ele é a nossa possibilidade de desenvolver a experiência humana. ANUNCIO Unesporte Escolar, edição especial - 2010 41 PRÁTICA SAUDÁVEL Boa alimentação: a base da saúde M 42 Unesporte Escolar, edição especial - 2010 Divulgação ales súbitos, indisposição, dores de cabeça, fraqueza, gastrite, baixa resistência, esses podem ser alguns dos sintomas provenientes de uma alimentação inadequada. A persistência em um quadro de má nutrição diária pode levar ao desequilíbrio orgânico e ao desenvolvimento de doenças, como diabetes, hipertensão, osteoporose e graves problemas cardiovasculares. A alimentação equilibrada, seguida de práticas saudáveis, pode ser determinante para uma boa qualidade de vida. Os motivos são óbvios. Para as tarefas do dia a dia, um indivíduo precisa de nutrientes que possibilitam o funcionamento orgânico. Precisa desses nutrientes em quantidades adequadas. A escassez ou a superabundância deles são prejudiciais. O carboidrato, a proteína, a gordura, a vitamina, o mineral, a água e a fibra, cada elemento nutriente tem sua função no organismo. Os carboidratos, presentes nos pães, cereais, biscoitos, massas e frutas, são fontes de energia. As proteínas, que estão nas carnes, nos ovos, no leite ou no feijão, na lentilha e no grão de bico, são essenciais na produção de anticorpos, na contração muscular e na regulação da pressão arterial e da circulação sanguínea. As gorduras animais e os óleos vegetais, embora devam ser consumidos moderadamente, também são importante fonte de energia, além de favorecer a assimilação de algumas vitaminas. As vitaminas e os minerais, que se encontram nas verduras, nos legumes e nas frutas, interferem na digestão, no sistema imunológico, na circulação sanguínea e em diversos processos metabólicos. A água é elemento fundamental para a circulação sanguínea, a digestão, a absorção de nutrientes e para outras funções do organismo. ANUNCIO Unesporte Escolar, edição especial - 2010 43 Divulgação Alimentação Saudável 1. Evite ficar muito tempo sem comer. Isso prejudica o metabolismo corporal, provoca gastrite e estimula a comer mais na próxima refeição. O ideal é realizar três refeições e dois lanches por dia. Não pular as refeições e não “beliscar” entre elas. 2. Escolha com cuidado os alimentos que você vai ingerir. Preste atenção à necessidade nutricional, à higiene e à forma de preparo. Evite consumo excessivo de sal, gordura, açúcar, refrigerantes, frituras e alimentos industrializados. Eles aumentam o risco de doenças. 3. Coma devagar, mastigando e apreciando bem os alimentos. Isso ajuda na digestão e ameniza a ansiedade compulsiva de comer muito. Procure comer uma fruta de sua preferência logo após as refeições. nosso organismo, mas que estão à mão. Porcarias, pratos rápidos e frituras, que podem saciar momentaneamente a nossa fome, mas não nos alimentam como precisamos. Resultado: nosso desempenho no estudo, no trabalho ou em qualquer outra atividade é inferior ao que poderia ser; não vivemos bem; e estamos sujeitos a desenvolver doenças que poderiam ser facilmente evitadas. Não há vida saudável sem boa alimentação. Divulgação A saúde começa pela organização da nossa vida. O nosso cotidiano deve possibilitar uma alimentação que inclua esse conjunto de nutrientes na medida certa. Estabelecer um hábito saudável nem sempre é fácil, por causa da nossa estressante vida de trabalho ou de estudo, e por causa das inúmeras solicitações que nos bombardeiam. Com a pressa, ficamos muito tempo sem comer ou comemos alimentos que prejudicam 4. Os alimentos com carboidratos, como pães, massas, arroz, milho, batata e mandioca devem ser o principal componente das nossas refeições. Distribua seis porções desses alimentos entre todas as refeições. 5. Frutas, verduras e legumes devem estar presentes na nossa alimentação diária. Distribua três porções de frutas e três porções de verduras e legumes entre as refeições. 6. Carnes, aves, peixes e ovos são fontes importantes de proteínas, vitaminas e minerais. Inclua na sua alimentação três porções diárias desses alimentos. Procure retirar a gordura em excesso da carne vermelha e as peles das aves. Cuidado especial com os peixes, que devem ser frescos. 7. Consuma uma porção diária de azeite de oliva. Utilize-o para temperar saladas. Evite cozinhá-lo, pois o azeite perde sua qualidade nutricional. 8. Evite refrigerantes e produtos industrializados. Prefira sucos naturais e alimentos naturais. Exemplo de um prato com equilíbrio de nutrientes, para o almoço: Uma hortaliça crua: alface, agrião ou rúcula. Uma hortaliça cozida: cenoura, beterraba ou espinafre. Um cereal: arroz, batata ou massa. Uma leguminosa: feijão, soja ou grão de bico. Uma carne: ave, peixe ou vaca. Equilibre sua alimentação com verduras, legumes, fibras, grãos, carnes e frutas, para uma refeição balanceada e saudável 44 Unesporte Escolar, edição especial - 2010 Uma fruta: maçã, banana ou pêra. ANUNCIO Divulgação HISTÓRIA DO ESPORTE Da luta pela sobrevivência aos jogos olímpicos Por Tiago Machado O O começo das competições deuses. Os atletas daquela época se transformavam em verdadeiros heróis, que eram reverenciados por quatro anos até que os novos jogos fossem iniciados. Um detalhe curioso é que as mulheres não podiam participar ou sequer assistir os jogos. Era um esporte restrito ao público masculino. Para elas, era realizado um evento esportivo, de quatro em quatro anos, em homenagem a Hera, esposa de Zeus. Os jogos permaneceram assim até que o imperador romano Theodósius I, entre os anos de 393 e 394, determinou que todas as referências pagãs da antiguidade deveriam ser interrompidas, e assim a tocha olímpica se apagou por 1.400 anos. O saltar, o correr e o arremessar pesos só se transformaram em esporte realmente graças aos Gregos. Por volta de 1200 antes de Cristo, no Monte Olímpicus, foi construído um palco onde os homens exibiam suas forças e habilidades físicas. Eles faziam isso para homenagear Zeus, deus da mitologia grega. Nasciam ali os Jogos Olímpicos. Os vencedores eram glorificados, sua imagem era levantada à altura dos próprios “O principal objetivo da vida não é a vitória, mas a luta; o essencial não é vencer, mas lutar. Vamos exportar nossos atletas para promover a paz. Esse é o mercado livre do futuro.” Com essas palavras o francês Pierre de Fredy, Barão de Coubertin definiu o caráter dos jogos olímpicos da Era Moderna. Ele foi o principal responsável pelo retorno do mais importante even- homem é um atleta nato. Desde época primitiva aprendeu que arremessando paus e pedras poderia caçar e se alimentar. Ao mesmo tempo, utilizando suas habilidades físicas e correndo, podia se esquivar e fugir de seus principais predadores carnívoros. O melhor uso do seu corpo estava diretamente ligado à sua sobrevivência. Na luta pela vida, sem querer, acabou desenvolvendo os princípios básicos do atletismo, que nada mais são do que os movimentos de correr, de pular e de arremessar. Entretanto, tudo no início não passava de uma mera questão de sobrevivência. 46 Unesporte Escolar, edição especial - 2010 A era moderna to esportivo do planeta. Em 23 de junho de 1894, Coubertin organizou um congresso internacional, em Paris. Neste evento foi criado o Comitê Olímpico Internacional (COI). Dois anos mais tarde, em Athenas na Grécia, foi realizada a primeira Olimpíada moderna, com a participação de 285 atletas de 13 países. A Tocha Olímpica foi reacendida com a finalidade de promover a paz entre as nações e unir os povos pelo esporte. O barão se tornou presidente honorário do COI, e assim permaneceu até sua morte, em 1937, em Genebra, na Suíça. Em homenagem, seu corpo foi enterrado na sede do comitê, em Lausanne, e seu coração foi sepultado separadamente, em um monumento perto das ruínas da antiga Olímpia. Atualmente, os Jogos Olímpicos são realizados de quatro em quatro anos, em países e cidades diferentes. Segundo o Comitê Olímpico Internacional, participaram da última Olimpíada, em Pequim, 10.942 atletas, representando mais de 200 países e por volta de 100 mil voluntários. O atletismo continua sendo a atração principal. São 26 provas masculinas e 23 femininas. ANUNCIO HISTÓRIA DO ESPORTE Vanderlei “Espírito Olímpico” de Lima O sonho de qualquer maratonista de elite, com certeza, é se preparar para alcançar uma das vagas disponíveis para o seu país nos Jogos Olímpicos. A maratona é a prova nobre do atletismo, na qual o atleta “passeia em alta velocidade” pela cidade sede. O evento é acompanhado por milhões de pessoas, que se unem, criando um grande cordão de incentivo humano, para motivar os participantes. Nessa hora, não existe separação por classes sociais, cor ou religião, todos aproveitam o mesmo espaço nas ruas. Em 2004, nos Jogos de Atenas, o franzino maratonista brasileiro Vanderlei Cordeiro de Lima conquistou sua merecida vaga para disputar a maratona. Natural da cidade paranaense de Cruzeiro do Oeste e morador da vizinha Maringá, Vanderlei começou sua carreira no atletismo disputando os jogos escolares do Paraná aos 16 anos, e o seu maior sonho era o de participar de uma Olimpíada e representar o Brasil. Dificilmente poderia imaginar que se tornaria um dos maiores ícones da história do esporte brasileiro, 48 Unesporte Escolar, edição especial - 2010 Divulgação Por Tiago Machado e por que não, mundial, antes de sua participação na prova. Tudo parecia normal na largada da maratona. Nosso maratonista se mantinha no pelotão da frente, correndo forte e com o coração aberto. Vanderlei sequer estava entre os favoritos para receber a maior condecoração do esporte, na terra onde a Olimpíada começou. E Vanderlei correu... A cada metro, o brasileiro se distanciava dos competentes africanos e europeus. O tímido sonho do maratonista, em apenas participar dos jogos, ganhava traços heróicos e a emoção de uma possível vitória arrepiava cada brasileiro ligado pela televisão. Folgado na liderança, Vanderlei mantinha o forte passo e se hidratava sempre que possível. A vitória era certa... Era. Antes mesmo de se aproximar do magnífico Panatináico, o Estádio de Mármore, em Atenas, Vanderlei foi agarrado por um maníaco completamente fora da realidade, o ex-padre irlandês Cornelius Horan. O fato chocou o mundo. Até argentinos devem ter se solidarizado com o brasileiro. Ao tentar se desvencilhar do maníaco Irlandês, perdeu ritmo e segundos importantes que o afastaram da vitória. De uma forma surpreendente, envolto de alegria e contagiado pelo espírito olímpico, Vanderlei continuou a corrida, não mais como um maratonista , mas sim como um fora de série do esporte, aquele capaz de influenciar multidões. Volta para a prova sem se queixar. O brasileiro, talvez sem querer, prega uma grande lição de paz e competitividade para a humanidade. Entra sorrindo, feliz e fazendo aviãozinho pelo estádio Panatináico. O terceiro lugar conquistado, que lhe rendeu a medalha olímpica, não tem cor, não é designado pela matéria prima ouro, prata, bronze, latão ou papelão. É a medalha mais pesada de toda a história dos jogos, a medalha completamente forjada com o verdadeiro espírito olímpico. Vanderlei virou exemplo de superação, garra e humildade. O atleta deixou de ser maratonista para se tornar um ícone. Com sua atitude, o franzino brasileiro se transformou em um gigante herói mundial. ANUNCIO Ricardo Melani Ricardo Melani KULT RBM City, instalação da artista chinesa Cao Fei. 29ª Bienal é marcada pela pluralidade artística 159 artistas das mais diferentes tendências participam da tradicional mostra de arte de São Paulo. O jogo harmonioso entre o verde, o branco e a luz O pavilhão de 33 mil metros quadrados e de três andares que a cada dois anos abriga a Bienal de São Paulo foi inaugurado em 1954. Ele faz parte, juntamente com mais dois pavilhões e extensa marquise que os une, de um conjunto arquitetado por Oscar Niemeyer. Pintados de branco esses três pavilhões se destacam do “mar verde” que os cerca. São uma espécie de enclave humano em meio a natureza do Parque Ibirapuera. Burle Marx criou o projeto paisagístico do local. Quem for a exposição pode se encantar também com esse jogo harmonioso entre o verde, o branco e a luz. Aliás, um dos méritos da Bienal deste ano é a disposição das obras da mostra, que favoreceu também o olhar para o parque e a percepção da luz externa ao pavilhão. 50 “ Há sempre um copo de mar para um homem navegar.” Essa curiosa e bela frase do poeta Jorge de Lima, retirada do poema “A Invenção de Orfeu”, dá nome à mostra. A riqueza do verso sugere múltiplas interpretações. Entre elas, está presente a ideia do poder da arte. A criação artística pode revelar, por meio de seu olhar estranho às convenções sociais ou ao senso comum, o inusitado e, de alguma maneira, reorientar nossas vivências ou a nossa compreensão sobre o mundo. Nessa medida, a dimensão utópica da arte também é a dimensão crítica; e arte e política se aproximam. O que é a arte? Qual é sua função no mundo? Direta ou indiretamente, 159 artistas nacionais e internacionais respondem a essas perguntas, expondo suas obras na Bienal desde ano. São as mais variadas manifestações e tendências artísticas. Vídeos, fotografias, instalações, pinturas, desenhos e obras que misturam suportes e meios expressivos diferentes estão espalhados pelo pavilhão do Ibirapuera. A exposição, de mais de 800 obras - a maioria é inédita - Unesporte Escolar, edição especial - 2010 A obra de Gil Vicente registra insatisfação em relação à política vigente e aos políticos tradicionais. Por Ricardo Melani possibilita uma pequena visão do universo plural da atual produção artística. Ampliando o evento Além da exposição no pavilhão, outras ações foram ou serão desenvolvidas, ampliando o alcance do evento. Desde fevereiro deste ano, a equipe do Programa Educativo da Bienal tem visitado unidades do Centro Educacional Unificado (CEU) e comunidades carentes, para realizar palestras com professores do ensino fundamental sobre os artistas e as obras da Bienal. Esse procedimento estendeu-se, em parceria com a Secretaria da Educação do Estado de São Paulo, para professores da rede estadual de ensino. Outra ação importante está programada para acontecer em 2011, mas depende da aprovação do Ministério da Cultura. Trata-se de um projeto de itinerâncias pelo Brasil. Algumas cidades do interior do Estado de São Paulo e as capitais do Rio, de Belo Horizonte, de Brasília, de Salvador e de Porto Alegre poderão receber parte (recortes) da mostra da Bienal 2010. ANUNCIO ANUNCIO