Líbia - Artur Bruno

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Líbia - Artur Bruno
Líbia
País do norte de África, limitado a norte pelo Mar Mediterrâneo, a leste pelo Egito e
pelo Sudão, a sul pelo Chade e pelo Níger e a oeste pela Argélia e pela Tunísia. Sua capital é
Trípoli. A grande maioria da população vive na faixa costeira do Mar Mediterrâneo. É o país
com o maior IDH da África (0,847) e um dos três do continente que apresentam IDH alto (os
outros dois são Seicheles e Maurícia).
Geografia
A Líbia situa-se ao Norte de África, banhada pelo Mar Mediterrâneo e ladeado pelo
Egito e pela Tunísia. Divide-se em três regiões geográficas: a Cirenaica, a Tripolitânia e o
Fezzan. Ao longo da costa, o clima é mediterrânico, mas o interior é o deserto muito seco do
Saara, de onde por vezes sopra um siroco quente, seco e carregado de poeira (conhecido no
país como ghibli). No deserto também são comuns tempestades de poeira de areia. Os
recursos naturais principais do país são o petróleo, o gás natural e o gesso.
Economia
A economia da Líbia, orientada por princípios socialistas, depende, basicamente, do
sector petrolífero, preenchendo cerca de um quarto do PIB (que é de US$ $92.62 bilhões 2010). Os rendimentos proporcionados pelo petróleo, e o facto de a população ser reduzida,
faz com que este país tenha um dos maiores rendimentos per capita da África. Contudo, há
uma deficiente distribuição desses rendimentos, vivendo as classes mais baixas que chegam a
apresentar dificuldades na obtenção de alimentos, devido, também, a restrições nas
importações.
Demografia
Total: 6,4 milhões (2011), sendo árabes líbios 97%, berberes, africanos e turcos 3%.
Densidade: 3,15 hab./km2. População urbana: 88%. População rural: 12%. Crescimento
demográfico: 2% ao ano (2008). Fecundidade: 3,5 filhos por mulher (2008). Expectativa de vida
M/F: 72/76 anos (2008). Mortalidade infantil: 18 por mil nascimentos (2008). Analfabetismo:
18% (2008). IDH (0-1): 0,840 (2008).
História
Antigo assentamento de povos tão díspares quanto os fenícios, os romanos e os
turcos, a Líbia recebeu seu nome dos colonos gregos, no século II antes da era cristã.
Durante grande parte de sua história, a Líbia foi povoada por árabes e nômades
berberes, e somente na costa e nos oásis estabeleceram-se colônias. Fenícios e gregos
chegaram ao país no século VII a.C. e estabeleceram colônias e cidades. Os fenícios fixaram-se
na Tripolitânia e os gregos na Cirenaica. Os cartagineses, herdeiros das colônias fenícias,
fundaram na Tripolitânia uma província, e no século I a.C. o Império Romano se impôs em toda
a região, deixando monumentos admiráveis.
A Líbia permaneceu como província romana até ser conquistada pelos vândalos em
455 d.C. Após ser reconquistada pelo Império bizantino, continuador do romano, a região
passou a ser dominada pelos árabes em 643. Os árabes estenderam a área cultivada em
direção ao interior do deserto do saara.
Durante pouco mais de três séculos, os berberesalmôadas mantiveram o domínio
sobre a região tripolitana, enquanto a Cirenaica esteve sob o controle egípcio. No século XVI,
os otomanos ocuparam e unificaram o território, estabelecendo o poder central em Trípoli. A
autoridade turca, entretanto, mal passava da região para além da costa, que servia de base
corsária.
Dois séculos mais tarde, o reinado da dinastia Karamanli, que dominou Trípoli durante
120 anos, contribuiu para assentar mais solidamente as regiões de Fezã, Cirenaica e
Tripolitânia, e conquistou maior autonomia. Em 1835, o Império Otomano restabeleceu o
controle sobre a Líbia, embora a confraria muçulmana dos sanusis tenha conseguido, em
meados do século, dominar os territórios da Cirenaica e de Fezã (interior do país).
Em 1911, sob o pretexto de defender seus colonos estabelecidos na Tripolitânia, a
Itália declarou guerra ao Império Otomano e invadiu o país. Fato que iniciou a Guerra ítaloturca. A seita puritana islâmica dos sanusis liderou a resistência, dificultando a penetração do
Exército italiano no interior. A Turquia renunciou a seus direitos sobre a Líbia em favor da Itália
no Tratado de Lausanne ou Tratado de Ouchy (1912). Em 1914 todo o país estava ocupado
pelos italianos que, no entanto, como os turcos antes deles, nunca conseguiram afirmar sua
autoridade plena sobre as tribos sanusi do interior do deserto.
Durante a Primeira Guerra Mundial, os líbios recuperaram o controle de quase todo o
território, à exceção de alguns portos. Terminada a guerra, os italianos empreenderam a
reconquista do país. Em 1939, a Líbia foi incorporada ao reino da Itália. A colonização não
alterou a estrutura econômica do país, mas contribuiu para melhorar a infra-estrutura, como a
rede de estradas e o fornecimento de água às cidades.
Durante a Segunda Guerra Mundial, o território líbio foi cenário de combates
decisivos. Entre 1940 e 1943 houve a campanha da Líbia entre o Afrikakorps do general
alemão Rommel e as tropas inglesas. Findas as hostilidades, o Reino Unido encarregou-se do
governo da Cirenaica e da Tripolitânia, e a França passou a administrar Fezã. Essa nações
mantiveram a Líbia sob forte governo militar até que a Assembleia Geral das Nações Unidas
aprovou a independência do país no primeiro dia de 1952, data a partir da qual foi adotado o
nome Reino Unido da Líbia. O líder religioso dos sanusis, o emir Sayyid Idris al-Sanusi, foi
coroado rei com o nome de Idris I (1951-1969).
Depois de sua admissão na Liga Árabe, em 1953, a Líbia firmou acordos para a
implantação de bases estrangeiras em seu território. Em 1954, houve a concessão de bases
militares e aéreas aos norte-americanos. A influência econômica dos Estados Unidos e do
Reino Unido, autorizados a manter tropas no país, tornou-se cada vez mais poderosa. A
descoberta de jazidas de petróleo em 1959 constituiu no entanto fator decisivo para que o
governo líbio exigisse a retirada das forças estrangeiras, o que provocou graves conflitos
políticos com aquelas duas potências e com o Egito. Em 1961 tem início a exploração do
petróleo.
A nova história da Líbia começou em 1969, quando um grupo de oficiais radicais
islâmicos derrubou a monarquia e criou a Jamairia (República) Árabe Popular e Socialista da
Líbia, muçulmana militarizada e de organização socialista. O Conselho da Revolução (órgão
governamental do novo regime) era presidido pelo coronel Muammar al-Khadafi. O regime de
Muammar Khadafi, chefe de Estado a partir de 1970, expulsou os efetivos militares
estrangeiros e decretou a nacionalização das empresas, dos bancos e dos recursos petrolíferos
do país.
Em 1972, a Líbia e o Egito uniram-se numa Confederação de Repúblicas Árabes, que se
dissolveu em 1979. Em 1984, a Líbia e o Marrocos tentaram uma união formal, extinta em
1986.
Khadafi procurou desencadear uma revolução cultural, social e econômica que
provocou graves tensões políticas com os Estados Unidos, Reino Unido e países árabes
moderados (Egito, Sudão). Apoiado pelo partido único, a União Socialista Árabe, aproveitou-se
da riqueza gerada pela exploração das grandes reservas de petróleo do país para construir seu
poderio militar e interferir nos assuntos dos países vizinhos, como o Sudão e o Chade (Tchad).
O Chade foi invadido pela Líbia em 1980.
Depois da Guerra do Yom Kippur, a Líbia levou seus parceiros árabes a não exportar
petróleo para os Estados que apoiaram Israel. Opôs-se à iniciativa do presidente egípcio Anwar
al-Sadat, de restabelecer a paz com Israel, e participou ativamente, junto com a Síria, da
chamada "frente de resistência" em 1978. Seu apoio à Organização para a Libertação da
Palestina (OLP) se intensificou, e a cooperação com os palestinos se estendeu a outros grupos
revolucionários de países não árabes, que receberam ajuda econômica líbia.
A rejeição a Israel, as manifestações anti-americanas e a aproximação com a União
Soviética, por parte da Líbia, geraram sérios conflitos na década de 1980. As relações da Líbia
com os Estados Unidos se deterioraram quando, em 1982, os Estados Unidos impuseram um
embargo às importações de petróleo líbio.
Em resposta a vários atentados contra soldados americanos na Europa e às acusações
de que o governo líbio patrocinava ou estimulava o terrorismo internacional, o presidente
Ronald Reagan ordenou, em abril de 1986, um bombardeio da aviação americana a vários
alvos militares em Trípoli e Bengazi, em que pereceram 130 pessoas. Kadhafi, que perdeu uma
filha adotiva quando sua casa foi atingida, manteve-se como chefe político, mas sua imagem
internacional deteriorou-se rapidamente.
Para tirar o país do isolamento diplomático, no início da década de 1990 o chefe líbio
dispôs-se a melhorar o relacionamento com as potências ocidentais e com as nações vizinhas.
Em 1989, a Líbia associou-se à União de Magreb, um acordo comercial dos Estados do norte da
África. Em 1991, durante a Guerra do Golfo Pérsico, a Líbia adotou uma posição moderada,
opondo-se tanto à invasão do Kuwait quanto ao posterior uso da força contra o Iraque. Apesar
de sua neutralidade no conflito, a Líbia se manteve sob crescente isolamento internacional até
meados da década. Em 1992 os Estados Unidos, o Reino Unido e a França, com a aprovação do
Conselho de Segurança das Nações Unidas, impuseram pesados embargos ao comércio e ao
tráfego aéreo líbio, porque o governo se negava a extraditar os dois líbios suspeitos de terem
colocado uma bomba num avião de passageiros norte-americano que explodiu sobre
Lockerbie, na Escócia, em 1988, e matou 270 pessoas (Atentado de Lockerbie). Este tipo de
sanção se repetiu nos anos seguintes, mas Khadafi tem desrespeitado o bloqueio aéreo militar
viajando a Nigéria e Níger, bem como enviando peregrinos a Meca em aviões de bandeira líbia.
Em 1993 a Líbia rompeu relações com o Irã, reagindo contra o crescimento do
fundamentalismo islâmico. Em 1994, os líbios retiram-se do Chade. As relações de Khadafi com
os palestinos se deterioraram, à medida que estes se mostraram dispostos a negociar uma paz
com Israel, e em setembro de 1995 o dirigente líbio anunciou a expulsão de 30 mil palestinos
que trabalhavam na Líbia. A medida foi suspensa depois da deportação de 1500 pessoas, e em
outubro de 1996 Khadafi anunciou que estas seriam indenizadas. O regime líbio tem
enfrentado uma crescente resistência de parte de grupos religiosos islâmicos, e em 1997 seis
oficiais do exército foram fuzilados, acusados de espionagem. Tentando melhorar sua imagem
internacional, Khadafi admitiu a possibilidade de conceder a extradição dos dois agentes
acusados do atentado de Lockerbie, desde que não sejam julgados nos Estados Unidos da
América ou no Reino Unido.
O fim do isolamento inicia-se em 2003, a Líbia começa a normalizar suas relações
externas, ao aceitar a culpa pela explosão do avião quie caiu em Locckerbie. Já em 2004, o
gaoverno concorda em idenizar as famílias das vítimas da queda de um aviaõ francês no saara,
em 1989 derrubado pela explosão de uma bomba e pela explosão de uma discoteca em Berlim
em 1986. O esforço dá resultado e vários líderes mundiais visitam a Líbia. Em 2004, os EUA e s
União Europeia suspendem parte das sanções contra o país.
Primavera Árabe
A onda de manifestações populares no mundo árabe chega à Líbia em meados de
fevereiro de 2011. Protestos em Benghazi contra a prisão de um ativista de direitos humanos
se espalham pelo país, incluindo Trípoli - mas a agitação popular na capital é dispersada.
Diante da violenta resposta das forças de Kadafi, a situação evolui rapidamente para um
confronto armado. A deserção de policiais e soldados do Exército é crucial para o avanço dos
rebeldes, que, no início de março, controlam a maior parte da costa leste e central e o porto
de Misratah, terceira maior cidade, no oeste. Segundo a Liga Líbia pelos Direitos Humanos, 6
mil pessoas morrem nas primeiras semanas de conflito. Outras 200 mil deixam o país, com
várias nações organizando operações de resgate de fugitivos. No fim de fevereiro, a ONU
condena a violação sistemática aos direitos humanos no país e exige o fim da violência.
Muammar Kadafi e seu círculo de aliados são alvo de sanções - embargo de armas,
congelamento de bens e proibição de viagem.
No fim de fevereiro, o movimento rebelde se organiza politicamente em Benghazi,
bastião da oposição, com a criação do Conselho Nacional de Transição (CNT), que se
autodeclara "a face política da revolução". O núcleo do CNT é constituído pelos advogados de
direitos humanos à frente dos primeiros protestos. Seu líder, Mustafa Abdul Jalil, é o exministro da Justiça de Kadafi. Ao anunciar a adesão ao CNT, Abdul Jalil declara que Kadafi
ordenou pessoalmente o atentado em Lockerbie. O ministro da segurança pública, Abdul
Fatah Younis, também deserta e se torna o comandante das forças rebeldes. Kadafi
responsabiliza os usuários de drogas, os terroristas islâmicos e as potências estrangeiras pela
insurgência. Em pronunciamento à TV, ele anuncia que nunca vai se render. Além do Exército,
Kadafi conta com uma brigada paramilitar de 20 mil homens leais e bem armados, tanques,
helicópteros e aviões de guerra. No começo de março, suas forças realizam a contraofensiva,
amparada por ataques aéreos, chegando às portas de Benghazi. Buscando evitar um
massacre, o Conselho de Segurança da ONU aprova às pressas, em 17 de março, uma
resolução que autoriza o uso da força contra o governo Iíbio para protegeros civis - fica
proibida a ocupação terrestre. China, Rússia, Alemanha, Índia e Brasil se abstêm. Dois dias
depois, começa a intervenção militar na Líbia, liderada pelos EUA, pelo Reino Unido e pela
França. A Liga Árabe - exceto Argélia e Síria - aprova a ofensiva, e o Catar envia seis aviões de
guerra para os ataques.
A campanha de bombardeios, que passa para o comando da OTAN em 27 de março,
institui uma zona de exclusão aérea para os aviões líbios e enfraquece as forças pró-Kadafi.
Com isso, os rebeldes reafirmam o domínio sobre Benghazi e reconquistam, ainda em março,
cidades estratégicas. Mas a superioridade militar das forças de Kadafi impede o seu avanço.
Os rebeldes pedem armas, que chegam à Líbia por outras nações árabes. As batalhas mais
intensas ocorrem em Misratah, sitiada pelas forças pró- Kadafi. Mas os rebeldes asseguram o
controle da cidade com a ajuda da Otan e a chegada de suprimentos pelo mar. No fim de abril,
a Otan começa a bombardear os centros de comando em Trípoli. Um ataque mata um filho e
três netos de Kadafi. Em maio, a Corte Internacional de Justiça (ICC) pede a detenção de
Kadafi, seu filho Saifal-Islarn, e o chefe do serviço de inteligência, por crimes contra a
humanidade.
O Grupo de Contato da Líbia (LCG), criado em março durante reunião das potências
mundiais, da União Europeia e da Liga Árabe, começa a liberar em junho ajuda financeira ao
CNT. No mesmo mês, a França admite que forneceu armas aos rebeldes ao sul de Trípoli,
procurando reverter o lento progresso no campo de batalha. Em julho, o LCG, os EUA e o
Reino Unido reconhecem o CNT como a legitima autoridade de governo na Líbia - França e
Liga Árabe já haviam reconhecido o CNT em março.
Após meses de impasse, as forças rebeldes entram em Trípoli, em 22 de agosto, e, no
dia seguinte, tomam Bab al-Aziaiya, o quartel-general de Kadafi. Um fator decisivo para o
sucesso do ataque à capital é a conquista de Zawíya, que priva o regime de petróleo
refinado. Ao mesmo tempo, milícias berberes armadas pelo Catar e ajudadas por forças
especiais britânicas, avançam pelas Montanhas de Nafusa, no sul, rompendo as defesas do
regime. As forças leais a Kadafi oferecem pouca resistência e abandonam Trípoli em 26 de
agosto. Kadafi não é capturado. Sua esposa, uma filha e dois filhos fogem para a Argélia.
Morte de Kadafi
A saída de Kadafi de Trípoli marca a transferência de poder na Líbia para o CNT. Mas a
declaração formal de "libertação" só acontece no fim de outubro, depois da queda de Surt,
cidade natal de Kadafi e último bastião do regime. Kadafi é morto em 20 de outubro, em Surto
O CNT afirma que ele foi pego no fogo cruzado. Contudo, parte de seus momentos finais é
gravada e as imagens dos seus ferimentos, principalmente a marca de tiro a bala em sua
cabeça, sugerem que ele foi sumariamente executado. A ONU pede uma investigação
transparente sobre a sua morte.
Em 31 de outubro, data do término oficial da campanha da OTAN, o CNT nomeia para
primeiro-ministro Abdurrahim El- Keib, um engenheiro eletrônico com carreira no exterior.
Abdul Jalil se mantém na chefia do CNT. O plano do novo governo é realizar em oito meses
eleições para um Congresso Nacional que vai eleger um primeiro-ministro e redigir a
Constituição, além de submetê-la a referendo. Um ano depois, os líbios devem escolher o
Parlamento nas primeiras eleições multipartidárias. Uma missão da ONU, aprovada em
setembro, auxiliará no processo de transição.
O desafio mais urgente é desarmar as dezenas de milícias locais (katibas), que
proliferaram na revolução, e submetê-las a um comando central. A primeira grande crise entre
o CNT e as katibas eclode em julho, quando o comandante Younis é assassinado por forças
rebeldes. As katibas operam com independência nas vilas e cidades e resistem em abrir mão
desse privilégio. Algumas delas foram cruciais para o sucesso da ofensiva, e seus líderes agora
pedem uma participação no governo que reflita a sua influência durante a guerra. Do
contrário, não depõem armas. O poder das katibas fica evidente com a captura de Saifal-Islam,
em 19 de novembro, pela milícia de Zintan. Seu comandante, Osama Al-Juwali, anuncia que vai
esperar a formação do gabinete para entregá-lo ao CNT.
Em 22 de novembro, Al-Juwali é nomeado ministro da Defesa. O comandante de
Misratah, FawziAbdelai, assume como ministro do Interior. Juntos, eles ficam encarregados de
formar o Exército nacional e a polícia. No fim de novembro, o CNT anuncia que Saifal-Islam
será julgado em solo líbio - e não no CNT em Haia, na Holanda.
Também está em discussão o papel que islamismo terá na Líbía pós-Kadafi. Na
cerimônia de proclamação da "libertação", Abdul JaJil afirma que a sharia (lei islâmica) será a
base da legislação da Líbia. Ele acrescenta que as leis que violarem a sharia não terão
validade, citando como exemplo as leis do casamento e do setor bancário. As declarações
provocam inquietação no Ocidente, levando Abdul Jalil a ressalvar que os Iíbios são
muçulmanos moderados.
Na economia, a principal prioridade é normalizar a atividade petrolífera, a maior fonte
de receita da nação. Nas décadas recentes, as reservas provadas da Líbia mais que dobram,
crescem de 22,8 bilhões de barris em 1990 para 47 bilhões de barris em 2010. Porém, durante
o conflito, a produção cai de 1,6 milhão de barris diários para apenas 50 mil. As exportações
recomeçam em setembro, e em novembro a exploração atinge 600 mil barris/dia.
Compilação feita a prtir de:
- Almanaque Abril 2012, 38ª ed. São Paulo: Ed. Abril, 2012.
- Atlas NationalGeografic - África I, São Paulo: Ed. Abril, 2008.
- AQUINO, JACQUES, DENIZE, OSCAR. História das Sociedades: das sociedades modernas às
sociedades atuais, 32ª Ed. Rio de Janeiro: Ao Livro Técnico, 1995.
- http://www.wikipedia.org
- http://www.indexmundi.com

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