Métodos de Estudo da Célula: Citoquímica
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Métodos de Estudo da Célula: Citoquímica
MÉTODOS DE ESTUDO EM BIOLOGIA CELULAR II - CITOQUÍMICA Sistemas de estudos in vitro Cultura Fertilização Manipulações Estudos bioquímicos Preparações citológicas Citoquímica Autorradiografia Imunocitoquímica Célula Tecido Órgão Análises in situ Extrações/Purificações Centrifugações Diálises Eletroforeses Tecnologia do DNA/RNA Métodos de Estudos in situ Preparações Citológicas e Técnicas Citoquímicas O estudo do material biológico ao Microscópio requer alguns procedimentos prévios que vão desde a escolha e coleta do material até a montagem final do preparado histológico Que os elementos a ser analisados não sejam difusíveis; Que o produto da reação seja visível (cor ou precipitado); Que a reação seja específica/seletiva para o que se pretende analisar Princípios da Citoquímica Métodos de Estudos in situ Preparações Citológicas e Técnicas Citoquímicas O sucesso de uma reação citoquímica depende principalmente dos passos anteriores ao da reação de coloração: Coleta do material Fixação e agentes fixadores Agentes desidratantes Coleta do Material Preparado permanente Células preservadas para melhor demonstração de sua estrutura Ideal = sejam mantidos estrutura e composição química quando in vivo 1) Montagem total: •Material fino / transparente – na lâmina • Fixação e coloração • Vantagem: obtenção de células inteiras (medidas e quantificadas) Mesentério Glândulas de insetos Membranas fetais Glândulas Salivares de Rhodnius prolixus Montagem total Glândula Principal Glândula Acessória Ducto Acessório Ducto Principal Coleta do Material 2) Esfregaço: consistem em promover o espalhamento de células livres sobre a lâmina com o auxílio de outra lâmina • Células livres: sangue, linfa, sêmen, líquor • Fixação e coloração • Vantagem: obtenção de células inteiras (medidas e quantificadas) Coleta do Material 3) Espalhamento: • Erroneamente esfregaço • Raspagem (espátula / palitos) de camadas superficiais (mucosas) Mucosas: bucal, anal, vaginal • Fixação e coloração • Vantagem: obtenção de células inteiras (medidas e quantificadas) Coleta do Material 4) Esmagamento: • Esmagar, o material entre lâmina e lamínula, • Coloração concomitante ou posterior • Vantagem: estudo de divisões celulares Cromossomos Núcleo/Nucléolo Coleta do Material 5) Decalque ou Imprint: • Coleta de núcleos de tecidos moles – fígado, baço, rim. timo • Retira-se órgão – face cortada lavada com salina – seca com papel – pressiona contra a lâmina (carimbo) Resultado: núcleos impressos • Fixação e coloração • Vantagem: - simples - estudo da quantidade de DNA 6) Cortes Histológicos TÉCNICA DE MICROSCOPIA DE LUZ PARA O ESTUDO DAS CÉLULAS E TECIDO COMO PREPARAR UM CORTE HISTOLÓGICO ??? MATERIAL BIOLÓGICO INIBIR A AUTÓLISE PRESERVAR A MORFOLOGIA E A COMPOSIÇÃO QUIMICA DO TECIDO FIXAÇÃO COAGULAR E ENDURECER O TECIDO FACILITAR A COLORAÇÃO CONDUTA PARA BOA FIXAÇÃO Fixação por imersão: o fixador entra em contato com o material biológico após a retirada do organismo. Fixação por perfusão: o fixador é injetado na corrente sangüínea, possibilitando a fixação em nível pericelular e celular. CRIOSTATO: objetivo é utilizar para o estudo da distribuição dos lipídeos. FIXAÇÃO QUÍMICA: uso de substâncias que reagindo com as biomacromoléculas estabilizam as mesmas. FORMOL (ALDEÍDO FÓRMICO a 40%) BOUIN (ÁCIDO PÍCRICO, FORMALDEÍDO E ÁCIDO ACÉTICO) KARNOVSKY ( PARAFORMALDEÍDO E GLUTARALDEÍDO FATORES QUE ATUAM NO PROCESSO DE FIXAÇÃO Tamponamento Temperatura Espessura da peça Volume de fixador Tempo de fixação PROCESSAMENTO HISTOLÓGICO DESIDRATAÇÃO: retirada da água dos tecidos e a sua substituição por álcool. DIAFANIZAÇÃO: substituição do álcool presente nos tecidos pelo óleo de cedro. IMPREGNAÇÃO: o óleo é substituído por parafina a 60°C. INCLUSÃO: o tecido é colocado em caixas com parafina e então solidificados. PROCESSAMENTO HISTOLÓGICO INCLUSÃO EM PARAFINA E RESINAS HISTOLÓGICAS INCLUSÃO Diferentes planos dos cortes histológicos Micrótomo Leica RM2155 Cortes blocos parafina e resina - lâminas Navalha parafina Navalha resina Navalha diamante DISTENSÃO DOS CORTES DESPARAFINIZAÇÃO HIDRATAÇÃO COLORAÇÃO Corte histológico Clarificação Citoquímica / Histoquímica Área da biologia celular e estrutural dedicada aos estudos dos métodos de coloração dos tecidos e constituintes celulares e subcelulares Células x Tecidos Elementos químicos de Baixo P.M. (C, O, N, H, etc.) ↓ Matéria Orgânica Baixo Contraste Material a ser examinado ao M.L. - Fino - Transparente (→ → luz → formação da imagem) ↓ Material Biológico Coloração ou reações Citoquímica Métodos de coloração Princípios químicos das reações de coloração Procedimentos protocolares Coloração do Material Biológico Componentes químicos que podem ser avaliados pela técnica citoquímica Ácido Nucléicos Proteínas Polissacarídeos Lipídios Íons (Complexos moleculares) Vitaminas e Enzimas • Pesquisa científica • Diagnóstico patológico Sucesso da reação citoquímica: Elementos avaliados → Não difusíveis no processamento Produto da reação cor insolúvel Reação específica para o composto celular analisado Coleta Passos anteriores à reação: Fixação Desidratação Reações Citoquímicas Natureza das reações citoquímicas envolvidas Ligações eletrostáticas Corante Ligações covalentes Interações hidrofóbicas Substrato Reações Citoquímicas Mediadas por Ligações Eletrostáticas Afinidade eletrostática: um corante ionizado em uma solução reage com um substrato de carga iônica oposta. + Substrato catiônico Substrato aniônico Acidofilia Basofilia Corante aniônico Corante catiônico + Basofilia Corantes Básicos (Catiônicos +) Substrato carregado negativamente (aniônico) reage eletrostaticamente com um corante carregado positivamente (catiônico). Corantes: Azul de metileno Azul de alcian Azul de toluidina Basofilia Basofilia Corantes catiônicos reagem com grupamentos ionizáveis na célula / no tecido, que apresentam cargas negativas (aniônicos) Fosfatos (ácidos nucléicos) Grupamentos negativos Sulfatos (Glicosaminoglicanos sulfatados) Carboxilas (Proteínas e açúcares ácidos) Basofilia Corante interage com um componente tissular, corando-o com cor diferente da sua cor original. O azul de toluidina é um corante básico que interage com compostos poliméricos ricos em grupamentos sulfato. Metacromasia e Basofilia metacromática Alguns corantes básicos, devido à natureza planar de suas moléculas, podem promover um empilhamento ordenado ao ligarem-se a substratos polianiônicos: Fenômeno - metacromasia Metacromático Ortocromático Reação de Acidofilia Corantes ácidos (Aniônicos) Esses corantes reagem com os elementos que possuem cargas positivas na célula, como por exemplo, as proteínas, que podem apresentar radicais básicos de seus aminoácidos ionizados (NH3+). Orceína Fast green Amarelo de Naftol Xilydine Ponceau Sírius Red Ex.: Corante aniônico Orceína lacto-acética • Corante se liga à proteínas histônicas ou totais, complexadas ao DNA da cromatina; • Diferenciação entre eucromatina e heterocromatina (corante mais forte); • Heterocromatina: Mais compacta e menor número de proteínas. Orceína lacto-acética Testículo de gafanhoto Orceína lacto-acética Espermatogênese em testículo de triatomíneos Hematoxilina Eosina Hematoxilina (+) Eosina (-) ⇓ ⇓ Substratos (-) Substratos (+) ⇓ ⇓ Núcleos Citoplasma (grupam/os fostato do DNA) (grupam/o NH2+) ⇓ ⇓ Azul Rosa Hematoxilina Eosina (Ribeiro & Lima, 2000) Coloração de rotina para análise geral da morfologia dos túbulos seminíferos (Mus muscullus) (ASSIS & AZEREDO-OLIVEIRA, 2002) R HE • Estrutura dos túbulos seminíferos • Formação do grânulo préacrossomal (Peruquetti, 2004) C G Corantes ácidos Coram estruturas básicas do tecido. Ex: aminoácidos básicos (lisina, arginina, histidina) Corantes básicos Coram estruturas ácidas do tecido. Ex: ácidos nucleicos, aminoácidos ácidos (aspártico, glutâmico). Impregnação por Íons Prata Impregnação pelo Nitrato de Prata A técnica de impregnação pela prata é utilizada para marcar: Nucléolos de núcleos interfásicos Regiões organizadoras nucleolares (RONs) nos cromossomos Nucléolo (ME) CG CG CFD CFD CF CF Durante a intérfase, a impregnação pela prata ocorre largamente no Centro Fibrilar (CF) e no Componente Fibrilar Denso (CFD); Testes citoquímicos e análises químicas indicaram que a prata tem afinidade pelas proteínas acídicas (B23, C23) Impregnação por íons prata (Howell & Black, 1980) Identificação de proteínas nucleolares (B23 e C23) (nucléolos e corpúsculos nucleolares) (Mus muscullus) (ASSIS & AZEREDO-OLIVEIRA, 2002) Prata • Proteínas nucleolares – B23 e C23 (Peruquetti, 2004) Aplicações A) Pesquisas citogenéticas Bandamento cromossômico Indicar atividades de transcrição do DNAr Estudo da atividade nucleolar durante a gametogênese B) Diagnósticos patológicos Leucemias Tumores: ovário mama útero tireóide ↑ Proteínas AgNOR ↑ Taxa de proliferação ↑ Grau de malignidade Região Organizadora Nucleolar Regiões cromossômicas com as quais os nucléolos se associam e que são responsáveis pela reorganização destes, no final da divisão celular, onde os genes de DNAr estão localizados Reações citoquímicas mediadas por ligações covalentes Muitas reações citoquímicas são mediadas por ligações covalentes, principalmente aquelas que precisam ser facilitadas por mordentes (componentes metálicos). Estas reações são chamadas de reações Tricrômicas. Tricômico de Masson Tricrômico de Gömöri Tricômico de Mallory São técnicas específicas para fibras do tecido conjuntivo e selecionam compostos celulares dos compostos fibrosos Métodos Tricrômicos de Coloração Composição básica - Dois ou + corantes aniônicos - Mordentes (moléculas de componentes metálicos): ácido fosfofúngstico / ácido fosfomolibdico Resultados - Coloração seletiva para os componentes do tecido conjuntivo - Histopatologia - Pesquisa científica (Biologia celular e tecidual) Tricrômico de Mallory Epitélio intestinal (roxo); fibras colágenas (azul) Tricrômico de Gömöri Tecido conjuntivo (azul esverdeado) Células: pigmentos de fucsina Núcleos: escuros Tricrômico de Masson Língua Fibras musculares (lilás) Fibras colágenas (azul) Núcleos (azul escuro) Reações Citoquímicas Mediadas por Ligações Covalentes Outro exemplo clássico deste tipo de reação são as reações intermediadas pelo Reativo de Schiff: Reação de Feulgen (DNA); Teste do PAS (polissacarídeos neutros) Aldeídos livres 2(R-CHO) Leucoderivado da Fucsina básica Restauração do grupo cromofórico (2 fórmulas prováveis) Reação de Feulgen Importância da Reação de Feulgen Verificar a influência da ação de drogas, hormônios e do envelhecimento sobre o conteúdo do DNA; Detectar a presença de aneuploidias e poliploidias em vários tipos de tumores. DNA – Feulgen + RNA – Feulgen - Controle da reação: Extração do DNA Feulgen - Mecanismo da Reação de Feulgen Duas etapas A) Hidrólise ácida (HCl) – remove bases púricas Depurinação do DNA ⇒ Ácido apurínico B) Exposição do material hidrolisado ao reativo de Schiff ( cora somente aldeídos livres) Hidrólise Ácida Depurinação Ligação do corante à molécula Reativo de Schiff Fatores modificadores da resposta à Reação de Feulgen Disponibilidade de substrato a ser corado Influência da fixação Variações na etapa hidrolítica: molaridade do ácido / tempo / temperatura Ex.: HCl a 1N - 60o HCl 5N - temperatura ambiente Influência da composição e de outras características do Reativo de Schiff Túbulos Seminíferos de Mus musculus Reação de Feulgen R Túbulos seminíferos • Áreas nucleolares (-) (espermatócitos I → Espermátides) • Heterocromatina (Peruquetti, 2004) C G MATERIAL INCLUÍDO EM PARAFINA MATERIAL INCLUÍDO EM PARAFINA MATERIAL INCLUÍDO EM PARAFINA MATERIAL INCLUÍDO EM HISTORRESINA REFERÊNCIAS MICHALANY, J., 1980. Técnica Histológica em Anatomia Patológica. São Paulo: Editora Pedagógica e Universitária. JUNQUEIRA, L. C. & CARNEIRO, J., 2005. Biologia Celular e Molecular. 8. ed., Guanabara Koogan, Rio de Janeiro. DE ROBERTIS JR. E.M.F. 2006. Bases da Biologia Celular e Molecular. 4ª. Edição. Guanabara Koogan. MELLO, R.C.N. 2002. Células & Microscopia: princípios básicos e práticas. Juiz de Fora: Editora UJFJ.