Europa: harmonia e diversidade - Federation of Veterinarians of

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Europa: harmonia e diversidade - Federation of Veterinarians of
Europa: harmonia e diversidade
Uma extensa variedade de backgrounds e grande harmonia de objectivos foi o que
transpareceu da 23ª reunião da Comissão Regional Europeia da Organização Mundial de
Saúde Animal (OIE), onde os Directores Gerais de Veterinária e outros oficiais provenientes
de mais de 40 países da Europa se encontraram em Vilnius, com representantes de
organizações internacionais. Os pontos técnicos no programa incluíram o controlo da LínguaAzul e o conceito e compartimentação, para o qual foram adoptadas recomendações
específicas (ver http://www.rr-europe.oie.int)
É óbvio que os delegados dos diferentes cantos da Europa, desde a Islândia ao Kazaquistão
ou da Finlândia a Portugal, têm diferentes backgrounds culturais e históricos, e trabalham sob
condições sociais e económicas diferentes. Contudo, todos partilham a visão de que hoje em DESTAQUES
dias as sociedades têm de enfrentar desafios novos e significantes na protecção da saúde e
bem-estar animal e da saúde pública.
- Semana Vet da UE:
preparações bem encaminhadas
Dr. Barry O’Neill, presidente do Comité Internacional da OIE comentou “O nosso Mundo 2
está totalmente ligado, seja por dependência económica, social ou cultural, resultando numa
realidade em que acontecimentos ocorridos em zonas remotas do mundo têm um impacto
significante no que temos de enfrentar nos nossos próprios países. Isto não se aplica somente - FVE entrevista Andrea
às doenças emergentes e ao seu rápido movimento através dos países e regiões, mas também Gavinelli, Chefe da Animal
às ocorrências mais “tradicionais” em saúde animal e segurança alimentar, causadas pelas Welfare DG Sanco 3
grandes quantidades e rápida movimentação de animais e produtos animais, bem como pelo
número crescente de movimento de passageiros”.
- Novo regulamento sobre a
Dr. Bernard Vallat, director geral da OIE, expressou a sua preocupação acerca das condições
dos Serviços Veterinários em vários países. “A fraca orientação dos Serviços Veterinários é
responsável por muitos problemas. Decisões políticas inapropriadas conduziram ao
desmantelamento virtual global dos Serviços Veterinários, os resultados são catastróficos e é
necessária uma actuação imediata”, disse. A OIE está actualmente a conduzir um programa
mundial para reforçar os Serviços Veterinários, em cooperação próxima com a FAO e o
Banco Mundial. Inicialmente promovida pela crise da influenza aviaria, o programa de “bomgoverno” é vasto e estende-se muito para além desta doença.
Ambos os oradores concordaram que a visibilidade da profissão veterinária é um factor
crítico para obter a sua posição na sociedade como protector dos bens públicos, tais como a
saúde e bem estar animal e a saúde pública. Para assegurar o compromisso de políticos e
autoridades conjuntamente com os proprietários e tratadores, é necessária transparência sobre
o que pode ser conseguido e que expectativas podem ser alcançadas. Em toda a Europa,
desde a Islândia ao Kazaquistão, independentemente das condições locais, a profissão têm de
comunicar muito mais. Tem de ser visível em todas as suas capacidades, demonstrando estar
ao nível das suas responsabilidades. A próxima Semana Veterinária da UE é uma excelente
oportunidade para trabalhar este tópico. Irá ler muito mais sobre este tema e outros tópicos
recentes nesta edição da nossa Newsletter.
protecção de animais no abate 4
- UE pede proibição de alimentos
provenientes de animais
clonados 7
- FVE / TAIEX workshop sobre
cooperação regional para
o controlo da raiva 7
- 18 de Novembro, primeiro Dia
Europeu do Antibiótico 8
- Tjeerd Jorna eleito
Presidente da Associação
Mundial de Veterinária 9
Jan Vaarten, FVE Executive Director
Photo cover © Joachim
Saúde Animal
10-14 Novembro 2008
Continuam as preparações
para a Semana Europeia
Veterinária
A Semana Europeia da Veterinária, uma
iniciativa conjunta da Comissão (DG Sanco) e
da FVE, será lançada na semana de 10 a 16 de
Novembro. A iniciativa visa promover a
estratégia de Saúde Animal da Comunidade,
bem como o conceito “Uma Saúde” da FVE.
“Esta é uma oportunidade única de promover o
perfil da profissão veterinária”, frisou Jan
Vaarten, Director Executivo da FVE, na última
Assembleia Geral.
A Semana Veterinária, com o tema “Prevenção é
melhor que a cura” irá focar-se na biosegurança,
em particular nas explorações e nas fronteiras.
Calendário da Semana Europeia Veterinária: cada
mês inclui uma pequena mensagem sobre
biosegurança.
-2-
Logotipo da Semana Europeia Vet simbolizando o
conceito “One Health”
O evento irá começar com uma reunião
denominada “Uma Saúde: Animais Saudáveis =
Pessoas Saudáveis”, na Segunda-feira 10 de
Novembro em Bruxelas, com a presença do
Comissário Androulla Vassiliou. Quarta-feira da
mesma semana, outra iniciativa será organizado
no Aeroporto Charles de Gaulle em Paris.
Finalmente, na Sexta-feira, dia 14 de Novembro,
o terceiro grande evento decorrerá na EuroTier
(Hannover), uma das principais feiras de
pecuária na Europa, contando com a presença de
Bernard Van Goethem. Esta acção coincide com
a reunião da Assembleia Geral da FVE, que
quebrará a tradição, organizando a sessão de
Outono fora de Bruxelas.
A semana será seguida por diversos eventos a
nível nacional. Um tour Europeu está planeado,
visitando os principais eventos e espalhando a
palavra em conferências veterinárias, feiras
agrícolas e exposições. Adicionalmente, está a
ser desenvolvida uma página específica na
Internet sobre a Semana Europeia Veterinária,
que será disponibilizada em todas as línguas
oficiais da União Europeia.
http://www.one-health.eu
Finalmente, foram criadas várias ferramentas de
comunicação para simbolizar o evento, tais
como logótipos e calendários.
A equipa de organização central (DG Sanco e
FVE) é assistida por um Grupo de
Aconselhamento de stakeholders (organizações
de produtores, industria e outros), e tem o apoio
dos Directores Gerais de veterinária e da OIE.
A FVE encoraja a participação de todos os seus
membros, e apela à expressão de ideias e
projectos que tornem este evento num sucesso.
Estratégia Comunitária de
Saúde Animal
Plano de acção oficialmente
adoptado
A 10 de Setembro, a Comissão adoptou uma
Comunicação que define o Plano de Acção para
a implementação da Estratégia de Saúde Animal
da UE.
O Plano de Acção contém as acções chave e a
sua agenda indicativa (ver Newsletter FVE Julho
2008). O progresso das diferentes acções poderá
ser seguido online.
Saúde Animal
Entrevista com Andrea
Gavinelli, Director da Animal
Welfare na DG Sanco
“Se os veterinários não
defenderem
o
bem-estar
animal, quem o fará?”
Andrea Gavinelli foi recentemente nomeado
como responsável pela Unidade de Bem-estar
Animal da DG-Sanco. Iniciou a carreira como
veterinário de campo (lacticínios), e o seu
interesse pelo comportamento animal levou-o a
realizar um doutoramento na área. Tal levou a
um posto de veterinário oficial de bem-estar
animal no Ministério da Saúde Italiano – antes
de chegar a Bruxelas. Numa entrevista recente,
Nancy De Briyne (FVE) e Karin de Lange (FVE
Newsletter) colocaram-lhe algumas questões…
Tem trabalhado em bem-estar animal na
Comissão desde 1999. Quais têm sido os seus
principais desafios e realizações neste campo?
Uma alteração fui eu – ou melhor a minha
posição! Fui o primeiro oficial na Comissão a
trabalhar em bem-estar animal em full-time
(1999). Nessa época, a saúde e o bem-estar
animal encontravam-se sob a alçada da DG
Agricultura. A transferência para a DG Sanco
significou uma integração completa da cadeia
alimentar, próxima dos consumidores: saúde e
bem-estar animal são agora temas dos cidadãos.
Os recentes inquéritos do Eurobarómetro
ilustram claramente a preocupação publica com
o bem-estar animal. Isto é indicador de uma
importante mudança de mentalidade, na direcção
“do prado ao prato”: devemos escutar aqueles
que comem os produtos.
Outra grande oportunidade é o aumento de apoio
cientifico, também graças à criação da EFSA.
Os cientistas de bem-estar animal, veterinários e
legisladores nunca trabalharam tão próximo!
Recentemente, uma nova Unidade de Bemestar Animal foi criada na DG Sanco,
chefiada por si. Poderia comentar porque é
isto importante e o que vem alterar?
O bem-estar animal está a ganhar maturidade.
Para além disso, a UE tem liderado esta área a
nível mundial com uma série de medidas
legislativas desenvolvidas nos últimos 30 anos.
A Unidade é uma nova entidade, com cerca de
dez pessoas apaixonadas pelo bem-estar animal.
Esta é a primeira Unidade da Comissão dedicada
ao bem-estar animal: na minha visão, tal não só
reconhece a sua importância, mas também a
necessidade de garantir a sua existência
continuada no futuro, através de políticas
orientadoras de longo termo.
Os campos de especialização requeridos para
gerir o bem-estar animal são muito vastos,
devido à natureza multidisciplinar desta questão.
Veterinários trabalhando lado-a-lado com
advogados, investigadores, economistas e
peritos em comunicação.
Graças à nova Unidade, o tratamento das
politicas de bem-estar animal pode tornar-se
mais eficiente, tal como exigido pelos cidadãos
Europeus e stakeholders. Também facilitará a
manutenção da liderança da Eu nesta área.
O que assume como desafios actuais nos
próximos anos?
Veterinários, produtores e stakeholders estão
mais ou menos envolvidos actualmente em
projectos de bem-estar animal, mas a visão e
objectivos não estão ainda coordenados.
Presentemente,
cada
grupo
trabalha
principalmente na sua ideia de bem-estar e focase apenas na sua própria abordagem. Se colocar
a questão no quadro internacional e considerar
as necessidades dos países em desenvolvimento,
poderá perceber a necessidade de avançar passo
a passo. Isto também demonstra a razão pela
qual a adopção de standards internacionais de
bem-estar animal em 2005 pelas Associações
Mundiais de Saúde Animal representa um feito
incrível!
3-
Posso observar uma verdadeira viragem na
abordagem ao bem-estar animal na profissão
veterinária. Tem-se tornado claro que a ciência
que sustenta este tema é válida e que o reforço
dos standards está a originar um negócio firme –
incluindo para os veterinários.
Como vê o papel do veterinário no bem-estar
animal?
Os veterinários têm a confiança do público e o
conhecimento nos campos da saúde animal,
segurança alimentar, zoonoses e bem estar
animal. Se os veterinários não defenderem o
bem estar animal, quem o fará? Devem assumir
o papel de cientistas conhecedores dos animais.
Contudo, a sua abordagem deve ser conduzida
pela ciência e não por argumentos económicos!
Se se quer desempenhar um papel no bem-estar
animal, não se devem justificar sistemas de
maneio que sejam claramente contrários ao bemestar.
Diariamente sou questionado sobre os custos
derivados da implementação de standards de
bem-estar animal. O impacto económico de
medidas que a Comissão pretende propor é
cuidadosamente avaliado – isto faz parte do meu
trabalho. Acredito que um veterinário no campo
deve confiar na ciência e na experiência pratica
para reconhecer o sofrimento dos animais.
A União Europeia é frequentemente
considerada um líder no campo do bem-estar
animal. Como poderemos manter essa
posição relativamente a países terceiros?
Rotulagem de bem-estar?
A vantagem da União Europeia se encontrar um
passo à frente no bem-estar animal é a
competitividade no topo do mercado – mas é
necessário trabalhar duramente para manter esta
posição! Esta parte do mercado abrange os
alimentos
de
qualidade
(rotulagem,
denominações geográficas de origem). Em vez
de comprar apenas “presunto”, pode escolher-se
o presunto especial de uma determinada região
ou raça. Os produtores fornecem informações
detalhadas sobre a origem do produto, e o bemestar animal começa a fazer parte da equação.
Talvez os produtores possam ter a mesma
abordagem que os indicadores de qualidade para
alguns vinhos: o bem-estar animal deverá tornarse num forte factor de venda!
Quando se reformar, o que gostaria de ter
conseguido no campo do bem-estar animal?
Espero que histórias sobre bem-estar animal
efectivo se tenham tornado triviais e que tenha
convencido outros a fazer o mesmo e a investir
-4-
na sua melhoria. E não apenas devido a
legislação coerciva, mas como um “instinto
natural” de produtores e veterinários!
©
Andrea Gavinelli, Director de Animal Welfare na
DG Sanco, e Nancy de Briyne, Deputy Executive
Director da FVE.
Bem estar de animais no abate
Novo regulamento para
ultrapassar “situações
insatisfatórias”
“O operador será responsável pelo bem-estar dos
animais durante o abate”, segundo uma proposta
recente da Comissão. Cada pessoa que lidar e/ou
abater animais (para carne ou pelo) necessitará
de um certificado de competência. Para além
disso, cada Estado Membro terá de estabelecer
um Centro Nacional de Referência que
providenciará assistência técnica sobre o bemestar animal no abate. Este centro deverá avaliar
novos métodos e equipamento de atordoamento
e também novos matadouros, bem como
acreditar os órgãos que concedam os certificados
de competência. A proposta da Comissão
também define os métodos de atordoamento e
propõe um sistema comum para autorização de
novos métodos de atordoamento. Finalmente, a
proposta assegura que o bem-estar animal é
considerado em todas as fases do abate sanitário
para controlo de doenças.
A situação actual não é satisfatória, segundo a
Comissão. “O nível de protecção animal é
aplicado de forma desigual nos Estados
Membros, por vezes com resultados muito
insatisfatórios”, é afirmado no preâmbulo da
proposta. Para além disso, “discrepâncias nos
requerimentos dos Estados Membros para
matadouros e produtores de equipamento de
atordoamento não asseguram
um nível
equivalente”.
Todos os anos, quase 360 milhões de porcos,
ovelhas, cabras e bovinos bem como mais de 4
biliões de aves são abatidas em matadouros da
UE. Adicionalmente, a industria de pêlo
europeia abate 25 milhões de animais, enquanto
na produção de ovos são eliminados 330
milhões de pintos por dia.
Em 2006, a Comissão encomendou um estudo
externo sobre as práticas de atordoamento em
matadouros e o seu impacto económico, social e
ambiental. Os principais intervenientes foram
consultados e contactados peritos científicos,
técnicos e legais. Foram criadas paginas de
Internet específicas e os Estados Membros
foram convidados a dar o seu contributo. Um
dos resultados foi a conclusão que o bem-estar
animal não é julgado como um factor de custo
principal, mas na maioria das vezes é encarado
como uma ferramenta importante para a
produção de boa qualidade.
O grupo de trabalho sobre abate da FVE,
conduzido por Robert Huey (UK), está satisfeito
pois a maioria das recomendações expressadas
no parecer da FVE foram incorporadas na nova
proposta. Karen von Holleben, membro do
grupo de trabalho, disse “A FVE aprecia
bastante esta proposta. É um claro passo na
direcção certa e tem potencial para melhorar o
bem-estar no abate de milhões de animais.
Algumas questões persistem em aberto, tais
como as relacionadas com a aceitabilidade de
alguns métodos de abate, mas seguramente
serão resolvidas no devido tempo.”
Hindåsgården, 1-2 Outubro
Conferência sobre bem-estar
Animal no abate e abate
sanitário
Uma interessante conferência sobre o bem-estar
de animais no abate e abate sanitário irá realizarse em Hindasgarden (Suécia), nos dias 1 e 2 de
Outubro, para “discutir o tópico com os
decisores e para consciencializar a industria e os
políticos”.
O programa propõe 14 palestras divididas em
três sessões. Os moderadores serão Bjorn
Dahlén (Swedish Board of Agriculture), Robert
Huey (FVE) e Caroline Planté (OIE). Uma visita
de estudo está planeada para 3 de Outubro em
Skara.
.
Bem-estar de focas
Comissão propõe banir
comércio de produtos de foca
No dia 23 de Julho, a Comissão Europeia
adoptou uma proposta para o Regulamento
proibindo o comércio de produtos derivados de
foca, dentro, para e desde a União Europeia. O
Regulamento visa assegurar que os produtos
provenientes de focas mortas e esfoladas em
modos que causam dor, stress ou sofrimento não
sejam encontrados no mercado Europeu. O
comércio de produtos de foca seria apenas
permitido quando existam garantias que provem
que as técnicas de caça utilizadas estão de
acordo com elevados padrões de bem-estar e que
não causam sofrimento desnecessário aos
animais.
Stavros Dimas, Comissário Europeu para o
Ambiente afirmou: “Propomos uma proibição da
colocação no mercado e importação para a UE,
trânsito e exportação de produtos de foca pela
União Europeia. Os produtos derivados de foca
provenientes de países com praticas de caça
cruéis não podem ser autorizados a entrar na
UE. A UE compromete-se a definir standards
elevados de bem-estar animal”.
As focas são caçadas principalmente pela sua
pele, gordura e carne. Os métodos utilizados no
abate e a sua eficácia variam consideravelmente.
Estes incluem armas de fogo, arpões, armadilhas
e redes. Segundo o parecer científico da EFSA,
as focas podem ser mortas rápida e eficazmente
por uma série de métodos que não causam dor,
stress ou sofrimento evitável, mas está provado
que o abate efectivo nem sempre ocorre na
prática.
5-
Conselho da Europa
desses métodos. Este parecer também indica
recomendações para futura pesquisa científica.
Trabalhos retomados em
coelhos, gado e carpas
Após dois anos de inactividade, a Convenção
sobre animais de exploração do Conselho da
Europa retomou a sua actividade. O comité (TAP), responsável pela elaboração e adopção de
recomendações detalhadas, está actualmente
debruçado sobre coelhos (T-AP(98) 1 rev 14),
bovinos (T-AP(2005)1 rev 4) e carpa (TAP(2006)1 rev 2).
O Conselho da Europa produz Convenções e
recomendações relativas ao bem-estar animal.
Estes textos têm valor legal uma vez assinados e
ratificados pelos países. No passado, foram
frequentemente a base de legislações nacionais e
comunitárias. A Convenção Europeia para a
protecção de animais mantidos para fins
produtivos é uma “convenção quadro” que
indica princípios para a detenção, manutenção e
alojamento de animais, particularmente em
sistemas de produção intensiva.
Opinião da EFSA sobre o bemestar do Salmão Atlântico
Qualidade da água e ração,
densidade populacional e
normalização são factores
principais
Cientistas da Agencia Europeia de Segurança
Alimentar (EFSA) estudaram o impacto de
diversos sistemas de produção no bem-estar do
salmão Atlântico. Peritos do painel da EFSA
sobre saúde e bem-estar animal (AHAW)
consideram que os factores que afectam
principalmente o bem-estar do salmão Atlântico
são: qualidade da água, densidade populacional,
dieta e o processo pelo qual os peixes são
separados
em
diversos
tamanhos
(normalização). Na sua avaliação de risco, o
Painel produziu um sistema de ranking para os
perigos potenciais para o bem-estar nos vários
sistemas produtivos, que podem ser utilizados
como gestores de risco para avaliar o bem-estar
-6-
O relatório da EFSA indica que os principais
factores afectando o bem-estar do Salmão
Atlântico são a qualidade da água, densidade
populacional, dieta e normalização.
“É a interacção de elementos chave nos sistemas
de produção do salmão Atlântico que têm um
papel determinante, e não as diferenças
intrínsecas dos próprios métodos de produção”,
afirmou o Dr. Philippe Vannier, Presidente do
Painel AHAW.
Este parecer será seguido por outros abordando
várias espécies de peixe: truta arco-íris, dourada,
robalo, carpa e enguia Europeia. O parecer do
Painel AHAW teve em consideração os
resultados das discussões com os diferentes
stakeholders (incluindo a FVE). O texto integral
do parecer cientifico, o relatório cientifico
contendo todos os dados científicos e referências
disponíveis para elaborar o parecer, bem como
opiniões minoritárias estão disponíveis online.
Veterinários e bem-estar animal
Requer-se maior visibilidade e
melhor educação
O papel dos veterinários na protecção da saúde
animal foi o tema de um simpósio recente
organizado pela Associação Holandesa de
Estudantes de Veterinária (DSK), Faculdade de
Medicina Veterinária de Utrecht e Real
Associação Veterinária Holandesa KNMvD).
Representantes dos vários sectores da profissão
veterinária, proprietários e detentores de
animais, indústria, governo e ONGs discutiram o
papel que os veterinários podem e devem ter na
protecção do bem-estar animal.
Todos concordaram que há um importante papel
a desempenhar, e que os veterinários não devem
hesitar a assumi-lo. Contudo, para ser eficaz,
não deve ser deixado a cargo individualmente do
veterinário. As escolas veterinárias e as
organizações profissionais devem tomar a
dianteira e estimular o debate, formulando e
comunicando opiniões. Uma melhor visibilidade
da profissão no campo do bem-estar animal é
também crucial, segundo os participantes, que
também identificaram “uma necessidade de mais
informação e educação (contínua)” sobre este
tema.
Neste encontro, foi assinada pelo Professor
Albert Cornelissen, reitor da Faculdade
Veterinária de Utrecht e pelo Professor Ludo
Hellebrekers, presidente da KNMvD, uma
petição solicitando uma Declaração Universal de
Bem-estar Animal (iniciativa da Sociedade
Mundial de Protecção Animal).
O Professor Ludo Hellebrekers, Presidente da
Royal Netherlands Veterinary Association assina a
Declaração Universal de Bem-estar Animal
Saúde Pública
Após relatório da EFSA sobre o
impacto na saúde e no bemestar animal
Deputados pedem proibição de
produtos alimentares de
animais clonados
No dia 3 de Setembro, o Parlamento Europeu
solicitou à Comissão a submissão de propostas
proibindo o uso de animais clonados em
produtos alimentares, após a publicação de um
relatório cauteloso da EFSA sobre o tema. A
resolução parlamentar foi adoptada por 622
Deputados a favor, 32 contra e 25 abstenções.
A proposta apela à proibição a nível da UE de:
alimentos provenientes de animais clonados;
criação de animais clonados ou descendência
para fins alimentares; colocação de produtos
lácteos ou carne de animais clonados ou
descendência no mercado e importação de
animais clonados ou sua descendência, sémen e
embriões, bem como carne ou produtos lácteos
derivados de animais clonados ou descendência.
Este movimento segue a publicação de um
parecer científico pela EFSA sobre as
implicações da clonagem animal para a
segurança alimentar, saúde pública e ambiente,
publicado em Julho.
Apesar dos peritos da EFSA não terem
encontrado preocupações claras relacionadas
com os produtos alimentares ou ambiente,
relativamente a clones de bovinos, suínos e sua
descendência, refere-se que não existem dados
científicos suficientes sobre o assunto. Para além
disso, o bem-estar de ambas as progenitoras e de
uma proporção significante dos clone foi
afectado por saúde adversa.
A FVE criou um grupo de trabalho sobre
clonagem, com os seguintes membros: David
Morton (UK, Presidente), Eckhard Wolf
(Alemanha), Cesare Galli (Itália), Anna
Duszewska (Polónia), Hiemke Knikn (Holanda),
Constantitnos Kyriakis (Grécia).
7-
Antalya, 4-5 Dezembro
Medicamento
Workshop da Taiex sobre
cooperação regional para
controlo de raiva
Um worshop sobre raiva intitulado “Cooperação
regional para a erradicação da mais antiga
doença zoonótica da Europa” será organizado
pela FVE em colaboração com a TAIEX e a
Associação Médico-veterinária Turca em
Antalya (Turquia), nos dias 4 e 5 de Dezembro.
Os
oradores
incluem
Nikola
Belev
(representante regional da OIE), Thomas Muller
(Friedrich-Loeffler Institute, Laboratório de
Referência da OIE) e James Moynagh (DG
Sanco).
A reunião tem como objectivo aprofundar o
controlo da raiva e aumentar a cooperação
regional para este fim. A raiva não respeita
fronteiras, pelo qual as estratégias de controlo
efectivas necessitam de coordenação entre
países. Estratégias inconsistentes em países
vizinhos possivelmente falharão.
Embora a experiência tenha demonstrado que a
raiva pode ser erradicada com sucesso quando
os programas de controlo são bem definidos,
fundamentados e implementados, cerca de 8000
casos continuam a ser observados anualmente na
Europa, dos quais 60% na fauna selvagem, 40%
em animais domésticos e infelizmente, alguns
em humanos.
Apesar de largas regiões europeias estarem já
livres de raiva há vários anos, principalmente
como resultado da vacinação de raposas, a
incidência de raiva nos países do Leste Europeu
continua elevada. Em 2006, registaram-se 565
casos na Croácia, 293 na Roménia, 119 na
Sérvia/Montenegro, 2020 na Ucrânia e 230 na
Turquia.
A 28 de Setembro, o Dia Mundial das Raiva foi
celebrado para sensibilizar e explicar a
importância da prevenção da raiva, A raiva é
uma doença mortal causada por um vírus que
ataca o sistema nervoso. O vírus é secretado na
saliva e é usualmente transmitido a pessoas e
animais pela mordedura de um animal infectado.
Uma vez desenvolvidos os sintomas da doença,
a raiva é quase sempre fatal para animais e
humanos.
.
-8-
Plataforma Europeia para o Uso
Responsável de Fármacos
“Quadro de Boas Práticas”
publicado para antibióticos em
animais de exploração
Este mês, a Plataforma Europa para a Utilização
Responsável de Fármacos em Animais
(EPRUMA), publicou um “Quadro de Boas
Práticas” para o uso de microbianos em animais
produtores de alimentos na UE. O documento
explica os requerimentos para licenciamento de
antimicrobianos, bem como as guidelines para a
escolha, armazenamento, administração e registo
de utilização destes fármacos.
O objectivo do documento é a “contribuição
para a continuidade da eficácia de
antimicrobianos”.
Os
antimicrobianos
revolucionaram a prática veterinária desde a sua
introdução, h+a mais de 60 anos atrás. Muitos
dos fármacos utilizados inicialmente continuam
a ser utilizados com sucesso, embora a perca de
eficácia pelo desenvolvimento de resistências
seja um risco sempre presente. Segundo a
EPRUMA; “a orientação relativa ao uso de
antimicrobianos deveria ser - usar o menos
possível, mas sempre que necessário”.
A EPRUMA, fundada em 2005, representa os
interesses dos produtores (COPA/COGECA), a
indústria de saúde animal (IFAH-EUROPE), a
Iniciativa Europeia para o desenvolvimento
sustentável da agricultura (EISA) e a profissão
veterinária (FVE).
30 de Setembro de 2008
França organiza reunião para
debate da legislação europeia
sobre medicamento veterinário
“Legislação dos Fármacos de Uso Veterinário:
oportunidades de melhoria” foi o título duma
©
reunião realizada em Maisons-Alfort (França), a
30 de Setembro de 2008. Organizado pela
Agencia de Segurança Alimentar Francesa
(AFSSA) na ocasião da presidência Francesa da
UE, este encontro propôs várias apresentações
divididas em duas sessões: “Melhoria da
Legislação Europeia Veterinária: quais os
objectivos estratégicos?” e “Avaliação do
impacto do quadro actual: possíveis soluções e
próximos passos.”
Uma terceira sessão incluiu quatro workshops
(harmonização para um mercado único;
simplicação/melhoria do quadro regulamentar;
genéricos; inovação e disponibilidade).
Jan Vaarten, Director Executivo da FVE, esteve
presente, fazendo uma apresentação e sendo
moderador de uma das sessões.
Logótipo do Dia Europeu do Antibiótico
Educação
Educação Veterinária prégraduada
18 de Novembro de 2008
Dia Europeu do Antibiótico
18 de Novembro marcará a data do primeiro Dia
Europeu de consciencialização para o uso de
Antibióticos, que será celebrado pelos 27
Estados membros. Esta iniciativa do Centro
Europeu para a Prevenção e Controlo ©de
Doenças (ECDC) realizar-se-á anualmente,
sensibilizando para os riscos associados ao uso
inapropriado de antibióticos e para a forma de os
utilizar responsavelmente.
A resistência a antibióticos (AMR) é um
problema de saúde crescente. Em conclusões
adoptadas na reunião do Conselho a 10 de
Junho, no Luxemburgo, os Ministros da Saúde
da UE frisaram que a disseminação de microorganismos resistentes a antimicrobianos
aumenta a morbilidade e mortalidade
de
doenças de declaração obrigatória, resultando
não só na deterioração da qualidade de vida dos
pacientes afectados, mas também em custos de
saúde adicionais.
O Conselho enfatizou a relação entre o uso de
antibióticos e a AMR. O uso inapropriado de
antimicrobianos nos sistemas nacionais de saúde
é a principal causa de prevalência de bactérias
resistentes a antimicrobianos nos hospitais. Os
Ministros reconheceram também a existência de
dados que evidenciam uma relação entre o uso
de antimicrobianos em animais de produção e a
ocorrência de estirpes bacterianas resistentes.
FVE: ensino do bem-estar
animal deve incluir aspectos
práticos
A forma como o bem-estar animal é ensinado
©
varia de escola para escola. Tal transpareceu do
estudo “Ensino de Bem-estar Animal nas
Faculdades Veterinárias Europeias”, cujos
resultados serão apresentados num poster por
Nancy De Bryine (FVE) na Segunda
Conferência Global da OIE sobre bem-estar
animal, a realizar no Cairo de 20 a 22 de
Outubro.
O estudo, baseado na avaliação de relatórios de
43 escolas em 24 países, demonstra que, em
algumas escolas, o ensino de bem-estar animal
está firmemente envolvido em todo o currículo,
enquanto noutras este não existe. Acresce ainda
que o bem-estar animal é quase sempre
exclusivamente
apresentado
em
termos
legislativos e não numa perspectiva prática.
A FVE recomenda que os estudos de bem-estar
animal incluam aspectos práticos, tal como o
bem-estar nas explorações, durante o transporte
ou no abate, em vez de referir meramente os
aspectos legislativos. Parte do ensino deveria ser
feito de forma interactiva, promovendo a análise
crítica de situações por perspectivas diferentes.
A FVE relembra que a “etologia e a protecção
animal” estão na lista de assuntos que devem ser
leccionados no currículo veterinário para que a
licenciatura seja reconhecida por outros Estados
Membros.
9-
Tjeerd Jorna, Presidente da World Veterinary
Association
Poster sobre o Ensino de Bem-estar Animal
FVE Socioprofissional
Associação Veterinária Mundial
Tjeerd Jorna eleito Presidente
da WVA
A Assembleia de Presidentes da Associação
veterinária Mundial (WVA), elegeu o Dr. Tjeerd
Jorna para Presidente, durante o seu congresso
em Vancouver, a 31 de Julho. Tjeerd Jorna, que
conduziu a presidência da FVE de 2003 a 2007,
demonstrou a capacidade de unir pessoas em
ideias, construindo pontes e inspirando as
pessoas a identificarem-se e a alcançar
objectivos comuns.
Dr. Jorna irá conduzir a WVA até ao Congresso
de 2011 na Cidade do Cabo, África do Sul.
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Federação de Associações
Europeias de Veterinários
Equinas
Veterinários europeus de
equinos reúnem em Liverpool
O conselho da Federação de Associações
Europeias de Veterinários de Equinos reuniu em
Liverpool a 10 de Setembro, na ocasião do
congresso da Associação Britânica de
Veterinários de Equinos.
Os tópicos incluíram a identificação de
equídeos, legislação de MRL, transporte de
equinos, comercialização de cavalos abatidos,
vigilância de doenças emergentes, Acto
veterinário e Código de Conduta.
Para
mais
informações,
contactar
[email protected].
Parlamento Europeu
Deputados publicam
declaração sobre o significado
das profissões liberais
A written declaration on the significance of the
liberal professions was presented by Angelika
Niebler and four other MEPs1. It underlines the
important role of the liberal professions, which
“often provide public services in core areas of
general interest, even in rural and economically
less attractive areas”, and calls on the
Commission to “make sure that the liberal
professions are not assessed solely on the basis
of market-economy criteria”. It warns against
the consequences of “premature liberalisation”
and furthermore invites the Commission to
“respect the self-governing structure of the
liberal professions” and “consider more
democratic methods when embarking on further
reforms”.
The written declaration will need the majority
of the signatures from MEPs by 23 October to
be adopted as an official resolution by the
European Parliament.
Dr Ovidio Picciotti
In Memoriam
Ovidio Picciotti
A delegação italiana da FVE anuncia a morte do
Dr. Ovidio Picciotti, em Julho. Como líder do
Sindacato
Italiano
Veterinari
Medicina
Pubblica (SIVeMP) durante os primeiros anos
da década de 90, motivou a delegação nacional
Italiana a tornar-se membro da FVE, e o
SIVeMP a juntar-se às secções EASVO e
UEVH. Sob a sua liderança e em conjunto com a
Federazione Nazionale Ordini Veterinari
Italiani (FNOVI), foi decidido realizar a sessão
de primavera da FVE em Roma em 1993.
Reformado há vários anos, manteve-se activo
como perito no sector das pescas e como
lobbyista veterinário numa escala local.
1
http://www.europarl.europa.eu/sidesSearch/search.do?type=WDE
CL&language=EN&term=6&author=4289
11 -
FVE
A Federação de Veterinários da Europa é uma organização “umbrella” de instituições veterinárias de 37 países
europeus, regulada pela legislação de sociedades internacionais da Bélgica.
Membros
Áustria, Bélgica, Bósnia-Herzegovina, Bulgária, Croácia, Chipre, Republica Checa, Dinamarca, Estónia,
Finlândia, França, Macedónia, Alemanha, Grécia, Hungria, Islândia, Irlanda, Itália, Letónia, Lituânia,
Luxemburgo, Malta, Holanda, Noruega, Polónia, Portugal, Roménia, Sérvia, República Eslovaca, Eslovénia,
Espanha, Suécia, Suiça, Turquia, Reino Unido.
Secções
EASVO – Veterinários Oficiais, EVERI - Educação, Pesquisa e Indústria, UEVH –Higienistas, UEVP –
Clínicos
Observadores
Ucrânia, Albânia
Staff da FVE
Jan Vaarten –Director Executivo, Nancy De Briyne – Assessora do Director Executivo, Nicole Schreiner –
Consultora de Políticas, Elena Diaz Ureta – Gestora de Comunicação, Ulrike Tewes – Gestora de Gabinete
A reprodução dos artigos é autorizada, excepto para fins comerciais, desde que a fonte seja mencionada. As
visões e posições expressas nesta newsletter podem não representar em termos legais a posição oficial da FVE.
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©
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