Abril - Gazeta Valeparaibana
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Abril - Gazeta Valeparaibana
Edição nº. 29 Todos pela educação ABRIL 2010 Vale do Paraíba Paulista - Região Serrana da Mantiqueira - Litoral Note Paulista - Região Bragantina - Região Alto do Tietê Cidadania e Meio Ambiente Formiguinhas do Vale Amazônia Brasileira Uma questão de Segurança Nacional | Páginas 3 e 7 www.fomiguinhasdovale.org A Associação tem como principal motivação as mudanças comportamentais da sociedade, que o momento exige, no que tange a preservação ambiental, sustentabilidade e paz social, reflorestamento, incentivo á agricultura orgânica, hortas comunitárias e familiares, preservação dos ecossistemas, reciclagem e compostagem do lixo doméstico além, de incentivar a preservação e o conhecimento de nossas culturas e tradições populares. Formalizado através do Projeto Social ‘EDUCAR - Uma Janela para o Mundo’, multiplicado e divulgado através deste veículo de interação. Depressão - A Doença do Século | Página 5 RECICLE INFORMAÇÃO: Passe este jornal para outro leitor ou indique o site Os tropeiros e o desenvolvimento do Brasil | Página 6 A Mineração no Brasil | Página 9 O “Ciclo do Café” | Páginas 10 Projetos integrados: · Projeto “Inicialização Musical” Este projeto tem por finalidade levar o conhecimento musical, a crianças e adultos com o fim de formar grupos multiplicadores, sempre incentivando a musica de raiz de cada região, ao mesmo tempo em que se evidenciam as culturas e tradições populares de cada região. Inicialmente iremos formar turmas que terão a finalidade de multiplicação do conhecimento adquirido, no projeto, em cada Escola e em suas respectivas comunidades. e 11 JONGO - Patrimônio Imaterial | Página 12 A Roça de Tereza | Páginas 13 e 14 Projeto “Viveiro Escola Planta Brasil” · O Mundo Lusófono | Página 15 Este projeto visa a implantação de um Viveiro Escola, especializado em árvores nativas das Matas Atlântica e Ciliares. Nele nossas crianças irão aprender sobre os ecossistemas estudados, árvores nativas, técnicas de plantio e cuidados; técnicas de compostagem e reciclagem de lixo doméstico, etc. Tudo isto, integrando-se o teórico á prática, através de demonstrações de como plantar e cuidar, incentivando e destacando também, a importância da agricultura orgânica, hortas comunitárias e familiares. Serão formadas turmas que terão a finalidade de se tornarem multiplicadoras do conhecimento adquirido em cada comunidade. Feliz Páscoa · Ayrton Senna 16 anos de saudade... Ultima Página “O planeta é um capital colocado à nossa disposição; ou o administramos investindo e recebendo os frutos plantados ou gastaremos o capital e, o que nos resta é a falência”. · Filipe de Sousa Este veículo. transcende a sala de aula como proposta para reflexão, discussão, interação e aprendizagem bre temas dos projetos desenvolvidos pela OSCIP“Formiguinhas do Vale”,organização sem fins lucrativos e, com ênfase em assuntos inerentes à sustentabilidade social e ambiental. Filipe de Sousa Projeto “Arte&Sobra” Neste Projeto Social iremos evidenciar a necessidade da reciclagem, com a finalidade de preservação dos espaços urbanos e, como fator de geração de renda. Também serão formadas turmas multiplicadoras de conhecimento, que terão como função a formação de cooperativas ou grupos preservacionistas em suas comunidades. so- Projeto “SaciArte” Este projeto é um formador de grupos musicais onde as culturas regionais e a música de raiz sejam o seu tema. Primeiramente será formado um grupo composto por crianças, adolescentes e adultos com responsabilidade de participação voluntária, no grupo da comunidade da Região Cajuru na Zona Leste de São José dos Campos. # SEJA UM VOLUNTÁRIO. Fale conosco 0xx12 - 9114.3431 Acesse: http://www.formiguinhasdovale.org Abril 2010 Gazeta Valeparaibana Crônica do mês Caminho marcado A Arte de Cultivar Virtudes agredindo mutuamente, ela aprenderá essas lições. Assim, se temos a intenção de passar nobres ensinamentos a alguém, se faz necessário que prestemos muita atenção ao nosso modo de vida, às nossas ações diárias. Como todo bom jardineiro, os educadores devem ser bons cultivadores de virtudes e valores. Devem observar com cuidado as tendências dos filhos e procurar semear na alma infantil as sementes das quais surgem as virtudes, ao tempo em que as preservam das ervas daninhas, das pragas, da seca e das enchentes. Sem esquecer o adubo do amor. A alma da criança que cresce sem esses cuidados básicos por parte dos adultos, geralmente se torna campo tomado pelas ervas más dos vícios de toda ordem. E, de todas as ervas más, as mais perigosas são o orgulho e o egoísmo, pois são as que dão origem às demais. Por isso a importância dos cuidados desde cedo. E para se ter êxito nessa missão de jardineiro de almas, é preciso atenção, dedicação, persistência, determinação. O campo espiritual exige sempre o empenho do amor do jardineiro para que possa produzir bons resultados. E o empenho do amor muitas vezes exige alta dose de renúncia e de coragem. Coragem de renunciar aos próprios vícios para dar exemplos dignos de serem seguidos. Os jardins da alma infantil são férteis e receptivos aos ensinamentos que percebem nas ações dos adultos. Por essa razão vale a pena dedicar tempo no cultivo das virtudes, antes que as sementes de ervas daninhas sejam ali jogadas, nasçam e abafem a boa semente. Para que você seja um bom cultivador de almas, é preciso que tenha em sua sementeira interior as mudinhas das virtudes. Somente quem possui pode oferecer. Somente quem planta, pode colher. Um avô e seu neto, caminhando pelo quintal, ora se agachando aqui, ora ali, em animada conversação, não é cena muito comum nos dias atuais. O garoto, de 4 anos de idade, aprendia a cultivar e a cuidar das plantas com o exemplo do seu avô, que tinha tempo para o netinho sempre que este o visitava. Era por isso que o pequeno Nícolas acariciava as mudinhas que havia plantado e dizia: "quem planta colhe, né vovô?" Mas o avô não é habilidoso apenas no cultivo de plantas, é hábil também na arte de cultivar virtudes. Entre uma conversa e outra, entre a carícia numa flor e uma erva daninha que arrancava, ele ia cultivando virtudes naquele coração infantil. Ia ensinando que para obter frutos saborosos e flores perfumadas é preciso cuidado, dedicação, atenção e conhecimento. E que, acima de tudo, é preciso semear, pois sem semeadura não há colheita. O cuidado do pequeno Nícolas pelas plantas era fruto do ensinamento que recebeu desde pequenino, pois nem sempre foi assim. Quando começou a engatinhar, suas mãozinhas eram ligeiras em arrancar tudo o que via pela frente, como qualquer bebê que quer conhecer o mundo pela raiz... E, se não tivesse por perto alguém que lhe ensinasse a respeitar a natureza, talvez até hoje seu comportamento fosse o mesmo, como muitas crianças da sua idade ou até maiores. Importante observar que as melhores e mais sólidas lições as crianças aprendem no dia-a-dia, com os exemplos que observam nos adultos. É mais pela observação dos atos, do que pelos conselhos, que os pequenos vão formando seus caracteres. Se a criança cresce em meio ao desleixo, ao descuido, às mentiras, Pense nisso, e seja um cultivador ao desrespeito, vendo os adultos se de virtudes. Rir faz bem O marido pergunta à esposa: - O que você faria se eu ganhasse na loteria??? Ela diz: - Eu pegaria a minha metade e deixaria você, seu besta... - Excelente, responde ele. Ganhei 12 reais, pega aqui seus 6 e some!!! www.formiguinhasdovale.org Página 02 Emmanuel Segue pelo caminho Que Jesus te marcou... Perdão, silêncio e paz Com serviço constante. Amigos terás muitos, Mas,companheiros, raros. Viverás cada dia de solidão e amor. Depois, terás a cruz Por salário do Bem. Mas, na cruz ouvirás A mensagem de Deus... (Do livro “Hora Certa", Emmanuel, Francisco Cândido Xavier, edição GEEM) SUGESTÕES DO CAMI NH O André Luiz Lamentar-se por quê?... Aprender sempre, sim. Cada criatura colherá da vida não só pelo que faz, mas também conforme esteja fazendo aquilo que faz. Não se engane com falsas apreciações acerca de justiça, porque o tempo é o juiz de todos. Recorde: tudo recebemos de Deus que nos transforma ou retira isso ou aquilo, segundo as nossas necessidades. A humildade é um anjo mudo. Tanto menos você necessite, mais terá. Amanhã será, sem dúvida, um belo dia, mas para trabalhar e servir, renovar e aprender, hoje é melhor. Não se iluda com a suposta felicidade daqueles que abandonam os próprios deveres, de vez que transitoriamente buscam fugir de si próprios como quem se embriaga para debalde esquecer. O tempo é ouro, mas o serviço é luz. Só existe um mal a temer: aquele que ainda exista em nós. Não parar na edificação do bem, nem para colher os louros do espetáculo, nem para contar as pedras do caminho. A tarefa parece fracassar? Siga adiante, trabalhando, que, muita vez é necessário sofrer, a fim de que Deus nos atenda à renovação. (Do livro "Sinal Verde", André Luiz, Francisco Cândido Xavier TODOS PELA EDUCAÇÃO A Gazeta Valeparaibana, um veículo da OSCIP “Formiguinhas do Vale”, organização sem fins lucrativos, somente publica matérias, relevantes, com a finalidade de abrir discussões e reflexões dentro das salas de aulas, tais como: educação, cultura, tradições, história, meio ambiente e sustentabilidade e responsabilidade, social e ambiental. Assim, publica algumas matérias selecionadas de sites e blogs da web, por acreditar que todo o cidadão deve ser um multiplicador do conhecimento adquirido e, que nessa multiplicação, no que tange a Cultura e Sustentabilidade, todos devemos nos unir, na busca de uma sociedade mais justa, solidária e conhecedora de suas responsabilidades sociais. No entanto, todas as matérias e imagens serão creditadas a seus editores, desde que adjudiquem seus nomes nas matérias publicadas. Caso não queira fazer parte da corrente, favor entrar em contato. [email protected] AJUDENOS A MANTER ESTA PUBLICAÇÃO E NOSSOS PROJETOS DE EDUCAÇÃO, CULTURA E PRESERVAÇÃO AMBIENTAL Fale conosco: 0 xx 12 - 9114.3431 Gazeta Valeparaibana é um jornal gratuito distribuído mensalmente em mais de 80 cidades, do Cone Leste Paulista, que é composto pelas seguintes regiões: Vale do Paraíba Paulista, Serrana da Mantiqueira, Litoral Norte Paulista, Bragantina e Alto do Tietê. Editor: Filipe de Sousa - FENAI 1142/09-J Diretora Administrativa: Rita de Cássia A. S.Lousada Diretora Pedagógica dos Projetos: Elizabete Rúbio Tiragem mensal: Distribuído por: “Formiguinhas do Vale” Filiados à FENAI - Federação Nacional de Imprensa Gazeta Valeparaibana é um MULTIPLICADOR do Projeto Social “Formiguinhas do Vale” e está presente mensalmente em mais de 80 cidades do Cone Leste Paulista, com distribuição gratuita em cerca de 2.780 Escolas Públicas e Privadas de Ensino Fundamental e Médio. “Formiguinhas do Vale” Uma OSCIP - Sem fins lucrativos Abril 2010 Gazeta Valeparaibana Pagina 03 Sobre nosso patrimônio Exclusão social Segue abaixo o relato de uma pessoa conhecida e séria, que passou recentemente em um concurso público federal e foi trabalhar em Roraima. Definir e compreender a pobreza e suas várias dimensões é, também, tornar transparente o número da população excluída de políticas públicas e de direitos sociais previstos e assegurados pela Constituição brasileira. Portanto, o Brasil, com 180 milhões de habitantes, a nona economia mundial e a quarta maior concentração de renda do planeta (só perdendo para países como Serra Leoa, República Centro-Africana e Suazilândia), tem em seu território cerca de 50 milhões de pessoas vivendo em condições de indigência, com renda inferior a 80 reais por mês. Ou seja, 29,26% da população do país não conseguem atender minimamente a suas necessidades diárias, de acordo com a pesquisa divulgada no primeiro semestre de 2002 pelo economista Marcelo Neri, da Fundação Getulio Vargas do Rio de Janeiro. após ouvir tais relatos: E os americanos vão acabar tomando a Amazônia e em todas elas ouvi a mesma resposta em palavras diferentes. Vou reproduzir a resposta de uma senhora simples que Trata- se de um Brasil que a gente não vendia suco e água na rodovia próximo conhece. de Mucajaí: As duas semanas em Manaus foram interessantes para conhecer um Brasil um pouco diferente, mas chegando em Boa Vista (RR) não pude resistir a fazer um relato das coisas que tenho visto e escutado por aqui. 'Irão não minha filha, tu não sabe, mas tudo aqui já é deles, eles comandam tudo, você não entra em lugar nenhum porque eles não deixam. Quando acabar essa guerra aí eles virão pra cá, e vão fazer o que fizeram no Iraque quando determinaram uma faixa para os curdos Conversei com algumas pessoas nesses onde iraquiano não entra, aqui vai ser a três dias, desde engenheiros até pesso- mesma coisa'. as com um mínimo de instrução. A dona é bem informada não? O pior é Para começar o mais difícil de encontrar que segundo a ONU o conceito de nação por aqui é roraimense, pra falar a verda- é um conceito de soberania e as áreas de, acho que a proporção é de um rorai- demarcadas têm o nome de nação indímense para cada 10 pessoas é bem ra- gena. O que pode levar os americanos a zoável, tem gaúcho, carioca, cearense, alegarem que estarão libertando os poamazonense, piauiense, maranhense e vos indígenas. Fiquei sabendo que os por aí vai. Portanto falta uma identidade americanos já estão construindo uma com a terra. grande base militar na Colômbia, bem próximo da fronteira com o Brasil numa Aqui não existem muitos meios de sobre- parceria com o governo colombiano com vivência, ou a pessoa é funcionária públi- o pseudo ca, e aqui quase todo mundo é, pois em objetivos de combater o narcotráfico. Por Boa Vista se concentram todos os ór- falar em narcotráfico, aqui é rota de disgãos federais e estaduais de Roraima, tribuição, pois essa mãe chamada Brasil além da prefeitura é claro.. Se não for mantém suas fronteiras abertas e aqui funcionário público a pessoa trabalha no tem Estrada para as Guianas e Venezuecomércio local ou recebe ajuda de Pro- la. Nenhuma bagagem de estrangeiro é gramas do governo. fiscalizada, principalmente se for americano, europeu ou japonês, (isso pode Não existe indústria de qualquer tipo.. causar um incidente diplomático). .. DiPouco mais de 70% do Território rorai- zem que tem muito colombiano traficante mense é demarcado como reserva indí- virando venezuelano, pois na Venezuela gena, portanto restam apenas 30%, des- é muito fácil comprar a cidadania venecontando- se os rios e as terras improdu- zuelana por cerca de 200 dólares. tivas que são muitas, para se cultivar a terra ou para a localização das próprias Pergunto inocentemente às pessoas; cidades. porque os americanos querem tanto proteger os índios. A resposta é absoluta(Na única rodovia que existe em direção mente a mesma, porque as terras indígeao Brasil (liga Boa Vista a Manaus, cerca nas além das riquezas animais e vegede 800 km ) existe um trecho de aproxi- tais, da abundância de água são extremadamente 200 km reserva indígena mamente ricas em ouro encontram-se Waimiri Atroari) por onde você só passa pepitas que chegam a ser pesadas em entre 6:00 da manhã e 6:00 da tarde, nas quilos), diamante, outras pedras preciooutras 12 horas a rodovia é fechada pe- sas, minério e nas reservas norte de Rolos índios (com autorização da FUNAI e raima e Amazonas, ricas em PETRÓdos americanos) para que os mesmos LEO.. não sejam incomodados. Parece que as pessoas contam essas Detalhe: Você não passa se for brasilei- coisas como que num grito de socorro a ro, o acesso é livre aos americanos, eu- alguém que é do sul, como se eu pudesropeus e japoneses. Desses 70% de ter- se dizer isso ao presidente ou a alguma ritório indígena, diria que em 90% dele autoridade do sul que vá fazer alguma ninguém entra sem uma grande burocra- coisa. É pessoal,... saio daqui com a cia e autorização da FUNAI. quase certeza de que em breve o Brasil irá diminuir de tamanho. Detalhe: Americanos entram na hora que quiserem, se você não tem uma au- Será que podemos fazer alguma coitorização da FUNAI mas tem dos ameri- sa??? canos então você pode entrar. A maioria dos índios fala a língua nativa além do Acho que sim. inglês ou francês, mas a maioria não sabe falar português. Dizem que é comum Mara Silvia Alexandre Costa na entrada de algumas reservas encon- Depto de Biologia Cel. Mol. Bioag.Patog. trarem-se hasteadas bandeiras america- FMRP - USP nas ou inglesas. É comum se encontrar por aqui americano tipo nerds com cara Opinião pessoal: de quem não quer nada, que veio caçar Afinal foi um momento de fraqueza borboleta e joaninha e catalogá-las, mas no final das contas pasme, se você qui- dos Estados Unidos que os europeus ser montar um empresa para exportar lançaram o Euro, assim poderá se plantas e frutas típicas como cupuaçu, aproveitar esta situação de fraqueza açaí camu-camu etc., medicinais ou norte-americana (perdas na guerra do componentes naturais para fabricação de Iraque) para revelar isto ao mundo a remédios, pode se preparar para pagar fim de antecipar a próxima guerra. 'royalties' para empresas japonesas e americanas que já patentearam a maiori- Celso Luiz Borges de Oliveira a dos produtos típicos da Amazônia... Doutorando em Água e Solo FEAGRI/UNICAMP Por três vezes repeti a seguinte frase Filipe de Sousa No que concerne à concentração de renda no Brasil, é importante notar que, enquanto 1% das famílias mais ricas consome 15% da renda, mais de 85 milhões de pessoas, que compõem a metade mais pobre da população, consomem apenas 12%. Em meio a esses dados numéricos, há também a triste revelação de que a concentração extrema da renda está apoiada numa estrutura de poder fortemente controlada por elites tradicionais - locais e nacionais -, que pouco mudaram sua maneira de fazer política e de governar o país no último século. No relatório elaborado em 2000 pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud) sobre a pobreza no planeta, foi explicitado que, no Brasil, a maior parte dos benefícios sociais se destinava à classe média e aos ricos. Também segundo esse estudo, a persistência da pobreza em nosso território tinha como causa direta as diferenças abissais de renda. Seguindo a mesma ordem de raciocínio, tal relatório afirmava que novas políticas eram necessárias para reduzir a desigualdade e estimular um maior crescimento econômico. Por fim, esse documento chamava a atenção para o fato de que a distribuição desigual do gasto social era a grande responsável pela persistência da pobreza no país. Em meio a esse cenário desolador, acrescente-se a dificuldade da população empobrecida de ocupar espaços de informação, conscientização, mobilização e participação política. Como é sabido, quanto mais pobres existirem numa sociedade, menores serão as chances de gerar espaços políticos de controle e mudanças sociais e políticas. Inclusão Social O artesanato alagoano mais uma vez ganha reconhecimento nacional. Entre as 100 unidades produtivas artesanais escolhidas para receber o Prêmio Sebrae Top 100 de Artesanato, cinco são de Alagoas: Caleidoscópio, Associação das Artesãs de Pontal de Coruripe, Cooperativa das Artesãs da Ilha do Ferro, Associação de Inclusão Social Bordadeiras de Penedo e a Associação das Artesãs de Feliz Deserto. Para Marcos Vieira, superintendente do Sebrae em Alagoas, o artesanato é uma das maiores representações culturais do povo brasileiro e possui grande importância para o desenvolvimento econômico do Brasil. Segundo ele, o artesanato possibilita a inclusão social e é instrumento de desenvolvimento e fortalecimento da identidade cultural. O Prêmio Sebrae Top 100 de Artesanato tem como objetivo reconhecer e valorizar o trabalho realizado por artesãos de todo o País, selecionando as 100 unidades produtivas mais competitivas do Brasil. “Estética, arte e cultura são importantes para a confecção de peças artesanais, porém, o que diferencia o Top 100 de Artesanato da maioria dos prêmios é o fato da avaliação ir além destes requisitos e levar em conta processos produtivos com foco no mercado”, afirma Vieira. No processo de avaliação, as concorrentes tiveram que atender 11 critérios de avaliação do Top 100, entre eles, o grau de inovação dos produtos, adequações econômica, logística, correção ambiental, significação cultural e situação ergonômica dos postos de trabalho, a eficiência produtiva e práticas comerciais e responsabilidade social. “Os critérios foram rigorosamente cumpridos e os jurados tiveram dificuldades na escolha devido à grande competitividade dos candidatos. Entre os jurados estavam o consultor de empresas na área de Marketing, Comunicação Corporativa e Vendas, Eloi Zanetti; o designer industrial e gerente da Unidade de Negócios de Informação e Gestão Tecnológica da Associação Brasileira das Instituições de Pesquisa Tecnológica Industrial (Abipti), Alceu Castelo Branco; a especialista em Varejo e diretora da Profashional Editora, Sandra Tescher; e a jornalista e curadora especializada em Design, Adélia Borges. Segundo a gerente da Unidade de Turismo, Artesanato e Cultura do Sebrae/AL, Vanessa Rocha, o reconhecimento nacional é muito significativo para as classificadas. Mas ela adverte que com a premiação, as unidades produtivas têm maiores responsabilidades em oferecer produtos de excelente qualidade e com alto valor cultural agregado. “Os consumidores nos mercados nacional e internacional são cada vez mais exigentes e sempre compram dos grupos e empresas artesanais que têm capacidade em atendê-los”, afirma Vanessa. Da redação Deixemos para o futuro um mundo mais limpo e, filhos melhores para a sociedade... Colabore, envie sua opinião ou comentário. Gazeta Valeparaibana Abril 2010 Pagina 03 Nossa maravilhosa língua portuguesa É possível escrever sem a letra A? COMENTÁRIOS DE UMA HOLANDESA É possível sim! Sem nenhum tropeço posso escrever o que quiser sem ele, pois rico é o português e fértil em recursos diversos, tudo isso permitindo mesmo o que de início, e somente de início, se pode ter como impossível. Pode-se dizer tudo, com sentido completo, mesmo sendo como se isto fosse mero ovo de Colombo. Desde que se tente sem se pôr inibido pode muito bem o leitor empreender este belo exercício, dentro do nosso fecundo e peregrino dizer português, puríssimo instrumento dos nossos melhores escritores e mestres do verso, instrumento que nos legou monumentos dignos de eterno e honroso reconhecimento Trechos difíceis se resolvem com sinônimos. Observe-se bem: é certo que, em se querendo esgrime-se sem limites com este divertimento instrutivo. Brinque-se mesmo com tudo. É um belíssimo esporte do intelecto, pois escrevemos o que quisermos sem o "E" ou sem o "I" ou sem o "O" e, conforme meu exclusivo desejo, escolherei outro, discorrendo livremente, por exemplo sem o "P", "R" ou "F", o que quiser escolher, podemos, em corrente estilo, repetir um som sempre ou mesmo escrever sem verbos. Com o concurso de termos escolhidos, isso pode ir longe, escrevendo-se todo um discurso, um conto ou um livro inteiro sobre o que o leitor melhor preferir. Porém mesmo sem o uso pernóstico dos termos difíceis, muito e muito se prossegue do mesmo modo, discorrendo sobre o objeto escolhido, sem impedimentos. Deploro sempre ver moços deste século inconscientemente esquecerem e oprimirem nosso português, hoje culto e belo, querendo substituílo pelo inglês. Por quê? Cultivemos nosso polifônico e fecundo verbo, doce e melodioso, porém incisivo e forte, messe de luminosos estilos, voz de muitos povos, escrínio de belos versos e de imenso porte, ninho de cisnes e de condores. Honremos o que é nosso, ó moços estudiosos, escritores e professores. Honremos o digníssimo modo de dizer que nos legou um povo humilde, porém viril e cheio de sentimentos estéticos, pugilo de heróis e de nobres descobridores de mundos novos. Deborah Clasen - Pedagoga Empresarial Autor: Desconhecido Utilidade pública - Celulares Se roubarem seu Celular... A DICA É MUITO INTERESSANTE, ATÉ PORQUE POUCA GENTE TEM O HÁBITO DE LER MANUAIS. Agora, com esta história do 'Chip', o interesse dos ladrões por aparelhos celulares aumentou. É só ele comprar um novo chip por um preço médio de R$30,00 em uma operadora e o instalar no aparelho roubado. Por isso, está generalizado o roubo de aparelhos celulares. Segue, então, uma informação útil que os comerciantes de celulares não divulgam. Uma espécie de vingança para quando roubarem celulares. Para obter o número de série do seu telefone celular (GSM), digite *#06# Aparecerá no visor um código de algarismos.. Este código é único!!! Anote e guarde-o com cuidado!!! Se roubarem seu celular, telefone para sua operadora e informe este código. O seu telefone poderá então ser completamente bloqueado, mesmo que o ladrão mude o 'Chip'. Provavelmente, você não recuperará o aparelho, mas quem quer que o tenha roubado não poderá mais utilizá-lo. Se todos tomarem esta precaução, imagine, o roubo de celulares se tornará inútil. Envie isto a todos e não esqueça de anotar o número de série do seu celular!!! DIVULGUEM: "LEMBREM-SE DE QUE A FORÇA É O PRODUTO DA UNIÃO E QUE NÃO HAVENDO QUEM COMPRE NÃO HAVERÁ QUEM ROUBE". Nossa saúde + (Página 5) SOBRE O BRASIL 'Os brasileiros acham que o mundo todo presta, menos o Brasil. E, realmente parece que é um vício falar mal do Brasil. Todo lugar tem seus pontos positivos e negativos, mas no exterior eles maximizam os positivos, enquanto no Brasil se maximizam os negativos. Aqui na Holanda, os resultados das eleições demoram horrores porque não é nada automatizado. Só existe uma companhia telefônica e (pasmem!) se você ligar reclamando do serviço, corre o risco de ter seu telefone temporariamente desconectado. Nos Estados Unidos e na Europa, ninguém tem o hábito de enrolar o sanduíche em um guardanapo - ou de lavar as mãos - antes de comer. Nas padarias, feiras e açougues europeus, os atendentes recebem o dinheiro e com mesma mão suja entregam o pão ou a carne. Em Londres, existe um lugar famosíssimo que vende batatas fritas enroladas em folhas de jornal - e tem fila na porta. Na Europa, não-fumante é minoria. Se pedir mesa de não-fumante, o garçom ri na sua cara, porque não existe. Fumam até em elevador. Em Paris , os garçons são conhecidos por seu mau humor e grosseria. Qualquer garçom de botequim no Brasil podia ir para lá dar aulas de como conquistar o cliente.' Você sabe como as grandes potências fazem para destruir um povo? Impõem suas crenças e cultura. Se você parar para observar, em todo filme dos EUA a bandeira nacional aparece, e geralmente na hora em que estamos emotivos. O Brasil tem uma língua que, apesar de não se parecer quase nada com língua portuguesa, é chamada de língua portuguesa, enquanto que as empresas de software a chamam de português brasileiro, porque não conseguem se comunicar com os seus usuários brasileiros através da língua Portuguesa. Os brasileiros são vítimas de vários crimes contra sua pátria, crenças, cultura, língua, etc... alguns países vizinhos não possuem nenhuma. 7. Das crianças e adolescentes entre 7 a 14 anos, 97,3% estão estudando. 8. O mercado de telefones celulares do Brasil é o segundo do mundo, com 650 mil novas habilitações a cada mês. 9. Na telefonia fixa, o país ocupa a quinta posição em número de linhas instaladas. 10. Das empresas brasileiras, 6.890 possuem certificado de qualidade ISO 9000, maior número entre os países em desenvolvimento. No México, tem apenas 300 empresas e 265 na Argentina. 11. O Brasil é o segundo maior mercado de jatos e helicópteros executivos.. 12. Por que não se orgulhar em dizer que o mercado editorial de livros é 20% maior do que o da Itália, com mais de 50 mil títulos novos a cada ano. 13.. Que o Brasil tem o mais moderno sistema bancário do planeta? 14. Que as agências de publicidade ganham os melhores e maiores prêmios mundiais? 15 Por que não se fala que o Brasil é o país mais empreendedor do mundo e que mais de 70% dos brasileiros, pobres e ricos, dedicam considerável parte de seu tempo em trabalhos voluntários? 16.. Por que não dizer que o Brasil é hoje a terceira maior democracia do mundo? 17. Que apesar de todas as mazelas, o Congresso está punindo seus próprios membros, o que raramente ocorre em outros países ditos civilizados? 18. Por que não lembrar que o povo brasileiro é um povo hospitaleiro, que se esforça para falar a língua dos turistas, gesticula e não mede esforços para atendê-los bem? 19. Por que não se orgulhar de ser um povo que faz piada da própria desgraça e que enfrenta os desgostos sambando. É! O Brasil é um país abençoado de fato. 20. Que os brasileiros são considerados os maiores amantes do mundo, enquanto que os ingleses e os árabes são os piores? 21. Que os brasileiros tomam banho todos os dias, às vezes mais de um por dia enquanto que os europeus tomam em média um por semana? O país do mundo onde a Gessy Lever mais vende sabonetes é o Brasil. Bendito este povo, que possui a magia de unir todas as raças, de todos os credos. Bendito este povo, que sabe entender todos os sotaques. Os brasileiros mais esclarecidos sabem Bendito este povo que oferece todos os tique tem muitas razões para resgatar as pos de climas para contentar toda gente. Por que o brasileiro tem a mania de só ser raízes culturais. Os dados são da Antropos Consulting: 1. O Brasil é o país que tem tido maior sucesso no combate à AIDS e outras doenças sexualmente transmissíveis, e vem sendo exemplo mundial. 2. O Brasil é o único país do hemisfério sul que está participando do Projeto Genoma. 3. Numa pesquisa envolvendo 50 cidades de diversos países, a cidade do Rio de Janeiro foi considerada a mais solidária. 4. Nas eleições de 2000, o sistema do Tribunal Regional Eleitoral (TRE) estava informatizado em todas as regiões do Brasil, com resultados em menos de 24 horas depois do início das apurações. O modelo chamou a atenção de uma das maiores potências mundiais: os Estados Unidos, onde a apuração dos votos teve que ser refeita várias vezes, atrasando o resultado e colocando em xeque a credibilidade do processo. 5. Mesmo sendo um país em desenvolvimento, os internautas brasileiros representam uma fatia de 40% do mercado na América Latina. 6. No Brasil, há 14 fábricas de veículos instaladas e outras 4 se instalando, enquanto nacionalista e patriota durante a Copa do Mundo? Se fossem assim todos os dias, vibrantes como o são durante a Copa, talvez, hoje o Brasil fosse uma super potência.... Bendita seja, querida pátria chamada Brasil! Que ao ler estas palavras, pelo menos se reflita por alguns momentos. Refletir e sentir orgulho de ser BRASILEIRO!!! Quando pensar em desistir, não cruze os braços, lembre-se: O maior homem do Mundo morreu de braços abertos Gazeta Valeparaibana Abril 2010 Página 05 Depressão a doença do século lia decidiu procurar ajuda. "Se demorasse um pouco mais, talvez meu estado estivesse mais crítico", conta a uniClassificada no quadro dos chamados versitária. distúrbios de humor, a depressão é, sim, uma doença, e estabelece mudan- Foram 18 meses de terapia intensiva e ças extremas no comportamento, ener- medicamentos. "A força de vontade é a gia e ânimo da pessoa atingida, afetan- principal parte do tratamento. Hoje não do tanto a mente quanto o corpo. tenho mais a doença, mas tenho cons"Quem tem depressão não deve se ciência de que a qualquer hora posso sentir envergonhado, pois diferente- ter uma recaída, por isso luto todo dia mente do que muitos pensam, não é contra esse mal. O mais importante é uma fraqueza de caráter ou um defei- procurar ajuda, a depressão é uma coito", afirma o psiquiatra e pesquisador sa séria e interfere muito no desempeassociado da UnB (Universidade de nho da vida", afirma. Brasília), Raphael Boechat. Depressão ou tristeza? Andar cabisbaixo, falta de apetite, irritação constante e momentos alternados de euforia e tristeza são apenas alguns dos sintomas. Segundo a professora do Departamento de Neurologia e Psiquiatria da Unesp (Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho), Maria Cristina Pereira Lima, muitas pessoas costumam confundir tristeza com depressão. "A tristeza é um sentimento natural, ou seja, faz parte da nossa vida. Porém é momentânea e não incapacita a pessoa a continuar suas atividades, não necessitando de tratamento específico. Já a depressão vai além disso, é uma tristeza crônica, de longa duração e com intensidade muito maior", argumenta a psiquiatra. Por tudo isto, a depressão exige um tratamento adequado. Universitários X depressão Júlia não está sozinha nessa situação. Algumas pesquisas realizadas pelas próprias universidades revelam como é grande o número de universitários com depressão ou transtornos psíquicos. A FMB (Faculdade de Medicina da Unesp de Botucatu), por intermédio da psiquiatra Maria Cristina Pereira Lima, realizou uma pesquisa com 80% dos alunos do curso de Medicina para quantificar e dimensionar o tamanho do sofrimento psíquico enfrentado pelos universitários. "No universo de 455 alunos entrevistados, 44% possuíam sofrimentos psíquicos. Dentre eles, a depressão e a ansiedade foram os de maior incidência", conta Maria Cristina. A Faculdade de Medicina do ABC também realizou uma pesquisa com todos os alunos do curso de Medicina, revelando que 7,8% dos entrevistados sofriam de depressão, nos mais variados níveis da doença. "Um número que apesar de previsível é imenso. Dependendo do grupo de jovens pesquisados, esse índice pode ser superior ou inferior. Mas acredita-se que a depressão seja mais constante em universitários da área de saúde", assegura o responsável pela pesquisa, Sérgio Baldassim. ta de concentração em aula são as principais manifestações de depressão no estudante. São várias as possibilidades para a explicação do aumento de universitários com a doença, mas nenhuma delas possui comprovações científicas. "Uma suposição é que devido à grande cobrança da universidade e até do próprio mercado de trabalho, os universitários, geralmente ainda muito novos nessa fase, passam por um momento de transição muito grande, tanto na vida pessoal quanto profissional", diz Maria Cristina. quiatra. E, em casos mais graves, de antidepressivos", assegura Boechat. Para Boechat, o tratamento da depressão, hoje em dia, é muito eficaz, mas não há cura definitiva. "A qualquer momento a pessoa pode ter uma recaída. O grande erro no tratamento é suspender o medicamento depois que se observam pequenas melhoras. O risco da depressão voltar é grande e a recaída é ainda pior. É necessário cumprir rigorosamente o tratamento para evitar isto", alerta. "Hoje mais de 30% das universidades brasileiras oferecem orientação psicológica aos alunos. Uma iniciativa muito importante para minimizar esses índices. Se alguém tiver dúvida se tem ou não depressão, é importante não deixar de procurar ajuda. Ou melhor, é essencial", conclui o psiquiatra Sérgio Baldassim. A OMS estima que até 2020 a doença atualmente a quinta causa de incapacidade e perda de qualidade de vida no mundo todo - salte para a segunda posição. Por isso, tratar inadequadamente, ou simplesmente deixar de tratar a depressão pode ocasionar muitos prejuízos para o paciente. "Além de interferir no tratamento de outras doenças, pode contribuir para o surgimento de outras. Mas, o pior é o aumento da Resquícios da doença mortalidade dos pacientes por suicíA depressão pode ter melhora, por dio", conta Maria Cristina. mais difícil que seja este processo. O mais grave, porém, é que por falta de No Brasil, o suicídio cresceu 20 vezes informação, apenas dois terços dos nos últimos 20 anos, de acordo com o pacientes com a doença procuram tra- Ministério da Saúde. Entre os jovens, tamento. "O mais importante é o reco- de 15 aos 24 anos, essa fatalidade já é nhecimento da doença pelo paciente. a terceira causa de morte. "De 15% a Dificilmente a pessoa sai deste proces- 20% dos pacientes com depressão graso sozinha. Na maioria dos casos é ve têm condutas suicidas. Um em cada preciso ajuda de um terapeuta ou psi- três casos de suicídio entre os jovens é por conta disto", explica o psicoterapeuta Bahls. Por isso, buscar ajuda não é sinal de fraqueza, mas de grande coragem. Transição na vida profissional. Este foi o principal motivo para o desencadeamento da depressão na universitária Maria Júlia Duarte. Segundo ela, a princípio confundiu a doença com tristeza, o que é muito comum entre as pessoas que desconhecem as suas causas. Após dois meses de muita angústia, Jú- A queda do rendimento escolar e a fal- Vamos rir O sujeito, depois de passar a noite na farra, chega em casa embriagado às duas da manhã e a mulher vai logo dizendo: - Já chegou, Super-homem? Da redação No “VIVEIRO ESCOLA Planta Brasil”, prioriza o cultivo de mu- das de árvores nativas e diz não ás exóticas, pratica e incentiva a agricultura orgânica e, as mudas somente são disponibilizadas para replantio, em projetos de reflorestamento em áreas de Mata Atlântica e Ciliares, degradadas e, somente após atingirem o tamanho seguro, para sobreviverem em seu local definitivo. Mais informações: http://www.formiguinhasdovale.org A janta está pronta, Super-homem. Vai comer agora ou vai tomar banho antes, Superhomem? O marido, intrigado, pergunta: - Mulher, por que diabo você tá me chamando de Super-homem? - Porque você tá igualzinho a ele: usando a cueca por cima da calça. O Programa Curiosidades A maneira mais fácil de diferenciar um animal carnívoro de um herbívoro é olhando nos seus olhos. Os carnívoros (cachorros, leões) possuem os olhos na parte da frente da cabeça, o que facilita a localização do alimento. Já os herbívoros (aves, coelhos) possuem os olhos do lado da cabeça para perceber a aproximação de um possível predador. Cidade Educadora foi criado com o objetivo de despertar nas pessoas a e nas autoridades a consciência de uma cidadania Ampla e ativa. Conheça mais: www.formiguinhasdovale.org Acertar por vezes é um dever mas, saber reconhecer um erro, é sem dúvida o maior dos acertos... Gazeta Valeparaibana Abril 2010 Página 12 Os tropeiros e o desenvolvimento do Brasil O Tropeirismo no Brasil A Atividade dos Tropeiros no Brasil Por Claudio Recco* Introdução mais para a população das minas gerais, pois mais de 90% do consumo de necessidades dos mineiros a Capitania opulenta não produzia. Não achavam razoável deslocar um escravo para a agricultura, quando esse mesmo escravo, empunhando a bateia, dava lucro cem vezes maior ao seu senhor. Dai a importância das tropas na movimentação da produção desde os primeiros dias da conquista. O crescimento das cidades e a formação de uma elite na região mineradora aumentaram a necessidade de animais, tanto para as atividades locais, como para o transporte de carga, cada vez maior, em direção ao Rio de Janeiro. Ao mesmo tempo a riqueza gerada pela mineração foi responsável por estimular uma série se atividades paralelas, urbanas, reforçando ainda mais a atividade dos tropeiros, que transportavam os mais variados produtos e ainda cumpriam o papel de mensageiros. A Região Sul e o Gado A palavra "tropeiro" deriva de tropa, numa referência ao conjunto de homens que transportavam gado e mercadoria no Brasil colônia. O termo tem sido usado para designar principalmente o transporte de gado da região do Rio Grande do Sul até os mercados de Minas Gerais, posteriormente São Paulo e Rio de Janeiro, porém há quem use o termo em momentos anteriores da vida colonial, como no "ciclo do açúcar" entre os séculos XVI e XVII, quando várias regiões do interior nordestino se dedicaram a criação de animais para comercialização com os senhores de engenho. É difícil falar em sul do Brasil, pois na verdade, quando do início do período A Mineração da mineração, a América era ainda dividida pelo Tratado de Tordesilhas e, Na maioria das obras didáticas, tropei- teoricamente, a região onde encontrarismo é associado com a procriação e mos o atual estado do Rio Grande do venda de gado, porém essa atividade Sul pertencia à Espanha. Não é à toa se iniciou com o desenvolvimento da que nesta região as atividades econômineração, entre os séculos XVII e XVI- micas se assemelham às da Argentina, II. Paraguai e Uruguai (na verdade, Vice A descoberta do ouro e posteriormen- Reino do Prata). Se por um lado as te de diamantes, foram responsáveis condições geográficas e climáticas por um grande afluxo populacional estimularam essa atividade, por outro para a região das minas gerais, tanto é necessário lembrar que a criação de de paulistas, como de portugueses e gado na região platina se iniciou para ainda de escravos. Essa grande corri- abastecer as minas de prata do interior da em busca do eldorado foi acompa- do Peru, tanto no sentido de transpornhada por um grave problema, a falta tar para o interior os produtos provenide alimentos e de produtos básicos, entes da Espanha, como no sentido responsável por sucessivas crises na inverso, trazer das minas a prata, que primeira década do século 18, onde a era embarcada em navios nos rios da falta de gêneros agrícolas resultou em Bacia do Prata e no porto de Buenos grande mortalidade. Aires. Estas crises de fome afligiram a zona Foi essa atividade dinâmica na Bacia mineradora por longos períodos, quan- do Prata que estimulou o governo pordo se chegou inclusive a interromper tuguês a intervir na região. Mesmo anos trabalhos extrativistas para a pro- tes da assinatura do Tratado de Madri, dução de alimentos. Tais crises de fo- em 1750, Portugal atuava no sentido me, foram muito fortes nos anos de de incorporar a região a seus domí1697-1698, 1700-1701 e em 1713. nios, interessado em participar do coDe fato, aqueles que migraram para a mércio local. Isso explica a fundação região mineradora sonhavam com a da Colônia do Sacramento em 1680 e o riqueza mineral e poucos se dispu- estímulo dado à ocupação das terras nham a trabalhar a terra, sendo que tal gaúchas. situação fez com que florescesse um No entanto podemos dizer que ao loncomércio interligando o porto do Rio go do século XVI e início do XVII, o Rio de Janeiro ao interior. Tanto os produ- Grande do Sul era "terra de ninguém", tos manufaturados que chegavam de habitada principalmente por índios Portugal, quanto os gêneros agrícolas, guaranis e por onde passavam eventueram transportados no lombo de ani- almente alguns bandeirantes em busca de índios para apresar e escravizar. Esse quadro foi modificado com a chegada de padres jesuítas que, no início do século XVII, na região formada pelos atuais estados do Rio Grande do Sul e Paraná, e pela Argentina e Paraguai, fundaram as Missões jesuíticas. Nelas se reuniam, em torno de pequenos grupos de religiosos, grandes levas de índios guaranis convertidos. O crescimento das missões determinou a introdução da atividade pecuarista, de forma extensiva, geralmente com o gado solto nas pradarias, com o objetivo de alimentar os índios. Dessa maneira a região passou a oferecer dois atrativos para os forasteiros: o índio que seria escravizado e o gado. Várias expedições de bandeirantes paulistas atacaram a região - destacase a expedição comandada por Antonio Raposo Tavares - até 1640 A ação dos bandeirantes e os conflitos fronteiriços entre Portugal e Espanha fizeram com que os jesuítas transferissem as reduções para a região noroeste do Rio Grande, onde fundaram os Sete Povos das Missões, que funcionavam de forma independente dos governos europeus metropolitanos e não se preocuparam em respeitar as decisões adotadas a partir de 1750. Essa situação motivou a repressão às Missões. Apesar da resistência por parte de padres e índios, as Missões foram desmanteladas, mas deixaram um legado que, por muito tempo, seria a base da economia gaúcha: os grandes rebanhos de bovinos e cavalos, criados soltos pelas pradarias. Dessa maneira pode-se afirmar que a influência espanhola se fez sentir no Rio Grande do Sul desde a sua formação. Pode-se mesmo falar que, sem a participação espanhola, a pecuária que seria a base da economia gaúcha durante o século XIX e início do XX não existiria com a importância que tem. Não poderia ser de outra forma. Afinal, o Rio Grande representou a principal zona de contato - e conflito com os vizinhos espanhóis. Os Tropeiros Nos Séculos XVII e XVIII, os tropeiros eram partes da vida da zona rural e cidades pequenas dentro do sul do Brasil. Vestidos como gaúchos com chapéus, ponchos, e botas, os tropeiros dirigiram rebanhos de gado e levaram bens por esta região para São Paulo, comercializados na feira de Sorocaba. De São Paulo, os animais e mercadorias foram para os estados de Minas Gerais, Goiás e Mato Grosso. Em direção às minas, o transporte feito no lombo de animais foi fundamental devido aos acidentes geográficos da região, que dificultavam o transporte. Já para as regiões de Goiás e Mato Grosso, a maioria dos produtos eram transportados através dos rios, nas chamadas monções. É difícil definir os homens que se dedicavam a esta atividade. Muitos homens de origem paulista, vicentina, ou seus descendentes, se tornaram tropeiros, assim como muitos homens de origem portuguesa. O fato de a Capitania de São Vicente ter prosperado de forma limitada, obrigou muitos de seus habitantes a subi- rem a serra e a se fixarem no planalto. Assim surgiu a vila de São Paulo, formada por uma camada pobre, que abandonara o litoral. A economia precária baseada numa agricultura de subsistência determinou a necessidade de atividades complementares, originando o bandeirismo, porém nem todo homem paulista tornou-se bandeirante. Muitos que inicialmente se dedicaram ao apresamento indígena se fixaram em terras no sul e, com o passar do tempo, foram se integrando ao pequeno comércio, praticado no lombo de mulas. Contando com uma população composta por homens de origem vicentina e portuguesa, a vila de Laguna era o ponto extremo do litoral brasileiro e dela partiram muitas famílias para outras áreas do interior do sul, também preocupadas com o apresamento indígena num primeiro momento, e que tomaram contato com a criação de gado, praticada nas missões jesuíticas. A própria história do Rio Grande do Sul deu origem a elementos que se dedicariam ao tropeirismo. A necessidade de povoar a região, segundo interesses dos portugueses, fez com que o governo real facilitasse o acesso à terra e garantisse um elevado grau de liberdade e autonomia para a região, fato que, teve como uma de suas conseqüências o predomínio da grande propriedade no século 17, que beneficiava poucas famílias e marginalizava grande parte do sociedade que ali se formava. O tropeiro iniciava-se na profissão por volta dos 10 anos, acompanhando o pai, que era o negociante (compra e venda de animais) o condutor da tropa. Usava chapelão de feltro cinza ou marrom, de abas viradas, camisa de cor similar ao chapéu de pano forte, manta ou beata com uma abertura no centro, jogada sobre o ombro, botas de couro flexível que chegavam até o meio da coxa para proteger-se nos terrenos alagados e matas. No Rio Grande, a cidade de Viamão tornou-se um dos principais centros de comércio e formação de tropas que tinham como destino os mercados de São Paulo. Porém de outras regiões do sul partiam as tropas, quase sempre com o mesmo destino. Nesses trajetos, os tropeiros procuravam seguir o curso dos rios ou atravessar as áreas mais abertas, os "campos gerais" e mesmo conhecendo os caminhos mais seguros, o trajeto envolvia várias semanas. Ao final de cada dia era acesso o fogo, para depois construir uma tenda com os couros que serviam para cobrir a carga dos animais, reservando alguns para colocar no chão, onde dormiam envoltos em seu manto. Chamava-se "encosto" o pouso em pasto aberto e "rancho" quando já havia um abrigo construído. Ao longo do tempo os principais pousos se transformaram em povoações e vilas. É interessante notar que dezenas de cidades do interior na região sul do Brasil e mesmo em São Paulo, atribuem sua origem a atividade dos tropeiros. Na página seguinte abordaremos “A alimentação dos tropeiros” a conclusão sobre sua importância no desenvolvimento do brasil. "Existem três Tipos de pessoas no mundo: As que fazem as coisas acontecerem; as que assistem as coisas acontecerem e as que não se dão conta das coisas que acontecem." Tudo sobre os temas ecologia e meio ambiente - www.formiguinhasdovale.org Gazeta Valeparaibana Abril 2010 Emprego Sobre o Currículo e formas de avaliação do candidato. Texto deve conter as últimas três empresas trabalhadas. Quando a experiência profissional é extensa – às vezes somando décadas de trabalho em diversas empresas – o candidato pode ficar tentado a descrever em seu currículo suas atividades em cada companhia. No entanto, o detalhamento das ações, requisito para deixar um currículo atraente e diferenciado, pode, neste caso, atrapalhar. “A pessoa deve levantar as habilidades e competências técnicas focadas no objetivo de hoje. Se ela trabalhou anos atrás em uma área que não é o foco dela atualmente, não cabe esmiuçar essa experiência”, pondera Carmem Benet, consultora de recursos humanos da Manpower, de São Paulo. Duas páginas - A medida certa é o candidato colocar, em apenas duas páginas, as três últimas empresas em que atuou e suas principais atribuições, sugere a consultora Neussymar Magalhães, diretora de planejamento e atendimento da Recursos Humanos em Marketing e Comunicação (RHMC). “As demais empresas em que trabalhou, o profissional pode apenas citar o nome, o período e o cargo que ocupou.” Enxuto – Mas, para Carmem Benet, citar o nome de uma firma em que se trabalhou há bastante tempo, somente por se tratar de uma companhia de renome, não é o mais recomendado. Carmen lembra que o candidato é avaliado por um conjunto de fatores. Segundo ela, descrever as atribuições e mostrar os resultados alcançados é mais importante do que o porte da empresa em que atuou. Cursos e idiomas - Outro ponto que o profissional experiente deve ter cuidado é com a seção de cursos do currículo. “Ele deve colocar apenas os mais recentes, realizados há, no máximo, três anos, e que tenham ligação com a área em que ele pretende atuar”, aponta Carmem. Para enxugar ainda mais o documento, o domínio dos idiomas também pode ser resumido. Para a consultora, basta colocar o nível de fluência em cada uma das línguas, sem citar certificados. “Assim, ele tem mais espaço para escrever sobre as competências, que é o mais importante”, sugere. Maria Carolina Nomura Livre para anunciar [email protected] Ajude-nos nesta tarefa por um Mundo melhor. Página 07 Tropeiros (continuação) A alimentação Dos TROPEIROS A alimentação dos tropeiros era constituída por toucinho, feijão preto, farinha, pimenta-do-reino, café, fubá e coité (um molho de vinagre com fruto cáustico espremido). Nos pousos comiam feijão quase sem molho com pedaços de carne de sol e toucinho (feijão tropeiro) que era servido com farofa e couve picada. Bebidas alcoólicas só eram permitidas em ocasiões especiais: quando nos dias muitos frios tomavam um pouco de cachaça para evitar constipação e como remédio para picada de insetos. O tropeiro montava um cavalo que possuía sacola para guardar a capa, a sela apetrechada, suspendia-se em pesados estribos e enfeitava a crina com fitas. Chamavam "madrinha" o cavalo ou mula já envelhecida e bastante conhecida dos outros animais para poder atraídos era a cabeça da tropa e abria o percurso, com a fila de cargueiros à sua retaguarda; "malotagem" eram os apetrechos e arreios necessários de cada animal e acondicionamento da carga e "broaca" os bolsões de couro que eram colocados sobre a cangalha e serviam para guardar a mercadoria. Em torno dessa atividade primitiva nasceram e viveram com largueza várias profissões e indústrias organizadas, como a de "rancheiro", proprietários de "rancho" ou alojamento em que pousavam as tropas. Geralmente não era retribuída a hospedagem, cobrando o seu proprietário apenas o milho e o pasto consumidos pelos animais, porque as tropas conduziam cozinhas próprias. A profissão de ferrador também foi criada pelas necessidades desse fenômeno econômico-social, consistindo ela em pregar as ferraduras nos animais das tropas e acumulando geralmente a profissão de aveitar ou veterinário. A incumbência de domar os animais ainda chucros era também uma decorrência do regime de transportes e chamavam-se "paulistas", porque conduziam ao destino os animais adquiridos em Sorocaba. No norte de Minas "paulista", "peão" e "amontador" eram sinônimos, mas tinham significação específica. Assim é que "paulista" era o indivíduo que amansava as bestas à maneira dos peões de São Paulo. Peão era todo amansador de eqüinos e muares à moda do sertão, e amontador era apenas o que montava animais bravios para efeito de quebrar-lhes o ardor. Depois é que vinha o "acertador", homem hábil e paciente, que ensinava as andaduras ao animal e educava- lhe a boca ao contato do freio. É a mais nobre de todas. Conclusão Percebemos a importância da atividade dos tropeiros de diferentes maneiras: o abastecimento da região mineradora e outras, sem os quais a exploração das jazidas seria impossível; a ocupação da região interior do Brasil, contribuindo para consolidar o domínio português, ao mesmo tempo em que fundaram diversas vilas e cidades. O comércio de animais foi fator determinante para integrar efetivamente o sul ao restante do Brasil, apesar das diferenças culturais entre as regiões da colônia, os interesses mercantis foram responsáveis por essa fusão e indiretamente, pela prosperidade tanto da grande propriedade estancieira gaúcha, como de pequenas propriedades familiares, em regiões onde predominaram populações de origem européia e que abasteciam de alimentos as fazendas pecuaristas. O Professor Claudio Barbosa Recco é coordenador do HISTORIANET. Segurança Nacional O NOSSO HAITI É AQUI... No domingo da 28 de Março do corrente ano, vendo o Canal Livre da Rede Bandeirantes de Televisão, estava sendo sabatinado o Ministro Celso Amorim. Ao ser indago sobre a ameaça americana ao instalar uma base militar na fronteira da Colômbia com o Brasil, o Ilustre Ministro afirmou que não devemos ser lunáticos ou inocentes, sobre a dimensão dessa ameaça. Segundo o consenso geral a instalação dessa base se deu, com a finalidade de combater o narcotráfico. No entanto, essa mesma base está equipada com aviões com autonomia de vôo de longo alcance, que poderão alcançar os pólos Norte e Sul com um único reabastecimento. Pelo que a história nos demonstra os americanos costumeiramente faltam com a verdade nas suas invasões ou em sua alegação de ajuda e salvação de povos; veja-se o caso do Iraque e agora do Haiti, para não citar outras atrocidades. Com o slogan de libertar o País ou prestar ajuda a um povo, se oculta a verdadeira intenção que nada mais é que garantir o abastecimento de petróleo em seu país ou remover opositores. No caso dessa base na Colômbia, levando-se em conta a ameaça já denunciada (veja matéria na página 03 “Sobre o nosso patrimônio”), não se trata, conforme o ministro, de sermos ingênuos ou lunáticos, trata-se sim de uma ameaça real que hoje já nos aflige e ameaça e, para a qual devemos ficar atentos e alertas. Primeiro, porque somos um País auto suficiente em matrizes energéticas e, em segundo lugar, e estes os itens mais importantes, somos possuidores do maior manancial de água potável do mundo, além de riquezas farmacológicas e minerais ainda incomensuráveis (não dimensionadas em valores) em especial na Floresta Amazônica. A água e os bens da floresta serão os ícones de maior valor para o futuro próximo. Os americanos esgotaram os seus recursos naturais e, para continuarem se firmando como “Donos do Mundo” precisam de matrizes energéticas e ambientais, as quais esgotaram em sua corrida armamentista e de desenvolvimento econômico, em seu território. Assim, devemos ficar atentos e alertas, e mais, devemos investir em Segurança Bélica e Operacional de Fronteiras e aumentar nosso controle sobre a Amazônia Brasileira. O nosso HAITI é aqui. Filipe de Sousa O Futuro do País estará na qualidade da educação que disponibilizarmos para nossas crianças. Gazeta Valeparaibana Abril 2010 Qualidade de vida Reflexões A Poluição da água mata mais que a violência no Mundo. Que estória curiosa!!!! ABIDJAN - A população mundial está poluindo os rios e oceanos com o despejo de milhões de toneladas de resíduos sólidos por dia, envenenando a vida marinha e espalhando doenças que matam milhões de crianças todo ano, disse a ONU nesta segunda-feira. "A quantidade de água suja significa que mais pessoas morrem atualmente por causa da água poluída e contaminada do que por todas as formas de violência, incluindo as guerras", disse o Programa do Meio Ambiente das Nações Unidas (Unep, na sigla em inglês). Em um relatório intitulado "Água Doente", lançado para o Dia Mundial da Água nesta segunda-feira, o Unep afirmou que 2 milhões de toneladas de resíduos, que contaminam cerca de 2 bilhões de toneladas de água diariamente, causaram gigantescas "zonas mortas", sufocando recifes de corais e peixes. O resíduo é composto principalmente de esgoto, poluição industrial e pesticidas agrícolas e resíduos animais. Segundo o relatório, a falta de água limpa mata 1,8 milhão de crianças com menos de 5 anos anualmente. Grande parte do despejo de resíduos acontece nos países em desenvolvimento, que lançam 90% da água de esgoto sem tratamento. A diarréia, principalmente causada pela água suja, mata cerca de 2,2 milhões de pessoas ao ano, segundo o relatório, e "mais de metade dos leitos de hospital no mundo é ocupada por pessoas com doenças ligadas à água contaminada." O relatório recomenda sistemas de reciclagem de água e projetos multimilionários para o tratamento de esgoto. Também sugere a proteção de áreas de terras úmidas, que agem como processadores naturais do esgoto, e o uso de dejetos animais como fertilizantes. "Se o mundo pretende sobreviver em um planeta de 6 bilhões de pessoas, caminhando para mais de 9 bilhões até 2050, precisamos nos tornar mais inteligentes sobre a administração de água de esgoto", disse o diretor da Unep, Achim Steiner. "O esgoto está literalmente matando pessoas." Da redação Página 8 Um dia, o Senhor chamou Noé que morava no Brasil e ordenou-lhe: - Dentro de 6 meses, farei chover ininterruptamente durante 40 dias e 40 noites, até que o Brasil seja coberto pelas águas. Os maus serão destruídos, mas quero salvar os justos e um casal de cada espécie animal. Vai e constrói uma arca de madeira. No tempo certo, os trovões deram o aviso e os relâmpagos cruzaram o céu. Noé chorava, ajoelhado no quintal de sua casa, quando ouviu a voz do Senhor soar furiosa, entre as nuvens: - Onde está a arca, Noé? - Perdoe-me, Senhor suplicou o homem. Fiz o que pude, mas encontrei dificuldades imensas: Primeiro tentei obter uma licença da Prefeitura ,mas para isto, além das altas taxas para obter o alvará, me pediram ainda uma contribuição para a campanha para eleição do prefeito. Precisando de dinheiro, fui aos bancos e não consegui empréstimo, mesmo aceitando aquelas taxas de juros ... O Corpo de Bombeiros exigiu um sistema de prevenção de incêndio, mas consegui contornar, subornando um funcionário. Começaram então os problemas com o IBAMA e a FEPAM para a extração da madeira. Eu disse que eram ordens SUAS, mas eles só queriam saber se eu tinha um "Projeto de Reflorestamento " e um tal de "Plano de Manejo ". Neste meio tempo ELES descobriram também uns casais de animais guardados em meu quintal.. Além da pesada multa, o fiscal falou em "Prisão Inafiançável " e eu acabei tendo que matar o fiscal, porque, para este crime, a lei é mais branda. Quando resolvi começar a obra, na raça, apareceu o CREA e me multou porque eu não tinha um Engenheiro Naval responsável pela construção. Depois apareceu o Sindicato exigindo que eu contratasse seus marceneiros com garantia de emprego por um ano. Veio em seguida a Receita Federal , falando em " sinais exteriores de riqueza " e também me multou. Finalmente, quando a Secretaria Municipal do Meio Ambiente pediu o " Relatório de Impacto Ambiental " sobre a zona a ser inundada, mostrei o mapa do Brasil. Aí, quiseram me internar num Hospital Psiquiátrico! Sorte que o INSS estava de greve... Noé terminou o relato chorando, mas notou que o céu clareava perguntou: - Senhor, então não irás mais destruir o Brasil? - Não! - respondeu a Voz entre as nuvens - Pelo que ouvi de ti, Noé, cheguei tarde! O governo já se encarregou de fazer isso! Da redação FILA INDIANA Albert Einstein Para mim, os homens caminham pela face da Terra em fila indiana. Depressão - Mais que tristeza A depressão atinge as pessoas em qualquer fase da vida, mas os mais afetados neste século XXI são os jovens A depressão é um mal que não vê classe social e muito menos idade. A chamada "doença do século XXI" era antes mais comum em mulheres de meia idade. Nos últimos dez anos, no entanto, especialistas começaram a observar um outro público-alvo da doença: os jovens. O cálculo é de que ela atinja um em cada dez deles no mundo. "Muitos acham que é frescura, mas na verdade é um sentimento incontrolável, acho que resultado da vida moderna", afirma a universitária Maria Júlia Duarte, uma entre os 10 milhões de brasileiros que sofrem de depressão. Segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde), no mundo todo, são 100 milhões de pessoas atingidas. "A depressão tem se manifestado cada vez mais cedo. Não existe nada que efetivamente possa comprovar o porquê desta incidência, mas acredita-se que um dos possíveis motivos seja o uso precoce de drogas. A grande pressão e cobrança do mercado de trabalho também contribuem muito", explica o psiquiatra e professor da Faculdade de Medicina do ABC, Sérgio Baldassim. De acordo com o professor do Departamento de Psicologia da UFPR (Universidade Federal do Paraná), Saint Clair Bahls, cerca de 1,5% das crianças brasileiras sofrem de depressão. Entre os adolescentes, a incidência aumenta para 8%. "Este índice vai aumentando conforme a idade. É preciso tratar as crianças e adolescentes, pois senão a doença se arrasta para a juventude com conseqüências piores", ressalta. Leia mais na página: 05 Cada um carregando uma sacola na frente e outra atrás. Na sacola da frente, nós colocamos as nossas qualidades. Na sacola de trás, guardamos os nossos defeitos. Por isso, durante a jornada pela vida, mantemos os olhos fixos nas virtudes que possuímos, presas em nosso peito. Ao mesmo tempo, reparamos impiedosamente nas costas do companheiro que está adiante, todos os defeitos que ele possui. E nos julgamos melhores que ele, sem perceber que a pessoa andando atrás de nós, está pensando a mesma coisa a nosso respeito. Mude, ainda dá tempo,e não esqueça... "A vida é como jogar uma bola na parede: Se for jogada uma bola azul, ela voltará azul; Se for jogada uma bola verde, ela voltará verde; Se a bola for jogada fraca, ela voltará fraca; Se a bola for jogada com força, ela voltará com força. Por isso, nunca "jogue uma bola na vida" de forma que você não esteja pronto a recebê-la. A vida não dá e nem empresta; não se comove e nem se apieda. Tudo quanto ela faz, é retribuir e transferir aquilo que nós lhe oferecemos... Albert Einstein CARATER Do grego “charactér” de “charássein” que significa GRAVAR. Etimologicamente, caráter quer dizer “coisa gravada”. O Termo pode ter dois sentidos diversos: 1º.) como conjunto de disposições psicológicas e comportamentos habituais de uma pessoa, isto é, a personalidade concreta. 2º.) relacionado à vontade e nesse caso conecta as idéias de energia, honestidade e coerência; é nessa acepção que falamos,em “homem de caráter”. Há inúmeras classificações de caráter, obedecendo aos mais diversos critérios. Citaremos a de Heymans e Wiersma, baseada nas três propriedades fundamentais do caráter: emotividade, atividade repercussão das representações. Quanto á emotividade os indivíduos podem ser emotivos e nãoemotivos; Quanto à atividade, distribuem-se em ativos e não-ativos; Quanto à repercussão das representações, distinguem-se os primários (influenciados pelo presente e a ele reagindo) e os secundários (com capacidade de reagir em vista do futuro e não somente em função da situação atual). O homem de vontade é, precisamente, aquele que sabe criar para si um caráter e que, por esse caráter, orienta sua própria conduta. Educação se faz com exemplos, competência e respeito. Gazeta Valeparaibana Abril 2010 Página 9 A Mineração no Brasil INTRODUÇÃO Desde o final do século XVI na capitânia de São Vicente, o Brasil já tinha conhecido uma escassa exploração mineral do chamado ouro de lavagem, que em razão da baixa rentabilidade, foi rapidamente abandonada. Somente no século XVIII é que a mineração realmente passou a dominar o cenário brasileiro, intensificando a vida urbana da colônia, além de ter promovido uma sociedade menos aristocrática em relação ao período anterior, representado pelo ruralismo açuca- parte da metrópole. Já por ocasião do escasso e pobre ouro de lavagem achado desde o século XVI em São Vicente, tinha-se promulgado um longo regulamento estabelecendo-se a livre exploração, embora submetida a uma rígida fiscalização, onde a coroa reservava-se no direito ao quinto, a quinta parte de todo ouro extraído. Com as descobertas feitas em Minas Gerais na região de Vila Rica, a antiga lei é substituída pelo Regimento dos Superintendentes, Guardasmores e Oficiais Deputados para as Minas de Ouro, datada de 1702. Esse regimento se manteria até o término do período colonial, apenas com algumas modificações. Ouro Preto, antiga Vila Rica reiro. A mineração, marcada pela extração de ouro e diamantes nas regiões de Goiás, Mato Grosso e principalmente Minas Gerais, atingiu o apogeu entre os anos de 1750 e 1770, justamente no período em que a Inglaterra se industrializava e se consolidava como uma potência hegemônica, exercendo uma influência econômica cada vez maior sobre Portugal. CONTEXTO EUROPEU: INGLATERRA/PORTUGAL Em contrapartida ao desenvolvimento econômico da Inglaterra, Portugal enfrentava enormes dificuldades econômicas e financeiras com a perda de seus domínios no Oriente e na África, após 60 anos de domínio espanhol durante a União Ibérica (1580-1640). Dos vários tratados que comprovam a crescente dependência portuguesa em relação à Inglaterra, destaca-se o Tratado de Methuem (Panos e Vinhos) em 1703, pelo qual Portugal é obrigado a adquirir os tecidos da Inglaterra e essa, os vinhos portugueses. Para Portugal, esse acordo liquidou com as manufaturas e agravou o acentuado déficit na balança comercial, onde o valor das importações (tecidos ingleses) irá superar o das exportações (vinhos). É importante notar que o Tratado de Methuem ocorreu alguns anos depois da descoberta das primeiras grandes jazidas de ouro em Minas Gerais, e que bem antes de sua assinatura as importações inglesas já arruinavam as manufaturas portuguesas. O tratado, deve ser considerado assim, bem mais um ponto de chegada do que de começo, em relação ao domínio econômico inglês sobre Portugal. A RIGIDEZ FISCAL Nesse mesmo período, em que na América espanhola o esgotamento das minas irá provocar uma forte elevação no preço dos produtos, o Brasil assistia a passagem da economia açucareira para mineradora, que ao contrário da agricultura e de outras atividades, como a pecuária, foi submetida a uma rigorosa disciplina e fiscalização por O sistema estabelecido era o seguinte: para fiscalizar dirigir e cobrar o quinto nas áreas de mineração criava-se a Intendência de Minas, sob a direção de um superintendente em cada capitania em que se descobrisse ouro, subordinado diretamente ao poder metropolitano. O descobrimento das jazidas era obrigatoriamente comunicado ao superintendente da capitania que requisitava os funcionários (guardamores) para que fosse feita a demarcação das datas, lotes que seriam posteriormente distribuídos entre os mineradores presentes. O minerador que havia descoberto a jazida tinha o direito de escolher as duas primeiras datas, enquanto que o guarda-mor escolhia uma outra para a Fazenda Real, que depois a vendia em leilão. A distribuição dos lotes era proporcional ao número de escravos que o minerador possuísse. Aqueles que tivessem mais de 12 escravos recebiam uma "data inteira", que correspondia a cerca de 3 mil metros quadrados. Já os que tinham menos de doze escravos recebiam apenas uma pequena parte de uma data. Os demais lotes eram sorteados entre os interessados que deviam dar início à exploração no prazo de quarenta dias, sob pena de perder a posse da terra. A venda de uma data era somente autorizada, na hipótese devidamente comprovada da perda de todos os escravos. Neste caso o minerador só podia receber uma nova data quando obtivesse outros trabalhadores. A reincidência porém, resultaria na perda definitiva do direito de receber outro terreno. A cobrança do quinto sempre foi vista pelos mineradores como um abuso fiscal, o que resultava em freqüentes tentativas de sonegação, fazendo com que a metrópole criasse novas formas de cobrança. gir, sob pena de ser decretada a derrama, isto é, o confisco dos bens do devedor para que a soma de 100 arrobas fosse completada. Posteriormente ainda foi criada a taxa de capitação , um imposto fixo, cobrado por cada escravo que o minerador possuísse. Para o historiador Caio Prado Júnior, "cada vez que se decretava uma derrama, a capitania, atingida entrava em polvorosa. A força armada se mobilizava, a população vivia sobre o terror; casas particulares eram violadas a qualquer hora do dia ou da noite, as prisões se multiplicavam. Isto durava não raro muitos meses, durante os quais desaparecia toda e qualquer garantia pessoal. Todo mundo estava sujeito a perder de uma hora para outra seus bens, sua liberdade, quando não sua vida. Aliás as derramas tomavam caráter de violência tão grande e subversão tão grave da ordem, que somente nos dias áureos da mineração se lançou mão deles. Quando começa a decadência, eles se tornam cada vez mais espaçados, embora nunca mais depois de 1762 o quinto atingisse as 100 arrobas fixadas. Da última vez que se projetou uma derrama (em 1788), ela teve de ser suspensa à última hora, pois chegaram ao conhecimento das autoridades notícias positivas de um levante geral em Minas Gerais, marcado para o momento em que fosse iniciada a cobrança (conspiração de Tiradentes)." muito tempo, os mineradores que só viam a riqueza no ouro, ignoraram o valor desta pedra preciosa, utilizada inclusive como ficha para jogo. Somente após três décadas que o governador das Gerais, D. Lourenço de Almeida, enviou algumas pedras para serem analisadas em Portugal, que imediatamente aprovou a criação do primeiro Regimento para os Diamantes, que estabeleceu como forma de cobrar o quinto, o sistema de capitação sobre mineradores que viessem a trabalhar naquela região. O principal centro de extração da valiosa pedra, foi o Arraial do Tijuco, hoje Diamantina em Minas Gerais, que em razão da importância, foi elevado à categoria de Distrito Diamantino, com fronteiras delimitadas e um intendente independente do governador da capitânia, subalterno apenas à coroa portuguesa. A partir de 1734, visando um maior controle sobre a região diamantina, foi estabelecido um sistema de exclusividade na exploração de diamantes para um único contratador. O primeiro deles em 1740, foi o milionário João Fernandes de Oliveira, que se apaixonou pela escrava Chica da Silva, tornandoa uma nobre senhora do Arraial do Tijuco. Devido ao intenso contrabando e soA EXPLORAÇÃO DAS JAZIDAS negação, como também ao elevado valor do produto, a metrópole decreHavia duas formas de extração aurífe- tou a Extração Real em 1771, representando o monopólio estatal sobre o ra: a lavra e a faiscação. diamante, que vigorou até 1832. As lavras eram empresas que, dispondo de ferramentas especializadas, executavam a extração aurífera em grandes jazidas, utilizando mão-de-obra de escravos africanos. O trabalho livre era insignificante e o índio não era empregado. A lavra foi o tipo de extração mais freqüente na fase áurea da mineração, quando ainda existia recurso e produção abundantes, o que tornou possível grandes empreendimentos e obras na região. Extração aurífera A faiscação era a pequena extração representada pelo trabalho do próprio garimpeiro, um homem livre de poucos recursos que excepcionalmente poderia contar com alguns ajudantes. No mundo do garimpo o faiscador é considerado um nômade, reunindo-se às vezes em grande número, num local franqueado a todos. Poderiam ainda ser escravos que, se encontrassem uma quantidade muito significativa de ouro, ganhariam a alforria. Também conhecida como faisqueira, tal atividade se realizava principalmente em regiões ribeirinhas. De uma maneira ou de outra, a faiscação sempre existiu na mineração aurífera da colônia tornando-se mais intensa com a própria das minas, surgindo então o faiscador que aproveita as áreas empobrecidas e abandonadas. Este cenário torna-se mais comum pelos fins do século XVIII, quando a mineração entra num processo de franca decadência. A partir de 1690 são criadas as Casas de Fundição, estabelecimentos controlados pela Fazenda Real, que recebiam todo ouro extraído, transformando-o em barras timbradas e devidamente quintadas, para somente depois, devolve-las ao proprietário. A tentativa de utilizar o ouro sob outra forma -em pó, em pepitas ou em barras não marcadas -- era rigorosamente punida, com penas que iam do confisco dos bens do infrator, até seu degredo perpétuo para as colônias portuguesas na África. Como o ouro era facilmente escondido graças ao seu alto valor em A EXTRAÇÃO DE DIAMANTES pequenos volumes, criou-se a finta, um pagamento anual fixo de 30 arro- A extração mineral não se restringiu bas, cerca de 450 quilos de ouro que o apenas ao ouro. O século XVIII tamquinto deveria necessariamente atin- bém conheceu o diamante, no vale do rio Jequitinhonha, sendo que durante Gazeta Valeparaibana - O jornal educação DESDOBRAMENTOS: SOCIEDADE E CULTURA O ciclo do ouro e do diamante foi responsável por profundas mudanças na vida colonial. Em cem anos a população cresceu de 300 mil para, aproximadamente, 3 milhões de pessoas, incluindo aí, um deslocamento de 800 mil portugueses para o Brasil. Paralelamente foi intensificado o comércio interno de escravos, chegando do Nordeste cerca de 600 mil negros. Tais deslocamentos representam a transferência do eixo social e econômico do litoral para o interior da colônia, o que acarretou na própria mudança da capital de Salvador para o Rio de Janeiro, cidade de mais fácil acesso à região mineradora. A vida urbana mais intensa viabilizou também, melhores oportunidades no mercado interno e uma sociedade mais flexível, principalmente se contrastada com o imobilismo da sociedade açucareira. Embora mantivesse a base escravista, a sociedade mineradora diferenciavase da açucareira, por seu comportamento urbano, menos aristocrático e intelectualmente mais evoluído. Era comum no século XVIII, ser grande minerador e latifundiário ao mesmo tempo. Portanto, a camada socialmente dominante era mais heterogênea, representada pelos grandes proprietários de escravos, grandes comerciantes e burocratas. A novidade foi o surgimento de um grupo intermediário formado por pequenos comerciantes, intelectuais, artesãos e artistas que viviam nas cidades. CONTINUA NA PÁGINA SEGUINTE CIDADANIA + MEIO AMBIENTE Gazeta Valeparaibana Abril 2010 Página 10 A mineração no Brasil (continuação) O segmento abaixo era formado por homens livres pobres (brancos, mestiços e negros libertos), que eram faiscadores, aventureiros e biscateiros, enquanto que a base social permanecia formada por escravos que em meados do século XVIII, representavam 70% da população mineira. do Mestre Valentim, no Rio de Ja- zou ainda mais, uma grande acuneiro. mulação de capital na Inglaterra, indispensável para o seu pioneirisNa música destaca-se o estilo sa- mo na Revolução Industrial. cro barroco do mineiro José Joaquim Emérico Lobo de Mesquita, O CICLO DO CAFÉ além da música popular represenA Expansão do café no Brasil tada pela modinha e pela cantiga de ninar de origem lusitana e pelo Introdução lundu de origem africana. A DECADÊNCIA DO PERÍODO Para o cotidiano de trabalho dos escravos, a mineração foi um retrocesso, pois apesar de alguns terem conseguido a liberdade, a grande maioria passou a viver em condições bem piores do que no período anterior, escavando em verdadeiros buracos onde até a respiração era dificultada. Trabalhavam também na água ou atolados no barro no interior das minas. Essas condições desumanas resultam na organização de novos quilombos, como do rio das Mortes, em Minas Gerais, e o de Carlota, no Mato Grosso. Com o crescimento do número de pequenos e médios proprietários a mineração gerou uma menor concentração de renda, ocorrendo inicialmente um processo inflacionário, seguido pelo desenvolvimento de uma sólida agricultura de subsistência, que juntamente com a pecuária, consolidam-se como atividades subsidiárias e periféricas. A acentuação da vida urbana trouxe também mudanças culturais e intelectuais, destacando-se a chamada escola mineira, que se transformou no principal centro do Arcadismo no Brasil. São expoentes as obras esculturais e arquitetônicas de Antônio Francisco Lisboa, o "Aleijadinho", em Minas Gerais e Na segunda metade do século XVIII, a mineração entra em decadência com a paralisação das descobertas. Por serem de aluvião o ouro e diamantes descobertos eram facilmente extraídos, o que levou a uma exploração constante, fazendo com que as jazidas se esgotassem rapidamente. Esse esgotamento devese fundamentalmente ao desconhecimento técnico dos mineradores, já que enquanto a extração foi feita apenas nos veios (leitos dos rios), nos tabuleiros (margens) e nas grupiaras (encostas mais profundas) a técnica, apesar de rudimentar, foi suficiente para o sucesso do empreendimento. Numa quarta etapa porém, quando a extração atinge as rochas matrizes, formadas por um minério extremamente duro (quartzo itabirito), as escavações não conseguem prosseguir, iniciando o declínio da economia mineradora. Como as outras atividades eram subsidiárias ao ouro e ao diamante, toda economia colonial entrou em declínio. Sendo assim, a primeira metade do século XIX será representada pelo Renascimento Agrícola, fase economicamente transitória, marcada pela diversificação rural (algodão, açúcar, tabaco, cacau e café), que se estenderá até a consolidação da monocultura cafeeira, iniciada por volta de 1870 no Vale do Paraíba. A suposta riqueza gerada pela mi- neração não permaneceu no Brasil e nem foi para Portugal. A dependência lusa em relação ao capitalismo inglês era antiga, e nesse sentido, grande parte das dívidas portuguesas, acabaram sendo pagas com ouro brasileiro, o que viabili- Originário da Etiópia, onde já era utilizado em tempos remotos, o café atravessou o Mediterrâneo e chegou à Europa durante a segunda metade do século 17. Era a época do Barroco e das monarquias absolutas, e a expansão do comércio internacional enriquecia a burguesia. Já no início do século 18, os Cafés tornaram-se centros de encontro e reunião elegante de aristocratas, burgueses e intelectuais. Precedido pela fama de "provocar idéias", o café conquistou, desde logo, o gosto de escritores, artistas e pensadores. Lord Bacon atribuíalhe a capacidade de "dar espírito ao que não o tem". os enciclopedistas eram adeptos fervorosos do café e dos Cafés, que Eça de Queiroz chegou a afirmar, muito depois, que foi do fundo das negras taças "que brotou o raio luminoso de 89", referindo-se às discussões entre iluministas que precederam a Revolução Francesa. No Brasil No Brasil, o café anda, derruba matas, desbrava as terras do Oeste. Foi em 1727 que o oficial português Francisco de Mello Palheta, vindo da Guiana Francesa, trouxe as primeiras mudas da rubiácea para o Brasil. Recebera-as de presente das mãos de Madame dáOrvilliers, esposa do governador de Caiena. Ora, como a saída de sementes e mudas de café estava proibida na Guiana Francesa, é licito pensar que o aventureiro português recebeu de Madame não só os frutos, mas outros favores talvez mais doces. As mudas foram plantadas no Pará, onde floresceram sem dificuldade. meçou a ser plantado em 1781 por João Alberto de Castello Branco. Tinha início, assim, um novo ciclo econômico na história do país. Esgotado o ciclo da mineração do ouro em Minas Gerais, outra riqueza surgia, provocando a emergência de uma aristocracia e promovendo o progresso do Império e da Primeira República. Penetrando pelo vale do rio Paraíba, a mancha verde dos cafezais, que já dominava paisagem fluminense, chegou a São Paulo, que, a partir da década de 1880, passou a ser o principal produtor nacional da rubiácea (café). Na sua marcha foi criando cidades e fazendo fortunas. Ao terminar o século XIX, o Brasil controlava o mercado cafeeiro mundial. Nas cidades surgem Cafés e o culto ao "ouro verde" "No começo do século o Café Lamas é um cenáculo de (...) irrequietos boêmios: estudantes, artistas, bancários, rapazes do esporte, do funcionalismo público e do comércio. Funciona dia e noite. Suas portas não se fecham, nem se abrem. De tal sorte que, uma vez, quando se amotina a Escola Militar em 1904, durante a Revolta da Vacina e a notícia corre que, sob o comando do general Travassos, descem os alunos pela.rua da Passagem, caminho do Catete, as portas do estabelecimento, de tanto viverem sem (...) movimento, não podem fechar, perras, imobilizadas nos seus gonzos. E assim é que se manda chamar, para fazer movê-las, um esperto carpinteiro". (Luiz Edmundo.). Na madrugada carioca, os caminhos de todos os boêmios convergiam, ziguezagueantes e trôpegos, para o Café Lamas. Depois da meia-noite era para ali que avançavam, a passo vacilante, notívagos e intelectuais saídos de outros Cafés famosos, como o Papagaio, o Cascata, o Café Paris e muitos mais. Nos movimentados Cafés tomavase de tudo, inclusive café, servido por ágeis e animados garçons, que talvez não tivessem plena consciência de seu papel na complexa estrutura econômica do Brasil, mas cuja função representava o último elo, fumegante, negro e aromático, da ampla cadeia do café. Mas não seria no ambiente amazônico que a nova planta iria tornarse a principal do país, um século e meio mais tarde. Enquanto na Europa e nos Estados Unidos o consumo da bebida crescia extraordinariamente, exigindo o constante aumento da produção, o café sal- CONTINUA NA PÁGINA SEGUINTE tou para o Rio de Janeiro, onde co- EDUCAÇÃO Do latim “educere”, que significa extrair, tirar, desenvolver. Consiste, essencialmente, na formação do homem de caráter. A Educação é um processo vital, para o qual concorrem forças naturais e espirituais, conjugadas pela ação consciente do educador e pela vontade livre do educando. Não pode, pois, ser confundida com o simples desenvolvimento ou crescimento dos indivíduos, nem com a sua mera adaptação ao meio. É atividade criadora, que visa a levar o ser humano a realizar as suas potencialidades físicas, intelectuais, criativas, morais e espirituais. Não se reduz, à preparação para fins exclusivamente utilitários, como uma profissão, nem para desenvolvimento de características parciais de personalidade, como um dom artístico, mas abrange o homem integral, em todos os aspectos de seu corpo e de sua alma, ou seja, em toda a extensão de sua vida sensível, espiritual, intelectual, moral, individual, doméstica e social, para elevá-la, regulá-la e aperfeiçoá-la. É um processo continuo, que começa nas origens do ser humano e se estende até sua morte. Exploração sexual é crime e a pedofilia é crime hediondo. denuncie: 190 Gazeta Valeparaibana Abril 2010 Página 11 O Ciclo do Café (continuação) Financiando, armazenando e vendendo, as Casas Comissárias reinam sobre o café Contemplando certo edifício em Buenos Aires, Olavo Bilac - então em viagem oficial á Argentina - exclamava em 1910: "Casa querida! Como tu lembras, aqui, no estrangeiro, todas as casas da minha vida". Referia-se à sede do Café Paulista, empresa de comercialização fundada por Octaviano Alves de Lima na capital portenha. Notável propagandista, Alves de Lima conseguira aumentar o consumo do café brasileiro pelos argentinos, divulgando o slogan "Café Paulista (Brasil) - O melhor do mundo". O café era o símbolo do Brasil no exterior. Entre a fazenda produtora e o consumidor estrangeiro, o café passava por uma série de etapas, mudando várias vezes de mão. Depois de conduzido em lombo de burros ou em carros de boi até a estrada de ferro mais próxima, que passava com freqüência pela própria fazenda, era embarcado em vagões, que desciam para o porto de Santos ou do Rio de Janeiro. Mas não era imediatamente exportado. Fazia, antes, um estágio nos armazéns de alguma Casa Comissária e era então vendido aos exportadores. Os comissários de café - geralmente comerciantes portugueses e brasileiros, ou grandes fazendeiros que diversificavam suas atividades metendo-se no comércio e fundando bancos - financiavam plantações sob hipoteca e por conta da produção a ser vendida. Vendendo o café aos exportadores, os comissários tiveram papel decisivo, particularmente no primeiro período de expansão dessa lavoura (final do século XIX), quando a maior parte dos fazendeiros ainda não se mudara para a cidade e vivia isolada nas casas-grandes de suas fazendas. . Os comissários cobravam dos fazendeiros comissão pela venda, despesas de armazenamento e juros pelo financiamento da plantação. Houve um momento em que foi muito estreita a relação de dependência pessoal do produtor para com o comissário, tomando-se este uma espécie de conselheiro daquele. "Daí persistir em 1890 o costume de grandes casas comerciais hospedarem, nos seus andares superiores, senhores rurais ou pessoas de suas famílias. Quando em visita ás cidades, era aí ou nas próprias residências dos seus comissários (...) que se instalava essa gente do interior". (Gilberto Freyre.) '. Entre as mais importantes Casas Comissárias estavam a Prado Chaves, que era também exportadora - chegando a exportar, em 1910, 1,5 milhão de sacas de café-, a Whitalter & Brotero, a Companhia Intermediária de Café de Santos e a Companhia Paulista de Armazéns de Santos, controlada por ingleses. Embora a presença estrangeira pudesse ser notada entre os comissários, era, porém, no comércio de exportação que mais forte se fazia sentir sua intervenção. Das dez maiores firmas exportadoras, em 1907, apenas uma era brasileira, a Prado Chaves, que ocupava o sétimo lugar. Todas as outras, como a Theodor Wille (alemã) e a Neumann & Gepp (inglesa), pertenciam a estrangeiros. As vendas externas proporcionavam enormes lucros, pois a própria cotação do café era manipulada pelos exportadores, numa época em que as trocas de informações entre os continentes mostravam-se precárias. Apesar das crises econômicas conjunturais, o consumo mundial de café crescia constantemente. Os lucros dos exportadores, entretanto, não subiam na mesma proporção, pois, entre 1891 e 1900, a exportação de 74 491 000 sacas de café rendeu a cifra de 4691906 contos de réis, enquanto na década seguinte, isto é, entre 1901 e 1910, houve uma queda para 4 179 817 contos de réis no pagamento da exportação de uma quantidade maior de café (130 599 000 sacas). Em 1906, o providencial Convênio de Taubaté viria salvar a situação. E os exportadores poderiam, outra vez, dormir em paz. Na alta, fortuna. Na baixa, falência. Um convênio irá equilibrar essa balança? Mas, afinal, o que estava acontecendo com o café? perguntava-se, perplexo, o homem da rua, em fins de 1902. Não era ele o "ouro verde" de que tantos falavam? Que anúncios de crise eram aqueles? Onde estava a antiga euforia, aquela impressão de riqueza sem limites, proporcionada pelo café, e que foi a marca dos últimos decênios do século XIX? E, com efeito, aquilo que parecia impossível na década de 1880 estava de fato acontecendo. A cotação internacional do café caía constantemente, enquanto as fazendas lançavam no mercado quantidades crescentes do "ouro verde". A safra dos anos 1901/1902 havia superado a marca de 16 milhões de sacas, para um consumo mundial ligeiramente superior a 15 milhões. E a cotação do produto no mercado externo, que havia sido de 102 francos-ouro em 1885, caíra para 33 francos-ouro em 1902. De fato, desde 1893, os preços internacionais vinham caindo sistematicamente como conseqüência dos problemas econômicos dos Estados Unidos, nosso principal cliente, e da expansão mundial da produção de café. Mas durante alguns anos a queda dos preços havia sido compensada pela desvalorização do mil-réis. Os cafeicultores recebiam menos em libras ou em francos, mas o montante de suas rendas em moeda nacional não se alterava substancialmente. Essa desvalorização do dinheiro era provocada pelo "encilhamento" - política de farta emissão de papel-moeda adotada na gestão de Ruy Barbosa no Ministério da Fazenda (1889-1891), durante o governo de Deodoro da Fonseca. Visando a aumentar a quantidade de dinheiro em circulação, para incentivar o estabelecimento de indústrias e possibilitar o pagamento da massa assalariada que começava a substituir os escravos, o "encilhamento" gerou um galopante processo de inflação. Essa política caracterizou-se também pelo estímulo oficial à constituição de sociedades por ações, o que gerou desenfreada especulação na Bolsa de Valores. (Daí o nome "encilhamento", que se refere ao momento em que são apertadas as selas dos cavalos antes das corridas nos hipódromos - e o ritmo das apos- tas se torna frenético.) No final do século XIX, depois de um período de euforia, as ações começaram a baixar - e muitos cafeicultores abriram falência. Para restaurar as finanças, o presidente Campos Salles, logo que tomou posse, em 1898, passou a aplicar uma política deflacionária, forçando a revalorização do mil-réis. Ora, revalorizar a moeda significava - caso a tendência baixista na cotação do café não fosse modificada - reduzir fortemente a renda dos cafeicultores. E era o que estava começando a acontecer, agora que a política "saneadora" de Campos Salles apresentava seus primeiros resultados. A opulência do passado entra em crise Em 1902, olhando os jornais do dia, ao tomar o fumegante café da manhã, os homens de negócios não podiam esconder seu temor diante dos fatos. E preciso fazer alguma coisa! exclamava o fazendeiro, franzindo o cenho. E preciso fazer algumas coisas! repetiam, como um eco, deputados e senadores, presidentes de Estado, potentados do café. Pois era a rubiácea o sustentáculo da jovem República, assim como o fora do Império. Expandindo-se em ondas verdes em direção do Oeste durante a segunda metade do século XIX, os cafezais haviam ocupado enormes espaços geográficos do Rio de Janeiro e de São Paulo. Uma nova classe dirigente surgiu daí, muito mais poderosa e opulenta do que os antigos barões do açúcar. Mais urbana do que estes e muito ligada á vida cultural e social da Europa, essa nova classe contribuiu poderosamente para modificar a paisagem das cidades. Sua ação fez surgir um novo estilo arquitetônico, copiado de modelos europeus, e levou o fausto da casagrande senhorial às chácaras e sobrados urbanos. No Rio de Janeiro, por exemplo, Antonio Clemente Pinto, Barão de Nova Friburgo, possuidor de vinte fazendas, fez construir o Palácio do Catete, entre 1858 e 1865, por 8000 contos de réis. A ação urbanizadora do café permitiu também a modernização das grandes cidades e motivou a revolução nos transporte com a implantação das primeiras estradas de ferro. As ferrovias paulistas - a primeira das quais, ligando Santos a Jundiaí é de 1867 -, abrindo caminho para o oeste, acompanharam a plástica fronteira verde. E foram plantando cidades em seu avanço. Só em São Paulo, entre 1891 e 1900, foram criados 41 municípios. ficar inteiramente a orientação econômica do Governo federal. Rodrigues Alves, apesar de paulista e cafeicultor, opunha-se à valorização, pois queria dar continuidade à política deflacionária do governo anterior, de Campos Salles. No entanto, obedecendo aos reclamos do "complexo do café", os presidentes Tibiriçá, Peçanha e Salles firmaram acordo que representava literalmente a "salvação da lavoura". Conhecido como Convênio de Taubaté, esse acordo fixou os seguintes princípios: a) preço mínimo para a saca de café; b) negociação de um empréstimo externo de 15 milhões de libras esterlinas para custear as compras de café a serem feitas pelos Governos estaduais, com a finalidade de retirar do merc ado um a p a rt e d o p rod ut o; c) estabelecimento de um fundo para a estabilização do câmbio, impedindo assim que o mil-réis fosse revalorizado; esse fundo seria a Caixa de Conversão; d) imposição de uma taxa proibitiva para impedir o surgimento de novas plantações. "Depois de alguma luta para demover os opositores do plano, o Convênio foi finalmente aprovado pelo Congresso Nacional, não sem certa resistência de Rodrigues Alves. Tal resistência, aliás, custou-lhe o mando político do país. Durante aquele ano ocorreria a sucessão presidencial e os representantes dos grandes Estados rejeitaram o candidato preferido de Rodrigues Alves, escolhendo Affonso Penna, inteiramente identificado com a valorização do café. Empossado em novembro, Penna honraria fielmente seus compromissos com cafeicultura. Durante os três anos seguintes foi implantada a Caixa de Conversão e os Estados conseguiram dos banqueiros europeus o ansiado empréstimo de 15 milhões de libras, com o qual puderam efetuar compras maciças de café excedente. Em 1909, surgiram os primeiros efeitos da política de valorização. Os preços internacionais do café começaram a subir, enquanto a Caixa de Conversão conservava o câmbio artificialmente baixo. No entanto, o país endividara-se no exterior. Os grandes bancos europeus passaram a controlar o comércio do café. Muitas fazendas foram vendidas a estrangeiros, pois o esquema valorizador A salvação vem de Taubaté Em 1906, a crise atingiu seu ponto culminante. A safra de café desse ano ultrapassou os 20 milhões de sacas, para um consumo mundial inferior a 16 milhões, enquanto os preços continuavam a cair. Em fevereiro, reuniram-se em Taubaté os presidentes Jorge Tibiriçá (São Paulo), Nilo Peçanha (Rio de Janeiro) e Francisco Salles (Minas), procurando encontrar uma saída para o impasse. Precedida de intensas pressões dos cafeicultores sobre o presidente da República, Rodrigues Alves que tomara posse em 1902 - para que fosse aprovado um plano de valorização do café, proposto pelo industrial paulista Alexandre Siciliano, a reunião estabeleceu princípios que iriam modi- enriqueceu apenas uma parte dos produtores. Os principais beneficiários da nova política econômica foram basicamente os banqueiros internacionais e as casas comissárias, que, comprando o café na baixa e vendendo-o na alta, auferiram lucros fabulosos. Algumas delas, aliás, tornaram-se grandes proprietárias de fazendas. A Prado Chaves, por exemplo, adquiriu, nesse período, catorze fazendas, vendidas a baixo preço por cafeicultores arruinados, com um total de 3,5 milhões de pés de café. Da redação “filho de pobre continuará pobre, o que no Brasil significa não ter acesso à educação e outros serviços básicos, se não frequentar a Escola.” Abril 2010 Gazeta Valeparaibana Página 12 Jongo - Patrimônio imaterial Jongo em patrimônio imaterial (objeto da matéria do Boletim Famaliá neste link: http:// www.overmundo.com.br/blogs/ artigo-jongo-patrimonio-imaterialbrasileiro) – por sua inusitada relevância nos dias de hoje – me parece um tema por demais polêmico. Fico mesmo surpreso que ele não Fazenda com escravos no Vale do esteja sendo amplamente debatido, Paraíba do Sul. pelo menos em seu âmbito mais direto. Foi logo no início das nossas colaborações por aqui. O Boletim Fa- Eu penso que patrimônio cultural maliá, no qual o tema apareceu, a- material ou imaterial são conceitos traindo o meu comentário, já fre- bastante óbvios; patrimônio materiqüentava a minha caixa de e.mail al mais ainda, porque neste caso, bem antes disso. Andava me dedi- geralmente, estamos nos referindo cando ao tema há muitos anos e a artefatos, obras concretas, acabaele sempre tinha sido, pelo menos das, que não são muito passíveis para mim, um mistério irresistível, de intervenção, transformação, ou coisas antigas, daquela que mãe da mesmo apropriação. O grande X da gente conta assim, por entre os questão na verdade é mesmo esta dentes, no meio de uma conversa palavra de peso tão forte: Apropriafortuita sobre assombrações: ção. O Jongo! Quem sabe o que é isso exatamente? Para nos situar- Afinal, por que se apropriar? Quem mos na conversa reproduzo aqui o tem necessidade de se apropriar? link do verbete (que eu, fiel à me- Ninguém tem necessidade de se mória do que aprendi e vivi sobre o apropriar de sua própria cultura, assunto, criei e disponibilizei no conclusão pra lá de óbvia, não é mesmo? Logo ‘alguém’, por algusistema criative commons). ma razão (que não discuto ainda) A natureza das contribuições dos só pode querer se apropriar da culgrupos, comunidades e instituições tura do ‘outro’, daquele culturalenvolvidas no processo deste in- mente diferente, claro! ventário e, principalmente, o grau ‘Nós’ e os ‘outros’. A velha dicotode ligação real (conhecimento de mia. Temos um problema bem concausa) dos envolvidos, com rela- trovertido aí, vocês não acham? ção a uma manifestação cultural Esta mesma questão nos leva à outão antiga quanto o Jongo, não es- tra: O Registro. Parece óbvio mas tão explicitados no corpo do artigo. vale a pergunta: Por que registrar? Não se pode deixar de aludir que o Já veiculamos e registramos cultuJongo, uma manifestação até bem ra por intermédio das chamadas pouco tempo vagamente conhecida linguagens artísticas, melhor enpor nossa etnologia, é um tema tendidas, a grosso modo, como Armuito complexo, ligado a uma es- te, Mídia, ou seja lá o que for. Parepécie de ‘elo perdido’ – e sistemati- ce que, de uma forma ou de outra, camente subestimado por nossa o homem sempre encontrou maneiacademia: O caráter fundamental ras, muito eficientes e sofisticadas das particularidades das culturas até, de veicular (transmitir, dissemiafricanas originais que informaram nar, etc.) seus pontos de vista, pena cultura negra existente no Bra- samentos, sentimentos, sua cultura sil.Esta impossibilidade de se fazer enfim. São estas formas de comuuma avaliação criteriosa sobre o nicação que acabam cristalizando assunto atrapalha bastante a for- certos aspectos de uma manifestamação de um juízo de valor, uma ção cultural, gerando os tais opinião definitiva a respeito de uma ‘registros’, imprecisos, geralmente ação de tamanha envergadura, po- codificados em intrincadas simbodendo atrapalhar a própria decisão logias, esoterismos, etc. (como os da comissão incumbida de legislar da literatura oral, por exemplo) mas sobre a questão. É importante se que, mesmo no caso das mídias frisar também que se está propon- mais modernas, não passarão jado a implementação de políticas mais de ‘flash backs’, imagens virpúblicas (de certo modo invasivas), tuais do que já foi, do que ‘já era’. ações governamentais que produzi- Neste aspecto do Registro e como rão um impacto importante sobre o argumento preservacionista, a discaráter de uma manifestação cultu- cussão costuma se basear também ral que, cá entre nós, vivendo há na comparação entre mídias mais de um século esquecida na ‘modernas’ e ‘arcaicas’. A transmisroça, por alguma razão, de repente são oral (a memória das pessoas ‘caiu na moda’.“No decorrer do contidas em sua arte) seria a mídia processo de inventário foi funda- imperfeita, frágil, enquanto que a mental o apoio da Universidade do literatura ‘culta’, a Internet e suas Rio de Janeiro (UniRio), do Grupo diversas mídias correlatas seria o Cultural Jongo da Serrinha, da Re- processo ‘novo’ e, por conseqüênde da Memória do Jongo, do Grupo cia, perfeito. Por meio da transmisCachuêra e de lideranças de várias são oral perderíamos gradualmente o foco, a manifestação se esmaececomunidades jongueiras…” ria e perderíamos uma peça de nosO pleito pela transformação do so ‘patrimônio’ cultural. Patrimônio? Imaterial? Numa sociedade tão corrupta como o Brasil vale perguntar: Patrimônio Imaterial de quem,“cara pálida”? O fato é que, ao que parece, não é correto intervir muito nestas coisas, assim como donos da verdade, como um grupo social isoladamente – uma ‘elite’ portanto -, decidindo que aspectos da cultura de uma sociedade devem e quais não devem ser preservados. Isto é menos correto ainda quando não pertencemos àquele meio cultural específico, ou quando somos de contexto social diferente daquelas pessoas que praticam aquilo que estamos querendo ‘preservar’. Aí o perigo é muito grande porque, quando dominamos meios de registro rápidos, modernos, estando diante de culturas cujo principal mídia ainda é a transmissão oral, acabamos nos iludindo e achando que ‘copiar’ Cultura’ é o mesmo que ‘fazer’ Cultura. É quando nos arriscamos a entrar n o cam po da ap r o pr i aç ã o (copiando a Cultura do ‘outro’ com estranhos fins) ou, o que é pior, participando da criação de um modelo ‘fake’ daquela cultura, ‘desvirtuando-a’ completamente e aí sim contribuindo, decisivamente, para neutralizá-la e destrui-la. Com efeito, a parte crucial – e surprendente- da matéria (extraída do documento oficial do Iphan) é aquela que, a título de melhor justificar a pertinência do pleito, diz o seguinte: …”As crianças, por exemplo, que durante muito tempo não podiam freqüentar as rodas de jongo, hoje são estimuladas a aprender o canto e a dança de seus ancestrais. E em muitas comunidades, hoje em dia, não é mais necessário ser filho de jongueiro para ser considerado jongueiro. A aproximação de pesquisadores e estudiosos, bem como, mais recentemente, de jovens das camadas médias urbanas, fez com que a participação em uma roda de jongo não seja mais limitada aos membros das comunidades jongueiras. Além disso, algumas comunidades passaram a fazer apresentações artísticas, nas quais as rodas de jongo acontecem sob a forma de espetáculo.” original e de grande personalidade, reconhecida academicamente como… Cultura ‘Nacional’ brasileira. Acabam uns querendo se apropriar (geralmente com os tais estranhos fins, geralmente pecuniários) da Cultura dos outros. Afora outros comentários possíveis acerca da pouca relevância dada no texto do Iphan à essencialidade antropológica das tradições expressas pelo suposto passado do Jongo (que justificariam, por exemplo, a participação apenas de iniciados), afinal de contas, como justificar a pertinência do pleito pela transformação de uma manifestação cultural em patrimônio imaterial (um atributo apenas justificável se comprovada sua perenidade e autenticidade) se, ao mesmo tempo se ressalta – ou na verdade quase se propõe – a sua completa descaracterização, o seu ‘aviltamento’ sociocultural, sua banalização travestida de popularização? O fato é que não adianta muito gravar um DVD sobre a exótica cultura de pessoas muito diferentes da gente ou tentar convencer estas pessoas a praticar a Cultura que nós, do alto de nossa suposta ’sabedoria acadêmica’, achamos que elas devem praticar. No final serão sempre elas, as pessoas, que decidirão. Se quisermos praticar também a cultura que elas praticam, tudo bem, que entremos na dança pois, mas nunca sem antes mergulhar de cabeça no jeito de vida delas, se possível nos transformando nelas também. Afinal há que se pagar o preço da travessia, perder o ‘verniz’, ‘trocar a pele’ (já que, aparentemente, não existe neutralidade em Cultura). O certo é que não dá pra se ter um pé na sala e o outro na cozinha. É melhor procurar, com ética e sinceridade, a nossa turma. Um saião de chita estampada não fará jamais de uma garota de Ipanema uma jongueira ou uma caixeira do Divino. Há também o recurso natural de se incorporar elementos extraídos da cultura tradicional em nossa cultura pop, relendo, fundindo, criando novos gêneros híbridos, um recurEste tipo de processo de apropria- so que sempre gerou excelentes ção, como o se processa agora resultados artísticos em nossa múcom o Jongo, com o alegado intui- sica popular ou ‘contemporânea’. to preservacionista, costuma ser muito comum em países onde a O que não se pode, de jeito nesociedade é muito desigual, muito nhum, é sub-repticiamente trocar a dividida (como é o caso do Brasil). cultura do ‘outro’ por uma Aliás o fenômeno anda se tornando ‘adaptação’, de modo a trocar a cópor demais ocorrente em grandes pia pelo original (que passa a ser o centros urbanos, envolvendo ou- ‘falso’, o impuro), ocupando no tras manifestações tais como o contexto da cultura tradicional de Samba tradicional carioca, o Mara- uma sociedade, o lugar que era do catu e outras manifestações tradi- ‘outro’ , justamente no que diz rescionais, outrora exclusivamente peito a auferir algum tipo de benefí‘populares’. De um lado pessoas cio, verbas, patrocínios, etc. com muitas posses e pouca ou nenhuma identidade cultural, engolfa- Não seria o caso de se debater das e, de certo modo, envergonha- mais profundamente o assunto, andas de seu ‘verniz’ ‘estrangeiro’. De tes que seja tarde demais? outro, pessoas muito pobres mas com uma cultura tradicional, muito Spirito Santo Copiar, por vezes, pode se nos apresentar menos arriscado. Mas, as grandes vitórias vêm com a inovação. Gazeta Valeparaibana Abril 2010 Página 13 A Roça de Tereza Juro, de pés juntos, que é tudo verdade. Numa noite de 1973, na quadra de uma Escola de Samba em Cascadura, fiz uma entrevista impressionante. Eu e um grupo de amigos (entre os quais estava o radialista Rubens Confeti, da Rádio nacional aqui do Rio de Janeiro e o fotógrafo José Ricardo Almeida). O impressionante era que a entrevistada estava prestes a completar 117 anos e…havia sido escrava! Quem já ouviu, ou mesmo viu, uma pessoa de 117 anos? São pessoas raras. Muitos eventos que só conhecemos pelos livros, foram para elas corriqueiros. A visão clara que elas tem do passado remoto, para nós é tão desconcertante que parece mentira. Mas juro. Não minto e repito: Isto não é ficção. Desta vez, a história é a mais pura realidade. Os incidentes que a entrevistada nos dá conta são de 1874, quando ela estava com 15 anos. Aconteceram, numa fazenda de café do Vale do Paraíba do Sul, Rio de Janeiro, chamada Santa Teresa, num município denominado hoje Avellar (que, na época, ainda pertencia à cidade de Paraíba do Sul). O nome Avellar é emblemático pois o patrão de nossa entrevistada era, ninguém menos, que o Visconde do Paraíba, João Gomes Ribeiro de Avellar. O nome de nossa entrevistada é Maria Teresa dos Santos, matriarca de uma espécie de dinastia que, sediada no morro da Serrinha, em Madureira, não só implantou no lugar o Jongo trazido da roça, como ajudou a criar, em 1947 a Escola de Samba Império Serrano (Teresa foi a orgulhosa mãe de Antônio dos Santos, o Mestre Fuleiro, histórico diretor de harmonia desta escola). O registro foi feito num gravador K7, cuja fita, mídia fantástica que é, sobrevive intacta em meu arquivo (o arquivo do grupo Vissungo), aguardando digitalização. O documento – que eu tenho um orgulho enorme de ter produzido – é um dos mais impressionantes registros históricos em áudio, que eu conheço sobre o assunto e será, assim que digitalizado, posto à disposição dos interessados em algum acervo público, dos poucos que o Brasil possui. O primeiro destes arquivos poderá ser, com certeza, o Overmundo. Decidi dar a este post, que reproduz a transcrição da entrevista (também extraída, em parte, do meu livro ‘O Samba e o Funk do Jorjão), um jeito menos formal. A idéia foi deixar Teresa falar sem edição, diretamente, para nós, seus leitores. Teresa morreu dois ou três anos depois da entrevista. Tinha, pelas contas que fazia, 120 anos. Ao final deste post, alguns comentários se fizeram necessários, já que a entrevista gerou uma série de questões inéditas, a serem respondidas por uma pesquisa, de veios muito ricos, que, pelo visto não vai acabar tão cedo. Um destes veios é sobre o Jongo, enquanto ingrediente importante do caldo de cultura que é o Samba e que, a partir dos elementos trazidos à luz pela entrevista, ganha contornos muito mais nítidos, no tempo e no espaço. Contudo e por tudo, mais uma vez afirmo, é Maria Teresa, a ex-escrava quem fala sobre o que viu em 1874. Por mais desconcertante que isto possa parecer, é tudo verdade. ..“Queria dizer que naquele tempo eles sabia fazer o que agora num vejo ninguém fazer. Faziam! Se você estava com dor de cabeça ou uma dor de barriga, eles passavam a mão assim na tua cabeça e a dor de cabeça ia embora, passavam a mão assim na tua barriga e dor de barriga ia embora. Agora não. Agora eles não faz nada. Eles não sabem é nada. Eu não…Naquele tempo era bom. Eu não. Não sabia (curar). Só o Jongo. Num podia nada. E, depois… naquele tempo não podia aprender mais nada porque o Sr. Num deixava. Nós carregava os filhos deles. Ah!.. Deus me livre se agora fosse como naquele tempo! Nossa Senhora! Se agora fosse como naquele tempo…O Visconde era de Paraíba. De Avellar. Visconde de Avellar. Num sabe aquela família Avellar?Ainda está lá. O sobradão branco, diz que tá cheio de cobra. Num tem mais nada daquilo. Num tem mais nada daquilo, meu filho. Fui uma vez lá depois que eu vim pra aqui, com alguém. O sobrado tá a mesma confusão mas, o sobrado eu conheço por dentro. Um apartamento, lá no alto. Sobrado grande. Só a fazenda! Só o pessoal que tinha! O Visconde tinha escravo de pagode! Tinha escravo pra duas forma. Duas forma (cerca de 300 escravos)! O visconde botava duas forma. Visconde de Avellar. Foi senhor do meu pai. …Pra quem viu o cativeiro como eu vi….É triste. Olha…se você não queria dançar,você tinha que levar couro. Se não queria fazer qualquer coisa, tinha que apanhar. Tinha tronco. Tinha tronco de campanha, tinha tronco de botar nos pés, tinha tronco de botar no pescoço, tinha isso tudo.” isso tudo, sabe? Esse tempo eu tinha meus 15, 16 anos. Eu vi muita coisa, né? Eu era Ventre Livre, eles queriam me bater, eu disse não! Eu sou forra! Eu sou ventre livre, não sou escrava não! Escravo é minha mãe e meu pai! Queriam me bater? Não. Não me batem não! Aí eu fugi. Eu fugi e fui encontrar com meu pai, aí meu pai era fugido…Que ele vinha fugindo do serviço, ora! Que vinha fugindo da roça!…Aí meu pai me disse: O que que ocê está fazendo aqui, minha filha? Eu falei: Eles queriam me bater, eu fugi! Meu pai: Você não pode apanhar, porque você é forra, minha filha. Escravo sou eu, que sou seu pai! Agora você não vai mais pra lá! Aí eu fui lá pela roça, com meu pai. Ia pra roça com meu pai e minha mãe. Deus faz a verdade, o que eu vi aquele pessoal passar aquele tempo. Dava tapa na cara das criada, dos escravo. Olha!.. Eu tinha raiva de um tal de nome Lulu. Era filho do Dr. Avellar, de que meu pai era escravo. Eu não sei o que foi que meu pai fez, meu pai ia levar o… ele foi, veio de lá, e mandou um tapa na cara de meu pai. Aí meu pai ficou revoltoso. Ai meu tio disse assim: Vamo embora! E o meu pai, não sei se queria matar ele. Eu num sei. Foi embora. Pra roça. Aí eu tomei raiva dele. Aí ele falou: Ô crioula! Eu falei: Crioula é a sua mãe! Que ocê deu um tapa na cara do meu pai agora! Se eu fosse meu pai eu te capava a barriga agora! E ele: Ó sua negrinha! Negrinha, não. Não sou negrinha. Tava com 15 anos. Aí eu fui indo pra roça. Aí meu pai: Mas ocê veio pra roça? Falei: Vim que eu não quero mais ficar na fazenda. Que eles botava as crianças, as pequena, as negrinha, pra brincar com os filhos, pra carr egar os f i lhos dela.” A fuga da fazenda O Munhambano …“Meu pai era capataz da fazenda. Meu avô criador de porco, mas era porco mesmo, num era esses porquinho de hoje não. A gente passava bem e passava mal. Mas morreu muita gente e, depois o Dr. Avellar era muito ruim! O pai dele num era ruim como ele não mas ele era. É brincadeira? Botar ‘bacalhau’? Não sabe o que é ‘bacalhau’?! Aqui na cidade tinha que ainda quando eu vim aqui pra cidade eu vi ‘bacalhau’, vi tronco aqui na cidade. ‘Bacalhau é aquilo que é como se diz?…Como aquilo que é couro, enroscado assim…Um relho! Mas não era chicote não. Chicote era trançado e não era trançado não. É. É o que fazia…Dr. Avellar. Ele era filho do Visconde. …Se fugia muita gente? Fugia! Fugia! Chamava Capitão do mato. Procurava eles. O que procurava eles era o Capitão do Mato. Coitados! Vinha tudo amarrado, algemado assim, tudo algemado, heim!(perguntada se lá tinha quilombo, não entende a pergunta): Em Paraíba tinha tudo. Pra onde eles fugia? Era no mato virgem. Era mais na roça. Paraíba, Campo Verde, Boa Vista, Conceição, Santa Teresa. Eu fui criada na fazenda da Santa Teresa. Era do Visconde de Avellar. Ficavam lá no mato, coitados. As vezes eles vinham, roubavam um porco do senhor e iam comer no mato. Fazia fogo no mato pra comer. Ficava. No mato eles ficava escondido. Quando pegavam eles…meu senhor! Como passavam mal, como eles passavam mal no bacalhau…Olhe! Deus soube o que fez. Deus soube o que fez, meu filho! Eu vi ...”Tinha festa. Eles davam muita festa pros escravos. Muito. Eles davam S. João, Santo Antônio, tudo. Eles davam…Natal. Tudo eles davam festa. No Natal eles davam roupa…Os fazendeiros é que dava. Dava tudo. Graças á Deus! Dava tudo mas…era aquilo. Mas, era ali, ó! Minha avó era lavadeira dos escravos. Meu avô era tratador de porco. Minha avó era Benta! Benta da Silva e meu avô também era Bento. Antônio Bento da Silva. Ela era Munhambana. Ele também era.” É. Todos dois eram Munhambanos. Ah…Eles num contaro como era de onde eles vinham não. Eles num contaro que a gente era criança naquele tempo…Meu avô num era preto não. Meu avô, o cabelo dele era aqui (mostra abaixo do ombro) Minha avó também. Meu pai era mulato mas casou com a minha mãe que era preta. E as outras minhas irmãs eram tudo mulata. Eu e meu irmão saiu da cor da minha mãe. Mas, meu avô? Meu avô o cabelo dele parava aqui (mostra de novo o ponto). Nós penteava o cabelo:(imitando avô:)’ Ara! Ara eu! Ara eu pega ocê!’ Tudo assim que ele falava. (imita de novo:) ‘Oça o tutra!” Sei lá, colher que ele pedia, a gente não sabia, se era uma coisa que ele pedia e a gente não sabia. (imita de novo:) ‘ Mim dá essa coisa aí o ningrinha!’: Nós pidia a ele. Aí ele sabia o que era. Meu avô Antônio. Ele não era preto. Era mulato. Se era mulato de cabelo liso? Era mulato de cabelo liso. É. Veio da África. Meu avô, minha avó contava, porque na fazenda tinha muita gente africana, tinha…Angola, isso… A Roça na voz de Teresa D’Angola… isso tudo tinha. Os português trazia ele pra aí. Tudo era assim. (Se irritando): Meu avô era africano! Meu avô, minha avó, era tudo africano….(de novo irritada com a insistência da pergunta sobre o estranho biotipo de seu avô): É. Africano. Gente africano. Pois ele era africano! Munhambano é África! É África. meu avô era africano! Quantas vezes quer que eu falo? (mais irritada ainda): Não! É África! Lugar na África (se acalmando:)… Aqui não tem Madureira? É como assim. É África. É mesmo que lugar da África. Aqui não tem cidade? Num tem Paraíba do Sul? Então? É como a África. É assim.” “Aquele tempo…A gente morria de medo de fazer filho. De que jeito que a gente vivia? O filho lá….Um dia chegava, tirava o filho da gente pra vender. Hum! Minha mãe num foi vendida? Minha mãe num era daqui. Minha mãe era lá da Bahia. Foi. Vendero aí pra um vendedor aí, ó! Meu avô num foi vendido? Meu avô era africano e foi vendido. Então? Foi vendido, num é? Foi o Visconde! Minha avó foi vendida. Isso tudo foi vendido. Agora vai vender quem é? Vão vender quem é? Vai vender ocê?…(Solta uma gargalhada) Vão vender quem é?” Teresa e a República …”Hoje é tudo diferente, meu filho. Óia…Porque que eles tiraram o Deodoro, da Fonseca? Porque Deodoro sabia governar!.Inda outro dia (imitando questionamento dos filhos)… Aí, oh mãe…Ó mãe, a Sra…(como se a interromper os filhos)…O que?? Deodoro sabia governar!! Assim que acabou o cativeiro, foi Deodoro que tomou conta. Deodoro botava tudo ali, na linha. Agora não. A mulher dele era boa. Ele era muito bom. A gente comia bem, bebia bem. Aquelas coisa que ficava ruim nas venda…ele mandava jogar tudo fora. Aí…Óia a gente panhando na rua! Que é de que tá assim agora? Que é de? Que é de?.. Peixeiro, que chegava aí, da praia, lá do lado de lá, da praia de Niterói,…Chegava os peixeiros ? Dava tudo pro home. Ah…!Ele botava aqueles peixes tudo fora. A gente panhava aqueles peixes grandes. Ficava bem bom. Óia a gente se espanando nos peixes. Mas, agora? Trabalhei pra Deodoro da Fonseca! Eu que tô aqui! Não me incomoda. Aqueles soldados (imitando o soldado lhe fazendo a corte:) ..Ih! De adonde ocê é, heim? E eu: Num tem conversa! Subia. Levando a roupa que minha tia lavava, eu ajudava ela a lavar, ajudava a engomar, viu? E tô aí, com a graça de Deus! Eu agora nem sei o que é soldado!? Soldado hoje é porcaria, não vale nada, não vejo nada. Eu ando na rua e num sei quem é soldado! Porque, aquele tempo…era SOLDADO! Aquele tempo ocê conhecia GENERAL! Hoje em dia num sabe quem é general, não sabe quem é doutor, num sabe nada nesta vida!…Aquela época tinha (imitando marcha:) báu, báu, báu, báu! Aquelas fardas, que a gente passava, as fardas alumiando o sol, assim…ninguém podia. Agora, hoje em dia num se vê nada. sentia medo. Soldado que ocê tem aí? As vezes eu fico assim oiando. Lá perto de mim mora um soldado. Eu falo (desalentada:)… Isso é soldado?! Ah… Eu tinha respeito de soldado. Hoje em dia não tenho respeito de soldado. Tinha”. CONTINUA NA PÁGINA SEGUINTE Conheça um estudo sobre comportamento escolar “bulding”: www.gazetavaleparaibana.com/comportamento.pdf Gazeta Valeparaibana Abril 2010 Página 14 A Fazenda de Tereza - JONGO ó (mostra a barriga). Botava no umbigo cantar. Num tem voz! Essa gente aqui num tem voz pra cantar. Quem vai cana cuia e batia. tar o Caxambu sou eu…Aquela pequeEu achava o Jongo daquela época mais nazinha hoje num sei se vem, é só. E lá bonito. Agora eu faço o desse tempo não…todo mundo à cantar, todo munmesmo. Deixa eu lembrar…Um bom… do à dançar! Lá em minha terra. Graças Jongo dele mesmo, do meu avô. Quan- a Deus! Óia…Todo mundo fala: A Sra., do ficou forro e a gente cantava. já tá com essa idade e ainda dança? Danço! Inda pulo o meu Caxambu! Gra‘Carolina‘. Cantava assim: ças á Deus!” ”Oh pra que pente carorina? Notas finais: Jongo em 1874 Num tem cabelo Pra que pente Carorina? ...”O Jongo é dos africanos. É do meu avô…Meu avô era do cativeiro. Chamava Antônio Munhambano, africano. Eu sou de Paraíba do Sul. Ele primeiro era do Dr. Avellar. Ele era escravo do Dr. Avellar, num sabe? Ele era escravo do Visconde e do Visconde ele foi para o Dr. Avellar. O Visconde era o pai do Dr. Avellar. Não sei Visconde de quê. Só sei que é visconde, seu conde… naquele tempo, num é ? Foi lá em Paraíba do Sul, na fazenda de Avellar, num sabe? Meu avô era africano. Foi achado. A parte da África eu não lembro. Só sei que ele era africano. Era ‘munhambano’. Era de Munhambá e quem trouxe ele pra aqui foi o português, né? Foi quem trouxe ele. O meu avô. Ele tinha raiva de português porque trouxeram ele pra aqui. Diz que abanavam lenço encarnado e eles vinham chegando. Eles não sabiam naquele tempo quem eram e aí, trouxeram ele. …O Jongo representa pra mim a mesma coisa que é: Negócio da gente africana. O Jongo era festa dos cativos. Era Caxambu, viola…Tinha viola. Meu pai era tocador de viola. Antônio Bento da Silva. Tocava viola…e meu avô, tocava urucungo. Não…cantado mesmo em…O Jongo era a festa dos pretos. Se era dos preto velho? Não. Era festa dos pretos. Pros brancos vê a gente dançar. Era um terreiro grande, tocava o caxambu e os brancos vinham e a gente cantava pra eles vê a gente cantar e dançar. Era só pra eles vê. Que a gente era escravo, tava na fazenda. O que é que ia fazer? E se não dançasse, ó…! Era sábado e domingo. As vezes fazia na festa de São João. Foi meu avô quem trouxe o Jongo da África e botou na fazenda pra todo mundo. Até hoje eu danço, canto o Jongo. Os instrumentos? O que eu sei era caxambu…É aquele de bater: caxambu. A viola era de tocar e o pandeiro acompanhava a viola e o meu avô tocava urucungo, sabe o que é não é ? Botava na barriga …O senhor não sabe o que é urucungo?! Pois então!? É igual a berimbau. Só que naquele tempo não era berimbau. Era urucungo. Botava aqui, Sem cabelo Pra que pente Carorina? Ê pra que pente Carorina? Sem cabelo, pra que pente Carorina? Maria Teresa teria nascido em 1859. Os fatos dos quais nos dá conta são de quando ela estava com cerca de 15 anos. Logo, o Jongo que descreve é, portanto, aquilo que sobre a manifestação poderia saber uma adolescente. São preciosas no entanto as descrições sobre uso no Jongo da época, de instrumentos como o Urucungo (um arco musical tipicamente Bantu) e a viola. Ê pra que pente Carorina? Não tem cabelo, pra que pente Carorina?” Em 1874, já com o processo de decadência das fazendas da região se aguçando, sabe-se que foi hábito comum entre os ‘Barões do Café’ demonstrar, ostensivamente, os resquícios de fausto que lhes restavam, forçando seus escravos a se exibir para visitas, vindas, não raro, da Corte. Foram, certamente, a partir destas viagens, que danças como o Lundu, por exemplo, migraram para a os salões da Corte. …”Mas era eles que cantavam e a gente respondia…Era língua africana sim, uai?! Assim. A gente até caçoava deles (zombando): Canta assim, num é ? (enfática): Era língua sim! (repete a letra do ponto de Jongo sem explicar)… essa era na língua deles (canta mais) … mas a gente não respondia assim. Res- São importantíssimas as informações que presta, no sentido de que seu avô, pondia depois.” africano de nação ‘Munhambano’, foi quem trouxe a prática do Jongo para o Jongo 100 anos depois local (não o seu avô, pessoalmente, é claro, mas africanos bantu, trazidos …”Hoje num tem mais nada. De primei- para aquela região, de cultura similar a ro, na casa dessa só tinha Jongo. To- dele). O fato curioso dela falar e insistir dos os sábados nós dançava mas…o que seus avós eram mulatos de cabelo pessoal morreu. Num ficou ninguém. liso, pode ser, definitivamente, explicaCada casa tinha Jongo. Cada casa ti- do pelos dados a seguir. nha Jongo. Era todo sábado. Ah… Quem canta o Jongo sou eu…tem essa Num gráfico sobre a demografia escraoutra aqui mais…as outra precisa… va na região de Vassouras, RJ, está Pode aprender. Nós aprendemo, num demonstrada a existência na região de é? Elas pode aprender, vê a gente danVassouras e Paraíba do Sul de indivíçar, cantar e elas aprende também. duos da etnia Inhambane, associação evidente com o ‘Mu-nhambano’ citado …Tem. Tem. Em Madureira tem muito. por Maria Teresa. Tem muito, oh!.. A Maria quando deu o Caxambu teve gente lá assim, ó! Na Inhambane é de fato, um povo que hacasa dela. Agora eu não. Se ocês for lá bita uma vasta região ao norte de Mavê. Eu nunca mais dei. Eu não. Meu puto, em Moçambique, no litoral do pamarido morreu, eu fiquei eu com meus ís e que foi, por conta disso, exposta, filhos, sabe. Graças a Deus. Fiz Jongo! durante muito tempo, às influências Óia…Ainda hoje eu soube que lá na gerais das históricas relações entre minha terra tem Jongo quase todo sáÁsia e África, ocorridas na costa africabado. Diz que tem Jongo. Naquela casa na do Oceano Índico, relações estas que ocês….diz que eu vou lá. Ela disse que produziram, entre outros efeitos, que qualquer tempo ela vai me levar lá. alguma mestiçagem de negros com Diz que o Jongo, que o bagúio lá é asárabes (cujos interesses comerciais sim! O Caxambu lá é de arromba. (para penetraram ali antes dos portugueses) Joana):..Ocê tem num vontade de pular e indianos (que marcaram fortemente o no Caxambu de lá não, Maria? O Caperfil étnico da população do Madagasxambu lá é de fato. car, por exemplo, ilha muito próxima à costa a Moçambique). E a gente sabe cantar aqui? Num sabe Por esta hipótese, os avós de Maria Teresa foram pegos no território Inhambane e postos num navio que, atravessando o cabo da Boa Esperança, deu no oceano Atlântico, seguindo para o Brasil. Segundo o gráfico acima citado (de Flávio G. dos Santos), haviam apenas 8 indivíduos de origem Inhambane na região de Vassouras entre 1837 e 1840, seis deles residindo em fazendas nas quais pode ser incluída a Santa Teresa, citada por Maria Teresa. A hipótese de, pelo menos, dois destes seis escravos serem parentes (dois seriam os próprios avós ‘Munhambanos’) de Maria Teresa é de todo modo, impressionantemente plausível. Precioso é, do mesmo modo, seu testemunho pessoal – e ocular- de que eram comuns na região as torturas, as fugas e os ‘aquilombamentos’. Os locais descritos por ela, correspondem a onde está circunscrito hoje parte do Município de Avellar, vizinho de Paraíba do Sul. Na crônica da insurreição de escravos conhecida como ‘Quilombo do Manoel Congo‘, ocorrida em 1838 nesta região), tem papel importante nos conflitos a fazenda de Santa Teresa, já pertencente naquela época a João Gomes Ribeiro de Avellar, o Visconde do Paraíba (chamado de Visconde de Avellar por Maria Teresa). O Barão de São Luiz, Paulo Gomes Ribeiro de Avellar, filho do visconde, (talvez o tal que bateu na cara do pai de Teresa e é chamado por ela de ‘Lulu’) é citado no processo que condenou Manoel Congo à morte, como dono do escravo citado como sendo o próprio ‘Vice Rei’ do quilombo, um tal de Epifânio Moçambique, morto na refrega. Não tendo feito qualquer comentário sobre o retorno de seu pai, de sua mãe ou dela mesma para a fazenda, depois da fuga narrada, fato que, por sua relevância dramática, com certeza teria sido citado na entrevista, pode-se deduzir que Maria Teresa (e toda a sua família), viveu na condição de quilombola a partir de 1874. A afirmação que faz de que ainda viu instrumentos de tortura na Corte, atesta o fato surpreendente de que ela já estava residindo no Rio de Janeiro, na proclamação da República, havendo ficado livre, portanto, cerca de 14 anos antes da Abolição. Spirito Santo ALGUNS MOTIVOS DE ORGULHO DO BRASIL * A árvore mais velha do Brasil é um jequitibá-rosa com 3020 anos que se encontra no Parque Estadual de Vassununga, em Santa Rita do Passa Quatro em SP (Rank Brasil); * O Brasil tem a frota de helicópteros que mais cresce no mundo. O tráfego de helicópteros em São Paulo é o terceiro maior do mundo (Revista Veja); * O teatro mais antigo em atividade no Brasil, é o de Ouro Preto, Minas Gerais que está em funcionamento desde 1769 (Rank Brasil); * A bandeira brasileira hasteada na Praça dos Três Poderes, em Brasília é a maior bandeira hasteada no mundo. Por não suportar o vento e rasgar, ela é trocada mensalmente. Cada mês um estado brasileiro diferente é responsável pelos custos da nova bandeira. (Site do Vestibular); * Nos rios amazônicos, já foram descobertas 1.500 espécies de peixes, mas estima-se que exista pelo menos o dobro. Isso é quinze vezes mais do que todas as espécies de peixes encontradas nos rios da Europa. (Revista Veja); * Foi um sergipano radicado na França o criador do primeiro cartaz de propaganda de um filme. Cândido de Faria fez em 1902 o cartaz do filme "Les Victimes de l' Alcoolisme", inspirado na obra de Émile Zola. (Revista Istoé). Não existe País que se queira grande, sem que se invista em boa educação e saúde, para a suas crianças. Abril 2010 Gazeta Valeparaibana Página 15 Uma rádio - web de interação de países da língua portuguesa apesar da acidentada história da sua expansão na Europa e, principalmente, fora dela, a língua portuguesa conseguiu manter até hoje apreciável coesão entre as suas variedades. As formas características que uma língua assume regionalmente denominam-se dialetos. Alguns linguistas, porém, distinguem o falar do dialeto: O mundo lusófono Na área vasta e descontínua em que é falado, o português apresenta-se, como qualquer língua viva, internamente diferenciado em variedades que divergem de maneira mais ou menos acentuada quanto à pronúncia, a gramática e ao vocabulário. Tal diferenciação, entretanto, não compromete a unidade do idioma: Dialeto seria um sistema de sinais originados de uma língua comum, viva ou desaparecida; normalmente, com uma concreta delimitação geográfica, mas sem uma forte diferenciação diante dos outros dialetos da mesma origem. De modo secundário, poder-se-iam também chamar dialetos as estruturas linguísticas, simultâneas de outra, que não alcançam a categoria de língua. alcançado pelo dialeto. Caracterizar-se-ia por ser um dialeto empobrecido, que, tendo abandonado a língua escrita, convive apenas com manifestações orais. língua mãe é hoje de tal ordem que, mais do que como dialetos, os crioulos devem ser considerados como línguas derivadas do português. . No entanto, à vista da dificuldade de caracterizar na prática as duas modalidades, empregamos neste texto o termo dialeto no sentido de variedade regional da língua, não importando o seu maior ou menor distanciamento com referência à língua padrão. O português é a língua oficial em oito países de quatro continentes: Angola (10,9 milhões de habitantes) Brasil (185 milhões) Cabo Verde (415 mil) No estudo das formas que veio a Guiné Bissau (1,4 milhão) assumir a língua portuguesa, especialmente na África, na Ásia e na Moçambique (18,8 milhões) Oceania, é necessário fazer a distinção entre os dialetos e os criou- Portugal (10,5 milhões) las de origem portuguesa. São Tomé e Príncipe (182 mil) As variedades crioulas resultam do contato que o sistema linguístico Timor Leste (800 mil) português estabeleceu, a partir do século XV, com sistemas linguísti- O português é a oitava língua mais falada do planeta, terceira entre as Falar seria a peculiaridade expres- cos indígenas. línguas ocidentais, após o siva própria de uma região e que inglês e o castelhano. não apresenta o grau de coerência 0 grau de afastamento em relação à Coisas do amor Por: Mário Quintana O LAÇO E O ABRAÇO “ Deficiente" ...é aquele que não Meu Deus!!! Como é engraçado!... Eu nunca tinha reparado como é curioso um laço... Uma fita dando voltas? Enrosca-se... Mas não se embola , vira, revira, circula e pronto: está dado o laço. É assim que é o abraço: coração com coração, tudo isso cercado de braço. É assim que é o laço: um abraço no presente, no cabelo, no vestido, em qualquer coisa onde o faço. E quando puxo uma ponta, o que é que acontece? Vai escorregando devagarzinho, desmancha, desfaz o abraço. Solta o presente, o cabelo, fica solto no vestido. E na fita que curioso, não faltou nem um pedaço. Ah! Então é assim o amor, a amizade. Tudo que é sentimento? Como um pedaço de fita? Enrosca, segura um pouquinho, mas pode se desfazer a qualquer hora, deixando livre as duas bandas do laço. Por isso é que se diz: laço afetivo, laço de amizade. E quando alguém briga, então se diz - romperam-se os laços.E saem as duas partes, igual meus pedaços de fita, sem perder nenhum pedaço. Então o amor é isso... Não prende, não escraviza, não aperta, não sufoca. Porque quando vira nó, já deixou de ser um laço. Enviado por: Márcia Rocha Beserra ( Autor desconhecido ) LIVRE PARA ANUNCIAR LIGUE - 0xx12– 9114.3431 consegue modificar sua vida, aceitando as imposições de outras pessoas ou da sociedade em que vive, sem ter consciência de que é dono do seu destino. “Louco” ...é quem não procura ser feliz com o que possui. "Cego" ...é aquele que não vê seu próximo morrer de frio, de fome, de miséria. E só tem olhos para seus míseros problemas e pequenas dores. "Surdo" ...é aquele que não tem tempo de ouvir um desabafo de um amigo, ou o apelo de um irmão, pois está sempre apressado para o trabalho e quer garantir seus tostões no fim do mês. "Mudo" ...é aquele que não consegue falar o que sente e se esconde por trás da máscara da hipocrisia. “Paralítico” ...é quem não consegue andar na direção daqueles que precisam de sua ajuda. “Diabético” ...é quem não consegue ser doce. "Anão" ...é quem não sabe deixar o amor crescer. E, finalmente, a pior das deficiências é ser miserável, pois, "Miseráveis" são todos os que não conseguem falar com Deus. ////////////“A pessoa que não lê; mal fala, mal ouve, mal vê.“ Curiosidades 1 - Se todos os cachorros quentes consumidos pelos americanos em 1 ano fosse enfileirados, poderia ser feita uma "ponte" que daria duas vezes a distância da Terra até a Lua. 2 - O Sol libera mais energia em um segundo do que tudo que a humanidade já consumiu em toda a sua existência. 3 - Quando você for ao Mc Donalds, preste atenção na maneira com que os atendentes colocam a comida na sua bandeja: o "M" estará sempre virado para o seu lado. 4 - Ratos não vomitam. 5 - Napoleão Bonaparte calculou que as pedras usadas para a construção das pirâmides do Egito seriam suficientes para construir um enorme muro ao redor da França. (Malba Tahan)///////////// Abril 2010 ÚLTIMA PÁGINA EDIÇÃO Nº. 29 Ano 3 Saudade... 21 de Março de 1960 x 1º de Maio de 1994 AYRTON SENNA UM VERDADEIRO HERÓI MODERNO Ayrton Senna da Silva nasceu em 21 de março de 1960, em São Paulo, Brasil, e é considerado um dos melhores pilotos de todos os tempos. Senna viveu uma vida inteira dedicada às competições automobilísticas. Conquistou suporte de pessoas importantes do esporte a motor e foi um dos pilotos mais respeitados pelos especialistas no esporte. Conduzia com facilidade para ser o melhor em todas as partes. O charme e sorriso jovial fizeram com que Ayrton se tornasse um verdadeiro herói moderno... A paixão de Senna por automobilismo começou ainda na infância, quando ganhou um kart construído por seu pai, Milton, um rico empresário. Então os problemas do garoto desapareceram e assim começou no mundo do esporte a motor. Com suporte do pai, Ayrton estreou oficialmente nas pistas em 1973, durante prova do campeonato brasileiro de kart e não teve dificuldades para exibir suas habilidades ao volante: venceu com sobras a etapa realizada em Interlagos, no dia 1° de julho. Em 1980, após faturar o campeonato sul-americano de kart e ficar com o vice no mundial da modalidade, Senna trocou o Brasil pela Europa, onde as principais categorias de Fórmula tinham reservado um lugar para ele. Ayrton fechou contrato com a equipe Van Diemen para disputar a temporada de 1981 do campeonato inglês de Fórmula Ford 1.600, agradecendo ao pai pelo apoio nos tempos de kart. Sagrou-se campeão por antecipação. Então, no ano seguinte, o brasileiro venceu os campeonatos europeu e inglês da Fórmula Ford 2.000. E o próximo passo foi a Fórmula-3 inglesa. Guiando um RaltToyota, o tricampeão teve excitantes duelos com o inglês Martin Brundle em diversas corridas da temporada e chegou a mais um título na Inglaterra. Após ganhar o popular Grande Prêmio de Macau de F-3, Ayrton participou de uma sessão de testes em Donington Park com um Williams FW 08C, no circuito de Donington Park, a convite de Frank Williams. Depois também testou por Brabham e McLaren, equipes de primeira linha como a Williams. No entanto, o brasileiro fechou contrato com a modesta Toleman para disputa da temporada de 1984 de Fórmula-1. E foi justamente no Brasil onde Ayrton estreou na categoria, mais precisamente no Autódromo de Jacarepaguá, no Rio de Janeiro. E não foi um bom começo: largando apenas em 16° lugar abandonou a corrida na oitava volta, com problemas no turbo compressor. Àquela altura, o futuro tricampeão de Fórmula-1 era 13° colocado. No entanto, não desistiu. Duas semanas mais tarde, em Kyalami, teve desempenho semelhante ao exibido na classificação para o GP de Jacarepaguá, mas levou o Toleman TG 183B Hart ao sexto lugar na corrida e obteve o primeiro ponto na categoria. Em julho, Senna foi o destaque do chuvoso Grande Prêmio de Mônaco, quando chegou atrás apenas de Alain Prost (McLaren-TAG Porsche). Essa corrida é considerada polêmica por causa da suspensão da corrida na 32ª volta - de um total de 78 voltas. Nono colocado ao fim da temporada, com 13 pontos, Ayrton se transferiu para a Lotus para ser companheiro de equipe do italiano Elio de Angelis. apenas o melhor da história da McLa- gel Mansell, quando faltavam dez volren. Marcou o início de uma das mais tas para a bandeirada... excitantes e atrativas disputas da Fórmula-1. Sem motores Honda e repleta de problemas internos, a McLaren teve de Prova disso foi a eventual quebra de usar propulsores Ford durante a temacordo entre Senna e Prost para que porada de 1993. Após um ano de não houvesse ultrapassagens entre "descanso", Prost retornou às pistas, ambos no Grande Prêmio de San Mari- agora pela Williams. Apesar de alguno. Então foi o início de tal rivalidade. mas previsões, Senna foi um rival hoO estágio seguinte seria a corrida em nesto ao francês e reeditaram o velho Suzuka, onde a controvérsia alcançou duelo. Apesar disso, o campeonato alto nível. O francês liderava a corrida, ficou com o francês, que venceu sete seguido pelo brasileiro. No hairpin que corridas, contra cinco triunfos do braantecede a reta principal, Ayrton bus- sileiro. As vitórias mais notáveis de cou a ultrapassagem sobre Alain, mas Senna aconteceram em Donington Park ambos colidiram e o francês abando- (GP da Europa), por causa de sua connou. Senna seguiu na corrida e venceu, dução excelente, e em Interlagos, onde mas foi desclassificado. O título da foi saudado euforicamente por Juan temporada ficou com Prost. "Não pos- Manuel Fangio no pódio - o pentacamso explicar outra coisa além do que se peão argentino apontava Ayrton como viu: a manipulação do campeonato de seu sucessor. O brasileiro disse adeus 1989", disse Ayrton. O presidente da à McLaren com mais um primeiro lugar, FISA, Jean-Marie Balestre, impôs uma o 41° e último da carreira, em Adelaide, punição ao brasileiro pelas declara- na Austrália. E Senna conquistou seu ções após a corrida e retirou tempora- objetivo: um lugar na Williams para a riamente a superlicença do piloto. temporada de 1994, tendo o inglês Damon Hill como companheiro de equipe. Logo no segundo GP pela equipe inglesa, Senna faturou a primeira vitória na Fórmula-1, em chuvosa etapa no circuito de Estoril, Portugal - com mais de um minuto de vantagem para o segundo colocado, o italiano Michele Alboreto (Ferrari). O brasileiro voltou a vencer em Spa-Francorchamps, na Bélgica, fechando a temporada com duas vitórias, sete pole positions e o quarto lu- Ayrton iniciou a temporada de 1990 gar no mundial de pilotos, com 38 pon- pagando uma multa milionária para a tos. FISA e pedindo desculpas à cúpula da entidade. Naquele ano, Prost passou para a Ferrari, pois alegava que a MNo ano seguinte, o paulistano já era cLaren ficou ao lado de Senna após o considerado um dos quatro principais acidente na etapa japonesa. E o campilotos do certame, ao lado de Alain peonato foi definido novamente entre Prost (McLaren-TAG Porsche), Nelson eles e, após mais um acidente entre Piquet (Williams-Honda) e Nigel Man- ambos em Suzuka, Senna garantiu o sell (Williams-Honda). A emocionante segundo título na Fórmula-1. vitória na etapa da Espanha, recebendo a quadriculada apenas 0.14'' à frente de Mansell, provaria que a inclusão de O ano seguinte marcou o tricampeonaAyrton no rol dos maiores nomes da to de Ayrton. Nigel Mansell, da Williépoca não era à toa. ams, falhou pela terceira vez na busca pelo título mundial. O brasileiro começou a temporada com vitórias nas etaEm 1987, a Lotus passou a receber mo- pas dos Estados Unidos, Brasil, San tores da Honda - nas duas temporadas Marino e Mônaco, enquanto o inglês só anteriores, o propulsor era fornecido se "encontrou" no campeonato durante pela Renault. Nesse ano, o brasileiro a metade daquela temporada. O abanalcançou a primeira de suas seis vitó- dono de Mansell, após uma saída de rias em Mônaco; saudou os mecânicos pista em Suzuka, abriu caminho para o euforicamente e no pódio jogou cham- terceiro campeonato de Senna na Fórpanhe para a família real do principado mula-1. Na chuvosa etapa de Interlaencravado entre Nice e Menton. Ao fim gos, o paulistano dedicou a vitória á do campeonato, Ron Dennis anunciou torcida brasileira - após sete tentativas Ayrton Senna como piloto da McLaren frustradas de vencer em seu país. Além para 1988, ao lado de Prost. disso, entrou para a galeria dos tricampeões, ao lado de Brabham, Stewart, Lauda, Piquet, Prost... Nessa temporada, a parceria entre McLaren e Honda rendeu números espetaculares à equipe de Woking: foram 15 Para 1992, as coisas mudaram. Favorevitórias em 16 etapas. Foi o ano do pri- cido pelo fantástico trabalho do time de meiro título de Ayrton Senna. Embora Frank Williams, Mansell ganhou seu tenha somado menos pontos que o único campeonato, contabilizando norival francês (95 a 104), o brasileiro fi- ve vitórias em 16 etapas. Ayrton sofreu cou com o primeiro lugar pois, como o com um McLaren-Honda pouco comperegulamento que previa o descarte dos titivo em relação aos anos anteriores, cinco piores resultados no ano, o fran- mas faturou três merecidas vitórias: cês perdeu três segundos lugares, ca- Mônaco, Hungria e Itália. O triunfo em indo para 88 - contra 91 de Ayrton, que Monte Carlo ocorreu graças a probledescartou apenas um terceiro lugar. No mas em um dos pneus do Williamsentanto, o campeonato de 1988 não foi Renault do líder da prova, o inglês Ni- "O melhor piloto com o melhor carro não pode ter outro resultado que não seja o campeonato mesmo", era dito. Aliás, o ano começou com dificuldades a Ayrton que, apesar de das poles nos GPs do Brasil e do Pacífico abandonou em ambas corridas, vencidas pelo principal adversário daquele ano, o alemão Michael Schumacher, da Benetton. O episódio seguinte, episódio final, seria aquele de San Marino. As coisas estavam complicadas por causa do acidente espetacular de Rubens Barrichello durante a sessão de treinos da sextafeira e da morte de Roland Ratzenberger, no sábado. Visivelmente preocupado, o tricampeão teve uma premonição mas regressou às pistas para competir. Partiu da pole e estava na liderança da corrida. Mas na sétima volta, na Tamburello, Senna disse adeus. Inúmeras coisas foram ditas desde 1° de maio de 1994. O Brasil chorou por seu ídolo. E até mesmo o rival francês Prost ficou muito triste. Ayrton Senna conquistou 41 vitórias, 65 pole positions e 19 melhores voltas de corrida durante sua passagem pela Fórmula-1. Mas simples estatísticas não constroem um ídolo. O relacionamento entre ele e as pessoas ia além de um simples Grande Prêmio. O brasileiro tinha talento ilimitado dentro das pistas. Fora do carro, o tricampeão de Fórmula-1 era gentil com o povo. Uma pesquisa feita no Brasil, em 2000, revelou que Senna é considerado o maior herói brasileiro de todos os tempos. Mais uma prova para afirmar que Ayrton é um verdadeiro herói moderno. LIVRE PARA ANUNCIAR/Invista em Educação/a única saída para o real desenvolvimento econômico e social. 0 xx 12 - 9114.3431