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Clipping Nacional
de
Educação
Sexta-feira, 09 de Maio de 2014
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Valor Econômico
09/05/14
00
BRASIL
Reitora tenta superar problemas e
dar novo rumo para expansão da Unifesp
Por Luciano Máximo | De São
Paulo
Tradicionalmente
especializada na área médica, a
Universidade Federal de São
Paulo (Unifesp) foi uma das que
mais cresceram no projeto de
expansão do ensino superior dos
governos Lula e Dilma Rousseff,
cujo balanço oficial contabiliza
173 novos campi universitários e
18 novas instituições.
De 2006 até hoje, a Unifesp
extrapolou as fronteiras de seu
único campus na Vila Mariana,
zona sul de São Paulo, para uma
nova unidade no extremo sul da
capital paulista, em Santo Amaro,
e campi em outras cinco cidades Santos, Diadema, São José dos
Campos, Guarulhos, Osasco e
Embu das Artes. Em oito anos, o
número de alunos quase
multiplicou por oito, saltando de
1,5 mil para 11,4 mil. O quadro de
professores subiu de 500 para
1.373 docentes. A grade curricular
passou de cinco cursos
relacionados à saúde para oferecer
64 programas acadêmicos, de
medicina a serviço social, de
engenharia química a direito.
Com a rápida expansão, somada
a um planejamento precário,
contudo, a Unifesp contraiu as
dores do crescimento. As obras de
infraestrutura das novas unidades
atrasaram, e até hoje os alunos dos
novos campi assistem a aulas em
locais provisórios. Além disso, a
provisão de funcionários
administrativos e professores não
casou com a nova demanda. As
afirmações são da reitora Soraya
Smaili, primeira mulher e não
médica a comandar a Unifesp.
Com um ano de gestão recémcompletado, Soraya diz ao Valor
que está engajada na continuidade
do crescimento da Unifesp, mas
prioriza
planejamento
pormenorizado e relação afinada
com o Ministério da Educação
(MEC), responsável pela liberação
dos recursos para a expansão
universitária, uma vez que as
instituições federais não gozam de
autonomia orçamentária como as
universidades estaduais paulistas,
por exemplo.
"Tudo [os problemas com
atrasos de obras e falta de
professores] o que aconteceu foi
devido à falta de planejamento.
Estou engajada em continuar a
expansão, mas temos um passivo
de quatro, cinco anos de um
crescimento
enorme
mal
planejado", afirma Soraya.
No momento, a reitora coordena
dezenas de projetos de obras
viárias e construções de prédios
de salas de aulas, bibliotecas e
laboratórios nos vários campi da
Continua
Continuação
Unifesp. Ela também é responsável
pela criação dos campi da Unifesp
na zona leste de São Paulo e em
Embu das Artes, na região
metropolitana, além de conduzir a
abertura de novos cursos e fazer a
costura por mais recursos do MEC
para garantir ações de assistência
estudantil e contratação de
professores e funcionários.
Somente as obras de
infraestrutura nos campi de São
Paulo, da região metropolitana, de
Santos e São José dos Campos - a
maior parte delas em fase de
projeto executivo prontas para
terem editais lançados - estão
orçadas em cerca de R$ 300
milhões. O montante representa
quase o triplo do orçamento de R$
120 milhões que a Unifesp
reservou para custeio e
investimentos em 2014.
"Nosso orçamento não é
suficiente, mas o MEC tem
afirmado que quando nossos
recursos acabarem teremos os
complementos para as obras. O
que estiver licitado e contratado
não vai parar", garante Soraya.
"Ratificamos a manifestação da
reitora quanto aos recursos
complementares que por ventura se
farão necessários para a
infraestrutura da Unifesp",
09/05/14
confirmou em nota o ministério.
Segundo a reitora, as unidades
mais afetadas durante o processo
de expansão da Unifesp foram
Diadema e Guarulhos, ambas na
Grande São Paulo. "O campus da
Baixada Santista se ressentiu
menos porque tem mais cursos da
área da saúde, no qual tínhamos
acúmulo intelectual maior. Já o
projeto pedagógico de Guarulhos
e Diadema foi feito de forma
rápida na área de humanas e
engenharia. Esses problemas
vieram acoplados a uma pactuação
insuficiente com o MEC",
acrescenta.
Pactuação é um termo usado por
reitores federais na negociação
com o MEC para liberação de
recursos para obras de expansão e
para a autorização de contratação
de professores e funcionários.
Segundo ela, a gestão da Unifesp
à época solicitou 30 funcionários
e 40 professores ao MEC para dar
conta, em poucos anos, de mais de
3 mil alunos. "Houve erro na
pactuação", observa a atual
reitora. Procurados por meio do
setor de comunicação da Unifesp,
os antigos reitores não quiseram
falar.
Para Marinalva Silva Oliveira,
presidente do Sindicato Nacional
dos Docentes das Instituições de
Ensino Superior (Andes), os
problemas da expansão não são
exclusivos da Unifesp e têm efeito
negativo sobre a qualidade
acadêmica. "Atrasos nas obras e
contratação insuficiente de
docentes e pessoal afetam
gravemente o tripé que defendemos
de ensino, pesquisa e extensão.
Com esses problemas, a
universidade não cumpre seu
papel, os professores não
conseguem fazer pesquisa. A
universidade vira um 'escolão', não
produz conhecimento. Somos
favoráveis à expansão mais
harmônica", critica a sindicalista.
Diógenes Souza, que se formou
em letras neste ano pela Unifesp
Guarulhos, lembra que estudar em
meio a obras foi uma "dor de
cabeça", mas aprova o padrão
acadêmico da nova federal.
"Fiquei satisfeito com os
professores. Mas o problema
mesmo era o acesso ao campus,
cheguei a pegar umas DPs [teve
que refazer as disciplinas] por
chegar atrasado em aulas e provas.
Também era complicado estudar
em prédio em obra, a biblioteca
tinha pouco espaço e o restaurante
universitário vivia cheio", relata.
Valor Econômico
09/05/14
00
BRASIL
Terreno para o campus da
zona leste apresenta problemas
Por Luciano Máximo | De São
Paulo
A reitora da Universidade
Federal de São Paulo (Unifesp),
Soraya Smaili, entregou em março
deste ano ao Ministério da
Educação (MEC) o projeto
pedagógico do futuro campus da
instituição na zona leste de São
Paulo.
Mas o sonho de mais de 20 anos
da comunidade local, uma das
mais pobres da capital paulista,
está ameaçado e vai demorar
ainda mais para sair do papel. O
terreno comprado pelo prefeito
Fernando Haddad (PT) no ano
passado por R$ 60 milhões e
doado à Unifesp está com
problemas. O caso é parecido com
o da USP Leste, que teve o campus
interditado e as aulas suspensas
por causa de contaminação do
solo. A diferença é que a Unifesp
Leste existe só num documento,
não tem projeto arquitetônico.
Na campanha de 2012, Haddad
prometeu que garantiria o terreno
e convenceria o governo Dilma
Rousseff a bancar mais uma etapa
da expansão da Unifesp. Agora,
revelou a reitora, a universidade
aguarda estudos técnicos para
conhecer a gravidade do problema.
O terreno, de 175,5 mil metros
quadrados, abrigou entre 1981 e
2003 uma indústria metalúrgica
que utilizava tintas, vernizes e
solventes para produção de
utensílios domésticos. Conforme a
Companhia
Estadual
de
Tecnologia de Saneamento
Ambiental (Cetesb), em setembro
de 2013 uma primeira análise
confirmou a presença de cromo no
solo e alguns metais na água
subterrânea
(alumínio
e
manganês). A prefeitura, que
também acompanha o caso, destaca
que o primeiro laudo técnico
constatou contaminação leve.
A administração Haddad vai
fazer uma nova avaliação da área
"com o objetivo de detalhar a
dimensão da contaminação e o
tempo necessário para fazer a
descontaminação, eliminando
qualquer risco", informou a
prefeitura. Os gastos com
descontaminação
serão
descontados dos R$ 60 milhões
pagos em juízo como forma de
indenizar o proprietário do
terreno.
Enquanto o resultado do novo
laudo não sair - sequer foi iniciado
-, o projeto de expansão da Unifesp
para a zona leste de São Paulo fica
parado. "Esperamos que seja um
processo simples, pois os rastros
de contaminação foram verificados
apenas em uma pequena porção do
terreno, onde funcionavam os
galpões da metalúrgica", acredita
a reitora da Unifesp.
De acordo com o projeto
pedagógico da Unifesp Leste, a
unidade será destinada a cursos de
engenharia e de políticas públicas
voltados para pensar questões
urbanas. O futuros campus será
batizado de Instituto da Cidade.
Valor Econômico
09/05/14
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POLÍTICA
Ao varejo, Dilma sinaliza contra jornada de 40h
Por Letícia Casado e Bruno
Peres | De São Paulo e Brasília
A presidente Dilma Rousseff
deu sinais ontem a cerca de 80
executivos de varejo reunidos em
São Paulo de que não apoia a
redução da jornada semanal de 44
horas para 40 horas. Ela também
teria dito que, no atual momento,
não é possível ampliar para outros
setores os benefícios da
desoneração da folha de
pagamentos, mas que aqueles que
já o desfrutam devem mantê-lo de
maneira definitiva.
Entre os setores que pleiteiam
uma fórmula que lhes permita
adotar a desoneração estão os de
farmácias e de grandes
supermercados, com faturamento
superior a R$ 15 bilhões. Pelo
cálculo atual, as grandes redes
supermercadistas acabariam
perdendo dinheiro se adotassem a
desoneração sobre a folha.
"Ela [Dilma] considera a
desoneração uma conquista
permanente", disse Flavio Rocha,
presidente do IDV.
"Mas para aumentar mais
precisa de fôlego, e atualmente não
é possível", disse Luiza Trajano,
presidente do Magazine Luiza.
Dilma participou de encontro
promovido pelo Instituto de
Desenvolvimento do Varejo (IDV).
Na pauta da reunião foram
discutidas algumas demandas do
setor.
não vê sentido em uma redução
dessas num momento em que o
Brasil está em pleno emprego. E,
portanto, onde você arrumaria mão
de obra para cumprir as outras
horas?", disse Siebel.
Segundo ele, Dilma também
ouviu com "simpatia" as demandas
em relação à flexibilização da
jornada de trabalho que favoreça
o trabalho em tempo parcial.
Segundo o diretor da Leo
Madeiras, disse Hélio Siebel, a
presidente "não vê sentido" em
reduzir a jornada semanal.
A recepção de Dilma aos temas
foi positiva "e até um pouco
surpreendente", disse Siebel. Para
Flavio Rocha, do IDV, Dilma
mostrou sensibilidade para a
questão do "custo Brasil", para
reinserir o Brasil no comércio
mundial.
"[Uma das demandas] é a
preocupação com a redução das
44 horas semanais para 40. Ela
[Dilma] foi explícita em dizer que
Mais cedo, em Brasília, o
ministro da Educação, Henrique
Paim, afastou eventual conotação
eleitoral no lançamento, no fim de
Continua
Continuação
maio, da segunda fase do
Programa Nacional de Acesso ao
Ensino Técnico e Emprego
(Pronatec), anunciada ontem por
Dilma como "Pronatec 2.0". O
anúncio foi feito pela manhã
durante interação virtual por meio
da página do Palácio do Planalto
no Facebook. Na ocasião, Dilma
fez nova defesa para que o
programa se torne uma "política de
Estado".
09/05/14
"Não sabemos ainda [a meta].
Vamos lançar um outro Pronatec,
porque a pactuação do Pronatec
para 2015 já começa em 2014.
Então, precisamos ter o Pronatec
2.0", disse ao Valor PRO, serviço
de informação em tempo real do
Valor, o ministro da Educação.
"Como eu preciso fazer a pactuação
no ano anterior, porque em janeiro
eu começo a ofertar vaga, todo ano
eu ano eu tenho uma pactuação. Vai
haver um aperfeiçoamento",
A educação de jovens aliada à acrescentou. Paim afirmou que a
qualificação profissional é uma criação de cursos na nova etapa do
das principais bandeiras da programa para melhorar a gestão
presidente para a campanha pela de
microempreendedores
reeleição, que terá início individuais
e
pequenos
oficialmente em junho. Em função empresários, conforme antecipou
disso, Dilma determinou ao Dilma, "é uma atenção" que o
ministro que seja apresentado uma governo terá no "Pronatec 2.0".
"série de aperfeiçoamentos" para
o programa. A nova etapa do
O Serviço Nacional de
programa ainda está sendo Aprendizagem Industrial (Senai),
elaborada pelo ministério, que não entidade parceira do programa,
estima ainda sequer a meta do avaliou positivamente o anúncio
"Pronatec 2.0". O governo trabalha feito pela presidente, apesar de
com a realização de 8 milhões de ainda não ter sido chamado pelo
matrículas até o fim deste ano, governo para debater a elaboração
quando o governo terá aplicado um da nova fase do Pronatec.
total de R$ 14 bilhões desde 2011.
09/05/14
00
PANORAMA POLÍTICO
09/05/14
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Fux tenta acordo entre
professores e estado
RIO
09/05/14
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TENDÊNCIAS
& DEBATES
O avanço da ciência brasileira
Rogério Meneghini
É incorreta a ideia de que as
bolsas de graduação do Ciências
sem Fronteiras são passo importante
para a internacionalização da ciência
O Brasil tem tido uma posição
sofrível nos recentes rankings
mundiais de universidades. Quando
indagados, os gestores das
classificações apontam como
principal causa a fraca interação
internacional de nossos cientistas.
Embora existam outros fatores,
este é apontando há tempos e que
agora o governo procura atacar com
o programa Ciência sem Fronteiras
(CSF), sob a alçada do CNPq e
Capes, órgãos do Ministério de
Ciência e Tecnologia e Ministério da
Educação, respectivamente.
O programa prevê 101 mil bolsas
de estudos no exterior no período
de 2012-2015. Até fevereiro de
2014, haviam sido concedidas
49.067 bolsas. Entre as várias
categorias de bolsas, a grande
maioria, 81%, é do tipo "sanduíche
graduação", em que alunos são
selecionados para permanecerem de
12 a 18 meses em universidades
estrangeiras. Durante a permanência,
eles devem cumprir disciplinas de
graduação relacionadas com seus
cursos no Brasil e ganhar domínio
de uma segunda língua.
Segundo dados da Unesco, em
2011 o total de alunos de graduação
no exterior era de 3,8 milhões, e o
Brasil alcançava apenas 0,8% deste
total. Com o CSF/graduação, esse
valor aumentará significativamente.
Ainda assim, o privilégio de obter
uma bolsa caberá a uma proporção
muito baixa do alunato brasileiro de
graduação. Porém, é incontestável
que os contemplados constituem uma
semente importante para uma
mudança cultural e profissional, pela
aquisição de uma visão mais
cosmopolita, significativa para um
país geograficamente isolado das
nações mais avançadas.
Porém, é incorreta a ideia de que
essas bolsas de graduação são um
passo importante para a
internacionalização de nossa ciência.
Em primeiro lugar, é altamente
improvável que, frente aos vários
desafios a serem enfrentados pelos
jovens, como aprendizagem de uma
nova língua e de novas disciplinas,
haja tempo para uma iniciação
científica, que consiste de um
trabalho científico efetuado sob a
direção de um docente da instituição.
Talvez por isso ela não seja exigida
pelo CSF/graduação. Em segundo
lugar, não há uma razão especial para
se esperar que esses bolsistas
tenham interesse superior aos dos
demais concluintes da graduação em
se tornar cientistas, algo em torno de
1%.
Portanto, não se trata de um
caminho para internacionalizar a
ciência brasileira. Não é claro por
que o programa ficou da alçada do
CNPq e Capes, duas instituições
com técnicos e infraestrutura
voltados para o progresso da ciência
brasileira.
Há vários estudos mostrando que
os programas de doutorado e pósdoutorado no exterior são, estes sim,
de extraordinária importância para o
avanço de nossa ciência. Em um
recente levantamento de dados
verificamos que, entre os 241
pesquisadores brasileiros mais
destacados em biologia, química e
física, segundo a Plataforma Lattes
do CNPq, 213 fizeram doutorado ou
pós-doutorado no exterior.
Certamente, esses programas
deveriam ser contemplados
prioritariamente quando se visa uma
maior internacionalização da ciência
brasileira. Todavia, tal iniciativa não
deveria prejudicar o CSF/
graduação, cuja supervisão deveria
caber ao Ministério da Educação.
ROGERIO MENEGHINI, 73, é
professor titular aposentado de
bioquímica da Universidade de São
Paulo e diretor científico do
programa SciELO de revistas
científicas brasileiras
09/05/14
00
COTIDIANO
Enem terá detector de metal
para evitar celular
Inscrições começam na segundafeira
FLÁVIA FOREQUE DE
BRASÍLIA
A segurança na aplicação do
Enem terá um reforço neste ano: o
uso de detectores de metal portáteis
nos locais de aplicação do exame.
Segundo o edital do exame deste
ano, agendado para os dias 8 e 9 de
novembro, o participante poderá ser
submetido à revista eletrônica "a
qualquer momento".
O objetivo é coibir o uso de
celulares. No ano passado, 1.500
candidatos foram eliminados por
portarem telefone, ponto eletrônico
ou outro mecanismo de consulta a
conteúdos externos.
As inscrições para o Enem 2014
começam na segunda-feira, dia 12,
e vão até dia 23.
A previsão é de um aumento de
13,8% de candidatos, chegando a
8,2 milhões.
A taxa de inscrição poderá ser
paga até 28 de maio.
Estudantes da rede pública de
ensino e pessoas de família de baixa
renda estão isentas da cobrança, que
será no valor de R$ 35.
Participantes dispensados de
pagar a tarifa foram os que mais
faltaram ao Enem do ano passado.
A taxa de abstenção foi de 28,8%.
Para evitar que isso se repita, o
Inep (órgão responsável pelo exame)
enviará uma mensagem ao
participante que se ausentou em
2013 e se inscreveu neste ano.
Segundo o presidente do Inep, ela
dirá: "para que você possa estar
presente no Enem, são gastos
recursos públicos. Considere isso".
09/05/14
00
Dilma lançará novas vagas
para ensino técnico
TAI NALON DE BRASÍLIA
A presidente Dilma Rousseff
afirmou ontem pelo Facebook que
irá anunciar até o fim do mês uma
nova etapa do Pronatec (programa
de ensino técnico federal).
De acordo com ela, o governo
pretende incluir cursos de gestão de
microempreendedores individuais e
pequenos empresários.
Dilma disse na rede social que o
Pronatec "é um dos pilares da política
educacional de todo e qualquer país
desenvolvido".
Segundo ela, o Pronatec é um
dos principais legados de seu
mandato na área da educação. Ela
citou ainda as 6.000 creches e o
Ciência sem Fronteiras, entre outros.
"Temos a certeza de que
chegaremos aos 8 milhões [de
matrículas], se não a um pouco
mais", disse ela.
A Folha mostrou na semana
passada que a presidente tem
turbinado seus principais programas
com vistas às eleições deste ano.
A ideia é que a ampliação do
Pronatec seja um dos principais
compromissos de campanha de
Dilma.
COTIDIANO
09/05/14
00
Unicamp muda a redação
da 1ª para a 2ª fase
Vestibular
DE SÃO PAULO - A redação
do vestibular da Unicamp passará da
primeira para a segunda fase. Outra
mudança neste ano é o aumento de
48 para 90 no número de questões
de múltipla escolha na primeira
etapa.
Segundo a universidade, o
crescente número de candidatos
motivou a retirada da redação da
primeira fase --no último exame,
quase 70 mil alunos fizeram a prova.
O temor era que a qualidade da
correção fosse prejudicada com o
aumento de textos.
COTIDIANO
CORREIO BRAZILIENSE
09/05/14
OPINIÃO
00
Deixem a ortografia em paz
JAIME PINSKY
Do Senado, duas notícias, uma
boa e outra má. A boa: parece que
temos senadores preocupados com
o ensino de português. A má: querem
alterar outra vez nossa ortografia,
agora radicalmente, com a esperança
de que, com isso, alunos possam
obter melhores resultados na
aprendizagem da língua. Criaram até
uma comissão, com o objetivo de
aplicar o acordo ortográfico (o
mesmo que, na prática, já está em
vigor), e para fazer com que “se
escreva como se fala”.
Além de não ser boa, a ideia é
impraticável. Fico curioso a respeito
de como vai se escrever, por
exemplo, aquilo que na ortografia
atual é denominada Estação das
Barcas (lá na Praça Mauá, no Rio
de Janeiro). Para “fazer justiça” à
pronúncia, deveríamos grafar
“Ijtação daj Barcaj” ou Ixtação dax
Barcax”? Fora do Rio, talvez
“Istação”, ou ainda “Stação”, como
muita gente fala, já que poucos
dizem “estação”, além dos
curitibanos...
E como redigir o quarto mês do
ano? “Abriu”, como dizem muitos
brasileiros, “abril”, como diriam
alguns gaúchos, ou “abrir”, como
parte dos paulistas, mineiros,
paranaenses e outros pronunciam?
Cabe ao leitor pensar em outros
exemplos.
Pesquisas excelentes, feitas por
linguistas sérios (Thais Cristófaro,
Ataliba Castilho, Stella Maris
Bortoni, entre muitos outros) têm
mostrado enorme variação linguística
até no chamado português culto.
Qual seria, pois, o ponto de partida
oral, para sua suposta reprodução
em texto escrito? Obrigar todos a
pronunciar as palavras de uma só
maneira, ou ter uma infinidade de
representações gráficas para
diferentes expressões fonéticas?
possamos ler com relativa facilidade
(mesmo que não falemos) outras
línguas como o espanhol, o francês
e o italiano. Mesmo o inglês, graças
ao enorme contingente de palavras
de origem latina, fica mais acessível
a partir de grafias semelhantes.
Arrancar as raízes de nossa ortografia
seria romper com importantes
aspectos de nossa identidade
histórica.
Mas isso não é tudo. Como
costuma lembrar Carlos Alberto
Faraco, a língua escrita não é mero
reflexo da língua falada: ambas
constituem meios autônomos de
manifestação do saber linguístico. A
ortografia é uma representação
abstrata e convencional da língua. E
é fundamental que o sistema
ortográfico seja estável e que,
independentemente da variação na
fala, haja uma única representação
gráfica por palavra. Do contrário,
não teríamos como reconhecer
palavras que fossem escritas em
outro tempo (ou até em outro
espaço). Seria o caos.
Temos ainda o aspecto prático,
talvez o mais relevante de todos.
Quando foi imposto o último acordo
ortográfico (que, absurdamente, teve
sua implantação oficial postergada),
toda a indústria editorial
movimentou-se para preparar novas
edições de todo o seu acervo.
Dezenas de milhares de títulos
sofreram as mudanças exigidas pelo
MEC
e
outros
órgãos
governamentais e privados.
Gramáticas e dicionários foram
refeitos; tratados foram revisados;
livros infantis, alterados; manuais,
reeditados. Uma nova reforma seria
desastrosa, não só para as editoras,
mas também para os governos, que
teriam que substituir todas as
bibliotecas novamente. Trata-se de
muito dinheiro jogado fora,
possivelmente levando à falência
muitas casas editoriais importantes,
promovendo gasto desnecessário de
verbas públicas, tornando obsoletos
bilhões de livros escolares e
universitários.
As línguas, patrimônios culturais
da humanidade, possuem história.
Elas resultam de práticas sociais que
as moldaram para que aqui
chegassem do jeito que são. São
fatores fonológicos, morfológicos,
etimológicos e de tradição cultural
que fizeram com que nossa língua
seja grafada do jeito que é. Línguas
também têm parentesco, e nossa
origem latina comum permite que
E há, ainda, o aspecto da
Continua
Continuação
09/05/14
exclusão social. Quando uma
reforma ortográfica é implantada,
grande parte dos adultos se torna
analfabeta, já que eles nem sempre
conseguem reter e utilizar as novas
regras inventadas por capricho de
meia dúzia de “sábios”, ou de
desavisados.
A preocupação é com a qualidade
do ensino? Busquem-se soluções
adequadas, fazendo com que
excelentes pesquisas realizadas por
importantes grupos de especialistas
possam chegar até as escolas
brasileiras, por meio de amplo
programa nacional de qualificação de
professores do ensino fundamental.
Se houver, de fato, intenção de
melhorar o ensino no Brasil, está
cheio de gente boa pronta para
ajudar.
CORREIO BRAZILIENSE
09/05/14
00
Colégios militares, modelos de
educação
“Os professores precisam ser
valorizados
para
garantir
o
desenvolvimento do país.” Repetida por
todos os brasileiros, desta vez a frase foi
dita pela presidente Dilma Rousseff . A
declaração foi feita durante a 9ª Olimpíada
Brasileira de Matemática das Escolas
Públicas (Obmep). A representante
executiva do povo brasileiro não poderia
ter escolhido ocasião melhor para a
declaração. Basta observar a pontuação
dos colégios militares que participam da
competição. Em todas as edições em que
o Colégio Militar de qualquer estado
competiu recebeu pelo menos uma medalha
de ouro. A receita é simples. O Colégio
Militar tem regras, hierarquia, trata de
destacar atitudes e valores de família,
sociais. É um lugar no qual o patriotismo
não precisa de futebol para ser estimulado.
Dá responsabilidades contrabalançadas
com direitos. Estimula a pesquisa, a leitura,
desenvolve nos alunos a capacidade crítica
em economia, história, fenômenos
políticos, sociais, aprendendo para a vida
e não para fazer parte de estatísticas. Dá
subsídio para que os alunos tenham uma
visão do que os espera em termos
acadêmicos e profissionais. Estimula a
atividade física e as artes. Diria o filósofo
de Mondubim: “Se criança não precisasse
de pai, mãe e professores, nasceria em uma
árvore”. É bom lembrar que Minas foi
campeã na última edição. A vida dá voltas.
Se realmente deseja implementar uma
educação diferente no Brasil, é melhor o
governo firmar parceria com quem entende
do assunto e apresenta resultados
concretos. (Circe Cunha)
ARI CUNHA
CORREIO BRAZILIENSE
09/05/14
00
CIDADES
Enem abre inscrições na segunda
O exame será aplicado em 8 e
9 de novembro e terá, pela
primeira vez, o uso de detectores
de metais pelos fiscais a fim de
coibir equipamentos eletrônicos,
como os celulares. O site oficial
contará com edital acessível a
pessoas com deficiência visual e
auditiva
» Daniela Garcia
» Manoela Alcântara
Estudantes do ensino médio
chegam a colégio da Asa Norte para
fazer o Enem de 2013: valor da
inscrição será o mesmo do ano
passado, R$ 35
O período de inscrições para o
Exame Nacional do Ensino Médio
(Enem) de 2014 começa nesta
segunda-feira, conforme publicado
hoje no Diário Oficial da União.
Estudantes interessados em fazer a
prova devem se inscrever até 23
deste mês pela internet, no site do
Instituto Nacional de Estudos e
Pesquisas Educacionais Anísio
Teixeira (Inep). As provas serão
aplicadas no fim de semana de 8 e 9
de novembro. Entre as novidades,
está o uso de detectores de metal
nos locais de aplicação dos testes.
Com a nota do exame, o
estudante poderá ter acesso ao
ensino superior por meio do Sistema
de Seleção Unificada (Sisu). O
critério de seleção é utilizado em 115
instituições públicas do país, entre
elas a Universidade de Brasília
(UnB). O Enem também é prérequisito para o acesso a programas,
como o Universidade para Todos
(Prouni), o Fundo de Financiamento
Estudantil (Fies) e o Ciência sem
Fronteiras, e certifica a conclusão do
ensino médio. Alunos da rede pública
e pessoas com renda familiar de até
1,5 salário mínimo estão isentas da
taxa de inscrição. Para os demais, o
valor cobrado será o mesmo do ano
passado, R$ 35, que pode ser pago
até 28 deste mês.
Inspeção
Pela primeira vez no Enem,
detectores de metais serão usados
por fiscais de prova para verificar se
o candidato está portando
equipamentos eletrônicos, como
celulares. “É um detector portátil, que
será usado no ambiente de aplicação
nos dois dias no momento em que o
fiscal entender que deva ser
operado”, disse ontem o diretor de
gestão e planejamento do Inep,
Dênio Menezes. O ministro da
Educação, Henrique Paim, também
explicou que qualquer candidato
poderá ser submetido ao aparelho,
desde que ele não apresente uma
justificativa que possa impossibilitá-
lo da inspeção. A expectativa é de
que sejam 18 mil detectores de
metais portáteis em todo país.
Nesta edição, o Enem também
contará com novos recursos de
acessibilidade. O site do exame vai
oferecer o edital em formato de
leitura compatível com o Dosvox,
sistema criado para pessoas com
deficiência visual utilizarem o
computador, e um vídeo na Língua
Brasileira de Sinais (Libras), para
quem tem deficiência auditiva.
Diante do alto número de faltosos
na prova do ano passado, o site do
exame contará com uma mensagem
para conscientizar os candidatos. Ao
concluir o processo de inscrição, o
participante que faltou no dia da
aplicação da prova em edições
passadas receberá um aviso do site
do exame. “Essas pessoas vão
receber uma mensagem que diz: para
que você possa estar presente no
Enem, são gastos recursos públicos.
Considere isso. Estamos trabalhando
naquilo que nos é facultado: ser
proativo de forma educativa”, disse
Soares.
No evento de divulgação do
edital de 2014, o ministro Paim
também garantiu que não haverá
mudanças nos atuais filtros de
correção das redações. Desde o ano
passado, foi imposta a presença de
um terceiro corretor quando a nota
dada pelos dois anteriores diferir em
ao menos 100 pontos. Segundo ele,
Continua
Continuação
o MEC tem investido no
aprimoramento dos itens de correção
e na capacitação dos corretores.
Três maneiras
Desde abril do ano passado, a
UnB optou por substituir o vestibular
tradicional do início do ano pelo
método que leva em conta as notas
no Enem. As oportunidades do
primeiro semestre são divididas entre
os aprovados no certame e os
concorrentes do Programa de
Avaliação Seriada (PAS). No meio
do ano, a prova tradicional está
mantida. Na UnB, os candidatos
podem participar do Enem de três
maneiras: por ampla concorrência,
pelas cotas sociais ou raciais.
Em 2015, quando os inscritos no
Enem 2014 deverão realizar a
inscrição no Sisu, 37,5% das
oportunidades serão para alunos de
escolas públicas, pretos, pardos,
indígenas e de baixa renda. O
percentual é definido pela Lei
Federal nº 12.711 e, em 2016,
aumentará para 50%. Além dessas
oportunidades, a instituição
brasiliense mantém uma política
afirmativa para a inclusão de negros
no ensino superior. Ao todo são 5%
das reservas para esse público.
09/05/14
Cronograma do Enem 2014
Início das inscrições
12 de maio
Término das inscrições
Às 23h59 de 23 de maio
Pagamento das inscrições
Até 28 de maio
Data das provas
8 de novembro – sábado
(das 13h às 17h30):
» Ciências humanas
» Ciências da natureza
9 de novembro – domingo
(das 13h às 18h30):
» Linguagens
» Códigos e suas tecnologias
» Matemática
» Redação
Abertura dos portões: às 12h
Horários para sabatistas, que
preservam o horário diurno do
sábado, por motivo de religião
Início das provas: às 19h
Abertura dos portões: às 12h
CORREIO BRAZILIENSE
09/05/14
CIDADES
00
Intercâmbio com mexicanos
» ANA PAULA LISBOA
Jovens mexicanos em meio aos
colegas do DF: brasilienses
embarcam para o país norteamericano em setembro
Os últimos 10 dias foram de
amadurecimento, choque cultural e
passeio para 16 estudantes
mexicanos de 12 e 13 anos.
Acompanhados
por
um
coordenador e um professor de
português, o grupo dos Centros
Educativos Cualli esteve em Brasília
para um intercâmbio no Colégio do
Sol, no Lago Norte. Em Brasília,
ficaram hospedados na casa de
alunos brasileiros, frequentaram a
escola, visitaram pontos turísticos e
marcaram presença na Embaixada
do México, fizeram amigos e
praticaram o português. As crianças
do país norte-americano
embarcaram de volta para a terra
natal ontem. Em setembro, será a
vez de uma turma de Brasília passar
uma temporada em Culiacán.
A experiência foi importante
também para os alunos do Distrito
Federal. “Foi uma imersão cultural,
de língua, de culinária para brasileiros
e para mexicanos. É uma vivência
inesquecível, que abre a cabeça e
que vai ficar para a vida toda. Os
mexicanos, por exemplo, ficaram
chocados com o fato de algumas
crianças brasileiras terem piercing ou
tatuagem”, conta a diretora Adryana
Leony. A adaptação não foi
problema. “Os alunos de fora se
sentiram acolhidos porque as famílias
estavam muito empenhadas e foram
muito hospitaleiras. Agora, nossos
alunos estão extremamente
empolgados para ir ao México.”
Cesar Urias, coordenador do
Centros Educativos Cualli, acredita
que a vivência foi muito produtiva.
“Os alunos descobriram que nem
tudo é como em Culiacán, passaram
a ter outra visão de mundo. As
viagens nos mudam e nos abrem para
a vida”, diz. Ele garante que os
brasileiros serão bem recebidos em
setembro. “Temos o compromisso de
fazer isso porque fomos muito bem
acolhidos aqui”.
Tacos e feijoada
Tanto brasileiros quanto
mexicanos têm o costume de comer
feijão diariamente, mas com receitas
diferentes. Para que a troca cultural
fosse completa, o grupo estrangeiro
preparou tacos, e o brasileiro,
feijoada para um almoço diferente no
Colégio do Sol. Os conteúdos das
aulas de 7º e 8º anos foram alterados
no tempo em que os mexicanos
ficaram por aqui: todas as matérias
abordaram conteúdos sobre o Brasil
e Brasília para que os norteamericanos aprendessem sobre a
cultura local. Como resultado,
ficaram scrapbooks (livros de
recortes), com impressões e
descobertas de cada estudante. As
famílias trocaram presentes típicos.
Pimentas e doces foram alguns dos
“regalos” trazidos.
Débora Hadassa Torres, 11 anos,
João Pedro Verdade, 12, e Isabelli
Morello, 14, hospedaram Catherine
Cosette Ramírez, Kenneth Campero
e Andrea Martínez, 13, em suas
casas. A família de João Pedro
prestou atenção aos detalhes para
agradar. “Lemos o perfil do Kenneth
e só preparamos comidas de que ele
gosta”, explica o garoto. Apesar de
alguma dificuldade com a língua, as
barreiras foram superadas. “Meus
avós são espanhóis e conversaram
com ele. A melhor parte foi o
convívio. Mostrei como vivemos no
Brasil e treinei o espanhol”, completa.
No país da Copa, Kenneth ficou
admirado por gostar mais de futebol
do que João Pedro. “Eu quero jogar
futebol o tempo todo e ele, não. Ele
nem joga bem, mas foi muito bom
vir aqui”, disse o mexicano. Os dois
se divertiram em uma partida de
futebol entre Cruzeiro e Atlético
Paranaense no Estádio Nacional de
Brasília Mané Garrincha, um dos
pontos altos do passeio para
Kenneth.
Isabelli e Andrea começaram
conversando em inglês, mas, ao fim
Continua
Continuação
da viagem, já estavam entendendo
uma a outra em espanhol e português.
Elas perceberam que têm muito em
comum. “Ela é minha irmã gêmea
perdida. Gosta das mesmas músicas,
dos mesmos livros, dos mesmos
filmes e de outras coisas que eu
gosto”, conta Isabelli. Andrea leva
para casa lembranças como geleia,
licores e miniaturas da Catedral, além
de um rico aprendizado. “Brasília é
uma cidade muito maior e tem muitas
plantas. Minha cidade é como um
deserto. Agora, consigo entender o
português muito melhor.”
O passeio no Parque Nacional foi
o preferido de Catherine. “Foi uma
experiência nova sair para outro país
e conhecer a cultura brasileira. A
adaptação foi difícil só no primeiro
dia. Meus pais tinham preocupação
em me deixar vir, mas entenderam
que seria bom para mim. Vou sentir
saudades daqui e da Débora”. As
duas pretendem manter contato pela
internet. “É raro ter uma pessoa de
outro país para receber, então, toda
minha família gostou. Gostei das
músicas mexicanas que ela me
mostrou e também do modo de falar.
09/05/14
O espanhol é muito bonito”, disse
Débora.
Preparativos
O contato entre o Centro
Educativo Cualli e o Colégio do Sol
começou em outubro do ano
passado. As duas instituições usam
a mesma plataforma de material
didático digital, a UNO Internacional.
A ideia surgiu da direção da escola
mexicana, depois que a disciplina
português entrou na grade curricular.
Em novembro, o diretor dos Centros
Educativos Cualli veio a Brasília
conhecer o Colégio do Sol e firmou
a parceria. O fato de os estudantes
brasilienses terem aulas de espanhol
também contou na hora da escolha.
Desde então, as duas escolas
começaram a munir os alunos de
conteúdo cultural e geográfico sobre
os dois países e de preparação
emocional para a viagem. Cada
intercambista enviou um perfil com
nome, telefone, e-mail, informações
sobre gostos e rotina para as famílias
hospedeiras. Foi assim que alunos
brasileiros e mexicanos começaram
a formar amizades antes de se
encontrarem.
Apesar de diversas reuniões,
muitos pais tiveram dificuldades para
deixar os filhos irem para o exterior,
especialmente por conta da idade.
Nesta primeira edição, por exemplo,
27 crianças mexicanas deveriam
viajar, mas, de última hora, 11
desistiram. Em Brasília, todos os
alunos de 7º e 8º anos foram
convidados, mas a previsão é que de
10 a 15 embarquem. Agora, os
brasilienses vão participar de um
curso intensivo sobre o México para
ficarem prontos para a viagem em
setembro.
Clima de deserto
A cidade é a capital do estado de
Sinaloa, no noroeste do México, e
fica a 1,2 mil km da capital, Cidade
do México. O nome vem do asteca:
o termo culhuacán quer dizer lugar
habitado pela tribo colhua ou lugar
dos que adoram o deus Coltzin. Com
858 mil habitantes, foi fundada em
1531 e é rodeada por uma planície
de montanhas e tem clima semiárido:
no verão, as temperaturas podem
chegar a 55 °C.
CORREIO BRAZILIENSE
09/05/14
CIDADES
00
ESCOLA DA SAÚDE »
Justiça derruba liminares
» MARYNA LACERDA
Em março, estudantes fizeram
manifestação em defesa das vagas
As liminares que garantiam as
matrículas aos estudantes da primeira
lista de aprovados no vestibular
2014 da Escola Superior de
Ciências da Saúde (Escs) estão
sendo cassadas. Pelo menos 25
pessoas recorreram à Justiça, em
março, para pedir a permanência
nos cursos de medicina e
enfermagem da instituição. A medida
foi tomada quando um erro do
Centro de Seleção e de Promoção
de Eventos (Cespe/UnB) veio à
público. Mas, desde sexta-feira, no
entanto, os agravos têm sido julgados
pelos desembargadores do Tribunal
de Justiça do Distrito Federal e dos
Territórios (TJDFT), e o resultado é
a suspensão dos registros de quem
não está na segunda relação de
aprovados.
Até agora, os beneficiados pelas
liminares não foram oficialmente
comunicados, mas pelo site do
TJDFT é possível acompanhar o
andamento dos recursos e conhecer
o teor dos despachos. A cassação
se baseia no argumento da
Fundação de Ensino e Pesquisa em
Ciências da Saúde (Fepecs/Escs) de
que a escola superior não tem
estrutura física nem corpo docente
suficiente para absorver os alunos
excedentes às 80 vagas oferecidas
no concurso. De acordo com o
despacho da desembargadora Nídia
Corrêa Lima, “a decisão de primeiro
grau (concessão da liminar) tem o
condão de causar à agravante uma
lesão grave e de difícil reparação,
uma vez que não dispõe de recursos
(materiais e humanos) suficientes
para matricular um número superior
de alunos que o previsto na cota do
vestibular”, define.
Dessa forma, acredita-se que
todos os agravos de instrumento
sigam este caminho e, portanto,
deixem ter validade. A situação
expõe os estudantes à insegurança
de não saber até quando poderão
frequentar as aulas da instituição, na
avaliação de Leandro César Cotta,
32 anos, cujo nome estava na
primeira lista de aprovados, mas não
na segunda. “As liminares ainda
estão sendo cassadas. A gente não
sabe quanto tempo vai demorar para
que a Justiça suspenda todas. Isso é
péssimo”, reclama.
Greve
As atividades do primeiro
semestre letivo haviam sido
retomadas no início de abril, depois
de quase dois meses suspensas em
razão do imbróglio. Em 4 de abril, a
Escs publicou o terceiro edital de
convocação para matrícula e
confirmou, por meio de telegrama, a
vaga dos que conseguiram liminar. A
reviravolta vem, inclusive, após a
escola ter contratado uma docente e
conseguido um cenário a mais para
atender à demanda. Procurada, a
diretoria da instituição não havia
retornado à reportagem até o
fechamento desta edição.
Há a possibilidade de os alunos
atingidos ou não pela confusão
entrarem em greve para pressionar
o governo a agir administrativamente.
Uma nova proposta foi apresentada
pelo grupo de estudantes
prejudicados e consiste na absorção
de apenas metade dos chamados
excedentes neste ano. A outra
metade ocuparia as vagas que seriam
oferecidas no vestibular 2015. Na
próxima segunda-feira, uma
assembleia estudantil colocará em
votação a possibilidade de
paralisação na escola.
Falha na correção
Uma lista de 160 aprovados no
concurso foi divulgada em 11 de
fevereiro. Um mês depois, verificouse a falha na correção e os resultados
foram revistos. Assim, 58 pessoas
que apareciam como aprovadas na
primeira relação foram substituídas,
em 20 de março. As pessoas
afetadas entraram com liminar para
manter a aprovação anteriormente
divulgada, sob alegação de que não
podiam ser punidas por um problema
causado pela banca examinadora.
CORREIO BRAZILIENSE
09/05/14
CIDADES
00
RECONHECIMENTO »
Alfabetizados somam 97,5%
DF recebe hoje do MEC o selo
de
Território
Livre
de
Analfabetismo. Mais de 96% dos
brasilienses acima de 15 anos
sabem ler e escrever, meta prevista
para ser alcançada no país
somente em 2022. %u201CÉ uma
vitória da sociedade%u201D,
comemorou o governador Agnelo
Queiroz
» AILIM CABRAL
Por meio do Ensino de Jovens e
Adultos, detentos do DF também são
alfabetizados
O Distrito Federal recebe, hoje, o
selo de Território Livre de
Analfabetismo, título que atesta que
a unidade federativa está próxima a
erradicar o problema social e
educacional. O certificado, emitido
pelo Ministério da Educação (MEC),
eleva o DF a outro patamar nos níveis
de educação nacional. De acordo
com normas da Organização das
Nações Unidas para a Educação, a
Ciência e a Cultura (Unesco), o selo
caracteriza a cidade, município ou
estado no qual 96% ou mais da
população acima de 15 anos sabem
ler e escrever. O selo foi instituído no
Brasil, em 1997, por iniciativa do
MEC e, desde então, se tornou uma
meta para todo o país em termos de
educação e bem-estar social.
O governador Agnelo Queiroz
afirma que o selo é um dos maiores
êxitos alcançados pela educação do
DF. Para ele, é uma afirmação da
diminuição da desigualdade social.
“Essa é uma vitória da nossa
sociedade, do povo, do movimento
popular, do governo e da educação”,
completa. Ele acrescenta ainda que o
título é um estímulo para o trabalho
que vem sendo desenvolvido no DF e
um exemplo para o país.
O Distrito Federal é a primeira
unidade da Federação a receber a
classificação, se tornando referência
nacional no combate ao
analfabetismo. O governo federal tem
a meta de erradicar o analfabetismo
até 2022. Brasília conseguiu atingir o
índice preconizado pela Unesco em
2014.
Para o secretário de Educação do
Distrito Federal, Marcelo Aguiar, o
selo representa o reconhecimento do
MEC a todo o esforço empreendido
pelo Governo do Distrito Federal
(GDF) e pela sociedade civil. “É o
retorno de tudo que buscamos
proporcionar à nossa população.
Permitimos o encontro dessas pessoas
com as letras e com a leitura. O
cidadão, que antes não conseguia
pegar um ônibus (por não saber ler o
itinerário), tem agora esse direito
garantido”, diz.
O secretário acrescenta ainda que
o DF não só atingiu a meta necessária
para a classificação, como a excedeu.
De acordo com os números apurados
pela Companhia de Planejamento do
Distrito Federal (Codeplan), cerca de
97,5% da população do DF está
alfabetizada. Para Aguiar, a obtenção
do título foi possível pelos
investimentos que têm sido feitos na
educação, incluindo a qualificação do
quadro de profissionais, projetos
pedagógicos e políticas educacionais.
“Para nós, é um grande orgulho e uma
realização”, completa.
Entusiasmado
com
reconhecimento do MEC, Aguiar
afirma que o reconhecimento é o
início de um longo processo ao fim do
qual toda a população poderá manter,
efetivamente, o mesmo nível
educacional já alcançado pela maioria.
Segundo ele, a secretaria busca
desenvolver os projetos, com
investimentos na Educação de Jovens
e Adultos (EJA), e na criação de
oportunidades para aqueles que não
tiveram acesso ao estudo voltem para
a escola e concluam as etapas de
ensino fundamental e médio. “Não
basta somente alfabetizar as pessoas,
temos que garantir a continuidade dos
estudos delas”, completa.
A cerimônia de entrega do
certificado acontece no Palácio do
Buriti, às 11h. O governador Agnelo
Queiroz receberá o selo de Território
Livre de Analfabetismo das mãos do
ministro da Educação, Henrique Paim.
O governador acredita que o título é
um incentivo para o trabalho que vem
sendo realizado. “É um estímulo
fantástico e determinante, vamos
intensificar essa política até não ter
nenhuma pessoa analfabeta no DF”,
finaliza.
JORNAL DE BRASÍLIA
09/05/14
00
DO ALTO DA TORRE
JORNAL DE BRASÍLIA
09/05/14
00
BRASIL
JORNAL DE BRASÍLIA
09/05/14
00
CIDADES
JORNAL DE BRASÍLIA
09/05/14
00
CIDADES
LIÇÃO DE CIDADANIA
Eleição na escola estimula consciência
Continua
Continuação
09/05/14
08/05/14
CIDADES
00
Inscrições abertas para creches
São 336 vagas para crianças de 0
a 5 anos em três unidades
A exemplo de outros centros já
entregues, a estrutura básica
compreende seis blocos com diversas
salas
Estão abertas, até amanhã, as
inscrições para o preenchimento de
336 vagas para crianças de 0 a 5 anos
em três Centros de Educação da
Primeira Infância (Cepi), conhecidos
como creches, localizados nas quadras
107, 307 e 406 do Recanto das Emas.
As inscrições podem ser feitas na
Coordenação Regional de Ensino do
Recanto das Emas, na quadra 203
(antiga FTB).
Para se inscrever, os responsáveis
pelos alunos devem apresentar o
documento de identidade, CPF/MF,
comprovante de residência e certidão
de nascimento da criança. Na ocasião,
também são exigidos alguns
documentos necessários para
verificar os critérios sociais em que a
família se encontra.
A estrutura básica dos Cepis é
formada por seis blocos interligados
com anfiteatro, parque infantil, sala de
leitura multiuso, laboratório de
informática, pátio coberto, oito salas
de aula e toda a estrutura oferece
acessibilidade adequada para crianças
com necessidades especiais.
O Governo do Distrito Federal
pretende concluir e entregar à
comunidade, no segundo semestre
deste ano, mais um Centro de
Educação da Primeira Infância na
quadra e está previsto o início de
outros quatro Cepis até dezembro de
2014. “Nesse primeiro semestre três
unidades serão inauguradas” explica
Leonardo Sampaio, Administrador
Regional.
CRONOGRAMA
Hoje e Amanhã, 9h, às 17h
Inscrições para os interessados.
Critérios: alunos novos, que não
estejam matriculados na rede. Alunos
que estejam inscritos para outras
creches poderão alterar a sua opção.
Demais critérios estão previstos no
manual.
Segunda, 12
Digitação e compilação de
resultados
Terça, 13 às 9h
Divulgação de resultados para a
comunidade
Segunda e Terça, 13 e 14 das 9h
às 12 e das 14 às 17h
Efetivação de matrícula
JORNAL ALÔ BRASÍLIA-DF
09/05/14
00
BRASÍLIA