Boletim 3 - CREFITO-10
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Boletim 3 - CREFITO-10
ocupado na estrutura de poder, favorecer a participação, e assim gerar processos de transformação”, diz Paola Mendez Monteghirfo, terapeuta ocupacional do Chile. Reabilitando para o Social. Derrubar delimitações, ampliar horizontes e unir valores entre profissionais em toda a América Latina são assuntos que devem ser discutidos em congresso brasileiro. Divididos por uma fronteira e unidos por convicções e lutas sociais. Esta poderia ser uma definição rápida sobre a proximidade ideológica de Brasil e Chile. Países que viveram nos últimos meses verdadeiras revoluções classicistas, onde a população foi as ruas em busca de uma modernidade econômica voltada para o coletivo, para a humanização da sociedade, onde cada individuo tem seu espaço e palavras garantidas. Uma visão vista por muitos terapeutas ocupacionais de ambos os países, “eu acredito, em uma visão profissional que a aproximação entre terapeutas ocupacionais brasileiros e chilenos deve ser a transformação social, retomando o legado deixado por Paulo Freire, de favorecer o acesso à palavra, ao mundo, ao poder de nomear e transformar. A partir da intervenção podemos favorecer processos, buscando uma tomada de consciência do lugar O profissional deve independente da nacionalidade, buscar vencer as barreiras político limitantes da atuação em Terapia Ocupacional. É preciso nesse contexto romper com a visão geral, provocada pelo desconhecimento que delimita a área de atuação do terapeuta ocupacional apenas na reabilitação e saúde mental. “É ir além do fazer colares”. Mas como mudar toda essa visão? É atuando em áreas que necessitam de um aporte do profissional “no Chile, nos últimos três anos, a visão de intervenção em desastres naturais vem aumentando e deve contar com uma perspectiva terapêutica ocupacional. É considerar aspectos da vida cotidiana, seus significados, comunidade, e de participação social na intervenção. É preciso atuar ainda mais dentro de contextos culturais, que podem ser relacionados com movimentos estudantis, visto nos dois países, o uso da expressão cultural” salienta a profissional mestre em Psicologia Social em Intervenções Psicossociais. Nos dois territórios os desafios são muitos e vence-los marca o crescimento expansional para o terapeuta ocupacional. “Na palestra sobre Terapia Ocupacional na América Latina falarei sobre os desafios de retomar e voltar ao passado, ao ancestral... o que dizem os antigos, as culturas antigas sobre o cotidiano, do que é a comunidade. Como os terapeutas ocupacionais latinoamericanos devem favorecer os processos de transformações sociais. Das culturas que foram silenciadas por uma cultura dominante. Destacar os conhecimentos antigos que dialogam com o pensamento moderno, é preciso romper com a dificuldade idiomática, aprender e dialogar” salienta Paola, que ministrará palestra no XIII CBTO, em Florianópolis. Paola Mendez é graduada em Terapia Ocupacional pela Universidade do Chile, licenciada em Ciências da Ocupação Humana, mestre em Psicologia Social com Intervenções Psicossociais pela Universidade de Valparaíso. Quer contribuir com o XIII Congresso Brasileiro de Terapia Ocupacional – XIII CBTO/2013? “Temas centrais em Terapia Ocupacional são exclusão social, participação social e direitos humanos. No Chile é muito difícil atuar assim, o modelo neoliberal, está estabelecido em raízes profundas da sociedade e visualizar isto é complexo. A sociedade acredita que falar disto é falar de política partidária, se vincula a similaridade com partido político, mas o que não é compreendido é que política é a tradução literária para a organização da vida pública e privada... e o que o terapeuta ocupacional ao estar vinculado a vida cotidiana esta fazendo política, são ações políticas a partir de si próprio”. Paola Mendez Monteghirfo é uma das palestrantes do XIII CBTO, que acontecerá entre os dias 13 e 16 de outubro na cidade de Florianópolis em Santa Catarina. Além da inscrição, envie a sua sugestão de entrevistas para [email protected] Dionísio Freitas DRT 4394-PE